Ensaio de DPL Correlação
Ensaio de DPL Correlação
Ensaio de DPL Correlação
RESUMO: Este trabalho visa realizar uma comparação de cálculos de capacidade de carga de
estacas realizados a partir dos resultados de sondagens DPL e sondagens SPT, executadas em pares
no mesmo terreno situado na cidade de Taubaté-SP, através de métodos de cálculo semi-empíricos.
Para tanto, estudou-se uma estaca hélice contínua de 250 mm de diâmetro, e comprimento útil de 5
m a 8 m, realizando-se os cálculos de capacidade de carga à compressão de 4 tf, 6 tf, 8 tf e 10 tf,
pelo método de Nilsson (2003) a partir dos resultados das sondagens DPL, e por métodos semi-
empíricos consagrados nacionalmente a partir dos resultados das sondagens SPT. Realizou-se
também, o cálculo por métodos tradicionais para SPT através da correlação obtida entre os ensaios
DPL e SPT, relacionando o N10 do DPL com o N30 do SPT. Os resultados mostraram que o método
de Nilsson (2003) resultou nas maiores capacidades de carga por atrito lateral, sendo que a
capacidade de carga de ponta pelo mesmo método aproxima-se de zero. Adotou-se como fator de
segurança global 2,0, tendo o método de Nilsson (2003) se aproximado dos demais métodos, que
tem uma capacidade de carga por atrito lateral menor e por ponta maior. Assim, concluiu-se que os
comprimentos necessários para uma mesma capacidade de carga prevista pelo método de Nilsson
(2003), a partir dos resultados das sondagens DPL, foram equivalentes aos comprimentos previstos
pelos demais métodos tradicionais para SPT.
Tabela1. Ensaios SP-01 e DP-01, referentes ao 1º par de Figura 2. Correlação Geral SPT e DPL.
ensaios.
PROFUN.
TIPO DE SOLO
SPT DPL A correlação obtida foi :
(m) (N30) (N10)
1 ARGILA ARENOSA 1 2 N30 = 0,65xN10 (11)
2 ARGILA 1 3
N10=1,50xN30 (12)
3 ARGILA 8 9
4 ARGILA SILTOSA 10 14
5 ARGILA SILTOSA 11 32 6.1 Avaliação da capacidade de carga a
6 ARGILA SILTOSA 17 50 partir dos métodos semiempíricos
7 ARGILA SILTOSA 50 50
8 ARGILA SILTOSA 50 50 Com os resultados obtidos nas sondagens,
utilizaram-se o método de Nilsson (2003),
Tabela 2. Ensaios SP-02 E DP-02, referentes ao 2º par de
ensaios.
Aoki-Velloso (1975), Décourt & Quaresma
PROFUN. TIPO DE SOLO SPT DPL (1978), Velloso (1981), Antunes e Cabral
(m) (N30) (N10) (1996) e Gotlieb e Penna (2000) para obtenção
1 ARGILA ARENOSA 1 19 de resultados de avaliação da capacidade de
2 ARGILA 1 7 carga. Destaca-se que o método de Nilsson é
3 ARGILA 5 2 válido apenas para o DPL.
4 ARGILA SILTOSA 9 8 Dessa forma, foi possível originar as Tabelas
5 ARGILA SILTOSA 12 25 4 a 27 que mostram os comprimentos úteis
6 ARGILA SILTOSA 27 35 (Comp. Útil) necessários para as capacidades de
7 ARGILA SILTOSA 43 50
carga à compressão de 4tf ,6tf, 8tf e 10tf para
8 ARGILA SILTOSA 50 50
cada método de cálculo, DPL e SPT realizados,
Tabela 3. Ensaios SP-03 e DP-03, referentes ao 3º par de
além da resistência lateral acumulada (∑RL)
ensaios. resistência de ponta (Rp) e carga admissível
PROFUN. TIPO DE SOLO SPT DPL total (Fadm), com fator de segurança (FS) igual
(m) (N30) (N10) a dois.
1 ARGILA ARENOSA 1 6
2 ARGILA 1 3 Tabela 4. Carga de 4tf – SP1
3 ARGILA 5 5 Comp. ∑RL - Rp - Fadm
Método
4 ARGILA SILTOSA 11 12 Útil - m tf tf (FS = 2) -tf
5 ARGILA SILTOSA 13 20 Nilsson - - - -
Aoki-
6 ARGILA SILTOSA 32 35
Velloso - 5 3,4 5,9 4,7
7 ARGILA SILTOSA 50 59 f (N10)
8 ARGILA SILTOSA 50 59 Pedro P.
C.
4 4,2 4,0 4,1
Dessa forma, é possível obter uma Velloso -
f (N10)
correlação geral, conforme figura 2.
Antunes
e Cabral - 3 2,8 5,9 4,3
f (N10)
Gotlieb e
Penna - f 5 4,9 3,4 4,1
(N10)
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Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
Tabela 11. Carga de 10tf – DP1 Tabela 14. Carga de 8tf – SP2
Comp. Rp - Fadm Comp. ∑RL Fadm
Método ∑RL - tf Método Rp - tf
Útil - m tf (FS = 2) -tf Útil - m - tf (FS = 2) -tf
Nilsson 5 24,1 0,7 12,4 Nilsson - - - -
Aoki- Aoki-
Velloso - 8 10,9 9,2 10,0 Velloso 6 4,8 14,6 9,7
f (N10) - f (N10)
Pedro P. Pedro P.
C. C.
7 19,3 8,7 14,1 7 14,3 10,4 12,4
Velloso - Velloso
f (N10) - f (N10)
Antunes Antunes
12,
e Cabral 6 12,6 12,6 e Cabral 5 7,7 8,8 8,3
5
- f (N10) - f (N10)
Gotlieb e Gotlieb
Penna - f 9 15,2 5,0 10,1 e Penna 7 15,4 9,7 12,6
(N10) - f (N10)
Tabela 12. Carga de 4tf – SP2 Tabela 15. Carga de 10tf – SP2
Comp. ∑RL - Rp Fadm Comp. ∑RL Rp - Fadm
Método Método
Útil - m tf - tf (FS = 2) -tf Útil - m - tf tf (FS = 2) -tf
Nilsson - - - - Nilsson - - - -
Aoki- Aoki-
Velloso - f 5 2,8 6,5 4,6 Velloso - f 7 9,5 21,6 15,5
(N10) (N10)
Pedro P. C. Pedro P.
Velloso - f 5 5,5 4,0 4,8 C. Velloso 7 14,3 10,4 12,4
(N10) - f (N10)
Antunes e Antunes e
Cabral - f 4 4,4 6,6 5,5 Cabral - f 6 15,1 19,6 17,4
(N10) (N10)
Gotlieb e Gotlieb e
Penna - f 5 4,4 3,9 4,2 Penna - f 7 15,4 9,7 12,6
(N10) (N10)
Tabela 13. Carga de 6tf – SP2 Tabela 16. Carga de 4tf – DP2
Comp. Rp - Fadm Comp. ∑RL Rp - Fadm
Método ∑RL - tf Método
Útil - m tf (FS = 2) -tf Útil - m - tf tf (FS = 2) -tf
Nilsson - - - - Nilsson 2 11,3 0,2 5,8
Aoki- Aoki-
Velloso - 6 4,8 14,6 9,7 Velloso - f 4 4,3 4,3 4,3
f (N10) (N10)
Pedro P. Pedro P.
C. C. Velloso 2 5,9 3,9 4,9
6 9,3 5,4 7,4
Velloso - - f (N10)
f (N10) Antunes e
Antunes Cabral - f 3 6,9 2,95 4,9
e Cabral 5 7,7 8,8 8,3 (N10)
- f (N10) Gotlieb e
Gotlieb e Penna - f 5 3,8 7,9 5,9
Penna - f 6 8,6 6,7 7,7 (N10)
(N10)
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Tabela 17. Carga de 6tf – DP2 Tabela 20. Carga de 4tf – SP3
Comp. ∑R Rp - Fadm Comp. ∑RL - Rp Fadm
Método Método
Útil - m L - tf tf (FS = 2) -tf Útil - m tf - tf (FS = 2) -tf
12, Nilsson - - - -
Nilsson 3 0,1 6,5
9 Aoki-
Aoki- Velloso - 5 3,1 7,0 5,1
Velloso - f 5 5,7 9,2 7,4 f (N10)
(N10) Pedro P.
Pedro P. C. C.
5 7,6 5,8 6,7
Velloso - f 3 8,8 4,0 6,4 Velloso -
(N10) f (N10)
Antunes e Antunes e
Cabral - f 4 9,0 5,9 7,5 Cabral - f 4 5,0 8,1 6,6
(N10) (N10)
Gotlieb e Gotlieb e
Penna - f 6 5,9 11,5 8,7 Penna - f 5 4,5 4,9 4,7
(N10) (N10)
Tabela 18. Carga de 8tf – DP2 Tabela 21. Carga de 6tf – SP3
Comp. ∑RL Rp - Fadm Comp. ∑R Rp - Fadm
Método Método
Útil - m - tf tf (FS = 2) -tf Útil - m L - tf tf (FS = 2) -tf
Nilsson 4 16,4 0,2 8,3 Nilsson - - - -
Aoki- Aoki-
17,
Velloso - 6 8,6 12,4 10,5 Velloso - 6 5,4 11,4
3
f (N10) f (N10)
Pedro P. Pedro P.
C. C.
5 13,9 6,4 10 5 7,6 5,8 6,7
Velloso - Velloso -
f (N10) f (N10)
Antunes Antunes
e Cabral 5 13,8 12,5 13,15 e Cabral 4 5,0 8,1 6,6
- f (N10) - f (N10)
Gotlieb e Gotlieb e
Penna - f 6 5,9 11,5 8,7 Penna - f 6 7,8 9,9 8,9
(N10) (N10)
Tabela 19. Carga de 10tf – DP2 Tabela 22. Carga de 8tf – SP3
Comp. ∑RL Fadm Comp. ∑RL Rp - Fadm
Método Rp - tf Método
Útil - m - tf (FS = 2) -tf Útil - m - tf tf (FS = 2) -tf
Nilsson 5 23,9 0,6 12,3 Nilsson - - - -
Aoki- Aoki-
Velloso - f 6 8,6 12,4 10,5 Velloso - 6 5,4 17,3 11,4
(N10) f (N10)
Pedro P. Pedro P.
C. Velloso 5 13,9 6,4 10 C.
6 13,0 12,2 12,7
- f (N10) Velloso -
Antunes e f (N10)
Cabral - f 5 13,8 12,5 13,15 Antunes
(N10) e Cabral 5 8,5 9,6 9,1
Gotlieb e - f (N10)
Penna - f 7 7,7 16,5 12,1 Gotlieb e
(N10) Penna - f 6 7,8 9,9 8,9
(N10)
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Tabela 23. Carga de 10tf – SP3 Tabela 26. Carga de 8tf – DP3
Comp. ∑RL Rp - Fadm Comp. ∑RL - Rp Fadm
Método Método
Útil - m - tf tf (FS = 2) -tf Útil - m tf - tf (FS = 2) -tf
Nilsson - - - - Nilsson 6 23,7 0,7 12,2
Aoki- Aoki-
16,
Velloso 6 5,4 17,3 11,4 Velloso - f 6 6,4 11,3
2
- f (N10) (N10)
Pedro P. Pedro P.
12,
C. C. Velloso 6 15,6 13,9
6 13,0 12,2 12,7 1
Velloso - f (N10)
- f (N10) Antunes e
12,
Antunes Cabral - f 5 10,2 11,4
5
e Cabral 6 17,3 19,6 18,5 (N10)
- f (N10) Gotlieb e
10,
Gotlieb Penna - f 6 8,0 9,3
5
e Penna 7 10,7 17,7 14,2 (N10)
- f (N10)
Tabela 24. Carga de 4tf – DP3 Tabela 27. Carga de 10tf – DP3
Comp. ∑RL Rp Fadm Comp.
Método ∑RL Fadm
Útil - m - tf - tf (FS = 2) -tf Método Útil - Rp - tf
- tf (FS = 2) -tf
Nilsson 4 10,4 0,3 5,4 m
Aoki- Nilsson 6 23,7 0,7 12,2
Velloso - f 5 3,5 9,2 6,3 Aoki-
(N10) Velloso - f 6 6,4 16,2 11,3
Pedro P. (N10)
C. Velloso 5 8,4 6,7 7,6 Pedro P.
- f (N10) C. Velloso 6 15,6 12,1 13,9
Antunes e - f (N10)
Cabral - f 4 5,5 7,4 6,5 Antunes e
(N10) Cabral - f 5 10,2 12,5 11,4
Gotlieb e (N10)
Penna - f 5 4,5 5,8 5,2 Gotlieb e
(N10) Penna - f 7 11,0 18,5 14,8
(N10)
Tabela 25. Carga de 6tf – DP3
Comp. Útil ∑R Rp - Fadm 7 CONCLUSÃO
Método
-m L - tf tf (FS = 2) -tf
Nilsson 5 14,3 0,5 7,4
Aoki- Por conseguinte, oberva-se que os resultados
Velloso mostraram que o método de Nilsson (2003)
5 3,5 9,2 6,3
-f resultou nas maiores capacidades de carga por
(N10) atrito lateral, sendo que a capacidade de carga
Pedro P. de ponta pelo mesmo método aproxima-se de
C.
Velloso 5 8,4 6,7 7,6 zero. Considerando-se o fator de segurança
-f global de 2,0, o método de Nilsson (2003) se
(N10) aproxima dos demais métodos, que tem uma
Antunes capacidade de carga por atrito lateral menor e
e Cabral por ponta maior, verificou-se através de provas
4 5,5 7,4 6,5
-f
(N10) de carga instrumentadas, que estacas escavadas
Gotlieb de pequeno diâmetro funcionam como estacas
e Penna
6 8,0 10,5 9,3
de atrito, entretanto a resistência de ponta só é
-f mobilizada depois de grandes recalques.
(N10) Nesse sentido, o método de Nilsson é o que
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REFERÊNCIAS