A Fronteira Manejada Apontamentos para U
A Fronteira Manejada Apontamentos para U
A Fronteira Manejada Apontamentos para U
temas transversais:
subsídios para uma história
comparada da América Latina
Flavio M. Heinz
(Org.)
Experiências nacionais,
temas transversais:
subsídios para uma história
comparada da América Latina
OI OS
EDITORA
2009
© Dos Autores – 2009
contato@oikoseditora.com.br
Editoração: Oikos
Capa: Marcelo Garcia dos Santos
Fotos da capa:
1. Ao largo de Tenerife, Ilhas Canárias, navio de imigrantes de Hamburgo
em rota para o Rio de Janeiro (março de 1887). Acervo do Museu Histórico
Visconde de São Leopoldo.
2. R. Nº 2080: Arquivo da Emigración Galega (Santiago de Compostela,
España), “Vigo”, c. 1955, Foto Bene. (Transatlántico “Santa Cruz”, que
realizó muchos viajes hacia la América del Sur, transportando pasajeros).
Revisão: Do Organizador
Arte final: Jair de Oliveira Carlos
Impressão: Rotermund S. A.
Catalogação na Publicação:
Bibliotecária Eliete Mari Doncato Brasil – CRB 10/1184
Em memória de
Blanca Zeberio (Orieta),
historiadora arguta
e colega generosa.
Sumário
8
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Comparações e comparatistas
Flavio M. Heinz*
Ana Paula Korndörfer**
9
Comparações e comparatistas / Flavio M. Heinz e Ana Paula Korndörfer
A comparação em História
2
COHEN, Deborah, “Comparative History: buyer beware”, GHI Bulletin, n. 29 (Fall 2001),
p. 23.
10
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
3
KOCKA, Jürgen. “Comparison and Beyond”. History and Theory. V. 42, n. 1, February
2003, p. 41.
11
Comparações e comparatistas / Flavio M. Heinz e Ana Paula Korndörfer
12
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
4
PRADO, Maria Ligia Coelho. “Repensando a história comparada da América Latina”. Revista
de História, Universidade de São Paulo, n. 153, 2005, p. 19.
5
KOCKA, op. cit., p. 39 (tradução nossa).
13
Comparações e comparatistas / Flavio M. Heinz e Ana Paula Korndörfer
6
KOCKA, p. 41 (tradução nossa).
14
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Os textos
7
COHEN, p. 24 (tradução nossa).
15
Comparações e comparatistas / Flavio M. Heinz e Ana Paula Korndörfer
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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Comparações e comparatistas / Flavio M. Heinz e Ana Paula Korndörfer
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Comparações e comparatistas / Flavio M. Heinz e Ana Paula Korndörfer
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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A longa duração hoje: balanço de meio século (1958-2008) / Maurice Aymard
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Historique, será por ele reeditada nos anos 1960 nos Annales. Por outro
lado, ele procurava identificar as pontes e os contatos possíveis entre os
setores mais avançados da pesquisa nas outras disciplinas. Mas visava
também, em outro plano, a explicitar aquilo que separava as ambições
da história dos objetivos que Claude Lévi-Strauss acabava de fixar para
a antropologia. Isto o conduzia a sublinhar uma dupla oposição: aquela
entre a pesquisa das regras, ao mesmo tempo simples e gerais, mas vá-
lidas para sociedades de dimensões limitadas, e as idas e vindas inces-
santes entre modelos e realidades sociais cuja complexidade parece ines-
gotável e é constantemente relançada ao historiador das sociedades mais
próximas de nós, e aquela entre a longa duração dos historiadores – um
tempo “quase imóvel, lento a passar” – e o “tempo imóvel” da antropo-
logia estrutural, que bem se contentaria de deixar à história apenas as
migalhas do acontecimento.
Todo sucesso tem suas contrapartidas. Para um texto, duas delas
são as mais frequentes. Por um lado, ele é chamado a circular cada vez
mais fora de seu contexto, a ser lido com olhos diferentes em função de
outros debates, seja para ser reivindicado como modelo a seguir, seja
para ser criticado ou recusado: basta pensar na célebre fórmula de Key-
nes “in the long run we are all dead”, que foi utilizada por muitos historia-
dores para rejeitar uma história suspeita de colocar entre parênteses as
decisões, as maneiras de pensar e de sentir, as trajetórias individuais e
coletivas, as emoções e paixões dos homens concretos, e para reivindi-
car para a história o tempo da vida contra aquele da morte. Por outro
lado – e o preço a pagar é ainda mais elevado –, o título do texto acaba
por bastar a si próprio, por circular só e por oferecer àqueles que o
citam a ilusão de que podem dispensar-se de sua leitura: a prática do
namedropping não vale apenas para os autores, mas também, como se
sabe, para as palavras da moda. O impacto internacional do artigo de
Braudel ao longo dos últimos 50 anos o expôs particularmente a este
duplo risco. Ele se tornou uma referência obrigatória. Mas por isso teria
ele conservado uma influência real sobre as orientações recentes da pes-
quisa tanto em história quanto em ciências sociais? Em outras palavras,
ele se manteria atual ou teria se tornado um texto entre outros, datado
historicamente, cujo impacto poderia ser seguido e medido, mas, no fun-
do, estava ultrapassado, pois fora deixado de lado ou substituído por ou-
tras proposições metodológicas ou teóricas, dotadas de uma real capaci-
dade heurística e que teriam deslocado o debate para outros terrenos?
23
A longa duração hoje: balanço de meio século (1958-2008) / Maurice Aymard
2
Conferir G. GEMELLI. Fernand Braudel e l’Europa universale. Veneza: Marsílio, 1990,
que sublinha as principais etapas desta preparação, desde a criação do Centre de Recherches
Historiques da VIª Seção, que Braudel dirige, até a viagem aos Estados Unidos no outono
de 1955, organizada nesta perspectiva por Clemens Heller em ligação com Edward d’Arms,
um dos responsáveis da Fundação Rockefeller, em sua contribuição à redação do IV Plan,
nos diferentes artigos que ele publica precisamente nestes mesmos anos e que se encontram
reunidos no primeiro volume de seus Écrits sur l’histoire, publicados 11 anos mais tarde,
em 1969 (Paris, Flammarion).
24
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
3
O que não impede Braudel de condená-los por permanecerem quase sempre “prisioneiros
da atualidade mais breve [...] encurralados por esta restrição temporal.” Um julgamento
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A longa duração hoje: balanço de meio século (1958-2008) / Maurice Aymard
contra o qual Witold Kula decidirá defendê-los, colocando em evidência tudo o que as
duas disciplinas têm a aprender uma com a outra: KULA, W. “Histoire et économie: La
longue durée”, Annales E.S.C., XV, 2, p. 294-313, 1960.
4
HORDEN, P.; PURCELL, N. The Corrupting Sea: A Study on Mediterranean History.
Oxford: Blackwell, 2000.
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
ram – aquelas das economias, das religiões ou das culturas. Mas ela é
ela mesma englobada em outras, infinitamente mais longas, que come-
çaram bem antes da aparição das primeiras sociedades e mesmo dos
primeiros homens: assim as da terra ou do clima, com as quais o homem
teve de compor para poder elaborar suas próprias respostas, ou ainda
as das espécies animais e vegetais, entre as quais aprendeu a fazer suas
escolhas, domesticando e adaptando umas a suas próprias necessida-
des, caçando, ao contrário, outras até as eliminar, pois eram considera-
das nocivas ou perigosas.
Voltado ao presente e ao futuro, para o qual Braudel define uma
estratégia intelectual de cooperação entre disciplinas, em vista da ocu-
pação de uma posição dominante no campo das ciências sociais e hu-
manas cujo centro será ocupado pela história, tal programa é, para ele,
também o ponto de chegada de seu próprio percurso pessoal, da matu-
ração de seu pensamento e, sobretudo, de sua visão do espaço e do tem-
po, entre Argélia, França, Brasil e Alemanha: este percurso o conduziu
de uma pesquisa inicialmente centrada em Felipe II e o Mediterrâneo,
quer dizer, em um estudo que poderia ter sido tradicional ou clássico
sobre a política externa de uma grande potência da época em uma das
direções de sua expansão, para um livro cujo personagem central se tor-
nou o próprio Mediterrâneo5. Este mesmo percurso o levou a construir
seu livro em torno de três diferentes temporalidades, correspondendo a
três níveis de leitura da realidade social e humana: aquela dos aconteci-
mentos, que é a do vivido pelos homens, mas também a que eles regis-
traram, ao menos em parte, nas fontes escritas que nos deixaram; aquela
dos movimentos de conjunto das sociedades, da economia, da política,
da guerra, que marcam a duração de um longo século XVI; e, enfim, a
longa duração, que ele intitula, no Mediterrâneo, “a parte do meio”, e
que organiza em torno de duas disciplinas que eram, no momento em
que escreve o livro, as únicas a colocar o longo tempo no centro de suas
análises: a geografia humana e a etnografia.
Uma etapa intermediária desta reflexão nos é fornecida hoje pela
recente publicação, sob o título de “L’histoire, mesure du monde”6, da
5
BRAUDEL,Fernand. La Méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe
II. Paris: Armand Colin, 1949. Em português: BRAUDEL, Fernand. O Mediterrâneo e o mundo
mediterrânico na época de Filipe II. São Paulo: Martins Fontes, 1984, 2 v. (N. do T.).
6
Les écrits de Fernand Braudel; t. II: “Les ambitions de l’histoire”. Paris: Editions de Fallois,
1997, p. 11-83.
27
A longa duração hoje: balanço de meio século (1958-2008) / Maurice Aymard
parte conservada das notas, reescritas por dois de seus ouvintes num
pequeno caderno timbrado de seu Oflag**** e por ele corrigidas, das
conferências que realizara durante seus cinco anos de reclusão na Ale-
manha, primeiro no campo de Maiença (1941-42), depois no de Lübeck
(1943-44). Este texto, que se pode ler hoje como o esboço de um livro que
nunca será acabado e publicado, permite-nos dispor de outro parâme-
tro, anterior ao seu livro sobre o Mediterrâneo (defendido como tese em
1947, mas publicado somente em 1949), e de fato contemporâneo de sua
redação ou, antes, de suas redações sucessivas: não é por acaso que ele
dedica uma parte importante de seu desenvolvimento às formas e aos
conteúdos de um diálogo ao mesmo tempo possível e necessário entre
as ciências sociais. Além disso, sabemos, sobreviver esses cinco anos
num campo de prisioneiros foi, para ele, não apenas escrever e isolar-se
do presente: foi também olhar para além dos acontecimentos que se iden-
tificavam com a sucessão de vitórias alemãs, amplamente anunciadas
pelas rádios e pelos jornais locais, e projetar-se no futuro. Sua repetida
afirmação sobre elas, retomada por seus companheiros de prisão, em
tom de blague: “É apenas um acontecimento”, inscrevia-se na mesma
linha que a célebre frase de Churchill: “De derrota em derrota vamos
em direção à vitória final”.
Restaria ainda explorar a pista das fontes eventuais e, mais am-
plamente, de seus precedentes, tanto na história como em outras disci-
plinas. Para ficarmos com a França, Marc Bloch, defensor de uma histó-
ria regressiva, voltando do presente em direção ao passado, tentara dar
destaque tanto às continuidades longas (como em seu artigo sobre as
falsas novidades)7 quanto às sedimentações sucessivas: entre Alema-
nha e França, a área de extensão do open field ignora e, portanto, precede
o estabelecimento das fronteiras políticas8. Por seu lado, Lucien Febvre
acentuara a pluralidade dos tempos dos homens, na qual via um verda-
deiro desafio para os historiadores. Ainda antes de Braudel, a equipe de
28
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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A longa duração hoje: balanço de meio século (1958-2008) / Maurice Aymard
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
9
BRAUDEL, Fernand. Les mémoires de la Méditerranée: préhistoire et antiquité. Paris:
de Fallois, 1998.
10
BRAUDEL, Fernand. Grammaire des civilisations. Paris: Arthaud, 1987 (este texto retoma
a parte principal, por ele redigida, do manual destinado às classes finais dos liceus franceses
e consignada por S. Baille e R. Philippe em Le monde actuel, histoire et civilisations.
Paris: Belin, 1963).
11
Citaremos em relação a este tema as duas afirmações da página 54 (“a religião é o traço mais
forte no coração das civilizações, ao mesmo tempo seu passado e seu presente”) e da p. 73
(Cristandade e Islã: “estas novas religiões recuperaram o corpo das civilizações já existentes.
A cada vez foram a alma delas, desde o início tiveram a vantagem de se encarregarem de uma
rica herança, de um passado, de todo um presente, e desde logo um futuro”).
12
BRAUDEL, Fernand. Civilisation matérielle et capitalisme. Paris: Armand Colin, 1967,
que, na versão final em três volumes da obra, Civilisation matérielle, économie et
capitalisme, XVe-XVIIIe siècle, receberá um novo título: Les structures du quotidien.
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13
BRAUDEL, Fernand. L’identité de la France. 3 v. Paris: Arthaud-Flammarion, 1986-90.
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14
BRAUDEL, Fernand. La Mediterranée..., 1966, I, p. 520.
15
LOMBARD, Denys. Le Carrefour javanais. Paris: EHESS, 1990, 3 v.
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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A longa duração hoje: balanço de meio século (1958-2008) / Maurice Aymard
seguida, por Nathan Watchel (que coordenou com o mesmo John Mur-
ra o número especial dos Annales intitulado “Antropologia histórica das
sociedades andinas”)17, se constituiria em outro exemplo de síntese, desta
feita infinitamente mais convincente e melhor acabada, entre os aportes
da etnologia e da história. Em um nível mais profundo, poder-se-ia per-
guntar se a conversão iniciada, a partir de meados dos anos 1970, por
muitos antropólogos, especialmente africanistas, em direção a temas eu-
ropeus, não contribuiu para a modificação, de maneira ainda mais sig-
nificativa, das próprias condições do diálogo, criando novos campos de
cooperação e de mútua fecundação entre antropologia e história. Basta
pensar no impacto dos trabalhos de um Jack Godoy sobre a história lon-
ga da alfabetização e da família: os historiadores encontraram nele a
chave das inflexões fundamentais que podiam lhes ajudar a identificar
as rupturas que recortam a longa duração em sequências sucessivas e os
descompassos cronológicos entre regiões e meios sociais diferentes. “Len-
ta a passar e a se transformar”, a longa duração não passa em todo lugar
no mesmo ritmo e não toma sempre os mesmos caminhos.
Onde estamos hoje? A referência à longa duração ficou para trás,
aceitada como uma evidência, mencionada como referência obrigatória,
mas doravante privada de toda eficácia real, ao menos para uma histó-
ria, na Europa ocidental, cada vez mais atraída pelo presente e preocu-
pada pela explicitação de seus procedimentos narrativos? Deixarei de
lado todos os falsos problemas, essencialmente imputáveis a uma leitu-
ra superficial dos textos de Braudel, no entanto muito nuançados, a este
respeito. Bastará lembrar uma vez por todas que a longa duração não se
define, ou, em todo caso, não apenas, por um número de séculos ou de
milênios, mas pela duração da vida do objeto histórico estudado, que
fixa, caso a caso, a escala temporal – e, com frequência, também, espacial
– da análise. E que ela também não é o passado, mas aquilo que, no
passado, “explica o presente” e, portanto, em particular a presença do
passado no presente, mantida viva e ativa pelas decisões, os gestos, as
maneiras de viver, de pensar e de reagir dos indivíduos concretos. Pro-
curando traços da longa duração no século XVI, Braudel não procedeu
de maneira diferente: seu arquivo, cuja digitalização está começando no
17
MURRA, John; WATCHEL, Nathan (Org.). “Anthropologie historique des sociétés
andines”, número especial de Annales E.S.C., XXXIII, 5-6, 1978.
36
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
***** Expressão que poderia ser traduzida, literalmente, por “dez vezes por uma”, e que
indica algo frequente, repetido, evidente (N. do T.).
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A longa duração hoje: balanço de meio século (1958-2008) / Maurice Aymard
18
DAVID, Paul. “Clio and the Economics of QWERTY”. American Economic Review. Papers
and Proceedings, LXXV, p. 332-337, 1985; “Understanding the Economics of QWERTY:
The Necessity of History”. In: Economic History and the Modern Economist. Organizado
por W. N. Parker. London: Basil Blackwell, 1986, p. 30-49.
38
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
19
HOBSBAWM, Eric J.; RANGER, T. (Coord.). The Invention of Tradition. Cambridge:
Cambridge University Press, 1983.
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A longa duração hoje: balanço de meio século (1958-2008) / Maurice Aymard
contrar seu lugar numa história social da cultura e numa história cultu-
ral da sociedade. A segunda crítica se encontra no pano de fundo das
posições dos antropólogos que, à imagem de Marshall Sahlins, sugerem
substituir a fórmula “quanto mais isso muda, mais permanece a mesma
coisa” (o tempo imóvel) pela formulação inversa: “quanto mais isso é a
mesma coisa, mais isso muda”, que nos aproxima do tempo quase imó-
vel, que passa lentamente, mas compreendendo sempre uma parte de
mudança que Fernand Braudel propusera. Mas ela acrescenta aí o fato
de que a inovação, por forçar as portas do conservadorismo das socie-
dades, tem a necessidade de se esconder atrás do respeito da tradição.
A forma pela qual o passado contribui para modelar o presente
constitui, pois, uma questão mais viva e atual que nunca no campo das
ciências sociais. Esta é uma questão cuja resposta deve ser buscada, ao
mesmo tempo, do lado do passado – as “mensagens” que ele nos trans-
mitiu, os caminhos que nos preparou, mas também o que aprendemos a
conhecer, o que buscamos saber e o que escolhemos reter sobre ele, pois a
memória é tecida de esquecimentos e de redescobertas –, e do presente –
a forma pela qual as sociedades, de forma consciente ou não, explícita ou
não, reinterpretam esse passado e o “atualizam”, e os mecanismos de sua
incorporação, aceitação e apropriação, geração após geração, que Bour-
dieu havia colocado no cerne de suas análises do habitus, e que ditam as
astúcias que permitem, a cada vez, ao morto apoderar-se do vivo. Mesmo
que o interesse dos pesquisadores tenha se deslocado das obrigações ma-
teriais em direção aos modelos culturais, a ambição segue a mesma.
Mas essa questão, que diz respeito ao próprio funcionamento da
longa duração, não deve deixar que seus outros usos sejam esquecidos:
primeiramente, aquele que consiste, para estudar um objeto histórico,
qualquer que seja, em tomá-lo na totalidade de sua mais longa duração,
para estabelecer seus limites e identificar suas principais rupturas ou
inflexões, sinalizar uma periodização e definir, justificando-os em se-
guida, o momento e o lugar nos quais concentra a observação e a análi-
se. A história do livro será, pois, para tomar apenas um exemplo, uma
história de cinco séculos e meio, se a relacionamos àquela da imprensa e
se admitimos que os meios digitais, sem que nela tenham posto um ponto
final, representam um momento de inflexão fundamental. Isso porque
eles vêm pôr em questão o monopólio do livro, como forma de referên-
cia de comunicação e de circulação do texto escrito, de maneira ainda
40
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
20
BAYLIN, B. “Braudel’s Geohistory – A Reconsideration”. Journal of Economic History,
XI, 3-1, p. 277-282, 1951; STUART HUGHES, H. The Obstructed Path: French Social
Thought in the Years of Desperation, 1930-1960. New York: Harper & Row, 1967.
21
MOLHO, Anthony. “Like Ships Passing in the Dark: Reflections on the Reception of La
Méditerranée in the U.S. Review, XXIV, 1, p. 139-162: 155-157, 2001.
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A longa duração hoje: balanço de meio século (1958-2008) / Maurice Aymard
nos cabe é levar isso em conta, para pormos em dia as respostas que,
hoje, poderíamos oferecer.
As ciências sociais, incluindo a história, viveram duas transfor-
mações fundamentais, aparentemente contraditórias e, de fato, comple-
mentares.
A primeira foi aquela da ampliação em direção às origens do tem-
po histórico. A história não começa mais com a Suméria. Com efeito, a
revolução científica da arqueologia aboliu a fronteira da invenção da
escrita que servia para distinguir a história da pré-história e aquela, fre-
quentemente associada à anterior, da oposição entre “sociedades frias”
e “sociedades quentes”: ela aproximou os antropólogos, os arqueólogos
e os historiadores, quer trabalhassem sobre a Europa, quer sobre as ou-
tras grandes áreas geográficas e culturais do mundo, e mobilizou mui-
tos técnicos de análise, de medida, de modelização e de informatização
emprestados das ciências exatas. A comparação das Memórias do Medi-
terrâneo, de Fernand Braudel (redigido em 1968-69), com o La mer parta-
gée, de Jean Guilaine (1994)22, permite medir o caminho percorrido em
duas décadas e aclara uma perspectiva na qual se inscreve o Sabbat des
sorcières, de Carlo Ginzburg23. Deste ponto de vista, a “revolução neolí-
tica”, iniciada cerca de 12 mil anos antes de nossa era, em diferentes
regiões de nosso planeta (o Oriente Próximo, o México e os Andes, a
China, a Nova Guiné), fixa hoje a unidade de análise comum aos histo-
riadores, aos arqueólogos e aos antropólogos. Mas como nenhuma re-
volução faz, nunca, tábua rasa do que a precedeu, ela coloca o problema
das continuidades – mais ou menos subterrâneas – com as etapas ante-
riores do controle dos recursos da natureza, que estavam na base da
organização das sociedades de caçadores-coletores que não desapare-
ceram na noite para o dia.24
A segunda foi aquela do lugar atribuído aos atores individuais e
às relações que eles tecem entre si nas decisões tomadas no cotidiano, e
que o pesquisador, com distanciamento, lê como ditadas pela necessi-
dade, mas que foram então vividas como escolhas mais ou menos cons-
cientes e racionais entre diferentes soluções possíveis.
22
GUILAINE, Jean La mer partagée: la Méditerranée avant l’écriture, 7000-2000 av. J.-C.
Paris: Hachette, 1994.
23
GINZBURG, Carlo. Storia notturna: Una decifrazione del sabba. Turin: Einaudi, 1989.
24
Cf. “Nouveaux regards sur la révolution néolithique”, entrevista com Jean-Paul Demoule
e Jean Guilaine, Le Monde, 28-29 de setembro de 2008.
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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Comparação e análise histórica
Reflexões a partir de uma
experiência de pesquisa*
Rosa Congost**
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
jeia que alguém diga que meus trabalhos e minhas pesquisas são exercí-
cios de história comparada. Contudo, a segunda reação é de certo des-
concerto. Porque estes trabalhos e essas pesquisas não foram concebi-
dos com o objetivo de fazer “história comparada”. Em todo caso, não
com esse objetivo como meta principal.
Quero dizer que nunca, no momento de escolher ou elaborar um
projeto de pesquisa, pensei: vou fazer um projeto de história compara-
da. Talvez porque essa “grande dama”, como chamava Febvre, inspira-
me ainda muito respeito... No entanto, não creio que esta seja a princi-
pal razão... Por que, então, para alguns, pertenço ao grupo de historia-
dores que realizam história comparada? Por que, como acabo de dizer,
eu mesma me identifico com este rótulo e, portanto, situo-me neste gru-
po? Talvez porque cite bibliografia de outros países? Talvez porque ten-
da a fazer referência a espaços e tempos distintos daqueles que constitu-
em o objeto de meu estudo? Se é assim, no meu caso, nem uma coisa
nem outra constituem um mérito. O fato é que não sei fazê-lo de outra
forma. Não saberia, não sei definir o espaço e o tempo do meu objeto de
estudo sem fazer referências a outros espaços e outros tempos.
Se chamamos a essa necessidade método comparativo, enfoque
comparativo, então quase sim, posso afirmar que eu pratico este méto-
do, ou tento praticá-lo. Mais ainda, posso afirmar que não concebo ou-
tra maneira de praticar a análise histórica. E, seguramente, a chave se
encontra nessa palavra, na palavra “análise”. Esta exposição teria sido
bem diferente se tivesse decidido intitulá-la “Comparação e síntese his-
tórica” ou “Comparação e narração histórica”. O método comparativo
para mim tem significado na medida em que me ajuda a cumprir um
objetivo que, a primeira vista, poderia parecer diametralmente oposto à
história comparada: o objetivo de saber situar corretamente, precisa-
mente, finamente, cada problema estudado, cada realidade histórica,
em suas justas coordenadas de espaço e tempo. Interiorizada desta for-
ma, a perspectiva da história comparada é para mim, e para muitos, a
única forma possível de escrever a história, entendida como uma forma
de colocar “problemas históricos”, de escrever “história fundamenta-
da” ou de “pensar historicamente”. Creio que também era assim para
Marc Bloch, Lucien Febvre, Ernest Labrousse, Pierre Villar... E me apresso
em dizer que é muito mais meritório nestes casos do que no meu.
As características de nossos Encontros de história comparada me fa-
zem intuir que meu modo de pensar é compartilhado por muitos de vocês.
45
Comparação e análise histórica: reflexões a partir de uma experiência de pesquisa / Rosa Congost
O interesse pela história comparada nos uniu, mas a maioria dos trabalhos
que temos apresentado tem falado de uma realidade concreta. Escutando-
nos uns aos outros, debatendo, temos aprendido muitas coisas novas sobre
realidades diferentes, mas só teremos feito justiça ao título deste Encontro
se tivermos interiorizado, um pouco mais, a necessidade de comparar rea-
lidades para analisar melhor a realidade que estamos investigando.
De fato faz muitos anos que isto ocorre. Quer dizer, faz muito anos
que os historiadores descobriram as vantagens de lerem uns aos outros.
Mas nunca é demais nos lembrarmos disto.
Outros haverão de julgar os resultados, mas penso que aqui resi-
de a autêntica potencialidade do método comparativo, aquela que atraía
a Marc Bloch. Não basta incluir na bibliografia uma lista de referências
estrangeiras. Não basta mostrar conhecimento erudito de outras socieda-
des. Tampouco basta, nem é necessário, tornar explícita no título de um
livro, por exemplo, ou de um colóquio, ou de uma conferência, a intenção
de comparar realidades históricas de espaços e tempos distintos...
Com esta introdução quis enfatizar que a história comparada, ou
ao menos um tipo de historia comparada, é, para alguns de nós, uma
consequência, um resultado, um reflexo de uma atitude diante da pes-
quisa histórica, de um hábito, de uma forma de pensar, que alguns his-
toriadores da minha geração aprenderam de seus professores e que con-
siste, basicamente, no fato de ter muito presente, quando pesquisamos,
quando estudamos uma realidade, outros estudos, outras realidades...
Para quê? Com que objetivo? A resposta é fácil: para analisar e compre-
ender melhor a realidade que estamos pesquisando. E é a partir daqui
que o argumento se complica. De que tipo de realidade estamos falan-
do? A resposta agora tem que ser forçosamente geral e, aparentemente,
ambígua: “depende”. Mas este “depende” não é banal. Dizer que exis-
tem muitas realidades históricas dignas de ser estudadas, além de dizer
algo óbvio, é sugerir que há muitas maneiras possíveis de utilizar a com-
paração na história, muitas escalas de história comparada, para dizê-lo
com a expressão que dá título a este colóquio, e que todas elas podem
ser igualmente válidas e legítimas.
Fiquei tentada, sobretudo depois de relê-los, a preparar esta inter-
venção a partir de dois célebres artigos de Marc Bloch, datados de 1928
e 1930, sobre o tema, tão atuais me pareceram. Desisti de fazê-lo porque
Maurice Aymard havia realizado um exercício semelhante no Encontro
anterior. Por essa razão, minha reflexão tenderá a estabelecer um diálo-
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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Comparação e análise histórica: reflexões a partir de uma experiência de pesquisa / Rosa Congost
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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Comparação e análise histórica: reflexões a partir de uma experiência de pesquisa / Rosa Congost
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
51
Comparação e análise histórica: reflexões a partir de uma experiência de pesquisa / Rosa Congost
pação de terras e direitos, sobre os quais não sabíamos nada. De meu ponto
de vista, é na análise histórica de cada um destes processos que a perspec-
tiva da história comparada pode se revelar muito útil.
Penso que estamos todos de acordo de que a aparição da palavra
internacional, e inclusive a aparição do adjetivo comparado, e mundial
nos títulos de um colóquio não garantem a perspectiva da história com-
parada. Esta só é assegurada pela maneira de enfocar o o tema objeto de
estudo do pesquisador. Por isso, quando Marc Bloch falava de história
comparada, tendia a pôr exemplos retirados de suas próprias pesqui-
sas. E sei que, enquanto me escutam, muitos de vocês estão confrontan-
do suas experiências com as minhas.
No meu caso, todas as comparações, em pequena e em grande
escala, na escala temporal e na escala espacial, têm reforçado as mesmas
ideias e as mesmas necessidades em torno da análise histórica, que que-
ria compartilhar com vocês. Talvez possam notar que são três ideias
que podem ser aplicadas tanto às minhas anedotas pessoais quanto às
de Marc Bloch. São estas:
1) Em primeiro lugar, nem tudo é comparável. Os mesmos discur-
sos, as mesmas palavras, inclusive leis com o mesmo conteúdo formal,
podem se referir a realidades muito diferentes.
2) Que realidades históricas sejam comparáveis não depende dos
historiadores, mas os historiadores devem estar conscientes de que mui-
tas vezes os discursos historiográficos de cada país podem condicionar
a “comparabilidade” de forma negativa: sugerindo que duas realidades
são muito mais comparáveis do que o são na realidade, ou o inverso,
tornando invisíveis elementos comparáveis.
3) Em terceiro lugar, e como consequência do exposto anterior-
mente, algumas realidades dificilmente podem ser “descobertas”, “apre-
endidas”, sem a perspectiva da história comparada.
Não se trata apenas de assumir que nos encontramos diante de reali-
dades diferentes – isso já sabíamos antes de empreender o estudo de cada
realidade –, mas de aprender a interpretar cada uma delas. O triunfo de
determinadas ideias sobre a propriedade, para recuperar nosso exemplo,
pode ter evitado, por exemplo, a necessidade de estudar determinadas prá-
ticas sociais que não se encaixavam no modelo finalmente triunfante.
Este último “vazio” convida a refletir sobre um aspecto que encon-
tramos presente em muitas pesquisas de história social: o possível desa-
juste entre o conteúdo das normas, das leis, e as práticas reais. Dedicarei a
52
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
última parte dessa fala para mostrar, através de duas noções tomadas de
países diferentes do meu, a influência que a visão comparada tem exerci-
do em minha forma de enfrentar, na análise histórica, esse possível desa-
juste. Ambas as expressões têm sido úteis em minhas reflexões sobre a
realidade catalã, que é a realidade objeto de meu estudo: uma das expres-
sões é francesa: mauvais gré. A outra, que descobri pouco antes de ser
convidada para este evento, é, justamente, brasileira: grilagem. Tentarei
demonstrar de que forma estas expressões podem nos ajudar a compre-
ender diferentes realidades históricas. Proponho esta reflexão como exem-
plo de algo que para Marc Bloch se achava na base de sua reivindicação
da perspectiva da história comparada. Escutemo-lo:
“Certos fenômenos, por razões de ordem estritamente documental, ou em
função de uma relevância muito grande de alguns de seus efeitos imedia-
tos, são, em uma sociedade dada, extremamente visíveis; em outros meios
– parecidos ou muito distanciados – fenômenos de características seme-
lhantes, sem talvez ter sido menos decisivos, puderam ter uma ação mais
surda e um curso menos visível. A comparação incita a descobri-los.”
53
Comparação e análise histórica: reflexões a partir de uma experiência de pesquisa / Rosa Congost
54
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
55
Una reflexión en torno a los mediadores políticos
en la segunda mitad del siglo XIX
El partido como problema
Marta Bonaudo*
* CONICET/ISHIR/UNR.
1
Matienzo, J. N. La política argentina. Establecimiento Gráfico: Robles y Cía, Buenos Aires,
1904.
2
Botana, Natalio. El orden conservador. Hyspamérica, Buenos Aires, 1977.
56
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
3
Palti, Elías. ¿De la República posible a la República verdadera? Oscuridad y transparencia de los
modelos políticos. Historiapolítica.com, pp. 5.
4
Bonaudo, Marta. Argentinos, ciudadanos, electores. Legisladores y publicistas en la búsqueda de
alternativas para la construcción y representación de una comunidad política. Una mirada
exploratoria. Ponencia presentada a las Jornadas Inter/Escuelas- Departamentos de Historia,
UNT, 2007
5
Romanelli,Raffaele. Sistemas electorales y estructuras sociales. El siglo XIX europeo. En Forner,
Salvador(coord) Democracia, elecciones y modernización en Europa. Cátedra, Madrid,1997,
p. 38.
6
Escalante Gonzalbo, Fernando. Ciudadanos Imaginarios. El Colegio de México, México
D.F, 1992, p. 32.
57
Una reflexión en torno a los mediadores políticos en la segunda mitad del siglo XIX / Marta Bonaudo
7
Ibidem, p.35.
8
Ibidem.
9
Annino, Antonio. “El voto y el XIX desconocido”. Universidad de Florencia-Cide en http:/
/www.foroiberoideas.com.ar, 2004.
10
Ibidem.
58
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
11
Mitre, B. Los Debates,14/2/1858 en Halperín Donghi, Tulio, Proyecto y construcción de
una Nación. Biblioteca Ayacucho, Caracas, 1980, p. 168.
12
Mitre, B. Los Debates, 15/2/1857 en Halperín Donghi, Tulio, op.cit, p. 181.
59
Una reflexión en torno a los mediadores políticos en la segunda mitad del siglo XIX / Marta Bonaudo
13
Hernández, José. El Río de la Plata, 1º/12/1869 en Halperín Donghi, Tulio,op.cit., p. 278.
14
Matienzo, op. cit, p. 21
15
Ver, entre otros, a Annino, Antonio, op. cit.,. Una excepción en este plano, por lo menos
hasta lo conocido actualmente, parece ser el Estatuto que en 1857 se estableció para la
clubes bonaerenses. Al respecto ver González Bernaldo, Pilar, Civilidad y política en los
orígenes de la Nación Argentina, Buenos Aires, FCE, 1999, p. 287.
16
Congreso Nacional. Cámara de Diputados. Diario de Sesiones de 1873. Buenos Aires,
Imprenta El Nacional, 1874, pp. 617.
60
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
17
Ver, entre otras, las interesantes reflexiones de Elías Palti, op. cit.
18
Rosanvallon, Pierre. Le peuple introuvable. Editions Gallimard, Paris, 1998, pp. 173 y ss.
19
La Capital, 21/1/1868.
61
Una reflexión en torno a los mediadores políticos en la segunda mitad del siglo XIX / Marta Bonaudo
20
Ibidem.
62
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
21
Ejemplos de ello emergen de editoriales como los de El Ferrocarril, 15/6/1884;El
Independiente,8/7/1884; 13/8/1884; El Corondino, 1/12/1884.
63
Una reflexión en torno a los mediadores políticos en la segunda mitad del siglo XIX / Marta Bonaudo
22
González Bernardo, P., op. cit., p. 265 y ss.
23
Hemos analizado esta experiencia en Revisitando a los ciudadanos de la República Posible
Santa Fe, 1853-1890. En Anuario del IHES Nº18, Tandil,UNCPBA, 2003, pp.213-232.
24
Gian Luca Fruci. Los grupos antes de los grupos. Apuntes para el estudio de las constelaciones
políticas en el Parlamente de la Italia Liberal en Zurita, R- Camurri, R.,eds Las elites en Italia
y en España(1850-1922), PUV, Valencia, 2008, pp.98.
25
El Rosario, 27/8/1864;14/10/1864; El Trueno, 22/12/1864.
26
La Capital 13/12/1867.
64
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
nuestros amigos y como no han querido presentarse a la citación han sido llevados
presos don Bernardino López y Javier Maciel…esto viene a demostrar que estos
hombres quieren de todo tranco prohibirnos que reunamos nuestros afiliados….27
Tal forma de interpelación a sus miembros resultaba, a su vez,
congruente con una concepción partidaria que no pretendía reproducir
en su interior – más allá del discurso- las lógicas de igualdad. ligadas a
las nuevas identidades ciudadanas. Impelidos por la soberanía del número,
aspiraron a incrementar los niveles de inclusión pero siempre en clave
subordinada. Tanto su estructura como sus prácticas estuvieron
marcadas por el principio de distinción. Cuando propios y extraños
describían la composición de los partidos o de los clubes fijaban su mirada
en cuántos miembros éstos tenían de prestigio y poder, de qué grupo o
clase participaban fulano o mengano28, ya que estos indicios les permitían
concluir dónde estaba lo que algunos denominaban los centenares de
ciudadanos honrados o la mayoría de la opinión pública 29 Por debajo se
ubicaban, entre otros, también diferenciados nominativamente, los
batallones de paisanos, los infelices peones de carretas- transeúntes- cuando
no la soldadesca frente a los avecindados, reconocidos como jornaleros.30
Si la vecindad aparecía como un signo de identificación positiva no lo
era aquélla que se vinculaba al empleo público o dependía de las rentas
del Tesoro. Durante el período analizado, ambos partidos- el de la
Libertad y el del Pueblo- pudieron cruzar acusaciones al respecto, ya
que si hasta el levantamiento de 1868 el primero controló
coyunturalmente las instancias de gestión, en las décadas siguientes el
segundo fue el partido de Gobierno. Cual partidos de la Libertad o del Pueblo-
siempre en la búsqueda de convertirse en partido gubernamental- rara
vez se pensaron como partido- parte. Al contrario, hicieron lo posible
para ser el todo y para lograrlo apelaron a estrategias legales e ilegales
con miras a inhibir políticamente a sus adversarios.
Los espacios del gobierno, de la sociabilidad y de la mediación
política a través de los partidos aparecieron con frecuencia como meras
27
El Independiente, 372/1878.
28
El Ferrocarril, 13/8/1864. Comentando la candidatura de Don Mariano Amigo decía: “La
oposición ha procurado darse prestigio con un nombre que los sucesos de Buenos Aires rodearon
con una cierta aureola, como defensor del Gobierno Nacional y aliado de la clase mercantil y seria
de la Capital…”
29
El Rosario, 4/10/1864; 22/8/1864.
30
Ibidem, El Rosario 22,/8/1864; 15/9/1864;27/9/1864;El Comercio, 5/9/1875.
65
Una reflexión en torno a los mediadores políticos en la segunda mitad del siglo XIX / Marta Bonaudo
31
Nombre con el que también se reconocía al Partido del Pueblo.
32
La Capital,5/3/1885.
33
El Rosario, 5/10/1865. …La Comisión Directiva de ese club…Presidente Don Ramón Araya;
Secretario Don Luciano Gallegos; Vice Don Casimiro Rivadeneira; Vocales Don Pedro
Araya, Don Pedro La Torre, Don Juan P. Benitez/ siguen 17 nombres más/
34
El Rosario, 5/10/1864;8/10/1864.
66
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
35
Ver Bonaudo, Marta. De representantes y representados. Santa Fe finisecular(1883-1893) en
Sábato, Hilda(coord) Ciudadanía política y formación de las naciones. México D.F, FCE,
1997, pp. 270-294.
67
Una reflexión en torno a los mediadores políticos en la segunda mitad del siglo XIX / Marta Bonaudo
36
Colección Iriondo. Caja 2, Carpeta 12,fº. 22, Paraná,29/1/1868 de Pascual Rosas a Iriondo.
Archivo Histórico Provincial.(AHP).
37
Idem, Carpeta 13, fºs 25 y 27. Carta de Derqui a Iriondo, 13/5/1876(AHP).
68
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
38
El Mensajero, 20/1/1883.
39
Colección Iriondo, Carpeta 18,Fº 2, 1883. AHP.
69
Una reflexión en torno a los mediadores políticos en la segunda mitad del siglo XIX / Marta Bonaudo
40
El Mensajero, 22/1/1883.
41
Mitre hizo una Profesión de Fe como periodista al editar Los Debates. Planteada como un
compromiso con el público y los ciudadanos, seguramente debió impactar en su accionar
político. Halperín Donghi, Tulio, op. cit., pp160-166. Como contrapartida, Nicasio Oroño,
senador de la Nación, escribía en 1876, a sus compatriotas y comprovincianos un manifiesto
destinado a dar cuenta de la labor desarrollada a lo largo de nueve años. El objetivo de
Oroño es crear un precedente por el cual el legislador- concluído su mandato- se someta
republicanamente “al fallo de la opinión”. Ver Nicasio Oroño Obras Completas,UNL-
Academia Nacional de la Historia, Santa Fe, 2004,Tomo I, pp. 467-479.
70
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
42
La Capital, 12/12/1885.
71
Una reflexión en torno a los mediadores políticos en la segunda mitad del siglo XIX / Marta Bonaudo
43
Romanelli, Raffaele, op. cit., p. 38.
44
Bonaudo, Marta, Revisitando al ciudadano…, op. cit., pp. 225 y ss.
45
Escalante Gonzalbo, F., op. cit., p. 51.
72
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
73
Tradiciones militares coloniales.
El Río de la Plata antes de la revolución
Raúl O. Fradkin*
74
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
4
En trabajos anteriores me ocupé de otros aspectos: una evaluación de largo plazo en “¿Qué
tuvo de revolucionaria la revolución de independencia?”, Nuevo Topo/revista de historia y
pensamiento crítico, N° 5, 2008, pp. 15-44. Un análisis de las modalidades de la guerra en “Las
formas de hacer la guerra en el litoral rioplatense y el retorno de un viejo problema: guerras
de independencia y guerras civiles”, ponencia a las XXI Jornadas de la AAHE, Caseros, 23 al
26 de setiembre de 2008. Una exploración preliminar de la cultura política “plebeya” en
“Cultura política y acción colectiva en Buenos Aires (1806-1829): un ejercicio de exploración”,
en FRADKIN, Raúl (editor), ¿Y el pueblo dónde está? Contribuciones para una historia popular de
la revolución de independencia en el Río de la Plata, Buenos Aires, Prometeo Libros, 2008, pp. 27-
66. Junto a Silvia Ratto hemos indagado la incidencia de la guerra en las zonas fronterizas en
“Conflictividades superpuestas. La frontera entre Buenos Aires y Santa Fe en la década de
1810”, en Boletín Americanista, en prensa y “Territorios en disputa. Liderazgos locales en la
frontera entre Buenos Aires y Santa Fe (1815-1820)” (en colaboración con Silvia Ratto), en
Raúl Fradkin y Jorge Gelman (compiladores), Desafíos al Orden. Política y sociedades rurales
durante la Revolución de Independencia, Rosario, Prohistoria Ediciones, 2008, pp. 37-60.
5
HALPERÍN DONGHI, Tulio, “Gastos militares y economía regional: el Ejército del Norte
(1810-1817)”, en Desarrollo Económico, Vol. 11, N° 41, 1971; Revolución y guerra. Formación de
una élite dirigente en la Argentina criolla, Buenos Aires, Siglo XXI, 1972; “Militarización
revolucionaria en Buenos Aires, 1806-1815”, en Tulio HALPERÍN DONGHI (comp.), El
ocaso del orden colonial en Hispanoamérica, Buenos Aires, Sudamericana, 1978, pp. 121-157 y
Guerra y finanzas en los orígenes del Estado argentino, Buenos Aires, Prometeo Libros, 2005
(primera edición, 1982).
6
DI MEGLIO, Gabriel, ¡Viva el Bajo Pueblo! La plebe urbana de Buenos Aires y la política entre la
Revolución de Mayo y el Rosismo, Buenos Aires, Prometeo Libros, 2006.
75
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
76
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
9
El lector encontrará un panorama preciso y actualizado en DJENDEREDJIAN, Julio C.,
Economía y sociedad en la Arcadia criolla. Formación y desarrollo de una sociedad de frontera en
Entre Ríos, 1750-1820, Tesis de Doctorado, Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad
de Buenos Aires, 2003; FREGA, Ana, Pueblos y soberanía en la revolución artiguista,
Montevideo, Ed. Banda Oriental, 2007; GARAVAGLIA, Juan Carlos, Pastores y labradores
de Buenos Aires. Una historia agraria de la campaña bonaerense, 1700-1830, Buenos Aires,
Ediciones de la Flor/IEHS/Universidad Pablo de Olavide, 1999. GELMAN, Jorge,
Campesinos y estancieros. Una región del Río de la Plata a fines de la época colonial, Buenos
Aires, Editorial Los Libros del Riel, 1998. OSÓRIO, Helen, O imperio portugués no sul da
américa: estancieiros, lavradores o comerciantes, Porto Alegre, UFRGS Editora, 2007.
10
CAMPBELL, León, “Cambios en la estructura social y administrativa en el Perú colonial a
fines del siglo XVIII”, en MARCHENA FERNÁNDEZ, Juan y KUETHE, Allan (eds.),
Soldados del Rey. El Ejército Borbónico en América Colonial en vísperas de la Independencia,
Castellón, Ed. Universitat Jaume I, 2005, pp. 231-252.
11
JARA, Alvaro, Guerra y Sociedad en Chile, Santiago de Chile, Editorial Universitaria, 1971;
MOUTOUKIAS, Zacarías, “Gobierno y sociedad en el Tucumán y Río de la Plata, 1550-1800”,
en Nueva Historia Argentina, Tomo 2, Buenos Aires, Sudamericana, 2000, pp. 355-411.
77
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
12
Para un análisis de las relaciones entre la elite santafesina y la gobernación de Buenos
Aires véase BARRIERA, Darío, “La ciudad y las varas: justicia, justicias y jurisdicciones
(Ss. XVI-XVII)”, en Revista de Historia del Derecho, Nº 31, 2003, pp. 69-98 y TARRAGÓ,
Griselda y BARRIERA, Darío, “Elogio de la incertidumbre. La construcción de la confianza:
entre la previsión y el desamparo (Santa Fe, Gobernación del Río de la Plata, siglo XVIII”,
en Revista Historia, N° 48, 2008, pp. 183-223.
13
LYNCH, John, Administración colonial española (1782-1810). El sistema de intendencias en el
Virreinato del Río de la Plata, Buenos Aires, EUDEBA, 1962
14
Un tratamiento comparativo de esta primera expansión ganadera en DJENDEREDJIAN,
Julio C., “¿Un aire de familia? Producción ganadera y sociedad en perspectiva comparada:
las fronteras rioplatenses a inicios del siglo XIX”, en Jahrbuch für Geschichte Lateinamerikas,
Vol. 41, 2004, pp. 247-274.
15
Un análisis del papel de los poblados en Buenos Aires en BARRAL, María E. y FRADKIN,
Raúl O., “Los pueblos y la construcción de las estructuras de poder institucional en la
78
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
79
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
17
ARCHER, Christon, El ejército en el México borbónico, 1760-1810, México, FCE, 1983 y
“Militares”, en SOCOLOW, Susan y HOBERMAN, Louisa. (comps.), Ciudades y sociedad en
Latinoamérica colonial, Buenos Aires, F.C.E., 2002, pp. 215-254; GÓMEZ PÉREZ, Carmen, El
sistema defensivo americano, siglo XVIII, Madrid, MAPFRE, 1992; MARCHENA
FERNÁNDEZ, Juan, Ejército y milicias en el mundo colonial americano, Madrid, MAPFRE,
1992; FRADERA, Josep M., Colonias para después de un imperio, Barcelona, Ediciones
Bellaterra, 2005. KUETHE, Allan “Carlos III. Absolutismo ilustrado e imperio americano”,
en MARCHENA FERNÁNDEZ, Juan y KUETHE, Allan (eds.), Soldados del Rey…, pp. 17-
30 y “Decisiones estratégicas y las finanzas militares del XVIII”, en MARCHENA, Juan y
CHUST, Manuel (eds.), Por la fuerza de las armas. Ejército e independencias en Iberoamérica,
Castelló de la Plana, Publicaciones de la Universitat Jaume I, 2008, pp. 83-100. MARICHAL,
Carlos, La bancarrota del virreinato. Nueva España y las finanzas del imperio español, 1780-1810,
México, FCE, 1999. WEBER, David, “Borbones y bárbaros. Centro y periferia en la
reformulación de la política de España hacia los indígenas no sometidos”, en Anuario
I.E.H.S., Nº 13, 1998, pp. 147-171.
80
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
18
MCNEILL, William, La búsqueda del poder. Tecnología, fuerzas armadas y sociedad desde el 1000
d.c., Madrid, Siglo XXI, 1998, pp.175-180
19
En el Ejército de América el 67% de los oficiales eran considerados “nobles” pero entre los
nacidos en América los “nobles” llegaban al 100%; no era la situación en la península
donde hacia 1808 eran aristócratas sólo el 23%: MARCHENA FERNÁNDEZ, Juan, “La
expresión de la guerra El poder colonial, el ejército y la crisis del régimen colonial”, en
Historia de América Andina, Quito, Universidad Andina Simón Bolívar, Vol. 4., 2003, pp.
79-128; GARCÍA CÁRCEL, Ricardo, El sueño de la nación indomable. Los mitos de la guerra de
la independencia, Madrid, Temas de Hoy, 2007, p. 136
20
BORREGUERO BELTRÁN, Cristina, “Antiguos y nuevos modelos de reclutamiento en el
Ejército borbónico del siglo XVIII”, en MARCHENA, Juan y CHUST, Manuel (eds.), Por la
fuerza de las armas…pp. 63-82. Como es sabido, la transformación en reclutas de los
perseguidos por cuestiones penales ocupó un lugar relevante la satisfacción de las
necesidades de mano de obra para la Armada Real: De las HERAS, José L., “Los galeotes
de los Austrias: la penalidad al servicio de la Armada”, en Historia Social, N° 6, 1990, pp.
127-140. Ver al respecto LINEBAUGH, Peter y REDIKER, Marcus, La hidra de la Revolución.
Marineros, esclavos y campesinos en la historia oculta del Atlántico, Barcelona, Crítica, 2005.
81
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
21
PARKER, Geoffrey, La revolución militar. Innovación militar y apogeo de occidente, 1500-1800,
Madrid, Alianza, 1990.
22
Desde comienzos del XIX los ensayos y tratados sobre la “petite guerre”, la “guerra
irregular”, la “guerra de partidas” o “de guerrilla” tuvieron amplia difusión en el mundo
occidental y el análisis de las experiencias en España, Prusia y Rusia pero también en
Argelia ocuparon un lugar cada vez más relevante y fueron conocidas por los dirigentes
políticos y militares hispanoamericanos. Véase, por ejemplo, GRANDMAISON, La Petite
Guerre ou Traité du Service des Troupes legeres en Campagne, París, 1756, DECKER, Ch., De la
Petite Guerre selon l’esprit de la Stratégie Moderne, París, J. Corréad, 1845.
82
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
23
MARCHENA FERNÁNDEZ, Juan, “El Ejército de América y la descomposición del orden
colonial. La otra mirada en un conflicto de lealtades”, en Militaria. Revista de cultura militar,
N° 4, 1992, pp. 63-91. MCFARLANE, Anthony, “Los ejércitos coloniales y la crisis del
imperio español, 1808-1810”, en Historia Mexicana, N° 229, 2008, pp. 229-288.
24
MARCHENA F., Juan, “Sin temor de Rey ni de Dios. Violencia, corrupción y crisis de
autoridad en la Cartagena colonial”, en MARCHENA FERNÁNDEZ, Juan y KUETHE,
Allan (eds.), Soldados del Rey…, pp. 31-100. (p. 41-42)
25
PIQUERAS, José M., “Revolución en ambos hemisferios: común, diversa(s),
confrontada(s)”, en Historia Mexicana, Vol. 229, 2008, pp. 51-52
83
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
26
COLÓN DE LABRIÁTEGUI, Félix, Juzgados militares de España y sus Indias, Tomo II, Madrid,
Imprenta Real, 1817, pp. 379-389. KUETHE, Allan, “Las milicias disciplinadas en América”,
en MARCHENA FERNÁNDEZ, Juan y KUETHE, Allan (eds.), Soldados del Rey..., pp. 101-
126.
27
VALLECILLO, Antonio, Ordenanzas de S. M. para el régimen, disciplina, subordinación y servicio
de los ejércitos, Tomo III, Madrid, Imprenta de Andrés y Díaz, 1854, pp. 48-49.
84
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
28
Acerca de la condición flexible y negociada de la vecindad, véase el lúcido artículo de
HERZOG, Tamar, “La vecindad: entre condición formal y negociación continua. Reflexiones
entorno de las categorías sociales y las redes personales”, en Anuario IEHS, Nº 15, 2000,
pp. 123-132.
29
CHUST, Manuel y MARCHENA, Juan “De milicianos de la Monarquía a guardianes de la
Nación”, en CHUST, Manuel y MARCHENA, Juan (eds.), Las armas de la Nación.
Independencia y ciudadanía en Hispanoamérica (1750-1850), Iberoamericana, pp. 7-14.
30
KUETHE, Allan, “Las milicias disciplinadas ¿fracaso o éxito?, en ORTÍZ ESCAMILLA,
Juan (coord.), Fuerzas militares en Iberoamérica, siglos XVIII y XIX, México, El Colegio de
México/El Colegio de Michoacán/Universidad Veracruzana, 2005, p.19-26.
85
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
31
De esta forma, en el virreinato peruano se produjo una notable ampliación de las milicias
(unos 50.000 efectivos hacia 1763 y el doble en la década siguiente) aunque más tarde ese
nivel de alistamiento no se pudo ni se quiso mantener.: CAMPBELL, León, “Cambios en
la estructura…, p. 244. La situación no parece haber sido muy diferente en Nueva España
donde tras veinte años de reforma las milicias, con sus 40.000 efectivos, seguían siendo “la
espina dorsal” de la organización militar mientras las fuerzas veteranas no llegaban a
6.000 efectivos. Más aún, para 1794 la fuerza realmente disponible era mucho menor a la
establecida y sólo sumaba unos 4.700 hombres, sumando veteranos y milicianos: ARCHER,
Christon, El ejército…, pp. 39-40, 50 y 55.
86
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
32
MARCHENA FERNÁNDEZ, Juan y KUETHE, Allan, “Presentación. Militarismo, revueltas
e independencias en América latina”, en MARCHENA FERNÁNDEZ, Juan y KUETHE,
Allan (eds.), Soldados del Rey…, pp. 7-16.
33
KUETHE, Allan, “Carlos III. Absolutismo ilustrado…,p. 28
34
El estudio más completo e imprescindible sigue siendo BEVERINA, Juan, El Virreinato de
las Provincias del Río de la Plata. Su Organización Militar, Buenos Aires, Círculo Militar,
Biblioteca del Oficial, 1992. Entre los trabajos más recientes: GOYRET, José Teófilo,
“Huestes, milicias y ejército regular”, en TAU ANZOÁTEGUI, Víctor (dir.), Nueva Historia
de la Nación Argentina, Tomo II, Planeta, Buenos Aires, 1999, pp. 351-382.
35
PUNTONI, Pedro, “A arte da guerra no Brasil: tecnologia e estratégia militares na expansao
da fronteira da América portuguesa (1550-1700)”, en CASTRO, Celso, IZECKSOHN, Vitor
y KRAAY, Hendrick (org.,), Nova História Militar Brasileira, Río de Janeiro, Editora FGV,
2004, pp. 43-66.
87
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
36
HESPANHA, António M., “A constituicao do Imperio portugués. Revisao de algunos
enviasementos correntes”, en O Antigo Regimen…, pp. 163-188.
88
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
37
PAGANO DE MELO, Christiane F., “A guerra e o pacto: a política de intensa mobilizacao
militar nas Minas Gerais” y FARIA MENDES, Fabio, “Encargos, privilégios e directos: o
recrutamento militar no Brasil nos séculos XVIII e XIX”, en CASTRO, Celso, IZECKSOHN,
Vitor y KRAAY, Hendrick (org.), Nova História…, pp. 67-86 y 111-137 respectivamente.
89
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
38
Informe del subinspector general Marqués de Sobremonte, 1802, en BEVERINA, Juan, El
Virreinato…, Anexo 19, pp. 437-443.
39
TRUJILLO, Oscar, La rebelión de Portugal en Buenos Aires: elite, instituciones y poder político,
Tesis de Maestría en preparación, Universidad Nacional de Luján, Capítulo 3.
90
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
40
Los datos de las dotaciones hacia 1771 (Buenos Aires: 4682 efectivos, Cuba: 4.731 y Lima-
El Callao: con 3.404) provienen de CAMPBELL, León “Cambios en la estructura…, p. 243.
Los de población de SOCOLOW, Susan y HOBERMAN, Louisa. (comps.), Ciudades…, p.10.
Una idea precisa acerca de la magnitud relativa de la dotación de Buenos Aires la ofrece el
siguiente dato: en 1762, antes de la reorganización militar que la tuvo por epicentro, La
Habana contaba con 2330 efectivos, es decir una fuerza semejante a la que dispondría
Buenos Aires en su regimiento de infantería. KUETHE, Allan, “Las milicias disciplinadas
¿fracaso o éxito?, en ORTÍZ ESCAMILLA, Juan (coord.), Fuerzas militares en Iberoamérica,
siglos XVIII y XIX, México, El Colegio de México/El Colegio de Michoacán/Universidad
Veracruzana, 2005, p.20
41
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 238. Esta rebeldía e indisciplina no era, por cierto,
patrimonio exclusivo de los veteranos del Río de la Plata: MARCHENA F., Juan, “Sin
temor de Rey…
91
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
42
BEVERINA, Juan, El virreinato…,pp. 201-203.
43
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 418.
92
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
44
GOYRET, José, “Huestes…”, pp. 372-375.
93
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
45
BEVERINA, Juan, El virreinato…, pp. 225-231y 437.
46
PÉREZ, Mariana, “Los soldados - inmigrantes: el ejército como vía migratoria de los
peninsulares pobres al Río de la Plata durante el período tardo colonial”, ponencia
presentada a las VI Jornadas de AEPA, Neuquén, 14 al 16 de noviembre de 2001.
47
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 255.
94
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Se trata de un fenómeno más vasto que abarcó a casi todos los ejércitos
de la época y que si había comenzado bajo el influjo de Federico de
Prusia alcanzó su máxima intensidad durante la experiencia napoleónica.
Lo mismo sucedía en América: así, en 1806 en la Nueva España sólo
11% de las tropas veteranas eran de caballería y en Perú se reducían a la
escolta del Virrey y a dos batallones asentados en Chiloé y Guayaquil.
En este aspecto, el ejército de América era semejante al peninsular donde
a la caballería pertenecían el 15% de los efectivos.48
En el Río de la Plata las fuerzas veteranas contaban con una
reducida caballería, un regimiento de Dragones – que en rigor era una
fuerza de infantería montada- y que hacia 1789 tenía una tropa de 720
plazas, cuando hasta entonces eran 516. No sólo era, por cierto, una
dotación de caballería veterana extremadamente reducida para las
exigencias que suponía la defensa de las fronteras indígena y portuguesa
sino que además no era plenamente de caballería. En este aspecto,
también, las autoridades virreinales tenían una opinión diferente de las
imperiales y consideraban mucho más necesarios que a los Dragones
que a las tropas de infantería y hasta llegaron a proponer en 1805
convertir el regimiento de infantería en dos de Dragones.49 Propuestas
de este tipo iban se apartaban claramente de las concepciones estratégicas
dominantes y aunque no fueron escuchadas por Madrid expresaban muy
claramente las exigencias rioplatenses.
Las soluciones tenían que ser locales y provinieron de los cuerpos
de Blandengues de la Frontera. Como lo recordaría años después Lucio
V. Mansilla el cuerpo “era más bien una especie de milicia rural, que
una tropa de línea” y constituía “una verdadera caballería ligera”.50
Inicialmente estaban armados con una carabina pero luego adoptaron
la lanza como arma preferente y un machete que no tardó en ser
reemplazado por un sable común con vaina de latón. En un principio, se
48
ARCHER, Christon, El ejército… pp 381-382; LUQUI-LAGLEYZE, Julio M., “Por el Rey…,
p. 33 y 149. GARCÍA CÁRCEL, Ricardo, El sueño…pp. 125-126. Hacia 1808, el ejército
imperial contaba con 138.241 efectivos de los cuales 113.424 eran de infantería, 16.623 de
caballería, 6.697 de artillería y 1.223 de ingenieros: CUENCA TORIBIO, José Manuel, La
Guerra de la Independencia. Un conflicto decisivo (1808-1814), Madrid, Encuentro, 2006, p. 20.
49
BEVERINA, Juan, El virreinato…, pp. 211-212.
50
MANSILLA, Lucio V. “Dos palabras sobre la caballería argentina por el capitán don…”,
en La Revista de Buenos Aires. Historia Americana, Literatura y Derecho, Tomo II, Buenos
Aires, Imprenta de Mayo, 1863, pp. 67-68.
95
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
51
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 217.
52
PIVEL DEVOTO, Juan, Raíces coloniales de la revolución oriental de 1811, Montevideo, 1952,
pp. 36-37.
53
Por ejemplo, había en Veracruz siete escuadras destinadas a vigilar las costas que sumaban
unos 1000 hombres reclutados entre blancos, mestizos, pardos y morenos libres, en su
mayor parte agricultores: DE LA SERNA, Juan Manuel, “Integración e identidad, pardos
y morenos en las milicias y cuerpos de lanceros de Veracruz en el siglo XVIII”, en ORTÍZ
ESCAMILLA, Juan (coord.), Fuerzas militares en Iberoamérica, siglos XVIII y XIX, México, El
Colegio de México/El Colegio de Michoacán/Universidad Veracruzana, 2005, p. 61-74 y
JUÁREZ MARTÍNEZ, Abel, “Las milicias de lanceros pardos en la región sotaventina
durante los últimos años de la colonia”, idem, pp. 75-91.
96
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
54
La utilización por parte de los gobernadores y luego de los intendentes de recursos locales
para sostener fuerzas que cumplieran misiones que excedieran el plano de la defensa
local no sólo creaba instancias de autoridad que quedaban en principio fuera de la influencia
de los notables del lugar sino que era vista como un agravio a sus derechos y privilegios y
no dejó de concitar resistencias. Lo sucedido al gobernador del Tucumán en 1767 fue, en
este sentido, paradigmático y expresa la resistencia a una reforma miliciana que empleaba
los milicianos para planes de defensa más general pero apropiándose de recursos locales:
PAZ, Gustavo, “La hora del Cabildo: Jujuy y su defensa de los derechos del ‘pueblo’ en
1811", en Fabián HERRERO (comp.), Revolución. Política e ideas en el Río de la Plata durante la
década de 1810, Buenos Aires, Ediciones Cooperativas, 2004, pp. 149-166.
55
Informe del subinspector general marqués de Sobre Monte, 1802, en BEVERINA, Juan, El
virreinato…, p. 442.
97
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
56
Los “partidarios” eran milicianos de origen campesino que guarnecían la extensa frontera
de la antigua Gobernación del Tucumán con el Chaco.
57
MARFANY, Roberto, “El cuerpo de Blandengues de la Frontera de Buenos Aires (1752-
1810)”. Humanidades. La Plata. Tomo XXIII, 1933, pp. 313-374 y MAYO, Carlos y Amalia
LATRUBESSE, Terratenientes soldados y cautivos: la frontera 1736-1815, Mar del Plata,
Universidad Nacional de Mar del Plata, 1993. NÉSPOLO, Eugenia, “La “Frontera”
bonaerense en el siglo XVIII un espacio políticamente concertado: fuertes, vecinos, milicias
y autoridades civiles-militares”, en Mundo Agrario, Vol. 7, N° 13, 2006.
98
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
58
AZARA, Félix de, “Informe sobre la nueva constitución de las tropas del Río de la Plata
propuesta por el virrey” en Memorias sobre el estado rural del Río de la Plata en 1801, demarcación
de límites entre el Brasil y el Paraguay a últimos del siglo XVIII e informes sobre varios particulares
de la América meridional española. Escritos póstumos de Don Félix de Azara, Madrid, Imprenta
de Sanchos, 1847, pp. 98-103 (p. 100-101).
99
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
59
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 252 y 431.
60
BEVERINA, Juan, El virreinato…, Anexo 22, pp. 450-452.
100
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Pero, ¿qué sucedía con las milicias? Desde el siglo XVI el servicio
miliciano había descansado primero en los encomenderos y sus clientelas
y luego en el conjunto de los vecinos y sus dependientes. En Buenos
61
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 238.
62
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 238.
101
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
63
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 239 y 263-266.
102
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
64
En 1771 las milicianos de caballería de la campaña de Buenos Aires eran 2.087: BEVERINA,
p. 272-275; Reseña Histórica…, pp. 82-86
65
BELMONTE POSTIGO, José L., “El color de los fusiles. Las milicias de pardos en Santiago de
Cuba en los albores de la revolución haitiana”, en CHUST, Manuel y MARCHENA, Juan
(eds.), Las armas de la Nación. Independencia y ciudadanía en Hispanoamérica (1750-1850),
Iberoamericana, pp. 37-52. VINSON III, Ben, “Los milicianos pardos y la construcción de la
raza en el México colonial”, en Signos Históricos, N° 4, 2000, pp. 87-106. DE LA SERNA, Juan
Manuel, “Integración e identidad, pardos y morenos en las milicias y cuerpos de lanceros de
Veracruz en el siglo XVIII”, en ORTÍZ ESCAMILLA, Juan (coord.), Fuerzas militares en
Iberoamérica, siglos XVIII y XIX, México, El Colegio de México/El Colegio de Michoacán/
Universidad Veracruzana, 2005, p. 61-74 y JUÁREZ MARTÍNEZ, Abel, “Las milicias de lanceros
pardos en la región sotaventina durante los últimos años de la colonia”, idem, pp. 75-91.
66
MORNER, Magnus, Actividades políticas y económicas de los jesuitas en el Río de la Plata,
Buenos Aires, Hyspamerica, 1985, p. 124.
103
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
67
HENIS, Tadeo Xavier, “Diario histórico de la rebelión y guerra de los pueblos guaranís,
situados en la costa oriental del río Uruguay del año 1754”, en de Angelis, Pedro, Colección
de Obras y Documentos relativos a la Historia Antigua y Moderna de las Provincias del Río de la
Plata, Tomo Quinto, Buenos Aires, Imprenta del Estado, 1836, p. 44. AVELLANEDA,
Mercedes y QUARLERI, Lía, “Las milicias guaraníes en el Paraguay y el Río de la Plata:
alcances y limitaciones (1649-1756)”, en Etudos Iberoamericanos, Vol. XXXIII, N° 1, 2007, pp.
109-132.
68
GARAVAGLIA, Juan C., “Campesinos y soldados: dos siglos en la histo-ria rural del
Paraguay”, en Garavaglia, Juan C., Economía, sociedad y regiones, Buenos Aires, De la Flor,
1987, pp. 193-260.
69
DOBLAS, Gonzalo de, “Memoria histórica, geográfica, política y económica sobre la
Provincia de Misiones de indios guaranis”, 1785, en Pedro de Angelis, Colección de Obras y
Documentos relativos a la Historia Antigua y Moderna de las Provincias del Río de la Plata, Tomo
Tercero, Buenos Aires, Imprenta del Estado, 1836, pp. 42-43.
104
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
7.471 milicianos alistados, 6.122 españoles y 1.243 de las castas sin contar
el aporte que pudieran ofrecer los pueblos de las misiones. Sin embargo,
las autoridades virreinales que sostenían que podían suministrar un
“poquísimo socorro” en caso de invasión por lo que insistían en la
necesidad de contar con “tropas regladas”. De acuerdo a su descripción
en 1781
“La mayor parte de esta gente aborrece el servicio, la sujeción y vida
culta, porque reina en ellos la desidia y son naturalmente vagantes:
rehusan concurrir a las salidas contra los enemigos, aun citados para su
propia defensa, la de su casa, familia y hacienda, y en campaña no tiene
límite su deserción, particularmente los solteros por la facilidad con que
subsisten en los campos por la abundancia de caballos, ganado y caza.
Sobre este pie han vivido en lo pasado y, a corta diferencia, en lo presente,
sin que basten amonestaciones, amenazas y castigos para evitar su fuga,
la falta de disciplina, la inobediencia y la relajación en todo. Cuando
fuesen éstas de mejor calidad, no se puede contar con ellas en la actualidad
para socorrer esta banda […se refiere a la Banda Oriental…] porque la
mayor parte está avecindada en la frontera, que es dilatada y fácil a
invadir por diversos caminos distantes entre sí.”70
70
Borrador de oficio del virrey Vértiz al ministro Gálvez, Montevideo, 30 de abril de 1781,
en BEVERINA, Juan, El virreinato…, Anexo 13, pp. 413-418.
71
ARECES, Nidia, “Milicias y faccionalismo en Santa Fe, 1660-1730”, en Revista de Indias,
Vol. LXII, N° 226, 2002, pp. 585-614; GONZÁLEZ, Marcela, Las milicias, origen y organización
durante la colonia, Centro de Estudios Históricos, Córdoba, 1995.
105
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
72
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 277-279.
73
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 251.
74
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 282.
106
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
75
Estado Militar de España. Año de 1801, p. 143. Disponible en: http://
hemerotecadigital.bne.es/
76
BEVERINA, Juan, El Virreinato…, p. 280.
77
BEVERINA, Juan, El Virreinato…, p. 284. No muy distinta era la situación en las provincias
interiores del Virreinato al punto que a principios de la década de 1790 el Inspector General
sostenía que en ellas no había “cuerpo alguno formal, sino una multitud de Oficiales sin
tener a quien mandar”; p. 294.
107
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
78
BEVERINA, Juan, El Virreinato…, p. 296-297 y Anexo 25
79
BEVERINA, Juan, El Virreinato…, p. 454
80
VALLECILLO, Antonio, Ordenanzas de S. M. para el régimen, disciplina, subordinación y servicio
de los ejércitos, Tomo III, Madrid, Imprenta de Andrés y Díaz, 1854, p. 52.
108
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
81
BEVERINA, Juan, El Virreinato…, p. 301.
109
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
veteranos que habrían de auxiliar, lo mismo sucedía entre los dos tipos
de milicias y entre los Blandengues.
Si este plan era ambicioso no se quedó a la saga el que sí fue
aprobado en 1801 y que estableció un reglamento para las milicias
disciplinadas para todo el virreinato. Se pretendía conformar una fuerza
de 14.141 hombres, de los cuales 6.160 corresponderían a la Intendencia
de Buenos Aires. El alistamiento debía abarcar a todos los hombres
hábiles entre 16 y 45 años quedando a decisión del Virrey el tiempo de
servicio. ¿Sería una fuerza de servicio continuo o sólo esporádicamente
sería convocada? Tanto por razones financieras como de defensa pero
también políticas, parece haberse preferido dejar la decisión en manos
del Virrey. A su vez, se establecía que el comando de los regimientos y
escuadrones de caballería estaría a cargo de personal miliciano, en claro
reconocimiento de las dificultades para proveerlos de una plana mayor
veterana. Como vemos, se esperaba contar con una fuerza miliciana para
la Intendencia que era menor a lo previsto cuatro décadas antes pese al
notable incremento de la población. Sin embargo, el plan era muy
ambicioso pues pretendía que todas esas milicias fueran disciplinadas
por lo que puede afirmarse que significaba la pretensión de llevar
efectivamente adelante la incompleta reforma de las milicias.
Pero es muy dudoso que pudiera llevarse a cabo. Por lo pronto,
para Buenos Aires y para Montevideo preveía la misma cantidad de
milicianos cuando la población de la primera era cuatro sino cinco veces
mayor que en la segunda. Por otra parte, el mismo reglamento estipulaba
quienes estaban exceptuados de este servicio – los comerciantes de
conocido caudal, los abogados y escribanos, los mayordomos y capataces
de haciendas de consideración, médicos y boticarios, maestros, el
personal del culto, etc.-, aunque se establecía que no lo estarían de
alistarse en los cuerpos de milicias urbanas.
De esta manera, el reglamento que anunciaba su intención de
“reglar” a todas las milicias no podía evitar la convalidación del doble
sistema y reforzaba las distinciones sociales entre uno y otro. Tal es así
que la información oficial disponible parece indicar que el esfuerzo por
convertir en disciplinadas no abarcó a todas las milicias ni a todo el
Virreinato. Para 1806, las autoridades de Madrid sólo tenían registradas
como “milicias disciplinadas de infantería” a las disponibles en Buenos
Aires y Montevideo y como “milicias disciplinadas de caballería” a las
110
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
82
Estado Militar de España. Año de 1806, pp. 149-157. Disponible en: http://
hemerotecadigital.bne.es/
83
PIVEL DEVOTO, Raíces…pp. 72-95.
84
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 391.
111
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
85
BEVERINA, Juan, El virreinato…, pp. 395-397.
86
AZARA, Félix de, “Informe sobre la petición de las tropas hecha por el Virrey de Buenos
Aires para contrarrestar a los portugueses”, en Memorias… , pp. 104-109.
87
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 340.
88
BEVERINA, Juan, El virreinato…,p. 332.
112
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
89
BEVERINA, Juan, El virreinato…, p. 340
90
Diario de un Soldado, Buenos Aires, AGN, 1960, p. 51.
91
AGN, IX, 8-10-8 f. 286-287.
92
AGN, IX, 8-10-8 f. 293-294.
93
AGN, IX, 8-10-8 f. 295-298.
94
GELMAN, Jorge, Un funcionario en busca del Estado. Pedro Andrés García y la cuestión agraria
bonaerense, 1810-1822, Bernal, UNQ, 1997, pp. 49-52.
113
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
Epílogo
95
AZARA, Félix de, “Informe sobre la petición de las tropas hecha por el Virrey de Buenos
Aires para contrarrestar a los portugueses”, en Memorias… , p. 109.
96
José M. Salazar a Gabriel de Ciscar, Montevideo, 16 de julio de 1810, en Mayo Documental,
Tomo XII, Buenos Aires, Facultad de Filosofía y Letras, 1964, pp. 187-188.
114
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
115
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
97
Gaceta de Buenos Aires, 31 de julio de 1812.
98
MARCHENA FERNÁNDEZ, Juan, “La expresión de la guerra… p. 109.
99
CAMPBELL, León, “Cambios en la estructura…, p. 245. KUETHE, Allan, “Las milicias
disciplinadas…, pp. 101-126. HALPERÍN DONGHI, Tulio: “Militarización…”, pp. 124-
126. JOHNSON, Lyman, “Los efectos de los gastos militares en Buenos Aires colonial”, en
HISLA, N° IX, 1987, pp. 41-57.
116
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
100
MAYO, Carlos, “Landled but not Poweful: The Colonial Estancieros of Buenos Aires (1750-
1810)” en Hispanic American Historical Review, Vol. 71, N° 4, 1991, pp. 761- 779. FRADKIN,
Raúl O., “El gremio de hacendados en Buenos Aires durante la segunda mitad del siglo
XVIII”, en Cuadernos de Historia Regional, N° 8, 1987, pp. 72-96.
101
Un meticuloso tratamiento de un ejemplo paradigmático en GELMAN, Jorge, De mercachifle
a gran comerciante. Los caminos del ascenso en el Río de la Plata colonial, Huelva, Universidad
Internacional de Andalucía/ Universidad de Buenos Aires, 1996.
117
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
102
AZARA, Félix de, “Diario de un reconocimiento de las Guardias y Fortines que guarnecen
la línea de frontera de Buenos Aires para ensancharla”, 1797, en DE ANGELIS, Pedro,
Colección de Obras y Documentos relativos a la historia antigua y moderna de las Provincias del
Río de la Plata, Buenos Aires, Plus Ultra, 1972, Tomo VIII, Vol. A, p. p. 159.
118
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
103
GELMAN, Jorge, Un funcionario en busca del Estado. Pedro Andrés García y la cuestión agraria
bonaerense, 1810-1822, Bernal, UNQ, 1997, p. 100.
104
GELMAN, Jorge, Un funcionario…, pp. 174-175.
105
DJENDEREDJIAN, Julio C., Economía…, Capítulo 8.
119
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
106
GELMAN, Jorge, “Un ‘repartimiento de mercancías’ en 1788: los sueldos ‘monetarios’ de
las milicias de Corrientes”, en Cuadernos de Historia Regional, N° 3, 1985, pp. 3-17.
107
Gaceta de Buenos Aires, 23 de mayo de 1811
120
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
121
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
108
Pocos autores han hecho hincapié en esta cuestión. Con lucidez recientemente ha llamado
la atención sobre este aspecto central ARAMBURO, Mariano José, Buenos Aires ciudad en
armas. Las milicias porteñas entre 1801 y 1823, Tesis de Licenciatura, Facultad de Filosofía y
Letras, Universidad de Buenos Aires, 2008;
109
Se precisaba que todos los “habitantes del Estado nacido en América”, los extranjeros con
cuatro años de domicilio, los españoles europeos con carta de ciudadano y los africanos y
pardos libres serían “soldados cívicos, excepto los que se hallen incorporados en las tropas
122
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
de línea y Armada.” Para este generalizado alistamiento se fijaba como edad mínima los
quince años y como máxima los sesenta.
123
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
110
Gobierno Superior Provisional de las Provincias Unidas del Río de la Plata, Instrucciones
de los Comisarios de Guerra de las Provincias Unidas del Río de la Plata, Buenos Aires, Imprenta
de los Niños Expósitos, 1812 y “Títulos de las Reales Ordenanzas que de orden de la
Excma Junta se entresacan de ellas” [1814], en MAILLÉ, Arturo, La Revolución de Mayo a
través de los impresos de la época, Buenos Aires, Tomo V, 1966, pp. 355-529. LOZA, Emilio,
“Organización militar, 1811-1813”, en LEVENE, Ricardo (dir.), Historia de la Nación
Argentina desde sus orígenes hasta la organización definitiva en 1862, Vol. V, Segunda sección,
Buenos Aires, ANH, 1941, pp. 513-526.
111
ESDAILE, Charles, Napoleón contra España. Guerrillas, bandoleros y el mito del pueblo en armas
(1808-1814), Buenos Aires, EDHASA, 2006; MOLINER PRADA, Antonio, La guerrilla en la
guerra de independencia, Madrid, Adalid, 2004. THONE, John, La guerrilla española y la derrota
de Napoleón, Madrid, Alianza Editorial, 1999.
124
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
125
Tradiciones militares coloniales. El Río de la Plata antes de la revolución / Raúl O. Fradkin
112
Como señalaba José M Paz a propósito de Juan R. Balcarce, miembro de un destacado
linaje militar bonaerense: “Era de aquellos pocos americanos que desde el tiempo de la
monarquía había seguido la carrera de las armas y por consiguiente tenía la pretensión de
ser considerado como un veterano”, PAZ, José M., Memorias póstumas, Buenos Aires,
Editorial Trazo, 1950, Tomo I, p. 21.
113
Carlos de Alvear, Relación de las fuerzas, Río de Janeiro, 27 de junio de 1815, Archivo
Artigas, Tomo XXX, pp.7-10.
114
Juan J. Viamonte al Director, 19 de marzo de 1816: Archivo Artigas, Tomo XXIX, pp.336-
338.
115
BENTARCUR, Arturo, El puerto colonial de Montevideo. Los años de la crisis (1807-1814),
Montevideo, Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación, 2006, p. 88.
116
Manuel Belgrano a Ignacio Álvarez Thomas, Rosario, 5 de abril de 1816, en Epistolario
belgraniano, Buenos Aires, Taurus, 2001, p. 291.
117
Javier de Viana al Gobierno, Buenos Aires, 26 de noviembre de 1814, Archivo Artigas,
Tomo XVII, pp. 149-150.
126
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
A manera de presentación
“Asociar el término frontera al concepto de frontera militar o frontera
administrativa sería mantenerse al margen de los progresos en las ciencias
sociales, particularmente si se trata de estudiar una frontera tan permeable como
la propia” (S. Villalobos y J. Pinto Rodríguez, Comp., Araucanía. Temas de
historia fronteriza, Temuco, Chile, Ediciones Universidad de la Frontera,
1985: 6).
127
La redefinición de las fronteras: cuando “argentinizar” fue la consigna / Suzana Bandieri
128
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
La periferia andina
1
Romero, Luis Alberto, coord., La Argentina en la escuela. La idea de nación en los textos escolares,
Buenos Aires, Siglo XXI, 2004.
129
La redefinición de las fronteras: cuando “argentinizar” fue la consigna / Suzana Bandieri
puertos del sur chileno.2 Por ese mismo motivo, mientras el ganado
ovino era desplazado de la llanura pampeana a los territorios
patagónicos con litoral atlántico, como consecuencia del auge cerealero
y de la importancia de la carne refinada con destino al frigorífico, las
áreas andinas siguieron produciendo ganados destinados a satisfacer
la demanda de los centros y puertos del Pacífico, en tanto mantenían
una muy débil inserción con el conjunto nacional. Un espacio común
de inversiones de capital, explotaciones ganaderas, flujos de población
y variados vínculos socioeconómicos y culturales caracterizaron
entonces a esta región fronteriza, aprovechando la permeabilidad de
los Andes en algunos sectores de la Patagonia –particularmente los
ubicados en la actual provincia de Neuquén-, donde los pasos son
relativamente bajos y facilitan el cruce de un lado a otro de la cordillera.
Más al sur, en la zona que los historiadores regionales han llamado
la “región autárquica de Magallanes”, se dio una situación similar.3 Allí
también resulta evidente la expansión de los capitales y de los flujos de
inmigración procedentes de Chile, principalmente de Punta Arenas y
de la isla de Chiloé, hacia la zona de Santa Cruz y Tierra del Fuego,
conformando una misma región que, al menos hasta la década de 1920,
funcionó con una dinámica propia y relativamente desvinculada de los
centros políticos de los respectivos Estados nacionales: Buenos Aires y
Santiago. A la luz de estos estudios, y al menos hasta esos años, la
significativa dependencia económica de los territorios más australes de
Argentina con el área de Magallanes y su capital Punta Arenas parece
indiscutible, al menos en lo que se refiere a la provisión de lanas y carnes
ovinas con destino a los mercados europeos. La posibilidad de
comunicación directa con esos mercados a través del estrecho de
Magallanes, facilitada por la inexistencia de impuestos aduaneros y la
débil presencia de ambos Estados en la región, favorecieron tal proceso
de integración.
2
Es variada y numerosa la producción de la autora en estos temas. A modo de síntesis,
puede consultarse de S. Bandieri, Historia de la Patagonia, Buenos Aires, Sudamericana,
2005.
3
Véase Elsa Barbería, Los dueños de la tierra en la Patagonia Austral, 1880-1920, Santa Cruz,
Universidad Federal de la Patagonia Austral –UFPA-, 1995, y Mateo Martinic B., “Patagonia
austral: 1885-1925 Un caso singular y temprano de integración regional autárquica”, en S.
Bandieri, Coord., Cruzando la cordillera… La frontera argentino-chilena como espacio social,
Neuquén, CEHIR-UNCo., 2001.
130
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
4
S. Bandieri, “La Patagonia: Mitos y realidades de un espacio social heterogéneo”, en Jorge
Gelman, comp., La Historia Económica Argentina en la encrucijada: Balances y perspectivas,
Buenos Aires, Asociación Argentina de Historia Económica-Prometeo Libros, 2006.
5
Los Territorios Nacionales fueron entidades creadas específicamente para la administración
de las superficies ganadas al indio en la década de 1880 (Chaco y Patagonia). Sin alcanzar
el status jurídico de las antiguas provincias argentinas, las autoridades de los territorios se
elegían desde el poder central, lugar desde donde se administraban también las rentas. Sus
habitantes no pudieron elegir sus gobernadores, como tampoco participar en las elecciones
de las máximas autoridades del país hasta mediados de la década de 1950.
131
La redefinición de las fronteras: cuando “argentinizar” fue la consigna / Suzana Bandieri
La penetración material
“…la conquista del desierto por las armas, que Usted ha realizado [refiriéndose
a Julio Argentino Roca y su campaña militar contra los indios], no está
completa, falta agregarle la conquista por el riel, para ‘argentinizar’ la Patagonia”
(Ezequiel Ramos Mexía, Mis Memorias 1853-1935, Buenos Aires, Librería
y Editorial La Facultad. 1936:205)
6
Oscar Oszlak, La formación del Estado Argentino, Buenos Aires, Ed. de Belgrano, 1982, y
“Reflexiones sobre la formación del Estado y la construcción de la sociedad argentina”, en
Desarrollo Económico, Nº 84, Buenos Aires, IDES, 1982:531-545.
7
Estos textos de Oszlak, de matriz weberiana, son hoy discutidos por su mirada
excesivamente centrada en el rol del Estado en el proceso de construcción social. Esta mirada
“desde arriba” quita sin duda protagonismo a los sujetos sociales que parecen no tener
capacidad de reacción alguna frente al mismo proceso. Sin embargo, las formas de
penetración que el autor menciona pueden resultar un instrumento didáctico interesante a
la hora de plantear el tema propuesto.
8
Este trabajo retoma algunos temas y debe considerarse continuación del presentado en el
Primer Encuentro de la Red Internacional Marc Bloch de Estudios Comparados Europa-América
Latina, realizado en la UNCPBA, Tandil, en mayo de 2006 (Véase S. Bandieri, “La dimensión
regional como alternativa analítica para pensar otros espacios y nuevas periodizaciones”,
en S. Bandieri, G, Blanco y M. Blanco, Coord., Las escalas de la historia comparada, Tomo 2.
Empresas y empresarios. La cuestión regional, Buenos Aires, Miño y Dávila, 2008).
132
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
9
Las actitudes más decididas a favor del proteccionismo estatal que se tomaron a partir de
1906 han sido reconocidas por varios autores, entre ellos Carlos Díaz Alejandro, Ensayos
sobre la Historia económica argentina, Buenos Aires, Amorrortu, 1975:275-279. Aunque los
niveles reales de intervención estatal deben entenderse en términos de la época, resulta
importante reconocer la percepción que de ello tenían los actores, entre ellos el propio
Ramos Mexía, que se sentía formando parte de un proyecto de mayor intervencionismo
estatal (E. Ramos Mexía, Mis Memorias, op. cit., 1936:254).
10
Eduardo Zimmermann, Los liberales reformistas. La cuestión social en la Argentina 1890-1916,
Buenos Aires, Sudamericana, Editorial de San Andrés, 1995.
133
La redefinición de las fronteras: cuando “argentinizar” fue la consigna / Suzana Bandieri
11
El ministro contrató al Ing. Bailey Willis, reputado miembro del Departamento de
Investigaciones Geológicas del gobierno de los Estados Unidos, para la realización de una
serie de estudios en la Patagonia, que incluían la instalación de industrias con fuentes
energéticas alternativas y renovables como el agua. Con innumerables cuestiones
burocráticas se entorpeció la continuidad de la misión hasta que prácticamente concluyó
con la renuncia de Ramos Mexía (S. Bandieri, “Pensar una Patagonia con dos océanos: el
proyecto de desarrollo de Ezequiel Ramos Mexía”, en Quinto Sol, Revista de Historia
Regional, UNLP, 2009).
134
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
12
La primera de estas líneas, cuya construcción se inició en 1909, debía unir la costa con la
cordillera entre Puerto Deseado y el lago Buenos Aires, para entroncar allí con la línea del
Nahuel Huapi. Del trazado original sólo se terminó en 1914 el tramo de 283 km entre el
puerto y la Colonia Las Heras. Del ramal a Colonia Sarmiento y Comodoro Rivadavia,
sólo se habilitó en 1912 el tramo inicial entre el puerto y esta última localidad, cubriéndose
un recorrido adicional al servicio de una estancia de la zona. Otros tendidos de penetración
del Ferrocarril Nacional Patagónico unirían mas tarde algunos puertos con áreas específicas
del interior regional. Un mapa de las líneas férreas de la Patagonia con los tramos
proyectados por la Ley de Fomento y aquellos efectivamente construidos, puede verse en
José María Sarobe, La Patagonia y sus problemas, Buenos Aires, Editorial Centro de Estudios
Unión para la Nueva Mayoría, 1999:289.
13
En 1910 se inició la construcción del ramal que debía unir el puerto de San Antonio Oeste
con San Carlos de Bariloche a través de la meseta rionegrina para llegar luego a Valdivia.
En 1917 los rieles llegaron a Ing. Jacobacci y en 1929 a Pilcaniyeu, en el territorio de Río
Negro, y allí se detuvieron hasta 1934.
135
La redefinición de las fronteras: cuando “argentinizar” fue la consigna / Suzana Bandieri
14
S. Bandieri y G. Blanco, “Pequeña explotación, cambio productivo y capital británico en el
Alto Valle del río Negro”, revista Quinto Sol nº 2, Santa Rosa, UNLPam., 1998.
136
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
137
La redefinición de las fronteras: cuando “argentinizar” fue la consigna / Suzana Bandieri
15
Laura Méndez, “Circuitos económicos y relaciones sociales en espacios de frontera. San
Carlos de Bariloche: de pueblo de frontera a centro turístico internacional (1880-1935)”.
Tesis Doctoral, UNCPBA, Tandil, 2005, inédita.
16
Eduardo Bessera, Políticas de Estado en la Norpatagonia Andina. Parques Nacionales,
desarrollo turístico y consolidación de la frontera. El caso de San Carlos de Bariloche (1934-
1955), Tesis de Licenciatura, UNCo., agosto 2008, inédita.
17
Laura Méndez, Circuitos económicos y relaciones sociales…, op. cit., 2005.
138
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
18
Brígida Baeza, “Las prácticas sociales de conmemoración en el Departamento Tehuelches.
Los actos cívicos en la época territoriana”, en Brígida Baeza y Daniel Marques (comp.),
Resistir en la frontera. Memoria y desafíos de la sociedad de Gobernador Costa y el Departamento
Tehuelches, Comodoro Rivadavia, Municipalidad de Gobernador Costa y Subsecretaría de
Cultura de la Provincia de Chubut, 2003.
19
María C. Meccozzi, La escuela pública en una sociedad de frontera. La creación de la Escuela n º
118 ¿Necesidad vecinal o imposición estatal?, trabajo presentado para la aprobación del
Seminario de Historia Regional, carrera de Historia UNCo., Sede San Carlos de Bariloche,
2006, inédito.
20
Destaca un documento del Consejo Nacional de Educación de 1930 “…la imprescindible
tarea de argentinizar cada vez más a la Patagonia, de inculcar constantemente la enseñanza
patriótica y nacionalista, de infundir en las escuelas y en los vecindarios el culto a nuestros
héroes y símbolos, el amor a la libertad y veneración a nuestras instituciones” (El Monitor
de Educación, Buenos Aires, 1930:132, cit. en Mecozzi, 2006:8).
21
La red de rutas y caminos terrestres construida por el Estado, unida al auge de la industria
automotriz mundial, permitió afianzar la integración del territorio nacional. La ruta 3,
que recorría la costa atlántica, y la 40, que bordeaba la cordillera sirvieron, en el caso de la
Patagonia, para fortalecer la circulación regional de bienes y personas.
22
Varios regimientos se instalaron en diversas áreas de la Patagonia, en tanto que en 1938 se
creaba Gendarmería Nacional como fuerza encargada de la vigilancia fronteriza.
139
La redefinición de las fronteras: cuando “argentinizar” fue la consigna / Suzana Bandieri
El Estado empresario
140
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
23
Para el desarrollo de estos temas, véase Daniel Cabral Marques y Edda Crespo, “Entre el
petróleo y el carbón: Empresas estatales, trabajadores e identidades sociolaborales en la
Patagonia Austral (1907-1976)”, en Susana Bandieri, Graciela Blanco y Gladys Varela (dir.),
Hecho en Patagonia… La historia en perspectiva regional, Neuquén, Serie Publicaciones CEHIR,
EDUCO -Editorial UNCo.-, 2006.
24
Daniel A. Cabral Marques, “Las empresas estatales extractivas y la configuración de
identidades sociales ligadas al mundo del trabajo en la Patagonia Austral (1907-1955)”,
tesis de Maestría en Historia, Universidad Nacional de Mar del Plata, marzo 2008, inédita.
141
La redefinición de las fronteras: cuando “argentinizar” fue la consigna / Suzana Bandieri
142
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Conclusiones
25
Estas características, además de las estrictamente económicas, deben tenerse especialmente
en cuenta a la hora de comprender las manifestaciones sociales producidas en la Patagonia
a raíz de la privatización de las empresas del Estado en la década de 1990, especialmente
en el caso de YPF donde la incidencia de la empresa en la economía y sociedad regional
era mayor y generaba más valor agregado.
143
La redefinición de las fronteras: cuando “argentinizar” fue la consigna / Suzana Bandieri
144
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
A fronteira manejada:
apontamentos para uma história social da
fronteira meridional do Brasil (século XIX)
Mariana Flores da Cunha Thompson Flores*
Luís Augusto Farinatti**
Introdução
145
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
Limites Instáveis
1
Neste período, o município de Alegrete englobava também as áreas onde se localizam hoje
os municípios de Quaraí, Rosário do Sul e Manoel Viana, os quais obtiveram suas
emancipações nos anos de 1875, 1876 e 1992. SILVEIRA, Hemetério José Velloso da. As
Missões Orientais e seus antigos domínios, 1979.
2
Sobre as atividades de arreamento e comércio de gado envolvendo animais vindos daquela
área, ao longo do século XVIII, ver: HAMEISTER, Marta Daisson. O Continente do Rio Grande
de São Pedro: os homens, suas redes de relações e suas mercadorias semoventes, 2002 e GIL, Tiago
Luís, Infiéis Transgressores: os contrabandistas da fronteira (1760-1810), 2003.
3
Sobre alianças do minuanos com o líder Rio-grandense Rafael Pinto Bandeira em fins do
século XVIII, ver: GIL, Tiago Luis. Infiéis Transgressores...,2003.
146
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
4
MORAES, María Inés. La ocupación del espacio y la formación de paisajes agrarios en Uruguay,
2006, p.p. 70-71.
5
Naturalmente, essa expansão não se deu sobre uma “terra de ninguém”. Desde muito
antes de 1801 os guaranis missioneiros e também diversos bandos de arreadores, formados
por súditos mais ou menos fiéis das coroas ibéricas, além de indígenas charruas e minuanos,
cruzavam aquele espaço arrebanhando e comercializando gado. Ver: HAMEISTER, Marta
Daisson. O Continente do Rio Grande de São Pedro: os homens, suas redes de relações e suas
mercadorias semoventes., 2002 e GIL, Tiago Luís. Infiéis Transgressores: os contrabandistas da
fronteira (1760-1810), ,2002.
147
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
mente a este trabalho, a linha divisória era marcada pelo rio Quaraí. Os
súditos do Imperador eram os donos de muitas das terras e animais no
Estado Oriental (como era designada a República do Uruguai na maio-
ria dos documentos brasileiros), sobretudo nos territórios localizados
ao norte do Rio Negro. Isso acabaria por colocar aquelas áreas em rela-
ção direta com a região da Campanha Rio-grandense, ao longo de todo
o século XIX.6
Por sua vez, a divisa entre o Brasil e a província argentina de Cor-
rientes era mais estável, consubstanciada no Rio Uruguai. Também ali
havia grande troca social e econômica, especialmente com o município
brasileiro de Uruguaiana, que tinha um porto sobre aquele rio.
Destaque-se que, além de terem que lidar com um nascente limite
nacional, as populações daquela zona fronteiriça também experimenta-
ram, mesmo após 1828, momentos de sobreposição de soberanias, como
foi o caso da área dominada pelas autoridades da República Rio-Gran-
dense, nunca reconhecida pelo Império e que os governantes platinos
reconheciam ou não, conforme sua própria conveniência. O mesmo acon-
tecia, por exemplo, no Estado Oriental durante fins da década de 1840,
quando existia um governo em Montevidéu, que dominava a cidade-
porto, enquanto os opositores haviam estabelecido uma autoridade que
se pretendia legítima em Cerrito, e governavam o interior.
6
BARRÁN, José Pedro; NAHUM, Benyamin. História Rural Del Uruguai Moderno, vol. I, 1967.
BARRIOS PINTOS, Antonio. Historia de la Ganaderia en el Uruguay, 1971. SALA DE TOURON,
Luzía; DE LA TORRE, Nelson; RODRÍGUEZ, José Carlos. Evolución Económica de la Banda
Oriental, 1967. SOUZA, Suzana Bleil. Os Homens da Fronteira: estancieiros e força de trabalho
na fronteira norte uruguaya, 2002.
7
Ieda Gutfreind, propõe os conceitos de “matriz lusitana” e “matriz platina” como categorias
de análise, onde enquadra estes historiadores preocupados em buscar origens da sociedade
rio-grandense. Enquanto a primeira “matriz” defendia que esta sociedade teria se forjado
sob influência portuguesa, a segunda acreditava numa influência platina na sua formação.
Segundo a autora, a “matriz lusitana” foi a que “falou mais alto, impondo sua voz, calando seus
148
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
adversários.” São considerados autores vinculados à “matriz lusitana”: Aurélio Porto, Souza
Docca, Othelo Rosa e Moysés Vellinho. Compondo a “matriz platina” a autora relaciona:
Alfredo Varella, João Pinto da Silva, Rubens de Barcellos e Manoelito de Ornellas.
GUTFREIND, Ieda. A Historiografia Rio-grandense, 1998. Sabemos que a análise proposta
por Ieda Gutfreind já foi repensada alguns aspectos. Contudo, parece-nos que, enquanto
levantamento abrangente da historiografia rio-grandense, ainda é um trabalho de extrema
relevância. Uma pesquisa importante, nesse sentido de reavaliar o paradigma das matrizes,
é a de Letícia Nedel que aponta para que esta cronologia aplicada à matriz platina, que se
estende da década de 1920 até 1970, acaba por homogeneizar o grupo de autores, encobrindo
pontos de inflexão que ocorreram nesse ínterim. NEDEL, Letícia B. Um Passado Novo para
uma História em Crise: regionalismo e folcloristas no Rio Grande do Sul (1948-1965), 2005. Tese
de Doutorado.
8
VELLINHO, Moysés. Fronteira, 1975, p.211.
9
VARELA, Alfredo. História da Grande Revolução, 1933 (6 volumes). ORNELLAS, Manoelito
de. Gaúchos e beduínos: origem étnica e formação social do Rio Grande do Sul, 1948.
149
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
que o país possuía no tempo em que eles escreviam suas obras.10 Aqui
interessa salientar que, mesmo assim, esses trabalhos abriram espaço para
a superação da idéia da fronteira meridional como uma área onde a divi-
sa nacional pudesse isolar as populações que viviam de ambos os lados.
Nesse sentido, seria mais correto considerar que havia apenas al-
guns aspectos de divergências entre as “matrizes”, do que oposições
ideológicas veementes. Isso pode ser atribuído ao fato de que ambas
“partiam da idéia de nação e de estado, identificando-os com os limites políticos-
administrativos. Em relação ao estado sulino, subestimaram o mobilismo, a ação,
o movimento de áreas geográficas bastante extensas(...).”11 Nesse sentido, per-
cebemos que havia uma noção geral de fronteira onde, em primeiro pla-
no, o que valia era exaltar a condição “original” de brasileiros dos rio-
grandenses.12
Mais recentemente, uma série de estudos vem situando o Rio Gran-
de do Sul dentro do “espaço platino”, “região platina” ou “espaço fron-
teiriço platino”.13 Além de fazer parte do processo de extensão colonial
portuguesa e consolidação do Império brasileiro em terras meridionais,
o Rio Grande do Sul integrou, também, um espaço de características
comuns com a província de Buenos Aires, a Banda Oriental (atual Uru-
10
GUTFREIND, Ieda. Op.cit. p. 145-149.
11
Idem, p. 196.
12
Gutfreind aponta, ainda, que outros autores, como Caio Prado Júnior em Formação do
Brasil Contemporâneo, Guilhermino César em Contrabando no Sul do Brasil e Alice Canabrava
em Comércio Português no Rio da Prata já mostravam uma vinculação inconteste da fronteira
meridional com as regiões hispano-platinas. GUTFREIND, Ieda. Op.cit. p. 145-149.
13
Entre outros: LEITMAN, Spencer. Raízes Sócio-econômicas da Guerra dos Farrapos, 1979.
OSÓRIO, Helen. Apropriação da Terra no Rio Grande de São Pedro e a formação do espaço platino,
1990. REICHEL, Heloisa Jochims. Conflito e Violência na Campanha Platina: séculos XVIII e
XIX, 1993. PADRÓS, Enrique Serra. Fronteira e Integração fronteiriça: elementos para uma
abordagem conceitual, 1994. OSÓRIO. Helen. O espaço platino: fronteira colonial no século XVIII,
1995. _____. O Império Português no Sul da América: estancieiros, lavradores e comerciantes,
2007. SOUZA, Susana Bleil de. A fronteira do sul: trocas e núcleos urbanos - uma aproximação
histórica, 1995. PICCOLO, Helga. “Nós e os outros”: conflitos e interesses num espaço fronteiriço
(1828-1852), 1997. REICHEL, Heloisa Jochims; GUTFREIND, Ieda. As Raízes Históricas do
Mercosul: a região platina colonial, 1996. GUAZZELLI, César Augusto. O Horizonte da Província:
a República Rio-Grandense e os Caudilhos do Rio da Prata (1835-1845), 1998. PADOIN, Maria
Medianeira. Federalismo Gaúcho: fronteira platina, direito e revolução, 2001. HAMEISTER,
Martha Daisson. O Continente do Rio Grande de São Pedro: os homens, suas redes de relações e
suas mercadorias semoventes, 2002. GIL, Tiago Luís. Infiéis Transgressores..., 2003. PANIAGUA,
Edson Monteiro. Fronteiras, violência e criminalidade na região platina. O caso do município de
Alegrete (1852-1864), 2003. SOUZA, Susana Bleil; PRADO, Fabrício Pereira. Brasileiros na
Fronteira Uruguaia..., 2004.
150
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
14
GOLIN, Tau. A Fronteira, vol I, 2002, p.p. 235-236, 254, 266.
15
Para os séculos XVII e XVIII, ver: NEUMANN, Eduardo Santos. Uma fronteira tripartida: a
formação do continente do Rio Grande – século XVIII, 2004.
16
Ver: FARINATTI, Luís Augusto. Escravos do Pastoreio: pecuária e escravidão na fronteira
meridional do Brasil (Alegrete, 1831-1850), 2006.
151
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
17
Para uma visão geral dos debates sobre fronteira nas ciências sociais, ver: ZIENTARA,
Benedickt. Fronteira, 1999. Ver também o apanhado historiográfico sobre os estudos norte-
americanos em relação ao tema de fronteira em: DJENDEREDJIAN, Julio. Economía y Sociedad
en la Arcadia Criolla: Formación y desarrollo de una sociedad de frontera en Entre Ríos, 1750 –
1820, 2003, p.p. 12-22. O autor elabora uma importante reflexão que parte da a obra de F.J.
Turner, passando pela escola dos “borderlands” até os debates atuais. Ver o clássico estudo
de: TURNER, Frederick Jackson. The frontier in American History, 1958.
18
OSÓRIO, Helen. Apropriação da Terra no Rio Grande de São Pedro e a formação do espaço platino,
1990. GIL, Tiago Luís. Infiéis Transgressores..., 2003.
152
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
19
GUAZZELLI, César Augusto. O Horizonte da Província..., 1998.
20
COLVERO, Ronaldo. Negócios na madrugada: o comércio ilícito na fronteira do Rio Grande do
Sul, 2004. p. 83.
21
PICCOLO, Helga. “Nós e os outros”: conflitos e interesses num espaço fronteiriço (1828-1852),
1997. p. 218.
153
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
22
PADRÓS, Enrique Serra. Fronteira e Integração fronteiriça: elementos para uma abordagem
conceitual, v.17. n.1/2, jan/dez, 1994. p. 68.
23
ZIENTARA, Benedikt. Fronteira. In: Enciclopédia Einaudi, 1989. p. 307.
24
PADRÓS. Op. cit. p. 68-70.
25
Idem. p. 66.
26
ZIENTARA, Benedikt. Op. cit. p. 309. (Grifo nosso).
27
SOUZA, Susana Bleil de. A fronteira do sul : trocas e núcleos urbanos - uma aproximação
histórica. In: Fronteiras no Mercosul. Porto Alegre : UFRGS, 1994. p. 78-89 p. 81.
154
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
28
GRIMSON, Alejandro. La Nación en sus limites – contrabandistas y exilados em la frontera
Argentina - Brasil, 2003, p. 24.
29
Idem. p.62-63. Essa idéia da fronteira e identidade provincial de Grimson, remete ao
conceito de “regiões-provincias” de José Carlos Chiaramonte que demonstra que do
momento logo após a independência do que viria a ser a Argentina (1816) até a queda de
Rosas (1852), não havia a possibilidade de se constituir uma nação em função da força dos
poderes regionais (provinciais) que não davam espaço para a formação de um grupo
dirigente interprovincial. O fato é que esta “questão regional” é vista, em geral, como um
empecilho à organização nacional. O que Chiaramonte busca mostrar é justamente que
não se trata de empecilho, uma vez que a possibilidade de nação nem mesmo estava
colocada, mas a organização em “província-região” foi o maior grau de coesão que a ex-
colônia podia oferecer após a derrubada do poder colonial e, apesar da fragmentação,
manteve o vínculo que possibilitou sua sobrevivência e a constituição posterior da nação.
CHIARAMONTE, José Carlos. Mercaderes del litoral. Economia y sociedad en la Província de
Corrientes, primera mitad del siglo XIX, 1991.
155
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
30
A utilização do termo Fronteira na documentação referente à Alegrete no século XIX
também foi notada e apontada por Graciela Bonassa. GARCIA, Graciela B. O domínio da
terra: conflitos e estrutura agrária na campanha rio-grandense oitocentista, 2005. p.13 (nota de
rodapé 3).
156
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Manejar a fronteira
31
APERS. Poder Judiciário. Cível e Crime. Processos Crime. Alegrete. Maço 78. Nº2711.
Ano 1851.
32
GRIMSON. Op.cit. p. 26.
157
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
33
Uma abordagem muito próxima da proposta aqui é bem desenvolvida na recente
dissertação de mestrado de Márcia Volkmer. VOLKMER, Márcia Solange. Onde começa ou
termina o território pátrio – Os estrategistas da fronteira: empresários uruguaios, política e a
indústria do chraque no extremo oeste do Rio Grande do Sul (Quarai 1893-1928), 2007.
34
FARINATTI, Luís Augusto. Confins Meridionais: famílias de elite e sociedade agrária na fronteira
meridional do Brasil (1825-1865), 2007.
158
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
ços estabelecem com seus Estados centrais. Os atuais estudos sobre fron-
teiras – aqueles que já superaram as perspectivas mais tradicionais e
percebem a fronteira como um espaço de integração – em geral não ex-
pressam a heterogeneidade social e cultural das sociedades que analisam
e tomam a fronteira como um espaço que compreende estritamente rela-
ções duais (entre as comunidades nacionais de fronteiras ou entre essas
comunidades e os Estados). Certamente, “as disputas [e relações estabele-
cidas] entre sectores sociales de la frontera son más que la forma local de los
conflictos superpuestos entre estados naciones y entre estado y sociedad”35.
Se aceitamos que é preciso descer no nível da ação e interação de
diferentes sujeitos e grupos para compreender a produção social da fron-
teira no espaço e tempo estudados aqui, um segundo ponto surge a se-
guir: as relações e significados atribuídos à fronteira pelos sujeitos eram
dinâmicas. Eram dotados de historicidade e isso, por óbvio, deve entrar
nas considerações dos historiadores.
De fato, as fronteiras não são espaços rígidos, pelo contrário, atu-
alizam-se constantemente através de diversas práticas. Investigar uma
fronteira demanda estudar seu processo de contínua recriação, não o
restringindo aos movimentos de avanços e recuos do limite geográfico e
político, mas dando ênfase a como ela foi “cotidianamente producida, re-
creada y repoducida por los diferentes agentes sociales que intervienen en ese
espacio”36
Grimson trabalha com o conceito de “fronteirização”37, que é bas-
tante elucidativo para a nossa perspectiva de análise. Este conceito aponta
para o fato de que a fronteira nunca será um dado fixo, mas algo instá-
vel, dinâmico e sempre disputado. E sendo produto histórico da ação
humana é, constantemente, re-significada, assumindo diferentes senti-
dos para os diversos atores sociais em diversos contextos. Dessa forma,
é possível perceber, em momentos históricos específicos, como esses
sujeitos se organizam e se relacionam demonstrando
“que las relaciones se estructuran por la posición que cada agente ocupa(...). En
especial, nos sirve para pensar los contrastes entre distintas estructuras de la
coyuntura que derivan de políticas diferentes del Estado, de realidades económi-
cas distintas y de intereses divergentes de los actores”38.
35
GRIMSON. Op.cit. p. 25-26.
36
Idem. p. 25.
37
Idem. p. 43-44.
38
Idem. p. 45.
159
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
39
BARTH, Frederik. A análise da cultura nas sociedades complexas, 2000. p. 109.
40
Idem. p.137.
41
RICCI. Maria Lucia de Souza Rangel e MEDRANO, Lilia Inês Zanotti de. El papel del
contrabando y la interacción fronteriza del Brasil sureño com el Estado Oriental del
Uruguay: 1850-1880, 1990. p.258.
160
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
42
BARTH. Frederik. Op.cit., 2000 p.177.
43
SOUZA, Suzana Bleil de & PRADO, Fabrício Pereira. Brasileiros na fronteira uruguaia:
economia e política no século XIX, 2004.
44
Idem. p.133. Grifo meu.
45
Idem. p. 134.
161
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
46
SOUZA, Susana Bleil; PRADO, Fabrício Pereira. Brasileiros na Fronteira Uruguaia..., 2004,
p.p. 130-131. Ver também: FARINATTI, Luís Augusto. Confins Meridionais..., 2007.
47
GUAZZELLI, César Augusto. O Horizonte da Província..., 1998.
162
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
donado suas propriedades.48 Segundo essas listas, cerca de 17% dos pro-
prietários brasileiros não estariam podendo usar suas estâncias uruguaias
nos anos finais da década de 1840. Naturalmente, os números descritos
acima correm sério risco de estarem superestimados, já que buscavam
ressaltar as agressões que teriam sido perpetradas pelo governo “blan-
co” e embasar possíveis indenizações. Todavia, ainda que os índices fos-
sem menores, eles seriam significativos, uma vez que mesmo os propri-
etários que estavam utilizando suas estâncias sofriam uma série de restri-
ções quanto ao manejo e comercialização de seus rebanhos.49 Os embar-
gos relatados nas listas tinham se dado, na maioria dos casos, porque os
proprietários tentavam passar tropas, clandestinamente, para o Brasil.
Contudo, essa situação não era igual para todos os estancieiros
brasileiros que tinham interesses em terras uruguaias. Manoel José de
Carvalho alegava que seu rebanho de 30.000 animais estava diminuído
em, pelo menos, 4.000 reses, em virtude das carneações feitas por uma
força militar do exército de Oribe. A maioria dos proprietários listados
declarava problemas semelhantes. Porém, há também outras em que o
Comandante da Fronteira apenas anotou “Ignoram-se os prejuízos que
tem sofrido”. Por sua vez, ao lado do nome de Seginando Lopes, do
campo e do gado que possuía, no espaço onde normalmente estavam
relatados os prejuízos sofridos pelos estancieiros, está uma anotação
curiosa: “tem percebido muitos lucros.”50 Essa insinuação de colabora-
cionismo com os “blancos”, como também aquelas situações onde não
se sabem haver prejuízo apontam para o fato de que a reiteração da
produção pecuária naquela zona fronteiriça era condicionada pelas re-
lações políticas que se estabelecia.
Enfim, a mesma fronteira que oferecia a esses proprietários a pos-
sibilidade de manter propriedades rurais de ambos os lados e transitar
com seu gado a fim de estocá-lo onde lhes fosse mais conveniente, tam-
bém poderia ser prejudicial à medida que estas propriedades e gados
ficavam vulneráveis aos constantes conflitos que acometiam esse espa-
ço. Em tal contexto, era impossível levar a cabo a produção pecuária em
larga escala sem atentar para o fato de que o limite nacional impunha
48
SOUZA, Susana Bleil; PRADO, Fabrício Pereira. Brasileiros na Fronteira Uruguaia..., 2004,
p. 131.
49
Idem., 2004, p.p. 125-131.
50
FARINATTI, Luís Augusto. Op. Cit, 2007.
163
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
51
Idem. Especialmente o capítulo “4”.
52
FARINATTI, Luís Augusto. Op. Cit, 2007.
53
Idem.
164
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
54
PICCOLO, Helga. “Nós e os outros”: conflitos e interesses num espaço fronteiriço (1828-
1852), 1997. p. 219.
55
CHASTEEN, John Charles. Fronteira Rebelde, 2003, p.p. 38-45.
165
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
56
APERS. Inventários post mortem. Alegrete. Cartório de Órfãos e Ausentes: M. 08, N. 111, A.
1852.
57
APERS. Inventários post mortem. Alegrete. Cartório do Cível e Crime, m. 01, n. 07, a. 1853-7.
58
APERS. Poder Judiciário. Cível e Crime. Processos Crime. Quaraí. Maço 21, nº 752, 1864.
59
APERS. Poder Judiciário. Cível e Crime. Processos Crime. Alegrete. Maço 80, nº2807, 1855.
166
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Nesse caso, a fuga para o Estado Oriental não só traria a liberdade para
a escrava, mas também serviria como esconderijo para o criminoso.
Casos de pessoas que cometiam crimes e tentavam refúgio no país
vizinho são bastante freqüentes na documentação e, na realidade, não
há como verificar se mais brasileiros cometiam crimes e fugiam para o
Estado Oriental e para Argentina, ou se o inverso. No entanto, em 1856,
o presidente da província Jeronymo Francisco Coelho referia-se ao au-
mento da criminalidade no Rio Grande do Sul apontando duas causas
relacionadas à presença da fronteira e aos estrangeiros:
(...) a facilidade com que esses criminosos se passam por qualquer ponto de nossa
vasta fronteira para os Estados vizinhos, com um dos quais somente temos tra-
tado para a extradição, porém está sujeita a tão morosas formalidades, que com-
pletamente inutilizam os fins do tratado; (...) criminosos dos Estados vizinhos
vem clandestinamente para o nosso território aumentando o numero dos primei-
ros (...).60
60
AHRGS. Relatório do Presidente da Província do Rio Grande do Sul. A-7.03.
61
DREYS. Nicolau. Notícia descriptiva da Província do Rio Grande de São Pedro do Sul, 1961.
p.153.
167
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
Os Escravos e a Fronteira
62
APERS. Poder Judiciário. Cível e Crime. Processos Crime. Alegrete. Maço 81. Nº 2838,
1856.
63
FARINATTI, Luís Augusto. Op. Cit, 2007
64
Sobre esses contratos ver: ZABIELLA, Eliane. A Presença Brasileira no Uruguai e os Tratados
de 1851 de Comércio e Navegação, de Extradição e de Limites, 2002, p.p. 82-98. BORUCKY,
Alex; CHAGAS, Karla; STALLA, Natalia. Esclavitud y Trabajo – Un estudio sobre los
afrodescendientes en la frontera uruguaya (1835-1855), 2004, p. 186.
65
AHRGS, Lata 531, Maço 1 – Estatísticas. Apud. PICCOLO, Helga. Op.cit. p.220.
168
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
66
APERS. Poder Judiciário. Cível e Crime. Processos Crime. Alegrete. Maço 78, nº2717, 1851.
Além deste processo, os seguintes são semelhantes: Alegrete – Maço 77, nº 2697, 1850,
Maço 189, nº 5512. Uruguaiana – Maço 60, nº2336, 1854. Santana do Livramento – Maço 38,
nº1553, 1863.
67
APERS. Poder Judiciário. Cível e Crime. Processos Crime. Alegrete. Maço 85, nº2984, 1863.
68
Ver importante trabalho recente de Silmei Petiz a respeito de fugas de escravos pela
fronteira. PETIZ, Silmei de Sant’Ana. Buscando a liberdade: as fugas de escravos da província
de São Pedro para o além-fronteira (1815-1851), 2006.
69
APERS. Poder Judiciário. Cível e Crime. Processos Crime. Alegrete. Maço 83. nº 2901,
1859.
169
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
entanto, esse momento de sua vida ao qual tive acesso demonstra o di-
namismo desse espaço, ou seja, a mesma facilidade que se coloca para
os escravos da fronteira rio-grandense de fugirem para o “outro lado” e
conquistarem sua liberdade, no sentido inverso, teve resultado negati-
vo para uma parda desse mesmo lugar.
Outro exemplo das relações entre escravidão, liberdade e frontei-
ra aparece em um estudo recente de Keila Grinberg. A autora analisou
as ações de liberdade, todas bem sucedidas, movidas, na década de 1860,
por escravos que transitaram na fronteira Brasil-Uruguai. Esses cativos,
que pertenciam a senhores que tinham propriedades dos dois lados do
limite nacional, promoveram suas ações judiciais tendo como base a lei
de proibição do tráfico, de 1831. Os senhores da fronteira meridional
faziam os escravos passarem de uma a outra propriedade, conforme a
necessidade de seu trabalho. Quando retornavam do Uruguai para o
Brasil, alguns escravos, começaram a impetrar ações de liberdade com
base no fato de que haviam entrado no Brasil após a lei de 1831 e que
eram, portanto, livres. Além disso, as decisões eram influeciadas pelo
“princípio do solo livre”, ou seja, pela “idéia de que o solo livre pode
conferir liberdade a um indivíduo”.70 Esse é um caso em que o manejo
da fronteira se formalizou e se tornou explícito, mas estratégias menos
formalizadas para lidar com aquela realidade deviam estar inscritas nas
práticas correntes de muitos outros habitantes da zona de fronteira, como
temos tentado apontar aqui.
70
GRINBERG, Keila. Escravidão, alforria e direito no Brasil oitocentista: reflexões sobre a lei de
1831 e o “princípio da liberdade” na fronteira sul do Império brasileiro, 2007, p. 279.
170
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
71
THOMPSON FLORES, Mariana F. da C. Contrabando e contrabandistas na fronteira oeste do
Rio Grande do Sul (1851-1864), 2007.
72
APERS. Poder Judiciário. Cível e Crime. Processos Crime. Alegrete. Maço 78. Nº 2720.
Ano 1851.
73
APERS. Poder Judiciário. Cível e Crime. Processos Crime. Alegrete. Maço 78. Nº2729.
Ano 1852.
171
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
74
AHRGS. Câmara Municipal de Uruguaiana – Correspondência Expedida. A.MU-337.
Cx.182. Ano 1851.
172
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
ser tomados como como ponto de partida para estabelecer algum pa-
drão de comportamento ou associação desses fronteiriços. Ou seja, não
se deve explicar comportamentos das pessoas, de forma apriorística,
por sua nacionalidade: por serem brasileiros, orientais, correntinos, ar-
gentinos. Mas também não se deve pensar que essas identidades não
participavam daquelas interações e conflitos. Eram manejadas de acor-
do com a posição dos atores nas situações concretas, e era assim que se
construíam, se reproduziam, se transformavam: em constante interação
com as relações sociais. Insistimos: não se deve esquecer que eram múl-
tiplas e variadas as possibilidades de identidade/alteridade e que cada
uma delas era manejada pelos fronteiriços dentro da sua posição, fazen-
do com que a condição de fronteira se apresente de forma diferente para
cada grupo em determinadas situações.
Considerações Finais
75
BARTH, Fredrik. Por um maior naturalismo na conceptualização das sociedades, 2000, p. 176.
173
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
Referências bibliográficas
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derno, vol. I. Montevideo: Ediciones de la Banda Oriental, 1967.
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video: Biblioteca Nacional, 1971.
BARTH, Frederik. A análise da cultura nas sociedades complexas. In: O guru,
o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa
Livraria, 2000.
__________. Por um maior naturalismo na conceptualização das sociedades.
In: O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Con-
tra Capa Livraria, 2000.
BORUCKY, Alex; CHAGAS, Karla; STALLA, Natalia. Esclavitud y Trabajo –
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Montevidéu: Pulmón Ediciones, 2004.
CHASTEEN, John Charles. Fronteira Rebelde. Porto Alegre: Martins Livreiro
Editor, 2003.
CHIARAMONTE, José Carlos. Mecaderes del litoral. Economia y sociedad
en la Província de Corrientes, primera mitad del siglo XIX. Buenos Aires:
Fondo de Cultura Econômica, 1991.
COLVERO, Ronaldo. Negócios na madrugada: o comércio ilícito na fronteira
do Rio Grande do Sul. Passo Fundo: UPF, 2004.
DJENDEREDJIAN, Julio. Economía y Sociedad en la Arcádia Criolla. Forma-
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Buenos Aires: Facultad de Filosofía y Letras, UBA, 2003, (Tese de Doutorado).
174
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
175
A fronteira manejada / Mariana Flores da Cunha Thompson Flores e Luís Augusto Farinatti
176
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
177
O comerciante, o estancieiro e o militar:
noções divergentes de honra entre as elites
do Rio Grande do Sul no início do século XIX
Karl Monsma*
178
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
2
Boaventura José de Oliveira a JFVB, Estância da Muzica, 10/11/1829, L28, QBJO.
3
Cópia em BRG, L28, QBJO.
179
O comerciante, o estancieiro e o militar / Karl Monsma
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
181
O comerciante, o estancieiro e o militar / Karl Monsma
4
Sobre o funcionamento dos júris na época, cf. Flory, 1981, p. 115-27.
5
José de Paiva Magalhães Calvet, “Libello accusatorio […] contra o R. citado José Antonio
Pimenta”, 09/03/1832, BRG, L28, QBJO.
182
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
183
O comerciante, o estancieiro e o militar / Karl Monsma
6
Francisco José Gonçalves da Silva a JFVB, Serrito (Jaguarão), 14/07/1821, BRG, L25. Cf.
Bourdieu, 1977, p. 182, onde discute fenômenos análogos entre os Kabyle.
7
João Fernandes da Silva a JFVB, Estância da Muzica, 09/12/1832, BRG, L26; JFVB a João
Fernandes da Silva, Rio Grande, 13/02/1833, BRG, L27, Copiador de cartas a João Fernandes
da Silva.
8
JFVB a João Fernandes da Silva, São Francisco de Paula, 25/12/1832, BRG, L27, copiador
de cartas a João Fernandes da Silva.
184
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
9
20/11/1834, BRG, L27, Rio Grande, Copiador de cartas a João Fernandes da Silva.
10
Carvalho (1996) mostra a importância da formação e socialização comuns dos bacharéis
que entravam no serviço do Estado. Graham (1990) demonstra laços cruciais de dependência
mútua entre as elites políticas e as elites locais, sobretudo os fazendeiros.
185
O comerciante, o estancieiro e o militar / Karl Monsma
11
JFVB, Exposição sucinta dos serviços prestados a S. M. o Imperador e à Nação [1840]. In:
Spalding, 1969, p. 134-8.
12
Miguel, que esperava enriquecer com o cargo, morreu naufragado menos de um ano depois
de tomar posse (Miguel Vieira Braga a Maria Angelica Barbosa, 01/11/1839, Rio Grande,
BRG L26; Azevedo s. d., p. 84). Tanto Azevedo como Guilhermino César (1978) afirmam
erroneamente que Miguel era filho natural de João Francisco Vieira Braga. As cartas da
família Vieira Braga deixam claro, porém, que era irmão legítimo (Miguel Vieira Braga a
Maria Angelica Barbosa, 01/11/1839, Rio Grande, BRG L26; JFVB a Vicente Manoel
d’Espindula, Pelotas, 15/10/1874, BRG L29, Copiador 124).
186
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Em suma, Vieira Braga tinha bons motivos para defender sua honra
contra contestações. Não era uma obsessão irracional desvinculada de
preocupações “reais”; era pré-requisito básico para trocas personaliza-
das e, por isso, essencial para o sucesso em um mundo onde as relações
pessoais eram as únicas que realmente importavam. João Francisco nas-
ceu e cresceu nesse mundo, e a honra permeava suas disposições e es-
quemas cognitivos. Portanto, não temos motivo para pensar que ele te-
nha parado para calcular os custos e benefícios em potencial antes de
responder ao desafio de Boaventura. O mesmo se aplica a Boaventura.
13
Esta breve descrição da vida nas estâncias se baseia principalmente nas instruções que
JFVB preparou para seu capataz depois de comprar a Estância da Muzica e sua
correspondência subsequente com o capataz (JFVB, Instruções dadas ao Sr. João Fernandes
da Silva capataz da Estância da Muzica, 28/07/1832, BRG, L27, Estância da Muzica
[publicado, com alguns erros de transcrição, em César, 1978, p. 37-48.]; João Francisco
Vieira Braga, Copiador de cartas a João Fernandes da Silva, 1832-5, BRG, L27, Estância da
Muzica). Também aproveitei a correspondência dos irmãos Vieira Braga que viviam nas
suas estâncias, sobretudo Vicente (BRG, L27). Veja também Bell, 1998; Cardoso, 1962;
Chasteen, 1995, p. 21-35; Farinatti, 2007; Freitas, 1981; Laytano, 1950; Leitman, 1975; Lobb,
1970; Maestri, 1984; Queiroz, 1977; Santos, 1984; Slade, 1971; Xavier, 1964.
187
O comerciante, o estancieiro e o militar / Karl Monsma
14
Cf. José da Costa Santos a JFVB, Fazenda de São Lourenço, 12/11/1821, 16 junho 1822, 12/
08/1822, BRG, L25; Manoel Machado Pereira a JFVB, 31/08/1821, BRG, L25; Francisco
Vieira Braga a JFVB, Rio de Janeiro, 03/08/1822, BRG, L25; Francisco Vieira Braga a JFVB,
São Lourenço, 21/08/1828.
188
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
póde ser mais agradavel do que triumfar dos meus adversarios, que
tanto se empenhão em prejudicar-me.”15 Para atacar a honra de João
Francisco, que morava longe, na cidade de Rio Grande, e teria despreza-
do um desafio físico de qualquer maneira, Boaventura precisava emitir
um desafio “urbano”, na forma da calúnia que publicou, mas isso aca-
bou favorecendo João Francisco, que tinha muito mais experiência no
uso de palavras e leis como armas.
O processo contra Boaventura e Pimenta por “abuso de liberdade
de imprensa” e as evidências que Vieira Braga e seu advogado anexa-
ram para provar que ele era um homem honrado enfatizam suas contas
cuidadosas e seu cumprimento exato de contratos. A acusação inicial
afirma que o artigo com a crítica a Vieira Braga e Ribas inclui “expressoens
afrontosas com o fito de deprimir sua fama, e credito”, e uma das piores
delas é a declaração de que João Francisco “com o maior discaramento
ilude a fé de seus tractados, e ajustes”.16 Para provar sua honra, João
Francisco e Ribas solicitaram atestados de autoridades públicas e dos
comerciantes de Porto Alegre e Rio Grande. Vinte comerciantes de Por-
to Alegre assinaram uma declaração dizendo que Vieira Braga e Ribas
“tem sempre merecido o melhor conceito, atenta a boa fé, probidade, e
honra com que se hão portado em todas as suas transaçoens mercan-
tis”.17 Quarenta comerciantes de Rio Grande atestaram que Vieira Braga
“sempre gozando de muito credito, e havido por mto exacto em suas
Contas, verdadeiro, e pontual no cumprimento dos seus contratos”.18 O
Marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto declarou, sobre Vieira Braga,
que “tenho ouvido falar aos que com ele tem relassõens comerciáis com o
maior elogio, pelo fiel, e cabál cumprimento dos seus trátos, e tranzas-
sõens”.19 João Francisco também anexou atestados provando que havia
sido eleito ou nomeado para vários cargos oficiais, que evidenciavam
não somente que ele era importante, mas também que era digno da con-
fiança da monarquia e de seus pares.
15
JFVB a Antônio Rodrigues Fernandes Braga, Pelotas, 15/12/1857, BRG, L29. Vieira Braga tam-
bém presumia que a outra parte recorresse para que o processo fosse julgado uma vez mais.
16
José de Paiva Maglhães Calvet, Libello accusatorio […] contra o R. citado José Antonio
Pimenta, 09/03/1832, BRG, L28, QBJO.
17
14/03/1832, BRG, L28, QBJO. A semelhança entre essa declaração e a acusação contra
Pimenta sugere que o advogado Calvet escreveu os dois documentos.
18
09/03/1832, BRG, L28, QBJO.
19
Porto Alegre, 16/03/1832, BRG, L28, QBJO.
189
O comerciante, o estancieiro e o militar / Karl Monsma
20
Boaventura a José Antônio Pimenta, São Gabriel, 11/06/1831, BRG, L28, QBJO.
21
Os júris geralmente eram dominados por integrantes das elites locais, que podiam influenciar
os jurados mesmo quando eles mesmos não serviam nos júris (Flory, 1981, p. 123).
190
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
22
Antônio Francisco Pinto de Oliveira a Sebastião Barreto Pereira Pinto, Quartel do Bom
Desterro, 25/05/1829, BRG, L27, Correspondência especial.
23
Antônio Francisco Pinto de Oliveira a JFVB, Quartel do Bom Desterro, 13/05/1829, BRG,
L27, Correspondência especial.
24
Antônio Francisco Pinto de Oliveira a Sebastião Barreto Pereira Pinto, Quartel do Bom
Desterro, 25/05/1829, BRG, L27, Correspondência especial. Infelizmente o acervo de Vieira
Braga não inclui uma cópia da carta que mandou a Pinto de Oliveira.
191
O comerciante, o estancieiro e o militar / Karl Monsma
192
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Conclusões
193
O comerciante, o estancieiro e o militar / Karl Monsma
Bibliografia citada
AZEVEDO, José Luiz Bragança de. Alfândega da cidade do Rio Grande (do Sul).
Porto Alegre: Livraria do Globo, s. d.
BELL, Stephen. Campanha gaúcha: a Brazilian ranching system, 1850-1920. Stan-
ford, Calif.: Stanford Univ. Press, 1998.
BLAU, Peter M. Exchange and power in social life. New Brunswick, New Jersey:
Transaction Publishers, 1986.
BOURDIEU, Pierre. Outline of a theory of practice. Cambridge: Cambridge Uni-
versity Press, 1977.
______. Le sens de l’honneur. In: BOURDIEU, Pierre. Esquisse d’une théorie de la
pratique, précédé de trois études d’ethnologie kabyle. Paris: Éditions du Seuil, 2000.
CAMPBELL, J. K. Honour, family and patronage: a study of institutions and mo-
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CARDOSO, Fernando Henrique. Capitalismo e escravidão no Brasil meridional: o
negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul. São Paulo: Difusão
Européia do Livro, 1962.
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Teatro de sombras: a política imperial. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, Re-
lume-Dumará, 1996.
CÉSAR, Guilhermino. O Conde de Piratini e a Estância da Música: a administra-
ção de um latifúndio rio-grandense em 1832. Caxias do Sul e Porto Alegre:
Universidade de Caxias do Sul, Escola Superior de Teologia São Lourenço de
Brindes, Instituto Estadual do Livro, 1978.
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1940. Albuquerque: University of New Mexico Press, 1990.
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ELIAS, Norbert. The Germans: power struggles and the development of habitus in
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FLORY, Thomas. Judge and jury in imperial Brazil, 1808-1871: social control and
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FREITAS, Décio. O capitalismo pastoril. Porto Alegre e Caxias do Sul: Escola Supe-
rior de Teologia São Lourenço de Brindes e Universidade de Caxias do Sul, 1981.
194
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
195
Los actores sociales de la ganadería
patagónica: políticas públicas y formas
asociativas en las primeras décadas del siglo XX
Graciela Blanco*
Introducción
196
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
197
Los actores sociales de la ganadería patagónica / Graciela Blanco
1
BANDIERI, Susana (2006), “Del discurso poblador a la praxis latifundista: La distribución
de la tierra pública en la Patagonia”, en Mundo Agrario, Vol. 11, CEHR-UNLP, 1er. Semestre
2006.
2
BANDIERI, Susana y BLANCO, Graciela (2009), “Política de tierras en los Territorios
Nacionales: entre la norma y la práctica”, en Graciela Blanco y Guillermo Banzato (comp.),
La cuestión de la tierra pública en Argentina. A 90 años de la obra de Miguel Angel Cárcano,
Rosario, Prehistoria Ediciones, en prensa.
198
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
3
BLANCO, Graciela (2001), “El Estado argentino en el desarrollo ganadero de Patagonia: la
distribución de la tierra y los inversores privados en Neuquén a principios del siglo XX”,
en M. Valencia y S. Regina de Mendonça (organizadoras), Brasil e Argentina. Estado,
Agricultura e Empresarios, Río de Janeiro, Vicio de Leitura/Universidad nacional de La Plata.
4
BANDIERI, Susana y BLANCO, Graciela (2009), en prensa, op.cit.
199
Los actores sociales de la ganadería patagónica / Graciela Blanco
apropiación de las tierras en las dos últimas décadas del siglo XIX. Entre
ellos se encontraban compañías públicas y privadas con sede en Londres,
como la Sheep Farming -con campos también en Tierra del Fuego-, Lai-
Aike y Monte Dinero en Santa Cruz; la Cía. De Tierras del Sur con
extensiones en Chubut, Río Negro y Neuquén, entre otras, todas ellas
controlando superficies que iban desde 150.000 a 650.000 ha.5 También
fueron importantes las sociedades anónimas organizadas en Chile por
ciudadanos de ese país e inmigrantes de diverso origen radicados allí -
ingleses, alemanes, españoles, franceses, etc.-, que se constituyeron
específicamente con el objeto de adquirir y explotar tierras en el sur
argentino y muy especialmente en las áreas andinas y en el sur de Santa
Cruz y Tierra del Fuego, áreas que reconocían una ancestral vinculación
económica y social con los espacios chilenos colindantes desde
Concepción a Punta Arenas. Nos referimos a la Sociedad Explotadora
de Tierra del Fuego, la Sociedad Comercial y Ganadera Chile-Argentina,
la Sociedad Ganadera Gente Grande, entre otras, con superficies similares
a las anteriores.6 Por último, empresarios provenientes de otras regiones
de Argentina, especialmente del área pampeana, con más o menos
capital, también se transformaron en propietarios y/o arrendatarios en
Patagonia: Jorge y Rodolfo Newbery, los hermanos Lafontaine, Luis
Zuberbuller, Teodoro de Bary, Fernando Zingoni, José Menéndez,
Mauricio Braun, etc. 7 Estos grandes propietarios/arrendatarios
convivieron con otros medianos y pequeños que compraron y/o
arrendaron en las áreas no ocupadas entre las grandes propiedades o en
5
MIGUEZ, Eduardo (1985), Las tierras de los ingleses en la Argentina, 1870-1914, Buenos Aires,
Editorial de Belgrano.
6
BARBERÍA, Elsa M. (1995), Los dueños de la tierra en la Patagonia Austral, 1880-1920, Santa
Cruz, Universidad Nacional de la Patagonia Austral; BANDIERI, Susana y BLANCO,
Graciela (1998), “Propietarios y ganaderos chilenos en Neuquén: una particular estrategia
de inversión (fines del siglo XIX y comienzos del XX)”, en Estudios Trasandinos, Año 2, nº 2,
Santiago de Chile; BELFIORI, Martha C. (1977), “Tierra del Fuego. Destino de la tierra
pública”, en KaruKinka. Cuaderno Fueguino, nº 19-20, Buenos Aires.
7
Un análisis particularizado de algunos de estos casos en BLANCO, Graciela y BLANCO,
Mónica (2008), “Expansión de la frontera productiva y oportunidades para el crecimiento
empresario en el espacio pampeano-patagónico”, en S. Bandieri, G. Blanco y M. Blanco,
coord., Las Escalas de la Historia Comparada. Empresas y empresarios. La historia regional, Tomo
II, Buenos Aires, Miño y Dávila Edit.; BLANCO, Graciela (2009), “Un empresario ganadero
en un espacio periférico: las estrategias de acumulación de la familia Zingoni en Neuquén
(primera mitad del S. XX), en Naveg@mérica. Revista electrónica de la Asociación Española de
Americanistas, Nº 2, Murcia, España.
200
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
8
BLANCO, Graciela (2009), “Tierra y ganado en la Patagonia: políticas públicas y
conflictividad en las primeras décadas del siglo XX”, en Anuario del Centro de Estudios
Históricos “Prof. Carlos Segreti”, Córdoba, en prensa.
9
RUFFINI, Martha (2006), “Estado y propiedad de la tierra en el Territorio Nacional de Río
Negro; la cuestión de los ocupantes (1884-1892)”, en E. Cruz y R. Paoloni, (comp.), La
propiedad de la tierra. Pasado y presente, Anuario del CEIC/3, Córdoba, Alción Editora.
201
Los actores sociales de la ganadería patagónica / Graciela Blanco
10
Diversas fuentes –informes de dependencias públicas territorianas, notas, prensa,
expedientes judiciales, etc.- dan cuenta de estas situaciones conflictivas al interior de las
sociedades en formación. A modo indicativo, puede verse el análisis de algunas de ellas
en los trabajos de PERREN, Joaquin, “Cuando la resistencia es invisible a los ojos.
Repertorios de acción campesina en el Territorio Nacional del Neuquén (1885-1920)”; de
ARGERI, María E. “Hábitos masculinos, relaciones de poder y estatalidad. Río Negro,
1880-1940”, y de FINKELSTEIN, Débora y NOVELLA, María M., “Actividades económicas
y procesos de construcción social en las áreas andinas de Río Negro y Chubut”, todos
incluidos en S. Bandieri, G. Blanco y G. Varela, Directoras (2006), Hecho en Patagonia. La
historia en perspectiva regional, Neuquén, CEHIR-EDUCO.
11
Con relación a este tema, véase particularmente el análisis de BANZATO, Guillermo (2005),
La expansión de la frontera bonaerense. Posesión y propiedad de la tierra en Chascomús, Ranchos y
Monte (1870-1880), Universidad Nacional de Quilmes, pp.100-110 y 175-195.
202
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
12
BLANCO, Graciela (2006), “Las explotaciones ganaderas en Patagonia: sujetos sociales,
articulación comercial y organización socio-espacial”, en S. Bandieri, G. Varela y G. Blanco.,
coord., op.cit.
13
BANDIERI, Susana (2005), “Asuntos de familia. La construcción del poder en la Patagonia:
el caso de Neuquén”, en Boletín del Instituto Ravignani. Buenos Aires, UBA, segundo
semestre, n. 28; LLUCH, Andrea (2004), Comercio, crédito y producción en el agro pampeano a
comienzos del siglo XX. Los almacenes de ramos generales en el Territorio Nacional de la Pampa a
través de estudios de caso. Tesis Doctoral, Tandil, Universidad Nacional del Centro.
203
Los actores sociales de la ganadería patagónica / Graciela Blanco
204
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
16
BARBERIA, Elsa Mabel (1995), op.cit.; y MARTINIC BEROS, Mateo (2001), “Patagonia
Austral: 1885-1925 un caso singular y temprano de integración regional autárquica”, en
Bandieri Susana, coord. (2001), op.cit.
205
Los actores sociales de la ganadería patagónica / Graciela Blanco
17
BLANCO, Graciela (2002), op.cit.; BARBERIA, Elsa Mabel (1995), op.cit; LUIZ, María Teresa
y SCHILLAT, Mónica (1997), La frontera austral. Tierra del Fuego, 1520-1920, Universidad
de Cádiz, España.
206
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
18
Cfr. GIRBAL-BLACHÁ, Noemí (1989), Política de tierras, 1916-1930: ¿Reforma, orden o
“reparación agraria”?, Buenos Aires, CEAL, Serie Conflictos y Procesos de la Historia
Argentina Contemporánea nº 28; BARBERIA, Elsa M. (1995), op.cit.
19
BANDIERI, Susana y BLANCO, Graciela (2009), en prensa, op.cit.
207
Los actores sociales de la ganadería patagónica / Graciela Blanco
20
La firma comercial comúnmente conocida como “La Anónima”, perteneciente a la sociedad
que originalmente conformaron José Menéndez y Mauricio Braun, tuvo su sede central y
punto de abastecimiento de mercaderías en Punta Arenas hasta 1919, trasladando luego
su centro de operaciones a la ciudad de Buenos Aires. Contaba para esos años con sucursales
en los puertos atlánticos –Río Gallegos, Santa Cruz, San Julián, Comodoro Rivadavia y
Puerto Madryn- y en diversos puntos el interior patagónico, con agentes en las principales
capitales europeas y con una flota propia para el traslado de los productos a importar y
exportar. Lahusen y Cía., de origen alemán, fue fundada en 1881 en Buenos Aires para la
comercialización de lanas, comenzando pronto a recorrer el territorio patagónico y abrir
sucursales de comercios de ramos generales, a la vez que centros para la compra de lanas
y cueros en Comodoro Rivadavia, Trelew, Sarmiento, Nueva Lubecka, Puerto Madryn y
Esquel, surtiendo a los productores de todos los materiales que requerían y comercializando
sus lanas. Zingoni y Cía. S.A. fue fundada a principios del siglo XX por Fernando Zingoni
en el territorio de Neuquén, trasladando su sede central a la Capital Federal en el año
1923. Para ese entonces, contaba con casas comerciales que abastecían parte importante
del interior del territorio -en Sañicó, San Ignacio, Las Coloradas, Catan Lil-, a la vez que
dedicaban al acopio y comercialización de la producción ganadera de un considerable
número de productores pequeños y medianos de la región. Todos ellos eran a su veza
importantes ganaderos. Cfr. BARBERIA, Elsa Mabel (1995), op.cit., pp. 150-155; Graciela
BLANCO (2002), op.cit., cap. V; Revista Argentina Austral, Año I, nº5, 1929, p. 17.
208
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
21
BLANCO, Graciela (2003), op.cit., pp.244-262; BARBERIA, Elsa Mabel (1995), op.cit., pp.
155 y sgtes.; FINKELSTEIN, Débora y NOVELLA, María M., op.cit., 2006.
22
Elsa M. BARBERIA (1995), op.cit.; Susana BANDIERI (2001), op.cit., pp. 345-374; Graciela
BLANCO (2002), op.cit., cap. V; Graciela CISELLI (1999), Bailando al compás de la lana. El
ovino: motor del desarrollo comercial de Puerto Deseado (1881-1944), Comodoro Rivadavia,
UNPSJB, pp. 60-76.
209
Los actores sociales de la ganadería patagónica / Graciela Blanco
23
Un minucioso tratamiento de estos conflictos puede verse en los clásicos trabajos de
BORRERO, José M. (1967), La Patagonia Trágica, Buenos Aires, Ed. Americana; y de BAYER,
Osvaldo (1972), Los vengadores de la Patagonia trágica, Buenos Aires, Galerna, 3 tomos. Para
una buena síntesis, véase BANDIERI, Susana (2005), Historia de la Patagonia, Buenos Aires,
Sudamericana, pp. 334-344.
210
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
211
Los actores sociales de la ganadería patagónica / Graciela Blanco
24
Véase BARBERIA, Elsa Mabel (1995), op.cit., pp.148-149; CISELLI, Graciela (1999), op.cit.,
pp.44-45; Revista Argentina Austral, nº 74, agosto 1935, pp.20-21; “Memorial de la Sociedad
Rural Argentina al Ministro de Agricultura de la Nación”, transcripto en Argentina Austral,
Año VII, nº 31, marzo 1936, pp.29-32.
25
Las denuncias en ese sentido se observan de manera reiterada en diferentes publicaciones:
Revista Argentina Austral, Año I, nº 9, marzo 1930, p. 14 y Año III, nº 34, abril 1932, pp.20-
25; Periódico El libre del Sur, Esquel, 25 de enero de 1930. Véase especialmente el artículo
de FISCH, Ricardo, “No tomen tierras fiscales en sub-arriendo. No negocien con los
concesionarios. Carta abierta a los pobladores de la Patagonia”, Revista Argentina Austral,
Año III, nº 32, febrero, 1932, pp. 20-21.
212
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
26
Revista Argentina Austral, Año II, nº 20, febrero 1931, pp. 53-54. “Petición de la Sociedad
Rural de Puerto Deseado al Ministerio de Agricultura”, transcripta en Argentina Austral,
Año III, nº 27, sept. 1931, p. 53.
27
Revista Argentina Austral, Año VII, nº 82, abril 1936, pp. 34-42. “Memorial de la Sociedad
Rural Argentina al Ministro de Agricultura”, Revista Argentina Austral, Año II, nº 19, enero
1931, pp. 27-28; “Memoria de la Gobernación de Santa Cruz al Ministerio del Interior”, 9
de agosto de 1932; Expte. nº 9628 de 1936, iniciado por la Secretaría de la Presidencia de la
Nación sobre reclamos presentados por el Gobernador del Territorio de Río Negro, AJLTN.
213
Los actores sociales de la ganadería patagónica / Graciela Blanco
que no tiene hijos en la Argentina? ¿Por qué no van estos allá, al terruño
que quieren y dejan a este país para los suyos?”.28
28
Revista Argentina Austral, Año VII, nº 81, marzo 1936, p. 40.
29
“Memorial presentado al Ministerio de Agricultura de la Nación por las Sociedades Rurales
de la Patagonia”, Revista Argentina Austral, Año IX, nº 97, julio 1937, pp. 27-31; Revista
Argentina Austral, Año IX, nº 99, noviembre 1937, pp. 11-12.
30
Revista Argentina Austral, Año IX, nº 103, marzo 1938, p. 64. Se dedican 31 páginas de la
revista al relato pormenorizado de la visita de Cárcano y a los discursos pronunciados por
los distintos responsables de las entidades representativas de los intereses de los pobladores
patagónicos.
214
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Consideraciones finales
31
Revista Argentina Austral, Año X, nºs 109, 114, 115 y 118 de 1938.
32
Esos derechos políticos incluían la representación parlamentaria, gobiernos electivos,
cambios en el régimen municipal y el nombramiento de funcionarios con arraigo en la
región y conocimiento de la problemática patagónica.
215
Los actores sociales de la ganadería patagónica / Graciela Blanco
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Luego de la desamortización:
las condiciones de realización de la propiedad
217
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
1
Este artículo es producto de la articulación de dos líneas de investigación: la del orden
político y las referidas a las problemáticas de la propiedad de la tierra. El estudio se enmarca
en el proyecto “Jujuy en el espacio regional, de la Puna a las Yungas” de la Universidad
Nacional de Jujuy. La ocasión es propicia para agradecer los comentarios y aportes de
nuestros colegas, tanto del mencionado proyecto, como los recibidos en el II Encuentro de
la Red Internacional “Marc Bloch” de Estudios Comparados en Historia- Europa-América
Latina, realizado en la Pontificia Universidad Católica de Río Grande do Sul, Porto Alegre
(Brasil), en octubre de 2008. Un especial agradecimiento a Rosa Congost por su estímulo
intelectual y su lectura de la versión preliminar.
2
Congost, Rosa, Tierras, leyes e historia. Estudios sobre “la gran obra de la propiedad”, Barcelona,
Crítica, 2007.
218
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
3
Los jujeños sostenían la traza de Tucumán á Cobos, como estación intermedia, para seguir
después hasta Salta, teniendo por objetivo final a Jujuy y Bolivia por la quebrada de
Humahuaca, mientras que los salteños sustentaban la traza por la quebrada del Pasaje y el
valle de Lerma, teniendo por objetivo inmediato a Salta y desde ahí hacia Bolivia por la
quebrada del Toro. Esta disputa, llevó a Tello a publicar un folleto titulado: Prolongación
del Ferro-Carril C. Norte. Artículos publicados en “La Union” Demostrando la conveniencia de
preferir la traza por Cobos, Jujuy, Imprenta de P. Sarapura, 1884, demostrando la conveniencia
que sería, para la Nación y la provincia, la traza por Cobos.
219
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
221
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
4
Estudio más detallados sobre la enfiteusis en Jujuy se encuentran en Madrazo, Guillermo,
“El proceso enfitéutico y las tierras de indios en la Quebrada de Humahuaca (Provincia de
Jujuy, República Argentina). Período Nacional”, en Revista Andes Nº 1, Salta, CEPIHA,
Universidad Nacional de Salta, 1991; Bushnell, David, “La política indígena en Jujuy en la
época de Rosas”, en Revista Historia del Derecho, Buenos Aires, Instituto de Investigaciones
del Derecho, 1977; y Díaz Rementería, Carlos J., “Supervivencia y disolución de la
comunidad de bienes indígena en la Argentina del siglo XIX”, en Revista Historia del Derecho
“R. Levene”, 30, Buenos Aires, 1995.
223
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
5
Para estudios puntuales sobre la problemática en la Puna, ver Madrazo, Guillermo, Hacienda
y encomienda en los Andes. La puna argentina bajo el marquesado de Tojo. Siglos XVII a XIX,
Buenos Aires, Fondo Editorial, 1982; Rutledge, Ian, Cambio agario e integración. El desarrollo
del capitalismo en Jujuy, ECIRA, 1987, Fidalgo, Andrés, ¿De quién es la Puna?, Jujuy, 1988;
Paz, Gustavo, “Resistencia y rebelión campesina en la Puna de Jujuy, 1850-1875”, en Boletín
del Instituto de Historia Argentina y Americana Dr. Emilio Ravignani, III, Buenos Aires, 1991,
entre muchos otros artículos del autor.
6
Primer Censo de la República Argentina. Verificado los días 15, 16 y 17 de setiembre de
1869. Buenos Aires, Imprenta El Porvenir, 1972.
7
Archivo Histórico de la Provincia de Jujuy (en adelante AHJ). Catastro de las propiedades
urbanas y rurales de Jujuy, año 1872. Se trata de uno de los primeros catastros completos de
la provincia, el anterior, de 1855, fue sumamente rudimentario.
224
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
8
Teruel, Ana A., “La incidencia de la tenencia de la tierra en la formación del mercado de
trabajo rural en la provincia de Jujuy, 1870-1910””, en Población y Sociedad, Nro 2, Tucumán,
Fundación Yocavil, 1994.
225
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
9
Archivo Histórico de la Legislatura de Jujuy (en adelante AHLJ). Mensaje del Poder Ejecutivo
a la Honorable Legislatura de la Provincia. Jujuy, Junio 22 de 1883. Caja Documentos Nº 39,
Año 1883.
10
Bonaudo, Marta, “A modo de Prólogo”, en Nueva Historia Argentina. Liberalismo, Estado y
orden burgués (1852-1880), Buenos Aires, Sudamericana, 1999, T. IV. p. 15.
11
El diario La Democracia los llamaba “…los apóstoles de la política vieja, de esa política de
expoliación y exclusión que ha mantenido a la provincia, en un deplorable atraso
[...]”.Citado en Sánchez de Bustamante, Teófilo, Biografías Históricas de Jujuy, San Salvador
de Jujuy, Universidad Nacional de Jujuy, 1995, p. 342.
12
Paz, Gustavo, “El gobierno de los “conspicuos”: familia y poder en Jujuy, 1853-1875", en
Sábato, Hilda y Lettieri Alberto (Comps.) La vida política en la Argentina del siglo XIX. Armas,
votos y voces, Buenos Aires, Fondo de Cultura Económica, 2003.
226
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Programa de Tello
13
Alonso, Paula, “La política y sus laberintos: el Partido Autonomista Nacional entre 1880 y
1886”, en Sábato, Hilda y Lettieri, Alberto (Comps.) La política en la Argentina del siglo
XIX…op.cit.
14
Un mes después Tello escribía al Presidente Roca: “Desde el 18 del corriente estoy
encargado del mando gubernativo de la Provincia. Comprendo a quien merezco el honor;
debe estar seguro que la situación actual es robusta y respondera decididamente a los
nobles propósitos de V.E… En el “Eco de Córdoba” he visto que me clasifican de
Gobernador equívoco. Es completamente desautorizado el dicho, y puedo asegurarle que
nuestro amigo D. Juan Sola y yo le respondemos a V.E. de Salta y Jujuy; no por especulación,
sino por simpatías y convencimientos”. Archivo General de la Nación. Carta de Eugenio
Tello a Julio A. Roca, Jujuy, Abril 7 de 1883, Fondo General Julio A. Roca, Legajo 1258.
15
Paz, Gustavo, “La Provincia en la Nación, la Nación en la Provincia. 1853-1918”. En Teruel,
Ana y Lagos, Marcelo (Dir.), Jujuy en la Historia. De la colonia al siglo XX, Jujuy, UNIHR –
EDIUNJU, 2006.
16
AHLJ. Mensaje del Poder Ejecutivo a la Honorable Legislatura de la Provincia. Jujuy, Junio 22
de 1883. Caja Documentos Nº 39, Año 1883 y Mensaje del Gobernador de la provincia al abrir
las sesiones de la Legislatura en Enero de 1884. Jujuy, Imp. De la Unión, 1884.
227
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
que puedan imprimirle eficazmente una marcha progresiva por las vías
de un adelanto moral y material para que así pueda ocupar el puesto
que les corresponde entre las demás Provincias Argentinas.”17
17
AHLJ. Mensaje … 1883, op.cit.
18
Tello decía haber iniciado su carrera pública en 1871 en calidad de fundador técnico de los
Telégrafos de la Nación, habiendo fundado también el telégrafo de Jujuy. Carta a Benjamín
Villafañe, Buenos Aires, setiembre de 1924. Transcripta en Sierra e Iglesias, Jobino, Acerca
de la fundación del pueblo de San Pedro, Ediunju, 1996, p. 23.
19
Hale, Charles, “Ideas políticas y sociales en América Latina (1870-1930)”, en Bethell, Leslie
(Ed.), Historia de América Latina, Barcelona, Crítica, 1991, T. 8.
228
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
20
AHLJ. Caja Documentos N°39, Año 1883. Nota del 1° de octubre de 1883.
21
Carta a Benjamín Villafañe, 1924, en Sierra e Iglesias, Jobino, Acerca de la fundación…,op.cit
22
AHLJ. Mensaje … 1884., op.cit. Administrativamente la provincia se dividía en
departamentos. Estos eran, en tiempos de Tello, cuatro en la región de la Puna (Santa
Catalina, Rinconada, Yavi y Cochinoca), tres en la Quebrada de Humahuaca ( Tumbaya,
Tilcara y Humahuaca); otro, el de Valle Grande, en la zona transicional entre ésta y la
región de valles subtropicales o Yungas (donde estaban los de Ledesma y San Pedro); y
tres más en los valles bajos y templados cercanos a San Salvador de Jujuy (Capital, Perico
del Carmen y Perico de San Antonio).
229
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
23
AHLJ. Mensaje … 1884, op.cit
24
Nos referimos al Estudio sobre las leyes de tierras públicas, de autoría de Nicolás Avellaneda,
del año 1865.
25
AHLJ. Mensaje … 1883, op.cit.
230
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
26
Ibid.
27
Ibid.
231
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
28
AHLJ. Mensaje …1884, op.cit.
29
En su mensaje de 1883 anunciaba haber ordenado “el recojo de las armas dispersas en
toda la Provincia, para cortar el germen de frecuentes alarmas; ha intimado a los que
desconocen el derecho de propiedad, que serán sometidos por la fuerza de las armas, si
continúan en sus amenazadores propósitos; debe disponer una pesquisa general de los
ladrones que merodean en la Provincia, cometiendo frecuentes robos de ganado” AHLJ.
Mensaje … 1883, op.cit.
232
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
30
Ibid.
31
Ibid.
32
AHLJ. Caja Documentos N° 41, Año 1885. Nota del Poder Ejecutivo Provincial a la
Honorable Legislatura del 4 de marzo de 1885.
33
AHJ. Registro Oficial. Compilación de Leyes y Decretos de la Provincia de Jujuy. T III
1869-1886, Jujuy, Imprenta tipográfica de José Petruzzeli, 1887. Ley del 17 de marzo de
1885 ordenando una comisión para la redacción del Código Rural.
233
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
34
Boto, María Salomé, “Política de recursos jujeña durante el proceso de conformación del
estado nacional: 1853-1885”, en Campi, Daniel (coord.), Jujuy en la Historia. Avances de
Investigación, Jujuy, UNJu, 1993. Vol. I
35
AHLJ. Mensaje … 1883, op.cit.
234
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
36
Registro Oficial…, op.cit. Ley del 8 de abril de 1870.
235
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
37
Decreto de la Honorable Legislatura de 14 de agosto de 1883. Ibid. Tello manifestaba que
la fundación de ese pueblo se haría cuando la Honorable Legislatura le prestase aprobación,
por ser de su exclusiva atribución decretar la creación de pueblos, villas y ciudades, según
lo establecido en el art. 38, Inc. XIX de la Constitución provincial. AHLJ. Caja Documentos
N° 40, Año 1884. Nota del Poder Ejecutivo a la Honorable Legislatura, 14 de enero de
1884.
38
AHLJ. Caja Documentos N° 40, Año 1884. Nota de Tello dando cuenta de sus gestiones
para fundar el pueblo de La Quiaca, en los terrenos que le fueron cedidos por Ascencio
Quispe, 14 de enero de 1884.
39
Registro Oficial…, op.cit. Creación de la villa de Uquía, Ley del 7 de marzo de1885.
236
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
40
Carta a Benjamín Villafañe, en Sierra e Iglesias, Jobino, Acerca de la fundación…, op.cit.
41
Registro Oficial…, op.cit. Ley del 8 de abril de 1870.
237
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
42
Registro Oficial…, op.cit. Decreto del 18 de abril de 1884.
238
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
43
Madrazo, Guillermo, Hacienda y encomienda en los Andes…, op.cit.
44
Fue gobernador en el periodo 01/04/80 a 15/03/82 el Dr. Plácido Sánchez de Bustamante,
y desde 16/03/82 a 17/03/83 el Dr. Pablo Blas.
45
AHJ. Caja de documentos Nº 2, Año 1881. Denuncia de las tierras de Rodero, Negra Muerta
ubicadas en las tierras del departamento de Humahuaca, julio de 1881.
239
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
46
AHJ. Caja de documentos Nº 1, Año 1882. Nota al Gobernador de la provincia de Jujuy, 27
de abril de 1882.
47
AHJ. Caja de documentos Nº 2, Año 1882. Telégrafo Nacional, correos enviados del 10 al
15 de diciembre de 1882.
240
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
después de haber observado que los indígenas están fanatizados por tener
la propiedad de las tierras denunciadas y que es un mal social que se ha
convertido en un atroz comunismo, difícil de combatirlo, después de
haber visto que la manera fácil de traerlos al orden es inclinarles el respeto
a la propiedad, pero que si quieren ser dueños de la tierra, el gobernador
les ayudará para que las compren a su dueño. Fallo declarando que los
lugares que se expresan denunciados por fiscales, no son fiscales, y están
en el deber de abonar sus arriendos y reconocer a sus actuales propietarios
o poseedores mientras que no las adquieran legalmente por compra o de
otro modo. Para perpetua memoria de esta resolución dese al registro
oficial y notifíquese a quienes corresponda […]”48
48
AHJ. Caja de documentos Nº 1, Año 1882.
49
AHLJ. Caja Documentos N°41, Año 1885. Nota del 13 de enero de 1885.
50
Registro Oficial…op.cit. Decreto del Poder Ejecutivo, 25 de noviembre de 1886.
241
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
51
Si bien José María Álvarez Prado reconocía en sus escritos de defensa de la propiedad de
su esposa que no había título originario de merced, decía que constaba que en 1772 Gregorio
Zegada la compró a María Isabel Murguía mediante escritura pública extendida en España
y luego ratificada en Jujuy. Macedonio Graz, la había comprado a los herederos de Zegada
en 1862 y a su muerte quedó en poder se su viuda, Filomena Padilla de Prado. AHJ. Caja
de documentos Nº 2, Año 1881.
52
AHLJ. Caja Documentos N° 43, Año 1887. Nota al gobernador, 4 de junio de 1887, de los
compradores de la finca Rodero.
53
AHLJ. Caja Documentos N° 42, Año 1886. Nota al Gob. de la provincia, 13 de octubre de
1886, de José María Maidana, a nombre propio y de sus representados en la cuestión de la
compra de la finca Yoscaba, solicitando se les exima del pago de alcabala. En 1887 el
gobernador, José María Álvarez Prado, exonera del pago de los derechos de transferencia
a sus compradores. AHLJ. Caja Documento N° 43, Año 1887. Nota del Poder Ejecutivo a la
Honorable Legislatura, enero 28 de 1887. Para un estudio con más detalles ver Paz, Gustavo,
“Tierra y resistencia campesina en el Noroeste Argentino. La Puna de Jujuy, 1875-1910”,
en Barragán Rosana et al, Bolivia y América Latina en el siglo XIX, La Paz, Institute Francais
de Etudes Andines, Coordinadora de Historia, 1997 y Cardoso, Esteban, Historia Jujeña.
Batalla de Quera. Edición del autor, Jujuy, 2000.
54
Mensaje del Gobernador de la provincia al abrir las sesiones de la Legislatura en Enero de 1884.
Jujuy, Imp. De la Unión, 1884.
242
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
55
Registro Oficial…, op.cit. Renta General de la Provincia. Hasta 1884 los presupuestos
provinciales se hicieron en bolivianos, a partir de 1885 en moneda nacional, a un cambio
de 0,72 pesos argentinos por cada boliviano.
56
Registro Oficial…, op.cit. Ley del 8 de abril de 1880.
243
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
57
Registro Oficial…, op.cit. Decreto 26 de diciembre de 1885. Recién en 1891, el gobierno de
la provincia decidió poner en venta estas tierras.
58
Mensaje 1883…op.cit.
244
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
59
Registro Oficial…, op.cit. Ley del 18 de diciembre de 1883. Declarando fiscales los terrenos
al este de la Totorilla y los existentes en Santa Bárbara y Maíz Gordo.
60
Archivo Domingo T. Pérez. Carta de Tomás R. Alvarado a Domingo Pérez. Buenos Aires,
septiembre 3 de 1890.
245
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
Consideraciones finales
246
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
61
La persistencia del problema en las tierras altas de la provincia durante los gobiernos
radicales, en la década de 1920, es tratada en Fleitas, M.S. y Teruel, Ana, “Política y
movilización campesina en el norte argentino. La cuestión de la tierra indígena en el
proceso de ampliación de la democracia” en Revista Andina, Centro Bartolomé de Las Casas,
Cuzco, Perú, Nº 45, segundo semestre del 2007, pp. 41-65.
247
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
248
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
62
Botana, Natalio, El Orden Conservador. La política Argentina entre 1880 y 1916, Buenos Aires,
Sudamericana, 1979.
249
Aportes al estudio de la conformación de la propiedad moderna en Argentina / Ana Teruel e María T. Bovi
Anexos
250
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
251
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa
en la Descripción Amena de la
República Argentina de Estanislao Zeballos
Sandra Fernández*
Breve introducción
252
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
2
A comienzos de 1872 ingresa a la Universidad de Buenos Aires iniciando conjuntamente
las carreras de abogacía y ciencias exactas. Por esta época funda, con sólo 18 años, la Sociedad
de Estímulo Científico (1872), que será más tarde la Sociedad Científica Argentina. Al volver
de su viaje siguiendo la avanzada de Roca funda en 1879, un nuevo espacio en donde
vuelven a anudarse las estrategias de gestión y gobierno con el discurso y la acción
científicos: el Instituto Geográfico Argentino –luego Instituto Geográfico Militar-, del cual
será presidente durante los primeros años.
3
Por ejemplo durante la epidemia de fiebre amarilla (1871), en la que tiene una activa
participación, entabla relación con José C. Paz, en ese entonces secretario de la Comisión
de Salubridad, y propietario del diario La Prensa. El vínculo con la familia Paz y su diario
continuaría hasta su muerte. De esta relación Zeballos elaboraría uno de sus perfiles más
definidos: el de periodista, llegando a ser jefe de redacción y director del diario de su
amigo, cargo al que renuncia en 1877, manteniendo siempre la condición de redactor aún
cuando realizaba las más variadas actividades políticas y profesionales.
253
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
4
Por ejemplo Noemí Girbal-Blacha y Diana Quattrocchi-Woisson (1998: 20) destacan que en
el veinte aniversario de la revista Nosotros, la publicación expresaba que era la única en su
género que había sobrevivido sin auxilios del gobierno o sin ayuda pecuniaria de sociedades
especializadas en el cultivo de alguna disciplina o en la propaganda de alguna tendencia.
Hay que resaltar además que existían figuras que funcionaron como mecenas, y que en la
realidad actuaban como fuentes de financiamiento alternativo. A pesar de lo descripto no
se hallaban aún extendidas plenamente las grandes editoriales, quedando aún en la figura
del editor librero la salida de buena parte de la producción editorial, sin obstar para que
comenzara a delinearse cada vez más la profesionalización de la figura del editor.
5
Mónica Quijada (2002:105) expresa claramente la influencia de Turner en las definiciones
de frontera expresadas en los disccionarios anglosajones, influencias que no son constatadas
por la autora en iguales textos españoles, pero que sin embargo son emergentes de una
sensibilidad de la población americana: “Y digo sorprendentemente, porque está claro en toda la
documentación hispanoamericana, tanto colonial como republicana, que ésta es la conceptualización
de la frontera que más presente está en el ánimo de los pobladores de la sociedad mayoritaria, es de-
cir, el margen del territorio poblado por occidentales y modificado por los ritmos de la ocupación. Se
trata tanto de un espacio como de una suerte de línea civilizatoria, que en Hispanoamérica está a
veces señalada por la presencia de lo militar”.
254
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
6
Zeballos, Estanislao, Descripción amena de la República Argentina, 3 Tomos, Buenos Aires,
Peuser, 1881-1883-1888.
7
Especialmente en la parte inicial de La rejión del trigo, Zeballos describe en distintos
fragmentos sus recuerdos infantiles y de su primera adolescencia en los campos de
Desmochados, pago cercano a Rosario, su lugar de nacimiento, y que a posteriori de la
colonización se conocería como el área de La Candelaria dentro de la línea del ferrocarril
del oeste-santafesino. Recordemos que su familia no provenía de la elite colonial santafesina,
y su nacimiento en Rosario fue fortuito, producto de los traslados de su padre. Estanislao
Zeballos padre, había sido Teniente Coronel del General López, y esta cercanía hizo que
fuera nombrado capitán del puerto de Rosario en diciembre de 1848. Dos años más tarde –
1851- en tanto activo adherente a la causa urquicista se asienta de forma más o menos
definitiva en la ciudad portuaria, donde va a radicar a su familia, formada a partir del
matrimonio con Felisa Juárez y Correa, y desde donde además iba a ejercer como Juez de
Policía. Como parte de su carrera burocrática el padre de Zeballos es enviado en 1861 a
Montevideo, donde se traslada junto con su familia, para regresar en 1863 nuevamente a
255
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
256
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
10
Específicamente este tópico fue analizado en el texto La región del trigo de Estanislao Zeballos,
de libro de viajes a catálogo de mudanzas de Fernández y Navarro (2004)
11
Es conocida su influencia estética en intelectuales tan importantes como Bello y Sarmiento.
Un exquisito análisis de estos vínculos se encuentra en el ahora ya clásico texto de Mary
Louise Pratt (1997) Ojos Imperiales.
12
Los Viajes por Europa, Africa y América 1847-1849 de Sarmiento fueron publicados en dos
tomos, en 1849 y 1851 respectivamente. El cuerpo del trabajo consta de 11 cartas a amigos
de Sarmiento, un ensayo donde relata exhaustivamente su viaje por los Estados Unidos, y
más de 100 páginas de minuciosas rendiciones de cuentas.
13
Lejos está Zeballos de lo que Pratt (1997: 216) reconoce en Humboldt como “la estética de lo
sublime” en directa relación a la exquisita descripción planteada por el barón en sus Viajes…
257
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
14
Ver específicamente los textos citados de Pratt (1997) y Prieto (1996).
15
Fue común que numerosos viajeros ingleses –personal técnico, empleados de grandes
compañías, diplomáticos y funcionarios de menor cuantía, aventureros y empresarios-
realizaran durante la primera mitad del siglo XIX un periplo que se iniciaba en el Río de la
Plata, transitaba por la pampa argentina, llegaba a Cuyo desde donde se cruzaba a Chile y
posteriormente se partiera a Perú, desde donde al final se regresaba a Europa.
16
Los viajeros ingleses y la emergencia de la literatura argentina de Adolfo Prieto es editada por
Sudamericana en 1996; la primera edición de Pratt en inglés es publicada por Routledge
en 1992 [es la que Prieto cita], y su versión castellana es de la editora de la UNQ de 1997.
258
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
de estos autores como John Miers, Francis Bond Head, Joseph Andrews,
Edmond Temple, Samuel Haigh, las que influyen directamente sobre la
organización de una literatura vernácula de la mano de figuras como
Mármol, Echeverría, Alberdi y Sarmiento.17 Ambos introducen la noción
de que la perspectiva de los intelectuales criollos se encontró influenciada
por efecto de acción, reacción y reflejo de la producción de una literatura
de viajes metropolitana, por cierto heterogénea que dejó sus rastros en
las formas de escritura adoptadas por estas generaciones de autores y
hombres públicos americanos.
Esta visión pragmática, totalmente centrada alrededor del ingreso
de América, y en especial de Argentina a la modernidad, es retransitada
en todas las obras de Zeballos. Aunque Estanislao reserva siempre un
lugar a lo científico, también a lo familiar -muchas veces de la mano de
la anécdota- siempre su descripción de viaje sobre el espacio y las
personas queda contrastada con la ferviente necesidad de que la “nación”
ingrese al mundo del progreso. Así si la transformación necesaria no ha
ocurrido aún, Zeballos elige lamentarse largamente por la incapacidad
de “nuestro pueblo” para encontrar el rumbo de la integración con el
mundo capitalista18; por el contrario si en tanto observador advierte que
estos cambios considerados “fundamentales” se han concretado o están
259
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
19
Específicamente estas afirmaciones pueden encontrarse en La Rejión del Trigo y A través de
las Cabañas; pero también han sido abordadas por Ernesto Bohoslavsky (2008).
20
Esta condición de “viajero oficial” que caracteriza el accionar de Estanislao Zeballos puede
encontrarse desplegada en sendos textos de Fernández y Navarro (2004, 2002), y Navarro
y Fernández (2001).
21
Zeballos también se consagra como un viajero que observa Europa en un texto manuscrito
de comienzos del siglo XX Diario de Viaje a Europa (1903-1904), conservado en el Archivo
de Luján (Buenos Aires) que lleva su nombre. Sobre este escrito se puede consultar dos
excelentes trabajos de Rogelio Paredes (1997a, 1997b)
260
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
22
“Sabe usted que no he cruzado la pampa desde Buenos Aires, habiendo obtenido la descripción de
ella de los arrieros sanjuaninos que la atraviesan todos los años, de los poetas como Echeverría, y de
los militares de la guerra civil. Quiérola, sin embargo, y la miro como cosa mía. Imagínomela
yerma en invierno, calva y polvorosa en verano, interrumpida su desnudez por bandas de cardales
y de viznagas” fragmento de la carta de Sarmiento a Juan María Gutiérrez, fechada en
Milán el 6 de mayo de 1847, que forma parte del texto Viajes… p. 348 [SARMIENTO,
Domingo Faustino (1981) Viajes, Ed. de Belgrano, Buenos Aires, pp. 621; Texto tomado de
la publicación en Santiago de Chiles por la “Imprenta de Julio Belin y Cía”, en 1848, bajo el
título de VIAJES EN EUROPA, AFRICA Y AMERICA. El Diario de Gastos se reproduce
de la edición del “Museo Histórico Sarmiento”], citado por Adolfo Prieto (1996: 183).
23
De hecho el libro de Sarmiento es uno de los primeros grandes textos de viaje que abordan
esta perspectiva realizando a través de sus largas cartas un ejercicio comparativo de las
realidades europeas, norafricanas y especialmente estadounidenses con las sociedades
criollas americanas de la primera mitad del siglo XIX. Quizás para este último caso un
antecedente de importancia fuera el texto de Chateaubriand, Viaje a la América, de 1832;
conocido en los círculos literarios de Hispanoamérica. Para Prieto (1996: 170) ese
conocimiento había impregnado la obra de Alberdi no sólo a partir de la obra de
Chateaubriand, sino también de Hugo y Lamartine: el romanticismo estaba allí, al alcance
del “poder de plasmación poética de la naturaleza sobre todos sus hijos”.
261
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
262
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
24
Zeballos, Estanislao, En la niñez y en la muerte. 1866-1909 en Revista de Derecho, Historia y
Letras, Buenos Aires, Tomo 33, Buenos Aires, 1909, pp. 447- 448.
263
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
25
La institución ha continuado su quehacer hasta el presente siendo en la actualidad el
Instituto Geográfico Militar, que por otra parte conserva un importante archivo sobre
Estanislao Zeballos.
26
Es elegido por el Centro Popular, una tercera fuerza que concurre a los comicios con una
lista de conciliación entre mitristas y autonomistas, y otra de autonomistas puros,
encabezada por él mismo y por José C. Paz.
264
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
27
Internacionalmente fue miembro de la Real Academia Española, la Junta de Historia y
Numismática Americana y del Institut du Droit International.
265
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
28
Fundada y dirigida por Zeballos se edita por primera vez en 1898 y se prolonga en 76
extensos volúmenes hasta su muerte en 1923. En rigor la revista contiene ensayos de interés
académico y público, redactados por el mismo Zeballos y varios de sus contemporáneos
argentinos y extranjeros. En sus páginas se publicaron decenas de artículos, algunos de
ellos de trascendencia para la historia intelectual argentina. Merecen destacarse el famoso
ensayo crítico de José Ingenieros acerca del libro de Juan A. García “La Ciudad Indiana”, el
trabajo de Ramos Mejía “Las multitudes argentinas”.
Un trabajo específico sobre esta publicación es el realizado por Gisela Galassi, Julieta López
y Gabriela Contreras (2004).
266
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
29
“Consideramos un deber y un honor ofrecer estas páginas a todos los espíritus selectos que
contribuyen a la civilización argentina y americana con una brillante y severa devoción a las letras”
(...) en sus páginas no hallaran hospitalidad las disertaciones frías sin ideales y sin forma” Revista
de Derecho, Historia y Letras, Tomo I,Buenos Aires, 1898, p. 5.
30
Desmochados es el nombre que en el siglo XIX se le daba a la región al sur/sur-oeste de la
ciudad de Rosario. Esta área fue la privileðgiada como área de colonización por los
proyectos de influyentes empresarios privados. Su cercanìa con el puerto fluvial de Rosario,
hizo que tempranamente se la uniera con el ferrocarril y que se diagramaran sucesivas
ofertas colonizadoras en las tierras antes dedicadas a la ganadería, y que en la práctica
representaban un área de contacto con los grupos de pueblos originarios de la extensa
“frontera” sur argentina.
267
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
268
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
El abrazo al desierto
Nos ahoga el desierto! El desierto es la muerte, la barbarie, la soledad cuando
menos! p. 181.
269
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
270
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
los siglos en una manera occidental de definir, con respecto a Europa algo
culturalmente ajeno y ambientalmente distintivo. Las selvas existían sólo
en yuxtaposición mental a la normalidad percibida en las tierras templadas.
“En otro lugar había sido sorprendido en los bosques un colono italiano por una
tribu viajera. No tenía armas y los bárbaros lo asaltaban, enristrando sus lanzas,
en son de mortal amenaza. Pero el colono llevaba un instrumento de cobre y
empezó á tocar un vals. Los indios sorprendidos al principio se dividieron en dos
bandos. Pedían los unos la muerte del cautivo, mientras otros y entre ellos todas
las mujeres, defendían su vida, abogaban por su libertad y escuchaban extasiados
la música improvisada” (p. 147-148).
271
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
31
Para ampliar este tópico ver el texto “Zeballos, la parábola de la narración. Un estudio de
‘La rejión del trigo’ como libro de viaje” de Sandra Fernández y Fernando Navarro (2002).
272
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
274
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
castellano; y como tipos fisonómicos ostentan los rasgos vigorosos de los bretones,
con todas sus virtudes para la tarea agrícola y para la vida social. “ (p. 158-159).
32
La mayor parte de los escritos de época dan cuenta de un estilo de vida peculiar, de un
espacio y un tiempo signados por luchas independentistas conflictos civiles, disponibilidad
de hombres para la pelea, ámbitos de sociabilidad relacionados con el juego y el alcohol,
que perfilan y se constituyen en elementos inherentes de una cotidianeidad marcada por
la presencia de una violencia vivida como natural. (Diodati-Liñán, 1993)
275
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
276
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
33
El propio Zeballos describe en su libro su paso por la casa de Eulojia Llanos (p.22).
278
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
34
“Así llaman los paisanos de Santa-Fé á Buenos Aires” (p.36)
279
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
35
Recordemos que en su obra Prieto (1996) trabaja específicamente sobre Echeverría, Mármol,
Alberdi y Sarmiento.
36
“El episodio que narro es rigurosamente exacto. Mi familia habia salido del Rosario á pasar una
temporada de campo y yo vivia en casa de Doña Eulojia Llanos para no perder el colejio. Entonces
tuvo lugar esta escena de que fuí testigo. Mitre habia inaugurado personalmente los trabajos del
ferro-carril Central y esto era para mi noble y vieja amiga el mayor pecado del general” (p. 22).
280
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
281
El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
Bibliografía citada
ARNOLD, D. (2000) La naturaleza como problema histórico. El medio, la cultura y la
expansión de Europa, FCE, México.
BACZKO, B. (1991) Los imaginarios sociales, Nueva Visión, Bs. As.
BALANDIER, G. (1992) El poder en las escenas, Paidos, Bs As.
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BOHOSLAVSKY, Ernesto (2008) El soldado invencible de la ciencia. Estanislao
Zeballos y las nuevas imágenes de la Patagonia a fines del siglo XIX en FERNANDEZ,
SANDRA y NAVARRO, FERNANDO (Coord.) “Scribere est agere. Estanislao
Zeballos en la vorágine de la modernidad argentina”, la quinta pata & camino
ediciones, Rosario, en prensa.
282
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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El desierto y sus confines. Contexto y narrativa... / Sandra Fernández
Fuentes tratadas
SARMIENTO, Domingo Faustino, Viajes, Ed. de Belgrano, Buenos Aires, pp.
621; Texto tomado de la publicación en Santiago de Chiles por la “Imprenta de
Julio Belin y Cía”, en 1848, bajo el título de VIAJES EN EUROPA, AFRICA Y
AMERICA. El Diario de Gastos se reproduce de la edición del “Museo Histórico
Sarmiento”, 1981.
ZEBALLOS, Estanislao, Descripción amena de la República Argentina, 3 Tomos,
Buenos Aires, Peuser, 1881-1883-1888
ZEBALLOS, Estanislao, En la niñez y en la muerte. 1866-1909 en Revista de
Derecho, Historia y Letras, Buenos Aires, Tomo 33, Buenos Aires, 1909, pp.
447- 448.
ZEBALLOS, Estanislao, La rejión del trigo, en “Descripción amena de la República
argentina”, Tomo 2, Peuser, Buenos Aires, 1883.
ZEBALLOS, Estanislao, Revista de Derecho, Historia y Letras, Tomo I, Aires,
1898.
284
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Introducción
* Este trabajo forma parte de los siguientes proyectos de investigación: UBACyT S830 (UBA);
PICT 2006 Nº 1641 (Agencia Nacional de Promoción Científica y Tecnológica) y PIP 114-
200801-00216 (CONICET). Una versión preliminar del mismo fue aceptada para su
publicación en la Revista População e Família, del Centro de Estudos de Demografia
Histórica da América Latina (CEDHAL), de la Universidade de São Paulo. Quisiera
expresar mi agradecimiento a Alicia Bernasconi, Xosé Manoel Núñez Seixas y Pilar Cagiao
Vila, por sus valiosas orientaciones en relación con la búsqueda documental y bibliográfica
ligada a este estudio.
** Doctora en Historia por la Universidad de Buenos Aires. Investigadora del Consejo
Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas de la Argentina y de la Universidad de
Buenos Aires, donde también ejerce la docencia. Miembro del Comité de redacción de
Estudios Migratorios Latinoamericanos y del Consejo consultivo de la Revista do Corpo Discente
do Programa de Pós-Graduação em História da UFRGS. Editora, junto con Alejandro Fernández,
del libro Las migraciones españolas a la Argentina. Variaciones regionales (siglos XIX y XX),
Buenos Aires, Biblos, 2008. Autora de Proa al Plata: las migraciones de gallegos y asturianos a
Buenos Aires (fines del siglo XVIII y comienzos del XIX), Madrid, CSIC, e/p. Publicó además
diversos trabajos sobre la inmigración española en la Argentina, en medios académicos
nacionales y extranjeros. ndecristoforis@yahoo.com.ar
285
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
1
Nancy L. Green, “L´histoire comparative et le champ des études migratoires”, en Annales
ESC, Nº 6, 1990, pp. 1341-1344; Idem, “The Comparative Method and Poststructural
Structuralism – New Perspectives for Migration Studies”, en Journal of American Ethnic
History, Vol. 13, N° 4, 1994, pp. 13-16.
2
Marc Bloch, “Pour une histoire comparée des sociétés européennes”, en Mélanges Historiques,
París, S.E.V.P.E.N., 1963, pp. 17-18.
3
V. al respecto las recientes observaciones de Fernando Devoto, en el prefacio a la obra
editada por Nadia De Cristóforis y Alejandro Fernández, Las migraciones españolas a la
Argentina. Variaciones regionales (siglos XIX y XX), (“Colección La Argentina Plural”), Buenos
Aires, Ed. Biblos, 2008, pp. 9-11.
286
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
4
Salvador Palazón Ferrando, Capital humano español y desarrollo económico latinoamericano.
Evolución, causas y características del flujo migratorio (1882-1990), Valencia, Institut de Cultura
“Juan Gil-Albert”, 1995, p. 294.
5
Op. cit.
287
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
6
Nos referimos a los informes de diferentes funcionarios representantes del gobierno español
en la Argentina, que se conservan en el Archivo del Ministerio de Asuntos Exteriores de
Madrid, España (en adelante, AMAE).
7
Entre 1960 y 1967, Alemania recibió el 42% de los emigrantes gallegos que se salieron hacia el
Viejo Continente, Suiza el 33%, Francia el 16% y Holanda, Inglaterra y Bélgica, tomados
conjuntamente y junto con otros destinos minoritarios, el 9%. Cfr. Francisco Sánchez López,
Emigración española a Europa, Madrid, Confederación Española de Cajas de Ahorros, 1969, p. 32.
288
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
8
El CIME tuvo su origen en una Conferencia reunida en Bruselas en diciembre de 1951, en
la cual se resolvió crear un instrumento para restaurar el equilibrio entre las “naciones
superpobladas” y las “insuficientemente pobladas” por medio de la migración organizada
y asistida de los europeos. La participación de España en el CIME fue producto de largas
negociaciones, que se iniciaron en 1952 y se prolongaron por varios años. Algunos aspectos
que dificultaron esta incorporación fueron, entre otros: el monto de la cuota que debía
aportar España al CIME, o la posibilidad de que este último terminara trasladando
refugiados republicanos, a países que no fueran los latinoamericanos, de lengua castellana.
Cfr.: AMAE, R 5283, Exp. 16 (1945-1957), Dirección General de Asuntos Consulares,
“Participación de España en el Comité Intergubernamental provisional para los
movimientos migratorios de Europa”, 21 de abril de 1952; AMAE, R 5283, Exp. 16 (1945-
1957), Dirección General de Política Económica, “Participación de España en el Comité
Intergubernamental provisional para los movimientos migratorios de Europa”, Madrid,
28 de mayo de 1952.
9
Sobre los aspectos comentados en este párrafo y en el siguiente, v. los clarificadores trabajos
de María José Fernández Vicente, Émigrer sous Franco. Politiques publiques et stratégies
individuelles dans l´émigration espagnole vers l´Argentine et vers la France (1945-1965), Lille,
ANRT, 2005, pp. 83-93; e Idem, “En busca de la legitimidad perdida. La política de
emigración del régimen franquista, 1946-1965”, en Estudios Migratorios Latinoamericanos,
Año 19, Nº 56, 2005, pp. 15-22.
289
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
10
Carlos Ma. R. de Valcárcel, “Conferencia”, en Ministerio de Trabajo, Instituto Español de
Emigración, II Congreso de la emigración española a ultramar, Madrid, 1960, p. 59; AMAE, R
9621, Exp. 7 (1958-1967); Álvaro Rengijo Calderón, “Emigración y empresas privadas”,
Conferencia pronunciada en la Cámara Oficial de la Industria de la provincia de Madrid,
18 de noviembre de 1965, p. 2.
11
Ministerio de Trabajo, Memoria de la labor realizada en 1958, Libro IV, Instituto Español de
Emigración, Madrid, 1960, p. 10.
290
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
atención del gobierno desde tiempo atrás, cuando eran percibidos como
el mejor mecanismo para estimular los flujos de españoles hacia el
exterior. En efecto, ya desde 1948, momento en que se discutían las
condiciones para la firma del Tratado de Emigración con la Argentina,
surgieron dentro de las órbitas oficiales argumentos a favor de una
emigración basada en el “llamado” de un emigrante establecido en
ultramar, al resto de su familia o a sus paisanos. Las razones que se
esgrimían en ese entonces para favorecer este tipo de corriente eran
varias: el hecho de que los emigrantes trasladados en virtud de un
llamado gozarían de libertad y de mejores informaciones para buscar
un trabajo, dentro de la sociedad de destino (evitando caer en manos de
empleadores especuladores, como los que podían actuar en el caso de la
emigración contratada); la asistencia y ayuda que podían ofrecer los ya
establecidos en ultramar, al recién llegado (favoreciendo una integración
no traumática al ámbito de acogida); o el beneficio que supondría para
el Estado español no tener que correr con los gastos de posibles
repatriaciones, en la medida en que aquel que se desplazaba por el
llamado de un pariente o conocido podía encontrar en estos últimos
redes de contención para su inserción en la nueva sociedad.12 Hacia
mediados de la década de 1950 los fenómenos de reagrupación familiar
se justificaban con motivos similares, con el matiz de que la preocupación
del gobierno por las repatriaciones había crecido, desde el momento en
que una ley del 18 de julio de 1956 responsabilizó al Estado español de
la repatriación de los emigrantes que así lo requerían, con el único
requisito de que estos últimos demostraran que no poseían los medios
económicos para financiarse el viaje por sí mismos.13
Los programas de reagrupación familiar puestos en marcha por el
IEE tenían como finalidad declarada atender a imperativos morales
ligados a la emigración, aunque, como ya aclaramos, existieron razones
económicas que estimularon su organización. Dichos planes estuvieron
12
AMAE, R 2052, Exp. 39, José María de Areilza (Embajador de España en la Argentina),
“Sobre proyecto relativo a la emigración española en la Argentina”, Buenos Aires, 3 de
marzo de 1948; AMAE, R 1731, Exp. 3, Informe sin fecha.
13
Ma. Emelina Martín Acosta, “Emigración canaria a Argentina: algunos ejemplos de la
Comisión Católica Española de Migración, a mediados del siglo XX”, en Pilar Cagiao Vila
y Eduardo Rey Tristán (eds.), De ida y vuelta. América y España: los caminos de la cultura.
Simposio Internacional de la Asociación Española de Americanistas, Santiago de Compostela 2 y 3
de septiembre de 2005, Universidade de Santiago de Compostela, 2007, p. 393.
291
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
14
Parágrafo 78, Título segundo, “Exsul Familia”, en Comisión Católica Argentina de
Migraciones, Iglesia y Migraciones. Documentos, Buenos Aires, Ediciones CCAM-CEMLA,
1988, p. 40.
15
Parágrafos 82, 83 y 84, Título segundo, “Exsul Familia”, en Comisión Católica Argentina
de Migraciones, op. cit., p. 41-46. Para un interesante análisis sobre las disposiciones
contenidas en la Exsul Familia, en relación con la emigración italiana, v. Alicia Bernasconi,
“De Pergamino a La Boca en veinte años: los Scalabrinianos y la asistencia a los inmigrantes
italianos, 1940-1961”, ponencia presentada en las Xº Jornadas Interescuelas / Departamentos
de Historia, Rosario, 20 al 23 de septiembre de 2005, inédita.
292
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
16
Parágrafo 62, Título primero, “Exsul Familia”, en Comisión Católica Argentina de
Migraciones, op. cit., p. 32.
17
Secretaría de Estado de Su Santidad, “Carta dirigida al Presidente de la Junta de las Semanas
Sociales de España”, en Semanas Sociales de España, XVIII Semana – Vigo-Santiago – 1958,
Los problemas de la emigración española, Madrid, 1959, pp. 15 y 16.
18
Para un examen de las preocupaciones derivadas de la situación de los migrantes italianos
en Argentina, en la segunda posguerra, V. Alicia Bernasconi, “Los Misioneros
Scalabrinianos y la inmigración de la última posguerra en Argentina en la perspectiva de
L´Emigrato Italiano (1947-1956)”, en Estudios Migratorios Latinoamericanos, Año 16, Nº 49,
2001, pp. 615 y 616.
19
Boletín Oficial del Arzobispado de Santiago de Compostela, 20 de noviembre de 1956, p. 599,
citado por Xosé Luis Mínguez Goyanes, “Emigración e xerarquía eclesiástica (1952-1969).
Unha aproximación á cuestión”, en Estudios Migratorios, Nº 3, 1997, p. 141.
293
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
20
Secretaría de Estado de Su Santidad, art. cit., pp. 16 y 17.
21
Ángel Orbegozo (Publicista de la Oficina de Información y Estadística de la Iglesia),
“Organizaciones nacionales e internacionales para la solución de los problemas
migratorios”, en Semanas Sociales de España …, cit., p. 247.
22
Ultramar, Nº 9, junio de 1960, Oficina de América, La Coruña, s./p.
23
Ibidem.
294
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
24
Carlos Ma. R. de Valcárcel (Director General del IEE), “Conferencia”, cit., p. 67; Instituto
de Estudios Políticos, Emigración: Política Social y seguridad social, Madrid, 1960, p. 21.
295
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
Esa red capilar de la Comisión llegando hasta las parroquias más pequeñas
es en verdad admirable. En ese viaje a Vigo también me llamó la atención
el ver a las señoritas de la mejor sociedad gallega preocupadas por cuidar
y atender a los emigrantes, con un cariño que sólo la caridad de estas
mujeres de auténtico espíritu cristiano vinculadas a las tareas de la CCEM
puede explicar. Este volcarse de la sociedad por los emigrantes no lo había
visto en ninguna parte. También me llamó la atención la diligencia con se
efectúan las localizaciones de las familias de los emigrados. Yo, que conozco
bien Galicia, sé que los pueblos son una serie de caseríos, alejados unos de
otros hasta kilómetros, y sin apenas vías de comunicación; en el centro o
en un extremo del valle está la iglesia. El localizar allí un apellido, que se
repite hasta el infinito en la comarca, es casi imposible; pues bien, estos
Delegados de la Comisión Católica lo han logrado.25
25
“Entrevista con Mr. Storich, delegado del C.I.M.E. en España”, en Boletín Informativo de la
Comisión Católica Española de Migración, Nº 10, Abril-Junio de 1957, Madrid, p. 4.
26
Boletín Informativo de la Comisión Católica Española de Migración, Nº 11, Septiembre de 1957,
Madrid, pp. 8-10.
27
Para un trabajo de gran interés, sobre la acción de los sacerdotes como mediadores en el
proceso inmigratorio y en la inserción laboral de trabajadores friulanos en Villa Flandria,
en la Argentina, v. Mariela Ceva, “Los mediadores religiosos en la inmigración de
trabajadores friulanos a Villa Flandria en la segunda posguerra”, en Alicia Bernasconi y
Carina Frid (eds.), De Europa a las Américas. Dirigentes y liderazgos (1880-1960), (Colección
“La Argentina Plural”), Buenos Aires, Ed. Biblos, 2006, pp. 113-125.
296
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
28
Ma. Emelina Martín Acosta, cap. cit., p. 396.
29
“Plan de reagrupación de familias”, en Boletín Informativo de la Comisión Católica Española
de Migración, Nº 26, Diciembre de 1958, Madrid, p. 6.
297
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
30
Pbro. Antonio Orehar (Tesorero de la CCAI y Director Nacional de la Colectividad
Eslovena), “La obra de la C.C.A.I. y la Jornada de la Inmigración”, en Inmigración e
Integración, Terceras Jornadas de Estudio de la Comisión Católica Argentina de Inmigración,
Buenos Aires, 1964, pp. 54 y 55. Para un estudio preliminar sobre las tareas desempeñadas
por la CCAI en la segunda posguerra cfr. Daniela La Pietra y Abelardo Jorge Soneira,
“Iglesia y migraciones: un balance de 50 años. El caso de la Comisión Católica de
Migraciones (1951-2001)”, en X Jornadas sobre Alternativas Religiosas en América Latina, Buenos
Aires, 2000, disponible en: http://www.ceil-piette.gov.ar/areasinv/religion/relpub/
jornadas/IIcom1/1soneira.html.
31
P. Ernesto Milan (Secretario General de la CCAI), “El Apostolado inmigratorio en la
Argentina”, en Inmigración e Integración, cit., p. 52.
32
“Ultramar”, en Boletín Informativo de la Comisión Católica Española de Migración, s/Nº, 22 de
marzo de 1968, Madrid, p. 8.
298
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
33
Los del Grupo A (cónyuge del llamante, hijos menores de 18 años, hijos mayores de 18
años incapacitados para el trabajo, novias casadas por poder antes de embarcar) no debían
pagar nada. Los del Grupo B (padres del llamante, padres políticos, hijos mayores de 18
años, abuelos, nietos, hermanos huérfanos menores de 18 años, pupilos sometidos a la
tutela del llamante) abonaban en España 30 dólares, y los del Grupo C (otros parientes y
compañeros de profesión u oficio del reclamante), 50 dólares. En todos los casos, el
reclamante en ultramar debía pagar 40 dólares. Además, el CIME cobraba a todos los
varones emigrantes, comprendidos entre los 18 y 50 años, unos 10 dólares, que debían
abonarse en España. Cfr. “Plan de Reagrupación de Familias”, Boletín Informativo de la
Comisión Católica Española de Migración, Nº 22, agosto de 1958, Madrid, p. 6.
34
Ultramar, Nº 9, junio de 1960, Oficina de América, La Coruña, s./p.
35
“Préstamos de viaje”, en Boletín Informativo de la Comisión Católica Española de Migración,
Nº 18, abril de 1958, Madrid, p. 7.
36
“Préstamos de viaje concedidos a través de la Comisión Católica Española de Migración
en 1961”, en op. cit., Nº 64, febrero de 1962, Madrid, p. 10.
37
Ángel Orbegozo, art. cit., pp. 247 y 248.
299
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
38
Decreto Nº 14.549, 21 de noviembre de 1960. Cfr. AMAE, R 6220, Exp. 94, José María
Alfaro, “Exención pago derechos consulares”, Buenos Aires, 28 de noviembre de 1960.
39
Dirección Nacional de Migraciones de la Argentina (Buenos Aires), Estadística 1953-1971;
Idem, Inmigración, Año II, Nº 5, Buenos Aires, 1960.
40
Ello no modifica demasiado los parámetros de comparación, dado que entre 1946 y 1958
los principales destinos de la emigración española fueron los americanos.
300
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
41
Boletín Informativo de la Comisión Católica Española de Migración, Nº 11, septiembre de 1957,
Madrid, pp. 8-10.
42
Cabe aclarar que con el transcurso del tiempo, otros países quedaron incluídos de manera
más informal dentro del plan (por ejemplo: Panamá, Costa Rica y Ecuador).
301
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
primera etapa con un gran desarrollo en relación con nuestro país, para
luego fortalecerse en naciones como Venezuela y Brasil, al compás de
las variables condiciones económicas, sociales y políticas prevalecientes
en cada una de ellas.
43
Por el momento no podemos reconstruir el número anual de españoles embarcados dentro
del Plan de Reagrupación Familiar, según los diferentes países de destino, por lagunas
existentes en las fuentes de información disponibles.
44
En el caso de Galicia, esas fichas debían ser enviadas a la Delegación Diocesana de Santiago
o a las oficinas provinciales de La Coruña o Pontevedra. V. Xosé Luís Mínguez Goyanes,
art. cit., pp. 164 y 165.
45
Una importante excepción a esta última tendencia comentada está dada por los trabajos de
Óscar Álvarez Gila. Cfr. de este autor: “Apuntes historiográficos para el estudio del clero
rioplatense”, Separata de Qué es la Historia de la Iglesia, XVI Simposio Internacional de Teología
de la Universidad de Navarra (Colección “Simposios Internacionales de Teología”, Nº 16),
Pamplona, 1996, pp. 387-396; Idem, “La vinculación entre clero e inmigración vasca en
Argentina: razones y formas”, en Hispania Sacra, Vol. 50, Nº 102, 1998, pp. 557-587; Idem,
“La emigración de clero secular europeo a Hispanoamérica (siglos XIX-XX): causas y
reacciones”, en Hispania Sacra, Vol. 53, Nº 108, 2001, pp. 559-576, entre otros.
302
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
46
Xosé Luís Mínguez Goyanes, art. cit., pp. 127-169; Ma. Emelina Martín Acosta, cap. cit.,
pp. 391-401.
303
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
47
Para el caso español que comentamos en este párrafo y en otros subsiguientes, nos basamos
en la información disponible, correspondiente al año 1959 (Cfr. Ministerio de Trabajo,
Memoria de la labor realizada en 1959, cit., pp. 46 y 47). Si bien la comparación entre el caso
gallego y el español adolece de limitaciones (se fundamentará en datos de un período -
para los gallegos- y de un año -para los españoles-), creemos de interés aludir a algunas
conclusiones provisorias que se desprenden de la misma.
48
El dato presentado se obtuvo a partir del estudio de 973 inmigrantes gallegos que ingresaron
a la Argentina en el primer trimestre de 1924, a partir de la información que contiene la
“Base de Datos” del Centro de Estudios Migratorios Latinoamericanos (Buenos Aires,
Argentina). En los párrafos que siguen, cuando hagamos referencia a los inmigrantes de
1924, aludiremos siempre a los datos suministrados por esta “Base de Datos”. Agradecemos
a Alicia Bernasconi por facilitarnos la consulta de la misma.
304
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
49
Para el examen de los gallegos llegados a la Argentina en los primeros trimestres de 1949
y 1950 (ver también el párrafo que sigue) empleamos los libros de desembarco, que
actualmente se encuentran en el Archivo General de la Nación (Argentina).
50
Entre 1890 y 1930 los gallegos constituían alrededor del 70% de los españoles establecidos
en Avellaneda. V. Ruy Farías, “Peones, obreros y jornaleros: patrones de asentamiento e
inserción socioprofesional de los gallegos en Avellaneda y Lanús, 1890-1930”, en Idem
(comp.), Buenos Aires Gallega. Inmigración, pasado y presente, Temas de Patrimonio Cultural
Nº 20, Buenos Aires, Comisión para la Preservación del Patrimonio Histórico Cultural de
la Ciudad de Buenos Aires, 2007, pp. 83-90.
305
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
6. Conclusiones
El último ciclo de la emigración gallega a la Argentina comenzó
tras el fin de la Segunda Guerra Mundial y se cerró de manera paulatina
en los primera mitad de 1960. En una etapa inicial, la recuperación de
las corrientes del noroeste hispánico hacia el exterior se basó
principalmente en la fuerza de los mecanismos de traslado espontáneos,
en especial, la reactivación de cadenas migratorias que habían
permanecido adormecidas durante los prolongados años de
enfrentamientos bélicos (la Guerra Civil española y la Segunda Guerra
Mundial). Pero desde mediados de la década de 1950 empezaron a cobrar
fuerza los mecanismos de asistencia impersonales, sustentados
formalmente en el estímulo estatal y en el accionar de instituciones
internacionales y nacionales, laicas y religiosas.
En efecto, a partir de 1956 el gobierno franquista delegó en el
Instituto Español de Emigración (que luego fue adscripto al Ministerio
de Trabajo) la tarea de estudiar y fomentar los flujos hacia el exterior, en
el marco de la implementación de políticas económicas de desarrollo
51
En 1952 se llegó a establecer que a partir del 22 de febrero de ese año no se concederían
permisos de ingreso a la República, a aquellos recién llegados que quisieran radicarse dentro
de un radio de cien kilómetros de la Capital Federal (a excepción de los parientes en primer
grado que vinieran a integrar núcleos familiares o trabajadores especializados que arribaran
con un contrato y garantías de colocación). Decreto Nº 3.721, 22 de febrero de 1952.
306
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Bibliografía
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Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
308
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Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
ANEXO
310
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
311
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
Fuentes:
Columna 2: Salvador Palazón Ferrando, Capital humano español y desarrollo económico latinoamericano.
Evolución, causas y características del flujo migratorio (1882-1990), Valencia, Institut de Cultura “Juan
Gil-Albert”, 1995, p. 295.
Columna 4: Ministerio de Trabajo, Memoria de la labor realizada en 1959, Libro IV, Instituto Español
de Emigración, Madrid, 1960, p. 48.
312
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Fuente: “Resumen del Plan R. F.”, en Boletín Informativo de la Comisión Católica Española de Migración,
Nº 39, Enero de 1960, Madrid, p. 7.
Fuentes:
Columna 2: Ministerio de Trabajo, Memoria de la labor realizada en 1959, Libro IV, Instituto Español
de Emigración, Madrid, 1960, p. 46.
Columna 4: Arquivo da Emigración Galega, Fichas de la Comisión Católica Española de Migración
de La Coruña, 1957-1963.
313
Los mecanismos de asistencia oficial en el último ciclo de las migraciones... / Nadia A. De Cristóforis
Gráfico 2: Distribución por edades de 704 migrantes gallegos (de ambos sexos)
que tramitaron su traslado a la Argentina a través de la CCEM (1957-1963)
Fuentes:
Columna 2: Base de Datos del CEMLA.
Columna 4: Arquivo da Emigración Galega, Fichas de la Comisión Católica Española de Migración
de La Coruña, 1957-1963.
314
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
315
Elites, políticos e instituições políticas:
o Estado Novo no Brasil, de novo
Adriano Codato*
316
Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
317
Elites, políticos e instituições políticas: o Estado Novo no Brasil, de novo / Adriano Codatto
Ninguém ignora que entre os anos 1930 e 1945, grosso modo, houve
uma redefinição da hierarquia entre os grupos dominantes (elites agrá-
rias, industriais, comerciais), redefinição essa que repercutiu inclusive e
principalmente sobre a “classe política” brasileira. É suficiente recordar
aqui três acontecimentos, mais ou menos simultâneos, que tiveram uma
influência direta sobre o ordenamento dos políticos de carreira e da sua
carreira política. Em primeiro plano, a substituição das lideranças tradi-
cionais, graças à ascensão dos “revolucionários” de 1930; como conse-
qüência dessa troca, o processo de nacionalização das forças políticas,
que concluiu o ciclo dos partidos políticos regionais e pôs fim à hege-
monia inconteste do Partido Republicano Paulista. Isso se deu em meio
à transformação do Estado federal num Estado “forte” (isto é, com grande
capacidade de intervenção na economia e na sociedade), graças à cons-
tituição de um aparelho de poder centralizado.
Esses eventos, resumidos bruscamente aqui, tiveram um alcance
maior do que se imagina. Houve, em grande medida, não só uma modi-
ficação da posição dos atores no campo político, mas uma metamorfose
do próprio campo do poder2. Da mesma maneira, houve não só uma mu-
dança da ideologia política dominante (do liberalismo oligárquico para
o estatismo autoritário), mas dos fundamentos do poder (recursos políti-
cos, predicados sociais, capacidades econômicas), o que terminou por
alterar mesmo os princípios de legitimidade e os modos de operação do
sistema político.
Há, todavia, um ponto cego na literatura sobre “os anos Vargas” e
em especial sobre essa fase do “período populista” (1930-1964). Poucos
trabalhos acadêmicos se dedicaram a estudar as elites políticas e, espe-
cialmente, analisar de maneira mais detida o papel e o lugar dos políticos
2
O campo do poder é a fração do espaço social global composta pelas formas mais eficazes
(“dominantes”) de capital. É um artifício teórico para diferenciar os tipos dominantes de
capital. Os capitais que formam o campo do poder variam historicamente em função da
história e o estado das relações de força entre as espécies de capital (e por derivação, entre
as classes relativas a tais capitais). Por isso, qualquer definição que postule que “o campo
do poder é formado pelos capitais x, y, z” é falsa. O campo do poder não passa de um
artifício teórico para esclarecer melhor a estrutura do topo da pirâmide social. Já o campo
político corresponde estritamente aos espaços sociais onde opera e é eficaz o capital
propriamente político. Ver, entre outras referências, Pierre Bourdieu, La noblesse d’État:
grandes écoles et esprit de corps. Paris: Les Éditions de Minuit, 1989, p. 371 e segs.
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
3
Getulio Vargas, Mensagem lida perante a Assembléia Nacional Constituinte, no ato de sua
instalação, em 15 de novembro de 1933. In: ______. A nova política do Brasil. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1938, vol. III: A realidade nacional em 1933; Retrospecto das realizações do
governo (1934), p. 28-29; grifos meus.
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Elites, políticos e instituições políticas: o Estado Novo no Brasil, de novo / Adriano Codatto
4
Para essa constatação, ver, entre outros, Daniel Pécaut, Os intelectuais e a política no Brasil:
entre o povo e a nação. São Paulo: Ática, 1990, p. 46 e segs.
5
Para uma discussão abrangente desse tópico, ver Maria Antonieta P. Leopoldi, Política e
interesses: as associações industriais, a política econômica e o Estado na industrialização
brasileira. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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Ver, para a fundamentação dessa opinião, Thomas E. Skidmore, Brasil: de Getúlio Vargas
a Castelo Branco, 1930-1964. 10ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992, p. 61-62.
7
Em seu depoimento ao CPDOC, o ex-deputado do PSD pernambucano e ministro da
Agricultura do governo Café Filho, José da Costa Porto, ressalta “uma coisa curiosa” e que
freqüentemente não tem chamado a atenção dos analistas: “o golpe de 10 de Novembro
acabou com a política mas não podia acabar com as lideranças políticas. As lideranças
continuaram”. Valentina da Rocha Lima (coord.), Getúlio: uma história oral. 2ª. ed. Rio de
Janeiro: Record, 1986, p. 135.
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Elites, políticos e instituições políticas: o Estado Novo no Brasil, de novo / Adriano Codatto
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Ver a compilação de Ana Lígia Medeiros e Mônica Hirst (orgs.), Bibliografia histórica: 1930-
45. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982. Para uma análise dos efeitos do campo
político sobre a historiografia do campo político (Virginio Santa Rosa, Barbosa Lima
Sobrinho, José Maria Bello, Pedro Calmon etc.), consultar Vavy Pacheco Borges, Anos trinta
e política: história e historiografia. In: Freitas, Marcos Cezar de (org.), Historiografia brasileira
em perspectiva. São Paulo: Contexto, 1998, p. 159-182. Um comentário da produção sobre a
história regional e sua submissão à ideologia oficial do regime pode ser lido em Sandra
Jatahy Pesavento, Historiografia do Estado Novo: visões regionais. In: Silva, José Luiz
Werneck da (org.), O feixe e o prisma: uma revisão do Estado Novo. Rio de janeiro: Zahar,
1991, p. 132-140.
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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Cf. o artigo 140 da Constituição de 1937: “A economia da produção será organizada em
corporações, e estas, como entidades representativas das forças do trabalho nacional,
colocadas sob assistência e proteção do Estado, são órgãos deste e exercem funções
delegadas de poder público”. Citado a partir de Walter Costa Porto, A Constituição de
1937. Brasília: Escopo, 1987, p. 72.
10
Ver Alvaro Augusto de Borba Barreto, Representação das associações profissionais no
Brasil: o debate dos anos 1930. Revista de Sociologia e Política, n. 22, p. 119-133, 2004. “Duas
questões estiveram em pauta e em torno delas formaram-se os diferentes grupos em
disputa: a natureza das organizações e a função que ocupariam no aparato estatal. A defesa
da organização e administração autônomas das entidades foi a bandeira de luta do
empresariado, notadamente o industrial, frente ao governo de Vargas e a seus apoiadores,
que queriam disciplinar e definir o processo de formação das associações de classe. [...]
No que tange ao papel a ser exercido pelas entidades, havia duas opções: funções
deliberativas ou consultivas, a chamada “representação parlamentar” ou em “conselhos
técnicos”. No primeiro grupo, militava um amplo leque de personagens, em que se
destacavam: o governo Vargas, o Clube Três de Outubro, o Bloco do Norte, mais a bancada
constituinte dos empregados e a maioria da dos empregadores. A favor da segunda idéia
apareciam vários intelectuais e, principalmente, o CIESP-FIESP, que atuou ao lado da
Chapa Única por São Paulo Unido” (p. 129).
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Elites, políticos e instituições políticas: o Estado Novo no Brasil, de novo / Adriano Codatto
11
Eli Diniz, O Estado Novo: estrutura de poder; relações de classes. In: Fausto, Boris (org.),
História geral da civilização brasileira. Tomo III: O Brasil Republicano, 3º. vol. Sociedade e
Política (1930-1964). 5ª. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991, p. 107-120, especialmente.
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
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É o que se depreende, por exemplo, da seguinte passagem: “[...] um órgão político, para
ser eficaz e limitar a ação do outro, deve representar uma força política, deve ser a
organização de uma autoridade e uma influência social que represente algo na sociedade,
frente à outra que se encarna no órgão político que se deve controlar”. Gaetano Mosca, La
clase política. México: Fondo de Cultura Económica, 1992, p. 194-195.
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Elites, políticos e instituições políticas: o Estado Novo no Brasil, de novo / Adriano Codatto
Conclusões
13
Ver Anthony Giddens, Elites in the British Class Structure. In: Stanworth, Philip e Giddens,
Anthony (eds.), Elites and Power in British Society. Cambridge: Cambridge University Press,
1974, p. 4.
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Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina
Referências bibliográficas
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