Monopoli 10022341
Monopoli 10022341
Monopoli 10022341
Orientador:
Marcelo José Colaço
Rio de Janeiro
Julho de 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
DEM/POLITÉCNICA/UFRJ
Aprovado por:
________________________________________________
Prof. Marcelo José Colaço, D.Sc. (Orientador)
________________________________________________
Prof. Albino José Kalab Leiróz, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Manuel Ernani de Carvalho Cruz, Ph.D.
i
DEDICATÓRIA
Dedico este projeto ao meu avô José Abdon por todos os ensinamentos e por ter
compartilhado desta conquista comigo.
ii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus pelas bênçãos e por ser tão presente em minha vida.
Agradeço à minha família pela educação e pelo o que sou hoje. Aos meus avós
maternos, José Abdon e Maria da Glória, pela companhia nas madrugadas de estudo e
por sempre acreditarem em mim. Aos meus pais, Elaine e Alberto, por todo amor que
me deram desde o dia que eu nasci e ao meu tio Marco por sempre se preocupar comigo
e apoiar minhas decisões.
Agradeço às irmãs que a vida me deu, Carolina, Natalia, Paloma, Beatriz e Letícia
pelos anos de amizade, pelas risadas e pelas conversas intermináveis.
Agradeço aos amigos que fiz durante a graduação na UFRJ por termos
compartilhado tantas histórias. Aos que entraram comigo, João, Bruno Seixas, Bruno
Rodrigues, Diego, Daniela, Rafael, Yan e Kelly, e a tantos outros tão importantes que
fiz ao longo dos anos.
Finalmente, agradeço a Sami M. Ayad por ter cedido sub-rotinas e funções capazes
de consultar tabelas termodinâmicas. Seu trabalho teve vital importância no
desenvolvimento dos programas em Fortran F90 ao longo do projeto.
iii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheira Mecânica.
Julho/2017
iv
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Mechanical Engineer.
v
Sumário
1. Introdução...............................................................................................................01
1.1. Objetivos..................................................................................................02
1.2. Metodologia.............................................................................................03
2. Revisão Bibliográfica..............................................................................................04
3.3. Equacionamento..............................................................................................11
4. Resultados e Discussões.........................................................................................18
𝐶𝑎𝑙𝑑
4.2.2. Variação da Pressão na Caldeira para o CO2 (𝑃𝑑 = 𝑃𝑎 = 𝑃𝑐𝑜2 ).............26
5. Conclusões..............................................................................................................45
vi
6. Referências Bibliográficas......................................................................................47
vii
1. Introdução
Logo, no cenário nacional, destaca-se a Revolução Energética [3] que visa 100% de
energias renováveis no Brasil em 2050, e que tem como principais premissas a
eliminação do uso de todos os combustíveis fósseis, zerando as emissões desses na
matriz energética; a eliminação do uso da energia nuclear; implementação de soluções
rentáveis e respeito ao meio ambiente na construção de projetos energéticos.
Nesse cenário, a cogeração [6] ganha espaço, pois a energia liberada em forma de
calor, que seria perdida para o ambiente em um ciclo energético simples é reaproveitada
e, com isso, mais energia pode ser produzida e uma maior eficiência energética pode ser
obtida. Um exemplo disso é visto na utilização de ciclos combinados Brayton-Rankine,
que apesar de bastante estudados, ainda apresentam grande complexidade e
sensibilidade na escolha de seus parâmetros para otimização de seu funcionamento.
1
A ideia de utilizar dióxido de carbono em ciclos energéticos ganha destaque,
pois além de se ter um fluido de trabalho sustentável operando, o ciclo faz com que um
possível gás que seria emitido ao ambiente possa ser reutilizado. As vantagens se
estendem ao fato de ser um fluido não explosivo e não inflamável [4]. Além disso, o
CO2 passa a um estado supercrítico sob baixas condições críticas (cerca de 30,98°C e
73atm ≈ 7377 kPa) e, apesar de ter uma massa específica semelhante em estado líquido,
é capaz de preencher contêineres como gás. Nessas condições, a massa específica do
CO2 se aproxima do dobro da massa específica do vapor, resultando em uma alta
densidade de potência e compressão mais fácil do que o vapor, possibilitando a extração
de potência em altas temperaturas [7].
1.1. Objetivos
Além disso, também tem como objetivo propor melhorias que possam otimizar ao
máximo seus resultados e levantar discussões acerca dos mesmos.
2
1.2. Metodologia
3
2. Revisão Bibliográfica
Desde a década de 1960, o dióxido de carbono vem sendo citado como alternativa ao
uso de vapor em ciclos energéticos. Primeiramente com Angelino em 1967[8], ciclos
transcríticos e supercríticos de dióxido de carbono passaram a ganhar destaque graças à
sua compactação e suas altas eficiências com baixo potencial de emissões em relação
aos convencionais ciclos de Brayton e Rankine.
Quanto à escolha do dióxido de carbono como fluido de trabalho, ela se deve à sua
baixa pressão crítica (cerca de um terço da pressão crítica da água), como pode ser visto
na Figura 1. Essa condição possibilita baixas pressões de operação [9]. Além disso,
como gás, o CO2 é conhecido por sua estabilidade térmica e inércia química, por ser não
tóxico e relativamente barato. Destaca-se também sua abundante disponibilidade em
todas as partes do planeta, o que facilita sua logística de distribuição [10].
4
Em 1968, Feher [9] fez um estudo comparativo entre ciclos convencionais
(Rankine e Brayton com recuperação), destacando suas principais características e
limitações. Ambos são caracterizados por dois processos isobáricos (pressão constante)
e dois processos isentrópicos (entropia constante), porém no primeiro o fluido do
trabalho opera principalmente em sua região saturada enquanto no segundo os processos
se localizam integralmente na região de gás superaquecido.
Feher [9] propõe, então, a utilização de ciclos operando com dióxido de carbono
como fluido de trabalho e sob pressões sempre acima de sua pressão crítica. Tais ciclos
supercríticos abrangeriam características positivas de Rankine e de Brayton,
solucionando grande parte de suas limitações. As Figuras 2 e 3 trazem os diagramas
5
temperatura x entropia e entalpia x entropia, e é possível ter uma melhor visualização do
ciclo proposto.
Ainda em 1968, Angelino [11] compara ciclos energéticos operando com vapor e
dióxido de carbono e é possível notar dois interessantes intervalos térmicos para
aplicação do CO2. Sob baixas temperaturas (400-550°C), o seu ciclo destaca-se pela
simplicidade e compactação, não havendo necessidade de reaquecimento entre as etapas
e sem problemas de condensação na turbina. Sob altas temperaturas (650-800°C),
representa maior eficiência e simplicidade com uma maior produção de potência.
6
3. Estudo do ciclo combinado
Apesar de serem utilizados dois fluidos de trabalho diferentes nas simulações para
ciclo de Rankine, no decorrer do capítulo, é dada maior ênfase para utilização do
dióxido de carbono em estado supercrítico. Além disso, há um estudo comparativo entre
ciclos Rankine que tem como fluido de trabalho o vapor e o dióxido de carbono
supercrítico. A ideia é comparar as eficiências e as potências de forma a avaliar o uso do
CO2 nessas circunstâncias. Na Figura 4 é possível visualizar o arranjo dos componentes
no ciclo combinado proposto.
8
Para um ciclo de Rankine a dióxido de carbono supercrítico, todas as etapas do ciclo
têm seu fluido em condições de temperatura e pressão superiores às suas condições
críticas. Sendo assim, a presença do condensador não se faz necessária, pois não há
mudança de fase do fluido em seu interior, podendo ser considerado assim, apenas um
trocador de calor. Entretanto, tal equipamento é importante para o ciclo a vapor de
forma que a bomba comprima apenas líquido e não tenha seu comportamento
prejudicado. Diante disso, ambos os ciclos serão analisados com a presença do
condensador de forma a possibilitar análises comparativas sob as mesmas condições.
A vazão mássica de ar está relacionada a uma turbina a gás GE LM600 [16]. Tal
equipamento tem como máxima temperatura de exaustão: 471°C [16]. São assumidas
temperaturas de saída do CO2 supercrítico da caldeira de recuperação de forma a ter
uma diferença de 20°C em relação à temperatura de exaustão da turbina a gás citada
[16]. Logo, tem-se:
9
Sendo assim, a temperatura máxima que pode ser atingida na saída da caldeira de
recuperação é 451°C [16].
Além disso, para o condensador foi assumida uma pressão superior a pressão crítica
do dióxido de carbono (7377kPa) a fim de mantê-lo em seu estado supercrítico. É
possível observar os dados da Figura 5 obtidos no REFPROP [17] para pressões em
torno da pressão crítica e avaliar o comportamento do S-CO2 como fluido de trabalho.
304.200
304.100
Tc [K]
304.000
303.900
303.800
7350 7360 7370 7380 7390 7400
Pc [kPa]
10
o η𝑏 = 80% (eficiência da turbina de potência a vapor).
3.3. Equacionamento
a) Compressor
Pr2
i
𝑟Brayton = Pr2 = 𝑟Brayton ∙ Pr1
Pr1 i
11
P2
𝑟Brayton = P2 = 𝑟Brayton ∙ P1
P1
Logo, encontra-se para a pressão Pr2 , o valor de sua entalpia para um processo
i
wcpi = h2i − h1
wcpi
wcp =
ηcp
h2 = wcp + h1
b) Câmara de Combustão
P3= P2
q cc = h3 − h2
Q̇cc = ṁar q cc
12
c) Turbina a Gás
wtg = wcp
Tal dado pode ser utilizado para encontrar o valor da entalpia na saída da turbina a
gás. Faz-se uso então do trabalho da turbina da seguinte forma:
wtg = h3 − h4 h4 = h3 − wtg
Diante disso, a temperatura T4 e a pressão relativa Pr4 podem ser encontradas. Neste
ponto, cabe também o cálculo da pressão P4 e, para isso, se faz necessário um cálculo
prévio da pressão Pr4 por meio da eficiência isentrópica da turbina,ηt :
i
wtg wtg
ηt = w wtgi =
tgi ηt
h4i = h3 − wtgi
Logo, com a entalpia ideal h4i , um valor para a pressão ideal Pr4 é encontrado e
i
P3 Pr3 Pr4
=P P4 = P3 ( P i )
P4 r4 3
i
P4 Pr4 P
= Pr5i = Pr4 𝑥 (P5 )
P5 Pr5i 4
13
Com Pr5 i , encontramos h5i , e como isso, temos:
wtpgi = h4 − h5i
wtpg
wtpgi = wtpg = ηtpg 𝑥wtpgi
ηtpg
Logo, temos:
wtpg = h4 − h5 h5 = h4 − wtpg
q tcb = h6 − h5
f) Bomba
sdi = sc
14
Em posse da entalpia sdi e da pressão Pd , encontra-se hdi tornando possível o cálculo
do trabalho isentrópico realizado pela bomba em tais condições, wbi :
wbi = hdi − hc
wb wb
ηb = i
wb = i
wb ηb
wb = hd − hc hd = wb + hc
q tcR = ha − hd
Nesse estágio, tem-se para taxa de variação da quantidade de calor trocada pelos
ciclos (Q̇tc ):
15
Igualando as duas equações para Qtc , tem-se:
q tcB
ṁRankine = ṁar ( )
q tcR
sbi = sa
Com a entropia sbi e a pressão Pb , é possível obter os valores para hbl , sbl ,hblv , sblv
e assim chegar ao título xb necessário aos cálculos relacionados ao ciclo a vapor:
sbi − sbl
xb =
sblv
wtv
ηtv = wtv = ηtv ∙ wtvi
wtvi
wtvi = ha − hbi
16
i) Potência
Neste ponto, tendo o trabalho real resultante ciclo de Brayton, wtpg e o trabalho real
de Rankine, wtv , obtém-se a potencia do ciclo combinado, fazendo:
j) Rendimento
pot
ηth =
q cc ∙ ṁar
17
4. Resultados e Discussões
Para a verificação do programa, foi criada uma simulação de ciclo combinado, tendo
vapor como fluido de trabalho no ciclo de Rankine, utilizando dados usuais de uma
planta industrial [18]. São eles:
Além disso, para o ciclo de Brayton a ar é utilizado um valor usual [15] para a razão
de compressão dado por:
18
Os resultados estão descritos na Tabela 1 e é possível notar pequenas discrepâncias
entre os valores. Isso se deve a possíveis erros de arredondamentos manuais que podem
não estar totalmente de acordo com o programa em Fortran.
Nesta seção serão analisados os resultados das simulações para o ciclo combinado
com a utilização do dióxido de carbono como fluido de trabalho. Para nível de
comparação, foram utilizados parâmetros para razão de compressão 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 do ciclo de
Brayton (valor usual em análises do ciclo [15]) e para a pressão na caldeira de
𝐶𝑎𝑙𝑑
recuperação 𝑃𝑐𝑜2 (Valor selecionado arbitrariamente dentro do intervalo de 16.000 a
28.000kPa citado por Miller [16] para a otimização de ciclo semelhante).
• 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 = 15
𝐶𝑎𝑙𝑑
• 𝑃𝑑 = 𝑃𝑎 = 𝑃𝑐𝑜2 = 20.000kPa
Cada tópico a seguir terá um desses parâmetros variado e a ideia é detalhar tais
variações de modo a otimizar a potência e a eficiência do ciclo.
19
4.2.1. Variação da Razão de Compressão do Ciclo de Brayton (𝒓𝑩𝒓𝒂𝒚𝒕𝒐𝒏 ):
Cald
• 𝑃𝑑 = 𝑃𝑎 = Pco2 = 20.000kPa
20
O limitante dessas variações é a temperatura na saída da turbina de potência a gás
(T5). Para o modelo de turbina utilizado, temos que a máxima temperatura de exaustão
que T5 pode assumir é de 744.15K (471°C) [16]. Diante disso, percebe-se que razões de
compressão iguais ou inferiores a 14 não podem ser utilizadas.
1400.00
1300.00
1200.00
1100.00
1000.00
T5 [K]
900.00
800.00
700.00
600.00
500.00
0 5 10 15 20 25 30
rBrayton
21
da razão de compressão, a pressão relativa no estado 2 aumenta e, assim, o valor de sua
entalpia também aumenta. Logo, diante do valor fixo para a entalpia do estado 3 (T3
definido), Q̇cc encontra uma menor diferença entre as entalpias h3 e h2 e pode-se
justificar sua redução.
170000
160000
150000
140000
Ǭcc [kW]
130000
120000
110000
100000
90000
0 5 10 15 20 25 30
rBrayton
22
145000
125000
85000
65000
45000
25000
0 5 10 15 20 25 30
rBrayton
80000
75000
70000
pot [kW]
65000
60000
55000
0 5 10 15 20 25 30
rBrayton
Potências [kW]
rBrayton
Brayton Rankine Pot. Global
1 0.00 75795.69 75795.69
2 22727.11 54938.17 77665.28
3 32897.21 44624.44 77521.64
4 38775.66 38070.22 76845.88
5 42559.52 33402.52 75962.04
6 45199.46 29834.31 75033.77
7 47069.36 26998.67 74068.03
8 48445.52 24661.73 73107.25
9 49473.00 22690.89 72163.89
10 50223.45 21003.51 71226.95
11 50788.34 19535.04 70323.38
12 51225.91 18235.04 69460.94
13 51520.70 17084.56 68605.26
14 51730.43 16050.81 67781.25
15 51863.55 15113.00 66976.56
16 51924.06 14267.10 66191.16
17 51938.71 13484.82 65423.53
18 51916.54 12770.83 64687.37
19 51842.35 12114.13 63956.47
20 51736.07 11504.68 63240.75
21 51618.15 10938.33 62556.48
22 51479.25 10404.79 61884.04
23 51317.50 9913.55 61231.06
24 51138.08 9450.35 60588.42
25 50936.20 9017.32 59953.53
26 50729.94 8604.39 59334.33
27 50516.58 8217.50 58734.08
28 50292.85 7851.95 58144.80
29 50055.88 7507.70 57563.58
30 49812.02 7180.05 56992.07
24
Inicialmente, com a razão de compressão igual a 1, a potência do ciclo de Brayton é
nula. Isso ocorre porque, como a razão de expansão equivalente das turbinas é igual à
razão de compressão rBrayton , teremos para os pontos 3 e 5 os mesmos valores de
pressão parcial e assim, os mesmos valores para as suas entalpias. Não havendo
diferença entre elas, a potência se anula. Neste ponto, tem-se total dependência do ciclo
de Rankine, cuja potência passa a ser a potência global.
80000.00
70000.00
60000.00
Potência [KW]
50000.00
40000.00 Brayton
30000.00 Rankine
10000.00
0.00
0 5 10 15 20 25 30
rBrayton
É importante destacar, também, que, devido à queda mais branda da potência gerada
em relação à quantidade de calor disponibilizada na câmara de combustão, a eficiência
do ciclo combinado passa a aumentar com o parâmetro 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 , como pode ser visto na
Figura 11.
25
0.650
0.600
nth 0.550
0.500
0.450
0.400
0 5 10 15 20 25 30
rBrayton
Tal aumento é notório, mas ocorre de forma gradual, de modo que considerando a
busca por maiores valores de potência, é possível admitir a eficiência em rBrayton igual
a 15 e ainda obter bons resultados.
• 𝑟𝑏𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 = 15
26
Cald
Tabela 4 - Dados obtidos através da variação de Pco2
27
Na Figura 12 é mostrada a variação da potência global do ciclo combinado.
67600
67400
67200
pot [kW]
67000
66800
66600
66400
16000 18000 20000 22000 24000 26000 28000
Pcald (kPa)
Cald
Figura 12 - Potência global em função da variação da Pco2
28
Cald
Tabela 5 - Composição da potência global em função da variação de Pco2
Potência [kW]
𝐂𝐚𝐥𝐝
𝐏𝐜𝐨𝟐 Brayton Rankine Pot. Global
16000 51863.55 14680.53 66544.08
16500 51863.55 14744.27 66607.82
17000 51863.55 14804.91 66668.46
17500 51863.55 14862.64 66726.19
18000 51863.55 14917.62 66781.18
18500 51863.55 14970.01 66833.57
19000 51863.55 15019.96 66883.51
19500 51863.55 15067.58 66931.13
20000 51863.55 15113.00 66976.56
20500 51863.55 15156.34 67019.89
21000 51863.55 15197.70 67061.25
21500 51863.55 15237.16 67100.72
22000 51863.55 15274.84 67138.39
22500 51863.55 15310.80 67174.35
23000 51863.55 15345.12 67208.68
23500 51863.55 15377.89 67241.44
24000 51863.55 15409.16 67272.71
24500 51863.55 15439.01 67302.56
25000 51863.55 15467.48 67331.03
25500 51863.55 15494.65 67358.20
26000 51863.55 15520.55 67384.11
26500 51863.55 15545.25 67408.81
27000 51863.55 15568.79 67432.35
27500 51863.55 15591.22 67454.77
28000 51863.55 15612.57 67476.13
29
70000.00
60000.00
50000.00
Potência [kW]
40000.00 Brayton
Rankine
30000.00
Pot. Global
20000.00
10000.00
16000 18000 20000 22000 24000 26000 28000 30000
Pcald [kPa]
𝐶𝑎𝑙𝑑
Figura 13 - Composição da potência global em função da variação de 𝑃𝑐𝑜2
O ciclo de Rankine tem o aumento de sua potência de forma gradual e isso reflete na
potência global. Tal aumento se deve a uma maior diferença entre as pressões de saída
𝐶𝑎𝑙𝑑
da bomba (𝑃𝑐𝑜2 ) e de entrada (estado c definido) e assim, numa maior diferença entre
as entalpias também. Entretanto, é possível perceber que dentro do intervalo de pressões
analisado, não há variações radicais.
Cald
Além disso, com o aumento do parâmetro PCO2 , a eficiência aumenta e isso pode ser
explicado pelo fato da potência estar aumentando e a taxa de variação da quantidade de
calor mantida constante. Logo, nota-se que a potência está sendo gerada pelo ciclo de
uma forma mais eficiente diante do calor produzido. A Figura 14 ilustra tais afirmações.
30
0.590
0.589
0.588
0.587
nth 0.586
0.585
0.584
0.583
0.582
0.581
0.580
16000 18000 20000 22000 24000 26000 28000
Pcald (kPa)
𝐶𝑎𝑙𝑑
Figura 14 - Eficiência global do ciclo em função da variação de 𝑃𝑐𝑜2
𝐶𝑎𝑙𝑑
𝑃𝑑 𝑃𝐶𝑂2
𝑟𝑅𝑎𝑛𝑘𝑖𝑛𝑒 = =
𝑃𝑐 𝑃𝑐
Tais dados são expostos na Tabela 6. O dado de entrada utilizado foi a razão de
compressão do ciclo de Brayton:
• 𝑟𝐵𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 = 15
31
Tabela 6 - Dados obtidos através da variação de rRankine
Como os parâmetros do ciclo de Brayton foram mantidos tal como o gás utilizado
(ar), tem-se que os valores encontrados para a temperatura na saída da turbina de
potência a gás (T5), as taxas de variação da quantidade de calor obtida com a queima de
combustíveis na câmara de combustão (Q̇cc ) e da quantidade de calor trocada pelos
ciclos de Brayton e Rankine (Q̇tc ) são constantes.
32
68000
67500
67000
pot [kW] 66500
66000
65500
65000
64500
64000
1 3 5 7 9 11 13 15
rRankine
Potência [kW]
RRankine
Brayton Rankine Pot. Global
1 51863.55 12767.15 64630.70
2 51863.55 14513.67 66377.23
3 51863.55 15289.42 67152.98
4 51863.55 15674.15 67537.70
5 51863.55 15850.80 67714.35
6 51863.55 15899.83 67763.38
7 51863.55 15862.99 67726.55
8 51863.55 15764.18 67627.73
9 51863.55 15617.98 67481.54
10 51863.55 15433.80 67297.36
11 51863.55 15217.97 67081.52
12 51863.55 14974.91 66838.47
13 51863.55 14707.80 66571.36
14 51863.55 14418.94 66282.49
15 51863.55 14109.99 65973.55
33
Como não há variações no ciclo de Brayton, sua potência se mantém constante
deixando a variação da potência global para o ciclo de Rankine, como pode ser visto na
Figura 16.
70000.00
60000.00
50000.00
Potência [kW]
40000.00 Brayton
Rankine
30000.00
Pot. Global
20000.00
10000.00
1 6 11
rRankine
Cald
Tal comportamento se deve à diferença entre as pressões de saída da bomba (Pco2 )
e de entrada (estado c definido) e, assim, à diferença entre as entalpias também.
34
0.595
0.590
0.585
0.580
nth
0.575
0.570
0.565
0.560
1 3 5 7 9 11 13 15
rRankine
36
É importante destacar que não há alteração no gás utilizado no ciclo de Brayton (ar).
Diante disso, a temperatura na saída da turbina de potência a gás (T5), a taxa de variação
da quantidade de calor obtida com a queima de combustíveis na câmara de combustão
(Q̇ cc ) e a taxa de variação da quantidade de calor trocada pelos ciclos de Brayton e
Rankine (Q̇tc ) são iguais para ambos os ciclos combinados para cada razão de
compressão.
80000
75000
70000
pot (kW)
65000
60000 S-CO2
H2O
55000
50000
45000
0 5 10 15 20 25 30
rBrayton
Diante disso, e observando uma queda mais acentuada nos valores para a taxa de
variação da quantidade de calor, obtidos com a queima de combustíveis na câmara de
combustão (Figura 7), tem-se o aumento da eficiência de ambos os ciclos, como pode
ser visto na Figura 19.
37
0.700
0.600
nth 0.500
S-CO2
0.400
H2O
0.300
0.200
0 5 10 15 20 25 30
rBrayton
Nota-se que as eficiências obtidas para um ciclo operando com dióxido de carbono
supercrítico são superiores àquelas obtidas para um ciclo a vapor sob as mesmas
variações de rBrayton.
38
Tabela 9 - Resultados obtidos através da variação da pressão na caldeira de recuperação 𝑷𝑪𝒂𝒍𝒅
39
Quanto à potência, é possível perceber baixas variações para ambos os ciclos
combinados, como pode ser visto na Figura 20.
70000
68000
66000
pot [kW]
64000
62000 S-CO2
H2O
60000
58000
56000
16000 18000 20000 22000 24000 26000 28000
Pcald [kPa]
40
0.6000
0.5800
0.5600
nth
0.5400
S-CO2
0.5200 H2O
0.5000
0.4800
16000 18000 20000 22000 24000 26000 28000
Pcald [kPa]
Nota-se que as eficiências obtidas para um ciclo operando com dióxido de carbono
supercrítico são superiores àquelas obtidas para um ciclo a vapor sob as mesmas
pressões.
41
Tabela 10 - Resultados obtidos através da variação da razão de compressão r Rankine
42
70000
68000
66000
64000
62000
pot [kW]
60000
S-CO2
58000
H2O
56000
54000
52000
50000
1 3 5 7 9 11 13 15
rRankine
00.650
00.600
00.550
nth
00.500
S-CO2
00.450 H2O
00.400
00.350
1 3 5 7 9 11 13 15
rRankine
43
Nota-se que as eficiências obtidas para um ciclo operando com dióxido de carbono
supercrítico são superiores àquelas obtidas para um ciclo a vapor sob as mesmas
condições.
44
5. Conclusões
Cald
Em contrapartida, a variação de Pco2 dentro do intervalo analisado não apresentou
modificações impactantes ao ciclo, o que demonstra a necessidade de elevar essa
pressão a valores ainda mais altos para expressivas potências e eficiências.
Tal abordagem pode ser verificada com a variação da razão rRankine, que está
Cald
diretamente relacionada a Pco2 e trouxe resultados mais impactantes. Foi possível
verificar um valor ótimo para o ciclo (6) e ainda compatível como as bombas existentes
no mercado [19].
Além disso, a análise comparativa com o ciclo a vapor d’água demonstrou que a
utilização do dióxido de carbono pode ser bastante vantajosa, pois foram obtidos valores
superiores de potência e eficiência para as três variações de parâmetros verificadas. Tais
resultados estão relacionados a massa específica do CO2 supercrítico se aproximar do
dobro da massa específica do vapor, o que proporciona maior facilidade de compressão
e alta densidade de potência.
45
Como possíveis trabalhos futuros, tem-se a utilização de biocombustíveis na câmara
de combustão e de processos de separação do gás carbônico dos demais gases de
combustão. Aplicações de membranas e criogenia são alguns dos que vem sendo
estudados [20]. A ideia é reutilizar esse gás no ciclo de Rankine reduzindo suas
emissões para o ambiente. Além disso, pode-se levar em consideração a utilização de
métodos de otimização numérica que possam aperfeiçoar a escolha dos parâmetros e as
análises feitas em torno do ciclo.
46
6. Referências Bibliográficas
[1]LIVESCIENCE, Global Warming: News, Facts, Causes & Effects. Disponível em:
<http://www.livescience.com/topics/global-warming>. Acesso em: 2 fev 2017,
20:46:02.
[8]ANGELINO, G., Perspectives for the Liquid Phase Gas Turbine. ASME. Journal of
Engineering for Power, Vol. 89, pp 229-237, 1967.
47
[9]FEHER, E.G., The Supercritical Thermodynamic Power Cycle. Energy Conversion,
Fergamon Press. Vol. 8, pp. 85-90.1968.
[10]ZHANG, X., YAMAGUCHI, H., FUJIMA, K., et al., Feasibility Study of CO2-
Based Rankine Cycle Powered by Solar Energy. JSME International Journal, Vol.48, pp
540-547, 2005.
[12]ZHANG, X., YAMAGUCHI, H., UNENO, D., et al., Analysis of a novel solar
energy-powered Rankine cycle for combined power and heat generation using
supercritical carbon dioxide. Renewable Energy, Vol.31, pp 1839-54, 2006.
[15]BATHIE, W., Fundamentals of Gas Turbines. 2ª ed., John Wiley & Sons, 1996.
48
[18]SIEMENS. Industrial Steam Turbines. Disponível em: <https://w3.siemens.
com.cn/energy/cn/zh/mechanical-drives/Documents/Industrial_Steam_Turbines_EN_
2013.pdf>. Acesso em: 01 jul 2017, 11:33:55.
49
Apêndice
50
A) Programa para simulação de um ciclo combinado Brayton-Rankine utilizando
vapor como fluido de trabalho
program CicloCombinadovapor
use ThermCoeffProp
use Thermo_Prop_Calc
real(8) T1,P1,T2,P2,T3,P3,T4,P4,h1,h2,h3,h4
real(8) Pr1,Pr2,Pr3,T2i,h2i,h4i,rb,ncp,ntg,ntpg
real(8) Wc,Wci,Wtg, Wtgi, Qcc,Air(5,489)
integer(4) Col1,Col2_1,Col2_2
real(8) sbl,hbi,hbl,hblv,sbi,sblv
real(8) Ta,Pa,ha,Tb,Pb,Tc,Pc,sc,hc,Pd,Td,rr, nb,ntv, w
real(8) sdi,hdr,hdi
real(8) Wb,Wbi,Wtv,Wtvi,xb,Qtc, wv, nv
real(8) convert,cp,cv,q,e,e2,hjt,d,dl,dv,x,y,x1,xliq,xvap,rhov, rhol,rhol1
51
!########Variação dos Parâmetros do Ciclo Combinado###############
!do rb = 1,30,1
!do Pa = 16000,28000, 500
!do rr = 1,15,1
rb=15d0
!Pressão na entrada da bomba:
Pc=6.86d0 !Parâmetro usual
!Pc=7400d0
call Air_Prop(Air)
52
!Processo 1-2 (Compressor isentrópico)
Pr2=Pr1*rb
P2 = P1*rb
Col2_1=5
T2i= TAir(Pr2,Air,Col2_1)
h2i=hAir(Pr2,Air,Col2_1)! Estado 2 ideal
Wci = h2i-h1
Wc = Wci/ncp
h2 = h1 + Wc !Estado 2 real
T2 = TAir(h2,Air,3)
Qcc = h3 - h2
P4 = P3*(Pr4i/Pr3)
53
!Estado 4 real (Saída da turbina a gás)
h4 = h3 - Wtg
T4 = TAir(h4,Air,3)
Pr4 = PrAir(T4,Air,1)
P4 = P3*(Pr4i/Pr3)
T5i = TAir(Pr5i,Air,5)
h5i = hAir(Pr5i,Air,5)
wtpgi = h4 - h5i
wtpg = ntpg * wtpgi
h5 = h4 - wtpg
T5 = TAir(h5,Air,3)
!write(*,*) T5
54
hf(1)='water.fld'!Arquivo com propriedades do fluido
hfmix ='hmx.bnc'
hrf = 'DEF' !Estado de referência
convert = 0.0555085593095202d0
!Processo c-d(Bomba)
sdi=sc
call PSFLSH (Pd,sdi,x1,Td,D,Dl,Dv,x,y,q,e2,hdi,cv,cp,w,ierr,herr)
wbi=hdi-hc
wb=wbi/nb
!write(*,*) 'Td=', Td, sdi*convert,hdi*convert, wbi*convert, wb*convert
Qtc = ha-hd
55
mpv = mpa*((h5-h6)/(Qtc*convert))
!write(*,*) 'Ta=',Ta,hd*convert, ha*convert, Qtc*convert
Wtvi = ha-hbi
Wtv = ntv*Wtvi
Wv =(Wtv-Wb)
nv = Wv/Qtc
56
!write (*,*) "Para o ciclo combinado temos(T5, Qcc, Qtc, Wl, nl):", T5, Qcc*mpa,
Qtc*convert*mpv, Wl, nl
!enddo
end program
program CicloCombinadoCO2
use ThermCoeffProp
use Thermo_Prop_Calc
real(8) T1,P1,T2,P2,T3,P3,T4,T5,P4,h1,h2,h3,h4,h5,h6
real(8) Pr1,Pr2,Pr3,T2i,h2i,h4i,rb,ncp,ntg,ntpg
real(8) Wc,Wci,Wtg, Wtgi, Qcc,Air(5,489)
integer(4) Col1,Col2_1,Col2_2
real(8) sbl,hbi,hbl,hblv,sbi,sblv
real(8) Ta,Pa,ha,Tb,Pb,Tc,Pc,sc,hc,Pd,Td,rr, nb,ntv, w
57
real(8) sdi,hdr,hdi
real(8) Wb,Wbi,Wtv,Wtvi,xb,Qtc, wv, nv
real(8) convert,cp,cv,q,e,e2,hjt,d,dl,dv,x,y,x1,xliq,xvap,rhov, rhol,rhol1
do rb = 1,30,1
!do Pa = 16000,28000, 500
!do rr = 1,15, 1
!rb= 15d0
Pa=20000d0; !Pressão na saída da caldeira de recuperação
Pc=7400d0 !Pressão na entrada da bomba
!Pa=rr*Pc
call Air_Prop(Air)
58
!Estado 1 (T1 e P1 dados)
Col1=1
h1=hAir(T1,Air,Col1)
Pr1=PrAir(T1,Air,Col1)
Wci = h2i-h1
Wc = Wci/ncp
h2 = h1 + Wc !Estado 2 real
T2 = TAir(h2,Air,3)
Qcc = h3 - h2
59
T4i = TAir(h4i,Air,3)
Pr4i = PrAir(T4i,Air,1)
P4 = P3*(Pr4i/Pr3)
P4 = P3*(Pr4i/Pr3)
T5i = TAir(Pr5i,Air,5)
h5i = hAir(Pr5i,Air,5)
wtpgi = h4 - h5i
wtpg = ntpg * wtpgi
h5 = h4 - wtpg
T5 = TAir(h5,Air,3)
!write(*,*) T5
h6 = hAir(T6,Air,1)
60
!############# Ciclo de Rankine - CO2 ################
!Processo c-d(Bomba)
sdi=sc
call PSFLSH (Pd,sdi,x1,Td,D,Dl,Dv,x,y,q,e2,hdi,cv,cp,w,ierr,herr)
wbi=hdi-hc
61
wb=wbi/nb
!write(*,*) 'Td=', Td, sdi*convert,hdi*convert, wbi*convert, wb*convert
Qtc = ha-hd
mpv = mpa*((h5-h6)/(Qtc*convert))
!write(*,*) 'Ta=',Ta,hd*convert, ha*convert, Qtc*convert
62
Wtvi = ha-hbi
Wtv = ntv*Wtvi
Wv =(Wtv-Wb)
nv = Wv/Qtc
!write (*,*) "Para o ciclo combinado temos(T5, Qcc, Qtc, pot, nth):",T5, Qcc*mpa,
mpv*qtc*convert , pot, nth
!write (*,*) Wtpg *mpa, Wv*convert*mpv,pot !Gráfico da composição da potência por
ciclo
enddo
end program
63