Apostila Estratégi A e Gestão Empresarial 2004
Apostila Estratégi A e Gestão Empresarial 2004
Apostila Estratégi A e Gestão Empresarial 2004
1 - Planejamento Estratégico
A estratégia passou a ocupar espaço no mundo empresarial em meados dos anos 60, em
resposta ao desuso dos tradicionais planejamentos a médio e longo prazo e a dificuldade desses
instrumentos se adaptarem a um ambiente turbulento e em constante mutação.
Administração estratégica por sua vez, é um processo contínuo e interativo que visa
manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado ao seu ambiente.
A estratégia empresarial tem como função operacionalizar o que foi visualizado pelo
planejamento estratégico. Porém antes da ação empresarial, a empresa inteira deve estar
envolvida no planejamento estratégico, para assim obter um efeito sinérgico global. Para isso o
planejamento estratégico deve estar desdobrado em planos táticos(nível intermediário ou
gerência), e planos operacionais( execução), para melhor desempenho e execução das tarefas.
6
Michael Porter concebeu o conceito das Cinco Forças com o objetivo de as indústrias
analisarem suas estruturas. A ameaça da concorrência, o poder de negociação dos clientes e dos
fornecedores, e o lançamento de novos produtos e serviços no mercado, são para ele a natureza e
o grau de concorrência em uma indústria. Veja o quadro abaixo:
8
1.3.2 - FORNECEDORES
Os fornecedores podem exercer poder de negociação sobre os participantes de uma
indústria ameaçando elevar preços ou reduzir a qualidade dos bens e serviços fornecidos.
Fornecedores poderosos podem conseqüentemente sugar a rentabilidade de uma indústria incapaz
de repassar os aumentos de custos em seus próprios preços.
As condições que tornam os fornecedores poderosos tendem a refletir aquelas que tornam
os compradores poderosos. Um grupo fornecedor é poderoso se, existem poucos fornecedores,
não tem substitutos, o comprador não é vital para o comprador.
Dois dos tipos de vantagem competitiva são, mutuamente, exclusivos: preços baixos e
diferenciação de produtos. Para se obter preços baixos, são sacrificados as características de
diferenciação dos produtos. Para se obter um preço mais alto, será necessário ter custos extras
para diferenciar o produto ou serviço. Para se obter uma performance superior à empresa,
precisa-se procurar vantagem competitiva em ambos, preços e diferenciação.
Porter propôs uma ferramenta de analise, chamada Cadeia de valor, propondo uma
estrutura sobre a qual podem ser feitas as análises. Não é possível entender a empresa como um
todo, é necessário identificar as atividades especificas que a empresa executa para fazer seus
negócios, cada empresa é uma coleção de atividades que adicionam algo ao produto, até sua
entrega ao consumidor. Essas atividades são numerosas e únicas para as empresas de um setor,
mas, somente nelas, podem ser conquistadas diferenciação e vantagem de custos.
A idéia básica é que as atividades da empresa podem ser divididas em nove tipos
genéricos. Cinco são atividade primarias que criam, vendem e entregam o produto; quatro são
atividades de suporte para todas as cinco primarias.
1.3.3 - COMPRADORES
Os compradores exercem forte influência por exigirem sempre mais qualidade por preços
menores, afinal de contas eles são a outra ponta. Da mesma forma que os fornecedores, a grande
concentração em vendas para poucos compradores, permite a estes estabelecerem as regras de
negociação. O determina o poder de negociação dos compradores é:
1.3.5 - CONCORRENTES
A rivalidade entre os concorrentes existentes assume a forma corriqueira de disputa por
posição, com uso de táticas como concorrência de preços, batalhas de publicidade, introdução de
produtos e aumento de serviços ou de garantias ao cliente. A rivalidade ocorre porque um ou
mais concorrentes sentem-se pressionados ou percebam a oportunidade de melhorar sua posição.
Os movimentos competitivos geram reações do concorrente ou, até, de todos os concorrentes.
Isso significa que as empresas são mutuamente dependentes. Se os movimentos e contra-
movimentos crescem em um processo de escalada, todas as empresas pedem sofrer as
conseqüências e ficar em situação pior que a inicial.
Por outro lado, as batalhas publicitárias podem expandir a demanda ou aumentar o nível
de diferenciação do produto na indústria, com benefício para todas as empresas.
O governo tem sido discutido principalmente em termos de seu possível impacto nas
barreiras de entrada, mas nas décadas de 70 e 80 o governo, em todos os níveis, precisa ser
reconhecido como uma influência potencial em muitos, senão em todos, aspectos da estrutura da
indústria, tanto direta quanto indiretamente. Em muitas indústrias, o governo é um comprador ou
um fornecedor, e pode influenciar a concorrência na indústria através das políticas adotadas.
Muitas vezes o papel do governo como fornecedor ou comprador é determinado mais por
fatores políticos do que por circunstancias econômicas.
O governo pode, também, afetar a posição de uma indústria com substitutos através de
regulamentações, subsídios ou outros meios, afetar a rivalidade entre os concorrentes
influenciando o crescimento da indústria, a estrutura de custos através de regulamentações, e
assim por diante.
Assim, sendo nenhuma análise estrutural está completa sem um diagnóstico sobre como a
política governamental atual e futura, a todos os níveis, ira afetar as condições estruturais. Para os
propósitos da analise estratégica é, em geral, mais esclarecedor considerar como o governo afeta
a concorrência através das cinco forcas competitivas do que considera-lo como uma forca por si
só. Contudo, a estratégia pode envolver tratarmos o governo como um ator a ser influenciado.
2. Com que se parece a competição e qual é a intensidade de cada uma das forças
competitivas?
O processo analítico é essencial porque os gerente não podem elaborar uma estratégica
de sucesso sem compreender o caráter competitivo da indústria.
Pode-se dizer que o estado da competição em uma industria é composto de cinco forças
competitivas.
Rivalidade entre vendedores concorrentes na industria.
A corrida competitiva entre empresas rivais é um processo dinâmico em que as
empresas iniciam novas mudanças defensivas e ofensivas, mudando a ênfase de um
misto de armas competitivas para outro.
• Tentativas que empresas de outras industrias fazem no mercado para conquistar o
cliente com seus produtos substitutos.
A concorrência de produtos substitutos é mais forte quando os preços dos substitutos
são atrativos, os custos de mudança do comprador são baixos, e o comprador
acredita que o substituto possui as características iguais ou melhores.
• Potencial de entrada de novos concorrentes.
A seriedade da ameaça competitiva de uma nova entrada depende de dois fatores
principais: as barreiras para a entrada e a reação esperada das empresas existentes
contra a nova entrada. A ameaça competitividade de uma entrada potencial é mais
forte quando as barreiras são fracas e a empresa candidata pode esperar lucros
atrativos.
• Poder de barganha e alavancagem exercitável pelos fornecedores de insumos.
Os fornecedores da indústria representam uma força competitiva forte sempre que
suas ações puderem colocar certos rivais em desvantagem competitiva. Os
fornecedores poderosos podem afetar a competitividade de uma empresa com base
nos preços que eles podem comandar, a qualidade daquilo que fornecem e o
tratamento dispensado aos clientes preferenciais.
• Poder de barganha e alavancagem exercitável pelos compradores do produto.
Os compradores constituem uma forte força competitiva quando possuem
alavancagem de barganha em preço, qualidade, serviço ou outros termos de venda.
Estas cinco forças competitivas serve como uma ferramenta poderosa para diagnosticar
sistematicamente as pressões competitivas principais em um mercado e avaliar a intensidade e
importância de cada uma delas.
As boas estratégias competitivas proporcionam boas defesas contra as cinco forças
competitivas.
15
Uma empresa bem situada ainda pode obter bons lucros em uma industria que, de outro
modo, não teria atratividade.
As respostas para estas perguntas promovem o entendimento do ambiente que circunda a
empresa e, coletivamente, formam a base para combinar estratégia da empresa com as condições
da industria em mudança.
forte, tecnologia superior ou melhor serviço ao cliente). Um ponto forte pode resultar também de
alianças ou de investimentos com parceiros detentores de habilidades ou perícia que melhoram a
competitividade da empresa.
Um ponto fraco é algo que a empresa não tem ou faz não muito bem (em comparação
com as outras) ou uma condição que coloca a empresa em desvantagem. Um ponto fraco não
torna necessariamente uma empresa vulnerável competitivamente, dependendo de quanto ele
pesa no mercado.
Uma vez identificados os pontos fortes e fracos da empresa pelo gerente, as duas listas
devem ser avaliadas de uma perspectiva de elaboração de estratégia.
Os estrategistas vitoriosos procuram aproveitar aquilo que a empresa faz melhor – suas
perícias, competências básicas e capacidades competitivas mais fortes.
As oportunidades da industria, mais relevante para uma certa empresa, são aquelas que
oferecem maiores perspectivas de crescimento dos lucros, aquelas que oferecem maiores
perspectivas de crescimento dos lucros, aquelas em que a empresa tem maior potencial de
vantagem competitiva e aquelas em que a empresa tem maior potencial de vantagem competitiva
e aquelas para as quais a empresa tem os recursos financeiros necessários.
Se os gerentes não estiverem cientes dos pontos fortes e fracos internos da empresa e de
suas oportunidades e ameaças externas, eles estão desfavoravelmente preparados para elaborar
uma estratégia bem ajustada às circunstancias da empresa.
Mas mesmo nas indústrias em que os produtos são diferenciados e a concorrência faz
um remoinho em torno doa vários atributos agregadores de valor de marcas concorrentes e em
torno do preço, as empresas rivais têm de manter seus custos na linha e certificarem-se de
18
qualquer adicional no custo ou no preço deve ser justificado pelo valor extra que os compradores
percebem que estão obtendo. Os concorrentes nem sempre incorrem nos mesmos custos para
colocar seus produtos nas mãos dos usuários finais. As diferenças podem variar de triviais a
significativas competitivamente.
Quanto mais altos forem os custos de uma empresa em relação aos custos das rivais,
mais vulnerável competitivamente ela se torna. A análise estratégica de custos enfoca a posição
dos custos de uma empresa em relação aos custos das suas rivais. A análise estratégica de custos
envolve a comparação da posição de custos de uma empresa em relação aos concorrentes chave,
atividade por atividade.
A competitividade de custos de uma empresa depende não somente dos custos das
atividades executadas internamente ( sua própria cadeia de valor) mas também dos custos
existentes na cadeia de valor dos fornecedores e dos canais aliados localizados a jusante.
Durante os últimos dez anos as empresas intensificaram seus esforços para fazer
benchmarking dos custos de execução de certas atividades em relação aos custos dos
concorrentes.
A experiência nos negócios, ao longo dos anos, tem comprovado que estratégias
desastrosas podem ser evitadas se forem observados certos princípios. A cultura destas
experiências passadas pode ser decomposta em 13 mandamentos que se forem fielmente
observados, podem ajudar os estrategistas a elaborar melhores planos de ação:
1. Dê prioridade máxima à elaboração e execução de mudanças estratégicas que melhorem a
posição competitiva da empresa a longo prazo.
2. Compreenda que uma estratégia competitiva clara e consistente, quando bem elaborada e bem
executada, proporciona reputação e posição reconhecível na indústria; uma estratégia
20
muitas frentes ou ficar deliberadamente contente com o processo gradual ao longo do tempo. A
maneira de condução e seu sucesso em impulsionar a mudança tendem a ser fatores decisivos:
uma boa liderança normalmente resulta em implementação bem sucedida e uma liderança ruim
normalmente resulta em frustração e descontrole.
Existem quatro competências básicas que são importantes para a tarefa dos
implementadores de estratégia na construção da organização.
1. As competências básicas raramente consistem de uma perícia estreita ou
esforços de trabalho de um único departamento. Em vez disso,
normalmente elas constituem-se de uma mistura de perícias e atividades
22
4. Determine se as atividades não críticas podem ser feitas fora com mais
eficiência que internamente.
A lógica para fazer das atividades críticas da estratégia a pedra fundamental na estrutura
da organização é obrigatória: se as atividades que são cruciais para o sucesso estratégico
receberam a atenção e apoio organizacional que elas merecem, elas têm de ser principais no
esquema da organização.
grande. Algumas empresas adotaram a estrutura territorial para que pudessem ser diretamente
acessíveis aos clientes dispersos geograficamente.
Tente simplificar o processo, primeiro eliminando tarefas e passos onde for possível e
analisando como melhorar o desempenho da parte que permanecer.
Quando a cultura da empresa está sincronizada com que o que é necessário para o
sucesso estratégico, a cultura precisa ser mudada tão rapidamente quanto possível; quanto mais
entrincheirada for a cultura, maior a dificuldade de implementação de estratégias novas ou
diferentes.
Uma terceira característica que pode causar problemas para empresas em crescimento
rápido é promover gerentes que entendem de estruturas, sistemas, orçamentos e controles melhor
que visão, estratégias, inspiração e formação de cultura.
Uma vez estabelecidos formalmente os valores e padrões éticos, eles devem ser
institucionalizados e arraigados nas políticas, práticas e conduta da empresa.
Uma das partes mais difíceis para o exercício da liderança estratégica é o fornecimento
confiável de idéias novas dos empregados e dos gerentes, promovendo um espírito empreendedor
que permite a adaptação contínua às mudanças nas condições. Um ambiente interno flexível,
sensível para resposta e inovador é crítico nas indústrias de alta tecnologia que se modificam
rapidamente, em negócios em que os produtos têm um ciclo de vida curto e o crescimento
depende de inovações no produto, em empresas que têm um portifólio de negócios amplamente
diversificado, em mercados onde a diferenciação de produtos para ser bem sucedida depende de
inovação da competição e em situações em que a liderança de baixos custos depende de melhoria
contínua e novas maneiras para eliminar custos do negócio.
Nas empresas que lutam para transformar os altos padrões éticos em realidade, a alta
gerência comunica o seu comprometimento em um código de ética, nos discursos e nas
publicações da empresa, nas políticas relativas às conseqüências de um comportamento sem
ética, nas atitudes dos executivos seniores, e nas ações tomadas para o cumprimento do código de
ética. Os gerentes podem executar várias ações concretas para exercer a liderança da ética. Em
primeiro lugar eles devem proporcionar um excelente exemplo de ética em seu comportamento e
estabelecer uma tradição de integridade. As decisões da empresa devem ser vistas como ética –
em tais casos as ações sempre falam mais alto que as palavras.
empresa e associa claramente seus objetivos à as iniciativas e aos recursos necessários para
atingir a meta.
“Para muitos daqueles em que o mundo parece fora de controle, pouca coisa pode ser
feita para mudar. Mas, enquanto existir pelo menos um pouco que possa ser feito, precisamos
continuar fazendo”.ACKOFF
2 - NEGOCIAÇÃO
O que então indicaria que eu, você ou nosso concorrente sejamos bons negociadores?
A primeira constatação é que o juízo, sobre o que é ser um bom negociador não deve vir
de nós mesmos, mas das pessoas com quem negociamos. Se as pessoas nos procuram para a
posição de mediadores de conflitos, pendências, esse é um indicador que nos respeitam como
negociadores.Se nos pedem para sermos mentores de jovens talentos, também é uma constatação
que temos o que "ensinar" em negociação.Se as pessoas pedem que você seja o portador de uma
notícia não muito boa é porque entendem que você tem a habilidade em dizer as verdades na hora
certa e da maneira mais adequada, fundamental característica de um bom negociador.
Quando as pessoas que trabalham e também convivem socialmente com você identificam
que a habilidade de conseguir resultados através do relacionamento está presente nos dois campos
32
(trabalho e família, por exemplo), isso certamente retrata o reconhecimento de sua competência
como negociador.
Pense nas "pessoas difíceis" em sua organização, se você se dá bem com elas, significa
que pode lidar com comportamentos antagônicos, irascíveis, etc.
Negociar de forma diferente, específica a cada negociação, procurando caminhos
customizados evitando usar fórmulas que deram certo na negociação anterior, certamente indica
também que você é um negociador competente.
As pessoas confiam em você? Sentem que você cumpre o que promete, diz o que pensa e
sente, respeitando o outro, compartilha informações, aceita diferenças e valores individuais.
Todas essas características representam, elementos geradores de confiança, fundamentais ao bom
negociador.
Qual o seu comportamento diante da necessidade de mudança, ou de um argumento /
proposta na qual não havia ainda pensado? Se você se abre para discutir, ir mais fundo no
problema, evitando ser contra apenas porque não conhece o assunto ou não havia pensado nele,
certamente tem o que se chama flexibilidade, característica do bom negociador.
Finalmente, qual será o estilo ideal do bom negociador?
Na realidade não existe um estilo ideal, o que pode existir é um estilo mais adequado para
uma determinada situação. O bom negociador é aquele que no relacionamento com outras
pessoas procura potencializar seus pontos fortes, usar argumentos que respeitem as características
individuais de quem está do outro lado da mesa. E isso está presente em todos os estilos, é só
utilizar.
2.1.1 - Conceituação Básica
A negociação é uma ação natural, pois viver é relacionar-se. O ser humano está
permanentemente em interação. A expressão nenhum homem é uma ilha popularizou-se por
exprimir a impossibilidade da vida isolada. O ser humano se torna obsoleto na medida em que
deixa de se inter-relacionar e considerar todos os fatores que influenciam na organização.
Entre outros fatores que devem ser considerados, os seguintes pontos devem ser
analisados cuidadosamente:
• Ela é justa?
Justiça é um termo subjetivo quando falamos de negociação. Um acordo negociado é
considerado justo pela sua própria natureza, já que ambas as partes concordaram com os termos. •
A confiança e a boa vontade foram preservadas?
Os vendedores devem estar sempre preocupados com as conseqüências a longo prazo de
suas negociações.
• Foi bom para você?
A negociação ideal é aquela na qual os dois lados saem com a sensação de ter feito um
bom negócio e com a vontade de negociar novamente com aquela pessoa no futuro. Se somente
uma parte sai lucrando, a boa vontade deixa de existir e um clima de competição vai dominar o
próximo encontro entre os dois. Se a negociação não foi realizada levando em consideração as
dificuldades futuras na execução do serviço, existe uma forte possibilidade que os problemas
venham a ser resolvidos no departamento jurídico e não nas mesas de negociação.
O que reúne as pessoas a mesa de entendimentos são motivos comuns, e são estes que
induzem a convergência de interesses, base para as negociações. É a partir de alvos comuns que
brota o acordo, administrando-se as necessárias concessões, pois o sucesso do processo está no
espiríto de renúncia em favor do bem comum. O bom negócio é aquele que é bom para todos.
Todos querem ganhar, todos devem ganhar, todos são, portanto, co-responsáveis pelos
ganhos.
O acordo surge pela via do conflito, ou seja, o bom acordo é aquele em que cada um perde
um pouco e todos ganham.
A intransigência dos que não querem ceder dez para ganhar noventa, dispensando o
acidental em favor do essencial, é gerador dos habituais insucessos nas negociações.
Quando uma das partes já chega com um pacote, com sua verdade, há um incitamento ao
conflito, o que acaba deflagrando os desacordos.
Antes da mesa de negociação existe um passado, e para se obter uma eficácia do processo
de negociação, é fundamental considerarmos alguns aspectos, vejamos:
a) O clima social para negociação, ou seja, espírito aberto, receptivo e integrador, e
principalmente uma atitude pró-ativa;
34
Sendo assim, a empresa poderá criar uma metodologia de negociação que consiste em
educar dirigentes e dirigidos, líderes e liderados, para realização dinâmica da democracia no
trabalho.
Tratar bem a secretária ou a recepcionista é um cuidado que não pode ser negligenciado.
Embora nas empresas, pequenas ou grandes, haja hierarquia entre a secretária e seu superior, não
menospreze a possível relação de cordialidade entre eles, produzindo às vezes um sentimento de
proteção mútua.
Assim, um simples comentário sobre o seu comportamento inadequado ao telefone ou
pessoalmente poderá criar uma barreira que, em determinadas circunstâncias, dificilmente será
superada.
Dentro de uma estratégia de negociação não existem pessoas mais ou menos importantes.
Todos, sem exceção, devem ser tratados com respeito e cordialidade, que podem variar de acordo
com sua habilidade em tratar com as pessoas, sempre tendo o cuidado de não cair na vulgaridade.
Algumas pessoas confundem a cordialidade, a boa educação e a simpatia como uma abertura para
ter mais intimidade e exageram nas brincadeiras e comentários pessoais, sem perceber, que com
essas atitudes, estão fechando portas importantes que seriam muito úteis no processo de
negociação. Seja profissional sempre, sem que esse comportamento signifique ser carrancudo ou
prepotente. O profissionalismo e a humildade são grandes aliados.
• Negociar não exige agressividade; negociar requer determinação. Você deve estar
preparado para responder prontamente ao que você deseja, munido sempre de um plano
alternativo;
• Negociar não é uma solução provisória; negociar requer envolvimento em um processo
que leva tempo e deixa ambos os lados com a sensação de que podem confiar um no outro
novamente.
O processo de negociação – preparação, relação recíproca, descoberta de interesses e
motivações de suporte, diálogo franco e soluções criativas – encorajam a confiança. Pense em
como você se sentiu nas vezes em que não conseguiu fechar um negócio. Você se lembra de seu
contentamento quando os corretores de imóveis aceitaram sua primeira proposta? Será que a
exaltação diminuiu quando você pensou que poderia ter se saído ainda melhor? E aquela vez em
que você comprou um carro usado e não se preocupou com as razões que levaram a outra pessoa
a querer vender? Sua ansiedade aumentou depois, quando você imaginou se o proprietário sabia
de alguma coisa que você desconhecia sobre o valor do carro? Então, houve também aquela
compra que você cuidou pessoalmente em sua empresa, na qual o outro lado fez concessões sem
pedir nada em troca. Você cogitou mais tarde se elas eram válidas, ou se você já tinha dado muito
mais do que o outro lado havia imaginado possível? Todas essas tentativas de adivinhação depois
que um negócio foi fácil e rapidamente consumado levam a um desgaste de autoconfiança. O
processo de negociação, por outro lado, requer relações baseadas em confiança.
As pessoas resistem em negociar por motivos previsíveis. Uma causa primária é que
negociar exige paciência. Neste mundo em que a fast food não é rápida o suficiente e nós
precisamos mandar um e-mail a partir de nossos celulares para o restaurante mais próximo, a
preparação e a meditação necessárias para se negociar bem parecem dolorosas. Tente entender o
que motiva o outro lado e o que ele vale. Você pode criar soluções que satisfazem todas as suas
necessidades. Aja precipitadamente num negócio com a estratégia “é pegar ou largar” e você já
não saberá como solucionar o mesmo problema da próxima vez.
Uma segunda razão pela qual muitas pessoas evitam negociar é porque elas têm sido
educadas a não fazer isso. Eu conto uma história aos meus clientes, uma história verdadeira sobre
os maiores negociadores por natureza – as crianças. Eu estou, então, segurando algumas
guloseimas durante uma visita a um amigo e seu filho de dois anos de idade aponta para os
docinhos em minha mão e pede um pouquinho dizendo apenas “doce?”. Entendo o pedido sem a
necessidade de uma sentença totalmente articulada e respondo “Ah, que gracinha, você quer
um?”. A criança, que se aproveita do fato de que eu fiz apenas uma primeira oferta, sorri e toda
feliz responde “Doooois!”. Crianças pedem o que querem sem o menor acanhamento, e ninguém
se incomoda com isso. Diferentemente dos adultos, elas não foram educadas a não deixar de
pedir aquilo que elas querem.
Um negociador preparado considera que tudo é negociável, e é flexível o suficiente para
reagir quando o processo de negociação valida ou invalida as hipóteses. O renomado cientista
Albert Einstein, em um passeio com seu assistente em 1942, ilustrou essa idéia. Depois de ter
aplicado uma prova na turma de alunos de graduação em Oxford, o assistente perguntou: “Dr.
Einstein, nós não acabamos de dar para essa classe o mesmo exame que demos a esse mesmo
grupo no ano passado?” Einstein balançou a cabeça e respondeu: “Sim, sim, foi o mesmo teste –
as mesmas perguntas que nós fizemos no ano passado. Mas, veja você, as respostas mudaram”.
36
Saber negociar é uma arte. Mas, se não nasceu com esse dom, não é preciso
desesperar! Como técnica a negociação implica a observação de alguns fatores:
2.6.1 – Os objetivos
As prioridades que quer atingir no mínimo: há muita luta de ambas as partes para
'rapar o fundo do tacho'.
As negociações giram em torno do princípio da troca: é preciso dar para poder receber. A
chave para qualquer negociação é que cada uma das partes deve tirar vantagens das concessões
que se fazem. Em princípio, negociar com êxito nunca deveria resultar num vencedor nem num
perdedor. Ou ambas as partes obtêm um resultado satisfatório (win/win) ou é um caso de fiasco
(loose/loose). O último caso verifica-se quando nem as prioridades mínimas das partes são
atingidas.
2.6.2 – A preparação
Para negociar com êxito é preciso estar preparado. Quem é o seu interlocutor? O que
espera que ele proponha? Até que ponto está disposto a fazer concessões?
37
Para poder responder a estas e outras perguntas é preciso tempo. Prepara-se para a
reunião, estude cuidadosamente o "adversário", a sua situação no mercado, os seus negócios e
tente antecipar os seus objetivos. Se estudar a lição como deve ser, dificilmente será apanhado
desprevenido.Defina também claramente o que está disposto a ceder e a não ceder. Isso será meio
caminho andado.
2.6.3 – O ambiente
O resultado de uma reunião é, em parte, influenciado pelo ambiente.
2.6.4 - O local
A vantagem do terreno neutro é que nenhuma das partes joga em casa. Significa também
que os dois lados têm que ter os seus especialistas e materiais no local, o que pode exigir alguns
esforços ao nível da organização.
2.6.6 - Pormenores
Quando você é o anfitrião, convém ter a situação sob controlo. Verifique se há papel e
canetas à disposição, que a temperatura é agradável e que o eventual equipamento audiovisual
está operacional. Como anfitrião tem também mais controlo sobre o timing e o número de
intervalos.Embora os negociadores possam perder o seu apetite durante negociações cansativas,
eles têm sempre sede. Forneça sempre bebidas suficientes.
Numa negociação, é importante conhecer a outra parte. Às vezes até os antecedentes dos
negociadores são importantes, sobretudo para pessoas que negociam ao mais alto nível. É
importante saber quem têm à sua frente e o que é que eles já conseguiram realizar no passado no
campo da negociação.
Ponha-se no lugar do seu adversário. Assim, poderá antecipar os argumentos dele e terá
também uma idéia de possíveis pontos fracos. Os pontos fortes do seu adversário formam um
ponto de partida para verificar qual o rumo que ele quer dar à negociação.
Faça um resumo dos supostos objetivos do seu adversário e organize-os em função da sua
importância. Não se esqueça que são apenas suposições e que, provavelmente, terá que ajustar
esses objetivos durante o processo.
Quando a outra parte é composta por várias pessoas, pode experimentar a tática 'dividir
para reinar'. Pode, por exemplo, fazer isso cedendo num ponto em que desconfia que algumas
pessoas vão estar de acordo e outras não.
2.6.8 - Táticas
Durante as negociações usam-se repetidamente jogadas tácticas e bons truques. Se usar também
esses mesmos truques é importante aprender a detectá-los e saber qual a melhor reação.
Quando se fala em táticas, o primeiro pensamento é que elas só são utilizadas quando a
estratégia é competitiva, mas isso não é verdade. Veja o exemplo: uma tática bastante utilizada é
a da intimidade, na qual um dos negociadores aproxima-se do outro e conquista sua amizade e
confiança com o objetivo de facilitar as negociações futuras. Na forma competitiva, o
negociador utiliza a intimidade para obter informações privilegiadas que serão usadas mais tarde
39
para enfraquecer a posição do outro ou para fortalecer sua posição. Utilizada dessa forma, pode
ser considerada até como não ética.
Táticas também podem ser éticas ou não éticas e já foi visto que o limite entre o
comportamento ético e o não ético é muito tênue, difícil de ser definido de forma precisa. A
utilização de táticas da forma ética leva à estratégia cooperativa, enquanto a não ética tende
a levar à negociação para a forma competitiva.
Uma tática nunca é boa por si só: uma tática utilizada com sucesso em uma situação pode
ser completamente equivocada em outra situação, e a escolha das táticas mais adequadas para
cada caso é uma das tarefas a serem executadas com carinho no planejamento da negociação.
Você já se viu negociando com vendedores de carros ? Ficamos irritados como somos
tratados. Cada um dos lados tenta, através da mera força de vontade, "escondendo o leite", forçar
o outro a alterar sua posição. Assim, a barganha posicional destrói o relacionamento entre as
partes.
Agora, como se comportam os excelentes negociadores? Como eles conseguem
admiração, respeito e relações duradouras ?
Observamos durante muitos anos que eles usam a Negociação Personalizada .Os conflitos
são resolvidos de forma cooperativa, produzindo resultados ótimos para todos. Eles usam a sua
comunicação natural. Se preparam muito, antes, durante e depois da negociação. Usam suas
habilidades de percepção e observação para entender melhor os estilos de negociação dos outros.
Negociam por princípios. São exímios em saber ouvir. Concentram-se no que há por trás das
posições e interesses. Criam opções de ganhos mútuos. Utilizam-se de critérios ou padrões
pesquisados e objetivos para gerar confiança e eliminar dúvidas, receios .São flexíveis e criativos
quanto as propostas. Lidam com as objeções de forma clara e transparente. Cumprem o que foi
acordado sempre. Investigam o grau de satisfação da outra parte. São éticos , porque só pensam
em fazer o bem para o outro. São excelentes como negociadores porque acreditam no que estão
dizendo e fazendo.
Aprender com negociadores excelentes é perceber que eles lidam não com representantes
abstratos do "outro lado", mas sim com seres humanos. O aspecto humano sabemos que pode ser
útil ou desastroso. Confiança, compreensão, respeito e amizade se constróem no tempo. E
queremos estar bem consigo mesmos e com as pessoas. Um dia um excelente negociador me
disse : " Vale a pena indagar-se : Será que estou prestando atenção suficiente ao problemas das
pessoas ? " Isso sim é um grande ponto de partida para aprendermos a utilizar essa maior
habilidade ou competência exigida no mundo de hoje chamada de Negociação.
Lembre-se que os truques só funcionam porque dão a impressão que o seu adversário tem
mais poder, pelo que você tem tendência a oferecer menos resistência.
Tática Reação
Diga que não consegue negociar sob pressão. Chame a
Ameaçar
atenção para o fato de preferir trabalhar de forma construtiva.
Questione todas as afirmações e exija fatos e/ou provas
Fazer bluff
concretas do que se diz.
A intimidação ataca a sua autoconfiança. Quando se
Intimidar aperceber disso torna-se mais fácil manter-se firme na sua
posição.
Discuta previamente qual a posição aceitável para todos.
Dividir e reinar
Se mesmo assim houve divergência interna, peça um intervalo.
Tente não se deixar desviar dos pontos na ordem do dia.
Linguagem
Pergunte se as afirmações são bem fundamentadas e repita que
emocional
procura compromissos honestos.
41
Dicas práticas
Saiba o que deve (do´s) e não deve (dont´s) fazer numa negociação:
DO'S DONT´S
Não faça demasiadas concessões no
Escute com atenção
início das negociações.
Não faça uma oferta inicial demasiado
Deixe espaço suficiente para
radical e deixe espaço para adaptações e
manobra nas suas propostas
concessões.
Se não conseguir mesmo viver com
Nunca diga 'nunca'. Leve o seu tempo
um compromisso proposto, não hesite em
para negociar e para pensar nas coisas.
recusá-lo.
Faça propostas com condições: "Se Não responda imediatamente com
você fizer isto, eu faço aquilo". 'sim' ou 'não' às perguntas.
Tente descobrir qual é a posição da
Não ridicularize a outra parte.
outra parte: "O que achava se ... ".
Seja flexível de forma a adaptar-se à
Não comece a falar se não tiver algo
situação e às reações do seu adversário.
de relevante para dizer. As negociações já são
Lembre-se de que a flexibilidade não é sinal
demoradas por natureza, não as atrase ainda
de insegurança ou fraqueza mas de estar
mais.
alerta e compreender a questão.
Se, durante as negociações, se dizem
Não interrompa a outra parte. Deixe-a
coisas 'off the record', mantenha-as 'off the
acabar primeiro antes de começar a falar.
record'.
Trabalhe com uma agenda para tornar Nunca faça reuniões com mais que 2
a reunião mais eficiente. horas sem intervalo.
2.7.2 - Integridade
Os clientes querem confiar na palavra da sua empresa e dos seus empregados. Deve
existir um clima de confiança, onde a honestidade e a transparência estejam sempre presentes.
2.7.3 - Criatividade
Quando existe um elo emocional num clima de perfeita integridade, uma empresa
consegue servir os seus clientes com criatividade. Para isso, tem de se permitir que os
empregados fujam à rotina, tudo para agradar aos consumidores.
2.7.4 - Espírito
Como técnica de negociação podemos definir três grandes grupos, distintos e dependentes,
assim temos as etapas do processo, estratégias e táticas e superação de impasses, vamos adiante
refletir sobre cada uma deles e verificar no final como estas técnicas nos auxiliam a chegar ao
consenso.
2.8.2 - Planejamento
O importante nesta fase é salientar que o outro negociador ainda não está presente,
tratando-se do planejamento inicial, que por sua vez está distribuído em seis seqüências, a saber:
histórico das relações, objetivos ideais e reais, presunção da necessidade, planejamento das
43
concessões, conflitos potenciais e expectativas positivas. Como vemos esta é a mais importante
fase das técnicas de negociações, pois é aqui que se planeja o que vamos fazer e alcançar durante
a negociação propriamente dita.
2.8.3 - Abertura
Como o próprio nome sugere, este passo é uma das etapas preferidas pelos negociadores,
a qual este se sente completamente à vontade, o básico aqui é o de criar um clima propício ao
desenvolvimento da negociação, deixando à vontade o outro negociador. Como é o primeiro
contato entre as partes, esta envolve a seguinte seqüência, pra que tenha sucesso: redução da
tensão, definição de objetivos, concordância para prosseguimento. Vemos que nesta etapa
definem-se as regras nas quais iremos pautar nossos interesses.
2.8.4 - Exploração
O objetivo básico desta etapa é detectar necessidades, expectativas, motivações da outra
parte para, na etapa seguinte, mostrar como as suas idéias, produtos ou serviços atendem também
aos interesses do outro negociador. Assim para um negociador experiente, este deve atentar para
os itens inicio de conversa, teste da necessidade presumida, busca de identidade de interesses o
resumo das descobertas e concordâncias. È aqui que o negociador deve sentir se a outra parte esta
realmente interessada em algum produto, serviço ou idéia que se esta apresentando, caso
contrario será só perda de tempo para todas as partes.
2.8.5 - Apresentação
Finalmente a etapa em que você irá apresentar o seu produto a outra parte, esta
apresentação deve ser feita de maneira a convencer o oponente de que seu produto atende a uma
necessidade emitente deste e esta deverá ser feita de maneira que fiquem claros os seguintes
itens: descrição dos seus produtos, serviços, idéias, problemas resolvidos por sua proposta,
benefícios decorrentes de sua proposta. Como se vê com a apresentação bem definida, estamos
oferecendo ao outro lado, características, soluções e benefícios.
2.8.6 - Clarificação
Por mais que nos esforcemos para apresentar idéias claras, sempre acaba ficando alguma
duvida a respeito destas idéias, produtos ou serviços, nesta etapa, procura-se clarear os pontos
obscuros, relativos ao produto, as condições ou outros pontos que possam ter ficado não
completamente entendidos. Assim para isso o negociador deve estar bastante preparador para:
responder às objeções, razões do outro, colocações perigosas, entender o silencio do outro,
esclarecendo pontos que você mesmo achou que o outro não entendeu ou possa não ter
entendido.
opções, recapitular vantagens e desvantagens, propor uma data para teste experimental, se for o
caso, e finalmente o fechamento do negócio.
2.9.1 - Informação
Quanto às informações, admitem a possibilidade de que seu interlocutor não conceba, não
saiba ou não perceba as coisas da mesma maneira que você. Assim você pode jogar conforme
achar mais conveniente com as informações de que dispõem.
2.9.2 - Tempo
Já em relação ao tempo refere-se à oportunidade ou ao momento psicológico em que se
colocam premissas ou alternativas, na perspectiva do outro negociador. Tem também a ver com a
disponibilidade de tempo do outro negociador. O uso de se estender o tempo em causa própria,
chama-se de jogo sujo, e se identificado pela outra parte, poderá ser usado como reversa.
2.9.3 - Poder
Na visão dos negociadores, a negociação envolve sempre a mudança da posição atual para
uma condição desejável. Assim poder é a capacidade de influenciar ou provocar mudanças ou
impedir que elas ocorram. Para conseguir-se uma mudança é necessário influir sobre alguém que
tenha pouca ou menor capacidade de resistir a essa mudança.
Inseriremos uma tabela relacionada com as táticas na visão de cada um dos tópicos acima,
referente a atitudes que cada negociador poderá tomar em relação ao ataque ou defesa.
45
desdobramentos possíveis, mas também, para que não sejam vitimados pelo estresse.
Negociadores competentes podem fracassar em função do desgaste físico e emocional.
O pós-negociação é outra parte muito importante. Muitos negociadores fazem o acordo e
se esquecem da sua implementação. Muitas vezes, é neste pós-acordo que acontece o verdadeiro
desfecho. Negociações bem conduzidas podem redundar em tremendos fracassos, isto porque, o
que é implementado não tem nada a haver com o que ficou definido no acordo. Assim, há quem
prometa o que não pode cumprir, levando em conta a inexistência de controle pelo outra parte, ou
falta de comunicação entre quem fez o acordo e quem vai implementá-lo. Portanto, uma
negociação só deve ser considerada como encerrada quando o acordo foi cumprido e não quando
foi formalizado.
Mesmo que as negociações sejam realizadas de forma descentralizada, por unidades de
negócio ou resultado, a capacitação organizacional demanda um acompanhamento global, através
do estabelecimento de indicadores de processo e resultado, que possam servir de referencial para
que se responda a seguinte pergunta: como é possível saber se uma negociação foi boa para a
empresa? E, a partir dai, aprender com as negociações mais expressivas, bem como, com as que
fracassaram e corrigir desvios. É neste sentido que as chefias ou gerências, tem um papel
essencial, além do de coordenação de suas equipes. Devem ter condições para atuarem como
consultores de seus subordinados, ajudando na identificação e superação contínua de seus
problemas e, mais do que isto, contribuir ativamente para transformar a empresa numa
organização de aprendizagem.
Um outro ponto importante é o da metodologia ou processo de negociação. Há empresas
que, sem se dar conta, contratam consultores das mais variadas tendências e linguagens, que
muitas vezes tem até orientações contrárias. Com isto não se forma uma massa crítica uniforme
de negociadores e de maneira alguma se contribui para existência da formação de uma cultura de
negociação. Quando há necessidade de uma equipe cujos integrantes tenham estas diferentes
formações e orientações a conseqüência é conflito e enfraquecimento e os resultados podem ser
desastrosos.
Com base em todo este conjunto de informações e referenciais, temos condições de
efetuar um diagnostico do que existe atualmente e desenvolver um projeto visando identificar e
construir o que deveria existir. Quais as forças impulsionadoras. Quais as restritivas. Qual o
caminho a ser percorrido. Em geral, os projetos fracassam por que não foram identificados estes
conjuntos de forças e, na hora da implementação, surgem uma série de surpresas negativas que
poderiam ter sido perfeitamente previstas, caso fossem levantadas todas as forças restritivas.
Hoje em dia, quando as empresas, mais do nunca, precisam aproveitar as oportunidades
com qualidade, velocidade e flexibilidade, uma alta capacidade organizacional em negociação é
imprescindível. Mas de qualquer forma, deve-se entender que este processo de capacitação é
dinâmico e contínuo. Uma empresa não é capaz. Uma empresa está capaz.
Conquanto o conflito seja o aliciador e/ou intensificador, o que mantém a negociação são
os pontos convergentes é por meio deles que o negociador eficaz discute os interesses. Antes do
diálogo ou da negociação propriamente dita, o negociador orientado para resultados deve
pesquisar os interesses dos interlocutores.
É preciso obter informações prévias sobre o interlocutor, tanto em relação a sua pessoa,
quanto em relação aos negócios que ele tenha efetuado. Estas informações são importantíssimas,
não apenas para facilitar as aproximações, como também para um planejamento que contemple
os interesses mútuos.
O diálogo é um instrumento com amplos recursos. Ele deve ser utilizado como uma
estratégia para o não-rompimento das relações, mas pode também ser usado para um rompimento
temporário com intuito de promover mudanças nas atitudes, indispensáveis para o fortalecimento
do relacionamento. Logo podemos notar, que o diálogo é primordial no processo de negociação.
Se adequadamente conduzido ele funciona como a melhor estratégia na busca do entendimento e
na perpetuação de uma relação que seja mutuamente interessante.
O negociador eficaz pratica a comunicação ativa e faz uso freqüente tanto da linguagem
verbal quanto das expressões corporais para inteirar-se com os interlocutores.
Este princípio é conhecido por muitos, mas praticado por poucos, principalmente pelos
habitantes das regiões ocidentais.
Em uma negociação é preciso muita atenção para ouvir e interpretar. Quando não
praticamos a audição ativa tendemos a elaborar juízos de valor. Esses podem estar em completa
dissonância com a realidade, tornando o entendimento mútuo praticamente impossível.
• Não seja levado pela interpretação da linguagem corporal porque existem montanhas de
livros que interpretam uma postura como um sinal X quando isto não é verdadeiro!
• Não basta que você sabe todas as técnicas verbais, você tem que saber como “ler” seu
oponente.
• Lembre-se de que somente as mudanças da linguagem corporal são válidas. Não suponha
que se alguém cruza os braços, é hostil. O ponto seria se seus braços não estivessem
cruzados enquanto você estivesse falando e de repente quando você dissesse alguma
coisa, a pessoa os cruzasse. É aí que a linguagem corporal se torna importante.
Todo negociador sempre deve negociar para ganhar, mas há duas formas de ganhar. A
primeira, às custas da outra parte. A segunda, consiste em chegar a um acordo em que os
interesses relevantes das partes sejam atendidos. Quem procura ganhar às custas do outro,
costuma seguir o lema:"Eu sempre ganho. Você sempre perde. Poderia haver coisa mais justa do
que isso?". Quem adota a segunda maneira de ganhar considera que só há bom negócio quando
ambas as partes ganham. Faz uma pequena alteraçãt, mas que provoca uma alteração radical no
seu sentido: "Eu sempre ganho. Você sempre ganha. Poderia haver coisa mais justa do que
isso?". Esta é a negociação eficaz, ou seja, a negociação ganha/ganha. E, nos dias de hoje, com a
maior interdependência entre pessoas, empresas e instituições, a busca de parcerias, a
terceirização e outras formas conjuntas de se obter qualidade e produtividade, a negociação eficaz
é, não somente "uma boa idéia", mas sobretudo uma necessidade. A seguir observaremos os erros
que não podem ser cometidos em uma negociação:
Quer as pessoas queiram ou não, toda negociação é um processo. Importa em aspectos tais
como etapas, estratégias, táticas, superação de impasses e a forma de se efetuar concessões. Ter a
consciência de que negociação é um processo é fundamental. Existem três etapas deste processo
que normalmente se constituem em pontos fracos de muitos negociadores, que são a preparação,
ou seja, o dever de casa, a exploração, que é a coleta de informações, para que se possa fazer uma
apresentação de acordo com os interesses, necessidades e desejos do outro lado e o controle e
avaliação, que é o que se sucede após o acordo. Na verdade, é aqui que poderemos saber o que
vai ser efetivamente implementado e se o se o acordo foi bem ou mal formulado. De nada adianta
um acordo que, quando foi assinado se constituía num verdadeiro ganha/ganha, mas que na sua
implementação, por má fé ou incompetência, acaba se transformando num ganha/perde ou,
mesmo, num autêntico perde/perde.
Toda negociação tem três cenários. O primeiro diz respeito ao local e às pessoas que estão
diretamente envolvidas na negociação, ou seja, àqueles que estão buscando chegar a um acordo.
É sempre necessário saber a autoridade da pessoa com quem se está negociando. Caso não se
52
tenha esta preocupação pode-se perder muito tempo negociando com a pessoa errada ou se fazer
concessões sem não obter nada em troca. O segundo cenário diz respeito ao que está por traz
destes negociadores, tal como pessoas que consideram importantes ou tem como modelo, e
pessoas que lhes dão os parâmetros a que devem se ater e definem seus limites de autoridade. A
estas pessoas chamamos de eleitorado dos negociadores e saber quem é o eleitorado do outro
negociador pode ser uma informação de grande valia. Inclui-se aqui, também, todo o apoio
logístico necessário para que se efetue uma boa negociação, tal como uma sólida base de
informações, de análise e de assessoria. Pode-se pensar em alguma coisa semelhante ao que
acontece nas partidas de xadrez. Quando uma partida é suspensa, cada lado tem um conjunto de
assessores que vai analisar o que ocorreu, prever quais os possíveis desdobramentos e oferecer
sugestões. O terceiro cenário é o macro ambiente econômico, político, social e cultural. Nestes
tempos de globalização, tem um peso bastante acentuado. Várias negociações já foram perdidas
em função do desconhecimento da cultura de outro povos.
Quando se fala em habilidades de negociação, todos têm uma receita pronta para o
sucesso. A par dos perigos que vêm no bojo dessas receitas, há uma série de inverdades, muitas
que vale a pena tentar desmistificar.
Estas inverdades decorrem de visões distorcidas ou parciais do tema negociação, bem
como da falta de competência na abordagem de um assunto em que a chamada prática ou
experiência nos leva ao descuido em relação ao conhecimento e utilização da tecnologia.
Vamos a uma análise mais detalhada do que mencionamos.
A) - "A maior pressão para fazer concessões é sempre para meu lado"
Duas pessoas que se propõem a negociar sempre têm pressões "escondidas"; uma precisa
comprar, outra vender etc.; a quantificação dessa necessidade é mais difícil, mas ela sempre
existe. Procure negociar como se as pressões fossem equilibradas, assim você fará concessões
mais equilibradas. Busque também identificar as efetivas necessidades do outro lado, pois assim
fazendo poderá ter uma idéia melhor das pressões a que ele está submetido.
B) - "O segredo de uma negociação está no maior conhecimento possível de estratégias e
táticas"
Uma negociação eficiente e eficaz requer conhecimento sobre as pessoas com quem se
negocia, sobre o assunto/negócio objeto de negociação, bem como sobre técnicas de negociação
(etapas, estratégias e táticas, impasses, concessões etc.)
Estratégias e táticas são apenas um instrumento no arsenal da negociação; um instrumento
perigoso pois seu uso repetido pode tornar o outro negociador extremamente defensivo.
C) - "Uma boa metodologia está sempre atrelada a determinado tipo de negociação (ou
negócio)"
53
É exatamente o contrário; uma boa metodologia sempre servirá para qualquer tipo de
negociação e para todo e qualquer tipo de negócio. É por isso que, em princípio, não somos muito
favoráveis a seminários de negociação em compras, vendas, com bancos etc.. O que deve mudar
é o tipo de negócio e não a metodologia para negociar; uma boa metodologia se aplica às
negociações de qualquer área ou segmento!
D) - "É impossível que duas partes saiam ganhando numa mesma negociação".
Esta é uma das maiores inverdades que temos encontrado. Em primeiro lugar vamos
lembrar que há várias moedas envolvidas numa negociação, tais como dinheiro, status,
consideração, prestígio etc.; pode-se não ganhar tanto dinheiro como a outra parte, mas o
prestígio, status, também contam para o grau de satisfação. O ganha-ganha também está
extremamente relacionado com a preocupação com os objetivos e necessidades do outro lado
durante a negociação; quem tem este genuíno tipo de preocupação e transmite isto à outra parte,
certamente contribuirá para uma solução de ganho comum. Por último, vale mencionar o item
flexibilidade (disposição para mudar) que em muito contribui para a sinergia durante a
negociação (2 x 2 = 5), quando o resultado final é maior que a soma das parcelas das
contribuições individuais; aí o ganha-ganha fica mais fácil.
E) - "Em negociação é mais importante falar do que ouvir"
Desde nossa infância somos educados para falar mais do que ouvir. O garoto que fala
aparece mais do que aquele que é tímido e não fala. Nos programas de formação técnica e
gerencial isto não é diferente. Enfatiza-se o falar como se falando muito fosse possível convencer
mais rapidamente a outra parte, nem que seja pelo cansaço. Em negociação ouvir é tão importante
quanto falar. É ouvindo que se identifica as necessidades e expectativas da outra parte, é quando
se obtém informações, valiosas para se estabelecer uma ponte entre a sua argumentação e as suas
necessidades e a argumentação a necessidade da outra parte. Quem tem paciência para ouvir
primeiro e falar depois, certamente terá chances de fazer uma melhor negociação.
F) - "Existe um estilo ideal para negociação"
Nossa metodologia de negociação trabalha com quatro estilos básicos: O Catalisador
(criativo, superficial, sensível e elogios), Apoiador (bom de relacionamento, teme conflitos,
interessa-se pelo bem estar do grupo), Controlador (enfatiza a tarefa, releva as pessoas a
segundo plano, é muito objetivo) e Analítico (é detalhista, preza a segurança acima de tudo,
sempre tem todas as informações necessárias). A experiência e as pesquisas nos provam que não
há estilo ideal. O ideal seria ter na equipe os 4 estilos representados e usá-los de acordo com as
características dos outros negociadores e do próprio momento da negociação. Usar o Controlador
quando se quer resultados rápidos e palpáveis; o Analítico quando a segurança é o valor maior; o
Catalisador quando a negociação empacar por falta de alternativas e o Apoiador quando o
relacionamento humano necessitar ser incrementado. Em termos de distribuição estatística é
importante que uma empresa tenha 25% de seus negociadores em cada estilo.
G) - "É importante conhecer as fraquezas do outro negociador para poder usá-las durante
a negociação"
54
As pesquisas provam que qualquer argumentação calcada nas fraquezas da outra parte,
tende a tornar esta outra parte mais defensiva e menos propensa a negociar.
Pode-se até conseguir uma vitória a curto prazo, mas isto a médio e longo prazo poderá
representar uma vitória de custo mínimo alto. Outro aspecto a lembrar é o lado ético. Não nos
parece saudável procurar saber as fraquezas da outra parte para usá-las em nosso próprio
benefício, especialmente se essa outra parte é alguém com quem negociamos permanentemente.
3.5 - Veja a seguir alguns pontos que você deve levar em consideração para sua
próxima negociação
Antes da negociação começar...
56
• Não comece a discutir números antes de ter uma oportunidade de explicar detalhadamente
o valor de sua solução.
• Compreenda as objeções levantadas até este ponto e identifique quais os reais motivos
pelos quais elas estão sendo levantadas.
• Faça uma apresentação clara ao cliente sobre como seu produto será utilizado por ele e
quantifique qual o valor de sua solução. Não fale em termos genéricos e seja o mais específico
possível.
• Verifique se seu interlocutor tem autoridade e autonomia para negociar com você.
• Mantenha a paciência e procure não forçar muito a barra neste estágio inicial. Procure
sempre aumentar sua credibilidade e demonstrar sua intenção de buscar uma solução lucrativa
para os dois lados.
• Conheça os seus limites e saiba exatamente a partir de qual ponto o negócio deixa de ser
interessante para você. Não precisamos fechar todas as vendas, só as lucrativas...
Durante a negociação...
• Use com habilidades as questões abertas para fazer o cliente falar sobre as necessidades,
dúvidas e anseios dele.
• Faça uma paráfrase, ou seja repita em suas próprias palavras, aquilo que você entendeu
ser a necessidade e objetivos do cliente – e confirme que sua percepção está correta.
• Esteja bem preparado para identificar as táticas utilizadas pelo cliente e não se deixe
abalar por elas. Não discuta e não se intimide. Continue a descobrir mais informações
importantes através de perguntas bem colocadas. Demonstre controle e autoconfiança.
• Não fique desesperado se houver um momento de silêncio durante as conversações, isto
faz parte do jogo. Alguns compradores experientes fazem isso para obrigar os vendedores a falar
e fazer novas concessões.
• Vá conseguido um acordo em diversos itens pequenos e regularmente faça um resumo da
negociação, mostrando tudo o que já foi alcançado.
• Anote tudo para demonstrar sua seriedade em relação que está sendo discutido e
concordado. Além disso, em caso de mal entendidos, suas anotações podem evitar situações
embaraçosas.
Após a negociação
• Para seu próximo encontro com este cliente, reveja o que fez a negociação progredir e
tente utilizar a mesma estratégia e táticas.
Já se a venda não foi concretizada...
• Agradeça o cliente pelo tempo e envolvimento durante todo o processo.
• Deixe sempre uma porta aberta para que o cliente possa voltar a você sem nenhum tipo de
constrangimento.
• Demonstre que você continua à disposição para novos negócios.
• Reflita sobre porque você não conseguiu fechar o negócio, o que impediu a negociação de
fluir normalmente e se prepare com bastante atenção para que isso não volte a acontecer
no futuro.
roupas exclusivas, um melhor atendimento e por isso cobram mais por isso. Criar e explorar os
diferenciais – este é o segredo do sucesso para se conseguir um preço maior.
Da próxima vez que você for negociar contra um Golias, lembre-se de David e valorizes
as suas próprias armas.
• Na primeira você está negociando a venda de seu carro para seu melhor amigo (é um
carro caro, está em muito bom estado e você deseja um preço “justo” por ele):
• Na segunda você está comprando um carro usado de um revendedor que parece confiável,
mas cujas pessoas você não conhece;
• E na terceira você esta comprando o carro do seu querido irmão mais novo, que está
precisando vende-lo imediatamente para aplicar o dinheiro na entrada do apartamento tão
desejado há tanto tempo.
Agora responda à seguinte pergunta: você negociaria da mesma forma nas três situações?
Se você não conseguiu responder a essa pergunta ou respondeu que negociaria da mesma forma,
este texto tem a ver tudo com você, e pode ajuda-lo.
A resposta é muito simples: se você negociar da mesma forma nas três situações, estará na
melhor das hipóteses, perdendo só dinheiro ou perdendo só amigos, e na pior, perdendo muito
dinheiro e muitos amigos.
A conclusão é: existem formas diferentes de negociar que devem ser utilizadas em função
do objetivo desejado na negociação.
No primeiro caso, você deseja obter um bom preço pelo carro, mas deseja também manter
seu amigo; você está interessado em manter o relacionamento futuro.
Existe ainda o terceiro caso: como você está ‘folgado’ e quer agradar a seu querido irmão
mais novo (afinal, ele está precisando!), você paga o preço que ele pediu, mesmo sabendo que é
o preço mais alto que esses carro pode valer e que você dificilmente obterá o mesmo valor se
deseja vende-lo. Nesse caso, o relacionamento é mais importante, no momento, do que o ganho
financeiro.
Negociamos utilizando essas premissas todos os dias, mas normalmente de uma forma
desordenada e muitas vezes em saber por que agimos de uma ou de outra, dependemos da
situação.
Isso nos leva a uma das questões básicas da negociação, que é: qual é meu objetivo com
essa negociação?
Evidente que, para atingir seu objetivo, você deve negociar de forma diferente em cada
caso, utilizando a estratégia mais adequada, que pode ser escolhida com a ajuda das respostas a
essas perguntas.
•
joga um fornecedor contra o outro com o objetivo de obter vantagens. No lado uma das partes
quer ganhar o máximo e o relacionamento não é o mais importante para o casal.
3.11 – Indiferença
Finalmente chegamos ao quadrante onde nem relacionamento nem vantagens financeiras
são desejados ou importantes para os negociadores. Podemos considerar que, nesse quadrante,
não se configura uma situação real de negociação, e que está na matriz apenas por coerência, mas
existem casos em que alguma negociação pode acontecer.
Imagine um banco do governo. Nesse banco existe uma linha de crédito subsidiada
(altamente vantajosa) para pequenas empresas e existe também uma fila de espera de empresas
para receber o crédito. Como é um banco do governo, não existem favorecimentos: se a empresa
cumprir com as exigências legais do banco (as mesmas para todas as empresas), estará apta a
receber o financiamento quando chegar sua vez. Além disso, o negociador do banco está sujeito a
regras rígidas impostas pela organização e também não está interessado no relacionamento futuro
com as empresas tomadoras de crédito, pois sempre haverá empresas que desejam esse crédito e
ele não precisa da fidelidade de algumas delas.
Essa é uma situação na qual nem relacionamento futuro, nem vantagens financeiras são
desejados ou necessários. O negociador do banco tem que cumprir regras rígidas e não pode
aproveitar-se do fato de que existem mais tomadores do que crédito disponível para aumentar os
lucros do banco, pois o interesse maior é o de auxiliar novas empresas a se desenvolver e gerar
empregos. Ele também não está interessado no relacionamento futuro com essas empresas, pois
isso não trará nenhum benefício para o banco, desde que elas paguem o empréstimo em dia, o que
é sua obrigação.
Mas algo parecido com uma negociação pode ocorrer, mesmo nesse caso: por exemplo, a
decisão sobre a regularidade ou não da documentação apresentada pela empresa é de
62
responsabilidade do negociador do banco, que decide com base nas regras. Mas nem sempre as
regras são completamente claras e explícitas, exigindo assim algum julgamento pessoal do
funcionário para que o empréstimo seja concedido. Nessa hora, o responsável pela empresa pode
argumentar a seu favor com o negociador do banco, e assim alguma negociação passa a existir.
Ao reconhecer uma negociação traiçoeira, você pode reagir adotando uma de duas formas
de ação mais comuns.
• A primeira consiste em tolera-la, sem mostrar ao outro que você tem conhecimento de sua
atitude. Você conclui a negociação rapidamente, defendendo-se ao máximo, e promete para si
mesmo que nunca mais vai negociar com esse sujeito.
• A segunda forma de resposta mais comum consiste em reagir à altura. Se o outro começar a
fazer ofertas ultrajantes: você também faz ofertas ultrajantes, se ele trapacear, você trapaceia
4
também! . É o ‘olho por olho’, ‘dente por dente’ tradicional. O que quase acontece nesses casos é
que as posições vão ficando cada vez mais inflexíveis e distantes e o impasse, ou pior, o litígio,
muitas vezes acaba sendo o resultado final.
Resumindo.....
A matriz da estratégia nós da quatro alternativas:
• Competição: quando dinheiro é importante e relacionamento não é:
• Cooperação: quando dinheiro é importante e relacionamento também é;
• Relacionamento: quando relacionamento é mais importante que dinheiro;
• Indiferença: quando nem dinheiro nem relacionamento são importantes.
Não existe estratégia certa ou errada: todas são certas e desejáveis, dependendo da
situação, e situações diferentes ocorrem todos os dias, seja na vida pessoal, seja na vida
63
3.14 - Concessão
Segundo o Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa Caldas Aulete, é a ação ou
efeito de conceder, permissão, licença. Ação de ceder do seu direito, da sua opinião em favor de
outrem.
3.15 - Consenso
É a aprovação e concordância de idéias, ouvir, dando oportunidade à outra parte de
manifestar todos os seus argumentos. Falar e ser entendido podendo usar para isto de todos os
recursos legítimos ao seu alcance. Poder conviver com a solução encontrada, pois ela não
contrária os valores das partes.
64
4 – O PARADIGMA GANHA/GANHA
Segundo Covey, “Com a solução do tipo Ganga/ganha, todas as partes se sentem bem com
a decisão e comprometidas com a de ação.” “O Ganha/ganha vê a vida como uma cooperativa,
não como um local de competição”1
Ganha/ganha se baseia no paradigma de que há bastante para todos, que o sucesso de uma
pessoa não se conquista com o sacrifício ou exclusão da outra.”
Ganha/ganha é a crença na Terceira Alternativa. Não se trata do meu jeito ou o seu jeito, e
sim de um jeito melhor, superior”.
4.1 - A maturidade
Se tiver muita coragem e pouca consideração pelos outros tenho a tendência de praticar o
Ganha /perde, pois demonstro ser egoísta, terei coragem das minhas convicções, mas não
demonstrarei muita consideração pelas do outro.
Se tiver alta coragem e alta consideração eu penso no Ganha/ganha, é este equilíbrio que
caracteriza a maturidade.
O Ganha/ganha é um princípio onde se busca o que é bom para ambas às partes, ele deve
ser perseguido continuamente e somente nos casos onde realmente não seja possível que se deve
praticar outra modalidade (ex. numa partida de futebol, não faz sentido buscar o Ganha/ganha,
pois se busca a vitória sempre).
1
COVEY, Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes, p 267
65
Mas existe uma alternativa interessante para quando não se obtém o Ganha/ganha após
tentativas em busca desta desejável modalidade, a melhor saída é o nada feito.
“Nada feito significa basicamente que se não conseguimos encontrar uma solução
mutuamente benéfica, concordamos em discordar amigavelmente”2
Para que o conflito ocorra, devem existir três condições principais, a saber:
a interdependência;
indeterminismo político ;
a divergência.
Por último, para que surja conflito, deve haver divergência ou diferenças e desacordos
pelos quais valha a pena brigar.
Outra fonte possível de conflito são as práticas utilizadas para avaliar e premiar os grupos
e seus membros. Imagine, por exemplo, que operários seja geralmente premiados por eficiência,
obtida pela minimização da quantidade de matérias-primas consumidas nas atividades de
produção. Grupos de vendas, por outro lado, tendem a ser premiados pela flexibilidade, o que
sacrifica a eficiência. É provável que surja conflito nessas situações, já que cada grupo procura
atender seus próprios critérios de desempenho ou tenta obrigar os demais a adotar os mesmos
critérios.
2
COVEY, Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes, p 276
66
2 - RAPIDEZ:
As estatísticas comprovam que 81% dos casos submetidos às Técnicas Alternativas de
Resolução de Conflitos encontram resolução imediata, sem que haja instauração de processo
judicial ou mesmo da Arbitragem, tendo a maioria dos casos encontrado solução em menos de
duas horas.
3 - GASTOS/REDUÇÃO:
As empresas economizarão recursos financeiros com utilização da MEDIAÇÃO, que
além de ter custos reduzidos, e a vantagem de encerramento rápido das demandas, mesmo as já
ajuizadas, proporcionando ganhos com o direcionamento de suas energias na própria atividade,
bem como o restabelecimento das relações comerciais abaladas pela demanda, inclusive,
preventivamente, as de âmbito trabalhistas.
4 - PARTES/PARTICIPAÇÃO:
Com os Métodos Alternativos de Resolução de Conflitos as partes se mantém no contrôle
dos trabalhos durante todo o procedimento, desde a escolha do mediador, do local, dos custos e
encerramento a qualquer tempo, uma vez que não sintam maiores possibilidades de transação .
5 - PROBLEMA/COMPREENSÃO REAL:
O conflito gerado entre as partes, seja pela comunicação deficiente, ou pela gerência
adversarial, destrói importantes relações, comerciais ou não. Com o uso das Técnicas
Alternativas para Resolução de Conflitos (ADR) - Mediação, Negociação, Conciliação e
Arbitragem – a introdução de um terceiro elemento (profissional imparcial), com a possibilidade
do restabelecimento da comunicação direta e do respeito entre as partes, reduz-se a hostilidade e
o antagonismo entre as partes criando-se as possibilidades de compreensão dos reais interesses e
de uma solução ganha - ganha.
6 - PROGRESSO E CELERIDADE:
O litígio sempre cria uma atmosfera difícil, tanto de gerenciamento, quanto de pessoal
envolvido, provocando surgimento de problemas com consequências de mercado. As Técnicas de
ADR - Mediação, Negociação, Conciliação e Arbitragem - levam em conta os interesses de todos
os envolvidos conduzindo, pelo mútuo respeito, ao restabelecimento das relações.
7 - CONFIDENCIAL E SIGILOSO:
As partes assinam com o mediador, conciliador, negociador ou árbitro, um pacto de
confidencialidade e privacidade, proporcionando um estabelecimento de confiança e respeito,
suficiente para um diálogo franco e sincero, cujos fatos e circunstâncias discutidos são garantidos
por total e absoluto sigilo.
8 - EMOCIONAL/PROBLEMAS CAUSADOS/CONTROLE:
Muitas questões são resultados de problemas de comunicação, percepção e condutas
inadequados, tais como falta de respeito, de consideração, de nível cultural, etc.. O profissional
imparcial pode ajudar as partes a resolverem estas questões, restabelecerem o respeito mútuo e a
concideração necessárias, evitando futuros conflitos no relacionamento em questão - empresarial,
familiar, institucional, educacional, comercial, etc..
9 - NEGÓCIOS FUTUROS/PRESERVANDO A NEGOCIAÇÃO:
Em face do desenvolvimento verbal adequado das questões realizado através das Técnicas
de ADR, normalmente estarão estabelecidas condições de melhor entendimento e resolução de
possiveis litígios futuros.
10 - GESTÃO DE CONFLITOS/BENEFÍCIOS:
Nas disputas comerciais ou não, o tradicional sistema adversarial destrói as possibilidades
de boas relações e diálogos de forma permanente. Com o uso das Técnicas de ADR*, e
profissionais capacitados no seu emprego, cria-se ambiente favorável ao entendimento e aos
67
Essa atitude trivial tomada a todo instante por milhares de negociadores ao redor do
mundo esconde um problema ético de difícil solução: é permitido mentir durante uma negociação
ou isso é uma atitude não ética?
A resposta a essa questão não é fácil, já que a definição de se uma atitude é ou não ética
envolve fatores e valores pessoais. Assim, a responsabilidade de definir se uma atitude é ética
depende de cada negociador e não de um ‘juiz’ externo com poder para definir a questão. Em
outras palavras, não adianta perguntar ao outro se sua própria atitude foi ética, porque essa
decisão é fundamentalmente sua.
Uma das respostas para essa questão é a de que a atitude de mentir sobre uma proposta
inexistente é levemente não ética, e um resultado semelhante poderia ser obtido sem mentir. Por
exemplo, você poderia dizer ao vendedor que pagaria, no máximo, R$ 330,00 pela TV, e que um
valor maior não o levaria a conclui o negócio. Entretanto, pequenas mentiras como essa são
amplamente aceitas por nossa cultura em se tratando de uma negociação e alguns negociadores
as aceitam como éticas dentro de um ambiente de negociação.
Isso nos leva à matriz de decisão sobre o comportamento ético, mostrada na Figura
abaixo:
Figura Fluxograma da decisão ética
Não
Está dentro da lei?
Sim
Não
A lei é justa?
Descartar
Sim Não
A atitude é honesta e verdadeira? como
não
Sim Não ética
Aceita pela sociedade?
Sim Não
Moralmente aceita?
Sim Não
Posso dormir tranqüilo?
Sim
A atitude é ética?
também de fatores como ambiente, cultura local, educação, nível socioeconômico, religião, época
e política .
Vários exemplos podem ser citados: algumas empresa consideram não ético o
relacionamento pessoal entre seus profissionais de compras e vendedores, enquanto outras
consideram essa atitude totalmente aceitável e até desejável. Um profissional que se transferir de
uma empresa para outra vai ter que se adaptar às novas condições, quer queira ou não. Uma
atitude considerada ética para seguidores de uma religião pode ser totalmente não ética para
seguidores de outra, e assim por diante, considerando-se outros fatores como cultura, época ou
situação política.
Um ponto é fundamental quando se negocia: sua reputação pessoal depende de sua atitude
ética. Se você mentir ou blefar em negociações, certamente levará algumas vantagens financeiras
ou comerciais (como o comprador da TV do exemplo citado), mas poderá construir a reputação
de um negociador desonesto e não confiável. Por outro lado, se sua atitude for a de sempre ser
honesto e não blefar, poderá construir uma boa reputação, mas certamente deixará escapar boas
oportunidades comerciais e financeiras. A decisão não é fácil; cabe a cada negociador escolher.
Os jogadores consideram que se conduzir dentro das regras do jogo é ético e fora delas,
antiético, mas aí aparece o maior problema: se a definição do que é ético ou não é uma questão
pessoal, um dos negociadores pode considerar que uma atitude tomada pelo outro foi antiética,
enquanto o negociador que a tomou pode considera-la perfeitamente aceitável, o que pode gerar
atritos, desconfianças e negociações de baixo ganho.
70
Essa postura é a principio, a mais adequada, e o negociador que a adota matem uma
reputação elevada na sociedade; mas infelizmente nem sempre é possível agir dessa maneira.
Gostaria que essa fosse sempre a postura recomendar para todos os negociadores, mas o mundo
não é perfeito e todos sabem disso.
postura ética do outro negociador. A partir daí, negocie de acordo com sua base mínima, levando
em consideração seus objetivos na negociação e a postura ética do outro negociador.
Você nunca deve ir para uma negociação despreparado. Para lhe ajudar no planejamento,
desenvolvemos o roteiro abaixo, com diversas perguntas para sua reflexão. Use aquelas que você
72
flexibilidade é o seu desejo de se adaptar. É a sua atitude. A versatilidade é a sua habilidade para
se adaptar. É a aptidão.
Referindo-nos aos nossos exemplos anteriores – você pode ser capaz de comparecer ao
café da manhã às 7h, mas pode não ter vontade de fazer isto. Você não é flexível neste caso. Ou
pode desejar sentar-se com outra pessoa para rever os números que o escravizaram, mas pode não
fazer isto com a mente aberta porque não deseja descobrir que errou. Neste caso você não tem a
versatilidade o que também limita a sua adaptabilidade.
Pessoas adaptáveis são flexíveis e versáteis. É claro que o nosso nível de adaptabilidade
pode ser mais forte em algumas situações do que em outras. Por exemplo, tendemos a ser mais
adaptáveis no trabalho com pessoas que mal conhecemos, e menos adaptáveis em casa com
pessoas que conhecemos bem. Além disto, pesquisas mostram que as pessoas se vêm mais
flexíveis e versáteis do que o são na realidade. Mas infelizmente, as nossas ações nem sempre são
iguais às nossas intenções. Um outro motivo pelo vácuo entre o nosso ideal e nosso verdadeiro
nível de adaptabilidade é que isto não é uma coisa fácil. É por isto que é também importante
conhecer as dez características que influenciam a sua capacidade de se adaptar.
Vamos examinar agora as dez características positivas para a ADAPTABILIDADE.
Comecemos com a flexibilidade. Uma alta flexibilidade é caracterizada por estes cinco atributos:
Confiança, tolerância, empatia, positivismo, e respeito pelos outros. O primeiro atributo,
CONFIANÇA, significa que você acredita em si próprio, você confia em seu julgamento e
habilidades.
O segundo atributo altamente flexível é a TOLERÂNCIA. Isto significa que você está
aberto para aceitar opiniões e costumes que são diferentes dos seus. Podemos facilmente nos
lembrar de pessoas que são intolerantes com outras devido a crenças religiosas ou políticas. Estas
pessoas intolerantes podem atrair pessoas como elas, mas elas não obtêm a atenção de pessoas
normais.
Terceiro, a EMPATIA. A raiz da palavra empatia é pathos, que significa "sentimento" em
grego. A empatia é uma expressão para sentimento profundo. Ela significa "Eu sinto o que você
sente. Posso colocar-me no seu lugar." Uma outra palavra com a mesma raiz, simpatia, significa
meramente o reconhecimento dos sentimentos de uma outra pessoa. Ela resulta em gentileza e
piedade, e vem da cabeça. A empatia resulta em sentir a dor, ou a alegria da outra pessoa. Ela
vem do coração.
O quarto atributo altamente flexível é o POSITIVISMO. O livro do falecido Dr. Norman
Vincent Peale, O Poder do Pensamento Positivo, vem sendo vendido há mais de quarenta anos
porque contém esta verdade universal. Uma atitude positiva leva a eventos positivos na sua vida.
E a quinta característica altamente flexível é o RESPEITO PELOS OUTROS. Este é o
desejo sincero de entender e levar em consideração as decisões, compromissos e necessidades das
outras pessoas em relação às suas.
Agora a outra metade da fórmula de uma alta adaptabilidade – versatilidade. As cinco
características de uma alta versatilidade são: persistência, visão, atenção, competência e auto-
direção.
74
6 - BIBLIOGRAFIA
ALLPORT, Gordon. Personality: a psychological interpretation. New
BEHR, R.R.Contribuição para o ensino da negociação à empreendedores, Revista Acadêmica,
ISSN 1517-610X
CASADO, Tânia. Comunicação Interpessoal – Tipos Psicológicos. In:
COBRA, M. - Plano Estratégico de Marketing - Atlas, SP, 1995
- Cobra, Marcos. Administração de Vendas. 3 ed. São Paulo, Atlas, 1991.
75
COVEY, Stephen R. Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes, São Paulo, Campus,2000.
JUNQUEIRA, L. A. C. Negociação: tecnologia e comportamento, Rio de Janeiro, Cop Editora,
1986.
KOTLER, P. Adm. de Marketing: Análise, Planej., Implementação e Controle. Atlas, SP, 1998.
MATOS, Francisco Gomes de.Negociação – Modelo de Estratégia e Estudo de Casos, Rio de
Janeiro:Atlas,1983.
MELLO, José Carlos Martins F.de - Negociação baseada em estratégia / José Carlos Martins F.de
Mello. – São Paulo: Atlas, 2003.
Negociação, como transformar confronto em cooperação / Dante P.Martinelli – São Paulo:
Editora Atlas, 1997.
Negociação: modelo de estratégia e estudo de casos / Francisco Gomes de Matos – Rio de
Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 2003.
PETER,Hans. Negociação. Editora Futura. São Paulo-SP.2001
ROCHA, A; CHRISTENSEN, C. Marketing: Teoria e Prática no Brasil. Ed. Atlas, SP, 1999.
WANDERLEY. Jose Augusto. Encontrando soluções, vencendo resistências, obtendo resultados.
Editora Atlas. Rio de Janeiro-RJ, 2002.
www.desafio21.com.br/planejamento
www.guiarecursoshumanos.hpg.com.br/acordos/htp