Atividade Avaliativa 1 - Forum

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LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS

FILOSÓFICOS IV
Atividade Avaliativa I – Fórum

Atividade Avaliativa 1
quarta, 15 jul 2020, 10:30
Número de respostas: 32

Atividade Avaliativa I (Fórum)

Caro estudante de Leitura e Produção de textos Filosóficos IV, Seja bem-vindo


ao primeiro Fórum avaliativo da disciplina!

O presente fórum tem o objetivo exercitar a análise e produção de textos filosóficos


interpretativos a partir da análise de filósofos da escola Fenomenológica.

Conteúdo: As questões do fórum estão alicerçadas no livro “A Ideia de


Fenomenologia“ de Husserl, o vídeo de apoio “Fenomenologia em Husserl”, ambos
na parte 4/6 do conteúdo da plataforma, além de abranger o pensamento de
outros filósofos da plataforma, relacionados ao estudo da fenomenologia.

A filosofia de Edmund Husserl propõe que se compreenda o mundo como


fenômeno através do método fenomenológico que ele desenvolveu. A
fenomenologia é um retorno à consciência, exigindo que o pesquisador possa se
despir dos preconceitos, crenças e pressupostos anteriormente construídos,
realizando um questionamento constante de suas certezas, de tudo que possa
parecer "evidente", indo atrás da essência real do fenômeno. Para se chegar a essa
essência real é necessário um método rigoroso, que ele denomina de "redução
fenomenológica", ou seja, o questionamento constante, que não faz negação por
simplesmente negar, mas que se possa suspender o juízo, de forma que se possa
fazer uma análise crítica, para se chegar à sua essência real (CARVALHO et al.,
2012). 

Na afirmação de Carvalho 2012 é possível perceber que Husserl busca um método


onde o pesquisador possa se despir dos preconceitos, crenças e pressupostos
anteriormente construídos, questionar suas certezas em relação a tudo e buscar a
essência real do fenômeno.

O desafio do presente fórum é ler os textos de Husserl relacionados à


Fenomenologia, assistir o vídeo de apoio sobre a fenomenologia e pesquisar na
internet, material relacionado à fenomenologia para responder as questões do
fórum com objetividade, debater e aprofundar o conceito de fenomenologia e o
método fenomenológico proposto por husserl para conhecer e aplicar seu método
em trabalho posterior de leitura e produção de texto filosófico.

Questão de debate:

Partindo do estudo do livro “A ideia de Fenomenologia” e do vídeo de apoio sobre


a fenomenologia em Husserl procure responder e debater com os colegas as
seguintes questões:

1ª Qual é o objetivo principal da proposta fenomenológica de Husser e qual seu


ponto de partida?

2ª De que forma a fenomenologia proposta por Husserl pretende estudar o objeto


e qual seu entendimento de consciência?

3ª De que forma Husserl fundamenta a etapa negativa e a etapa positiva do seu


método?

4ª O que é necessário para conhecer e saber a verdadeira natureza dos fenômenos


dentro da proposta fenomenológica de Husserl?

5ª O que você entendeu pelos conceitos centrais da proposta fenomenológica de


Husserl: epoché, redução fenomenológica e redução transcendental.

6ª Quais as razões para Husserl utilizar o método fenomenológico dentro do


objetivo da Filosofia?

 Critérios de avaliação e pontuação de sua participação no fórum.

1º Após o entendimento do tema, responda a questão utilizando critérios de


clareza e consistência lógica de argumento a partir da análise do pensamento de
filósofos da escola Fenomenológica. (50% da nota)

2º No debate com os colegas, procure Contribuir com questionamentos,


afirmações consistentes ou exemplos que possam ajudar os colegas no
entendimento do tema. (50% da nota)

Pontuação: (0 a 20 pontos conforme desempenho demonstrado a partir dos


critérios descritos acima estabelecidos.
A fenomenologia de Husserl se alicerça na afirmação de uma filosofia do sujeito ou
da consciência. Husserl pensa o problema do transcendental a partir da idéia de
consciência e a constituição do mundo ou dos estados de coisas enquanto
resultado de uma designação ou produção de sentido imanente à própria
consciência que se apresenta enquanto intencionalidade. Um dos principais
objetivos de Husserl é instituir a consciência enquanto doadora de sentido e para
tal, ele elabora uma grande maquinaria conceitual que servirá de suporte para todo
seu trabalho.

A pergunta de fundo que marca todo o itinerário da obra A ideia de


Fenomenologia, é como seria possível o conhecimento e de que maneira ele se dá.
Husserl argumenta em torno da distinção entre atitude intelectual natural e atitude
intelectual filosófica, apresentando as primeiras definições de fenomenologia. Além
disso, ele se propõe questionar todo o conhecimento, tendo em vista uma crítica
do conhecimento apresenta a realização da redução gnosiológica. Percebe-se que
inicialmente Husserl pretende investigar sobre essência do conhecimento e a
validade desta essência sendo que este conhecimento inicialmente está ligado a
uma verdade intuitiva imanente como um dado da percepção.

2ª De que forma a fenomenologia proposta por Husserl pretende estudar o


objeto e qual seu entendimento de consciência?

O conhecimento é uma vivência psíquica, ou seja, é o conhecimento do sujeito que


busca conhecer. Sendo o conhecimento uma percepção psíquica ela é
simplesmente uma forma de vivência do sujeito, ou do sujeito que percepciona.
Além do mais, somente os fenômenos são realmente dados ao cognoscente e a
tarefa da teoria do conhecimento é, pois, resolver os problemas ligados à relação
entre conhecimento, sentido do conhecimento e objeto do conhecimento.

Apesar de Husserl questionar o conhecimento, não significa que ele negue a


possibilidade do conhecimento, mas que o conhecimento possui certo problema
como, por exemplo, sobre a sua apreensibilidade. O conhecimento é uma coisa
diversa do objeto do conhecimento, o conhecimento está dado, mas o objeto não,
assim, o conhecimento deve “conhecer” o objeto.

Importar ressaltar que para Husserl, a consciência é intencionalidade, pois toda


consciência é consciência de algo. Sendo toda consciência, consciência de algo, ela
não é uma substância, alma, mas é uma atividade formada por atos de percepção,
volição, imaginação, com os quais se percebe algo. A intencionalidade é um modo
de ser da consciência enquanto um transcender em direção à outra coisa, todas as
experiências tem de algum modo alguma intencionalidade. O objeto só pode ser
definido também em relação a consciência, pois todo objeto é objeto para algum
sujeito, ou seja, nesta perspectiva, é a consciência que dá sentido às coisas.

3ª De que forma Husserl fundamenta a etapa negativa e a etapa positiva do


seu método?

Husserl assume uma postura kantiana, na medida em que apresenta a tarefa


negativa e positiva da crítica. Negativa, pois deve demonstrar os absurdos da
reflexão natural quanto à relação entre conhecimento, sentido cognitivo e objeto
do conhecimento, portanto, os absurdos das posturas céticas. Positiva, pois deve
apontar a solução para os problemas ocultos nesta relação. Neste caso está
implícita a tarefa de evidenciar o sentido do objeto em geral que lhe é prescrito a
priori. O conhecimento natural progride sem maiores problemas até se perguntar
pela enigmática relação entre conhecimento e objeto. A teoria do conhecimento
proposta por Husserl pretende dissipar este embaraço e esclarecer a essência do
conhecimento.

Todo e qualquer conhecimento está em questão, pois é a possibilidade de


conhecer que é problematizada. Husserl afirma que o problema inicial da
possibilidade do conhecimento é a transcendência, objetivo de todo conhecimento
natural. Enfim, a pretensão de alcançar objetos que não lhe são imanentes. Neste
contexto, transcendência pode ter dois sentidos, ou seja, de acordo com a atitude
natural, ela pode significar que o objeto não está efetivamente contido no vivido de
conhecimento e aí o conceito oposto de imanência traduziria o que está contido no
vivido cognitivo, ou pode significar um conhecimento não evidente que não “vê o
objeto nele mesmo”. Nesta última acepção, propriamente fenomenológica, ela se
opõe à imanência da “presença absoluta e clara” que exclui toda dúvida.

Importa ressaltar que a epoché fenomenológica possui como característica


definidora uma atitude negativa, pois seu papel é suspender, tirar da validade do
circuito de interesse do olhar da reflexão algo, sendo em última instância o próprio
modo natural da consciência em conceber o mundo como uma esfera de pré-
doação, na atitude de crença nos seres, entendido aqui como entes, aí como já
postos para serem conhecidos. Noutra medida, a característica que marca o
instrumento redutivo é sua positividade, pois com a redução conduzimos o olhar
da consciência para algo, ganhamos um mundo novo, um novo campo de
descrição e análise que possibilita riquezas novas ao conhecimento e acercadas
próprias possibilidades fundamentadoras deste, somente alcançadas pela
fenomenologia.
4ª O que é necessário para conhecer e saber a verdadeira natureza dos
fenômenos dentro da proposta fenomenológica de Husserl?

A fenomenologia surgiu no início do século XX, contexto de profundas


transformações sociais, políticas e culturais, de grande produção intelectual e de
difusão das ciências humanas. Época marcada pela influência da dicotomia
estabelecida, de um lado, pelo racionalismo e, de outro, pelo empirismo e
positivismo. O racionalismo afirmava o sujeito, mas anulava a experiência. O
empirismo afirmava a experiência, mas anulava o sujeito. O positivismo afirmava a
objetividade, a comprovação empírica, mas anulava a subjetividade. Essas
polaridades expressam uma racionalidade que anula o mundo vivido e com isso
distancia a ciência e a filosofia do homem, já que este não é só subjetividade e nem
só objetividade.

O homem, para a fenomenologia, é uma totalidade que reúne tanto a dimensão


subjetiva quanto a objetiva, pois está inserido no mundo e é também por este
determinado. A consciência, por exemplo, não é pura consciência, como acreditava
o racionalismo, assim como o mundo não é pura objetividade, como acreditavam o
empirismo e o positivismo, pois ele só é mundo para o sujeito que lhe dá sentido.
Assim, para a fenomenologia toda consciência é consciência de alguma coisa, é
intencionalidade, ato de visar, de abarcar algo. A intencionalidade é um
transcender, um dirigir-se à outra coisa que não seja a própria consciência. Por isso
é vivência, é consciência e mundo. Se é vivência, o que é essa vivência? É toda
visada ou ato de visar da consciência e seus correlatos. A todo conteúdo visado, a
todo objeto, há a correspondência de uma certa modalidade de consciência. A
intencionalidade institui uma interação entre sujeito e objeto, o homem e o mundo,
o pensamento e o ser, mostrando que todos os atos psíquicos, tudo o que
acontece na mente visa um objeto, e nada ocorre no vazio. Husserl afirma que todo
o estado de consciência em geral é, em si mesmo, consciência de qualquer coisa.
Desta forma, intencionalidade não significa nada mais que essa particularidade
fundamental e geral que a consciência tem de ser consciência de alguma coisa, de
conter, em sua qualidade de cogito, seu cogitatum em si mesma.

O objeto, por sua vez, só pode ser definido em sua interação coma consciência, por
ser sempre objeto-para-um-sujeito. Contrariamente ao que afirma o empirismo, a
fenomenologia diz que o objeto só possui sentido para uma consciência. Assim as
essências não existem fora do ato de consciência. Nesse sentido a fenomenologia
husserliana busca a descrição dos atos intencionais da consciência e dos objetos
por ela visados, ou seja, pela análise noético-noemático. Husserl considera o
mundo da vida como origem e fundamento das ciências objetivas. Para Husserl, se
o mundo da vida, por um lado, era a origem das ciências objetivas, por outro, era
lhe claro que tinham esquecido essa origem. Este era, para ele, um momento da
crise das ciências. Considerava o mundo da vida como um novo ponto de partida
para o pensar e fazer tanto cientifico como filosófico. O mundo da vida passa a
assumir dupla função, a função de fundamento em relação às ciências e a função
de fio condutor para o retorno da fenomenologia à subjetividade constitutiva do
mundo. É por não ter o mundo vida como base da sua orientação que o
racionalismo, o empirismo e o positivismo se tornaram construções
epistemológicas abstratas. É essa abstração que fez com que estas orientações, em
especial o positivismo, se constituíssem, num pensamento de sobrevoo, na crença
de que a razão e a ciência podem colocar-se soberanamente acima de tudo,
“pensamento de sobrevoo, pensamento do objeto em geral, torne a colocar-se
num ‘há’ prévio, no lugar, no solo do mundo sensível. Esse pensamento faz com
que a ciência manipula as coisas e renuncia a habitá-las. Fabrica para si modelos
internos delas e, operando sobre esses índices ou variáveis as transformações
permitidas por sua definição, só de longe em longe se defronta com o mundo
atual. Merleau-Ponty chama denomina esse pensamento de operatório, uma
espécie de artificialismo, pensamento desenraizado da vida e que Husserl chama de
objetivismo.

5ª O que você entendeu pelos conceitos centrais da proposta fenomenológica


de Husserl: epoché, redução fenomenológica e redução transcendental.

6ª Quais as razões para Husserl utilizar o método fenomenológico dentro do


objetivo da Filosofia?

A fenomenologia como método é evidenciar as estruturas em que a experiência ocorre,


é deixar transparecer na descrição das experiências as suas estruturas universais.
Apresenta as categorias de intencionalidade e epochê visando o conhecimento, onde
todo ato de conhecimento corresponde a certa modalidade de consciência. Por fim, a
definição basilar de fenomenologia, ciência, é a conexão de disciplinas científicas,
mas acima de tudo é um método e uma atitude intelectual filosófica, em outras
palavras, um método filosófico de estudo do conhecimento dos fenômenos.

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