Acusacoes de Racismo Na Capital Da Republica
Acusacoes de Racismo Na Capital Da Republica
Acusacoes de Racismo Na Capital Da Republica
RACISMO NA CAPITAL
DA REPÚBLICA
Obra comemorativa dos 10 anos do Núcleo de
Enfrentamento à Discriminação do MPDFT
Autores:
Ana Claudia Farranha
Christiano Jorge Santos
Evandro Piza Duarte
F. Cordelia Oliveira da Silva
Gianmarco Loures Ferreira Coordenador:
Kassia Zinato Santos Machado Araujo iago André Pierobom de Ávila
Marcos Vinícius Lustosa Queiroz
Menelick de Carvalho Netto
Rafael Nobre Luis
Renísia Cristina Garcia Filice
iago André Pierobom de Ávila
Brasília
2017
ACUSAÇÕES DE
RACISMO NA CAPITAL
DA REPÚBLICA
Obra comemorativa dos 10 anos do Núcleo de
Enfrentamento à Discriminação do MPDFT
Coordenador:
Thiago André Pierobom de Ávila
2017
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
Autores:
Ana Claudia Farranha
Christiano Jorge Santos
Evandro Piza Duarte
F. Cordelia Oliveira da Silva
Gianmarco Loures Ferreira Coordenador:
Kassia Zinato Santos Machado Araujo iago André Pierobom de Ávila
Marcos Vinícius Lustosa Queiroz
Menelick de Carvalho Netto
Rafael Nobre Luis
Renísia Cristina Garcia Filice
iago André Pierobom de Ávila
Brasília
2017
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sede do MPDFT, Brasília-DF
CEP 70.091-900
Telefone: (61) 3343-9500
Endereço eletrônico: www.mpdft.mp.br/obraned
Revisão de Português:
Ana Paula Barbosa Cusinato
Joíra Coelho Furquim
Samara Botelho Vaz Almeida
ISBN 978-85-93443-01-5
ISBN 978-85-93443-02-2 (versão eletrônica)
CDU 323.12(817.4):34
CDD 305.8
Apresentação................................................................................... 7
Parte I:........................................................................................... 11
APRESENTAÇÃO
Introdução
O presente artigo apresenta os resultados de uma pesquisa
documental realizada no âmbito do Núcleo de Enfrentamento
à Discriminação do MPDFT sobre os casos de racismo (Lei n.
7.719/1989) e injúria racial (art. 140, §3º, CP) ocorridos no Distrito
Federal.
1
Os autores agradecem a colaboração do servidor Paulo Luiz Almeida Reis, do
DTI/MPDFT, na elaboração de sistema de informática e na extração dos dados
do sistema, no âmbito da pesquisa documental, exposta a partir da seção 3
deste artigo, bem como da servidora Tainá Cima Argolo, do NED/MPDFT, nas
análises de peças processuais.
2
Doutor em Ciências Jurídico-Criminais pela Universidade de Lisboa,
Portugal (2015), pós-doutor em Criminologia pela Universidade Monash,
em Melbourne, Austrália (2016-2017), mestre em Direito Público pela
Universidade de Brasília, Distrito Federal, Brasil (2006), especialista pela
École Nationale de la Magistrature, Paris, França (2013), professor de Direito
Processual Penal e Temas de Direitos Humanos no programa de pós-graduação
da FESMPDFT, Brasília, Distrito Federal, Brasil, promotor de Justiça e
ex-coordenador do Núcleo de Direitos Humanos do MPDFT em Brasília,
Distrito Federal, Brasil. E-mail: thiago.pierobom@hotmail.com.
3
Mestra em Direito Público pela Universidade Nova de Lisboa (UNL), em
Portugal, pós-graduada em Direito Processual Civil e Direito Constitucional
pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), especialista em Direito
Público pela Faculdade Projeção, especialista em Direito Administrativo
pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, bacharel em Direito pelo
Centro Universitário de Brasília (UniCeub), professora universitária, autora
de material preparatório para concursos públicos e de artigos científicos
em revistas e periódicos especializados em Direito, assessora jurídica
Constitucional do Procurador-Geral da República, ex-chefe do Setor de Apoio
às Atividades do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), servidora do Supremo
Tribunal Federal. E-mail: kassiazinato@yahoo.com.br.
14
Inquéritos
Ministérios Denúncias Percentual de Denúncias
Policiais
Públicos Oferecidas5 por Inquéritos recebidos6
Recebidos4
MP/PA 13 1 7,7%
MP/GO 21 1 4,7%
MP/CE 1 1 100%
MP/AL - 1 100%
MP/AP 1 - 0%
MP/ES 7 - 0%
MP/RN 1 - 0%
MP/AC - - -
MP/AM - - -
MP/MA - - -
MP/PB - - -
MP/RJ - - -
MP/RR - - -
MP/SE - - -
Fonte: Sistema de Informática do Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP-Ind); Sistema de Controle e Acompanhamento de Feitos e Notícias de
Fato (SisproWeb).
4
Eventualmente ocorre de o MP receber um Termo Circunstanciado e
posteriormente, discordando da tipificação original, oferecer denúncia por
crime mais grave. Estes casos não estão incluídos na estatística.
5
Denúncia (Movimento 920014); Escrita (Movimento 920015); e Oral
(Movimento 920106).
6
Essa proporção não reflete a realidade dos IPs efetivamente denunciados,
pois é comum que um IP tenha duração de mais de um ano, de forma que
um número significativo das denúncias oferecidas em 2015 provavelmente
se referem a IPs novos recebidos em anos anteriores. Outros fatores
circunstanciais, como, por exemplo, greve da polícia civil naquele ano
específico, influenciam diretamente nesta proporção. De qualquer sorte,
o número fornece algum parâmetro para se aferir a diligência da atuação
do órgão ministerial no acompanhamento da investigação criminal, sua
sensibilidade no trato do tema, ou ainda a qualidade da atuação policial no
caso concreto.
17
7
Denúncia (Movimento 920014); Escrita (Movimento 920015); e Oral
(Movimento 920106).
18
Proporção de
Denúncias denúncias oferecidas7
Estado População
oferecidas a cada 1.000.000 de
habitantes
Rio Grande do Norte - 3.168.133 Sem dados
Sergipe - 2.068.031 Sem dados
Acre - 732.793 Sem dados
Amapá - 668.689 Sem dados
Roraima - 451.227 Sem dados
Fonte: CNMP-Ind; SisproWeb.
Ano Total
Tipo de geral
Feito
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Inquérito
1 3 6 38 35 61 65 34 45 41 329
Policial
Termo
Circuns- 0 0 3 8 14 14 30 20 16 11 116
tanciado
Total
1 3 9 46 49 75 95 54 61 52 445
geral
Fonte: SisproWeb.
8
O universo de feitos a incluídos na amostra da pesquisa correspondem aos
que possuem como assunto a inclusão dos seguintes códigos: U.1.1. 1033971 -
Injúria Preconceituosa; ou UI.1.2. 3613 - Crimes Resultante de Preconceito de
Raça ou de Cor; ou U.1.3. 9873 - Resultante de Preconceito de Raça ou de Cor;
ou U.2. Incidência Penal ou Legislação Pertinente em algum envolvido: Lei nº
716/1989; ou U.3. Tipos Penais em algum envolvido (SisproWeb - códigos):
159 a 165, 2312 a 2327, 6079 a 6094, 3926 a 3932.
20
Fonte: SisproWeb.
2011 8 -
2012 14 75,0%
2013 17 21,4%
2014 31 82,4%
2015 33 6,5%
2016** 38 15,2%
Total geral 141 -
**Informações até Setembro/2016.
Fonte: SisproWeb.
9
Reconstruir as datas exatas em que houve greve da PCDF não é atividade fácil.
Tomando-se como referência as datas em que o Núcleo de Controle Externo
da Atividade Policial (NCap/MPDFT) ajuizou ação civil pública para declarar
a ilegalidade de movimentos paredistas da PCDF, é possível ter uma ideia
dos meses em que houve greve. A relação das datas de ajuizamento de ACPs
nesse tema é a seguinte: (1) 25/03/2010 – Processo n. 2010.00.2.008699-6;
(2) 19/06/2010 – Processo n. 2010.01.1.101829-8; (3) 30/03/2011 - Processo
n. 2011.01.1.053775-9; (4) 25/10/2011 - Processo n. 2011.01.1.205362-8;
(5) 20/10/2014 - Processo n. 2014.00.2.027117-5; (6) 01/06/2015 - Processo
n. 2015.00.2.023166-8; (7) 05/08/2016 - Processo n. 2016.00.2.034138-5.
Especificamente em relação à greve de 2014, esta se iniciou no dia 18 de
outubro de 2011 e prosseguiu até o final deste ano.
23
Fonte: SisproWeb.
2010 16 -
2011 16 0,0%
2012 20 25,0%
2013 45 125,0%
2014 66 46,7%
2015 140 112,1%
2016* 105 -25,0%
Total geral 408 -
*Informações até Setembro/2016.
Fonte: SisproWeb.
10
Consta do item 7 desta recomendação o seguinte: “Sempre que houver prática
de injúria com utilização de elementos relativos à raça, cor, etnia, religião,
origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência (art. 140, § 3º,
do CP), ou ainda ato de racismo (Lei n. 7.716/1989), em situação de flagrante
delito, o policial militar deverá dar voz de prisão em flagrante e conduzir os
envolvidos à Delegacia de Polícia, abstendo-se de realizar qualquer forma
de mediação entre os envolvidos ou de dissuasão do registro de ocorrência
policial”. Disponível em: <http://www.mpdft.mp.br/portal/pdf/nucleos/ned/
Recomenda%C3%A7%C3%A3o_Conjunta_2.2014_CNDH-PJM_-_Racismo_
PMDF.pdf>. Acesso em: 6 nov. 2016.
25
Fonte: SisproWeb.
Fonte: SisproWeb.
Fonte: SisproWeb.
2010 12 16
2011 14 16
2012 20 20
2013 76 45
2014 67 66
2015 91 140
2016* 109 105
Total Geral 389 408
Fonte: SisproWeb.
Fonte: SisproWeb.
2010 1 -
2011 2 100,0%
2012 5 150,0%
2013 9 80,0%
2014 36 300,0%
2015 20 -44,4%
2016 36 80,0%
Total Geral 109 -
Fonte: SisproWeb.
30
Fonte: SisproWeb.
Fonte: NED/MPDFT.
11
A Circunscrição Judiciária de Taguatinga abrangeu, até início de 2016, a
Região Administrativa de Águas Claras.
33
Fonte: NED/MPDFT.
36
12
Conferir a relação de casos dentro da amostra: Caso 6: R$ 4.000,00; Caso
10: R$ 2.000,00; Caso 31: R$ 1.000,00; Caso 34: R$ 1.000,00;Caso 37: R$
1.000,00; Caso 58: R$ 1.000,00; Caso 66: R$ 400,00; Caso 67: R$ 1.500,00;
Caso 68: R$ 1.000,00; Caso 70: R$ 2.000,00; Caso 81: R$ 1.000,00; Caso 83: R$
2.000,00; Caso 86: R$ 250,00; Caso 90: R$ 500,00; Caso 91: R$ 500,00; Caso
104: R$ 3.000,00; Caso 110: R$ 1.000,00; Caso 113: R$ 3.000,00; Caso 115: R$
2.000,00; Caso 119: R$ 600,00; Caso 130: R$ 500,00; Caso 137: R$ 1.000,00;
Caso 142: R$ 700,00.
38
Sim 42 65,6%
Não 22 34,4%
Fonte: NED/MPDFT.
2005 1 1 100%
2007 1 1 100%
2008 1 1 100%
2010 3 7 42,8%
2011 5 10 50%
2012 14 21 66,6%
2013 21 33 63,6%
39
2014 16 47 34%
2015 12 29 41,3%
Fonte: NED/MPDFT.
Absolvição 22 30%
Extinção da punibilidade 4 5%
Em tramitação 22 30%
Total 74 100%
Fonte: NED/MPDFT.
Fonte: NED/MPDFT.
41
Fonte: NED/MPDFT.
Fonte: NED/MPDFT.
42
298 dias
442 dias
920 dias
3 anos e 5 dias
Fonte: NED/MPDFT.
13
Durante o ano de 2016, esse entendimento de que era necessário o trânsito
em julgado para o início do cumprimento da pena foi alterado pelo STF (HC
126.292/SP), para se entender que basta o exaurimento do segundo grau de
jurisdição (decisão do juiz e confirmação pelo Tribunal respectivo). Todavia,
em nossa experiência prática, a maioria dos casos de racismo não chegam a ter
recursos perante o STJ e STF. Ademais, o início da execução penal não ocorre
imediatamente após o trânsito em julgado, exigindo-se ainda o procedimento
de extração de carta de sentença, sua remessa à Vara de Execuções de Penas
e Medidas Alternativas, e a posterior designação de audiência admonitória, o
que pode alongar-se por quase um ano.
44
14
TJDFT, Acórdão n. 765758, 20111110017882APR, Relator: ROBERVAL
CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 27/02/2014,
Publicado no DJE: 06/03/2014. Pág.: 303.
45
Quantidade de
Local da Ofensa Percentual
casos
Casa do ofensor 6 4%
Órgão público 3 2%
Fonte: NED/MPDFT.
15
Caso 4.
16
Caso 12.
17
Caso 14.
50
18
Caso 25.
19
Caso 50
20
Caso 64.
21
Caso 66.
22
Caso 72.
23
Caso 76.
24
Caso 79.
25
Caso 98.
26
Caso 100.
27
Caso 108.
28
Caso 123.
29
Caso 130.
30
Caso 131.
31
Caso 135.
32
Caso 139.
51
33
Caso 140.
34
Caso 142.
35
Caso 146.
36
Caso 147.
37
Caso 3.
38
Caso 13.
39
Caso 28.
40
Caso 78.
41
Caso 97.
42
Caso 105.
43
Caso 8.
44
Caso 22.
45
Caso 30.
46
Caso 39.
47
Caso 49.
48
Caso 56.
49
Caso 101.
52
50
Caso 104.
51
Caso 112.
52
Caso 132.
53
Caso 9.
54
Caso 11.
55
Caso 19.
56
Caso 20.
57
Caso 30.
58
Caso 3.
59
Caso 38.
60
Caso 43.
61
Caso 49.
62
Caso 50.
63
Caso 52.
64
Caso 55.
65
Caso 56.
66
Caso 61.
67
Caso 70.
68
Caso 71.
53
69
Caso 75.
70
Caso 88.
71
Caso 94.
72
Caso 96.
73
Caso 120.
74
Caso 121.
75
Caso 122.
76
Caso 127.
77
Caso 128.
78
Caso 129.
79
Caso 130.
80
Caso 131.
81
Caso 138.
82
Caso 141.
83
Caso 148.
84
Caso 6.
85
Caso 13.
86
Caso 16.
54
109
Caso 57.
110
Caso 69.
111
Caso 92.
112
Caso 97.
113
Caso 133.
114
Caso 143.
115
Caso 6.
116
Caso 8.
117
Caso 25.
118
Caso 44.
119
Caso 45.
120
Caso 51.
121
Caso 59
122
Caso 69.
123
Caso 144.
124
Caso 5.
125
Caso 16.
126
Caso 86.
127
Caso 92.
128
Caso 112.
129
Caso 149.
56
130
Caso 27.
131
Caso 51.
132
Caso 73.
133
Caso 112.
134
Caso 142.
135
Caso 14.
136
Caso 22.
137
Caso 23.
138
Caso 34.
139
Caso 39.
140
Caso 45.
141
Caso 53.
142
Caso 60.
143
Caso 74.
144
Caso 83.
57
“sua macaca, você não tem dinheiro nem para comer, só tem
dinheiro pra comprar sanduíche”145, “seus negros, [...] o que [vocês]
ganham em um mês [eu] ganho em um dia”146, “nega safada, vá
limpar o chão pois o seu lugar é limpando o chão, porque sou eu
quem pago o seu salário”147, “sua preta [...] [você] trabalha em
uma ‘loja vagabunda’, [vai] morrer atendendo [nessa] loja, morrer
recebendo esse salário de miséria”148.
(4.2) Relacionadas à segregação social: “seu negro nojento,
você é um pobre, isso não é lugar para você no meio da sociedade,
pobre lascado”149, “preta nojenta”150, “como ela [essa negra] vem
se sentar do lado dela”151, “eu já não disse que você não pode ficar
aqui! As crianças podem! Você não, macaca, tem que ficar no seu
lugar”152, “preto nojento”153, “nega nojenta”154, “macaco tinha que
estar no circo, não era aqui não, meu irmão”155, “preta nojenta”156.
(4.3) Relacionadas a aspectos da escravidão: “negrinha da
senzala”157, “Azul! Lugar de negro é na senzala!”158, “volta pra
senzala”159, “lugar de preto era na senzala”160.
145
Caso 102.
146
Caso 103.
147
Caso 111.
148
Caso 121.
149
Caso 21.
150
Caso 25.
151
Caso 57.
152
Caso 68.
153
Caso 88.
154
Caso 107.
155
Caso 131.
156
Caso 143.
157
Caso 8.
158
Caso 35.
159
Caso 133.
160
Caso 142.
58
161
Caso 28.
162
Caso 132.
163
Caso 5.
164
Caso 10.
165
Caso 31.
166
Caso 15.
167
Caso 21.
168
Caso 27.
169
Caso 29.
170
Caso 33.
171
Caso 38.
172
Caso 39.
173
Caso 40.
174
Caso 41.
175
Caso 44.
176
Caso 46.
59
177
Caso 48.
178
Casos 63.
179
Caso 66.
180
Caso 67.
181
Caso 68.
182
Caso 77.
183
Caso 81.
184
Caso 88.
185
Caso 89.
186
Caso 90.
187
Caso 91.
188
Caso 92.
189
Caso 96.
190
Caso 100.
191
Caso 102.
192
Caso 110.
193
Caso 113.
194
Caso 115.
195
Caso 117.
196
Caso 118.
197
Caso 120.
198
Caso 122.
60
199
Caso 124.
200
Caso 125.
201
Caso 127.
202
Caso 129.
203
Caso 131.
204
Caso 136.
205
Caso 138.
206
Caso 144.
207
Caso 146.
208
Caso 147.
209
Caso 148.
210
Caso 149.
211
Caso 150.
212
Caso 12.
213
Caso 18.
214
Caso 92.
215
Caso 115.
216
Caso 120.
217
Caso 122.
218
Caso 1.
219
Caso 2.
220
Caso 4.
61
221
Caso 17.
222
Caso 24.
223
Caso 27.
224
Caso 33.
225
Caso 44.
226
Caso 52.
227
Caso 59.
228
Caso 76.
229
Caso 78.
230
Caso 84.
231
Caso 87.
232
Caso 95.
233
Caso 97.
234
Caso 99.
235
Caso 103.
236
Caso 106.
237
Caso 119.
238
Caso 142.
62
239
Caso 12.
240
Caso 15.
241
Caso 32.
242
Caso 33.
243
Caso 37.
244
Caso 41.
245
Caso 42.
246
Caso 57.
247
Caso 63.
248
Caso 65.
249
Caso 69.
250
Caso 80.
251
Caso 84.
252
Caso 85.
253
Caso 86.
254
Caso 92.
255
Caso 93.
256
Caso 109.
257
Caso 115.
258
Caso 116.
259
Caso 117.
260
Caso 128.
261
Caso 131.
262
Caso 135.
63
263
Caso 136.
264
Caso 138.
265
Caso 144.
266
Caso 149.
267
Caso 150.
268
Caso 7.
269
Caso 54.
270
Caso 83.
271
Caso 84.
272
Caso 89.
273
Caso 145.
274
Caso 82.
275
Caso 112.
276
Caso 114.
277
Caso 118.
278
Caso 134.
64
279
Caso 137.
280
1 caso (n. 75) estava repetido em ambos os grupos.
65
281
4 casos (n. 69, 92, 51 e 112) estavam repetidos em mais de um dos grupos.
282
4 casos (n. 92, 115, 120 e 122) estavam repetidos em ambos os grupos.
283
1 caso (n. 84) estava repetido em ambos os grupos.
66
284
3 casos (n. 50, 130 e 131) estavam repetidos em ambos os grupos.
68
Conclusões
Como resultado final da presente pesquisa é possível extrair
as seguintes conclusões.
Segundo dados do Sistema CNMP-Ind, correlacionados com
o censo demográfico brasileiro, no ano de 2015 o DF esteve na
6ª posição em números absolutos de denúncias oferecidas por
casos de racismo (6 casos), na 3ª posição em relação à proporção
de denúncias por inquéritos recebidos no mesmo ano (indicativo
da sensibilidade de atuação no tema) e na 3ª posição em números
proporcionais à população. Entre os estados que tiveram uma
melhor proporção entre denúncias oferecidas por inquéritos
recebidos, destacam-se os estados em que há um órgão ministerial
especializado no enfrentamento ao racismo (PE, MG, BA e DF),
indicando o acerto do CNMP ao expedir a Recomendação n.
40/2016, sobre a necessidade de criação pelos Ministérios Públicos
de órgãos especializados no enfrentamento dos crimes raciais.
Especificamente em relação ao DF, tem-se registrado um
aumento expressivo do número de prisões em flagrante relacionadas
a crimes raciais, com um aumento de 375% no número de prisões
em flagrante de 2011 a 2016 (dados incompletos até setembro de
2016), quase quadruplicando.
A relação entre arquivamentos e ajuizamentos de denúncias,
ao longo dos anos de 2010 a 2016, é de aproximadamente 1 para
1. Ou seja, de cada 2 IPs recebidos relacionados a crimes raciais,
um será denunciado e outro será arquivado. A principal motivação
dos arquivamentos, no ano de 2015, foi a insuficiência de provas.
72
Referências
CALDWELL, Kia Lilly. Fronteiras da diferença: raça e mulher no
Brasil. Revista Estudos Feministas. v. 8, n. 2, p. 91-108, 2000.
Introdução
O presente artigo realiza uma análise da evolução da
jurisprudência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios – TJDFT em relação aos crimes de racismo (Lei n.
7.716/1989) e injúria racial (Código Penal, art. 140, § 3º).
A persistência de práticas racistas no Brasil contemporâneo
é tema de extensa discussão nas ciências sociais (GUIMARÃES,
2005; TELLES, 2003). O processo de sedimentação da proscrição
de todas as formas de discriminação, prevista na legislação
constitucional e em tratados internacionais ratificados, irradia efeitos
muito lentamente para as relações sociais. A Lei Antirracismo (Lei
n. 7.716/1989) e a construção do delito de injúria racial (Lei n.
9.459/1997), com sua transformação em crime de ação penal pública
condicionada à representação (Lei n. 12.033/2009), são marcos
relevantes na área criminal, ao lado do Estatuto da Igualdade Racial
(Lei n. 12.288/2010), na área de políticas públicas (BALICO, 2009;
SANTOS, 2010; SILVEIRA, 2007). Esse processo é marcado por
rupturas e continuidades, especialmente na tolerância à violência
Ano Denúncias
2014 47
2015 91
2016 (até ago.) 100
TOTAL: 346
Fonte: NED/MPDFT.
2
Sobre a influência dos órgãos de mídia nas decisões judiciais criminais, ver
Andrade (2007).
81
4
Esta decisão, proferida em sede de habeas corpus, foi posteriormente
confirmada em sede de apelação: TJDFT, Acórdão n. 966427,
20130110670417APR, Relator: JESUINO RISSATO, Revisor: WALDIR
LEÔNCIO LOPES JÚNIOR, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
15/09/2016, Publicado no DJE: 21/09/2016. Pág.: 163/176.
83
Vale registrar que este precedente não foi originalmente acompanhado pelo
5
3 Prisão e fiança
Uma das diferenças entre os crimes de racismo (na modalidade
do art. 20 da Lei n. 7.716/1989 – que é a mais usual) e de injúria
racial é o tema da fiança. Enquanto o racismo é crime inafiançável,
85
7
TJDFT, Acórdão n. 854755, 20150020045423HBC, Relator: CESAR LOYOLA
2ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 12/03/2015, Publicado no DJE:
17/03/2015. Pág.: 306.
87
8
TJDFT, Acórdão n. 596631, 20080110834642APR, Relator: GEORGE
LOPES LEITE, Revisor: SANDRA DE SANTIS, 1ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 24/05/2012, Publicado no DJE: 25/06/2012. Pág.: 230.
89
10
TJDFT, Acórdão n. 804767, 20130110469692APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 17/07/2014, Publicado no DJE: 25/07/2014. Pág.: 170.
11
Conferir ementa: “PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA
ENTRE JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E VARA CRIMINAL DA
MESMA CIRCUNSCRIÇÃO. DISSENSO QUANTO À TIPIFICAÇÃO DA
CONDUTA. INJÚRIA QUALIFICADA POR CONOTAÇÃO RACIAL.
COMPETÊNCIA DA VARA CRIMINAL COMUM. 1 O investigado atropelou
culposamente a vítima e depois a injuriou, exclamando: “- Só podia ser
preto!”. [...] 3 Conflito de jurisdição conhecido para declarar competente
a Segunda Vara Criminal de Taguatinga”. (TJDFT, Acórdão n. 639664,
20120020198955CCR, Relator: GEORGE LOPES LEITE Câmara Criminal,
Data de Julgamento: 12/11/2012, Publicado no DJE: 07/12/2012. Pág.: 225).
12
TJDFT, Acórdão n. 596631, 20080110834642APR, Relator: GEORGE
LOPES LEITE, Revisor: SANDRA DE SANTIS, 1ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 24/05/2012, Publicado no DJE: 25/06/2012. Pág.: 230.
13
TJDFT, Acórdão n. 686459, 20110111132720APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 13/06/2013, Publicado no DJE: 26/06/2013. Pág.: 150.
14
TJDFT, Acórdão n. 824227, 20120110758157APR, Relator: JOÃO BATISTA
TEIXEIRA, Revisor: JESUINO RISSATO, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 02/10/2014, Publicado no DJE: 10/10/2014. Pág.: 325.
91
15
TJDFT, Acórdão n. 804767, 20130110469692APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 17/07/2014, Publicado no DJE: 25/07/2014. Pág.: 170.
16
TJDFT, Acórdão n. 534547, 20101210039299APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 08/09/2011, Publicado no DJE: 21/09/2011. Pág.: 268.
17
TJDFT, Acórdão n. 817883, 20130111433380APR, Relator: GEORGE LOPES,
Revisor: SANDRA DE SANTIS, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
04/09/2014, Publicado no DJE: 11/09/2014. Pág.: 171.
18
TJDFT, Acórdão n. 953811, 20140110041316APR, Relator: CESAR LOYOLA,
Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 07/07/2016, Publicado no DJE: 13/07/2016. Pág.: 99/126.
19
TJDFT, Acórdão n. 743508, 20110710100382APR, Relator: SOUZA E AVILA,
Revisor: CESAR LABOISSIERE LOYOLA, 2ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 12/12/2013, Publicado no DJE: 16/12/2013. Pág.: 155.
20
TJDFT, Acórdão n. 729691, 20110610152614APR, Relator: SANDRA DE
SANTIS, Revisor: ROMÃO C. OLIVEIRA, 1ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 24/10/2013, Publicado no DJE: 04/11/2013. Pág.: 192.
21
TJDFT, Acórdão n. 686459, 20110111132720APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 13/06/2013, Publicado no DJE: 26/06/2013. Pág.: 150.
22
TJDFT, Acórdão n. 532327, 20070810013032APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma
Criminal, Data de Julgamento: 25/08/2011, Publicado no DJE: 05/09/2011.
Pág.: 222.
23
TJDFT, Acórdão n. 955373, 20151210047814APR, Relator: ROMÃO C.
OLIVEIRA, Revisor: ESDRAS NEVES, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 14/07/2016, Publicado no DJE: 02/08/2016. Pág.: 191/197.
92
24
Ver argumentação no voto do relator em: TJDFT, Acórdão n. 942337,
20120111768469APR, Relator: MARIO MACHADO, Revisor: GEORGE
LOPES, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 12/05/2016, Publicado
no DJE: 20/05/2016. Pág.: 222/235.
25
TJDFT, Acórdão n. 817883, 20130111433380APR, Relator: GEORGE LOPES,
Revisor: SANDRA DE SANTIS, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
04/09/2014, Publicado no DJE: 11/09/2014. Pág.: 171.
26
TJDFT, Acórdão n. 926197, 20130110579506APR, Relator: NILSONI DE
FREITAS, Revisor: JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 10/03/2016, Publicado no DJE: 16/03/2016. Pág.: Sem página
cadastrada.
27
TJDFT, Acórdão n. 585670, 20100112272764APR, Relator: JOÃO BATISTA
TEIXEIRA 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 10/05/2012, Publicado no
DJE: 15/05/2012. Pág.: 181.
28
TJDFT, Acórdão n. 958165, 20140110329622APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 28/07/2016, Publicado no DJE: 08/08/2016. Pág.: 95/110.
29
TJDFT, Acórdão n. 817883, 20130111433380APR, Relator: GEORGE LOPES,
Revisor: SANDRA DE SANTIS, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
04/09/2014, Publicado no DJE: 11/09/2014. Pág.: 171.
30
TJDFT, Acórdão n. 926197, 20130110579506APR, Relator: NILSONI DE
FREITAS, Revisor: JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 10/03/2016, Publicado no DJE: 16/03/2016. Pág.: Sem página
cadastrada.
93
31
TJDFT, Acórdão n. 585670, 20100112272764APR, Relator: JOÃO BATISTA
TEIXEIRA 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 10/05/2012, Publicado no
DJE: 15/05/2012. Pág.: 181.
32
TJDFT, Acórdão n. 824227, 20120110758157APR, Relator: JOÃO BATISTA
TEIXEIRA, Revisor: JESUINO RISSATO, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 02/010/2014, Publicado no DJE: 10/10/2014. Pág.: 325.
33
TJDFT, Acórdão n. 568782, 20080710261862APR, Relator: MARIO
MACHADO, Revisor: GEORGE LOPES LEITE, 1ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 23/02/2012, Publicado no DJE: 05/03/2012. Pág.: 166.
34
TJDFT, Acórdão n. 806995, 20130110639655APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 24/07/2014, Publicado no DJE: 29/07/2014. Pág.: 341.
35
TJDFT, Acórdão n. 942337, 20120111768469APR, Relator: MARIO
MACHADO, Revisor: GEORGE LOPES, 1ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 12/05/2016, Publicado no DJE: 20/05/2016. Pág.: 222/235,
voto do relator. TJDFT, Acórdão n. 953811, 20140110041316APR, Relator:
CESAR LOYOLA, Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª TURMA
CRIMINAL, Data de Julgamento: 07/07/2016, Publicado no DJE: 13/07/2016.
Pág.: 99/126, voto do relator.
36
TJDFT, Acórdão n. 918643, 20130710389536APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 04/02/2016, Publicado no DJE: 15/02/2016. Pág.: Sem página
cadastrada, voto do relator.
37
TJDFT, Acórdão n. 918643, 20130710389536APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 04/02/2016, Publicado no DJE: 15/02/2016. Pág.: Sem página
cadastrada.
94
38
TJDFT, Acórdão n. 948627, 20120710202594APR, Relator: ESDRAS NEVES,
Revisor: GEORGE LOPES, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
16/06/2016, Publicado no DJE: 21/06/2016. Pág.: 93/103. TJDFT, Acórdão
n. 919895, 20110710269707APR, Relator: NILSONI DE FREITAS, Revisor:
JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
11/02/2016, Publicado no DJE: 18/02/2016. Pág.: Sem página cadastrada.
39
TJDFT, Acórdão n. 918643, 20130710389536APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 04/02/2016, Publicado no DJE: 15/02/2016. Pág.: Sem página
cadastrada.
40
TJDFT, Acórdão n. 842831, 20100111978824APR, Relator: GEORGE
LOPES, Revisor: ROMÃO C. OLIVEIRA, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 18/12/2014, Publicado no DJE: 04/02/2015. Pág.: 139.
41
TJDFT, Acórdão n. 941662, 20130810031756APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 12/05/2016, Publicado no DJE: 23/05/2016. Pág.: 159/179.
42
TJDFT, Acórdão n. 704598, 20130910028663RSE, Relator: JESUINO
RISSATO 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 15/08/2013, Publicado no
DJE: 23/08/2013. Pág.: 201.
43
TJDFT, Acórdão n. 948196, 20120110300448APR, Relator: HUMBERTO
ULHÔA, Revisor: NILSONI DE FREITAS, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 16/06/2016, Publicado no DJE: 21/06/2016. Pág.: 118/134.
44
TJDFT, Acórdão n. 824227, 20120110758157APR, Relator: JOÃO BATISTA
TEIXEIRA, Revisor: JESUINO RISSATO, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 02/10/2014, Publicado no DJE: 10/10/2014. Pág.: 325.
95
45
Ver argumentação no voto do relator em: TJDFT, Acórdão n. 942337,
20120111768469APR, Relator: MARIO MACHADO, Revisor: GEORGE
LOPES, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 12/05/2016, Publicado
no DJE: 20/05/2016. Pág.: 222/235.
46
TJDFT, Acórdão n. 809069, 20120110730710APR, Relator: MARIO
MACHADO, Revisor: SANDRA DE SANTIS, 1ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 31/07/2014, Publicado no DJE: 01/09/2014. Pág.: 272.
47
TJDFT, Acórdão n. 729691, 20110610152614APR, Relator: SANDRA DE
SANTIS, Revisor: ROMÃO C. OLIVEIRA, 1ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 24/10/2013, Publicado no DJE: 04/11/2013. Pág.: 192.
48
TJDFT, Acórdão n. 953403, 20150110140962APC, Relator: ANA
CANTARINO 3ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 06/07/2016,
Publicado no DJE: 14/07/2016. Pág.: 186/198.
49
Conferir: “[...] IV - Se o réu divulga artigo que se restringe a criticar a vítima,
sem qualquer dado concreto, referindo-se a esta como sendo pessoa que não
conseguiu revelar nada além de ser “negro e de origem humilde” e utilizando
expressões como “negro de alma branca” resta caracterizado o crime de injúria
preconceituosa”. TJDFT, Acórdão n. 689122, 20100111173883APR, Relator:
NILSONI DE FREITAS, Revisor: JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª Turma
Criminal, Data de Julgamento: 20/06/2013, Publicado no DJE: 03/07/2013.
Pág.: 233.
96
51
TJDFT, Acórdão n. 948196, 20120110300448APR, Relator: HUMBERTO
ULHÔA, Revisor: NILSONI DE FREITAS, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 16/06/2016, Publicado no DJE: 21/06/2016. Pág.: 118/134.
98
52
TJDFT, Acórdão n. 948627, 20120710202594APR, Relator: ESDRAS NEVES,
Revisor: GEORGE LOPES, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
16/06/2016, Publicado no DJE: 21/06/2016. Pág.: 93/103.
53
TJDFT, Acórdão n. 919895, 20110710269707APR, Relator: NILSONI DE
FREITAS, Revisor: JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª TURMA CRIMINAL,
Data de Julgamento: 11/02/2016, Publicado no DJE: 18/02/2016. Pág.: Sem
página cadastrada. Conferir trecho do voto da relatora: “Os depoimentos
da vítima e das testemunhas dão conta de que o réu teria se utilizado, por
algumas vezes, de expressões como “neguinho e negrinho”, além de dar
claros sinais de desrespeito à autoridade policial que o conduzia, o fazendo
por meio de deboches, ofendendo a dignidade da vítima. Os relatos também
informam que o réu, com as suas ações, intencionava diminuir a vítima,
demonstrando soberba, arrogância, típicas daquelas pessoas que se definem
superiores em razão pura e simplesmente da cor da pele. Vale dizer que as
ofensas preconceituosas não foram irrogadas após discussão. O que ficou
demonstrado nos autos é que o acusado não consegue se submeter às normas
de bom convívio social, de certo por se considerar superior às demais pessoas.
E por ter sido “constrangido” a ir à delegacia em um camburão, bem como
ter seu carro recolhido ao pátio do DETRAN, após evadir-se levianamente
do local do acidente por ele mesmo causado e de ter se recusado a fazer o
teste do etilômetro, irritou-se e proferiu ofensas raciais contra o policial que
comandava a guarnição”.
54
Exemplo: Denúncia do Processo TJDFT n. 2015.01.1.119312-8.
99
E ainda56:
Portanto, tenho que a apelante praticou o delito de
injúria racial, ao chamar as vítimas de “macacos”
e “chimpanzés”, com a intenção de ofender-lhes e
magoar-lhes, maculando a honra alheia na presença
de outras pessoas, ressaltando-se que as vítimas
são adolescentes de tenra idade, e tal conduta
preconceituosa por parte da ré implica em prejuízos
para suas personalidades ainda em formação.
55
TJDFT, Acórdão n. 953811, 20140110041316APR, Relator: CESAR LOYOLA,
Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 07/07/2016, Publicado no DJE: 13/07/2016. Pág.: 99/126, voto
do relator. Na mesma linha, no Acórdão n. 918032, reconheceu-se a tipicidade
da conduta de chamar a vítima de “preto safado”, “macaco sem-vergonha ”, e
“negro sem-vergonha ”: TJDFT, Acórdão n. 918032, 20150020331110HBC,
Relator: CESAR LOYOLA 2ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
04/02/2016, Publicado no DJE: 12/02/2016. Pág.: sem página cadastrada.
56
TJDFT, Acórdão n. 918643, 20130710389536APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 04/02/2016, Publicado no DJE: 15/02/2016. Pág.: Sem página
cadastrada, voto do relator.
100
57
Conferir: “1 Réu condenado por infringir o artigo 140, § 3º, do Código Penal,
depois de ofender mecânicos que consertavam seu automóvel, por não ter
sido consertado no momento exigido, chamando-os: ‘nego safado, preto
pobre, pretinho ralé, imundo e passa fome’. [...] 5 Afasta-se a condenação por
injuria racial em relação a alguém que não pertence à raça negra e, por isso,
não sofreu ofensa de cunho preconceituoso. As injúrias sofridas são punidas
mediante ação penal privada, extinguindo-se a punibilidade pelo decurso
do prazo decadencial. 6 Apelação parcialmente provida”. TJDFT, Acórdão n.
774961, 20110710006053APR, Relator: GEORGE LOPES LEITE, Revisor:
ROMÃO C. OLIVEIRA, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 20/03/2014,
Publicado no DJE: 02/04/2014. Pág.: 162.
58
TJDFT, Acórdão n. 534547, 20101210039299APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 08/09/2011, Publicado no DJE: 21/09/2011. Pág.: 268.
101
59
TJDFT, Acórdão n. 944177, 20150110075553APR, Relator: CESAR LOYOLA,
Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 25/05/2016, Publicado no DJE: 03/06/2016. Pág.: 155/170.
102
61
TJDFT, Acórdão n. 824227, 20120110758157APR, Relator: JOÃO BATISTA
TEIXEIRA, Revisor: JESUINO RISSATO, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 02/10/2014, Publicado no DJE: 10/10/2014. Pág.: 325.
104
62
Conferir a ementa: “Não há que se falar em desclassificação do crime previsto
no art. 140, § 3º, do CP, para a modalidade simples, quando demonstrado que
a injúria praticada teve a presença de elemento específico, consistente na raça
e cor da vítima ofendida” (TJDFT, Acórdão n. 955373, 20151210047814APR,
Relator: ROMÃO C. OLIVEIRA, Revisor: ESDRAS NEVES, 1ª TURMA
CRIMINAL, Data de Julgamento: 14/07/2016, Publicado no DJE: 02/08/2016.
Pág.: 191/197).
107
Precedente 2:
[...] 2. Mantém-se a absolvição da apelada do crime
de injúria racial, uma vez não comprovado o seu
ânimo de ofender e discriminar, em razão da cor,
o suposto ofendido, sobretudo porque os fatos se
deram no calor de desentendimento entre vizinhos,
com xingamentos recíprocos, no calor de discussão.
(TJDFT, Acórdão n. 763207, 20120510011404APR,
Relator: JOÃO BATISTA TEIXEIRA, Revisor:
JESUINO RISSATO, 3ª Turma Criminal, Data
de Julgamento: 20/02/2014, Publicado no DJE:
28/02/2014. Pág.: 317).
63
TJDFT, Acórdão n. 610999, 20090111808197APR, Relator: ROMÃO C.
OLIVEIRA, Revisor: MARIO MACHADO, 1ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 02/08/2012, Publicado no DJE: 27/08/2012. Pág.: 204.
114
64
TJDFT, Acórdão n. 853344, 20130110987282APR, Relator: NILSONI DE
FREITAS, Relator Designado:JOÃO BATISTA TEIXEIRA, Revisor: JOÃO
BATISTA TEIXEIRA, 3ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
26/02/2015, Publicado no DJE: 10/03/2015. Pág.: 200.
115
65
TJDFT, Acórdão n. 842545, 20130910205924APR, Relator: ROBERVAL
CASEMIRO BELINATI 2ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
18/12/2014, Publicado no DJE: 09/01/2015. Pág.: 216.
66
TJDFT, Acórdão n. 531401, 20100910063169APR, Relator: MARIO
MACHADO, Revisor: GEORGE LOPES LEITE, 1ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 25/08/2011, Publicado no DJE: 02/09/2011. Pág.: 178.
116
67
TJDFT, Acórdão n. 809069, 20120110730710APR, Relator: MARIO
MACHADO, Revisor: SANDRA DE SANTIS, 1ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 31/07/2014, Publicado no DJE: 01/09/2014. Pág.: 272.
68
TJDFT, Acórdão n. 806995, 20130110639655APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 24/07/2014, Publicado no DJE: 29/07/2014. Pág.: 341.
69
TJDFT, Acórdão n. 804767, 20130110469692APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 17/07/2014, Publicado no DJE: 25/07/2014. Pág.: 170.
118
71
TJDFT, Acórdão n. 585670, 20100112272764APR, Relator: JOÃO BATISTA
TEIXEIRA 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 10/05/2012, Publicado no
DJE: 15/05/2012. Pág.: 181.
120
72
TJDFT, Acórdão n. 821121, 20130110006795APR, Relator: ROBERVAL
CASEMIRO BELINATI, Revisor: SILVANIO BARBOSA DOS SANTOS, 2ª
TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 18/09/2014, Publicado no DJE:
24/09/2014. Pág.: 142.
73
Conferir ementa: “[...] 2. A absolvição mostra-se inviável quando todo o
conjunto probatório demonstra, inequivocadamente, a prática de dois crimes
de injúria racial praticados na presença de várias pessoas”. TJDFT, Acórdão
n. 686459, 20110111132720APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO DE OLIVEIRA,
Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª Turma Criminal, Data de Julgamento:
13/06/2013, Publicado no DJE: 26/06/2013. Pág.: 150.
121
74
TJDFT, Acórdão n. 532327, 20070810013032APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma
Criminal, Data de Julga0mento: 25/08/2011, Publicado no DJE: 05/09/2011.
Pág.: 222.
122
75
Para uma discussão do tema da assimilação do negro e a patronagem do
branco, ver Silveira (2007, p. 25-34).
76
Referindo esta tese defensiva em outros contextos, ver Santos (2010, p. 41).
77
Neste ponto discordamos de Bornia (2007, p. 153), quando afirma que “Nas
hipóteses em que pairam dúvidas quanto à intenção criminosa, a injúria não
se configura, já que pelo princípio in dubio pro reo, que norteia o Direito
Processual Penal, na dúvida, a absolvição se impõe. [...] Na verdade, as
ambiguidades postas pelo padrão das relações sociais raciais existentes, no
Brasil, dificultam a caracterização desta forma de injúria, uma vez que as
pessoas não assumem de forma ostensiva a discriminação”.
129
78
Sobre a construção da noção de “classes perigosas” aos negros o controle
penal diferenciado sobre este grupo populacional no Brasil, ver Duarte
(2003); Flauzina (2008). Com diversos exemplos de casos de racismo no Brasil
recente, ver Farias (2015).
130
79
Sobre os mandados de criminalização e os reflexos da eficácia horizontal dos
direitos fundamentais na tutela penal, ver Gonçalvez (2007) e Feldens (2005).
131
80
Segundo Balico (2009), a hiperproteção punitiva do crime de racismo
(especialmente a imprescritibilidade) geraria uma deriva (não prevista)
do sistema penal para a tipificação no crime de injúria racial. Em verdade,
toda injúria racial é, ao mesmo tempo, numa perspectiva sociológica, uma
conduta de discriminação coletiva, pois a afirmação de uma ofensa individual
pressupõe e reafirma o estereótipo de discriminação coletivo. Assim, chamar
alguém de “seu negro burro” é um ato de discriminação que pressupõe o
preconceito (“todo negro é burro, você é negro, logo você é um negro burro”).
Todavia, por mera estratégia legislativa, preferiu-se a tipificação, com a mesma
pena abstrata, em dois crimes distintos.
132
81
TJDFT, Acórdão n. 898049, 20120111937130APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: CESAR LOYOLA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 01/10/2015, Publicado no DJE: 09/10/2015. Pág.: 83.
134
83
A recomendação consta do Ofício n. 209/2015 – NED/MPDFT, o qual citou o
precedente: STJ, RMS 43.172/MT, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, 1ª T., j.
12/11/2013, DJe 22/11/2013.
138
87
No mesmo sentido: TJDFT, Acórdão n. 919895, 20110710269707APR,
Relator: NILSONI DE FREITAS, Revisor: JOÃO BATISTA TEIXEIRA, 3ª
TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 11/02/2016, Publicado no DJE:
18/02/2016. Pág.: Sem página cadastrada.
141
88
TJDFT, Acórdão n. 913208, 20130410041887APR, Relator: JESUINO
RISSATO, Revisor: SANDOVAL OLIVEIRA, 3ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 17/12/2015, Publicado no DJE: 21/01/2016. Pág.: Sem página
cadastrada.
142
90
TJDFT, Acórdão n. 958165, 20140110329622APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 28/07/2016, Publicado no DJE: 08/08/2016. Pág.: 95/110.
91
TJDFT, Acórdão n. 953811, 20140110041316APR, Relator: CESAR LOYOLA,
Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 07/07/2016, Publicado no DJE: 13/07/2016. Pág.: 99/126.
145
92
TJDFT, Acórdão n. 948627, 20120710202594APR, Relator: ESDRAS NEVES,
Revisor: GEORGE LOPES, 1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento:
16/06/2016, Publicado no DJE: 21/06/2016. Pág.: 93/103.
93
TJDFT, Acórdão n. 928625, 20110710215162APR, Relator: JESUINO
RISSATO, Revisor: SANDOVAL OLIVEIRA, 3ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 17/03/2016, Publicado no DJE: 04/04/2016. Pág.: 167/178.
94
TJDFT, Acórdão n. 809069, 20120110730710APR, Relator: MARIO
MACHADO, Revisor: SANDRA DE SANTIS, 1ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 31/07/2014, Publicado no DJE: 01/09/2014. Pág.: 272.
95
TJDFT, Acórdão n. 918643, 20130710389536APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 04/02/2016, Publicado no DJE: 15/02/2016. Pág.: Sem página
cadastrada.
146
96
TJDFT, Acórdão n. 703779, 20120210026077RSE, Relator: HUMBERTO
ADJUTO ULHÔA 3ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 15/08/2013,
Publicado no DJE: 21/08/2013. Pág.: 222.
97
TJDFT, Acórdão n. 626930, 20120020182167RVC, Relator: JOÃO BATISTA
TEIXEIRA, Revisor: JESUINO RISSATO, Câmara Criminal, Data de
Julgamento: 15/10/2012, Publicado no DJE: 17/10/2012. Pág.: 71.
147
98
Conferir: “APELAÇÃO CRIMINAL. PENAL. INJÚRIA RACIAL. PLEITO
ABSOLUTÓRIO. INVIABILIDADE. DEPOIMENTO DE TESTEMUNHAS
NÃO COMPROMISSADAS. POSSIBILIDADE. [...] 1. O Princípio da
Persuasão Racional ou Livre Convencimento confere ao Magistrado liberdade
para decidir a lide de acordo com sua convicção, devendo vincular-se à
lei e as provas colacionadas aos autos durante a instrução processual. 2. O
depoimento de testemunhas não compromissadas não é fundamento, por si
só, para desacreditar estes testemunhos, notadamente quando estes foram
uníssonos e coerentes com o que relatou a vítima em juízo [...]”. TJDFT,
Acórdão n. 532327, 20070810013032APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª Turma
Criminal, Data de Julgamento: 25/08/2011, Publicado no DJE: 05/09/2011.
Pág.: 222.
99
TJDFT, Acórdão n. 941662, 20130810031756APR, Relator: JOÃO TIMÓTEO
DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA CRIMINAL, Data de
Julgamento: 12/05/2016, Publicado no DJE: 23/05/2016. Pág.: 159/179.
148
100
Denúncia do Processo TJDFT n. 2013.01.1.077001-4.
150
102
TJDFT, Acórdão n. 774961, 20110710006053APR, Relator: GEORGE LOPES
LEITE, Revisor: ROMÃO C. OLIVEIRA, 1ª Turma Criminal, Data de
Julgamento: 20/03/2014, Publicado no DJE: 02/04/2014. Pág.: 162.
103
Conferir ementa: “Para o reconhecimento da inimputabilidade penal é
exigível a instauração do incidente de insanidade mental, nos termos do art.
149 do Código de Processo Penal, para que se possa atestar a incapacidade
psicológica da acusada à época do fato, exame que, por sua profundidade e
alcance, não pode ser substituído por concisos laudos psicológicos juntados
aos autos pela defesa. [...]”. TJDFT, Acórdão n. 944177, 20150110075553APR,
Relator: CESAR LOYOLA, Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª
TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 25/05/2016, Publicado no DJE:
03/06/2016. Pág.: 155/170.
152
105
Conferir: “HABEAS CORPUS - CRIME DE INJÚRIA RACIAL - PACIENTE
PORTADORA DE TRANSTORNOS PSÍQUICOS - SEGREGAÇÃO
CAUTELAR DESNECESSÁRIA - AUSÊNCIA DE PERICULOSIDADE -
ORDEM CONCEDIDA - UNÂNIME. O magistrado deve se pautar pelos
requisitos previstos no Código de Processo Penal, sob a ótica da necessidade
da segregação cautelar do indivíduo, avaliando se essa pode ou não se tornar
mais prejudicial que o tipo de regime que certamente lhe será imposto
em caso de eventual condenação. Nesse passo, deve ser verificado se estão
preenchidos os requisitos autorizadores da manutenção da segregação
cautelar do acusado, e, de outro lado, se estão presentes os requisitos
subjetivos para a concessão da liberdade provisória. No presente caso, a
paciente é primária, tem residência fixa e o apoio da família. A doença que lhe
acomete merece especial atenção, mas não justifica, por si só, sua segregação
cautelar, até mesmo porque necessita de cuidados médicos, não de cadeia,
porquanto não se revelam, nesta fase incipiente, traços de periculosidade
em sua personalidade”. (TJDFT, Acórdão n. 209846, 20050020007613HBC,
Relator: LECIR MANOEL DA LUZ 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento:
10/03/2005, Publicado no DJU SEÇÃO 3: 06/04/2005. Pág.: 15).
154
107
Inúmeros precedentes tem decidido nessa linha. Ver outras decisões: TJDFT,
Acórdão n. 953811, 20140110041316APR, Relator: CESAR LOYOLA,
Revisor: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI, 2ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 07/07/2016, Publicado no DJE: 13/07/2016. Pág.: 99/126.
TJDFT, Acórdão n. 948196, 20120110300448APR, Relator: HUMBERTO
ULHÔA, Revisor: NILSONI DE FREITAS, 3ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 16/06/2016, Publicado no DJE: 21/06/2016. Pág.: 118/134.
TJDFT, Acórdão n. 931627, 20120111770497APR, Relator: JOÃO BATISTA
TEIXEIRA, Revisor: JESUINO RISSATO, 3ª TURMA CRIMINAL, Data
de Julgamento: 31/03/2016, Publicado no DJE: 06/04/2016. Pág.: 131/150.
TJDFT, Acórdão n. 929390, 20130710313360APR, Relator: GEORGE LOPES
1ª TURMA CRIMINAL, Data de Julgamento: 17/03/2016, Publicado no DJE:
04/04/2016. Pág.: 107/136. TJDFT, Acórdão n. 833928, 20120111768469APR,
Relator: MARIO MACHADO, Revisor: GEORGE LOPES, 1ª TURMA
CRIMINAL, Data de Julgamento: 20/11/2014, Publicado no DJE: 25/11/2014.
Pág.: 123. TJDFT, Acórdão n. 958165, 20140110329622APR, Relator:
JOÃO TIMÓTEO DE OLIVEIRA, Revisor: SOUZA E AVILA, 2ª TURMA
CRIMINAL, Data de Julgamento: 28/07/2016, Publicado no DJE: 08/08/2016.
Pág.: 95/110.
158
Considerações finais
O presente artigo realizou uma análise da evolução da
jurisprudência do TJDFT no tema dos crimes raciais. Percebeu-se
um aumento acentuado no número de casos julgados pelo TJDFT,
o que corresponde ao aumento de denúncias oferecidas pelo órgão
especializado do MPDFT, o NED. Essa constatação reforça o
acerto do CNMP ao expedir a Recomendação n. 40/2016, sobre
a necessidade de criação pelos Ministérios Públicos de órgãos
especializados no enfrentamento dos crimes raciais.
Também se observou forte tendência para a não aceitação
ordinária de ofensas com conteúdos raciais, com taxa de 86,6% de
manutenção de condenações nas apelações criminais nos últimos 5
anos (2012 a 2016). Essa tendência pode ser explicada, de um lado,
pela atuação proativa do MPDFT na sustentação da persecução
criminal e, de outro lado, por reiteradas campanhas de comunicação
social que, nos anos mais recentes, têm colocado em evidência a
problemática do racismo e induzido a uma consciência pública de
inadmissibilidade dessas condutas.
Certamente a tutela criminal não deve ser a prima ratio na
promoção da igualdade racial. Não se pode esquecer que o mesmo
direito penal que é conclamado a proteger a população negra nos
crimes raciais é o mesmo sistema penal que a violenta em todos os
demais delitos. Todavia, uma sistemática tolerância pelo sistema
criminal a atos graves de discriminação e ofensas discriminatórias
acaba por normalizar tais condutas, indicando sua aceitação social.
163
Referências
mp.br/portal/index.php/conhecampdft-menu/nucleos-e-grupos/nu-
cleo-de-enfrentamento-discriminao-ned/557-denuncias>. Acesso
em: 7 set. 2016.
Do ponto de partida
Desejo iniciar as reflexões que esse texto pretende abordar
com um questionamento: Quem sou eu?
Essa pergunta banal, que ouvimos tantas vezes durante nossas
vidas, pode nos direcionar a uma infinidade de respostas: sou
mulher, sou brasileira, sou heterossexual, sou nordestina, sou mãe,
sou espírita, sou negra...
As respostas nos posicionam no mundo, definem nosso olhar
sobre a realidade, sobre quem somos, sobre nossas identidades,
sobre a forma como nos representamos e sobre o mundo que nos
cerca.
Diametralmente, aquilo que nós não respondemos (sou
homem, sou branco, por exemplo) também nos posiciona, pois,
ao dizer o que não somos afirmamos indiretamente o que somos.
De igual maneira, a forma como definimos o(s) outro(s) estabelece
relações de semelhança e∕ou de diferença, de pertença e∕ou de
estranhamento, de inclusão e∕ou de exclusão.
Partindo desses pontos inicialmente levantados, este texto
tem como objetivo lançar luz sobre algumas reflexões a respeito
de usos linguísticos e discursivos de termos empregados em casos
de injúria racial para, com base em sua análise, tecer algumas
ponderações sobre a representação social das identidades étnicas
Doutora em Linguística, mestra em Linguística, graduada em Letras.
1
Nesse diapasão, Silva (2000) nos leva a refletir sobre essa relação
(identidade ↔ identificação ↔ diferença), quando afirma que a
diferença é essencial para o estabelecimento de significados e o
significado é crucial à cultura.
Esse posicionamento vai ao encontro das ideias de Hall (2006,
p. 85, grifo nosso) para quem “[...] cada identidade é radicalmente
insuficiente em termos de seus outros”. Assim,
Todo movimento de identificação ocorre [...] a partir
da percepção de uma base comum sobre a qual
um conjunto de indivíduos (na verdade, sujeitos,
atores sociais) se reconhece como constituindo um
mesmo grupo e sobre a qual esse grupo se apoia para
legitimar-se. Essa base comum, ao mesmo tempo
em que permite a esses sujeitos reconhecerem-se
como pertencendo a um mesmo grupo, representa
também uma falta, ou seja, aquilo cuja ausência os
colocou além de uma fronteira sob a forma de outro
(FERREIRA, R., 2010, p. 21, grifo nosso).
Classificação Exemplos
Aproveitador
Folgado
Incompetente
Ladrão
Associação à delinquência e a defeitos morais Maconheiros
Pilantra
Safado
Sem-vergonha
Traficantes
Desgraça
Associação a eventos da natureza Maldita
Raça
Bastardo
Filho da puta
Gigolô
Homossexual
Associação à moral sexual questionável
Maria homem
Sapatão
Scort girl
Vagabunda
Cancerosa
Queimada
Atribuição doenças e de defeitos físicos e mentais
Idiota
Imbecil
Fedida
Fedorenta
Merda
Atribuição de hábitos de higiene deficientes Nojento
Podre
Porqueira
Suja
Analfabeto
Desclassificado
Atribuição de lugar desprivilegiado na hierarquia Favelada
social Maloqueira
Metida
Senzala
Despacho
Atribuição de atos religiosos Macumba
Macumbeira
respondida.
180
(2) Neguinha
(3) Neguinho
(4) Negro
(5) Negro
(6) Macaca
(7) Macaca
(8) Macaco
(9) Xingamentos
(10) Preto, favelado, filho da puta, safado.
(11) Que o Brasil não ia para frente por conta dos negros.
(12) Chamei de preto sem futuro e de filho de uma égua.
(13) Falei que todo trabalho é a cara do seu dono.
(14) Perguntei se ela conhecia um pente de pentear cabelo
black power e [disse] que ela não ficava vermelha
porque era negra.
Apresentadas as respostas a essa questão, passemos à análise,
considerando-as em grupos de acordo com sua natureza, quando
tomamos como ponto de partida o levantamento sistematizado de
Guimarães (2000).
(4) Negro
(5) Negro
Quando analisamos as ocorrências acima, verificamos algumas
correlações com a proposta de Guimarães (2000). A primeira delas
diz respeito ao uso de termos de nomeação genérica, como ocorre
de (1) a (5).
(1) Pretinha
(2) Neguinha
(3) Neguinho
Nas ocorrências (1), (2) e (3), os termos, definidos por
Guimarães (2000) como genéricos, apontam para um uso que é
muito comum no contexto brasileiro: a indicação da pertença ao
grupo etnicorracial negro como uma forma de ofensa. Ou ainda,
como bem indica Guimarães (2000), os termos são usados para
indicar ao outro qual é o seu lugar no tecido social, refletindo uma
atribuição de lugar hierárquico marginalizado.
Nesses três primeiros casos, o uso tem em comum ainda o
emprego de termos no diminutivo, um recurso linguístico que, em
alguns contextos, pode ser usado como forma de tornar o uso do
termo mais íntimo ou carinhoso, mas que, no contexto do insulto ou
da injúria, tem como função reforçar o caráter ofensivo do termo.
Assim, os termos (1) pretinho, (2) neguinha e (3) neguinho
aliam duas estratégias de insulto: a) de um lado, a indicação da
pertença ao grupo considerado pouco privilegiado pelo ofensor; e
b) de outro lado, a diminuição da importância desse grupo devido
ao uso negativo e∕ou depreciativo do diminutivo.
(4) Negro
(5) Negro
182
Referências
1
Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo. Mestre e
doutor em Direito Penal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
e professor de Direito Penal na Faculdade de Direito da mesma instituição
(graduação e pós-graduação).
2
Delegado de Polícia da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Mestre em Direito
Penal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor de Direito
Penal e de Direito Processual Penal na Faculdade de Direito de São Bernardo
do Campo.
202
nov. 2015.
204
2 Competência em geral
No Brasil, a determinação de competência está regulamentada
pelo Código de Processo Penal ainda conforme sua redação
original de 1941. Para garantir melhor adequação de tais regras às
especialidades da internet, será exigida uma abordagem analítica,
que permita o estudo pontual das dificuldades para a aplicação
da legislação vigente aos casos concretos. Notadamente, para
a identificação da competência da Justiça Federal ou da Justiça
Estadual e, em seguida, para a identificação do foro competente
em razão do local do crime.
205
ministro Luiz Fux. DJe 24 abr. 2013; BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação
Civil Ordinária nº 2.492-RJ. Relator: ministro Celso de Mello. DJe 26 ago. 2014;
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Civil Ordinária nº 2.201-DF. Relator:
ministro Ricardo Lewandowski. DJe 9 dez. 2013; e BRASIL. Supremo Tribunal
Federal. Ação Civil Ordinária nº 1.687-SP. Relator: ministro Dias Toffoli. DJe
17 set. 2012, entre outros.
215
Referências
Introdução
O texto aborda o tema das relações raciais e direito,
especialmente o conceito de racismo do ponto de vista jurídico-
-constitucional. Todavia, em vez de propor uma análise ampliada
de todos os conceitos centrais, alguns deles exaustivamente tratados
na doutrina, intenta-se abordar temas que surgem nos debates
públicos. Isso porque algumas ideias que precisamos conhecer
(e que pretendemos conhecer) sobre racismo refletem diretamente
1
É mestra em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas
e doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp). É professora adjunta da Faculdade de Direito – Universidade de
Brasília (UnB) e desenvolve atividades na área de Direito e Gestão Pública. É
pesquisadora do Centro de Estudos Avançados de Governo e Administração
Pública, professora do Programa de Pós-Graduação em Transporte da UnB –
PPGT/UnB e do Programa de Pós-Graduação em Direito da UnB – PPGD/
UnB.
2
É mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC,
doutor em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), professor de Processo
Penal e Criminologia na Universidade de Brasília (UnB), professor na Cátedra
Brasil sobre Relações Raciais (Capes) na Universidade Nacional da Colômbia
(2014), coordenador do Centro de Estudos em Desigualdade e Discriminação
da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (Cedd/UnB) e do Maré
– Núcleo de Estudos em Cultura Jurídica e Atlântico Negro, integrante do
Grupo de Investigación sobre Igualdad Racial, Diferencia Cultural, Conflictos
Ambientales y Racismos en las Américas Negras – Idcarán da Universidade
Nacional da Colômbia.
3
Mestrando em Direito pela Universidade de Brasília. Integrante do Centro de
Estudos em Desigualdade e Discriminação (Cedd/UnB) e do Maré – Núcleo de
Estudos em Cultura Jurídica e Atlântico Negro.
226
Veja-se, por exemplo: (SAMPAIO, 2003; SOUZA, 2011; VAN DIJK, 2006).
4
232
Referências
1 Introdução
A disparidade entre afrodescendentes e brancos no Brasil
em relação aos índices de escolaridade é grave. Em 2002, 24% da
população brasileira era analfabeta, dos quais 80% negros (LEAL,
2009). Estudos de longo prazo apontam diferença de dois anos
na média de escolaridade de brancos e negros “que persiste e não
reduz com o passar do tempo” (BRASIL, 2010a), mesmo com
a ampliação da educação pública. Levantamento de uma década
demonstra que apenas 1% de jovens negros frequentavam o ensino
superior em 1997, passando a 2,8% em 2007 (BRASIL, 2010a).
Conforme o Censo da Educação Superior de 2011, os pardos e
pretos correspondem a 19,8% dos estudantes, embora sejam mais
de 50% da população brasileira segundo o censo do IBGE de 2010.
Conquanto nos últimos dez anos o número de estudantes negros
e negras em idade adequada (entre 18 e 24 anos) tenha triplicado
nas universidades, esse índice ainda se encontra bem abaixo do
alcançado por brancos em 2014 (FERREIRA, 2015).
A reversão desse quadro, a um só tempo, requer e justifica
a adoção de políticas específicas. A fixação de cotas raciais nos
processos seletivos (vestibulares) das instituições de ensino superior
é apenas uma das possíveis no âmbito das ações afirmativas e a
1
Doutor em Filosofia do Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG). Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB).
2
Mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília (UnB).
266
3
Não se desconhece que o estabelecimento de normas gerais e abstratas —
como o são as regras do vestibular — agrega complexidade à realidade social
(CARVALHO NETTO; SCOTTI, 2012), mas, do ponto de vista de política
pública, as cotas são de mais fácil implantação pelas instituições públicas de
ensino superior do que outras políticas de enfrentamento macro do racismo
no país, que não devem ser descartadas e têm sido levadas a bom efeito, por
exemplo, pela extinta Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
(SEPPIR).
4
Embora Brown v. Board of Education seja o mais notório julgado de combate
ao racismo, pondo, em 1955, fim à política separate but equal no campo da
educação, os precedentes que ainda hoje regram as ações afirmativas com base
em critérios raciais são Bakke v. Regents of the University of California (438
U.S. 265), Gratz v. Bollinger (539 U.S. 244) e Grutter v. Bollinger (539 U.S. 306).
5
Artigo 37, VIII: “A Lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para
as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão”.
267
6
O alerta de Frankenberg (2004) de que Gilroy (1991) utiliza “raça”
sistematicamente entre aspas, a fim de lembrar seus leitores da irrealidade e
instabilidade do termo, foi acolhido ao longo deste trabalho.
7
Para uma visão dos programas de ações afirmativas, verificar o Mapa das Ações
Afirmativas no Brasil. Disponível em: <http://gemaa.iesp.uerj.br/dados/mapa-
das-acoes-afirmativas.html>. Acesso em: 8 jun. 2016.
268
11
O PL 1.332, de autoria do deputado Abdias Nascimento, tendo tramitado
de 1983 a 1986 e recebido pareceres favoráveis da Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ), Comissão de Trabalho e Legislação Social e Comissão
de Finanças, foi arquivado ao final do mandato. O mesmo projeto foi
reapresentado em 1997, quando Abdias Nascimento era senador, como
PLS 75/1997. Nessa casa, tramitou de 1997 a 1999, tendo recebido um
parecer contrário do então deputado Jefferson Peres, que concluiu por sua
inconstitucionalidade e injuridicidade. Uma subcomissão, no âmbito da
CCJ, foi criada para a correção dos vícios apontados, mas seus trabalhos não
chegaram, tal como o anterior PL na Câmara, a bom termo, ocorrendo o
arquivamento ao final da legislatura.
12
Por exemplo, o julgamento da união homoafetiva e seu reconhecimento
como instituto jurídico, na ADPF nº 132. O inteiro teor do acórdão
encontra-se em: <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.
jsp?docTP=AC&docID=628633>. Acesso em: 28 maio 2013.
13
Segura et al. (2013, p. 13) apresentam vários estudos que indicam que
minorias étnicas e raciais acabam perdendo em votações populares, sendo que
“é difícil encontrar mesmo uma única iniciativa popular, em qualquer Estado,
na qual os eleitores aprovaram políticas que explicitamente favoreceram
grupos raciais ou étnicos minoritários”.
272
14
Conforme Vieira Junior (2006, p. 67), “o termo ‘ações negativas’ adotado
[...] significa ações estatais oficiais que deliberadamente criavam restrições
e obstáculos ao acesso da população negra a direitos fundamentais, bens e
serviços durante o Império, mais precisamente entre os anos de 1822 a 1851
(VIDA, 2001, p. 451; TELLES, 2003, p. 250)”.
15
Essa foi uma das razões apresentadas para a aprovação da Lei nº 1.351, de
1951, chamada Lei Afonso Arinos.
275
satisfatória aos reclames das cotas raciais ao se tomar o Projeto de Lei nº 73, de
1999, apresentado à Câmara dos Deputados pela deputada Nice Lobão (PFL),
propondo regulamentar as políticas de cotas universitárias, com aspectos
raciais. O projeto apenas foi convertido em lei em 2012, Lei nº 12.711, após
um longo e tortuoso processo (PINHEL, 2012), e ainda assim com um recorte
muito mais socioeconômico que exclusivamente racial.
276
“minoria”, justamente por mais bem retratar tal aspecto quantitativo, dada a
hierarquização social a que os indivíduos estão submetidos.
278
18
HC 82424, relator ministro Moreira Alves, relator(a) para acórdão: ministro
Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, julgado em 17 de setembro de 2003, DJ 19-
03-2004 PP-00017 ementa vol-02144-03 PP-00524.
19
ADPF 132, relator ministro Ayres Britto, Tribunal Pleno, julgado em 5 de maio
de 2011, DJe-198, divulgado em 13 de outubro de 2011, publicado em 14 de
outubro de 2011, ementa vol-02607-01 PP-00001.
20
A obra “A Constituição e o Supremo” (BRASIL, 2011) é um trabalho exaustivo,
atualizado periodicamente no sítio eletrônico do STF, em que praticamente
todos os dispositivos constitucionais encontram interpretação nos julgados
daquela Corte.
279
21
A Lei Federal nº 9.882, de 1999, que dispõe sobre o processo e julgamento
da ADPF, prevê, em seu artigo 6º, §1º, que, “se entender necessário, poderá
o relator ouvir as partes nos processos que ensejaram a arguição, requisitar
informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita
parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência
pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria”.
22
A transcrição das notas taquigráficas dessa audiência pública
pode ser acessada em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.
asp?servico=processoAudienciaPublicaAcaoAfirmativa>. Acesso em: 25 abr.
2012.
23
Acórdão disponível em: <http://stf.jus.zbr/portal/processo/
verProcessoAndamento.asp?incidente=2691269>. Acesso em: 17 nov. 2015.
280
Embora a decisão tenha sido unânime, tanto o ministro Cezar Peluso quanto o
26
4.3 Negação
O uso da negação como mecanismo que possibilita o estabe-
lecimento da identidade do sujeito constitucional (ROSENFELD,
2003) pode ser vislumbrado com menor intensidade na decisão. De
fato, em momento algum o discurso do relator recorre a argumento
expresso de negação para compatibilizar o ato analisado com o
constitucionalismo ou com a própria identidade constitucional
pluralista. Entretanto, há uma evidente negação de uma concepção
liberal de sociedade, satisfeita com o cumprimento de critérios
formais de igualdade, a favor de uma concepção social, pluralista,
democrática. É o que se lê da seguinte passagem:
A toda evidência, não se ateve ele [o constituinte
de 1988], simplesmente a proclamar o princípio da
isonomia no plano formal, mas buscou emprestar
a máxima concreção a esse importante postulado,
de maneira a assegurar a igualdade material ou
substancial a todos os brasileiros e estrangeiros que
vivem no País, levando em consideração — é claro
— a diferença que os distingue por razões naturais,
culturais, sociais, econômicas ou até mesmo
acidentais, além de atentar, de modo especial, para a
desequiparação ocorrente no mundo dos fatos entre
os distintos grupos sociais (BRASIL, 2012, p. 4).
4.4 Metáfora
A metáfora, como mecanismo apto a estabelecer similaridades
e equivalências (ROSENFELD, 2003), é mais claramente utilizada
no voto do relator. Mesmo os argumentos apresentados pelo
DEM, ao identificar as cotas para ingresso no vestibular como
uma forma de violação dos preceitos constitucionais que vedam
a discriminação e o preconceito (artigos 3º, IV; 4º, VIII; e 5º,
XLII), estão baseados na metáfora. A diferença é que aqui esta é
utilizada para justificar o status quo e não para criticar a ordem
social vigente. Tal possibilidade discursiva é comum, como aponta
Rosenfeld (2003, p. 65):
De um ponto de vista normativo, a doutrina
constitucional apoiada pela metáfora da indiferença
à cor tem a virtude de vedar o uso das diferenças
raciais como um meio de juridicamente se colocar
em desvantagem as minorias raciais oprimidas. Do
mesmo modo, no entanto, essa doutrina jurídica
pode também inibir a marcha em direção à justiça
racial. Por exemplo, se estritamente aplicada, a
doutrina jurídica fundada no princípio da indiferença/
cegueira à cor proibiria qualquer medida consciente-
mente racial destinada a integrar as escolas públicas
racialmente segregadas (ROSENFELD, 2003, p. 65).
4.5 Metonímia
Diferentemente da metáfora, que busca aproximação e
destaque nas similaridades, a metonímia “[...] promove relações de
Claro que não há nenhuma novidade aí, considerando que esse pensamento
27
genético passa a ser criticado, lá pelos anos 1950, quando a Unesco reúne
cientistas de diversas áreas para revisar o campo de estudos sobre raça. Esses
cientistas chegam às conclusões de que “raça” é um conceito limitado para
classificar os seres humanos, podendo ser substituído, com vantagens, pela
noção de “população”, e de que a diversidade genética no interior dos mesmos
não difere significativamente, em termos estatísticos, daquela encontrada entre
grupos distintos (HIERNAUX, 1965 apud GUIMARÃES, 2009, p. 23-24).
293
Referências
Para ficarmos apenas nas relações raciais, tramita na Câmara dos Deputados
32
Introdução
Este artigo parte das reflexões realizadas no curso
“Enfrentamento às Discriminações”2 e aborda alguns aspectos
históricos do racismo no Brasil, em sua relação com as políticas
públicas. Os números da desigualdade racial que acometem os
indicadores de emprego e educação considerando os recortes de
raça/cor, classe e gênero, em específico no campo educacional, são
acionados e lançam luz sobre uma breve análise sobre a realidade
do Distrito Federal (DF), que será feita na segunda parte do texto.
O foco no DF, em especial sobre a implementação do artigo 26-A
da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB), alterado
pelas Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008, que obriga o ensino de
História da África, cultura afro-brasileira e indígena nos sistemas de
1
Professora adjunta da Faculdade de Educação/Universidade de Brasília
(UnB). Pós-doutoramento no Centro de Investigação em Ciências Sociais
(CICS)/Universidade do Minho (UMinho) (Braga/Portugal, 2016/2017).
Doutora em Educação (UnB-2010). Mestra em História Social (PUC/SP-
1997). Historiadora (UFU-2002). Especialista em Filosofia (UFU-2004).
Conselheira do Conselho Nacional para a Promoção de Políticas de Igualdade
Racial (Cnpir) (2015 a 2016). Diretora Acadêmica da Associação Brasileira
de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) (desde 2014). Coordenadora do
Grupo de Estudos e Pesquisa em Políticas Públicas, História, Educação das
Relações Raciais e Gênero – Geppherg (FE/UnB) (desde 2010). Coordenadora
do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros – NEAB (Ceam/UnB) (desde 2014).
E-mail: renisiagarcia@gmail.com.
2
Curso “Enfrentamento às Discriminações” organizado pelo Núcleo de
Enfrentamento à Discriminação (NED) do Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios, em outubro de 2014.
304
3
Sobre o Proic na UnB acessar: <http://www.unb.br/administracao/decanatos/
dpp/dific/cronogramas.html>.
305
uploads/2011/03/lei-n%C2%BA-2.968-de-7-de-maio-de-2002.pdf>. Acesso
em: 20 jul. 2016.
306
redacao/2015/12/04/negros-representam-54-da-populacao-do-pais-mas-sao-
so-17-dos-mais-ricos.htm>. Acesso em: 30 jun. 2016.
316
8
As Coordenações Regionais de Ensino do DF são, ao todo, 14 e agregam as
escolas das 31 cidades/ regiões administrativas do DF, além de Brasília.
323
9
Orientações pedagógicas para auxiliar os professores regentes que atuam
40 (quarenta) horas semanais, no turno diurno, com jornada ampliada na
Educação Infantil, no Ensino Fundamental – Anos Iniciais e na Educação
Especial, inclusive o professor intérprete educacional, a coordenação
pedagógica dar-se-á no turno contrário ao de regência, totalizando 15 (quinze)
horas semanais, devendo atender, no mínimo, a disposição abaixo: a) as
quartas-feiras destinadas à coordenação coletiva na unidade escolar; b) as
terças-feiras e quintas-feiras destinadas à coordenação pedagógica individual
na unidade escolar e formação continuada; c) as segundas-feiras e sextas-feiras
destinadas à coordenação pedagógica individual, podendo ser realizada fora
do ambiente da unidade escolar. Disponível em: <file:///D:/Users/claudiapaz/
Documents/GPPGER/Orienta%C3%A7%C3%B5esGPPGeR/portaria-
n%C2%BA-27-de-2011-remanejamento.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2015.
10
Acesse o link para baixar as Orientações Pedagógicas: História e Cultura
Afro-Brasileira e Indígena – Artigo 26 A da LDB: <https://dl.dropbox.
com/u/96395287/pdf/artigo26ldb.pdf>.
11
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como Dia
Nacional da Consciência Negra (Incluído pela Lei nº 10.639, de 09.01.2003).
324
Conclusão
Uma leitura cuidadosa do que acabamos de registrar revela
que o artigo 26-A está sendo implementado ainda de uma forma
muito espontaneísta e de improviso. Muito embora, talvez pelo
instrumento de coleta, os dados de 2013 tenham revelado uma
realidade bem mais favorável.
Fica o registro que as Diretrizes Curriculares Nacionais para
a educação das relações étnico-raciais, História da África e Cultura
Afro-brasileira não estão sendo bem estudadas pelos profissionais da
327
visualizacaomateria?id=125666>.
329
uma necessidade. Isso não deve se dar de fora para dentro. Exige
compromisso de todos os profissionais envolvidos.
O histórico das pesquisas mostra que o Estado e as instituições
escolares tiveram que acolher a representação da população negra
na sua prática escolar porque houve a organização e presença de
ativistas nos espaços de negociações. Os movimentos sociais, em
especial o movimento negro, não se deixaram abater.
Entretanto, agora, demanda-se ainda valorizar a contribuição
do movimento negro, das comunidades tradicionais, da religiosidade.
Há de se considerar que essa teia complexa aponta para pensar e
propor outras formas de escrever a nossa História. Um mundo mais
justo e inclusivo.
Essa tem sido uma preocupação constante de entidades
negras que atuam como instâncias governamentais que monitoram,
avaliam, propõem e exigem punição a quem de direito aos espaços
educacionais que não estão implementando o artigo 26-A.
Referências
C3%A3o_para_as_rela%C3%A7%C3%B5es_Etnicorraciais_Volu-
me_%C3%BAnico_2a_Edi%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 20
jul. 2016.
Introdução
Esta parte do livro é baseada na narrativa e indicação do
resultado dos 150 casos constantes da pesquisa documental
realizada pelo NED/MPDFT relativa aos processos que tiveram
oferecimento de denúncia pelo NED no período de 2005 a 2015
(ver o artigo “Perfil dos casos de racismo no Distrito Federal: uma
pesquisa documental” desta obra.
1
Pós-doutor em Criminologia pela Universidade Monash, em Melbourne,
Austrália (2016-2017), doutor em Ciências Jurídico-Criminais pela
Universidade de Lisboa, Portugal (2015), mestre em Direito Público pela
Universidade de Brasília, Distrito Federal, Brasil (2006), especialista pela
École Nationale de la Magistrature, Paris, França (2013), professor de Direito
Processual Penal e Temas de Direitos Humanos no programa de pós-graduação
da FESMPDFT, ESMPU e Enfam, Brasília, Distrito Federal, Brasil, promotor de
Justiça e coordenador do Núcleo de Direitos Humanos do MPDFT em Brasília,
Distrito Federal, Brasil. E-mail: thiago.pierobom@hotmail.com.
2
Mestra em Direito Público pela Universidade Nova de Lisboa (UNL), em
Portugal, pós-graduada em Direito Processual Civil e Direito Constitucional
pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), especialista em Direito
Público pela Faculdade Projeção, especialista em Direito Administrativo
pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, bacharel em Direito pelo
Centro Universitário de Brasília (UniCeub), professora universitária, autora
de material preparatório para concursos públicos e de artigos científicos
em revistas e periódicos especializados em Direito, assessora jurídica
constitucional do procurador-geral da República, ex-chefe do Setor de Apoio
às Atividades do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), servidora do Supremo
Tribunal Federal. E-mail: kassiazinato@yahoo.com.br.
338
Número Caso: 1
Nº do Processo TJDFT: 2007.01.1.017265-7
Circunscrição: Brasília
Vara: 2ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89)
______________________________________________________
Data dos fatos: 1º/1/05
Data da denúncia: 27/10/09
______________________________________________________
Narrativa:
Durante o ano de 2005, no site de relacionamentos denominado
Orkut, o acusado, de forma livre e consciente, praticou preconceito de
raça, cor, etnia e procedência nacional. Na oportunidade, o acusado,
fazendo uso do mesmo espaço, também veiculou, de forma livre e
consciente, fotografias com símbolos da cruz suástica ou gamada,
para fins de divulgação do nazismo. No ano de 2005, o acusado
mantinha dois perfis no site Orkut, ambos relacionados ao usuário
“X” em que constavam as seguintes informações no campo “quem
sou eu” ou “about me”: “Eu odeio o Brasil e os brasileiros. Também
odeio os pretos, judeus, gays, lésbicas, deficientes, maconheiros,
drogados, americanos, vagabundos, vagabundas, pobres, idiotas,
patrões, arbustos, cachorros, caminhões de lixo, lixeiros, políticos,
gordas, caídas, velhas, catarrentas, padres, pastores, rabinos,
fanáticos, alienados, burros e tudo o que eu posso ver se mexendo”
(primeiro perfil) e, ainda, “Odeio pretos, nordestinos, americanos,
coreanos, árabes, judeus, gays e lésbicas, filhos da puta e covardes”.
340
________________________________
________________________________
Número Caso: 2
Nº do Processo TJDFT: 2010.01.1.225983-7
Circunscrição: Brasília
Vara: 3ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89)
______________________________________________________
Data dos fatos: 18/4/07
Data da denúncia: 15/7/11
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 18 de abril de 2007, entre o horário de 9h43min e 13h56min,
no site do Correioweb, na área do fórum de discussões, o acusado,
voluntária e conscientemente, praticou discriminação e preconceito
de raça, cor, religião e procedência nacional, ao proferir várias
declarações preconceituosas relacionadas a judeus, negros e
nordestinos. No dia, hora e local acima indicados, o acusado,
usando o login “Jus_leo”, em resposta a um comentário feito
pelo usuário “MOSSAD”, no tópico DEFENSORIA PÚBLICA
DF – NOMEAÇÕES JÁ, disse: “Apesar de ser anti-semita,
endosso a opinião do MOSSAD”. Logo após, o usuário “Almeida
Júnior” questionou o motivo de o acusado ser antissemita, tendo
342
________________________________
________________________________
Número Caso: 3
Nº do Processo TJDFT: 2008.01.1.083464-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
343
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal −CP)
______________________________________________________
Data dos fatos: 27/4/08
Data da denúncia: 1º/7/08
______________________________________________________
Narrativa:
Trata-se de queixa-crime ajuizada em desfavor de A e B, imputando-
-lhes a prática dos crimes previstos nos artigos 140, caput e 140, §
3º, do Código Penal (em concurso material), c/c o artigo 61, inciso
II, alínea “a” e artigo 141, inciso III, ambos do CPB. Relata o
querelante que, no dia 27 de abril de 2008, por volta das 23h, na Vila
Planalto, em Brasília – DF, os querelados o chamaram de “preto”,
“safado”, “vagabundo” e “sem instrução”. Esses impropérios foram
presenciados por diversas pessoas que estavam no local e a razão
para esse desentendimento teria sido a disputa por uma vaga na
garagem do edifício residencial em que moram.
Observações: queixa-crime acompanhada pelo MPDFT como
fiscal da lei.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
Sentença: condenação parcial.
Data: 24/6/11
Pena: conversão da pena definitiva em 2 penas restritivas de direito.
Houve Recurso: sim.
Recorrente: assistente Acusação.
Resultado do Recurso: o julgamento da apelação negou provimento
ao recurso do réu e deu parcial provimento ao do acusado. Decisão
unânime.
Observações processuais: apelaram o acusado e o primeiro réu.
Data do trânsito em julgado: 29/5/15
Status do processo: arquivado.
344
Número Caso: 4
Nº do Processo TJDFT: 2010.01.1.227252-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 7ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 27/4/10
Data da denúncia: 13/1/11
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 27 de abril de 2010, por volta das 22 horas, na Asa Sul,
Brasília – DF, a acusada, voluntária e conscientemente, com intenção
de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, chamando-o
de “nego vagabundo”, “nego safado”, “raça ruim”, conforme
descrito em ocorrência policial juntada ao processo. Consta que
a vítima trabalha como enfermeiro em uma clínica, local onde a
Sra. “X”, irmã da acusada, realiza tratamento de hemodiálise. Essa
clínica oferece aos pacientes um serviço de transporte, levando-os
para casa após a finalização do tratamento. Todavia, em razão de
permanecer muito tempo esperando para voltar para casa, a Sra.
“X” havia pedido ajuda a um enfermeiro, que então se ofereceu
para lhe dar carona, às 5h50min, horário em que iniciava seus
trabalhos na clínica. Contrariada com o horário que a irmã passou
a ser atendida, por entender muito cedo, a acusada telefonou para
a vítima para fazer uma reclamação, afirmando que ele fazia muito
barulho quando ia até sua residência buscar sua irmã e que a clínica
estava muito desorganizada, ao passo que foi informada pela vítima
que a carona tratava-se apenas de uma gentileza. Iniciada uma
discussão entre as partes, a acusada chamou a vítima de “negro
vagabundo”; “negro safado”; “raça ruim”; “só podia ser preto,
que essa raça não presta”. Os fatos noticiados foram confirmados
345
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Número Caso: 5
Nº do Processo TJDFT: 2011.09.1.000605-7
Circunscrição: Samambaia
Vara: 2ª Vara Criminal de Samambaia
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 29/7/10
Data da denúncia: 28/3/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 29 de julho de 2010, por volta das 20h, no Recanto das
Emas – DF, a acusada, com vontade livre e consciente e com nítida
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos referentes à raça, à cor e à religião.
Apurou-se que a acusada procurou a vítima em sua residência, a
fim de deliberar sobre uma possível agressão sofrida pelo filho da
acusada e praticada pelo filho da vítima. Ao questionar o filho da
346
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________________________________
Número Caso: 6
N° do Processo TJDFT: 2011.01.1.003058-4
Circunscrição: Brasília
Vara: 7ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 30/7/10
Data da denúncia: 8/6/11
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 30 de julho de 2010, entre 13h e 14h , no estacionamento de
um supermercado localizado em Brasília – DF, o acusado, agindo
347
Número Caso: 7
Nº do Processo TJDFT: 2014.07.1.029160-2
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 1º/10/10
Data da denúncia: 8/9/14
______________________________________________________
Narrativa:
Em dia não determinado, no segundo semestre de 2010, no interior
da copa da agência do Banco do Brasil situada em Águas Claras –
DF, o acusado, com vontade livre e consciente, e com nítida intenção
de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se
de elementos referentes a sua raça e cor. Consta que o acusado,
que é gerente na agência bancária em que a vítima era vigilante,
demonstrava publicamente seu preconceito por negros, nordestinos
e pela classe dos vigilantes. Apurou-se que, no dia dos fatos, o
acusado adentrou a copa onde a vítima estava almoçando e, após
verificar que a refeição da vítima continha abóbora, indagou-lhe se
ela seria nordestina, tendo a vítima respondido que era apenas filha
de nordestinos. Na ocasião, o acusado, com a finalidade de atingir
a honra subjetiva da vítima, afirmou: “Nordestino é que geralmente
come esse tipo de comida... Todos os nordestinos são famintos...
Abóbora é lavagem!”. Agindo assim, o acusado incorreu nas penas
do art. 140, § 3º, do Código Penal.
Observações: Foi proposta SCP em 6/5/2016, mas o réu a recusou.
______________________________________________________
Proposta de SCP: oferecida pelo MP e recusada pelo réu.
Observações processuais: processo em fase preliminar de
instrução.
349
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________________________________
Número Caso: 8
Nº do Processo TJDFT: 2010.07.1.015553-8
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 22/10/10
Data da denúncia: 20/7/11
______________________________________________________
Narrativa:
1º Fato: No dia 22 de maio de 2010, por volta das 17h30min em uma
clínica localizada em Taguatinga Sul – DF, o acusado, voluntária
e conscientemente, com a intenção de injuriar, utilizando-se de
elementos referentes à raça e à cor, ofendeu a dignidade e o decoro
da vítima. No dia e local acima indicados, a vítima, que exerce a
função de técnica de enfermagem em uma clínica, solicitou ajuda ao
acusado para transferir a esposa dele da maca para a cama, visto que
esta havia acabado de se submeter a uma cesariana. Inconformado
com o pedido, o acusado disse que estava pagando, e que a vítima
deveria chamar outra pessoa para ajudá-la. Ao sair do quarto para
buscar ajuda, foi seguida pelo acusado, que passou a proferir
xingamentos relacionados à raça e à cor da vítima, chamando-a
de “negrinha burra fedidinha”, “favelada”, “negrinha fedidinha” e
“negrinha da senzala”, além de cuspir no rosto da vítima.
2º Fato: Nas mesmas circunstâncias de tempo e espaço acima
350
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Número Caso: 9
Nº do Processo TJDFT: 2013.07.1.010556-9
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 3ª Vara Criminal de Taguatinga
351
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 10/12/10
Data da denúncia: 9/10/13
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Narrativa:
No mês de dezembro de 2010, em dia não sabido, por volta das
23h, no interior de um estabelecimento em Águas Claras – DF,
o acusado, com vontade livre e consciente e com nítida intenção
de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se
de elementos referentes à sua raça e à sua cor. Apurou-se que a
vítima, após não ter comparecido para trabalhar em certo dia de
dezembro de 2010 devido a desentendimentos com o proprietário
do estabelecimento, compareceu no referido local para receber o
valor correspondente aos seus direitos trabalhistas. Ao ser recebido
pelo acusado, visando discutir o valor justo a ser pago, a vítima
ouviu dele as seguintes palavras e ofensas: “você somente tem
esse valor para receber, nada mais, se quiser procure os direitos na
justiça”, dizendo ainda “vou te pagar só isso se você quiser, você
é um preto safado e rato”. Agindo assim, o acusado incorreu nas
penas descritas no art. 140, § 3º, do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
Sentença: absolvição.
Data: 8/4/16
Observações processuais: não houve recurso da sentença.
Aguardando trânsito em julgado para baixa definitiva.
Status do processo: em tramitação.
352
Número Caso: 10
Nº do Processo TJDFT: 2010.01.1.235572-9
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 20/12/10
Data da denúncia: 28/1/11
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Narrativa:
No dia 20 de dezembro de 2010, por volta das 16h50, no
estacionamento de um shopping situado na Asa Norte, em Brasília
– DF, o acusado, voluntária e conscientemente, com intenção de
injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima ao dizer que
a criança que acompanhava a vítima não poderia ser filho de um
“macaco preto”. No dia e local acima indicados, por volta de
14h50, a vítima teria riscado o carro da esposa do acusado por
esta ter estacionado o veículo em uma vaga que ele aguardava.
Posteriormente, ao sair do referido Shopping, acompanhado de seu
filho e de sua esposa, a vítima foi abordada pelo acusado, que o
questionou sobre o fato de ter riscado o carro acima referenciado.
Tal fato originou uma discussão que culminou na agressão física da
vítima pelo acusado e outros envolvidos. Ao cessar as agressões,
uma testemunha, posteriormente identificada, questionou os
agressores sobre a prática das lesões corporais diante de uma
criança, momento em que o acusado respondeu: “Esse menino
branquinho aí nunca vai ser filho desse macaco preto”. Os fatos
noticiados foram confirmados pelas testemunhas. Assim agindo, o
acusado incorreu nos termos do artigo 140, § 3º, do Diploma Penal
Brasileiro.
353
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________________________________
Número Caso: 11
Nº do Processo TJDFT: 2011.07.1.021516-2
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 1ª Vara Criminal de Taguatinga
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
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Data dos fatos: 22/1/11
Data da denúncia: 25/7/12
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Narrativa:
No dia 22 de janeiro de 2011, por volta de 18h, em um supermercado
localizado em Águas Claras – DF, o acusado, voluntária e
conscientemente, com a intenção de injuriar, utilizando-se de
elementos referentes à raça e à cor da vítima, ofendeu a dignidade e
o decoro da vítima ao proferir os seguintes xingamentos: “ladrão”,
“preto safado” e “gerente de merda”. No dia e local acima indicados,
por volta das 18 horas, o acusado se dirigiu ao mercado Base
Atacadista para comprar fraldas. Ocorre que o valor do produto no
supermercado estava diferente do que constava no encarte recebido
pelo acusado em sua casa. A vítima, que à época trabalhava como
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Número Caso: 12
Nº do Processo TJDFT: 2011.01.1.121296-9
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
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Data dos fatos: 10/3/11
Data da denúncia: 22/7/11
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Narrativa:
1º Fato: No dia 10 de março de 2011, por volta das 8h20min, em
Brasília – DF, a acusada, voluntária e conscientemente, com a
intenção de injuriar, utilizando-se de elementos referentes à raça
e à cor, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima. Consta que o
ex-companheiro da acusada e o pai dela são moradores do edifício
onde a vítima exerce a função de porteiro. No dia e local acima
indicados, a vítima viu o carro do pai da vítima estacionado
próximo ao bloco onde trabalha e cumprimentou a pessoa que
ocupava o carro, acreditando se tratar do proprietário do veículo.
Após pegar o jornal pertencente àquele morador, saiu da guarita,
no intuito de entregá-lo ao dono. Nesse momento, deparou-se com
a acusada, ex-companheira de Pedro, que sem nenhum motivo
aparente passou a proferir xingamentos relacionados à raça e à
cor da vítima, chamando-o de “preto”; “negro safado”; “negro
cachorro”; “porteiro safado”; “cretino”; “filho da puta”; “só tem
capacidade para limpar o chão”.
2º Fato: Posteriormente, por volta das 16h45min do mesmo dia,
a acusada retornou ao local de trabalho da vítima e, com vontade
livre e consciente, ameaçou causar-lhe mal injusto e grave, ao dizer:
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Número Caso: 13
Nº do Processo TJDFT: 2011.01.1.113272-0
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 21/3/11
Data da denúncia: 19/7/11
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 21 de março de 2011, por volta das 15h, em uma empresa
localizada no Lago Sul, Brasília – DF, o acusado, voluntária
e conscientemente, com intenção de injuriar, utilizando-se de
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Número Caso: 14
Nº do Processo TJDFT: 2011.01.1.219931-7
Circunscrição: Brasília
Vara: 4ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 1º/6/11
Data da denúncia: 19/11/12
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 1º de junho de 2012, por volta das 7h40, em uma creche
localizada na Asa Sul, em Brasília – DF, a acusada, com vontade
livre e consciente, com intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o
decoro da vítima. A vítima deixou seu filho aos cuidados da referida
creche em data e hora mencionadas. A acusada, então, com vontade
de injuriar e valendo-se de elementos referentes à raça e à cor da
vítima, proferiu as seguintes expressões: “Essa preta nojenta gosta
de chegar atrasada”, “Essa neguinha só pode estar se prostituindo,
nem daqui ela é e paga faculdade”. Ao agir desse modo, a acusada
incorreu nas penas do art. 140, § 3º, do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: sim.
Data: 26/2/13
Sentença: extinção da punibilidade.
Data: 30/3/15
Cumprimento da SCP sem revogação.
Houve Recurso: não.
Data do trânsito em julgado: 14/5/15
Status do processo: arquivado.
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Número Caso: 15
Nº do Processo TJDFT: 2011.01.1.153912-6
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 27/6/11
Data da denúncia: 26/4/13
______________________________________________________
Narrativa:
Aos 27 dias do mês de junho de 2011, por volta das 17h, no interior
de um estabelecimento empresarial localizado no SIA – DF, o
acusado, com vontade livre e consciente, ofendeu a dignidade e
o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça
e à sua cor. Apurou-se que o acusado, após sofrer um acidente
automotivo, deixou seu veículo para reparos de lanternagem no
estabelecimento em que a vítima trabalhava como polidor. Ao
chegar ao estabelecimento para retirar o veículo, percebeu que este
estava coberto por uma camada de poeira e havia dois funcionários
– entre os quais o ofendido – esfregando a sujeira, situação que o
deixou contrariado. Ato contínuo, o acusado interferiu, ordenando
que parassem de esfregar a lataria do carro. A vítima tentou explicar-
-lhe detalhes do serviço, que, inclusive, estava para ser concluído,
oportunidade em que o acusado, voluntária e conscientemente, com
a nítida intenção de injuriar, disse: “neguinho, vai tomar no cú... vai
se fuder, seu macaco”. Agindo assim, o acusado incorreu nas penas
descritas no art. 140, § 3º, do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: sim.
Data: 6/8/14
Sentença: extinção da punibilidade.
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Data: 8/8/16
Cumprimento da SCP sem revogação.
Houve Recurso: não.
Status do processo: arquivado.
________________________________
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Número Caso: 16
Nº do Processo TJDFT: 2012.01.1.015055-9
Circunscrição: Brasília
Vara: 3ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 29/7/11
Data da denúncia: 22/3/12
______________________________________________________
Narrativa:
Aos vinte e nove dias do mês de julho de 2011, por volta das
7h50min, no Sudoeste, Brasília – DF, o acusado, voluntária e
conscientemente, com a intenção de injuriar, utilizando-se de
elementos referentes à raça e à cor, ofendeu a dignidade e o decoro
da vítima. Consta que a vítima tentava sair de sua quadra residencial
em veículo próprio, quando o acusado, propositadamente, deu
ré em seu veículo em direção ao da vítima, chegando a encostar.
Ato contínuo, a vítima abriu a porta de seu carro para falar com o
acusado, oportunidade em que este ofendeu-lhe a honra subjetiva,
valendo-se das seguintes palavras: “Sua puta, piranha, vagabunda!
Sua preta imunda!”. Os fatos foram presenciados pela avó e por
um amigo da vítima, que estavam em seu veículo no momento dos
361
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________________________________
Número Caso: 17
Nº do Processo TJDFT: 2010.01.1.117388-3
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 5/9/09
Data da denúncia: 14/7/12
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Narrativa:
No dia 5 de setembro de 2009, às 9h38min, o denunciado, agindo
de forma livre e consciente, praticou e incitou o preconceito de
raça e cor, publicando, em site de sua responsabilidade, o seguinte
comentário: “fulano” “é o negro de alma branca”. Alguns meses
362
Número Caso: 19
Nº do Processo TJDFT: 2012.07.1.009049-4
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 18/10/11
Data da denúncia: 9/6/15
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 18 de outubro de 2011, no interior de uma empresa em Águas
Claras – DF, o acusado, de forma livre e consciente, ofendeu a
dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes
à sua raça e cor. Consta dos autos que a vítima trabalhava nessa
empresa, na qual o acusado é sócio e diretor financeiro. Em razão
de desentendimento resultante da compra de um veículo da referida
empresa pela vítima, o acusado a ofendeu, utilizando-se da seguinte
expressão discriminatória: “esse preto safado fica querendo ganhar
dinheiro nas minhas costas”. Assim agindo, o acusado incorreu nas
penas do art. 140, § 3º, do Código Penal.
Observações: vítima não manifestou interesse na persecução
penal. Processo foi extinto por ausência de procedibilidade da ação
(vítima não apresentou representação).
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Proposta de SCP: não.
Sentença: absolvição.
Data: 20/6/16
Houve Recurso: não.
Data do trânsito em julgado: 14/9/2016 (arquivamento definitivo).
Status do processo: arquivado.
365
Número Caso: 20
Nº do Processo TJDFT: 2012.01.1.054502-9
Circunscrição: Brasília
Vara: 8ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
Aumento de pena do art. 141 do CP
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Data dos fatos: 8/12/11
Data da denúncia: 12/11/12
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Narrativa:
No dia 8 de dezembro do ano de 2012, em uma Escola Classe
localizada em Brasília – DF, a acusada, voluntária e conscientemente,
com clara intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da
vítima 1, valendo-se de elementos referentes à raça e à cor, pois
referiu-se à vítima como “neguinha”, na presença de várias pessoas.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e espaço, a acusada, de forma
livre e consciente, ameaçou, com palavras, a vítima 2, ao causar-
-lhe mal injusto e grave, na medida em que afirmou que iria “dar
um tiro na sua cara e arrancar a sua cabeça fora do corpo”, caso se
aproximasse de sua filha. Consta dos autos que a ofensa e a ameaça
foram proferidas por volta das 11h30, quando as vítimas, mãe e filha,
participavam de reunião escolar, oportunidade em que a acusada,
mãe de aluna do mesmo estabelecimento de ensino, na frente de
diversas pessoas, passou a imputar subtrações de pertences de sua
filha à vítima 1, referindo-se à criança com a ofensa discriminatória
referida, além de ameaçar, de forma séria e grave, a mãe da aluna
com os termos mencionados. Por tal comportamento, a acusada
incorreu nas penas do artigo 140, § 3º, c/c art. 141, III, e art. 147,
todos do Código Penal.
366
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________________________________
Número Caso: 21
Nº do Processo TJDFT: 2012.01.1.145799-9
Circunscrição: Brasília
Vara: 4ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 12/1/12
Data da denúncia: 4/2/13
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Narrativa:
No dia 12 de janeiro de 2012, por volta das 17h30, em Brasília –
DF, a acusada, voluntária e conscientemente, com a clara intenção
de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de
elementos referentes à raça e à cor. Consta dos autos que a vítima
367
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Número Caso: 22
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.067041-7
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 13/1/12
Data da denúncia: 29/8/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 13 de janeiro de 2012, na internet, por meio da página
denominada Orkut, a acusada, com vontade livre e consciente, e
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Número Caso: 23
Nº do Processo TJDFT: 2013.13.1.000366-0
Circunscrição: Riacho Fundo
Vara: Vara Criminal e Tribunal do Júri do Riacho Fundo
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 21/1/12
Data da denúncia: 5/6/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 21 de janeiro de 2012, por volta das 19h40min, no Riacho
Fundo II – DF, o acusado, com vontade livre e consciente, e com
especial fim de macular a honra subjetiva, ofendeu a dignidade
e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua
raça e à sua cor. Apurou-se que a vítima chegava do trabalho e,
ao tentar estacionar o carro na garagem de sua residência, efetuou
370
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Número Caso: 24
Nº do Processo TJDFT: 2012.01.1.015130-3
Circunscrição: Brasília
Vara: 8ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 6/2/12
371
Número Caso: 25
Nº do Processo TJDFT: 2012.01.1.176846-9
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 20/2/12
Data da denúncia: 3/7/12
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 20 de fevereiro de 2012, por volta das 21h40min, no interior
de uma pastelaria na Asa Norte, Brasília – DF, o acusado, com
vontade livre e consciente, e com especial fim de macular a honra
subjetiva, ofendeu, na presença de diversas pessoas, a dignidade e o
decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça e à
sua cor, bem como praticou, induziu e incitou à discriminação e ao
preconceito em razão de raça e cor. Apurou-se que a vítima estava
trabalhando no referido estabelecimento, onde exerce a função de
operadora de caixa, quando o acusado fez o pedido de uma pizza.
Alguns minutos depois, irritou-se pelo tempo de espera e passou
a dizer que todos eram irresponsáveis, momento em que a vítima
sugeriu ao acusado que cancelasse o pedido. Ato contínuo, o acusado,
voluntária e conscientemente, demonstrando nítida intenção de
injuriar, referiu-se à vítima de forma preconceituosa, proferindo, na
presença de garçons e demais empregados, as seguintes frases “você
é uma preta fedida, irresponsável”, “você é uma preta nojenta”.
Ato contínuo, o acusado afirmou: “preto não serve para nada”.
Ao utilizar-se de uma expressão generalizante, que englobava não
apenas a vítima individualizada, ao contrário, repetindo estereótipo
373
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Número Caso: 26
Nº do Processo TJDFT: 2012.02.1.002607-7
Circunscrição: Brazlândia
Vara: Vara Criminal e Tribunal do Júri de Brazlândia
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
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Data dos fatos: 15/3/12
Data da denúncia: 17/4/13
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Narrativa:
No dia 15 de março de 2012, entre as 15h45 e as 16h, em uma
chácara situada em Brazlândia – DF, o acusado 1, com vontade livre
e consciente, ameaçou a vítima de causar-lhe mal injusto e grave.
Na mesma ocasião, a acusada 2, com vontade livre e consciente,
injuriou a referida vítima, ofendendo-lhe a dignidade e o decoro,
utilizando-se, entre outros, de elementos referentes à raça e à cor,
bem como ainda ameaçou-a de causar-lhe mal injusto e grave. Na
data, local e horário em questão, os acusados procuraram a vítima
dizendo para ela sair da vida de “X”, ex-marido da acusada 2,
ocasião em que esta fez a seguinte ameaça: “vou te treinar para as
próximas olimpíadas porque você corre igual à chita, sua neguinha
feia desgraçada, sua preta puta”, e o acusado 1 a ameaçou dizendo
que iria arrumar umas mulheres para “pegá-la”. Diante do exposto,
375
________________________________
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Número Caso: 27
Nº do Processo TJDFT: 2012.03.1.019664-6
Circunscrição: Ceilândia
Vara: 1ª Vara Criminal de Ceilândia
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
______________________________________________________
Data dos fatos: 19/3/12
Data da denúncia: 6/2/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 19 de março do ano de 2012, às 10h13, por intermédio de
mensagem SMS, a acusada, voluntária e conscientemente, com
a clara intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da
vítima, valendo-se de elementos referentes à raça e à cor. Entre
os dias 21 e 23 do mesmo mês, a acusada, com vontade livre e
consciente, novamente ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos relativos à raça e à cor, além de ameaçar a
vítima de causar-lhe mal injusto e grave. Apurou-se que a acusada
376
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________________________________
Número Caso: 28
Nº do Processo TJDFT: 2012.01.1.075815-7
Circunscrição: Brasília
377
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________________________________
Número Caso: 29
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.032788-5
Circunscrição: Brasília
Vara: 4ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 2/5/12
379
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________________________________
Número Caso: 30
Nº do Processo TJDFT: 2012.01.1.064156-4
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
380
________________________________
________________________________
Número Caso: 31
Nº do Processo TJDFT: 2013.09.1.002866-3
Circunscrição: Samambaia
Vara: 1ª Vara Criminal de Samambaia
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 15/5/12
Data da denúncia: 24/5/13
______________________________________________________
Narrativa:
No final do mês de maio do ano de 2012, em dia não especificado,
em Samambaia – DF, a acusada, com vontade livre e consciente, e
com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da
vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça e à sua cor.
Apurou-se que a acusada era companheira da vítima à época dos
fatos e, na ocasião em que esta estava do lado de fora da residência
382
________________________________
________________________________
Número Caso: 32
Nº do Processo TJDFT: 2012.07.1.015936-9
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
383
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 25/5/12
Data da denúncia: 17/9/12
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 25 de maio de 2012, por volta das 5h50min, no interior da
21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga – DF, o acusado, voluntária
e conscientemente, desobedeceu a ordem legal de funcionário
público, além de, com clara intenção de injuriar e ofender a
dignidade e o decoro do sargento “X” da Polícia Militar, valendo-
-se de elementos referentes à raça e à cor, chamá-lo de “negão”.
No dia dos fatos, o acusado colidiu seu automóvel em um poste
de iluminação pública, oportunidade em que compareceram ao
local viaturas do Corpo de Bombeiros Militar e da Polícia Militar.
No local, o acusado, exaltado e aparentando estar embriagado,
desobedeceu a ordem de identificar-se aos policiais militares.
Os policiais militares, então, conduziram-no à 21ª Delegacia de
Polícia, onde ele insistiu em não se identificar e ainda dirigiu-se ao
policial militar de maneira preconceituosa, chamando-o de “negão”,
na frente dos demais militares e policiais civis de plantão. Por tal
comportamento, o acusado está incurso nas penas do artigo 140, §
3º, do Código Penal.
Observações: Foi oferecida SCP mas foi revogada posteriormente
devido ao não cumprimento das condições pelo acusado.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
Observações processuais: processo em fase de instrução
preliminar. Sem sentença.
Status do processo: em tramitação.
384
Número Caso: 33
Nº do Processo TJDFT: 2013.07.1.011010-5
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89)
Ameaça (art. 147 do CP)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 10/8/12
Data da denúncia: 20/5/13
______________________________________________________
Narrativa:
1º Fato: referente ao art. 140, § 3º, c/c art. 141, III, ambos do
Código Penal. No dia 10 de agosto de 2012, em Taguatinga – DF,
o acusado, voluntária e conscientemente, demonstrando nítida
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima
1, valendo-se de elementos relativos à raça e à cor da vítima,
conduta praticada na frente de várias pessoas. Apurou-se que, no
mencionado dia, o acusado, que é vizinho da vítima, percebeu que
ela e seus familiares haviam saído da residência, pois o veículo não
estava estacionado na residência. Assim, o acusado e a acusada
lacraram os orifícios dos cadeados dos portões da residência da
vítima com cola do tipo “super bonder” e terra, com a finalidade
de impedir o acesso da família tão logo retornassem de sua saída.
Na ocasião do embaraço da vítima, que tentava sem êxito inserir as
chaves nos referidos cadeados, os acusados saíram de casa e não
se contiveram em risadas, tendo o acusado afirmado, com patente
intenção de macular a honra subjetiva da vítima: “aí, negro... agora
quero ver como você vai entrar em sua casa”. A ofensa foi proferida
na presença de familiares da vítima.
385
2º Fato: relativo ao art. 140, § 3º, c/c art. 141, III (por três vezes),
e art. 147 (por três vezes), ambos do CP. No dia 15 de agosto de
2012, em Taguatinga – DF, a acusada, de forma livre e consciente,
demonstrando nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o
decoro da vítima 1, da vítima 2 (com quatorze anos de idade na
data dos fatos) e da vítima 3 (com onze anos de idade na data dos
fatos), valendo-se de elementos referentes a raça e a cor delas, fato
praticado na presença de todas as pessoas suprarreferidas, além
de ameaçá-los de causar-lhes mal injusto e grave. Consta que a
acusada – presenciando a chegada das vítimas em sua residência,
afirmou, do interior de sua residência, aos gritos, para todas as
vítimas, o seguinte: “Ei, negro ladrão! Vou te pegar, hein! Com essa
puta da sua esposa que fica dando pra todo mundo... Vou matar esse
macaco que você chama de filho! Vou jogar ele no meio da rua! E
essa sua filha também, aquela negra com voz de taquara rachada.
Bando de maconheiro... É tudo maconheiro! Esse negro que parece
um chimpanzé!”.
3º Fato: relativo ao art. 140, § 3º, c/c art. 141, III e art. 147, ambos
do CP. No dia 29 de outubro de 2012, por volta das 19h, na via
pública em frente à casa das vítimas, o acusado, de forma livre
e consciente, demonstrando nítida intenção de injuriar, ofendeu
a dignidade e o decoro da vítima 1, valendo-se de elementos
referentes à sua raça e à sua cor, na presença de várias pessoas,
além de ameaçá-lo de causar-lhe mal injusto e grave. Apurou-se
que o acusado, ao notar a chegada da vítima em sua casa, passou a
provocá-lo, chamando-o para briga. Na mesma oportunidade, com
vontade livre e consciente e com a nítida intenção de injuriar, o
acusado chamou a vítima de “negro ladrão”, arrematando que ele
teria de se mudar, pois ali não aceitavam a presença de negros.
Ato contínuo, o mesmo acusado, agindo de maneira voluntária e
consciente, ameaçou a vítima de causar-lhe mal injusto e grave,
386
Data: 29/1/15
Pena: total de 4 anos de reclusão. Por força do art. 72 do CP,
procedeu-se ao somatório das penas de multa, tornado a pena
definitiva em 40 dias-multa à razão de 1/30 do salário mínimo
vigente.
Houve Recurso: sim.
Recorrente: MP.
Resultado do Recurso: MP: ED rejeitados (pedia a inclusão da
indenização na pena) e Apelação. Defesa: Apelação.
Observações processuais: resultado das apelações: Defesa:
conhecido. Deu-se parcial provimento ao recurso da defesa para
reduzir a quantidade de dias-multa e para excluir a indenização por
danos morais às vítimas. MP: negou-se provimento ao recurso do
Ministério Público. Decisão unânime.
Data do trânsito em julgado: 26/2/16 (arquivamento definitivo).
Status do processo: arquivado.
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________________________________
Número Caso: 34
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.095406-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 22/8/12
Data da denúncia: 9/12/13
389
Narrativa:
No dia 22 de agosto de 2012, por volta das 16h, em um
supermercado em Brasília – DF, a acusada, com vontade livre e
consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e
o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça
e à sua cor. Apurou-se que a acusada estacionou o seu veículo no
estacionamento do referido supermercado (local onde a vítima é
guardador de carros) e desembarcou, dirigindo-se, em seguida, ao
interior do estabelecimento para realizar suas compras. Ao término
das compras, a acusada se aproximou de determinada funcionária
e, referindo-se à vítima em tom de voz suficiente para que esta
ouvisse, disse as seguintes expressões injuriosas e discriminatórias:
“aquele negro, morador de rua, fica incomodando as pessoas”.
Agindo assim, a acusada incorreu nas penas cominadas no art. 140,
§ 3º, do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: sim.
Data: 6/8/14
Observações processuais: acompanhamento do cumprimento da
SCP.
Status do processo: em tramitação.
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Número Caso: 35
Nº do Processo TJDFT: 2014.07.1.020415-3
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 1ª Vara Criminal de Taguatinga
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
390
Número Caso: 36
Nº do Processo TJDFT: 2013.09.1.002235-8
Circunscrição: Samambaia
Vara: 2ª Vara Criminal de Samambaia
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 12/10/12
Data da denúncia: 11/11/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 12 de outubro de 2012, entre 17h e 17h30, no Recanto das
Emas – DF, a acusada, com vontade livre e consciente e com nítida
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima 1
e de seu filho, valendo-se de elementos referentes à raça e à cor
da primeira e à condição de portador de deficiência do segundo,
ambas as condutas foram praticadas na presença de várias pessoas.
Apurou-se que a acusada entrou na residência das vítimas e passou
a discutir a respeito de desavenças familiares, tendo em vista
que seu filho reside na mesma residência destas, onde também é
domiciliado o seu ex-marido, atual companheiro da vítima 1. Após
ser retirada da residência por familiares, a acusada permaneceu em
frente à casa e, com vontade livre e consciente e com a intenção
de macular a honra subjetiva da vítima 1, proferiu, aos gritos e na
presença dos vizinhos, as seguintes expressões discriminatórias:
“preta safada, vagabunda, prostituta” (1º fato). Na mesma ocasião,
a acusada, reportando-se ao filho da vítima, afirmou, também em
alto tom de voz e na presença dos vizinhos, as seguintes expressões
injuriosas relativas à condição de portador de deficiência da vítima:
“inútil, aleijado, bandido” (2º fato). Assim agindo, a acusada
incorreu nas penas cominadas no art. 140, § 3º, c/c art. 141, inciso
392
III (por duas vezes), na forma do art. 69, todos do Código Penal.
Observações: acusada reside na mesma moradia das vítimas, onde
também é domiciliado o seu ex-marido, atual companheiro da
vítima.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
Sentença: extinção da punibilidade.
Data: 13/11/13
Pena: decadência (artigo 107, IV, do Código Penal).
Houve Recurso: não.
Status do processo: arquivado.
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Número Caso: 37
Nº do Processo TJDFT: 2013.06.1.000043-3
Circunscrição: Sobradinho
Vara: Vara Criminal de Sobradinho
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 21/11/12
Data da denúncia: 10/4/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 21 de novembro de 2012, por volta das 10h15, no interior de
uma das salas de aula de um centro educacional em Sobradinho –
DF, o acusado, com vontade livre e consciente e com nítida intenção
de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, de 16 anos de
idade ao tempo dos fatos, valendo-se de elementos referentes à sua
raça e à sua cor, conduta praticada na presença de diversas pessoas.
393
________________________________
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Número Caso: 38
Nº do Processo TJDFT: 2013.07.1.016672-9
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
394
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Número Caso: 39
Nº do Processo TJDFT: 2012.01.1.195085-4
Circunscrição: Brasília
Vara: 2ª Vara Criminal de Brasília
395
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 12/12/12
Data da denúncia: 30/1/13
______________________________________________________
Narrativa:
Aos doze dias do mês de dezembro de 2012, por volta das 12h30, no
interior de um hipermercado na Asa Norte, Brasília – DF, a acusada,
voluntária e conscientemente, com a clara intenção de injuriar,
ofendeu, perante diversas pessoas, a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos referentes à raça e à cor dela. Consta
dos autos que, no dia e hora acima indicados, quando a acusada
passava suas compras em um dos caixas do estabelecimento, o qual
era operado pela vítima, ao passar certa quantidade de ameixas
importadas como se fossem nacionais, a acusada foi alertada que
tal produto se tratava de outro, de valor mais elevado. Tal atitude
não a agradou e ela proferiu contra a vítima as seguintes palavras:
“você é uma burra, analfabeta, pobre, preta e macaca...”. A conduta
foi praticada perante diversas pessoas, tendo em vista a presença
de funcionários e clientes do referido hipermercado. A acusada foi
conduzida por policiais militares a 2ª Delegacia de Polícia, onde
foi lavrado auto de prisão em flagrante. Realizadas as formalidades
legais, a autoridade policial arbitrou valor a título de fiança, que foi
tomada por termo e paga pela acusada. Agindo assim, a acusada
incorreu nas penas do artigo 140, § 3º, c/c art. 141, III, ambos do
Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
Sentença: condenação parcial.
Data: 11/9/13
Pena: pena privativa de liberdade imposta foi substituída por 2
396
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Número Caso: 40
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.034073-9
Circunscrição: Brasília
Vara: 8ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 12/12/12
Data da denúncia: 26/8/13
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Narrativa:
No dia 12 de dezembro de 2012, por volta das 9h30, no Setor
Sudoeste, em Brasília – DF, a acusada, com vontade livre e
consciente e com especial fim de macular a honra subjetiva, ofendeu
a dignidade e o decoro da vítima, criança com um ano de idade à
época dos fatos, valendo-se de elementos referentes à sua raça e à
sua cor. Apurou-se que a acusada foi empregada doméstica (babá)
da genitora da vítima, tendo sido despedida por esta em fevereiro
de 2012. No dia dos fatos, a acusada, que a essa altura trabalhava
em residência próxima à da mãe da vítima, se aproximou da nova
397
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Número Caso: 41
Nº do Processo TJDFT: 2013.07.1.038953-6
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 1ª Vara Criminal de Taguatinga
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 18/12/12
Data da denúncia: 26/12/13
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Narrativa:
No dia 18 de dezembro de 2012, por volta das 17h30, em Taguatinga
398
Número Caso: 42
Nº do Processo TJDFT: 2014.09.1.010294-8
Circunscrição: Samambaia
Vara: 1ª Vara Criminal de Samambaia
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 3/1/13
Data da denúncia: 24/6/14
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Narrativa:
No dia 3 de janeiro de 2013, por volta das 19h30, em Samambaia –
DF, a acusada, com vontade livre, consciente e com nítida intenção
de macular a honra subjetiva da vítima, ofendeu a dignidade e o
decoro da vítima, valendo-se de elementos relativos a sua raça e
cor. Consta que a acusada é atual companheira do ex-companheiro
da vítima, e, na ocasião em que os três se cruzaram a pé, a acusada,
com a finalidade de injuriar a vítima, proferiu em seu desfavor
as seguintes expressões discriminatórias: “nega preta, safada,
vagabunda, macumbeira e doida”. Assim agindo, a acusada incorreu
nas penas do art. 140, § 3º, do Código Penal.
Observações: relação da vítima com o acusado: atual companheira
do ex-companheiro da vítima.
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Proposta de SCP: não.
Sentença: absolvição.
Data: 29/10/15
Houve Recurso: não.
Status do processo: arquivado.
400
Número Caso: 43
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.000679-5
Circunscrição: Brasília
Vara: 8ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 6/1/13
Data da denúncia: 26/3/13
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Narrativa:
Aos 6 dias do mês de janeiro de 2013, por volta das 20h, no interior
de uma loja de conveniência em um posto de gasolina situado no
Cruzeiro Velho – DF, o acusado, com vontade livre e consciente,
ameaçou verbalmente a vítima de causar-lhe mal injusto e grave.
Consta que, após acionados por sistema de rádio, policiais militares
em patrulhamento pelo local deslocaram-se até o estabelecimento
e, ao adentrarem, presenciaram o acusado dizer à vítima: “vou
quebrar a sua cara com uma garrafa”. Ato contínuo, os policiais
intentaram conversar com o acusado, oportunidade em que este,
voluntária e conscientemente, desacatou os militares no exercício
das funções, valendo-se das seguintes palavras injuriosas: “vocês
são policiais de merda... polícia não vale nada, é tudo um bando
de vagabundo”. Imediatamente, os policiais determinaram que
o acusado se identificasse, tendo este jogado a carteira no chão
e “ordenado” aos militares que a pegassem, ocasião em que foi
determinada voz de prisão ao acusado, o qual foi conduzido a 3ª
Delegacia de Polícia. No interior da unidade policial, o acusado,
com vontade livre e consciente, novamente desacatou os policiais
militares no exercício e em razão de suas funções, além de, com a
401
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________________________________
Número Caso: 44
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.051600-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
402
Número Caso: 45
Nº do Processo TJDFT: 2013.07.1.008961-9
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
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Data dos fatos: 18/1/13
Data da denúncia: 23/5/13
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Narrativa:
No dia 18 de janeiro de 2013, por volta das 13h30min, em
Taguatinga – DF, a acusada, com vontade livre e consciente e com
especial fim de macular a honra subjetiva, ofendeu a dignidade
e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua
raça e à sua cor, conduta praticada na frente de várias pessoas.
Apurou-se que a vítima estava trabalhando em seu estabelecimento
(loja/oficina) quando a acusada, que é locadora do espaço, chegou
ao local e danificou um para-choque que a vítima havia consertado.
A vítima então disse à acusada que ela deveria pagar pelo dano,
tendo havido a negativa desta que, voluntária e conscientemente,
com nítida intenção de injuriar, dirigiu-se à vítima, na presença de
clientes e vizinhos, com as seguintes expressões preconceituosas:
“preto sujo, fedorento e morto de fome”. Agindo assim, a acusada
incorreu nas penas cominadas no art. 140, § 3º, c/c art. 141, III,
ambos do Código Penal.
Observações: acusado era locador do local de trabalho em que a
vítima trabalhava.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 6/5/16
404
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Número Caso: 46
Nº do Processo TJDFT: 2014.03.1.004449-8
Circunscrição: Ceilândia
Vara: 3ª Vara Criminal de Ceilândia
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º do CP)
Ameaça (art. 147 do CP)
______________________________________________________
Data dos fatos: 22/1/13
Data da denúncia: 29/8/14
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Narrativa:
No dia 22 de janeiro de 2013 em Ceilândia – DF, a acusada,
com vontade livre e consciente e com nítida intenção de injuriar,
ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos
referentes a sua raça, cor e condição de pessoa idosa. Consta que a
acusada é vizinha e desafeta da vítima. Ao iniciarem uma discussão
sobre questões inerentes aos problemas próprios de vizinhança, a
acusada, visando atingir a honra subjetiva da vítima, proferiu contra
ela as seguintes ofensas discriminatórias: “sua velha vagabunda,
prostituta, você é uma macaca... Não dá pra ser uma macaca porque
quebraria os galhos das árvores”. Agindo assim, a acusada incorreu
nas penas do art. 140, § 3º, do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
405
Sentença: absolvição.
Data: 9/7/15
Houve Recurso: não.
Status do processo: arquivado.
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Número Caso: 47
Nº do Processo TJDFT: 2013.03.1.012832-0
Circunscrição: Ceilândia
Vara: 2ª Vara Criminal de Ceilândia
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
Aumento de pena do art. 141 do CP
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Data dos fatos: 22/2/13
Data da denúncia: 28/6/13
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Narrativa:
No dia 22 de fevereiro de 2013, por volta das 20h29min, em
Taguatinga, Brasília – DF, a acusada, com vontade livre e
consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu, na presença
de diversas pessoas, a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se
de elementos referentes à sua raça e à sua cor, além de ameaçá-la,
com palavras, de causar-lhe mal injusto e grave. Apurou-se que a
acusada e a vítima moram em imóveis vizinhos, sendo que esta,
do interior do lote em que reside, pediu à filha daquela que saísse
do lote para tratar de contenda existente entre ambas. Na ocasião,
a acusada, presenciando o que ocorrera, proferiu, na presença dos
406
________________________________
________________________________
Número Caso: 48
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.046121-0
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 7/3/13
Data da denúncia: 3/6/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 7 de março de 2013, por volta das 12h45min, no Senado
407
Número Caso: 49
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.098728-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 6/4/13
Data da denúncia: 15/8/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 6 de abril de 2013, no Jardim Botânico, Brasília – DF, o
acusado, com vontade livre e consciente e com nítida intenção de
injuriar, ofendeu, na presença de diversas pessoas, a dignidade e o
decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça e à
sua cor, além de ameaçá-lo, com palavras e gestos, e causar-lhe mal
injusto e grave. Apurou-se que a vítima trabalha como vendedor
no local dos fatos. No dia dos fatos, o acusado compareceu ao
estabelecimento para comprar dez metros de grama, o equivalente a
40 placas. Quando a vítima havia colocado 20 placas no caminhão
do acusado, ele passou a questioná-lo acerca da quantidade de
placas que já haviam sido colocadas no veículo, ocasião em que
o acusado, com vontade livre e consciente e com nítida intenção
de injuriar, ofendeu a sua dignidade e o seu decoro, proferindo,
de maneira preconceituosa e na presença de diversas pessoas, as
seguintes expressões: “preto, filho da puta, babaca, otário”, e as
seguintes frases: “você não poderia estar trabalhando, porque
você é um ladrão”, “está usando pochete para roubar o patrão”.
Nas mesmas circunstâncias de tempo e espaço, o acusado com
vontade livre e consciente, ameaçou a vítima com gestos, palavras
409
________________________________
________________________________
Número Caso: 50
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.046969-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 2ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 8/4/13
Data da denúncia: 27/5/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 8 de abril de 2013, por volta das 16h30min, no DFTRANS,
410
________________________________
________________________________
Número Caso: 51
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.057950-6
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 25/4/13
411
Número Caso: 52
Nº do Processo TJDFT: 2014.7.1.001966-8
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 3ª Vara Criminal de Taguatinga
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 7/5/13
Data da denúncia: 5/2/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 7 de maio de 2013, às 15h30, no interior de um posto de
saúde em Taguatinga Norte – DF, a acusada, com vontade livre e
consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade
e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua
raça e à sua cor. Consta que a acusada estacionou o seu veículo
em local privativo para os servidores do referido posto de saúde,
ocasião em que a vítima, que é vigilante no referido posto, a
advertiu quanto a sua conduta. Ignorando a advertência da vítima, a
acusada estacionou o veículo e dirigiu-se ao posto de vacinação. Ao
retornar, minutos depois, a acusada percebeu que a vítima estava
anotando os dados da placa de seu veículo, ocasião em que, de
forma livre e consciente e com patente intenção de ofender, dirigiu-
-lhe as seguintes injúrias discriminatórias: “também tenho meus
contatos, seu preto safado, folgado, só podia ser preto mesmo”.
Assim agindo, a acusada incorreu na pena do art. 140, § 3º, do
Código Penal.
Observações: vítima era vigilante do posto de saúde em que
ocorreram os fatos.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
Sentença: condenação total.
413
Data: 18/2/16
Pena: 1 ano de reclusão e mais 10 dias-multa, substituída a pena
privativa de liberdade por uma outra restritiva de direitos.
Houve Recurso: sim.
Recorrente: defesa.
Resultado do Recurso: aguardando julgamento da apelação.
Status do processo: em tramitação.
________________________________
________________________________
Número Caso: 53
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.063965-5
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 8/5/13
Data da denúncia: 2/7/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 8 de maio de 2013, por volta das 11h, no interior de um
hipermercado em Brasília – DF, a acusada, com vontade livre e
consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e
o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça
e à sua cor, conduta praticada na frente de várias pessoas. Apurou-
-se que a vítima, que trabalha no estabelecimento onde ocorreram
os fatos, trafegava no interior do hipermercado transportando
um fogão em um carrinho, oportunidade em que se envolveu em
414
uma discussão com uma cliente que afirmara que a vítima estaria
atrapalhando a passagem. Na ocasião, a acusada, voluntária e
conscientemente e com especial fim de macular a honra subjetiva
da vítima, disse, na presença dos demais clientes e funcionários
do estabelecimento: “assalariado... é por isso que você está aí
carregando carrinho... negro velho”. Nas mesmas circunstâncias de
tempo e de espaço, a acusada, com vontade livre e consciente, e
com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da
vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça e à sua cor,
conduta praticada na frente de várias pessoas. Conforme o apurado,
por ocasião dos fatos, o acusado, irresignado em razão de reclamação
feita pela cliente, proferiu, voluntária e conscientemente, e com
especial fim de ofender a honra subjetiva da vítima, as seguintes
palavras alusivas à raça e à cor da vítima, o que foi levado a efeito
na presença de outros clientes e funcionários: “branquela abusada”.
Agindo assim, a acusada incorreu nas penas cominadas no art. 140,
§ 3º, c/c art. 141, III, ambos do Código Penal. O acusado com seu
comportamento, incorreu nas penas do art. 140, § 3º, c/c art. 141,
III, ambos do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
Sentença: condenação parcial.
Data: 16/12/13
Pena: acolheu a tese ministerial, absolvendo um e condenando a
outra.
Houve Recurso: sim.
Recorrente: defesa.
Resultado do Recurso: parcialmente provido, para desconsiderar a
reincidência ante ausência do trânsito em julgado de delito anterior.
Data do trânsito em julgado: 22/12/14
Status do processo: arquivado.
415
Número Caso: 54
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.112667-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 4ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 22/5/13
Data da denúncia: 24/7/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 22 de maio de 2013, por volta das 10h, no interior da 4ª
Delegacia de Polícia, localizada no Guará II – DF, o acusado, com
vontade livre e consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu
a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes
à sua raça e à sua cor, conduta praticada contra funcionário público
em razão de suas funções e na presença de diversas pessoas. Consta
que o acusado se dirigiu a 4ª DP para registro de uma ocorrência
policial e aditamento de outra, tendo sido inicialmente atendido pelo
agente de polícia chefe do plantão, o qual, por sua vez, encaminhou
o acusado para ser atendido pela vítima. Em razão do nervosismo
apresentado pelo acusado e tendo em vista a dificuldade da vítima
de entender a narrativa dos fatos, esta reencaminhou o acusado ao
chefe do plantão para que procedesse ao atendimento, ocasião em
que o acusado, em referência à pessoa da vítima afirmou: “Esse
nordestino, paraíba, sabe o que quero e não me ajuda”. As ofensas
foram irrogadas contra o funcionário público em razão de suas
funções de policial civil e na presença de diversos colegas. Agindo
assim, o acusado incorreu nas penas do art. 140, § 3º, c/c art. 141,
II e III, ambos do Código Penal.
416
________________________________
________________________________
Número Caso: 55
Nº do Processo TJDFT: 2013.05.1.006778-6
Circunscrição: Planaltina
Vara: 1ª Vara Criminal e 1º Juizado Especial Criminal de Planaltina
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 25/5/13
Data da denúncia: 11/11/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 25 de maio de 2013, por volta das 17h, em Planaltina – DF,
o acusado, com vontade livre e consciente e com nítida intenção de
injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de
elementos referentes à sua raça e à sua cor. Apurou-se que a vítima
estava retirando seus bens do interior do imóvel de propriedade
do acusado em razão de acordo de rescisão de contrato de locação
anteriormente celebrado entre ambos. Na ocasião, o acusado se
aproximou da vítima e, com vontade livre e consciente e com a
intenção de macular a sua honra subjetiva, proferiu as seguintes
417
________________________________
________________________________
Número Caso: 57
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.084851-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89)
______________________________________________________
Data dos fatos: 18/6/13
Data da denúncia: 11/3/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 18 de junho de 2013, no turno da manhã, no interior do
banheiro de uma companhia localizada no SIA, em Brasília – DF,
a acusada, voluntária e conscientemente, praticou, induziu e incitou
a discriminação e o preconceito de raça e cor. Consta dos autos
de sindicância realizada que, no dia dos fatos, a acusada, que é
empregada na referida companhia, estava no interior do banheiro
feminino manuseando seu esmalte quando duas empregadas
terceirizadas, ambas de cor negra, responsáveis pela limpeza
adentraram o recinto. Ato contínuo, a acusada, ostentando aversão,
retirou-se do local de maneira hostil, derramando o produto que
manejava e batendo a porta com força. Indagada pelo superintendente
a respeito dos fatos, a depoente, em voz alta, afirmou: “(...) você
420
Número Caso: 58
Nº do Processo TJDFT: 2014.09.1.005077-0
Circunscrição: Samambaia
Vara: 2ª Vara Criminal de Samambaia
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
______________________________________________________
Data dos fatos: 25/6/13
Data da denúncia: 17/9/14
______________________________________________________
Narrativa:
No 25 de junho de 2013, por meio da rede social Facebook, a
acusada, com vontade livre e consciente e com nítida intenção de
injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de
elementos referentes à sua raça e à sua cor, chamando-a de “preta
ridícula” bem como ameaçou-a de causar mal injusto e grave.
Na sequência, no dia 29 de outubro de 2013, a acusada voltou a
ameaçar a vítima de causar-lhe mal injusto e grave. Apurou-se que,
em junho de 2013, a vítima teve um breve relacionamento amoroso
com “X”, o qual também teria um relacionamento afetivo com a
ré. No dia 25 de junho de 2013, a acusada enviou mensagem na
rede social Facebook à vítima com o seguinte teor: “O sua piranha
preta ridícula, que porra é essa qui (sic) você colocou na foto do
(...) dizendo que está junto com ele você tá querendo que quebre
a sua cara feiosa minha amiga acabou de ver no face dele e me
falou vou quebrar seus dentes sua vadia”. Posteriormente, no dia
29 de outubro de 2013, a acusada ameaçou a vítima por meio de
mensagem enviada ao aparelho celular desta com o seguinte teor:
“Vc vai falar comigo no telefone ou você quer q eu va ai na sua
casa fazer um barraco e quebrar sua cara oq você escolhe você n
e mulher d conversar d mulher pra mulher (sic)” e ainda “e outra
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________________________________
________________________________
Número Caso: 59
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.181538-0
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89)
Ameaça (art. 147 do CP)
______________________________________________________
Data dos fatos: 18/7/13
Data da denúncia: 13/12/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 18 de julho de 2013, às 7h20, no SIG, em Brasília – DF,
o acusado, com vontade livre e consciente, praticou preconceito
de raça e cor, e ainda, com nítida intenção de injuriar, ofendeu a
dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes
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________________________________
________________________________
Número Caso: 60
Nº do Processo TJDFT: 2013.10.1.006951-6
Circunscrição: Santa Maria
Vara: 2ª Vara Criminal de Santa Maria
424
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 7/8/13
Data da denúncia: 31/12/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 7 de agosto de 2013, em Santa Maria – DF, o primeiro
acusado, de forma livre e consciente e com a nítida intenção de
injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima 1, valendo-se
de elementos relativos a religião, conduta praticada na presença
de diversas pessoas (1º fato). Ato contínuo, a segunda acusada,
voluntária e conscientemente, com especial fim de macular a honra
subjetiva da vítima, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima 2,
valendo-se de elementos relativos a religião, conduta praticada
na presença de várias pessoas (2º fato). Consta dos autos que os
acusados diariamente mantinham o volume de aparelho de som em
alto volume, perturbando a vizinhança, razão pela qual foi acionada
a Polícia Militar. Irritado com a presença dos policiais militares e
de vizinhos em razão do transtorno ocasionado, o primeiro acusado,
com vontade livre e consciente e com o fim de atentar contra a
dignidade e o decoro da primeira vítima, a injuriou com a utilização
das seguintes expressões relativas à religião: “macumbeira,
mandingueira, mulher de baixo meretrício, a porta da casa de vocês
é lugar de tráfico de drogas”, tudo presenciado por vizinhas da
vítima, pelo companheiro da vítima e por policiais militares. Ato
contínuo, enquanto a primeira vítima havia se dirigido à Delegacia
de Polícia para registrar a ocorrência referente ao 1º fato, a segunda
acusada, que é companheira do primeiro acusado, de forma livre e
consciente, e com a nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade
e o decoro da vítima 2, marido da vítima do primeiro fato, valendo-
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________________________________
________________________________
Número Caso: 61
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.183642-5
Circunscrição: Brasília
Vara: 7ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 14/8/13
Data da denúncia: 19/12/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 14 de agosto de 2013, por volta das 14h45, no Vale Taquari
Norte – DF, o acusado, com vontade livre e consciente e com nítida
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos relativos à raça e à cor desta. Apurou-se
que o acusado, que é proprietário de imóvel rural ocupado pela
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________________________________
Número Caso: 62
Nº do Processo TJDFT: 2014.05.1.003211-6
Circunscrição: Planaltina
Vara: 2ª Vara Criminal e 2º Juizado Especial Criminal de Planaltina
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 15/8/13
Data da denúncia: 29/8/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 15 de agosto de 2013, por volta das 21h30, em Planaltina –
DF, o acusado, com vontade livre e consciente e com nítida intenção
de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima valendo-se de
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________________________________
Número Caso: 63
Nº do Processo TJDFT: 2014.06.1.002707-5
Circunscrição: Sobradinho
Vara: Vara Criminal de Sobradinho
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 19/8/13
Data da denúncia: 22/1/16
428
Narrativa:
No dia 19 de agosto de 2013, por volta das 19h30, em Sobradinho
II – DF, a acusada, com vontade livre e consciente e com nítida
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima 1 e
da vítima 2, valendo-se de elementos referentes à raça e à cor delas.
Consta dos autos que a vítima 1 é pai da vítima 2 e havia mantido um
relacionamento amoroso com a acusada. No dia dos fatos, a “vítima
1” dirigiu-se à residência da acusada com o intuito de esclarecer a
situação entre eles. Na oportunidade, a vítima 2 acompanhava o pai.
Chegando ao local, a acusada saiu de casa alterada, ofendendo o
ex-namorado e sua filha com xingamentos diversos, dentre os quais
as expressões discriminatórias: “sua negra”, “preto”, “macacos”,
“família de macacos”, “laia de macacos”, claramente se referindo
às vítimas. Ao utilizar-se da expressão “macacos”, a acusada estava
afirmando que as vítimas eram animais negros que se parecem com o
ser humano, mas não são humanos, e que possuem uma inteligência
limitada. Essa expressão tem sido historicamente utilizada no
Brasil como uma ofensa direcionada a negros, destinada a reforçar
o estereótipo de sua subalternidade social, tratando-se, claramente,
de uma ofensa à honra que faz referência à cor e à raça da vítima.
Assim agindo, a acusada incorreu nas penas do art. 140, § 3º, do
Código Penal, na forma do art. 70 do CP.
______________________________________________________
Proposta de SCP: sim.
Data: 5/4/16
Observações processuais: em acompanhamento do cumprimento
da SCP.
Status do processo: em tramitação.
429
Número Caso: 64
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.176813-7
Circunscrição: Brasília
Vara: 7ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
______________________________________________________
Data dos fatos: 1º/10/13
Data da denúncia: 23/5/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 1º de janeiro de 2013, por volta das 6h05, na entrada da
estação central do Metrô, em Brasília – DF, o acusado, com vontade
livre e consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a
dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes
à sua raça e à sua cor. Nas mesmas condições de tempo e espaço,
o acusado, voluntária e conscientemente, desacatou três agentes
de segurança, no exercício de suas funções e em razão delas. Ato
contínuo, o acusado, de forma livre e consciente, ameaçou os
mesmos agentes de segurança, de causar-lhes mal injusto e grave.
Apurou-se que o acusado compareceu à estação central do Metrô
e solicitou ao agente de segurança “X” que acessasse o transporte
gratuitamente, o que foi negado. Irresignado, o acusado, com
especial fim de macular a honra subjetiva do agente de segurança,
proferiu contra ele as seguintes expressões preconceituosas: “Negão
folgado!”. Em seguida, o acusado, voltando-se não somente à
primeira vítima, mas também a outros dois agentes de segurança,
desacatou os funcionários públicos no exercício e em razão de suas
funções, mediante as seguintes palavras: “Vocês são uns seguranças
de merda!”. Por fim, o acusado, de forma séria, ameaçou os três
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________________________________
Número Caso: 65
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.008362-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 8ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 4/10/13
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Número Caso: 66
Nº do Processo TJDFT: 2013.01.1.149023-3
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 6/10/13
Data da denúncia: 11/12/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 6 de outubro de 2013, por volta das 18h10, no Estádio
Nacional Arena Mané Garrincha, em Brasília – DF, o acusado, com
vontade livre e consciente, e com nítida intenção de injuriar ou
assumindo o risco de produzir a ofensa à honra subjetiva da vítima,
ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos
referentes à sua raça e à sua cor. Apurou-se que o acusado, ao tempo
do fato, era motorista da van que transportava jogadores da equipe
do Vasco da Gama e tentou adentrar no referido estádio, embora sem
a pulseira de identificação exigida. Na ocasião, a vítima, vigilante
da empresa contratada para a segurança, impediu a sua entrada até
receber a devida autorização. Autorizado, o acusado adentrou no
local e foi escoltado pelo vigilante “X”, colega da vítima, ocasião
em que, ciente de que a vítima tomaria conhecimento ou, no
mínimo, assumindo o risco de que chegasse ao seu conhecimento,
proferiu as seguintes ofensas discriminatórias: “esta macaca véia
desgraçada fica barrando a nossa entrada, fica atrapalhando o meu
serviço, essa macaca...”. Agindo assim, o acusado incorreu nas
penas cominadas no art. 140, § 3º, do Código Penal.
Observações: local público (estádio de futebol), onde a vítima era
vigilante.
433
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________________________________
Número Caso: 67
Nº do Processo TJDFT: 2014.05.1.001064-8
Circunscrição: Planaltina
Vara: 2ª Vara Criminal e 2º Juizado Especial Criminal de Planaltina
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 10/10/13
Data da denúncia: 16/12/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 10 de outubro de 2013, por volta das 15h45min, em um
estabelecimento empresarial localizado em Planaltina – DF, o
acusado, com vontade livre e consciente, e com nítida intenção de
injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de
elementos referentes a sua raça e cor, conduta praticada na presença
de diversas pessoas. Apurou-se que o acusado, durante o ato de
434
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Número Caso: 68
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.008318-0
Circunscrição: Brasília
Vara: 7ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 24/10/13
Data da denúncia: 14/10/14
435
Narrativa:
No dia 24 de outubro de 2013, por volta das 11h, em um edifício
residencial localizado na Asa Sul, em Brasília – DF, o acusado,
com vontade livre e consciente, e com nítida intenção de injuriar,
ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos
referentes a sua raça e sua cor, conduta praticada na presença
de diversas pessoas. Consta que o acusado, morador do referido
prédio, ao avistar a vítima, a qual trabalha como babá para um dos
moradores daquele recinto, retornar ao apartamento com a criança
da qual é babá após levá-la para brincar no térreo, abordou-a e
afirmou: “eu já não disse que você não pode ficar aqui! As crianças
podem!, você não, macaca tem que ficar no seu lugar”. A conduta
foi pratica na presença de várias pessoas que se encontravam no
pilotis do condomínio. Agindo assim, o acusado incorreu nas penas
do art. 140, § 3º, c/c art. 141, III, ambos do Código Penal.
Observações: a vítima era babá de uma criança, filha de moradores
do mesmo prédio do ofensor.
______________________________________________________
Status do processo: em tramitação.
Proposta de SCP: sim.
Data: 9/4/15
Observações processuais: em acompanhamento do cumprimento
da SCP.
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________________________________
Número Caso: 69
Nº do Processo TJDFT: 2013.04.1.012741-7
Circunscrição: Gama
Vara: 2ª Vara Criminal do Gama
436
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 24/10/13
Data da denúncia: 13/12/13
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 24 de outubro 2013, entre 00h10 e 00h20, no Setor Leste,
Gama – DF, o acusado, com vontade livre e consciente, e com nítida
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos referentes à sua raça e à sua cor, conduta
praticada na presença de várias pessoas. Consta que o acusado e a
vítima moram no mesmo lote e, após se envolverem em desavenças
típicas de vizinhança, esta acionou a Polícia Militar. Com a
chegada dos policiais militares ao local, o acusado, voluntária e
conscientemente, visando macular a honra subjetiva da vítima,
valendo-se de expressões relativas a sua raça e cor, disse: “negra
preta, negra fedorenta, negra perebenta”. A conduta foi praticada
na presença da companheira do acusado e dos policiais militares
presentes. Agindo assim, o acusado incorreu nas penas cominadas
no art. 140, § 3º, c/c art. 141, III, ambos do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
Sentença: condenação parcial.
Data: 15/12/14
Pena: pena privativa de liberdade de 1 ano e 4 meses de reclusão,
substituída por duas restritivas de direitos.
Houve Recurso: sim.
Recorrente: defesa.
Resultado do Recurso: conhecido. Deu-se parcial provimento.
Unânime.
437
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Número Caso: 70
Nº do Processo TJDFT: 2014.03.1.016986-5
Circunscrição: Ceilândia
Vara: 2ª Vara Criminal de Ceilândia
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 16/11/13
Data da denúncia: 29/5/15
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 16 de novembro de 2013, por volta das 22h, em Ceilândia –
DF, a acusada, com vontade livre e consciente, ofendeu a dignidade
e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua
raça e à sua cor. Consta dos autos que a vítima havia trabalhado
na reforma da casa da acusada como pedreiro. No dia dos fatos,
após desentendimento entre as partes, a vítima foi à residência da
acusada para receber o pagamento, mas as partes não chegaram a
um consenso. Na oportunidade em que a vítima deixava o local, a
acusada o ofendeu, utilizando-se das expressões discriminatórias:
“Vai pro inferno, seu negro safado”. Assim agindo, a acusada
incorreu nas penas do art. 140, § 3º, do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: sim.
Data: 5/5/16
438
________________________________
________________________________
Número Caso: 71
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.084183-0
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 19/11/13
Data da denúncia: 3/6/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 19 de novembro de 2013, por volta das 15h50, na Asa
Norte – DF, o acusado, voluntária e conscientemente, ofendeu
a integridade corporal da vítima com um soco na cabeça. Nas
mesmas circunstâncias de tempo e espaço, o acusado, com a clara
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos relativos à raça e à cor. Consta que o
imóvel em que o acusado residia em virtude de contrato de aluguel
foi vendido por intermédio da corretora “X”, ora vítima, a qual, no
dia dos fatos, compareceu ao imóvel para buscar as chaves da caixa
de correspondência e do próprio imóvel. Na ocasião, o acusado
estava realizando sua mudança para o apartamento da frente, e,
ao perceber a chegada da vítima, a surpreendeu com um soco na
cabeça, causando-lhe as lesões e a ofendeu utilizando as seguintes
439
________________________________
________________________________
Número Caso: 72
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.064033-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 2ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 25/11/13
Data da denúncia: 1º/10/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 25 de novembro de 2013, por volta das 17h, no Lago Norte,
em Brasília – DF, o acusado, com vontade livre e consciente, e
com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro
da vítima, valendo-se de elementos referentes a sua raça e cor.
Consta que o acusado é vizinho do empregador da vítima, que foi
contratada para prestar serviços de jardinagem. Apurou-se que, na
440
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________________________________
Número Caso: 73
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.032962-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 4ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 29/11/13
Data da denúncia: 19/3/15
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Narrativa:
No dia 29 de novembro de 2013, por volta das 23h40min, nas
dependências de um hipermercado localizado na Asa Norte,
Brasília – DF, a acusada, com vontade livre e consciente e com
441
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Número Caso: 74
Nº do Processo TJDFT: 2015.01.1.058079-4
Circunscrição: Brasília
Vara: 4ª Vara Criminal de Brasília
442
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 3/1/14
Data da denúncia: 1º/10/15
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 3 de janeiro de 2014, por volta das 17h40, num condomínio
na Asa Sul, em Brasília – DF, o acusado, com vontade livre e
consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e
o decoro de um funcionário do referido condomínio, valendo-se de
elementos referentes à sua raça e à cor. Nas mesmas circunstâncias
de tempo e local, o acusado, igualmente de forma livre e consciente,
ameaçou causar mal injusto e grave à vítima. Consta dos autos que a
vítima trabalha como porteiro do edifício onde reside o acusado. Na
data da ocorrência, enquanto se realizava o serviço de manutenção
do elevador do condomínio, o morador passou a reclamar e, ao
avistar o porteiro, dirigiu-se à guarita dele, oportunidade em que
gratuitamente o intimidou e ofendeu, afirmando: “Preto, pobretão,
eu que te pago, você tem que morrer. Até segunda-feira você vai
ver o que vai acontecer com você”. Tais insultos e ameaça foram
proferidos em alta voz e diante de pessoas presentes no pilotis do
prédio, aumentando o constrangimento do ofendido. Assim agindo,
o acusado incorreu nas penas dos arts. 140, § 3º, c/c art. 141, inciso
III, e 147, todos do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
Sentença: condenação parcial.
Data: 9/5/16
Pena: absolvido do crime de ameaça e condenado, pelo crime de
injúria qualificada, a 1 ano de reclusão e 10 dias-multa em regime
443
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________________________________
Número Caso: 76
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.021662-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Racismo (art. 20 da Lei nº 7.716/89)
______________________________________________________
Data dos fatos: 14/2/14
Data da denúncia: 11/3/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 14 de fevereiro de 2014, por volta das 16h, em um
estabelecimento comercial localizado na Asa Sul, Brasília – DF,
a acusada, consciente e voluntariamente, praticou e incitou a
discriminação e o preconceito de raça, cor e etnia. Consta dos
autos que, no dia dos fatos, a acusada ingressou no referido
estabelecimento comercial e solicitou atendimento para o serviço
de manicure. Inicialmente foi-lhe indicada a funcionária “A”, de
cor negra, para realizar o serviço, todavia a acusada, sem nunca ter
conhecido o trabalho dessa funcionária, afirmou que não aceitaria
ser atendida por ela. Essa recusa de atendimento foi realizada com
o único fundamento de a funcionária ser de cor negra e a acusada
445
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________________________________
Número Caso: 77
Nº do Processo TJDFT: 2015.03.1.014115-7
Circunscrição: Ceilândia
Vara: 4ª Vara Criminal de Ceilândia
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal-)
Ameaça (art. 147 do CP)
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Data dos fatos: 15/3/14
Data da denúncia: 28/7/15
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Narrativa:
1ª Sequência fática: no dia 15 de março de 2014, por volta das 20h,
em uma via pública de Ceilândia – DF, o acusado, com vontade livre
e consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade
447
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Número Caso: 78
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.074220-8
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 18/3/14
Data da denúncia: 4/12/14
449
Narrativa:
No dia 18 de março de 2014, por volta das 8h50, em um quiosque
de lanches localizado em frente ao pronto-socorro de um hospital
em Brasília – DF, o acusado, com vontade livre e consciente, e com
nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos referentes a sua raça e cor. Consta que o
acusado consumira um lanche no quiosque onde a vítima trabalha
e, por ocasião do pagamento, a vítima, que o atendeu, indagou qual
teria sido o consumo. Após o acusado responder que consumira um
salgado e um café, a vítima novamente questionou qual teria sido
o exato consumo, uma vez que há diferentes tipos de salgado, o
que irritou o acusado que, visando macular-lhe a honra subjetiva,
afirmou: “Você tem vergonha da sua cor! Você é muito ignorante,
sua nega! Isso não é lugar para você trabalhar!”. Agindo assim, o
acusado incorreu nas penas do art. 140, § 3º, do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: sim.
Data: 11/3/15
Observações processuais: em acompanhamento do cumprimento
da SCP.
Status do processo: em tramitação.
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Número Caso: 79
Nº do Processo TJDFT: 2015.01.1.020809-6
Circunscrição: Brasília
Vara: 4ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
450
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Número Caso: 80
Nº do Processo TJDFT: 2014.03.1.009166-2
Circunscrição: Ceilândia
Vara: 2ª Vara Criminal de Ceilândia
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
451
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________________________________
Número Caso: 81
Nº do Processo TJDFT: 2014.07.1.025605-9
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 8/4/14
Data da denúncia: 10/9/14
______________________________________________________
Narrativa:
No dia 8 de abril de 2014, por volta das 18h40, no ponto de
ônibus próximo à Praça do Relógio em Taguatinga Centro – DF, o
acusado, com vontade livre e consciente, e com nítida intenção de
injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de
453
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________________________________
Número Caso: 82
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.059015-3
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 22/4/14
Data da denúncia: 5/2/15
454
Narrativa:
No dia 22 de abril de 2014, por volta das 15h30, na Vara da
Infância e da Juventude do Distrito Federal, Brasília – DF, a
acusada, com vontade livre e consciente e com nítida intenção de
injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de
elementos referentes a sua raça e a sua cor. Consta dos autos que
nas circunstâncias acima descriminadas, um agente de segurança,
no exercício de suas funções, constatou uma agitação incomum
próxima à sala de entrevista do setor psicossocial da Vara da
Infância e da Juventude e para lá deslocou-se. No local, deparou-se
com a acusada, a qual, bastante exaltada, se excedia com os demais
funcionários. Nessa oportunidade, a vítima solicitou que a acusada
se acalmasse, momento em que ela passou a ofendê-lo, fazendo uso
das seguintes expressões discriminatórias: “sai daqui seu branquelo
nojento” e “seu branquelo de merda”. Assim agindo, a acusada
incorreu nas penas do art. 140, § 3º, do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
Observações processuais: processo em fase inicial de instrução,
sem sentença.
Status do processo: em tramitação.
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Número Caso: 83
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.101177-8
Circunscrição: Brasília
Vara: 3ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
455
Número Caso: 84
Nº do Processo TJDFT: 2014.07.1.026969-5
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
Lei de Contravenções Penais (art. 21)
______________________________________________________
Data dos fatos: 4/5/14
Data da denúncia: 15/10/14
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Narrativa:
1º Fato: no dia 4 de maio de 2014, por volta das 9h50, em Taguatinga
Centro – DF, o acusado, com vontade livre e consciente, praticou
vias de fato contra a vítima. Em seguida, o acusado, com nítida
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos referentes a sua raça, cor e origem. Consta
que o acusado é morador do edifício em que a vítima trabalha
como porteiro e, no dia e horário mencionados, chegou ao edifício
e ordenou que a vítima pegasse sua correspondência, indagando o
porquê de a vítima ficar olhando para o acusado toda vez que ele
passava pela portaria. Na ocasião em que a vítima se dirigia para
pegar a referida correspondência, o acusado, com vontade livre e
consciente, empurrou a vítima pelas costas e, em seguida, visando
macular a sua honra subjetiva, proferiu as seguintes ofensas
preconceituosas: “viado, preto... por isso é que eu não gosto de
nordestino”.
2º Fato: no mesmo dia, porém no final da tarde, no mesmo local,
o acusado, voluntária e conscientemente, ofendeu a dignidade
e o decoro da mesma vítima, valendo-se de elementos relativos
457
Número Caso: 85
Nº do Processo TJDFT: 2014.07.1.032625-6
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 1ª Vara Criminal de Taguatinga
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 7/5/14
Data da denúncia: 7/1/15
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Narrativa:
No dia 7 de maio de 2014, por volta das 11h50min, em Taguatinga
– DF, o acusado, com vontade livre e consciente, e com nítida
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
que é imigrante senegalês, valendo-se de elementos referentes a
sua raça e cor. Consta dos autos que a vítima realizava comércio
irregular no local dos fatos como vendedor ambulante e havia sido
advertida pelo acusado, o qual é policial militar, que não poderia
comercializar no local. No momento da abordagem, o acusado, ao
realizar patrulhamento nas proximidades de Taguatinga-DF, bateu
com a roda da moto que conduzia na banca da vítima, derrubando-a.
Na ocasião, o acusado, visando macular a honra subjetiva da
vítima, proferiu em seu desfavor as seguintes expressões ofensivas
e discriminatórias: “já te avisei seu nego preto para tirar suas coisas
daqui”. A conduta foi praticada na presença de diversas pessoas.
Agindo assim, o acusado incorreu nas penas do art. 140, § 3º, c/c
art. 141, III, todos do Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: não.
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Sentença: absolvição.
Data: 30/8/16
Houve Recurso: não.
Observações processuais: determinado o arquivamento em
20/9/2016.
Status do processo: arquivado.
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Número Caso: 86
Nº do Processo TJDFT: 2015.01.1.034267-7
Circunscrição: Brasília
Vara: 2ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
______________________________________________________
Data dos fatos: 16/5/14
Data da denúncia: 18/11/15
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Narrativa:
No dia 16 de maio de 2014, por volta das 8h10, na Rodoviária do
Plano Piloto, em Brasília – DF, a acusada, com vontade livre e
consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e
o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes a sua raça e
cor. Consta dos autos que a vítima é motorista de uma empresa de
transporte coletivo e, no dia dos fatos, conduzia o ônibus da linha
“X”, no qual adentrou a acusada. Após ter efetuado o pagamento de
sua passagem, a acusada pretendeu descer do coletivo. Contudo, ao
deixar o terminal e estando o veículo em movimento, o motorista
460
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Número Caso: 87
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.084183-0
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
461
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
______________________________________________________
Data dos fatos: 2/6/14
Data da denúncia: 3/6/14
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Narrativa:
No dia 2 de junho de 2014, por volta das 5h55, na Asa Sul – DF,
a acusada, com vontade livre e consciente e com nítida intenção
de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-
-se de elementos referentes à sua raça e à sua cor. Ato contínuo,
nas mesmas circunstâncias de tempo e espaço, a acusada, com
vontade livre e consciente, desacatou um funcionário público
no exercício de sua função. Consta que a acusada, juntamente
com uma amiga, solicitou os serviços de táxi da vítima para ser
conduzida do Guará à Asa Sul. Após a descida de sua amiga, a
acusada se negou a pagar pelo valor do serviço prestado quando
chegou ao seu destino, momento em que a vítima chamou a polícia.
Exaltada, e já na presença dos policiais, a acusada dirigiu-se ao
taxista, voluntária e conscientemente, utilizando-se da seguinte
expressão discriminatória: “negro de merda”. Ato contínuo, durante
a abordagem policial, a acusada ofendeu o policial militar que
encontrava-se no exercício de sua função, dirigindo-se a ele da
seguinte forma: “sargentinho de merda”. Agindo assim, a acusada
incorreu nas penas dos arts. 140, § 3º e 331, caput, ambos do
Código Penal.
______________________________________________________
Proposta de SCP: sim.
Data: 12/11/14
Observações processuais: em acompanhamento do cumprimento
da SCP.
Status do processo: em tramitação.
462
Número Caso: 88
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.152757-3
Circunscrição: Brasília
Vara: 8ª Vara Criminal de Brasília
______________________________________________________
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
Lei de Contravenções Penais (art. 21)
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Data dos fatos: 26/6/14
Data da denúncia: 1º/10/15
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Narrativa:
1º Fato: No dia 26 de junho de 2014, por volta das 11h30min, no
interior de uma loja na Vila Planalto, Brasília – DF, o acusado,
com vontade livre e consciente e com nítida intenção de injuriar,
ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos
referentes a sua raça e cor. Ainda nas mesmas circunstâncias de
tempo e lugar, igualmente de forma livre e consciente, o acusado
ameaçou causar mal injusto e grave à vítima. Consta dos autos que o
acusado havia realizado a compra de alguns materiais de construção
na loja onde trabalha a vítima. Discordando do tempo de entrega,
no dia dos fatos, o acusado dirigiu-se à referida empresa e, com
grosseria e agressividade passou a exigir a mercadoria adquirida,
danificando objetos e chutando o expositor da loja. Um funcionário
presenciou os fatos e tentou interceder pedindo calma ao cliente,
oportunidade em que passou a ser por ele insultado, mediante a
utilização das expressões discriminatórias “Seu preto safado!”,
“Preto macaco”, e “Preto nojento!’’. Ato seguinte, o acusado pegou
um tijolo e ameaçou a vítima, afirmando que iria quebrar-lhe a
cabeça e gritando: “Vem resolver comigo aqui fora, seu preto!”.
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Número Caso: 89
Nº do Processo TJDFT: 2015.04.1.000165-4
Circunscrição: Gama
Vara: 2ª Vara Criminal do Gama
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
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Data dos fatos: 28/6/14
Data da denúncia: 17/11/15
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Narrativa:
1º Fato: no dia 28 de junho de 2014, no período compreendido
entre às 13h53 e às 18h49, no Gama – DF, por meio do aplicativo
whatsapp, o acusado, com vontade livre e consciente e com nítida
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos referentes a sua raça, cor e origem.
Consta dos autos que o acusado e a vítima são funcionários de
determinada empresa e, nesta qualidade, participavam de um grupo
de comunicação sobre a greve da categoria na rede social whatsapp,
da qual faziam parte cerca de 30 operadores. No dia dos fatos,
sem justificativa aparente, o acusado passou a postar, no referido
grupo virtual, inúmeras ofensas dirigidas à vítima, utilizando-se,
dentre outros insultos, das expressões discriminatórias “macaco”,
“macaquinho” e “baianinho”.
2º Fato: no dia 18 de dezembro de 2014, por volta das 20h30, em
Samambaia – DF, o acusado, com vontade livre e consciente e com
nítida intenção de injuriar, uma vez mais ofendeu a dignidade e o
decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça e
cor. Após os fatos acima narrados, o acusado foi excluído do grupo
de comunicação do whatsapp e o ofendido procurou evitar qualquer
contato com ele. Contudo, durante um dos plantões mantidos no
local de trabalho, o acusado, dirigindo-se ao um outro funcionário,
voltou a insultar a vítima, afirmando “Aquele seu amigo (...) é
um macaco mesmo!”, ofensa que tornou a repetir inúmeras vezes
diante de, no mínimo quatro colegas que se encontravam no local.
É de se destacar, por oportuno, que ao se utilizar das expressões
“macaco” e “macaquinho”, o acusado estava afirmando que a vítima
era um animal negro que parece com o ser humano e que possui
uma inteligência limitada. Essa expressão tem sido historicamente
utilizada no Brasil como uma ofensa direcionada a negros, destinada
465
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Número Caso: 90
Nº do Processo TJDFT: 2014.06.1.014256-9
Circunscrição: Sobradinho
Vara: Vara Criminal de Sobradinho
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
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Data dos fatos: 30/6/14
Data da denúncia: 10/2/15
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Narrativa:
No dia 30 de junho de 2014, por volta das 15h, em uma feira
localizada em Sobradinho – DF, o acusado, com vontade livre e
consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e
o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes a sua raça e
cor. Consta dos autos que o acusado possui uma banca na referida
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Número Caso: 91
N° do Processo TJDFT: 2014.01.1.100312-2
Circunscrição: Brasília
Vara: 6ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
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Data dos fatos: 4/7/14
Data da denúncia: 8/9/14
467
Narrativa:
No dia 4 de julho de 2014, por volta das 20h, na estação do Metrô
localizada no Setor de Múltiplas Atividades Sul, Brasília – DF, o
acusado, com vontade livre e consciente, e com nítida intenção de
injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de
elementos referentes a sua raça e a sua cor. Consta que o acusado
tentou adentrar a estação do Metrô consumindo bebida alcoólica,
ocasião em que a vítima, que é vigilante no local, o advertiu quanto
à proibição de tal comportamento. Irresignado, o acusado, visando
a macular a honra subjetiva da vítima, afirmou: “macaco, preto
filho da puta!”. Agindo assim, o acusado incorreu nas penas do art.
140, § 3º, do Código Penal.
Observações: local da ofensa foi no Metrô de Brasília. Funcionário
do Metrô que foi ofendido por usuário do serviço.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 20/5/15
Observações processuais: em acompanhamento do cumprimento
da SCP.
Status do processo: em tramitação.
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Número Caso: 92
Nº do Processo TJDFT: 2014.03.1.022913-7
Circunscrição: Ceilândia
Vara: 3ª Vara Criminal de Ceilândia
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
468
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Número Caso: 93
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.183867-9
Circunscrição: Brasília
Vara: 5ª Vara Criminal de Brasília
469
Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Lesão Corporal (art. 129 do CP)
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Data dos fatos: 1º/8/14
Data da denúncia: 3/12/14
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Narrativa:
No dia 1º de agosto de 2014, por volta das 13h15min, nas
proximidades dos edifícios localizados no Setor Comercial Sul em
Brasília – DF, o acusado, com vontade livre e consciente, e com
nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos referentes a sua raça e cor. Consta que o
acusado jogava dominó com a vítima no local supramencionado
e que após a partida, o acusado, irresignado, perguntou a vítima
se ela não iria se retirar da mesa, pois havia perdido. Diante da
negativa da resposta da vítima, o acusado, visando macular a honra
subjetiva da vítima, proferiu em desfavor dela a seguinte expressão
ofensiva: “Filho da puta”. Dada a contenda, o acusado disse que
não mais jogaria enquanto a vítima não se submetesse a “pedra
maior”, recolhendo as peças do dominó, momento em que a vítima
teria retrucado “enfia estas pedras no cu, eu tenho outras no meu
carro, vamos jogar com as minhas”. Nesse momento, o acusado,
em resposta, proferiu as seguintes ofensas discriminatórias: “seu
preto filho da puta” e desferiu um tapa no rosto e dois chutes na
perna da vítima, que a derrubaram ao chão e causaram as lesões
descritas no laudo do IML anexo ao referido processo. Agindo
assim, o acusado incorreu nas penas do art.129, caput, e art. 140, §
3º, todos do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 24/2/15
470
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Número Caso: 95
Nº do Processo TJDFT: 2015.05.1.000132-6
Circunscrição: Planaltina
Vara: 1ª Vara Criminal e 1º Juizado Especial Criminal de Planaltina
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
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Data dos fatos: 3/8/14
Data da denúncia: 15/6/15
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Narrativa:
No dia 3 de agosto de 2014, por volta das 22h30, em um condomínio
em Planaltina – DF, a acusada, com vontade livre e consciente,
ofendeu a dignidade e o decoro da vítima 1, valendo-se de elementos
referentes a sua raça e cor. Nas mesmas circunstâncias, igualmente
com vontade livre e consciente, a acusada ameaçou causar mal
injusto e grave às vítimas 1 e 2. Consta dos autos que a vítima 1
retornava à casa quando, passando defronte a um bar localizado
na vizinhança, quase foi acertada por uma garrafa atirada pela
acusada, a qual dirigiu a ela as seguintes ofensas discriminatórias
472
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Número Caso: 96
Nº do Processo TJDFT: 2014.07.1.036024-3
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
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Data dos fatos: 6/8/14
Data da denúncia: 16/12/14
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Narrativa:
No dia 6 de agosto de 2014, por volta das 8h, em Águas Claras – DF,
o acusado, com vontade livre e consciente, e com nítida intenção de
injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de
elementos referentes a sua raça e a sua cor. Apurou-se que a vítima
473
Número Caso: 97
Nº do Processo TJDFT: 2014.01.1.143563-3
Circunscrição: Brasília
Vara: 4ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
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Data dos fatos: 10/8/14
Data da denúncia: 30/9/14
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Narrativa:
No dia 10 de agosto de 2014, por volta das 14h, em um centro
espírita localizado na Asa Sul, em Brasília – DF, o acusado, com
vontade livre e consciente, e com nítida intenção de injuriar,
ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos
referentes a sua raça e a sua cor. Consta que o acusado, que é filho
da empreendedora de quiosque de lanches onde a vítima trabalha, ao
constatar que esta havia abreviado informação constante da ficha de
uma refeição que seria por ele entregue ao cliente, proferiu contra a
vítima as seguintes expressões ofensivas e discriminatórias: “Você
não sabe escrever, eu prefiro trabalhar com branco do que com preto
porque preto tem raça ruim! Para que você estuda, se você não sabe
anotar nenhum pedido? Sua torrona rapariga, gorda sebosa, preta
nojenta, raça ruim!”. Agindo assim, o acusado incorreu nas penas
do art. 140, § 3º, do Código Penal.
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Proposta de SCP: não.
Sentença: absolvição.
Data: 10/6/15
Houve Recurso: não.
Data do trânsito em julgado: 8/3/2016 (arquivamento definitivo).
Status do processo: arquivado.
475
Número Caso: 98
Nº do Processo TJDFT: 2015.03.1.000587-2
Circunscrição: Ceilândia
Vara: 3ª Vara Criminal de Ceilândia
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
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Data dos fatos: 1º/9/14
Data da denúncia: 23/11/15
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Narrativa:
No dia 1º de setembro de 2014, por volta das 19h20, no interior de
um centro universitário em Ceilândia Norte – DF, a acusada, com
vontade livre e consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu
a dignidade e o decoro da vítima valendo-se de elementos referentes
à sua raça e à sua cor. Consta dos autos que a vítima trabalha
como auxiliar de atendimento ao aluno do centro universitário
em que a acusada estuda. No dia dos fatos, a vítima encontrava-
se na secretaria e prestava atendimento à acusada. Entendendo
abusivo o preço estabelecido pela faculdade pela documentação
de que necessitava, a estudante passou a ofender o servidor da
instituição, dizendo-lhe “o padrão de funcionários baixou o nível”.
Ato seguinte, deixando o recinto, afirmou perante os demais alunos
presentes “Esse neguinho vai se ver comigo!”, o que gerou bastante
constrangimento ao ofendido. Assim agindo, a acusada incorreu na
pena do art. 140, § 3º, do Código Penal.
Observações: acusada era aluna da faculdade em que trabalhava a
vítima.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 9/6/16
Observações processuais: acompanhamento do cumprimento da
SCP.
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Número Caso: 99
Nº do Processo TJDFT: 2015.07.1.012448-4
Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
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Data dos fatos: 6/9/14
Data da denúncia: 29/5/15
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Narrativa:
No dia 6 de setembro de 2014, por volta das 9h, em uma via pública
em Águas Claras – DF, o acusado, de forma livre e consciente,
ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos
referentes à sua raça e à sua cor. Consta dos autos que a vítima
trafegava em seu veículo quando, repentina e injustificadamente,
um veículo desconhecido, dirigido pelo acusado, emparelhou com
o seu. Com ambos os automóveis em movimento, o acusado passou
a ofender a vítima, gritando pela janela as seguintes expressões
discriminatórias: “preto filho da puta, raça suja do caralho”. Tendo
o ofendido seguido seu percurso, o veículo desconhecido persistiu
em seu encalço, oportunidade em que o acusado tornou a proferir
as mesmas ofensas, partindo em seguida. Assim agindo, o acusado
incorreu nas penas do art. 140, § 3º, do Código Penal.
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Proposta de SCP: não.
477
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Narrativa:
No dia 18 de setembro de 2014, entre as 8h e as 22h, a acusada,
com vontade livre e consciente, e com nítida intenção de injuriar,
ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos
referentes a sua raça e a sua cor. Consta que a acusada e a vítima
eram desafetas, sendo que, no dia 18 de setembro de 2014, a acusada,
com a intenção de atingir a honra subjetiva da vítima, utilizando-
-se de meio de fácil divulgação, publicou mensagem na rede social
Facebook, dirigida diretamente à vítima, com a seguinte ofensa
discriminatória: “preto idiota”. Agindo assim, a acusada incorreu
nas penas dos arts. 140, § 3º, c/c 141, III, todos do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 27/4/15
Observações processuais: acompanhamento do cumprimento da
SCP.
Status do processo: em tramitação.
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Narrativa:
No dia 22 de setembro de 2014, por volta das 9h, no Núcleo
Bandeirante – DF, a acusada, com vontade livre e consciente e
com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da
vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça e à sua cor.
Consta dos autos que a vítima, subsíndica do prédio onde reside
a acusada, acompanhava a realização do desmembramento de
hidrômetros do edifício, quando a acusada se aproximou indignada
e passou a dizer: “você e o síndico estão roubando para fazer o
desmembramento do hidrômetro”. A ofendida reagiu e afirmou que
a obra estava sendo realizada justamente porque a conta de água
era coletiva e a acusada estava inadimplente com o condomínio
há mais de um ano e meio. Nesta oportunidade, a acusada voltou
a ofender a vítima, com o claro objetivo de atingir sua honra
subjetiva, dizendo a ela: “Cala a boca sua macaca, sua macaca,
sua macaca, sua macaca, você não tem dinheiro nem para comer,
só tem dinheiro pra comprar sanduíche”. Assim agindo, a acusada
incorreu nas penas do art. 140, § 3º, do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 9/8/2016
Observações processuais: acompanhamento do cumprimento da
SCP.
Status do processo: em tramitação.
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21ª DP. Agindo assim, a acusada incorreu nas penas do art. 140, §
3º, c/c art. 141, II, por duas vezes, na forma do art. 70, e art. 233,
todos do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 14/5/15
Observações processuais: acompanhamento do cumprimento da
SCP.
Status do processo: em tramitação.
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Narrativa:
No dia 12 de outubro de 2014, por volta das 00h, na Esplanada
dos Ministérios, em frente à Biblioteca Nacional, em Brasília – DF,
o acusado, com vontade livre e consciente e com nítida intenção
de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, um policial
militar, valendo-se de elementos referentes à sua raça e à sua cor.
Consta dos autos que na madrugada dos fatos ocorria um show na
Esplanada dos Ministérios. Enquanto a guarnição da qual a vítima
fazia parte realizava o fechamento da via S1, o acusado derrubava
os cones utilizados. Ao ser abordado pelo policial vítima, o acusado
passou a referir-se a ele pelos termos discriminatórios “seu negro”
e “negro analfabeto”; evadindo-se do local logo em seguida. Após
buscas nas imediações, a guarnição localizou o acusado em parada
de ônibus próxima à rodoviária e efetuou o flagrante constante do
inquérito policial. Assim agindo, o acusado incorreu nas penas do
art. 140, § 3º, c/c art. 141, inciso II, ambos do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 18/5/16
Observações processuais: acompanhamento do cumprimento da
SCP.
Status do processo: em tramitação.
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
Aumento de pena do art. 141 do CP
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Data dos fatos: 16/10/14
Data da denúncia: 5/2/16
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Narrativa:
Sequência 1: no dia 16 de outubro de 2014, por meio de ligações
telefônicas, em horário que não se pode precisar, em uma
autoescola em Taguatinga Centro – DF, o acusado, com vontade
livre e consciente, ameaçou causar mal injusto e grave contra a
vítima. Consta dos autos que a vítima é instrutor de autoescola
e, nessa qualidade, atendia a filha do acusado. Após haver um
desencontro entre o instrutor e a aluna, o acusado telefonou para
a vítima e afirmou: “quero muito ver sua cara”, “isso não vai ficar
assim, pois minha filha tem pai”. Posteriormente, o acusado ligou
para a autoescola e pediu o número da placa do veículo da vítima,
afirmando “ele vai ver o que vou fazer com o carro dele”.
Sequência 2: no dia 17 de outubro de 2014, por volta das 10h30,
na referida autoescola, em Taguatinga Centro – DF, o acusado,
igualmente com vontade livre e consciente, ofendeu a dignidade
e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua
raça e cor. Presencialmente, no estabelecimento comercial da
autoescola, o acusado ofendeu o instrutor vítima, chamando-o
de “instrutorzinho”, “gentinha” e, diante de todos os presentes,
afirmou já ter imaginado que ele era negro, afirmando ter pensado
“esse cara deve ser de cor” e depois dizendo aos demais: “Esse tipo
de gente, você sabe como é” e “eu nunca me dei bem com essa
cor”. As ofensas foram proferidas diante do proprietário, de alunos
e funcionários da autoescola.
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Assim agindo, o acusado incorreu nas pensa do art. 147 e 140, § 3º,
c/c art. 141, III, todos do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 18/2/16
Observações processuais: acompanhamento do cumprimento da
SCP.
Status do processo: em tramitação.
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Sentença: condenação.
Data: 9/5/16
Pena: 1 ano, 6 meses e 20 dias de reclusão e 13 dias-multa, cada
uma no valor equivalente a 1/30 do salário mínimo vigente ao
tempo do fato delituoso, devidamente corrigido, mais 1 mês e 5
dias de detenção.
Houve Recurso: não.
Observações processuais: réu intimado por edital da sentença
condenatória.
Status do processo: em tramitação.
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
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Data dos fatos: 10/11/14
Data da denúncia: 25/5/15
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Narrativa:
No dia 10 de novembro de 2014, por volta das 13h30min, no
Gama – DF, a acusada, com vontade livre e consciente, ofendeu
a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos
referentes à sua raça e à cor. A acusada é tia da vítima e, durante
uma discussão de cunho financeiro havida entre aquela e o pai
da vítima, a acusada ofendeu a sobrinha, que estava presente no
local, chamando-a de “macaca”. Ao utilizar a expressão “macaca”,
a acusada estava afirmando que a vítima era um animal negro que
parece com o ser humano e que possui uma inteligência limitada.
Essa expressão tem sido historicamente utilizada no Brasil como
uma ofensa direcionada a negros, destinada a reforçar o estereótipo
de sua subalternidade social, tratando-se, claramente, de uma ofensa
à honra que faz referência à cor e à raça da vítima. Assim agindo, a
acusada incorreu nas penas do art. 140, § 3º, do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 4/7/16
Observações processuais: acompanhamento do cumprimento da
SCP.
Status do processo: em tramitação.
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Circunscrição: Taguatinga
Vara: 2ª Vara Criminal de Taguatinga
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
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Data dos fatos: 12/11/14
Data da denúncia: 29/5/15
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Narrativa:
No dia 12 de novembro de 2014, por volta das 8h30min, no hall
de entrada de um condomínio em Taguatinga – DF, a acusada,
com vontade livre e consciente, ofendeu a dignidade e o decoro
da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça e à sua
cor. Nas circunstâncias acima descritas, a vítima, que trabalhava
no referido condomínio como auxiliar de limpeza, encontrava-se
na portaria do edifício quando a acusada chegou indagando porque
estava sendo encarada. Antes que a vítima pudesse responder, a
acusada disse “Cala a sua boca, sua galinha, nega safada. Vá limpar
o chão pois o seu lugar é limpando o chão, porque sou eu quem
pago o seu salário”. Assim agindo, a acusada incorreu nas penas do
art. 140, § 3º, do Código Penal.
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Proposta de SCP: não.
Observações processuais: em 6/5/2016 foi oferecida SCP, mas
não foi aceita pela ré. Processo em fase de instrução preliminar.
Sem sentença.
Status do processo: em tramitação.
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Circunscrição: Taguatinga
Vara: 1ª Vara Criminal de Taguatinga
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
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Data dos fatos: 26/11/14
Data da denúncia: 8/4/15
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Narrativa:
No dia 26 de novembro de 2014, por volta das 16h30, em
Taguatinga – DF, a acusada, com vontade livre e consciente e
com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro
de três pessoas, valendo-se de elementos referentes à raça e à cor
delas. Consta dos autos que a vítima 1 organizava um evento para
recepcionar as mulheres grávidas da igreja, no qual seria servido
um lanche coletivo. A acusada, presente no evento, iniciou o lanche
antes do momento previsto e, por isso, a vítima lhe solicitou que
aguardasse para prosseguir com o evento. Nesta oportunidade,
a acusada passou a ofender a vítima 1, utilizando a expressão
discriminatória “negrinha sebosa analfabeta”. Ato contínuo, a
acusada dirigiu-se ao local onde as filhas da vítima 1 (vítimas 2 e
3) estavam e passou a ofender também as crianças, utilizando os
termos “negrinha do cabelo sarará” e “branquela de quatro olhos”.
Assim agindo, a acusada incorreu nas penas do art. 140, § 3º (por
três vezes), na forma do art. 69, ambos do Código Penal.
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Proposta de SCP: não.
Observações processuais: processo em fase de instrução
preliminar. Sem sentença. Conclusos para julgamento em 5/8/2016.
Status do processo: em tramitação.
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Narrativa:
No dia 30 de novembro de 2014, por volta das 23h30min, em uma
choperia em Águas Claras – DF, o acusado, com vontade livre e
consciente, e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade
e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes a sua raça
e a sua cor. Consta que o acusado e a vítima estavam no mesmo
estabelecimento, e que o acusado passou a encarar, de maneira
insistente, uma amiga da vítima e se aproximou dela para conversar,
causando-lhe incômodo. Na ocasião, enquanto conversavam, a
vítima ficou entre os dois, momento em que o acusado visando
macular a honra subjetiva da vítima, proferiu em seu desfavor as
seguintes expressões ofensivas e discriminatórias: “você já se olhou
no espelho? Você parece uma macaca”, “você não é gente, você é
uma macaca”. Agindo assim, o acusado incorreu nas penas do art.
140, § 3º, do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 6/5/16
Observações processuais: acompanhamento do cumprimento
da SCP.
Status do processo: em tramitação.
Número Caso: 114
495
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Ameaça (art. 147 do CP)
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Data dos fatos: 19/12/14
Data da denúncia: 5/4/16
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Narrativa:
No dia 19 de dezembro de 2014, por volta das 17h, em Planaltina
– DF, a acusada, com vontade livre e consciente e com nítida
intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da vítima,
valendo-se de elementos referentes à sua raça e à sua cor, bem
como ameaçou a vítima de causar-lhe mal injusto e grave. Consta
dos autos que a vítima era, ao tempo do ocorrido, esposa do pai
da acusada, e havia problemas familiares decorrentes dessa união.
Na data dos fatos, durante uma ligação telefônica para o pai,
atendida por meio do viva voz do aparelho telefônico residencial, a
acusada passou a acusar a vítima de maus-tratos contra seu genitor
e a ofendê-la, por meio das expressões discriminatórias “nega
safada”, “neguinha”, “macaca”, referindo-se aos filhos da vítima
como “negos” e “macaquinhos”. A acusada ainda ameaçou a vítima
dizendo que “conhecia muitos bandidos e a hora que quisesse era
só falar com eles”, intimidando-a, dando a entender que a mataria.
Ao utilizar-se das expressões “macaca” e “macaquinhos”, a acusada
estava afirmando que a vítima e seus filhos eram animais negros
que parecem com o ser humano e que possuem uma inteligência
limitada. Essa expressão tem sido historicamente utilizada no
Brasil como uma ofensa direcionada a negros, destinada a reforçar
o estereótipo de sua subalternidade social, tratando-se, claramente,
de uma ofensa à honra que faz referência à cor e à raça da vítima.
Assim agindo, a acusada incorreu nas penas dos arts. 140, § 3º e
147, ambos do Código Penal.
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Narrativa:
No dia 26 de janeiro de 2015, por volta das 14h30, no Setor de
Autarquias Norte, Brasília – DF, o acusado, com vontade livre e
consciente e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade
e o decoro da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua
raça e à sua cor. Consta dos autos que as partes trabalhavam
para a mesma empresa, sendo o acusado chefe da equipe na qual
trabalhava a vítima. No dia dos fatos, os envolvidos discutiam
em razão de um serviço realizado pela vítima, do qual o acusado
discordava. Neste contexto, com o claro objetivo de inferiorizar e
desmoralizar o funcionário diante dos colegas de equipe, o acusado
passou a chamar a vítima de “oreia seca”, afirmando que ele nunca
iria aprender as coisas, além de insultá-lo, pelo uso da expressão
discriminatória “nego zé buceta”. Assim agindo, o acusado incorreu
na pena do art. 140, § 3º, do Código Penal.
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Proposta de SCP: não.
Observações processuais: processo em fase de instrução
preliminar. Sem sentença.
Status do processo: em tramitação.
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Narrativa:
No dia 9 de março de 2015, por volta das 20h, em uma escola
em Planaltina – DF, a acusada, com vontade livre e consciente e
com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro
da vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça e à sua
cor. Consta dos autos que a vítima é o diretor da referida escola,
instituição onde estudava a acusada. No dia dos fatos, desatendendo
à orientação da agente de portaria, a aluna/acusada entrou nas
dependências do colégio utilizando roupa inadequada, destratando
a referida funcionária. Chamado a intervir na situação, o diretor
advertiu a aluna de que, a partir daquela data, ela não mais entraria
na escola com aquelas vestimentas, devendo observar o Estatuto da
Secretaria de Educação. Diante da negativa da acusada, a vítima
a alertou que poderia suspendê-la ou mesma transferi-la, caso ela
desrespeitasse as normas do centro de ensino. Nesta oportunidade, a
acusada passou a insultá-lo, proferindo as seguintes ofensas: “Você
é um preto safado, você não manda porra nenhuma na escola, você
não é diretor dessa escola, vai tomar no seu cú”. A vítima informou
à aluna que, diante dos fatos, não havia alternativa senão transferi-
-la, oportunidade em que ela prosseguiu: “Seu nego! Vou tirar você
daqui, seu pilantra. Vai se lascar seu preto desgraçado. Vai se lascar
você e sua porteira de merda!”. Ato seguinte, já do lado de fora
do colégio, continuou gritando impropérios, tais como “Seu preto
safado! Você tá pensando que manda nessa escola? Eu vou tirar
você daqui!”. Assim agindo, a acusada incorreu na pena dos arts.
140, § 3º, do Código Penal.
Observações: acusada era aluna do estabelecimento de ensino onde
a vítima era diretor.
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Proposta de SCP: sim
Data: 9/3/16
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não era aqui não, meu irmão”. Ato seguinte, o acusado ainda atirou
um vaso de cerâmica contra o vidro blindex da portaria em que se
encontrava a vítima 1.
2ª Sequência de fatos: nas mesmas circunstâncias de tempo e
espaço, igualmente com vontade livre e consciente, o acusado
ameaçou causar mal injusto e grave contra a vítima 1 e a vítima 2.
Após os fatos narrados na primeira sequência fática, a subsíndica do
condomínio foi acionada por uma das moradoras que presenciava
a ocorrência e desceu para intervir na situação. Ao tentar conversar
com o acusado, a vítima 2 foi igualmente ofendida por ele, que
ademais dos xingamentos, passou a gritar “Eu vou vou quebrar essa
porra toda... entra na frente que eu vou quebrar você também... você,
o síndico e quem mais entrar na frente!”. Em sequência, voltando-
-se novamente ao porteiro, passou a afirmar “O meu problema com
esse preto eu resolvo com um dedo só”, referindo-se ao gatilho da
arma de fogo. Por fim, tendo a subsíndica questionado aos demais
presentes se a polícia havia sido acionada, o acusado voltou a
proferir ameaças, afirmando “Faz o seguinte: chama três viaturas,
porque vai faltar viatura para levar os corpos daqui de dentro”.
Assim agindo, o acusado incorreu nas penas dos arts. 140, § 3º, e
147 (por duas vezes), ambos do Código Penal, na forma do art. 69
do mesmo diploma legal.
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Proposta de SCP: sem informação.
Observações processuais: processo em fase preliminar de
instrução. Sem sentença.
Status do processo: em tramitação.
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Circunscrição: Brasília
Vara: 1ª Vara Criminal de Brasília
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Incidência penal:
Injúria Racial (art. 140, §3º, do Código Penal)
Aumento de pena do art. 141 do CP
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Data dos fatos: 9/5/15
Data da denúncia: 31/7/15
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Narrativa:
No dia 9 de maio de 2015, no estacionamento em frente ao Deck
Norte, em Brasília – DF, a acusada, com vontade livre e consciente
e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro da
vítima, valendo-se de elementos referentes à sua raça e à sua cor.
Consta dos autos que a vítima realizava patrulhamento de rotina
com outros policiais militares quando foram chamados a prestar
apoio a uma outra guarnição em possível ocorrência de embriaguez
no volante. Ao chegarem ao local, a acusada, que acompanhava o
motorista abordado, importunava outro policial, oportunidade em
que a vítima intercedeu. Neste contexto, a acusada dirigiu-se ao
policial militar, dizendo: “sai daqui seu filho da puta” e “sai daqui
seu preto”. Dada voz de prisão, a acusada persistiu nos insultos,
referindo-se inúmeras vezes à vítima pela expressão discriminatória
“preto”. Assim agindo, a acusada incorreu nas penas do art. 140, §
3º, c/c art. 141, inciso II, ambos do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 7/4/16
Observações processuais: em acompanhamento do cumprimento
da SCP.
Status do processo: em tramitação.
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com o acusado, que lhe disse: “eu quero matar um preto safado”.
Ato contínuo, o acusado entrou em sua residência, retornando com
uma faca, com a qual passou a ameaçar a vítima de morte, enquanto
continuava ofendendo-a com expressões discriminatórias, tais
como “preto, nego e macaco”. Assim agindo, o acusado incorreu
nas penas dos arts. 140, § 3º, e 147, ambos do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 19/8/15
Observações processuais: em acompanhamento da cumprimento
da SCP.
Status do processo: em tramitação.
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Narrativa:
1ª Sequência fática: no dia 17 de julho de 2015, por volta das 12h30,
em Santa Maria – DF, a acusada, com vontade livre e consciente
e com nítida intenção de injuriar, ofendeu a dignidade e o decoro
da vítima, policial militar, valendo-se de elementos referentes à
sua raça e à sua cor. Consta dos autos que a vítima encontrava-
se em patrulhamento quando recebeu chamado para se deslocar ao
local onde ocorreram os fatos em razão de um grupo que consumia
drogas. Ao realizar a abordagem a acusada dos fatos, que portava a
substância entorpecente conhecida como maconha, ela, com o claro
objetivo de desmoralizar e retirar a autoridade do policial, dirigiu-
-se ao sargento afirmando: “Você tem que desfazer desse cigarro de
maconha na minha frente, porque senão você vai levar pra casa e
fumar. A sua cor já diz tudo!”.
2ª Sequência fática: nas mesmas circunstâncias, a acusada,
igualmente com vontade e consciência desimpedidas, desacatou
funcionário público no exercício de sua função e se opôs à
execução de ato legal de prisão em flagrante, mediante violência
física a funcionário competente para executá-la. Após as ofensas
proferidas contra o policial militar, a acusada afirmou que somente
seria revistada por uma policial do sexo feminino, sendo acionada
uma. Realizado o procedimento, a guarnição encontrou outro
cigarro de maconha nas vestes da acusada, dando-lhe voz de prisão.
Nesta oportunidade, a acusada resistiu ao ato de constrição pessoal
mediante agressão física praticada contra a policial, causando-lhe
os ferimentos descritos no laudo de exame de corpo de delito anexo
ao processo, sendo contida com uso da força necessária. Conduzida
à delegacia, a acusada passou a desacatar a policial com os insultos
“vadia”, “piranha” e “policial de merda”.
Assim agindo, a acusada incorreu nas penas do art. 140, § 3º, c/c
art. 141, inciso II; e arts. 331 e 329, todos do Código Penal, na
forma do art. 69 do mesmo diploma legal.
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Narrativa:
1ª Sequência fática: no dia 9 de setembro de 2015, por volta das
7h30min, no Guará – DF, o acusado, com vontade livre e consciente,
desacatou funcionário público no exercício da função ou em razão
dela. Consta dos autos que uma guarnição de agentes de trânsito
realizava patrulhamento no local dos fatos e, após receber relato
de um condutor sobre uma pessoa que dirigia em zigue-zague pela
pista, deu-lhe ordem para que parasse. Por ocasião da abordagem, o
acusado passou a dizer ao agente que era filho de uma juíza, morava
no Lago Sul e que aquele procedimento não daria em nada, pois ele
era advogado e rico enquanto os outros eram apenas “agentezinhos
de merda”, “que não haviam estudado e cujas palavras não valiam
nada”.
2ª Sequência fática: nas mesmas circunstâncias de tempo e local
descritas na primeira sequência de fatos, o acusado, igualmente
com vontade livre e consciente e com nítida intenção de injuriar,
ofendeu a dignidade e o decoro de um agente de trânsito, valendo-
se de elementos referentes à sua origem. Em meio aos desacatos
proferidos pelo acusado contra a equipe que o abordou, ele se
dirigiu à vítima e, de forma pessoal, com o intuito de inferiorizá-
la e reduzir sua autoridade, passou a proferir insultos, tais como
“Você é da Paraíba, né? Eu odeio paraíba. Sai de perto de mim,
você deveria estar no Nordeste passando fome com a sua família”,
tentando, ainda, agredi-lo fisicamente, sendo contido pelos demais
presentes. Assim agindo, o acusado incorreu nas penas dos arts.
331, caput; e dos arts. 140, § 3º, c/c 141, inciso II, todos do Código
Penal.
Observações: local da ofensa: local de trabalho, pois a vítima foi
agredida no exercício das suas funções de agente de trânsito.
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Proposta de SCP: não.
Sentença: condenação parcial.
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Data: 29/7/16
Pena: 1 ano, 10 meses e 20 dias de reclusão, e 8 meses de detenção
e mais 16 dias-multa. Regime inicial semiaberto sem substituição
da pena por se tratar de réu reincidente.
Houve Recurso: sim.
Recorrente: defesa.
Resultado do Recurso: pendente de julgamento.
Observações processuais: interposta apelação pelo acusado.
Status do processo: em tramitação.
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Narrativa:
1º Fato: no dia 19 de setembro de 2015, por volta das 10h, no Setor
Hospitalar Sul, em Brasília – DF, o acusado, com vontade livre e
consciente, desacatou funcionário público no exercício da função.
Consta dos autos que, na data dos fatos, uma equipe do Corpo de
Bombeiros deixava o Hospital de Base após realizar atendimento
de emergência à vítima de acidente, quando deparou-se com o
acusado, bastante alterado, na entrada do referido nosocômio.
Os militares foram interpelados pelo acusado que, dirigindo-se
a eles, perguntou: “Qual o problema?”. Na oportunidade em que
passaram pelo acusado, estavam empurrando a maca em direção
à ambulância e perceberam que ele estava alterado, razão pela
qual não lhe dirigiram a palavra. Nesse instante, o acusado então
chutou a maca, derrubando todo o material de socorro que estava
sobre o equipamento, agarrou um capacete de combate a incêndio
e levantou-o, no intuito de acertar um dos bombeiros com o objeto,
mas foi contido pela segurança do hospital, que acionou a polícia.
Durante todo o tempo, o acusado gritava aos bombeiros, seguranças
e policiais: “vocês estão fudidos”, “vão tomar no cú, seus merdas”,
“vão se foder” e “paus no cu”.
2º Fato: nas mesmas circunstâncias de dia, hora e local, o acusado,
com vontade livre e consciente e com nítida intenção de injuriar,
ofendeu a dignidade e o decoro da vítima 2, utilizando-se de
elementos referentes à origem da vítima. No contexto fático acima
narrado, a vítima 2, policial militar que fazia parte da guarnição
acionada para atender ao chamado, ao aproximar-se do acusado
para iniciar o procedimento de condução à delegacia, passou a ser
insultado por ele que, dentre outros impropérios, utilizou-se da
expressão discriminatória “japonês safado”.
3º Fato: ainda nas mesmas circunstâncias de dia, hora e local,
igualmente com vontade livre e consciente e com nítida intenção
de injuriar, o acusado ofendeu a dignidade e o decoro da vítima 2,
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Narrativa:
No dia 20 de janeiro de 2013, por volta das 16h30, no Setor de
Indústria Bernardo Sayão, Núcleo Bandeirante – DF, o acusado,
com vontade livre e consciente e com nítida intenção de injuriar,
ofendeu a dignidade e o decoro da vítima, valendo-se de elementos
referentes à sua raça e à sua cor. Consta dos autos que, após a
realização do serviço de lavagem de seu automóvel no lava jato
de propriedade da vítima, o acusado começou a reclamar do preço
cobrado, discutindo com ela em razão de um controle remoto
que afirmava ter sumido de dentro do veículo. Nesse contexto, o
acusado passou a ofender a vítima, utilizando-se das expressões
discriminatórias “negrinho”, “macaco” e “preto”. Ao utilizar-se
da expressão “macaco”, o acusado estava afirmando que a vítima
era um animal negro que parece com o ser humano e que possui
uma inteligência limitada. Essa expressão tem sido historicamente
utilizada no Brasil como uma ofensa direcionada a negros, destinada
a reforçar o estereótipo de sua subalternidade social, tratando-se,
claramente, de uma ofensa à honra que faz referência à cor e raça
da vítima. Assim agindo, o acusado incorreu nas penas do art. 140,
§ 3º, do Código Penal.
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Proposta de SCP: sim.
Data: 6/7/16
Observações processuais: em acompanhamento do cumprimento
da SCP.
Status do processo: em tramitação.
ISBN 978-85-93443-01-5
9 78 8 5 9 3 4 4 3 0 1 5