Pressupostos Da Accao Executiva
Pressupostos Da Accao Executiva
Pressupostos Da Accao Executiva
3º ano 2020
2. O trabalho
Trabalho de: Código da ISCED32 –
Direito Processual Civil-Declarativo Discíplina: CJURCFE024
Tutor: Nº de Páginas: 16
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Calton Cabral Bento
Agosto/2020
Índice
1. Introdução ....................................................................................................................... 4
1.1. Objectivos ................................................................................................................ 4
1.1.1. Geral ................................................................................................................. 4
1.1.2. Específicos ........................................................................................................ 4
1.2. Metodologias ............................................................................................................ 4
2. Noção de Acção Executiva .............................................................................................. 5
3. Características da Acção Executiva ................................................................................ 5
4. O Direito de Execução ..................................................................................................... 6
4.1. Natureza Jurídica .................................................................................................... 6
5. Classificação da Acção Executiva. .................................................................................. 7
6. Formas do Processo Executivo ........................................................................................ 8
7. Instância Executiva ......................................................................................................... 8
7.1. Estrutura da Instância ............................................................................................. 9
8. Pressupostos relativos as partes ...................................................................................... 9
9. Excepções da legitimidade formal (art.º 55.º C.P.C.). .................................................. 10
9.1. Legitimidade do Ministério Público. ..................................................................... 10
10. Pressupostos Processuais ........................................................................................... 11
11. Patrocínio Judiciário. ................................................................................................ 11
12. Pluralidade de Partes ................................................................................................ 11
13. O Tribunal ................................................................................................................. 12
14. Funções do Estado. .................................................................................................... 13
15. Tipos de Competência. .............................................................................................. 13
15.1. Critérios que delimitam a competência. ............................................................ 13
16. Excepções a regra. ..................................................................................................... 14
17. Objecto da Acção Executiva ...................................................................................... 15
17.1. Classificação do objeto na acção executiva. .......................................................... 15
18. Existência de um Título Executivo. ........................................................................... 16
18.1. Título Executivo ................................................................................................. 16
18.2. Classificação dos títulos executivos. .................................................................. 17
18.3. Conformidade objectiva entre o pedido e o título. ............................................ 17
19. Certeza, exigibilidade e liquidez da obrigação exequenda (obrigação a ser
executada): ............................................................................................................................ 18
20. Conclusão................................................................................................................... 19
21. Referencias Bibliográficas ......................................................................................... 20
1. Introdução
No nosso Direito Processual Civil existem duas espécies de ações judiciais: a ação
declarativa e a ação executiva.
A ação declarativa é a ação destinada a reconhecer ou a constituir um direito subjetivo
do autor (aquele que intenta ou instaura a ação); ao passo que a ação executiva é a ação
destinada à realização coerciva de um direito já pré-reconhecido (através de sentença ou
outro título executivo) ao exequente.
Neste contexto esta em foque sobre pressupostos da acção executiva no qual define-se
como sendo um mecanismo processual que permite ao credor requerer as providências
adequadas à realização coativa do crédito de que é titular. A providência mais
importante da ação executiva é a penhora de bens e/ou rendimentos do devedor.
E no n.º 3 do artigo 4º do C.P.C. de Moçambique define as Acções Executivas como
sendo aquelas em que o autor requer as providências adequadas à reparação efectiva do
direito violado.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Falar sobre os pressupostos da Accão executiva.
1.1.2. Específicos
Conceituar Accão executiva;
Caracterizar as Acções executivas;
Classificar as Acções executivas.
1.2.Metodologias
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2. Noção de Acção Executiva
2.2.O Fim.
A finalidade da acção executiva é a reparação efectiva do direito violado. Como por
exemplo, a utilização de uma execução específica.
2.3.O Meio.
Dividindo-se em:
a) Meio de coação ou coerção: representa o meio que o Tribunal usaria para entrar na
esfera jurídica do executado para este pagar ou reparar o direito.
b) Meios Sub-rogatórios: são aqueles colocados à disposição do particular para recorrer
ao Tribunal para ele substituir o devedor e entrar no seu património para cumprir a dívida.
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o Exequente e o Executado na medida em que já se sabe quem tem o direito. O Exequente
tem o interesse de ver o seu direito reparado ele, é a base, isto é, ele é essencial para
qualquer acção executiva. Já ao Executado cabe apenas verificar a legalidade dos actos.
Esta característica tem como sustentabilidade o Princípio da Auto Responsabilidade do
Exequente nos termos dos artigos 847.º e o 864.º do C.P.C.
b) Vinculativos (consistem em decisões que o juiz tem de tomar, é obrigatório como por
exemplo: o despacho de citação);
c) Mero Expediente (são aqueles que não têm nenhum conteúdo decisório e, por isso,
não provocam prejuízos para as partes, tem como finalidade primordial impulsionar o
processo e impedir eventuais vícios ou irregularidades).
4. O Direito de Execução
É o direito de exercer uma acção ou o direito de iniciar uma acção judicial que é regulada
pelo direito processual civil de natureza pública dirigida contra o Estado visando obter a
reparação do direito violado através de meios sub-rogatórios com base no título executivo.
4.1.Natureza Jurídica
Pensadores alemães criaram uma teoria chamada "SHULD UND HAFTUNG" que
significa o direito de exigir uma acção, sendo que, na tradução literal significa dívida e
responsabilidade.
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Credor ------ Devedor (o devedor terá também uma responsabilidade);
Direito à Prestação ------ Dívida;
Direito de Execução ------- Responsabilidade.
Exemplo: Se António empresta 1000 Mt (Meticais) à João e este não paga-o, Antonio tem
o direito de reagir quando não se pagar o que lhe é devido, e o faz mediante o Direito de
Execução.
5.2.A Forma.
Segundo os artigos 460.º e 465.º do C.P.C. o processo pode ser:
a) Comum (Ordinário, Sumário e Sumaríssimo);
b) Especial - (acaba sendo uma junção da acção executiva e declarativa) classificando-se
em:
* Venda ou Adjudicação do Penhor (n.º 2 do art.º 1008.º C.P.C.);
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* Posse ou Entrega Judicial (art.º 1044.º C.P.C.);
* Execução por Alimentos (art.º 1118.º C.P.C.);
* Execução por Despejo (art.º 985.º C.P.C.);
* Execução por Custas.
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Surge através de uma Relação Material Controvertida. A partir do momento que um
sujeito intenta uma acção seja de que natureza for o devedor ou executado tem uma outra
relação paralela a relação jurídica que passa a ser uma relação material controvertida e
essa relação é a Instância.
Os pressupostos processuais se parecem com os pressupostos da Instância.
7.1.Estrutura da Instância
Os Sujeitos da Instância são:
1 - As Partes: elas podem ser:
a) Principais:
* Exequente;
* Executado;
* Cônjuge do executado (art.º 864.º do C.P.C.);
* Credores (com garantia real) (art.º 864.º do C.P.C.);
* Estado (art.º 864.º do C.P.C.).
b) Acessórias: aquelas que têm um interesse na acção (incidentes na instância art.º 302.º
C.P.C.).
* Assistente: sempre no processo declarativo (art.º 335.º C.P.C.).
2 - O Tribunal: ele não é parte litigante mas sim a figura que resolve os litígios.
Título ao Portador.
Não determina o credor porém determina o devedor. Como por exemplo um bilhete para
um concerto.
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De modo geral, a representação do Ministério Público processa-se segundo o artigo 59.º
do C.P.C.
Não havendo o pagamento das custas judiciais o Ministério Público pode intentar a acção
de execução. Se as custas judiciais não forem pagas o Juiz poderá aplicar multas e, se no
tempo previsto pela Lei as mesmas não forem pagas o Ministério Público também tem
legitimidade para intentar uma acção de execução.
Obs: A palavra liquidação para o Direito significa apurar o montante a pagar - artigo 927.º
do C.P.C. retrata o caso especial da representação pelo Ministério Público - segundo este
artigo o devedor tem 10 dias para efectuar o pagamento das custas, se não o fizer o autor
poderá aproveitar a atitude do Ministério Público para solicitar o cumprimento da dívida
por via de uma acção de execução.
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1 - Litisconsórcio: surge quando existem uma pluralidade de partes mas, apenas uma
relação material controvertida. Ele pode ser: Necessário - porque resulta da lei
(obrigações conjuntas); e Voluntário - quando resulte da vontade das partes (obrigação
solidária).
A lei permite que possa haver Coligação de Executados bem como de Exequentes nos
termos do artigo 58º e 53º do CPC.
Só há a possibilidade de haver coligação de executados que tenham por fim (pressupostos
da coligação):
O pagamento de quantia certa (art. 58.º CPC);
Que todas as obrigações sejam liquidadas e que sejam credores comuns (art. 58.º
nº 2 CPC). Não pode haver coligação com credores especiais - aqueles que tenham
uma garantia - pois, existem meios para pagar as dívidas. O credor comum é
aquele que não tem bens em específico para a garantia do seu crédito. As
obrigações devem ser líquidas ou ser passíveis de fazer operações aritméticas;
Que os devedores sejam obrigados no mesmo título;
A forma de processo deve ser a mesma para todos os coligados. Nos termos do
artigo 53.º do CPC em sentido positivo temos:
a) Se for o mesmo Tribunal competente para todas as execuções; b) Se alguma
das execuções corresponder a um processo especial diferente do processo que
deva ser empregado quanto as outras.
O artigo 269º do CPC prevê meios de sanar o vício - há a possibilidade de sanação.
Na falta dos requisitos acima há ilegitimidade. E, como consequência da falta
desse pressuposto temos o Indeferimento liminar do Requerimento Inicial.
13. O Tribunal
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A execução é uma competência específica deles, isto é, a execução é privilégio exclusivo
dos Tribunais Permanentes.
Só eles, poderão mover a acção de execução porque só estes têm o poder de império
diferente dos Tribunais Permanentes.
As acções declarativas até podem surgir sobre a exegese desses tribunais pois, estes
declaram direitos mas, os Tribunais Arbitrais não podem executa-los.
13.3. Competência
Consiste no poder de julgar atribuído de forma específica aos Tribunais para definirem
os conflitos de interesses que lhes são submetidos no âmbito da função jurisdicional do
Estado.
1 - Competência Interna;
2 - Competência Externa - (competência internacional art.º 65.º C.P.C. na acção
declarativa; art.º 801.º C.P.C. na acção executiva).
1- Competência Interna:
As regras de competência consistem num conjunto de normas definidoras dos critérios
que presidem a distribuição do poder de julgar entre diferentes tribunais.
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1- Competência Absoluta (não se altera): aqui temos a competência em razão da
matéria e da hierarquia;
2 - Competência Relativa (podem ser alterados em razão das partes): encontramos a
competência em razão do valor e do território.
Competência Territorial:
Em regra geral não interessa o domicílio das partes mas sim, onde deve ser feita a
obrigação. Nos termos do n.º 1 do artigo 94.º do C.P.C. e dos artigos 772.º; 773.º e 774.º
do Código Civil (OBS: se as partes não estipularem onde deve ser efectuada a obrigação
vai depender da tipologia das obrigações).
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O n.º 3 do artigo 94º do C.P.C. estipula que quando a acção tenha de ser instaurada
no Tribunal do domicílio do executado e este, não resida em Angola mas tenha
bens em Angola será competente o Tribunal da situação desses bens;
O n.º 1 do artigo 90º do C.P.C. indica que sempre que a acção Executiva for
precedida de uma acção declarativa, isto é, quando há um título executivo judicial
a acção deve decorrer no mesmo Tribunal que sentenciou a causa;
O n.º 3 do artigo 90.º do C.P.C. impõe que o juiz para avaliar o mérito da causa
ou prosseguir com a execução deve observar o processo declarativo. De modo
que, os processos transitam sempre juntos ("Translado");
O n.º 2 do artigo 90.º do C.P.C. institui que será competente o Tribunal Provincial
de onde tenha decorrido a arbitragem;
O n.º 1 do artigo 91.º do C.P.C. ordena que se a acção tiver sido proposta ao
Tribunal Supremo será promovida no Tribunal Provincial do domicílio do
executado;
O n.º 1 do artigo 92.º do C.P.C. dispõe que quando se tratarem de execuções por
custas, multas e indemnizações será competente o mesmo Tribunal onde decorreu
a primeira acção.
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1 - Objecto Mediato: são os bens sobre que recaem a execução, esses bens podem ser do
devedor, de terceiros ou do credor. Como por exemplo: Suponhamos que A emprestou
um quadro à B e este não o devolve. Para o caso em questão o bem pertence ao credor.
2 - Objecto Imediato: o pedido que deve estar de acordo com o título executivo.
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Para conceituar o título executivo apareceram dois autores: O primeiro foi Liebman
(Enrico Tullio Liebman, 1903 - Milão, 8 de Setembro de 1986, foi um importante jurista
italiano nascido na Ucrânia) que considera o título executivo como um Acto.
Para Carnelutti (Francesco Carnelutti - Udine, 15 de Maio de 1879 - Milão, 8 de Março
de 1965 foi um dos mais eminentes advogados e juristas italianos e o principal inspirador
do Código de Processo Civil italiano) seria o título um conjunto de documentos; segundo
ele o acto não é um título mas sim um documento pois ele prova a existência do Direito,
tem assim, uma eficácia probatória. Ele atem-se ao elemento externo.
Tendo em conta doutrina supra citada, o legislador optou pela adopção da ideia de
Carnelutti, enquanto elemento que prova a declaração de um Direito.
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20. Conclusão
O titular do direito de crédito, ou seja, o titular do direito de exigir de outrem a
realização de uma prestação tem a designação de credor. Ora, se o devedor não cumpriu
a obrigação a que estava adstrito o credor pode recorrer aos Tribunais para obter a
satisfação do seu crédito, através da penhora de todo o património do devedor. Assim,
o processo executivo colocará ao dispor do credor os mecanismos coercivos estatais
para a realização coativa da obrigação.
A ação pode ter um de três fins, correspondendo cada um destes fins a uma tramitação
distinta:
A esmagadora maioria das ações executivas intentadas nos Tribunais são ações
executivas para pagamento de quantia certa. Ora, através desta ação, o credor
exequente, pretende obter o cumprimento coercivo de uma obrigação pecuniária, ou
seja, o pagamento de um determinado valor em dinheiro.
Para tal, procede-se à penhora de todos os seus bens e rendimentos (apenas os bens
penhoráveis) necessários para cobrir a importância da dívida (capital e juros) e das
custas do processo; depois, procede-se à venda executiva desses bens, e entrega-se o
produto da venda ao credor. Para que o credor possa recorrer ao processo executivo é
necessário que esteja munido de um título executivo, que vai determinar o fim e os
limites da execução. É também necessário que a dívida seja certa, líquida e exigível
(vencida). O pressuposto da acção executivo está regulado no Código de Processo Civil,
que procedeu a uma reforma legislativa muito profunda e abrangente do processo civil,
declarativo e executivo.
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21. Referencias Bibliográficas
Legislação
Codigo processual Civil Mocambicano-PDF
Codigo Civil Mocambicano- PDF
Internet
https://accaoexecutivajuristadanovaera.blogspot.com/
https://octalberto.wixsite.com/octalberto/blank-95
Livros
Modulo ISCED-ISCED32 – CJURCFE024
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