Percepção Ambiental
Percepção Ambiental
Percepção Ambiental
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
intuições e vivências, como também de acordo com as suas dimensões sociais, culturais,
históricas e paradigmáticas.
Posto isto, existe um mundo concreto e externo, bem como um mundo percebido
e interno, sendo ambos presentes na vida de qualquer sujeito. No entanto, a tendência é
que o Homem ocidental leve apenas em conta o mundo concreto, por influência
inexorável da objetividade e da racionalidade da ciência moderna.
Como forma de se opor a esse pensamento, elaborou-se esse artigo sob a
incumbência de atingir três objetivos específicos: levantar alguns pressupostos da
Fenomenologia, os quais adotados epistemologicamente pela Percepção Ambiental
(PA); apresentar um breve histórico da Percepção Ambiental e alguns de seus conceitos;
e por último, tentar fazer uma aproximação entre percepção e Educação Ambiental
(EA).
Esse trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica e faz parte da
dissertação de Mestrado2, defendida no 1º semestre de 2009, pelo primeiro autor desse
artigo no Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC Minas.
Assim sendo, serão levantados inicialmente alguns pressupostos da
Fenomenologia. Na seqüência será apresentado um breve histórico da PA e alguns de
seus conceitos. E por fim se estabelecerá uma aproximação entre percepção e EA.
2 FENOMENOLOGIA
2
“Meio Ambiente e Educação Ambiental: as percepções dos docentes do Curso de Geografia da PUC
Minas – Unidade Coração Eucarístico”.
mundo”. Para a Fenomenologia toda consciência tende para o mundo, toda consciência
é consciência de alguma coisa que nos chama a atenção (SILVEIRA; UEDA, 1995).
O trabalho de Husserl era diferente e, ao mesmo tempo, similar ao do filósofo e
matemático francês René Descartes (1596-1650). Em “Ideas”, sua principal obra,
Husserl usa a Fenomenologia como auxílio, visando a tornar a Filosofia uma ciência
rigorosa, mas de modo distinto das ciências naturais. Essas ciências, para Husserl
(1962), supõem um mundo autônomo fora do pensamento humano. Em contrapartida,
esse pensador queria estudar, segundo Ozmon e Craver (2004), a intuição original das
coisas externas, ou seja, queria estudar a nossa compreensão original consciente das
coisas – na condição de seres humanos – antes de começarmos a dar-lhes significado e
interpretação. Seu campo de investigação era o nível de consciência pré-conceitual, os
dados originais e imediatos da consciência, tendo a Fenomenologia, certamente, o
objetivo de descrição pura da realidade (DARTIGUES, 1973).
Em contraponto ao positivismo e sua pretensa objetividade e neutralidade
científica, a Fenomenologia de Husserl possibilita a retomada da humanização da
ciência, estabelecendo uma nova relação entre sujeito e objeto, Homem e mundo,
considerando-os pólos inseparáveis, sob dois traços fundamentais: identificar o
fenômeno e sua essência.
Segundo Triviños (1987) e Bicudo (1997) o método fenomenológico – que é
usualmente designado como trajetória pelos fenomenólogos – não é dedutivo nem
empírico, mas consiste em mostrar aquilo que se acha presente e esclarece o que é
aparente. Em outras palavras, não se explica por meio de leis nem se deduz à base de
princípios, mas apenas vê, imediatamente, o que se acha ante a consciência, sob uma
forma objetiva. A objetividade, nesse intento, é considerada como a busca da essência e
análise da existência – diferentemente dos positivistas que não compreendem que cada
objeto sensível e individual possui uma essência (SILVEIRA; UEDA, 1995).
Nesse raciocínio, Dartigues (1973) e Triviños (1987) relatam que Husserl se
preocupava em fazer uma ciência que valorizasse a experiência vivida3 dos sujeitos,
mas que também tivesse rigor e escapasse do subjetivismo, psicologismo e relativismo.
Esse filósofo pensou na intersubjetividade como forma de validar a Fenomenologia.
Bicudo (1997) expõe a trajetória fenomenológica pensada por Husserl, a qual é
3
Segundo a qual se difere completamente da experiência empírica positivista.
constituída de três momentos que não devem ser vistos como lineares, são eles: o
epoché4, a redução5 e a compreensão (interpretação) fenomenológica.
Em outras dizeres, o pesquisador fenomenológico, após destacar um
determinado fenômeno (epoché), possui uma dúvida que o acompanha e/ou que lhe
chama a atenção. Essa dúvida diz respeito à essência do fenômeno e que perpassa
sempre pela intenção de conhecê-lo, compreendê-lo, descrevê-lo e/ou interpretá-lo, mas
nunca de explicá-lo. Segundo Bicudo (1997) e Machado (1997) essa é a fase do pré-
reflexivo que passa a se tornar reflexivo quando o pesquisador fenomenológico vai de
encontro com o fenômeno de modo intersubjetivo. Tal reflexão advém, justamente, da
busca da essência do fenômeno por meio da interpretação fenomenológica, mais
precisamente, através da análise ideográfica e nomotética.
Na fase ideográfica
[...] o pesquisador procura por unidades de significado, o que faz após várias
leituras de cada uma das descrições. [...] o trabalho segue, então, ancorado
nessas unidades de significado que são, depois de recolhidas, transcritas para
a linguagem do pesquisador, no discurso mais próprio da área na qual a
pesquisa se insere. Articulando as compreensões que resultaram dessa
seleção das unidades de significado, o pesquisador trata de agrupá-las em
categorias – ditas abertas – mediante reduções fenomenológicas
(MACHADO, 1997, p.40-43; GARNICA, 1997, p.115, grifos nosso).
4
É quando se põe o fenômeno em suspensão, destacando-o dos demais co-presentes ao campo perceptual
do pesquisador (BICUDO, 1997).
5
É a seleção das partes da descrição consideradas essenciais ao fenômeno (BICUDO, 1997). Para
maiores detalhes consultar Husserl (2000).
Portanto, para Merleau-Ponty (1994), mundo é aquilo que nos percebemos e não
fruto do significado mundo. O ser humano com o seu corpo está no mundo e é através
dele que nós o e si conhecemos. O mundo pulsa entre os meios múltiplos de
significados, pois ele é um campo de percepções, compreensões, pensamentos e
sentidos.
E ainda,
tudo aquilo que sei do mundo, mesmo que por ciência, eu sei a partir de uma
visão minha ou de uma experiência do mundo sem a qual os símbolos da
ciência não poderiam dizer nada [...] Retornar às coisas mesmas é retornar a
este mundo anterior ao conhecimento do qual o conhecimento sempre fala
(MERLEAU-PONTY, 1994, p.3).
3 OS ESTUDOS DE PERCEPÇÃO
6
Gestalt, palavra alemã, sem tradução exata em português, refere-se ao que é "exposto ao olhar", "o que é
colocado diante dos olhos". A Gestalt ou Psicologia da forma, surgiu no início do século XX e,
diferente da gestalt-terapia, criada pelo psicanalista alemão Fritz Perls (1893-1970) na década de 1940,
trabalha com dois conceitos: supersoma e transponibilidade. A supersoma seria a indivisibilidade do
todo por meio de suas partes, pois o todo é maior que a soma de suas partes. A transponibilidade se
refere à supervalorização da forma, ou seja, independentemente dos elementos que compõem um
determinado objeto, a sua forma é que sobressai (WIKIPÉDIA, 2008).
7
Em inglês “Association of American Geographers”.
8
Em francês “L’ Homme et la terre: nature de la réalité géographique”.
9
Elo afetivo entre a pessoa e o Lugar (TUAN, 1980; 1983).
10
Relação de ódio ou de repulsa ao Lugar (TUAN, 1983).
11
Sentimento de destruição do Lugar (TUAN, 1983).
Amorim Filho (1992) e Marin (2008) são uníssonos em dizer que, as pesquisas
em PA viriam consolidar-se efetivamente no mundo como uma das linhas mestras dos
estudos do ambiente humano a partir do momento em que, durante a década de 1970, a
União Geográfica Internacional criou o “Grupo de Trabalho de PA” e a Organização
das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) incluiu em seu
“Programa Homem e Biosfera13”, o Projeto 13: “Percepção da Qualidade Ambiental”. O
primeiro previa a realização de uma série de estudos internacionais comparativos sobre
os “riscos do ambiente” e os “lugares e paisagens valorizadas”. Já o segundo enfatizava
o estudo da percepção do MA – mediante a interação da população em diversas cidades
no mundo – como uma contribuição fundamental para a gestão de lugares e paisagens
que têm importância para a humanidade do ponto de vista cultural.
No Brasil, a partir também da década de 1970, tal abordagem ganha corpo,
sendo a geógrafa brasileira Lívia de Oliveira a principal responsável por essa
propagação. Como pioneira dos estudos de PA no país, Lívia traduziu as obras de Tuan
(1980; 1983), além da tradução e elaboração de várias outras publicações junto com
colegas professores da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
(UNESP) em Rio Claro-SP, inclusive, com a geógrafa brasileira Lucy Marion C. P.
Machado.
Amorim Filho assinala o importante papel de Lívia de Oliveira acerca desse
conhecimento no país:
[...] um dos mais expressivos centros de estudos e de pesquisadores filiados e
essa corrente no Brasil é justamente a UNESP de Rio Claro-SP, principal
núcleo irradiador dos estudos de percepção ambiental, sob a liderança das
geógrafas Lívia de Oliveira e Lucy Marion C. P. Machado, que conseguiram
formar um grupo numeroso de discípulos, não apenas em Rio Claro-SP como
também em todo país. Além das muitas pesquisas e publicações pessoais, as
duas professoras orientaram algumas dezenas de dissertações e teses dentro
da temática geral da Geografia Humanística e, em particular, da percepção e
12
Local do vivido, do pensado e do sentir através do corpo e por meio de símbolos construídos no plano
da cultura e da História, que possuem significado por quem o constrói e o usa (TUAN, 1983).
13
Em inglês “Man and Biophere”.
14
Semiótica compreendida como a área do conhecimento que se dedica ao estudo dos signos, ou seja, de
tudo aquilo que é produzido e pode ser interpretado.
Oliveira (2002) salienta que o MA, seja ele qual for, é definido conforme a
percepção que cada sujeito faz da realidade que o cerca. A questão é: se há uma
diversidade de conceitos de MA – partindo do pressuposto que o mesmo é construído
culturalmente por diferentes Homens no plano da cultura e da História – da mesma
forma, também há uma multiplicidade de conceitos de PA.
Logo, no entender de Ferrara (1993), a PA é definida como operação que exibe a
lógica da linguagem, tendo a qual a função de organizar os signos expressivos dos usos
e dos hábitos de um lugar. É uma tentativa de explicação da imagem de um lugar,
veiculada nos signos que uma comunidade constrói em torno de si. Nessa acepção, a PA
é revelada mediante uma leitura semiótica da produção discursiva, artística e
arquitetônica de uma comunidade.
Em uma pesquisa na periferia de São Paulo, Ianni (2000) utiliza o conceito de
PA como uma representação que uma população tem sobre o seu MA. A esse sentido se
agregam termos como valores, identidades, interpretações sobre as relações e os
conhecimentos acumulados dos processos vitais.
Tuan (1980), que se dedica a entender as interfaces do Homem com o MA,
considera percepção como a resposta dos sentidos aos estímulos externos, como
também a atividade proposital na qual certos fenômenos são claramente registrados,
enquanto outros retrocedem para a sombra e são bloqueados. Segundo esse geógrafo,
muito do que é percebido tem valor – na acepção de significado – para as pessoas, de
acordo com as seus interesses, necessidades, visões de mundo15 e experiências vividas.
Aliás, o conceito de experiência é de suma importância no pensamento e nas
reflexões de Tuan (1983), podendo ser definido como todas as modalidades pelas quais
o ser humano apreende, constrói e vivencia a realidade, o MA. Tais experiências estão
ligadas direta ou indiretamente às visões de mundo, aos interesses e as necessidades das
pessoas (TUAN, 1980).
Piaget citado por Oliveira (1978) pensa a percepção como o conhecimento
originado do contato efetivo, direto e imediato do sujeito com os objetos e seus
15
É a experiência conceitualizada a partir de um sistema estrutural de crenças. Ela é pessoal e
sociocultural (TUAN, 1980).
Tuan (1983) também faz uma reflexão sobre as múltiplas maneiras pelas quais
as pessoas sentem, pensam e agem nos espaços e nos lugares, tendo a experiência como
item proeminente na construção da realidade. Assim, o espaço é algo aberto, livre,
amplo, vulnerável, desprovido de valores e de qualquer ligação afetiva. Não há no
espaço padrões estabelecidos que revelem algo, ou seja, é como se o mesmo fosse uma
folha em branco na qual se pode imprimir qualquer significado. Por outro lado, o lugar é
algo fechado, íntimo, seguro e humanizado, pois representa um mundo com significado
para quem o erige e o vive. O lugar é a dimensão do mundo vivido e das experiências
diárias dos sujeitos, como também é um espaço carregado de valores simbólicos que
possui importância para indivíduos e coletividades.
Frisa-se que a leitura fenomenológica de Tuan acerca das experiências diante
dos espaços e lugares, valoriza o Homem enquanto sujeito qualitativo e subjetivo, mas
em perene interação com o meio que o cerca, logo, o destaca também como um sujeito
cognitivo, afetivo e intersubjetivo.
16
Na concepção de Berna (2004) e Dias (2004) a EA pode ser classificada de acordo com o lugar onde é
exercida. Assim, a formal se refere às atividades pedagógicas desenvolvidas no seio escolar, desde o
ensino infantil ao superior e sendo desempenhada de forma diversificada e interdisciplinar.
17
Essa diz respeito a toda atividade que se realiza extra-ambiente escolar, seja em espaços públicos ou
privados, e deve sempre prezar as expectativas, ações e participações das comunidades locais
(BERNA, 2004; DIAS, 2004).
18
Acepção externa e consensualmente coletiva.
19
Acepção interna e subjetiva para cada indivíduo.
praguicidas. Para ela, os agricultores teriam que primeiro se reconhecerem como MA20;
na seqüência, entenderem o conceito de risco ambiental, mais precisamente o risco
proveniente do uso de praguicidas; para no final perceberem que o uso desse tipo de
produto químico representa expressivo risco para o MA.
Em âmbito acadêmico no Brasil, principalmente no nível de Mestrado e
Doutorado, tem-se feito pesquisas com o intuito de se identificar às percepções de
discentes e de docentes sobre MA e EA como uma etapa prévia para se engendrar
Programas de EA. Destacam-se, nesse plano, as orientações de Michèle Sato na
Universidade Federal do Mato Grosso e de Salete Kozel na Universidade Federal do
Paraná.
Aclara-se que esses trabalhos supracitados, os quais articulam PA e EA, são
apenas alguns exemplos possíveis e que servem de ilustração para se entender tal
integração. Entretanto, não pode ter a ingenuidade de pensar que toda EA – a qual
valoriza as percepções dos sujeitos envolvidos no processo educativo e as incorpora em
seus Projetos e Programas – será emancipatória, crítica e participativa.
Nesse raciocínio, Loureiro (2004) aclara que a corrente conservadora21 de EA
pode até enfatizar, em sua prática, o autoconhecimento a partir da consciência corporal,
a percepção intuitiva de integração com o ambiente, a afetividade e os aspectos
cotidianos (mundo vivido) dos sujeitos, porém o faz – mas a rigor não faz – por
intermédio de métodos e técnicas pedagógicas tradicionais, cartesianas e restritivamente
quantitativas. Não há nesses casos, o intuito de promover diálogos éticos intersubjetivos
entre sujeitos e tampouco o compromisso de contextualizar as percepções individuais e
singulares das pessoas, referente ao seu ambiente próximo, com os processos de
reprodução e de desigualdade sócio-econômica, os quais, inclusive, geram intensas
degradações ambientais.
20
MA entendido no sentido mais amplo possível, abarcando os elementos físicos naturais (fauna, flora,
terra, água e ar) e também as diversas dimensões humanas (política, econômica, social, cultural,
religiosa, artística, filosófica e outras).
21
Segundo Ribeiro (2007; 2009) tal corrente se reveste epistemologicamente no ideal cartesiano, no
paradigma mecanicista e no positivismo lógico iluminista. Por conta disso, a mesma preza em suas
atividades pedagógicas o adestramento ambiental (BRÜGGER, 1999) e se move pela reprodução da
ideologia dominante da sociedade industrial, já que transmite (e não constrói) saberes tidos como
válidos pela pretensa neutralidade da ciência moderna; é apolítica e a-histórica, pois não contextualiza
histórica e filosoficamente os fatos ambientais; não exalta a inter e transdisciplinaridade; não possui o
intuito de formar sujeitos críticos, éticos, autônomos e criativos; dentre outras características. É uma
Educação estreitamente ligada ao manejo tecnicamente eficiente e ao modelo de desenvolvimento
sustentável.
22
De acordo com Ribeiro (2007; 2009) tal corrente possui bases epistemológicas nos princípios da física
quântica; no referencial marxista da Educação, mais precisamente na Pedagogia Crítica; na Pedagogia
Popular do educador Paulo Freire (1921-1997); no pensamento complexo do filósofo e sociólogo
francês Edgar Morin (1921- ); e no construtivismo de Piaget. A mesma preza em suas atividades
educacionais o conteúdo político e ético das questões ambientais, mediante uma real formação,
transformação e emancipação dos indivíduos; reinterpreta o saber produzido historicamente pela
ciência moderna, por meio da inter e transdisciplinaridade; e fomenta ações pedagógicas com base nas
experiências vividas dos sujeitos educandos; dentre outras características. É uma Educação interativa,
flexível e associada à construção de uma sociedade sustentável.
23
Esses se referem a testes com pacientes epiléticos, na década de 1960, nos EUA.
24
Visão, audição, olfato, tato, paladar, sentido espacial, temporal, dentre outros.
25
Segundo Morin (2005) o Homem é, a um só tempo biológico, físico, psíquico, social, cultural e
histórico.
26
Para Okamoto (1999) e Moraes (2004), à luz do construtivismo piagetiano, os seres humanos
apreendem e constroem a realidade através dos seus cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e
paladar – e por meio de outros sentidos. Moraes (2004) diz, de forma genérica, que esses outros
sentidos estão relacionados à complexidade e a riqueza do corpo humano. Já Okamoto (1999), de
maneira minuciosa, apresenta esses outros sentidos: espacial, cinestésico, proxêmico, do pensamento,
da linguagem e do prazer.
Basta lembrar que a crise ambiental atual não se reduz a exaustão dos recursos
designados como naturais pela ciência moderna iluminista, mas é, antes e acima de
tudo, uma crise de caráter histórico-filosófica, ou seja, é uma crise de percepção, de
valores e de atitudes que transformaram intensamente a maneira de pensar e de viver do
Homem ocidental em relação ao MA.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
27
Isso representa a admissão da igualdade de direitos e da cidadania, bem como reconhece que os
Homens são iguais do ponto de vista biológico – no que tange a sua condição de espécie humana – e
jurídico. A partir desse reconhecimento substancial e universal é que se podem valorizar as diferenças
psíquicas, físicas e culturais de indivíduos e de coletividades (CURY, 2005).
8 REFERÊNCIAS
BERNA, Vilmar. Como fazer educação ambiental. 2.ed. São Paulo: Paulus, 2004.
142p.
CURY, Carlos Roberto Jamil. Os fora de série da escola. Campinas: Armazém do Ipê,
Autores Associados, 2005. 89p.
DEL RIO, Vicente. Cidade da mente, cidade real: percepção e revitalização da área
portuária do Rio de Janeiro. In: DEL RIO, Vicente; OLIVEIRA, Lívia de (Orgs.).
Percepção ambiental: a experiência brasileira. 2.ed. São Carlos, SP: Studio Nobel,
Editora da UFSCar, 1999, p.3-22.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 9.ed. rev. e ampl.
São Paulo: Gaia, 2004. 551p.
LEE, Terence. Psicologia e meio ambiente. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro:
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OLIVEIRA, Lívia de. Percepção e representação do espaço geográfico. In: DEL RIO,
Vicente; OLIVEIRA, Lívia de (Orgs.). Percepção ambiental: a experiência brasileira.
2.ed. São Carlos, SP: Studio Nobel, Editora da UFSCar, 1999, p.187-212.
REIGOTA, Marcos. Meio Ambiente e representação social. 5.ed. São Paulo: Cortez,
2002. 87p.
SILVEIRA, Rogério; UEDA; Vanda. Sobre Geografia Humanística. Ágora, Santa Cruz
do Sul, v.1, n.1, p.47-59, mar. 1995.