Gestão Estrategica de Pessoas
Gestão Estrategica de Pessoas
Gestão Estrategica de Pessoas
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEaD
Natal/RN
2011
DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
Reitoria
Sâmela Soraya Gomes de Oliveira
Natal/RN
2011
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS
Organização
Luciana Lopes Xavier
Michelle Cristine Mazzetto Betti
Ilustração do Mascote
Lucio Masaaki Matsuno
Coordenação Pedagógica
Margarete Lazzaris Kleis
Coordenação de Editoração
Charlie Anderson Olsen
Larissa Kleis Pereira
Diagramação
Alexandre Alves de Freitas Noronha
Ilustrações
Alexandre Beck
CONHECENDO O AUTOR
ELY TERESINHA DIONISIO
SUMÁRIO
1.1 Contextualizando............................................................................................................ 13
1.2 Conhecendo a teoria...................................................................................................... 14
1.2.1 Contextos da gestão de pessoas..................................................................... 14
1.2.2 Objetivos da gestão de pessoas...................................................................... 20
1.2.3 Processos de gestão de pessoas...................................................................... 28
1.2.4 A gestão de pessoas e as novas tecnologias da informação................. 43
1.2.5 Gestão de pessoas com pessoas e para pessoas . .................................... 48
1.3 Aplicando a teoria na prática...................................................................................... 52
1.4 Para saber mais................................................................................................................ 54
1.5 Relembrando.................................................................................................................... 54
1.6 Testando os seus conhecimentos.............................................................................. 55
Onde encontrar....................................................................................................................... 57
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS BÁSICOS
DA GESTÃO DE PESSOAS
1.1 Contextualizando
O período colonial no Brasil tinha como características básicas a economia
baseada na agricultura, o que não exigia muita qualificação do trabalhador.
Com a entrada do processo industrial em nosso país, novas profissões foram
surgindo gradativamente, exigindo mais qualificação dos trabalhadores para
enfrentar este novo momento. Se antigamente os trabalhadores tinham um
contato mais direto com o empregador, a partir da Revolução Industrial, uma
relação de distanciamento se estabeleceu, mudando o panorama.
Por outro lado, observe a sociedade atual, ela é movida pela informação
e pelo conhecimento, e o talento humano e suas capacidades são vistos como
fatores competitivos no mercado de economia global.
CURIOSIDADE
O termo holismo é de origem grega: holos
significa todo ou tudo. Tem como princípio
que o sistema não podem ser explicado apenas
pela soma de seus componentes. O holismo é
o resgate da dimensão ética no sentido mais
amplo, é o compromisso com o todo, em uma
visão global, leva em conta a humanidade,a preservação da natureza
e o estabelecimento de uma relação revolucionária entre homens,
animais e plantas. Todos os elementos fazem parte de um grande
corpo. Esta ideia estende-se também para o sistema organizacional
(STIGAR, 2010).
Era necessário muito mais. Isso significa dizer que era preciso um novo
olhar sobre as pessoas vendo-as como colaboradoras, dando oportunidade
delas assumirem um papel mais participativo e cooperativo com os gestores
nas decisões, pois possuem mais autonomia para realizar as atividades.
Até aqui citei muitas vezes o termo premissas. Mas como você define
premissas? “São ideias que propiciam um raciocinio ou uma reflexão sobre
determinada situação ou fato e que servem de base à elaboração de um
modelo ou conceitos” (DUTRA, 2002, p. 43).
REFLEXÃO
Entretanto, nos dias atuais a gestão de pessoas não está restrita apenas
ao desenvolvimento individual e organizacional, pois ela deve contemplar um
ambiente de trabalho adequado às necessidades humanas, a fim de que possam
ter um desempenho que corresponda às necessidades da organização. Isso
implica dar atenção aos aspectos estruturais, operacionais e comportamentais
que envolvam o gerenciamento de pessoas, ou seja, compreender a organização
e as pessoas como um todo.
REFLEXÃO
Se a rapidez nas decisões é essencial para o
sucesso de qualquer empresa, isso é possível
com uma gestão de pessoas adequada aos
novos tempos, pois não podemos esquecer que
as pessoas são mais que mão de obra, são seres
humanos que não podem ser entendidos como
objetos de mais valia. É por meio delas que as
organizações alcançam os objetivos. Reflita
atentamente sobre as informações que acabo de
apresentar. Provalmente, você formulará a seguinte pergunta: qual
é o papel do trabalhador diante deste paradigma?
LEMBRETE
REFLEXÃO
CURIOSIDADE
Antigamente, a área de recursos humanos era
um mero departamento mecanicista que cuidava
da folha de pagamento e da contratação do
profissional e exigia desse profissional apenas
experiência e técnica, não havia um programa
de capacitação continuada do profissional
(INACIO, 2008).
Você está curioso para saber quais são eles? Conforme Chiavenato
(2008), os processos básicos da gestão de pessoas são seis: agregar, aplicar,
recompensar, desenvolver, manter e monitorar as pessoas que integram as
organizações. Vou descrever um pouco sobre cada um deles agora.
CURIOSIDADE
“A avaliação de desempenho é um tema
constante e corriqueiro em nossas vidas
particulares. O mesmo ocorre nas organizações.
Elas sempre se defrontam com a necessidade de
avaliar os diferentes desempenhos: financeiro,
humano, operacional, técnico, em vendas e
marketing” (CHIAVENATO, 2008, p. 240).
DESAFIO
A literatura apresenta várias possibilidades
onde vários integrantes da organização podem
avaliar – cita como exemplo o gerente, o
indivíduo e o gerente, o próprio indivíduo, a
equipe de trabalho, a comissão de avaliação
do desempenho, a avaliação de 360º e o órgão
de recursos humanos. Você percebe quantas
maneiras de avaliar estou apresentando? Então
lanço o seguinte desafio: analise os exemplos citados, selecione um
modo de avaliar conservador e outro democrático.
Como você pode perceber, remunerar pessoas não é uma tarefa fácil, ela
envolve fatores internos e externos à organização. No entanto, recomendo
atenção quanto à elaboração do plano de remuneração e à administração
salarial, porque ambos devem observar vários critérios no momento da
implementação como, por exemplo, a definição de critérios para elaborar o
sistema de remuneração e a prática de pesquisas salariais.
LEMBRETE
Para o desenvolvimento de pessoas, não basta
apenas passar informações para a aprendizagem
de novos conhecimentos e agilidade na execução
das tarefas. É necessário dar a elas formação
básica para assumirem novas posturas diante
do trabalho e atuar com eficácia. Isto inclui o treinamento e o
desenvolvimento profissional.
Chamo sua atenção para um aspecto que pode ser considerado relevante
diante desse novo paradigma de gestão de pessoas e que você não pode
esquecer: tanto o treinamento como o desenvolvimento implicam no uso de
técnicas de informação que envolvem quatro etapas essenciais: o diagnóstico,
o desenho, a implementação e a avaliação.
DESAFIO
Implementar programas com foco na relação
dos colaboradores somente não atende mais as
expectativas das pessoas. Se o nível de exigências
do mercado é cada vez maior, as exigências dos
profissionais também são. Então, aproveite e
exercite. Analise o perfil da geração que atua no
mercado de trabalho globalizado e, em seguida,
tente listar as principais características deles.
dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são
executadas (CHIAVENATO, 2008).
SAIBA QUE
•• cultura;
•• processos internos;
•• estrutura organizacional;
•• estilo de gestão;
•• negócio da organização;
•• contexto ambiental;
•• tecnologia utilizada.
REFLEXÃO
PRATICANDO
Conforme Carmo (2011), alguns pesquisadores
defendem as potencialidades da aplicação das
novas tecnologias da informação e associam
estas potencialidades ao surgimento de novos
modelos organizacionais, caracterizados pela
dinâmica da aprendizagem. Você concorda?
Como você vê, os desafios dos gestores da área de gestão de pessoas são
muitos, além de trabalhar para o alcance dos objetivos organizacionais, deve-
se utilizar corretamente a tecnologia da informação, de modo a minimizar
custos, agilizar os processos e racionalizar a força de trabalho.
A partir dos anos 1980, a visão passa a ser outra em função das mudanças
e incertezas do ambiente externo, que impõem alterações significativas nos
princípios e posturas adotados na administração de pessoas nas organizações.
REFLEXÃO
Por outro lado, esta expressão, embora criticada por alguns e apoiada
por outros, teve sua evidência na década de 1990 com a abertura dos mercados
internacionais, a expansão das novas tecnologias da informação, a necessidade
do conhecimento e o fortalecimento da globalização.
Segundo Helena, este era o maior desafio de sua vida profissional até o presente
momento, e para atingir este objetivo ela deveria tomar algumas providências
iniciais, como: focalizar o DRH no negócio da empresa, reforçar as atividades
estratégicas e eliminar algumas atividades burocráticas e operacionais, como o
processamento da folha de pagamento, controle do ponto do pessoal, medidas
disciplinares, segurança industrial e refeitórios.
Em resumo, a ideia principal era enxugar o DRH para torná-lo mais ágil, flexível
e com o foco estratégico no seu público interno, as pessoas. Com isso, o DRH
descentralizaria operações e centralizaria o controle nos resultados.
Este era o momento de definir novos objetivos para o DRH em função das novas
exigências impostas pelo mercado. A palavra de ordem agora era a competitividade
da empresa por meio da qualidade e da produtividade das pessoas. E, como
consequência, a melhoria contínua na organização. Helena tinha a seguinte
convicção: para sair do estágio tradicional o DRH deveria estar à frente dessas
mudanças na empresa. Portanto, elas deveriam iniciar no próprio DRH.
Fonte: CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008
Com base nas negociações internas, Helena concluiu que o DRH deveria
mudar radicalmente a maneira de trabalhar. Em vez de “oferecer o peixe,
o DRH deveria ensinar os gerentes a pescar”. Para tanto, o caminho era a
transformação deste órgão burocrático em um órgão de consultoria interna.
Qual é o significado desta mudança? Doravante caberá aos gerentes de linha
administrar as pessoas sob a sua supervisão e não mais o DRH; ao invés, seriam
auxiliados pelo DRH nesta função. Eles seriam responsáveis pela seleção,
treinamento, avaliação e remuneração da sua equipe com o suporte do DRH.
Aos integrantes do DRH caberia o desafio de aprender novas competências,
pois abandonariam o papel de órgão operacional passando a estratégico, de
executor para consultor, de centralizador para descentralizador.
Site: RH
URL: <www.rh.com.br>
1.5 Relembrando
a) Captação de recursos.
b) Formação continuada.
c) Cultura organizacional.
d) Processos de trabalho.
e) Mudança organizacional.
Onde encontrar
GIL, A. C. Gestão de pessoas: enfoque nos papeis profissionais São Paulo: 2001.
CAPÍTULO 2
A ESTRUTURA DO ÓRGÃO
DE GESTÃO DE PESSOAS
2.1 Contextualizando
Este capítulo tem como objetivo apresentar os principais fundamentos
da estrutura da organização como ferramenta essencial para a excelência
organizacional. O cenário político e econômico, no qual as organizações
estão inseridas, estimula o repensar a estrutura organizacional das práticas
gerenciais e a revisão dos modelos de gestão adotados pelas organizações.
Tendo isso em vista, ao fim deste capítulo espera-se que você possa:
CONCEITO
Planejar Dirigir
Controlar Organizar
CONCEITO
LEMBRETE
O desenho da estrutura organizacional influencia
de forma direta ou indireta na comunicação
e coordenação entre os departamentos,
na definição de áreas, nas atribuições e
responsabilidades, no excesso de burocracia, na
iniciativa, na criatividade e na inovação.
Você deve estar curioso para saber quais são as principais características da
estrutura formal. A literatura apresenta várias. Contudo, apresento as principais:
ênfase nas posições em termos de autoridades e responsabilidades, caráter
estável, dinâmica, sujeita ao controle, inerente à estrutura e líderes formais.
B C
D E
PRATICANDO
Até aqui você conheceu os princípios básicos
da estrutura organizacional e um pouco sobre
a estrutura formal. No entanto, as organizações
não são constituídas de estrutura formal
somente. Apresentei inicialmente duas divisões!
Você recorda quais foram?
DESAFIO
Um fator interessante da estrutura informal é
que ela não está documentada oficialmente e
nem sempre é reconhecida entre os membros da
organização. Portanto, ela é instável e apresenta
líderes informais. Estas características são
evidentes pelo simples fato da estrutura informal
ocorrer a partir das necessidades das pessoas e
dos grupos. Além dessas características, existem
outras. Você consegue mencionar alguma?
É por meio das estruturas informais que surge a figura dos líderes
informais por inúmeras razões. Nunes (2007) cita alguma delas: a idade, a
competência, a localização no trabalho, o conhecimento, a personalidade, a
comunicação, entre outras.
REFLEXÃO
É comum encontrar, na literatura, uma corrente
de defensores da estrutura organizacional
informal. Eles condicionam a eficácia desta
estrutura se os objetivos organizacionais
forem idênticos aos objetivos dos indivíduos e
também se os gestores possuírem a competência
necessária para lidar com a estrutura informal.
Na pratica isto é possível? Qual é a sua opinião
sobre esta corrente?
DIRETOR
GERAL
Departamento
de Tráfico Rodovias
Estaduais
PRATICANDO
Administração
Central
DIRETORIA
GERAL
Gerência de Gerência de
Gerência de
produtos Produtos
Produtos Agro
Têxteis Pharma
CURIOSIDADE
Como exemplo da aplicação deste tipo de
estrutura implantada, temos a maioria das
indústrias automobilísticas. Os hospitais também
a adotam como uma ferramenta eficaz de
departamentalizar as atividades por serviços
como, por exemplo, cirurgia, radiologia,
pediatria, traumatologia, cardiologia, ginecologia, enfermagem,
entre outras.
por exemplo, a idade, o sexo, o nível socioeconômico. Esta é a base deste tipo de
departamentalização, cujo interesse é o consumidor do produto ou serviço.
ADMINISTRAÇÃO
GERAL
CURIOSIDADE
Um exemplo prático do uso deste tipo de
estrutura é o caso de: estaleiros navais que
produzem navios, de obras de construções
civis, das industriais, das usinas hidrelétricas
necessitam de tecnologia sofisticada, mão de
obra especializada e recursos diferentes em
torno do produto. Ao contrário dos outros tipos de estrutura, esta é
pouco utilizada.
DIRETORIA DE
COBRANÇA
ADMINISTRAÇÃO
COMERCIAL PROJETOS
FINANCEIRA
Projeto Projeto
01 02
LEMBRETE
SAIBA QUE
LEMBRETE
Assim como as demais, a estrutura matricial
também apresenta limitações. Uma delas é
a dificuldade quanto à implementação. Na
prática, a estrutura matricial não é de instalação
rápida quanto às orientações estratégicas.
Esta dificuldade é decorrente das diferentes perspectivas entre
os membros, e as consequências são as divergências e conflitos
de interesses. Outro aspecto negativo desta estrutura refere-se à
resolução dos conflitos, que ocorre somente com a intervenção da
hierarquia superior da empresa.
REFLEXÃO
Os estudos de Mintzberg (2003) consideram as
comunicações laterais mais importantes que as
comunicações horizontais, pois segundo este
autor a horizontalização hierárquica é um fator
gerador limitador da eficiência da comunicação
organizacional ou desaparecem totalmente.
Qual é a sua opinião sobre este assunto?
Por outro lado, este tipo de estrutura tem como objetivo principal a
ligação de uma organização com outras empresas e unidades externas que se
complementam em vários níveis e passam a atuar em um mesmo mercado. É
interessante a preservação da autonomia de cada unidade da rede.
EXPLORANDO
Além desses tipos de estruturas, a literatura
apresenta outros dois mais adequados aos dias
atuais. São eles: a estrutura em equipes e as
estruturas virtuais. Não abordei neste capítulo
estes dois tipos, por isso recomendo que você
faça uma pesquisa a respeito.
DESAFIO
Observe atentamente as ideias deste autor,
procure recordar os conteúdos abordados no
início deste capítulo sobre os objetivos, vantagens
e desvantagens da estrutura organizacional.
Qual é a relação que você consegue estabelecer
entre o que foi informado com a afirmação de
Chiavenato (2002)?
Presidência
Diretoria
Diretoria Diretoria Diretoria
de Recursos
Industrial Comercial Financeira
Humanos
Presidência
Diretoria
Diretoria Diretoria Diretoria
de Recursos
Industrial Comercial Financeira
Humanos
REFLEXÃO
A área de RH na posição de consultoria
situa-se no nível intermediário e vincula-se
diretamente à presidência. Isto significa que
todas as políticas de gestão de pessoas, inclusive
as ações desenvolvidas pelo próprio órgão
de RH, devem ser avaliados pela presidência
antes da implementação efetiva. Em caso de
aprovação, passam a ser aplicados nas diversas
áreas e diretorias da organização. Neste tipo em
particular, como você descreve a autonomia da área de RH?
REFLEXÃO
Afinal, quais fatores estimulam o surgimento da
área de recursos humanos com uma estrutura
estratégica? Os fatores são muitos e variam de
uma organização para outra. Alguns exemplos
são: a inovação tecnológica, o desenvolvimento
de um novo produto, a mudança no processo
de trabalho, a formação ou desenvolvimento
de uma equipe, a implementação de um plano,
a adequação do comportamento humano na
organização. Você percebeu que entre os fatores mencionados
não aparece a estrutura da área de recursos humanos. Por que
isto acontece?
REFLEXÃO
Nos dias atuais, a área de recursos humanos
precisa concentrar esforços no core business,
dar ênfase nos objetivos e resultados da
empresa, além de gerenciar os processos de
gestão de pessoas (BLAIA, 2010). Qual deve ser
o desenho da estrutura de recursos humanos
diante dessas expectativas?
CURIOSIDADE
Segundo a revista Fortune, cerca de 80% das 500
maiores empresas dos Estados Unidos possuem,
de alguma forma, consultores internos com foco
voltado para a estrutura organizacional, em
especial a de recursos humanos (BLAIA, 2010).
Como trata-se de uma sociedade anônima, de capital fechado, com três acionistas ela
também possui uma empresa de representação, no exterior, onde vende grande parte
dos produtos fabricados além de outros de produtos de empresas similares. Na empresa
de representação os três acionistas têm atuação comercial bastante respeitada.
Esta empresa apresenta faturamento anual em torno de 400 milhões de reais cujas
despesas com matéria-prima e demais componentes gira em torno de 200 milhões de
reais por ano. O número de colaboradores gira em torno de 1300 sendo que 90% estão
concentrados na produção, localizados numa única fábrica com uma área de 30.000m2.
A maior preocupação da ABN S.A. é que ela vende para grandes clientes, que são
os usuários finais e atacadistas. Para ter uma ideia, cinco clientes representam
80% da carteira de pedidos. A margem líquida sobre o faturamento é de 5% e,
o lucro líquido anual sobre o patrimônio líquido é 50%. O custo com os recursos
humanos não é considerado alto se comparado com o custo da matéria-prima e dos
componentes comprados.
Outra característica da ABN S.A. diz respeito a dois terços dos produtos que são
fabricados sob licença de empresas estrangeiras, porém em algumas situações tem
de se adaptar as exigências de fabricação do país. De qualquer forma, os produtos
têm de ser desenhados antes de serem fabricados, e um terço deles são pesquisados
e desenvolvidos na própria empresa. Várias atividades são necessárias para o
funcionamento desta empresa, foram identificados aproximadamente 75.
Fonte: LACOMBE, F.J. M; HEILBORN, G. Administração princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003., p. 137 (adaptado).
Site: Sebrae
URL: <www.anpad.org.br>
2.5 Relembrando
Onde encontrar
CAPÍTULO 3
SUBSISTEMAS DE RECURSOS HUMANOS
3.1 Contextualizando
As relações de trabalho nem sempre tiveram o formato que possuem
hoje. Praticamente não existiam como “relação”, pois o contato entre patrão
e trabalhador, além de distante, era escasso. Este tipo de situação ocorria por
conta da economia predominantemente agrícola, que exigia pouca qualificação
do trabalhador. Era o período colonial, com grandes latifundiários, muitos
trabalhadores no campo e um capataz cuja função era o controle e a punição.
Desse modo, é correto afirmar que as organizações podem ser vistas como
um sistema envolvido em um macro sistema – o sistema social. Além disso,
elas podem ser constituídas por um conjunto de micro sistemas, como por
exemplo: sistema de produção, sistema de comercialização, sistema financeiro,
sistema de marketing e sistema de recursos humanos, entre outros. Observe
que qualquer um desses sistemas pode ser entendido como um sistema menor
denominado de subsistema.
CURIOSIDADE
“Antigamente, o mercado era o lugar onde se
efetuavam trocas de mercadorias, o local físico
onde os vendedores se encontravam com os
compradores. O ‘espaço econômico’ onde se
realizam trocas de bens, os quais são produzidos
e ofertados pelos produtores e procurados pelos
compradores. A área geográfica ou territorial dentro das quais as
forças de oferta e procura convergem para estabelecer um preço
comum.” (BATISTA, 2011, p. 2).
aqueles que oferecem algo. Mas, se a procura for maior que a oferta, a situação
se inverte e passa a haver concorrência entre os compradores ou entre aqueles
que precisam de algo.
SAIBA QUE
As causas do absenteísmo são motivadas
por diversos fatores, entre elas: doença
efetivamente comprovada, doença não
comprovada, atrasos involuntários, faltas
voluntárias, desmotivação, supervisão
inadequada, relacionamento interpessoal e
políticas organizacionais inadequadas, entre
outras.
DEFINIÇÃO
“Recrutamento é um conjunto de técnicas
e procedimentos que visa atrair candidatos
potencialmente qualificados e capazes de ocupar
cargos dentro da organização” (CHIAVENATO,
2002, p.197).
•• transferência de pessoal;
•• promoções de pessoal;
•• transferências com promoções de pessoal;
•• programas de desenvolvimento de pessoal;
•• planos de carreira.
LEMBRETE
Para evitar insucessos durante o ato de
recrutar é importante que os gestores realizem
o recrutamento interno à medida que os
candidatos apresentarem competências no
mesmo patamar dos candidatos externos.
CONCEITO
“A seleção de pessoas busca entre os candidatos
recrutados os mais adequados aos cargos
ofertados na empresa, visando manter ou
aumentar a eficiência e o desempenho do
pessoal, bem como, a eficácia da organização.”
(CHIAVENATO, 2002, p. 223).
Como você pode perceber, o ato de selecionar não é tão simples porque
deve contemplar as necessidades da organização e das unidades requisitantes.
Expressivos – PMK;
Projetivos – da árvore, Rorcharch, TAT e
4. Testes de personalidade Szondi;
Inventários – de motivação, de frustação, de
interesse.
Psicodrama. Dramatização
5. Técnicas de simulação
(role-playing).
Fonte: adaptado de Chiavenato (2002)
DEFINIÇÃO
“A seleção por competência é um processo
que permite identificar no candidato suas
características comportamentais, ou seja, suas
competências comportamentais.” (LEME, 2005,
p. 11).
DESAFIO
SAIBA QUE
“Para realizar a análise de cargo você deve
observar que este processo trata-se de uma
verificação comparativa entre a descrição e
as exigências do cargo. Portanto, a análise
deve contemplar os seguintes itens: requisitos
mentais, requisitos físicos, responsabilidades
envolvidas e condições de trabalho, que formam
a estrutura da análise de cargo.” (CHIAVENATO,
2002, p. 307).
Por outro lado, é uma atividade que merece atenção. Observe que
a análise de cargos trata-se de uma classificação impessoal direcionada
exclusivamente no cargo e não em seu ocupante. O subsistema de aplicação de
recursos humanos também contempla o planejamento da carreira. Em uma era
de competitividade acelerada marcada pelas mudanças constantes, os segmentos
corporativos estão em busca de resultados. Nesse sentido, é imprescindível que
as organizações elaborem e mantenham atualizado o plano de carreira de seus
colaboradores para obter a eficiência e eficácia organizacional.
Por outro lado, o plano de carreira deve ter como foco o atendimento
das expectativas da organização e dos profissionais que a compõem. Por
isso, é importante que as possibilidades de progressão sejam definidas de
forma clara com ascensão no sentido vertical como no sentido horizontal,
com possibilidades de crescimento iguais para cada integrante. Se o
gestor levar em conta estes aspectos provavelmente reduzirá o índice
de descontentamento.
DESAFIO
Como você pode constatar a elaboração do plano
de carreira é uma estratégia importante para
motivar e reter os talentos nas organizações.
Por outro lado, é possível perceber os prováveis
desdobramentos pela ausência de um plano de
carreira. Diante desse contexto, qual deve ser o
papel da área de recursos humanos?
LEMBRETE
Isso significa dizer que se a empresa não fizer a parte dela, o profissional
deverá buscar novas oportunidades se desejar permanecer no mercado de
trabalho e ter condições de empregabilidade. As atividades do subsistema
de aplicação dos recursos humanos não param por aqui. Na sequência, você
terá algumas noções sobre a avaliação de desempenho. A prática da avaliação
é mais antiga do que você possa imaginar. Ela teve origem na Idade Média
a partir do trabalho realizado pela companhia Santo Inácio de Loyola, com
os relatórios dos jesuítas que pregavam as religiões pelos quatro cantos do
mundo. Se você observar atentamente o cotidiano, verá que estamos sempre
avaliando e sendo avaliado por alguém porque a prática da avaliação, em seu
sentido mais amplo, é inerente à natureza humana, assim como é também a
base para tomada de decisão que está presente em toda escolha. Mas, o que
interessa a você neste momento é saber um pouco sobre um tipo particular de
avaliação, a do desempenho.
EXPLORANDO
Nos dias atuais há uma grande variedade de
métodos de avaliação de desempenho. Por isso,
é comum as organizações utilizarem a avaliação
por competências. Portanto, é interessante
você aprofundar um pouco mais sobre este
tipo de avaliação. Consulte o seguinte site: <www.epsjv.fiocruz.br/
dicionario/verbetes/avacom.html>
REFLEXÃO
É visível que o sistema de remuneração
estratégica tornou-se um grande desafio para as
organizações que não podem mais gerenciá-las
isoladamente. Aquelas que desejarem manter
em seus quadros pessoas que agreguem valor ao
negócio em vez de trocarem horas de trabalho
por um salário, devem realizar mudanças
na estrutura de trabalho e na gestão de
recompensas. Na sua opinião, qual é o principal
desafio das organizações em relação ao sistema de recompensas?
EXPLORANDO
DEFINIÇÃO
A avaliação de cargos é um meio de determinar o
valor relativo de cada cargo dentro da estrutura
organizacional e, portanto, a posição relativa
de cada cargo dentro da estrutura de cargos da
organizacão (TORRES, 2011).
DESAFIO
A prática do treinamento é uma ferramenta
bastante utilizada pelas organizações no
sentido de preencher as necessidades referentes
ao desempenho. Porém, treinar somente não
atende as exigências do mercado global, é
necessário estimular o desenvolvimento de
novas competências profissionais e investir
continuamente em educação corporativa. Você
consegue identificar as principais diferenças
entre treinamento e desenvolvimento?
Para entender melhor, imagine uma situação que requer decisão rápida
por conta de um imprevisto. É recomendável um treinamento. Agora imagine
uma situação de expansão dos negócios como, por exemplo, a diversificação
de produtos ou serviços em um futuro próximo. Cabe a preparação das
pessoas assumirem novas funções e cargos. Você está diante de uma situação
que envolve o desenvolvimento do capital humano. Nesse sentido, o conceito
de desenvolvimento de recursos humanos apresenta uma abrangência que
vai além da capacitação simplesmente pontual para enfrentar os desafios
da preparação de recursos humanos adequados ao cumprimento de seus
objetivos organizacionais.
EXPLORANDO
Se você deseja aplicar corretamente as
técnicas apresentadas, é necessário conhecer
um pouco mais a respeito de cada uma
delas. Portanto, recomendo que acesse o site
<www.rhportal.com.br>.
CONCEITO
“Educação corporativa é o conjunto de práticas
educacionais planejadas para promover
oportunidades de desenvolvimento do
funcionário, com a finalidade de ajudá-lo a
atuar mais efetiva e eficazmente na sua vida
institucional.” (MUNDIM, 2002, p. 63).
DESAFIO
Site: RH portal
URL: <http://www.rhportal.com.br>
3.5 Relembrando
a) Desenho e análise.
b) Benefícios e recompensas.
c) Dados e informações.
d) Atração e escolha.
e) Atualização e desenvolvimento.
5) Com base nos conteúdos deste capítulo, descreva os principais desafios da área
de recursos humanos diante das novas exigências do mercado globalizado.
Onde encontrar
FURBINO, M. Plano de carreira: sua empresa tem que fazer um. Disponível
em: <http://www.artigonal.com/administracao-artigos/plano-de-carreira-sua-
empresa-tem-que-fazer-um-720447.html>. Acesso em: 19 ago. 2011.
CAPÍTULO 4
MUDANÇAS, TRANSFORMAÇÕES E
NOVOS PAPÉIS DA FUNÇÃO
DE RECURSOS HUMANOS
4.1 Contextualizando
Este capítulo apresenta os principais fundamentos da mudança
organizacional e da transformação da área de recursos humanos ao longo
dos anos, cujos conteúdos merecem atenção especial tanto por parte das
organizações como por parte dos profissionais de um modo geral.
•• estrutura piramidal;
•• foco nas tradições e nos valores;
•• ambiente estático e de poucas mudanças;
•• pessoas vistas como fatores de produção;
•• predomínio das relações industriais.
DESAFIO
A era da informação, presente nas organizações
atualmente, submete todos a conviverem com
mudanças continuamente. Provavelmente, vamos
nos deparar com pessoas que tentam resistir
às mudanças iminentes, impostas pelas novas
condições de mercado. Assim, analise estas três
fases das organizações e tente perceber a existência
da quebra do paradigma organizacional.
DEFINIÇÃO
“Mudança organizacional é o processo de
modificar a organização existente a fim de
melhorar a eficiência da empresa, ou seja, o nível
de alcance de objetivos da empresa.” (CERTO,
2003, p. 265).
•• o agente de mudança;
•• determinar o que deve ser mudado;
•• o tipo de mudança;
•• indivíduos afetados pela mudança;
•• a avaliação da mudança.
•• mercado globalizado;
•• velocidade da informação;
•• cliente exigente;
•• diferencial competitivo;
•• mudança de hábito;
•• mudança do mercado.
DESAFIO
Para o profissional tornar-se um agente de
mudanças eficaz, é necessário que ele visualize
as oportunidades. Além disso, é imprescindível
que ele desenvolva habilidades específicas como
a coragem, a visão, a comunicação e o senso
de realização. Você consegue mencionar outra
habilidade além dessas?
LEMBRETE
Ao estudar o tema mudanças organizacionais,
ressalto que o mundo corporativo está sujeito
a diversos tipos de mudanças que podem ser
planejadas ou não. Portanto, as organizações,
assim como as pessoas, devem ser flexíveis aos
sinais das mudanças porque elas são inevitáveis nos dias atuais
mesmo que haja resistências.
REFLEXÃO
•• crescimento pessoal;
•• lucratividade;
•• redução de falhas na produção;
•• desburocratização;
•• qualidade total;
•• melhoria nas relações interpessoais;
•• competitividade etc.
LEMBRETE
No decorrer do processo de mudança, ocorre
dentro de uma ambiente organizacional um
campo de forças que atua em vários sentidos.
De um lado, existem forças positivas que apoiam
as mudanças e do outro, forças negativas que
resistem às mudanças (CHIAVENATO, 2002).
•• monitore as mudanças;
•• faça uma autoavaliação e conheça o seu perfil;
•• observe se as mudanças realmente são mudanças.
•• os interesses pessoais;
•• o desejo de não perder regalias;
•• o tempo para ajustar-se às mudanças;
•• o esforço para reaprender as coisas;
•• os custos pessoais da mudança;
•• a dúvida quanto à viabilidade da mudança.
•• o medo do desconhecido;
•• a dificuldade de compreender a mudança;
•• a baixa tolerância das pessoas com relação à mudança;
•• as coalizões políticas;
•• os valores sociais opostos;
•• a visão estreita e paroquial;
•• os interesses ocultos;
•• o desejo de manter os colegas atuais.
DESAFIO
Para Robbins (1999, p. 394), “a resistência à
mudança pode se dar nos âmbitos individual
e organizacional. As fontes de resistência
individual relacionam-se as características
subjetivas e pessoais dos indivíduos. Já as fontes
de resistência organizacional estão relacionadas
aos aspectos globais, envolvendo a organização
como um todo”. Você sabe indicar exemplos
destas duas fontes?
CURIOSIDADE
Algumas particularidades desse período
merecem destaque como, por exemplo, as
rotinas trabalhistas que eram desenvolvidas
pelo departamento pessoal porque exigiam a
aplicação correta da legislação. Já as atividades
de recrutamento, seleção, treinamento,
admissão, demissão e folha de pagamento, consideradas atividades
administrativas, eram realizadas pelas chefias administrativas.
DESAFIO
Observe que nos últimos anos a expressão gestão
de recursos humanos sofreu diversas evoluções
semânticas. Em uma determinada época, havia
a expressão administração de pessoal, após
as relações industriais. Na sequência, o termo
administração de recursos humanos e, nos dias
atuais, gestão de recursos humanos e gestão de
pessoas. Esta diversidade de denominações veio
acompanhada de características bem específicas.
Você sabe explicar por que isso ocorreu?
DESAFIO
Além dessas transformações, outras são
facilmente percebidas principalmente aquelas
que envolvem as pessoas, pois a tecnologia
passou a exigir mais o trabalho intelectual em
detrimento do trabalho braçal. Você sabe indicar
outras transformações que ocorreram na área
de recursos humanos nos últimos anos?
Desenvolvimento
Realização/
Avaliação Seleção
Desempenho
Seleção
REFLEXÃO
A tecnologia da informação é um recurso
cada vez mais essencial no gerenciamento das
pessoas e indispensável para as organizações
se tornarem competitivas em uma economia
globalizada. Você consegue imaginar como
seriam as organizações sem o uso das
tecnologias que nós temos atualmente? Você já
parou para pensar nisso?
EXPLORANDO
Os novos desafios da área de recursos humanos
poderão ser comprovados se você analisar
atentamente a pesquisa publicada na revista Você
S.A., edição nº 88 de outubro/2005, que durante
10 anos investigou a área de recursos humanos.
Cabe a eles estimular uma nova cultura diante das mudanças que cada
organização se depara no dia a dia.
REFLEXÃO
As organizações necessitam de uma área de
recursos humanos forte, com planejamento
estratégico estruturado, focado no
desenvolvimento das pessoas e alinhado com os
desafios da organização e, principalmente, com
uma política de pessoal vinculada aos objetivos
organizacionais. Você acha que estes requisitos
são imprescindíveis para as organizações
enfrentarem os desafios do mercado atual?
humanos apenas sob a ótica da organização. Que tal conhecer agora o papel
dos colaboradores que executam as atividades desta área?
•• o papel do comunicador;
•• o papel do selecionador;
•• o papel do treinador;
•• o papel do avaliador;
•• o papel do analista de cargos e salários;
•• o papel do motivador;
•• o papel do líder;
•• o papel do negociador;
•• o papel do gestor da qualidade;
•• o papel do coach.
EXPLORANDO
DESAFIO
A complexidade do mundo corporativo é grande
e, neste universo, o que realmente interessa é a
reflexão em torno da competência dos gestores
quanto à migração do modelo tradicional de
gestão de recursos humanos para o modelo de
gestão de pessoas. Agora o foco é ser parceiro
estratégico do negócio. Este novo contexto
possibilita dois questionamentos em torno do
papel da nossa área: será que as organizações estão no caminho
certo? Quais ações devem ser implementadas para esta área alcançar
a eficácia? Se você aprofundar seus estudos, certamente encontrará
muitas respostas.
A SE&SI tem como visão ser uma referência mundial nesse segmento à
vida dos seus clientes e tornar seus negócios cada vez mais bem sucedidos.
No final da década de 1990, a área de recursos humanos auxiliou o grupo
gestor na criação de uma equipe denominada de OAT (Organização
Alternativa do Trabalho), constituída de oito elementos, com o objetivo
de propor à empresa várias alternativas à organização do trabalho
da empresa. Observe que nos últimos anos, a SE&SI encontra-se numa
fase de grande expansão, cujo processo aumentou muito o número de
colaboradores que trabalham em casa utilizando as novas tecnologias da
informação para se comunicarem via e-mail, videoconferências e outros.
Site: HSM
URL: <http://www.hsm.com.br>
4.5 Relembrando
Onde encontrar
GIL, A.C. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo:
Atlas, 2001.
CAPÍTULO 5
ADMINISTRAÇÃO DE TALENTOS
E DO CAPITAL INTELECTUAL
5.1 Contextualizando
Neste capítulo, vamos discutir o capital intelectual humano nas
organizações. Iniciaremos problematizando a relação entre as organizações
e os talentos humanos que atuam no mercado. Veremos que tais talentos
profissionais são tão fundamentais a ponto de receberem a denominação de
capital intelectual. Esta denominação origina-se de algo maior que vivenciamos
hoje: a sociedade do conhecimento.
CONCEITO
Vamos entender um pouco cada lado desta ligação. Para reter os talentos
na organização, a empresa participa com remuneração, segurança, status e
outros, e reciprocamente o colaborador talentoso responde trabalhando
e desempenhando suas tarefas. A organização espera que o empregado
obedeça a sua autoridade, e o empregado espera que a organização se
comporte corretamente com ele e opere com justiça. Assim, é por meio desse
processo que se forma um contrato psicológico de expectativa recíproca,
indo muito além de qualquer contrato normal de emprego que estabeleça o
trabalho a ser realizado e a recompensa a ser recebida. O contrato psicológico
é um elemento importantíssimo na relação de trabalho, o qual influencia
consideravelmente o comportamento das partes, sendo sempre avaliado pelo
que está oferecendo e o que está recebendo em troca.
EXPLORANDO
Para saber mais detalhes sobre o assunto,
acesse o artigo “O contrato psicológico em
organizações empreendedoras”. Disponível em:
<http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/cog/v12n1/
v12n1a05.pdf>.
Por outro lado, é importante ressaltar que mais de uma década já passou
após a percepção de Kanaane e foi a partir desta década que surgiram no
mercado de trabalho novos talentos com perfis bem diferenciados, a chamada
geração Y. Esta nova geração atuante no mercado de trabalho exige mudanças
consideráveis por parte das organizações e seus gestores para poder reter tais
talentos e possibilitar uma boa convivência entre gerações que, convivendo
com seus anseios e posturas diferenciadas, devem trabalhar colaborativamente.
EXPLORANDO
Para saber mais sobre esta reportagem de Rita
Loyola (2009), publicada na revista Galileu sobre
o perfil da geração Y, acesse:
<http://revistagalileu.globo.com/Revista/
Galileu/0,,EDG87165-7943-219,00-
GERACAO+Y.html>.
•• liberdade de escolha;
•• tendência para customização;
•• postura investigativa;
•• defesa da integridade da empresas e postura responsável
como consumidores;
•• valorização do lúdico e do entretenimento também no trabalho;
•• atitude de colaboração e culto aos relacionamentos;
•• exigência de velocidade e rapidez nas respostas;
•• busca da inovação.
REFLEXÃO
Por meio dessa breve análise do perfil da nova
geração de talentos, denominada geração Y,
que hoje está à disposição das organizações, é
possível refletir sobre algumas questões como:
que adaptação a organização deve proceder
nos seus atuais contratos psicológicos para reter
os talentos da geração Y? Como os gestores
podem flexibilizar seus sistemas de conquistas
e retenção de talentos para satisfazer gerações
diferentes? Como as organizações vão incentivar a colaboração
entre profissionais talentosos de diferentes gerações?
CONCEITO
“Capital intelectual é um capital não financeiro
que representa a lacuna oculta entre o valor de
mercado e o valor contábil. Sendo, portanto, a
soma do capital humano e do capital estrutural.
Para que exista o capital intelectual, ou seja,
para que ele seja produzido precisamos de três fatores: capital
humano, capital estrutural e capital de clientes” (EDVINSSON;
MALONE, 1998, p. 19).
INTERAGINDO
Os últimos vinte anos evidenciam o avanço
do conhecimento por meio da transformação
tecnológica que se desenvolveu rapidamente
por conta da competitividade econômica, a
qual deixou de ser local para ser global. Discuta
com os seus colegas no ambiente virtual de aprendizagem sobre os
principais aspectos relativos à transformação do mercado local para
mercado global.
CURIOSIDADE
Uma empresa de ônibus tinha um especialista
em colocação de para-brisas. Vários iniciantes
foram treinados pelo funcionário quando
ele estava para aposentar-se. No entanto,
ninguém conseguia fazer o trabalho como
ele, pois o mesmo detinha um conhecimento
tácito e tátil que não conseguia transmitir aos novos candidatos à
função. A empresa, sem alternativa de substituição, foi obrigada
a desenvolver um novo tipo de pára-brisas para seus ônibus
que tivesse uma colocação mais fácil e técnica. Treinou alguns
profissionais e, desta vez, assumiu o capital intelectual. O que você
percebe na curiosidade apresentada?
EXPLORANDO
Os estudos sobre capital intelectual são
bastante abrangentes e muito recentes. Se
você desejar aprofundar seus conhecimentos
sobre esta temática, recomendo a leitura do
artigo “A informação como recurso gerencial
das organizações na sociedade do conhecimento”, de Mônica E. N.
Borges. Disponível em: <http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/
view/551/500>.
Assim como o conhecimento de valor hoje pode não ter mais valor
amanhã, também os talentos que hoje interessam ao mercado podem perder
seu valor nos próximos dias.
REFLEXÃO
Você já deve ter notado que desde o início deste capítulo ressaltamos o
fato de estarmos vivendo um outro cenário mercadológico, principalmente
nas duas últimas décadas e que, neste cenário, o conhecimento é considerado
um fator de produção, capital (intelectual) de pessoas e das organizações.
A utilização do conhecimento
produzido pelas pessoas dentro das
organizações, de forma estratégica,
requer a intervenção direta de uma
gestão que trabalhe com os intangíveis,
a fim de identificá-los e processá-los
para que se transformem em capital
intelectual empresarial. É imprescindível
o desenvolvimento de estratégias de
gestão para que o conhecimento possa
ser mapeado e processado para sua
utilização estratégica. Fonte: Michael D Brown <www.shutterstock.com>
REFLEXÃO
Os especialistas da área de gestão do
conhecimento são unânimes em afirmar que
as informações organizacionais devem estar
disponíveis aos profissionais que precisam
tomar decisões rápidas e acertadas. No entanto,
a avalanche de informações estimulam os
executivos a utilizarem uma infinidade de
procedimentos, cujo conteúdo pode ser trivial
e irrelevante as suas decisões. Então, reflita: a
quantidade de informação define a qualidade do conhecimento?
processa o que lhe interessa para ter o conhecimento valoroso que, por sua
vez, transforma-se em capital intelectual.
REFLEXÃO
Uma sociedade com várias gerações (X, Y, ...), convivendo com perfis
muito diferenciados, tenta articular e compartilhar saberes e experiências no
mundo corporativo de modo que a evolução da sociedade tecnológica, das
máquinas, e dos equipamentos de alta complexidade não dispensem o ser
humano, com sua inteligência e criatividade, como seu bem de maior valor.
CURIOSIDADE
Pesquisadores da Universidade do Sul da
Califórnia estimam que a quantidade de
informação produzida entre os anos de 1986
e 2007 chegam à soma estratosférica de 296
exabytes. Uma pessoa, em média, é capaz de
comunicar cerca de seis jornais completos por
dia, seja em conversas mensagens e troca de dados. Se você desejar
saber mais sobre este assunto, acesse o site: <http://www.tecmundo.
com.br/8567-pesquisadores-estimam-a-quantidade-de-informacao-
existente-no mundo.htm#ixzz1ZaSrQUTE>.
CRIAÇÃO DE
CONHECIMENTO
INOVAÇÃO
CONTÍNUA
VANTAGEM
COMPETITIVA
5.5 Relembrando
III. Com relação à geração Y, o autor Don Tapscott em sua obra A hora
da geração digital (2010), identifica quatro normas que diferenciam a
geração Y dos seus pais.
5) Com base nos conteúdos deste capitulo, explique os principais desafios das
organizações na sociedade do conhecimento.
Onde encontrar
EDVINSSON, L.; MALONE, L. S. Capital intelectual. São Paulo: Makron Books, 1998.
LOYOLA, Rita. Geração Y. Revista Galileu, ed. 219, out. de 2009. Disponível
em: <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG87165-7943-
219,00-GERACAO+Y.html>. Acesso em: 23 set. 2011.
CAPÍTULO 6
CONCEITOS DE ESTRATÉGIAS
ORGANIZACIONAIS
6.1 Contextualizando
Este capítulo aborda os princípios básicos que envolvem a estratégia
organizacional e a relação desses pressupostos com os diferentes tipos de
espaços organizacionais. Iniciaremos falando sobre os fundamentos das
estratégias organizacionais, sua origem e evolução ao longo dos anos.
EXPLORANDO
Sun Tzu escreveu um livro chamado A arte da
guerra, o qual serviu de base para os militares da
Rússia e da China. O livro nos ensina que o mérito
supremo consiste em quebrar a resistência do
inimigo sem lutar e também nos mostra como
tomar iniciativa e combater o inimigo. Sua obra nos transmite a
essência do conhecimento do mercado por meio da pesquisa, da
análise dos pontos fortes e fracos da empresa e, sobretudo, do
conhecimento das ameaças que poderão ser enfrentadas. Para
compreender melhor as implicações aqui descritas, sugiro que você
realize uma leitura do livro A arte da guerra.
LEMBRETE
O termo estratégia organizacional é um
conceito militar bastante antigo, definido pela
aplicação de forças contra um dado inimigo. Em
termos organizacionais passa pela mobilização
de recursos para atingir objetivos, definindo um
plano para o futuro. É também um instrumento relevante para lidar
com as mudanças do meio ambiente interno e externo e contribui
para com o sucesso das organizações.
REFLEXÃO
Pense que a existência de um plano estratégico
organizacional e etapas bem definidas
aumentam a possibilidade de uma empresa
aproveitar potencialidades e oportunidades
atuais e futuras, ao mesmo tempo em que
possibilita reduzir a probabilidade de restrições
e ameaças, podendo, a partir delas, prevenir
possíveis riscos e consequências operacionais
adversas. Dessa forma, é necessário que um
plano estratégico organizacional seja suficientemente flexível para
se adequar à evolução do meio envolvente caso contrário terá sua
utilidade empresarial reduzida. Você já parou para pensar que definir
os limites de uma empresa tornou-se um desafio neste século?
Por exemplo, atualmente redes como a ABC, CBS, FOX, NBC e HBO,
além de competirem entre si, competem também com a AT&T, Microsoft,
Sony, dentre inúmeras outras. Por outro lado, outra situação presente são
os vídeos e sons chegando em velocidade crescente aos dispositivos móveis e
telefones celulares. Portanto, também competem com clientes da indústria
no setor de entretenimento.
REFLEXÃO
É bastante comum encontrar na literatura
uma corrente de defensores da estrutura
organizacional. Eles consideram que uma
organização pode obter diversos benefícios
realizando adequadamente a administração
estratégica. Pesquisas atuais apontam que um
eficiente e efetivo sistema de administração
estratégica pode aumentar a lucratividade.
Acompanhando tais tendências, qual é a sua
opinião sobre este posicionamento?
De acordo com Womack, Ross e Jones (1992), neste modelo era produzida
uma linha de montagem que se baseava em:
SAIBA QUE
A Revolução industrial foi um marco na
evolução da administração das empresas. As
características básicas deste período são: o
desenvolvimento do setor fabril, aplicação da
energia à indústria, melhoramento dos meios de
transporte e comunicação, aumento do domínio
do capitalismo e o grande desenvolvimento
tecnológico da sociedade. Neste período, houve
alterações significativas na estrutura econômica da sociedade, onde,
consequentemente, as relações de produção foram alteradas. Esta
época alterou a visão de planejamento estratégico organizacional,
tal como se vê no pensamento de: Taylor, Gant , Fayol, Ford e Weber.
CONCEITO
LEMBRETE
Compreender o comportamento competitivo em
que tais perspectivas interagem continuamente,
além da disposição para agir, certamente
conduzirá a organização a patamares de
desenvolvimento mais elevados.
PRATICANDO
A literatura apresenta os objetivos estratégicos
como resultado do planejamento estratégico
realizado pela organização cujo foco envolve
a elaboração de estratégias específicas. Por
outro lado, os objetivos estratégicos devem ser
elaborados com precisão e clareza e com foco em indicadores de
desempenho que permitam avaliar os resultados da organização.
Apresente um exemplo que caracterize o planejamento estratégico
e o objetivo estratégico.
Além dos critérios, a literatura apresenta outros fatores que podem ser
observados durante a definição dos objetivos estratégicos. São eles:
BIOGRAFIA
Henry Ford é considerado o primeiro a
implantar um sistema de produção em série.
O engenheiro americano notou que era muito
mais barato e rápido produzir um modelo
de automóvel padronizado. De acordo com
o sistema fordiano de produção (também
conhecido como fordismo), o automóvel
passava por uma esteira de montagem em
movimento e os operários colocavam as
Fonte: <http://commons.
wikimedia.org> peças. Logo, cada operário deveria cumprir
uma função específica. Desta forma, existiam
operários para determinadas funções (pintura, colocar pneus,
direção, motor etc.). Neste sistema, um automóvel era montado
em apenas 98 minutos.
DEFINIÇÃO
As estratégias organizacionais devem
contemplar dois tipos de recursos: os tangíveis
e os intangíveis. Os recursos tangíveis são os
ativos que podem ser vistos e quantificados.
Já os recursos intangíveis incluem os ativos
que normalmente estão profundamente enraizados no histórico
da empresa e foram acumulados com o tempo (HITT; IRELAND;
HOSKISSON, 2008, p. 75).
Período
1980-1990 1990-
aproximado
Reconhecimento/importância
Condições
dos fatores do ambiente; Maior competitividade; necessidade
que
necessidade de vincular gestão de diferenciação; pessoas vistas como
propiciam
de pessoas às estratégias recursos para vantagem competitiva.
surgimento
organizacionais.
Michigan concept
DEFINIÇÃO
“O planejamento estratégico de recursos
humanos é o processo de providenciar os
funcionários mais adequados para a organização
a fim de atender seus objetivos” (LUSSIER; REIS;
FERREIRA, 2010, p. 247).
Harvard concept
DEFINIÇÃO
Todo plano estratégico precisa ter desafios, bem
como objetivos e metas a serem atingidos ao
longo do horizonte de tempo de planejamento.
É a formalização desses elementos que fornece
os alvos a serem alcançados pela organização
(COSTA, 2007).
DESAFIO
Como você pode observar existem diferentes tipos de planos que variam
de acordo com a natureza da situação ou problema porque cada organização
apresenta suas especificidades.
EXPLORANDO
Se você desejar saber um pouco mais sobre
estratégia e planos organizacionais, recomendo
a leitura do artigo “Plataforma, cocriação
e desenvolvimento”, dos autores Venkat
Ramaswamy e André Coutinho, publicada na
revista HSM Management de setembro/outubro de 2011. Você terá
acesso a informações sobre casos reais brasileiros e indianos, sobre
e-Choupal, a plataforma de engajamento da ITC, que aborda esse
fenômeno conhecido como cocriação.
Mesmo diante desse fato político, histórico, econômico e social que abalou
o Brasil, o banco se manteve até os anos de 1829. Nessa época foi promulgada
uma lei que o extinguiu sob a alegação de que como órgão emissor de moeda,
ele indiretamente contribuía para a desvalorização do ativo circulante.
Este novo banco fez uma fusão com o Banco Comercial do Rio de Janeiro,
fato que fortaleceu o Banco do Brasil que agora tinha condições de atuar
comercialmente sem interferências, embora ainda mantivesse ligação com o
governo. Nos anos seguintes, passou a atuar como órgão fomentador de recursos
cujo papel era destinar recursos para a agricultura e a indústria que encontravam
em crescente processo de expansão no país. Além disso, assumiu papel de destaque
com uma política de incentivo ao comércio internacional, o qual foi consolidado
em 1953 com a criação da CACEX – Carteira de Comércio Exterior.
E aí? Conseguiu?
6.5 Relembrando
II. São os objetivos de médio prazo que abrangem cada unidade específica
da organização, geralmente trata-se dos objetivos departamentais.
Onde encontrar
WOMACK, J. P.; ROSS, D.; JONES, T. A máquina que mudou o mundo. Rio de
Janeiro: Campus, 1992.
CAPÍTULO 7
FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
DE GESTÃO
7.1 Contextualizando
O atual contexto da sociedade do conhecimento determina novos
rumos tanto para o mercado como para as organizações, que devem investir
continuamente em práticas de gestão inovadoras que o momento atual
da economia global exige. Para enfrentar esses novos desafios do mercado
global, inúmeras ações são implementadas pelas organizações para atender
as demandas dos diversos segmentos da sociedade moderna.
SAIBA QUE
É importante saber que mesmo conseguindo
identificar características diferenciadas para
cada modelo de gestão, ao analisar a sua
história percebe-se que eles se articulam em
torno de alguns princípios básicos que orientam
sua forma de atuação e influência nas relações
organizacionais. A análise das especificidades
de cada modelo é o que possibilita articulá-los e
diferenciá-los por modelos.
SAIBA QUE
Tendências são probabilidades que se
comprovarão no futuro. Mas certos movimentos
nos fazem antever possibilidades, algumas
delas já parcialmente realizadas e avaliadas
em muitas organizações, o que nos abre a
possibilidades e caminhos para atender as
demandas que se apresentam.
CURIOSIDADE
As ferramentas da qualidade foram
estruturadas, principalmente, a partir da
década de 1950, com base em conceitos e
práticas existentes. Desde então, o uso das
ferramentas tem sido de grande valia para
os sistemas de gestão, sendo um conjunto de
ferramentas estatísticas de uso consagrado para melhoria de
produtos, serviços e processos.
SAIBA QUE
Ações tomadas no efeito de um problema
tendem a eliminá-lo apenas naquele momento,
sendo que esse problema tende a se repetir no
futuro. Para garantir a correta eliminação de um
problema, é necessário encontrar a sua causa
raiz, ou seja, realizar uma análise mais profunda,
para identificar quais os motivos que levaram o
problema a acontecer.
•• diagrama de relações;
•• diagrama de afinidades;
•• diagrama de árvore;
•• matriz de priorização;
•• matriz de relações;
•• diagrama de processo decisório (Process Decision Program
Chart – PDPC);
•• diagrama de atividades.
•• 5S;
•• mapeamento de processos;
•• 5H2H;
•• PDCA.
Na sequência, iremos detalhar cada uma para que você possa perceber
as potencialidades e as limitações dessas ferramentas.
O diagrama de relações
Por isso, utilize este diagrama quando se defrontar com situações que
abrangem as seguintes características:
O diagrama de afinidades
O diagrama em árvore
A matriz de priorização
DESAFIO
•• problemas enfrentados;
•• opções de tecnologia;
•• prioridades na pesquisa ou para o desenvolvimento.
Matriz G.U.T.
Atraso na entrega do
4 4 3 11 2º
fornecedor
Problemas disciplinares
3 2 3 8 3º
entre vendedores
Fonte: adaptado de Candeloro (2008, p. 2)
acordo com as notas colocadas. Sabendo-se qual problema deve ser resolvido
primeiramente, temos, então, de identificar as soluções que podem ser
colocadas em prática. Certamente para cada um dos problemas apresentados
acima na matriz G.U.T., teremos muitas soluções sugeridas. É possível
perceber que se trata de uma ferramenta que envolve um determinado
grau de complexidade embora tenha utilidade efetiva. Os gestores devem
ter conhecimento suficiente em relação a ela para não incorrer em erros
primários que poderão inviabilizar a eficácia dela. Nesse sentido, estamos
diante de uma nova dúvida de priorização: que soluções devem ser aplicadas
primeiramente? Para obter a resposta recomendo que você aprofunde sua
leitura sobre este assunto.
Matriz B.A.S.I.C.O.
Muito
Impacto Algum Grande Fácil
4 grande (de Grande
significativo investimento impacto implementar
40% a 70%)
A matriz de relações
LEMBRETE
O PDPC é extremamente útil para garantir
que todas as atividades envolvidas no
desenvolvimento e na introdução de novos
produtos sejam analisadas previamente
para a identificação de pontos vulneráveis
e preparação de planos alternativos para combater barreiras e
problemas potenciais.
O diagrama de atividades
Mapeamento de processos
5W2H
O nome desta ferramenta foi assim estabelecido por juntar as primeiras letras
dos nomes (em inglês) das diretrizes utilizadas neste processo, elas representam:
• What – o que será feito (etapas);
• Why – por que será feito (justificativa);
• Where – onde será feito (local);
• When – quando será feito (tempo);
• Who – por quem será feito (responsabilidade);
• How – como será feito (método);
• How much – quanto custará fazer (custo).
Há ainda outros 2 tipos de nomenclatura para esta ferramenta, o 5W1H (onde
exclui-se o “H” referente ao “How much”) e o mais recente 5W3H (onde
inclui-se o “H” referente ao “How many”, ou quantos). Todas elas podem ser
utilizadas perfeitamente dependendo da necessidade do gestor, respeitando
sempre as características individuais de cada organização e demanda.
Ciclo PDCA
O ciclo PDCA (sigla dos termos ingleses Plan, Do, Check e Act), também
conhecido por Ciclo de Deming em homenagem ao seu autor, Edward
Deming, é uma importante ferramenta de gestão e controle da qualidade
com o objetivo de melhorar os processos organizacionais, sejam eles de
gestão ou de fabrico de produtos ou de serviços.
Nos próximos tópicos deste capítulo vamos fazer uma breve análise da
força e limitação do uso das ferramentas de gestão de pessoas. Fique atento
para poder avaliar corretamente sua utilização.
DESAFIO
Para fazer sua escolha de forma eficaz e eficiente,
é fundamental conhecer cada uma das opções
disponíveis de ferramentas de gestão. Você
acabou de ter uma base teórica das principais,
no entanto, assim como toda ferramenta, a
prática leva ao domínio. Portanto, exercite cada
uma delas. Pense a respeito de uma situação e
teste diferentes ferramentas para avaliar de
forma mais consistente as vantagens e limitações de cada uma e
determinadas demandas.
REFLEXÃO
A definição de pessoa proposta por Locke (1986)
é, até hoje, recorrentemente examinada na
filosofia: “um ser pensante, inteligente, dotado
de razão e reflexão, e que pode considerar-se a
si mesmo como um eu, ou seja, como o mesmo
ser pensante, em diferentes tempos e lugares”
(LOCKE, 1986, p. 318). Observe que a definição
de pessoa proposta por Locke concede destaque,
portanto, à autoconsciência, à capacidade de
“reconhecer-se a si mesmo, agora, como o mesmo eu que era antes;
e que essa ação passada foi executada pelo mesmo eu que reflete,
agora, sobre ela, no presente” (LOCKE, 1986, p. 318). Será que as
ideias apresentadas pelo autor refletem a visão de pessoa dentro
dos novos paradigmas de gestão? O que você acha?
E aí, conseguiu?
Este exemplo é bastante comum, vai muito além do que você imagina
e abrange muitas soluções com diferentes abordagens. É possível resolver
este caso com base nos fundamentos da gestão de pessoas, da administração
estratégica, nas ferramentas de gestão, entre outros. Inicialmente, Evandro
procurou auxílio do departamento de gestão de recursos humanos, no
setor de potencialização de recursos humanos com a intenção de conhecer
os programas de formação continuada, treinamentos, aperfeiçoamento e
capacitações que a empresa oferecia pois, o objetivo principal dele agora
era adquirir novas habilidades. Em contato com o setor de potencialização
e a partir de uma autoavaliação, descobriu que precisava ter domínio sobre
liderança estratégica, motivação e comunicação. Observe que apesar da
situação ser nova e nunca ter se deparado com um desafio tão grande,
tanto Evandro como qualquer outro profissional em uma determinada
época poderiam estar diante de uma situação como essa. Neste caso,
não é recomendável perder a oportunidade de crescimento intelectual e
profissional. Retornando à situação de Evandro, além das habilidades já
mencionadas, ele precisa desenvolver as competências comportamentais,
melhorar o relacionamento interpessoal, focar as metas e os resultados
a alcançar por meio das pessoas. Além disso, criar uma equipe de alto
desempenho é uma prioridade para o sucesso desse novo gerente. Como
apoio para Evandro ser bem-sucedido em sua nova trajetória profissional,
7.5 Relembrando
Onde encontrar
CAPÍTULO 8
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
8.1 Contextualizando
Este capítulo apresenta os pressupostos básicos sobre a Gestão
por Competências nas organizações contemporâneas. Vamos discutir
fundamentos desse tema a partir de alguns conceitos na visão de diversos
estudiosos que pesquisam este tema, a evolução histórica da gestão de
competências nas empresas brasileiras e as variáveis que interferem nesse
novo paradigma de gestão de pessoas.
Após estudar este capítulo, espera-se que você tenha condições de:
REFLEXÃO
O senso comum entende como competente a
pessoa que é qualificada para realizar alguma
coisa ou alguma atividade. Dessa forma, um
aluno formado em um curso de graduação pode
ser considerado competente e/ou qualificado,
do mesmo modo, um motorista de automóvel,
ao receber sua licença, estão capacitados e/ou
qualificado para dirigir. Qual é a sua compreensão
de pessoa “competente”?
Atitudes
Habilidades +
Recursos
Conhecimento
Capacidades
Condições
Qualidades
Ação
COMPETÊNCIA Valores
• Resultados
Saber mobilizar
Saber comunicar
• C
ompreender, processar, transmitir informações e conhecimentos,
assegurando o entendimento da mensagem pelos outros.
Saber aprender
• T
rabalhar o conhecimento e a experiência. Rever modelos mentais. Saber
desenvolver-se e propiciar o desenvolvimento dos outros.
Saber comportar-se
• C
onhecer e entender o negócio da organização, seu meio ambiente,
identificando oportunidades e alternativas
Fonte: Fleury e Fleury (2004, p. 31)
CONCEITO
Competência organizacional pode ser definida
como uma forma de mostrar a qualidade com
que seus processos são executados, garantindo,
dessa forma, o sucesso da organização. Como
afirmam Mills et al. (2002), uma empresa possui
uma força ou uma atividade de alta competência se supera muitos
de seus concorrentes em um fator competitivo que o cliente valorize.
Básicas
Seletiva
Essencial/excepcional
Excelência operacional
Inovação no produto
Habilidade prática
Automonitoramento
Habilidades de
Aprendizagem
Organização e indexação
Empacotamento e automatização
Saiba que o perfil profissional para essa nova demanda de mercado, seja
qual for o ramo de atividade da organização, exige novas competências. Assim
sendo, as organizações do conhecimento estão à procura de profissionais que
tenham as seguintes categorias de competências:
PROCESSO
Insumos Resultados
COGNITIVO
Captura
Recursos do
Raciocínio abstrato
trabalhador
Intelectual
Produtos
Características da
tarefa
Conhecimento
Características da
informação
Feedback
Recursos da
informação
Como
Tipo Função
Desenvolver
EXPLORANDO
Os autores Benfica e Borges fazem uma
revisão literária do tema “aprendizagem
organizacional” que pode ampliar sua visão.
Acesse e confira o artigo “Aprendizagem
organizacional e informação” no
seguinte endereço: <http://www.serprofessoruniversitario.
pro.br/m%C3%B3dulos/aprendizagem-organizacional/
aprendizagem-organizacional-e-informa%C3%A7%C3%A3o>
Isso significa dizer que para gerenciar com eficácia os impactos das
mudanças tecnológicas, as organizações precisaram rever seus modelos de
gestão e se preparar para lidar com um grande número de informações no
sentido de utilizá-las de modo favorável às suas necessidades. Isto significa
dizer que elas tiveram de investir intensamente no desenvolvimento de
novas competências para alcançar os resultados dentro de um mercado
cada vez mais complexo.
LEMBRETE
O processo de desenvolvimento de competências
deve incluir a identificação das necessidades que
a organização precisa trabalhar. Isto implica dizer
que deve ser realizado um estudo detalhado
dos fatores que impedem os colaboradores de
alcançarem um desempenho ótimo juntamente com um plano de
ações cujo objetivo é eliminar dos fatores que limitam o desempenho
e dificultam a otimização dos recursos humanos.
Que tal você saber um pouco mais sobre cada uma delas?
CONCEITO
“Competência gerencial é a capacidade
de mobilizar, integrar e colocar em ação
conhecimentos, habilidades e formas de atuar
(recursos de competência a fim de atingir e
superar desempenhos configurados na missão
da empresa e da área)”. (RUAS, 2005, p. 27)
•• capacidade empreendedora;
•• capacidade de trabalhar sob pressão;
•• comunicação e criatividade;
•• cultura da qualidade e flexibilidade;
•• negociação e planejamento;
•• relacionamento interpessoal;
•• tomada de decisão e visão geral.
DESAFIO
Citamos aqui algumas atitudes que são reflexos das crenças pessoais
e que fazem a diferença na ação, tais como a sensibilidade interpessoal, a
disponibilidade para ouvir, o interesse e a curiosidade, a tenacidade e persistência,
a iniciativa, a flexibilidade e adaptabilidade, a postura positiva e o dinamismo, a
integridade e o bom senso, a ética e o compromisso com os resultados.
Figura 9 – Competências
• Informação
Conhecimentos • Saber o quê
• Saber o porquê
Habilidades Atitudes
O autor destaca ainda que o conhecimento tem seu foco para situações
gerais, teóricas, operacionais e também sobre o ambiente; as habilidades
dizem respeito à parte experimental e relacional cognitiva, enquanto as
atitudes são os atributos pessoais e relacionais, e os recursos do ambiente
são os sistemas de informação e os bancos de dados. Esses recursos, juntos,
promovem o desempenho.
REFLEXÃO
Você concorda que as organizações buscam a
valorização e o reconhecimento desse capital
humano? Na sua visão, o capital humano
está cada vez mais expressivo e tem posição
de destaque dentro das organizações? É
importante que você analise e tire suas próprias
conclusões! Você é o profissional que poderá
fazer a grande diferença no mercado, então
comece de imediato a identificar os detalhes
que irão contribuir com isso!
Oliveira et al. (2006) ressaltam que cada vez mais as competências estão
inseridas no universo corporativo.
Gramigna (2002) destaca que devemos optar por trabalhar com quatro
tipos de competência:
Passos:
Descrição:
REFLEXÃO
Muitas vezes, percebemos que um determinado
conceito que já incorporamos como verdade
absoluta pode ser alterado. Pense na esfera
empresarial, profissional e social. Você consegue
se lembrar de alguma situação profissional ou que
você tenha vivenciado que sempre fez sentido
e que, de repente, você passou a questionar se
realmente era interessante continuar do modo
que estava ou se esta deveria ser mudada?
Contudo, devemos ter claro que estas premissas devem ser divulgadas
para que façam parte da organização e para que todos estejam envolvidos.
Por outro lado, este profissional deve estar preparado para executar
as atividades básicas de atrair, aplicar, manter, avaliar e desenvolver os
colaboradores com o foco principal nas competências para que eles possam
contribuir decisivamente nos resultados da organização.
REFLEXÃO
É possível perceber que é fundamental realizar
periodicamente o mapeamento e planejar a
captação e o desenvolvimento de competências.
Você já parou para pensar na importância de
usar a gestão por competência como ferramenta
estratégica de recursos humanos? Pensou
também como é importante elaborar e definir
os parâmetros do mapeamento de competências
para o equilíbrio da empresa?
Assim, você já está ciente de que este novo profissional assume uma
posição extremamente estratégica e de destaque nas empresas, participa
e opina ativamente sobre os negócios, ações, estratégias e investimentos,
apoiando os processos internos de mudanças e contribuindo para a melhoria
dos processos.
A pergunta que se colocava era: por onde começar? O que você propõe
para ajudar a administradora a resolver essa questão?
8.5 Relembrando
c) O texto apresenta apenas o foco nos negócios como fator principal para
as organizações investirem no desenvolvimento de competências.
Onde encontrar
ZARIFIAN, P. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001.
REFERÊNCIAS
Referências
FURBINO, M. Plano de carreira: sua empresa tem que fazer um. Artigonal.
Disponível em: <http://www.artigonal.com/administracao-artigos/plano-
de-carreira-sua-empresa-tem-que-fazer-um-720447.html>. Acesso em: 19
ago. 2011.
LOYOLA, Rita. Geração Y. Revista Galileu, ed. 219, out. 2009. Disponível em:
<http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/>. Acesso em: 23 set. 2011.
WOMACK, J. P.; ROSS, D.; JONES, T. A máquina que mudou o mundo. Rio de
Janeiro: Campus, 1992.
ZARIFIAN, P. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001.