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FACULDADE PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL DA AMAZÔNIA -

FADESA

ADEMAR DE SOUSA ALENCAR JÚNIOR


CLICIA SILVA SALES
DEBORA ROUSE FERREIRA DA SILVA
HELLEN KEYLA SILVA
GABRIELLA STHEFANY SANTOS DOS SANTOS
GLEICIANY DA SILVA DE FREITAS
KARINA FURTADO MACIEL
LARISSA CAROLAINE DA SILVA FREITAS

DISTÚRBIOS HIDRO-ELETROLÍTICOS
Distúrbios no Volume de Líquido

PARAUAPEBAS
2020
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ADEMAR DE SOUSA ALENCAR JÚNIOR


CLICIA SILVA SALES
DEBORA ROUSE FERREIRA DA SILVA
HELLEN KEYLA SILVA
GABRIELLA STHEFANY SANTOS DOS SANTOS
GLEICIANY DA SILVA DE FREITAS
KARINA FURTADO MACIEL
LARISSA CAROLAINE DA SILVA FREITAS

DISTÚRBIOS HIDRO-ELETROLÍTICOS
Distúrbios no Volume de Líquido

Trabalho de pesquisa sobre os


Distúrbios Hidro-eletrolíticos:
Distúrbios no Volume de
Líquido, para obtenção parcial
de notas da disciplina:
Processo de Cuidar em
Enfermagem II, ministrada pelo
professor Jackson Cantão.

PARAUAPEBAS
2020
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 5
2.1 EPIDEMIOLOGIA............................................................................................... 5
2.2 FISIOPATOLOGIA DOS DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS ..................... 7
2.3 FATORES DE RISCO ........................................................................................ 8
2.4 DIAGNÓSTICO CLÍNICO .................................................................................. 9
2.5 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ....................................................................... 10
2.6 TRATAMENTO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM ......................................... 11
3 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 13
4 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 14
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1 INTRODUÇÃO

Para que ocorram distúrbios hidroeletrolíticos propriamente ditos, é essencial


à compressão dos eletrólitos que são elementos que se dissociam na solução em
íons, sendo em cargas positiva (cátions) ou negativa (ânions), dentre eles, estão:
sódio (Na+), potássio (K+), cloreto (Cl-), magnésio (Mg2+), cálcio (Ca2+), fósforo (P-
) ou/e fosfato (PO43-) e bicarbonato (HCO3-), onde os mesmos são essenciais ao
organismo e, a reposição dos eletrólitos é obtida diariamente através da alimentação
e da ingesta de líquidos (LOBO; LEWINGTON; ALLISON, 2013; SHRIMANKER;
BHATTARAI, 2020).
De acordo com Silverthorn (2017), o mesmo afirma que “os eletrólitos
participam de cada uma das funções no organismo humano para manter a
homeostase”. Então nesse sentido, como exemplo podemos citar o processo de
transpiração (suor) para a manutenção da temperatura corporal, sendo que esse
fluído contém água e íons diluídos em seu meio. Na prática de exercícios físicos o
suor é excretado em maior quantidade, por esse motivo, é extremamente necessário
repor os eletrólitos através da ingestão hídrica (AIRES, 2012; PEREIRA; PAIVA;
GAIOLLA, 2017).
Se um indivíduo, uma vez que não há uma quantidade adequada desses
eletrólitos no seu organismo ou se os mesmos não conseguem realizar as suas
funções normais, há o desenvolvimento de distúrbios hidroeletrolíticos que podem
provocar danos irreversíveis ao organismo humano e, em algumas situações podem
resultar em óbitos (SILVERTHORN, 2017; BLACKEMER, 2018).
Dentre os diversos danos aos processos fisiológicos do corpo humano
prejudicando a homeostase provocados pelos desequilíbrios hidroeletrolíticos,
podem-se destacar distúrbios gastrointestinais, neurológicos, musculares, cardíacos,
respiratórios, entre outros (DUTRA, et al., 2012; SHRIMANKER; BHATTARAI, 2020).
Segundo Almeida e Ribas-Filho (2018), “uma variação na concentração do
potencial hidrogeniônico (pH) no plasma sanguíneo também pode resultar em
desequilíbrios metabólicos ou respiratórios”, levando em consideração que o pH do
corpo humano varia na faixa de 7,35 a 7,45 (ligeiramente alcalino), sendo ideal para
a realização de todos os processos biológicos necessários para um bom
funcionamento do organismo (HOPKINS; SHARMA, 2020).
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 EPIDEMIOLOGIA

A vigilância epidemiológica tem como propósito fornecer orientação técnica


permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de
ações de controle de doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim,
informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças ou agravos, bem como
dos seus fatores condicionantes em uma área geográfica ou população
determinada. (FILHO, 2013)
Subsidiariamente, a vigilância epidemiológica constitui-se em importante
instrumento para o planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços
de saúde, como também para a normatização de atividades técnicas correlatas. Sua
compreende um ciclo completo de funções específicas e intercomplementares que
devem ser, necessariamente, desenvolvidas de modo contínuo, permitindo
conhecer, a cada momento, o comportamento epidemiológico da doença ou agravo
escolhido como alvo das ações, para que as medidas de intervenção pertinentes
possam ser desencadeadas com oportunidade e eficácia. São funções da vigilância
epidemiológica: (BRAS, 2008)
• Coleta de dados;
• Processamento de dados coletados;
• Análise e interpretação dos dados processados;
• Recomendação das medidas de controle apropriadas;
• Promoção das ações de controle indicadas;
• Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
• Divulgação de informações pertinentes.
"Hiponatremia é o distúrbio hidroeletrolítico mais comum em pacientes
hospitalizados. Em estudo realizado em dois hospitais de Boston, com cerca de
100.000 pacientes adultos, Waikar, Mount e Curhan identificaram hiponatremia no
momento da admissão em 14,5%; quando a natremia foi corrigida para a
concentração sérica de glicose, a frequência ficou entre 11,8 e 12,8%, a depender
da fórmula utilizada.”
6

Em 2010, Funk et al. avaliaram cerca de 150.000 pacientes internados em


77 Unidades de Terapia Intensiva (UTI) da Áustria e detectaram hiponatremia no
momento da admissão em 17,7% destes pacientes.Tanto Waikar quanto Funk
utilizaram o ponto de corte [Na+] < 135 meq/L para definição de hiponatremia. No
estudo canadense mencionado, que definiu hiponatremia como [Na+] < 138 meq/L,
as frequências de hiponatremia à admissão hospitalar e adquirida em hospital foram
bem mais elevadas, de 37,9% e 38,2%, respectivamente.Em pacientes com cirrose
avançada, em lista de espera para transplante hepático, a prevalência de
hiponatremia pode superar 30%.
Nesses pacientes, demonstrou-se que a utilização do sódio sérico para
ajustar o escore de MELD {MELDNa = MELD − Na − [0,025 × MELD × (140 − Na)] +
140} melhora a capacidade deste em predizer mortalidade e, consequentemente,
aperfeiçoa os critérios de alocação para o transplante.A presença de hiponatremia
está associada a uma série de desfechos desfavoráveis, como aumento no tempo
de permanência hospitalar, necessidade de internamento em UTI, custo da
hospitalização e mortalidade". (ROCHA, 2013)
"Hipernatremia a incidência varia de 1 a 3% em pacientes hospitalizados
sendo mais comum em pessoas idosas. A ocorrência dessa condição, em pacientes
não hospitalizados, é comum em idosos, com distúrbios mentais e neurológicos que
não ingerem quantidades adequadas de água". (FILHO, 2013)
"A prevalência de hipercalcemia sofre influência, entre outros fatores, de
sexo, idade e etnia, situando-se, na população ocidental, em torno de 3% no sexo
feminino e 1% no masculino, e, embora os estudos não sejam conclusivos, a
presença de níveis elevados de cálcio sérico parece estar relacionada com aumento
da mortalidade, especialmente de causa cardiovascular". (BRAS, 2008)
"A hipocalcemia não existem dados epidemiológicos brasileiros de incidência
ou prevalência dessa doença. A identificação de fatores de risco e da doença em
seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento
especializado dão à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado
terapêutico e prognóstico dos casos. As manifestações clínicas da hipocalcemia
aguda incluem espasmos musculares, tetania, parestesias e convulsões. O
eletrocardiograma pode mostrar alterações da repolarização ventricular e aumento
do intervalo QT. O hipoparatireoidismo crônico pode determinar catarata,
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calcificação em núcleos da base no sistema nervoso central, com consequentes


sintomas extrapiramidais e retardo menta". (PORTARIA Nº 450, 2016)
"A alcalose metabólica é um distúrbio acidobásico pouco frequente, mas que
ocorre em pacientes que utilizam diuréticos e naqueles com doenças que estimulam
a secreção de aldosterona, como os indivíduos com hiperaldosteronismo primário"
(FILHO, 2013).
"A prevalência de acidose metabólica segundo o BIC foi de 94,7%, sendo
que 10,5% dos pacientes apresentavam HCO3- menor que 15 mEq/L e 84,2% entre
15 e 21,9 mEq/L.A prevalência de desnutrição segundo o IMC, a albumina e o
ângulo de fase foi de 38,9%, 44,2% e 56,8%, respectivamente" (FILHO, 2013).
"Alcalose respiratória é comum. Dois grandes estudos de pacientes
hospitalizados dos EUA que avaliaram amostras de sangue arterial mostraram uma
prevalência de alcalose respiratória de 22.5% a 44.7%. Como o sangue arterial foi
colhido em vários momentos durante a evolução hospitalar dos pacientes, esses
dados provavelmente representam exemplos de alcalose respiratória de categorias
distintas. Em um estudo italiano, entre as amostras de sangue arterial obtidas de
110 pacientes consecutivos no momento da internação hospitalar, 24%
apresentaram alcalose respiratória". (DANG, 2020).

2.2 FISIOPATOLOGIA DOS DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS

A hipovolemia decorre da perda de líquidos orgânicos e acontece com maior


rapidez quando acoplada à ingestão diminuída de líquidos. O déficit de volume de
líquidos também pode desenvolver-se com um período prolongado de ingestão
inadequada. (BRUNNER & SUDDARTH’S, 2012, p.506)
As causas da hipovolemia incluem as perdas anormais de líquidos, como
aquelas resultantes de vômitos, diarreia, aspiração GI e sudorese; ingestão
diminuída, como no caso de náuseas ou dificuldade de acesso aos líquidos e os
desvios de líquidos para o terceiro espaço, ou o movimento do líquido do sistema
vascular para outros espaços corporais (p. ex., com a formação de edema nas
queimaduras, ascite com a disfunção hepática). As causas adicionais incluem o
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diabetes insípido, insuficiência da suprarrenal, diurese osmótica, hemorragia e


coma. (BRUNNER & SUDDARTH’S, 2012, p.506)
A troca de nutrientes e dejetos entre o sangue e os tecidos é realizada por
meio de capilares. Essas trocas requerem a presença da água e do teor adequado
de diversos eletrólitos. A água é à maior parte do peso dos indivíduos, cerca de 60%
em adultos do sexo masculino, 55% nos do sexo feminino e, no organismo, ela está
distribuída nos compartimentos intra e extracelulares. Os eletrólitos, quando em
solução aquosa, comportam-se como íons. Os cátions são os íons que têm carga
elétrica positiva e os ânions são os íons que têm carga elétrica negativa. O equilíbrio
químico de uma solução significa a existência de igual número de cátions e ânions.
(RIELLA, 2018, p.312).

2.3 FATORES DE RISCO

“Sabe-se que aproximadamente 60% do peso de um adulto saudável


consistem em líquido, ou seja, água e eletrólitos esse percentual é relativo
dependendo ainda mais de indivíduo para indivíduo principalmente diferenciando-se
pelo sexo idade e volume do tecido adiposo” (BRUNNER & SUDDARTH’S, 2011,
p.495).
Holcomb (2008) aponta o distúrbio hidroeletrolítico caracteriza-se pelas
alterações orgânicas no organismo do indivíduo saudável e doente. O desvio do
líquido para o “terceiro espaço” também conhecido como interstícios pode romper o
equilíbrio entre líquido intracelular e líquido extracelular, este líquido é perdido pelo
organismo, mas o aumento do mesmo causa diversos sinais e sintomas. Havendo
um desequilíbrio hidroeletrolítico no paciente como a diminuição do débito urinário é
uma das causas desse desequilíbrio já que os rins vai receber menos sangue então
consequentemente produzirá menos urina.
“Outro sintoma bem característico do aumento do volume no terceiro
espaço é o aumento da frequência cardíaca que está havendo um volume de líquido
intravascular. É um distúrbio hídrico que acomete principalmente pacientes com
diagnóstico de doenças hepáticas graves, alcoolismo, pessoas com hipertireoidismo,
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má absorção, imobilidade, e queimadura. Esses são os fatores de risco para que as


pessoas possam apresentar esse distúrbio hidroeletrolítico” (HOLCOMB, 2008).
 Fatores de risco que interferem diretamente no desequilíbrio
hidroeletrolítico:
 Débito urinário aumentado ou diminuído.
O débito urinário aumentado ou diminuído pode causar efeitos colaterais já
que está relacionado com a excreção de resíduos metabólicos e substâncias tóxicas
(BRUNNER & SUDDARTH’S, 2011, p.499).
 Perda de líquido através da pele.
Através seja da sudorese intensa a água é perdida junto com solutos, como,
sódio cloreto, potássio, ou através da queimadura da superfície da pele causando
assim a perda da barreira natural do organismo, portanto está relacionada com fator
possível de desequilíbrio eletrolítico (BRUNNER & SUDDARTH’S, 2011, p.499).
Assim também o exercício físico excessivo leva a uma perda de agua e junto
com ela perda de eletrólitos importantes na regulação osmolítica do organismo.
(BRUNNER & SUDDARTH’S, 2011, p.499)

2.4 DIAGNÓSTICO CLÍNICO

ROSSI (2000, p.87) Afirma que na hipovolemia, o diagnóstico de déficit de


volume de líquidos poderá estar caracterizado pela redução do volume urinário com
aumento de sua concentração e uma densidade maior que 1001, perda súbita de
peso, elevação do hematócrito e alterações do sódio sérico. Outros sinais e
sintomas incluem: sede, aumento da frequência de pulso, diminuição do tugor da
pele, hipotensão e pele seca.
BRUNNER & SUDDATH (2011, p. 506) além da sintomatologia supracitada,
apontam como achados clínicos importantes veias do pescoço achatadas,
temperatura aumentada, pressão central diminuída, enchimento capilar diminuído ou
retardado, pele pálida, fria e pegajosa, fraqueza muscular, náuseas e cãibras.
“Laboratorialmente, os parâmetros úteis na avaliação do estado do volume
de líquidos incluem a ureia e sua relação com a concentração de creatinina sérica; o
paciente com redução de volume apresenta uma ureia elevada, desproporcional à
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creatinina sérica (proporção maior que 20: 1). A avalição do hematócrito é


importante, que nesse caso se encontra elevado em decorrência da diminuição do
volume plasmático. Também podem ocorrer alterações eletrolíticas com elevação ou
redução dos níveis de potássio e sódio” (BRUNNER & SUDDATH, 2011, p. 506).
“Na hipervolemia, o quadro clínico é caracterizado por edema, veias do
pescoço distendidas, e estertores (sons pulmonares anormais). Outras
manifestações importantes são taquicardia, pressão arterial alta, pressão de pulso e
pressão venosa central aumentada; peso aumentado, débito urinário aumentado,
falta de ar e sibilância” (BRUNNER & SUDDATH, 2011, p. 511).
“Os dados laboratoriais úteis para diagnosticar a hipervolemia incluem os
níveis de uréia e hematócrito. Na hipervolemia, esses dois valores podem estar
diminuídos por causa da diluição do plasma” (BRUNNER & SUDDATH, 2011, p.
511).

2.5 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Além dos achados mencionados anteriormente que delimitam um


diagnóstico preciso da hipovolemia, em seu diagnóstico diferencial pode-se
encontrar também a densidade específica da urina, que neste caso tende a ser
aumentada pelo fato dos rins tentarem conservar a água que é diminuída com a
diabetes insípido, como mencionado por Brunner & Suddath (2011, p. 507) que
também cita como diagnóstico diferencial a secreção de aldosterona com o volume
de líquidos baixo, sendo assim reabsorvido o sódio e cloreto, sendo estes
diminuídos na urina. Não somente isto, é citado a osmolalidade urinária que pode vir
a ser maior que 450 mOsm/kg.
Já na hipervolemia, Brunner & Suddath (2011, p. 511) relatam que a
osmolalidade sérica e o nível de sódio ficam diminuídos na insuficiência renal
crônica por conta da retenção exacerbada de água, aumentando o nível de sódio
urinário na tentativa dos rins de excretar o excesso de volume, ou seja, ao contrario
da hipovolemia que não apresenta sódio por conta da falta de volume precisando ser
absorvido, neste já tem a excreção exagerada dessa substancia. Outro diagnóstico
diferencial aqui que podemos citar através da literatura de Brunner & Sunddath
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(2011, p. 511) é a presença de congestão pulmonar observada em radiografia de


tórax, além disso, ainda há a possibilidade de estimulação de forma crônica da
aldosterona, e neste caso o nível de sódio na urina não é aumentado, ou seja, neste
caso deve-se avaliar bem as condições para chegar a um diagnóstico definitiva da
doença, tendo em vista que se tratando de sódio horas pode estar aumentado pela
excreção excessiva de água e horas pode estar diminuído por conta da aldosterona
e da retenção de liquido.

2.6 TRATAMENTO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM

O tratamento para o volume de líquidos deficiente consiste em corrigir a


causa subjacente e repor tanto a água como quaisquer eletrólitos necessários.
Dessa forma, são fornecidas soluções IV balanceadas, como a solução de Ringer
com lactato ou solução isotônica de cloreto de sódio (0,9%) de acordo com a
indicação de reposição volumétrica rápida e há ainda a administração de sangue em
caso de perda sangue (SMELTZER et al., 2016).
O enfermeiro deve estar apto para detectar essas alterações precocemente
com o intuito de prevenir o agravamento da situação que pode acontecer de forma
súbita ou gradual. (TANNURE MC.; et al 2008). O equilíbrio hídrico é mantido
basicamente pelos rins, sangue e pulmões, com objetivo de manter a volemia, a
composição iônica e o pH dos fluidos corporais, para que as reações do
metabolismo possam ocorrer. A água e os solutos encontram-se em equilíbrio
dinâmico através das membranas celulares e do endotélio vascular. O desequilíbrio
na composição dos fluidos destes compartimentos pode ocorrer em diversas
doenças (ALMEIDA, T.A, 2009).
Nos casos de volume excessivo de líquidos, devido à retenção anormal de
líquidos, como na insuficiência cardíaca ou na insuficiência renal, a meta principal é
remover os líquidos sem produzir alterações anormais na composição eletrolítica ou
osmolaridade do LEC. Diuréticos e restrições de líquidos constituem as principais
formas de terapia (SMELTZER et al., 2016).
Ingestão e Eliminação: Realizar o registro das ingestões, incluindo as vias
oral e intravenosa, tubos de alimentação e irrigantes retidos, e eliminações no
12

período de 24 horas. Estimar as perdas de líquidos ocorridas em feridas e através


da transpiração. Alterações cardiovasculares: Observar sinais e sintomas de
excesso e déficit de volume de LEC, como alteração da pressão sanguínea, força da
pulsação e distensão venosa jugular. Alterações respiratórias: Realizar a ausculta,
observando a ocorrência de estertores úmidos, verificar falta de ar, tosse irritativa,
aumento da frequência respiratória e diminuição da perfusão tecidual. Alterações
neurológicas: Avaliar nível de consciência, resposta pupilar à luz, movimentação
voluntária dos membros, grau de força muscular e reflexos (SMELTZER et al.,
2016).
Pesagens diárias: Manter a pesagem acurada do paciente sempre no
mesmo horário todos os dias, remover excesso de roupas e esvaziar bolsas de
drenagem antes da pesagem. Avaliação e cuidados com pele: Observar o turgor da
pele, preferencialmente nas áreas do esterno, abdome e antebraço, se após beliscá-
la ela permanecer enrugada por 20-30 segundos o turgor está diminuído. A pele
pode ficar úmida e fria devido à vasoconstrição para compensar a diminuição do
volume de líquidos (SMELTZER et al., 2016).
Outras medidas de Enfermagem: Monitorar a velocidade de infusão de
soluções de líquidos intravenosos. Impedir a ingesta de água do paciente com
drenagem nasogástrica (NG), já que pode intensificar a perda de eletrólitos.
Promover o alívio da sede do paciente oferecendo pequenas quantidades de gelo
para chupar. Irrigar o tubo NG com solução salina em vez de água (BULECHEK et
al., 2010).
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3 CONCLUSÃO

Os distúrbios hidroeletrolíticos decorrentes da descompressão dos


eletrólitos, que são responsáveis pela manutenção de todo o organismo, “os
eletrólitos participam de cada uma das funções vitais do organismo humano para
manter a homeostase”. Um indivíduo, com alterações desses eletrólitos no seu
organismo sejam eles no LEC ou LIC, ocorrerá o desenvolvimento de distúrbios
hidroeletrolíticos que poderão provocar danos irreversíveis ao organismo humano.
Os danos fisiológicos mais comuns causadores de desequilíbrios hidroeletrolíticos
que se destacam-se os: gastrointestinais, neurológicos, musculares, cardíacos,
respiratórios, entre outros. O equilíbrio hídrico é controlado basicamente pelos
rins, sangue e pulmões, que desempenham um trabalho de manter a volemia, a
composição iônica e o pH dos fluidos corporais, para que as reações metabólicas
aconteçam adequadamente.
A hipovolemia, resultado da perda de líquidos orgânicos, torna-se mais
severa com associada à ingestão hídrica diminuída, também podendo ocorrer
desequilíbrios de volume de líquidos com a ingestão excessiva e prolongada de
líquidos. Quando os volumes de líquidos estão em quantidades excessivas
(hipervolemia), ocasionada pela retenção anormal de líquidos, como na
insuficiência cardíaca ou na insuficiência renal, o objetivo é remover os líquidos
sem que se cause alterações anormais na composição eletrolítica ou
osmolaridade do LEC. Restrições de líquidos é o uso de diuréticos geralmente
são as principais formas de terapia.
Nesse sentido os enfermeiros precisam de uma compreensão
aprofundada da fisiologia do equilíbrio hidroeletrolítico e do equilíbrio acidobásico
para antecipar, identificar e responder prontamente diante de possíveis distúrbios,
que eventualmente possam prejudicar os estados fisiológicos normais. Os
enfermeiros também devem ser didáticos no ensino e comunicação efetiva para
ajudar a evitar e tratar os diversos distúrbios hidroeletrolíticos, garantindo
integridade, promoção e recuperação da saúde.
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4 REFERÊNCIAS

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ALMEIDA, C. A. N. et al.; Potencial hidrogeniônico da água e sua influência no


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11, n. 1, p. 16-23, 2018

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Revista de Enfermagem da UNISA. Santo Amaro, v.10, n.2, p.182-7, 2009.

BLACKMER, A. B. Fluids and Electrolytes. N Engl J Med. v. 34, n°. 2, pág. 7-26,
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1 e 2. Distúrbios no volume de líquidos.

BRUNNER & SUDDATH. Enfermagem clínica - cirúrgica, 2011, 12° edição.

BULECHEK G. M. et al. Classificação das intervenções de enfermagem (NIC). 5ª


ed. Porto Alegre: Artmed; 2010.

CTSEM.; Centro de treinamento e simulação de emergências médicas.


Novembro de 2018.

DANG B.; SANSSON C.S. Avaliação de Alcalose Respiratória. BestPractice, 21 de


ago. 2020.

DUTRA, V. F. et al.; Desequilíbrios hidroeletrolíticos na sala de emergência.


Rev. Brasil.

FILHO L, BARROS E. Medicina Interna na Prática Clínica. Porto Alegre: Artmed;


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SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana. 7a edição. Porto Alegre – RS: Artmed,


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TANNURE M. C. et al.; Sistematização da assistência de enfermagem: guia


prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2008.

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