Antonio Hilario Da Rocha - MSC - COPPE - Vfinal (Postada)
Antonio Hilario Da Rocha - MSC - COPPE - Vfinal (Postada)
Antonio Hilario Da Rocha - MSC - COPPE - Vfinal (Postada)
BARRAGENS DE REJEITOS
Rio de Janeiro
Setembro de 2023
Antonio Hilario da Rocha Junior
Aprovada por:
_____________________________________
Prof. Marcio de Souza Soares de Almeida
_____________________________________
Prof. Leonardo De Bona Becker
_____________________________________
Prof. Fernando Saboya Albuquerque Junior
_____________________________________
Prof. Samuel Felipe Mollepaza Tarazona
_____________________________________
Prof. Willy Alvarenga Lacerda
iii
“Seja quem você quer ser,
Sinara.
iv
AGRADECIMENTO
A Deus;
À minha família;
Aos meus colegas de turma e amigos, agradeço por compartilharem experiências e ideias;
Muito Obrigado!
v
DESENVOLVIMENTO DE APARATO PARA MODELAGEM FÍSICA DE
BARRAGENS DE REJEITOS
Setembro/2023
vi
DEVELOPMENT OF APARATUS FOR PHYSICAL MODELING OF
TAILINGS DAMS
September/2023
The recent environmental disasters stemming from incidents in mining waste dam
failures, causing significant loss of life and extensive catastrophic impacts, have elicited
responses from society and more stringent regulatory measures. These structures, often
comprised of sand, silt, and clay particles, high moisture content, and low density, are
highly susceptible to liquefaction. The use of physical models in geotechnical engineering
has proven crucial, allowing controlled simulations of complex systems and providing
essential insights for the understanding of dam stability. In this context, this study
proposes the construction of a testing apparatus to assess scaled models of iron ore waste
dams, enriching the understanding of their behavior. The methodology encompasses the
characterization of geotechnical parameters, flow analysis, and stability assessment, with
results evaluated in relation to soil mechanics and numerical models. This culminates in
a comprehensive comprehension of the geotechnical behavior of the waste, essential for
enhancing the practices of dam design, construction, and management, aiming to mitigate
risks associated with environmental disasters.
vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
viii
3.3.3 TILT-TEST .................................................................................................. 34
4.3.5 INCLINÔMETRO....................................................................................... 61
ix
4.6 METODOLOGIA DOS ENSAIOS NA CAIXA 1g ......................................... 83
x
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 142
ANEXOS...................................................................................................................... 147
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – (a) Pilha de estéril (Mina de águas claras, Nova Lima/MG), (b) Estéril em
detalhe............................................................................................................................... 2
Figura 4 - Resultados típicos de ensaios triaxiais de uma areia em condição densa e solta.
a) Tensão desviadora b) Índice de vazios críticos (Casagrande, 1936). ......................... 10
Figura 5 - Representação da Linha de Estado Crítico (Fonte: Jefferies & Been, 2016) 11
Figura 17- Comparação entre a curva granulométrica do rejeito estudado com o rejeito
das barragens B1 do Córrego do Feijão e do Fundão (Coutinho,2022) ......................... 26
xii
Figura 18 - Quarteador de amostras em aço com 18 planos de 25mm ........................... 28
Figura 33 - Válvulas solenoides para controle de injeção de gás e drenagem dos módulos.
........................................................................................................................................ 51
Figura 58 - Modelo talude 1:1 (Malha 442 elementos e condições de contorno) .......... 74
Figura 59 - Modelo talude 2:1 (Malha 662 elementos e condições de contorno) .......... 74
Figura 60 - Modelo talude 3:1 (Malha 865 elementos e condições de contorno) .......... 74
Figura 61 – Fase de saturação – rede de fluxo em regime permanente - Modelo com talude
1:1 (NA= 0,70m do reservatório e dreno de jusante aberto) .......................................... 76
xiv
Figura 62 - Fase de saturação – rede de fluxo em regime permanente - Modelo com talude
2:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno de jusante aberto) .......................................... 76
Figura 63 - Fase de saturação – rede de fluxo em regime permanente - Modelo com talude
3:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno de jusante aberto) .......................................... 76
Figura 64 - Modelo com talude 1:1 (Elevação do NA do reservatório de 0,70m para 1,0m
e dreno de jusante mantido aberto) ................................................................................. 77
Figura 65 -Modelo com talude 2:1 (Bloqueio do dreno de jusante com NA do reservatório
mantido em 1,0m) ........................................................................................................... 77
Figura 66 - Modelo com talude 3:1 (Bloqueio do dreno de jusante com NA do reservatório
mantido em 1,0m) ........................................................................................................... 77
Figura 67 - Modelo com talude 1:1 (NA= 0,70m do reservatório e dreno de jusante aberto,
em condição de regime permanente) .............................................................................. 79
Figura 68 - Modelo com talude 2:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno de jusante aberto,
em condição de regime permanente) .............................................................................. 79
Figura 69 - Modelo com talude 3:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno de jusante aberto,
em condição de regime permanente) .............................................................................. 79
Figura 70 - Modelo com talude 1:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno aberta, na última
condição de regime transiente) ....................................................................................... 80
Figura 71 - Modelo com talude 2:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno bloqueado, na
última condição de regime transiente) ............................................................................ 80
Figura 72 - Modelo com talude 3:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno bloqueado, na
última condição de regime transiente) ............................................................................ 81
Figura 74 - Verificação de conexões das mangueiras de água e gás dos drenos internos
........................................................................................................................................ 84
xv
Figura 79 - Imagem da caixa de ensaio (a) sem geotêxtil (b) com geotêxtil .................. 88
Figura 86 - Base de Nylon impressa para engaste do inclinômetro (a) sem película (b)
com película e perfurada................................................................................................. 93
Figura 102 - Posição dos piezômetros para o modelo 1H:1V. ..................................... 108
Figura 104 – (a) Processo de galgamento; (b) Erosão causada pelo galgamento do modelo
1H:1V ........................................................................................................................... 109
Figura 105 - Superfície de ruptura modelo físico (a) Vista frontal (b) Vista lateral com
destaque para a superfície de ruptura. .......................................................................... 110
Figura 107 - Definição da linha freática para análise de estabilidade. ......................... 111
Figura 108 - Linha freática Modelo numérico (cor vermelha) e linha freática do Modelo
físico (cor azul) ............................................................................................................. 112
Figura 109 - Distância entre a crista do talude e o material não mobilizado ............... 112
Figura 110 - Análise de estabilidade empregando rede de fluxo obtida no modelo físico.
...................................................................................................................................... 113
Figura 112 - Disposição dos instrumentos instalados na cota zero .............................. 114
Figura 113 - Compactação da primeira camada de rejeito no modelo 2H:1V. ............ 115
Figura 114 - Lançamento de material para compactação da última camada ................ 115
Figura 116 - Arrasamento do modelo com talude 2H:1V (a) antes; (b) depois. .......... 116
Figura 117 - Execução do furo guia para a instalação do inclinômetro. ...................... 116
Figura 119 - Modelo com talude 2H:1V apto para o início do ensaio. ........................ 117
Figura 121 - Dados dos piezômetros (Leituras a cada 10min) ..................................... 120
Figura 122 - Gráfico comparativo entre os dados do modelo numérico e o modelo físico
no dia 13. ...................................................................................................................... 122
xvii
Figura 123 - Gráfico comparativo entre os dados do modelo numérico e o modelo físico
no dia 14. ...................................................................................................................... 123
Figura 124 - Marco 1 (Carga piezométrica máxima – dia 13) ..................................... 124
Figura 127 - Cargas piezométricas para a configuração dreno aberto. ........................ 127
Figura 128 - Dados de piezometria para a configuração dreno bloqueado. ................. 128
Figura 129 – Comparação entre estimativas a partir das leituras dos Piezômetros elétricos
e Casagrande – Condição Dreno Aberto ...................................................................... 128
Figura 130 - Comparação entre estimativas a partir das leituras dos Piezômetros elétricos
e Casagrande – Condição dreno bloqueado (32 minutos após o bloqueio). ................. 129
Figura 131 - Comparação entre estimativas a partir das leituras dos Piezômetros elétricos
e Casagrande – Condição aplicação de sobrecarga (33 minutos após a sobrecarga). .. 129
Figura 133 - Surgência iniciando pelas bordas da caixa de ensaio. ............................. 131
Figura 134 - Linha freática obtidas: (a) Configuração dreno aberto (b) Configuração dreno
bloqueado...................................................................................................................... 131
Figura 135 - Definição da linha freática revisada para análise de estabilidade 2H:1V 132
Figura 136 - Linha freática Modelo numérico (cor vermelha) e linha freática do Modelo
físico (cor azul) ............................................................................................................. 133
Figura 137 - Análise de estabilidade empregando rede de fluxo obtida no modelo físico
2H:1V. .......................................................................................................................... 134
Figura 138 - Evolução da erosão regressiva no pé do talude modelo 2H:1V .............. 134
xviii
LISTA DE TABELAS
Tabela 3 – Composição química obtida através da análise química por ataque sulfúrico
........................................................................................................................................ 31
xix
Tabela 23 - Resumo dos dados de piezometria ............................................................ 126
xx
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
xxi
q Tensão desviatória (q = σ’1 - σ’3)
qs Tensão desviatória no estado permanente (crítico)
σ’3 Tensão principal menor
σ’1 Tensão principal maior
σ’h Tensão efetiva horizontal
σ’v Tensão efetiva vertical
σ’vm Tensão de sobreadensamento ou de pré-adesamento
Ko Coeficiente de empuxo no repouso (Ko = σ'h/σ'v)
S Grau de saturação
ϕ'c Ângulo de atrito do estado crítico
ѱ Parâmetro de estado (e - ec)
M Razão de atrito de estado crítico (M = qc/p’c)
D Dilatância
Dmin Máxima dilatância absoluta
Go Módulo cisalhante inicial
Vs Velocidade da onda cisalhante (Vs = L/t)
T Tempo de viagem da onda cisalhante
K Coeficiente de permeabilidade
w Teor de umidade
ρd Massa específica aparente seca
ρdn Massa específica seca da camada n
γw Peso específico da água
γs Peso específico real dos grãos
Gs Densidade específica
xxii
1. INTRODUÇÃO
Dessa forma, o destino final desses resíduos se torna um fator fundamental para o
sucesso de uma mineração. Ainda que novas técnicas de disposição de resíduos de
mineração, tais como desaguamento e prensagem, venham sendo desenvolvidas e
aprimoradas, a aplicação dessas técnicas ainda é incipiente no Brasil, onde a destinação
desses resíduos é normalmente feita em estruturas geotécnicas, tais como pilhas de
estéreis (Figura 1) e barragens de rejeitos (Figura 2). A segurança operacional dessas
estruturas é fundamental para a continuidade do negócio.
1
ocasionarem grandes deslocamentos de massa, podendo causar consequências como a
perda de vidas humanas, irreparáveis danos ambientais e grandes prejuízos econômicos.
(a)
(b)
Figura 1 – (a) Pilha de estéril (Mina de águas claras, Nova Lima/MG), (b) Estéril em detalhe.
Diante desse contexto, este trabalho faz parte do projeto firmado entre a Vale S.A.
(mineradora multinacional brasileira) e a Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas
e Estudos Tecnológicos (COPPETEC) destinado a apoiar a realização de projetos de
desenvolvimento tecnológico, de pesquisa, de ensino e extensão do instituto Alberto Luiz
Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (COPPE/UFRJ). Este projeto denomina-se Assistência Técnica para Projeto e
2
Execução de Modelos Físicos e Realização de Ensaios de Liquefação em Rejeitos de
Mineração, com foco em modelos físicos 1G de barragens de rejeitos em escala reduzida,
visando o desenvolvimento e aperfeiçoamento de tecnologias que sirvam como
benchmark para simulações numéricas.
3
• Capítulo 1 – Apresenta uma breve introdução sobre o tema abordado, esclarecendo
objetivos, motivações e justificativas para a sua escolha;
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5
À medida em que um solo granular é suscetível à liquefação, a mesma pode ser
desencadeada por uma combinação de diversos gatilhos tais como elevação súbita do
lençol freático, ruptura de taludes, entre outros. Uma série de fatores podem influenciar
esta condição, incluindo a densidade e o tamanho dos grãos, o nível de saturação, a tensão
efetiva, a profundidade do lençol freático e amplitude do carregamento (Terzaghi et al.,
1996).
Estudos anteriores, como o Gi Report (1987) mencionado por Ghose e Sen (2001),
indicam que os constituintes químicos dos rejeitos processados compreendem
principalmente ferro (Fe), sílica (SiO₂) e alumina (Al₂O₃). Quanto à composição
mineralógica, esta consiste principalmente de quartzo e hematita (Fe 2O3),
correspondendo a aproximadamente 35% e 60-65%, respectivamente. Resultados obtidos
por Huang et al., 2013 também corroboram com a predominância de sílica, alumina e
óxido de ferro na composição dos rejeitos.
6
processo de extração dos metais. Para ilustrar essa variação, a Tabela 1 apresenta as
análises químicas de diferentes amostras de rejeitos encontrados no Quadrilátero Ferrífero
em Minas Gerais, conforme descrito por diversos autores.
Diante dessas características, Rocha (2008) ressalta que estes materiais, em geral
de granulometria mais fina, podem ser um produto rentável, sendo a gestão adequada do
rejeito de minério de ferro essencial para a minimização dos impactos ambientais e
sociais.
7
Figura 3 - Faixas granulométricas dos materiais susceptíveis à liquefação (modificado de Ishihara et al.,
1980)
8
Ao longo do século XX, foram realizados avanços teóricos significativos que
contribuíram para um aprofundamento do entendimento sobre o comportamento dos solos
quando submetidos a tensões e deformações. Entre esses avanços, destacam-se os
conceitos de dilatância e de estados críticos.
Dilatância e compacidade
Um aspecto de suma importância que caracteriza os solos, distinguindo-os de
outros materiais estudados em engenharia, é a sua capacidade de sofrer variações de
volume quando submetidos a esforços cisalhantes, fenômeno conhecido como dilatância,
o qual foi identificado por Reynolds em 1885 (Jefferies & Been, 2016).
9
diferentes variações de tensão desviadora efetiva, q' = σ'1 - σ'3, e de índice de vazios
durante o processo de cisalhamento, aproximando-se do estado crítico.
Figura 4 - Resultados típicos de ensaios triaxiais de uma areia em condição densa e solta. a) Tensão
desviadora b) Índice de vazios críticos (Casagrande, 1936).
10
Essa relação pode ser visualmente representada em um gráfico que relaciona o índice de
vazios (e) com a tensão média efetiva (p'), conforme ilustrado na Figura 5.
Figura 5 - Representação da Linha de Estado Crítico (Fonte: Jefferies & Been, 2016)
As LECs das areias são geralmente apenas lineares no espaço e:lnp’ para tensões
de confinamento mais elevadas, apresentando-se tipicamente curvas em tensões
moderadas, tendendo para uma assíntota horizontal com a diminuição de p’ (Verdugo e
Ishihara, 1996). Muitos autores, por simplificação, tendem a considerá-las bilineares
(Been et al., 1991).
11
Dessa forma, quando um solo, sob um determinado valor de tensão média efetiva,
p', possui um índice de vazios maior que o índice de vazios crítico, e > e c, seu parâmetro
de estado é positivo, ψ > 0, indicando que o solo está em uma condição contrátil. Por
outro lado, se o solo apresentar um índice de vazios menor que o índice de vazios crítico,
e < ec, sob um valor de tensão média efetiva, p', o solo está em uma condição dilatante e
o parâmetro de estado é negativo, ψ < 0. Quando o parâmetro de estado é igual a zero,
ψ=0, o solo possui um índice de vazios igual ao índice de vazios crítico, e = ec, e, portanto,
é denominado estado crítico. Logo, quanto maior a distância em relação ao estado crítico
final, maior será a dilatação ou contração do solo.
Estado crítico
Os solos são materiais que existem em uma ampla gama de estados, sendo o estado
crítico definido por Roscoe et al. (1958) como o estado no qual um solo continua a
cisalhar com tensão e índice de vazios constantes - essencialmente uma formalização da
ideia de Casagrande. Quando um solo está em uma condição em que a deformação ocorre
continuamente sem variação de volume ou tensões efetivas, considera-se que o solo está
no estado crítico (Atkinson e Bransby, 1978).
12
No estado crítico, o solo continua a deformar-se se houver uma tensão que induza
a deformação. Essa tensão é chamada de tensão cisalhante e é geralmente relacionada à
tensão normal pelo ângulo de atrito em volume constante, ϕ'cv, pelo ângulo de atrito
crítico, ϕ'c, ou pela razão de tensão de corte ou razão de atrito M.
De acordo com estudos conduzidos por Moretti et al. (1999) e Owen & Moretti
(2011), a ocorrência de liquefação é mais comum em sedimentos com uma faixa
granulométrica entre siltes grossos e areias finas. Sedimentos mais grossos apresentam
melhor capacidade de drenagem, o que reduz a probabilidade de liquefação.
Figura 7 - Seção transversal recriada da barragem do Córrego do Feijão (Painel de especialistas, 2019).
13
drenadas. Além disso, solos com grãos mais arredondados são mais propensos à
liquefação em comparação com solos que possuem grãos angulares.
Por fim, a suscetibilidade à liquefação também pode ser influenciada pelo tipo de
estrutura. Martin et al. (2002) indicam que o método construtivo de alteamento para
montante é mais propenso à liquefação devido ao menor volume de material compactado
global utilizado em comparação com outros métodos construtivos de barragens.
14
Figura 8 - Histograma de parâmetro de estado barragem de fundão (Comitê de especialistas,2016).
15
definida como a resistência não drenada dividida pela tensão vertical efetiva (Davies et
al., 2002 e Morgenstern, 2007).
Por outro lado, a liquefação também pode ser desencadeada por carregamentos
cíclicos, como terremotos, explosões e vibrações causadas pelo tráfego de equipamentos.
Figura 9 - Liquefação devido a carregamento estático ou cíclico. (a) Trajetória de tensões (b) Tensão-
deformação (Modificado de Davies et al., 2002)
Na Figura 9.a, são apresentados os caminhos de tensões efetivas de uma areia
fofa saturada sujeita a carregamentos não drenados, tanto cíclico quanto estático. No caso
de carregamentos estáticos, a amostra tenderia a compactar-se, mas devido à condição
não drenada, ocorre um aumento nos valores de poropressão a volume constante. Já nos
carregamentos cíclicos, ocorrem excessos de poropressão a cada ciclo de carregamento,
que se acumulam gradualmente, direcionando a trajetória das tensões efetivas em direção
16
à ruptura. As correspondentes respostas tensão-deformação são ilustradas na Figura 9.b.
Quando a trajetória das tensões ultrapassa a superfície de colapso e entra na zona instável,
a resistência do solo é reduzida até atingir o valor de estado crítico.
2.2. MODELO 1G
A prática de realizar estudos de parâmetros com modelos em escala pode ser usado
para aumentar o conhecimento em áreas onde o histórico de casos e/ou testes de
protótipos fornecem apenas dados esparsos. Além da interpretação qualitativa, os
resultados dos testes de modelos em escala são frequentemente usados como benchmarks
de calibração para métodos analíticos, ou para fazer previsões quantitativas da resposta
do protótipo. Para tais aplicações é necessário ter um conjunto de informações que
relacionam o modelo observado e o comportamento do protótipo previsto.
17
2.2.2 LEIS DE SIMILITUDE
18
Figura 10 - Gráfico de tensão-deformação (modelo e protótipo) Fonte: Modificado de Rocha (1957)
Para a relação de similitude dinâmica, Scott (1989) utilizou equações gerais de
equilíbrio dinâmico definidas por Fung (1977) em conjunto a lei de conservação de
energia para a construção de relações de dimensionamento do modelo para ensaios
dinâmicos em centrífuga. Então, Gibson (1996) reescreveu essas equações para que
fossem aplicadas a um solo granular saturado submetido a centrífuga, tão quanto a testes
1g, obtendo a equação (1):
(1)
19
estacionário e é descrita em Figura 11; difere dos métodos de Rocha, que optou por
modificar a relação constitutiva e não as propriedades do solo.
20
resistência do material. Compreender esse processo implica em adquirir conhecimento
sobre a mecânica dos solos, incluindo a granulometria, a morfologia das partículas e a
existência de barreiras impermeáveis, as quais podem afetar o comportamento não
drenado de rejeitos arenosos.
21
3. COMPORTAMENTO DO REJEITO ESTUDADO NOS MODELOS 1G
3.1.1 REJEITOS UF E OF
A barragem de que trata este estudo contém rejeitos de underflow (UF) e overflow
(OF). A disposição desses materiais na seção representativa da barragem está mostrada
na Figura 12.
22
Figura 12 - Seção de barragem típica com superfície potencial de ruptura
23
Figura 14 - Barragem típica, MG
24
Figura 15 - Perfis de poropressão, densidade relativa e parâmetro de estado medidos no ensaio CPTu
realizado na praia de rejeitos.
25
Coutinho (2022) definiu a amostra P3, situada mais afastada do local de lançamento na
praia de rejeito, como o material para definição dos parâmetros que serão utilizados neste
trabalho. Além de apresentar uma curva granulométrica (Figura 17) muito próxima aos
rejeitos finos reconstituídos da barragem B1 do Córrego do Feijão (ROBERTSON et al.,
2019) e à areia do Fundão (MORGENSTERN et al., 2016), a mostra P3 apresentou o
maior Gs entre todas as amostras, 2,93.
Figura 17- Comparação entre a curva granulométrica do rejeito estudado com o rejeito das barragens B1
do Córrego do Feijão e do Fundão (Coutinho,2022)
26
da massa específica do solo é feito através da altura de queda do soquete definindo uma
energia de compactação para cada camada.
Para a aplicação do método nos ensaios em escala 1g, primeiramente é feita uma
calibração em uma caixa teste de dimensões conhecidos e proporcionais a caixa de ensaio,
fixando o número de golpes e umidade de preparação da amostra, variando-se a altura de
queda do soquete. A umidade de preparação da amostra foi definida por Coutinho (2022)
em 13%, seguindo as diretrizes de HILF (1991) para obtenção da umidade ótima, em que
se obteve a melhor trabalhabilidade do material.
São executadas ao menos 3 repetições, com diferentes alturas de queda com massa
específicas correspondentes, de modo a definir uma curva exponencial, para determinar
as constantes C1 e C2 da equação (2):
(2)
Onde:
(3)
sendo ρdt a massa específica seca alvo para o corpo de prova, μ a porcentagem de
subcompactação (em decimal) e Nc o número total de camadas. A partir do índice de
vazios escolhido, é definida a massa específica alvo (ρdt) do corpo de prova por meio da
Equação (4).
27
𝛾𝑠
𝜌𝑑𝑡 = (4)
1+𝑒
28
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO REJEITO
O material ensaiado foi caracterizado como sendo uma areia fina siltosa com 79%
de areia, 20% de silte e 1% de argila, D50 igual a 0,08 mm, coeficiente de uniformidade
(Cu) de 1,88, coeficiente de curvatura (Cc) de 1,13 e graduação uniforme, conforme pode
ser observado na Figura 19. O ensaio de densidade real dos grãos forneceu valor de Gs
de 2,88. A impossibilidade de obter os valores dos Limites de Atterberg, classifica o
rejeito como não plástico. As folhas de ensaios dos parâmetros de caracterização citados
são apresentadas no Anexo B, sendo as informações sintetizadas na Tabela 2.
29
Figura 19 - Gráfico comparativo da curva granulométrica obtida por Coutinho (2022) no IPT e por esse
estudo realizado na COPPE
30
Na Tabela 3 é apresentado os resultados obtidos através do método de ataque
sulfúrico, enquanto na Tabela 4 é apresentado os resultados obtidos por Coutinho (2022)
através do método da fluorescência de raios-X (FRX) .
Tabela 3 – Composição química obtida através da análise química por ataque sulfúrico
Análise química por ataque sulfúrico
ID
∆P (%) Al2O3 (%) Fe2O3 (%) Res. (%) Perda (%)
P1 0,32 0,00 11,52 88,15 0,01
P2 0,48 0,00 18,11 81,05 0,36
P3 0,43 0,00 14,30 84,45 0,82
Tabela 4 - Composição química do material de estudo obtida através de análises de Fluorescência de Raio
X (Coutinho,2022)
Óxido Análise 1 Análise 2 Média
SiO2 65,61% 74,82% 70,22%
Fe2O3 32,48% 20,39% 26,43%
SO3 1,41% 1,10% 1,25%
Al2O3 - 3,12% 1,56%
Cs2O 0,31% 0,42% 0,36%
MnO 0,16% 0,11% 0,14%
CuO 0,03% - 0,02%
ZnO - 0,05% 0,02%
A %Fe obtida pelo método de ataque sulfúrico foi de 14,30% para a amostra P3.
O valor de Gs correspondente, ao aplicar a equação 5, foi de 3,00, o que é relativamente
próximo ao valor de 2,93, definido anteriormente no ensaio de caracterização.
Para o método FRX foi obtido uma %Fe igual a 26,43%, e ao aplicar a equação
5, Gs é igual a 3,31. O que é relativamente maior que o valor de referência 2,93.
31
3.3.1 LINHA DE ESTADO CRÍTICO
Foram realizados ensaios triaxiais CIU e CID (Coutinho, 2022) para obter a linha
de estado crítico do material estudado.
𝑞 = 𝜎1 − 𝜎3 (6)
′
𝜎1′ + 2𝜎3′
𝑝 = (7)
3
Tabela 5 - Resumo de parâmetros M
M ∅′𝒄 Metodologia
1,28 32,0° (1)
1,39 34,8° (2)
Metodologia:
(1) Corpos de prova fofos; no gráfico q:p’ a linha do estado crítico foi obtida
através de oito ensaios (CIU e CID) que atingiram esta condição;
Coutinho (2022) apresenta nos espaços e versus ln p’, a linha de estado crítico
(LEC) do rejeito estudado, a qual é representada pela equação 8.
32
(aproximadamente 60°). Posteriormente, a caixa é gradualmente posicionada em uma
posição horizonta (Figura 20), e então é medido o ângulo de atrito no repouso.
É importante ressaltar que foi utilizado rejeito seco, a fim de evitar o fenômeno
de coesão aparente, que poderia afetar os resultados obtidos. Embora este ensaio não seja
normatizado, o valor do ângulo de atrito obtido serve como uma referência para avaliar a
consistência dos ângulos de atrito obtidos nos ensaios triaxiais, tendo em vista que os
valores obtidos para o ângulo de atrito em repouso são considerados como um limite
inferior para o ângulo de atrito interno do rejeito, ocasionado pelo fenômeno do
“entrosamento” dos grãos (interlocking), (Martins, 2020).
33
3.3.3 TILT-TEST
O ensaio Tilt-test foi realizado para avaliar a resistência das interfaces entre o
rejeitos, a chapa perfurada (dreno) e o geotêxtil, com o objetivo de simular, condições
semelhantes às encontradas na caixa ensaiada.
O ensaio foi realizado utilizando uma base de madeira reforçada, uma talha de
corrente, um inclinômetro, um extensômetro, uma chapa metálica perfurada semelhante
ao dreno utilizado na caixa de ensaio, uma caixa de madeira para conter o rejeito e anilhas
de metal para aplicar tensão na interface, conforme ilustrado na Figura 22.
34
Figura 22 - Tilt Test
35
Figura 23 - Gráfico de deformação x inclinação
36
barragem. Após a definição do nível de tensão do protótipo, foi possível determinar o
nível de tensão do modelo no qual o mesmo estaria submetido, com o objetivo de
construí-lo com o índice de vazios correspondente através da equação da Linha de Estado
Crítico.
Então, foi adotado o índice de vazios estimado pela linha de estado crítico para o
nível de tensão efetiva média do protótipo (p’ = 800kPa) associado ao parâmetro de estado
igual a zero. O valor obtido pela equação 8 corresponde a um índice de vazios crítico
igual a 0,77. Como o índice de vazios do protótipo é estabelecido pela equação (𝑒𝑜 =
𝜓 + 𝑒𝑐𝑟𝑖𝑡 ), e sendo o parâmetro de estado igual a zero, a seguinte igualdade é
estabelecida (𝑒𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑡ó𝑡𝑖𝑝𝑜 = 𝑒𝑜 𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 = 0,77).
𝜌𝑑 𝑒𝑝𝑟𝑜𝑡ó𝑡𝑖𝑝𝑜 . 𝜌á𝑔𝑢𝑎
𝛾𝑠𝑎𝑡 = ( ) . (1 + ).𝑔 (9)
(1 + 𝑒𝑝𝑟𝑜𝑡ó𝑡𝑖𝑝𝑜 ) 𝜌𝑑
Conhecendo-se a massa específica seca (ρd) do rejeito igual a 2,93 g/cm³, o valor
do peso específico saturado (𝛾𝑠𝑎𝑡 ) do rejeito no protótipo é calculado, obtendo um valor
igual a 20,50 kN/m³. Definido o peso específico do rejeito é possível estimar o nível de
tensão do modelo.
A determinação da tensão efetiva do modelo foi realizada na região central,
diferentemente do protótipo que foi avaliada para a base da barragem. Essa definição, foi
baseada em estudos preliminares que indicaram a maior suscetibilidade da região central
do modelo em interceptar superfícies de ruptura, ocasionadas por elevação da linha
freática ou aplicação de sobrecargas compatíveis a escala do modelo.
Considerando um modelo com altura de 1,0 m e assumindo que esteja
completamente saturado, além de possuir uma linha piezométrica em regime permanente
37
localizada a 2/3 de sua altura, conforme a Figura 24, a tensão vertical efetiva (σ'v) para a
região central do modelo é igual a 8,6 kPa.
𝜎𝑣′ (1 + 2. 𝐾0 )
𝑝′ =
3 (10)
𝐾0 = 1 − sin ′
(11)
Tabela 6 - Resultado da iterações para definição do peso específico saturado e índice de vazios do
modelo.
Peso específico Tensão média do
eo inicial eo final
(𝜸𝒔𝒂𝒕) modelo (p’)
1º Iteração 0,77 20,5 kN/m³ 5,3 kPa 0,92
2º Iteração 0,92 19,8 kN/m³ 5,1 kPa 0,92
38
Devido ao nível de tensão relativamente baixo ao qual o modelo será submetido,
observa-se nenhuma variação considerável no índice de vazios após as iterações.
Portanto, o valor de 0,92 é adotado como referência para a construção do modelo.
39
Figura 26 - Amostra compactada para a obtenção da permeabilidade vertical e horizontal
(a) (b
)
Figura 27 – Coleta de amostra (a) vertical (b) horizontal
40
Os registros dos valores de permeabilidade das amostras testadas estão
disponibilizados na Tabela 7, enquanto as planilhas referentes aos ensaios de
permeabilidade podem ser encontradas no Anexo C. Após a avaliação dos resultados,
para fins de modelagem numérica, foi decidido adotar uma média da permeabilidade
horizontal e vertical de 8,84 cm/s, juntamente com uma razão de permeabilidade de 1
para o modelo.
41
Figura 28 - Curvas de índice de vazios em função da tensão efetiva vertical
As amostras foram moldadas com índice de vazios de 0,93, 0,89 e 0,82, resultando
em um índice de vazios, pós ensaio, entre 0,69 e 0,73. Uma avaliação preliminar do
ensaio, indica que as amostras tendem a um índice de vazios comum, se condicionadas a
tensões elevadas, que estão acima da capacidade do equipamento utilizado (8.000 kPa).
Para amostras com índices de vazios superiores a 0,93, não foi possível obter resultados
consistentes devido a uma considerável redução de volume após a saturação da amostra.
42
Tabela 8 - Parâmetros de compressibilidade do rejeito
Cc Cc Cc
CP Índice de vazios (Modelo) (Protótipo) (Alta tensão) Cs
Inicial
1 0,82 0,013 0,034 0,081 0,014
2 0,89 0,018 0,040 0,096 0,012
3 0,93 0,020 0,052 0,118 0,017
∆𝑒
𝑎𝑣 ≅ − (12)
∆𝜎′
A amostra utilizada para a definição da curva de retenção foi moldada com índice
de vazios igual a e0 = 0,89 (alvo e0 = 0,92) e porosidade n = 0,47 e foi colocada para
saturação em água deionizada e desaerada durante uma semana.
43
Concluído o ensaio, foram incluídos no programa HYPROP-FIT pontos
anteriormente medidos no equipamento Extrator de Richards (panela de pressão), para
melhor ajuste da curva de retenção sob altas pressões.
CURVA DE RETENÇÃO
1,2
GRAU DE SATURAÇÃO
1
Ponto de entrada de ar.
0,8
0,2
0
0,001 0,01 0,1 6 10
1 100 1000 10000 100000
SUCÇÃO MÁTRICA (kPa)
Figura 29 - Gráfico comparativo entre a curva de retenção do rejeito estudado e a curva de retenção para
areia siltosa definida pelo programa Seep/W.
44
siltosa típica. Apesar dessa diferença, deve-se considerar que o material em questão
possui baixa capacidade de retenção de água quando comparado a materiais mais
argilosos. Mesmo assim, são necessárias medidas para mitigar os efeitos da sucção e,
consequentemente, da coesão aparente que poderiam afetar o comportamento do modelo,
em função de sua escala reduzida, sendo de fundamental importância buscar a saturação
do modelo em quase 100% para minimizar esses efeitos.
Através de ensaios de compactação realizados antes dos demais ensaios, foi obtida
a relação entre a massa específica seca e a energia de compactação, o que permitiu a
aplicação do método MMT.
45
A aplicação da técnica construtivo usando a Linha de Estado Crítico indicou que
o modelo deveria ser construído com um índice de vazios de 0,92. Esse valor corresponde
ao índice de vazios crítico, no qual o parâmetro de estado (ψ) é igual a zero. De acordo
com Jefferies e Been (2016), é observado que o modelo pode ser classificado como
contrátil e suscetível à liquefação quando o parâmetro de estado é superior a -0,05.
46
Os parâmetros estabelecidos para fins de modelagem numérica apresentados neste
item estão resumidos na Tabela 10.
47
4 CAIXA DE ENSAIO: EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTAÇÃO
48
material suficientemente rígido, a fim de suportar as cargas às quais a caixa foi submetida,
conforme ilustrado na Figura 31.
49
perfurada são 0,42m de comprimento por 0,74m de largura, contendo furos de diâmetro
igual a 12,7mm (conforme ilustrado na Figura 32).
50
Figura 34 - Válvulas solenoides para controle de injeção de gás e drenagem dos módulos.
51
NA DA DRENAGEM
52
Essa capacidade de monitoramento em tempo real proporciona um controle eficiente e
uma análise contínua dos dados durante os ensaios.
53
Para um melhor entendimento do conjunto de válvulas e bombas foi elaborado
um croqui esquemático para definição da nomenclatura de cada componente operado pelo
sistema de controle, conforme ilustrado na Figura 39.
Figura 39 - Croqui esquemático para definição de nomenclatura dos componentes da caixa de ensaio
Legenda:
4.3 INSTRUMENTAÇÃO
54
parâmetros geotécnicos do modelo, foi avaliar o desempenho dos mesmos em relação à
precisão, exatidão, sensibilidade e outros aspectos.
4.3.1 PIEZÔMETROS
Como o sistema foi testado utilizando uma ligação elétrica preliminar, não foi
possível avaliar o nível de ruído associado ao conjunto sensor e sistema de aquisição de
dados antes dos ensaios preliminares.
55
A Figura 41 exibe o detalhe do instrumento empregado neste estudo, fornecendo
uma representação visual do piezômetro. Além disso, a Tabela 11 apresenta as
especificações técnicas detalhadas do instrumento, como faixa de medição, resolução e
outras características relevantes.
56
Figura 43 - Piezômetro Casagrande
4.3.2 ACELERÔMETROS
No caso dos ensaios estáticos, foco desta pesquisa, a utilização dos acelerômetros
está limitada à obtenção do módulo cisalhante máximo (Gmáx ou Go) pelo uso associado
ao air hammer (AH), (que também será utilizado nos ensaios dinâmicos) e por meio da
equação 13, onde 𝜌 é a massa específica do solo.
57
𝐺
𝑉𝑆 = √ 𝜌0 (13)
Figura 44 - Representação esquemática do tempo de chegada para cálculo da velocidade de onda entre
acelerômetros (modificada de Soriano, 2021).
58
O Air Hammer utilizado no ensaio foi desenvolvido e testado em laboratório pela
COPPE, e fornecido à Vale para a realização dos testes de onda cisalhante. Os seus
desenhos técnicos podem ser encontrados no Anexo F. O instrumento funciona como uma
gerador de vibrações mecânicas, criando ondas de cisalhamento. Destinando-se a
medições da propagação da velocidade de onda cisalhante no solo, através da utilização
de acelerômetros atuando como receptores das ondas.
59
O monitoramento das imagens durante os ensaios realizados utilizou a câmera
GoPro Hero 5 Black (Figura 46). A resolução aplicada foi de 1080p com 60 fps no modo
linear de vídeo. Outra característica da câmera importante de ser citada é a conectividade
Wi-Fi que permite que seu acionamento e visualização em tempo real sejam realizados
externamente.
Testes preliminares com a câmera GoPro, utilizada nos ensaios, foram realizados
no Laboratório da COPPE, com o objetivo de identificar o melhor enquadramento de um
objeto com as mesmas dimensões da janela da caixa de ensaios: 720 mm de largura por
460 mm de altura. A Tabela 12 e Tabela 13 apresentam as configurações alternativas que
podem ser adotadas nos ensaios:
Tabela 12 - Configuração 01
Opção 1
Modelo GoPro Hero 5
Field of View Linear
Modo de operação Vídeo
FPS (Frames por segundos) 60
Resolução (1920×1080) pixels
Distância de montagem da câmera 55 cm
Tabela 13 - Configuração 02
Opção 2
Modelo GoPro Hero 5
Field of View Linear
Modo de operação Time lapse
FPS (Frames por segundos) 2
Resolução (4000 x 3000) pixels
Distância de montagem da câmera 42 cm
60
A opção 1 se aplica a eventos de alta velocidade e curta duração, enquanto a opção
2 a eventos de baixa velocidade e longa duração.
Nos ensaios, para a montagem das câmeras, propôs-se a utilização de tripés com
nível. O esquema de montagem pode ser melhor visualizado na Figura 47.
De modo a obter uma melhor qualidade de vídeo foram instaladas luzes Day Light
através de um sistema de iluminação dispostas uniformemente na lateral da caixa de
ensaio. Desta forma, a iluminação incide diretamente e indiretamente sobre as câmeras,
com um arranjo que foi estudado para que as imagens a serem capturadas não apresentem
sombras ou brilho excessivo. Além disso, considerando a longa duração dos ensaios, foi
imprescindível que as câmeras possuíssem fontes de alimentação para que as baterias não
descarreguem, e cartões de memória com capacidade de armazenamento suficiente para
atender a duração do ensaio.
4.3.5 INCLINÔMETRO
61
O sensor a fibra ótica que foi utilizado tem a finalidade de medir os deslocamentos
horizontais do maciço. A literatura mostra diversas aplicações de monitoramento de
deslocamentos horizontais em estruturas geotécnicas. Especificamente Allil et al. (2021)
desenvolveu um Inclinômetro óptico para movimentação de solo, e aplicou algoritmos de
reconstrução de curvas com objetivo de aplicações em barragens de rejeito de minério de
ferro.
Este sensor foi instalado na crista do talude e conta com 5 pontos instrumentados
em configuração dual espaçados de 200 mm. Com objetivo de avaliar a viabilidade de
instalação do instrumento, foi realizado em laboratório um teste de cravação em uma
caixa com pequenas dimensões, utilizando um rejeito com a mesma densidade que será
empregada nos ensaios. A Figura 49 mostra o processo de cravação utilizando uma barra
ainda sem instrumentação.
62
Figura 49 - Teste em caixa de ensaio da COPPE com densidade correspondente ao modelo
Foi desenvolvida uma metodologia com a utilização da caixa teste com o objetivo
de permitir um controle preciso dos parâmetros de compactação, tais como a energia de
compactação, a umidade do solo e a sequência de aplicação de cargas. Essa capacidade
de controle oferece a oportunidade de avaliar diferentes técnicas e equipamentos de
compactação, além de determinar a combinação ótima de parâmetros para atingir a
densidade desejada.
63
4.4.1 COMPACTADOR SEMIAUTOMÁTICO
64
51), que podem ser acopladas ao compactador conforme a necessidade do projeto. Esses
contrapesos são içados pelo eletroímã através das guias verticais com o auxílio de cabos
de aço, até alcançarem o sensor de indução, que por sua vez aciona o sistema para liberar
a carga de impacto. Durante a queda, a carga atinge a placa de impacto com dimensões
de 530 mm x 260 mm, que distribui a energia gerada com a queda da massa de impacto
ao rejeito a ser compactado.
65
Figura 52 - Pórtico de apoio
66
4.4.2 CAIXA TESTE
Com base na pesquisa de Pépin (2010), optou-se por construir uma caixa metálica
de menores dimensões, pois essa escolha proporciona um melhor controle da
seção/geometria, resultando em um volume bem definido. Além disso, uma caixa
metálica evita a perda de umidade do material contido nela, possibilitando um controle
adequado da umidade do rejeito.
𝑚 . 𝑔 . 𝐻 . 𝑛 . 𝑛𝑐
𝐸= (14)
𝑉
Legenda:
68
gráfico altura de queda versus massa específica seca, e assim definir os valores das
constantes C1 e C2 da equação (2).
a) b)
Figura 55 – Compactador: a) perspectiva; e b) vista superior da distribuição do compactador no ensaio da
caixa teste.
69
repetido novamente no outro lado da caixa teste, resultando em um total de 14 posições
por camada e um total de 98 golpes aplicados.
70
Tabela 14 - Resumo de dados obtidos no ensaio da caixa teste
Massa
Altura de Volume
Rejeito Umidade específica Índice de
Ensaio queda Compactado
(kg) (%) seca vazios
(cm) (m³)
(g/cm³)
1 144 1.523,20 13,09 0,831 1,62 0,81
2 115 1.464,40 12,91 0,820 1,58 0,85
3 87 1.473,17 13,45 0,826 1,57 0,87
Com os dados obtidos foi possível definir a equação 15 para obter as constantes
C1 e C2 (g/cm³) para uma umidade média igual a 13,15%, conforme visto na Figura 57.
1,62
1,61
y = 0,0922ln(x) + 1,1559
1,60
1,59
1,58
1,57
1,56
85 95 105 115 125 135 145 155
H queda equivalente (cm)
Logo, foi aplicado C1= 0,0922 e C2= 1,1559 na equação (2), resultando na
equação para aplicação do método MMT:
𝜌𝑑𝑛 − 1,1559
𝐻𝑛 = exp ( ) (16)
0,0922
71
de queda foi determinada para cada camada por meio da aplicação da equação 16. O
resultado é apresentado na Tabela 15.
As análises aqui apresentadas são baseadas nos parâmetros geotécnicos até aqui
estudados.
72
Figura 58 - Croqui esquemático para definição das geometrias de pesquisa.
73
Dreno 2
Figura 59 - Modelo talude 1:1 (Malha 442 elementos e condições de contorno)
Dreno 3
Figura 60 - Modelo talude 2:1 (Malha 662 elementos e condições de contorno)
Figura 61 - Modelo talude 3:1 (Malha 865 elementos e condições de contorno) Dreno 4
A configuração inicial visa manter uma condição estável, na qual se possa obter a
máxima saturação possível antes que a ruptura seja ocasionada intencionalmente pelo
sistema de controle. O bloqueio dos drenos ou alteração do nível de água (NA) do
reservatório tem o objetivo de servir de gatilho para atingir a liquefação estática do
modelo.
74
Não era possível submergir completamente o modelo em uma lâmina d’água, pelo
fato de que o projeto original da caixa não dispunha de uma parede frontal estanque.
Decidiu-se, então, utilizar outra maneira para aumentar o grau de saturação do rejeito
recém compactado. O nível de água (NA) no reservatório seria mantido com altura de 1,0
m por um certo período de tempo, estabelecendo uma rede de fluxo no modelo. Uma das
drenagens seria mantida aberta para evitar a saída de fluxo pelo talude de jusante. Desta
forma, a percolação de água deveria saturar grande parte do rejeito sem provocar a ruptura
do modelo. Após um certo tempo, a drenagem seria fechada, para que ocorresse a ruptura
do talude devido à alteração na rede de fluxo. Em todas as geometrias analisadas, foi
imprescindível que o dreno localizado mais a jusante permaneça aberto para assegurar
uma condição estável durante a fase de saturação do rejeito.
Entretanto, este método só poderia ser utilizado nos taludes 2H:1V e 3H:1V. Para
o modelo com talude 1H:1V, o nível d'água (NA) do reservatório foi estabelecido em
0,70m., por não demonstrar uma condição estável quando o nível d'água no reservatório
é fixado em 1,0m de altura, conforme é discutido posteriormente. Por esse motivo,
decidiu-se forçar a ruptura no modelo 1H:1V elevando o NA do reservatório de 0,7 m
para 1,0m mantendo a drenagem aberta, ao invés de utilizar o procedimento de bloqueio
da drenagem, como ocorre nos modelos 2H:1V e 3H:1V.
75
Figura 62 – Fase de saturação – rede de fluxo em regime permanente - Modelo com talude 1:1 (NA=
0,70m do reservatório e dreno de jusante aberto)
Figura 63 - Fase de saturação – rede de fluxo em regime permanente - Modelo com talude 2:1 (NA=
1,00m do reservatório e dreno de jusante aberto)
Figura 64 - Fase de saturação – rede de fluxo em regime permanente - Modelo com talude 3:1 (NA=
1,00m do reservatório e dreno de jusante aberto)
76
Figura 65 - Modelo com talude 1:1 (Elevação do NA do reservatório de 0,70m para 1,0m e dreno de
jusante mantido aberto)
A mesma situação ocorre para os modelos com taludes 2H:1V e 3H:1V para a
condição de regime permanente, apresentados nas Figura 66 e Figura 67, que seriam
obtidas se o fluxo continuasse por um longo período de tempo após o fechamento dos
drenos com NA à 1,0m. Também é exibida a transição gradual da linha freática, desde a
condição de regime permanente com dreno aberto, até a nova a condição permanente para
drenado fechado (linhas tracejadas).
Figura 66 -Modelo com talude 2:1 (Bloqueio do dreno de jusante com NA do reservatório mantido em
1,0m)
Figura 67 - Modelo com talude 3:1 (Bloqueio do dreno de jusante com NA do reservatório mantido em
1,0m)
77
4.5.3 ANÁLISE DE ESTABILIDADE - CONDIÇÃO INICIAL
A análise inicial se faz necessária para garantir uma condição estável, de modo a
se obter o maior grau de saturação possível no rejeito e iniciar os procedimentos de leitura
de dados e aquisição de parâmetros. A Figura 68, Figura 69 e Figura 70 apresentam as
superfícies críticas de cada modelo em vermelho.
78
Figura 68 - Modelo com talude 1:1 (NA= 0,70m do reservatório e dreno de jusante aberto, em condição
de regime permanente)
Figura 69 - Modelo com talude 2:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno de jusante aberto, em condição
de regime permanente)
Figura 70 - Modelo com talude 3:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno de jusante aberto, em condição
de regime permanente)
Através do resultado das análises foi possível observar que uma parcela
significativa da superfície crítica do modelo 1H:1V encontrava-se acima da linha freática,
o que dificulta a ocorrência de liquefação, devido a baixa saturação dessa região. Uma
solução para isso seria manter o talude de jusante parcialmente submerso durante a fase
79
de saturação do rejeito para, em seguida, promover um rebaixamento rápido da água a
jusante, entretanto não foi possível aplicar esta solução pois a caixa ainda não contava
com uma parede frontal estanque.
Linha freática
Figura 71 - Modelo com talude 1:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno aberta, na última condição de
regime transiente)
Linha freática
Figura 72 - Modelo com talude 2:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno bloqueado, na última condição
de regime transiente)
80
Linha freática
Figura 73 - Modelo com talude 3:1 (NA= 1,00m do reservatório e dreno bloqueado, na última condição
de regime transiente)
O modelo com uma inclinação de 3H:1V exibiu o maior valor de FS. Ainda que
esse modelo apresente um FS inferior a 1,0, o mesmo é caracterizado por uma superfície
de ruptura rasa, atribuída principalmente à ausência de coesão do material. A solução para
obter um menor FS no modelo 3H:1V, seria a aplicação de sobrecarga na crista do modelo
ou deslocamentos na sua base.
81
FS x Tempo
1,6
1,4
Fator de Segurança
Talude 1H:1V
1,2 Talude 2H:1V
Talude 3H:1V
1
0,8
0,6
0 50 100 150 200
Tempo (seg)
Com base nas análises de fluxo e estabilidade foi determinada a geometria a ser
ensaiada, optando-se pelo modelo com talude 2H:1V, contudo devido ao esforço e
desgaste associados à construção do modelo em escala reduzida (1g), considerou-se
viável realizar um ensaio preliminar com talude 1H:1V. Tal escolha fundamentou-se na
redução do volume de material a ser transportado e compactado, o que resultou em uma
abordagem mais prática e menos onerosa para a equipe de trabalho.
82
Tabela 16 - Programa de ensaios
83
O preparo da caixa de ensaio pode ser divido em etapas, conforme listado abaixo:
Figura 75 - Verificação de conexões das mangueiras de água e gás dos drenos internos
84
Figura 76 - Teste de estanqueidade
85
Figura 78 - Bomba autoaspirante e conjunto de válvulas solenoide
3. Instalação de geotêxtil;
O ensaio realizado utilizou o geotêxtil modelo RT14, fabricado pela marca Bidim
Wavin (Mexichem Brasil) e especificações técnicas disponíveis no catálogo do
fabricante. A seleção deste geotêxtil, bem como seu dimensionamento, foram
determinados com o propósito de filtrar o rejeito em estudo atendendo os critérios
de retenção (GALVIS, 2016) e permeabilidade (GIROUD et al., 2002).
Para atender o critério de retenção em geotêxtil não tecido, a inequação AOS <
1,8 x D85 é aplicada com os dados da curva granulométrica do rejeito, resultando
numa AOS < 3,1mm. Como O geotêxtil RT14 possui uma abertura aparente (AOS)
igual a 0,21mm, esse critério é atendido.
86
Com relação ao critério de permeabilidade, a permeabilidade do filtro deve
atender a seguinte equação kf ≥ is. ks (is = gradiente hidráulico do solo; ks =
Permeabilidade do solo). Como a permeabilidade do rejeito é igual a 8,84 · 10-6 m/s e
adotando um gradiente hidráulico no modelo menor ou igual a 1, então a
permeabilidade do filtro deve ser maior que 8,84 · 10-6 m/s. Sendo a permeabilidade
do geotêxtil RT14 igual a 0,39 · 10-2 m/s, esse critério é atendido.
87
(a) (b)
Figura 80 - Imagem da caixa de ensaio (a) sem geotêxtil (b) com geotêxtil
4. Instalação de instrumentos;
88
Uma descrição detalhada das instalações, específica para cada instrumento, será
abordada de forma mais aprofundada mais adiante.
Piezômetros
Para os piezômetros elétricos, a posição indicada pelo fabricante é a vertical, mas
para evitar que o instrumento fosse danificado pela energia de compactação aplicada ao
89
rejeito ou que sua instalação afetasse o comportamento do modelo, o mesmo foi instalado
na horizontal, conforme Figura 83.
O processo de saturação da pedra porosa dos piezômetros elétricos foi executado
antes da instalação no fundo da caixa de ensaio, porém existe o tempo de construção do
modelo que pode variar de 2 a 4 dias até que o piezômetro seja submetido a uma condição
freática, que impeça a perda de saturação da pedra porosa. Dessa forma, o instrumento na
posição horizontal, favorecerá a dissipação de bolhas de ar oclusas no interior do
instrumento. Importante ressaltar, que a utilização do instrumento na horizontal não é
uma condição validada pelo fabricante, então testes de laboratório adicionais devem
validar essa os dados fornecidos pelo instrumento em futuros projetos.
A instalação dos piezômetros foi executada antes de iniciar a construção do
modelo, de forma a garantir que todos os piezômetros pudessem ser instalados na mesma
cota.
PZ1
PZ2
PZ3
Para o modelo com geometria 1V:2H, o piezômetro 01 (ID 3500) foi instalado a
70cm do reservatório, o piezômetro 02 (ID3501) foi instalado a 130cm do reservatório e
o piezômetro 03 (ID 3502) a 192cm do reservatório de montante. Especificamente para o
PZ3, independente da geometria adotada (1V:1H, 1V:2H ou 1V:3H), o mesmo deve ser
posicionado preferivelmente no limite do dreno mais à jusante em operação durante o
ensaio, com a finalidade de identificar o instante no qual a condição drenagem “aberta” é
alterada para condição drenagem “bloqueada”. Os demais piezômetros podem ser
90
redistribuídos de acordo com a geometria do modelo em estudo, conforme ilustrado na
Figura 84.
Figura 84 - Posição do PZ3 para identificar a configuração drenagem "bloqueada" para geometria 1H:1V,
2H:1V e 3H:1V.
Acelerômetro
Os acelerômetros foram instalados conforme o mapa de localização da Figura 82.
Sua instalação no modelo ocorre após a execução da camada de compactação
correspondente nas cotas e posições pré-definidas, como visto na Figura 85. Um detalhe
do acelerômetro é apresentado na Figura 86, porém é importante frisar que, antes da
instalação no modelo, o acelerômetro foi impermeabilizado com resina epóxi, para isolá-
lo do contato com a água, não sendo possível visualizar na figura esse procedimento.
91
Figura 86- Acelerômetro e cabo blindado
Inclinômetro
O furo guia foi executado após a construção do modelo, em que uma barra
metálica chata foi cravada através da sua superfície até a base de nylon com o auxílio de
um martelo. Em seguida a barra foi retirada, e o instrumento instalado no modelo.
92
(a) (b)
Figura 87 - Base de Nylon impressa para engaste do inclinômetro (a) sem película (b) com película e
perfurada
93
Figura 89 - Inclinômetro de fibra ótica
Air Hammer
94
PIV (Velocimetria por imagem de partículas)
Câmera 01
Câmera 03
Câmera 02
Figura 92 - Instalação de relógio digitais para sincronizar imagens com a central de aquisição de dados.
95
Executada a instalação das câmeras e iniciado o ensaio não era possível manuseá-
las novamente, para que não ocorresse a perda da referência inicial do enquadramento da
imagem. Dessa forma as câmeras eram acionadas via Wi-fi e a área ao redor da caixa de
ensaio isolada, para evitar qualquer deslocamento acidental das câmeras.
No ensaio da caixa teste foi fixado um valor de 98 golpes por camada para uma
área de 1,15m². Como o objetivo inicial deste trabalho era construir modelos com as
geometrias de 1H:1V, 2H:1V ou 3H:1V, concluiu-se que cada camada teria um número
proporcional de golpes de acordo com a geometria adotada. Essa relação de golpes por
camada para cada geometria, considerando uma crista de 60cm, pode ser visualizada na
Tabela 17.
96
compactação da primeira camada de rejeito sobre o geotêxtil. Após executada a
compactação desta camada a superfície foi escarificada para receber a camada
subsequente
97
Figura 94 - Barreiras de compactação
98
uma percolação gás de aproximadamente três vezes o volume de vazios do modelo. A
Tabela 18 relaciona a geometria do modelo com o volume e o peso equivalente de CO2 a
ser percolado. A conversão de volume de gás em peso, se deve a maior facilidade de
controlar a vazão de gás pela variação do peso do cilindro de armazenamento de gás.
99
Por último foi adotado uma vazão de CO2 de 10L/min ou 20gramas/min, baseado
em estudos de saturação em amostras destinadas à ensaios triaxiais (BRADSHAW e
BAXTER, 2007). O controle de vazão foi efetuado por intermédio de um regulador de
pressão acoplado ao cilindro de CO2 e uma balança digital instalada sob o cilindro de
CO2, conforme ilustrado pela Figura 96.
I. SISTEMA DE CONTROLE
1) Verificação do sistema de acionamento de bombas;
2) Verificação do sistema de acionamento válvulas de gás e água;
100
3) Verificação do sistema de controle de nível do reservatório interno e
externo;
IV. MODELO
1) Adicionar pontos de referência nas janelas de acrílico para
acompanhamento visual do ensaio;
2) Coletar amostras para verificação do teor de umidade antes, durante e após
o ensaio;
V. EXECUÇÃO DO ENSAIO
1) Verificação da taxa aquisição inicial de dados (1Hz);
2) Iniciar a gravação de dados;
3) Efetuar a elevação do NA do reservatório conforme proposta do ensaio;
4) Aguardar a estabilização das poropressões;
5) Tomar leituras manuais de vazão;
6) Salvar dados;
7) Alterar taxa de aquisição de dados para (100Hz);
101
8) Iniciar a gravação de dados em um novo arquivo;
9) Acionar o gatilho para liquefação (Bloqueio da drenagem ou sobrecarga);
10) Aguardar a ruptura do modelo;
11) Salvar dados e encerrar o ensaio.
Uma caixa teste, com proporções semelhantes à caixa de ensaio, foi utilizada para
definir a metodologia de compactação a ser replicada no ensaio principal. Ademais, os
resultados da compactação executada na caixa testem forneceram os parâmetros
necessários para calcular a energia de compactação a ser aplicada na caixa de ensaio
utilizando o compactador semiautomático. Este compactador foi desenvolvido
especificamente para a construção do modelo pelo método MMT, permitindo o ajuste da
altura de queda da massa de impacto e a quantidade de golpes para obter a energia
necessária e produzir um modelo com o índice de vazios predefinido, tornando o processo
replicável em outros ensaios.
102
CAPÍTULO 5 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
103
Após a fase de homogeneização do rejeito, procedeu-se à aplicação de uma manta
geotêxtil sobre toda a extensão da caixa de ensaio. No ensaio preliminar, a fixação da
manta geotêxtil foi realizada por meio da distribuição uniforme de grampos de aço
galvanizado em toda a área de aplicação, no entanto constatou-se que a utilização desses
grampos de aço resultava na formação de aberturas indesejadas no geotêxtil,
comprometendo assim a eficácia do processo de filtragem. Diante dessa observação,
optou-se, pela adoção de uma abordagem alternativa nos ensaios subsequentes, baseada
na aplicação de cola de contato.
A compactação foi executada utilizando o método MMT (Modified Moist
Tamping) para cinco camadas de compactação de 20 cm cada. Na Figura 97, Figura 98,
Figura 99, Figura 100, Figura 101 e Figura 102 são exibidas uma sequência de imagens
que demonstram o processo de compactação com o auxílio das barreiras de compactação
e a geometria final após o arrasamento da face do talude. Ao término do processo, um
total de 6 horas de labor foi expendido na construção do modelo, distribuídas em
aproximadamente 5 horas para a etapa de compactação e 1 hora para o processo de
arrasamento e obtenção da geometria definitiva.
104
Figura 98 - Compactação da primeira camada.
105
Figura 100 - Face do talude após a remoção das barreiras.
106
Figura 102 - Geometria final (Modelo 1H:1V)
O índice de vazios a ser atingido era de 0,92 e com parâmetro de estado igual a
zero. Após a determinação da densidade do modelo, foi obtido um índice de vazios igual
a 0,96, conforme demonstrado na Tabela 19.
107
5.1.2 ANÁLISE DOS PARÂMETROS OBTIDOS PELA INSTRUMENTAÇÃO
108
CARGA PIEZOMÉTRICA - MODELO 1H:1V
Carga pizométrica (kPa) 6,00
5,00
4,00
PZ1
3,00 PZ2
2,00
1,00
0,00
0:00:00 0:30:00 1:00:00 1:30:00 2:00:01
Tempo de ensaio (hh:mm:ss)
(a) (b)
Figura 105 – (a) Processo de galgamento; (b) Erosão causada pelo galgamento do modelo 1H:1V
109
ruptura do modelo. No cenário do modelo físico, admitindo um NA do reservatório igual
a 0,95 m, a ruptura do modelo ocorre, conforme ilustrado na Figura 106.
Na Figura 106a apresenta uma vista frontal da ruptura, com feições possivelmente
influenciadas por efeitos de borda. Já na Figura 106b é exibida uma vista lateral do
modelo, na qual é possível identificar a superfície de ruptura. Para facilitar a visualização
do material envolvido no escorregamento foi adicionado um sombreamento em verde.
(a) (b)
Figura 106 - Superfície de ruptura modelo físico (a) Vista frontal (b) Vista lateral com destaque para a
superfície de ruptura.
110
então a linha freática a ser utilizada na análise de estabilidade, conforme ilustrado na
Figura 108.
A linha freática do modelo físico (cor azul) se encontra em uma região um pouco
abaixo da linha freática do modelo numérico (cor vermelha), conforme ilustrado na Figura
109. Em outras palavras as poropressões medidas foram inferiores ao previsto no modelo
numérico de fluxo. A falta de aderência entre a linha freática do modelo numérico e do
modelo físico pode ser justificada pela falta de estanqueidade na base da caixa de ensaio
que afetou a rede de fluxo.
111
Figura 109 - Linha freática Modelo numérico (cor vermelha) e linha freática do Modelo físico (cor azul)
112
A Figura 111 exibe a retroanálise baseada na análise de fluxo, com a superfície de
ruptura pintada de branco e um FS igual a 1,0, mas sem indicativo de liquefação.
Acredita-se que a liquefação foi impedida porque a superfície de ruptura atingiu uma
região não saturada do modelo físico. A Figura 111 mostra que apenas uma pequena
parcela da massa de rejeito escorregado estava localizada abaixo do nível d’água.
Figura 111 - Análise de estabilidade empregando rede de fluxo obtida no modelo físico.
113
5.2.1 COMPACTAÇÃO E PARÂMETRO DE ESTADO
Figura 112 - Instalação do geotêxtil na parede interna do reservatório e no piso da caixa de ensaio.
114
Figura 114 - Compactação da primeira camada de rejeito no modelo 2H:1V.
115
Os cabos de dados dos instrumentos foram instalados de forma transversal ao
modelo e fixados nas bordas da caixa. Esse procedimento visou a redução da influência
do cabeamento sobre o comportamento do modelo.
(a) (b)
Figura 117 - Arrasamento do modelo com talude 2H:1V (a) antes; (b) depois.
116
Figura 119 - Instalação do inclinômetro
Para tornar o modelo apto ao início do ensaio, conforme ilustrado na Figura 120,
foi necessário executar o procedimento de percolação de CO 2, previsto no item 4.6.4.
Esse procedimento foi executado imediatamente antes da elevação NA do reservatório,
através da percolação de 4,5kg de gás CO2, com o objetivo de obter a maior saturação
possível.
Figura 120 - Modelo com talude 2H:1V apto para o início do ensaio.
Da mesma forma que para o modelo 1H:1V, buscou-se atingir um índice de vazios
igual a 0,92 e com parâmetro de estado igual zero. Após a determinação da densidade do
modelo, foi obtido um índice de vazios igual a 0,99, conforme demonstrado na Tabela
21.
117
Tabela 21 - Dados de construção do modelo 2H:1V
118
Figura 121 - Registro de dados acelerômetro 1
Nos demais acelerômetros não foi possível identificar os pulsos gerados pelo Air-
Hammer. O registro de dados desses acelerômetros se encontra no ANEXO I.
Portanto, a obtenção do módulo cisalhante (G0) não foi possível dentro do escopo
deste ensaio. Subsequentemente, em investigações posteriores, deverá ser criteriosamente
considerada a pertinência de conceber um novo dispositivo Air-Hammer com maior
capacidade de disseminação de ondas cisalhantes para a efetiva determinação do módulo
cisalhante inerente ao modelo em estudo.
119
reservatório até a cota de 0,97m foi de aproximadamente 5 min, tempo menor que a taxa
de aquisição de 10min definida na Figura 122.
120
realizada com a utilização de uma massa total de 20kg, equivalente a uma carga
de 0,2 kN.
121
Figura 123 - Gráfico comparativo entre os dados do modelo numérico e o modelo físico no dia 13.
122
Figura 124 - Gráfico comparativo entre os dados do modelo numérico e o modelo físico no dia 14.
Sabe-se que o grau de saturação próximo de 100% seja o ideal para desencadear
a liquefação do modelo (Jefferies e Been, 2016). Além disso, a baixa saturação do modelo
pode aumentar a suscetibilidade à efeitos de sucção que acarretam um ganho de coesão
123
aparente e interferem no processo de deflagração do gatilho (ruptura do talude). Para
eliminar este problema nos ensaios futuros, pode ser necessário manter o talude de jusante
parcial ou totalmente submerso durante a fase de saturação do rejeito para que, em
seguida, o gatilho de liquefação seja acionado.
124
Figura 126 - Marco 2 (Dreno bloqueado – dia 14)
125
maior para o piezômetro PZ3, localizado próximo ao dreno que foi bloqueado. Com
relação ao marco 3, Figura 127, a aplicação de sobrecarga na crista faz com que os níveis
de poropressão mais à montante reduzam e ocorra uma elevação da carga piezométrica
no PZ3 na região mais próxima ao pé do talude em aproximadamente 10 minutos após a
aplicação da sobrecarga.
126
Os dados do modelo físico correspondentes ao piezômetros Casagrande 1,2,3 e 4
não foram coletados para os marcos 2 e 3, pois através deles ocorreu a injeção de corante
para ser possível definir linhas fluxo. Contudo, esse procedimento não funcionou
adequadamente, inviabilizando a demonstração da rede de fluxo nas janelas de acrílico
da caixa de ensaio e a tomada de dados através deles.
Na Figura 128 e Figura 129 são apresentados dois croquis baseados nos dados de
poropressão obtidos através do modelo físico em comparação com o modelo numérico
referentes aos eventos relatados no marco 1 e 2, conforme dados fornecidos pela Tabela
23.
Dreno aberto
127
Figura 129 - Dados de piezometria para a configuração dreno bloqueado.
Figura 130 – Comparação entre estimativas a partir das leituras dos Piezômetros elétricos e Casagrande –
Condição Dreno Aberto
128
Figura 131 - Comparação entre estimativas a partir das leituras dos Piezômetros elétricos e Casagrande –
Condição dreno bloqueado (32 minutos após o bloqueio).
Figura 132 - Comparação entre estimativas a partir das leituras dos Piezômetros elétricos e Casagrande –
Condição aplicação de sobrecarga (33 minutos após a sobrecarga).
129
• Comparação com as leituras dos piezômetros elétricos durante o regime
permanente.
A partir das cargas hidráulicas foi executado o traçado da linha freática para cada
evento (Marco 1 - Carga piezométrica máxima, Marco 2 - Dreno Bloqueado e Marco 3 –
Sobrecarga). Contudo, devido ao afloramento da linha freática no pé do talude para as
condições de dreno bloqueado aplicadas nos marcos 2 e 3, conforme ilustrado na Figura
133, foi efetuado um ajuste manual da linha freática nessa região. Essa circunstância foi
ocasionada devido à falta de instrumentos de medição de poropressão para a região mais
próxima ao pé do talude.
130
Figura 134 - Surgência iniciando pelas bordas da caixa de ensaio.
(a)
(b)
Figura 135 - Linha freática obtidas: (a) Configuração dreno aberto (b) Configuração dreno bloqueado
131
A linha freática definida para ser utilizada nas análises de estabilidades foi a linha
freática para condição drenagem bloqueada com sobrecarga, por simular a última
configuração aplicada ao modelo físico e também por possuir os maiores níveis de
poropressão.
Esse fato pode ser justificado pela falta de estanqueidade da caixa de ensaio, pois
vazamentos foram visualizados em pontos na lateral e na base da caixa, prejudicando as
possibilidades de ruptura do talude e de liquefação, pois uma parte significativa do rejeito
encontrava-se parcialmente saturada.
Para o modelo com talude 2H:1V a análise de fluxo foi baseada na interpretação
dos dados coletados pelos piezômetros elétricos e Casagrande. Os parâmetros utilizados
para a execução da retroanálise foram definidos pelos dados obtidos na configuração do
nível de água do reservatório em 97 cm de altura, drenagem bloqueada e sobrecarga
aplicada (Marco 3). Na Figura 136 é apresentada a distribuição de poropressão baseada
nos parâmetros obtidos pela instrumentação do modelo físico e lançados manualmente
ponto a ponto no modelo numérico através da linha freática.
Figura 136 - Definição da linha freática revisada para análise de estabilidade 2H:1V
132
A linha freática do modelo físico (cor azul) se encontra em uma região um pouco
abaixo da linha freática do modelo numérico (cor vermelha), conforme ilustrado na Figura
137.
Figura 137 - Linha freática Modelo numérico (cor vermelha) e linha freática do Modelo físico (cor azul)
A exemplo do modelo 1H:1V a linha freática do modelo físico com talude 2H:1V
se encontra abaixo da linha freática definida pelo modelo numérico.
133
Sobrecarga
P = 0,2kN
Figura 138 - Análise de estabilidade empregando rede de fluxo obtida no modelo físico 2H:1V.
134
Por razões relacionadas ao horário e à salvaguarda dos equipamentos, o
experimento teve de ser interrompido antes que a erosão atingisse um estágio crítico.
5.2.6.1 ACELERÔMETROS
Uma outra análise possível sobre a Tabela 24, foi a identificação de uma
alternância entre sinais positivos e negativos obtidos pelos acelerômetros instalados no
modelo. Entende-se que esse fenômeno pode estar relacionado a leituras muito próximas
a zero, visto que os instrumentos não tiveram nenhuma leitura relevante.
A análise dos valores em módulo dos acelerômetros não identificou nenhum pico
de variação, o que está de acordo com o fato de não ter ocorrido uma superfície de ruptura
profunda que atingisse a região onde os acelerômetros estavam instalados.
135
Para a câmera 3, localizada próximo ao pé do talude, os arquivos gravados foram
corrompidos durante o processo de gravação. Para as demais câmeras 1 e 2, o evento
denominado como Marco 3 – Sobrecarga, não foi avaliado pelo sistema de processamento
de dados, pois nenhuma superfície de ruptura foi identificada nas imagens.
5.2.6.3 INCLINÔMETRO
Perfil do solo
1000
900
800
700
600
Altura (mm)
500
Posição do inclinômetro --
400
300 P1
Marco 1 – Carga piezométrica máxima
200 P2
Marco 2 – Bloqueio da drenagem
100 P5
Marco 3 – Aplicação de sobrecarga
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Variação Deslocamento Lateral (mm)
136
deformação no modelo, porém não reflete a extensa deformação que seria esperada em
caso de ruptura. O marco 3 revela uma deformação mais acentuada em relação aos
anteriores, embora ainda esteja aquém do grau de deformação aguardado para uma
ruptura que mobilize uma região considerável.
No ensaio preliminar com talude 1H:1V a liquefação não ocorreu, ainda que a
ruptura tenha ocorrido. Isso foi atribuído ao fato de em que a superfície de ruptura estava
imersa em uma região não saturada do modelo.
137
As análises de fluxo do modelo com talude 2H:1V foram efetuadas com os dados
de piezometria obtidos pelos piezômetros elétricos e Casagrande. A linha freática medida
pelos instrumentos indicou que em nenhuma configuração de ensaio atingiu a freática
estimada pelo modelo numérico. Durante o ensaio foi identificada surgência no pé do
talude após o bloqueio da drenagem, sem ocasionar a ruptura do modelo.
138
CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS
FUTURAS
O sensor de nível foi capaz de manter estável o nível do reservatório, com uma
sensibilidade de ± 2, e assim estabelecer uma condição de fluxo estacionário para ensaio.
139
Os piezômetros instalados foram capazes de obter dados relevantes para execução
de retroanálises. Demais instrumentos, como acelerômetros, sensor laser, PIV, Air
Hammer demandam de ajustes para seu correto funcionamento.
140
6.3 RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
141
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Géotechnique 41, nº 3, pg 365-381.
142
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of Tailings – Fundamentals and Case Histories.” In proceedings Tailings Dams2002.
Las Vegas, Nevada.
GHOSE, M. K., e SEN, P. K.), “Characteristics of iron ore tailing slime in India and
its test for required pond size”, Environmental Monitoring and Assessment, 68(1), 51–
61.
143
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engineered cementitious composites using iron ore tailings as aggregates”,
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LANGHAAR, H.L., (1951). “Dimensional Analysis and Theory of Models”., Wiley &
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144
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earthquakes” Engineering Geology, 44, pp. 1-76.
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Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom LLP, New York, NY, USA.
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of models”. Proc. Of the 4th Int. Conf. on Soil Mechanics, p.183-188.
ROSCOE, K., SCHOFIELD, A.N. AND WROTH, C.P (1958). “On the yielding of
soils”. Géotechnique, 8(1), 22–53.
145
SCOTT, R.F. (1989). “Essais em centrifugeuse et etchnique de la modélisation.”
Revue française de géotechnique, n°48, pp. 15-34 (Juillet, 1989).
SOUZA PINTO C. (2006). “Curso Básico de Mecânica dos solos.” Editora Oficina de
Textos. São Paulo.
TERZAGHI, K.; PECK, R.B. & MESRI, G. (1996). “Soil Mechanics in Engineering
Practice”, Third Edition. John Wiley & Sons, Inc., New York, 549 p.
VICK, S.G. (1990). “Planning, Design and Analysis of Tailings Dams.” 2nd ed.
Canada: Bitech.
VERDUGO, R.; ISHIHARA, K. (1996). “The steady state of sandy soils. Soils and
Foundations”, 36 (2): 81-91.
YANG, C., CUI, C., QIN, J., e CUI, X., (2014). “Characteristics of the fired bricks
with low-silicon iron tailings”, Construction and Building Materials, 70, pp. 36–42.
146
ANEXOS
147
ANEXO A – NORMAS UTILIZADAS NA REALIZAÇÃO DOS ESTUDOS
EXPERIMENTAIS
ASTM D4254, Standard Test Methods for Minimum Index Density and Unit Weight
of Soils and Calculation of Relative Density. American Society for Testing and
Materials, 2016.
148
ANEXO B – RESULTADOS DOS ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
GRANULOMETRIA
149
ANÁLISE QUÍMICA E MINERALÓGICA
Como efeito comparativo, esse ensaio foi realizado sobre 3 amostras (P1, P2 e
P3), obtendo as percentagens referentes aos teores de alumínio e ferro, sendo este último
o objetivo principal da análise química. A Figura B 2a ilustra o preparo das amostras e
seus resultados podem ser observados na Figura B 2b.
(a) (b)
Figura B 2 - Ensaio de análise química (a) ataque sulfúrico (b) resíduo final
150
Para a microscopia eletrônica de varredura (MEV), é apresenta as imagens obtidas
por meio do emprego do Microscópio Eletrônico de Varredura (Figura B 3), com
ampliações de 100 vezes e 200 vezes, respectivamente. A diferenciação entre os grãos de
quartzo (apresentando tonalidade escura) e óxido de ferro (exibindo tonalidade clara)
pode ser realizada. A análise dessas imagens permite uma apreciação global da interação
entre esses dois constituintes (COUTINHO, 2022).
Figura B 3 - Imagens obtidas a partir do Microscópio Eletrônico de Varredura, com aumentos de 100 vezes
e 200 vezes (Coutinho,2022)
151
ANEXO C – RESULTADOS DOS ENSAIOS DE PERMEABILIDADE EM
CARGA CONSTANTE
152
Figura C 2 - Cálculo de permeabilidade vertical (e=0,79)
153
Figura C 3 - Cálculo de permeabilidade horizontal (e=0,97)
154
Figura C 4 - Cálculo de permeabilidade vertical (e=0,96)
155
ANEXO D – DADOS OBTIDOS PELOS ENSAIOS DE COMPRESSÃO
UNIDIMENSIONAL
156
ANEXO E – CERTIFICADOS DE CALIBRAÇÃO
157
Figura E 1 - Certificado de calibração PZ1 (ID 3500)
158
Figura E 3- Certificado de calibração PZ 3 (ID 3502)
159
Figura E 4 - Especificações dos acelerômetros
160
ANEXO F – PROJETO DO AIR HAMMER
161
162
163
ANEXO G – DETALHAMENTO DO FUNCIONAMENTO DO INCLINÔMETRO
Figura G 1 - Princípio de conversão de strain em deflexão pelo Método dos Elementos de Viga.
(17)
164
ANEXO H – ESPECIFICAÇÕES COLA DE CONTATO
165
166
167
168
169
170
171
172
173
ANEXO I – DADOS DOS ACELERÔMETROS AC2, AC3, AC4, AC5 E AC7
174
Figura H 3 - Registro de dados acelerômetro 4
175
Figura H 5 - Registro de dados acelerômetro 7
176