Pedagogia Geral
Pedagogia Geral
Pedagogia Geral
Tutor: Dr
1. Introdução ............................................................................................................................1
2. Objectivos ...............................................................................................................................2
3. Metodologia .........................................................................................................................3
7. Conclusão .......................................................................................................................... 21
O processo de educação tem em vista a preparação do homem para sua melhor inserção na
sociedade. Em Moçambique, a educação é um direito de todo o cidadão, independentemente do
seu estado social, raça, naturalidade, religião.
A educação é problematizada por vários autores, mas, Machava (2015) serviu do nosso suporte
teórico para melhor abordarmos o assunto. Segundo Machava (2015), a educação é um
fenómeno muito antigo, assim como a própria aventura da humanidade, daí que sempre que se
fala do ser humano está subjacente uma forma de ver, de interpretar a realidade e de projectar o
futuro. Grandes civilizações que marcaram a história do passando-a chinesa, grega, latina,
egípcia, só para ilustrar, não tiveram escolas, pois, apesar de já possuírem a escrita, a divisão
social do trabalho não havia ainda atingido um nível de complexidade que demandasse maior
racionalidade na transmissão de conhecimentos, aptidões, atitudes e valores específicos para o
exercício profissional.
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2. Objectivos
2.1. Gerais
Identificar O Carácter Histórico-social da Educação
2.2. Específicos
Explicar O Carácter Histórico-social da Educação
Caracterizar Evolução do Sistema Nacional de Educação em Moçambique
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3. Metodologia
Para materialização deste trabalho recorreu-se a consultas bibliográficas que constituem na busca
de diferentes pressupostos teóricos de vários autores. Referir que ao nível de organização do
trabalho apresentam primeiro lugar a introdução, os pressupostos teóricos, desenvolvimento,
conclusão e bibliografia.
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4. Evolução da Educação em Moçambique
Em termos gerais, as definições de educação apresentadas por diferentes autores, embora possam
parecer díspares, geralmente têm pontos em comum, particularmente quando colocam o
indivíduo como sujeito no centro de actividade que se caracteriza como um processo que
capacita, transforma e influencia as pessoas para interagir com o meio.
Brandão (1986) afirma que educação é todo conhecimento adquirido com a vivência em
sociedade, seja ela qual for. Para ele, não existe um modelo nem uma única maneira para se
educar, uma vez que a educação ocorre a partir do momento em que se observa, entende, imita e
aprende-se. Este processo não ocorre somente dentro de uma sala de aula onde existe um
professor formado para educar. Em todos os povos, em todas as classes, a aprendizagem está
presente, de várias maneiras.
Na visão de Muniz (2002), a educação deve cultivar a moral, despertando para que o homem
tome consciência de que ela deve estar presente em todas as acções de sua vida, em todo o seu
desenvolvimento, em todo o ser e, por efeito, deixando raízes sobre o direito, que não subsiste
sem a moral.
Zacharias (2007), por sua vez, afirma que educar é construir; é libertar o homem do
determinismo, passando a reconhecer o papel da história e a questão da identidade cultural, tanto
em sua dimensão individual como social.
Já a concepção de educação de Paulo Freire (2014) reconhece o homem como ser autónomo.
Esta autonomia está presente na definição de vocação antológica de ser mais que está associada
com a capacidade de transformar o mundo.
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Neste sentido, a tarefa da educação é formar para uma cultura cidadã, democrática com
princípios de igualdade para viabilizar a cidadania. A integração das tarefas e sua materialização
são, então, determinadas pelo imperativo categórico da ética. A educação, enquanto formação de
cidadãos traz a responsabilidade de situar os cidadãos como sujeitos histórico-políticos, capazes
de conscientemente operar mudanças significativas em toda a realidade social.
A instituição escola tem uma história no País: já nesse passado recente o ensino básico teve
sucessivas reformulações, as quais, apesar duma radical transformação inicial logo após a
independência, de certo modo, persiste, influenciando a dinâmica política, económica, e cultural
no quotidiano da sociedade moçambicana.
A educação tem o papel de fazer com que as pessoas sejam conscientes da realidade vivida, com
o intuito de transformar para o bem comum. Por meio dos processos educativos, a pessoa
aprende a ser e a conviver de forma mais justa e humana.
De acordo com a realidade mundial, Moçambique é um país em que a abordagem sobre inclusão
e educação inclusiva constitui impacto que estes processos têm na vida social e política de um
país. Moçambique, tal como outros países signatários da Declaração Universal dos Direitos
Humanos DUDH (1948), reconhece que todos os seres humanos nascem livres e iguais em
dignidade e direitos. À luz desse documento, o país tem o dever de defender e promover os
direitos fundamentais da pessoa humana.
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A educação neste período foi caracterizada pela dominação, alienação e cristianização. Foi o
período em que surgiu a primeira regulamentação do ensino nas colónias, período da Monarquia
em Portugal, a 2 de Abril de 1845. A 14 de Agosto do mesmo ano, foi estabelecido um decreto
que diferenciava o ensino nas colónias e na Metrópole e criava as escolas públicas nas colónias.
Em 1846 foi publicada a primeira providência legal para a organização da instrução primária no
ultramar português; depois de 1854 foram criadas, por decreto, as primeiras escolas primárias na
Ilha de Moçambique, no Ibo, Quelimane, Sena, Tete, Inhambane e Lourenço Marques.
Em 1846 foi publicada a primeira providência legal para a organização da instrução primária no
ultramar português; depois de 1854 foram criadas, por decreto, as primeiras escolas primárias na
Ilha de Moçambique, no Ibo, Quelimane, Sena, Tete, Inhambane e Lourenço Marques.
A Educação esteve virada para a consecução dos objectivos económicos, uso dos recursos
humanos e naturais para a produção da riqueza que era canalizada para a metrópole. Com base
em escritos legais coloniais, não fica clara a intenção do poder colonial promover uma educação
integral para os moçambicanos. A incipiente educação que era destinada aos indígenas tinha por
objectivo ensinar a língua e a cultura portuguesas, e, por esta via, domesticar os indígenas que no
entender desse regime, eram selvagens.
O objectivo principal da educação, nesta fase da colonização, era a civilização dos indígenas
principalmente por meio da propagação da fé cristã e dos valores e práticas europeus. A
tolerância da língua indígena surgia como uma estratégia e um instrumento para exercer e
reforçar o processo de colonização e de imposição territorial da língua portuguesa
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Ensino rudimentar – para os chamados indígenas- os nativos.
Neste sentido, o sistema de ensino em Moçambique era de dois tipos, correspondendo a duas
concepções de educação - para indígenas e educação da elite, para o colonizador e assimilado.
Foi a partir de 1930, com a assinatura dos acordos missionários (A concordata em 1940 e o
Estatuto missionário em 1941) que o governo impôs uma política rigorosa de educação e
assimilação em Moçambique. Com a assinatura da Concordata e do Estatuto Missionário, o
Estado transferiu para a igreja a sua responsabilidade sobre o ensino rudimentar,
comprometendo-se a dar um apoio financeiro às missões e às escolas católicas.
Enquanto nas zonas rurais os moçambicanos dispunham de escolas das missões, os centros
administrativos dispunham de escolas oficiais e particulares para os brancos e assimilados. Era
um ensino relativamente evoluído em comparação com o ensino para indígenas.
A administração colonial, como se pode perceber, advogou uma separação cada vez mais
acentuada entre o ensino das crianças indígenas e o das civilizadas.
Este período é consequência dos acontecimentos destacados nos anos anteriores. Por exemplo, a
fundação da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), em 1962, permitiu o
desencadeamento da luta armada para a libertação nacional, na sequência da qual, com os
Acordos de Luzaka em 1974, condicionou o surgimento do Governo de Transição. Assim, uma
das razões que leva à consideração deste período prende-se com o facto de que grande parte das
transformações no campo educacional aplicadas a nível nacional teve como origem as
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experiências levadas a cabo pela FRELIMO e resultam da visão deste movimento sobre o
modelo de sociedade pretendido e os princípios defendidos durante a Luta Armada.
Proclamada a independência nacional, que era o objectivo central da luta armada de libertação
nacional, a FRELIMO iniciou um programa de construção da nação moçambicana, com uma
orientação socialista. Esta ideia foi claramente manifestada no Relatório do Comité Central
da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) ao 3º Congresso.
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A intervenção da FRELIMO foi de natureza política, enquanto o Ministério da Educação e
Cultura se concentrou mais na sua estruturação e na organização das Escolas. As intervenções
procuravam corresponder à natureza da revolução, no sentido de processo. Havia consciência de
planificar as acções de médio e longo prazo com conhecimento profundo da realidade, que se
inserissem no projecto político global e ultrapassassem a dimensão do imediato. Porém, a
prioridade foi responder aos desafios imediatos e mais gritantes (Mazula, B. (1995).
Na área da educação, o país deparava com a insuficiência das instituições escolares e com a falta
dos professores e técnicos para actuarem nesta referida área. O autor citado afirma que durante
muitos anos, vários moçambicanos não frequentaram a escola por razões decorrentes do sistema
colonial, baseado na descriminação, por este motivo, depois da independência, houve a expansão
das escolas que se deu através das iniciativas das populações e através das campanhas de
alfabetização feitas no país.
Segundo Uaciquete (2010), no sector educacional, por meio do Governo de transição, muitas
acções foram levadas a cabo para discutir o sistema educacional, tais como:
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Estes momentos foram considerados como momentos de esforço por parte da FRELIMO (Frente
de Libertação de Moçambique), nos quais o povo foi mobilizado para a construção das escolas e
onde a FRELIMO retirou todas as matérias de ensino que não estavam ligadas às ideologias da
Frente e introduziu outras matérias de ensino, destacando-se a história e a geografia de
Moçambique.
Outras mudanças que foram vistas na área da educação foram às mudanças dos mecanismos de
gestão e administração de funcionamento das escolas, alterações dos currículos escolares e uma
participação activa da população na escola. Muito embora, apesar de todos os esforços feitos
para garantir uma boa educação que o país necessitava tanto, o país se deparava com vários
problemas no que refere à cobertura da rede escolar, falta de materiais didácticos, péssima
condição da educação e outros problemas que afectavam o sector.
De acordo com o Relatório publicado pela AfriMAP (2012), após a independência em Junho de
1975, na área da educação, o padrão que a FRELIMO adoptou se baseava no padrão utilizado
nas zonas libertadas na época da guerra da libertação. O referido padrão de ensino se coloca nos
seguintes parâmetros:
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Num discurso proferido na 2ª Conferência do Departamento de Educação e Cultura (DEC), em
1973, Samora Machel afirma que a educação deveria preparar os moçambicanos para assumirem
a nova sociedade e as suas exigências.
A educação deve dar-nos uma personalidade moçambicana, que sem subserviência alguma,
assumindo a nossa realidade, saiba em contacto com o mundo exterior, assimilar criticamente
as ideias e experiências de outros povos, transmitindo-lhes também o fruto da nossa reflexão e
prática. (MACHEL, 1973)
Ainda segundo Samora Machel (1973), os moçambicanos deveriam adquirir uma atitude
científica, aberta, livre de todos os pesos da superstição e tradições dogmáticas. Deveria ser
criada uma nova atitude na mulher, emancipá-la na sua consciência e comportamento e ao
mesmo tempo inculcar no homem um novo comportamento e mentalidade em relação à mulher.
O desenvolvimento deste processo dependeria das novas gerações.
Pela primeira vez na nossa história há crianças, há jovens, que crescem fora do colonialismo,
fora das tradições dogmáticas. Há uma geração, a primeira, que se forma ao calor da
revolução. É esta geração que nos próximos anos será chamada a prosseguir a tarefa que
iniciamos. Eles são o viveiro donde sairá a planta seleccionada, que fará triunfar
definitivamente a revolução. A este nível a missão dos professores e quadros da educação é
extraordinariamente delicada. Porque eles, como nós, cresceram e formaram-se no mundo
antigo, ainda trazem em si muitos vícios e defeitos, muito individualismo e ambição, muitos
gostos corruptos e superstições, que são nefastos e podem contaminar as novas gerações. Os
professores e quadros da educação devem comportar-se como o médico, que antes de se
aproximar do doente na sala de operações se desinfecta, se esteriliza, a fim de não infectar o
paciente. (MACHEL, 1973)
Segundo Uaciquete (2010), Samora Machel pensava na educação, fundar escolas novas,
ampliadas, esta educação dever-se-ia basear na valorização dos trabalhos manuais, como sendo
ponto-chave do conhecimento, fazer uma ligação entre ensino e trabalho de produção social.
Estas ideias tinham como objectivo incutir nos alunos um pensamento de trabalho desde o início
da sua carreia estudantil, em seguida, ajudar os alunos a ter uma consciência de que os seus
trabalhos deveriam ultrapassar a produção de subsistência, buscando uma produção de grandeza
económica, que a modernidade exige. Da maneira como foi esboçada antes, a FRELIMO se
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preocupava em criar coisas novas até o homem novo em contraposição à sociedade tradicional e
ao sistema colonial, mas esta intenção originou um choque entre a dita modernidade enfatizada
pela FRELIMO e a tradição e o colonialismo.
De uma forma geral, podemos afirmar que o sector educacional sofreu, sem dúvida, mudanças
significativas, embora, na prática, tais mudanças pouco se fizeram sentir. As transformações
limitaram-se à modificação dos conteúdos coloniais dos programas e à introdução de formas
alternativas de funcionamento quotidiano nas escolas, mas o sistema educacional continuava o
mesmo herdado do sistema colonial (Gómez, M. 1999).
Nos anos de 1975 a 1981, houve avanços importantes na área da educação, em 1975 havia
600.000 crianças e jovens frequentando as escolas, em 1980, quando foi feito o recenciamento
nacional pós-independência, esse número subiu para 2,3 milhões de crianças e jovens
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frequentando as escolas e o número percentual das meninas, que nos anos de 1975 era de 35%,
nos anos de 1980 subiu para 43%. As campanhas para alfabetização da população ajudaram
bastante na redução da taxa de analfabetismo, em 1970, de 90% se reduziu para 70 %, em 1980,
84% correspondia às mulheres e 55% aos homens. As mudanças na área da educação não
aconteceram só através da expansão ou mudança dos conteúdos de ensino, mas também na
maneira como sistema foi administrado, com a participação de um número significativo da
comunidade.
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Formar os professores profissionalmente conscientes e educadores, com uma nova e
vasta organização política, ideológica, pedagógica e científica com capacidade de
educar outras pessoas através dos conceitos socialistas;
A área da educação teria uma estrutura de cinco subsistemas de acordo com as normas do
Sistema Nacional da Educação, que são:
Educação geral;
Educação de adultos;
Educação técnico-profissional;
Formação de professores;
Educação superior.
Primário;
Secundário;
Médio
Superior.
O subsistema da educação geral foi estruturado em Ensino Primário (EP) que tem duração de
sete classes, ou com a duração mínima de sete anos, cinco anos para 1º grau (EP1) e dois anos
para 2º grau (EP2), e Ensino Secundário Geral (ESG) com a duração de cinco anos e com
subdivisão de dois períodos, o primeiro período que vai da 8ª à 10ª classe (ESG1), o segundo
período que vai da 11ª à 12ª classe (ESG2). Muitas normas administrativas e regulamentares
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foram adoptadas com o estabelecimento do Sistema Nacional da Educação, no qual a escola
passou a ser obrigatória até 7ª classe.
O SNE proibia a discriminação e exigia a garantia de acesso à formação sem considerar a cor da
pele, sexo, religião ou raça, exigia também a existência da igualdade de oportunidade para toda a
população de Moçambique. O Sistema Nacional de Educação procurava estabelecer uma nova
fase da educação no país, possibilitando a diminuição do analfabetismo e dando ao povo o acesso
ao conhecimento científico, para possibilitar o seu desenvolvimento, mas como já foi dito, o
governo enfrentava várias dificuldades para estabelecer o seu programa na área da educação, no
que diz respeito à democratização do ensino e suas estruturas, como por exemplo, aconteceu nos
primeiros momentos da independência em que o governo tinha objectivos ambiciosos, mas por
outro lado existiam muitas dificuldades de carácter financeiro, as escolas em si e a
disponibilidade de professores de qualidade. Os recursos existentes, muitas vezes não eram
utilizados de uma boa forma e não existia uma gestão financeira de qualidade profissional.
(AfriMAP, 2012)
O conflito armado entre estas duas forças políticas, FRELIMO e RENAMO, causou duras perdas
ao país na área da educação, houve grandes problemas, sobretudo com a destruição das infra-
estruturas escolares. Nos anos de 1981 a 1987, 50% das escolas primárias, 13% da rede escolar
secundária, 22,5% dos centros de formação de professores e muitos centros de alfabetização da
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população adulta fecharam, o deslocamento de milhares de pessoas para as zonas urbanas, em
busca de segurança, levou ao esvaziamento das escolas de várias regiões de Moçambique. No
ano de 1992, só restava 1,2 milhão de alunos do ensino primário, número igual ao que existia em
1983. Este conflito teve consequências sofridas ao longo das últimas décadas, muito embora o
conflito não fosse responsável por todas as consequências sofridas pela área da educação, pois
nem todas as regiões do país sofreram igualmente as consequências da guerra, como o centro do
país, Zambézia, Sofala e Tete. Por outro lado, muitas políticas públicas estabelecidas pelo
governo para o funcionamento do Estado tiveram consequências negativas, como por exemplo o
futuro reajustamento da estrutura dos advogados pelo FMI e Banco Mundial (BM) e a expansão
da área da educação. O governo continuou de modo centralizado o sistema herdado do sistema
colonial e continuou com escassez de quadros para fiscalizar as acções que estavam na fase de
implementação dos níveis considerados mais baixos da administração pública, existindo um
impacto na formação de professores. No ano de 1987, alguns anos depois da independência,
quando o país aderiu ao BM e ao FMI, estas organizações internacionais orientaram o governo a
estabelecer o Programa da Reabilitação Económica (PRE), que levou em consideração a
alteração funcional do aparelho do Estado e também a alteração da sociedade. Os efeitos da
guerra causaram impacto nas várias áreas importantes do país, principalmente na área da
educação, onde o governo cortou gastos públicos e estes cortes afetaram a área da educação, pois
estas verbas que foram cortadas, passaram a ser encaminhadas para a reabilitação dos efeitos
gerados pela guerra civil.
No ano de 1990 com o fim da guerra civil, uma nova constituição foi anunciada, a Constituição
da República de Moçambique, onde o mono partidarismo deu o espaço ao multipartidarismo, no
qual os valores do socialismo democrático foram trocados e o país adoptou os valores da
democracia liberal.
Os acordos da paz foram assinados em Roma, capital da Itália em 1992 e em 1994 foram
organizadas as primeiras eleições multipartidárias. A mudança do sistema foi seguida do
processo de modernização e reforma das áreas públicas e subsequentemente de mudanças na área
da educação. O Ministério da Educação em diálogo com os seus parceiros internacionais, que
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estavam ajudando bastante o país, lançou um plano-director para o ensino técnico e geral em
1994 e neste plano, alguns pontos foram estabelecidos como prioridades:
Foi publicada pelo governo a sua Política de Educação em 1995, que estabelecia os objectivos da
área da educação, suas prioridades, a sua organização e seu modo de funcionar. Em seguida o
governo estabeleceu um plano estratégico para a área da educação focado na prioridade,
constituindo então a Política Nacional da Educação (PNE).
Ao longo deste período, o sistema educativo sofreu várias reformas que tinham em vista adequar
a formação dos moçambicanos aos contextos sociopolíticos, económicos e culturais, marcado
pelo alcance da Independência, em 1975. Neste período, destacam-se como principais marcos: o
surgimento da lei 4/83; da lei 6/92; e da Lei 18/2028.
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Neste período registaram-se os seguintes factos:
A lei nº 6/92 surgiu para reajustar a lei 4/83. Em 2004 é introduzido o Plano Curricular do
Ensino Básico, ora em vigor, em consequência da reforma do currículo escolar anterior (vide
REGEB 2008).
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O ensino primário em seis classes;
O ensino bilingue como modalidade do ensino primário;
O ensino básico obrigatório gratuito de nove classes;
O ensino secundário de seis classes;
O ensino à distância como modalidade do ensino secundário e superior;
O perfil de ingresso para formação de professores;
A Educação Inclusiva em todos os níveis de ensino;
A educação vocacional.
6. Desafios actuais
Muito embora se verifique o desenvolvimento no sector da educação nos últimos anos, pode-se
reconhecer que o referido sector ainda enfrenta vários problemas, até então existe baixa taxas de
escolaridade no ensino secundário e superior, o país enfrenta ainda as baixas taxas de conclusão,
a desigualdade de género, as deficiências nas infra-estruturas, a baixa qualidade de educação,
falta de recursos humanos, estes e outros pontos não citados aqui são os problemas que a área da
educação enfrenta em Moçambique.
Entre outras dificuldades urgentes que a educação enfrenta podemos citar algumas mais
urgentes, que são: a questão de qualidade de ensino primário e a questão da expansão do ensino
pós-primário.
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primário, onde vários estudantes, ao terminarem o ensino básico, não acham um meio ou
condições necessárias para dar continuidade a seus estudos.
Entre muitas razões, que levaram à baixa qualidade do ensino em Moçambique, além das
dificuldades existentes na educação, o que é assinalado pelos altos níveis de pobreza e de
desnutrição das crianças, alguns problemas relacionados à educação foram destacados, tais
como:
Uma introdução tão lenta do ensino da língua materna o que ajudaria na facilidade de
aprender os conteúdos escritos em língua portuguesa;
Para finalizar, os custos da educação directa ou indirectamente fazem surgir os efeitos no acesso
e fixação das crianças nas escolas, na maioria das vezes, são os familiares que custeiam a fixação
das crianças nas escolas, os custos directos correspondem às propinas pagas para o ensino
secundário, gastos nas compras de materiais escolares e indirectamente estes custos incluem
refeições, uniformes escolares, entre outros.
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7. Conclusão
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8. Referencia Bibliográfica
Machava, Paulino A. Educação, cultura e gestão do currículo local um estudo de caso. 2015.
248p. Tese (Doutorado em Ciências da Educação) - Universidade Católica Portuguesa, Lisboa,
2015.
Machel, S. (1974). Fazer da escola uma base para o povo tomar o poder. Maputo, MZ:
Imprensa Nacional.
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