Monografia Cientifica 2018
Monografia Cientifica 2018
Monografia Cientifica 2018
Universidade Pedagógica
Montepuez
2018
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Universidade Pedagógica
Montepuez
2018
2
Índice
Declaração…………………………………………………………………………..
……………..v
Dedicatória……………..………………………………………………………………...……….vi
Agradecimento……………………………………………..………………………………….....vii
Epígrafe………………………...………………..………………………………………...…....viii
Lista de Abreviaturas………………………………………………………………………...…...ix
Lista de imagens e Gráficos………………………………………………………….……………x
Lista de Tabelas…………………………………………………………………………………..xi
Resumo………...…………………………..……………………………………………….....…xii
Introdução......................................................................................................................................13
1. Aspectos Preliminares do Trabalho........................................................................................16
1.1. Problematização.....................................................................................................................16
1.2. Formulação de Hipóteses.......................................................................................................17
1.2.1. Variáveis..............................................................................................................................17
1.3. Justificativa.............................................................................................................................18
1.4. Objectivos...............................................................................................................................19
CAPÍTULO I: REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................20
1. Processo Ensino Aprendizagem de Geografia.......................................................................20
1.1. Ensino.....................................................................................................................................20
1.2. Aprendizagem........................................................................................................................20
Didáctica e Pedagogia....................................................................................................................22
Teoria de Base................................................................................................................................23
Teoria Pedagógica..........................................................................................................................25
2. O Trabalho de Campo............................................................................................................26
2.1. Campo....................................................................................................................................26
2.2. A Paisagem.............................................................................................................................26
2.3. O Lugar...................................................................................................................................26
2.4. Potencialidades do Trabalho de Campo.................................................................................29
2.5. Tipos de Trabalho de Campo.................................................................................................29
Enquadramento do Trabalho do Campo na Geografia como Disciplina Escolar..........................31
3. Importância do trabalho de campo.........................................................................................32
3.1. Formas e Procedimentos do Trabalho de Campo...................................................................33
3
Declaração
Declaro por minha honra que esta monografia científica é o resultado da investigação pessoal e
da orientação da minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto nas notas e na referência bibliográfica.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.
___________________________________________________
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Dedicatória
Agradecimentos
A minha gratidão é incomensurável, por isso, pretendo expressar o meu profundo e sincero
agradecimento, em primeiro lugar a Deus altíssimo todo-poderoso pela saúde, coragem e energia
concedidas sem as quais jamais teria condições para existir e, por me ter facultado o dom da
Sabedoria, Perseverança, pela sua protecção e a pela vida que me concedeu.
A minha família, eu sei que as palavras não chegam para expressar minha gratidão, mas em
Especial o agradecimento vai aos Meus Irmãos Cristina Eusébio Cabral, Nelson Eusébio Cabral,
Donald Eusébio Cabral, Conceição Eusébio Cabral, Estefânia Eusébio Cabral, Dodor Eusébio
Cabral, Felizardo Eusébio Cabral e Esménio Eusébio Cabral pelo amor incondicional,
incomensurável e pela coragem, confiança e forças que sempre depositaram em mim para
continuar.
A minha Mãe Lúcia Armando Lupera pelo amor incondicional e pela coragem, confiança e força
que sempre me deu para continuar.
A minha Supervisora a dra. Giselda José Luís Laice, pela paciência, acompanhamento durante o
percurso do curso e na orientação para a produção desta monografia.
Ao docente Crissantos Arnaldo Matias Reveque pelo ânimo de sempre estar presente para me
ajudar em qualquer situação académica.
Aos docentes do departamento de ciências de Terra e Ambiente pelo acompanhamento.
Aos meus colegas que juntos, passaram momentos de conflitos e sempre conseguimos
ultrapassar e a todos que me apoiaram de forma directa e indirecta na realização desta
Monografia Científica e durante todo o curso.
Aos que, dia após dia, lutam pelo progresso da Educação Geográfica e do Ensino da Geografia
nas Escolas Secundárias moçambicanas e através deste pela preservação e conservação da
natureza para a nossa sobrevivência e das gerações futuras.
Em fim para toda família Cabral, dizer que a humildade nos torna completos e juntos atingimos
o impossível. Aliás, nada é impossível nas mãos de Deus pai altíssimo.
Epígrafe
Lista de Abreviaturas
Lista de Tabelas
Tabela 1: variáveis…………………………………………………………….………..……….17
Tabela 2: Estratégias de trabalho de campo integradas……………….……………….……….30
Tabela 3: efectivo de professores de Geografia com o respectivo nível de formação…….……43
Tabela 4: formas de maximizar o uso do trabalho de campo deixado pelos professores……..56
xii
Resumo
A presente pesquisa pretende maximizar o uso do trabalho de campo como método principal do ensino da
geografia, sustenta-se também, que o trabalho de campo serve para motivar e despertar o interesse do
aluno a participar na vida social, promovendo o contacto com o meio ambiente, que a partir dai o aluno
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Summary
The present research intends to maximize the use of fieldwork as the main method of teaching of
Geography, it is also maintained that the fieldwork serves to motivate the interest and awaken the student
to participate in social life, promoting contact with the environment, that from there the student develops
his her learning abilities gaining more skills and competences, however, the following question is raised,
in what way the fieldwork can help the students of the grade 8 students of Montepuez Secondary School
in its teaching and learning process? For the reason that the fieldwork works as a motivation and stimulus
for students to like Geography better and it facilitates students to acquire more knowledge of the world
that surrounds them. In fact fieldwork can help 8th graders to build a solid knowledge through contact
with the reality of their environment, thus ensuring the ongoing relationship with the environment.
During the research done at Montepuez Secondary School teachers were not able to use this fieldwork in
their Geography classes, which meant that students did not like to participate in their classes because they
were not motivated and not taken to receive classes outside the usual classroom or in an informal setting,
it was also found that teachers have skills and abilities, but do not use these skills to apply fieldwork. The
objective of this research is to know the contribution of fieldwork as a method of teaching and learning
process of Geography in the 8th graders of Montepuez Secondary School. It is suggested that teachers of
Montepuez Secondary School begin to use this method to give more emphasis to Geography classes, to
apply the fieldwork in their planning to maximize its contribution and, therefore, to improve with the
quality of teaching in our country and in particularly in the Montepuez municipality.
Keywords: Fieldwork, Teaching of Geography, Teaching Methodology, teaching and learning process;
13
Introdução
O ensino da Geografia tem sido um dos temas em destaque nos debates nacionais e
internacionais, quando se trata da ciência geográfica. Neste contexto, a pesquisa tem como tema
o trabalho de campo como método no processo de ensino e aprendizagem de Geografia da 8ª
classe na Escola Secundária de Montepuez. Com o objectivo de conhecer o contributo do
trabalho de campo como método no processo ensino e aprendizagem de Geografia na Escola
Secundária de Montepuez. No entanto, não há utilização deste método pelos professores na
ESM, uma vez que, os conteúdos são simplesmente explanados. Por isso, levanta-se a seguinte
questão de que forma o trabalho de campo pode ajudar os alunos da 8 a classe da ESM no seu
PEA?
O presente estudo, apresenta a seguinte estrutura: Introdução a parte inicial do trabalho que faz a
descrição de tudo que se tratou no trabalho; Desenvolvimento, dividido e três (3) capítulos a
saber: Capitulo I: relata sobre a revisão de literatura; Capitulo II: nesta parte evidencia-se todos
os procedimentos metodológicos recorridos para a concretização da pesquisa; Capitulo III: são
apresentados, analisados, interpretados e discutidos os dados colhidos no campo, verificação das
hipóteses e por último a conclusão que é fecho consta a conclusão final da pesquisa, compressão
e sugestões.
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1.1. Problematização
A maioria parte das pessoas ainda têm o pensamento tradicionalista que a disciplina de
Geografia foi concebida como mera descrição e retransmissão de dados e informações, cabendo
aos alunos memorizá-las. Actualmente os alunos devem saber sobre o seu ambiente e a realidade
que o envolve, aspectos que podem servir de ponto de partida e referência para estudo do espaço
geográfico. A Geografia é ainda uma ciência caracterizada pela somatória de contribuições
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Assim sendo, formula-se a seguinte pergunta de Partida: Qual pode ser o Contributo do
Trabalho de campo no Processo Ensino e Aprendizagem em Geografia da 8 a classe na escola
Secundária de Montepuez?
Como expectativa de resultado esperados, para tal, tem-se algumas proposições que são
colocadas como prova de determinar a sua validade, assim, traçou-se as seguintes hipóteses:
H1. O trabalho de campo pode ajudar a construir um conhecimento sólido através do contacto
com o meio ambiente, garantindo o relacionamento com as materiais ensinadas na 8ª classe, para
despertar mais atenção e interesse de aprender geografia.
H2. O trabalho de campo é uma variação metodológica que coloca o aluno a aprender em um
ambiente informal, podendo criar espaço para interacção mais espontânea entre o aprendizado e
ambiente natural.
1.2.1. Variáveis
Tabela 1: variáveis
Variáveis Indicadores
Ajudar a Construir um
conhecimento sólido através A prática de atitudes úteis na vida;
Independente
do contacto com a realidade Conhecer o ambiente que se insere.
do seu ambiente
H1 Garantir o relacionamento
Consolidação da teoria com a
com as materiais ensinadas na
realidade que o aluno vive;
Dependentes 8ª classe, para despertar mais
Demostrar as suas habilidades na
atenção e interesse para
resolução dos problemas da sociedade.
aprender geografia.
H2 Independente Variação metodológica que Saber identificar a manifestação de
coloca o aluno a aprender em cada fenómeno em acção;
um ambiente informal Ter habilidades para minimizar um
fenómeno físico-geográfico.
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1.3. Justificativa
O trabalho proposto tem grande importância do ponto de vista construtivo para a escola
estudada, contudo, a escolha do tema, insere-se pela razão de ter constatado a fraca realização
dos trabalhos de campo pelos professores que leccionam a Geografia e dos alunos que
frequentam a ESM. Simultaneamente, o autor participou no processo de assistência das aulas e
do EP não teve a oportunidade de ver nos planos trimestrais uma data de realização do trabalho
de campo, através de influência directa com os alunos e professores desta escola, destacou-se
que, não há data marcada para realização desta actividade. No entanto, a classe ora proposta,
aspira-se, consciencializar os alunos iniciantes, da 8a classe e do primeiro ciclo do Ensino
Secundário Geral, pois, este é o primeiro ensejo que os alunos entram em contacto com a
geografia como ciência independente, então, torna-se necessário a realização do trabalho de
campo, para que os alunos sintam-se preparados para responder as situações do mundo real, por
isso, o proponente escolheu esta classe.
Para a comunidade investigada (os alunos e professores da ESM) a pesquisa tornar-se-á em uma
experiência e um desafio, doravante, a população e os professores poderão propor para a escola
um momento de realização das actividades de campo e os alunos por sua vez serão capazes de
resolver problemas sociais e físicos-geográficos que a sociedade enfrenta, como fruto da
realização de trabalho de campo.
Para a comunidade académica, a pesquisa tornar-se-á uma fonte segura e mais próxima na
elaboração de trabalhos idênticos e realização de pesquisas relacionadas com o tema. Portanto,
será um experiencia mais próxima de estudos futuros do nosso pais, município e ou região. Desta
forma, A geografia como sendo, uma ciência prática, necessita de actividades realizadas no meio
social, com propósito de resolver problemas que assolam a sociedade em que o individuo vive.
17
1.4. Objectivos
1.4.1. Objectivo Geral
Este capítulo tem por objectivo principal apresentar a génese do trabalho de campo como método
de ensino e aprendizagem, bem como algumas abordagens dos principais conceitos.
Deste modo, o ato de ensinar implicaria uma direcção que, segundo LIBÂNEO (1995), trata-se
de uma relação bilateral, entre o sujeito aluno e os objectos do conhecimento, sistematizados e
organizados em disciplinas específicas. Tal analogia deve se basear pelas trocas de sentidos, pela
relação dialógica, envolvendo a intersubjectividade, cordialidade e empatia, ao mesmo tempo em
que deve proporcionar o enfrentamento de ideias e a desconstrução e reconstrução das mesmas.
Aprendizagem
Para SCHMITZ apud PILETTI (2004: 31), refere que, “Aprendizagem é o processo de aquisição
e assimilação, mais ou menos de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir”.
O processo ensino aprendizagem actual indica que aprender geografia antigamente era sinónimo
de decorar saber nomes de rios, lagos, mares, entre outros, sem reflexões, actualmente exige uma
interpretação, fazer ligações com diversos temas e com a realidade.
Contudo, o campo é também excelente ambiente de ensino, que pode auxiliar na aprendizagem
dos alunos, assim, o aluno poderá perceber todo o dinamismo do espaço. As relações que
ocorrem no espaço, actualmente, são rápidas e dinâmicas. Nem sempre o livro didáctico, ou o
19
Nessa perspectiva, KAERCHER apud NETO e BARBOSA (2010: 163) afirma que:
Juntamente com outras disciplinas escolares, a Geografia pode ser um
instrumento valioso para elevar a criticidade dos alunos, pois trata de
assuntos intrinsecamente polémicos e políticos, quebrando a tendência
secular da escola como algo tedioso e desligado do quotidiano.
Para que haja êxito no ensino da Geografia e os objectivos sejam atingidos os professores do
ensino de Geografia devem estar atentos a desenvolver habilidades de percepção do espaço, com
metodologias que possibilitem uma visão dialéctica, que propiciem novas situações e actividades
no processo educacional, que permitam a realização de actividades de geografia como uma
ciência, que investiguem e pesquisem o espaço geográfico. Neste processo pedagógico há a
necessidade de investigação e qualificação dos profissionais em educação.
Métodos
Não é possível chegar a um fim sem recorrer a um caminho, isso indica que para chegarmos a
um certo objectivo temos que percorrer uma via ou caminho seja qual for, mas desde que
cheguemos. Esta via ou caminho utilizado denomina-se por método, nele não interessa só
somente chegar, mas também temos que analisar nos riscos que corremos na escolha deste
caminho, si com o caminho escolhido vai-se alcançar-se aquilo que se pretende como um fim.
Teoria de Base
A pesquisa baseia-se na Teoria Construtivista, que sustenta a ideia de que “nada a rigor está
pronto, acabado, e de que especialmente, o conhecimento não é dado em nenhuma instância
como algo terminado”.
20
De acordo com VYGOTSKY citado por CIOCCARI, (2013: 35), aponta como pressuposto que
“aprender, bem como ensinar, significa construir um novo conhecimento, descobrir uma nova
forma para significar algo, baseado em experiências e conhecimentos existentes”.
Nesse sentido, o construtivismo estimula uma forma de pensar em que o aluno, que é chamado
de aprendiz, ao invés de assimilar o conteúdo passivamente, reconstrói e dá significado o
conhecimento já existente. Portanto, percebe-se que uma das teorias que norteia o trabalho de
campo é o construtivismo, ou seja, apresenta-se como um processo que se constrói de forma
gradual e contextualizada com a realidade vivida.
3. O Trabalho de Campo
1. 3.1. Campo
Conforme COMPIANI & CARNEIRO (1993:11), ostenta que, “O campo é cenário de geração,
problematização e crítica do conhecimento, onde o conflito entre o real e as ideias ocorre com
toda a intensidade”.
Neste sentido o campo pode possibilitar ao aluno construir um conhecimento próximo de seu
quotidiano, é também no campo que o aluno poderá questionar, colher informações e conceitos
vistos em sala de aula e não compreendidos até então.
A Paisagem
Na perspectiva de SANTOS, (1996: 61), “afirma que, paisagem é tudo aquilo que nós vemos, o
que nossa visão alcança”.
Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada
apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons. Ou seja, o estudo da
paisagem nos remete directamente aos aspectos visíveis do espaço geográfico, embora não se
restrinja a eles, visto que a paisagem abrange outros elementos, todos relacionados à forma pela
qual indivíduo percebe o espaço através dos seus sentidos.
Da mesma forma que, Montepuez oferece paisagens que merece a sua apreciação e estudo, desde
as montanha ao redor da cidade, de que em aulas da 8ª classe com conteúdos de formas de relevo
poderiam usar estas montanhas como realidade mais próxima do aluno/a, assim, facilitando a sua
aprendizagem. Temos também os rios que cruzam o distrito de Montepuez que e aulas sobre
elementos de um rio, o professor conscientemente poderia levar os alunos e mostrar na realidade
21
estes tais elementos, um exemplo desses rios é o rio Montepuez e Niuria. E entre outras
paisagens aqui não mencionadas existentes no distrito de Montepuez.
O Lugar
Na óptica de CARLOS apud NEVES (2015: 61), entende, “lugar como espaço de realização da
vida que, portanto, envolve uma identidade entre o habitante e o lugar”.
É de ressaltar que, no que tange aos lugares que merecem fazer-se um trabalho de campo, nos
conteúdos do tempo e clima, pode-se apontar a estação meteorológica de Montepuez por
exemplo, com finalidades de colher informações sobre a medição da temperatura máxima,
mínima e media local, vento a direcção e a intensidade, humidade e a pressão atmosférica, os
alunos da 8ª classe poderiam ser encaminhados para este lugar para verem naturalmente o
termómetro, o catavento e o anemómetro e como esta medição faz-se, respectivamente. Os tipos
de rochas, o professor deveria reencaminhar o aluno nas pedreiras de Montepuez e com certeza
poderia encontrar esta variedade de rochas existente em Montepuez e os alunos ficariam a saber
sobre o seu valor ambiental e económica, as sua propriedade físicas e saberia diferenciar os
diferentes tipos de rochas existentes.
Para ALMEIDA e PASSINI, (2002: 15), afirma que, “Os trabalhos de campo constituem uma
metodologias que engloba a observação, a análise e a interpretação de fenómenos no local e nas
condições onde eles ocorrem naturalmente”.
Essa metodologia é utilizada por várias áreas do conhecimento, aplicada tanto ao ensino quanto à
pesquisa, e está presente em diversos níveis educacionais - da educação infantil até os cursos de
graduação e pós-graduação. É especialmente empregada durante a formação universitária de
estudantes das ciências humanas e naturais, (Idem)
Nesse caso, Se o conhecimento é adquirido pelo aluno por intermédio de informações repassadas
pelos professores e posteriormente memorizadas, o campo servirá apenas de modelo do que já
22
foi estudado em sala de aula, mera ilustração. Nesse sentido, o papel do campo torna-se limitado.
Entretanto, se na proposta pedagógica o ensino é centrado no aluno, a ênfase volta-se para
processos de aquisição do conhecimento pelo aluno.
Visita de Estudo
Segundo OLIVEIRA citado por CARVALHO, (2014: 39) considera as visitas de estudo uma
atividade letiva diferente pelo facto de decorrer fora da sala de aula. Contudo, a visita de estudo
é uma aula que acontece em espaços diferentes do tradicional. Esta quebra da rotina é, à partida,
um fator motivacional e estimulante para os alunos, afigurando-se como uma potencialidade
desta estratégia, a tirar proveito.
As visitas de estudo promovem a interdisciplinaridade, a troca de saberes e experiências. São
mais uma estratégia utilizada pelo docente no processo ensino aprendizagem.
Considera-se que as visitas de estudo proporcionam aos alunos experiências fora do seu
ambiente escolar onde podem tocar, sentir e ter contacto direto com o local a explorar. (Leal;
Kulas, citados por CARVALHO, 2014: 38)
De acordo com FREITAS & PEREIRA, (2010: 48), Constituem as potencialidades da realização
do trabalho de campo as seguintes:
23
Aliando-se a ideia deste autores é de referir que, neste tipo trabalho de campo cabe ao aluno
descobrir o que o professor não incluiu no seu plano de actividades, logo, o aluno através da sua
percepção vai se questionando sobre o que esta vendo ao longo do decorrer das actividades e
através do professor, o aluno vai colocar as suas duvidas relacionadas com a paisagem em
estudo, nesse caso, o aluno assume o controlo total da sua aprendizagem e pode facilitar a
encontrar respostas de outros factores que teria vivido em outro momento e que não sabia como
ocorria ou como explicar. A paisagem é fonte de sua aprendizagem, é através da paisagem que o
aluno vai seleccionar o que lhe é importante e que lhe interessa no meio ambiente dai procurar
acomodar o seu conhecimento e ainda trazer novos conhecimentos para a ciência geográfica.
24
Mas também o professor deve estar preparado para qualquer situação que acontecer, visto que,
neste tipo de trabalho de campo pode ocorrer o risco de fugir do plano já traçado dando espaço a
um outro debate que não está incluso no programa.
Conforme estes autores, o aluno utiliza os seus órgãos dos sentidos e emoções para observar a
paisagem, criando uma ligação imaginaria e/ou emocional entre o aluno e o ambiente em estudo.
Através dos sentidos o aluno vai se interessar pelas cores que vê, o ruído que ouve, o cheiro que
sente e a textura que vê, assim, vai, lhe facilitar a exprimir o que percebe do que vê e sente, aqui
o professor tem a função de motivar e encorajar a reflectir sobre o que faz tornar aquela
paisagem do jeito que vê e torna diferente da outra paisagem. Através dos sentidos e emoções o
aluno vai desenvolver um sentimento de responsabilidade em relação a preservação do ambiente
como forma de agir racional a par disso o aluno, se torna um defensor ambiental de alguma
forma.
Logo, Keith Grimwade apud FREITAS & PEREIRA, (2010: 51), apresenta uma sugestão de
integração de diversas estratégias de trabalho de campo que esta sintetizada na figura 1.
Tabela 2: Estratégias de trabalho de campo integradas
Estratégias de O que Promove as
Trabalho de actividades Actividades
Campo Desenvolvidas
Actividades ligadas a experiencias pessoais
envolvendo o refinar de percepções, o
De descoberta
Sensibilização e desenvolvimento de análise visual e de
Pessoal e
Climatização comunicação de experiencias pessoais. Os
Sensorial
alunos desenvolvem uma abordagem pessoal
ao ambiente, encontrando um ligação pessoal.
Identificar um Tópico para de seguida
De pesquisa Investigação investigar individualmente ou em grupo para
aquisição de novos conhecimentos.
De Tomada de Preocupação/Acção Desenvolvimento de sentimentos de
25
Assim, uma Geografia além da sala de aula tornar-se-á cooperativa e colaborativa na construção
de conhecimentos. Além disso, é recorrente uma nova postura de aprendizagem frente ao grande
e veloz avanço técnico-científico, uma vez que se convive diariamente com as novas tecnologias
e as múltiplas linguagens do saber.
ensino-aprendizagem fornecem recursos e instrumentos para que possam interagir com seu meio
ambiente. O incentivo a construção colectiva do conhecimento (trabalhos em grupos) nos
trabalhos de campo, privilegia a evolução sócio-afectiva do aluno e promove uma transformação
no quotidiano escolar.
Para SILVA et al, (2015: 3) menciona que:
O trabalho de campo como ferramenta pedagógica possui grande
importância perante o processo de ensino e aprendizagem das mais
diversas disciplinas, sobretudo, abrange uma enorme relevância no
ensino de geografia. Assim, a utilização das visitas técnicas em prol de
estudos práticos, que permitem aos discentes a associação do saber
teórico construído em sala de aula com o concreto, visto e compreendido
no campo, se faz de grande valia, principalmente quando trabalhado
sobre o conhecimento prévio dos alunos, isto é, quando é
inserido\interligado aos significados resultantes do quotidiano dos
discentes.
Assim, sendo, o trabalho de campo se faz importante para o processo de ensino e aprendizagem,
onde possibilita a construção do conhecimento prático, ultrapassando a teorização vista em sala
de aula, e, além disso, expressa os significados prévios contido nas experiências quotidianas dos
alunos. Contudo, o trabalho de campo permite ao discente fazer análises do mundo a partir do
local a que está inserido, pois as novas visões propostas pelo campo resultam em novos olhares
críticos, devido à dialógica contida nos diferentes ambientes.
Na óptica de TOMITA, (1999: 13) Afirma que:
Considera-se o trabalho de campo, é uma actividade de grande
importância para a compreensão e leitura do espaço, possibilitando o
estreitamento da relação entre a teoria e a prática, o alcance de um bom
resultado parte de um planeamento criterioso, domínio de conteúdo e da
técnica a ser aplicada.
Desta forma, Pela possibilidade de contacto directo com o meio e com o objecto estudado, o
trabalho de campo facilita o aprendizado, pois desencadeia o processo de conhecimento e
reconstrução de conceitos. O campo influencia também a compreensão de factores sócio-
ambientais intrínsecos à transformação do espaço pelo homem.
Portanto, o trabalho de campo se caracteriza como uma ferramenta fundamental para o aluno,
fazendo com que este tenha um maior conhecimento das questões ambientais que estão ao seu
redor, contribuindo para que desenvolva uma Compreensão integrada do meio ambiente em suas
múltiplas e complexas relações. Em outras palavras, construir o conhecimento a partir da
realidade, sobre a realidade e para então transformar esta realidade. Pode-se aproveitar também o
trabalho de campo para trabalhar com os alunos os conceitos de cartografia, iniciando com um
conhecimento prévio dos mapas e a área a ser estudada, de forma a se familiarizar com o local de
27
estudo, fazendo com que estes possam compreender melhor as questões que envolvem o espaço
geográfico. Com isso os alunos poderão ter um conhecimento inicial do lugar a ser visitado,
identificando suas peculiaridades através dos mapas, adquirindo capacidades de interpretar
mapas e relatar em linguagem cartográfica suas experiências do campo.
O trabalho de campo para não ser somente um empirismo, deve articular-se a formação teórica
que é, ela também, indispensável, (LACOSTE: 1985).
Como qualquer outro instrumento de ensino, a realização do trabalho de campo deve ser calcada,
inicialmente, pelo conhecimento prévio dos conteúdos geográficos envolvidos e do espaço
geográfico a ser estudado. Logo, deve-se fazer uma visita prévia à área desejada, com o objetivo
de esclarecer as possíveis categorias e conceitos geográficos inerentes. Contudo, a realização de
um trabalho de campo poderá ser feita tanto antes de o conteúdo ser discutido em sala, como
após uma discussão inicial.
A proposta do estudo do meio é trazer uma situação concreta de existência como um problema
que desafia e exige respostas não apenas intelectuais mas sim de acção. Nessa mesma esteira,
pensa-se a inter-relação das coisas físicas ou humanas na construção do meio: um rio poluído
pode levar a um profundo estudo prático, á migração, á questão agrária, dentre outros fenómenos
geográficos que merecem destaque.
para eventuais surpresas, tais como uma nova discussão fora dos
conteúdos da aula, tomando cuidado para não fugir dos objectivos, mas
também não poderá deixar de responder aos questionamentos feitos,
gastos extras, entre outras polémicas e exigirá maior flexibilidade do
docente, (BOLFER apud SOUZA, 2014: 17).
Para que um trabalho de campo tenha sucesso é necessário que: o professor tenha um
conhecimento prévio do local a ser estudado, pois ao realizar essa sondagem o professor fica
mais informado sobre o assunto que pode ser abordado, se o trabalho esta de acordo com as
condições financeiras dos alunos, qual melhor época para realiza este trabalho de campo, como
atribuir os conhecimentos prévios do aluno aos assuntos que serão expostos, tipo de vestuário
apropriados para o estudo, alimentação, utilização de materiais didácticos de anotações e
registos, fotográficos ou não, meios de transporte quanto necessário, são todas questões que
devem ser levadas para obtenção de êxito do trabalho, (Idem).
Este capítulo vem para demostrar a metodologia usada na concretização da presente pesquisa,
desde os tipos de pesquisa, os métodos e as técnicas e instrumentos utilizados na colecta de
29
dados no local de estudo. Salientar que também é nesta fase que o proponente vai justificar a
razão da sua pesquisa, demostrar o universo e amostragem utilizada nesta pesquisa.
1. Metodologia da pesquisa
De acordo com Trujillo Ferrari apud PRODANOV E FREITAS (2013: 24),afirma que, “o
método científico é um traço característico da ciência, constituindo-se em instrumento básico
que ordena, inicialmente, o pensamento em sistemas e traça os procedimentos do cientista ao
longo do caminho até atingir o objectivo científico preestabelecido”.
Para a produção deste trabalho, foi necessário a pesquisa de natureza básica, visto que o
proponente pretende demonstrar novos conhecimentos e úteis para uma melhoria na ciência
geográfica, à minimizar o caso do défice dos trabalhos de campo, tendo em conta a sua
importância para aprendizagem do aluno, no contexto social, económico, científico, ambiental e
cultural, esta pesquisa, Envolve verdades e interesses da escola secundária de Montepuez.
Na realização desta pesquisa, usou-se a Pesquisa é descritiva, com esta, o proponente tem como
finalidade descrever a importância do trabalho do campo como método no Processo Ensino
Aprendizagem de Geografia. Que possibilitou na colecta de dados, na escola secundaria de
Montepuez, onde o proponente vai entrevistar, observar os alunos e professores da área de
geografia, que o público-alvo, nesta pesquisa e por fim irá analisar amostra que vão estimular
maior precisão e compreensão do problema levantado, através desta cadeia o proponente trará,
ou melhor, conhecimentos sobre as causas e factores da ausência do trabalho de campo.
Esta pesquisa foi desenvolvida a partir de colecta e análise dos dados que serão colhidos no seio
dos alunos e professores da escola secundária de Montepuez. Neste caso o proponente do
problema vai colher informações sobre a importância do trabalho de campo no processo ensino
aprendizagem de geografia a partir dos alunos, professores e a direcção da escola secundaria de
Montepuez, por fim estudar o caso para esclarecer aspectos ligados a importância dos trabalhos
do campo. Vamos perceber com a população alvo sobre a situação em estudo procurando
perceber os motivos deste défice dos trabalhos do campo no ensino de Geografia.
E tem como abordagem Qualitativa, onde o ambiente natural é fonte directa para colecta de
dados, interpretação de fenómenos e atribuição de significados. Com esta abordagem facilitou na
colecta de dados relacionados ao problema ada importância do trabalho do campo. O
pesquisador vai analisar os dados colhidos. Através do método qualitativo serão analisados as
práticas de ensino atreladas a importância dos trabalhos de campo para docentes do ensino
secundário da escola secundaria de Montepuez, com finalidade de interpretar e atribuir
significados.
1.2. Métodos
A pesquisa foi desenvolvida, através do método dedutivo, que Sugere uma análise de problemas
do Geral para o particular, através de uma cadeia de raciocínio decrescente. Usou-se este método
para analisar das importância e a causa da ausência do trabalho do campo como método de
ensino aprendizagem de geografia, olhando pelas entidades competentes e/ou pelos professores,
de forma particular mas também olhando pelo panorama geral do problema.
Como meio técnico da pesquisa foi necessário a aplicação do Método monográfico, onde o
proponente fez um estudo mais aprofundado sobre o trabalho de campo no processo ensino e
aprendizagem de geografia, com intuito de apurar a veracidade da sua importância no contexto
educativo. Assim facilitou ao proponente observar e analisar de forma exaustiva os dados
colectados e conhecer os factores que possam influenciar no trabalho de campo que não é
notável naquela instituição pública do distrito.
31
Na presente pesquisa foi necessário o uso das seguintes técnicas e instrumento para a colecta de
dados:
1.3.1. Observação
Proponente usou esta técnica para observar a importância do trabalho de na 8ª classe na escola
secundária de Montepuez, com finalidade de validar a sua tese. Visto que a ausência do trabalho
de campo como método de ensino é um problema que esta acontecendo e por sinal pode atingir
um ponto mais alarmante, contudo será necessário e indispensável o uso deste método para
observar o fenómeno em ocorrência, onde o pesquisador vai procurar perceber junto com os
alunos e os professores e não deixando de trás a comunidade no geral e como é sabido que
situações destas necessitam da presença do pesquisador para perceber o problema de forma
directa e clara.
1.3.2. Entrevista
1.3.3. Questionário
32
Quanto aos instrumentos pode-se citar os seguintes: Blocos de notas, gravador e canetas ajudarão
na colecta de dados através de anotações, estes vão facilitar no acto da entrevista para melhor
interpretar os resultados e computador que é indispensável na compilação e/ou na produção do
próprio trabalho.
2. Universo
Constitui universo desta pesquisa, todos os alunos da 8 a classe, equivalente a 4463 alunos e 8
professores de geografia da Escola Secundária de Montepuez.
2.1. Amostra
Neste capítulo far-se-á apresentação, análise, interpretação e discussão dos dados obtidos no
campo com base do questionário dirigido aos alunos, na entrevista semi-estruturada dirigida aos
Professores e ao DAE da ESM, a observação directa de alguns alunos e professores em sala de
33
aulas, que teve a intensão de observar na forma como utilizam os métodos, as técnicas e os
meios de ensino na ESM, para analisar a percepção e compreensão dos aluno em relação os
conteúdos leccionados na sala de aula. Aqui são encontradas todos itens relacionados aos dados
colhidos no campo, através das técnicas inseridas nesta pesquisa, que de forma a facilitar a
pesquisa a observação directa foi a técnica que foi usadas nesta pesquisa, a observação directa e
indirecta, a entrevista semi-estruturada também foi essencial na concretização da presente
pesquisa e sem se esquecer do questionário que favoreceu a colecta dos dados nos alunos da 8 a
classe da ESM.
A Escola em Estudo
A ESM., é uma escola pública, a leccionar dois ciclos a saber: 1 o ciclo 8a à 10a classe e 2o ciclo
11a e a 12a classe e funciona com três (3) turnos, Manhã, Tarde e Noite.
A ESM, teve como projecto de construção desde os últimos anos da colonização portuguesa,
tendo-se construído primeiro, o lar dos estudantes de Montepuez que comportava, então, duas
salas de aulas e dois dormitórios que se destinavam a albergar filhos dos colonatos
(machambeiros portugueses) que tinham seus campos no distrito de Ancuabe e sul de cabo
delgado.
Em 1974, depois dos acordos de Lusaka, os portugueses foram-se embora; logo, houve a
necessidade de recrutar jovens que tinham terminado a 4 a classe e sem condições para continuar
com os seus estudos. Sob direção de José Vaquina, introduziu-se o ciclo preparatório que
leccionava o 1o e 2o ano; não havendo professores suficientes na altura, recrutou-se muitos
funcionários de outras instituições para responder com a demanda. Nesse ano o efectivo escolar
era maior em relação o espaço do ciclo preparatório, recorrendo-se com o efeito alguns edifícios
como o prédio Catuna, no rés-do-chão, onde actualmente funciona a padaria e pastelaria Sadik e
no edifício da EDM, onde actualmente funciona a Loja China e antiga Kodak foto Montepuez.
Até em 1976 a escola funcionava como salas anexas da escola Secundária de Pemba, pois, feito
o segundo ano do ciclo preparatório, os exames eram realizados em Pemba. Neste ano a escola
continuava a leccionar a 5a e 6a classe, a escola tinha desde o mesmo nome.
A partir de 1978 a 1979 começa a funcionar como escola independente, portanto, Escola
Secundária de Montepuez, tendo-se beneficiado da construção do primeiro bloco de sala de aulas
onde passou a funcionar até 9a classe e José Vaquina como o seu primeiro director.
35
A escola apresenta um ambiente saudável com sombras de acácia e cadeiras de descanso por
todo recinto escolar e algumas plantas frutíferas como Goiabeiras e mangueiras, tem vários
baldes para fornecer a água para professores e alunos e uma vala de drenagem. A escola esta em
concordância com a educação ambiental uma vez que tem plantio de algumas plantas para a
protecção ambiental no contexto de sequestrar o carbono. A escola apresenta uma combinação
de cores aceitável (cor de vinho e cor de leite), e esta protegida por um muro vedação completa,
isto é, todo o recinto é vedado por um muro de blocos convencionais, não tem um controlo
directo nas entradas e saídas, pois não tem uma cabine de permanência diária, necessita de
manutenção nas instalações elétricas e sanitárias, as casas de banhos principalmente as sanitas
estão em péssimas condições. Vide as imagens a seguir.
A ESM possui três (3) blocos de salas de aulas num total de 17 salas aulas e um bloco
administrativo que alberga a secretária-geral, a sala dos professores, a secção pedagógica, sala de
materiais didáctico e o Gabinete do Director e dos respectivos directores adjuntos pedagógicos,
enfrente do bloco administrativo tem um mastro da Bandeira da República de Moçambique. Tem
uma sala de estudos e reprografia, conta com uma biblioteca interna com vários materiais de
estudo, um laboratório de química e física. Quatro (4) casas de banhos, quatro (4) casas de
36
professores, uma residência para o director da escola, a direcção de escola, têm uma área
desportiva (campo de futebol), pátio para o recreio com árvores que servem de sombra e bancos
de descanso dos alunos, duas cantinas, possui uma sala de material didáctico, tem um gabinete
administrativo, uma secretaria onde trabalham os agente e chefe da secretaria. Vide as imagens a
seguir apresentando os três blocos de salas de aulas.
Nesta parte tem por objectivo apresentar os dados colhidos no campo, que ao longo desta fase
ira-se apresentar as questões que facilitaram no levantamento dos dados. No entanto, é nesta fase
que vai se arrolar todas questões e observações adquiridas no terreno no acto da recolha de
dados.
Com objectivo de perceber se conteúdos leccionados eram suficientes para estimular a sua
capacidade de percepção da matéria da 8ª classe, colocou-se a seguinte questão: Os conteúdos
leccionados em sala de aulas são suficientes para sua percepção da matéria? Sim ou Não. Esta
questão foi colocada para 50 alunos equivalente a 100% da amostra, como respostas obtidas
foram, dos 50 alunos questionados 37 que equivale a 74%, responderam que: sim, os conteúdos
são suficientes para estimular a sua percepção. Enquanto, 13 alunos, equivalente a 26%
responderam que não são suficientes para estimular a sua percepção.
Ao leccionar os conteúdos deve sempre trazer a tona aquilo que é a realidade e mostrar ao aluno
os acontecimentos reais e não apenas leccionar de forma teórica, deve conciliar com a prática
vivida no dia-a-dia do aluno ou mesmo do professor. O trabalho de campo deve ser um método
mais usado nas aulas de geografia para facilitar a aprendizagem e percepção dos conteúdos pelos
alunos e como a própria disciplina obriga que o professor não deve ser estático mais sim
dinâmico e criativo procurando varias formas ou metodologias para que saia bem-sucedido no
acto de ensinar os conteúdos da geografia com ciência da terra.
O trabalho de campo detém uma força de ensino e aprendizagem enorme, pois seu
desenvolvimento é presente possuindo uma acção interligada, onde o actor principal não é o
livro didáctico como de costume, mais sim o lugar que está sendo visitado e utilizado como base
para o conhecimento. Tal actividade funciona como um transmissor de conhecimento de teorias,
conceitos, ciclos, processos e tudo que o espaço geográfico possa conter em seu meio de estudo.
Porém, é importante salientar que é papel do professor responsável não permitir que o estudo do
meio se torne de fato um passeio, cuidando de dar sentido e significado ao estudo, mantendo o
vínculo com os objectivos curriculares e propondo um produto final coerente, interessante de ser
produzido, o qual tenha significado para os alunos, (BELO e JUNIOR: 2010).
No que tange aos conteúdos de Geografia Física, mesmo que estes sejam expostos de maneira
superficial e até mesmo genérico, na maioria dos livros didáticos utilizados por professores e
alunos, na Escola Secundária de Montepuez, os conteúdos continuam a ser transmitidos com a
superficialidade que foram apresentados naquele período, neste caso, nos tempos remotos, o que
38
Pergunta 1
80%
70%
60%
50%
Pergunta 1
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não
Fonte: o Autor/2018
Este gráfico representa o índice de percepção dos alunos em relação os conteúdos leccionados na
sala de aula, e concluiu-se que os alunos se sentem satisfeitos e se conformaram com a realidade
que estão passando.
Com intensão de perceber se o professor tem feito uma comparação com a realidade mais
próxima do aluno, para também facilitar a sua aprendizagem, foi colocada a seguinte pergunta:
O professor ao leccionar tem feito comparação com a realidade mais próxima de você? Sim ou
Não. Esta pergunta foi colocada para 50 aluno que constituí amostra, que equivale a 100%.
Como respostas obtidas são: dos 50 alunos 34 que equivale a 71% responderam o seguinte: não
tem feito a comparação com a realidade mais próxima do aluno. Os outros 16 alunos que
equivale a 29% responderam o seguinte: sim tem feito a comparação com a realidade mais
próxima do aluno.
Com auxilio desse método de trabalho de campo no SNE, os alunos se sentiriam motivados a
participar nas aulas da geografia, assim, as aulas seriam mais atractivas com um método
inovador que possa estar ligado a realidade do quotidiano de cada um dos alunos, contribuindo
assim para o seu aprendizado. Todavia, uma geografia além da sala de aula tornar-se-á
39
Pergunta 2
80%
70%
60%
50%
Pergunta 2
40%
30%
20%
10%
0%
Não Sim
Fonte: Autor 2018
Com objectivo de perceber se o professor tem realizado o trabalho de campo, foi colocada a
seguinte questão: O professor tem vós levado para realização das aulas de campo? Sim ou Não.
Dos 50 alunos questionados equivalentes a 100%, Com esta pergunta foram obtidas as seguintes
respostas, todos os alunos responderam: não, tem-nos levado para realizar o trabalho de campo.
O que leva a perceber que o professor não utiliza este método nas suas aulas.
40
De acordo com CASSOL (2009) devemos fazer com que os alunos vivenciem algumas práticas,
para ter noções geográficas no mundo que vive. Considerando que o espaço escolar que os
alunos estão inseridos (sala de aula) acaba transformando o ensino em algo monótono e
cansativo, refletindo assim, uma abordagem tradicional dos conteúdos, fazendo com que a
geografia não passe de uma disciplina decorativa e "chata", com a utilização somente do livro
didático.
Aliando a essa ideia, de fato, há uma necessidade em superar os métodos tradicionais de ensino,
trazendo ao aprendizado não somente os conteúdos transmitidos, mas levá-los de forma mais
pratica, para facilitar a análise e a compreensão dos assuntos estudados pelos alunos em sala.
Pergunta 4
94%
Sim
6%
6% Não
Fonte: o autor/2018
1.4.5. Domínio e aplicação dos conteúdos estudados na sala de aula pelos alunos
Com o objectivo de perceber se os alunos tinham interesse de realizar o trabalho de campo com
base os conteúdos leccionados e que gostariam de realizar esta actividade, o autor colocou a
seguinte perguntam: O que você aprendeu na sala de aulas e gostaria de realizar um trabalho
de campo para ver na realidade? Esta questão foi colocada para 50 alunos que representa 100%,
dos questionados 35 alunos equivalente 70% responderam quase mesma ideia (…) os principais
elementos de um rio e os principais tipos de rochas. O vulcanismo na sua ocorrência. O
proponente ficou ainda curioso com a resposta de duas (2) alunas que equivale a 4% que
disseram o seguinte (…) queria construir um palácio, e 13 alunos questionados que equivale
26% responderam nada, deixaram o espaço em branco.
No campo os alunos devem aprender mediante participação activa dos
professores, cuja função é a de facilitadores da aprendizagem. As práticas de
ensino buscam desenvolver nos alunos a criatividade, a habilidade de observar e
compreender os processos naturais, a capacidade de analisar e integrar
diferentes tipos de informação e habilidades de pensamento cíclico. Os
estudantes e professores realizam conexões mentais para interpretar o registo
gravado nas rochas, (CARNEIRO et al. 2008:131).
É através do trabalho de campo que o aluno deveria construir o seu conhecimento de forma mais
sólida e concisa e assim tirando-o do abstracto para o real.
42
Pergunta 5
Fonte: o Autor/2018
O gráfico 4 representa o nível de percepção dos alunos dos conteúdos leccionados e sua
aplicação pratica, verifica-se que os alunos conhecem conteúdos que por alguma forma os
professores deveriam encaminhar os alunos a estudar num ambiente informal e com esta
sugestão dos alunos seria um bom ponto de saída.
Com o objectivo de perceber se os alunos conheciam lugares que poderiam ser potenciais na
realização do trabalho de campo, foi colocada a seguinte pergunta: conheces lugares de
montepuez onde poderia servir para a realização de trabalho de campo relativamente aos
conteúdos que aprendeu na 8ª classe? Quais? Sim ou Não. Com esta pergunta o autor teve as
seguintes respostas, dos 50 alunos questionados que equivale 100%, todos responderam que: não
conheciam nenhum sítio com este potencial.
Segundo FREIRE (1996: 43),“o professor não deve ser um simples transmissor de conhecimento
acumulado, mas sim um mediador, onde a bagagem de vivência do aluno deverá ser valorizada
de forma cultural e construtiva”.
Nesta perspectiva, o professor deve mediar o conhecimento do aluno, mostrando a realidade dos
factos e fenómenos que o dia-pôs-dia enfrenta na sua comunidade, as atitude que o aluno trás
sendo ela importante para o ensino da geografia o professor deve ser capaz de seleccionar e
sistematizar e como resposta trazer actividades práticas para que o aluno se sinta realizado.
43
Olhando por outros lugares que o distrito de montepuez pode oferecer, destaca-se o monte
girimba, N’coripo e as pedreiras de marmonte em conteúdos de formas de relevo e os tipos de
rochas, pois, montepuez oferece uma variedade de rochas que os professores deveriam tirar o
proveito deste potencial para facilitar a aprendizagem dos alunos e também o rio montepuez e
outros rios a redor de montepuez onde poderiam aprender na realidade os elementos de um rio.
Com objectivo de perceber dos benefícios que o trabalho de campo poderia trazer aos alunos na
vida quotidiana foi colocada a seguinte pergunta: Qual é o benefício de realizar uma aula fora
da sala de aulas? Esta questão colocada para 50 alunos equivalente a 100%, o autor obteve as
seguintes resposta (…) é benéfico porque teria um contacto directo daquilo que estudei em sala
44
Assim, nota-se de forma mais clara que o contributo do trabalho de campo é de extrema
importância pois leva ao aluno a estudar em um ambiente informal e tendo o contacto directo
com o fenómeno em estudo. Este motiva o aluno em estudar geografia do seu mundo.
Nesta etapa, é onde o proponente vai apresentar os resultados obtidos a partir do contributo dos
professores entrevistados, contudo apresenta-se todas a respostas que os professores deram,
ajudando assim a realização e concretização da pesquisa. É de referir que o autor entrevistou três
(3) professores de geografia que leccionam nesta escola.
do aluno com o conteúdo abordado. Ajuda também o educando a desenvolver a natureza dos
lugares e do mundo como seu habitat. Através desse método o aluno consegue auxiliar-se na
construção do conhecimento articulando a teoria com a prática, isso, através da observação e da
análise do espaço vivido e concebido. Prof. B: (…) Permite aos alunos conhecer a realidade
duma forma apalpável e eficiente dos conteúdos programados. Dependendo dos conteúdos
programáticos. Porque nem todo o conteúdo que aparece no programa precisa de trabalho de
campo. É importante para ver a funcionalidade real de cada aspecto em conteúdos que
necessitam de trabalho de campo. Prof. C: (…) é importante faz com o aluno perceba os
conteúdos leccionados teoricamente no seu ambiente e na sua realidade natural. Na medida em
que o aluno estaria a interpretar a geografia da sua comunidade a partir de realizações.
Os conteúdos são então, significados por uma prática da realidade, no sítio no qual ocorrem e nas
interações e processos visíveis que se estabelecem. Então, o trabalho de campo pode ser visto
como um recurso metodológico da prática de ensino, bem como uma metodologia de
aprendizagem de determinados eventos, que possibilita ao aluno o trânsito entre o concreto e o
abstrato, sem causar estranhezas, (CIOCCARI, 2013).
Com intensão de perceber a via ou forma que tem usado para ajudar a perceber melhor os
conteúdos ao aluno da 8a classe, foi colocada a seguinte pergunta: Como é que tem feito para
ajudar ao seu aluno/a na percepção das matérias leccionadas na sala de aula? A pergunta foi
colocada para 3 professores equivalendo 100%, no entanto, da pergunta obteve-se as seguintes
respostas, Prof. A: (…) eu uso vários métodos para que os alunos saibam analisar, compreender
e contextualizar os conteúdos, através de contacto directo com o ambiente de estudo fora da sala
de aula para a materialização da teoria. Já o Prof. B: sustentou (…) Fazendo comparação mais
próxima da realidade dos alunos de modo a facilitar a sua percepção Duma forma programada
em função dos planos, dosificações e programas, não de forma improvisada, porque só assim
46
facilitaria o uso adequado do trabalho de campo. Prof. C: (…) explicando os conteúdos de forma
mais aprofundada, gostaria de usar a partir de uma estrutura sistemática dos conteúdos que
necessitam de um trabalho de campo.
Logo, verifica-se que os professores não utilizam esta variação metodológica nas suas aulas de
geografia.
Diante dessa postura, o professor deve proporcionar por meio da criação de condições e
situações de aprendizagem a construção do conhecimento com autonomia própria, (CIOCCARI,
2013).
Com objectivo de saber a partir dos professores sobre o contributo e eficácia do trabalho de
campo no aluno, foi colocada a seguinte questão: Será que o trabalho de campo é eficaz para
aprendizagem do aluno nesta escola? Dessa pergunta obteve-se as seguintes respostas: Prof. A:
(…) Sim. Porque este método é muito importante principalmente para a disciplina de geografia,
porque fortalece a própria disciplina e desenvolve a pesquisa, uma vez a observação e a
descrição constituem pontos focais para a mesma. O Prof. B acrescenta afirmando que, (…) Sim.
Porque leva aos alunos terem um conhecimento prático e sólido. Já para Prof. C: (…) sim é
eficaz, porque dá um contributo excelente ao aluno promovendo a melhor assimilação do aluno.
Um trabalho de campo para ser eficaz em sua proposta deve ser precedido de uma discussão em
sala de aula, levando o aluno a discutir a temática que será problematizada em campo. Este
estudo teórico prévio tem a finalidade de construir um embasamento conceitual e metodológico
que viabiliza uma maior aprendizagem.
47
Com intensão de perceber se bem os professores têm incluído o trabalho de campa nos planos de
aula, trimestrais ou quinquenais foi colocada a seguinte questão: Tem incluído o Trabalho de
campo na sua planificação? Todavia, dos 3 professores entrevistados obteve-se a seguinte
resposta: todos os professores afirmaram que não.
Segundo FREIRE (1996: 43),“o professor não deve ser um simples transmissor de conhecimento
acumulado, mas sim um mediador, onde a bagagem de vivência do aluno deverá ser valorizada
de forma cultural e construtiva”.
Nesta perspectiva, o professor deve mediar o conhecimento do aluno, mostrando a realidade dos
factos e fenómenos que o dia-pôs-dia enfrenta na sua comunidade, as atitude que o aluno trás
sendo ela importante para o ensino da geografia o professor deve ser capaz de seleccionar e
sistematizar e como resposta trazer actividades práticas para que o aluno se sinta realizado.
Com este contributo de trabalho de campo no ensino de geografia, a discussão surge na forma
como esta actividade é operacionalizada pelos professores de geografia, assim como os
professores acima citados afirmam que o trabalho de campo é importante, mas não utilizam este
método de ensino nas aulas de geografia. Então o trabalho de campo como uma outra actividade
precisa de ser previamente planificada e apresentar a proposta de forma antecipada aos alunos.
O aluno vive em um ambiente social e em comunidade, logo, o próprio espaço que o aluno vive é de
extrema importância para a realização de um trabalho de campo. Enquanto, o aluno ter a possibilidade de
observar a transformação da paisagem urbana e podendo identificar suas transformações e dinâmicas, já o
aluno dar-se conte que faz parte destas mudanças e também produtor deste espaço, directa ou
indirectamente contribuirá para a sua formação enquanto cidadão.
Com objectivo de perceber até que ponto o trabalho de vai levar o aluno a estudar em um
ambiente informal, foi colocada a seguinte pergunta: De que forma o trabalho de campo pode
colocar o aluno a aprender em um ambiente informal? Desta pergunta obteve-se as seguintes
respostas, Prof. A: (…) na medida que o aluno é retirado para fora da sala de aula vai
aprendendo o lugar e o mundo, articulando a teoria e a prática através da observação e de análise
do espaço concebido. O Prof. B., com outras intensões diz (…) sempre que o professor usar o
trabalho de campo como método principal na sua aula, o aluno passará a ter conhecimento sobre
o funcionamento do ambiente que lhe rodeia mesmo que seja num ambiente informal. Prof. C:
quando começa a demostrar atitudes que aprende na sala de aulas e na medida em é levado para
49
estudar além da sala de aula ele se mostra curioso em perceber tudo que vêm e toca no ambiente
em se encontra.
Estudar o município de Montepuez é importante e necessário para o aluno saber que a partir do
seu ambiente local que é possível desenvolver uma aula fora da sala de aula e da escola como
seu local habitual de estudos. Assim, o aluno encara isto como um desafio estudar o ambiente em
que está inserido, a natureza que ele próprio ajuda a fundir ou seja vê a se transformar.
Com objectivo de conhecer algumas formas de maximizar o trabalho de campo foi necessário
colocar esta questão: Quais as formas de maximizar o uso deste método no ensino de geografia?
Onde através desta o proponente obteve as seguintes formas que constam na tabela 5.
Nesta parte, é onde são encontrados todos os itens, referentes a entrevista concedida pelo autor
ao director adjunto da ESM, foi necessário entrevistar esta individualidade, pois, é o DAE que
tem o contacto directo com os professores, analisa os planos de aula ou trimestrais de cada
disciplina, neta parte o objectivo essencial foi de conhecer até que ponto o DAE já pelo menos
viu uma proposta de trabalho de campo seja nos planos ou nas reuniões de dosificação ou
planificação trimestral da ESM.
Com intensão de saber até que ponto o trabalho de campo poderia ajudar ao aluno na sua
aprendizagem, foi colocada ao DAE da ESM a seguinte questão: De que forma o trabalho de
campo se torna importante para aprendizagem do aluno? Esta pergunta colocada ao DAE,
obteve-se a seguinte resposta (…) o trabalho de campo se torna importante na medida em que se
faz integração deste da teoria como a prática educacional, ou seja, conciliação com a prática.
Pense que a maior parte dos geógrafos concorde com o fato de que a ida a campo seja um
instrumento didáctico e de pesquisa de fundamental importância para o ensino e pesquisa da/na
Geografia. Enquanto recurso didáctico, o trabalho de campo é o momento em que podemos
visualizar tudo o que foi discutido em sala de aula, em que teoria se torna realidade, se
‘materializa’ diante dos olhos estarrecidos dos estudantes, daí a importância de planejá-lo o
máximo possível, de modo a que ele não se transforme numa ‘excursão recreativa’ sobre o
território, e possa ser um momento a mais no processo ensino/aprendizagem/produção do
conhecimento (MARCOS, 2006).
No trabalho de campo, que sempre visa o “além do muro da escola”, está presente a necessidade
de ampliar conhecimentos e experiências profissionais enquanto sujeito dos processos de ensino
e aprendizagem em Geografia. O trabalho de campo possibilita uma maior convivência com os
alunos, no sentido de troca de experiências e de aproximação nos diálogos que contemplam o
relato do dia-a-dia de cada um. Contribuem para que o professor (a) signifique as metodologias
de ensino, assim como, estabeleça parcerias efetivas com os alunos, que respondendo as
51
O aluno vive em um ambiente social e em comunidade, logo, o próprio espaço que o aluno vive é de
extrema importância para a realização de um trabalho de campo. Enquanto, o aluno ter a possibilidade de
observar a transformação da paisagem urbana e podendo identificar suas transformações e dinâmicas, já o
aluno dar-se conte que faz parte destas mudanças e também produtor deste espaço, directa ou
indirectamente contribuirá para a sua formação enquanto cidadão.
De acordo com PONTUSCHKA apud NETO e BARBOSA, (2010: 163), “não é possível pensar
o ensino e a aprendizagem da Geografia sem pensar que ela é parte integrante do contexto
escolar”.
Por isso, o DAE deve participar no processo de planificação dos professores, deve ter acções
com vista a minimizar a preguiça nos professores da ESM, incentivando que apliquem o método
de trabalho de campo nas suas aulas de geografia.
Com Objectivo de explorar algumas recomendações do DAE, foi colocada a seguinte questão:
Que recomendação deixa em relação ao trabalho de campo como método de ensino
aprendizagem de geografia? Logo, a resposta obtida foi, (…) na qualidade de DAE deixo as
seguintes recomendações:
É nesta faixa que são apresentados todos os aspectos observados na ESM, resultantes da técnica
de observação semi-estruturada com o auxílio de outros instrumentos de levantamento de dados,
posteriormente apresentar-se-á todos os acervos obtidos na ESM, através desta técnica foi
possível observar as aulas de dois professores de geografia e os planos dos mesmos com
finalidade de averiguar se há o uso do método de trabalho de campo e por consequente verificar
o seu contributo na aprendizagem do aluno.
53
O primeiro aspecto observado foi de transmissão de conhecimentos dos professores sem o uso do
trabalho de campo que torno mais difícil a percepção do conteúdo nos alunos da 8 a classe da
ESM, em duas (2) turmas de dois professores de geografia, em análise feita, nesse contexto tudo
indica que os professores conhecem o contributo do trabalho de campo mas não têm as
capacidades e habilidades de realizar o trabalho de campo no seio da comunidade e os alunos
porem se beneficiar de forma directa do conhecimento da realidade. Conforme as imagens a
seguir o proponente esteve presente em duas salas de aulas, por onde assistiu aulas de geografia.
Dentre as diversas disciplinas ensinadas nas escolas deparamo-nos com uma paradoxal situação:
a aparente ineficiência do ensino de Geografia. É comum a afirmação de que a Geografia é
ensinada em aulas descritivas e extenuantes, totalmente distantes da realidade dos alunos,
pautadas apenas em fatos, situações e fenómenos exteriores aos alunos. Apesar de apresentar
uma predisposição para tratar o mundo que nos rodeia, o ensino de Geografia acabou se
desenvolvendo no mesmo plano das outras disciplinas, ou seja, um plano antes de tudo marcado
por abstracções e, muitas vezes, por fenómenos contrários às correntes modernas do
aprendizado, como o enciclopedismo (BRABANT citado por OLIVEIRA, 1995).
Conforme esta ideia, AMORIM (2006) acrescenta que o trabalho de campo, quando planificado,
configura-se como uma eficaz estratégia de ensino-aprendizagem, problematizadora e
mobilizadora do artifício de construção do conhecimento, capaz de desenvolver a observação
crítica, o espírito científico de investigação, entre muitos outros procedimentos para o ensino da
Geografia.
Contudo, olhando pela complexidade dos conteúdos da geografia que são na sua maioria práticas
necessita que os professores estejam preparados para trazer inovações no ensino de geografia
usando os métodos que facilitem a aprendizagem dos alunos como o trabalho de campo, este
método é mais viável, motivador e inovador.
Segundo Souza et al. (2008), por meio do trabalho de campo é possível desenvolver as
habilidades de observar, descrever, interpretar fenômenos naturais e sócios espaciais nos alunos,
e inferir na boa formação de profissionais na área das geociências. A Geografia surge enquanto
ciência no século XIX, cujo objecto de estudo é o espaço geográfico; portanto o objecto de
interesse da Geografia é este espaço, um espaço social, resultante da produção humana ao longo
do tempo (Martinelli, 1990), porém a prática do trabalho de campo já era realizado através das
viagens exploratórias do então naturalista Alexander Von Humboldt (1769–1859), um dos
sistematizadores da disciplina, em século antes.
55
O outro aspecto foi a falta de uso da teoria construtivista, visto que em didáctica o professor
deve ser construtivo e criativo, não apenas se trancar em métodos tradicionais. Que por algum
momento dificultava o aprendizado, porque só favorece a memorização dos conteúdos
actualmente é necessário usar métodos mais inovadores que levem o aluno a estudar de forma
mais objectiva e participativa, o aluno deve ser um agente activo na aula e não apenas passivo.
Foi possível observar que a escola tem uma vasta área, e que é possível realizar um trabalho de
campo dentro do recinto escolar, porque a escola apresenta boa paisagem com plantas que por
algum momento sequestram carbono e trazem o equilíbrio na respiração dos alunos o ar é fresco
e saudável sem influência de nenhum factor directo.
Os espaços são desiguais e isso não pode ser visto apenas como obra da
natureza. Compreender as desigualdades sociais e espaciais é uma das
grandes tarefas da Geografia, para que a ciência instrumentalize as
pessoas a uma leitura mais crítica e menos ingênua do mundo, que
desemboque numa participação política dos cidadãos a fim de que
possamos ajudar a construir espaços mais justos e um homem mais
tolerante e solidário (KAERCHER citado por CIOCCARI, 2013: 33).
No trabalho de campo, o aluno deixa de ser um agente passivo, que recebe tudo pronto, e passa a
ser um problematizador, um questionador e um construtor do seu próprio conhecimento. Pois o
aprendizado em campo aguça a curiosidade e assim, pode se desenvolver a partir da realidade, a
abstração sobre causas e consequências dos fenômenos observados. Logo, com o trabalho de
campo bem planificado a apatia no aluno não se faz sentir, por isso, o trabalho de surge para
eliminar essas dificuldades de aprendizagem.
Depois de apresentação, análise, interpretação e discussão dos dados colhidos no campo através
das técnicas acima descritas, segue-se então a testagem das hipóteses com objectivo de verificar
se são válidas ou não, ou seja, se estão em resignação com as respostas obtidas aos entrevistados
e questionados no trabalho de campo. Então vide logo a seguir.
56
Esta hipótese torna-se válida, a partir da pergunta 7, que os questionados (aluno), que estes e por
ser verdade, foram unânimes em afirmar que “sim o tralho de campo seria muito importante para
a aprendizagem e contribuiria com o desenvolvimento do seu ambiente”.
Também torna-se a hipótese verdadeira a partir da pergunta 1, por ser verdade que os
entrevistados sustentaram que o “trabalho de campo é importante para conhecer melhor a
realidade duma forma apalpável e eficiente dos conteúdos programados”.
É claramente verdadeira através também da pergunta 5, que por ser verdadeira os entrevistados
(professores) afirmaram que “através do trabalho de campo o aluno consegue auxiliar o seu
conhecimento teórico para a realidade” mas também precisa de trabalho de campo como
principal método de ensino de geografia.
Hipótese 2: O trabalho de campo é uma variação metodológica que coloca o aluno a aprender
em um ambiente informal, podendo criar espaço para interacção mais espontânea entre o
aprendizado e ambiente natural.
Torna-se a hipótese verdadeira, através da pergunta 4, que os entrevistados por ser verdade
confirmaram que “este método é muito importante, principalmente para a disciplina de
geografia, porque fortalece a própria disciplina e desenvolve a pesquisa uma vez que a
observação e descrição constituem pontos focais para a mesma”.
A hipótese ora apresentada constitui verdadeira, olhando pelas respostadas obtidas através da
entrevista aos professores, a sua é comprovada através da pergunta 6, que por ser verdade os
entrevistados afirmaram que “o trabalho de campo leva ao aluno a estudar num ambiente
informal desde ao momento que este é levado ao campo, o aluno passará a ter sobre os
fenómenos que os rodeia mesmo que seja em ambiente informal”, também “na medida em o
aluno é retirado da sala de aula, vai aprendendo o lugar e o mundo articulando a teoria e a
pratica, através da observação e de análise vivido e concebido”.
Torna-se ainda verdadeira pelo facto da pergunta 8 que por ser verdade os alunos responderam
que (…) é benéfico porque teria um exemplo concreto daquilo que estudei em sala de aula e
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fixar o conhecimento da disciplina de geografia. Teria a prática dos conteúdos estudados na sala
de aula. Me ajudaria a perceber melhor as matérias leccionadas. Aumentar o conhecimento.
Conciliar a teoria da prática. Aprender sobre o meio ambiente.
Para terminar com esta parte do trabalho é de sustentar que o trabalho de campo torna-se uma
metodologia indispensável para o ensino da geografia. Visto que necessita de sempre que
possível realizar-se um trabalho de campo.
Considerações Finais
O ensino da geografia tem passado por transformações significativas nas últimas décadas,
particularmente no que se refere às novas propostas pedagógicas, metodológicas e também aos
conteúdos dos livros didáticos. Contudo, poucas são as mudanças nas práticas educativas
efetivas e na organização dos espaços escolares frente às possibilidades oferecidas pelo mundo
nesta contemporaneidade. No entanto, estabelece-se um relacionamento reciproco entre a teoria
e a pratica geográfica, verdadeiramente dita o trabalho de campo no ensino da geografia, usado
este como o principal método de ensino e aprendizagem em geografia. A partir de então, pode-se
verificar o contributo do trabalho de campo para o ensino da geografia na 8 a classe na ESM. Os
alunos têm em campo a oportunidade de combinar os conteúdos teóricos à prática e de Esmerar
suas habilidades com relação à leitura e interpretação. Assim, o trabalho de campo é um dos
principais meio/método que permite o aprendizado da observação, da reflexão e da análise do
dinamismo e transformação do meio pelo homem e aumentando o sentimento de pertencer ao
mundo e a Terra.
Portanto, é através do trabalho de campo que o aluno passa a sentir motivado a estudar a
geografia e criando mecanismos de perceber melhor o mundo em que pertence, o trabalho de
campo contribui directamente na aprendizagem do aluno a partir do momento que este levado a
participar e a estudar em contacto com o fenómeno. Para lacerar a Geografia tradicional, na sala
de aula, os professores devem renovar e criar probabilidade de aprendizados, e o trabalho de
campo seria um dos pontos positivo para isso acontecer, pois seria como uma ponte para a
relação da teoria e prática, auxiliando e facilitando no conhecimento do aluno da ESM, uma vez
que o aluno precisa ser motivado para a aprendizagem, e o conhecimento só vai acontecer
através da relação entre o aluno e a realidade de vida.
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Sugestões
Não olhemos pelos nossos pensamentos como algo apenas existente na teoria e na nossa mente,
façamos dos nossos pensamentos e saberes teóricos das nossas habilidades, mostrando a todos a
sua existência na realidade em que todos vivemos, contudo, usemos a teoria como a fonte das
nossas realizações praticas e do nosso saber fazer.
A Geografia é, por excelência, uma disciplina que permite a ligação entre a teoria e a prática. O
seu objecto de estudo é a superfície terrestre, onde ocorrem vários fenómenos físico-naturais e
humanos. Todavia, O distrito de Montepuez é rico em paisagens e em fenómenos que ocorrem
dentro do distrito, desta forma que o proponente sugere aos professores:
Que aproveitem as potencialidades existente neste distrito para melhorar com a qualidade de
ensino em Montepuez, levando os alunos a receber as aulas fora da sala de aula;
Que os professores não vejam o trabalho de campo como um mero exercício de observação
da paisagem, mas sim através da paisagem o aluno possa compreender a dinâmica do
espaço geográfico, mediato pelos conceitos geográfico;
Apostarem no uso do trabalho de campo como metodologia principal de ensino da geografia
na ESM e deve incluir na sua planificação o trabalho de campo;
O DAE deve sempre fazer o controlo dos planos trimestrais, quinquenais e de aulas no
contexto de verificar a proposta do trabalho de campo como método;
O MINEDH ao elaborar os programas de ensino inclua o trabalho de campo como método
principal no ensino da geografia;
Olhando pelo papel do professor que “é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos
activos e responsáveis na família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro,
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Referências Bibliográfica
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LXVII
I
Apêndices
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LXIX
Apêndice I
Questionário encaminhado aos Alunos da 8ª Classe da Escola Secundária de Montepuez
Saudações Académicas!
Sim Não
1. Os conteúdos leccionados em sala de aulas são suficientes para sua percepção da matéria?
Sim Não
2. O professor ao leccionar tem feito comparação com a realidade mais próxima de você?
Sim Não
3. O professor tem vós levado para irem estudar fora da sala de aula explicando os conteúdos na
realidade?
Sim Não
4. Se sente satisfeito com as matérias teóricas leccionadas pelo seu professor em sala de aulas?
Sim Não
5. O que você aprendeu na sala de aulas e gostaria de realizar um trabalho de campo para
ver na realidade?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________.
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LXXI
Apêndice: II
Roteiro de Entrevista Dirigido aos Professores de Geografia da Escola Secundária de Montepuez
Saudações Académicas!
1. Com relação aos aspectos favoráveis à utilização do trabalho de campo como um método
pedagógico no ensino de Geografia. Diga em poucas palavras qual é a importância do trabalho
do campo principalmente para seus alunos?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
____________________________________.
2. Como é que tem feito para ajudar ao seu aluno/a na percepção das matérias leccionadas na
sala de aula?
_____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________.
3. Será que o trabalho de campo é eficaz para aprendizagem do aluno nesta escola?
Sim Não
Porque?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
____________________________________________.
4. Tem incluído o Trabalho de campo na sua planificação?
66
Sim Não
Saudações académicas!
Apêndice: IV
FICHA DE OBSERVAÇÃO
Alunos
Atributos do ambiente
Escolar
68
LXXIV
Anexos
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