Resumo Expandido Anatomia e Escultura

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ANÁLISE COMPARATIVA DA FORMA DOS DENTES DECÍDUOS E


PERMANENTES

BRANDÃO, Herminia Giori


LUSTOSA. Julliély Polonini
FASSARELA, Laís
OLIVEIRA, Ludimilla Bispo
CARLETTI, Renata Rodrigues

1 INTRODUÇÃO

“Os dentes humanos são órgãos mineralizados, resistentes, duros e branco-


amarelados que estão implantados nos ossos alveolares da maxila e da mandíbula.”
(TEIXEIRA; REHER; REHER, 2010).
Estão organizados normalmente lado a lado na cavidade oral, formando as arcadas
superior e inferior. Anatomicamente, os dentes podem ser divididos em coroa, colo e
raiz, sendo essa organização utilizada para descrever cada elemento dental
separadamente e cada uma dessas partes possuem características únicas que
permitem diferenciar corretamente cada dente. O ser humano é difiodonte, ou seja,
apresenta duas dentições, a decídua que é a primeira dentição e a dentição
permanente. Os elementos dentários dessas duas dentições se desenvolvem da
mesma maneira, mesmo que apresentem diferenças anatômicas e em sua
composição mineral. (TEIXEIRA; REHER; REHER, 2010); (TORRES, 2018).

2 OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma análise comparativa entre os
dentes decíduos e permanentes, observando aspectos da coroa, colo, raízes,
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órgão dental e arcadas dentárias.

3 METODOLOGIA

Para realização do estudo foram realizadas buscas em livros de odontologia que


abrangem os temas de histologia e embriologia oral e anatomia dentária e nas bases
de dados MEDLINE, LILACS e SCIELO, vinculadas à biblioteca virtual BIREME e
Pubmed e Google acadêmico, com base em artigos originais.

4 DESENVOLVIMENTO

Os dentes decíduos e permanentes possuem diferenças na sua forma anatômica e


na composição dos minerais, porém desenvolvem-se da mesma forma desde a
gestação em um período denominado odontogênese que ocorre pela interação do
epitélio oral com o ectomesênquima subjacente, dando origem à banda epitelial
primária e, seguidamente a lâmina dentária. (TORRES, 2018; KATCHBURIAN;
ARANA, 2017).
“Os germes dentários, seguem subsequentemente as fases de botão, capuz,
campânula, coroa e raiz. ” (KATCHBURIAN; ARANA, 2017)
Nessa sequência de fases, o germe dentário passa por modificações morfológicas
consecutivas em suas células, o germe dentário é formado por uma estrutura
ectodérmica que dá origem ao esmalte, e pela porção mesodérmica que dará origem
à dentina, polpa dentária, cemento e as demais estruturas de suporte do elemento
dental. (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2017).

A dentição decídua começa a aparecer na cavidade oral por volta dos 6 meses de
idade e sua erupção completa ocorre por volta dos dois anos e meio, sendo
substituídos pelos dentes permanentes a partir dos seis anos de idade, inicialmente
com o nascimento dos primeiros molares inferiores e o último dente decíduo é
substituído por volta dos 11 anos. (MAIA; FARIA; REHER, 2010).

4.1 DENTIÇÃO DECÍDUA


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A dentição decídua apresenta um total de 20 dentes, contendo 10 na arcada superior


e 10 na arcada inferior. Em cada hemi-arcada há 2 incisivos (central e lateral), 1
canino e 2 molares. A dentição decídua possui particularidades distintas que a
diferenciam da dentição permanente, por isso os cirurgiões dentistas devem estar
bem preparados para o atendimento infantil, com um bom domínio sobre as
características dessa primeira dentição. (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2017)

4. 2 MORFOLOGIA DOS DENTES DECÍDUOS

 Coroa: A dentição decídua se assemelha na forma geral dos dentes


permanentes, especificamente em relação aos incisivos e caninos, dos quais
as coroas se assemelham de maneira bem próxima às coroas dos
correspondentes permanentes. Em relação aos molares, o primeiro molar
possui uma forma específica, similar a um pré-molar de antropóides. O
segundo molar decíduo é semelhante ao primeiro molar permanente. As
coroas dos dentes decíduos se apresentam relativamente bem mais
volumosas, principalmente nos terços cervicais, o esmalte é bem espesso,
sobretudo nas faces vestibular e lingual, levando ao estreitamento do espaço
do colo em relação a coroa.
Na região mésio-vestibular dos molares decíduos, as elevações que são
denominadas de Bossa são tão desenvolvidas que são chamadas de
tubérculo molar, sendo um bom atributo para definir qual lado o dente é
localizado.

 Colo: O colo dentário na dentição decídua apresenta a depressão mais


marcada, em razão da espessura volumosa da área cervical das coroas,
principalmente nos molares.
 Raiz: As raízes são relativamente maiores, mais claras e mais delgadas do
que os permanentes. Nos decíduos anteriores, as raízes são maiores em
relação a coroa e mais delgadas no sentido mésio-distal.
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 Cavidade pulpar: Os cornos pulpares são mais altos nos molares decíduos,
particularmente os mesiais, a espessura de dentina é relativamente maior,
sobre a parede pulpar na fossa central dos molares. (MAIA; FARIA; REHER,
2010).

4.3 ANATOMIA DA DENTIÇÃO DECÍDUA

 Incisivo central superior: Apresenta coroa bastante achatada no sentido


vestibulolingual e rebordo acentuado junto ao colo, sua largura mesiodistal é
maior que a medida cervicoincisiva, ao contrário de seu sucessor permanente,
sendo essa face muito reta e com seus sulcos quase imperceptíveis, mais
frequentes no terço incisal. Seu lado distal é mais convexo, enquanto o mesial
é bem plano. Em algumas situações o ângulo distoincisal é mais arredondado,
mas quase sempre se apresenta reta.
A face lingual possui cristas marginais mesial e distal e um cíngulo bem
volumoso. As faces proximais possuem os ângulos arredondados e são
triangulares, a raiz desse elemento dental é duas vezes mais longa que a
coroa, geralmente é cônica, com um leve achatamento no sentido
vestibulolingual. Sua cavidade pulpar é relativamente volumosa em
comparação ao tamanho do dente.

 Incisivo lateral superior: Apresenta face vestibular bem convexa, com sulcos
de desenvolvimento menos acentuados. Sua face lingual é estreita e côncava
devido a fossa lingual. As cristas marginais e o cíngulo são menos
proeminentes do que no incisivo central. A raiz se apresenta mais longa em
comparação a coroa do que no incisivo central, possui uma sinuosidade para
vestibular e para distal em seu terço apical.

 Incisivo central inferior: Apresenta forma de um trapézio alongado, com


base maior na borda incisiva, com face vestibular plana e sem sulcos de
desenvolvimento visíveis. As cristas marginais são menos pronunciadas do
que nos incisivos superiores, sua superfície lingual apresenta-se achatada nos
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terços médio e incisivo ou ainda apresentar uma pequena concavidade que


diz respeito a fossa lingual. As faces proximais apresentam contornos
totalmente convexos, são triangulares, com lados e ângulos arredondados.
Sua raiz é única, longa e com o dobro do tamanho da coroa. A cavidade pulpar
é mais larga na altura do cíngulo, o canal radicular é ovalado e único. Neste
elemento dentário há uma demarcação definida entre o canal radicular e a
câmara pulpar.

 Incisivo lateral inferior: Nesses dentes o cíngulo é mais desenvolvido e


levemente desviado para distal, a face lingual entre as cristas marginais pode
ser mais longa. A superfície distal é mais convexa e menor do que a mesial.
A raiz apresenta um desvio para vestibular e para distal em seu terço apical.

 Canino superior: A coroa desse elemento dentário possui um estreitamento


na cervical em comparação à largura na mesiodistal. As dimensões
mesiodistal e cervicoincisiva são relativamente iguais, a face vestibular é
bastante convexa, principalmente no terço cervical, onde percebe-se a
presença de um túber. Na face lingual há duas cristas marginais (distal e
mesial), fazendo com que essa face seja convexa no terço cervical e côncava
nos terços médio e incisivo. As faces proximais possuem lados arredondados
e são triangulares, sua superfície distal é mais convexa e menor, possui ponta
de cúspide levemente distalizada. A raiz do canino apresenta-se robusta nos
terços médio e cervical e ligeiramente inclinada para vestibular no terço apical
com forma cônica e com duas vezes o comprimento da coroa.

 Canino inferior: Possui face vestibular convexa nos dois sentidos,


particularmente no terço cervical, onde é possível observar a presença de um
tuber. Sua aparência mais alongada do que o seu antagonista é devido ao fato
de sua coroa ser mais alta do que larga. A face lingual se apresenta menor do
que a vestibular, pelo fato de a coroa convergir para a lingual, nessa face há
apenas uma fossa, sendo essa a diferença mais marcante entre os caninos
inferiores e superiores. A crista incisal é centralizada e reta, a borda distal da
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cúspide e maior do que a mesial. A raiz tem por volta de duas vezes o
comprimento da coroa e se apresenta ligeiramente achatada no sentido
mesiodistal.

 Primeiro molar superior: Possui coroa com o formato cúbico irregular, é mais
alta do que larga e há um grande estreitamento no colo. Apresenta as
cúspides mesiovestibular e distovestibular, com poucos sinais de sulcos de
desenvolvimento entre elas. Sua superfície é na maior parte plana com
exceção do terço cervical que possui um terço cervical bem perceptível, mais
protuberante do lado mesial em que há a formação do tubérculo de
Zuckerkandl. A superfície oclusal pode ter três ou quatro cúspides, a maior é
a lingual, seguida pela mesiovestibular e a distovestibular, quando há a quarta
cúspide, essa é denominada distolingual e é bem pequena. Possui três raízes,
sendo duas vestibulares e uma lingual, a raiz distovestibular é mais curta e
reta, a raiz lingual é mais longa e curvada, a câmara pulpar apresenta três ou
quatro cornos pulpares, cada raiz tem um canal radicular único. (GUEDES-
PINTO; MELLO-MOURA, 2017).

 Segundo molar superior: Este elemento dentário é bem semelhante ao


primeiro molar permanente, apresenta um maior volume do que o primeiro
molar decíduo, podendo serem observadas como principais diferenças a
presença da bossa vestibular, face oclusal mais rasa, colo mais estreito, furca
mais próxima da linha cervical e as raízes mais divergentes. (MAIA, FARIA,
REHER, 2010). Por lingual apresenta duas cúspides, uma mesial e uma distal,
por esse lado observa-se o tubérculo de Carabelli, porém pouco desenvolvido.
Ao comparar as faces mesial e distal, a coroa se apresenta menor e mais
convexa por distal. Há quatro cúspides bem proeminentes, sendo a
mesiolingual a maior, consecutivamente pela mesiovestibular, distovestibular
e a distolingual, a menor. Apresenta duas raízes vestibulares e uma lingual. A
cavidade pulpar é composta por uma câmara ampla e três canais radiculares,
há quatro cornos pulpares, o mais protuberante é o mesiovestibular e cada
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raiz apresenta somente um canal radicular. (GUEDES-PINTO; MELLO-


MOURA, 2017).

 Primeiro molar inferior: Não se assemelha a nenhum dente decíduo ou


permanente, porém suas raízes estão posicionadas da mesma forma que os
molares inferiores permanentes. A coroa se apresenta mais longa no sentido
mésiodistal do que no sentido vestíbulolingual, porém é uma característica em
ambas as dentições. Duas cúspides vestibulares são observadas, o sulco de
desenvolvimento entre elas não é muito evidente, por lingual apresenta duas
cúspides com um sulco de desenvolvimento entre elas, essa face é menor,
menos inclinada e mais convexa que a vestibular. A crista marginal mesial
pode se assemelhar a uma cúspide, pois é bem desenvolvida, mais
desenvolvida que a distal que é reta e menos proeminente. A forma da
superfície oclusal é bem achatada no sentido vestibulolingual e alongado no
sentido mesiodistal. Este elemento dentário possui quatro cúspides, cujas
pontas se aproximam muito no sentido vestibulolingual. Apresenta duas
raízes, a mesial e a distal, são largas, bem separadas, planas e muito
achatadas, afastando- se significativamente do terço apical. Sua cavidade
pulpar apresenta a câmara pulpar que acompanha a forma externa da coroa,
há quatro cornos pulpares, o maior é o mesiovestibular, a raiz distal apresenta
apenas um canal radicular e a raiz mesial apresenta dois canais radiculares.
(MAIA, FARIA, REHER, 2010); (GUEDES-PINTO; MELLO-MOURA, 2017).

 Segundo molar inferior: Este dente apresenta características muito similares


ao primeiro molar permanente, exceto pelo tamanho reduzido e a constrição
típica do colo. Apresenta cinco cúspides, podendo ser descritas de forma
decrescente de dimensão: mesiolingual, distolingual, distovestibular,
mesiovestibular e distal as duas raízes, mesial e distal, são duas vezes
maiores que a coroa, sendo separadas, longas e delgadas. A câmara pulpar
apresenta cinco cornos pulpares que corresponde às cinco cúspides, a raiz
mesial apresenta dois canais radiculares e a distal somente um. (GUEDES-
PINTO; MELLO-MOURA, 2017).
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4.4 DENTIÇÃO PERMANENTE

Sendo iniciada por volta dos 5 aos 7 anos de idade e se completa por volta dos 18
aos 21 anos. Constituída por 32 dentes, 16 na arcada inferior e 16 na arcada superior.
Em cada hemiarcada há 2 incisivos (1 central e 1 lateral), 1 canino, 2 pré-molares e
3 molares. É importante ressaltar que os dentes decíduos são substituídos pelos
incisivos, caninos e pré-molares permanentes, os molares permanentes são
monofisários, ou seja, não substituem nenhum dente. (TEIXEIRA; REHER; REHER,
2010)

4.5 ANATOMIA DENTES PERMANENTES

 Incisivo central superior: Sua coroa é semelhante a um pentaedro irregular,


contendo uma face cervical virtual e as faces vestibular, mesial, distal e lingual
e uma borda incisal. O colo apresenta forma de um trapézio, podendo variar
sendo semelhante a um triângulo de ápice lingual. É um elemento dentário
que apresenta uma única raiz, normalmente é reta e o comprimento é um
pouco maior que a coroa, as faces são convexas, visto que as faces vestibular
e proximais bem definidas, porém a face lingual, resume-se a uma borda
espessa e arredondada. O ápice da raiz normalmente é arredondado,
podendo apresentar inclinações no sentido distal ou não. (REHER, 2010).

 Incisivo lateral superior: No geral apresenta características bem parecidas


com o incisivo central superior, porém menores em todas as proporções e uma
redução mais acentuada no sentido mésio-distal sucedendo-se em uma coroa
mais esguia e estreita. No colo apresenta as mesmas características
anatômicas definidas para o incisivo central, porém com concavidades mais
fechadas. Apresenta uma única raiz sem ramificação com forma cônico-
piramidal, assim como no incisivo central, contudo mais delgada e achatada
no sentido mésio-distal.
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 Incisivo central inferior: Apresentam o formato de um pentaedro bem


achatado no sentido mésiodistal, o colo possui um formato ovóide bastante
achatado no sentido mésiodistal. A proporção da face vestibular é bem maior
do que a face lingual, a linha cervical nas faces lingual e vestibular possui uma
concavidade direcionada para a coroa, nas faces proximais essa concavidade
é mais voltada para a raiz sua raiz é retilínea, sem ramificações e única com
um formato oval e um acentuado achatamento mesiodistal e sulcos
longitudinais perceptíveis, o ápice da raiz pode inclinar-se levemente para a
vestibular ou distal.

 Incisivo lateral inferior: Possui o mesmo formato do incisivo central inferior


(pentaedro achatado), sendo que o colo também apresenta as mesmas
características anatômicas do incisivo central, sua raiz é única, assim como a
coroa é maior em todas as proporções, mais comprida e com os sulcos
longitudinais mais visíveis e profundos do que o incisivo central inferior.

 Canino superior: A coroa dos caninos é convexa, quase não possui


acidentes anatômicos, formada por uma grande quantidade de dentina,
proporcionando grande força e resistência ao elemento dental. O colo possui
a forma de um triângulo com ângulos arredondados, o canino superior possui
as raízes mais compridas e resistentes de todos os dentes que compõem
arcada dentária, evidenciando uma protuberância do alvéolo denominada
eminência canina.

 Canino inferior: Menor do que o canino superior em todas as proporções,


tem o formato semelhante a um pentágono, um achatamento da proporção
mésiodistal ocasiona um estreitamento da coroa, fazendo com que pareça
mais delgada do que o canino superior. O colo apresenta uma forma oval com
achatamento mésiodistal. A raiz normalmente é unirradicular, porém pode
apresentar bifurcações em alguns casos, sendo uma raiz vestibular e uma
lingual. Ao comparar com canino superior, a raiz possui o mesmo formato,
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porém mais achatada no sentido mésiodistal e com um comprimento menor.


(TEIXEIRA; REHER; REHER, 2010).

 Primeiro pré-molar superior: A coroa é semelhante a um cubo apresentando


uma face cervical virtual e as faces mesial, distal, vestibular, lingual e oclusal.
O colo possui forma ovalada com achatamento mésiodistal, a linha cervical
apresenta nas faces livres o formato de um arco com a concavidade
direcionada para a coroa, nas faces proximais possui a forma de um arco mais
aberto, com concavidade voltada para a raiz. A raiz dos pré-molares pode ser
unirradiculada birradiculada ou trirradicular. Os primeiros pré-molares
birradiculados são os mais frequentes, apresentam raízes esguias com ápices
delgados e forma cônico-piramidal. A raiz lingual apresenta uma forma cônica
com corte circular. A raiz vestibular é mais longa, espessa e com forma mais
piramidal.

 Segundo pré-molar superior: Apresenta um comprimento ligeiramente


menor do que o primeiro molar superior, anatomicamente são semelhantes,
porém possui características próprias que permitem diferenciá-lo
corretamente. Sua coroa apresenta um formato de cubo, idêntico ao primeiro
pré-molar superior, contendo as faces mesial, distal, vestibular, lingual, oclusal
e uma face cervical virtual, a diferença presente é a cúspide lingual com um
tamanho maior. No colo apresenta as mesmas características do primeiro pré-
molar superior. Geralmente é unirradicular, com forma cônico-piramidal e um
acentuado achatamento mésiodistal. A raiz é semelhante à do primeiro pré-
molar com uma inclinação distal, a ápice pode se angular para a distal ou às
vezes para a vestibular.

 Primeiro pré-molar inferior: Sua coroa apresenta um formato cúbico-


cilíndrica com as faces mesial, distal, vestibular, lingual e oclusal, além de uma
face cervical virtual. A cúspide lingual que representa o caráter bicuspidado
do dente é quase inexistente se reduzindo a um tubérculo. O colo apresenta
forma ovalada ou circular, com um achatamento mésio-distal discreto. A linha
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cervical é sinuosa, com um formato de semicírculo nas faces livres com


concavidade voltada para a coroa e nas faces proximais a forma de um arco
com concavidade direcionada para a raiz. Este elemento dentário
normalmente é unirradicular, podendo ter uma bifurcação no ápice da raiz,
nesses casos um ramo da raiz posiciona-se para a vestibular e outro para a
lingual. (TEIXEIRA; REHER; REHER, 2010).

 Segundo pré-molar inferior: A coroa apresenta formato cúbico-cilíndrico,


com as faces mesial, distal, oclusal, vestibular e lingual. O colo do segundo
pré-molar possui forma circular ou oval com achatamento mésiodistal,
geralmente é unirradicular, em raros casos apresenta bifurcação. Sua raiz
possui sulcos largos e rasos nas faces proximais, o ápice é afunilado ou
arredondado e pela deposição de cemento secundário pode se apresentar
espesso. Normalmente a raiz se inclina para a distal e sua curvatura para o
mesmo sentido é frequente. (REHER, 2010)

 Primeiro molar superior: A coroa é achatada no sentido cérvico-oclusal com


o diâmetro vestibulolingual maior do que o diâmetro mésiodistal. A linha
cervical normalmente é retilínea em todas as faces que circula o dente no
mesmo nível. É um dente trirradicular contendo duas raízes vestibulares
(mésio-vestibular e distorradicular) e uma raiz lingual.

 Segundo molar superior: A coroa possui formato idêntico ao primeiro molar


superior, constituídos pelas faces mesial, distal, lingual, vestibular e oclusal.
O colo possui as mesmas características do primeiro molar superior, as raízes
são menores em comparação ao primeiro molar, também é um dente
trirradiculado, com duas raízes vestibulares e uma lingual.

 Primeiro molar inferior: A coroa é bem volumosa e semelhante a um cubo,


apresentando um diâmetro mesiolingual maior que o diâmetro
vestibulolingual. O colo possui uma linha cervical sinuosa, côncava para as
raízes nas faces proximais e retilínea ou côncava para a coroa nas faces livres,
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o primeiro molar inferior é birradicular na maioria dos casos, com raízes bem
achatadas no sentido mésiodistal.

 Segundo molar inferior: Apresenta coroa bem volumosa, com as mesmas


características do primeiro molar inferior, o diâmetro mesiodistal é maior que
o diâmetro vestíbulolingual. As mesmas características anatômicas de colo do
primeiro molar inferior aparecem para o segundo molar, na raiz também
apresenta as mesmas características, porém as raízes são mais próximas e
com maior número de fusionamentos. (REHER, 2010)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dentes decíduos e permanentes possuem características distintas que permitem


diferenciá-los e é de grande importância para o cirurgião dentista ter esse
conhecimento para evitar problemas durante os procedimentos e para o
entendimento do processo de desenvolvimento dos indivíduos e seu crescimento
ósseo.

6 REFERÊNCIAS

GUEDES-PINTO, Antônio Carlos; MELLO-MOURA, Anna Carolina Volpi.


Odontopediatria. 9. ed. Rio de Janeiro: Santos Editora, 2017.

KATCHBURIAN, Eduardo; ARANA, Victor. Histologia e embriologia oral 4. ed. Rio


de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda., 2017.

MAIA, Fernanda Bartolomeo Freire; FARIA, Cristina de Freitas; REHER, Vanessa


Goulart Sampaio. Dentição decídua. In: TEIXEIRA, Lucilia Maria de Souza; REHER,
Peter; REHER, Vanessa Goulart Sampaio. Anatomia aplicada à odontologia. 2.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda., 2010. Cap. 21. p. 278-292.
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REHER, Vanessa Goulart Sampaio. Grupo dos molares. In: TEIXEIRA, Lucilia Maria
de Souza; REHER, Peter; REHER, Vanessa Goulart Sampaio. Anatomia aplicada
à odontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda., 2010. p. 265-277

TORRES, Sandra Regina Mendes. Caracterização comparativa do esmalte de


dentes decíduos e permanentes por espectroscopia Raman. 2008. 51 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Odontologia, Universidade de Brasília, Brasília,
2008.

TEIXEIRA, Lucília Maria de Souza; REHER, Peter; REHER, Vanessa Goulart


Sampaio. Anatomia aplicada à odontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan Ltda., 2010.

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