Livro de Eletricidade e Magnetismo Livro 1 PDF
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APOSTILA
DE
ELETRICIDADE E MAGNETISMO
Prof. Eng. Elet. Amilcar Barum
2017
2019
Sumário
CAPITULO I ........................................................................................... 12
MAGNETISMO .................................................................................... 12
1.1- Falando da História .................................................................. 12
1.2 - O estudo do magnetismo ......................................................... 14
CAPITULO II .......................................................................................... 33
CARGA ELÉTRICA E CAMPO ELÉTRICO ............................................... 33
2.1 CARGA E CAMPO ELÉTRICO ........................................................ 33
2.1.1 - Histórico .............................................................................. 33
2.1.2 - Um pouco de conceitos ........................................................ 35
2.1.3 - O Conceito de Corpo Eletrizado ........................................... 42
2.1.4 - Carga Elétrica ...................................................................... 47
2.1.5 - Campo elétrico ..................................................................... 48
2.1.6 - Lei de Coulomb .................................................................... 49
2.1.7 - Princípio da Superposição ................................................... 50
2.1.8 - Comportamento de condutores e isolantes submetidos à um
campo elétrico ................................................................................ 53
2.1.9 - Distribuição contínua de carga ............................................ 55
2.2 FLUXO ELÉTRICO......................................................................... 59
2.2.1 - O que é Fluxo Elétrico? ......................................................... 59
2.2.2 - Lei de Gauss......................................................................... 64
2.2.3 – A Lei de Gauss e as Distribuições Simétricas ...................... 68
2.2.4 – Condutores em equilíbrio eletrostático ................................ 73
2.2.5 – Comportamento da Carga e do Campo em um Condutor em
Equilíbrio Eletrostático. .................................................................. 74
2.3 POTÊNCIAL, TRABALHO e ENERGIA POTÊNCIAL
ELETROSTÁTICA ............................................................................... 77
2.3.1 - Histórico .............................................................................. 77
2.3.2 - Trabalho e energia ............................................................... 77
2.3.3 Diferença de potêncial eletrostático ...................................... 79
2.3.4 - Gradiente do potêncial elétrico ............................................ 82
2.3.5 - Linhas de campo e superfícies equipotênciais ..................... 85
2.3.6 - Como calcular o potêncial elétrico? ..................................... 88
2.3.7 - O comportamento do potêncial e da carga em condutores. . 90
2.4 Discutindo o que foi visto.............................................................. 92
2.4.1- A lei de Coulomb e suas limitações ....................................... 92
2.4.2 - Cálculo vetorial – Divergente ................................................ 93
2.4.3 - Teorema de Ostrogradski - Gauss ........................................ 96
2.4.4 – Rotacional ........................................................................... 98
2.4.5 Teorema de Stokes e Equação de Poisson ........................... 100
Capítulo III ........................................................................................... 105
MATERIAIS ELÉTRICOS ...................................................................... 105
3.1 COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS ELÉTRICOS ...................... 105
3.1.1 – Materiais Elétricos ............................................................. 105
3.1.2 – Materiais Condutores ........................................................ 106
3.1.3 – Materiais Semicondutores ................................................. 110
3.1.3 - Isolantes ou Dielétricos ...................................................... 113
3.1.4 – Materiais Magnéticos ......................................................... 114
3.2 RESISTÊNCIA ELÉTRICA............................................................ 115
3.2.1 - Definição ............................................................................ 115
3.2.2 - O modelo de Drude............................................................. 117
3.2.3 - Efeito Joule e Potência Elétrica .......................................... 120
3.3.4 - Tipos e usos dos Resistores ............................................... 122
3.2.5 - Associação de Resistores .................................................. 131
3.2.6 - Leis de Kirchhoff ................................................................ 136
Capítulo IV........................................................................................... 139
CAPACITORES .................................................................................... 139
4.1 CAPACITORES EM CORRENTE CONTÍNUA ................................ 139
4.1.1 - Definição e Histórico .......................................................... 139
4.1.2 - Processo de Carga dos Capacitores .................................. 141
4.1.3 – Reatância Capacitiva ......................................................... 144
4.1.3 - Associação de Capacitores ................................................ 144
4.1.3 - Tipos de Capacitores ......................................................... 146
Capítulo V............................................................................................ 154
CIRCUITOS ELÉTRICOS ...................................................................... 154
............................................................................................................ 154
5.1 CIRCUITOS EM CORRENTE CONTÍNUA ..................................... 154
5.1.1 Leis dos Circuitos................................................................. 154
5.1.2 Circuitos com Capacitores ................................................... 157
Capítulo VI........................................................................................... 158
CORRENTE ALTERNADA .................................................................... 158
6.1 CORRENTE ALTERNADA ........................................................... 158
6.1.1 Fontes de Corrente Alternada .............................................. 158
Capítulo VII ......................................................................................... 163
INDUTORES E INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA ................................... 163
7.1 INDUTORES ............................................................................... 163
7.1.1 – Introdução ......................................................................... 163
7.1.2 Indutância Mútua.................................................................. 165
7.1.3 Associação de Indutores ...................................................... 166
7.1.4 Auto indutância .................................................................... 166
7.1.5 Circuitos RL ......................................................................... 168
7.1.6 Energia do Campo Magnético do Indutor ............................. 170
7.1.7 Circuito LC ........................................................................... 171
7.1.8 Correntes de Foucault .......................................................... 172
7.1.9 Acoplamento Magnético ....................................................... 173
7.1.10 Coeficiente de Acoplamento .............................................. 174
Capítulo VIII ........................................................................................ 176
CIRCUITOS OPERANDO EM ................................................................ 176
CORRENTE ALTERNADA .................................................................... 176
8.1 ANÁLISE DE CIRCUITOS MONOFÁSICOS .................................. 176
8.1.1 - Circuitos Puramente Resistivos .......................................... 176
8.1.2 – Circuitos Puramente Indutivos ........................................... 177
8.1.3 – Circuitos Puramente Capacitivos ....................................... 178
8.1.4 – Circuitos RL em Corrente Alternada. ................................. 180
8.1.5 – Circuitos RC em Corrente Alternada .................................. 182
8.1.6 – Circuitos RLC Série em Corrente Contínua ........................ 185
8.1.7 – Circuitos RLC Paralelo em Corrente Alternada .................. 187
8.1.8 – Observações sobre Análise de Circuitos em Corrente
Alternada ...................................................................................... 189
8.2 – Potências Instantânea, Ativa, Reativa e Aparente .................... 189
8.2.1 – Potência Instantânea ......................................................... 189
8.2.2 – Potência Ativa.................................................................... 190
8.2.3 – Potência Reativa ................................................................ 191
8.2.4 – Potência Aparente ............................................................. 192
8.2.5 - Fator de Potência ............................................................... 192
8.2.6 – Correção do Fator de Potência .......................................... 193
8.3 Sistemas Trifásicos .................................................................... 197
8.3.1 - Vantagens dos Sistemas Trifásicos .................................... 197
8.3.2 – Geração Trifásica .............................................................. 197
8.3.3 – Sistemas Trifásicos Equilibrados ....................................... 199
8.3.4 – Ligação Estrela .................................................................. 199
8.3.5 – Ligação Triângulo .............................................................. 202
8.3.6 – Potência em Sistemas Trifásicos ....................................... 204
Capítulo IX ........................................................................................... 206
ELETRODINÂMICA .............................................................................. 206
9.1 CORRENTE DE DESLOCAMENTO .............................................. 206
9.2 EQUAÇÕES DE MAXWELL .......................................................... 208
9.3 TRANSFORMAÇÃO DE GALILEU DO CAMPO ELETROMAGNÉTICO
........................................................................................................ 211
9.4 ENERGIA DO CAMPO ELETROMAGNÉTICO ............................... 216
9.5 POTÊNCIA VETORIAL ................................................................ 218
Capítulo X ............................................................................................ 222
ESTUDO DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS ...................................... 222
10.1 ONDAS ELETROMAGNÉTICAS ................................................. 222
10.2 EQUAÇÃO DA ONDA ELETROMAGNÉTICA .............................. 224
10.3 ONDAS PLANAS ....................................................................... 225
10.4 ONDAS HARMÔNICAS.............................................................. 229
10.5 ONDAS ESFÉRICAS.................................................................. 231
10.6 INTENSIDADE DAS ONDAS MAGNÉTICAS ............................... 234
10.7 ESPECTROS ELETROMAGNÉTICOS......................................... 236
10.8 ONDAS ELETROMAGNÉTICAS EM MEIOS MATERIAIS ............. 239
INDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Imã intacto (A); fracionamento do imã (B); Imãs resultantes (C)
.............................................................................................................. 15
Figura 2 - Surgimento da corrente induzida e do campo que se opõe .... 19
Figura 3 - Campo magnético cruzando um condutor ............................. 19
Figura 4 - Curva de relacionamento da susceptibilidade magnética em
relação a temperatura ........................................................................... 20
Figura 5 - Curva experimental do momento magnético em diversos
materiais paramagnéticos ..................................................................... 22
Figura 6 - Solução gráfica da tanh (x) .................................................... 28
Figura 7 - Magnetização correspondente a solução gráfica em função da
temperatura .......................................................................................... 28
Figura 8 - Paramagnetismo (lei de Curie) Figura 9 -
Ferromagnetismo (lei de Curie Weiss) ................................................... 29
Figura 10 - Toróide ................................................................................ 31
Figura 11 - Curva de histerese ............................................................... 31
Figura 12 - Processo de magnetização (1) sem aproximação do imã
permanente (2) com aproximação do imã .............................................. 32
Figura 13- Representação atômica de Dalton ........................................ 36
Figura 14-Ampola de Geissler ............................................................... 36
Figura 15- Tubo de raios catódicos de Crookes ..................................... 36
Figura 16 - Modelo atômico de Thomson ............................................... 37
Figura 17 - Experimento de Rutherford .................................................. 38
Figura 18 - Resultado da emissão alfa no experimento .......................... 39
Figura 19 - esquema do modelo de Rutherford ...................................... 39
Figura 20 - Distribuição dos elétrons nas camadas de um átomo .......... 40
Figura 21 - Diagrama de Pauling............................................................ 41
Figura 22 - exemplo de eletrização por atrito - pente no cabelo ............. 43
Figura 23 - Processo de eletrização por contato ................................... 44
Figura 24 - Processo de Eletrização por indução ................................... 46
Figura 25 - Eletrização por indução de um corpo dielétrico ................... 46
Figura 26 - Processo de eletrização por indução ................................... 46
Figura 27 - Carga Pontual (positiva) ...................................................... 48
Figura 28 - Duas cargas pontuais de mesmo sinal ................................. 49
Figura 29 - Duas cargas pontuais de sinais diferentes ........................... 49
Figura 30 – Balança de Torção de Coulomb ........................................... 50
Figura 31 – Representação esquemática do Princípio da Superposição e
sua resolução vetorial ........................................................................... 50
Figura 32 - (1) Condutor em equilibrio eletrostático; (2) Condutor
atravessado por campo elétrico externo; (3) Reorganização das cargas
com surgimento de um campo contrário; (4) equilíbrio eletrostático
atingido pela equiparação dos campos externo e interno. ..................... 53
Figura 33 - Condutor atravessado por Campo Elétrico .......................... 55
Figura 34 - Isolante atravessado por Campo Elétrico ............................ 55
Figura 35 - Carga distribuida em uma região ......................................... 55
Figura 36 - Carga distribuída em uma linha ........................................... 56
Figura 37 - Carga distribuida em uma superfície ................................... 58
Figura 38 - Representação de duas superfícies perpendiculares às linhas
de campo .............................................................................................. 60
Figura 39 - Tubo de fluxo e o fluxo é igual em todas as secções ............. 60
Figura 40 - Versor normal ni (azul) a uma superfície e projeção da
superfície no plano perpendicular às linhas de campo .......................... 61
Figura 41 - Campo elétrico e vetor infinitesimal de área numa superfície
.............................................................................................................. 62
Figura 42 - Superfícies fechados escolhemos os vetores apontando para
fora ....................................................................................................... 62
Figura 43 - Superfície com dois vetores normais ................................... 62
Figura 44 - Superfície com domínio no retângulo T' do plano xy............. 63
Figura 45 - Carga pontual dentro (a) e fora (b) de uma superfície fechada.
.............................................................................................................. 65
Figura 46 - Campo elétrico com raio superior a superfície esférica ....... 68
Figura 47 - Campo elétrico com raio inferior ao raio da superfície
esférica ................................................................................................. 69
Figura 48 - Carga elétrica em uma esfera oca com carga uniforme Eint = 0
.............................................................................................................. 70
Figura 49 - Superfície gaussiana com raio superior ao raio da esfera oca.
.............................................................................................................. 70
Figura 50 - Superfície gaussiana com raio inferior ao raio da esfera oca.
.............................................................................................................. 71
Figura 51 - Linha de carga infinita envolvida por uma superfície
gaussiana de simetria cilíndrica ............................................................ 71
Figura 52 - Superfície gaussiana cilíndrica trespassado um plano infinito
de carga. ............................................................................................... 72
Figura 53 - (a) Condutor isolado com carga; (b) Fluxo em superfícies
internas e externas e a direita, linhas de campo .................................... 74
Figura 54 - Representação de uma pequena superfície gaussiana na
superfície de um condutor isolado ........................................................ 76
Figura 55 - Representação do deslocamento de uma particula em uma
trajetória qualquer ................................................................................ 80
Figura 56 - Percurso entre A e B separados por um deslocamento ... 83
Figura 57 - projeção do deslocamento nos eixos x e y ........................... 83
Figura 58 - superfície equipotêncial ...................................................... 86
Figura 59 - representação das superficies equipotênciais em um sistema
xyz......................................................................................................... 87
Figura 60 - Linhas equipotênciais e linhas de campo em um dipolo ....... 87
Figura 61 - Campo elétrico produzido em 3 condutores diferentes, em
função da distância ............................................................................... 90
Figura 62 - Curva indicativa do comportamento da intensidade de campo
elétrico em função da distância da superfície ....................................... 91
Figura 63 - Representação da intensidade de campo na superfície de um
automóvel ............................................................................................. 91
Figura 64 - linhas de força em uma carga elétrica livre no espaço ......... 93
Figura 65 - linhas de força de uma carga elétrica colocada no interior de
uma caixa metálica ................................................................................ 93
Figura 66 - paralepipedo para representação do gradiente. .................. 94
Figura 67 - Aproximação melhorada com a diminuição do volume dos
paralelepípedos .................................................................................... 97
Figura 68 - Regra da mão direita para rotacional ................................... 98
Figura 69 - Sistema de coordenadas retangulares .............................. 100
Figura 70 - Sistema de coordenadas cilíndricas .................................. 100
Figura 71 - Sistema de coordenadas esféricas .................................... 100
Figura 72 - Superfície fechada com os elementos quadrangulares de
aproximação ....................................................................................... 101
Figura 73 - Divisão do caminho C em dois caminhos CA e CB ................ 102
Figura 74 - Representação de estruturas de um material qualquer ..... 106
Figura 75 - junção PN e barreira de potêncial ...................................... 110
Figura 76 - Cilindros de silício e discos de silício. ................................ 111
Figura 77 - Processo de preparação para confecção de uma junção PN
............................................................................................................ 112
Figura 78 - Processo de conclusão do semicondutor .......................... 112
Figura 79 - Grafico com as relações entre Tensão, Corrente, Resistência
e Potência ........................................................................................... 122
Figura 80 - Representações gráficas de um resistor ........................... 123
Figura 81 - Tipos de resistores ............................................................ 123
Figura 82 - Construção de resistor de fio ............................................. 123
Figura 83 - Construção interna de um resistor de carbono .................. 124
Figura 84 - Representação da disposição das cores em um resistor
comum. ............................................................................................... 124
Figura 85 – Representação da disposição de cores de um resistor de
precisão .............................................................................................. 125
Figura 86 - Tabela do código de cores para resistores comuns ........... 125
Figura 87 - Tabela do código de cores para resistores de precisão ..... 125
Figura 88 - Resistores de fio de várias potências ................................. 126
Figura 89 - Tamanhos padrão dos resistores e um dissipador de calor
para esses componentes .................................................................... 126
Figura 90 - Esquema construtivo de um potenciômetro e vista externa127
Figura 91 - Construção interna de um trimpot e duas formas construtivas
............................................................................................................ 127
Figura 92 - NTC e simbologia para NTC e PTC ..................................... 128
Figura 93 - Curva caracteristica de um NTC ........................................ 128
Figura 94 - Gráfico que relaciona a razão R25/Rt de um NTC à temperatura
ambiente de 25 oC ................................................................................ 129
Figura 95 - LDR e seus simbolos esquemáticos ................................... 130
Figura 96 - Curva de resistência pela luminosidade de um LDR ........... 131
Figura 97 - Curva de resposta da sensibilidade do LDR pelo comprimento
de onda. .............................................................................................. 131
Figura 98 - Associação série de resistores .......................................... 132
Figura 99 - Circuito paralelo ................................................................ 134
Figura 100 - associação mista de resistores ........................................ 135
Figura 101 - Sequencia para encontrar o resistor equivalente do circuito
da figura 80 ......................................................................................... 136
Figura 102 - Representação de nós ..................................................... 137
Figura 103 - Representação de malha ................................................. 137
Figura 104 - Experimento para mostrar o funcionamento do capacitor 139
Figura 105 - Esquema construtivo de um capacitor e sua simbologia .. 140
Figura 106 - Tabela das constantes dielétricas de alguns materiais .... 141
Figura 107 - (1) Capacitor descarregado; (2) Chave fechada, capacitor
carregando; (3) Capacitor carregado; (4) Campo elétrico uniforme no
interior do capacitor ........................................................................... 142
Figura 108 - Circuito RC em corrente contínua .................................... 142
Figura 109 - Curva de carga e descarga de um capacitor.................... 144
Figura 110 - Sequência das etapas de fabricação de um capacitor de
cerâmica ............................................................................................. 146
Figura 111 - Código para identificação da tolerância .......................... 147
Figura 112 - Tabela de características dos capacitores do tipo "plate"
............................................................................................................ 148
Figura 113 - Exemplos de capacitores tipo plate ................................. 148
Figura 114 - Estrutura de um capacitor multicamada .......................... 148
Figura 115 - Esquemas construtivos dos capacitores de filme plástico
metalizado e não metalizado ............................................................... 149
Figura 116 - Tabela de cores para capacitores de filme plástico ......... 150
Figura 117 - Aspectos construtivos de um capacitor eletrolítico ......... 151
Figura 118 - Superfície rugosa que surge após a cauterização
eletroquímica ...................................................................................... 151
Figura 119 - Capacitor Eletrolítico Polarizado Figura 120 - Capacitor
Eletrolítico Não Polarizado .................................................................. 152
Figura 121 - Aspecto construtivo de um capacitor de tântalo .............. 152
Figura 122 - Tipos de capacitores variáveis ........................................ 153
Figura 123 - Representação de um diagrama de circuito. .................... 154
Figura 124 - Geração de um sinal alternado ........................................ 159
Figura 125 - Gerador de Faraday ......................................................... 160
Figura 126 - Sistema de geração - transmissão - distribuição de energia
............................................................................................................ 162
Figura 127 - Circuito RL com a representação da fcem ....................... 167
Figura 128 - Curva característica da corrente durante o período de carga
do indutor. ........................................................................................... 168
Figura 129 - Curva característica de carga e descarga do indutor ...... 168
Figura 130 - Circuito RL ....................................................................... 168
Figura 131 - Circuito LC ....................................................................... 171
Figura 132 - Correntes parasitas induzidas no material condutor ........ 173
Figura 133 - Corrente parasita em material laminado .......................... 173
Figura 134 - Corrente parasita em material maciço ............................. 173
Figura 135 - Acoplamento Magnético .................................................. 174
Figura 136 - Relação entre corrente e tensão em um circuito puramente
resistivo .............................................................................................. 176
Figura 137 - Representação fasorial da relação entre corrente e tensão
em um circuito puramente indutivo ..................................................... 177
Figura 138 - Representação gráfica temporal da defasagem entre tensão
e corrente em um circuito puramente indutivo .................................... 178
Figura 139 - Diagrama fasorial da relação entre tensão e corrente em um
circuito puramente capacitivo ............................................................. 179
Figura 140 - Grafico tensão corrente em um circuito puramente
capacitivo. .......................................................................................... 179
Figura 141 - Circuito RL submetido a tensão alternada ....................... 180
Figura 142 - Diagrama fasorial de um circuito RL em corrente alternada
............................................................................................................ 181
Figura 143 - Representação temporal da relação entre VR, VL e V ....... 181
Figura 144 - Diagrama fasorial das impedâncias, reatâncias e
resistências de um circuito RL ............................................................ 182
Figura 145 - Circuito RC em corrente alternada .................................. 182
Figura 146 - Diagrama Fasorial de um Circuito RC submetido à Corrente
Alternada ............................................................................................ 183
Figura 147 - Diagrama de tempo da relação entre as tensões de um
circuito RC em corrente alternada ...................................................... 183
Figura 148 - Diagrama fasorial das resistências, reatâncias e
impedâncias em um circuito RC em corrente alternada ...................... 184
Figura 149 - Circuito RLC série em corrente alternada ........................ 185
Figura 150 - exemplo de resistências de chuveiro ............................... 185
Figura 151 - Diagrama fasorial das tensões em um circuito RLC série
com VL > VC (Indutivo) .......................................................................... 186
Figura 152 - Diagrama fasorial das tensões em um circuito RLC série
com VL < VC (capacitivo) .................................................................... 186
Figura 153 - Circuito RLC paralelo ....................................................... 187
Figura 154 - Diagrama fasorial das correntes do circuito RLC paralelo
............................................................................................................ 188
Figura 155 - Gráfico da Tensão, Corrente e Potência Instantânea ....... 190
Figura 156 - Gráfico da Potência Reativa ............................................. 191
Figura 157 - Diagrama Fasorial de Potências ...................................... 192
Figura 158 - Circuito RL com capacitor de correção de fator de potência
............................................................................................................ 194
Figura 159 - Diagrama Fasorial das Correntes .................................... 194
Figura 160 - Representação esquemática de um gerador trifásico ...... 197
Figura 161 - Representação temporal das 3 fases ............................... 198
Figura 162 - Diagrama Fasorial Trifásico ............................................. 198
Figura 163 - Vetores de corrente ......................................................... 199
Figura 164 - Ligação em Estrela .......................................................... 199
Figura 165 - Diagrama Fasorial com Carga Balanceada em Sistemas
Estrela. ............................................................................................... 201
Figura 166 - Ligação Triângulo ou Delta .............................................. 202
Figura 167 - Diagrama Fasorial para Carga Balanceada em um Sistema
Triângulo ............................................................................................. 203
Figura 168 - Onda plana com propagação na direção positiva do eixo x
............................................................................................................ 227
Figura 169 - Campo de ondas eletromagnéticas planas com propagação
no eixo x e sentido positivo .................................................................. 228
Figura 170 - Campo elétrico de uma onda eletromagnética harmônica,
plana e polarizada (a) em função do tempo e (b) em função da posição
............................................................................................................ 230
Figura 171 - Função de onda esférica em três instantes de tempo
diferentes ............................................................................................ 233
Figura 172 - Experimento de decomposição da luz visível ................... 237
Figura 173 - Exemplos de fotometria de chama para alguns elementos (a)
cloreto de sódio, (b) cloreto de estrôncio, (c) cloreto de magnésio, (d)
cloreto de alumínio, (e) cloreto de cálcio, (f) cloreto de cobre, (g) cloreto
de manganês, (h) cloreto de lítio ......................................................... 238
Figura 174 - Exemplos de emissão de espectro (a) césio, (b) rubídio, (c)
índio, (d) tálio, (e) lítio, (f) estrôncio, (g) cálcio, (h) sódio, (i) bário, (j)
molibdênio, (k) boro, (l) fósforo, (m) zinco, (n) telúrio .......................... 239
CAPITULO I
MAGNETISMO
1
Os animistas eram membros de uma seita religiosa que acreditavam eu animais, objetos
inanimados, plantas e até mesmo fenômenos possuíam uma essência espiritual.
Pouco depois, já no início de 1800, Oersted apresenta os princípios da
eletrodinâmica,
É nesse período que surgem também Biot, Savart, Arago, Weber e
Ampere (introduziu o conceito de campo magnético) e seus estudos
levaram a ideia de que o magnetismo era resultado de correntes
microscópicas.
Ainda na contribuição para o progresso do estudo do eletromagnetismo,
no final do século XIX, surgem dois grandes gênios, Faraday e Maxwell.
Faraday era um cientista teórico e foi o primeiro a utilizar o campo
magnético além de ter feito várias contribuições, principalmente com a lei
da indução e a caracterização dos materiais segundo seu comportamento
magnético.
Todas essas deduções e definições foram feitas sem que Faraday tivesse
escrito uma única equação.
Todo o equacionamento das descobertas de Faraday ficou a cargo do
outro gênio, Maxwell. Além de equacionar os conceitos de Faraday, ele
deu toda a base da eletrodinâmica.
Os estudos sobre eletromagnetismo seguiram progredindo e em seguida
veio a descoberta de Thompson, o elétron e depois a descoberta do efeito
Zeeman.
Todas essas descobertas começaram a evidenciar as inconsistências da
física clássica.
Pierre Curie, baseado nos conhecimentos da termodinâmica, iniciou os
seus estudos sobre as propriedades termodinâmicas das substâncias. A
famosa lei de Curie pode ser explicada teoricamente por Langevin com
modelos clássicos e a estatística de Maxwell-Boltzmann.
Com o surgimento da mecânica quântica, no século XX, tornou-se possível
o entendimento do magnetismo. Atingindo esse entendimento, o
desenvolvimento da mecânica estatística e da termodinâmica quântica,
foram facilitados principalmente quanto aos fenômenos cooperativos.
Do ponto de vista clássico, duas importantes contribuições surgiram:
Primeiramente o surgimento da teoria moderna do magnetismo com o
conceito de campo molecular de Weiss e a famosa lei de Curie-Weiss, que
foi seguida pela maioria dos sistemas magnéticos, mesmo que o valor do
campo molecular não tivesse explicação clássica.
Em segundo lugar veio o Teorema de Van Leeuwen que dizia
“Classicamente a qualquer temperatura, campos magnéticos e elétricos,
a magnetização total de um conjunto de elétrons em equilíbrio térmico é
identicamente nula”, demonstrado e utilizando-se as equações de
Máxwell e a estatística de Boltzmann. Isso significa que a física clássica
não pode ser explicada pela física clássica mas sim pela física quântica.
A mecânica quântica antiga foi capaz de explicar a origem dos momentos
magnéticos atômicos com o modelo de Bohr. Ela estabeleceu a unidade
fundamental do momento magnético, o magneton do Bohr que é dado pela
equação:
𝑒ℎ
𝜇𝐵 =
2𝑚𝑐
1.2.a – Conceitos
a) Polos magnéticos (m)
Assim como nas pilhas e baterias, os imãs possuem dois polos, no caso,
polo Norte e polo Sul. No caso específico dos imãs, o nome oficial é
monopólios magnéticos. O mais interessante dos polos magnéticos é o
fato de que, apesar de todos os esforços da comunidade científica sua
existência não é estabelecida de forma experimental. Os efeitos ocorrem
sempre em pares, ou seja, se dividirmos um imã em duas partes, essas
duas partes serão outros dois imãs, com dois polos, exatamente como o
imã que deu origem aos demais.
N S (A)
(B)
N S
N S N S (C)
Figura 1 - Imã intacto (A); fracionamento do imã (B); Imãs resultantes (C)
Apesar de não existirem, esse conceito é muito útil nos cálculos micro
magnéticos. Cálculos micro magnéticos são os cálculos dos campos
internos a amostra e de fenômenos relacionados com a estrutura do
domínio.
Esse cálculo é definido a partir do equivalente da lei de Coulomb, que é
feito pela força (F) entre dois polos m1 e m2 que ocorre entre dois
magnetos cilíndricos.
k(m1 m2 )
F=
r2
Um dos polos cria no seu entorno um campo magnético que será
responsável por exercer uma força em um outro polo próximo. A principal
característica dessa força é proporcionalidade dela com o campo
magnético. Ou seja, quanto maior a força, maior será o campo magnético.
A essa proporcionalidade denominamos Intensidade de Campo
Magnético (𝐻⃗ ).
⃗F = mH
⃗⃗
H – medido em A/m (ampère por metro) ou Oe (Oersteds)
Apesar de não vermos, os dipolos são reais e podem ser comparados com
pares de polos, por exemplo, +m e -m que se situam nas extremidades de
um corpo cilíndrico, que possui um comprimento l e área A, considerando
de o comprimento seja muito maior que o raio do cilindro (l >>r).
⃗
𝜇 = 𝑚. ℓ
Podemos dizer que o momento magnético situado em um campo 𝐇⃗⃗ estará
sujeito a um torque. Consequentemente podemos deduzir que a energia
potêncial associada será dada por:
⃗
𝐸 = −𝜇 𝐻
Apesar de podermos calcular um momento magnético, na prática, como
lidamos com amostras macroscópicas, trabalhamos com um
agrupamento de momentos magnéticos. Com esse conceito é possível
⃗⃗ ) que será o resultado da soma de todos os
determinar a magnetização (𝑀
momentos magnéticos elementares divididos pelo volume que ocupa.
⃗⃗⃗𝑖
𝜇
⃗⃗ = ∑
𝑀
𝑉
c) Campo Magnético (força magnetizante)
⃗B = μ0 ⃗H
⃗ (no CGS ⃗B = ⃗H
⃗)
⃗B = μ0 (H
⃗⃗ + ⃗M
⃗⃗ )
2
Sistema Centímetro, Grama, Segundo que precedeu o sistema MKS
3
1 Oe = 80 A/m
4
1 T = 104 G
d) Permeabilidade Magnética ()
5
Define o campo necessário para levar a magnetização do material a zero.
Outro tipo de fenômenos ocorre quando há uma dissipação de energia e
nesse caso a resposta dos momentos magnéticos elementares não é
instantânea, isso significa porque ocorre um atraso temporal da
magnetização em relação a excitação. Isso torna a susceptibilidade
magnética uma grandeza complexa, ou seja, devemos escrever essa
dependência temporal como uma consequência da função da frequência
da excitação , além de depender da temperatura e do campo:
∂M
χac = = χ′ − iχ′′
∂H
onde 𝜒 ′ (𝜔, 𝑇, 𝐻) é a dispersão
𝜒′′(𝜔, 𝑇, 𝐻) é a absorção
Material
Diamagnético <0 <1
Paramagnético >0 >1
Ferromagnético >>0 >>1
Ferrimagnético >>0 >>1
Antiferromagnético >0 >1
Como mostram as figuras acima o campo gerado pelo imã que se desloca
em direção ao condutor produz uma variação no campo elétrico que
envolve o condutor provocando o surgimento de uma corrente I que
produzirá um campo de igual intensidade e sentido contrário ao campo
original.
NZe2
χD = −μ0 < r2 >
6m
No caso de se utilizar o sistema cgs, divide-se o resultado por μ0 c 2 .
Nessa equação o elemento <r2> é o valor médio quadrático do raio da
órbita atômica em questão.
Os supercondutores, que são diamagnéticos perfeitos 6, quando são
submetidos ao efeito Meissner7 temos:
1
𝜒𝑐 = − 𝜋
4
A propriedade conhecida como paramagnetismo por uma pequena
susceptibilidade positiva e pequena. Dependendo da origem, existe uma
forte dependência com a temperatura.
6
Os elementos diamagnéticos blindam perfeitamente o campo B em seu interior.
7
Nos supercondutores, em campos suficientemente pequenos, o valor do campo
magnético no interior do material é zero, isto é, os supercondutores expelem o campo
magnético
Para entendermos o paramagnetismo é preciso pressupor a existência de
momentos magnéticos no material que podem ser de origem atômica ou
molecular (𝜇𝑗 ) ou nuclear (𝜇𝑖 ). Quando o momento magnético faz parte dos
elétrons ou ao Spin eletrônico 𝑆 teremos 𝜇𝑠 , assim como quando se refere
ao momento angular 𝐿 ⃗ dos orbitais teremos 𝜇𝐿 .
Em cada átomo todos esses momentos se adicionam formando o
chamado, momento angular total atômico 𝐽 = 𝐿 ⃗ + 𝑆 . Mas isso serve para
quando o campo magnético é pequeno.
1
Da mecânica quântica sabemos que 𝜇𝐿 = (𝐿(𝐿 + 1)) ⁄2 𝜇𝑏 , onde 𝜇𝑏 =
𝑒ℎ⁄2𝜋𝑚, ou nos sistema cgs, 𝜇𝑏 = 𝑒ℎ⁄2𝜋𝑚𝑐 . Essa é a unidade do momento
magnético atômico, também conhecida como magneton de Bohr. Para o
1⁄2
elétron, 𝜇𝑠 = 2(𝑆(𝑆 + 1)) .
Se formos considerar o momento angular total, então teremos como
1⁄2
resultado a equação 𝜇𝑗 = (𝐽(𝐽 + 1)) 𝑔𝜇𝑏 . O “g” que aparece na equação
é conhecido como Fator de Lande. Por definição esse fator é um termo
multiplicativo que aparece na expressão dos níveis de energia de um
átomo submetido a um campo magnético fraco. Ele é determinado por:
8
Risca espectroscópica, raia espectral, risca espetral ou linha espectral é o resultado
de uma transição quântica que pode ser observado macroscopicamente. Estas linhas se
apresentam como revelações em algum tipo de material e são a maneira mais simples
de se detectar as transições quânticas.
intensos, eles sobrepujam o campo eletromagnético inerente ao átomo e
ocasionam o desdobramento das raias em múltiplas seções de separação
constante. Esse efeito é conhecido como Efeito Paschen-Back.
Existe também um efeito conhecido como efeito Zeeman normal, nesse
caso o desdobramento da raia espectral ocorre de duas maneiras
diferentes. Se a observação for feita ao longo da direção paralela ao vetor
de indução magnética, a raia espectral original do espectro (com a
ausência de campo magnético) se desdobra em duas raias. Caso a
observação seja feita em uma direção perpendicular ao vetor de indução
magnética, então a raia original se desdobra em três raias.
As energias que são separadas pelo efeito Zeeman são dadas pela
equação:
Ej = mj gμb H
𝑀 = 𝑁0 𝐽𝑔𝜇𝑏 𝐵𝑗 (𝑥)
9
a estatística Maxwell–Boltzmann descreve a distribuição estatística de partículas
materiais em vários estados de energia em equilíbrio térmico, quando a temperatura é
alta o suficiente e a densidade é baixa suficiente para tornar os efeitos quânticos
negligenciáveis. A estatística Maxwell–Boltzmann é consequentemente aplicável a
quase qualquer fenômeno terrestre para os quais a temperatura está acima de poucas
dezenas de kelvins.
Dois pontos importantes nessa curva são:
para x ≫ 1, BJ → 1, e M = MSAT = N0 JgμB
(J+1)x
e para x ≪ 1, BJ → , donde
3J
M (No J(J + 1)g 2 μ2B ) C
χP = = =
H 3k B T T
Essa equação é conhecida como lei de Curie. Dessa equação podemos
obter experimentalmente o momento efetivo dos átomos, ou o número
efetivo de magnetons de Bohr.
O grande problema é que nem todos os sais tem um comportamento tão
regular quanto esses 3 do exemplo acima. Esses três possuem um
comportamento mais previsível pelo fato de que os íons magnéticos estão
no estado S, ou seja, L≠0 o que garante funções de onda esfericamente
simétricas. Em uma expressiva quantidade de sais, tais como os metais
de transição, o momento que pode ser observado experimentalmente tem
resultados diferentes dos que seriam esperados quando utilizamos a
regra de Hund. Para isso utilizaremos L=0. Nesses casos, podemos dizer
que o momento orbital é inibido pelo campo cristalino. Esse efeito do
campo cristalino é capaz de quebrar o acoplamento Spin-orbita.
Sendo assim, a simetria das funções das ondas orbitais, no caso de um
átomo isolado, não vai ser o mesmo que de um átomo em um estado
cristalino em que ele esteja situado.
Para esses casos, onde a simetria é imposta pelo cristal temos que as
autofunções do Hamiltoniano de campos cristalinos são resultado das
combinações lineares dos orbitais atômicos. Geralmente ocorre uma
quebra parcial da degenerescência que tem grande influência sobre o
fenômeno paramagnético.
No caso dos materiais que são caracterizados por uma magnetização
espontânea em uma temperatura abaixo de Tc, temos o que chamamos de
ferromagnetismo. Isso só é possível quando existe algum tipo de
interação entre os momentos magnéticos atômicos que são responsáveis
pelo ordenamento direcional que resulta em um momento magnético total
não nulo.
As principais interações possíveis nesse caso são:
O clássico Dipolo – Dipolo
𝐻 = −2𝐽𝑖𝑗 ⃗⃗⃗
𝑆𝑖 ⃗⃗⃗
𝑆𝑗
Nessa equação Jij é a integral de troca. Para o ferromagnetismo J>0 e o
antiferromagnetismo J<0.
Interação de troca indireta ou de supertroca
Hw = λM
Essa equação mostra que um campo médio de origem molecular, dada
por M que é adicionada ao campo externo aplicado substitui a interação
de cada momento magnético atômico com todos os vizinhos. No caso de
temperaturas elevadas podemos substituir o campo externo por um
campo total e utilizar os resultados do paramagnetismo que já
conhecemos. Sendo assim teremos:
C(H + λM)
M = χp (H + λM) =
T
Logo, com |λM| ≪ H
M C C
χCW = = =
W (T − Cλ) T − Tc
μ2 H
m=
RT
A susceptibilidade a um campo nulo esta de acordo com a lei de Curie
onde:
C μ2
X0 = eC =
T R
𝜇
𝑚 = 𝜇 tanh ( (𝐻 + 𝜆𝑚))
𝑅𝑇
Se o campo aplicado for nulo, H=0 e teremos
𝜇𝜆𝑚
𝑚 = 𝜇 tanh
𝑅𝑇
Utilizaremos o método gráfico para confirmarmos que essa equação
possui uma solução diferente de zero (não nula). Vamos lançar mão de
uma variável auxiliar x, que será dada por
𝜆𝜇𝑚
𝑥=
𝑅𝑇
e vamos substitui-la na equação anterior. Assim teremos:
𝑅𝑇
𝑚 = tanh 𝑥
𝜆𝜇2
A função tanh 𝑥 é representada na figura abaixo:
Figura 6 - Solução gráfica da tanh (x)
𝜆𝜇2
𝑇𝑐 =
𝑅
Já para o caso de T < Tc, teremos duas soluções não triviais que
correspondem ao cruzamento da reta com a curva, conforme mostra a
figura 6. Na figura 7, abaixo, vemos as soluções positivas para cada valor
de temperatura.
𝑅𝑇𝑐
𝐻𝑤 = 𝜆𝜇 =
𝜇
Para fazer isso, vamos supor que seja de valor aproximado ao magneton
de Bohr10 b (9,274 008 99(37)·10-24 J·T-1). Desse modo Hw ≈ RTc/b. Se
utilizarmos a temperatura crítica do ferro, teremos que Hw ≈ 103 T.
Agora vamos comparar Hw com o campo Hd que é criado por um dipolo
magnético, também da ordem do magneton de Bohr, situado a uma
distância a que corresponde ao espaçamento entre os átomos
𝜇2
magnéticos em um sólido. Esse campo Hd = 10-7 𝐵⁄𝑁 2 𝑎3 . Agora vamos
𝑎
supor que a assuma o valor de 2.10-10 m, nesse caso, Hd terá um valor
aproximado de Hd ≈ 10-1 T. Com esse resultado é possível constatar que
Hd e muitas vezes menor que Hw. Isso significa que em um material
ferromagnético a interação entre os dipolos magnéticos não tem como ter
origem magnética, desse modo só podemos concluir que o
ferromagnetismo ocorre por uma interação não magnética entre os
átomos magnéticos.
Essa interação tem origem quântica e tem por base o princípio de
exclusão de Pauli.
Concluindo, para valores de > 0 teremos o ferromagnetismo,
caracterizado pelo deslocamento da lei de Curie em um gráfico x T para
a direita, e isso é contrário para o antiferromagnetismo. Isso pode ser
observado nos gráficos abaixo.
10
é uma constante física relacionada com o momento magnético que recebe seu nome
do físico Niels Bohr. Pode ser expresso em termos de outras constantes elementares
𝑒ℏ
como 𝜇𝑏 =
2𝑚𝑒
em um ponto que se situa a uma distância a que é o espaçamento entre os
𝜇2
átomos magnéticos em um sólido. Esse campo vale 10-7 𝐵⁄ 2 3 . Agora
𝑁𝐴 𝑎
imaginemos que a vale 2.10 m. Nesse caso, podemos avaliar que Hd
-10
Figura 10 - Toróide
Figura 12 - Processo de magnetização (1) sem aproximação do imã permanente (2) com
aproximação do imã
CAPITULO II
11
Nova forma de se referir aos períodos de Antes e Depois de Cristo
12
Pensador grego pré socrático, considerado “pai da Ciência” e “pai da Filosofia
Ocidental”. Suas idéias ajudaram a expandir os horizontes teóricos da astronomia,
matemática e filosofia.
13
Resina fossilizada, não se trata de um mineral apesar de ser utilizado varias vezes
como gema preciosa.
14
Físico e médico inglês, pertencia a corte da rainha Elizabete I e James I e foi o autor
do trabalho sobre magnetismo intitulado De magnet, magneticisque corporibus, et
magno magnete tellure (Sobre os imãs, os corpos magnéticos e o grande imã terrestre.
15
Tintureiro inglês que tinha como hobby o estudo de Física e Astronomia. Recebeu duas
vezes a medalha Copley, prêmio dado no domínio das Ciências e a mais alta e mais antiga
distinção oferecida pela Real Sociedade de Londres para o Melhoramento do
Conhecimento Natural.
16
Químico francês descobridor das cargas positiva e negativa o qual utilizou para
explicar pela primeira vez os fenômenos de atração e repulsão.
respectivamente de vítreas e resinosa, que se separavam quando
atritadas e se tornavam neutras quando combinavam.
Já na metade do século XVIII, Benjamin Franklin17 propôs o modelo de um
só fluido para os fenômenos elétricos, o conceito de que todos os corpos
são eletricamente estáveis e, com o atrito perdem ou adquirem cargas
elétricas se desequilibrando. Dessa forma fundamentou o conceito de
conservação da carga elétrica, evidenciando que as cargas não são
criadas e sim transferidas pelo atrito. Explicou que a perda de cargas
torna o corpo positivo e o acréscimo de cargas o torna negativo.
Na mesma época dessas descobertas, Franklin, ao notar que bolinhas de
cortiça, colocadas no interior de um vaso metálico, não eram afetadas
pela eletricidade, por esse motivo pediu a Joseph Priestley18 que
investigasse o fato. Priestley chegou a conclusão de que a força entre
duas cargas variava de acordo com o inverso do quadrado da distância
entre elas e provou não haver eletricidade no interior de um vaso metálico
oco, com exceção da região próxima a borda.
Poucos anos depois das descobertas de Priestley, Charles Augustin
Coulomb19, aprofundando as descobertas do outro cientista chegou a
equação para calcular a força de atração ou repulsão entre duas cargas
elétricas, conhecida como Lei de Coulomb.
Posteriormente, já no final do século XVIII e início do século XIX, Hans
Christian Oersted20 realizou um experimento que mudou a maneira como
os fenômenos elétricos e magnéticos eram observados. Até os
experimentos de Oersted, fenômenos elétricos e fenômenos magnéticos
eram desassociados, considerados efeitos independentes. Ao fazer
circular uma corrente elétrica em um condutor e observar que isso
provocava uma mudança de direção na agulha de uma bússola, ele
provou a existência da interação entre fenômenos elétricos e magnéticos,
dando origem aos estudos de eletromagnetismo.
Ainda no século XIX, Michael Faraday21lança um livro intitulado A Rotação
Eletromagnética, base para o entendimento do princípio de
funcionamento dos motores elétricos.
17
Diplomata, escritor, jornalista, filósofo e cientista norte-americano. Foi um dos
signatários da Declaração da Independência dos Estados Unidos, do Tratado de Paris e
da Constituição Americana. Fundou uma Academia na Filadélfia que, mais tarde, se
tornou a Universidade da Pensilvânia.
18
Cientista, filosofo, teólogo, educador e politico inglês, descobridor do oxigênio,
inventor da água carbonatada.
19
Foi um físico francês que iniciou seus estudos de eletricidade e magnetismo para
participar de um concurso aberto da Académie des Sciences de Paris sobre a fabricação
de agulhas imantadas. O resultado desses estudos foram a chamada Lei de Coulomb.
20
Farmacêutico dinamarquês, posteriormente professor de Física e Química na
Universidade de Copenhague e secretário vitalício da Academia de Ciências de
Copenhague, fundador da Sociedade para o Desenvolvimento do Estudo da Ciência e da
Escola Politécnica.
21
Físico e químico inglês, realizou trabalhos na área de eletroquímica e consolidou os
conceitos para a construção de motores elétricos
Contemporâneo de Faraday, James Clerk Maxwell22 foi o cientista que deu
forma a moderna teoria eletromagnética que envolve eletricidade,
magnetismo e ótica.
No início do século XX, Robert Millikan23 descobriu que a carga elétrica
possui uma unidade fundamental e que os valores de cargas dos corpos
são sempre múltiplos inteiros dessa unidade.
22
Físico e matemático escocês, responsável pela redação final dos conceitos da
moderna teoria do eletromagnetismo que une eletricidade, magnetismo e ótica.
23
Físico experimental estadunidense trabalhou com cargas elétricas fundamentais e
efeito fotoelétrico.
X Y Z D
- +
Gás
Raios Anodo +
Catódicos
Catodo
-
Mancha
Luminosa
- +- + -
- + -+ - +-
- + - +- + - + -
+ + + +
- - +- -
-+ + + -
-
Figura 16 - Modelo atômico de Thomson
Dessa forma Thomson propôs que átomo era uma esfera. No entanto não
era maciça como era proposto no modelo atômico de Jonh Dalton. Dizia
também que o átomo era neutro, já que toda matéria também era neutra.
Sendo assim, ele concluiu que como o átomo apresenta elétrons, que
possuem cargas negativas, então, deve apresentar também deveria ter
partículas positivas para que a carga final fosse nula. Ele ainda afirmava
que os elétrons não estavam fixos ou presos no átomo, e desse modo
podiam ser transferidos para outro átomo em determinadas condições.
Além disso, o átomo poderia ser considerado como um fluido contínuo de
cargas positivas onde estariam distribuídos os elétrons, que possuem
carga negativa. Ele comparou o seu modelo a um pudim de passas onde
essas passas representam os elétrons. Por fim, ele explicava que como
os elétrons que estão espalhados apresentam a mesma carga, existe
entre eles uma repulsão mútua, o que faz com que estejam uniformemente
distribuídos na esfera.
A principal influência da proposta de Thomson foi adicionar alguns
conceitos sobre átomos que ainda não haviam sido considerados. O
primeiro conceito novo era a natureza elétrica da matéria pois com o
entendimento da existência de cargas negativas e positivas o que
adicionava essa característica elétrica a todas as matérias.
O segundo conceito era o da possibilidade da divisão do átomo, já que o
mesmo possuía partículas subatômicas o que associava o terceiro
conceito que diz respeito a presença de pequenas partículas nos átomos.
No ano de 1911, Ernest Rutherford, cientista neozelandês, propôs um
novo modelo para o átomo. Esse novo modelo, também conhecido como
modelo solar foi considerado o modelo que estimulou toda a evolução da
ciência que estudava o elemento fundamental de toda a matéria, o átomo.
A proposição de Rutherford teve início a partir das propriedades do raio
X e das emissões radioativas.
O experimento de Rutherford era constituído de três elementos: o
primeiro era um emissor de radiação alfa, no caso o polônio, que era
colocado em um bloco de chumbo que possuía um pequeno orifício pelo
qual escapava a radiação. O segundo elemento era uma lâmina de ouro,
extremamente fina posicionada à frente da caixa de chumbo. Finalmente
o terceiro elemento que era uma placa metálica coberta com material
fluorescente (no experimento ele utilizou sulfeto de zinco) posicionada
atrás, ao lado e um pouco à frente da lâmina de ouro.
Lâmina de ouro
Placa metálica
Caixa de chumbo
Emissão
Emissão
Refletida
Alfa
N° QUÂNTICO N ° MÁXIMO DE é
K 1 2
L 2 8
M 3 18
N 4 32
O 5 32
P 6 18
Q 7 2
K 1s2
6
L 2s2 2p
6
M 3s2 3p 3d10
6
N 4s2 4p 4d10 4f14
6
O 5s2 5p 5d10 5f14
6
P 6s2 6p 6d10
6
Q 7s2 7p
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4 f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d10 7s6
24
1 Kv equivale a 1000 volts
Figura 22 - exemplo de eletrização por atrito - pente no cabelo
- - --
- --
- -
-- - -
+
Vidro Madeira Borracha sintética
Cabelo humano Ambar Poliuretano
+
Nylon Borracha dura Polietileno
Lã Níquel e Cobre PVC
Chumbo Latão e Prata Teflon
Pele de gato Ouro e Platina Borracha de silicone
Seda Poliester
Tabela 4 - Série Triboelétrica
1 2
-- --- --
-- ++ ++ --- - - --- ++ ++
- - - ++ ++
- -- +
- + ++
-
-
3 4
Figura 24 - Processo de Eletrização por indução
- - - - - - - -
- - - - - - - -
- - - - - - - -
- - - - - - - -
Induzido
q = ±ne , n = 1,2,3, …
e = 1,60 × 10−19 C
2.1.5 - Campo elétrico
⃗F = ⃗E. q
+ - se atraem, portanto as
linhas de campo partem da
carga positiva para a carga
negativa.
Figura 29 - Duas cargas pontuais de sinais diferentes
|q1 q 2 |
F=k
r2
1 Constante eletrostática
𝑘=
4𝜋𝜀0 8,99 x 109 N.m2/C2
1 Permissividade do vácuo
𝜀0 =
𝜇0 𝑐 2 8,854 x 10-12 C2/N.m2
Tubo de
Vidro Fio de
Torção
Haste Disco de
Isolante Vidro
Bola de
Sabugueiro
Disco de papel
Bola de
Sabugueiro Divisão em
Graus
Caixa de
Vidro
-F4
Q+ F2
F3
F1 q+ F4 (F2 + F3)
F23
-F1 F2
Q-
F3
F23
F234
(F23 + F4)
Q+
F4
- F3 Q+ F1234
-F2
F234 (Resultante)
(F234 - F1)
-F1
Não podemos esquecer que essas forças são vetores, sendo assim,
possuem modulo e direção. Sendo assim, e sabendo que a força elétrica
é dada pela equação:
Q1 Q 2
F = K0 (2)
d2
Q1 Q 5 Q2 Q5 Q3 Q5 Q4 Q5
K0 2 + K0 2 + K0 2 + K0 2
d15 d25 d35 d45
Q1 Q 5 Q 2 Q 5 Q 3 Q 5 Q 4 Q 5
K0 ( 2 + 2 + 2 + 2 )
d15 d25 d35 d45
Q1 Q2 Q3 Q4
K0 Q5 ( 2 + 2 + 2 + 2 )
d15 d25 d35 d45
n
Qj
K0 Qi ∑
d2ji
i≠j→j=1
1
𝐾=
4𝜋𝜀0
Sendo assim, podemos escrever a equação do princípio da superposição
como:
𝑛
𝑄𝑖 𝑄𝑗
𝐹𝑟𝑒𝑠 = ∑
4𝜋𝜀0 𝑑𝑗𝑖2
𝑖≠𝑗→𝑗=1
2.1.8.a Condutores
2.1.8.b Isolantes
2.1.8.c Semicondutores
+
- ++
+
+
+
--- +
+ -- +
+
+
+
-- +
+
+
Figura 33 - Condutor atravessado por Campo Elétrico
+
+
+ -++-+
+ -
+ -+
+ -+ +
+
+
-
Figura 34 - Isolante atravessado por Campo Elétrico
P ’
q’
r
’
Figura 35 - Carga
O distribuida em uma região
Utilizando a equação do campo para uma carga pontual, obteremos a
equação do campo para uma carga distribuída.
𝑛 𝑛
𝑘∆𝑞 ′ ∆𝑞′(𝑟 − ⃗⃗⃗
𝑟′)
𝐸⃗ ≈ ∑ 2 𝑟̂𝑖 = 𝑘 ∑ 3
𝑟𝑖 |𝑟 − ⃗⃗⃗
𝑟′|
𝑖=1 𝑖=1
∞
∆𝑞′(𝑟 − ⃗⃗⃗
𝑟′) 𝑟 − ⃗⃗⃗
𝑟′
𝐸⃗ = 𝑘 ∑ 3 =𝑘 ∫ 3 𝑑𝑞′
𝑖=1 |𝑟 − ⃗⃗⃗
𝑟′| ⃗⃗⃗′
𝑅𝑒𝑔𝑖ã𝑜 |𝑟 − 𝑟 |
𝑑𝑞 ′ = 𝜆(𝑟⃗⃗⃗′ )𝑑𝑠′
Nesse caso, o elemento 𝜆(𝑟⃗⃗⃗′ ) é uma função que depende da posição do fio
que recebe a denominação de carga linear. Essa carga linear é igual a
carga por unidade de comprimento do fio.
+
+
+
s +
+ + ++
+ +
+
+
Figura 36 - Carga distribuída em uma linha
A equação vetorial de uma curva contínua é dada por uma expressão para
r’ que é uma função de um parâmetro real u. Esse parâmetro determina a
posição dos pontos da curva.
Para cada valor atribuído ao parâmetro u é determinada a posição de um
ponto da curva. Esse valor pode ser um ângulo, um comprimento ou um
instante de tempo.
Como esse parâmetro u sofre um incremento infinitesimal, isso gera, no
vetor r , também um incremento dr. O comprimento infinitesimal ds , é
igual ao módulo do vetor dr.
Para determinar o valor da carga distribuída, aplicamos a integral de linha
ao longo do curso C para a fórmula geral do campo. Não esqueça que a
integral de linha nada mais é que uma integral para uma só variável.
𝑟 − 𝑟⃗⃗⃗′
𝐸⃗ ≈ 𝑘 ∫ 𝜆(𝑟 ) ′
3 𝑑𝑠
′
𝐶 |𝑟 − 𝑟⃗⃗⃗′ |
𝑑𝑞 ′ = 𝜎(𝑟 ′ )𝑑𝐴′
Nesse caso dA’ é o elemento diferencial da área da região25. O elemento
(r’) é a carga por unidade de superfície em uma posição r sobre a lâmina
analisada.
Para esse caso, aplicaremos uma integral dupla à equação geral do carga
distribuída e teremos.
𝑟 − 𝑟⃗⃗⃗′
𝐸⃗ ≈ 𝑘 ∬ (𝑟 ) ′
3 𝑑𝐴′
𝑆 |𝑟 − 𝑟⃗⃗⃗′ |
+ +++++ + ++ +
+ + Área S + +
+ + + + +
+ + + + + +
Note que exemplificamos na nota de rodapé sobre uma integral dupla que
ela seria a integração nos eixos x e y, entretanto, esses eixos poderão ser
quaisquer dois que definam a superfície.
Nesse caso, a equação vetorial de uma expressão para o vetor posição r’,
será dada em função de dois parâmetros reais, u e v. Sendo assim, o
elemento diferencial da superfície, dada por dA’, será igual a área da
superfície que é descrita pelo vetor r’ quando esse o parâmetro u é
incrementado de du e o parâmetros v é incrementado de dv.
Na maioria dos casos (superfícies planas), os parâmetros u e v são
substituídos pelos eixos cartesianos, x e y. Entretanto, em alguns casos é
mais interessante utilizarmos a notação polar, com r e .
Na verdade, esse é o caso mais comum dos três analisados. Isso por que,
na realidade, todos os objetos que analisamos são volumétricos, por
menor que sejam algumas de suas dimensões. Esse é o motivo pelo qual
25
dA’ é o resultado de um elemento diferencial composto por d X’ x dY’
nos dois casos anteriores, as equações são uma aproximação da
realidade.
No caso de volumes, a carga infinitesimal distribuída em um volume
infinitesimal da sub-região analisada será dada por:
𝑑𝑞 ′ = 𝜌(𝑟 ′ )𝑑𝑥′𝑑𝑦′𝑑𝑧′
′ ′
𝑟 − ⃗⃗⃗
𝑟′
𝑑𝑞 = 𝑘 ∭ 𝜌(𝑟 ) 3 𝑑𝑥′𝑑𝑦′𝑑𝑧′
𝑉 |𝑟 − ⃗⃗⃗
𝑟′|
Onde V é o volume onde a carga está.
Nos casos onde existe uma simetria na forma como a carga está
distribuída no espaço, a solução analítica dessa integral tripla é mais
simples. Nos demais casos, lançamos mão de outros métodos que tornam
a solução dessas integrais triplas mais simples do que o processo
analítico convencional.
Esses métodos são chamados métodos numéricos de solução de
integrais triplas e podem ser: o método de Newton-Coates, o método da
Quadratura de Gauss; e o método das Integrais Impróprias.
Normalmente esses métodos requerem soluções computacionais pois
são todas recursivas.
Ψ ≈ ∑ 𝐸𝑖 ∆𝐴𝑖
𝑖=1
Vazão pode ser definida como o volume de um fluido que passa por
unidade de tempo em uma determinada secção. Por analogia o volume
que é definido pelas linhas de campo que passam por uma determinada
secção. Esse volume é denominado tubo de fluxo. Assim como em um
fluido, se essas linhas de campo é incompressível e não existe nenhum
ponto de entrada e saída de fluxo, então esse fluxo em todas as secções
transversais do tubo é o mesmo, independente se esse tubo faz curvas
ou inclinações.
Ψ ≈ ∑ 𝐸𝑖 cos 𝜃𝑖 ∆𝐴𝑖
𝑖=1
E’ ’
n2
r = x ′ i + y ′ j + (5x ′ + 4y ′ )z
∂r⃗⃗′ ′ ∂r⃗⃗′
dr⃗⃗⃗x′ = dx dr⃗⃗⃗y′ = dy′
∂x ′ ∂y ′
S1 q
n2
S2
(a) (b)
q
Figura 45 - Carga pontual dentro (a) e fora (b) de uma superfície fechada.
2π π
q int
∯ ⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗′ =
E ′ . dA
ε0
S
0 também é conhecido como permissividade no vácuo26 que é igual a
1
𝜀0 =
4𝜋𝑘
O interessante da equação utilizada para determinar a lei de Gauss, é o
fato de que a equação 𝚿𝐬 = ∬𝐒 ⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗′ = 𝐤𝐪 ∫𝟐𝛑 ∫𝛑 𝐬𝐢𝐧 𝛟𝐝𝛟𝐝𝛉 = 𝟒𝛑𝐤𝐪 pode
𝐄′ . 𝐝𝐀 𝟎 𝟎
ser utilizada para calcular o fluxo produzido através de uma superfície
qualquer que não necessita ser obrigatoriamente fechada.
Para fazermos isso, basta substituirmos os limites das integrais pela
expressões que delimitam a superfície S:
26
Permissividade no vácuo 8,85x10-12 C2/Nm2
Ψ𝑠 = 𝑘𝑞 ∬ sin 𝜙 𝑑𝜙𝑑𝜃 = 𝑘𝑞Ω
𝑆
Nesse caso, é o resultado da dupla integral e representa o ângulo
sólido, cuja carga pontual se situa no vértice desse ângulo que é
delimitado pela superfície S. Para superfícies fechadas em torno desse
vértice, o valor máximo do ângulo sólido é igual a 4π.
Quando necessitamos descobrir a carga total dentro de uma região do
espaço onde existe um campo elétrico. Os valores dos fluxos calculados
na superfície esférica de raio R permitem determinar a carga total no
interior da esfera.
Nós já determinamos que a carga no interior da esfera é nula e, portanto,
a carga no interior da esfera temos que:
Ψ𝑠 2𝑅 3
𝑞𝑖𝑛𝑡 = =
4𝜋𝑘 3𝑘
Desse modo, podemos afirmar que a Lei de Gauss também é útil para
calcular o campo elétrico devido a distribuição simétrica das cargas. Para
isso é preciso lembrar que para descobrir o campo elétrico significa
descobrir que uma superfície imaginária que é fechada (superfície
gaussiana) que, por sua vez, passa pelo ponto onde se quer calcular o
campo, de tal forma que a componente normal à superfície seja sempre
normal e constante.
Sempre que existir uma superfície gaussiana, o fluxo nessa superfície
será dada pela equação 𝚿 = 𝐄. 𝐀 que será substituída na equação
⃗⃗⃗′ . 𝐝𝐀
∬𝐒 𝐄 ⃗⃗⃗⃗′ = 𝟒𝛑𝐤𝐪𝐢𝐧𝐭 o que resulta na equação:
4𝜋𝑘𝑞𝑖𝑛𝑡
𝐸=
𝐴
A é a área total da parte da superfície onde o campo é nulo e tem módulo
constante E.
Existem casos em que as superfícies não se comportam como superfícies
gaussianas. Nesses casos a lei de Gauss, como já vimos, não consegue
ser aplicada. Para que possamos utiliza-la, precisamos analisar essa lei
com o princípio da sobreposição e isso nos permite calcular o campo em
sistemas que não possuem simetria (plana, cilíndrica ou esférica), mas
que podem ser obtidos por sobreposição de sistemas com simetria.
Em outros casos, podemos obter uma expressão aproximada do campo
fazendo a substituição da distribuição de carga por uma distribuição
idealizada com alguma simetria.
Esse método pode ser utilizado em situações tais como a de estruturas
(fios, planos ou sólidos) de dimensões finitas que podem ser substituídos
por estruturas infinitas. A expressão obtida para fios, planos ou sólidos
infinitos será uma boa aproximação nas regiões próximas ao centro da
estrutura analisada e se a distância até essa estrutura fosse muito menor
que o comprimento das mesmas.
r R
R
r
4
q in = ρV ′ = ρ ( πr 3 )
3
Devido a simetria, o módulo do campo elétrico é constante em qualquer
ponto na superfície gaussiana e é normal à superfície em cada ponto.
Sendo assim, ao usarmos a lei de Gauss teremos:
q in
∮ EdA = E ∮ dA = E(4πr 2 ) =
ε0
Resolvendo a equação para o campo E teremos:
4 3
q int ρ ( πr ) ρ
E= = 3 = r
4πε0 r 2 4πε0 r 2 3ε0
𝟒
Por definição sabemos que 𝛒 = 𝐐⁄𝟑 𝛑𝐚𝟑 , sendo assim a expressão para E
será dada por:
Qr
E=
4πε0 a3
2.2.3.b - Campo elétrico devido a uma casca esférica.
Imaginemos agora uma casca esférica de raio R que possui uma carga
total Q distribuída de forma uniforme sobre uma superfície externa. Agora
vamos determinar o campo elétrico fora e dentro da casca.
+ +
+ + +
+ +
+ +
+ +
+
+ +
Ei = 0
+ +
+ +
+
+ + +
+
Figura 48 - Carga elétrica em uma esfera oca com carga uniforme Eint = 0
+ +
+ + +
+ +
+ +
+ +
r
+
+ +
+ +
+ +
+
+ + +
+
1 Q
E=
4πε0 r 2
b) Cálculo do campo dentro da casca esférica (r < R)
+
r
+
+ +
+ +
+ +
+
+ +
+
+
Figura 50 - Superfície gaussiana com raio inferior ao raio da esfera oca.
E
L dA
+ Superfície
+ Gaussiana
+
+
Figura 51 - Linha de carga infinita envolvida por uma superfície gaussiana de simetria cilíndrica
𝑞𝑖 𝜆𝐿
Φ𝐸 = ∮ 𝐸⃗ . 𝑑𝐴 = 𝐸 ∮ 𝑑𝐴 = 𝐸𝐴 = =
𝜀0 𝜀0
𝐴 = 2𝜋𝑅𝐿
logo
λL λL λ
E(2πRL) = ⟶E= ⟶E=
ε0 ε0 2πRL 2πRε0
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
E
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
E
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
Superfície
+
+
+
Gaussiana
+
+
+
+
𝑞𝑖𝑛𝑡 𝜎𝐴
𝜙𝐸 = ∮ 𝐸⃗ . 𝑑𝐴 = 2𝐸𝐴 = =
𝜀0 𝜀0
𝜎
𝐸=
2𝜀0
-- - - -
- - - -- - - -
-- - - - -
- - =0 -
- -- -
- - -- -
- - -- - -
- -- - --
-- - -- -
- -- <0 -- --
(a) (b)
Figura 53 - (a) Condutor isolado com carga; (b) Fluxo em superfícies internas e externas e a
direita, linhas de campo
Ψ ≈ 𝐸∆𝐴 = 4𝜋𝑘∆𝑞
∆A – é a área da parte da superfície no interior do cilindro;
∆q – é a carga contida na superfície no interior do cilindro.
σ
⃗E = 4πkσn̂ = n̂
ϵ0
- carga superficial
𝑛̂ – versor normal para fora do condutor.
+ + + +
+ + + +
Figura 54 - Representação de uma pequena superfície gaussiana na superfície de um condutor
isolado
4𝜋𝑘𝑞𝑖𝑛𝑡
𝐸=
𝐴
teremos:
𝜎
𝐸 = 2𝜋𝑘𝜎 =
2𝜖0
𝑑𝐹 = 2𝜋𝑘𝜎 2 𝑑𝐴
2.3.1 - Histórico
𝐵 𝐵
𝑑𝑣
∫ 𝐹 𝑑𝑟 = 𝑚 ∫ . 𝑑𝑟
𝑑𝑡
𝐴 𝐴
Vamos analisar o lado direito da equação. Ela pode ser escrita em função
da velocidade, sendo assim podemos dizer que:
𝑑𝑣 ∆𝑣. ∆𝑟 1
. 𝑑𝑟 = lim = 𝑣 𝑑𝑣 = 𝑑(𝑣 2 )
𝑑𝑡 ∆→0 ∆𝑡 2
B
ΔF
r(t)
A F
O
𝐵 𝐵 1 1
∫𝐴 𝐹 𝑑𝑟 = 𝑚 ∫𝐴 𝑣 𝑑𝑣 = 2 𝑚𝑣𝐵2 − 2 𝑚𝑣𝐴2 (a)
1
𝐸𝑘 = 𝑚𝑣 2
2
Considerando também as equações (a) e (b) teremos o chamado teorema
do trabalho e da energia
Podemos dizer que o trabalho realizado por uma força sobre uma
partícula ao longo de uma trajetória qualquer, é igual ao aumento da
energia cinética da partícula.
Como o trabalho da partícula independe da trajetória que ela toma
dizemos que a força é conservativa. Sendo assim é possível definir uma
função Ep em cada um dos pontos do espaço. Para fazer isso, em primeiro
lugar, definimos aleatoriamente um Ep em um ponto A, Ep(A); para
definirmos o valor de Ep em um ponto B qualquer, devemos definir o
trabalho realizado pela força entre os pontos A e B, logo:
O campo elétrico produzido por uma única carga elétrica é dado pela
equação:
𝐤𝐪
⃗ . ∆𝐫 =
𝐄 (𝐫̂∆𝐫)
𝐫𝟐
𝐫̂. ∆𝐫 = 𝐝𝐫
Sendo assim, o trabalho realizado pela força elétrica sobre uma carga de
prova q0 será igual a:
𝐁 𝐁
𝐝𝐫 𝟏 𝟏
⃗ . 𝐝𝐫 = 𝐤𝐪𝟎 𝐪 ∫
𝐖𝐀𝐁 = 𝐪𝟎 ∫ 𝐄 = 𝐤𝐪 𝟎 𝐪 ( − )
𝐫𝟐 𝐫𝐀 𝐫𝐛
𝐀 𝐀
Podemos ver que esse resultado não depende da trajetória, já que ela só
necessita das posições dos pontos A e B. Isso resulta no fato de que o
campo elétrico que é produzido por uma carga pontual é, portanto,
conservativo.
Agora analisemos a condição de uma distribuição mais complexa de
cargas. É fácil verificar que podemos adotar uma simplificação
considerando que se trata de uma soma de pequenas cargas pontuais.
Desse modo, é fácil entender que o resultado obtido para uma carga
pontual pode ser extrapolado para casos mais complexos. Assim, o
campo elétrico produzido por uma distribuição de cargas elétricas
também é um campo conservativo.
Considerando que o campo elétrico é conservativo, podemos definir a
energia potêncial elétrica de uma particula pontual é definido pela
equação
𝐁
⃗ . 𝐝𝐫
𝐄𝐩 (𝐀) − 𝐄𝐩 (𝐁) = 𝐪𝟎 ∫ 𝐄
𝐀
𝐄𝐩
𝐕=
𝐪𝟎
𝐁
⃗ . 𝐝𝐫
𝐕𝐀 − 𝐕𝐁 = ∫ 𝐄
𝐀
𝐉 𝐍. 𝐦
𝟏𝐕 = 𝟏 =𝟏
𝐂 𝐂
∆𝐕
𝐥𝐢𝐦 ⃗ . 𝐭̂
= −𝐄
∆𝐬→𝟎 ∆𝐬
𝐝𝐕
⃗ . 𝐭̂
= −𝐄
𝐝𝐬
∂V ∂V
∆V ≈ ∆S cos θx + ∆S cos θy
∂x ∂x
Mas devemos lembrar que:
cos θx = î. t̂ e cos θy = ĵ. t̂
dV ∆V ∂V ∂V
= lim = ( î + ĵ) . t̂
ds ∆s→0 ∆S ∂x ∂y
dV
⃗ V). t̂
= (∇
dS
⃗ 𝑉 será definido como
E, nesse caso, o vetor gradiente do potêncial ∇
∂V ∂V ∂V
⃗∇V = î + ĵ + k̂
∂x ∂y ∂z
⃗ =∇
−E ⃗V
∂V ∂V ∂V
Ex = , Ey = , Ez =
∂x ∂y ∂z
𝑑𝑉
=0
𝑑𝑡
Sendo assim, 𝐸⃗ . 𝑡̂ = 0 e, desse modo, as linhas de campo elétrico são
perpendiculares às superfícies equipotênciais. As linhas de campo
apontarão para o lado da superfície equipotêncial com menor potêncial.
Como podemos ver na figura acima uma todas as linhas de campo que
passam por uma determinada área de uma superfície, possuem, nos
pontos de contato com essa superfície, o mesmo potêncial.
O potêncial V(x,y), que se situa no plano xy, pode ser visualisado de forma
gráfica. Nessa representação, o valor de V estará situado no eixo z em um
sistema de coordenadas xyz. Podemos notar no gráfico que a curva
resultante tem uma forte semelhança com uma superfície geográfica
onde surgem montanhas e vales.
Assim como nas representações topográficas, as curvas
correspondentes a um determinado nível são equipotênciais, as linhas de
campo são as trajetória que a água seguiria descendo pelas montanhas.
Figura 59 - representação das superficies equipotênciais em um sistema xyz
Ponto de Mínimo
Ponto de Sela
∞
k∆qi
V=∑
⃗𝑟𝑖
i=1
𝜌(𝑟⃗⃗⃗′ )
𝑉 = 𝑘∭ 𝑑𝑉′
⃗⃗⃗
|𝑟 − 𝑟 | ′
𝑣
𝜎(𝑟⃗⃗⃗′ )
𝑉 = 𝑘∬ 𝑑𝐴′
⃗⃗⃗
|𝑟 − 𝑟 | ′
𝑠
𝜆(𝑟⃗⃗⃗′ )
𝑉 = 𝑘∫ 𝑑𝑆′
⃗⃗⃗
|𝑟 − 𝑟 | ′
𝐿
𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 = ∫ 𝐸⃗ 𝑑𝑟
𝐴
A integração do campo elétrico desde uma distância igual a zero (0) até
uma distância infinita (∞) nos fornecerá o potêncial em cada um dos
condutores das figuras acima. É importante notar, no gráfico, que
tendendo o valor ao infinito estamos fazendo com que a tensão tenda a
ZERO. Da mesma forma, é preciso salientar que os valores dos três
potênciais calculados, correspondem às áreas que se situam abaixo de
cada uma das curvas.
A partir dessa observação é possível constatar que o potêncial da
superfície côncava é maior do que os potênciais das superfícies plana e
convexa. Assim como o potêncial da superfície plana é maior que a
superfície convexa.
Com isso podemos determina que é impossível que a carga superficial
possa ser a mesma onde o condutor é convexo, plano ou côncavo. É essa
variação nas intensidades do potêncial elétrico nas superfícies é que
permite que o valor da integral do campo elétrico, obtenha os mesmos
valores.
2
E
3
1 1
2
3
s
Figura 63 - Representação da intensidade de campo na superfície de um automóvel
Note que observando o desenho acima e extrapolando o número de linhas
de força, nas regiões de forma convexa, a carga superficial será maior,
quanto menor for a curvatura da região. Já no caso das regiões côncavas
a carga superficial aumenta diretamente proporcional ao raio da
curvatura.
Os projetos de para raios utilizam essa característica para funcionarem
de forma mais eficiente. Como sabemos uma descarga atmosférica nada
mais é do que o resultado de um grande acúmulo de cargas elétricas, que
provocam uma diferença de potêncial entre as nuvens e o solo e, em um
determinado momento, possuem potêncial suficiente para quebrar a
capacidade dielétrica (isolamento) do ar, ocorrendo assim o raio.
Sendo assim, as cargas que são acumuladas nas nuvens começam a
induzi cargas em objetos que se encontram próximos, no caso, os para
raios. E por quê nos para raios? Eles aproveitam o fenômeno que foi
explicado anteriormente, através do que chamamos de “poder das
pontas”. As pontas agudas (convexas) dos para raios, acumulam grande
quantidade de carga. Como esses dispositivos são colocados na parte
mais alta das estruturas e, portanto, mais próximos das nuvens, oferecem
o ponto perfeito para a descarga atmosférica, protegendo assim as
estruturas.
Figura 65 - linhas de força de uma carga elétrica colocada no interior de uma caixa metálica
Além desse fato, podem haver outras cargas na superfície metálica cujo
cálculo é mais complexo. Finalmente, no exterior da caixa metálica podem
também haver outras cargas que interagem com a superfície metálica.
Para solucionar esse problema causado pela “falta de informações”,
podemos lançar mão de outros métodos que permitem o calculo do
campo, sem a necessidade dessas informações que não temos acesso,
bastando conhecer alguns detalhes das chamadas “condições de
fronteira”.
y
x
z0
z
y0
y
x0
x
Figura 66 - paralepipedo para representação do gradiente.
O fluxo que passa através dessa superfície será dada pela integral de área
(integral dupla) da função acima, portanto:
𝑧0 +∆𝑧 𝑦0 +∆𝑦
Como sabemos cada um dos limites que compõe o divergente são uma
definição de derivada parcial, em x, y e z, ou seja:
𝜕 𝜕 𝜕
⃗=
∇ 𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Portanto, a divergência de um campo vetorial 𝐹 será igual ao produto
escalar entre o operador nabla e o campo:
𝜕𝑉 𝜕𝑉 𝜕𝑉
⃗𝑉=
∇ 𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
2.4.3 - Teorema de Ostrogradski - Gauss
A
B
C
∯ 𝐹 . 𝑛̂ . 𝑑𝐴 = ∑ ∆Ψ𝑖
𝑆 𝑖=1
Entretanto, ∆V0, o que nos permite usar a definição de divergência e
obtemos a seguinte equação
2.4.4 – Rotacional
𝑛̂
C
𝑟0
⃗⃗⃗
y
∮ 𝐹 . 𝑑𝑟
𝐶
1
(𝑟𝑜𝑡𝐹 ). 𝑛̂ ≡ lim ∮ 𝐹 . 𝑑𝑟
∆𝐴→0 ∆𝐴
𝐶
para qualquer direção 𝑛̂, para qualquer curva fechada C e será orientada
na direção do versor 𝑛̂ que passa pelo ponto ⃗⃗⃗
𝑟0 .
Sendo assim, o rotacional de 𝐹 será dado por:
𝑖 𝑗 𝑘⃗
⃗ × 𝐹 = || 𝜕
∇
𝜕 𝜕|
|
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝐹𝑥 𝐹𝑦 𝐹𝑧
Figura 69 - Sistema de coordenadas retangulares
𝜌 𝜌𝜙⃗ 𝑧
⃗∇ × 𝐹 = || 𝜕 𝜕 𝜕|
|
𝜕𝜌 𝜕𝜙 𝜕𝜃
𝐹𝜌 𝜌𝐹𝜙 𝐹𝑧
𝑟 𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃𝜙⃗ 𝑟𝜃
⃗∇ × 𝐹 = || 𝜕 𝜕 𝜕 |
|
𝜕𝑟 𝜕𝜙 𝜕𝜃
𝐹𝑟 𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃𝐹𝜙 𝑟𝐹𝜃
⃗ × 𝐹 ). 𝑛̂∆𝐴𝑖
∮ 𝐹 . 𝑑𝑟 = (∇
𝐶
⃗ × 𝐹 ). 𝑑𝐴
∮ 𝐹 . 𝑑𝑟 = ∬(∇
𝐶 𝑆
A
B A
B
CB
Figura 73 - Divisão do caminho C em dois caminhos CA e CB
⃗∇ × 𝐸⃗ = 0
⃗ . 𝐸⃗ 𝑑𝑉 = 4𝜋𝑘 ∭ 𝜌𝑑𝑉
∭∇
𝑅 𝑅
Podemos calcular as duas integrais de volume podem ser calculados
como produto do valor médio da função integrada pelo volume total ∆V.
Sendo assim teremos:
̅̅̅̅̅
⃗ . 𝐸⃗ ∆𝑉∇= 4𝜋𝑘𝑝̅ ∆𝑉
∇
⃗ . 𝐸⃗ = 4𝜋𝑘
𝜌∇
𝐸⃗ = −∇
⃗𝑉
𝜌
∇2 𝑉 = −
𝜖0
Essa equação é conhecida como Equação de Poisson. De um modo geral,
essa equação possui muitas soluções para um determinado dentro de
uma região. No entanto é possível obter uma solução única. Para isso é
necessário impor alguma condição na fronteira, por exemplo, o valor do
potêncial ao longo da fronteira.
Quando a região de interesse para análise é todo o espaço e a condição
de fronteira é V=0 no infinito, temos um caso particular para o que foi dito
acima. Note que, nesse caso, a solução também é a equação que é obtida
pela lei de Coulomb.
Em face da amplitude de resoluções possíveis através da Equação de
Poisson, ele se torna aplicável à sistemas mais complexos que,
normalmente, não podem ser solucionados pela lei de Coulomb. É óbvio
que, para isso, é necessário que adentremos no campo das equações
diferenciais parciais o que é muito mais complexo e escapa do escopo
desse nosso estudo.
Capítulo III
MATERIAIS ELÉTRICOS
Se quiser ter uma boa idéia,
tenha uma porção de idéias
Thomas Edson
Núcleos Iônicos
Os metais puros têm uma estrutura cristalina perfeita e isso reduz a sua
resistência elétrica. Entretanto, a inserção de impurezas altera a
estrutura aumentando a resistividade do material. A quantidade de
impurezas adicionadas não precisa ser significativamente grande para
causar essa mudança. Esse aumento de resistência também ocorre
quando os metais são misturados em alguns tipos de ligas de dois ou mais
metais.
Difusão de buracos
Difusão de Elétrons
Barreira de Potencial
tip o N
Máscara
tipo N
Substrato tip o N
Si monocristalino dopado
Banho d e Luz
rea sensib ilizad a
tip o N tip o N
Banho d e ácid o
Material p ronto p ara
d op ag em
tip o N tip o N
tipo P
tipo P
tipo N
tipo N
Rigidez
Material dielétrica
(kV/mm)
Ar (1 atm) 3
Vidro 35
Papel 20
Oleo 4
Borracha 25
3.2.1 - Definição
𝐿
𝑅=𝜌
𝐴
onde: R é a resistência do material ()
é a resistividade desse material ( m/mm2)
L é o comprimento do condutor (m)
A é a seção do condutor (mm2)
𝑉
𝑅=
𝐼
onde: R é a resistência ()
V é a voltagem (V)
I é a corrente (A)
𝑉 𝐿
=𝜌
𝐼 𝐴
Rearranjando a equação teremos:
𝑉 𝐼
=𝜌
𝐿 𝐴
Mas o elemento V/L é o campo elétrico que esta atuando sobre o condutor,
enquanto a relação I/A é denominada de densidade de corrente, que pode
ser simbolizado J. Sendo assim,
𝐸 = 𝜌𝐽
𝐽 = 𝜎𝐸
∆𝑣 𝑒𝐸∆𝑡
𝑚 = −𝑒𝐸 ⇒ ∆𝑣 = −
∆𝑡 𝑚
Em um condutor percorrido por uma corrente, a quantidade de carga que
passa através da seção transversal desse condutor pode ser escrita
como:
∆𝑄 = 𝑛(−𝑒)𝐴𝑣𝑚 ∆𝑡
𝐼
|𝑣𝑚 | =
𝑛𝑒𝐴
Esse valor médio da velocidade, na verdade é a velocidade de arraste dos
elétrons e não a média das velocidades individuais de cada elétron, cujos
valores são determinados pela agitação térmica.
Essa velocidade individual, devido a agitação térmica pode ser estimada
através do Teorema da Equipartição da Energia, estudado em Física
Estatística. Esse teorema estabelece o grau de liberdade de translação
dos elétrons contribui com 𝑘𝐵 𝑇/2 para a energia térmica dos mesmos.
Nesse valor apresentado temos kB é a constante de Boltzman (1,38064852
× 10-23 𝑚2 𝑘𝑔⁄𝑠 2 𝐾 ) e T é a temperatura.
Se igualarmos a energia cinética média dos elétrons com a energia
térmica teremos:
1 2
𝑚𝑒 〈𝑣 2 〉 = 𝑘𝐵 𝑇
2 3
onde 〈𝑣 2 〉 é a média do quadrado das velocidades dos elétrons
me é a massa do elétron
3𝑘𝐵 𝑇
𝑣𝑅𝑀𝑆 = √〈𝑣 2 〉 = √
𝑚𝑒
O valor de vRMS é conhecido como valor quadrático médio da velocidade
dos elétrons ou, em inglês, root mean square.
A velocidade de um elétron após a colisão tem direção aleatória, mas o
que realmente importa é o comportamento coletivo dos elétrons. Desse
modo, se fizermos a média das velocidades para todos os elétrons,
veremos que a velocidade resultante é nula, ou seja, vi = 0, ou seja:
∆𝑣 = 𝑣𝑓 − 𝑣𝑖 = 𝑣𝑓
𝑣𝑓 + 𝑣𝑖 𝑣𝑓
𝑣𝑚 = =
2 2
As equações mostram que a variação da velocidade sofrida por um
elétron é o dobro da velocidade média. Sendo assim, podemos escrever:
𝐼 𝑒𝐸∆𝑡
−2 =−
𝑛𝑒𝐴 𝑚
Além das grandezas já mencionadas sobre a resistência, temos também
o chamado caminho médio livre (l). Essa grandeza representa a distância
percorrida pelos elétrons entre duas colisões sucessivas. Como já
dissemos, o tempo médio entre as colisões é ∆T e a velocidade média dos
elétrons dada por vf e, portanto, o caminho médio livre será calculado por:
2𝑣𝑓 𝑚𝐼
𝑙 = 𝑣𝑓 ∆𝑡 =
𝑛𝑒 2 𝐴𝐸
A equação acima mostra que a diferença de potêncial é proporcional à
corrente, confirmando a primeira lei de Ohm. Como a resistência é dada
pela razão entre tensão e corrente, então teremos:
𝑉 2𝑚 ∆𝐿
𝑅= = 2
𝐼 𝑛𝑒 ∆𝑡 𝐴
Como podemos ver a resistência é diretamente proporcional ao
comprimento do condutor e inversamente proporcional à seção
transversal do mesmo, o que confirma a lei de Ohm.
Sendo assim, podemos afirmar que a resistividade do material é dada por:
2𝑚
𝜌=
𝑛𝑒 2 ∆𝑡
Como vimos o modelo de Drude fornece a expressão para a resistividade
dos materiais elétricos, que se trata de uma grandeza macroscópica, cuja
a dependência é apenas de grandezas microscópicas que são, a massa
do elétron, sua carga, a densidade de elétrons livres e o tempo médio
entre colisões. Essa análise também é válida para condução iônica e para
regiões com falta de elétrons.
𝐸
𝑃=
𝑡
No sistema internacional, a energia tem como unidade o Joule, e o tempo
é dado em segundos. Desse modo, a unidade de potência é dada pela
unidade J/s ou, a unidade mais utilizada que é o Watt (w).
A potência é o resultado do produto da corrente que circula em um
condutor, pela tensão que alimenta esse condutor, assim
𝑃 = 𝑉. 𝐼
𝑉 = 𝑅. 𝐼
𝑃 = 𝑅. 𝐼. 𝐼 ⇒ 𝑃 = 𝑅. 𝐼2
𝑉
𝐼=
𝑅
E, novamente, substituindo essa equação na equação da potência,
teremos:
𝑉 𝑉2
𝑃 = 𝑉. ⟹ 𝑃 =
𝑅 𝑅
V xI P
I
V2
R PxR
R x I2 PV RxI
P
I2 R I P
R
P V
V2 R
V P
I V
Resistores de valor fixo, são dispositivos, como o próprio nome diz, tem
seu valor fixado durante a fabricação. Existem dois tipos de materiais
utilizados para confecção desses componentes. O primeiro é o resistor
de fio, onde se utiliza um fio de uma liga resistiva conhecida como
Constantan.
A liga de Constantan é composta por cobre (entre 53% e 57%), Níquel
(entre 43% e 45%), Manganês (entre 0,5% e 1,2%) e Ferro (<0,5%). Sua
resistividade é de 49x10-6 .cm.
Figura 89 - Tamanhos padrão dos resistores e um dissipador de calor para esses componentes
Além dos resistores fixos, existe um outro grupo de resistores cujo valor
de resistência pode ser alterado e ajustado de acordo com a necessidade
do projeto. Esse tipo de resistor existe para casos em que são
necessários valores diferentes dos valores comerciais de resistores fixos,
ou quando se necessita de uma variação de valor da resistência de
acordo com o momento.
Um exemplo desse segundo caso é o ajuste do volume de saída de um
amplificador de áudio.
Os resistores ajustáveis são utilizados quando o valor da resistência
pode, ou deve ser continuamente ajustada. Por exemplo, volume de áudio,
valor da intensidade luminosa e outras. Esses resistores recebem um
nome específico, são conhecidos como POTENCIÔMETROS.
Construtivamente é um dispositivo que possui um elemento móvel que
desliza sobre uma trilha de carbono depositada no corpo do
potenciômetro. O deslocamento do cursor sobre a trilha varia a
resistência entre o centro do cursor e uma das extremidades do
potenciômetro.
𝑅 = 𝐴. 𝑒 𝐵⁄𝑇
𝑅1 = 𝐴. 𝑒 𝐵⁄𝑇1
𝑅2 = 𝐴. 𝑒 𝐵⁄𝑇2
𝑅1 𝑅1 1 1
= 𝑒 𝐵(1⁄𝑇1 −1⁄𝑇2 ) ⟹ log = 𝐵 ( − ) log 𝑒
𝑅2 𝑅2 𝑇1 𝑇2
onde:
1 log 𝑅1 − log 𝑅2
𝐵=( ).( )
log 𝑒 1 1
−
𝑇1 𝑇2
𝐵
𝛼𝑇 = −
𝑇2
Além do resistor que varia com a temperatura, temos resistores que
variam sua resistência com a luminosidade e são conhecidos como LDR
(Ligth Dependent Resistor). Ele é um dispositivo construído basicamente
com sulfeto de cádmio (CdS) ou seleneto de cádmio (CdSe), sendo
considerados semicondutores que diminuem sua resistência com o
aumento da intensidade da luz.
Para determinar a resistência de um LDR em uma determinada
luminosidade temos a seguinte equação
R1 R2 R3
R4
R5
R R R
Figura 98 - Associação série de resistores
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑛
𝑉𝑅𝑛 = 𝑅𝑛 × 𝐼
𝑉𝑅2𝑛 𝑉𝑅2𝑛
𝑃𝑅𝑛 = ⟹ 𝑅𝑛 =
𝑅𝑛 𝑃𝑅𝑛
𝑉𝑒𝑞 × 𝐼 = 𝑉1 × 𝐼 + 𝑉2 × 𝐼 + 𝑉3 × 𝐼 + ⋯ + 𝑉𝑛 × 𝐼
𝑉𝑒𝑞 × 𝐼 = 𝐼 × (𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 + ⋯ + 𝑉𝑛 )
𝐼 × (𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 + ⋯ + 𝑉𝑛 )
𝑉𝑒𝑞 =
𝐼
𝑉𝑒𝑞 = 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 + ⋯ + 𝑉𝑛
Mas
𝑃𝑒𝑞 = 𝑉𝑒𝑞 × 𝐼
𝑃𝑒𝑞 = (𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 + ⋯ + 𝑉𝑛 )𝐼
𝑃𝑒𝑞 = 𝑉1 𝐼 + 𝑉2 𝐼 + 𝑉3 𝐼 + ⋯ + 𝑉𝑛 𝐼
𝑃𝑒𝑞 = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 + ⋯ + 𝑃𝑛
1 1 1 1 1
= + + +⋯+
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑛
1 1 1 1
= + ⟹ 𝑅𝑒𝑞 =
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 1 1
+
𝑅1 𝑅2
1 𝑅1 × 𝑅2
𝑅𝑒𝑞 = ⟹ 𝑅𝑒𝑞 =
𝑅2 + 𝑅1 𝑅1 + 𝑅2
𝑅1 × 𝑅2
1 1 1 1 1
= + + +⋯+
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑛
1 1 1 1 1
= + + +⋯+
𝑉 𝑉 𝑉 𝑉 𝑉
𝐼𝑒𝑞 𝐼𝑅1 𝐼𝑅2 𝐼𝑅3 𝐼𝑅𝑛
𝐼𝑒𝑞 𝐼1 𝐼2 𝐼3 𝐼𝑛
= + + + ⋯ + ⟹ 𝐼𝑒𝑞
𝑉 𝑉 𝑉 𝑉 𝑉
𝑉(𝐼𝑅1 + 𝐼𝑅2 + 𝐼𝑅3 + ⋯ + 𝐼𝑅𝑛
=
𝑉
𝑃𝑒𝑞 = 𝑉. 𝐼𝑒𝑞
V R2 R4
R R5
Figura 100 - associação mista de resistores
Associação Associação
Série Série
R3,R4,R5 =RT1 Associação RT2, R1,R5 = Req
Paralelo
RT1, R2=RT2
Figura 101 - Sequencia para encontrar o resistor equivalente do circuito da figura 80
∑ 𝐼𝑖𝑛 = ∑ 𝐼𝑜𝑢𝑡
V R2 R4
R R5
Figura 102 - Representação de nós
∑ 𝑓. 𝑒. 𝑚 = ∑ 𝑅𝑛 . 𝐼𝑛
R1 R3
V R2 R4
R R5
Meio k
Esfera
Gerador de
Condutora
Cargas
Figura 104 - Experimento para mostrar o funcionamento do capacitor
O condutor que liga a esfera até o gerador de cargas fará com que as
cargas geradas sejam levadas para a esfera condutora carregando-a com
uma carga Q. Pelo que já vimos anteriormente, sabemos que o potêncial
elétrico formado na superfície de uma esfera condutora carregada será
dado pela equação.
Q
V=k
R
Q R
=
V k
Aumentando a quantidade de cargas Q na esfera, iremos verificar que o
potêncial elétrico V aumenta na mesma proporção e isso nos permite
realizar a seguinte relação matemática:
𝑄1 𝑄1 𝑄1 𝑄1 𝑅
= =⋯= = = = 𝑐𝑡𝑒 = 𝐶
𝑉1 𝑉1 𝑉1 𝑉1 𝑘
Dielétrico
(isolante)
1 2
++
++
++
++
++
++
++
++
++
++
++
++
++
++
++
3 4
Figura 107 - (1) Capacitor descarregado; (2) Chave fechada, capacitor carregando; (3) Capacitor
carregado; (4) Campo elétrico uniforme no interior do capacitor
E
Io =
R
Essa corrente continuará fluindo no circuito enquanto o capacitor está
sendo carregado. Durante esse processo a corrente irá diminuindo até
chegar a zero.
A tensão sobre o capacitor também irá diminuindo e, a cada instante de
tempo ela terá o valor dado pela seguinte equação:
VR = E. e−t⁄RC
onde: VR – Tensão no resistor (volt)
E – Tensão na fonte (volt)
e – 2,718 (constante)
t – tempo decorrido do momento do fechamento da chave até o
instante que se deseja.
Vc = E − VR
Logo:
Vc = E − E. e−t⁄RC
Desse modo:
Vc = E(1 − e−t⁄RC )
Vc = Eo . e−t⁄RC
I = Io e−t⁄RC
1
𝑋𝑐 = −
2𝜋𝑓𝐶
q1 = C1 V1 , q 2 = C2 V2 e q 3 = C3 V3
q1 = q 2 = q 3 = q n
Logo
1 1 1
V = q( + + ⋯+ )
C1 C1 Cn
Considerando que
q
V=
Ceq
Então
1 1 1 1 1 1
= + +⋯+ ⟹ =∑
Ceq C1 C2 Cn Ceq Ci
i
q1 = C1 V1 , q 2 = C2 V2 e q 3 = C3 V3
q1 = q 2 = q 3 = q n
Mas em uma associação em série a carga total é igual a soma das cargas
parciais, sendo assim:
q = q1 + q 2 + ⋯ + q n
Como
q = Ceq V
Então
Figura 115 - Esquemas construtivos dos capacitores de filme plástico metalizado e não
metalizado
A leitura do valor do capacitor pode ser feito de forma direta com os
valores impressos que aparecem da seguinte forma: o valor nominal (um
número), a tolerância (em letra maiúscula) e a tensão nominal (um número
com unidade, geralmente). Uma das principais características dessa
representação é que quando o valor nominal for maior que 1, o valor está
sendo indicado em picofarad (pF). No caso do valor indicado ser menor
que 1, o valor estará expresso em microfarad (F). Quanto a tolerância,
utilizamos a mesma tabela da figura 8. A outra forma de indicação do valor
desse tipo de capacitor é o código com 5 faixas coloridas e a leitura deve
ser feita conforme a figura abaixo.
1 Algarismo
2 Algarismo
Número de eros
Tolerância
Tensão Nominal
Figura 119 - Capacitor Eletrolítico Polarizado Figura 120 - Capacitor Eletrolítico Não
Polarizado
R3
C
A
R2
Figura 123 - Representação de um diagrama de circuito.
A segunda lei, também conhecida como lei das malhas ou lei das tensões
nos diz que a soma das diferenças de potêncial, em qualquer percurso
fechado em um circuito é sempre nula. Esse percurso fechado é
conhecido como malha.
I2 I3
R1 R2 R3
R4 R5
I1
V
As correntes são dispostas com seu sentido escolhido aleatoriamente,
uma em cada malha. Depois de resolvido o problema, as correntes que se
deslocarem em sentido contrário aos estipulados, apresentarão sinal
negativo.
Na análise, utilizaremos as duas leis de Kirchhoff para organizar o sistema
de equações.
A malha da corrente I1 terá a seguinte equação (pela segunda lei de
Kirchhoff):
𝑉 = 𝐼1 𝑅4 + 𝐼1 𝑅5
𝐼1 𝑅4 + 𝐼1 𝑅5 = 𝑉
{𝐼2 𝑅1 + 𝐼2 𝑅2 − 𝐼3 𝑅2 + 𝐼2 𝑅4 − 𝐼1 𝑅4 = 0
𝐼2 𝑅2 − 𝐼3 𝑅2 + 𝐼3 𝑅3 + 𝐼3 𝑅5 − 𝐼1 𝑅5 = 0
𝐼1 (𝑅4 + 𝑅5 ) = 𝑉
{ 𝐼2 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅4 ) − 𝐼3 𝑅2 − 𝐼1 𝑅4 = 0
𝐼2 𝑅2 + 𝐼3 (−𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅5 ) − 𝐼1 𝑅5 = 0
(𝑅4 + 𝑅5 ) 0 0 𝐼1 𝑉
[ −𝑅4 −𝑅2 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅4 ) ] [𝐼2 ] = [ 0 ]
−𝑅5 𝑅2 (−𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅5 𝐼3 0
Para calcularmos as correntes, utilizamos a lei de OHM. Desse modo
teremos:
𝐼1 𝑉 (𝑅4 + 𝑅5 ) 0 0
[𝐼2 ] = [ 0 ] ÷ [ −𝑅4 −𝑅2 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅4 ) ]
𝐼3 0 −𝑅5 𝑅2 (−𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅5 )
Assim teremos:
𝑉 0 0 (𝑅4 + 𝑅5 ) 0 0
𝐼1 = [ 0 −𝑅2 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅4 ) ] ÷ [ −𝑅4 −𝑅2 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅4 ) ]
0 𝑅2 (−𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅5 ) −𝑅5 𝑅2 (−𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅5 )
𝑉 (𝑅4 + 𝑅5 ) 0 (𝑅4 + 𝑅5 ) 0 0
𝐼2 = [ 0 −𝑅4 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅4 ) ] ÷ [ −𝑅4 −𝑅2 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅4 ) ]
0 −𝑅5 (−𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅5 ) −𝑅5 𝑅2 (−𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅5 )
𝑉 0 (𝑅4 + 𝑅5 ) (𝑅4 + 𝑅5 ) 0 0
𝐼3 = [ 0 −𝑅2 −𝑅4 ] ÷ [ −𝑅4 −𝑅2 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅4 ) ]
0 𝑅2 −𝑅5 −𝑅5 𝑅2 (−𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅5 )
Φ𝐵 = ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑛 . 𝐵⃗ = 𝐴𝐵 cos(𝜃 ) = 𝐴𝐵 cos(𝜔𝑡 + 𝛿 )
Nessas condições, uma força eletromotriz será induzida nas
extremidades do anel, como é determinado pela lei de Faraday
Nestas condições, uma força eletromotriz ε será induzida nas
extremidades do anel, como determinado pela Lei de Faraday:
𝑑 𝑑
𝜀 (𝑡) = − Φ𝐵 = − 𝐴𝐵𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡 + 𝛿 ) = 𝐴𝐵𝜔 sin(𝜔𝑡 + 𝛿 ) =
𝑑𝑡 𝑑𝑡
= 𝜀0 sin(𝜔𝑡 + 𝛿 )
O valor do ângulo de fase é determinado pelas condições iniciais. Se na
definição das condições iniciais delimitarmos o ângulo de fase como nulo,
as operações matemáticas serão mais simplificadas, logo:
𝜀 (𝑡) = 𝜀0 sin(𝜔𝑡)
A mudança da polaridade em uma fonte de corrente alternada é feita de
forma suave e regular que se repete em uma sucessão de ciclos em uma
forma senoidal.
O sinal senoidal é obtido devido ao posicionamento do enrolamento em
relação as linhas de campo magnético conforme mostra a figura abaixo
𝑒 = 𝐵 × 𝑙 × 𝑣 × 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑐
𝜆=
𝑓
𝑉𝑝𝑖𝑐𝑜
𝑉𝑒𝑓 = = 0,707𝑉𝑝𝑖𝑐𝑜
√2
7.1 INDUTORES
7.1.1 – Introdução
ϕ(t)
L=
i(t)
ΦBT α i
𝜕Φ𝐵𝑇
𝑉𝐿 =
𝜕𝑡
ou seja:
𝑑𝑖
𝑉𝐿 = −𝐿
𝑑𝑡
A forma como enrolamos a bobina, o material que utilizamos no núcleo e
o número de espiras no enrolamento, determinam a indutância de um
indutor.
Já podemos concluir que:
• O aumento da indutância L é diretamente proporcional ao aumento
do número de espiras. A indutância aumenta com o quadrado do
número de espiras.
• A permeabilidade magnética relativa Kr do material age de forma
diretamente proporcional a indutância.
• Na medida em que a área A abrangida por cada espira aumenta,
veremos que a indutância aumenta com o quadrado do diâmetro.
• A indutância diminui conforme se aumenta o comprimento da
bobina.
𝑁2. 𝐴
𝐿 = 𝜇𝑟 (1,26 × 10−6 ) (𝐻 )
𝑙
Toda a indutância, quando percorrida por uma corrente variável,
apresenta uma oposição a essa variação da corrente. Essa oposição
recebe o nome de Reatância Indutiva e sua unidade é o ohm ().
A formula da reatância indutiva é:
𝑋𝑙 = 2𝜋𝑓𝐿
𝐿𝑡 = 𝐿1 + 𝐿2 + ⋯ + 𝐿𝑛
𝐿𝑡 = 𝐿1 + 𝐿2 + ⋯ + 𝐿𝑛 ± 𝑛𝐿𝑀
1 1 1 1
= + +⋯+
𝐿𝑡 𝐿1 𝐿2 𝐿𝑛
𝐿1 . 𝐿2
𝐿𝑇 =
𝐿1 + 𝐿2
𝑁1
𝐵1 = 𝜇0 𝑖
𝑙 1
onde 0 < r < R1
Desse modo, o fluxo 2 induzido pelo enrolamento 1 nas N2 espiras desse
segundo enrolamento será dado por:
𝑁1
Φ2(1) = 𝑁2 ∫ 𝐵 ⃗⃗⃗⃗2 = 𝑁2 𝐵1 (𝜋𝑅12 ) = 𝑁2 (𝜇0
⃗⃗⃗⃗1 . 𝑑𝐴 𝑖1 ) (𝜋𝑅12 )
𝑙
𝜋𝑅12
= 𝜇0 𝑁1 𝑁2 𝑖
𝑙 1
Desse modo:
Φ1(2) = 𝐿12 𝑖1
𝜋𝑅12
𝐿21 = 𝜇0 𝑁1 𝑁2
𝑙
Denominamos a indutância L21 como INDUTÂNCIA MÚTUA.
De forma similar teremos:
𝑁2
𝐵2 = 𝜇0 𝑖
𝑙 2
𝜋𝑅22
Φ1(2) = 𝑁1 ∫ ⃗⃗⃗⃗
𝐵2 𝑑𝐴⃗⃗⃗⃗1 = 𝑁1 𝐵2 (𝜋𝑅22 ) = 𝜇0 𝑁1 𝑁2 𝑖
𝑙 2
E teremos:
Φ1(2) = 𝐿12 𝑖2
𝜋𝑅22
𝐿12 = 𝜇0 𝑁1 𝑁2 = 𝐿21
𝑙
𝜋𝑅 2 2
𝐿 = 𝜇0 𝑁
𝑙
É fácil perceber que a autoindutância L é diretamente proporcional ao
quadrado do número de espiras. Isso ocorre porque o fluxo em cada
espira é proporcional a espira N, já que ele depende de todas as outras
espiras e o fluxo total produz mais um N.
A polaridade oposta que surge na bobina devido a autoindução é
denominada FORÇA CONTRAELETROMOTRIZ (fcem). Sendo assim,
podemos representar o circuito da seguinte forma:
B
R
S
E
A
fcem
Figura 127 - Circuito RL com a representação da fcem
𝑉𝑟𝑒𝑠 = 𝐸 − 𝑓𝑐𝑒𝑚
𝐸 − 𝑓𝑐𝑒𝑚
𝐼=
𝑅
Essa fcem só existe enquanto o campo magnético, gerado na indutância,
varia. Quando o campo magnético atinge o valor máximo, a corrente
também atinge seu valor máximo e a fcem deixa de existir.
I
Chave desligada Chave ligada
Auto indução
V fcem V
I 0 I I
R R
I
Chave desligada Chave ligada Chave desligada
V fcem V I 0
I 0 I I
R R
t
Figura 129 - Curva característica de carga e descarga do indutor
7.1.5 Circuitos RL
B
R
S
E
A
𝐸 𝑅 𝑑𝑖
= 𝑖+
𝐿 𝐿 𝑑𝑡
Se multiplicarmos os dois lados da equação por 𝑒 𝑡𝑅⁄𝐿 , teremos:
𝑑 𝑡𝑅 ⁄𝐿
𝐸 𝑡𝑅⁄𝐿
(𝑖(𝑡)𝑒 )= 𝑒
𝑑𝑡 𝐿
Integrando teremos:
𝐸 𝐸
𝑖(𝑡)𝑒 𝑡𝑅⁄𝐿 = ∫ 𝑒 𝑡𝑅⁄𝐿 𝑑𝑡 + 𝐾 = 𝑒 𝑡𝑅⁄𝐿 + 𝐾
𝐿 𝑅
𝐸
⟹ 𝑖(𝑡) = + 𝐾𝑒 −𝑡𝑅⁄𝐿
𝑅
Mas, i(0) = 0, então:
𝐸 𝐸
0 = 𝑖 (0) = +𝐾 ⟹𝐾 =−
𝑅 𝑅
E a solução da equação fica:
𝐸
𝑖(𝑡) = (1 − 𝑒 −𝑡𝑅⁄𝐿 )
𝑅
Essa é a equação do comportamento da corrente para o circuito enquanto
a corrente inicial sobe.
Vamos agora analisar a partir do instante em que mudamos a chave do
ponto B para o ponto A. Nesse instante, o circuito, que acumulou carga
no indutor, passa a descarregar.
A equação será:
𝑑𝑖
−𝑅𝑖 − 𝐿 =0
𝑑𝑡
O sinal negativo surge por que a corrente nesse momento começa a
circular no sentido contrário ao que circulava quando o circuito estava no
processo de carga.
O valor da corrente, agora, irá diminuindo e VL (tensão no indutor) tem um
sentido contrário do fluxo magnético. E como a corrente está caindo, V L
tem o sentido oposto ao tempo em que estava carregando. Mas 𝑑𝑖 ⁄𝑑𝑡 < 0
garante que isso ocorra. A solução para i(t) fica:
𝑑𝑖 𝑅
+ 𝑖 = 0 ⟹ 𝑖(𝑡) = 𝐾𝑒 −𝑡𝑅⁄𝐿
𝑑𝑡 𝐿
Em 𝑖(0) = 𝐸 ⁄𝐿, então:
𝐸 −𝑡𝑅⁄𝐿
𝑖 (𝑡) = 𝑒
𝑅
Sendo essa a equação do comportamento da corrente para o período de
descarga.
𝑑𝑖
𝐸 − 𝑅𝑖 − 𝐿 =0
𝑑𝑡
Se multiplicarmos toda essa equação por i teremos:
𝑑𝑖
𝐸𝑖 = 𝑅𝑖 2 + 𝐿𝑖
𝑑𝑡
O primeiro termo da equação é a potência fornecida pela bateria, o
segundo termo é a potência dissipada no resistor e o último termo é a
potência armazenada no indutor.
𝑑𝑈𝐵 𝑑𝑖 𝐿 𝑑𝑖 2 𝑑 𝐿𝑖 2 𝐿𝑖 2
= 𝐿𝑖 = = ( ) ⟹ 𝑈𝑏 =
𝑑𝑡 𝑑𝑡 2 𝑑𝑡 𝑑𝑡 2 2
2
𝑈𝐵 𝐿𝑖 ⁄2
𝑢𝐵 = =
𝑣𝑜𝑙 𝐴. 𝑙
Mas, para um solenoide, temos:
𝑁2
𝐿 = 𝜇0 𝐴
𝑙
𝑁
𝐵 = 𝜇0 𝑖
𝑙
E portanto:
𝐿𝑖 2 𝑁2 𝑖2 𝜇0 𝑁 2 𝑖 2 𝐵2
𝑢𝐵 = = (𝜇0 𝐴) = =
2𝐴𝑙 𝑙 2𝐴𝑙 2𝑙2 2𝜇0
7.1.7 Circuito LC
𝑑𝑞
𝑖=−
𝑑𝑡
Derivando essa equação teremos
𝑑2 𝑖 𝑖
2
= − = −𝜔02 𝑖
𝑑𝑡 𝐿𝐶
1
onde 𝜔0 =
√𝐿𝐶
𝑖 (𝑡) = 𝐴. 𝑐𝑜𝑠(𝜔0 𝑡 + 𝜑)
𝐴
𝑞 (𝑡) = − 𝑠𝑒𝑛(𝜔0 𝑡 + 𝜑)
𝜔0
I X X X I
Podemos notar nas figuras acima que nos materiais maciços a corrente
parasita resultante circula em torno do material como um todo. Essa
corrente resultante só ocorre na periferia do material por que, nos pontos
internos as pequenas correntes resultantes se anulam. Essas correntes
podem atingir valores elevados e esse fenômeno provoca um
aquecimento devido ao efeito Joule o que exige mais energia adicional da
fonte de alimentação. Esse aquecimento indesejado é chamado de perdas
de Foucault.
Apesar desse efeito ser indesejado nos transformadores, ele é muito
interessante nos fornos de indução.
Nos transformadores, uma das formas de reduzir esse efeito é a utilização
de núcleos laminados isolados o que reduz a circulação de correntes
parasitas.
ϕ1 = ϕ11 + ϕ12
ϕ2 = ϕ22 + ϕ21
I1 I2
I V
𝑑𝑖
𝐸=𝐿
𝑑𝑡
Onde L é a indutância da bobina. Então, como também já vimos, a variação
da corrente em uma bobina, provoca o surgimento de uma força contra
eletromotriz. Se imaginarmos que a corrente instantânea é expressa pela
equação:
𝑖 = 𝐼𝑚 . 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)
𝑑𝑖 𝑑(𝐼𝑚 . 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡))
𝑢 = −𝑒 = 𝐿 =𝐿 = 𝐼𝑚 . 𝜔. 𝐿. cos(𝜔𝑡) =
𝑑𝑡 𝜕𝑡
= 𝐼𝑚 . 𝜔. 𝐿. 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 90)
𝑋𝐿 = 𝜔𝐿 = 2𝜋𝑓𝐿
Como podemos ver essa reatância indutiva, ao contrário da resistência,
varia com a frequpência. Quanto maior for a frequência maior será a
reatância indutiva.
𝑄 = 𝐶. 𝑉
𝑑𝑄
𝐼=
𝑑𝑡
Quando relacionamos a tensão e a corrente, em um capacitor de
capacitância C, teremos:
𝑑𝑉
𝐼=𝐶
𝑑𝑡
Da mesma forma que ocorre nos indutores, em um capacitor, quando a
tensão varia, a sua corrente também varia. Novamente supondo a tensão
instantânea seja expressa por:
𝑢 = 𝑈𝑚 . 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)
𝑑𝑉 𝑑(𝑈𝑚 . 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡))
𝑖=𝐶 =𝐶 = 𝑈𝑚 . 𝜔. 𝐶. cos(𝜔𝑡) =
𝑑𝑡 𝑑𝑡
= 𝑈𝑚 . 𝜔. 𝐶. 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + 90𝑜 )
Figura 139 - Diagrama fasorial da relação entre tensão e corrente em um circuito puramente
capacitivo
1 1
𝑋𝑐 = =
𝜔𝐶 2𝜋𝑓𝐶
VR
R
V
L VL
I
Figura 141 - Circuito RL submetido a tensão alternada
Para analisar esse tipo de circuito, devemos admitir que o fio que constrói
o indutor, tenha resistência nula (seja um condutor ideal). Da mesma
forma iremos considerar que a resistência é uma resistência ideal, não
apresentando nenhuma outra característica elétrica.
Com essas considerações iniciais podemos afirmar que a tensão V r está
em fase com a corrente, ângulo de 0o e que a tensão VL está em um ângulo
de 90o de defasagem.
Se aplicarmos as leis de Kirchhoff, teremos:
𝑉 = 𝑉𝑟 + 𝑉𝐿
VR I
Figura 142 - Diagrama fasorial de um circuito RL em corrente alternada
VL VR
Tempo
𝑉 = √𝑉𝐿2 + 𝑉𝑅2
Entretanto:
𝑉𝑅 = 𝑅. 𝐼
𝑉𝐿 = 𝑋𝐿 . 𝐼
XL
R
Figura 144 - Diagrama fasorial das impedâncias, reatâncias e resistências de um circuito RL
𝑍 = √𝑋𝐿2 + 𝑅 2
É fácil notar que o ângulo é igual para o triângulo das tensões quanto
para o triângulo das resistências, sendo assim, podemos obter esse valor
a partir da equação:
𝑅 𝑋𝐿
Φ = arccos ( ) 𝑜𝑢 Φ = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑎𝑛 ( )
𝑍 𝑅
V C VC
I
Figura 145 - Circuito RC em corrente alternada
Vamos analisar agora o comportamento de um circuito RC submetido a
uma tensão alternada.
Nessa situação podemos dizer que a tensão VR sobre a resistência R está
em fase com a corrente I e que a tensão Vc do capacitor está em
defasagem de 90o com a corrente.
Novamente aplicando a lei de Kirchhoff teremos:
𝑉 = 𝑉𝑅 + 𝑉𝐶
VR I
VC V
VR VC
Tempo
𝑉 = √𝑉𝑅2 + 𝑉𝐶2
Novamente temos que:
𝑉𝑅 = 𝑅. 𝐼
𝑉𝐶 = 𝑋𝐶 . 𝐼
𝑉
𝑍=
𝐼
Novamente, se desenvolvermos o diagrama fasorial da relação de
resistências, reatâncias e impedâncias teremos:
XC
Z = √X C2 + R2
VC VR
C R
L VL
I
Figura 149 - Circuito RLC série em corrente alternada
𝑉 = 𝑉𝐶 + 𝑉𝑅 + 𝑉𝐿
VL
V
VC
VL+VC
VR I
Figura 151 - Diagrama fasorial das tensões em um circuito RLC série com VL > VC (Indutivo)
VR
I
VL+VC
V
VC
VL
Figura 152 - Diagrama fasorial das tensões em um circuito RLC série com VL < VC (capacitivo)
3a Circuito com Ressonância, ou seja,
𝑉𝐿 = 𝑉𝐶 , (𝑋𝐿 = 𝑋𝐶 )
VR V
VL I
VC
1
𝑋𝐿 = 𝑋𝐶 ⇔ 2𝜋𝑓𝑟 𝐿 =
2𝜋𝑓𝑟 𝐶
1
𝑓𝑟 =
2𝜋√𝐿𝐶
I
Figura 153 - Circuito RLC paralelo
Como já vimos anteriormente, em todos os circuitos elétricos existem
características resistivas, indutivas e capacitivas. Isso ocorre mesmo
que, em alguns casos, algumas dessas características possam ter valores
tão pequenos que sejam desconsiderados. Para análise, vamos
considerar que todos os componentes sejam ideais, ou seja, o resistor só
tem resistência, o capacitor só tem capacitância e o indutor só tem
indutância.
Utilizando a Lei dos Nós, teremos:
𝐼 = 𝐼𝑅 + 𝐼𝐿 + 𝐼𝐶
IR
V
I L+IC
I
IC
IL
Figura 154 - Diagrama fasorial das correntes do circuito RLC paralelo
𝐼 = √𝐼𝑅2 + (𝐼𝐶 − 𝐼𝐿 )2
𝐼𝑅
Φ = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠
𝐼
Do mesmo modo que a associação em série, os circuitos RLC em paralelo
podem assumir uma de três condições diferentes:
1
𝑓𝑟 =
2𝜋√𝐿𝐶
𝑣 = 𝑉𝑚 . 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)
𝑖 = 𝐼𝑚 . 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡 + Φ)
Então dizemos que a potência instantânea é a potência dissipada em cada
instante de tempo e é resultado do produto da tensão V pela corrente I
naquele instante de tempo.
Pinst
V
Como podemos notar, a potência será sempre positiva o que significa que
o circuito está sempre recebendo energia e que está sendo consumida
pela resistência do circuito.
𝑃 = 𝑉. 𝐼
V
I
Q
𝑄 = 𝑋𝐿 . 𝐼2
𝑆 = 𝑉. 𝐼
S
Q
P
Figura 157 - Diagrama Fasorial de Potências
𝑆 = √𝑃 2 + 𝑄 2
Como já vimos, somente a potência ativa é consumida. Mas ela não existe
sozinha na corrente alternada, pois temos também a potência reativa e
essa potência representa um gasto para quem produz, transmite e
distribui essa energia. Isso ocorre, como já vimos, pelo Efeito Joule e, por
conseguinte, depende da intensidade de corrente que percorre os
condutores.
Por esse motivo, as companhias de energia elétrica não se interessam
que essas potências reativas sejam mínimas, ou seja, que a potência
ativa, seja o mais próximo possível da potência aparente.
Se dividirmos a potência real pela potência aparente, teremos:
𝑃 𝑉. 𝐼. cos(Φ)
= = cos(Φ)
𝑆 𝑉. 𝐼
Essa relação entre a potência real e a potência aparente é conhecida
como FATOR DE POTÊNCIA.
A existência de fatores de potência com valores inferiores a 1 em
instalações elétricas ocorrem devido à um excesso de cargas indutivas,
normalmente motores elétricos e outros tipos de cargas.
Alguns dos inconvenientes desse baixo fator de potência são:
- Para o produtor de energias, o gerador é caracterizado por uma tensão
e uma corrente, ou seja, pela potência aparente S = V.I. Como o gerador
é uma máquina elétrica a potência ativa que ele vai produzir depende da
defasagem () apresentado pela carga. Desse modo, quanto mais baixo o
fator de potência, maior terá que ser a capacidade de geração do
gerador.
Com isso, o transformador de transmissão também deverá ter uma
capacidade maior, onerando o custo de construção da usina e sua
operação, já que parte da energia produzida é perdida.
- Para as empresas que transmitem e distribuem a energia elétrica, temos
dois efeitos. Nas linhas de transmissão dimensionada para uma
determinada potência aparente, o baixo fator de potência da carga, faz
com que o investimento na construção da linha de transmissão foi em vão.
Pois a linha deverá transmitir uma energia aquém da sua capacidade e o
consumidor receberá uma energia de baixa qualidade.
Já no caso da distribuição, a corrente é mais elevada, pois a tensão é mais
baixa, sendo assim, a corrente será maior e, consequentemente, há um
aumento das perdas por efeito Joule. Além disso, todos os sistemas de
proteção, devem ser superdimensionados.
- Para os consumidores, se forem consumidores industriais, o baixo fator
de potência exige sistemas superdimensionados de proteção,
transformação e medição. Para todos os tipos de consumidores, há um
aumento do consumo de energia sem que seja uma energia aproveitável,
aumentando as contas de luz.
Além disso, segundo a legislação, fatores de potência inferiores a 0,92,
geram, além da conta de luz, uma multa ao consumidor.
VR
R
C
V IC L VL
IT I
Figura 158 - Circuito RL com capacitor de correção de fator de potência
IT
V
I IC
𝑍 = √𝑃 2 + 𝑄 2
𝑃
𝑇𝑎𝑛Φ =
𝑄
𝑉2
𝑆=
𝑍
5o – Calcule a potência real:
𝑃 = 𝐼2 . 𝑅
𝑃
𝑓𝑝 =
𝑆
Se o fator de potência calculado for menor que 0,92, ou seja:
𝑓𝑃 < 0,92
𝑄>0
𝑍 = √𝑅 2 + 𝑋 2
𝑋 = 𝑋𝐿 − 𝑋𝐶
𝑋 = 𝑋𝐿 − 𝑋𝐶 = 0
Logo
𝑋𝐿 = 𝑋𝐶
𝑋𝐶 = 𝑋
Considerando que:
1
𝑋𝐶 = =𝑋
𝜔𝐶
1
𝑋𝐶 =
2𝜋𝑓𝐶
1
𝐶=
2𝜋𝑓𝑋𝑐
v1
S
N
v1 = Vm . sen(ωt)
v2 = Vm . sen(ωt − 1200 )
v3 = Vm . sen(ωt − 2400 ) = Vm . sen(ωt + 120o )
V3 V1 V2
o o
120 120
o
120
V3 V2
Figura 162 - Diagrama Fasorial Trifásico
8.3.3 – Sistemas Trifásicos Equilibrados
I1
IR 1 2
o o
120 120
o
120
I3 I2
Figura 163 - Vetores de corrente
I2
Figura 164 - Ligação em Estrela
Se pegarmos os terminais x, y e z, do gerador e unirmos em um ponto
teremos o que é conhecido como LIGAÇÃO EM ESTRELA. O ponto comum
desses três enrolamentos é denominado NEUTRO que, nesse caso,
substitui os três condutores de retorno do exemplo anterior. Como já
vimos, no caso do sistema estar balanceado, a corrente no neutro será
nula.
Essa forma de ligação exige 4 condutores (3 condutores de fase e 1
condutor neutro). Os condutores de fase recebem os nomes R, S e T.
Normalmente esse tipo de ligação é utilizado, nos sistemas de
distribuição de energia, para alimentação na baixa tensão (220v ou 110v,
dependendo do consumidor).
Nesse caso, as cargas são alimentadas por TENSÕES DE FASE e essas
tensões são dadas por:
1 √3 3 √3
𝑣𝑅𝑆 = 𝑣𝑥𝑢 − 𝑣𝑦𝑣 = 𝑉𝐹 − 𝑉𝐹 (− − 𝑗 ) = 𝑉𝐹 ( + 𝑗 )
2 2 2 2
√3 1
= √3𝑉𝐹 ( +𝑗 )
2 2
Portanto
𝑣𝑅𝑆 = √3𝑉𝐹 ⌊30𝑜
1 √3 1 √3
𝑣𝑆𝑇 = 𝑣𝑦𝑣 − 𝑣𝑧𝑤 = 𝑉𝐹 (− − 𝑗 ) − 𝑉𝐹 (− + 𝑗 )
2 2 2 2
= 𝑉𝐹 (−𝑗√3) = −𝑗√3𝑉𝐹
Portanto
𝑣𝑆𝑇 = √3𝑉𝐹 ⌊−90𝑜
1 √3 3 √3
𝑣𝑇𝑅 = 𝑣𝑧𝑤 − 𝑣𝑥𝑢 = 𝑉𝐹 (− + 𝑗 ) − 𝑉𝐹 = 𝑉𝐹 (− + 𝑗 )
2 2 2 2
√3 1
= −√3𝑉𝐹 (− +𝑗 )
2 2
Portanto
𝑣𝑇𝑅 = √3𝑉𝐹 ⌊150𝑜
𝑉𝐿 = √3𝑉𝐹
IA = IL
A A
VCA iAB = iF
VAB = VF = VL
iCA
IBC
IB
C B C B
VBC
IC
Figura 166 - Ligação Triângulo ou Delta
𝑉𝐿 = 𝑉𝐹
𝐼𝐴 = 𝑖𝐴𝐵 − 𝑖𝐶𝐴
𝐼𝐵 = 𝑖𝐵𝐶 − 𝑖𝐴𝐵
𝐼𝐶 = 𝑖𝐶𝐴 − 𝑖𝐵𝐶
Φ𝐴 = Φ𝐵 = Φ𝐶 = Φ
C
𝑖𝐿 = √3. 𝑖𝐹
8.3.6 – Potência em Sistemas Trifásicos
𝑃 = 𝑉𝐼𝑐𝑜𝑠Φ [𝑊 ]
𝑃 = 3. 𝑉𝐹 . 𝐼𝐹 . 𝑐𝑜𝑠Φ
𝑉𝐿
𝑉𝐹 =
√3
Se substituirmos essas duas igualdades na equação da potência,
teremos:
𝑉𝐿
𝑃 = 3. 𝐼𝐿 𝑐𝑜𝑠Φ
√3
Operando a divisão teremos:
𝑃 = √3𝑉𝐿 . 𝐼𝐿 . 𝑐𝑜𝑠Φ
𝐼𝐿
𝑃 = 3. 𝑉𝐿 . cos Φ
√3
Novamente aplicando a divisão teremos:
𝑃 = √3𝐼𝐿 . 𝑉𝐿 . 𝑐𝑜𝑠Φ
Observando as duas equações (estrela e triângulo), vemos que a equação
é a mesma para ambos os casos. Entretanto essas potências são
diferentes.
Se utilizarmos o mesmo raciocínio podemos determinar as potências
reativa total e aparente total.
No caso da potência reativa total em sistemas trifásicos, ela pode ser
calculada por:
𝑃𝑅 = 3. 𝑉𝐹 . 𝐼𝐹 . 𝑠𝑒𝑛Φ [𝑉𝐴𝑅 ]
Ou ainda
𝑃𝑅 = √3. 𝑉𝐿 . 𝐼𝐿 . 𝑠𝑒𝑛Φ [𝑉𝐴𝑅 ]
𝑃𝐴 = 3. 𝑉𝐹 . 𝐼𝐹 [𝑉𝐴]
Ou ainda
𝑃𝐴 = √3. 𝑉𝐿 . 𝐼𝐿 [𝑉𝐴]
Capítulo IX
ELETRODINÂMICA
“Todas as ciências matemáticas são baseadas nas
relações entre as leis físicas e as leis dos números, de
modo que o objetivo da ciência exata é reduzir os
problemas da natureza à determinação das
quantidades por operações com números”
James Clerk Maxwell
1
𝐽= ⃗∇ × 𝐵
⃗
𝜇0
𝑑𝑝
⃗∇. 𝐽 + =0
𝑑𝑡
𝑑𝐸⃗
𝐽 + 𝜖0 =𝐹
𝑑𝑡
Para o caso particular onde a derivada do campo elétrico é zero, teremos
que a densidade de corrente será igual ao campo 𝐹 . Nesse caso, para que
a Lei de Ampére seja válida, é necessário que:
1
𝐹= ⃗ ×𝐵
∇ ⃗
𝜇0
𝑑𝐸⃗
⃗ ×𝐵
∇ ⃗ = 𝜇0 𝐽 + 𝜇0 𝜖 0
𝑑𝑡
Quando o sistema está em presença de correntes não estacionárias, a
variação de carga elétrica em alguns pontos traz como consequência o
aparecimento de campos elétricos variáveis que introduzem na equação
um termo adicional.
𝑑𝐸⃗
⃗⃗⃗
𝐽𝐷 = 𝜖0
𝑑𝑡
⃗ . 𝑑𝑟 = 𝜇0 (𝐼𝐶 + 𝐼𝐷 )
∮𝐵
𝐶
𝑑Φ
𝐼𝐷 = 𝜖0
𝑑𝑡
Nos primeiros capítulos desse livro já vimos as equações que são a base
da eletrostática e do magnetismo. Além disso sabemos que no caso de
campos não estáticos, devemos modificar as equações básicas, pois
nesse caso, os campos elétrico e magnético já não são independentes.
A equação de Ampére-Maxwell, possui uma constante (𝜇0 𝜖0 ) que pode ser
determinada a partir da constante de Coulomb e da constante magnética.
Constante magnética
𝑘𝑚 1 𝑠2 1
𝜇0 𝜖 0 = = =
𝑘 9 × 1016 𝑚2 𝑐 2
Constante de Coulomb
𝜌
Lei de Gauss ⃗ . 𝐸⃗ =
∇
𝜖0
⃗
Lei da Faraday ⃗∇ × 𝐸⃗ = − 𝑑𝐵
𝑑𝑡
⃗
1 dE
Lei de Ampére Maxwell ⃗ × ⃗B = μ0 J +
∇
C2 dt
⃗F = q(E
⃗ +v
⃗ × ⃗B)
⃗ .𝐷
∇ ⃗ = 𝜌0
⃗
𝑑𝐵
⃗ × 𝐸⃗ = −
∇
𝑑𝑡
⃗∇. ⃗B = 0
⃗⃗
dD
⃗∇ × ⃗H
⃗ = ⃗⃗⃗
𝐽0 +
dt
Nessas equações: 0 é uma carga volumétrica “livre” (não inclui as cargas
polarizadas nos átomos)
⃗⃗𝐽⃗0 é a densidade de corrente “livre” (não incluindo as
correntes de polarização)
⃗ é o chamado Deslocamento Elétrico
𝐷
⃗ é o campo magnético do meio.
𝐻
⃗D
⃗ = ϵE
⃗ ⃗B = μH
⃗⃗
⃗ . 𝑑𝐴 = 𝑞0
∯𝐷
𝑆
⃗
𝑑𝐵
∮ 𝐸⃗ . 𝑑𝑟 = − ∬ . 𝑑𝐴
𝑑𝑡
𝐶 𝑆𝐶
⃗ . 𝑑𝐴 = 0
∯𝐵
𝑆
⃗
𝑑𝐷
⃗ . 𝑑𝑟 = 𝐼0 + ∬
∮𝐻 . 𝑑𝐴
𝑑𝑡
𝐶 𝑆𝐶
⃗⃗⃗
1 𝑑𝐸′ 1
⃗∇ × ⃗⃗⃗
𝐵′ = 2 ⃗ × (𝑣 × 𝐸⃗ )
+ 𝜇0 𝐽 − 2 ∇
𝑐 𝑑𝑡 𝑐
Se utilizarmos a lei de Ampére-Maxwell, podemos substituir os dois
primeiros termos que estão no lado direito da equação pelo rotacional do
campo magnético 𝐵 ⃗ . Sendo assim obtemos:
1
⃗∇ × ⃗⃗⃗ ⃗ × (𝐵
𝐵′ = ∇ ⃗ − 𝑣 × 𝐸⃗ )
𝑐2
Então:
⃗⃗⃗ 1
⃗ − 𝑣 × 𝐸⃗ + 𝐶
𝐵′ = 𝐵
𝑐2
⃗⃗⃗
𝐸′ = 𝐸⃗ + 𝑣 × 𝐵
⃗
⃗⃗𝑟′ = 𝑟 − 𝑣𝑡
⃗⃗⃗ 1
𝐸′ = 𝐸⃗ + 𝑣 × (𝐵
⃗⃗⃗⃗′ + 𝑣 × 𝐸⃗ ) = 𝐸⃗ + 𝑣 × 𝐵
2
⃗ + 𝛽 (𝛽 . 𝐸⃗ ) − 𝛽 2 𝐸⃗
𝑐
⃗⃗⃗ 𝑣 1
𝐵′ = 𝐵⃗ − × (𝐸 ⃗⃗⃗⃗′ − 𝑣 × 𝐵
⃗)=𝐵 ⃗ − 𝑣 × ⃗⃗⃗⃗ ⃗ ) − 𝛽2 𝐵
𝐸 ′ + 𝛽 (𝛽 . 𝐵 ⃗
𝑐 2 𝑐 2
Definimos 𝛽 = 𝑣⁄𝑐
⃗ ) e (𝛽 . 𝐸⃗ ) por que realizando uma
Também podemos eliminar (𝛽 . 𝐵
multiplicação escalar das equações de transformação de Galileu por 𝛽
vamos obter as seguintes equações:
𝛽 . ⃗⃗⃗
𝐸′ = 𝛽 . 𝐸⃗
𝛽 . ⃗⃗⃗
𝐵′ = 𝛽 . 𝐵⃗
⃗⃗⃗ − 𝑣 × ⃗⃗⃗
𝐸⃗ = 𝛾 2 (𝐸′ 𝐵′) − 𝛾 2 𝛽 (𝛽 . ⃗⃗⃗
𝐸′)
1
⃗ = 𝛾 2 (𝐵
𝐵 ⃗⃗⃗⃗′ +
2
𝑣 × ⃗⃗⃗
𝐸′) − 𝛾 2 𝛽 (𝛽 . ⃗⃗⃗
𝐵′)
𝑐
Nessas fórmulas é conhecido como FATOR DE DILATAÇÃO DE
LORENTZ e é definida por:
1
𝛾2 =
1 − 𝛽2
E
1
E 2
EST
Fonte de luz
𝑑𝐹 = 𝜌(𝐸⃗ + 𝑣 × 𝐵
⃗ )𝑑𝑉
𝑑𝑃 = 𝑑𝐹 . 𝑣
⃗
𝜕𝐷
𝑃 = ∭ 𝐸⃗ (∇
⃗ ×𝐻
⃗ − ) 𝑑𝑉
𝜕𝑡
𝑅
⃗
𝜕𝐵 ⃗
𝜕𝐷
⃗.
𝑃 = ∭ [−𝐻 − 𝐸⃗ . ⃗ . (𝐸⃗ × 𝐻
−∇ ⃗ )] 𝑑𝑉
𝜕𝑡 𝜕𝑡
𝑅
1 𝜕𝐵2 𝜖 𝜕𝐸 2 1
𝑃 = ∭ [− − ] 𝑑𝑉 − ∯(𝐸⃗ × 𝐵
⃗ ). 𝑑𝐴
2𝜇 𝜕𝑡 2 𝜕𝑡 𝜇
𝑅 𝑆
𝜕
𝑃=− ∭ 𝑢. 𝑑𝑉 − ∯ 𝑆. 𝑑𝐴
𝜕𝑡
𝑉 𝑆
Na equação anterior u é energia eletromagnética volumétrica e pode ser
definida pela equação:
1 2 𝜖 2
𝑢≡ 𝐵 + 𝐸
2𝜇 2
1
𝑆≡ 𝐸⃗ × 𝐵
⃗
𝜇
⃗ . (∇
∇ ⃗ × 𝐹) = 0
Note que essa propriedade, juntamente com a terceira equação de
Maxwell ( ⃗∇. 𝐵
⃗ = 0) indicam que podemos escrever a equação do campo
magnético como:
⃗ =∇
𝐵 ⃗ ×𝐴
Onde: 𝐴 – campo vetorial que recebe o nome de POTÊNCIAL VETORIAL.
Entretanto existem algumas questões sobre essa equação quer devem
ser analisadas.
Se observarmos bem, o rotacional de 𝐴 é, na verdade, uma combinação
das derivadas quem compõe 𝐴, no entanto, existem várias funções cujas
derivadas são iguais. O que torna a definição de potêncial vetorial, uma
definição arbitrada.
Vamos imaginar que exista um vetor 𝐴 e um outro vetor ⃗⃗⃗
𝐴′ representem
⃗ , sendo assim:
dois campos que possuam o mesmo rotacional 𝐵
⃗ × ⃗⃗⃗
⃗∇ × 𝐴 = ∇ 𝐴′ ⇒ ⃗∇ × 𝐴 − ∇ ⃗⃗⃗′ = ∇
⃗ ×𝐴 ⃗⃗⃗ − 𝐴)
⃗ × (𝐴′
⃗⃗⃗′ = 𝐴 + ⃗∇𝜙
𝐴
𝜕𝐴
⃗ × (𝐸⃗ +
∇ )=0
𝜕𝑡
Rotacionais do gradiente de qualquer campo escalar são sempre zero e
isso implica a existência de um campo escalar, que nos denominamos de
potêncial escalar V, de tal forma que:
𝜕𝐴
𝐸⃗ + ⃗𝑉
= −∇
𝜕𝑡
Isolando o campo elétrico teremos:
𝜕𝐴
𝐸⃗ = −∇
⃗𝑉−
𝜕𝑡
Dessa forma, ainda podemos definir o potêncial escalar V. Entretanto,
nesse caso, o campo elétrico irá depender tanto do potêncial escalar
quanto do potêncial vetorial.
Quando o sistema é estático, temos uma derivada do potêncial vetorial em
função do tempo, cujo resultado é zero. Sendo assim, o campo elétrico
será igual ao gradiente do potêncial escalar, com sinal negativo.
Vamos voltar a equação que relaciona os vetores 𝐴 e ⃗⃗⃗
𝐴′. Ao adicionarmos
o termo ∇ ⃗ nós não iremos alterar o campo magnético.
⃗ 𝜙 no potêncial A
Entretanto, segundo a equação acima o campo elétrico irá se reduzir em
⃗∇ (𝜕𝜙⁄ ).
𝜕𝑡
Como já sabemos, para que o campo elétrico seja bem definido, é
necessário que operemos uma alteração de 𝐴 e 𝐴′ ⃗⃗⃗ e, ao mesmo tempo,
ocorra uma alteração do potêncial escalar V, para:
𝜕𝜙
𝑉′ = 𝑉 −
𝜕𝑡
Com isso, a segunda e a terceira ficam garantidas através da definição
dada de potêncial escalar e potêncial vetorial. Nesse caso, em função dos
potênciais, escreveremos a primeira e a quarta equação de Maxwell
como:
𝜕 𝜌
⃗∇. (∇
⃗ 𝑉) + ⃗ .𝐴 = −
∇ (𝑎)
𝜕𝑡 𝜖0
1 𝜕𝑉 𝜕 2 𝐴
⃗ . (∇
∇ ⃗ × 𝐴) = 𝜇0 𝐽 − (∇⃗ + ) (𝑏)
𝑐2 𝜕𝑡 𝜕𝑡 2
Note que mesmo com as duas equações temos a liberdade de escolher de
forma arbitrária a divergência de 𝐴 ; qualquer escolha que façamos para
⃗ . 𝐴) denominaremos esse de CALIBRAÇÃO. A calibração
o divergente (∇
de Coulomb, ⃗∇. 𝐴 = 0, é a mais simples que pode ser escolhida.
Substituindo essa calibração na equação (a), acima, transformarmos
essa na equação de Poisson da eletrostática.
Já a equação (b) envolve dois potências, que são, V e 𝐴 , o que torna a
utilização da calibração mais complicada. Para isso, utilizamos o fato de
que a calibração permite que se possa dividir V e 𝐴 em duas equações de
mesma estrutura. Essa é chamada de Calibração de Lorentz:
1 𝜕𝑉
⃗ .𝐴 = −
∇
𝑐 2 𝜕𝑡
Na equação (b), o segundo e o terceiro termo somem e podemos escrever
as equações (a) e (b) da seguinte forma:
2
1 𝜕2𝑉 𝜌
∇ 𝑉− 2 2 =−
𝑐 𝜕𝑡 𝜖0
2
1 𝜕2𝐴
∇ 𝐴 − 2 2 = −𝜇0 𝐽
𝑐 𝜕𝑡
Dessa forma, as duas equações apresentam uma simetria melhor. Além
disso, apresentam a vantagem de ser uma única equação capaz de ser
aplicada a campos diferentes, pois a solução matemática é semelhante
nos dois casos.
Para o caso de regiões onde não existam cargas ou correntes, os termos
que se encontram no lado direito das equações tem resultado nulo e, com
isso, obtemos as chamadas EQUAÇÕES DE ONDA.
Capítulo X
ESTUDO DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
“Não penso que as ondas de rádio que
descobri vão ter alguma aplicação prática”
Heinrich Hertz
“Em todo o espaço há energia...é (só) uma
questão de tempo até que os homens tenham
êxito em associar seus mecanismos ao
aproveitamento desta energia.”
Nikola Tesla
⃗ . 𝐸⃗ = 0
∇
𝜕𝐵⃗
⃗ × 𝐸⃗ = −
∇
𝜕𝑡
⃗∇. 𝐵
⃗ =0
1 𝜕𝐸⃗
⃗∇ × 𝐵⃗ =
𝑐 2 𝜕𝑡
𝐸⃗ = −𝑣 × 𝐵
⃗
1
⃗ = 𝑣 × 𝐸⃗
𝐵
𝑐2
Na primeira equação, como sabemos de Cálculo Vetorial, implica que o
campo elétrico 𝐸⃗ é perpendicular ao campo magnético 𝐵 ⃗ e também
perpendicular a 𝑣. Desse modo, esses três vetores definem um sistema
de coordenadas cartesianas. Nesse caso, o eixo x aponta o campo
elétrico, o eixo y aponta o eixo do campo magnético e o eixo z aponta a
velocidade do referencial R’ (𝑣).
O fato dos três vetores serem perpendiculares podemos analisar as
equações anteriores através das seguintes relações entre os módulos:
𝐸 = 𝑣𝐵
𝑐 2 𝐵 = 𝑣𝐸
𝐸 = 𝑐𝐵
1
𝑆= 𝐸⃗ × 𝐵
⃗ = 𝑐𝜖0 𝐸 2 𝑣̂
𝜇0
𝜖0 2 2
𝑢≡ (𝑐 𝐵 + 𝐸 2 ) = 𝜖0 𝐸0
2
Note que essa equação foi definida no capítulo anterior como sendo a
energia eletromagnética volumétrica, entretanto, substituímos por 0 e
𝜖 por 𝜖0 .
Embora a equação 𝐸 = 𝑐𝐵 mostre que em uma onda eletromagnética, o
campo magnético seja muitas vezes menor que o campo elétrico, ambas
as ondas contribuem da mesma forma para a energia.
𝜕
⃗ × (∇
∇ ⃗ × 𝐸⃗ ) = − ⃗ ×𝐵
∇ ⃗
𝜕𝑡
1 𝜕
⃗∇ × (∇
⃗ ×𝐵
⃗)= ⃗ × 𝐸⃗
∇
2
𝑐 𝜕𝑡
Se aplicarmos a propriedade do rotacional de um rotacional no lado
esquerdo das duas equações e utilizarmos o lado direito das duas
equações para obter:
1 𝜕 2 𝐸⃗
⃗ (∇
∇ ⃗ . 𝐸⃗ ) − ∇2 𝐸⃗ = −
𝑐 2 𝜕𝑡 2
1 𝜕2𝐵 ⃗
⃗ (∇
∇ ⃗ .𝐵
⃗ ) − ∇2 𝐵
⃗ =−
𝑐 2 𝜕𝑡 2
Agora vamos trabalhar com a primeira e a terceira equação de Maxwell.
Delas sabemos que o divergente dos dois campos é nulo, o que nos leva a
EQUAÇÃO DA ONDA para os campos elétrico e magnético.
2⃗
1 𝜕 2 𝐸⃗
∇ 𝐸= 2 2
𝑐 𝜕𝑡
2⃗
1 𝜕 2 𝐸⃗
∇ 𝐸= 2 2
𝑐 𝜕𝑡
Como podemos observar essas duas equações tem a mesma forma
matemática e também possuem soluções que são semelhantes. Essas
equações de onda aparecem em várias áreas da Física e da Engenharia e
já haviam sido objeto de estudos de d’Alembert e outros matemáticos,
mesmo antes de Maxwell.
É importante observar que essa são somente duas das quatro equações
de Maxwell, sendo assim é necessário utilizar as outras duas equações
para calcular um dos campos em função do outro. Desse modo só
necessitaremos solucionar uma das equações de onda.
A equação de onda é linear, na verdade uma combinação linear de
soluções, chamadas FUNÇÕES DE ONDA, é também uma solução. Isso
significa que duas ondas sobrepostas originam uma terceira onda que é
o resultado da soma das funções das duas ondas iniciais.
𝐸⃗ = 𝐸𝑗̂
⃗ = 𝐵𝑘̂
𝐵
𝜕𝐸 𝜕𝐵
=0 =0
𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝐸⃗ = 𝐸(𝑥, 𝑡)𝑗̂
⃗ = 𝐵(𝑥, 𝑡)𝑘̂
𝐵
𝜕2𝐸 1 𝜕2𝐸
=
𝜕𝑥 2 𝑐 2 𝜕𝑡 2
Vamos utilizar agora um operador que atua sobre a função 𝐸(𝑥, 𝑡), para
encontrar a solução da equação acima.
𝜕2 1 𝜕2
( 2 − 2 2) 𝐸 = 0
𝜕𝑥 𝑐 𝜕𝑡
𝜕 1𝜕 𝜕 1𝜕
( + )( − )𝐸 = 0
𝜕𝑥 𝑐 𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝑐 𝜕𝑡
Nesse caso a ordem dos operadores é indiferente. Como se trata de uma
multiplicação, para que a equação se verifique é necessário que:
𝜕 1𝜕
( + )𝐸 = 0
𝜕𝑥 𝑐 𝜕𝑡
ou
𝜕 1𝜕
( − )𝐸 = 0
𝜕𝑥 𝑐 𝜕𝑡
Vamos então analisar a primeira condição:
𝜕𝐸 1 𝜕𝐸
+ =0
𝜕𝑥 𝑐 𝜕𝑡
Note que o lado esquerdo da equação tem a mesma forma da derivada
convectiva, onde a velocidade, no caso dessa análise é na direção de 𝑖̂ e
o seu módulo é igual a c. Como já vimos, a derivada convectiva é a
variação do campo E, no referencial R’ que acompanha o movimento da
onda, com a velocidade c na direção de 𝑟̂ , ou seja:
𝑑𝐸
=0
𝑑𝑡
e essa condição irá acontecer ao longo das retas 𝑥 ′ = 𝑥 − 𝑐𝑡.
Isso significa que para cada valor que x’ pode assumir teremos um ponto
correspondente que esta em R’ e que se desloca na direção positiva do
eixo x e descreve uma trajetória que é retilínea e se encontra no domínio
(x,t) da função E.
Ao longo de todas essas retas características teremos a derivada de E
com valor nulo. Desse modo o valor de E é constante. Na figura abaixo
podemos ver esse efeito.
Figura 169 - Campo de ondas eletromagnéticas planas com propagação no eixo x e sentido
positivo
2𝜋
sin ( 𝑢 + 𝜑0 )
𝜆
Se u assumir, por exemplo, o valor (y – ct), a função irá corresponder a
uma onda plana que se propaga na direção 𝑗̂. No caso da onda estar
polarizada na direção de 𝑖̂, o campo elétrico será dado por:
2𝜋
𝐸⃗ = 𝐸0 sin [ (𝑦 − 𝑐𝑡) + 𝜑0 ] 𝑖̂
𝜆
A constante Eo define a amplitude do campo elétrico. O ângulo é
chamado FASE e é dado por:
2𝜋(𝑦 − 𝑐𝑡)
𝜑=[ ]
𝜆 + 𝜑0
T
y2
𝑇 y1
2
E1 E1
(a)
(b)
Figura 170 - Campo elétrico de uma onda eletromagnética harmônica, plana e polarizada (a)
em função do tempo e (b) em função da posição
λ
T=
c
A FREQUÊNCIA indica o número de ciclos completos em uma unidade de
tempo. Ela é dada pela equação:
1
𝑓=
𝑇
E a frequência angular, que indica o aumento, por unidade de tempo, em
radianos, da fase em um ponto qualquer.
2𝜋
𝜔 = 2𝜋𝑓 =
𝑇
Da mesma forma como medimos a distância entre dois pontos em fase
com o comprimento de onda , o número de pontos que se encontram em
fase, dividido pela unidade de comprimento. Essa medida é conhecida
como NÚMERO DE ONDA. Se multiplicarmos 2 pelo número de onda,
estaremos determinando o aumento de fase por unidade de comprimento.
Denominamos esse número como NÚMERO DE ONDA ANGULAR.
2𝜋
𝑘=
𝜆
Podemos então calcular a onda harmônica, a partir da frequência angular
e do número de onda angular.
𝐸⃗ = 𝐸0 sin(𝑘𝑦 − 𝜔𝑡 + 𝜑0 )𝑖̂
𝜔
𝑐=
𝑘
Podemos encontrar ondas harmônicas que estão se propagando em
qualquer direção que seja diferente da direção do eixo y. Costumamos
definir o VETOR DE PROPAGAÇÃO 𝑘 ⃗ utilizando o módulo que é igual ao
número da onda angular k e na direção de propagação da onda.
Na equação da onda harmônica y é a projeção da posição 𝑟 de um ponto,
na direção de propagação 𝑗̂, desse modo ky deve ser substituído por k que
será multiplicado pela projeção do vetor 𝑟 na direção da propagação, ou
⃗ . 𝑟 e, com isso, temos uma fórmula mais geral para a onda harmônica
seja 𝑘
plana:
𝐸⃗ = 𝐸0 sin(𝑘⃗ . 𝑟 − 𝜔𝑡 + 𝜑0 )𝑝̂
𝐸⃗ = 𝐸 (𝑟, 𝜃, 𝜙, 𝑡)𝜙̂
1 𝜕2
∇ 𝐸 (𝑟, 𝑡)𝜙̂ =
2 [𝑟𝐸 (𝑟, 𝑡)]𝜙̂
𝑟 𝜕𝑟 2
A partir da equação de onda, já analisada, temos a seguinte implicação
1 𝜕 2 (𝑟𝐸 ) 1 𝜕2𝐸
= 2 2
𝑟 𝜕𝑟 2 𝑐 𝜕𝑡
Se multiplicarmos ambos os lados dessa equação por r, considerando que
as variáveis r e t são independentes, teremos a equação da onda plana
para a função rE:
𝜕 2 (𝑟𝐸 ) 1 𝜕 2 𝑟𝐸
= 2
𝜕𝑟 2 𝑐 𝜕𝑡 2
Note que rE deverá ser uma onda plana cuja função que a define é f(r,t)
que se propaga na direção radial:
1
𝐸 (𝑟, 𝑡) = 𝑓(𝑟 ± 𝑐𝑡)
𝑟
Na equação, sinal positivo corresponde a ondas que se propagam na
direção da origem. No entanto, como considerávamos as ondas com
origem da fonte, devemos somente considerar o sinal negativo.
Desse modo, o sinal negativo na função 𝑓(𝑟 ± 𝑐𝑡)⁄𝑟 representa que a onda
se propaga se afastando da fonte.
1
𝑓(𝑟 − 𝑐𝑡)
𝑟
1
∝
𝑟
t1
t2
t3
1 𝜕 (𝑟𝐸 ) 1
⃗ × 𝐸⃗ =
∇ 𝜃̂ = 𝑓′(𝑟 − 𝑐𝑡)𝜃̂
𝑟 𝜕𝑟 𝑟
Se integrarmos em função de t e multiplicarmos por -1, obteremos a
equação do campo magnético.
1
⃗ =
𝐵 𝑓(𝑟 − 𝑐𝑡)𝜃̂
𝑐𝑟
𝐸0
𝐸 (𝑟, 𝑡) = sin(𝑘𝑟 − 𝜔𝑡 + 𝜑0 )
𝑟
A amplitude da onda irá diminuir a medida que r aumenta.
𝜙 = 𝑐𝜖0 𝐸 2
Essa equação nos apresenta um valor instantâneo, isso por que, o campo
elétrico é variável, nesse caso, uma onda periódica. Sendo uma onda
periódica possui um valor médio que será dado por:
𝑇
̅̅̅̅2 = 1 ∫ 𝐸 2 𝑑𝑡
𝐸
𝑇
0
1 − cos 2𝛼
𝑠𝑖𝑛2 𝛼 =
2
para aplicarmos na equação de campo elétrico. Sendo assim teremos:
𝑇
̅̅̅̅2 = 𝐸02
𝐸 ∫[1 − cos 2(𝑘⃗. 𝑟 − 𝜔𝑡 + 𝜑0 )]𝑑𝑡
2𝑇
0
No entanto, a função cosseno tem seu período igual a 2T, o que faz com
que dentro dos limites de integração 0 e T, sua integral seja nula, então:
2
̅̅̅̅2 = 𝐸0
𝐸
2
Assim teremos a densidade média de fluxo energético como diretamente
proporcional ao quadrado da amplitude do campo elétrico.
𝜖0 2
𝜙̅ = 𝑐𝐸
2 0
Φ𝑒 = 4𝜋𝑟 2 𝜙̅
Ao diminuirmos o ângulo sólido () da onda que é emitida por uma fonte
pontual, veremos que a sua intensidade aumente devido a concentração
da radiação.
Desse modo definimos INTENSIDADE de uma onda como sendo a razão
entre o fluxo energético e a unidade de ângulo solido.
Φ𝑒
𝐼=
Ω
𝐼 = 𝑟2𝜙
𝜖0
𝜙= 2
𝑐𝐸02
2𝑟
E a intensidade também será diretamente proporcional ao quadrado da
amplitude do campo elétrico.
𝜖0 2
𝐼= 𝑐𝐸
2 0
10 nm
10 nm
5 Raios
10 nm
4 Gama
10 nm
3
10 nm
2
o Raio
10 nm 1A
1
Violeta
X
1 nm Ind ig o
10 nm ltravioleta Azul
100 nm Luz Visivel
Luz Visivel 400 nm 00 nm Verde
10 nm 1m Baixo
3
Amarelo
Infravermelho
10m Alto Laranja
Infravermelho
100m Vermelho
1000m 1 mm
10 mm 1 cm Microondas
10 cm HF
100 cm 1m VHF
10 m HF
100 m MF
1000 m 1 m LF
Rádio
10 m
100 m Audio
1 Mm
10 Mm
100 Mm
o
A ang strom nm nan metro m micrometro mm milimetro
cm centímetro m metro m quil metro Mm megâmetro
Uma forma de produzir ondas eletromagnéticas basta produzirmos
aceleração das cargas em um condutor, normalmente uma antena. Outra
é a radiação de corpo negro que é emitida por sistemas termodinâmicos
em temperaturas que são maiores que o zero absoluto. Além dessas duas
temos as transições entre níveis de energia em sistemas quânticos como
átomos ou núcleos.
Podemos observar que conforme a frequência aumenta, o comprimento
da onda diminui e os mecanismos de emissão são sistemas menores. Do
mesmo modo, uma interação de onda eletromagnética é maior com
objetos que possuem tamanhos da ordem de grandeza .
Devido a isso, ondas de radar não conseguem penetrar em objetos muito
pequenos. Por outro lado, por outro lado, o raio X é capaz de atravessar
com facilidade as células e a radiação e a radiação gama, cujo
comprimento de onda é menor e consegue penetrar nos cromossomos,
sendo capaz de alterar o conteúdo genético.
Outra característica das ondas eletromagnéticas é o fato de que elas não
apresentam uma frequência definida como no caso das ondas
harmônicas, pois elas são resultado de um conjunto, ou soma, de um
conjunto de ondas harmônicas, cada uma com uma frequência particular.
O exemplo mais conhecido vem da descoberta de Isaac Newton, sobre a
decomposição da luz. Em seu experimento ele fez a luz visível (branca),
atravessar um prisma e verificou que a luz branca era composta por 7
cores distintas. A figura abaixo mostra o efeito do experimento.
Figura 173 - Exemplos de fotometria de chama para alguns elementos (a) cloreto de sódio, (b)
cloreto de estrôncio, (c) cloreto de magnésio, (d) cloreto de alumínio, (e) cloreto de cálcio, (f)
cloreto de cobre, (g) cloreto de manganês, (h) cloreto de lítio
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
(i) (j)
(k) (l)
(m) (n)
Figura 174 - Exemplos de emissão de espectro (a) césio, (b) rubídio, (c) índio, (d) tálio, (e) lítio, (f)
estrôncio, (g) cálcio, (h) sódio, (i) bário, (j) molibdênio, (k) boro, (l) fósforo, (m) zinco, (n) telúrio
⃗ . 𝐸⃗ = 0
∇
𝜕𝐵⃗
⃗ × 𝐸⃗ = −
∇
𝜕𝑡
⃗∇. 𝐵
⃗ =0
1 𝜕𝐸⃗
⃗∇ × 𝐵⃗ =
𝑐 2 𝜕𝑡
Que são as equações de Maxwell adaptadas para o meio macroscópico,
conforme vimos no início do capítulo.
Como já vimos:
1
𝑐=
√ 𝜖 0 𝜇0
No caso das equações acima vamos substituir 𝜖0 por 𝜖 (a permissividade
elétrica do material), e 0 por (a permeabilidade magnética do material).
Isso ocorre por que as ondas eletromagnéticas já não se propagam mais
na velocidade da luz e a nova equação de velocidade é dada por:
1
𝑣=
√𝜖𝜇
No caso de materiais condutores, os elétrons atenuam qualquer campo
elétrico externo de forma muito rápida. Isso impede a propagação de
ondas eletromagnéticas. Com exceção dos materiais ferromagnéticos, a
permeabilidade magnética dos demais materiais é muito próxima de 0 e,
portanto, a velocidade das ondas eletromagnéticas é dada por:
1 𝜖0 𝑐
𝑣≈ = 𝑐√ =
√𝜖𝜇0 𝜖 √𝑘
⃗
𝔉{𝐹 } = ∫ ∭ 𝐹 (𝑡, 𝑟)𝑒 𝑖(𝑘.𝑟−𝜔𝑡) 𝑑𝑉𝑑𝑡
⃗
⃗ . 𝐹 𝑒 𝑖(𝑘.𝑟−𝜔𝑡) 𝑑𝑉𝑑𝑡
∫∭∇
⃗ . (𝑓𝐹 ) = ⃗∇𝑓. 𝐹 + 𝑓∇
∇ ⃗ .𝐹
⃗ . 𝐹 → −𝑖𝑘⃗. 𝔉{𝐹 }
∇
⃗ × 𝐹 → −𝑖𝑘⃗ × 𝔉{𝐹 }
∇
𝜕𝐹
→ 𝑖𝜔𝔉{𝐹 }
𝜕𝑡
E com isso é possível determinar as Transformadas de Fourier para as
equações de Maxwell para situações em que não existam cargas ou
correntes livres.
𝑘⃗. 𝔉{𝐷
⃗ }=0
𝑘⃗ × 𝔉{𝐸⃗ } = 𝜔. 𝔉{𝐵
⃗}
𝑘⃗ . 𝔉{𝐵
⃗}=0
𝑘⃗ × 𝔉{𝐻
⃗ } = −𝜔𝔉{𝐷
⃗}
⃗
A primeira e a terceira equação mostram que o deslocamento elétrico 𝐷
e o campo magnético 𝐵 ⃗ são perpendiculares ao vetor de propagação,
lembrando que é direção que cada componente harmônico do campo é a
mesma direção da sua correspondente Transformada de Fourier. Nos
casos anteriormente estudados da propagação no vazio, vimos que o
deslocamento elétrico é igual ao campo elétrico 𝐸⃗ e, consequentemente,
essas ondas são ondas transversais. No caso dos meios materiais, a
segunda e a quarta equação podem receber valores que tornam as
soluções de em que 𝐸⃗ ou 𝐻
⃗ oscilam na direção do vetor de propagação 𝑘⃗
se o campo 𝐵⃗ for zero. Para esse caso sabemos que o vetor de Poynting
será zero e as ondas não irão transportar energia. Esse tipo de onda
recebe o nome de onda eletromagnética longitudinal ou estática.