DREYFUSS. 1964 A Conquista Do Estado

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René Armand Dreifuss

A CONQUISTA
DO ESTADO
Ação Política, Poder e Golpe de Classe
René Armand Dreifuss

1964: A CONQUISTA DO ESTADO


Ação Política, Poder e Golpe de Classe

Traduzido pelo Laboratório de


Tradução da Faculdade de
Letras da UFMG por:
AYESKA BRANCA DE OLIVEIRA FARIAS
CERES RIBEIRO PIRES DE FREITAS
ELSE RIBEIRO PJRES VIEIRA (Supervisora)
GLÓRIA MARIA DE MELLO CARVALHO

Revisão Técnica:
RENÉ ARMAND DREIFUSS

3.a edição

Petrópolis
1981
SUMÁRIO

Agradecimentos, 11
Nota do Tradutor, 13
Lista de Abreviaturas, 15
Lista de Tabelas, 19

Capítulo I A FORMAÇÃO DO POPULISMO, 21


Notas bibliográficas, 38

Capítulo II A ASCENDÊNCIA ECONÔMICA DO CAPITAL MULTINACIO­


NAL E ASSOCIADO, 49
Introdução, 49
Penetração multinacional e integração da indústria. 49
Outros aspectos do processo de concentração, 60
Conclusão, 65
Notas bibliográficas, 66

Capítulo UI A ESTRUTURA POLÍTICA DE PODER DO CAPITAL MUL­


TINACIONAL E SEUS INTERESSES ASSOCIADOS, 71
Introdução, 71
1. Os intelectuais orgânicos do novo bloco econômico, 71
Empresários e tecn&empresários, 71
A tecno-burocracia, 73
Os oficiais militares. 77
2. A solidariedade de interesses do novo bloco econômico, 82
A. Escritórios de consultoria tecno-empresariai, 83
CONSULTEC: um estudo de caso de entrincheiramento burocrático-em­
presarial, 86
CONSULTEC: o escritório técnico. 86
CONSULTEC: o anel de poder burocrático-empresarial, 90
B. As associações de classe, 93
Apoio transnacional, 100
3. Da solidariedade econômica ao ativismo político, 101
C. A formação de grupos de ação 1BAD, 101
Conclusão, 104
Notas bibliográficas, 107
Capítulo IV A CRISE DO POPUUSMO. 125
Introdução, 125
1. O período de transição das táticas de lobbying ao governo, 125
2. A ascensão de um Executivo nacional-reformista, 130
3. A crise político-econômica do populismo, 132
4. A percepção da crise de autoridade, 136
Condmáo, 144
Notas bibliográficas, 146

Capítulo V A ELITE ORGÂNICA: RECRUTAMENTO, ESTRUTURA DE­


CISÓRIA E ORGANIZAÇÃO PARA A AÇÀO, 161
Introdução, 161
A íonnaçao do IPES, 162
Dimensões nacionais e internacionais, 162
A retratara de tomada de decisão, 172
A estrutura formal de autoridade, 173
Organização para a ação, 184
Os grupos de Estudo e Ação do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, 186
1. Grupo de Levantamento da Conjuntura — GLC, 186
2. Grupo de Assessoria Parlamentar — GAP, 190
3. Grupo de Opinião Pública — GOP, 192
4. Grupo de Publicações/Editorial — GPE, 194
5. Grupo de Estudo e Doutrina — GED, 196
O financiamento para a elite orgânica, 199
O Grupo de Integração — setor de ação empresarial, 199
A “limpeza" das contribuições financeiras, 203
A questão da contribuição transnacional, 205
Condusão, 208
Nota* bibliográficas, 209

Capítulo Vf A AÇÂO DE CLASSE DA ELITE ORGÂNICA: A CAMPANHA


IDEOLÓGICA DA BURGUESIA, 229
Introdoçâo, 229
Doar modalidades de ação, 231
Ação ideológica e social, 231
Doutrinação geral, 232
Guerra psicológica através do rádio e televisão, 244
Guerra psicológica através de cartuns e filmes, 250
Doutrinação especifica, 252
Conclusão, 259
Notas bibliográficas, 259

Capítulo VII A AÇÂO DE CLASSE DA ELITE ORGÂNICA: A CAMPANHA


POLÍTICA DA BURGUESIA. 281
Introdução, 281
A ação no meio estudantil e cultural, 282
Mobilização das classes médias e apoio feminino, 291
A contenção dos camponeses, 299
A ação entre as classes trabalhadoras industriais, 305
A ação política nos partidos políticos e no Congresso, 319
As fontes de finanças, 329
Conclusão, 337
Notas bibliográficas, 338

Capítulo VIII A AÇÃO DE CLASSE DA ELITE ORGÂNICA: O COMPLEXO


IPES/IBAD E OS MILITARES, 361
Introdução, 361
A presença do complexo IPES/IBAD nas Forças Armadas, 362
Os movimentos político-militares, 368
O grupo IPES/ESG, 369
Os extremistas de direita, 370
Os tradicionalistas, 371
MA maior conspiração das Américas** do General Olympio Moorão Filho, 373
Conclusão, 396
Notas bibliográficas, 397

Capítulo IX O COMPLEXO IPES/IBAD NO ESTADO — A OCUPAÇÃO DOS


POSTOS ESTRATÉGICOS PELA ELITE ORGÂNICA, 417
Introdução, 417
A tomada do poder do Estado: o domínio político dos interesses financeiro-
industriais multinacionais e associados, 419
A elite orgânica no Estado, 421
Conclusão, 455
Notas bibliográficas, 456

Capítulo X CONCLUSÃO, 481


Notas bibliográficas, 489

APÊNDICES, 497

APÊNDICE A — A composição dos acionistas da ADELA em 1972, 497


APÊNDICE B — Ligações econômicas da liderança e associados proeminentes
do IPES, 501
FONTES DO APÊNDICE B, 574
APÊNDICE C — Correspondência do CBP com Eneas Fonseca, 577
APÊNDICE D — Lista dos colaboradores da APEC — 1970, 585
APÊNDICE E — American Chamber of Commerce — Lista dos membros em
janeiro de 1964 , 589
APÊNDICE F — Membros corporativos do CLA (Council for Latin América)
em 1971, 617
APÊNDICE G — Correspondência da CONSEMP com o IPES, 621
APÊNDICE H — Lista de contribuintes do IPES. 627
APÊNDICE I — Lisu dos associados, contribuintes c colaboradores do IPES.
639
APÊNDICE J — Relatórios parciais da despesa do IPES cm 1962, seus orça­
mentos para 1963 e canas dc Ivan Hasslocher a Anhur Oscar Junqueira. 645
APÊNDICE K — Infiltração Comunista: Nomes e Entidades, 651
APÊNDICE L — Títulos dos Iístos e revistas de publicação e circulação a
cargo do IPES, 653
APÊNDICE M — Correspondência de B. Roguski com o IPES sobre a “Mo­
bilização Agrária do Paraná*' e a “Carta dc Pato Branco", 657
APÊNDICE N — Seleção de temas para os seminários patrocinados e organi­
zados pelo IPES; correspondência com Garrido Torres; atividades do grupo de
estudos. 669
APÊNDICE O — Correspondência de Sônia Seganfredo com o IPES, 689
APÊNDICE P — Sindicalistas brasileiros que paniciparam em cursos dc trei­
namento nos Estados Unidos, orientados pela CIA. de 1961 a 1964, 707
APÊNDICE O — Voto de recusa do Congresso à designação de Santiago
Dantas c position paper preparado pelo IPES-Rio, 711
APÊNDICE R — Carta de Jorge Oscar de Mello Flores a Glycon de Paiva, 721
APÊNDICE S — Carta de Hélio Gomide ao General Carlos Alberto Fontoura,
729
APÊNDICE T — Memorando de E. Físchlowitz a Paulo de Assis Ribeiro, 733
APÊNDICE U — "Levantamento da Ameaça Comunista" e carta à Coca-Cola
S A . 735
APÊNDICE V — Carta de Edgard Teixeira Leite à Confederação Rural Bra­
sileira, 743
APÊNDICE W — Lista dos associados e colaboradores do IPES ligados a
bancos. 745
APÊNDICE X — Carta do IPESUL ao IPES e correspondência de associações
e represemantes de classes ao IPES, 749
APÊNDICE Y — Minuta da carta do IPES a David Rockefcller e cartas do
CEO. 763
APÊNDICE Z — Atas das reuniões do IPES dc 23 de novembro de 1962,
dc 22 de janeiro de 1963 e dc 8 de abril de 1963, 769

BIBLIOGRAFIA, 793
AGRADECIMENTOS

Este livro é fruto de uma pesquisa cujo texto básico foi produzido ao longo
de três anos consecutivos. Ele encerra o percurso intelectual e acadêmico de uma
década de vivência como estudante universitário. Durante esse período, as mais
variadas pessoas me beneficiaram com seu diálogo e amizade. Lamentavelmente,
não posso expressar meu agradecimento a cada um em particular, pois a relação
seria extensa; entretanto, algumas pessoas merecem especial destaque. Aron Neu-
mann. in memoriam, foi modelo de persistência e dedicação, amigo nas horas
certas. O Prof. Aryeh Grabois. o Prof. Abraham Yassour e o Prof. Teodor Shanin
foram exemplos de seriedade acadêmica quando da minha passagem, como estu­
dante, pela University of Haifa. Israel. Tive o privilégio de participar, na Leeds
University, Inglaterra, do curso de mestrado sob a orientação do Prof. Ralph
Miliband e do Prof. Hamza Alavi; nesse fértil ambiente de discussão, expandiram-
se meus horizontes intelectuais e passei a esboçar muitas das questões e problemas
que levaram à definição da temática da minha tese, agora transformada em livro.
Na realização deste trabalho, usufruí da boa vontade de muitos amigos e colegas
da University of Glasgow. Escócia, que devotaram tempo e esforço, fazendo
críticas às versões preliminares. Agradeço especialmente a Otávio Dulci, que me
brindou com sua acurada compreensão da realidade brasileira, a Régis de Castro
Andrade, pelo diálogo frutífero e profunda sensibilidade, a Herbert de Sousa,
que visualizou o alcance deste trabalho e me incentivou a realizá-lo. e a Galeno
de Freitas, cujo conhecimento da vida política do Brasil foi de grande ajuda.
Meu reconhecimento vai para o Prof. Emil Rado. conselheiro para pós-graduados
da University of Glasgow. e para o Prof. Andrew Skinner. diretor do Comitê de
Pós-Graduação, sem cuja equilibrada intervenção no conflito que motivou a
mudança de orientador de tese eu não teria tido a tranquilidade para realizar
este trabalho. Minha gratidão é imensa para com o Dr. Simon Mitchell, que
assumiu a meio caminho a orientação da tese e cuja extrema dedicação, sensibi­
lidade e críticas perspicazes foram fundamentais para concluir a tese. Brian Pollitt.
professor e amigo, me estimulou durante a elaboração do trabalho e me deu
pleno apoio moral para enfrentar as dificuldades extrínsecas ao mérito da pes­
quisa. David Stansficld. Francis Lambert. Juhn Parker e Phil O’Bricn. professores
do Institutc of Lalin American Studies da University of Glasgow. também me
encorajaram. Desejo registrar meu agradecimento ao Social Science Research
Council da Grã-Bretanha. Sob os auspícios de seu desinteressado apoio, realizei,
de 1976 a 1980, a pesquisa de campo no Brasil e nos Estados Unidos da qual
extraí fundamentos para este livro. Uma grande parte da versão original deste
trabalho foi datilografada com muito empenho e carinho por Ruth Rae, em

11
Glasgow Também cooperaram May Townsley e Anne Rca. secretárias do ILAS.
Yvonne Guerrero e as bibliotecárias do ILAS e da Univcrsiiy of Glasgow. Fui
afortunado cm ler Else. Aycska, Ceres e Glória na tradução do livro, o que fizeram
com dedicação c senso profissional, corrigindo erros e ajudando a melhorar o
estilo. Agradeço-lhes, mesmo se nem sempre soube seguir os seus conselhos. Aureo,
a minha mulher, me deu seu apoio constante, sua companhia de todas as horas,
fundamental para quem trabalha sob a pressão dc realizar uma pesquisa desta
envergadura, mesmo cm detrimento de seus próprios estudos. A ela, por tanto...
e por muito mais.
Nenhuma das pessoas acima mencionadas tem responsabilidade alguma pelos
conceitos aqui emitidos, nem pelos dados e documentos apresentados, que é só
minha.

R. A. Drcifuss
NOTA DO TRADUTOR

O conteúdo histórico e a vasta documentação da tese Staie, class and the


organic elite: the formation of an entrepreneurial order in Brazil — 1961-1965,
da qual se originou a presente obra, levam-nos a esclarecer que:
a) um confronto do texto original inglês com o atual revela uma tradução
ampliada. £ que o Autor, na qualidade também de orientador técnico, valeu-se
da oportunidade para atualizar dados, fazer adendos e rever notas bibliográficas,
procurando, assim, melhor atender aos seus objetivos;
b) o livro contém citações originalmente em português que o próprio Autor
verteu para o inglês e que. posteriormente, traduzimos para o nosso vernáculo,
razão pela qual nos responsabilizamos pela equivalência semântica, mas não as­
seguramos ter havido uma tradução verbo ad verbum. Consequentemente, a fide-
dignidade de tais citações é de inteira responsabilidade do Autor.
Esclarecemos, outrossim, que empenhamo-nos em traduzir com a máxima
fidelidade a tese original, em detrimento, algumas vezes, do estilo.

Pela equipe de tradução,


Else R.P. Vieira
Supervisora de Inglês do Laboratório de Tra­
dução da Faculdade de Letras da Universidade
Federal de Minas Gerais.
Belo Horizonte, janeiro 1981.

13
LISTA DE ABREVIATURAS

ABA — Associação Brasileira de Anun­ AMAN — Academia Militar de Agulhas


ciantes Negras
ABCAR — Associação Brasileira de Cré AMES — Associação Metropolitana de
dilo e Assistência Rural Estudantes Secundários
ABDIB — Associação Brasileira das In­ AMFORP — Amcrican and Foreígn Po-
dústrias de Base wer Company
AB1MAQ — Associação Brasileira de In­ ANMVAP — Associação Nacional de Má­
dústrias de Máquinas quinas. Veículos e Autopeças
ABM — Associação Brasileira de Municí­ ANPES — Associação Nacional de Pro­
pios gramação Económica e Social
ACLEESP — Associação dos Clubes Es­ AP — Ação Popular
portivos do Estado de São Paulo APEC — Análise e Perspectiva Econó­
ACM — Associação Crisii de Moços mica
ACOPA — Associação Comercial do Pa­ A PP — Associação Paulista de Propa­
raná ganda
ACREFI — Associação de Crédito, Finar- ASAPEC — Corpo profissional de asses­
ciamento e Investimentos sores em assuntos econômicos para em­
ACRJ — Associação Comercial do Rio de presas privadas e agências públicas
Janeiro AVB — Ação de Vigilantes do Brasil
ADCE — Associação dos Dirigentes Cris­ BEG — Banco do Estado da Guanabara
tãos de Empresas BGLA — Business Group for Latin Amé­
ADECIF — Associação das Empresas de rica
Crédito, Investimento e Financiamento BIR — Bureau oí Inielligence and Re-
ADELA — Atbnlic Community Devclop- search (Departamento de Estado ameri­
ment Croup (or Latin América cano)
ADEP — Ação Democrática Popular BNDE — Banco Nacional de Desenvolvi­
ADESG — Associação dos Diplomados mento Econômico
da ESG BNH — Banco Nacional da Habitação
ADF — Associação Democrática Feminina BOLSA — Bank oí London and South
ADIPES — Associação dos Diplomados América
do IPES BPR — Bloco Parlamentar Revolucionário
ADP — Ação Democrática Parlamentar BRASTEC — Agência de Consultoria Téc­
ADP — Ação Democrática Popular (RGS) nica
AEF — Amerkan Economic Foundation CAB — Curso de Atualidade? Brasileiras
AFL-CIO — Amcrican Federation oí La­ CACB — Confederação das Associações
bor — Congrcss oí Industrial Organiza* Comerciais do Brasil
tÍ0M CACEX — Carteira de Comércio Exterior
AID — Agcncy íor Inlcrnational Deve- do Brasil
lopmcnt CACO — Centro Académico Cândido de
AIFLD — Amcrican Initilute íor Frec Oliveira
Labor Dcvelopment CAMDE — Campanha da Mulher pela
ALALC — Associação Latino* Americana Democracia
de Livre Comércio CAMIG — Companhia Agrícola de Minas
ALEF — Aliança Eleitoral da Família Gerais
ALPRO — Aliança para o Progresso CAS — Corpo de Assistentes Sociais

15
CBP — Consórcio Brasileiro de Produtivi­ CNCO — Confederação Nacional doi Cír­
dade culo» Operário»
CBTC — Confederação Brasileira dos Tra­ CNE — Conselho Nacionnl de Economia
balhadores Crislãoa CNEC — Confederação Nacional dos Em­
CCC — Comando de Caça ao» Comunista» pregados no Comércio
CD — Comitê Diretor (IPES) CNI — Confederação Nacional da Indús­
CD FR — Cruzada Democrática Feminina tria
do Recife CNLD — Cruzada Nacional de Liderança
CDM — Cruzada Democrática da» Mu­ Democrática
lheres CNRA — Conselho Nacional de Reforma
CE — Comitê Executivo (IPES) Agrária
CEAS — Centro de Estudioa > Acctón So­ CNTC — Confederação Nacional dos Tra­
cial (Colômbia) balhadores no Comércio
CFC — Campanha de Educação Cívica CNTFMA — Confederação Nacional dos
CED — Committcc for Ecooomic Deve- Trabalhadores Ferroviários, Marítimos e
lopment Aéreos
CED — Conselho de Entidade» Democrá- CNT) — Confederação Nacional dos Tra­
tfcaa balhadores na Indústria
CEDES — Centro de Documentação Eco- CNTT — Confederação Nacional dos Tra­
nómKa e Social balhadores cm Transportes Terrestres
CEMLA — Centro de Estúdios Monetário» CO — Conselho Orientador (IPES)
La n noamencanoa COBAL — Companhia Brasileira de Ali­
Cf N — Conselho Executivo Nacional mentos
CFNPI — Centro Sacional de Produtivi­ COCAP — Comitê de Coordenação da
dade Industrial Aliança para o Progresso
CEPAL — ComiMÔo Econômica para a CODEPAR — Companhia de Desenvolvi­
Aménea Latina mento do Paraná
CERES — Centro de Etrudio» y Reformas CODERN — Companhia de Desenvolvi­
Económico Soe «ates (Equador) mento do Rio Grande do Norte
CESB — Centro de Estudo» Sociais Bra­ COHAB — Companhia de Habitação Po­
sileiro» pular da Guanabara
CEXIM — Carteira de Exponação c Im­ COMAP — Comité da Aliança para o
portação do Banco do Brasil Progresso
CFP — Confederação das Famílias Cria CON — Conselho Orientador Nacional
ti» (IPES)
(ER — Covncd for Forcign Relalions CONCIN — Conselho de Coordenação In­
CGC — Comando Geral da Greve terdepartamental (FIESP. CIESP)
CHfVF — Companhia Hidroelétrica do CONCLAP — Conselho Nacional de Clas­
Vak do São Francisco se» Produtoras
Cl — Curso de Informação (ESG)
CONESP — Companhia de Construções
CIA — Central Intellrfence Agency
Escolares do Estado de São Paulo
CIAP — Conselho I ntcraxncncano da
Aliança para o P-ufyrsao CONSIR — Comissão Nacional para a
Smdicalizaçâo Rural
CICYP — Conxjo Interamencano de Co-
mértio y Prodwcción CONSPI.AN — Conselho Consultivo do
CIERJ — Centro de Indúatnaa do Estado Planejamento
do Riu de |anciru CONSULTEC — Companhia Sul-Ameri­
CIESP — Centru de fndúiina» do Estado cana de Administração c Estudos Técnicos
Jr Sáo Paukj CONTAC — Confederação Nacional dos
CIOSL — Confederação Inieramencana Trabalhadores na Agricultura
da» Organizações do» Sindicatos Livres CONTCP — Confederação Nacional dos
CLA — Council for Latm Amcnca Trabalhadores em Comunicações e Publi­
CL MD — Cruzada Libertadora Militar cidade
Democrahea CONTEC — Confederação Nacional dos
Cl T — Consolidação da« Lei» do Trabalho Trabalhadores cm Estabelecimentos de
CLUSA — Cooperante Lraguc oí lhe Uni Crédito
ted Stalcs of América CONTEL — Conselho Nacional de Tele­
CMB — Campanha da Mulher Brasileira comunicações
CMN — Conselho Monetário Nacional COS — Centro de Orkniaçâo Social
CNC — Confederação Nacional do Co COSIBA — Companhia Siderúrgica da
tnércio Bahia

16
COSIGUA — Companhia Siderúrgica da FCESP — Federação de Comércio do Es­
Guanabara tado de São Paulo
COSI PA — Companhia Siderúrgica Pau­ FCO — Federação dos Círculos Operários
lista FCOF — Federação dos Circulos Operá­
CPA — Conselho de Político Alfandegária rios Fluminenses
CPDSP — Ccnlro de Pesquisa e Do­ FEBRASP — Federação Brasileira de Pro­
cumentação Social c Política paganda
CPI — Comissão Parlamentar de Inqué­ FGTS — Fundo de Garantia de Tcrnpo
rito dc Serviço
CRB — Confederação Rural Brasileira FGV — Fundação Gctúlio Vargas
(CNA após 1966) FÍEGA — Federação das Indústrias do
CREIA — Carteira de Crédito Industrial Estado da Guanabara
c Agrícola FIESP — Federação das Indústrias do Es­
CRF — Cruzada do Rosário em Família tado dc São Paulo
CS AR — Curso Superior de Atualidades FINAME — Agência Especial dc Finan­
Brasileiras ciamento Industrial
CSG — Curso Superior de Guerra FJD — Frente da Juventude Democrática
CSN — Conselho de Segurança Nacional FMP — Frente de Mobilização Popular
CTB — Companhia Telefônica Brasileira FPN — Frente Parlamentar Nacionalista
CTB — Confederação dos Trabalhadores FSR — Federação dos Sindicatos Rurois
do Brasil FUNDECE — Fundo de Democratização
CTESP — Conselho Técnico de Econo­ do Capital das Empresas
mia. Sociologia c Política (FCESP) GAP — Grupo de Ação Parlamentar
CURSEF — Curso Superior de Estudos GAP — Grupo de Atuação Patriótica
Financeiros GEA — Grupo de Estudos e Ação
CVRD — Companhia Vale do Rio Doce GEC — Grupo Especial de Conjuntura
DA — Diretório Acadêmico (São Paulo)
DASP — Departamento Administrativo do GED — Grupo de Estudo e Doutrina
Serviço Público GEEAT — Crupo Executivo de Ensino e
DNEF — Departamento Nociona) de Es­ Aperfeiçoamento Técnico
tradas de Ferro GEIA — Grupo Executivo da Indústria
DOPS — Departamento de Ordem Polí­ Automobilística
tica c Social GEIMAPE — Grupo Executivo da Indús­
EBASCO — Elcclricity Bond & Share Co. tria Mecânica
ECEME — Escola de Comando e Estado- GEMF — Grupo Executivo de Exporta­
Maior de Exército ção de Minéno de Ferro
ECLA — Economic Commission for La- GES — Grupo de Educação Seletiva
tin América (CEPAL) GLC — Grupo dc Levantamento da Con­
EFL — Escola de Formação de Líderes juntura
ELD — Escola de Liderança Democrática GOP — Grupo de Opinião Pública
ELO — Escola de Líderes Operários GPE — Grupo de Publicaçúes/Editorial
EMFA — Estado-Maior das Forças Ar­ GPMI — Grupo Permanente dc Mobiliza­
ção Industrial
madas
GTA — Crupo de Trabalho c Ação
EPEA — Escritório de Planejamento Eco­ IADB — Intcramerican Dcvelopmenl Bank
nômico c Social
IAPB — Instituto de Aposentadoria e
ESG — Escola Superior dc Guerrn Previdência dos Bancários
FACUR — Fraterna Amizade Cristã Ur­ IBAD — Instituto Brasileiro dc Açio De­
bana c Rural mocrática
FAP — Fundação Aliança para o Pro­ IBRA — Instituto Brasileiro de Reforma
gresso Agrária
FAREMG — Federação das Associações IBC — Instituto Brasileiro do Café
Rurais do Estado de Minas Gerais IBRD — Intcramerican Bank for Recons-
FARESP — Federação dos Associações truction and Dcvelopmenl (BIRD)
Rurais do Estado dc São Paulo 1BRE — Instituto Brasileiro de Economia
FARSUL — Federação das Associações ICS — Instituto de Ciências Sociais (Univ.
Rurais do Rio Grunde do Sul Federal do Rio de Janeiro)
FAS — Fundo dc Ação Social (orgonixa- ICT — Instituto Cultural do Trabalho
ção anticomunista de São Paulo criada ICFTU — International Confederation oí
por empresários associados a multinacio­ Frec Trade Unions
nais) IDB — Instituto Democrático Brasileiro

17
IDF — Intemational Devetopment Foun MP|Q — Movimento Popular Jânio Qua
dation dros
IEPS — Instituto de Estudos Públicos e MRS — Movimento Renovador Sindical
Sociais MSD — Movimento Sindical Democrático
IFC — Iniemational Finance Corpontion MTR — Movimento Trabalhista Renova­
IFS — Instituto de Formação Social dor (facção dc direita do PTB)
INCRA — Instituto Nacional de Cokxú- MU D — Movimento Universitário dc Des-
ração e Reforma Agrária f andamento
1NDA — Instituto Nacional de Desenvol­ MUT — Movimento de Unificação dos
vimento Agrário Trabalhadores
INPS — Instituto Nacional dc Previdência NSF — Nacional Security Files
Social OAS — Organização dos Estados Ameri­
IPE — Instituto de Pesquisas Econômicas canos
1PEA — Instituto de Planejamento Eco* Opus Dei — poderosa organização cató­
nômko e Social lica. scmi-secreta c tradicionalista, fundada
1PFS — Instituto dc Pesquisas e Estudos cm 1928 pelo padre espanhol fosemaria
Sociais Escrivã de Bolaguer
IPESUL — IPES do Rio Grande do Sul OPAC — Organização Paranaense Antico­
IPM — Inquéritos Policiais Militares munista
ISEB — Instituto Supcnor de Estudos ORIT — Organización Regional Intera-
Brasileiros merkana dc Trabajadofta
ITS — Internacional Trade Secretariais PAEG — Plano de Ação Econômica do
IUCSP — Instituto Universitário de Ciên­ Governo
cias Sociais e Políticas PAM — Programa de Assistência Militar
IUL — Instituto Universitário do Livro PCB — Partido Comunista Brasileiro
|EC — luvenlude Estudantil Católica PDC — Partido Democrata Cnstão
|OC — Juventude Operána Católica PL — Partido Libertador
IUC — luventude Universitária Católica PR — Partido Republicano
LAIC — Latin América Jnfonnalion Com- PRP — Partido de Representação Popu­
mittec lar (dc Plínio Salgado, ex líder integra­
LCCC — Liga Cristã contra o Comunismo lista)
LDS — Legião de Defesa Social PSB — Partido Socialista Brasileiro
Le-Ex — Forma abreviada de se referir PSD — Partido Social Democrático
ao documento “Lealdade ao Exército" re­ PSP — Partido Social Progressista
digido por oficiais contra João Goulart PTB — Partido Trabalhista Brasileiro
LIDER — Liga Democrática Radical PTN — Partido Trabalhista Nacional
LIL — Liga Independente para a Liber­ rTTI — Post. Telegraph and Telephonc
dade Internacional
LIMDE — Liga da Mulher pela Democra­ PUA — Pacto de Unidade e Ação
cia PUC — Pontifícia Universidade Católica
MAC — Movimento Anticomunista REDETRAL — Resistência Democrática
MAF — Movimento de Arregímentação dos Trabalhadores
Feminina RFF — Rede Ferroviária Federal
MAP — Mililary Assis lance Program RI — Regimento dc Infantaria
MASTER — Movimento dos Agricultores SAR — Serviço de Assistência Rural
sem Terra SEI — Sociedade dc Estudos InteramerL
MDB — Movimento Democrático Brasi­ cana
leiro SENAC — Serviço Nacional de Aprendi
MDM — Mobilização Democrática Mi­ zagem Comercial
neira SENAJ — Serviço Nacional de Aprendi­
MEB — Movimento de Educação de Base zagem Industrial
MEC — Ministério da Educação e Cultura SERFHAU — Serviço Federal de Habita­
MECOR — Ministério para Coordenação ção e Urbanização
Regional SESC — Serviço Social do Comércio
MED — Movimento Estudantil Democrá­ SESI — Serviço Social da Indústria
tico
SFICl — Serviço Federa) dc Informações
MFC — Movimento Familiar Cristão e Contra Informações
MOBRAL — Movimento Brasileiro de AL SNI — Serviço Nacional de Informações
fabetixaçáo
SORPE — Serviço de Orientação Rural
MOS — Movimento de Orientação Sindi­ de Pernambuco
calista SRB — Sociedade Rural Brasileira

18
SUDAM — Superintendência dc Dcsen UDN — União Democrática Nacional
volvimcnto da Amazônia ULTAB — Uniio dos Lavradores e Tra­
SUDENE — Superintendência de Desen­ balhadores Agrícolas do Brasil
volvimento do Nordeste UME — União Metropolitana de Estudan­
SUMOC — Superintendência da Moeda e tes
UNAF — União Nacional de Associações
do Crédito
Femininas
SUNAB — Superintendência Nacional de
UNE — União Nacional dos Estudantes
Abastecimento
UPES — União Paulista de Estudantes Se­
SUPRA — Superintendência da Reforma cundários
Agrária USAID — United States Agency for In­
UBES — União Brasileira de Estudantes terna nonal Development
Secundárias US1AC — United States Interamerican
UCF — União Cívica Feminina Council

LISTA DE TABELAS

Tabela I — Classificação por valor de ca­ Tabela 7 — Grau de controle do mercado


pital dos grupos bilionários. 50 dos grupos multinacionais multibilionários.
Tabelo 2 — Distribuição por montante de 56
capital e nocioniilidude dos grupos nacio­ Tabela 8 — Oligopólio na indústria meta­
nais c multinacionais, 52 lúrgica de São Paulo. 56
Tabelo 5 — Distribuição dos grupos segun­ Tabela 9 — Civis c militares nos cursos
do o setor de atividade e nacionalidade. da ESG. 81
55
Tabela 4 — Distribuição dos grupos mui- Tabela 10 — Percentagens de votos obti­
libilionários por ramo de atividade princi­ dos pelos partidos mais importantes em
três eleições ao legislativo no período de
pal. 54
1945 a 1962 159
Tabela 5 — Distribuição dos grupos nacio­
nais e multinacionais por setor de produ­ Tabela II — Distribuição do eleitorado cm
ção. 54 1962. 154
Tu bela 6 — Relacionamento entre o núme­ Tabela 12 — Variações no índice do custo
ro dc empresas e o volume de capital dos de vida do Rio dc Janeiro e de São Paulo
grupos multibilionários. 55 entre 1954 c 1962. 158

19
CAPÍTULO I

A FORMAÇÃO DO POPULISMO

Até 1930, o Estado brasileiro íoi liderado por uma oligarquia1 agro-comercial,
na qual predominavam as elites rurais do nordeste, os plantadores de café de
São Paulo e os interesses comerciais exportadores.2
Essa oligarquia formou um bloco de poder1 de interesses agrários, agro-
exportadores e interesses comerciais importadores dentro de um contexto neo­
colonial, bloco este que foi marcado pelas deformidades de uma classe que era
ao mesmo tempo “cliente-dominante”.4 Foi sob a tutela política e ideológica desse
bloco de poder oligárquico e também sob a influência da supremacia comercial
britânica nos últimos vinte e cinco anos do século XIX que se formou a burguesia
industrial.5
Durante a década de vinte, novos centros econômicos regionais foram con­
solidados sob novas bases econômicas como, por exemplo, um Rio Grande do
Sul agrário e um Rio de Janeiro e São Paulo industriais. O sistema bancário,
que havia em grande parte se desenvolvido a partir de interesses agrários, concen­
trou-se principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Essas mu­
danças econômicas forçaram um deslocamento do poder político agrário e co­
mercial do nordeste para a região sudeste do país e das tradicionais elites agrárias
para novos grupos urbanos.4
Essas mudanças abriram caminho para o surgimento de figuras políticas como
as de Getúlio Vargas, João Daudt d’01iveira, Oswaldo Aranha (Rio Grande
do Sul). Vicente Galliez, Valentim Bouças, Ary Frederico Tones (Rio de Janeiro),
Roberto Simonsen, Teodoro Quartim Barbosa (São Paulo) e Evaldo Lódi (Minas
Gerais), empresários e políticos que marcaram uma era.T
A urbanização e o desenvolvimento industrial exerceram efeitos desorga-
nizadores sobre a frágil estrutura do estado oligárquico. No final da década de
vinte, através de um delicado acordo entre os governos estaduais de São Paulo
e Minas Gerais (acordo este conhecido como “política café com leite”, uma
modalidade de “Bonapartismo civil”4 que deu nome ao período), o bloco de
poder oligárquico tentou opor-se ao desafio da burguesia e vencer a crise da
oligarquia e dos setores cafeeiros em particular. A crise do domínio oligárquico
permitiu que pressões cada vez maiores fossem exercidas pela fração industrial,
apoiada por outros grupos sociais, principalmente pelas classes médias. A fração
industrial formou um bloco burguês que lutou por redefinir as relações de podei
dentro do Estado brasileiro, tarefa esta que foi facilitada por pressões sofridas
pela cconomin oligárquica em consequência da crise capitalista de 1929.*

21
A burguesia emergente, porém, não destruiu, nem política nem economica­
mente, as antigas classes agrárias dominantes para impor sua presença no Estado;
pelo contrário, aceitou cm grande porte os valores tradicionais da elite rural.10
é irrelevante para efeitos da presente análise saber se isso aconteceu por não
ter a burguesia força política ou económica suficiente para destruir os baluartes
políticos c a estrutura sócio-econômica da oligarquia, ou se foi por não querer
ou não precisar fazê-lo. O importante é que a burguesia industrial conseguiu
identidade política face ao bloco oligárquico e, ao mesmo tempo, estabeleceu um
novo "compromisso de classe*' no poder com os interesses agrários, particular­
mente com os setores agro-exportadores. £ precisamente através dessa dupla ação
que o aparecimento e consolidação da burguesia devem ser entendidos, pois sua
ligação umbilical com a oligarquia teria importantes consequências históricas,
originando o chamado "estado de compromisso"11 institucionalizado pela cons­
tituição de 1954. O governo de Getúlio Vargas teve então de se movimentar
dentro de uma complicada trama de conciliações efêmeras entre interesses con-
flitantes. Nenhum dos grupos participantes dos mecanismos de poder — as classes
médias, setores agnxxportadores, a indústria e os interesses bancários — foi
capaz de estabelecer sua hegemonia política e de representar seus interesses par­
ticulares como sendo os interesses gerais da nação?3 O equilíbrio instável entre os
grupos dominantes e. mais ainda, a incapacidade de qualquer desses grupos de
assumir o controle do Estado em benefício próprio e, ao mesmo tempo, repre­
sentar o conjunto dos interesses econômicos privados, constituíram elementos
típicos da política da década, expressando precisamente a crise da hegemonia
política oligárquica, a qual foi marcada pela revolução de 1930.
Apesar de a indústria e de os interesses agro-exportadores haverem esta­
belecido um "estado de compromisso", cies tiveram uma coexistência difícil e o
período foi marcado por crises contínuas a partir de 1932, o que levou ao esta­
belecimento do Estado Novo em 1937.™ Para a burguesia industrial, que estava
então afirmando o seu poderio econômico, eram inaceitáveis as dissidências das
classes dominantes articuladas politicamente no seu interior, tais como se mani­
festaram na revolução de 1932 ou no, movimento fascista (integralismo)14 da
metade da década de trinta e que impregnou a ideologia nacionalista daquele
período. Além disso, reações organizadas por parte das classes subordinadas como,
por exemplo, o levante comunista de 1935, a formação de uma Frente Naciona­
lista Negra15 em meados da década de trinta, ou a criação da Aliança Nacional
Libertadora™ tinham de ser reprimidas. Os industriais perceberam que precisavam
de uma liderança forte para conseguir disciplinar o esforço nacional e para impor
e administrar sacrifícios regionais e de classe apropriados para a consolidação
da sociedade industrial?7
O "estado de compromisso", forjado no processo sócio-político do início da
décuda de trinta, foi então remodelado a partir das experiências de um novo
Estado traduzido pelas formas corporativistas de associação™ e apoiado por formas
autoritárias de domínio?0 O Estado Novo surgiu porque a burguesia industrial
se mostrou incapaz de liderar os componentes oligárquicos do "estado de com­
promisso" ou para impor-se à nação através de meios consensuais, de maneira a
criar uma infra-estrutura sócio-econômica para o desenvolvimento industrial.20
O Estado Novo garantiu a supremacia econômica da burguesia industrial e moldou
as bases de um bloco histórico21 burguês, concentrando as energias nacionais e
mobilizando recursos legitimados por noções militares de ordem nacional e de

22
progresso,2’ cujos interesses pela industrialização mutuamente reforçavam os
interesses dos industriais. Sob a égide do Estado Novo, industriais e proprietários
de terra tornaram-se aliados. Contudo, a convergência de interesses não se dis­
solveu em identidade de interesses?2 Conflitos e tensões marcaram o seu relacio­
namento, e foi esse elemento de competição mútua que tomou possível, e até
mesmo necessário, que o aparelho burocrático-militar do Estado Novo tivesse um
papel de intermediário,24 o que favoreceu uma interferência contínua das Forças
Armadas na vida política da nação. A intervenção do aparelho burocrático-militar
na vida política assegurava a coesão do sistema, ao mesmo tempo em que se
tomava um fator de perturbação nas tentativas de uma institucionalização po­
lítica a longo prazo.22
A interdependência dos setores industrial e agrário foi marcada por quatro
fenômenos. Primeiramente, a demanda dos produtos industriais originou-se em
parte dos setores agro-exportadores. Em segundo lugar, os insumos necessários
à industrialização foram comprados, em sua grande maioria, de centros estran­
geiros, com receitas obtidas com exportações. Em terceiro lugar, os setores agrá­
rios eram produtores de matéria-prima para a incipiente indústria local, assim
como para empresas agroindustriais em desenvolvimento. E, por fim, houve um
certo grau de interpenetração entre os setores agrário e industrial, resultante de
laços familiares ou através de empresas interligadas. E importante notar que o
bloco de poder empresarial operava no espaço econômico e político aberto pelo
declínio dos interesses comerciais e industriais britânicos face aos rivais interesses
americanos e alemães. Esse empenho de industrialização foi fortalecido pela re­
lativa marginalização de interesses estrangeiros devido aos anos da depressão e
ao conscqüente envolvimento de tais interesses industriais no esforço bélico da
Segunda Guerra Mundial?6 A industrialização teve então um caráter específico
de '‘substituição de importações’1.
Sob a égide do Estado Novo teve início o primeiro estágio da nacionalização
formal da economia com a criação de empresas estatais, autarquias mistas e o
estabelecimento do controle nacional sobre certas áreas de produção estratégicas,
como mineração, aço e petróleo. O Estado tomou-se um importante produtor de
bens c serviços de infra-estrutura e abriu caminho para o desenvolvimento indus­
trial privado do Brasil?7 O Estado auxiliou também o capital industrial com a
criação de uma série de mecanismos destinados a reorganizar a economia, dando
prioridade ao processo de expansão capitalista e transferindo recursos de outras
áreas para a indústria?6 A industrialização foi também estimulada pela vital
transformação do consumo não-produtivo dos proprietários de terra, através do
país, em capital de giro para os centros industriais.29 Isso foi alcançado através
da estrutura bancária, que se expandiu enormemente no início da década de qua­
renta e que se ligou em parte aos setores agrários e à indústria através de laços
comerciais e familiares, reforçando assim a interdependência entre a oligarquia
e a indústria.
A reestruturação do sistema político durante o Estado Novo envolveu novas
formas de articulação e domínio de classe.20 O pensamento corporati vista, que
entendia a formação sócio-econômica como uma rede de grupos econômicos e
políticos “funcionais” resultantes de uma divisão de trabalho necessária e até
mesmo “natural”, influenciou cnormemente a ideologia e ação do bloco de poder
industrial-financeiro dominante?1 Tal bloco redefiniu os canais de acesso ao
centro de poder, através do estabelecimento de uma série de mecanismos para a

23
formulação dc diretrizes políticas e de tomada dc decisão. Essa série dc mecanis­
mos equivalia na realidade a uma "mobilização dc híaj”" institucionalizado contra
os interesses agrários substituídos.11 A industria expressava suas demandas sem
intermediação política, introduzindo-se diretamente no aparelho estatal.14 O Exe­
cutivo tomou-se um foco dos interesses que visavam a industrialização, aberto às
demandas da Confederação Nacional da Indústria c da Confederação Nacional
do Comércio* ao passo que os interesses agrários, tendo perdido suu posição
privilegiada, conseguiam >e comunicar com o aparelho do Estado através dos
Institutos, conselhos dc representação dos produtores rurais.3® Foi criado um
Conselho Nacional de Economia onde os industriais foram os primeiros, c até 1946
os únicos, grupos ocupactonaís a tirar vantagem das oportunidades corpora-
tivutas w
O Estado Nc*o também estimulou um processo “nacional” dc formulação
de diretnzes políticas, na tentativa de subordinar as lideranças regionais e intro­
duzir reforma» administram as. objetivando modernizar o aparelho estatal e con­
trolar o capital estrangeiro em favor dc empreendimentos locais.31 Mais ainda, o
Executivo lançou-se a uma reformulação drástica da burocracia estatal criando o
DASP. Departamento Administrativo do Serviço Público. Além de sua importân­
cia no processo de modernização e centralização da administração pública, a
enação dc DASP teve duas outras consequências. Ele afetava a prática do dien-
telumo c do patronato, tirando a burocracia do controle da oligarquia. Contro­
lando a burocracia o DASP transferiu efetivamente, mas não dc maneira exclusiva,
a prática do patronato para o governo central, dando margem à burguesia indus­
trial de lançar mão de práticas paternalistas e cartonais.*
O papel do Estado Novo na industrialização permitiu e propiciou a partici­
pação dc pruftsstonai* das classes medias c dc militares, junlamentc com os pró-
pno» cmpresáno». no aparelho administrativo do Estado.40 A participação dos
militares realçou o discurso "nacionalista” que foi identificado com o desenvol­
vimento mduunal privado da nação.41 Contudo, apesar da importância da "so­
ciedade política***’. que compreendia a burocracia c os militares e u convergência
de interesso dctsci últimos com o» industriais, o desenvolvimento industrial foi
guiado por direinzo políticas traçadas pelo bloco industrial-financeiro do ccnlro-
»ul do país0
Fm nume da defesa da "paz social”, o Estudo Novo intervinha também nu
“regulamentação ’ da força dc trabalho através du promulgação de "leis Ira-
balhistat*. cumprindo assim um requisito básico no processo dc ucumulução. O
estabelecimento dc um salário mínimo cm 1939 permitiu um nivelamento dc sa­
lário para i força dc trabalho urbana pelo gruu mais buixo possível da escala,
isto é, a nível de subsistência Dada a relativa escassez de míio-de-obru qualificada
c semiqualiliçada, o estabelecimento dc um salário mínimo impediu que as forças
de mercado estabelecessem salários dc equilíbrio a níveis inuis ulloi, o que ten­
deria a inibir uma expansão mais fácil du indusinali/ução cupitullslu,44 Tal polí­
tica apresentava ainda dois benefícios significativos quanto u ucumulução capi­
talista: primciramcnte, ao determinar ot salários instilucionuhnentc, essu política
permitia um cálculo económico eíciivo. enquanto o aumento dc produtividade
não era incorporado ao aumento do» salário» Em segundo lugur, um efeito im­
portante da imposição dc um salário mínimo foi a cuopiação du» clusses traba­
lhadoras, mostrando assim a “face admissível do corporativismo”. O Estado então

24
foi projetado c percebido como protetor dos pobres, tendo à frente a figura pa
tcrnalisla dc Gclúlio Vargas.
Ao se aproximar o fim da Segunda Guerra Mundial, mudanças substanciais
ocorreram.41 A agitação nas classes trabalhadoras, oriunda de condições mise­
ráveis dc vida, atingia seu ponto máximo em meados da década de quarenta,
apesar da existência de sindicatos controlados, que haviam canalizado durante
anos as rcivindicuções da classe. Novos e independentes sindicatos foram criados
nos Estados mais industrializados do país, flanqueando a estrutura de controle
do Ministro do Trabalho c Justiça, Alexandre Marcondes Filho. Sindicatos na­
cionais vieram à tona como, por exemplo, o Movimento de Unificação dos Tra­
balhadores c a Confederação dos Trabalhadores do Brasil (CTB), criada em 1944.
Na precária “sociedade civil”4” dc meados da década dc quarenta, o ressurgimento
da esquerda, que havia sido atingida violentamente pelo Estado Novo, e, parti­
cularmente, o crescimento do Partido Comunista junto a organizações incipientes
das classes trabalhadoras pareciam à burguesia uma séria ameaça fora dc seu
controle. Foi nesse clima de incerteza que as associações empresariais convocaram
convenções e congressos nacionais, a fim de repensar o seu papel no período pós-
guerra. O mais importante desses foi a Primeira Conferência das Classes Produtoras
do Brasil, realizada cm Teresópolis em maio de 1945. A conferência foi convo­
cada pela Federação de Associações Comerciais do Brasil e pela Confederação
Nacional da Indústria, e foi presidida por Roberto Simonsen. Cerca de seiscentas
associações rurais, comerciais c industriais de todos os Estados do pais estiveram
presentes à conferência. Após cinco dias de reuniões, uma Carta Econômica foi
apresentada, a qual cautclosamentc proclamava o desejo dos participantes de sc
unirem na construção de uma nova ordem social. A “Declaração de Princípios”
dos empresários baseava-se na associação de Uberdade e empresa privada, carac­
terizada por “preceitos de justiça" e "limitações inevitáveis impostas pelos inte­
resses fundamentais da vida nacional", e para cuja realização a burguesia reco­
nheceria como necessário um certo grau de interferência do Estado. Além disso, a
resolução da conferência conclamava a um "desenvolvimento harmonioso de
todas as regiões”, a uma garantia para homens da cidade e do campo, de um salário
que lhes permitisse "viver com dignidade", a "necessidade de planejamento
econômico” e a recomendação de que o Estado tivesse papel mais ativo na
preservação do meio ambiente, no desenvolvimento da agricultura, na produção
de energia e expansão dos transportes, no protecionismo alfandegário, no desen­
volvimento de indústrias básicas, no impedimento da formação de cartéis, no
controle da importação e, sobretudo, no estimulo a investimentos estrangeiros
que, ao término do esforço de guerra, haviam oportunamente renovado sua
participação na economia brasileira47 cm fins da década de quarenta.
C necessário que alguns comentários sejam feitos sobre a chamada burguesia
"nacional”, que tanto havia se desenvolvido sob a égide do Estado Novo. De
acordo com a crença intelectual popularizada, assumida pelo Partido Comunista
e abraçada mais tarde por intelectuais nacionalistas, principalmente os do Insti­
tuto Superior de Estudos Brasileiros. ISEB,** havia "duas burguesias.” Uma era
consideradu entreguistu, diretumente ligada a capital transnacional, e a outra
nucíonnlistn, oposta h ação de interesses estrangeiros. A burguesia "nacionalista”
cro procurada politicamente c considerada, teoricamente, pelos intelectuais nacio­
nalistas como uliadu cm potencial, sc não de falo, das classes trabalhadoras e dos
iclurcs das classes médius que sc opunham ao imperialismo, em razão do que se

25
esperava fossem as diretrizes políticas dos industriais de reforçar os centros
locais de tomada de decisão, e de sua alegada visão do Estado como instrumento
de oposição à penetração estrangeira. Os intelectuais nacionalistas atribuíam tam­
bém a esses setores “nacionais” industriais e financeiros “objetivos progressistas”.
Em particular, acreditava-se que os setores industriais estivessem interessados
em alguma forma de desenvolvimento nacional redistributivo e em apoiar uma
atitude reformista contra estruturas agrárias arcaicas. Porém, a esperada confron­
tação nacionalista-enireguista baseava-se em avaliação errada, falando-sc cm
antagonismos estruturais onde somente existiam conflitos conjunturais. A burgue­
sia industrial brasileira poderia ter mostrado uma dualidade de tendências em
seu crescimento, sendo uma de associação direta a interesses multinacionais e
a outra de ligações indiretas para obter o know-how estrangeiro/* Mas a motiva­
ção da burguesia era uma só. o capital. Na medida em que a burguesia brasileira
se desenvolvia e. consequentemente, a economia do país, os industriais “nacionais”
eram menos uma força vital do Brasil do que agentes da integração do país no
sistema produtivo internacional dominante, isto é. o capitalismo. O “entreguismo”
de um grupo ou de um setor da burguesia expôs a sua relação conjuntural com
um pólo de influência transnacional específico, a saber, a subordinação à nação
hegemónica, os Estados Unidos, mas ocultou o compromisso estrutural sistemá­
tico da burguesia.50 compromisso este que seria crítico. As premissas dos políticos
nacionalistas e intelectuais sobre uma pretensa posição nacional-reformista da
burguesia "nacional** correspondiam mais à ideologia do nacional-populismo do
que aos interesses dos industriais. A burguesia brasileira era. com toda certeza,
nacional, apesar de não ser necessariamente nacionalista.
Em sua convenção nacional de 1945 os empresários adotaram várias de­
mandas populares como seus slogans políticos obviamente dirigidos às classes
médias e trabalhadoras, refletindo o sentimento crescente entre as classes
dominantes de que uma mudança era esperada, pelo menos nos centros urbanos.
Entre os slogans adotados estavam os apelos para a “luta contra a pobreza”, o
"aumento da renda nacional”, o “desenvolvimento das forças produtoras'*, a
"democracia económica’* e a "justiça social.”*’ Estava se (ornando claro para as
classes dominantes que novas formas de governo teriam de substituir as medidas
coercitivas do Estado Novo. O descontentamento popular deveria ser esvaziado,
absorvendo sua liderança e tentando conseguir uma burocraliz&çâo de suas de­
mandas através de instrumentos de repressão pacífica como aqueles fornecidos
pelo Estado patrimonial e cartonai.52 Além disso, a onda antifascila trazia consigo
uma reação das classes médias contra o autoritarismo do Estado Novo. Isso
ficou particularmenlc claro no comportamento das Forças Armadas. O governo
brasileiro, que no período inicial da guerra oscilava entre a neutralidade e uma
posição pró-Eixo, ao mesmo tempo em que oficiais superiores como o General
Góes Monteiro e o General Eurico Gaspar Dutra manifestavam simpatia pela
Alemanha, dcclerava-se a favor dos aliados enviando inclusive um contingente
à Europa, a Força Expedicionária Brasileira — FEB. que participou da campanha
na Itália sob o comando dos americanos. O resultado dessa participação foi uma
aliança estreita entre oficiais brasileiros e americanos, quando uma série dc
amizades pessoais se formaram e persistiram, até mesmo intensificando-sc nas
duas décadas seguintes. Vários desses oficiais foram enviados aos Estados Unidos
dc onde voltaram com novas idéias sobre desenvolvimento industrial e organiza­
ção política do país. Os oficiais, decididamente opostos a Getúlio Vargas, a quem

26
consideravam como chefe dc um regime neofascista, conspiravam contra ele.“
O ponto culminante dessa reação contra Getúlio Vargas foi a criação da Frente
Democrática que, abrangendo um amplo leque de posições ideológicas, apresenta­
va-se como uma convergência política alternativa ao regime vigente.
Getúlio Vargas também compreendeu a necessidade de mudança e tentou
deslocar a base sócio-política do Estado Novo para um alinhamento formado
pelas classes trabalhadoras c a burguesia industrial, na tentativa de constituir
um sistema político trabalhista de centro-esquerda com tendências nacionalistas.
Eleições nacionais foram marcadas para dezembro de 1945, para as quais Getúlio
Vargas estimulou a criação de dois partidos, o Partido Trabalhista Brasileiro
— PTB. baseado na máquina sindical de Marcondes Filho, e o Partido Social
Democrático — PSD, que não possuía coisa alguma em comum com seus homô­
nimos europeus e se baseava nos interventores estaduais, nos industriais de Sáo
Paulo e nos chefes políticos oligárquicos. os conhecidos coronéis.M A oposição
de centro-direita criou a União Democrática Nacional — UDN, um conjunto
amplo de posições anticomunistas, antinacionalistas e anti-Vargas (mais tarde
anlipopulistas), cuja base eleitoral encontrava-se principalmente nas classes médias
e que era liderada por profissionais liberais, empresários e políticos. Getúlio
Vargas concedeu anistia política e tentou ganhar para o seu lado as classes
trabalhadoras urbanas e o Partido Comunista através de medidas de reforma
sócio-econômica e participação política, tentando organizar sua própria base de
poder. Mais importante ainda, Getúlio Vargas estava lançando bases para □
constituição de uma nova forma de organização política do governo e de um'
novo regime. Forças sócio-económicas emergentes, assim como novas demandas
sócio-políticas, necessitavam ser acomodadas. A limitada convergência de classe
no poder, o corporativismo associativo e o autoritarismo do Estado Novo foram
integrados e sintetizados numa fórmula nacional de “desenvolvimento**, que,
sob o nome genérico de populismo. tentava estabelecer uma hegemonia burguesa
a partir de meados da década de quarenta.15 Através do populismo, o Executivo
procurava estabelecer um esquema de limitada mobilização política nacional das
massas urbanas, baseado em uma estrutura sindical controlada pelo Estado e no
apoio institucional do PSD e do PTB. Esses dois partidos, apesar de imprecisos
cm seus apelos programáticos, eram efetivas máquinas de domínio ideológico e
controle social, o primeiro deles operando como o partido do poder e o segundo
como o partido de legitimação da ordem vigente. Após anos de autoritarismo
e predominância do Executivo, o populismo favorecia a reentrada cm cena do
político profissional, juntamente com a participação de industriais e banqueiros
cm atividades político-partidárias no então reativado Congresso. Contudo, a posi­
ção privilegiada que os industriais haviam conseguido no Executivo através de
uma estrutura corporativista de associação foi preservada, embora controlada pelo
Congresso.
A estratégia de Getúlio Vargas foi vista com alarme pelas classes dominantes
e com suspeita pelas classes médias, pois tal estratégia somente aumentaria o
apelo carismático do próprio Getúlio Vargas junto às classes trabalhadoras e real­
çaria o seu papel no comando do Estado como intermediário político. A mobiliza­
ção das classes trabalhadoras, apesar de limitada, era temida pelas classes
dominantes, pois poderia dar a Getúlio Vargas o apoio necessário para o esta­
belecimento dc um Executivo relativamente independente. Tal Executivo seria
um anátema tanto para os industriais quanto para a oligarquia, e colocaria
Getúlio Vargas acima do controle das Forças Armadas. Além disso, a estratégia
de Getúlio Vargas vinculava o desenvolvimento da economia a um caminho
nacionalista e estatizanlc-distríbutivo. Todas essas reformas, porém, foram vistas
como remanescéncias de excessos indesejáveis do Estado Novo. Isso cra precisa*
mente o que os industriais e outros tentavam reprimir, pois eles estavam nesse
momento procurando fortalecer suas ligações com interesses multinacionais na
tentativa de conseguir capital e tecnologia.
Antes que Getúlio Vargas conseguisse consolidar sua estratégia e formar
um novo bloco de poder, o Exército, tendo como ponta-de-lança os oficiais
da FEB, entrou em ação e o depôs, apoiado por um alinhamento que compreendia
os industnais locais, a oligarquia, as classes médias e, finalmcnte, as empresas
multinacionais que haviam renovado seu interesse pelo Brasil.54
Embora o próprio Getúlio Vargas e suas propostas políticas não tenham
sido aceitos, os empresários adotaram o seu modelo político e o sistema partidário
que ele havia fomentado. A passagem do Estado Novo para uma forma populista
de domínio c articulação de interesses foi atenuada pelo fato de que a mesma
elite política e económica que havia comandado o regime deposto permaneceu
no poder após a destituição de Getúlio Vargas de seu cargo, e foi sob a direção
dessa elite que as primeiras eleições nacionais foram promovidas. Além disso, a
continuidade foi salientada pelo fato de a Constituição de 1946 haver deixado
pratrcamente intacto o marco institucional do Estado Novo.57
As eleições foram vencidas pelo Marechal Eurico Gaspar Dutra, Ministro
da Guerra durante o governo de Getúlio Vargas, encabeçando o PSD c apoiado
pelo PTB. que. tendo sua candidatura endossada pelo próprio Getúlio Vargas,
competiu com o Brigadeiro Eduardo Gomes, candidato pela UDN. Para surpresa
gera), o Partido Comunista, que havia sido legalizado pouco antes e disputava
as eleições indepcndentemente, teve a mesma porcentagem de votos que o PTB.
Sob o manto de democracia liberal que envolvia o regime do Marechal Eurico
Dutra, ficaram ainda muitas das características centrais do Estado Novo, princi*
palmente a posição privilegiada dos industriais dentro do Executivo e as relações
autoritárias das classes dominantes para com as classes trabalhadoras. Mas algu*
mas mudanças importantes de fato aconteceram, principalmentc o restabelecimento
do Legislativo como foro de atuação política. Os membros eleitos para o Con­
gresso. dentro de certos limites, ocuparam suas tribunas para o debate político,
que atingia a sociedade em geral.11
Embora o Marechal Eurico Dutra tivesse sido eleito pelas máquinas políticas
do PSD e do PTB e tivesse sido apoiado por Getúlio Vargas, ele mostrou logo
de início que suas idéias políticas diferiam grandemcnle das de seu predecessor,
principalmcnte no que dizia respeito às suas posições quanto ao nacionalismo e
à participação das classes trabalhadoras. A mudança do rumo do governo do
Marechal Eurico Dutra foi caracterizada pelo fato dc ele haver levado para o
seu ministério figuras dc destaque da UDN como, por exemplo, o empresário
Raul Fernandes, que se tomou seu Ministro do Exterior. O governo do Marechal
Eurico Dutra foi fonemente influenciado por empresários, os quais ocuparam de
maneira quase exclusiva os posios-chave na administração. O governo favoreceu
o laiuez faire na área económica e, depois de tentar desenvolver, por um curto
período, um sistema de participação pluralista, passou a defender um forte con­
trole político das classes subordinadas.1* A diretriz econômica do governo do
Marechal Eurico Dutra favorecia claramente a empresa privuda. Organizações

28
estatais foram desativadas c a tendência para o nacionalismo e desenvolvimento es-
tatizonte sofreu um retrocesso. Tanto o governo do Marechal Eurico Dutra, quanto
a UDN em particular, examinavam as possibilidades de travar um relacionamento
especial com os Estados Unidos e, conseqüentemente, a economia foi reaberta
ao capital estrangeiro em condições muito favoráveis. Além disso, sob a égide
do Marechal Eurico Dutra, o governo estabeleceu a Escola Superior de Guerra
— ESG, para a qual acorreram oficiais anti-Vargas e pró-UDN. Estabeleceu tam­
bém a Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, com o objetivo de estudar a situação
brasileira e esboçar um programa de desenvolvimento econômico para o país *
O bloco de poder oligárquico-empresaríal, que apoiava o governo do Ma­
rechal Eurico Dutra e que lantava conseguir o consentimento político das classes
subordinadas e impor consenso entre as frações subalternas das classes domi­
nantes, usou para esses fins, inicialmente, meios de dominação e táticas que se
caracterizavam sobretudo pelo paternalismo. Durante os agitados anos de 1945
e 1946, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo — FIESP, e o
Centro de Indústrias do Estado de São Paulo — CIESP, estiveram engajados no
apaziguamento das crescentes demandas dos trabalhadores através de dois esforçds
relacionados.61 A FIESP e o CIESP instaram seus membros a contribuir para o
estabelecimento de Comissões de Eficiência c Bem-Estar Social, com o objetivo
de prestar serviços de caráter paternalista, principalmente através da venda de
gêneros alimentícios e artigos de vestuário a preços de custo. A FIESP e o
CIESP formaram, também, a Comissão de Relações com o Público, destinada
a modificar as demandas dos trabalhadores através de um serviço de relações
públicas e doutrinação, defendendo assim os interesses da indústria privada pau­
lista. Para tanto, em junho de 1946 o Marechal Eurico Dutra, em resposta a pres­
sões pessoais de Roberto Simonsen e Morvan Dias de Figueiredo, líderes da FIESP
c da Confederação Nacional das Indústrias — CN1. assinou um decreto criando
o Serviço Social da Indústria — SESI, com o objetivo, a longo prazo, de comba­
ter o reaparecimento de organizações autônomas entre as classes trabalhadoras
e de construir no seio do operariado urbano uma base ideológica e de comporta­
mento político em consonância com uma sociedade industrial capitalista.** Vários
meses depois, em consequência de esforços dos empresários, o industrial Morvan
de Figueiredo tomou-se Ministro do Trabalho. Indústria e Comércio, reunindo,
por assim dizer, os mecanismos de controle do trabalhador e a expressão dos
interesses dos empresários sob um mesmo ministério cartorial, fazendo dele o
ministério capitalista por excelência. Porém, o ímpeto da organização das classes
trabalhadoras e a expansão de sua consciência política dificultaram esse tipo
de manipulação. Os primeiros sintomas da “Guerra Fria" coincidiam com uma
nova demonstração dc força do Portido Comunista nas eleições estaduais de
janeiro dc 1947, quando sua posição de quarto maior partido em termos de
voto popular foi reiterada. E, mais ainda, o Partido Comunista venceu a UDN,
tornando-se o terceiro partido em termos de voto popular no importante Estado
industrial de São Paulo; conseguiu também uma maioria dos membros nas
eleições para a Câmara Municipal na própria Capital Federal. A frágil "sociedade
civil", um legado do Estado Novo, nâo era uma estrutura apropriada de contenção
das clusses trabalhadoras, tornando difícil a institucionalização do regime. Além
disso, o PTB dcmonslrnvo não ser páreo para o Partido Comunista, nem ideoló-
gicu, nem organizacionalmcnte.'1* Naquele mesmo ano, a pedido do governo, o
Partido Comunista foi declarado ilegal por decisão judicial. O Marechal Eurico

29
Dutra dissolveu também a Confederação dos Trabalhadores do Brasil — CTB, e
interveio nas atividades de quatrocentos sindiçatos em decorrência de uma suposta
ligação desses com o já ilegal Partido Comunista, além de promover um expurgo
no funcionalismo público. Essa renovada interrupção da expressão autônoma das
classes trabalhadoras resultou em medidas autoritárias dentro do sistema político
e do regime populista. Mesmo assim, era possível construir uma certa medida
de consentimento e de consenso a partir da noção de igualdade democrática de
todos os cidadãos, exceto aqueles estigmatizados como “comunistas” — os anal­
fabetos, que foram totalmente excluídos do processo eleitoral, e os trabalhadores
rurais, cujo recrutamento para partidos de oposição era dificultado por estarem
sob a tutela dos coronéis e de práticas clientelistas. Em resumo, o populismo
sustentava uma igualdade democrática urbana, por sinal muito seletiva.*4 Um
sistema “cxcludente” havia sido criado/’’ E mais, o baluarte populista do Minis­
tério do Trabalho, o peleguismo e os partidos políticos populistas eram responsá­
veis pela incorporação ao Estado das forças sociais que haviam se desenvolvido
em decorrência da modernização. Eles eram simultaneamente responsáveis pela
desagregação e conformismo das classes trabalhadoras*® e pela legitimação da
sociedade capitalista.®7
Em 1950 houve eleições com o Partido Comunista ainda ilegal e os sindicatos
ainda sob intervenção. Getúlio Vargas era o candidato do PTB. aliado ao Partido
Social Progressista encabeçado por Adhemar de Banos,*® protótipo do chefe popu­
lista do industrial Estado de São Paulo, onde o PSP controlava os trabalhadores.
O candidato em oposição a Getúlio Vargas era o Brigadeiro Eduardo Gomes,
da UDN. que linha o apoio de Plínio Salgado, antigo líder integralista que
comandava o Partido de Representação Popular — PRP. O PSD apresentou
candidato à pane. Getúlio Vargas fez uma campanha entusiástica através do
país. Embora modificasse sua ênfase dependendo da platéia, Getúlio Vargas
apresentava várias posições básicas em seu programa. Ele prometia retomar a
campanha em favor da industrialização nacionalista com o apoio do Estado,
industrialização esta que havia sido negligenciada durante o regime do General
Eu rico Dutra. Getúlio Vargas investiu contra a inflação e a falta de progresso
real nos salários dos trabalhadores urbanos, prometendo uma renovada campanha
de proteção do proletariado através de medidas dc bem-estar social. Apesar dc
enfatizar a reforma social, ele silenciou quanto a assuntos rurais e fez referências
esparsas, quase insignificantes, à reforma agrária c à sorte dos camponeses. Ele
agiu assim na esperança de conseguir votos dos chefes locais do PSD, os coronéis
rurais. Foi procurando os votos do PSD que Getúlio Vargas conseguiu fazer um
acordo em Minas Gerais, centro do pessedismo, com Jusccllno Kubitschek,
jovem político em ascensão e candidato a governador do Estado. Getúlio Vargas
apoiou a sua candidatura e, em troca, foi capaz dc fazer incursões no voto
pessedista.
Apesar de seu compromisso com a industrialização nacionalista e dc defender
o direito do Brasil de possuir e desenvolver seu petróleo e recursos minerais,
Getúlio Vargas deixou claro em sua campanha que aceitaria de bom grado inves­
timentos estrangeiros, mostrando assim uma certa continuidade com as suas
atitudes passadas e manobrando dc maneira a não entrar em atrito com interesses
que haviam sido fortalecidos no regime do Marechal Eurico Dutra, Getúlio Vargas
estendeu a mão ao governo americano e a investidores privados, numa tentativa
de reconciliação e visando a um programa dc desenvolvimento semelhante ao

30
Plano Marshall, deixando claro, ao mesmo tempo, que o país não apoiaria
os americanos cm seu envolvimento militar na Coréia, indo contra o apoio
que o Marechal Eu rico Dutra havia insinuado.
Getúlio Vargas íoi reconduzido ao governo, com uma ampla maioria de votos,
por um bloco populista que se estendia de norte a sul do país, reunindo políticos
dos mais diversos partidos abrangendo o tradicional alinhamento de empresários
locais, de interesses agrários, principalmente do sul. e das classes trabalhadoras
urbanas. Getúlio Vargas formou um ministério heterogêneo, onde muitos dos
membros eram empresários e dc formação oligárquica, refletindo a composição
do bloco populista que o havia apoiado, e refletindo também o conjunto de
diretrizes políticas que ele pretendia implantar. Contrariando as expectativas
populares, ele deu ao PTB apenas uma cadeira no seu ministério, o crítico Minis­
tério do Trabalho, sublinhando tanto a posição central desse posto ministerial
para a manipulação das classes trabalhadoras quanto o papel de legitimador do
PTB. O PSD ficou com a maior parte dos ministérios, provando assim ser o
partido do poder. Getúlio Vargas nomeou João Clcofas para Ministro da Agricul­
tura, um líder conservador da UDN de Pernambuco. Estado onde a pobreza
rural era escandalosa e onde a UDN se assemelhava ao PSD, retribuindo dessa
maneira o apoio que havia recebido da oligarquia rural. A marcante adesão ao
PSD e o aparente desprezo pelo PTB implicaram não apenas um conjunto de
diretrizes políticas mais conservadoras do que o prometido durante a campanha,
como também teve o efeito dc alijar o receio que os militares tinham de uma
república “sindicalista" da qual Perón parecia ser o protótipo, indicando que
havia uma disposição por parle dc Getúlio Vargas de trabalhar com a maioria
pessedista do Congresso.
Durante a segunda administração de Getúlio Vargas, o sistema político e o
regime sofreram mudanças significativas. O Congresso ficou mais forte c politica­
mente mais importante, tornando-se, lado a lado com o Executivo, um foco de
articulação de interesses. O Congresso representava o lugar onde as diferentes
frações das classes dominantes tinham a possibilidade de compartilhar do governo
junto com o bloco de poder dominante. O Congresso tornou-se uma instituição
basicamente regulada por conciliações e alianças, pois exercia um certo grau de
controle sobre as medidas políticas adotadas pelo Executivo. As reivindicações
do eleitorado do presidente como um todo ecoavam através de aliança PSD/PTB
no Congresso, e os interesses de seus eleitores imediatos através de diretrizes
econômicas do Executivo.®9 No regime populista de convergência de classes, o
controle do Executivo tornava-se a questão política central e as lutas pela parti­
cipação no Executivo favoreciam uma intensa personalização da vida política,
personalização esta que se tomou um fator fundamental nas várias crises do
período. O Congresso tinha um papel duplo de representação. Por um lado,
através da aliança PSD/PTB, pressões populares eram agregadas e canalizadas.
Os partidos podiam pressionar o sistema, estruturar suas alianças e ganhar apoio
popular em suas tentativas de alcançar o poder através do Congresso. Por outro
lado, as classes de proprietários de terra, que não haviam sofrido muito durante
o governo de Getúlio Vargas, pois o sistema de autoridades e propriedade perma­
necia intacto nas áreas rurais, também apresentavam suas demandas políticas
através do Congresso. Apesar da consolidação das relações capitalistas de trabalho
e da proeminência econômica que os empresários haviam conseguido durante
a década de quarenta, a supremacia industrial-financeira não se traduzia em

31
hegemonia nacional política e ideológica. O “gcncrol Café" (que havia se diversi­
ficado em bancos e indústrias) e suas forças subalternas agro-comerciais estavam
ainda "no poder". Os interesses rurais permaneciam economicamente poderosos
e politicamente ativos com um papel crucial exercido através do sistema bicamc-
ral mantendo a Câmara dos Deputados c o Senado como focos de rotinização
de demandas, de agregação e institucionalização de pressões populares, refletindo
a crescente participação política das classes médias c trabalhadoras.
A segunda administração de Getúlio Vargas foi dividida em três períodos.*®
A primeira fase foi caracterizada por uma forte presençu empresarial, uma política
antiinflacionária e uma procura entusiástica de ajuda econômica dos Estados
Unidos. Essa fase terminou em meados de 1953 sob a pressão conjunta dc sindi­
catos e diversos grupos nacionalistas. O governo fracassou em sua tentativa de
controlar a inflação, enquanto os benefícios da ajuda externa não se concretiza­
vam. Em meados de 1953 o ministério foi reorganizado e começou a segunda
fase. Apesar de manter as suas opções abertas tanto em relação ao bloco oligár-
quico-industríal quanto aos Estados Unidos, ao nomear Oswaldo Aranha, Vicente
Rao e José Américo de Almeida, Getúlio Vargas recorreu intensomente às classes
trabalhadoras como um grupo de pressão. Ele substituiu o seu Ministro do
Trabalho por João Goulart, um jovem militante do PTB do Rio Grande do
Sul, seu protegido político c que assumiu o seu cargo com um enfoque muito
mais radical. Nesta segunda fase, a crescente polarização política e ideológica
em tomo de assuntos nacionalistas e trabalhistas andou passo a passo com uma
crescente oposição do Exército a Getúlio Vargas e. conseqüentemente, a João
Goulart, culminando com o famoso memorando dos Coronéis assinado em feve­
reiro de 1954 por mais de oitenta oficiais influentes, o que levou à demissão de
João Goulart e do Ministro da Guerra General Estillac Leal, nacionalista c getii-
lista. A terceira fase foi inaugurada sob considerável pressão militar, pressão esta
fortemenie apoiada por empresários e pelo governo americano. Esta fase foi,
na verdade, uma longa sucessão de manobras getulistas defensivas e com propó­
sitos definidos e limitados, manobras que foram intensamente atacadas no Con-
gresso e na imprensa por políticos mordazes e agressivos, como Carlos Lacerda,’1
figura de proa da UDN do Rio de Janeiro; essa fase culminou com um golpe dc
Estado e suicídio de Getúlio em 1954.”
Sob a presidência de Getúlio Vargas-, a estratégia de acumulação de capital
e industrialização baseava-se principalmente em dois mecanismos de funcionamen­
to: a manutenção da política cambial e controle das taxas cambiais, transferindo-se
parte do excedente do setor agro-exportador para o setor industrial, e uma
contenção relativa dos salários reais, abrandada em seus efeitos sobre os traba­
lhadores pelo fato de as empresas estatais e privadas produzirem bens e serviços
subvencionados, transferindo assim parcialmcnlc o poder de compra para os traba­
lhadores assalariados.73
Getúlio Vargas tentava impor uma política nacionalista de desenvolvimento
capitalista, apoiado por uma combinação de empresas industriais estatais e
privadas.74 Essa política materializou-se na criação altamente controvertida da
Petrobrás73 e na formulação de urna diretriz política de desenvolvimento geral
que tentava combinar o crescimento econômico com a democracia social.70 E
mais ainda, o tipo de regime c sistema político almejado pelo Executivo sob as
rédeas de Getúlio Vargas, incluía a reapresentação dc uma proposição que já
havia sido vencida uma vez. Essa proposição envolvia a consolidação de um

32
aparelho administrativo de Estado e formulador de diretrizes políticas, relativa­
mente livre da influência exclusiva das classes dominantes, capaz de apoiar a
industrialização nacional e de limitar os interesses multinacionais. Concomitante­
mente desenvolvia-se um esforço tendente a assegurar a implementação de um
bloco industrial-trabalhista apoiado pelo Estado e a acomodação de interesses
agrários. Porém, como já foi visto anteriormente, os empresários locais, longe
de serem hostis à penetração multinacional, até favoreceram-na.77 Os empresários
enfatizavam a campanha nacionalista muito mais em tomo da produção industrial
em solo brasileiro, do que em tomo da origem do capital ou da tecnologia envol­
vidos. Os empresários temiam também uma forma de desenvolvimento nacionalis­
ta liderada pelo Estado. O processo de concentração de capital desenvolver-se-ia
então lado a lado com um processo de internacionalização da economia.
Além disso, o arranjo político e econômico concebido por Getúlio Vargas
trazia à tona outro sério problema. Os interesses multinacionais que estavam rein-
gressando na economia brasileira após sua retração durante a Segunda Guerra
Mundial seriam deixados nesse arranjo sem adequada representação nos canais
formuladorcs de diretrizes políticas. Os interesses multinacionais tentariam agres­
sivamente mudar essa situação, juntamente com interesses locais que temiam a as­
cendência política de Getúlio Vargas e com forças reacionárias acuadas com as
medidas sócio-democráticas com as quais Getúlio Vargas parecia ameaçá-las.
Derrotado por outro golpe militar em 1954, Getúlio Vargas recusou-se a renun­
ciar e suicidou-se. Agindo dessa forma, ele explicitamente condenou, na sua
carta-testamento, o que percebeu ser uma conspiração antinacional de forças
reacionárias apoiadas por interesses imperialistas.7®
Com o suicídio de Getúlio Vargas em t954 e a subsequente orientação das
diretrizes econômicas por Eugênio Gudin,™ Ministro das Finanças durante o
interstício presidencial de Café Filho, iniciava-se um período radicalmente dife­
rente em termos de política econômica. A diretriz política do governo explicita­
mente favorecia corporações multinacionais que concordassem em importar equi­
pamento industrial para a produção de bens considerados altamente prioritários
pela administração. Em 1955 o governo de Café Filho apresentou a famosa Instru­
ção 113, da Superintendência da Moeda e do Crédito — SUMOC, permitindo
que corporações multinacionais importassem equipamento por um preço 45%
abaixo das taxas e isentando-as da “cobertura cambial" necessária à importação
de maquinário, benefício este não desfrutado por firmas brasileiras.1* O breve
governo de Café Filho, apoiado por uma aliança informal de centro-direita entre
empresários, políticos da União Democrática Nacional (UDN) e do Partido
Social Progressista (PSP), visava à contenção das classes trabalhadoras e ao
estímulo da penetração de interesses multinacionais através de um entendimento
político com setores cafeeiros e financeiros. Apesar de todos os esforços, o que foi,
por pouco tempo, um bloco de poder liderado pela UDN, ele foi derrotado nas
eleições seguintes por uma aliança de políticos do PSD e do PTB, sindicalistas
e empresários. Essa aliança foi encabeçada pela chapa Juscelino Kubitschek-
João Goulart. A aliança PSD/PTB correspondia em termos gerais à formação de
uma “frente nacional” — que era uma coligação de forças sociais expressando
o desejo de um processo de desenvolvimento nacional baseado na expansão da
indústria no Brasil. A aliança PSD/PTB incorporava a burguesia industrial, um
setor da burguesia comercial especializado no comércio de produtos industriais
locais e as classes médias progressistas (profissionais liberais, administradores).

33
assim como políticos urbanos c sindicalistas?1 loão Goulart, herdeiro aparente
de Getúlio Vargas, baseava sua campanha no que parecia ser uma continuação
dos aspectos mais estaüzontcs, nacionalistus e abertos n reformas das diretrizes
políticas da segunda administração de Getúlio Vargas. Enquanto isso. luscclino
Kubitschck (azia sua campanha cm íavor de um programa ambicioso de plane­
jamento e desenvolvimento. Porem a administração de luscclino Kubitschck. em­
bora aparentemente baseada na mesma correlação de forças políticas do regime
de Getúlio Vargas, implementou uma política de desenvolvimento que resultou
em uma mudança drástica no modelo de acumulação, reforçando um padrão de
“desenvolvimento associado”*"* com a realização de seu chamado Plano de Metas
de I95t> a 1901 M Além disso, a estratégia de desenvolvimento adotada por
luscclino Kubitschck levou a uma redefinição do papel e função da máquina
estatal e de seu relacionamento com a sociedade civil, acabando por esgotar as
possibilidades de combinação das forças políticas que haviam sido sua base de
sustento ongmal.M
Sob a cobertura das políticas desenvolvimentistas de luscclino Kubitschek.
jKdrava-se um pacote tecnológico direcionado às indústrias de proa incipientes
como, por exemplo, a indústria automobilística e construção naval, produtos
químicos e farmacêuticos, maquinaria e produtos elétricos, papel e celulose,
proporcionando a matriz económica para o renovado desenvolvimento de uma
burguesia associada.^ Esperava-se que o acesso à tecnologia e técnicas gerenciais
estrangeiras, assim como ã ajuda financeira transnacional. fosse solução para o
problema da falta de acumulação primitiva de capital c também um tratamento
de choque para uma economia essencialmente agro-exportadora que sofria uma
escassez relativa de maquinário. equipamento c Zíhoii'-/joii’?° A política de desen­
volvimento de luscclino Kubitschek impulsionava as transformações que já se
faziam sentir na estrutura sócio-económica do Brasil corno, por exemplo, uma
maior sofisticação du mercado interno, o crescimento d3S empresas, uma produ­
ção mais completa a expansão das indústrias básicas?7 o tendência para urbani­
zação e concentração metropolitana, uma intensificação de disparidades setoriais
e de desigualdades sociais c regionais?* Além disso, a política de desenvolvimen­
to de luscclino Kubitschck estabelecia as condições paru a proeminência econô­
mica do capital uligopolisia multinacional c associado. As relações internas do
Brasil nesse momento eram o resultado de uma combinação "original” e mesmo
»ui frncru. t saber, a convergência de classe populista c sua forma de domínio
interagindo com o capital monopolista transnacional.
Porém surgiram problemas a nível institucional, à medida que se tornavam
evidentes as inadequações políticas c administrativas a um modelo de desenvol­
vimento ião concentrado c centralizado. O Congresso inicialmentc apoiaria Jusce-
lino Kubitschck através da aliança PSD/PTB, apoiando o seu programa de desen­
volvimento "conduzido pclu Estudo”, desde que o governo representasse os
interesse* da maioria parlamentar. Porém, ã medida que o Executivo se envolvia
cm sua política de modernização, o Congresso consolidava a sua presença política
através de uma atitude conservadora em relação ao Executivo c interesses indus-
trializanies que ele representava. A presença conservadora do Congresso cristali­
zava-se em decorrência da lógica das alianças c du necessidade de conciliação, do
clienlclismo, dos interesses tradicionais c da oligarquia rural que até então ele
representava?* Assim, as práticas do sistema político populista faziam do Con­
gresso um reduto conservador, que era lento c impróprio pura u urliculuçAo

34
dos interesses multinacionais e associados favorecidos pelo governe de Juscelino
Kubitschck. O Congresso permitia também a denúncia da penetração multinacio­
nal e das condições especiais nas quais ela se dava e era. ao mesmo tempo,
o foro onde representantes das classes trabalhadoras se faziam ouvir e participa­
vam de um certo controle sobre as diretrizes políticas do Executivo. Outro sério
efeito político consistia na falta de habilidade básica do estado cartorial de funcio­
nar satisfatoriamente, em consequência da pequena burocracia firmemente esta­
belecida em seu interior c também de escalões mais altos da administração que
agiam de acordo com interesses tradicionais, junto a um grande número de ‘‘fun­
cionários relntivamente parasitas designados para postos públicos relativamente
inúteis”.00 Os interesses multinacionais e associados tiveram de procurar outros fa­
tores para produzir diretrizes que levassem à sua consolidação econômica. Jusceli­
no Kubitschek proporcionou essa estrutura apropriada. Com efeito, com a implan­
tação do seu Plano de Metas, e como pré-requisito para a sua realização, foi criada
uma amplu gama de organismos de planejamento e consultoria e comissões dc
trabalho, os Grupos Executivos?1 Eles formavam uma “administração paralela”
coexistindo com o Executivo tradicional e duplicando ou substituindo burocracias
velhas e inúteis. Essa administração paralela, composta de diretores de empresas
privadas e empresários com qualificações profissionais, os chamados técnicos, e
por oficiais militares, permitia que os interesses multinacionais e associados igno-
rossem os canais tradicionais de formulação de diretrizes políticas e os centros
de tomada de decisão, contornando assim as estruturas de representação do regime
populista. Na realidade, isso significou incorporar ao sistema político e ao regi­
me populista canais exclusivos de formulação de diretrizes políticas industriais que
permitiriam a coexistência de capital local e multinacional. E mais ainda, os
novos interesses evitariam os mecanismos de controle e autoridade populistas,
como o Congresso e a critica pública que poderia ser dirigida aos interesses
multinacionais e associados por parlamentares da oposição. Isso ocorria pelo
fato de estarem as agências que faziam parte da administração paralela não so­
mente envolvidas em sigilo administrativo, assim como operarem sob a cobertura
ideológica de uma “racionalidade técnica** e “perícia apolítica” que supostamente
as tornava imunes a pressões partidárias ou privadas. Além disso, usando os
mecanismos de “mobilização de bias'* e evitando a apuração pública, a adminis­
tração paralela conseguia favorecer ou bloquear, de acordo com sua vontade,
o acesso à ajuda financeira e tecnológica por parte de diferentes grupos e cor­
porações.
Havia, no entanto, uma falha no esquema. A eficiência da administração
paralela dependia amplamente da atitude positiva e da boa vontade que o
Executivo demonstrasse quanto a seu funcionamento. Tomava-se necessário,
então, que os interesses multinacionais e associados conseguissem o comando do
Estado c a ocupação de postos burocráticos na administração.
Foi sob o Plano de Metas que ocorreu o que podemos chamar de segundo
eslógio da '‘nacionalização formal” da economia; o Estado transformando-se era
produtor direto de bens c serviços estratégicos para a infra-estrutura e tomando-
se controlador indireto de substanciais mecanismos da política econômica. Po­
rém o papel do Estado como fator dc desenvolvimento conseguiu dissimular o
domínio real do capital. Apesar da expressiva presença do Estado na economia,
ele não “orientava” a nova estrutura dc produção. Pelo contrário, era o capital
transnacionul que, tendo penetrado os setores dinâmicos da economia, controlava

35
o processo de expansão capitalista.** A intervenção do Estado nn economia no
que ultrapassava a alocação de recursos públicos para atividades privadas era
amplamente desencorajada, se não condenada, pelos grandes empresários. A
figura de um Estado onipotente nâo fez parte da perspectiva ideológica dos em*
presários industriais nacionais.” Além disso, a já considerável influência econô­
mica do Estado despertas a o tradicional receio por parte do empresariado de uma
crescente interferência nos negócios.*4 Reafirmar a necessidade absoluto da posse
privada dos meios de produção tomava-se a bandeira de luta dos empresários
c até mesmo dos militares.**
A política de desenvolvimento de Juscclino Kubitschek acarretava também
transformações na divisão social do trabalho, através da criação de enorme clusse
trabalhadora industrial, de maior urbanização do país, da expansão de atividades
terciárias e da formação de nos os segmentos de empregados assalariados. O popu-
lismo. com suas características clientelistas, cartoriais e paternalistas, serviu,
por um breve período, para reproduzir ideologicamente c recriar politicamente
a idéia de um Estado neutro e benevolente, mito que seria destruído cm princí­
pios da década de sessenta.” Através do populismo, as classes dominantes visa­
vam também preservar a falta de diferenciação sócio-política que havia sido a
característica dos regimes anteriores, em uma tentativa de abafar o aparecimento
de organizações autónomas das classes trabalhadoras. A consecução de tais obje­
tivos foi reforçada por medidas autoritárias como, por exemplo, a persistente
ilegalidade do Partido Comunista e as restrições sobre o sindicalismo autônomo.
Contudo, a arrancada industrializante da administração de Juscelino Kubitschek
continuava, rapidamente, aumentando o número e a concentração das classes
trabalhadoras nos grandes centros urbanos, modificando dessa maneira os contor­
nos políticos e ideológicos do regime e estabelecendo as pré-condiçõcs para a
crise do populismo.” No final da década de cinquenta, a luta de classes irrompia
dentro da corrupta estrutura política institucional que controlava as classes traba­
lhadoras com sua retórica de nacionalismo e sua atitude demagógica em relação
ao progresso económico.1" O desenvolvimento industrial c a urbanização haviam
transformado a psicologia e a consciência coletiva das classes trabalhadoras, enfra­
quecendo o domínio ideológico que as classes dominantes tinham sobre as subor­
dinadas Além disto, as Ligas Camponesas, que haviam aparecido cm meados d3
década de cinquenta, mobilizavam os trabalhadores rurais, e as primeiras tentati­
vas eram feitas no sentido de sindicalizar as massas trabalhadoras rurais. O final
da década de cinquenta testemunhou o florescer de atividades sindicais e de
organizaçõei de classes trabalhadoras, assim como dc uma intensa mobilização
estudantil e de debates no interior das Forças Armadas, debates estes que pola­
rizavam as atitudes políticas cm tomo da questão do nacionalismo com uma
tônica diitributiva. A massa dos trabalhadores industriais e mesmo os campo­
neses tiveram dc ser finaJmentc reconhecidos como contenedores políticos, apesar
de continuarem a não ser reconhecidos como forças políticas legítimas pelas
classes dominantes. Não fui por acaso que durante o regime de (uscelino Kubits­
chek as noções dc segurança militar interna se concretizaram; foi o próprio jus­
cclino Kubitschek quem, ao falar à Escola Superior de Guerra, insistiu para que
essa se dedicasse ao estudo da potencial ameaça subversiva de forças sociais
desencadeadas pela modernização contra a ordem vigente. A ênfase no consenti­
mento levada adiante pela administração dc fuscclino Kubitschek não deve ser to­
mada como um sinal de passividade por parte da burguesia. De fato, o crescimento

36
do aparelho repressivo do Estado, sua reorganização e a crucial mudança ideoló­
gica c operacional na orientação das Forças Armadas, passando da defesa do
território nacional para uma estratégia de contra-insurreição e hostilidade internas,
assim como o uso intermitente de medidas coercitivas, foram características desse
período. Não se deveria permitir à retórica pluralista e liberal de meados da
década de cínqüenta obscurecer essas características.
No final da administração de Juscelino Kubitschek ficou claro que o seu
“modelo de desenvolvimento", apesar de suas realizações, havia se esgotado; o
próprio governo admitiu implicitamente esse fato, adotando ostensivamente uma
política de “adiamento de problemas.“*• O adiamento tático era visível; visava
a transferir para a administração seguinte os problemas que se acumulavam sem
serem resolvidos. O adiamento estratégico consistia em ter conseguido uma
trégua com os setores rurais reacionários enquanto permitia um crescente dese­
quilíbrio entre os sistemas urbano-industrial e rural-agrícola, aumentando a desi­
gualdade regional com o fortalecimento econômico do centro-sul às expensas
do resto do país. O adiamento estratégico permitia também que as instituições
políticas continuassem a funcionar, principalmente através da política de cliente­
la, obscurecendo o próprio sentido dos partidos políticos e deixando-os inoperan­
tes e incapazes de obter uma coerência em seus programas.
No início da década de sessenta, a convergência de classes populistas no
poder e a forma populista de domínio foram desafiadas por duas forças sociais
divergentes, que haviam surgido durante a concentrada industrialização da década
de cinquenta, propiciada pelo governo Juscelino Kubitschek. Essas duas forças
sociais fundamentais eram os interesses multinacionais e associados e as classes
trabalhadoras industriais, cada vez mais incontroláveis. As duas forças em con­
junto, embora opostas, minaram, no princípio da década de sessenta, o mito
da existência de um Estado neutro desenvolvido pela administração de Juscelino
Kubitschek. Os interesses multinacionais e associados achavam-se em proeminên­
cia econômica no final do período de Juscelino Kubitschek e durante a adminis­
tração de Jânio Quadros, como será visto no Capítulo II. Para evitar os controles
do Congresso e a pressão popular, os interesses multinacionais e associados es­
timularam a criação de uma administração paralela, a qual provia a representação
exclusiva dc tais interesses. Além disso, esses interesses foram endossados pelos
ideais antipopulistas e antipopulares da Escola Superior de Guerra, cujos valores
modemizantes eram, em linhas gerais, congruentes com os interesses multinacionais
c associados, como será visto pormenorizadamente no Capítulo 111. Enquanto
isso, as classes trabalhadoras industriais, como parte das chamadas classes po­
pulares,100 fizeram do Congresso uma plataforma cada vez mais eficiente para a
expressão dos seus interesses em oposição direta ao bloco oligárquico industrial,
c contra os interesses multinacionais e associados. Com as crescentes demandas
nacionalistas c reformistas pressionando o Executivo e com o Congresso também
funcionando como um foco dc expressão dos interesses regionais e locais, tornava-
se imperativo paru os interesses multinacionais c associados ter o comando político
da administração do Estado. Isso foi parciolmente conseguido com a ascensão de
Jânio Quadros ao poder. Sob grande pressão, ele tentou resolver as contradições
do regime através dc uma manobra “Bonapartista civil",101 após somente sete
meses no cargo, como mostra o Capítulo IV. A sua renúncia não teve a reper­
cussão desejada e João Goulart tornou-se presidente inesperadamente, liderando
um bloco nacional-reformista.103 Uma situação radical e altamente desfavorável

37
desdobrou-se para o bloco multinacional e associado que lançou uma componho,
apresentada nos capítulos V. VI, VII e VIU. para conseguir um novo arranjo
político que expressasse os seus interesses então bloqueados. Essa campanha en­
globou a maioria das classes dominantes, incluindo a chamada burguesia "na­
cional”. da qual tantos políticos e intelectuais e até mesmo oficiais militares
esperavam um posicionamento nacionalista e reformista. Contrariando tais expec­
tativas. a burguesia "nacional" assistiria passivamente e até mesmo apoiaria a
queda de João Goulart, condenando na prática a sua alternativa sócio-econômica
distributiva e nacionalista e ajudando, a despeito de sua própria condição, a
ancorar firmemente o Estado brasileiro à estratégia global das corporações mul­
tinacionais.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

1. O termo oligarquia, da forma em que é ram de 600 em 1890 para 14.000 em 1920.
usado nesta análise, engloba capitalistas Peter EVANS. Dependent deveiopment:
com interesses comerciais exportadores, la­ lhe alhance of multinational, state and lo­
tifundiários e elementos da burguesia agrá­ cal capital m Bradl. Princeton. Princcton
ria. designando o círculo restrito das classes Univ. Prcss. 1979. p. 104.
dominantes da República Velha e que ain­ Em 1930. cerca da metade do capital
da eram economicamente poderosos duran­ estrangeiro existente no Brasil era britâ­
te a Segunda República. nico c a quarta parte americano. Vide Ri-
Sobre o conceito de oligarquia e a ques­ chard S. NEWFARMER & Willard F.
tão da legitimação oligárquica. vide Alain MUELLER. Mullinaticnal corporal tons in
ROLQUIE. Oligarquia o burguesia: el pro­ Brazil and México: slructural sources of
blema de los grupos dominantes en Amé­ economic and non-economic po*er. Wash­
rica Latina. Bielefeld. mar 1978. Mi meo- ington. US Govemment Printing Office,
grafado. agosto 1975. p. 96. (Relatório para o Sub-
2. Para uma análise do período, vide (a) Committee on Foreign R cia tions do Senado
Fernando H CARDOSO & Enw FALET- dos Estados Unidos).
TO. Dependência e desenvolvimento na
América Latina Rio de Janeiro. Zahar, 6 A partir de 1920. a região sul respon­
1970. (b) Luciano MARTINS. Pouvoir et sabilizava-se por mais de 50% da produção
industrial e. a partir de 1940, mais de 50%
développèment économique. Paris. Ed. An-
thropos. 1976. Cap. I.
da produção agrária total cabia também
3. Sobre o conceito de bloco de poder, vi­
àquela região. Enquanto isso, o nordeste c
de Nicos POULANTZAS. Political po*er a região leste produziam menos de 43%.
and social dasses. London. NLB. 1975. p. Vide (a) Paulo de Assis RIBEIRO. Quem
141. 229-45. elege quem. Rio de Janeiro. IPES, 1962.
4. Ociavio IANNI et alii. Processo político p. 4. Mimeografado. (b) P. EVANS, op.
e desenvolvimento econômico In: Política cit. Cap. 2 c 3. (c) Warren DEAN. The
e revolução social no Brasil. Rio de Janei­ industrialization of São Paulo 1880 1945.
ro. Civilização Brasileira. 1965. p. 16-17. Austin. Univ. of Texas Press, 1969.
5. Sobre a origens da indústria, vide Sérgio 7. Sobre o papel desses empresários, vide
SILVA. Expansão cafeeiro e origens da In­ (a) Eli DINIZ. Empresário, Estado c capi­
dústria no Brasil. Rio de Janeiro. Ed. Alfa- talismo no Brasil 1930-1945. Rio de Janei­
Orncga. 1976. ro, Paz e Terra, 1978. (b) Warren DEAN.
O crescimento do indústria foi extraordi­ op. clt. (c) Luciano MARTINS, op. ctl
nário. Os estabelecimentos industriais subi­ Cap. 2.

38
Uma grande parle desses empresários, brados em decorrência de lutas faccioná-
seus filhos c outros parentes estariam na rias.
liderança do golpe de 1964. 11. Sobre as condições que levaram à for­
8. O conceito de "Bonapartismo” é usado mação do "estado de compromisso", vide
como um cânone de interpretação históri­ (a) Juarcz Brandão LOPES. Desenvolvi­
ca c não para se referir à combinação mi- mento e mudança social: formação da so­
lilor-impcríol concreta que tomou o poder ciedade urbano-industrial no Brasil. São
na França. Vide Quentin HOARE & Paulo, Companhia Editora Nacional, MEC,
GcoHrcy NOWELL-SMITH. Seleclions 1976. (b> Francisco WEFFORT. El popu-
from the prison nolebooks of Antonio lísmo en la política brasilena. In: BERNA-
Grumsci. London, Lawrence &. Wishart, DET, Jcan Claude et alii. Brasil hoy. Méxi­
1973. p. 216-17, 227. O termo “Bonapartis- co, Siglo XXI, 1968. p. 64-71.
tno" é usado em rclaçfio à rcestabílização 12. Para uma análise dos vários grupos eco­
do equilíbrio político ameaçado, isto é, a nômicos conflitantes, dos choques entre as
supremacia das classes governantes através classes sociais c do sistema político do pe­
do intervenção político, a qual reprime o ríodo entre a Revolução de 1930 e o Es­
movimento político. O acordo entre as eli­ tado Novo, vide (a) Edgard CARONE. A
tes civis dos Estados de Sao Paulo e Mi­ república nova; 1930-1937. São Paulo, DL
nas Ceróis com o objetivo dc se unirem FEL, 1976. p. 21-77. 81-151, 155-279. (b)
e controlarem a situação representou a Luiz Wemeck VJANNA. Liberalismo e sin­
intervenção repressora mencionada. Os go­ dicalismo no Brasil. Rio de Janeiro, Paz e
vernadores desses dois Estados agiram co­ Terra, 1976. Cap. 3, 4 e 5. (c> Moniz BAN­
mo "partidos”, acima e além dos próprios DEIRA. Presença dos Estados Unidos no
partidos. Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasilei­
9 (a) E. DINIZ. op. cit. p. 50-51. 'b) ra. 1973. Parte 3. (d) Glauco CARNEIRO.
Francisco de OLIVEIRA. A economia bra­ História das revoluções brasileiras. Rio de
sileira: crítica à razão dualista. Seleções Janeiro. Ed. O Cruzeiro. 1965. V. 2, Cap.
CEBRAP, São Paulo, (1):9, Ed. Brasiíien- 16, 17. 18 e 19. (e) José Maria BELLO. A
sc. CEBRAP, 1975. hisfory o/ modern Brasil f889 J 964. Sttn-
10. Ge túlio Vargas e a burguesia industrial ford, Stanford Univ. Press. 1968. p. 279-96.
abraçaram uma ideologia tutelar, visando, 13. Para a sucessão de conflitos políticos e
porem, uma transformação parcial da so­ sociais, conspirações e tentativas de golpe,
ciedade. Sobre o conceito de ideologia tu­ vide (a) Lcóncio BASBAUM. História sin­
telar, vide Samuel HUNTINGTON &. Cie- cera da república: de 1930 a 1900. São Pau­
ment H. MOORE. Authoritarian polities lo. Ed. Fulgor Ltda., 1968. p. 13-101. <b)
in modern society; the dynamics o/ esta6li- Edgard CARONE, op. cit. p. 283-378.
shed one-party systems. New York, Basic 14. Os integralistas foram a versão brasi­
Books. 1970. p. 510. leira dos fascistas. Vide (a) Hélgio TRIN­
Outra forma dc controle que desmentia DADE. A ação integralista brasileira: as­
a criação de um Estado burguês em 1930 pectos históricos c ideológicos. Dados, Rio
foi a recusa do sufrágio universal à po­ de Janeiro (10):25-60, 1UPERJ. 1973. (b)
pulação brasileira. Até 1933, foram regis­ Hélgio TRINDADE. Integralismo: o fas­
trados 1.500.000 eleitores, aproximadamen­ cismo brasileiro na década de 30. São Pau­
te 4% da população total. Vide Paulo de lo. DIFEL, 1974. (c) José CHAZIN. O in­
Assis RIBEIRO, op. cit. p. 5. tegraliimo de Plínio Salgado. São Paulo,
Até mesmo os Tenentes, que com seu Ed. Grijalbo, 1978. (d) Evaldo Amaral
ímpeto modernizador haviam sido os pon­ VIEIRA. Oliveira Vianna & o estado cor­
tas de lança da Revolução de 1930, e que porativo. São Paulo, Ed. Grijalbo, 1976.
poderiam ter sido o fator ideológico e or­ 15. Vide Eduardo de Oliveira e OLIVEI­
ganizacional de coalizão na formação de RA. Movimentos políticos negros no iní­
um bloco antioligárquico c dc classes mé­ cio do século XX no Brasil e nos Estados
dias e industriais no poder, foram rapida­ Unidos. Caderno de estudos sobre a con­
mente absorvidos pela política regional ou tribuição do negro na formação social bra­
pela hierarquia militar, ou foram desmem­ sileira. Rio de Janeiro, Univ. Federal Flu-

39
rrinense, 1976. p. MO (Instituto dc Ciên­ subalternos em decorrência dc sua capaci­
cias Humanas e Filosofia). dade dc definir c manter as normas dc ex­
16. A Aliança Nacional Libertadora, fun­ clusão social c política. Assim, a tradução
dada em 1935 logo após a criação de fren­ política da noção dc bloco histórico é dc
tes populares na Europa, aliança esta que hegemonia. No entanto, não se deve en­
foi considerada ilegal no mesmo ano. tor­ tender hegemonia como uma mera legitima­
nou-se a primeira organização política na­ ção ou aquiescência a um conjunto dc va­
cional das classes populares. Vide Rcnald lores. pois ela envolve o exercício dc di­
H. CHILCOTE. The Brordion communist ferentes formas de coerção na própria de­
party — 1922-1972. Oxíord. Oxíord Univ. finição das básicas relações cla&sistas de
força. Sobre hegemonia e bloco histórico,
Press. 1974.
vide (a) Hughcs PORTELLL Gramsci y
17. O. IANNI, op. cit. p. 49.
el bloque histórico. México, Siglo XXI,
18. Phillipe C. Schmitter fez um estudo
1979. p. 70-91, 119. (b) Maria Antoniclta
aprofundado do corporativismo associativo
MACCIOCHI. A lavor de Gramsci. Rio
mostrando-o como uma forma de articula­
de Janeiro. Paz e Terra. 1976. p. 148-50.
ção e exclusão de interesses, o qual é ex­
tremamente valioso para o entendimento O bloco histórico é então aulgchebl
desse período. Vide Inierest. con/lict and (preservado e encoberto, anulado c repro­
political change in Brasil Califórnia. Stan- duzido) pelo Estado, isto é. pela “socieda­
íord Univ. Press, 1971. de civil e política". Vide (a) Christine
BUCI GLUCKSMANN. Gramsci e lo sta-
19. Para uma análise completa de uma
fo. Roma. Ed. Riuniti. 1976. p. 63-88. 95-
supervisão politicamente autoritária do mo­
140. (b) B. de G1OVANNI. V. GERRATA-
vimento trabalhista brasileiro e das classes
NA A L. PAGG1. Egemonia, staio, parti-
trabalhadoras, vide Kcnneth Paul ERICK-
lo in Gramsci Roma, Ed. Riuniti, 1977.
SON. The Brarilian corporalive state and
22. A burguesia industrial e os novos in­
working daa polities. Berkcley. Univ. oí
teresses ligados ao desenvolvimento empre­
Califórnia Press, 1977.
saria! precisavam de uma força nova — o
20. Vide Régis de Castro ANDRADE. Pers­
“Novo Estado" — independente dc qual­
pectives in lhe study of Brazilian popu-
quer compromisso ou condição anteriores,
lism. LA RU Working Paper. Toronto,
força esta que se tomaria o poder tutelar
(2»:9-l7. i. ed., 1977.
da nação Não se esperava que o “Novo
21. O conceito de bloco histórico é toma­ Estado'* fosse o “árbitro" das classes já
do a António Gramsci. Em linhas gerais,
mencionadas, mas sim o supervisor dc um
um bloco histórico pode ser definido co­
bloco histórico liderado pela burguesia, no
mo a “unidade de estrutura e superestrutu­
qual os interesses agrários tradicionais e
ra. de elementos opostos c distintos*', “ou
outros fatores de pressão fossem acomoda­
seja, o conjunto complexo, contraditório
dos. O Estado, aparentemente colocado aci­
e discordante das superestruturas é a re­
ma e além das classes e diferenças regio­
flexão do conjunto das relações sociais da
nais, tornou-se o partido de todo o bloco
produção". Vide (a) Q. HOARE A G.
dominante. Contudo, o apeio burguês quan­
NOWELUSMITH. op. cit. p. 137-38. 356-
57. 366. 576-77. (b) A. GRAMSCI. II mate­
to a uma solução burocrático-militar para
rialismo storico. Roma. Ed. Riuniti, 1971. os problemas sociais e econômicos da in­
p. 46-7. dustrialização não significava que os indus­
O conceito de bloco histórico é empre­ triais e banqueiros se voltBriam para uma
gado como a “articulação interna dc uma apatia política. A burguesia não estava sa­
dada situação histórica", isto é, a integra­ tisfeita com a exclusiva "dominação de
ção e incorporação (articulaçãol dc dife­ seus interesses**. Elo queria que seus pró­
rentes classes sociais (opostas] c categorias prios elementos e idéias governassem. Con­
sociais (distintas] sob a liderança de uma sequentemente, durante o Estado Novo
classe dominante ou bloco dc frações. Essa (1937-1945) c mcimo após, figuras empre­
classe dominante ou bloco dc poder conse­ sariais tiveram posições-chave no Executi­
gue assegurar o consenso e o consentimen­ vo. Somente após a queda do Estado Novo
to das classes c grupos subordinados e é que os políticos tentaram generalizar as

40
propostas particularistns do empresariado. dependência. In: MAR, José Matos ed. La
A fornia pela qual o Eslndo Novo foi apro­ crisis dei desarrollismo y la nueva depen­
vado pela burguesia pode ser visto cm Ed- dência. Buenos Aires, Amorrortu Ed., 1969.
gord CARONE, A terceira república: 1937- p. 64-5 (Instituto de Estúdios Peruanos),
7945. Suo Paulo, DJFEL, 1976. p. 349-97. (c) Nelson Mello de SOUZA. Subdesenvol­
Atenção especial deve ser dada à carta aber­ vimento industrial. Cadernos Brasileiros,
ta o Gctúlio Vargas publicada cm O Esta­ Rio de Janeiro, 1967. p. 28-34. (d) Maria
do de São Paulo, cm 19 de abril de 1942, <Ja Conceição TAVARES. Da substituição
assinada pela Federação das Indústrias, pe­ de importações ao capitalismo financeiro.
la Associação Comercial de São Paulo e Rio de Janeiro, Zahar, 1975. p. 67-79. (c)
por um grnndc número de corporações dis­ W. DF.AN. op. cit. (f) P. EVANS. op. cit.
tintas. Vide também (a) Régis de Castro 27. Sobre o papel cambiante do Estado,
ANDRADE, op. cit. p. 15 c nota biblio­ vide (a) P. EVANS. op. cit p. 83-90. (b>
gráfica 23. (b) Eli DINIZ, op. cit. Cap. 2. E. DINIZ, op. cit. Cap. 6 e 7. (c) Oclivio
p. 94-109. IANNL Estado y planificación económica
23. O termo “convergência de classes*’ apli­ en Brasil: 1930-1970. Buenos Aires, Amor­
ca-se a uma situação onde diferentes clas­ rortu Ed., 1971. p. 18-70.
ses se acham reciprocamente acomodadas 28. Vide (a) Paulo SINGER. A política das
no aparelho do Estado com um relaciona­ classes dominantes. In: Política e revolu­
mento contraditório c competitivo. Elas são ção .. op. cit. p. 86-90. (b) Francisco de
basicamente reconciliáveis em decorrência OLIVEIRA, op. cit. Essa nacionalização foi
de sua ligação estrutural, com domínio apoiada de fato e até mesmo conduzida
político servindo de mediador. Sobre essa pelos próprios industriais. Vide E. DINIZ.
convergência de interesses, vide Hamza op. cit. p. 103-05.
ALAVI. The state in post colonial socie- 29. Régis de Castro ANDRADE, op. cit.
ties: Pakistari and Bangladesh. New Lefí p. 9.
Review, London. (74):59-82, sd. Este ca­
30. E. DINIZ. op. cit. p. 76-7.
pítulo foi estruturado basicamente a partir
da análise de Hamza Alavi. 31. Vide (a) Evaldo Amaral VIEIRA, op.
cit. Cap. 3 e 4. (b) E. DINIZ. op. cit. p.
Sobre a forma histórica concreta de tal
94-109.
convergência, vide L. MARTINS, op. cit.
p. 114-20. Sobre a supremacia dos interes­ 32. Sobre o conceito de *mobilização de
ses industriais, vide E. DINIZ. op. cit. Cap. bias", vide Peter BACHRACH & Morton
4 e 5. S. BARATZ. Two faces of power. The
American Political Science Revier, s. 1.,
24. Para interpretação do papel político e
56.-632-42, Dec. 1962.
econômico do Estado Novo, vide (i) E.
CARONE, A terceira .. op. cit. p. 134 33. Em meados da década de trinta e iní­
et passim. (b) L. BASBAUM. op. cit. p. cio da década de quarenta, foram criadas
105X16. (c) E. CARONE, O Estado Novo: ou reativadas quatro categorias de órgãos
1937-1945. São Paulo, D1FEL, 1976. (d) com o objetivo de apoiar a expansão in­
E. DINIZ. op. cit. Cap. 5 e 6.(e)L. MAR­ dustrial:
TINS, op. cit. p. 202-66. 2&8-309. a) os institutos destinados a regular o
25. Pera interpretações do papel político consumo e a produção nos setores agrários
dos Forças Armadas durante esse período, c extrativos;
vide (a) Edmundo CAMPOS. Em busca de b) organismos destinados a aplicar me­
identidade: o exército e a política na so­ didas de incentivo para a indústria pri­
ciedade brasileira. Rio de Joneiro, Foren­ vada. como a Comissão de Similares, o
se Universitária, 1976. (b) E. DINIZ. op. Conselho Nacional de Política Industrial e
cit. p. 292-93. Comercial, o Conselho Técnico de Econo­
26. Vide (a) Magda FR1TSCHER. Desar- mia e Finanças, ao passo que induslriais
rollo de la política nacionalista en Brasil. dirigiam agências-chave de tomada de de­
Latino América: anuário de estúdios latino- cisão como, por exemplo, a Carteira de Ex­
americanos, i. 1. (4): 135, 1971. <b> Teotb- portação e Importação do Banco do Bra­
nio dos SANTOS. El nuevo carácter de la sil — CEXIM;

41
c) entidades que viuvam a implemen­ logia de desenvolvimento dc Roberto Si­
tar a expaniiu ou inspeção de serviços bá­ monsen, ideologia esta fortemente influen­
sicos de iníra-csirvtura para a industriali­ ciada por Mihnil Manoilcsco. Apesar dc
zação, como era o caso da Comissão do haverem rejeitado a adoção dc uma Ideo­
Vale do Rio Doce, Conselho de Águns c logia cxplicitomcnte integralista ou franca*
Energia, Comissão Executiva do Plano Si­ mente fascista cm decorrência dc seus as­
derúrgico Nacional. Comissão do Plnno Ro­ pectos de mobilização c do elevado grau
doviário Nacional, Comissão de Combus­ dc autonomia que tal ideologia legava ao
tíveis c Lubrificantes. Conselho Nacional aparelho burocrático-militar do Estado, os
de Ferrovias e Comissão Nacional de Ga- industriais adotaram muitos de seus prin­
sogênio; cípios econômicos e políticos. Porém é im­
d) organismos destinados a participar di- portante observar que muitos empresários
rctamente das atividades produtoras, lais e profissionais como Pupo Nogueira, Antô­
como mineração e siderurgia. nio Gallolti, Conde Matarazzo, Rodolfo
Vide (a) Maria do Carmo Campello de Crespi e Miguel Rcale eram integralistas e
SOUZA. Estado c partidos políticos no apoiavam essa ideologia.
Brasil I9J0 a 1964. São Paulo, Ed. Alfa- 39. O DASP foi criado em 1938 c sua ff.
Omcga. 1976. p. 98-100. (b) E. DÍNIZ. op. gura-chave era Luís Simões Lopes, que sc
cit. p. 151, notas bibliográficas 1 e 2. tomaria um dos diretores da Hannn Mining
34. E. Diniz, op. cit. p. 106X17. Co. Vide o Capítulo III deste livro. Paru
um relato sobre o DASP, vide (a) Maria
35. Entre 1930 e o final do Estado Novo
Campello dc SOUZA, op. cit. p. 96-8. (b)
em 1945. várias organizações de classe fo­
Lawrence GRAHAM. Civil service reform
ram criadas como, por exemplo, a Federa­
in Brazil. Auslin, Univ. of Texas Press,
ção das Indústrias do Estado de São Pau­
1968. p. 27-30.
lo — FIESP, o Centro de Indústrias do Es­
tado de São Paulo — CIESP, o Centro In­ 40. T. dos SANTOS, op. cit. p. 23. Sempre
dustrial do Rio de Janeiro e as várias As­ que figuras burocráticas ou militares eram
sociações Comerciais do Rio de Janeiro, colocadas em posições de liderança dentro
São Paulo. Paraná. Rio Grande do Sul, Mi­ do novo aparelho do Estado, posições apa­
na* Gerais e Pernambuco, assim como a rentemente dominantes, (ais figuras se mos­
Confederação Industrial do Brasil e o Con­ travam na realidade “funcionais” e cm con­
selho Nacional de Indústrias. Seus líderes sequência verdadeiramente subalternas, cm
eram Roberto Simonsen (CBi), Euvaldo Lo- decorrência de seu compromisso com a or­
di (CNI), João Daudt dOliveira (Associa­ dem e o progresso empresarial. Ao envol­
ção Comercial), Ricardo Xavier da Silvei­ ver o desenvolvimento industrial em uma
ra (Centro Industrial do Rio de Janeiro) trama burocrático-militar, o Estado dava a
e Vicente de Paula Galliez. impressão de ser uma entidade onipresen­
36. Entre esses institutos ou conselhos de te, considerado tanto como um adminis­
representação estavam os do açúcar c do trador imparcial quanto um franco benfei­
álcool, da mandioca, trigo, algodão, café, tor das “classes produtoras” (os industriais)
fumo, sisal, óleos vegetais, vinho, pinho, e das classes trabalhadoras. Vide (a) P.
carne e sal. Alguns produtores se faziam SCHMITTER. op. cit. p. 181-82. (b) E.
representar por Conselhos Regionais tais CARONE. A terceira... op. cit. p. 349-52.
como o Instituto do Arroz, a Federação dos O bloco industrial-financeiro entrinchei­
Produtores dc Lã, o Instituto da Carne do rou-se em tomo da perícia da burocracia e
Rio Grande do Sul e o Instituto do Cacau do Exército, apoiado por um aparelho es­
da Bahia. tatal cujo quadro de funcionários provinha
37. (a) M. Campello de SOUZA, op. dl. das classes médias, as quais agiam objeti­
p. 85. (b) Philippe SCHMITTER. op. cif. vamente como classes auxiliares. O cresci­
p. 181-83. (c) E. DINIZ. op. cit. Cap. 4 e 6. mento industrial equiparado ao desenvol­
38. E. DINIZ op. Hf. p. 94-109. As liga­ vimento nacional reforçou o mito de um
ções ideológicas e políticas entre o nacio­ distanciamento ideal por parte do Estado.
nalismo. o desenvolvimento industrial e Pela mesma razão, a noção de construção
o autoritarismo foram englobadas pela ideo­ nacional recebeu um conteúdo preciso e

42
definido de classe. O Estado, ocultando a vide (a) Roymundo FAORO. Os donos do
supremacia da burguesia, representou en­ poder. Rio de Janeiro. Ed. Globo. 1958.
tão um papel nacionalista enquanto desem­ (b) Riordan ROETT. Brazil: polities in a
penhava uma função de classe empresa­ patrimonial society. Boston, Allyn <L Ba­
rial. Sobre o conceito de empresário, vide con. 1972. p. 27-32. (c) Hélio JAGUAR!-
Fernando H. CARDOSO. Empresário in­ BE. The dynsmici of Brazilian nationa-
dustrial c desenvolvimento econômico. São liim. In: VELIZ, Cláudio, ed. Obstacles
Paulo. DIFEL. 1972. Cap. I. 3 e 4. to change in Latin América. London, Ox-
41. Sobre o papel das Forças Armadas, yí- ford Unív. Press, 1965. p. 162-87.
dc (a) Maria Campello de Souza, op. cit. 53. Sobre o papel da FEB, vide A. STE-
p. 101-04. (b) E. DINIZ. op. cit. p. 274. PAN. The military in polities: changing
42. Sobre o conceito de "sociedade políti­ patterns in Brazil. Princeton, Princeton
ca", vide (a) Q. HOARE and G. NOWELL- Univ. Press. 1971. p. 87, 117, 128.
SMITH. op. cit. p. 12. 206-09, 268. (b) H.
Para uma análise das atitudes cambian­
PORTELLI. op. cit. p. 27-44.
tes dos militares, vide (a) R_ BOURNE.
43. Vide (a) P. EVANS. op. cit. Cap. 3.
op. cit. p. 114-18. (b) Lourival COUTI-
(b) E. DINIZ, op. cit. Cap. 3. 5 e 6 (c) W.
NHO. O General Goes depõe. Rio de Ja-
DEAN. op. cit. p. 209-39.
neiro, Ed. Coelho Branco, 1955. p. 395-
44. Para uma descrição da legislação tra­ 469.
balhista brasileira, vide (a) José Albertino
54. L. MARTINS, op. cit. p. 132. Ainda
RODRIGUES. Sindicato e desenvolvimen­
não existe uma análise histórica apropria­
to no Brasil. São Paulo, DIFEL, 1968. (b)
da do PSD e do PTB. Sobre a UDN, vide
Kenneth ERICKSON. op. cit. p. 27-46.
Octávio DULCI. A União Democrática
45. Vide (a) Richard BOURNE. Getúlio
Nacional e o anüpopulismo no Brasil. Dis­
Vargas of Brazil 1883 1954. London, Char­
sertação de mestrado. Belo Horizonte,
les Knight & Co. Ltd., 1974. Cap. 4 (b)
Univ. Federal de Minas Gerais, 1977.
L. MARTINS, op. cit. p. 309 20. (c) Momz
BANDEIRA. Presença .. op. cit. Cap. 38. 55. O populismo tem recebido várias in­
46. Sobre o conceito de "sociedade civil", terpretações Para efeito da presente aná­
vide (a) Q. HOARE & G. NOWELL- lise, será considerado o populismo como
SMITH. op. cit. p. 12-13, 235-38, 245. (b) o bloco histórico construído pelas classes
H. PORTELLI. op. cit. p. 13-26, 30-44. dominantes dentro das condições parti­
47. (a) E. DINIZ. op. cit. Cap. 6. (b> P. culares do Brasil, isto é, a integração e ar­
SCHMITTER. op. cit. p. 182-83. ticulação de diferentes classes sociais sob
a liderança de um bloco de poder oligár-
48. Vide Caio Navarro de TOLEDO.
quico-industrial. Mesmo sendo a forma
ISEB: fábrica de ideologias: análise de
que tentou encobrir a supremacia de clas­
uma instituição. Tese de doutorado. Fa­
se desse bloco de poder, o populismo per­
culdade de Filosofia, Letras e Ciências de
mitiu a existência de um espaço político
Assis. 1973. Mimeografado.
no qual as classes trabalhadoras foram ca­
49. Para um entendimento da profunda li­
pazes de expressar algumas de suas reivin­
gação entre a indústria local e os interes­
dicações e de desenvolver formas organi­
ses multinacionais em decorrência da de­
zacionais que tentaram quebrar a camisa-
pendência tecnológica, vide Wcmer HAAS.
de-força ideológica e política populista. Vi­
A contribuição do knowdtow estrangeiro à
de o Capítulo IV deste livro para maiores
indústria brasileira. São Paulo, Ed. BANAS,
discussões sobre o assunto. Para análises
1961.
sugestivas do populismo. vide (a) Michae!
50. Sobre o papel de liderança do indus­ Lec CONN1FF. Rio de Janeiro during the
trial local em sua ossociação com o capi­ great depression 1928-1937: social rejorm
tal estrangeiro e seus esforços para estimu­ and the emergence of populism. Tese de
lar o investimento estrangeiro no Brasil, vi­ doutorado. Staníord Univ., 1976. (b) Ré-
de E. DINIZ. op. cit. p. 16O-Ô8. gis de Castro ANDRADE, op. cit. (c)
51. P. SCHMITTER. op. cit. p. 182-83. Transcrições da conferência de 1978 na
52. Sobre o significado e usos das noções Univ. de Toronto: Populism and concep-
de estado cartorial e estado patrimonial. tualization of popular ideologies. LA RU

43
S/udies, Toronto, 3(2*3). s.d. Edição espc- va os limites dc uma doutrinação crua. Os
dal. (d) Ernesto LACLAU. Polírics and trabalhadores deveriam ser também ins­
ideology in marxist flieory: capitalisin, fas- truídos quanto a "seus direitos dentro das
cism, populism. London. NLB, 1977. p. leis trabalhistas c no fato dc terem advo­
143-99. (e) Fernando Henrique CARDO­ gados à sua disposição*', ao passo que sc
SO. Ideologias de la burguesia industrial tornava necessário ensinar técnicas organi­
en sociedades dependientes. México, Siglo zacionais aos líderes das classes trabalha­
XXÍ. >972 (D Francisco WEFFORT. El doras e apoiar financeiramente suas asso­
populismo en Ia política brasilena. In: ciações. Somente um movimento traba­
Brasil hoy. op. cit. lhista forte, bem orgunizado e bem infor­
56. A deposição de Gctúlio Vargas foi au­ mado poderia assegurar o tipo dc paz so­
xiliada pelo embaixador americano Adolf cial imaginado por Símonsen como a base
Berlc, que desencadeou a série de aconte­ da sociedade industrializada brasileira. A
cimentos que levou à derrubada do poder. estratégia empresarial envolvia também a
Vide Arthur SCHLESSINGER A thou- educação social dos empregadores, "expli­
sand daxs. Estados Unidos. Deli Paperba- cando a cies a função social da proprie­
ck, 1967. p. 66. dade privada, tornando-os familiarizados
57. M. CAMPELLO. op. dl. p. 64. com as limitações necessárias do poder
econômico e político para a realização dc
58. Régis de Castro ANDRADE, op. cil.
uma democracia capitalista". P. SCHMIT­
p. 26-7.
TER. op. cil. 1971. p. 185-86. Entre os
59. Osvaldo Trigueiro do VALE. O Ge-
participantes desses cursos achava-sc um
neral Dutra e a redemocratizaçâo de 45.
jovem professor, Jânio Quadros, que sc
Rio de Janeiro, Civilização Brasilci.-a, tornaria presidente cm 1961 como o can­
1979. didato das grandes empresas. Vide o Ca­
60. Vide Octavio IANNJ. Estado... op. pítulo IV deste livro.
cil. p. 84-97. Sobre a formação da ESG c
63. Alberto Pasqualini, ideólogo expoen­
seu significado político, vide A. STEPAN.
te do PTB e um dos maiores colaborado­
op. cil. Cap. 8.
res de Geiúlio Vargas na criação do par­
61. Sobre a FIESP e o CIESP, vide P.
tido no Rio Grande do Sul. Estado natal
SCHMITTER. op. cit. p. 160-205.
dessas duas figuras políticas, explicou que:
62. Os objetivos específicos do SESI "Eu não sou um homem de esquerda ou
eram "estudar, planejar e orientar, direta de direita. Cerlamente não sou um socia­
ou indiretamenie, os meios que contribuem lista. Penso apenas que a burguesia deve­
para o bem-estar social dos trabalhadores ria dar uma certa contribuição. Há muito
industriais e objetivos semelhantes". Em­ egoísmo entre os ricos. A mim me parece
bora a sua função imediata fosse baixar o que os burgueses estio sc tornando cada
custo de vida concedendo vários benefí­ vez mais cegos c surdos". Vide R. BOUR-
cios aos trabalhadores, o SESI procurou
NE. op. cit. p. 148.
também abafar o protesto político "atra­
vés da estimulação do sentimento e espí­ 64. F. C. CARDOSO. Ideologias... op.
rito de justiça social entre as classes". O cit. Cap. 2.
objetivo a longo prazo era lançar a "base 65. S. HUNT1NGTON & C. MOORE.
ideológica e atitudinal para a sociedade op. dt. p. 510.
industria] capitalista". O SESI visava a 66. E. ERICKSON. op. dt. Cap. 2, 3 e 4.
"educação social" dos trabalhadores divi­
didos em grupos pequenos, proporcionan­ A intensa migração interna dc trabalha­
do "uma compreensão clara de seus deve­ dores sem tradiç&o política que vinham de
res frente à comunidade" e mostrando- áreas rurais atrasadas para a cidade, os
lhes "a possibilidade dc uma melhoria quais eram responsáveis pela composição
profunda em suas condições econômicas, "rural-urbana** dns classes trabalhadoras,
sociais c morais... sem que se tornasse explica cm grande parte a ingenuidade po­
necessária uma revolução ou uma ruptu­ lítica da massa industrial brasileira. Vide
ra das tradições da nossa civilização cria- Octavio IANNJ. Crisis In Draxil. New
tã”. A concepção de Símonsen uJtrapassa- York, Columbla Unlv. Prcsi, 1970. p. 51.

44
67. Através do pcleguismo estabeleceram- emancipação. Rio de Janeiro. Paz e Ter­
se. entre outras, a Confederação Nacional ra, 1975. (d) Moniz BANDEIRA, op. cit.
dos Trabalhadores na Indústria (CNT1), a p. 323-65. <e> John D. WIRTH. The poli-
Confederação Nacional dos Trabalhadores ties of Brazilian deveiopment. Stanford,
no Comércio (CNTC) em 1946. a Confe­ Stanford Univ. Press. 1970.
deração Nacional dos Trabalhadores cm 75. (a) R. BOURNE. op. cit. p. 161-64.
Trabalhadores em Transportes Fluviais, (b) G. COHN. op. cit.
a Confederação Nacional de Trabalhado­ 76. (a) Hélio JAGUARIBE. Poli tical stra-
res cm Empresas de Crédito (CONTEC) tegies of national developmeni in Brazil.
em 1958. a Confederação Nacional dos Sludies in Comparative fniemationat De­
Trabalhadores em Transportes Fluviais. veiopment, St. Louis, Missourí, J(2):31-2,
Marítimos e Aéreos (CNTFMA) e a Con­ 1967/g. (Social Sciencc Institule, Washi­
federação Nacional dos Trabalhadores em ngton Univ.). (b) R. BOURNE. op. cit.
Comunicações e Publicidade (CONTCP) 77. Uma versão da competição e colabo­
em 1960. ração desses interesses é apresentada em
Um controle maior foi exercido através P. EVANS op. cit. p. 131-43.
de um sistema de proteção política que 78. (a) M. BANDEIRA, op. cit. p. 363-65.
mantinha os sindicatos dependentes do (b) R. BOURNE. op. cit. p. 185-97.
Ministério do Trabalho pela administração 79. Eugênio Gudin era um dos diretores
dos recursos Financeiros. O. IANNI. op. da Companhia Força e Luz Nordeste do
cit. p. 51. Brasil, da Electric Bond & Share Co. —
68. Para uma análise da ideologia de EB ASCO (I.T.T.), das Empresas Elétncas
Adhemar de Birros, político e empresário Brasileiras, da Cia. Paulista de Força e
sagaz, proprietário da Carbonífera Brasi­ Luz (AMFORP) e da Standard Oil. Ele
leira S.A., vide Guita Grin DEBERT. Ide era também um economista importan­
ologia e popuiismo. São Paulo. T. A. Quei­ te da Fundação Getúlio Vargas.
roz Ed. Lida., 1979. Cap. 3. 80. (a) Frank ACKERMAN. Industry and
69. Sobre os relações entre o Executivo imperialism in Brazil. Revier of Radical
e o Congresso, vide (a) Sérgio ABRAN- Pobtical Economia, í. I., 3(4): 17-21, Spnr.g
CHES. O processo legislativo: conflito e 1971. (b) Natharuel LEFF. Economic poli-
conciliação na política brasileira. Disserta­ cy-making and developmeni ín Brasil 1946-
ção de mestrado. Univ. de Brasília. 1973. 1964. Estados Unidos. John Wdcy A Sons,
p. 1-15. Mimeograíado. (b) Celso LAFER. 1968. p. 59*6 (c) R. NEWFARMER &
O sistema político brasileiro. São Paulo. W. MUELLER. op. cit. p. 97. (d) M. BAN­
Ed. Perspectiva, 1975. p. 62-8. DEIRA. op. cit. p. 365-72.
70. Vide R. BOURNE. op. cit. p. 16061. 81. Hélio JAGUARIBE. Problemas do de
71. Sobre uma análise da ideologia de senvolvimento latino-americano. Rio de
Carlos Lacerda, vide Guita GRIN. op. cit. Janeiro, Civilização Brasileira, 1967. p. 12.
Cap. 5. 82. Para análises do modelo de desenvol­
72. Para uma avaliação dessa fase e das vimento propiciado por Juscclino Kubits-
questões-chave envolvidas, vide Moniz chek e do seu período político, vide (a)
BANDEIRA. Presença... op. cit. Cap. O. IANNI. Estado... op. cit p. 124*4.
40-42. (b) Carlos LESSA. Quinze anos de polí­
73. Francisco de OLIVEIRA. A econo- tica econômica. Cadernos do instituto de
mia da dependência imperfeita. Rio de Ja­ Filosofia e Ciências Humanas. São Paulo,
neiro, Graal. 1977. p. 79-80. UNICAMP, Ed. Brasiliense. 1976. (c) Ma­
74. Para uma discussão das tendências na Victoria de Mesquita BENEV1DES. O
nacionalistas da segunda administração de governo Kubilschek: desenvolvimento eco­
Gctúlio Vargas, entre 1950 e 1954, vide (•) nômico e estabilidade política 1956-1961.
O. IANNI. Estado... op. cit. p. 98-123. Rio de Janeiro, Paz e Terra. 1976. p. 199-
(b) Gabriel COHN. Petróleo e nacionalis­ 240.
mo. São Paulo. D1FEL. 1968. (c) Medeiros 83. Cdso LAFER. The ptanning proetss
LIMA. Jesus Soares Pereira: petróleo, and the political system in Brazil: a study
energia elétrica, siderurgia: a lufa pela of Kubilschek’? largei plan — 1956-1961.

45
Ithaca, Cometí Univ, Dissertation Series ddstria química proporcionava 14,8% do
n. 16. 1970. (Lalin American Studics Pro- crescimento total, seguida pelo sclor dc
r«m). transportes com 14,4%, niclals com 11,3%,
84. F. de OLIVEIRA, op. dl. p SM. industrialização dc alimentos com 10,8%
85. Em 1959. havia mais de 400 empre­
e pela indústria têxtil com 8.9%. A quota
dc crescimento total da produção das em­
sas de origem americana operando no
presas multinacionais foi estimada cm
Brasil. Vide ESG. Documento n. Tg-IO-59.
33.5% durante a expansão manufalurciro
p. 17. Os interesses industriais locais mos­
dc 1949 a 1962 c cm 4296 no que dizia
travam uma tendência marcante a se liga­
respeito ao crescimento da indústria dc
rem a companhias oligopotislas multina­
substituição de importações Vide R NEW-
cionais. Vide Nelson de Mello c SOUZA.
FARMER A W. MUELLER. op. cit. p.97.
op dl. p. 28-9. Não é de se surpreender,
portanto, que a terça parte das empre­ 88. Em 1955, Roberto Campos fez co­
sas multinacionais americanas entrou orí* mentários extraordinariamente francos so­
ginalmeme no mercado brasileiro através bre o que seria a base lógica do período
da aquisição e não arhscando investimen­ dc Juscelino Kubitschek: “Optar pelo de­
to novo Além disso, entre 1960 e 1972. a senvolvimento implica a aceitação da idéia
quarta parte do aumento no ativo das fir­ de que é mais importante maximizar o ín­
mas americanas descu-se ao fato de elas dice dc desenvolvimento econômico do
haverem assumido o controle de outras que corrigir desigualdades sociais. Sc o
firmas. E mais ainda, houve uma mudan­ ritmo dc desenvolvimento for rápido, a
ça na escolha setorial de penetração por desigualdade pode ser tolerada e contro­
parte do investimento americano direto. lada com o tempo. Se o ritmo dc desen­
Enquanto cm 1929 o investimento ameri­ volvimento cair cm decorrência dc incen­
cano era responsável por 64% do comér­ tivos inadequados, praticar n justiça dis­
cio. utilidades públicas c outros e somente tributiva transforma-se cm participação na
por 24% da manufatura, deixando 12% pobreza. Obviamcnie, isso não quer dizer
para os setores extrativo e primário, cm que se deva deixar sem controle os instin­
1950 os números eram, respectivamenle. tos predatórios que ocasionalmente «
39%. 44% c 17%. sendo que o investi­ acham presentes em certos setores capita­
mento cm manufatura mostrava uma mar­ listas. Isso significa roeramenie. dentro do
cada tendência para um crescimento con­ nosso estágio de evolução cultural, que a
tínuo Em 1929. o valor contábil do inves­ preservação de incentivos para o cresci­
timento amcncano direto era de 194 mi­ mento da produção deve ter prioridade so­
lhões de dólares c em 1946 esse valor atin­ bre medidas que visem a sua rcdistribui-
giu 323 milhões dc dólares. Em 1950 o ção°. Vide Th o mas SKIDMORE. Polilici
valor era de 644 milhões de dólares, che­ in Braul IWM964: an expertmenl in de
gando a 953 milhões de dólares em 1960. mocracy. Oxford. Oxford Univ. press,
Vide P. EVANS Conúnuity and contradic* 1967. p. 387. nota bibliográfica.
tioo in lhe evolution oí Brablian depen­ 89. C. LAFER op dl. p 89.
dente. Lalm American Penpectivtí, s. L. 90 H. IAGUARIBE. Political strategies M
3(2).44. Spnng 1976 op. dl. p. 40. Contrariamcnlc a argumen­
86. (■) F. dc OLIVEIRA. A economia .. tos neoweberianos. o desenvolvimento dc
op dl p 85. 116-17 (b) M BANDEIRA. burocracias governamentais não apresen­
op eíl. p 375. (c) H Ferreira LIMA. Ca­ tava normas implícitas dc traiamenio uni­
pitais europeus no Brasil Reviila Braii versal para casos semelhantes dc acordo
lieme. Rio de laneiro. (4):4^64. mar /abr. com um código de regras Ao contrário,
1956. as burocracias governamentais incorpora­
87. O resultado das diretrizes políticas dc vam o antigo sistema dc nomeação pater­
fuscclino Kubitschck foi extraordinário. nalista de familiares e amigos. Vide C.
Indústrias que em 1949 importavam mais LAFER. op. dl. p. 67.
do metade dc seu estoque tomaram-se 91. O empresário Antônio Carlos do
centros-chave de crescimento para os se­ Amaral Osório, que teria um papel muito
tores industriais Entre 1949 e 1962, a ín- importante nos acontecimentos que leva-

46
riim à queda de Joio Goulart, observou tendo "harakiri” (sicj moral." Palestra
posteriormcntc que a industrialização de proferida ‘pelo Marechal J. Veríssimo na
Juscelino Kubitschek "gerou uma série de FIESP, transcrita cm O Estado de Sao
problemas dentro das estruturas econômi Paulo de 20 de fevereiro de 1963.
cas. sociais e políticas. No campo da ad­ 96. Uma análise do papel do ISEB —
ministração pública, [a industrialização) te* Instituto Superior de Estudos Brasileiros
ve repercussão com a criação de uma sé* no desenvolvimento de tal idéia é apresen­
ric dc organizações paralelas dentro do tada em M. BENEVIDES. op. cit. p. 241-
Eitndo... com o propósito de satisfazer 43.
as necessidades que surgiam em conte*
97. Os trabalhadores industriais aumen­
qÜência de problemas econômicos e to*
taram de 450 000 em 1930 para 2.100.000
ciais que se acumulavam''. Vide também
em 1960, número este que quase dobrou
L. MARTINS, op. cif. p. 136. de 1950 até o final do período de Jusce-
Vide A. C. do Amoral OSÓRIO. O Es- lino Kubitschek. Vide Edmundo Macedo
todo revolucionário c o desenvolvimento SOARES. ESG. Documento n. C-25-63. p.
econômico. In: O processo revolucionário 22-3.
brasileiro. Rio de Janeiro, AERP, 1969. p.
114.
98. Sobre a ideologia do desenvolvimento
como consolidação de um processo hege­
92. Vide P. EVANS. Dependent... op.
mônico, vide Míriam Limoeiro CARDO­
clt. Cap. 4 e 5.
SO. La ideologia dominante. México, Si-
93. F. dc OLIVEIRA, op. clt. p. 39-40. glo XXI, 1975.
94. C. LESSA. op. cit. p. 65.
99. H. JAGUARIBE. Poliiical Strategies...
95. Em princípios da década de sessenta, op. cit. p. 37.
ds alternativas de um desenvolvimento na­
100. Sobre o conceito de classes popula­
cionalista liderado pelo Estudo ou de as­
res, vide Francisco C. WEFFORT. Classes
sociação com interesses estrangeiros e de­ populares e polílica. Tese de doutorado.
senvolvimento integrado rcuparcceram co­ Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
mo um dilema crucial. A posição contra
da Vniv. de São Paulo. 1966. p. 1. Sobre
o Estado foi amplamente defendida por
a noção de classes, vide F C. WEFFORT.
figuras militares influentes como o Mare­
Política de massas. In: Política e rtvolu
chal Ignácio José Veríssimo, que era en­ çào social no Brasil p. 173-71.
tão um importante ativista antipopulista.
Durante uma reunião da FIESP, o Mare­ 101. Para uma análise do "Bonapanismo
chal Veríssimo advertiu que "Quando jamsta". vide (a) Hélio JAGUARIBÊ.
brasileiros presenciam, sem piscar os olhos, Economic and poliiical dcvelopmtnl: a
a ação do Estado para se tornar o chefe . theoreiical approach and a Brasdian case
supremo do ferro através do complexo de sludy. Cambridge. Mass.. Harvard Univ.
Volta Redonda e da Companhia Vale do Press, 1968. p. 184. (b) Carlos Estevam
Rio Doce, o chefe supremo do transpone MARTINS. Brasil — Estados Unidos dos
ferroviário através da Rede Ferroviária anos 60 aos 70. Lima. Instituto dc Estú­
Federal, o grande construtor de navios dios Peruanos, set. 1972 (trabalho para o
através da Lóide. ITA. Navegação do Pra­ Scminar on Poliiical Relaiions betwcen
ta c Navegação da Amazônia, o chefe su­ Laiin América and USA).
premo dc uma série completa de ativida­ 102. O termo bloco nacional reformista
des econômicas através dos Institutos do designa a "frouxa" composição das forças
Sal. Pinho, Café, Açúcar e outros e. mais políticas representadas no círculo ao redor
ainda, para se tornar proprietário de esta­ de Joio Goulart e que favorecia as dire­
ções dc rádio, jornais, apropriandose de trizes políticas da industrialização nacio­
empresas de energia elétrica c tornando-se nalista fortemente apoiada pelo Estado, i
o produtor único de petróleo, possuindo reforma agrária com distribuição de tem,
indústrias produtoras dc álcali, automó­ a nacionalização dos recursos naturais,
veis, alimentos, calçados etc., quando bra­ medidas para o bcrr-esiar social, uma po­
sileiros presenciam tais acontecimentos lítica externa neulralista ou alinhada ao
sem se perturbar, então eles estão come­ Terceiro Mundo, um forte controle das

47
ção dc diretrizes políticas que havia sido
corporações multinacionais e até mesmo a
desapropriação em muitos casos. £ impor usado por Gctúlio Vargas. Esse (ato le
lante observar que João Goulart repetiu, vou. posieriormcntc. à própria queda dc
dez anos mais tarde, o mesmo modelo de |oâo Goulart, depois dc perder o apoio
composição de ministério c implementa­ das classes dominantes como um lodo.
CAPÍTULO II

A ASCENDÊNCIA ECONÔMICA
DO CAPITAL MULTINACIONAL E ASSOCIADO

Introdução

A Segunda Guerra Mundial pode ser considerada um divisor de águas crucial


que marcou a consolidação econômica e a supremacia política do capital mono­
polista nos centros industriais e financeiros? As novas formas de capitalismo,
que se realizavam a nível global através dc uma articulação complexa e contra­
ditória com as várias formações sociais nacionais, tiveram como expressão orga­
nizacional básica as corporações multinacionais? O capitalismo brasileiro, tardio
e dependente, viria a ser tanto transnacional quanto oligopolista e subordinado
aos centros de expansão capitalista. O capital "nacional”, que fora predominante
no governo de Getúlio Vargas, conseguiria coexistir de modo significativo somente
cm sua forma associada ou em empresas pertencentes ao Estado? Mesmo nesse
último caso, o capital transnacional teria ainda um papel central através de joinl
ventures (empreendimentos conjuntos) entre o Estado e corporações multina­
cionais. além de exercer controle multinacional parcial das ações de empresas
estatais brasileiras.

Penetração multinacional c integração da industria4

As mudanças na divisão internacional do trabalho* c a penetração na eco­


nomia brasileira de um bloco multinacional liderado por interesses americanos
deram lugar a novas relações econômicas e políticas, tais como:
a) uma crescente concentração económica e centralização de capital1 coro
a predominância de grandes unidades industriais e financeiras integradas*.
b) um processo de controle oligopolista do mercado?
O crescente peso econômico e a relativo importância política do bloco de
poder multinacional e associado no Brasil ern princípios da década de sessenta
foram claramente revelados através dos dados fornecidos por uma pesquisa se­
minal realizada no Instituto de Ciências Sociais — 1CS — da Universidade Federal
do Rio de Janeiro.8
Através da pesquisa foi feito um levantamento de dados dos grandes grupos
econômicos e estimado um universo de 276 grupos bilionários. Desses grupos.
221 tinham um vnlor de capital mais reservas das empresas que se situavam na
faixa de 900 milhões a 4 bilhões de cruzeiros. Foram identificados 55 grupos cujo
capital próprio ultrapassava a cifra dos 4 bilhões de cruzeiros; esses foram cha­
mados de “grupos multibilionários”.

49
Eases 55 grupos, que tinham um papel estratégico na economia brasileira,
ocupavam as posições de liderança nos setores principais onde operavam, con­
trolando uma parte substancial da produção e circulação dc bens.* Mais da me­
tade desses grupos tinha a sua sede cm São Paulo, aproximadamente um terço
deles no Rio de Janeiro e um pequeno número em Minas Gerais.
O estudo do 1CS examinou 83 grupos bilionários escolhidos para integrarem
uma amostra aleatória de um universo estimado em 221 unidades. Desses 83 grupos,
54, ou seja, 65%, eram “nacionais” e 29 multinacionais. Vinte e cinco dos 54
grupos nacionais, ou seja, 46%, tinham ligações através dc empreendimentos
comuns com grupos multinacionais. Se essas percentagens forem generalizadas
em relação ao universo de 221 grupos bilionários, elas mostrariam 144 “nacio­
nais” (65,1%) e 77 multinacionais (34,9%), dos quais 43 (55,2%) eram grupos
multinacionais não-americanos.10 De um total de 144 grupos “nacionais”, so­
mente 78 não tinham ligações bem definidas com interesses multinacionais. A
classificação por valor de capital dos grupos bilionários permitiu compor a
Tabela 1.

Tabela l

Grupos Grupos
Valor do capital estrangeiros % nacionais %

900 milhões a I bilhão c 500 milhões 19 653 15 27.7

1 bilhão e 500 milhões a 3 bilhões 10 343 34 62.9

3 a 4 bilhões — — 5 9,4

Fome T. doí Santos. I%9 p. 52 53


J. Antônio Pciioa dc Queiroz. !CS. 1965. p. 152
(Em 1962. o valor do dólar aumentou de Cr| 100,00 para Cr$ 200.00 no fim do ano).

Apesar da superioridade numérica dos grupos nacionais na faixa dos grupos


bilionários. eles se ressentiam de uma menor capacidade de concorrência, com
sua atividade limitada por desvantagens tecnológicas, tendo dc operar dentro de
um mercado oligopolista controlado por companhias multinacionais. Além disso,
58% dos grupos bilionários transnacionais c 37,5% dos grupos não-americanos
faziam parte do núcleo predominante do mercado de seu produto principal. Dez
grupos de posição importante (8 americanos e 2 multinacionais) eram os maiores
produtores em seus respectivos mercados.11 O capital transnacional americano
era proeminente dentro dos grupos multinacionais bilionários. Os americanos
representavam 13 grupos (48%) do total de 29 grupos multinacionais bilionários.
Os americanos representavam também 48% do total de interesses multinacionais
e 15,6% do total de grupos bilionários nacionais e multinacionais.

50
Dos 55 grupos multibilionários encontrados no Brasil, 31 deles (56,4%)
eram multinacionais e 24 deles (43.6%) eram locais ou “nacionais" dos quais,
por sua vez, 62,5% tinham ligações variadas com grupos transnacionais. Desses
24, somente 9 grupos (37.5%) não tinham ações nas mãos de corporações mul­
tinacionais, ao passo que 2 deles tinham diretorias interligadas com as de corpo­
rações multinacionais.13 A supremacia multinacional mostrava-se mais intensa à
medida que eram feitas comparações entre as diferenças do montante de capital
de grupos multinacionais e locais. Dezenove grupos “nacionais" (79,0%) de um
total de 24 tinham capital entre 4 e 10 bilhões de cruzeiros, enquanto 18 grupos
multinacionais (58,0% do total) enquadravam-se nessa categoria. Em uma posição
intermediária, de 10 a 20 bilhões de cruzeiros, havia 3 grupos nacionais (14,0%)
e 10 multinacionais (32,0%). No limite mais alto, acima de 20 bilhões de cru­
zeiros. havia 2 grupos nacionais (10.8%) e 3 multinacionais (10,0%). O capital
transnacional tendia a predominar na faixa mais alta de capital próprio. Dentro
dos grupos multinacionais multibilionários. os americanos mantinham uma po­
sição proeminente. Quinze de um total de 31 grupos eram americanos (dois desses
grupos eram americano-brasileiros c um canadense-americano). Os outros 16
compreendiam 4 alemães, 3 britânicos, 2 franceses, um canadense, um anglo-
holandês. um holandês, um argentino, um italiano, um suíço e um anglo-belga-
americano. Os 12 grupos americanos, mais os três que tinham ampla participação
de empresas dos Estados Unidos, representavam 48.0% dos grupos multinacionais
multibilionários e aproximadamente 30% do total de grupos multibilionários
nacionais e multinacionais.'*
A Tabela 2 mostra a distribuição por montante de capital ç nacionalidade.
O conjunto dos grupos econômicos multinacionais bilionários e multibilioná­
rios somados aos grupos "nacionais" ligados ou associados a interesses multina­
cionais constituía 68,4% do total, ou seja, 189 grupos de um total de 276 grupos
econômicos com um ativo acima de Cr$ 900 milhões. As conclusões a que se
pode chegar são claras. As grandes empresas "nacionais" e os grupos que as
controlavam eram predominantemente multinacionais, firmemente interligadas atra­
vés de uma dependência tecnológica ou financeiramente integrados a grupos
multinacionais. A grande corporação "nacional" era principalmente uma empresa
associada. Esse processo de internacionalização seria estendido ainda mais depois
de 1964.
O controle oligopolista de mercado baseava-se principalmente na preferência
multinacional pela penetração setorial seletiva, especializada e concentrada, e na
integração tecnológica e financeira. Até a década de cinquenta, o capital trans-
nacional havia se estabelecido em serviços, extração e comercialização de pro­
dutos agrícolas e em menor grau, em empresas industriais. Através do Plano de
Metas, os interesses multinacionais no Brasil redirecionaram seus investimentos
para outros setores e expandiram a economia local em direção à manufatura, no
que foi chamado de “segundo estágio de substituição de importação'*.14 Esse pro­
cesso pode ser visto claramente no padrão dos investimentos americanos. Em 1929,
a metade dos investimentos americanos ia para companhias de utilidade pública.
Mineração, petróleo e comércio representavam 26% do total. No fim da guerra,
a manufatura achava-se no mesmo plano das companhias de utilidade pública,
cada uma com 39%, e o resto dividido entre o comércio, mineração e petróleo,

51
Tabela 2

Grupos nacionais liga­


Grupos dos a grupos estran­ Outros grupos
multinacionais geiros através de ações nacionais
1 11

Capital Número % Número % Número %* Total % de I e 11

Bilionários 900 milhões

a 4 bilhões 77 34.9 66 29,9 78 353 221 643

Multibilionários acima

de 4 bilhões 31 56,4 15 273 9 163 55 «3.7

TOTAL 108 39,1 81 293 87 31,6 276 68,4

Fonte: T. dos Santos, 1969. p. 38


Em 1950 a manufatura já representava 44%, subindo a 54% em 1960 e atin­
gindo 68,0% em 1966.,x
No início da década de sessenta, 78,1% dos grupos multibilionários tinham
como atividade principal a indústria, sendo que nela eles estavam distribuídos
num número variado de ramos. Em comparação com grupos multinacionais, os
grupos multibilionários locais destacavam-se nos setores de importação-exportação,
nos bancos e na indústria dc bens de consumo não-duráveis. Eles se equilibravam
com os interesses multinacionais no que dizia respeito ao setor de investimento e
na indústria de base, onde o Estado tinha uma participação relevante, e aproxi­
mavam-se dos grupos multinacionais. Os grupos “nacionais” levavam franca des­
vantagem cm todos os demais setores: distribuição, serviços de utilidade pública,
bens duráveis e maquinário pesado.1*
Os grupos multinacionais (principalmente os americanos) preferiam clara­
mente o setor industrial?7 A distribuição dos 55 grupos multibilionários e dos
83 grupos bilionários, segundo o setor de atividade e nacionalidade, pode ser
vista na Tabela 3.

Tabela 3

BILIONÁRIOS MULTIBILIONÁRIOS

SETORES Estrangeiros Nacionais Estrangeiros Nacionais

N? % N? % N.* %. N? %

Indústria 25 86,2 40 74.1 26 83,9 17 70.8

Comércio 2 6,9 10 18,5 4 12,9 3 123

Bancos 2 6,9 4 7.4 1 32 4 16,7

TOTAL 29 100,0 54 100,0 31 100,0 24 100,0

Fonlc: T. dos Santos, 1969. p. 54


M. Vinhas dc Queiroz, ICS, 1965. p. 65

A distribuiçfto dos grupos por ramo de atividade principal em princípios da


década de sessenta é mostrada na Tabela 4.

53
Tabela 4

Setor de Atividade Nacionais Multinacionais

Hèo-industrial
Exportação importação (2 nac. -4- 2 multin). serviços in­
dustriais (1 nac. + 2 multin). bancos (3 nac.). investimen­
tos (1 nac. 4- 1 multin ). distribuição (1 nac. + 2 multin.) • 033%) 7 (20.7%)

Industrial
Bens de consumo nioduráveis ...................................................... « (333%) 5 (173%)
Bens de consumo duráveis ............................................................ 1 (42 %) 7 (24.1%)
Maquinário pesado ............................................................................ 1 (42 %) 4 (133%)
Indústrias básicas ............................................. :................. ............. 6 (25 %) 8 (24.1%)
TOTAL.................................................................................. 24 (100%) 31

Fonte: M. Vinhas de Queiroz. ICS. 1965. p. 55


L Martins. ICS. 1976 p 4J7
r H Cardoso. CEBRAF N. 6. p. 59

A forte integração tecnológica do capital também teve relevincia para a


posição de primazia transnacional ocupada no mercado pelas empresas multi­
nacionais. A integração tecnológica favorecia a tendência de concentração em
setores especializados de atividade, permitindo assim uma maior integração das
companhias multinacionais, as quais tendiam a dominar o mercado em sua concor*
rência com grupos econômicos "nacionais”. Em contraposição, a diversificação
e falta de unidade de caráter tecnológico eram mais acentuadas nos grupos eco­
nômicos "nacionais”, como é mostrado na Tabela 5.

Tabela 5

MULTIBILIONÁRIOS BILIONARIOS

Estrangeiros Nacionais Estrangeiros Nacionais

Estritamente especializadas 5 11
Atividades variadas relacionadas hori-
zontslmente e relativamente especiali­
zadas 9 2

Atividades veriicalmentc relacionadas


com pouca diversificação

Diversificadas 5

Muito diversificadas 1

Fonte: M. Vinhas de Queiroz. ICS, 1965. p. 63


T. dos Santos, 1969. p. 54-56

54
Além da unidade tecnológica e da especialização da produção, outro índice
da integração dos grupos multinacionais comparados aos grupos “nacionais” é
o relacionamento entre o número de empresas e o volume do capital, tal como
é visto na Tabela 6.

Tabela 6

NACIONAIS MULTINACIONAIS

Grupos Empresas Capital Grupos Empresas Capital

24 506 218.935.9 51 234 305.737.7

bilhões bilhões

Média por empresa: 432 milhões Média por empresa: 1.307 milhões

Os números sio representados em cruzeiros


Fcnte: T. dos Santos, 1968. p. 448
M. Vinhas de Queiroz, ICS. 1965. p. 64

Entre a amostragem dos 83 grupos bilionários, 10 multinacionais e somente


2 nacionais eram os principais ou únicos produtores nos setores onde exerciam
suas atividades principais. Dois grupos nacionais possuíam empresas ocupando o
segundo lugar no setor de sua atividade principal. 3 grupos possuíam empresas
entre aquelas em posição de controle do mercado onde operavam e um grupo
tinha monopólio efetivo em seu setor principal?* Grupos nacionais bilionários
também operavam numa estrutura de mercado oligopolística ou num mercado
de concorrência imperfeita, apesar de não terem posição de liderança como os
seus correspondentes multinacionais.
Quatorze dos 29 grupos multinacionais bilionários operavam numa estrutura
de mercado oligopolística; 4 grupos (todos americanos) funcionavam em condi*
ções de quase-monopólio e 9 operavam num mercado de competição imperfeita
(ou concorrência monopolística); 5 deles operavam em mercado de concorrência
monopolística concentrada, isto é, onde um grupo controlava mais de 50% do
mercado, e 4 grupos operavam em concorrência monopolística sem concentração?*
O grau de controle do mercado por grupos multinacionais, multibilionários pode
ser aferido na Tabela 7.
Mais de 65% dos grupos multinacionais operavam em áreas de atividade
onde tinham controle total, ou quase total, do mercado. Os grupos americanos
operavam em setores onde tinham controle total, ou quase total (92,4%), do
mercado. Nenhum dos grupos americanos agia em mercado de concorrência mo­
nopolística sem concentração ou em setores onde as multinacionais não tivessem
um acentuado controle do mercado.

55
Tabela 7

Grau de
controle
Grupos
estrangeiros * Americanos % Outros %

Acima de 90%
cftrangeiro 10 343 6 462 4 25.0
Grande 9 31J0 6 462 3 183
Médio 4 13.8 1 7.6 3 183
Pequeno 6 20J — — 6 37,4
TOTAL 29 100,0 13 100,0 16 1003

Fonte: T. dos Santos. 1968. p. 448

Dezessete (58,6%) dos grupos multinacionais (menos da quinta parte do


total dos 83 grupos bilionários da amostragem) pertenciam ao núcleo produtivo
predominante do mercado e somente 12 grupos (41,6%) estavam fora dele. A
situação dos grupos bilionários locais era diferente. Somente 8 grupos (14,8%)
tinham posição de controle no mercado onde operavam, e 46 grupos (85,2%)
estavam fora dele. Mesmo assim, deve-se lembrar que cerca da metade dos grupos
“nacionais” tinha ligações relevantes com grupos multinacionais. Onze (84,6%)
dos americanos compunham o núcleo predominante como produtores únicos ou
como primeiros produtores na faixa dos grupos milionários.** Evidência adicional
da tendência dos grupos multinacionais para o estabelecimento de um controle
oligopolístico do mercado pode ser obtida na Tabela 8, que mostra o grau de mo­
nopolização no setor metalúrgico sediado em São Paulo.*1

Tabela 8

Parte da produção
Rimo» de atividade Número de correspondente As
empresas 3 maiores
empresas (%)

Estruturas metálicas 8 76
Instrumento» agrícolas 9 97
Arado» ......................... 17 76
Motores elétrico» ... 9 86
Refrigeradores 8 91
Máquinas de lavar .. 6 n
Balanças 19 74
Elevadores 6 99

Fonte: T. do» Santo», 1969. p. 38


56
Grandes companhias multinacionais e mesmo “nacionais’’ dominavam a
economia.92 Interesses multinacionais predominavam no setor secundário, o mais
dinâmico deles. Através de seu controle oligopolista do mercado, as companhias
multinacionais ditavam o ritmo e a orientação da economia brasileira. Nos centros
capitalistas (Estados Unidos e Europa), o capital financeiro reinava supremo no
círculo de hegemonia americana. O capital americano, que detinha somente 2,0%
dos investimentos no exterior no primeiro quarto do século, passou a ocupar em
1960 uma posição proeminente, possuindo perto de 60% dos investimentos es­
trangeiros. Enquanto isso, a participação da Grã-Bretanha, França e República
Federal alemã caía para 30%.21 Um relatório do Bureau of Intelligcnce and Re-
search do Departamento de Estado americano, elaborado no início de 1963, apre­
sentou uma importante visão geral dos empreendimentos privados americanos no
Brasil. Ao delinear o “caráter dos grandes empreendimentos privados americanos
naquele país cm termos de seu tamanho, localização e origem corporativa”, o
relatório objetivava servir para “situar no seu contexto esse fator significativo na
economia do Brasil e no relacionamento Estados Unidos-Brasil”.2* De acordo com
o relatório, os investimentos estrangeiros privados no Brasil totalizavam cerca
de 3,5 bilhões de dólares. Os interesses americanos formavam o maior grupo
individual dc investidores estrangeiros, com aproximadamente a terça parte do total
do capital transnacional. Contrariamente ao modelo de investimento dos Estados
Unidos cm muitos outros países latino-americanos, as ações americanas em com­
panhias dc utilidade pública e companhias de mineração no Brasil eram relativa­
mente poucas em relação aos investimentos americanos na produção de maqui-
nário, automotores e utilidades domésticas. A maior parte dos investimentos no
Brasil era feita por corporações americanas multinacionais de maior importância,
organizadas localmcntc dc acordo com a lei brasileira de modo a usufruir van­
tagens administrativas e tributárias. Em alguns casos essas corporações eram or­
ganizadas sob um nome tal aue não as ligava, à primeira vista, à matriz, a fim
dc ganhar identidade local.2® Esses investimentos eram feitos em sua maior parte
em indústrias cuja produção ajustava-se a um mercado consumidor de classe
média c não tanto para a exportação. Foi esse altamente necessário mercado in­
terno que seria consolidado, depois de 1964, pelo fornecimento das camadas
médias cm detrimento das classes trabalhadoras industriais e rurais.
O relatório do Departamento de Estado apresentava uma lista de quatro
categorias gerais de atividade econômica, nas quais era agrupado todo o capital
transnacional no Brasil. As quatro categorias eram: t) indústria de base e indús­
tria pesada, 2) indústria de base e industrialização de alimentos. 3) atividades
não industriais e 4) serviços de utilidade pública. Os interesses americanos pre­
dominavam em três dessas categorias através de suas subsidiárias brasileiras. O
relatório indicava também que o capital americano abrangia cerca de 40% do
investimento estrangeiro em indústrias de base, seguido da Alemanha Federal com
15% e da Grã-Bretanha com !l%. Na indústria leve brasileira. 38% dos inves­
timentos estrangeiros eram dc origem americana; a Argentina representava cerca
de 13% do capital estrangeiro nesse setor e a Grã-Bretanha 12%. Os Estados
Unidos haviam investido 40% do capital estrangeiro privado em financiamento e
comércio, contra 10% da Grã-Bretanha e França.2*
O memorando da pesquisa mostrava um exame mais detalhado das áreas nas
quais os investimentos americanos predominavam entre o capital estrangeiro. Na
categoria de indústria dc base c indústria pesada que atraía cerca dc 40% de

57
todo o investimento multinacional privado (aproximadamente 1,4 bilhão de dó­
lares de um total de 33 bilhões de dólares), os investimentos americanos chega­
vam a cerca de 45% do total do capital transnacional. Os setores mais impor*
lantes nos quais fundos americanos haviam sido investidos eram:
a) indústria de automotores, de utilidades domésticas e outras indústrias de
máquinas, onde os investimentos americanos constituíam mais da metade dos
investimentos estrangeiros de cerca de 850 milhões dc dólares. Em seguida vinham
os interesses da Alemanha Federal e os britânicos. As indústrias de automotores
americanas no Brasil eram a General Motors, Ford Motor Co., Willys Motors e
International Harvester. Companhias importantes na fabricação de tratores c
equipamento rodoviário eram a Caterpillar. Fruehauf, Le Tourneau-Westinghouse
e Hyster. As indústrias mais importantes em peças para automóveis incluíam a
Bcndix. Clark Equipment e Armstead (ex*American Steel Foundrics). Os maiores
investidores em maquinário e produção de utilidades domésticas eram a General
Electric, IBM, Singer Sewing Machine, RCA, Timken Roller e Muncie Gear
Works;
b) o setor de indústrias de aço e metal era dominado por investimentos
belgas, seguidos pelo Japão. O capital americano representava cerca de 15,0%
do total do capital transnacional privado, estimado em 275 milhões de dólares.
A seguir vinham os interesses do Canadá e da Alemanha Ocidental. As indústrias
metalúrgicas americanas incluíam, entre outras, a Gillette Co. e a Revere Cooper;
c) os maiores investidores americanos nos setores de mineração e petróleo
eram a Bethlchem Steel em mineração e as Standard Oil, Texaco e Atlantíc
Refining na distribuição do petróleo. Os investidores americanos haviam inves­
tido cerca dc 65,0% do total do capital estrangeiro privado que chegava a 200
milhões de dólares. Em seguida vinham os interesses britânicos e italianos;
d) nos setores de cimento e vidro a França tinha a primazia nos investí*
mentos, seguida pelos Estados Unidos e Suíça. A Pittsburgh Plate Glass. asso*
ciada a interesses franceses, e a Coming Glass eram as indústrias americanas mais
importantes na produção de vidro. A Lone Star Cement e a Dolphin Shipping,
essa última associada a uma companhia italiana, eram importantes produtoras
americanas de cimento.*7
Na categoria de indústrias leves e industrialização de alimentos, cujos in*
vestimentos chegavam a cerca de 1,1 bilhão dc dólares (um terço dos investi­
mentos transnacionais). o capita) americano, que representava mais da terça
parte, distribuía-se da seguinte maneira:
a) produtos químicos, farmacêuticos e plásticos com 420 milhões de dólares
de investimentos transnacionais. 40% dos quais provinham de companhias ame­
ricanas. Entre as mais importantes estavam a Uníon Carbide. Celanese Corporation
c a Eastman Kodak. Os outros investimentos transnacionais eram principalmente
franceses, alemães e suíços;
b) na industrialização de alimentos, os interesses britânicos tinham primazia
no volume de seus investimentos, seguidos pelos Estados Unidos e pela Argentina
(principalmente Bunge & Born). De um total dc 240 milhões de dólares de capital
transnacional, os Estados Unidos detinham aproximadamente a quarta parte dos
investimentos. As corporações americanas mais importantes eram a Corn Products
Company, International Packcrs e Andcrson Clayton;
c) os interesses transnacionais investiam cerca dc 165 milhões de dólares na
área têxtil. Esse setor era liderado por interesses britânicos e franceses, enquanto

58
os Estados Unidos tinham 12,0% do total. A J. B. Martin e a Ranch River Wool,
associada a interesses franceses, eram as corporações americanas proeminentes;
d) nos setores de borracha, madeira e couro, de um total de 150 milhões
de dólares de investimentos estrangeiros, os Estados Unidos responsabilizam-se
por 50,0%, seguidos pela Itália e Grã-Bretanha. Os gigantes americanos eram
a Firestone, Goodyear c a B. F. Goodrich.
e) empresas industriais com interesses em múltiplos setores incluíam cor­
porações engajadas em uma variedade de atividades, tanto industriais quanto
comerciais. O grupo de investimento Bunge & Born liderava esse setor, com as cor­
porações americanas responsáveis pela terça parte do total de 92 milhões de dó­
lares de capital transnacional. A Anderson Clayton era a maior entre os interesses
americanos, seguida pela United Shoe Machinery e pela Minnesota Mining and
Manufacturing:
f) o papel e a celulose respondiam por cerca de 70 milhões de dólares do
investimento estrangeiro, com os Estados Unidos responsáveis por 70% deles.
As corporações mais importantes eram a Champion Pape rs e a Intemational
Paper/*
Em atividades não-manufatureiras, que incluíam finanças, comércio, publi­
cidade, imóveis e agricultura, cerca de 280 milhões de dólares foram investidos,
dos quais a terça parte, aproximadamente, provinha dos Estados Unidos. Nos
setores bancário e financeiro, os Estados Unidos lideravam o investimento trans-
nacional com cerca de 25% de um total de 152 milhões de dólares. O Canadá
vinha em segundo lugar, seguido pela Grã-Bretanha. França e Alemanha Federal.
Os grandes interesses americanos incluíam o First National City Bank e o First
National Bank of Boston, ao passo que o número de corporações manufatureiras
estendiam suas atividades para as áreas de crédito e investimento como, por
exemplo, a General Electric, Bethlehem Steel e Eastman Kodak. No comércio
predominavam os interesses americanos com cerca de 55% do total de 80 milhões
de dólares de investimento transnacional. A Grã-Bretanha vinha em segundo lugar.
As maiores corporações americanas eram a Scars Roebuck. a Pittsburgh Plate
Glass29 e a Singcr Sewing Machine. Nos setores de publicidade, imóveis e agri­
cultura, o total do capital transnacional era de cerca de 50 milhões de dólares,
dos quais 40% era americano. A Esteve Brothcrs e o King Ranch estavam entre
os maiores investidores americanos em agricultura, e a McCann Erickson cm
publicidade.30
No setor de utilidades públicas os investimentos americanos privados detinham
somente uma pequena parle. A holding canadense Brazilian l.ight and Traction-
Brascan3’ responsabilizava-se por aproximadamente 85% do total de investimentos
estrangeiros. Os interesses americanos de maior importância no setor de utili­
dades. a American and Foreign Power e a Intemational Telephone and Telegraph,
respondiam por quase todo o restante do capital estrangeiro nesse setor.
O relatório do Departamento de Estado apresentava também uma lista das
maiores firmas americanas no Brasil totalmente controladas ou com predominância
de capital americano. Elas eram, em ordem decrescente de acordo com o volume
aproximado de capital e reservas, volume este que variava de 60 a 10 milhões
de dólares: General Motors do Brasil S.A., Ford Motors do Brasil S.A., Esso
Brasileira de Petróleo S.A.,i2 Willys Overland do Brasil S.A., General Electric S.A.,
Força e Luz de Minas Gerais — EBASCO (Grupo Morgan),*3 Indústria de Pneu­
máticos Firestone S.A., Indústrias Reunidas Vidrobrás, Texaco do Brasil S.A.,

59
Internacional Harvester Máquinas S.A., Chnmpion Ccllulosc S.A., Union Cnrblde
do Brasil S.A., Indústrias Anderson Clayton & Co. — ACCO. Bcndix do Brasil
Lida., Cio. Goodycar do Brasil. Cia. Paulista dc Força c Luz (Amcricon & Forcign
Power), 1TT. Catcrpillar do Brasil S.A.. Refinações de Milho (Corn Products Co.),
IBM do Brasil. Cia. Energia Elétrica da Bahia (Amcricon & Forcign Power),
Sears Roebuck S.A.. Cia. Atlântica dc Petróleo S.A. (Atlantic Refining Co.), B. F.
Goodrích do Brasil S.A. e Swiít do Brasil.1*
Dcvc-se ressaltar neste ponto que no esforço dc cunho ideológico, político e
militar organizado pela burguesia para derrubar o Executivo de João Goulart,
fariam parte empresários importantes, que nele ocupariam posições-chave, ligados
à maioria das corporações as quais o estudo do ÍCS faria referência; também
participariam desse espaço a maioria das companhias mencionadas no relatório
do Departamento dc Estado. Muitas dessas corporações, algumas através de suas
subsidiárias c outras diretamente ou através de associações de classe, seriam tam­
bém importantes contribuintes financeiros para a campanha que levaria à queda
do regime populista.

Outros aspectos do processo dc concentração

O processo de concentração industrial foi acompanhado por uma extrema


concentração de posse de terra. De 1950 a 1960 o número dc grandes proprieda
des baixou de 2.3% do total de estabelecimentos agrícolas para 0.98%. Assim
mesmo, esses últimos controlavam até 47.29% da terra,n ao passo que 10,4%
dos estabelecimentos agrícolas controlavam 79.9% da terra. O comércio agrícola
estava ligado a uma grande pane da estrutura bancária.
No setor bancário, o processo de concentração determinou, entre 1958 e 1963,
o aumento do número de agências bancárias de 3.937 para 5.943, enquanto o
número de matrizes diminuiu de 391 para 324. Esses números ganham maior
significado se se considerar o alto grau de interpenetração entre as diretorias dos
grandes bancos, as suas operações conjuntas e a parcela do fluxo de caixa c ope­
rações financeiras controladas por estabelecimentos individuais dentre os 30
maiores bancos. Esses tinham 3.563 agências de um total dc 5.943. Eles adminis­
travam ainda depósitos de 2.736.632 de cruzeiros de um total de 3.398.737 dc
cruzeiros. Vinte e cinco eram privados e 5 pertenciam ao Estado. Dez eram se­
diados em São Paulo, 9 cm Minas Gerais e 5 no Rio de Janeiro.** Os bancos
tomaram-se agentes centrais do processo de concentração e acumulação. *T
O processo geral de concentração e centralização econômicas internacionais
apresentava outro aspecto além do processo de monopolização dc mercado. A
concentração econômica dava-se também a nível financeiro, e realizava-se através
dc um processo de integração entre as empresas e através do controle dc um
único grupo sobre várias empresas. O processo de integração entre as empresas
dava-se principalmcnte através de holdingt transnacionais — organizações finan­
ceiras que mantinham e geriam o controle de ações e as operações dc um certo
grupo de empresas. Já o mesmo não acontecia com os grupos nacionais. Neles
essa integração tinha características de uma organização interfamiliar. A família
ocupava um lugar tão significativo na estrutura de controle e administração das
empresas que se pode falar de grupos nitidamente familiares, sejam eles uni
ou multifamiliares. Foi esse o caso dc grupos oligopolislas como os de Ermírio

60
de Moraes, Bueno Vidigal, Quartim Barbosa, Villares, Mourão Guimarães e Ma-
larazro, entre outros. Os grupos nacionais eram controlados por grupos familiares
que distribuíam as ações e as posições administrativas entre si, seus parentes, ou
entre grupos familiares menores, ligados às famílias nucleares, mas não necessa­
riamente aparentados, como era o caso do grupo Almeida Prado. Em princípio
da década de sessenta, somente 3 dos grupos nacionais multibilionários nâo se­
guiriam essa estrutura familiar; 7 eram formados pela reunião de empresários
isolados e somente 12 grupos podiam ser considerados como liderados por admi­
nistradores. Dos 55 grupos, 28 (50,9%) possuíam holdings puros dentre as firmas
que os compunham, sendo que a maioria deles era de grupos nacionais de origem
local c não de imigrantes. Os grupos multinacionais operavam através do controle
acionário majoritário de suas empresas.”
Os grupos multinacionais multibilionários viam de 80 a 90% de suas ações
cm poder da matriz c somente 3 exerciam controle minoritário de suas empresas.
Os grupos multinacionais bilionários mostravam tendências semelhantes, ao passo
que era mais acentuado o controle minoritário nos grupos multibilionários locais.
Nenhuma formação é mais representativa do processo de integração capita­
lista (internacionalização, centralização organizacional e fusão e interpretação
financeiro-industrial) que ocorria em meados da década dc cinquenta e princípios
da década de sessenta do que a do gigantesco Atlantic Community Development
Group for Latin América, mais conhecida por sua sigla ADELA. A ADELA
foi formada em 1962 a partir de recomendações feitas por um think-tank* enca­
beçado pelo vice-presidente da Standard Oil of New Jersey (grupo Rockefeller)
c pelo vice-presidente du FIAT (complexo Agnelli).” A ADELA (oi posta em
ação por parlamentares da OTAN t senadores dos Estados Unidos, entre os quais
exerceram papel importante Hubcrt Horatio Humphrey e lacob Javits. então
senadores e membros do Council for Foreign Relations. A ADELA foi registrada
no Grão-Ducado de Luxemburgo em setembro de 1964. operando na América
Latina através de um escritório em Lima, Peru.
A organização consolidou-se no fim da década de sessenta e. em fins dc
1972. os acionistas da ADELA incluíam cerca de 240 companhias industriais,
bancos e interesses financeiros de 23 países, cuja lista é apresentada no Apêndice
A. A organização é financiada por alguns dos maiores complexos industriais e
financeiros internacionais, o que faz com que ela tenha consideráveis recursos
e canais de informação. A ADELA é também capaz de exercer forte pressão sobre
os governos dos países onde opera.41 As suas funções são explorar as oportuni­
dades de investimentos para as corporações multinacionais e criar um clima
favorável para investimentos usando sócios locais, um papel político que era
anteriormente exercido pelos governos dos países onde as matrizes destas com­
panhias estavam situadas. Alem disso, a ADELA objetiva o desenvolvimento de
uma estratégia de penetração através de investimentos diretos, assistência técnica
c perícia administrativa, análise dc mercado e comunicações com focos locais
de poder. A ADELA se propõe também a realizar contratos com instituições
financeiras internacionais, estendendo suas atividades a praticamente todos os
setores econômicos.

• NT: grupo de especialistas organizado por uma empresa, agência governamental etc
e comissionado para realizar estudos intensivos e pesquisa de problemas específicos

61
A lista de corporações multinacionais que fazem parte da ADELA sugere
claramente o poder subjacente à organização. A ADELA é uma organização su­
pranacional para o marketing internacional. Mas isso não 6 tudo. Além de set
uma organização de consultoria, a ADELA opera também como investidora e
está diretamente envolvida em atividades econômicas. No Brasil, a ADELA ope­
rava diretamente através das companhias apresentadas no Quadro I.
A ADELA assumiu também o papel de mediadora entre instituições finan­
ceiras internacionais e os países latino-americanos no planejamento do desenvol­
vimento desses últimos. O Relatório Anual de 1968 mostrou que a ADELA
tinha, em conjunto com a Intemational Finance Corporation — IFC e o Banco
Interamericano de Desenvolvimento, "contacto contínuo e livre troca de infor­
mações, de maneira a evitar duplicidade de esforços nas áreas de desenvolvimento
e participar conjuntamente das análises de oportunidades para investimentos".
A ADELA rinha um grande número de projetos em comum com a IFC, incluindo
joint ventures (empreendimentos conjuntos) em grandes investimentos.41 A IFC
foi fundada em 1956 em bases semelhantes às da ADELA. A IFC investe isola­
damente ou em conjunto com outras corporações multinacionais em alguns dos
grandes grupos associados e empresas públicas do Brasil. O Quadro 2 mostra
a sua rede operacional.
£ interessante notar que companhias participantes da ADELA e ligadas
à IFC estariam à frente da campanha contra o governo de João Goulart, dando
apoio financeiro e agindo através de seus diretores que operariam como ativistas
políticos.
O capital monopolista, mediado pela penetração de corporações multinacio­
nais, redefinia a divisão internacional do trabalho e estabelecia um novo centro
produtivo-chave e um bloco organizacional dentro da estrutura sócio-econômica
brasileira. A industrialização do Brasil seria integrada e absorvida por corporações
multinacionais de acordo com a estratégia de expansão do capital global, subli­
nhando os novos graus de internacionalização, centralização e concentração de
capital. O capital monopolista transnacional ganhou uma posição estratégica na
economia brasileira, determinando o ritmo e a direção da industrialização e
estipulando a forma de expansão capitalista nacional.
A tendência para a desnacionalização, concentração e predominância em
setores industriais específicos das multinacionais aumentou fundamentalmente
após 1964, uma vez que as condições políticas e económicas para esse movimento
ascendente foram impostas. Nesse processo, o capital americano estabeleceu sua
supremacia entre os interesses multinacionais. Em 1969, a "apropriação" da
economia brasileira por interesses multinacionais era um fato consumado. Compa­
nhias multinacionais controlavam 37,7% da indústria do aço, 38% da indústria
metalúrgica, 75,9% dos produtos químicos e derivados de petróleo, 81,5% da
borracha, 60,9% das máquinas, motores e equipamentos industriais, 100% dos
automóveis e caminhões, 77.5% de peças e acessórios para veículos, 39,8% da
construção naval, 71,4% do material para construção de rodovias, 78,8% dos
móveis de aço e equipamentos para escritório, 49,1% dos aparelhos eletro­
domésticos, 37,1% do couro e peles, 55,1% dos produtos alimentícios, 47%
das bebidas, 90,6% do fumo, 94,1% dos produtos farmacêuticos, 41% dos
perfumes e cosméticos c 29,3% da indústria têxtil.4’

62
Quadro 1

Fonte: Guia Interinvest. 1973. p. 722


Quadro 2

CIA DE CIMENTO
NACIONAL -CIMINAS*

t
nr

Holderbank__ I
L JTT. USA
Financiere, Glaris

Fonte: Guia Interinvest. 1973, p. 723.


Em um estudo preparado para o Subcommittee on Multinacional Corpora-
tions do Commiltee on Foreign Relations do Senado americano, Richard New-
farmer c Willard Mueller mostraram que a intensa penetração de investimentos
multinacionais na economia brasileira e a sua concentração em setores econômicos*
chave levaram a uma desnacionalização industrial significativa. Mencionaram
ainda que as tomadas de decisão empresariais nas indústrias dominadas por multl*
nacionais pareciam ter sido transferidas efetivamente para as matrizes no exterior.43
De acordo com a sua estimativa, aproximadamente 70,0% dos 7 bilhões de
dólares de investimentos estrangeiros no Brasil em 1972 iam para a manufatura,
com 3 indústrias principais — transportes, produtos químicos e maquinário —
responsáveis por mais de 3/4 do ativo líquido americano e por mais de 2/3
das vendas das indústrias. “Além disso, poucas corporações multinacionais con­
trolam, cm cada setor industrial, a maior parle do ativo e das vendas. Firmas
americanas e de outros países respondem por 158 das 500 maiores empresas
não-financeiras no Brasil cm todos os setores. Na indústria, elas totalizam 147
das 300 maiores firmas. Mais importante ainda, corporações multinacionais
controlam 59 das 100 maiores corporações industriais (as 100 companhias do­
minantes possuem mais de 3/4 do ativo das 300 maiores)’’.** Consequentemente,
Ncwfarmer e Mueller chamavam a atenção para o fato de que as empresas
privadas brasileiras gozavam uma posição semelhante de proeminência somente
cm três setores industriais: minerais não-metálicos, produtos de madeira e papel
e indústria alimentícia. Empresas estatais predominavam na produção de aço
e refinamento de petróleo (as empresas estatais associavam-se a multinacionais
nu produção de aço). Ncwfarmer e Mueller também salientavam que a “desna­
cionalização se interliga à concentração industrial já que as corporações multina­
cionais acham-se gcralmcnte localizadas em mercados concentrados. A manufa­
tura é geralmente bastante concentrada: em 176 de 302 indústrias, as 4 fábricas
dominantes produziam mais de 50% do valor da produção. Firmas estrangeiras
possuíam 3 ou 4 das fábricas dominantes em 32 indústrias, o que respondia
por 26% da produção industrial. Quando combinadas às indústrias nas quais
pelo menos 2 das 4 fábricas dominantes pertenciam a corporações multinacionais,
as firmas estrangeiras dominavam .66 indústrias, compreendendo 44% da
produção manufatureira. As firmas estrangeiras mostravam uma concentração
média mais alta do que as firmas nacionais, pelo fato de operarem mais
frequentemente em indústrias oligopolistas**.0 Assim, com quase metade da
indústrin sob controle multinacional, o relatório do Senado americano salientou
que corporações multinacionais conduziam-se como “um determinante crítico
da performance econômica brasileira”. O relatório revelou ainda que “como
muitas firmas estrangeiras são oligopolísticas, a desnacionalização está ligada à
concentração de mercados de produtos. A concentração de mercado outorga poder
adicional às corporações multinacionais livres das restrições do mercado competi­
tivo. Se a desnacionalização e a concentração de mercados de produtos continua­
rem a aumentar, a economia brasileira tornar-sc-á cada vez mais vulnerável ao
poder de decisão exercido por executivos nas sedes das corporações multi-
nacionais”.4*

Conclusão

O mero peso econômico de interesses multinacionais na economia brasileira


tomou-se um fator político central no final da década de cinquenta. A fim de

65
impelir seus interesses específicos, o capital transnacional apoiou-se não somente
cm seu poder econômico, mas também desenvolveu perícia organizacional e capa­
cidade política próprias para influenciar as diretrizes políticas no Brasil. Essa
perícia e capacidade foram incorporadas cm uma intelligentsia política, militar,
técnica e empresarial, isto é. nos intelectuais orgânicos dos interesses multinacio­
nais e associados e nos organizadores do capitalismo brasileiro. Eles formavam,
com efeito, a estrutura do poder político corporativo do capital transnacional,
que se desenvolveu durante o processo de inserção c consolidação das corporações
multinacionais no Brasil. Como foi visto anteriormente, a partir de meados
da década de cinquenta os interesses multinacionais e associados cresceram e
se fortaleceram rapidamente, tornando-se. indubitavelmente, a força econômica
dominante em princípios da década de sessenta. Os intelectuais orgânicos do
bloco oligopolista que não tinham liderança política, pois essa estava nas mãos
dc interesses populistas, e excluídos da representação associativa pela convergên­
cia de classe no poder, tentariam contornar os canais políticos e administrativos
tradicionais de articulação e agregação dc demandas. Os interesses novos objeti­
vavam uma ruptura efetiva ou o esvaziamento do corporativismo associativo
populista, pelo estabelecimento de novos loci e focos de poder econômico no
interior do aparelho de Estado e de novas formas dc comunicação dc classe com
centros de tomada de decisão.
Esse capítulo tentou mostrar o domínio econômico do capital multinacional
na economia brasileira. O próximo capítulo tratará das agências c agentes
criados c utilizados pelos interesses multinacionais e associados, assim como da
formação de novos atores políticos que responderiam ao desenvolvimento da
sociedade brasileira.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Para uma análise do capital monopo­ DINIZ A Renato Roul BOSCHI. Empre­
lista e das mudanças na estrutura do capi­ sariado nacional e Estado no Brasil. Rio
tal nacional e internacional, vide (a) Paul de lanciro, Forense Universitária, 1978.
SWEEZY. The lheory of capilaiisl deve- 4. Este capítulo faz uso das informações
lopment. London. P. Dobson Ltd., 1962. e conclusões dc três trabalhos muito im­
p. 254-69. 287-319. (b) P. BARAN & P. portantes. O primeiro deles é o Report to
SWEEZY. Monopoly capital Grá-Breta- the Subcommillee on Multinational Corpo-
nha, Pelican Books, 1965. p. 215-323. ralions do Committec on Foreign Rela-
2. (a) Herbert de SOUZA. Notes on (ions do Senado dos Estados Unidos. Esse
world capital. In: The internationalizalion relatório foi preparado por Richard S.
o/ capital. Toronto. LARU, íeb. 1978. v. Ncwíarmcr e Willard F. Mueller para uma
2. n. 2. p. 9, 55, 69. (b) Teotônio dos comissáo presidida pelo senador Frank
SANTOS. El nuevo carácter de la depen­ Church que estudava as empresas mul­
dência. In: MAR. José Matos ed. La crb tinacionais no Brasil c no México, comis­
dei desarroHismo y la nueva dependen­ são estabelecida cm agosto dc 1975. O se­
do. Argentina. Amorrortu Ed.. 1969. p. 12. gundo trabalho é pioneiro em sua área.
(Instituto de Estúdios Peruanos). Seus autores sáo Maurício Vinhas de
3. Vide (a) Eli DINIZ. Empresário, Es­ Queiroz. Luciano Martins e José Antônio
tado e capitalismo no Brasil I9W-1945. Pessoa de Queiroz, responsáveis pelos or-
Rio de Janeiro. Paz e Terra. 1978. (b) Eli ligos Grupos multlbilionários. Grupos bl-

66
lionários nacionníi e Grupos bilionários 15. R. NEWFARMER &. W. MUELLER.
estrangeiros, rcspccíivflmcnfe Esses srligos op. cit. p. 103-4.
foram publicados na Revista do Instituto 16 Considerando-se 1955 como ano base
de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, (2), (1955 = 100), a indústria mais internacio­
1965. Essas duas primeiras análises pro­ nalizada e sofisticada de bens de consumo
porcionaram informação faiua! para um subiu para 323 em 1960. Vide O. 1ANN1,
número de estudos explicativos sobre o op. cit. p. 157-58.
processo econômico e político brasileiro 17 (a) F. H. CARDOSO, op. cit. 1968.
usados neste capítulo. O terceiro trabalho p. 154-85. (b) F..H. CARDOSO. Mudan­
é o Research Mcmorandum of lhe Dureau ças sociais na América Latina. São Pauk),
oj Intelhgcnce and Research. produzido DIFEL. 1969. p. 170.
para o Departamento de Estado america­ Segundo NEWFARMER êc MUELLER.
no em fevereiro de 1963; uma cópia desse op. cit p. 105. "Os investimentos manufe-
memorando encontra-se nos Arquivos John turetros americanos concentravam-se pri­
F. Kennedy em Boston. Massachuseis.
mordialmente em indústrias-chave: produ­
5. T. dos SANTOS. The multinational tos químicos, transportes e maquinário-
corporation — cell of contemporary capi Essas tém sido inclusive as indústrias mais
talism. LARU, s. I., 2(2):34-9. Feb. 1978.
dinâmicas em termos de crescimento no
6. Para a percepção do processo brasilei­ Brasil Uma pesquisa do Departamento de
ro de concentração e centralização, vide Comércio imencano revelou que esses
Maria da Conceição TAVARES. Da subs­ três grupos industriais, de suma importân­
tituição de importações ao capitalismo fi­ cia. compreendiam mais de 75% do total
nanceiro. Rio, Zahar. 1975. p. 125-47, 173- do ativo líquido investido no Brasil em
208.
1970 por firmas americanas participantes
7. Pode-se obter informação sobre o con­
da pesquisa. O maquinário elétrico e o
trole oligopolista do mercado por corpora­
não-elétrico combinados responsabiliza­
ções multinacionais e associadas na com­
vam-se por outros 11%W. "Dentro de cada
posição setorial da economia brasileira nos
uma dessas três maiores indústrias que res­
guias BANAS, 1960-1965.
pondem pela grande maioria do total do
8. Entre os autores que se valeram dessa ativo líquido americano e seu mercado,
importante pesquisa estão; (a) O. IANN1. menos de quinze firmas controlam a parte
Crisís m Brazil. New York. Columbia maior do ativo e das vendas". MAs mesmas
Univ. Press. 1970. p. 148-49. (b) F. H. três indústrias de proa sio responsáveis
CARDOSO. As tradições do desenvolvi­ por 71% de todo o ativo líquido e de todo
mento associado. Estudos CEBRAP, São o mercado americano no Brasil".
Paulo. (8):43-73, CEBRAP. abr./jun. 1974.
18. T. dos SANTOS, op. cit. 1969. p. 56.
(c) T. dos SANTOS, op. cit. 1969. p. 37-
19. (a) T. dos SANTOS, op. cit. 1969. p.
60.
36-7. 56-7. (b) José Antônio Pessoa de
9. O. lANNI. op. cit. p. 157.
QUEIROZ. Revista do Instituto de Ciên­
10. T. dos SANTOS, op. cit. 1969. p.
cias Sociais, Rio de |aneiro. 1965.
38-9.
20. T. dos SANTOS, op. cit. 1969. p.
11. F. H. CARDOSO. Hegemonia bur­
589.
guesa y independência económica: raices
21. T. dos SANTOS, op. cit. 1969. p. 38.
estructurales de la crisis política brasile-
22. Entre os grupos bilionários que con­
na. fn: FURTADO, Celso; JAGUAR1BE,
trolavam a economia brasileira, 11 dos
Hélio & WEFFORT, Francisco C. et alii.
grupos americanos <84.6%) incluídos na
Brasil hoy, México, Siglo XXI, 1968. p.
amostragem estavam entre os 500 maiores
105.
dos Estados Unidos: 6 grupos (46%) da
12. F. H. CARDOSO. 1968. id.
amostragem estavam entre os 200 maiores
13. T. dos SANTOS, op. cit. 1969. p. 52.
e entre esses achavam-se os 4 maiores pro­
14. (a) T. dos SANTOS, op. cit. 1969. p. dutores de seus respectivos setores. Quan­
53. (b) Francisco de OLIVEIRA. A eco­ to aos grupos não-americanos que faziam
nomia da dependência imperfeita. Rio de porte da amostragem dos grupos bilioná­
Janeiro, Graal, 1977. rios, 41,6% estavam entre os 500 maiores

67
grupo* financeiro* (ora do* Eiiado* Uni­ 31. A Branllan Traction — Light A Po
do*. Auim tendo o controle financeiro wer. que tinha a participação do grupo
da economia brasileira cata* a entregue ao* Morgan (WS do ativo total), operava no
I OOO pnncipais grupo* econômico* pena­ Brasil através de:
do* globau Torna-te evidente que esses — Rio Light SA.
número* panam a ter ugm ficado diferen­ — São Paulo Light SA.
te ac considerarmos o grau de interpelação — Braxilian Hidroelétrica Co. Ltd.
entre o* grupo» internacional» e wa in»cr- — Cia. Brasileira Administradora de
ção em grupo* ho/Jing. centrado*, em Serviços COBAST.
muito* caao*. em grupo* familiares, como
— Cia. Fcrrocarril J. Botânico.
é o cato do* Rockefelkr. Morgan. Mellon.
— Cia. Telefônica Brasileira.
Dupont. Walknbcrg c Agnelh V»dc T.
— Cia. Telefônica do Espírito Santo.
do* SANTOS op cu l%9 p 39
23. NEWFARMER A MLELLER. op — Cia. Telefônica de Minas Gerais.
dl p 31 — City of Santos Improvement Co. Ltd.
24 Fitado* Lmdo* Deparunent of State. — Força e Luz de Vera Cruz.
Burtau ai Imdhgflace and Research — — Listas Telefônicas Brasileiras.
RHR I Reaecrrt Wrníyjndun C.S. pn- — São Paulo Electric Co. Ltd.
rafe mievmcnr m B^czJ 14 Feb. 1963. — The São Paulo Gas Co. Ltd.
(Arqvtta* |ohr F Keaned). Bo*ton).
— Société Anonyme du Gaz do Rio de
25 BIR — Deparment of Scau id. p. 5.
Janeiro.
Sobre recomendações quanto ao com
— Cia. Carris Luz e Força do Rio de
portamente, dai corporações mulúnacionau
Janeiro.
no* pa«*e* onde eús te dMUlam. vide W.
BAFR A M H SIMONSEN Amencan -• Cia. Eletricidade São Paulo e Rio:
capital and BrixJ_ac nauonaliam. Yale Cia. Luz e Força Guaratinguetá, Força e
Luz Norte de São Paulo, Força • Luz |a-
Fitado* Lnido*. 53(2); 192-96,
Wifticr 1964 careí e Guararema, Empresa Luz c Força
Jundíaí. Empresa de Melhoramentos Porto
26 BIR — Deparunent of Sou ibid. p.
Feliz, Empresa Eletricidade São Paulo e
I 2
27. BIR — Dcpamnot oí Sou. ibiã. p. X Rio. Empresa Hidroelétrica Serra da Bo­
29 BIR — Departmcnf of Sou ibid p. 3. caina.
29 O grupe Mdloa operava no Brasil A Light SA. controlava 57% do consu­
at/avéa da* teguime* companhia* mo e 54% da potência.
— Gulf Oii Cia Brodetra de Petróleo 32. O grupo Rockefeller controlava, entre
Gulf outras:

— Wesitnghoute Electnc: Wctiinghou- — Standard Oil of Ncw Jcrsey: Esso


•c Elétrica do Brasil Tratores do Brasil. Brasileira de Petróleo, Cio. Marítima Bra­
sileira. Bruiilmar Meridional dc Navega­
— Aluminium of Amena: Cia Alumí­
ção. Cia. Brasileira de Gás-GASBRAS, Cia.
nio Poço* de CaJdat Alumínio do Bra*il
Ultragis SA.
S.A . Alumimum LimiUd Sales. LletroquL
mka Brasileira SAELOLISA — Atlantk Refining Co.: Ailantk Reíi-
ning Co. of Brazil, Empresa importadora
— Pilisburgh Piau Glass Cia Vidrana
Carioca SA.
Santa Marina. Pittsburpo d< Vidro* e Cn*
tais Lida . Vidro* Cuming do Brasil S A. — Socony Vacuum: Socony Vacuum
— Koppers Revere Co: Cu Brasileira Serviço* Técnicos.
de Eatlrcno. Cia Brasileira de PUsiico* — Standard Oil of Califórnia: Asfaltos
Kopper S.A , Kopper Comércio c Serviço* Califórnia SA.
Lida. —* Tecas Co: Teaaa Oil Co., Transmar
— |onr* and Langhlin Internacional Co SA , Oleo* Galena Signal SA.
— ARMCO Stecl Co ARMCO Indus­ — Manhaiian Chasc Nailonal Bank: In-
trial e Comercial SA. ARMCO Tubo* uramentana dc Financiamento* e Investi*
30. BIR — Departmeni of Sute. op dl. mento*. Ini. Hasic Economy GrouplBEC,
P <. Cargill Agrícola c Comercial S A., Scman-

6S
ícs Agrocerci S.A., Empreso de Mecaniza­ O grupo Morgon participava de:
ção Agrícola. • — ÍBM World Tradc Corp.
— DELTEC Corporalion. — Coca-Cola Exp. Corp. S.A. (grupo
O grupo Rockcícllcr participava também Rockefeller).
das seguintes empresas: — Refrigerantes Bauru.
— BORDEN Co. — RCA Victor.
— Alba S.A. Adesivos e Lacticínios — Sears, Roebuck & Co. (grupo Ro­
Brasileiros. ckefeller).
— Coca-Cola S.A. — Frigorífico Swíft.
— Metro Goldwin Mayer, — Cia. Ultramar de Armazéns Gerais.
— 20 th Century Fox. — Panamericana de Material.
— Bethlehem Steel Corp.-ICOMI.
— Pan Am (grupo Rockefeller).
33. O grupo Morgan era proprietário e
— Firestone A Tyre Rubber Co.
controlava:
— EBASCO Bond A Share Co.: Cia. — Great Atlantic A Pacific Tea Corp.
Auxiliar de Empresas Elétricas Brasileiras — American Coffee.
(Eugênio Gudin, P. Américo Wemeck), 34. BJR — Department of State. op. cit.
Cio. Brasileira dc Energia Elétrica (César p. 6-7. Esses dados foram usados concomi­
Rabelo), Cia. Central Brasileira de Força tantemente Às informações apresentadas
Elétrico. Cia. Brasileira dc Força Elétrica, nos BANAS Investment Guides. Vide
Cia. Energia Elétrica da Bahia, Cia. Ener­ principalmente Roberto BORGEARD et
gia Elétrica Rio-grandcnsc, Cia. Força e alii. Quem controla o quê — o capital rí-
Luz de Minas Gerais S.A. (Mário Werneck trangeiro no Brasil. Sao Pauto, Ed. BA­
A. Lima), Cia. Força c Luz Nordeste do NAS. 1961. V. 2. p. 35.
Brasil, Cia. Força c Luz do Paraná, Cio.
35. T. dos SANTOS, op. cit. 1969. p. 41.
Linha Circular dc Carris da Bahia. Cia.
36. Vide (a) BANAS. Bancos, bolsas e in­
Paulista de Força e Luz. Pernambuco
Tramways and Power Co. Ll<L. Rk>gran- vestimentos. São Paulo. 1966 p. 44. (b) T.
dos SANTOS Foreign investment and the
dense Light and Power Syndicate LuL.
large enierprises in Latin América: lhe
Soulhcrn Brazil Ekctric Co. Ltd., Telepho
Brazilian case. In: PETRAS. |ames A
ne Co. of Pernambuco.
ZEITLIN. Maurice. ed. Latm América:
— ITT: All América Cables (Alberto
re/orm or revolution. New York, Fawcett
Torres Filho), Cia. Internacional dc Imó­
Publications. 1968.
veis. Cia. Rádio Internacional do Brasil
(Alberto Torres Filho), Cia. Telefônica Pa­ Segundo o Anuário Estatístico do Bra­
ranaense. Standard Electric S.A. (Fernan­ sil. de 1950 a 1964 o número de bancos e
do Machado Portela), Wesircx Co. Brasil, agências aumentou de 2596 para 6878. ao
Cia. Telefônica Nacional. passo que o númeto de matrizes diminuiu
dc 413 para 328.
— GE Co.: Electrícal Export Corp., Fi­
nanciadora Comercial S.A., General Elec­ 37. As informações utilizadas sobre o re­
tric S.A. (fosé Carlos de Assis Ribeiro). • lacionamento de grupos financeiros à es­
— Braza co S.A. (U.S. Steel). trutura agrocomercial foram obtidas em
— Cia. Meridional de Mineração (US. H. Ferreira LIMA Notas sobre a estrutu­
Steel). ra bancária brasileira. Revista Brasiliense,
Rio de fanciro (81:141-52. nov./dez. 1965.
— First National City Bank of New
York. 38. T. dos SANTOS, op. dl. 1968. p.
— Bates Valve Bay Corporalion (Saint 450-51.
Regi* Paper). 39. NEWFARMER A MUELLER op.
— Nabisco Brasileira de Biscoitos (Nat. cit. p. 97.
Bis). 40. Luciano MARTINS. Nação e corpo­
— Moniinto do Brasil — Produtos Quí­ ração multinacional. Rio de Janeiro, Paz
micos c Farmacéutlcoi. e Terra. 1975. o. 81-5.

69
41. Relatório anual da ADELA. Vide L. 44. NEWFARMER & MUELLER. op.
MARTINS, op. cil. p. 63. Cíí. p. 117.
42. NEWFARMER & MUELLER. op. 45. NEWFARMER & MUELLER. op.
dt. p. 112. Cít. p. 117.
43. NEWFARMER & MUELLER. op. 46. NEWFARMER & MUELLER. op.
cil. p. 116. cil. p. 117.

70
CAPÍTULO III

A ESTRUTURA POLÍTICA DE PODER DO CAPITAL


MULTINACIONAL E SEUS INTERESSES ASSOCIADOS

Introdoção

Os interesses multinacionais e associados cresceram rápida e estavelmente,


estimulados pela política de desenvolvimento de Juscelino Kubitschek. Por volta
de 1960 tais interesses haviam se tornado a força sócio-econômica dominante.
Ao mesmo tempo em que esse processo ocorria, um novo conjunto de agentes
sócio-políticos aparecia na economia e na política brasileiras. Esses agentes
formaram um aparelho civil e militar modemüante responsável pelos assuntos
relativos à produção e administração política do bloco econômico multinacional
e associado.
Esta estrutura de poder político de classe do bloco multinacional e associado
era corporifiçada numa intelligentsia empresarial? Esses agentes sociais modemi-
zante-conservadores,3 todos eles verdadeiros intelectuais orgânicos1 do novo bloco
em formação, eram:
a) diretores de corporações multinacionais e diretores e proprietários de
interesses associados, muitos deles com qualificação profissional;4
b) administradores de empresas privadas, técnicos e executivos estatais que
faziam parte da tecnoburocracia;
c) oficiais militares.
Os interesses multinacionais receberam também o apoio político de seus
próprios governos, assim como a assistência, dada às companhias multinacionais
e interesses associados no Brasil por organizações políticas das classes dominantes
dos países-base.

1. Os intelectuais orgânicos do novo bloco econômico

Empresários e tecno-empresários

As fontes óbvias do poder multinacional e associado encontravam-se, como


já foi visto, em sua capacidade tecnológica e seu controle de capital. Porém,
o processo de acumulação e anexação em escala mundial, o qual equivalia à
formação do “capital monopolístico global", significou não somente a concentra­
ção da produção e a centralização do capital,3, mas também a concentração de
poder político-corporativo.* Como observou Giovanni Agnelli, presidente da
FIAT e co-fundador da ADELA, “De certa maneira, a rede de companhias multi­

71
nacionais representa em forma embrionária o sistema nervoso central de uma
ordem econômica global emergente”?
A estrutura desse sistema nervoso central estava estabelecida no interior
das formações sociais nacionais dos países onde as multinacionais operavam.
Essas criavam ou favoreciam a formação de “elites” locais ligadas organicamente
por laços sócio-culturais, padrão de vida, aspirações profissionais, interesses decor­
rentes da sua condição de acionistas e atitudes económico-políticas. Estabclecia-se
como resultado uma liderança internacional de empresários e membros das
diretorias das empresas, dependentes dos centros transnacionais e afastados, por­
tanto, dos prementes problemas sociais de seus países de origem e de suas solu­
ções básicas. “Como membros de uma burguesia internacional, eles se preocupa­
vam com crescimento, e não com independência nacional”.*
Apesar de seu domínio econômico, a estratégia do capital monopolístico
transnacional no Brasil e dos interesses financeiro-industriais locais para expressar
suas demandas a nível de Estado nacional não se limitava a uma mera imposição
econômica. Dependia sobretudo de suas ações políticas. O controle sobre as dire­
trizes econômicas das empresas era assegurado pela utilização dc diretores c pro­
fissionais brasileiros que acumulavam funções estatais influentes e proporciona­
vam apoio político através dessas posições? Suas atividades, relacionadas ao
macro-marketing, direcionavam-se de maneira a assegurar condições políticas favo­
ráveis para a produção e eram determinadas pelas diretrizes económico-políticas
de alcance nacional das companhias multinacionais. Esses profissionais c empre­
sários acumulavam também cargos de diretoria em diferentes companhias multina­
cionais e associadas, o que os tomou capazes de exercer considerável pressão econô­
mica nas administrações de Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros. Exemplos
politicamente importantes dessa acumulação de cargos de diretoria por empresá­
rios locais eram os diretores multinacionais António Gallotti, João Baptista
Leopoldo Figueiredo e Paulo Reis Magalhães, que se tomariam os articuladores
políticos de sua classe contra o regime populista e as forças sociais populares,
e cuja atuação será tratada oportunamente (verificar também o Apêndice B
quanto a seus relacionamentos e suas ligações). Outros empresários influentes
eram João Baptista Pereira Almeida Filho,1* João Pedro Gouveia Vieira.11 Manoel
Ferreira Guimarães1’ e Jorge de Souza Rezende,1’ diretores de várias companhias
que, no princípio da década de sessenta, iriam dar apoio financeiro às operações
políticas do bloco multinacional e associado, ou cujos co-diretores seriam líderes
de tal ação política. A qualificação e perícia dos profissionais (denominados
técnicos ou tecnocratas após 1964) como economistas, engenheiros, administrado­
res etc. não deveríam obscurecer o fato de que esses homens ocupavam cargos
nas diretorias das grandes companhias. Esses agentes sociais serão doravante
designados como tecno-empresários para enfatizar suas funções empresariais nos
papéis ”neutro$” mas abrangentes que eles desempenhavam. A presença desses
tecno-empresários nos aparelhos políticos e burocráticos do Estado era bastante
instrumental ao estabelecimento e desenvolvimento de um complexo financeiro-
industrial estatal integrado de produção e domínio. Tal complexo fincou raízes
em princípios du década de cinquenta c se expandiu enormemente durante a
administração de Juscelino Kubitschek. Uma das funções iniciais dos tecno-cmpre-
sários foi organizar e estruturar suas próprias corporações. No entanto, eles se
tomariam também a vanguarda da classe capitalista, sistematizando interesses
particulares em termos gerais, isto é, tomando-os “nacionais”. Os tccno-empre-

72
sários formaram, com outros diretores e proprietários de interesses multinacionais
e associados, um bloco econômico burguês modemizance-conservador, o qual se
opôs à estrutura econômica oligárquico-industrial e ao regime político populista.
Esses tecno-cmpresários tornar-se-iam figuras centrais da reação burguesa contra
o renascimento das forças populares do início da décâda de sessenta, assim como
articuladores-chave de sua classe na lula pelo poder do Estado.

A tecno burocracia

O bloco de poder multinacional e associado incluía não somente acionistas


influentes e diretores de empresas mas também seus executivos (administradores,
gerentes e técnicos), e sua rede tecno-burocrática de influência dentro dos apare­
lhos do Estado. Os principais técnicos e administradores das companhias instaladas
no Brasil eram responsáveis imediatos pela combinação dos fatores econômicos
e diretivos que afetavam a produção. Esses técnicos e administradores não pos­
suíam grau algum de autonomia e não eram propriamente parte da burguesia
oligopolista multinacional — mas eles representavam-na. Eles eram os portadores
(Trdger) e os legitimadores da internacionalização da economia.
Os interesses multinacionais e associados formaram, com a estrutura tecno-
burocrática, uma série de anéis de poder burocrático-empresariais1* objetivando
a articulação de seus próprios interesses. Esses anéis a princípio diminuiram e
mais tarde deslocaram a influência dos políticos tradicionais na formulação das
diretrizes econômicas. Eles conseguiram promover uma verdadeira “administração
paralela” durante o governo de Juscelino Kubitschek. a qual era livre do escru­
tínio público e do controle populista (o que será examinado explicitamente quando
do estudo dos escritórios de consultoria tecno-empresariais).
A rede tecno-burocrática dc influência dentro do aparelho estatal era forma­
da pelas camadas mais altas da administração pública e pelos técnicos pertencen­
tes a agências e empresas estatais, os quais tinham ligações operacionais e inte­
resses dentro do bloco de poder multinacional e associado. Esses executivos
estatais asseguravam os canais de formulação de diretrizes políticas e de tomada
de decisão necessários aos interesses multinacionais e associados, organizando
a opinião pública. Eles aplicaram a racionalidade capitalista da empresa privada
às soluções dos problemas sócio-econômicos nacionais, proporcionando a contra­
partida pública do macro-marketing empresarial sob a forma de um planejamento
limitado e recomendações técnicas.1* Esta intelligentsia técnica, estreitamente ligada
aos empresários em decorrência de interesses e congruência de valores, enfatizava
o gerenciamento científico, a administração pública normativa, assim como a
formalização e rotinização de tarefas?* A rede tecno-burocrática expressava o
aspecto duplo do processo de controle oligopolista do mercado, ou seja, uma
abordagem empresarial para os problemas de desenvolvimento e a colocação
propriamente dita dc tais problemas em termos capitalistas, o que era exemplifi­
cado pela conhecida política de desenvolvimento de Juscelino Kubitschek.
Ao analisar os "fatores básicos" que afetavam esse ritmo de desenvolvimento,
figuras públicas que influenciavam a sua corrente ideológica principal davam
grande importância à evolução da racionalidade empresarial e ao papel central
das empresas privadas no processo de crescimento. Para o teenaempresário Eugê­
nio Gudin, mentor ideológico de toda uma geração de economistas político-

73
empresariais como Octávio Gouveia de Bulhões. Roberto de Oliveira Campos.
Mário Henrique Simonsen e Antônio Delfim Netto. toda ênfase deveria ser dada
às inovações organizacionais e técnicas" que. entío. estavam sendo introduzidas
pelas corporações multinacionais. Aqueles valores eram disseminados e persistem
(emente apurados pelos intelectuais orgânicos empresariais através de seminários
e conferências para as "elites" na Escola Superior de Guerra, cm associações
comerciais e industriais, clubes sociais dc prestígio c centros culturais c, finalmen­
te, através da criação de organizações de ação que se tornaram os focos de
suas atividades ideológicas."
A concentração capitalista, por sua própria natureza, com sua produção
multinacional em grande escala, a qual era tanto diversificada quanto integrada
regionalmcnte, e que se utilizava da mobilização dc enormes recursos de capita),
de perícia especializada e de equipamento complexo, fez com que o bloco de
poder oligopolista necessitasse de informação acurada para um macro-marketing
eficiente. Em meados da década de cinquenta, o planejamento havia resolvido
com êxito problemas de produção e de comércio a nível de corporação. No final
daquela década, economistas influentes, militares, técnicos e empresários exigiram
um planejamento indicativo, o qual consideravam como um empreendimento
nacional necessário." O planejamento indicativo foi apresentado como um fator
importante no desenvolvimento capitalista, um elemento de direcionamento da
sociedade e de supervisão das diretrizes macro-econômicas. Os argumentos a
favor de sua institucionalização foram debatidos acaloradamente em associações
de classe empresariais, na Escola Superior dc Guena e nos think-tanks gover­
namentais."
O planejamento era necessário ao capitalismo monopólico por outra impor­
tante razão. Ele deveria servir a dois propósitos imediatos: primeiramente, sele­
cionar temas, tópicos e diretrizes: em segundo lugar, determinar o acesso de
frações ou setores nos centros burocráticos de tomada de decisão?* Esses obje­
tivos eram assegurados pelo aspecto alocativo do planejamento. No final da
década de cinquenta o então Coronel Golbery do Couto e Silva, o mais hábil
e preparado, teórica e politicamente, dos “guerreiros frios" que lutavam por um
desenvolvimento empresarial seguro do Brasil, expôs o problema de forma precisa.
Para ele, era "necessário evitar, a todo cuslo, qualquer incoerência do conjunto,
de maneira a garantir a inexistência de conflito entre objetivos divergentes, o que
fin8lmente impediria o seu alcance simultâneo ou a sua preservação e destruiria
o sistema como tal"."
Além do mais, a necessidade de planejamento foi defendida pelas ctasses
empresariais naquilo que ele tinha de alocação calculada de recursos?3 A imple­
mentação de um planejamento indicativo e alocativo significava a intervenção
no processo de acumulação do potencial dos interesses multinacionais e associados,
servindo principalmcntc aos propósitos dc manter o complexo sistema social em
equilíbrio (política de estabilização) e de canalizar recursos limitados e poupanças,
tanto para potenciais obstáculos na indústria quanto para situações de crise.
Simultaneamente, o planejamento indicativo e alocativo servia para induzir novas
características de desempenho na economia através de modificações em suas
relações estruturais, os chamados "pontos de germinação"?4 Os lecno-cmpresários
foram então capazes de controlar a "marcha evolutiva do processo"?* Ao
mesmo tempo, a projeção do planejamento como um recurso estatal, manejado
por tecnocratas supostamente desprovidos de interesses e de determinações clas-

74
sistas, ajudou a eliminar as críticas e pressões por parte do bloco populista no
poder e das classes subordinadas. Além disso, o planejamento era necessário por
scr um recurso institucional que ocultava do público as relações de interesses.2*
Dc íato, o planejamento indicativo e alocativo, ou a racionalização empresarial
dos recursos humanos e materiais do país (onde a nação seria o objeto, o Estado
seria o agente e o bloco multinacional associado, o sujeito “elíptico” ou oculto),
seria um dos pilares do regime pós-1964. quando o planejamento tomar-se-ia uma
dimensão da “racionalização dos interesses das classes dominantes e a expressão
de tais interesses como Objetivos Nacionais”.2’
Para realizar esse planejamento estatal indicativo o alocativo. as diretrizes
políticas do governo tinham de se basear em uma racionalidade empresarial
clara, tanto na formulação dessas diretrizes políticas quanto nas tomadas dc
decisão. Tais diretrizes tinham também de se afastar de considerações sócio-
econômicas populistas, desprezando em grande parte as aspirações populares.
Obviamente, isso exigia um controle rígido do aparelho estatal e um planejamento
para o crescimento econômico que não fosse questionado, englobando mudança
institucional, orientação de ação e mobilização de recursos.2’ Na ausência de
planejamento indicativo a nível ministerial, a representação dos interesses econô­
micos predominantes cm toda a administração paralela de Juscelino Kubitschek
seria determinada a partir de meados da década de cinquenta pela mobilização
de bias de cunho oligopólico, pela pesquisa direcionada e pela programação de
agenda.2*
O objetivo de introduzir os conceitos modernos do planejamento indicativo
e da racionalidade capitalista foi até certo ponto atingido, de 1951 a 1953, pela
Comissão Mista Brasil-Estados Unidos de Desenvolvimento Econômico (estabele­
cida em dezembro de 1949), cujas recomendações c projetos foram publicados
em 17 volumes em 1953-1954?° A equipe brasileira era composta pelos tecno
empresários Roberto Campos (Assuntos Econômicos), Ary Frederico Torres (Pre­
sidente), Lucas Lopes (Questões Técnicas), Glycon de Paiva (Assuntos de Geo­
logia e Mineração) e Valentim Bouças (Assuntos Financeiros)?1 Roberto Campos
e Glycon de Paiva eram também membros da comissão que redigiu o relatório,
juntamente com o técnico Paulo de Assis Ribeiro e com o Coronel Mário Poppc
de Figueiredo, da Escola Superior de Guerra. Seguindo as recomendações da
Comissão Mista, foi estabelecida uma série de agencias e órgãos públicos, dos
quais o mais importante parece ter sido o Banco Nacional de Desenvolvimento
— (BNDE)?5 O BNDE foi criado para dar apoio financeiro a investidores priva­
dos. Os beneficiários dessa ajuda financeira foram, em sua maioria, companhias
multinacionais, para cujo estabelecimento no Brasil o banco providenciava o
apoio financeiro. O primeiro diretor econômico do BNDE foi Roberto Campos,
enquanto que Glycon de Paiva tomava-se diretor técnico. Roberto Campos foi
designado presidente do BNDE durante o governo de Juscelino Kubitschek.
Outros tecno-empresários que ocupavam posições-chave na estrutura formuladora
de diretrizes políticas do BNDE durante o período foram Octávio Gouveia de
Bulhões, Lucas Lopes, José Luiz Bulhões Pedreira e Hélio Beltrão?’
O BNDE exerceu um papel importante na política econômica dc desenvol­
vimento industrial internacionalizado de Juscelino Kubitschek. O BNDE e outras
agências tccno-burocráticas c grupos executivos tornaram-se os novos focos de
poder dos interesses multinacionais e associados. Na realidade, foi a análise dos
íhink-tanks mistos do BNDE/CEPAL e da Escola Superior de Guerra de

75
1953-1954 que forneceu as diretrizes para o Plano dc Metas de Juscelino Kubi-
tschck.” Sob a cobertura do ‘'Plano de Metas”, incorporou-se a tentativa de se
introduzir, na formulação de objetivos governamentais, o tipo dc racionalidade
empresarial exigido pelas operações em grande escala do capital transnacional.
Esse plano estabelecia prioridade para se investir os recursos públicos nacionais
em cinco setores-chave: energia, transporte, alimentação, indústrias básicas e
educação. Os propósitos das diretrizes políticas dentro desses cinco setores foram
traduzidos em trinta objetivos ou "metas”, enquanto que a fundação de Brasília
era concebida como o símbolo de uma nova época.
Os interesses multinacionais refratavam-sc no processo decisório governamen­
tal através do Plano de Metas como necessidades do desenvolvimento nacional. As­
sim, o poder de classe era internalizado no Estado sob a cobertura de racionali­
dade técnica, necessidade e perícia (todos eles com uma conotação neutra), c
legitimado por grupos executivos e pelos escritórios dc consultoria tecno-cmpre-
sariais. Além disso, sob a égide da "racionalidade” técnica, os empresários justifi­
cavam o seu processo de tomada de decisão subjacente, assim como a sua escolha
das diretrizes políticas referentes ao desenvolvimento. O slogan ”50 anos em 5”
que Juscelino Kubitschck usou para exortar o povo brasileiro expressava o senso
de urgência dos tecno-empresários. Oficiais militares foram chamados a parti­
cipar de comissões de planejamento e think-tanks, assim como de recém-criados
corpos administrativos junto a tecno-empresários de proa. As Forças Armadas,
imbuídas da ideologia de ordem e progresso, foram agregadas ao esforço de cres­
cimento industrial, num processo de desenvolvimento inspirado por interesses
transnacionais e direcionado pelo Estado, onde os militares forneciam a ação
orientada por critérios de eficiência e a muito necessária legitimação, ambas exigi­
das pela ideologia da “segurança nacional”.31
Para que o planejamento estatal se realizasse, foi necessário o uso dc pessoal
especializado, ou seja, os técnicos. Eles foram recrutados das fileiras de enge­
nheiros. economistas e advogados, profissionais que não eram, de modo geral,
orientados por considerações sociais mas sim por racionalidade empresarial,
eficiência e lucro privado. Esses técnicos prosperariam em um ambiente dc desen­
volvimento industrial de inspiração empresarial, enquanto que reforçariam as
demandas e pressões para a implementação de marketing organizado sobre bases
nacionais. O planejamento para fins específicos estabeleceria uma "área de ação
independente” para o planejador naquela “zona nebulosa que separa o político
do burocrata”,*
A demanda de pessoal qualificado estimulou a multiplicação de centros
técnicos durante a década de cinquenta?7 Dentro do marco do Plano de Metas,
a educação compreendia a formação de uma camada de técnicos. Em 1959, foi
criado o Grupo Executivo de Ensino e Aperfeiçoamento Técnico — GEEAT —
como parle da administração paralela.
Como consequência de um posicionamento ideológico e político que consi­
derava ser necessário ao estágio de desenvolvimento atingido pelo Brasil o uso
de técnica, perícia c know-how administrativo produzidos nos centros internacio­
nais do capitalismo,” criaram-se várias escolas de administração pública c de
empresas c agencias tecno-burocráticas governamentais. Tais escolas e agências
tinham um duplo objetivo, o de preparar quadros para a administração pública
e privada e também sugestões para diretrizes políticas, fornecendo uma análise
legítima da situação econômica c política, ou seja, funcionar como think-tanks

76
empresariais e governamentais. Entre elas estavam a Escola de Administração de
Empresas (fundada em 1950), o Instituto Brasileiro de Administração de Empresas,
o Instituto Superior de Administração e Vendas, o Escritório de Planejamento Eco­
nômico e Social — EPEA, precursor do atua! Instituto de Planejamento
Econômico e Social — IPEA, os Centros para Treinamento Administrativo (esta­
belecidos no Rio e em São Paulo sob os auspícios da American Managcmcnt Asso-
ciation)’* e, finalmente, dois centros ideológicos-chave: o Instituto Brasileiro de
Economia — 1BRE — e a Fundação Getúlio Vargas — FGV — que haviam sido
criados anteriormente.
O influente 1BRE tinha Eugênio Gudin como presidente e Octávio Gouveia
de Bulhões como vice-presidente no início da década de sessenta. Em sua Comissão
Diretora estavam Roberto Campos e Alexandre Kafka. O Centro de Análise de
Conjuntura do IBRE era dirigido por José Garrido Torres ao passo que a Equipe
de Estudos da Renda Nacional era supervisionada por Julian Magalhães Chacel.
No mesmo período, a FGV era presidida pelo empresário Luís Simões Lopes,
também chefe da Comissão Diretora, sendo vice-presidente Eugênio Gudin. e
diretores executivos Rafael da Silva Xavier e Alim Pedro. Os membros executivos
da FGV eram: Jorge Oscar de Mello Flores, João Carlos Vital. Alberto Sá Souza
de Brito Pereira, Rubens d’Almada Horta Porto — que servia também como exe­
cutivo no SESI, Serviço Social da Indústria e na Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD), um joint venture (empreendimento conjunto) com a Cia. Sul América
Capitalização, à qual Mello Flores era ligado, e José Joaquim Sá Freire Alvim,
que cm 1963 serviu também como presidente do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). Outros membros do conselho eram os tecno-empresários
Brasílio Machado Neto (da Federação Nacional do Comércio e da Federação
Comercial de São Paulo), Ary Frederico Torres, César Reis Cantanhede e Al­
meida e Carlos Alberto de Carvalho Pinto. A maioria desses tecno-empresários
linha importantes ligações oligopolistas em meados da década de cinqüenta e
princípios da década de sessenta; simultaneamente, eles eram membros de vários
escritórios privados de consultoria tecno-empresariais e de órgãos governamentais
como o BNDE. A FGV do Rio de Janeiro, em conjunto com o Instituto Brasileiro
de Economia e o Centro de Análise da Conjuntura, produzia a importante revista
mensal Conjuntura Econômica, sobre assuntos econômicos. O diretor da publica­
ção era José Garrido Torres e Dênio Nogueira seu editor-chefe. Seu stajf editorial
incluía Antônio Abreu Coutinho, Eduardo S. Gomes, Alexandre Kafka, Basílio
Martins e Estanislau Fischlowitz.
Os interesses multinacionais e associados estavam fortemente representados na
estrutura dos thinktanks técnicos do início da década de sessenta. Em 1962, a
maioria dos tecno-empresários mencionados anteriormente, assim como os técnicos
do IBRE e FGV, constituíram parte da estrutura política dos aparelhos ideológi­
cos dos interesses multinacionais e associados em sua campanha contra a conver­
gência de classe populista e seu Executivo, ou então tomavam parte, de várias
maneiras, na ação política organizada da burguesia para derrubar o regime em
1964.

Os oficiais militares

Um pequeno número de oficiais dentro das Forças Armadas constituía uma


outra categoria que, após a Segunda Guerra Mundial, havia se tornado um grupo

77
modernizante-conservador dentro do processo de desenvolvimento. Algumas
das figuras de destaque desse grupo podem ser traçadas historicamente a partir
de sua experiência ideológica e militar comum durante a campanha na Itália,
experiência que mais tarde foi reforçada pela participação cm cursos dc instrução
e treinamentos nos Estados Unidos. Essa experiência comum estcndeu*se através
da afiliação posterior daqueles oficiais a certos partidos políticos, principalmente
a UDN — União Democrática Nacional — c em menor escala ao PDC —
Partido Democrático Cristão — assim como pela sua organização num reduto
político c ideológico, a Escola Superior de Guerra — ESG — da qual eram
os co-fundadores. Esse último grupo incluía, entre outros, os então oficiais de
escalão médio Golberv do Couto e Silva. Orlando Gcisel, Ernesto Gcisel, Auré­
lio de Lyra Tavares, Jurandir Bizarria Marnede, Heitor Almeida Hcrrcra, Edson
de Figueiredo. Geraldo de Menezes Cortes, Idálio Surdenberg, Belfort Bethlem,
João Bina Machado. Liberato da Cunha Fricdrich, Ademar de Queiroz c os gene­
rais Cordeiro dc Farias e luarez Távora.
Esses oficiais militares partilhavam de um alto grau dc congruência dc valo­
res com os tecno-empresários: muitos desses últimos eram conferencistas assíduos
na ESG. para onde levavam seus próprios valores desenvolvimenlistas. Entre
eles deve-se citar Lucas Lopes. Roberto Campos. Eugênio Gudin e Octávio
Gouveia de Bulhões. Algumas figuras proeminentes das associações dc classe
empresariais também apresentavam e conseguiam a aceitação dc suas idéias cm
favor de um desenvolvimento industrial capitalista através de suas conferências
e publicações. O grupo da ESG compartilhava com os interesses multinacionais
e associados tanto a perspectiva quanto o sentido de urgência em transformar
o ritmo e a orientação do processo dc crescimento em direção à criação de uma
sociedade industrial capitalista.
Entretanto, não era só a questão da congruência de valores que ligava as
posições dos empresários às de alguns oficiais militares. E importante notar que já
cm meados da década de cinquenta e mais ainda em princípios da década de
sessenta, a participação militar na empresa privada era uma realidade, embora
esse fenómeno não fosse tão difundido quanto a sua participação em agências
tecno-burocráticas estatais ou sua presença nos conselhos de diretoria das corpora­
ções multinacionais c associadas após 1964. Alguns oficiais militares eram diretores
importantes ou acionistas de corporações privadas/* como o General Riograndino
Kruel e o General James M8sson (Eletrônica Kruel S.A.), General Paulo Tasso dc
Resende (Moinhos Rio-grandcnses Samrig S.A. — grupo Bung & Bom), Briga­
deiro Eduardo Gomes (Kosmos Engenharia S.A.), General |oaquim Ribeiro Mon­
teiro (Cia. Carbonos Coloidais, C.C.C. — grupo Wolney Attalla), General Ed­
mundo Macedo Soares c Silva (Volkswagcn. Mesbla S.A., Banco Mercantil de
São Paulo. Light S.A.. Merccdcs Bcnz), General Euclides de Oliveira Figueiredo
(Indústrias Químicas e Farmacêuticas Schcring S.A. — Schering Corporation e
grupo Assis Chatcaubriand). General Moziul Moreira Lima (Máquinas Moreira
S.A.) e Almirante Álvaro Alberto da Moita c Silva (Rupturita S.A. Explosivos
— Sociedade Financeira Portuguesa).
A aproximação ideológica entre os militares brasileiros c empresários c seus
pontos de vista cm comum quanto aos caminhos c meios que levariam ao cres­
cimento industria] foram traduzidos no acordo militar dc 1952 entre o Brasil
e os Estados Unidos. A seção 516 da sua “lei dc Segurança Mútua” expunha a
necessidade de se encorajar “a eliminação de barreiras c dc se proporcionar incen-

78
tivos para um aumento constante na participação da empresa privada no desen­
volvimento dos recursos dos países estrangeiros ... (e) ... desencorajar, na
medida do possível e sem interferir na realização dos objetivos dessa lei, a prática
de monopólio e de cartel que prevalece em certos países. . . ".*’ Tendo em mente
as práticas oligopohstas do capital multinacional, as cláusulas do Acordo Militar
dirigidas contra o controle estatal de recursos estratégicos tinham, em fins da
década de cinqüenta. um toque irônico e mesmo cínico. O Brasil estava se toman­
do rapidamente um “sistema e regime político penetrado’’.”
Dois veículos foram cruciais no processo de educação e treinamento. Um
deles era a Escola Superior de Guerra — ESG — cujas turmas eram levadas
anualmente aos Estados Unidos em viagens minuciosamente preparadas comple­
tando assim um ano de informação dirigida. O outro era o complexo político de
acordos militares Brasil-Estados Unidos, entre os quais sobressaíam o Programa
de Assistência Militar — PAM — e o Acordo de Assistência e Defesa Mútua.41
Através desses veículos a doutrinação político-ideológica concatenava-se perfeita­
mente à informação “técnica”. combinando-se ambas em uma norma encapsula­
da que identificava a mente militar das Américas com o centro militar hegemô­
nico, assim como a uma forma específica de desenvolvimento sócio-econômico.5*
Oficiais americanos ajudaram em 1946-1947 na formação da ESG. que seria o
equivalente brasileiro do National War College americano. A ESG, que havia
começado a funcionar em 1948. foi oficialmenle inaugurada em 1949. Oficiais
americanos permaneceram no sta/f regular da ESG até 1960 e até 1970. pelo
menos, os Estados Unidos mantiveram um oficial de ligação com sfatus docente
dentro da escola. Os oficiais americanos, juntamente com o stafl de oficiais
brasileiros, " propagaram a idéia de uma col abo raçao américa no brasileira contra
o comunismo”. “Os oficiais americanos reforçaram essa orientação”, e depois
de 1947, simultaneamente com o contínuo martelar americano na América Latina
a todos os níveis, alertando contra os perigos do comunismo, eles podem ter apoia­
do uma definição mais abrangente de comunismo por parte dos militares brasilei­
ros, assim como a apreensão desses últimos onde quer que ele fosse percebido”.
Após a Segunda Guerra Mundial, a posição dos oficiais americanos no Brasil foi
escorada pela transferência de equipamento militar pesado. Como foi observado
por Raymond Estep em seu estudo sobre os militares no Brasil, “os Estados
Unidos, porém, podem também ter aprofundado a cisão no meio militar entre
aqueles mais ligados à ESG e os nacionalistas, os quais buscavam uma política
externa mais independente”.*5
A ESG incorporou em solo brasileiro as idéias e as atitudes maniqueístas do­
minantes no cenário internacional da Guerra Fria. Como uma instituição, a ESG
encorajou dentro das Forças Armadas normas de desenvolvimento associado
e valores empresariais, ou seja, um crescimento cujo curso industrial foi traçado
por multinacionais e um Estado guiado por razões técnicas e não “políticas”.
Este Estado seria estável por intermédio do autoritarismo político incorporado
na doutrina de segurança nacional. Ideologias americanas de “construção nacional”
foram disseminadas entre as Forças Armadas Brasileiras e reforçadas pela doutri­
nação empresarial.45
A ESG impulsionou e difundiu um sistema fechado de idéias" baseado na
aceitação de premissas sociais, econômicas e políticas que raramente se faziam
explícitas além da visão estática de uma sociedade etemamente dividida entre
elite e massas. Esse sistema de idéias, que se reproduziu no interior de uma

79
formação sócio-cconômica específica, encontrava a sua “razão dc ser" cm relações
supostamente permanentes c mesmo naturais de posse c “apropriação” privadas.4'
Essa linha dc pensamento excluía teoricamente c evitava praticnmente qualquer
transformação estrutural,4* permitindo no entanto uma modernização conservadora.
Tal abordagem excluía também a presença de representantes das classes traba­
lhadoras. ou mesmo das camadas intermediárias, no quadro de professores regu­
lares ou convidados da ESG. O argumento em prol do desenvolvimento era apre­
sentado na ESG somente por empresários, tecno-em presa rios e. em menor escala,
por políticos, assim como por convidados estrangeiros, tanto civis quanto militares.
A ESG, como centro nodular de doutrinação para os militares dc uma forma
específica de desenvolvimento e segurança nacional baseados nas premissas do
capitalismo hemisférico, era também um instrumento para o estabelecimento de
ligações orgânicas entre militares e civis, tanto no aparelho estatal quanto nas
empresas privadas.’* Os industriais e tecno-emprcsários ligados à estrutura multi­
nacional transmitiam e recebiam treinamento em administração política e objetivos
empresariais na ESG. Como observara Celso Furtado, a perspectiva desen­
volvida por tais industriais e tecno-empresários era bastante diferente da orienta­
ção liberal ou populista de grupos de elite que foram capazes de chegar ao poder
através de eleições. Compartilhando a ideologia dc segurança nacional de seus
equivalentes, esses empresários viam a disciplina e a hierarquia como componen­
tes essenciais de um sistema industrial?1
Examinando a composição da turma de 1965 da ESG, podemos observar a
extensão em que essa escola conseguia socializar os mais variados atores políticos
dentro da “sociedade civil e da sociedade política” brasileira. Os formandos
Honoris Causa do Curso Superior de Guerra — CSG — foram, significativa­
mente, Roberto Campos e o General Orlando Geisel, ao passo que os Honoris
Causa do Curso de Informação foram o General Golbcry do Couto e Silva, o
General Lindolpho Ferraz Filho, o Coronel Newton Faria Ferreira e o Coronel
João Baptista Figueiredo, filho do General Euclides de Figueiredo. A turma
de 1965 contava 130 alunos. Trinta deles — todos militares — participaram do
Curso de Comando e Estado-Maior das Forças Armadas. Oitenta e sete alunos
participaram do CSG e 15 do Curso de Informação — Cl. Cerca de 62% dos
participantes eram militares/' A distribuição dos alunos provenientes de agências
estatais civis e militares e de autarquias é apresentada na Tabela 9.
Até 1975, a ESG havia instruído 1294 civis e 1621 militares, ao passo
que a ADESG, a associação de ex-alunos da ESG, difundira sua doutrina entre
mais dc 25.000 civis c militares/1 Além disso, a ESG e a ADESG introduziram
seus textos como material básico de estudo cm outros centros militares de treina­
mento c educação, assim como em cursos civis, principalmente nos programas
universitários de educação cívica.
No que diz respeito ao Programa de Assistência Militar, esle foi reconhecido
pelo embaixador Lincoln Gordon como sendo “veículo da maior importância
para se estabelecer um estreito relacionamento com os membros (das) Forças
Armadas” e como “um fator altamente importante (para) influenciar os militares
(brasileiros) a serem favoráveis aos Estados Unidos”/1 Visando a preservar ”a
orientação especificamente pró-americana do corpo dc oficiais (das) Forças Arma­
dos brasileiros”, o embaixador Gordon recomendava que o suprimento dc equi­
pamento militar fosse usado para aumentar a influência* que “os nossos amigos
nas Forças Armadas” tinham “para configurar o regime”?* assim como para

80
anular as chances de ligações com outros países. Além disso, o General George
Robinson Mather, comandante da delegação americana na Comissão Mista Militar
Brasil-Estados Unidos e chefe do Programa de Assistência Mútua, explicou em
sua palestra na ESG, em princípios de 1964, que a principal ameaça a que o
Brasil estava exposto cra mais a da "subversão comunista e agressão indireta, do
que a agressão direta vinda de fora ,do Hemisfério”.67 Assim, dc acordo com o
General Mather, o PAM tinha o objetivo primordial de “assegurar a existência
de forças nativos militares e paramiíitares suficientes para combater a subversão
comunista, a espionagem, a insubordinação e outras ameaças à segurança interna,
sem que se tornasse necessária uma intervenção militar direta dos Estados Unidos
e de outras forças do mundo livre”.61’ Visto o cenário de intensa mobilização
política que ocorria no Brasil durante os primeiros meses de 1964, a conferência
do General Mather insinuava-se carregada de intenções.

Tabela 9

Militares Militares Civis Civil


provenientes provenientes provenientes provenientes
de agências de agências de agências de agências
civil militares militares civis

CWSOS

CSG 13 30 44

Cl — 8 5 —

Fonte: Lista de Estudantes — ESG, 1965

A influência direta sobre oficiais militares através da instrução foi também


um meio usado para formar e consolidar a atitude das Forças Armadas brasileiras.
Foi programado que, até o princípio de 1964, 4.000 oficiais e oficiais não
comissionados deveriam receber treinamento em escolas selecionadas dentre um
circuito que chegava a 150 centros militares sediados nos Estados Unidos, cm
acréscimo a outros enviados a centros de treinamento na zona do Canal de
Panamá.*9
Um dos resultados da íntima cooperação entre civis e militares e entre as
Forças Armadas dos Estados Unidos c do Brasil e seus serviços de segurança
foi a crescente convicção dentro do Exército de que eles deveriam desempenhar
um papel dc “moderadores” nos conflitos entre facções das classes dominantes.
Esse mito do poder moderador societário do Exército foi aceito e legitimado por
muitos estudiosos dc política brosileira em seus escritos históricos. No entanto,
esse papel de poder moderador cra conflitante com a identificação partidária de
oficiais militares. Embora as Forças Armadas exibissem uma aparente unidade
c manifestassem o desejo de coibir atitudes políticas faccionarias em nome da
sobrevivência da corporação, a atividade política dos oficiais militares relegou

81
a segundo plano a coesão institucional, chegando mesmo a resultar em confron­
tações abertas no interior da organização militar. Os oficiais brasileiros dividiram-
se politicamente ao longo do espectro partidário de direita c das ideologias de
centro-direita numa identificação, num sentido amplo, com o “povo”. No entan­
to, tal identificação era marcada por valores de classe média c normas burguesas
dominantes. A identificação partidária via-se tão difundida que muitas das figuras
centrais da conspiração militar de 1961-1964. assim como figuras da administra­
ção pós-1964, eram líderes de partidos políticos, havendo sido candidatos em
eleições para o Congresso ou à Presidência, ou tendo se identificado publicamente
com certos partidos de centro-direita, principalmente com a UDN, o PDC e o
PSD (Partido Social Democrático).**
Apesar de a norma haver sido uma força militar politizada e heterogêneo, a
congruência de valores com o que pode ser chamado, em sentido amplo, de
'‘massa'’ no Brasil tem sido excluída ideologicamente pela educação ou conde­
nada politicamente pela hierarquia militar. Consequentemente, não sc permitiu
a todos os atores político-civis recorrer aos seus "correlatos”*1 militares cm de­
corrência das "regras do jogo moderador”. O Partido Trabalhista Brasileiro —
PTB, não tinha políticas importantes de cooptação das Forças Armadas c nem
conseguiu causar impacto significativo sobre os militares. Quando João Goulart,
líder do PTB, tomou-se Presidente, ele seguiu as regras não-escritas das relações
civil-militares incentivadas pelos udenistas, pcdccistas e pessedistas, esforçando-se
para estabelecer um relacionamento semelhante com as Forças Armadas. Ele tentou
também reequilibrar a hierarquia militar, que tendia fortemente para a UDN
e a ala direita do PSD, uma bias estrutura! consolidada em fins da década de citv
qücnta c princípios da década de sessenta. Agindo assim, ele procurava constituir
um dispositivo militar que desse forte apoio a sua política de reformas. No en­
tanto, contrariamente a Juscelino Kubitschek que havia feito o mesmo anterior­
mente mas com oficiais identificados com a UDN e o PSD. João Goulart foi
severamente condenado por imiscuir-se ilegitimamente na hierarquia do Exército.
Na prática, o que aconteceu foi que João Goulart estava rompendo com os limites
estreitos e exclusivistas das relações ávíl-militares. trazendo à tona o que elas
realrnente representavam, ou seja, um Bonapartisrno militar sancionado constitu­
cionalmente. Contudo, e apesar da evidência histórica, o mito do papel moderador
proporcionou a racionalização para o controle militar autoritário do sistema po­
lítico depois de 1964.*:

2. A solidariedade de interesses do novo bloco econômico

As formas organizacionais básicas através das quais o bloco multinacional e


associado expressaria seus interesses comuns, quebraria ou esvaziaria o corpora­
tivismo associativo do sistema e regime populista e levaria adiante suas reivin­
dicações de mudança e participação, compreenderiam três diferentes estruturas
políticas. Estas eram:
A) Escritórios de consultoria tecno-empresarial, como o Consórcio Brasi­
leiro de Produtividade — CBP e a CONSULTEC;
B) Associações de classe empresariais renovadas (FIESP, CÍESP e as Ame-
rican Chambers oí Commerce). associações de classe que expressavam as novas

82
atividades setoriais da burguesia industrial brasileira (ABDIB) e novas associações
de classe empresariais dc cunho mais abrangente (CONCLAP);
C) Grupos de ação expressando os interesses empresariais modernizante-
conservadores, sendo o IBAD o mais importante deles.
A, Escritórios dc consultoria tecno enipresarial: Os escritórios privados de
consultoria tccno-emprcsarinl foram criados paralelamente a muitas das institui­
ções tecno-burocráticas do governo durante a década de cinquenta. Esses escri­
tórios de consultoria tecno-empresarial, doravante denominados escritórios téc­
nicos, surgiram como conseqüéncia lógica da consciência empresarial da neces­
sidade de planejamento, perícia técnica e administração eficiente, o que parecia
poder ser obtido através dessas agências especializadas. A sua função ostensiva
era providenciar a perícia técnica e orientação necessárias, executar os estudos
dc viabilidades e dar consultoria legal. Os escritórios técnicos serviam também
como firmas de consultoria para os interesses multinacionais c associados os quais,
penetrando em um novo mercado, tinham dc lidar com o que parecia scr uma
legislação populista complicada e uma burocracia difícil. Algumas das agências
mais importantes são mencionadas a seguir:

Tecno-cmpresários Escritórios Técnicos


)uan Missirlian — T.O.C. — Técnica de Organização e Consul­
toria.
David Beatty 111 — Técnica de Avaliações e Pesquisas VAL1T
Lida. (Deltcc S.A.).
Otávio Pereira Lopes — 1D0RT — Instituto dc Organização Racional
Lélio Toledo Pizza do Trabalho.
Paulo Ayres Filho — BORA — Bureau de Organização Racional
Aplicada Ltda. (Instituto Farmacêutico Pinhei­
ros).
Augusto Frederico Schmidt — Estudos Técnicos Europa-Brasil S.A.
(S.A. des Chaux et Cements de Lafargne et
du Teil. Société des Gérances et Participations
Financières, Wonns et Co.. Potassc cl Produits
Chimiques S.A., Soc. Géncrale Maritime. Fa­
brique de Produits Chimiques de Tham et dc
Mulhouse. Société des Produits Chimiques des
Terrcs Rares).
Eduardo Caio da Silva Prado — Technical Assistance & Administration
(Grace Mercantil Ltda.).
loão Batista Isnard de Gouveia — E.T.A. — Estudos Técnicos e Administra-
çâo S.A.
(Cie. Financière et Industriclle Intercontinen-
tale COFICO, Société d'Etudes dc Participa-
lions et d’Entrcprises Industrielles SEPES,
N. V. Handel Industrie Transport Maatschaftig
HTMA).
Ary Frederico Torres — I.P.T. — Instituto de Pesquisas Tecnológicas.

83
Luís Simões Lopes — CETAP — Comp. de Estudos Técnicos, Admi­
Lucas Lopes nistração c Participações.
(Banque de 1’lndochine — holding dos Com­
panhias dc Estanho São João d*el Rei, Cia. Es­
tanho Minas do Brasil).
João Baylongue — J. R. B. Administração e Organização.
Paulo Mário Cerne — Cia. Aliança Comercial e Industrial e Serviços
Oswaldo Zanelli Técnicos.
José Carlos Leone — José Carlos Leone e Associados — Consultores
Industriais.
Aníbal Villela — BRASTEC — Sociedade Brasileira dc Serviços
Técnicos e Econômicos Lida.
Escritório Técnico de Aplicação ao Brasil do
Ponto IV (Vega Engenharia e Comércio S.A.,
investidor na Companhia Mineração de Amian­
to S.A.).
S.A. Brasil Europa Estudos e Participações
(Int. Bahamas, The Royal Bank of Canada).
Milton César — CONSEMP — Consultores de Empresas.
Efraim Tomas Bo

Ao realizar as funções acima mencionadas, os escritórios técnicos participa­


ram do primeiro estágio de consciência empresarial coletiva durante o qual mem­
bros individuais da classe procuravam conseguir reformas no que se referia a
seus interesses privadps. Mas os escritórios técnicos também serviram de ponte
entre a visão individual dos empresários e uma crescente solidariedade de inte­
resses no interior do incipiente bloco multinacional e associado. Assim eles ex­
pressavam o segundo estágio da consciência coletiva, no qual a solidariedade de
interesses era traduzida pela procura de reformas económicas comuns através da
máquina do Estado e dentro dos limites do regime vigente.
Na realidade, o papel técnico dos tecno-empresários abrangia uma função
política mais ampla, a de atuar como agentes do poder dentro da administração
paralela. Os escritórios técnicos proporcionam uma importante ligação na arti­
culação de interesses do bloco multinacional e associado. Foi através dos vários
escritórios técnicos que o bloco multinacional e associado estabeleceu em sua
interação com a administração do Estado os já mencionados anéis burocrático-
empresariais. Através desses anéis, o bloco multinacional e associado conseguiu
promover seus interesses econômicos concretos e assegurar reformas dentro dos
limites do bloco histórico populista existente, flanqueando as estruturas corpo-
rativistas associativas. Nessa forma de atividades destacou-sc o Consórcio Brasi­
leiro de Produtividade — CBP — um dos escritórios técnicos mais interessantes
e politicamente importantes do período em questão. O CBP era uma das agências
de maior autoridade e mais ativas a favor da introdução das técnicas de planeja­
mento nas empresas públicas e privadas, assim como na administração pública.
No final da década de cinquenta, o CBP interagia com o aparelho estatal e
a administração paralela através do BNDE, cujo presidente na época era Roberto
Campos. O CBP tinha oferecido seus serviços como uma agência de assessoria
técnica para estudos específicos.*1 Outras agências estatais interessavam-se também

84
pelos serviços do CBP.“ Entre elas achavam-se agencias tão diversas como o
Grupo Executivo da Indústria Automobilística — GEIA, o Instituto Brasileiro
do Petróleo, a Carteira dc Crédito Industrial e Agrícola do Banco do Brasil e a
Secretaria da Receita Federal. O CBP oferecia seus préstimos também a autori­
dades municipais como, por exemplo, o Conselho de Desenvolvimento Econômico
do Município dc Santo André. Outros usuários dos serviços do CBP eram as asso­
ciações de classe, como o Centro Nacional de Produtividade Industrial — CENP1
(da Confederação Nacional da Indústria) e a Federação das Indústrias do Rio
de Janeiro. O CBP trabalhava também junto a governos estaduais, procurando
relacionar-se com figuras políticas e burocráticas proeminentes dos Estados como
Cid Sampaio de Pernambuco. General Juracy Magalhães da Bahia. Carvalho
Pinto e |osé Bonifácio Coutinho Nogueira de Sáo Paulo. Tancredo Neves e Enéas
Nóbrega Fonseca de Assis de Minas Gerais.*1 No estado de Minas Gerais o CBP
manteve relações de trabalho com a CAM1G — Companhia Agrícola de Minas
Gerais, com o joinl-venture nipo-brasileiro estatal US1MINAS, a FR1M1SA —
Frigoríficos de Minas Gerais, a Rede Mineira dc Viação e a FAREMG — Fe­
deração das Associações Rurais do Estado de Minas Gerais. O CBP procurou
também o apoio de indivíduos de prestígio em seus contactos com as companhias
e agencias públicas e privadas como, por exemplo, o apoio do empresário e líder
da UDN Herbert Levy e do Coronel Macedo Soares, considerado por membros
do CBP como um “grande apologista da produtividade". No mesmo período, o
CBP estabeleceu relações de trabalho com empresas oligopolistas nacionais, como
a Votorantim S.A. (do grupo José Ermírio dc Moraes), com grupos comerciais
como a Casa José Silva e expandiu consideravelmente suas ligações com o bloco
multinacional.
0 CBP agia também como um tipo de umbrellwrganization* para um nú­
mero de escritórios técnicos, reunindo seus recursos. Alguns dos indivíduos e
agências que integravam o CBP eram:
— Alfredo Goulart de Castro Filho, da ORGAMEC S.A.;
— Afonso Campiglia. diretor do Departamento de Produtividade da Federação
das Indústrias do Rio de faneiro;
— Álvaro Porto Moitinho. da Racionalização — Administração — Auditoria, e
também diretor do SENAC — Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial;
— César Cantanhede. da Organização Serviços Hollerith. onde era ligado a Va-
lentim Bouças; ele era também presidente da Organização de Engenharia S.A.
e executivo da FGV;
— João Carlos Vital e sua equipe de técnicos, à qual estava ligado o tecno-
empresário Hélio Beltrão, executivo da FGV;
— Paulo de Assis Ribeiro e sua equipe de técnicos;
— Paulo Accioly de Sá, diretor da Organização — Racionalização — Planeja*
mento, ORPLAN S.A. (ele foi em certa época presidente do CBP);
— Rubem D’A!mada H. Porto, executivo da FGV, membro do IDORT e co*
fundador da Agir Editora, que foi um canal importante para os intelectuais
orgânicos em 1962-1964.

• NT: doravante denominada "organização guarda-chuva". O termo inglês, criado por


analogia com a armação de um guarda-chuva, descreve uma estrutura onde há uma orga­
nização centra] principal c outras a ela ligadas. A organização guarda-chuva ou central sin­
croniza c dirige as atividades c recursos das que lhe são periféricas.

85
Além desses, as seguintes figuras eram também membros da rede do CBP:
Roberto da Silva Porto. C. T. laves. Humberto Porto. Oswaldo Zanclli, Paulo
Mário Cerne. Fernando Lacerda de Araújo. Mário Lorcnzo Fernandez, Luiz da
Rocha Chataignier. José Gomes Coimbra Jr. e Pedro Velho Tavares de Lyra.
Seguindo uma sugestão de Paulo de Assis Ribeiro, tanto o perito cm questões
agrárias Wanderbilt Duarte de Barros quanto Carlos de Assis Ribeiro (irmão de
Paulo de Assis Ribeiro), diretor da General Electric do Brasil, foram incorporados
ao CBP. Procurou se também a integração de dois outros escritórios técnicos: a
Geofoto. que lidava na área de pesquisa mineral, e o grupo técnico Hidrologia,
de Henry Macksoud.**
O CBP contava de fato com alguns dos mais importantes e bem equipados
escritórios técnicos e uma poderosa rede de contactos políticos, burocráticos e
empresariais. Apesar da disseminação* dos valores capitalistas modernizante-con-
servadores no interior do regime populista, esse sistema continuava infenso a sua
consolidação, o que levava a consideráveis frustrações do bloco de poder que
procurava desenvolver a “racionalidade” capitalista. No início da década de ses­
senta a percepção burguesa das limitações sócio-políticas c das restrições ideoló­
gicas do populismo atingia uma nova dimensão. Os tecno-empresários tiveram de
reconhecer que. para implementar uma forma particular de “planejamento na­
cional”. eles precisas am assegurar a paz social e apoderar-se do comando político,
ou seja, controlar o Estado. Os tecno-empresários participariam então da ação
organizada da burguesia para quebrar o regime e o sistema populista e conquistar
o poder do Estado em 1964.

CONSULTEC: um estudo de caso de entrincheiramento burccrático-empresarial

A Sociedade Civil de Planejamento e Consultas Técnicas Ltda. — CON­


SULTEC. também conhecida como Companhia Sul-americana de Administração e
Estudos Técnicos, era. incontestavelmente, o mais importante e bem-sucedido
escritório técnico, e um anel burocrático-empresarial em si mesma. A CONSULTEC
era importante em decorrência da qualidade profissional de seus membros; era
bem sucedida em razão de sua capacidade política c de sua ativa “advocacia admi­
nistrativa”. de sua ampla penetração nos canais tecno-burocráticos e sua conexão
com o grupo de poder formado pelos interesses multinacionais c associados, aos
quais os seus membros pertenciam individualmente.*7

CONSULTEC: o escritório técnico

A'CONSULTEC proporcionou os canais para contornar tanto as agencias


estatais corporativistas tradicionais de articulação de interesses quanto o Con­
gresso Ao estabelecer contados diretos com agências estatais, ela evitou o escru­
tínio do público e a necessidade de responder às demandas populares ou ter de
levar em conta outras pressões.
As atividades da CONSULTEC se estendiam da consultoria dada a pedidos
de empréstimos feitos ao BNDE por companhias multinacionais até a redação de
discursos públicos, da preparação de projetos de lei, decretos e regulamentos
até a obtenção de acordos comerciais. A CONSULTEC preparou inclusive o pro­
grama apresentado ao Congresso em 1962 pelo então Primeiro-Ministro Tancredo
Neves."* assim como u plano governamental referente ao petróleo, que o Primeiro-
Ministro comissionou também a esse escritório técnico.*’

86
A posição tecno-burocrática c as ligações econômicas de membros da CON­
SULTEC foram espectalmcnie vantajosas aos setores de mineração, petróleo, ener­
gia c transporte, aos quais a CONSULTEC serviu como consultora. Ela exerceu
papel crucial no complexo BNDE —.SUMOC — CACEX, agências-chave para o
crescimento muJlinacional e industrial durante o governo de Juscelino Kubitschek.
Um levantamento dos empréstimos concedidos pelo BNDE e das recomendações e
estudos econômicos subjacentes a esses empréstimos mostrou que 50% de tais
pareceres havia sido fornecido pela CONSULTEC.'*
Um exame dos componentes da CONSULTEC e de suas posições tecno-
burocráticas explica facilmente o êxito logrado pelos interesses empresariais ne­
gociados pela CONSULTEC.”
Alguns dos membros mais importantes da CONSULTEC eram:

Roberto Campos — Presidente do BNDE. membro do GEMF. Gru­


po de Exportação de Minério de Ferro, mem­
bro do CDE. embaixador itinerante durante o
governo de finio Quadros e embaixador nos
Estados Unidos durante o governo de |oão
Goulart, conferencista na ESG. Durante sua
caneira política. Roberto Campos manteve li­
gações com a Hanna Mining. Bond & Share,
Camargo Correia Construtores. Mercedes Benz
e Banco de Desenvolvimento Comercial.”
Vítor da Silva Alves Filho — Diretor do BNDE.
Miguel Osório Almeida — Ministro nara Assuntos Econômicos da Embai­
xada do Brasil em Washington e membro do
quadro diplomático do Itamaraty.
J. O. Mello Flores — Executivo da FGV e diretor do Banco Hipote­
cário Lar Brasileiro. Sul-América Seguros. Me­
cânica Pesada S.A. (Westinghouse). Compa­
nhia Siderúrgica Belgo-Mineira. Schneider et
Cie.. S. A. de la Challeassièrc e Sulacap.
Frederico Heller — Editor Econômico de O Estado de S. Paulo
(o jornal paulista de circulação nacional de
Júlio de Mesquita Filho).
Edmar de Souza — Chefe do setor administrativo do BNDE.
J. L. Bulhões Pedreira — Consultor do BNDE. diretor da COPLAN —
Comissão de Planejamento do governo, diretor
da Rede Ferroviária Federal — RFF e do com­
plexo Hanna Mining.
Eduardo Silveira Gomes — Consultor da SUMOC e editor da Conjuntura
Econômica.
Almirante Aniceto Cruz Santos— Lloyde New York e Comissão da Marinha
Mercante.
Dênio Nogueira — FGV, Conjuntura Econômica e Chefe de Ga­
binete de Gouveia de Bulhões, conferencista
na ESG.

87
Jobn Cotrim — Diretor das Centrais Elétricas de Furnas.
Gabriel Ferreira Filho — Advogado do BNDE.
Mário Henrique Simonsen — Chefe do Conselho Econômico da Confedera­
ção Nacional das Indústrias (CNI), executivo
c professor da FGV.
Augusto Tilo de Oliveira Lima — Parente de Roberto Campos.
Harold Cecil Polland — Cia. Metropolitana de Construções. Banco Por­
tuguês do Brasil. Unitor S.A. Com. e Ind. de
Soldas Elétricas.
Jacinto Xavier Martins — RFF.
Teodoro Onega — Instituto Nacional de Tecnologia, sediado no
Rio.
João Batista Pinheiro — Membro do corpo diplomático do Itamaralv,
GEMF e diretor do BNDE.
Mário Abrantes da Silva Pinto— Diretor do Departamento de Produção Mineral,
Assessor Técnico da CACEX e do GEMF. mem­
bro da comissão de Estudos e Projetos Admi­
nistrativos da Presidência.
Alexandre Kafka — FGV, Fundo Monetário Internacional e Con­
selho Nacional de Economia, conferencista na
ESG.
José Garrido Torres — SUMOC, BNDE, FGV, Conjuntura Econômica,
Banco Interamcricano de Desenvolvimento e
Conselho Nacional de Economia, conferencista
na ESG, banqueiro.
Hélio Schlittler Silva — Assessor da diretoria do BNDE.
João Alberto Leite Barbosa — Editor do Boletim Cambial (um marca-passo
econômico), editor da seção económica de 0
Clobo (um dos mais influentes jornais de cir­
culação nacional sediado no Rio e pertencente
ao grupo Roberto Marinho), vice-presidente da
Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Glycon de Paiva — Companhia Vale do Rio Doce — CVRD,
BNDE, conferencista na ESG, ADESG c dire­
tor de empresas multinacionais.
Mauro Thibau — CEMIG — Centrais Elétricas de Minas Gerais.
0. Gouveia dc Bulhões — SUMOC, GEMF, conferencista na ESG.
A. Abreu Coutinho — GEMF. Conjuntura Econômica, Chefe dc Di­
visão da SUMOC encarregado do Setor da Ba­
lança de Pagamentos.
Jorge Schilling — Diretor da Estrada dc Ferro Central do Brasil.
Lucas Lopes — CEMIG, CVRD, BNDE, Ministro dos Trans­
portes no governo de Café Filho c Ministro da
Fazenda no Governo dc Juscclino Kubitschck,
conferencista na ESG e diretor da Hanna
Míning.

88
Rodrigo Pessoa Lopes — Filho de Lucas Lopes e genro de Juscelino
Kubitschek.
Aldo Franco Maciel — CACEX, chefe da SUMOC.

Outros membros que participaram da CONSULTEC eram Alfredo Pessoa,


Eduardo L. Gomes, José Cruz Santos, José Soares, Sarmento Barreto e Carlos
Moncyr Gomes de Almeida.
Alguns outros elementos burocráticos e políticos estavam também ligados à
CONSULTEC como, por exemplo, Henrique Alves Capper de Souza (CACEX)
c Arnaldo Walter Blanc (CEXIM, Bethlehem Steell.” As listas mencionadas re­
velam claramentc que a CONSULTEC era um exemplo clássico de entrincheira-
mento burocrático, uma vez que seu pessoal era intercambiável com o de agências
c autarquias estatais, companhias multinacionais e thinkíanks públicos.74 A
CONSULTEC, que havia sido tão decisiva na articulação paralela de interesses
empresariais durante a década de cinquenta, tornar-se-ia, em princípios da década
de sessenta, um fator central no esforço de derrubar o regime populista. Muitos
dc seus membros-chave participariam dos órgãos centrais formuladorcs de dire­
trizes políticas c de tomada de decisão dos intelectuais orgânicos empresariais
com um duplo papel, o de revolucionários empresariais e o de defensores do
capitalismo dentro do aparelho do Estado.
O núcleo da CONSULTEC gerou uma importante organização tecno-empre-
sarial e político-burocrática, a APEC — Análise e Perspectiva Econômica. A
APEC era constituída de um grupo de economistas, administradores do governo e
empresários. A exemplo de outras agências técnicas, os três papéis dos membroí
da APEC concatenavam-se. Esses tecno-empresários objetivavam a criação de
uma publicação especializada de alta qualidade técnica com o "fim de defender
interesses públicos e privados" (sic). Esta iniciativa justifica-se pelo que eles en­
tendiam e proclamavam como a "ameaça de ideologias e ideólogos" que tentavam
levar o Brasil por um caminho que eles acreditavam ser o de uma sociedade tota­
litária.” A APEC constituiu-se sob a direção e participação de Roberto Campos,
Mário Henrique Simonsen. Octávio Gouveia de Bulhões, J. Garrido Torres, Aldo
B. Franco, Almirante A. Cruz Santos, Glycon de Paiva, Lucas Lopes (seu presi­
dente em 1964), F. Heller. A. Kafka. V. A. da Silva Filho, D. Nogueira. T. Onega,
Edmar de Souza, Gabriel Ferreira Filho. A. Pessoa, J. O. Mello Flores, J. Batista
Pinheiro, J. L. Bulhões Pedreira, Carlos Moacyr Gomes de Almeida e Sérgio
Pinho Mellão, todos eles em posições de liderança dentro da organização em 1964.
No curso de seu desenvolvimento, a APEC recrutou e ligou-se a funcionários
públicos-chave e a importantes empresários, tornando-se assim uma modalidade
de instância superior dos economistas, ideólogos e lecno-burocratas modemizante-
conservadores. Entre esses incluíam-se Raul Fontes Cotia (BNDE). Ernane Galvêas
(BNDE), João Paulo dos Reis Vclloso (EPEA), Iberê Gilson (diretor da COSIPA
e vice-presidente da Rede Ferroviária Federal) e Mircea Buescu.
A estrutura econômica da APEC compunha se de 200 acionistas,T1 muitos
deles ligados entre si através de suas atividades empresariais. No auge de seu
poder ela compunho-se de uma equipe de mais de 150 técnicos e colaboradores
dc vários tipos, alguns dos quais são enumerados no Apêndice D. Mais tarde,
ela organizaria o ASAPEC. órgão profissional dc consultoria para assuntos eco­
nômicos visando a servir empresas privadas e agências públicas.

89
A APEC. uma fonte de publicações importantes relativas h economia, em­
presas públicas e ao papel do capital privado no desenvolvimento do país, dis­
seminava seus pontos de vista entre empresários, configurando a posição ideoló­
gica destes. Dessa forma, a APEC exemplificou c resumiu outra faceta de esforços
classistas organizados de modo a vencer a batalha ideológica e política contra o
bloco de poder populista e o aparelho estatal cm geral, bem como a dirigir os
seus esforços de propaganda contra os intelectuais das classes subordinadas. Vá­
rios membros da APEC estavam diversamente ligados à ESG. como alunos, pro­
fessores ou oradores convidados esporadicamente, tendo assim uma vantagem
excepcional sobre outros grupos sociais em propagar os seus pontos de vista
entre os militares. Os membros da APEC teriam ainda importância singular na
campanha ideológica e política que o bloco de poder multinacionnl-associado
desenvolveria até abril de 1964. muitos deles participando da ação militante dos
intelectuais orgânicos das classes dominantes contra o Executivo de João Goulart.
Em conjunto com membros da CONSULTEC e do CBP, a equipe da APEC teria
funções importantes no governo pós-1964. preparando estudos e sugestões de
diretrizes económicas e encarregando-sc da reestruturação da economia política
do novo regime.

CONSULTEC: o anel de poder burocrático-empresarial


A CONSULTEC foi. entre outros, um órgão crucial nas negociações da
Hanna Mining Co. no Brasil. Clientes importantes foram também a Brazilian
Traction. Light and Power e a Bunge & Born.;; O seu papel “técnico” e suas
funções político-econômicas seriam compreendidas a partir dos relatórios da Co­
missão Parlamentar de Inquérito — CPI — da Câmara dos Deputados, instau­
rada com o fim de investigar as atividades do complexo Hanna Mining no Brasil.
Através da CONSULTEC os restritos interesses econômicos desse complexo se­
diado em Cleveland. Estados Unidos, composto de cerca de trinta companhias
operando em mineração, metalurgia e atividades correlatas, foram articuladas
dentro do aparelho estatal no mais amplo sentido “técnico” possível.
Conforme o General Antônio Bastos, ex-membro do Conselho Nacional do
Petróleo c engenheiro coordenador da Hanna Mining Co., essa companhia pagou
à CONSULTEC 5 milhões de dólares por um dos mais importantes projetos de
mineração, o de Águas Claras** (as reservas do Quadrilátero Ferrífcro de Minas
Gerais eram estimadas em 200 bilhões de dólares).
Visando a realização de tal projeto, contactos foram feitos com membros da
CONSULTEC, entre outros: Lucas Lopes, Ministro da Fazenda durante o go­
verno de Juscclino Kubitschek e ele mesmo um dos diretores do complexo Hanna
Mining. Roberto Campos (BNDE), Mário da Silva Pinto, diretor geral do De­
partamento Nacional de Produção Mineral, e Mauro Thibau. da CEMIG. Em
carta enviada ao General Nelson de Mello, o então Chefe da Casa Militar do
governo do presidente luscelino Kubitschek. e Secretário do Conselho de Segu­
rança Nacional (mais tarde Ministro da Guerra). Lucas Lopes comunicava que
"um grupo de planejamento, do qual sou consultor, foi procurado por represen­
tantes da Hanna Co. a fim de obter orientação económica c técnica para a exe­
cução de um programa de exportação de minério de ferro”. * E acrescentou: “O
presidente (Juscclino Kubitschek) disse-me ficar grato por tudo que fosse feito
em favor dos minérios de Morro Velho”/®

90
A Hanna Mining associou-se à Cia. de Produtos Alimentícios Mono Velho
S.A. (dirigida por Fernando dc Mello Viana, do grupo Ferrostaal), para explorar
as minas de ouro e ferro dc Morro Velho, formando a Mineração Mono Ve­
lho S.A. Quanto às minas de Aguas Claras, o General Bastos explicou que o
Projeto Hanna seria conduzido pela Mineração Aguas Claras S.A., um consórcio
de siderúrgicas inglesas, alemãs e americanas.’1 Ele informou ainda que o Projeto
Hanna correspondia ipsis litteris ao Documento n.° 18 do Conselho Nacional de
Desenvolvimento, é altamente provável, na realidade, que o Documento n.° 18
tenha conespondído integralmcnte ao Projeto Hanna. Isto não parece mera coin­
cidência — a maioria daqueles que havia esboçado o Documento n.* 18 pertencia
à CONSULTEC, sendo que membros da CONSULTEC eram por sua vez dire­
tores da Hanna Mining."2
Como surgiu o Documento n.° 18? Em 25 de fevereiro de 1957, Juscelino
Kubitschek formou uma comissão com o propósito de analisar o problema dos
incentivos às exportações do minério dc ferro. A comissão, sob a presidência
do Ministro da Fazenda, incluía os Ministros da Viação e da Agricultura, o se­
cretário do Conselho dc Segurança Nacional, o secretário do Conselho de Desen­
volvimento, os diretores da Carteira de Câmbio e da Carteira de Comércio Ex­
terior — CACEX — do Banco do Brasil, o presidente da Companhia Vale do
Rio Doce e representantes dos mineradores. A maioria absoluta dos membros dessa
comissão pertencia ao quadro da CONSULTEC. O documento ficou pronto em
8 de agosto de 1957. De acordo com esse documento, a Hanna Mining usufruiria,
além de outras vantagens, de:
a) taxas especiais dc câmbio garantidas para suas operações sem confisco
cambial;
b) segurança satisfatória de juros e reembolso, não recebendo, em hipótese
alguma, menos do que os juros do capital investido;
c) o minério de ferro pelo menor preço em vigor no mercado internacional.
O redator do Documento n.° 18 foi exatamente o membro da CONSULTEC
e diretor geral do Departamento Nacional de Produção Mineral, Mário da Silva
Pinto. Para dar andamento ao Documento n.° 18, José Maria Alkmim, Ministro
da Fazenda, submetê-lo-ia à apreciação- do presidente Juscelino Kubitschek que
o assinou, transformando-o no Decreto n.° 42.020 de 10 de agosto de 1957, dois
dias após ter sido a ele submetido. Esse decreto criou também no Conselho de
Desenvolvimento o Grupo de Exportação de Minério de Ferro — GEMF —
que se tornou o órgão responsável pela coordenação de estudos, entendimentos e
negociações referentes ao minério de ferro. Não é de se surpreender que o GEMF
fosse constituído pelo Ministro da Fazenda, José Maria Alkmim, o Secretário do
Conselho de Segurança Nacional, General Nelson de Mello, o Secretário-Geral
do Conselho de Desenvolvimento, Lucas Lopes, o diretor da Carteira de Exportação
e Importação do Banco do Brasil — CEXIM, J. I. Tosta Filho, o diretor da
Carteira de Câmbio do Banco do Brasil, P. A. Pook Correia, o diretor do Depar­
tamento da Produção Mineral, M. da Silva Pinto, diretor da Rede Ferroviária
Fedetal (a qual é responsável pela Estrada de Ferro Central do Brasil, da qual
foram diretores Geraldo Mascarenhas e os membros da CONSULTEC Jorge
Schilling e J. L. Bulhões Pedreira) e o diretor do BNDE, Roberto Campos. Para
coordenador do GEMF foi indicado J. Batista Pinheiro, outro membro da CON­
SULTEC. Outros participantes do GEMF eram O. Gouveia de Bulhões e A. Abreu

91
Coutinho, ambos membros da CONSULTEC?1 Além disso, o complexo da Hanna
Mining procurou a ajuda dc indivíduos dc reconhecida influência paru o desen*
volvimento dc seus planos c projetos. O que poderia ser considerado o "Estado-
Maior” do complexo Hanna Mining no Brasil incluía'' lohn W. Foster Dullcs.
filho do Secretário de Estado americano I. W. Foster Dullcs c sobrinho do diretor
da CIA Alten Dullcs. Ele era membro da junta de diretores da Mineração Águas
Claras." Outro nome influente e muito conhecido era o de Herbert Hoover Jr.»
filho do ex-presidente americano e ex-Subsecretário de Estado no governo do Ge­
neral D. D. Eisenhowcr. Ele veio para o Brasil em 1960 como acionista da Saint
John D'EI Rey, na mesma época cm que Foster Dullcs começava a estabelecer
contatos políticos para as eleições que se aproximavam, às quais um dos candi­
datos era Jânio Quadros. Hoover tornar-se-ia logo depois diretor da Hanna
Mining Co.M
Dentre as figuras influentes, brasileiras ou que aqui viviam, com as quais a
Hanna Mining podia contar, achava-se, primeiramente, Lucas Lopes, membro do
seu quadro de diretores c dc várias outras corporações importantes?7 Outros di­
retores eram: ). L. Bulhões Pedreira, da Cia. Mineração Novalimense, Mineração
Hanna do Brasil Ltda., Mineração Curral d’El Rey Ltda. e Mineração Águas
Claras Ltda., Arthur Bemardcs Filho, da Mineração Hannaco e presidente do
Partido Republicano assim como diretor de outras empresas multinacionais’3 e
Alberto Torres Filho, diretor da Cia. Mineração Novalimense, Mineração Hanna
do Brasil Ltda., Pesquisas Minerais Meco Ltda., Mineração Curral d’El Rey Ltda.
c Mineração Águas Claras Ltda. Alberto Torres Filho era também diretor de
várias poderosas corporações multinacionais e associadas?9 Eram ainda ligados,
como executivos ou assessores, as seguintes figuras; E. M. Irving, Robert Clark
Wallace, H. C. Watson. Benedito Munhoz Carvalho, B. Novitt Weber. Pedro
Maciel, Antônio Falabella de Castro, Roberto Campos, Dario de Almeida Ma­
galhães. Mauro Thibau, M. da Silva Pinto. Vicente Rao (do Banco Francês e
Italiano para a América do Sul), o jurista Francisco Campos, o jurista Pontes de
Miranda e o jurista Orozimbo Nonato, ministro da Suprema Corte Federal e um
dos quatro juristas consultados quando da formulação da Constituição de 1967.M
Ademais, a Hanna tinha uma diretoria interligada a diretorias dos maiores com­
plexos financeiros, industriais e comerciais operando no Brasil, incluindo o grupo
Rockefeller. o grupo MeUon (ALCOA) e a Morgan Garanty Trust Co. (1TT e
General Electric).
Apesar da influência da Hanna Mining, em junho de 1962, Gabriel Passos,
Ministro das Minas e Energia do governo nacional — reformista de João Goulart,
determinou a paralisação das atividades da Novalimense, uma das subsidiárias
da Hanna Mining, como parte da tentativa de controlar o extraordinário poder
corporativo-político dessa companhia. Começava assim o "caso Hanna", que seria
o pivô das discussões sobre a política de minério durante todo o período da
administração de João Goulart. O caso tornou-se o símbolo da polarização "entre-
guista-nacionalista" da política brasileira, em conjunto com as tentativas do go­
vernador Leonel Brizzola de nacionalizar os interesses da Bond and Share no
Estado do Rio Grande do Sul.
A ação política do complexo Hanna Mining se faria sentir dc muitas outras
formas além do tráfico de influência. Em 1963, por exemplo, a Hanna (junta­
mente com um Walter C. Lawson) promoveu uma conferência sobre "A defesa
político-militar da América Latina” no Bureau of Governamental Rcscarch da

92
Universidade Estadual do Arizona. Um dos participantes da conferência, o Te­
nente-Coronel Theodore Wychofí. do Exército americano, advertiu que os comu­
nistas estavam ‘"se preparando para atacar quando chegasse a hora’’ cm toda a
América Latina, acrescentando que "uma contra-ofensiva anticomunista poderia
proporcionar uma melhor defesa dos povos e instituições livres do que qualquer
medida passiva". Entre as contribuições da Hanna para essa contra-ofensiva es­
truturada pela elite empresarial estava o fornecimento de caminhões para as tropas
de Minas Gerais que iniciaram a "Revolução" de 1* de abril de 1964.”

B) As associações de classe: As novas condições de desenvolvimento durante a


década de cinqüenta e o fato de os empresários multinacionais e associados ha­
verem percebido os seus interesses comuns na modernização do país, assim como
a necessidade do estabelecimento de canais apropriados para sua crescente pene­
tração, estimularam a rápida expansão da estrutura associativa e a procura de
novas formas dc organização de interesses.” A recém descoberta solidariedade de
interesses no interior do bloco econômico multinacional e associado expressou-se
através de novas ou renovadas associações de classe que orientavam os empre­
sários sobre assuntos referentes à produção e à administração. Além disso, essas
associações classistas dc empresários e tccno-empresários modemizante-conserva-
doras davam assistência ■ questões políticas mais amplas, funcionando, na ver­
dade, como agência de lobbying, alcançando sua mais alta expressão política em
suas tentativas de compartilhar do governo com forças sócio-cconómicas tradi­
cionais durante a presidência de Jânio Quadros em 1961. A maioria das associa­
ções de classe existentes, como a Confederação Nacional das Indústrias — CN1,
Associações Comerciais e Federações das Indústrias de vários Estados, achavam-se
sob nova direção em meados da década de cinqüenta, à medida que as oligarquias
de antigos comerciantes, banqueiros comerciais e industriais locais viam-se subs­
tituídos por um grupo mais jovem e agressivo de empresários que não se achavam
tão ligados a interesses de exportação e comércio exterior.” Ao contrário, eles re­
presentavam os novas formas de interesses financeiro-industriais multinacionais e
associados.” E mais, a existência de tais associações de classe expressava o alto
nível de consciência coletiva atingido pelos interesses empresariais. A proteção
corporativa de seus empreendimentos econômicos deu lugar ao ativismo em prol
do avanço político de seus interesses econômicos.
Três dos mais importantes focos de pressão política onde predominavam os
interesses multinacionais e associados eram a então renovada Federação das In­
dústrias do Estado de São Paulo — FIESP, e sua organização idêntica CIESP,
Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (às quais estava ligado o fórum de
debate Roberto Simonsen), a Federation of the American Chambers of Commerce
do Brasil e o CONCLAP, Conselho Nacional das Classes Produtoras.
No início da década de sessenta, a FIESP e o CIESP haviam se tornado
canais significativos de representação dos grandes industriais locais, a maioria
deles associados a corporações multinacionais, e mesmo de certas empresas mul­
tinacionais.” Entre as corporações e indivíduos que se faziam representar nc
FIESP/CIESP em 1964 estavam:

— Rafael Noschese. presidente, Empresa de Mineração Esperança.


— José Ermírio de Moraes Filho, l.°-vice-presidente, grupo Votorantim.

93
— Mário Toledo de Morais. 2.°-vice-presidcnte. Cia. Melhoramentos de São Paulo
Ind. de Papel. Cia. Universal de Fósforo British Match.
— Lélio Toledo Pizza e Almeida, VEMAG S.A. Auto Union Gmbh, Banco Novo
Mundo.
— Eduardo Garcia Rossi, Rcila Refratários.
— Oscar Augusto de Camargo. Duratex S.A., grupo Maluf.
— Jorge Duprat de Figueiredo. Nadir Figueiredo Ind. e Com. S.A.
— J. Soares do Amaral Netto. secretário. Centrais de Concreto do Brasil.
— Nelson de Godoy Pereira, tesoureiro. Cia. Força e Luz Santa Cruz.
— Daniel Machado de Campos. Associação Comercial de São Paulo.
— Egon Félix Gottschalk, S.A. Moinho Santista Ind. Gerais.
— Georges Schnyder. Cia. Bras. de Construção Fichet & Scbwartz-Hautmont.
— Gilberto Wack Bueno, Sociedade Técnica dc Materiais S.A. — SOTEMA.
— Joaquim Gabriel Penteado, Ind. e Com. Dako do Brasil S.A.
— Luiz Rodovil Rossi. Auto-Comércio e Indústria, ACIL Lida.
— Humberto Reis Costa. Cia Fiação Pedreira.
— César Augusto de Camargo Pinto, Anderson Clayton Co. — ACCO.
— Peter Murany. P. Murany Ind. e Com. S.A.
— Francisco de Paula Machado de Campos, SANBRA, Bunge & Bom, Banco
Geral dc Finanças.
— Mauro Lundberg Monteiro, Refinaria Nacional dc Sal S.A.
— Hemani Azevedo Silva, Cia. Bras. de Estireno, Cia. Comercial Brasileira S.A.
— grupo Simonsen, Eletro Metalúrgica Abrasivos Salte S.A., Carborundum
Internacional.
— Waldemar Clemente, Walita S.A. Eletro Industrial.
— Francisco de Salles Vicente de Azevedo, Porcelite S.A. Cerâmica Sanitária.
— Antônio Carlos Pacheco e Silva, Armações de Aço Probel S.A.
— Luiz António da Garoa e Silva, Cia. Prada Ind. e Com.
— Manoel da Costa Santos — Amo S.A.
— Paulo Reis Magalhães, Cooperativa Centra) dos Produtores de Açúcar e
Álcool — COPERSUCAR.

Outras figuras centrais da FIESP eram: forge de Souza Rezende, José Villela
Andrade Jr., Francisco da Silva Villela. Mário F. de Pierrô, Theobaldo dc Nigris,
Raniz Gattas, Mário Amato. Orlando Laviero, Fuad Haddad (representante do
CIESP, Araraquara) e E. Pereira Lopes (representante do CÍESP, São Carlos).**
O CIESP. que compartilhava membros, funções e objetivos com a FIESP,
apoiava-se na capacidade de atuação de um número dc destacados empresários:

— Presidente: Rafael Noschese.


— Conselho Diretor: A. C. Pacheco e Silva, Lucas Nogueira Garcez, Luiz Dumont
Villares, Luiz Eulálio Bueno Vídigal, Olhon Alves Barcellos Corrêa, Paulo
Quartim Barbosa e Sebastião Paes de Almeida.
— Diretoria: General Edmundo de Macedo Soares e Silva, Luiz Antônio da
Gamo e Silva. Paulo N. Albright, Paulo Ayres e Salim Abdalla Chamma.
— Presidentes Honorários: Humberto Reis Costa e José Ermírio dc Moraeo.
— Diretores Executivos: Rafael Noschese. José Ermírio de Moraes, Manoel da
Costa Sontos, Lélio Toledo Pizza c Almeida Filho, Oscar Augusto dc Camargo,

94
Jorge de Souza Rezende, Jorge Duprat Figueiredo. Eduardo Garcia Rossi,
Theobaldo de Nigris e Joio Soares do Amara] Netto.
— Conselho Fiscal: Paulo Reis Magalhães.

O CIESP e a FIESP tinham dois órgãos executivos: o Fórum Roberto Si-


monsen e o Conselho de Coordenação Interdepartamental — CONCIN. No pri­
meiro encontravam-se o presidente Rafael Noschese, o General Macedo Soares
e Silva e o secretário Luiz Washington Vita. Faziam parte do CONCIN Eduardo
Garcia Rossi, E. F. Gottschalk, Mário Amato, Mário Toledo de Moraes, Sérgio
Roberto Ugolini e Theobaldo de Nigris.”
Para dar assistência política, econômica e mesmo técnica a seus associados,
as associações de classe estabeleceram suas próprias agências técnicas. Entre elas,
o Centro de Produtividade das Federações das Indústrias e a Assessoria Eco­
nômica e jurídica da Associação Comercial de São Paulo, dirigida por )osé Lins
Nogueira Porto (editor do Digesto Económico), e auxiliado por Antônio Delfim
Netto. A Federação do Comércio do Estado de São Paulo estabeleceu o seu pró­
prio Conselho Técnico de Economia. Sociologia c Política, fórum de debate da
organização empresarial. Em 1962 esse conselho da FCESP era formado por Ale­
xandre Marcondes Filho, Antônio Delfim Netto, Antônio Gontijo de Carvalho,
Ary F. Torres, Dorival Teixeira Vieira (também do Instituto de Pesquisas Eco­
nômicas — 1PE), Padre Felipe Nery Noschini, Flamínio Favero, Francisco Carlos
de Castro Neves, Francisco Malta Cardoso, Geraldo Barbury, Horácio Lafer,
José Frederico Marques, José Garibaldi Dantas, José Pedro Galvão de Souza,
José Vicente de Freitas Marcondes. José Luiz Anhaia Mello. Miguel Reale, Rui
Nogueira Martins, Ruy Aguiar da Silva Leme (da Pontifícia Universidade Católica
— PUC, e da Universidade Mackenzie de São Paulo), Theotônio Monteiro de
Barros Filho, Vicente Marotta Rangel (da Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo) e Washington Barros Monteiro.” O seu presidente era o tecno-empre-
sário Brasflio Machado Neto da Fundação Getúlio Vargas.
Muitos desses intelectuais orgânicos do bloco multinacional e associado, bem
como os mencionados na relação da FIESP e do CIESP, seriam em 1962 membros
dos órgãos políticos estabelecidos para promover tanto os interesses modemizante-
conservadores quanto a derrubada do governo nacional-reformista de João Goulart.
A Fedcration of the American Chambers of Commerce era o forum político
mais importante das corporações multinacionais. Além de diretores americanos,
muitos diretores de corporações européias estavam também representados nessa
federação. Os seguintes empresários e profissionais achavam-se entre os seus
"membros ativos" em 1964:

— Paul Norton Albright (vice-presidente em 1963 e presidente em 1964), Diretor


do Comitê de Assuntos Econômicos, E. R. Squibb & Sons.
— Frank N. Aldrich, First National Bank of Boston.
— Richard S. Aldrich, Ind. Metal Forjaço S.A., IBEC — Cia. Brasileira de Par­
ticipações.
— G. David Monteiro, McCann Erickson Publicidade.
— João Nogueira Lotufo, Associação Cristã de Moços.
— João da Silva Monteiro, COBAST, Light S.A.
— Trajano Puppo Neto, First National City Bank of N. Y.

95
— Fernando Edward Lee. Cia. Química Duos Âncoras. S.A. Marvin-Anaconds,
Fios e Catíos Plásticos do Brasil — Anocondo Co., Goodrich do Brasil.
—. David Augusto Monteiro. Multi Propaganda Soc. Ltda.
— Humberto Monteiro. RCA Electrónica Brnsilcira S.A., C1BA S.A. Produtos
Químicos.
— Fábio Garcia Bastos. Liquid Carbonic Ind. S.A.. General Dynamics.
— Hélio Cássio Muniz, American Marictta S.A. Tintas.
— ). Bastos Thompson. Cia. Patiz de Inversorcs. grupo Patino.
— Herman Moraes Barros. Banco Sul-Americano do Brasil S.A.
— G. E. Strickland, USABRA S.A. — Liquid Carbonic.
— Audley Gammon. Bank of América.
— Luiz Biolchini. Banco Boavista.
— P. H. Weisskopf. Pneus General.
— Paulo Barbosa. Esso Brasileira de Petróleo S.A.
— Vicente de Paulo Ribeiro, Dominium S.A., Cia. Patrimonial Seiva Ribeiro.
— Américo Oswaldo Campiglia. Fiação Brasileira de Rayon, Cimento Santa Rita.
— Jorge de Assumpção. Tecelagem Assumpção.
— Luiz de França Ribeiro. Cia. Brusileira de Caldeiras e Equipamentos Pesados.
— Manoel da Costa Santos, Arno S.A. Ind. c Com.
— Oswaldo Trigueiro. Viação Aérea Riograndcnse — VARIG.
— Edward Francis Munn. First National Bank oí Boston.
— A. O. Bastos. Pcríumes Dana do Brasil S.A.
— Gustavo W. Borghoff. loseph Lucas do Brasil.
— Guilherme I. Borghoff, Remma S.A.
— Eldino da Fonseca Brancantc.
— Juan Clinton Llcrena. Moore McCormack.
— Nelson Monteiro de Carvalho, grupo Matarazzo.
— Henrique Bayma, Cia. Brasileira de Rolamentos SKF — Suécia. Rupturita
S.A. Explosivos.
— Odilon Egydio do Amaral Souza. São Paulo Alpargatas.
— Aldo Campos. Mobil Oil do Brasil.
— Carlos Augusto Botelho Junqueira. Procon Engenharia Ind. c Com. Ltda.
— Júlio C. B. de Queiroz. Procon Engenharia Ind. e Com. Ltda.
— Lucien Marc Moser. Cl BA S.A. Produtos Químicos, Swiss Bank Corporalion.
— Luís Alberto Penteado. Esso Brasileira de Petróleo S.A,
— Fernando Alencar Pinto. F. A. Pinto S. A. Importação e Exportação. Wes-
tinghouse Electríc Int.
— Geraldo Danneman. Banco da Bahia S.A., Cia. Telefónica da Bahia S.A.
— Vitório Ferraz. Cia. Fuller Equipamentos Industriais.
— Fernando Mbielli de Carvalho, Cia. Gas Esso-Standard Oil.
— Mário Antunes Azevedo, AMF do Brasil S.A. Máquinas Automáticas.
— William Monteiro de Barros, Cia. Federal dc Fundição, Parsons &. Whittemore.
— Borge Lundgren, Bates do Brasil S.A.

Além desses, os seguintes empresários, já mencionados anteriormente, eram


também membros das American Chambers of Commerce: |. B. Pereira Almeida
Filho, José Carlos de Assis Ribeiro. Paulo Ayres Filho, David Beatty UI. Luiz
Eduardo Campello, J. B. Leopoldo Figueiredo. Paulo Reis Magalhães, Othon
Barcellos Correia, José Maria Pinheiro Neto, Eduardo Caio da Silva Prado, Ary

96
Frederico Torres, Alberto Byngton Jr.» Oscar Augusto de Camargo, Alberto Torres
Filho e João Batista Isnard de Gouveia.**
Das três associações de classe mencionadas anteriormente, foi a CONCLAP
a expressão mais sofisticada da presença política da classe dominante no período
anterior a 1964. O Conselho das Classes Produtoras foi estabelecido em 1955
como uma organização guarda-chuva nacional com o intuito de proporcionar um
forum militante para o bloco de poder empresarial modemizante-conservador.
O CONCLAP era uma associação de pressão poderosa e expressiva na defesa dos
novos interesses sócio-cconômicos durante a década de cinquenta, tomando-se
espccialmcntc ativo a partir de 1959 e durante a campanha presidencial de Jânio
Quadros. A seção carioca do CONCLAP, a partir do momento de sua formação,
lançou uma série dc manifestos públicos com violentos e explícitos ataques ao
regime populista. Liderado pelos empresários Gilbert Huber Jr.. Jorge Behring
Mattos, Jorge Oscar dc Mello Flores e Alberto Byngton Jr.,’*® o CONCLAP ata­
cava sem trégua o comunismo e apresentava uma defesa intransigente da empresa
privada, da estabilidade financeira e monetária e do capital estrangeiro. O
CONCLAP tornou pública também sua oposição implacável ao controle de preços,
ao direito de greve, à estabilidade dos empregos, negando ainda o direito ao
governo de possuir praticamente qualquer bem.101 O CONCLAP do Rio englo­
bava a Associação Comercial do Rio de Janeiro e o Centro de Indústrias do Rio
de Janeiro (dois órgãos que lhe davam expressivo apoio), o Centro de Seguros
e Estudos de Capitalização, a Associação dos Bancos do Estado da Guanabara, a
Associação Brasileira de Relações Públicas, a Associação Brasileira de Propa­
ganda, o Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro, a Associação dos Em­
pregados de Comércio e a Associação dos Proprietários de Imóveis, entre outros.
Os membros do CONCLAP-Rio viam-se intimamente ligados à Escola Superior
de Guerra, muitos deles ex-alunos ou professores dessa instituição militar. Jorge
Behring de Mattos, presidente do CONCLAP-Rio até 1963, foi também presi­
dente da ADESG, associação de Ex-Alunos da Escola Superior de Guerra.
Os militantes do CONCLAP e os líderes de associações de classe semelhantes
(por exemplo, das Associações Comerciais de Minas Gerais, Rio Grande do Sul,
Pernambuco e outros centros industriais, formaram, juntamente com a FIESP, o
CIESP e a Fedcration of the Amcrican Chambers of Commerce, um forum im­
portante de interesses políticos c económicos que proporcionou a infra-estrutura
para a ação dc classe do bloco de poder burguês no período de 1962 a 1964.
Reunidos para esses fins sob uma nova organização militante, eles estariam à
frente da luta ideológica, política e militar contra o Executivo de João Goulart
c as forças populares.
Descrevemos anteriormente a forma pela qual os diretores de corporações
individuais interagiam e ocupavam simultaneamente cargos nos escritórios téc­
nicos, formando anéis burocrático-empresariais. Porém, além de afiliarem-se a
associações de classe de caráter geral, as corporações multinacionais estabeleceram
ainda associações setoriais cm meados da década de cinquenta como, por exem­
plo, a Associação Brasileira de Indústrias de Máquinas — AB1MAQ» a Associa­
ção de Máquinas Veículos e Autopartes — AMVAP, e organizações guarda-
chuva como a Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Indústrias Básicas
— ABDIB. A ABDIB, criada em 1955, agregou os principais produtores de equi­
pamentos industriais c material correlato. Em 1960, o capital total registrado das
28 corporações que participavam da ABDIB chegava a mais de 12 bilhões de

97
cruzeiros, variando de 20 milhões dc cruzeiros (da companhia menor) a 2,25 bi­
lhões dc cruzeiros (da companhia maior).
Os objetivos primordiais do ABDIB eram “orientar o planejamento e distri­
buição de serviços para as indústrias associadas através de contactos com os
poderes estatais e empresas estrangeiras” e ‘'manter uma seção dc estudos técnicos
para o exame de projetos nacionais e estrangeiros”.101 Uma importante conquista
nas tentativas da ABDIB de “manter contacto com os poderes estatais” e asse­
gurar serviços para os interesses que representava foi a sua inclusão como agente
central do Grupo Executivo da indústria Mecânica — GEIMAPE. Esse grupo
executivo foi criado por Juscelino Kubitschek para planejar c programar as di­
versas linhas de produção relacionadas à indústria pesada. Através de suo parti­
cipação no GEIMAPE. as corporações multinacionais e os interesses associados
foram capazes de contornar a estrutura populista de poder, estabelecendo-se como
uma associação de classe dentro do próprio aparelho do Estado. Além disso, con­
tavam-se entre os membros do GEIMAPE. além dos representantes da ABDIB. o
presidente do BNDE. o presidente da Comissão de Tarifas, o diretor-executivo da
SUMOC. o diretor da CACEX e o diretor da Carteira de Câmbio do Banco do
Brasil. Todos esses burocratas eram também membros da CONSULTEC. Assim,
outro anel burocrático-empresarial havia sido formado. Através desse mecanismo,
as diretrizes nessa área, uma das mais sensíveis da economia brasileira, foram
implementadas por membros da CONSULTEC formuladas conjuntamente com
a ABDIB.
Em 1964. eram os seguintes os membros da ABDIB:

— ARMCO Industria! e Comercial S.A. (ARMCO Steel Corporation) — Braz


Sérgio Olivier Camargo.
— ARNO S.A. Indústria e Comércio (grupo ARNO) — Felipe Amo e Manoel
da Costa Santos.
— ASDOBRA Instalações contra Incêndio.
— Babcock & Wilcox Caldeiras S.A. — Alberto Torres Filho.
— Bardella S.A. Indústrias Mecânicas (grupo Bardella, J. M. Voith Gmbh Mas-
chinenfabrik Heidenheim) — Antônio Bardella e Aldo Rossetti.
— Indústria Elétrica Brown Bovcri (Brown Boveri Baden, Castor Investmenl
Ltd„ Canadá) — Antônio dc Carvalho Aguiar.
— Indústria Mecânica Cavallari S.A. (grupo Cavallari).
. — Cia. Brasileira de Material Ferroviário. COBRASMA (S. A. Ind. Votorantim,
Cia. Melhoramentos Norte do Paraná, American Steel Foundries, Klabin Ir­
mãos Lida., Banco Paulistano S.A., Banco Mercantil de São Paulo) — Luís
Eulálio Bucno Vidigal, Luís Carlos Vidigal Pontes, Gastão de Mesquita Filho
e Gastão Eduardo Bueno Vidigal.
— Cia. Brasileira de Caldeiras e Equipamentos Pesados (Combustion Engineering
lnc. , Thyssen Group. Alemanha) — Brigadeiro Franklin Antônio Rocha.
Ludwig Haupt. Luiz da França Ribeiro, Angus C. Littlejohn.
— M. Dedini S.A. Metalúrgica (grupo Dedini) — Mário Dcdini.
— Empresa Brasileira dc Solda Elétrica Ltda., EBSE — Vidal Dias, Maria Cân­
dida Soares, Carlos da Rocha Soares, Álvaro Coelho da Rocha, José da Rocha
Soares.
— Fábrica Nacional de Vagões (Barcellos & Cia. Ltda., Cochrane S.A. Adm.
lnd. e Com., Semavi S.A. Comercial) — Othon Barcellos A. Corrêa.

98
— Cia. Brasileira de Construções Fichet & Schwartz-Hautmont — Justo Pinheiro
da Fonseca. Carlos Schnyder.
— Bopp & Reuther do Brasil Válvulas e Medidores Ltda.
— General Electric S.A. (Intemational General Electric Co., Banco Financiador
S.A.) — José Carlos de Assis Ribeiro.
— CONFAB, Cia. Nacional de Forjagem de Aço Brasileiro — Antônio Carlos
de Bueno Vidigal, Marcos Vidigal Xavier da Silveira.
— Jnd. e Com. Metalúrgica Atlas S. A. (Comercial e Mineradora Santa Helena
S.A., Intcrjame Administração, Cia. Bandeirantes de Terrenos e Construções)
— Ermírio Pereira de Moraes.
— Material Ferroviário S.A. MAFERSA (Grupos de Companhias de Seguros,
Cie Industrielle et Agricole de Vente a TElrangcr — CIAVE, Sudafin Com-
merciale S.A., ambos da Suíça) — Jacy do Prado Barbosa Júnior, Américo
Cury.
— Mecânica Jaraguá S.A. (Theodor Wille, São Paulo Comissária, Deilmann
Bergbau Gmbh, Alemanha. Empreendimentos Ind. e Com. Hanseática S.A.)
— Gunther Paul Kunze, Jurgen Leisler Kiep.
— Laminação Nacional de Metais — Francisco Pignatari.
— Mecânica Pesada S.A. (Cia. Siderúrgica BelgoMineira, Sul-América Capita­
lização S.A., Schneider Westinghouse, França, Escher-Wyss Gmbh. Alemanha)
— Jorge O. Mello Flores, João Pedro Gouveia Vieira.
— S.A. White Martins (Union Carbide Corp. Electric Fumace Products) —
João Baptista Pereira Almeida Filho, Guilherme Bebiano Martins.
— Sanson Vasconcellos Com. e Ind. de Ferro S.A. (Ajax Conetorcs de Seguros,
Internacional de Seguros) — Henrique Sanson.
— Nordon Indústrias Metalúrgicas S.A. (Etablissements Nordon Frères, França)
— Alfrcd Nordon, Raymond S. Haenel.
— Máquinas Piratininga S.A. (Clark Equipment) — Jorge de Souza Rezende,
Einar Kok, David Bcatty III, Luiz Carlos Moraes Rego.
— Máquinas Agrícolas Romi S.A. (Grupo Romi).
— Cía. Industrial Santa Matilde — José Luiz Pimcntel Duarte.
— Cia. Siderúrgica Nacional — Almirante Lúcio Meira.
— Sociedade Técnica de Fundições Gerais S.A., SOFUNGE (Fábrica Nacional
dc Vagões, SEMAWl S.A. Comercial c Agrícola, Cochrane S.A. Agricultura,
Adm. Com. e Ind., Barcellos & Cia.) — Wilton Paes de Almeida, Eduardo
Simonsen, Eduardo Garcia Rossi, Frederico Luís Gaspari.
— Aços Villares — Luiz Dumont Villares.
— Equipamentos Industriais Villares S.A.— Luiz Dumont Villares, João Baptista
Pereira Almeida Filho.
— IBESA, Indústria Brasileira de Embalagens S.A. — Luís Eulálio Bueno Vi­
digal, Antônio Carlos dc Bueno Vidigal,
— SBE, Sociedade Brasileira de Eletrificação S.A. (Società Anônima Elletrifica-
zione SpA., S.A. Finanziaria Holding, ambas da Itália) — Demósthenes Ma-
dureira de Pinho.

Contudo, o entrinchciramente burocrático atingido por essas corporações foi


ameaçado pelo advento ao governo, cm 1961, de um Executivo nacional-refor­
mista. Como consequência, a maioria das companhias pertencentes à ABDIB,
isoladamente ou através de associações de classe sediadas cm Sâo Paulo, apare-

99
ceriam como contribuintes financeiros da ação de classe do bloco burguês multi-
nacional-associado na campanha de 1962-1964 para assumir o poder do Estado,
ao mesmo tempo que muitos dos tecno-emprcsários c administradores dessas cor­
porações seriam membros militantes da referida campanha.

Apoio íransnacional

Outro elemento na estrutura de poder das corporações multinacionais foi o


apoio recebido por parte dos governos dos seus países de origem, os quais se
prontificaram para pressionar os relativamente frágeis governos e economias bra­
sileiras, através de imposição de acordos políticos atendendo seus próprios inte­
resses.’*’ Houve marcante intervenção diplomática a favor de corporações sediadas
nos Estados Unidos no período imediatamente precedente ao golpe, como ficou
claro no que concernia os interesses da Hanna Mining Co. e da I.T.T.10* No caso
particular da I.T.T.. Robert Kennedy, enviado especial de seu irmão ao Brasil em
1963. fez acompanhar suas pressões em favor dessa multinacional americana da
* ameaça de um cone na cooperação econômica. Isso obrigou o regime brasileiro a
se render às demandas da I.T.T., dando-lhe uma tão alta soma por suas '‘pro­
priedades que haviam sido nacionalizadas, as quais se achavam em precárias
condições, que se tomou piada, tanto no Senado quanto entre analistas da política
externa, discutir o que a simples menção de Kennedy de intervir diretamente na
vida política brasileira havia conseguido".10*
Entretanto, nem as companhias multinacionais nem os governos estrangeiros
dependiam de diplomacia para o progresso e consolidação de seus interesses.10*
Os empresários americanos, agindo juntamente com seu governo, tentavam in­
fluenciar e mobilizar a comunidade de empresários locais, bem como outros grupos
ativos, ou potencialmente ativos, dentro do processo político brasileiro.10’ Essa
mobilização foi realizada principalmente através de associações de classe nos Es­
tados Unidos, tais como a Amcrican Economic Foundalion — AEF, o Committee
of Enterprises for the Implementation of the Alliance for Progress.10* o Latin
American Information Committee — LAIC, o Business Group for Latin America-
BGLA,’°* o Committee for Economic Development — CED (que fazia o lobbying
da comunidade empresarial sediada no Rio) — e a Foundation for Economic
Education (que influenciou a comunidade empresarial sediada em São Paulo).110
O LAIC, o CED c o BGLA fundiram-se em 1964/1965 sob o nome dc Council
of the Américas, que se tomou mais tarde o CLA-Council for Latin América,
sob a presidência e com os auspícios de David Rockcíeller.
O CED. partícularmente importante em suas ligações com organizações em­
presariais no Brasil. concatenava-$c com o Business Council, outra organização de
classe de meio empresarial americano, que vinha operando como uma agência de
consultoria para o Departamento de Comércio Americano, e que, apesar de rara­
mente fazer declarações públicas, reunia regularmente os empresários mais impor­
tantes para debates extra-oficiais entre si e com altos funcionários do governo.111
O CED era intimamente ligado ao Council for Foreign Relations (Conselho
de Relações Exteriores) — CFR. O presidente do CED, Alfred C. Neal, havia
sido também diretor do referido Conselho, assim como também o foram outros
membros. Além de ter um papel semelhante ao do Council for Foreign Relations
na formulação de opções políticas, o CED envolvia-se também em assuntos inter-

100
nos americanos, chegando ao ponto de se preocupar com minúcias dos currículos,
(ais como os de economia, da escola secundária americana. O CFR estabeleceu-se
firmemente nos Estados Unidos como um elo central ligando as formulações da
política externa americana à classe empresarial alta.112 Considerando-se o padrão
de investimento no estrangeiro, concentrado em mãos de um limitado número de
firmas americanas (já em 1957, 45 firmas eram responsáveis por quase três
quintos dos investimentos americanos no estrangeiro), os grandes interesses re­
presentados pelo CFR ganham significado econômico e político ainda maior.11*
Uma proporção substancial dos formuladores da política externa americana
tem sido fornecida pela CFR. Esse tem tido também uma posição de liderança na
formulação de direções gerais e opções para a política externa. Através de seus
membros bem como de ligações mais formais, o CFR também estava vinculado
centralmente a organizações envolvidas na formação da opinião pública ameri­
cana quanto a assuntos relativos à política externa?14 O CFR interligou-se a
outras organizações de classe nas duas últimas décadas como, por exemplo, ao
Atlantic Council, ao Free Europc Comroittee, Middle East Institute, National
Committee on U.S. — China Relations, African-American Institute e ao CLA
(Council for Latin América) que. como já foi mencionado, compunha-se de cor­
porações multinacionais que originalmente faziam parte do Business Group for
Latin América, do Committee for Economic Development e do Latin American
Information Committee?10 O CFR ligou-se também a influentes think-tanks ame­
ricanos, os quais tinham papel importante na formulação de diretrizes políticas
internas?11
Ligações com o serviço de informação americano eram também muito fortes,
o que foi confirmado pelo caso da CIA — Central lntelligence Agency (Agência
Central de Inteligência). Desde a sua criação em 1947, o cargo de diretor da
CIA vem sendo, na maioria das vezes, ocupado por algum membro importante
do Council for Foreign Relations, como pode ser observado pelas indicações de
Allcn W. Dulles, um dos diretores do CFR. e de John McCone. Richard Helms,
William Colby e George Bush, todos eles membros do CFR?17 O Council for
Foreign Relations vem sendo há muito a principal circunscrição política dc apoio
e demandas da CIA junto ao público americano. Sempre que a CIA precisava de
fachadas adequadas para suas companhias que servissem de cobertura para agentes
e operações ou para qualquer outro tipo especial de assistência, ela apelava com
freqüência a membros do Conselho?18
Até 1962. algumas das mais poderosas corporações multinacionais membros
do CED, LAIC, BGLA e CFR e que tinham interesses diretos no Brasil, se acha­
riam envolvidas em outras formas de pressão sobre o governo brasileiro além de
diplomacia c lobbying. As companhias multinacionais ofereceriam também apoio
financeiro à ação política organizada dos intelectuais orgânicos modernizante-
conservadores. No caso do CED, LAIC, BGLA e AEF, em particular, elas ofe­
reciam não somente apoio financeiro mas também ideológico e político às suas
congêneres brasileiras e, na verdade, interviriam diretamente no sistema e regime
político brasileiro através de suas subsidiárias e seus interesses associados.

3. Da Solidariedade Econômica ao AtivLsnio Político

C) A Formação de Grupos de Ação IBAD: Os interesses multinacionais e


associados consideraram outras formas de representação dc interesses além do

101
controle da administração paralela ou do uso de lobhying sobre o Executivo.
Eles desejavam compartilhar do governo político e moldar a opinião pública,
assim o fazendo através da criação de grupos de ação política e ideológica. O
primeiro desses grupos a ter notoriedade nacional em fins du década de cinqiienta
foi o IBAD — Instituto Brasileiro de Ação Democrática.’”
O IBAD, descrito pelo embaixador americano Lincoln Gordon’*'* como um
“grupo industrial de moderados e conservadores”, foi criado em fins da década
de cinquenta paralelamente à projeção política do CONCLAP-Rio. O IBAD foi
instituído com o alegado e ambíguo propósito de “defender a democracia", sendo
seus fundadores ostensivos Lauro Beer. Barthclemy Beer. Lauro Barros. Odemir
Faria Barros e Aloísio Hanner.1-1 Havia, porém, outra versão da fundação do
IBAD. Ao apoiar publicamente o IBAD, Carlos Lacerda, então governador da
Guanabara, lembrou que logo após |oão Goulart haver assumido o governo, ele
foi procurado no Palácio das Laranjeiras por um grupo de representantes das
classes conservadoras. Eles eram Rui Gomes de Almeida, da Associação Co­
mercial do Rio de lanciro e das American Chambers oí Commerce. Zulfo de
Freitas Mallman. da Federação das Indústrias do Estado da Guanabara, e Jorge
Behring de Mattos, do CONCLAP e da ADESG. Esses representantes comunica­
ram a Carlos Lacerda que as forças econômicas brasileiras se organizariam ime­
diatamente para "defender a democracia, as instituições efetivas e o regime”.
Assim nasceu o IBAD. conforme declarou o governador da Guanabara.’2*
Membros do Conselho Superior das Classes Produtoras — CONCLAP. das
American Chambers of Commerce e de outras associações de classe importantes,
foram participantes proeminentes das atividades do IBAD, assim como o foram
membros da ESG e figuras de proa das tradicionais associações de classe do Rio
e São Paulo. Alégôu-se que a sede da Confederação Nacional do Comércio —
CNC, teria sido usada para as reuniões do IBAD.1-’ E foi lá. precisamente. que
o grupo fundador se reuniu.
O grupo inicial constituiu-se do ex-integralista Marechal Inácio de Freitas
Rolim. instrutor da ESG, do empresário lorge Behring de Mattos, presidente do
CONCLAP e da Associação empresarial Centro de Indústrias da Guanabara, do
empresário Alberto Byngton Jr.. presidente do CONCLAP em 1963, do empresário
G. Borghoff. da Associação Comercial do Rio de Janeiro e da Federation of thc
American Chambers of Commerce. e de Jvan Hasslocher. integralista, diretor-
geral do IBAD. e que foi apontado como sendo agente de ligação da CIA
(Agência Central de informações) dos Estados Unidos para o Brasil. Bolívia e
Equador.”* Além disso, o próprio IBAD foi denunciado como sendo uma das
principais operações políticas da CIA no Rio, sendo basicamente uma organiza­
ção de ação anticomunista.’-'
A princípio, o IBAD não teve um impacto muito visível. Ele operava dc modo
reservado, procurando apoio das mais diversas fontes para atingir seus objetivos,
preparando a infra-estrutura para ações futuras. Até outubro dc 1961. ele havia
estabelecido firmes contactos com |oáo Mendes da Costa Filho, da Ação Demo­
crática Parlamentar — ADP, que se tornou um canal do IBAD no Congresso.
Através do IBAD. os intelectuais orgânicos das classes empresariais se mostraram
dinâmicos em estabelecer ligações com empresários, militares e detentores de altos
cargos públicos, bem como em mobilizar o público cm geral. O IBAD influenciou
e penetrou no legislativo e nos governos estaduais, interveio em assuntos eleitorais
nacionais e regionais e apoiou alguns sindicatos em particular. Ele ajudou a pro­
mover ainda alguns líderes camponeses e sindicais, movimentos estudantis c

102
organizações dc pressão dentro das classes médias. O IBAD sincronizou suas
atividades às de organizações paramilitares como o MAC — Movimento Anticomu­
nista, o Movimento Democrático Brasileiro (não confundi-lo com o partido polí­
tico homônimo criado em 1966), a OPAC — Organização Paranaense Anti­
comunista, e a CLMD — Cruzada Libertadora Militar Democrática, com os quais
o IBAD compartilhava pessoal, técnicas e recursos.124 O IBAD ligou-se também
à organização católica Centro Dom Vital, da qual Gustavo Corção, intelectual
católico dc extrema-direita, era líder importante e proporcionou uma ligação sig­
nificativa com n organização lecno-clcrical de direita Opus Dei. De acordo com
José Arthur Rios, um dos intelectuais do IBAD, esse último não agia isolada­
mente, mas sim como uma frente da qual participavam a ADP — Ação Demo­
crática Parlamentar (dirigida pelo proprietário rural e deputado udenista baiano
João Mendes) e o IDB — Instituto Democrático Brasileiro, presidido pelo depu­
tado do PDC Gladstone Chaves de Mello.1”
Os interesses multinacionais e associados intervieram nas eleições presiden­
ciais de 1960 apoiando o candidato de sua escolha, o ex-governador de São Paulo,
Jânio Quadros, apoio este dado ostensivamente através do CONCLAP e de outras
organizações de classe e veladamente através do IBAD. Hasslocher, líder do IBAD,
foi instado por Gladstone Chaves de Mello, assessor político do Movimento Po­
pular Jânio Quadros,1” a apoiar a campanha de Jânio Quadros,'*1* o que foi feito
finalmente. No entanto, o IBAD conseguiu notoriedade ainda maior durante a
presidência de João Goulart, especialmente durante a campanha eleitoral de
1962, quando serviu de conduto de fundos maciços para influenciar o processo
eleitoral e coordenou a ação política de indivíduos, associações e organizações
ideologicamente compatíveis.1” Até 1962, o IBAD já havia dado origem a dois
canais com propósitos diversos. Um deles foi a Ação Democrática Popular —
ADEP, uma ação política patrocinada pela estação da CIA no Rio de Janeiro
que manejava campanhas eleitorais e lobbying. O outro foi a Incrementadora de
Vendas Promotion S.A., da qual o diretor-proprietário cra Hasslocher. A Promo-
tion S.A. exercia a função de agente publicitário do IBAD e da ADEP nas esta­
ções dc rádio, jornais, revistas e canais de televisão em todo o Brasil. Sua função
cra disseminar as idéias políticas do IBAD, além de ser uma agencia financiadora
para suas atividades discretas e encobertas. O IBAD, a ADEP e a Promotion S.A.
compartilhavam escritórios c funcionários administrativos. O colegiado nacional
da ADEP era composto de Ivan Hasslocher, Antônio Silveira Leopoldino (da
ADEP de Minas Gerais e ex-auxiliar de gabinete de Jânio Quadros), General
João Gentil Barbato, Vicente Barreto (diretor de Cadernos Brasileiros),131 Rai­
mundo Padilha (da UDN — Rio), General Edmundo Macedo Soares, Mário
Castorino de Brito e Hélcio José Domingues França. O líder nacional da ADEP
cra o presidente da ADP João Mendes, segundo a informação fornecida por seu
assessor Francisco Lampreia, administrador da Promotion S.A. e secretário re­
gional da ADEP — Brasília. A ADEP agia no cenário nacional através de escri­
tórios bem equipados espalhados pelo país, geralmente dirigidos por oficiais
reformados do Exército, a maioria deles generais e coronéis, cuja ação teve a co­
bertura da Ação Democrática Popular — ADP no Congresso.132 Outros ativistas
civis importantes da rede IBAD/ADEP/Promotion S.A./ADP eram:133 Padre
Leopoldo Brentano — um dos organizadores dos Círculos Operários e das Mar­
chas “religiosas” em 1964, Senador Padre Calazans, UDN — São Paulo, Padre
Velloso, Fábio Alves Ribeiro, Fnictuoso Osório Filho, Carlos Lavínio Reis —

103
Promotion S.A., Adeíldo Coutinho Beltrão, o sociólogo Luiz Carlos Moncíni,
Gabriel Chaves de Mello — da Maquis, publicação dc direita, Gludstonc Chaves
dc Mello — irmão de Gabriel, diretor do Centro Dom Vital c deputado pelo
PDC, o economista e empresário Dênio Nogueira, o ativista sindical Floriano da
Silveira Maciel, os empresários Fernando Mbielli dc Carvalho. José Cândido Mo­
reira de Souza, Peter Murany — secretário da ADEP. São Paulo. Nilo Bernardcs
— secretário da ADEP. São Paulo, Yukishigue Tamura, Hamilton Prado — da
Cia. Antártica Cervejaria e Bebidas. Arruda Castanho. Angelo Zanini. Fúlvio
Gentil, Wanderbilt de Barros. J. Irineu Cabral — da Federação Rural Brasileira,
Arthur Oscar Junqueira — presidente da Caixa Econômica Federal da Guanaba­
ra, o sociólogo José Arthur Rios — da Sociedade de Pesquisa c Planejamento
e professor da PUC. Eudes de Souza Leáo — da SANBRA, ADESG c ESG, Ar­
mando Fillardi. Cláudio Hasslocher — irmão de Ivan e gerente da Promotion S.A.
de São Paulo, Herculano Carneiro — advogado. Edgard Teixeira Leite — do
Escritório Técnico Agrícola. Eugênio Gudin c o General Menezes Cortes, líder
da UDN na Câmara dos Deputados?**
Em julho de 1962, quando a ação política para as eleições cruciais de outu­
bro ao Congresso atingia o seu clímax, a ADEP reestruturou quase todas as suas
atribuições estatutárias, que foram transferidas para o Departamento de Ação
Política do IBAD?11 Nessa época, o IBAD estava coordenando seus esforços com
outra organização importante, o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais — IPES.
O próprio Hasslocher era membro do JPES?M A duplicação e interligação dc
pessoal, as fontes financeiras comuns e a ação simbiótica eram tão fortes que
levaram o líder do 1PES. Jorge Oscar de Mello Flores, a comentar que o "IPES
havia meramente se aglutinado ao IBAD”?’’ Ele deveria ler dito o mesmo a pro­
pósito da interação do IPES com os escritórios técnicos, os militares da ESG e
os empresários multinacionais e associados.

Conclusão

O capital monopoKtico transnacional formou um novo bloco de poder ba­


seado não somente em seu volume, grau dc concentração e integração de capital,
mas também na qualidade de sua administração e organização política, bem como
na sua infra-estrutura oligopolista?** Com a proeminência econômica estabelecida
pelo capital monopolista, as diferenças entre os grandes complexos financeiro-
industriais de caráter nacional ou associado c o capital estrangeiro ficaram indis­
tintas. Os empreendimentos transnacionais e nacionais de grande escala, agindo
como um bloco de poder, tentaram flanquear as restrições político-econômicas do
populismo enquanto minavam o sistema político e o regime tradicional. Ao assu­
mir a liderança dos principais setores da economio, o bloco multinacional e asso­
ciado organizou grupos de pressão c federações profissionais de classe, escritórios
técnicos e anéis burocrático-empresariais, com o objetivo dc conseguir que seus
interesses tivessem expressão a nível de governo. Contudo, a liderança econô­
mica do bloco de poder multinacional e associado era obviamente incompatível
com o domínio político da burguesia tradicional c setores oligárquicos. O capital
monopolista, apesar de sua supremacia económica, achava-se cm posição dc con­
fronto com interesses expressando estruturas mais arcaicas, os quais, mesmo ha­
vendo perdido sua marcante influência sobre a economia, eram ainda poderosos

104
grupos econômicos. O poder desses grupos baseava-se em uma rede de ligações
articuladas pelos setores agro-exportadores dentro daS classes dominantes, setores
estes que ainda eram os principais produtores de divisas. Além disso, o latifúndio
tradicional, cm decorrência de seu controle sobre amplos setores da população
rural, continuava a ser um fator poderoso de contenção política, enquanto grupos
comerciais envolvidos em serviços ou em atividades especulativas prosperavam
dentro da economia inflacionária. A combinação desses grupos representava uma
grande força de limitação ao domínio do grande capital, a partir do momento
em que obstruía o esforço para a modernização e racionalização capitalista da
economia e do sistema político. Além disso, os interesses tradicionais restringiam
a capacidade de tomada de decisão autônoma por parte do capital monopolista a
nível Executivo, ao basearem a sua liderança política, em parte, na mobilização
da massa trabalhista. Em contraste com os interesses tradicionais, os interesses
multinacionais e associados visualizavam o governo como uma questão de plane­
jamento, manipulação e controle popular. Somente lhes serviria um regime “téc­
nico”, com uma tônica autoritária, em razão das fortes demandas que o capital
transnacional faria sobre as classes trabalhadoras, bem como sobre os interesses
tradicionais.
Havia uma clara assimetria de poder entre a predominância económica do
bloco multinacional e associado, que se consolidara durante os períodos de Jus-
celino Kubitschek e Jânio Quadros, e sua falta de liderança política. Tal assimetria
forçou o bloco de poder multinacionul e associado a procurar soluções políticas
extraconstitucionais. Parafraseando Samuel Finer, o bloco de poder multinacional-
associado procurou “maximizar sua satisfação” através de processos que não os
do mercado e tentou “manipular todo o meio ambiente, criando condições onde
o mercado seria manobrado a seu favor“.,,t
O elemento decisivo em situações históricas críticas é, segundo Antônio
Gramsci, o poder de classe organizado em suas formas civis e militares. Tal poder
de classe é predisposto para a eventualidade de um período crítico, permitindo
que ele avance quando a situação for considerada favorável e necessária. Uma
situação é favorável desde que existam tais agentes de domínio de Estado e de
ação de classe e que esses estejam minuciosamente preparados.'*0 Ê nesse sen­
tido que se pode entender o Estado como um constructo de classe resultante de um
processo nç qual valores específicos de classe tomam-se normas sociais, organi­
zações de classe políticas e ideológicas tornam-se autoridade e força orgânicas de
Estado, e é neste sentido que se pode falar de uma classe “vir a ser” Estado. Nesse
processo, os intelectuais orgânicos são cruciais, como a elite de uma classe poli­
ticamente organizada e ideologicamente estruturada, representando c implemen­
tando uma preparação estratégica para a ação de uma classe, preparação esta que
permite àquela classe reduzir o imponderável a zero. O fato de que tais prepara­
ções são estrategicamente inspiradas fica claro em decorrência das observações
de um arquétipo de conspirador histórico como foi o Marechal Cordeiro de Farias,
figura política proeminente nos eventos críticos de 1922, 1924, 1930, 1932, 1937,
1945, 1954, 1955, 1961 e, finalmente, de 1964. O Marechal Cordeiro de Farias,
que havia chefiado a Missão Militar Mista Brasil-Estados Unidos, declarou, ao
se referir à criação de um dos mais importantes aparelhos do Estado, a Escola
Superior de Guerra: “Em 1948 nós plantamos carvalhos. Não plantamos couve.
A couve floresce rapidamente, mas uma só vez. Os carvalhos demoram, mas são
sólidos. Quando chegou a hora, nós tínhamos os homens, as idéias e os meios”.1*1

105
Dois períodos podem ser destacados no processo político e ideológico através
do qual os interesses multinacionais associados e seus intelectuais-empresários,
políticos e militares — assumiram o controle do Estado. O primeiro período, usan­
do uma expressão de Gramsci. foi de "transformismo molecular*'. Foram criados
anéis burocrático-empresariais, escritórios técnicos e centros burocráticos e mili­
tares de doutrinação e disseminação ideológica, os quais se interligaram na sua
visão programática das reformas de Estado necessárias formando os incipientes
intelectuais orgânicos do bloco de poder multinacional associado. Ao mesmo
tempo que isso acontecia, o bloco histórico populista dava sinais de exaustfio po­
lítica.
O período de "rransíormismo molecular” abarcou a criação da ESG (19481
até a renúncia de Jânio Quadros. Esse período envolveu a preparação histórica e
organizacional do poder de classe, marcado por várias tentativas mal sucedidas
e frustradas por parte do bloco modemizanle-conservador de ter acesso ao poder
político. A primeira tentativa foi durante o interlúdio de Café Filho, político do
PSP. que se tomara presidente após a morte de Getúlio Vargas, apoiado por uma
combinação udenista-tecnoempresarial. A tentativa seguinte foi durante a presi­
dência de Juscelino Kubitschek. através da formação de canais parapolíticos de
acesso aos centros de poder, como um mecanismo racionalizante para flanquear
os processos políticos e permitir que o bloco multinacional e associado se entrin­
cheirasse nos anéis burocrático-empresariais, sem quebrar o sistema e regime po­
pulista. Contudo, as deficiências da combinação tecno-empresarial apoiada pela
UDN e oela ESG tomaram-se logo evidentes. O período de “transformismo mo­
lecular” Finaliza quando a segunda tentativa de se tomar o poder através de meios
legislativos/eleitorais e de generalizar as proposições modemizante-conservadoras
foram finalmente frustradas pela renúncia de Jânio Quadros. Dessa época em
diante, os esforços derradeiros do bloco de poder multinacional emergente foram
no sentido de influenciar o Parlamento, ministros de Estado e os militares a agir,
dentro dos limites de um arranjo constitucional, impedindo que o Executivo de
João Goulart agisse por si próprio. Esse esquema já foi, no entanto, uma manobra
ampla de contenção dentro de uma campanha maior em direção a um golpe de
Estado.
Porém, antes que o golpe se efetivasse, valores modcrnizante-conservadores,
germinados dentro de diferentes formas de poder de classe dominante, expres­
saram-se através dos vários organismos da sociedade civil: associações de classe
(CONCLAP, FIESP, CJESP). grupos de ação política (IBAD). e vários escritórios
técnicos privados (CONSULTEC. CBP). A ideologia modernizante-conservadora
penetrou também a sociedade política através de think-tanks burocrático-empre­
sariais (FGV) e anéis burocrático-empresariais (BNDE, “Grupos Executivos”).
Por um período de quase dez anos, o bloco de poder emergente visou a uma
acomodação com o bloco de poder populista. Ele tentou também conseguir re­
formas parciais do aparelho de Estado, assegurar participação multinacional e as­
sociada na legislação e administração, assim como apoiou o domínio populista
sobre as classes subordinadas. Os vários atores políticos que operavam nos orga­
nismos e agências descritas até agora tinham cm comum uma aversão a qualquer
intervenção substantiva popular na vida do Estado, bem como um compromisso
básico com um modelo sócio-económico modemizante-conservador associado de
desenvolvimento empresarial. O problema do Estado para os grupos económicos
multinacionais e associados dominantes era visto em termos dc se conseguir igual-

106
dadc político-jurídica com os grupos populistas no poder. Quando os esnais po­
lítico-partidários c administrativos não obtiveram êxito cm atingir as reformas
necessárias prenunciadas pelo bloco modemizante-conservador, e quando os in­
teresses multinacionais e associados notaram as dificuldades crescentes em se
conseguir conter a massa popular dentro do sistema político populista, o bloco de
poder emergente teve de recorrer a outros meios. As várias organizações da so­
ciedade civil e política foram reconciliadas como expressão da consciência cole­
tiva de classe pelo núcleo organizado do bloco multinacional e associado em seu
estágio militante, desenvolvendo conjuntamente formações ideológicas e políticas
capazes de alcançar seus objetivos estratégicos, traduzindo-os em ação política c
estabelecendo a si próprias firmemente no poder. Essa foi a segunda fase, a do
“transformismo” de grupos inteiros da burguesia que se transferiram para o campo
modemizante-conservador militante. O segundo período abarca os três anos de
João Goulart no governo, de 1961 a 1964, período este em que as novas forças
sócio-econômicas, em seu anseio de poder político, tentaram destituir o Executivo
de sua autoridade e arrancar das forças populares o ponto de apoio que elas
haviam conseguido na condução dos assuntos estatais.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

1. O termo empresário, aqui usado gene­ ques au Brésit Paris. Ed. Anthropoa, 1976.
ricamente, inclui industriais, banqueiros e (c) Fábio Wanderley REIS. Solidariedade,
comerciantes. Os próprios industriais, ban­ interesses e desenvolvimento político. Ca-
queiros e comerciantes brasileiros empre­ dernos do Departamento de Cièneiã Po­
gam-no para se referir às suas associações lítica. Belo Horizonte. Univ. Federal dc
de classe e seus membros. Para um exame Minas Gerais, mar. 1974. n. 1. (d) Fábio
metodológico e teórico do uso do termo Wanderley REIS. Brasil: Estado e socie­
empresário, vide Fernando Henrique CAR­ dade em perspectiva. Cadernos do Depar­
DOSO. Empresário industrial e desenvol­ tamento de Ciência Política. Belo Horizon­
vimento econômico no Brasil. São Paulo, te, Univ. Federal de Minas Gerais, dez.
DIFEL, 1972. Para uma visão política e 1974. n. 2.
histórica, vide (a) Eli DÍN1Z. Empresá­ 3. Gramsci estabeleceu princípios teóricos
rio, Estado e capitalismo no Brasil 1930- muito apropriados para a percepção do
1945. Rio de Janeiro, Pnz c Terra. 1978. processo através do qual se formaram os
(b) Eli DINIZ & Renato Raul BOSCHL agentes do capitalismo modemizante bra­
Empresariado nacional e Estado no Bra­ sileiro. Ele assinala que "Todo grupo so­
sil. Rio de Janeiro, Forense Universitária, cial que passa a existir no terreno origi­
1978. (c) Luciano MARTINS. Formoção nário de uma função essencial no mundo
do empresariado industrial. Revista Civi- da produção econômica traz consigo, or­
lização Brasileira, Rio de Janeiro (13): ganicamente. uma ou mais camadas dc in­
103-12, maio 1967. telectuais que proporcionam homogenei­
2. Sobre a aplicação do conceito de “mo­ dade ao grupo, bem como a conscientiza­
dernização-conservadora" dc Barrington ção dc lua própria função, não somente
Moorc ã situação brasileira, vide (a) no campo econômico mas também nos
Otávio Guilherme VELHO. Capitalismo campos social c político. O empresário ca­
autoritário e campesinato. São Paulo, DI­ pitalista cria consigo o técnico industrial,
FEL, 1976. (b) Luciano MARTINS. Pou- o especialista cm economia política, os or­
volr et développcment êconomique: for- ganizadores dc uma nova cultura, de um
malion et évolulion des struetures politi- novo sistema legal, etc." Vide Quintin

107
HOARE êt Geoíírey NOWELL-SMITH. El nuevo carácter de la dependencía. In:
Seteciionz jrom the prüon notebooks of MAR. |osé Matos cd. La ensis dei deter-
Antonio Cramzei. London. Lawrenee & roUitmo y la nueva dependencía. Argenti­
Whishart. 1973. p. 5. Para uma discussão na. Amorrortu Ed.. 1969. p. 50 (Instituto
sobre a função dos intelectuais orgânicos, de Estúdios Peruanos).
vide Maria Anionieta MACCIOCCH1. A 10 Para ihistrar a acumulação de cargos
favor de Gramsci. Rio de Janeiro, Paz e de diretoria. deve-se examinar as conexões
Terra, 1976. p. 202. dos empresários envolvidos em tal fenôme­
4. É prática comum no Brasil os mem- no. |. B. Pereira Almeida Filho, por exem­
broj<hive das diretorias de importantes plo, era membro proeminente das direto­
multinacionais icrcm também acionistas, rias das seguintes corporações:
tendo, conseqüentemente, interesse direto — Union Carbidc do Brasil (Union Car-
em tais empresai. Essas figuras estão em bide Corp, Elcclric Fumacc Production).
posição diferente dos gerentes que, mesmo — Kibon S.A. Indústria de Alimentos
vendendo perícia e trabalho, não possuem Gerais (General Foods).
os meios-de produção. — S.A. Whtle Martins (Union Carbide).
5. Vide Herbct de SOUZA. Notes on — National Carbon do Brasil S.A. Ind.
world capital. In: The internalionalixation e Com. (Union Caibidc. Electric Furntce
of capital. Toronto. LARU, feb. 1978. V. Production).
2, n. 2. p. 51-64. — Bendix do Brasil.
Segundo Herbet de Souza, “A corpora­ — Beeder Rootes.
ção multinacional é um microcosmo onde — Laboratório Leo do Brasil S.A.
a organização global para a produção exii- — Laboratórios Miles do Brasil Ltda.
te cm seu mais alto grau; os sisiemas de (Miles Lab. Panamerican Inc.).
organização da força de trabalho, os siste­ — Eletrometalúrgica Abrasivos Salto
mas de comunicações e informações, os S.A. (Carborundum Co. N.Y.).
sistemas financeiro, administrativo e de — Carborundum S.A. Indústria de
controle, existem todos em função da ati­ Abrasivos.
vidade global do capital mundial**. — Tri-Sure S-A. Ind. e Com. (American
6. Para um escudo teórico focalizando tais Flange Manufactunng Delawarc. Grupo fi­
conjeturas, vide V. |. LENIN. Imperia- nanceiro e industrial Bueno Vidigal).
lism: the highest suge of capitaJism. In: — Cardo Brasil S.A. Fábrica de Cardas
Collecled Woria. London, Lawrenee &. (Comagri S.A.).
Wishart. 1974. V. 22. p. 275. 322. — Equipamentos Ind. Villares S-A.
7. Giovanm AGNELLI Summary of the (Grupo financeiro industrial Villares).
hearini» bafore the Group of Eminent — Indústria de Alimentos Gerais.
Renons to Study the Impact of Multinaiio- — Indústria Lages Comercial e Agríco­
nal Corporaiioni on Dcvdopmmf and on la (Olinkraft. Squibb).
Internacional Relalions, da Organização — Distribuidora Paulista Lavadoras Au­
das Nações Unidas, audiência realizada tomáticas.
em Nova York. em 1975. Citada em Her­ — ESBIC.
bet de SOUZA, op. cit. p. 55.
— Cia. Agrícola da Fazenda Monte
8. Jan Knippers BLACK. United Stales Alto.
penetration of Brazil. Manchester, Man­ — Cia. Agrícola Rancho Queimado.
chester Univ. Press, 1977. p. 80.
— Fazenda do Sul.
9. Essa técnica assegurava aos interesses
— John Powefl Sj\.
oligopclislas multinacionais condições su­
— Sla. Adelaide.
periores de competição em contraste com
as proporcionadas a empresas locais, pois — Sifco do Brasil S.A. Ind. Metalúrgi­
nessas últimas predominavam ainda for­ ca (The Stecl Improvement and Forgc Co.
mai de controle direto de propriedade, — Eitados Unidos, American Brake Shoe
bem como uma administração pessoal Co).
exercida por chefes de famílias e parentes —- Tampko.
próximos. Vide Tcotônio dos SANTOS. — Aacoval S.A. Automatic Switch.

108
— Robcrt Show Fullon Controles do — Cia. Produtora de Vidros Provídro
Brasil. (Boussois-Souchon Neuvesscl/Coimbra S.A.
— Olinkraft SA. Celulose e Papel (Lín- /Dreyfus Group): Fernando A. Torres,
son SA. Ind. e Com. Squibb Mathicsson Manoel P. Ayres.
Ind. Corp.), à qual o governador de Santa — Cimento Portland Bains SA. (Empre­
Catarina c empresário Irineu Bornhauscn endimentos Brasileiros de Cimento S.A./
era ligado. Cia. Mineira de Cimento Pordand CO-
— Lutcher SA. Celulose e Papel, è MINCI): Cesar de Sabóia Pontes.
qual José Eugênio de Macedo Soares era — Laíargue do Brasil Assistência Técni­
ligado. ca Ind. e Comércio de Cimento Ltda.
— Brasmec Jnd. e Com. S.A. (Wickman — Cia. Mineira de Cimento Pordand
Machine Tooli Leda. — Crã-Breianha). S.A. COMINCI (Etablissements Cimbra
— Sherwin Williams do Brasil S.A. Tin­ Vaduz Liechtenstein Cí menti Lafargue
tas (The Sherwin Williams Co. Cleveland) S.A.): Lucien Marc Mo ser, César Sabóia
— Ideal Standard SA. Ind. e Com.
Pontes
— Dowdel) do Brasil (Dowdell e Co.
— BRACOPAR Comp. Brasileira de
Ltd.. London).
Participações. SA. Brasileira de Comércio
— Agência Marítima Dickinson (Dickin- e Representações — BRACOREP.
son Brothers).
— Mecânica Pesada SA. (SA. de la
— Ideal Standard S.A. (American Stan­ Chaleassière/Soc. Minière de Droit au
dard). Mont BruviBe/Schneider et Cie. — Fran-
— AMF do Brasil SA. (American Ma­ ça/ARBED Cia. Siderúrgica B elgo- Minei-
chine de Foundry Co.). ra/Weshnghouse Ind/Sulzer Group —
— Fruehauf do Brasil (Fruehauf Corpo- Suíça/M-A.N. AC — Alemanha/Reders
ration). Group — Suécia/Société de Forges et Ate-
— Companhia de Molas No-Sag (Lear liers de Creusoc/Aktiebolaget Kahtads
Stegter Inc.). Mekanisma Werkstads KM.W/Aktiebola-
— InteJcom Eletrônica (Motorola lnc.). get Kamyr e Dresser/Sul América Capita­
— Relógios Brasil S.A. (Talley tndiu lização): Jorge Oscar de Mello Flores. J.
Lr i cs, Eduardo Garcia Rossi). P. Ricomard.
— Squibb Indústria Química (E. R. — Refinaria de Petróleo Ipiranga SA.:
Squibb & Sons, S.A., Beechnut). Francisco Martins Bastos, Carlos Fagundes
de Mello.
lt. João Pedro Gouveia Vieira era dire­
tor de: — Cia. Brasileira de Petróleo Ipiranga:
Paulo F. Geyer, F. Martins Bastos, Miguel
— Companhia Brasileira de Fósforos
Monteiro de Barros Lins.
(Bryant & May Ltd. — British Match Cor-
poration): J. P. Alcântara, Eduardo G. — Moinho Fluminense S.A. (Bunge Sc
Rossi. Bom): L. Simões Lopes, Joio de Mello
— Indústrias Elétricas e Musicais Franco.
ODEON SA. (Columbia Gramophonc Co. — Berliec do Brasil SA. Ind. c Com.
/EMI Ltd. Eletrical Musical Industries), (Ind. Reunidas F. B. de Máquinas e Auto­
— Phoenix Brasileira de Seguros Gerais motores SA/Auto M. Berliet — Lyon).
(Phoenix Assurance Co. — London), liga­ — RHODIA Ind. Química e Têxteis
da à British Match Corporation. S.A.: Paulo Reis Magalhães, Octâvio Mar­
— Wilson Sons S.A, Comercio Ind. e condes Ferraz.
Agência de Navegação (Ocean Wilsons — — TUBEST Ind. de Tubos Elétricos
London). SA. Indústrias Reunidas Franco-Br asilei-
— Indusclet S.A.— Ind. de Material Elé­ rai de Máquinas e Automotores.
trico Charleroi (Ateliers de Constructions — Radiobrás Agrícola SA. (Compagnie
Eleclr. de Charleroi/Westinghousc Electric Française Thomson-Houslon Hotchkiss-
Corporation), ligada a Eletromar SA. e Brandt SA), ligada à RCA USA, Englisb
Eletrocabos Ind. de Cabos Elétricos: Décio Electric London. ltakable — háha e Wes­
F. Novaes, J. M. Rousseau. tern Telegraph London.

109
— Estabelecimentos Ch. Lorillcux SA. sições burocráticas. Em segundo lugar, e
Tintas (Lorilleux-Leíranc SA.). talvez o fator mais significativo, é que es­
— Lautier Füs do Brasil SA. (Rhone* ses anéis tendem a ser mais permanentes
Poulenc): Paulo Reis Magalhães. do que o termo de Fernando Henrique
— Banco Francês e Brasileiro SA.: Ro­ Cardoso sugere, e favorecem, quase exclu-
berto Moreira, Américo Oswaldo Campi- sivameme. a interesses empresariais espe­
glia, Jean Marc Rousscau, A. A. Ferreira. cíficos contra outros setores da sociedade
civil. A base lógica dos anéis burocrático-
12. Mesmo tendo grandes interesses em
empresariais é influenciada em alto grau
Minas Gerais. M. Ferreira Guimarães era
por suas conexões empresariais regulares e
também um dos líderes da Associação Co­
não por normas burocráticas de comporta­
merei ol do Rio de Janeiro. Ele pertencia
mento. ou por efêmeras c eventuais liga­
às seguintes diretorias: Banco de Minas
ções económicas.
Gerais SA.. Cia. Força e Luz de Minas
Gerais (Bond Share. Grupo Morgan). 15. Sobre as opiniões políticas c a ideo­
Philips do Brasil. Organizações Ferreira logia dos técnicos, vide (a) Carlos Estcvam
Guimarães. Cia. Estanho São João D’el MARTINS. Tecnocracia e Capitalismo.
Rei, Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira. Cia. São Paulo. Ed. Brasiliense. 1974. p. 78-131,
Cruzeiro do Sul Capitalização. Panair do 146-56. 195-214. (b) Fernando Henrique
Brasil. Banco Lowndes. Mesbla SA.» Cia. CARDOSO. Aspectos políticos do plane­
Imperial de Seguros. Cia. Tecelagem e jamento no Brasil. In: CARDOSO. F. H.
Fiação Mineira. Cia. Tecelagem e Fiação ed. O modelo político brasileiro. Sáo Pau­
Barbacena, Siderúrgica Mannesmann. lo. D1FEL, 1973. p. 83-103.
13. Jorge de Souza Rezende pertencia à 16. Arthur Gerald JOHNSON. Brazilian
FIESP e ao Conselho Nacional de Econo­ burcaucracy and palities: the rise of a ne*>
mia — CNE. Ele era também membro das professional class. Tese de doutorado. Aus-
seguintes empresas: Cia. Brasileira de Ar­ tin, Univ. of Texas. 1977. p. 157.
mazéns Gerais (Sanbra, Bunge & Bom), Para considerações metodológicas sobre
Serrana de Mineração SA., Quimbrasil planejamento, vide John FRIEDMANN.
SA. (Bunge & Bom). Carborundum SA., Retracking América: a theory of transac-
Cia. de Máquinas Hobart-Dayton do Bra­ tive planmng. New York. Anchor Press,
sil, Equipamentos Clark Piralininga SA. Doubleday. 1973.
(Clark Equipaments Co.. Máquinas Pirati-
17. Eugênio GUD1N. Análise de proble­
ninga S.A.), Linkbelt — Piralininga Trans­
mas brasileiros 1958-1964. Rio de Janeiro,
portadores Industriais Lida. (Máq. Pírati-
Agir, 1965. p. 221.
ninga. Linkbelt Engenharia Ind. e Com.
Ltda.). Máquinas Piralininga SA.. Auio- 18. Os tecnoempresários multinacionais t
matic Sprinklers SA. (Joaquim H. Nasci­ associados não estavam sozinhos em seui
mento. A. Gama, Automatk Sprinklers da esforços "racionalizantes**. Segundo Lin-
Venezuela). Brinquedos Bandeirante SA., coln Gordon, embaixador americano no
Asdobra Instalações Contra Incêndios Brasil durante a presidência de João Gou­
SA.. Pirelli SA. Comp. Ind. Brasileira. lart. "a partir do famoso 'Ponto IV do
Henry Simon do Brasil SA. Ind. e Com. presidente Truman, em 1949 os Estados
(H. Simon Holdings. Grã-Bretanha). Unidos empreenderam um programa mais
14. O termo anéis burocrático-empresa­ intenso de assistência técnica. Os concei­
riais é usado quase na mesma acepção dos tos de assistência técnica bascavam-se im­
"anéis burocráticos" de Fernando Henri­ piamente na experiência iniciada na Amé­
que Cardoso. Vide Fernando Henrique rica Latina pelo presidente Franklin D.
CARDOSO. Autoritarismo e democratiza­ Roosevelt e por Nelson Rockefelkr em
ção. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1975. 1939." Lincoln GORDON. ESG. Do­
Cap. 5. Acrescentou-se a qualificação de cumento n. C-41-62.
empresarial ao conceito de Fernando Hen­ 19. Vide Roberto de Oliveira CAMPOS.
rique Cardoso por dois motivos; primeira­ A experiência brasileira de planejamento.
mente. os "burocratas" em sua maioria In: Mario H. SIMONSEN &. Roberto
eram empresários, apesar de ocuparem po­ CAMPOS. A nova economia brasileira.

110
Rio dc Janeiro, José Olympio. 1974. p. (4):38-9. ou t./dez. 1960. O âmago do Ser­
48-60 O tecno-cmpresário Paulo Sá expli­ viço Nacional de Informações — SNI após
cou, em caria a seu amigo e líder da UDN 1964 e sua futura ligação umbilical cora
Hcrbcrl Lcvy. ** atividades de seu escri­ o Ministério do Planejamento encerram-se
tório de consultoria tecnoempresarial, nas significativas palavras do General Gol­
CBP: “Sc na Rússia dos Soviets (sic) os bery: “Racionalização, intencionalidade,
planos pertencem à burocracia do Estado, decisões ou escolhas, escala hierárquica,
nos países livres acreditamos qv-z tais pla­ tudo dentro dc um complexo de ações in­
nos têm de ser confinados no sistema ge­ fimamente relacionadas: é essa a essência
ral. através do qual as questões de gover­ dc todo e qualquer planejamento". Vide
no devam ser resolvidas; por meio de um (a) Golbery do Couto c SILVA, id. (b)
contrato com entidades particulares apro­ Décio Palmeira ESCOBAR O planejamen­
priadas. capacitadas e honestas, sob o con­ to da segurança nacional. ESG. Documen­
trole indispensável do Estado. Os escritó­ to n. A-34-53. (c) Golbery do Couto e SIL­
rios de consultoria incluídos no Consórcio VA. Planejamento da segurança nacional.
apresentam tais qualidades.*' Cana dc ESG Documento n. C-83-54. (d) Golbery
Paulo Sá a Hcrbcrl Lcvy. escrita no Rio do Couto c SILVA. Planetamenlo da se
de Janeiro em 27 de janeiro de 1959. Ela gurança nacional. ESG. Documento n.
se encontra nos arquivos dc Paulo de As­ C-31-55. (e) Golbery do Couto e SILVA.
sis Ribeiro, no Rio de Janeiro. Planejamento da segurança nacional: con­
ceitos fundamentou. ESG. Documento n.
20. O planejamento indicativo, equivalen­
C-30-58
te ao planejamento incompleto, enfatizava
a falta de planejamento nacional quanto a 22. “Anomia ou totalitarismo — será esse
diretrizes verdadeiramente sociais. Vide o dilema imposto ã sociedade de nossos
(a) Roberto CAMPOS Economia. plane­ dias se não formos capazes de formular,
jamento t nacionalismo. Rio de Janeiro. em termos precisas e seguros, um planeja­
APEC. 1963. (b) Roberto CAMPOS Pla­ mento democrático que se tome a síntese
nejamento do desenvolvimento econômico positiva de tal oposição dialética" (sic).
dc países subdesenvolvidos. ESG. Do­ Golbery do Couto c SILVA. Planejamento
cumento n. 1-16*53. (c) Octávio Gouveia estratégico. Rio de Janeiro. Cia. Ed. Ame­
de BULHÕES. Problemas do desenvolvi­ ricana. 1955. p. 24.
mento econômico. ESG. Documento n.
23. J. FRIEDMANN. op. cit. p. 52.
1-80-54. (d) Antônio Carlos da Silva MU-
RICY. Planejamento governamental. ESG. 24. Roberto CAMPOS. A experiência,.,
Documento n. C-29-56. (e) José Sinval M. op. cit. p. 53-5.
LINDENBERG. Planejamento do fortale­ 25. Vide IPES/ADESG. Seminário para
cimento do potencial nacional. ESG. Do­ empresários. Fortalecimento do potencial
cumento n. C-29-59. nacional — planejamento, s. I.f s. d. Do­
21. A expressão planejamento da Segu­ cumento n. 1 (Curso. Doutrina da Segu­
rança Nacional é bem explícita. "Planeja­ rança Nacional). Arquivos do 1PES, Rio
mento significa orientação, disposição e de Janeiro.
racionalização do conjunto de ações vi­ 26. O General Golbery explica cm seus
sando n determinados objetivos. Ele pres­ trabalhos a maneira pela qual os interes­
supõe a existência de recursos ou meios a ses particulares são articuludos e se tor­
serem usados, bem como o prognóstico dc nam gerais. Segundo ele, estTütura-se um
obstáculos, quando não de antagonismos. sistema de objetivos de tal maneira que
Por outro lado, o planejamento implica "nenhum deles possa ser inferido dos ou­
uma busco orientado de conhecimento... tros. assegurando assim o mais alto grau
e consiste, acima de tudo, em um sistema de independência lógica, mesmo reconhe­
de escolhas ou decisões, sucessivas e hie­ cendo a inter-relação resultante de suas
rárquicas, entre alternativas distintas [li­ origens comuns no que se refere a concep­
nhas de ação positiva]". Golbery do Couto ção e formulação (interdependência gené­
e SILVA. Do plonejamento para a segu­ tica) c o propósito integrado geral que to­
rança nacional. Cadernos Brasileiros, s. L; dos eles objetivam (interdependência teleo-

111
lógica)**. Colbery do Couto e SILVA. Do nhecido como a Missão Abbink. dc 1948.
planejamento... op cit p. 38. Vide |. A IOHNSON. op. cit. p. 165 75.
27. Mfke BURGESS 4 Daniel WOLFF. £ interessante observar que o presidente
El concepto dc poder cn la Escucla Supe­ brasileiro da Missão Abbink era Octávio
rior de Guerra. Cuadcrnos Políticos, Mé­ Gouveia dc Bulhões, que participaria de
xico (l):100. Ediciones Era. abr./jun. muitas dos experiências cm plnncjnmcnio
1979 Vide também as páginas 2 e 3 do da décodo de cinqücntn. No easo parti­
Documento dc Trabalho n.' 5. Esboço de cular da Missão Abbink. esluduvomse os
um programa de governo — o sentido do críticos pontos dc estrangulamento da eco­
planejamento numa economia democrática. nomia brasileira que determinaram a via­
apresentado na Reunião Minisienal de 4 bilidade do estabelecimento dc um dinâ­
dc janeiro de 1964 peio Ministro Extraor­ mico estado capitalista industrial. Vide Oc-
dinário para o Planejamento c Coordena­ tavio 1ANNL Estado y planificación eco­
ção Económica. nómica en Brasil: 1930-1970. Buenos Aires.
Amorrortu Ed., 1971. p. 71-91.
28 |. FRIEDMANN op cü p 61-70.
31. E interessante observar as ligações
29 A partir do início da década de cin­ empresariais dos primeiros 'Tecnoempre-
quenta. esses interesses e valores da comu­ sírios**, cuja participação na vida pública
nidade em presa nal evidenciam-se como era útil a suas atividades privadas. Ary
consequência da necessidade de mudan­ Frederico Torres ligou-se na época aos gru­
ça dos canais de comunicação e da ne­ pos financeiros c industriais Bueno Vidiga!
gociação entre empresários e governos. A e Souza Aranha, de São Paulo. Valentim
formação de "grupos executivos" quando Bouças ligou-se, ao longo de sua carreira
da administração de luscelino Kubitschek política, às companhias: US Bethlehem
e oi famosos bilhctinhos" de lãnio Qua­ Steel. ITT. Panair. Cia. Swiít do Brasil.
dro» foram dois produtos e resultados dis­ King Ranch do Brasil. Amcrican Bank No­
crepantes Segundo Alexandre dc Barros. te Co.. Coca-Cola. Cia. Brasileira dc Mate­
"A velha buroeracta não estava preparada rial Ferroviário — COBRASMA. Serviços
para operar sob o novo sistema, mas ela Hollcrith. National Cash Register. Cia. Na­
não poderia simplesmente ser desconside­ cional de Máquinas Comerciais. Goodyear
rada. A opção escolhida foi então conser­ Tyres. Ferroenamcl. Imobiliária Santa
var a velha burocracia e estabelecer uma Cruz. Listas Telefônicas Brasileiras e Ad-
'nova* para operar em uma base diferen­ dressograph Multigraph do Brasil. Roberto
te. esvaziando, por assim dizer, a velha bu­ Campos manteve ligações com a Hanna.
rocracia em lermos dc poder, pelo menos Oliveiti, Dond and Share, Camargo Cor­
no que ve referisse às áreas para as quais reia. Mcrccdes Bcnz e o Banco de Desen­
a nova burocracia houvesse sido criada*'. volvimento Comercial. As ligações econó­
Vide Alexandre de Souza Coita BARROS micas de Glycon de Paiva são apresentadas
& Angelina Maria Cheibub FIGUEIRE­ no Apêndice B.
DO. The creation of two social program- 32. Pare um relato da experiência brasi­
mes, lhe FGTS and the PIS: a Brazilian leira cm planejamento, vide (a) Robert T.
case study on lhe dissemtnation and nse DALAND. Brazilian planning: develop-
of social sciences research toe governmen- menl, pohlics and administration. Estados
tal policy makíng. Rio de Janeiro. Deve- Unidos, The Univ. of Norlh Carolma
lopment Center of the Organimion for Press, 1967. Cap. 2. (b) O. IANNI. Esta
Economic Cooperation and Developmenu do .. op. cit. Cap. 3 e 4. (c) R. A. Ama­
1975. p 6. ral VIEIRA. Intervencionismo e autorita­
30. Devem ser levadas em conta ouirai rismo no Brasil. São Paulo, DIFEL, 1975.
tentativas feitas nas áreas de planejamento p, 15*110, Sobre o ponto de vista de um
e de racionalização empresarial da produ­ observador-participante da base lógica do
ção. taia como a Amencan Technical Com planejamento, vide Roberto CAMPOS.
misaion (Missão Cooke) de 1943. o Plano Planejamento do desenvolvimento... op.
SALTE de 1948 e o programa da Comissão cit. Uma análise critica do planejamento
Mista Brasil Estados Uaidoa. também co­ brasileiro é apresentada por Lúcio KO-

112
WARJCK. Estratégias do planejamento no The military in Brazilian polities. Tese de
Brasil. Cadernos CEBRAP, São Paulo, (1), doutorado. Illinois, Univ. of. Illinois, 1966
1970. / (Dcpartment of Political Sciences).
33. Hélio Beltrão era diretor da COSI* 41. Osny Duarte PEREIRA. A antinomia
GUA (joint vcnlurc na indústria siderúr­ do acordo militar Brasil-Estados Unidos.
gica com n participação do Estado da Gua­ Rio de Janeiro, Associação Brasileira de
nabara c do setor privado), Mcsblo S.A. (a Juristas Democráticos, 15 ab. 1963. p. 24.
gigantesco loja comercial) c dn CREDI-
42. ".. os países latino-americanos são
BRAS Financeira do Brasil S.A. (cuja di­
todos eles, significativamente, o que tem
retoria contava também com Walter Mo­
sido chamado de "sistemas penetrados**:
reira Sallcs, Augusto Frederico Schmidi, sistemas onde indivíduos não-membros de
Hélio Cássto Muniz dc Souza. Henrique
uma sociedade nacional participam direta-
de Botton, Tcodoro Quarlim Barbosa e Hé­
rnenie e com autoridade, por intermédio
lio Pires dc Oliveira Dias). de ações realizadas em conjunto com os
34. Vide (a) Lucinno MARTINS. Pou- membros da referida sociedade, da desig­
voir... op. cit. Cap. 7 c 8. (b) Francisco nação dc seus valores ou da mobilização
de OLIVEIRA. A economia da dependên­ de apoio na defesa de seus objetivos". In­
cia imperfeita Rio de Janeiro. Graal, 1977. terpretação dada por Gordon Connel-Smith
p. 84. citando James N. Rosenau em Carlos A.
ASTIZ. Latin American internaiional po-
35. Vide Maria Victoria de Mesquita BE-
NEVIDES. O governo Kubilschck: desen­ lilics: ambitions. capabilities and the na-
honol interest of México, Brasil and Ar­
volvimento econômico e estabilidade polí­
gentina. Indiana, Univ. of Notre Dame
tica: 1956-1961. Rio dc Janeiro, Paz c Ter­
Prcss. 1969. p. 10. Vide também James N.
ra, I976. p. 187-88, para lista de oficiais
ROSENAU. Pre-theories and theories of
militares cm postos administrativos duran­
foreign policy. Jn: FARRELL, R. Barry
te o governo de Juscelino Kubilschck.
cd. Approaches to comparative and inler-
36. ). FR1EDMANN. op. cif. p. H. national polities. Evanston. Illinois, North-
37. Uma versão da emergência e forma­ westem Univ. Preis, 1966. p. 28.
ção dos técnicos e instituições técnicas é 43. Vide George Robinson Mather. As re­
apresentada em Nathaniel LEFF. Econo- lações militares entre o Brasil e os Esta­
mic policy moãúig and development in dos Unidos. ESG. Documento n. C-02-64.
Brasil: 19461964 Estados Unidos, John
44. Vide (a) J. Knippcr BLACK. op. cit.
Wiley 6c Sons. 1968 p. 145-53.
Cap. 8 e 9. (b) Gayle Hudgens WATSON.
38. O. IANNI. Estado.,, op. cit. cap. 5. Brother Sam and the Goulart golpe. Te­
39. J. R. Whitakcr PENTEADO. Prepara­ xas. Univ. of Texas, 1977. p. 5-6. Mimeo-
ção dc executivos no país. Boletim men­ grafado.
sal IPES. Rio dc Janeiro, jul. 1964. Ano I. 45. Vide (a) Raymond ESTEP. The mili­
n. 3. p. 3. tary in Brazilian polities 1821-1970. Esta­
dos Unidos. Air Univ.. 1971 p. 3, 40-45,
40. O que Manwaring chamou de value-
inherence, isto é. a ocupação por oficiais 169. (Documentary Research Division. Ae-
rospracc Studies Institule, Air Univ., Max-
militares de postos administrativos em cor­
well Air Force. Documentary Research
porações multinacionais e associadas e a
Sludy Av 20470 ASI). (b) Paulo Sérgio
identificação dos militares com os objeti­
PINHEIRO. A ESG faz trinta anos (co­
vos e métodos dos empresas privadas,
mo está velha). Isto E São Paulo, (140):
mostrou, após 1964. uma tendência para a
20-1. 29 de agosto de 1979 (principalmen­
consolidação dc um complexo militar-in­
te o Documento n. 832-2 de 23/05/1947 do
dustrial. onde interesses industriais, civis e
Departamento de Estado dos Estados Uni­
militares se associaram e buscaram uma
produção conjunta, e onde oficiais das dos).
Forças Armadas foram empregados pelas 46. A ESG constituiu um dos principais
corporações privadas como "placc men* foros utilizados por empresários para a
(homens-chave). Vide M. MANWARING. doutrinação de oficiais das Forças Arma-

113
das e dc técnicos selecionados quanto A conservar n ordem para que vocês, empre­
racionalidade de um modelo de desenvol­ sários. orriscnndo, criando, produzindo c
vimento empresarial associado, doutrina* multiplicando, possam nos dar o progres­
çâo esta feita através de debates e do­ so”: Octávio COSTA. As Forças Armadas
cumentos, cm sua maioria confidenciais, A c as classes empresariois. Revista Militar
ideologia política da elite empresarial le­ Brasileira, Rio dc lanciro, (6031:46. O dis­
vou pouco mais de dez anos para se de­ curso foi proferido a 5 dc dezembro dc
senvolver. A plataforma ESG/ADESG 1964.
serviu de laboratório de idéias c de cam­ 49. A doutrina de Desenvolvimento c Se­
po de prova para projetos, proporcionan­ gurança Nacional desenvolvida pela ESC
do uma crucial contribuição para a forma­ baseou-se em um conjunto dc julgamentos
ção da refenda ideologia. As idéias deba­ dc valor dentro do qual se destacava o de
tidas por civis c militares foram melhor "neutralidade". No entanto, interesses po
desenvolvidas e reforçadas em centros for­ lílicos c económicos, isto é. instâncias c
mais e informai» tais como as diferentes demandas cxtratcóricas. impuseram seus
associações dc classe, sendo mais tarde re­ problemas c soluções à doutrina. Tais in­
estruturadas c bunladas no Instituto de teresses constituíram então os reais (prá­
Pesquisa e Estudos Sociais — 1PES (Ca­ ticos) objetivos c limites da doutrina de
pítulos V e V||) Além disso, a vanguar­ Desenvolvimento e Segurança Nacional.
da empresarial dos interesses multinacio­ Vide BURCESS & WOLFF. op. cit. p.
nais e associados promovena. durante um 98-100.
determinado número de anos, através da
50. As noções do desenvolvimento capita­
ADESG. uma séne dc ciclos de conferên­
lista associado e planejado eram dissemina­
cias sobre o papel das empresas e empre­
das na ESG por tccnocmpresários como
sários no processo de desenvolvimento.
Roberto Campos. Eugênio Gudin. Lucas
Vide Vanda Maria Costa ADERALDO.
Lopes e Glycon de Paiva, por empresários
ESG: um estudo de currículos e progra­
tais como lorgc Behring de Mattos. G. Bor-
mai Tese de mestrado. Rio, IUPERJ,
ghoíf. Eudes de Souza Leão. A. C. Pache­
1978.
co e Silva e por oficiais militam como
47. ”As bases da doutrina da ESG não Poppe dc Figueiredo. Heitor Herrcra, Gol-
estão em discussão, são como o dogma da bery do Couto c Silva e A. Bastos. Afi­
Igreja, antecedem a Instituição0 (conversa nal. a ESG conseguiu sua legitimação pelo
com um membro permanente do quadro fato de ser uma Escola Superior dc Guer­
de professores da ESC. nome resguarda­ ra que ministrava um Curso Superior de
do a pedido, em setemb-o de 1976, no Rio Guerra. Assim, seus valores só poderiam
de Janeiro). ser disseminados nas Forças Armadas des­
48. A interiorização de tais idéias pode de que envoltos cm propostas "neutras” es­
ser observada no importante discurso do tritamente militares. Depois dc 1964, a
influente Tenente-Coronel Octávio Costa ESG teve carta branca na disseminação dc
durante um encontro dc empresários no seu material ideológico. Segundo o Tenen­
Rio Grande do Sul: "O contraste entre te-Coronel Octávio Costa, o unidade dc
empresários e militarei é que aqueles di­ pensamento das Forças Armadas "resulta
recionam suas empresas e suas preocupa­ va dc* uma longa e lenta preparação dou­
ções principalmente para o desenvolvimen­ trinária que. emanando do ESG. se tripar­
to, enquanto que nós (direcionamos nossas tia na orientação das Escolas de Comando
preocupações) para a questão da segurança e Estado Maior das Forças Singulares e se
nacional. Contudo, as preocupações ten­ ramificava pelas escolas, bases, orsenaís.
dem para o mesmo ponto, qual seja a pro­ estabelecimentos c quartéis*. Octávio COS­
cura do bemestar da nação brasileira. TA. Compreensão do revolução brasileira.
Nós. através de operações no círculo res­ Defesa Nacional. Rio de lanciro (597):69.
trito dai atividades do Estado e vocês, s. ed . set./ou I 1964. Vide também A. C.
operando no campo ilimitado da livre em­ Pacheco e SILVA. A segurança nacional
presa. a base de antigos e frutíferos em­ e a guerra fria Defesa Nacional. Rio dc
preendimentos. Nós. soldados, procuramos Janeiro. 49í576/577):26-7. 1962.

114
91. J. Knippcr BLACK. op cit. p. 80-1. ca Latina. Vide James W. TOTTEN. As
relações militares entre o Brasil e os Esta­
92. Esses números correspondem aos apre­
dos Unidos ESG. Documento n. 0-35-65.
sentados por Alexandre de Barros em seu
estudo sobre • composição da origem do 56. Telegrama n. 8 261. p. 1. de Lincoln
corpo discente da ESG de 1950 a 1964. Vi­ Gordon a Dean Rusk. Secretário do De­
de The changmg role of lhe st ate in Bra­ partamento de Estado, enviado do Rio de
sil: lhe technocralic militaiy aliiance, tra­ Janeiro • 15 de janeiro de 1963. Encontra-
balho apresentado por Alexandre de Bar­ se nos Arquivos JFK, Nilional Security
ros durante o Sixth Annual Meeting of the Files (documento secreto até 1977).
Latin Amencan Studies Association em 57. G. R. MATHER. op. cit p. 12. 16-17,
Atlanta. Geórgia, de 25 a 28 de março de Só o Brasil recebeu, em 1963 e 1964, 75
1976. Mimeogralado. milhões de dólares por intermédio do pro­
53. BURGESS A WOLFF. op. cit. p. 90. grama de segurança pública. Vide P. PAR­
Apesar do grande número de civis treina­ KER. op. cit. p. 122. O Brasil recebeu tam­
dos na ESO. eles representaram uma força bém 206 milhões dc dólares cm ajuda mi­
relalivomentc menor na administração pós- litar americana durante o ano de 1963. Vi­
1964. Vide Alexandre de Souza BARROS. de Cari OGLESBY & Richard SHAULL.
The Brazilian miiiiary; professional socia­ Containment and change. New York, Mac-
lizai ion, political performance and staie Millon, 1967. p. 83.
building. Tese dc doutorado. Chicago. 58. G. R- MATHER op cit. p. 16-17. A
Univ, of Chicago, 1978. ajuda à polícia na América Latina cresceu
54. Phyllia R. PARKER. /96<- o papel no princípio da década dc sessenta, en­
dos Estados Unidos no golpe de Estado de quanto que as Forças Armadas, sob o con­
31 de março. Rio de Janeiro, Civilização ceito guarda-chuva do Treinamento de Se­
Brasileira, 1977. p. 121. O fornal do Bra­ gurança Interna, desenvolviam sua capaci­
sil, 20 de dezembro de 1976. reproduziu e dade para a “ação cívica". O Treinamento
traduziu um telegrama confidencial, dc de Segurança Interna incluía "treinamento
distribuição limitada, enviado a 4 de mar em operações e táticas dc contraguemlha.
ço dc 1964 a Thomas Mann pdo embai­ contra-insurreição. informações e contra-
xador Lincoln Gordem. O texto rezava: informações. informação pública, guerra
"O nosso PA.M [Programa de Assistência psicológica, assuntos civis e governo mili­
Militar) é um fator altamente influente na tar.*•• controle de distúrbios em manifesta­
adoção pelos militares de uma atitude pró- ções públicas e guerrilha na selva”. Em
Eslados Unidos e pró-Ocidente; a impor­ acréscimo a esse treinamento, que era 1962
tância do PAM nesse setor é cada vez se estendeu a 936 estudantes especializa
maior. Em decorrência de treinamento e su ­ dos da América Latina, equipes móveis dc
primento de material, o Programa de Assis­ treinamento, financiadas pelo Programa dc
tência Militar torna-se veículo essencial no Auiitênoa Militar, percorreram a Améri­
estabelecimento de um estreito relaciona ca Latina em visitas previamente marca
mento com os oficiais das Forças Armadas”. das Essas equipes objetivavam propiciar
treinamento em controle de distúrbios, po­
55. Telegrama n. 8 214. p. 1, de Lincoln
licia militar, contragucmlha. guerra psico­
Gordon a Dean Rusk. Secretário do De­
lógica e assuntos civil* * Vide Summary
partamento de Estado, enviado do Rio de
ar traming for Latm Americans tn US mi-
laneiro a 14 de janeiro de 1963. O telegra­
htary schoois and installaiions. p. 11. do­
ma encontra-se nos Arquivos JFK. Natio-
cumento escrito em 1961 e que perdeu o
nal Security Files (documento secreto até sigilo em 3 dc setembro dc 1978. Esse do­
1977). A ajuda económica e militar no pe­ cumento foi anexado ao Memorandum for
ríodo de 1946 a 1966 foi da ordem de 2.8 the president, apresentado por Roswcll L.
bilhões dc dólares, aproximadamente, in­ Gilpatric, subsecretário de Defesa, a li de
cluindo empréstimos e doações. Conforme
o Major-Ccneral James W. Totten, do
Exército americano, o Brasil recebia cerca • NT: grifo do autor.
da metade da “assistência" dada à Améri­ •• NT: grifo do autor.

115
setembro de 1961 e que perdeu o sigilo so­ didato presidencial da oposição (UDN)
mente em 11 de outubro de 1977. O me­ cm 1950 contra Gctúlio Vargas, o Gene­
morando cnconira-se nos Arçunos /FK, ral luracy Magalhães — líder dn UDN c
Nalional Security Files. influente figura política do Rio dc Janeiro
59. Durante o ano de 1961. programou-se c da Bahia, o General Menezes Cortes —
que cerca de 5 200 indivíduos de países udenista importante, o General juarez T6-
da América Latina participariam de cursos vora — candidato presidencial do oposi­
em escolas militares americanas, num to­ ção (PDC) em 1955 contra luscclino Kubi-
tal aproximado de 6 500 cursos. Em 1962. ischck e ministro dc Café Filho, c o Co­
os números subiríam a $ 600 alunos c ronel Nci Braga (PDC). cx-chefc de Polí­
7.000 cursos. £ interessante observar a cia do Estado do Paraná, ex-prefeito dc
importância da sequência profissional na Curitiba, cx governador daquele Estado, e
formulação das atitudes ideológicas c po­ que estava dirctamentc ligado ao banquei­
líticas do corpo de oficiais brasileiros. Es­ ro e empresário paranaense Lcônidas L.
sa sequência profissional incluía a partici­ Borio. O General Cordeiro de Farias mos
pação na Força Expedicionária Brasileira trava-se claramcnic simpático ao PSD. com
—- FEB na Itália (Segunda Guerra Mun­ cujos chefes políticos do sul e do nordeste
dial). a participação no quadro permanen­ mantinha estreitas relações que datavam da
te da Escola Supcnor de Guerra e em seus sua época como interventor naquela re­
cursos, o treinamento em escolas estran­ gião. na década de trinta, e da época cm
geiras. principalmente nos Estados Unidos, que fora governador de Pernambuco, em
e a permanente e intensa interação entre meados da década dc cinquenta.
oficiais americanos e brasileiros. Atitudes 61. Quando, cm princípios da década de
amplamente reforçadas por essa sequência sessenta, os sindicatos e outras organiza­
profissional específica, a qual correspondia ções populares principiaram a atrair mem­
ã do grupo fundador da ESG. eram: a ên­ bros dc baixo e médio escalão das Forças
fase na associação hemisférica, principal­ Armadas, tentando assim ampliar o cír­
mente cm uma íntima relação com os Es­ culo dc interlocutores c civis cm meio aos
tados Unidos, e a rejeição de um posicio­ militares, tal atitude foi condenada como
namento nacionalista cm favor de uma in­ uma total subversão da hierarquia Por
tegração multinacional A ideologia da outro lado, ao atrair a sua contrapartida
ESG fomentou também a aceitação das di­ militar de alto escalão. • ação das classes
retrizes econômicas que favoreciam a con­ dominantes foi considerada defensora da
centração. bem como a idéia de que. com ordem constitucional, mesmo atuando aci­
O capitalismo, o Brasil se transformaria cm ma da posição legal do presidente, e o
uma nação poderosa (Brasil potência) golpe de Estado de abril de 1964 foi de­
guiada por um estilo político tecnocráiico senvolvido como uma "ação salvadora".
e autoritário. Tal sequência profissional 62. Sobre o conceito de Bonapartismo
tinha correlação com o papel dos militares Constitucional, vide A. GRAMSCL op.
que se encontravam no centro da campa­ cif. p. 212. £ interessante observar que.
nha política contra João Coulart e sua por volta de 1961, foi um tecnoempresário,
subsequente posição como núcleo militar Eugênio Gudin. quem se manifestou a fa­
da administração pós-1964 desses. 60% vor do "restabelecimento** do Poder Mo­
era da FEB. 70% havia pertencido ao gru­ derador, sugerindo que tal papel, atribuí­
po permanente de membros da ESG; des­ do ao Imperador no século X!X, devesse
ses 70%, a totalidade frequentou escolas ser retomado pelas Forças Armadas. Vide
militares no estrangeiro, sendo que 80% E. GUDIN. op. cif. p. 223.
recebeu seu treinamento nos Estados Uni­ 63. Carta do CBP para Roberto Campos,
dos. Vide Alfred STEPAN. The miliiary em 13 de abril dc 1959, no Rio de Janei­
in poiilict: changing pallcrns in Braiil. ro. Ela se encontra nos arquivos de Paulo
Princeton, Princcton Univ. Press, 1971, de Assis Ribeiro (Rio de Jonciro). Nfio se
Cap. tl. p. 236-48. entendia maia o Estado como um simples
60. Entre esses oficiais, deve-se mencio­ distribuidor dc favores. Para que o capita­
nar o Brigadeiro Eduardo Goma — can­ lismo se desenvolvesse, era necessário que

116
o Estado se Iornasse uma máquina respon- vembro de 1964 e 18 de dezembro de 1964.
sável c voltada para a eficiência. £ óbvio 68. Vide Osny Duarte PEREIRA. Quem
que os intelectuais orgânicos do bloco ca* Jai as leis no Brasil? Rio de Janeiro. Civi­
pitalista modcrnizantc-conscrvador cons­ lização Brasileira. 1963. p. 53-6.
cientizavam-se das falhas da administração 69. Lcôncio BASBAUM: op. cit. p. 161.
c do sistema político populista. £ digno de
70. Leôncio BASBAUM: op. cit. p. 157.
menção que os arquivos de Pnulo de Assis
71. Obleve-se tal informação de fontes di­
Ribeiro são extremamente ricos cm corres*
pendência semelhante com outras agências versas. principalmcnle por intermédio de
(a> L. BASBAUM. op. cit. (b) Osny Duar­
estatais c funcionários, bem como cm cor­
te PEREIRA, op. eif. (c) /ornai do Brasil.
respondência sobre projetas conjuntos en­
(d) Tribuna da Imprensa, (c) publicações
tre a administração do Estado e as gran­
des empresas locais e multinacionais. das várias agências estatais às quais as re­
feridos membros da CONSULTEC perten­
64. Vide (a) Carta do CBP a J. Mendes ciam. Em meados da década de cinquenta,
de Souza, diretor da Carteira de Crédito um Earle Manny Erlich controlava a quin­
Agrícola e Industrial, de 16 de março de ta parte das ações da CONSULTEC e o
1959. (b) Carta de Paulo Sá a Herbert Le- restante estava nas mãos dc seis conheci­
vy. de 22 de janeiro de 1959. (c) Boletim dos representantes de empresa» america­
Informativo N. 58/1 — CBP (circulação nas Vide Weroer HAAS. |ean BERNET
interna), de II de julho de 1953. (d) Bo­ dc Rol and BOSSART. Oi investimentos
letim Informativo N. 58/2, de 17 de julho estrangeiros no Brasil São Paulo, 1960.
de 1958. (e) Boletim Informativo N. 58/3,
72. Depois de 1964. Roberto de Oliveira
de 24 de julho de 1958. Todos esses do­
Campes fundou o complexo financeiro
cumentos se encontram nos arquivos de
INVESTBANCO e INVESTCRED. Conta­
Paulo de Assis Ribeiro, no Rio de faneito.
vam-se entre os lecnoempresãno* que ■
65. O CBP nfio dependia somente da fór­ ele se associaram. Sérgio Paulo Mellio.
mula de "racionalidade" intrínseca de seus fosé Bonifácio Continha Nogueira. Edmar
serviços, mas procurava também conseguir de Souza. Francis Vemon Queen. Antônio
"ajuda" por parte de burocratas do Esta­ Abreu Coutinho, Emmanuel Whiiaker,
do. oferecendo-lhes uma certa percentagem Plínio Salles Couto. Sebastião Ferraz de
de participação nos lucros conseguidos Camargo Penteado e |oão Baplista de Car­
através da agência estatal, se realmente as valho Athayde.
negociações se concretizassem. Vide, por 73. Vide Mário da Silva PINTO. O con­
exemplo, n correspondência entre Erieus trole do comércio externo e o desenvolvi­
Fonseca, da Secretaria da Fazendo de Mi­ mento econômico do Brasil. Rio de Janei­
nas Gerais, e o CBP (Apêndice C), onde ro, CONSULTEC, 1962. Esse livro fez par­
se ofereceu a Encas Fonseca 5% do valor le de um estudo preparado pela CONSUL­
de negociações realizadas. TEC para a Universidade de Harvard.
66. A firma Hidrologia mudou o seu no­ 74. Essa situação foi estudada por P. Sch-
me para Hidroservice. H. Maksoud é o mitter que a chamou de "fenômeno pan-
atual proprietário da Visão, a mais influen­ touflagc". Vide (a) P. SCHMITTER. In-
te publicação de assuntos de atualidade terest, conflict and political change in Bra-
das ciastes empresariais (de circulação na­ zil. Stanford, Sianford Univ. Press, 1971. p.
cional). cujo editor geral é Octávio Gou­ 298. (b) P. SCHMITTER. op. cit. Cap. 12.
veia de Bulhões. O Apêndice B apresenta uma lista das
67. Vide (a) Lcôncio BASBAUM. Histó­ ligações multinacionais de vários de seus
ria sincera da república de Jânio Quadros membros.
a Costa e Silva — 1961-1967. São Paulo, 75. Emane GALVEAS. Introdução. In:
Ed. Fulgor Lida.. 1968, p. 153-66. (b) Osny APEC 1962 1972. Rio de Janeiro. 1972. Vi­
Duarte PEREIRA. Ferro e independência. de o Apêndice D para a lista dc colabo­
Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1967. radores em 1970.
(c) Jornal do Brasil, 2 de dezembro de 76. Um dos acionistas mais importantes
1964. (d) Tribuna da Imprensa, 19 de no­ era Oswaldo Bcnjamin dc Azevedo, asso-

117
ciado ao IPES e homem de frente de in­ Chryster. a quinta maior corporação ame­
teresses multmacioosis. ricana. Esse complexo industrial, um dos
77. G. M. MATTEL Brésil — pouvotr et baluartes do poder político republicano do
meio-oesie, tinha ligações com Gecrge
luttes de classes. Paris. Ed Cujas, 1966. p. 38.
Humphrey, Secretário do Tesouro duran­
78. Vide (a) Jornal do Brasil, 14 de junho
te a administração de Eisenhowcr. e com
de 1960. (b) Osny D. PEREIRA. Ferro...
John J. McCIoy. diretor do Chase Ma-
op. cit p. 954. nhattan Bank controlado pelo grupo Ro-
79. Vide o Jornal do Brasil. 2 de dezem­ ckefeller.
bro de 1964. p. 13 para a carta enviada
por Lucas Lopes ao General Nelson de 87. Algumas das ligações econômicas dc
Mello (abril de 1960) e para o memorando. Lucas Lopes eram:

80. Osny D. PEREIRA. Ferro... op. cif. — Alumínio do Brasil SA. (ALUMl-
p. 105. 129. NIUM LTD. ALCAN): F. A. Sievart. JJl.
Fragoso. O. C. Ftetcher. R. C. Machado,
81. Para a carta do General A. Bastos,
T. V. da Costa.
vide O Globo, 24 de junho de 1960.
— Alumínio Minas Gerais SA. (ALUMÍ­
82. Osny D. PEREIRA. Ferro...op. cit.
NIO DO BRASIL S.A): F. A. Stevart. O.
p. 111-12.
C. Retcher, R. C. Machado. T. V. da Costa.
83. Osny D. PEREIRA. Ferro... op. cif.
p. 128-29. — Cia. de Mineração Novalitnensc: A-
Tones Filho, Benedito Munhoz Carvalho,
84. Vide (a) Osny D. PEREIRA. Ferro...
Robert Clark Wallace.
op. cit. p. 488-90. (b) W. HAAS et alii. op.
cit. (c) Moniz BANDEIRA. Presença dos — Lanari S.A. Indústria e Comércio
Estados Unidos no Brasil: dois séculos de (CAUAIA SA. Admin. c Part7Soc. Com.
história. Rio de Janeiro. Civilização Bra­ Agropecuária Part. Admin. 1TAPERAVA/
sileira. 1973. Cap. 41. p 386. 427. (d) Mo­ Soc. A gr. dc Part. e Admin. APA Lida/
niz BANDEIRA. O governo João Goulart: Com. Admin. e Part. JAPURA); Saint
as lutas sociais no Brasil. Rio de Janeiro, Mousson Financièrc (Bank Fina-Suisse);
Civilização Brasileira. 1977, Cap. 3. (e) ALCOMINAS (Alcoa-Mellon Group); Mi­
Aristóteles MOURA. O dólar no Brasil. neração Brasileira; Cia. Financière Etemit;
Rio de Janeiro. 1956. (D ). Knippers Philbro-Miner: Amaro Lanari. Joaquim R.
BLACK. op cu. p 86-90. (g) G. MATTEI. Lanari, Cássio Umberto Lanari.
op. cit. p. 77. (h) Braxil: Hanna's immova-
— Morro do Níquel SA. Mineração
blc mountain. Fortune. Estados Unidos.
Ind e Com. (MINERAÇÃO SERTANEJA
Apr. 1965. p. 5544 (i) Eddie BLACK 8c
S.A/Cia. ESTANHO SAO JOÃO DEL
Fred COFF. The Hanna industrial com-
REI/Cia. ESTANHO MINAS DO BRA­
plex Estados Unidos. NACLA. 1969. p. 3-10.
SIL LE NICKEL SA.): Luiz Simões Lo­
85. Raymond F. MIKESELL. Jron ore in pes. Rolf Wcinberg Nathan.
Brasil: lhe «pertence of lhe Hanna Mi-
ning Co. In: R MIKESELL et alii. Fo- — CIVIUT Ind. e Artefatos de Cimen­
reign invcstment in the petroleum and mi­ to Armado SA.: Steíano Cattaneo, Octa-
neral industries: case sludies of investor — cílio Gualbcrto. Lucien Marc Moser.
host country rclations. Estados Unidos, — ETERNIT do Brasil Cimento Amian­
John Hopkins Unlv. Press. 1971. p. 34544. to SA.: Lucas Nogueira Carcez. Max Graf.
86. R. F. MIKESELL. op. cit. p. 353. A — ITT — Standar Elcctric; Cia. de
Hanna Mining fora também um fator po­ Cimento Nacional de Minas: Octacílio
lítico nos Estados Unidos, onde o comple­ Gualbcrto.
xo sediado em Cleveland incluía o tercei­ 88. A. Bemardes Filho, também diretor
ro maior produtor americano de minério da Eletromar Indústria Elétrica Brasileira,
de ferro (o Hanna), a quinta maior side­ tinha ligações com o First Nacional City
rúrgica (a National Steel). o maior produ­ Bank of New York. o Royal Bank of Ca­
tor de carvão (Consolidation Coai) e o ter­ nada, a Cia. Empreendimentos Adminis­
ceiro maior fabricante de automotores, ■ tração e Investimentos, IBEC. DELTEC,

118
Banco do Comércio c a Wcilinghousc peus e americanos (vide Apêndice B). Mu­
Electric. corporações com papel importan- danças semelhantes em liderança, vitalida­
lc nas atividades financeiras, de caráter t de organizacional e técnicas ocorreram
subversivo, contra o governo de João Gou­ também em associação de classe dc São
lart e o movimento popular. Paulo, ao passo que. nos anos seguintes,
89. A. Torres Filho faria parte do quadro novas organizações indusiniii foram cria­
dc diretores das segumtei corporações: AU das no Rk> Grande do Sul. Paraná e Per­
Amcrican Cables. Cia. Rádio Internacional nambuco. Quando a Confederação das As­
do Brasil. Grandes Hotéis S.A.. Transu- sociações Comerciais do Brasil — CACB
nion Americana Agências S.A., Sabin St. (oi fmalmenie estabelecida, seu presidente
Germain Inter América Inc. (todas elas Rui Gomes de Almeida declarou ser aque­
empresas do grupo Morgan sediado nos la a maior rede entre associações seme­
Estados Unidos). Cia. Industrial São Pau lhantes no Brasil, agregando os interesses
lo e Rio — CISPER (Owens lllinois Glass de I 340 associações, local que se viu au­
Co.). Cia. Geral de Minas (Grupo A. Byn mentado pela inclusão de um grande nú­
glon). Brazilian Bauxite Co. Inc. & Sou- mero de associações eitrange iras por inter­
thwestcrn Metais ínc., Cia. Meridional de médio da Federation of Foreign Chambers
Mineração (siderúrgica americana), Bab- of Commcrce in Brazil. cujo presidente
cock & Wilcox Caldeiras S A. (Grâ-Brcta- era lambém Rui Gomes de Almeida.
nha), Cia. Eletroquímica Pan Americana 95. BOLETIM INFORMATIVO DO
(grupo Matarazzo) e Naegcli $ A. Ind. FIESP-CIESP. São Paulo. 5 fev. 1964. V.
Químicas (Marielta do Brasil. Martin Ma- 82. n. 748.
rietta Co. e Comapa S A. do grupo Nae- 96. Vide o Apêndice B para informações
gdi). A maior parte dessas corporações
mais pormenorizadas sobre suas ligações
deu apoio financeiro às atividades subver­ econômicas.
sivas contra o governo de Joio Goulart e
o movimento popular. Vide Osny D. PE­ 97. Vide o Apêndice B para informações
REIRA. op. cit p. 222-27. mais pormenorizadas sobre suas ligações
econômicas.
90. Vide Osny D. PEREIRA. Um desafio
à dtgnidade nacional. Rio dc Janeiro. Civi­ 98 Outras figuras de renome ligadas ao
lização Brasileira. 1967. CTESP nos anos seguintes foram: Alfredo
Buxaid. A. O. Campiglia. A. C. Pacheco
91. J. Knippers BLACK. op. cit. p. 87.
e Silva. Antônio Gontijo Carvalho. Egon
92. Vide (a) P. SCHMITTER. op. cif. p. Fclix Goltschalk. José Boucinhas, Lucas
194. 438. (b) P. SCHMITTER. op. cit. p. Nogueira Garcez e Roberto Campos, mui­
150-2. sobre o processo de expansão asso­ tos deles membros militantes da ação or­
ciativa c politização. ganizada da burguesia contra o Executivo
93. P. SCHMITTER. op cit. p. 195. nacional-reformista. Vide Problemas Bra
síleiros. s. L. (88):2. SESC, 1970.
94 Zulfo de Freitas Mallman. o novo pre­
sidente da Federação das Indústrias da O Digesto Econômico constituía o ór­
Guanabara (eutio Distrito Federal), exem­ gão oficial da Associação Comercial de
plifica essa situação, pois ele próprio era São Paulo.
associado a interesses industriais europeus 99. Uma lista abrangente dos membros
(vide Apêndice B). Zulfo de Freitas Mal­ individuais e corporativos é apresentada
lman revigorou tombém o Centro Indus­ no Apêndice E. A Federition of Ameri-
tria) do Rio de Janeiro. Quando João can Chambers of Commerce representava
Daudt d'Oliveira, antigo industrial e pre­ as corporações que faziam parle do Latin
sidente da Associação Comercial do Rio American Information Commiltee, do Bu-
de Janeiro, tentou cm 1952 impor um su­ siness Group for Latin América e do Com-
cessor que ele próprio escolhera a dedo e mittee for Economk Development. A
não o conseguiu, um novo grupo assumiu maioria dos membros da referida federa­
o controle da associação, grupo este diri­ ção tinha mais ligações do que as mencio­
gido por Rui Gomes dc Almeida, ligado a nadas. Vide o Apêndice B para informa­
interesses industriais e financeiros euro­ ções adicionais sobre suas ligações.

119
100. O Apêndice B apresenta maiores in­ Oil; 6) Manha! Erdman; 7) Koppers Co.;
formações sobre as ligações econômicas. 8) Univcrsity oí Norlh Carolina; 9) Scars,
Roebuck & Co.; 10> Willys Motora; U)
101. P. SCHMITTER- op. cit. p. 197. O
Aluminium Co.; 12) Ford Motor Co.; 13)
CONCLAP São Paulo parece haver propi­
James C. Mortlland & Son Co.; 14) Johns
ciado uma cobertura para as atividades
Manviile Intemational; 15) Intcmational
conspiradoras clandestinas contra o gover­
Minerais A Chcmical Ccrp.; 16) Food Ma-
no de |oão Goulart, ao mesmo tempo cm
chincry; 17) General Focds Corp.; 18)
que se posicionava publicamente a favor
Whirlpool Corp.; 19) Chasc Manhattan
de instituições parlamentares.
Bank; 20) The Pillsbury Co.; 21) Pan Ame-
102. BANAS. Indústria brasileira de má­
rican World Airways; 22) American Ma-
quinas. São Paulo. 1960. p. 15-17.
chine; 23) The First Boston Corp.; 24)
103. T. dos SANTOS. El nuevo carácter— First National City Bank. Vide (a) Revista
op. cit. p. 75. O corte em empréstimos e das Classes Produtoras, jul. 1962. (b) Osny
crédito ao governo de João Goulart, bem D. PEREIRA. O acordo sobre a garantia
como a política americana de ajuda seleti­ de investimentos privados entre o Brasil e
va c intensa a certos governadores e a di­
os Estados Unidos. Revista Civilização Bra­
retrizes políticas no período de 1962 a
sileira. Rio de Janeiro (2):114-15. maio 1965.
1964. política que foi conhecida como a
Os diretores brasileiros dessas compa­
construção de “ilhas de sanidade”, mos­
nhias participariam, cm 1962. dos órgãos
traram-se como exemplos claros da intro­
de formulação de diretrizes da ação orga­
missão política de um governo estranaeiro
nizada de classe, ao passo que muitas das
nos assuntos internos do Brasil, auxiliada
companhias propriamente ditas se trans­
por corporações multinacionais.
formariam em entidades de apoio para sua
104. Vide o telegrama do embaixador campanha política contra o Executivo na­
Lrncoln Gordon ao Secretário de Estado cional-reformista.
americano, n. 1964. em 9 de abril de 1963. 109. Segundo o ex-embaixador americano
POF. Aro ui vos JHG no Chile, Edward Korry. quando o presi­
105. J. Knippers BLACK. op. cit. p. 79. dente Kennedy e Davi d Rockefeller par­
106. As organizações empresariais. lém ticiparam. em Í96J. de uma reunião do
mantido um eficaz lobbying em assuntos Harvard University Board oí Oversecrs. o
referentes a política externa por intermé­ presidente Kennedy persuadiu David Ro-
dio de instituições como o Council on Fo ckcfcllcr a organizar a grande empresa
reign Rclations e organizações semelhan­ americana na cruzada anti-Castro. David
tes. Os formuladores da política externa Rockefeller recrutou então trinta e sete
dos Estados Unidos, por seu lado, têm se multinacionais de destaque, formando o
mostrado alenlos às demandas das organi­ Business Group for Latin América. Robert
zações empresariais. Vide Richad NEW- Kennedy. procurador geral dos Estados
FARMER A Willard MUELLER. Repon Unidos, integrou membros do BGLA cm
to lhe subcommillee on mullinalional cor- programas da CIA. Para melhor persuadir
poralions of lhe commiitee on foreign re- David Rockefeller. o presidente Kennedy
lations ol the US. Senate. Washington, ag. prometeu atender suas demandas de garan­
1975. p. 152-53. Para uma análise das ope­ tia quanto a qualquer investimento futuro
rações do Busíncss Council of Litin Ame* na América Latina. Vide Edward KOR­
rica, principalmente no que concerne seu RY. The scll-out of Chile and the Ameri­
desempenho no Chile, vide Thomas PO- can taxpaycr. Penlhouse, S.I., March 1978,
WERS. fnside lhe department oí dirty tri- p. 72. Segundo Levinson e De Onis. du­
cks. The Aílaniic, Boston. 244(2):33-64, rante a maior parte do período da Alian­
Aug. 1979. ça, os formuladores americanos de diretri­
107. J. Knippers BLACK, op. cit. p. 80. zes foram informados pelo BGLA dos
108. É interessante recorrer à lista de cor­ pontos de vista da comunidade empresa­
porações cujos diretores compunham aque­ rial no que se referia à Aliança para o
le Comitê. Elas eram: 1) Grace Line; 2) Progresso. Em 1965. o BGLA se estendeu
Caterpillar Tractor Co.; 3) Godfrcy L. Ca- formando o Council for LBlin Américo —
bot; 4) The Anaconda Co.; 5) Standard CLA, uma vez mais dirigido por David

120
Rockcícllcr c representando cerca de 224 tional Association of Manufucturers, o Na­
corporações, aproxirnudamcnie 85% do to­ cional Foreign Trade Council, o Notional
tal de companhias americanas operando Industrial Conícrencc Board e a Chambcr
na América Latina. O CLA mantém con­ of Commcrce of lhe United States. Vide
tactos regulares com o Dep de Estado, a SHOUP & MINTER. op. cil. p. 110.
A1D. o 1BRD. 1DB, CIAP e outras agên­
112. W. DOMHOFF. Forcword VII-VHI.
cias do governo cujos trabalhos possam
In: SHOUT & MINTER. op cil. A estru­
afetar os interesses empresariais america­
tura interna de poder do CFR expressava
nos na América Latina. O seu conselho de
a proeminência de grupos financeiros, par-
curadores reúne-se dc duas a três vezes ao
(icularmentc os da oligarquia financeira de
ano com representantes do governo ame­
Nova York. entre as classes dominantes
ricano cm Washington para consultas O
nos Estados Unidos. A estrutura de poder
CLA compreende também subcomitês cor­
do CFR mostrava o papel de liderança
respondentes a escritórios do Dep. de Es­
exercido inicialmente pelo grupo Morgan
tado e da Al D responsáveis por áreas geo­
e. nos últimos trinta anos, o do grupo Ro-
gráficos específicas — Brasil. Peru c Equa­
ckefeller. consoante um modelo dc coorde­
dor. Bolívia e Chile. América Central, etc.
nação informal dentro de uma estrutura
Esses subcomitês mantêm reuniões infor­
geral de cooperação entre diferentes gru­
mais com seus congêneres no Dep. de Es­
pos. mais do que um modelo definido de
tado e na AID duas a três vezes ao ano.
comando. A centralidade da oligarquia fi­
com o intuito dc trocar idéias sobre as ten­
nanceira de Nova York no CFR não im­
dências econômicas c políticas c sobre as
plicava. contudo, a total exclusão de ou­
condições para investimentos. Vide (a) Je«
tros grupos financeiros ou mesmo a falta
rome LEVINSON £ |uan Dc ONIS. The
dc contacto com eles. Pode-se observar no
alliance that lou ii$ way: a criticai repor!
trabalho de Shoup e Minter um quadro de
on the ALPRO. Chicago. Quadrangle
redes ligando entre si certas corporações
Books. 1970 p. 159. <b> Pctcr COLLIER
mais imporuntes. objetivando a coopera­
& David HOROW1TZ. The Rocke/ellen:
ção Financeira. Tais ligações consistiam
an American dynaity. Ne** York. Signet
em diretorias mter relacionadas, posse de
Books. 1976. p. 411-15.
ações, empréstimos e outras mais, bastante
110. Norman BLUME. Pressure groupt variadas- Uma ou mais instituições finan­
and dccision making ín Brazil. Sainl Louis. ceiras. geralmente grandes bancos comer­
Washington Univ., 1967/1968. p. 211 Es­
ciais. tinham papel importante em cada
sas organizações de classe permitiram que
grupo. Vide SHOUP à MINTER. op. cil.
a classe capitalista se estruturasse e deci­ p. 100-8 Segundo os dois autores, as com­
disse sobre as linhas gerais de uma apro­ panhias intimamenie ligadas ao CFR eram:
priada política externa Tais organizações o Chase Manhattan Bank. o Chemkal
propiciaram também a incorporação de Bank. o Bank of New York. Equitable Li-
outras figuras a essa operação dc constru­ fe. Metropolitan Liíe. Mobil Oil. Kuhn.
ção de consenso, figuras como intelectuais, Locb. De ve boi se. Plimpton. Lyon & Gates,
militares, polnicos e burocratas, que se Milbank. Tweed. Hadly & MacCIoy, Stan­
achavam fora da classe capitalista propria­ dard Oil Ne* Jency (grupo Rockefeller).
mente dica c cuja atuação seria importan­ J. P. Morgan and Co.. Morgan Stanley,
te para a implementação da política exter­ New York Liíe. Mutua) of New York. Da­
na almejada. Vide L H. SHOUP & W. vis. Polk. US Steel. General Eleclric e
MINTER. Imperial brain trust. New York, 1BM (ligadas ao Fint Nalional City
Monthly Review. 1977. p. 85. Group). Fint National City Bank, Shear-
man & Sterling. ITT (grupo Morgan).
111. O CED c c Business Council têm.
Brown Brothers Harriman and Co. (grupo
cada um. 200 membros e, cm ambos os
Harnman). Lehman Brothen. General
casos. 22% dos membros pertence também
ao Council for Foreign Relations. Várias Amcncan Investon (grupo Lehman. Gol-
outras organizações empresnriuis america­ daman. Sachs). o grupo Sullivan &. Crom-
nas rdocionam-sc, dc diversas formas c wcll c El Dupont de Nemours (grupo Du-
graus, no CFR. Entre elas conlom-sc a Na- pont).

121
113. SHOUP & MINTER. op. cil. p. 97. R. Kimberly; Thomas D. Lumpkin; Au*
9. Em uma lista onde mostravam as fir- gustinc R. Marusi; Rodman Rockfellcr;
mas com quatro ou mais diretores ou só­ Dan Scymour; José de Cubas, presidente
cios pertencentes ao CFR. Shoup e Minter do CLA; Hcnry R Gcyelin, vice presiden­
demonstraram que. no setor industrial. a te do CLA; David Rockcícllcr. presidente
US Siecl tinha 8 membros, a Mobil Oi! 7 honorário.
membros, a Standard Oil Ne* Jerscy 6. Vide o Apêndice F para informações so­
a IBM 6. a ITT 5, a General Electric 4 e bre o Conselho de Curadores. Achavam-se
a El Dupont de Ncmours 4 membros. No no iiafl do CLA: Enno Hobbing, vice prc-
setor de bancos comerciais, o Chase Ma* sídcnte; Dr. Esicban Ferrer. vice-presiden­
nhattan Bank tinha 8 membros, a J. P. te; Ralf Brent. vice-presidente c assessor
Morgan and Co 8. o First National City principal; Jay Kingham, assistente executi­
Bank 7, o C hem i cal Bank 7. a Bro*n Bro- vo; |im Morse, diretor acadêmico e rela­
lhers Hamman and Co. 6 e o Bank of ções institucionais; Michael D. Millcr. di­
New York 4. Entre as companhias de se* retor em Washington; Humberto Cortina,
guro a Equitable Life contava com 9 mem­ diretor em Lima; Herbert Muller. em Bue­
bros pertencentes ao CFR. a New York nos Aires e Jack E. Wyani. diretor no Rio
Life com 8, a Metropohtan Life 4 e a Mu* de Janeiro. Este último fora funcionário da
lual of New York 4. Quanto aos bancos embaixada americana durante a gestão do
de investimento, o Morgan Stanley conta, embaixador Lincoln Gordon no período
va com 6 membros, o Kuhn. Loeb 4 e o que precedeu o golpe dc abril de 1964.
Lehman Brothen 4. Além disso, deve-se
116. Por volta dc 1966, dos 22 curadores
ressaltar que 200 firmas amen canas são
da Brookings Instilution. 7 pertenciam ao
responsáveis por 75% de todo o investi*
CFR (32%). sendo que 2 deles eram dire*
mento estrangeiro Vide NEWFARMER &
lo rei; dos 20 curadores da Rand Ccrpora-
MUELLER. op cil p 146.
tion. 9 eram do CFR (45%) e 2 deles di­
114. SHOUP A MINTER. op. cil. p. 278*9.
retores; já o Imtitulc for Dcícrxc Analy-
115. O executivo do CLA contava com 20
sis tinha, por volta de 1969. um total de
diretores, dos quais dez pertenciam ao
22 curadores, sendo 9 do CFR (41%) e
CFR, sendo um deles diretor. Vide
quatro deles aluando como diretores; 0
SHOUP A MINTER. op cil. p. 72-4. Por Hudson Instituto. 14 curadores, 8 deles no
volta de 1972. o CLA incorporara ao seu CFR (57%) mas nenhum aluando como di­
Comitê Onentador. entre outras, as se­ retor, isso por volta de 1970. O Council
guintes figuras: Richard S. Aldrích, Jack for Foreign Relaüons se interligava tam­
D. Ncal. Eateban A. Ferrer, Enno Hob- bém à Foreign Pdicy Association (74 dire­
bing. Hcrbert K. May. Michael D. MiJIer, tores. 3) no CFR). à National Planmng As­
Raíf Brent, José de Cubas e Willian E. sociation (39 diretores. 8 no CFR). ao
Barlow, ai quais supervisionavam suas American Universities Field Staíí (32 dire­
operações diárias O Comité Executivo pa­ tores. 8 no CFT) e à American Assembly
ra 1972. eleito pelo Ouadro dc Curadores, (20 diretores. 12 no CFR).
compunha-se de: William Barlow, presi­ 117. SHOUP 4 MINTER op cil. p. 62.
dente do Comité Executivo; John F. Galla- Cinco dos oito membros da Rockefelkr
gher. vice-presidente geral e vice-presi­ Commission. estabelecida em 1975 para in­
dente regional para o mcioocstc; Capitão vestigar as atividades domésticas ilegais da
John W. Clark, vice-presidente regional CIA. pertenciam ao CFR.
para o sudoeste; Alfrtd W. Earaes, vice- 118. Victor MARCHfTTI êt J. MARKS.
presidente regional para o oeste; Charles The CfA ond lhe cidt of inidligcnce. New
J. Zwick. vice-presidente regional para o York. Knopf. 1974 p. 267.
sudeste; William M. Hickey, secretário; 119. Aerograma do cônsul americano em
Joseph W. Wefsh. tesoureiro; Alphonsc São Paulo ao Departamento de Estado
De Roaso, tesoureiro-assistente, W. H. americano, em 16 dc agosto dc 1963. p. 4.
Cofireo; Donald M. Cox; Hariow W. Ga- Ref.: Congen A 404. Redigido por Datus C.
ge; Mauricc F. Granville; John D. Harper; Proper, encontra-se nos Arquivos JFK, NSF.
Gilbert E. Joncs; Edgar F. Kaiser; John 120. Telegrama do embaixador Lincoln

122
Gordon ao Secretário de Estado america­ do Conselho Político, junlamente com o se­
no, cm 9 de abril de 1963. Controle 7279- nador Joaquim Parente. Contavam-se entre
POF, nos Arquivos JFK. os assessores: o Coronel Adil de Oliveira,
12í. Sobre Ivan Hasslochcr e a CPI. vide Antônio Leopoldino, Almirante Aurélio
O Estado de São Paulo, 27 de novembro Linhares, o deputado Brígido Tinoco, Jo­
de 1963. Inicinlmcnte, rccebcu-sc apoio de sé Aparecido de Oliveira, Gladstone Cha­
fontes variadas, tais como de Dom Helder ves de Mello. General João Gentil Barba-
Câmara, Sérgio Macedo. Carlos Reis e to, Hélio Cássio Muniz de Souza, José
Cândido Moreira de Souza. José Luiz Mo­
Francisco Lampreia.
reira de Souza, o Capitão José Chaves La­
122. O Estado de São Paulo, 10 de agos­
meirão (ativista do fracassado golpe de
to de 1963.
Jacarcacanga). |osé da Costa Porta, o mi­
123. P. SCHM1TTER. op. cit. p. 278. nistro José Pereira Lira, o Major Leopol­
124. (a) Jofio DÓRIA. IBAD: alienação dino Freire, Peter Murany. Vandik L. da
da soberania nacional. Política e Negócios, Nóbrega e os coronéis Salvador Corrêa de
São Paulo, i. cd., 1963. (Primeira parte), Sá e Walter Peracchi Barcellos. O Coronel
(b) Robinson ROJAS. Estados Unidos en Menezes Cortes ajudava com sua perícia
Brasil. Santiago, Chile, Prensa Latinoame- organizacional. A maioria desses militares
ricana. 1965. p. 111. e empresários, associados às associações de
classe já mencionadas e políticos profissio­
125. Philip AGEE. Inside the company,
nais, participariam inictalmente da estru­
London. Pcnguin, 1975. p. 321, 603.
tura do IBAD e, mais tarde, do IPES, co­
126. J. Knippcrs BLACK. op. cit. p. 72. mo será demonstrado oportunamente. Vi­
127. José Arthur RIOS. Os grupos de de Carlos Castilho CABRAL. Tempos de
pressão na Guanabara. In: CAVALCAN­ jânio e outros tempos. Rio de Janeiro. Ci­
TI, T. & DUBN1C, Reisky ed. Comporta­ vilização Brasileira, 1962. p. 199. 279-81.
mento eleitoral no Brasil. Rio de Janeiro.
129. Depoimento de Carlos Castilho Ca­
FGV, 1964. p. 143-49. José Arthur Rios,
bral prestado à CPI cm 29 de agosto dc
professor de sociologia na Pontifícia Uni­
1963. Vide O Estado de São Paulo, 30 dc
versidade Católica, era também membro
agosto de 1963.
do Instituto Nacional de Estudos Superio­
res — INES e da SPLAN. uma agência 130. Moniz BANDEIRA- O governo...
técnica. Gabriel Chaves de Mello, irmão op. cit. p. 67-74.
de Gladstone Chaves de Mello, diretor da 131. Outras figuras que também partici­
Ação Democrática, o jornal do IBAD. co­ pavam da direção de Cadernos Brasileiros
ordenava também sua rede de rádio. Vide eram: |osé Garrido Torres. A frimo Cou-
Plínio de Abreu RAMOS. Como agem os tinho. Nuno Velloso. Luiz Orlando Car­
grupos de pressão. Rio de Janeiro. Civili­ neiro e Guimarães Padilhr
zação Brasileira. 1963. p. 54, 60-2. 132. Vide (a) Política e Negócios. São
128. O Movimento Popular Jânio Qua­ Paulo. 26 de agosto. 1963. p. 20. (b) P.
dros (oi um dos canais mais significativos AGEE. op. cit. p. 618. (c) José Arthur
para agregar diversos setores e indivíduos RIOS. op. cit. p. 149.
no apoio à candidatura de Jânio Quadros, 133. A lista de ativistas ou pessoas rela­
representando uma chapa unificada de cen­ cionadas. bem como dos beneficiários e
tro-direita. O MPJQ proporcionava uma li­ receptores das várias formas de ajuda, foi
gação também com o voto popular. O che­ extraída de documentos do IPES. do
fe do movimento era o General Juarez Tá- IBAD e da ADEP, encontrados no arquivo
voro, da ESG. e Carvalho Pinto seu pre­ do IPES. Rio Outras publicações consul­
sidente honorário. João Ribeiro Dantas, tadas (a) |. Knipper BLACK. op. cit. (b)
diretor do Diário de Noticias, atuava co­ Eloy DUTRA. IBAD sigla da corrupção.
mo presidente do movimento; Arthur Os­ Rio de laneiro. Civilização Brasileira,
car Junqueira, secretário executivo; José 1963. (c) Edmar MOREL. O golpe come­
Aparecido de Oliveira, secretário político; çou em Washington. Rio de Janeiro. Civi­
Prudente de Morais Neto, vice-presidente lização Brasileira. 1965. (d) P. AGER. op.

123
cil. (e) Plínio de Abreu RAMOS. Como 137. Jorge Oscar dc Mello Flores. IPES
agem os grupos de pressão. Rio de lanei- CE. Rio. II dc maio dc 1962. Garrido Tor­
ro. Civilização Brasileira, 1963. (í) Moniz res. IPES CD Rio. U de maio dc 1962.
BANDEIRA, op. cil. (g) |ohn F. DUL- Reuniões conjuntas dc executivos consti­
LFS. Uprest m Brasil: politicalmililary tuíam um canal regular paro coordenar o
erigis 1955-1964. Austin. Univ. of Texas estratégia política c a açAo. Nessas oca­
Press, 1970. (h) (oseph A. PAGE. The re- siões. Ivan Hosslochcr encontrava se com
volution that nerer was: northeast Brasil Glycon de Paiva, com o General Golbery
1955-1964. Ncw York. Grossman Publi- do Couto e Silva. José Rubem Fonseca,
shers, 1972. Foram também consultados o Dono dc Al incido Magalhães. Ho rol d C.
Iornai do Brasil, o Estado de Sào Paulo Polland c Gilbcrt Hubcr Jr.» entre outros,
(1962 a 1964) e o Política e Negócios os quais formavam parte da liderança do
(1962-1963). IPES. Vide as atas das reuniões do IPES
134. Elizabeih Carneiro Campos testemu­ CE. 30 de agosto dc 1962. O IBAD fun­
nhou frente à CPI sobre as atividades do cionava no número 271. da ruo Marechal
IBAD c do IPES que Menezes Cortes es­ Câmara, apartamento 801. Rio dc Janei­
tava ligado a Ivan Hasslocher, como foi ro. A Promotion S.A. funcionava no mes­
publicado em O Estado de São Paulo, 30 mo prédio.
de agosto de 1963. O grupo IBAD/ADEP/ 138. C, HASENBALG & C. BRIGAGAO.
Promotion S.A. estabeleceu também uma Formação do empresário financeiro no
poderosa rede de apoio na área rural e Brasil. Dados. Rio de Janeiro (8):8l-4,
nas capitais do norte, nordeste c centro- HJPERJ, 1971.
sul. Contavam-se entre seus associados e 139. Samuel FINER. Privale industry and
patrocinadores, Fernando Costa — dire­ political powcr. In: Ramsay Muir lecturc.
tor do serviço médico do IBAD no nordes­ Grã-Bretanha, Pall Mall Pamphkt, 1948.
te, Salvador da Grasia — Porto Alegre, p. 19.
Ezcquicl Menezes. Álcio Borba. Milton
140. A. GRAMSCI op. cil. p. 185.
Mota Fernandes e Homem Pereira — to­
dos do Ceará. Geraldo Afonso. Wober Lo­ 141. Entrevista com o Marechal Cordeiro
pes Pinheiro. Augusto Alves Rocha. Ilo de Farias, no Rio dc Janeiro em 16 de ju­
Fernandes Costa e Francisco Damas Gue­ nho de 1976. Vide Cordeiro dc FARIAS.
des — todos do Rio Grande do Norte. Or­ A segurança nacional no panorama mun­
lando Paraim, Antônio Corrêa Oliveira e dial da atualidade. ESG. Documento n. C-
A dei Ido Coutinho Beltrão — todos de Per­ 01-61 p. 19-20. Falando h ESG. o General
nambuco. Ib Gaito Falcão e Everaldo Ma­ Cordeiro de Farias declarou que "Lado a
cedo de Almeida — de Alagoas. José Gre- * lado com chefes e oficiais das trés forças,
gório da Fonseca — vice-preíeito de Três encontramos aqui civis, vitoriosos em suas
Rios, vital centro operacional para o golpe diferentes atividades, os quais, após um
ano dc trabalho em comum, devem partir
militar de 1964. e diretor do jornal local,
juntos, tendo cm mente uma idéia clara de
o Correio Trirriense. Kerman Nunes de
sua missão, qual seja, a de soldados côns­
Matos. Audálio Antônio Cândido e João
cios desta cruzada que se apresenta como
Batista Teixeira Filho — todos de Três
a implantação cm nosso país dos postula­
Rios. Murilo Dantas, José Teixeira Macha­
dos de Segurança Nacional". Apesar de re­
do. Edson Brasil e Francisco Costa Gar-
conhecer que a ESG, em sua curta existên­
cez — de Sergipe, e João Mendes Neto, cia, não tivera tempo bastante para "in­
Germano Machado. Oscbt Cardoso e Epa- fluenciar o Brasil", o General Cordeiro de
minondas Moncorvo — todos da Bahia. Farias eslava "convencido de que tempo
135. Depoimento de Oscar Junqueira na virá, c breve, quando n ESG, cm decorrên­
CPI sobre o complexo IPES/IBAD. Publi­ cia dos estudos que realiza, sem distorções
cado em O Estado de São Paulo, 14 de dogmáticas mas, antes dc tudo, como um
outubro de 1963. centro para debates, marcará sua existên­
136. O CPI do IBAD. O Estado de São cia como o impulsionador de nosso pro­
Paulo, 1963. gresso**.

124
CAPITULO IV

A CRISE DO POPULISMO

Introdução

Este capítulo diz respeito à percepção1 que as frações econômicas dominantes


tiveram da conjuntura crítica do início da década de sessenta. Ele descreve tam­
bém os interesses c demandas conflitantes que foram impostos ao sistema político
e ao regime populista por duas forças sociais fundamentais: os interesses sócío-
econômicos multinacionais associados e as classes trabalhadoras mobilizadas, li­
deradas por um Executivo nacional-reformista.2
O objetivo inicial dos interesses multinacionais e associados era o de com­
partilhar o poder com a convergência de classe populista que controlava o Estado.
Durante a presidência de Juscelino Kubitschek as companhias multinacionais con­
seguiram contornar os canais corporativistas de articulação de interesses sob a
forma de uma administração paralela, bem como promover suas demandas gerais
através de novas associações de pressão classista. Ao mesmo tempo, elas apoiavam
a contenção das classes populares através de formas de limitada mobilização po­
lítica. O governo de Juscelino Kubitschek também deixou um espaço político para
a integração de certos setores das classes trabalhadoras industriais urbanas e a
satisfação das camadas intermediárias, permitindo a continuidade do controle
total das massas trabalhadoras rurais. Tal "conciliação'* múltipla de interesses e
pressões diversificadas, como a que foi alicerce e expressão da administração de
Juscelino Kubitschek, não se repeliria após seu governo. De certa forma, o pe­
ríodo configurou-se como a mais efetiva expressão sócio-econômica e política do
populismo.3 Porém, ao final da década de cinquenta, as incoerências estruturais
da convergência de classe populista começaram a aflorar.

1. O período de transição das táticas de lobbying ao governo

O governo populista de Juscelino Kubitschek. conduzido pelo PSD, chegou ao


seu fim em 1960. A candidatura de Jânio Quadros representou a última tentativa
eleitoral civil do grande capital para conseguir compartilhar o poder dc Estado
com o bloco populista vigente. Durante a presidência de Jânio Quadros, o pacto
populista foi levado a extremos, reduzindo o espaço para conciliar as diferenças
entre os grupos dominantes.4 Os interesses multinacionais e associados constituí­
ram, juntamente com o setor de agro-exportação, um bloco modernizante-conser-
vador que tentou ganhar a presidência por intermédio dc um tipo de populismo

125
udenista, apoiado pelo PDC, característico do próprio Jânio Quadros. Esse alinha­
mento rclacionava-se tanto à política externa aberta de Jânio Quadros quanto ao
esforço para arregimentar as massas populares e racionalizar a economia?
A máquina da UDN conseguiu uma “vitória de Pirro" sobre as forças do
PSD nas eleições de 1960. não tanto cm decorrência do desgaste natural do par­
tido do governo anterior ou pela ação dos grupos econômicos dominantes, como
pela fascinação popular pela impressionante demagogia janista? O estado de
espírito foi inteligentemente preparado por cartazes mostrando o símbolo de Jânio
Quadros, a vassoura, e sua intenção declarada de “varrer" o país. Surgiu assim,
por um breve período, um elemento de "cesarismo” eleitoral dentro do cenário
político brasileiro, com a figura de |ânio Quadros como ditador do campo de
batalha eleitoral. Enquanto esse último era deito com sua plataforma. Milton
Campos, seu companheiro de chapa e jurista de Minas Gerais, considerado a
expressão de forças tradicionais que haviam dominado o país, era rejeitado pelo
voto popular para o cargo de vice-presidente. Ao invés disso, a vice-presidcncia
ficou com )oão Goulart, candidato de uma coalizão de forças liderada pelo PTB,
herdeiro político aparente de Getúlio Vargas, eleito maciçamente por seu posi-
cionameoto público distributivo e reformista/
O companheiro de chapa de João Goulart, Marechal Henrique Teixeira Lott,
candidato à presidência apoiado pelo PSD, foi derrotado. Pela terceira vez conse­
cutiva desde a experiência com o Marechal Euríco Gaspar Dutra, que se tornara
presidente após a queda do Estado Novo, os brasileiros negavam a presidência u
um oficial militar.* O veredicto das umas mostrava que a população brasileira,
quando consultada, apoiava uma combinação de reformas populares sociais, de
desenvolvimento nacionalista e de austeridade e eficiência administrativas. Essa
combinação de demandas estava longe da ordem econômica vislumbrada pelos
interesses empresariais multinacionais c associados e da noção de “progresso"
internalizada pela classe média alta.
Contudo, não tardou a se tomar evidente que outras forças e diretrizes polí­
ticas se movimentavam encobertas pela retórica janista. Logo após sua eleição,
Jânio Quadros recebeu do CONCLAP um importante documento. Sugestões para
uma política nacional de desenvolvimento.9 O documento exigia a reafirmação do
papel da empresa privada e do capital estrangeiro no planejamento do desenvol­
vimento, o controle da mobilização popular e da intervenção estatal na economia,
a redefinição das funções do Estado, medidas contra a inflação e uma readequa-
çfio da administração pública. O documento foi entregue ao presidente por Enéas
de Almeida Fontes e Jorge Behring de Mattos, líderes do CONCLAP, com o apoio
de J. A. Bezerra de Medeiros, Paulo Ferraz, Lair Bocaiúva Bessa, J. B. Leopoldo
Figueiredo, Lauro Carvalho, A. Xavier da Silva, Oscar de Oliveira, Hamilton
Ferreira, A. Ribeiro Neto, A. J. Ferreira Dias. M. Milcíadcs Sá Freire de Souza
c Nei Lauda. As diretrizes políticas sugeridas pelo documento inspiraram o go-
governo de Jânio Quadros e seriam mais tarde princípios básicos do programa
das classes empresariais em sua campanha contra João Goulart.
Jânio Quadros compôs um Executivo que satisfez as forças sócio-cconômicas
modernizante-conservadoras. Importantes grupos económicos multinacionais e as­
sociados, influentes associações de classe empresariais, membros da CONSULTEC
e o núcleo da ESG foram incluídos em seu ministério, na administração pública c
ocuparam os postos de comando dentro da hierarquia militar. A administração
paralela de Juscelino Kubitschek tomava-se governo com Jânio Quadros.

J26
Incluíam-se em seu ministério*. Clemente Mariani (Banco da Bahia, Light S.A.
— grupo Morgan), Ministro do Tesouro; Arthur Bemardes Filho (The Royal Bank
of Conada, Westinghouse — grupo Mellon e Banco do Comércio), Ministro da
Indústria e Comércio; Walter Moreira Salles (grupo financeiro-industrial Moreira
Sallcs, ligado ao grupo Rockefeller), embaixador do Brasil nos Estados Unidos;
Oscar Pedroso Horta (grupo Mellon), Ministro da Justiça; Francisco Carlos de
Castro Neves (FIESP), Ministro do Trabalho, e Caio Mário da Silva Pereira, ex-
advogado da Hanna Mining e que se tomou Consultor Geral da República.1*
Também compunham a administração o empresário João Baptista Leopoldo Fi­
gueiredo (membro ativo das American Chambers of Commerce e líder do CON-
CL AP), designado para a presidência do Banco do Brasil, e o empresário Paulo
Ayres Filho (membro ativo da FIESP e das American Chambers of Commerce),
para a direção do mesmo banco. A administração contou também com a experiên­
cia e assessoria dos empresários e tecno-empresários: Lucas Lopes, J. L. Bulhões
Pedreira (coordenador da Comissão de Assessoria Técnica do presidente), Octávio
Gouveia de Bulhões, José Garrido Torres c Roberto de Oliveira Campos (que
atuou também como embaixador itinerante), todos eles membros da CONSUL-
TEC. O governo de Jânio Quadros foi apoiado militarmente pelos fundadores e
ideólogos da ESG, Coronel Golbery do Couto e Silva, Chefe de Gabinete da
Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional (auxiliado pelo Tenente
Heitor de Aquino Ferreira, pelo Tenente-Coronel Mário Andreazza e pelo Tenente-
Coronel João Baptista Figueiredo, sobrinho do presidente do Banco do Brasil e
filho do General Euclides de Figueiredo), Tenente-Coronel Walter Pires de Car­
valho e Albuquerque, do Serviço Federal de Informações e Contra-Informações
— SFICI, General Cordeiro de Farias, que presidiu o Estado Maior das Forçis
Armadas, auxiliado pelo Coronel Ernesto Geisel como chefe do Serviço de Infor­
mações do Exército e comandante da guarnição-chave sediada em Brasília.11
Jânio Quadros contou ainda com o apoio do General Orlando Geisel, da ESG
e do IBAD, irmão de Ernesto Geisel e que se tomou Chefe de Gabinete e Chefe
de Estado Maior do Ministro da Guerra, Marechal Odílio Denys, do General
Idálio Sardenberg, presidente da Petrobrás, e do General Ademar de Queiroz,
comandante da importante guarnição da Vila Militar do Rio de Janeiro. O General
Ademar de Queiroz tomou-se também o subcomandante do Estado Maior do
Exército?*’ Outra característica desse período foi a colocação em postos-chave de
comando ou de formação de opinião de outros oficiais que apoiavam os líderes
de direita das Forças Armadas e favoreciam medidas fortes contra a organização
política das forças populares. Assim, o General Hugo Panasco Alvim tomou-se
assistente da ESG, o General João Punaro Bley, do IBAD, tomou-se diretor do
Serviço Social do Exército, o General Sizeno Sarmento (lacerdista) foi indicado
Comandante da Polícia de São Paulo, o General Inácio Rolim, do IBAD, tomou-
se diretor do Clube Militar, o General Pedro Geraldo de Almeida, esguiano, foi
escolhido Chefe da Casa Militar do Presidente, o Brigadeiro Carlos Alberto Huet
de Oliveira (ESG), diretor da Escola da Aeronáutica, o Brigadeiro Ismar Brasil
(IBAD), comandante do Estado Maior da Aeronáutica, o Brigadeiro Clóvis Tra­
vassos (ideólogo geopolítico da ESG), diretor da Aviação Civil, e o General Décio
Palmeiro Escobar (IBAD) foi designado para o Departamento de Provisão do
Exército. Ao indicar o Marechal Odílio Denys Ministro do Exército, o Almirante
Sílvio Hcck Ministro da Marinha e o Brigadeiro Gabriel Grun Moss, do IBAD,

127
Ministro da Aeronáutica. Jânio Quadros coroou seu apoio militar com os lideres
dc direita das Forças Armadas.
O governo de Jânio Quadros expressou bem a nova relação das (orças sociais
c grupos económicos de poder em ascensão, ao passo que suas diretrizes políticas
compatibilizavam-se com as recomendações de grupos de interesses empresariais.'*
Não íoi por acaso que ele se destacou positivamcnte entre os governos eleitos de­
pois de 1945 na opinião dos oficiais da ESG. Ele se mostrou aos olhos do grupo
da ESG como “a negação da demagogia e. consequentemente, do populismo;
apesar de ter sido ele mesmo um populista, arriscou suas oportunidades eleitorais
contra os herdeiros do getulismo. contra a esquerda e a demagogia governamen­
tal”.1* Essa visão correspondia à do tecno-empresário Paulo Ayres Filho, para
quem “A eleição de lànio Quadros para presidente, no fim de 1960. poderia ter
fortalecido a posição democrática no Brasil em decorrência de sua visão correta
dos problemas brasileiros. Ele se dispunha a estabelecer um regime dc austeridade
c autoridade na administração pública, a racionalizar as atividades governamentais
c lutar contra a inflação. Ainda mais, ele havia conseguido um apoio popular
sólido que lhe outorgava autoridade inquestionável sobre todos os grupos sociais
e políticos, apesar dc não haver sido apoiado em sua campanha pelo Partido
Comunista (que apoiara o Marechal Lou)”.'
Transcorridos os primeiros meses do governo de Jânio Quadros, tornou-se
claro que seu “populismo udenista” não conseguiria produzir as medidas de
crescimento distributivo esperadas pelas forças populares lânio Quadros havia
herdado tanto uma economia enfraquecidu em parte pelas diretrizes políticas de
fuscclino Kubitschek de promover um crescimento “acelerado”, quanto uma bu
rocracia c vícios administrativos populistas que se tornavam cada vez mais ina­
dequados âs necessidades do bloco multinacional e do grande capital local- Um
relatório da Embaixada Americana que trazia uma análise dc Herbert K. May.
adido do Departamento de Finanças, concluía que o Banco do Brasil praticamenie
não possuía divisas estrangeiras, c que o governo dc Juscclino Kubitschek havia
“esgotado todos os recursos ‘éticos’ c ‘não-éticos’ de que dispunha para cobrir o
déficit da balança de pagamentos, permitindo que esse deixasse o cargo no dia 31
de janeiro com as finanças cm aparente liquidez”.1’1 Um legado de problemas
aguardava lânio Quadros, incluindo a inflação que se tornava incontrolável. a
estagnação agrária dificuldades na balança de pagamentos, bem como a exaustão
do mercado de consumo dc bens duráveis que beneficiava a classe média alta.17
O cenário económico complicou-se ainda mais em decorrência de aconteci­
mentos dc natureza política. Sob a presidência de Juscclino Kubitschek, o complexo
sindical petebista havia sido uma parte ambígua da estrutura dc autoridade, já
que podia-se dizer que o P7B havia sido criado pelo Estado c os sindicatos haviam
sofrido expurgos durante a administração do presidente Dutra. Mas, a partir da
revogação dos “otcslodos ideológicos” dc 1951. u natureza da liderança dos sin­
dicatos começou a mudar, apesar dc ler-se passado algum tempo antes que essas
mudanças se expressossem em organizações nacionais. Por intermédio do patrocínio
ativo de João Goulart, vice-presidente de Juscclino Kubitschek. as novas forças
ideológicas começaram a obter expressão organizacional. Em 1956 c 1957 reali­
zaram-se congressos trabalhistas nacionais em categorias específicas. Em 1958,
realizaram-sc cerca de doze encontros estaduais dc trabalhadores, número este
que subiu a quatorze cm 1959 c dezesseis cm 1960. Nessa época, congressos nacio­
nais dc líderes sindicais já haviam recomeçado sua atuação a partir dc onde haviam

128
parado treze anos antes, com a diferença de que agora os congressos se reorga­
nizavam cm meio a umu classe trabalhadora industrial que havia se multiplicado
e que se achava relativamente concentrada em termos regionais.1’ O incipiente
movimento sindical começou a entrar em sérios atritos com certos aspectos da
estrutura sindica) vertical, reduzindo as condições que haviam permitido a mani­
pulação da massa.
O movimento sindical havia se tornado, aos olhos da comunidade empresa­
rial, um fator de desorganização no momento da ascensão de Jânio Quadros à
presidência, pois certos sindicatos e líderes sindicais exigiam uma mudança social.
Ademais, os representantes de interesses multinacionais associados e do comércio
agro-exportador que haviam apoiado Jânio Quadros, mas não João Goulart, acha-
vam-se bloqucudos em decorrência de sua involuntária coalizão governamental
com o PTB, a qual foram obrigados a aceitar por força do resultado das eleições.
Eles foram incapazes de formar um governo empresarial estável, coibidos pela
crescente participação popular na política. Além disso. Jânio Quadros sofreu uma
resistência ativa por parte dc setores oligárquicos dentro do PSD e de outros par­
tidos menores, tendo também de enfrentar conflitos de poder dentro dos próprios
partidos que o apoiaram, o que gerou dificuldades para seu governo junto ao
Congresso. O seu fracasso em corresponder às crescentes expectativas da ciasse
média, juntaniente com inadequações burocráticas, também dificultou ao Executivo
a realização das reformas exigidas pela grande comunidade industrial. Tais re­
formas envolviam sacrifícios das classes trabalhadoras e fortes limitações eco­
nômicas e políticas a setores oligárquicos tradicionais, bem como a interesses
industriais locais de porte médio.
Os interesses multinacionais e associados tornaram-se cientes da impossibili­
dade de conseguirem o necessário reajuste extensivo da economia e da administra­
ção dentro de uma sociedade “pluralista” e de um sistema político eleitoral. Tal
sistema. apesar de restrito, era aberto a interesses e pressões conflitantes que, se­
gundo a política comum do populismo, deviam ser parcialmente conciliados?*
Jânio Quadros tentou contornar a estrutura populista, primeiramente através dos
famosos “bilhettnhos” que visavam a minar os baluartes políticos e burocráticos
da ineficiência e os interesses tradicionais, e mais tarde através de uma audaciosa
e aventureira manobra político-militar.
Em agosto de 1961, após um efêmero governo de sete meses. Jânio Quadros,
baseando-se mais em seu suposto carisma e menos numa efetiva autoridade, re­
nunciou, na esperança dc conseguir um mandato Bonapartista-civil por intermédio
de um retorno ao governo ouvindo os apelos das classes médias. Ele também es­
perava o respaldo de empresários e o apoio resoluto de uma coalizão militar, que
o capacitariam a impor soluções econômicas e políticas às demandas conflitantes.
E isso acontecia enquanto seu vice-presidente sc achava convenientemente em
missão de boa vontade e comercial na China. Nem a maioria dos empresários
nem seu próprio bloco partidário estava pronto a apoiá-lo. Nem mesmo seus pró­
prios ministros-chave, Denys, Heck e Grun Moss, estavam dispostos a assinar em
branco um tal cheque político para uma figuro errática e excêntrica como a de
Jânio Quadros.2* Ele não foi reconduzido ao governo. Houve, inclusive, uma ex­
trema indiferença popular quanto a seu destino político. Com sua renúncia, o
campo político encontrou-se mais uma vez amplamente aberto. A contraditória
fórmula populista-udenisla do bloco modcrnizante-conservador desorganizou-se,
com os flancos do regime aparentemente abertos a um Executivo nacionalista-

129
reformista. Inesperadamente, João Goulart tomou-se presidente, contrariamente
às expectativas dos empresários multinacionais e associados, bem como da es­
trutura militar de direita. Com a ascensão de João Goulart ao governo, o bloco
multinacional associado, que estava na iminência de perder sua posição econô­
mica privilegiada, preparou-se para restringir as demandas populares c reprimir os
interesses tradicionais pela imposição de meios extrapolíticos.21 Os interesses
multinacionais e associados começaram a articular um bloco civil-militar de ten­
dências cesaristas que, no fim, tanto subverteria a ordem política populista quanto
conteria as aspirações nacional-reformistas/ 2

2. A ascensão de um Executivo nacional-reformista

Após a renúncia de Jânio Quadros, a ascensão de João Goulart à presidência


foi quase impedida por uma mal preparada manobra militar/2 A tentativa de
evitar que João Goulart tomasse posse foi travada por um bloco de poder popular,
do qual participavam a burguesia industrial de porte médio, os setores agrários do
sul do país e políticos tradicionais que se opunham às demandas dos militares da
ESG e aos interesses multinacionais e associados.*4 Chegou-se a um acordo, fixan­
do-se a presidência a um programa de inspiração pessedista e impondo-se um
regime parlamentar que. efetivamente, limitou o poder de João Goulart.'*0 A es­
trutura populista logrou êxito em sua tentativa de refrear João Goulart c em con­
ter o bloco modemizante-conscrvador, que começou a procurar outras soluções
para o impasse.
Após o fiasco do golpe de 1961 e favorecido pelos ressentimentos populares
expressados naquela conjuntura política, surgiu um novo equilíbrio de forças so­
ciais; a partir daí, o Executivo de João Goulart foi capaz de tomar um rumo na­
cional-reformista. apoiado pelas classes trabalhadoras mobilizadas contra o que
cada vez mais parecia ser a formação de um bloco de poder UDN-PSD. João
Goulart livrou-se da camisa-de-força parlamentar em janeiro de 1963, quando o
Brasil voltou ao regime presidencial, regime este liderado por um bloco de poder
que visava uma sociedade pluralista/* Durante esse processo de volta ao regime
presidencial, a incipiente crise de hegemonia dentro das classes dominantes tor­
nou-se nítida, refletindo-se parcialmente na dificuldade sempre maior de se con­
seguir formar ministérios viáveis/7
Em suas tentativas de levar o governo brasileiro a trilhar um caminho nacio­
nal-reformista, João Goulart procurou um apoio mais abrangente do que o das
forças populares em geral. O posicionamento nacionalista-reformista foi também
favorecido pela pequena e média burguesia industrial local que visava a atingir
mercados de baixo poder aquisitivo, bem como pelo setor agrário que produzia
gêneros alimentícios para o mercado interno. Esses setores tentavam, por inter­
médio de um apelo nacionalista e reformista junto à massa, alargar suas bases
sociais por razões econômicas próprias. Eles sentiam a pressão do caráter con-
centracionista do processo de expansão capitalista no Brasil, o que estimulava a
deterioração dos salários reais das classes trabalhadoras urbanas. Por outro lado,
o consumo de bens duráveis produzidos pelos novos setores industriais (auto­
móveis. aparelhos eletrodomésticos), era assegurado por esse mesmo caráter con-
centracionista da economia, assim como pela formação muito difundida das novas

130
ocupações tipicamente classe média que serviam à nova estrutura de produção,
ou seja, à burguesia tecnoprofissional.”
Ao tentar reorganizar a correlação das forças econômicas dentro das classes
dominantes, os setores industriais e agrários já mencionados quebraram objetiva­
mente a convergência de classe populista tradicional, assim como seu marco ideo­
lógico-institucional.” A tentativa de se reconstituir o sistema e regime político
brasileiro envolveu então a composição de um novo bloco de poder agro-industrial,
apoiado pelas classes trabalhadoras urbanas e pelo campesinato mobilizado. Esses
interesses econômicos visavam a atingir o poder do capital transnacional e asso­
ciado. a controlar os empreendimentos agro-exportadores e os setores mais re­
calcitrantes da oligarquia rural.’® Esse bloco modemizante reformista de interesses
agro-industríais encontrou sua expressão política no Executivo petebista de João
Goulart. Ele ganhou ainda o apoio de facções dissidentes da UDN. do PSD c do
PDC. Foi também apoiado por novas organizações nacional legais, como a Frente
Parlamentar Nacionalista — FPN, assim como por um heterogêneo dispositivo
popular-militar nacionalista.31 O bloco nacional-reformista encontrou expressão
também no apelo carismático e ideologicamente discrepante de figuras políticas
populares como Francisco Julião — líder das Ligas Camponesas do Nordeste.
Mauro Borges — governador do Estado tipicamente agrário de Goiás, do jorna­
lista Neiva Moreira, Leonel Brizola — governador do Rio Grande do Sul, Sérgio
Magalhães — líder nacionalista das classes médias, Almino Afonso, Miguel Ar-
raes e Mex da Costa Santos. O novo bloco de poder teve ainda o apoio de inte­
lectuais dc prestígio internacional como, por exemplo, do antropólogo Darci Ri­
beiro, do economista Celso Furtado, do pedagogo Paulo Freire e do sociólogo
Josué dc Castro, que foram dc certo modo “comandantes” ideológicos, mas sem
um exército político efetivo subjacente a suas declarações.
Algumas das medidas tomadas pelo governo de João Goulart, e que distin­
guiram o seu bloco de poder dos governos populistas anteriores, agitando vio­
lentamente os interesses multinacionais e associados, foram:” a lei restringindo
a remessa de lucros pelas companhias multinacionais às suas matrizes, o que, de
certa forma, impedia a saída maciça do capital.” Essa medida implicou também
um controle mais rigoroso das atividades do capital transnacional no Brasil, reti­
rando-lhes os extraordinários privilégios concedidos em grande parte durante a
administração de Juscelino Kubitschek e de fânio Quadros. A partir dessas cláu­
sulas. o capital estrangeiro e o capital nacional seriam tratados em igualdade de
condições. O capital estrangeiro foi definido como os bens, maquinário e equipa­
mentos que entrassem no Brasil destinados à produção de bens ou serviços sem
as despesas iniciais de cobertura cambial, bem como investimentos com dinheiro
em espécie introduzidos para atividades econômicas. Os novos regulamentos exi­
giam que todo capital estrangeiro que entrasse no país fosse registrado na SUMOC,
assim como toda repatriação de capital e remessa de lucros, dividendos, juros,
amortizações, royalties e pagamentos por assistência técnica. O registro do capital
devia ser feito cm moeda corrente do país de origem. Qualquer depósito no ex­
terior devia ser declarado sob pena de ser considerado ilegal, com processo cri­
minal instaurado imediatamente contra as partes inadimplentes. Foi outorgado à
SUMOC o poder de controlar as operações cambiais externas. Bancos pertencentes
a nações que impunham restrições a bancos brasileiros não podiam deter mais de
30% das ações com direito a voto dos bancos nacionais. A remessa anual de
lucros não podia exceder a 10% dos investimentos líquidos registrados. A re-

131
messa que ultrapassasse essa percentagem seria considerada repatriação de capital,
num máximo permitido de 20% anuais. Lucros acimB desse limite seriam consi­
derados capital suplementar e não poderiam ser remetidos, devendo ser reinves­
tidos no Brasil.
As limitações das remessas de royalties (orçaram as companhias multinacio­
nais a fazer exatamente o que haviam evitado durante os períodos de Juscelino
Kubitschek e Jânio Quadros, ou seja, investir capital no pais pelo fato de terem
de reinvestir seus próprios lucros.3* A administração de João Coulart tentou tam­
bém conseguir o monopólio estatal da importação de petróleo e desapropriar as
cinco refinarias privadas do Brasil, assim como rever as concessões de mineração
dadas is corporações multinacionais. Na frente trabalhista, ela tentou reajustar
os salários mínimos, reajustar o poder aquisitivo dos trabalhadores e empregados,
estabelecendo uma polídea de controle de preços e supervisionar a distribuição
dos bens básicos de consumo. Foi decretado também o primeiro e tímido estágio da
Reforma Agrária. Essa reforma visou a desapropriação, com compensação prévia
c efetiva, de áreas não cultivadas localizadas a curta distância de ferrovias e
rodovias. O governo objetivou também controlar e limitar o redesconto bancário,
junto a outras medidas para combater a especulação financeira; quanto à dívida
externa o governo objetivou reescalonar o seu pagamento renegociado com os
países credores. Tais medidas forçaram a comunidade financeira dos Estados
Unidos a aceitar as mesmas condições que os credores europeus. Além disso, o
governo de João Goulart, seguindo as diretrizes iniciais de Jânio Quadros, fixou
uma linha política independente para o Brasil dentro da Organização dos Estados
Americanos, das Nações Unidas e outros organismos internacionais?’ Finalmente,
João Goulart propôs uma reestruturação do sistema tributário baseado na taxação
da reoda. uma reforma eleitoral dando a analfabetos e soldados o direito a voto
e concedendo novamente a sargentos a elegibilidade ao legislativo, bem como uma
reforma do sistema educacional estendendo seus benefícios às classes populares.
Em outras palavras, seu programa era sem dúvida reformista, favorecendo a par­
ticipação popular.

3. A crise político-econômica do populismo '

A industrialização capitalista, que fora financiada pelas políticas inter-rela­


cionadas de associação a capital estrangeiro’* e de aumento constante da explo­
ração da força de trabalho, viu-se imediaiamentc ameaçada pelo Executivo nacio­
nal-reformista e seu programa de desenvolvimento.” Ademais, a política de
expansão que havia impelido o crescimento econômico em fins da década de cin-
qüenta começou a titubear em princípios da década de sessenta no marco de uma
capacidade extrativa decrescente. Ao mesmo tempo, a inflação, que havia sido
mecanismo importante para a industrialização, achava-se fora de controle. Em
uma espiral de preços que subiam, de inflação e de demandas salariais crescentes,
o que estimulou a especulação e investimentos a curto prazo em busca de altos e
imediatos retornos, o planejamento relevante a médio prazo e a eficiência admi­
nistrativa (oram prejudicados. E mais, a inflação teve um duplo efeito negativo
na renda das classes médias. A inflação diminuiu sua capacidade de consumir
bens duráveis, afetando principalmenle os interesses multinacionais e associados
que operavam nesse setor. A inflação prejudicou também o potencial de poupança

132
das classes médias, afetando recursos que esperava-se fossem captados por inter­
médio de bancos privados e agências estatais para o financiamento da industriali­
zação privada.
A forma existente de acumulação, que gerou extrema concentração de ri­
queza, baixa capacidade de emprego c baixos salários, estabeleceu então pontos
de estrangulamento sócio-econômicos regionais. Esses fatores resultariam em uma
instabilidade política que reforçaria a atitude cautelosa da classe empresarial
quanto a investimentos extraordinários ou h expansão de seus negócios. Essa ins­
tabilidade reforçou também entre as classes empresariais a sensação de que acordos
civil-institucionais eram insuficientes e incapazes de conter o nível crescente de
luta de classe. Além disso, os fortes golpes desferidos pelo governo contra os
privilégios do capital estrangeiro contribuíam para uma redução do já baixo
investimento multinacional e para uma atitude apreensiva por parte do grande
capital?* A situação agravou-se para o bloco multinacional e associado quando o
governo começou a se preocupar em melhorar as condições de vida das camadas
populares, bem como em implementar uma distribuição mais eqüitativa dos níveis
crescentes de produtividade resultantes das mudanças tecnológicas do final da
década de cinqüenta. Tentou-se uma distribuição de renda através de aumentos
salariais e, indiretamente, através da alocação de uma parte maior dos recursos
públicos para a educação gratuita, para os serviços de assistência médica gratuita,
para a habitação e transporte público. O governo implementou também uma polí­
tica de controle de preços sobre bens de consumo, ao mesmo tempo que tentava
controlar os lucros desmedidos das companhias multinacionais em áreas vitais
como u de produtos farmacêuticos. Agindo contrariamente às diretrizes anteriores
dc industrialização, que beneficiava a expansão de corporações multinacionais
fornecedoras de um reduzido mercado de alto poder aquisitivo, o governo na­
cional-reformista objetivou redirecionar o tipo de produção, principalmente pro­
dutos alimentícios, vestuário e aparelhos eletrodomésticos básicos. Consequente­
mente, as indústrias de porte médio e os setores agrários, que produziam bens
básicos de consumo para um grande mercado de baixa renda, foram estimulados.
Parecia aos interesses multinacionais e à classe média alta que a fase política e
econômica “fácil” do chamado processo de substituição de importações havia
esgotado tanto as suas possibilidades sócio-económicas quanto as político-civis.
Em decorrência, a economia brasileira estava-se tomando o que foi chamado por
analistas de direita um “sistema político pretoriano” e uma economia de “recursos
escassos”, um eufemismo para as condições políticas e econômicas adversas aos
interesses multinacional-associados e às demandas das classes médias?*
A relativa desaceleração do acentuado aquecimento econômico do período
de Juscelino Kubitschek evidenciou-se por intermédio de vários fatores, como a
redução de investimentos em setores dc proa (bens duráveis de consumo), a di­
minuição na demanda de bens intermediários e de capital, o enfraquecimento de
investimentos públicos nos setores multinacionais e a desagregação do ciclo de
demanda interindustrial?0
As empresas estatais responsáveis pela produção e administração de setores
de infra-estrutura, como petróleo, aço, eletricidade, portos, transporte e constru­
ção, foram as primeiras a decair. Assim, a “ineficiência” do Estado como em­
presário e empreiteiro tornou-se nítida a seus oponentes. Foi também no setor
público que muitas greves foram feitas e onde algumas das demandas políticas
melhor articuladas vieram à tona. Iniciou-se uma espiral viciosa de greves das

133
classes trabalhadoras c de descontentamento das classes médias. Ao diminuir "o
ritmo de desenvolvimento”, tanto as classes trabalhadoras quanto o governo viram-
se sob um forte ataque da mídia e da opinião pública definida a partir dos inte­
resses das classes médias, ataque este habilmente regido pelas classes dominantes.
Ideologicamente, as alternativas delineavam-se claramente pora o bloco popular
c também para as classes dominantes: o estatismo nacional-reformista ou o capital
oligopolÍ5ta multinacional-associado. A estrutura sócio-econômica e sua adminis­
tração populista e o Executivo nacional-reformista foram considerados fenômenos
equivalentes ou interligados e condenados publicamente pelo bloco de poder mul­
tinacional e associado. Diretrizes políticas redistributivas foram rotuladas de "ro­
mânticas”, enquanto que a nacionalização, as medidas estatizantes e a produção
socialmente orientada foram taxadas de ineficientes.
O grande capital exigiu a "estabilização" da economia, compreendendo prin­
cipalmente um controle rígido de salários, medidas para diminuir a inflação e
cortes nas despesas públicas para serviços sociais. O grande capital requereu
também a reorientação de diretrizes económicas favorecendo uma concentração
de renda. Essas medidas favoreciam o crescimento das classes médias como uma
faixa consumidora no ciclo de demanda interindustrial, ao invés de melhorar as
condições de vida das classes trubalhadoras. Tencionou-se criar um dinâmico
mercado de capitais, possibilitando as companhias multinacionais a penetrar nas
carteiras de ações de companhias locais e a começar um novo estágio no processo
dc absorção sob a denominação eufemística de "democratização do capital”. A
bolsa de valores tomar-se-ia também um meio eficiente de se conseguir recursos
das classes médias, que deveriam ser estimuladas a investir suas poupanças atra­
vés de mecanismos instituídos pelo governo. As indústrias de porte médio, favo­
recidas pelo governo de João Goulart, seriam excluídas em nome dos padrões
enunciados por tecno-empresários de "eficiência” do grande capital que conde­
navam não somente as empresas menores como também o seu mercado de consumo
específico. Uma arrecadação compulsória sobre a renda das classes trabalhadoras
por meio das agências estatais seria também usada como fonte de acumulação de
recursos para a capitalização privada.
A industrialização capitalista, do ponto de vista dos interesses multinacionais
e associados, só poderia prosperar sob a bandeira de uma ordem administrativa
de inspiração empresarial e de segurança política. Para as classes dominantes e
seus intelectuais orgânicos, a luta de classe dentro de um sistema de formulação
de diretrizes políticas e tomada de decisão internacionalizadas deveria ser circuns­
crita a limites nacionais seguros.41
Linhas conhecidas de argumentação enfatizaram a "crise econômica” do
período e a "exaustão” do estágio de substituição de importações da industriali­
zação. £ interessante observar que, além desses argumentos, as classes dominantes
perceberam a atuação de outros fenômenos sociais. Isso foi evidenciado por Ro­
berto Campos. Em uma análise preparada para a reunião ministerial de 4 de junho
de 1964, ele explicou que, "em particular, a paralisação do desenvolvimento em
1963 foi consequência de fatores climáticos e sócio-políticos”.4’ Entre os fatores
político-institucionais, Roberto Campos apontou os seguintes:

i) "a tensão política constante criada pela desarmonia entre o Executivo


Federal dc um lado c o Congresso Nacional e governos estaduais de outro, que
levantaram suspeitas quanto às intenções continuístos do presidente João Goulart;

134
b) a tendência cstatizante que ameaçava investidores privados;
c) a infiltração comunista que ameaçava subverter a ordem social e eco­
nômica e
d) a paralisação sucessiva da produção pelos líderes grevistas, frequente­
mente com objetivos políticos claros",4*

Era óbvio que, em meio a tais condições políticas, seria muito difícil asse­
gurar um planejamento económico válido, bem como acuradas projeções da pro­
dução, e empregar a capacidade de acumulação e arbitragem do Estado em favor
da comunidade empresarial.4* Uma outra fase da "substituição de importações"
estava em perspectiva. Com ela vieram as pressões para se substituir o governo
por um regime capaz de impor um consenso entre o capital e obter o consenti­
mento dos trabalhadores.4*
O significado das reformas econômicas, sociais e políticas empreendidas pelo
bloco de poder de João Goulart foi, primeiramente, indicar que o presidente e
seu Executivo estavam, objetivamente, desvencilhando-se do passado populista
que reconciliara as várias frações das classes dominantes e manipulara as classes
trabalhadoras. Havia um posicionamento claro contra várias frações e setores das
classes dominantes em favor da participação dos trabalhadores industriais urbanos,
bem como em favor da mobilização das massas rurais. Em segundo lugar, o
Brasil estava-se afastando da esfera de influência do capital transnacional em de­
corrência das medidas internas de controle das operações das corporações multi­
nacionais e de uma política externa que se afastava do alinhamento hemisférico
automático, mais ainda do que no governo de Jânio Quadros. Em terceiro lugar,
houve um efeito digno de menção. O bloco de poder de João Goulart tentou
moldar um Estado que desempenhasse não somente um papel nacionalista, papel
este que o Estado havia representado durante os governos anteriores em disso­
nância com seu caráter real, mas também funções distributivas e desenvolvimen-
tistas. Exatamente nas circunstâncias em que o aparelho estatal tinha de provar
a realidade de sua suposta autonomia relativa, o que se revelou, no entanto, foi
uma inerente e encoberta sujeição ao capital, contra os trabalhadores. O caráter
de classe do Estado, em contraposição às concretas diretrizes nacional-reformistas
do governo, não podia mais ser dissimulado. Suas funções políticas e econômicas
ficaram a descoberto perante amplos setores do público. Ao forçar as instituições
políticas, militares e burocráticas do Estado a se alinharem com uma parte das
forças sociais conflitantes, a verdadeira natureza das relações sociais no interior
da forma de domínio populista ia tornando-se aparente. As relações de classe
perdiam o seu caráter não-político.4* Após o marcado período de atritos do Es­
tado Novo, iniciava-se o primeiro confronto bem definido entre as classes traba­
lhadoras e o aparelho político das classes dominantes.
A mobilização popular autônoma começou ■ exercer pressão sobre as estru­
turas ideológicas dominantes, revelando a crescente defasagem entre o discurso
nacionalista-reformista e sua intemalização pelas classes trabalhadoras,4’ elevando
o nível da luta de classe.48 Com a ruptura da forma populista de domínio,4* o
bloco oligárquico-industrial compreendeu que estava perdendo politicamente o que
já havia perdido economicamente, isto é, a liderança dos acontecimentos. A in­
satisfação se espalhou no interior do bloco oligárquico-industrial, alieoando o apoio
empresarial e político-militar que havia sido dado a João Goulart, debilitando
assim suas bases de poder. O resultado desse processo foi que o aspecto de insu-

135
laridade do Executivo viu-se reforçado, deixando-o dependente dos trabalhadores
mobilizados, que permaneceram a única e incerta “massa de manobra” política
do governo. A percepção da possibilidade de um Executivo relativamcntc autô­
nomo que fosse capaz de reunir sob seu comando as classes subordinadas ou,
pior ainda, que fosse influenciado por elas, propiciou uma reação política do
conjunto da classe dominante.

4. A percepção da crise de autoridade

O exercício “normal" do domínio político na fase “clássica” do regime po­


pulista. de 1945 a 1960. caracterizou-se por uma combinação de pluralismo e li­
mitação, força e autoridade, coerção e consentimento. Esses elementos se equili­
braram de várias formas durante as sucessivas presidências, sem que a força
substituísse o consenso, como viria a acontecer no regime autoritário militar
pós-1964.v’ Porém, até o início da década de sessenta não houve nem um con­
sentimento hegemónico nem um pluralismo democrático, já que as classes domi­
nantes proscreseram o Partido Comunista, intervieram e expurgaram os sindicatos,
deixando ainda mais de 50% do eleitorado privado do direito de sufrágio èm
decorrência do seu analfabetismo. Apesar dessas limitações políticas, o populismo
foi incrementado de tal forma que a força das classes dominantes parecia em
geral apoiada pelo consenso da maioria do público com direito a expressão e
voto. Partidos dc centro-direita foram capazes, por certo tempo, de expressar
demandas populares, enquanto o PTB apresentava algumas das reivindicações do
povo.
Entre o consenso e a força encontravam-se formas políticas corruptas e frau­
dulentas: o pcleguismo. o coronelismo. o paternalismo, clientclismo, protecionismo
e o apadrinhamento. ’ Essas relações políticas de domínio foram instrumentais
no rápido processo dc industrialização de (uscelino Kubitschek e Jânio Quadros,
período no qual o exercício da hegemonia foi difícil. Medidas restritivas e coerci­
tivas achavam-se na base do que era de fato um regime político autoritário, apesar
dc ser liderado por civis, e que usava a força cautelosamente. Essas formas car-
toriais e patrimoniais de domínio expressavam as tentativas do bloco dc poder
dominante de desarticular as forças sociais antagónicas por intermédio da absor­
ção de seus líderes e da desagregação de suas bases populares, deixando os líderes
alienados da sociedade e as bases populares sem orientação.
Como já foi visto anteriormente, durante o período janista-janguista intensi­
ficaram-se as clivagens sócio-económicas e políticas no interior das classes domi­
nantes. A articulação de interesses dessas classes fragmentou-se e o exercício da
hegemonia tornou-se difícil, senão impossível, em termos empresariais. As difi­
culdades foram traduzidas pela crise de autoridade c dissolução do regime presi­
dencial. pela crise de insubordinação populista e pela ascensão das “massas para
si”?’ Mas. até João Goulart assumir a presidência, foram percebidas somente ma­
nifestações "teatrais” do fenómeno.
O significado e extensão da crise de autoridade e a desintegração dos canais
institucionais e ideológicos de controle, bem como a incapacidade do sistema
partidário existente de desviar o descontentamento popular não passavam desper­
cebidos aos intelectuais orgânicos modernizantc-conscrvadores. Baseando-se em
uma das pesquisas mais abrangentes da sociedade brasileira c seu processo eleitoral

i36
correlato, bem como em uma minuciosa análise das eleições nacionais de 1960,
usando dados comparativos de eleições anteriores, Paulo de Assis Ribeiro, do
escritório técnico CBP, e uma competente equipe de especialistas, observou que
os pré-requisitos funcionais dos partidos políticos deixavam de ser satisfeitos
cada vez mais ampla e frequentemente, que normas sociais enfraqueciam-se e que
idéias políticas já há muito consolidadas achavam-se ameaçadas/* A relevância
desse estudo foi que ele expressou a consciência coletiva do bloco de poder multi­
nacional e associado quanto à situação crítica do início da década de sessenta.
Esse estudo não foi uma análise ex post facto. Ao contrário, ele foi elaborado
como sinal de alarme indicando às classes dominantes que o sistema eleitoral e
institucional achava-se, ■ médio prazo, bloqueado para seus interesses.
Tal estudo sobre o comportamento dos partidos, alianças partidárias e sobre
a composição das chapas eleitorais revelou claramente aos intelectuais orgânicos
modemizante-conservadores que o número de partidos registrados nas eleições
de 1962 (13 partidos “nacionais”), por eles considerado excessivo, anulava a
sua função de reunir o povo ao redor de uma nomeação, programa ou doutrina.
Os partidos de centro e de centro-direita, que haviam até então proporcionado
ao bloco de poder oligárquico-industrial uma articulação semicompetitiva de inte­
resses e uma agregação de pressões, falhavam naquilo que Roberto Campos havia
considerado como característica principal de uma associação política: “unir
aspirações, formar lealdades ao sistema, disciplinar o protesto e regularizar a
transferência de liderança”.** A insuficiência do sistema partidário foi marcada
por sua composição setorial e faccionária com as alianças de somenos importância
e conflitos internos bizantinos que impossibilitavam qualquer ação norteada por
uma visão global e a longo prazo.** Algumas vezes, o que havia sido coordenado
a nível nacional mostrava-se conflitante em âmbito local.14 Segundo o estudo de
Assis Ribeiro, que enfocou singularmente os partidos de centro-direita, não se
exigia a coerência de doutrina entre o candidato e o partido. Após sua escolha,
o candidato considerava-se livre de qualquer promessa prévia, tanto em relação
ao partido quanto ao eleitorado que o havia escolhido. Os mandatos eram consi­
derados patrimônio pessoal. Alianças entre figuras importantes ou facções dentro
dos partidos .não se formavam em decorrência de afinidades ideológicas. O motivo
que determinava alinhamentos partidários, alianças faccionárias e acordos de
grupos era de ordem pessoal ou baseava-se cm cálculos contingentes de natureza
oportunista. Os candidatos de certos partidos pertenciam u diretorias distritais
e mesmo regionais de outro partido. Em eleições importantes, os candidatos prati-
camentc não se relacionavam com o partido sob cuja legenda haviam feito sua
própria campanha. Os candidatos eram escolhidos e apoiados por uma variedade
de alinhamentos, cuja composição ligava-sc à área estadual que eles formalmente
representavam (e que anulava efetivamente seu caráter nacional). Isso levava a
uma enorme confusão na propaganda eleitoral, assim como a contradições entre
os níveis municipais ou estaduais de representação e o nível federal.” Isso signi­
ficava ao mesmo tempo uma perda de expressão política em termos de partidos,
uma falta do programas partidários em âmbito nacional e uma falta de formulação
de diretrizes políticas a longo prazo; pelo contrário, o que se viu foram conflitos
regionais de poder que se expressavam cm alinhamentos instrumentais de curto
alcance. Além disso, o estudo de Assis Ribeiro mostrou que a prática vigente de
alinhamentos corrompia o sentido de todo e qualquer programa partidário e, com
excessão do PSD, UDN c PTB, negava a dimensão nacional de outros partidos.”

137
Outro ponto significativo para o bloco multinacional c associado para o qual
o estudo de Paulo de Assis Ribeiro chamou a atenção (oi o fato de que mesmo
havendo crescimento acentuado do poder econômico das regiões do sul do país,
os centros (inanceiro-industriais urbanos permaneceram com uma representação
não consoante com o seu poderio.” Estabelecendo suas premissas em uma espécie
de “raíson d'économie”, a equipe de Assis Ribeiro concluiu, ao examinar as áreas
de concentração ao redor do Rio e São Paulo, que a população responsável por
mais de 2/3 da renda nacional não possuía poder político para escolher 1/3 dos
representantes, ao passo que cerca de 12% da população brasileira, responsável
por aproximadamente 40% do produto interno, não se achava representada nem
por 10% do Congresso.” Em contraposição ao domínio econômico do grande capi­
tal, os interesses industriais locais de porte médio e os setores agrários controla­
vam uma parcela menor da economia em relação à época do Estado Novo, en­
quanto acumulavam uma maior liderança política, em notável assimetria com sua
base econômica.*1 Os interesses oligárquico-industriais economicamente subal­
ternos conduziam o país, ao passo que o capital transnacional tentava traçar o
curso da economia (cm 1963. São Paulo, centro dos grupos oligopolistas finan­
ceiro-industriais, produziu 57,2% do ingresso da renda industrial da federação).
Tal sub-representação política dos interesses multinacionais e associados, bem
como sua incapacidade de direcionar o sistema político e de modelar, sem que fosse
questionado, o curso de desenvolvimento contribuíram para impelir uma ação
extrapartidária do bloco multinacional e associado.
O estudo de Assis Ribeiro mostrou também a existência de um processo de
“pulverização de partidos” que, juntamente com candidatos que se afastavam dos
programas de seus partidos e a subseqüente necessidade forçada de se formarem
alianças de conveniência e alinhamentos a curto prazo,*’ levavam à formação
de conglomerados políticos heterogêneos e instáveis.'Nesses conglomerados preva­
leceu a linguagem crua das cifras esvaziando assim as tradicionais conversações
e conchavos de governadores e líderes partidários. Além disso, parecia critico
o fato de que, junto a esse processo de decomposição partidária de centro-
direita. houvesse um crescimento consistente do PTB em detrimento do PSD e
da UDN, polarizando opiniões políticas pela introdução de questões ideológicas,
ao invés de assuntos meramente convenientes à sobrevivência política do partido
e seu candidato.**
O estudo de Assis Ribeiro chamou a atenção para a tendência existente entre
o eleitorado de afastar-se do espectro político. O declínio e a insuficiência
dos partidos tradicionais como mecanismos de controle social e mobilização dirigi­
da tornavam-se evidentes.*4 Essa tendência foi confirmada por uma análise da
percentagem de votos obtidos pelos partidos majoritários em três eleições para n
Congresso, o que é ilustrado na Tabela 10.
Assim, os três maiores partidos, que haviam obtido em 1945 78,7% dos
votos, receberam, dezessete anos mais tarde, somente 38,9% deles, enquanto
alianças partidárias obtinham 41%. Por outro lado, o número de votos em branco
subiu de 468.000 (4,8%) em 1954 para 2.149.111 (15%) cm 1962.**
Ainda segundo o estudo, a fragmentação ideológica partidária foi também
salientada pela divisão interna dos partidos de centro-dircila, representando um
esforço frustrado de "adaptar tais partidos ou certos grupos dentro deles a novas
demandas do eleitorado”.**

138
Tabela 10

% dc votos % de votos % de votos


obtidos obtidos obtidos
pelo PSD peh UDN pelo PTB

1945 424 26J 10.1

1954 22.0 13.6 14.9

1962 15*6 113 13.1

Outra questão importante levantada no estudo foi que o complexo de variá­


veis pesquisado apontava para uma oscilação relevante nos padrões de voto do
eleitorado em direção ao PTB. num primeiro estágio.*’ Num segundo estágio
observa-se um movimento do eleitorado para outras formações políticas com uma
definição mais nítida em direção à esquerda. Para esse eleitorado, os canais naturais
eram a recém-formada Frente Parlamentar Nacionalista" e o ainda ilegal Partido
Comunista." O estudo mostrou ainda que as organizações políticas com tendências
nacional-reformistas causavam marcante impressão no eleitorado, com uma pola­
rização concomitante da política, levando à formação de amplas frentes parlamen­
tares que rapidamente aumentavam seu prestígio e importância. Dois blocos
interpartidários surgiram: a Frente Parlamentar Nacionalista — FPN, e a Ação
Democrática Parlamentar — ADP.T* A formação desses conglomerados de repre­
sentantes de vários partidos era um indício do enfraquecimento ideológico de
alguns deles e concomitantemente uma redistribuição e reorientação político-ideo­
lógicas de importantes figuras públicas e grupos. A formação dessas duas frentes
revelou não somente o declínio do alinhamento PSD/PTB (e o pacto de domínio
do aual faziam parte), mas também o eclipse da oposição udenista e a impossibi­
lidade de uma aliança PSD/UDN ser bem sucedida por si própria.
O que parecia ainda perturbador à oligarquia rural, aos empreendimentos
agro-exportadores e aos interesses multinacionais e associados era a capacidade
demonstrada pelo bloco nacional-reformista de alcançar formações mais complexas,
politizadas e definidas ideologicamente sofrendo um ataque da direita em escala
nacional, confirmando assim as tendências expostas no estudo de Assis Ribeiro.
A Frente de Mobilização Popular — FMP foi estabelecida como um bloco extra-
parlamentar organizado a nível nacional, dirigida contra o abuso econômico trans-
nacional, as restritivas estruturas oügárquicas rurais e a organização administrati­
va, cultural e social populista. A FMP. embora pareça paradoxal, baseou sua acão
em alguns dos tradicionais mecanismos de autoridade, tais como as arraigadas
lealdades locais e regionais c a política personalizada. A intensidade do imnacto
da FMP decorria da sua composição como o mais amplo leque nacional dc forças
políticas de orientação ponular atingidas até então. A FMP incluía a Frente Parla­
mentar Nacionalista, as Ligas Camponesas e os sindicatos rurais, o Comando
Geral dos Trabalhadores — CGT, o Pacto de União e a Ação Sindical — PUA,
a União Nacional dos Estudantes — UNE, a Ação Popular — AP, de orientação

139
católica, lendo ainda o apoio de oficiais militares nacional-reformistas c do ilegal
Partido Comunista/1 Para as forças dominantes tomar-se-ia imperativo bloquear
a consolidação da FMP.
Outra observação significativa do estudo de Assis Ribeiro referia-se a uma
consistente perda de controle sobre o voto rural, minando assim o baluarte
pessedistaJ- Demonstrou também que um voto potencial dos analfabetos tenderia
firmemente para a esquerda, observando que a concessão do direito de voto
aos analfabetos representava uma séria ameaça aos partidos do centro/3 O estudo
assinalou que os analfabetos ou pessoas recém-alfabetizadas votariam com a
esquerda, reforçando a tendência geral do eleitorado de sc afastar dos grandes
partidos de centro. Ficou claro que a possibilidade de uma rápida alfabetização
de um grande número de pessoas, apesar de ser um fato discutível do ponto de
vista dc planejamento educacional permanente, poderia ter consequências políticas
imediatas. O estudo observou também que se o método Paulo Freire fosse adotado
em larga escala no nordeste, o aumento na percentagem de eleitores politizados,
apesar de superficialmente alfabetizados, perturbaria seriamente as relações parti­
dárias existentes/1
As conclusões políticas globais a serem extraídas do.exaustivo estudo de Assis
Ribeiro eram bem óbvias. O sistema político impcranlc e as classes dominantes
cm seu conjunto enfrentavam uma crise básica. As classes subordinadas conseguiam
flanquear a estrutura autoritârio-corporativista.** Mas cm razão da natureza de
sues atividades, expressadas antes de mais nada em termos sindicalistas, as classes
subordinadas não foram capazes de fomentar uma crise orgânica das estruturas
de domínio/** Contudo, foi justamente essa irrupção de atividade política no inte­
rior das classes subordinadas que impeliu o embaixador Lineoln Gordon a
denunciar a “agressão interna” de “maiorias organizadas” cm sua palestra na ESG
em 1962: “Não existem provas em todas as partes dc uma sistemática infiltração
comunista nas universidades e nos grupos estudantis, nos sindicatos e nos meios
dc comunicação, no serviço público e nos partidos políticos?”’7
A fragilidade política e ideológica da sociedade civil oligárquico-industrial
populista7* parecia tão intensa que as classes dominantes atribuíram, ao que era
reJativamenlc um baixo grau de participação e mobilização política/’ um sério
potencial dc ameaça, suficientemente severo para reunir a burguesia numa ação
agressiva, ou no que foi por elas qualificado de golpe defensivo. Esse sentimento
dc insegurança das classes dominantes foi externado por José Ulpiano de Almeida
Prado, membro da grande burguesia agroindústria) integrante do Conselho \de
Associações Comerciais do Estado de São Paulo e militante representativo dos
intelectuais modcmizanlc-conservadores cm sua campanha contra o governo de
João Goulori. Almeida Prado preveniu que ”o Brasil está atravessando um mo­
mento dc profunda gravidade, no qual a aceleração de seu desenvolvimento eco­
nômico está sendo travada por poderosas forças de desorganização”.''1
A mobilização de massa era basicamente “inorgânica". No entanto, a passa­
gem do anonimato para a identidade, do estágio econômico corporativo para
um estado de consciência política dc classe, embora mediado por pelegos e somen­
te em forma incipiente através dos intelectuais orgânicos das classes trabalhadoras.
Já apresentava os “problemas do papel do sindicato perante o Estado e o Partido,
os problemas da relação entre o sindicalismo e a sociedade política”.*' Ademais,
os novos níveis de mobilização popular coincidiram com a falta dc consenso
no seio das classes dominantes, onde o bloco multinacional-associado agia polili-

140
cimente contra as classes governamentais tradicionais para destituí-las de seu
poder de Estado.*' Esse ataque bifrontal” contra a estrutura política e sócio-
económica populista favoreceu a insularidade em expansão do Executivo petebista-
reformista, uma autonomia que as classes dominantes brasileiras nunca haviam
permitido antes e não permitiriam novamente nesse específico momento histórico.**
O que estava se tomando a questão política crucial era o fato de que o popu­
lismo era transformado em meio a essa luta de classe, passando de uma forma
de manipulação (articulação de consentimento) para uma forma de participação
(expressão de demandas), para a qual os novos centros de ação política, além dos
partidos tradicionais, podiam apelar?' Ademais, foi através da própria estrutura
política e do tegumento social-populista que as forças sociais trabalhadoras urba­
nas lutaram para se tomar uma classe política. Foi no curso desse processo que
vieram à tona os limites históricos e deficiências políticas, ou as posições necessa­
riamente "economicistas”** das classes trabalhadoras e sua liderança estabelecida.
Foi somente quando o populismo se tomou uma forma de participação que
deflagrou a crise. Tal ocorria à medida que o populismo perdia uma parte subs­
tancial de seu caráter manipulador e os políticos tradicionais perdiam o controle
dos sentimentos populares. As premissas ideológicas do pacto de domínio que
assumiam o povo como ator central começavam a ser cobradas politicamente e o
discurso ideológico dominante começava a ser implementado pela práxis política
das classes subordinadas. Tal ruptura político-ideológica continha em si a ameaça
de subversão denunciada pelo conjunto das classes dominantes e suas camadas
auxiliares A esses acontecimentos relacionava-se a denúncia da "irresponsabilida­
de” de loão Goulart. Ele. o grande proprietário de terra e político formado dentro
da tradição populista, foi condenado pela burguesia como traidor de sua classe.
Iniciou-se um amplo ataque ao populismo. O cTtscente descontentamento
político quanto às condições sócio-cconômicas das classes trabalhadoras, bem
como as novas demandas do grande capital, forçaram-nas à ação política, exacer­
bando a luta de classe e, por sua vez, tornando-se um importante fator na
"recessão” de 1963?1 A luta que sc desencadeou foi travada a nível das relações
de produção da base industrial urbana e dos serviços públicos, repercutindo na
estrutura das relações sociais de domínio. As massas trabalhadoras urbanas de­
nunciaram o pacto populista; elas nao participavam dos lucros que advinham do
aumento de produtividade"" c sentiam também a deterioração de seu nível anterior
de participação na renda nacional global?* O efeito de tal deterioração havia
sido obscurecido pela intensa migração da massa rural para áreas de trabalho
e para ocupações urbanas que proporcionassem uma melhoria relativa em suas
condições de vida?0 O aumento da taxa de exploração só (oi detido quando os
trabalhadores começaram a se valer de seu poder político?1 As lutas reivindicató-
rias unificaram as classes trabalhadoras. Empregados públicos e privados e traba­
lhadores rurais uniram suas demandas às dos trabalhadores industriais.
A pequena e média burguesia condenava o pacto social populista por ter-se
"esgotado” e por seu clima de desorganização. A burguesia profissional, os qua­
dros médio e superior das Forças Armadas e a tecnoburocracia condenavam-no
em decorrência de uma relativa depreciação em seus salários e uma crescente inse­
gurança em seu status,*' que eles consideravam ameaçado pelo crescente
movimento de massa c a incipiente agitação nos baixos escalões de suas respecti­
vas hierarquias. Uma grande parte dessa agitação era fomentada por agentes
provocadores dc direita, agindo com o intuito de causar um confronto decisivo

141
entre o governo e as forças populares?1 A oligarquia rural temia uma mobilização
das massas camponesas e se sentia aterrorizada pelo fantasma da reforma agrária;
a burguesia agrária registrava o impacto das pressões sobre o comércio e temia
que seus rendimentos fossem utilizados como subsídios para a industrialização
local que necessitava de capital. A burguesia financeiro-industrial sentia a ameaça
lançada pelas classes trabalhadoras, cada vez mais inquietas e organizadas, a
seus entrincheirados privilégios?4 As várias frações e setores das classes domi­
nantes moveram-se em direção a uma reconciliação política quanto a suas deman­
das conflitantes, reagindo firmemente e de forma unificada À "emergência da so­
ciedade de massa", o que a totalidade das classes dominantes percebia como sendo
a erosão da ordem capitalista." Os políticos não chegaram a rejeitar as regras
do pacto populista que proporcionava o terreno no qual eles existiam, mas con­
denavam o governo por ter inutilizado a ação política de rotinízação e conciliação
dos partidos ao permitir que as classes trabalhadoras fossem mobilizadas além
de seus meios tradicionais de controle. A radicalização da crise, isto é, sua trans­
formação em uma crise de domínio, provocou significativas mudanças no universo
ideológico das Forças Armadas em direção a uma atitude intervencionista respon­
dendo a disposições constitucionais e, conseqüentemcnte, dentro do que era con­
siderado um marco "legal”. O abandono de posições leais ao governo e ao próprio
presidente por parte dos oficiais militares, bem como a generalização da atitude
intervencionista** dentro dos altos e médios escalões, dependiam de vários fatores.
A intervenção militar dependia do grau de manipulação e controle que os oficiais
exerciam sobre os escalões inferiores e sua capacidade de manter uma unidade
político-operacional quando em ação. A maior parte dos militares das Forças
Armadas, que anteriormente só contemplava a disputa político-ideológica entre
as facções nacional-reformista e desenvolvimentista-associada, agora procura­
va ativamente ou em sua maioria aprovava a formação de um Estado Maior
antipopulista, a partir do momento em que suas prerrogativas e seus valores
organizacionais eram atacados. O estímulo imediato para a ação veio de sua
percepção do nível de "deterioração" corporativa e organizacional e de um declí­
nio em seu próprio padrão de vida material. A intervenção militar foi descrita,
conduzida e percebida como uma "ação salvacionista” legitimada pela doutrina de
segurança nacional disseminada em grande parte pela ESG?’ E mais ainda, uma
grande parcela dos militares sentia que o governo deixara de se comportar ade­
quadamente, em termos constitucionais,** justificando sua própria intervenção
como sendo "dentro dos limites da lei".
Com a desagregação política do bloco histórico populista, outro problema
significativo apareceu: a convergência de classe que havia controlado o Estado
e dominado a sociedade teve de reconhecer a sua perda de poder, ou ser conven­
cida de que não mais possuía o controle. Classes, frações e blocos não conseguem
ser homogéneos por um tempo indefinido e sua queda constitui mais do que
um problema de "decadência política". O estabelecimento de um novo bloco de
poder multinacional dentro do Estado não foi um fenômeno mecânico. Não foi
também uma mera "reflexão" de uma situação econômica, mas uma verdadeira
iniciativa de classe.** O golpe final contra o populismo foi descarregado por uma
política de desestabilização, pela ação em grande parte encoberta da burguesia
contra o Executivo e contra as organizadas classes subordinadas. A ação delibera­
da da burguesia envolvia 8 resolução de uma dualidade problemática: a constitui­
ção de um novo sistema hegemônico ou dominante (um Estado em formação).

142
ínicialrr.ente capaz de liderar economicamente. mas não de governar, junta*
mente com a eclosão de uma crise de domínio político, desdobrando-se assim
uma situação favorável para a afirmação política de novas forças sociais. O bloco
de poder multinacional-associado emergente afirmar-se-ia. inicialmente, criticando
•'cientificamente" as diretrizes políticas do bloco histórico populista c envolvendo
a opinião pública em uma cruzada contra o "caos e estagnação, corrupção e sub­
versão".1*’
A vanguarda da poderosa coalizão burguesa antipopulista e antipopular,
localizada nos vários escritórios de consultoria, anéis burocrático-empresariais,
associações de classe dominantes e militares ideologicamente congruentes, benefi­
ciando-se do apoio logístico das forças transnacionais. transformou-se num centro
estratégico de ação política, o complexo IPES/IBAD. luntamente com fundadores
e diplomados da ESG. ele estabeleceu a "crítica das armas",** representando o
momento político-militar da ação burguesa de classe. As classes capitalistas se "uni­
ficariam" sob uma única liderança — o complexo IPES/IBAD — no Estado
Maior da burguesia, como também agiriam sob a bandeira de um único partido
de ordem, as Forças Armadas. A crise de autoridade orgânica e de hegemonia
política seria resolvida por um golpe preventivo empresarial-militar, que visava,
nas palavras de um dos líderes, "a golpear o dispositivo adverso antes de seu
desembarque"?*’
Quando a intervenção militar se efetivou, em resposta à incapacidade civil
de resolver a crise que destruía o regime político tal como havia sido definido
pela constituição de 1946. o que aparentemente se deu foi um momento histórico
de Bonapartismo clássico. Mas seria somente um momento, e como tal enganador,
nu desdobrar de um processo determinado pela disposição das forças políticas
cm seu conjunto. As forças que impeliram o que inicialmente parecia ser uma
ação Bonapartista eram muito mais complexas e consolidadas do que era aparente
de imediato e sua razão de ser ia bem mais além dos chamados modelos novos
de organização militar e mobilização ideológica, ou do folclore de manobras
políticas de elementos civis de importância competindo pela presidência. O fato
de muitos civis e militares considerarem o golpe apenas como uma efémera
intervenção das Forças Armadas nas atividades do governo e não como a tomada
política da máquina do Estado assinalava a extraordinária capacidade do bloco
multinacional e associado de articular frações e facções variadas acima de suas
diferenças específicas, bem como acima e além de sua própria compreensão do
processo.1*' A intervenção militar assumia sua função ideológica de arbitragem
numa sociedade apresentada como "infestada" pelo "caos e a corrupção", de fato
escondendo seu duplo significado: um de movimento de classe, estrategicamente
preparado e cuidadosamente desenvolvido em direção a uma contenção das forças
populares, e o outro de ser uma manobra política de uma fração dominante ten­
tando subjugar as forças sócio-económicas populistas e seu bloco dominante oli-
gárquico. Por intermédio da intervenção militar, o bloco de poder mullinacional-
associado emergente elevava o nível e a qualidade da luta de classes, impondo
soluções próprias para a crise, controlando a sociedade política e produzindo um
realinhamento nas relações de domínio através de uma forma de governo militar
autoritária. Ao proteger a burguesia através de sua ação "moderadora", os militares
mostraram a suu própria essência: o poder de classe preparado previamente no
interior do Estado. O "Bonapartismo constitucional’"*1 dava lugar a um "poder
dirigente" à paisana.

143
Conclusão

. A interação entre os interesses contraditórios e as demandas simultâneas do


capital tmnsnacional e classes trabalhadoras subordinadas produziu o crítico
cenário político do início da década de sessenta, levando à perda de coesão do
bloco histórico populista.103 Sua crise se expressava cm dois momentos inter-
relacionado* no encadeamento de grupos sociais dominantes, subalternos e subor­
dinados. O primeiro momento consistia na incapacidade do bloco do poder gover­
nante de manter a correlação existente entre as classes dominantes e subordinadas
dentro de condições de relativa estabilidade. Nâo sendo capaz de promover mu­
dança social, isto é, de fixar limites sócio-econômicVs e realinhar parâmetros
político-ideológicos, o bloco de poder governante permitia que uma crise político-
institucional se desenvolvesse, o que afetava a economia brasileira. O segundo
momento consistia na incapacidade do bloco populista governante de perpetuar
sua posição hegemônica dentro do conjunto das classes dominantes, isto é, os
interesses oligárquico-industriais eram incapazes de derrotar ou controlar as tenta­
tivas das forças sócio-econômicas multinacionais e associadas de levar a efeito
uma rearticulação de poder. Essa situação equivalia a um impasse económico-
produtivo, marcado por uma crise de domínio político.100 Tal crise se tornou
orgânica101 quando os efeitos de mudanças económico-produtoras que ocorriam
com intensidade crescente a partir de meados da década de cinquenta foram
traduzidos para a política por duas forças sócio-econômicas fundamentais, os
interesses mukinacional-associados e as classes trabalhadoras que passavam por
um processo de intensa politizaçao. Essas mudanças levaram a uma confrontação
ideológica e política das classes, tomando-se a crise da forma populista de domínio
em princípios da década de sessenta.
A crise de domínio político aconteceu como a combinação de:
a) o ritmo cambiante da luta de classe e os novos níveis da organização
política das classes subordinadas. Tais acontecimentos precipitaram uma crise
institucional que induziu a formação de uma frente burguesa movendo-se rapida­
mente e objetivando esvaziar de forma decisiva o incipiente movimento das
classes trabalhadoras;
b) o desafio ativo ao sistema *e regime político-populistas, ao Executivo
nacional-reformista e ao emergente movimento das classes trabalhadoras, desafio
este proveniente do bloco de poder multinacional e associado. A crise do domínio
político foi então realizada pela ação vigorosa e deliberada do bloco de poder
multinacional, da qual nem a estrutura populista governante, nem o Executivo
nacional-reformista e nem as classes trabalhadoras puderam defender-se.1M
A crise do populismo originou-se e desdobrou-se no âmago do conflito de
classe e da luta de classe, afetando a integração da sociedade e desafiando a auto­
ridade das classes dominantes em seu conjunto. A incapacidade do regime popu­
lista de impor sua direção ideológica (ético-política) era, em última instância, a
incapacidade da aliança no poder de superar por sí mesma suas próprias contra­
dições exacerbadas. Chegou-se a uma conjuntura histórica onde um conflito
triídico tomou-ae um conflito diádico. Este conflito triádíco compunha-se de:

1) um bloco histórico populista versus um bloco de poder multinacional


e associado emergente;

144
2) um bloco histórico populista versus classes subordinadas e um bloco
populartrabalhisto;
3) um bloco de poder multinacional-associado versus classes subordinadas.

O resultante confronto dládico entre a classe dominante como um todo e


as classes subordinadas foi entendido como uma confrontação somazero entre
a elite e a massa, capaz dc transbordar os limites sistêmicos precisamente porque
as clusses dominantes se achavam bifurcadas.xw As classes política e economica­
mente dominantes possuíam somente uma aspiração em comum, quase um truísmo,
qual seja a de permanecerem dominantes. Confrontadas pela militância das classes
trabalhadoras urbanas c rurais, elas se viram nos tentáculos do dilema populista:
reforma social ou acumulação privada. A comunidade dos interesses dominantes
sentia sc ameaçada pela ação de setores da burguesia industrial que caminhavam
cm direção a uma reformulação do pacto populista, tendo de enfrentar a crescente
autonomia relativa do Executivo nacional-reformista apoiado por seu bloco popu
lar-trabalhista. Incapaz dc encontrar expressão administrativa e social adequada
para seu crescimento, a burguesia multinacional e associada procurou novas formas
dc ação política c contenção social. As frações mais esclarecidas da burguesia
previram a necessidade dc conter tanto o despertar popular quanto o que equivalia
a um "familismo imoral" por parte de grupos oligárquicos e o incipiente bloco
agroindustrial, considerados grupos de demandas restritas e que egoisticamente
desorganizavam a comunidade de interesses da burguesia. Como foi observado
pelo líder empresarial Paulo Ayres Filho, "Os capitalistas da América Latina
demoraram muito a entender que estavam mortalmente ameaçados em duas
frentes. Uma vez que o fizeram, porém, sua reação (oi forte e eficaz".lw
A crise política deu origem a uma critica sócio-histórica (ação político-
idcológica c militar) bem como ao estudo do período, tendo como objeto de
análise grupamentos sociais mais amplos do que meras figuras políticas de proa
e personalidades públicas. A crise política levou também à compreensão das
irredutíveis contradições estruturais do Estado capitalista em sua forma populista
pela vanguarda civil e militar do bloco empresarial modemizante-conservador.
Isso significava que as ideologias empresariais e a doutrinação política conver­
giam para o ponto no qual o entendimento das necessidades de mudança seria
traduzido cm ação política, enquanto que forças políticas tradicionais tentavam
ainda sobrepor-se aos conflitos básicos, mantendo-os dentro de certos limites
históricos que haviam se esgotado. A cúpula dirigente do bloco histórico populista
tentou ultrapassar esses limites, não entendendo que se aproximava dos períme­
tros políticos do sistema existente ao contrário de recomeçar • agir dentro dc
áreas aceitas dc manobra, confundindo as dores do nascimento do capital mono­
polista com os derradeiros espasmos do populismo oligárquico-industrial. Assim
ela abriu os flancos para a coerente e viável estratégia de domínio político-militar
do complexo IPES/IBAD, que, como Estado-Maior da burguesia multinacional-
associada desenvolveu uma ação medida, planejada e calculada que a conduziu ao
poder.
O complexo IPES/IBAD, assunto dos próximos capítulos, marcou a passa­
gem da supremacia econômica multinaciõnal-associada ao seu posicionamento de
força política de liderança. Ele significou também a passagem de antigas tentativas
dc reforma dentro da lei para um golpe de Estado que mudaria a constituição.
Não era somente a expressão organizacional c doutrinária dos intelectuais orgâni­

145
cos do bloco de poder multinacional-associado. mas sua supremacia política de
fato. Essa supremacia ficou aquém de obter o comando político do governo, pois
faltava a ela se nio o apelo ideológico>prográmaticol111 pelo menos a estrutura
clientelista de apoio popular.
Essa elite, ligada organicamente ao bloco multinacional e associado, acabaria
com as incoerências e indecisões do Estado populista, indicando claramente ao
capitalismo brasileiro o caminho a seguir, a despeito da oposição da direita e da
esquerda dentro de suas próprias fileiras. O empresário do IPES, Antônio Carlos
do Amaral Osório, da American Chamben of Commerce sediada no Rio de
Janeiro, resumiu a situação ao observar que, "Antes de 31 de março de 1964, as
classes empresariais lutavam pela criaçao de condições indispensáveis ao desen­
volvimento econômico, que havia até então dependido de um Estado preso
a demagogia e vícios orginários do passado". "Somente uma Revolução poderia
enfrentar a tarefa múltipla de modernizar o Estado brasileiro, que envolvia di­
mensões da mais variada natureza...*’ (era) ”... não somente uma questão
de reformular a administração pública, mas...** [era] ”... necessário agir
em campos de maior profundidade, na realidade aqueles da organização política,
modificando aspectos das estruturas econômicas e sociais".113

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Sobre percepções. consciência subjetiva tnniformação — em outras palavras, nos


e expectativas, vide Martin KOLINSKY. possibilita verificar o grau de realismo e
Ideolotical ambtgvtiies and polilical move praticabilidade das virias ideologias surgi­
menti in *ettern Europe. Liverpool. 1977. das em seu próprio terreno, terreno este
p. M. Mimeograíado (texto apresentado de contradições geradas durante o curso
oa Polilical Science Association). Sobre do referido desenvolvimento". Vide Quin-
suposições, vide Richard LITTLE. Inter- tin HOARE A G. NOWELL-SMITH. Se-
venlion: externai involvemenl tn civil lections from lhe priton notebooks of An-
wan. Londoc. Martin Robertson, 1975. p. tonio Gramsci. Itondon, Lawrence A Wis-
36. hart, 1973. p. 180-81.
2. Essas novas forças sóciocconõmicas 3. Francisco de OLIVEIRA. A economia
induziram um processo de diferenciação da dependência imperfeita. Rio de Janeiro.
dentro do bloco histórico populista e cons­ Craal, 1977. p. 118. Contraditoriamente, o
tituíram, em decorrência de sua interação populismo significou a conciliação possí­
econômica e política, uma "nova relação vel de interesses do total das frações do­
de forças sociais" a partir dos novos ní­ minantes, bem como uma trégua social es­
veis de desenvolvimento das forças mate pecífica com setores das classes domina­
riais de produção. Segundo Granuci. "o das, conseguindo assim a acumulação ne­
grau de desenvolvimento das forças mate­ cessária ao desenvolvimento de uma socie­
riais de produçio proporciona a base para dade industrial empresarial. Tal esforço
• emergência das várias classes sociais, ca­ paradoxalmente. foi ativado pela» forças
da uma delas com uma função e uma po­ populares. Vide (a) Paul SINGER. A po­
sição específica dentro da própria produ lítica das classes dominantes. In: SIN-
ção... O estudo dessas informações fun­ CER. P.; lANNI, O.; WEFFORT, F. A
damentais nos possibilita descobrir se. em COHN. G. Política e revoluçòo tocial no
determinada sociedade, existem as condi­ Droitl. Rio de Janeiro. Civilização Brasilei­
ções necessárias e suficientes para a sua ra. 1965. p. 103-8. <b) Fernando H. CAR-

146
DOSO 4 Enzo FALETTO. Dependência teúdo ético de sua política e, acima de tu­
r desenvolvimento na Amârlca Latina. Rio do. na qualidade ética de sua personalida­
de Janeiro, Zahar, 1970. p. 123. (c) Mirlem de” que levou a UDN à vitória. Vide Max
Limoeiro CARDOSO. La ideologia domi­ WEBER. El político y el científico. Ma­
nante. México, Siglo XXJ, 1975. (d) Maria drid. Alianza Ed.. 1967. p. 155.
Vietoria de Mesquita BENEVIDES. O go­
7. O sistema eleitoral permiiia, naquela
verno Kubitschek: desenvolvimento eco
época, que se elegessem para presidente e
nôtnico e estabilidade política: 1956/1961.
vice-presidente candidatos de partidos di­
Rio de Janeiro, Par c Terra, 1976. ferentes. Vide (a) Moniz BANDEIRA. O
4. (a) Francisco WEFFORT. Estado e governo foão Goulart: as lutas sociais no
manas no Brasil. Revista Civilização Bra­ Brasil 1961 1964 Rio de Janeiro. Civiliza­
sileira, Rio de Janeiro. (7): 156. Civilização ção Brasileira, 1977. Cap. 2. (b) Maria do
Brasileira. 1966. (b) BERNADET. Jean Carmo Campe lio de SOUZA. Estado e
Claudc et alii. El populismo en la política partidos políticos no Brasil 1950-1964. São
braiilefia. Brasil hoy. México. Siglo XXI, Paulo. Ed. Alfa Omcga. 1976. Cap. 5 e 6.
1968. p. 79-84. Sobre a noção de "cesansmo” e seus vá­
5. O papel do CONCLAP foi vital na es­ rios usos, vide Antônio GRAMSCI. op.
colha de Jânio Quadros para candidato cit. p- 219-55, 227 28.
das classes empresariais às eleições nacio­ 8. As outras ocasiões foram as eleições de
nais de 1960. escolha esta feita tendo cm 1950 (o Brigadeiro Eduardo Gomes da
vista os compromissos ideológicos e o po­ ESG concorrendo com Getúlio Vargas) e
sicionamento político do candidato quanto as eleições de 1955 (o Brigadeiro Juarez
a questões sócio-cconômicas cruciais. A Távora da ESG contra Juscelino Kubits-
decisão tornou-se clara para o CONCLAP chek).
após terem seus membros apresentado ao
9. Para uma interpretação das questões
então candidato Jânio Quadros um ques­
abordadas pelo questionâno e das respos­
tionário, tentando inteirar-se de suas opi­
tas de Jânio Quadros, vide Máno V1C-
niões. O apoio que Jânio Quadros recebe­
TOR. 5 ar.es que abalaram o Brasil: de
ria da classe empresarial durante sua cam­
fànto Quadros ao Marechal Castelo Bran
panha para as eleições presidenciais de
co. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,
1960 e mesmo posteriormente foi condicio­
1965. p. 129-38. A mensagem de Jânio
nado âi respostas positivas que ele daria
Quadros ao Congresso Nacioml demons­
ao questionário. Vide os arquivos do 1PES,
trou sua posição favorável ao capital es­
Rio de Janeiro. Sálvio de Almeida Prado,
trangeiro e a subordinação deste à noção
líder da FARESP — Federação das Asso­
de ‘'desenvolvimento e segurança nacio­
ciações Rurais do Estado de São Paulo, foi
nal’*. Vide Octavio JANN1. Crisis in Bra­
um dos capitalistas responsáveis pelo le­
sil. Ncw York, Columbia Univ. Press,
vantamento de fundos para a campanha
1970. p. 65.
de Jânio Quadros. Vide Moniz BANDEI­
RA. Presença dos Estados Unidos no Bra­ 10. Vide (a) Moniz BANDEIRA. Presen­
sil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, ça... op. cit. p. 405. (b) M. BANDEIRA.
1975. p. 405. Ajuda financeira para a cam­ O 24 de agosto de Jânio Quadros. Rio de
panha veio também do grupo Matarazzo, Janeiro. Ed. Melso. 1961. p. 16. Clemente
da indústria automobilística de São Paulo, Mariani era também diretor da Pm Ame-
de José Ermírio de Moraes (do grupo Vo rican Airways. Mobil Oil do Brasil e DEL-
toranlim), da Moinho Santista, da Associa­ TEC.
ção Comercial de São Paulo e da Federa­ 11. Vide (a) Correio da Manhà, Rio de
ção doi Indústrias de São Paulo. Vide Gi- Janeiro, 22 de abril, 1961. (b) Ve/o. 8 de
leno de CARLI. Anatomia da renúncia. agosto, 1979. p. 51.
Rio de Janeiro, Ed. O Cruzeiro, 1962. p. 12. Os jornais de 1961 forneceram lais In­
171. formações. Vide O Estado de São Paulo,
6. Tomando minhas as palavras de Max 18 de janeiro. 16 de fevereiro. 22 de fe­
Wcber, foi "a fé cega das massas no con­ vereiro, 24 de fevereiro. 2 de março. 5 de

147
março, 23 dc março e 11 dc abril. Verifi­ Inflation and economic developmeut in
car também a Folha dc São Paulo, 20 de Brasil 1946-1963. Oxford, Clnrcndon Prcu,
janeiro, 1979. 1973. p. 334.

13. Jânio Quadros prometeu atender òs 18. Survey of the Alliance for Progress.
reivindicações da oligarquia financeira, Labor policies and programs. 91 st Con-
dos interesses cafeeiros e da indústria dc gress, US Scnalc, April 29, 1969. (estudo
São Paulo. Vide Moniz BANDEIRA. Pre­ preparado pelo Commitlee on Foreign Re-
sença... op. cit. p. 403. Os dilemas que se lations do senado americano e relatório do
apresentaram a Jânio Quadros quanto a Comptroller General [Fiscal Geral da Na­
sua política externa demonstram cl arame n ção) em 15 de julho de 1968).
te oi dilemas das classes brasileiras no po A força trabalhadora brasileira, de acor­
der. Vide (a) O. 1ANNI. Crüü... op. cit. do com estatísticas do próprio governo, to­
p. 119. (b) Magda FR1TSCHER. Desarrol- talizava, em 1960, menos dc 24 milhões dc
lo de la política nacionalista en Brasil. La­ trabalhadores, dos quais 50% trabalhavam
tino América: Anuano Estúdios Latino- em agricultura, 32% cm serviços dc utili­
americanos, s.L, (4):134, 1971. dade pública e os 18% restantes na indús­
tria. Dos trabalhadores na indústria somen­
14. Oliveiros S. FERREIRA. La geopolí-
te 1,5 milhões eram membros organizados
ti ca y el ejército brasileno. In: El papel po­
de sindicatos, conforme estatísticas publi­
lítico y social de las fucrsas armadas en
cadas em 1965.
América Latina. Caracas. Monte Ávila Ed.,
1970. p. 186. 19. Sobre a noção do populismo como “a
apresentação de interpelações popular-de­
15. Paulo AYRES FILHO. The Brazilian
mocráticas em forma dc um complexo sin­
revolulion. In:‘ BAILEY. N. ed. Latin
tético-antagonista no que concerne à ideo­
América: polities, economia and hemis-
logia dominante”, yide Ernesto LACLAU.
pheric security. New York, Praeger, 1965.
Polities and ideology in marxisl theory:
p. 211.
capitalism, fascism, popuhsm. London,
16. Vide o telegrama enviado por Herbert NLB, 1977. p. 158-76. Sobre coalizão e
K. Miy, da Embaixada Amencana no Rio conciliação, vide Eldon KENWORTHY.
de Janeiro, ao Departamento de Estado, em Coalitions in the political developrnenl of
23 de janeiro dc 1961. em Phyllis PAR- Latin América. In: GRENNINGS, LE1R-
KER. J964; o papel dos Estados Unidos SON & KELLY ed. The study of coalition
no golpe de Estado de 31 de março. Rio bthaviour. New York, Holt, Rcinhart dc
de Janeiro. Civilização Brasileira, 1977. p. Winston, 1970.
31. Herbert K. May tornou-se posterior­
20. Sobre os motivos da renúncia de Jâ­
mente assessor do Council of the Améri­
nio Quadros, vide Hélio JAGUAR1BE. A
cas.
renúncia do presidente Quadros c a crise
17. Vide (a) Richard NEWFARMER dc política brasileira. Revista Brasileira de
Willard MUELLER. Repon to the Sub- Ciências Sociais, Brasil, f(l):28O, nov.
commtttee on Multinational Corporations 1961. Para umi versão dos acontecimentos
o/ the Commitlee on Foretgn Relations of que cercaram a renúncia de Jânio Qua­
lhe United States Senate. Washington, ag. dros, vide (á) M. BANDEIRA. O 24 de
1975. p. 98. (b) Francisco de OLIVEIRA. agoslo... op. cit. (b) Gilcno de CARLI.
A economia brasileira: crítica à razão dua­ op. cit. Deve-se ressaltar que, pouco de­
lista. Seleções CEBRAP, Sao Paulo, (1):36, pois da renúncia de Jânio Quadros, o en­
Ed. Brasiliense, CEBRAP, 1975. tão Coronel Golbery renunciou a sua pa­
A inflação, que vinha sendo usada há tente e deixou o serviço ativo do Exército,
muitos anos como um mecanismo dc con­ enquanto que um grupo de empresários,
centração, estava se tomando incontrolá- seguindo os passos do IBAD, procurava
vd. VJde (a) Maria da Conceição TAVA­ outros meios dc conseguir o poder.
RES. Da substituição de importações ao 21. Para uma interpretação do comporta­
capitalismo financeiro. Rio de Janeiro, Za- mento anti-sistêmico dos empresários face
har. 1975. p. 14S-52. (b) Raouf KAHIL. à pressfto sobre normas c valores, vide F.

148
G. CASTLES. Buiincss and goverrunent: a forma de um ultimatum. Vide Veja, (498):
typology of pressure group activity. Poli- 24-5, 22 de março de 1978.
tical Sludies. Oxford. 14(2): 163, Oxford
26. *A través de um* série de intrincados
Univ. Press, June 1969.
e brilhantes compromissos políticos”,
22. Segundo David Rockcfdler, durante João Goulart retomou ao sistema presiden­
uma palestra frente a uma platéia militar cial c. durante esse processo, destruiu “to­
e acadêmica em West Point, no final de da a trama de forças de reforma que ha­
1964. "fora decidido desde o início que viam eleito Quadros". Vide An American
Goulart não era bem vindo à comunidade m Brazil. Presidem Goulart in Brazil. An-
financeira americana c que ele teria de tioch Revie*. Estados Unidos, 2J(3):3]4,
sair*. Vide Jan Knippers BLACK. Uniied Anlioch Press. Fali 1963. O presidencialis­
Stafes penetraiion of Brazil. Manchester, mo foi apoiado pelas mais diversas corren­
Manchester Univ. Press, 1977. p. 78, onde tes partidárias e figuras políticas. Entre
a autora apresenta um relato de suas con­ essas enumeravam-se o ex-presidente Jus-
versas com Edwin Lieuwcn. Deve-se res­ edino Kubitschek, que ambicionava vol­
saltar que Niles Bond, agente diplomático tar ao cenário político, os governadores da
dos Estados Unidos no Brasil, declarou Guanabara, Carlos Lacerda, de Minas Ge­
"que os opositores de João Goulart, bem rais, José de Magalhães Pinto; de São
como os membros da comunidade empre­ Paulo, Adhemar de Barros; do Paraná.
sarial americana que os apoiavam, tenta­ Nei Braga; e de Pernambuco, Miguel Ar-
ram conseguir a participação da embaixa­ raes. lodos des disputando um cargo pre­
da em um movimento para negar a Gou­ sidencial prestes a vagar, disputa esta que
lart a presidência”. Niles Bond afirmava, se estendia a várias outras figuras políti­
no entanto, que Mos Estados Unidos não se cas poderosas. Vide: A conversa entre Jus-
envolveram. Contudo, outras fonte* indi­ edino Kubitscbck, o embaixador Sette Câ­
cam que Washington apoiou a limitação mara, o embaixador e banqueiro Moreira
do poder de Joio Goulart naquela época.” Salles. o proprietário de O Globo. Rober­
Vide J. Knippers BLACK. op. cit. p. 40, to Marinho, o embaixador, empresário e
para n entrevista com Niles Bond em poeta Augusto F. Schmidt e Lincdn Gor-
Washington a 17 de maio de 1976. don, embaixador americano, no telegrama
23. O Marechal Denys deu um ultimatum enviado por este ao Departamento de Es­
ao Congresso no sentido de que descobris­ tado americano, em 4 de agosto, 1962, N.
sem recursos constitucionais para impedir 297, NSF, que se encontra nos Arquivos
a ascensão de João Goulart ao poder. Se JFK, Boston. É interessante salientar que,
tal providência não fosse tomada, o Mare­ ao tentar reverter ao regime presidencial,
chal Denys c o General Cordeiro de Fa­ João Goulart recebeu o apoio aparente­
rias formariam uma junta militar. Telegra­ mente paradoxal do bloco modemizante-
ma de Dclgado/Arias ao Departamento de conservador. Um dos mais importantes ar-
Estado. 27 de agosto de 1961, telegrama tieuladores e npoiadores financeiros dessa
n.* 27! 127 Z, que se encontra nos Arqui­ operação foi José Luís de Magalhães Pinto,
vos JFK, Boston, Massachusels. associado ao IPES, sobrinho e homem-cha­
ve de José Magalhães Pinto, ele próprio
24. Para uma descrição das tentativas de um candidato presidencial paru 1965.
impedir que João Goulart se tornasse pre­
sidente e sua posterior subida ao poder, 27. A instabilidade do governo e da lide­
vide (a) Mário V1CTOR. op. cit. p. 320- rança que se fazia sentir no parlamento
408. (b) Thomas E. SKIDMORE. Polilics achava-se também presente dentro de cada
in Brazil, /9J0-/964: an experiment in de- partido. Tais operações aumenlaram as di­
ficuldades encontradas pelo bloco oligár-
mocracy. Oxford, Oxford Univ. Press,
quico-industrial tradicional para formar
1967. p. 200-18.
uniQ expressão ideológica ostensivamente
25. Oficiais militares impuseram certas adequada e poderoso que pudesse ser tra­
condições para que João Goulart assumis­ duzida em um modelo político durável e,
se a presidência, condições estas entregues vice-versa, um modelo político que refor­
pelo General GeiscJ a Tancrcdo Neves na çasse oa valores relevantes, salientando as

149
diícrmçai econômicas objetivas existentes rions. Ncw leney. Prentlce-HaJl Inc., 1970.
dentro do bloco hutónco-populuta. Vide p 201-5.
Alben WEISBORD Laii* Amcncan ac- 33. Um relatório da Comissão Mula Bra­
luaiiry. Ncw York. Thc Citadel Presa. sil Estados Unidos demonstrou que “entre
1964 p 226-27. Sobre a multiplicação doe oa anos 1939-1952. o valor dos retornos
partidos pari amentam tas. a cnee to lema transferidos para as matrizes no estrangei­
da maiona deles e a polaniaçAo da polí­ ro era 60 vezes maior do que a renda li­
tica, vide Mana do Carmo Campeio de quida do capital. Entre 1955 e 1958 oi in­
SOUZA op. al Cap 6 vestimentos estrangeiros totalizaram 1,095
29. P. de OLIVEIRA A ccwwmta op milhões dc dólares enquanto as remessas
dl. p. 44-50 chegaram a 2,020 milhões dc dólares. En­
tre 1939 e 1955, a renda efetiva do capi­
M O governo foi incapaz de agregar oa
tal foi da ordem de 173 milhões de dóla­
muitos e diversificados lotemaca por in-
res mas foram enviados para o exterior um
trrméd»o das last.tuiçôcs políticas existen-
total de 1,112 milhões de dólares. No pe­
te» E-aaa situação Ioúí a uma desavença
ríodo dc 1939 a 1952, os investimentos es­
com aa setores militares qwc consideravam
trangeiros • longo prazo no Brasil totali­
a mdtipbodade dc partidos e grupos po­
zaram 97,1 milhões dc dólares enquanto a
líticos como um faaor de enfraquecimento
remessa de renda totalizava 806.9 milhões
da estrutura do totema político brasileiro
de dólares. Vide A. WEISBORD. op. crt.
— uma consequéoaa das múltiplas "divi­
p. 227. Por volta de 1959, a SUMOC kh
sões ■cgrner.tadas do processo político, da
formou que, no período de 1947 a 1958, a
articulação punmenie regional de interca­
renda do capital estrangeiro no Brasil
les aóo&cconÔT-icos da ausência de
atingiu a casa dos 1.558 milhões de dóla­
uma clame potiucamesiie organizada. isto
res. ao passo que a entrada efetiva do ca­
ê, organjcamemc coesa cm iodo o territó­
pital atingiu 498 milhões de dólares. As­
rio asoonaT. \»de Oüveiroa S FERREI­
sim. a economia brasileira teve uma perda
RA op cu p 177.
líquida de 1.060 milhões de dólares. Vide
50 Havia uma tendência bastante dara ESG. Documento n. TGI-10-59. p. 12 et
do governe dc aumenur o controle sobre p assim.
tntrrmra multinacionais e retmngir seus
34. Os limites do nacionalismo populista
pnvdégxu extncrdjnÀnos V>de a Lei n.*
foram daramente definidos anteriormentc
4 111 de 3 de setembro. 1962. • Instrução
por Caio Prado Júnior, historiador brasi­
n* 231 de 24 de outubro. 1962 (SUMOC).
leiro, nos seguintes termos: (o nacionalis­
a Instrução n.* 232 íSUMOC), a Lei o.’
mo brasileiro)... "não é do tipo xenófo­
4 154 de 21 de novembro. 1962 e a Lei n?
bo... Como pensamento políuco. ele ex­
4 239 de 27 de junho 1961 In: ESG. Do­
pressa apenas a consciência adquirida por
cumento n. TTI 3O-72 Vide também P.
PARKFR op cil p 61. uma parcela significativa da opinião pú­
blica brasileira da situação subordinada e
31 Apesar de um estudo séno do dispo­ dependente em que o país se achava em
sitivo nacsonaliaCa popular militar ainda relação aos grandes centros financeiros do
alo easatir. pode «e conseguir algumas in­ mundo contemporâneo**. Citado em H.
formações em (a) Nelson Wcmeck 50- Ferreira LIMA Balanço da industrialização
DRÉ Zfis/órM mihtuf do Bfuil Rso dc |a- brasileira Reviila Brasiliensc. Rio de Ja­
netro, Civilização Brasileira. 1965 <b) Nel­ neiro (3): 131. janyfev. 1956. Vide também
son W SODRÍ WrmóriM de um so/do- N. Wemeck SODRE. Raiiei hmóricai do
do Rio dc Janeiro. Civilização Bratdcira, nacionaliimo brauleiro. Rio de Janeiro.
1967 (c) Morux BANDEIRA Testemunhos Instituto Superior de Estudos Brasileiros,
dc militares nacionalistas In; f0»rmo .. 1958
op. cil
35. Essa linha dc política calema inde­
32. Eduardo GALEANO Thc ambivalen­ pendente achava-se em consonância com a
te oí lango Goulart la Rxhard P. FA- opinião civil. Em 1961. íoi feita uma pes­
CEN A Wayne A. CORNE LIUS Polui- quisa de opinião entre 100 membrus do
cal powcr in Lcum Amrnco 7 con/roníc- Congresso. pesquisa cata que visava "in-

150
quirlr sobre um posicionamento mais in­ de distribuiçio de renda, pelos altos pa­
dependente do Brasil cm relação n assun­ drões do espírito empresarial e da mobi­
tos estrangeiros”. A pergunta "deveria o lidade social, sendo ainda reforçado por
Brasil tomar o partido dos Estados Unidos, empréstimos estrangeiros e capitais dc ris­
de Rússia, ou de nenhum dos dois?" obte­ co. No que concerne a uma maior relação
ve as seguintes respostas: 19% do PTB, capilal/produlo, agiram a seu favor as fa­
46% do PSD c 50% da UDN eram a fa­ cilidades naturais para a expansão da pro­
vor dos Estados Unidos. Entre os desfa­ dução agrícola, a concentração dos investi­
voráveis a ambos os lados, contavam-se mentos em rodovias no que se referia a
46% do PTB, 36% do PSD e 45% da transportes, a continuação do processo de
UDN. Além disso, 80% favorecia o esta­ substituição de importações e a absorção
belecimento de relações diplomáticas com de tecnologia estrangeira. O segundo pla­
a União Soviética, enquanto que 83% era no a que /oram recentemtnte relegados os
a favor de umn intensificação de comér­ investimentos em habitação e outros servi­
cio e 74% fuvorecia as relações diplomá­ ços públicos também contribuiu, de modo
ticas com u China. Vide Lloyd A. FREE. pariicularmente cruel na área social, para
Some international implications of lhe po- o progresso da relação capital/produto". •
litical psychology o/ Brazilians. Princeton, Vide o Documento de Trabalho n.* 5. p.
Princeton Institute for Intcrnational So­ 1-2, esboço que lançou bases para o esta­
cial Research, 1961. p. 16. O referido es­
belecimento do Banco Nacional de Habi­
tudo foi desenvolvido pelo Instituto de Es­
tação — BNH em 1964.
tudos Sociais e Econômicos — INESE,
um centro brasileiro de pesquisa que tra­ 38. Celso FURTADO op. cit. p. 32. O
balhava com o IPES. investimento estrangeiro diminuiu sensi­
velmente. sendo da ordem de 9 milhões de
36. Sobre a associação com capital estran­
geiro. o que envolvia o influxo de equipa­ dólares em 1962, ao passo que a média noa
mento c perícia administrativa, bem como quatro anos anteriores fora dc HO milhões
as condições excepcionais proporcionadas de dólares. Mesmo assim, as firmas ameri­
pelo Estado brasileiro à penetração de cor­ canas parecem ter mentido bastante alto o
porações multinacionais como parte de seu retorno de lucros durante o período
uma estratégia de industrialização, vide de crise. Esses retornos, que importavam
(a) Celso FURTADO. Análisis dei mode­ em 8% no período dc 1960-1962, caíram
lo brasileno. Buenos Aires, Centro Editor para 5.7% em 1963-1964 c alcançaram
América Latina. 1972. p. 25-28. (b) Wer- 94% cm 1965-1967. Vide NEWFARMER
ner BAER. O financiamento da industria­ & MUELLER. op. cil. p. 98. 105.
lização brasileira: fonte de fundos e paçel
39. Vide (a) A. STEPAN. The military
de inflação. In: A industrialização e o de­
in poHtics: changtng pattems in Brazil.
senvolvimento econômico do Brasil. Rio
de janeiro, FGV, 1975. Cnp. 5. (c) F. de Princeton, Princeton Univ. Press. 1971.
OLIVEIRA. Crítica... op. cit. p. 36AO. Cap. 6. (b) Ronald M. SCHNE1DER. The
poli tical system of Brazil. New York, Co-
37. Sobre o constante aumento no índice
lumbia Univ. Press, 1971. Cap. 1.
de exploração da força de trabalho, pro­
vendo assim o excedente interno para a 40. Segundo Francisco dc Oliveira, o índi­
acumulação, uma economia inflacionária ce de investimentos caiu não por não po­
que subsidiava a inserção multinacional e derem ser realizados economicamente, mu
a deterioração das condições de vida do por não poderem ser realizados institucio-
povo, vide F. de OLIVEIRA. Critica... nalmcnte. F. dc OLIVEIRA. Critica .. op.
op. cil. p. 40-50. Um documento preparado cit. p 57. Vide (a) Maria da Conceição
pelo Ministério do Planejamento após o TAVARES & fosé SERRA. Além da es­
golpe de 1964 afirmava, entre outras ques­ tagnação In: M. C. TAVARES. Da subs­
tões, que Mo grau de formação do capital tituição de importações, op. cit. p. 72, 170-
parece ler sido sustentado principalmenie
pelos .. estímulos à industrialização por
substituição de importações, pela estrutura • NT: Grifo do autor.

151
73. (b) Documento de Trabalho n/ 1. Mi­ 44. Vide P. PARKER. op. cit. p. 60 ”Nlo
nistério do Planejamento. Brasília. 1964. p se proporcionou à iniciativa privada qual­
3-4. quer tipo dc orientação no que se referia
às intenções do governo; ao mesmo tempo,
41. O General Cordeiro de Farias deu ên­ os investimentos públicos achavam-te em
fase a esses pontoa. ESG Documento n. completa indisciplina". Documento de Tra­
C.OI-61. p. 17-18. balho n* I, op. cit. 1964. p. 3. Ministério
do Planejamento.
42. O primeiro, em decorrência de seu im­
pacto imediato, representou certamente um 45. (a) Oclavio IANNI. Crisis in Brasil.
papel muito importante na queda do índi­ Ne* York, Columbia Univ. Prcss. 1970.
ce de crescimento registrado durante o Cap. 9. (b) A. STEPAN. op cit. p. 135-142.
ano: a produção agrícola foi grandemente 147-152.
afetada pelas secas m várias regiões pelas
enchentes em outras e por fogo e geada 46. Francisco WEFFORT. Estado c massas
no Paraná. A produção caiu em vários se­ no Brasil. Revista Civilização Brasileira.
tores da indústria como resultado de um Rio dc Janeiro. (7); 156. 1966 Para sobre­
severo racionamento de energia ekrrica na viver como uma forma de dominação e co­
área Rio—São Paulo causado pela seca. mo um regime de convergência de classe,
Deve-se dizer ainda que o baixo cracimen o populismo teria de desenvolver um "dis­
(o do produto real foi. em pane, influen­ curso de liberação**, isto é. um programa
ciado peia redução da safra do café no de reforma De certa maneira. João Gou­
Paraná, cm consequência de fatores climá lart foi colocado, a despeito de si próprio,
ticos Sendo mesmo conveniente em caso no centro de uma complexa situação histó­
de superprodução uma redução na safra rica. onde os limites do Estado nacional
não é tão dramábeo como, a primeira vis­ — reformista alternativo coníundiram-«e
ta. as estatísticas globais deixam transpa­ com o tegumento corrupto do pcleguismo.
recer. Roberto Campos acrescentou que “é do coronclbmo c do atado cinoriil. her­
dados de um governo elitista* que durara
do conhecimento de todos que o ano dc
várias décadas. Vide Guita Grin DEBERT.
1963 representou um período de intranqui­
Ideologia e populismo. São Paulo. TÁ
lidade geral c de uma crescente deteriora­
Queiroz Ed., 1979.
ção dc expectativas O processo inflacioná­
rio galopante, as greves sucessivas. as amea­ 47. A forma dc politização desse período
ças dc confisco da propriedade privada, a determinou o "bloqueio" à ideologia socia­
aprovação da lei de remessa de lucros etc.. lista. Um nacionalismo desenvolvunentista
. tomaram-se focos de redução da produção empresarial substituiu o marxismo. Vide
c. acima de tudo, dos investimentos. Alfins Leôncio MARTINS. Conflito industrial e
desses fatores cenamente contnbuíram pa­ sindicalismo no Brasil. São Paulo, D1FEL,
ra o declínio do produto real per capita 1966. p 191-92. O nacionalismo se viu re­
em 1963 ’. Tais informações nos mostram vigorado nessa conjuntura onde "as massas
a opinião de Roberto Campos sobre os fa­ populares pressionam o Estado com o intui-
tores "econômicos” da ense dc 1963-1964. lo de estabelecerem uma política refor­
Documento de Trabalho n.' 5. Reunião Mi­ mista que se proponha unto a desorgani­
nisterial de 4 de junho. 1964. preparado pe­ zar as bases políticas dos setores conser­
lo Ministro do Planejamento vadores (reforma agrária) quanto a com­
bater os interesses estrangeiros (exemplos
43. Documento de Trabalho n ' /, de Rr> desse combate tão as encampações e a na­
beno Campos. Ministro do Planejamento cionalização)". Vide Eliczcr Rizzo de OLI­
e Coordenação Econômica, para o Presi­ VEIRA. As Forças Armadas: política e
dente da República c Ministros dc Fstado. ideologia no Brasil. 1964-! 969 Rio de Ja­
em 23 dc abnJ de 1964. Exposição feita na neiro, Ed. Vares, 1976 p. 50.
primeira reunião do ministério cm Brasília:
A ense brasileira e as diretrizes de recupe­ 44 Francisco Weffort Política dc massas.
ração econômica. In: Política e revolução op dl. p. 165.

152
Valendo-M dos argumentos dc Wcífort, as- lhe United States: lhe changing poli tical
•inalou Rizxo dc Oliveira que MAi ações realities. Califórnia, Staníord Univ. Prea,
políticas dos setores populares passaram a 1974. p. 295.
se orientar pela idéia de um 'Estado de­
mocrático do povo cm geral' capaz de en­ 55. L. MARTINS, op. cil. p. 132-33.
frentar a ação dc grupos reacionários. Es-
56. Em decorrência de suas características
lei últimos, por sua vez, véem o Estado
como revolucionário c se tornam radical- organizacionais e históricas, bem como da
formação sócio-económica onde operavam,
menlc opostos u ele”. Vide Rizzo dc 01.1-
os partidos tendiam a perpetuar a crise dc
VEIRA. op. cil. p. 51.
hegemonia do período pós-Estado Novo.
49. Olíveiros S. FERREIRA. A caracteri­ Toda vez em que eram postos a prova pc
zação do sistema O Estado dc Sào Paulo, la conjuntura histórica, eles se mostravam
17 dc outubro, 1965. incapazes dc reagir. Foi o que aconteceu,
por exemplo, quando o Manifesto dos Co
50. As dificuldades encontradas pelas clas­ ronéis. do então Tenente-Coronel Golbery
ses dominantes para governar com consen­ do Couto e Silva, apresentado em feverei­
timento c consenso, principalmente no pe­ ro de 1954 com mais de 80 assinaturas, for­
ríodo pós 1946. levou a uma crise que afe­ çou João Goulart, então Ministro do Tra­
tou a sociedade cm geral em suas relações balho. a renunciar. Outros momentos crí­
múltiplas de dominação, situação que foi ticos em que os partidos se mostraram co­
definida por um estudo do Instituto de mo ineficazes máquinas políticas foram: os
Pesquisas c Estudos Sociais — IPES como acontecimentos que levaram so suicídio de
"umi crise permanente do constituciona­ Getúlio Vargas em 1954 e o impasse polí­
lismo que, mesmo se manifestando inter- tico em que se viu o interlúdio dc Café
mitentemente. não perde suas característi­ Filho, o manifesto do Coronel Jurandir B.
cas”. Vide IPES Documento sobre a re- Mamede contra o populismo c os políticos,
forma constitucional Rio de Janeiro, 10 de apresentado ao público cm 1955 c a subse­
ianeiro. 1962. Nos arquivos do IPES no quente tentativa do alinhamento esguiano/
Rio de Ianeiro. O primeiro sinal evidente lecmxmpresanal dc bloquear a posse do
da ense dentro das classes dominantes fot presidente eleito, luscclino Kubitscbek e
o Manifesto dos Coronéis, em 1954. do en­ do vice presidente. João Goulart, a revolta
tão Tencnte<oronel Golbery do Couto e da Base Aérea dc lacareacanga em 1956; a
Silva Vide O Euúdo dc Sào Paulo, 19 de conspiração da Marinha em 1938. liderada
janeiro de 1979. pelo Almirante Pena Boto, pelo Brigadeiro
Guedes Muruz e pelo Coronel layme Por­
51. O coronel e o pelego tinham a “fun­
tela; •* tentativas dc revolta da Marinha
ção dc filtrar aa aspirações existentes na
em Pernambuco, no final dc 1958. lidera­
sociedade dc forma que somente algumas
da pelo Almirante Sílvio Hcck; a revolta
delas se transformassem em demandas, ou
da Base Aérea de Aragarças em 1959; a
seja, aquelas compatíveis com as estrutu­
renuncia de |àmo Quadros em agosto de
ras dc dominação'* Luciano MARTINS. 1961 c a imediata tentativa dc impedir que
Pouvoir déceloppément économique. João Goulart assumisse o poder. Vide ta)
Paris. Ed. Anthropos. 1976. p. 154-35. M BFNEVIDES op cil p I6T64. (b)
Glauco CARNEIRO. História das revolu­
52. Sobre a expressão “massa para si”, vi­
ções Rio de Ianeiro. Ed O Cruzeiro. 1965.
de Hélio JAGUARIBE. op. cil. p. 272-311.
V. 2.
53. Paulo dc Assis RIBEIRO. O processo
57. P. A. RIBEIRO, op cil p 14.
eleitoral brasileiro Rio de Ianeiro, IPES.
1962 58 P A RIBEIRO, op cil. p 16.

54. Roberto Campos, citado cm Estcvan 59. Por volta de 1962. o número de elei­
MARTINS Braul and lhe United States tores atingia os 18 500 000. representando
from lhe 1960 s tolhe 1970 s In COTL1R. 25% da população brasileira A Tabela 11
J & FAGFN. R. ed. Latin América and mostra a distribuição do eleitorado.

153
1

Tabela II

Sul Leste Nordeste CcntroOcttc Nort«

96 da população
regional MS 33J 114 4 3

S do eleitorado
braaüeiro 26 26 21 24 20.5

Fonte: Paulo dc Ana RIBEIRO, op cit. p. 5

O Estado d« Guansbari e o de São Pau­ (4) a polarização da sociedade entre dois


lo mostravam contrastes marcantes: com partidos antagônicos, sem uma terceira for*
menos dc 3% da extensão territorial do ça capaz de conlcr os excessos, colocando*
pah. concentrava-se nesses dois Estados ve contra o agressor;
mau de 23% da população brasileira e (5) a adesão dc intelectuais à nova elite,
cerca de 35% do eleitorado em potencial, popularizando as idéias revolucionárias e
sublinhando uma rtpida urbanização; ao mostrando que elas merecem ser defendi­
mesmo trtnpc. a região sul se responsabili­ das pelo povo.
zava por 60% da renda industrial em opo­ (6) a velha elite perde a fé em si mes­
sição ■ 5% do rvonc nordeste e centro- ma. aceitando as novas idéias e deixando
oeste P A. RIBEIRO op cit. p. 11. dc usar o poder para defender a ordem es­
60 Para maiores detalhes do desequilíbrio tabelecida ” Vide luracy MAGALHÃES
enlrr poder poíiueo e ai utuãçôei lócto* ESG Documento n C 25 5t p 37 9 Jurr
econômicas. »>de P. A RIBEIRO op cit. cy Magalhães baseou sc em Osstp K
P 13-14. FLETCHTHEIM Fundamental^ of politkal
icience. p. 152-65.
61 |i en 1656. o General furacy Maga­
lhães. da ESG. chamara a atenção para os 62. O estudo enfatizou também a crescen
elementos constituintes de um conflito in- te influência de alianças na política brasi­
Iraclasaista o quaJ pode^am conduzir a leira. A partir de 1950. o número de votos
uma enae do bloco htsióoco. ao esboçar dados a legendas dc alinhamentos subiu de
os problemas poiíúcos decorrentes da aw 20% para 44% em 1962. ao passo que a
metna entre o bioco de poder que detinha soma total das legendas dos três maiores
a liderança econômica e o bloco de poder partidos (PSD. UDN e PTB) diminuiu de
poiíisco dominante Fm uma palestra na 60% em 1950 para 41% em 1962. Essas
ESG o General luracy Magalhães enume­ alianças enfraqueceram a influência parti­
rou r*ses elementos críticos dária. principalmcnte nas eleições federais.
(1) *a ducrepincia entre a distnbusção P. A. RIBEIRO, op. cit. p 17. Uma descri­
de poder no Estado e a diunbxijção dc po ção das 32 alianças eleitorais para as elei­
der no reato da ux.edade. de LaJ forma ções dc 1962 pode ser encontrada cm Br+
que a classe com maior poder econômico td etrefum foctbook Washington. Inslitu-
c social se conttderaate com menos poder lc for lhe Comparativc Siudy of Polilical
político do que lhe é de direito. Sysicms. sept. 1965. n. 2. p. 631.
(2) a velha elite fecha as portas 6 nova 63. Cadernoi Braidetrot, a. I.. (l):76. ano
elite. não permitindo deslocamentos verti- 3. 1961 Com o crescimento persistente dc
cais «través do acesso individual de novos um setor ideológico dentro do PTB, as clas­
lidem, os quais, frustrados, adquirem uma se» dominantes te sentiram forlemcnic
'consciência de alasse'; ameaçadas pelo voto popular O que fora
(1> a recusa da velha dite em aceitar um "apoio ao regime" c um mecanismo
qualquer reforma almejada pela nova elite; para generalização dc propmlas da classe

154
dominante através do reforço eleitoral do 67. Ironicamente, o PTB foi criticado por
modelo Institucional pós-1946 torna vaie Wilson Figueiredo, editor do lornal do Bra­
um mecanismo de demandas para mudanças sil e influente propagandista político du«
através do sistema político. ranle o campanha contra João Goulart; ele
64. Não era de se admirar que políticos criticou o PTB por não conseguir “se tor­
cm gera! e candidatos à presidência em nar importante no Estado mais industria­
lizado do Brasil. O PTB continua ■ ser um
particular se sentissem com "o direito e o
dever de apelar dirctamente ao eleitorado,
'saco de gatos' em São Paulo, incapaz de
conquistar a liderança política em um Es­
desconsiderando as direções dos partidos”,
tado de enormes massas trabalhadoras. Eles
o que causou grandes prejuízos à politiza*
perdem a disputa com outras forças popu­
çío do povo. Cadernos Brasileiros, s. 1.,
lares”. W. Figueiredo ressaltou ainda, com
(3):87, ano 2, 1960.
precisão, que “como a UDN não se iden­
65. Tornava-se evidente que a burguesia tificava com as aspirações nacionais das
multinacional e associada era incapaz de classes empresariais paulistas e o PTB não
unir o povo ao seu redor, o que causou a conseguia empolgar os trabalhadores do
sua derrota em 1954 e o compromisso de maior complexo industria! da América La­
1961, bem como estimulou os acontecimen* tina, isso explicaria em parte a razão pela
tos de 1964. A burguesia não conseguiu qual São Paulo, que comanda a vida eco­
criar um sistema partidário manejável e viá­ nómica do Brasil, não possui o domínio
vel em si mesmo, assim como não conse­ político”. Wilson FIGUEIREDO. A indefi­
guiu criar um partido próprio. Ela usou-os nição dos grandes partidos. Cadernos Bra­
a todos e se viu, no princípio da década de sileiros, i. 1, (3):3-7, ano 2, 1960.
sessenta, somente com as Forças Armadas. 68. A FPN, presidida por Bento Gonçal­
O PSD, máquina oligárquica, não tinha ves e dirigida por Sérgio Magslhaes. reu­
capacidade para agregar as novas pressões nia deputados federais do Partido Socialis­
das classes trabalhadoras mobilizadas, ru­ ta Brasileiro — PSB (77,8%). do PTB
rais c urbanos, O PSD, ligado ainda a in- (63%). do PSD (41.7%) e mesmo da UDN
(cresses rurais c industriais tradicionais, náo (28.6%). sob uma plataforma oacionalúla
conseguia executar uma articulação mais que condenava o abuso multinacional e al­
ampla de interesses, como o exigia o capi­ mejava reformas estruturais semelhantes ài
ta! multinacional. Já a UDN. ao mesmo Linhas do governe de João Goulart
tempo em que projetava uma imagem de 69. P. A RIBEIRO, op. cif. p. IM. Essa
modernidade, a de "um partido que fazia análise era coerente com a apresentada pc
um certo grau de oposição ao regime... la revista Visào. de São Paulo. A análise
fora também virtualmente um participante da Visdo demonstrava que. em 1945, o
do regime” e pior ainda, como partido a PSD e a UDN juntos contavam com 96,4%
UDN era praticamente impermeável às mas­ do eleitorado. Em 1958. no entanto, a per­
sas. Vide Otávio DULC1. Veia. 7 de se­ centagem era dc 52.2. baixando em 1962
tembro. 1977. Sobre a oposição do Coronel para 45.9. Acrescentava ainda que “Parece
Colbery à UDN. vide Carlos LACERDA. haver evidente correlação entre o dedjnio
Depoimento. Rio de Janeiro. Ed. Nova dos partidos do centro e o êxodo ruraL Oa
Fronteira, 1977. p. 155. eleitores rurais que são urbanizados rapi­
damente. primeiramente votam no PTB c
66 P. A. RIBEIRO, op. cil. p. 17. O
depois tendem para o PCB ” Vúâo. 30 dc
PSD dividiu se entre os “caciques” c a “ala
klembro. 1960. citado em Osuy D. PEREI­
moça”. A UDN tinha a sua “Banda de
RA. Quem Ja: as leis no Brasil. Rio de
Música”, grupo de políticos que apoiava
Janeiro, Civilização Brasileira. 1963. p. 50.
o golpe, formado por A lio mar Baleeiro. Co­
ronel Menezes Cortes. Carlos Lacerda. Bi- 70. A ADP. criada em março de 1961, era
lac Pinto. João Agripino c ou troa, e o gru­ dirigida por loão Mendes da Costa Filho,
po “Bossa Nova”, com tendências mais li­ deputado udenista da Bahia. gTtnde pro­
berais. Vide M. BENEVIDES. op. cil. p. prietário dc terras e advogado. A ADP reu­
137-31. nia grupos reacionários c conservadora,

155
muitos deles atlvislüs pró-golpe. Concrcü- incorporar os camponeses a sua base de
uva. de forma ad hoc, um alinhamento poder, bem como tendeu a colocar a oli­
através das linhas partidárias, criado basi­ garquia rural c a burguesia agrária dentro
camente com um aglomerado PSDUDN- do bloco político multinacionol-ossociado.
PSP c com a adesão de um setor impor­ Para uma descrição do cenário político do
tante do Partido Democrático Cristão — nordeste c uma avaliação do significado
PDC. de membros do Partido Republicano das ligas camponesas, dos sindicatos rurais
— PR. do Partido Libertador — PL. do c das organizações rurais dc direita, vide (a)
Partido de Representação Popular — PRP. Joseph A. PAGE. Thc revolullon that ne-
do Movimento Trabalhista Renovador — ver *as: northeast Brazil 1955-1964. New
MTR e de outros grupos de menor impor­ York, Grossman Publishcrs. 1972. (b) Pau­
tância. recebendo inclusive o apoio da ala lo CAVALCANTI. Da coluna Prestes à
da direita do PTB A ADP reuniu o setor queda de Arraes. Sòo Paulo. Ed. Alfa Orne-
centro-direita do espectro político, cerca de ga. 1978. Cap. 11-13. (c) Gregário BEZER­
160 membros do Congresso c cerca de 40 RA. O frio e sanguinário Grcgório Bezer­
outros apoiadores eventuais numa oposição ra. O Pasquim, Rio de Janeiro. 26 dc ja­
coerente contra o Executivo de João Gou­ neiro dc 1979. p. 19-21. (d) Clodomir MO­
lart. o bloco nacional-reformista e a mobi­ RAES. Peasant leagues in Brazil. In: STA-
lização das classes trabalhadoras. Inicial­ VENHAGEM. Rodolfo cd. A granai pro-
mente. a ADP assocíou-se à militante po­ blrms and peasant movements in Latin
sição conservadora do CONCLAP. ajudan­ América. New York. Doubleday. 1970. p.
do a incitar a opinião pública contra o 497 98. (e) M. CEHELSKY. The policy
Executivo. No entanto, tomou-se em pou process in Brazil: land reform 1961-1969.
co tempo um canal parlamentar coordena­ Dissertação de Dourado. Columbia Univ^
do e uma fachada política para forças so­ 1974. p. 235-50. (0 Antônio CALLA-
ciais e grupos de ação da direita mais so­ DO. Tempo de Arraes: padres e comu­
fisticados. A ADP teve em 1962 o seu pe­ nistas na revolução sem violência. Rio de
ríodo de atividade máxima, com umi rede Janeiro. José Álvaro Ed., 1964. (g) Moniz
nacional ADP/ADEP. Vide (a) Brazil: elec- BANDEIRA. O governo... op. dl. p. 54-
lion factbook. op. cit. p. 37. (b) M. V. BE- 63.
NEVIDES. op. cit. p. 138-39. (c) O Estado 73. L. MARTINS, op. cit. p. 131. Em um
de São Pauto. 20 dc junho. 1963.
país onde somente a minoria votava (entre
71. Para uma descrição sucinta de cada 1945 e 1963, mais da metade da popula­
uma dessas organizações, vide Brazil: elec- ção acima de 18 anos de idade estava im­
liou lactbook. op. cit. p. 37-50. possibilitada de votar devido às restrições
impostas aos analfabetos), a política dc
72. A profunda desagregação social no
João Goulart de conceder o direito de voto
nordeste e no centro-sul, sob a forma de
a todos os cidadãos brasileiros foi reconhe­
mobilização dos camponeses através de li­
cida como uma clara tentativa de quebrar
gas e da sindicaltzação rural, parecia indi­
o frágil equilíbrio eleitoral cm favor de re­
car que a classe camponesa estava final­

I
formas populares sociais c econômicas.
mente encontrando uma expressão coorde­
Além disso, João Goulart garantira direi­
nada e suficientemente móvel para suas as­
tos políticos plenos a militares de baixo
pirações e direitos, superando as falhas da
escalão que não gozavam mais de eligibi-
organização burocrático-partidária c atin­
lidade parlamentar. Eles se tomaram assim
gindo o indivíduo isolado no interior do
uma nova fonte de poder, provendo as clas­
Brasil, socialmcntc complexo e regional
ses trabalhadoras de um dispositivo militar
mente diferenciado. A redução do controle
em potencial.
exercido pelo nSD e o aumento na mo­
bilização camponesa afetaram a própria ba­ 74. P. A. RIBEIRO, op. cit. p. 18-9.
se do pacto populista de dominação A mo­ 75. A concepção inicial do sistema auto­
bilização dos camponeses atingiu níveis crí­ ritário corporativo era unilateral, com o
ticos em decorrência das expectativas cria­ objetivo de incorporar as classes trabalha­
das em tomo do projeto de reforma agrá­ doras ao Estado. Posteriormente, com os
ria dc João Goulart e suas tentativas de crescentes índices dc urbanização c moder-

156
nizaçôo c a conscientização ideológica e 82. Nio devemos nos esquecer que. «pesar
política dos trabalhadores, o caráter não- da ausência dc organizações revolucionárias
funcional do populismo tomou-se claro, à capazes de ameaçar o Estado capitalista bra­
medida que ele se tomava um sistema bila­ sileiro. o princípio da década de sessenta
teral. enfraquecendo a sua capacidade de lomou-se um período crítico em decorrên­
controle social e contenção política. Nesse cia da multiplicidade de demandas confli­
momento, um bloco popular trabalhista ha­ tantes das classes dominadas c em decor­
via atingido o palanque do Executivo, sob rência das várias frações da classe domi­
a égide de João Goulart, e “penetrado” o nante. que. como um lodo, constituíram
aparelho do Estado. Em fins da década de uma critica pressão contra a estabilidade do
cinquenta e princípios da década de ses­ regime. Vii F. WEFFORT. El popuiis-
senta desenrolou se um período de mobili­ mo... op. cit. p. 84.
dade ideológica e participação popular. 83. João QUARTIM. Diclatorship and
A ponia-de-lança do movimento das clas­
armed sfrugjle ài Braxd. Londoo, NLB,
ses trabalhadoras organizadas posicionou-
1971. p. 39-57.
se ao lado de João Goulart, não se colocan­
do, contudo, sob seu comando. Vide (a) 84. Fernando H. CARDOSO. Autoritaris­
Werncck VIANA. Liberalismo e sindicalis­ mo e democratização. Rio de Janeiro. Paz
mo no Brasil. Rio de Janeiro. Paz e Terra. e Terra. 1975. p 171-78, 181-85. 187-213. A
1976. p. 111-40. (b) Veja, 12 de outubro. autonomia relativa do Estado não se cons­
1977. p. 6. Entrevista com L. Wemeck Via­ tituía em um projeto social para as clas­
na. ses dominantes. Os "dispositivos” políticos,
76. Vide (a) Wiüiam R. KITNER. Thc militares e burocráticos, uma característica
politicalization of strategy. In: ABSHIRE. geral do sistema político brasileiro, restrin­
D. êt ALLEN, R. V. ed. Nationai security: giam-se às classes dominantes.
political, mihlary and economic st rateai es 85. As práticas populistas, que haviam
in lhe decade ahead. New York. Hoover permitido às classes dominantes preservar
Jnslitution on War. Revolution and Peace. • base de sua dominação real, estavam sen­
Praeger, 1963. p. 385-412. (b) W. R. KIT- do destruídas por plataformas político-idco-
NER & H. STOKES. Discussion on Latin lógicas de cunho reformista, desorganizan­
América. In: ABSHIRE, D. & ALLEN, R.
do assim a “função controladora do aiile-
V. op. cit. p. 444-50.
ma corporativo”. Kennclh P. ER1CKSON.
77. Lincoln GORDON. ESG. Documento Corporatism and labour in development. In:
n.C-41-62. p. 32. ROSENBAUM, John H. <fc TYLER, Wll-
78. O termo Sociedade Civil é usado aqui Iiain G. de Contemporary Brazií issues in
no sentido gramsciano, ou seja, como o me­ economic and political development. New
canismo para a hegemonia de um grupo York. Praeger, 1973, p. 151.
social sobre toda a sociedade, hegemonia 86. Sobre a noção de “necessidade” e “ne­
obtida através das chamadas organizações cessário” neste trabalho, vide A. GRAMS-
privadas, como a Igreja, as escolas, sindica­
Cl. op. cit. p. 412-13.
tos, etc. A. GRAMSCI. op, cit. p. 56.
87. F. de OLIVEIRA. Crítica... op. cit.
79. O caso será justamente esse se com­ p. 50.
pararmos a mobilização política brasileira
88. F. de OLIVEIRA. Crítica... op. cit.
das classes trabalhadoras com o nível de
p. 40-1, 44-5. A média de crescimento do
participação popular e organização política
do Chile, 1970-1973 e do Uruguai, 1970- produto real, que no período dc 1953-1957
1973. era dc 8,1%, aumentou para 11,2% duran­
te a administração de Juscelino Kubitschek.
80. Sétima Convenção, setembro, 1962. In:
IPES. Noticiário N, 4. 89. F. dc OLIVEIRA. Cr/tíca... op. cit.
81. Oliveiros S. FERREIRA. A caracteri­ p. 48. Tomando 1953 como ano base
zação do sistema. O Estado de Sào Paulo, (1953 = 100), podemos observar as varia­
17 dc outubro, 1965. (baseado em grande ções do índice do custo de vida no Rio e
porte em Gramsci). cm São Paulo na Tabela 12.

157
Tabela 12

Rio: Sõo Paulo: Rio: Dezembro Sõo Paulo: Dezembro


Médio anual Média nnuol dc cada ano dc cuda ono

Ano
Variação Vorioçõo Voríoção Variaçãc
índice onual índice anual índice onual índice anual

1953 100.0 100.0 108,0 100


1954 122.4 22.4 1183 18.3 136,3 262 101 233
1955 150.7 23.1 141 193 162,4 19,1 142 17.1
1956 1822 20,9 173 22.2 197.6 21,7 189 3JJ
1957 211.9 163 206 192 224,0 13.4 216 14,1
1958 242.9 14.6 237 152 262,7 173 264 223
1959 338.0 39,1 325 372 399,4 52.0 378 42.7
1960 437.4 29,4 439 34,9 494,3 23,8 499 32,3
1961 582.9 33,3 607 38,1 707,7 432 716 43.4
1962 884.0 51.7 905 92,4 1 099,0 553 1 159 61.9

Fonte: Fundação Getúlio Vargas e Prefeitura de São Paulo


Citado no Documento dc Trabalho N.a 5, Ministério do Planejamento.
Reunião dc Ministério. 4 de junho, 1964.
90. Tomando como base o ano de 1944 industriais do final da década de cinqüenta
(= 100). o salário mínimo real diminuiu de c princípio da década de sessenta. O bloco
161,6 em 1961 para 128,6 em 1963 (Rio) multinacional e associado considerava tam­
e de 146,2 em 1961 para 114,5 em 1963 (São bém que atingira o máximo de sua capa­
Paulo), ao passo que de 1958 a 1959, a ren­ cidade extrativa dentro dos limitei políti­
da real de uma família baixou em 10%. cos e sócio-econômicos do regime populis­
Deve-se ressaltar que Sáo Paulo, o Estado ta. Vide (a) Rizzo de OLIVEIRA, op. cit.
mais industrializado, tinha índices mais bai­ p 27-56. (b) Hélio JAGUARIBE. Crise t
xos do que o Rio, enquanto que a produti­ allernaiivoi. Rio de Janeiro, Zahar, 1974.
vidade mantinha uma média de crescimen­ p. 30-2.
to anual de 10.3 no período de 1957 a 95 F. WEFFORT. Política de mauai. op.
1962; se tomarmos como base o ano de cit. p. 195-6. Sobre as condições pira o com­
1949 (= 100), até o princípio de 1963 a portamento violento de empresários contra
produtividade havia atingido o índice de o governo, vide F. G. CASTLES. op. cit.
312,4. Neste ano. porém, ela obteve um me­ p. 162-3.
ro aumento de 0,2, em decorrência das gre­
ves, interrupções e desacelerações no ritmo 96. Sobre a noção e objetivos de uma
de produção, conduzindo a uma interrup­ intervenção, vide (•) J. N. ROSENAU. The
ção política, e nào econômica, da produti­ concept oí intervenlkm. Journal o/ Inter-
vidade. Em 1964. com o restabelecimento naiionai A/lain. s. (21):167, 1967 (b)
da ordem empresarial, o índice subiu rapi­ R. L1TTLE. op. cit. p- 53.
damente para 5,2. F. de OLIVEIRA. Criti­ 97. Vide A. STEPAN. op. cit. p. 9-20, 57-
ca. .. op. cit. p. 45-6, 48. 12, sobre a forma pela qual a intervenção
91. F. de OLIVEIRA, op. cif. p. 42. militar foi racionalizada e sobre sua legi­
timação como uma intervenção moderado­
92. Desenvolveu-se entre os oficiais mili­
ra.
tares a idéia de que o governo encorajava
as greves e de que os enormes aumentos 98. A polarização intransigente e a total
salariais contribuíam para a inflação, a vio­ rejeição do ‘ Sistema ’ tem sido somente a
lência e o desgaste cm seus próprios salá­ resposta de uma minoria das “classes pro­
rios c tíotui. Tal idéia, limitada e sem al­ dutoras" e dos militares. Vide (i) C.
cance nacional, seria convenientemente in­ SCHMITTER. Inlerest, conflicl and poli-
suflada. O significado político da reação tical chance in Brazil. Snníord. Staníord
dos oficiais militares contra a inflação foi Univ. Press. 1971. (b) A. STEPAN. op. cit.
particularmentc importante, pois eles grada­ p. 97. Somente um encontro dc forças para
tivamente passaram a identificar os sindica­ a sobrevivência de classe, isto é, um cená­
tos e a política de mobilização de massas rio soma-zero, a 11 a m c n t e manipulador
como os (atores mais diretamente respon­ e intensamente arquitetado socialmente, po­
deria estabelecer um ponto de união para
sáveis pelo problema. Vide Alfred STE-
PAN. op. cit. p. 71. 79. uma ampla frente de ação militar-empresa­
rial que se tomasse capaz de mobilizar se­
93. O mais famoso dos referidos agitado­ tores abrangentes da opinião pública e
res profissionais foi o cabo Anselmo que, causar a intervenção dirigida das Forças
apoiado pela CIA. “liderou” a revolta dos Armadas.
marinheiros, desencadeando assim a ação
militar contra João Goulart. Vide (a) Mo- 99. F. de OLIVEIRA. A economia... op-
niz BANDEIRA. O governo... op. cit. p. cit. p. 115-16. Vide os capítulos V-Vill des*
169. (b) hto Ê, (132): 17, 4 de julho, 1969. te livro.

94. O populismo foi condenado pelo blo­ 100. Vide o capítulo VI deste livro.
co de poder multinacional e associado por 101. Segundo um participante militar cha­
haver sido considerado inapto para desem­ ve nos acontecimentos de 1964, “No Bra­
penhar sua função de contenção social, por sil todo mundo coospirava; nós soubemos
seu conteúdo dc mobilização e por basear- como fazê-lo” (Rio de Janeiro, 1976, em
se em uma administração ineficaz, a qual entrevista concedida a RA. Drtifuss. A pe­
não correspondeu às cambiantes condições dido do entrevistado, seu nome não foi

159
revelado). Esse ponto de vista é reforçado tuais orgânicos dc direita, aconselhava, cm
pela análise de Ronald Schncider, que, por uma corta ao estado-maior clandestino, “o
sua vez, cita Leôncio Basbaum: “Durante qual dava início à primeira articulação mi­
o ano dc 1963. todo mundo no Brasil cons­ litar objetivando a derrubada do governo
pirava. .. Não havia uma conspiração. Ha­ de Goulart’*, que era “necessário agir com
via uma porção de conspiraçõezinhas absoluta segurança, definindo, antes de as
Leôncio BASBAUM. História sincera da unidades militares entrarem cm ação, os
república: 1930 a 1960. São Paulo, Ed. Ful­ objetivos c o que deveria ser feito". Rotei­
gor Ltda., 1968. V. 4. p. 41. citado em Ro­ ro da revolução. O Estado dc São Paulo,
nald M. SCHNE1DER. The Política!... op. 12 de abril, 1964. Vide também o capítulo
cit. p. 75. VIII.

102. Glycon de PAIVA. 1PES CD Rio, 4 109. Sobre os atores sociois “bifurcados”
de abril. 1962. e a transição dc um conflito triádico para
conflito diádico, assim como sobre a defi­
103. A abrangente coalizão formada pelas
nição de estímulo de intervenção, vide R.
frações multinacionais e associadas deu ao
LITTLE. op. cit. cop. 3.
movimento de 1964 sua individualidade. A
excessiva sobredeterminação político-estru­ 110. N. BAILEY. Organizalion and opera-
tural de tais frações não foi revelada a mui­ tion oí neoliberalism in Latin América. In:
tos dos participantes dessa ampla frente BAILEY, N. ed. Latin América: polities,
burguesa. Entretanto, o desenrolar de um economics and hemispheric security. New
estado autoritário associado iria em pouco York, Praegcr, 1965.
tempo abalar suas ilusões. Vide F. H. CAR­
111. O Estado era, definitivamente, o ter­
DOSO. Autoritarismo... op. cit. p. 187. reno político da mais alta burguesia. O
104. Para a compreensão teórica da ques­ consenso entre a burguesia e o consenti­
tão do Bonapartismo Constitucional, vide mento das classes trabalhadoras foram ex­
A. GRAMSCI. op. cit. p. 210-16. cluídos. Confibu-se na autoridade da força.
Em concordância com essa mesma linha dc
105. F. dc OLIVEIRA. A economia .. op.
pensamento, a autoridade foi destituída de
cit. p. 110.
seus mecanismos Iegitimadores prévios. Tor­
106. “Se olharmos o processo como um na-se até mesmo irônico que o planejador
todo, poderiamos dizer que as contradições das forças vitoriosas de 1964, o então Co­
internas da classe dominante subordinam- ronel Golbery do Couto e Silva, do IPES,
se à contradição existente entre esta última não fosse capaz de seguir suas próprias re­
e o sistema total, bem como à contradição comendações: "A formulação, a expressão
que exisie entre a classe dominante e os dos Objetivos Nacionais são e devem ser
setores médios do capital". El nuevo ca­ consideradas como uma obra de arte,
rácter de la dependencia. In: MAR. José pois., obras dc arte promovem um sen­
Matos ed. La crisis dei desarrollismo y la tido dc identificação. E não é indispensá­
nueva dependencia Argentina, Amorroriu vel que lodos se sintam facilmente identifi­
Ed. 1969. p. 70. (Instituto de Estudos Pe­ cados com os Objetivos estabelecidos? So­
ruanos). mente tal identificação dará ao plano o
107. Sobre o sentido de crise orgânica, vi­ selo autêntico de autoridade inquestioná­
de A. GRAMSCI. op. cit. p. 210. vel.’* Golbery do Couto e SILVA. Do pla­
nejamento para a segurança nacional. Ca­
108. Tornou-se óbvio que a campanha do
golpe foi um acontecimento elaborado. As­ dernos Brasileiros. Rio de Janeiro, (4): 37-

sim, Júlio de Mesquita Filho, proprietário 8. out/dez. 1960.


de O Estado de São Paulo e da estação 112. Antônio Carlos do Amaral OSÓRIO.
de rádio El dorado de São Paulo, bem co­ O estado revolucionário e o desenvolvi­
mo das Indústrias de Papel Guararema S.A. mento econômico. In: O processo revolu­
(Parsons & Whiltmore Inc. Panhit Ltd. cionário brasileiro. Rio de Janeiro, AERP,
Sulça), membro proeminente dos intelec­ 1969. p. 115-16.

160
CAPÍTULO V

A ELITE ORGÂNICA: RECRUTAMENTO,


ESTRUTURA DECISÓRIA E ORGANIZAÇÃO PARA A AÇÃO

Introdução

Este capítulo aborda o processo pelo qual os intelectuais orgânicos de inte­


resses económicos multinacionais e associados formaram um complexo político-
militar. o IPES/IBAD, cujo objetivo era agir contra o governo nacional-reformista
de João Goulart c contra o alinhamento de forças sociais que apoiavam a sua
administração. Concomitantemente, é feita a descrição da organização interna­
cional desses intelectuais orgânicos, sua formulação de diretrizes políticas, seus
canais de tomada de decisão e suas estratégias de ação pública e reservada,
direta e indireta,
O complexo IPES/IBAD representava a fase política dos interesses empre­
sariais. Com buse no argumento de Gramsci, se não todos os tecno-emprcsários, *
empresários e militares, "pelo menos uma elite entre eles tinha a capacidade de
ser os organizadores de seus interesses e da sociedade”.1 Essa elite dos intelectuais
orgânicos (doravante denominada elite orgânica’ do bloco económico multina­
cional e associado) passou a constituir uma força social, cônscia de que seus
"próprios interesses corporativos, no seu presente e futuro desenvolvimento,
transcendem os limites corporativos da classe puramente econômica e podem e
devem também se tomar interesses de outros grupos subordinados". Essa é a
fase mais genuinamente política e marca a passagem decisiva da estrutura para
a esfera da complexa superestrutura; essa é a fase na qual ideologias previamente
desenvolvidas se tomam "partido”?
Para entender como os interesses multinacionais e associados estabeleceram
sua supremacia sobre o bloco populista oligárquico-industrial no poder e como eles
contiveram as classes trabalhadoras emergentes, é necessário compreender o pro­
cesso pelo qual os intelectuais orgânicos das frações economicamente predomi­
nantes foram capazes de se envolver com êxito na luta política da década de
sessenta. E também necessário compreender o "grau de homogeneidade, cons­
ciência e organização” atingido pelos intelectuais orgânicos dos interesses eco­
nômicos multinacionais e associados. Esse momento de homogeneidade, cons­
ciência e organização no processo traduziu-se pela formação de uma elite orgânica
centrada na frente de ação do complexo IPES/IBAD.4
A história do complexo IPES/IBAD relata o modo pelo qual a elite orgânica
da burguesia multinacional e associada evoluiu de um limitado grupo de pressão
para uma organização de classe capaz de uma ação política sofisticada, bem como
o modo pelo qual ela evolveu da fase de projetar uma reforma para o estágio

161
de articular um golpe de Estado. O complexo dc interesses multinacionais e
associados procuraria liderar os grupos profissionais c funcionais como também
visaria a neutralizar o bloco de poder tradicional, na certeza dc que a elite
orgânica poderia sair vitoriosa e dinamizar o processo dc modernização capita*
lista, somente se ela assegurasse o apoio e a aquiescência da maioria da população
participante. A elite orgânica centrada no IPES se revelaria então como o
"amadurecimento da disposição para agir dentro de um programa copaz dc mobi­
lizar os bomens de empresa”, c como um todo oferecer soluções aos problemas
do país1 Nesse processo, a elite orgânica modelaria as forças sociais burguesas
cm uma classe, processo este que culminaria com a transposição do poder privado
dos interesses multinacionais e associados para o governo público do Brasil. Para
isso, o bloco econômico dominante teria de vir a ser o Estado autoritário em que
efetivamente se transformaria?

A formação do IPES

Dimensões nacionau e internacionais

As sementes do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais — IPES. como


(ambétn as do Instituto Brasileiro de Ação Democrática — IBAD, e do Conselho
Supenor das Classes Produtoras — CONCLAP. foram lançadas ao final da
administração dc luscelino Kubitschek7 (cujos excessos inflacionários e estilo
populista geraram o descontentamento entre os membros do complexo IPES/
IBAD)* e durante a presidência dc Jânio Quadros, cm cujo zelo moralista eles
depositavam grandes esperanças. Embora interesses multinacionais c associados,
individuais ou mesmo setoriais fossem devidamente articulados através da admi­
nistração paralela, não havia nenhuma liderança política reconhecida c organizada
ao final dc 1960. exceto as associações dc classe de cunho menos abrangente.
Foi então que. conforme Paulo Ayres Filho, empresário c cx-dirctor do Banco do
Brasil no governo dc fânio Quadros, "alguns franco-atiradores dc São Paulo
c do Rio dc Janeiro sc reuniram pela primeira vez. Todos eles (talvez dez ou
doze no máximo) eram rclativamcnlc jovens executivos da geração nascida durante
a Primeira Guerra Mundial ou pouco depois dela”.* De acordo com a versão
conhecida, o contato com Paulo Ayres Filho foi feito pelo empresário dc origem
americana Gilbcrt Huber Jr. residente no Rio, a quem foi dada a incumbência
dc recrutar homens dc negócio de Sâo Paulo.10 Paulo Ayres Filho, por sua vez,
recrutou João Batista Leopoldo Figueiredo, importante empresário multinacional
e cx-prcsidcntc do Banco do Brasil no governo dc Jânio Quadros. J. B. Leopoldo
Figueiredo se tomou líder do IPES de São Paulo. Com a súbita renúncia de Jânio
Quadros, em agosto dc 1961. dccidiu sc ativar o grupo.11
Contudo, Paulo Ayres Filho, dedicado anticomunista,1’ já havia, parece, feito
algum trabalho dc base nessa esfera, antes dc ser chamado por Gilbcrt Huber Jr.
No princípio da década dc cinquenta. Paulo Ayres Filho estivera visivelmente
preocupado com a mobilização política que então ocorria cm todo o país, atra­
vessando as barreiras dc classes. Tendo tomado conhecimento do trabalho da
Foundaúon oí Economic Educaiion. organização sediada cm Nova York, "defen­
sora da causa de uma limitada participação do governo na economia c da livre

162
empresa”, como um antídoto para a filosofia de que ”nio se consegue algo em
troca de nada", ele iniciou a tradução e distribuição de seu>-panfletos entre
amigos.”
Enquanto isso, no Rio, Gilbert Huber Jr., 0 empresário multinacional Antônio
Gallotti. os tccno-cmpresários Glycon de Paiva e José Garrido Tones e o empre­
sário Augusto Trajano Azevedo Antunes, entre outros, estavam engajados em
sua próspera campanha de recrutamento e também envolvidos na obtenção dos
serviços de diversos oficiais da reserva, tais como o General Golbery do Couto
e Silva, que foi indicado ao 1PES pelo General Heitor Herrera Uma série de
reuniões informais lideradas por empresários nas casas de proeminentes homens
de negócio de São Paulo e do Rio iniciou abertamente um estágio no processo
onde diferentes organizações de classe e órgãos do governo começaram a pregar
mudanças fundamentais na economia e no sistema político. Desses encontros pla­
nejados e discussões preliminares com um constante c crescente número de indi­
víduos de destaque, surgiu a idéia de se estimular em todo o país uma reação
empresarial ao que foi percebido como a tendência esquerdista da vida política.
Tal reação empresarial precisaria contar com representação setorial para ser eficaz
e deveria ter um sentido "popular" mais abrangente, de uma forma que já estava
sendo estimulada em Recife. Belo Horizonte. São Paulo e Rio pelo primeiro grupo
organizado de ação empresarial, o IBAD. e já sendo desenvolvida pela militante
associação de classe, o CONCLAP.
O IPES passou a existir. Os fundadores do IPES do Rio e de São Paulo,
o núcleo do que se tornaria uma rede nacional de militantes grupos de ação,
vieram de diferentes backgrounds ideológicos. O que os unificava, no entanto,
eram suas relações econômicas multinacionais e associadas, o seu posicionamento
anticomunista e a sua ambição dc readequar e reformular o Estado Esses empre­
sários visavam a uma liderança política compatível com sua supremacia econô­
mica e ascendência tecnoburocrática. pois, como foi observado, "a direção do
país não podia mais ser deixada somente nas mãos dos políticos".14 O IPES
passou a existir, oficialmente, no dia 29 de novembro de 1961. Seu lançamento
foi recebido favoravelmente pelos diversos órgãos da imprensa, tais como o
Jornal do Brasil, O Globo, o Correio da Manhã e a Ultima Hora.11 Contou tam­
bém com o beneplácito do conservador Arcebispo do Rio Dom Jayme de Barros
Câmara, enquanto outras figuras políticas, eclesiásticas e intelectuais aplaudiram
da mesma forma o seu aparecimento. Rapidamente o IPES se expandiu até Porto
Alegre, Santos. Belo Horizonte. Curitiba, Manaus c outros centros menores.”
O IPES desenvolveu uma dupla vida política desde o seu início. Aos olhos
de simpatizantes e defensores, a sua face pública mostrava uma organização de
"respeitáveis homens de negócio" e intelectuais, com um número de técnicos de
destaque, que advogavam "participação nos acontecimentos políticos c sociais e
que apoiavam a reforma moderada das instituições políticas e econômicas exis­
tentes".17 Seu objetivo ostensivo era estudar "as reformas básicas propostas por
João Goulart c a esquerda, sob o ponto dc vista de um tecno-emprcsário liberal".”
Conforme uma versão de seu documento básico. "A responsabilidade democrática
do empresário", distribuído entre recrutas potenciais, o IPES foi instituído como
uma "agremiação apartidária com objetivos essencialmcntc educacionais e cívi­
cos". Além disso, segundo o documento, o IPES seria orientodo por "dirigentes
dc empresas c profissionais liberais que participam com convicção democrática.

163
como patriotas c não como representantes de alguma classe ou de interesses pri­
vados. Eles »c reúnem para analisar a situação c contribuir parn o solução dos
problemas sociais que surgem constantcmcnte na vido brasileira. Por isso, a
direção do IPES conta com a colaboração de professores universitários, técnicos
e peritos, que. de acordo com seus postulados, estejam dispostos a trabalhar no
estudo c na equação dos problemas nacionais”. Seus objetivos professados eram
“promover a educação cultura), moral e cívica dos indivíduos”, “desenvolver e
coordenar estudos e atividades de caráter social” e, “por meio de pesquisa obje­
tiva e discussão livre, tirar conclusões e fazer recomendações que irão contribuir
para o progresso econômico, o bem-estar social e fortificar o regime democrático
do Brasil”.1* Para realçar ainda mais a sua fachada, o IPES era apresentado (por
sua liderança) entre o grande público, como uma organização educacional, que
fazia doações para reduzir o analfabetismo das crianças pobres — e como um
centro de discussões académicas.
O lado encoberto coordenava uma sofisticada e multifacética campanha polí­
tica. ideológica c militar. Os fundadores do IPES, avidamente dedicados à “ma­
nipulação de opiniões c guerra psicológica, organizavam e recrutavam um núcleo
de 50 membros, cada um encarregado de trazer cinco outros, e eles, por sua vez,
outros cinco Eles concordavam cm conduzir tanto us operações públicas, quanto
as encobertas”.r Algumas pessoas do grupo de fundadores consideravurn que o
IPES devena ser uma organização inlciramcntc clandestina, mas foi argumen­
tado que. em função da natureza, dus tarefas por vir, seria mais sensato operar
também com o conhecimento do público?1 As operações secretas e discretas da
burguesia insurrcicional eram executadas por forças-tarefa especializadas, uni­
dades de açác. grupos com codcnorocs c subsidiários.*’
O IBAD agia como uma unidade tática e o IPES operava como centro estra­
tégico. sendo que o IBAD e outras organizações subsidiárias e paralelas tomavam
a si a maior parte do insucesso (ou glória) por atividades secretas, expondo-se
muito mais do que o IPES O equilíbrio entre atividades a longo e curto prazo
era delicado err.bcra o padrão que parecia ter surgido era aquele de grupos
paralelos operando nos dois níveis, escorando grupos e organizações contingentes
e com objetivos específicos c limitados, quando se fizesse necessário.2* Astucio-
samente, Raul Pilla. líder do Partido Libertador, observou que “duas instituições
muito úteis foram organizadas, uma visando estudos doutrinários para disseminar
idéias c esclarecer os cidadãos, a outra para a ação política, levando-os a cumprir
seus deveres patrióticos”.*4
A elite orgânica se empenhava na fusão dos militantes grupos antigovemistas
que se encontravam dispersos Ela instituiu organizações de cobertura para ope­
rações encoberta» (penetração c contenção) dentro dos movimentos estudantis e
operários c desencorajou a mobilização dos camponeses. Estabeleceu ainda uma
bem organizada presença política no Congresso e coordenou esforços de todas as
facções de ceniro-dircita cm oposição ao governo c a esquerda trabalhista. A
elite orgânica também estabeleceu o que pode ser considerado como efetivo
controle da mídia audiovisual c da imprensa de todo o país. No curso de sua
oposição às estruturas populistas, ao Executivo nacional-reformista e às força»
sociais populares, o complexo IPES/IBAD se tornava o verdadeiro partido da
burguesia e seu estado-maior para a ação ideológica, política c militar.

164
Segundo Paulo Ayres Filho, os resultados alcançados pelo 1PES não foram
extraordinários nos estágios iniciais de sua existência como organização; porém,
graças à colaboração dada por suas subsidiárias e outras entidades e grupos de
ação existentes, gradualmente a elite orgânica logrou êxito infundindo nas classes
dominantes, bem como nas camadas sociais intermediárias e militares, primeiro
a idéia de resistência contra o governo, depois o consenso c a urgência quanto
a sua derrubada. Para essa última operação o complexo IPES/IBAD leria de ser
bem sucedido cm influenciar e mobilizar um grande número de oficiais militares.
E isso foi alcançado.35 Assim, um grupo conhecido de civis e militares viajou
por lodo o Brasil, identificando movimentos locais, grupos e indivíduos antigover-
nistas e antitrabalhistas de esquerda, que estivessem dispostos a recorrer a medidas
de cunho militar, caso fosse necessário.21 Além disso, o complexo IPES/IBAD
se defrontou com problemas de doutrinação e organização de um bloco de poder
burguês e de como induzi-lo à ação política com um mínimo de legitimação
popular. A primeira tarefa da elite orgânica seria convencer a maioria dos pró­
prios empresários de suas imediatas e reais necessidades, que extrapolavam os
seus mesquinhos ganhos comerciais, e da necessidade de se envolverem em novos
níveis e formas diferentes de ação. Ela teria também de quebrar a fidelidade de
alguns e o passivo alinhamento de outros com o Executivo nacional-reformista.
Nessa tarefa, a elite orgânica Ibadiana e Ipesiana demonstrou extraordinária habi­
lidade e desenvoltura.
Em janeiro de 1962. o coordenador geral do 1BAD Ivan Hasslocher publicou
seu trabalho As classes produtoras diante do comunismo, uma tentativa de explicar
às classes dominantes o seu próprio posicionamento Ele alertava o grande público
empresarial quanto a necessidade de uma militância diferente das classes domi­
nantes, o que já vinha sendo disseminado entre indivíduos escolhidos, ainda em
caráter reservado, pelos ativistas do IBAD. Em seu trabalho. Hasslocher expunha
que "no momento há no Brasil numerosas entidades e órgãos das classes produ­
toras dedicados ao combate ao comunismo. Todos foram fundados por democratas
conscientes ... a elite, sob todos os pontos de vista, das classes produtoras. Mas
nenhum deles, até hoje, realizou nada de útil”.17 Isso se devia, conforme o tra­
balho, à ênfase depositada no número de membros reunidos em tais entidades e
órgãos, muito mais que à qualidade de seus membros, pois os fundadores dessas
organizações entendiam que elas deveriam ser verdadeiramente representativas.
E, de fato, o eram. Segundo o ponto de vista de Hasslocher, essa era. certamente,
a razão de sua inoperância. Ele tentava mostrar que nenhum “empresário com
senso prático jamais sonharia em ter sua empresa administrada por um conselho
cujos componentes tivessem poderes iguais c ponto de vista inleiramente diver­
gentes". E essa, enfatizava Ivan Hasslocher. era precisamente a forma pela qual
as organizações das “classes produtoras” haviam sido constituídas. A necessidade
de se criar uma organização de escol e sigilosa da elite orgânica estava se tomando
imperativa.
Como a elite orgânica estruturada no IBAD via as classes empresariais?
Hasslocher as dividiu nas seguintes categorias:

a) os comunistas, que perfaziam 1% do total;


b) os criminosos, 3%;
c) os inocentes úteis, 10%;
d) os reacionários, 12%;

165
e) os inconscientes, 70%; e
f) os elementos conscientes, 4%.

Os “comunistas” eram aqueles empresários que foram seduzidos por uma


doutrina e ambição política para apoiarem e organizarem atividades contra sua
própria classe. Dentro das classes empresariais eram considerados elementos des­
trutivos e de desagregação. Os “criminosos” constituíam os que ojudavam ou
eram simplesmente passivos diante da ação das classes opostas. Eles eram o setor
que tendia a maximizar seus retornos a qualquer custo c, por sun própria cobiça
comercial, a negligenciar os interesses mais amplos de toda a classe empresarial.
Formavam a categoria de “inocentes úteis”, os empresários liberais que apoiavam
projetos sócio-económicos rotulados de progressistas, devido à sua ingenuidade
e boa intenção. Os “reacionários” eram aqueles setores das classes dominantes
que identificavam como “comunistas" todas as causas modernizantes. Eles ten­
tavam fossilizar a sociedade, recusando-se a aceitar mudanças, a fim dc preservar
seus pequenos interesses. Os “inconscientes” eram constituídos pelos membros
das classes dominantes que não se tomaram militantes classistas. Eles pertenciam
às classes dominantes não por ação política ou posição ideológica, mas por sua
própria situação econômica objetiva. Por último, Hasslocher identificou os “ele­
mentos conscientes”. Esse pequeno grupo compreendia aqueles que tinham a
capacidade e a disposição para liderar as classes empresariais na luta que deve­
riam travar contra a “ameaça comunista”. Com o que somente poderia ser um
toque de ironia, Ivan Hasslocher observou que, em 1896. o autor H. G. Wells
escrevera um livro no qual ele expôs sua própria visão de um mundo futuro,
onde as massas seriam escravizadas por um grupo de poderosos capitalistas bem
organizados c sem escrúpulos. Vinte e três anos depois, Wells escreveu um novo
prefácio para o seu livro, no qual chegou à conclusão de que a espécie humana
“nunca chegará a essa imensa e deprimente condição de escravidão”, pois “a
tese de uma escravização gradativa e sistemática das massas trabalhadoras pres­
supõe uma inteligência, um poder de combinação e um maquiavelismo por parte
da classe dos financistas e industriais que esta classe ccrtamente não possui e
provavelmente não pode possuir”.2* Contudo, enfatizou Hasslocher, os elementos
conscientes eram “muito mais esclarecidos do que pensava H. G., Wells”, embora
não sejam numerosos. São homens cuja visão ultrapassa o terreno de seus negócios
imediatos e com uma compreensão apreciável de política”. Enfatizando sua abor­
dagem elitista, acrescentou que “as grandes reformas da história do mundo tém
sido apresentadas por minorias às maiorias. A democracia mais aperfeiçoada não
só tolera, como estimula a ação de líderes. Não há motivo doutrinário nem prático
para que as classes produtoras do Brasil só possam- agir en masse”. E ele acres­
centou que “Um grupo minoritário, coeso em tomo de ideais construtivos e soli­
damente ali cercados muito poderá fazer e à medida que se forem verificondo os
resultados do seu trabalho, então, novos elementos serão atraídos a colaborar
e o grupo se tomará mais representativo. A admissão desses novos elementos,
contudo, deveria ser condicionada à sua adesão formal — não só à linha ideológica
como à linha de ação definida pelo grupo fundador. Organizando-se como minoria
atuante, sem o peso morto dos inconscientes e sem a oposição bem ou mal-inten­
cionada das outras categorias, os democratas conscientes poderão delinear e exe­
cutar um plano de ação em defesa da sua pátria, da liberdade e de si mesmos.
A nosso ver, a esfera principal dc ação desse grupo deveria ser interna, isto é,

166
leria o objetivo de pôr em ordem a própria casa das classes produtoras".” Era
realmentc alto o grau de consciência de classe dentro do IBAD.
Com a cobertura do IBAD, a elite orgânica, feroz e publicamente, fazia
campanha através da mídia, bem como tomava medidas econômicas contra o
"desviante ou irresponsável comportamento político” de empresários individuais
que não se ajustavam à exigida oposição ao governo de João Goulart. Nessa
atividade específica, a Ação Democrática Popular do IBAD (ADEP) desempenhou
papel significativo. A ADEP desenvolveu duas campanhas básicas sob a bastante
inócua denominação de “Ação Social”. Uma consistia na pressão econômica sobre
us empresas privadas e entidades sociais que náo se identificavam com os seus
ideais políticos ou que realmente davam apoio a diretrizes governamentais. A
outra era o direcionamento político da opinião pública e empresarial contra o
governo nacionalista e contra determinadas figuras públicas.30 A campanha através
da mídia foi muito útil às tentativas da elite orgânica de consolidar uma frente
conservadora de opinião pública com objetivos modemizantes, em consonância
com metas empresariais e em oposição às tentativas nacional-reformistas de )oâo
Goulart.
Um exemplo claro de "queimação” de uma pessoa foram as criticas severas
que José Ermírio de Moraes, do grupo industrial Votorantim. recebeu por seu
apoio ostensivo ao candidato reformista à cadeira governamental de Pernambuco,
o Estado-chave do Nordeste. José Ermírio de Moraes havia sido Ministro da
Indústria c do Comércio na gestão do Primeiro-Ministro Francisco Brochado da
Rocha, cm 1962. A principio, a pressão sobre José Ermírio de Moraes foi prepa
rada no IPES do Rio, embora tenha sido o IBAD que ostensivamente desenvolveu
a campanha. Quando a questão Ermírio de Moraes foi levantada em uma reunião
da Comissão Diretora do IPES. ficou decidido que Rui Gomes de Almeida e
J. B. Leopoldo Figueiredo "conversariam com ele” e. negando-se a aquiescer,
seria atacado, já que o consideravam incapaz de resistir.11 O IBAD também
censurava grupos econômicos tais como o Grupo Ducal, pertencente a José Luís
Moreira de Souza, cunhado do General Affonso A. de Albuquerque Lima, da
ESG. por manter propagandas comerciais na Ultima Hora, jornal populista de
circulação nacional. O IBAD, além disso, criticava severamente a deliberada ati­
tude moderada do Jornal do Brasil, na luta contra o "esquerdismo”.11 Tais
campanhas contra José Luís Moreira de Souza e José Ermírio de Moraes serviram
de cortina de fumaça para a elite orgânica. José Ermírio de Moraes Filho, sócio
de seu pai no gigantesco grupo Votorantim, era membro proeminente do comité
diretor do IPES de São Paulo. José Luís Moreira de Souza era uma figura-chave
do comitê diretor do IPES do Rio e seu irmão e sócio no Grupo Ducal, ]osé
Cândido Moreira dc Souza, ex-membro do Clube da Lanterna (grupo antigetulista
de conspiradores liderado por Carlos Lacerda, bastante ativo na década de cin­
quenta) era ligado ao IBAD. Sendo ostensivamente atacados pela “direita”, eles
conseguiam manter suas comunicações abertas com o centro e uma parte da
esquerda do espectro político e era no suposto apoio de tais setores da ‘‘burguesia
nacional” que a malfadada estratégia dc reformismo nacional se baseava. Além
disso, o Jornal do Brasil, por trás de sua fachada de órgão informativo, era
usado como importante canal de divulgação para a campanha ideológica da elite
orgânica.”

167
Como já foi observado, para a elite orgânica, o mais importante problema
político inicial em termos de organização era aquele de despojar as classes empre­
sariais de quaisquer demandas particularistas ou preconceitos populistas.14 Du­
rante o período inicial do IPES. a elite orgânica disseminou entre as diferentes
frações das classes dominantes a necessidade de se movimentar em torno da for­
mação do espírito burguês de classe, embora cônscia de que o IPES estivesse
apenas “preparado para estudos, não para a ação", como enfatizou o líder lpcsiano
e empresário Antônio Gallotti.11
Uma publicação interessante, visando a infundir sentido de consciência de
classe em relação às tarefas que as classes empresariais doravante teriam, foi um
trabalho elaborado pelo líder do IPES José Garrido Torres, sobre a "Responsa­
bilidade democrática do empresário", amplamente disseminado cm versões revisa­
das por intermédio dos canais do complexo IPES/IBAD.31 Garrido Torres cha­
mava a atenção das classes dominantes para o gradual descrédito da empresa
privada aos olhos do público. Tal processo nem se devia somente ao interven­
cionismo do Estado, como era defendido por muitos empresários, nem meramente
à propaganda de adversários ideológicos, à qual o grupo de ação do IPES
chefiado por Garrido Torres tentava se opor. Ao contrário, enfatizava ele que a
imagem negativa das classes empresariais advinha de alguns aspectos negativos
do comportamento das próprias empresas privadas.17 Observava ainda que esta­
vam sendo ouvidos novos argumentos que faziam crítica às "virtudes intrínsecas"
da empresa privada, tão bem como os argumentos já conhecidos sobre a falta
de iniciativa atribuída a ela. Exiremamentc alarmante, sob o ponto de vista de
Garrido Torres, cra que a empresa privada estava sendo a|vo de ataques abertos
por ser tomada como a raiz do atraso econômico do Brasil. Ressaltava que crescia
o número daqueles que pregavam que, dado o estágio de evolução que o Brasil
atravessava, os ideais de desenvolvimento económico e justiça social só seriam
alcançados num ritmo acelerado, caso a economia total fosse socializada. Ademais,
e de fato alarmante, tais convicções eram compartilhadas por amplos segmentos
da burocracia, estudantes, jornalistas, políticos e até oficiais militares, para os
quais o principal fator responsável pelo subdesenvolvimento brasileiro era o
imperialismo económico e a cobiça das classes "produtoras". A discussão em meio
a esses segmentos era, segundo Garrido Torres, de que uma revolução social se
fazia necessária, como alternativa inevitável para a ação anti-social dos "grupos
econômicos" e a incapacidade das "classes dirigentes". Ele alertava, então, as
classes dominantes quanto à campanha nacionalista e trabalhista-esquerdista que,
embora na aparência se dirigisse especialmentc às empresas estrangeiras (por
razões táticas, em sua opinião), atingiria, cm termos concretos, também as nacio­
nais. Ele otocava ainda os empresários pseudonacionalistas, que desempenhavam
o papel nacionalista a fim de favorecerem seus próprios e restritos interesses, em
detrimento daqueles mais amplos da comunidade empresarial como um todo.
Garrido Torres, então, instou as classes empresariais a que evoluíssem não apenas
para a prática da "democracia econômica", mas também para assumirem respon-
sabilidodcs públicas e sociais que correspondessem a esse posicionamento. Tal
evolução teria de ser favorecida pelos que ele considerava como líderes autênticos
das classes empresariais, os quais estavam preparados para a necessidade de reno­
vação da empresa privada, bem como para a busca ativa de soluções aos pro­
blemas políticos e sociais do país. Mas para alcançar desenvolvimento económico

168
9 •
e progresso social, era necessário, continuava ele, pensar e agir politicamente, com
um claro senso dc premência. Era preciso fortalecer o regime, fazendo reformas
institucionais que modelassem a estrutura para a modernização. Para Garrido
Torres, o sobrevivência da democracia, identificada com a empresa privudu.
dependia do comportamento político dos empresários e da demonstração dc sua
função social ao grande público.4*
Em face de problemas semelhantes, o empresário e líder do IPES e da UDN,
Rafael Noschese, presidente da Federação das Indústrias dc São Paulo, observou
que “já se passou o tempo em que empresários se preocupavam apenas com os
problemas econômicos e financeiros de suas empresas. Hoje eles não podem se
alienar da responsabilidade social contida nas empresas que eles dirigem"/9
Todavio, não eru suficiente transpor a fase que Gramsci chamava dc corporativo-
profissional. uma vez que a consciência de seus interesses comuns dc classe
tivessem sido alcançados. Seria necessário agir como uma classe e ser capaz dc
liderar politicamente uma reação burguesa contra o Executivo. resti(uindo-o a
seu controle. Nesse respeito, para o presidente do IPES |. B Leopoldo Figueiredo,
quando discursava para a Associação Brasileira de Relações Públicas, era neces­
sário “despertar entre nós a consciência generalizada do bem estar comum, em
oposição à busca de vantagens por indivíduos, grupos ou classes, uma forma
ilegítima usada por alguns para transpor a fronteira de liberdade dc outros,
violando o direito dc todos, E mais do que urgente estimular o senso de respon­
sabilidade de cada um". E ele acrescentava: ”0 IPES surge com o objetivo de
esclarecer primordialmentc a classe empresarial que. diga se de passagem, precisa
mais do que qualquer outra classe saber realmente quais são os limites ideais
do regime de livre iniciativa no campo econômico.’*40
A campanha dc conscientização de classe liderada pelo complexo IPES/
IBAD começou a surtir efeitos. Gradativamenic. os empresários líderes de cerca
de 500 corporações multinacionais e associadas, sediadas no Rio e em São Paulo,
responderam ao chamado de sua elite orgânica c começaram a suprir o IPES
(já então a reconhecida estrutura de vanguarda da classe) dos meios necessários
para desenvolver seu trabalho.41
Antes .da discussão sobre os recursos â disposição da elite orgânica e sua
estrutura interna, uma observação há de ser feita. O processo brasileiro não (oi
único. Ao fim da década de cinquenta, por toda a América Latina, havia um
substancial desenvolvimento de organizações dedicadas a manter a “liberdade
política e econômica" (s/cj.** Tais entidades eram apoiadas por relativamente
novos setores profissionais c empresariais de suas respectivas sociedades. Essas
várias organizações, que surgiram principalmente depois de 1955. assemelhavam-se
em seu objetivo final e na composição dc seus patrocinadores e recrutas.44 embora
os métodos de operação utilizados fossem extremamente variados e, em alguns
casos, talvez contraditórios.“ Apesar disso, ou precisamente cm decorrência da
riqueza de experiências variadas, era comum a troca de informações, perícia e
indivíduos militantes, assim como a concomitância de membros em diferentes
organizações nacionais. Uma lista de selecionadas organizações latino-americanas
que formavam uma elite orgânica empresarial a nível de hemisfério dá uma
visão de sua importância político nesse período c dos fortes interesses e vastos
recursos que (orçavam uma mudança modernizante-conservadora no continente.
Estavam entre as congêneres do IPES. no sentido de que elas compartilhavam

169
perícia e fundos, cooperavam em esforços conjuntos e tinham, em certos casos,
concomitância de membros individuais e corporativos: o Instituto de Investiga*
ciones Soei ales y Económicas, o Centro de Estúdios Monetários Latinoamericanos
— CEMLA, aos quais o associôdo do complexo 1PES/IBAD. Dcnio Nogueira
era ligado, e o Centro Nacional de Estúdios Soei ales (todos três no México), o
Centro de Estúdios Económico-Sociales (Guatemala), o Instituto de Estúdios So-
cioeconómicos (El Salvador), o Instituto Venezuelano de Análisis Económico
Social e o Instituto Venezuelano de Acción Comunitária (Venezuela), o Instituto
de Estúdios Sociales y Económicos e o Centro de Estúdios y Acción Social —
CEAS, que era controlado pela estação de Bogotá da CIA — Agencia Central
de Inteligência dos Estados Unidos (Colômbia), o Centro de Estúdios y Reformas
Económico Sociales — CERES, controlado pela agência de Quito da CIA ame*
rica na45 (Equador), o Instituto de Acción Social c o Centro de Orientación
Económico-Social (Peru), o Instituto Privado de lnvestigaciones Económico So­
ciales (Chile), o Centro de Estúdios sobre la Libcrtad. o Foro de la Libre Empresa
e a Acción Coordinadora de las Instituiciones Empresariales Libres (Argentina), a
Sociedade de Estudos ln ter americanos — SEI c a Fundação Aliança para o Pro­
gresso (Brasil). Outro indício da importância dessa rede de organizações pode
ser dado pelas relacionadas, congêneres e equivalentes nos Estados Unidos. Europa
e Ásia dos IPES c SEI brasileiros. Algumas delas eram: The United States ln-
teramerican Council. fundado pelo escritório latino-americano dc Nelson Rocke-
feller, o Latin American Information Committee — LAIC, fundado em 1961, e o
Committee for Economic Dcvelopment — CED, que postenormente se fundiram
ao Business Group for Latin América — BGLA. sob a liderança de David Rocke-
fdler, tomando-se o Council for Latin América — CLA (Estados Unidos), o
Committee for Economic Development of Australia — CEDA (Austn?.ia), o Euro-
paishe Vereinigung für die Wirtschaftliche und Soziale Entwicklung — CEPES
(Alemanha), o Comité Européen pour le Progrès Économiquc et Social —
CEPES, cujos diretores eram Bemard de Marjerie do Banque de Paris et des
Pays Bas, Jacques Mcrlin do Crèdit Commerciel de France e Jean Deplasseux do
Crèdít Lyonnais (França), o Comitato Europeo per il Progresso Economico e
Sociale — CEPES. que tinha como diretores C. Gastaldi, do complexo financeiro
NECCI, e Paolo Succi (Itália), o Keizai Deyukai — KD, cujos diretores eram
Y. Iwasa, do Fuji Bank. e S. Nakayama, do Industrial Bank of Japan (Japão),
o Political and Economic Planning — PEP (Grã-Bretanha), o Seminários de
lnvestigaciones Económicas — SIE (Espanha), o Stüdiefürbundct Naringsliv och
SamhaHe, dirigido por Rune Hoglund, do Swenska Handclsbankcn, L. Erik
Thunholm, do Skandinaviska Bank. e Erik Dahmen. do Enskilda Bank (Suécia).
Havia também uma série de órgãos de estrutura internacional, entre os quais se
destacam na América Latina o Latin American Development Committee, o
Business Council for Intemational Understanding, o Consejo Interamericano de
Comércio y Producción — CICYP, sediados no Uruguai. O CICYP contava com
a direção de Gcorge S. Moore, do First National City Bank, e do engenheiro
peruano Rómulo A. Ferrero, do Economic Policy Committee. Na Europa havia
também uma CEPES internacional, sediada na Itália. A CEPES internacional era
presidida por Viltorio Valetta da FIAT e Charles Buzzi.4*
O LAIC e o CED, em particular, davam coordenaçâp internacional c apoio
logístico ao IPES c organizações congêneres. Não foi por acaso que, bem no

170
principio dc 1962. Alírcd C. Ncal (que mais tarde se tornou presidente do Council
lor Forcign Rclations. nos Estodos Unidos) enviaria uma carta jo líder do IPES,
Gilbert Huber | r.. oferecendo a ele uma "operação CED de apoio” e fornecendo,
para esse efeito, uma lista pormenorizada dc vinte e seis pessoas de destaque.47
F interessante observar que esses empresários e intelectuais orgânicos escolhidos,
na maior parte, vieram a ser membros centrais do IPES. assumindo postos de
liderança no escritório de São Paulo. Alguns deles, sem se tomarem membros
formais ou participantes da estrutura de ação política do IPES. sincronizavam
seus próprios esforços políticos com a elite orgânica, através das associações dc
classe empresarial. Finalmente, muitos de seus nomes devem ser encontrados
entre os empresários e companhias que proveram a infra-estrutura administra­
tiva e económica para as atividades declaradas e encobertas do IPES.
O IPES do Rio dc Janeiro era também intimamente ligado □ American
Economic Foundation — AÊF, para a qual o IPES se tomou o canal de difusão
brasileiro. Os líderes José Garrido Torres. J. R. Whiltaker Penteado. Glycon dc
Paiva c Horold Cccil Polland, entre outros, eram os contatos do IPES com o
CED e a AEF. Por intermédio de Garrido Torres, o presidente da AEF autorizou
o IPES a usar, gratuitamente, qualquer propaganda ou material dc pesquisa da­
quela instituição ** O Lalin American lníormation Committee — LAfC» com
sede em Nova York. patrocinado e financiado por corporações dos Estados Uni­
dos. distribuía fundos dessas companhias aos grupos escolhidos para receberem
colaboração, aos quais proporcionava certo grau dc coordenação internacional.
0 LAIC patrocinou pelo menos duas reuniões gerais desses grupos, realizadas em
Nassau (nas Bahamas), em 1962 c 1963.49 Gilbert Huber |r.. Garrido Torres e
Ha rol d Polland. lodos membros fundadores do IPES do Rio. estavam entre
aqueles que, representando a organização, viajaram do Brasil para Nassau.
Nessas reuniões, discutiam-se assuntos vários, que afetavam os interesses
multinacionais c associados, tais como o planejamento governamental e privado,
o Mercado Comum Latino-Americano, o papel político e social da empresa pri­
vada e o combate ao “comunismo”. Abordavam-se também, em Nassau. os pro­
blemas comuns ao IPES c às várias instituições congêneres representadas no en­
contro. lendo cm vista que prenunciava em toda a América Latina um período
de distúrbios e agitação política.50
O grupo do IPES prosseguiu para os Estados Unidos, proveniente da
reunião dc Nassau dc 1962. entrando em contato com o presidente do Senado
americano, para dar a ele uma idéia da imagem dos Estados Unidos no Brasil,
imagem esta formada através do comportamento das empresas amencanas pri­
vadas c de c
57 * fechado sediadas no solo brasileiro?1 A linha de argumentação
do IPES era de que as empresas americanas de capital fechado deveriam abrir
seus quadros dc diretoriu e ações aos brasileiros e. quando possível, associar-se.12
Os líderes do IPES também tiveram uma reunião no Departamento de Comércio,
onde Gilbert Huber |r. falou para um grupo de oito peritos sobre o Brasil e
companhias americanas?1 O grupo se reuniu, ainda, com o embaixador Teodoro
Moscoso e uma equipe de conselheiros do Departamento de Estado, onde deba­
teram-se as situações políticas e económicas brasileiras e chilenas.54
Dois meses depois, cm uma de suas viagens periódicas aos Estados Unidos.
Gilbert Huber |r. acolheria bem o apelo de Nelson Rockefeller aos presidentes
das grandes companhias norte-americanas. M das quais se esperava apoio para a

171
campanha. Oi contactos não eram limitados aos latino-americanos que inm aos
Estados Unido» e à» Bahamas. Entre outros. Esteban Ferrer, Enno Hobbing c
seu» colega» do LAIC.M Frank Brandcnburg. Emest W. Gross. Herbert Stein c
A. C. Neal do CED. bem como um grande número de cientistas políticos, sociólo­
go». antropólogos, funcionários de órgãos estatais e de empresas privadas e execu­
tivos de corporações tran*nacionais viajavam constantemente, mantendo contacto
de rotina c dando apoio especial às suas aliadas c congéneres da América Latina/7
Tal transação internacional ilustra uma outra forma pela qual se pode falar do
Brasil como um sistema político informalmente penetrado, onde membros de um
país entram em contacto com pessoas de outros países, num esforço de alcançar
seus objetivos.**
A elite orgânica recebia também estímulo de outras fontes. Com a ascensão
de Lyndon Johnton ao poder, a elite orgânica brasileira, assim como as congêne­
re» da América Latina, receberam apoio ainda maior.H John Kennedy já havia, no
entanto, dado os passos iniciai». Quando o Coronel Vemon A. Walters, eficiente
homem de informações que se tomaria mais tarde vice-diretor da CIA,“ voltava
da Itália cm direção ao Brasil, para, ostensivamente, tomar-se adido militar, foi
informado de que o Presidente Kennedy “não se oporia à deposição do governo
dc João Goulan. se fosse substituído por um estável governo anticomunista que
ficasse ao lado do mundo 'livre*’ ocidental/1 Quando o movimento civil-militar
contra loão Goulart já se encontrava bem encaminhado, a Embaixada Americana
“assegurava aos conspiradores que os Estados Unidos estavam ao lado deles".®

A estnstun de tomada de decisão

A elite orgânica centralizada no Rio de Janeiro e São Paulo formava o Comi­


tê Nacional conjunto, coordenando outros Estados onde o IPES havia estabele­
cido centros similares, uh coroo o IPESUL (Rio Grande do Sul), o IPES Pernam­
buco. o IPES Belo Horizonte, o IPES Paraná, o IPES Manaus, o IPES Santos e
outros centros menores. A instituição era dirigida por um Conselho Orientador
— CO. um Comitê Diretor — CD e um Comitê Executivo — CE/’ cada um
deles estruturado nos diferentes centros regionais. A principal unidade política
ficava nas duas seções mais importantes do Rio e de São Paulo, com um reduzido
CE (quatro a oito membros no máximo) se reunindo pelo menos uma vez a d' dia
e frequentemente em caráter extraordinário, sempre que exigências políticas ou
organizacionais assim o ditassem. Formalmentc, o CE tinha como seu principal
papel a "suprema direção •dministraliva" e a "execução das decisões tomadas
pelos CO e CD*’. O CE também tinha a função dc estudar, elaborar c submeter ao
CD os programas de atividade» que o IPES tivesse cm mente desenvolver, bem
como preparar o» respectivos orçamento» Ele tinha, ainda, de "executar todas
as atividades administrativas que não fossem específicas ao CD e ao CO”. O CE
realizava as tomadas de decisão e programação das linhas gerais de ação dos obje­
tivos do IPES. assim como a discussão c aprovação de projetos e orçamentos. De­
sempenhava também o papel de controlador de diretrizes políticas, sendo parte
do comitê central político-militar, atuando através dc suas unidade» operacionais
ideológicas, políticas c militares, os Grupos dc Estudo — GE c o» Grupos de
Trabalho e Ação — GTA. Um cálculo da importância do CE pode ser feito pela

172
lista dc nomes que compunham esse nível organizacional, tanto do Rio de Janeiro
quanto de São Paulo, bem como do Comitê Executivo Nacional — CEN (suas
ligações políticas, econômicas e conexões são examinadas no Apêndice B).
O mais importante órgão institucional de formulação de diretrizes políticas
situava-se no Comitê Diretor regional, que se reunia pelo menos uma vez a cada
semana e, se necessário, mais frequentemente. O CD foi estruturado com base em
um plano elaborado por Harold C. Poli and. Era composto de vinte membros
fixos, sendo 10 do Rio e 10 de São Paulo, com mais outros dez escolhidos entre
os ativos na supervisão de grupos de estudo e ação. Os CDs locais também se reu­
niam semanalmente. Membros dos comitês executivos locais constantemente via­
javam para os diversos centros do 1PES, proporcionando uma preciosa interliga­
ção operacional. Formalmente, os CDs eram responsáveis pela escolha de membros
do CE e programação das atividades dos GEs e GTAs (doravante denominados
Grupos de Estudo e Ação). O CD de cada cidade englobava os líderes dos Grupos
de Estudo e Ação.
O Conselho Orientador se reunia várias vezes ao ano, como o órgão formal
para "elaborar as linhas de orientação, ratificar as diretrizes políticas vigentes,
eleger o CD e estabelecer a estrutura institucional". Composto de quarenta mem­
bros, atuava como uma rede básica de levantamento de fundos e como a espinha
dorsal da organização. Era também o fórum de representação setorial, associativa,
profissional e ideológica. Vários de seus membros compunham o Conselho Orien­
tador Nacional — CON. O CO escolhia doze dc seus membros para fazerem parte
dos vinte ativistas que compunham o CD regional. Desses doze, sairiam escolhidos
o presidente nacional do 1PES e dois vice-presidentes, um para o Rio e outro
para São Paulo.**
Havia também um Conselho Fiscal para assuntos processuais e controle de
contas. Seus contadores oficiais eram José da Costa Boucinhas e Eduardo Sampaio
Campos, ambos membros corporativos das American Chambers of Commerce
c contadores públicos dc algumas das maiores corporações do Brasil.
Por volta de 1963, o IPES havia crescido de 80 membros iniciais para 500
associados.™ Os três principais órgãos de tomada de decisão compreendiam 27
dos 36 líderes da Fedcrução das Indústrias de Sào Paulo, já mencionados (75%),
21 dos 24 líderes do Centro dc Indústrias dc São Paulo (87,5%); além disso,
o IPES incluía um grande número de membros das American Chambers of Com-
mcrce relacionados como "ativos”, bem como o núcleo militante do CONCLAP
e dos principais escritórios de consultoria anteriormente citados.

A estrutura formal de autoridade

Os postos oficiais no Conselho Orientador, no Comitê Diretor e no Comitê


Executivo eram, na maioria, ocupados por proprietários, acionistas, presidentes
c diretores dos interesses multinacionais e associados operando no Brasil. Nem
sempre eram empresários os membros da estrutura formal de autoridade, uma
vez que ela incluía oficiais militares de prestígio, alguns dos quais trabalhavam
em empresas privadas, e renomodos profissionais, jornalistas, acadêmicos c tecno
empresários. Nfio faziam parte do estrutura formal de autoridade diversos dos
agentes-chave das unidades operacionais, dos quais muitos eram os próprios
empresários. Influentes associados c colaboradores, como Luiz Viana Filho, Ro-

173
bcrto Campos. Octávio Gouveia de Bulhões e Luiz Gonzaga Nascimento Silva,
bem como diversos ativistas empresariais que ofereciam sua cooperação, como
Mário Alves Lima, Walter Lorch. Waldemir Paula Santos Freitas e Modesto
Scagliusi também não faziam parte da estrutura formal de autoridade.
£ interessante observar que a estrutura de representação dos diferentes agen­
tes sócio-políticos das classes dominantes dentro da organização formal do com­
plexo— IPES/IBAD reunia os vários agentes sociais discutidos no Capítulo 111
(vide Quadro 3).
Os postos eram amplamente distribuídos entre os vários associados mili­
tantes e ativistas seguindo padrões de representação ideológica e política, assim
como critérios de eficiência e capacidade. A disseminação de responsabilidades
também servia de meio para evitar concentração indevida de poder, possibilitando
o exercício de um sistema de equilíbrio de poder pelas diferentes organizações,
grupos e indivíduos dentro da estrutura do 1PES. No entanto, alguns ativistas
ocupavam postos de maior destaque que outros, o que era um certo reconhe­
cimento da hegemonia dos grandes empresários dentro do IPES. Os indivíduos
componentes da estrutura formal de autoridade do IPES fizeram da liderança
formal do bloco de poder das multinacionais e associadas a mais poderosa assem
bléia política e económica das classes dominantes durante a administração de |oão

> Goulart, como se pode verificar nas listas abaixo e, mais pormenorizadamente,
por suas conexões, no Apêndice B.

A estrutura formal de autoridade — Rio de faneiro

Alexandre Kafka — CO, GEA


Álvaro Americano — CO. CON

I Américo l^combe — CO
Angelo Mário Cerne — CO
Antônio Carlos do Amaral Osório — CO. GEA, CD, CE, CEN
António Gallotti — CO. GEA. CD. CON
Augusto Traiano de Azevedo Antunes — CO, GEA. CON
losé Bento Ribeiro Dantas — CO. CON
Dario de Almeida Magalhães — CO. GEA
Cindido Guinle de Paula Machado — CO. GEA, CD, CON
Fernando Machado Portela — CO. CON. GEA
Gilbcrt |. Hubcr Junior — CO. GEA. CD. CON
Glycon de Paiva Teixeira — CO, GEA. CD. CE. CON, CEN
Harold Cecil Pollind — CO. GEA. CD, CON
Israel Klobin — CO. CD, GEA
lorge Oscar de Mello Flores — CO, GEA, CD, CON
José Luís Moreira de Souza — CO. GEA, CD, CON
losé Rubem Fonseca — CO. GTA. CD, CE, CON, CEN
Maurício Villela — CO, CON, CF
Miguel Lins — CO. CD. CON. CF
Orlandy Rubem Correia — CO. CON
Osvaldo Tavares Ferreira — CO. GEA. CD. CE. CON. CEN
General Golbcry do Couto e Silva — GEA, CD, CE, CON
General Heitor Almeida Herrera — GEA. CD, CE, CON, CEN
loviano Rodrigues de Moraes Jardim — GEA, CD. CON

174
Quadro 3

ORGANIZAÇÕES PÚBLICO GERAL APARELHO DO ESTADO CONSPIRAÇÃO


DE CLASSE E GOVERNO POLÍTICO-MILITAR
General Liberato da Cunha Friedrich — GEA, CD, CON
General João José Baptista Tubino — CD, GEA
Guilherme Júlio Borghoff — CD. GEA
José Ignácio Caldeira Versiani — CON
Denio Chagas Nogueira — GEA. CON
Edmundo Falcão da Silva — CON
João Baylongue — CON
João M. Mader Gonçalves — CON
Jorge Frank Geyer — CON. CF
José Garrido Torres — CON, GEA
Luiz Figueiredo Júnior — CON
Mauro Ribeiro Viegas — CON
Rui Gomes de Almeida — CO, GEA, CD
Zulfo de Freitas Mallman — CO
Guilherme da Silveira Filho — CO
Haroído Junqueira — CO. CD
Euclides Aranha — CO
Guilherme Levy — CO
Haroldo Graça Couto — CO
Joaquim Rocha Santos — CO
João da Silva Monteiro — CO
Jorge Bchring de Mattos — CO, CON, CF
Jorge de Carvalho — CO
José Luiz Magalhães Lins — CO
Odylo Costa Filho — CO, CON
Temístocles Marcondez Ferreira — CO
José Duvivier Goulart — CO, GEA, CON
Joaquim Carneiro — CO, CF
Nelson Parente Ribeiro — CO, CON
Oscar de Oliveira — CO, GEA, CON
Abelardo Coimbra Bueno — CO, CON
Hélio Gomide — CO, GEA, CON
Eurico Moraes Castanheira — CO, CON
Alberto Lélio Moreira — CO, CON
Carlos Henrique Schneider — CO, CF
Décio de Abreu — CO, CF
Aurélio de Carvalho — CO, CON
Cláudio de Almeida Rossi — CO
Domício Veloso — CO
Edgard Rocha Miranda — CO
Tony Bahia — CF
Fernando Ilher — CF
Oscar de Carvalho — CF
Murilo Coulinho Gouveia — CO.

A estrutura /ormal de autoridade — São Paulo

A. C. Pacheco c Silva — CO, CD, GEA


Ary Frederico Torres — CO

176
Gaslão Eduardo Bucno Vidigal — CO
Gastào Mesquita Filho — CO
Gustavo Borghofí — CO, GEA, CD
Hélio Muniz de Souza — CO. CD
Humberto Monteiro — CO, CD
Jayme Torres — CO
joio Soares do Amaral Netto — CO, CD, GEA
José Ermírio de Moraes Filho — CO, CD
Joio Baptista Leopoldo Figueiredo — CO, CD, CE, CEN
José Júlio de Azevedo Sá — CO
José Pires de Oliveira Dias — CO
José Almeida Souza — CO
Lélio Toledo Pizza Almeida Filho — CO
Lucas Nogueira Garcez — CO
Luiz Dumont Villares — CO
Luiz Morais Barros — CO. CD
Mário Toledo de Morais — CO. CD, CE
Mauro Lindenberg Monteiro — CO
Octavio Pereira Lopes — CO, CD. CE
Octavio Marcondes Ferraz — GO, GEA
José Ely Coutinho Viana — CD, GEA
Luiz Cássio dos Santos Wcrneck — CD. GEA. CON, CEN
Oswaldo de Breyne Silveira — CD, GEA
Salim Chamma — CD, GTA
Thomaz Pompeu Borges Magalhães — CD. GEA
Manoel José de Carvalho — CF
Paulo Sérgio Coutinho Galvão — CF
Luís de Moraes — CF
Oswaldo Mariz Maia — CF
Ernesto Teixeira de Almeida — CF
Paulo Ferraz — GEA
Paulo Edmur dc Souza Queiroz —- GEA
Luiz Moscarenhas Neto — GEA
André Arantes — GEA
Oscar Augusto de Camargo — CO
Olhon Barcelos Corrêa — CO, CE, CD
Paulo Almcidu Barbosa — CO, CD
Paulo Ayrcs Filho — CO, CD, CEN. GEA
Paulo Reis Magalhães — CO, CD, CE, CON, CEN. GEA
Theodoro Quartim Barbosa — CO
Vicente dc Paula Ribeiro — CO
Heinning Boilesscn — CO
Eulálio Vidigal Pontes — CO
Aldo Morturi — CO
João Baptista Isnurd — CO
Eudoro Villela — CO
Raíacl Noschese — CO, GEA
Octavio Uchoa da Veiga — CO. CD, GEA
Décio Fernandes VasconceJIos — CO
Ernesto Leme — CO
Basílio Machado Neto — CO. GEA
Adalberto Bueno Neto — CO. CD. CON, CEN *
Roberto Pinto de Souza — CO. GEA •
Gilberto Wack Bueno — CO <
R. Whittaker Penteado — CO
Paulo Lacerda Quartim Barbosa — CO. GEA
Felipe Amo — CO
Fuad Lutfalla — CO
José Martins Pinheiro Neto — CO
Daniel Machado de Campos — CO
Fernando Alencar Pinto — CO
Domingos Pires de Oliveira Dias — CO
Eduardo Garcia Rossi — CO. GEA. CD
Geraldo Alonso — CO. GEA
Jorge Queiroz de Moraes — CO
José Bastos Thompson — CO
José Luiz Anhaia Mello — CO. GEA
Luiz Emannuel Bianchi — CO
Nivaldo Ulhoa Cintra — CO. GEA. CD
|. L. Nogueira Porto — GEA
Rubem da Fraga Rogério — CON
Júlio Aranles — GEA
Frans Machado — GEA
Paulo Galvão Filho — GEA

Apesar da ascendência dos interesses multinacionais e associados, o IPES


nâo era um monólito ideológico e político, havendo várias razões para isso. A
primeira é que, sendo uma organização guarda-chuva para as classes dominantes,
bem como a unidade “coordenadora" de um número de entidades políticas, não
podería deixar de ter em seu meio uma variedade de perspectivas cuja unidade
era mantida em decorrência do período crítico pelo qual passavam. Ademais,
por ser uma organização política de classe, que visava reunir amplos segmentos
da população em tomo de seus objetivos e envolver classes e grupos subordinados
na sua ação polítíco-idcológica. o IPES teria de agregar setores e facções proce­
dentes das classes médias e mesmo das classes trabalhadoras industriais. Esses
motivos causaram o enfraquecimento de algumas posições do IPES. mais na
aparência que em essência, ou. pelo menos, forçaram a elite orgânica a atender
pró-forma no seu plano de ação e a incluir, simbolicamente, dentre suas práticas,
demandas regionais de frações das classes dominantes e das próprias classes
médias, com o intuito de estabelecer um certo consenso para a ação e dessa forma
parecer realmente "representativa”. As propostas para a "democratização do
capital" e a reforma agrária evidenciaram ainda mais o problema. A existência
de divergências também estimulou o estabelecimento de diferentes níveis de to­
mada de decisão, assim como canais c órgãos de ação, cuja existência ou relação
com o IPES eram desconhecidas por muitos de seus participantes de menor
atuação, não envolvidos na hierarquia.**

178
Uma clivagem ideológica também se expressava na divergência de pcrspecti*
vas políticas nacionais entre empresários do Rio e de São Paulo. Sob o ponto de
vista do General Heitor Hcrrcra do IPES, era claro que "os homens do Rio de
loneiro tinham mais visão que os de São Puulo". acusados de raciocinarem
sempre cm termos regionais.07 Alem do mais, segundo o militante Coronel Ivã
Perdigão do IPES, assistente do General Golbcry do Couto e Silva, alguns desen­
tendimentos se desenvolveram em conseqücncia dos "diferentes papéis desempe­
nhados pelos dois grupos. Quase todas as idéias e programas eram produto da
iniciativa do Rio; sua execução e implementação eram mais da responsabilidade
de São Paulo",0'1 o que refletiu na sua infra-estrutura organizacional. A liderança
política e os grupos de estudo partiam do Rio. Já cm São Paulo se conccntravum
os grupos de ação encarregados da maioria das operações encobertas nos vários
campos dc atuação do IPES. Outra diferença jazia no fato dc que São Paulo
se envolvia profundamente nas áreas de operação secreta, ao passo que o Rio
era mais participante no debate público, embora alguns de seus membros, tais
como os empresários Cândido Guinlc de Paula Machado. Jorge Oscar de Mello
Flores, Harold Cccil Polland. José Rubem Fonseca, Gilberl Huber |r., os Ge­
nerais Golbery, Liberato da Cunha Fricdrich e Heitor Almeida Hcrrera, o Capitão
Heitor de Aquino Ferreira e seus contatos no corpo oficial militar, espccialmcnlc
os Generais Cordeiro de Farias, Ernesto Geiscl, Jurandir B. Mamcde. Nelson de
Mello c José Pinheiro de Ulhou Cintra, o Almirante Heck, o Marechal Denys
e os Generais Ademar dc Queiroz c Riograndino Kruel estivessem envolvidos
tanto cm atividades secretas, como na tenlutiva de influenciar os militares a
agirem contra o governo.
Conflitos pessoais aumentavam na organização com a adesão de novos mem­
bros que traziam consigo suas antigas rixas. Assim, atritos entre os presidentes
do IPES do Rio, Rui Gomes de Almeida, e do IPES dc São Paulo. loão Baptista
Leopoldo Figueiredo, não se traduziam unicamente pelas divergências regionais
ou expressavam confrontos ideológicos de frações diferentes. Nei Peixoto do Valle,
líder do IPES do Rio e ativista das American Chambers oí Commercc. observou
que poder-se-ia definir o problema em termos de uma disputa pela liderança.”
No entanto, Oswaldo Tavares, líder do IPES do Rio. concluiu que "uma insti­
tuição pode prescindir de um líder, mas não ... (de) uma direção plena em
efetiva ordem dc funcionamento" e o IPES a linha, sem dúvida, não obstante
as rixas pessoais/0 A existência de facções manifestava-se vez ou outra em
decorrência das diferenças étnicas ou rivalidades entre gerações, ou mesmo staiui
social. As mais extremas diferenças se refletiam na composição dos clubes sociais
paulistas e instituições de prestígio (tão importantes na articulação político-militar
do movimento antigovernista) estabelecidos de acoido com as clivagens sociais,
culturais e étnicas.71 Os fatores de diferenciação mencionados eram também vistos
pela elite orgânica como parte de um problema político mais abrangente, espe­
cialmente crítico no momento em que a unificação e a cooperação de todos os
recursos disponíveis se faziam necessárias.
O IPES reuniu as mais diversas associações de classe, sindicatos comerciais
e industriais,77 grupos de pressão, escritórios de consultoria e anéis lecnoburo-
cráticos,73 ativistas militares e facções políticas de centro-direita. Considerou-se
até a necessidade dc atrair organizações privadas tão diversas como o Rotary ou
o Lyons Clube e o Centro Dom Vital,74 de leigos católicos, com o intuito dc

179
generalizara específica mensagem multinacional e associada impregnada no núcleo
do IPES e também de proporcionar um ponto de encontro ideológico para a
mobilização das classes dominantes.75 Para a liderança do IPES, a estrutura de
autoridade teria de representar “as várias correntes, não permitindo que nenhuma
ficasse de fora”.7* Não obstante sua estrutura aparentemente global, o IPES
evitou tornar-se heterogêneo demais para não solapar a efetiva ação de classe.
Havendo estabelecido c consolidado o seu núcleo, o IPES conformou um movi-
mento abrangente sob sua égide, evitando, assim, aqueles perigos de diluição
ideológica e inoperância política contra os quais Ivan Hasslochcr havia feito
advertência, como já foi visto.
Apesar das diferenças ideológicas e pessoais, havia várias razões pelas quais
o IPES tinha de mobilizar o maior conjunto possível de frações e setores eco­
nômicos, escritórios de consultoria, centros culturais, facções militares c grupos
políticos, não sendo das menos importantes a tentativa de desagregar as bases
de apoio nas quais o executivo de João Goulart achava-sc ancorado.77 A arti­
culação das diversas expressões associativas, políticas e intelectuais do poder de
classe dominante permitiu ao IPES, por volta de 1963, representar o conjunto
mais expressivo da burguesia brasileira, capaz de agir política c militarmente
com efetiva autoridade.7*
Um resultado conveniente foi que a ampla articulação alcançada pelo IPES
proporcionou também um grande campo de recrutamento e uma rica fonte de
habilidade técnica e recursos materiais para desenvolver a infra-estrutura de suas
unidades de ação. Outra razão para a premência de se coordenar tal espectro
era claramentc financeira, já que um esforço político à altura do IPES precisaria
de vastos recursos.7*
Embora tivesse êxito na coordenação dos setores industriais e financeiros,
bem como nas áreas intelectuais, militares e profissionais, em um determinado
setor, o IPES encontrava sérias dificuldades. Era o setor rural. O problema era
que as associações rurais englobavam tanto a oligarquia tradicional, ainda pode­
rosa. quanto a burguesia rural mais moderna, bem como as crescentes agroin­
dústrias multinacionais e associadas. Tal influência política tripartidária nas asso­
ciações rurais constituía um dilema para o complexo IPES/IBAD. Por um lado,
ele havia sido levado a empreender uma'guerra ideológica contra as propostas de
reforma agrária feitas pelo governo e setores trabalhista-esquerdistas. Por outro
lado, tinha de reconhecer que o problema da reforma agrária havia captado a
imaginação de grandes segmentos da população a tal ponto que era impossível
não tomar uma posição política a favor dela. O IPES tinha de se posicionar
quanto às suas divergências com o governo e as forças trabalhistas e de esquerda
sobrei modalidade de reforma agrária por ele desejada, sem. no entanto, rejeitá-la
totalmente. A elite orgânica empresarial era obrigada a adotar uma posição refor­
mista que alienaria a oligarquia rural, enquanto que, favorecendo a transformação
empresarial do campo, beneficiaria a burguesia rural moderna e os empreendi­
mentos agroindustriais multinacionais e associados. Contudo, o IPES. ao mesmo
tempo, precisava obter o apoio da oligarquia, por sua influência política no Con­
gresso. onde ele esperava bloquear as propostas do Executivo nos mais variados
assuntos. Ademais, a elite orgânica precisava esvaziar a base rural de apoio que
o Executivo e as forças políticas populistas tinham entre os proprietários de terra
e as classes médias rurais. Os grandes proprietários de terra, significava fonte de

180
suporte financeiro, faziam-se também necessários na contenção dos camponeses
c no apoio que davam às autoridades regionais, em particular aos governadores
dos Estados que, por sua vez, opunham-se ao governo central. Outra razão para
as dificuldades de coordenar o setor rural era a bizantina desavença que ocoma
entre e dentro das associações de classes dominantes rurais. Considerando o deli­
cado equilíbrio que o IPES precisava encontrar, era claro que a elite orgânica
não se “interessava cm desavir-se com nenhuma delas".* O IPES teria de agir
cm tom conciliatório, no menos publicamente. Muitos dos posicionamentos polí­
ticos mais definidos da elite orgânica cm favor da modernização capitalista e
racionalização das áreas rurais foram adotados sem serem atribuídos ao IPES.
Finalmente. um número dc associações rurais e importantes líderes rurais de
classe, a maior parte do setor moderno de café e gado e o setor agroindústria!»
operariam sob a égide do JPES, tais como Ostoja B. Roguski, um líder do Paraná,
da Confederação Rural Brasileira — CRB, Wandcrbilt Duarte de Barros (CRB),
Sálvio de Almeida Prado, da Sociedade Rural Brasileira — SRB. José Ulpiano
de Almeida Prado, da Federação das Associações Rurais do Estado de São Paulo
— FARESP. Herbert Levy. Edgar Teixeira Leite, Eudes de Souza Leão (CRB)
e J. Irineu Cabral, da Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural —
ABCAR.
Em novembro de 1962, numa Reunião Geral dos representantes de São
Paulo e do Rio. estabeleceu-se. finalmente, o quadro principal do IPES. Assim,
ai várias formas associativas burguesas haviam sido integradas em uma efetiva
liderança política.*1 As classes dominantes se amparavam na firme liderança
dc sua elite orgânica. O IPES devia finalmente funcionar como o guarda-chuva
político de orgAnizaçáo de classe. Como observou o seu líder. Abelardo Coimbra
Bueno, o IPES "tinha de planejar a articulação, muito mais que executar". O
IPES tinha de ser o ,,estado-niaior’,.’J Alguns dos membros representativos de
organizações empresariais, associações de classe e grupos de pressão que perten­
ciam ao IPES estão relacionados a seguir. Essa lista nâo inclui as associações
regionais, como a Associação Comercial dc Londrina, a Federação das Associações
Rurais do Estado dc Minas Gerais ou a Associação Comercial de Pernambuco.
Ela compreende, no entanto, algumas das organizações nacionais e regionais
sediadas no Rio e em São Paulo. Muitos dos membros do IPES eram também
representantes das associações que operavam no setor da indústria pesada, prin­
cipalmente aquelas de maquinário, acessórios e implementos agrícolas, as de
ferramentas, bem como as indústrias têxteis brasileiras e diversas outras. (Infor­
mações mais pormenorizadas sobre a relação associativa dos membros do IPES
podem ser encontradas no Capítulo IH e no Apêndice B).

Proeminentes figuras de Associações de Classe do IPES-Rio e IPESSâo Paulo

— A. C. Pacheco c Silva — Centro de Indústrias do Estado de São Paulo —


CIESP
— Rafael Noschesc — Federação das Indústrias do Estado de São Paulo —
FIESP
— Paulo Almeida Barbosa — Associação Comercial do Estado de São Paulo —
ACESP
— Gilbert Huber Jr. — Conselho das Classes produtoras — CONCLAP

181
— José Ignácio Caldeira Versiani — Federação das Indústrias do Estado da
Guanabara — FIEGA
— Oswaldo Tavares Ferreira — Clube de Lojistas do Rio de Janeiro — CLR)
— Rui Gomes de Almeida — Associação Comercial do Rio dc Janeiro — ACRJ
— Zulfo de Freitas Mallman — Centro dc Indústrias da Guanabara
— Paul Norton Albright — Fcderation of American Chambcrs of Commerce
— Bento Ribeiro Dantas — Centro de Indústrias do Rio dc Janeiro — CIRJ
— Sálvio Pacheco de Almeida Prado — Federação das Associações Rurais do
Estado de Sâo Paulo — FARESP
— Eudes de Souza Leão — Confederação Rural Brasileira — CRB
— José Luís Moreira de Souza — Assoe, dc Crédito, Investimento e Financia­
mento — ADECIF
— Humberto Reis Costa — Serviço Social da Indústria — SESI
— José Irineu Cabral — Associação Brasileira de Crédito c Assistência Rural
— ABCAR
— Paulo Mário Cerne — Sindicato Nacional da Indústria de Cimento
— Gustavo Borghoíf — Associação Nacional dc Máquinas, Veículos e Peças
—ANVAP
— Luiz Emanuel Bianchi — Associação Paulista de Avicultores
— Mário Henrique Simonsen — Confederação Nacional das Indústrias — CNI
— Basílio Machado Neto — Confederação Nacional do Comércio — CNC
— Nivaldo Clhoa Cintra — Câmara de Comércio Sueco-Brasileira
— Orlandy Rubem Correia — Sindicato dos Bancários da Guanabara
— Cláudio Almeida Rossi — Sindicato de Companhias de Seguros
— Miguel Rcalc — Federação de Comércio do Estado dc São Paulo — FCESP
— Guilherme da Silveira Filho — Sindicato de Indústria de Fiação e Tecelagem
do Rio
— Jayme Torres — Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos
— Trajano Puppo Neto — Sindicato dos Bancos do Estado da Guanabara
— Lélio Toledo Pizza — Assoe. Nac. de Fabricantes de Veículos Automotores
— Nelson Parente Ribeiro — Associação dos Bancos do Estado da Guanabara
— Nelson Parente Ribeiro — Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa
- ADCE
— Walter Poyares — Associação Brasileira de Propaganda
— Eduardo Garcia Rossi — Sindicato de Ind. de Artefatos de Feno e Metais
em Geral
— O. dc Carvalho — Federação das Indústrias do Rio de Janeiro — FIRJ
— Luiz Rodovil Rossi — Sindicato dc Indústria dc Autopeças
— José Vasconcelos de Carvalho — Sindicato dos Lojistas do Rio de Janeiro
— Lucas Nogueira Garcez — Federação dos Bancos do Estado de São Paulo
— Luiz Dumont Villares — Associação Brasileira para o Desenvolvimento de
Indústrias Básicas — ABDIB
— Fernando Edward Lee — Câmara de Comércio Teuto-Brasileíra
— Monteiro Lindenbcrg — Associação Brasileira de Fabricantes de Lata
— Nicolai Filizzola — Sindicato das Indústrias dc Balanças. Pesos c Medidas
— Jorge Frank Gcyer — Sindicato de Jóias e Relógios
— Mário Leio Ludolf — Serviço Nacional do Comércio — SENAC
José Ulpiano dc Almeida Prado — Bolsa dc Mercadorias dc Sâo Paulo

182
— Joio Baylongue — Sindicato das Indústrias Mecânicas e Material Elétrico
— Estanislau Fischlowitz — Serviço Nacional da Indústria — SENAI
— Paulo Mário Cerne — Sindicato das Indústrias Hidro-terroo-elétricas do Rio
— Ary Frederico Torres — Instituto de Pesquisas Tecnológicas — IPT
— Joio Batista Isnard de Gouveia — Estudos Técnicos e Administração — ETA
— Frederico Augusto Schmidt — Estudos Técnicos Europa-Brasil Lida.
— João Baylongue — JRB Administração e Organização
— Alexandre Kafka — CONSULTEC
— Paulo de Assis Ribeiro — Conselho Brasileiro da Produtividade — CEP
— José Arthur Rios — Sociedade de Pesquisa e Planejamento — SPLAN
— Paulo Ayres Filho — Bureau de Organização Racional Aplicada — BORA
— Juan Missirlian — Técnica de Organização e Consultoria — TOC
— David Beatty 111 — Técnica de Avaliações e Pesquisas — VALIT
— Octávio Pereira Lopes — Instituto de Organização Racional do Trabalho
— 1DORT
— Jorge Behring de Mattos — ADESG, CONCLAP
— Luís Simões Lopes — Companhia de Estudos Técnicos. Administração e
Participações — CETAP.

A liderança regional do IPES no Rio Grande do Sul. conhecido por IPESUL,


compreendia os empresários Cândido José Bezerra Godoy. João Antônio O. Mar­
tins, Don Charles Bird, Carlos Gastand Gonçalves, Fábio Araújo Santos (diretor
da J. H. Santos Comércio e Indústria e líder da Associação Comercial de Porto
Alegre), José de Abreu Fraga, Álvaro Coelho Borges, HatTy Burger, diretor do
Grupo Gcrdau, Emílio O. Kaminski, Carlos Lopes Osório, Amadeu da Rocha
Freitas, Itacyr Pinto Schilling, Oudinot Villardino. José Zampregna e Paulo
Barbosa I.essa. A liderança do IPESUL incluía também o Coronel Yeddo J.
Blauth e Paulo do Couto c Silva.
No Paraná, a estrutura IPES/IBAD/ADEP era baseada no quadro de mem­
bros da Associação Comercial do Paraná — ACOPA. Alguns de seus membros
ativistas eram Asdrúbal Bellcgard, Carlos Alberto de Oliveira, Oscar Schrappe
Sobrinho e o consultor jurídico da ACOPA, Aguinaldo Bezerra. Outros militantes
de destaque eram Ostoja Roguski, do Conselho Nacional para a Reforma Agrária
do Paraná c da Confederação Rural Brasileira, e Manuel Linhares de Lacerda.
Em Minas Gerais, o IPES contava com os empresários Jonas Barcelos
Correia, do Centro de Indústrias de Minas Gerais, Rui de Castro Magalhães, do
Sindicato dos Bancos, Josafá Macedo, da Federação das Associações Rurais do
Estado de Minas Gerais — FAREMG, Oscar Nicolai, Laércio Garcia Nogueira
e Aluísio Aragão Vilar.
Em Pernambuco, foi o próprio General Golbery que, tendo ido a Recife,
estudou a situação política in loco e fundou o centro do IPES para o Nordeste,
em abril de 1962.” A figura de maior projeção do IPES de Pernambuco era
Antônio Galvão, presidente da Associação Comercial desse Estado. Era o IBAD,
no entanto, que realmente aparecia como o mais importante catalisador político
no caso específico do Nordeste, que mantinha um perfil fraco, já que lá muitas
das atividades eram altamente subversivas.
O IPES também se estabeleceu em Belém do Pará, onde Frederico Mara-
gliano do IPES do Rio fez contato com Dr. Vidigal, diretor da Associação Co-

183
mercial do Pará e presidente da Comissão Nacional Coordenadora das Classes
Produtoras.*4
Em meados de 1962. quando o IPES se preparava para a sua primeira prova
crucial de ação política, isto é. as eleições ao Legislativo e ao governo estadual
daquele ano. ele havia se tomado a organização de cúpula regional e nacional
de classe para a ação política.

Organização para a ação

Com o intuito de preparar sua estratégia e tática para a ação, a elite orgã-
nica do IPES era estruturada através de uma cadeia de unidades operacionais.
Tais unidades tinham um duplo objetivo. Elas supriam a organização tanto dc
seus thinktanks quanto dc seus grupos de ação, para desenvolver e realizar suas
diretrizes políticas. Os Grupos de Estudo e Ação também doutrinavam suas pró*
prias fileiras, ao mesmo tempo influenciando novos elementos, envolvendo e
comprometendo-os nas atividades do IPES. reforçando, assim, uma interação de
papéis e funções.11
No início de 1962. uma estrutura organizacional de Grupos de Estudo e
Ação se encontrava estabelecida, de acordo com o Plano de Ação daquele ano.
Formalmente eles visavam:

I. Publicação e Divulgação. Tentativa de caracterizar o IPES como uma


instituição que reunia a moderna elite empresarial do Brasil e expressava sua
nova mentalidade. O IPES disseminava através da mídia discursos e entrevistas
defendendo a empresa privada, a livre iniciativa e a “democracia como a melhor
forma de governo e demonstrando os sérios riscos de soluções extremas, tanto
da direita, quanto da esquerda".

2. Educação. O IPES estimulava o desenvolvimento de convicções demo­


cráticas e cristãs e a disseminação de noções econômicas e sociais básicas, indis­
pensáveis à continuidade dos princípios democráticos, considerados simbióticos
com os dogmas da empresa privada.

3. Trabalho sindical. O IPES visava a promoção de um “verdadeiro sindi­


calismo democrático e dinâmico, estimulando o desenvolvimento de uma estrutura
sindical correspondente".

4. Assistência Social. Nesse campo ele recorria à promoção da “assistência


social para a solução de tensões e conflitos nas áreas-chave".

5. Atividades econômicas. O IPES buscava promover o "neocapitalismo


liberal em cada empresa e na totalidade do sistema".

6. Levantamento da Conjuntura. O IPES procurava acompanhar de perto


e analisar a evolução dos assuntos políticos, tanto nacionais quanto internacio­
nais. cm todos os setores que eram de relevância para suas múltiplas atividades.
Ele também visava desenvolver pesquisa sistemática e avaliações minuciosas,
relacionadas com os setores econômicos, políticos e sociais.

184
1. Estudos. O IPES empenhava-se em examinar as reformas institucionais
e estruturais necessárias ao desenvolvimento econômico e ao progresso social do
Brasil, dentro de um regime democrático.

8. Editorial. Ele tentava a publicação e a promoção de livros, bem como


estimular a realização de peças teatrais e filmes.

9. Escritório de Brasília. Ele procurava estabelecer ligações com os órgãos


de governo e contatos com entidades políticas por intermédio de seu escritório
em Brasília..

10. Integração. O IPES buscava aumentar seu número de membros e obter


recursos para as atividades do instituto, já mencionadas.1*

Para alcançar seus fins, esses grupos de estudo e ação aos poucos se envol­
viam em atividades de influência parlamentar, tentando persuadir legisladores,
manipulando a opinião pública e integrando as diferentes frações econômicas
e facções políticas da burguesia em uma ampla frente antigovemo. Tentavam
também romper e penetrar ideologicamente as organizações de classes trabalha­
doras e o movimento estudunlil e influenciar a Igreja e as Forças Armadas. Pre­
pararam um corpo de doutrina e recomendações políticas com a intenção de que
ele viesse a ser um programa para o governo. Esses grupos operavam em dez
principais áreas de ação política e ideológica: nas Forças Armadas, Congresso,
Executivo, classe empresarial, sindicatos, classe camponesa, Igreja, partidos polí­
ticos, mídia e nas camadas intermediárias.
O IPES não cra com certeza, como frequentemente c descrito, um movi­
mento amador de empresários com inclinações românticas ou um mero disscmi-
nador de limitada propaganda anticomunista; era, ao contrário, um grupo de
ação sofisticado, bem equipado e preparado;17 era o núcleo de uma elite orgânica
empresarial de grande visão, uma força-tarefa estrategicamente informada, agindo
como vanguarda das classes dominantes.11 A frequência e intensidade de suas
reuniões eram surpreendentes se comparadas com os padrões de dedicada mili­
tância partidária. Não constituía fato incomum encontrar associados trabalhando
arduamente noite adentro em .seus locais de reunião, quando necessário. A possi­
bilidade de um membro se desvincular de uma ati\ idade específica ou de uma
comissão tinha de contar com a aprovação e sofrer a contrapressão de seus iguais
e superiores hierárquicos, no que era uma cadeia de comando estritamente ver-
tical.11 Organizou-se um serviço de monitoria de indivíduos (bem como de ativi­
dades) e estabeleceu-se um whip.9* O General Heitor Hcrrcra e Nei Peixoto do
Valle, do Rio, e o General Moziul Moreira Lima e Luiz Cássio dos Santos
Weroeck, de São Paulo, ficavam encarregados de formalizar os encontros. Eles
também estimulavam os associados a participar de todo tipo de acontecimento,
tanto de natureza interna quanto pública. Formou-se também uma equipe de
coordenação com plano de ação próprio, uma necessidade em uma organização
com tanta reduplicação de pessoal e tão variado número de atividades.1’ Tomava-
te tão absorvente essa atividade constante, na qual tantos empresários, tecno-

• NT: Originalmente em organizações partidárias, elemento encarregado de assegurar o


coaparccimcnto dos militantes às reuniões, votações etc.

185
empresários, jornalistas, profissionais e militares estavam engajados, que se impu-
nha pagar roensalmente a alguns deles visando a compensar os prejuízos sofridos,
resultantes do afastamento de suas ocupações regulares e ordenados.*2 Membros
profissionais dos diferentes grupos de estudo e ação eram pagos pelas tarefas
específicas nas quais eles estavam envolvidos bem como recebiam jetons, ou
seja, remuneração por presença, reforçando, assim, sua dedicação.*’ A comuni­
cação interna era assegurada por eficientes métodos, quase militares, como o
Sistema Permanente para Comunicações Telefônicas, visto no Quadro 4.

Os Grupos de Estudo e Ação do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais

1. Grupo de Levantamento da Conjuntura — GLC: Esse grupo também se cha­


mava Grupo de Pesquisa, para assim projetar uma imagem externa mais neutra.
A tarefa imediata do GLC era acompanhar todos os acontecimentos políticos em
todas as áreas e setores, avaliando, apurando c fazendo estimativas quanto a seu
impacto político e esboçando mudanças táticas para acompanhar a evolução de
qualquer situação e influenciar seu processo. Ele indicava áreas de preocupação
para os Grupos de Estudo e Grupos de Doutrina, levantava informações nos
campos político e social c fixava diretrizes para as manobras dos Grupos de Ação
que operavam no Congresso e junto aos partidos políticos, sindicatos, aos estu­
dantes. ã Igreja, aos camponeses, às Forças Armadas e à mídia. Nessas áreas,
o GLC coordenava a ação encoberta desenvolvida pela elite orgânica através de
sua estrutura político-militar* Em suma, ele era responsável pelo planejamento
estratégico e informações e por preparar a elite orgânica para ação. Especifica­
mente, encarregava-se do Setor de Exército e Informação, sendo suas principais
áreas de operação, os I e III Exércitos, com quartéis-generais rcspectivamente nas
cidades do Rio de Janeiro c de Porto Alegre e cobrindo os Estados da Guanabara,
Minas Gerais. Goiás. Rio Grande do Sul. Paraná. Santa Catarina. Espírito Santo
e Rio de Janeiro. Segundo o General Golbery do Couto c Silva, o líder nacional
desse grupo de ação, o GLC estabelecia os objetivos do IPES de longo e curto
alcance." Consequentemente, em torno de junho de 1962. o General Golbery
preparava um trabalho estratégico sobre o assalto ao poder.** Em novembro do
mesmo ano. um plano definindo campos de ação, prioridades c cronogromas foi
apresentado por Gilbert Huber |r.. o General Golbery c o General Liberato da
Cunha Friedrich.” A equipe do General Golbery produzia os trabalhos táticos
e estratégicos c fornecia as Diretrizes, doutrina e projetos, o que ficou conhecido
como a "ordem de serviço com calendário".** Seus documentos eram dc circu­
lação limitada e especial, doze no máximo, dependendo da seriedade do assunto.
De modo geral, não sc registrava nas atas dc reuniões do IPES esses trabalhos
e teses,"
Até junho dc 1964, o GLC do Rio foi liderado pelo General Golbery, res­
ponsável pela perícia cm informações e contra-informações, condução estratégica
e ligações com uma íntima rede de militares eficientes, o Capitão Heitor dc Aquino
Ferreira, o Tenente-coronel Rubens Restcel, o Tenente-coronel Gustavo Moraes
Rego, o Tenente-coronel |oão Daptisla Figueiredo c o Coronel Ivâ Perdigão. Outros
membros militares residentes no Rio eram os Generais Liberato da Cunha Frie-
drich. João Batista Tubino, Octavio Gomes de Abreu, foul Pires de Castro,
Heitor Almeida Herrcra, os Coronéis Montagna Meireles, Octavio Velho, Victor

186
Quadro 4

IPES — IV CURSO D£ ATUALIDADES BRASEIRAS — 1W5

SISTEMA PERMANENTE PARA COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS

IPES

1 Nòo Interrompe a cadoia


2 Transmite ■ comunicaçào rapidamente
3 Sendo neceasàrlo inverta o sentido de cadeia
4 Nào interrompe a cadeia
5 late sistema d válido para o curto
6 Sua vendo também após o curto
7, Nâo Interrompa a cadeia
B Guardem* com cuidado, iere» sempre ulil
d’Arinos Silva. Estes e muitos outros proporcionavam a estrutura orgonizacional
e de planejamento político da elite orgânica, bem como suo rede dc informa*
çóes.lftJ O General Herrcra, um associado nos negócios dc Gilbert Jr. c diretor
de empresas multinacionais, fazia parle daqueles que recrutariam os primeiros
membros da equipe e. “já que a ênfase era colocada no recrutamento dc pessoas
de confiança competentes e possuidoras dc diploma de curso superior, os ex-alunos
da Escola Superior de Guerra eram preferidos”.,ai Tal relação foi realçada pelo
fato de que muitos dos membros civis-chave, fundadores do 1PES. haviam fre­
quentado a ESG. muitos como professores, mas também como alunos.102 Esse
reservatório comum dc pessoal contribuía para desenvolver uma interpenetração
civil-militar necessária à campanha do golpe. De forma especial, o General Her-
rera e o General Golbery proporcionaram também a conexão com um grupo
íntimo de oficiais de alia patente, alguns dos quais se tornaram verdadeiros cola­
boradores declarados do 1PES e que seriam encontrados no comando do golpe
de 1964. Dentre eles, é válido mencionar os Generais Judandir B. Mamede,
Ernesto Geisel. Ademar de Queiroz. Idálio Sardenberg. Cordeiro dc Farias e
Ulhoa Cintra, grupo de oficiais que já atuava em conjunto por mais dc trinta
anos.1"
O GLC produzia relatórios semanais de suas ações e as de outros grupos
de ação do IPES c fornecia avaliações semanais da situação política. A respon­
sabilidade de tirar o “sentido prático" desses relatórios era do Comitê Diretor,
que se tomou, de fato, o corpo de formulação de diretrizes políticas. No entanto,
não se deveria eliminar a possibilidade de uma tomada de decisão informal por
uma “camada interna" que compreendia outros membros além daqueles do CD
c direíamente ligados ao GLC, em vista da natureza secreta do grupo de ação
do General Golbery. Entre os civis do Rio que operavam no GLC estavam Gilbert
Huber Jr.. Harold C. PolJand, Cândido Guinle de Paula Machado e Hélio
Gomidc.10*
Com a colaboração de seus oficiais militares, o IPES estabeleceu de 1962
a 1964 um sistema de informação para controlar a influência “comunista” no
governo e para distribuir suas descobertas de forma regular aos oficiais militares-
chave c demais pessoas por todo o Brasil. Conforme seus próprios cálculos, o
IPES gastava entre 200 e 300 mil dólares por ano nessa operação de levanta­
mento dc informações e rede dc distribuição.
O GLC distribuía entre os militares uma circular bimestral mimeografada,
sem identificação de fonte, que descrevia c analisava a atividade “comunista"
por todo o país10* e que incitava a opinião militar contra o Executivo e contra
a mobilização popular. Com o mesmo zelo que ele preparava os relatórios sema­
nais. a partir de material impresso, o GLC compilava dossiês dos indivíduos e
grupos "comunistas", bem como distribuía um mapa que identificava a estru­
tura e pessoas-chave das supostas organizações subversivas.107 Pura ser possível
obter urn conhecimento acurado e eficiente da situação política, o IPES se valia
dc uma amplamente distribuída rede de informação dentro das Forças Armadas,
da administração pública, das classes empresariais, da elite política, das organi­
zações estudantis, dos movimentos de camponeses, do clero, da mídia c dos
grupos culturais. O GLC teria grampeado, só no Rio, cerca de três mil tele­
fones.,os O GLC do Rio ocupava quatro das treze salas que o IPF.S havia alugado
no vigésimo-sétimo andar do Edifício Avenida Central, onde também funcionava
o escritório do CONCLAP e onde ativistas da direita piramilitir haviam alugado
salas para suas operações. Nessas quatro salas, o GLC mantinha arquivos com
informações sobre dezenas de milhares de pessoas.***
Para receber uma imagem política precisa da situação nacional e captar o
estado de espírito da população para as suas atividades de propaganda, a equipe
do Rio escrutinava a produção diária da imprensa do país (um total de 14.000
unidades anuais), permitindo, assim, um sistemático acompanhamento da conjun*
lura política e econômica.1,0 O GLC também pesquisava um certo número de
revistas nacionais c produzia mcnsalmcnte uma média de quinhentos artigos de
uso prático para serem disseminados na imprensa nacional ou divulgados em
forma de palestras, panfletos c outro material “dúbio”.1’1 A equipe do GLC
fazia o levantamento de um espectro bem amplo de livro c outras publicações
nacionais e estrangeiras: de muitas delas o IPES recebia material e. a elas, a
estrutura política c dc mídia do IPES proporcionava um muito importante canal
dc disseminação. Para executar o que se considerava tarefas centrais do IPES,
o GLC fazia uso das habilidades de diversos especialistas de grande competência,
nos vários campos de ação c organizações. As agências de publicidade filiadas ao
IPES e os escritórios de consultoria, bem como certas universidades eram reser­
vatórios de suma importância de experiência técnica c política.”’
Em São Paulo foi formado o Grupo Especial de Conjuntura — GEC. baseado
no modelo do GLC organizado no Rio. O GEC era orientado para a ação direta
e se encarregava do Setor de Exército e Informação do IPES de São Paulo. Era
encabeçado pelo General Agostinho Cortes. O GEC supria a liderança e os Grupos
dc Estudo e Ação do IPES dc São Paulo e também organizações paralelas como
o SEI, cuja ação era coordenada pelo IPES. com os contínuos estudos da con­
juntura em quatro áreas principais de ação: a política, a psicológica, a econômica
e a de relações exteriores.113 O GEC não visava apenas a coordenar a ação direta
entre os militares, mas também a penetrar nos sindicatos, nas organizações estu­
dantis, movimentos camponeses. Igreja e mídia. O GEC estabelecera contato
com as mais variadas correntes ideológicas, em virtude de suas atividades dc
informação, por conseguinte, a maior parte de seus membros nunca era publica­
mente relacionada com o IPES. Mostrava-se fundamental na harmonização geral
das atividades encobertas do IPES e na coordenação das várias conspirações
faccionais militares na área do H Exército, cujo quartel-general era em São Paulo
c que cobria os Estados de São Paulo e Mato Grosso. O GEC recebia a sua orien­
tação do Grupo de Doutrina e Estudo dc Sào Paulo e sincronizava diariamente
com o GLC do Rio. em função do aspecto operacional e de informação de suas
atividades. Formalmcnte ele se reunia duas vezes por semana e extra-oficialmcnte
uma vez por dia e funcionava nos endereços oficiais do IPES de São Paulo, assim
como na própria casa do General Agostinho Cortes e em diversos outros lugares.’”
O grupo dc oficiais militares que colaborava com o General Agostinho Cortes
na ação militar c em informação compreendia, entre outros: os Generais Souza
Carvalho e Moacyr Gaya, os Coronéis Jorge Saraiva. Caio Kiehl e Francisco
Ramalho, o Tenente-coronel Rubens Resteel (que servia de oficial de ligação com
os ativistas do Rio) e o Major Geraldo Franco.1” Os civis que operavam nessa
arca eram os empresários: Herman de Morais Barros. Oclavio Marcondes Ferraz,
Eduardo Levy. Flávio Galvâo. António Carlos Pacheco e Silvo. Roberto Levy,
Quartim Barbosa. Frans Machado, Vitorio Ferraz, |. Soares Amaral Netto. Adal­

189
berto Bueno Neto e muitos outros que compunham a liderança do IPES de São
Paulo. O grupo do General Agostinho Cortes incluía também ativistas do Insti*
luto de Engenharia de São Paulo, um centro conspirador-chave, através da media*
ção de André Telles de Mattos?1*
Além de receber o apoio do Grupo de Doutrina c Estudos e do IPES do Rio.
o GEC se valia do material arquivado e classificado pelo Centro de Documentação
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo que era ligada ao IPES por seus
diretores Dr. Santanché e Álvaro Malheiros?”
Vinculada ao GEC estava a Unidade de Planejamento. Tal unidade surgiu
por ter se tomado imprescindível que um grupo se especializasse em orientação e
desenvolvesse um plano para a ação. Essa exigência partira de João Baptista
Leopoldo Figueiredo e o grupo foi projetado para funcionar como uma “unidade
de estado-maior’* do presidente do IPES. Era encabeçado pelo General Agostinho
Cortes que também era ativo na Sociedade de Estudos Intcramericanos — SEI,
uma das já mencionadas congéneres do IPES. Delineou-se a unidade de planeja­
mento com o intuito de fornecer a diretriz básica aos diferentes grupos de estudo
c ação. que tinham, inicialmente, inteira autonomia para cumprir seu objetivo.
Dessa forma, o executivo do IPES de São Paulo exercia controle direto de sua
ação política ignorando em muitos casos os líderes formais dos grupos de estudo
e ação. Num estágio mais avançado, em que o IPES de São Paulo já estivesse
em plena atividade conspirativa, a unidade de planejamento controlaria, então,
a execução dos planos dos diferentes grupos. Ela contava com a perícia de outros
oficiais militares como o General Moziul Moreira Lima e o General Moacyr
Gaya, ambos operando em São Paulo.
Mais significativo de todos, talvez, o complexo GLC/GEC, juntamente com
o grupo de Doutrina c Estudo de São Paulo, encarregava-se da coordenação de
atividades e envolvimento direto do IPES nos movimentos camponês, sindical
e estudantil, nas Forças Armadas e na mobilização das classes médias. (Essas
atividades serão examinadas mais pormenorizadamente nos Capítulos VII e VIII).

2. Grupo de Assessoria Parlamentar — GAP: Ao fim de 1962, a liderança do


IPES recomendava: “Toda menção ao Grupo de Assessoria Parlamentar deve ser
íuprimida. Talvez deva-se falar em lermos de Escritório de Brasília”, sem mais
explicações.1,1 Havia uma boa razão para apreensão. O “Escritório de Brasília”,
como seria alcunhado, era o canal de financiamento do IPES para a sua rede
parlamentar de beneficiários e receptores de ajuda. O GAP também fornecia a
coordenação política da campanha anti-foão Goulart cm Brasília, estabelecendo
ligações com órgãos do governo e contatos com grupos políticos. A ADP, Ação
Democrática Parlamentar, liderada por João Mendes, deputado udenistu apoiado
pelo IBAD, era o mais importante canal do IPES no Congresso?” Enquanto o
IPES mantinha um silêncio tático e uma apagada imagem, a rede IBAD/ADEP
atraía as atenções do público, como o “bicho-pHpSo” do processo político.
A idéia geral em torno do GAP havia sido claramente exposta pelo líder
Ipesiano Miguel Lins, quando incitou a organização a “aconselhar o Congresso,
estar dentro dele, ter um homem do IPES dentro dele”, Ele sugeriu que o IPES
oferecesse "assessoria técnica” ao líder do PSD, Amaral Peixoto, para “trabalhar
dentro da Câmara”. Antônio Gallotti apoiou a proposta, argumentando, além
disso, a favor da necessidade dc sc ter um "deputado atuante em cada uma das

190
Casas do Congresso”.”* Por outro lado, o líder Ipesiano Israel Klabin achava
que. para o 1PES, o melhor seria estabelecer cinco “áreas de choque” com
grupos paralelos. Segundo ele, o ideal seria “ter elementos na Câmara, fora
dela, na imprensa etc. O IPES ficaria por trás deles, dando apoio e suge*
nndo soluções”. A partir desses primeiros e bastante modestos passos, a presença
do 1PES no Congresso cresceu a proporções nunca vistas. Ao final de 1962.
praticamente controlava a Câmara dos Deputados e o Senado, principalmcnte
por intermédio da ADP. Assim, ele se encontrava em condições de coordenar
os esforços do Legislativo em bloquear a açáo executiva e parlamentar de João
Goulart. O IPES (com a cobertura da rede IBAD/ADEP/Promotion SA.)a
através da ADP, forçava a um “beco sem saída parlamentar”, bem como a um
“ponto morto” executivo, que só poderia ser solucionado pelo poder “moderador”
das intensamente aliciadas Forças Armadas.
O chefe do GAP e pagador geral da rede da ADP era o banqueiro Jorge
Oscar de Mello Flores, assessorado por Paulo Watzel e Francisco Nobre de
Lacerda em Brasília e. no Rio. pelo escritor José Rubem Fonseca. O GAP tinha
a função de arregimentar apoio para os projetos patrocinados pelo IPES. Ope*
rava também como uma força-tarefa, entrando em ação em forma contínua contra
u governo e seu apoio parlamentar, assim como possibilitando a preparação para
manobras mais amplas, ganhando tempo para que outras forças se preparassem
e para que grupos do IPES desenvolvessem suas próprias atividades Ele era
também muito importante para antever as táticas políticas da oposição e esvaziar
suas manobras.”’ J. O. de Mello Flores decidia, imediatamente, a ordem de
prioridades das atividades do GAP e indicava linhas de ação a outros setores c
grupos dc icordo com sua percepção e análise da situação.122
Cada seção, Rio e Sâo Paulo, tinha suas próprias “engrenagens no Con­
gresso” (como o líder Jorge Bchring de Matos a elas se referia), preparadas para
atividades dc pressão, lobbying, petições e para a cooptaçâo de indivíduos, grupos
e figuras do governo. Mello Flores coordenava as duas.u> Alguns empresários,
como Augusto Trajano de Azevedo Antunes, tinham suas próprias e indepen­
dentes máquinas de lobbying no Congresso, colocadas à disposição do IPES.
O GAP mantinha um escritório político que incluía assessores formais, es­
critório este conjuntamente ocupado pela Federação das Indústrias de São Paulo
— FIF.SP — que fornecia certa parcela de cobertura e assistência material.15*
O IPES do Rio proporcionava recursos humanos e apoio material (escritores
especializados, equipamento de escritório e mobiliário) para a agência de Brasília
e, inicialmente, cerca de 4 milhões de cruzeiros* mensais para despesas adminis­
trativas e dc pessoal, levantados por seus líderes Paulo A. Barbosa, da Esso
Brasileira de Petróleo, e Rafael Noschese, da FIESP. O IPES de São Paulo provia
a maior parte do dinheiro necessário para a ação política Nesse aspecto eles
contavam com a adesão do IPESUL, outra importante fonte de apoio financeiro
para atividades clandestinas.”*
A liderança nacional do IPES conferiu liberdade tática ao GAP. O Grupo
de Levantamento da Conjuntura, auxiliado pelo Grupo de Estudo e Doutrina,
analisava os assuntos importantes e sincronizava-os com as atividades dc outros

* Em 1962, um dólar americano oscilou entre Cr$ 200,00 e Cr$ 475.00; em 1963. enlrc
Cr| 47500 c Cr| 600.00.

191
grupos e unidades. Isso favorecia o IPES no desenvolvimento dc ação política
mais abrangente.“• Tal sincronização era posta cm prática nos anteprojetos dc
lei do governo, os quais exigiam reparos políticos para serem implementados
pelos contatos parlamentares do IPES. Os próprios anteprojetos propostos pelo
IPES, a nível estadual ou federal, também contavam com a colaboração dos dife­
rentes grupos dc estudo e açio.m

3. Grupo de Opinião Pública — GOP: Formalmente, as metas do grupo cons­


tituíam na “disseminação dos objetivos e atividades do IPES por meio da im­
prensa falada e escrita", levando “à opinião pública os resultados de sua pesquisa
e estudos".*** A sua função manifesta era a manipulação da opinião pública por
todos os meios disponíveis. Para dissimular o seu verdadeiro propósito, evitava se
o uso dos termos “opinião pública". Ao contrário, os ativistas do complexo
IPES/IBAD falavam de “divulgação" e “promoção”, sendo o último o nome de
uma das “subsidiárias** do IBAD, a Promotion S.A., encarregada dc propaganda
Era tão importante o Grupo dc Opinião Pública, que o General Hcrrcra o con­
siderava como “a base de toda a engrenagem**. Da mesma formu, para o líder
José Luiz Moreira de Souza, “conquistar a opinião pública" era a essência da
ação política.“•
Dentre algumas figuras desse grupo no Rio destacavam se Nei Peixoto do
Valle. José Luiz Moreira de Souza (proprietário da Dcnisson Propaganda). Glauco
Carneiro (escritor, jornalista). |osé Rubem Fonseca (que lidava cspccificamente
com editoriais de jornal e filmes). Hélio Gomidc c o General Golbery. De São
Paulo, sobressaíam Paulo Ayres Filho, que trabalhava em educação, “escolas
sociais*' (doutrinação política) c propaganda geral c o associado do complexo
IPES/IBAD. Geraldo Alonso. proprietário da Norton Propaganda.,ao Eles con­
tavam com a colaboração dc Ennio Pesce, Flávio Galvão de O Estado de S. Paulo
e Luiz Cãssio dos Santos Wcmeck. Entre outros associados c pessoal ligado ao
IPES que também aderiram a essa máquina de propaganda, distinguiram-sc
Silveira Lobo (Dcnisson Propaganda).1,1 Evaldo Pereira Simas, que viria a ser
editor da revista da ACRJ (ligado a Augusto Trajano dc Azevedo Antunes),
Jorge Sampaio e Alves de Castro, do “Repórter Esso para todo o Brasil" da
TV Tupi (o mais importante e vasto noticiário de televisão, que fazia cobertura
diária dos acontecimentos nacionais e internacionais, patrocinado pela Esso do
Brasil). Esse grupo de pessoas trabalhava no rádio e na televisão, juntamenle
com Arides Visconti e Antônio Peixoto do Valle e que. também, com Wilson
Figueiredo (editor do Jornal do Brasil) havia formado uma equipe algum (empo
antes do aparecimento formal do IPES. Essa equipe foi incorporada ás unidades
de doutrinação e propaganda do IPES e cobria as atividades da elite orgânica.1U
Para desenvolver suas atividades, o GOP se incumbiu dc quatro linhas de
ação mais importantes:

a) resguardar a segurança do IPES:


b) disseminar declarações feitas pelo Grupo dc Estudo c Doutrina do Rio
e o Grupo dc Doutrina e Estudo de São Paulo;
c) “projetar doutrina", o que envolvia a realização de princípios e objetivos
básicos do IPES, entre os diferentes setores da população considerados como
alvos adequados para as atividades, e, íinalmcntc,

192
d) rctroalimcnlar com avaliações e dados o Grupo de Levantamento da
Conjuntura.
A projeção de doutrina tinha de ser alcançada em três formas diferentes:
aparecer primeiro com o nome do IPES, segundo sem o nome do íPES e em
terceira opção como "doutrina democrática". Esse programa teve seu esquema
preparado pelo General Golbery, o dissimulado Chefe Geral de Opinião Pú­
blica.'1’ A projeção de doutrina também implicava numa guerra psicológica e
ideológica que o GOP desenvolvia como uma atividade-suporte para as uni­
dades responsáveis pela ação nos sindicatos e entre os camponeses, pela mobili­
zação militar e das classes médias.134
Entre os setores "alvo" da população ou "público" para a ação dc propa
ganda do GOP estavam os próprios associados do IPES, patrocinadores e o
pessoal relacionado, para os quais o GOP publicava notícias, editava um boletim
mensal, divulgava matéria através da mídia e preparava um boletim político
para limitado consumo interno. Além disso, elaborava material adequado para
recrutas em potencial. Disseminava também uma variedade de material cuja forma
e conteúdo eram compatíveis com os diferentes segmentos culturais, políticos e
sociais da opinião pública, a saber, as classes médias, trabalhadores dc indústria,
estudantes, militares, donas-de-casa e profissionais.
O GOP enviava milhares de cartas e telegramas e fazia chamadas telefônicas,
incitando a opinião pública e fortalecendo a mensagem do complexo IPES/1BAD.
Durante os estágios iniciais do governo de foão Goulart, o grupo realizou o que
se considerava como "operações de treinamento" de escopo limitado, lançando
as bases para o desenvolvimento, que culminaria na crise de Estado de 1964.
bem como para a intensa campanha de imprensa e a mobilização das classes
médias conduzidas pelo IPES pouco antes do Golpe.135 Desenvolver a penetração
ideológica, neutralizar a oposição, protelar a organização política das classes
trabalhadoras industriais e impedir a consolidação da posição nacional-reformista
dentro das Forças Armadas, assim como a formação de favoráveis clivagens
políticas c apoio ativo dentre o amplo público das classes médias eram parte da
campanha do GOP. Ele visava realizar os objetivos básicos e estratégicos do
JPES, preparando o campo para ações públicas c encobertas e conferindo à cam­
panha continuidade e "repercussão ampla", a tão necessitada caixa de ressonân­
cia?34 O General Golbery assegurava que a falta de preparo ideológico do povo
impediu o êxito do golpe de 1961 e não se esqueceu da lição?57 Em agosto dc
1962, criou-se uma unidade com a tarefa específica de preparar o público ideolo­
gicamente para uma tomada do governo. Essa unidade teve o seu primeiro teste
na preparação do clima político para as cruciais eleições ao Legislativo de outubro
de 1962. Em novembro do mesmo ano, aproximava de três mil a lista das orga­
nizações que trabalhavam em Opinião Pública c Mobilização (rádio e televisão),
segundo Hélio Gomidc, do IPES, responsável pela instituição de "estações dc
revezamento" para a mensagem modemizante-conservadora?3* Hélio Gomide se
encarregou também de estabelecer ligações com indivíduos e gmpos que esti­
vessem desenvolvendo sua própria ação, congruente com o IPES e contra o Exe­
cutivo (vide Apêndice G).
O IPES também usava o GOP para estabelecer sua hegemonia entre a bur­
guesia. Tornou-se evidente, a partir dc uma tese ventilada por sua liderança em
meados dc 1963, que uma hegemonia de classe entre os empresários era um

193
projeto para o IPES. O líder Hélio Gomide. em sua tese “Diretrizes básicas para
um Programa de Ação a Longo Prazo", recomendava inicialmente a expansão
das bases do IPES na (rente doméstica, juntamente com um plano de formação
de opinião pública que a elite orgânica seguiria. Depois, o IPES deveria tentar
alcançar outros objetivos. Dentre tais objetivos estava a expansão de seus quadros,
a fim de colocar pelo menos um membro em cada e toda associação de classe
empresarial, fosse ela sindical, recreativa, cultural ou política. Deveria também
manter permanentes ligações entre os seus membros por meio de uma doutrina-
Çi© contínua e constante, julgada necessária para proporcionar uma segura e
firme linha de ação ideológica, de forma que os membros agissem sempre em
uníssono, em qualquer circunstância. Ademais, tendo o IPES desenvolvido na
classe patronal a idéia de que o empresário era qualquer pessoa que trabalhava
numa “empresa" e. assim, eliminando as distinções de status entre patrão e em*
pregado na empresa, ele deveria tentar ligar-se financeiramente às firmas. Pos­
te ri o rmen te. os patrões e empregados seriam persuadidos a apoiar partidos polí­
ticos de centro. Depois de um período de dois a quatro anos, esclarecia ainda
a tese, provavelmente havería um número substancial de membros do IPES
nos partidos de centro que formariam uma massa de manobra suficiente para
constituir o esqueleto de um novo Partido e. assim, dar força suficiente ao IPES
para influenciar o pensamento c a ação política do novo Partido.>M

4. Grupo de Publicações Editorial — GPE: Operacionalmente relacionado com


o Grupo de Opinião Pública estava o Grupo de Publicações/Editorial — GPE.
Embora já existisse há quase um ano como uma unidade de trabalho ao lado
dc oulros grupos, o GPE foi íormalizido cm agosto dc 1962. Ele organizou uma
cadeia de canais de expressão para o seu material, o que se chamava "cadeia
de veículos de divulgação". Tentava também estimular e. quando possível, sin­
cronizar os esforços de propaganda por parte de indivíduos e grupos, cujos obje­
tivos coincidiam com os do IPES. ou cuja atividade era útil às metas da elite
orgânica. Disseminava material impresso e visual com a mensagem ideológica
"apropriada" pelos quatro cantos do país. Juntamente com o Grupo de Levanta­
mento da Conjuntura e o Grupo de Opinião Pública, o GPE conduzia de fato
uma campanha de guerra psicológica organizada pelo IPES.
O líder do IPES. romancista José Rubem Fonseca, supervisionava as ativi­
dades do GPE e se encarregava da Unidade de Editorial. O General Liberato da
Cunha Fríedrích se responsabilizava pelas publicações e era assistido por uma
comissão de escolha e publicação de livros, composta por José Garrido Torres,
o General Heitor A. Herrera e o General Golbcry,14* a quem o Capitão Heitor
de Aquino Ferreira auxiliava. Formaram esse grupo os profissionais da mídia,
do mundo literário e de agências de publicidade. Entre eles, distinguiam-se José
Francisco Coelho (ex-jomalista do /ornai do Comércio), convidado por Glycon
da Paiva para colaborar com o grupo, Wilson Figueiredo (editor do /ornai do
Brasil) e os poetas e romancistas. Augusto Frederico Schmidt, Odylo Costa
Filho e Raquel de Queiroz.
O GPE escrevia, traduzia e distribuía material impresso anticomunista, anti-
trabalhista e antipopulista, bem como publicava, traduzia e reimprimia livros,
artigos e panfletos escolhidos. Através da Unidade de Editorial, inseria comen­
tários. debates e opiniões na imprensa e elaborava editoriais, divulgava notícias

194
e artigos feitos de antemão por agências especializadas.111 A "disseminação de
literatura democrática" [síc] era uma das cruciais funções do GPE. em um esforço
conjunto com o Grupo de Opinião Pública e apoiado pelo Grupo de Estudo e
Doutrina. Em seu relatório escrito no início de 1962 para o Comité Diretor, Gar­
rido Torres advertia: "A abundância de literatura marxista nas nossas livrarias
é óbvia a qualquer observador atento. Quase despercebido é o esforço de contra­
balançar seus efeitos com a correspondente divulgação de livros, panfletos e
artigos que ‘promovam’ o regime democrático e alertem os leitores de todas
as camadas sociais contra os males e os mitos da doutrina socializante".148 Ele,
nessa oportunidade, apresentou um programa dc ação esquematizado pelo Setor
de Levantamentos. Em suma, o programa tencionava lançar três formas dc publi­
cações. Seriam, primeiramente (os muis fáceis e menos dispendiosos), os "artigos
'feitos’ pura os jornais e revistas do país, que lidam com atualidade numa lingua­
gem acessível ao grande público".1*5 A segunda forma de ação de propaganda
consistiria na publicação de panfletos "para divulgação entre estudantes, militares,
trabalhadores de indústrias c pessoal administrativo em geral".1*4 )á a terceira
forma dc ação se basearia na publicação de livros "dentro do que o IPES consi­
derava ser uma linha democrática moderna". Essa linha equiparava "democracia"
e empresa privada, o que geraria benefícios sociais; assim seria o marco ideoló­
gico brasileiro do "neocapitalismo”. Muitos livros estrangeiros mereceram atenção
especial. A idéia seria escolher um certo número de títulos, por cuja publicação
o IPES levaria alguns editores a se interessar. Se surgisse o caso desses editores
levantarem dúvidas quanto ao êxito comercial das publicações, ele se responsa­
bilizaria por adquirir certa quantidade das edições, ajudando, assim, o editor a
decidir dc forma positiva. Encarregôu-se do programa de traduções o ativista
lpcsiano Coronel Octavio Alves Velho, diretor da Mesbla S.A.,4>
O modelo de circulação do GPE objetivava cobrir todo o país. O IPES
contava com associados e pessoal ligado nas várias cidades-chave como Belém,
Curitiba, São Paulo, Brasília. Salvador, Porto Alegre. Belo Horizonte. Fortaleza,
Joinville e Campo Grande. Essas pessoas se responsabilizavam por levar a lite­
ratura às mãos dos responsáveis pelos processos decisórios e pela formação de
opinião, locais e regionais.,4<
Alguns dos associados do IPES eram proprietários, diretores ou intimamente
ligados a diversas empresas de publicação e companhias editoras. Em decorrência
disso, colocavam à disposição do IPES a sua infra-estrutura comercial e técnica,
equipamento, pessoal e perícia. Entre as editoras do Rio, é válido mencionar a
Editora Agir, de Cândido Guinle de Paula Machado, O Cruzeiro, dc Assis Cha-
teaubriand. e a Gráfica Gomes de Souza, de Gilbert Huber Jr. O Coronel Victor
d*Arino$ Silva assegurava ajuda técnica para a Gráfica que o IPES operava, com
o apoio de Renato Americano, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
— IBGE.147 O IPES também procurava apoio junto ao programa do livro, da
Embaixada americana. Auxílio suplementar vinha de formas indiretas, principal­
mente como serviços gratuitos ou subsidiados. Em São Paulo, o setor de publica­
ções recebeu impulso considerável com a proposta da importante Editora Saraiva,
transmitida pelo jurista integralista e ativista do IPES Adib Casseb a Paulo Edmur
de Souza Queiroz, do Grupo de Publicações do IPES de São Paulo. A proposta
consistia cm um plano dc publicações, através do qual a Editora Saraiva daria
ao Grupo de Doutrina de São Paulo a oportunidade de examinar os trabalhos que

195
ela editasse, podendo, a qualquer hora, publicar os panfletos c traduções do IPES.
A Editora Saraiva, por intermédio de seus contactos, tinha lambem condições
de oferecer ao IPES espaço gratuito na televisão?** A Cia. Editora Nacional, de
Octales Marcondes Fcmzira. oferecia também seus préstimos para publicar os
livros do IPES?4* Da mesma forma, a G R D. Editora, chefiada por Gumercindo
Rocha Dórea. desempenhava papel significativo na edição dos livros subsidiados
do IPES?** Com isso, o IPES conseguia uma posição de destaque na supervisão
do que ve publicava no pais e. consequentemente, do que se lia e discutia Provava
ver uma eficaz forma de atingir intelectual c emocionalmcnte a população, muito
mais ainda se se considerar a vasta rede de apoio estabelecido pelo complexo
IPES IBAD entre os mais importantes jornais c revistas, companhias de televisão
c estações de rádios nacionais.
Mais tarde, o GPE criou o Centro de Biblioiecnia. objetivando estimular a
publicação brasileira de livros infantis, e a disseminação de livros selecionados
ajudado nessa tentativa pelo Franklin Book Program. um centro de divulgação
para os editores americanos que. assim, tinham seus livros distribuídos no Bra­
sil?** O Centro de Bibliotecnia incluía cm seu quadro Cândido Guinle de Paula
Machado. Décio Guimarães. José Alberto Gueiros. Fernando Bastos de Souza.
Pedro lacques Kapeller. Propício Machado Alves. Oscar de Oliveira e Tilo Leite,
diretor da Reader s Digest Publications do Brasil.

5. Grupo de Estudo e Doutrina — GED: O GED era constituído de um agru­


pamento de unidades de pesquisa de diretrizes, que forneciam material para o
Grupo dc Levantamento da Conjuntura e o Grupo de Publicações. Os trabalhos
produzidos pelo Crupo de Estudo e Doutrina do Rio. por exemplo, eram básicos
para a "formação da Opinião Pública".,u O GED preparava estudos que se tor­
navam a base para teses e diretrizes a longo prazo, assim como projetos dc lei
c emendas apresentados no Congresso por parlamentares amigos. Fornecia também
• análise crítica dc projetos c pesquisa dc background para a frente políticu orga
nizada pelo IPES no Congresso, legislaturas e governos estaduais, através do
Grupo dc Ação Parlamentar que. por suu vez. patrocinava o seu canal dc difusão,
a Ação Democrática Parlumentar. O GED produzia, uinda, análises com obje­
tivos definidos, limitados e táticos, visando obter resultados a curto prazo?11
As prioridades políticas para os estudos do GED eram estabelecidas pelo Grupo
dc Levantamento da Conjuntura, cm composição com o Grupo dc Ação Parla­
mentar, o executivo e comités diretores do IPES.
O Grupo de Estudo c Doutrina constituía a "estufa ideológica" do IPES.
Por sua natureza simples, poder-se-ia distinguir a ideologia política do IPES a
partir dc três de suas publicações: Que é o IPES?, Declarações de princípios e
Reformas de base. Grande parte das diretrizes mais comuns encontradas nesses
trabalhos era apresentada na linguagem ideológica da "Aliança para o Progresso".
Além disso, o próprio líder do IPES. Humberto Reis Costa, tornou-se presidente
dc uma comissão preparatória da seção brasileira da Aliança para o Progresso,
criada pelo decreto do governador dc São Paulo. Adhcmar dc Barros. dc 22 de
fevereiro de I963?54 Considerando o vasto eleitorado católico, a mensagem do
IPES também utilizava a linguagem ideológica do "Mater et Magistra". Ambas
favoreciam o objetivo de aggiornamento do bloco dc poder burguês c eram úteis
para a sua legitimação diante das classes subordinadas?11 Finulmcntc, o IPES

196
matizou também sua argumentação com os postulados da modernização antico­
munista da Carta de Punta dcl Leste. Ele endossava c disseminava "o princípio
dc que os regimes que não reconhecem a propriedade privada e a produção priva
da dc bens e serviços são culpados de oprimir c sufocar a liberdade pessoal”,
bem como u idéia de que ”o desequilíbrio social aumenta a tensão social que.
por sua vez, gera um campo íértil para a demagogia". O IPES enfatizava a neces­
sidade de estabilidade monetária, a promoção de poupança pessoal e a punição
aos sonegadores de impostos. Fazia seus os postulados da Aliança para o Progres­
so que urgiam reformas agrárias, habitacionais, de saúde e sanitárias. Endossava
**o direito à negociação coletiva sindical, condições dc trabalho adequadas e alfa­
betização e expressava a convicção de que o homem possuidor de terra própria
se torna o melhor fiador dc sua própria liberdade"?1*
O IPES incitava os empresários a se envolverem politicamente, cumprindo
suas responsabilidades públicas c proclamava que "as necessidades básicas do
homem, tais como alimentação, abrigo c saúde, podem ser satisfeitas de melhor
lorma em um sistema de empresa privada. Quando o governo entra no deminio
económico, deve usar métodos indiretos, como controle fiscal e de crédito. Se
ele estabelece uma empresa, ela deve ser de espécie pioneira ou estabelecida
somente quando o capital privado for insuficiente. Neste último caso, deve-se
eventualmente passá-la para mãos privadas".’57 Esse dispositivo gcralmcnte não
contava, segundo o líder Ipesiano José Rubem Fonseca, com a aprovação dos
membros do Rio. mas foi produzido para satisfazer a ala de São Paulo. Na opi­
nião do IPES. o "Estado deveria intervir na economia apenas para preservar o
mercado livre do monopólio, promover desenvolvimento econômico e contribuir
para a paz social”?4" Instava também 3 reformulação dos empreendimentos brasi­
leiros. através do estabelecimento de sociedades anônimas de capital aberto, tais
como as blue chips Como o líder Rui Comes dc Almeida observou, o IPES
admitiria liberalismo no campo económico, mas não accitã-lo-ia na área políti­
ca" Nesse campo 0 IPES compartilhava a abordagem de segurança nacional
desenvolvida na Escola Superior dc Guerra c era um convicto disseminador da
doutrina da ESG Além disso, instava políticas de estabilização monetária e advo­
gava reformas educacionais, tributárias, dc crédito, de saúde, bancárias, de mer­
cado. dc transporte e agrárias de natureza modernizantc-conservadora e recomen­
dava 0 desenvolvimento regional particularmente daquelas áreas próximas aos
grandes centros. Propunha também a colonização dc áreas desabitadas?'1
O Grupo de Estado e Doutrina incluía grande parte dos tecno-empresários e
tecnoburocralas citados no Capítulo lll. Trabalhando tempo integral, o GED do
Rio contava com José Ganido Torres como coordenador geral das diversas unida­
des dc estudo, dirigidas por diferentes associados do IPES A designação de um ou
outro ativista para dirigir as várias unidades de estudo dependia da especialização
e capacidade pessoal c profissional dos elementos envolvidos A coordenação ge­
ral das atividades do GED era desenvolvida pelo Grupo de Levantamento da Con­
juntura. Além dos treno-empresários e técnicos já mencionados anteriormente, as
seguintes pessoas cooperavam com a campanha do IPES através dc sua participa­
ção nas unidades de estudo e como assessores do IPES ou colaborando com indi­
víduos do IPES (e nau necessariamente fazendo parte da organização): Mário
Henrique Simonsen. António Dias Leite. Jorge Kuíuri. |. Knaack (que foi apre­
sentado «o IPES por Gilbcrt Huber |r.). Mircca Bucscu. Alexandre Kafka.
|cssé Montello. Estunislau Fischlowilz. José Carlos Burbosa Moreira,

197
A. Lomy Filho. Afrânio dc Carvalho. Frederico Cesor Cardoso Maragliano. Og
Leme c Hclío Schliiiler Silva.’** Cooperaram também com o IPES no desenvolvi­
mento de suas idéias Roberto Campo* (que ha* ia sido professor nos cursos ofe­
recidos pelo IPES c participante nos seus debates) e Octávio Gouveia de Bulhões
(que também participou de seus debates).O Grupo de Estudo e Doutrina do
Rio contava inicialmentc com vinte economistas profissionais, mas. ncalnndo a
sugestão de António Callotti. o IPES recrutou outros profissionais de prestígio.'*1
Em acréscimo à cooperação de profissionais iniimamcnte ligados ou associados ao
IPES. estudos também eram feitos por técnicos, convidados por sua experiência
profissional, como Aníbal Villela e seu escritório técnico, o BRASTEC.'**’* O GED
ainda procurava e recebia a cooperação de intelectuais ligados ao clero c □ estru­
tura eclesiástica leiga. Certos associados do IPES. bem relacionados com a Igreja,
encarregavam-se de estabelecer uma rede de ligações, como era o caso de Harold
Polland. Paulo de Assis Ribeiro, lose Garrido Torres e José Arthur Rios. O apoio
“externo” era também procurado parj determinados aspectos dos projetos do
IPES e para *ua implementação. Tal faio era ilustrado pela presença de um “ex­
periente0 padre italiano, trazido para ajudar a unidade de Estudo e Doutrina
dirigida por Cândido Guinle de Paula Machado, que lidava com problemas estu­
dantis. de camponeses e de trabalhadores."*
Em São Paulo o GED se chamava Grupo de Doutrina e Estudos, enfatizando,
com a troca de nome, o pomo onde o peso dc sua ação recaía.",T O grupo de São
Paulo fixava linhas dc doutrinação que definiam a filosofia do IPES e preparava
o material pura as varias unidades setoriais de ação que operavam naquele es­
tadoIM A aceitação conjunta de posilion paper* (trabalhos dc posicionamento) c
análises pelos dois grupos os transformava na diretriz final do IPES ,M* O Grupo
de Doutrina c Estudos também recebia os subsídios ideológicos e políticos dos
centros regionais do IPES concernentes a itens dc importância capital. O IPES
de Sâo Paulo procurava através dessa diretriz estabelecer um consenso empresa­
rial sobre os mais sanados problemas c suas soluções.O Grupo de Doutrina
e Estudo era coordenado por | L Nogueira Porto e incluía, entre outros. Paulo
Edmur dc Souza Queiroz. Miguel Rcalc. A C. Pacheco e Silva. Adib Casscb.
Flávio Galvão. L A Gama c Silva. I L. Anhaia Mello e António Delfim Neto ,:i
Como era o caso dc seu congénere no Rio. o grupo de São Paulo recebia o apoio
de agencias técnicas dc várias associações dc classe comerciais e industriais Para
assuntos específicos contava ainda com a colaboração, tanto financeira, quanto
técnica dc influentes empresários, como H. Weissílogg.''2
Encarregava-sc da campanha dc levar a mensagem ideológica do IPES aos
vários setores do público e dc converter trabalhos que fixavam posições e dire­
trizes em ação política, supervisionando e coordenando a ação político-ideológica
nas várias populações-alvo: trabalhadores de indústria, funcionários públicos c
privados, camponeses, estudantes, mulheres das classes medias e a Igreja.
Cooperavam com a "projeção dc doutrina na Igreja" J El) Coutinho. Paulo
Galvão Filho c Paulo Ferraz Os dois últimos, bem como Luiz Cássio dos Santos
Werneck. davam a sua assistência a Oswaldo Brcync da Silveira na ação do IPES
dentro dos movimentos estudantis c sindicais. O Grupo dc Doutrina c Estudo tam­
bém apoiava uma unidade encarregada dc educação seletiva, da administração dc
cursos para empresários, gerentes c profissionais, assim como da preparação
dc ativistas sindicais c estudantis. Oswaldo Brcync da Silveira era o responsável
por essa unidade?73 O Grupo de Doutrina e Estudo coordenava, ainda, as ativi­
dades dos membros do IPES cm conferências, seminários, congressos profissionais
c ocupacionais e em mesas-redondas onde se debatiam assuntos tão variados como
a sonegação de impostos e a segurança nacional?74 Supervisionava ainda a ação
do IPES na mídia, preparando os argumentos para exposição e discussão, forne­
cendo linhas ideológicas e, de fato, coordenando o material de propaganda relati­
vo a figuras políticas importantes, sindicalistas, empresários e personalidades artís­
ticas ou literárias a ser usado nas apresentações de televisão e programas regula­
res de rádio. A realizoção da projeção de doutrina17* do complexo IPES/IBAD
era também alcançada através da publicação, pelos grupos de estudo, de um núme­
ro surpreendente de estudos sobre diretrizes políticas, artigos, panfletos e outros
trabalhos funcionais. Alguns desses estudos e trabalhos circulavam na época, ou
com o nome do complexo IPES/IBAD ou, muito comumente, como as "propos­
tas" de alguns parlamentares amigos, diplomatas, profissionais e académicos. Apa­
reciam também como material básico para artigos na imprensa nacional, como
textos para conferências, monografias c mesmo livros, lançados por indivíduos ou
grupos sigilosamentc relacionados com a rede IPES/IBAD. Uma unidade especial,
dirigida por José Garrido Torres c o General Heitor Herrera,':* se responsabilizava
pela publicação de livretos, panfletos e livros, bem como a aquisição de relevante
material impresso.
Como já foi visto, havia um alto grau de reduplicaçio e intercâmbio de pes­
soal entre o complexo IPES/IBAD e a ADESG, a ESG e os escritórios de con­
sultoria e os órgãos técnicos das associações industriais e comerciais.1,7 Conse­
quentemente, cuidado especial era tomado para não se redobrarem esforços. Sem­
pre que possível, faziam-se estudos com outras instituições, grupos, organizações e
indivíduos de capacidade e prestígio, pois isto reduzia os custos, economizava
tempo e abrangia amplos círculos de apoio para a causa defendida pelo IPES?71
A elite orgânica estudava o material preparado por outras pessoas ou grupos,
depois o passava pelo seu próprio filtro político e ideológico, modelando os estu­
dos de modo que eles "atendessem os interesses nacionais" com o raciocínio de
que "outros projetos refletiam interesses setoriais"?71

O financiamento para a elite orgânica

O Grupo de Integração — Setor de Ação Empresarial

O Grupo de Integração tinha como objetivo "integrar pessoas e corporações


dentro do espírito democrático do IPES e ao mesmo tempo angariar contribuições
financeiras para as atividades do Instituto?11 Na realidade, constituía uma rede
de unidades para a mobilização econômica dos empresários em apoio ao IPES.
Os empresários eram aliciados a participar da ação liderada pelo IPES com inten­
sidade variável de engajamento político-econômico. O Grupo de Integração recru­
tava associados e patrocinadores das diferentes frações empresariais e. dessa forma,
várias equipes foram colocadas em campo, capazes de operar com facilidade nos
muitos níveis e entre diversos setores da classe dominante. Conduziam-se as ativi­
dades de recrutamento, tendo cm mente o potencial econômico e as possibilidades

199
políticas dos recrutas.’” O grupo servia também ao objetivo geral Jo IPES dc
estabelecer sua hegemonia política e ideológica no bloco burguês.
As equipes dc integração no Rio. cm vários momentos, consistiam dos seguin­
tes militantes: Oswaldo Tavares Ferreira. Eduardo Galliez. José Duvivicr Gouluit.
júíío Isnard. Tons Bahia. Rubem da Fraga Rogério. |uan Missirhan. Décio de
Abreu. Ernesto Pereira Carneiro. Carlos Henrique Schneidcr. Joaquim Carneiro.
Abrão Yazigi Neto. Fernando da Silva Sã. Maurício Vilela. Miguel Guerra, o Coro­
nel lorgc Augusto \ idal Aurélio de Carvalho. Esio Alves Ferreira. Jorge Duprat
de Brito Pereira. Mauro Ribeiro Viegas. Waldcmar Martinscn. José Maria dc
Araújo Costa. Claudcmiru Gomes de Azevedo e o General Liberato da Cunha
Friednch Esses ativistas do IPES operavam principalmente na região Rio—Gua­
nabara Em São Paulo. Xivaldo Llhoa Cintra. Lélio Toledo Pizza e Salim Chammn
dirigiam várias unidades de recrutamento e levantamento dc íundos Alem disso,
cm São Paulo funcionava uma tesouraria, como uma subdivisão da rede dc inte­
gração finanças. >cb a responsabilidade de Frans Machado c Victor Bouças. No
Rio dc lanciru havia uma caixinha**, mantida para assuntos administrativos da
qual |o vi ano Rodrigues Moraes lardim se encarregava.
As atividades dc recrutamento eram conduzidas a nível pessoal c de uma
forma sistemática, empregando-sc diversas técnicas. O Grupo funcionava através
dc uma sene de reumoes. mesas dc integração, onde recrutas potenciais e patro­
cinadores participavam dc debates, conferências e também por meio de um núme
ro de encontros informais e dc pequenos grupos.1"3 Nessas reuniões, a situação
corrente j* iaz«3cs para a existência do IPES e as tarefas futuras eram analisadas
por aquele» que Jaz-m oposição a situação do momento Alguns membros do
IPES otimuLiiam Jcbarc* com recrutas potenciais c patrocinadores financeiros,
estabelecendo assim um relacionamento envolvente.1"1
Ale setembro de 1962. o IPES organizou 36 "mesas de integração", convi­
dando 136 empresas c registrando uma média dc 38 companhias por "mesa". Para
suas reuniões, o Grupo dc Integração convidou 476 empresas, incluindo us 136
participantes das "mesas dc integração". Depois de estabelecer 1.000 contactos
pessoais c mais de 3.000 por telefone, ele obtinha o apoio de mais dc 30% das
firmas que faziam parle do IPES cm torno de setembro de 1962.,M Oswaldo
Tavares, chefe do Grupo do Rto. organizava, semanalmenle, de três a quatro
almoços "informativos" com empresários, objetivando levantar fundos.’"r' Para
almoços com banqueiros e diretores de empresas maiores. Oswaldo Tavares pedia
a cooperação de empresários conhecidos, como Augusto Trajano de Azevedo An­
tunes e António Gallolii. que tinham peso econômico e prestígio nos círculos ban­
cários C industriais. Glycon dc Paiva também se envolvia ativamente nesses esfor­
ços.1*7 Oswaldo Tavares e luan Missirlian eram encarregados de oferecer um curso
que visava “expandir a penetração do IPES cm meio ao grande comércio e à
grande indústria através de seus diretores c líderes, e aumentar as contribuições.
O Grupo de Integração lambem incorporava uma serie de indivíduos, pura
missões específicas e tarefas que dependiam de ligações pessoais, exercício de auto­
ridade ou meios próprios de persuasão dos militantes em questão. Certos militares
também davam sua contribuição às atividades dc levantamento de fundos c recru­
tamento. respaldando com seu prestígio os esforços empresariais. O General Nel­
son Reynaldo dc Carvalho, por exemplo, encarregou-se do levantamento dc fundos
na região de Campos, no Estudo do Rio de Janeiro, entre os usineiros.“u O Grupo

200
de Integração também estruturou “unidades móveis”. cujos objetivos eram levar o
pedido de colaboração para com u projeto político do IPFS, aos empresários de
fora das áreas centrais do Rio c de Sâo Paulo c das outras cidades maiores ondé o
IPES mantinha escritório. Em dado momento, a possibilidade de coordenação de
“comandos rurais” pelo Grupo de Integração se fazia necessária.Uma outra
forma de incorporar pessoas mais relutantes às fileiras do IPES para associá-las e
fazê-las contribuir financeiramente consistia na integração através de envolvimento
em tarefas. Esse era um processo pelo qual recrutas cm potencial eram designa­
dos a realizar uma atividade especifica c limitada e eram gradativamentc envol­
vidos em decorrência de sua cuidadosa e crescente participação cm operações dc
diversas espécies. Como resultado dessa campanha intensiva, o IPES recebeu o
apoio de 500 membros corporativos cm meados de 1965 c dc um número ainda
maior cm 1964.”*’
Reuniu-se também apoio financeiro das aparentemente menores fontes de
renda, tais como o trabalho voluntário desenvolvido pela “alta sociedade” do
Rio de laneiro e de Sâo Paulo, cujas contribuições acobertavam indivíduos ou
mesmo corporações que não queriam seus nomes envolvidos e poderiam assim
ajudar sem levantarem suspeita indevida. A atividade de angariar fundos por inter­
médio dns mulheres de classe media alta também servia para comprometê-las e a
seus maridos com o esforço político do IPES. Muito ativo nessas operações era
Roberto Levy. filho do deputado udenista e banqueiro Herbert LevyJ1®
As contribuições individuais mostravam-se também importantes, muito mais
por seu significado político, como uma forma intrínseca de participação, do que
pela soma dc fato recebida. Elas representavam uma conveniente cobertura para
a empresa culnhurudora.’"’ já que poderiam ser consideradas como contribuições
dc “família**, principalmente quando partiam de proprietários de completos finan­
ceiros e industriais Aliciavam-se firmas menores também. Na maioria dos casos,
essas empresas pequenas não eram significativas como contribuintes financeiras,
mas seu compromisso se mostrava relevante de duas formas: primeiro, elas eram
mobilizadas sob a liderança do IPES. reduzindo a possibilidade desses interesses
daicm seu apoio a um bloco econômico prójoâo Goulart. Segundo, que. mobi­
lizando os pequenos industriais c varejistas, o IPES evitana a indesejada projeção
dc multinacionais c associadas como sendo o núcleo do movimento antijoão
Goulart.
Através de arrecadações especiais, faziam-sc contribuições em alta escala,
contribuições estas que não constavam dos orçamentos regulares Esse era obvia
mente o caso da campanha de angariação dc fundos extraordinários para apoia
rem as atividades do complexo IPES IBAD relacionadas com as eleições ao legis­
lativo de outubro de 1962.O trabalho feito com firmas brasileiras havia sido
intensificado no segundo trimestre de 1962 e. graças a ele. o IPES dc Soo Paulo,
isoladamente, já conseguia levantar de quinze a vinte milhões de cruzeiros men­
sais para as atividades especificas e mais quinze milhões a serem depositados como
reservas para ocasiões especiais Havia a possibilidade dc se apurarem ainda mais
cinco a dez milhões dc cruzeiros para propagandas que o IPES tencionasse fazer.
Em meados dc 1962. o IPF.S de São Paulo já levantava quarenta milhões
mensois. bem mais do que estipulavam as despesas orçamentárias oficiais c do
que a renda publicamcnlc conhecida.Mas nem somas Ião grandes assim basta-

201
vam para as necessidades de uma rede política de tão rápido crescimento. Grandes
contribuintes que já apoiavam o IPES desde seu aparecimento tiveram de dobrar
suas já tão altas contribuições empresariais, para servirem como exemplo.”7 Em
setembro de 1962. Oswaldo Tavares instou a liderança do IPES a se valer das
grandes firmas que colaboravam com a campanha eleitoral c os organizasse como
contribuintes também para o período após as eleições.,w Em São Paulo, uma vez
terminadas as eleições ao legislativo. João Batista Leopoldo figueiredo chamava
a atenção dos líderes ipesianos para o fato de que as obrigações financeiras da
maior parte dos contribuintes terminaria cm dezembro daquele ano. Ele enfatiza
va a necessidade de se tomarem medidas preventivas objetivando assegurar um
"orçamento permanente que permitiria ao IPES fazer compromissos permanen­
tes".1* Propunha, então, manter dois discretos encontros semanais com grupos
de vinte a trinta pessoas, definidas como grandes contribuintes em potencial. Tais
pessoas seriam convidadas a comparecer às casas de selecionados membros do
IPES em "grupos menores, para reuniões mais íntimas e de maior profundidade".
Empresários importantes ofereciam suas casas para essas reuniões de levantamento
de fundos, como era o caso do próprio ). B. Leopoldo Figueiredo. Salim Chamma.
Adalberto Bucno Neto. Oswaldo Brcync da Silveira. Nivaldo Ulhoa Cintra. Fuad
Lulfalla. Nicolau Filizola. Geraldo Quarlim Barbosa. Paulo Ayres Filho c muitos
outros**0 Nesses encontros, a liderança do IPES procurava obter o compromisso
ideológico de tais empresários vinculado com promessas de apoio financeiro. Flávio
Galvào era responsável pela organização dc um esquema de trabalho que serviria
para todas as reuniões, nas quais os vários dirigentes dos grupos dc ação do IPES
fariam um sumário de suas atividades políticas aos patrocinadores cm potencial.*1
A primeira reunião dc vinte associados c quinze contribuintes potenciais rralizou-
*e na casa de J. B Leopoldo Figueiredo, no dia 12 de dezembro de 1962. Entre
os vários oradores do Grupo de Integração do Rio, nas reuniões especiais priva­
das e sigilosas destacavam-se: Glycon de Paiva. Harold C. Poliand. Dênio Noguei­
ra, José Garrido Torres. Augusto Trajano Azevedo Antunes. Paulo dc Assis Ribei­
ro. Jorge Oscar de Mello Flores, Cilbcrt Hubcr Jr., Oscar dc Oliveira. Luiz
Carlos Mancini. José Luiz Moreira de Souza. Hélio Gomide. Guilherme Borghoff
e Nei Peixoto do Valle.3*2 Até mesmo o General Golbcry se envolveu pessoalmente
na campanha de angariação de fundos, através de seus numerosos contactos e em
seus esforços conjuntos com dirigentes empresariais, como o líder do IPES. Jorge
Behnng de Mattos.*” No Rio. uma dessas reuniões especiais contou com a par­
ticipação de Fernando Machado Portela (diretor do Banco Boavista). Olavo Cana-
varro Pereira (diretor do Banco Português). Cláudio de Almeida Rossi (presidente
do Sindicato de Companhias de Seguros), Manoel Ferreira Guimarães (diretor do
Banco de Minas Gerais), Homero Souza c Silva (diretor do Warrant e do grupo
financeiro Moreira Salles) c Vcrsiani Caldeira (diretor do Centro Industrial do
Fósforo). Os ativistas do IPES presentes a esse encontro eram G. Borghoff, H. C.
Poliand, Glycon de Paiva. J. R. Fonseca, os Generais Golbcry, Hcrrcra c Liberato,
bem como Augusto Trajano de Azevedo Antunes.
Em janeiro de 1963. a demanda de recursos financeiros se tornou tão signi­
ficativa que as corporações foram pressionadas para um substancial incremento
em suas contribuições. Em uma reunião conjunta dos Comitês Executivos do
Rio e de Sâo Paulo, João Batista Leopoldo Figueiredo propôs que se chegasse a
um acordo "na fórmula de 1/2% do capital por ano”, que já havia sido u norma

202
para grandes contribuintes. Argumentava também a favor de aumentados esfor­
ços para assegurar a expansão do quadro de membros do IPES Ele gostaria de
poder “dizer aos grandes contribuintes que reduzissem um pouco sua participação,
uma vez tendo sido aumentado o número de membros".** Em dois anos, já se
haviam recolhido quatro milhões de dólares*5 e, até 1964. essa soma muitas vezes
multiplicada já havia sido despendida pela elite orgânica.

A "limpeza" das contribuições financeiras

O Grupo de Integração enfrentava dois problemas de envergadura. Um era


como consolidar e aumentar as contribuições individuais e corporativas e sua
participação nas sempre crescentes atividades do complexo IPES/IBAD. man­
tendo o ímpeto que Jorge Behring de Mattos chamava de “fogo sagrado’’.*4 Ou,
como se expressava Jorge Geyer, “o problema seria achar uma fórmula para
manter os contribuintes integrados", pois ele entendia que os patrocinadores e
os que apoiavam o IPES possivelmente não seriam tão entusiastas das suas ativi­
dades como o próprio Comitê Diretor.*7 O outro problema era como "limpar"
e disfarçar as contribuições financeiras feitas às atividades do IPES por firmas,
indivíduos e outras fontes. Ambos, os doadores e o IPES, tinham de se proteger
do conhecimento público. Harold C. Polland resumia o problema: "as firmas
grandes precisam de tratamento especial". Na opinião de Cândido Guinle de
Paula Machado, a questão era "delicada para o Instituto e para as firmas"?*
As contribuições disfarçadas também favoreciam o atendimento de certas despe­
sas que obviamente não poderiam ser contabilizadas nas folhas do IPES, espe-
cialmente aquelas referentes â ação secreta no Congresso, nas Forças Armadas,
sindicatos, mídia e movimento estudantil.
Muitas das doações eram tramitadas através de Associações de Classe, o que
permitia que não se revelasse identidade de companhias isoladas. Contribuindo
por meio das diferentes associações de classe, podia-se justificar grandes aloca­
ções de somas em lermos de atividades institucionais — despesas não computadas
nas folhas de balanço do IPES, nem nas das empresas. Esse era o caso dos asso­
ciados da Federação das Indústrias que se responsabilizavam por dar uma grande
participação mensal através de sua associação de classe. Mais doações chegavam
ao IPES por intermédio da Associação dos Banqueiros, do Centro de Indústrias,
do Sindicato das Companhias de Seguros, do CONCLAP e das Associaçõei Comer­
ciais. Os banqueiros participavam através do Sindicato dos Bancos, com o intuito
de "disfarçar sua contribuição ao IPES".*4
A criação de "Ipesinhos" favorecia outras contribuições camufladas. A idéia
consistia em organizar "seminários" para as firmas contribuintes e para os mem­
bros individuais. Dez a vinte firmas por mês eram convidadas a participar desses
"seminários", aos quais pagavam taxa de comparecimento. As firmas estariam
"pagando" pelos "serviços técnicos" prestados através de sua participação nos
seminários. Esse engenhoso recurso foi experimentado pela primeira vez em Fri-
burgo. A "agência” de Friburgo tomou-se. então, uma unidade permanente de
scminário/recebimento de fundos.214
Outra forma de "limpar" contribuições estava contida na idéia lançada por
Oscar de Oliveira. O IPES deveria montar escritórios de consultoria ou agir atra­

203
vés dos já estabelecidos. Esses escritórios seriam procurados por corporações pri­
vadas por “precisarem” de estudos de viabilidade e outros projetos. Os escritórios
então receberiam "pagamentos” por esses projetos e estudos, que seriam entregues
ao IPES ou seriam usados para subsidiar diretamente as atividades dele.511
Um meio muito eficaz de cobrir os fundos e seus doadorcs/reccptores seria
emitir recibos através de "associações democráticas subsidiadas pelo IPES do
Rio, que tivessem condições de emitir recibos a serem lançados para cobrir as
contribuições de São Paulo".515 para onde convergiam as grandes contribuições
das multinacionais, e que tinha vultosas despesas, pois financiava as atividades
secretas. O IPES e firmas privadas estariam, então, fazendo doações "filantró­
picas". pelas quais eles obteriam recibos que. na verdade, liberariam 0 dinheiro
para outros objetivos que não os oficialmente conhecidos. Faziam-se também con­
tribuições por meio de "subscrições públicas", sem fatura, como era o caso da
Light S.A. e através da Pontifícia Universidade Católica/13 Outro recurso ainda
utilizado para disfarçar contribuições era por intermédio das esposas de proprie­
tários ou diretores de empresas, que participavam a nível pessoal, ou canalizavam
fundos para organizações filantrópicas e centros sociais que, então, retomavam
o dinheiro ao IPES.
À medida que os fundos cresciam, bem como o número de fontes, novos
meios de "desembaraçar" as contribuições teriam dc ser encontrados. Uma forma
muito importante de camuflar doações era através de empresas de relações públi­
cas e de propaganda que controlavam os chamados "orçamentos invisíveis" de
grandes corporações, orçamentos estes que representavam vultosas somas de di­
nheiro?14 O que as companhias poderiam fazer seria canalizar suas participações
através de fundos assinalados como orçamentos para propaganda comercial e rela­
ções públicas por meio das agências que apoiavam o IPES. Outra alternativa seria
as grandes empresas pagarem antecipadamente os seus contratos de doze meses
com as agências de relações públicas, que daí canalizariam os fundos, bem como
contribuiriam financeiramente com suas próprias fontes.218 Tal operação não seria
muito complexa, já que muitos dos associados do IPES eram proprietários ou
diretores de agências de publicidade e manipulavam as contas dc corporações
multinacionais e associadas, cujos donos e dirigentes também eram associados do
IPES?1* Em uma reunião em que compareceram Augusto Trajano de Azevedo
Antunes, o General Golbery, Hélio Gomidc, Glycon de Paiva c Harold Polland,
e na qual essas questões foram debatidas, José Luiz Moreira de Souza, proprie­
tário da Dcnisson Propaganda, ofereceu seus préstimos para operar como um con­
duto para a "limpeza do dinheiro". Não sentiria o "menor constrangimento" cm
receber somas através dc suu Agência de Propaganda e depois devolvê-las ao
IPES.’,T Além da Dcnisson Propaganda, destacaram-se as seguintes agências que
inicialmenle se envolverum com o esforço de propaganda e finunceiro do IPES:
Gallas Propaganda. Norton Propaganda e Multi Propaganda.21"
O apoio financeiro direto nâo era a única forma dc contribuição para a efi­
ciência da elite orgânica. Serviços c equipamentos diversos também faziam parte
importante dos esforços para supri-la das exigências necessárias. Assim. Bento
Ribeiro Dantas, presidente dos Serviço» Aéreos Cruzeiro do Sul S.A., declarava
que qualquer necessidade dc transporte seria imediatamente atendida, fosse por
sua companhia ou qualquer outra. Quanto ao pagamento, "o IPES não deveria
se preocupar".210 Rubem Berta. presidente da Varig S.A.. ofcrcccu também os

204
serviços de sua companhia. O IPES estabeleceu um modus /aciendi com os dois,
bem como com Valcntim Bouças, diretor da Panair do Brasil.110 Os serviços
aéreos seriam de incalculável valor na coordenação do movimento militar para a
derrubada de João Goulart. Era de fato muito importante para uma elite cons­
piradora ter â sua disposição as grandes companhias de transporte aéreo para
viajar inconspicuamcnte pelos quatro cantos do Brasil.
Era também importante ler o apoio de companhias privadas de telefone e
telégrafo que proporcionassem um serviço vital, bem como o devido sigilo nas
comunicações da elite orgânica, e ainda a possibilidade de interceptar as chama­
das e controlar a comunicação de outros grupos políticos.”1 Outras formas de
transporte, serviços da mídia, comunicações, equipamento e material de escritório,
serviços de impressão etc. eram fornecidos a preços simbólicos ou graluitamcn-
te.111 Outra alternativa dc contribuição era se responsabilizar pelo pagamento do
pessoal técnico que trabalhava para o IPES, ou as grandes corporações “empres­
tarem" seus próprios peritos para a campanha política da elite orgânica?31

A questão da contribuição transnacional

Apesar dc os membros do IPES haverem negado publicamente a existência


de fundos “estrangeiros", o então Cônsul dos Estados Unidos, Niles Bond. dizia ter
certeza dc que fundos americanos chegavam às operações do IPES, embora ga­
rantisse que não eram canalizados através de seu escritório. No tocante a “fundos
americanos", Niles Bond não fazia distinção entre os públicos e os privados. Suge­
ria, no caso, que Albcrt Byngton, formado cm Harvard e diretor de várias firmas
americanas no Brasil, “provavelmente’’ recebesse fundos americanos e os passasse
para o IPES.”* Albcrt Byngton, o presidente da CONCLAP. era também membro
do IPES de São Paulo.
Uma substancial assistência privada por parte dos Estados Unidos e de
outros países realmcntc chegava ao complexo IPES/1BAD.”1 O Embaixador Lin-
coln Gordon era especialmente importante na obtenção de apoio multinacional
para as ações desse complexo. Em um relatório ao Comitê Executivo no início
de 1962, Gilbert Hubcr Jr. afirmava que, no tocante a contribuições de firmas
dos Estados Unidos, “a Câmara Americana (American Chamber) consultou o seu
embaixador que optou pela contribuição". Gilbert Huber Jr. acrescentava que
havia "mais política na Câmara Americana que na Câmara dos Deputados". Mas
parecia a ele estar-se chegando a uma solução não apenas quanto a volumes dc
dinheiro e outro ripo de apoio, mas também quanto às formas inconspícuas de
contribuição. Foi ainda informado em São Paulo "de que o Embaixador ameri­
cano havia pedido ao Departamento dc Estado e ao Departamento de Comércio
para concordarem”. Observava também que. embora “somente as matrizes deci­
dam, é importante convencer Lincoln Gordon".32* Não chegavam à elite orgânica
apenas fundos de empresas privadas. Dinheiro da CIA americana também era
canalizado para o IBAD.
Os estudiosos do período de João Goulort esforçaram-se por saber a exterv
sio do conhecimento que o Embaixador Lincoln Gordon tinha das várias ativi­
dades da CIA. "Ccrtamcnte Gordon conhecia tudo sobre o IBAD. Ele estava
ciente não só dc que o IBAD era o meio da CIA canalizar dinheiro para as cam-

205
panhu políticas locais. mas também que tais contribuições cl andestinu eraa
uma absoluta violação da lei brasileira”.”’
Em março de 1962, em São Paulo, o Fundo de Ação Social — FAS foi cria*
do, na certeza de que “o Brasil cra um dos cenários estratégicos da guerra iria e
que a empresa privada não poderia permanecer ociosa e ver-se destruída pela
demagogia e ignorância”. Estabeleceu-se o FAS com o objetivo de obter uma
"maior cooperação da comunidade empresarial estrangeira com suas congêneres
brasileiras”.u‘ Ele foi criado por umas cinquenta empresas privadas que mais
tarde se aglutinariam na formação do CL A (Council for Latin América), como
”uma organização para promover projetos cívicos fora da esfera normal dai
operações da Chamber of Commerce”. Suas atividades incluíam “estudos sobre
os problemas básicos do Brasil, trabalho com grupos sindicais democráticos, esfor­
ços de comunicação com grupos nacionais chave”.0* O FAS cra um dos maiores
contribuintes do IPES. Afirmava-se também que dentre os patrocinadores estran­
geiros, a DELTEC. cujo diretor brasileiro era o líder Ipesiano David Beaty lll,
havia feito contribuições de sua "caixinha” de 7 milhões de dólares, contribuições
estas procedentes de Nassau, que era o forum das convenções das organizações
congêneres daquela da elite orgânica.1*
Duzentas e nosenta e sete corporações americanas deram apoio financeiro
ao IPES. Cento e uma empresas de outras proveniências deram contribuição adi­
cional?’1 Uma relação parcial dos contribuintes corporativos do IPES é feita
no Apêndice H. Os contribuintes individuais aparecem em lista no Apêndice I.
Em maio de 1962. J. B. Leopoldo Figueiredo informava o Comitê Diretor das
receitas ordinárias de São Paulo, que naquela época montavam a 9,5 milhões*
aproximadamente Relatava também sobre o trabalho desenvolvido com Firmas
britânicas e americanas. As americanas contribuiriam com mais ou menos sete
milhões anuais, com expectativa de alcançar quinze milhões. As britânicas parti­
ciparam com 3.5 milhões. A perspectiva seria cerca de 20 milhões mensais e po­
deria até mesmo alcançar índices mais altos.’” Ao final de 1962. cm uma reunião
conjunta do CE e do CD de São Paulo, o líder Nivaldo Ulhoa Cintra sugeria que
”os três ou quatro homens responsáveis por todas as firmas suecas existentes no
Brasil*' deveriam ser procurados para que se obtivesse “o apoio daquelas firmas”.
A Paulo Reis Magalhães foi dada a responsabilidade de organizar um plano de
ação para uma campanha de angariação de fundos entre as firmas estrangeiras5M
Ainda outra fonte de cooperação financeira transnacional era a Konrad Adenauer
Stiftung. órgãos do Partido Democrático Cristão da Alemanha, que contribuía
por intermédio do gigantesco complexo siderúrgico Mannesmann, e da Mercedes
Benz ’M Devido à delicadeza do problema, deixava-se o levantamento de fundo»
de empresas multinacionais a critério de alguns membros do Grupo de Integração,
como era o caso da Mannesmann c outras firmas similares.1* O General Herrcra
foi indicado para estabelecer contato com Antônio Gallotti sobre as contribuições
da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira — ARBED. Harold C. Polland se encarregaria
da Anderson Clayton e Remington Rand do Brasil.1* Até mesmo o General
Golbery tomaria parte c. da mesma forma, apresentaria um plano ao presidente
da Mercedes Benz.1”

• NT: Nlo há especificaçlo no original ie é cruzeiro, dólar ou outra moeda

206
Grande porte da participação das firmas estrangeiras era canalizada para
a seção de São Paulo, privando o Rio de agir com poderoso suporte financeiro.SJI
Com o intuito de contornar a situação, realizou-se um importante encontro de
americanos em São Paulo, em janeiro de 1965, com a presença dos do Rio, para
decidirem sobre fundos para a seção carioca. Tal reunião aconteceu em casa de
John Clinton Llercna, empresário e líder do IPES. Compareceram sessenta e
cinco contribuintes do Fundo de Ação Social de São Paulo, que receberam um
"relatório sobre o emprego do dinheiro contribuído pelo FAS" Muitos dos ame­
ricanos eram da indústria farmacêutica e "estavam preocupados com a nova lei
que criava a Superintendência Nacional de Abastecimento — SUNAB", uma das
medidas de João Goulart destinada a assegurar o suprimento regular de gêneros
básicos e remédios a um preço razoável ao consumidor. Na oportunidade. Harold
Polland fez uma análise política da situação.339
O próprio IBAD era um canal financeiro de fundos multinacionais para o
IPES Destacavam-se entre as corporações que faziam depósitos nas contas da
rede IBAD/ADEP/Promotion S.A. a Texaco, Shell. Esso Brasileira, Standard
Oil oí Ncw Jersey, Texas Oil Co., Gulf Oil, Bayer, Enila, Shering, Ciba, Gross,
General Eleclric, IBM, Rcmington Rand, AEG, Coty, Coca-Cola, Standard Brands,
Cia.*, de Cigarros Souza Cruz, Belgo-Mincira. U. S. Steel, Hanna Mining Corp.,
Bethlehem Steel, General Motors, Willys Overland e o IBEC.343
Em decorrência da natureza de suas fontes de renda e canais financeiros e
a variedade de atividades patrocinadas pelo IPES, os orçamentos da organização
não refletiam suas condições financeiras reais. Podia se encontrar uma série de
incoerências ao examinar os orçamentos consolidados e as várias somas recebidas
e gastas,241 "Contabilidade paralela", vários níveis de "responsabilidade", "des­
pesas ordinárias e especiais" eram a norma. Obviamente todas as operações ilegais
c ilegítimas não tinham suas despesas contabilizadas nos orçamentos "oficiais"
e nos balanços.
Uma das mais importantes atividades do IPES era ceder "subsídios", modo
bastante neutro de se referir aos fundos ilegais lançados nos partidos políticos,
na mídia, nas Forças Armadas, sindicatos e organizações rurais, movimento estu­
dantil e projetos e organizações do clero, bem como em indivíduos escolhidos.
Muitas dessas contribuições eram feitas pelo IPES através de instituições subsi­
diárias ou por intermédio dc indivíduos (membros do IPES) como doações
"pessoais".José da Costa Boucinhas e Eduardo Sampaio Campos, membros
corporativos das American Chambers of Commercc e conhecidos contadores
públicos das maiores corporações do Brasil, prepararam uma "prestação de contas-
padrão" para as somas contribuídas.143
O envolvimento do capital estrangeiro, em particular, e o da empresa pri­
vada, em geral, nos assuntos políticos foi de tamanho significado no contexto da
época que induziu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito — CPI
para investigar o problema. A CPI fez sindicância no modo de o IBAD proceder
e sua suposta intromissão nos assuntos políticos através de meios ilegais, especial­
mente nas eleições de outubro de 1962 para o Congresso. Investigou-se também
o IPES. O IBAD foi fechado por haver sido considerado culpado dc corrupção
política. O IPES foi absolvido com base no fato de que não havia sido realizada
pelo Instituto nenhuma atividade incomum que infringisse os seus objetivos
publicamente declarados, objetivos estes relacionados em sua Carta. A CPI tam-

207
bém não conseguiu encontrar nenhuma ligação entre o 1PES c o IBAD. Quando
o CPI pressionou o complexo IPES IBAD, decidiu-se a favor de várias medidas,
cm uma reunião especial do IPES que contou com a presença de |. IL Leopoldo
Figueiredo, Harold Cecil Polland. Cândido Guinle de Paula Muchudo. Luiz Cássio
dos Santos Wemeck. o General Golbery. Adib Casseb. Flâvio Galvão, José
Rubem Fonseca. Glycon de Paiva, lorge Oscar de Mello Flores. Gilbcrt Hubct
fr. e Jorge Morais Gueiros. As decisões sigilosas tomadas pela liderança do IPES
compreendiam: procurar os seus contribuintes e explicar a eles a situação, bem
como assegurados de que seus nomes nào seriam revelados a CPI; eliminar dos
arquivos e estantes do IPES documentos que pudessem incriminá-lo; tomar uma
série de medidas cautclares em relação aos componentes de "órgãos secretos" c
“órgãos velados" (mormente indivíduos operando nos setores estudantis, da midia,
trabalhistas, de camponeses, partidários, militares c de informação): tomar me*
didãí visando a proteger aqueles funcionários e empregados do IPES que eram
publicamente por ele contratados.*'0
A decisão do IPES para o público foi. de certa forma, diferente. Depois
de discutir os ofícios n.~ 28 63 e 29 63 da referida CPI, o Comitê Executivo
chegou às seguintes decisões por unanimidade dc votos: quando da exigência pela
CPI de obter a lista de firmas de capital estrangeiro ou parte de capital estrangeiro
que colaboraram com o IPES. o Instituto deveria responder que “nenhuma em­
presa estrangeira faz parte dc seu corpo de associados”. Além disso, o IPES não
poderia aquiescer à segunda parte da exigência da CPI. isto é. entregar a lista
das firmas com parte de capita) estrangeiro que colaboravam com o Instituto,
porque "ele ignorava a estrutura do capital da empresa O IPES, é bem
claro, levava uma vida dupla, tanto política quanto financeiramente.

Conclusão

Com a formação do IPES como uma organização político-militar, a elite


orgânica dos interesses multinacionais e associados alcançava o que Gramsci
chamava de “a fase mais genuinamente política", quando "ideologias previamcnie
desenvolvidas se tomam partido".24* A clile orgânica, como o "partido’’ dos
novos interesses, organizava atividades públicas e encobertas nas áreas civis c
militares, até que o complexo ESG/Forças Armadas (como poder dc classe pre
disposto no aparelho do Estado) eclipsaram o complexo IPES burguesia e dissi­
mularam as imediatas características dc classe do movimento. Este seria então
reconhecido apenas por sua feição militar e paramilitar. Em tal momento, o Ge­
neral Golbery do Couto e Silva se afirmava como o chefe dc estado maior do
bloco de poder multinacional c associado Já então, o problema do Eslado havia
sido colocado cm seu mais alto nível para o bloco dc poder multinacional c
associado, no senlido dc não somente ganhar o domínio político-militar sobre as
classes subordinadas como um todo, mas também dc subjugar o bloco histórico-
populista e obter efetivo comando político do aparelho do Eslado.
Para a elite orgânica, o controle do Eslado obviamente consistia no resul­
tado de um processo cuja característica essencial era a deliberada c determinada
ação de classe do bloco de poder multinacional c associado, na qual a preparação
estratégica visava a reduzir a zero todas as imponderabilidades. No complexo

208
IPES/IBAD, a elite orgânico se constituía em um poderoso aparelho de classe.
Como tal, ela era capaz dc exercer ações estrategicamente planejadas e manobras
táticas através de uma campanha cuidadosa e elaborada que vitoriosamente opunha
seu organizado poder de classe ao poder do Estado do bloco histórico populista
e á incipiente formação militante das classes trabalhadoras. Por intermédio de
seus especializados grupos dc ação e usando todos os meios disponíveis, o com­
plexo IPES/IBAD conseguia estabelecer a presença política, ideológica e militar
do bloco dc poder multinacional e associado em toda relevante área social de
conflito e disputa.
As atividades político-militares da elite orgânica, cm sua maior parte, eram
altamente controvertidas, mantidas em segredo cm alto grau e por longo tempo
devido a rozões óbvias, e informações sobre elas eram escassas.347 Nos próximos
capítulos serão examinadas algumas das atividades organizadas de classe do bloco
dc poder multinacional c associado, que levaram à desestabilização do sistema
político brasileiro.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

I Sobre o papel dc uma elite empresarial sobre el Estado moderno. Buenos Aires.
como organizadora de sua própria classe Ed Lautaro. 1962. p. 67. 325
e da sociedade. *idc Quinim HOARE & Neste caso particular, entendem-se por
Geofírey NOWELL-SMITH. Se/ecnons elite orgânica os líderes e membros que fa-
/rom lhe priwn noiebooks af Antonio ziam parle da nrrutura formal óo comple­
Cramsci Londun, Lawrcncc A Wishart, xo IPES/IBAD. bem como associados, afb
1973. p. 5-6. 260. 334. Sobre n abordagem vistas, indivíduos c grupos ligados a esse
metodológica usada paru entender essa eli­ complexo, de tal forma que seu» esforços e
te como a organizadora dc sua classe, vide aqueles das organizações a que pertenciam
Antonio GRAMSCI. El materialismo his­ eram sincronizados e coordenados pelo
tórico y la lilosofia de Bcnedctto Croce. IPES ou apoiaram dirctamente a sua cam­
Buenos Aires, Ed. Nucva Visión, 1971. p. panha.
157. 3. Vide Q. HOARE & G. NOWELL-
2. Sobre n abordagem metodológica usada SMITH. op. cit p 53. 137-40, I60-6H, 181.
para entender o papel da elite orgânica co­ 196-200.
mo o núcleo militante dos intelectuais or­ 4. A fim dc compreender o proceiio. po­
gânicos. formados através e fora dos tradi­ de-se desenvolvê-lo em estágios que. embo­
cionais canais partidários c associativos dc ra não estriiamentc separados na realida­
articulação, ngrcgnçõo c representação do de político-ideológica, correspondam aos vá­
classe dominante a aluando como a van­ rios momentos de consciência política co­
guarda da classe social, vide (a) Q. HOA­ letiva de uma classe. Esses estágios princi­
RE & C. NOWELL-SMITH. op. cit. p. piam com a "tomada dc consciência nega­
334 (b) A. GRAMSCI. Cli intellettuali e tiva". É nesses momentos iniciais que os in­
lorianiisazione delia cultura. Torino. Ed. telectuais orgânicos do emergente bloco eco­
Riunili. 1975. p. 3-22. <c> Ralph MILI- nômico se tomam conscientes de sua dife­
BAND El Estado en la sociedad capita­ renciação com respeito às forças sociais an­
lista México. Ed. Siglo XXI. 1970. Cap. 2. teriores e visualizam a necessidade de mu­
(d) A. GRAMSCI. II risorgimento. Torino, dança. embora ainda no regime existente.
Einaudi. 1954 p 71. (e) A. GRAMSCI. Nos estágios finais, chegando à "tomada
Notiu sobre Maquiavelo, sobre política y de consciência positiva", os intelectuais or*

209
gânicoi. eslrulurados em uma organização Inflation and economic development |n
à procura do poder, concebem um modelo Brasil: 1946-/963. Oxford, Chrendon Prcii.
sóciocconômlco e político de sociedade e 1973. p. 334.
governo diferente daquele já existente e
9. Pnulo AYRES Filho. Thc Brazilian Re-
agem adequadamente para implcmcntálo,
volution. In: BA1LEY, N. cd. Latin Améri­
Q. HOARE à G. NOWELL-SMITH. op.
ca: politics, economy and hemispheric secu-
cif. p. 181413.
rity. New York, Praeger, 1965. p. 249.
5. Que é o IPES. Boletim mensal. Rio de
10. A idéia da fundação do IPES surgiu
laneiro n. 25. p. 2. entre os empresários do Rio. especial mente
6. A respeito de força permanen temente Gilbert Huber Jr. e Glycon de Paiva, c ac
organizada e previamente preparada, como Rio (oi exaustivamente elaborada O Insti­
o elemento decisivo em toda situação. vide tuto foi então estabelecido cm São Paulo
Q HOARE & G. NOWELL-SMITH. op. por razões económicas c táticas, (a) Carla
cit. p. 185. do IPES a Oswaldo Tavares. 04 de derem
bro de 1962. (b) Relatório do IPES de 17
7 Foi também ao final da administração
de maio de 1962 que incluía trabalho de
de J Kubitschek que um tecno-cmpresário
critica sobre o esboço do documento do
muito influente. cx-Ministro de Estado, in-
IPES. A responsabilidade democrática do
timamente ligado a escritórios de cônsul*
empresário. Vide também P. S1EKMAN.
toria e corporações multinacionais, em con-
Wben executives turned revohrtionanes.
veria com o Secretário de Estado ameri­
Fortune, sept. 1964. p. 148. Gilbert Huber
cano. lohn Foítcr DuDes. transmitiu sua
Jr. seria também um dos contactos raait
opinião de que o Brasil e não a índia fos­
ativos com as congéneses estrangeiras do
se a "última oportunidade" de contrapor um
IPES, principalmcnte na Colômbia e nos
modelo capitalista de desenvolvimento à
Estados Unidos. Vide IPES CD. 16 de ju­
crescente China socialista. "Algo", insistia
lho de 1963.
ele. “teria de ser feito”. Anos depois, refle-
lindo lobrc os acontecimentos daquela épo 11. N. BLUME. Pressure grou ps and de-
ca. ele sentia, parafraseando Dean Acheson. ciston making in Brasil. Saint* Louis. Mi>
que ele estivera “presente na criação'*. En­ souri. Washington Univ.. 1967-68 . 3. V. a.
trevista com R A. Drtifíus Rio de Janeiro, 11. p. 211 (série de monografias).
1976. (Nome resguardado a pedido). 12. O líder do IPES. Paulo Ayres Filho,
8. Vide (a) Mário Henrique SIMONSEN. observou que a partir de 1950 os empre­
Brazilian inflation, posi-war experience and sários que "foram despertados por algu­
outeome of lhe 1964 reformi In: Economic mas vozes corajosas começaram a perceber
development issuei — Laim América. New que uma das mais importantes batalhas de
York, CED. Praeger. 1967. (b) Trabalho guerra fria estava se passando na Amén-
suplementar editado pelo Research and Po ca Latina e especialmente no Brasil. Essa
licy Committec do CED. O presidente do nova consciência de realidades nacionais e
CED naquela época era Alfred C. Neal. c mundiais traduziu-se em esforços individuais
o IPES operava como “congénere estran­ para divulgar um grande volume de litera­
geiro” do CED. (c) Mário Hennquc SI- tura sobre liberdade e democracia". P. AY­
MONSEN. A experiência inflacionária bra RES Filho, op. cit. p. 249.
fileira. Rio de laneiro. IPES. 1964. (d) 13. P. SIEKMAN. op. cit. p. 148. Paulo
MH. SIMONSEN. A política antlinflacio- Ayres Filho apresentou esses amigos ao Em
nária. In: CAMPOS. Roberto de Oliveira baixador Lincoln Gordon, que havia che­
ed. A Nova economia brasileira. Rio de
gado ao Brasil em meados de outubro de
Janeiro, losé Olympio. 1974. Para Oclávio
1961 - O conhecimento de L. Gordon c Pau­
Gouveia de Bulhões, o pontochave era a lo Ayres Filho datava de 1959. quando este
“inflação desenfreada e galopante”. Octá- era o presidente do Centro Cultural BrasÜ-
vio Gouveia de Bulhões, associado do IPES, Eitados Unidos em São Paulo. "Em boa
temer-se-ia Ministro da Fazenda em 1964. hora. P Ayres descreveu para Gordon uma
Entrevista com RA. DreifuM. Rio de Ja­ organização política que ele estava patro­
neiro. 1976. Vide ainda. Raouí KAHIL- cinando com o desajeitado, maa inócuo no-

210
mc dc Instituto dc Pesquisas e Estudos So­ partidária" O artigo 4 declarava que “to­
ciais — IPES**. A. J. LANGGUTH //•</- das as atividades do Instituto serão desen­
d<H írrrors Ncw York. Panthcon Books. volvidas cm conformidade com a Consti­
1971 p 86 tuição e as leis do pais, os pnncípios de­
mocráticos. a ordem social, as normas da
14. Clarcnce S. HALL. The country that
civilização cristã e a obediência devida às
uvcd Hsclf. Reader‘s Diffii. Estados Uni­
autoridades Icgalmentc consZituídas". Es­
dos. November 1964. p 137 (reportagem es­
tatutos do IPES. 1961. p. 1-2.
pecial).
18. (a) J. ROWE. The "revoiution" and
IS Edições de. rcspectivamcnte. 02 dc fe­
the “zys/rm" — notes on Brazdian pohtici.
vereiro. 04 de fevereiro. 05 de fevereiro, 08
Estados Unidos. American Univ. Field Staff.
de fevereiro, IPES CE Rio. 05 dc fevereiro
1966 p 12. (b) M CEHELSKY. The po-
dc 1962.
hcy process in Brazil: land reform /96/-
16. No Rio de Janeiro, o IPES funciona­
1969. Dissertação de doutorado. New York,
va no 27.* andar do Edifício Avenida Cen­
Columbia Univ.. 1974 p. 129.
tral. na Avenida Rio Branco. 156. no cen­
tro da cidade Ele ocupava 13 salas do 19. IPES. A responsabilidade democrática
■ndar. Usava também salas no mesmo an­ do empresário Rio de Janeiro, p. 4 José
dar. pertencentes è sua associada, a Confe­ Garrido Torres popularizaria uma versão
rência de Fretes Brasil-Estados Unidos-Ca- homônima para os Cadernos Brasileiros, s.
nadá. E interessante observar que as con­ I.. (3):3-5. julho/setembro 1962. ano 4. Ele
tas telefônicas eram faturadas em nome dc preparou também um resumo em lingua­
Henrique Ceiscl. General da Reserva do gem popular para o jornal do 1BAD Ação
Esército. irmão do General Ernesto Geiscl Democrática.
e importante empresário. Em São Paulo, o 20. J. RONE. op. cit p. 17.
escritório pnncipal localizava se na Aveni­
da Brigadeiro Luiz Antônio. >54 — 16.* 21. P. S1EKMAN. op. cit. p. 149.
andar. Havia um outro na Rua Bahia. 131. 22. Em verdadeiro estilo militar, as ope­
Em Belo Horizonte, o IPES operava na rações coordenadas pelo IPES recebiam co
Avenida Afonso Pena. Bbl — 11? andar. dmomes. como por exemplo “Operação
Em Porto Alegre, funcionava no Edifício Brado de Alerta'*, “Projeto Gammon" c
Palácio do Comércio. 4.* andar. Já em outros.
Cuntiba a rede IPES/IBAD/MAC/OPAC 23. N BAILEY Organization and opera-
fazia suas reuniões no Edifício Asa. na Rua tion of neoliberahsm in Latin América. In:
Voluntários da Pátria. Além disso, o com­ Latm América: pofitics. economies and hc-
plexo IPES/IBAD realizava reuniões na mispheric security. Ncw York. Pracgcr.
sede do SENAC SESC, no “Círculo de Es­ 1965. p. 234.
tudos Bandeirantes*', nos escritórios do
SESI, na Associação Comercial do Paraná 24. Raul PILLA A influência do dinheiro.
e nas salas do PRP. o antigo partido inte­
O Globo. Rio de laneiro. 24 de agosto de
1963.
gralista. Política e Negócios. Sâo Paulo. 19
de agosto. 1963. p. 30. 25. Paulo AYRES Filho op cit p. 249.

17. N. BLUMF.. op. cit. p. 213. Os objeti­ 26 !d p 251.


vos do IPES. conforme o capítulo 1 de sua 27. Ivan HASSLOCHER As classes pro­
carta institucional, constituíam de: promo­ dutoras diante do comunismo Açdo Demo­
ver • estimular educação cultural, moral e crática. s L. íeveteiro de 1962. p. 14-15
cívica dos indivíduos c desenvolver c co­ (edição especial).
ordenar estudos c atividades de caráter so­ 28 I HASSLOCHER op cit p. 5.
cial e obter, por meio de pesquisa, reco­
29. Id p 14-15.
mendações que contribuíssem para o pro­
gresso econômico, o bem-estar social c o 30 As sombras do IBAD. Veta. 16 dc mar­
fortalecimento do regime democrático do ço dc 1977. p. 4.
Brasil O artigo 2 rezava que o “IPES não 31. “Ele não resiste, é meio bom Estão
participará dc nenhuma atividade político- dispostos? Vamos a ele". Rui Gomes de

211
Almeida e | B Leopoldo Figueiredo. IPES cluiu que: “O processo dc dcscnvolvimcts-
CD Rio. 22 de ma»o de 1962. lo econômico c social tem uma relação In­
tima com o aperfeiçoamento político Um
32. O IBAD divulgava mcnsalmcnte uma pais sem elites dirigentes c uma subnação.
lista denunciando as companhia» “que fa­
incapaz dc se conduzir e impor respeito
zem contnbuiçòc» para os comunistas man­ externo f necessário, portanto, que os di­
terem no Rio a Ultima Hora" um jornal
rigentes dirijam
populista Afôo Deiraxrofu-J julho de
1962 p 7 £ intcreiaante observar que gTan­ 39. Conferência da FIESP, no Boletim do
de parte da» companhia» mencionadas na» IPES Rio. setembro dc 1962.
lista» sena encontrada entre a» contribuin­ 40. IPES Noiiciorio, Rio. (4):3. set. 1963.
te* do IPES Seu» diretores poderiam tam­ Essas palavras sào cxatamcnlc as mesmas
bém ser encontrado» na lista dos lideres encontradas cm um documento de um Cur­
do IPES so de Problemas Nacionais: Planejamento,
p. 1. ministrado cm associações de classe
33. Vide declarações dos lideres do IPES.
e clubes sociais de Sáo Paulo. O apelo no
Errníno de MORAES Filho c I L. Moreira
sentido da evolução d» identidade corpo­
dc SOUZA Como industriais jovens vêem
rativa para solidariedade de classe e de­
a Situação Nacional Jornal do Brasil. 29 dc
pois para a ação política foi insistentemen-
abnl de 1962 Citado cm O IANNI. Crisis
te colocado
in Braid Ne* York. Columbia Univ.
Prcss. 1970. p. 186 41. P. AYRES Filho, op. cit. p. 24849.
42. N Bl.UME. op. cit. p. 211 A vilórii
34. Um marco importante, nesse sentido,
dc Fidcl Castro sobre o regime de Batista
aparece no documento de 1961. do IPES:
foi percebida como o principal elemento
A empresa privada como comunidade de
catalisador nu desenvolvimento dessas or­
trabalho, que apresentava os pontos de vis­
ganizações, Dada a inevitável rcdistnbuição
ta do bloco empresarial modemizante-con-
de poder entre as várias frações dc capital
servador.
que ocorria na América Latina, era impro­
35. IPES CE Rio. 05 dc fevereiro dc 1962 vável que o aparecimento das unidades dc
Devido a sua compreensão da conjuntura ação modernizante-conscrvadoras fosse por
política e a percepção de seu próprio nível muito tempo retardado Fsse era o caso tí­
dc organização interna, preparo e capaci­ pico do Brasil, onde diferenciações estrutu­
dade para a ação, o líder Antônio Gallotti rais cm sua formação sócio-cconómica fa­
recomendou ao executivo político da elite voreciam a organização dc interesses oli-
orgânica que se “estabilizasse pnroeiro. pa­ gopolistas multinacionais e associados. Vi­
ra postencrmenie passar para a segunda de N. BAILEY. op. cit. p. 193.
fase”. A. Gallotti instou os empresários a
43. Vide N. BLUME op cit p 213.
avançarem no sentido da formulação das
grandes teses subjacente» a todos nós”. 44 Vide N. BAILEY. op. cit p. 194.

36. O ongjnal fazia parte dc um livreto 45. Phillip AGEE. Inside the company:
dc apresentação destinado a recrutas em CIA dtary London. Penguin Books. 1975.
potencial, como foi já mencionado. Presta­ p. 604 O Dr. Carlos L'renda era ligado ao
va-se também para a preparação dc traba­ IPIES chileno.
lhos para circulação restrita entre empre­
46. Carla de AC. Neal ao General Goma
sários. Finalmcntc. servia de diretriz básica
dc Abreu. IPES. Rio. 22 de agosto de 1966.
para um número de trabalhos e artigos di­
vulgados pela imprensa nacional ou em pu­ 47. Carta a Gilbcrt Hubcr |r. Arquivo do
blicações e panfletos partidários, em mui­ IPES Rio. 28 dc fevereiro de 1962. Nessa
tos casos, assinados por intelectuais c po­ carta oficial do CED. A C. Neal escreveu a
líticos conhecidos. Gilbcrt Hubcr |r.: “Prezado Luke: a lista
anexa de pessoa» de São Paulo foi prepa­
37. Ação Democrática. Rio. março de 1963
rada por um associado da confiança do Sr.
38. Em seu documento O Brasil quer tran­ Robert Kleberg. um dc nossos curadores
quilidade, de julho de 1962. o IPES con­ (onc of our trustee») A lista é de pessoas

212
que poliam citar intcrcssndns numa opera* A maioria desses empresários era vincula­
çto CED" A lista de nomci, que continha da a outras corporações c as ligações dos
endereços c números de telefone, incluía: que se tornaram líderes do IPES encontram-
Paulo Reis Mngnlliãcs (Ciu. Itaqucré In* se pormenorizadas no Apêndice B. Outros
duunal c Agrícola) são mencionados no decorrer do livro e
Luiz Dumont Villurcs (Ind. Villarcs SA.) no Apêndice E.
|o$é Ermírio de Moraes (Votoranlim SA.) 48 (a) IPES CE Rio. 20 de fev. de 1964.
Joio de Moraes Banos (Cia. Cafecira do (b) IPES CE c Grupo de Estudo. 21 de
Rio Feio) julho de 1964 (c) IPES CE. 10 de março
Francisco Mattarazzo Sobrinho (Metalúrgi­ de 1964 O endereço da AEF era: 295 Ma-
ca Maiurazzo S A.) dison Avenuc, Nova York
Caio de Paranaguá Moniz (Frigorifico Cru­
49 N. BAILEY op cif p 201. Espera va-
zeiro SA.)
se que essa coordenação fosse melhorada
Severo Fagundes Gomes (Tecelagem Pa-
através da formação de um Comitê Executi­
rahyba S A.)
vo Conjunto do Latin American Informa-
Paulo Ayrcs Filho (Instituto Pinheiros)
tion Commitiec. o Lnitcd States Inter-
loto Bapiista Leopoldo Figueiredo (L. Fi­
American Council USIAC c o Busmess
gueiredo SA.)
Council for Intcrnalional Ünderstanding
Justo Pinheiro da Fonseca (Banco do Co­
(o USIAC era a seção americana do CICYP.
mercio e Indústria de São Paulo S A. e
lambem sediado cm Montevidéu). No dé
diretor da Fábrica de Caldeiros a Vapor
Cyclopc — Grupo Pignaiari — c da Cia. cimo encontro anual do CICYP. realizado
Brasileira de Construções Fichei e
cm Santiago no Chile de 15 a 18 de mar­
Schwartz — Hnutmont, Aços Sandvik ço de l%4, um grupo de delegados da Ar­
gentina. Brasil. Chile. Colômbia. Peru c Ve­
SA Ind c Com. — Sandvikens Jern*
nezuela se reuniu com o intuito de formar
verki A B S^ueden)
Gastão Eduardo de Bueno Vidigal (Banco um comité visando a coordenação das ati­
Mercantil de Sâo Paulo S.A.) vidades nos vanos países para promover
a disxminaçáo idcctogia de um sistema
Júlio de Mesquita Filho(O falado de S
Paulo) democrático e sólido de livre empresa N
Jorge de Souza Rezende (Maquinas Pirati- BAILEY. op eu p 251
ninga SA.) 50. Ata do IPES Rio. 12 de fevereiro de
Hélio Muniz de Souza (Cássiu Muniz SA. 1962.
Imp. e Exp.)
51. Segundo o relatório dos lideres do
Jorge Alves de Lima (Sociedade Comercial
IPES. o presidente do Senado mostrou-se
e Construtora)
muito impresvionado vom a expossão fei­
Proí. Noé Azevedo (Faculdade de Direito
ta por eles e lhes pediu a opinião sobre leão
do Largo de Sâo Francisco)
Goulart, a quem o IPES descreveu ‘ como
Francisco Pignatarí (Pignatari Administra­
um homem de centro e um político opor
ção Ind Com. S.A.)
Antônio Dcvisate (Cia. Calçados Devisate) tunisia. que muda conforme os seus inte­
Rogéno Giorgi (Coionifício Guilherme resses c a direção de ventos favoráveis'*.
Cioegí) 52. O fato de as empresas americanas se­
Adhemar de Almeida Prado (Banco de São rem '‘fechadas-’ foi percebido como um
Paulo S.A.) obstáculo político c um problema econô­
Antônio Caetano Alvares (Cia Siderúrgica
mico para uma burguesia local desejosa de
Paulista — COSIPA)
associar seus interesses c obter acesso à
Olavo do Amaral Ferraz (Fazendas Nclo-
tecnologia e ao capital, ao passo que se
gir S A )
tomava negativo para as ’*blue chips” que
Joio de Scantimburgo (Correio Pauhiiano)
procuravam ampliar os mercados finan­
Theodoro Quartim Barbosa (Banco do Co­
mércio e Indústria de São Paulo S A.) ceiro e de capitais, bem vomo a sua parti
Benedito M. Lobo Rosa (Martinclly Comer­ cipação neles. Além disso, as “empresas
cial S.A.) fechadas** criavam uma atmosfera negati­
Camilo Ansorah (Cia. Nacional de Tecidos) va cm termos de opinião pública e relacio

213
namento empresarial Vide M H SIMON Penetração** aplicadas ao contexto brasikl
SEN e W. BAER Amencan capital and ro. vide |an Knippcn BLACK Uniicd Sia
Brazihan nationalism. Yate Rcvie* Esta­ ícs penetrai ion ol Bruzd. Manchestcr Univ.
do» Unidos. 5J(2)I92 98. Winter 1964 Prcas. 1977. Prcfáciu p XIII a XX.
55. Nessa reunião eslava presente um Sr. 59 (a) N BAILEY op dl p. 232 (b)
Morgan. que requisitou um memorando Ljndon lohnson citado cm E. LIEUWEN.
Ala do IPES. Rio. 12 de fevereiro de 1962. Generais vs Prcsidents Ncw York. Pracger.
1964 p 142-43. Thoma» C. Mann. Secretá­
54 "No Departamento de Estado, os lide-
rio de Estado para assuntos da América
res do IPES se reuniram com o Embaixa­
Latina, fez uma declaração sobre política
dor Moscoso Ele prestou muita atenção,
externa, a portas fechadas, em março de
ouvindo tudo. Achou o» brasileiros muito
1964 Tal declaração assinalava a aprova­
desenvolvidos Ele convocou dois assisten­
ção por parte da administração dos Esta­
tes c pediu explicações pormenorizadas de
dos Unidos dc governos mihtares na Amé­
modo que eles ouvissem também Nós re­
rica Latina Vide também (a) Ted SZULC.
petimos tudo para eles O Fmbaixador Mos­
US may abandon cffort to deter Latin dic-
covo declarou ser o Brasil de (alo um alia­
lators. Thc Nch* York Times. N. Y , March
do dos Estados Unidos*'. A conjuntura po­
16. 1964. (b) Joseph A. PAGE. Thc rcio-
lítica brasileira unha pnondade e ao mes­
lutíon that never *as: Northeast fira:il
mo tempo decidiu-se investigar os casos dos
1955-/964. Ncw York. Grossman Pubh-
países da América do Sul Os líderes do
ihen. 1972. p. 189
IPES tomaram como exemplo o caso do
Chile. * Os americanos prometeram enviar 60 Sobre o antigo relacionamento entre
delegado» Para o R>o também, lendo um Vernon Walters c os militares brasileiros,
deles almoçado hoje com H C. Polland. desde a época em que era oficial de liga
Em seguida partimos para Porto Rico, en­ ção entre a Força Expedicionária Brasikt
quanto Gilbcrt Hubcr |r foi para Wash­ ra na Itália e o 5* Exército dos Estados
ington*'. Ata do IPES. Rio. 12 de feverei­ Unidos, durante a II Guerra Mundial, vide
ro de 1962 Vide ainda N. BAILEY. op. cit John Fostcr DULLES Castdlo Branco the
p. 230. sobre os problemas de coordenação making of a Branhan Presidem Austin.
internacional das elites orgânicas dos dife­ Unív. of Texas Prcss. 1978 Sobre o papel
rentes países do Coronel Vernon Walters no princípio
da década dc sessenta no Brasil vide (a)
55. IPES CE Rio. 03 de julho de 1962.
Moniz BANDEIRA O novcrno foào Gou­
Nessa reunião Gilben Hubcr Jr. pôde rela­
lart: as lutas sociais no Brasil. Rio dc la-
tar um importante avanço em relação ás
transnacionais. Na mesma reunião, o CE neiro. Civilização Brasileira. 1977. (b) Ver-
considerou a proposta de Harold C. Pol­
non WALTERS. Sdcnt músioni. New
land de que “o IPES devesse Lançar um York. Doublcday, 1978.
programa de governo”. 61. Phyllis PARKER. op. cit p. 89 Quan
56. Enno Hobbing tomar-se-ia diretor do do V. Walters foi apresentado ao Embai­
Council of América cm 1970. O comité di­ xador L. Gordon. este lhe disse: "Dc você
retor do Council em 1971 incluía Enno eu quero três coisas: primeiro, saber o que
Hobbing. fack D. Neal (da 1TT) c Richard está se passando nas Forças Armadas; se­
S Aldnch. que fora diretor do IBEC no gundo. quero, de certa forma, influenciá-
Brasil no princípio da década de sessenta. las através dc você; terceiro e mais impor
57. Vide Cartas do General Otávio Gomes tante dc todos, não quero ser surpreendi
de Abreu ao CED de 24 de março de 1965. do*. V. WALTERS op cit. p. 374 Mais
05 de abril de 1965. 19 dc abril de 1965. 20 tarde. Walters diria: "Ele nunca se sur­
de abrd de 1965. 03 de junho de 1965. 22 preendeu*. P. PARKER. op. cit. p. 48. Dc
de junho de 1965. 12 de julho de 1965. fato o sistema funcionou tão bem que du­
58. Vide Andrew M. SCOTT. The revdu. rante a madrugada cm que Auro dc Moura
llon in statecraft: informal penei ration. Andrade declarou estar vaga a presidência,
Ncw York. Random Housc Ed . 1965. Pa­ já que |uáo Goulart deixara Brasília, alguns
ra uma discussão sobre as "Políticas de parlamentares se dirigiram para o Palácio

214
do Planalto, que citava totalmente escuro Neto. Gustavo Boeghoff. Nivaldo Ulhoa
depois de um corte de energia. Eles acoijs- Cintra. Oswaido Brcyne da Silveira, o Ge­
psnharam o alo que reconhecia Ranieri neral Agostinho Cortes. Octavio Uchoa da
Mauili como presidente e. depois que al­ Veiga. Salim Chamma. Thornas Pompeu 0
guns fórforos foram acesos, o Deputado Magalhães. Paulo Ferraz. Paulo Edmur de
Lwt Viana Filho reconheceu a seu lado Souza Queiroz. José Luiz Anhaia Mello,
Robert Bcntley. o jovem secretário da Em- Rafael Noschese. Luiz Mascarenha» Neto,
banida Americana. Luiz VIANA Filho. O A. C. Pacheco Silva, Júlio Arames. Frans
Governo Caitcllo Branco, Rio, José Olym- Machado. Paulo Galvão Filho. Geraldo
pio. 1975 p. 46. Alonso. André Arames e J. L. Nogueira
Porto. Lideravam o IPES do Rio Harold
62 PAGE, op cit., p. 190.
C. Polland, Glycon de Paiva, o General
6J Relatório do IPES — s.d. p. 6-7. Heitor Hcrrera, o General Libcrato da
64. O Executivo Nacional cra composto Cunha Friedrich. Gilbcrt Huber Jr., Augus­
de Joio Raptista Leopoldo Figueiredo, Gly- to Trajano de Azevedo Antunes, Cândido
con dc Paiva, Adalberto Rueno Neto. José Guinle de Paula Majado. Oswaido Tavares
Rubem Fonseca. Luiz Cássio dos Santos Ferreira. José Duvivier Goulart, Amónio
Wcmcck (estes dois últimos desempenha­ Galloili. o General Golbcry do Couto e Sil­
vam o papel dc secretários), o General Hei­ va e Rui Gomes de Almeida.
tor Hcrrera, Antônio Carlos do Amaral 67. Ata do IPES. 27 de março de 1962.
Osório, Oswaido Tavares Ferreira e Paulo
66 N. BLUME op cit. p. 211.
Ayres Filho (os quatro últimos eram co­
ordenadores) c Paulo Reis Magalhães, o 69. Ala do IPES. Rio. 12 de fevereiro de
tesoureiro. 1962. Rui Gomes de Almeida não acolhia
a liderança de João Bapiista Leopoldo Fi­
65. N. BLUME. op cit. p. 214.
gueiredo. ao passo que Amónio Gallotti
66. Uma leitura minuciosa de suai atas, re­ era muito cauteloso em relação aos empre-
latórios e documentos classificados sugere
Unos dc Sèo Paulo, fruto da sua expen
I existência de diversos níveis de confian­ éncia com as companhias de eletncidade.
ça. sigilo e responsabilidade dentro da or-
70. Ata do IPES Rio. 12 dc fevereiro dc
gsnização. os quais ultrapassam a estrutura
1962 |. L. Moreira de Souza c O. Tava­
formal de tomada de decisão. A distribui­
res.
ção e arranjo desses níveis parece indicar
que. através de estruturas formais, uma re­ 7|. Reunião do IPES dc 12 de fevereiro
de dc rcduplicação c membros selecionados de 1962. Amónio Carlos do Amaral Osó­
compunha um burcau político verdadeira­ rio reconhecia que São Paulo estava cri­
mente secreto. As razões pura uma estrutu­ vada de “quistos, grupos. Quartim Barbo­
ra tio sigilosa decorriam tanto da conve­ sa. Vidigal. todos desunidos*4, dc grupos
niência organizacional quanto da natureza separados “de imigrantes (libaneses, italia­
da ação política da elite orgânica. Era tam­ nos. portugueses etc.), em um momento em
bém uma forma eficiente dc contornar in­ que se necessitava dc união. Era exata-
teresses específicos que por qualquer moti­
menie nessa época que os “quairoccmões"
vo pudessem colidir com as diretrizes da estavam formando um clube fechado para
elite orgânica Os órgãos-chave de tomada
apenas 500 sócios Essa atitude segregacio-
dc decisão compunham-se de um pequeno
nista. cm relação a estilo e »tatus, consti­
número dc membros, grande parte deles
tuía. aos olhos dc A. C. A. Osório, um
empresários que. como Jorge Berhing dc
desperdício do dinheiro altameme necessá­
Mattos observava, constituía “um grupo
rio para a campanha política do IPES. E
central funcionando 24 horas por dia”, no
Rio e em São Paulo. IPES CD Rio. 12 de mais ainda, por serem os clubes sociais de
fevereiro de 1962. Em São Paulo, o núcleo São Paulo vitais para a ação dc classe da
dos membros se concentrava no CE e al­ elite orgânica como focum para a mobili­
guns deles no CD. destacando-se Luiz Cás­ zação das classes média e alta. Vide tam­
sio dos Santos Wemeck. José Ely Coutinbo, bém o capítulo VIII sobre a função po
Eduardo Garcia Rossi. Adalberto Bueno lihca dos clubes sociais.

215
72. IPES CE. Rio. $ de fev. dc 1962. Nca- ções do IPES. Gilbert Hubcr |r. se encar­
»c estágio inicial. I KLABIN observava regou dc elaborar os entendimentos com
que "no IPES faltavam órgãos rcalmcnte R dc Almeida IPES Rio. 5 dc fevereiro
representativos da indústria c do comér- de 1962 Fernando Cícero Vcloso era dire­
CIO’* Em meados dc 1962. eles já faziam tor da Parkc Davis Ltda.. da Elevadores
parle do IPES Otis S A c da companhia dc produtos
cosméticos Helena Rubinstcin. juntameme
71 (a) IPES CD. 2? de novembro de
com William Monteiro dc Barros.
1962 (b) Ala do IPES. São Paulo. 28 dc
agosto dc 1962 80. Reunião Geral do IPES São Paulo.
25 dc setembro dc 1962 Inicialmentc o
74 IPES CD R«o. I dc maio de 1962.
IPF.S não linha “cm seu meio nenhum re­
7$. IPES Ch CR Sào Paulo. 28 de agos­ presentante das classes rurais”, já que ele
to dc 1962 Segundo Paulo Ajres Filho, a náo tencionava se imiscuir ou participar
composição (mal dos quadros dirigentes do das hostilidades mesquinhas das associa­
IPES dependia nesse estagio dos "últimos ções rurais dc classe.
entendimentos com a íederação das Indus­
81. Reunião Geral do IPES. 9 de outu­
trias”.
bro de 1962.
76 (a) Ala do IPES. Rio. 27 de março dc
82. IPES CD. 27 de novembro de 1962
1962. Rui Comes dc Almeida c Antônio
CallottJ <b> IPES CD. 27 de março de 83 IPES CD. 10 de abril de 1962 0
1962. IPES de São Paulo era encarregado dc
pôr em funcionamento e orientar as ativi
77. IPES Rio. 05 dc fevereiro dc 1962. Se­
dades. Em meados de 1962, o IPES con­
gundo losé Luii Moreira dc Souza, para
tava com os líderes das associações dc
alcançar tan objetivos bastanam duas ou
classe do Amazonas, e lambem com os vá­
tris teses dc choque, que atingiriam o pon­
rios dirigentes das empresas operando tu
to crucial, a saber "Por que razões as as­
área. Reunião Geral do IPES. 16 de outu­
sociações de clasac estão proa» >0 gQVCr
bro de 1962.
no?”
84. IPES CE São Paulo. 21 de março dc
78. Vide Afrmbros Proeminen/ei dr Azso
1963.
cio(ócs dc C/usse IPES R»o e São Paulo
p 281 No dia 10 de dezembro dc 1962. 85. IPES Ch. Gr. São Paulo. 28 de ago*
o Comité Executivo recebeu o Dr. Calafa­ to de 1962 A equipe dos vários grupos dc
te. presidente do CON>CLAP. que preten­ estudo e ação não era formada por um
dia estreitar as ligações com o IPES Ele número fixo de participantes Sempre que
também informou ao Comitê Executivo so­ a situação exigia, agregava se. a cada gru­
bre as atividades paraldas do Centro dc po. unidades orientadas para a tarefa c
Estudos Sociais Brasileiros, que operava unidades móveis. O IPES aos poucos se
na sala I 101 do mesmo prédio em que os mostrava uma organização de rápida ex­
IPES mantinham o seu escritório Vide pansão c os novos associados ou patroci­
ainda a Ata do IPES de 27 dc fevereiro
nadores envolviam-se constantemente num
de 1962 sobre a utilização da Associação
crescente espectro de atividades.
Comercial do Rio dc |anciro pelo IPES.
86. Vide o documento do IPES: A rn-
79. O IPES precisava dc vastos recursos
ponwbdidadc democrática op. cil.
financeiros Afinal, argumentava f L Mo­
reira dc Souza, se o SESI contava com 87 O IPES se beneficiava de vasto apoio
aproximadamente 6 bilhões dc cruzeiros à logístico c material, incluindo a disponibi­
sua disposição e outros dirigentes de clas­ lidade dc transporte gratuito proporciona­
se. como R de Almeida. Hugo de Farias da pelas diferentes linhas aéreas nacional»,
e Cícero Vcloso também mobilizavam re­ empresas dc ônibus c outros recursos des­
cursos vultosos através das associações na­ sa natureza Uma grande frota dc veiculo»
cionais de empresários, naturalmcnte po­ dc todos os tipos, salas bem equipadas (com
deriam reunir seus esforços Isso com cer­ telex, bancos dc dados, chave bancAria
teza facilitaria o financiamento das opera­ privada, sistema PABX de Iclcfonr. rnáqul-

216
na de endereçamento postal). orientação no desse problema em várias ocasiões. Cer­
técnica e apoio de especialistas de primei­ ta vez. esse fato levou Gilbcri Huber Jr.
ra linha para as suas várias atividades, a observar que José Garrido Torres deve­
vasto apoio financeiro c a contribuição, ria ser convidado para as reumôcs sem re­
por parte de diferentes empresas, para a ceber nenhuma remuneração Gilben Hu­
rtaliiaçAo de serviços altamente necessá­ ber |r gostaria que ele “pusesse a sua al­
rios. porém dispendiosos proporcionavam ma e não a sua bolsa no negócio Eu es­
i elite orgânica do complexo IPES/IBAD tou com a minha alma". IPES CE. 6 dc
uma extraordinária infra estrutura mate­ junho de 1962 Na ocasião. Garrido Torres
rial e técnica, que faziam outros grupos recebia 300 000 cruzeiros por més e Jet-
políticos parecerem amadoristas tons de presença. IPES CE. 15 dc maio de
1962 e Relatório Cerol do IPES CE. 17
W O projeto político a que se compro­
meteu um grupo tão selecionado e podero­ de maio de 1962. Finalmente, exigm-se de
Garrido Torres prestação diária de servi­
so de empresários, dc tccnoburocratas e
de militares envolvia um ritmo de traba­ ços e não dedicação restrita “Não com­
preendo os 300 000 cruzeiros a Garrido
lho exiremamente intenso, com reuniões
diários c participação na opcracionaliza Torres, de quem sou amigo Não presido
çio dc seus planos, atividade que exigia um organismo nos moldes de uma repar­
extraordinária dedicação de pessoal em tição pública, de 'sinecuras* Rui Gomes
campos dc ação altamente diversificados. de Almeida IPES CD. 10 dc abril de
Os chefes dos grupos de estudo e ação, 1962. Vide também (a) Reunião Geral do
por exemplo, realizavam uma reunião se­ IPES. 50 de novembro de 1962 <b) IPES

manal conjunta com a unidade dc coorde CE. 21 de março de 1963 J. C Moreira


nação do CE. tanto no Rio quanto em Barbosa recebia 100 000 cruzeiros mensais
São Paulo, unidade esta que. de fato, com­ e J L. Anhaia Mello recebeu 120 000 cru­
punha o CD Se necessário, eles se reu­ zeiros por seu estudo sobre o referendo-
niam extraordinariamente Então os diri­ Rcmuneraçâo também era conferida a J.
gentes do» grupos participavam das reu­ Arthur Rios.
niões regulares com suas próprias unida­ 93. Em novembro de 1963. certos “servi­
des dc ação, c também mantinham, sepa­ ços extraordinários** efetuados por Paulo
radamente. sessões com CE. Havia ainda dc Assis Ribeiro com respeito a seu Ro
o envolvimento direto iom a operação e teiro da Re/orma Agrdria foram remune­
realização de tarefas. Xrunídes dc ln/ra- rados com 400 000 cruzeiros Memo inter­
estrutura Ata do IPES de 25 de maio dc no 63/0487 u Tesouraria. 5 dc novembro
1962 Ch. GR. 1PES Ch. Gr. c CC; IPES dc 1963. Os membros do Grupo de Estu­
Ch. Gr. c CD dc 25 dc rnaio dc 1962. dos. por exemplo, contavam com um salá­
89 Para os membros militantes deixarem rio-base dc 100 000 cruzeiros mensais e
suas boses operacionais, ter-se-ia dc conce­ seus vencimentos eram complementados
der a permissão IPES CE, 27 de agosto para cobrir impostos e outros encargos
dc 1962. A possibilidade de alguém se des­ exigidos pelo governo Comunicação 65/
vincular dc uma atividade ou umn comis­ 0488. 5 de novembro de 1963. Isso repre­
são específica teria dc receber n aprovação sentava vultosas despesas, ja que o Grupo
de iguais c superiores hierárquicos em de Estudos do Rio contava com várias dú­
uma estrutura que. ao final de 1962. era zias dc membros efetivos Os participan­
uma cadeia vertical dc comando. tes das Unidades dc Estudo recebiam
10 000 cruzeiros por reunião, como leiton
90 Ata do IPES. 1H dc setembro dc 1962.
de presença e os responsáveis pela apre­
Gilbcrt Huber Jr.
sentação de trabalhos durante a reunião
91 Ala do IPES São Paulo. 12 dc abril recebiam 15 000 cruzeiros.
dc 1962.
94 A fim dc se criar a necessidade de
92. A remuneração a alguns dos membros coordenação dos diferentes órgãos, preci­
mais ativo» ccrlomcnic provocou um certo sava se de certa pressão externa Conforme
mal-estar c atrito entre ulguns dos mais de­ losé Luiz Moreira de Souza, o IPES ca­
dicado» militante» Surgiram rixas cm tor­ recia dc um “Plano político capaz dc mo

217
bilizar os instrumentos existentes e faxê- quase todos os dias: /ornai de Hoje (Ah.
los funcionar a curto prazo. para o bene­ goas). /ornai dos Sporls, A Noticia, Lula
fício do todo, ou seja, da obra Fortale­ Democrática (Rio). Diário de São Paulo,
cer o IPES deve ser a meia. Assim, é ne­ Diário da Noite, A Gazeta Esportiva, A
cessário constituir um Grupo que tenha a Gazeta. O Dia, Noticias Populares, Ulíima
autoridade para cnticar as falhas estrutu­ Hora. Diário Popular (São Paulo), A Tri­
rais. no seu aspecto dc Ação Política”. buna (Santos), Jornal do Dia, Diário
Ala do IPES Rio. 5 dc levcreiro de 1962. Noticias, Correio do Povo, Tribuna áo
O General Hcrrcra cuidaria desse aspecto Ceará, Unitário. Correio do Ceará (Cea­
da organização. rá). Diário de Minas, O Estado de Minas.
95 * IPES CD. 27 dc março de 1962. Diário da Tarde, O Diário (Minas Ge­
rais). Diário da Noite (Pernambuco), 0
96 IPES CD. 12 dc junho de 1962. Gly- Estado da Bahia. Diário de Notícias, A
con de Paiva. Tarde (Bahia), Diário do Paraná. O Ei-
97. (a) IPES CD. 16 dc out de 1962. (b) lado do Paraná. As revistas internacionais
IPES CD. 17 de out de 1962. (c) IPES que o grupo dc pesquisa examinava in­
CE. 22 de out. dc 1962. cluíam: Este e Oeste, l.es Informations
Politiques et Sociales, Bulletin of lhe Ins
98. IPES CE. Rio. 4 dc junho dc 1962.
titule for the Study of lhe USSR, Monlhlj
99. IPES CE. Rio. 4 dc abril dc 1963. Bulletin of lhe United Nalions c várias ou­
100 IPES CE e CD. São Paulo. 20 de tras publicações similares.
nov. dc 1962. 111. As revistas eram O Cruzeiro, Man
101. N. BLUME op cil p. 215. chete. Fatos e Fotos, Cuias Banas, Vndo,
Con/untura Económica, Boletim Cambial.
102. A. STEPAN. The military in poli-
Desenvolvimento e Conjuntura, APEC,
tia: changmg patlerns in Brazil. Prince-
Guanabara Industrial, Petrobrás, Meniáno
lon. Princcton Univ. Press. 1971. p. 186.
Estatístico e outras dc menot importância.
103 Elmar BONES Colbcry. poder e si­
lêncio Cootomal. Porto Alegre, setembro. 112. Por volta de maio de 1962. o GLC
1978 do Rio gastava aproximadamente 12 mi­
lhões de cruzeiros com material básico c
104 IPES CE Rio 28 de fev. de 1963.
pessoal. IPES CE Rio. 17 dc maio de 1982
Adalberto Bueno Neto operava como co­
ordenador da unidade de planejamento. 113. IPES CE São Paulo. II de der dc
IPES CE e Ch Gr. São Paulo. 18 de de­ 1962.
zembro dc 1962 114. IPES CE c Ch. Gr. São Paulo, 31 dc
105. A. STEPAN. op csf. p 154. março de 1963.
106. N. BLUME op cu p 215 115. (8) Eldino BRANCANTE Relatório
107. Vide quadro no Apêndice E. do Estado Maior Civil de São Paulo la:
Olympio MOURAO Filho. Memórias a
108 E. BONES op dl. p. 20
verdade de um revolucionário. Rio dc Ja­
109. Marlísc SIMONS. Whosc Coup? neiro. L A PM Ed., 1978 p. 220-22 (In­
Brazdian Informaiion Bullttin, Estados trodução c Pesquisa de Hélio Silva), (b)
Unidos. Califórnia. (I2):8. Wmur 1974. Hélio SILVA /964. o golpe ou contragol­
110. Vide Relatório 1964. Grupo de Pes­ pe? Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
quisa. O GLC examinava os seguintes jor­ 1975. p. 378
nais: /ornai do Braiil, /ornai do Comér­ 116. E. BRANCANTE. op. cit. p. 217.
cio, O Jornal. Diário de Noticias. Diário
Carioca. Correio da Manhã. O Globo. O 117. O GEC tinha um orçamento admi­
Dia. Tribuna da Imprensa. Gazeia de No­ nistrativo dc quase 25 milhões dc cruzei­
ticiai. Vitima Hora (todos do Rio de ja­ ros por ano para ser gasto com pessoal e
neiro). /ornai do Comércio (Pernambuco). materiais básicos (a) IPES CE e Ch Gr.
/ornai da Bahia. O Euado de S Paulo. São Paulo. 18 de dez dc 1962. (b) Orça­
Folha de Sóo Paulo O GLC examinava mento do IPES. 1963

218
III Carti do IPES • Oswaldo Tavares, Opinião Pública, a análise feita pelo GLC
4 dc dezembro de 1962, considerando a dos itens envolvidos era então oferecida
spresentação dc um livrcio sobre o IPES ao Grupo de Ação Parlamentar c outras
sendo produzido pelo seu grupo de Inlc* seções do IPES na forma de trabalhos de
graçAo diretrizes, posiiion papers, recomendações
119. Ata do IPES. 17 de maio de 1962. O e linhas de onentaçao para a ação públi­
escritório do GAP em Brasília foi estabe­ ca c encoberta, bem como transformada
lecido com o objetivo explícito de "ligar* em artigos para a rede de mfdia c o Gru­
se pnncipalmente à seção da A DP**. po de Publicações IPES CE Rio. 15 dc
120. IPES CE. Rio. 5 dc fevereiro dc maio de 1962
1962. 127. Alguns assuntos mereciam multipli­
121 Essas allvidodcs envolviam uma ope­ cado número de estudos com diferenças in­
ração dc coleta dc informações, com o in­ significantes. que icnim então “confronta-
tuito dc antever os manobras do Executi­ dos*' no Congresso por diferentes parla­
vo c suas forças nlinhadus c simpatizantes mentares da A DP. como, por exemplo, os
no Congresso. Para essa finalidade, o gru­ estudos dc base comum sobre os Princí­
po do General Golbery era fundamental. pios Básicos da Reforma Agrária e as Di­
122. Carta dc |. O. de Mello Flores n Gly- retrizes para a Implementação da Refor­
con de Paiva, 7 de dezembro de 1963. Ar­ ma Agrária. Muitas dessas unidades de es­
quivos do IPES tudo e suas teses se transformaram, de fa­
to. na infra-estrutura para as Reformas de
123. IPES CD. Rio. II de dezembro de
Base propostas pelo IPES. IPES CE Rio.
1962
8 de janeiro de 1963. Glycon de Paiva, lo
124. IPES Rio. 20 de fevereiro de 1962.
sé Rubem Fonseca e o General Golbery
Dc acordo com |orge Behring de Mattos, a
necessidade de uma coordenação mais 128. Ata do IPES Rio. 17 de maio dc
próxima cnlre os Grupos de Estudo e t 1962.
ação no Congresso foi sentida pelas indús­ 129. IPES CE. 12 de fevereiro de 1962.
trias Era também "mais barato reunir es­ Para Glycon de Paiva, "opinião pública
forços”. Ata do IPES Rio. 5 de fevereiro significava dinheiro".
dc 1962. A comunicação segura era garan
tida pelo difundido uso de telegramas 130. IPES CE e Ch. Gr. São Paulo, 25
através de agências telegráficas discretas e de maio de 1962.
■migas, malotes de grandes empresas, cujos 131. IPES CE. 30 de maio dc 1962.
diretores estivessem envolvidos nas ativi­
132. Au do IPES. 27 de maio de 1962
dades do complexo 1PES/IBAD. sobretudo
Nei Peixoto do Valle. A. Visconti traba­
no eixo Rio-São Paulo (como as Refinarias
lhava para as American Chambcn of Com-
Ca puava. o Banco Lar Brasileiro e • Con­
merce juntamente com Marceilo Porto e
federação Nacional de Indústrias). IPES
Nei Peixoto do VaUe.
CE. 19 de junho de 1962
133. (a) IPES CE Rio. 3 de julho de 1962.
125 IPES CE Rio. 15 de outubro de
Glycon dc Paiva, (b) IPES CE Rio. 25 de
1962. Augusto Trajano de Azevedo Antu­
nes. tal soma não incluía os volumes bem maio de 1962, General Golbery.
maiores gastos em ações políticas específi­ 134. IPES CD. 27 de novembro dc 1962.
cas, nem os recursos maciços gastos com
135. Relatório do IPES. L.C.. 1962. p. 5.
as eleições de 1962 para o Congresso.
136. O General Herrera recomendava que
126. A atuação a nível de campanha li­
nha que ser coordenada com outras ativi­ o IPES deveria continuar a usar a impren­
dades. tais como a manipulação da opi­ sa seguindo o ponto de união produzido
nião setorial (Forças Armadas, classes mé­ pelo documento lançado por ele O Brasil
dias. intelectuais, sindicatos e estudantes). quer tranqüihdadt. que recebeu extraordi­
Com a colaboração dos Grupos de Estudo nária cobertura da mídia. IPES CE. I de
e após ser processada** pelo Grupo dc junho de 1962.

219
137. A. STEPAN op. cit. p. 97>8. 189 Pa­ AFL-C1O. Por exemplo, da Organização
recia claro para a elite orgânica que. sem dos Estados Americanos, o IPES recebeu
o visível apoio popular, a sua ação enco­ o trabalho da Spccial Conwltative Com-
berta dentro das Forças Armadas e outros mission of Sccurity against thc Subversivc
setores da sociedade tomar-se-ia difícil. Action of Intcrnalional Communism — re­
Ademais, os militares não seriam levados latório geral inicial. 1962. Myosotis dc Al­
a favorecer uma posição golpista sem o buquerque Costa executava a função dc
palpável apoio publico. contato com esse centro de inputs. A pe­
dido dc Glycon de Paiva, de forneceu
138. IPES CD. 27 de novembro de 1962.
também World Communisl Movcmenl,
139. Hélio GOMIDE Roteiro básico pa­ Sclcctive Chronology, 18 de agosto de
ra um programa de ação a longo prazo. 1957. preparado pelo Lcgislativc Rcíercn-
ESG. Documento. 6 de junho de 1963. cc Servicc of the Library of Congrcss c
140. IPES CE. 8 de junho de 1962. impresso pelo Committee on Anti-Ameri-
can Activities (AAA). IPES CE. 8 dc out.
141. Publicavam-se e distnbuíam-sc tam­
dc 1962. Segundo Paulo Ayrcs Filho, "a
bém artigos de revistas amencanas. Nei
maior parte das matérias sobre a Rússia
Peixoto do Vallc sugeriu a Garrido Tor­
etc. advinham dos Estados Unidos, envia­
res. que era "leitor de revistas america­
das pelas agências norte-americanas de no­
nas”. que "vendesse os artigos interessan­
tícias". Reunião Plenária do IPES. CE. 8
tes”. Este respondeu que já estava proce­
de abril de 1963.
dendo dessa forma e acrescentou que "Se
a embaixada já tem franquia para repro­ 145. Para as necessidades pessoais e ad­
duzir. melhor", (a) IPES CE. 26 de julho ministrativas básicas, o grupo mantinha
de 1962. (b> IPES CE Rio. 14 de junho de um orçamento de 6.000 000 de cruzeiros
1962. anuais. IPES CE, 31 de agosto dc 1962.
Outros 6 milhões seriam gastos com ma­
142. Relatório ao IPES CD Rio. maio de
terial impresso básico. IPES CE. 17 de
J962.
maio de 1962. Existiam, também, fundos
143. Dessa maiéna, muitas seriam tradu­ para projetos específicos, fornecidos por
ções de artigos de autores conhecidos que diferentes empresas e outras fontes. Rela­
apreciam em revistas estrangeiras, como tório dc José Garrido Torres ao CD, Rio.
Harpcrs, Atlantic Monthly, Foreign Af- maio dc 1962.
lairs e New York Times Magazine. |. Gar­
146. N. BLUME. op. cit. p. 215. Em 1963.
rido Torres enfatizava também que "Re*
182.144 livros foram distribuídos.
centcmcntc a edição espanhola da revista
Li/c publicou trés colaborações excelentes 147. IPES CE Rio, 7 dc março de 1963,
do professor lesiup. que poderiam vir a Glycon dc Paiva.
ser um eficiente panfleto de propaganda 148. IPES CE Súo Paulo, 11 dc dezembro
anticomunista. Há necessidade de evitar dc 1963, Paulo Edmur de Souza Queiroz.
morosidade na obtenção do direito de di­
vulgação desses trabalhos, preferencial­
149. IPES CE São Paulo, 16 de abril dc
mente iem despesas para os jornais c re­ 1963.
vistas. Isso poderia ser alcançado usando 150. A G.RD. Editora cra chefiada por
os bons serviços das embaixadas, que as­ Gumercindo Rocha Dórea, o presidente
segurariam a boa vontade das editoras da Confederação dc Centros Culturais da
prcviamenle selecionadas c que seriam Juventude, que era o núcleo central dos
aquelas em que geralmenle aparecem as diverso* órgãos dc doutrinação integralista
colaborações que nos interessam". Relató­ dc jovens c du qual João Paulo dos Reis
rio de Garrido Tones ao CD. Rio, maio Vclloso já foi vice-presidente.
de 1962. 151. N. BLUME op. cif. p. 216.

144. Para o preparo de material de dou­ 152. Ata do IPES Rio, 5 de (cv. dc 1962.
trinação específica c geral, a elite orgânica Gilbert Hubcr Jr.
se valia de uma série de inpuls estrangei­ 153. IPES CD Rio, 5 dc março dc 1963.
ros, como o CED, a ALPRO, a AEF, a GJycon de Puiva. O GED preparava os

220
vários anieprojcios dc lei sobre "Remessa São Paulo Etquema do Planejamento Sio
dc Royaltics". •‘Reforma Agrária", "Re­ Paulo. 1965. No campo político, o IPES
forma Tributária" e "Habitação Popular", compartilhava os pontos de vista de que
que eram apresentados pelos parlamentares a relativo democracia do populismo teria
da ADF. Ata do IPES Rio. 17 dc maio dc dar lugar ao relativo autoritarismo de
de 1962. um regime tecnocriuco.
154 Oi vinte membros da comissão se­ 161 (a) N BLUME. op cit. p. 214. (b)
riam selecionados dn seguinte forma: G BEMIS. op. cit. p. 59-60.
1) Os Secretários Estaduais dc lustiça.
162. (a) IPES CD. 5 de março dc 1965
de Fazenda. Agricultura, Educação e
(b) IPES CD, 24 dc agosto dc 1964. (c)
Saúde;
IPES CD. 5 dc outubro de 1964 fd| IPES
2) Dez membros escolhidos respectiva­
CD. 26 de outubro de 1964. (c) IPES CE.
mente pelas seguintes organizações
4 de novembro dc 1964.
a) Associação Estadual dos Banqueiros
dc Sáo Paulo, b) Institino de Engenharia 165. N. BLUME. op cit. p 21719.
de Sòo Paulo; c) Federação das Indústrias 164. IPES CE. 28 dc agosto de 1962.
de São Paulo; d) Centro de Indústrias de
165. (a) IPES CE. 7 dc março de 1965.
São Paulo; e) Associação Comercial de
<b) CE» 21 de novembro dc 1965 (c)
Sáo Paulo; f) Federação das Associações
IPES, 22 dc abril dc 1965 O IPES con­
Rurais de São Paulo; g) Sociedade Rural
Brasileira. h) Federação dos Trabalhadores
fiou à equipe de Aníbal V/llcla da BRAS-
TEC. por 2 496 000 cruzeiros de honorá­
de Sào Paulo; i) Fundação Gelulio Var­
rios. um aprofundado estudo a respeito do
gas.
papel das empresas estatais na economia
5) Cinco pessoas escolhidas pelo gover
a níveis federal, estadual e municipal A
nador entre aquelas das áreas dc ciências,
pesquisa tentaria entender e avaliar a par
economia, administração c imprensa. Geor-
licipjçào das empresas estatais na forma­
fc W. BEMIS. From crisis to rcvolution;
ção do produto nacional, o comportamen­
monlhíy ctuc studies. In Internanoruil
to econômico do governo e sua participa­
Publtc Athninistralioit Series. Los Ange­
ção setorial, uma revi si o econômica dos
les. Univ. of Southern Califórnia. 1964. n.
últimos quinze anos e uma avaliação da
I. p. 20-71.
tendência do papel do Estado na econo­
155. Vide J. L Moreira dc Souza (a) Fi­
mia. um cálculo das despesas de investi­
losofia da resolução e sete fundamentos
mento da* empresas do governo, pessoal
básicos nos campos econômico, social e po­
empregado, níveis de saláno e produtivi­
lítico. In: Glauco CARNEIRO. História
dade. uma comparação com empresas si­
rtioluções brasileiras. Rio de Janeiro.
milares do setor pnvado. uma compara­
O Cruzeiro. 1965. V. 2. p. 595-96. ção dos períodos de Getúlio Vargas. Eu-
156. N. BLUME. op. cit p. 213. rico Dutra c Kubitscheck. uma compa­
157. N. BLUME. op cit p. 22!. ração do Brasil com a índia. Paquistão.
Indonésia c Argentina Vide (a) Caria do
158 N. BLUME op. cit. p. 214.
IPES. 11 dc )unho de 1963 dc J. B Leo­
159. E interessante observar que das 78
poldo Figueiredo a José Rubem Fonseca,
corporações blue chips relacionadas pelo
(b) Proposta de pesquisa dc 1$ de abril
BANAS cm 1964. pelo menos 61 eram con­ dc 1963. (c) Carla ao General Liberato de
tribuintes financeiras da elite orgânica c
Aníbal Villcla, dc 5 de poeiro dc 1964.
seus diretores eram membros dos órgãos
(d) Memorando sobre Eitatisaçòo de Gly-
dc tomada de decisão do IPES. Vide (a)
con de Paiva ao Dr. Tottcs Clycon de
BANAS. Bancos, investimentos c bolsas.
Paiva proporcionou a A. Villela o apoio
1964 São Paulo. BANAS Ed.. 1964 p 112-
da rede nxional do IPES no levantamen­
142. (b) Abomar BALEEIRO Democrati­
to dc dados, engajando os própnos espe­
zação do Capital Açào Democrático. Rio cialistas do IPES na análise de medidas,
dc Janeiro, outubro dc 1962 leis. projetos "estatiuntes*' c esquerdistas
160 (a) IPES CD Rio. 10 de abril de e a açâo do Estado cm cada região do
196). Rui Gomes dc Almeida <b> IPES pais que se |ulgava coibissem a industria

221
pnvada A Amocmcão Cammaal do P» H \ illabortn. o líder 1 peai ano M Toledo
raM - A COPA o IPES Je Belo dc Moraes e Waltct Wcissílogg.
K, o IPFSLL c o IHS de PttMibuca |H. O Grupo também provia a iníra-ev
MrM o ires do b» de a«m v>h «
matura para a realização pelo Grupo de
rw de catatsza^Ac cm wg» reapau vua £>
Op nião Publica de vursos supcnntcnsivos
ladoa Vide cart® r*dereuadm a GbttOB
aobnc tema» básicos de economia para jor­
de Fmvi por Aufoj Gahão lAaoc^dú
nalista» comporem sua unidade Ala do
Comersial dr Frm*i9b«K.c |at Abta ide
IPES R«o. 29 de maio de 1962
Drpanaim >io Eâ.<wf—B.j At <«Kxa^ào
Comm aJ Ao Pamau e Fah« Arwse San 1*4 (a) IPES Ch. Gr. São Paulo. 5 de
toa (dc IPESLLI. de H e f ót fw /unhe de 1962 (b) IPES Ch Cr Sâo Pau
ftw de 1*3 (XmbBc oi dados chcgoa- ta. 21 dc agosto de 1962.
K» akm dr errr* taadoi para a pcvqui- 175. Reunião Geral do IPES, 16 dc ou­
M prwpal stnar» <"U’Xado« cscofrudos tubro de 1962.
< puHicados codfurw ai cnednas dis-
pOMus pclu General 1 .berató IPES CE. 176 A unidade operava com um orça­
12 de fcvr*e*o de 1*1 mento básico dc 25 000 000 por ano e re­
cebia ajuda adicional dc fontes privadas
166 IPES CD. II Ac xmo dc 1*2
para projetos específicos. Embora os or*
167 IPE5 CL 29 dt MMC de 1962 çamentos não refletissem o fluxo financei­
IM Todo doeu- V rrrpar.de pelo ro real nem os recursos verdadeiros do
Grvpo dr Lanaóc e Doumsa «jrunha IPES nesse setor de atividades, c cm lodos
II cipm%do AwtmiMm d-agnOsuco), 2) os setores. é interessante considerar algu­
mcd dai prátKM par» rdomM 'impii) c mas de suas despesas declarada» Ai des*
3l p»Koaortcn. IPES Rk. Jl de afoa- pesai administrativas básicas mensais do
lo dr 1*2 General GUbcr?. Grupo dc Estudo e Doutrina atingiam
6KJ0 000 cruzeiros Contava com 2 000 000
IM Prctbeu* de ORMondc » dtíe-
mensais à sua disposição para ajuda admi­
rcnttf cr.tn a r-M to. Rjo c dc São
nistrativa c de secretaria Havia, em acrés­
Paulo ruo ártai dr Oudo < Doucrma E> cimo um orçamento mensal a parte de
SM drlrrrxaa pmEaMLr*am por toóc O 2 000 000 dc cruzeiros por unidade de es­
poítffo Sa prwp« dl *4 Gamdo tudo (a) IPES CE. 5 dc fevereiro dc
Tomo l**»i «m *0 Oapo de Dou- 1962 tbl IPES CD Rio. 22 de maio de
vw h*v«. ■ raW«raA mo aM <x0q 1962 <c> IPES CE. 6 de junho dc 1962
Clycon dc Paiva
ma do IPU de SAl Pmto Datfm Mno
177 Vide cap III.

traba-V qae dmnnWn Am dKaa de mo |7| IPES CD. II de maio dc 1%2 Ak


Vvn> pAftKModo pote Crvpo de Faudo fumai vezes era uma questão dc conveni­
t Doutnaa do IPES do M IPES CE. 10 ência Em abril de 1962. o IPES contactou
a Associação dc Advogados Democráticos
dt Berço de |9M
com o intuito dc solicitar um estudo sobre
170 Carta de AMteo Gahbo • Oycoo eja aspectos jurídicos da questão Parlamcn-
dt Paira sobre RHorraa Bancanae IPES tofi^no r pffiidcnciolismo. tendo cm vista
(Pernambuco). 10 de abnl dr 1*1 o rrfrrrru/um sobre o assumo que a qual­
171. Vide WonMrwio Sdo Pauto UB*. quer momento devolvería o pleno poder
12-16/02/79. AntófHo MIhb \<no »raba prmdeniial a |oAo Goulart f intereuan
u observar que um doa principais defen­
lhan com Carvalho Puto, o Gocrnoto*
sores da volta ao sistema presidencialista
dr São Paulo
era o líder |ové de Magalhães Lins Vide
in. IPES CE. 2 dr abril de 1*3 H <•) loAu Camilo de Oliveira TORRFS O
Weisa/kgg rrs diretor da Cm Melhora­ pmidenrio/itmo no Bfoul Rio. O Cruzei­
mentos dt São Paulo Indústria dt Papei ro 1962 íb) I C Oliveira TORRFS Cgr
llmopar Participa0r« Comerciais e Indus- rdArf do partam* nlurumo He lo Horizonte.
triala 5A ) Seu» «ócios na cmpeew eram Itatiaia Fd . 1962

222
179 0 exemplo clássico é o da quesito conduziu a discussão Como parte desse
da Reforma Agrária. O IPES levou cm programa, muitos futuros ministros e al­
consideração os estudos preliminares fei- guns ministros em exercício, tais como Ro­
(oi pelo Centro Dom Vital, o CONCLAP. berto Campos. Luiz Gonzaga do Nasci­
a ESG e o Conselho Nacional de Econo­ mento e Silva. Mauro Thibau. Delfim Net-
mia. Ata do IPES. Rio, 5 de fevereiro de to. Mário Henrique Simontcn. Hélio Bei
1962 Em seguida, os projetos, emendas, trio e Octávio Gouveia de Bulhões fize­
anteprojetos e material impresso de propa­ ram palestras para os associados do IPES
ganda eram preparados após uma minucio N. BLUME op cif p 216. Para levar a
sa elaboração por uma equipe de estudo sua mensagem, o Grupo de Integração
do complexo IPES/IBAD Vide Cap. VI. usava sofisticados recursos audiovisuais
Essas instituições contribuíam também (quadros, filmes, relalõnos) que eram dis­
com projetos preliminares em outras áreas tribuídos antes das reuniões, para consu­
c sobre outros assuntos mo restrito Ao fmaJ de 1962. o IPES já
180. IPES. Boletim Mensal 1964. n. 23. mantinha uma seção dc filmes, duas ve­
zes ao dia. para os contribuintes IPES
Kl. Em reunião do dia 12 de dezembro Ch. Gr. 25 de setembro de 1962.
de 1961. uma das primeiras a serem regis­
tradas. a seção de São Paulo convocou 185 IPES. Boletim Mensal Rio. setem­
bro de 1965. n. 4.
um encontro com Paulo Ayres Filho. Ot-
lon Barcellos. |osé Ulpiano de Almeida 186 Ata do IPES. Rio. 5 de fevereiro dc
Prado. Paulo Reis Magalhães e o Profes­ 1962
sor França, da Escola dc Sociologia e Po­
187. Não constituía problema pare Glycon
lítica Faziam parte da lista dos convida­
de Paiva levantar mensalmente o equiva­
dos que portavam envelopes contendo ma­
lente a 20 000 dólares A. | LANGGUTH
terial do IPES para a reunião c discussão:
op. dl. p. 86.
Fernando Alencar Pinto. Eudoro Villela.
repreuniando Luís Reid. Harold Lcvy. 188. Notas tnanuxntu do IPES, maio dc
Rogério Giorgi, Paulo C. Suplicy. Salim 1962. O custo foi de 100 000 cruzeiros
Chamrnn. lúlio Cruz Lima, Luiz Eduardo mensais, além dos honorânos de Juan Mis»
Campcllo c Fernando E. Lee. Grande par­ sirlian. IPES CE Rio. 21 de msio dc 1962.
te deles viriam n ser membros de destaque 189. O General Reynaldo Nelson dc Car­
da organização. valho apresentou o relatório dc suas ati­
182. IPES. Boletim Mensal. Setembro de vidades a J o vi ano Jardim, o tesoureiro, fa­
1962. n. 41. Informava que 20 empresários zendo a entrega dc nove notas de inscri­
compunham o Grupo dc Integração. Vide ção para cobrança mediante recibos por
ainda IPES CE Rio, 17 de maio de 1962. bancos. Os contribuintes eram Dr Ru­
O IPES mantinha contas no Banco do Es­ bem Moll (Usina Novo Honzontc). Ageu
tado da Guanabara, Bamcrindus e no Ban­ Macabu e Cia.. Jones Waltcr Alvitn. Vaza­
co Prado Vasconccllos, entre outros. O di­ das Cobogó SA.. luliao Nogueira e Cia.
nheiro da ADEP, do IBAD e da Promo- (Usina dc Queimado). Dr. Luís Scnsc
tion S.A. era movimentado nas agências (Usina Victor Scnsc S A), Distribuidora
brasileiras do Firsl National Cily Bank of Mercantil SA.. Dr. Nelson Veloso Borges
New York. do Royal Bank of Canada e
(Cia. Usina do Outeiro). Fernando Ribeiro
do Bank of Boston.
Gomes (Cia Usina Cambaíba SA.), Indús­
183. IPES CE c CD. São Paulo-Rio, 8 de tria de Bebidas loaquim Tomai de Aquino
abril de 1963. Filho. Cia. Usina de Açúcar Sto loto
184. Nessa operação, demonstravam gran­ (Cristóvão Lisandro). IPES CE. 24 dc
de valor as produções do Grupo dc Estu­ agosto dc 1962.
do c Doutrina, do Grupo dc Doutrina e 190 IPES CE. 23 de maio de 1963.
Estudo e do de Opinião Pública. Os mem­
191. N. BLUME. op dl p. 214.
bros corporativos participaram também dc
uma série dc debates c conferências, nas 192. IPES CD c CE. Sto Paulo. 15 dc
quais um administrador-chave do governo janeiro de 1963

223
191. IPES Ch. Or. 25 de se lembro de ativa do General Heitor Hcrrcra c do Co­
1962. ronel Maurício.
194. Um dotes projetos de angariação de 204 (a) IPES CE São PauloRlo. 22 dc
fundos era o Projeto Gammon. (a) Ata do janeiro de 1961 (b) IPES CF. Rio. 12 do
IPES CE. 51 de julho de 1962 General fevereiro dc 1962. (c) O Eiliido ilt S,
Golbery. (b) IPES CE. 12 dc fevereiro de Pauto. 26 dc julho de 1961, onde hd a dc*
1965 (c) Caria dc Cl)con de Paiva a A. claraçào dc |. B Leopoldo Figueiredo de
Byngion explicando o Caso Gammon. de que a receita do IPES para 1962 foi de
fevereiro dc 1962 200 milhões dc cruzeiros, (d) IPES CD,
195. IPES CD Rio 22 de maio de 1962 12 de janeiro dc 1962, Nci Peixoto do
Valle.
196 (a) Ata do IPES São Pãulo. 15 de
junho de 1962 (b) IPES Ch. Or 15 de 205. E. BONFS. Golbery, poder c silêncio.
janeiro de 1961 Cooiornal. Porto Alegre, setembro de 1978.
As contribuições eram de somas fixas ou
197. IPES CD 20 de dezembro dc 1962.
variadas. IPES CE. 12 de abril dc 1963.
fncluíamse entre os grandes empresários
Elas se destinavam ou ao Instituto ou èi
Augusto Traja no dc Azevedo Antunes da
suas ações específicas. Algumas compa­
ICOMI (Bcihlchcm Sicch c Antônio GaT
nhias participavam menvalmcnte; já ou­
lotti da Lifht SAVBRASCAS
tras faziam doação anual dc um volume
198 IPES CE. 19 de setembro de 1962. maior, Umas empresas contribuíam airavés
199 IPES CD e CE São PaJo. 20 de no­ de suas varias subsidiárias, como era o
vembro de 1962 João Baptista Leopoldo caso da Light S A/BRASCAN ou Listas
Figueiredo fez a apresentação e comentá­ Teleíônkas Brasileiras. Em alguns casos,
rio dc um demonstrativo financeiro cobrin­ uma empresa fazia se de canal de contn
do o período dc dezembro dc 1961 a se­
buição para um grupo inteiro e geralmeiv-
tembro de 1962 Era da responsabilidade le as companhias menores destes grupos
do General Heitor Herrcra apresentar um eram as escolhidas como canal Em outra
casos, cenas empresas de um grupo fanam
plano de ação para o período dc 24- me­
contribuições ao Instituto, ao passo que
ses. aprovado pda liderança conjunta do
outras do mesmo grupo faziam suas doa­
Rio c dc São Paulo, que incluía novos mé­
ções a atividades específicas.
todos de levantamento de fundos c de au­
mento das contribuições IPES CD. 27 dc 206 Ata do IPES Rio, 5 de fevereiro de
1962.
novembro de 1962.
207. "Os homens de fora não vibram co­
200 IPES CD e CE. 4 dc dezembro dc
mo esta mesa”. IPES CD. 27 de novem­
1962.
bro de 1962. Vários recursos foram con­
201. IPES CE São Paulo. 11 de dezembro siderados. como sessões para a projeçio
de 1962 de filmes, debates, conferências e seminá­
202. Vide IPES: Confcrtnciitoi da Inte- rios. J. Carneiro considerou até mesmo o
lração. Lista do IPES s/d Rio. Instituto de Educação Democrática (um
projeto patrocinado pelo IPES). como uma
205. IPES CE. 15 de maio de 1962 Um forma dc manter os contribuintes ligados
método muito importante dc tc conseguir às atividades do IPES.
novos contribuintes e manter os patroci­
208 IPES Rio. 27 dc março dc 1962.
nadores relutantes consistia na criação de
"campanhas de pânico" para os próprios 209. (a) Ata do IPES Rio, 5 dc feverei­
empresários. Após a tomada do poder em ro dc 1962. A. Gallocií. (b) Ata do IPES
Rio. 27 dc março de 1962. (c) Reunião Ge-
1964, o IPES continuou a preparar cir-
ral do IPES CE. 21 dc outubro de 1962
cu lar es sobre a "futura subversão comu­
nista* c relatórios sobre as suas ativida 210. IPES CD. 27 dc novembro de 1962
des do passado, circulares cs las enviada* J. Carneiro observava que o idea! sena
a destinatários específicos c escolhidos "um IPES cm cada empresa Todos os ou­
Esse esforço contava com a participação tros aspectos do IPES são fundamentais

224
Mi» cm cada compmhíi deveria haver um 216. Tal era o caso da Wilfys Overland,
IPESINHO”. Maurício Villcla enfatizava que linha como um dc seus diretores Eu-
que "quando (o IPES) não integrasse fi clides Aranha, líder do IPES. A conta da
nance ira mente. teria de integrar a pes­ Willys era manipulada pela Multi Propa­
soa*. J. Gcyer achava magnífica a idéia ganda. de propriedade de Oavid Monteiro
de um IPES cm cada empresa. Ressaltava (subsidiária da Morgan Francis McDo-
também a necessidade a curto prazo de nough. Merrick. N.Y.), e pela Norton Pro­
uma "boa educação** e enfatizava ser ne­ paganda. do líder Ipesiano Geraldo Alon-
cessário estimular as "ações paralelas”, ci­ so. Outro caso era o da Ncstlé (que linha
tando como exemplo a Associação dos Di­ como um de seus executivos o associado
rigentes Cristãos dc Empresas — ADCE. do IPES Gualter Mano), cujas contas
eram manipuladas pela Norton Propagan­
211. IPES CD, 27 de novembro de 1962.
da e a McCinn-Erickscn Propaganda.
212. IPES CE Rio. 14 dc janeiro de 1963.
217. IPES CD Rio. 19 de março de 1965
A idéia era, por exemplo, "trocar os futu­
ros recibos do Padre Velloso pelos recibos 218. O ÍPES também contava com a van­
dc Glycon dc Paiva c o Dr. Rubem trocar tagem de sc valer do apoio dos dirigentes
com Marinho *. IPES CE. 4 dc março dc dc associações de classe. Davi d Monteiro
1963. Vide ainda a oferta dc São Paulo e Geraldo Alonso se alternavam no cargo
dc 3 milhões de cruzeiros mensais com de presidente da Associação Paulista de
"faturas legais" para cobrir o apoio finan­ Propaganda. Conjunumente des funda­
ceiro. Vide comunicação do General Libe- ram a Federação Brasileira de Propaganda
rato da Cunha Fricdrich n J. Baptista Leo­ — FEBRASP. em 1961. da qual eles tam­
poldo Figueiredo, cm IPES Memorando, bém eram presidentes. D Monteiro sc en­
12 de março de 1963. carregava de organizar, para o IPES. o
apoio das companhias de publicidade, pro­
213. IPES Rio, 27 dc março de 1962.
curando. para essa operação, a ajuda de
214. A partir das investigações da Comis­ Emil Farhat. da McCann-Erickson Publici­
são Parlamentar dc Inquérito de 1963, que dade (a) Ata do IPES. 23 de outubro de
averiguou o ilegal envolvimento corpora- 1962. (b) IPES CE Rio. 22 de maio de
tivo-transnacional nas eleições de outubro 1962. (c) Genival RABELO. Agencias dc
dc 1962 para o Congresso, tornou-se claro publicidade e IBAD. Política c Negócios.
que. das 300 agencias dc publicidade fun­ São Paulo. 2 de setembro de 1963.
cionando no Brasil, 8 companhias estran­
219. IPES CE e CD São Paulo. 20 de no­
geiras ou representantes de interesses
iransnacionais faturavam aproximadamen­ vembro de 1962.
te 35 bilhões dc cruzeiros por ano. de um 220. IPES CE. 7 de agosto de 1962. Gly­
lotai de 120 bilhões dc cruzeiros. Isso sig­ con de Paiva.
nificava que menos de 39b das agencias
221. O apoio das agências telegráficas
de publicidade controlavam quase 45% do
mestrava-se importantíssimo, já que. no
total (outro exemplo de concentração e princípio dc 1962. a conta de telegramas
centralização econômica). A partir dessas já alcançava a marca de 1200.000 cruzei­
somas mencionadas, tomava-se muito fácil ros por ano e aumentava progressivamente.
canalizar recursos — as famosas "receitas
222. IPES CE Rio-São Paulo. 14 de mar­
invisíveis” — para relações públicas, fob-
ço de 1963.
bying ou campanhas políticas. Representa­
223. Antônio Gomes da Costa, um econo­
va uma forma sigilosa dc contribuição por
mista que trabalhava para as empresas T
parte das corporações, com a ajuda desve­
janer c que produziu um trabalho que
lada das agências de publicidade que em
causou interesse ao IPES. devena ser “em­
muitos casos eram as próprias associadas
prestado" à elite orgânica. IPES CE Rio.
do IPES. Genival RABELO. O capital es-
14 dc março de 1963 Para suavizar a pres­
Irangeiro Rio dc Janeiro. Civilização Bra­
são sobre os recursos financeiros do IPES.
sileira. 1966. p. 115. alguns economistas e outros profissionais
215. C. S. HALL. op. dt. p. 143. eram colocados nas folhas dc pagamentos

225
dos grandes companhias enquanto estives­ 235. Ata do IPES Rio. 5 de fevereiro de
sem trabalhando para o IPES Além de di­ 1962.
minuir as dificuldades relativas aos recur­ 236. (a) IPES CD. 28 de agosto de 1962.
sos para pagamentos, esse procedimento (b) IPES CE. 17 de mato de 1962. G. H»
proporcionaria um» eficaz cobertura para
ber Jr. apresentou relatório ao CE a res­
as atividades desses indivíduos.
peito da contribuição de companhias e>
224. J. Knippers BLACK. op. cit. p. 83. trangeiras.
225. N. BAILEY. op cit p. 228. Entre­ 237. IPES CE Rio. 14 de maio de 1962.
vistas com T. Moscoso. E Ferrcr e ou­
238. Relatório do IPES, 17 de maio de
tros
1962.
226. IPES CE Rio. 27 de março de 1962.
227. ”0 regulamento da agência exigia 239. (a) IPES CE Rio. 14 de janeiro de
manter um embaixador com volumes ade­ 1963, o General Golbery, Glycon de Paiva
quados de informação, de acordo com a c J. Garrido Torres, (b) Comunicação en­
sua disposição para recebê-las. Algumas tre Glycon de Patva c Harold C Poliand
operações não podenam ser disfarçadas; através de chamada telefónica feita do
durante esse período, os Estados Unidos IPES de São Paulo. 16 de janeiro de 1965.
aumentaram o número de seus consulados 240. (a) M. BANDEIRA, op. cit. p 72
cm todo o Brasil para proporcionar cober­ (b) J. Knippers BLACK op. cit. p. 72. (c)
tura para as operações ampliadas da Cia." R. ROJAS, op. cit. p. 73.
(a) A J. LANGGUTH. op. cu. p. 90. (b)
241. (a) N. BLUME. op. cit. p. 216. 222.
|. Knippers BLACK. op. cit. p. 76.
(b) IPES Ch. Gr. São Paulo. 12 de feve­
228. (a) Circular do FAS, São Paulo, ou­ reiro de 1963. Segundo os documentos da
tubro de 1965. (b) Femand Edward Lee, tesouraria do IPES do Rio. de 17 de ja­
cm entrevista com J. Foster Dulles, São neiro de 1963. 7.924 415 cruzeiros de re­
Paulo, novembro de 1965, citada em John ceita mensal advinham de um total de
Foster DULLES. Unresl in Brasil: politi apenas 33 indivíduos c 134 corporações
cal milita/y crisis 1955/1964. Austin, Univ. que contribuíam para as finanças da orga­
oí Texas Press, 1970 p. 189. nização. IPES. Documento da Comissão
229. Intercâmbio, Ne* York. 7(4):!, de Planejamento — Substitutivo Orçamen­
CLA, July 1965. Acrescenta a explicação tário para 1963. Iniciais: FG/mlog. O or­
de que: "Nessa área, a última a receber çamento ordinário de 1962 do IPES pare­
apoio de grupo é a Associação Universitá­ ce ter sido de aproximadamente 10 mi­
ria In lera me ri cana, cujo vasto programa lhões de cruzeiros por mês para a seção do
de orientação estudantil leva anualmente Rio (aproximadamente 300000 dólares).
100 ex-alunot e estudantes aos Estados
Uma das propostas orçamentárias pan
Unidos para uma visita de um mês de du­
São Paulo era de cerca de 20 milhões de
ração. O objetivo: concentrada exposição
cruzeiros mensais para o ano de 1963. pe­
pessoal de líderes estudantis brasileiros a
ra despesas formais e ordinárias Não w
todas as facetas da vida americana".
contabilizavam os gastos com organiza­
230. J. Knippers BLACK. op. dl. p. 83. ções ou atividades sigilosas ou encober­
2J1. R. ROIAS. op. cif. p. 71. tas.
2J2. IPES CD Rio. 22 de maio de 1962. 242. IPES Ch. Cr. São Paulo. 11 de se­
233. IPES CD c CE São Paulo. 20 de no­ tembro de 1962. Não obstante serem in­
vembro de 1962. Paulo Ayres Filho suge­ completas essas contas, é interessante ob­
ria a criação de um grupo especial de tra­ servar um exemplo de despesas secretas e
balho destinado especificamente ao levan­ sigilosas falas pelo IPES. Vide Apêndi­
tamento de fundos. A liderança do IPES ce J.
considerava a arregimentação de contri­ 243. (a) IPES CD e CE São Paulo. 27 de
buintes individuais. novembro de 1962. (b) IPES São Pado,
234. M. BANDEIRA, op. dl. p. 67 11 de setembro de 1962.

226
244. IPES CD. 7 de maio dc 1965. A ex­ do contra a segurança das instituições pú­
pressão usada era “funcionários rcalmcn- blicas e possivelmente contra a própria so­
le dc ItT. berania nacional. A medida tomada pelu
245. (a) IPES CE. reunião extraordinária. Presidente baseou-se nas recomendações
Rio. 27 dc agosto de 1963. (b) IPES CE dc seus assessores imediatos, incluindo as
São Paulo. 16 dc setembro dc 1963. (c) descobertas dc um inquérito policial-militar
IPES CD São Paulo. 8 dc outubro de especial, bem como na informação obtida
1963 (d) IPES CD Rio, 6 dc outubro de por um comitê de inquérito do Congresso
1963. O IBAD foi acusado por ter sc en­ que estivera investigando a questão". Geor-
gajado cm "um amplo espectro dc 'ques­ gc W. BEM IS. op. dl. p. 133. A CPI con­
tionáveis' atividades políticas, sem regu seguiu descobrir que recursos do IBAD
lamento c controle do governo Citando al­ eram de origem transnacional. que nas elei­
gumas seções pertinentes da Constituição ções dc outubro de 1962 haviam sido ges­
Federal, as organizações foram definidas tos não menos dc 5 e mesmo até 20 bi­
como tendo agido 'contrariamente ao re­ lhões de cruzeiros e que o IBAD. a ADEP,
gime democrático, baseado em uma plura­ a ADP e a Promotion S A., sem a menor
lidade dc partidos políticos e nos direitos sombra de dúvida, eram interligadas. Polí­
fundamentais do indivíduo'. As organiza­ tica t Negócio». São Paulo. 02 de setembro
ções envolvidas ficaram caracterizadas co­ dc 1963 p. 11. Mas a CPI nõo foi capaz
mo: I) associações engajadas cm ativida­ de evidencÍBr a ligação entre o IPES e o
des político-eleitorais que interferem com IBAD. Como consequência das investiga­
n livre escolha de representantes políticos ções. o governo determinou a dissolução do
IBAD. Ivan Hasilocher foi para Genebra,
c que tentam chegar ao poder por meio de
deixando o Brasil.
corrupção eleitoral, e 2) associações que.
por usar vastas somas de dinheiro cuja 246. A. GRAMSCI. op cit. p. 181.
origem até agora se desconhece, estão agin­ 247. N. BAILEY. op. cit. p. 218.

227
CAPÍTULO VI

A AÇÃO DE CLASSE DA ELITE ORGÂNICA:


A CAMPANHA IDEOLÓGICA DA BURGUESIA

Introdução

O capítulo V descreveu a estrutura decisória da elite orgânica e sua organi­


zação para a ação. Mostrou, de fato, a existência de um aparelho de classe que
era capaz de desenvolver operações de natureza pública, bem como atividades
vedadas ao alcance público.
Os capítulos VI, VII e VIII tratam das atividades específicas, públicas e
encobertas, tanto táticas quanto estratégicas, que eram desenvolvidas pela elite
orgânica. Essas atividades objetivavam conter as forças populares, desagregar o
bloco histórico-populista e levar os interesses multinacionais e associados ao
governo político através de um golpe de Estado civil-militar.
A conquista do poder político pela elite orgânica não foi simplesmente um
resultado da crise político-econômica do período c o imediato colapso do regime,
levando a uma subseqücnte queda do governo.1 Nessas críticas condições, já
resumidas no capítulo IV, a elite orgânica tentou levar adiante uma oampanha
para dominar o sistema tanto cm termos políticos, quanto ideológicos.1 A quebra
da convergência de classe vigente e a ruptura da forma populista de dominação
foram alcançadas pelo bloco de poder multinacional e associado através do
exercício de sua influência cm todos os níveis políticos?
O período de ação de classe organizada, que será visto neste capítulo,
estendeu-se de 1962 a 1964. Politicamente, significou uma mobilização conjun­
tural para o golpe, quando estratégia se converteu em política e atividades polí*
tico-partidárias finalmente se transformaram em ação militar. Esse foi o estágio
do "esforço positivo" em que vários escritórios de consultoria e anéis burocrático-
empresariais, associações de classe e grupos de ação formaram um centro político
estratégico, o complexo 1PES/1BAD. Uma vez unificadas as várias oposições
sob uma liderança sincronizada comum, formulando "um plano geral", a elite
orgânica lançava a campanha político-militar que mobilizaria o conjunto da bur­
guesia, convenceria os segmentos relevantes das Forças Armadas da justiça de
sua causa, neutralizaria u dissensão e obteria o apoio dos tradicionais setores
empresariais, bem como a adesão ou passividade das camadas sociais subalternas.
Mas antes dc se iniciarem hostilidades a nível político-militar, desenvolveu uma
campanha ideológica rnultífacetada contra o bloco histórico-populista. Tal uçüo
compreendia a desagregoção dos quadros populistas, assim como aqueles de
imaturos grupos reformistas, adiando as ações do Executivo e tentando conter o
desenvolvimento da organização nacional dc classes trabalhadoras. O seu fracasso

229
etn reprimir a conscientização política das closscs trabalhadoras c a surpreen­
dente capacidade do Executivo de não apenas sobreviver, mas, na verdade, de
consolidar e obter novas posições4 fortaleceu sua determinação de tomar de
assalto a sociedade política estabelecida.
A elite orgânica empresarial se fez defensora e porta-voz dos pontos de vista
moderados do centro, ampliando as perspectivas elitistas e consumistas das classes
médias e fomentando o temor às massas. Revigorava a percepção solipsista das
classes médias quanto à realidade social brasileira e as influenciava contra o
sistema político populista.
Preparava-se para operar em toda área da vida social visando a competir
com os predominantes interesses políticos, o trabalhismo e a esquerda pelo con­
trole do Estado. Uma vez em ação, fazia uso de todo recurso disponível, legal
ou ilegal? Segundo o líder ipesiano Glycon de Paiva, essas atividades que beira­
vam a ilegalidade podiam ser resumidas como a preparação de civis para asse­
gurar um clima político apropriado para a intervenção militar. Em sua opinião,
a ação política tinha de ser sigilosa.4 Suas recomendações envolviam a "criação
Je um caos econômico e político, o fomento à insatisfação e profundo temor ao
comunismo por patrões e empregados, o bloqueio de esforços da esquerda no
Congresso, a organização de demonstrações de massa e comícios e até mesmo
atos de terrorismo, se necessário".7 As áreas alvo para a doutrinação específica
e pressão política direta eram os sindicatos, o movimento estudantil e a classe
camponesa mobilizada, as camadas sociais intermediárias e a hierarquia da Igreja,
o Legislativo e as Forças Armadas.
A ação da elite orgânica empresarial deve ser considerada como a praxe
de um bloco burguês de poder, premeditada e cuidadosamente amadurecida
durante vários anos. Trazendo à tona a dimensão orgânica e a dinâmica envol­
vidas (situação, posição c ação de classe), pode-se perceber c revelar a evidência
histórica do emergente bloco de poder multinacional c associado forjando a sua
própria forma de Estado. O que ocorreu em abril de 1964 não foi um golpe
militar conspirativo? mas sim o resultado de uma campanha política, ideológica
e militar travada pela elite orgânica centrada no complexo IPES/IBAD. Tal
campanha culminou em abril de 1964 com a ação militar, que se fez necessária
para derrubar o Executivo e conter daí para a frente a participação da massa.’
O IPES, por sua própria natureza e diretrizes e por ser um catalisador
estratégico bem mais do que uma visível força motriz, não colheu os louros pela
maioria das conquistas políticas da elite orgânica que foram atribuídas a outras
organizações e agentes, presumindo-se serem independentes dele. Mesmo embora
muitas organizações fossem na verdade sincronizadas pelo complexo IPES/IBAD
não se deve desprezar as atividades de órgãos paralelos, cujos objetivos e meios,
de modo generalizado, coincidiam com os do complexo IPES/IBAD. Sempre
que possível, o IPES procurava ser discreto em suas atividades e se manter fora
da notoriedade política. Por exemplo, quando os seus líderes voltaram de uma
das reuniões de Nassau em 1962. eles procuraram manter essa atitude, com a
clara intenção de minimizar a signiíicâncía da Instituição. A proposta de Glycon
de Paiva, em abril de 1962, de publicar um trabalho elaborado pelo General
Golbery do Couto e Silva, que propunha diretrizes contra o bloco nacional-
reformista. foi vetada pelo líder ipesiano José Luiz Moreira dc Souza. A sua
oposição se baseava na hipótese de que o trabalho revelaria o que até eniác

230
fora evitado, mais especificamente, um movimento político organizado; ao mesmo
tempo, o General Heitor Hcrrera ressaltava o perigo de se expor a ação ilegal.**
Essa necessidade de manter a imagem inconspícua da elite orgânica foi enfatizada
por Harold C. Polland no início de 1962. Ressaltava também à liderança
do IPES que outros países tinham instituições similares à sua e que a expe­
riência política provara que uma única organização não bastava. Dava o exemplo
da Colômbia, onde o IPES local consistia de um organismo com vários órgãos
disseminados por todo o interior do país. Essas instituições eram constantemente
atacadas, porém sempre servindo de escudo para o verdadeiro centro de ação.
H. Polland reafirmava a necessidade de o IPES nunca aparecer direta e aberta­
mente c de adotar uma posição de completa inatacabilidade11 durante a sua
campanha política e agir “por trás dos bastidores”. Afinal, ponderava ele, dentro
do IPES havia empresários.’2 Os órgãos que apareciam publicamente ou se res­
ponsabilizariam pelo desenvolvimento da campanha da elite orgânica seriam,
naturalmente, a ADEP, o 1BAD. a ADP, a Promotion S.A. e o SEI, entre as
mais significativas agências civis e civil-militares,14 bem como os conhecidos órgãos
políticos que operavam lado a lado com o IPES, como a Associação dos Diri­
gentes Cristãos de Empresa — ADCE?4 Além disso, a ação do IPES não se
restringiria a organizações de classe e grupos políticos de ação, mas. ao contrário,
alcançaria todo segmento organizado da sociedade. Suas táticas serviriam de
modelo para os acontecimentos de quase dez anos depois no Chile.

Duas modalidades de ação

As táticas da elite orgânica compreendiam desde atividades que objetivavam


efeitos a longo prazo na orientação global das perspectivas sociais, econômicas
e político-militares, até táticas defensivas planejadas objetivando ganhar tempo
suficiente para a ação estratégica política e militar lograr efeito?5 Duas modali­
dades de ação devem ser consideradas: 1) ação ideológica e social; e 2) ação
político-militar.

Ação ideológica e social

As atividades ideológicas e sociais combinadas da elite orgânica consistiam


em doutrinação geral c doutrinação específica, ambas coordenadas com ativida­
des político-ideológicas mais amplas no Congresso, sindicatos, movimento estu­
dantil e clero.
A doutrinação geral visava a apresentar as abordagens da elite orgânica
aos responsáveis por tomadas de decisão políticas e ao público em geral, assim
como causar um impacto ideológico cm públicos selecionados e no aparelho do
Estado. A doutrinação geral através da mídia era realizada pela ação encoberta
e ostensiva, de forma defensiva e defensivo-ofensiva. Constituía-se basicamente
numa medida ncutralizadora. Visava infundir ou fortalecer atitudes e pontos de
vista tradicionais de direita e estimular percepções negativas do bloco popular
nacional-reformista?1
A elite orgânica atacava o comunismo, o socialismo, a oligarquia rural e a
corrupção do populismo. No aspecto positivo, argumentava que a prosperidade

231
do país e a melhoria dos padrões de vida do povo se deviam à iniciativa privada
e não se deviam, cenamente, a métodos socialistas ou ò intervenção do Estado
na economia.17 Por outro lado, a sua abordagem negativa podia ser vista na sua
utilização de uma mcsclagem de técnicas sofisticadas e uma grosseira propa­
ganda anticomunista, constituindo uma pressão ideológica, que explorava o "cn-
curralamento pelo pânico organizado*'.1*
Através da doutrinação específica, a elite orgânica tencionava moldar a cons­
ciência e a organização dos setores dominantes c envolvê-los na ação como uma
'‘classe para si”, enquanto consolidava a liderança política das frações multina­
cionais e associadas dentro da classe dominante. Tomava tal atitude, objetivando
unir o emergente bloco de poder em tomo de um programa especifico dc moder­
nização econômica e conservadorismo sócio-político. Um exemplo extremo de
tais ações foi o Congresso pelas Reformas de Base, realizado em janeiro de 1963.
e a campanha mantida através da mídia, que também tentava desarticular o
tradicional bloco histórico oligárquico-industrial.1’ A doutrinação específica (jun-
lamente com a doutrinação geral) também lidava com a formação política e ideo­
lógica, cooptação e mobilização de ativistas sindicais, lideres camponeses e mili­
tantes rurais, estudantes e líderes militares. Além disso, o objetivo geral da dou­
trinação específica era modelar as várias frações das classes dominantes e dife­
rentes grupos sociais das classes médias em um movimento de opinião com
objetivos a curto prazo amplamente compartilhados, qual seja, a destituição de
João Goulart da presidência e a contenção da mobilização popular.

Doutrinação geral

Os canais de persuasão e as técnicas mais comumcnte empregadas compre­


endiam a divulgação de publicações, palestras, simpósios, conferencias dc perso­
nalidades famosas por meio da imprensa, debates públicos, filmes, peças teatrais,
desenhos animados, entrevistas e propaganda no rádio c na televisão. A elite
orgânica do complexo IPES/IBAD também publicava, diretamenlc ou através
de acordo com várias editoras, uma série extensa de trabalhos, incluindo livros,
panfletos, periódicos, jornais, revistas e folhetos.’* Saturava o rádio e a televisão
com suas mensagens políticas e ideológicas. Os jornais publicavam <etts artigos
e informações Para alcançar essa extensão de atividades variadas, o IPES alistava
um grande número de escritores profissionais, jornalistas, artistas de cinema e
de teatro, relações públicas, peritos da mídia c de publicidade. O complexo IPES/
IBAD também era capaz de articular c canalizar o apoio de algumas das maiores
companhias internacionais de publicidade e propaganda, criando, assim, uma ex­
traordinária equipe para a manipulação da opinião pública. Jornalistas profissio­
nais se integravam no esforço geral como “manipuladores de notícias" e propa­
gandistas. trabalhando sobretudo através das unidades operacionais dos grupos
de Opinião Pública. Estudo e Doutrina e Publicações. Certas empresas financeiras
e industriais ligadas ao complexo IPES/IBAD se incumbiam dos arranjos finan­
ceiros. incluindo-os cm suas folhas de pagamento, propiciando, assim, outra forma
de financiamento indireto da ação da elite orgânica. Escritores, ensaístas, perso-
nolidadcs literárias e outros intelectuais emprestavam o seu prestígio, escrevendo

232
c assinando, eles próprios, artigos produzidos nas "estufas políticas e ideológicas’*
do complexo 1PES/1BAD.2’
O IPES conseguiu estabelecer um sincronizado assalto à opinião pública,
através de seu relacionamento especial com os mais importantes jornais, rádios
e televisões nucionais, como: os Diários Associados (poderosa rede de jornais,
rádio e televisão de Assis Chaleaubriand, por intermédio de Edmundo Monteiro.
>eu diretor gcral e líder do IPES), a Folha de São Puulo (do grupo de Octavio
Frias, associado do IPES), o Estado de S. Paulo e o /ornai da Tarde (do Grupo
Mesquita, ligado ao IPES, que (umbcm possuía a prestigiosa Rádio Eldorado de
São Paulo). Diversos jornalistas influentes c editores de O Estado de S. Paulo
estavam diretamente envolvidos no Grupo de Opinião Pública do IPES Entre
os demais participantes da campanha incluíam-se: |. Dantas, do Diário de No­
ticias, a TV Record e a TV Paulista, ligadas ao IPES através de seu líder Paulo
Burbosa Lcssa, o ativista ipesiano Wilson Figueiredo do /ornai do Brasil, o
Correio do Povo, do Rio Grande do Sul e O Globo, das Organizações Globo
do grupo Roberto Marinho, que também detinha o controle da influente Rádio
Globo, de alcance nacional. Eram também "feitas" em O Globo noticias sem
atribuição de fonte ou indicação de pagamento e reproduzidas como informação
fatual. Dessas noticias, uma que provocou um grande impacto na opinião pública
foi que a União Soviética imporia a instalação de um Gabinete Comunista no
Brasil, exercendo todas as formas de pressões internas e externas para aquele fim/'
Outros jornais do país se puseram a serviço do IPES. Rafael de Almeida
Magalhães, filho do líder ipesiano Dano de Almeida Magalhães, colocou à sua
disposição, para que qualquer artigo saísse não assinado ou em forma de editorial,
a Tribuna da Imprensa, o militante jornal antijoão Goulart e antipopulista do
Rio, que também era de propriedade de Carlos Lacerda e do qual participava o
jornalista Hélio Fernandes.” E em São Paulo, o deputado federal Herbert Lcvy,
empresário e líder udenista ligado ao IPES c cujos filhos eram também ativistas
ipesianos em operações encobertas, lançou as Noticias Populares, jornal militante
que visava competir com a imprensa popular na tentativa de atingir intelectual
e cmocionalmcnte as classes trabalhadoras industriais c a classe média baixa
daquele Estado. O complexo IPES/IBAD também mantinha o controle de alguns
jornais dc menor importância cm todo o país. A prestigiada coluna política “Seção
Livre”, assinada por Pedro Dantas (pseudónimo usado por Prudente dc Morais
Neto), proporcionavu uma análise da conjuntura política c procurava moldar a
opinião pública. Essa coluna saia publicada na seção dc anúncios de O Estado
de S. Paulo e operava dentro da corrente ideológica do IPES. Outro companheiro
de jornada era João de Scantimburgo, do Correio Paulistano (que fora apontado
por Alfrcd Neal. do Committce for Économic Development. cm sua carta a Gilbert
Hubcr |r.. como um dos elementos possíveis para uma operação CED de apoio).*4
Em prol da mesma causa, no Nordeste. Paulo Malta, através de sua coluna “Pe­
riscópio". no influente Diário de Pernambuco, promovia uma série de “denúncias
anticomunistas" c acusações do filocomunismo dc Miguel Arraes.24 Arlindo Pas-
qualini. diretor das Empresas Caldas Júnior (o importante complexo empresarial
do selor de mídia do sul do país), foi procurado por José Luiz Moreira dc Souza
para produzir uma série de artigos atacando Leonel Brizola e sua crescente in­
fluencia popular c comando da estrutura do PTB. O próprio Arlindo (irmão do

233
falecido Alberto Pasqualini. ideólogo do PTB), assim como os políticos do Rio
Grande do Sul. Paulo Brossard e Kos Chcrmont dc Britto. eram considerados
pelo 1PES como candidatos desejáveis para se promover contra Brizola.24 No
Paraná, o complexo IPES IBAD era ativo nessa área por intermédio dc Roberto
Novaes, dos Diários Associados e Diário do Paraná. Ubaldo Siqueira, da Imprensa
Nova c Bacilla Neto, o correspondente paranaense de O Estudo de S. Paulo*
O diplomata dc carreira |osé Settc Câmara emprestava seu nome para colunas
políticas em O Globo* e o líder do IPES, Augusto Frederico Schmidt. empre­
sário. poeta e embaixador, mantinha ativa participação no Grupo de Opinião
Pública do IPES/* Trabalhos produzidos para consumo empresarial e político
eram reescritos em “linguagem de dona-de-casa” por pessoas tão variadas, como
Wilson Figueiredo, editor do Jornal do Brasil e a romancista Raquel dc Quciroz.,,
A escritora Nélida Pinon. que se prestava como secretária do IPES do Rio, aju­
dava também nos esforços de propaganda.
Todos esses jornais também mantinham sua própria e acirrada campanha
editorial, que beneficiada a elite orgânica?1 Tudo isso era ajudado pelo controle
que o complexo IPES IBAD tinha sobre as agências de noticia e canais de in­
formações em todo o país e o seu relacionamento especial com companhias de
publicidade e anunciantes O IPES se certificava de que os editores dos mais
importantes jornais do país dirigissem seus próprios jornais de fato e cm nome,
conforme a linha da elite orgânica.32
Através da Promotion S.A. a elite orgânica alugava as páginas editoriais
de A Noite, um dos jornais vespertinos do Rio. uma manobra inicialmente pro­
posta pelo seu próprio diretor Nelson Nobre.33 O IBAD estava também por trás
da revista Repórter Sindical, dedicada à disseminação de informação ideológica,
bem como à obtenção de dados. O líder do IPES José Rubem Fonseca, roman­
cista engajado em atividades de opinião pública, colocou sucintamente o fato:
“O Instituto publica cm jornais artigos, editoriais e opiniões”.34 O objetivo era
ocupar “o centro dc discussão ideológica e política**.33 O IBAD também publicava,
mcnsalmense. a sua Ação Democrática, com uma circulação de 250.000 exempla­
res. para isso contando com a colaboração de Gabriel Chaves Mello. Eugênio
Gudin. losé Gamdo Turres, Dénio Nogueira, o deputado e líder udenista Aliomar
Baleeiro e outros influentes empresários e políticos; era distribuída gratuitamente
e não continha anúncios.
O Grupo de Opinião Pública da elite orgânica, através do líder ipesiano
Nci Peixoto do Valle. ajudou também a preparar o **Levantamento da Infiltra­
ção Comunista na Imprensa**.34 que circulou amplamente entre empresários, mi­
litares e outros "formuladores** de opinião, como parte de uma campanha que
expunha vários intelectuais e jornalistas como culpados por adotarem pontos de
vista esquerdistas. Esses jornalistas eram acusados dc manipular a opinião pública,
exatamente as atividades nas quais o complexo 1PES/IBAD estava, em verdade,
envolvido.
Para mostrar aos empresários, profissionais e aos membros das Forças Arma­
das a imediata ameaça a que estavam sujeitos, a elite orgânica fez intenso uso
de um quadro que denunciava a “infiltração comunista”, quadro este que obteve
vasta divulgação e pareceu ter causado forte impacto. Preparado pelo Coronel
A. da Fontoura, enquanto o chefe do Estado-maior da 6 a Divisão no Rio Grande
do Sul. tinha o quadro o sentido de dar uma visão panorâmica da ameaça às

234
classes dominantes. Em 1962. a equipe do General Golbery destacou 200 núli-
tares das três Forças, enquanto Glycon de Paiva ofereceu uma lista de 200 polí*
ticos (do Congresso c governadores dc Estado). 200 estudantes. 150 profissio­
nais, 50 jornalistas, 50 empresários. 50 professores universitários e 100 associados
do IPES de São Paulo, todos influentes “íormuladores" de opinião, para receber
e participar vitalmente da disseminação de material ideológico fornecido pela elite
orgânica. Tomou-se a decisão de que o nome do IPES não devena aparecer em
muitas das publicações que fossem distribuídas?7
Uma forma diferente de ação era o apoio e o patrocínio de manifestos, pro­
duzidos por associações e categorias funcionais e profissionais, manifestos estes
que inundavam a imprensa entre 1962 e 1964. Entre eles, deve-se mencionar o
“Manifesto das Classes Produtoras**, por seu impacto emocional, que marcava a
posição política dos empresários brasileiros e a publicação no Rio e em São
Paulo, no início de 1963. de um **Manifesto à Nação**. Assinado por mais de
500 profissionais de prestígio em todo o país, esse Manifesto foi publicado no
lomal do Brasil e Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, e em O Estado de S.
Paulo, pelo Centro Democrático dc Engenheiros, sediado em São Paulo e coorde­
nado pelo IPES.
Deve-se também mencionar o “Manifesto das Enfermeiras às Forças Arma­
das*', de meados de 1963. no qual pediam aos militares que interviessem direta­
mente no processo político contra o governo de João Goulart.** Distinguiram-se
ainda o "Manifesto e Carta de Princípios Democráticos do Paraná’*, de abril de
1963, e o “Manifesto dos Estudantes de Direito da Universidade Mackenzie’*
em maio de 1963,” bem como o manifesto "Para o Brasil, para o seu Progresso
e parn a Felicidade de seu Povo, contra a desordem, a irresponsabilidade e a
demagogia”, um apelo dc página inteira em O Estado de S. Paulo, apresentado
pclns associações empresariais, federações, sindicatos de empregadores e o Lyons
Clube?0
Esses artigos, anúncios e transcrições eram então reproduzidos em outros
jornais dc todo o país, por meio da rede de transmissão à disposição do complexo
1PES/IBAD?1 Uma outra forma de moldar a opinião pública constituía da repro­
dução dc discursos, exposições c pronunciamentos públicos por indivíduos de
destaque, tais como aquele, em Belo Horizonte, do General Punaro Bley do 1BAD,
um ex-integralista, discurso este que induziu Glycon de Paiva a procurar a coope­
ração de Nei Peixoto do Valle para reproduzi-lo em outras cidades e através
dos diversos recursos da mídia.42 Os canais para a disseminação de material ideo­
lógico e político produzido ou reproduzido pelo IPES eram as agências dc notí­
cias, como a Planalto, administrada pelo próprio IPES, que fornecia material a
800 jornais c emissoras de rádio por todo o Brasil com várias remessas semanais
de material noticioso constituído de informação e análise, serviço este inteira­
mente gratuito. Prcstava-sc à mesma função a Asa-Press, pertencente a Fernando
Marrey. cujo diretor, Arlindo Olympio dos Santos, era ligado ao IPES.43
A face política e ideológica encoberta do IPES inundava o país com a pro­
paganda anticomunista da elite orgânica, em forma de livros, folhetos ou pan­
fletos. Como já foi observado anteriormente, em termos de doutrina, ele se viu
expressondo os objetivos c ideais da Aliança para o Progresso?4 Foram inseridos
nos jornais dc domingo cm todo o Brasil?3 mais de um milhão dc cópias da
Cartilha para o Progresso, feita pelo IPES, e que apresentava os pretensos bene-

235
fícios que a Aliança para o Progresso proporcionaria. O folheto da ALPRO íoi
também inserido como um suplemento na Fatos e Fotos, a revista líder do Grupo
Bloch do Rio, amplamcnte consumida pelas classes médias.4* Nossos males c seus
remédios, um ardiloso livreto produzido por “André Gama" (pseudônimo de
um americano, ligado à área financeira que residia cm Petrópolis), teve também
uma publicação de um milhão de cópias.47 Uma outra edição que atingiu também
o montante de um milhão de distribuição foi “O que é o IPES’’, um encarte
que circulou conjuntamente com a promoção da ALPRO. Um material sobre a
Mater et Magisir* também íoi preparado pelo IPES de uma forma acessível ao
grande público.** As publicações que promoviam a Aliança para o Progresso e
m Mater et Ma^istra (profundamente apoiadas na imagem projeluda por J. F.
Kcnnedy e o Papa |oâo XXIII) serviam a dois objetivos: proporcionar à opinião
pública uma mensagem suficientemente ampla para favorecer a “modernização’’
do regime e rcstnta o bastante para indispor o público contra o socialismo, o
uomumsmo c o nacional-reformismo. Permitiam também ao complexo IPES/1BAD
engajar uma série de intelectuais católicos (leigos e clérigos) na discussão c até
nas atividades catalisadas pela elite orgânica c subtraí-los ao campo popular-
reformista
O IPES publicava e financiava, editava, traduzia e distribuía livros, livretos.
revistas c folhetos de produção própria, como também aquelas dc fontes afins.
Atingia, ainda, as massas com a edição dc panfletos, cujo papel c tipo de inferior
qualidade disfarçavam a origem4* “Comprava” grande parte de determinadas
publicações, tomando-as. assim, comercial mente viáveis. Além disso, por meio de
sua poderosa rede de publicação, distribuição c de venda, o IPES subsidiava
uutras publicações tanto financeiramente, quanto através de facilidades de im­
pressão e outros serviços, e agia como um canal para centros de formação de
opinião pública * Opiniões de radicais do PTB, de socialistas, comunistas ou
nacionalistas eram confrontadas com material de propaganda dc variados graus
dc sofisticação, que se estendiam desde as publicações sensacionalistas c vulgares
até a prosa académica “séria”.
Algumas das publicações produzidas pelo complexo IPES/1BAD tinham um
caráter dc propaganda “dciurpadora”, ou seja, eram basicamente fatuais e conti­
nham informação cuidadosamente selecionada à qual adicionava-se uma certa
“torção ’ Ia outros trabalhos eram mentiras declaradas ou ficção. Entre as revistas
subsidiadas c distribuídas para satisfazer a um público rclalivamcnle mais inte­
lectualizado, como parte da campanha que o IPES chamava dc “fertilização
cruzada” ideológica e a criação dc barreiras intelectuais no marxismo, destaca­
vam se os Cadernos Brasileiros,11 Convivium e Síntese, sendo as duas últimas
dirigidas ã hierarquia da Igreja e ã Intelhgenisia católica leiga?2 Produzia e dis­
tribuía também uma série de livretos que atacavam assuntos da atualidade numa
forma acessível ao grande público, embora com um estilo c uma aparência que
acentuavam seu pseudo-academicismo. Temas da Hora Presente e Cadernos Na­
cionalistas eram alguns desses livretos.
Um clássico exemplo de um modo mais vil de guerra psicológica era a
publicação regular dc O Gorila, distribuído dentro das Forças Armadas. Em
utni das edições, depois de apresentarem o que consideravam os dogmas básicos
do marxismo, os autores comentavam que o programa parecia ser bom. No
entanto, tudo nào passaria de uma isca, pois, “Atrás da aparente beleza, estão

236
os assassinatos em massa, a abolição da dignidade, os campos de trabalho for*
çodo, a rejeição de toda a noção de liberdade e fraternidade'*. Caracterizavam,
então, o comunista: “Ele é aparentemente inofensivo ... nunca se trai, sempre
trairá outros. Ele fala de paz e amor fraternal". "Ele será o seu mais querido
amigo, o mais sincero, o mais leal ... até o dia em que ele o assassinará pelas
costas, friamente ... Eles matam frades, violam freiras, destroem igrejas”.** O
General Moacyr Gaya se encarregava dos planos para a distribuição de panfletos
e outros materiais similares produzidos ou divulgados pelo IPES.** Em 1963,
os Grupos de Opinião Pública/Publicações já haviam editado mais de 280.000
livros e imprimido 36.000 boletins mensais. Por essa época, o IPES havia distri*
buído ao todo 2.5OO.OOO unidades impressas11 e diversos milhões de cópias dos
panfletos mencionados acima. Excetuando aquelas consideradas como publicações
legítimas, condizentes com um "Instituto de Pesquisas", não se podia identificar
nenhuma das reedições como sendo patrocinadas pelo IPES.44 Os escritores
que, a título individual, lançavam a imagem daquilo que o complexo IPES/
1BAD considerava a "correta" opinião e o "correto" posicionamento ideológico
e político recebiam o seu apoio, estímulo e projeção. Os seus livros, quando
julgados de maior importância para a formação de opinião pública, de classe ou
institucional, eram "comprados" pelo IPES para assegurar ao editor uma venda
inicial. Esse (oi o caso do seu líder, jurista e empresário. Miguel Reale, cujo
livro, Pluralismo c liberdade, teve sua publicação patrocinada pelo IPES em
1963, através da Editora Saraiva.47
Outros líderes, como Rafael Noschcsc, da Federação das Indústrias de São
Paulo e Paulo Almeida Barbosa, da Associação Comercial de Sáo Paulo e das
American Chambers of Commerce, apoiavam de forma indireta, por intermédio
de suas respectivas instituições, comprando parte da circulação de Iívtos4* c sub­
sidiando as atividades do IPES.
Os princípios ipesianos eram aplicados a casos específicos na forma de sub­
sídios ao Grupo de Ação Parlamentar e ao de Opinião Pública, bem como atra­
vés da elaboração de vinte c três propostas conhecidas como as Reformas de
Base.4* Esses pormenorizados projetos de reforma ultrapassaram aqueles sugeri­
dos na Escola Superior de Guerra, que tem sido tradicionalmente reconhecida
como a fonte intelectual de mudança nacional®* em favor do bloco modemizante-
conservador. O complexo IPES/IBAD fora firmemente arrastado para a batalha
ideológica travada no princípio da década de sessenta. Como foi mencionado ante-
riormente, os Grupos de Estudo e Doutrina preparavam critica sistemática das
propostas de reforma do governo enquanto o Grupo de Ação Parlamentar se
encarregava do bloqueio do Executivo, suprindo a rede ADEP/IBAD ADP de
apoio logístico material e político. A pedido do líder Mello Flores, as unidades de
estudo do Rio examinavam as questões em pauta no Congresso. Ele estabelecia
as prioridades c permanecia cm Brasília durante a discussão dos referidos proje­
tos, coordenando as operações. Assim, os grupes de estudo preparavam emendas
aos projetos e leis do governo nas áreas económicas, sociais e políticas, que se
estendiam desde as propostas de controle de greve até uma das mais importantes
preocupações do IPES, a Lei de Remessa dc Lucros, bem como da lei do Código
Eleitoral até a Legislação das Telecomunicaçôes.,‘ Além disso, os grupos de
estudo se responsabilizavam pela triagem de projetos vindos de fontes diversas
sintetizando os vários subsídios c indivíduos c instituições em um único projeto

237
do IPES” Os grupos de estudo encarregavam-se também das partes legislativas
c processuais dos projetos no Congresso.
Exemplificando tais atividades do grupo, pode-se citar o anteprojeto de lei
sobre o conjectura do Código de Telecomunicações, um dos estudos de alta priori­
dade para o IPES. sob a responsabilidade do General Luiz A. Medeiros, da Rede
Globo. Cabia-lhe preparar o anteprojeto sobre o assunto, sendo também requisi­
tado para elaborar uma declaração preliminar c um esboço da necessária "Ação
dos Bastidores".14 Uma vez pronto, o estudo do General Luiz A. Medeiros seria
burilado pelos grupos de estudo do IPES e o Grupo de Levantamento da Conjun­
tura e o de Ação Parlamentar sincronizariam a ação de apoio.64
Alguns dos mais significativos grupos de estudo eram aqueles referentes b
Remessa de Lucros. Reforma Tributária. Habitação Popular. Reforma Eleitoral.
Inflação. Rcícrma Constitucional. Reforma Agrária e Planejamento, lodos eles
questões políticas polémicas naquela época. O grupo da Remessa dc Lucros com­
preendia |osé Garrido Torres. Mário Henrique Simonsen (coordenador e relator),
Dênio Nogueira, o General Heitor Herrera. Jorge Oscar de Mello Flores. José Luiz
Moreira dc Souza. Gilbert Hubcrt Jr.. Harold C. Polland. Glycon dc Paiva c i
participação ad hoc e anónima de burocratas do governo.60 O projeto c justifica­
tiva das emendas relativas à lei de Remessa de Lucros em discussão no Congresso
naquela época foram preparados, para o IPES, pelo Conselho Econômico da
Confederação Nacional das Indústrias, onde Simonsen cra membro executivo. Tal
operação não onerou o IPES em um centavo, que pagou apenas jettons de presença
a Mário Henrique Simonsen. Hélio Schlitller da Silva e a Dênio Nogueira, que
preparou um substitutivo para tal projeto, apresentado pelo senador Daniel
Krieger*
Quanto à Reforma Tributária e Política Fiscal, o IPES produziu um apro­
fundado estudo, contratado a Mário Henrique Simonsen. Ele elaboraria os seguin­
tes anteprojetos de lei. com suas respectivas justificativas:

a) imposto de renda.
b) imposto de consumo.
c) imposto de selo.
d) laxa única de gasolina e óleos.
e) taxa única de energia elétrica.
f) contribuições de melhoria.

Uma unidade de estudo elaborou lodo esse trabalho e a integravam, entre


outros. Dênio Nogueira e um burocrata do governo, o contador Balduíno. cuja
presença foi mantida anónima.*7
Sobre a Habitação Popular, a unidade de estudo também preparou um ante­
projeto e sua correspondente justificativa parlamentar. Tal anteprojeto foi finan­
ciado e planejado por uma equipe do IBAD. que envolvia a participação de Ivan
Hasslocher.** Logo após concluído, o anteprojeto foi passado ao IPES para o seu
veredicto, seguindo o mesmo processo dc outros casos similares, tal como o
estudo sobre a Reforma Agrária.* A correligionária do governador Carlos Lacerda.
Sandra Cavalcanti, da Hosken Construtora (grande firma de engenharia e cons­
trução. sediada no Rio), serviu dc consultora para essa unidade. No IPES. ela
cra também conferencista Havia outros estudo* produzidos a respeito da Habita­
ção Popular, como "Política Habitacional0, dc fosc Arthur Rios, que eram divul-
gados por intermédio do Grupo de Opinião Pública, contribuindo para o debate
geral.10
O estudo da Reforma Eleitoral contou com a participação de Themístocles
Cavalcanti, jurista e cientista político da Fundação Getúlio Vargas, Dario de
Almeida Magalhães e Paulo dc Assis Ribeiro. Outras pessoas escolhidas como os
juristas Afrânio Carvalho, Alfredo Lomy Filho e Homero Pinho,71 foram convo­
cadas para dar sua orientação competente nos diversos assuntos. Sobre o Código
Eleitoral, convocou-se Oswaldo Trigueiro.72
O IPES pesquisou também o problema da “Democratização do Capital**. Os
poiilion pape rs sobre essa questão eram elaborados conjuntamente com o Grupo
de Integração. Além das razões econômicas para a “democratização do capital",
isto é, colocar açoes de companhias locais no mercado e a capitalização através
dc investidores menores, tal diretriz tinha um claro efeito de propaganda. Ela
realçava os positivos “efeitos sociais" do sistema econômico que permitiam aos
pequenos acionistas ter um interesse na manutenção desse sistema; os trabalha­
dores e empregados poderiam ser co-propríetários das suas empresas.72 A equipe,
formada com a finalidade dc supervisionar a pesquisa a ser conduzida em empre­
sas privadas e cujas descobertas serviriam de diretrizes para a preparação de nor­
mas voltadas à democratização do capital cm interesses privados, compreendia
Paulo dc Assis Ribeiro. Alberto Venãncio Filho c juan Missirlian.
Com respeito â Inflação e suas causas, Dênio Nogueira trabalhava com a •
cooperação do congressista da ADEP, Raymundo Padilha, entre outros.
Quanto ao Planejamento, o IPES se mostrava particularmente empenhado,
já que era um item de preocupação maior da elite orgânica, exatamente como
fora com a Remessa dc Lucros. Quando Celso Furtado lançou o seu Plano Trienal,
um “grupo técnico" do IPES preparou um número de estudos críticos, tanto para
informação quanto para a ação política. Algumas das análises, como as de Dênio
Nogueira, eram transformadas em position papers para serem publicadas no bole­
tim mensal do IPES; outras, como os estudos de julian Chacel. Mário Henrique
Simonsen e Paulo de Assis Ribeiro, eram usadas como diretrizes para a ação
política e ideológica do IPES, especialmente no Congresso.
Dênio Nogueira c William Embry se encarregavam da produção de uma tese
sobre a Lei Anti-Trust. Antes de sua apresentação, Mello Flores utilizou a sua
mensagem básica para a sua ação no Senado em 1965. Foi preparada como um
anteprojeto de lei. com correspondente justificativa parlamentar.’4
Sobre a Participação de Empregados nos lucros dc Empresas, conjecturou se
um projeto de lei e confiou-se o trabalho básico a Paulo Novais, da Pontifícia
Universidade Católica do Rio.73
A elaboração da Reforma Judiciária envolveu Celestino Basílio, Carlos de
Assis Ribeiro, Homero Pinho. Miguel Seabra Fagundes e outros. Paulo de Assis
Ribeiro preparou o trabalho.7* Um estudo sobre a Reforma do Legislativo e da
Administração Pública também foi efetuado c, para a sua produção, o IPES rece­
beu intenso apoio.77
A respeito da Reforma Constitucional, através dc Paulo de Assis Ribeiro e
seu grupo de estudo, o IPES tinha o seguinte a declarar no início dc 1962: “O
IPES julga seu dever contribuir para o estudo e debate que devem preceder à
opresenlação de modificações na Magna Carta" (síc). Dentre os vários aspectos
que chamariam a atenção dos legisladores estaria o de *'segurança nacional", con-

239
ceito que. na visão do IPES. não pode riu ser restrito as esferas de defesa militar
do pais Em sua opinião, “o fenômeno generalizado da lotali/açào de guerra e o
reconhecimento da indispensabilidade de uma estratégia integrada para a guerra
e para a paz exigiam uma verdadeira política de segurança nacional** Essa política
acarretava *’a concepção c realização de ações apropriadamente coordenadas nos
campos políticos, econômicos, psicossociais e. sem dúvida alguma, nos militares.
Assim, o conceito de segurança nacional* não c da exclusiva responsabilidade
Jos militares. Todos os órgãos da administração pública são. portanto, conclama­
dos j colaborar no respectivo planejamento" (da segurança nacional).’’* |osé Carlos
de Assis Ribeiro desenvolveu um eMudo sobre a Reforma Constitucional, que
compreendia a reformulação de pontos “obsoletos" e ‘ desajustados*’. Esse tr.nba-
lho uvcniuana mudanças indispensáveis cm áreas delicadas, como planejamento, o
direito de greve ao> trabalhadores, a mobilização política e o aumento de poderes
para o Executivo e o governo federal. E interessante ressaltar que a noção de
segurança nacional exposta pela ESG é incorporada aqui, pelo IPES. como sua
proposta para a reforma da Constituição. Tal noção passou a ter peso, não apenas
com respeito a assuntos militares, mas também aos civis, tanto na paz quanto na
guerra.
Quanto â Reforma Bancana. o IPES encontrava algumas dificuldades dentro
de suas próprias fileiras Ate meados de 1962. os estudos do IPES eram produ­
zidos. segundo Cândido Gumle de Paula Machado, ‘■independentemente de inte
resses pessoais ou de grupos *. Entretanto, em relação à Reforma Bancária. Gilben
Hubcr |r teve dc relatar ao Comité Executivo do Rio que ela estava em anda­
mento não pelo IPES de São Paulo, mas pelos próprios banqueiros que. conforme
ül)vun dc Pana, consideravam a qucsião dc ia! importância, "que eles queriam
estar presentes c defender seus interesso”. Apesar da força dos banqueiros. Gly-
con dc Paiva julgava que o IPES nâo deveria interromper o trabalho a ser feito
e Gilbcrt Hubcr |r opinava que. ao surgir uma divergência de opiniões, o posi­
cionamento do IPES sena aquele de “não temer os banqueiros**.7*1 De qualquer
forma, a maioria dos grande* banqueiros fazia parte do IPES. O que a liderança
ipcsiana queria evitar era que interesses restritos de setores e facções prevaleces­
sem sobre as diretrizes classistas do Instituto, como parecia a intenção dos banquei­
ros dc São Paulo. Prevaleceram as opiniões do Instituto. Por volta de março dc
1963. o IPES havia submetido vinte c quatro projetos dc lei através de seu Grupo
dc Ação Parlamentar c dos deputados da ADP que ele patrocinava e controlava?’
Um objetivo importante, dentro dos limites dc luta ideológica do começo
da década de sessenta, era esvaziar o “valor reformista” das propostas de Governo,
do irabalhismo c da esquerda e dissociar os empresários modcrnizante-conserva-
dores do sistema político oligárquico Discernia-se claramcnte tal estratégia na
manobra da elite orgânica de minar a base dc poder da direita tradicional, centra­
do nos interesses oligárquicos agrários” e achar uma forma dc lidar com o cam­
pesinato mobilizado, que começara a insurgir-se contra a estrutura populista e
mais importante talvez, cuja luta passava a exercer uma forte atração emocional
nas classes médias. Nesse esforço, o IBAD constituía a primeira linha de combate
da elite orgânica empresarial. Ele se lançava no cerne da confrontação, adequando
e encampando símbolos, temas c linguagem que. na época, eram bandeiras de luta
dos forças popular reformistas, disputando o “centro ideológico”, na tentativa de
representar um grande projeto social dc classe media

240
Através do seu jornal Ação Democrática, o IBAD irisava que a sua Reforma
Agrária não tinha, de modo algum, a intenção de servir aos objetivos dos comu­
nistas. nem de manter o injusto e imoral estado de coisas sustentado pelos gran­
des "latifundiários”.^ Para o intelectual do complexo 1PES/IBAD José Arthur
Rios, era o "dever do democrata combater a frente única formada pelos reacio­
nários e os comunistas" contra o que ele chamava de "verdadeira Reforma Agrá-
m".M O IBAD organizava as classes dominantes em tomo do problema, estudava
o assunto e publicava material impresso propondo uma modernização agrária
orientada por padrões de eficiência capitalista, onde a indústria e a agroindústria
seriam integradas e que tentaria anular as demandas populistas e socialistas. Em
abril de 1961, ele realizou o seu Simpósio sobre a Reforma Agrária, que deu
origem a um livro amplamente divulgado e bem impresso: Recomendações sobre
a reforma agrária.
Participaram do Simpósio trinta e quatro indivíduos: Álvaro Ribeiro. Bertha
Koffman Becker, Celestino Sá Freire Basílio, Charles Hogenboom. D Almeida
Guerra Filho. Dênio Nogueira. Dirceu Lino de .Matos. Edgard Teixeira Leite. Ed­
son Cesar de Carvalho. Estanislau Fischlowitz, Everaldo Macedo de Oliveira. Pa­
dre Fernando Bastos D*Ávila. o General Frederico Augusto Rondon. Gladstone
Chaves de Mello, Gustavo Corção, Hilgard OReilly Stemberg. Ivan Hasslocher.
Jairo de Moura. Jan Litjens. João Camilo de Oliveira Torres. José Arthur Rios.
José Augusto Bezerra de Medeiros. José Bonifácio Coutinho Nogueira. José Carlos
Barbosa Moreira. José Gomes da Silva, losé Irineu Cabral. José Vicente Freitas
Marcondes, o General Juarez Távora. Marcelo Lavener Machado. Mildades Sá
Freire, Moysés Rosenthal, Odegar Franco Vieira. Thomas Lynn Smith e Wanderbilt
Duarte de Barros. A coordenação gera! dos debates estava nas mãos de Dênio
Nogueira. Ivan Hasslocher. Gustavo Corção. Hilgard O’Reilly Stemberg e Glads­
tone Chaves de Mello. O General Juarez Távora presidiu o simpósio.*4 Os par­
ticipantes eram, na maior parte, uma coleção de ibadianos. advogados e tecno-em-
presários especializados cm questões agrárias e relações trabalhistas c intelectuais
dc centro direita. Eles concordavam com a transformação da economia rural, man­
tendo um curso médio dc modernização que incluía a quebra do controle oligár-
quico da terra, o aumento da produtividade, a racionalização da produção, a
mecanização c a transformação de relações de trabalho.
Como os acontecimentos políticos se desenvolviam no meio rural onde o
campesinato se organizava ern números crescentes e como a luta ideológica nas
cidades atingia novos níveis de veemência, o IPES foi forçado a encarar o pro­
blema da reforma agrária de uma forma bastante diferente da que fizera ante­
riormente. Tal problema teria de sair do "terreno demagógico" de debate. O
IPES seria compelido a colocá-lo em termos por ele considerados "rigorosamente
científicos”."4 A questão da reforma agrária quase provocou uma grande crise
entre as seções do IPES do Rio c do IPES dc São Paulo, já que o projeto almejado
pela liderança política do Rio satisfaria os agroindustriais e. no entanto, parecia
drástico demais para os interesses dos paulistas proprietários de terras que faziam
parte do IPES. O protótipo do programa do IPES sobre a Reforma Agrária ba-
seou-sc nas conclusões do simpósio organizado pelo IBAD, do qual um projeto
e justificativas para o Congresso foram prepurudos por José Arthur Rios e Edgard
Teixeira Leite. O IBAD financiou o trabalho dos tecno-cmpresários e empresários
envolvidos na elaboração do programa. Devido a medidas operacionais acertadas

24]
entre o IPES e o IBAD. o programa teria de ser discutido pelas unidades de
estudo do IPES. que se compunham de tecnoempresários e empresários* O IBAD
foi oíicialmente representado no comitê conjunto encarregado dc ajustar as pro­
postas por kan Ha&slocher. losé Arthur Rios e Demo Nogueira e contou com a
participação de outros membros, quando as circunstâncias o ditaram.
Seguindo a sugestão de Wanderbilt Duarte de Barros. concordou-se que nem
o IPES. nem o IBAD se manifestaria publicamente como patrocinador ou defen­
sor do projeto no Parlamento ou atras és da imprensa. O projeto teria de tramitar
sigilosamcnte.*7 O plano geral do complexo IPES IBAD cra produzir primeiro
um projeto que seria pane substancial do trabalho, contendo princípios c normas
que serviriam para definir a posição do IPES em relação à Reforma Agrária. Em
segundo lugar, ele elaboraria um trabalho paralelo visando a “preparar" a opinião
pública para receber as idéias contidas no projeto, sem nenhuma referência às
suas origens no complexo IPES IBAD Para Julian Chacel. tudo envolveria uma
visão dinâmica do setor agrário, cuja idéia essencial seria a dc que os beneficiários
do acesso à propriedade rural a ser criada pela Reforma deveriam ser indivíduos
dotados dc capacidade empresarial e que deveria haver uma necessária interde­
pendência entre os setores rurais e o setor industrial, em decorrência da qual as
indústrias passariam a investir e operar no campo*
O grupo inicial de escudos sobre a Reforma Agrária compreendia Harold
Cecil Polland. Cândido Guinle de Paula Machado. Antônio Carlos do Amaral
Osório. Julian Chacel. Paulo de Assis Ribeiro. José Garrido Torres, |osé Rubem
Fonseca, Luís Carlos Mancini. Ivan Hasslochcr. José Arthur Rios. Denio Noguei­
ra, Wanderbilt Duarte de Barros. Fernando Mbielli de Carvalho. J. Irineu Cabral
e Edgard Teixeira Leite, uma equipe mista de empresários e tecno-empresários.M
Bromslau Ostoja Roguski. como membro da Confederação Rural Brasileira e do
Conselho de Reforma Agrária do Paraná, era uma presença ad hoc às reuniões
(Vide Apêndice M). O projeto foi laboriosamente desenvolvido a um custo de
pelo menos 50 000 dólares.* A unidade dc estudo teve trinta c duas reuniões
cm um período de seis meses, de maio a novembro dc 1962.** com Julian Chacel.
J. Irineu Cabral. Dênio Nogueira. Paulo de Assis Ribeiro. Luís Carlos Mancini.
losé Garrido Torres e Wanderbilt Duarte de Barros. compondo a unidade central
de trabalho. Significativamente, a última reunião foi no próprio escritório do
IBAD no Rio. com José Arthur Rios. Ivan Hasslochcr e Edgard Teixeira Leite.
Com eles Paulo dc Assis Ribeiro discutiu o reexame do anteprojeto dc lei sobre
a Reforma Agrária, preparado pelo Grupo de Estudo do IPES e os quatro elabo­
raram os últimos detalhes, em vista de sua futura apresentação no Congresso, o
que envolvia a sincronização de apoio necessário da Ação Democrática Parla­
mentar. patrocinada pelo complexo IPES/IBAD*
O segundo trabalho produzido pela unidade de estudo foi entregue ao Grupo
de Opinião Pública para ser transformado cm material apropriado para propa­
ganda e ação pública, sem envolver o nome do IPES ou do IBAD *
A publicação das recomendações dos vários poútion papers como "traba
lhos sérios" fazia se também necessária para legitimar argumentos dc um ponto
de vista “tecno-cicntífico". Foi feita cm forma dc livro c como apostilas pseudo-
acadêmicas e livretos. Do estudo básico produzido pelo Grupo dc Estudo, fize­
ram-se vários position paperi e artigos para disseminação através da mídia, canais
acadêmicos e por parlamentares*

242
Apesar de todos os seus esforços e a dedicação com a qual se lançou ao
caloroso debote, o IPES não logrou êxito em impedir João Goulart de passar o seu
Decreto dâ Reformo Agrária e de estabelecer a Superintendência para a Reforma
Agrária — SUPRA, o órgão encarregado de desenvolver a diretriz política do
Executivo. Com tal manobra, o governo de João Goulart reforçaria o apoio que
ele tinha da classe camponesa e dos setores nacional-reformistas da opinião públi­
ca. Ademais, as atividades da SUPRA levariam os mais recalcitrantes elementos
da oligarquia rural a apoiarem a sempre ampliada frente de forças sociais anti-
populistas e antipopulares.
O Primeiro Congresso Brasileiro para a definição de Reformas de Base** foi
o forum individual mais elaborado para a apresentação de demandas empresariais,
visando uma modernização conservadora, assim como para a expressão pública
da sua oposição às reformas de cunho trabalhista, ambas afirmadas como um
projeto nacional para o Brasil. O Congresso para as Reformas de Base realizou*se
na Faculdade de Direito de São Paulo, em janeiro de 1963, em uma atmosfera
carregada cm termos emocionais, com um público estimado em vinte e duas mil
pessoas, durante sete dias de sessões. Presidido pelo General Edmundo Macedo
Soares da ADEP, o Congresso constituiu o forum no qual um abrangente conjunto
de recomendações de diretrizes, estudos aprofundados e posiiion papers foram
apresentados, publicamente definindo a orientação da elite orgânica em relaçao às
reformas institucionais e estruturais. Com a aura de formulação tecnocrática de
diretrizes políticas, o Congresso propiciou a base lógica para a intervenção empre­
sarial direta e pública na política brasileira, um verdadeiro programa de governo
em potencial. Embora ostensivamente promovido por dois jornais do país, o
Correio da Manhã (do Rio dc Janeiro) e a Folha de São Paulo, o Congresso das
Reformas dc Base representou um esforço conjunto dos Grupos de Estudo e
Doutrina do IPES dè São Paulo e IPES do Rio, sincronizados com o apoio de
organizações subsidiárias, grupos e indivíduos aliados. Garrido Torres. Dênio
Nogueira e Paulo de Assis Ribeiro deslacaram-se como figuras vitais na elabora­
ção dos projetos, a qual envolveu trezentos participantes e a discussão de mais
de cinqücnta tópicos, bem como a apresentação de oitenta propostas de diretrizes
políticas.*1 2O* * Grupo
* de Estudo e Doutrina preparou uma linha de ação básica
que serviria para orientar os ipesianos presentes ao Congresso. A linha geral seria
aquela incluída nos documentos já publicados.*7 As recomendações de diretrizes
políticas eram liberadas regularmente através de publicações periódicas, entre
outras, no lornal do Brasil, na forma de Declarações Síntese.** Responsáveis por
essa operação, Paulo de Assis Ribeiro e Dênio Nogueira revisavam os position
papers e os colocavam em dia.** O influente senador Mem de Sá dava orientação
quanto à forma de publicação dos vinte e três Documentos Síntese que surgiam
como conclusões do Congresso para a Reforma dc Base.1**
As propostas dc diretrizes políticas do Congresso cobriam três das principais
áreas de interesse, n saber:

1) ordem política, que compreendia as Reformas Eleitoral, Legislativa, Ad­


ministrativa, do Eslruturu Política, do Judiciário e da Política Exterior;
2) ordem social, compreendendo n Reforma Agrária, a da Legislação Traba­
lhista, da Participação dos Lucros das Empresas, da Distribuição de Renda, da
Política do Bem-Estar c Previdência Social, da Educação, a Habitacional, a Sani­
tária c de Saúde Pública;

243
3) ordem econômica, que incluía as Reformas Monetária c Bancária, Tri­
butária. Orçamentária, da Legislação Anli-Trusi, da Política de Comércio Exterior,
de Serviços de Utilidade Pública, da Política do Uso de Recursos Naturais, como
também a Reforma da Empresa Privada.101

Entre as equipes de discussão, coordenadores e aqueles responsáveis pela


exposição de teses apresentadas nas seções de plenário, distinguiam-se Wanderbilt
Duarte de Barros. Luiz Toledo Pizza Sobrinho. Manuel dos Reis Araújo e o
General Frederico Rondon (Planejamento Regional e Nacional — Medidas Agrá­
rias). Themístocles Cavalcanti (Legislação Trabalhista). Valentim Bouças1*2 (Plano
Quinquenal contra a Inflação). Fuad Buchain. Olympio Guilherme. Alírio de
Salles, Luiz Cabral de Menezes. Manoel Linhares de Lacerda,103 Décio Toledo
Leite. A. F Cesanno lúnicr e Maurício de Carvalho (Treinamento Profissional),
Jorge Oscar de Mello Flores (Estatização dos Seguros no Brasil), Rafael Noschcse
(Participação dos Empregados nos Lucros das Empresas). Joaquim Ferreira Mangia
(Defesa Permanente dos Preços de Produtos de Exportação). J. H. Mcircllcs Tei­
xeira (Reformas Constitucional. Partidária e Eleitoral). Pedro Brando (Marinha
Mercante c Construção Naval). António Pereira Magaldi (Reformas Sindical e
Salarial). Rubens Gomes de Souza (Reforma Tributária), José Costa Boucinhas
(Regulamento de Investimentos e Sociedades Financeiras). Rubens Rodrigues dos
Santus (Organização do Tráfego Costeiro c Frota Mercante de Alto-Mar), Marcelo
Damy de Souza Santos «Programa para a Produção de Energia Atômica). J. V.
Freitas Marcondes (Reforma Agrária). Dorival Teixeira Vieira (Inflação Brasileira
e seu Controle). Padre Felipe Nery Moschini (Reforma Agrária), loaquim Peixoto
Rocha (Reforma Bancária). Rui de Azevedo Sodré (Participação dos Empregados
nos Lucros das Empresas), A. F. Cesarino Júnior (A Participação nos Lucros
dentro dc um Programa de Reformas Básicas). Otto Gil (Reformas Básicas em
Assuntos Tributários). Renato Costa Lima e Walter J. Santos (Auto-Suficiência
dc Alimentos). Pela abrangência e qualidade das teses apresentadas, mostrava-se
claramcnte que a elite orgânica empresarial desenvolvia não só uma campanha
estruturada para alcançar o poder, mas também um programa de Governo. Ela
visava a reforma do Estado c havia preparado um coerente conjunto de diretrizes
alternativas para as propostas do Executivo Nacional-reformista. Na encruzilhada
histórica de 1963. a elite orgânica centrada no complexo IPES,'1BAD constituía
a única força social entre as classes dominantes que possuía um projeto e um
modelo coerentes e coesos para o país. Em abril de 1964, tinha também o meio
político, técnico c militar de realízá-fo. Depois dc 1964, o cerne das propostas do
Congresso para as Reformas dc Base preparadas nos grupos dc estudo do com­
plexo IPES/IBAD, foi adotado como as diretrizes para inúmeras reformas admi­
nistrativas, constitucionais e sócio-económicas, implementadas pelo novo governo
militar.

Guerra psicológica através do rádio e televisão: A elite orgânica, por meio dc seu
Grupo de Opinião Pública e o Grupo dc Doutrina c Estudo dc São Paulo, mostra­
va-se bem dinâmica no Rádio e Televisão, onde a máxima cobertura cro dada a
seus militantes, bem como apoio às suas atividades e idéias. Através da mídia
audiovisual organizava um extraordinário bombardeio ideológico e político contra
o Executivo. Procurava também moldar opiniões dentro das Forças Armadas,
infundindo o senso de iminente destruição da “hierarquia, instituições c da na-

244
çio"1* e estimulando uma reação quase histérica das classes médias que, por
sua vez, fortaleciam a racionalização militar para a intervenção. Finalmente, visa­
va a contrabalançar a sua própria mensagem social, econômica e política com o
impacto da ideologia nacional-reformista do governo dentro das classes trabalha­
doras. Nessas atividades o IPES procurava manter-se afastado da notonedade,
deixando para o IBAD e a ADEP/Promotion S.A. um papel relativamente
público.
A elite orgânica montou, de fato, uma eficiente e poderosa rede de relações
públicas e perícia profissional nos campos da comunicação e propaganda.1*1 O
IPES fez amplo uso da televisão em sua campanha contra o governo, a esquerda
e o trabolhismo, apresentando programas semanais na maioria dos canais a nível
regional e nacional.
A medida que se aproximavam as eleições de outubro de 1962 para o legis­
lativo, tornavam-se elas uma preocupação central para a elite orgânica do com­
plexo IPES/IBAD. que desenvolvia planos para influenciar a opinião pública.
Esforços foram concentrados através da mídia audiovisual de forma jamais vista
no Brasil até então.
Visando a modelar a opinião pública a seu favor até as eleições, o IPES
produziu quinze programus de televisão para trés canais diferentes, o que lhe
custou 10 milhões dc cruzeiros. Gilbert Huber Jr. se incumbiu de levantar os
fundos, embora insistisse que sem transmissões de "assuntos políticos" ficaria
impossibilitado de motivar os possíveis patrocinadores. O General Colbery retru­
cava que nas atuais circunstâncias não havia assunto relevante que não fosse
político. A ‘'premência" da situação política teria dc ser levada aos futuros con­
tribuintes por meio de uma bem organizada campanha dos Grupos de Opinião
Pública e Integração.
José Luiz Moreira dc Souza propôs entrevistas a serem realizadas por jorna­
listas selecionados de Recife, Paraná. Rio, São Paulo e outros centros-chave e
cobrir os quatro cantos do país com as mensagens políticas de orientação ipesiana.
Os entrevistados teriam de ser pessoas escolhidas de renome nacional. Os jorna­
listas então submeteriam um questionário fornecido pelo IPES sobre problemas,
como o "Custo de Vida", a "Aliança para o Progresso”, "Educação” e "O que
você pensa sobre uma posição de centro?", cujas respostas, em linhas gerais, eram
preparadas com antecedência. O senador Mem de Sá e outras quatorze figuras
públicas foram escolhidas para participar. Os jornalistas vinculados ao IPES
também procurariam engajar os jornais a que eram ligados, a fim de propiciarem
a cobertura dos eventos e a necessária ressonância.1* Compunham a reserva dc
oradores com a qual o IPES esperava contar para essa operação: Carlos Lacerda,
Carvalho Pinto (o então governador de São Paulo), o General Juracy Magalhães
(governador da Bahia), Mem de Sá, Egydio Michaelscn (candidato ao governo do
Rio Grande do Sul), Daniel Faraco (Deputado pelo Rio Grande do Sul). Loureiro
da Silva (prefeito de Porto Alegre), Lopo Coelho (presidente da Assembléia Legis­
lativa da Guanabara), Raul Pilla (Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul),
Milton Campos (Senador por Minas Gerais), Gilberto Froyre (historiador e dire­
tor do Instituto Joaquim Nabuco, de Pernambuco). Raquel de Queiroz (escritora).
Guilherme Borghoff (presidente dn COPF.G), Lclio Toledo Pizza (empresário de
São Paulo), Miguel Vila (empresário-FraiclIi Vila, do Bahia), Ociavio Marcondes
Ferraz (empresário dc São Paulo). Clemente Mariani (banqueiro da Bahia e Minis-

245
iro do governo de Jânio Quadros), o Deputado João Mendes (líder da ADP).
Ernesto Leme (Reitor da Universidade de São Paulo). Dom Hclder Câmara (Bis*
po do Rio de Janeiro). Dom Vicente Schercr (Arcebispo de Porto Alegre). Dom
Fernando Gomes do» Santos (Arcebispo de Goiás). Dom José Távora (Bispo
de Aracaju), o Padre D’Avila (vice-reitor da Pontifícia Universidade Católica).
João Camilo de Oliveira Torres (escritor e historiador). Fernando Sabino (escri­
tor). Hélio Beltrão (tecno-em presa rio do Rio de Janeiro). Álvaro Americano (em­
presário do Rio de Janeiro). Octávio Gouveia de Bulhões (tecnocmprcsário do
Rio de laneiro). Edgard Teixeira Leite (vice-presidente do Conselho Nacional para
a Reforma Agrária). Júlio de Mesquita Filho (proprietário de O Euado de São
Paulo). Frederico Hellcr (da Comuhec). Rubem Berta (presidente da Varig).
Ravmundo Padilha iDeputado Federal — ADP). Flexa Ribeiro (UDN). Sérgio
\farinho (Senador), Miguel Reale (Jurista e Empresário). Aluísio Alves (gover­
nador do Rio Grande do Norte). Euclidcs Aranha (empresário). Conceição Neves
(Deputada Estadual dc São Paulo). Fernando Ferrari (líder do Movimento Tra­
balhista Renovador, uma facção direitista do PTB) e Edgard Santos (Reitor da
Universidade da Bahia). Depois de uma avaliação tática do conjunto dos nomes,
uma lista reduzida foi entregue a Glycon de Paiva, em uma reunião do Comitê
Executivo do Rio. Incluíam-se nela Lacerda. Carvalho Pinto. Aluísio Alves. Jura-
cy Magalhães, Man de Sá. Milton Campos. Daniel Faraco. Lopo Coelho. Raquel
de Queiroz. Lclio Toledo Pizza. Eudides Aranha. Luís Carlos Mancini. |oão
Mendes. Dom Vicente Scherer. Hélio Beltrão. Álvaro Americano. Octávio Gou­
veia de Bulhões. Rubem Berta. Ravmundo Padilha, Miguel Reale c J. Marinho
Os programas, conforme o General Colbery. teriam que seguir uma linha mista
"tendo um denominador comum — a democracia”.107 que cra entendida como uma
ampla plataforma capitalista oposta a João Goulart, ao posicionamento populista
e ao da esquerda.
Em julho de 1962, já havia um esquema montado para o que se denominou
o Encontro dc Democratas com a Nação. Ele relatava seus objetivos fundamen­
tais como sendo aqueles de fortalecer o que o IPES chamava de “Convicções
Democráticas do Povo”, principalmente em relação às já próximas eleições para o
legislativo em outubro de 1962. para dar força à voz dos “moderados” em meio
ao confronto entre extremas direita e esquerda, orientando a escolha eleitoral
“no sentido de conter o contínuo processo de crescente radicalização da vida polí­
tica brasileira". Alguns dos temas a serem tratados eram:

a) que se poderiam resolver todos os atuais problemas do país dentro de


um marco democrático;
b) que a radicalização do processo político interessava apenas a elementos
aventureiros, irresponsáveis ou antidemocráticos a "serviço de ideologias alheias
ao sentimento cristão do nosso povo”, bem como
c) a permanência de um regime de iniciativa privada e livre empresa como a
condição sine que non para a solução dos problemas que afetavam o país.

Decidiu-se por quatorze sessões semanais, de trinta minutos cada, através da


rede nacional dc televisão. Os programas receberiam ampla cobertura do radio
e da imprensa. Entrevistas seriam feitas com elementos dos mais diversos seg­
mentos da sociedade, “todos com aceitação previa dos fundamentais objetivos do
programa e total acordo com as ideias gerais mencionadas acima”. Escolher-se-

246
iom jornalistas dos várias regiões do país. Em cada sessão haveria um debate
em linguogem acessível ao grande público e sem detalhes técnicos que pudessem
obscurecer a mensagem política; o debate versaria sobre dois ou mais dos prin-
cipais problemas já em discussão através da campanha orientada pelo Grupo
de Opinião Pública. Incluíam-sc entre esses temas: a Reforma Agrária. Desenvol­
vimento c Inflação. Reforma Tributária, Participação dos Empregados nas Em­
presas, a Aliança para o Progresso. Capital Estrangeiro, Papel da Universidade na
Vida Nacional. Planejamento do Estado versus Livre Iniciativa, Democracia e
Comunismo. Parlamentarismo versus Presidencialismo. Reforma Eleitoral e Sin-
dicalização Rural e Urbana.101
A elite orgânica mantinha uma série de programas políticos em São Paulo,
que contava com a participação de figuras proeminentes nacionais e regionais
para expressar suas opiniões sobre os acontecimentos da época. Esses programas
foram especialmente intensificados nos críticos meses das eleições e pós-eleiçôes,
isto é. outubro e novembro de 1962. Alguns de seus participantes eram: Jamil
Munhoz Bailão (sobre Democratização do Capital e Reformas Básicas). Padre
Godinho. deputado da UDN, Carmen Prudente, diversos líderes da Ordem dos
Advogados, José Rotta, pelego de sindicato. Francisco Campos, jurista e mentor
do Estado Novo (sobre um Panorama da Situação Brasileira). Pedro Alcixo. depu­
tado da UDN (sobre as Eleições de outubro e A Crise de Autoridade), o Senador
Mem de Sá (sobre Remessa de Lucros. Inflação e Custo de Vida). João Mendes
(sobre Resistência às Pressões Demagógicas). Padre D’Ávila (sobre “Solidarismo
Cristão" — doutrina de solidariedade social cristã, da qual era ideólogo — e
também sobre Ordem Social), o General Juracy Magalhães (sobre os Problemas
Políticos do Nordeste), Milton Campos (Parlamentarismo). W. Menezes (sobre
Problemas do Trabalhador). Alberto Befanye (sobre Soluções para os Problemas
dos Trabalhadores dentro do sistema capitalista). Raquel de Queiroz (sobre “Fal­
so Nacionalismo"). Sandra Cavalcanti (sobre o Eleitorado da Guanabara e Dema­
gogia) e Leda Collor de Mello (Cooperação da Empresa Privada na Previdência
Social). Os Grupos de Estudo e Doutrina do 1PES preparavam a linha de argu­
mentação.109 Outra série de programas, na TV Cultura, despertava interesse espe­
cial. onde personalidades dos mais diversos setores da sociedade, cujas opiniões
‘harmonizavam-se aos objetivos do IPES", eram entrevistadas sobre assuntos de
interesses populares e das classes médias, assim como assuntos da atualidade.
Segundo Flávio Galvúo. a liderança do IPES de São Paulo pretendia trazer perio­
dicamente a esses programas figuras públicas do Rio e de Sào Paulo. Visando a
elaborar a argumentação, o Grupo de Doutrina e Estudo esquematizava uma
lista de temas. Entre as personalidades do Rio destacavam-se: o General Golbery
do Couto c Silva ("Nacionalismo Democrático”), Luiz Carlos Mancini (Progresso
Econômico e Justiça Social), o General Jurandir Bizarria Mamede (sobre as For­
ças Armadas e Democracia). José Garrido Torres (sobre a Livre Iniciativa) e
Raymundo Padilha (sobre investigação Parlamentar na União Nacional dos Es­
tudantes).1,0 Foi também levado em consideração o General Lyra.111
Juntamente com o IBAD, o IPES patrocinava também várias outras séries
de transmissões na televisão, tais como “Frente a Frente" e apresentações indi­
viduais de questões polêmicos, entre elos "Que Penso Você sobre a Reforma
Agrário?", no TV Cultura, a ovoliação de Carvalho Pinto pelo rádio e televisão
do situação política,119 o Reforma da Constituição e a Defesa da Democracia, por
Herbcrt Levy. na TV Tupi,113 a discussão dos Problemas Nacionais, por João
Calmon. na TV Cultura, o importantíssimo apelo e discurso público do Almirante
Sílvio Heck, através da TV 4 de São Paulo, lançando a Frente Patriótica Civil
Militar’11 c o discurso de Mem de Sá depois da realização do Congresso dc Refor­
mas de Base.”3
O IBAD mostrava-se muito alho no sul do País, espccialmcntc por meio
da TV Paraná, onde ele mantinha dois programas políticos-chave.”* A elite orgâ­
nica, principalmente por intermédio do IPES, conferia ajuda, patrocinava e coor­
denava uma maciça campanha na televisão em prol da Aliança para o Progresso,
coordenada com suplementos de jornal e distribuição de panfletos. Patrocinava,
lambem, o programa de Gilson Amado. "TV Escola”,117 e a série "Capitães do
Progresso”, trinta semanas de programas cm Belo Horizonte, São Paulo, Recife,
Salvador c Brasília.”*
A rede de propaganda geral e doutrinação do IPES se incumbia dc fazer
circular c retransmitir por todo o país material para televisão que se produzia no
Rio c em São Paulo, fazendo um bom uso das linhas aéreas, estações dc televisão
e outras agências amigas.”* Objetivando coordenar atividades de análise da con­
juntura e manter uma presença constante junto à opinião pública sobre os assun­
tos da atualidade, o IPES montou um ”bureau de oradores". No Rio. essa ação
era liderada por Harold Polland, Nei Peixoto do Valle, Oswaldo Tavares e Rui
Gomes de Almeida, enquanto que, em São Paulo, Flávio Galvão dirigia tais
operações.13®
Dc julho a setembro de 1962, antes das eleições de outubro para o Congres­
so, a Promotion S.A. patrocinou programas em nome da ADEP, em treze estações
dc televisão em todo o país, muitos dos quais eram retransmitidos por várias
emissoras de rádio, num total de 312 estações. Nesses programas, conhecidas figu­
ras públicas da direita discutiam os assuntos de atualidade. As estações colabo­
radoras cobravam 450 mil cruzeiros por programa dc trinta minutos dc duração,
com duas apresentações semanais, perfazendo um total de 140 milhões de cruzei­
ros. Os programas apresentados eram: "Esta é a Notícia", "Assim é a Democra­
cia". "Democracia em Marcha", "fulgue Você Mesmo". "Estado do Rio em
Foco" e "Conheça seu Candidato'■.,3,
Em "Assim é a Democracia", a ADEP patrocinava e promovia a apresenta­
ção de políticos da ADP e empresários como o Padre Godinho. Antônio Feliciano.
Alípio Corrêa Netto. Ara ripe Serpa. Paulo Lauro. Hamilton Prado. Aniz Badra,
Arnaldo Cerdcíra. Agenor Lino dc Mattos. Mcnotti dei Picchia, Jamil Gadia,
Yukishique Tanura, José Henrique Turner, Scalamandré Sobrinho. Abreu Sodré.
Mário Covas. Cunha Bueno, José Menck, Tufic Nassif, Herbcrt Levy. Homero
Silva. Antônio Magaldi. Valério Giuli, Chaves do Amarantc, Dante Pcrri e
Mário Bcni.”3
A elite orgânica se aproximou de inúmeros produtores, atores e diretores
famosos de programas de televisão, tais como Gilson Arruda c Batista do Amaral.
Favorecia o uso de programas cómicos, quando possível. Rui Gomes de Almeida
observava que uma piada contra um político provocaria um "dano enorme".
Negava, ao contrário, o apoio aos atores que não cooperassem ou agissem contra
os programas, as linhas de raciocínio c as pessoas que o IPES patrocinava. Tal
foi o caso do humorista Chico Anísio, sagaz observador da realidade social. Outra
vítima desse tipo de pressão foi Arapuã, o colunista ampJamentc lido da Üliima

248
Hora que mantinha uma seção na qual havia frcqüentes críticas humorísticas à
diretriz política dos Estados Unidos. Ele foi (orçado a deixar o jornal em 1962.123
Finalmentc, a elite orgânica era capaz dc bloquear indivíduos e programas
indesejáveis e desfavoráveis. Era compreensível que ela não encontrasse muitas
dificuldades em fazer isso. Em outubro de 1959, a poderosa Associação Brasileira
de Anunciantes — ABA havia sido fundada com o objetivo de reunir os princi­
pais anunciantes, estabelecer entre eles condições para a defesa mútua de seus
interesses, bem como a discussão de assuntos relacionados à publicidade e promo­
ção de vendas.124 Os treze membros fundadores da ABA. assim como as compa­
nhias que se reuniram a ela mais tarde, eram relacionados ao IPES como contri­
buintes financeiros diretos e através da participação de seus diretores em níveis
executivos do IPES.125 Foi precisamente com o intuito específico de coordenar
suas atividades e produzir uma diretriz comum que se realizou no IPES, em
meados de 1962, uma reunião dos grandes anunciantes da televisão.12*
O rádio era um poderoso meio de doutrinação geral e um valioso foco para
se montar ações ofensivas contra o Executivo, principalmente em um país com
massas de pessoas pobres, sem condições de terem televisões. Além disso, sendo
analfabeta uma grande proporção da população e. consequentemente, não atingida
pelas atividades doutrinantes da imprensa escrita, o rádio transístor, relativa*
mente barato e acessível nos mais recônditos cantos do país, representava uma
ajuda considerável para a elite orgânica. Como acontecia com a televisão, o IPES
não patrocinava abertamente os programas de rádio. No entanto, suas ligações
com o rádio não eram apenas em forma de apoio financeiro aos progTamas sema­
nais anticomunistas, dirigidos a um público de classes trabalhadoras, como os
da Rádio Tupi de São Paulo,IST mas também de patrocínio de uma variedade de
programas c figuras públicas, conferências e discussões.
Fazia-se grande parte da propaganda da elite orgânica pelo rádio, com o
ostensivo ou encoberto patrocínio da ADEP e da Promotion S.A. Em 1961, o
1BAD apresentava programas de rádio em trinta e quatro das principais cidades.
Em julho de 1962, ele tinha cinquenta e um programas em horários nobres duran­
te a semana c transmissões especiais nos fins dc semana. No auge de suas ativida­
des, dispunha dc mais de oitenta apresentações semanais no rádio, para todo o
país, nos horários especiais. No apogeu da campanha anterior às eleições, finan­
ciava mais de trezentos programas diários praticamente controlando o horário
nobre das estações dc rádio do país.128 Através de 82 estações, transmitia progra­
mas como "Congresso em Revista" e "A Semana em Revista".128 Produzidas em
linguagem popular, tais apresentações levavam aos ouvintes os pontos de vista
da elite orgânica que, por sua vez, também formava sua própria "Cadeia dc De­
mocracia", compreendendo mais de cem estações de rádio em todo o Brasil. De
outubro de 1963 até o golpe de abril de 1964, as estações de rádio dessa rede
organizada por loão Calmon (dos Diários Associados), entre outros, entravam no
ar exatamente no mesmo horário em que as do líder trabalhista Leonel Brizola,
Interferindo assim efetivamente na sua transmissão e desfechando fortes ataques
à esquerda c ao trabalhismo?™
O IPES também procurava a ajuda dc Raul Brunini da Rádio Mundial do
Rio dc [anciro, emissora de grande audiência, c n de Alziro Zarur, político popu-
listn cristão dc direita, que causava grande impacto nas fuvelas urbanas e com
penetração nos setores dc Umbanda.131 Políticos profissionais serviam de fontes

249
de avaliação c de assessores na eficiência e relevância da campanha de propagan­
da do IPES, relatando ao Comitê Executivo suas próprias impressões e as que
haviam coletado entre o público em geral. Nesse respeito, o Senador Mcm de Sá
sobressaiu-se, em decorrência de sua capacidade c influência.132 Ele representava
uma das mais importantes ligações encobertas que o IPES mantinha no Con­
gresso. Como parte de sua função de assessoria, Mem de Sá conclamou a lide­
rança do IPES a enfatizar que o “desenvolvimento” só poderia ser alcançado
através de mais segurança e da liberdade de ação da empresa privada.
As personalidades de teatro e de televisão conferiram uma ajuda representa­
tiva, como Carlos Lage. ligado ao líder ipesiano Gilbert Huber |r?M Isso pro-
pOTÍonava uma forma sui çenens de intervenção “cultural”. O IPES apoiava o
Teatro SA|E de São Paulo incumbindose da folha de pagamento do seu pessoal?*’
O líder Luís Cássio dos Santos Werneck era responsável pelos contactos nessa
área. O Grupo de Opinião Pública também tomou parte ativa no preparo c distri­
buição de filmes de propaganda.

Guerra psicológica através de cartuns e filmes: O IPES procurava atingir um vasto


público alfabetizado pelo uso de cartuns e charges. O “Diálogo Democraticus”
era publicado cm quatro jornais bastante vendidos nos setores populares e da
pequena burguesia (O Dia. a Luta Democrática, a Última Hora e O Globo), enfa­
tizando valores como a iniciativa privada, a produtividade e a pluralidade política,
assim como a rejeição dc diretrizes políticas “estatizantes" ou socialistas?1* A im­
portância dos cartuns mostrava-se bem grande em um país onde um grande seg­
mento da população rinha limitada capacidade de leitura. Esse fato, devidamente
percebido pela elite orgânica, incentivou a vasta divulgação de livre tos, revistas,
cartuns na imprensa e folhetos que popularizavam a mesma linha de argumentação
desenvolvida pelo complexo IPES IBAD em outros setores da mídia, embora
dirigidos a outras seções do público?3*
Para atingir um público grande, o IPES dependia de uma série de filmes
extremamente eficazes, produzidos por ele próprio e de outras fitas às quais obte­
ve acesso. Eles eram apresentados cm todos os cinemas pelos quatro cantos do
país, tanto cm seções regulares quanto especiais. Eram passados em um “sistema
de cadeia”, por arranjo feito com empresas de distribuição e donos de cinemas
ligados ao IPES Organizações subsidiárias e relacionadas, como o Serviço Social
da Indústria — SESI, circulavam filmes feitos pelo IPES. A televisão também os
exibia, como era o caso do programa de atualidades populares de Silveira
Sampaio?”
Objetivando atingir aqueles que não tinham condições financeiras para ad­
quirir uma entrada de cinema, o IPES montava projetores em caminhões abertos e
ônibus com chassis especiais, mostrando os filmes não só nas favelas e bairros
urbanos mais pobres das maiores cidades do Brasil, mas também por todo o inte­
rior dos Estados?” Esse projeto seguia a idéia lançada por Oswaldo Tavares, de
um “cinema ambulante” para as seções mais pobres do Rio. Algumas das grandes
companhias supriam o IPES da infra-estrutura técnica necessária, como a Mcs-
bla SA., que contribuía com equipamento de projeção e outras exigências. A
Mercedes Benz e a CAIO, uma das maiores montadoras de carroccrias dc ônibus
e caminhões do Brasil, ajudavam com transporte?” Com o apoio dc gerentes e
proprietários, passavam-se filmes também para consumo dos trabalhadores nas

250
fábricas localizadas nos centros industriais das cidades grandes. A fila principal
era, geralmente, um faroeste americano, enxertada com uma curta metragem do
ÍPES, que variava de um apelo para a harmonia social entre as classes a um
comentário sobre a exploração de estudantes com fins políticos.*41
Jean Manzon, o maior produtor de documentários comerciais do Brasil, fez
alguns dos filmes para o IPES. bem como ajudou a divulgá-los.1*’ Entre esses
íilmes incluíam-se: "O IPES c o seguinte”, “O Que é o IPES?”. "História de um
Maquinista”, “Nordeste Problema n* 1”. “Criando Homens Livres”. Outros apre­
sentados por intermédio dessa cadeia de propaganda eram: “Que é a Democra­
cia?’*, “Vida Marítima”, “Portos Paralíticos”. “Asas da Democracia”. "Conceito
de Empresa". ”A Boa Empresa”, “Deixem o Estudante Estudar”, "Uma Economia
Estrangulada”, “Papel da Livre Empresa".u- Responsabilizaram-se por essas ope*
rações José Rubem Fonseca e Luís Cássio dos Santos Werneck.’4’
O IPES de São Paulo, por iniciativa própria, produziu alguns filmes, assim
como uma série sobre problemas brasileiros, tais como "Reforma Eleitoral”, “Re­
forma Agrária”. “Estatismo" e “Livre Empresa”. Patrocinou “Filhos da Dema­
gogia". feito pelo senador Auro de Moura Andrade, um dos maiores proprietários
de terras de Sào Paulo.144 O CONCLAP também produziu alguns filmes e a
organização Rearmamento Moral, sediada nos Estados Unidos, com a qual o com­
plexo 1PES/1BAD mantinha um estreito relacionamento, forneceu vários outros.
As cópias desses filmes ficavam sob a custódia de Luiz Severiano Ribeiro, o maior
proprietário de cinemas e distribuidor de filmes do Brasil.’41 cujo apoio foi de
fato muito útil.,4€
Companhias de publicidade contribuíam financeiramente p2ra a produção de
filmes que transmitiriam mensagens específicas do IPES c a ideologia cmprcsarial.
Essa operação foi discutida por J. B. Leopoldo Figueiredo e o publicitário David
Monteiro que, para essa tarefa, colaboraria com Emil Farah. da McCann Enckson
Publicidade e a revista Visão.147
Os filmes não visavam apenas o consumo do operariado industrial, trabalha­
dores rurais ou o himpen-proletariado. Aqueles produzidos cm Sào Paulo eram
apresentados em lugares Ião exclusivos como o Monte Líbano e outros clubes
sociais paulistas, o Lyons Clube e a Escola de Polícia de São Paulo.141 Ricardo
Cavalcanti de Albuquerque140 se encarregou da exibição de fitas paro a indústria
e o comércio e algumas outras entidades. Filmes eram também mostrados em
universidades, através da penetração do IPES nos Grémios Estudantis, como no
caso da Faculdade de Medicina de São Paulo e a Faculdade de Direito da Uni­
versidade Mackenzie. A. C. Pacheco da Silva** tomou a si a responsabilidade
dessas operações.
Finalmcnte, o IPES também produziu uma série dc filmes com um duplo
apelo às Forças Armadas e ao público em geral, difundindo e legitimando o papel
de “construção nacional” dos militares. Elaboravam-se filmes sobre a Marinha
Mercante, a Força Aérea, a Marinha dc Guerra e o Exército. Conforme Luís
Cássio dos Sontos Werneck. algumas das fitas deveriam ser feitas pelo Canal
100, de Carlos Nicmcyer. produtor dc curtos-metragens e de filmes de atualida-
des.,M José Rubem Fonseca foi incumbido dc estudar os roteiros com o próprio
Carlos Nicmcyer.
O IPES recebia, oindn, o apoio dc fontes estrangeiras principalmente da
embaixada americana. Nei Peixoto do Vallc mantinha contactos com Harry Stone,

251
o representante da Motion Pictures. o qual lambem fazia o fornecimento de ma­
terial básico.0*

Doutrinação cspcci/ica

Esta seção descreve as atividades que pretendiam moldar o setor empresarial


cm uma classe “para si** e impeli-la para a ação, apoiando c participando dirc-
lamente do esforço geral liderjdo pela elite orgânica.
Como Gl)con de Paiva expressou, o lema do IPES para os empresários deve­
ns ser: “se você não abandona os seus negócios por uma hora hoje, amanhã nau
terá negócio algum para se preocupar**.1 *’ A doutrinação especifica desenvolvida
pelo IPES visava também uma mobilização do sempre crescente número dc
intelectuais, jornalistas, estudantes universitários c de militares das Forças Arma
das cm direção a uma "vonude comum *, definida pelo emergente bloco de poder
O resultado das atividades ipesianas foi dissimular as demandas específicas do
bloco multinacional e associado no conjunto das várias pressões de um espectro
mais amplo de interesses c ação de classe. Concomicantemente. isolava se o Exe­
cutivo de |oâo Goulari e neutralizavam-se as posições de caráter reformista-dis­
tributivo. no interior das classes dominantes. Os Grupos dc Doutrina. Estudo.
Integração, Opinião Pública do Rio e os grupos encobertos do IPES de São Paulo
desenvolviam a maior parte dessas atividades.
Os Grupos de Doutrina proviam instrução ideológica para ser disseminada
cnlrc os associados do complexo IPES IBAD. Julgou se necessária essa doutrina
çâo para que houvesse um denominador comum entre os associados do IPES
quando participassem dc reuniões privadas, simpósios, conferencias, entrevistas
ou qualquer outra forma de manifestação pública, quer política, quer ideológica
A formação dessa consciência dc classe e posicionamento político comum cra
considerada de suma importância, tanto para u ação do IPES sobre o sistema polí­
tico quanto para o desenvolvimento da organização como um todo.,M
O complexo IPES IBAD não apenas desenvolvia uma campanha ideológica
visando suas próprias fileiras dc empresários, militares e categorias funcionais,
mas também doutrinava o bloco burguês em geral, em uma operação que dentro
do IPES se conhecia por “projeção dc doutrina”. A elite orgânica patrocinava c
organizava conferências, discussões e simpósios cm escolas, faculdades, residên­
cias. clubes sociais e esportivos, associações estudantis e profissionais c nos pró
prios escritórios do IPES. Muitos dos participantes eram então recrutados pelas
unidades políticas do Grupo de Integração. O General Heitor Herrera manipulava
os detalhes. A mensagem que a elite orgânica disseminava de marcante tom anti­
comunista e objetivos sócio-cconômicos modernizantes, envoltos em uma aura
profissional-tecnocrata, exercia uma grande atração sobre novos recrutas entre os
empresários, militares e as classes medias. Ela servia ao propósito de sustentar c
fomentar u legitimidade do envolvimento anligovernista das Forçus Armadas na
política.
Uma medida dc êxito da máquina de propaganda da elite orgânica foi mos
Irada em meados de 1963, quando atitudes políticas populistas e nacionalrefor
mistas foram reveladas pelo IPES e reconhecidas pelas classes médias, as Forças
Armadas e empresários como fenômenos interligados, fortalecendo, assim, tanto
a sua rejeição ao regime quanto aos seus críticos do irahalhisrnu e da esquerdi

25?
Objetivtndo sublinhar repetidamente a mensagem do complexo IPES/IBAD,
fez-se uso de vários métodos, destacando-se como muito populares os cursos polí­
tico-econômicos. Esses cursos eram administrados por membros civis e militares
da elite orgânica, que disseminavam entre a intelectualidade orgânica empresarial
os conceitos e as preocupações com segurança e desenvolvimento calcados em
premissas empresariais. Frequentavam as sessões os industriais, banqueiros, téc­
nicos e militares.*55
Sem vinculá-los ao IPES, este indicava um grupo de seus diretores para cada
lugar onde houvesse um seminário, em um número tal que os permitisse estabe­
lecer o tom e os objetivos da discussão posterior à conferência, assegurando assim
sua influência.*54 Esses diretores se reuniam antes dos seminários, a fim de fixar
bs normas gerais de orientação dos referidos seminários e conferências, que de
modo geral se realizavam com a cobertura de uma associação de interesses clas-
sislas, como as Associações Comerciais e Federações Industriais, assim como as
Sociedades Rurais, entidades culturais, profissionais e esportivas. Os (emas trata­
dos naqueles seminários patrocinados c organizados pelo IPES refletiam o sofis­
ticado nível da elite orgânica.151 Além disso, valendo-se da coincidência de alguns
de seus líderes e associados com os da ESG c da ADESG, o IPES organizava e
participava de cursos para empresários e igualmeme para militares. Ao final de
1962. o líder José Ely Couimho informava à liderança do IPES sobre a organi­
zação de um Curso de Defesa Nacional na Sociedade Harmonia de Tênis, o clube
>ocial e esportivo paulista, curso este modelado a partir de um anteriormente
dado no Jóquei Clube, sob o patrocínio da ADESG.155 Dos ipesianos, participaram
Pacheco e Silva e Luís Cássio dos Santos Wcrneck.15*
No Clube de Engenharia de São Paulo, centro para discussão profissional
c articulação política, foi estabelecido um ciclo de conferências sobre as “Causas
dn Inquietação Social no Brasil”.,S0 Um outro centro de disseminação ideológica
era a Fundação Lowndes, formalmente instituída em dezembro de 1963, no Rio
de Janeiro. Sua patrona era Vivian Lowndes, uma contribuinte do IPES e
esposa do líder Donald Lowndes, que era o presidente. A Fundação oferecia cur­
sos ideológicos e proporcionava os pontos de referência aos empresários e seus
executivos. Contava como seus professores os associados do IPÉS ou pessoal a
cie ligado.””
0 complexo IPES/IBAD não confiava apenas nos intelectuais orgânicos
locais para disseminar suas opiniões. Alguns europeus e americanos também
participavam. O IPES trouxe da França a militante escritora de direita Suzanne
Labin, cujos livros ele distribuiu. A escritora francesa proferiu conferências sobre
as Táticas de infiltração comunista e a Guerra política para as mais variadas
platéias, em tão diversificados lugares do Rio e de São Paulo como a ADESG,
a ESG, o Centro de Indústrias do Rio de lanciro, o Sindicato dos Armadores, o
Colégio Santo Inácio, o Teatro Municipal, o Instituto de Educação do próprio
IPES, o Automóvel Clube e o Colégio Mackcnzie. Houve conferências e reuniões
cm outras cidades, como Porto Alegre, Belo Horizonte c Curitiba?62
A clltc orgânica promovia conferências e seus membros faziam palestras na
Federação das Indústrias de São Paulo, no CONCLAP, no Forum Roberto Simon-
sen, na Associação Comercial do Rio de Janeiro c em outras associações de classe
por todo o país. Nesse processo, o IPES não se limitava a condicionar apenas
civis a uceiimem e defenderem uma determinada orientação de desenvolvimento.
Fk convidava c/rcia« militares para esta» conferências e cursos, cxpondoos èi
demandas c iniemaes em previnais. generalizados como "necessidades industriais
nacionais'* Nessa operação, os militares intensificasam a absorção de valores civil-
cmpmanaii A confnxncia de s afores ja estabelecida atras és do relacionamento
com • ESG »c forraktcu C as Forças ArmaJa* passaram a ser projetadas como
sócias cmpeesanai* e pcbtKAs "naturais** para essa determinada forma de desen­
volvimento '*•
A Igreja te tomou outro campe de batalha ideológica no governo de Joio
Goulart e talvez um doa mais influentes canais para doutrinação. Ao final da
década de 50 e inxso da dc bC. c esforço para a mudança social permeou o clero
e confluo* MXtcUnos eram refraiados nas clivagens ideológicas mais recente
mente firmada» Nvva» pcr^rppães c posicionamentos pelos níveis mais baixos da
hierarquia dc clero c por figuras esclarecidas, como o Frei Tomás Cardonell. domi­
nicano francês, e o Padre Hcnnqac dc Lima Vaz. professor de filosofia, começa­
vam a desafiar a aotude tradicional da hierarquia e mesmo as posições de direita
dc figurai de ccriro cv<nc Dem Hc'der Câmara e Dom Eugênio Sallcs, Bispo de
Natal
Ai ponçòn reformistas cnsulizasam-se cm organizações populares, como
a luveniude Operária Católica, a juventude Estudantil Católica, a Juventude
Universitária Casaca c a Açác Popular, uma frente política multisseiorial. A Igre­
ja *c menrrava fundamental para a elite orgânica, já que o clero proporcionava
a tão ncccMitada cotnunicaçác com as bases sociais populares, constituindo-se na
única estrutura nacional verdadeira além das Forças Armadas. Ela representava
o órgão ideal para at ngir as classes médias, das quais os estudantes, intelectuais,
m movimente* fcmir.inoa organizados e os militares obviamenie faziam parte,
assim como para agir por seu intermédio no seio das classes camponesas c as tra­
balhadoras urbanas
Cena pressão sobre a Igreja foi exercida pelos associados do complexo IPES/
IBAD. ligados as suas catruturat eclesiásticas c leigas, c também através da Opus
Dei. organização que na Aménca Latina, como na Espanha, apoiava o liberalismo
econômico e Miicraas poihicoi tccnuciáticos cm contraste com outros segmentos da
Igreja daquela épuca Hias atividades do complexo IPES/IBAD tentavam incor-
purar o mm ampic espectro possível dos intelectuais católicos c figuras públicas
também católicas que nac eram aliados do governo ou que faziam oposição ■ ele.
Assim, pusiçócs de certa furma discordantes eram reunidas por meio de uma
mensagem não estruturada de Solidariedade Social-Grislá. que se mesclava com
a visão modcmt/anucunicrvadora da elite orgânica Desta forma, tio discrepan­
tes figuras como Akeu Amoroso Lima c u extrema direita Gustavo Corção entra­
ram para o "rebanho" político áu IPES IM Adib Casseb. do Grupo dc Doutrina
c Fstudu dc São Paulo, estava envolvido em urn programa de conferências e
debates, que tentava convencer o público da "incompatibilidade do Socialismo c
da Doutrina Social da Igreja ' Muitos dos intelectuais católicos voltados á refor­
ma furam assim subtraídos do campo popular dc |uão Goulart.
Paulo dc Assis Ribeiro c |u*e Gamdo Torres, dois associados ipesianos com
significativas ligações na hierarquia católica, organizaram um seminário para o
principio dc l%5. u>brc as "Reformas democráticas para um Brasil em Cnsc“.
que seria patrocinado cvnjuntamcntc pela Pontifícia Cnivcmdade Católica c a
Associação dos Dirigente* Cristãos dc Fmprcva AIX I ,,r Os seminários prv
punhnm ofcrcccr a “resposta cristã h crise” em oposição às soluções socialistas
que eram apresentadas. Os participantes das mesas-redondas eram todos nomes
conhecidos, compondo uma diversificada, c cm certos casos até mesmo discrepan­
te coleção de empresários, tecno-emprcsários. políticos c académicos. Os membros
dessas mesas compreendiam; Octavio Marcondes Ferraz. João Carlos Vital. Gui­
lherme Borghoff. Clemente Mariani. Padre Velloso. João Paulo de Almeida Maga­
lhães. Paulo Ayres Filho. Themístocles Cavalcanti. |. B. Leopoldo Figueiredo.
Lucas Lopes. Oswaluo Tavares, Eugênio Gudin. Paulo Lacerda. Miguel Realc.
Júlio Barata, o General fuarez Távora, Gustavo Corçáu. R. Cardim, E. Fischlo-
ivitz, Gilberl Huber Jr., Augusto F. Schmidt. Gilberto Marinho. Konder Reis.
Eudes de Souza Lcâo. o General Beiemio Guimarães. Dcmerval Trigueiro. |. Iri-
neu Cabral. Wanderbílt D. de Barros. |ohn Cotrim. H. Pcnido. Álvaro Alvim.
Raimundo Moníz Aragão. o General L. A. Medeiros. Glycon de Paiva. Walier R
Poyares, Suzana Gonçalves, Tarcísio Padílha, o Padre D’Avila. Cândido Mendes
de Almeida. João Camilo de Oliveira Torres. Edgar da Mata Machado. Raimundo
Padilha. Joaquim Ferreira Mangia, Mem de Sá. Mário Henrique Simonscn e Mário
da Silva Pinto. Faziam parte da comissão coordenadora; Celestino Basílio. José
Carlos Barbosa Moreira. Daniel Faraco, José Garrido Torres. Paulo de Assis Ri­
beiro e os padres Laércio, D’Ávila e Beltrão. A Denisson Propaganda, de propric
dade do líder ipesiano José Luiz Moreira de Souza e os jornais O Globo, /ornai
do Brasil, /ornai do Comercio e O /ornai cuidariam da promoção do evento.
O IPES também patrocinava um Centro para Pesquisa e Documentação Social
e Política na Pontifícia Universidade Católica, bem como o estabelecimento de
um curso sobre ciência política e social na Faculdade de Filosofia. Ciências c
Letras de Campinas. Ele distribuía aos responsáveis por ' tomadas de decisio”,<>
um conjunto de estudos c trabalhos sobre uma variedade de assuntos. grande
parte deles incluída nas propostos das Reformas Básicas do IPES e do Congresso
de Reformas dc Base. Organizava ainda, através da PUC e dos Diretórios Acadé­
micos. uma série de seminários, conferencias c trabalhos de discussão com vistas
ao corpo estudantil em geral.
As suas ligações com a Pontifícia Universidade Católica — PLC eram muito
significativas. Ela supria o IPES dc apoio intelectual — um campo de ação cm
virtude dc sua população estudantil c acadêmica — e agia como um canal para a
penetração nas classes médias. Funcionava também como um canal de contribui­
ções financeiras.
O JPES dava assistência a diversas revistas apoiadas pela Igreja ou de
orientação eclesiástica como a Revhlu Ponte Pioneira e uma outra mais intelectua­
lizada. Convivium. dedicada aos "acontecimentos culturais e políticos” c ao ‘'estudo
c defesa dos valores de nossa civilização cristã ocidental”.”* Como nos outros
casos o IPES “comprava” um consideras cl numero de resistas para distribuição
entre contribuintes c patrocinadores. A Conviriuni era escrita principalmcnte
por prufessures universitários e intelectuais relacionados com a Igreja c publicada
pela Associação de Cultura Brasileira Convívio. dirigida pelo padre Adolphu
Crippa. teólogo c professor da PUC O "Convívio”. também assistido financeira­
mente pelo IPES. lui fundado em IMbl por um grupo dc ativistas paulistas para
funcionar como núcleo dc elaboração ideológica e de doutrinação política, Mi­
lhares de militantes passaram pelos cursos de formação política do “Convívio”.
Como a ESG o f.iriu entre os imlilures. o próprio IPES entre os empresário*.

255
e intelectuais e ADP no meio partidário, o “Convívio”, agindo na área da Igreja,
dirigia seus esforços contra os inimigos comuns. Os empresários contribuíam
para o “Convívio” por meio da UNAP — União Nacional de Amparo ã Pesquisa,
uma espécie de fundação, criada em 1965. e que dissimulava a presença do IPES.
Essa organização agia por meio do Instituto de Formação dc Líderes, uma agencia
de notícias e um Centro de Pesquisa. O Instituto oferecia cursos básicos aos
estudantes, sindicalistas e outros setores do público, preparando-os para a mili­
tância ideológica e política em suas áreas específicas dc atividade, oferecendo
orientação, como também visando a ampla disseminação da mensagem do IPES.
Os “melhores” alunos eram escolhidos para participar dc cursos especializados
para ativistas, tendo em mente, em especial, a organização estudantil e sindical.
O Instituto preparava também ciclos de conferências destinados a doutrinar a
opinião pública.173 Apoiava, ainda, outros projetos do Padre Crippa, (ais como
a Escola Superior de Liderança e a organização de um seminário político, que
viria a ser o centro de estudes do desenvolvimento. |oão Baptista Leopoldo
Figueiredo indicou Paulo Edmur de Queiroz como o homem de contato e assessor
dos projetos do Padre Crippa.171 A agência através da qual esse centro operava
era a Planalto, porta-voz do IPES. c hoje conhecida como Plana. Com relação
ao Centro de Pesquisa, ele fornecia o molde para as atividades dos intelectuais
de direita dedicados à análise da situação política. Esse trabalho era subsidiário
do Grupo Doutrina e Estudo e ao do Grupo de Levantamento da Conjuntura
do IPES de São Paulo Essa seção publicava a revista Convivium.172
Procurando legitimar o seu posicionamento público, o IPES também inter­
vinha em grupos aparentemente inofensivos. A Associação Cristã de Moços foi
um deles.173 Apesar de sua aparência e suas declaradas atividades esportivas e
culturais, a ACM se envolvia profundamente em assuntos políticos. O apareci­
mento dos jovens da ACM e suas mães cm passeata pelas ruas de São Paulo,
expressando o seu temor pela “comunização” do país, representou uma forma
eficaz de propaganda. A ACM se envolvia bastante na mobilização popular contra
o governo, cspecialmente nas marchas de rua e comícios públicos, juntamente
com organizações de mulheres das classes médias c outros grupos e movimentos
patrocinados pelo IPES. Como foi relatado à liderança do IPES, “a ACM julgava
conveniente manter a unidade do grupo que organizou o Comício Democrático
na Praça Roosevelt em São Paulo”?74 Para conferir continuidade a seus esforços,
ela procurou o auxílio do IPES. Era também um importante recurso para a infra-
estrutura do IPES, já que ela proporcionava uma ampla rede de centros para
reuniões, discussões, conferências e seminários. Seus arquivos, cuidadosamente
organizados, supriam a elite orgânica de uma população-alvo identificável, para
a disseminação de idéias nos vários bairros. Ela propiciava um valioso perfil das
classes médias, reunindo pessoas de tipos de vida diversificados e faixas etárias
diferentes. Valendo-se de sua imagem pública, a ACM conferia legitimidade insti­
tucional às atividades que não eram muito apropriadas ao lema da associação de
jovens; ao mesmo tempo ela poderia também operar como uma unidade para
“limpar” contribuições especiais.
Algumas das abordagens e temas dos seminários e conferências organizados
pelo IPES que se realizaram nas sedes da ACM eram: “Executivos de Empresas
e a Preservação da Livre Iniciativa”, “A Responsabilidade da Empresa Privada
diante da Sociedade”, “Cooperação Econômica entre o Brasil e os Estados Unidos”

256
c "O Papel do Governo”. Como um subproduto de suas tentativas de formar
solidariedade de classe e elevar a consciência política entre empresários, exe­
cutivos e gerentes, o IPES também disseminava nessas conferências a sua men­
sagem ideológica aos sócios classe média da ACM. Ressaltava, entre os organi­
zadores de tais eventos, o empresário ipesiano Décio Fernandes Vasconcellos?71
A União dos Escoteiros do Brasil, liderada pelo Frei Daniel, também recebia
assistência do IPES, através do Frei Metódio de Haas, que fora indicado pelo
Arcebispo Dom Jaime de Barros Câmara?7* O contato inicialmente se estabeleceu
através de Eugênio E. Pfister com Paulo Ayres Filho. Guilherme Martins, da
companhia Philips, foi procurado como um candidato à contribuição, por suas
"ligações com as atividades de escotismo".177 As contribuições aos escoteiros
serviam para manter a imagem pública do IPES e o supriam de faturas legítimas
por "despesas" feitas, bem como outro meio ambiente de classe média no qual
operar.
O IPES também desenvolvia suas atividades de doutrinação através da
Fraterna Amizade Cristã Urbana e Rural — FACUR. que fazia uso das sedes
da Sociedade Rural Brasileira para os seus seminários e cursos. Nessas atividades
estavam envolvidos os ipesianos José Ulpiano de Almeida Prado. Paulo Edmur
de Souza Queiroz. José Pedro Galvâo de Souza, da Faculdade Paulista de Direito,
o Padre Raphael Llano, da Opus Dei. Adib Casseb e o Padre Domingos Crippa?7*
A FACUR também se envolveu intensamente na mobilização das classes médias
contra o Executivo e especificamente na mobilização política das mulheres, orga­
nizada pelo IPES, o que será discutido detalhadamente no Capítulo VII.
Outro meio sistemático utilizado para levar a ideologia do IPES a recrutas
e também para moldar a força social empresarial em um bloco burguês de poder
era através de uma unidade especial, o Grupo de Educação Seletiva — GES
e através do Instituto de Formação Social. O GES administrava dois cursos
básicos, o Curso de Atualidades Brasileiras — CAB e o Curso Superior de Atua­
lidades Brasileiras — CSAB, que continuaram a operar depois de 1964. Sob a
responsabilidade de Oswaldo Breyne da Silveira, em São Paulo o IPES também
organizava seminários, conferências e cursos especializados?7* Conferia "bolsas
de estudo" a estudantes, líderes sindicais urbanos e rurais e outros ativistas dos
Círculos Operários da Universidade Católica dc Campinas, do "Convívio", do Mo­
vimento Universitário de Desfavelamenlo e do Instituto Universitário do Livro, a
fim de possibilitá-los a participar daqueles cursos.
Os cursos eram oferecidos a platéias diversificadas e em lugares diferentes,
levando em consideração as suas diferenças culturais e intelectuais, assim como
os seus papéis funcionais. Entretanto estimulava-se o intercâmbio entre os grupos,
para assim "atenuar as barreiras de classe”.
O programa de "educação seletiva" consistia em uma forma suigeneris de
cooptar membros do aparelho do Estado c de outras classes. Ele começou com
a intenção inicial de aproximar segmentos diferentes da classe empresarial e
grupos funcionais de modo a "conviverem" intelectualmente. Um segundo estágio
foi, então, apresentar-lhes o IPES e tomá-los associados?*
O IPES considerava a composição de uma unidade de educação seletiva como
ideal se formada por dez empresários, quatro profissionais liberais, dois sindica­
listas das classes trabalhadoras, dois estudantes, dois jornalistas, cinco ipesianos

257
e tTês convidados ”espcciai>".,M Ele reservava dois lugares para candidatos evcn-
ruais que pudessem usufruir ou contribuir especialmente para qualquer curso espe­
cífico.
Jnicialmente os seminários seriam enxertados nas organizações existentes
que tinham à sua disposição facilidades próprias, como a Associação Comercial,
a Federação das Indústrias, o Clube dos Diretores Lojistas, o Centro de Enge­
nheiros. a Reitoria da Universidade de São Paulo, a PUC. convidando para a
direção de cada seminário um membro da respectiva organização onde o curso
se realizava. Os ativistas dos Grupos de Doutrina e Estudo de São Paulo e os
membros do Grupo de Integração e do Grupo de Estudo e Doutrina do Rio
proveriam o apoio de iníra-esnutura. assim como seriam os seus beneficiários.
Os objetivos dos cursos seriam “informar” os empresários, profissionais,
tanto civis quanto militares, e os responsáveis pela formação de opinião pública,
como jornalistas, líderes estudantis, militantes de sindicatos (as ”diferentes classes
da elite nacional”, conforme o General João Batista Tubino. líder do IPES)
sobre os problemas brasileiros dentro das perspectivas ideológicas do IPES?"
Ele também cultivava esse solo fértil como uma fonte de novos recrutas. Formou-
se posteriormente a Associação de Diplomados do IPES — AD1PES, uma orga­
nização de seus ex-alunos que visava mantê-los ligados ao IPES e com importantes
funções depois de 1964. A AD1PES era estruturada no modelo da Associação
dc Diplomados da Escola Superior de Guerra — ADESG. com funções seme­
lhantes. compartilhadas também com o "Convívio". Conforme o associado ipesia-
no. o Coronel J. Vidal, a ADIPES era integrada ao Curso dc Atualidades
Brasileiras, servindo de um reservatório de ativistas1^ para a ação política e a
pesquisa de diretrizes políticas.
Os cursos tinham a duração dc três meses e eram organizados em três ciclos
diferentes, destinados, segundo o General Tubino, a revisar “conceitos básicos
nos campos de economia, sociologia e política” e a estudar os “aspectos prin­
cipais da conjuntura nacional”,1*4 assim como pesquisar e estipular o referencial
para a solução dos principais problemas da situação brasileira e a apresentar
pesquisas feitas pelos grupos de trabalho de variados participantes.113 Os confe­
rencistas nas atividades do CAB consistiam, como sempre, em nomes conhecidos1*
e a estrutura desses cursos compartilhava semelhanças com os dos grupos de
estudo e cursos da ESG. O CAB servia a outros objetivos também. Os cursos
eram unidades de desenvolvimento de idéias, bem como dc pesquisa em assun­
tos de interesse empresarial ou político.117 O planejamento dos cursos visava
constituir um esforço anti-ISEB, uma tentativa de se colocar uma alternativa
para 0 Instituto Superior de Estudos Brasileiros, o centro nacional-reformista de
pesquisas e de formulação de opções políticas, que atraía acadêmicos, militares,
jornalistas e estudantes.111
Finalmente, o Instituto de Formação Social — IFS, estabelecido em 1963,
dedicava-se ao recrutamento de seguidores “em todos os níveis da sociedade bra­
sileira" e ò disseminação da ideologia do IPES. Representava uma conveniente
cobertura para cursos de doutrinação entre as classes trabalhadoras e para 0
desenvolvimento de ativismo sindical. O IFS oferecia cursos para empresários,
executivos c gerentes, assim como estudantes e ativistas femininas. Ele encarre­
gava-se também de cursos especiais para ativismo de sindicatos c de camponeses.

258
Conclusão

ê óbvio que a extensão dc operações desenvolvidas e alcançadas pelo com­


plexo IPES/IBAD em tantas áreas envolvia extraordinária perícia profissional
c política, assim como surpreendentes recursos financeiros que ultrapassavam
bastante o que o 1PES oíicialmcnte declarava como sendo suas despesas.
O bloco multinacional e associado, através dc sua elite orgânica, era capaz
de englobar o apoio de amplos círculos das classes dominantes, na sua tentativa
de formar um novo bloco histórico. A elite orgânica não confiava unicamente na
força material que o seu domínio econômico lhe conferia para exercitar uma
efetiva liderança das classes dominantes.
Tornava-se claro que, a partir de suas diretrizes políticas e de sua ação,
a elite orgânica centrada no complexo IPES/IBAD sentia a necessidade de uma
atividade ideológica que levasse ao estabelecimento de sua hegemonia dentro da
classe dominante, como um meio de subir ao poder. A formação de um bloco
burguês militante e sua liderança político-militar pela elite orgânica mostrava-se
uma condição necessária na luta do emergente bloco dc poder para harmonizar
sua predominância no campo econômico com a sua autoridade política e a sua
influência no aparelho do Estado. A formação de um bloco burguês militante
sob a liderança da elite orgânica era também necessária para alcançar a contenção
das classes subordinadas e a exclusão dos interesses tradicionais.
Embora o bloco modernizante-conservador fosse incapaz de se impor por
consenso na sociedade brasileira, ele, no entanto, era capaz, através dc sua cam­
panha ideológica, de esvaziar uma boa parte do apoio ao Executivo existente e
reunir as classes médias contra o governo. Ademais, os efeitos das atividades do
complexo IPES/IBAD acarretavam conseqüências sobre a capacidade do Exe­
cutivo c da esquerda trabalhista de compor um alinhamento exequível para rea­
lizar suas reformas distributivas e medidas nacionalistas. Porém, a contenção
ideológica das classes populares e a mobilização ideológica das classes médias por
si próprias não eram suficientes para levar a uma troca de regime. A contenção
ideológica era suplementada e coordenada com outras atividades nos campos polí­
ticos c militares.
A ação político-militar do bloco multinacional e associado seria vital para o
desenrolar da crise do bloco histórico populista e fundamental para levar à
instituição de um novo bloco de poder no Estado.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Quanto a essa argumentação. Finer faz 2. Em termos da regra de maximizar a sa­


uma observação ao afirmar que todo inte­ tisfação de uma classe, fração ou um blo­
resse econômica tem uma diretriz básica: co. essa diretriz "é completamentc racionei
"imobilizar o restante da economia, perma­ e, além disso, somente será alcançada pela
necendo. ele próprio, tão livre quanto an­
ação política". F. G. CASTLES. Busincss
tes.’' Samuel FINER. Privatc industry and
and government: n typology of pressure
political powcr. In: Ramsay Muir lecture.
group activity. Poli li cal Siudits. Oxford,
Grã-Bretanha. Pall Mall Pomphlcl, 1958, p.
7-9. 17(2):16l, Oxford Univ. Presa. Junc. 1969.

259
J. É inlertMinle ressaltar que ic aplica a don. 06 de julho de 1962. NSF. nos Arqui­
euc caso • observação (cila por Richard vos |FK. (No mesmo telegrama. Lincoln
Bisael. cx-direior das Operações Secretas da Gordon menciona a volta dc Brasília ao
CIA Americana Ele mencionava a rede Rio dc um deputado do PSD que está che­
Interdependente de meios e ôrgios que le­ gando para organizar os militares contra
vam a uma mudança social. Deixou esse loão Goulart). Em 1963, Lincoln Gordon
fato bem claro em uma reunião do Coun* soltava a afirmnr que |oão Goulart se mos­
cil on Forcign Rclations. quando enfatizou trara "um estrategista político excepcional-
que "A intervenção secreta é .. mais efi­ mcnlc perspicaz, cujo desempenho cm re­
caz em situações onde se empreende um conquistar o pleno poder atingiria n mxis
esforço ibrungcnlc com um número de ope­ alto avaliação cm termos de política pura.”
rações isoladas, projetadas para apoiar e Memorando dc Lincoln Gordon u McGcor-
complementar umas às outras e obter um gc Bundy, Casa Branca, Departamento dc
efeito cumulalivamentc significativo". Ci­ Estado. 07 dc março de 1963.
tado em Frcd HIRSCH A Richard FLET-
9. Sobre as atitudes políticas das classes
CHER. Thc labour movement penetration empresariais em relação à elite dominante,
pomt for US mtelligence and transnauonals. quando esta é tomada como ilegítima, vide
In: CIA and the labour movemem Grã-
F. G. CASTLES. op cif. p. 16263.
Bretanha. Spokesman Booàs. 1977. p 10.
6. Para Glycon de Paiva "Ação Política é
4. O líder do IPES. Gljcon de Paiva, es­
igual a ação discreta**. IPES CD, Rio. 22
tava cônscio do problema Em uma reu­
de maio dc 1962.
nião da Comissão Diretora do IPES. no dia
03 de abril de 1962. ele observou que "a 7. Glycon dc PAIVA, citado em Marliic
volta do Presidente, sem grande demora SIMONS. Whose coup? Brasihan Informa
nos Estados Lnidos. vai dar muito o que tion Bulletin, Estados Unidos, Califórnia.
falar O Presidente esü aprendendo a go­ (12), Winter 1974. Vide também A. J
vernar. Mesmo Tancredo Neves apesar de LANGGUTH. Hidden Terron New Yori.
icr um mau aluno, também aprende. Se Panthcon Books, 1978- cap. 3.
loão Goulart trouxer consigo alguma fór­ 8. A percepção dos acontecimentos que le­
mula. ele poderá gerar grandes coisas". Ha­ varam ao golpe dc 1964 como sendo uma
via avaliações similares de mais outras fon­ conspiração militar pode ser encontrada de
tes. sobre a capacidade dc João Goulart uma forma extrema cm Albérko Barroso
manobrar dentro do sistema O embaixador ALVES. O romance da revolução: como
Lincoln Gordon também acreditava que e por que aconteceu a revolução de mar­
"loão Goulart provou ser (um) político in­ ço Rio de fanciro, Arienova. 1974 Tem
teligente. capaz c desejoso ídc) vencer uma se dado considerável atenção ao complexo
oposição a longo prazo com base (em) ob­ mecanismo militar do golpe e á interpreta­
jetivos moderados, de aparência respon­ ção dos acontecimentos que levaram a ele
sável. enquanto ainda reivindicando leal­ em abri) de 1964. como tendo sido o reiuk
dade à sua base política popular Por lado da ação de um aparelho militar au­
bem ou por mal. João Goulart está pro­ tônomo. ou um subsistema militar. Tal apa­
vando ser (o) único líder no cenário atual, relho militar autônomo, embora aliciado
cm tomo do qual pode ser formada fuma) por civis c com eles interagindo, revelou-
eficaz coalizão dc forças políticas centris­ se como instado a intervir devido a sua
tas Telegrama de Brasília ao Depar­ "predisposição institucional para moderar
tamento de Estado. Lincoln Gordon. 27 dc o sistema, bem como a sua ideologia dc
março dc 1962. NSF. nos Arquivos |FK. construção de nação aprendida na Escola
Alguns meses depois. Lincoln Gordon re­ Superior dc Guerra". Sobre esse assunto,
conhecia que: "O Congresso (está) comple- vide (a) Fernando PEDREIRA. Março Jl:
lamcnte desmoralizado pela demonstração civis e mihiarci no proceno da enie bra-
(da) habilidade de João Goulart (de) or­ aleira Rio dc fanciro. I Álvaro. 1964 (b)
ganizar os trabalhadores em seu apoio (na) Alfrcd STEPAN. The military in poBlici:
forma |de| greve gerai.* Telegrama do Rio changiig patirrni in Branl. Princcton, Prifl-
ao Departamento de Estado. Lincoln Gor- cclon Univ. Prcw. 1971 (Alfrcd Slcpon ado

260
(ou vastamcnlc a inálisc de F. Pedreira). tegoricamente ostensivamente positivamen-
Dois trabalhos retificam a ênfase dada por le contra.” Telegrama do IPES, 25 dc mar­
esses referidos autores: (a) Eliezer Rizzo ço de 1963, Clycon de Paiva. Av. Rio Bran­
dc OLIVEIRA. As Forças Armadas: polí­ co. 156, 27* andar. Via halcabk, Rcf. 400,
tica e ideologia no Brasil, 1964-1969. Pe- Agência n. 4. Rio, João Baptista Leopoldo
trópolis. Vozes. 1976. (b) Edmundo Coelho Figueiredo, Rua Alvares Penteado. 65, São
CAMPOS. Em busca de identidade: o Paulo.
Exército c a política na sociedode brasilei­ 11. O IPES teria de se resguardar de qual­
ra. Rio. Forense Universitária. 1976. Se se quer prejuízo à sua capacidade para a ação
acompanhar uma análise que destaca a eficaz. A identificação ou a suspeita de li­
ação burguesa de classe, pode-se ultrapas­ gações entre grupos ilegais paramilitares ou
sar a busca dc causas imediatas isoladas, políticos deveríam forçosamente ser evita­
tais como os motins militares, as passeatas
das ou negadas a qualquer preço. Por exem­
dc classe média, discursos provocadores ou plo. em fevereiro de 1962, dois membros
ações arbitrárias do Executivo instigando a do IPES. Gilbert Huber Ir. e o General
açâo dc direita. Finalmente, pode se pôr em Golbery do Couto e Silva estavam sendo
perspectiva a contingente expansão de tro­ apontados como comprometidos com o Mo­
pas estrangeiras na área, o apoio logístico vimento Anti-Comunisti —- MAC, uma or­
por elas conferido e o envolvimento sigilo­
ganização paramilitar de direita muito ati­
so direto dc agentes especializados e gover­ va pela promoção de tumulto organizado e
nos estrongeiros. Vide (a) Moniz BANDEI­
mensageira na conspiração contra o gover­
RA. Presença dos Estados Unidos no Bra­
no e tropas de choque contra a mobiliza­
sil: dois séculos de história. Rio de Janei­
ção de estudantes e sindicatos. Seria alta­
ro, Civilização Brasileira. >973. (b) J.
mente prejudicial ao IPES que essa ligação
Knippers BLACK. U.S. penetration oj Bra­
sil. Mnnchcstcr, Manchester Univ. Press, viesse ao conhecimento público. Para Gly
1971. (c) E. MOREL. O golpe começou em con de Paiva, "a equação IPES-MAC era
Washington. Rio dc Janeiro, Civilização letal" e António Gallotú ressaltava que
Brasileira, 1965. (d) Phyllis PARKER. 7964: “Todo membro do IPES acusado dc per­
O papel dos Estados Unidos no golpe de tencer ao MAC teria de se defender. Con­
31 de março. Rio de Janeiro, Civilização tudo. em sua defesa, nem dc forma posi­
Brasileira. 1977. tiva nem negativa, ele deveria fazer a mí­
9. Foi realizada a ação militar pelas clas­ nima referência ao IPES.“ Gilbert Huber |r.
ses dominantes, precisamente devido à acrescentava que Alfredo Nasser, por ser o
consciência por parle do Estado Maior da Ministro da Justiça de João Goulart e ser
burguesia da necessidade de impedir a or­ responsável por contornar o problema, sen­
ganização política do bloco popular e ela­ tia-se “apavorado e embromado" pelas acu­
borar uma manobra preventiva ou, como sações. IPES CE Rio, 05 de fevereiro dc
foi descrita, um “golpe defensivo'’, para 1962.
conter e abafar a atividade das massas su­
12. “O IPES tem de adotar uma posição
bordinadas e sua incipiente liderança or­
de completa inatacabilidadc. Dou um exem­
gânica política.
plo: um levante nos portos. O IPES jamais
10. IPES CD Rio. 03 de abril de 1962. In­ deve aparecer nesses assuntos ou simila­
sistia-se muito na questão de agir encober­
res. Temos que agir por trás dos bastido­
tamente. bem como colocava-se bastante
res. Há empresários dentro do IPES.'* O
ênfase na necessidade de ampla participação
motivo para não aparecer dirctamcntc se­
de classe. Em um telegrama enviado por
ria que nas futuras tentativas por parte do
Glycon de Paiva a João Baptista Leopoldo
IPES de reeleger deputados amigos para o
Figueiredo, este último foi relembrado dc
que “Confirmando telefonema hoje verbi Congresso, ele deveria se manter “fora da
grafia somos contrárias ação ostensiva no­ cena, com os outros organismos agindo com
me IPES caso Congresso Cuba pl Relem­ funções definidas.” Ata do IPES. 12 de fe­
bro camarada necessidade fazer todas as vereiro de 1962.
associações dc classe se manifestarem ca- 13. IPES Ch. Gr.. 21 de agosto dc 1962.

261
14 A ADCE cf» "umi entidade recémfun- pânico" A campanha da "ameaça verme*
dada. modelada em um órgão francês simi­ lha" empreendida pelo IPES mostrou-se
lar. Demonstrava impressionante ideologia muito útil na melhoria de sua situação fi­
social crista que enfatizava o característico nanceira. já que atraiu contribuições de
tema brasileiro de paz social com uma no­ empresários tomados dc pânico c profis­
va roupagem e oferecia um programa abran­ sionais que temiam o futuro. Desde os pri­
gente de cursos de treinamento gerencial. mórdios de 1962. havia sido confiada a
P. SCHM1TTER. Interest. conflict and po­ Dario de Almeida Magalhães a tarefa de
lítica! change in Brazil. Califórnia. Stanford recrutar 30 pessoas bem conhecidas para
Univ. Press. 1971. formar uma equipe inicial que escreveria
15. Sobre as táticas de pressão c a acão artigos para amplos setores da opinião pú­
direta pela elite orgânica e a necessidade blica sobre assuntos determinados pelo
IPES. Dependendo da circunstância, po­
de atividades a curto prazo para assegurar
der sc-ia ou não atribuir ao IPES os arti­
os objetivos a longo prazo, vide N. BAl-
LEY. Organization and operation oí neoli- gos publicados. A remuneração seria em
base dc 5000 cruzeiros por artigo. Uma
beralism in Latin América. In: Laiin Amé­
série de artigos foi produzida sob a coor­
rico: pdities, economia and hemispheric
denação geral de Dario de Almeida Maga­
sccurity. New York. Praeger. 1965.
lhães e Nci Peixoto do Valle. O pagamen­
16. Como ficou destacado em uma dis­ to era efetuado pela gigantesca companhia
cussão entre a liderança do IPES de São de refrigerantes e cervejaria Antártica. De-
Paulo e o General Moziul Moreira Lima: signou*se o líder Miguel Lins para fazer
**O perigo no Brasil não é o comunismo. no essas combinações. IPES CD Rio, 19 de
momento, mas o movimento popular de fevereiro de 1962.
subversão da ordem que será dirigido e
22. Cana de J. B. Leopoldo Figueiredo,
encampado pelos extremistas. Os culpados
mostrada perante a Comissão Parlamentar
do processo espoliitivo aos olhos do povo de Inquérito — CPI. instaurada para in­
são as classes produtoras, muito mais do
vestigar as denunciadas atividades irregu­
que o governo.” IPES CD e CE, São Pau­
lares do complexo IPES/IBAD. Nessa
lo, 27 dc novembro de 1962.
carta estava mencionada a compra dc es­
17. N. BAILEY. op. cit. p. 215. A resis­ paço editorial em O Globo e o apoio a
tência ao populismo fora também o carro- ser conferido a um jornal de direita a ser
chefe da ESG. John KOHL & J. LITT. Ur- lançado em breve, (a) Política e Negócios.
bon guerrilla war/ore in Laiin América. 2 de setembro de 1963. p. II. (b) Plínio de
Cambridgc, Mass. MIT Preás. 1974. p. 59. Abreu RAMOS. Como agem os grupos de
18. Vide (a) O Estado de São Paulo, 19 pressão. Rio de Janeiro, Civilização Brasi­
de julho de 1963. (b) O Estado dc São leira. 1963. p. 63.
Paulo, 20 de julho dc 1963. sobre a ação 23. IPES CE Rio, 27 dc julho de 1962,
do IPES c do IBAD. Glycon de Paiva. IPES CD Rio c CD São
19. IPES CE Rio. 12 de junho de 1962. Paulo, 20 de novembro de 1962.
O líder do IPES Gilbert Hubcr |r. enfa­ 24. Conforme foi mencionado no cap. V.
tizava que as reformai proporcionaram "a
25. Telegrama ao Departamento de Esta­
munição para o Grupo de Opinião Públi­
do dc Delgado/Arias, em Recife, N. 427,
ca’*.
29 de junho dc 1962. Nos Nationa! Sccuri-
20. IPES — Relatório Anual, 1963. p. 7. ty Files, John F. Kennedy Library,
21. IPES CE Rio. 8 de junho de 1962, 26. IPES CD Rio, 4 dc setembro de 1962,
Glycon de Paivo. O IPES organizava |. L. Moreira de Souza.
equipes dc '‘manipuladores de noticiai"
27. Política e Negócios. 19 de agosto dc
que preparavam c compilavam material
sob ■ coordenação geral do General Gol*
1963. p. 30.

bery do Couto e Silva, especialista em 28. (a) As Sombras do IBAD. Veja, 16 de


guerra psicológica. Esses "manipuladores" março dc 1977. p. 4 (Ala da CPI), (b)
se responsabilizavam pelas "campanhas de Flávio Galvão a Glycon de Paiva, Rclaló-

262
rio da CPI, Clmara dos Deputados. Bra­ fies. EUA. American Univ. Field Slaíf,
sília. 1965. p. 574. (c) Plínio de Abreu fune 1964. v. 11, n. 4. p. 11-12.
RAMOS, op. cit. p 78. 33. (a) O Estado de São Paulo, II de ju­
29. Entre outras. A. F. Schmidt produzia lho de 1965. (b) Eloy DUTRA. IBAD. ti­
a sua influente série Coluna por Um em tio da corrupção Rio de Janeiro, Civiliza­
O Globo. Ele se fazia extremamente útil ção Brasileira, 1965. p 17-8. O complexo
por sua influência e prestígio entre o pú­ IPES/IBAD pagava ao Jornal A Noite
blico católico de classe média. As suas de­ 2 000 000 de cruzeiros mensais, (c) Plínio
núncias em relação a posicionamentos de de Abreu RAMOS, op cit. p. 65.
centro c centro-esquerda dentro da hierar­ 54. IPES. Relatório Especial, 6 de junho
quia da Igreja, portando o cunho mora­ de 1965.
lista de severo poeta c escritor profissio­
nal, causavam um impacto altamente no­ 55. IPES CE. II de setembro de 1962.
civo. Até mesmo o bispo do Rio. Dom 56. Ata do IPES. 25 de maio de 1962.
Hclder Câmara, da centro-direita, era um General Golbery.
alvo especial para os ataques dc A. F. 57. (a) IPES CE. 21 de agosto de 1962.
Schmidt. As suas ásperas observações so­ (b) IPES CE. 29 de novembro dc 1962.
bre o vigor populista de Dom Helder Câ­ (c) IPES CE Rio. 5 de março dc 1965.
mara e as preocupações com a situação A idéia seria “colocar a bola emjogo, mas
dos favelados do Rio (“essa conversão sú­ sem a etiqueta made in IPES.**
bita voltada ao pobre está longe do me­
58. (a) IPES Rio. 17 de maio de 1962. <b)
recimento da consideração do« católicos
mais lúcidos") ou seus ataques mordazes
O Estado de São Paulo, 20 de junho de
1965.
sobre os líderes centro-esquerdistas do
PDC (“agentes do comunismo disfarçados 59. Eldino BRANCANTE. Relatório do
em católicos") legaram-lhe um lugar espe­ Estado Maior Civil de São Paulo. In:
cial no esforço de propaganda do comple­ Olympio MOURÂO Filho — Memórias:
xo IPES/JBAD. Vide A. F. SCHMIDT. a verdade de um revolucionário. Rio de
Prclildlo a unia revolução. Rio de Janeiro, laneiro. L & PM. 1978. p. 212 (introdução
Ed. do Vol, 1964. Uma seleção de suas e pesquisa de Hélio Silva).
obras políticas foi publicada em O Globo. 40. Pelo Brasil, pelo seu progresso e pe­
50. IPES CE Rio. 29 de novembro de la felicidade do seu povo, contra a desor­
1962. Glycon de Paiva. dem. a irresponsabilidade c a demagogia.
O Estado de São Paulo. 21 de janeiro de
31. Clarencc HALL. The country that sa
1962
ved Itself. Readers Di^est. Estados Uni­
41. O IPES praticamente controlava ou
dos. November. 1964 p 145 (reportagem
recebia o apoio direto da imprensa mais
especial).
categorizada dos principais centros urba­
32. Um fluxo constante de denúncias diá­ nos do país, como foi visto no cap. V e
rias era initrumcntado pelo Grupo de Opi­ por iodo o cap. VI. bem como o apoio
nião Pública. Através de associações dc internacional da imprensa amiga.
idéia, fazia-sc uma miscelânea dc condena­ 42. IPES CE. II de junho de 1962. Vide
ções a João Goulart, ao Partido Comunis­ também sobre o espaço comprado pelo
ta. Tilo. Meo. Khrushow. Cuba, uniões es­ IPES no Correio da Manhã, para que o
tudantis. sindicatos, à reforma agrária, à iornal publicasse uma entrevista feita coro
estatixação. ao Partido Trabalhista Brasi­ Mário Brant. mencionado no IPES CE. 11
leiro. à corrupção, ineficiência e socialis­ de setembro de 1962. Ao final de 1961.
mo Vide (a) túlio de MESQUITA Filho. João Punaro Bky. comandante da 4/ Di­
A democracia e o fenômeno brasileiro O visão do 1 Exército, em Minas Gerais, fez
Eslodo dc São Paulo. 14 de agosto de 1963. ura discurso em Belo Horizonte no audi­
(b) Jamcs W. ROWE. Rcvohition oc coun tório da Associação Comercial do Estado
tcr-revolutkm in Brazil: an inccrim asses- O encontro foca patrocinado peia rede dos
sment. In: East Coasi Souih Américo Se Diários Associados, cujo editor “estava

263
I
tendo financiado pela CIA para promover exemplo, que o IPES organizaria as gran­
o anticomunismo. Como não poderia ser des empresas multinacionais c associadas
de outra forma. Punaro Bley proferiu um para apoiar a edição especial dc O Globo
discurso anticomunista.-. Punaro Bley dc 28 dc fevereiro dc 1962 sobre o Pro­
clamava que os comunistas haviam pene­ grama da Aliança para o Progresso. Dia-
trado cm todos os níveis da sociedade bra­ tinguiarn se entre as corporuçõcs contribu­
sileira e punham uma séria ameaça à de­ intes: Braniff Int., Leon Israel Agrícola c
mocracia”. A. f. LANCCUTH. Hidden Exportação, IBM. Vick Farmacêutica, Esso
terrors. Ncw Yorlc, Pantheon Books. 1978. Brasileira de Petróleo, Durroughs do Bra­
p. 77. Sobre os incidentes que sucederam sil. Tbc llomc Insurunce Co„ Amcrican
ao discurso c a sua repercussão, vide A. J. Insurancc Co.. St. Paul Firc and Marinc
LANCCUTH op. cif. 1978. p. 78-80. Insurancc Co., Remington Rand, 1TT,
43. Reunião Geral do IPES, São Paulo,
Atlantic, Liquid Carbonic, General Elcc-
tric, Cilettc Safety Razor. Vide também
23 de outubro de 1962.
Plínio dc Abreu RAMOS, op. cif. p. 67-8.
44. O Comitê da Aliança para o Progres-
so, estabelecido no Rio a 13 de novembro 45. IPES CD Rio, 19 dc fevereiro dc
de 1962, compunha-se de Luiz Simões Lo­ 1962. Essa operação foi feita a um custo
de 8.000.000 dc cruzeiros. Vide também
pes (da Cia. Fiação Tecidos São Bento,
N. BLUME. Pressure groups and decision-
Banque de ITndochine, Société Cotoniêre
making in fírazil; studies in comparative
Francocéanique); João Calmon (Diários
international development. Saint Louis,
Associados), Tbemístocles Cavalcanti. Dan-
Missouri, Washington Univ. 1967-68. V. 3.
ton fobim e o pclcgo Ary Campista. Gil-
N. II. p. 217. Série de monografias (So­
bert Hubcr Jr. c Paulo Ayres Filho fre­
cial Sciencc (nstitute). É interessante citar
quentemente estavam em contato com fun­
cionários da ALPRO americana, empresá­ extratos de uma das reuniões em que o
Aliança para o Progresso foi debatida, já
rios e executivos dos Estados Unidos liga­
dos nos objetivos gerais da Aliança, bem que ela esclarece o procedimento geral e
as atitudes. Para José Luiz Moreira dc
como figuras de governo. Dessa forma, de
Souza. "A idéia é a ação política. Falta
volto no Brasil em maio de 1962. Cilbert
colocar o problema em sua grande pers­
Hubcr Jr. pôde relatar à liderança do IPES
assuntos da Aliança, seus contatos com pectiva. Aos poucos, tudo gira em torno
do grande eixo Orientc/Ocidente. Pode­
Tcodoro Moscoso, □ porto-riquenho exe­
cutivo da ALPRO e uma reunião especial
mos dizer até que, hoje em dia. a Pasta das
sobre problemas de mineração, realizada Relações Exteriores é a principal, [ânio
nos Estados Unidos, (a) Relatório IPES Quadros sentiu essa perspectiva e conce­
CE, miiio dc 1962. (b) Vide seu relatório beu uma fórmula de Ação Política...w
sobre u viagem aos Estados Unidos cm ju­ "antes das eleições, seria necessário, por
lho. IPES CE Rio. 3 de julho de 1962. (c) exemplo, editar e difundir a Ata da Ali­
Vide as declarações dc Poulo Ayres FiJho ança para o Progresso, transformando cm
sobre o sua participação no encontro de documento acessível a todo mundo, ao al­
cance de qualquer brasileiro. Ainda antes
empresários com o Presidente John F.
Kcnnedy. O Estado dc São Paulo, 6 dc das eleições: Uma vísila devidamente pre­
parada dc Kcnnedy ao Brasil (vide Vene­
março de 1963. Esse estreito contato entre
zuela c Colômbia). ‘Remember* visita de
o IPES c as elites político-empresoriaii dos
Estados Unidos por intermédio da ALr Roosevclt. Ora, os políticos têm antenas,
PRO, bem como através de cnnais priva­ sentem onde está o lado do interesse, dos
dos, favoreciam grandes oportunidades de vantagem, da vitória. Sentem o que é po­
desenvoltura c apoio cm sua campanha dc pular, cm suma”. J. L. Moreira de Souza
encurralar e isolar o Executivo brasileiro. acrescentava que "assim conduzida a
Nesse aspecto o IPES era ajudado pela questão, não seria negócio para os políti­
Amcrican Chamber of Commcrcc for Bra- cos profissionais passarem a ser ou conti­
zil, através de Pedro Freire Cury c pelo nuarem a ser anti-ocidentais. Tumbém se­
Committee for American-Brazilian Rela ria necessário penetrar na área dos estu­
tions. Foi por meio desses órgãos, por dantes, conquistá-los. Tudo junto, somado,

264
daria uma espécie de Plano de Salvação 48. IPES CD Rio, 19 de fevereiro de
do Brasil c da América Latina. Confiden­ 1962.
cialmente: já estão dados os primeiros
49. fohn Foster DULLES. Unresí In Bra-
passos paro a visita dc J.K. ao Brasil, com
jacklc c tudo”. 1. Klahln: "tudo está bem, til: politicalmililary crises, 1955-1964,
Austin, Univ. of Texas Press, 1970. p. 188.
mas nada impede dc pensarmos em termos
imediatos". G. Huber |r.: “os primeiros 50. IPES, Relatório aos patrocinadores fi­
passos já foram dados. F. sério, alguém de­ nanceiros. 6 de junho de 1963, José Ru­
ve publicar a Ata da Aliança para o Pro­ bem Fonseca.
gresso, na cxatal Porque o Itamaraty não 51. A revista Cadernos Brasileiras de
parece muito disposto a fazê-lo". A. Gal- Eduardo Portela se envolveu em um es­
kxti: "Em texto fácil. sob a forma de car­ cândalo político em 1967, sendo acusada
tilha ou em quadrinhos". Alguém que não por ligações com a revista Encounter pa­
foi indicado na ata. observou, então, que trocinada pela CIA. Folha de São Paulo,
“O Instituto Brasil-Estados Unidos vai pu­ 20 de janeiro de 1979. A Cadernos Bra­
blicá-lo junto com: Carta de Juscelino e sileiros tinha como diretores José Garrido
Ala de Bogotá. Tudo será publicado em Torres. Vicente Barreto. Afrínio Coutinho
texto exato”. 1PES CE Rio. 5 dc feverei­ e Nuno Velloso.
ro dc 1962.
52. Foram adquiridas mil e duzentas uni­
46. Em uma reunião posterior, presidida dades por edição. IPES CE. 31 de janeiro
por J. O. Mello Flores, com as presenças de 1963, José Garrido Tones.
de Harold C. Poli and. G. Huber Jr., do
General Hcrrera, J. Rubem Fonseca. A C. 53. O Gorila, julho de 1963. Além disso,
Amaral Osório. O. Tavares e J. L. Morei­ foram impressos 50 000 pósteres com car­
ra de Souza, foi relatado que o panfleto tuns mostrando Fidel Castro chicoteando
havia sido preparado, juntamenle com o povo cubano e a legenda "Você quer
uma campanha sobre o assunto na tclevi viver sob o chicote do comunismo?” C. S.
são. Decidiu-se por colocar os panfletos hall. op. dt. p. 142.

como um encarte nos jornais. J. Luiz Mo­ 54. IPES CE São Paulo. 14 de maio de
reira de Souza sugeriu que os encartes de­ 1963.
vessem aparecer "domingo próximo, an­
55. Vide Apêndice L. onde consta umi
tes da ida do Prcs. longo Goulart aos Sta-
lista de algumas dessas publicações.
tcs. Facilita-lhe a tarefa c preocupao. Di­
versos jornais querem o encarte. Saindo 56. Depois de abril de 1964. o IPES con­
primeiro na Guanabara, depois nos de­ tinuou a publicar e patrocinar livros e
mais Estados". A. Gollotci informava que panfletos. Em 1967. ele publicou História
o encarte já estava "na mesa da Embai­ do Desenvolvimento Económico de Mir-
xada Americana". “Os Diários Associados cea Buescu e Vicente Tapajós. O Council
publicarão no exterior. Fim: Fazer a pro- for Latin América colaborou no íinancir
pugandu da democracia. Vinda de J. Ken- mento da edição de 5.000 cópias. O IPES
ncdy ao Brasil, antes das eleições. Onda publicou também O Imposto de serviços
dc democracia crescendo antes da eleição. — dúvidas e esclarecimentos sobre sua in
Política faz-se por ondas. Projeto J. Dan­ cidència de Arthur E. V. Aymoré. N.
tas: Empresários preparados para discutir BLUME. op. cit. p. 215.
com lodos". 1PES CE Rio. 27 de março
57. O Estado de São Paulo, 17 de mar­
de 1962.
ço de 1979.
47. O livre lo de André Gama foi distri­
58. IPES CE São Paulo. 11 de dezembro
buído pelos empresários e gerentes entre
de 1962.
os seus empregados. Ê significativo men­
cionar que a execução da edição Imediata 59. Os antecedentes dessas propostas
desse livreto ficou sob n responsabilidade constituíam de uma lista preliminar de le­
do General Golbery c Wilson Figueiredo mos para estudos, esboçada pela liderança
se encarregou do orçamento. IPES CE, 19 do complexo IPES/IBAD em janeiro de
de novembro dc 1962. 1962 e classificada de acordo com exigên-

265
cias a "curto” e a "médio prazo”. Para 6) Reforma da Legislação Trabalhista;
cada lema, designava-sc um indivíduo, 7) Reforma da Legislação dc Previdên­
grupo ou instituição, responsável pela sua cia Social;
concretização O grau dc prioridade para 8) Reforma Educacional;
a realização desses estudos era determina­ 9) Reforma do Código dc Minas;
do pelas necessidades do Grupo de Ação
10) Política Comercia) Externa (ALALC.
Porlamentar c a ação política coordenada
ECC. Cortina dc Ferro);
pelo Grupo de Levantamento da Conjun­
11) Política dc Transportes;
tura. A lista de grupos de eitudos compre*
endia: 12) Política Energética;
1) Remessa de lucros (ou a definição de 13) Política de Saúde Pública:
uma diretriz de investimento, de suma pre­ 14) Reforma estrutural e metodológica
mência em vista das medidas restritivas ao da administração pública;
capital estrangeiro objetivadas por João 15) Lei das. Sociedades Anônimas.
Goulart). Seu coordenador era Mário Hen­ — O documento rezava ainda que to­
rique Simonscn; dos esses temas (e outros que viessem a
2) Reforma Agrária. |osé Arthur Rios; ser acrescentados) seriam desenvolvidos
J) Reforma Fiscal e Orçamentária. Má­ sob a orientação da doutrina apresentada
rio Henrique Simonscn; na Encíclica Aforer et Ma^istra e modela­
4) Reforma Monetária (induindo refor­ da no programa de ação correspondente,
ma bancária e a cnação dc um Banco Cen­ representado pela Aliança para o Progres
tral), Casimiro Ribeiro.
so. O IPES os popularizaria, mesmo em
5) Repressão ao abuso do poder econô­ forma de comentários para a sua lese, ten­
mico. Dênio Nogueira; do José Garrido Torres como coordenador
6) Reforma do Código Eleitoral. The dos estudos (Plano de estudo de temas.
míjfocles Cavalcanti (é interessante obser­ Ata do IPES. 19 dc janeiro de 1962. Vide
var que iniciaJmente Or*aldo Trigueiro
ainda Ala do IPES, 29 de maio de 1962.
hflYÍo sido designado pari esse ima); Comunicação de José Garrido Torres ■
7) Participação dos empregados nos lu­
Gilbert Huber Jr.).
cros das empresas. Nélio Reis;
60. A. STEPAN. The military ín... op.
8) Funcionalidade do planejamento só­
dl. p. 186-87.
cio-económico. Objetivos e métodos apli­
cáveis ao Brasil, Genival Santos; 61. Em uma carta do CE a José Garrido
9) Problemas da habitação popular pe­ Torres, chefe do Grupo de Estudo do dia
lo IDAD. Luiz Carlos Mancíni; 5 de junho dc 1962, enfatizou-se que:
10) Sindicalização rural; — "Após detida análise do relatório
11) Telecomunicações, General Luiz A. apresentado pelo Chefe do Grupo de Es­
Medeiros, de O Clobo. tudos e
— Os temas "a médio prazo" compre­ — considerando a necessidade de afir­
endiam: mar, junto à Opinião Pública, a orienta­
1) Função econômica e social da empre­ ção do IPES. rclalivamcnte aos problemas
sa modems; nacionais mais cm foco;
2) Expansão do mercado de capitais — considerando o ritmo provável em
(medidas complementares propostas nu que lais assuntos serão discutidos no Con­
reformas tributária e bancária, usim como gresso;
aquelas referentes no mercado de ações e
— considerando os compromissos assu­
às sociedades anônimas);
midos pelo Chefe do Grupo, em decorrên­
3) Discriminação de reccius para o for­ cia dc decisão anterior;
talecimento do sistema federativo;
*— considerando, finalmcntc. a justa ob­
4) Dinâmica do desenvolvimento eco­
servação do mesmo Chefe, dc que 'umi
nômico. Papel da iniciativa privada e da
das maiores difículdodes encontradas até
iniciativa estatal;
agora no funcionamento do órgão tem si­
5) Revisão da Constituição Federal e do do a falta dc comando c a de enirosamen-
Sistema Parlamentarista;
to nos setores do IPES*;

266
o Comiiè Executivo resolve solicitar ao 67. (a) Carta de Mário Henrique Simon-
Chefe do Grupo de Estudos as seguintes sen a L Garrido Torres. Rio. 23 de feve­
providências: reiro de 1962. (b) José Garrido Torres ao
1) Coordenar as atividades de seu Gru­ CD IPES. 29 de maio de 1962. O estudo
po. dc modo que cada um dos trabalhos foi orçado em 800.000 cruzeiros a serem
cncomendadoi seja objeto de dois estudos: pogos a Simonsen.
a) O primeiro, mais urgente, fixando a 68. Comunicação de José Garrido Tones
orientação do IPES quanto às linhas ge­ ao IPES CD Rio. II de maio de 1962. O
rais que convém sejam observadas na ela­ escritório de consultoria de Paulo dc As­
boração ao anteprojeto; as conclusões do sis Ribeiro; José Arlhur Rios e o seu es­
Grupo dc Estudos, discutidas e aprovadas critório estavam também envolvidos no
pelo Comitê Executivo, serão encaminha­ estudo da Reforma Urbana, uma pesquisa
das ao Grupo dc Opinião Pública, não e trabalho de diretrizes para os quais Gly­
apenas com vistas a uma campanha de es­ con de Paiva contactou Sandra Cavalcanti
clarecimento e conquista de apoio, mas c G. Borghofí (ambos correligionários po­
também para afirmar a presença do IPES; líticos de Carlos Lacerda). Foi José Garri­
b) O segundo — necessariamente mais de­ do Torres que procurou o apoio de Car­
morado — visando a elaboração do ante­ los Lacerda. A conclusão desse trabalho
projeto dc lei c respectiva justificação, levaria seis meses e seu custo foi estimado
com todas as suas injunções dc ordem téc­ em 3 600.000 cruzeiros. Foi orçado como
nica. "despesa ordinária do Grupo de Estudo"
2) Programar estas duos categorias de e tomou-se o matenil básico para as pro
estudos, de modo que em cada reunião se­ postas do IPES para a Reforma Habita
manal do Grupo com o Comité Executivo cional. IPES CE Rio. 20 de fevereiro de
Mijam apreciadas as conclusões a que se 1964, J. Arlhur Rios.
refere a letra (a) acima, cobrindo inicial-
69. Comunicação de J. Garrido Torres ao
mente os seguintes títulos: Reforma Agrá­
IPES CD, 29 de maio de 1962. "conforme
ria, Legislação Antitrust, Reforma Tribu­
o que foi combinado com Harold C. Pol-
tária. Reformo Eleitoral. Participação nos
land".
Lucros, Telecomunicações. Reforma Orça­
mentária. Reformo Bancária. 70. IPES CE, 25 dc maio de 1963.
3) Apresentar o orçamento mensal dc 71. (a) IPES CE Rio. 28 de agosto de
despesas do Grupo para atender aos encar­ 1962, Glycon de Paiva, (b) IPES CE. 27
gos solicitados acima'*. dc dezembro de 1962. A PUC desenvolveu
62. Ala do IPES. 5 de fevereiro de 1962. para o IPES uma análise das eleições de
José Garrido Torres. Glycon dc Poiva. J. 1962 para o Congresso e outros estudos
Bchring dc Mattos c I. Klabin. No CE do importantes para os quais eh contava
IPES. de 2 dc maio de 1963. decidiu-se com infra-estrutura acadêmica apropriada,
"publkar todos os trabalhos de estudos (c) IPES CD Rio. 20 dc dezembro de
técnicos sob a responsabilidade do IPES" 1962. Glycon dc Paiva. O Grupo de Estu­
e "entregar nos deputados e senadores to­ do contratou também o escritório de con­
dos os anteprojetos dc lei para a apresen­ sultoria de Paulo de Assis Ribeiro para fa­
tação". zer um trabalho sobre o processo eleito­
63. IPES CE, 28 dc junho dc 1962. ral, o padrão dc conduta dos eleitores e
comportamento político, um estudo que
64. IPES Rio (n) Comunicação dc J. Gar­
rido Torres ao CD, 29 de maio de 1962.
ficou conhecido por sua forma popular
(b) Comunicação de J. Garrido Torres ao Quem e/ege qwe/n. (d) IPES CE Rio, 5 dc
General L. A. Medeiros, CE, 28 dc junho novembro dc 196J. Assis Ribeiro recebeu
de 1962. também 400.000 cruzeiros como pagamen­
to por "serviços extraordinários" pelo L&
65. Ato da sessão de trabalho do Grupo,
vantanicnto do Roteiro da Reforma Agrá­
16 dc mnrço de 1962.
ria.
66. Ala do IPES. 20 dc março de 1962,
José Garrido Torres ao General Herrera. 72. IPES CE Rio, 5 dc fevereiro dc 1962.

267
71. (a) f. Garrido TORRES A dcmocr* II losé Arthur RIOS el alii. Recomenda-
li ração da Empresa no Brasil Cadrmoi (VWn sobre a Reforma Agrária. Rio dc |a*
Braiilciroi. ». I (4): 14-10, jul/ag (b> lor nctro. Ed do IBAD. 1961 p XXXV.
gr Oscar de Mello FLORFS e Gilbcrt HU- 84. Dénio Nogueira. Dirccu Uno dc Ma­
BF.R |r.. Democ rali ração do captai O Ei tos Padre Fernando Rastos D'Avila. Guv
lado dc São Paulo. 10 de ouiubro dc 1*6 3 lavo Corçâo. losé Irincu Cabral c Moysés
(trabalho para a 4 * Conferência de Rela­ Roscnthal apresentaram trabalhos. O Ci­
ções Pública»). tado dc São Paulo. 13 de junho dc 1963.
74 Dêmo Nogueira c Wilbam Fmbry fo­ T Lynn Smith era um analista agrícola
ram coniraiadot por 20C 000 cruzero* O sênior do Departamento dc Estado ame­
anteprojeto dc let e sua jussvfscaciva ama- ricano Ele pertencia também ao Instituto
ram 200 000 crurcirus tComumcação dc I. dc Estudos Brasileiros, à Universidade dc
Cimdo Torres ao CD do IPES 29 de Vanderbilt e à Universidade da Flórida. |o-
maio de 1962) Foram preparados mata sé Bonifácio Coutinho Nogueira era o pro
dois estudos O primeiro conaurvsa dc pnctáno da Usina Açucareira Ester, Cia.
uma anAhsc e critica do sub»ntwt**o apre Agrícola São Quirino. Comercial Açuca­
sentado pelo senador Scrgc Mar»abo pa­ reira e Cafceira e Cia. dc Administração e
ra o pru/rto 1 55 da CA "vara dos Depu- Representação Ester.
iad*H O segunde fcw dnu-gadc nc Aoíe-
«5 IPES CE. 25 de julho de 1963.
fim Mrntal do IPES. def n ndo o poleio
namrnlo do Instifuio ouaow ac asaunw 66 Au do IPES. 20 de março dc 1962.
O coordenador e rrUsor desac grupo era 07 Au do IPES. 18 de maio de 1962. O
Dênio Nogueira CONCLAP citava entre os que se mani­
71 (a) IPFS CF 5 de «unho dc IW2 Cb) festaram publicamcnic a favor de uma re­
Comunicação dc loM Gamdo Torrei ao forma agrána como aquela patrocinada
GeneraJ Hcrvrra cm 29 dc maac dc !%2 pelo IPES O Citado dc São Paulo. 14 de
Gilberi Hubcr |r corwegu-j apoo ftnan- /unho de 1963 Vide também Paulo dc
ceiro para o procrio e o Grupo de Doutn Almeida Barbosa A Gazeta. 8 de maio de
na e I studo de São Paulo também confe­ 1963; relatório dn Federação das Indús­
riu o seu aptno trias de São Paulo na Folha dc São Paulo,
16 dc maio dc 1963. Outro projeto íoí
76. IPFS CE. 27 de dermbro de 1962
passado no início dc 1963. aparecendo
77 IPFS CF. 21 de setembro dc 1962. também sem o nome do IPES. IPES CE,
Haroid C Pedi and O IPFS recebeu infen­ 5 dc março dc 1963, |. Garrido Torres.
sa colaboração para o eWudc sobre a Rr-
88. Julian Chaccl. CNI/Consclho Econô­
forma do Lcgidaíiro c a Adm^murução
Pública Dom Helder Câmara proporcio­
mico, pothion paper preparado pora o
Grupo dc Estudo sobre o "substitutivo
nou a II Pollrnd um> anÁJise sobre os
Afránio Lagc" para a Lei da Reforma
mecanismos do Congmw. preparada pur
Agrária.
Nelson Mota, filho do ex integralista e pus
leriormcnfe liberal Cindido Mota 89 Esses senhores eram, rcspcctivamente.
70 IPFS Documento dc 10 de jane«ro de d*rd(xes do Banco Português do Brasil, do
1962. grupo financeiro e industrial Boa Vista.
Bcthfchem Siccl e Companhia Brasileira
79 (a) IPFS CD 1 de abril dc 1962 (b)
dc I «plosivos, Fundação Gcfúho Vargas.
Relatório do CE Rio. abnl dc 1962 Gtl-
Consórcio Brasileiro dc Produtividade —
berl Hubcr |r.
CBP c finalmcnle da CONSULTEC, Llghl
BO M CEHELSKY Thr pofiry prorru SA. IBAD. SPI.AN, CBP. ESSO.
ín fírazil land reform 796/ /969 Disser* ABC AR US Siccl Corporalion. Esses
taçio dc doutorado. Nrw York. Cdumbra lecnocmpresáriot ligado* a grandes grupos
Unis 1974 p IX).
petroquímicos, industriais, construtores c
11 N BA1LEY. op cii p 220 dc mineração. eram inteitamcnte a favor
12 Ação Democrática Rio dc Janeiro, da interdependência entra us setores ru­
fevereiro dc 1962. p. 12. ral c industrial

268
90. |. W. ROWE op. dl. p. 82. função da questão agrária c no aliciamen­
to dc apoio entre as classes de proprietá­
91. Vide Atos do IPES de (a) 18 de
rios de terra através dessas organizações
maio dc 1962. (b) 25 dc meio dc 1962. (c)
políticas, uma vez tendo as suas propostas
1 dc junho dc 1962. (d) 4 dc junho dc
sido aceitas Assim, para a convenção da
1962. <c) 8 dc junho dc 1962. (f) 15 dc
UDN dc 1963 no Paraná, convocada para
junho dc 1962. (g) 22 dc junho dc 1962.
debater assuntos agrários, compareceu
(h) 27 dc junho dc 1962. (i> 29 dc junho
uma delegação de políticos e empresários
dc 1962. (j) 4 dc julho dc 1962. (1) 11 de
de São Paulo, que trazia consigo uma pro­
julho dc 1962. (m) 18 dc julho de 1962.
posta político-econômica completa. In-
(n) 25 de julho dc 1962. (o) 25 dc julho
cluíam-se entre os pontos mais importan­
de 1962. (p) 27 dc julho dc 1962. (q) 31
tes a rejeição ao proposto CGT — Coman­
de julho dc 1962. (r) 3 de agosto de 1962.
do Geral dos Trabalhadores, a regulamen­
<s) 8 dc agosto de 1962. (0 13 de agosto
tação do direito dc greve, uma reforma
de 1962. (u> 15 dc agosto dc 1962. (v) 27
agrária modemizante-conservadora. uma
de agosto de 1962. (x) 3 dc outubro dc
reforma eleitoral, a enação de um banco
1962. (z) II de outubro dc 1962. (w) ]g
central, acarretando uma reforma bancá­
dc outubro dc 1962. (y) 9 dc novembro
ria e. finalmente, o estabelecimento de
dc 1962.
uma política econômica dc estímulo pelo
92. IPES CE. 25 de julho de 1963. Atra­ governo para atividades de exportação,
vés do Grupo de Ação Parlamentar, o controle da inflação e patrocínio de aus­
IPES procurava seus amigos no Congresso teridade. A delegação, presidida pelo polí­
e aqueles indivíduos que desempenhavam tico-empresário udenista Roberto de Abreu
papel importante na articulação, como o Sodré. compreendia também os ativistas
Deputado Padre Godinho. eram colocados ipesia nos Hcrman de Morais Barros. Os-
dc sobreaviso, já que a elite sc lançava cm waldo Breyne da Silveira c A riovai do de
uma ofensiva contra a reforma agrária p<; Carvalho O Eirado de Sõo Paulo, 28 de
(roc/nada pelo irabolhismo. O IPES pre­ abril dc 1963. As teses foram adotadas.
parou o material para o anteprojeto do
deputado Aniz Dodra que portavo 212 assi­ 94. Carlos José de Assis Ribeiro preparou
um projeto de emenda constitucional para
naturas c era de natureza abrangente, in­
a Justiça Agrária e José Arthur Rios pro­
cluindo 79 artigos que (ratavam dc um
duziu um trabalho de análise do Projeto
amplo espectro dc assuntos relacionados à
n. 93 dc 1963 do Senado, discorrendo so­
assistência agrícola, reforma da terra c vi­
bre Estatuto da Terra. IPES CE. 23 dc
da rural. Sobre o texto da tei, do forma
que foi apresentada, vide Correio da Ma* maio de 1962. Outros estudos preparados
nhà. Rio dc Janeiro. 7 dc agosto de 1963. pelo IPES incluíam: A Estrutura Agrária
do Brasil, preparado por uma equipe com­
93. (a) IPES. Grupo dc Estudo ao CD. 29
posto de Paulo de Assis Ribeiro. C. de
dc maio dc 1962. (b) Súmula dc Ativida­ Assis Ribeiro. |. A. Rios. José Garrido
des Desenvolvidos pelo Grupo dc Estudos
Torres. Julian Chacel e Wanderbill D. Bar­
no período compreendido entre março dc ros Gl)con dc Paiva o apresentaria por
1962 a fevereiro dc 1963. (c) Ala do IPES. ocasião do Congresso de Reformas dc Ba­
18 dc maio dc 1962. Os militantes ipesia- se. cm janeiro dc 1963. Glycon de PAIVA.
nos viajaram por toda a zona rural, parti­ Introdução. In: Estrutura Agrária do Bra­
cipando dc uma variado série dc aconteci­ sil. IPES. 5 de novembro dc 1963. Um ou­
mentos e organizando bs classes dominan­ tro trabalho muito importante por seu im­
tes rurais Ideologicamente, politicamente e pacto sobre o governo pôs-64. preparado
de outras formas. Um exemplo dc tais ati­ pela equipe do complexo IPES/1BAD. con­
vidades foi a reunião dc Patos, no dia 23 sistia em um estudo que veio a se tomar
dc agosto dc l%2. da qual participaram o livro A reforma agrária: problemas —
Paulo dc Assis Ribeiro c uma equipe dc boies — soluções. Compunham essa equi­
militantes do IPES. I sscs militantes mos­ pe os seguintes indivíduos: Glycon dc Pai­
travam sc muito ativos também na molda va. Harold C Pollond. Paulo dc Assis Ri­
gem de posições partidárias de direita cm beiro. |. Garrido Torres. José Arthur Rios.

269
Dênio C. Nogueira, Carlos José de Assis 100. IPES CE, 29 de novembro de 1962.
Ribeiro. Edgard Teixeira Leite. Julian Cha- Telegrama de Glycon de Paiva ao senador
cel. Luís Carlos Mancini, J. Irineu Ca­ Mcm de Sá.
bral. Wanderbilc D. de Berros. Nilo Ber- 101. A reforma da política do uso de re­
nardes. Participaram também os Generais cursos naturais foi preparada por Paulo de
Golbcry c Herrcra. Carta de P. A. Ribei­ Assis Ribeiro e Glycon de Paiva. Vide
ro a Luís Viana Filho em Notas sobre a também as atas do: (a) CE, 14 de agosto
implantação da reforma agrária, s. d.. no de 1962. (b) CE. 16 de agosto de 1962. (c)
arquivo de Paulo de Assis Ribeiro. Vide CE. 17 de agosto de 1962. (d) CE. 20 de
também (a) José J. de Sá Freire ALVIM. agosto de 1962. (e) CE. 27 de agosto de
Oi números revelam a necessidade de re- 1962. (í) CE. 28 de agosto dc 1962. (g)
forma agrária. A Defesa Nacional. Rio de CE. 5 dc setembro de 1962. (h) CE. 6 de
Janeiro (5S7):31-6. jul. 1963. (b) Estudo setembro dc 1962. (i) CE, 10 de setembro
sobre o reforma agrária, lançado em janei­ de 1962. (j) CE. 11 de setembro de 1962.
ro de 1964 em cinco línguas, conforme a (I) CE. 12 de setembro dc 1962. (m) CE.
carta de H. C. Poli and a Joio Goulart em 13 dc setembro dc 1962. (n) CE, 17 de se­
O Estado de São Paulo. 10 de janeiro de tembro de 1962. (o) CE, 18 de setembro
1964. (c) J. A. RIOS O que é e o que não de 1962. (p) CE. 19 dc setembro de 1962.
é reforma agrána. Cadernos Brasileiros (q) CE. 20 dc setembro de 1962. (r) CE.
Rio. (0:45-50. jul/ag. 1965. (d) M DIE- 24 de setembro de 1962. (s) CE. 25 de se­
GUES |r Antecedentes da reforma agrária tembro de 1962. (t) CE. 27 de setembro
no Brasil. Cadernos Brasileiros. Rao. (4): de 1962. (u) CE. 28 de setembro de 1962.
51-4, jul/ag. 1963. (e) J- V. Fm tas MAR­ (v) CE. II de dezembro de 1962. (x) CE.
CONDES. O Estatuto do trabalhador ru­ 19 de dezembro dc 1962. (x) CE. 20 de
ral e o problema da terra. Cadernos Bra­ dezembro de 1962. (aa) CE. 27 de dezem­
sileiros Rio. (4). jul/ag. 1963. (f) C. Guin- bro dc 1962.
le de Paula MACHADO. Reforma agrá­
102. Valentim Bouças era diretor das se­
ria. Cadernos Brasileiros. Rio. (l):72-7.
guintes corporações multinacionais e asso­
janVíev. 1963.
ciadas: Swift do Brasil, 1TT. Cia. Brasi­
95. “O JPES, seção do Rio de Janeiro, leira de Material Ferroviário — COBRAS-
vem mesmo realizando um movimento de MA. Serviços Hollerith, Nalional Cash Re-
esclarecimento em tomo das chamadas re­ gister, Panair, Listas Telefónicas Brasilei­
formas de base, lançando manifestos com ras, Addrcssograph Multigraph do Brasil,
princípios expurgados do "vírus totalitário U. S. Bethlehem, Amcrican Bank Note Co.»
e comunista". Joáo Baptista Leopoldo Fi­ Coca-Cola, Cia. Nacional de Máquinas Co­
gueiredo, citado cm O Estado de São Pau­ merciais, Goodycar, Ferrocnamel c Cia.
lo. 7 de março de 1963, Vide também Go- Imobiliária Santa Cruz. O seu filho, Jorge
Bouças, era também diretor da Addrcsso-
orge N. BEMÍS. op. cit. p. 58-9.
graph-Multigraph, Serviços Hollerith e Cia.
96. Edmundo Macedo SOARES. Interpre­
Imobiliária Santa Cruz S.A.
tação dos interesses e das aspirações do
103. Carta de Manuel Linhares dc Lacer­
povo brasileiro: análise econômica. ESG.
da, Brasília, 30 de abril de 1964. "Motivo:
Documento n. C-25-63. p. 29-36.
Audiência com o Presidente, Assunto: So­
97. IPES CE, 8 de janeiro de 1963. licitar solução para o conteúdo do dossier
98. Elas foram programadas para come- encaminhado à Presidência du República
. çor no dia 9 de dezembro de 1962. Elas por intermédio do General Ernesto Gci-
foram publicadas todos os domingos a sei". Vide os documentos de Humber­
partir de janeiro. IPES memorando, 21 de to Alencar Castcllo Branco, Arquivos
novembro de 1962. CPDOC, Rio de Janeiro.

99. Carta de P. Assis Ribeiro a J. Garrido 104. Adyr Fiúza dc CASTRO. O fim de
Torres, 5 de fevereiro de 1963, Rio de Ja­ um exército. A Defesa Nacional. Rio,
neiro, no arquivo de Paulo de Assis Ri­ (586):3-16. jul. 1963. O mesmo artigo foi
beiro, Rio de Janeiro. basicamente reproduzido mais tarde cm Ü

270
Estado de São Paulo. 17 de setembro de São PauJo, 29 de agosto de 1962. <d) IPES.
1963. Reunião Geral. São Paulo, 25 de outubro
105. Jcan Mire van der Wcid. líder estu­ de 1962.
dantil da oposição cm meados de 1960, 110. Carta oficial do IPES-São Paulo
lembrava-se de que se realizara em sua ca­ (Flávio Galvão) ao IPES-Rio. 16 de no­
sa em 1963 uma reunião com vários re­ vembro de 1962. Protocolo N. 667. 1962.
presentantes da rede dc comunicações e
111. E interessante observar alguns co­
da indústria publicitária, incluindo o pre­
mentários feitos em função de cada nome.
sidente da segunda maior companhia de
A participação do General Golbery era
publicidade do Rio de Janeiro (McCann*
considerada como não "conveniente’*. O
Erikson) e um gerente da American Light
General Mamede "não tinha condições pa­
and Power. O objetivo da reunião consis­
tia em discutir os meios de participação ra participar”. Herbert Levy, Mem de Sá,
na campanha do complexo 1PES/IBAD Carlos Lacerda. Armando Falcão e Carva­
contra João Goulart e a esquerda traba­ lho Pinto estavam profundamente envolvi­
lhista. O lio de Van der Wcid. o deputado dos na campanha de televisão do IPES.
Fábio Sodré. que era o assessor legal da IPES CD. 19 de junho dc 1962.
American Light and Power e grande ami­ 112. Houve esse programa no dia 25 de
go dc Nücs Bond. o adido cultural da Em­
outubro de 1963.
baixada Americana, envolveu-se também
na campanha. fan Knippers BLACK. op. 113. Foi apresentada no dia 2 de julho
cít. p. 5t. de 1963.

106. 1PES CD Rio. 29 de maio dc 1962. 114. A mensagem foi proferida no dia 4
O 1BAD preparou 50 perguntas e respos­ de agosto de 1963. O Almirante Heck foi
tas estereotipadas que seriam reproduzidas acompanhado e esperado no aeroporto de
em todos os Estados e em todas as emis­ Congonhas, onde ele desceu, por diversos
soras dc rádio e de televisão. Por exem­ associados do complexo IPES/1BAD.
plo. respondendo a pergunta do entrevis­ 115. Apresentado no dia 10 de fevereiro
tador sobre d crescente nmcuça comunista
de 1963.
no Brasil, o entrevistado teria de dizer que
"A ameaça comunista está crescendo, prin­ 116. Política e Negócios. 19 dc agosto de
cipalmente devido à omissão das autori­ 1963. p. 30.
dades. Ele deveria então citar os casos da 117. IPES CD. 27 dc novembro de 1962.
UNE, das Ligas Camponesas c dos pro­ Contratado por M. Villela.
nunciamentos públicos do governador
118. IPES CE. 20 dc março dc 1962. Pa­
Brizola. Deveria também falar da ação dos
trocinado financeiramente pela Fábrica de
sindicatos, controlados pelos comunistas e
Geladeiras Cônsul e por Coco Serigy, en­
da infiltração vermelha em todos os prin­
tre outros.
cipais setores de atividade do país”. João
S. DÓRIA. IBAD: conspiração internacio­ 119. IPES. Comunicação interna do Ge­
nal contra os reformas. Política e Negó­ neral Libcrato da Cunha Friedrich a FIA-
cios São Paulo. Gcnival Rabelo Ed., 4 de vio Galvão, de São Paulo. 29 de abril de
novembro, 1963. p. 10. 1963. Segundo o General Liberato, por in­
termédio da colaboração da VASP, foi
107. IPES CE Rio. 30 de mato de 1962.
enviado para São Paulo o videotape do
Uma linha mista de '‘Dogmatismo com
discurso dc Armando Falcão na TV Rio-
Problemas Políticos”.
Canal 13. no dia 19 de abril de 1963. A
108. IPES CE Rio. 4 de junho dc 1962. Denisson Propaganda, que se encarregou
Diretrizes para o programa dc televisão: da gravação, pediu ao secretário do IPES
"Encontro dc Democratas com a Nação”. de São Paulo que entrasse em contato, ur-
109. (a) IPES CE Rio. 3 de julho dc 1962. gcnicmente, com a Rádio Rio Ltda. (das
(b) CE Memorando com lista dc “Nomes Emissoras Unidas) para que se fizesse
lembrados para TV”, (c) IPES Ch. Gr. uma cópia da gravação, a íim dc revezá-la

271
para Brasília para o programa “Frente a 129. O Estado de Sôo Paulo, 18 de outu­
Frente”, no dia I de maio de 1965 bro de 1963.
120 N. BLUME. op cil p. 216. 130. (a) C. S. HALL, op cil. p 142. (b)
121. Vr/a. 16 de março de 1977. (445):6. Vide Cap. III sobre as atividades do com­
plexo IPES/IBAD dentro das Forças Ar­
122. (a) O Estado de Sòo Paulo. 7 de no­
madas.
vembro de 1965 (b> João DORIA. op cu.
p 10. 131. IPES CD. 24 de julho de 1962. Da­
125. IPES CD. 22 de maio de 1962. Ao no de Almeida Magalhães c H. C. Pol
argumentar a favor da retirada do palro* land Foram pagos 500000 cruzeiros aos
cínio de acu programa. Rui Gomes de Al­ dois para “despesas".
meida observou que **O revólver é nosso.
132. Nesse relatório do CD do IPES. do
Nós permitiremos que outro o anuncie e
dia 13 de novembro de 1962. assessorado
atirem em nós'>” Vide ainda Nelson Wcr-
por Hélio Gomide. ele comentou os assun
ncck SODRE A Hiitóna da imprensa no
tos que eram o foco para a campanha do
Brasil. Rio de fane iro. Civilização Brasilei­
bloco nacional reformista (inflação, capital
ra. 1966. p. 480
estrangeiro, processo de exploração, vanta
124. Genival RABELO. O capital estran­
gens para os portuários, etc.). Recomendou
geiro Rio de Janeiro. Civilização Brasdei
que se produzisse matéria contra esses as­
ra. 1966. p 219
suntos para as “estações locais” c fez uma
125 Os treze fundadores da ABA foram
avaliação das vantagens do rádio em rela­
ARNO S A . Atlaniic Rcfining Co of Bra­
ção à imprensa escrita.
sil. Burrough» do Brasil, Cia. Gcsry Indus­
trial. Eletro Indústna Walita SA . Ford 133. Ata do !PES. 25 de maio de 1962.
Motor do Brasil SA . General Elcctrie General Golbery.
SA„ Philips do Brasil SA. SbeU do Bra­
sil Lida . Tcxaco Inc. (Brazil). Thc Coca 134. IPES. Reunião Geral. São Paulo. 9
Cola Export CorporaUon e a WJIys Over- de outubro de 1962.
land do Brasil, a maior pane delas relacio­
135. N. BLUME. op cil. p. 217.
nadas com o IPES. como contribuintes ou
por meio de seus diretores Entre outras 136. Intercâmbio, a publicação do Coun-
companhias que se ligaram à ABA desta­ cil for Lalin América, chamava a atenção
ca vam-sc Alumínio do Brasil. Mobil Oil de suas leitoras — as companhias que in­
do Brasil, Frigorífico Wilson do Brasil.
tegravam o Fundo de Ação Social, cm
Mercedes Benz do Brasil. Pirelli SA.. Cia.
São Paulo — que "Companhias perspica­
Swift do Brasil. Andcrson Clayton A Cia .
zes estão usando cartuns para atingir os
Armações de Aço Probcl SA . Pneus Fi-
trabalhadores e as populações rurais de li­
restone. Cia. Goodycar do Brasil. São Pau­
mitada capacidade de leitura. Caso em
lo Alpargatas SA.. Bendix do Brasil Ltda..
questão: El catnino hacia e! futuro, a co­
Vemag SA., Volkswagen do Brasil. Philco
Rádio e Televisão, Avon Cosméticos. Ir­ média de 16 páginas da Calcrpiltar Trac­
mãos Lever S A.. Brastemp Aparelhos Do­ tor. que contava a estória dos esforços
mésticos Ltda. c Farloc do Brasil S A.. no­ conjuntos de uma construção de estrada
vamente uma longa lista de membros e pelo governo e camponeses em um vila­
contribuintes do IPES. Vide RABELO. rejo da América Latina. Aproveitando a
op. cil. p. 218-19. oportunidade. ela inseria os objetivos da
126. IPES CE. 8 de junho de 1962. Aliança para o Progresso c fazia a propa
ganda da Catcrpíllar (apenas através do
127. (a) IPES. Relatório das atividades do
logotipo desenhado no equipamento de
IPES. São Paulo. 1963. (b) N. BLUME.
construção). Um milhão de cópias cm por­
op. cil. p- 217. tuguês e espanhol foram distribuídas, alé
128 Robinson ROJAS. Estados Unidos esta data, pela USfA (U S Infomatioa
en Brasil. Santiago. Chile, Prensa La ti noa- Agcncy). em M países — gcrafmente com
mcncano. 1965. p. >53. a cooperação dos representantes locais da

272
Celerpillar". "A reação? Extremamcnte va a seca e árida região Nordeste do Br»
favorável, segundo uma pesquisa subse­ sil cm um abundante pomar) e "Esta é a
quentemente conduzida através dos postos Minha Vida" (a estória do progresso al­
da USIA". Intercâmbio. Es lados Unidos, cançado por um trabalhador sob a égide
|uly 1965. da empresa privada). O CLA proporcio­
nou modelos para discursos públicos e
137. IPES Ch. Cr.. São Paulo. 8 dc ja­
material para a imprensa e o rádio, como
neiro de 1963.
o seguinte:
138. IPES. Reunião Geral. 9 de outubro CLA — CRC — Circular 52/65
de 1962. Ref: ENTREGA DE COMENTÁRIOS
PARA O RÁDIO E A IMPRENSA
139. IPES CE c CD São Paulo. 20 de no­
vembro de 1962, foào Baptisia Leopoldo lunto a esta circular temos o prazer dc
Figueiredo. rcmcicr-lhes os seguintes artigos:
1) O PAPA E A PAZ INTERIOR.
140. N. BLUME op. cit. p. 217.
2) A CENOURA E A VARA.
141. IPES CE e Ch Cr. São Paulo. 8 de 3) SUKARNO NO OCASO.
janeiro de 1963.
4) SERA ISTO AINDA COMUNIS­
142. Gilbcrl Huber Jr se encarregaria das MO?
despesas de um filme sobre "as modifica­ 5) SERÁ O TERRORISMO UMA
ções no conceito de homem de empresa", FORÇA PARA O PROGRESSO SO­
orçado em 2 milhões de cruzeiros. IPES CIAL?
CE Sâo Paulo. 2 dc abril de 1963. Lembramos que este material pode ser
usado, edicandoo ou sem editar, com a
143. De vez em quando, os filmes sofriam assinatura do autor e preferivelmente
readaptações e atualizações para serem adapiado ao estilo local.
coadunados com as novas circunstâncias.
Recordamos novamente a necessidade
A rcgravoçôo dc "Portos Paralíticos’* e de
de receber seus recortes, impressões e con­
“Economia Estrangulada" custou ao IPES
selhos Muito obrigado.
750.000 cruzeiros. IPES. Reunião geral,
São Paulo, 16 de outubro de 1962. NOTA: E favor usar esta mesma folha
para os seus comentários que serão bem
144. IPES CD, 7 de agosto de 1962. recebidos.
COMENTÁRIOS:
145. IPES CD. 28 de agosto de 1962.
8 de outubro de 1965.
146. Após o golpe de 1964. o Council for
Toda semana o CLA mandava cinco ou
Latin América fez o acompanhamento da
seis artigos novos para cerca de 100 porta-
cooperação de fontes externas. Em seu re­ vozes do rádio e da imprensa na América
latório de outubro de 1965, foi declarado
Latina. O objetivo básico desses artigos
que "Assistência diária aos grupos locais
cra fortalecer atitudes que fomentavam o
se estende desde fornecer a novos grupos
que cra concebido como "desenvolvimento
idéias sobre projetos iniciais, relativamcntc democrático". Um intercâmbio foi estabe­
simples c baratos, até propiciar a grupos lecido entre os serviços de imprensa SIB
já estabelecidos informações e recursos pa­
e o CLA. através do qual o SIB usaria
ra atividades mais importantes**. O Coun­
material dc rádio e imprensa d o* CLA e
cil for Latin América posteriormente pa­
este distribuiria material do SIB para os
trocinou alguns filmes, entre cies o conhe­
países de língua espanhola Foram também
cido “Scrmlo de Campinas" (que foi assis­
oferecidas novelas dc rádio (uma série de
tido por cerca de 13.000.000 dc brasilei­
ros), “O Preço da Vida" (que documen­ 5U ou 60 capítulos de meia hora de dura­
tava as contribuições da indústria farma­ ção). Essas novelas dc rádio continham
cêutica internacional cm prol da saúde c uma mensagem pró-capitalista em meio ao
do bem-estar), "Terra Proibida" (que mos­ entretenimento, fomentando a "mobilida­
trava como o capital privado transforma­ de c escolha social". Vide Council oj La*

273
lia Américo Peport New York. Out. 1965 reira de Souza. José Rubem Fonseca, losé
P M. Ulpiano dc Almeida Prado. Maurício VIL
leia. Miguel Lias. Oswaldo Tavares. Othon
147. Au do IPES. 23 dc outubro de 1962. Barccllos Corrêa. Paulo Ayrci Filho. Paulo
Reis Magalhães. Rui Gomes de Almeida e
141 Reunião geral do IPES São Pauto. 25
de selembro dc 1962. Relatório de Ricardo Zulfo de Freitas Mallman. lendo sido de­
Cavalcanti de Albuquerque sobre a utiliza­ signado coordenador geral Antônio C.A.
ção de seis documentário*. Osório.

149. Reunião geral do IPES São Pauto. 9 157. O Apêndice N apresenta uma sele­
de outubro de 1962. ção de temas para oa seminários organiza­
dos c patrocinado* peto IPES. temas es­
150 Ch Cr. São Pauto. 25 dc setembro tes que refletem o nível sofisticado da chie
de 1962. orgânica cm sua campanha para conquis­
tar o btoco burguês e desarticular seus ad­
151. Os filmei foram orçados em .... versários.
I 700 000 cruzeiros cada IPES Memoran­
do 21 dc novembro de 1962 151. Por tradição, os clubes sociais c es­
portivos eram os centros de comunicação
152. (a) IPES CE Rio. 14 de junho de informal entre empresários, burocratas e
1962 (b) Mona BANDEIRA O governo políticos. Nesses locais, já se esquematiza­
loâo Goulart: as lufas sociau no Brasil
ram articulações de diretrizes, uniões dc
I96l l96f Rio de laneiro. Civilização Bea- interesses e conspirações polítieo-militam.
lilelra. 1977. p. 74. De acordo coan essa A composição social, regional e étnica da
fonte. Stone tena sido agente da CIA. seus membros sempre refletiu e determi­
153. IPES CE Rio. 1 de junho de 1962. nou divisões de classe c status, bem como
fortaleceu essas identidades. Sobre a ver da
154. Todos os meios possíveu de comu­
deira participação desses clubes sociais c
nicação e pressão (jornais. conferências,
esportivos no movimento civil militar, vide
artigos, simpósios, reuniões privadas, pres­
Cap. VIII. Os militares tinham também
são econômica e profissional) foram utili­ os seus clubes "políticos”. O Clube Mili­
zados para moldar os empresários racional tar e o Clube Naval constituiram significa­
c emocionalmenie. Esperava-se que os em­ tivos centros de discussão dc diretrizes e
presários. por sua vez. levassem "às suas bases conspirativas até 1964. A sua impor­
companhias a mensagem democrática do tância como centros de discussão livre so­
IPES”. IPES CE Rio. 29 de novembro de freu visível declínio depois do golpe.
1962. General Liberato Vide lambém Au
do IPES, 27 de novembro de 1962. sobre 159. Ata do IPES. 20 dc novembro de
as tentativas de organizá-lo como o teto 1962. Uma idéia do tipo de formação ideo­
dai associações comerciais. A idéia da lógica que se desenvolvia é sugerida ao
criação dc um IPES "em cada empresa" considerar os subtítulos de um dos traba­
começou a tomar vulto e também o estí­ lhos distribuídos nessas conferências cm
mulo às ações paralelas, tais como as da um dos clubes da sociedade paulista, que,
Associação dos Dirigentes Cnsiãoa de Em­ diga-se de passagem, não 4 de se esperar
presa — ADCE. que. segundo Jorge Frank que fosse o lugar para tal conferência. O
Ccyer. já era “um tipo dc IPES“ IPES trabalho chamava-se Fortalecimento do
CD Rio. 27 de novembro dc 1962 Potencial Nacional — Planejamento e tra­
155. Sem/ndrtor do IPES. Rio. a. d. p. 1. tava de: 1) O significado/senlido da pro­
blemática da Segurança Nacional — as
156. Id. p. 4. Os seguintes diretores do "Gerações Conscientes". 2) Poder e Poten­
IPES orientariam os seminários: António cial Nacional — duas perspectivas diferen­
Carlos do Amaral Osório. Augusto Traja- tes da mesma realidade. 3) Esferas dc pio
no dc Azevedo Antunes. Cândido Guinle nejamento no campo da Segurança Nacio
dc Paula Machado. Glycon dc Paiva. Ha nal. 4) A dinâmica natural do fortaleci­
rold C. Poliand. Israel Klabin. João Bap- mento do potencial. 5) A intervenção
tista Leopoldo Figueiredo. José Luiz Mo­ consciente no processo. 6) O dirigismo lo-

274
talitário e planejamento democrático e Francisco Leme Lopes (SJ). Paulo dc As­
7) Fortalecimento do potencial econômico c sis Ribeiro, Vicente Barreto. Gilbert Hu-
desenvolvimento. Documento N. I, Forta­ ber Jr., Gilberto de Ulhoa Couto, João
lecimento do Potencial Nacional — Plane- Carlos Moreira Bessa, J. Garrido Torres
lamento, s. d. Preparado pelo General Gol- (sobre a Análise e Diagnóstico da Reali­
bcry. dade Brasileira).

160. O ciclo de conferências realizou-se 162. (a) IPES CE, 6 de junho de 1963.
entre 13 dc agosto c 29 de setembro de (b) O Estado de São Pauto, 2 de agosto
1963. Os oradores foram Alceu Vicente de 1963.
Wightman de Carvalho (sobre Implicações
163. A elite orgânica conseguiu acompa­
Econômicas e Sociais da Explosão Demo­
nhar essas discussões com publicações
gráfica); Sandra Cavalcanti (Problemas
que causaram um forte impacto na comu­
Habitacionais), Achilles Scorzclli Júnior nidade empresarial e entre os militares.
(Problemas de Saúde); José Arlhur Rios Uma dessas publicações de tamanha in­
(Diferenças Sociais); Paulo de Assis Ribei­ fluência foi o livro Segurança Nacional,
ro (Acesso à Educação); Odylo Costa Fi­ publicado pelo Fórum Roberto Simmon-
lho (Assistência Social à Infância e fuven-
sen, da FIESP, em 1963. Ele continha ar­
tude); Moacyr Velloso Cardoso (A Verda­
tigos escritos por Otávio Marcondes Fer­
de sobre a Assistência Social); Fábio Ma­
raz, A. C. Pacheco e Silva e pelos Gene­
cedo Soares (Desequilíbrios Regionais); rais Edmundo Macedo Soares, Lyra Tava­
Mário Henrique Simonsen (As Implica­
res e Humberto de Alencar CastcUo
ções Sociais, Políticas e Econômicas da In­ Branco.
flação); Nério Battendiery (A Questão Sa­
larial); Jorge Duprnt de Brito Pereira (De­ 164. N. BAILEY. op. cif. p. 220.
semprego e Subemprego); Jaymc Magras-
li de Sá (Subconsumo); Wanderbilt Duar­ 165. IPES CE Rio. 19 de junho de 1962.
te dc Barros (Tensões Decorrentes do Uso Para Dario de Almeida Magalhães. "A Tá­
da Terra) c Dcnedito Silva (Inadequação tica é fazer a ação extremista, mas coco
da Estrutura Governamental). uma porção de biombos (M Salles. D. H.
C.. Alceu Lima etc.J. O Cardeal está fir­
161. Os cursos tratavam de “Democracia me”.
Política e Democracia Econômica**. “Em­
presários e a Dinâmica das Estruturas do 166. O Estado de São Paulo. IS de outu­
bro de 1963.
Estado". “O Significado Político e Econô­
mico da Democratização do Capital**.
167. Foi feito com a intenção de Gear co­
“Ações como Expressão e Instrumento do
nhecido como a “Resposta Cristã para um
Capital", “Estratégia de Grupos de Pres­
Brasil em Crise’’, (a) IPES CE Rio, 19 de
são contra o Capitalismo Democrático*4 e
dezembro de 1962. (b) Carta dc Glycon
“Planejamento e Capital". Entre os con­ de Paiva ã Pontifícia UnitCTsidade Cató­
ferencistas, destacaram se Carlos José de
lica. IPES 62/1716 de 20 de dezembro de
Assis Ribeiro. Dénio Nogueira. Luiz Ca­
1962 Uma lista de participantes e temas
bral de Menezes. Octávio Gouveia de Bu­
mostra aquelas pessoas e aqueles assuntos
lhões e Themístocles Brandão Cavalcanti
que. a essa altura, devem ser familiares ao
(para o seminário sobre a Democratização
do Capital); João Baptista Vianna. C. J. leitor: Alceu Amoroso Lima (Análise da
de Assis Ribeiro. Eudes dc Souza Leão. Crise Nacional); Oswaldo Trigueiro (Op-
Paulo Mário Freire, F. Mbielli de Carva­ fóes r Objetivos das Reformas de Base);
lho, Ary Campista, o General Anápio Go­ Sucupira (Evolução Histórica de Temas
mes. o Brigadeiro João Mendes da Silva. Sociais); Oswaldo Trigueiro (Reforma da
Milton Monteiro, Almino Affonso (para o Estrutura Política); José Murta Ribeiro
seminário sobre A Empresa Privada e a (Reforma Judiciária); Lucas Lopes (Re­
Segurança Nacional); C. J. de Assis Ribei­ forma dos Serviços de Utilidade Pública);
ro, Almiro Affonso. o General Poppe de Paulo de Assis Ribeiro (Reforma Adminis­
Figueiredo, Glycon dc Paiva, o Padre trativa); José Garrido Torres (O Homem

215
e a Ordem Inifrnociondl; Dias Carneiro Crippa apresentou um plano dc açio para
(Poilhca Externa): João Camilo de Olivei­ I9ô3. que foi <4 tu d ado por Paulo Edmur
ra Torres (Poliiica de Comércio Exterior); dc Queiroz Esse plano incluía o estabe­
Alexandre Kafia e João Baptisia Pinhei­ lecimento dc uma Escola Superior de Li­
ro (Capitai Estrangeiro). Daniel Faraco íO derança. a expansão do Instituto dc For­
Homem e a Economia); Mino Hennque mação de Lideres c a Agência de Noticiai
Simonscn (Reformo Tributária): Carlos Planalto, assim como a criação de um se­
José de Assis Ribeiro (Reformo Orçamen­ minário político e ideológico. J. B. Leo­
tária): Aníbal Villela (Reformo Antitrust); poldo Figueiredo pediu a Paulo Edmur de
Oscar Barreto Filho (Reforma do Merca-
Queiroz para ser o contato com o Padre
do de Capitais); Ociávio Gouveia de Bu­
Crippa. dc forma que o Padre apresentas­
lhões e José Luis Moreira de Souza tEm-
se seu orçamento e fixasse as prioridades.
preia Privada); | Queiroz Filho (Partici-
IPES CE c Ch. Gr.. 18 de dezembro de
poção noi Lucrotl, Frederico Rangel iLe
1962. para o projeto que acabou sendo es­
tração Trabalhitia): Carlos |oaé de As-
truturado.
sis Ribeiro (Prciidència Social): José Ar-
thur Rios (Estruturas Socuãs); Paulo de 172. IPES São Paulo. Relatório das Ati­
Assis Ribeiro M Danificação do Homem): vidades 1963. p. 2-
Julian Chacel (Estrutura Afearia). Luiz
Carlos Mancini (Questão Habitacional): 173. IPES CE e Ch. Gr. São Paulo. 3!
Dom Helder c Luiz Alberto Bahia (O Di­ de janeiro de 1963.
reito de Expressão e suo Função Social);
Sílvio Fróes de Abreu (Conservação dos 174. José Ely Coulinho, que sucedeu
Recursos Naturais) Outros temas eram: Adalberto Bueno Neto nos contatos que o
Reforma Eleitoral. Reforma Legislativa. IPES estabeleceu com a ACM. ligado a
Educação como um Fator na Formação do João Nogueira Lotufo, como membro da
Homem c também Saúde e Sanrtansmo- O ACM. que também era membro ativo da
seminário realizou-se com 0 patrocínio American Chamber of Commercc IPES
conjunto da Pontifícia Unisenidadc Cató­ São Paulo. Reunião Geral, a 16 dc outu­
lica do Rio de Janeiro, que participou dos bro de 1962.
cuslos. Vide IPES CE. 29 de novembro de
175. O Estado de São Paulo. 20 dc outu­
1962 O IPES também pLnc>ou um semi­
nário com o Instituto de Estudos para o bro de 1963.
Desenvolvimento Social Económico, dc 176 Cana do IPES 64/0128 a Frei Metó-
|osé Arthur Rios c do Padre Lcbret IPES
dio, de 18 de fevereiro dc 1964, pelo Ge­
CE Rio, 28 de março de 1961 Paulo dc
neral Liberaio.
Assis Ribeiro procurou também a colabo-
ração de Raquel de Queiroz, para que ela 177 (a) IPES CE e Ch. Gr São Paulo.
elaborasse uma cartilha sobre as reforma» 18 de dezembro de 1962. (b> IPES CE. 21
fundamentais necessárias ao país Carta de dc maio dc 1963.
P. A. Ribeiro a J. Garrido Torres, 5 de
fevereiro de 1963. no Arquivo de Paulo 178 Ciclo de Conferências. O Estado de
de Assis Ribeiro. São Paulo, 12 de dezembro de 1963.

168. N. BLUME. op. dt. p 216. 179 Conforme foi enfatizado pelo Gene­
ral Joáo Bapiista Tubino: "O IPES, entre
169 Embora o Padre Crippa tenha sido
seus mais altos objetivos declarados deve­
removido dc São Paulo, pelo Cardeal Mo­
ria visar ao aperfeiçoamento da consciên­
la. e mandado para Campinas, ele voltava
cia cívica e democrática das diferentes
com regularidade para continuar o seu tra­
classes da sociedade brasileira". IPES Do­
balho no Convivium.
cumento. Curso de Atualidades Brasilei­
170 Vide Capítulo VII. ras. p. 2.

171. IPES CE e CD. 4 de dezembro de 180 Ala do IPES, 28 de novembro dc


1962. Em dezembro de 1962, o Padre 1962

276
181. IPES. Documento n. 3. Vagas Dis­ fim Nelto (Progresso Econômico e Pro­
poníveis, Rio de Janeiro, 6 de junho de gresso Social), Carlos de Assis Ribeiro
1963. (Planos para o Desenvolvimento), Máno
Henrique Simonsen (Reforma Tributária,
182. IPES CF Rio, 29 de novembro de
Implicações Políticos, Sociais e Econômi­
1962. "Não concebo êxito paro qualquer
cas da Inflação). Denio Nogueira (Refor­
oção que salvaguarde o regime democráti­
ma Bancária. Objetivos e Implicações re­
co se não for apoiada cm idéias. Uma sultantes da Reforma Monetária), J. L.
idéia $ó se combate cfctivnmenic com ou­ Moreira de Souza (Reforma Empresarial,
tra idéia melhor”. "Por que não se cria Democraiizaçao do Capital). José Arthur
uma instituição paru pregação dos ideais Rios (Reforma Agrária, Reforma da Polí­
democráticos”, J. Garrido Torres ao CD, tica Habitacional). Paulo Sá (Leis Traba­
29 de maio de 1962. lhistas e Empresas), Paulo de Anis Ribei­
183. IPES Grupo de Integração, relatório ro (Processo de Reformas). João Camilo
de Oliveira Tones (Democracia e os Re­
de 10 de novembro de 1964. A idéia de
formalização da existência da ADJPES gimes Totalitários), Octávio Gouveia de
surgiu cm virtude da necessidade de pre­ Bulhões (O Desenvolvimento do País e
encher novamente os quadros do IPES, Política Externa), Roberto Campos (Polí­
que se encontravam desfalcados pela inte­ tica Externa e o Desenvolvimento do
gração de seus membros no governo, de­
País), Hélio Drago. Fábio Macedo Soares
pois do golpe de abriJ de 1964. Em agosto Guimarães (Aspectos FiMogrificos do Bra­
de 1964, a diretoria da ADIPES compreen­ sil). José Gimdo Torro. Moaeyr Vdoso
dia Harold C. Polland. Leopoldo Figueire­ Cardoso de Oliveira e Wanderbilt Duarte
do Jr„ Jorge Frank Gcyer, Alberto Venân- de Barro» Lista composta a partir dos N.
cio Filho c Narzy Maia. Relatório da ADh 19 a 39 do Boletim Mensal, IPES.
PF.S, Rio de Janeiro, 21 de janeiro de Encontravam-se entre os conferencistas
1965, por Ormy Rosolem. e temas dos cursos ministrados depois de
abril de 1964: António Saturnino Brigi
184. IPES. Documento n, 4. Temas a (Aspirações do Povo Brasileiro); Luiz Al­
Considerar, Rio de Janeiro, 6 de junho de berto Bahia (Contexto Político e Modelos
1963. Esse documento fornece uma lista de Econômicos); Hélio Beltrão (Política da
temas disponíveis para essci cursos: Reali­ Reforma Administrativa do Governo); o
dade Drasileira, Democracia c os Regimes Coronel Hélio Gomes do Amaral (Política
Totalitários, Democracia e n Igreja, O De­ Nacional de Telecomunicações); 0 Coro­
senvolvimento do Puís c n Política Exter­ nel Wilson Moreira Bandeira de Mello
na, Progresso Econômico c Progresso So­ (Ciência, Pesquisa, Tecnologia e Desenvol­
cial, Democratização do Capital, A Legis­ vimento); Glycon de Paiva (População c
lação Trabalhista Brasileira e a Empresa, Desenvolvimento, Produção Mineral); Eu-
Planos para o Desenvolvimento, O Pro­ des de Souza Leão (Produção Vegetal e
cesso de Reformes de Dasc no Brasil, Re­ Políticas Agrárias); Durval Garcia Mene­
forma Tributária, Reforma Buncária, Re­ zes (Godo de Corte); o Coronel Antonino
forma Empresarial c Reforma Agrária. Dória Machado (Produção Industrial, In­
dústrias Siderúrgicos); John Cotrim (Fon­
185. (■) IPES. Relatório 1963, p. 3. (b)
IPES. Documento N, 1, Rio de janeiro, 6 tes Energéticas), A. Trajano Antunei (Pou­
pança Interna, Investimentos); Waher
de junho de 1963.
Lorch (Política de Transportes); Sérgio
186. ObjcliYOi do Curso. Entre outros, Paulo Rouanctt (Política de Comércio Ex­
destacavam-se como professores dos cursos terior); Achillcs Scorzelli Jn (Políticos de
Saúde) c Geraldo Dancmmnnn.
(alguns deles ministrados mesmo após
1964): Harold C. Polland (Signiíicãncia do 187. E válido observar como são conco­
CAB), Alceu Amoroso Lima (Realidade mitantes posição na hierarquia militar e
Brasileira), Thcmísioclcs Cavalcanti (De­ ocupação de corgo em empresas. A Ilus­
mocracia e os Regimes Totalitários), Gus­ tração n seguir mostra a composição de
tavo Corção (Democracia c a Igreja), Del­ um desses grupos:

277
ODFOx c T-XH-19U

TBUx HHAÇXd, FOOPlXÇA 1 DfVKTDfifTOa K) B1ASTL

nrax^o:
flrljHrte • BesâlS SllvM
1. te (IMO)
telAter • Oevírio 11tm Telho
Gmrvk DELyíbXd U (KEMU)

(tepaM0t«o (TaimT&a)

nm
nruçzo

Fim ( 1-wtap Ãrguallo


unmnxzxTCS < ç Udoocíiu - Dlr. Ivrlata àtIaçÃo latrorÁjrUea

FDCFFMÇl / Fene^do MlMelli de Camlho M


Aevo£AâD - fTViezaor F*c. Kac. daoclxa looooEdcxa

Fira ( J«re>o teptlete Butoe


í EB - (£530)
OFDllO FÚblXCA / FLcfielro
* S *f*r^*t* - ÍX5S0)
1M IPES CE, 29 de novembro de 1962. Democrático); o General Jurandir Mame-
José Rubem Fonseca No princípio de de (Ai Forças Armadas c Democracia); o
1963. o General Tubino recebeu do Ge­ General Macedo Soarei (Democracia. Se­
neral Golbcry uma cópia dc um plano ge-* gurança Nacional e Industria); Dom HeL
ral para o primeiro Curso Superior de Es­ der Câmara (Igreja e Democracia); José
tudos de Atualidades Brasileiras. O seu Luiz Moreira de Souza e Gilbert Huber
modelo foi um curso ministrado duas ve­ Jr. (Democratização do Capital); Luiz
zes por semana, dc julho a novembro de Carlos Mancini e José Arthur Rios (Pro­
1962. em um total de 34 aulas. Vide tam­ gresso Económico e Justiça Social); Hélio
bém o Plano do General Golbcry para o Jaguaribe e Gilberto Freyrt (Nordeste e
General Tubino no IPES 6/5/63. Desenvolvimento), o Padre D'Ávila (Igre­
O curso seria realizado no Sindicato da ja e Progresso Econômico); Cândido Guin-
Indústria Farmacêutica, nos termos de le de Paula Machado, Elitter Burlá e Ody-
um acordo feito por Villela. A equipe com­ lo Costa Filho (Os Empresários e Opinião
preendia Nei Peixoto do Valle, J. Garri­ Publica); Cândido Mendes. Mário Henri­
do Torres e José Rubem Fonseca, que re­ que Simonsen e Hélio Beltrão (Pesquisa e
cebeu o apoio do Grupo de Estudo e Dou­ Planejamento Econômico); Edgard Teixei­
trina As despesas fixas de secretaria fo­ ra Leite (Capital Estrangeiro); Neheraias
ram calculadas em tomo de 600.000 cru- Gueiros e Daniel Faraco (Sociedades Anô­
teiros mensais, não incluindo o material nimas); José Garrido Tones (Lucros Ex­
que se necessitava para o curso. Quarenta traordinários, Mercado Comum Latino-
e cinco estudantes participaram da primei­ Americano); Harold C. Polland e Paulo
ra turma Entre eles, havia 10 do IPES, Ferraz (Transporte); o Major Maurício Ci-
3 do Estado Maior das Forças Armadas bulares (Medidas para Suprimento, Ener­
EMFA, 3 de sindicatos, 3 da liderança do gia); Glycon dc Paiva (Minerais e Subso­
IPES. um do Conselho de Segurança Na­ lo); |. Carlos Vital t Lúcio Costa (Trans­
cional — CSN, um do Ministério da In­ porte c Urbanização); Daniel Faraco (Le-
dústria c Comércio, 7 do Ministério da gblaçio Inadequada); Paulo de Aws Ri­
Educação, 4 dc associações empresariais, 3 beiro (Reforma Agrána, Reforma Tributá­
profissionais e 4 estudantes. ria, Reforma Bancária. Leis Anõ-Trust);
Mário Gibson Barbosa e Carlos Chagas
O IPES compôs a lista do corpo dc pro­
Filho (Intercâmbio Cultural); Orlando dc
fessores do curso com as seguintes pessoas:
Carvalho. Flexa Ribeiro e Herbert Cha-
Alceu Amoroso Lima e Dantom Jobim moun (Problemas Universitários) e o Em­
(Socialismo e Democracia); Érico Veríssi­ baixador Araújo Castro (Política Externa).
mo, J. Garrido Torres. João Baplista Leo­ A partir dessa lista dc nomes, toma se ób­
poldo Figueiredo c Joio Pinheiro Baptista vio que era extraordinária a capacidade do
(Capitalismo e Democracia); o General IPES de articular, nessa (ase, uma posi­
Golbcry e Hélio Jaguaribe (Nacionalismo ção polídco-intelectual de "centro”.

279
CAPÍTULO VII

A AÇÃO DE CLASSE DA ELITE ORGANICA:


A CAMPANHA POLÍTICA DA BURGUESIA

Introdução

Algumas das ações vitais da elite orgânica em diferentes áreas de atividade


política e alguns eventos considerados aparentemente desconexos ou como “rea­
ções espontâneas" de segmentos da população tinham, de fato, coordenação da
elite orgânica centrada no complexo 1PES/IBAD?
As atividades políticas da elite orgânica eram extraordinariamente variadas
em natureza c amplas em escopo, cobrindo um número de operações distintas,
projetadas para um apoio mútuo e para uma intercompleroeniação. produzindo
um importante efeito cumulativo. O alvo estratégico da elite orgânica consistia
em se estabelecer no poder do Estado e realizar mudanças econômicas, admi­
nistrativas c políticas que os interesses representados no (PES exigiam. Tatica­
mente, o complexo IPES/IBAD estava engajado em uma vasta campanha que
procurava manipular a opinião pública c doutrinar as forças sociais empresariais,
modelando esses interesses em uma classe "para si”. Além disso, ele estava envol­
vido cm uma abrangente campanha que visava impedir a solidariedade das classes
trabalhadoras, conter a sindicalização e mobilização dos camponeses, apoiar as
clivagens ideológicas dc direita na estrutura eclesiástica, desagregar o movimento
estudantil e bloquear as forças nacional-reformistas no Congresso e. ao mesmo
tempo, mobilizar as classes médias como a "massa de manobra” da própria
elile orgânica. Ainda, as manobras táticas faziam-se necessárias por uma outTa
razão fundamentai: conduzir a estrutura social a um ponto de crise onde as
Forças Armadas, cujo apoio fora simultaneamente e intensivamente aliciado,
seriam levadas a intervir sob uma liderança coordenada. Durante a presidência
dc João Goulart, "conspiradores históricos" se esforçavam para organizar seus
comandos e, em muitos casos, entrosá-los a fim de. com êxito, desfecharem um
golpe. Destacavam-sc entre eles os Gencrnis Cordeiro de Farias, Golbcry do
Couto e Silva. Jurandir Bizarria Mamcdc. Heitor Hcrrera, Libcroto da Cunha
Fricdrich, Nelson dc Mello, os Almirantes Silvio Heck e Augusto Rademaker
Gruncwald c os Brigadeiros Eduardo Gomes e Flciuss. bem como um crescente
número dc novos aliados, dentre os quais estavam os Generais Olympio Mourão
Filho. Carlos Luis Guedes e Arnauri Krucl. Contudo, enquanto os vários grupos
conspiradores ugiam como unidades isoladas, absorvidas em pequenas rixas, a
açáu direta noo poderia ser contemplada, ou falharia novamente, como aconteceu
im 1961 — evento que, nas palavras do General Golbcry, constituíra um
desastre para o Exército ’ A ação direta não poderia se efetivar enquanto a situa

281
çio envolvesse vários líderes em potencial disputando a chefio e respondendo
a pressões regionais, setoriais e outras. Ainda, enquanto os militares não acei­
tassem em massa o movimento de golpe contra João Goulart c enquanto sen­
tissem que a sua intervenção não estivesse legitimada por civis, dever-se-iam
empregar táticas de adiamento contra o Executivo, as organizações populares
das classes trabalhadoras, as tradicionais forças populistas e. finalmente, contra
os oficiais impulsivos antigovemistas c a açâo de pequenas facções conspiradoras?
As táticas de adiamento, visando criar tensão política e a condenação pelas
classes médias de diretrizes políticas do Executivo e dos projetos dos militares
da esquerda e do trabalhismo. recaíam em duas categorias: aquelas com carac­
terísticas ideológicas e as com fortes repercussões políticas ou militares. Todas
eram de natureza encoberta e até mesmo secreta. Para essas atividades desenvol­
vidas na população de estudantes, de trabalhadores rurais c urbanos e das classes
médias, o IPES contava com uma estrutura de ação composta por 4.000 ativistas
estudantis e sindicais, profissionais. donas-de-casa das classes médias c funcio­
nários públicos? Para as suas atividades no Legislativo e junto à classe militar
o complexo IPES, IBAD confiava em suas redes dentro das Forças Armadas
e nos políticos reunidos sob o "teto" político da ADP, na liderança dos partidos
de centro-direita e no envolvimento direto de empresários de destaque.

A ação do meio estudantil e cultural

Ao final da década de cinquenta, estudantes, intelectuais, políticos e mili­


tantes de partidos, clérigos e militares desenvolveram um movimento geral para
infundir entre as massas algumas noções de interesses de grupo ou de classe,
alguns ideais sobre o papel do Estado e o caráter positivo e necessário de certos
objetivos nacionais. Esse racional e planejado esforço de conscientização das
massas visava a despertar em seu meio um senso de consciência de seu verdadeiro
e potencial valor a fim de prepará-las como participantes e beneficiárias da mu­
dança social? Várias organizações se envolveram no processo: A Ação Popular
— AP, que era uma ramificação da fuventude Universitária Católica — JUC,
e setores radicais da Igreja, através do Movimento de Educação de Base — MEB,
a União Nacional de Estudantes — UNE, por meio de seu Centro Popular de
Cultura, que levava a arte e a música militantes às favelas e subúrbios de classes
trabalhadoras e também mantinha uma editora para publicar material de conteúdo
critico, social e político, bem como o Ministério da Educação e as Secretarias
de Educação dos Estados, por intermédio de sua Comissão de Cultura Popular
e ainda uma variedade de programas de alfabetização que basicamente usavam
o método de Paulo Freire juntamente com a conscientização política?
No princípio da década de sessenta, a UNE apresentou um abrangente con­
junto de demandas que cobria itens como a reforma universitária e educacional,
inflação, capital estrangeiro, imperialismo, política exterior independente, apoio
a Cuba, solidariedade a grevistas, campanhas de alfabetização, reforma agrária
e assistência técnica ao movimento de sindicalização rural. Em 1961, a UNE
tomou-se uma parte integrante do bloco nacional-reformista e cventualmentc um
importante componente da Frente de Mobilização Popular, que reunia todas as
organizações e instituições políticas e culturais da esquerda trabalhista? Esses

282
desenvolvimentos coincidiam com o crescimento da Ação Popular dentro do
movimento estudantil, o partir da eleição para a presidência da UNE em 1961
de Aldo Arnntes, um estudante goiano c líder da AP. Aldo Arantcs foi sucedido
por um outro líder da AP, o mineiro Vinícius Caldeira Branl, em 1962. e, em
1963, José Serra, também líder da AP, foi eleito presidente da UNE?
A Declaração da Bahia, uma conclusão político-ideológica do 1 Seminário
Nacional da Reforma Universitária, realizado em 1960 cm Salvador, representou
um importante marco no desenvolvimento político do movimento estudantil.
Pelas conclusões da Declaração, o Brasil era visto como "uma nação capitalista
em fase de desenvolvimento", com "uma infra-estrutura agrária sob controle de
poderosos grupos estrangeiros" e um "Estado oligárquico" crivado por contra­
dições que "indicavam a falência da estrutura liberal burguesa". A solução que
o documento propunha para tal estado de coisas era a "socialização dos setores
fundamentais da economia", um fim à alienação do proletariado, a "efetiva par­
ticipação dos trabalhadores nos órgãos do governo" e a "criação pelo governo
de condições para o completo desenvolvimento das organizações do proletariado"?
Esses constituíam os alvos estratégicos do movimento estudantil. Contudo, eles
reconheciam a falta de uma perspectiva tática que os ajudasse a realizar os seus
objetivos. Em virtude disso, em 1962 foi convocado em Curitiba o II Seminário
Nacional de Reforma Universitária. A Carta do Paraná reuniu todas as conclu­
sões políticas e ideológicas do encontro. Ela tomou-se um dos mais importantes
documentos do movimento estudantil. Significativamente, a reforma universitária
foi incluída na parte da Carta que tratava do "esquema tático de luta", como
parte das Reformas Básicas, que começavam a dar ampla margem de discussão
ao bloco nacional-reformista, ao governo e mais tarde até mesmo ao bloco moder-
nizontcconscrvador. Essa proposta representava um ponto de partida para uma
eventual aliança política de trabalhadores, estudantes e camponeses, vinculando
o movimento para a reforma universitária a outras reivindicações populares.10
As organizações estuduntis tencionavam criar uma "aliança de trabalhadores,
camponeses, intelectuais progressistas, os militares democratas e outros setores
da vida nacional" de modo u unir suas reivindicações e fortalecê-las. Elas fizeram
da reforma agrária a bandeira de luta dos estudantes. Por outro lado, esperavam
que as transformações no sistema de ensino se tornassem as "aspirações objetivas
e subjetivas dos trabulhadores e dos camponeses". Essa idéia foi tão disseminada
que a UNE procurou sintetizar aquelas reivindicações em seu programa de luta
universitária como n necessidade de "expandir a aliança Estudante-Operário-Cam­
ponês".’1 Visando a contrariar os esforços da AP e da UNE. a elite orgânica
desenvolveu uma difícil e dura campanha de contenção e desagregação dirigida
especialmente contru n UNE e também contra a sua congênere mais nova, a
Uniflo Brasileira de Estudantes Secundários — UBES, bem como contra outros
organizações estudantis de cunho popular, como Juventude Estudantil Católica
— JEC, a Juventude Universitária Católica — JUC c a União Metropolitana de
Estudantes — UME?a
O IPES apoiava cssns ações por meio dc assistências financeiras, técnicas
e administrativas, que se estendiam desde o envolvimento nas eleições estudantis,
fundos para publicações e atividades até subsídios para atividades específicas,
projetos c indivíduos e o patrocínio de viagem aos Estados Unidos pora estu­
dantes.” Contudo, o líder ipesiano Antônio Gallotti havia imaginado desde o

283
inicio que a ação do IPES no movimento estudantil não seria somente cm termos
de apoio financeiro. Percebera também a necessidade de infiltrar “elementos de­
mocráticos" dentro da população estudantil militante, uma atividade que se
entendia como vital.14 Alem do mais, o líder Duvivier Goulart destacava a neces­
sidade de também se desenvolver a ação política através de professores, já que
eles constituíam os elementos permanentes da estrutura educacional. Nesse ponto
ele era contestado pelo líder Cândido Guinle de Paula Machado, um dos maiores
ativistas cm assuntos estudantis, que enfatizava que a ação só seria eficaz se ela
emanasse dos próprios estudantes. O máximo que o IPES poderia fazer seria
orientá-los. Ele teria de proporcionar apoio logístico aos militantes estudantis
e evitar reações espontâneas de líderes e grupos. O problema foi posto nas mãos
de Cândido Guinle de Paula Machado. Em termos práticos, o complexo IPES/
IBAD agia, de acordo com as circunstâncias, através de estudantes e dc docentes,
como sustentadores da ação organizada e como realizador direto em áreas limi­
tadas.,s O IPES fazia sentir a sua influência mesmo nos mais altos escalões aca­
démicos e administrativos da Universidade do Brasil, principalmcnte através das
importantes conexões do seu líder Oscar de Oliveira,16 em seus esforços para
desorganizar o movimento estudantil.
Como chefe do Grupo de Levantamento da Conjuntura, o General Golbery
encarregava-se pessoalmente da supervisão da campanha da elite orgânica na
população estudantil, alvo para assuntos que exigiam um abrangente planeja­
mento estratégico. Ilustravam esse fato as eleições universitárias em São Paulo,17
onde o IPES trabalhava com uma associação de ex-líderes estudantis, na qual
Paulo Egydio Martins desempenhava papel proeminente e emprestava sua grande
experiência de antigo líder estudantil dc direita, dc São Paulo e a nível nacional,
na tentativa de influenciar o público universitário.1* No Rio de Janeiro, o IPES
estava envolvido na ação universitária através do Centro Acadêmico Machado,
da Pontifícia Universidade Católica, e por intermédio do líder estudantil Manoel
da Rocha, do Centro Académico Cândido dc Oliveira — CACO, da Faculdade
dc Direito. Manoel da Rocha se aproximou do IPES visando angariar apoio
financeiro para vencer as eleições (as quais ele finalmenlc perdeu). O empresário
Maurício Vilela instou o IPES a providenciar colaboração, argumentando que o
CACO representaria um dos mais importantes centros de ação para a elite orgâ­
nica.” O líder Joviano Rodrigues de Morais Jardim, o encarregado da “caixinha",
aprovou as contribuições.1* O IPES também tentou influenciar as eleições da
União Metropolitana dc Estudantes, assim como as eleições universitárias em
Pernambuco (Estado no qual houve necessidade de se neutralizar o apoio ao
futuro candidato a governador, Miguel Arraes, e às Ligas Camponesas),’1 quando
se elegeu o anticomunista Marco António Maciel. Operando com a cobertura
do IBAD, a elite orgânica também penetrava no movimento estudantil. Com
muito êxito, cia entrou em ação contra a UNE, através do Movimento Estudantil
Democrático — MED. fundado e patrocinado pelo complexo JPES/IBAD/* O
IBAD também se embrenhou no movimento estudantil por meio da Frente da
Juventude Democrática — FID. patrocinada pelo IPES e dirigida pelos ativistas
estudantis de direita, Duval Vianna e Alain Araújo.’1 O IPES patrocinava, ainda,
o Grupo de Ação Patriótica — GAP. liderado por Aristóteles Drummond c
composto por estudantes da classe média e alta que. juntamente com a F1D.
o Movimento Anti-Comunista — MAC c o MED, operava como intimidador

284
conlra simpatizantes da UNE c UBES, assim como contra os propagadores das
posições nocional-rcíormistos dentro do movimento estudantil.24 O complexo
IPES/IBAD não apenas conferia apoio financeiro às atividades eleitorais, mas
também provia experiência política1* e cobertura através da mídia, produzia e
distribuía material de propaganda adverso aos da liderança da UNE e do bloco
nacional-reformista, bem como treinava ativistas estudantis. O IPES também enco­
rajava a contribuição empresarial direta, através de anúncios cm jornais estudantis
amigos, como /uventude Universitária, e apoiando o /ornai Universitário, da FJD,
ou o direitista Correio Acadêmico (contrapartida do Correio Sindical do IBAD),
assim como publicando “material profissional** pela Editora Agir, de propriedade
dc Cândido Guinlc de Paula Machado.28 A idéia de se patrocinar e fundar jornais
estudantis surgiu cm abril dc 1962, decorrente de uma análise da situação dos
estudantes no país, feita pelo Grupo de Levantamento da Conjuntura, que for­
neceu os diretrizes para a ação.27 O líder do IPES Álvaro Americano tomou-se
o enenrregudo de fazer o orçamento para a ação de jornais estudantis no Rio.28
Em Recife, o pedido de ajuda financeira dc um desses jornais foi passado pela
direção do IPES do Rio para os cuidados dos empresários A. C. Menezes e Bezerra
dc Menezes.20 No entanto, apesar dos vastos recursos e meios à disposição do
IPES, as suas atividades alcançaram relativo êxito, até as cruciais eleições para
a liderança nacional da UNE cm 1963.30
Em meados de 1963, o movimento universitário entusiasticamente se voltava
para a esquerda c o trabalhismo e passava a gozar uma ascensão política. A UNE
sc engajava em um amplo espectro dc atividades políticas, tomando posição em
Ioda questão que aparecesse, desde as diretrizes políticas segregacionistas
(aparlheid) da África do Sul até a necessidade dc reforma agrária. Atém disso,
os estudantes se comprometiam ativamenie em campanhas nacionais de alfabeti­
zação de adultos e participavam em massa das campanhas sanitárias no campo,
promovidas pelo Departamento Nacional de Endemias Rurais do Ministério da
Saúde. Tais campanhas tornavam verdadeiros os princípios teóricos e alvos ideo­
lógicos da UNE. qual seja, a grande aliança Operário-Estudante Camponês. E
ainda, através da UNE-Volante, o Centro Popular de Cultura desenvolvia uma
forte camoanha política dentro das classes trabalhadoras pelos quatro cantos
do pais. Foi no contexto desta mobilização estudantil que o próprio General
Golbery se ofereceu para tomar a direção da contracampanha para as eleições
nacionais à liderança da UNE.”
O XX!II Congresso anual da UNE transcorreu entre 22 e 28 de julho de
1963 em Santo André, no Estado dc São Paulo. O seu resultado determinaria
a linha de ação política da UNE cm um período critico. Não se mediram esforços
para aproveitar-se da propalada cisão Pequim/Moscou e desviar os estudantes
de sua própria discussão política sobre a Universidade e as Reformas Básicas,
porém eles fracassaram.” A reação da imprensa foi extremamente desfavorável
1 liderança da UNE em particular c ao congresso em geral. O Estado de S. Paulo
c a Folha de Sâo Paulo cspcciolmentc deram ao congresso intensa cobertura e
muito comentário editorial negativo. O mais importante elemento de oposição
uos representantes do trabalhismo c da esquerda nas eleições dos novos diri­
gentes da UNE cra a Frente dc Juventude Democrática, patrocinada pelo IPES,
que o Cônsul dos Estados Unidos cm Sâo Paulo, Daniel M. Braddock, descreveu
como “um grupo direitista ao extremo. 0$ líderes inclinados para a violência

285
da FJD haviam feito todos os tipos de planos de arrepiar os cabelos". De acordo
com Daniel Braddock. "Eles foram impedidos dc bombardear c metralhar o
congresso, mais por revista feita pela polícia do que por bom senso. Ainda bem
que foram refreados, pois uma ação violenta só teria atraído a simpatia do
público pelos ocupantes de cargos oficiais (da UNE), principalmente se houvesse
mártires. Os líderes mais responsáveis da oposição evitaram dcliberadamenle o
contato com a F|D. O jornal O Estado dc S. Paulo, posto que nâo defendesse
a organização, deu destacada cobertura noticiaria a seus vários manifestos que
denunciavam o controle comunista dos estudantes*'/1
Encabeçava a chapa da oposição Luiz Fernando Ferreira, o candidato da
Faculdade de Medicina da Unhersidade de São Paulo, chapa esta publicamente
rotulada de ibadiana. Um importante organizador dessa chapa era não outro senão
Luiz Fernando Levy. filho do líder udenista Herbert Levy, e ativista juntamente
com seus irmãos nos grupos de ação, organizados pelo IPES, para os setores
estudantis, sindicais e militares de São Paulo.14 Luiz Fernando Ferreira, com muita
sorte, receberia os votos de até duzentos delegados. Para tanto, tornar-se-ia neces­
sário receber o apoio dos delegados de Pernambuco, cujo presidente da União
dos Estudantes do Estado. Marco Antônio Maciel, transformara se na maior
incógnita do congresso aos olhos dos observadores americanos. Embora se mos­
trasse publicamente como um anticomunista, ele não parecia se comprometer a um
grau esperado. Ademais, a obtenção de 200 votos implicaria também a mobilização
dc diversas delegações que nem mesmo apareceram na convenção. Havia muitos
delegados qualificados de São Paulo, por exemplo, que, na última hora, optaram
pelas praias de Guarujá. depois dc haverem prometido cumprir com a sua parte.
E ainda, uma delegação de uns quarenta membros, do Rio Grande do Sul, ficou
impedida de comparecer, em decorrência de um desentendimento, também de
última hora, com o IPESUL que pagaria as suas passagens aéreas.35 Depois de
todos esses contratempos, quando apuraram-se os votos, Luiz Fernando Ferreira
obteve apenas cinqüenta e cinco, que pareciam insignificantes se comparados com
os seiscentos e setenta e nove a favor do representante da chapa nacional-refor­
mista, "Unidade". Os estudantes haviam deixado claro com qual lado simpatiza­
vam. José Serra, o candidato paulista da AP, elegeu-se presidente e o complexo
IPES/IBAD perdera uma batalha crucial.
A ação estudantil do IPES não sc limitava à manipulação de ativistas uni­
versitários ou à interferência em suas eleições. O IPES também interveio nas
eleições da altamente combativa Associação Metropolitana de Estudantes Secun­
dários — AMES. Ele autorizou o seu líder Hélio Gomide, pagador geral das
atividades estudantis nesse campo vital, a conferir somas de até 100 mil cruzeiros
de cada vez. tanto para os militantes de direita da AMES, quanto da UME.11
Em São Paulo, através da União Cívica Feminina, a organização das ativistas de
classe média, o IPES auxiliou o Congresso da União Paulista de Estudantes Secun­
dários— UPES c a Convenção Cristã e Democrática de Estudantes Secundários?’
Como já foi visto anteriormcnie. outras formas de ação pelo IPES envolviam
o patrocínio e o endosso de atividades culturais e grupos universitários e o apoio
às instituições culturais estabelecidas que tivessem relevância ideológica ou polí’
tica. Paulo Edmur de Souza Queiroz, líder do IPES, encarregava-se de tais
operações.31 Dentre esses grupos e instituições distinguiam-se a já mencionada
Associação de Cultura Brasileira — Convívio (que reunia professores de diversos

286
níveis, universitários e profissionais liberais e publicava a revista Convivium),
o instituto Universitário do Livro — IUL, o Movimento Universitário de Desfa-
velamento — MUD, a revista intelectual moderada Cadernos Brasileiros, o Insti-
tuto de Estudos Políticos e Sociais — IEPS, da Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro, que publicava a Síntese: Política Econômica Social, e a Cam­
panha de Educação Cívica — CEC*
O IPES mantinha relacionamento com a Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo por intermédio e apoio de Marota Rangel e Manoel Ferreira,
embora o Padre Corazza40 fizesse rigorosa objeção às suas atividades e presença
nessa universidade. A comissão que estabelecia o convénio com a Universidade
Católica compreendia o General Golbery, José Luiz Nogueira Porto e Paulo
Galvão. A elite orgânica também contava com José Ely Viana Coutinho e o
General Agostinho Cortes para a coordenação entre ela e as entidades que rece­
biam o seu apoio.41 Com a PUC de São Paulo, o IPES estabeleceu o Centro de
Documentação e Pesquisa Política e Social.4* O IPES lutava para expandir esse
projeto, criando, assim, o Instituto Universitário de Ciências Sociais, que consistia
em dois departamentos principais: a Escola Superior de Ciências Políticas e
Sociais e a Escola de Formação de Líderes — EFL. A EFL era um projeto a
ser desenvolvido pelo Monsenhor Enzo Gusso. sob os auspícios do IPES.4* O
Centro de Documentação supriu o IPES de um banco de dados e. em particular,
desempenhava um papel subsidiário para as atividades políticas e ideológicas do
Grupo de Doutrina c Estudo, através da manutenção de uma biblioteca espe­
cializada, e um arquivo de filmes, fotografias, fitas, vídeo-tapes e microfilmes.
O IPES mantinha também ligações com a Universidade Católica de Cam­
pinas. onde estabeleceram em 1963 o Curso de Ciências Políticas e Sociais da
Faculdade de Filosofia. Ciências e Letras. O curso se empenhava em auxiliar o
preparo c a organização de professores de ciências sociais e políticas, que toma­
riam parte nas atividades políticas c "cívicas”. O IPES organizou também semi­
nários sobre assuntos da atualidade, onde houve a discussão de vários tópicos,
como: “O Nordeste de Hoje c Amanhã”. "A Mulher na Conjuntura Brasileira”,
"Analfabetismo no Brasil e no Mundo”. "Crescimento e Progresso Econômico"
e ”A Influência do Dinamismo Humano na Economia”. Em Campinas, ele orga­
nizou. ainda, cursos noturnos de alfabetização de adultos, com fortes conotações
políticas, nos quais disseminavam-se os valores da elite orgânica.
O IPES mantinha ligações especiais com outro centro cultural e político,
o CESB — Centro de Estudos Sociais Brasileiros. Uma privilegiada localização
geográfica favorecia tal ligação, já que o CESB operava no mesmo edifício onde
o IPES do Rio mantinha o seu escritório. Servia de contato o Dr. Calafate, um
dos diretores do CONCLAP, que também ocupava salas no mesmo prédio.41
A Associação Brasileira do Congresso de Liberdade da Cultura recebia tam­
bém o apoio do IPES. Através dessa organização, que tinha ramificações inter­
nacionais, ele disseminava suas próprias idéias sobre o Movimento Estudantil e
a natureza da Universidade. Responsabilizavam-se pelo desenvolvimento dessa
operação os líderes ipesianos A. Venãncio Filho. José Duvivier Goulart e Oscar
de Oliveira, que trabalhavam como uma equipe do Grupo de Estudo e Doutrina,
na unidade de "Problemas Universitários”.44
Como já foi mencionado, o IPES criou em 1962 o Instituto Universitário
do Livro — IUL. O IUL servia dc canal para a distribuição de livros políticos

287
a preços baixos, para a promoção e publicação dc livros "didáticos”, o que o
IPES julgava ser dc "real interesse universitário", e para a impressão de folhetos
c apostilas. Desempenhava também o papel de instituição que "distribuía" bolsas
dc estudo para "cursos especiais** c servia dc foro para a promoção dc estudos da
conjuntura política em forma de seminários, séries de conferências c palestras
de interesse da "classe universitária". Na área dc impressão c distribuição dc
folhetos, panfletos e apostilas, o IUL coordenava esforços, entre outros, com a
Faculdade Paulista de Direito, a Faculdade de Direito Mackenzie. a Escola Téc­
nica dc Química Industrial de Ribeirão Prelo, a Faculdade dc Economia São
Luiz, a Faculdade de Filosofia Sedes Sapientia: e a Faculdade de Engenharia
Mauá.** A diretoria do IUL compreendia José Ely Viana Coutinho. Paulo Egydio
Martins, Carlos Eduardo Corbctt, Eduardo Figueiredo e Maria Lúcia Coutinho
Galvão.*r
O IPES propiciava a interação direta de empresários e universitários, através
da instituição do Departamento de Estágios, que apresentava e expunha estu­
dantes universitários às práticas do mundo dc negócios de São Paulo e ao seu
universo de valores comerciais e ideológicos. O IPES patrocinava feiras de livros
que serviam de canais de distribuição para as publicações que queria ver divul­
gadas.*" Incluía-se também entre aqueles sob o auspício do IPES o Centro para
Documentação Econômica e Social — CEDES.*1 Para essas atividades, o IPES
contava com o envolvimento de José Ely Coutinho e Eduardo Figueiredo.50
A doutrinação dos mais jovens também preocupava ao IPES e ele se empe­
nhava em marcar sua presença ideológica na escola de 2* grau, bem como na de
educação primária Através das crianças da classe média, ele poderia atingir seus
pais, mobilizando também, nesse processo, o "estabelecimento escolar", na ten­
tativa de neutralizar ou, se possível, integrar a equipe de professores na sua
camnanha política mais abrangente de manipulação da opinião pública. O IPES
dc São Paulo patrocinava a distribuição, por todo o sistema escolar, de material
impresso como, por exemplo, Uma Escola Social, produzido por Dom Emílio
fordan, que se ligou ao IPES por intermédio de Paulo Ferraz. Dom Emílio Jor-
dan responsabilizou-se também pela elaboração de um plano para a criação
dc uma escola de formação de "líderes**, plano este devidamente encaminhado e
adotado pelo Grupo de Doutrina e Estudo do IPES de São Paulo.51 O plano
envolvia também a implantação de instrução cívica c religiosa cm escolas leigas.53
Havia n intervenção do IPES na área de educação de trabalhadores c ele
influenciou a idéia da criação da Universidade do Trabalho cm Campinas.53 Vi­
sando a desenvolver esse projeto, o Monsenhor Salim. reitor da Universidade
Católica de Campinas, já ligado ao IPES por José Ely Coutinho, e o Padre
Narciso pediram à elite orgânica subsídios que os permitissem funcionar durante
o primeiro ano.5*
O IPES influenciou até mesmo a constituição do Instituto de Formação
Social — IFS em 1963. O IFS tinha como objetivos oferecer cursos dc doutri­
nação básica para todos os setores do público. Ele organizava cursos a nível
executivo para gerentes empresariais, a nível médio para funcionários, pessoal dc
vendas, estudantes c mulheres da classe média, bem como cursos noturnos para
operários dc indústria. Organizava, ainda, cursos especiais dc doutrinação chama­
dos Liderança e Administração Sindical, assim como Sindicalizaçâo Rural.

288
O IPES era também interligado à Fundação Coimbra Bueno.^que se dedicava
a ações sociais, cívico-culturais e a atividades filantrópicas. Essa Fundação cons­
tituía um conveniente canal para atingir as classes médias mais baixas e as classes
trabalhadoras, um público no qual o IPES tinha um óbvio interesse.
Finalmente, representou um marco importante na luta ideológica contra o
movimento estudantil nacional-reformista, que teve serias repercussões nos meios
inteleçtuais. políticos e militares, o lançamento do famoso livro UNE — instru-
mento de subversão, uma sombria exposição dc atividades esquerdistas nas uni­
versidades em geral e, cm particular, na Faculdade Nacional dc Filosofia do Rio
de Janeiro, e cujo sensacionalismo explicava grande parte do impacto causado
pelo livro.5* No período de 1960 a 1964. a Faculdade Nacional de Filosofia
assumia papel de liderança no movimento estudantil, ponta de lança de politização
e conscientização e o forum para intelectuais como |ean Paul Sartre e para
políticos como Leonel Brizola e Miguel Arracs levarem ao movimento estudantil
suas idéias e atividades. O que se passava na FNF causava óbvias repercussões
no país, dado o seu papel de diapasão das atividades estudantis e dado também
o fato de que o diretório dos estudantes era controlado por um dos mais ativos
blocos esquerdistas-trabalhistas, liderado por Enylton de Sá Rego. O livro tornava-
se, assim, bastante útil para desabonar os ativistas envolvidos e sua atuação.
E isso ele se propôs fazer plenamentc.
Sônia Seganfrcdo escreveu o livro, sendo ela estudante em 1962 no Rio de
Janeiro. Ela freqúentara o Curso Pré-Vestibular da Faculdade Nacional de Filo­
sofia em 1958, onde desde o início posicionou-se como implacável anticomunista.
Em 1962, numa série de entrevistas publicadas em O Globo, ela denunciava as
atividades da UNE c do ÍSEB. Instituto Superior de Estudos Brasileiros. O IPES
procurou-a nessa época, mais precisamente em novembro de 1962, quando o
assistente do General Golbery, Tenente Heitor de Aquino Ferreira, estabeleceu os
primeiros contatos enviando a ela livros e outras publicações que analisavam
a situação política e o movimento estudantil.57 Depois disso, o Tenente Aquino
decidiu se apresentar por carta e explicar a ela a razão pela qual fora contactá-la.
O Tenente Aquino assegurava a Sônia Seganfredo que ambos se engajaram na
mesma luta c posicionavam-se do mesmo lado. Ele continuava em sua explicação
que “Nosso grupo no exército — que a esquerda insiste sempre em chamar de
golpista — continua a existir, embora sensivelmente enfraquecido, entre outros
motivos, pela falta dc liderança, depois que nossos chefes de maior valor e
projeção passaram para a reserva; alguns até pela excelente razão de que. fora
do exército, poderiam trabalhar com maior rendimento. Digo isso porque o fato
tem ligação com o problema que desejo tratar com (você). Temos imprimido
nós mesmos e encaminhado para editores amigos várias obras de grande valor
como propaganda democrática anticomunista”.5’ Mencionava então algumas dessas
publicações, cuja maioria seria lançada em breve, como por exemplo Conversaiions
with Slalin, dc M. Djilas, “que será publicado na minha terra pela Editora Globo,5’
a cujo diretor ligam-me laços de amizade”. The protracted conflict. de Strausz-
Hupé; // est ntoins cinq, de Suzannc Labin; Crônicas engajadas, de Raquel de
Queiroz; Animal farm. de George Orwell, c várias outras.*0
O Tenente Aquino convidou, então. Sônia Seganfrcdo para cooperar com
o IPES através da publicação de um livro baseado nos artigos que ela escrevera

289
para os jornais nacionais, denunciando a “esquerda’*, o nacionalista ISEB c a
UNE- O IPES financiou o livro c a G. R. D. Editora, dc São Paulo, publicou-o.
Essa editora, que publicara tantos outros livros distribuídos pelo IPES. venderia
o UNE — instrumento de subversão a preço módico, graças aos subsídios confe­
ridos pelo IPES. que também “conseguiu receber ojuda americana para a sua
publicação".*1 O IPES pediu a Sônia Seganfrcdo que mantivesse segredo sobre
o seu desempenho na publicação, já que cie não poderia se envolver publica­
mente nessas atividades.*? Distribuído gratuiiamcnic aos milhares, vendido nas
livrarias por preço módico e com ampla cobertura da imprensa coordenada pelo
IPES. o livro de Sônia Seganfredo foi parte importante na tentativa do IPES dc
comer o movimento estudantil, denegrir a reputação da UNE c criar um clima
de suspeita e rejeição à União Nacional dos Estudantes, principalmentc entre
aqueles “moderadossuas famílias e. sobretudo, os militares.*3
Todavia, apesar desse esforço e numerosas ações como as já mencionadas,
o movimento estudantil continuava inclinado para a esquerdu trabalhista. A
avaliação dc tal tendência foi feita pela elite orgânica, quando a UNE, a UME.
a UBES, a AMES c os Diretórios Acadêmicos dc várias Faculdades apareceram
entre os patrocinadores e organizadores do Comício pelas Reformas dc Base,
de 13 de março dc 1964. a mobilização de massa que o bloco nacional-reformista
arquitetara para pressionar a favor de suas demandas. Na qualidade de um dos
oradores do comício fosc Serra, o presidente da UNE. apareceu ao lado do
próprio Presidente João Goulart, que se dirigiu à massa de participantes acusando
o latifúndio c o imperialismo como dois dos mais importantes fatores para os
males do BrasiJ. Delegados estudantis de todos os Estados brasileiros, luntamente
com representações das dasses trabalhadoras e sindicatos, puderam, então, ouvir
o Presidente anunciar a assinatura de dois decretos presidenciais da mais alta
importância: um desapropriaria, num limite de dez quilômetros, terras fronteiriças
a rodovias, ferrovias, represas, açudes federais c áreas beneficiadas por serviços
feitos pelo governo federal — áreas estas consideradas de interesse social. O
outro decreto levaria â nacionalização das refinarias privadas dc petróleo, inten­
sificando o monopólio estatal nesse setor. A UNE viu esses decretos como a
realização dc algumas dc suas demandas e o comício público como tendo efetiva­
mente fortalecido a aliança Camponcs-Estudante-Opcrário. No dia 28 dc marco,
estimulados por esses acontecimentos, o Diretório Acadêmico da Faculdade Na­
cional dc Direito, o Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia da Univer­
sidade do Brasil e mesmo o Diretório Acadêmico da Faculdade de Sociologia
da PUC. assim como a AMES, lançaram um manifesto simultâneo cni apoio aos
"militares que lutam para a realização das transformações estruturais necessárias
à sociedade brasileira9'.
A elite orgânica leve de procurar outro meio para lidar com o movimento
estudantil. Três dias depois, a intervenção militar, a destituição do Presidente
João Goulart, a prisão dos líderes estudantis, a invasão às universidades e a
interdição da UNE destruíram as ilusões dos estudantes com respeito ao poder
de sua aliança.

* NT: No original middle o/ lhe road. que descreve um meio (ermo

290
Mobilização das classes médias e apoio feminino

A mais significativa conquista do IPES no campo da mobilização política e


ideológica consistia na utilização das classes médias como a nova clientela política
c o desenvolvimento dc meios para mobilizá-las. com êxito, como uma massa de
manobra, efeito que os partidos c frentes tradicionais não se dispuseram ou se
capacitaram a alcançar. A mobilização das classes médias conferia a aparência
de amplo apoio popular à elite orgânica e a mídia coordenada pelo IPES propor­
cionava grande cobertura às atividades dessas classes médias mobilizadas. Na
atmosfera elitista do Brasil, as demandas das classes médias eram vistas como o
ponto de referência para a identificação da legítima expressão popular. Em con­
traste. o apoio popular das classes trabalhadoras ao governo ou aos grupos e
indivíduos políticos da esquerda e do trabalhismo cra representado como o resul­
tado do incitamento subversivo das massas pelo Executivo e o bloco nacional-
reformista. Mas a mobilização das classes médias era sobretudo uma campanha
ofensiva, projetada para acentuar o clima dc inquietação c insegurança e dar a
uparência de um apelo popular às Forças Armadas para uma intervenção militar.
Arlindo Lopes Corrêa preparou para o Comitê Executivo do IPES um position
paper que relatava claramente as preocupações e objetivos da elite orgânica,
trabalho este muito apropriadamente chamado de Conquista das Classes Médias
para a Ação Política em Grupo.64 Descreveu, nesse documento, a existência de
uma gradual tendência estatizanic do país, que se supunha fosse o ‘•objetivo final
da corrente mais forte do comunismo do Brasil". Diversos fatores contribuíam
para a tendência estatizante, entre eles a militância mostrada pelos ativistas comu­
nistas. Para Arlindo Corrêa, o “prestigio dos comunistas em meio às classes
trabalhadoras derivava sobretudo da capacidade de liderança comprovada nas
demandas desses militantes por melhorias salariais". Tais demandas, argumentava
ele. mostravam-se "exacerbadas sob o pretexto real ou artificial da alta do custo
de vida". Tanto a militância dos comunistas quanto as manifestações causais de
seu êxito teriam de ser contidas. Dentre as razões para esse êxito destacava-se a
Inflação, que lhes serviu de justificativa para a luta. Arlindo Corrêa detectava nas
classes médias o dique político contra as demandas comunistas. Ele argumentava
que "os componentes da classe média, oulrora bem remunerados, testemunhavam
a deterioração generalizada do valor real de sua renda e um constante declínio de
seu status social". Esse fato seria "fácil de comprovar" e o argumento lógico para a
questão, segundo Arlindo Corrêa, seria "comparar as rendas dos funcionários pú­
blicos. civis e militares, administradores e empregados do comércio com as rendas
dos trabalhadores da Marinha Mercante. Portos c Rede Ferroviária, considerados
segmentos privilegiados das classes trabalhadoras, assim como agitadores". Argu­
mentava ainda que “uma camada da sociedade, sofrendo um processo de empo-
brecirpento como a classe média, pode facilmente se reunir em torno de ideais
democráticos". As classes médias "nunca haviam pressionado decisivamente e
coletivamcnte" no sentido de obter as vantagens salariais alcançadas pelos "seg­
mentos privilegiados das classes trabalhadores brasileiras: ferroviários, operários
marítimos e portuários, porque elas nunca haviam se organizado como uma clas­
se". Contudo, "a insatisfação”, enfatizava ele. "gera os grandes movimentos so­
ciais". Continuando, observava que cra "fácil também provar que a transformação
do Brasil cm uma “República Sindicalista"** correlacionava-se com o empobreci-

291
mento das classes médios e sua compressão pelos níveis dc solários mais baixos.
Ainda, “demonstiar a idemidade entre a sindicalização da repúblico c o progresso
do comunismo não é difícil”. Então ele enfatizava que o "ponto dc encontro para
u agregação das classes médios deve ser. conscqüentcmcnte. a questão salarial. O
objetivo tático seria o combale à inflação e o objetivo íinol. o combate à esquerdi-
zação do país. Ele observava que a “liderança das classes médias podia parecer
difícil ou mesmo impossível, como consequência da consciência individualizada de
cada um de seus membros Pensamos, todavia, que não é difícil. Consideramos,
simplesmente, que esse segmento da sociedade nunca sentiu n necessidade dc se
unir Agora o momento é difícil para seus membros c os motivos surgiram...
Argumentava, alem disso, que. sendo a classe média a menor de todas, cin termos
eleitorais, “os políticos brasileiros nunca poderiam se chamar dc campeões da sua
defesa, porque, agindo dessa forma, eles estariam cometendo suicídio eleitoral.
Contudo, a classe média realmcnte identificou, dentre os vários candidatos a pos­
tos eletivos, aqueles que melhor responderiam às suas reivindicações”. Salientava
também que numa avaliação errónea, “o político brasileiro considera a classe mé­
dia como impenetrável às argumentações emocionais e apenas aceita teses racio­
nais”. ao passo que em relação às massas, os políticos brasileiros achavam que seria
condição síne qua non apresentar teses ilógicas para se alcançar êxito político,
sob uma aparência dc lógica ou baseadas em termos emocionais. "Felizmente”,
continuava, "a classe média não fica totalmente infensa às emoções sócio-políticas,
sc elas contiverem um elemento de aparente racionalismo.” Em resumo, deduzia
Arlindo Corrêa, “a conquista da classe média tem de ser feita através de uma
atividade de propaganda que mescle argumentos racionais com argumentos emo­
cionais Dessa forma, a liderança dessa classe será alcançada".
Segundo Arlindo Conca, o "próximo passo será convencer a classe média
de que se deverá alcançar a qualquer preço a contenção dos salários dos setores
das chsscs trabalhadoras, infiltrados por comunistas, e igualmentc ter-se-á de
identificar a inflação como sua grande inimiga. Finalmetne. a classe média deve
ser usada como um instrumento de pressão política do mesmo modo e pelo
mesmo meio que as classes trabalhadoras: operários, marítimos, portuários, ferro­
viários etc " Para ele. o melhor modo de "ganhar partidários para a causa é a
conquista individual dos membros da classe média, através dc panfletos, propa­
gando pela mídia e depois, num estágio cronológico mais avançado, por meio de
comícios públicos”. Finalmente, ele recomendava que as "classes” a ser inicial­
mente "trabalhadas” deveriam compreender "a dos militares e a dos profissionais
liberais cm postos públicos”.**
A argumentação dc Arlindo Corrêa não ficou perdida para a liderança do
IPES. A imprensa manipulou intensumente o lema da República Sindicalista.
O que cra visto como o comportamento rebelde dos ferroviários, operários
marítimos e portuários e suas "exorbitantes” reivindicações salariais incitaram a
opinião das classes médias. A queda do itutu* sócio-económico constituía um
poderoso argumento entre os militares, ao passo que as classes médias, "assistidas”
em suu identificação dos condidalos "certos", finalmcntc foram unidas, formando
uma massa dc manobra de importância.
A organização de tais atividades não seria difícil para a elite orgânica. Os
ativistas e associados do complexo IPES/IBAD também pertenciam a muitas
organizações de classe c instituições sociais que faziam campanha através da

292
mídia, em conferência c por panfleiagem, como parte da campanha anticomunista
do período da “guerra fria". A sua mensagem apelava precjsamente para as classes
médios alfabetizadas. O JPES também obtivera êxito na coordenação dos conhe­
cidos movimentos paralelos, qual seja, organizações sociais, instituições culturais
e associações de classe que compartilhavam alguns dos seus valores e táticas.97
O líder ipesiano Hélio Gomide responsabilizou-se pela coordenação dos movi­
mentos paralelos, que no seu auge chegaram a 3.000, e através deles canalizou-se
e retransmitiu-se a grande investida da opinião pública “democrática".
Merece menção o fato de que entre as organizações de “guerra fria", cuja
campanha de propaganda coincidia com a do IPES. destacavam-se a Associação
dos Amigos das Nações Cativas e o Rearmamento Moral. A Associação era uma
organização “guarda-chuva”, fortemente anticomunista, com órgãos similares nos
Estados Unidos, cuja liderança no Brasil compreendia Gustavo Corção (presi­
dente), Glycon de Paiva (vice-presidente) e G. B Weinschenk. diretor da Cia.
Docas de Santos (tesoureiro). Um número de associados e ativistas do complexo
ÍPES/1BAD fazia parte do seu conselho diretor. Dario de Almeida Magalhães.
Eugênio Gudin, Monsenhor F. Bessa (SJ), o Padre F. Leme Lopes (SJ), João
Camilo de Oliveira Torres. Raul Fernandes, Prudente de Morais Neto, Carlos
Povina Cavalcanti, Carlos Guinle, Alberto Barreto de Mello, Manuel de Azevedo
Leão e Gladstone Chaves de Mello eram alguns desses diretores. A associação
representava um canal para a propaganda anticomunista produzida em outros
países e no Brasil.
A outra instituição, o Rearmamento Moral, organização internacional de
"guerra fria", sediada nos Estados Unidos, muito podei sa no inicio da década
dc sessenta, juntou o seu esforço à campanha de pânico anticomunista. O Rear­
mamento Moral, que atingia um amplo espectro da opinião pública das classes
médias, engajou em suas atividades alguns oficiais militares assaz proeminentes
daquela época. O General Juarez Távora fazia campanha em prol da causa do
Rearmamento Moral, tomando-a sua. Em 1962. antes das eleições, o General
Juarez Távora compareceu a diversos compromissos públicos em vários centros
urbanos, em nome do Rearmamento Moral Em Pelrópolis, onde estava se reali­
zando uma conferência altamente propagada do Rearmamento Moral, esse mesmo
general assinou uma declaração de apoio e adesão, juntamente com o Marechal
Henrique Teixeira Lott, o ex-Ministro da Guena e candidato do PSD à presi­
dência da República nas eleições dc 1960. Em Ibirapucra, o General J. Távora
apresentou o Rearmamento Moral a São Paulo,** ao lado do General Hugo Bethlem.
primo do Coronel Belfort Bethlem (que pertencia ao grupo dc oficiais do General
Ernesto Geisel) e do General da Reserva Agrícola Bethlem (associado do IPES).
O Rearmamento Moral mantinha também um programa de treinamento ideológico
que enviava aos Estados Unidos oficiais militares e outros responsáveis pela
formulação de opinião para um período de orientação ideológica e preparação
política. O então Coronel da Força Aérea Moreira Burnier, antigo líder das revoliss
militares dc Jacareacanga e Aragarças, incluía-se entre os enviados ao exterior
nesse progTama.*8 O Rearmamento Moral também fornecia ao IPES material de
propaganda, desde filmes até panfletos voltados aos diferentes setores da opinião
pública; sua eficácia em modelar a consciência de classe se fez sentir mesmo
nas classes dominantes. A equipe do Rearmamento Moral que operava no Brasil
(cujo representante, um certo Zimmerman. ligado ao IPES por José Rubem

293
Fonseca) tinha como objetivo infundir, entre os empresários ainda relutantes em
cooperar com a elite orgânica, as necessidades c a urgência do momento.™ O
IPES de São Paulo canalizava fundos para o Rearmamento Moral, como uma
operação independente do IPES do Rio.71
Os "movimentos paralelos", tão ativos nas campanhas antipopulistas e anti-
populares, compreendiam a União Nacional de Associações Femininas.73 a já
mencionada ACM — Associação Cristã de Moços — e a Associação dos Diri­
gentes Cristãos de Empresas — ADCE. que. conforme o líder ipesiano |orge
Frank Geyer. "já era uma espécie de IPES".7’ Distinguiam se como figuras in­
fluentes da ADCE os empresários Paulo Egydio Martins. Severo Gomes e Murilo
Macedo. A ADCE contava como seu assistente eclesiástico o Padre Fernando
Bastos D’Avila. professor da PUC e da ESG. ideólogo da "Doutrina de Solida­
riedade Cristã" (Solidarismo) e também ligado aos IPES. A ADCE fazia-se im­
portante na mobilização dos empresários menores e das classes médias através
da organização de conferências e palestras e no apoio à campanha do IPES.
Mas o que o IPES viu como uma de suas conquistas de maior êxito foi a
"descoberta" dos grupos femininos de pressão, tão ampla e eficazmente usados
dez anos mais tarde contra o governo constitucional de Salvador Allende. no
Chile, e para os quais a experiência brasileira forneceu o modelo.
A escolha da dona-de-casa da classe média como potencial ponta de lança
para o contra-ataque a João Goulart foi de especial importância. Ao fazer tal
escolha, o IPES visava diretamente às esposas, irmãs e mães dos militares, pro­
fissionais, comerciários e tecnoburocratas. Era voz corrente que o IPES teria
importado antropólogos e sociólogos, que o orientavam sobre a grande influência
exercida pelas mães e avós na sociedade brasileira. Parece que os empresários
levaram um ano para aprender como usar as técnicas de mobilização das classes
médias, mas uma vez aprendidas, elas se tomaram "um rolo compressor que não
parava". Glycon de Paiva a considerava como exemplo perfeito de uma "Idéia-
Força". que dispunha de organização, dinheiro e ilogans.u
A mobilização das mulheres asseguraria parte significativa da Caixa de Res­
sonância. uma máquina poderosa e de grande alcance. As organizações femininas
(geralmente com um corpo masculino de assessores políticos e organizacionais)71
mostravam-se instrumentais na campanha conduzida pela elite orgânica para
infundir o temor à "ameaça vermelha", ao mesmo tempo que elas eram o seu
próprio alvo.7* No decorrer dos primeiros meses de 1964. as organizações femi­
ninas e grupos católicos proporcionavam a mais visível ação cívica contra João
Goulart e contra as forças nacional-reformistas, especialmente em Minas Gerais,
São Paulo e Guanabara.
O IPES custeava, organizava e orientava politicamente as três organizações
femininas mais importantes: a Campanha da Mulher pela Democracia —CAMDE.
do Rio de Janeiro, a União Cívica Feminina — UCF, de São Paulo, e a Campanha
para Educação Cívica — CEC Ele também assistia financeiramente, provia expe­
riência organizacional e orientação política a esses grupos conservadores cató­
licos e de cunho familiar, como a Campanha da Mulher Brasileira, o Movimento
de Arregimentação Feminina — MAF (liderado por Antonieta Pellegrini). a Liga
Independente para a Liberdade (dirigida por Maria Pacheco Chaves).77 o Movi­
mento Familiar Cristão — MFC. a Confederação das Famílias Cristãs — CFC.
a Liga Cristã Contra o Comunismo.71 a Cruzada do Rosário em Família — CRF,

294
o Legião dc Defesa Social, a Cruzada Democrática Feminina do Recife — CDFR,
u Associação Democrática Feminina — ADF (de Porto Alegre) e a Liga de
Mulheres Democráticas — LIMDE (de Minas Gerais).7®
Embora o Movimento de Arregimentação Feminina tenha iniciado, em 1954,
como uma organização que protestava contra a alta do custo de vida e a falta
dc instrução cívica nas escolas públicas, seu manifesto papel político se desen­
volveu no princípio da década de sessenta. Em um clima político cada vez mais
radical, o MAF devotava crescentes esforços para “combater o comunismo e a
corrupção” através de panfletagem, comícios públicos, petições e propaganda de
porta cm porta. A diretoria do MAF compreendia membros exclusívamentc dc
status bem alto, das tradicionais famílias paulistas, e sua ação se restringia a
São Paulo. Sua presidente, Antonieta Pellegrini, era irmã de Júlio de Mesquita
Filho, proprietário dc O Estado de S. Paulo, e muitos dos ativistas ipesianos,
ligados ao jornal, trabalhavam como orientadores do MAF. O MAF contava com
6.000 membros e seus fundos vinham do IPES de São Paulo.*0
A União Cívica Feminina foi organizada em São Paulo, em 1962, visando o
•'esclarecimento’’ da opinião pública, a “defesa do Regime Democrático" e a “des­
pertar a consciência cívica das mulheres". A UCF dissemina suas idéias principal­
mente através de palestras, conferências e cursos de doutrinação básica, oferecidos
às donas-de-casa e trabalhadores, sobre assuntos tão variados como a Política,
Doutrina Social da Igreja, assim como Problemas da Economia Brasileira.
A UCF destacava-se também em extraordinárias atividades para promover
tumulto e sua ação tinha pouco a ver com as decantadas atitudes da dona-de-casa
brasileira. Ela representava a face dc propaganda da máquina liderada pelo IPES,
a outra face sendo constituída de atividades paramilhares organizadas. O gover­
nador Adhemar de Barros apoiaya a UCF nessas atividades, auxiliado pela rigo­
rosa polícia estadual, disfarçada em estudantes.11 Paulo de Tarso, Miguel Arraes,
Leonel Brizola, Almino Afonso, João Pinheiro Neto e Eloy Dutra representavam
alvos especiais das violentas atividades desses grupos organizados.” A UCF
mostrou-se útil ao proporcionar a parte vocal agressiva das demonstrações de
massa contra a visita do Presidente Tito, da Iugoslávia, bem como contra inúmeras
medidas governamentais. Ela irrompia nas estações de televisão com o intuito
de levar a sua mensagem e mandava ônibus lotados de “estudantes" e intimi-
d adores anticomunistas para participarem das eleições de diretórios estudantis.*’
Prestava-se também como um canal de recursos financeiros e uma fonte de apoio
político para outros grupos e organizações, como a União dc Estudantes Secun­
dários de São Paulo. Através da UCF organizaram-se conferências de promoção
c relações públicas a favor do governo do Rio Grande do Norte. Estas atividades
relacionavam-se com a criação do plano de desenvolvimento (orientado pelo IPES)
daquele Estado. Por coincidência o Rio Grande do Norte era um dos Estados-
chave escolhidos como "vitrine" para a promoção das “ilhas de sanidade", deno­
minação dada pelo embaixador Lincoln Gordon aos Estados cujos governadores
eram confiáveis sob o ponto dc vista americano. Através de um maciço influxo
de recursos financeiros para projetos de impacto c outros meios, essas "Ilhas
de Sanidade cm um mar conturbado" visavam a frustrar a crescente mobilização
trabalhista e de esquerda e escorar as imagens dos vários governadores do proble­
mático Nordeste. Por coincidência, também Aluísio Alves, governador do Rio
Grande do Norte, era associado e parente do líder do IPES José Luiz Moreira

295
de Souza. O plano projetado pelo 1PES consistia em tomar o Estado do Rio
Grande do Norte em um exemplo do que a empresa privada poderia fazer pelo
Nordeste, tentando solucionar os problemas da região através do estabelecimento
da Companhia de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte — CODERN.
Estabelecida com 500 sócios, a companhia destinava-se a avaliar as possibilidades
econômicas do Estado para investidores industriois c financeiros do centro-sul.
As atividades promocionais da UCF tinham também um efeito fortalecedor recí­
proco.**
A UCF contava com menor número de membros do que o MAF, mas uma
rede mais ampla de núcleos de ação, que se estendia até o Estado do Paraná.
é interessante observar que. depois de 1964. a UCF sc ocupou com serviço social
em favelas e proteção ao consumidor. Ela também manteve um Arquivo de Polí­
ticos. com dados bibliográficos pessoais, assim como seus antecedentes eleitorais.*4
Em 1963. o 1PES organizou a Campanha de Educação Cívica — CEC, de
âmbito nacional, cujo programa envolvia o "despertar da consciência cívica da
nação" c o "estímulo patriótico à grande massa, principalmcnte a classe média,
os trabalhadores e a juventude**. A UCF e outras organizações orientadas pelo
IPES eram patrocinadoras conjuntas da CEC. Um comité central coordenava as
atividades da CEC. comitê este formado por professores universitários, jorna­
listas. profissionais, como também incorporava membros dos grupos femininos
de ação, trabalhadores e estudantes selecionados das unidades e movimentos
patrocinados pelos ÍPES A CEC se envolvia na mobilização c propaganda das
classes médias, assim como na organização e doutrinação dos ativistas estudantis
e operários. Suas atividades coincidiam, na maior parte, com as da Campanha
du Mulher pela Democracia, o mais proeminente de todos os grupos femininos.
A Campanha da Mulher pela Democracia, presidida por Amélia Molina
Bastos, irmã do General António dc Mendonça Molina, devia a sua significância
a seus muito ativo* programas promocionais, realizados desde a sua criação em
1962 ao golpe de 1964. a sua harmonia com importantes elites políticas e mili­
tares c com a imprensa nacional, principalmente O Globo, e a seu papel especial
na agitação pública nos dias que precederam o golpe.
A idéia de se criar a CAMDE pouco antes das eleições dc 1962 partiu
declaradamente de três indivíduos: Leovigildo Balesticri, vigário franciscano do
bairro de Ipanema. Glycon dc Paiva e do General Golbery do Couto e Silva.
"Eles convinccntemcnte argumentavam que o Exército fora minado pelo ‘vício
de legalismo*. que só mudaria sc legitimado' por alguma força civil, c que as
mulheres da classe média e alta representavam o mais facilmente mobilizado c
interessado grupo de civis."M A razao imediata para a criação da CAMDE con­
sistia na necessidade de sc formar um efetivo "coro popular" para impedir a
posse de Santiago Dantas como Primeiro-Ministro, através do estímulo a reper­
cussões desfavoráveis ã sua nomeação c organizou-se contra ele a "Caravana a
Brasília"?7 Sintomaticamente, a primeira reunião da CAMDE realizou-se no audi­
tório dc O Globo, no Rio. cujo rede de jornal e rádio assegurava a manutenção
da CAMDE cm evidência daí para adiante.
A CAMDE desenvolvia uma sólida campanha de “esclarecimento". A orga­
nização, eficazmente usada durante a campanha para as eleições de 1962. patro­
cinava conferências para os seus membros sobre o perigo da "subversão comu­
nista". realizava reuniões públicas, distribuía panfletos c colecionava assinaturas

296
cm petições de protesto. Ela erguia faixas agressivamente onticomunistas c pôsteres
bastante sugestivos. Um deles mostrava uma criança conclamando os cidadãos
a votarem "cm um Democrata para que amanhã eu possa ainda ser livre". As
ativistas da CAMDE apareciam também na televisão endossando um grande núme­
ro de personalidades políticas, religiosas e sociais que o IPES promovia através
do seu "bureau de oradores”.
A CAMDE organizava reuniões de protesto, escrevia milhares de cartas aos
deputados e. da mesma forma que o IBAD, pressionava firmas comerciais para
retirarem seus anúncios dos jornais pró-Joào Goulart ou orientados pela esquerda
e o trabalhismo. Distribuía milhões de circulares e livretos preparados principal­
mente pelo complexo IPES/IBAD e produzia sua literatura própria visando às
preocupações da dona-de casa. Esses panfletos circulavam aos milhares por edição.
Concentravam-se os esforços nas esposas de militares, dos membros dos sindicatos
controlados pelo trabalhismo e de servidores públicos."* Usou-se também a
CAMDE no fomento gradativo da pressão pública sobre o Ministério das Relações
Exteriores, por ocasião da crise dos mísseis em Cuba, na tentativa de descarac­
terizar as feições ncutralistas da política externa do Brasil.
A CAMDE trabalhava com a cooperação de associações congêneres, de São
Paulo c dc outras partes, como a CEC. a UCF, o MAF, a LIMDE, a CDFR e a
ADF, entre outras, e com diversas linhas auxiliares do complexo IPES/IBAD,
como o Movimento Estudantil Democrático, o Movimento Sindical Democrático
e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Cristãos. Ela recebia a colaboração
direta do IPES do Rio, atrave's de um dc seus líderes. Oscar de Oliveira, da
Associação Comercia) do Rio e da Associação Brasileira de Municípios — ABM.
que também funcionava como linha auxiliar do IPES. A CAMDE mostrava-se
útil também na apreensão de material de alfabetização supostamente “subversivo",
usado pelo Movimento dc Educação de Base — MEB e no fomento de reações
histéricas em tomo disso. Ela se responsabilizou, ainda, pela demonstração que
concentrou um milhão de pessoas no Rio. a favor da intervenção militar contra
o governo e a favor da supressão da esquerda. Quando o Presidente João Goulart
esteve no Rio no dia 13 de março de 1964 para proferir o seu famoso discurso
no comício para as reformas básicas, a CAMDE se engajou numa campanha por
telefone, pedindo às pessoas para não participarem do referido comício, incitando
as mulheres a permanecerem em casa e acenderem velas em suas janelas, como
sinal de protesto e fé cristã, campanha esta que teve excelentes resultados.
O auge dos esforços das associações femininas orientadas pelo IPES se deu
seis dias depois, no dia de São José, o padroeiro da família, com a coordenação
da “Marcha da Família com Deus pela Liberdade", em São Paulo. Aproximada­
mente 500.000 pessoas compareceram para protestar contra o comício de João
Goulart do dia 13 de março. A idéia da organização da marcha fora defendida
pelo Deputado Federal Antônio Sílvio Cunha Bueno (rico proprietário de terras
e diretor da Willys do Brasil), pela Deputada Conceição da Costa Neves. José
Carlos Pereira de Souza (alto funcionário da Confederação Nacional do Co­
mércio), Irmã Ana de Lourdes e Oscar Thompson Filho (Secretário da Agricul­
tura dc Estado de Sâo Paulo, político do PSD e homem de confiança do Gover­
nador Adhemar de Barros). De fato, a organização da marcha se realizou no
prédio da Sociedade Rural Brasileira — SRB. sob a supervisão de ipesianos. que
eram membros da Associação Comercial, da Federação das Indústrias, da Fe-

297
deração das Associações Rurais, do Clube dos Diretores Lojistas e do estado-maior
civil-militar do IPES.** Outra instituição importante que auxiliou na promoção
da marcha, o Conselho de Entidades Democráticas, funcionava como a organização
máxima para uma variedade de associações paralelas "democráticas” com base
profissional especializada.*' O Secretário Geral do CED era o líder do IPES
Oswaldo Brc>ne da Silveira. A marcha contou com o apoio adicional e a parti­
cipação da CEC. da ACM local, da FACLR. da Federação dos Círculos Operários,
da Federação das Associações de Pais c Mestres e da perícia em propaganda da
Mac Cann Ericsson. companhia multinacional de publicidade.*1
Nos escritórios da SRB. que também alojava a Liga Independente pela
Liberdade, fizeram-se pôsteres, cartazes c bandeiras.** Alguns continham os ape­
los: "Abaixo o Imperialismo \ermelho". "Renúncia ou Impcuclimeni'', "Refor­
mas sim. com Russos, não": outros lembravam o público que "Gctúlio prendia
os comunistas, lango premia os traidores comunistas". O governador de São
Paulo Adhcmar de Burros abou-se a esse esforço c proporcionou recursos. A elite
orgânica assegurou a participação das companhias aéreas e de ônibus que ofere­
ceram transporte gratuito para cs representantes de todos os municípios de São
Paulo e de outros Estados, proposição não muito difícil, já que muitos dos
próprios executivos da* companhias de transporte eram membros e financiadores
do IPES. Entre os principais participantes da marcha distinguiam-se Auro de
Moura Andrade, o então presidente do Congresso, o governador Carlos Lacerda,
da Guanabara, e o General Nelson de Mello. Ex-Ministro da Guerra de João
Goulart e participante da Articulação Civil-Militar. Ele se dirigiu à multidão:
"Nós estamos presentes nesta demonstração a favor da consciência cristã do
Brasil. Este c um dia decisivo para a existência do Brasil. Nós temos fé nas
Forças Armadas; nós lemos fé na Democracia".*1 A marcha foi ostensivamente
uma manifestação da classe alia e classe média alta e. cm decorrência disso, muito
restrita, pois de uma cidade de cerca de 6.000 000 de pessoas, apenas 500.000
dela participaram. O Embaixador Lincoln Gordon observou cm sua carta de 2
de abril dc 196* para Dcan Rusk. o Secretário de Estado americano: "A única
nota destoante foi a evidente limitada participação das classes mais baixas na
murcha."*4 As marchas do Rio c São Paulo furam seguidas de outras menores
cm Belo Horizonte. Curitiba. Porto Alegre c Santos.*1 Conforme o líder do IPES
c da SRB. Sálvio dc Almeida Prado, um dos organizadores, u murcha foi aclamada
como "um milagre dc fé",* embora, como já visto, houvesse, de antemão, uma
causa mais terrena.*7
De tudo isso, o mais importante foi que "O Exército, como é do consenso
geral, teria hesitado em agir se não houvesse fortes indicações de que a opinião
pública era favorável, e é bem possível que demonstrações espetaculares, lais
como a de 19 de março, a ‘Marcha da Família com Deus pela Liberdade’, cm
São Paulo, fossem decisivas para convencer o setor eslrilumente militar do
Movimento Revolucionário* de que havia chegado o momento propício".*" O
Coronel Vernon Wallers, do Serviço Americano dc Informações, corroborou tal
avaliação observando: "Até as marchas se realizarem, havia um receio dc que o
movimenlo para depor João Goulart não obtivesse êxito."** Ainda é discutível
se os setores golpistas das Forças Armadas intervieram sentindo-se justificados
pelo apelo das marchas ou se os militares tiveram dc intervir por antecipação,
em face do que se poderia facilmente argumentar ler sido o fraco apoio popular

298
recebido por eles, depois de tanto trabalho árduo. Menos de duas semanas depois,
em resposta aos “anseios do povo”, João Goulart foi deposto.1”*

A contenção dos camponeses

O Brasil tem uma longa história de inquietação rural, mas o aumento das
tensões no campo foi rápido durante a década de cinquenta. Ao contrário do
setor industrial urbano, o setor agrário não fizera parte do esforço de sindica-
lizaçâo corporativa durante o Estado Novo e mesmo durante a segunda presi­
dência de Getúlio Vargas. A sindicalizaçâo rural permaneceu ilegal durante a
década dc cinquenta e todos os tipos de trabalhadores rurais continuaram sob
o indiscutível controle dos grandes proprietários de terra até os meados da década
de cinquenta.”1 As raizes do movimento para se organizar os camponeses podem
ser encontradas durante a década de quarenta, no trabalho do Partido Comunista
Brasileiro, que inicialmente estabeleceu a rede de Ligas Camponesas, as quais
não se deve confundir com as Ligas Camponesas mais tarde associadas a Fran­
cisco luliâo. A atividade organizacional entre os camponeses ressurgiu nos meados
da década de cinqüenta em Galiiéia, primeiro, com o estabelecimento da Socie­
dade Agricultura) de Plantadores e Criadores de Gado de Pernambuco, assistida
por um ex-membro do Partido Comunista, José dos Prazeres, e, depois, com a
formação dc sociedades de direito civis e legais que rapidamente se desenvolve­
ram por todo o Nordeste, sob a liderança de [ulião, passando a uma rede de
Ligas Camponesas — como os proprietários de terra as chamavam, numa tenta­
tiva dc confundi-las com as extintas ligas de inspiração comunista.1*
No final da década de cinquenta c princípios da de sessenta, à medida que
se ampliavam os círculos de discussão sobre a reforma agrária e, como o clima
político para a mobilização rural se tornava mais favorável, outras organizações
agrárias passaram a funcionar cu foram reativadas. Entre as mais importantes,
distinguiam-se a ULTAB, União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do
Brasil, originalmcntc criada pelo Partido Comunista em 1957, e o MASTER. Mo­
vimento dos Agricultores sem Terra, criado por Rui Ramos e endossado por
Leonel Brizola, no Rio Grande do Sul. Com o intuito de combater a influência
dos dois movimentos, a Igreja Católica passou a patrocinar e organizar sindicatos
rurais em oposição às ligas “atéias” em várias partes do Nordeste e do Sul.”3
O movimento dos trabalhadores rurais demonstrava impressionante vitalidade,
crescendo em regiões onde nenhuma organização havia praticamente existido
poucos anos antes. As demandas dos camponeses se estendiam desde a abolição
do cambão — a obrigução de se trabalhar para o dono dç propriedade por
um número de dias por semana ou por mês a um salário mais baixo que o
normal —1<M até melhorias salariais e exigências de serviços sociais e utilidades
públicas — escolas, água, esgoto, habitação e estradas. A demanda para a reforma
da lerra mostrava-se incipiente. No entanto, em novembro dc 1961, o Primeiro
Congresso Nacional de Trabalhadores e Agricultores realizou-se em Belo Hori­
zonte, ocasião em que se reuniram 1.400 delegados c mais dc 2.000 outros par­
ticipantes que endossavnm o apelo de (ulião para uma radical reforma da terra.
As propostas do congresso incluíam: ”a total transformação da estrutura agrária
existente, com n eliminação da posse latifundiária dc terra, principalmente através

299
da desapropriação, pelo governo federal, de extensas cerras, substituindo a posse
monopolística por posse do camponês, em forma individual ou societária, e como
propriedade estatal”,10* e a distribuição grotuita da terra desocupada c laxas
moderadas de arrendamento daquela desapropriada dos latifundiários. Exigia-se
ainda o direito de organização independente dos camponeses em suas associações
de classe, a efetiva aplicação da legislação trabalhista já existente, até então
aplicada apenas aos trabalhadores urbanos, assim como o desenvolvimento dc
uma legislação trabalhista adequada aos trabalhadores do campo, o reconheci­
mento imediato dos sindicatos rurais e efetiva c também imediata assistência a
todos os tipos de economia camponesa. Contra esse background, no princípio
de 1963, a administração de João Goulart passou u pressionar a favor de uma
reforma da terra e apoiou ativa e oficialmcntc o movimento trabalhista rural,
legalizando, finalmente, a sua sindicalização. através do estatuto do trabalhador
rural.
Todavia, em 1961, iniciou-se o período de atividade mais intensa na área
de organização camponesa, quando a elite orgânica decidiu desafiar as ligas, por
meio da promoção de sindicatos rurais organizados por um segmento do clero
católico, esforço que coincidiu com aquele de setores conservadores da Igreja.
Em princípios da década de sessenta, o complexo IPES/IBAD viu o contexto
camponês como um barril de pólvora político e ideológico e, da mesma forma,
a atenção do resto do país, naquela época, voltou-se para o progresso do movi­
mento dos trabalhadores rurais, especialmente aquele que se desenvolvia há
muitos anos em Pernambuco, sob a liderança de Julião, bem como para os esforços
dc sindicalização realizados pelo Partido Comunista. O objetivo específico da
elite orgânica era se opor ao que ela considerava como atividades subversivas
das Ligas Camponesas, príncipalmente as de Pernambuco, o Estado-chave do
Nordeste.100 Obviamente, a visão de uma massa de quarenta milhões de campo­
neses mobilizados, libertando-se do jugo rural e tomando de assalto as cidades,
representava uma perspectiva atemorízante para os proprietários de terra e a
burguesia também.107 Como consequência, a elite orgânica lutou para conter a
politização rural e desorganizar a incipiente mobilização camponesa, não apenas
no Nordeste, onde ele se fazia mais premente, mas também no Sul e Centro
do país.
Para o IBAD. a revolução que se assomava no Nordeste seria impedida
somente pelas "reformas cristãs e democráticas do estatuto da terra”, contidas
no modelo proposto no seu Simpósio sobre Reforma Agrária, dc abril de 1961.
Contudo, enquanto a reforma exigida não fosse implementada, o complexo 1PES/
IBAD tentaria conter o despertar do povo e ganhar tempo para que outros acon­
tecimentos tomassem o seu curso.
O complexo IPES/ÍBAD não podería ignorar o anseio do povo pela reforma
agrária e outras mudanças sociais exigidas pelos camponeses, pelo movimento
estudantil, intelectuais e políticos do bloco nacional-reformista. A questão da
reforma agrária teria de se tornar uma bandeira, pelo menos pró-forma, para o
complexo IPES/IBAD conquistar emocional e racionalmcnte os camponeses. No
entanto, mesmo uma reforma agrária limitada criaria sérios problemas para a
elite orgânica no seu difícil relacionamento com os proprietários de terra e suas
associações de classe. Os mais recalcitrantes segmentos da oligarquia agrária
condenariam até os moderados esforços do complexo IPES/IBAD como sendo

300
dc inspiração “comunista**. Ademais, o complexo IPES/IBAD dificilmente podería
dar-sc ao luxo de antagonizar os proprietários de terra, pois a força política
destes no Congresso continuava maciça. Não parecia fácil trilhar a senda correta
entre o bloco dos proprietários de terra e os camponeses mobilizados. Apesar
de tudo, a elite orgânica tentou resolver o seu dilema e decidiu “lançar-se na
arena da guerra política". Uma das formas de luta consistia na indicação, pelo
IBAD, à população rural, de sua escolha de políticos para as eleições regionais
e nacionais.101 Nessas atividades, o complexo IPES/IBAD contava com o auxílio
de membros simpatizantes das associações de classe rurais representadas no IPES
e com o estímulo dado pelo forte controle que os proprietários de terra exerciam
sobre os seus trabalhadores e empregados,o que favorecia o voto de cabresto.
Outra forma de interferência era a intromissão direta nos problemas dos cam­
poneses, através da competição com as organizações de esquerda para atingir a
mente do camponês. Tal ação, que envolvia certo grau de sindicalização —
anátema para os proprietários de terra, de um modo geral — desenvolvia-se por
vias indiretas, na maioria das vezes, através das organizações camponesas esta­
belecidas pelo clero católico de direita, que proporcionavam um conveniente
canal e assim ocultavam a ação do complexo IPES/IBAD do público, em geral,
e, em particular, dos reacionários proprietários de terra.
A violenta contenção das ligas camponesas foi deixada por conta de outras
organizações e da ação individual por parte de proprietários de terra que não
mantinham ligações ostensivas com o complexo IPES/IBAD.
Para organizar o seu trabalho, dois ativistas do 1BAD. os advogados Frutuoso
Osório Filho e Herculano Carneiro, foram a Recife (seu principal escritório da
região nordeste), e, conjuntamente com o pessoal civil e militar local, pertencentes
às unidades da ADEP e ao IPES,11* prepararam a desorganizadora ação de classe
da elite orgânica, fomentando a formação de clivagens ideológicas e enclaves
políticos dc direita dentro do movimento camponês. Paralelamente a sua fachada
de agência de serviço social que oferecia assistência médica e alimentos, bem como
distribuía sementes e ferramentas de trabalho, o 1BAD operava como um centro
de propaganda e unidade de ação política no campo, coletando informação sobre
a organização camponesa e sobre as pessoas envolvidas como ativistas, partici­
pando de campanhas intimidadoras contra os militantes de esquerda e estimulando
o temor ao "comunismo**. Com o seu próprio sistema de Cursos de Formação
Democrática para camponeses e líderes rurais,111 □ IBAD procurava contrapor-se
ao método Paulo Freire de alfabetização e àquele do Movimento de Educação
de Base, patrocinado pelo Ministério da Educação.
O IBAD desenvolvia também a sua atividade moldada naquela do Serviço
de Orientação Rural de Pernambuco — SORPE, que servia de canal para a estra­
tégia de contenção e detração da mobilização camponesa pela elite orgânica.
O SORPE havia sido fundado numa reunião de aproximadamente vinte e seis
padres da zona rural promovida por Dom Eugênio Sales, Bispo de Natal, e
alguns outros bispos de Pernambuco, incluindo Dom Carlos Coelho c Dom Manuel
Pereira. Estabeleceu-se o SORPE sob a direção do Padre Paulo Crespo, o prin­
cipal estrategista do movimento, e do Padre Antônio Melo, ele próprio filho
dc senhor de engenho. A tarefa principal do SORPE consistia em se ocupar com
o treinamento de líderes camponeses em potencial, capazes de combater organi­
zações políticas revolucionárias e ideólogos, enquanto mantinha as massas rurais

301
r

"dcniro da Igreja".111 Encorajava também a formação dc cooperativas c oferecia


cursos de alfabetição que se opunham ao MEB c a outros grupos que usavam
o método Paulo Freire.111
O SORPE entrou na arena da política reivindicatória em competição direta
com as Ligas Camponesas de luliâo e contra o embrionário movimento sindical
dos trabalhadores rurais e urbanos, considerado, a médio prazo, mais importante
que as ligas. Entre 1961 e 1964. ele criou dez sindicatos rurais e mais doze em
Pernambuco, através do Padre Melo.
Advogados e profissionais locais c do sul. bem como empresários rurais,
auxiliavam e apoiavam o SORPE. Ele era também um dos maiores beneficiários
da CLUSA. a Liga Cooperativa dos Estados Unidos. Por sua vez a CLUSA
era parcialmente financiada por contribuintes das instituições que serviam de
receptoras dos fundos da CIA americana. Entre 1965 e 1965, a CLUSA recebeu
mais de meio milhão de dólares dessas instituições?14 Muitos dos seus peritos,
que atuavam diretamente no campo, auxiliavam o SORPE como conselheiros,
ao passo que agentes d3 Cl A trabalhavam sob a sua cobertura. Fazia parte da
folha de pagamento da CIA111 o jovem perito da CLUSA que advertiu o SORPE
de que *‘ao convencer o camponês de que a miséria de sua condição é desne­
cessária. deve-se tomar o cuidado para não empolgá-lo ao extremo e levá-lo à
revolta contra as autoridades e interesses criados que causaram o seu estado
presente".
Embora as ligações entre o complexo IPES/IBAD e o SORPE tivessem
permanecido encobertas ao máximo, ao final de 1965, o Padre Melo já aceitava
abertamente financiamentos e demais tipos de assistência do IBAD, denunciando
Miguel Arraes. o governador nacional-reformista de Pernambuco, e publicamente
apoiando candidatos da uhradireita a postos públicos, o mesmo que o SORPE
fizera nas eleições de 1962 para o Legislativo. O IPES também participava ativa­
mente através da sua poderosa rede de comunicação, com a qual ele dava a
necessária cobertura para as operações do SORPE e outros, assim como para a
exposição negativa de Julião. Arraes c as Ligas Camponesas.,,e O líder ipesiano
Nei Peixoto do Valle. do Grupo dc Opinião Pública, encarregava-se da cobertura
jornalística ao Padre Melo.117
A influência exercida pelo Padre Crespo e o Padre Melo mostrava-se. pelo
menos a curto prazo, efetiva e claramente contra-revolucionária, fato devidamente
percebido pelos funcionários da informação em Washington.1,1 Nâo foi por acaso
que o contingente da CIA triplicou-se, ao passo que o número de vice-cônsules
chegou a quatorze. Inúmeros conselheiros especiais se estabeleceram em Recife,
que se tornou a maior operação sub regional da USAID — American Agency
for International Dcvelopmcnl, enquanto o Nordeste se tornava alvo de suma
importância para o AIFLD — American Institute for Free Labour Dcvelopmcnl.
A CIA de falo obteve algum êxito na contenção e guerra da mobilização campo­
nesa por intermédio da ação dc organizações de direita que operavam no Nordeste
e, em particular, através do SOR PE.1,1 Scrafino Romualdi, o representante inte-
ramericano da American Fedcration of Labor, que também esteve envolvido nos
problemas sindicais rurais e urbanos brasileiros/74 pagou u seu tributo às ativi­
dades desses organizadores de direita. Para Romualdi, o principal agente da CIA
para a Organização Sindical na América Latina,171 o movimento sindical brasi­
leiro de direita leria de se sentir "profundamenie grato a Frei Celso, capuchinho

302
de São Paulo, ao Padre Velloso, do Rio de Janeiro, e ao Reverendo [sic] Padre
Crespo, do Nordeste", assim como a outros que também se responsabilizaram
pelo avanço decisivo nas áreas rurais onde sindicatos de orientação católica obti­
veram êxito, apesar das dificuldades na organização dos trabalhadores agrícolas.’5’
O 1PES patrocinava e auxiliava as operações de Frei Celso, do Padre J. Velloso
e do Padre Crespo, que funcionavam como os seus organizadores,123
Como já foi visto anteriormente, os setores conservadores da Igreja também
se envolviam cm suas próprias tentativas de conter a mobilização no campo e
de fazer oposição às atividades das Ligas Camponesas. Muitas vezes, esses esforços
coincidiam ou eram mesmo coordenados com os do complexo IPES/IBAD e os
sindicatos por ele patrocinados. Historicamente, a Igreja havia confiado plena­
mente na sua influência sobre as massas rurais, mas, com a formação das ligas
e sua subsequente expansão rápida, a influência da Igreja não se mostrava mais
tão segura. Parcialmentc como uma reação c principalmentc como a continuação
de seus próprios esforços, o envolvimento da Igreja na sindicalização rural prin­
cipiou em 1959, quando Dom Eugênio Sales lhe deu o seu total apoio através
de seu Serviço de Assistência Rural — SAR. organização de assistência essencial­
mente paternalista e que desde 1949 fora ativa na promoção de limitada mu­
dança social a nível local no Estado do Rio Grande do Norte. Iniciado em Natal,
o movimento se firmou e cm 1961 já havia se estabelecido em Pernambuco,
onde houvera a reunião de párocos rurais, a qual deu origem ao SORPE. Em
torno de 1964, havia movimentos sindicais da Igreja em cerca da metade dos
Estados do Brasil, inclusive todos os do Nordeste. Esses sindicatos incluíam o
SAR no Rio Grande do Norte, o SORPE em Pernambuco, a FARG no Rio
Grande do Sul (cm dircla oposição ao MASTER. sindicato patrocinado por
Brizola), a FAP cm São Paulo e a FAG em Goiás. Setores radicais também esta­
beleceram seus próprios sindicatos rurais, como o MEB no Maranhão e Minas
Gerais c variações do MEB e da Ação Popular nos diversos outros Estados.124
Nn maior parte, os sindicatos da Igreja não eram “revolucionários”; quase
sempre tentavam fazer cumprir as leis existentes, mais do que lançar mão de
estratégias mais polarizadas e radicais.123 Uma questão importante na sindicali­
zação rural era o reconhecimento legal dos direitos dos trabalhadores, assim
como dos sindicatos que lutavam para fazer cumprir as leis existentes. Todavia,
um determinado sindicato teria de ser reconhecido pelo governo para se tomar
legal. A legalidade asseguraria privilégios no que diz respeito a contribuições, em
última instância possibilitaria o controle sobre organizações maiores, na medida
em que os sindicatos evoluíssem do âmbito local para se tomarem entidades de
nível estadual, passando a federações, que, por sua vez. motivariam as tentativas
de criação de confederações de caráter nacional. De acordo com a lei, uma con­
federação só poderia ser constituída quando três federações tivessem sido esta­
belecidas e reconhecidas pelo Ministério do Trabalho.
Em torno de 1962. a Igreja havia organizado cerca de cinquenta sindicatos,
mos nenhum deles havia sido reconhecido pelo governo. Em maio daquele ano,
esses sindicatos se reuniram no 1 Congresso de Trabalhadores Rurais e Lavra­
dores do Norte c Nordeste que se realizou em ltabuna, na Bahia. Os represen­
tantes daqueles controlados pela Igreja dominaram o encontro que foi patrocinado
c financiado por grandes empresários rurais e alguns dos proprietários de terra
mais “modernos'*. Depois de considerável negociação e pressão, o Ministro do

303
Trabalho Franco Montoro, figura importante do Partido Democrata Cristão, con­
vidado também a participar do Congresso, concordou em reconhecer cerca de
vinte e dois sindicatos da Igreja.
Por volta de 1963, a Igreja já competia abertamente na fundação dessas
entidades com vários outros grupos políticos, mesmo com o Presidente João
Goulart, o governador Arraes e o Partido Comunista, enquanto em junho daquele
ano um grupo de sindicatos de Pernambuco se coligou para formar uma Federa­
ção de Sindicatos Rurais de âmbito estadual. O Padre Crespo, juntamente com
os seus associados do SORPE. detinha firmemente o controle da Federação, que
era assistida pelo mesmo grupo de advogados que orientava o SORPE.Por
essa época, João Goulart, que inicialmente se mostrara cauteloso para não anta­
gonizar o bloco de proprietários de terra, perdeu completamente o seu apoio e
viu-se em confronto aberto com os seus representantes no Congresso, que faziam
parte da engrenagem da ADP, engrenagem esta movida pelo complexo IPES/
ÍBAD. O apoio que João Goulart dava à sindicalização favorecia diversos obje­
tivos: equilibrava a crescente influência do Partido Comunista entre os campo­
neses e supria o Presidente de sua própria massa de manobra rural, com a qual
ele poderia pressionar e controlar os proprietários de terra e seus representantes
políticos. Tal apoio também determinou o ponto crítico para a ascendência dos
sindicatos nacional-reformistas.
Em meados de 1963. em consonância com os objetivos de João Goulart
de mobilizar os camponeses e apresentar reformas sociais nas áreas rurais, o
Ministério do Trabalho estabeleceu a Comissão Nacional para a Sindicalização
Rural — CONSIR. composta de três representantes do Ministério, três da Supe­
rintendência da Reforma Agrária, e um camponês indicado por cada um dos
órgãos. Em julho de 1963, já havia cinco federações: Crês católicas conservadoras
no Nordeste (inclusive o SORPE), a Federação dos Círculos Operários de São
Paulo, patrocinada pelo IPES e de orientação católica (cuja concepção do papel
de um movimento sindical era, em grande escala, calcada no modelo da AFL*
CIO, a confederação dos sindicatos dos Estados Unidos e no de sua ramificação
da América Latina, a Organización Regional Interamericana de Trabajadores —
ORIT) e, finalmente, uma federação dirigida pela ULTAB, a União de Lavra­
dores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil, influenciada pelo Partido Comunista,
no Paraná. A ULTAB, no entanto, tinha outras oito federações em estágio de
preparação. A área rural se tomava um verdadeiro campo de batalha para essas
federações e, cm todo sentido, o problema-chave consistia no reconhecimento
legal pelo governo, reconhecimento este recusado ou conferido de acordo com
os seus próprios cálculos políticos.
Em meados de 1963. as quatro federações cristãs — prontas para ganhar o
grande prêmio, qual seja, o estabelecimento de uma confederação nacional —
reuniram-se em Recife e fundaram a Confederação Nacional dos Trabalhadores
na Agricultura — CONTAG, num encontro para o qual a confederação do
Paraná não fora convidada a (empo de participar. A legalidade da reunião fun­
dadora e as eleições que se seguiram foram impugnadas pela ULTAB. cujas
demandas recebiam o apoio da CONSIR. Houve recusa do governo em aceitar
os resultados, o qual declarou que o Paraná não fora convidado a tempo c que
muitas federações estavam, nessa época, cm processo de reconhecimento, fato
que levantou suspeitas dc que o encontro se realizaria prccisamentc para esvaziar

304
a provável dominação do movimento de trabalhadores rurais pelas forças nacional-
reformistas. Em dezembro de 1963, houve um segundo encontro, para o qual
(oram convidadas todas as federações existentes. Até o dia 3! de dezembro, o
Ministério do Trabalho reconheceu 256 sindicatos e dez federações, enquanto
557 outros sindicatos e 33 outras federações aguardavam o seu reconhecimento.
Esses números contrastavam acentuadamente com a situação anterior à década
de sessenta, quando havia apenas seis candidatos rurais em todo o Brasil; esses
números também proporcionavam uma medida clara da ampla mobilização cam­
ponesa e o intenso processo de politização que ocorria no campo. A CONSIR
convidou, finalmente, vinte e quatro federações para o encontro de dezembro.
A ULTAB controlava o maior grupo de delegados (dez federações). Seis tinham
uma orientação católica, entre moderada e conservadora, ao passo que oito se
inclinavam para a Ação Popular — AP e o MEB. A AP e grande pane do MEB
acabaram por formar uma frente com a ULTAB. Com isso, a Confederação dos
Trabalhadores na Agricultura achava-se sob o controle do bloco nacional-refor­
mista. Os grupos da Igreja incluindo o SORPE, a FAG. o SAR. os Círculos
dos Trabalhadores e alguns mais moderados do MEB não alcançaram nenhum
controle sobre a CONTAG.127
Não se pode dizer que o movimento camponês e sobretudo o processo de
sindicalização rural tenham sido contidos por volta de 1963, apesar de todo o
tempo e energia gastos pela liderança nacional-reformista em rechaçar as táticas
diversionistas do complexo IPES/1BAD e o êxito inicial da elite orgânica em
perturbar as atividades das Ligas Camponesas. Em 1964, os camponeses pareciam
trilhar firmemente o caminho da unificação sob o comando de uma liderança
orientada para a refonna. que recebeu até apoio legal c financeiro do governo
dc João Goulart.121 Com a ULTAB controlando a presidência da CONTAG e
a AP o secretariado geral, o complexo IPES/IBAD teria dc achar outras soluções
em um marco político mais abrangente para conter a mobilização camponesa,
já que as organizações rurais dc direita se mostravam incapazes de ganhar muito
mais tempo para a elite orgânica.

A ação entre as classes trabalhadoras industriais

As estruturas corporativas estabelecidas na década de trinta para proporcio­


nar às elites vigentes um controle institucionalizado sobre as classes trabalhadoras
começaram a enfraquecer no princípio da década de sessenta e a perder sua
eficácia no governo de João Goulart. A significativa expansão industrial pós-
guerra e o consequente desenvolvimento econômico no Brasil levaram à extensa
modernização na década de sessenta, o que favoreceu a mobilização política. A
amorfa e individualizada clicnleln. até então unida por contato pessoal e patro­
nato, evoluiu para grupos com contornos políticos definidos, organizados em
torno dc setores sociais e classes claramente definíveis. Embora o número de
trabalhadores sindicalizados fosse pequeno, eles alcançaram uma medida de capa­
cidade dc ação política bem maior do que o modelo populista até então permitira.
Isso dificultou muito mais aos detentores do poder manipularem esses grupos
simplesmente pela distribuição dc modestos favores clientelísticos a seus líderes.
O operariado organizado começou n procurar a implementação dc diretrizes polí-

305
Ucas rcdistribulivas, isto é, mudanças na alocação de recursos entre os grupos
e classes sociais.
Para os líderes trabalhistas, por volta dc 1960 a força política advinha de
sua6 principais fontes: as posições alocadas a eles nas instituições corporativas
oficiais, onde eles se beneficiavam da proteção do Eslado. c cargos nos sindi-
catos, onde eles conduziam greves de importância, cujo impocto político e eco*
nómico aumentava o seu poder de negociação com o presidente c outros atores
políticos.No princípio da década de sessenta, a frequência das greves se
multiplicou, indicando a força crescente e a combatividade das classes trabalha*
doras e da sua liderança.1X1 Razões econômicas predominavam — espccialmcnte
a defesa do poder aquisitivo de seu salário — entre os motivos alegados para
o afloramento dos movimentos de greve. Raramente as greves iniciavam por
razões políticas; porém outros atores políticos procuravam dar a elas uma cono­
tação mais abrangente. Durante a administração de João Goulart, as greves
passaram a portar um deliberado cunho político, como a greve geral de julho
dc 1962. considerada um marco significativo mesmo embora não estivesse livre de
imediatos e explícitos objetivos econômicos. As demandas que uniam um vasto
número de diferentes grupos e organizações das classes trabalhadoras compre­
endiam: a luta contra a inflação e a falta de produtos básicos, a implementação
de uma radical e imediata reforma agrária, com o reconhecimento dos sindicatos
rurais, a introdução da reforma urbana como a única solução possível para o
problema de habitação, a reforma bancária e a nacionalização de depósitos, a
reiorma eleitoral, conferindo o direito de voto aos analfabetos e aos soldados
das Forças Armadas, a reforma universitária e a participação dos estudantes
cm assembléias c cm conselhos universitários e de departamentos, a continuação
c expansão da política exterior neutralisia e orientada para o Terceiro Mundo,
o repúdio à política financeira do Fundo Monetário internacional, a aprovação
da lei que garantia o direito de greve, a desapropriação dc todas as empresas
estrangeiras que exploravam utilidades públicas, o controle da entrada dc capital
estrangeiro no país c a restrição à remessa de lucros, a participação do empregado
nos lucros, a revogação de lodos e quaisquer acordos nocivos aos interesses
nacionais, o fortalecimento da Pctrobrás como um monopólio estatal responsável
pela importação dc óleo cru, a distribuição dos derivados da indústria petroquí­
mica e a desapropriação de refinarias privadas, medidas efetivas para a imple-
mcnlação da Elelrobrás e a criação da Aerobrás, instituindo daí por diante um
monopólio estatal de energia elétrica e aviação comercial, o transporte marítimo
de pelo menos 50% dc todas as importações c exportações por navios da marinha
mercante nacional e a aprovação da lei que instituiria o décimo terceiro salário.’*1
Unidas cm uma única plataforma enconiravam se as demandas do bloco nacional-
reformista, englobando as reivindicações dos sindicatos, do movimento camponês,
do movimento estudantil, dos políticos e mesmo dc alguns militares nacionalistas.
O que tornava a greve geral ínteiramente política era que ela íoi lançada para
pressionar a formação de um ministério que apoiasse tais medidas. A greve
habilitava os líderes sindicais do bloco nacional-reformista u expandir o seu já
crescente poder político, fortalecido pela greve geral de setembro dc I962.,xí
O movimento trabalhista organizado, embora ainda respondesse a líderes popu­
listas. cada vez mais desvencilhava-se da repressão política e ideológica dos
estruturas corporativas.

306
Perante o tão crítica situação, o complexo 1PES/IBAD se lançou numa cam­
panha objetivada à contenção da mobilização popular e à desorganização da
incipiente consciência e militância de classe que as massas trabalhadoras aos
poucos adquiriam. A ação entre as classes trabalhadoras industriais se desenvolveu
através de meios ideológicos c políticos. As atividades ideológicas englobavam
propaganda geral, esquemas de assistência e mesmo manipulação clientelista. As
políticas envolviam a criação de organizações de direita ou apoio às já existentes
dentro do movimento trabalhista. Nessas atividades o complexo IPES/IBAD
aluava autonomamente ou como um canal para outras organizações, mesmo as
de fora do Brasil.
As atividades sócio-ideológicas do complexo IPES/IBAD enfatizavam a
“função social do capitar’.113 Esse representava um esforço calculado de propa­
ganda pura dar às massas trabalhadoras um proveito claramente visível no sistema
econômico, u idéia de participação nos lucros, propriedade social indireta e co-
rcsponsahilidadc administrativa. Tul ação tinha dois objetivos: melhorar a imagem
pública da empresa privada, equipará-la com a democracia, c retardar um
violento levante nté que se pudesse desenvolver uma ação política apropriada.
Nesse sentido as atividades ideológicas empregadas pela elite orgânica mostra­
vam-se fortemente contra a mobilização. O complexo de medidas ideológicas
era julgado necessário paru conter os elementos das classes trabalhadoras e os
trabalhadores rurais mais diretamente conscientes da realidade social, a Hm de
evitar o que a elite orgânica via como o caos social iminente.1" Numa reunião
da liderança do IPES de Sâo Paulo, o General Moziul Moreira Lima, um dos
ativistas do complexo IPES/IBAD, declarou ser o problema: “aos olhos do povo
os culpados do processo de exploração são as classes empresariais, muito mais
do que o governo”.154
A ação ideológica desenvolvia-se através de campanhas de alfabetização, de
treinamento de líderes sindicais, do estabelecimento de escolas de doutrinação
política para setores empresariais e populares e da projeção de um modelo imi-
tativo de desenvolvimento, basicamente moldado no dos Estados Unidos, cuja
imagem era refletida nas ações da Aliança para o Progresso. A campanha do
complexo IPES/IBAD incluía também a distribuição de material de propaganda
em forma de livros, panfletos, filmes, livretos e o estabelecimento de cenuos de
treinamento de equipe administrativa intermediária, assim como a disseminação
de material de leitura através de bibliotecas móveis e o emprego da mídia
audiovisual para divulgar a sua mensagem. O Grupo de Doutrina e Estudo de
São Paulo e os Grupos de Opinião Pública do Rio e de Sâo Paulo responsabi­
lizavam-se por essas operações. A idéia de que demandas econômicas restritas
eram permitidas, mas um questionamento do sistema social não o era, (oi instilada
através de uma meticulosa campanha de doutrinação.
As áreas de propaganda preferidas pela elite orgânica constituíam aquelas,
nas quais as forças nacional-reformistas haviam incursionado com a sua luta
política para mudar as condições básicas de vida das massas trabalhadoras, lais
como habitação, saúde e outros serviços comunitários. As atividades que a elite
orgânica desenvolvia para contrabalançar o impacto do bloco nacional-reformista
eram englobadas sob a denominação geral de ação comunitária, que incluía o
Setor de Trabalho Social c o Grupo de Atividades Sociais do IPES, e se
desenvolvia basicamente como esquemas de assistência e filantropia social. Enno

307
Hobbing. diretor da organização congênere, o Committce for Economic Dcvelop-
ment. sediada nos Estados Unidos, ofereceu ao IPES assistência direta para essas
atividades, através dos serviços especiais de Gabriel Kaplan do CED e sua unidade
de Ação Comunitária.,,r Os serviços comunitários eram operados principalmcnte
em Pernambuco, onde o 1BAD havia desenvolvido ao máximo o seu programa de
assistência social e nas grandes concentrações urbanas das classes trabalhadoras
do Centro-Sul.
A elite orgânica desenvolvia vários c diferentes esquemas de assistência social,
lodos visando a criação das “ilhas de contentamento’’ entre as classes trabalha­
doras. Essas ilhas serviam para retardar a solidariedade ideológica de classe e a
organização política das classes trabalhadoras. O IPES criou o Corpo de Assis­
tentes Sociais — CAS. que patemalisticamente fornecia recursos materiais e hu­
manos em favor das limitadas reivindicações populares de serviços comunitários.w
As atividades do CAS cresciam juntamente com o trabalho desenvolvido por
outras unidades de ação patrocinadas pelo IPES, tais como o Movimento Uni­
versitário de Desfavelamento — MUD. O MUD tentava competir com um projeto
que havia sido desenvolvido em São Paulo por estudantes universitários visando
prover os serviços básicos às favelas e estimular a consciência social do favelado,
de modo a organizá-los em grupos de pressão e ensiná-los a reivindicar seus
direitos. O MUD tentava contrabalançar essa ação através da arregimentação
de vários grupos universitários de direita sob a sua égide, desenvolvendo a sua
própria forma de ação cívica, os amplamente propagados serviços comunitários.
Eles promoviam uma imagem de possibilidade de ascensão econômica individual
como uma alternativa para a luta social enquanto abafavam as tentativas de
politizar a condição do favelado. As favelas do Vergueiro, da Mooca e do Tatuapé
— em uma amostragem que compreendia 600 famílias ao todo — foram sele­
cionadas como “vitrine de exposição”.140
Através de esquemas de assistência social, o IPES também dava ajuda ma­
terial e de propaganda a líderes sindicais amigos e potenciais elementos de apoio,
de modo a assegurar o seu prestígio e a fortalecer suas posições políticas.141
Para contrabalançar a crescente motivação política pela mobilização das
classes trabalhadoras, o IPES se concentrava em problemas sócio-econômicos
limitados, claramente destinados ao consumo da massa. Tal política tomou-se
óbvia depois da volta de uma delegação do IPES de um desses encontros de
Nassau, realizados periodicamente para coordenar as diretrizes e trocar infor­
mações entre as organizações congéneres. Em sua volta, o líder do IPES Harold
C. Polland enfatizou a necessidade de o IPES passar para a ofensiva e não
permanecer na esfera de princípios abstratos, apresentados através de jornais,
declarações e panfletos. O IPES teria de se concentrar em objetivos materiais,
mais ao alcance da massa, que o próprio povo sentisse como verdadeiros. Para
essa operação, Harold Polland contava certo com o apoio americano. Além disso,
o IPES teria de tirar proveito do falo de que as pessoas no próprio governo
estariam objetivamente interessadas em projetos tão delicados como a habitação
popular, assunto sempre presente como um problema político, dado o grande
contingente da população urbana sem casa e daqueles vivendo em condições
miseráveis. Harold Polland recomendava que o IPES estabelecesse contatos com
a rede bancária, com um certo Frias de Porto Rico c com o Embaixador Teodoro
Moscoso, representante da ALPRO nascido em Porto Rico, para que a diretriz

308
c técnicas implementados c testadas na ilha do Caribe pudessem ser estendidas
ao Brasil. Além disso, H. Polland observava que se deveria atribuir ao IPES o
papel de criador da idéia. O IPES teria, então, de scr apresentado pela engre­
no gem da mídia de sua própria organização c confiantemente ser visto como
um porta-bandeira de metas reais e objetivas.,u O IPES percebia também que
d elite orgânica precisava lidar com problemas concretos e ganhar a simpatia de
setores da opinião pública antes que ele pudesse se lançar em debate público
referente a problemas delicados, tais como a defesa do direito à livre remessa
de lucros pelas corporações multinacionais às suas matrizes, que era certamente
considerado um assunto explosivo. Era claro para a liderança da elite orgânica
que, no princípio de 1962, o IPES não tinha ainda "cancha”* para lidar com
esses problemas em vista dos argumentos nacional-reformistas e o estado de
espírito da opinião pública.141 O IPES não levaria muito tempo para dominar a
arte da manipulação da opinião pública c atacar não apenas os problemas
maiores, mas abalar o posicionamento ideológico das classes médias e provocar
significativo impacto político entre determinada parte das classes trabalhadoras.
A ação política da elite orgânica entre as classes trabalhadoras e os sindi­
catos desenvolvia-se grandemente através de organizações "fantoches" c movi­
mentos orientudos pelo clero, que compeliam com sindicatos de esquerda pelo
apoio das classes trabalhadoras. As atividades das organizações criadas ou apoia­
das financeira e tecnicamente pelo complexo IPES/IBAD eram exiremamente
variadas. Essas atividades compreendiam a doutrinação das fileiras do movimento
operário e o treinamento de liderança para militantes, a organização de seminários,
conferências e congressos para sindicatos de direita, a dissolução de greves e a
organização dc conlradcmonstrações e outras contra-atividades em relação à lide­
rança esquerdista e ao Executivo. Através desses meios, o complexo IPES '1BAD
tentaria solapar as raízes do movimento sindical nacional-reformista. Os sindicatos
dc direita sob a égide do complexo IPES/IBAD eram também mobilizados em
conjunção com outras organizações estudantis c de classe média controladas pela
elite orgânica. Em sua ação entre as classes trabalhadoras, o complexo IPES/
1BAD não constituía apenas a força motriz, mas também servia como canais
para a ação de outras organizações políticas, mesmo as estrangeiras e as inter­
nacionais.
Uma realização importante para o IPES foi apoiar e inspirar a ação política
da Federação de Círculos Trabalhadores Cristãos, federação esta de direita, fun­
dada pelo Padre Leopoldo Brentano. As Federações de Círculos de Trabalhadores
foram estabelecidas em dezessete dos vinte e dois Estados do Brasil e no princípio
da década de sessenta elas chegavam a quatrocentas por toda a extensão do país.
De acordo com seus próprios cálculos, cias contavam com 435.000 membros?"
O Centro-Sul, onde se localizava o cinturão industrial, era dc suma importância
para a dite orgânica. Da mesma forma, o IPES patrocinava e orientava politica­
mente a Federação dos Círculos Operários de São Paulo — FCO, uma organi­
zação guarda-chuva para cerca de oitenta círculos e que reunia aproximadamente
250.000 associados. Liderava a FCO José Rotta. dirigente do Sindicato dos
Alfaiates c Costureiras, envolvido cm ação política desestabilizadora bem como

• NT termo usado cm português no original

309
na cooptação ideológica de trabalhadores. José Rotta era também ativista na
CONTAG. Outra Federação de Círculos Operários que recebia a atenção especial
do IPES era a Federação dos Círculos Operários Fluminenses — FCOF. Ela
executava uma série de tarefas significativas no campo de doutrinação ideológica
e treinamento político, ambos apoiados financeiramente pelo IPES. A liderança
da FCOF. cm uma carta ao IPES de Niterói, explicava que havia comprado uma
pequena propriedade em Cachoeiras dc Macacu, com a ajuda da Cooperativa Agrí­
cola de Cotia.A propriedade foi designada para servir de centro de reuniões,
cursos e outras atividades para os lideres sindicais de direita do Estado. O
Padre Antônio da Costa Carvalho, um de seus mentores, arranjou para que Dom
Altivo Pacheco, o Bispo dc Barra do Pirai, dirigisse os cursos e aliciasse apoio
dentre a população urbana e rural das classes trabalhadoras para a defesa da
democracia, que era identificada com o sistema de empresa privada. Os líderes
da FCOF consideravam Dom Altivo como um "padre de grande tarimba" sindical,
que não se deixava ser "embrulhado pelas manobras comunistas". Ele tornava-se
importante para a elite orgânica, porque a sua diocese incluía Volta Redonda, o
maior complexo siderúrgico do Brasil e o centro regional de uma série dc comu­
nidades de classes trabalhadoras.
Com a ajuda do Padre Leopoldo Brentano, a elite orgânica, sob a cobertura
do 1BAD, organizou a Confederação Nacional dos Círculos Operários — CNCO.
Nessa atividade, o 1BAD recebeu o apoio de Frei Celso (já mencionado por suas
atividades entre os camponeses), que se encarregava de um projeto sobre a pene­
tração em sindicatos, bem como do Padre Vclloso, antigo reitor da Pontifícia
Universidade Católica do Rio dc Janeiro, c do Padre Pancrácio Dutra. O IPES
também apoiava a CNCO financeira e tecnicamente?*7 Através dela, a elite
orgânica participava da formação de líderes e ativistas sindicais de direita.141
Além disso, em ações cívicas, cuja intenção era realçar o seu prestígio, os
Círculos Operários ofereciam assistência jurídica, médica, dentária e hospitalar,
bem como cooperativas de consumo, de crédito e habitacionais. Eles ofereciam,
ainda, cursos variados como datilografia, desenhos industrial, artístico, publici­
tário e arquitetônico, assim como prática comercial, química industrial, corte e
costura, economia doméstica e um curso de agronomia para iniciantes.
O IPES patrocinava congressos nacionais para os Círculos Operários. Um
dos resultados do VII Congresso Nacional dos Círculos Operários foi o lançamento
da Escola dc Líderes Operários — ELO em doze diferentes capitais de Estado.
O Padre Vclloso, do IBAD, colocou-a em funcionamento e Gilberto Machado
a dirigiu. A ELO oferecia dois tipos de cursos: os Cursos Populares para a Pre­
paração Sindical nos distritos de classes trabalhadoras e os Cursos Intensivos
de Formação de Líderes. Os dois preparavam o indivíduo para as contra-ativi­
dades de direita no combate à esquerda e ao trabalhismo e visavam a modelar as
atitudes políticas de membros selecionados das classes trabalhadoras. Os Cursos
Populares tinham como objetivo neutralizar o potencial de participação das classes
trabalhadoras quanto ao seu apoio às propostas e teses nacional-reformistas. Os
Cursos Intensivos visavam a formação de militantes capazes de desviar da mobi­
lização nacional-reformista, se não todo o movimento das classes trabalhadoras,
pelo menos grupos e setores dentro delas?49 Segundo o porta-voz do IBAD. a
A pão Democrática, a ELO se encarregaria de fazer um teste de extraordinária
importância, qual seja, verificar □ receptividade entre as classes trabalhadoras da

310
Doutrina Social Cristã.m Cândido Guinlc de Paula Machado, ativo também em
assuntos estudantis, coordenava o projeto do Padre Velloso para a formação de
'lideres populares*1, projeto este que vjsava a interferir no setor sindical e ao
qual o IPES se referia como um "plano para modelar alitudcs".,5, C. Cuinle
P. Machado, justificando a necessidade de apoio continuado a tais grupos como
os Círculos Operários, explicava que o plano consistia em um movimento ativo
que preparava líderes cm um curso de seis meses, para a sua carreira política
sindical. Não há dúvidas de que pclegos sindicais foram preparados. C. Guinle
de P. Machado os caracterizou de forma simples: "homens que respondem o
nosso favor".152 Uma outra organização foi produto da ELO. financiada também
pelos empresários: o Movimento de Orientação Sindicalista — MOS. que foi
estabelecido para agir diretamente dentro do movimento sindical, na forma de
"quinta-colunistas" e "orientadores" de ação e opinião sindical. O seu papel era
semelhante ao Movimento Renovador Sindical — MRS, apoiado pelo complexo
IPES/IBAD. que tinha também orientação religiosa. A filial em São Paulo da
Promotion S.A., do 1BAD. dirigida por Cláudio Hasslocher. irmão de Ivan, presi­
dente do 1BAD, contava como uma de suas "clientes" sindicais a seção local do
MRS. administrada por Geraldo Meycr. um ex-jornalista de O Estado de S.
Paulo.1*3 Geraldo Meyer também administrava uma revista chamada Correio
Sindical, sustentada financeiramente por anúncios de O Estado de S. Paulo e
pelo Açúcar Esther. o complexo industrial açucareiro pertencente a José Bonifácio
Coutinho Nogueira, candidato do 1BAD a governador de São Paulo.15*
O IPES também apoiava a Confederação Brasileira dos Trabalhadores Cris­
tãos — CBTC, do Padre Velloso. que era o seu assistente eclesiástico. A parti­
cipação política da CBTC cresceu a tal ponto que ela se tomou indistinguível
da Confederação dos Círculos Operários e finalmente elas se aglutinaram cm uma
só organização.
Seguindo o mesmo padrão adotado pelo complexo 1PES/IBAD de estímulo
às atividades dos membros do clero no movimento sindical, o General Golbery
e o Geneial Libcrato endossavam a assistência ao Padre Carvalho para o seu
programa de "formação de líderes" cm Campos e Petrópolis?55 O IPES também
financiava a Escola de Lideres da Pontifícia Universidade Católica.154
O IPES dc São Paulo apoiava regularmente as atividades sindicais rurais
e urbanas e a formação de militantes sindicais.157 canalizando fundos à SEI.
sua congénere, para a manutenção dc um Centro de Formação de Líderes, que
produzia trezentos c cinquenta militantes por ano.‘5i Fundos eram também cana­
lizados e orientações transmitidas pelo ativista ipesiano Wladimir Lodygenski,
que se encontrava em contato com sindicatos alemães c de quem o Comitê Exe­
cutivo do IPES recebia regularmente relatórios sobre a ação vcloda nas atividades
sindicais.
Outra organização com a qual o IPES se ligava era o Movimento Demo­
crático Brasileiro — MDB. dc São Paulo, também relacionado com a SEI. O
MDB mantinha um sítio-cscola em São Paulo, onde se administravam cursos
de quatro meses para militantes sindicais e das classes trabalhadoras. A sua
linha ideológica cra basicamente "anticomunista". Conforme um relatório do
IPES, o movimento se originou da necessidade por parte dc Macedo Soares, do
Itamaraty. dc ter uma informação acurada sobre os movimentos sindicais. Os
ativistas do IPES que mantinham contatos cum o MDB ficavam perplexos com

311
j eficiência e o volume de recursos à sua disposição. Rui Gomes de Almeida,
líder do IPES. conhecia pelo menos doze firmas sediadas cm São Paulo que
contribuíam intensa c anonimamente. O MDB tomou-se um canal para atividades
ideológicas e políticas do IPES (distribuição de material de propaganda, pressão
sobre ativistas sindicais, intimidação), que por sua vez também escrevia artigos
para os jornais e boletins patrocinados pelo MDB para circulação entre as classes
trabalhadoras. O MDB também recebia apoio através do 1BAD.’50
Uma outra operação patrocinada pelo IPES era o Centro de Orientação
Social — COS, formalmente constituído em 1963. com o objetivo de: a) analisar
problemas sindicais e sócio-políticos em geral; b) penetrar ideologicamente nos
sindicatos através de publicações, cursos, conferências e outros meios; c) esti­
mular a melhoria das relações empregadopatrão. o aumento da produtividade,
o progresso da consciência cívica c social, “tendo em mente os interesses supe­
riores de desenvolvimento nacional". O COS operava nos meios urbanos c rurais.
Ele coletava informação sobre ativistas sindicais e o movimento das classes tra­
balhadoras e publicava uma circular semanal sobre a atividade sindical para
consumo de massa, que era distribuída tanto a indivíduos como a centenas de
organizações.1*
A elite orgânica também controlava várias organizações trabalhistas fora da
esfera direta de influência da Igreja. O complexo IPES/IBAD controlava o Mo­
vimento Sindical Democrático — MSD. movimento este anticomunista e extrema­
mente radical, que operava como um “mascote político" de Adhemar de Barros,
governador de São Paulo, de Herbert Levy. líder da UDN. e dos empresários de
São Paulo. O MSD também proporcionava a base de apoio de Carlos Lacerda
cnlrc as classes trabalhadoras, o Governador ajudara a estabelecer a agencia
do sindicato no Rio de Janeiro.1*1
O MSD, liderado por Antônio Pereira Magaldi. mostrava-se particularmente
forte entre os comerciários. Antônio Magaldi. também dirigente do Sindicato
dos Farmacêuticos, e ainda presidente em exercício da Confederação Nacional
dos Trabalhadores no Comércio — CNTC, usava a Confederação para favorecer
as meias do seu Movimento Sindical Democrático anticomunista.
O MSD gozava de facilidades extraordinárias junto a mídia audiovisual para
transmitir seus objetivos ao público em geral, graças à cobertura do IPES. O MSD
disseminava a sua posição política por todo o movimento sindical através de
intensa distribuição de panfletos e publicações próprias, como também de outras
fontes. Servia como um foco de propaganda anti-João Goulart e anti-socialista,
visando especialmente aos militares e habilmente jogando com os receios da
classe média. Recebia intenso apoio da UDN; Antônio Pereira Magaldi, junta­
mente com Herbert Levy e outros líderes sindicais patrocinados pelo IPES,
como José Rotta. aparecia em programas políticos sob os auspícios do "bureau
de oradores" do IPES. O MSD se responsabilizava por divulgar entre as classes
médias cm geral e os militares cm particular o temor às pretensas tentativas de
João Goulart de estabelecer uma República Sindicalista, um regime de estrutura
ncocorporativa e de feições calcadas no Peronismo, que manipulasse as classes
trabalhadoras e abafasse as classes médias.101 Tal idéia desmoralizava muitos dos
apoiadores das classes trabalhadoras aliados a João Goulart, ao passo que forta­
lecia o antagonismo militar.

312
O MSD organizava, ainda, conferências para sindicatos e Cursos de Orien­
tação Sindical, que preparavam ideologicamente e treinavam politicamente ati­
vistas sindicais. Esses cursos orientados pelo complexo IPES/IBAD constituíam
o marco prático no qual se desenvolvia a doutrinação “neocapitaJista" dos tra­
balhadores.
O complexo IPES/IBAD também controlava a REDETRAL. Residência De­
mocrática dos Trabalhadores Livres, lançada por Deocleciano de Hollanda e diri­
gida por Floriano da Silveira Maciel. Pertenciam à REDETRAL da Guanabara,
entre outros, Ary Campista, protótipo de um pelego. e José Campello. A agência
no Rio da Promotion S.A. do 1BAD produzia a cobertura publicitária da
REDETRAL?*3
O tipo de mensagem ideológica que o complexo IPES/IBAD. com êxito,
instilava ou fomentava na luta política travada através das classes trabalhadoras
era bem caracterizado na declaração final do prolífico VII Congresso Nacional
dos Círculos Operários em uma das questões fundamentais: propriedade privada
dos meios de produção. A declaração rezava: “A propriedade é baseada no
direito natural do homem e c necessária ao seu desenvolvimento integral. A
propriedade tem uma função social, assim como os bens que ela produz. A
facilidade de acesso de todos os homens à propriedade é um imperativo da
democracia. Não todos proletários, mas todos proprietários. O desenvolvimento
da personalidade, a ampliação da capacidade individual e a segurança das liber­
dades fundamentais requerem a defesa da propriedade privada, inclusive aquela
dos meios de produção.”’** Quanto ao papel do Estado na economia, devia-se
reduzir a um “papel supletivo” em função do capital privado.
0 apoio internacional para o MSD, controlado pelo compleio IPES/IBAD.
vinha da ORIT, Organización Regional Interamericana de Trabajadorcs. A ORIT
cra o associada regional da ICFTU, Iniemational Confederation oí Free Trade
Unions. Tunto na ideologia, quanto na prática, a ORIT era o reflexo da American
Federation oí Labor-Congress of Industrial Organizalions. popularmente conhe­
cida por sua sigla AFL-CIO.1*3 O objetivo principal da ORIT foi sempre “lutar
contra o comunismo e promover o sindicalismo democrático”. Ela pregava “a
reforma no sistema capitalista existente, negando a existência de antagonismos
de classe”, ao mesmo tempo destacando os Estados Unidos como um exemplo
das recompensas que o sistema poderia conferir às classes trabalhadoras e ao
trabalho organizado.
A ORIT. organizada em 1951 por Serafino Romualdi, contava como suas
principais fontes financeiras a AFL-CIO. o Intcmational Solidarity Fund da
ICFTU c outras agências americanas.16* Além disso, a ORIT operava como um
dos principais mecanismos para as operações trabalhistas da CIA,,n que man­
tinha considerável controle sobre ela.’**
Além do MSD, a ORIT fora uma organização guarda-chuva para outros
sindicatos, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Industria —
CNTI. a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio — CNTC (auxi­
liada em sua criação cm 1955 pela Confederação Nacional do Comércio uma
ussociaçâo empresarial), c a Confederação Nacional dos Trabalhadores cm Trans­
porte Terrestre — CNTT, dirigida por Mário Lopes de Oliveira.’* Este, junta­
mente com lorgc Coelho Monteiro, da Federação Nacional dos Trabalhadores
cm Companhias Telefônicas, John Snyder, representante da Postal. Telegraph

313
and Tclcphone Intemational, Samuel Powell, chefe da missão C1OSL-OR1T no
Brasil e Joaquim Otero, da Intemational Fedcration o( Transpor! Workers (Fe­
deração Internacional dos Trabalhadores em Transporte) formavam o Movimento
Sindical Democrático Livre — MSDL. O Movimento Sindical era importante na
coordenação das atividades contra o governo c na penetração, com sua ideologia
direitista, em classes trabalhadoras urbanas.
Entre outras figuras sindicais que reuniam seus esforços e apoio para a luta
desestabilizadora da elite orgânica encontravam-se Raymundo Nonato Costa Ro­
cha, líder sindical no ramo dc hotelaria e turismo, Ary Campista, da Federação
Interestadual dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas c Farmacêuticas da
Guanabara e do Rio de Janeiro e V. Orlando, da Federação dos Trabalhadores
da Indústria da Construção Civil da Guanabara.
O IBAD mostrava-se particularmente ativo no movimento sindical do Paraná,
Estado-chave em termos políticos, onde levantava apoio para o governador Nei
Braga e onde patrocinava diversos sindicatos e seus líderes. O Paraná era im­
portante por sua proximidade geográfica de São Paulo, e, embora não se achasse
entre os centros industriais mais importantes do país, ele tinha uma grande popu­
lação das classes trabalhadoras nas áreas rurais e das indústrias de porte médio
e do sistema de prestação de serviços do Estado.
O IBAD também organizou o I Encontro de Trabalhadores Democráticos
do Paraná, com a presença de mais de duzentos representantes de sindicatos.
Presidiram a mesa os líderes sindicais ibadianos Marconi Pedroso, presidente
do Sindicato dos Empregados no Comércio do Paraná, Jorge de Matos, presi­
dente da Federação dos Trabalhadores da Indústria Alimentícia do Paraná, Sa­
lomão Pamplona, da Frente Sindica] do Paraná, Alderico Reis Petra, presidente
do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Artefatos de Couro do Paraná,
Miguel Krug. do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecâ­
nicas e de Material Elétrico, foão Wagner, da Confederação Nacional dos Traba­
lhadores na Indústria, e Astrogíldo Souza. Muito apropriadamente, o slogan do
encontro era “anticomunistas sempre, reacionários nunca", que apelava para os
trabalhadores do setor comercial e serviços, as camadas mais altas das classes tra­
balhadoras industriais, as classes médias e as fileiras das Forças Armadas. O pro­
grama do encontro enfatizava a sua oposição aos "totalitarismos de direita e de
esquerda" e incluía reivindicações relativas à segurança e à rentabilidade do

)
capital estrangeiro, à completa integração do Brasil na Associação Latino-ameri­
cana de Comercio Livre, na Organização dos Estados Americanos e na Aliança
para o Progresso e à necessidade de lutar pela "disseminação da propriedade
privada juntamente com assistência educacional e financeira”.
O IBAD também organizou os tão propagados "Encontros Interestaduais de
Sindicalismo Democrático". Para o seu tão importante encontro na Guanabara
(a "caixa de ressonância" da nação) em 1962, anterior às eleições para o Legis­
lativo. contou com a presença e apoio do governador CarJos Lacerda, do líder
sindical de direita Antonio Pereira Magaldi, de Rego Monteiro, do deputado
João Mendes, ibadiano da ADP, do governador e General luracy Magalhães, do
deputado Eurípides Cardoso de Menezes, udenista da ADEP, do Padre Vclloso
e do ativista sindical do IPES, Floriano da Silveira Maciel, tendo todos presidido
o acontecimento.1”

314
Dc extrema importância, esses congressos, simpósios e conferências regionais
e nacionais, organizados pelo IBAD para líderes trabalhistas, contavam com a
presença dc políticos profissionais e representantes das associações sindicais
empresariais c das Forças Armadas. O seu objetivo consistia em projetar a sua
militante atividade sindical do cotidiano com acontecimentos que causassem um
forte impacto junto à opinião pública e que fossem de peso entre as classes
médias e os militares que se mostrassem receptivos às bem propagadas denúncias
ao governo e uo bloco nacional-reformista. Os congressos e conferências também
serviam de pontos de união para uma renovada ação organizada com o movi­
mento sindical e fortalecia a disposição dos grupos trabalhistas apoiados pelo
complexo 1PES/IBAD para disputar o terreno político com organizações da
esquerda.
O Rearmamento Moral também apoiava o IPES, que lhe servia de canal de
propaganda.171 Embora secundária, não se deve menosprezar a forma de ação
dc propaganda desenvolvida diretamente pelos próprios empresários do IPES.
Dirigentes de empresas e indústrias convocavam regularmente reuniões de seus
empregados, onde se discutia o significado do que ocorria no Brasil e onde os
patrões "empurravam" nas mãos de seus empregados panfletos "informativos’',
que equiparavam a situação do Brasil daquela época à da Hungria de 1956 e,
ainda, onde se explicavam os aspectos negativos da situação política em (ermos
de um iminente golpe comunista de influência estrangeira, de uma ilegítima
expansão do Estado em áreas em que a empresa privada deveria comandar a
economia e as barreiras irracionais ao capital estrangeiro.171
Finalmente, a ação dentro dos sindicatos advinha de uma variedade de outras
organizações políticas às quais o complexo IPES/IBAD era ligado e que portava
uma dimensão internacional c estrangeira.
O complexo IPES/IBAD ligou-se em particular a um cenirochave de apoio,
o American Institutc for Free Labor Development — AIFLD, uma organização
estreitamente ligada ao sindicalismo, aos empresários americanos e às agências
governamentais como a AID c a CIA. O AIFLD passou oficialmcntc o funcionar
nos Estados Unidos cm outubro de 1961, pouco antes da criação do IPES no
Brasil, como uma ramificação do AFL-CIO a quem, desde então, deveu orien­
tação política. Conforme Serafino Romualdi, primeiro diretor executivo cm tempo
integral do AIFLD até 1966, ele era uma "auspiciosa instituição com um orça­
mento dc muitos milhões dc dólares e ramificações em praticamente todos os
países da América Latina e da região do Caribe".173
O AIFLD, desde o seu aparecimento, contava com o patrocínio de empresas
e tinha essencialmente "consciência ocupacional, muito mais que consciência de
classe”.174 Cerca de sessenta gigantescas corporações americanas, inclusive a
Anaconda Co., a Pan American Alrways, a I.T.T., a EBASCO e a Merck & Co.,
contribuíam para o orçamento do AIFLD. O seu diretor-presidente era J. Peter
Gracc, presidente da W. R. Grace Corporation,175 membro de destaque do
Committee for Economic Development e chefe do influente Committee on lhe
Aliance for Progrcss — COMAP, do Departamento de Comércio dos Estados
Unidos, com quem os líderes do IPES eram relacionados e o visitavam em suas
viagens n Washington. Pclcr Grace, idealizador e fundador do AIFLD e homem
dc coberturo para as operações trabalhistas da CIA, fora apadrinhado para o
posto no COMAP pelo seu amigo John F. Kennedy.17® Uma das tarefas do

315
COMAP consistia em avaliar a Aliança para o Progresso e estabelecer rccomen-
dações para o seu futuro papel.lfT Ele também concentrava-se cm formas de
aumentar o fluxo de investimento privado a curto prazo na América Latina.
Compunha-se de presidentes e vice-prcsidentes de vinte e cinco interesses ameri­
canos da maior importância, proporcionava membros executivos para o AIFLD,17*
e quando foi substituído pelo Business Group for Latin América — BGLA,
foi este que forneceu os representantes para o Conselho de Curadores do
AIFLD?7* E relevante se observar que muitos dos empresários proeminentes
do IPES eram diretores de subsidiárias das corporações multinacionais americanas
que compunham primeiramente o COMAP e depois o BGLA, ou de companhias
locais associadas a eles. A maioria das corporações do COMAP e do BGLA no
Brasil integravam as contribuintes financeiras do complexo IPES/IBAD.
Além de Serafino Romualdi e |. P. Grace, outros membros do Conselho
Diretor do AIFLD incluíam o chefe do AFL-CIO, George Meany (presidente),
Berent Friele, uma “raposa velha" em assuntos relacionados com o Brasil, asso­
ciado a Nelson Rockefeller e vice-presidente da American Intemational Asso-
ciation for Economic and Social Development, Joseph Beirne, presidente da
Comunication Workers of América e colaborador nas operações trabalhistas da
CIA através da Post. Telegraph and Telephone Workers Intemational (secretário-
tesoureiro) e William C. Doherty Jr.» da Post, Telegraph and Telephone
Workers Intemational (administrador). Incluíam-se entre outros empresários ame­
ricanos que ocupavam posições executivas no AIFLD Charles Brinckerhoof,
diretor-presidente da Anaconda Co., William M. Hickcy, presidente da United
Corporation. R. C. Hill. diretor da Merck and Co., Juan C. Trippe, diretor-
presidente da Pan American World Airways e Henry S. Woodbridge, diretor-
presidente da Tru-Temper Copper Corporation.,M
A associação do AIFLD com o Departamento de Estado, a Agency for Inter-
national Development — AID e a CIA completava o tripé de sindicatos, empresa
privada e governo?** Através de contratos da AID, o AIFLD tornou-se o instru­
mento principal do governo americano para o fornecimento de assistência técnica
aos sindicatos latino-americanos (educação política e treinamento de ativistas sin­
dicais, bem como o desenvolvimento de projetos sociais), que na linguagem da
época encobria-se com o rótulo de “ação cívica"?** Além disso, o AIFLD era
um centro trabalhista controlado pela CIA e financiado pelo AID. O grau de
envolvimento do AIFLD com a CIA culminava com o fato de que Serafino
Romualdi, enquanto no AIFLD, acumulava ainda o cargo de agente da Divisão
das Organizações Internacionais da CIA. Através dessa divisão, Serafino Ro­
mualdi e William Doherty Jr. exerciam controle diário do AIFLD para a CIA?*3
Era conferido de fato ao pessoal do AIFLD um sialus quase oficial na for­
mação e implementação da política trabalhista dos Estados Unidos para a Amé­
rica Latina.,M O AIFLD envolvia-se em uma variedade de atividades no campo
de propaganda geral, os chamados “projetos sociais", que se estendiam de edu­
cação até projetos habitacionais de baixo custo, cooperativas de crédito, c serviços
comunitários.1*3 Todavia a tarefa principal do AIFLD, semelhante à da ORJT,
havia sido organizar sindicatos anticomunistas na América Latina. Para esse fim.
o AIFLD estabeleceu institutos de treinamento que continuavam o ensino de
cursos dados pelos seus membros e. embora o controle administrativo dos insti­
tutos de treinamento em Washington se mantivesse nas suas mãos, era de se

316
esperar que os próprios institutos fossem dirigidos por agentes pagos pela CIA
sob o controle operacional da estação local da referida agencia.iM Ainda o AIFLD
financiava encontros educacionais periódicos a nível hemisférico e publicava
livros e panfletos c envolvia-se no campo de atividades sociais e comunitárias,
os chamados projelos de impacto. Porém ele dedicava-se especialmente ao que
foi denominado “educação trabalhista”.’”
O AIFLD operava com base cm três princípios. Primeiramente, “dividir
as classes trabalhadoras na tentativa de se criar uma aristocracia trabalhista
privilegiada c sindicalizada, que defenderia ganhos materiais contra pessoas desem­
pregadas e trabalhadores nâo-sindicalizados. Em segundo lugar, fazer oposição
à militância operária, por meio da luta contra trabalhadores militantes”, evitar a
infiltração comunista e, onde ela já existisse, livrar-se dela”. E finalmcnte, negar
a luta de classe, obtendo um “consenso” entre empresário e trabalhador baseado
na implementação de maior produtividade. O AIFLD era também eminentemente
apropriado para servir como uma sutil rede de coleta de informação devido à
sua posição dentro dos movimentos trabalhistas da América Latina".’”
George Meany expôs com precisão os horizontes ideológicos do AIFLD cm
sua palestra de 1965 ao Council of América que sucedeu o Business Group for
Latin América. Meany disse: “Nós cremos no sistema capitalista e somos membros
da sociedade capitalista. Somos dedicados à preservação deste sistema, que triz
recompensas aos trabalhadores. ... Não estamos dispostos a permutar o nosso
sistema por nenhum outro.“,H
Para minar o apoio a João Goulart através do movimento sindical organi­
zado, o ICFTU, a OR1T, o AIFLD e a Embaixada dos Estados Unidos traba­
lharam arduamente para apoiar os sindicatos de direita e opor ao Comando Geral
dos Trabalhadores — CGT, dominado pela esquerda, e que havia se tomado a
maior e principal confederação de sindicatos do Brasil. O Movimento Sindical
Democrático — MSD, controlado pelo complexo IPES/IBAD, com seu lema
“Deus, propriedade privada e livre empresa”, era um dos receptores da ajuda
e da orientação do AIFLD para o patrocínio de reuniões e o estabelecimento de
seus cursos sindicais.1*’ Além disso, os esforços do AIFLD se concretizaram no
III Congresso Nacional do Trabalho, de 1962. quando especialistas sindicais ame­
ricanos. que vieram ao Brasil especialmente para o acontecimento, conseguiram
minar as tentativas do CGT de unificar o Movimento Trabalhista.111
Os programas do AIFLD no Brasil foram conduzidos principalmente através
de seu associado local, o Instituto Cultural do Trabalho — ICT, sediado em São
Paulo e patrocinado pelo IPES. O AIFLD financiava o ICT em 80°ó de seus
fundos.”5 O ICT treinava ativistas sindicais e disseminava propaganda antico­
munista por todo o movimento trabalhista, imprensa e o público em geral. Man­
tinha também uma agência em Recife para o treinamento de líderes rurais. Em
resposta aos crescentes movimentos populares na área rural do Nordeste» o
AIFLD iniciou uma série de programas de treinamento e assessoria para os
ativistas camponeses de direita e líderes dos trabalhadores rurais ”* De acordo
com o membro executivo do AIFLD, William C. Doherty. quando em 1964 o
ICT operava por pouco mais de dois anos, ele iá havia treinado, com êxito,
mais de 12.000 líderes sindicais e ativistas brasileiros de proveniências as mais
variadas c em todos os sindicatos.’*

317
O Instituto oferecia cursos regionais, variando dc uma semana a um mês
de estudo para líderes sindicais e camponeses.1** conforme o primeiro diretor do
ICT. J. V. Freitas Marcondes, do Conselho Técnico da Federação do Comércio
de São Paulo. Dos cursos regionais, seleciona vam-sc novamente os melhores
alunos (que prometiam por suas qualidades dc liderança sindical), aos quais
eram, então, oferecida a oportunidade de frequentar um curso intensivo dc três
meses, dc oito horas diárias, sobre liderança sindical, cm São Paulo.,M Os que
se sobressaíam mais seguiam para os Estados Unidos para frequentar um curso
avançado de três meses, onde o A1FLD operava uma escola dc treinamento de
tempo integral, o renomado Fronl Rojai Instituto, na Virgínia.,tT Ao final dc
seus cursos, os formados peto AIFLD soltavam ao Brasil e eram pagos para
participarem de um programa de nose meses como organizadores em tempo
integral, o que permitia aos ativistas sindicais se envolverem como profissionais
cm atividades políticas.** (Uma lista dos formados nesses cursos está apresentada
no Apêndice P). Os ex-alunos e treinados pelo AIFLD desempenharam um papel
significativo no golpe que derrubou o governo de João Goulart.,w No princípio
dc 1963. o AIFLD fez o treinamento de uma classe especial dc trinta e três
participantes, todos brasileiros, no seu instituto sediado na Virgínia. Quando
eles voltaram para o Brasil, alguns foram enviados para a zona rural a fim de
organizar a ação política e a conduzir atividades de doutrinação, ao passo que
outros serviam em seus sindicatos no Rio de Janeiro. São Paulo. Santos e outros
centros industriais.** Lm desses instrutores, o pelego ligado ao PDC. Rômulo
Marinho, secretário da Federação Sindical.201 organizou seminários “anticomu­
nistas” para telegrafistas, prevenindo os trabalhadores-chave do problema imi-
nente e os preparando para uma situação de crise. Quando o golpe de Estado
foi finalmente desferido, os sindicatos nacional-reformistas c a esquerda traba­
lhista convocaram uma greve geral. Para o seu desalento, a coordenação dos
sindicatos se tomou impossível, já que o telégrafo tinha sido bloqueado enquanto
o Exército conseguiu coordenar facilmente o desempenho das tropas através de
sua própria rede de comunicação:*09 além do mais, muitos líderes sindicais haviam
sido presos ontecipadamente. na famosa “operação gaiola**. William C. Doherty
Jr., da Post. Telcgraph and Telephonc Internaiional — PTTI. do AIFLD e do
Fronl Royal Institute. fazia alarde do papel de seu instituto pouco depois do
golpe: “alguns dos (treinados brasileiros] foram tão ativos que se tornaram inti-
mamcnlc envolvidos em algumas das operações clandestinas da revolução antes
dc seu acontecimento em 1? dc abril. O que houve em 1? dc abril não ocorreu
por acaso — foi planejado — c planejado com meses dc antecedência. Muitos
dos líderes sindicais, alguns deles em verdade treinados em nosso instituto, esta­
vam envolvidos na revolução c na derrubada do regime de João Goulart".20’
As atividudes do complexo IPES/IBAD lograram relativo êxito. Elas conse­
guiram criar c patrocinar grande número dc variadas agências e organizações
políticas que se engajavam em táticas de adiamento para evitar a consolidação
da consciência c solidariedade das classes trabalhadoras. Através dc sua plurali­
dade dc organizações que aliciavam o apoio das classes trabalhadoras, elas conse­
guiram um forte impacto político dentro das classes trabalhadoras como também
obrigar os sindicatos nacional-reformistas a se engajarem numa estrénua luto
pela supremacia, que desviava energia c recursos de outros objetivos. Todavia,
apesar dc seus esforços, outros sindicatos mudaram para a esquerda cm apoio
d um programa nacionol-rcformista. Nas eleições nacionais da CNTI. em janeiro
dc 1964, a chapa conservadora composta por João Wagner, Ari Campista, Dio
clcciano de Hollanda. Mário Dopazo e Adauto Bezerra (oi estrondosamente
derrotada. Os sindicatos, gradua! c firmemente, consolidavam o seu apoio à
criação da Central Ünica dos Trabalhadores, a organização guarda-chuva, orien­
tada pnra a esquerda trabalhista, que na realidade advinha do Comando Geral
de Greve, constituído inicialmcntc com o intuito de mobilizar a opinião pública
para assegurar a subida de João Goulart ao poder depois da renúncia de Jânio
Quadros c que se encontrava em vias dc transformar-se no Comando Geral dos
Trabalhadores.23* No entanto, quando essa tendência para a esquerda foi efetiva­
mente percebida, o movimento militar contra João Goulart já havia tido tempo de
se organizar, estando prestes a intervir. As organizações patrocinadas peio com­
plexo IPES/IBAD haviam conseguido ganhar tempo para desfechar, com êxito,
o golpe de Estado.

A ação política nos partidos políticos e no Congresso

O sistema político populista passava por um processo de desagregação, que


refletiu nas dissensões internas entre os partidos políticos de centro-direita e na
polarização de posições dentro do Congresso, levando à formação de blocos de
centro-esquerda e à tendência esquerdista do eleitorado. O Congresso, embora
fosse um foco de representação oügárquica, transformava-se no fórum onde
reivindicações populares ganhavam expressão. O controle do Congresso se fazia
essencial para o bloco nacional-reformista e, em particular, para o Executivo, a
fim de implementar o seu ambicioso programa de reformas. Porém as forças
políticas conservadoras e reacionárias tentavam manter o controle do Senado e
da Câmara de Deputados para bloquear a aprovação de legislação conducente
a substanciais reformas nacionais. O congresso se transformou em um crucial campo
dc batalha. Como o forum político nacional de maior importância, o parlamento
foi transformado em um foco de propaganda pela Frente Parlamentar Naciona­
lista c pela Ação Democrática Parlamentar, que apresentavam seus casos não
apenas pelo mérito da questão, mas também visavam a ganhar a simpatia e o
apoio ativo dos vários setores da opinião pública. De certa forma partidos, grupos
e indivíduos, como nunca, aliciavam suas respectivas bases sociais de apoio através
dc sua atuação no Congresso, que era divulgada ao público através da mídia
audiovisual. Tornavam-se críticos a cobertura c o tratamento pela mídia dos
acontecimentos e personagens políticos.
Contra esse background, o objetivo estratégico do complexo IPES/IBAD
era levar a estrutura política a um ponto de crise, no qual os civis apoiariam
soluções cxtraconstitucionais e os militares se sentiriam compelidos a intervir
como moderadores no que em 1962 era um sistema político altamente polarizado.
As táticas da elite orgânica objetivavam influenciar decisões políticas através
do bloqueio das diretrizes reformistas do governo e daquelas do bloco trabalhista
de esquerda no Congresso, fomentando o isolamento do Executivo do apoio da
clusse média e estimulando a retirada do suporte institucional às diretrizes polí­
ticas da administração. Ao impedir o Executivo de legislar através do Congresso,
a elite orgânica obrigaria o governo n apelar para a mobilização popular com

319
0 intuito dc apoiar a* suas propostas, que para serem transformadas cm dirctrim
lenam de >cr implementadas por decreto Contudo, a mobilização popular a partir
do Executivo alienaria o apeio de um amplo espectro dc opinião dentro das
Forçai Armada* e evtimulana o descontentamento da opinião "publica’ dc clasx
média consenienicmcnic transmitida pela rede dc mídia do complexo IPES
IBAD A» classes médias, ao mesmo tempo que mobilizadas pelo complexo
IPES IBAD xiam ameaçado o seu sfofus sxio-cconõniico. Além do mais, ela*
se confrontavam cem um grau dc agitação política a que se haviam desacostu­
mado devido a muitos anos dc pohti«.a elitista.
O complexo IPES IBAD aos poucos patenteava um amplo leque de meios
dc pressionar o sistema poiinco ’ Sua ação principal no Congresso e nos partidos
políticos era desenvolvida através da Ação Democrática Parlamentar — ADP.
que operava como a frente política e o canal ideológico da elite orgânica no
Parlamcnio e diante da opinião pública.^ Como já foi visto no Capítulo III. a
ADP era um bloco multipartrdáno. dc senadores e deputados federais conserva­
dores c reacionanot. na maior pane da LDX c do PSD. c organizados através
dc uma rede, em iodo o pais, dc grupos dc Ação Democrática Popular — ADEP
e que tinha até mesmo congêneres cm muitos legislativos estaduais e câmaras
municipais '* ' O IPES c o IBAD chegaram a decisão dc se estabelecer no Con
gresao. c a estratégia combinada para a sua ação seria coordenar os esforços
do IBAD com aqueles do Grupe dc Ação Parlamentar do IPES. ou seja, “esta
helexer o eixo Ivan Hasskjchcr Afello Flores na Câmara dos Deputados e no
Senado’’. O mais importante canal para tal “eixo’’ era a Ação Dcmocraiua Par­
lamentar através da qual g IPES c u IBAD ve turnaram uma única organizarão
cm aciu crKubcna A ADP liderada pelo deputado udcniua loáo Mendes,
estabeleceu a presença publica do complexo IPES IBAD nu Congresso e assim
permitia a elite d. bkx-u multinacional c associado a imiscuir-se na política na
climai c a moldar a opinião pública através de mau um importante canal Por
meio da ADP c> bloco econômico dominante expressava *uas reivindicações, tra­
duzindo seu puder **k »<> económico cm autoridade ideológica c política " Fm
Brasília. o líder do IPFS lurgc Oscar dc Mello Flores, encarregava-se do que era
considerado ação discreta na Câmara dos Deputados e no Senado, dessa forma
“isentando o IPFS dc rc»jMyfi*abihdadcv públicas*’.”1
A ADP tinha um duplo desempenho. Tanto ela funcionava como um foco
nu Congresso para > açau du Grupo de Ação Parlamentar c o Grupo dc Levan­
tamento da Conjuntura u/nfra o Fxrculivu, quanto servia dc um canal importante
para as atividades du Grupo de Estudo c Doutrina que. com a cobertura do
Grupo dc Opiniau Publua faziam da ADP uma eficaz “caixa dc ressonância
estimulando o apuiu do publico para as talicai c propostas dc diretrizes políticas
com orientação du completo IPFS IBAD Os membros da ADP apresentavam
ao Congresso requerimentos, anteprojetos dc lei c emendas preparados pelo Grupo
de Estudo» c (kiulrina do IPES. A ADP fazia, ainda, cfiliias aos projetos du
governo c aos do bliKu nacional reformista, cujas linha» básica» eram preparada»
no complexo IPFS IBAD Adulando a técnica dc voto cm hlucu. a ADP lambem
se habilitava a derrotar propostas de diretrizes guver iiuriicrilais ” (untava com
aproximadamente duzentos representantes cm dc/rmhru de Hb2’” (quase a me
lade da Câmara du» Deputados) u maciço bloco dc parlamentares amigos dn ADP.
patrocinados pelo completo IPFS IBAD c hahilrruntc tuurdrnado* pelo Grupo
de Ação Parlamentar. A ADP mostrava-sc vital no esforço de bloquear as tenta­
tivas de |oõo Goulart quanto à implementação de reformas através do Legis­
lativo, forçando o Executivo a usar decretos presidenciais, o que retardava seus
planos, esgotando-o nas longas batalhas processuais e criando uma atmosfera de
impasse no Congresso; além disso, criava-se um clima de ingovemabilidade geral
o que estimulava a busca e legitimação de soluções extraconstitucionais, para a
pendente crise do regime.
As influentes figuras políticas a seguir constituíam o bloco da ADP no
Congresso e nas Assembléias Estaduais?14

Alagoas — José Maria (PTN)


Amapá — Amflcar Ferreira (PSD)
Amazonas — Jaime Araújo (UDN), Djalma Passos (PL)
Bahia — Aloísio de Castro (PSD), Antônio Carlos Magalhães (UDN), João Men­
des (UDN). Luiz Viana Filho (PL), Miguel Calmon (PSD), Rubem No­
gueira (PSD)
Ceará — Adolfo Gentil (PSD).,W Costa Lima (UDN), Dias Macedo (PSD)
Espirito Santo — Álvaro Castelo (PSD), Dirceu Cardoso (PSD), Oswaldo Zanelo
(PRP)
Goiás — Anísio Rocha (PSD), Benedito Vaz (PSD), Emiva! Caiado (UDN)
Guanabara — Gladstone Chaves de Mello (PDC), Coronel Danilo Nunes (UDN),
Aguinaldo Costa (UDN), Hamilton Nogueira (UDN), Nelson Carneiro (PSD),
Marechal Mendes de Morais (PSD), Maurício Joppert (UDN). General Me­
nezes Cortes (UDN), Amaral Neto (UDN), Adauto Lúcio Cardoso (UDN).
Lopo Coelho (PSD), Raul Brunini (UDN), General Juracy Magalhães (UDN),
Gabriel Chaves de Mello (PDC), Raimundo de Brito (UDN), Eurípides
Cardoso de Menezes (UDN).
Maranhão — Cid Sampaio (PSD)
Mato Grosso — Rachid Mamcd (PSD)
Minas Gerais — Elias dc Souza Carmo (UDN). Feliciano Pena (PR). Geraldo
Freire (UDN), (osé Humberto (UDN), Leopoldo Maciel (UDN). Monteiro
de Castro (UDN), Nogueira Rezende (PR). Padre Vidigal (PSD). Pedro
Aleixo (UDN). Pinheiro Chagas (PSD). Ultimo de Carvalho (PSD). Rondon
Pacheco (UDN), Bias Fortes (PSD). Gustavo Capanema (PSD). José Boni­
fácio (UDN)
Pará — Dcodoro dc Mendonça (PSP), João Menezes (PSD)
Paraíba — Janduhy Carneiro (PSD). Plínio Lemos (PL). Emâni Sátiro (UDN),
João Agripino (UDN). Abelardo Jurema (PSD)
Paraná — Mário Gomes (PSD). Olbon Ma der (UDN), Munhoz da Rocha (PR),
Plínio Salgado (PRP)
Pernambuco— Dias Lima (UDN). Gilcno dc Carli (PSD). Padre Arruda Câmara
(PDC), Aldc Sampaio (UDN). Aderbal Jurema (PSD)
Rio de Janeiro — Pcrciru Pinto (UDN). Raymundo Padilha (UDN), Saturnino
Braga (PSD), Moacyr Azevedo (PSD)
Rio Grande do Norte — Jessé Pinto Freire (PSD), Djalma Marinho (UDN)
Rio Grande do Sul — Alberto Hoíímann (PRP), Daniel Faraco (PSD). Joaquim
Duval (PSD). Raul Pilla (PL). Tarso Dutra (PSD)
Santa Catarina — Antônio Carlos Konder Reis (UDN). Carneiro Loyola (UDN),
Celso Franco (UDN). Lacrte Vieira (UDN)

321
São Paulo — Carvalho Sobrinho (PSP). Cunha Bucno (PSD), Ferreira Martins
(PSP), Aírânio de Oliveira (PSB). Hamilton Trado (PTN). Hotácio Laíer
(PSD). Mário Beni (PSP). Olavo Fontoura (PSD). Hcrbcrl Levy (UDN),
Arnaldo Cerdeira (PSP)
Sergipe — Louríval Batista (UDN)

A mencionada lista de parlamentares que formavam o bloco multipartidário


evidencia o fato de que a ADP reunia membros tradicionais conservadores e
modcrnizantc-conscnadorc» a maior parte do PSD c da UDN. Para compor a
ADP. algumas das mais influentes figuras políticas de cada Estado tiveram de
solucionar antigos conflitos regionais c pessoais c até mesmo rixas familiares.
Esse fato ilustra a medida do que se punha cm jogo.
A intcrconexic do IPES. IBAD c ADP no Congresso se fez explícita numa
carta a! ta mente significativa de lorgc Oscar de Mello Flores, chefe do Grupo
de Ação Parlamentar c pagador geral do IPES. ao líder Glycon de Paiva. Nessa
carta. Mello Floro estabelecia as diretrizes para medidas a serem tomadas pelos
apropriados grupos de ação c estudo do IPES do Rio em relação aos itens
previamenic discutido» pc’.a liderança do IPES. Ele enfatizava que se a organi­
zação em Brasfia tivesse de xr fortalecida, ele poderia, então, ativar a apresen­
tação do» anteprojetos de lei no Cengresso. Mello Flores instava Glycon de Paiva
a apressar a preparação da» proposta» de reformas básicas sobre assuntos que
"‘os esquerdistas peiebntas c demagogos considerassem vitais para o nosso país”
(fie). Esboçado» nas referma» que o IPES havia preparado como o cerne do
Congresso de Reforma» de Base, realizado em janeiro de 1963. esses projeto»
fortm oportunamente apresentados por deputados da ADP.S,< Mello Flores via
como urgenie a apresentação na Câmara dos Deputados c através da ADP de
vínlc e Irè» anteprojetos desestatizantes c "antidemagógicos" (fiel, alguns deles
já preparado» pelo IPES. Segundo ele, os mais importantes anteprojetos dentre
aqueles preparado» pelo IPES seriam também apresentados no Senado pela ADP,
abrindo, a»»im, nova» frentes de ação.”T
Tendo-x discutido o» textos finai» no IPES, os anteprojetos seriam então
destinados à ADP para a sua introdução no Congresso. A suo apresentação
deveria aparecer como criação da ADP, de modo a acentuar o seu prestígio. De
acordo com Mello Flores, diversa» vantagens adviriam dessa ‘'tática'’: os "projetos
técnicos" do complexo IPES IHAD veriam contrapostos uos projetos "demagó­
gicos" do» "agitadores" |nc) Além disso, o grande número de reformas básicas
produzidas pelo complexo IPES IBAD, maior do que o oferecido pelo bloco
nacional-reformista, ajudaria a colocar os empresários c a ADP cm uma posição
mais favorável diante da opinião pública. Seria, ainda, demonstrado abertamente
que não havia objeçóc» a realização de reformas básicas por purle dos empre­
sários O parlamentar a»»inalava também que tais táticas do complexo IPES/
IBAD auxiliariam a "contrabalançar o» efeitos da apresentação de leis antidema-
gógicos c dcscstaiizantcs" pelo bloco da ADP no Congresso, que fossem "susce­
tíveis à alcunha de ação reacionária" funiamcnic com a apresentação das "refor­
mas básicas", essa» tática» "definiriam a posição das elusses produtoras e da
ADP, como defensoras dos princípio» democráticos cm uni xniido desenvolvido
c progressista". Finnlmcntc, enfatizava ele, as táticas recomendadas "colocariam
os esquerdistas, pctebisias c demagogo» na defensiva, reduzindo suus possibili­
dades de formular c introduzir seus próprios projetos com êxito" c "mediriam n

322
força dos esquerdistas, pctebistas c demagogo», tanto na Câmara dos Deputados,
quanto no Senado". Concluía a sua carta incitando a liderança do IPES a ajudar
a estabelecer "comitês investigadores" no Congresso e a formular, para os parla­
mentares da ADP, petições de informação a serem levantadas na Câmara dos
Deputados. Tais petições visavam obter "respostas já preparadas a perguntas
previamente feitas "para corroborar os pontos de vista contidos nas propostas
do IPES quando expressadas pela ADP sobre as necessárias reformas a serem
aplicadas no país. Além de acentuar o prestígio da ADP. tais propostas objeti­
vavam colocar o bloco nacional-reformista na defensiva.
A ação dentro do Congresso também significava a "necessidade de antecipar
as intenções dos legisladores nacional-reformistas, retirando todos os elementos de
surpresa de seus anteprojetos de lei". Para esvaziar qualquer efeito que viesse
a surpreender tal ação seria montada uma estrutura de "coleção de dados" e de
ação preventiva de penetração. A equipe do General Golbcry asseguraria o
acesso de Mello Flores as propostas de emendas e projetos a serem introduzidos
no Congresso pelo bloco nacional-reformista bem antes de sua definitiva apre­
sentação?19
Houve dois eventos do mais alto significado político no qual a ADP mos­
trou-se útil, coordenando a oposição ao governo e ao bloco nacional-reformista.
Um deles foi levar a Câmara dos Deputados a rejeitar a nomeação de Santiago
Dantas, empresário e político do PTB. para o posto de Primeira Ministro. O
ou Iro importante evento para o qual a ADP serviu de canal do complexo IPES/
IBAD foram as cruciais eleições de 1962 para o Legislativo. Nessas eleições,
a elite orgânica lançou toda a sua legítima e ilegal força política c económica por
trás da investida para assegurar a eleição de um bloco de governadores, senadores
e deputados conservadores e, se possível, modemizantes. Esperava-se que esse
bloco operasse como a espinha dorsal política para a ação futura da ADP no
restante do governo de João Goulart.
A rejeição a Santiago Dantas, figura política capacitada, representante no
PTB dos empresários industriais e presença respeitada na centro-esquerda do
espectro político brasileiro, forçou João Goulart a um constante remanejamento
de seu ministério. Por outro lado, esse remanejamento foi intensificado pelas
contínuas composições feitas pelo Executivo para sobreviver às pressões de um
bloco conservador comandado pela ADP e que arrastou o governo a um período
cheio de crises, responsáveis por seu declínio político, declínio este que culminou
em um golpe de Estado. Santiago Dantas representava a última possibilidade de
formação de um governo consensual liderado pela burguesia?19 A rejeição a
Santiago Dantas foi. de fato, a rejeição pelas classes dominantes de uma compo­
sição com o trabalhismo. Sendo contrária à nomeação de Santiago Dantas, a ADP
se mostrou capaz de alinhar um amplo espectro de parlamentares para derrotar
a sua candidatura, o que o IBAD aclamou como "a grande vitória conduzida
pela ADP””*
Até então, a forma mais eficaz de influenciar o Congresso e de exercer pressão
sobre o governo consistia, para o complexo IPES/IBAD. em assegurar ao bloco da
ADP a maioria na Câmara dos Deputados c no Senado e a elite orgânica passou
a se movimentar cm função disso. O que se poderia considerar como a mais
abrangente operação jamais empreendida pela elite orgânica no campo de ação
eleitoral, operação esta que envolvia lodos os recursos do complexo IPES/IBAD

323
e organizações paralelas, (oi a intervenção simultaneamente encoberta e pública
nas eleições de outubro de I962.*n Nessas eleições, a elite orgânica alcançou
algumas de suas mais significativas vitórias, bem como algumas fragorosas
derrotas.3:3
Nessas eleições, via-se contestada a totalidade das cadeiras da Câmara dos
Deputados (4C9), pane do Senado (45) e onze governos de Estado. E ainda
nessas eleições, estava em jogo a composição essencial da engrenagem do Con­
gresso que legislaria por lodo o governo dc João Goulart até 1965 c que levaria
à falência ou ao sucesso qualquer tentativa de reformas básicas pelo bloco
nacional-reformista. As eleições decidiriam também se João Goulart teria ou nào
apoio político-institucional em seu governo. Decidiriam, ainda, se o bloco moder-
nizante-conservador se valeria de uma maioria operacional, suficiente para conter
o Executivo durante o tempo necessário para possibilitar-lhe desenvolver sua
campanha até que as Forças Armadas e a atmosfera política conduzissem n
medidas mais drásticas.
A elite orgânica já havia interferido em eleições anteriores.223 O IBAD,
como já se pôde observar, havia se dedicado à organização dc um movimento
nacional para apoiar candidatos de centro-direita, e a sua presença no processo
eleitoral já fora sentida nas eleições nacionais de 1960. Depois da renúncia de
Jânio Quadros, o IBAD tentou "comprar os direitos do Movimento Popular Jânio
Quadros, de Castilho Cabral”, para capitalizar em torno de seu nome e prestígio,
podendo assim agir sob sua cobertura. Conforme Castilho Cabral, o líder ibadiano
Ivan Hasslocher, que conduziu as negociações, contou com John W. Foster Dulles
como o seu intermediário nos contatos. Foster Dulles, como já foi visto anterior­
mente, era um executivo da Hanna Mining naquela época. Castilho Cabral per­
guntou a Hasslocher de que recursos financeiros eles disporiam, e o diretor do
IBAD lhe confiou que ele poderia contar com "sessenta a setenta financiadores
das 'classes produtoras' de São Paulo e do Rio, prontos para angariar um bilhão
de cruzeiros".*3* Essa soma seria, então, oferecida a Castilho Cabral com a con­
dição de que, em troca, Ivan Hasslocher pudesse "escolher a dedo" os candi­
datos ao Senado e à Câmara dos Deputados.33*
Nas eleições de outubro de 1962, o complexo 1PES/1BAD patrocinou can­
didatos, formulando os seus programas eleitorais em troca de assistência financei­
ra. De acordo com José Arthur Rios, ativista do complexo IPES/1BAD, a Ação
Democrática Popular — ADEP — preparou a sua lista de candidatos e assumiu
a responsabilidade de financiar a propaganda eleitoral desses candidatos. A lista,
que nunca foi publicada, oferecia a relação dos "democratas convictos e anti­
comunistas de primeira ordem", como eram vistos pela elite orgânica. Os critérios
para a seleção de beneficiários da rede IPES/IBAD/ADEP não levam em conta
as afiliações partidárias, mas sim a orientação ideológica, que transpunha as linhas
de partidos. Os candidatos eram declaradamente compelidos a assinar um com­
promisso ideológico, através do qual eles prometiam sua lealdade ao IBAD acima
da lealdade a seu partido e que os comprometia a lutar contra o comunismo e
defender o investimento estrangeiro.22* Além disso, os candidatos apoiados pela
rede IPES/IBAD/ADEP assinavam um compromisso prometendo ligor-sc à Ação
Democrática Parlamentar — ADP, liderada pelo deputado udenista João Mcn-
des.a,T O complexo IPES/IBAD mobilizava a opinião pública na seleção dc can­
didatos e usava modernas e dispendiosas técnicas de pesquisa de opinião para,

324
assim, conduzir a estratégia de campanha,”” estimulando maior participação
política das classes médias, cm geral, c o voto c envolvimento das mulheres, em
particular, valendo-se das organizações sob seu controle. Ele estimulava também
a atividade eleitoral mais direta do clero, através de suas organizações políticas
leigas e de influentes personalidades de direita.
A elite orgânica também patrocinava e formava organizações "especifica­
mente criadas para intervirem e terem peso nas eleições”, estendendo-se da Alian­
ça Eleitoral da Família (conhecida anteriorrnenle como Liga Eleitoral, onde se,
destacava a atuação de Plínio Correia de Oliveira), até o Movimento Adulto da
Ação Católica c vários outros institutos c movimentos paralelos.”® A ALEF, li­
derada pelo Comandante Moura, da Marinha, compreendia os seguintes membros
dentre as suas figuras proeminentes: Rui Santos (UDN — Bahia), João Mendes
da Costa Filho (UDN — Bahia), Regis Pacheco (PSD — Bahia), Heitor Dias
(UDN), Theodulo Albuquerque c Oscar Cardoso. A ALEF, endossada pelo Con­
selho Nacional dos Bispos do Brasil,Mo estudava os candidatos quanto a seu po­
sicionamento e possibilidades eleitorais c indicava um número selecionado como
merecedores do apoio católico, bem como provava ser um eficiente meio legiti-
mador para a "aprovação” de candidatos de direita patrocinados pela rede
IPES/IBAD/ADEP.”1
Além disso, o complexo IPES/1BAD mobilizava os setores do movimento
das classes trabalhadoras (que ele controlava) e as organizações orientadas pelo
clero, assim como outros grupos menores de ação paralela numa tentativa de
criar uma atmosfera favorável a uma reação de direita, o que poderia influenciar
o resultado das eleições.2”
Porém os empresários que agiam através do complexo IPES/1BAD não eram
os únicos que interferiam no processo eleitoral utilizando meios ilegítimos e ile­
gais. Para começar, as eleições brasileiras de outubro de 1962 foram consideradas
o auge de uma das maiores operações políticas, jamais empreendidas pela Divisão
Ocidental da CIA americana. Durante grande parte do ano de 1962, a estação
do Rio de Janeiro e suas muitas bases nos consulados distribuídos pelo país, que
muito oportunamente haviam sido aumentados em número, encontravam-se com­
prometidas numa campanha de milhões de dólares para financiar a eleição de
candidatos anticomunistas aos disputados postos federais, estaduais e munici­
pais,2” A CIA não se achava só nos esforços do governo americano de intervir
no processo eleitoral brasileiro. Outras formas de intervenção eram as "ações
contextuais", que recebiam significativo apoio direto do governo americano e
através delas desenvolviam-se projetos sociais de propaganda de grande impacto
para impressionar a população. A organização das “ações contextuais” visava
criar condições favoráveis para os candidatos de centro-direita ou pessoas em
cargos políticos operarem em suas bases eleitorais de apoio e de criarem uma
imagern positiva de si próprios e dc seus programas, bem independentes do
governo central ou de sua liderança partidária. Segundo Philip R. Schwab, in­
formante da Agcncy for International Development — Al D, a Embaixada Ame­
ricana "começava a procurar os lugares no cenário político brasileiro onde
convicções de habilidade, estabilidade e democracia apresentavam dimensões su­
ficientes para permitir a realização dc empreendimentos conjuntos. Tais lugares
(ou pessoas) representavam nos mares escuros e tempestuosos do Brasil democrá­
ticas "ilhas dc sanidade”.234 Essa política seguia as amplas diretrizes que o

325
Presidente Kennedy expusera em fevereiro de 1962, em uma mensagem a Fowler
Hamilton, administrador da A1D5” A política das "ilhas de sanidade” (expres­
são cunhada pelo Embaixador Gordon) favorecia a assistência direta, através da
AJD, aos Estados brasileiros dirigidos por governadores amigos, ao invés do go­
verno central. Dentre os apoiados por tal política achavam-se Carlos Lacerda (da
Guanabara). Adhemar de Barros (de São Paulo). Cid Sampaio (de Pernambuco),
Aluísio Alves (do Rio Grande do Norte) e José de Magalhães Pinto (de Minas
Gerais).”* Dessa forma, a AID se tomou um canal para o governo americano
colocar grandes somas à disposição desses escolhidos atores políticos, somas estas
que poderiam ser usadas para financiar "projetos de impacto" que influenciassem
u opinião pública.
O significado das eleições de outubro foi obviamente percebido pelo Em­
baixador Lincoln Gordon. Em um telegrama ao Departamento de Estado, ele en­
fatizava: "Como as autoridades de Washington devem certamente estar cons­
cientes. está ocorrendo neste país uma guerra política dc grande importância, que
determinará sua orientação doméstica e externa e, com ela, a maior parle do
continente. Temos grande interesse no resultado e estamos tentando usar nossa
influência destramente para levar a um resultado favorável. Todos os elementos
dessa nossa Equipe Nacional tém sido vigorosamente instruídos pelo Presidente e
todos os órgãos centrais para contribuírem a favor desse processo. Em qualquer
forma de guerra, a escolha estratégica e tática do momento político para a ação
pode facilmente ser decisiva. Esta semana de pré-eleição é um momento estraté­
gico único".247 Os elementos da "Equipe Nacional” a que se referia o Embaixador
Lincoln Gordon seguiam as linhas de ação que haviam sido esboçadas nos Estados
Unidos. Para a sua reunião de 12 de julho dc 1962, um “Memorando para o
Comitê Latino-americano de Diretrizes Políticas” fornecia um “Plano de Ação
para o período até 07 de outubro de 1962”. Seus objetivos eram fortalecer ele­
mentos dc centro e moderados do Brasil. O Plano de Ação recomendava, entre
outros itens na área econômica, a concentração de assistência financeira ameri­
cana em "sólidos projetos econômicos e sociais dc alta visibilidade, muito mais
que em assistência a balanças de pagamentos ou apoio financeiro de medidas de
estabilização”. O Plano de Ação recomendava também o apoio a elementos “que
trabalhavam para vetar ou modificar a lei passada pela Câmara brasileira limi­
tando a remessa de lucros e, com isso, restringindo os investimentos estrangeiros".
Visava ainda, na área de Assuntos Públicos, "aumentar substancialmente o pro­
grama de tradução de livros para o português e sua distribuição no Brasil”. Na
área militar dc ação, ele recomendava “manter um nível adequado de assistência
militar para proporcionar equipamento e material de segurança interna, apoio a
batalhões sapadores e equipamento para atividades de ação cívica, bem como
apoio para combate anti-submarino”. Era ainda recomendada a utilização "nesse
esforço da moeda local disponível sob a cláusula do "fundo do trigo”, ou seja,
o PL 480 seção 104C”.23* Além disso, o Plano aconselhava "manter c aumentar
na medida do possível os contactos entre os militares americanos e brasileiros,
com ênfase na Escola Superior dc Guerra do Brasil, entre os elementos do Exér­
cito brasileiro conhecidos como pró-Estados Unidos e anticomunistas e entre
aqueles pró-reforma, suscetíveis de serem ganhos para posições pró-Estados Uni­
dos e anticomunistas”. Finalmente, o Plano sugeria que, através da Missão Militar
Americana, se deveria continuar as tentativas de "persuadir os militares brasilei-

326
ros a se concentrarem mais de perto cm contra-insurreição e segurança interna.23®
Depois dos eleições de outubro de 1962, no Comitê Executivo do Conselho de Se­
gurança Nacional dos Estados Unidos decidiu-se por uma diretriz política a curto
prazo que incluía “continuar a encorajar elementos democráticos moderados bra­
sileiros no Congresso, nas Forças Armadas e em outros lugares, que defendam
políticas democráticas e externas [que] nós possamos apoiar”. Além disso, a
decisão realçava o papel dos militares, observando que “Em decorrência de sua
organização e posse [de] força física, [as] Forças Armadas [são] obviamente
[o] clcmcnto-chavc que, n[o] caso brasileiro tem marcante tradição [de] com­
portamento moderado como censores políticos superiores e guardiães d [o] siste­
ma constitucional “.2<0
É interessante observar a conduta interna do IPES em sua preparação para
as eleições de outubro e como ele desenvolveu o potencial de seu grupo de Ação
Parlamentar. Suas reuniões dc liderança revelaram a intensa manobra política e
negociações financeiras nas quais se envolveu e que. até hoje, haviam sido atri­
buídas exclusivamente à ação isolada do IBAD. Em meados de maio de 1962,
houve um encontro do Comitê Executivo a fim de se discutir os problemas do
suprimento das necessidades materiais e financeiras e o preparo de recursos hu­
manos da ação orientada pelo complexo IPES/IBAD para as próximas eleições
ao Congresso.241 A reunião contou com as presenças de Glycon de Paiva, fosé
Rubem Fonseca, Joviano Jardim Moraes, Gilbert Huber Jr., do chefe do Grupo
de Ação Parlamentar. Jorge Oscar de Mello Flores e dos Generais Golbery. Her-
rera e Liberato. Como parte dos preparativos para a campanha eleitoral, Mello
Flores informou aos presentes que se fazia necessário contactar João Mendes, o
ativista da UDN na Câmara dos Deputados, e elaborar uma estratégia e estrutura
definitivas para a Ação Democrática Parlamentar — ADP. Ele pedia ainda aos
presentes para outorgar autoridade de convocar reuniões a Paulo Watzel, fun­
cionário da Câmara dos Deputados, que agia como um intermediário para a ADP
e IPES. Outro problema levantado por Mello Flores constituía a escolha e in­
dicação, para posições chave, de candidatos favorecidos pelo complexo IPES/
IBAD que, por um motivo ou outro, não estivessem disponíveis. Ele deu o exem­
plo dc Mendes Gonçalves, do Paraná, que como segundo da lista não fora reeleito,
criando assim d situação inesperada de ter de escolher um substituto à altura,
entre Raymundo Padilha, Mader Gonçalves e Dirceu Cardoso. Para todas essas
operações, Mello Flores precisaria dc dinheiro e $e queixava de não contar com
o suficiente para realizá-las. Precisaria também de recursos materiais e humanos
para estabelecer o Grupo de Análise que trabalharia com ele em Brasília. Essa
unidade estudaria a conjuntura política e casos específicos de potenciais recep­
tores de ajuda que exigissem promoção dc imagem pública. Mello Flores preten­
dia, ainda, usar os serviços de Rui Santos, representante baiano no Congresso,
que, conforme esse relatório, recebeu apoio financeiro de duas fontes: da Usimi-
nas, joint-venture nlpobrasilcira e da Amcrican Chamber of Commerce. Mello
Flores acrescentava que, para a sua ida para Brasília, tornava-se necessária uma
grande quantia c sugeria que Gilbert Huber Jr. pudesse completar os pagamentos
por meio dc suas próprias fontes paralelas. Ele exigia também um passe livre da
Panair, que deveria ser obtido através dos serviços do seu diretor Celso Rocha
Miranda. Mello Flores queria uma pessoa em caráter permanente em Brasília
para fazer o que ele chamava de “trabalho preventivo”. Toda vez que saísse uma

327
emenda, essa pessoa colaboraria com a Nova Prtss. agencia de notícius controla*
da pelo IPES para a distribuição de material relevante aos jornais mnis expressi­
vos Para a parte inicial de seu projeto de ação política, ele exigia uma somo
básica de três milhões de cruzeiros. outra mensal para os salários da equipe per­
manente e fundos para equipar salas que serviriam de centros de operação, bem
como recursos para transporte.5*1
Quanto ao financiamento e fornecimento de experiência política, considerava
como uma questão de lidar diretamente com as cúpulas do PSD e da UDN sobre
leeps c outras formas de ajuda material c técnica. Havia, segundo ele. dezessete
senadores favoráveis, com os quais ele pretendia formar “uma resistência demo­
crática0. Para tal. novamente seriam necessários recursos para as cúpulas dos
partidos. Ele dava o exemplo de Amaral Peixoto, presidente do PSD, que preci­
sava de seis leeps. em termos financeiros favoráveis, ou simplesmente por doação.
Para completar a opcraçãc precisava-se de dinheiro cm espécie para o período
de cada mês c fundos extraordinários deveriam estar à disposição, se necessário.
Quanto aos subsídios para deputados federais, Glycon de Paiva recomendava a
reeleição dc "indivíduos dc caráter, bons anticomunistas". Mello Flores explicava
o processo para subsidiar candidatos. “Em geral, fazem-se acordos com deputados
federais conforme o coeficiente eleitoral" ou a capacidade de angariar votos.
Fa/iam-sc também cálculos tendo em mente resíduos eleitorais c margens de se­
gurança Quanto ao dinheiro de que se precisava, salientava que havia pensado
cm se aproximar inicialmentc de cinqüenu deputados, com um total dc 300 mi­
lhões dc cruzeiros. * custando cada deputado" 6 milhões. Glycon dc Paiva gosta­
ria dc ler uma idéia clara sobre o dinheiro de que se precisava e perguntou se
Mello Flores "se ajeitam com seis milhões por pessoa", ao que Mello Flores
respondeu ser esse o preço dos candidatos da Paraíba c dos outros Estados me­
nores. lá no Ceará o preço era mais alto e na Bahia mais alto ainda. Destacava
que os candidatos dc São Paulo e do Rio eram muito mais caros,54’ portanto, a
média mais sensata sem de 15 milhões per capita. Tornava-sc necessária uma
ajuda financeira da escala dc I 000.000 de dólares?44 Gilbcrt Hubcr )r. observava
que ele leria dc "interessar mau pessoas dc fora".
Mello Flores explicava ainda o processo de pagamento desta operação, cujos
gastos eram calculados em cem milhões dc cruzeiros por mês. De um modo geral,
o assunto envolvia três estágios. Gastavam-se, inicialmentc, 40 a 45% das somas
para cobrir as necessidades imediatas. Subsequentemente, quotas menores eram
consumidas até o dia das eleições. Nesse dia, uma suma teria dc estar disponível
para transportes e alimentação dos ativistas c eleitores nos “currais eleitorais"
(lugares dc concentração da população votante, praticamcntc cativa, o que cra a
prática no interior c penfenas dos grandes centros urbanos). Mello Flores come­
çaria o projeto com Rui Santos c aparecem em Brasília nos períodos dc prontidão.
O General Golbcry recomendava que dever-se-ia procurar |orge íkhring dc
Mattos, n quem deveria ser explicado o caso de Pernambuco, onde a elite orgâ­
nica sc reforçava para a eleição crucial O próprio General Golbcry deveria
visitar o Centro Industrial do Riu de janeiro para articular com Jorge Behring dc
Mattos, o seu presidente, uma campanha objetivando criar c impingir um senti­
mento dc urgência nos contribuinics cm potencial com o intuito de aumentar u
cooperação financeira dos industriais14" Outra decisão tomada cm tal encontro
consistia na projeção dc Hélio Gomide como o elemento ostensivo envolvido nessas

328
operações, de modo a resguardar outras figuras de posições mais delicadas. Gly-
con de Paiva e o General Hcrrera asseguravam aos presentes que tomariam todas
as providencias cm sua próxima viagem a São Paulo, que seria dentro de poucos
dias, onde teriam uma reunião importante na sede do IPES daquele Estado, o
principal receptor dc ajuda financeira das grandes corporações multinacionais e
associadas.

As fontes de finanças

A campanha política para as eleições de outubro de 1962 foi mais afetada


do que as anteriores pela influência de financiamento e patrocínio em alta escala.
Os grandes interesses, através do complexo IPES/IBAD. conferiam assistência
maciça aos candidates da direita e centro-direita. Um relatório do Departamento
de Estado americano observava que os "Grupos empresariais e organizações de
produtores, não alinhados com um determinado partido, foram sempre influentes
"por trás dos bastidores” e este ano estão abertamente mobilizando seus recursos
para apoiar os seus candidatos e combater os esquerdistas de extrema. A maior
parte dessa ação política direta ocorre por meio de "frentes” recém-formadas,
como o Instituto de Estudos Políticos e Sociais — IPES [sic], mais do que através
das próprias organizações há tempo já estabelecidas”.2*7 As formas diretas de
contribuição se estenderiam desde ajuda financeira imediata ao candidato ou par­
tido até o fornecimento de outras necessidades materiais dispendiosas, como trans­
porte, tempo de rádio e televisão, espaço de jornal e material de propaganda
(cartazes, panfletos). Indiretamente a elite orgânica contribuía para a campanha
dc seus candidatos» criando um clima político favorável da mídia, proporcionan­
do n eles e suas idéias extraordinária projeção, bem como suprimindo-os de ajuda
intelectual, Isto é, modelos de discursos bem preparados para pronunciamentos
públicos c outras formas de intervenção no Congresso. Esse conjunto dc ativida­
des era resultado de um esforço coordenado das equipes dos Grupos de Opinião
Pública, dc Ação Parlamentar, de Estudo e Doutrina, de Levantamento da Con­
juntura e do Grupo de Integração.
O IPES c o IBAD foram denunciados por se valerem dc três importantes
fontes dc renda para financiar a intervenção dos grupos de ação da elite orgânica
no processo eleitoral c em outras atividades. Essas fontes eram o "caixinha” man­
tida por empresos estrangeiras e nacionais.3** agencias governamentais estran­
geiras e o “fundo do trigo”.
Anos mais tarde, referindo-se ã denúncia do existência de uma "caixinha”
para subvencionar a corrupção político-partidária, o ex-embaixador americano
Lincoln Gordon assinalou que ele não poderia refutar a existência de financia
mento dc fontes americanas nos eleições de 1962. Nào poderia também negar a
existência dc ”um ou dois dólares americanos" cm 1964. quando finalmcnte
aconteceu o golpe.24* O embaixador enfatizava que nessos cruciais eleições "mui­
tas pessoas tentavam conseguir dinheiro. Elas pediam a iodes a que tivessem
acesso. Elas ccrtamentc procuravam todos os empresários c funcionários ameri­
canos dos quais cias pudessem se aproximar. Portanto, a idéia de lançar mão
dessa "caixinha" para despesas políticas surgiu c se desenvolveu, como ficou
claro cm outros casos, como por exemplo o do Chile. Era usual que a CIA
tivesse fundos políticos. Tal (ato sc originou na Itália, cm 1948, quando fundos

329
americanos ajudaram a revigorar a Democracia Cristã.*50 O Embaixador Lincoln
Cordon afirmava então que. nas eleições de 1962. empresas c altos funcionários
americanos contribuíram com uma soma que variava de um a 5 milhões de dó­
lares para campanhas de candidatos adversários ao governo de João Goulart c
>eu Programa de Reformas Básicas 211 Niles Bond. ex-encarregado de negócios
americanos, ao ser indagado se o IBAD fora financiado pela CIA. respondeu que
“nâo sabia quem mais o estaria financiando*’.292 Além do mais, a Embaixada
Americana foi denunciada por usar na campanha eleitoral somas destinadas ao
*'fundo do trigo**. Esse fundo, depositado cm contas do BNDE operadas pela
Embaixada Americana, do qual 40cc nâo era contabilizado, consistia do supe­
ravit cm cruzeiros acumulado pela venda do trigo americano ao Brasil, feita
através da cláusula PL 480.231 do qual a Embaixada lançava mão de altas somas
da moeda local para seu uso particular. (Como já foi observado anteriormente,
u uso de fundos de fonte do PL 480 já havia sido recomendado pelo Plano de
Ação do governo americano para o período até 07 de outubro de 1962, com o
intuito de escorar os militares brasileiros em atividades de açâo cívica).
Ivan Hasslocher. o IBAD. a ADEP e a Promotion S.A. mantinham contas e
sacavam dinheiro das agências brasileiras de três bancos estrangeiros: o Bank of
Boston, o First Nacional City Bank of New York e o Royal Bank of Canada, bem
como daqueles brasileiros, como o Banco Mineiro da Produção. Banco da Lavoura
de Minas Gerais. Banco de Credito Real de Minas Gerais. Banco Nacional de Minas
Gerais e o Banco Andrade Amaud Acreditava-se também que os Bancos Novo
Mundo. Irmãos Guimarães e Nacional do Norte serviam de canais para a rede
IBAD/ADEP. O IPES mantinha contas em muitos desses bancos. Diversos deles
eram, por sua vez. contribuintes do complexo IPES/IBAD c diretores ou pro­
prietários destes bancos eram seus associados e ativistas.294 Tanto o cx-secretário
geral, quanto o ex-tesoureiro da ADEP afirmaram que nos cento c cinquenta dias
precedentes às eleições de 1962. só a ADEP fez uso de mais de um bilhão de
cruzeiros.299 (Segundo os índices de inflação da Fundação Getúlio Vargas, cal­
culados cm 1977. tal soma era. nessa época, o equivalente a cerca de 62 milhões
de cruzeiros, ou aproximadamente 5 milhões de dólares).
Para o financiamento de duzentos e cinquenta deputados e candidatos a
esse cargo, o IBAD despendeu mais de cinco bilhões de cruzeiros. O líder ipesia-
no Dario de Almeida Magalhães e Arthur Junqueira, tesoureiro da ADEP. admi­
nistravam os orçamentos.1* Ivan Hasslocher afirmava que suas operações no
IBAD eram financiadas por noventa e oito firmas industriais e comerciais, prin-
cipalmcntc do Rio de Janeiro c São Paulo Ele se recusava a enumerar os contri­
buintes que depositavam essas somas no Royal Bank of Canada (ao qual João
Baylongue, líder do IPES, era ligado; ou em quaisquer outros bancos citados
anlcriormente. Embora nenhuma firma ou associação empresarial nacional reco­
nhecesse contribuições feitas aos fundos da rede IBAD/ADEP/Promolion S.A./
IPES. Ivan Hasslocher afirmava que cento e vinte c seis corporações e indivíduos
abastados do Rio de laneiro. São Paulo. Guanabara. Santa Catarina e Rio Grande
do Sul contribuíam com uma soma básica de 950 milhões de cruzeiros à ADEP.
Dentre essas cento e vinte e seis firmas, havia oitenta e seis ou oitenta e oito fsíc]
patrocinadoras do IBAD.311
Nâo obstante a cortina de fumaça lançada sobre as fontes financeiras da
campanha eleitoral, algumas das empresas identificadas como contribuintes que

330
depositavam nas contas do IBAD, da ADEP c da Promotion S.A. eram: a Stan­
dard Oil uí Ncw Jcrsey, U.S. Stecl, Texas Oil. Gulf Oil. Hanna Corporatíon.
Bclhlchcm Steel. Gencrol Motors c Willy» Overland. O IBAD também teria con­
tato com a IBEC como um de seus principais benfeitores, "ponta de lança" co­
mercial do grupo Rockeíeller no Brasil.'**
Quando finalmenic houve as eleições de outubro de 1962. a elite orgânica,
por intermédio da rede IPES/IBAD/ADEP/ADP/Promotion S.A. havia finan­
ciado 250 candidatos a deputado federal. 600 a deputado estadual. 8 a governos
estaduais e vários senadores, prefeitos e vereadores. Mais de um terço da Câmara
dos deputados veio u ser beneficiado com tal apoio. De um total de 110 parla­
mentares. cujo mandato dependia de financiamento da rede IPES/IBAD/ADEP
que. em troca, comprava a posição de cada um contra as reformas estruturais
reivindicadas pelo Executivo nacional-reformista. 46 pertenciam à UDN. 37 ao
PSD, 5 ao PRP, 5 ao PTB. 4 ao PTN, 4 ao PSP, 3 ao PDC, 5 ao PR. um ao
PL. um ao PRT e um ao Em alguns Estados sem candidato único da
direita, a elite orgânica foi obrigada a apoiar mais de um candidato contra as
forças nacional-reformistas. Dos muitos candidatos apoiados aos governos esta­
duais. vários foram derrotados pelas forças nacional-reformistas, apesar de todo o
esforço da elite orgânica. Os derrotados foram Paulo Neri (Amazonas). Leandro
Maciel (Sergipe), o General Edmundo Macedo Soares (Rio de Janeiro). José Boni­
fácio Coutinho Nogueira (São Paulo). Fernando Ferrari (Rio Grande do Sul. que
perdeu para lido Meneghetti. candidato também apoiado pelo IPESUL) e |oão
Cleofas (Pernambuco). Os beneficiários eleitos foram Virgílio Távora. do Ceará.
ex-Ministro dos Transportes na gestão de |oio Goulart, apoiado pela coalizão
PSD-UDN, Antônio Lomanto fúnior. da Bahia, e Jldo Meneghetti. do Rio Grande
do Sul.2*
Dentre todas as campanhas, a de maior repercussão, pela publicidade que
recebeu e pelos altos interesses em jogo, foi a de Pernambuco, na qual João
Cleofas. candidato conservador ligado ao consórcio de urânio. Orquima S/A.
concorria contra a candidatura de Miguel Arraes. líder regional nacional-reformis­
ta de considerável projeção nacional e candidato cm potencial, em 1965, à presi­
dência da República. Nos círculos conservadores, considerava-se a derrota de
Arraes como de suma importância. Os elementos de direita do centro sul do Bra­
sil perceberam claramente os perigos apresentados por Arraes e seu movimento
c tentaram afabá lo desde o início. A sua arma era o IBAD. que desde o prin­
cipio da campanha estabeleceu comitê eleitoral em Recife. O Coronel Astrogildo
Corrêa, do IBAD c líder da Frente Patriótica Civil-Militar, coordenava a Promo­
tion S.A. de Pernambuco e se encarregava da campanha do candidato da direi­
ta.3*1 Cid Sampaio, o governador em exercício, que orientava a campanha de |oão
Cleofas. designou um de seus cunhados para atuar como intermediário entre o
IBAD c as forças anti-Arraes, pró-Cleofas. O apoio a Cleofas3*3 foi subvencionado
pelos fundos provenientes das companhias de petróleo Texaco e Shell, dos grupos
farmacêuticos Pfizer. Ciba. Gross. Shering. Enila c Bayer, dos bancos Nacional do
Norte. Irmãos Guimarães e Novo Mundo, das instituições c companhias comer
ciais Hcrman Stolz e Lojas Americanos, do grupo têxtil Tecidos Lundgren. das
companhias alimentícias Coca-Coln e Standar Brands e ainda da General Electric
Co., da IBM, dos Perfumes Coty. da Remington Rand, da Companhia Siderúr­
gica Belgo-Mincirn (de suma importância nas operações do golpe no Estado de

331
Minai Geraii), da Companhia AEG dc Eletricidade c da Federação Comercial do
Recife.**
A investida decisiva na estratégia para neutralizar Arracs seria jogar com
o temor ao "comunismo ateu", alimentado por muitos católicos das classes médias
c baixas, que, como já foi visto, cra a marca da ação dc propaganda do complexo
IPES/IBAD. Um grupo conhecido como Movimento Adulto dc Ação Católica
colocava anúncios diários na pnmeira página dc um dos jornais de Recife, brn-
dando contra a "ameaça scrmclha" à tradição, família e propriedade, João
Cleofas recebeu também apoio para a sua campanha de mídia, feita através
das emissoras locai* dc rádio (Rádio Tamandaré c Rádio Clube), da TV Canal 6
e do Diário de Pernambuco.2** c ainda o apoio dc intelectuais dc direita, como
Gilberto Freire, que denunciou Arraes por ter aceitado apoio comunista. Outras
técnicas menos sutis eram usadas, jogando com o arraigado temor ao comunismo.
Os apoíadore* dc Cleofas fizeram a montagem de uma réplica do Muro dc Berlim
no Edifício Sulacap (no centro comercial de Recife), com a finalidade de sugerir
o que o futuro aguardasa à população se Arraes fosse eleito. Distribuíram-se
gravuras que mostra*am Arracs ajoelhado, rezando com um terço na mão. dc
que. em lugar da cruz caíam dependurados um martelo e uma foice. O Diário
de Pernambuco dnu’guu um artigo revelando que Arraes fora convidado para
almoçar na casa do prefeito dc També. Quando entrava na casa do prefeito,
'mistenosamente caiu um quadro do Sagrado Coração dc fesus e qucbrou-sc
em pedaços O colunista, então, publicou um poema que se referia a Arraes
como o "anu-Cristo" c o artigo dizia ao leitor sobre os esforços dos residentes
dc També para exorcizar o espírito do mal. A campanha atingiu o seu auge no
dia das eleições, quando o Diário de Pernambuco reproduziu cm página inteira
uma charle que mostrava Arraes construindo o seu próprio “muro de Berlim”,
com Fidel Castro segurando o projeto do muro, Krushchev empurrando o car­
rinho de mão cheio dc <v>óei e canhões e que continha a inscrição "acordos
comerciais", e o secretáno-geraJ do Partido Comunista. Luís Carlos Prestes,
empilhando os Ujcãot Eles estavam todos sendo inspecionados pelo empresário
José Ermíno dc Morais que empurrava um barril com a inscrição "$ cimento".
O industrial Ermíno de Morais, pai do líder do IPES, dcslacava-sc, paradoxal­
mente. como um dos maiores contribuintes em favor da campanha dc Arracs,
cm troca do apoio deste a sua candidatura para o Senado. Suas propriedades
no Nordeste compreendiam usinas dc açúcar, terras, a única fábrica de cimento
de Pernambuco, cerâmicas e pedreira dc calcário. A legenda abaixo da charge
dizia: "O preço da liberdade é a eterna vigilância."5*’ Para completar o aspecto
religioso da campanha, o Padre Patnck Peyton, da internacional “Cruzada do
Rosáno em Família", partiu para uma operação junto às famílias, cm forma
de preces diárias, lendo feito um comício público pouco antes da votação.7*4 Se­
gundo um relatóno do Consulado Americano em Recife, as atividades desse padre
se mostraram "exiremamente eficazes para eliminar a confusão c para desviar
muitos católicos dc qualquer tendência favorável a Arraes, agora mais clara­
mente identificado com o Comunismo"747 Além do ativismo do Padre Peyton,
a campanha contra Arraes incluía uma carta pastoral redigida pelo Arcebispo
local sobre o dever crislão dc todos os cidadaot que, sem mencionar nomes,
pregavam a proteção da família e a defesa dos perigos que a ameaçavam.5** João
Cleofas pediu também a ajuda do Consulado Americano quanto a material anti-

332
comunista e muito cspecificamentc alguns (ílmes que mostrassem condições na
Cuba dc Fidel Castro, material este que ele “muito eficazmcnte podería usar".
Os funcionários do Consulado Americano prometeram a João Cleofas “fazer o
possível para encontrar qualquer desse material disponível’* e eles fizeram enfá­
ticas recomendações ao Departamento de Estado americano de que tais filmes,
possivelmente montados a partir de noticiários c sem atribuições de fontes, bem
como os desenhos animados [deveríam] ser enviados de imediato [para] Recife
para uso na campanha". Enquanto isso, os funcionários do Consulado estavam
fazendo chegar à organização de Cleofas “substanciais quantidades (de] desenhos
animados anticomunistas, livros sobre Cuba e panfletos a respeito de Berlim".
“Contudo", eles chamavam a atenção do Departamento de Estado para o fato
de que "nada tem o apele popular imediato dos filmes."2**
A campanha anti-Arraes teria talvez chegado ao fim vitoriosa, não fosse o
candidato adversário, o desprestigiado Cleofas, que se permitiu ser fotografado
durante a sua campanha, assentado na varanda da sede da sua fazenda de plan­
tação de cana, usando bolas e mostrando-se ao mundo como um antigo dono
de escravos.270 Ele não tinha nada de construtivo para dizer além de sua linha
anti-Arraes e anticomunista e, pior ainda, sob o ponto de vista político, era
popularmente identificado como o candidato apoiado pelos Estados Unidos e o
representante do reacionário e corrupto sistema de “coronéis**. Não obstante
parecessem intermináveis os fundos disponíveis a Cleofas e o apoio da mídia
por ele recebido. Arraes conseguiu assegurar a sua importante vitória, por pouca
margem de votos, Ermírio dc Morais obteve a sua cadeira no Senado e Francisco
Julião, o líder das Ligas Camponesas, foi eleito deputado federal. O bloco na­
cional-reformista de Pernambuco alcançara significativo triunfo. O IBAD fechou
o seu escritório em Recife, porém o cunhado de Cid Sampaio e os empresários
ligados ao 1PES por intermédio da Associação Comercial de Pernambuco manti­
veram os forças anti-Arraes intactas em termos organizacionais.371
Devc-se ainda mencionar entre os influentes beneficiários do apoio financeiro
da elite orgânica c os receptores dc assistência técnica e administrativa, com
os quais foi estabelecida ação política coordenada antes e depois da eleição:’7’
no Estado da Guanabara, os deputados Hamilton Nogueira (UDN), Euripides
Cardoso de Menezes (UDN), Aliomar Baleeiro (UDN), F. Santos do Amaral Netto
(UDN), o General Menezes Cortes (líder da UDN na Câmara dos Deputados
durante a gestão dc Jânio Quadros até o final de 1962. quando faleceu), Arnaldo
Nogueira (UDN), Maurício Joppert (UDN), o General Jurocy Magalhães (candi­
dato udenista ao Senado), Lopo Coelho (PSD), o Coronel Danilo Nunes (UDN),
u General Junrez Távora (PDC). Raul Brunini (UDN). o governador Carlos La­
cerda (UDN) e Theófilo de Andrade.273 Em Minas Gerais, dos quarenta e oito
deputados eleitos, 14 foram apoiados e suas atividades políticas articuladas
através da rede ADEP/ADP. Receberam assistência os seguintes políticos: Teófilo
Pires (PR). Abel Rafael (PRP), Celso Muna (PR). Aécio Cunha (PR), Elias
dc Souza Carmo (UDN). Guilhermino de Oliveira (PSD),274 José Bonifácio
(UDN). Manoel Tnveira (UDN), Geraldo Freire (UDN), Nogueira de Rezende
(PR), Ormco Botelho (UDN). Oscar Dias Correu (UDN), José Humberto (UDN),
o Padre Nobre (PTB), o Padre Vidigal (PSD).371 Foi voz corrente que Francelino
Pereira (UDN) c Ozanan Coelho (PSD) tenham sido receptores de fundos do
complexo IPES/IBAD.3’* Além disso, n ADEP entregou a Arthur Bemardes Filho

333
(ele próprio importante contribuinte do IPES c presidente do Partido Republicano)
a soma de 3 milhões de cruzeiros para a campanha eleitoral do seu partido.*77
Ademais, Ivan Hasslocher assinalou que mantivera 'entendimentos'’ sobre a cam­
panha eleitoral com o governador dc Minas Gerais )osé de Magalhães Pinto,
um dos líderes da UDN/7* Em Pernambuco, a elite orgânica ajudou sete candi­
datos a deputado federal e trinta e um a deputado estadual. O IBAD assistiu
os deputados federais Cosia Cavalcanti. Augusto Novais. Alde Sampaio (irmão dc
Cid Sampaio), Monsenhor Arruda Câmara c Aurino Valois, elegendo-se todos.
Apoiados, ainda, (oram José Lopes dc Siqueira Santos (da Usina Ribeirão Eslre-
liana. que não conseguiu se eleger). Nilo Coelho, Dias Lins e os deputados esta­
duais eleitos Antônio Corrêa Oliveira. Felipe Coelho, Suetone Alencar, Olímpio
Ferraz. Francisco Sampaio Filho. Antônio Luiz Filho, Dreiton Ncjaim, Olímpio
Mendonça. Antônio Barreto Sampaio. Elias Libânio, Adauto José de Mello, An­
tônio Farias e Audomar Ferraz/7* No Rio Grande do Sul. segundo o senador
Daniel Krieger. nas eleições de 1962. a centro-direita constituía uma coalizão
que recebia a abreviatura de ADP (Ação Democrática Popular). Ela com­
preendia o PSD, a UDN. o PL. o PDC e o PRP.2** lido Meneghetii, que se
tomou o governador do Estado, enfatizava que a indústria e o comércio locais,
sob a égide do IPESUL. contribuíram para a vitoriosa campanha.2*1 Encontravam-
se entre outras figuras políticas apoiadas nesse Estado: Clóvis Pestana (ex-Ministro
do Transporte de Jânio Quadros). Raul Pilla, líder do Partido Libertador, o depu­
tado federal Daniel Faraco (PSD), o Coronel Peracchi Barcellos (PSD). Euclidc»
Triches (PDC), Cid Furtado. Luciano Machado e Rubem Bento Alves.
Entre os demais políticos de outros Estados, que também receberam o apoio
da elite orgânica, achavam-se:

Piauí — Souza Santos


Paraíba — Emini Sátiro. F1 avia no Ribeiro, Janduí Carneiro, Luiz Bronzeado,
Plínio Lemos, Raul Goes
Alagoas — Medeiros Neto. Ozeas Cardoso. Segismundo Andrade
Bahia — Aluísio de Castro, João Mendes. Oscar Cardoso, Régis Pacheco, Vasco
Filho. Rubem Nogueira
Espírito Santo — Dirceu Cardoso, Floriano Rubim, Oswaldo Zanclo
Pará — Gabriel Hermes
Amazonas — Abrahão Saba. Leopoldo Peres
Rio Grande do Norte — Djalma Marinho, Xavier Fernandes. Aristófanes Fer­
nandes
Ceará — Armando Falcão, Paulo Sarazate, Furtado Leite, Leão Sampaio, Martins
Rodrigues. Osslan Araripe, Wilson Roriz
Maranhão — Luiz Coelho, Pedro Braga, Lister Caldas, Eurico Ribeiro, Alberto
Aboud
Mato Grosso — Correia da Costa, Saldanha Dcrzi, Rachid Mamcd
Goiás — Anísio Rocha, Benedito Vaz, Castro Costa, Emival Caiado, Alfredo
Nas$er':
Santa Catarina — Laerte Vieira (UDN), Albino Zcni, António Almeida. Orlando
Bertolli. Pedro Zimmerman, Domício Freitas, o General Gentil Barbalo, Gil
Veloso. Afonso Anschad (UDN)
Paraná— Munhoz da Rocha (PR). Ivan Luz (PRP). Olhon Mader (UDN), Plínio
Salgado e Nei Braga (PDC e governador do Estado)

334
No Rio de Janeiro, os seguintes figuras políticas beneficiaram-se desse apoio:
o ex-integralista Raymundo Padilhu, Duso Coimbra, Edilberto Castro, Napoleão
Fontcnele e Amaral Peixoto, presidente do PSD. Foram ainda denunciados pelo
mesmo motivo Chagas Freitas, político clicntelista do PSD da Guanabara e pro­
prietário do complexo O Dia A Noticia, e Nelson Carneiro (PSD).3”4 Em São
Paulo, encontravam-se entre os beneficiários; Aniz Badra, Arnaldo Cerdeira. Her-
bert Levy (presidente da UDN), Mário Covas, o Padre A. Godinho. |osé Menck,
Antônio Feliciano, Carvalho Sobrinho, Celso Amaral. Cunha Bucno, Dias Menezes.
Derville Alegretti, Hamilton Prado (diretor da Cia. Antártica de Bebidas). Hélcio
Maghenzani. José Henrique Turner (diretor da MAFERSA). Lauro Cruz, Nicolau
Tuma, Tufic Nassif. Yukishigue Tamura c Ranieri Mazzili, presidente da Câmara
dos Deputados.
Em termos concretos, a elite orgânica se mostrou capaz de reunir a centro-
direita do país. Muito embora a centro-direita houvesse recebido apoio maciço do
bloco de poder empresarial e a intensa campanha ideológica exercida junto à
opinião pública, quando a poeira eleitora] se assentou, evidenciou-se que o equi­
líbrio político oscilava a favor das forças populares nacional-reformistas.
Em São Paulo, a elite orgânica sofreu uma derrota estrondosa de seu pro­
grama modernizante-conservador. quando o candidato populista Adhcmar de
Barros se elegeu governador do Estado contra as candidaturas de |ânio Quadros
e José Bonifácio Coutinho Nogueira. O Estado do Rio de Janeiro elegeu para
seu governo um candidato do PTB, Badger da Silveira. Leonel Brizola, apesar
de vir de outro Estado e tecnicamente ainda governador do Rio Grande do Sul.
ao disputar uma cadeira de deputado federal pela Guanabara tomou-se o centro
das atenções do cenário político, recebendo votaçao jamais vista, seis vezes
maior que o quociente eleitoral necessário e quase dois terços da votação total
recebida por toda a chapa do PTB/PSB. Eloy Dutra, candidato apoiado pelo
PTB c PSB e figura especialmcntc desagradável à elite do complexo IPES/IBAD,
por ele constantemente denunciado, venceu a vice-govemança da Guanabara,
podendo, assim, controlar o governador, ainda em exercício. Carlos Lacerda. Em
Sergipe. João Seixas Dória se elegeu numa plataforma nacional-reformista, dando
força às vitórias nordestinas de Arraes e Julião em Pernambuco.
No Senado, que possuía ao todo 66 cadeiras, os senadores udenistas foram
reduzidos a 15, o PSD ficou com 21 cadeiras e o PTB subiu para 18. A proporção
de votos populares para cada candidato dos partidos principais ao Congresso
sofreu variação em relação aos resultados anteriores. O PSD decaiu de 33.6%
em 1954 para 28,8% em 1962. A UDN se elevou de 20.9% em 1954 para 23.2%
em 1962 e o PTB subiu de 18,9% para 24%. O PSP decaiu de IIJ% para
4.7% e o PDC subiu de 2,1% para 5.7%. E interessante verificar que ambos,
a UDN e o PDC, tinham em suas fileiras uma significativa tendência que se
alinhwa com as forças populares nacional-reformistas.™ A percentagem dos
votos lotais válidos, obtidos pelos partidos mais importantes, ilustrava a queda
das posições de centro-direita. O PSD reduziu-se de 22% cm 1954 para 15,6%
em 1962, a UDN decaiu de 13,6% para 11,2% e até mesmo o PTB sofreu
redução de 14,9% para 12,1%. Alianças partidárias cresceram de 25,7% para
41% e os votos em branco se elevaram de 4,8% para 15,l4^1** Em termos
da distribuição de cadeiras na Câmara dos Deputados, o PTB tornou-se o segundo
maior partido, com 104 cadeiras, das quais 41 foram conquistadas através dc

335
alianças. O PSD recebeu 119. das quais 40 foram ganhas por meio de alianças
c a UDN recebeu 97. das quais 42 também obtidas através de alianças.1*
O IPES conferiu às eleições seu devido valor. Em novembro de 1962, o
General Golbery procurou todos os meios de fazer uma análise acurada dos
resultados.147 Da conclusão, o mais importante foi o fato de que, não obstante
us esforços maciços da dite orgânica, havia uma constante tendência esquerdista-
trabalhista do eleitorado, ao passo que o Executivo, a fim de levar à frente suas
reformas, tentava um direto apelo às massas para contornar o efetivo bloqueio
do Congresso pelas forças modemizante-conservadoras. Se mudanças no Estado
que satisfariam o bloco empresarial tivessem de ser feitas, elas teriam de ser
impostas. Uma solução militar tomava-se inevitável para os interesses multina­
cionais e associados.
As enormes somas, jamais vistas, gastas pela rede IPES/IBAD/ADEP/Pro-
motion S.A., pelo menos o equivalente a uns 12,5 milhões de dólares, possivel­
mente até vinte milhões, levantaram suspeita geral concernente à nacionalidade
e aos objetivos políticos dessas contribuições e licitaram demandas de inquérito
em suas atividades.2* Além disso, as tentativas do IBAD, publícamentc denun­
ciadas. de alterar o curso das eleições de 1962, em forma de apoio financeiro
ilegítimo ao General Magessi. dc direita, contra outros candidatos para a presi­
dência do Clube Militar forçou o Ministro da Guerra General Jair Dantas Ri­
beiro a se reunir aos parlamentares do Congresso que exigiam uma investigação
das atividades do complexo IPES/1BAD.14* Uma Comissão Parlamentar de Inqué­
rito foi instaurada em 1963 para averiguar as atividades e fontes de fundos da
rede 1PES/IBAD/ADEP e investigar as alegadas irregularidades nas eleições
dc 1962. O presidente do IPES, João Batista Leopoldo Figueiredo, quando cha­
mado para depor diante da Comissão Parlamentar de Inquérito, declarou: ''Elei­
ções são uma manifestação do povo que assume o seu mais sagrado direito de
escolher os seus representantes. Já dissemos e voltamos a afirmar que o IPES
é firmemente contra a pressão do poder econômico privado ou do governo. A
compra de votos, a pressão econômica sobre os eleitores ou candidatos, o mono­
pólio de meios de informação etc. são práticas antidemocráticas.”**
De certa forma, desde o seu princípio, a CPI demonstrava irregularidades,
pois pelo menos cinco de seus nove membros haviam sido beneficiários desses
fundos secretos.51' Apesar de tais irregularidades, as investigações puderam revelar
que o IBAD e suas linhas auxiliares haviam sido responsáveis por um processo
dc corrupção eleitoral. Entretanto, a CPI fracassou em estabelecer ligações entre
0 IBAD e o IPES por trés motivos: por fontes financeiras comuns, pela partici­
pação de um mesmo membro nas duas organizações ou mesmo por ação con-
junta.,•, Em setembro de 1963, o Presidente loão Goulart assinou um decreto
suspendendo as atividades do IBAD c da ADEP por comportamento inconstitu­
cional. Dois dias depois, o deputado udenista ligado ao IBAD. Amaral Netto.
estabeleceu o Comitê Nacional de Defesa da Democracia. Os membros da ADP
acorreram a cie. Incluíam-se entre os primeiros membros: Raul Pilla, os deputados
Flores Soares (UDN-RS), Eurípides Cardoso de Menezes (UDN-GB), Abel Rafael
(PRP-MG). Oswatdo Zanelo (PRP-ES), Costa Cavalcanti (UDN-PE), Plínio Lemos
(PL-PB). Olavo Costa (PSD-MG). Laerte Vieira (UDN-SC), Leão Sompaio (UDN-
CE). Elias de Souza Carmo (UDN MG). Régis Pacheco (PSD-BA), Floriano
Rubim (PTB-ES), Ezequias Costa (PR-AL), Moura Santos c Afonso Anschad
(UDN-SC). O comité adotou as bandeiras políticas e ideológicas que o complexo

336
1BAD/ADEP havia conduzido até o período da investigação. Um decreto dc
outubro dc 1963 finalmcnte íecboü os seus escritórios. De qualquer forma. por
essa ocasião, grande porte de seus ativistas estavam integrados à rede do IPES.
O Executivo conseguira atingir o complexo IBAD ADEP em geral e. em
particular, Ivan Hasslocher, mas mostrou-se impotente para averiguar assuntos
mais profundos. O IPES foi isentado de acusação formal.**1 Alguns anos depois,
insurgindo-se contra a inclusão de apenas Hasslocher no delito eleitoral inves*
tigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito, o deputado João Mendes, líder
da ADP. declarou que se se cometera algum crime, dever-se-ia processar quatro
ministros da gestão de Castello Branco, entre eles o General (uarez Távora e
Daniel Faraco Hcrbert Lcvy, presidente da UDN, e Amaral Peixoto, presidente
do PSD, bem como 87 deputados e 9 senadores, pois todos eles foram benefi­
ciários dos recursos proporcionados pelo IBAD.**1

Conclusão

Apesar de sua rica ação política nos vários setores de opinião pública e
de suas tentativas de reunir as classes dominantes sob seu comando, o complexo
IPES/IBAD mostrou-se incapaz de. por consenso, impor-se na sociedade brasi­
leira. Logrou êxito, entretanto, através de sua campanha ideológica e política,
em esvaziar o apoio homogêneo ao Executivo e foi capaz de estimular uma reação
generalizada contra o bloco nacional-reformista.
As atividades realizadas por grande número de membros e ativistas ligados
ao complexo IPES/IBAD pelos quatro cantos do país foram estrategicamente
coordenadas no Rio de [aneiro. Os vários Grupos de Estudo e Ação do IPES
desempenharam papel fundamental na preparação, coordenação e implementação
das diferentes atividades ideológicas e políticas (Vide Apêndice 5). O complexo
IPES/IBAD agiu isoladamente e em associação e com a colaboração de um
grande número de organizações e grupos paralelos locais. Ele também colaborou
e recebeu o apoio de organizações, agências e indivíduos estrangeiros.
Como foi visto, os esforços da elite orgânica alcançaram resultados mistos
nas diversas áreas de ação e. com a exceção de sua influência entre as classes
médias, o complexo IPES/IBAD sofreu forte resistência e até mesmo derrota
em outros setores. Essas derrotas ou êxitos parciais ficaram evidentes no movi­
mento estudantil, onde ele estimulou a formação de organizações c grupos para-
milhares dc direita, mas mostrou-se incapaz de deter as tendências esquerdistas
na União Nacional de Estudantes.
No setor camponês e entre as classes trabalhadoras industriais, o complexo
IPES/IBAD conseguiu estimular as organizações e sindicatos de direita existentes
e mesmo criar novos grupos úteis à campanha para adiar a solidariedade e
consciência de classe. Contudo, cm última análise, ele foi incapaz de bloquear
a constituição de organizações de porte nacional, de orientação esquerdista entre
os camponeses e as classes trabalhadoras industriais e a consolidação de uma
liderança nucional da esquerda trabalhista.
Alcançou sucesso parcial no campo eleitoral, com a eleição de um grande
número de políticos conservadores pertencentes aos partidos de centro-direita para
us disputadas cadeiras da Câmara dos Deputados e do Senado, como também

337
para o governo de alguns Estados. Contudo, não foi capaz de conter a ascensão
dc políticos pertencentes à Frente Nacional Parlamentar, bem como não conseguiu
impedir a eleição de algumas figuras muito influentes do bloco nacional-refor­
mista. Ademais, o complexo 1PES IBAD não logrou êxito em impedir que a
integração das várias forças da esquerda trabalhista dentro do movimento estu­
dantil. da classe camponesa, das classes trabalhadoras industriais e de políticos
nacional-reformistas chegassem a uma Frente de Mobilização Popular, cujas inci­
pientes atividades foram abruptamente interrompidas pelo golpe de 31 dc março
de 1964.
No entanto, as atividades políticas do complexo IPES/IBAD foram de sumo
importância na realização da crise do bloco histórico-populista. Elas estimularam
uma atmosfera de inquietação política c obtiveram êxito em levar à intervenção
das Forças Armadas contra o “caos, a corrupção populista e a ameaça comu­
nista”. Como será visto, o IPES conseguiu coordenar e integrar os vários grupos
militares, conspirando contra o governo, e, de certa forma, proporcionar o exigido
raciocínio estratégico para o golpe.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Este capítulo nio é uma revisão histó­ bém A. I. LANGCUTH. Hidden terrors.
rica do período. Uma desenção dc lodo o New York, Pantheon Books, 1978 p. 84-5,
processo político c social está além do es­ 101.
copo deste livro. Relato» desse período po­
4. Robinson RO IAS Estados Unidos en
dem ser encontrados em uma variedade de
Brasil. Santiago, Chile, Prensa Latinoamc-
fomes, algumas das quau encontram-se lis­
ricana. 1965. p. 71.
tadas na bibliografia, apesar de nenhuma
delas adotar um enfoque semelhante ao 5. Leonard D. THERRY. Dorninunt po-
encontrado aqui. wer components in thc Brazilian universi-
ty student movement prior lo uprll 1964.
2. A STEPAN. The militar? in poHlics:
fournal of InferAmerican Studies, Coral
changing pailcrns in Brazil. Princeton.
Gables, Florida, 7(1):35, Untv. oí Miami,
Princeton Umv Prés», 1971. p. 189. Ha- 1965.
rold Pollond c Glycon de Paiva concorda­
vam que *’na hora da crise, o que geral- 6. (o) P. SCHMÍTTER. Interest, conflict
mente falta é o apoio aos homem e às and political change in Brasil. Stanford.
boas idéias — a caixa de ressonância —, Califórnia Unív. Press. 1971. p. 65-6. (b)
para evitar os erros da crise de agosto de Paulo FREIRE. Pedagogy o/ lhe opprcs-
1961” IPES CE. 8 dc junho de 1962. sed. Grã-Bretanha, Penguin Books, 173.
(c) Paulo FREIRE. Cultural action for
3. Telegrama do Embaixador Lincoln freedom. Grã-Bretanha, Penguin Books,
Gordon ao Departamento de Estado. 22 de 1972. (d) Paulo FREIRE. Extensión o co-
moto de 1961, n. 2275 "Conspiração atual mumcación? la concientizaclón en cl me­
é tipicamente brasileira, nào sendo unifi­ dio rural. México, Siglo XXI, 1979.
cada e tendo a presença de um excesso de
possíveis líderes. Entretanto, todos oi gru­ 7. Sobre a participação política dos estu­
pos dc que sobcmoi reconhecem a necessi­ dante» c uma hislóriu do movimento estu­
dade dc qualquer movimento abranger to­ dantil, vide: (a) Arthur José POERNER.
do o país** Era óbvio que o Embaixador O poder jovem: história da participação
Lincoln Gordon estava ciente dos esforços política dos estudantes brasileiros. Rio de
para depor ). Goulart à força. Vide tam­ janeiro. Civilização Brasileira, 1968. (b)

338
Mariahce M FORACHJ O estudante e a que o IPES supunha confusos, em face da
trartslormaçòo da sociedade brasileira. São desestruturação de grupos estudantis de
Paulo. Companhia Editora Nacional, 1965. direita no Rio de Janeiro. Levantou-se
(c) Bryan WEDGE. Problems in dialogue: também a questão de que o movimento
Brasitian univcrsity uudents and fhe Uni- contra a UNE, que tivera resultados mia-
tcd Stales Princeton. Ncw Jersey. Instilu- tos nas eleições regionais e nacionais, bem
te íor the Study oí Naticnal Behaviour, como a campanha de denúncia através da
1964. (d) Lconard D. THERRY. op. cit. mídia, nio poderia morrer após as elei­
8 Apesar de os estudantes da UNE e da ções. IPES CD. 21 de agosto de 1962.
AP promoverem reformas universitárias 16. IPES CD, 27 de novembro de 1962.
porque era lá que estavam seus interesses,
17. IPES CD, 3 de abril de 1962, Gilbert
eles compreendiam os limites da "situação
HubeT Jr.
universitária" c das possibilidades abertas
por ela Compreendiam que as relações so­ 18 Sobre o papel anterior de Paulo Egy-
ciais c políticas específicas no ambiente dio Martins no movimento estudantil, vide
universitário eram também manifestações A. J. POERNER. op. cit. p. 190.
de relações políticas e sociais mais amplas 19. IPES CD. 27 de novembro de 1962,
na sociedade nacional, estabelecendo assim Maurício Villela.
ligações reais entre a reforma universitária
20. IPES CE. 31 de julho de 1962.
e a transformação geral da sociedade. Oc-
tavio IANNI. Crisis in Brazil New Yock, 21. IPES CE. 12 de junho de 1962, Ha­
Columbia Univ. Press. 1970. p. 108. rold C. Polland.

9 A. I. POERNER. op cit. p. 200-3. 22 (a) R ROJAS, op. cit. p. 74. (b) P,


SCHMITTER. op. cit. p. 218. (c) Jau
10. Movimento. Rio de Janeiro, (12):24,
Knippers BLACK. US. penetration oj
1963 (revista da UNE).
Brasil. Manches ter, Manches teT Univ.
11. Uníáo Nacional dos Estudantes. Cons­ Press. 1977. p. 75. O MED participou da
tituição. Rio dc Janeiro. 1963. p. 3. organização da imensa "Concentração De­
12. P. SCHM1TTER. op. cit. p. 206. mocrática" contra João Goulart, realizada
pelas várias organizações do complexo
13. R. ROJAS, op. cit. p. 71.
1PES/IBAD. a 18 de junho de 1963.
14. 1PES CD. 27 de março de 1962. O lí­
23. (a) N. BLUME. Prtssure groups and
der do IPES José Luiz Moreira de Souza
decision-making in Brasil: studies in com­
era a favor de contatos diretos com estu­
porative internationai development. Saint
dantes ativistas mas. como o ipesiano Cin­
Louis, Missouri. Washington. Univ., 1967/
dido Guinlc de Paula Machado observou,
68. p. 217, 233. (b) J. Knippers BLACK.
os estudantes não iriam n sede do IPES.
op. cit. p. 75.
Portanto, esses contatos tinham de ser fei­
24. Maiores informações sobre o GAP no
tos cm "território neutro". Cândido Ma­
Cap. VIII.
chado argumentou fortemente que o com­
plexo IPES/1BAD não deveria ser visto 25. Para a ação política especializada, o
se imiscuindo cm assuntos estudantis, o IPES se envolveu na importação de "estu­
dantes do Equador", porque Quito, como
que foi aceito pela liderança do IPES. O
foi visto anteriormente, era a base de uma
líder Coimbra Bucno enfatizou a necessi­
organização congênere do IPES. (a) Ata
dade dc o IPES assumir a função dc co­
do IPES. 21 dc novembro de 1962. (b)
ordenador. mas não fazer excesso de coisas
JPES CD. 27 dc março de 1962.
dc forma direta. IPES CD, 21 de agosto
de 1962. 26 (a) IPES CD. 13 dc março de 1962.
(b) Robcrt O. MYHR. Brazil. In: EMER­
15 No final de agosto de 1962. focalizou-
SON. Donold K cd. Studenís and polities
se a discussão cm torno da proposta dc
in developing nations. London. Pall Mall
Harold Pollond: u organização de um co­
Press. 1968. p. 276.
mando dc professores c estudantes para a
"rcorienlaçúo" política dos universitários, 27. IPES CD, 3 dc obril dc 1962.

339
28. IPES CE. 26 de julho de 1862. 36. IPES CD. 22 de outubro dc 1962 São
Paulo, por sua vez. gastou um mínimo de
29. IPES CE. Jl de julho de 1962. Io*í
500 000 cruzeiros por mês no setor uni-
Rubem Foniccx Alberto Corto» Menere»
vcrsilâno; para a formação dc líderes c»-
era o peoprieiáno do Coionifício Moreno.
tudantis. pelo menos mais 1.100 000 cruzei­
JO Apesar de o General Gdbery expra- ra por mcs. O IPES gastaria no “setor
sar onmumo em sua visão da situação em universitário”, até agosto do mesmo ano.
São Paulo, uma vez que resultados positi- pelo menos mais 11.000 000 dc cruzeiros.
voa haviam sido obtidos no setor estudan­ Esses valores náo incluem as quantias des­
til. no final de 1962. Cândido Gumle dc tinadas para atividades estudantis cm orça­
Paula Machado foi obngado a concluir mentos paralelos, nem contribuições para
que a situação feral era grave. pnncipal- metas específicas. IPES CD. 22 dc maio
mente no Rio dc laneiro considerando-se de I9b3. João Baptista Leopoldo Figueire­
as tendências desfavoráveis e resultados do.
das eleições na PUC-R»o e em outra lo­
37. Relatório das atividades do IPES-Sào
cais IPES CD. 27 de novembro de 1962-
Paulo. 1963.
31. IPES CE. 8 de outubro de 1962
58. IPES CE. São Paulo. 03 de janeiro de
32. Telegrama ao Departamento de Esta­ 1963, I. Ely Coulinho.
do. enviado do Rio dc laneiro c de Bra­
sília. por Daniel M Braddock Cônsul dos 39 (a) Ata do IPES. 13 de novembro dc
Estados Um doí cm São Paulo Rascunha­ 1962. (b) IPES CD. 19 de novembro de
do pelo funcionário da Embaixada Datus 1963 (c) IPES CE, 31 dc janeiro dc 1963.
C. Proper 16 dc agosto de 1963 p 7 Ar­ (d) N. BLUME. op. cit p 217. 233. O
quivos JFK. NSF O telegrama signiGcaü- IPES apoiava a revista Síntese do Dr Ru­
vamente tinha o cabeçalho: “estudamcs de bem Porto, subsidiando cada número, e
tendências com u nu tas vencem eleições na­ fornecia uma lista dc pessoas para quem a
cionais'*. revista deveria ser enviada Essas ativida­
33. Daniel M. BRADDOCK. id p. 6. des também proporcionavam canais fáceis
para a “limpeza dc dinheiro", atribuindo
34 O Cônsul dos Estados Unidos infor­
"contribuições’* c "pagamentos" a organi
mou nue “apesar das tentativas por parte
zações que poderiam, então, dar ao IPES
dos líderes ainda em exercício, de caracte­
e a seus contribuintes particulares justifi­
rizar a chapa Ferreira como reacionária e
íbodiana. os líderes da chapa apresentaram cativas para despesas. A tarefa foi torna­
um retraio convincente deles próprios co­ da mais suave pelo falo dc muitas dessas
mo sendo dc tendência centrista, reformis­ organizações serem operações dirigidas pe­
ta c genuinamente democrática. Tiveram lo IPES. Um recibo de 350.000 cruzeiros
muita dificuldade em conseguir um voto por 3.500 revistas é mencionado no IPES
sequer, apesar de um grande número dos CE, 19 de novembro de 1962.
delegados presentes (não a maioria) possi­ 40. IPES Ch Gr. São Paulo. 04 de outu­
velmente ser simpatizante deles Muitos
bro dc 1962. Discutiram-se na reunião “ir­
não ousaram votar para a chapa ou aaainar
regularidades” no acordo com a Universi­
um requerimento para a sua apresentação.
dade Católica. Os presentes foram também
Lcgalmenic, eram necessárias cinquenta
informados pelo Dr. Sontanché dc que o
Assinaturas para que cia pudesse ser ofi-
cialmenlc apresentada. Os organizadores Instituto ao qual o Centro de Documenta­
conseguiram apenas cerca de quarenta ção pertencia já havia sido criado Com re­
Forjaram o resto, conseguindo que a cha­ lação aos três membros da Comissão pro­
pa fosse aceita através de artifícios”, (a) postos pela Universidade. Manoel Ferreira
Daniel M. BRADDOCK. ibid, p. 8 (b) J. e Marota Rangel já haviam trabalhado com
W. Fosler DULLES. Unrni in Brazil: po- o IPES
liticalmilifary crim /955-Í964. Auslin, 41 (a) IPES Ch Gr. São Paulo. 04 de se
Unir. of Texas Prcw, 1970. p. 218. lembro dc 1962. (b) IPES Ch. Gr. São
35. Daniel M. BRADDOCK. ibid p. 7-8. Paulo. 12 de fevereiro dc 1963.

340
42. IPES CE. São Paulo. II de dezembro fredo Rio dc Janeiro. 25 de outubro dc
de 1962, Paulo Ayrcs Filho. 1962. Vide Apêndice O.
45. JPES CE e Ch. Gr. São Paulo. 08 de 58. Carta de Heitor dc Aquino Ferreira.
janeiro de 1963, Paulo Edmur de Souza Id.
Queiroz.
59. A Editora Globo cra a maior cm seu
44. 1PES CE, Rio. 10 de dezembro de gênero no Rio Grande do Sul, sediada em
1962. O IPES também estava ligado a ou* Porto Alegre.
tro centro profissional, o 1RESI, que (azia
60. Carta de Heitor de Aquino Ferreira.
pesquisas para ele. Ibid.
45. (a) Carta ao JPES de A. Venâncio Fi­
61. N. BLUME. op cit. p. 215.
lho. 13 de dezembro de 1962. (b) IPES CE,
Rio. 06 de dezembro de 1962. 62 Sônia Scganfrtdo reclamaria, mais tar­
de. dc ter recebido apenas 420000 cruzei­
46 Relatório do IPES 1963. p. 2.
ros como pagamento. Cana dc Sônia Se
47. IPES CE. São Paulo e Ch. Gr. 31 dc ganfredo ao SN! Rio de Janeiro. 19 de no*
janeiro dc 1963. Até a mobília pertencia vembro dc 1965 p 1*2. Arquivo do JPES,
ao IPES Rio de Janeiro.
48. IPES CE. São Paulo e Ch Gr. 31 de 63. J. Knippcrs BLACK. op. cit. p. 99.
janeiro dc 1963. O IPES gastava mais dc
64. Arlindo Lopes CORREIA. A conquis­
600 000 cruzeiros por mês nessa atividade.
ta das classes médias para a ação políti­
49. IPES CE. 21 de maio de 1963. ca em grupo. Position paper para discus­
50. Reunião Geral do IPES. São Paulo. são em reuniões do CE e do CD. Rio de
04 dc outubro de 1962. Janeiro. 1962. Arquivos do IPES. Rio de
janeiro.
51. IPES Ch. Gr. São Paulo. 05 dc junho
dc 1962. 65. Uma noção bastante obscura do que
se pensava ler sido o regime e o Partido
52. IPES CE e CD. São Paulo. 20 de no­
Jusúcialista de Perón e do qual João Gou­
vembro de 1962. Para este plano, a subven­ lart fera retratado, inicialmenie. por Car­
ção exigida era de 1200 000 cruzeiros. los Lacerda, como a sua versão brasileira.
53. Ata do IPES. São Paulo. 20 de no­ João Goulart foi acusado pelos ativistas do
vembro dc 1962, J. Ely Coulinho. complexo 1PES/IBAD de condurir o país
para uma “República Sindicalista*.
54. JPES CD c CE. São Paulo. 20 de no*
vembro dc 1952. 66. Arlindo L. CORREIA op. cil. p. 3-4.
55. IPES CE. 19 de novembro de 1962. 67. A questão dos movimentos paralelos
Para manter as aparências. pediu se ao lí­ era importante para o IPES Em abril de
der do IPES. Coimbra Bueno. que se ins­ 1963. Hélio Gomide. Harold C. Polis nd e
crevesse formal mente no IPES para parti­ J. Rubem Fonseca discutiram o assunto,
cipar do trabalho da Fundação. abordando o significado abrangente da “in­
56. Para uma visão geral do papel da tegração" dentro do IPES e enfatizando as
FNFi. vide A. J. POERNER. op. cil. cap. vantagens de se organizar certas categorias
9. sociais, como as associações de pais e mes­
tres. tão necessárias na formação de uma
57. "Como especialista que é". escreveu o
“cadeia de reverberação” de opinião pú­
Tenente Aquino, “notará certa debilidade
blica. que ampliava a influência do IPES
na parte referente ao campo estudantil. De cm áreas onde o interesse não era especi­
fato. E até bom que você note. Talvez ficamente de natureza financeira. A meta
possa mesmo auxiliar na nova montagem do IPES era criar o que se denominava “a
futura. Mosire-o a quem achar interessan­ grande opinião democrática permanente”,
te. ò vontade, deixe copiar, inclusive Só em um trabalho quotidiano, o que possibi­
não convém publicar e peço que não men­ litaria ao IPES coordenar cerca de 3 000
cione a origem do recebimento.” Carta de associações e grupos já registrados, para a
Heitor dc Aquino Ferreira a Sônia Segsn* ação da elite orgânica. IPES CD. Rio. 27

341
de novembro de 1962. Hélio Comidc. Hé­ entre outros. Oscar dc Oliveira. Eurico
lio Comi de dm o exemplo do Sindicato de Castanhcira. Nelson Parente Ribeiro c
Holéii do Rio de Janeiro [sicj Os hotéis Coimbra Bueno. Oscar dc Oliveira tomou
do Rio possuíam um movimento diário de parte na disseminação de material antico­
78 000 pessoa» que podenam ser o ah o de munista. como as Cartilhas Brasileiras.
campanhas do IPES. uma vez que a ope­ Nossos Males e Seus Remédios, as publi­
ração fosse adequadamente coordenada. cações dc Suzannc Labim c Um Enge­
Outro exemplo foi o Clube das Professo nheiro Brasileiro na Rússia, dc John Co-
ras Primárias da Guanabara. IPES CD Rio. trirn, nas organizações femininas, entre os
23 dc abril de 1963. militares c a administração do Estado, em
particular, e entre as classes médias, cm
68. O Estado de S. Paulo. 6 de janeiro
geral. Em São Paulo. Sálvio dc Almeida
de 1962 O General Hugo Bcthlem. ex-
Prado c os ativistas responsáveis pela "mo­
Embaixador na Bolina (1932-1954). acabou
bilização setorial" (Igreja, estudantes, clas­
se envolvendo na conspiração que depôs
ses médias) desempenharam operações se­
Juan Carlos Torres, presidente da Bolina,
melhantes. Oscar de Oliveira forneceu a
em 1971. juntamente com outro líder do
Frederico César Maragliano, do IPES de
IPES. H Bcilesscn Naquele ano. Bcthlem
São Paulo, os nomes de 100 pessoas da
fora preso em Santa Cruz de la Sierra e
Aliança para a Família e da Campanha da
expulso da Bolívia, sob a acusação de ten­
Mulher Brasileira para que sc tornassem
tar induzir militares bolivianos (com paga­
alvos e disseminadores das Cartilhas Bra­
mento em dólares) a se rebelarem contra
sileiras. IPES CE, Rio. 12 de outubro dc
|. C. Torres. Veja. (575):40. 12 de setem­
1962.
bro dc 1979.
76. José Luiz Moreira de Souza enfatiza­
69. Isto é 08 de março de 1978. p. 9. O
ra uma vez o aspecto dramático dc que as
Coronel Burnier transformar-se-ia em uma
causas da elite orgânica não recebiam
das fifuras mais importantes do grupo de
acompanhamento adequado, nem coberiu-
linha-dura depois de 1964.
ra pública eficiente e repercussão para
70 IPES CE. Rio. 08 de junho de 1962. suas ações. O que faltava, de acordo com
Eslt era um plano geral delineado pela J. L. Moreira de Souza, era a formação de
equipe do General Golbery. mas que não um "coro popular" com institutos, sindi­
sc encontra pormenorizado na Ata. catos. e a certeza de que. uma vez que
71. IPES CE. Rio. II dc junho dc 1962 uma questão fosse levantada através da
O Rearmamento Mora! náo era uma pno- mídia, seriam recebidas milhares de cartas
nlade do IPES do Rio para subsídios c de censura ou de apoio- L Moreira de
despesas O General Golbery era a favor Souza era de opinião de que o IPES pre­
da publicação c dutnbwçâo do livro do cisava de 2.000 a 3 000 pessoas que es­
IBAD Assalto oo Parlamento, ao mvés dc crevessem ao Ministro da Guerra e a ou­
prover fundos para cenas atividades a se­ tras figuras públicas, formando o que ele
rem desempenhadas pelo Rearmamento chamava dc "Cadeia da Democracia". Do­
Moral. tado de coordenação e controle, o coro ti­
nha dc ser fabricado como autêntico, em
72. (a) IPES CE. 13 de agosto de 1963.
um sistema semelhante ao posto em prá­
(b) IPES CE 20 de agosto de 1963.
tica por Dom Heldcr Câmara para encher
73. IPES CD, 27 dc novembro de 1962 o Estádio do Maracanã. |. L. Moreira de
74. James ROWE. Revolution or countcr- Souza assumiu a organização dessas ativi­
rcvolulion in Brazil: an ínterim aisessmeni dades. afirmando ler até o dinheiro para
In: Eosr Coast South América Series. isso. IPES CD. Rio. 5 de junho de 1962.
EUA.. Amencan Uni sen i lies Field Staff, 77. Sob a supervisão do estado-maior ci-
Junc 1964 v. II. n. 4. p. 4. vthmiliiar do IPES de São Paulo, a Liga
75. Para a mobilização das camadas inter­ Independente para a Liberdade foi insta­
mediárias e. em particular, das donas-dc- lada na Sociedade Rural Brasileira, onde
casa, o IPES mamou uma unidade especial as organizações femininas patrocinadas
de opinião pública Essa unidade reunia. pelo IPES estavam sediadas sob a respon-

342
sabilidndc do otivisto Sílvio dc Almeida p. 219. (b) P. SCHMITTER. op cit. p
Prado. Uni sclor semelhante operava cm 447. (c) Hélio SILVA. /964. Golpe ou
Sno Pnulo através dc Blondina Mcirclles contragolpe? Rio dc Janeiro, Civilizaçio
Olympio MOURAO FILHO. Memórias; a Brasileira. 1975 p. 339.
verdade dc um revolucionário. Rio dc Ja­ 91. J. Knippers BLACK. op. cit. p. 81.
neiro, L. & PM, 1978 p. 185, 201 (intro­
92. Olympio MOURAO FILHO, op. cit.
dução c pesquisa dc Hélio Silva).
p. 183.
78. A Liga Cristô contra o Comunismo es-
tavn sob a direção dc José Lemos. Em Ri­ 93. |. W. F. DULLES. op cit. p. 276.
beirão Preto, um ccrlo Major Flcury lide­ 94. Phyllis PARKER. 1964. o papel dos
rava uma organização paralela, enquanto Estados Unidos no golpe de estado de 31
outro grupo, o FAC, estava sob a direção de março. Rio dc Janeiro, Civilizaçio Bra­
de Sjlvio Marques MOURAO FILHO, sileira. 1977. p. 109.
op. vil p. 219, 95. Santos, uma fortaleza do Comandó
79. A 17 dc julho dc 1962 a questão dc Geral dos Trabalhadores — CGT. o prin
se providenciar a liderança para a Campa­ cipal porto dc exportação dc café e tam­
nha da Mulher Brasileira foi discutida na bém uma base significativa do IPES, foi
CE do IPES-Rio. Uma semana depois, outro locol escolhido para a encenação dc
Clyeon dc Paiva levou dois cheques de uma marcha. Dc acordo com Wladimir
100.000 c 45.000 cruzeiros para a CAM- Lodygcnski, a ativista do 1PF.S em assun­
DE. (a) IPES CE 26 dc julho de 1962. (b) tos sindicais, Maria Paula Caetano e Sil­
|. Knippers BLACK. op. cit. p. 72. (c) Mi­ va. uma líder de eficiência extraordiná­
guel Arracs. Depoimento na CPI sobre o rio. foi a Santos para organizar a mobili­
complexo 1 BA D/IP ES. O Estado de S. zação popular. J. W. F. DULLES. op. cit.
Paulo. 23 de agosto de 1963. p. 277. Entrevista com W. Lodygcnskl.
80. Apesar dc ser uma organização femi­ membro da American Chamber of Com-
nino, havia um grupo de assessores mas­ merce, associado do SEI e também dire­
culinos. P. SCHMITTER. op. cit. p. 219 tor da A lUet Sociedade Técnico Comercial
20. Ltda.. que trabalhava com propaganda
81. J. W. F. DULLES. op cit. p. 258 técnica.

82. I. W. F. DULLES. op. cit. p. 257-60. 96. J. W. F. DULLES. op. cit. p. 275.
Entrevista de J. W. F. Dulles com Sílvio
83. J. W. F. DULLES op cit. p. 189.
de Almeida Prado
84. (a) IPES Ch. Gr. São Paulo. 21 de
97. Conforme foi relatado, “empresínos
agosto de 1962. (b) João Baptisia Leopol­
americano» residentes no Brasil, que man
do Figueiredo. O Estado dc S. Paulo, 31
de dezembro de 1963. tinham contatos estreitos com representan
les da CIA de seu pais, ajudaram a orga­
85. P. SCHMITTER. op. cit. p. 220.
nizar e financiar essas demonstrações**. Je-
86. P. SCHMITTER. op. cit. p. 447. rome LEVINSON & Juan dc ONIS. The
87. (a) IPES CE. 12 de junho de 1962. alliance that lost ttt w a criticei rtport
(b) Relatório do General Golbery sobre a on the ALPRO. Chicago, Quodrangle
UNE. a Pclrobrás e a Caravana a Brasí­ Books. 1970. p. 89.
lia. de 26 dc junho de 1962. Arquivos do 98. J. W. ROWE. op. cit. p. 82.
IPES. Rio de Janeiro.
99. Vide Philip SIEKMAN. When exe-
88. C. S. HALL. The country that saved
cutives turned revolutionaries — a story
itsclf. Reader‘s Digesi. EUA. Nov. 1964
hitherto untold: how Sio Paulo businev
p. 144-45. Reportagem Especial.
imen conspired to overthrow BrasiTs com-
89. (a) P. SCHMITTER. op. cif. p. 220- munist-infeslcd govemmenl. Fortune. EUA
21. (b) J. W. F. DULLES. op. aí. p 189. (3). 147-49. 210-21. 1964.
90. (a) Depoimento de Eldino Brancante. É possível discutir se o golpe civil-mi­
In. Olympio MOURAO FILHO, op. cit. litar iminente provocou a marcha ao in-

343
vós do opoato. P SCHMITTER op cit- lhores armas para a guerra política defla­
grada contra a democracia no Brasil. Lá.
p 221.
existe a miséria, a corrupção, o explora­
100 Dc qualquer forma, como uni dos li­
ção do homem pelo homem, a sórdida e
derei dessas associações comentou, "ele
escrasizante distribuição da terra. o anal­
fora colocado toialmentc a par da conspi­
fabetismo e uma série de outros fatores
ração rmhrar três meses antes do (aio * P
que favorecem o uso da tragédia do Nor­
SCHMITTER op nr p 447.
deste pela propaganda comunista. As for­
101 Mina CEHELSKY. Lond rr/o^n m cas comunistas estão cm um jogo decisivo
flrazíl lhe marufmrnl of socrof fhungr pela sua sobrevivência no Nordeste”.
BouWer. Colorado Westvic* Preis. 1979 I<õo Democrática. fevereiro dc 1962. p.
p 23-42 12.
102 Mary E. WILKIE 4 rrpcw on ru- Para o escritor Antônio Callado. Per­
rul nndicafei in Pernambuco Rio de la nambuco. no inicio da década dc sessen­
nciro Centro dc Pesquisa* em Ciências ta. era ”o melhor laboratório para expe-
Sociais. 1964 p 3-6 Mimeografado Pa­ rièncias sociais c o melhor produtor dc
ra varias interpretardes da orpan izaçâo idéias no Brasil**. Antônio CALLADO
rural vide (a) Oodomrr MORAES Pca- Tempo dc Arracs: padres c comunistas na
sant leagues m Braztl In STAVFNHA- revolução sem violem ia Rio dc laneiro.
GEN. Rodolfo ed Afrcrun pro6/rms and |osc Álvaro. 1964 p. 20.
pcuwnt mniementt m Lattn América
108 Afôo Democrático. fevereiro dc l%2
Ncw York Doublcday 1970 p 462-72 p. 13.
(b) Cynthia HEWITT Brwl: the peasant
movement of Pernambuco In: LANDS- 109. M. CEHELSKY. op cit. p. 44.
BFRGFR Henry A cd Lann Americon 110. Vide M BANDEIRA. O governo
peasant movrmmn. Ithaca. Ne» York. op cit. p. 70-73. Vide também a lista de
Cornell Univ Prcss. 1969. p. 374-98. ativistas militares do complexo IPES/
103. As Federações patrocinadas pela IBAD para o Nordeste, no cap VIII.
Igrcji linham 200 000 membros. is Ligas 111. É interessante notar que havia, nos
Camponesas tinham 30 000 e os sindica- argumentos contraditórios do IBAD. um
los com inclinações para o Partido Comu­ reconhecimento prematuro dos folhas bá­
nista 50 000 Cynthia N. HEWITT. op cit. sicas da elite orgânica em obter resulta­
p. 374. O» números sanam Em 1962. de dos “positivos” na frente ideológica, isto
acordo com as liga* c com a LLTAB cal­ é, conquistar o movimento camponês. A
culava-se o total dc membros em aproxi­ Ação Democrática escreveu que “quando
madamente 550 000. a LLTAB afirmando
foi fundado o núcleo do IBAD. os campo­
serem 500 000. Outras fontes acusavam
neses náo aceitaram suas ofertas, o que
apenas 200 000 membros dc sindicatos e a
prova que “nem só de pão vive o ho­
Igreja afirmava ter 45000 trabalhadores
mem”. Entretanto. ”o trabalho abnegado,
sindicalizados no Nordeste c no Rio Gran­
corajoso e leal do nosso companheiro F.
de do Sul M CEHELSKY op dl. p 247-
48 Psório Filho pouco a pouco superou a
barreira ideológica Intransponível criada
104. Francisco JULIÂO. Comb&Mhe yo-
por Francisco Julião entre os democratas
ke: lhe hidden lace o/ üraxd London.
e os camponeses que. finalmenic. forçados
Pcnguin Books. 1972.
pela necessidade, aceitaram a ajuda demo­
105 Declaração de Belo Horizonte. In:
crática e humana que lhes foi oferecida.
Francisco IULIÀO Que sdo os ligas cam­
Eles a aceitaram mas. como homens livres
ponesas Rio de laneiro. Civilização Bra­
que sáo. não abjuraram suas convicções
sileira. 1962. p. 84-5.
ideológicas. Nesse aspecto, eram respeita­
106 C. HEWITT. id. p. 393. dos pelo IBAD”. Ação Democrática, feve­
107. O IBAD considerava que **o Nor­ reiro dc 1962. p. 13.
deste ê até agora a grande fonlc onde a Vide também P. SCHMITTER. op. cit.
propaganda comunista procura suas me­ p. 218.

344
112. Part um rtlalo pormenorizado de planejamento do itinerário de Romualdi".
suas atividades c do cenário cm que atua- Em: Labour policies and programs. Es­
vam, vide (a) Joseph A. PAGE. The re- tudo preparado pela equipe do Commit-
voluiion that never was: norlheast Drazit ice on Forcign Relations. U.S Senate e Re-
19551964. Ncw York, Grossman Publí- port oí the Comptroller General, luly 15,
shers, 1972. cnp, II, p. 146-69 (b) Ema­ 1968. Jn: Survey of the Alliance for Pro-
nuel de KADT. Catholic radicais iit lira gress. op. ctl. p. 580.
2ÍI, London, Oxford Univ. Prcii, 1970, p.
121. Philip AGEE. Inside the company
109. (c) Thoinas C. BRUNEAU. The lira-
CIA diary. London. Penguin Books, 1975.
zilian Catholic church. Grõ-Bretunhn, Cam-
p. 620.
bridgc Univ. Press, 1974. p. 70-71, 89.
122. Scraíino ROMUALDI. Presidents
113. H. SILVA, op. dt. p. 281. and peons. EUA, Funk & Wngnnlls, 1967.
114. (a) J. A. PAGE op. dl. p. 129. (b) p. 408.
Co-op group got CIA conduit aid. The
123. Outras áreas em que a elite orgâni­
New York Times. May 16. 1967. p. 37.
ca do complexo 1PES/IBAD penetrou in­
115. J. A. PAGE. op. dl. p. 169. tensamente no território camponês, patro­
116. (a) J. Knippers BLACK. op. dl. p. cinando ativistas sindicais e obtendo a co­
134. (b) Glauco CARNEIRO. A oulra fa­ laboração de grupos políticos foram o Va­
ce de Juliào. O Cruzeiro, Rio de Janeiro, le do Paraíba, no Rio de Janeiro, o inte­
14 «br. 1962. p. 20. rior de Sao Paulo e os Estados do Rio
117. IPES CD. 11 de maio de 1962. De Grande do Norte. Paraná. Minas Gerais e
acordo com Nei Peixoto do Vale, o Pa Bahia. Na região centro-sul. o IPES atuou
dre Melo “saiu satisfeito com a coberiu entre os trabalhadores rurais através da
ra“. Confederação Brasileira de Trabalhadores
118. J. A. PAGE. op. dl. p. 153. Cristãos — CBTC. A CBTC também fora
119. J. Knippers BLACK. op. dt. p. 133. importante cm içío políuca entre traba­
Para um rclalo sobre a rede CLUSA-CIA- lhadores de indústrias. Enquanto tentava
1BAD SORPE AID-AIFLD cm açfio no organizar os sindicatos dos trabalhadores
Nordeste, vide (n) J. A. PAGE. op. dt. rurais, a CBTC uniu suas forças ao ativis­
cap. 8-12. (b) Paulo CAVALCANTE Da ta de direita de Soo Paulo José Rotta. da
coluna Prestes à queda de Arracs. São Confederação Nocional de Trabalhadores
Paulo, Editora Alfa-Omcgu, 1978. p. 299. nn Agricultura — CONTAG, uma alian­
Em 1963, u AID assinou um contrato com ça financiada pelo IPES. (o) IPES CE,
n CLUSA estabelecendo escritórios com Rio, 15 de janeiro de 1963. (b) J. F. DUL-
fundos regionais. Em: Survey o/ Mie Alli- LES. op. dl. p. 221.
atice for Progress — Labor policies and
124. T. BRUNEAU. op. dt. p. 88-91.
programs. 91 st. Congress. US Scriulc.
April 29, 1969. p. 520 (estudo preparado 125. “Simples aplicação das leis existen­
pelo Committce on Forcign Rclations. se­ tes modificaria completamente a situação
nado americano e relatório do Comptroller de miséria na zona rural”. SORPE. Peque­
General). no resumo do movimento sindical rural em
120. Romualdi era um emigrante italiano Pernambuco, p. 11. Citado ln: T. BRU­
que havia trabalhado para o Officc of In- NEAU. op. dt. p. 92.
tcr-Amcricon Affairs de Nelson Rockcfel-
126. J. A. PAGE. op. dt. p. 156.
ler duranle a Segunda Guerra Mundial.
127. Para um relato do período, do cená­
Destacou-se em sua tarefa de solucionar
rio e dos atores, vide (a) T. BRUNEAU.
problemas e ern agente na Itália, no iní­
op. dl. p. 85-94. (b) E. de KADT. op. dl.
cio da década de qusrenta. na Argentino,
p. 107-121. (c) M. BANDEIRA. O gover­
durante o governo de Juan Domingo
no... op. dl. cap. 4. 5. (d) C. HEW1TT.
Perón c no Uruguai no inicio da dé­
op. dl. p. 374-398.
cada de cinqücnta. “O Departamento
de Estudo interessou-se dirctamcntc pelo 128. C. HEWITT. op. dt. p. 395.

345
129 A mpeiio da força e das fraquezas ral Moziul achava que a pior situação era
do trabalhismo organizado nesse período, a do Estado de Slo Paulo, por ser um Es­
vide (a) Jcver TELLES. O moiunenJO sin­ tado devens olvido cm um país subdesen-
dical no Brasil. R»o de laneno. Vitória. toh ido. "Isso da a São Paulo uma eufo­
1962 (b) Jorge MIGLIOLI Como são fa­ ria cxtTcmamentc perigosa". IPES CD c
lai aj greves no Brasil. Rio de laneiro. Ci­ CE. São Paulo. 27 de novembro de 1962.
vilização Brasileira. 1963 (c> Kenneth Paul
137 Cartas (a) de Flávio Galvão a Enno
ERICKSON. The Bruzihan corporative
Hobbing São Paulo. 4 de fevereiro de
steie and uorkmg class politics Berk.de>.
1963 (b) De F. Gahão para Gabriel Ka
Umv. of Califórnia Previ. 1977. Cap. 6.
plan. São Paulo. 4 de fevereiro de 1963.
(dl Lcóncio Martins RODRIGUES. Con­
<c> Telegrama de loâo Baptista Leopoldo
flito industrial e sindicalismo no Brasil
Figueiredo a Enno Hobbing. 5 dc feverei­
São Paulo. DIFEL. 1966 (c) Leónõo Mar-
ro de 1963 A correspondência do IPES
uns RODRIGUES. Trabalhadores. sindi­
para Gabriel Kaphn era enviada aos cui­
catos e industrialização São Paulo. Brasi-
dados do Sr. John Dicfcndcrfcr. no Con­
liensc. 1974.
sulado dos Estados Unidos em Recife.
IW Em 1961. somente em São Paulo, o John Dicfcnderfcr havia sido Diretor dc
número de greves praticamente igualou o Planejamento e Programas na missão da
número total de greses em lodo o Brasil USAID no Rio de Janeiro c era. em 1963.
der anos antes. O. IANNI Cnsts op. chefe da missão da USAID em Recife. A
cit p 94-6. respeito das atividades dc Diefenderfer.
131. O IANNI. op cU p 97-9 vide J. A. PAGE. op. cit. p 124-44.

132. Para um relato das greses gerais e I3B. A respeito da açao do 1BAD no
uma avaliação dc seu impacto, vsde K P. Nordeste, vide (a) J. A. PAGE. op. cit.
ERICKSON. op cu p. 107*31. p 153. (b) Eloy DUTRA. IBAD,
sigla da corrupção. Rio de Janeiro. Civili­
f 35. Os limites iniciais do consenso em­
zação Briiilcm. 1963. (c) Adirwn de
presarial em tomo do IPES. para a ação
BARROS. Ascensão e queda de Miguel
cm meio à classe trabalhadora, bem como
Arrats Rio de Janeiro. Editora Equador.
ern outros sciores. foram expressados por
1965. (d) IPES CD e CE. São Paulo. 15 de
José Luiz Moreira de Souza quando este
janeiro dc 1963. (c) Carta de Enno Hob­
afirmou que a ação política deveria con­
bing a João Baptista Leopoldo Figueiredo.
quistar a opinião pública, e não substituir
o Estado IPES CD. Rio, 12 de fevereiro 139. IPES CD. 27 de novembro de 1962.
de 1962.
140. Depois do golpe de 1964. esse lipo dc
134. N BAILEY Orgamxatíon and ope- operação foi assumido pela Açâo Comuni­
ralion of neoliberahsm in Laun América. tária. uma organização apoiada por empre­
In: Latiu América: politics. economia and sários e chefiada pelo General Juracy Ma­
hemhpheric secuntj Ncw York. Praeger. galhães Seu Conselho Diretor c Comitê
1965 p 202- Executivo eram formados, na maior parte,
135. N BAILEY. rd p 203 207* por homens dc negócios que haviam sido
associados ao IPES. Entre eles, vale a pena
136 Hivto Galvão concordou, achando mencionar Fernando Mbíclli dc Carvalho.
essencial modificar a ‘ imagem" das clas­ Gilbcrt Huber |r, Jorge dc Mello Flores,
ses empresariais Segundo o líder do IPES. José Thomas Nabuco. Lars Jancr. Rober­
J. B Leopoldo Figueiredo, nessa última ati­ to de Oliveira Campos. Victor Bouças. Ed­
vidade de formação de imagem c legiti­ mundo P Barbosa da Silva. Aldo B. Fran­
mação das classes empresariais frente à co e João da Silva Monteiro. A maiona
sociedade no processo de construção na­ dos primeiros contribuintes do complexo
cional. a Associação dos Dirigentes Cris­ IPES/IBAD encontrava-se na extensa lista
tãos de Empresas — ADCE haveria de ser de empresas que apoiavam chi operação.
útil. O General Moriul acrescentou que Vide Jornal do Brasil, 2S de janeiro de
considerava ~O status quo insustentável". 1976. "Ex ministro se vê na Ação Comu­
Tendo viajado por todo o Brasil, o Gene­ nitária como esmoler*'.

346
141. Quando uma comissão de represen­ 146. Cario da Federação dos Círculos
tantes do Sindicato dos Trabalhadores na Operários Fluminenses ao IPES de Nite­
Indústria de Açúcar de Oriente veio no rói. 26 de fevereiro de 1964.
IPES a fim de conseguir a entrega ime­ 147. Até 1963, o apoio dado pelo IPES
diata de um furgão que eles queriam
atingia 2.000000 de cruzeiros mensais. De­
transformar cm ambulância parn ser usa­ pois a CNCO recebia quantias ainda
da na zonn rural. Leopoldo Figueiredo au-
maiores, (a) IPES CE/001. 2 de abril de
torlzouos n procurar o chcíe de relações 1962. (b) Carta de José Rubem Fonseca
públicas da Volkiwagen. cm seu nome. ao Padre Velloso. (c) O Estado de S.
IPES CD e CE. 4 de dezembro de 1962, Paulo, 18 de julho de 1962.
Flávio Galvão.
148. (a) IPES CE. Rio. 8 de janeiro de
142. O sistema que Polland recomendava 1963. José Rubem Fonseca, (b) IPES CE
para a construção de cbsss populares foi Rio de Janeiro. 15 de janeiro de 1963. Em
aquele desenvolvido pela organização Ro- janeiro de 1963. Cindido Guinle de Paula
ckcícllcr c o contacto no governo para Machado, encarregado de um grupo de
esse proieto cru. adequadamente, o políti­ ação para assuntos sindicais, autorizou o
co do PDC Franco Montoro. então Minis­ pagamento mensal de 2 000000 de cruzei­
tro do Trabalho. No início de 1962 Mon­ ros. Essa contribuição foi aumentada para
toro havia anunciado, em um almoço ofe­ 2500.000 cruzeiros no mesmo mês.
recido pela Companhia Antártica Paulista,
um dos importantes contribuintes do IPES. 149. Ação Democrática, Rio de Janeiro,
o Programa da Casa Própria Isso ocorreu set. 1962, p. 10.
na 1/ Convenção Nacional dos Delegados 150. Ação Democrática, td.
Regionais do Trabalho. Além disso, ao re­
151. Au do IPES. 27 de fevereiro de
tomar de uma viagem aos Estados Unidos,
1962.
pouco tempo depois. F. Montoro anuncia­
ria a construção de 1.000 000 de casas 152. Ata do IPES. 27 de nurço de 1962.
através da Aliança para o Progresso. O Cândido Guinle de Paula Machado. O pro­
IPES havia aberto o campo para a dis­ jeto do Padre Velloso tinha um orçamento
cussão de diretrizes e estava colhendo os mensal de 3.000 000 de cruzeiros, uos quais
resultados positivos do impacto público tinham de ser adicionadas as atividades no
desse sonho popular. Na campanha dai Rio de Janeiro, cm São Paulo, Pernambu­
casas populares, n unidade de Opinião co e outras duas chefias regionais susten­
tadas por seus próprios fundos “regionais".
Pública, chefiada por Nei Peixoto do Va!
O IPES dc São Paulo contribuía através
le, preparou material escrito, organizou en­
da Confederação Paulista. O Padre Vello-
trevistas para Polland e seus colaborado-
só recebeu do IPES um total de 47395.000
rei, na televisão e na imprensa escrito,
cruzeiros, a maior parte no período de
mostrando que o IPES estava cuidando
1962-1963. parn a Confederação de Traba­
de forma concreta c imediata de assuntos
lhadores Cristãos. Carta do IPES ao Padre
prementes, no contrário das promessas va­
Velloso. Sec. 65/0280, Rio de Janeiro, 18
zias pura n açfio a longo prazo vindas de
de maio de 1965.
outras fontes, IPES CD, 12 de fevereiro
de 1962. > 153. P. SCHMITTER. op. cit. p. 192. So-
bre o Movimento Renovador Sindical, vi­
143. IPES CE^Rio, 27 de março de 1962. de Carlos Renato Costa Neto. Revisto Bra-
144. P. SCHMITTER. op. cit. p. 190-93. sitiense, São Paulo, (3): 59-87, nov./dez.

145. A Cooperai iva Agrícola de Cotia, no 1960.


sul de Soo PaUlo, região de grande concen­ 154. José Bonifácio Coutinhu Nogueira,
tração de imigrontes japoneses, era a base membro do simpósio sobre a Reforma
política c económica de Fábio Yassuda. Agrária, organizado pelo IBAD em 1961,
seu diretor, no Início da década de ses­ foi Secretário da Agricultura e candidato
senta, tendo-se tornado Ministro da Indús­ ao governo de São Paulo cm 1961, ptíden-
tria c do Comércio cm 1967. do para Adhemir de Barros. Era ligado
comerciolmente ao Banco Comercial dc lòO. IPES. Rcluldrio de Atividades, 1963
São Paulo SA.. entre outros. Ibl. (a) P SCHMITTER. op. cit. p 437.
155. IPES CE. 2 de outubro de 1962. <b> |. W. F DULLFS. op. cil. p. 206.
156. Uma vez tendo o IPES se estabeleci* 162. M. S. D A República sindicalista do
do como uma fonte dc apoio material, ad­ Brasil. São Paulo. 1963. Arquivos do IPES.
ministrativo e técnico, passou a ser pro­ N.P.
curado por diversos ativistas do clero c 163. (a) Eloy DUTRA, op. cit p. 13. (b)
grupos religiosos O Padre Bcllo veio pe­ R ROIAS op cit. p. 74. (c) Plínio dc
dir assistência e foi encaminhado a Antô­ Abreu RAMOS. Como agem os grupos de
nio Carlos Meneies. As atividades do Pa­ pressão. Rio dc Janeiro. Civilização Brasi­
dre Bcllo receberam intenso apoio finan­ leira. 1963. p. 63.
ceiro do IPES. uma tarefa deixada sob a
164. Declaração final do 7? Congresso
responsabilidade da divisão de São Paulo.
Nacional dc Operários, sob os auspícios
IPES CE. 17 de maio de 1962. A 31 de
da CNCO. O Estado de S. Paulo. 22 de
julho de 1962. Glycoo de Paiva informou
julho de 1962.
ao CE a respeito de 500 000 cruzeiros
aprovados para o Padre Bello. Outro mem­ 165. Lenny SIEGEL. “AFL-C1O”. In:
bro do clero, apoiado e patrocinado pelo WEISSMAN. Sicve ed. The Trofan horse.
IPES. era o Cônego Vanderhallen. do Co­ Califórnia, Ramparts Press Readcr, 1975.
légio São Norberto de Jaú. também ligado p. 119.
à rede do IPES O Cónego Vanderhallen “Além disso, a ORIT. na realidade, for­
fez um resumo comentado da Voter et ma apenas um elo em uma vasta cadeia
Magistra. revisado por Paulo Edmur de de agencias e organizações que compõem
Souza Queiroz e rr..meografado no IPES. a rede imperialista que lenta controlar c
O resumo, que parecia muito eficiente co­ manipular u trabalhismo latino-americano.
mo propaganda, fot disseminado entre as Seus métodos variam e, às vezes, parecem
camadas mais simples da população. O trabalhar para finalidades contrárias, mas
IPES também deu ajuda financeira ao Pa­ o objetivo central continua sendo o abafa­
dre Aqufno (SI), diretor do projeto do Pa­ mento de movimentos da classe trabalha­
dre Sabóia. IPES CE c Ch Gr.. São Pau­ dora militante dc esquerda, e a promoção
lo. 8 de janeiro de 1963. Flávio Galvão e do sindicalismo no estilo norte-americano
José Ely Coutínho. O IPES também finan­ ou. no mínimo, de formas cristãs amenas
ciava o Padre José Coelho de Souza Net- ou sociaf-democráticas dele. A rede é vasta
lo (SI). presidente do Aloisianum. sob a e engloba órgãos nacionais e internacio­
Forma de “bolsas de estudo**, de 300000 nais. Uma lista parcial deles incluí a Ali­
cruzeiros por ano IPES CE. 30 de maio ança para o Progresso c a USAI D, a Or­
de 1963. ganização dos Estados Americanos (OEA)
e o Banco Inieramcricano de Desenvolvi­
157. Em maio de 1962. o IPES estava
mento (BID). Inlcmational Tradc Sccreta-
contribuindo com 2 000.000 dc cruzeiros
riots (JTS). a AFL-CÍO. os seções traba­
mensais para “atividades trabalhistas" ge­
lhistas de todas as embaixadas americanas
rais.
no hemisfério, fundações parliculores co­
158. O IPES canalizou 1.500 000 cruzei­ mo a Intemotional Devclopmcni Founda-
ros para o SEI. IPES CD São Paulo. 22 tion (1DF). o Council on Latin América.
de maio dc 1962, João Bapiisia Leopoldo Inc. c finalmcntc a CIA". Hobnrl A.
Figueiredo. SPALDING Jr. U S. and Latin American
labor: the dvnomics of imperialist control.
159. No mínimo 500 000 cruzeiros men­
In: NASH I cd., ídeology and social
sais para cada ilividade. A informação foi
change in Latin América Ncw Yoric, Gor-
fornecida por Wladimir Lodygensky c
don and Drcoch, 1977,
Wladimir Pereira, (a) IPES CÊ. 2 de ju­
lho dc 1962. (b) IPES CD. 27 dc março 166. A AFL-CIO gasto 23% dc seu orça­
dc 1962. (c) JPES CD. 28 dc agosto dc mento anual com assuntos intcrnocionais c
1962. (d) IPES CD. 16 de outubro dc é o maior contribuinte du ORIT. onde in­
1962. icia até 2 milhões dc dólares anualmente

348
em um fundo para projetos especiais, pa­ 177. As metas essenciais da ALPRO eram
ra complementar o milhão que entra em fortalecer o setor capitalista na América
suas contas dc atividades internacionais. Latina. Procurava controlar o grau de con­
SPALD1NG. op. dt. p. 65. flito de classe com reformas sociais limi­
tadas, enquanto as forças militar e poli­
167. P. AGEE. op. cit. p. 611.
cial eram preparadas para a possibilidade
168. P. AGEE. op. dl. p. 237.
de insurreição popular. Vide Gregório
169. P. SCHM1TTER. op. dt. p. 189, 437. SELSER. Alionza para el Progreso: ta mal
170. Ação Democrática, Rio dc Janeiro, nacida Buenos Aires, Ediciones Iguazú,
out. 1962. p. 9. 1964. Cap. 2, 3.

171. O líder do IPES G. Borghoff apre­ 178. O COM AP era também a arena pa­
sentou. cm uma reunião especial da Co­ ra disputas entre as redes de interesse Gra-
missão Diretora, uma unidade dc oçuo do cc e Rockefeller, que pareciam girar em
Rearmamento Moral composta dc sete torno da questão de quem linha a hegemo­
membros. Eles forneceram ao IPES livros, nia para estabelecer diretrizes econômicas
revistas c outros materiais impressos. Um para a América Latina. A posição proemi­
ex-oficinl inglês deu explicações cm sua nente dos Rockefeller Jogo se manifestou,
língua e apresentou Dario Morais, um fer­ enquanto o COMAP caiu em obscuridade
roviário da Mogíann e ex-ativista comu­ com o morte dc Kenncdy. David Rockefel-
nista na área de Campinas, Estado de São lcr intensificou sua ofensiva e em 1961 foi
Paulo, que, na ocasião, atuava no Rear­ formado o Business Group for Latin Amé­
mamento Moral como vicc-presídente dc rica — BGLA, sob a sua presidência- As­
seu sindicato. A experiência pessoal dc sim. o BGLA substituiu o COMAP e Ro-
Dario Morais c os fatos e experiências do ckefeller substituiu Grace. Como foi visto
ativismo político de direita na área dc no Capítulo II, logo em seguida o BGLA
Campinas foram discutidos. Um membro ampliou se como o Council o( América —
norte-americano da equipe do Rearmamen­ COA, e. posteriormente. o Council for La­
to Moral explicou as questões referentes à tin América — CLA, que também incorpo­
propogandn, Inclusive material impresso e rava membros do CED e do LAJC. Tanto
filmes, que foram entregues ao distribui­ o COA quanto o CLA eram liderados por
dor Luiz Scvcriano Ribeiro. Um certo Ge­ David Rockefeller. Em meados da década
neral H.G. também participou da dis­ de sessenta, o Council representava mais
cussão. Seguiu um período de perguntas e de 225 corporações, aproximadamente
respostas sobre assuntos políticos. IPES 85% de todas as corporações com negócios
CD. 28 de agosto dc 1962 na América Latina, e mais de 85% de to­
dos os investimentos americanas na re­
172. C. S. HALL. op. dt. p. 141.
gião. (a) NACLA Rcport, 1976. op. dt. p.
173. (a) |. Knippers BLACK. op. dt. p. 11-12. (b) Yanqui Ddlar: The contribu-
256. (b) More cio BERABA & Ricardo lion o/ U. S. privatt investmtnt to under-
LESSA. Infiltração imperialista no sindica­ dcvelopmtnt in Latin América. Bcrkdey,
lismo. Em Tempo, Belo Horizonte, 18 a 24 NACLA. >971. p. 39.
dc setembro de 1978. p. 6-7. (c) S. ROMU-
179. Quando o BOLA foi finalmente su­
ALDI. op. dt. p. 415.
cedido pelo COA e, posteriormente, pelo
174. Robcrt F. HOXIE. Trade unionism CLA, J. P. Grace manteve uma posição im­
in lhe Uniled Slates. New York. Russcll portante dentro do Council, que continuou
and Russcll. 1966. p. 45. a fornecer os representantes comerciais pa­
175. Para a percepção econômica e polí­ ra o Conselho Curador do AIFLD. Survcy
tica do surpreendente império Grace. vide ol the Alliance lor Progress. op. dt. p.
NACLA (North Amcrican Congrcss on 582.
Latln América) W. R. Corporation — La­ 180. Executivos da Gulf Oil Intematlo
tia Amcrican and Empirc Rcport. March
nal, Johnson & fohnson Intcmitional.
1976. V. 10. ti. 3.
Owens lllinois. bem como membros do
176. P. AGEE. op. dt. p. 610. Institutc of Inlemotional Education e do

349
Fund for Jntcmational Social and Econo- 189 S ROMUALDI. op. cit. p. 148. J.
mic Educalion (os dou favorecidos pela Pctcr Cracc. no pape) de presidente da
CIA) têm ou tiveram altos cargos no diretoria do AIFLD. teria pouco a dizer
AIFLD. Vide (a) Ronald RODOSH. Am« contra esses princípios. "O AIFLD”, acen­
ricon labor and United Staia foreign po tuou. "estimulava a cooperação entre traba­
//cy New York. Random House. 1969. p. lhadores c direção e o fim da luta de elas
480 (b) Pecer CIBBON. Braxil and CIA. se". NACLA, op. cit. 1976 p. 13. J. Pctcr
Counierspy, a. I„ J(4):13. april/may 1979. Cracc enfatizou que o AIFLD deveria
(c) SPALDING. op cit. p 67. "trabalhar cm direção a uma meta comum
181. Swvey o/ fbe Alhance for Progress. na América Latina, isto é, apoiar a forma
op. cil. p. 581. De faio, a Al D foi criada democrática de governo, o sistema capita­
quase paraJelamentc ao AIFLD, a 3 de no­ lista e o bem-estar geral do indivíduo'*.
vembro de 1961. A USAI D havia sido cria­ Continuou dizendo que o AIFLD "é um
da pelo Fortign Assistance Act (Ato de As­ exemplo proeminente do consenso nacio­
sistência Externa) de 1961 e aprovada pe nal trabalhando de ferma efetiva para o
lo Congresso Amencano em setembro de interesse dos Estados Unidos c para os me­
1961. lhores interesses do povo da América La­
tina". H. SPALDING. op. cil. p. 67. ci­
182. P. ACEE. op. cit p. 600. Entre 1961
tando a Survcy of ihe AUiance for Pro-
e 1963. uma íonie afirma que o AIFLD greis. Labor polities and programs. 90 th
recebeu aproximadamente um mdhào de Congrcss, 2 nd Session, US Senate. july 15.
dólares de canais di CIA. SPALDING. 1968 (Committee on Foreign Relationi,
op. cit. p. 67, citando cifras de )im NEL Sub-Commhtec on American Republics).
LEN. Lcaders for labor made in América.
In: North Amencon Congros on Latin 190. H. SPALDING. op. cit. p. 70-71.
América — New Chile. Berkeley, NACLA. 191. P. CIBBON. op. cit. p. 66-8.
1972. p 55.
192. V. J. Freilas MARCONDES. Radio­
18* (a) P. AGEE. op cit. p. 244 (b) P.
grafia da liderança sindical paulista. São
CIBBON. op. cit. p. 13.
Paulo. Instituto Cultural do Trabalho.
184. (a) Survey of lhe AlIlance for Pro- 1964.
greu op. cit. p. 588. (b) Lenny SI EGEU
193. H. SPALDING. op cit. p. 70-1.
op cil. p. 122-25 sobre a interrtlaçáo en­
tre o AlFLDA, a A1D c da ALPRO. 194. Survey of lhe AUiance for Progreu...
op. cit. p. 586. Ao todo, aproximadamente
185. Um relato parcial da AIFLD é en­
24.000 membros de sindicatos receberam
contrado In: ROMUALDI op cit. Cap. treinamento relacionado com o AIFLD.
24. In: H SPALDING. op. cif. p. 71. citando
186. (a) P AGEE op aí p 245 (b) P. AIFLD Report. March 1972. V. 10. n. 5.
CIBBON. op. cit. p. 14. P 5.

187. Eugene H. METHVIN Labors nr* 195. Até 1966. o AIFLD havia treinado
WeapCH for democracy Reader‘i Digetí, mars de 49 000 pessoas diretamente envol­
EUA. Ociober, 1966. USA. p. 214. vidas na vida cultural e política das clas­
ses trabalhadoras, através de seus progra­
188. NACLA. 1976. op. cit. p. 12. "Era
mas de campo e, até 1973. 30.000 ativistas
termos diretos, as funções principais do sindicais foram treinados no Brasil. ERI-
AIFLD consistem em combater influências CKSON. op. cit. p. 169. Os membros bra­
não-capitalistas nas fileiras do trabaJhismo sileiros do Ouadro da Diretoria do AIFLD
latinoamericano .. e fortalecer a influên­ eram fosé Barbosa de Almeida, do ICT
cia do trabalhísmo norte amencano e a (patrocinado pelo IPÊS). tendo sido seu
imagem empresarial, a fim de desenvolver presidente desde 1963, bem como presi­
sindicatos pró-capitalistas reformistas, ao dente do Instituto dos Advogados de São
mesmo tempo mantendo ■ América Latina Paulo — e Héldo Maghezani. também di-
como campo de investimento0. SP AL r^ior do ICT. J. Knippen BLACK. op.
DING. op. cit. p. 66. cit. p. 122.

350
196. V. ). Freitas MARCONDES. Thc re- cisco Lida., 1965. p. 10-13, 47, 57, 76-7 e
volulion of Inbour Icgislnlion in flrnz.il. In: 121.
SAUNDERS, fohn, cd. Modern Braill:
202. E METHV1N. op. cit. p. 28.
neiv pu/fcriis and dcvclopmcHl. E.U.A.,
203. W. C. DOHERTY. Citado In: L.
Univ. of Florida Prcss, 1971. p. 152.
SIEGEL. op. cit. p. 131*32. A respeito de
197. Opcrnvn também 11 centros sindi­ outras atividades do AIFLD depois de
cais cm copituis hilino americnnas, "servin­ 1964. Vide Emest GARVEY Meddling in
do" 19 países. Drazil: thc CIA bunglcs on. In: Corwrnon-
196. R. RODOSH. op. cit. p. 421. mcüL s. 1. February 9, 1968. p. 553-54.

199. Lcnny SIEGEL. op. cit. p. 131. Fi­ 204. Para um relato da tendência esquer­
guras do A1FLD cstnvam bem n par da dista das classes trabalhadoras e da mili­
conspiração contra João Goulart, pelo tância crescente dos sindicatos, bem como
das rivalidades e conflitos dentro do bloco
menos por volta do final de 1963. Naque­
la época. Scrnfino Romualdi, acompanha­ nacional-reformista, vide K. ERICKSON.
op. cit, Cnp. 7
do por Bcrent Frick. uma "raposa velha"
cm questões referentes no Brasil, o qual 205. A respeito de técnicas de pressão, vi­
visitou o governador Adhcmar dc Barros. de N. BAILEY. op. cit. p. 220. Entre as
O próprio Romualdi. além de suas outras formos dc sc estabelecer a influência da
(unções, fora ligado n Nelson Rockcíeller. elite orgânica no processo político, encon­
trabalhando no Intcr Amcricnn Affairs Of- travam-se as pressões exercidas sobre os
fice (Escritório de Assuntos Inter-Ameri- partidos políticos através dos membros de
canos) durante n guerrn. Adhcmar dc Bor- sua liderança regional e nacional que, em
ros falou-lhes dc planos que estavam "cm muitos casos, eram filiados a ativistas do
andamento para mobilizar contingentes complexo IPES/IBAD. O IPES também
militares e policiais contra qualquer tenta­ organizou um encontro dc parlamentares,
tiva de João Goulart dc estabelecer um cm março de 1962 no Hotel Quitandinha,
controle ditatorial através da força". Frio cm Petrópolis. que serviu para coordenar
lc e Romualdi resolveram informar o em­ os esforços do bloco rtodemizance<onser-
baixador americano Lincoln Gordon a res­ vador Estavam encarregados de organizar
peito do que disse Adhcmar dc Barros. • reunião oa ativistas do IPES Ângelo Mo­
rais Cerne c Mader Gonçalves.
Romunldi também escreveu algumas notas
para o Adido para Assuntos Trabalhistas, 206. O complexo IPES/IBAD também
John Fishbum. Outros contactos regula­ utilizou te de influencia pessoal em rela­
res mantidos por Romualdi nesse período ções com agencias do governo e com anéis
foram com o governador Carlos Lacerda c burocrático-empresanais que eram, em
muitos casos, fortalezas políticas de ativis­
com os pclegos Ary Campista c Deoclc-
tas da elite orgânica, conforme foi meneio-
ciano de Hollanda Cavalcanti, há muito
nado no Capítulo lll. O IPES tentou con­
tempo na chefia da Confederação dos Tra­
seguir cargos importantes cm órgãos go­
balhadores na Indústria e membro do Exe-
vernamentais. ministérios e comissões par­
cutive Boa rd of the Intcmational Confe­
lamentares. lutando por cargos dentro da
derai ion of Free Tradc Unions—ICFTU estrutura governamental. Jorge Oscar dc
(Confederação Internacional de Sindicatos Mello Flores relatou seu contato com o
Livres). S. ROMUALDI. op. cit. p. 226, Itamaraty a respeito de política externa,
270-288. tendo sido convidado por Renato Archer.
200. S. ROMUALDI. op. cit. p. 289. Dc acordo com Mello Flores, o IPES se­
201. Outro pclego apoiado pelos Estados ria trazido para o cenário de elaboração
Unidos era Hélio Araújo, líder sindical em de diretrizes como observador c represen­
Recife. A respeito das atividades dc Rômu- tante do Grupo de Planejamento. Ata do
lo Teixeira Marinho e de outros, vide Wfl- IPES, 27 de março de 1962.
son fu ve nato REIS. Notas dc um dirigen­ 207. Brasil: election... op. cit. p. 37.
te sindical: conquistas dos trabalhadores 208. (a) M. CEHELSKY. op. cit. p. 130.
teiegrd/icos. Rio de Janeiro, Ed. São Fran­ (b) IPES CE, 12 de março de 1963.

351
209 (a) IPES CE. 12 de março de 1963. sociados incógnitos do complexo IPES/
(b) IPES CE. Rio. 2 de fevereiro de 1962. IBAD, tendo participado na preparação do
(c) Ata do IPES Rio. 20 de fevereiro de anteprojeto. A outro sugestão foi encomi*
1962. (d) Ata do IPES. 17 de maio de nhar o anteprojeto à Câmara dos Depu­
1962.(c) IPES CD, Rio. II de dezembro tados através da Asscssorio Parlamentar
dc 1962. do complexo IPES/IBAD. Uma semana
mais tarde, a 23 dc agosto, cm uma reu­
210. E interessante considerar um exem­
nião do Comitê Executivo, Paulo de Assis
plo de como funcionada a organização da
Ribeiro levantou novamente a questão, re-
rede IPES/IBAD/ADEP Em meado» de
ferindo-sc a um anteprojeto que seria en­
março dc 1963. Gljcon de Paiva. |. Ru*
caminhado ao Conselho Monetário Nacio­
bem Fonseca. o General Golbery e |. Gar­
nal para ser transformado em Decreto-lei.
rido Torre» reuntram-te com I Hasslocher
apresentado por Wanderbih de Barros. do
para discutir a estratégia de apresentação
CNRA. Vide também IPES CE. 9 dc mato
do projeto da Reforma Agrâna que o com*
plexo IPES/IBAD havia preparado- Dcci-
dc 1963. a respeito da discussão sobre os
anteprojetos das Reformas Agrária c Ban­
diu-sc que o projeto sena apresentado com
cária e sobre a recomendação dc Glycon
o nome de um deputado da ADP. levando
de Paiva para se estudar o anteprojeto dc
em consideração Armando Falcão do PSD.
Milton Campos a fim de se introduzir
J. Mendes da UDN c Raimundo Padilha
emendas através de parlamentares amigos.
da UDN. O General Golbery apoiou a
Entre os envolvidos nessas manobras, en­
idéia da apresentação simultânea do pro­
contravam-se: o Senador Mcm dc Sá. líder
jeto na Câmara e no Senado por um Gru­
do PL e figura muito influente, o Dcpu
po de senadores c deputados, de preferên­
tado Armando Falcão, o Deputado Herbcrt
cia de diversos partidos, para camuflar a
fonte do projeto c generalizar sua mensa Levy. presidente da UDN. o Deputado Da­
niel Faraco e o Deputado Aniz Badra (que
gcm. uma tática que foi finalmcnte segui­
da. Enquanto prosseguiam essas opera- apresentou um anteprojeto sobre a Refor­
çõ«, o pessoal dos Grupos de Estuda pre­ ma Agrária, a II dc agosto de 1963).
parou uma crítica à> propostas do governo Através do Deputado lessé Pinto Frei­
e foi lançado, através da mídia audiovi­ re. líder da Confederação Nacional do Co­
sual. um ataque contra o Executivo e o mércio. a elite orgânica apresentou um an­
bloco nacional-reformista era suas propos­ teprojeto para a venda aos interesses pri­
tas de reforma agrária IPES CE. 12 de vados da» açor» do goverro em empresa»
março de 1963. estatais, até mesmo da Petrobrás. A Con­
federação Nacional do Comércio foi mo­
211 IPES CD. Rio. 22 de maio de 1962.
bilizada para apoiar essas propostas, pe­
Gljcon de Paiva Vide também cap V so­
dindo também que as mesmas medidas
bre o CAP.
fossem aplicadas à Companhia Vale do Rio
212. A questão de se encaminhar proje­ Doce — CVRD. ao Banco do Brasil e à
tos de lei. emendas c discussões gerais ao Companhia Siderúrgica Nacional — CSN.
Congresso era delicada c variava em for­ Vide R. ROfAS. op. cil. p 76-7.
ma. de acordo com as circunstâncias e te­
213. IPES CE. Rio. 10 dc dezembro de
mi», sendo apresentados ao público de vi­
1962.
rias maneiras. Em uma reunião do Comi
té Executivo do IPES do Rio. a 16 de 214. (a) Osny Duarte PEREIRA. Quem
agosto de 1962. Ganido Torres, chefe do /az oi fris no Brasil? Rio dc fanetro, Ci­
Grupo de Estudo e Doutrina, discutiu a vilização Brasileira, 1963. p, 102. 118 (b)
opção aberto do IPES para o "apresenta­ Ação Democrática, números dc julho n de­
ção" do anteprojeto de lei da Reforma zembro dc 1962. (c) Nelson Wcrncck SO-
Agrário. Gnrridu Torres falou do idéio de DRC. A hiilória da imprensa no Brasil.
Introduzir o onieprojcto do complexo Rto de Innciro, Civilizoçflo Brasileira,
IPES/IBAD por melo do Conselho Nacio­ 1966, p. 494-95. (d) Plínio dc Abreu RA­
nal da Reformo Agrária — CNRA. com a MOS. op. cil. p. 76.
ajuda dos conselheiros Edgard Teixeira 215. Adolfo Gentil era Irmão do genro de
Leito e Wanderbih de Barros. ambos as­ Ellsworth Bunker. Telegrama para o Dc-

352
parlamento dc Estado, do Embaixador dos pelo IPES. para que pudessem ser
Lincoln Gordon. Control n. 9447, 2 dc apresentados a Câmara dos Deputados en­
agosto dc 1962. Arquivos JFK. quanto as questões estivessem sendo dis­
216. Carta dc forgc Oscar dc Mello Flo­ cutidas.
res para Glycon dc Paiva. Rio, 15 dc abril 218 A 21 dc maio de 1962, Mello Flores
dc 1963. Escrita em papel de correspon­ conseguiu enviar ao Rio de Janeiro um
dência com o logotipo da SULACAP. Uma anteprojeto e proposta de diretriz política
cópia dessa carta, que retrata a atmosfera que Sérgio Magalhães, um dos membros
c o estilo político da época, cncontra-sc mais importantes do bloco nacional-refor­
no Apêndice Q mista. apresentaria cm breve, sobre a re­
217. Esses anteprojetos dc lei eram so­ forma urbana (espectficamentc sobre De­
bre a Reforma Agrária (que já estava pre­ sapropriação de Imóveis) Esse projeto ha­
via sido entregue à equipe do General
parada c nas mãos da ADAP). sobre a Re­
Golbery para que o GLC e o Grupo de
forma Bancária (que Mello Flores conside­
rava fácil de preparar basenndo-sc nos Estudo pudessem preparar uma contra-es-
projetos dn comissão indicada pelo Minis­ Iratégia eficiente, (a) Ata do IPES, 22 dc
tro Miguel Cnlmon c no Congresso para maio de 1962. (b) IPES CE, 15 dc maio
Reformas dc Base cm São Paulo), sobre a de 1962. A ação política do IPES também
Reforma Urbnn» (fundamentalmentc res­
era forte na “preparação dc eventos’’. Em
trito ao problema da cosa própria, já em uma reunião do CD, a 31 de Julho de
estágio avançado dc estudos pelo IBAD 1962, discutiu-se a “linha de ação em re­
com a colaboração do Deputado Álvaro lação à crise de 8 de agosto’’, definida por
Catão, da ADP). A. Catão, o parlamentar
Glycon de Paiva como o problema n.' 1.
udenista ligado ii ADEP, era também liga­ A 8 dc agosto, o General Nelson de Mello,
do a Irincu Bornhausen. um dos chefes po­ Ministro da Guerra, fez um discurso enér­
líticos do Estado de Santa Catarina, go­ gico na Câmara dos Deputados, fazendo
vernador e sócio comercia] do líder do pressões militares. Considerou-se que o dis­
JPES Antônio Gallotti. Bornhausen era curso teve origem devido a “pressões e
equívocos, senão a pressões equívocas”.
também diretor da Elctro Aço Altona S.A.
In: Carlos Castello BRANCO. Introdução
(Administradora Rex S.A., Warnow S.A.-
à revolução de 1964 Rio de Janeiro. Ar-
Agricultura. Comércio e Indústria, Admi­
tenova. 1975. v. 1. p. 33-4. Para dar mais
nistradora Blumenau). A. Catão e Bor­
ênfase à sua campanha para orientação da
nhausen eram sócios na Cia. Brasileira
opinião pública, a liderança do IPES de­
Carbonífera Arananguá. A. Catão foi tam­
cidiu publicar em O Dia, A Notícia e Lu­
bém responsável pela apresentação do an­
ta Democrática um manifesto para insu­
teprojeto sobre a Reforma Urbana.
flar a opinião pública, pelo qual um certo
Outros anteprojetos eram para a Refor­
LFM pagana 200 C-X cruzeiros. O Globo
ma Administrativa c a Reforma Tributá­
publicou um manifesto semelhante. IPES
ria. que já estavam sendo estudadas na
CD. 31 de julho de 1962, José Rubem Fon­
Fundação Gctúlio Vargas (que havia se
seca.
transformado, como foi visto no Capítulo
219. O lançamento da candidatura de
III, na fortaleza ideológica c política de
Santiago Dantas para o cargo de Primeiro*
um gronde número de associados do com­
Ministro foi recebido pelo IBAD com for­
plexo IPES/IBAD). sobre a Reforma Elei­
tes ataques, como símbolo de demagogia
toral, que Mello Flores pensava poder ser
c como a essência tanto das relações de
preparada com base nas diretrizes estabe­
amizade do Brasil com Cuba e cocn a
lecidas pelo IPES e reafirmadas no Coo
União Soviética, consideradas como um
gresso para Reformas dc Base dc S&o Pau*
anátema pelo IBAD. quanto dc uma oli­
lo, sendo que alguns pontos teriam dc ser
garquia corrupta que havia governado o
revistos, como o voto dos analfabetos, que
país. Afúo Democrática, julho 1962. p. 6.
Mello Flores recomendara ser restringido a
eleições municipais. Mello Flores também 220. A lista dos 174 deputados que vota­
apressou a conclusão dc todos os outros ram contra a indicação de Santiago Dan­
anteprojetos que estavam sendo prepara­ tas encontra-se no Ação Democrática, ju-

353
lho 1962. p 6*7. A candidatura de Sérgio a nfvd estadual, no Rio de Janeiro. Per­
Magalhaes. o líder nacional-reformista. à nambuco e Rio Grande do Sul. Acrcsccn
vkc pcn»déncta da Câmara doa Deputados, tou aue o tipo de ação desenvolvida na
também foi rejeitada quefas dciçôes estaduais teve de ser mo­
dificado e adaptado para as dciçôes se­
221. Para at classes dominantes, a poifti-
guintes. a nível nacional. IPES CE. 27 de
ca eleitoral havia se tornado urna questão
março de 1962.
de auioprcscrvação da classe Métodos an­
tigos de apeio não coordenado a indiví­ 224. Castilho Cabral. O. Junqueira De­
duos foram considerados obsoletos e auto- poimento A Comissão Parlamentar de In­
destrutivos. Schmicter salientou que. pela quérito Sessão de 29 de agosto de 1963.
primeira vez. todas as associações mAximas O Estado de $. Pauto, 14 de novembro
(de empregadores), civis e sindicais, publi­ de 1963.
caram um manifesto conjunto, anunciando 225. No início de 1962. I. Hasslocher pro­
o patrocínio de uma "campanha de escla­ curou Castilho Cabral para dirigir um mo­
recimento*', em apoio aos candidatos que
vimento. para o qual l. Hasslocher assegu­
preservariam "nossa herança cristã e man­
raria um orçamento de I bilhão de cruzei­
teriam intactas as instituições que signifi
ros. Postenormentc, Fosler Dullcs c Ivan
cam a continuidade de nossa vida nacional
Hasslocher focam vêlo Política e Negó­
e a defesa de nossa soberania”. P. SCH­
cios. Sio Paulo, 26 de agosto de 1963. p.
MITTER op cif. p. 27S
21 Foster Dulles também queria que Cas­
222. De Qualquer forma, esta foi a açio tilho levasse para Jânio Quadros, que na
do complexo IPES/IBAD que recebeu época estava em Londres, um relatório so­
mais publicidade. Como o IPES lutou pa­ bre a Hanna. jA que ele temia medidas
ra esconder cuídadosamente o seu envolvi­ contra a corporação. Vide também (a) Ed-
mento. essa ação é considerada como uma mar MOR EL O Golpe começou em Wa­
realização isolada do IBAD. uma espécie shington. Rio de Janeiro. Civilizaçlo Bra­
de "6/fe noire" das eleições de 1962. ao sileira. 1965. p 52. (b) Castilho Cabral-
invés de uma ação de classe ampla e Depoimento A Comissão Parlamentar de
abrangente, cujo centro estava localizado Inauérito de 29 de agosto de 1963. O Es­
dentro do IPES As numerosas unidades, tado de S. Paido, 30 de agosto de 1963.
frentes e organizações para a ação envol­
226. José Arthur RIOS. Os grupos de
vidas na campanha eleitoral da direita,
pressão na Guanabara. In: CAVALCAN­
bem como os elementos comprometidos
TI. T. & DUBN1C. R. ed. Comportamento
com sua plataforma, agiam em público co­
eleitoral no Brasil Rio de Janeiro, FGV,
mo se fossem agentes políticos autônomos
1964. p. 149.
apesar de terem posicionamentos políticos
coincidentes Uma vez que o envolviroen- 227. (a) J. Knippers BLACK. op. cit. p.
lo c ■ interferência empresariais no pro­ 73. (b) João DORIA. IBAD. conspiração
cesso eleitora! se tomaram do conheci­ internacional contra a> reformas Política
mento público, oa esforços se dirigiram e Negócios, São Paulo. (4) Genival Rabe­
para encobrir o centro de ação da dite lo Ed.. 4 de novembro de 1963. Foi de­
orgânica. o IPES. bem como para ameni­
nunciado que o IBAD gastava, diariamen­
zar a impressão de que havia uma •Ção
te. pelo menos 600 000 000 de cruzeiros no
organizada dai dastes empresariais As
Rio de Janeiro para a propaganda do can­
instituições periféricas foram sacrificada»
didato através de jornais, rádio e televisão.
e. finalmente, o IBAD tomou-se o bode
A rede IBAD/ADEP tinha mais de 80
expiatório. Não se comprovaram ligações
programas de rádio semanais, patrocina­
entre as organizações estratégicas e titicas
dos pelo IBAD, via Promotion S.A. Os re­
da dite orgânica empresarial. Vide P. de
cursos vinham de "contas abertas" no
Abreu RAMOS, op. cit. p. 72.
RoyaJ Bank of Canada. Thc Bank of Bos­
223. O líder do IPES Rui Gomes de Al­ ton c no Naúonal City Bank. Vide Política
meida se referiu a três casos específicos e Negócios, São Paulo, 26 de agosto de
de ação do IPES ea deiçõea brasileiras. 1963. p. 20.

354
228. O ibadiano A. Lcopoldino em seu grupo encontraram patrocinadores em vá-
depoimento perante a Comissão Parla­ rios segmentos da sociedade brasileira.
mentar de Inquérito. O Estado de S. Pau­ Atraíram jornalistas e são de fato a inspi­
lo. II de novembro de 1965. Vide também ração principal para O Globo, o jornal
N. BAILEY. op. eit. p. 225. vespertino do Rio de Janeiro. Entre os po­
229. Em umi reunião da liderança do líticos. contam com a adesão de Carlos La­
1PES. Hélio Gomide apresentou o do­ cerda. governador da Guanabara, e da li.
cumento Da conveniência de um comando
derança dj União Dcmocraiica Nacional
— UDN. no R»o de Janeiro**. Vide Politi-
unificado para a luta de ação democrática.
cal s)»tems lludjrBrazil In: Mrmorandum
que visava coordenar esforços paralelos c
congruentes de outros agentes políticos.
to lhe White Ho use (Mr. Schlomgcr). De­
Gomide sugeriu que |. A. Leite Barbosa, partamento de Estado INR/RAR. |ohn N.
diretor do Bofcttm Cambud. ficasse cncar-
Plank. 28 de março. 1965. p 64-5. Versão
regado da parte material de seu plano Ele censurada.
escreveria pequenos artigos e conferências 233. P AGEE. op. eit. p. 234.
sobre democracia, liberdade, educação c 254. Thomas Mann. Secretário Assistente
vida doméstica, assuntos que poderiam dos Estados Unidos para Assuntos Intera-
contribuir para o voto correto dos cida­ merkanos. declarou que ”não demos di­
dãos 1PES CD Rio de Janeiro. 21 de agos­ nheiro algum para apoiar a balança de pa-
to de 1962.
gamemos ou como apoio orçamentário,
250. Brasil: short term action paper (pla­ coisas desse gênero, que beneficiam dire-
no de ação para o período desta data até tamente o governo central do Brasil**. Ao
7 de outubro — eleições brasileiras). Pa invés disso, a AID ajudava "Estados diri-
ra o veredicto do Latin América Policy gdos por bons governadores que julgamos
Committee. 12 de julho de 1962. Nos ar­ fortalecer a democracia**. Citado In: Car­
quivos JFK. NSF. los Dias ALEI AN D RO. Some aspecis of
251. (a) José Arthur RJOS. Os Grupos., thc Brarilian expcricnce with foreign >id.
op. cil. p. 144. (b) P. AGEE op cil p Dez 1969. p II Manuscrito não publica-
365. (c) Political synlhcsis 1962. In: Anu­ do. Citado por Peter BeJJ em Ricrdan
ário APEC. Rio de lanciro, APEC 1963. ROETT. Brasil in lhe sixtics. Nashville.
(d) P. SCHMITTER. op. cif. p. 279. Sobre Vnndcrbilt Univ. Prcss, 1972. p. 89. Al-
írcd Stepon enfatizou que “a diretriz ofi­
detalhes do papel da ALEF. vide Nelson
cial dos Estados Unidos — econômica, po­
dc Souza SAMPAIO. Annlysis of Bahia
lítica c militar — era enfraquecer o gover­
clcctions. In: CAVALCANTI dc DUBNIC.
no de Goulart, principalmente nos úl­
op. eit. p. 26-27, 39-40. (b) |osé Arthur
timos nove meses " “Em meados de
RÍOS Os Grupos dc pressão. In: CAVAL­
CANTI & DUBNIC. op. cit. p. 145-149, 1963. o governo americano, temeroso da
radicalização crescente do governo de |.
252. Os principais componentes dos gru­ Goulart, mudou dc uma posição de apoio
pos de exircma-dircila no clero “encontra­ moderado para oposição**, o que envolveu
vam-se rin mais alta hierarquia da Igreja. apoio a setores políticos agindo contra o
Alguns de seus membros mala proeminen­
Executivo brasileiro. "Essa política de au­
tes são os Arcebispos do Rio dc lanciro.
xílio às forças de oposição era conhecida
Diamantina, Bahia c Curitiba. Esses líde­
res demonstrum uma predisposição natu­ pelos funcionários do Departamento de
Estado como fortalecimento de 'ilhas de
ral para apoiar o irodiclonallsmo porque
são provenientes dc famílias antigas e con­ sanidade* no Brasil**. A. STEPAN. op. dí.
servadoras c lhes devem icu apoio finan­ p. 124-125.
ceiro". “A posição ideológica defendida 235. A mensagem do presidente Kennedy
por essa grupo é violcnlamcnie anticomu­ era: “Acho que deveríamos fazer alguma
nista". “Dentro do país, acusam serem dc coisa de natureza favorável para o Brasil
origem comunista quolqucr manifestação antes da eleição neste outono, que será vi­
contra Investimentos estrangeiros e qual­ tal. Talvez um projeto para alimentos,
quer reforma agrária**. “Membros desse água, ou qualquer outra coisa pudesse ser

355
1 I

proposto Converse com Ted Moscoao so­ da Reforma Bancária, preparada pelo
bre isto, c depois discuta o assunto comi­ !PES. exigiam dinheiro. Um deles chega­
go" P. PARKER op. ca p. 46. ra a enviar uma carta pedindo um em­
préstimo através da Sul América, a com­
236. Thomai Mann foi citado por O Es-
panhia dc seguros da qual Mello Flores
rodo de $. Paulo, a 19 de junho de 1964
era diretor. Mello Flores explicou ao CD
afirmando que mesmo antes de se estabe­
que pediam 6 milhões de cruzeiros os
lecer no cargo que então ocupas a. já havia
deputado» dc Estados menos importantes
uma política de fortalecimento da posição
e que um deputado dc São Paulo pedia
de certo» go*em»dorc» contra o governo
muito mais. Disse que precisava dc até
centra), através de ajuda econômica sele­
300 milhões dc cruzeiros para 30 depu­
tiva. Vide Octavio lanni Processo político
tados. Mello Flores também levantou um
e desenvolvimento econômico In WEF-
problema láticp. Achava que teria de se
FORT. SJNGER. 1ANNI &. COHN Po-
desligar do IPES. uma vez que sua posi­
litica c revolução .. op. cu p 61.
ção estava se tomando muito ostensiva.
237. Telegrama do Embaixador Lincoln Acrescentou que precisava de uma sala fo­
Gordon ao Departamento de Estado, n. ra do Congresso, que seria alugada pelo
751. 3 de outubro de 1962. Nos arquivos Centro de Seguros, dando-lhe um local dis­
JFK. NSF. creto para suas operações.
251 Sobre o PL 460. vide (a) As fontes 242 Mello Flores já havia explicado ao
de finanças, ncite capitulo (b) M. BAN­ CE do IPES do Rio, na primeira parle da
DEIRA Prncnça op cá. p 429. reunião, as "medidas a serem tomadas em
2)9 Memorando para a reunião do La- Brasília com a instalação da sede e a con­
lin Amcncan Policy Commitice. de 12 de tratação dc pessoal, bem como a contrata­
julho de 1962. Plano de Ação para o pe­ ção de serviços da agência dc publicidade
ríodo até 7 dc outubro de 1962 Arquivos Nova Press". Previu despesas mensais dc
|FK. Versão parcialmeote censurada aproximadamente 3 milhões de cruzeiros.
G’y<.on oc Paiva, endossado pelo General
240. (a) Memorando para a reunião do
Herrera. afirmou que 3 milhões "não se­
Nntional Sccurity Council Executive Com-
riam problema".
milltfc. dc II dc dezembro de 1962. U. S.
»hor| lerm policy towards Brazil Arquivo» 241 À medida que os eleições se oproxi-
II K (hl Telegrama da Embaixada Ameri­ niuvum, u orçamento dc um candidato
cana no Rio dc lanciro para o Departa­ tunsiderado "apagado", islo é, pouco co-
mento dc I Uado. n. 1315. 14 dc janeiro nhetido c dc limitada "agressividade" elei-
dc 1963 Versão parcial mente censurada. tural era dc 10 000 000 dc cruzeiros. Isso
incluía: equipamento dc som. 40000 cor-
241 IPES CE. 15 de maio de 1962 |á
Iw/cs, 600 faixas, fotografias, promoção
fura rcolizada uma reunião no dia II de
pvssual. espaço em jornais, discos com mú­
mnio. na qual Mello Flores se dirigiu ã
sica tf propagando, mensagens no rádio c
Comissão Diretora e reclamou do» fraco»
nu televisão, gasolina, correspondências,
rccunos a iua disposição para financiar
ajudantes etc 10 000.000 dc cruzeiros
deputados. Enfatizou que Pernambuco
tfra o equivalente no salário diário dc
onde, de acordo com o General Golbrry,
20 000 trabalhadores.
Arracs assumiria o poder, era o problema
mais sério. Acrescentou que viera â reu­ 244 A 15 dc mnio de >962. na reunião do
nião a pedido dc Cid Sampaio. Eite era o CE do IPES. Mello Flores explicou o
governudor. ainda cm exercício, de Per­ "problema dc apoiar a eleição ou reelei­
nambuco. tendo endossado a candidatura ção dc 15 deputados "aprovados", preven­
dc João Clcoías. Mello Flores também co­ do um gasto tolul de 300 milhões dc cru­
mentou que "todos os políticos me pro zeiros para aquele fim, dividindo o paga­
coraram e tudo o que pude fazer foi ofe­ mento em Irê» prestações",
recer almoços", ao invés dc poder ofere­ 245. IPES CE, 15 de maio de 1962. AU
cer apoio material. Todos os deputados manuscrita. Mello Flores explicou à lide­
que eslavom trabalhando com a Emenda rança do IPES-Rio suas atividades cm

356
Brasília através da ADP que. de acordo mir cari azes... e você pode estar certo de
com ele, controlava 158 deputados. Rela­ que eram recebidos muito mais pedidos do
tou que. por estarem cm disputa as cadei­ que podíamos atender...** Roberto GAR­
ras da Câmara dos Deputados, constituía CIA. op. cii. p. 6.
um grande problema, dinheiro para a cam­ 252. J. Knippers BLACK. op. cii. p. 76.
panha dos membros da ADP. Segundo
253. (a) Moniz BANDEIRA. Presença...
Mello Flores, a situação no Senado não
op. cii. p. 429. <b) P. SCHMITTER. op.
era tâo premente, uma vez que 21 de seus
eit. p 446. (c) J. Knippers BLACK. op. cii.
membros, com uma maioria estensivamen-
p. 41. Na nota enviada por L. Gordon lis­
te conservadora, leriam mais quatro anos
tando as despesas feitas pela Embaixada
de mandato Explicou também que a ADP
com o orçamento do Fundo do Trigo (PL
precisava de assistência administrativa,
480). ele se referiu apenas aos 20% para
mais do que assistência técnica. Ata do
o custo de representação diplomática de
IPES CD. 22 de maio de 1962. Em junho
de 1962. 150 milhões de cruzeiros para as seus país, esquecendo-se dos outros 20%
que lhe foram entregues para distribuir co­
atividades de Mello Flores na ADP em
Brasília cncontravam-sc no IPES à sua dis­ mo doações a serem feitas de acordo com
posição IPES CE, 8 de junho de 1962. seus próprios critérios. L. Gordon também
não especificou despesas que fizera. Clas­
246. IPES CE. 15 de maio de 1962. Su­ sificou-as como itens genéricos: despesas
mário datilografado da ata. com médico, viagens, suprimentos e equi­
247. De Roger Hislman, Diretor do Intel- pamentos diversos etc. Mesmo assim, dei­
ligcnce and Rcsearch do Departamento de xou claro que enire maio e agosto de 1962,
Estado para Martin Chammons, do Latin isto é, no auge da campanha eleitoral e no
American Policy Committee, 11 de julho período mais intenso de atividades do
de 1962. Arquivos JFK. 1BAD, gastou dois bilhões de cruzeiros com
impressões, assinaturas de jornais e perió­
248. Citado cm Moniz BANDEIRA. O
dicos. material de escritório clc. No item
governo... op. dL p. 75.
“suprimentos diversos” foi gasta a quan­
249. Roberto GARCIA. Castello perdeu a tia de 725 600 000 cruzeiros. As viagens
batalha. Veja, (444):6. 9 de março. 1977. custaram 119 milhões de cruzeiros e trans­
Clarcnce W. Hall, que recebia informa­ porte mais de 75 milhões. Comunicações
ções, cm primeira mão, de militantes do (correspondência, remessas, telefonemas c
IPES. afirmou em sua amplamente divul­ telegramas) consumiram 293 milhões de
gada reportagem especial do Reader9s Di- cruzeiros Mas. com intercâmbio educacio­
gew, The country that saved itself, que nal suas despesas foram mais austeras: ape­
“os futuros historiadores podem registrar nas 10 milhões de cruzeiros. O Seminário,
a revolução brasileira como a maior e Rio (349), 11 de setembro de 1963.
roais decisiva vitória pela liberdade, em
254. CPI da rede IBAD/ADEP/IPES. (a)
meados do século XX. Foi uma revolução
O Eitado de S. Paulo, 17 de outubro de
interna, feita em casa, tanto na concepção
1963. (b) |. Knippers BLACK. op. cit. p.
quanto na execução. Nem um dólar ame­
74.
ricano ou célula cerebral foram envolvi-
dos.-” In: Clarence HALL. op. cii. p. 137. 255. O ativista ibadiano Frutuoso Osório
Filho forneceu para a campanha de João
250. Roberto GARCIA, op. cii. p. 6.
Cleofas, entre 30 de maio e l.“ de outubro,
251. O Embaixador L. Gordon lembrou a quantia de 308.057.100 cruzeiros. O Co­
que, “sem dúvida, íoi muito mais do que ronel Astrogildo Correia, coordenador geral
um milhão de dólares, e eu não me sur­ da Promocion SJi. e membro da Frente
preenderia se fossem cinco milhões de dó­ Patriótica Civil Militar, que estava entre
lares Mas nâo foi uma jorna exorbitante, os ativistas do ÍBAD ligados aos oficiais de
não foram dezenas dc milhões de dóla­ direito do IV Exército retirou do Banco
res”. L Gordon ainda enfatizou que "ha­ Mineiro da Produção, em Recife, durante
via um teto por candidato... o dinheiro o período da disputa eleitora), a quantia
era pnra comprar (empo no rádio, impri­ de 63.359.247,60 de cruzeiros. Outro repro-

357
sent ante dc Ivan Haislocher em Pernam­ p 77. (b) MAIA Neto Brasil: puerra quen­
buco. Adcildo Coutinho Beltrão. fcx tran­ te na América Latina Rio de Janeiro. Civi­
sações no Banco Mineiro que atingiram lização Brasileira. 1965. p. 107-108. (c) P.
26.720 000 cruzeiros para ativistas relacio­ ACEE. op. dl p. 32.
nados com a campanha eleitoral. Vide Plí­
260 Veja, 16 de março dc 1977. p. 3-6.
nio de Abreu RAMOS op cit p. 79 Mui­
tas das grandes quantias, divididas em cen­ 261. "Uma das pressões mais fortes a fa­
tavos. poderiam possivelmente indicar con­ vor de J. Cleofas vem do IBAD. que apa
versões de moeda estrangeira, uma vez que rentemente condicionou uma oferta dc as­
em uma economia inflacionária como a sistência ao governador (Cid Sampaio), in­
do Brasil em 1962-1963. era comum arre­ sistindo que Cleofas fosse o candidato**
dondar os números. Telegrama ao Departamento dc Estado do
Consulado Americano em Recife. Delgado
— Em uma carta oficial de 15 de agos­
to de 1962. endereçada a A O. Junqueira, Arias. n. 427. 29 de junho de 1962. Nos
arquivos JFK, NSF.
tesoureiro do IBaO. Ivan Haislocher in­
cluiu 40 milhões dc cruzeiros para opera­ — O "comitê técnico" do Coronel As-
ções da ADEP Em 21 de agosto de 1962. trogildo Correia era formado por Vicente
foi anexado um cheque dc 16 milhões de Silva. Fernando Luiz da Câmara Cascudo
cruzeiros para operações da ADEP e um e Caio de Souza Leão. O Estado de S.
outro dc 36 050 000 cruzeiros. Ao todo. Paulo. 01 de setembro de 1963.
Junqueira manipulou I bilhão e 40 milhões 262. Plínio de Abreu Ramos, op. dl. p.
de cruzeiros. Vide Plínio dc Abreu RA­ 79-80. Dc acordo com o governador Miguel
MOS. op dl. p 77. Arraes. em seu depoimento na CPI. em
— A 4 de setembro de 1962. o Coronel 1963. o superintendente do IBAD cm Per
Cascais recebeu dc Ivan Haislocher a nambuco era Frutuoso Osório Filho Tendo
quantia de 10 milhões de cruzeiros para amplos poderes delegados por Ivan Hasslo-
operações da ADEP no Amazonas. seu Es­ cher. Osório Filho, juntamente com Car­
tado natal. Salvador da Crasia. da ADEP los Lavínio Reis c Bcnekmy Bccr. dire­
do Paraná, recebeu 15 milhões de cruzei­ tores da Promotion S A., operou em Per­
ros. Osório Filho recebeu a 10 de seiem- nambuco entre 30 dc maio e outubro de
bro de 1962. para as operações do IBAD 1962 com aproximadamente 500 milhões
no Nordeste, a soma dc 25 milhões de cru­ de cruzeiros Lael Sampaio irmão do go­
zeiros. Documentos. In: E DUTRA op. vernador Cid Sampaio, recebeu 5 milhões
dl. p. 81-91. de cruzeiros através dc um cheque do Ban­
co Mineiro da Produção Vide Adirson de
256. Nelson Wcmcck SO D RE op dl p
BARROS op. cil. p. 173.
494-95.
— No mesmo período. 1. Haislocher ca­
257. (a) O Estado de S. Paulo. 12 de nalizou 350 milhões de cruzeiros para Osó­
dezembro de 1963. Cláudio Hasslocber de­
rio Filho, a serem distribuídos para as se­
pondo perante a CPI afirmou que **o di­
des regionais do IBAD. Veja 16 de março
nheiro do IBAD vem dc fontes nebulosas**,
dc 1977. p. 6. De acordo com Frutuoso
(b) Veja. 16 de março dc 1977. p. 4. (c)
Osório Filho, em seu depoimento na CPI.
Eloy DUTRA, op. dl. p. 62 (d) N. Wcr-
o fluxo bancário do IBAD no nordeste era
neck SODRE. op. dl. p. 496.
feito através do Banco Nacional de Minas
258. I. Knippers BLACK. op. dl. p 76 Cerais. enquanto o da ADEP era feito
através do Banco Mineiro da Produção.
259. (■) Hélcio França depondo perante
Vide O Estado de S. Paulo. 13 de agosto
• CPI do complexo 1PES/IBAD. Veia.
de 1963 c 2 dc novembro de 1963.
(445). 16 de março de 1977. (b) Ivan Hass-
locher. Depoimento ã CPI do complexo 263 Outro suposto canal de contribuição
IPES/IBAD. O Estado de S. Paulo. TI foi denunciado na época em que o gover­
de dezembro de 1963. (c) Política e Nefó- no americano concedeu altos subsídios pa­
cios São Paulo. 26 de agosto de 1963. p. ra o funcionamento da Companhia Pernam­
20. Ceda um ganhou 1000.000 de cédulas. bucana dc Borracha Sintética-COPERBO.
Vide (a) Plínio dc Abreu RAMOS, op. dt. uma empresa destinada a usar açúcar na

358
produção dc borrocho sintética. Cíd Sam­ se eleger os dois senadores (Gilberto Mari­
paio possuín participoçõo subslnncial na nho e Lopo Coelho)", enquanto Miguel
COPERBO. O Embaixador Lincoln Gordon Lins acrescentou que "vamos precisar de
posteriormente admitiu que o processo dc muito dinheiro para as eleições". IPES CD.
planejamento c aprovação da COPERBO 10 de abril de 1963.
não fora cuidadosamente estudado devido
274 Cunhado do General Golbcry e di­
aos aspectos políticos envolvidos. A CO­
retor da Cimento Portland de Minas Ge­
PERBO recebeu 6.7 milhões de dólares.
rais SA. Depois de 1964, tomar-se-ia exe­
Vide P. PARKER. op. cit. p. 47. cutivo junto ao Banco do Estado de Santa
264. O Estado de S. Paulo. 3 de se­ Catarina.
tembro dc 1963. 275. A. Leopoldino. Depoimento na CPI.
265. (a) Adirson dc BARROS. op. cif. p. O Estado de S. Paulo, 10 de outubro de
83. (b) J. PAGE. op. cil. p. 115, 117 1963.
266. PAGE op. cit. p. 116. 276. Em seu depoimento na CPJ. A. Leo­
poldino, o militante da ADEP de Minas Ge­
267. Telegrama dc Dclgado/Arias ao De­
rais, declarou que não tinha certeza se
partamento dc Estado. Recife. 23 de agos­
Francelino Pereira (UDN) e Ozanan Coe­
to dc 1962. n. 105. Nos arquivos JFK,
lho (PSD) foram "auxiliados". A Leopol­
NSF.
dino. Depoimento na CPI. O Estado de
268. "Comício Arraes anunciado para S. Pauto. 10 de outubro de 1963,
20h. Ontem bairro Casa Forte Recife esta
277. A. Leopoldino. Depoimento na CPI.
va praticamente deserto quando padre lo­
O Estado de S. Paulo, 10 de outubro de
cal programou filme, exibindo-o mesmo
1963.
horário no outro lado da praça". Telegra­
ma Dclgado/Arias. n. 105. id. 278. O Estado de S. Pauto, 21 de detem-
bro dc 1963.
269. Telegrama Dclgado/Arias, n. 105.
ibid. 279. Apesar do apoio que receberam do
IBAD. os seguintes candidatos não feram
270. ). PAGE. op. cil. p. 117.
eleitos: AdervaJ Torres. Agripino Almeida.
271. J. PAGE. op. cil. p. 118. Luís Oliveira. Álvaro da Costa Lima. Clo
272. A lista dc nomes foi reconstituída a dom ir Moreira. Arnaldo P. Oliveira. José
partir das seguintes publicações: (a) Plínio Emídio Lima. Justino Alves Bezerra. Cló-
dc Abreu RAMOS, op. cit. p. 18-9. (b) Mo vis Correia, Antônio Pinto Ramalho. Fran­
cisco de Assis Barros, Jurandir Barros. Dí-
niz BANDEIRA. Presença... op. cit. (c)
dimo Guerra, Constâncio Maranhão t Fran­
Moniz BANDEIRA. O governo... op. cil.
cisco Falcão.
(d) Adirson dc BARROS. op. cif. (e) Ed-
mar MOREL. op. cit. (f) Osny D. FERREI­ 280. Daniel KR1EGER. Desde as mis­
sões .. saudades, lutas, esperanças. Rio de
RA. Quem faz. . op cil. (g) J. Knippers
Janeiro. José Olympio, 1976. p. 158-59.
BLACK. op. cil. (h) Eloy Dutra, op. cit. (i)
Diversos números de O Estado de S. 281. A análise das eleições do Rio Gran­
Pauto dc 1963. cspccialmente os de 13 de de do Sul é apresentada em Comportamen­
junho. 01 dc agosto. 08 dc agosto. 09 de to eleitoral no Brasil. In: CAVALCANTI.
T. & DUBNIC. R. op. cil. p. 268.
agosto. 10 dc agosto. 31 dc agosto e 07
dc novembro, (j) Arquivos do IPES no 282. A. Nasser, como Ministro da Justiça
Rio dc lanetro. dc João Goulart, (oi quem acalmou o fu-
ror público devido às supostas ligações do
273. (a) IPES CD. 10 de abril dc 1963.
(b) A. Lcopoldino. Depoimento na CPI. O
Movimento AntiComunista-MAC com o
Estado de S. Pauto, 10 de outubro de IBAD. Vide O Estada de S. Paulo, l de
julho dc 1963 c dc 06 a 16 de julho dc
1963. (c) José Arthur RIOS. op. cit. p.
149. Em uma referencia à eleição dc sena­ 1963.
dores no Rio dc Janeiro. Rui Gomes dc 283. Oscar Junqueira, cx-sccretário da
Almeida afirmou que "é do nosso interes­ ADEP, depondo perante a CPI. declarou

359
que não se lembrava de de» terem rece­ gado a lo**.‘ de Magalhães Pinto, foi denun-
bido apoio ou ajuda financeira O Estado KidJu pelo Deputado Alhos Vieira dc re­
de S Pauto. 14 de outubro de 1%). ceber apoio do IBAD. Pedro Alcixo. pre­
sidente da Comissão, que viria a ser o ví
284. Vide Bra:d- eleclion op cit. p 58.
te-prvsidcnic do General Costa c Silva, era
285. Id p. 60. sunostamente articulado com o rede IBAD/
286. Ibid p. 64-6 ADEP

287. No mesmo mês. em uma reuni8o do 292. No que se refere ao IPES. o porta-
CE do Rio. os líderes do IPES estudaram *oz cnfatiiou que era "ums sociedade ci­
um orçamento para uma pcsquna sobre as vil perfeilamenie legal, cujos estatutos se
eleições a serem feitas pelo Departamento enquadram na lei e proíbem atividades po­
de Sociologia da PUC, atra* és do Padre lítico-partidárias*. O relatório continuou
Ávila. A pesquisa destina* a se a discernir a frisando que "não foram encontrados ves­
"vontade do poso’*, bem como a estabele­ tígios da participação do IPES no pleito,
cer tendências de opinião cm moo a se­ seja custeando deputados, seja cm quais
tores geográficos Fo« também procurado quer atividades não previstas cm seus esta­
um especialista europeu O estudo foi or­ tutos". Pedro Alcixo. Relatório Final da
çado cm 900 000 cruzeiros IPES CE. 29 CPI. Citado cm O Estado de S Paulo.
de outubro de 1962 O Grupo de Estudo c 14 de novembro dc 1963. O conteúdo to­
Doulnna do Rio também preparou di*crsos tal do Relatório Final foi resguardado do
estudos sobre a conjuntura e "estudos apro­ alcance público.
fundados'* da situação pós<!eições Lm es­
295. J. B. Leopoldo Figueiredo, em seu
tudo importante fci o de Paulo de Assis
depoimento perante a CPI. declarou que
Ribeiro, que foi mencionado no Cap IV.
"não há ligação entre o IPES e o IBAD".
288. (a) P. AGEE. op cit p 321. (b) O atribuindo à "má fé" a confusão feita com
Estado de S. Paulo. 13. 20. 30 de /unho; as duas instituições, (a) O Estado de S.
21, 28 de agosto; 28 de setembro de 1963. Paulo. 26 de julho de 1963. (b) IPES Bo­
(c) Correio da Manha 01. 08. 09, 22, 23, letim Mensal. julho de 1963. p. 3J5. Edi­
30 de agosto de 1963 a respeito do desen­ torial
rolar dos fatoa na CPI 294. (a) Diéeio de Noticias. 08 de junho
289 J Knippen BLACK op cit p 75. de 1965. conforme é citado pela Resista
Na verdade, foi o IPES que contribuiu pa­ Civilização Brasileira. (4) 23 (b) Iornai do
ra a campanha do General Magew Brasil. 06 dc setembro dc l%5 O General
Juarrz Távora também recebeu do IBAD
290 (•> B Leopoldo Figueiredo Cor­ equipamento dc transporte Além disso, fa­
reio da Manhã. Rio dc lanciro. 23 de mar­ lou em divcnas ocasiões, em programas de
ço de 1962 (b) Owy Duarte PEREIRA televisão financiados para o PDC pela Sra.
Quem la: op cif p 119 | B Leopol­ Pérola Byngion. mãe dc Alberto Byngton.
do Figueiredo afirmou perante a CPI que outro candidato do PDC pela Guanabara
o IPES nunca se envolsera cm política par­ Byngion também era líder do IPES. presi­
tidária ou contribuíra, direta ou mdiret». dente do CONCLAP c pmtavase como
mente, para campanhas eleitorais partidá­ 'correio financeiro" entre fontes dos Es­
rias dc nenhum candidato <•! IPES Bole­ tados Unidos c o IPES Juarez Távora tam­
tim Mensal Julho de 1963 p 3-7. (b> N. bém recebeu tempo de rádio na Rádio El­
BLUME. op. cit p 223 dorado dc propriedade de Júlio dc Mes­
quita Filho, de O Estado de S. Paulo Vi­
291. Até mesmo José Aparecido de Oli­ de |uam TÁVORA. Voltando à plankie.
veira. membro da ala Bossa Nova da UDN, In- Uma vida e muitas lutas: memórias
braço direito de Jinio Quadros e muito li­ Rio dc Janeiro. José Olympio. 1973. v. 3.

360
CAPÍTULO VIII

A AÇÃO DE CLASSE DA ELITE ORGÂNICA:


O COMPLEXO IPES/IBAD E OS MILITARES

Introdução

Este capítulo refere-se à ação do complexo IPES/IBAD entre os militares.


Apesar das dificuldades óbvias em se obter informações pormenorizadas sobre
suas atividades, devido à sua natureza secreta, surgem algumas evidencias em
documentos do 1PES. Essas informações, juntamente com o rico material que
pode ser obtido em memórias recém-publicadas de oficiais de alta graduação* e
com as informações colhidas por historiadores que estudam este período*, tornam
possível n reconstituição de muitos dos principais acontecimentos militares em
que os ativistas do complexo IPES/IBAD estiveram envolvidos. Uma reconsti­
tuição histórica plena das diversas conspirações faccionarias da campanha civil-
militar que derrubou João Goulart extrapola o escopo deste capítulo, embora
constitua um fértil campo de pesquisa. Apesar dos numerosos relatos parciais
desses fatos, ainda hó a necessidade dc uma ampla descrição e análise das ativi­
dades políticas das Forças Armadas e da interação de ambições pessoais, do
envolvimento ideológico, de alinhamentos políticos e limitações institucionais que
moldaram o curso de ação de determinados oficiais assim como o de grandes
segmentos da corporação militar.
Este capítulo também descreve o envolvimento de civis e de oficiais das
Forças Armadas pertencentes ao complexo IPES/IBAD ou ligados aos vários
grupos da elite orgânica na estratégia militar contra o Executivo e as forças
populares. Houve referencia anterior ao fato de que ativistas do complexo IPES/
IBAD estavam no centro dos acontecimentos em outras áreas da opinião pública.
O que se tomou claro nesta pesquisa é que os ativistas do complexo IPES/IBAD
também estavam liderando e organizando um movimento civil-militar próprio,
baseado numa infra-estrutura de oficiais da ESG, que se colocava no centro da
campanha político-militar contra J. Goulart. Além disso, os oficiais do complexo
IPES/IBAD também eram responsáveis pela articulação3 que integrou os vários
grupos conspiradores dentro da campanha geral político-militar da elite orgânica?
Este capítulo tenta chamar a atenção, partieularmente, para o fato dc que a queda
do governo ocorreu como a culminância dc um movimento civil-militar e não
como um golpe das Forças Armadas contra João Goulart. A rede militar do
complexo IPES/IBAD, assim como oficiais pertencentes a outros grupos que
forom ativamente aliciados, operava em sistema de intensa cooperação com civis,
apoiando e reforçando algumas das atividades políticas mencionadas em capí­
tulos anteriores. A ação do complexo IPES/IBAD entre os militares visava, prin-

361
cipalmcnic, envolver o maior número de oficiais na mobilização popular contra
o governo. O golpe propriamente dito consistiu na organização c disposição
estratégica :de forças militares comandadas por oficiais envolvidos ativamente na
conspiração, de acordo com um plano que. cm termos militares, não passou de
um jogo de guena simulado em escala nacional. As operações militares, como
tais, dcstinaram-sc principalmente a prender ativistas camponeses e de sindicatos
c a deter políticos, intelectuais e lideres estudantis.
Os líderes do IPES também mantinham contatos estreitos com figuras pú­
blicas americanas1 durante sua campanha e com o governo americano, objetivando
assegurar apoio logístico para o golpe.*
A elite orgânica também estava envolvida em ação paramilitarj apesar de
estar muito preocupada cm que não fosse feita públiça sua ligação a quaisquer
grupos encobertos de ação.*
Além disso, o complexo IPES IBAD procurou o apoio de figuras nacionais
de partidos políticos e dos governadores dos Estados-chave de São Paulo. Minas
Gerais. Paraná. Rio Grande do Sul e Guanabara. Os governadores foram úteis
ao colocarem a força policial de seus Estados à disposição do movimento civil-
militar contra loão Goulart, medida da maior importância, tendo em vista a
localização estratégica das milícias estaduais nas áreas urbanas, treinadas especial­
mente para lidar com civis e com um tal potencial bélico que as transformava
em exércitos de fato? Em muitos aspectos, as milícias estaduais estavam muito
melhor equipadas para intervenção direta do que os próprios militares. Os gover­
nadores também feram importantes pelo acobertamento que puderam dar ao
movimento subversivo militar. Em muitos casos, os governadores eram líderes
nacionais de seus respectivos partidos, ao mesmo tempo representando a política
partidária c reforçando atitudes dos membros do partido a favor do movimento
civil-militar. Eram ainda figuras centrais na agregação de interesses sócio-eco­
nómicos regionais aos interesses setoriais c dc classe já representados no IPES.
Finalmcnle, suas máquinas partidárias foram elementos-chave na campanha de
mobilização política que o IPES havia lançado através dc seu grupo de Opinião
Pública.

A Presença do Complexo IPES/IBAD nas Forças Armadas

A ação do complexo IPES/IBAD dentro das Forças Armadas visava a neu­


tralização do dispositivo populor de foão Goulart c a minimização do apoio mi­
litar a diretrizes políticas socialistas ou populistas.
A clite orgânica foi também responsável por estimular, entre os militares,
grupos favoráveis ao golpe. Sua ação foi sincronizada dentro de um plano geral,
cujo alcance nem sempre cra de total conhecimento de seus vários membros e
purticipanles. Isto demonstrava, obviamente, a existência de elementos dc maior
e menor acesso ao sigilo da organização e, consequentemente, de níveis diferentes
de confiança e envolvimento.
A elite orgânica tentou agir como unidade coordenadora da campanha anti«
João Goulart e antipopular, fazendo com que as conspirações íaccionárias c os
movimentos isolados soubessem da existência um do outro?0 Esforçou-sc para
colocar seus homens dentro das diversas conspirações íaccionárias, grupos sub-

362
vcrsivos c movimentos civil-militares, algumas vezes simplesmente para se manter
informada sobre os acontecimentos, para conter e controlar esses grupos específicos
e, outras vezes, até para coordenar seus esforços, assegurando a articulação de
atores políticos separados, embora com idéias congruentes?1
Os escritórios do IPF.S-São Paulo, assim como os do IPES-Rio, proporcio­
navam locais sigilosos para articulações civil-militares?2 Muitos oficiais, tanto
da reserva quanto da ativa, compareciam regularmente às reuniões executivas
do IPES, fornecendo uma fonte importante de aValiação política e de informa­
ções sobre a situação, assim como um fluXo permanente de comunicação com
os militares pelos quatro cantos do país?3 Esses contatos se intensificaram pelo
íinal de 1963. A presença de pessoal militar nessas reuniões recebia, geralmente,
a menor publicidade possível14 c, de qualquer forma, muitos dos oficiais mais
ativos usavam codinomes para seus contatos. O acobertamento dessas ligações
era de necessidade vital para o movimento antipopular liderado por empresários?3
Entretanto, havia uma interação civil-militar mais sistemática do que a resultante
do mero estabelecimento de contatos esporádicos ou de laços familiares, muito
significativos em uma estrutura de parentesco tão fechada como a das Forças
Armodas brasileiras, em que tantos oficiais vêm de famílias com forte presença
militar. O IPES também formou um grupo de ação que operou no setor das
Forças Armadas e de Informação. Esse grupo de ação, operando no Rio e em
São Paulo sob o nome de Grupo de Levantamento da Conjuntura e a Unidade
de Planejamento, com seções em outras capitais, foi responsável pela preparação
estratégica e ações táticas da elite orgânica. Como foi visto anteriormente, o
General Golbery estava encarregado da coordenação geral das Operações Mili­
tares e de Informação do IPES, e seu grupo civil-militar era consultado em todas
us questões militares c políticas?6 O General Golbery não era simplesmente o
chefe nacional do setor encarregado du preparação estratégica do IPES, para
o qual havia sido contratado pelos empresários em fins de 1961 ?7 Ele desempe­
nhava também um papel central na campanha militar paru u deposição de João
Goulart como coordenador da articulação encoberta entre os vários líderes do
movimento?8 De acordo com Glycon de Paiva, o General Golbery foi quem
realizou a parte cerebral do golpe. Glycon de Paiva chegou a enfatizar que "sem
seu trabalho, a Revolução de Março não teria sido possível"?’
Houve referência anterior ao fato de que o Grupo dc Levantamento da
Conjuntura era formado por um grande número de ativistas civis, na maioria
empresários, no Rio e em São Paulo, cujas atividades tinham a finalidade de
cooptar oficiais influentes para o movimento contra Jofio Goulart20 e a propor­
cionar-lhes a infra-estrutura material e econômica para este fim. Os líderes
ipesianoí Herman de Moraes Barros, Teodoro Quarlim Barbosa, Gastão Bueno
Vidigal, Octávio Marcondes Ferraz e Adalberto Bueno Neto, como membros do
Grupo de Levantamento da Conjuntura de São Paulo, liderado pelo General
Agostinho Teixeira Cortes, e Gilbert Huber Jr., Antônio Gallotti, Harold C.
Polland, Glycon de Paiva e Cândido Guinle dc Paula Machado no Rio de Janeiro,
agiram ativamente na articulação dos civis com os elementos militares?1 Teve
importância especial nessas atividades Marcondes Ferraz, cuja residência era um
centro de coordenação e que sincronizava suas atividades corn as do General José
Pinheiro de Ulhoa Cintra (genro do ex-Prcsidente General Dutra), General
Cordeiro dc Farias, General Menezes Cortes, Generol José Canavarro, Marechal

363
Denys, Almirante Penna Bolo. Brigadeiro Grun Moss e outros oficiais dc alio
escalão da ativa e da reserva. Marcondes Ferraz também foi uma figura-chave
na coordenação política de oficiais mais jovens, como o Tenente-coronel Fer­
nando Cerqucira Lima, o Tenente-coronel Rubens Resteel e o Major Bozon.
Outros civis que trabalharam com Marcondes Ferraz a fim de obter apoio entre
os militares foram |úlio dc Mesquita Filho, proprietário do jornal O Estado de
S. Paulo. Herbcrt Levy. líder da UDN. Armando Falcão, líder do PSD, o in­
fluente advogado e jornalista Prudente de Moraes Neto, mais conhecido por seu
pseudônimo Pedro Dantas, e Eldino Brancante da American Cbamber of Commerce
de São Paulo23 lendo, todos eles, participação significativa na campanha para
derrubar João Goulart.13
O comando civil-militar também teve um papel importante na criação de
elos com o meio militar para essa finalidade. Um dos grupos mais ativos era
liderado por E. Brancante. Adalberto Bueno Neto. Herbert Levy e João de
Almeida Prado (do Banco de São Paulo S/A) que foram incansáveis em seus
contatos com os militares. O líder do IPES Herman de Moraes Barros lembra
que foi através de seu “trabalho competente e persistente que se estabeleceu
um clima dc amizade e confiança” entre d vis e dezenas de oficiais de médio e
baixo escalão, entre os quais o Coronel José Thomas, o Tenente-coronel Buitron.
u Coronel Erasmo Dias, o Major Adalberto, o Major Geraldo Franco, o Major
Lauro Faria, o Capitão Herbis Franco, o Major Ismael Armond, o Tenente Rui
Machado, o Tenente Forjaz, o Tenente Queiroz, todos do II Exército. Na Aero­
náutica, ligaram-se ao comandante da IV Zona Aérea. Brigadeiro Márcio de Souza
e Melo e com os Brigadeiros Roberto Brandini e Paulo Vítor (um dos partici­
pantes da revolta de Jacareacanga. juntamente com o então Coronel Bumier e o
Coronel Velloso, c também com o Corond-Aviador Luiz Maciel Filho, o Coronel
Valente e o Major Melo. Na Marinha, ligaram-se ao Comandante Sá Bierrenbach.2*
Além dos ativistas civil dd IPES, o General Golbery rodeou-se de um
grupo de jovens e talentosos oficiais, entre os quais o Capitão Heitor de Aquino
Ferreira, os Tenentes-coronéis Gustavo Moraes Rego. Rubens Resteel, João Bapcista
Figueiredo (primo do líder do IPES João Baptista Leopoldo Figueiredo e irmão
do Tenente-coronel Diogo e do Tenente-coronel Euclides). os Majores Leônidas
Pires Gonçalves, Danilo Venturini. Octávio Medeiros. Coronel Ivfi Perdigão *
outros oficiais que trabalhavam na administração estadual, ou da reserva, como
o Tenente-Coronel Octávio Alves Velho e o General Agostinho Cortei.13 Esses
jovens oficiais que. depois de 1964, ocuparam postos importantes na estrutura
militar e na administração pública, foram de grande importância na campanha
coordenada pelo General Golbery contra o governo. Dos grupos que rodeavam
o General Golbery. o Tenente-coronel João Baptista Figueiredo foi instrumental
na liderança de um amplo círculo dc oficiais de médio escalão. Esses oficiais
faziam parte do comando operacional da campanha para o golpe e permitiram
que o General Jurandir Bizarria Mamede. da ESG. um conspirador histórico e
chefe da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército — ECEME, agisse
como um verdadeiro chefe das operações fornecendo-lhe as bases hierárquicas e
operacionais necessárias.H Esses oficiais de médio escalão também foram úteis
no desmantelamento do dispositivo militar do governo. Eles pressionaram oficiais
da mesma faixa etária e mais velhos para agirem contra o Executivo c infiltraram
os grupos políticos dc escalões mais baixos envolvidos cm "conspirações” anti-

364
govemistas faccionárias e limitadas.77 Deram ainda o apoio necessário para o
conspirador itinerante General Cordeiro de Farias em sua tenaz articulação polí­
tico-militar das várias conspirações íaccionárias no Exército, sendo encarregado
de resolver situações difíceis.
O núcleo desses oficiais de médio escalão era formado, entre outros, pelos
Coronéis Edson de Figueiredo e Ariel Pacca da Fonseca, Tenentes-coronéis Ami-
zaut de Mattos, Antônio Ferreira Marques, Hélio Galdino, Boaventura Cavalcanti
(irmão do Coronel Costa Cavalcanti) e Heitor Caracas Linhares, e o Major Hélio
Mendes.** Esses homens estavam ligados ao Coronel Mário David Andreazza,
da ESG, amigo do Tenente-coronel João Baptista Figueiredo, e ao jovem General
Affonso de Albuquerque Lima, cunhado do líder do 1PES José Luiz Moreira
de Souza que servia no III Exército.** Esta ação também era coordenada com
as dos Generais Ernesto Geisel e Antônio Carlos Muricy, que serviam em coman­
dos-chave de tropas no Paraná e em Minas Gerais.
Como foi visto anteríormente, muitos oficiais já trabalhavam dentro da estru­
tura do complexo IPES/1BAD, alguns em horário integral. Além disso, o complexo
IPES/IBAD foi capaz de formar uma rede de apoio poderosa e ampla dentro
das Forças Armadas, os chamados Ipesianos c lb adia nos. Entre os oficiais in­
fluentes ligados ao IPES como ativistas antigoverno. c alguns deles até contri­
buindo financeiramente, encontravam-se os seguintes Generais Pedro Geraldo
de Almeida (ex-Chcfe da Casa Militar dc Jânio Quadros). Agrícola Bcihlem”. José
de Campos Barros Goes. Moacyr Gaya. Arthur Levy. Ademar de Queiroz. Moziul
Moreira Lima, Luís A. Medeiros. Fernando Meirelles Montagna, João Batista
Peixoto, laul de Castro Pires, Carlos de Castro Torres. João Batista Tubino. João
Punaro Bley, Arislóbulo Codevilha Rocha, Arthur Napokão Montagna de Souza.”
Sílvio Waltcr Xavier. Ernesto Geisel, Henrique Geisel/- Octávio Gomes de Abreu,
Adaulo Esmeraldo;’, General Nelson Reynaldo de Carvalho; Brigadeiros fosino
Maia de Assis, Henrique Fleiuss,” João Eduardo Magalhães Motta. Paulo Emílio
de Câmara Ortcgal, Major-brigadeiro Jerônimo Batista Bastos; Almirantes Maurílio
Augusto Silva," Milton Pereira Monteiro, José Cláudio Beltrão Frederico. Amaury
Costa Azevedo Osório. Leôncio Martins, Comandante Aniceto Cruz Santos;
Coronéis Jorge Augusto Vida),3* Luiz Victor D’Arinos Silva, Walfrido J. A. de
Azevedo, Haroldo Pereira Soares; Tenente-coronel Antonino Machado Dória;37
e Major Maurício Cibulares (Superintendente da SUNAB no governo João Gou­
lart c ex-assistente do General Juarez Távora).3*
£ possível depreender, da lista de oficiais acima, que militares das três Armas
trabalhavam com o IPES. Muitos deles haviam deixado a ativa. Entretanto, eram
figuras de prestígio entre os militares c sua opinião era de peso. Muitos desses
oficiais, como se poderia esperar, eram formados pela Escola Superior de Guerra,
mas outros militares influentes que não receberam treinamento na ESG também
faziam parte da rede IPES/IBAD, que incluía oficiais de todos os escalões, desde
generais de quatro estrelas até jovens tenentes. Muitos desses oficiais eram conhe­
cidos oponentes do regime dc João Goulart, fazendo parte do grupo de coronéis
e majores que publicou o manifesto anti-Getúlio Vargas em 1954 e sendo tam­
bém membros da Cruzada Democrática, o agrupamento político de oficiais de
centro-direita que disputou eleições no Clube Militar. Outros oficiais, entretanto,
ocupavam postos-chavc durante a administração dc João Goulart e não se suspei-

365
tava que mui lo» deles pertencessem ao complexo IPES/IBAD ou que estivessem
envolvidos em conspiração ativa contra o governo.
Nao foi somente através da cobertura do IPES que a elite orgânica tentou
influenciar as Forças Armadas. Oficiais da reserva foram contratados e militares
da ativa foram utilizados para influenciar membros das Forças Armadas c formar
uma rede de militares do complexo IBAD ADEP. Os Ibadianos foram úteis ao
estabelecimento de células importantes nas Forças Armadas, espccialmcnte no
quartel-general da 4/ Região Militar e na Escola Superior de Guerra.** (unta*
mente com os militares do IPES. formavam uma impressionante rede de influência
e um poderoso grupo para açâo. Os seguintes oficiais eram "pessoal de vanguar­
da" da rede IPES/IBAD/ADEP:"

General Nelson de Melo — cx-Chcfe da Casa Civil do Presidente Juscelino Kubi-


tschek e Ministro da Guerra de João Goulart;41
General foâo Segadas Viana — ex-Chefe do DPC e Ministro da Guerra de Joio
Goulart;
General Décio Palmeiro Escobar — cunhado do General Pery Bevilacqua, que
se tomou comandante da 2." Região Militar no Governo de João Goulart;
General foâo Gentil Barbato — Chefe do Departamento de Ação Política da
ADEP-Guanabara e Secretário-Geral do IBAD para os Estados do Espírito Santo
e Guanabara;
General /oâo Punaro Bley — Secretário do IBAD Minas Gerais, ex-interventor
no Espírito Santo e Comandante da AD/I — Guarnição da Vila Militar em
1962, e comandante da 4.a Divisão de Infantaria cm Belo Horizonte em 1963;
General Victor Moreira Maia — Representante do IBAD na Região Centra),
colaborador da Açúo Democrática, publicação mensal do IBAD;
General Moziul Moreira Lima — Secretário do IBAD-São Paulo. Secretário do
Diretório Regional do Partido Libertador em São Paulo e secretário do IPES-São
Paulo;
General Estêvão Taurino de Rezende — diretor do IBAD-Amazonas e coman­
dante do quartel-general da 8.a Região Militar em Belém, Pará;
General Moniz de Aragão — secretário-geral da ADEP-Guanabara e. posterior­
mente. Chefe de Gabinete do General Castello Branco no Ministério do Exército;
General Mendes de Morais — secretário da ADEP-Guanabara e também depu­
tado federal pelo PSD;
General /osé M Ferreira Coelho — ADEP-Pará;
General Artur Teixeira Carvalho — IBAD-Maranháo;
General Francisco de Assis Almeida e Souza — secretário da ADEP-Piauí;
General Humberto Ferreira Ellery — tesoureiro do IBAD-Ceará c secretário da
ADEP-Ceará;
General Epaminondas Moncorvo — IBAD-Bahia;
General Ermelindo Ramos Filho — ADEP-Paraná;
General Pedro Paulo Vieira da Rosa — secretário do IBAD e da ADEP em Santa
Catarina;
General Plínio Lohman de Figueiredo — IBAD-Rio Grande do Sul;
General Walter M. Pereira de Andrade — Serviço de Inspeção do complexo
IBAD/ADEP;
General Afonso Emílio — Serviço de Inspeção do complexo IBAD/ADEP;

366
General Antônio Faustino da Cosia — Serviço de Inspeção do complexo IBAD/
ADEP;
General Nemo Canavarro Lucas — IBAD/ADEP;
General Ignácio de Freitas Rolim — um dos cofundadores da IBAD, encarregado
das finanças, ex-comandante da 1/ Região Militar, professor da ESG;
General Emílio Maureli Filho — subchefe do Estado-Maior do Exército e coman­
dante da 1.* Região Militar, foi ligado ao Ministério da Guerra em 1962;
General Orlando Geisel — irmão do General Henrique e do General Ernesto;
General Moacyr Araújo Lopes — IBAD/ADEP;
Brigadeiro Antônio Guedes Muniz — líder do Movimento Anti-Comunista —
MAC (paramilitar) e membro da ADESG;
Brigadeiro Adil de Oliveira — MAC, envolvido na investigação do famoso inci­
dente do Aeroporto do Galeão e comandante da 2.* Região da Aeronáutica do
Recife;
Brigadeiro Ismar Brasil — ex-presidente do Clube da Aeronáutica;
Brigadeiro Grun Moss — ex-Ministro da Aeronáutica no governo de Jânio Quadros;
Coronel /urandir Barbado — IBAD/ADEP;
Coronel Temistocles Trigueiro — diretor da ADEP Amazonas;
Coronel Adalberto Albuquerque Cavalcanti — diretor do IBAD-Amazonas;
Coronel Cascais — encarregado do IBAD-Amazonas;
Coronel Artur Frederico G. Kemp — IBAD-Pará;
Coronel Sabino Guimarães — ADEP-Ceará;
Coronel Murilo Borges Moreira — IBAD-Ceará;
Coronel Carlos Almeida Nascimento — IBAD-Paraná;
Coronel /urandir Palma Cabral — administrador do IBAD-Guanabara e chefe
do setor sul dn ADEP;
Coronel Osnelli Martinelli — IBAD-Guanabara, membro do Colégio Militar da
Guanabara c chefe da facção conspiratória militar de direita LÍDER;
Tenente-coronel Ardovino Barbosa — IBAD-Guanabara e chefe do policiamento
ostensivo da Guanabara, acusado de ser sublocatário das salas 1120 e 1908 do
Edifício Avenida Central, usadas como depósito de material explosivo e onde
teria sido preparada a bomba que explodiu na exposição soviética de 1962;
Comandante da Marinha Júlio de Sá Bierrenbach — IBAD-Guanabara;
Major Raimundo Cavalcanti da Silva — IBAD-Pará;
Capitão T. Ramos Viana — IBAD-Guanabara;
Tenente Heitor de Aquino Ferreira?

Como se torna evidente nesta extensa lista, algumas das figuras mais influen­
tes das Forças Armadas, em particular, pertenciam à rede IBAD/ADEP/IPES.
Muitos deles ocupavam posições-chave de comando de tropas no governo de João
Goulart, mas mantiveram-se ativamente envolvidos no movimento para derrubar
o presidente. Novamente, como no caso dos Ipesianos, muitos desses oficiais eram
ex-alunos da ESG.
Como parte da tentativa de coordenação dos vários agrupamentos, formou-se
um Comando Geral Democrático dentro do Exército, composto de oficiais de
médio escalão, de majores a coronéis. Estavam encarregados de controlar as ati­
vidades de seus próprios pares que não estivessem envolvidos no movimento anti-
Goulart, e dos tenentes e capitães. O Comando Geral era centralizado no Rio de
Janeiro, coordenando o movimento e colhendo informações para a preparação

367
estratégica para a ação. Uma operação importante do Grupo do General Golbcry
no IPES íoi convencer vários jovens oficiais do Exército, coronéis c tenentes-
coronéis, na maioria, a deixarem a ativa para que pudessem ser colocados cm
posições-chave na indústria c nas comunicações c. portanto, penetrarem na admi-
nistraçáo do Estado, obtendo assim **o máximo dc infiltração nas instituições
atuais da República". Consequentemente, o Comando Geral transmitiu uma ordem
para que todos os envolvidos se "abstivessem dc debates ou pronunciamentos
públicos... que tornariam seus nomes conhecidos c os transformariam em alvos,
prejudicando os objetivos do movimento".41 Os oficiais envolvidos na campanha
dirigida pelo IPES eram constantemente apoiados e protegidos dc forma a torná-
los capazes de atingirem posições-chave também dentro das Forças Armadas.
Todos os esforços foram feitos para alertar esses jovens oficiais contra possíveis
atos dc indisciplina que podenam justificar sua transferência para periferias geo­
gráficas ou administrativas.
Uma vez organizada, a rede de Ipesianos e Ibadianos serviu para coletar
um volume coerente c amplo dc informações políticas, especialmente no que
dizia respeito a lealdades e posições dentro do eslablishment militar, nas empre­
sas do governo e na administração pública. Além disso, serviu para disseminar
dentro das Forças Armadas relatórios anónimos sobre desenvolvimento político
publicado pelo IPES.44 O material político c a disseminação de mensagens ideo­
lógicas visavam os oficiais de médio escaláo, desacreditando o governo e foca­
lizando uma suposta "tomada comunista" do Brasil.45 O complexo IPES/IBAD
também interveio na vida interna política e cultural dos oficiais, interferindo nas
eleições de suas instituições influentes de debate, particularmente o Clube Militar,
custeando a campanha do Ibadiano General Magessi. que se colocava como can­
didato para a chapa de direita "Cruzada Democrática",44 que reunia oficiais anti­
comunistas e da ESG. O complexo IPES/IBAD também exerceu pressão sobre o
corpo de oficiais estimulando, como já foi visto, um harmonioso relacionamento
ideológico e político entre os militares e os empresários e, através da mídia, pre­
parando o clima para a intervenção militar. Entretanto, o papel fundamental que
o complexo IPES/IBAD teria no setor militar era o dc fazer das Forças Armadas
um instrumento e liderar um movimento civil-militar que finalmentc causou a
destituição do presidente João Goulart47

Os Movúneatos Político-Militares

O que foi considerado por alguns historiadores e cientistas políticos como


atividades político-militares separadas c faccionarias, ou como ações paralelas44
que finalmente acabaram se unindo contra um inimigo comum tem de ser revisto
Muitas das ações eram, na realidade, movimentos interligados em que as figuras
centrais eram ativistas civis e militares do complexo IPES/IBAD. Isso não quer
dizer que todas as facções civil-militares foram criadas ou totalmcnte dirigidas
pela liderança do complexo IPES/IBAD Em muitos casos, seus objetivos a
médio e curto prazo e suas táticas eram congruentes com as da elite orgânica.
Em outros casos, os ativistas do complexo IPES IBAD penetravam cm grupos
formados ou estimulavam outros já existentes a continuarem sua ação O que se
pode dizer, entretanto, é que os ativistas do complexo IPES/IBAD participaram
diretamenle na maior parte dos planejamentos secretos para derrubar o governo
c tiveram presença ativa nas questões de muitas facções militares. 0$ vários
movimentos civil-militares identificáveis c ativos contra o governo de João
Goulart no início da década de sessenta poderiam ser agrupados, a grosw modo,
em trüs tendências convergentes que possuíam ramificações nacionais. Esses mo­
vimentos, coordenados no Rio c em São Paulo, estavam centrados no complexo
IPES/ESG, ao qual estavam ligados os militares de linha dura e os conspiradores
históricos, os extremistas de direita e os tradicionalistas.4*

0 Grupo IPES/ESG

Houve menção anterior ao fato de que o núcleo do grupo da ESG estava


integrado ao complexo IPES/IBAD e seus membros principais eram ao mesmo
tempo líderes e ativistas do IP ES* Relatos sobre as atividades, a organização
e a ideologia do grupo IPES/ESG já foram feitos por estudiosos de política
brasileira. No capítulo 111 também fez-se uma breve referencia a esses aspectos,
portanto não será dada continuidade ao assunto além dos pontos abordados sobre
a ligação IPES/ESG.51 Entretanto, serão enumerados alguns de seus membros
principais.
O grupo da ESG dentro do IPES, conduzido pelo General Golbery, General
Herrera e General Liberato, estava ligado ao movimento maior que reunia os
Generais Jurandir Bizarria Mamede, Cordeiro de Farias, Nelson de Mello. Ademar
de Queiroz, Orlando Geisel, Ernesto Geisel, Augusto César de Castro Moniz de
Aragão, José Pinheiro de Ulhoa Cintra, Idílio Sardenberg. João Bina Machado
c Antônio Carlos do Silva Muricy; os coronéis Anel Pacca da Fonseca. Lepiane,
Ernâni Ayrosa da Silva, Mário David Andreazza e Edson de Figueiredo: os
Tenentes-coronéis Heitor Caracas Linhares, Walter Pires de Carvalho e Albu­
querque — do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra — João Baptista
Figueiredo, Antônio Carlos de Andrade Serpa, Rubens Restecl e Carlos de Meira
Mattos?5 De acordo com os moldes do comportamento organizacional militar,
muitos desses oficiais, especialmente os da ativa, traziam a lealdade dos oficiais
m8ís jovens que serviam sob seu comando ou que haviam servido no passado,
ampliando efetivamente o movimento militar. Os generais Cordeiro de Farias.
Herrera e Nelson de Mello foram figuras-chave na coordenação do grupo ESG
com outros grupos, principalmente com o dos conspiradores históricos que incluía
o Almirante Heck, Marechal Denys, Almirante Pena Boto. Almirante Augusto
Rademaker, Brigadeiro Grun Moss, Almirante Melo Batista. Almirante Vampré
e Almirante Levi Aarão Reis. Os generais do grupo IPES/ESG constituíam tam­
bém as ligações-chave com outros grupos. O general Cordeiro de Farias, que se
destacava como articulador político dos militares, tinha outras funções impor­
tantes dentro da estratégia geral deste grupo de oficiais. Foi amplamente respon­
sável pela desarticulação do dispositivo de João Goulart no I Exército e pela
neutralização de seus oficiais profissionais que não estavam inclinados a apoiar
um golpe?3 O General Cordeiro de Farias também executou manobras diver-
sionistas. Aparentando estar intensamente envolvido na conspiração, atraiu a
atenção do sistema de segurança de João Goulart, que tentou seguir seus passos.
Surgindo inesperadamente nas cidades mais diversas, graças ao grande apoio
logístico que seu grupo recebia, e entrando em contato com as mais variadas

369
facções conspiratórias, foi capaz de desviar a atenção do governo do movimento
civil e militar do grupo IPES/ESG.
Um passo crucial foi dado pelo núcleo do grupo IPES/ESG quando orga­
nizou-se o que se chamou de "estado-maior informal** do movimento. O estado-
maior informal era chefiado pelo General Humberto de Alencar Castellu Branco,
que se havia ligado aos militantes do IPES?* O estado-maior era formado pelos
generais Ernesto Geisel. Ademar de Queiroz e Golbery do Couto c Silva. O
General Ademar de Queiroz executou a tarefa de reunir o General Castello
Branco c o grupo IPES ESG dos General Golbery, General furandir B. Mamcdc,
General Heitor Hcrrtra e General Ernesto Geisel?5 A finalidade desse estado-
maior informal era a consolidação de uma rede de militares em todo o Brasil c,
numa etapa posterior, coordenar a ação militar para depor João Goulart. O
estado-maior informal também descria atuar como órgão coordenador que asse­
guraria uma ação rápida e simultânea e evitaria ações parciais e isoladas de
facções, grupos ou indivíduos, que poderiam correr o risco de serem facilmente
reprimidas pelo governo.54 O General Golbery, auxiliado por seu amigo de longa
data General Herrera. exerceu as funções de coordenação geral. O estado-maior
da operação militar chefiada pelo General Castello Branco foi finalmcnte am­
pliado com a integração dos Generais Ernesto Geisel. Ulhoa Cintra e Mamede?’
A presença do complexo IPES/IBAD não se tomou óbvia nos movimentos
paralelos de extremistas e tradicionalistas. Entretanto, o complexo IPES/IBAD
estava decisivamente envolvido em suas conspirações e movimentos.

Os Extremistas de Direita

Os extremistas de direita eram, basicamente, um grupo margina), com posi­


ções fanáticas anticomunistas e antipopulistas, a favor da modernização industrial
conservadora, um ponto que tinham em comum com a corrente central do movi
mento civil c militar anti-GouIart. A pessoa que pode ser considerada como
representante dessa tendência é o Brigadeiro (Coronel, na época) João Paulo
Moreira Bumier, que participou dos cursos do Rearmamento Moral e que che­
fiara a malfadada rebelião de Aragarças. Seu grupo consistia principalmcnte de
oficiais da Aeronáutica, esparsos contatos no Exército como o Coronel Jayme
Portella e, em grau menor, até na Marinha?* Esse grupo foi descrito como agentes
isolados tendo contatos incidentais com outros grupos, mas os indícios sugerem
outra coisa. Esses oficiais, na realidade, estavam ligados a alguns dos mais agres
sivos membros do IPES-São Paulo c a Júlio de Mesquita Filho, diretor do jornal
O Estado de S. Paulo* O grupo paulista de “linha dura’’, que pregava uma
forte mensagem anticorrupção e anticomunismo, era formado, de acordo com
Roberto de Abreu Sodré. líder da UDN em São Paulo c presidente da Assembléia
Legislativa Estadual, pelo Tenente-coronel Rcstecl, Júlio de Mesquita Filho, Ruy
Mesquita, Brigadeiro Brandini, Flávio Galvâo, Paulo Quartim Barbosa, Paulo
Egydio Martins, Luiz Carlos Mesquita, Sérgio Barbosa, Ferrcz e Hcrman de Mo­
raes Barros, entre outros* Entre os civis que trabalhavam com os extremistas de
direita estavam Charles Herba, Luís Mendes Morais Neto. Roberto Sayão, Edmun­
do Wanderley e Fernando Wanderley?1 Juntamente com o Coronel Haroldo VcL
loso, o Brigadeiro Bumier desempenhou um papel importante na articulação da

370
conspiração no Aeronáutica, c como organizador da "resistência civil" de grupos
civil-militares na Guanabara. Organizou grupos civil-militares de defesa que pro­
tegeram o Palácio Guannbarn (sede do governo de Carlos Lacerda), onde se
refugiaram, no dia do golpe, muitas figuras conhecidas envolvidas na conspiração
e em atividades contra o governo. Entre eles estavam o Brigadeiro Eduardo Gomes,
da ESG, a família Nnbuco, os empresários Demósthcnes Madureira de Pinho
(Mcsblo S/A, Companhia Franco-Brasileira de Anilinas, Cia. de Superfosfatos c
Produtos Químicos, Olivclli S/A) c Maurício Bebianno, o jornalista e homem de
TV Flávio Cavalcanti c o jornalista Hélio Fernandes, diretor do jornal lacerdista
Tribuna da Imprensa*'2

Os Tradicionalistas

Sob este título estão incluídos os oficiais que não receberam treinamento na
ESG e que não compartilhavam de uma proposta de mudança social, política e
econômica para o Brasil tão elaborada e ampla quanto a da elite orgânica do grupo
ÍPES/ESG. Eram contra o comunismo em sentido amplo e queriam sustar a po­
lítica de mobilização, ao invés de se oporem às atitudes populistas propriamente
ditas, de cujo tecido ideológico e político eles eram parte integrante. Os oficiais
desse segmento não eram modernlzantes, mas possuíam o mesmo conservadoris­
mo do complexo IPES/IBAD e ESG, daí seu "tradicionalismo".**
Dois desses oficiais 'tradicionalistas" estavam cm comando direto de exér­
citos. Portanto, havia uma necessidade básica de ganhar seu apoio para qualquer
ação militar contra o governo. Também era necessário observar de perto suas
manobras políticas, para mantê-los de acordo com a orientação do complexo
IPES/IBAD. Um desses oficiais era o General Justino Alves Bastos, comandante
do IV Exército, sediado em Recife, responsável pelas regiões Nordeste e Norte
do país. O Nordeste, conforme foi visto anteriormente, era uma região-chave do
ponto de vista político. O firme apoio militar na região era necessário ao grupo
IPES/ESG para neutralizar as Ligas Camponesas, os sindicatos rurais e o Go­
vernador Miguel Arraes. bem como para contê-los uma vez que o golpe fosse de­
sencadeado. Portanto, o General Bastos foi logo atraído para o feixe conspiratório
e coordenou seus esforços com a liderança do complexo IPES/IBAD após suceder
o General Castcllo Branco no comando do IV Exército. O General Bastos, que
tinha orgulho de se dizer o "mais duro" dos oficiais de linha dura.*4 tomou como
assessores para seu dispositivo político-militar alguns "ativistas encobertos" in­
fluentes do 1BAD. Estes eram o General Antônio Carlos da Silva Muricy. da
ESG (comandante das unidades do Estado do Rio Grande do Norte), o Coronel
Hélio Ibiapina c Coronel Antônio Bandeira, que também era o chefe de informa­
ções do General Bastos** e que estava fortemente ligado às forças reacionárias em
Pernambuco. Aluísio Alves. Governador do Rio Grande do Norte c sócio comer­
cial do líder do IPES José Luiz Moreira de Souza, e Paulo Guerra, vice-govema-
dor dc Pernambuco, também estavam ligados ao IPES e deram seu apoio à
campanha militar contra João Goulart. A adesno de Paulo Guerra, vicc-governa-
dor de Miguel Arraes. tinha importância especial para o IPES, uma vez que deu
à clilc orgânica um ponto de apoio no próprio palácio do governo.** Outros ele­
mentos militares importantes do IBAD cm Pernambuco eram: o General Antônio
Sarmento (secretário geral da ADEP para o Nordeste), o Coronel Astrogildo Cor-

371
reia (chefe da Promotion S/A e um dos líderes da pseudonacionalista Frente
Patriótica Civil-Militar), o Capitão Emanuel Pereira Lima (secretário executivo
do JBAD para Pernambuco) e o Capitão Atanásio. Gerente administrativo do
JBAD.
Os oficiais do complexo IPES/IBAD formaram uma rede de informações que
enviava dados sobre a organização e ação das ligas camponesas e dos sindicatos.
Foram também importantes ao apoiar as atividades que o complexo 1PES/IBAD
desenvolveu no Nordeste entre os camponeses, os sindicatos urbanos e a classe
média. Mas a sua tarefa principal foi imobilizar a resistência ao golpe de março
de 1964. cspecialmente dentro das próprias Forças Armadas, enquanto o papel
básico do exército do General Bastos durante a campanha era manter-se alerta
quanto a acontecimentos políticos regionais e desempenhar a função de polícia
durante a eclosão do golpe, neutralizando as ligas camponesas, o Partido Comu­
nista e Miguel Arraes*7
O outro oficial tradicionalista no coroando de um exército regional era o
cx-Ministro da Guerra General Amaury Kruel, que estava à frente do poderoso
II Exército, responsas el pelo estado-chave de São Paulo e áreas adjacentes. O
General Amaury Kruel era irmão do General Riograndino. que também estava
ligado ao General Cordeiro de Farias e ao General Golbery em suas atividades no
sul do país, desde os primeiros estágios do movimento contra João Goulart. O
General Riograndino e seu sobrinho. Major Vinícius Kruel, eram elementos de
ligação entre o I e o II Exércitos e a sede do Comando Geral no Rio*4 O Gene­
ral Amaury Kruel foi descrito como “uma adesão de última hora, relutante mas
decisiva para a revolução de 1964“.w devido à sua proclamada amizade com
|oâo Goulart. Entretanto, de acordo com um relatório da CIA enviado do Rio de
laneiro em março de 1963. a posição do General Kruel era diferente. Na verda
de. o relatório dizia que a 13 de março de 1963 um grupo de líderes militares
que já estava conspirando, dirigido pelo General Nelson de Mello. General Kruel
(que era entáo Ministro da Guem do Presidente loão Goulart), Marechal Denys,
Marechal Dutra e Almirante Heck. planejava reunir-se em Petrópolis70 Dara dis­
cutir planos para um golpe contra o governo do Presidente Goulart71 Fstava
ligado a este grupo de conspiradores o General Olympio Mourão Filho,77 cuja
‘'conspiração” será examinada mais pormenorizadamente neste capítulo. Essas
“conversas" em Pctrópolis serviram para eliminar as diferenças entre os vários
grupos e foram úteis ao promoverem um entendimento entre os ativistas da ESG
e os de linha dura, extremistas de direita e tradicionalistas, sob a discreta super­
visão do General Golbery. que foi uma figura-chave em sua articulação.77
Um terceiro oficial tradicionalista “sem meias-medidas” no comando de tro­
pas era o General Olympio Mourão Filho, que conduzia o que parecia ser uma
campanha personalizada entre o governo de loão Goulart e foi quem terminou
desencadeando o golpe de março de 1964 O General Mourão Filho, um troupier
que demonstrava desprezo pela ESG. era a personificação do militar menos pas­
sível de ter sido arregimentado pelo complexo IPES/IBAD. Entretanto, estava
no centro dos acontecimentos e. em grande parte, a despeito de si próprio. Foi
contactado e ariiculado aos ativistas e líderes do complexo f PES/IBAD desde os
primeiros estágios de suas atividades contra o governo No entanto, como atestam
suas recentes memórias e as do General Carlos Luiz Guedes, companheiro de
conspiração e codesencadeador do golpe de março de 1964, surpreendentemente

372
0 General Mourão Filho parecia desconhecer o alcance dessa ligação com o com*
plexo IPES/IBAD que, na realidade, passou pela trama de sua ‘'conspiração'
que ele chamava de "a maior das Américas". O General Mourão Filho, que veio
a simbolizar o troupicr cm ação, fora mantido sob cuidadosa observação pelos
ativistas do complexo IPES/IBAD. Na verdade, poderiamos até dizer que seu
"movimento" (oi fomentado e controlado, em todo o seu desenrolar, pela lideran­
ça do complexo IPES/IBAD. Entretanto, somente em duas ocasiões o General
Mourão Filho reconheceu contactos formais com elementos do complexo 1PES/
1BAD e foi desencorajado por eles. Pouco demonstrava saber, ou pelo menos admi­
tir, que a rede de civis c militares com quem entrou em contato no Rio Grande
do Sul, São Paulo c Minas Gerais — Estados em que ocupou postos durante o
período dc 1961 a 1964 — era composta de associados c ativistas do complexo
IPES/IBAD.n Além disso, parece que ele não percebeu que os contactos que
fez nesses Estados c também nas freqüenles viagens ao Rio de Janeiro, assim
como a rede organizada que encontrou em São Paulo e Minas Gerais e da qual
se tornou comandante ostensivo, eram, na realidade, as estruturas montadas e
coordcnndas pelos grupos dc ação do complexo IPES/IBAD e, em particular, pelo
Grupo de Levantamento da Conjuntura sob n coordenação geral do Estado-Maior
Informal. Apesar dc o General Mourão Filho não perceber a presença dos líderes
c ativistas do complexo IPES/IBAD dentro da organização e da campanha cons-
piratória que tentou dirigir, vale a pena registrar que cm todas as suas atividades
principais c nas do General Guedes, atividades estas que serão analisadas nas
próximus páginas, a elite orgânica era parte central do processo.73

“A Maior Conspiração das Américas” do


General Ohm pio Mourão Filho

Há duas fases distintas nas atividades conspiratórias do General Mourão


Filho. Uma compreende sua experiência no Rio Grande do Sul. onde serviu em
1961-1962. Outra começa com sua transferencia para São Paulo em março de
1963 e termina com o desencadeamento do golpe em março de 1964. em Minas
Gerais, para onde havia sido transferido em agosto de 1963. Enquanto esteve no
Rio Grande do Sul, o General Mourão Filho fora utilizado limitadamente pelos
conspiradores anti joão Goulart. A impressão que se tem. a partir de suas me­
mórias, é Que ele. enquanto serviu no Rio Grande do Sul. não oarticioou das
manobras-chave da campanha anti-João Goulart, do complexo IPES/IBAD. Foi
sondado inicialmente a respeito dc sua posição e os companheiros de conspiração
dele suspeitaram devido ao seu estilo exuberante e atitudes pattonescas. Foi (i-
nalmente tolerado como conspirador ativo em decorrência de seu posto no III
Exército, onde foi útil aos conspiradores e. posteriormente, até estimulado em
suas atividades como elemento desorganizador do dispositivo militar do Executi­
vo no Rio Grande do Sul. Suas atividades também foram encorajadas na medida
em que chamavam a atenção da rede de informações do governo sobre sua pe«oa
permitindo assim uma certa facilidade de operação a outros elementos no Rio.
em São Paulo e em Belo Horizonte. O General Mourão Filho estabeleceu contar,
tos com outros oficiais dc alto escalão nas cidades do Rio de Janeiro e de São
Paulo. Nesses contactos, era muito mais um informante de suas próprias ativida­
des do que um receptor de informações sobre qualquer movimento estruturado

373
contra João Goulart. Os altos oficiais com quem se encontrava mio faziam públi­
cas suas posições e guardavam consigo as informações sobre suas atividades. Além
disso, os esforços principais dos conspiradores do complexo IPES/IBAD estavam
concentrados no Rio de Janeiro. São Paulo, Guanabara e Minas Gerais, que eram
áreas de operação do 1 c do II Exércitos. Apesar de o IU Exército scr o maior
cm número c em potencial bélico devido a sua localização na fronteira com a
Argentina, Uruguai e Paraguai, ele tinha menos peso político do que o I e o II
Exércitos, para os quais eslava principalmente dirigida a campanha do complexo
IPES/IBAD. Além disso, o III Exército estava sediado no Rio Grande do Sul,
a base de poder político da família Vargas, de João Goulart e dc Brizola, o que
restringia as atividades subversivas contra o governo petebistu.
No final dc 1961, o General Mourão Filho era comandante do 3.® Regimento
de Infantaria cm Santa Maria. O comandante do III Exército era então o Gene­
ral Nestor Penha Brasil, ligado ao IBAD e cunhado do General Justino Alves
Bastos.71 Em dezembro de 1961, o General Mourão Filho recebeu um telegrama
do General Penha Brasil pedindo que hospedasse e auxiliasse cerca dc 400 mem­
bros da FARSUL, a poderosa Federação de Associações Rurais do Rio Grande do
Sul, que iam a Santa Maria paia uma reunião política de sua organização. Nesta
ocasião o IPESUL, o IPES do Rio Grande do Sul, já estava agindo como guarda-
chuva político de várias associações empresariais do Estado. Após a convenção,
realizada no início de janeiro de 1962, o General Mourão Filho, que havia sido
aliciado pelos membros da FARSUL, teve suas primeiras conversas conspiratórias
com o Coronel Romão Mena Barreto, seu Chefe de Gabinete. O Coronel Mcna
Barreto aconselhou o General Mourão Filho a entrar em contacto com o Ministro
da Guerra General João Segadas Viana,77 ligado ao IBAD. Alguns dias depois o
General Mourão Filho foi a Porto Alegre, sede do III Exército, e pediu que
o General Penha Brasil marcasse uma reunião com Saint Pastoux, presidente da
FARSUL. para meados de janeiro. De acordo com o General Mourão Filho, o
General Penha Brasil estava, então, “mais a par" do que ele dos problemas do
país, daí o apoio que o General Penha Brasil vinha dando à FARSUL.71
O General Mourão Filho discutiu com Pastoux e com o General Penha Bra­
sil as linhas de ação para uma luta contra o governo. Concordaram que precisa­
vam agir por fases. A primeira fase duraria até as eleições do Legislativo, de 1962,
que precisavam ser ganhas, assegurando a eleição do maior número possível
de deputados, mobilizando também outras forças contra o governo. O comércio
c a indústria tinham dc angariar os recursos financeiros para apoiar as eleições,
por um lado, e o movimento contra-revolucionário, por outro, e um comitê fi­
nanceiro precisava ser formado. O pessoal militar ficaria encarregado das arti­
culações no campo das operações militares propriamente ditas. As táticas combi­
nadas entre o General Penha Brasil, do IBAD. o General Mourão Filho e Pas­
toux sem surpresa alguma se adequavam às linhas de acão do complexo IPES/
IBAD.71 De acordo com o General Mourão Filho, esta foi “a primeira reunião
civil-militar, o início da conspiração contra o governo de João Goulart
Mal sabia ele que outras forças estavam operando. Em novembro de 1961
havia sido realizada uma reunião no Edifício Avenida Central, sede do IPES-Rio.
onde a rede de Exército e Informações do General Golbcry funcionava cm 4 dos
13 escritórios alugados pela elite orgânica.11 Herman de Moraes Barros, o Generol
Reinaldo Saldanha da Gama e Américo Oswaldo Campiglía vieram de São Paulo

374
pnra essa reunião.” Ela foi presidida pelo Almirante Sílvio Heck e o secretário
íoi Carlos Eduardo D’Alamo Lousada (que posteriormente atuou como contacto
com o General Emílio Garrastazu Médici que, em 1964. era comandante da Aca­
demia Militar das Agulhas Negras-AMAN). Nessa reunião discutiu-se a necessi­
dade dc derrubar o governo. Entretanto, para se evitar um fiasco semelhante ao
de 1961, havia uma opinião unânime de que, sem manifestações inequívocas da
opinião pública, as Forças Armadas não se sentiriam autorizadas a intervir.” Este
era um ponto central no argumento do General Golbery para a mobilização mili­
tar contra o governo e o regime desde o fracasso do golpe anterior contra a posse
dc (. Goulart, que o levaria a deixar tempos depois a carreira militar.” A mobili­
zação da opinião pública em todos os setores da população foi uma tarefa entre­
gue à coordenação do IPES, o que ele fez, e muito eficientemcntc cm alguns
casos, conforme descrições nos capítulos anteriores.
Imediatamente após esse encontro no Rio, os representantes dos paulistas
reuniram-se com Júlio de Mesquita Filho, proprietário de O Estado de São Paulo,
e com Antônio Carlos Pacheco e Silva, Octávio Marcondes Ferraz, Tcodoro Quar-
tim Barbosa, Luiz Antônio da Gama e Silva, Paulo de Almeida Barbosa. Rafael
Noschese e Waldemar Ferreira, que formavam a liderança militante do IPES-São
Paulo. Além disso, também asseguraram o apoio de Francisco Mesquita. Hcrbert
Levy, Senador João Arruda e muitos outros.” Os líderes do IPES, Teodoro Quar-
tim Barbosa c Gastão Bucno Vidigal, seriam identificados mais tarde pelo em­
presário Paulo Egydio Martins” (sócio do líder do IPES Alberto Byngton) como
a liderança civil do movimento subversivo empresarial militar ao qual ele próprio
estava ligado.17 Além do mais, oficiais das Forças Armadas representando os
conspiradores históricos Almirante Heck, Marechal Denys e Brigadeiro Grun
Moss foram a São Paulo, encontraram-se com Júlio de Mesquita Filho e lhe entre­
garam um documento no qual expunham suas opiniões a respeito das normas que
posteriormente deveriam orientar o governo a ser instalado pelas Forças Armadas
após a deposição de J. Goulart.” Esse grupo de oficiais de direita que também
incluía os Generais Cordeiro de Farias, Nelson de Mello, José Pinheiro de Ulhoa
Cintra, Punaro Bley e Orlando Geisel, entre outros, era de opinião que um regime
discricionário teria de ser instalado por pele menos cinco anos” Neste período,
e durante essas reuniões, os ativistas do complexo IPES/IBAD juntamente com
os conspiradores históricos e os oficiais da ESG iniciaram a preparação ativa para
o movimento civil-militar para depor J. Goulart.
O militante do IPES Herman de Moraes Barros e seus companheiros for­
maram um “comitê revolucionário” que íoi depois articulado com o movimento
que estava sendo coordenado entre os militares pelo General Cordeiro de Farias,
no Rio de Janeiro e em São Paulo, sob a supervisão geral do General Golbery.
Como resultado de uma reunião na casa do líder do IPES Paulo Quartim Bar
bosa, Herman dc Moraes Barros, juntamente com o Coronel Cid Osório e o Te­
nente-Coronel Rubens Resteel, formou um Estado-Maior Civil-Militar que cuida­
ria do planejamento da mobilização de São Paulo. A tomada de decisões foi dei­
xada nas mãos dc uma equipe formada por Júlio de Mesquita Filho, Octávio
Marcondes Ferraz, Tcodoro Quartim Barbosa e Antônio Carlos Pacheco e Silva.
Esse estado-maior tinha várias tarefas: formular uma linho de ação para realizar
operações sucessivas, levantar recursos financeiros necessários para a campanha

375
uonspiraióna e coordenar a mobilização industrial necessária para sua realização.
O estado-maior era estruturado e composto conforme a descrição abaixo:
Logística (Comissão de Mobilização Industrial responsável por transporte, comu­
nicações e alimentos): |oão Soares do Amaral Neto — IPES-São Paulo; Coronel
Paulo Lobo Peçanha — II Exército, chefe do grupo; Vitório Mariano Ferraz —
IPES-São Paulo, coordenação; Paulo Egvdio Martins — líder da ADCE ligado
ao IPES e Roscio Castro Prado.
Ação: General lvanhoé Gonçalves Martins — conhecido por seu codinome "Dr.
Ivan Teixeira*', supostamente um médico da UNESCO e representante pessoal do
General Cordeiro de Fanas, cujo codinome para tais operações era “ Jardim”;*
General Sousa Carvalho — IPES — e Silvio Toledo Piza — IPES-São Paulo.
Promoção e Propaganda André de Faria Pereira Filho — ligado ao IPES-São
Paulo e Flávio Galvão — IPES-São Paulo.
Informações: General Agostinho Cortes — IPES-São Paulo, que também coorde­
nou a ação das organizações dvis.
Executivo: Herman de Moraes Barros. Daniel Machado de Campos e Gustavo
Borghoíí. todos do IPES-São Paulo ”
Em questões financeiras, os líderes do JPES e banqueiros Herman de Moraes
Barros — do Banco Itaú — Gastão Eduardo Bueno Vidigal — do Banco Mer­
cantil de São Paulo — e Aloysio Ramalho Foz — do Banco do Estado de São
Paulo — asseguraram a ajuda financeira dos outros bancos do Estado. Contribui­
ções importantes vieram também de outras fontes graças ao trabalho, entre outros,
dc António Cândido Gomes. Marcelo Amaral e José de Souza Queiroz Filho.®
Herman de Moraes Barros também atraiu Adhemar de Barros. Governador
dc São Paulo c líder do PSP, ao movimento articulado pelo IPES. Moraes Barros
chegou a impor a condição, para participar na formação de um "comitê revolu­
cionário”, dc que este organismo fosse aceito por Adhemar de Barros.93 A coope­
ração do governador de São Paulo era considerada essencial, principalmente no
setor dc Segurança Pública, pelo qual o General Aldévio Barbosa de Lemos era
responsável como Secretário dc Segurança do Estado. Não se deve esquecer que
o governador Adhemar de Barros linha a sua disposição, somente cm São Paulo,
uma Força Pública de 15 000 homens c uma Guarda Civil de 10.000 homens, o
que igualava o número de soldados em todo o II Exército, é interessante observar
que foi o General Aldévio quem organizou o sistema dc escuta das chamadas te­
lefônicas de f. Goulart para São Paulo ” Além disso, a Rede da Democracia, o
centro da cadeia de estações dc rádio patrocinada pelo JPES e coordenada por
seu Grupo de Opinião Pública, veio a ser instalada no Gabinete do Secretário
dc Segurança, sob a supervisão do próprio General Aldévio Barbosa dc Lemos,
que linha então seus trabalhos coordenados com os do estado-maior civil-militar
organizado pelo IPES em São Paulo.*1
Na época em que o General Mourão Filho iniciou “sua conspiração", a rede
IPES/IBAD estava cm pleno funcionamento. Entretanto, cie parecia saber muito
pouco a respeito dela, apesar de ser essa a estrutura que viria a encontrar cm
São Paulo e até a “liderar". Depois dessa breve c necessária digressão, u história
da conspiração do General Mourão Filho pode ser retomada.
No início de 1962. o General Mourão Filho foi contactado pelo jornalista
Tadcu Onar que linha ligações com os empresários dc Porto Alegre. T. Onar
tornou-se um importante homem de contacto para o General Mourão Filho. Foi

376
através dele que este se comunicou com Coelho de Souza, do Partido Libertador
do Rio Grande do Sul. T. Onar foi também seu contacto com o líder do 1PES
Edmundo Monteiro, uma figura-chave no fornecimento de recursos e meios para
iuat frequentes viagens. Era E. Monteiro quem providenciava transporte aéreo
para o General Mourão Filho viajar à vontade dando prosseguimento a sua cons-
pi ração.
No final de janeiro de 1962 o General Mourão Filho foi a São Paulo. Lá.
deveria ter uma reunião com “um grupo de industriais importantes”, que fora
organizado pelos líderes do 1PF.S Edmundo Monteiro e Othon Barcelos Correia
A reunião foi realizada em uma casa que ele ingenuamente admitiu ”nâo saber
onde era”. Estava presente um grande número de empresários, entre os quais ele
reconheceu o líder do IPES João Baptista Leopoldo Figueiredo.** De São Paulo,
o General Mourão Filho foi ao Rio de Janeiro, onde conversou com o Ministro
da Guerra General João Segadas Viana, do IBAD. Entrou também em contacto
com o Almirante Hcck, Marechal Denys e o General Cordeiro de Farias a respeito
de seus esforços conspiratórios. Tanto a reunião de São Paulo quanto a do Rio
deixaram no General Mourão Filho a impressão de que não havia grande movi­
mentação em torno de uma conspiração ativa contra o presidente. O General
Mourão Filho, nessa época, eslava obviamente desacreditado em termos políticos
e puramente operacionais a ponto de ser até considerado por alguns como agent
provocateur de J. Goulart. De qualquer forma, não recebeu informações a respeito
de qualquer atividade de maior envergadura organizada pela liderança do com*
plexo IPES/1BAD. Seu diário ainda registra outra passagem por São Paulo em
março de 1962. Lá. conheceu o General Nelson de Mello que, na época, era uma
figura de proa na articulação do grupo IPES/iBAD/ESG. O General Mourão
Filho informou-o sobre suas ligações no sul. A observação não comprometida do
General Nelson de Mello foi. como era de se esperar, que ambos “estavam no
mesmo barco”.*
Depois de conversar com os empresários em São Paulo e dos contactos cora
os líderes militares no Rio. o General Mourão Filho retomou a Porto Alegre onde
se manteve ocupado tentando fortalecer sua rede de oficiais a favor do golpe.
O estado-maior revolucionário do General Mourão Filho, enquanto esteve no Rio
Grande do Sul. era formado por jovens oficiais, o então Coronel Romão Mena
Barreto (chefe de gabinete). Tenente-coronel Athos Teixeira, Tenente-coronel Pau­
lo Braga (irmão do Governador do Paraná e conspirador Coronel Nei Braga). Te-
nentecoronel Xavier. Tenente-coronel Ivan (sobrinho do General Mourão Filho)
e Tenente-coronel Freitas.** Obviamente, as figuras militares do 11! Exército que
possuíam peso político e prestígio pessoal dentro das Forças Armadas e que esta­
vam no comando de tropas cm posições-chave, como os Generais Poppe de Fi­
gueiredo. Hugo Garrastazu. Ernesto Gcisel (que estava agindo junto ao governa­
dor Nei Braga). Álvaro Tavares do Carmo. Adalberto dos Santos. Cunha Garcia.
Mendes Pereira, Jair Acioly Borges. Franklin Rodrigues de Morais e muitos outros
oficiais de alto escalão, não faziam parte de seu estado-maior, apesar de o Gene­
ral Mourão Filho manter contactos com eles.** Esses oficiais estavam ligados a
colegas no Rio e em São Paulo fazendo parte, na época, da rede de células cons­
piradoras que operavam cm conjunto com os estados-maiores civis e militares de
Sâo Paulo e do Rio. descritos anteriormente.

377
Contactos com líderes do IPES foram frequentes no decorrer de 1962, espe-
cialmentc com Edmundo Monteiro c Othon Barccllos Correia. Em junho de 1962,
o General Mourão Filho teve uma reunião com o líder do IPES Edmundo Mon­
teiro e com Assis Chateaubriand. proprietário dos Diários Associados, n quem pe­
diu apoio para as forças políticas de centro-direita nas eleições de outubro que se
aproximavam. Ele também manteve conversas com o líder do IPES Othon Barcel-
los Correia, que prometeu apoio financeiro para a ação no Nordeste, uma área
cuja situação política preocupava profundamente o General Mourão Filho.100
Auxiliado por Onar. que desenvolveu um trabalho importante de articulação
entre militares e civis durante dois anos, o General Mourão Filho ligou-se ao
presidente da Federação das Associações Comerciais. Articulou-se também ao po­
lítico do PSD e empresário lido Mcncghetti.,°1 o candidato apoiado pelo comple­
xo IPES/IBAD ao Governo do Rio Grande do Sul. e ao Deputado Federal Coronel
Peracchi Barccllos. também ligado ao IBAD.,OS De volta a Santa Maria, sede de
uma importante base da Aeronáutica e o centro de uma rede de unidades do Exér­
cito. o General Mourão Filho ligou-se ao prefeito da cidade. Miguel Scvi Vieira,
e ao Bispo Dom Vítor |o$é Sartori. por quem foi convidado para uma reunião
em sua casa. Esse encontro, que ocorreu em setembro de 1962, foi de grande
importância porque estiveram presentes o influente Senador Mcm de Sá — PL.
ligado ao IPES. o Senador Daniel Krieger — UDN. assim como o Deputado Fe­
deral P. Barccllos — PSD, e o empresário e Deputado Federal do PSD Tarso Du-
ira.10’ Compareceram também Sevi Vieira e o advogado João Dentice, secretário da
campanha eleitoral de Meneghetti, que na época estava envolvido com o IPESUL e
FARSUL. Essa reunião, ocorrendo um mês antes das eleições de outubro de 1962
para o Congresso, serviu para reunir e coordenar a ação de importantes figuras
políticas da coalizão antipopulista e anti-PTB do Rio Grande do Sul. que vinham
operando como uma “frente democrática" há quase 10 anos.’*4 Seguindo a norma
de que a liderança do complexo IPES/IBAD não deveria colocar dinheiro direta­
mente nas mãos dos candidatos, o General Mourão Filho recebeu do líder do IPES
Othon Barcellos 30 milhões de cruzeiros para serem usados na campanha para
as eleições ao Congresso e Governos Estaduais de outubro de I962.,os
Em novembro de 1962 o General Mourão Filho foi ao Rio, restabelecendo
seus contactos com o General Nelson de Mello, Marechal Denys. General Cor­
deiro de Farias e com o Almirante Heck. Quando esteve no Rio, foi a Petrópolis,
um dos centros da coordenação do movimento de militares de "linha dura" com
o grupo ESG/IPES. Lá, o General Mourão Filho conheceu o General da ESG
Affonso de Albuquerque Lima, de linha dura, que se encontrava na casa do líder
do IPES José Luiz Moreira de Souza, seu cunhado. O General Mourão Filho
também compareceu a uma reunião em casa do General Segadas Viana, onde en­
controu-se com o General Nelson de Mello e com o General Penha Brasil.10* Nada
de extraordinário resultou desses encontros. O General Mourão Filho informou-os
de suas atividades, mas não foi posto a par do movimento militar desses oficiais
contra Goulart. Suas viagens continuaram regularmente, de forma discreta, até
fevereiro do ano seguinte.’*1
Então, subitamente, em março de 1963, o General Mourão Filho foi trans­
ferido para São Paulo, para o comando de um importante posto do Exército, a
2.* Região Militar do II Exército, substituindo o General Lyra Tavares, da ESG,
e, consequentemente, sendo lançado no centro do movimento empresarial-militar.
Pira o grupo IPES/ESG, era necessário (irar o maior proveito de uma situação
inesperada. Apesar das críticas, o General Mourão Filho possuía qualidades re­
conhecidas. Ele era descrito como um dínamo, cuja energia tinha de ser captada
e bem utilizada, da mesma forma que seu novo posto deveria ser aproveitado para
o acoberlamento das articulações centralizadas pelo IPES entre os militares em
Sio Paulo. Por outro lado, seu temperamento impulsivo e suas opiniões divergen­
tes daquelas do complexo IPES/ESG precisavam ser neutralizadas. Além disso,
daí em diante, as atenções do governo estariam voltadas para as atividades do
General Mourão Filho em São Paulo, permitindo que os outros agissem com
tranquilidade. Parece que o General Mourão Filho se transformou, de maneira
involuntária, em parte de uma manobra diversionista.1** Neste ponto ele conse­
guiu, a despeito de si mesmo, o que outros, como o General Cordeiro de Farias,
estavam tentando, isto é, chamar atenção para si deixando livres os colegas de
articulação.,ot
Ao General Mourão Filho seria permitido um papel conspiratório ativo e
eficaz, na medida em que contribuísse para o esforço geral de insuflar sentimentos
antigovemi5tas entre os militares, sem prejudicar o impulso principal do movi­
mento empresarial-militar. Suas atividades, portanto, teriam de ser rigorosamente
controladas pelo IPES.
Sugestões para a formação do seu Estado-maior começaram a ser enviadas
essim que ele se pôs a caminho de São Paulo. O General Lyra Tavares, da
ESG, membro do Estado-maior do General Pery Bevilacqua, que era então o co­
mandante do II Exército, sugeriu que Mourão Filho indicasse o Coronel de Ca­
valaria Ramiro Tavares, que iria passar à chefia de seu estado-maior conspira­
tório.110 Também foi sugerido ao General Mourão Filho o Major Figueiredo, irmão
mais novo do Tenente-coronel João Baptista Figueiredo, que pertencia è equipe
do General Golbcry e era sobrinho de João Baptista Leopoldo Figueiredo, presi­
dente do IPES-São Paulo. No final de março de 1963. o General Mourão Filho
solicitou que o Major Figueiredo passasse a ser seu “secretário assistente". O
círculo cm torno do General Mourão Filho fora fechado?1*
Este controle estendeu-se ainda mais. Logo após sua chegada a São Paulo, o
General Mourão Filho foi convidado para ir à casa de Antenor Edmundo Horta,
um homem público mineiro da pequena cidade de Diamantina (tena natal do
General Mourão Filho), onde novamente foi posto em contacto com empresários
e militares paulistas de destaque. Entre os presentes estavam Eldino da Fonseca
Brancante da American Chamber of Commerce que. de acordo com o General
Mourão Filho, “prestou imensos serviços à conspiração de São Paulo”. Brigadeiro
Neto dos Reis, Sálvio de Almeida Prado, Jorge Alves Lima, Eugênio dos Santos
Neves e Emâni Bessa.112 O General Mourão Filho estava se entrosando com o
centro do movimento IPES/ESG. Foi também colocado em contacto com o Ge­
neral da Reserva Sebastião Dalísio Menna Barreto, que estava ligado ao estado-
maior dos empresários e militares do IPES em São Paulo, chefiando uma seção
do movimento civil-militar. O General Menna Barreto, uma “raposa velha” cm
assuntos conspiratórios e políticos desde os tempos da revolta paulista de 1932.
c tendo sido chefe do Departamento de Segurança Pública de São Paulo, logo
tornou-se o chefe do que o General Mourão Filho pensava ser seu recém-formado
grupo conspirador civil-militar, mas que já havia sido estruturado pelo General
Menna Barreto como componente do estado-maior formado em novembro de 1961

379
e descrito anteriormente.111 Apesar de o General Mourão Filho ter sc transfor­
mado no chefe ostensivo da conspiração civil-militar, o General Menna Barreto
era seu substituto de fato cm assuntos relacionados com o seu setor do movimento
civil-militar. O fato de o movimento ser basicamente civil-militar foi realçado
pela estrutura para ação do estado-maior do General Menna Barreto, pelos campos
de ação delimitados e pelas próprias operações.
A estrutura para a ação sob o comando direto do General Menna Barreto,
que se apoiou nos recursos materiais e humanos dos Grupos de Ação c dc Estudo
do IPES em São Paulo, compreendia quatro setores. Esses setores, que englobavam
o modelo dc ação do IPES, eram os Departamentos dc Preparação Psicológica das
Massas, Informações. Mobilização e Finanças. O Departamento de Preparação
Psicológica das Massas compreendia as seguintes sub seções: (a) Imprensa (b) Rá­
dio; (c) Televisão; (d) Propaganda (cartazes, produção e distribuição de manifestos,
folhetos c panfletos) e (e) Organizações Femininas. O Departamento dc Informa­
ções linha as seguintes sub-seções: (a) coleta de informações; (b) contra-informa­
ção; (c) sabotagem. O Departamento de Mobilização estava dividido cm quatro
sub-seções: (a) mobilização propriamente dita, (b) organização, (c) comando e (d)
transporte. As operações do Departamento de Mobilização eram executadas pelo
Grupo dc Agentes Especiais, responsável por intercomunicações e transporte es­
pecial.114 Durante o golpe propriamente dito, clubes sociais e associações dc classe
serviram de sede para comunicações e mobilização. O centro para transporte es­
pecial foi estabelecido na Escola de Liderança Democrática, mantida peío IPES,
organizada por Paulo Quartim e sob a direção de Frederico Abranches Viotti
que, como será visto oportuna mente, também tinha outras funções.1 15 Apoio ma­
terial e financeiro foi dado pelos líderes do IPES Fernando Lee e Juan C. Llerena
Além disso, executivos da Federação das Indústrias dc São Paulo e da Federação
das Indústrias de Minas Gerais, que eram integradas ao IPES-São Paulo e IPES-
Belo Horizonte, arrecadaram um bilhão e meio dc cruzeiros (mais dc 1 milhão
dc dólares na época) para a causa, tendo fornecido também grandes quantidades
de alimentos, roupas e transporte para as forças militares.118
O General Menna Barreto coordenou suas atividades com as do General
Reynaldo Saldanha da Gama, que estava dirigindo outra seção do movimento
civil-militar e liderando um grupo armado de 80 homens selecionados. O General
Reynaldo Saldanha da Gama foi um dos trés representantes paulistas na reunião
dc novembro de 1961 no Rio com o Almirante Heck, descrita anteriormente. O
estado-maior civil-militar do General Menna Barreto era diretamente ligado ao
Almirante Heck através de Carlos D'AJamo Lousada. Entre os ativistas envolvidos
na seção liderada pelo General Saldanha da Gama encontravam se o Coronel
Armando de Figueiredo, Dr. Paulo Murgel, Benedito Lobo Rosa — vice-presidente
da Amerícan Chamber of Commerce de São Paulo — que chefiava uma unidade
especificamente envolvida cm operações de finalidade mobilizacional c em guerra
psicológica; Ncmésio Bailão — médico da família do governador Adhcmnr de
Borros; Andn Tclles dc Mattos — que representava o Instituto dc Engenharia
sediado em São Paulo, Herman Fickel — ex-oficial da Polícia Naval. Werncr
Golls, João Ravachc e numerosos líderes estudantis e dc trabalhadores católicos
pertencentes aos grupos c organizações descritas no capítulo anterior.117 O esta­
do-maior civil-militar do General Menna Barreto era coordenado pelo General
Souza Carvalho que, além de liderar um grupo dc civis c um contingente dc

380
oficiais da reserva da FEB, era um dos co-líderes do Seior de Ações do estado-
maior geral civil-militar comandado pelo IPES e formado Jogo após a reunião
de novembro de 1961 no Rio?18
Além disso, o estado-maior civil-militar do General Dalísio Menna Barreto
era apoiado por outras unidades de ação, lideradas pelo Deputado Federal Juve-
nal Sayão, Paulo Cardoso de Mello, Eldino Brancantc. B.M. Lobo Rosa, Paulo
Yazbek e Antônio Vicente de Azevedo (cuja residência havia se transformado no
que Brancante chamava de antecâmara conspiratória). O Deputado luvenal Sayão
envolvera-se através de Alberto Badra, diretor do clube social Monte Líbano e
parente do Deputado Federal Aniz Badra, patrocinado pelo IPES. Participavam
da unidade de ação de J. Sayão, os líderes do IPES Ernesto Leme e Luiz Antônio
da Gama c Silva. Desse grupo veio a “sugestão” feita ao General Mourão Filho
de que o General Reynaldo Saldanha da Gama (que participava secretamente do
grupo de Brancante) deveria ser o comandante da Guarda Civil que coordenaria
os civis e forneceria proteção policial aos conspiradores. Através do líder do IPES
Luiz Antônio da Gama e Silva, outro pedido foi enviado ao Governador Adhetnar
de Barros, para que Juvenal Sayão passasse a fazer parte do Departamento de
Ordem Política e Social — DOPS, a fim de controlar o movimento dos adversá­
rios c salvaguardar os conspiradores.118
Paulo Cardoso dc Mello fazia publicidade do movimento e era encarregado
de escrever panfletos c folhetos. Era também, juntamente com Antenor Horta,
uma fonte de finanças para a compra de armas. O estado-maior civil-militar
também assegurou a cooperação do Desembargador Persival de Oliveira, que não
era membro do estado-maior civil, e de seu genro Ricardo Capote Valente, que
trabalhava cm contacto direto com o General Dalísio Menna Barreto138
A liderança e apoio operacional para as atividades no setor de Forças Ar­
madas e Informações vieram do General do IPES Agostinho Cortes, que era
ligado a oficiais da ativa. Ele coordenou o aspecto militar da ação através de seu
grupo Especial da Conjuntura. Um ativista de grande importância neste setor foi
o Tenente-coronel Resteel que. em colaboração com o General Nelson de Mello
e o General Agostinho Cortes, estava organizando o movimento subversivo dentro
do II Exército. O General Agostinho Cortes também estava envolvido no campo
de “opinião pública”, isto é. organização, coordenação e estimulo à ação paralela
dc tropas de choque voltadas para táticas de intimidação contra estudantes de
centnxsquerda. lideres sindicais c ativistas, bem como para executar operações
para tulmutuar o bom andamento de encontros públicos, conferências e comícios
Essas unidades de ação estavam sob a liderança de José Ely Vianna Coutinho,
Eduardo Levy e Sérgio Barbosa Ferraz do IPES. entre outros, e recebia colabora­
ção de Luiz Carlos Prado. Arnaldo Vieira de Carvalho. Sérgio Broteiro Junqueira,
Vicente Mammana Neto. Luís Pinni Neto. Rodolfo de Freitas Filho. Humberto
Golfi e Sílvio Luciano Campos. A organização dessas tropas de choque, forma­
das principalmente por jovens das classes médias, estava sob a supervisão de
Paulo Quartim. que também coordenava suas atividades com as de outras forma­
ções de ação. Entre essas estava a Escola de Liderança Democrática — ELD, diri­
gida por Frederico Abranches Viotti. A ELD estava envolvida na preparação e
doutrinação de tumultuadores e agenls provocateurs para que participassem de
debates públicos, conferências, reuniões e comícios, bem como na preparação de
ativistas sindicais, camponeses e estudantis. As tropas dc choque também tinham

381
a finalidade de proteger esses ativistas e de perturbar violentamente as atividades
nacional reformistas.121 Uma série de ações planejadas sob a direção dc Frederico
Viotti destinavam-se a neutralizar a presença do governo federal cm São Paulo.
Dc acordo com o líder do IPES Herman dc Moraes Barros. em alguns casos,
figuras políticas conhecidas e “até ministros de estado foram incsperadamcnle
amedrontados*'. João Pinheiro Neto, diretor da Superintendência da Reforma
Agrária, e Mário Donato. seu representante cm São Paulo, foram alguns dos po­
líticos atacados.123 Para essas atividades dcscstabilizadoras. o General Agostinho
Cortes recebia o apoio do setor de Opinião Pública do IPES-São Paulo e. de ma­
neira especial, dc Fernando e Roberto Lcvy. filhos do líder da UDN c empresário
Hcrbert Levy. assim como do Instituto de Engenharia12’ sediado cm São Paulo e
da política de Adhcmar de Barres Policiais, às vezes disfarçados dc estudantes,
participavam dc 'recepções tempestuosas** oferecidas a figuras do governo. Uma
dessas ocasiões que recebeu muita publicidade foi o impedimento, por oitocentos
desses ‘estudantes*’.34 da realização do discurso que Paulo de Tarso. Ministro
da Educação, pretendia fazer na Universidade Mackenzie dc São Paulo.
Um dos grupos mais ativos formados em 1962. em consequência da pregação
do IPES. foi o Grupo de Atuação Patriótica — GAP — que atuava no Rio de
fanciro. em Minas Gerais e em São Paulo. Suas fileiras eram formadas por jo­
vens estudantes entre 17 e 26 anos, em sua maioria das classes média-alta e
alta.3’ Seu programa de ação visava a combater as reformas propostas por Bri-
zola e |. Goulart, a legalização do Partido Comunista, o sistema de representação
estudantil e a UNE e UBES. o encampamcnto das refinarias particulares, o preen­
chimento de postos-chase da administração com elementos considerados comu­
nistas, a influência de líderes sindicais nos assuntos do país, a suposta censura
aos discursos dc líderes políticos da oposição (Amaral Netto. Carlos Lacerda e
Raymundo Padilha) no rádio e na televisão, e “vista grossa” do governo para
greves e agitações de caráter político e subversivo. O GAP era beneficiado com
ampla cobertura da imprensa, principalmente de O Globo e dos Diários Ass&
ciados.
Certo dia, Aristóteles Drummond. líder do GAP. foi entrevistado em um
programa dc rádio onde expôs a determinação do GAP cm defender a liberdade e
a propriedade, bem como a convicção dc que isto só poderia ser garantido pelos
militares. A “Voz da América’’ retransmitiu a entrevista. Em seguida A. Drum­
mond recebeu uma chamada telefónica da Embaixada Americana solicitando uma
reunião. Dois homens foram ao seu apartamento, onde foi mcticulosamenle son­
dado a respeito de suas idéias políticas. Voltaram alguns dias mais (arde c ofere­
ceram sua ajuda a A. Drummond, o que o líder do GAP aceitou. Algumas
semanas depois, um caminhão descarregou cinquenta mil livros e panfletos dc
propaganda anticomunista no apartamento dc A. Drummond. A CIA havia feito
o contacto c A. Drummond faria o resto.31
De acordo com A. Drummond. o GAP destinava-se a transmitir à população
estudantil a mensagem dos jovens não ligados à UNE. e a colaborar na formação
de uma corrente dc opinião pública que estaria ciente dos “rumos comunistas
e anarquistas” pelos quais o governo estava conduzindo o país. Através dos “Co­
mícios para a Democracia”, realizados pelo Deputado Amaral Netto com a pre­
sença de parlamentares da ADP de todas as partes do país, o líder do GAP
pregava, em nome dos estudantes, a necessidade dc reagir contra o governo; A.

382
Drummond também tomou parte na ‘'Rede da Democracia", a atividade de
propaganda patrocinada pelo complexo IPES/IBAD que fazia oposição à "Cadeia
da Legalidade" organizada por Brizola contra o golpe iminente. Através da "Rede
da Democracia". A. Drummond pregava a mobilização armada contra os cam­
poneses de Francisco Julião c os Grupos dos Onze de Leonel Brizola.
A ação do GAP estava ligada de perto à da unidade de ação do Almirante
Heck. A. Drummond c outros membros do GAP transportavam armas e serviam
de mensageiros entre Sâo Paulo, Rio dc Janeiro c Belo Horizonte, A sede do
GAP foi "estourada" uma vez pela Polícia Militar, mas A. Drummond e dois
nmigos conseguiram escapar, apesar dc ter sido encontrado material incrimina*
tório. Em consequência desse incidente, foi ordenada pelo governo uma repres­
são geral contra grupos paramilitares. A rede da organização paralela "Ação de
Vigilantes do Brasil" no Rio dc faneiro foi invadida pela polícia de João Goulart
e armas foram apreendidas. A Ação dc Vigilantes era liderada por Paulo Galvão.
um dos homens mais importantes do Almirante Heck, que também estava en­
carregado do aspecto operacional de grupos paramilitares ligados à Ação de
Vigilantes c n Carlos Lacerda. Paulo Galvão também eslava ligado ao grupo
militar de informações de São Paulo liderado pelo General Agostinho Cortes e
ligado no próprio Carlos Lacerda?27 Outrn de suas bases, que foi tomada de as­
salto, cra localizada cm Jacarepaguá, na periferia do Rio. onde armas também
foram encontradas. Em uma fazenda em Sítio Alegre, onde um certo Major Lopes
de Souzu trabalhava como encarregado de suprimentos para o Almirante Heck.
também cncontraram-sc armas. Quando a polícia chegou. Paulo Galvão conseguiu
fugir com três caminhões?21 Depósitos dc armas, uniformes c outros materiais
necessários, assim como locais para treinamento militar foram espalhados por
todo o país, escondidos em propriedades rurais ou igrejas, bem como em locais
adquiridos especialmente para este fim. como o Educandário Nossa Senhora de
Fátima em Niterói, ou a Fazenda Arizona, que pertencia ao Grupo Ação de Vi­
gilantes do Brasil?7* Depois desses ataques às suas bases. A. Drummond observou
que íelizmente o Inquérito Policia! Militar determinado pelo Ministro da Guerra
foi confiado ao General Idálio Sardenbcrg (membro do grupo de núcleo militar
que havia fundado a ESG). A. Drummond foi falar com o General Sardenbcrg.
diante do fato de a imprensa ter revelado a ligação do GAP com o caso e com
as atividades do Almirante Heck. Depois de ouvir as explicações de Drummond.
o General Sardenberg lhe disse que sabia que "as coisas nâo foram exatamente
como você diz. mas eu louvo suas atitudes cívicas e peço-lhe que leve ao Almi­
rante Heck minha reação tranquila. Vocês nâo serão importunados?’1* Antes que
o incidente de Jacarepaguá fosse abafado, outros cinco elementos foram envol­
vidos: Cecil Borer — ex-chefe do Departamento de Ordem Política e Social da
Guanabara, seu irmão, oficial de polícia Charles Borer, o Coronel Gustavo Bor­
ges — Secretário de Segurança do Estado da Guanabara, c o Inspetor José Pe­
reira de Vasconcellos. Cecil Borer participou de atividades do movimento c cra
colaborador do empresário Alberto Pereira da Silva, ligado a Lacerda, e ao líder
do IPES Alberto Byngion que, juntamente com o Coronel Vemon Walters. eslava
envolvido no fornecimento de armas?31 A deputada lacerdista Sandra Cavalcanti
e Nina Ribeiro também foram implicados pela investigação feita pelo Serviço
Federal dc informações c Contra-Informações — SFICI?® Além disso, alegou se
na época que u companhia de transportes marítimos do líder do IPES João

383
Baptista Leopoldo Figueiredo — Leopoldo Figueiredo Navegação — sediada em
Nova York. transportava equipamentos para os conspiradores. Alguns dos equi­
pamentos encontrados no cachê de armas do Rio traziam o símbolo da Aliança
para o Progresso O cachê continha submetralhadoras. munição, gás lacrimogêneo,
equipamento de comunicações e recipientes. As armas eram de fabricação ameri­
cana. Os ualkie falkies foram identificados como oriundos de um estoque desti­
nado à Polícia do Rio a ser entregue no final de 1965.lM
As armas c equipamentos não eram apenas para uso dos militares: eram tam­
bém para uso dos empresários Após a exortação pública do líder do IPES Jorge
Behnng de Mattos de que os empresários em geral "deveriam armar-se uns aos
outros, porque nós )á estamos armados", os ativistas ligados ao Almirante Heck
distribuíram armas nos Estados do Rio de laneiro. Espírito Santo e Minas Gerais,
enquanto unidades dmgidas pelo Marechal Denys armaram os proprietários de
terras no sul do paisAlgumas dessas armas foram obtidas através da mediação
do governador de São Paulo Adhemar de Barros, dc Júlio de Mesquita Filho e
do líder do IPES Alberto Byngton m
A seção cisil-milítar chefiada pelo General Menna Barreto desempenhou
duas outras tarefas muito importantes no campo de preparação psicológica das
massas Sua seção era responsável pelo engajamento dos diretórios dc partidos
políticos do Estado de São Paulo e das diretorias de clubes sociais, culturais e
esportivos.
Durante o pnmeiro semestre de 1963. no final das reuniões de rotina do
Comité de Relações Brasil—Estados Unidos da American Chamber of Commerce.
seu vice-presidente. B M Lobo Rosa, analisava a conjuntura política. Um relatório
da citação da CIA no Rio anotou suis declarações a respeito das atividades de
uma unidade dc ação dc empresários e oficiais cm que ele estava envolvido. De

p
acordo com Lobo Rosa, a unidade de ação havia sido formada para programar e
executar um plano que envolvia armas, forças militures e finanças para apoiar
alividadci que visavam um golpe. B. M. Lobo Rosa comentou que o grupo que
havia sido inicialmcnte formado no Rio de Janeiro tinha agora um forte núcleo
funcionando também cm São Paulo, gozando do apoio dos governadores Carlos
Lacerda c Adhemar dc Barros Quando lhe perguntaram se o General Pery Be-
vilacqua havia dado seu apoio ao grupo dc ação, Lobo Rosa recusou-se a respon­
der. Explicou que o grupo era dividido em muitos departamentos, sendo cada
um responsável por determinados campos dc ação. Ele próprio eslava envolvido
com uma unidade responsável pelo que era chamado dc comando civil. Entre
outras coisas, essa unidade tinha como objetivo a formação dc “unidades de con­
trole dc bairros”, subdividida» cm unidades dc controle dc quarteirão nos moldes
das já existentes no Rio Cada subunidade de controle fazia contactos com apro­
ximadamente cinco pessoas cm cada quarteirão dc seu bairro com cujo apoio
poderiam contar para uma ação geral contra o governo. No Rio, esses grupos
já haviam sido trcinôdos para o uso dc pequenas armas dc fogo c o manuseio de
bombas dc plástico, e estavam bem à frente dos grupos dc São Paulo. Eles eram
importantes como "unidades dc retransmissão” para campanhas dc propaganda
anligovemista e fizeram a maior parle das chamadas demonstrações "populares”
contra o Executivo de João Goulart. A unidade dc açuo de I^ibo Rosa estava
interessada em assegurar que os líderes da comunidade empresarial americano e
figuras do governo dos Estados Unidos estivessem informados a respeito dc qual

384
âcio cstavi planejada e por quê. Ele achava fundamental que os Estados Unidos
reconhecessem um governo provisório que assumiria o poder no caso da ação con­
tra o governo federal lograr êxito, apesar de ainda estar indefinida, naquele está­
gio. a questão da época adequada para essa ação. O chefe do movimento civil do
qual n unidade de B.M. Lobo Rosa fazia parte era o General Dalísio Menna
Barreto.m
A sede conspiratória de Menna Barreto havia sido estabelecida nas instala*
çôes de uma companhia imobiliária-SELA, localizada no Largo de São Bento, em
São Paulo. No início de 1963 foi realizada uma reunião nesse escritório entre
Antenor Edmundo Horta, Eldino Brancante, Coronel José Canavó Filho — ex-
comandante da Força Pública de São Paulo. José Freire da Silva e vários outros
empresários que estiveram presentes à já mencionada reunião onde o General
M ou rio Filho veio a conhecer paulistas civis e militares importantes.1,, Nessa
reunião, os empresários fizeram a proposta, que foi aceita, de que para conse­
guirem uma mobilização ampla e eficiente e uma boa preparação psicológica das
massas, o estado-maior civil-militar teria de entrar em contacto não só com
diretórios de partidos,”• mas também com qualquer instituição já existente, clubes
sociais e esportivos, associações de classe e empresas privadas, onde o IPES já
vinha desenvolvendo atividades intensas desde o início de 1962. A vantagem da
integração dessas organizações ao movimento civil-militar, argumentou-se. era
que elas possuíam arquivos organizados de seus membros e numerosos associados
e filiados. Elas contavam com recursos materiais, financeiros e humanos para a
ação da elite orgânica, e poderiam se transformar em centros muito úteis para
a mobilização das forças de direita. Como eram espalhados por toda a cidade de
São Paulo, os clubes e associações também poderiam se transformar em pontos
para reuniões, concentração e depósito de material, bem como quartéis generais
improvisados dc suas vizinhanças de classe média c alta. Os diretórios dos parti­
dos, agindo através dc seus comitês de bairro, poderiam se transformar em eficazes
meios de mobilização e criar rapidamente o clima propício, principalmente porque
possuíam bons oradores, experientes em campanhas políticas, que poderiam con­
vencer os companheiros de partido e seguidores de que, para fazer frente à
“ameaça" iminente colocada pelo Executivo e pelas forças nacional-reformistas,
era necessário um movimento civil-militar contra o governo. Da mesma forma,
os diretores de clubes sociais, associações culturais e esportivas tinham capacidade
e autoridade para expor os problemas e arregimentar pessoal para as diversas
tarefas exigidas pelo estado-maior civil-militar. Além disso, esses clubes e asso­
ciações de elite uniam, muito convenientemente, a classe dominante e a classe
média-alta paulistas, que foram então facilmente coordenadas e mobilizadas.140
0 estado-maior civil-militar esperava que, agindo através das cúpulas dos partidos
políticos, clubes sociais e associações, as bases das classes médias seriam atingidas
com facilidade e segurança c de tal forma que seu envolvimento na campanha
contra o Executivo seria assegurado de maneira rápida e estável. Entre os ele­
mentos mais ativos na mobilização das classes médias encontravam-se Eldino
Brancante. o Coronel Canavó, Benedito M. Lobo Rosa, Antônio Vicente de Aze­
vedo, Antenor Edmundo Horta c José Freire da Silva, que coordenou o envolvi­
mento dos Maçons dc São Paulo.141
0 envolvimento dos clubes sociais na rede dc ação político-militar do IPES
foi rclativamcnlc fácil, uma vez que muitos de seus lideres eram também diretores

385
ou membros importantes dessas instituições sociais, culturais c esportivas de elite.
Entretanto, a rede do IPES também envolveu os clubes esportivos cujos sócios
eram, na maioria, das classes médias, c com uma grande massa de seguidores
das classes populares, apesar de sua liderança ainda ser elitista. Entre elas estavam
os clubes de futebol profissional Portuguesa de Desportos. Palmeiras, São Paulo
e o mais popular de todos, o Esporte Clube Corinthians cujo presidente, Wadi
Helou, fora contactado por Joâo Batista Silva Azevedo, vereador pelo Partido
Libertador e articulador do movimento dentro do Clube de Regalas Tietê e leva­
do por Carlos Brancante ao General Mcnna Barreto.1*2 Vicente Azevedo assegurou
a participação, na campanha liderada pelo IPES, de Paulo Yazbck. diretor do
Sanatório Aviccna e presidente da Associação Atlética de São Paulo e do Clube
de Regatas Ponte Grande. Paulo Yazbek tomou-se uma figura-chave no setor de
Comunicações de Rádio do movimento civil-militar. Sendo o fundador c conse­
lheiro permanente da Liga Amadora Brasileira dc Rádio Emissão — LABRE, pôde
fornecer ao estado-maior do General Dalísio Mcnna Barreto c a outros partici­
pantes do movimento civil-militar uma poderosa rede de comunicações que pres­
cindiu tanto dos meios comerciais de comunicação quanto dos meios normais
das Forças Armadas. O Coronel Cid Camargo Osório, agindo na área militar,
tomou a iniciativa de desenvolver um sistema codificado de comunicações por
rádio com os grupos em operação em outros Estados. Paulo Yazbck também
viria a ser uma figura centra] na campanha de mobilização das classes médias,
I
por ser o presidente da Associação de Clubes Esportivos do Estado de São Pau-
lo-ACLEESP, que reunia 56 clubes de esporte amador?43 Foi Paulo Yazbck quem
apresentou aos conspiradores tanto Michel Nahas quanto Alberto Brada, presi-
dcnics do Clube Aüciico Momc Líbano e Clube Sírio, respecüvamentc.
Outro contacto foi no Banco Sul Americano S.A., onde procuraram seu
vice-presidente. o líder do IPES Manoel de Carvalho, que era também vice-presi­
dente do São Paulo Futebol Clube. Compareceu à reunião o líder do IPES Her-
man dc Moraes Barros, ele próprio diretor do Clube Atlético Paulistano. Mais
tarde, entraram em contacto com João do Amaral, presidente do Clube Paulista­
no, c com outro diretor, Pedro Padilha, sendo ambos apresentados pessoalmente
uo General Dalísio Menna Barreto.
Levando a extremos a campanha da “ameaça vermelha” fizeram sentir aos
diretores dc clube que havia uma necessidade real de criarem galerias subterrâ­
neas de firo em seus clubes sociais para o treinamento de sócios. Formaram-se
grupos de ação de diretores de clubes e sócios selecionados para serem submetidos
a treinamentos mais especializados. A unidade de E. Brancante forneceria o ins­
trutor, que treinaria secretamente os chefes dos vários grupos, em fazendas pró­
ximas a São Paulo, no uso de armas de fogo e em técnicas dc guerrilha?1* Outros
diretores influentes dc clubes que estiveram ligados à rede que se iniciava
e que foram levados ao estado-maior civil-militar para receberem instruções
foram: Luiz Nardi — Clube de Golfe São Fernando; Ferreira da Rosa —
Clube de Campo; Angelo Dedites e Dclfino Facchina — Sociedade Esportiva
Palmeiras; laymc Loureiro Filho e Milton Nascimento — Sociedade Hípica
Paulistana. Também foi mantido contacto com Adhemar dc Campos, presidente
da Sociedade Harmonia de Tênis, à qual Milton Nascimento também pertencia
c onde o IPES ministrava cursos para empresários, profissionais liberais c mili­
tantes. Muitos membros de várias organizações que haviam passado pelo Curso

386
de Preparação da Escola Superior de Guerra também estiveram ligados à unidade
chefiada por E. Brancanlc c B.M. Lobo Rosa, entre os quais o empresário Lito
Coutinho (que era líder de uma unidode de ação) c Francisco de Barros Campos,
diretor da Sociedade Harmonia de Tênis. Alem disso, os seguintes diretores de
clubes estiveram integrados ao movimento civil-miHiar: Honorino Gasparinc —
presidente do Esporte Clube Pinheiros, que se transformou em um centro impor­
tante para coordenação de manobras durante o golpe; António Colussi — presi­
dente do Floresta Clube; Douglas Michalany — diretor do Ypês Clube de Vila
Mariana. O São Paulo Country Clube foi integrado através de seu presidente, o
líder do IPES Júlio Cruz Lima c de Plínio Monteiro Garcia.I4a
Na segunda quinzena de abril dc 1963, o estado-maior civil-militar em São
Paulo enviou um convite a figuras importantes envolvidas no movimento civil-
militar contra o Executivo para um encontro no Estádio do Pacacmbu. Foi uma
chamada "pública”. Cerca dc 400 pessoas estavam envolvidas nesta demonstra­
ção de participação e dedicação. Os organizadores e coordenadores dessa açáo
foram o General Dalísio Mcnna Barreto c o General Agostinho Cortes. Estavam
presentes vários presidentes dc bancos pertencentes ao JPES e parentes de Her-
bert Levy, bem como empresários conhecidos, oficiais da reserva e profissionais
liberais ligados ao IPES.14*
Depois da demonstração no Pacacmbu foi realizada outra reunião com menor
número de pessoas, desta vez no apartamento dc Júlio de Mesquita Filho. Estavam
presentes os Generais Mourão Filho. Ramiro Gorreta e Jvanhoé Martins.147 com
um representante do General Cordeiro de Farias, para coordenar as atividades do
grupo civil-militar de São Paulo com o centro militar do Rio. Foi decidido, na­
quela reunião, que Júlio de Mesquita Filho ficaria encarregado do grupo que
tomaria conta de assuntos políticos e orientações ideológicas. Como chefe de um
importante complexo dc imprensa e com o apoio logístico do Grupo de Opinião
Pública do IPES, Júlio de Mesquita Filho deveria manter apoio para os ativistas
do golpe através da mídia.’4*
Após a reunião do Pacacmbu em abril de 1963, o estado-maior civil-militar
realizou outra em junho.,4t Como as atividades do IPES fossem amplamente
encobertas a seus participantes mantivessem sigilo quanto às atividades, a reunião
serviu para que os presentes se conhecessem c para reforçar sua disposição de
agir. Muitos empresários do JPES, diretores de clubes sociais, profissionais libe­
rais e outros membros do estado-maior civil-militar compareceram à reunião.
Entre algumas das figuras influentes que foram ao Pacaembu em junho para
um encontro face a face de simpatizantes e participantes do movimento civil-
militar estavam: os líderes do IPES Hcrman dc Moraes Barros. Manoel de
Carvalho, Paulo Reis Magalhães, Sérgio Barbosa Ferraz, Roberto Levy e Sálvio
de Almeida Prado; os ativistas do IPES Eduardo Levy c seus irmãos (que
trabalhavam na unidade do General Agostinho Cortes). Carlos D’Alamo Lousada
c Luiz Alberto Attilio (que eram os elos com a unidade do Almirante Heck);
diretores dc clubes esportivos c sociais pertencentes à seção de ”mobilização e
preparação psicológica das massas" do estado-maior do General Menna Barreto,
como Guilherme dc Almeida — Clube Piratininga, Celso Corrêa Dias — Socie­
dade Hípica e Instituto Histórico de Guarujá c Bert ioga, Milton Nascimento.
Paulo Yazbck. António Colussi. Adhemar de Campos e Pedro Padilha. Além
desses, os seguintes empresários dc influência também estiveram na reunião:

387
Chrislian Heins e Lito Coutinho, da Willys, Mário Savelli, da Light and Powcr
S.A. e membro do instituto dc Engenharia. Périclcs Senna. da Material Ferro*
viário S.A. — MAFERSA. o financista |osé Roberto de Oliveira, parente de
Roberto Campos. Herculano de Almeida Pires, do Banco da América. Caio de
Paula Machado e Fábio Fasano. diretor do famoso Restaurante Fasano. Os se*
guintes membros do Movimento Civil de Defesa Nacional, uma linha auxiliar do
IPES e trabalhando no campo dc opinião pública e mobilização das massas,
também compareceram à reunião do Pacaembu: José dc Oliveira Pinho. Darcy
d'Alvear, procurador do Tnbunal de Alçada. José Pedro Ga)vão de Souza. Eva-
risto Veiga dos Santos, o advogado Ruy de Arruda Camargo. Celso Guimarães
c Plínio Costa César, bem como Luiz Felipe de Souza Queiroz e Eduardo Sousa
Queiroz, líderes estaduais da L’DN. Finalmente, os seguintes ativistas c simpa­
tizantes do movimento civil-militar também estiveram na reunião no Pacaembu:
Aureliano Leite, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
0 Deputado Federal lusenal Sayão. Nemésio Bailão. Benedito Lobo Bizarro.
Hcrman Fickel. Carlos Brancante. Paulo Cardoso de Mello. Maria Aparecida
Cardoso dc Mello. Paulo Cardoso de Mello Filho. Nelson Abdo, Lygia Aguiar
Fasano. Sérgio Lemos Torres. Rubens e Esther Guagliemetti. Aziz Calfat. De*
métrio Calfat. Ruy Buller Souto. Cosmo Guamieri e diversos estudantes ativistas
e representantes de associações religiosas.li0 As várias “reuniões públicas** desses
membros influentes da elite de São Paulo serviram para estimular os ativistas
militares do II Exército a continuarem com seus preparativos para um golpe
contra João Goulart; eles se sentiram confiantes e fortalecidos pelo comprometi­

J
mento dos civis.
Quase no final de junho o estado-maior civil militar organizou um comício
conhecido como Convenção do Pacaembu. realizado no dia 22. A convenção foi
oslcnsivamcntc liderada pelo Movimento Sindical Democrático c pelo Movimento
Democrático Estudantil, ambos patrocinados pelo IPES. Foi uma tentativa da
elite orgânica de contrapor seu próprio bloco estudantil-trabalhador de direita

I ao crescente bom relacionamento entre as organizações estudantis nacional-refor­


mistas c os sindicatos das classes trabalhadoras. Representantes dos Estados da
Guanabara, Paraíba. Ceará. Bahia, Amazonas. Rio Grande do Sul. Rio Grande
do Norte, Paraná. Pará, Santa Catarina e São Paulo foram trazidos ao estádio
do Pacaembu. 4 000 pessoas ao todo. Os governadores Carlos Lacerda e Adhemar
dc Barros. os Deputados Federais Armando Falcão e Herbert Levy, Júlio de
Mesquita Filho, o líder do IPES Miguel Reale, Ivette de Carvalho. Alexandre
Husne, Luiz Carlos Batista, o líder do MSD Antônio Pereira Magaldi, o líder
dos trabalhadores cristãos, Frei Celso c Francisco Ramalho presidiram o en­
contro.111 A convenção foi um marco significativo na campanha do complexo
IPES/IBAD contra loâo Goulart, as propostas nacionalistas c reformistas e a
esquerda operária. Ela se beneficiou da vasta rede dc retransmissão organizada
pelo IPES e teve um profundo efeito sobre os militares que. além de receberem
o apoio das cliles, viram-se também abertamente apoiadas pelo que aparentava
»cr um amplo bloco de trabalhadores, estudantes c classe média. Em meados dc
1963. o mesmo modelo desenvolvido no Estado de São Paulo, dc civis c militares
interagindo contra o Executivo e sendo organizados para derrubar o governo
nacional, era comum aos Estados da Guanabara, Minas Gerais, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.153 Em cada um desses Estados o movimento civil*

388
militar se baseava na rede regional do complexo 1PES/IBAD, apesar de o General
Mourão Filho acreditar que isso se devia, em grande parte, aos seus esforços,
uma vez que ele havia tentado insuflar oposição ao regime nos Estados vizinhos.
Os contatos do General Mourão Filho com os Estados do sul foram feitos parcial*
mente através do líder estadual da UDN Luiz Felipe de Souza Queiroz e de
Aurélio Stievani?” Em São Paulo, o General Mourão Filho era o organizador
ostensivo do setor militar do movimento,*** enquanto o General Menna Barreto
era o principal coordenador dos civis?” O movimento teve o pleno apoio do
governador Adhemar de Barros. No Paraná, o principal organizador militar foi
u General Ernesto Geisel que comandava a 5.“ Divisão do III Exército. O aspecto
civil do movimento era liderado por José Manoel Linhares de Lacerda, que coor­
denava unidades consistindo basicamente de grandes proprietários dc terras, jun­
tamente com os líderes do IPES da Associação Comercial do Paraná e Paulo
da Rocha Chucri que formava um importante elo com a força policial do Estado.
O Coronel Nci Braga, governador do Paraná, era discretamente a favor do plano,
preferindo não dar apoio abertamente?” No Rio Grande do Sul. podia-se contar
com dois terços dos oficiais do III Exército, com a Polícia Civil e com a Força
Pública. O Coronel Barcellos agiu ativamente na subversão das forças policiais
do Rio Grande do Sul. O General da reserva Armand Cattani estava encarregado
da organização dos proprietários de terras nas zonas rurais em unidades para-
militarcs, que agiriam como um grupo coordenado na época do golpe. O plano
teve o apoio total de lido Mcneghctti, governador do Rio Grande do Sul, que
era ligado à FARSUL c ao IPESUL. Em Santa Catarina os proprietários de terras
estavam sendo organizados para ajudar os militares a favor do plano para o
golpe. O General Pedro Paulo Vieira da Rosa foi um demento exircmamcntc
ativo na mobilização de pessoal militar. Na Guanabara, a Marinha apoiou o plano
completamcnte, como também alguns elementos-chave do I Exército?” A orga­
nização civil, que tinha todo o peso da estrutura do IPES apoiando-a. estava,
conforme foi avaliado pela CIA. bem mais adiantada do que a dc São Paulo.
O movimento tinha o apoio total dc Carlos Lacerda1” que, por sua vez. era
apoiado pelo IPES. Em Minas Gerais o General Carlos Luís Guedes chefiava o
setor militar e o General Bragança chefiava o civil, apoiados pela Mobilização
Democrática Mineira?” patrocinada pelo IPES. Os empresários, profissionais
liberais e militares que formavam o que o General Guedes descrevia como o
"atuante grupo revolucionário" que. a seu ver, se colocava na vanguarda da
opinião pública em Minas Gerais, eram líderes e ativistas do IPES-Belo Hori­
zonte. Através de seus contatos e ligações com os militares de Minas c outros
Estados, os líderes e ativistas do IPES "propiciaram as condições psicológicas
e materiais indispensáveis para a eclosão do movimento de 31 dc março, julgado
necessário para justificar a ação militar". Entre os líderes do IPES mencionados
pelo General Guedes pedem ser citados: o empresário Aluísio Arag&o Villar,
Josafá Macedo, grande proprietário dc terras, banqueiro, presidente da Federação
dc Associações Rurais do Estado dc Minas Gerais — FAREMG e médico, mem­
bro da influente Associação Médica de Minas Gerais (que não ocultava sua
oposição ao governo de |oào Goulart), o banqueiro e industria) Ruy dc Castro
Magalhães, Angelo Scavazza, diretor da Sul América Cia. de Seguros. General
Elcino Lopes Bragança. General Lopes Bragança, comandante da ID-4 e Gabriel
Bernardcs Filho, proprietário de terras e diretor da Cia. Força e Luz de Minas

389
subverter os oficiais mais jovens, muitos deles no comando de tropas do II
Exército. Nesse esforço, apoiava-se no trabalho do Major Ner A. Pereira e do
Major A. Nakashima. O primeiro era o homem de confiança do General Mourão
Filho e sua ligação com o Coronel José Canavó Filho que, sendo vizinho do
Major Ner Pereira, mantinha sua casa como um dos quartéis-generais secretos
do estado-maior civil onde se reuniam oficiais da Policia. Marinha e Aeronáutica.
O Major Pereira e o Major Nakashima formaram uma ampla rede de apoio entre
os oficiais de escalão mais baixo. As reuniões eram feitas na casa dc |uvenal
Sayio. O núcleo do grupo chegava a aproximadamente setenta oficiais.Para-
lelamcnte a essa ação, o Ipesiano Agostinho Cortes, como chefe do estado-maior
militar do General Dalísio Menna Barreto e coordenador da ação militar do
IPES em São Paulo, também estava praticando subversão entre os oficiais mais
jovens do II Exército. Um elemento-chave era o Tenente-coronel Resteel.que
chefiava uma unidade de ação formada pelo Coronel Cid Osório, os Tenentes-
coronéis Buitrom e Ayrton Cartaxo, os Majores Ismael Armond, Geraldo Franco
e Ruy Machado, os Capitães Rubens Franco e Herbes Franco e os Tenentes Ruy
Arruda c Queiroz. A unidade do Tenente-coronel Resteel recebeu o apoio dc
uma unidade de civis liderada pelo ativista do IPES Eduardo Levy e pelo empre­
sário do IPES José Carlos da Costa Marques (diretor da WylJis e membro da
unidade dc ação de Paulo Quartim).**
O Major Pereira foi contactado pelo Major Geraldo Franco, da unidade do
Tenente-coronel Resteel. O major Franco sugeriu ao Major Pereira que o Tenente-
coronel Resteel e seu grupo se unissem à ação conspiratória dos homens do
General Mourão Filho Os líderes do IPES Antônio Carlos Pacheco e Silva e
Octávio Marcondes Ferraz já haviam sugerido o Tenente-coronel Resteel como
homem de contato entre os membros do estado-maior civil devido ao seu desem­
penho como tal junto à unidade do líder do IPES Roberto Levy e também
junto a Júlio de Mesquita Filho e Herberi Levy. Com o Tenente-coronel Resteel
fazendo parte do grupo, as reuniões semanais nas noites de sexta-feira, que eram
realizadas na casa de Juvenal Sayão. logo passaram a ser feitas na casa de Eldino
Brancante. onde os conspiradores se encontravam íuntamente com membros da
Força Pública dc São Paulo. O Tenente-coronel Resteel trouxe para o grupo
novas ideias sobre liderança e formas de ação, bem como seus próprios homens.
Ele se opôs à formação de um Conselho, Comissão ou Junta, idéias ventiladas
pelo Major Ner Pereira e apoiadas pelo General Mourão Filho, sendo a favor
do estabelecimento de um Comando Central. Ao invés de apoiar atitudes impul­
sivas. apoiava o planejamento metódico e a inserção dc suas atividades, coorde­
nadas em São Paulo, no plano estratégico geral coordenado no Rio. do qual o
Tenente-coronel Resteel tomou-sc o elo. Após paciente trabalho do Tenente-coronel
Resteel e sua unidade, seu ponto de vista conquistou os oficiais e o Major Ner
Pereira foi retirado da liderança, deixando o grupo para conspirar isoladamente.
Em agosto de 1963. o General Mourão Filho foi deixado sem qualquer
comando efetivo nos escalões médio c baixo do corpo dc oficiais. Os militares
do II Exército, comandado pelo General Kruel.,M estavam envolvidos no movi­
mento articulado pelo Tenente-coronel Resteel. General Cordeiro de Farias e
General Nelson de Mello. Esse movimento era coordenado pelo General Agos­
tinho Cortes, líder do grupo de acão do IPES, sediado em São Paulo, quc operava
no setor de Forças Armadas c Informação e chefe da seção de informação e

392
contra-informação do estado-maior civil-militar paulista, formado após a já men­
cionada reunião de novembro de 1961 no Rio. A casa do General Agostinho
Cortes era um centro de informação e contra-informação apoiado pela rede de
civis e militares do complexo IPES/IBAD. Através dele eram coordenados os
esforços e atividades do Marechal Ignácio Rolim, do JBAD, Coronel Antônjo
Carlos de Andrade Serpa c Coronel Cid Augusto Osório (ambos homens de
ligação com o Coronel Jayme Portei la). General Aldévio Barbosa de Lemos. Ge­
neral Reynaldo Saldanha da Gama, Tenente-coronel Resteel, General Ivanhoé
Gonçalves Martins (que na época estava atuando como representante permanente
do General Cordeiro de Farias) e do Coronel Lauro Rocca Diegues. chefe da
Seção de Informação do II Exército.140 Apesar de todos os seus esforços, era
óbvio que o General Mourão Filho permanecia isolado em sua conspiração mi­
litar. enquanto o estado-maior civil-militar comandado pelo General Menna Bar­
reto progredia.
No final de agosto de 1963, o General Mourão Filho foi inesperadamenfe
transferido para o comando da 4? Região Militar e da 4.* Divisão de Infantaria
do I Exército, sediados em Juiz de Fora, Estado de Minas Gerais.”* Essa trans­
ferência foi um golpe para os conspiradores em São Paulo e em outras partes
do pats, inclusive Minas Gerais, por dois motivos. Em primeiro lugar, o General
Mourão Filho era considerado há muito tempo pelo Executivo um conspirador
cm potencial bastante conspícuo, apesar de ineficiente. Assim, a atenção que
sua personalidade e suas atividades atraíam permitia que outras figuras, como
o General Agostinho Cortes e o Tenente-coronel Resteel, desenvolvessem e pros­
seguissem com uma ação discreta e eficiente em São Paulo sem serem moles­
tados e distante do serviço de contra-informações de ). Goulart. Por outro lado,
sua transferência para um exército aquartelado em um local cuja distância do
Rio era a metade da distância de sua antiga base em São Paulo e com mais tropas
sob seu comando, preocupava muito aos membros do complexo IPES/IBAD.
Uma marcha intempestiva do General Mourão Filho sobre a antiga capital poderia
criar sérios problemas para as tentativas do grupo IPES/ESG de controlar os
acontecimentos e executar um golpe vitorioso.”1 As consequências de uma ação
tão impulsiva poderiam ser desastrosas, destruindo a estratégia cuidadosamente
desenvolvida pelo grupo IPES/ESG. Além disso, em Juiz de Fora o General
Mourão Filho estava dentro da esfera de influência não só do Governador de
Minas Gerais José de Magalhães Pinto, que, como candidato em potencial a pre­
sidência da República em 1965, ganhou assim um aliado fortuito e ura trunfo
para descartar no jogo regional de poder, mas também próximo aos oficiais
favoráveis ao General Costa e Silva, um troupierin importante, que não compar­
tilhava de identidade de posições com o grupo IPES/ESG. A mudança do General
Mourão Filho para Minas Gerais também poderia danificar as ligações cuidado­
samente elaboradas que os ativistas do IPES-Belo Horizonte haviam estabelecido
com outros militares no Estado, principalmente com o General Bragança e com
o General Carlos Luís Guedes”3 que. além de suas ligações diretas com os líderes
do IPES-Belo Horizonte, também estava ligado ao estado-maior do IPES-São
Paulo por intermédio de André Telles de Mattos, membro do grupo do General
Agostinho Cortes, e também através de Nemésio Bailio e Carlos Eduardo D’Álamo
Lousada.”4

393
Chegando a Minas Gerais, e imediatamente após assumir seu novo comando,
o General Mourão Filho entrou em contato com o General Guedes, a quem con­
fidenciou suas operações em São Paulo Em setembro de 1963. o General Guedes
e o General Mourão Filho tiveram uma reunião com o Governador Magalhães
Pinto, onde foi discutida a formação de um “Estado-maior Revolucionário**. Em
seguida, o General Mourão Filho e o General Guedes estabeleceram contatos
para as operações com o Coronel José Geraldo de Oliveira, comandante da
Polícia Militar de Minas Gerais e com o Coronel Afonso Barsante dos Santos,
chefe do Estado-maior da Policia Militar. Logo após sua chegada, o General
Mourão Filho teve uma reunião com o Coronel Antônio Carlos dc Andrade
Serpa. recomendado a Mourão Filho pelo Coronel Portella. que pertencia ao
grupo do General Costa e Silva e estava ligado aos extremistas de direita no
Rio e São Paulo. Quando o General Mourão Filho pediu seu conselho a respeito
dc quem integrar em seu novo Estado-maior, o Coronel Serpa indicou o Tenente-
coronel Everaldo José da Silva, também ligado ao Coronel Portella Alguns dias
depois, o Tenente-coronel Everaldo indicou ao General Mourão Filho os nomes
de oito oficiais, que passaram a formar seu Estado-maior.175 Subitamente o Ge­
neral Mourão Filho estava sendo sustentado pelo Grupo do General Costa e
Silva, que tentou cooptá-lo. Entretanto, havia um Major. José Ramos de Alencar,
no Estado-maior do General Mourão Filho. O Major Alencar estava ligado ao
líder do IPES Augusto Frederico Schmidt, que assumiu a tarefa de solapar o
prestígio do General Mourão Filho junto aos jovens oficiais.17* Estabeleceu-se
uma situação semelhante à de São Paulo, com os elementos do grupo IPES/ESG
Icnlando enfraquecer a autoridade do General Mourão Filho — o que, no final,
foi inútil — e tentando também incorporá-lo à conspiração do movimento civil-
militar de Minas Gerais Como foi visto anteriormente, esse movimento havia
sido organizado pelo IPES-Belo Horizonte e ligado ao General Carlos Luís Guedes.
Ingenuamente, o General Mourão Filho acreditava que havia sido responsável
pela formação do movimento civil-militar cm Minas Gerais.
Em janeiro de 1964 o General Mourão Filho entrou em férias, enquanto
o General Guedes assumiu a supervisão do desenvolvimento da conspiração.
No final de janeiro, o General Guedes compareceu a uma reunião, que se tomou
vital entre os representantes das “dastes conservadoras" (sir) realizada no Edi­
fício Acaiaca, o complexo de escritórios mais importante de Belo Horizonte, onde
o IPES estava sediado.177 Entre os representantes dos empresários e profissionais
liberais presentes a essa reunião estava toda a liderança executiva do IPES c
vários ativistas, parte do "atuante grupo revolucionário*’ mencionado anterior­
mente, isto é: Jonas Barcellos Corrêa. fosaíá Macedo, Ruy dc Castro Magalhães,
Alufsio Aragão Villar, Laércio Garcia Nogueira c toda a diretoria da Cia. Side­
rúrgico Bclgo-Mineira e suas subsidiárias, ou seja: Joseph Hcin, Francisco Pinto
dc Souza, Elmo Alves Nogueira, Hcnrioue Guatimozin, Geraldo Parreira. An­
tônio Chagas Diniz (também diretor da Cia. Fiação Tecidos Santa Rosa, Comer­
cial Santa Rita S/A, Fundição Santa Fé c Máquinas Agrícolas Altivo S/A) e
Antônio Mourão Guimarães (que também era diretor do Banco dc Minas Gerais
S/A c do Banco Mercantil da Guanabara).1” Além desses, os seguintes empre­
sários influentes estavam presentes: José Neto de Oliveira — Banco Comércio
e Indústria de Minas Gerais S/A: Edwin May — Cia Siderúrgica Munncsmann.
Cia. Siderúrgica São Caetano, Mannex do Brasil S/A, Mannesmann Mineração

394
S/A; Caetano Nascimento Mascarcnhas — Cedro e Cachoeira Têxteis. Cia. In
duslriol de Estamparia; Antônio Mascarcnhas Barbosa, Alexandre Diniz Masca-
renhas — Cia. Industrial dc Estamparia; Décio Magalhães Mascarcnhas — Cia.
Industrial Belo Horizonte; João Rcnó Moreira — Cooperativa Central dos Pro­
dutores Rurais de Minas Gerais Lida., Mctalgráíica Mineira S/A; Avelino Me­
nezes — Frigorífico SI PA S/A; Francisco Menezes Filho — Frigorífico SIPA
S/A; Américo R. Giannetii e Murillo Giannctti — Fábrica dc Papel Cruzeiro
S/A; Imobiliária Mineira S/A. Celulose c Papel Minas Gerais S/A; Oswaldo
Pierucetti — Banco dc Crédito Real dc Minas Gerais S/A e íntimo colaborador
político do governador Magalhães Pinto; Dario Gonçalves de Souza — Cia. In­
dustrial Itauncnse; Romualdo Cançado Neto — Casa Comercial Romualdo Can­
çado S/A. Associação Comercial de Minas Gerais; Nansen de Araújo — Cia.
Brasileira dc Instrumentos Científicos. Associação Comercial de Minas Gerais;
Paulo Souza Lima, do ramo de construções; Rui Lage — Sociedade Corretora
dc Títulos; os advogados Bento Romeiro e João Romeiro; Padre José Cândido
de Castro; General Elcino Bragança; Gabriel Bemardes Filho — Cia. Força e
Luz de Minas Gerais; advogado Rúbio Ferreira de Souza e José Luiz Andrade
— Fundo Crescinco.**’ A reunião (oi presidida pelo líder do IPES Aluísio
Aragào Villar que. de acordo com o General Guedes, estimulou ação a margem
da lei e pediu intervenção militar.
Na reunião do Acaiaca. como ficou conhecida, os empresários e profissionais
liberais do IPES tentaram insistentemente aliciar o General Guedes para que o
oficial em comando c os militares de Minas Gerais se comprometessem firme e
ativamente com uma operação ofensiva contra o Governo. Provaram também
no General Guedes o forte apoio dos empresários pela sua presença à reunião
e por suas atitudes manifestas A resposta do General Guedes foi que os em­
presários deveriam "tomar as ruas de Jango". O General Guedes frisou que
uma vez que a opinião pública estivesse mobilizada pelos empresários contra o
governo, "nós. os militares, como parte do povo, apesar de armados, simples­
mente usaríamos nossas armas para o que fomos criados, a defesa da segurança
interna’’ ameaçada pela esquerda.1*® Este esquema era semelhante ao elaborado
em novembro de 1961 no Rio. e igual ao posto em prática cm São Paulo. Através
de seu comando civil c juntamente com a mídia de Minas Gerais, em particular
os Diários Associados.111 e várias organizações dc ativistas femininas das classes
medias, especialmcnte a Liga de Mulheres Democráticas e o Movimento Familiar
Cristão, com as associações empresariais, a FAREMG e a Federação das Indús­
trias. a Liga Anti-Comunista. organizações estudantis e grupos paramilitarcs como
a UDN Estudantil e o GAP. a liderança do IPES realizou operações semelhantes
às desenvolvidas no Rio e em São Paulo c descritas anteriormente. A campanha
de propaganda que custeava a publicação dc manifestos de associações de pra
fissionais liberais — especialmcnte advogados e médicos — na imprensa, tele­
visão e programas dc rádio, comícios c marchas organizadas pelo IPES-Bclo
Horizonte c suas associações paralelas culminou, em fevereiro de 1964. com a
Marcha do Terço organizada pelo Padre Pe>ton. pelo Padre loão Botelho e por
várias organizações femininas patrocinadas pelo IPES.1,2 A marcha, que condenou
Leonel Brizola publicamente como anti-Cristo. também condenou o governo de
João Goulart e pediu uma intervenção militar. O apelo da Marcha do Terço foi
reforçado pelo lançamento, cm março de 1964. da Marcha da Família com Deus

395
pela Liberdade, numa operação semelhante às executadas em São Paulo e no
Rio de Janeiro. Signiíicativamente. entre os militares que lideraram a marcha
encontravam-se o General José Lopes Bragonça.,M o próprio General Guedes, o
Coronel José Geraldo de Oliveira, o Coronel Dióscoro Valle c o Tenente-coronel
Joaquim Clemente.,M O clima político em Minas Gerais estava pronto para que
fosse desencadeado um movimento militar contra o governo central.
Foi de Juiz de Fora que o General Mourão Filho lançou e precipitou o
golpe de 31 dc março de 1964. deixando seu quartel de uma forma que parecia
ser uma repentina mudança de idéia apoiada pelo General Guedes, apesar da
cuidadosa supervisão a que havia sido submetido.,M Os maiores receios do estado-
maior do Rio de Janeiro haviam sido confirmados e. assim, uma campanha condu­
zida com ordem c cuidado pelo complexo IPES/ESG com o fim de tomar o
poder dc maneira organizada e completa foi prejudicada à medida em que atores
políticos inesperados foram colocados em papéis centrais na disputa pelo poder
que seguiu à partida apressada do General Mourão Filho dc Juiz de Fora.1*
O estado-maior informal no Rio foi imediatamente informado da partida do
General Mourão Filho e resolveu com rapidez apoiar a iniciativa para impedir
a intervenção militar do governo central, esmagando a insurreição que se iniciava
e talvez usando o fato como um pretexto para agir também contra o grupo
IPES ESG.117 Além disso, o estado-maior informal tinha de agir rapidamente
para evitar consequências indesciáveis da atitude do General Mourão Filho,
especificamente a proteção de políticos e militares que. ao mesmo tempo que
se opunham a João Goulart, não compartilhavam dos valores e metas do grupo
IPES/ESG. Entretanto, o dano havia sido causado. O domínio completo da ESG
dentro da hierarquia do Eiérciio havia sido derrotado, c o troumer General
Costa c Silva, apoiado per un grande número de oficiais de médio escalão e
extremistas de direita, tornou-se Ministro da Guerra um posto para o qual o
General Jurandir B Mamede havia sido preparado *“ A tomada do Ministério
da Guerra pelo General Costa e Silva tomou-se um fato político da maior impor
tância contra o IPES e a ESG Mas apesar desse revés, a elite orgânica do
complexo JPES/IBAD conseguiu colocar-se na direção do Estado e ocupar os
postos-chave da burocracia civil e da administração tecnocrática. enquanto a ESG
lentamente, mas com segurança, conseguiu suplantar um grande número de seus
oponentes e. a longo prazo, controlar uma boa parte dos postos miltt ares-chave
bem como obter uma posição dc supremacia no ensino e na doutrinação das
Forças Armadas, onde sua ideologia de segurança e desenvolvimento passou a
dominar De qualquer forma, de acordo com o propagandista do IPES Wilson
Figueiredo, editor do Jornal do Brasil, “o bom bocado não é para quem o faz,
e sim para quem o come’’.1* e apesar dc o General Mourão Filho haver desen­
cadeado o golpe, sem dúvida foi a elite orgânica do complexo IPES/IBAD quem
colheu os frutos da vitória, como o capítulo seguinte tenta mostrar.

Coaclasao

Tentou-se descrever a ampla rede de apoio que o complexo IPES/IBAD


conseguiu dentro das Forças Armadas e também dc militares da reserva Alguns
dos oficiais mais influentes eram Ipcsianos e Ibadianos. e desempenharam um

396
papel significativo na preparação c na consumação do movimento civil-militar
que depôs João Goulart.
Além disso, tentou-se descrever a participação de civis e oficiais do com­
plexo IPES IBAD no movimento civil-militar que retirou o Presidente |oão
Goulart do poder c marcou o fim do regime populista. A articulação de tantos
c lâo diversos atores c facções como o grupo dc “linha dura” da ESG, os extre­
mistas de direita e os tradicionalistas conscientizados dc seus interesses comuns
pelos ativistas do IPES foi conseguida, ao que parece, sem que os diferentes
grupos participantes soubessem ou compreendessem plenumente as implicações
nacionuis mais amplas e o total significado político c econômico que o papel do
complexo 1PES/IBAD impôs sobre os fatos. O complexo IPES/IBAD estava
no centro dos acontecimentos como homens de ligação e como organizadores do
movimento civil-militar, dando apoio material e preparando o clima para a inter­
venção militar. E este é o último ponto que se tentou enfatizar, isto é, que o
ocorrido em 31 dc março de 1964 não foi um mero golpe militar. Foi, conforme
mencionado unteriormente, um movimento civil-militar. Discutiu-se e tentou-se
mostrar nos capítulos anteriores, bem como neste capítulo, o que o próprio Ge­
neral Cordeiro de Farias reconheceu, que o movimento vitorioso dc 1964 foi
“altamente político e civil em sua formação e execução”.191 A elite orgânica,
durante a presidência de João Goulart, havia ajudado a conduzir o Estado bra­
sileiro para uma situação em que uma intervenção prolobonapartisia pelas Forças
Armadas poderia ser encarada por um grande número dc militares como uma
solução adequada para as contradições da sociedade e do governo brasileiros.
O complexo IPES IBAD e os oficiais da ESG organizaram a tomada do aparelho
do Estado e estabeleceram uma nova relação dc forças políticas no poder.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

I As m.inobrns preparatórias para o gol­ qitc scr Mmtn R;o de lineiro. Fdifor» No­
pe n^onri.imentc dito, a consníracão entre va Fronteira. 1979 (c> bvme PORTELLA.
o» diferentes numerosos oficiais envolvidos A revolução r o fOl erno Costa e Silva Rio
e ACimn dc indo >uns hpnçôes com o com­ dc laneiro. Guavira, 1979.
plexo IPES/IBAD. tinham um caráter es- 2. Informações frugmentadas sobre os cons­
pvcinlmvnle secreto Essas ligações foram piradores e alguns relatos a respeito dos
periodicamente denunciadas por adversá­ movimentos empresarial-militares podem
rios políticos nos primeiros nnos dn década ser encontrados em: (a) MONIZ BANDEI­
dc sessenta e tém sido reveladas cm traba­ RA O toverno Mo Goulart: as lutai so-
lhos recentes Em documentos do IPF.S. os
ciais no llnisil Rio de Innciro. Civtliznç&o
oficiais eram, na mniurio dos casos, identi­
Brasileira. 1977. Ib) MONIZ BANDEIRA.
ficados por suas inicinis.
Presença dos F Mudos Unidos no Orasil Rio
Dentre as memórias recentes de oficiais,
dc Innciro Civiliiaçio Brasileira 1973. (c)
aquelas que fornecem informações extrema-
Hélio SILVA 1964 fiolpe ou contra gol
mente úteis c que serão cxuustivumcnlc ulí-
pe? Rio de Janeiro. Civilização Brasileira.
tinidas nesie capítulo sáo: (u) Olympio
MOURAO Filho Memdrio* a verdtíde dc
1975 (d) losé STACCHINI. Março 64:
um revolucionário Rio dc Janeiro, l. A mobdizucão da uuddcia. Sno Poulo. Com­
PM 1978 (Introdução v peuniHn dc Hé­ panhia F.d Nacional. 1965 (c) Hcmanl
lio Silva) (b> Curtos L.uG GUEDES. Tinha □'AGUIAR. A revolução por dentro. Rio

397
de |anciro Artenova. 1976 (f) Alfred STE- filiação dos participantes do completo
PAN Thc mditary in poúnci chanpng IPES/IBAD se toma conhecida Essa ten­
pattcmi m Brasil Pnnccton. Pnnccton tativa foi feita a partir dc relatos parciais
Umv. Prtss. 1971 <g) Phyllss PARKER e dc informações adicionais, provenientes
1964 O ^p<l do* Litadoi l nidos no gol­ dos arauivos do IPES Ainda que esses re­
pe de I ilaJo de H de marçv Rio de la­ latos sejam conflitantes na descrição dos
nciro. Civilização Brasileira 1977 th) John eventos c na compreensão de alguns fato­
W f DLLLES Unmt tn 0raal pcditicul res do processo que culminou com o golpe,
mdiiary crisn /955-/9o4 Austin, Lm* of eles possuem um importante ponto comum
Teia» Pm». 1970 (i) |ohn W F Dl LLES Todos eles indicam os oficiais, empresários
Cutlelfo Branco lhe making of a B^asilian c político* do complexo IPES/IBAD como
prendem. Austin. Lm* of Tetas Press o centro da campanha que ocasionou o gol
197U (j) luMÍno Abo BASTOS tncon- pc Em muitos casos, o papel central do
iro com o lempo Porto Alegre. Editora IPES em particular c explicitamentr indica­
Globo. 1965 (I) George W BEMIS From do. em outros casos o Instituto não é men­
criai* to revolution. monthly case studies cionado como tal. embora os atores políti­
In: Inlcrnuhunal Pubhc Administration Se­ cos. tanto militares como empresários, en­
riei. Los Angeles. Ufliv Soul hem Califór­ volvidos cm operações-chave ou destacados
nia. J96d n I. (m) Mauro BORGES O como personagens centrais, sejam lideres
golpe em Coiós- história de uma grande c ativistas do complexo IPES/IBAD
traiçuo Rio de lanciro. Ci*i1iz>çâo Brasi
5 Articulação c uma expressão impiamen­
leira. 1965 tn) Glauco CARNEIRO. His­
te usada para indicar lignçòc* c contactos
tória dus revoluções brasileira* Rio, Cru­
efetuados por indivíduos c grupos a fim de
zeiro. 1965 V. 2. (o) Alberto DINLS cl
c tabelcccr diretrizes comuns para teu mo­
olii. Os idos de março r a queda cm abril
vimento contra um determinado adversário
Rio de Janeiro. |o»c Álvaro. 1964 (p) Car-
comum.
loi Casiello BRANCO Introdução u mo-
luçào de /9H Rio de lanciro. Artenova. 4 A Fmbaixada Americana também dc
1975 V I c 2. (q) Olympio MOLRAO Fi xmpenhou o p>pcl ”dc tomar grupos ci­
lho Memórias op cil <r) Araken TA- vis c militares dispares, porém simpatizan­
VORA Branl / ' de abrd R o de fanctro tes conhecedores uns dos outros e da des­
Vida Doméstica. 1964 (») Araken TA- lealdade do governo" Riocdan ROETT.
VORA. //<j»v Brasil nopped commumim Brasd in lhe umes Nashville. Vandcrbilt
Rio dc lanciro. Vida Doméstica. 1964 (O Umv Press. 1972. p 902 Nessas opera­
Odílio DENYS Dcn>s conta tudo Fo/os ções de*tacou se o Coronel Vernon Wal-
e Fotos 02 dc maio dc 1964 (u) Edmundo tcn. adido militar da Embaixada America­
MONIZ O golpe dc abrd Rio dc lanciro. na. que coordenou operações de informa­
Civilização Brasileira. 1965. (v) lamcs W ção no Brasil. Um relatório do SFICI. o
ROWE Thc reiotulion and lhe "Syilrm”. serviço de contra informação do Exército,
Estados Unidos Amcncan Lniv Ficld Staff. enfatizou o envolvimento do Coroneh Wal-
julho/agoslo 1966 Relatório XII, N 5 4 tcn In M BANDEIRA O goierno op
5. (<) Philip SIEKMAN. Whcn exccutives eil p 128-29 Nota bibliográfica 6-14 |.
lurncd rcsoluhonsric» A story hithcrto un PORTELI.A op cit. p. 175.
lold. how Sio Paulo businessmen conipi- $ Os contactos externos foram enfatiza­
red to ovcrthro* RranTi communist-infest do* pela visita ao Brasil, cm outubro de
ed govcmmenl Toriune, EUA, (3> 147.49. 1962 de uma equipe de pesquisa, o Intcr
210-21. sept 1964 (/I C S HALL Thc coun- Agcncy Survcy Tcam. formada por mem­
try lhat saved ilsclf Rcaders Digesi EUA. bro* dc vários órgãos americanos c chefia­
Novcmber 1964. p IBW Reportagem Es­ da pelo Embaixador William H Drapcr A
pecial. equipe dc pevquna incluía o MujorGcnc-
As informações advém da tentativa dc ral Douglas V fohnson (Departamento dc
reconstituir ligações que até o momento não Defesa). Lud»c1l I. Montaguc (CIA). Tho-
foram devidamente esclarecidas e que ad mas E. Naughlon (AID). C I dward Wclls
quircm maior importância, â medida que a (USIA). Henry J Constan/o (Dcpartamcn-

398
(o do Tesouro) c Williom B. Conneit Jr. Arquivos JFK. NSF. Vide também J. POR-
(Departomento de Estado). Eles visitaram TELLA. op. dl. p. 174-181.
o Rio. São Paulo e o Nordeste e recebe­ 6. Em uma das reuniões realizadas pela
ram cobertura para suas atividades pelos
equipe do General Draper durante sua mis­
agentes diplomáticos americanos no Brasil.
são dc investigação de ocorrências no Bra­
Essq equipe reuniu-se cm São Paulo, uti­ sil. |ohn Rtchards. presidente da Amencan
lizando-sc dc uma série de jantares e almo­ Chambcr oí Commerce era São Paulo, ex­
ços com a participação exclusiva de homens, pressou sua grar.dc preocupação a respei­
para fazer contactos pessoais, tratar das to do futuro pditKO e econômico do Bra­
questões do momento e trocar idéias so­ sil. Rkhards declarou “que ele considerava
bre a conjuntura política. Os seguintes lí­ João Goulart pessoa extremamente perigo­
deres do IPES estavam presentes: Teodo- sa e sugeriu que o Governo dos Estados
ro Quariim Barbosa. Gastão E. Bucno Vi- Unidos deveria forçar o colapso económi­
digal. Paulo R Magalhães. Fernando E. Lee, co do Brasil, cortando toda a ajuda à Ad­
Vicente de Paulo Ribeiro. Paulo Ayres Fi­ ministração de João Goulart e, dessa forma,
lho e Humberto Monteiro. causando a queda do própno João Goulart.
Eles também se reuniram com Quirino Quando isso ocorresse, esperava-se que os
Ferreira Neto (dirctor-vkc-presidente da militares interviessem e “corrigissem as
Folha dc São Paulo e diretor da Agua Fon- condições existentes'*. Enfatizando sua ar­
talis S/A). Brucc S. Galbraith (diretor da gumentação Richards acrescentou que “via
Alba SA.). Waltcr H. Gussehoven (dire­ muito poucas possibilidades de colocação,
tor da General Motors do Brasil). Francis pelos Estados Unidos, de assessores em ins­
L Herbcrt (Cia. Swift do Brasil). Joseph tituições financeiras chave no Brasil". Ae­
H. Joncs (diretor da Union Carbide do Bra­ rograma enviado ao Departamento de Es­
sil). John S. Rkhards (presidente da RCA tado por Daniel M Braddock. Cônsul Ge­
Eletrônica Brasileira e presidente da Ame- ral Americano em Sio Paulo. 19 de outu­
rican Chambcr o( Commercc no Brasil. São bro de 1962. N. A-109. Arquivos |FK, NSF.
Paulo). Francisco dc Paula Vicente Aze­ Os líderes dos IPES mantiveram contac­
vedo (viccprcsidcntc do Banco Comercial to com o governo americano em outros ní­
do Estado de Sào Paulo S.A.). Encontra­ veis O Embaixador Lincoln Gordon ob­
ram-se. ainda, com Adhcmar de Berros, go­ servou que □ líder do IPES Alberto Byngton
vernador eleito de São Paulo, o General (um americano-brasileiro da cidade paulis­
Pery Bevilacqua. comandante do II Exér­ ta de Americana) foi enviado a Washington
cito; o General Aurélio de Lyra Tavares, como emissário das forças anti Joio Gou­
lart. em março de 1964. Antes de retomar
comandante da 2.* Região Militar do Bra­
ao Brasil, no dia 21 daquele mês. ele havia
sil; Maria do Conceição da Costa Neves,
requisitado às autoridades americanas um
deputoda por São Paulo e que mais tarde
plano dc emergência c contingência para
viria a sc tornar uma líder ostensiva da
garantir apoio logístico ao movimento con­
“Marcha da Família*'; Antônio de Barrot tra João Goulart. O plano de contingência
Ulhoa Cintra, reitor do Universidade de preparado pelo governo americano tomou-
São Paulo, c Ruy Mesquita, filho de Júlio se conhecido como “Operation Brother
de Mesquita Filho, editor e proprietário do Sam” (Operação Irmão Sam). Para maio­
0 Filado dc São Paulo c ele próprio di­ res informações sobre a “Operação Irmão
retor do jornal. O “Embaixador*’ Draper Sam”. vide (a) Marcos Sá CORRÊA. 1964:
era. na realidade, o General Willinm H. mio e comentado pela Casa Branca. Por­
Draper (da reserva) do Exército dos Esta­ to Alegre. L & PM. 1977. que reproduz uma
dos Unidos, viajando sob cobertura diplo­ série dc documentos importantes disponí­
mática 0 Ceneral Draper sc manteve em veis na Biblioteca Lyndcn lohnson em Aus-
contacto com o IPES. visitando sua lide­ tin, Texas, (b) P. PARKER. op. cil. (c)
rança após o golpe. Aerograma enviado ao Vernon WALTERS. Silent missions. EUA.
Departamento dc Estodo por M.
Daniel Doublcday. 1978; (d) A. J. LANCGUTH.
Braddock. Cônsul Geral Americano cm São Hiddcn terrors Ncw York. Pantheon Books.
Paulo. 19 de outubro dc 1962. N. A-109. 1978; (e) Iornai do Brasil, 18 a 20 de de-

399
zcmbro. 1976. (f) Lincoln Gordon. Entre­ SESC/SENAC. no Círculo de Estudos Ban­
vista ã Roberto Garcia Veja, 9 de março deirantes. no SESI, na sede do PRP e na
de 1977. (g) Gayle Hudgens WATSON. Associação Comercial do Paraná. Vide (a)
Prolhrr Som and lhe Goulart polpe Te­ MONIZ BANDEIRA Presença . op. cit.
xas. Univ. oí Texas. 1977. Mímcografado. p. 458. (b) O Semanário, (575). 12 a 18 dc
março p. 5. (c) Ata do IPES. 27 dc mar­
7. A 5 de fevereiro de 1962. durante uma
ço dc 1962. (d) IPES CD. 23 de agosto de
reunião da Comissão Diretora do IPES.
1962 (c) IPES CD. 16 dc outubro dc 1962.
Glycon de Paiva e |osc Rubem Fonseca
(f) Política e Negócios. 19 de agosto de
apresentaram o problema da "equação le­
tal IPES-MAC" e teceram comcntános a 1963
respeito das pressões impostas a seu amigo 9. A respeito do treinamento especial re­
A. Nasscr. Ministro da lustiça. desde que cebido pdos militares e pela policia para
a questão ie tomara publica Todos os es­ lidar com os civis, vide (a) A. LANG-
forços devenam ser envidados para esiLar GUTH op. cit. principalmcntc os capítu­
o conhecimento, pelo publico, da associa­ los 2-5. (b) |an Knippcri BLACK. Uniled
ção IPES-MAC Antônio Gallotti relembrou States penetration oj ílraeil. Manches ter.
aos nrrscntes ouc "Cada membro do IPES Manchester Univ. Press. 1977. Cnp. 9. (c)
acusado de pertencer ao MAC deve se de­ NACLA Handbook. The U.S. ini/ilary ap-
fender Porém, cm sua defesa, não deverá paraim. Bcrkclcy. Aug. 1972.
positiva ou negaúvamente fazer a mínima 10. Contatos permanentes dc empresários,
referência ao IPES " A questão foi nova­ jornalistas simpatizantes c políticos com as
mente levantada uma semana mais tarde. Forças Armadas foram estimulados peli
• 12 de fevereiro de 1962 por Ney Peixoto elite orgânica. Rui Gomes de Almeida, agin­
do Vale. que cuidava da imagem pública do como personagem dc liderança empre­
do IPES como executivo da Promoção e sarial. sem manter publicamente qualquer
Propaganda. Ele eslava preocupado com o ligação com o IPES ou suas atividades sub­
fato de ser o General Golbery publicamen­ versivas. foi um clemcnto chavc nesses con­
te considerado um homem dc direita, liga­ tactos Rui Gomes de Almeida pôde reis-
do àqueles elementos. Vide Plínio de Abreu ur â liderança do IPES que havia conver­
RAMOS Corno agem os grupos de pres- sado em um encontro casual, com o Gene­
tão Rio de faneiro. Civilização Brasileira. ral Osvmo Ferreira Alves, comandante do
1965 p 45-4. I Exército c renomado nacionalista. R G.
8 Vários outros grupos e organizações si­ Almeida confidenciou ao General Osvino
milares surgiram nos primeiros anos da que ele era um homem do centro esquer-
década dc sessenta, lais como o Movimento dizante "dinâmico e não estático". Entre­
Anii-Comunista — MAC. o Movimento De tanto R G. Almeida enfatuou que "ama­
moerá tico Brasileiro — MDB. a Ação Vi­ nhã fos militares) teriam provavelmente
gilantes do Brasil — AVB. a Patrulha da que escolher, mas paro o Executivo eles
Democracia. a Organização Paranaense deverão admitir apenas homens dc centro".
Anti Comuníiia — OPAC. a Mobilização R G Almeida acrescentou que "se eu tiver
Democrática dc Minas Gerais — MDM. a de escolher entre o comunismo e a ditadu­
Cruzada Nacional de Liderança Democrá­ ra. eu ficarei com a direita" (a) IPES CD
tica — CNLD. o Grupo de Ação Patriótica Rk>. 22 dc maio de 1962. (b) IPES CD. 4
-r GAP e a LIDER A CNLD linha como dc setembro de 1962.
objetivo a doutrinação das "classes dirigen­ Segundo António Carlos do Amaral Osó­
tes capitalistas". enquanto que. ao mesmo rio. foram também mantidos contactos coro
tempo, pretendia penetrar nas classes tra­ outros oficiais influentes tais como o Ge­
balhadoras Vide documento assinado da neral Crisanio c o General fair Dantas Ri­
CNLD. Arquivos do IPES — Rio de Janei­ beiro Vide também Ociávio COSTA. A
ro. revolução que não tem dono. In: O pro­
cesso revolucionário brasileiro. Rio dc Ja­
— Os grupos da rede OPAC/IBAD/
fPES/MAC se reuniam em Curitiba, no Edi
neiro. AERP. 1969. p. 60-1.
fício ASA (onde Bronislaw Roguski da 11. Houve um certo número de conspira­
CBR mantinha seu escritório) na sede do ções faccionáriai. Um relatório da Embai

400
xada Americana no Rio observou que “a reza menos académica do que aquelas nor­
conspiração contra o regime entre os mili­ malmente creditadas ao IPES”. Vide (a)
tares brasileiros incluí o II Exércilq ou a Elmar BONES. Golbery, poder e silêncio.
Segunda Região Militar, mas náo se limi­ Coojornal Porto Alegre, setembro dc 1978.
ta a essas unidades A conspiração genera­ p. 20. (b) James ROWE et aln fíranlian
lizada é tipicamente brasileira por náo ser election jact book s. 1. Scptcmber 1965. n-
unificada c por se ressentir do presença de 2. p 32.
demasiados possíveis líderes Todos os gru­ 18. Marechal Odílio Denys. citado em:
pos que conhecemos, entretanto, reconhece­ João Camilo dc Oliveira TORRES. Ra:ào
ram a necessidade de qualquer movimento e dcitino da revolução Petrópolis. Editora
de tal ordem ser de Âmbito nacional”. Te­ Vozes. 1964. p. 225 50.
legrama enviado pelo Embaixador Líncoln
19. E. BONES. op cit p. 20.
Gordon ao Secretário do Departamento dc
Estado Controle 18462. N 2275. 22 de maio 20 O IPES incentivava o bom entendi­
de 1965 Arquivos IFK. NSF. mento entre militares e empresários atra­
12 P. SCHMITTER Inirren. con/lict and
vés de cursos políticos ministrados em clu­
poliiical change in Brazil. Stanford, Univ.
bes sociais e culturais de prestigio e em
outros locais, conforme foi visto nos Ca*
oí Ciliforniâ Press. 1971. p. 560
pílulos V e VI.
15. IPES CD. Rio. 26 de junho de 1962 Os empresários do complexo IPES/IBAD
Reunião realizada com a presença do Ge­ forneciam os meios para os militam via­
neral Golbery do Couto e Silva. General jarem. bem como dotavam os oficiais envol­
Heitor Hcrrera. Augusto Trajano dc Aze­ vidos no movimento anti João Goulart dc
vedo Antunes. Harold Cecil Polland. |or- apoio matena) c cobertura financeira, con­
gc Oscar de Mello flores. Glycon de Pai­ forme é visto neste capítulo.
va. Miguel Lins, losé Rubem Fonseca. Os-
waldo Tavares Ferreira. Cândido Guinle de 21. A interação entre os empresários e
os militares era tão intensa que até mesmo
Paula Machado. Antônio Carlos do Ama­
0 influente documento LEEX — lealdade
ral Osório e Darío dc Almeida Magalhães
ao Exfrcito. um texto que pretendia har­
14. A maioria dos registros dc reuniões do monizar as diversas facções, foi rmmeogra-
IPES procurou evitar mencionar a partici­ fado nos escritórios da Cruzeiro do Sul.
pação dc mifitarc» c a natureza de suas uma das companhias aéreas do pais, sob a
atividades Além disso, quando se fazia iniciativa de seu diretor, o líder ipcsiano
menção a atividades nas quais militares es­ Bento Ribeiro Dantas. Para uma análise do
tavam envolvidos, a sua presença era indi- conteúdo e do impacto do LEEX. vide J.
cada por suas iniciois Assim, cm 28 de STACCHINI. op cit p 80-6 f. interessan
agosto dc 1962. um cerlo general H G é te observar que o autor desse documento
mencionado como estando presente a uma foi o General Ulhoa Cintra, e que o Gene­
das reuniões executivas do IPF.S para for* ral Cordeiro dc Farias conferiu seu rascu­
necer informes sobre a situação Vide IPES nho Olympio MOURÂO Filho, op. cit, p.
CD Rio. 07 dc agosto dc 1962. 411-12 O General Castello Branco também
15. Isto foi patenteado a partir de evidên­
conferiu o esboço básico e introduziu algu­
mas modificações Entrevista do Marechal
cia apresentada ã Comissão Parlamentar de
Cordeiro dc Fnrios n R. A. Dreifuss. Rio de
Inquérito dc 1965 que investigou o com-
Janeiro, 1976 Vide também M. BANDEI­
plexo IPES/IBAD Corta do coronel As*
RA O Governo op cit. p. 161.
Irogildo Correia ã CPI. aprescnloda cm 25
dc agosto dc 1965- O E nada de São Pau­ 22. Octávio Marcondes Ferraz. Depoimen­
to prestado em São Paulo > 20 de outu­
lo, 24 dc agosto dc 1965.
bro dc 1971. HACB 862/1. Arquivos do
16 IPES CE. 20 dc novembro dc 1962, J. Marechal Castello Branco: Coleção CPDOC.
0 Leopoldo Figueiredo Fundação Getúlio Vargas Rio de lanciro.
17 Segundo Glycon dc Paiva, o Gcncrul Marcondes Fenraz foi recompensado por
Golbery havia sido incumbido da direção seus esforço». Ele se tomou um dos pou*
dc uma “variedade dc operações dc nulu- cos membros da elite orgânica de São Pau-

401
lo a efetivamente ocupar cargo de cúpula A presença da liderança do IPES é ób­
durante a administração de 1964 a 1967 via. bem como a dc muitos ativistas doi
setores dc Opinião Publica e assuntos Sin­
23. O Coronel Hemani D‘Aguiar. partici­
dicais c Estudantis. Muitos desses norrei
pante ativo da conspiração contra loào
já foram mencionados nos capítulos ante­
Goulart, como membro da ECEME e do
Corpo Permanente da ESG desde 1970. riores A maioria deles será novamcnie
mencionada neste capitulo
apontou os seguintes civis “que participa­
ram em diferentes estágio» da conspiração**: 24. H SILVA op. cif. p. 250.
Oswaldo Picrucetn. Monteiro de Castro. Jo­
25. O Coronel Octávio Velho fot indicado
sé Luís de Magalhães Lm». António Ncdcr.
para o Serviço Noticioso da Agência Na­
Antônio Ehlbino. Camilo Aschar. |osé Ma­ cional. Ele hovia pertencido ao Ministério
ria Alkmim. Irmã Ana de Lourdcs. Laudo
da lustiça durante o governo |ân»o Qua­
Nalel. Lucas Nogueira Garcez. lúlio de dros. era membro da Comissão Técnica do
Mesquita Filho. Armando Falcão. Roberto Rádio e diretor da Mcsbia S A., a gigan­
de Abreu Sodré. Aliomar Baleeiro. Luiz tesca loja de varejo do Rio dc Janeiro que
Carlos de Oliveira. Amara) Nctio. Paulo financiava o IPFS. O Coronel Octávio Ve­
Quarlim Barbosa. Tcodoro Ouartim Bar­
lho era também membro de grupos de es­
bosa. Hugo Lcvy. Robcrt Isnard. |oâo de tudo do IPES.
Almeida Prado. Sérgio Barbosa Ferraz. Lutz
O general Agostinho Cortes foi um dos
Pinni Neto. Cláudio Soares. Flávio Galváo.
oficiais que se reformaram premaiuramen-
André de Faria Pereira Filho. Eugênio Gu-
din, José Prudente de Morais Neto. José
te. e passou a liderar as operações civihni-

Zobcran Filho. Sandra Cavalcanti, o Padre litarts do IPES São Paulo


Calaians. Arnaldo Ccrdeira. Adauto Car­ 26. Deve-se chamar a atenção do leitor pa­
doso. Dayl de Almeida. Afonso Annos. lo* ra o papel desempenhado pelo General Mi-
sé Eduardo Prado Kclly. Milton Campos. mede e para a importância da ECEME nos
Edmundo Falcão. Augusto de Lima Neto. eventos que conduziram a I * dc abril de
Pedro Alcixo. Assis Chateaubnand. Amé­ 1964 Sob o comando do General Mamcde
rico de Souza. Herman dc Moraes Barro», e do General João Bina Machado na ECE­
Herbcrt Lcyy. Rondon Pacheco. Ribeiro de ME. encontravam-se cm torno de 400 ofi­
Andrade. Luiz Antômo Cama e Silva. Pau­ ciais. os quais, com raras exceções, apoia­
lo Ayrcs Filho. Paulo Eg>dio Martins. Al­ vam os ativistas contra loão Goulart. En­
fredo Nasser. Emival Caiado. Coelho de tre os ativistas da ECEME estavam os Te-
Souza Octávio Marcondes Ferraz. Luiz nentexoronéis João Baptista Figueiredo.
Carlos Prado. CarlosEduardo DÁlamo Octávio Medeiros. Waltcr Pires de Carva­
Lou&ada. Rodolfo dc Freitas Filho. Luiz lho e Albuquerque, os Majore» Hélio Men­
Wcmrck. Aristóteles Drummond. Frederi­
des. Hcrnani D'Aguiar. c Vcnturiní. o Te­
co Viotti. Daniel Krieger. Eldino Brancan­ nente Mário Silva 0'Reilly Souza, que eram
te, João Adelino Prado Neto. Humberto personagens de prestígio entre os oficiais
Golfi. Sílvio Luciano dc Campos Arruda do Exército. Vide J. PORTELLA op cit.
Câmara. Murilo de Melo Filho. Roberto Ma­
p 68-84. sobre o significado da ECEME
rinho. Ricardo Marinho. Rogério Marinho.
e o» capítulos 4 e 5 sobre o papel da ECE­
Hélio Fernandes. Sérgio Lacerda. Sebastião
ME durante os acontecimentos que condu­
Lacerda. Amoldo Vieira dc Carvalho. Sér
ziram a I.* de abril dc 1964.
gio Brote iro Junqueira, Gustavo Borghoff.
27. J. W. ROWE. op. cit. p. 15.
Adalberto Bucno Neto. João Baptista Leo­
poldo Figueiredo. Antônio Carlos Pacheco 28. (a) Carlos Caitello BRANCO. Da
e Silva. Daniel Machado de Campos. Pau­ Conspiração ã revolução. In: D1NES, A.
lo Reis Magalhães. Eduardo Levi Filho. Jo- et alii. O» idoi... op. cit. p. 287-306. (b)
sé EJy Coutinho. Vicente Mammana Neto. I. W. ROWE. op. cit. p. 14.
Marcelo Garcia. Rafael de Almeida Maga 29. (a) Entrevista com o General Albuquer­
Ihies. David Nasser e Joio Calmon. In: H. que Lima Río dc Janeiro, maio de 1976.
D’AGUIAR. op. cit. p 107. <b> J. PORTELLA. op. cit. p. 84.

402
30 O General da ESG Agrícola Bclhlem O Citado de São Poulo. 23 de outubro de
era um des diretores da Codinco — Cia de 1965. (c) Plínio de Abreu RAMOS op. cit.
Desenvolvimento Industrial e Comercial c p. 76.
da Cia Atlântica de Investimentos. Cifra 41 Após 1964 o General Nelson de Mel­
SA. Cota SA.. c Consórcio Atlântico de lo tornou-se membro do grupo financeiro
Investimentos. Ele era também um mem­ SAFR/X S A c diretor da Enesson do Bra­
bro proeminente da ADECIF. associação de sil.
classe das empresas de credito, financiamen­
42. Outros membros desta rede eram os
to e investimento.
Tencntcs-coronéii Soares de Souza. Hud-
3!. O general Monlagna era um executivo son. Varela c Cunha; os Capitães La mar-
da Willys Ovcrlond. tine (secretário-assistente da ADEP-Gua-
32 Orlando Gciscl. morreu o condestável nabara). loaquim Afonso, laime Antunes
do regime ISTO £, (128) 6 de junho de Lamir. Heitor Lopes Caminha. Sardcnbcrg
1979. As contas de telefone do IPES do (sobrinho do Ccncral da ESC Idálio Sar­
Rio eram faturadas cm nome do General dcnbcrg. outro conspirador ativo), os Te­
Henrique Gciscl. que se dedicava, na épo­ nentes losé Carlos Amazonas. Ocdoaldo
ca. a negócios privados. c Be rd a Alguns desses jovens tenentes
33. O General Esmeraldo era tio de Vi­ passaram a pertencer à linha dura após
cente Barreto Esmeraldo. que se tomou 1964.
amigo intimo do General Ernesto Gciscl. Outros oficiais ligados ã rede IBAD/
ascendendo rapidamente através da admi- ADEP eram o Marechal José Ignácio Ve­
arstração pública c se tornando um buro­ ríssimo. o Coronel Olympio Ferraz (da
crata de cúpula depois de 1974. Policia Militar de Pernambuco) e o Tenen­
te-coronel Reinaldo Saldanha da Gama,
34. O brigadeiro H Flciuss tornou-se di­
que se achava profundamente envolvido
retor do grupo financeiro SAFRA S.A. e no tráfego de armas para a conspiração
da Safron Teijin Ind Brasileira de Fibras
contra João Goulart. Vide M BANDEI­
(Teijin Ltd/Marubeni Corp/SAFRA SA.) RA. O governo op. cit. p. 128 c Juy
35. Tanto o Brigadeiro Batista Bastos co­ lino Alves BASTOS op cit p. 33841.
mo o Almirante Augusto Silva eram exe­ 43. O Citado de São Paulo, 9 de novem­
cutivos da ESSO Brasileira de Petróleo. bro de 1965.
36. O Coronel Vidal era um dos diretores 44 (a) J. W. ROWE op cit. V. II. p.
da COMAQ. 11-12. (b) J. W. F. DULLES. Caitello...
37. O Tenente-coronel Machado Dória ti­ op cit, p 309.
nha ligações com a Accsita c a Companhia 45. A destruição das Forças Armadas
Siderúrgica Nacional Ação Democrática, março de 1962. Edito­
58 Outros oficiais eram o Coronel Souza, rial. que estabeleceu um padrão para mui­
da Cia. Leste Mineira e o Coronel Valente, tos apelos semelhantes.
dos pára-quedistas.
46. Alguns dos oficiais de destaque da
39 | Knippers BLACK. op. cit p. 75-76. Cruzada Democrática eram os Generais
40. No dia 9 de setembro de 1963. o Co­ Mamede. Golbcry. Távora. José Smval
ronel Humberto Freire de Andrade. Se­ Monteiro Lundenbcrg Sardcnbcrg. Sizeno
cretário de Segurança Pública de Pernam­ Sarmento. Ademar de Queiroz. Castcllo
buco. denunciou 70 oficiais, em corta ao Branco. Ernesto Geiscl e Orlando Gcisel.
então Ministro da Guerra General |air Para verificar os nomes de outros mem­
Dantas Ribeiro. Vide O Eitado de São bros da Cruzada Democrática, vide (a)
Puuto. 8 de novembro de 1963. Para maio­ Nelson Wcrncck SODRE. Memórias de
res informações sobre o complexo IP ES/ um toldado, Rio de lane iro. Civilização
IBAD entre os militares, vide (a) O Eitado Brasileira. 1967. p. 336. (b) |. W F. DUL­
de São Paulo, 19. 20 c 26 de julho de 1963; LES. Unrnt ... op cit. p. 3-4. 31.
25 de outubro c 7 de novembro de 1963. 47. Desde março de 1962. Rujr Gemes de
(b) Pedro Aleixo. na CPI sobre o IBAD. Almeida avaliava os resultados do iraba-

403
lho do IPES no setor militar, estabeleccn de conspirações militares". Vide também
do umo comparação entre a rede IPES/ (a) R SCHNEIDER. op. cit. p. 39-107
Militarei c a Igreja. R G Almeida afir­ (b) STACCHINI. op. cit. Cap. 3-4 e
mou que n conlrorcíorma ao comunismo prtncipalmcntc 13. (c) H. SILVA, op. cit.
só poderia icr realizada pelo IPES com a parte 3.
participação do Exército, o qual desempe­ 49 Hemani D*Aguior fornece uma lista
nharia um papel análogo ao da “Compa­ de mais dc 330 oficiais do Exército, de
nhia dc |ctus” que possuía d uai fachadas,
majores a generais dc quatro estrelas, ati­
uma procurando prosélitos c a outra efeti-
vos na conspiração contra |. Goulart c
vamenic conduzindo a “inquisição". O pertencentes a essas três tendências prin­
IPES devido b sua natureza, podena ape­ cipais. Ele fornece também listo» dc ofi­
nas íozer proselitismo. enquanto que a dc-
ciais da Marinho c da Aeronáutica que
monsiroção dc força (“a fogueira’*) só po­ participaram ativamente do golpe. Hcrni-
deria advir dos militares Ele obsenou que
ni D’AGUIAR. op. cit. p. 103-106.
os militares que trabalhavam com o IPES
A lista referente ao Exército se asseme­
eram “aproximadamente os meimos desde
lha. particularmentc. a um “quem é quem"
o começo”, uma situação que mudaria ra­
dos militares que ocuparam postosehive
pidamente â medida que o trabalho do
na estrutura do Exército após 1964 c per­
complexo IPES/IBAD enrre os militares
manecem até os dias de hoje.
começa Mc a produzir multados IPES CD.
Rio. 27 dc março de 1962 A necessidade 50. Ex-presidentes da ADESC eram líde­
dc garantir o apoio crescente entre os mi­ res do IPES. tais como G. J. Borghoff, J.
litares lomousc mais premente ao se per­ Behring dc Mattos. Eudes de Souza Leão,
ceber que |. Goulart estas a ‘ dn a dia loão Nicolau Madcr Gonçalves c Glycon
consolidando sua posição dentro das For* dc Paiva.
ças Armadas c dos sindicatos *, enquanto
91. Relatos parciais sobre o papel desem­
o opoio do público a Leonel Brizola au­
penhado pelo ESG c seus ativistas na cons-
mentava IPES CD. 4 dc setembro de
piroçfio contra João Goulart podem ser en­
1962. Augusto Trajsno dc Azevedo Antu­
contrados In: (a) J. STACCHINI. op. cit.
nes.
cap 13. (b) H. SILVA, op. cit. partes 3.
Em agosto dc 1962. o aspecto militar
4. 5. (c) A. STEPAN. op. cit. pnneipal-
da campanha do IPES foi analisado Cin­
mcnle o capitulo 3. que é gr andemente
dido Guinle de Paula Machado se referiu
a * um novo fato, tal como o dispositivo responsável pela atenção extraordinária
militar**. IPES CD. 7 dc agosto dc 1962. dedicada pelos cientistas políticos à ESG.
£ interessante notar que o General Gol (d) Elirzer Rizzo de OLIVEIRA. Af For-
bery. que não estava presente a essa reu­ ças Armadas: política e ideologia no Bra­
nião. justificou sua ausência por estar sil, J964-J969. Pctrópolis. Editora Vozes.
“ocupado com os preparativos para a cri­ 1976. Cap. I. (c) J. W. F. DULLES. Un-
se dc K de agosto de 1962 *. quando a can­ rest .. op. cit. p. 303-30. (f) )♦ W. F.
didatura de Santiago Dantas ao cargo de DULLES. Casfello... op. cit. p. 263 3S4.
Primeiro Ministro seria rejeitada pelo blo­ No caso de J. W. F. Dullcs. seus relatos
co da A DP no Congresso. Pouco tempo são forlemcntc solidários aos indivíduos e
depois. Augusto Trajano dc Azevedo An­ grupos que faziam parle da rede IPES/
tunes ie referiu à “Atitude das Forças Ar* ESG. os quais formaram a maioria dos
madns". e às “jogados políticas prepara­
seus entrevistados. Entretanto, seus traba­
dos". Alo do IPES. 2 de outubro dc 1962.
lhos fornecem grande parte do material
Nessa sessão, o General Golbery expan­
necessário a uma apreciação menos pas­
diu suas observações sobre os preparativos
sional das questões e problemas envolvi­
do IPES para as eleições de 3 de outu­
dos, uma vez que ele se baseou fortemen-
bro dc 1962. bem como sobre o próximo
lc em uma série dc entrevistas com impor­
plebiscito cm janeiro dc l%3.
tantes atores políticos no Brasil, em sua
4B. T. SKIDMORE. op. cit. p. 223 26. maioria envolvidos no complexo IPES/
264-65. desenvolve a idéia de uma “rede IBAD. Todavia, falta ainda um relato por-

404
mcnorizado sobre o verdadeiro papel de­ cessitava de um líder superior ■ rivalida­
sempenhado pela ESG no golpe de 1964 des faccionarias c partidarias. respeitado
52 A maioria desses jovens oficiais fana dentro da hierarquia do Eiércitn. sufkien-
lemcnte moderado e legalista para acal­
parle também da ECEME conforme foi
mar a ansiedade dos civis perante a con­
mosiradu anienormenie Os Coronéis Le-
tinuidade do Exercito no poder, e que pu­
plane. A)fOta. M D Andreaiia e o» Te-
desse resistir, devido a seu prestigio, à di­
ncntcs-coronéis W alter Pires e Caracas Li­
reita e aos tradicionalistas entre os mili­
nhares particuhiniicnte, erom ligados ao
General A C Muricy. O General A C. tares.
Muricy eslava também ligude aos Gene- 56 I W. F. DULLES Casidlo op
rois Cordeiro, Nelson de Mello c Ulhoa dl, p 350 Deve ser observado que o pólo
Cinlra. de concentração c o primeiro Quartel Ge­
Segundo o General Muricy. o núcleo da neral desse grupo em I de abril de 1964
conspiração incluía os Generais Costello localizava-se. segundo informações, no
Branco. chefe do Estado maior do Exérci­ opariamento do ativista do IPES Edmun­
to. Cos In c Silva, pertencente no Departa­ do Falcão, no Rio de janeiro. H. SILVA.
mento de Produção c Obras. Cordeiro de op cil. p. 577
Farias c Ademar de Queiroz. ambos “de 57. Outros oficiais que aderiram ao esta­
pijama". Orlando Geiscl. da diretoria do do-maior foram o General Moniz de Ara-
Departamento de Material de Engenharia gào o General Lundenbcrg. o Coronel
C. mais ainda, os Generais Ernesto Geisel. Murilo Ferreira e o Tenente-coronel Ivan
Augusto César de Castro Moniz de Ara- Mendes
gào. Mime de c Alfredo Souto Malan. Esse
58 Entre os membros desse grupo esta­
grupo eslava ligado, segundo o General
vam os Coronéis da Aeronáutica Haroldo
Muricy. no "General Golbcry e seu gru­
po o qual realizava no IPES, associado o Vclloso. Teixeira Pinto. Lebre. Lenzinger.
nót. um trabalho intenso entre os empre­ os Maiores José Chaves Lameirão e Pau­
sários do Rio e de São Paulo”. lo Vfcsor e oi Majores do Eiércno
Eicciuandosc o General Costa c Silva, Luiz Mendes e Tarcísio Ferreira H
esses oficiais estavam ligados ao estado- DAGUIAR op cil p 105 Para obter
maior informal liderado pelo General Cas- um relato pormenorizado das atividades
tello Branco Vide António Carlos da Silva dos extremistas de direita a partir de
MLRICY O destacamento Tiradentes e o 1954. vide I PORTELLA op cil p. 9-174.
51 de março de 1964 O Globo. 25 de mar­ 59. (a) | W F. DULLES Untai . op.
ço de 1979 p 67. cil p 223 (b) E BRANCANTE In: Gr-
55 Tudo o que fiz foi pedir-lhes que ifCral Mou ruo op cil p 200
deitassem de apoiar o governo Eles nâo
60 Roberto de Abreu Sodré Depoimen­
foram obrigados a se juntar a nós”. Ma­
to a Luiz Viana Filho São Paulo. 28 de
rechal Cordeiro de Farias Entrevista a R
agosto de 1971. HACB 67|/|. p |9 Ar­
A. Dreifuss. Rio de Janeiro. 1976.
quivos do Marechal Castello Branco. Co­
54 Lm relato de como o General Castel- leção CPDOC Fundação Gelúlio Vargas
lo Branco foi atraído paro a conspiração c Rio de Janeiro
a respeito das atividades do estado-maior
informal pode ser encontrado In: |. W. F. 61. H D AGUIAR op cil. p 103
DULLES. Casldlo up cq p. 297-361. 62. H SILVA op eu p 41615 O pr6
A afirmação de que o General Cnstcllo prio jornal havia sido fundado, segundo
Bronco era associado do IPES foi feito pe­ os registros do Polícia do Estado da Gua­
lo líder ipesiano Hélio Gomide cm corta nabara. com o apoio do American and
ao General Fontoura, chefe do SNI. cm Forcign Powcr (Bond and Sharc Group),
2ê de outubro de 1969 Arquivos do ITES. do qual o intelectual do IBAD Eugênio
Rio Vide Apêndice S. Gudm era diretor c das Listas Telefôni­
55 ) W F DULLES Casidlo op cas Brasileiras, do líder do IPES Gilbert
dl p. 529 A rede IPES/ESG/IBAD ne­ Huber Ir Vide R ROJAS Eilados Uni­

405
dos en Brasil. Santiago. Chile. Prema La* Campos, que cra um conspirador ativo. Na
tínoamcricana, 1965. p 120. mesma vizinhança moravam o Almirante
S. Hcck c o Brigadeiro Grun Moss. Vide
63. Para obter um relato das atividades
H. STACCHINI op cit. p. 191.
dos troupiers. vide J PORTELLA. op
cit p. 58-173. O general Portei la associa 71 (a) Telegrama da CIA — Rei. N.
os troupien aoi extremistas dc direita e 86 659 Cópia parcialmentc censurada. Re.
relata seu "entendimento” com a ESG laióno N. TDCS 3/542.606: Planos dc gru­
Vide também (a) | STACCHINI op cit- pos militares dirigidos pelo General Antau
(b> H DAGUIAR op ctt (c) | A BAS­ n Krucl, Ministro da Guerra, o Marechal
TOS op cit (d) C. L GUEDES, op cit. Odilio Denys, o General Nelson de Mello
(e) O MOURÂO Filho op cit e outros, rara discutir planos visando a
um golpe contra o governo. 15 dc março
64 (a) A STFPAN op cit. p 227 (b)
dc 1963. Arquivos JFK. NSF. Nesse gru­
Fntrcvista dc Paulo Guerra a R A Drci-
po estavam também um almirante c dois
íuss. Brasília, julho de 1976. Para obter
generais da Força Aérea Brasileira nio
um relato do papel desempenhado pelo
mencionados no relatório.
General | A. Bastos, vide lustino Alves
BASTOS op cit Vide também | PAGE 72 Telegrama da CIA TDCS 3/545.753.
The revolulion lhal nexer nonheast 30 de abril de 1963 Rcf 28863. Arquivos
Bruxtl J955-/964 N. York. Gnnsman Pu* )FK. NSF. O General Mourào Filho coo-
blishers. 1972 p. 190-97. vidou o Almirante Hcck para coligar u
forças, com que o último concordou Os
65. H SILVA, op cit. p 293-409
Almirantes S. Hcck c Mâno Cavalcanti
66 Entrevista de Paulo Guerra a R A. procuraram um grupo de capitães para se
Drcifuss. Brasília, julho dc 1976 unirem ao General Mourâo Filho
67. Vide J A. BASTOS, op cit. p. 335- Outro telegrama observa que "esta é
41. uma das várias conspirações anti-Goulart
que parecem estar se desenvolvendo**. Te­
68 (a) Eurico DUARTE 32 mais 32.
legrama ao Departamento do Estado envia­
igual a M In. A. DINES Os sdoe op
do pelo Embaixador L Gordon Conirok
cit p 148. rb> H DAGUIAR op c* p.
18462. 23 dc maio de 1963 na 2275 Ar­
147.
quivos JFK. NSF.
69 (a) A STEPAN op cu p 227 (b)
73. Marechal O Dcnys. citado em 1 C
I PORTELLA op cit p 129
dc Oliveira TORRES op ctt p 225-30
70. E interessante observar que Petrópo-
74. A campanha do General Mourâo Fi­
lis foi um dos pontos-chave para a arti­
lho pode ser reconstruída e a importância
culação do aspes lo militar da campanha.
dc suas atividades avaliada, reunindose
Grande número de oficiais dc alta paten­
as informações fornecidas In: (a) MOU­
te possuía casas dc veraneio naquela o
RÂO Filho op ctt <b) |. PORTELLA.
lância dc montanha, a uma hora dc via­
op cit (c) J. STACCHINI. op cit (d)
gem do Rio. o que a tomava um local
H SILVA op cit (c) C. L GUEDES.
perfeito para reuniões Um ponto central
op cit. <f> I W F DULLES. Unrest...
dessas reuniões cra a cata do Juix Antô­
op cif p 301 37.
nio Ncdcr, onde os Generais Nelson dc
75 O enfoque central das atividades do
Mello. Cordeiro dc Farias, o Marechal De
General Mourâo Filho obedece a uma sé­
nys. os Almirantes S Hcck. Radcmaker.
rie dc razões Sua campanha tem sido am-
Vampré. Mello Baptista. Lcvy Aaráo Reis,
plamentc discutida c documentada, um fa­
o Brigadeiro Márcio dc Souza e Mello, o
tor muno importante cm uma área de
General Mourâo Filho c muitos outros co­ pesquisa muito difícil A campanha do Ge­
ordenavam seus esforços. neral Mourâo Filho, reconstituída a par­
No edifício onde o Juiz Ncder tinha seu tir dc uma série de relatos individuais,
apartamento, o Edifício Centenário, mora­ fornece uma viiio valiosa da forma obli­
vam o Marechal Dcnyi. o Brigadeiro qua através da qual o complexo IPES/
Eduardo Gomes c o jurista Francisco IBAD atuou entre os militares. Além dia-

406
to. a campanha do General Mourto Filho ministradora Ponta da Praia. Cia. Comér­
apreicnta um perfil das interações entre» cio e Participações COPAR. Cia. Comer­
civil c militares c. mais que isso, do papel cial e Administradora Macuco, INDUSEG
proeminente desempenhado pelos lideres e (L. D. Vi Bares).
ativistas do complexo IPES/IBAD. 87. /ornai do Brasil, 22 de dezembro de
76 (a) H SILVA, op cit. p 205 206. 1976 p. 4.
(b) O MOURAO Filho, op cil p 50*31.
88. Foi no final de 1961. ou no início de
O General Penha Brasil havia sido mem
1962. que o Almirante Heck também tra­
bro da Comissão Mista BraubEstados
vou conhecimento com o Embaixador
Unidos. Gordon. encontro esse planejado a pedido
77. O. MOURAO Filho, op cil. p 116. do Almirante. O Almirante Heck infor­
78. O. MOURAO Filho op. cit p 30-31. mou ao Embaixador L. Gordon que “um
grande numero de civis e militares eslava
79 O. MOURAO Filho, op. cit. p. 111- organizando um golpe contra João Gou­
335. lart**. O Almirante Heck disse ao Embai
80. O- MOURAO Filho, op. cil. p. 47. iador L. Gordon que não estava solici­
81. E. BONES op. cit p. 20. tando ajuda aos Estados Unidos, mas de­
sejava mantê-lo informado. Ele acrescen­
82 Américo Oswaldo Campiglia era dire­ tou que “um dia desses nós agiremos, e
tor da Cia Sul-Americana de Investimen­ espero que quando isso acontecer, os Es­
tos. Créditos e Financiamentos (Marcos tados Unidos não fiquem indiferentes", cb
Gasparian). Cia Nacional de Equipamen­ lição em P. PARKER. op cil p. 26-7. Vi­
tos Elétricos — EQUIEL. Perfumaria San- de também J. W. F DULLES. Unresí..
Dar SA. Fiaçao Brasileira de Rayon S.A. op. cit. p. 324.
(Francisco Matarazzo/Snia Viscosa — Itá­
lia/Len & Co‘s Bank — Suíça). Indústria 89 L STACCHINI. op cit p. 15 A rei
de Bebidas Cinzano S.A., Cimento Santa posta de J. Mesquita Filho pode ser en­
Rita S.A. (Príncipe Álvaro Orlcans Bour­ contrada em f STACCHINI. op cit. p.
bon e Coburgo/Dolphin Shipping Co. — 16-8 É interessante observar que. entre as
Panamá) e do Banco Francês c Brasileiro afirmações de J. Mesquita Filho, ele su­
S A.. Ele cru também uma figura pública geriu que oi nomes de Lucas Lopes, do
da UDN. Senador Mem de Sá, dc Milton Campos,
Dnrio dc Almeida Magalhães, O. Marcon­
83. H. SILVA, op. cil. p. 248. des Ferraz. General Macedo Soares. Ro­
84. (a) A. STEPAN. op cit. p. 97. (b) berto Campos e Prado Kclly deveri im ser
IPES CE. 8 de junho de 1962: ”no mo considerados para o governo futuro. Exce­
mento da crise, o que folio gerolmcnte é tuando se Lucas Lopes, diretor da Hnnna
o apoio aos homens c às bous idéias". Ha- Mining c Prado Kclly, todos esses empre­
rold Polland e Glycon de Paiva sários c tccnocmprcsários ligados ao com­
plexo IPES/IBAD tornaram-se membros
85. H. SILVA, op. cit. p. 249. da administração pós-1964 J. Mesquita Fi­
86. Paulo Egydio Martins era diretor da lho preparou também com Vicente Rao,
Cia. Geral de Minas (Família ByngionAF advogado ligado à Hanna Mining Co., o
berio Torres Fo.), Union Curbide. Cia de rascunho de um Ato Institucional.
Desenvolvimento de Indústrias Minerais Os oficiais que davam cobertura àque­
— CODIM (Union Carbidc), Fios c Ca­ les que foram para Suo Paulo haviam pre­
bos Plásticos do Brasil (Anucondn Mi- parado um documento denominado Refle­
mlng/ALCOA), Produtos Elétricos Brasi­ xão ou contribuição para orientar a con­
leiros SA (Família Bynglon/Naguib Mb cepção estratégica de uma repressão efi­
zinra loAo McDowcll Leite de Castro), Ab ciente do movimento subversivo que esta­
cominas — Clu. Mineira de Alumínio va sendo preparado pela esquerda no Bra­
(Alurnlnium Co), Tietê S.A. de Crédito sil. Nesse documento, o General Ulhoa
Imobiliário. Cia Federal do Comércio, Cintra, o General Cordeiro de Farias, o
Indústria c Engenharia, Cia. Comercial Ad­ Marechal Dcnys e outros delinearam por-

407
menorixadamente as características de um Janeiro. I. Olympio, 1976. p 164. (b) O.
possível movimento subversivo em 1962 e MOURAO Filho, op. cit. p. 207.
recomendaram uma estratégia gerai para 105. O. MOURAO Filho, op cú. p m
fazer opoiiçio a ele. Entre cisas medidas 335.
estava a seguinte: a indicação de um
106. O. MOURAO Filho, op. cit. p 15|.
"chefe enérgico" para comandar a 5? Re-
52.
gifto Militar, região-chave com bases no
Paraná Muito convcnicntemente, o Gene­ 107. O. MOURAO Filho, op cit p. 140.
ral Ernesto Geiscl foi indicado para o pos­ 108. A projeção da Frente Patriótica Ci­
to Vide também (a) J. STACCHINI. op. vil-Militar. liderada pelo próprio Almiran­
cil. p. 41-50. (b) T. SKIDMORE. op. cú.
te Heck. resultou em outra manobra di-
p 224-25. versionista. A frente tentou se envolver no
90. A TAVORA. f de abril... op. cit movimento subversivo ou pelo menos neu­
p. 95. tralizar os elementos nacionalistas das For­
ças Armadas. Esses nacionalistas eram
91 (a) H SILVA op cit p. 251. (b) As
principalmcnte oficiais mais jovens cujos
pectos da industrialização brasileira. São
pontos de vista náo coincidiam com a dou­
Paulo. Instituto Roberto Simonsen, 1969.
trina sócKxconômica da ESG e que nau
p. 974 aprovavam a "politização” de certos ofi­
92. H. SILVA op cu p 252 ciais. Os oficiais mais jovens não confia­
93. O MOURAO Filho op. cú. p 184 vam nos militares mais velhos que haviam
adquirido características "demasiadamente
94 (a) H. SILVA op cu. p 250. 267
civis", aqueles denominados "híbndos" ou
(b) E DUARTE op. cit p. 140.
"anfíbios", com sua dualidade de papéis
95. E. DUARTE op cu p |49 como militares e políticos ou empresários.
96. (a) H. S/LVA op cú. p. 217-18. (b) E fato altamente significativo o líder do
J. STACCHINI. op. cíL p. 29. IPE5 Octávio Marcondes Fcnai hgvcr x
aliado ao Almirante HECK e ao seu te­
97. (a) H. SILVA op cu p 22021. (b)
J. PORTELLA op. cu p. 47. <c> C. L. nente. Coronel Astrogildo Correia, do
IBAD. dirigente da Promolion S.A., no Ae­
GUEDES op. cú. p. 110.
roporto de Congonhas em São Paulo, a 7
98. O. MOURAO Filho op cú. p. 126. de agosto de 1963, para o lançamento da
99. O. MOURAO Filho op cú. p. 130. Frente. Vieram também com o Almiran­
164. te Heck o Almirante Edir Dias de Carva­
100 O. MOURAO Filho op cú. p. 125. lho Rocha, o Coronel |osé Anchiclla Paz.
cx-integralista. o Capitão Carvalho Costa
101. lido Mcncghctti era o propnciáno
e o Tenente Pedro Lcamor. (a) O Estudo
da Fábrica de Celulose e Papel S-A_
de Suo Paulo, 8 de agosto de 1963. (b)
102. J. W. F. DULLES. Caslello.. op. Oliveiros S. FERREIRA. As forças arma­
cú. p 333. das e o desafio da revolução Rio de Ja­
O Coronel Barcelos viría a coordenar, neiro. CRD, 1964 O. S Ferreira, profes­
mais tarde, o movimento subversivo den­ sor de política da Universidade de São
tro da Brigada de Polícia, de lido Mcne Paulo e um dos mais proeminentes colu­
ghctti. que se tomou governador do Rio nistas de O Estado de São Paulo, era mem­
Grande do Sul em 1962 Vide O. MOU­ bro ativo da Frente Patriótica. Vide tam­
RAO Filho op cú. p 164. bém |. STACCHINI. op. cú. p. 202. pa­
103. Dutra dirigia a Expansul — Cia. de ra conhecer o que a Frente Patriótica cha*
Financiamento e Crédito à Produçio. po­ mava de "Os Dez Mandamentos", o fun­
derosa companhia de crédito e investimen­ damento de seu programa
to no Rio Grande do Sul. 109. C. CARNEIRO, op cil p. 562.
104. (a) D. KRIECER. Desde as mis­ 110. O. MOURAO Filho, op. cú. p. 177-
sões saudades, lulas, esperanças. Rio de 78.

408
111. (a) Luiz Cláudio CUNHA. O diário lores da Editora Gazela Mercantil SA. e
dc Mourão Filho. Coo jornal Porto Alegre, de Praias Paulistas SA.. José Ely Viana
sbnl de 1978. (b) O. MOURAO Filho op Coutinho era um dos diretores da Orbita-
til. p lê1-82. gem de Pneus Monicap S A.
112. O MOURAO Filho, op cit. p. 199. 122. E. DUARTE, op. cit. p. 129.
113. O. MOURAO Filho, op. cit. p. 172. 123. E. BRANCANTE. op cit p. 215. O
114 H SILVA, op. cit. p. 228. Instituto dc Fngenharia. sediado em Sáo
Paulo e representado por André Telles de
115 H SILVA op cit. p. 252. 378
Mattos, tinha outra função dentro da es-
116 P SCHMITTER. Intcresl, conflicf tratégia do General Agostinho Cortes. Os
and política! change in Brazil. Staníord, engenheiros receberam a incumbência de
Califórnia Univ. Press, 1971 p. 360. colocar pessoal nos serviços públicos de
117 t BRANCANTE Relatório do es­ Sáo Paulo (abastecimento de água, eletri­
tado-maior civil de Sáo Paulo. Citado em cidade e gás), assumindo o comando da
0 MOURAO Filho op cit. p 200 Para administração João Goulart, assim que o
obter uma descrição da ação dos líderes golpe fosse desfechado.
estudantis e dos líderes dos Trabalhado­ 124. J. W. F. DULLES. Unrest .. p. 258.
res Católicos vide capítulos VI c VII. O
125. O icnow-how de 64 usado no Chile
Coronel Armando de Oliveira (oi indica
cm 73. Isto £ (123), 2 de maio de 1979.
do para a posição de chefia da segurança
de Sâo Paulo, pelo comando encarregado 126. Entre as brochuras enviadas a Drum-
dos preparativos do golpe. Vide Quem é mond pela CIA. estavam: China: commu-
quem no Brasil. São Paulo, Sociedade Bra­ nisls in perspective, de A. Doak BAR-
sileira de Expansão Comercial Lida., 1967. NETT, The political war: lhe arm oj in-
V. 9. p 20. ternatiunal communism. de Suzanne LA­
BÍ N, UNE: instrumento dc subversão.
118. Na área de Sfto Paulo, o General
sendo todos esses livros distribuídos pe­
Barreto tinha o apoio dos Coronéis Sebas­
lo IPES conforme o Apêndice L. A. J.
tião Amaral, losé Silva Prado. Octávio.
LANGGUTH op cit. p 8*90.
Adindo e de vários outros oficiais da
127. H SILVA op. cit. p 229.
Força Pública que já haviam tido coman­
dados por ele. O General Menna Barreto 128 Antes que as tropas atingissem o Sí­
também assegurou o apoio do Comandan­ tio Alegre, três caminhões carregados de
te da Força Publica de São Paulo General armas escaparam, sob o comando de Paulo
loão Franco Pontes, (a) E. BRANCANTE. Galvâo Jornal do Brasil. 6 de novembro
op cit p 200-201. (b) Relatório da CIA: dc 1977 (Caderno especial).
P/anoj do General Olvmpio Mourão Filho A caçada aos depósitos de armas, ao
para derrubar a administração do Presi­ contrabando de armas e a campos de trei­
dente Goulart. 29 de abril dc 1963 TDCS namento dc civis no manejo de armas de
3/546 074 Documento parcialmente censu­ fogo serviu também para desviar a aten­
rado Arquivos JFK. NSF. ção dos serviços de informação e do dis-
posittvo militar de ) Goulart, enquanto a
119 E. BRANCANTE. op. cit. p 205 6.
ameaça real provinha de dentro das pró­
120. E. BRANCANTE. op. cit. p 202. É prias Forças Armadas.
interessante observar que Pcrsival dc Oli­ 129. M BANDEIRA Presença .. op.
veira e Ricardo Valente se envolveram em cit p 126-28.
razão de “seu conhecimento especializado
130 H. SILVA op cit p. 257 58.
dc técnicas comunistas".
131. Jean Marc Von der Wcid. que mais
121. H. SILVA op. cit. p 252 Vicente tarde se tornou presidente da União Na­
Mammana Neto era diretor da CIMA — cional dos Estudantes, relembrou que em
Cia Industrial de Material Automobilísti­ 1904, ainda adolescente, havia sido recru­
co Ferraz cra diretor da
Sérgio Barbosa tado para servir cm um dos vários grupos
INDUSVAL SA Corretora de Títulos c armados, organizados pela administração
Vakxcs Eduardo Levy era um dos dire- da Light SA. da qual seu tio era um dos

409
diretores. para apoiar Lacerda. Jean Marc 136. Segundo Paulo Schilling, o General
(oi destacado para o policio do governa* Pery Bcvilacqua foi "conquistado para n
dor C Lacerda na noite do desfecho do causa democrática" pelo 1BAD c o IPES.
golpe Seu grupo possuía submetralhado* Paulo SCHILLING. Como *e coloca a db
ras. mas náo possuía munições até a che­ rcita no poder. Sâo Paulo. Global Ed..
gada de uma limusine negra. O assento 1979. p 218.
traseiro havia sído removido e cm seu lu­ 137. (a) Relatório da CIA. Plano* do so­
gar estavam embalagens que pareciam ror civil dc Sâo Paulo no movimento para
caitôcs. cheias de munições O homem derrubar a administração João Goulart.
que desembarcou e começou a distribuir TDCS 3/548 . 654 24 de maio de 1963. Ar­
a munição falava inglês. Entrevista de |. quivas |FK. NSF. Cópia parcialmenic cen­
M Von der Wcid a R A. Dreifua em surada. tb) Jornal do Brasil. 6 dc novem­
Pans. setembro de 1978. J. Knippcrs bro dc 1977 (Caderno especial).
BLACK op cif. p 68-9
138. E. BRANCANTE. op. cil. p. 199 O
112. (a) M BANDEIRA O governo Coronel José Canavó Filho, ex-comandan­
op cil p 128-29 (b) O Errado de Súo te da Força Pública, a milícia estadual dc
Paulo. 7 de novembro de 1965 Alberto São Paulo, afirmou que através de finan­
Pereira da Silva era vice-presidente da Cia. ciamento clandestino pela indústria priva­
de Cimento Portland Barroso, da Cia. de da. a milícia estadual recebeu verbas c as­
Cimento Portland Moaaocó. da Cia de C>- sistência técnica para fabricar suas pró­
menio Portland Paraíso e era ligado à prias armas anti tanque. granadas de mão.
Cia Naoonal de Estamparia e à Empre­ explosivos e alguns pequenos foguetes. A.
sa Granja Paraíso O líder do IPES. Paulo
STEPAN. Thc mihtanf... op cil p- 200.
Mário Freire, era diretor dessas empresai.
119. O governador de Sâo Paulo Adhc-
IJJ. (a) Telegrama enviado ao Departa­ mar de Barros. também líder do PSP. es­
mento de Estado pelo Embaixador Lm- tava. conforme menção anterior, profunda­
coln Gordon. N. AID 588-N'DS, J2 dc ou­ mente envolvido na conspiração. O apoio
tubro de 1961. (b) Telegrama enviado ao do líder da UDN Roberto dc Abreu Sodré
Departamento dc Estado por Gordon (ora também garantido. Ele possuía fortes
Mein, 19 de setembro dc 1961, Arquivos laço» políticos com os líderes da UDN Car­
JFK, NSF. Versão pardalmente censura­ los Lacerda c Júlio dc Mesquita Filho e
da. Gordon Mein foi morto, anos mais cra presidente da Assembléia Legislativa
tarde, nas guerrilhas na Guatemala. do Estado dc Sâo Paulo. Através do apoio
134. M. BANDEIRA Prnença ... op. dc Abreu Sodré. do líder do IPES Rafael
cil. p. 161. Noschesc, de Herbert Levy c outros líde­
res da UDN. os diretórios distrital e me­
115. (a) M BANDEIRA Prncnça op
tropolitano da UDN (oram coordenados
cil. p. 124-25 (b) J. Kmppen BLACK. op
cil. p. 85 (c) I PAGE op cil p 190-97 com o movimento civíl-mllhar. No caso
específico dc Abreu Sodré, ele se encon­
Em outras regiões do país, particularmcn*
te no Nordeste, empresários e latifundiá­
trava envolvido na conspiração contra J.
Goulart desde dezembro dc 1962.
rios mobilizaram exércitos particulares
Em Alagoas, sob a supervisão do Sccvetá Ao final daquele ano. Abreu Sodré
rio dc Segurança Coronel João Mendonça, manteve um encontro secreto com Carlos
foi formada uma tropa de 10 000 homens, Lacerda, no qual foi iniciado o planeja­
treinados para saboiagcm c guerrilha. Or­ mento de um movimento que culminaria
ganizações semelhantes apareceram nas cm um golpe militar contra o governo. Se­
demais áreas do Nordeste c no Centrosul gundo Abreu Sodré, o Marechal Dutra foi
do Estado dc Goiás. Em Pernambuco, os projetado como íigurechavc na realização
conspiradores foram liderados pela Fe­ do golpe, contando com o apoio do Ma­
deração das Indústrias, onde o IPES es­ rechal Teixeira Loti. o ex<andidato do
tabelecera suas bases e onde Cid Sampaio PSD à presidência da república. Telegra­
era cspccialmcnle ativo. Entrevista com ma da CIA: "Provável tentativa dos con­
Paulo Guerra, Brasília, julho dc 1976. servadores de promover golpe militar con*

410
ira Presidente João Goulart". TDCS 3/ 149 O. MOURÃO Filho, op. cil p. 86.
$J|. 654, 8 de dezembro de 1962. Arqul- H. SILVA, op. cil. p. 235-36.
vos JFK. Cópia porcialmcntc censurado.
150 Nelson Abdo era um dos diretores
|40 O fenômeno de indivíduos possuí* da Darca Artigos para Cabeleireiros S.A.
rem ligações com clubes sociais de elite c Aziz Calfat era diretor da Têxtil Gabriel
com grupos de consenso c interesse da Calfat S A.. Dcméirio Calfat era diretor
classe alia, como parte da trama da he­ do CODECA — Cotonifício Demétrio Cal­
gemonia de classe, foi estudado por John fat S.A.
SONQUIST & Tom KOENIG — Exami
151 E BRANCANTE op. dl. p. 2074.
nmg corporatc intcrconnections through
interloeking dircctorates In* BURNS. 152. (a) Planos de elementos conservado­
Tom R. cd Poncf and controf. sociai res chis e militares para derrubar a ad­
struclures and lheir transformalion Sage ministração luão Goulart se o Congresso
Studiei in International Sociology. 1976. for obrifado a fechar. Relatório da CIA.
n. 6. p 53 83. TDCS 3/548. 655 24 de maio de 1963. Ar­
quivos IFK. (b) Relatório da CIA TDCS
141. (a) E BRANCANTE op. dl. p.
3/546. 074. de 29 de abnl de 1963. Ar­
202 (b) | \V. F DUI.LES Unresl op
quivos IFK (cópia parcialmcnte censura­
cil. p 24J. (c) Entrevista com os líderes
da). Nesse relatório, atribuiu se ao Gene­
do 1PES Luiz Wcmcck e Flávio Galvão.
ral Mouráo Filho a afirmação de que o
ambos colunistas de O Estado de São
golpe era inevitável por não haver ne­
Paulo.
nhum indício de que a situação política
142. Wadi Hclou. como muitos dos diri­ melhoraria, e mesmo que não houvesse ne­
gentes de clubes do Rio. São Paulo e Belo nhuma providência de João Goulart para
Horizonte, era ele próprio um empresário. fechar o Congresso, o planejamento do
Ele era diretor de Chocolates Dizioli S A golpe continuaria sem data prevista.
143. E. BRANCANTE. op cil. p. 206. 153. (a) E BRANCANTE op cil p 200
144. E. BRANCANTE. op. cil. p. 203. (h) O MOURÃO Filho, op cit p 190 O
General Mourão Filho estava também es­
145. E. BRANCANTE. op cil. p. 204-5.
tabelecendo ligações com os conspiradores
Luiz Nnrdi ern um dos diretores da Mcycr
da Bahia através do Coronel Anchictta
Chcmical Co do Brasil Ind Farmacêutica. Par. da Frente Patriótica, e através de
Jaymc Loureiro F* era diretor da Casa
|oõo Ravache. Desde abril de 1963. as li­
Martins Costa S A. Tecidos, do Banco Co­
gações do Ccneral Mourão Filho no Para­
mercial do Eslado de São Paulo e da Cia. ná colocaram-no cm contacto com o Ge­
Agrícola c Mercantil Jaymc Loureiro F.\ neral Ernesto Geiscl e através de frequen­
146. (o) J. W. F. DULLES. Unresl . op. tes vlogcns ao Rio. com os Generais Cor­
cil p. 224. (b) H. SILVA, op. cil. p. 249. deiro de Farias. Nelson de Mello, o Almi­
rante Hcck e o Marechal Dcnys. Suas li­
147. O General Ivanhoé Martins foi o
gações com os ativistas do Rio foram tam­
responsável pelo recrutamento de outros
bém mantidas através de Carlos Eduardo
oficiuis na região de São Paulo juntamen-
D'Alomo Lousoda. que trabalhava como
tc com o General Remiro Correta Jr., co­
secretário do grupo do Almirante Heck.
mandante da 2/ Divisão de Artilharia de
São Paulo. Vide M. BANDEIRA. O Go­ 154. Unidades militares das cidades do
verno.,, op. cil. p. 128. Estado de São Paulo ciiudas a seguir
apoiaram o golpe na medida indicada:
148. H. SILVA, op. cil. p. 250 Com Jú­
apoio total de unidades de artilharia cm
lio de Mesquita Filho, agia um grupo de fundiní. dos oficiais exceto o comandante
colunistas de O Eslado de São Paulo, en­ de unidades de ianques leves cm Campi­
tre ele» Flávio Galvão Luiz Werncck, loão nas, de unidades antiaéreos e de artilharia
Adelino Prado Neto, Gnstão Mesquita c cm Ouinlaúno. de unidades de cavalaria
Oliveiros S. Ferreira da Frente Patriótica. mecanizada cm Pirassununga, apoio do
Vide também P- SIEKMAN. op. cil. c J. batalhão único em Lins, de oficiais da Ae­
STACCH1NI op. cil. p. 12. ronáutica na Base Aérea de Cumbica, c

411
•poio dc baterias costeiras cm Santos Ao Cândido Moreira de Souza, seu ex-Secra
comandinte do I! Exército. Pery Bevilac- lírio da Agricultura c antigo companhei­
qua. não havia sido solicitado apoiar o ro de conspiração do Clube da Lanterna
plano Relatório da CIA. TDCS 3/548. José Cândido Moreira dc Souza era. além
655. de 27 de maio de 1965. Arquivoa disso, irmão do líder do IPES. José Luu
JFK. Moreira dc Souza, cujo cunhado, o Gene
ral Aífonso dc Albuquerque Lima, era
155. No setor civil, os seguintes grupos,
também ligado a C. Lacerda desde os tem­
instituições e organizações eram amos:
pos de conspiração do Clube da Lanterna.
clubes desportivos, estudantes de Direito
O líder do PSD. Armando Falcão, tam­
e Engenharia, contactos nos jornais O Es
bém ativista do IPES. trabalhou como do
todo de São Paulo. Folha de Sào Paulo c
entre a ala direita dc seu partido e C La­
Diário de São Paulo, grupos democrático*
cerda. que era personagem dc proeminên­
trabalhistas, tais como os Círculos Opera*
cia nacional da UDN. C. Lacerda ligouse
rios Caióbcoa. a Federação das Industnas
também a lusceimo Kubiischek e à cen-
de São Paulo, a Associação Comercial de
tfTxsquerda do PSD. através dc Mino
Sào Paulo, a associação Rural FARESP e
Carneiro O próprio Kubitschck tinha co­
a Federação dai Avvoc.açòci do Estado de
mo seus homens dc ligação no IPES o em-
Sào Paulo Além disso, uma rede de radio*
presano e poeta Augusto Frederico Sch
amadem estava sendo organizada assim
mídt e Oswaldo Maia Penido. seu ex<he(e
como unidades civis paramilitares em zo­
da Casa Civil, bem como o General Nel­
nas rurais Mais ainda, estavam sendo ado­
son de Mello, seu ez<hefe da Casa Mtli
tadas medidas dc contra sabotagem para
lar e o General Cordeiro de Farias, o
ocupar e proteger utilidades públicas e
qual era ligado ao próprio PSD. Vide
privadas no caso dc o movimento golpista
Cláudio Mello c SOUZA, O vizinho do
ser deflagrado Ao mesmo tempo dentro
presidente. In: A. DINES O» ido».,, op.
da cidade de Sào Paulo, eram realizados
Cil. p. 169.
recrutamentos dc vizinhança, em uma ten­
tativa dc organizar forças em bairros da 159 0 MOURAO Filho, op cil p 217.
cidade A infra-estrutura do IPES dc São 283.
Paulo se achava totalmente envolvida. 160 (a) C. L GUEDES op cil p 152
156. Carta de Manoel Linhares dc Lacer­ 53. (b) IPES CE. Rio. 12 de junho de
da. Brasília. 10 dc abril de 1964. solici­ 1962. (c) IPES CE. Rio. 2 de outubro de
tando audiência com o Presidente Castello 1962.
Branco. Caixa 42P-1. Lista N.6, Item 2165.
161. C. L. GUEDES op. cil. p 147-52.
Arquivo de Luiz Viana Filho. Rio de |a-
neiro. 162. O. MOURAO Filho, op cil p 186

157. Relatório da CIA TDCS 3/548. 655. 163. O. MOURAO Filho op. cil. p. 190-
dc 24 de maio de 1965. Arquivos JFK. Es­ 91.
se relatório observava que faltavam deta­ 164. E. BRANCANTE op. cil. p. 222 23.
lhes completos sobre a situação no I Exér­
165. O Tenente-coronel Rcsteel ligou se
cito. uma vez que os organizadores na
também a Abreu Sodré e Herbcrt Lcvy.
Guanabara não se encontravam sob a ju­
(a) Cláudio Mello e SOUZA op cil. p.
risdição de São Paulo, como estavam os
169. (b> Herbcrt LEVY. O Globo, 17 de
demais Estados acima mencionados.
janeiro dc 1977 Após o afastamento do
158. C. Lacerda estivera envolvido pela General Pery Bcvilacqua do comando do
estratégia do IPES desde os primeiros dias II Exército e sua substituição pelo Gene­
da campanha eleitoral de 1962 e. além dis­ ral Amaury Krucl. o Tenente-Coronel Res-
so. através de seus aliados políticos, os lí­ (ccl foi transferido para o Rio dc laneiro.
deres c ativistas do complexo 1PES/IBAD. para o gabinete do EstadoMalor das For­
Guilherme Borghoíí, Dano dc Almeida ças Armadas Ele tornou ic então o ele­
Magalhães. Sandra Cavalcanti. Armando mento de ligação entre as articulações mili-
Falcão c Júlio de Mesquita Filho. C. La­ tares no Rio e São Paulo organizadas pela
cerda era também aliado político dc José rede IPES/ESG.

412
166 E BRANCANTE. op. cit. p 223 26 tro era bem relacionado. Na gestão do
167. As unidades do Tenente-coronel Rcs-
Presidente Café Filho, ele era a contrapar­
teci deviam, entre outras tarefas, fornecer
tida civil do General |. Távora, chefe da
informações pormenorizadas ao estado*
Casa Militar, cujo subordinado imediato
maior militar sobre a região e preparo do era o Coronel Ernesto Geisel. Magalhães
Pinto mantinha, além desses contatos atra­
terreno para ação ofensiva e defensiva.
vés de intermediários, ligações diretas com
Eles estavam ã procura de esconderijos c
o Marechal Denys e o Brigadeiro Clóvis
de locais propícios para a montagem dc
Travassos, um dos ideólogos geopolíticos
depósitos secretos de munição, uniformes
da ESG. Pedro GOMES. Do diálogo ao
c alimentos Um desses locais era a Fa­
front. In: A DINES. Os Idoi op. dl,
zenda Noschesc. pertencente au líder do
p 67 99. 106-117.
IPES dc São Paulo, Rafael Noschesc. Vi*
Entretanto, o representante direto de
de | PORTELLA op dl p 72.
Magolhães Pinto no Centro dc assuntos
166. Quando a erupção do golpe foi fi* políticos era o executivo do IPES José
nalmentc anunciada c pubhcamcntc apoia* Luiz de Magalhães Lins, seu sobrinho c
da pelo governador dc São Paulo Adhc- braço direito, que era também genro do
mar de Barros, ele linha a seu lado oi Ge* industrial José Thomas Nabuco. diretor dc
ncrais Cordeiro dc Farias e Nelson de alguns contribuintes corporativos do IPES.
Mello, que acompanhavam de perlo os Thcóíilo Azeredo Santos, outro sobrinho
acontecimentos. Sobre o envolvimento do de Magalhães Pinto e membro da ADESG.
General Krucl, vide J. PORTELLA. op. era também influente no movimento civil-
dl. p. 127*29. militar |osé Luiz de Magalhães Lins de­
169. H. SILVA, op dl p. 378-81, sempenhou um papel significativo como
170. Telegrama da CIA: Acontedmenioi intermediário entre figuras proeminentes
poitcriorea no planejamento do golpe do da campanha, como o General Castello
General Mourào Filho — TDCS 3/555.784 Branco, o Marechal Dutra e o General Jo­
— Ref. 95836 — 8 dc agosto dc 1963. Ar­ sé Pinheiro dc Ulhoa Cintra, o Marechal
quivos JFK, NSF. Denys. o General Cordeiro dc Fartas c o
Juiz António Ncder.
171. ). PORTELLA op. dl. p. 129
173. Sobre as tentativas de posicionar o
172. O líder da UDN José de Magalhães
General Cosia c Silva como o líder dc
Pinto estivera ligado à conspiração desde
uma “conspiração”, vide |. PORTELLA.
os primeiros estágios, e apesar dc ser o
op dl. Cap. 2. 4. 5.
proprietário do Banco Nacional de Mi*
nas Gerais, não pertencia ao núcleo in­ 174. O mediador e coordenador indicado
dustrial-financeiro que liderava o IPES. pelo General Guedes para esses encontros,
Magalhães Pinto linha ambições políticas bem como a pessoa encarregada de forne­
pessoais, o que o tornava desagradável a cer apoio material para as operações, era
o ativista do IPES de Belo Horizonte Luís
muitos líderes do IPES. Entretanto, por
Aragão Villar. A informação sobre o pa­
ser personagem política de tamanha in-
pel dc L. Aragão Villar foi confirmada em
fluência, como governador de um Estado
conversa com Octávio Dulci. a 25 de no­
estratégico dotado de uma milícia estadual
vembro dc 1977. Vide a critica sobre as
de 18 000 homens, devia ser atraído para
memórias do General Guedes em O Es­
o reduto da elite orgânica. O líder do tado de São Paulo, 29 de julho de 1979.
IPES lonas Barcelos Correia, ele próprio
175. (a) E. BRANCANTE. op. dl. p. 217.
um banqueiro, havia sido, em 1962. o in­
<b) C. L. GUEDES, op dl. p 115.
termediário dc Magalhães Pinto em seus
contatos com o General Pcry Bcvilocqua. 176. (a) C L. GUEDES, op. dl. p. 113-
enquanto José Monteiro dc Castro, ex- 14 (b) J. PORTELLA. op. dt p 69. (c)
O MOURAO Filho, op. cu. p. 232. 287.
chefe da Cosa Civil dc Presidente Café Fi­
lho. foi o intermediário dc Magalhães Pin­ 177. C. L GUEDES op dt p. 12631.
to junto aos Generais Cordeiro de Farias 178. A Cia. Siderúrgica BelgoMincira
c Nelson de Mello. José Monteiro de Cas­ ainda pertence ao consórcio europeu AR-

413
DE D. cujo dirclor no Rio dc | metro havia Pinto Coelho c Nisc Palma Tenuta. C. L
tido Ocfávio Gouveia dc Bulhões Antônio GUEDES, op nf p I2Ó27.
Chagai Diniz era diretor dc Refratários
180 C. L. GUEDES op. cii p. 127.31.
Isolanict SA.. Magncsila SA. e lndustna
de Calcinação — ICAL loseph Hcín era 181 ls(u foi rclativamcnic simples, consi-
diretor da Cia. Industrial c Mercantil de derando que u complexo dc mídia mais po­
Artefatos dc Ferro CIMAF. da Artefatos deroso dc Minas Gerais pertencia a Assis
dc Açu SA. —AASA. da Cia. Ferro Bra­ Chnicaubriand. dc rádio, TV c Jornais, que
sileiro S A . da SA Mineração Trindade cm São Paulo era dirigido pelo líder do
(Brasil Warranl), da Cia Siderúrgica Bcl- IPES, Edmundo Monteiro. |osé Luiz dc
goMincira. da Central dc Administração e Magalhães l.ins estava envolvido na ação
Purlicipaçòci. da Cia Agro-Pastonl Rio dc Opinião Pública liderada pelo IPES,
Doce S A e da Serrana Santa Helena SA estimulando o» diretores dc jornais dc Mi*
Francisco Pinto dc Souza era um dos di- nas Gerais c sugerindo o tratamento dc
retorci da Magnetite SA. c da S A Mine­ temas sintonizados às diretrizes da campa­
ração Trindade Elmo Alvci Nogueira era nha cmlmilitar. P GOMES, op. cil p.
diretor da S A. Mineração Tnndadc Hen­ 939.
rique Guatimorm era diretor da S A Mi­ 182. C. L. GUEDES, op cil p 132 51.
neração Trindade Antônio Mourão Gui­
183. O General Bragança, cm seu depoi­
marães era diretor da Magncsita SA c da
mento ao Estado de Minai, reproduzido
Ind dc Calcinação — ICAL Geraldo Par­
no /ornai do Brasil dc 9 de janeiro de
reiras era diretor da Cia. Imobtbana Santo
1977. enfatizou que, se |oão Goulart não
Elói. da Siderúrgica Itatiaia e da Cm Si­
tivesse sido deposto, leria sido vítima dc
derúrgica Belgo-Mmcira.
uma tentativa dc assassinato no mci dc
179. Além disso. citavam pmcntei à reu­ abril, durante sua visita planejada a Mi­
nião as seguintes povoas Waldir Soeiro nas Gerais (O general Bragança hasia si­
Emerich (Cia Siderúrgica Mannesmann. do colocado no Centro dc Informação do
Cil Siderúrgica Sâo Caetano); Paulo Có^s.
Exército — CIEX ). Raul RYFF O /a:tn
Antônio Pádua C leme n imo (Maicarcnhat dfiro /ango no governo Rio. Asenir. 1979
Barbosa — Roscoc SA Engenhana c Co­
P W
mércio); Caetano Nascimento. Lua Antó­
nio Gonzaga (Paraopeba Industrial SA ). 184 C L GUEDES, op dt P 177-214.
César Rodrigues (Mcialúrgkca Triângulo 185 A data do golpe havia sido dclcrmi
SA); Raimundo Fontcnclle dc Araújo, nada para o dia 2 de abril pelo citado-
Lucas Gonzaga (Ind c Com Sác Lucas) maior informal e não para o dia I? dc
Exaltmo Marques de Andrade (Tecidos
abnl considerado inconveniente por ser o
Euclidcs Andrade S A >. Anstides M R Dia da Mentira, no Brasil. O General Gue­
Ferreira (Banco Comércio e Indústna dc
des. indivíduo supersticioso, apoiou a de­
Minas Gerais); Chnstiano F. T Guima­
cisão impulsivo do General Mourão Filho
rães (Cia Têxtil Cachoeiras dc Macacu).
por julga' que "as estrelas estavam favorá­
Américo de Souza. A G. dc Souza (Cia
Mercantil dc Administração). Célio Karez. veis cm 31 dc março**, (a) C. L. GUEDES
Fábio Coulinho Brandão, Anselmo Vascon- op ctf p 202. 213. 288 (b) J. PORTEb
ccllos Filho. Carlos Patrício dc A Cardo­ LA. op crL p 107. u
so. IIdeu dc Castro. |acy Vieira do Prado O oficial designado para comandar a
(EBC — Empreendimentos Brasileiros dc operação cm Minas Gerais, segundo o co­
Cimento SA); Liclnio Martins. Fernando mando geral informal, era o General Mu
Pessoa Júnior. Angelo Scavarza. Paulo ncy. da ESG.
Roizen dc Mello, losé Augusto dc F Brm 186 É difícil saber, no estágio atual, se o
co. José Mendo. Mi saci dc Souza. Joaquim General Mourão Filho foi finalmenie for-
Silveira. Clôvis Gonçalves dc Souza. Célio çado a agir pelo Governador Magalhães
Andrade (Cia Tckfônka dc Passos. Socie­ Pinto, como parle dc uma estratégia pou
dade de Veículos. Maquinas c Representa co ortodoxa para atingir a presidência. se
çôci Somes ar), Roberto de Conti. Luís ele foi coagido por outros grupos ou se

414
foi devido ò sua própria decisão. Este é um Ministro da CuerTa. Vide J. PORTELLA.
assunto para pesquisas mais aprofundadas. op. dl. p. 143-44.
187. Uma vez precipitados os aconteci­ 189. A respeito da tentativa vitorioso do
mentos pelo General Mourão Filho, não General Costa c Silva de assumir o co­
restava nenhuma opção ao estado-maior
mando do Ministério da Guerra, vide J.
informal dos Generais Golbcry, Castcllo
PORTELLA. op. cit. principalmcnte p.
Branco, Ernesto Geisel c Adhemar de
143-44.
Queiroz, sendo apoiá-lo ou então enfrentar
a reação do governo. Vide |. W. F. DUL- 190. ”0 bom bocado não é para quem o
LES. Castcllo op. dl. Cap I. foz c sim para quem o come”. Wilson FI­
188. Houve uma tentativa infrutífera, por GUEIREDO. A margem esquerda. In: A.
parte do General Ernesto Geisel. de fazer DINES. Os idos .. op. dl. p. 193.
do General Humberto Castcllo Branco o 191. A. STEPAN. op. dl. p. 98.

415
É
CAPÍTULO IX

O COMPLEXO ÍPES/1BAD NO ESTADO — A OCUPAÇÃO


DOS POSTOS ESTRATÉGICOS PELA ELITE ORGÂNICA

lnírodvçâo

Este capítulo tenta esclarecer suposições aceitas e não questionadas a respei­


to da forma do regime pós-1964. suposições estas que superestimam seu aspecto
militar c subestimam o papel político dos industriais e banqueiros. Apesar de a
administração pós-1964 ser rotulada de “militar” por muitos estudiosos de política
brasileira, a predominância contínua de civis, os chamados técnicos, nos ministé­
rios e órgfios administrativos tradicionalnientc não-militares, c bastante notável.1
Entretanto, um aspecto a ser imediatamente considerado é que atribuir o rótulo
dc tecnocratas aos novos ocupantes das posições de poder é erróneo, como este
capítulo tenta mostrar. Um exame mais cuidadoso desses civis indica que a maioria
esmagadora dos principais técnicos cm cargos burocráticos deveria (em decorrên­
cia dc suas fortes ligações industriais c bancárias) scr chamada mais prccisamcnte
dc empresários ou. na melhor das hipóteses, de tccno-empresários? Além disso,
este capítulo objetiva fornecer evidência de que os empresários e tecno-empresários
que ocuparam os setores-chave da administração do Estado e os Ministérios eram
ativistas do complexo IPES/IBAD ou industriais e banqueiros, que compartilha­
vam das metas daqueles e que haviam contribuído para os esforços dirigidos
pelo IPES para derrubar |. Goulart. Em muitos casos, sócios e empregados de
líderes do IPES foram indicados para órgãos administrativos e ministérios.
Este capítulo visa também a evidenciar a congruência da* reformas adminis­
trativas. econômicas c políticas pós-1964 com as propostas de reformas aventadas
pelo* grupos de Estudo c Doutrina do IPES. que forneceu as diretrizes e a orien­
tação para as reformas estruturais c mudanças organizacionais da administração
pós-1964. c muitas dessas diretrizes políticas haviam sido desenvolvidas pela
elite orgânica empresarial durante sua vitoriosa campanha de 1961 a 1964.* Os
tecno-cmprcsários c empresários puderam assegurar, através de seus cargos públi­
cos. o rumo do Estado brasileiro ao longo de uma via capitalista, servindo aos
interesses gerais dos industriais c banqueiros multinacionais c associados.
Finnlmentc, este capitulo também lenta descrever alguns dos novos papéis
assumidos pelo IPES após a deposição dc João Goulart, cm vista das posições-
chave ocupadas por tantos de seus membros no ministério c na administração.
As análises c interpretações tradicionais do golpe de 1964 enfatizam a
presença das Forças Armadas na administração do Estado c no governo e a
influencio da Escola Superior dc Guerra nas diretrizes econômicas implementadas
pelo governo militar pós-1964. Alguns autores falam até dc um padrão cambiante

417
do comportamento militar, político c ideológico que favoreceu a intervenção
militar em 1964 c que equipou os militares para o governo.* Outros que exami­
naram a administração militar desde 1964. observando o tipo de pessoal recru­
tado para a administração, assinalam que os grupos principais que vêm contribu­
indo para a elite política brasileira desde 1964 são: (1) o corpo de oficiais das
três Armas, (2) os tecnocratas e (3) os políticos civis.5 Essas análises concluem
até que *'há pouca dúvida de que os oficiais de alto nível do Exército, Marinha
e Aeronáutica (em termos de poder relativo, provavelmente nessa ordem) asse­
guraram o controle da parte mais importante no sistema político brasileiro desde
1964M*
Apesar dessa crença generalizada, os fatos parecem sugerir o contrário no
período em questão. A concepção das Forças Armadas agindo como um Poder
Moderador tem sido superestimada, ao passo que o papel desempenhado pelos
empresários e tecno-empresários tem sido fortemente subestimado. (Jm cuidadoso
exame dos ocupantes das posições do poder revela que os empresários c tecno-
empresários do IPES controlavam os mecanismos e processos de formulação de
diretrizes e tomada de decisão no aparelho do Estado.
Não se pretende negar a influência dos membros da ESG. mesmo porque
muitos deles foram incorporados ao complexo IPES/IBAD. Além do mais, após
1964, a ESG conseguiu doutrinar um número cada vez maior de oficiais de
médio e alto escalão do Exército, e a ideologia da Segurança Nacional permeou
tanto as Forças Armadas quanto o governo.* moldando as suas atitudes em relação
• um modelo sócio-económico e político alternativo c às classes operárias. No
entanto, seria útil situar a presença no governo dos oficiais da ESG, cm parti­
cular, e dos militares, em gera). Levando em consideração o pessoal civil e militar
recrutado para os postos-chave civis do governo, torna-se claro que, enquanto
a formulação de diretrizes políticas e a tomada de decisões estavam nas mãos
de civis do complexo IPES/IBAD — na maioria grandes empresários — a con
dução das diretrizes políticas nacionais estava parcialmente nas mãos dos milita­
res politizados formados pela ESG. Esses oficiais, juntamente com políticos per­
tencentes à ADP. eram apoiados por um segundo escalão administrativo, cada
vez mais influenciado pelas Associações de Ex-Alunos do IPES e da ESG. res­
pectivamente ADIPES e ADESG.’ Os tecno-empresários e empresários do IPES
viam nos militares a fonte de apoio político e de autoridade que aqueles não
poderiam obter através de apelo político à população como um todo, tendo em
vista seu programa de governo modemizante-conservador nitidamente impopular.
Além disso, a tentativa de íumcntar o prestígio da ESG fortalecendo sua imagem
como o berço do movimento que derrubou João Goulart e como a fonte das dire­
trizes políticas implementadas pelo governo também serviu para outras finalida­
des. Por um lado, serviu para fazer oposição a facções militares rivais da ESG
que, em 1964, haviam assegurado posições importantes dentro da hierarquia das
Forças Armadas, principalmente recrutando iroupiers e extremistas de direita.
Serviu também para neutralizar grupos de empresários rivais que foram reduzi­
dos a uma posição subalterna frente aos representados no complexo IPES/IBAD,
uma vez que este era o único grupo empresarial a ter ligações orgânicas com um
dispositivo militar* influente c de proporções consideráveis. A projeção de elemen­
tos da rede ESG/ADESG serviu para legitimar a "neutralidade” do regime.
enÍBtizando seu caráter “tecnocrático” pela interação "natural” dos chamados
técnicos com os militares, reforçando o sentimento de que a abordagem dos

418
problemas do Brasil e a natureza das diretrizes políticas implementadas pelo
governo eram “científicas” e “nacionais” ao invés de “políticas”. Um efeito
colateral desse esquema foi conter demandas nacionalistas que partiam de oficiais
de médio escalão dominados pela hierarquia do Exército e condicionados pela
ideologia que emanava da ESG. De fato, a ESG veio a funcionar como um filtro
político e ideológico para a promoção dentro da hieraquia do Exército e em
postos administrativos do Estado, bem como um instrumento de cooptação e
doutrinação de novos recrutas civis e militares que já estavam ocupando cargos
no aparelho do Estado.
Depois de abril de 1964 as posições de poder foram ocupadas por um grande
número de lpesianos e Ibadianos e por pessoas que as apoiavam, e que haviam
participado da campanha para depor João Goulart e para conter a esquerda
e o trabalhismo. A elite orgânica dos interesses financeiro-industriais multinacio­
nais e associados foi capaz de assegurar poder econômico e administrativo,
objetivamente transformando o aparelho do Estado em parte integrante dos inte­
resses monopolistas que controlavam a economia?0 Os interesses multinacionais e
associados foram capazes de controlar a vida política do Estado e de forjar sua
máquina de acordo com as necessidades do capital monopolista, ocupando os
cargos centrais de poder e determinando suas metas, procedimentos e meios.
O poder de classe dos interesses multinacionais c associados foi expressado, de­
pois de abril de 1964, através da hegemonia por eles estabelecida dentro do
aparelho do Estado, do controle direto das agências de formulação de diretrizes
políticas e de tomada de decisão c da presença pessoal dos representantes desses
interesses econômicos na administração em geral?1
O controle direto do aparelho do Estado, através dele, dos outros setores
das classes dominantes e das classes dominadas da sociedade foi. se não a forma
mais completa de levar à frente os interesses do grande capital, pelo menos a
forma mais eficiente e segura à disposição dos interesses financeiro-industriais
multinacionais e associados?3 Resumindo, após 1964 o poder estatal direto trans­
formou-se na mais alta expressão do poder econômico da burguesia financeiro-
industrial multinacional c associada. Como afirmou o líder do 1PES Antônio
Carlos do Amaral Osório, “uma das grandes realizações da revolução de 1964
foi, sem dúvida, a de reforçar uma nova concepção das relações entre o Estado
e as classes empresariais”?3

A Tomada do Poder do Estado:

O domínio político dos interesses financeiro-industriais


multinacionais c associados

A 2 de abril de 1964, a burguesia comemorou a deposição do Presidente


Joio Goulart com uma gigantesca marcha de famílias pelas ruas do Rio de
Janeiro, um acontecimento cujos organizadores aguardavam com ansiedade há
mais de uma semana. Na hora marcada para o inicio da marcha, a Avenida Rio
Branco continha um mar de faixas contra o comunismo, canegadas por uma
multidão calculada em oitocentas mil pessoas. Enquanto as multidões percorriam
a Avenida Rio Branco, a sucessão presidencial era extensivamente discutida.
Os empresários que assistiam à Marcha do escritório do IPES no Rio, “contentes
com as oclamações e entusiasmo nas ruas e muito satisfeitos com o resultado

419
de seu trabalho anticomunista”, conversavam com o General Heitor Hcrrcra.
um dos seus elos-chave com os oficiais da ESG. °sobre as qualidades que deseja*
vam ver no próximo presidente do Brasil”?* Os empresários do IPES decidiram
que ele nâo deveria estar associado a nenhum dos três governadores civis mais
importantes — Carlos Lacerda. Magalhães Pinto e Adhemar de Barros — e
faziam objeções às ligações do Marechal Dutra. Eram a favor do General Caslcllo
Branco, chefe do estado-maior informal, e apoiaram ativamente sua candidatura?'
A intensa campanha através da mídia e a mobilização das classes medias que.
em seguida a essa reunião, foi desencadeada pelos quatro cantos do país para
estimular a candidatura do General Castello Branco tinha a marca inconfundível
da ação de opinião pública do IPES?*
No dia seguinte foi realizada uma reunião da liderança do IPES do Rio e
de São Paulo com a participação de Harold C. Polland, João Baptista Leopoldo
Figueiredo. José Rubem Fonseca. Paulo Ayres Filho. Paulo Reis Magalhães, José
Roberto Witaker Penteado. Gilbert Huber Jr., General Heitor Hcrrcra. José
Duvivier Goulart, General Golbery do Couto e Silva. Glycon de Paiva. General
João José Batista Tubino. Joviano Jardim. General Liberato da Cunha Friedrich,
Hélio Gomide, Oswaldo Tavares. Augusto Trajano de Azevedo Antunes. Denio
Nogueira e José Garrido Torres. Polland. presidente da sessão, cumprimentou
”os militares do IPES pela vitória” e alertou-os sobre os problemas futuros, fazen­
do um paralelo com o período instável na Argentina que seguiu à queda dc
Perón. Polland pediu que a liderança do IPES reavaliasse seu papel e se adaptas­
se à nova situação, mantendo-o em condições de funcionamento. Frisou que ”nosso
trabalho tem de ser sempre o de um estado-maior”?* J. B. Leopoldo Figueiredo,
que fora à reunião com os três líderes do IPES de São Paulo oue haviam parti­
cipado do movimento desde o início, em coordenação com o IPES do Rio. cum­
primentou os presentes pelo resultado vitorioso da campanha. Porem, Leopoldo
Figueiredo e Paulo Ayres Filho chamaram sua atenção para o fato dc que o IPES
“ainda estava longe da vitória” e que a "estrada a seguir poderia lhes trazer
dificuldades”. Isto estava se tornando perceptível tendo cm vista o posicionamento
de certos grupos econômicos, basicamente cm São Paulo, que, apesar de contrários
a João Goulart e seu governo e de haverem apoiado sua destituição do poder,
não compartilhavam totalmente com as metas do IPES. Além disso, militares que
não tinham os mesmos objetivos da ESG haviam conseguido cargos de influência
na disputa pelo poder que ocorreu após a saída precipitada de Minas do General
Mourão Filho. J. B. Leopoldo Figueiredo acrescentou que tudo exigia a dedicação
e contribuição contínuas do IPES, porque agora talvez viesse ”a parte mais im­
portante e mais difícil”, isto é, assumir a udministração c conter os grupos econô­
micos e militares e facções políticas dissidentes c recalcitrantes. Paulo Avres
Filho também observou que "sem medidas de segurança e cobertura imediata,
as Forças Armadas perderiam rapidamente o controle da situação”, lançando
mais que uma sombra de dúvida sobre a habilidade e a prontidão dos militares
para controlar o sistema político e dirigir a administração. Esta situação mostrava-
se bem crítica uma vez que os militares mais próximos aos empresários do IPES,
os oficiais da ESG, ainda estavam longe dc ter um domínio efetivo sobre as Forças
Armados, ao passo que os Iroupiers e extremistas dc direita encontraram um canal
de expressão apropriado através do Ministro da Guerra — General Costa c
Silva, e através do Ministro da Marinha — Almirante Rademakcr, membros
importantes da Junta Militar que assumiu o comando da situação após o golpe.

420
Harold Polland afirmou que. após a reunião central de 2 de abril de 1964 na
sede do Rio. alguns ativistas do IPES já começaram seus trabalhos em relação
à situação económico-financeira c política. Formou-se uma comissão que reunia
Glycon de Paiva. João Bapdsta Leopoldo Figueiredo, o General Golbery, José
Garrido Torres c Whilaker Penteado a fim de preparar um “plano de ação para
os próximos 30 dias” que seria decisivo para dar forma ao regime c formar
o sla/f do novo governo. A decisão final foi a permanência do IPES em seu
papel tradicional como estado-maior,
Os líderes do IPES percebiam sua organização como “o forum adequado
para os empresários. tomando decisões de caráter político bem orientadas e
oportunas”. Viam-se também como o “governo privado” (síc)’* que deveria
apoiar o “governo público” que eles próprios inspirariam e equiparariam com
seu pessoal.O tipo de atividades políticas que se exigia dos empresários requeria
discrição c o IPES continuava sendo uma cobertura e um canol convenientes
para expressarem suas demandas c exercerem sua ação de forma velada. Os líderes
do IPES Qssumiram a formulação das diretrizes básicas do novo governo, bem
como n deliberação sobre as pessoas que deveriam ocupar os postos-chavc na nova
administração. Os Generais Golbery, Adhemar dc Queiroz e Ernesto Geisel iam
diariamente à casa do General Cnstello Branco, preservando dc fato o funciona­
mento da liderança do estado-maior informal21 e mantendo o futuro presidente
sob intensa supervisão. O General Golbery e o General Gcísel, que também era
amigo pessoal de outro líder militar do IPES, o General Hcrrera, atuaram como
filtros para a seleção de líderes, associados e colaboradores do IPES para postos-
chave no governo.22 O General Cnstello Branco que fora indicado para a presidên­
cia pelo Congresso no dia 11 de abril eslava procurando uma cauipe competente
para formar seu governo e sua administração. Na qualidade de militar, não conhe­
cia o mundo empresarial e tecno-empresarial e tinha grande necessidade de ser
aconselhado a respeito de quem escolher e indicar. Muito convenientcmcntc. foi
apresentado e travou conhecimento com candidatos potenciais aprovados pelo?
ativistas do Grupo IPES/ESG que o rodeavam.2*

A Elite Orgânica no Estado

O que se poderia considerar uma inovação fundamental introduzida pela


administração pós-1964 é a criação do Serviço Nacional de Informações. O SNI
combinou as funções de uma agência central de informações com as dc um
conselho de assessoria para formulação de diretrizes políticas nacionais.2* O
fundador c primeiro chefe nacional do SNI não foi outro senão o General Golbery
do Couto e Silva que, por algum tempo, continuou servindo às duas organizações,
mantendo também negócios particulares em seu estado natal, o Rio Grande do
Sul24 O General Golbery deixou formalmente seu posto no IPES em julho de
1964, sem romper seus laços com a organização, onde continuou como membro
do Conselho Orientador e na qual voltou a ser atuante quando da nomeação do
General Costa e Silva para a presidência, para preparar desde já a ascensão do
General Ernesto Geisel ao poder. E muito significativo que, quando Glycon de
Paiva agradeceu ao General Golbery, em neme do IPES, por seu trabalho e
cumprimentou-o pelo novo cargo como chefe do SNI, este afirmou que. em sua
nova função, continuaria a desempenhar o mesmo tipo de atividades que havia

421
desenvolvido no IPES até aquela data, apesar de serem agora grandemente "am­
pliados em recursos e meios”.21 Os arquivos completos de informações do IPES,
reunidos pelo Grupo de Levantamento da Conjuntura chefiado pelo General
Golbery e onde haviam sido compilados dados sobre 400.000 brasileiros, foram
levados por ele para Brasília como a base pura a rede do SNI.” Levou consigo
não só os arquivos do IPES. mas também seus companheiros c colaboradores
mais próximos na rede militar e de informações (que o IPES estabelecera de 1961
a 1964 sob as denominações de Grupo de Levantamento da Conjuntura e Grupo
Especial da Conjuntura) e que passaram a integrar a nova estrutura de informa­
ções. Encontravam-se no núcleo de oficiais que estavam envolvidos, juntamente
com o General Golbery. na criação do SNI o General Ernesto Geisel, General
Agostinho Cortes. Tenente-coronel Danilo Venturini, Coronel João Baptista Fi­
gueiredo. Tenente-coronel Octávio de Aguiar Medeiros, Coronel Ivã Vieira Per­
digão e o Capitão Heitor de Aquino Ferreira.’* Outros oficiais recrutados para o
emergente SNI foram o General Emílio Garrastazu Médici c o General Carlos
Alberto da Fontoura. O Coronel João Baptista Figueiredo tornou-se o chefe
do centro do SN) do Rio de lanciro. o mais importante depois de Brasília, cuja
sede era localizada no Ministério da Fazenda. PostCTiormenle veio a ser secretá­
rio-geral do Conselho dc Segurança Nacional, posto que o próprio General Gol­
bery havia ocupado no gosemo de )ânio Quadros.5* O General Agostinho Cortes,
chcíc do Grupo Especial da Conjuntura, foi indicado para a chefia do SNI de São
Paulo. O Capitão Heitor dc Aquino Ferreira tornou-se secretário pessoal do
General Golbery.1* O General Riograndino Kruel, irmão do General Amaury,
tomou-sc chefe do Departamento Federal de Segurança Pública, colaborando
de perto com o novo serviço de informações.’1
O SNI se propôs a tornar-se — e de fato tomou-se — um centro influente na
formulação dc diretrizes em todas as áreas da vida social, política e militar bra­
sileira. Estabeleceu uma rede de informações dentro dos ministérios, autarquias e
órgãos administrativos do governo, bem como no movimento militar, no movimen­
to da classe operária, no movimento estudantil e em outros segmentos escolhidos
da população, transformando-se em um “superministério” intocado e intocável
pelo Legislativo e pelo ludiciário e não subordinado às Forças Armadas. Em
(ermos imediatos a criação do SNI serviu para esvaziar algumas das funções
do Serviço Federal de Informações que havia funcionado, até ali, como substituto
de uma agência central de informações. A necessidade de uma instituição capaz
de flanquear o Serviço Federa] tomou-se premente não só pelo fato de este ser
um produto do regime anterior, mas principalmente porque o troupier General
Cosu e Silva, como o novo Ministro da Guerra, havia indicado seu homem de
confiança, o Coronel Foriella. para secretário do Conselho Nacional de Segurança,
que supervisionava o Serviço Federa), numa tentativa de transformá-lo em sua
base de manobra e poder. A médio e longo prazo, uma agência central de infor­
mações foi exigida pelos militares, uma vez que ela teria dc desempenhar um
papel-chave na implantação da doutrina dc Segurança Nacional disseminada pela
ESG. Além disso, a comunidade de informações poderia dar ao regime alguns
atributos políticos que as Forças Armadas, com sua rigidez natural, não pos­
suíam. O comportamento institucional, a hierarquia e normas corporativas não
dotavam as Forças Armadas do nível de flexibilidade necessário para se envol­
verem em política. O envolvimento direto das Forças Armadas na vida política
da nação, quando concretizado, reforçava as posições de extremistas dc direita

422
dc linha dura, porque uma ação eficiente das Forças Armadas em assuntos não
militares exigia a manutenção ou um maior aprofundamento dos aspectos milita­
res de organização política, O sistema de informações podería superar a rigidez
das Forças Armadas sem recorrer a atitudes severas, sem reforçar o extremismo
de direita e, talvez, mais importante com o decorrer do tempo, sem permitir
que facções nacionalistas dissidentes, com projetos sociais reformistas dentro
delas, estabelecessem uma posição de autoridade no comando do sistema político
e da economia.
Finalmente, o SNI podería funcionar mesmo depois que as Forças Armadas
voltassem aos quartéis, paralelamente, ainda, à vida normal dos partidos políticos,
e até mesmo manter a política em funcionamento na ausência de reais e efetivos
partidos. Poderia, na verdade, agir como um partido político, sendo talvez o único
órgão militar capaz de faze-lo, funcionando como um foco de apoio e dc infor­
mações do regime, e como um agente da manipulação da organização política da
sociedade.
Os elos do IPES com o SNI permaneceram tão fechados e fortes que o
Coronel Ivã Perdigão, sucessor do General Golbery como chefe do Grupo de
Levantamento da Conjuntura, sentiu a necessidade de reconsiderar o funciona­
mento de certos grupos de ação do IPES uma vez que o SNI havia sido formado.
No campo das informações, o IPES permaneceu como uma fonte independente
para o SNI, e como sua ligação imediata com a comunidade empresarial. Em
troca, o IPES recebia informações para a ação do SNI”
Os ativistas do IPES sc envolveram em várias operações, funcionando como
um centro de distribuição de informações e propaganda anticomunista. O IPES
de São Paulo, juntamenle com o SNI. foi responsável pela iniciativa de se criar
o Instituto de Estudos Científicos sobre Comunismo,” que seria chefiado por
Estanislau Fischlowitz, do Grupo de Estudo e Doutrina do IPES-Rio. Finalmente,
tendo em vista a fragilidade política dos partidos criados por decreto presidencial
depois de 1964, para substituir aqueles formados durante o regime populista,”
o IPES foi responsável pelas tentativas dc se criar um Poder Político baseado nos
próprios empresários e não nos políticos dos partidos.” Esperava-se que esse
“Poder Político’’ se transformasse na “estrutura básica da Nação’’, ligado a um
“Poder Militar”, baseado na estrutura de informações. Para atingir tal objetivo,
Hélio Gomide recomendou ao General Fontoura a “aproximação do Poder Militar,
representando a Liderança Política e a Administração Pública do país, com certos
grupos empresariais’’, dentre os quais 0 IPES era considerado 0 mais adequado
devido a sua experiência, à qualidade de sua organização e aos indivíduos que
reunia.
Tendo funcionado como uma agência de coleta e distribuição de informações
anticomunistas para outros grupos, as Forças Armadas e os empresários, o IPES
estava em condições de canalizar informações para os Inquéritos Policiais Mili­
tares — 1PM, instaurados após 0 golpe a fim de investigar atividades supostamente
subversivas, dentro do novo quadro político-militar de “segurança nacional”. Ha-
rold Polland enviou material ao Tenente-coronel L. G. Andrade Serpa, encane-
gado do IPM na Confederação Nacional de Trabalhadores na Indústria, na es­
perança de que servisse como uma “contribuição para o trabalho em que o Exér­
cito está envolvido a fim de investigar, com justiça, os verdadeiros responsáveis
pelo estado dc calamidade das coisas no regime anterior”.** Outro ativista do
IPES, o Coronel Rubens Resteei, foi indicado chefe dos Inquéritos Policial-Mili-

423
tares na área do II Exército, que incluía o cinturão industrial dc São Paulo,
assumindo também a responsabilidade de investigar as atividades de indivíduos e
grupos de esquerda.u Enquanto isso, o General Dalísio Menna Barreto estava
encarregado do IPM sobre corrupção em São Pauto, que atingiu fortemente os
políticos e a burocracia.
O 1PES continuou atuando, entre outras coisas, como uma unidade dc coleta
de informações (o que havia sido uma de suas funções anteriores), preparando
relatórios regulares sobre a “pressão comunista” para círculos empresariais, mili­
tares e administrativos. Esses relatórios justificavam a atitude de “linha dura”
cuja adoção os líderes do IPES afirmavam ser necessária, por parte dos empre­
sários c militares, contra a “subversão” do país. Consequentemente, esses rela­
tórios também justificavam o contínuo levantamento de fundos para o IPES?*
Posteriormente. alguns líderes do IPES também se envolveram no lado mais
sórdido das operações de informação. O seu líder e empresário Henning Boilesscn
incluía-se entre os responsáveis pela consolidação de um esquema dc apoio finan­
ceiro para o aparelho repressivo da polícia e das Forças Armadas. H Boilesscn
reuniu um grupo de empresários que contribuía financeiramente c fornecia equi­
pamentos para as organizações de segurança.’* Esse apoio mostrava uma outra
dimensão da coordenação entre empresários e militares.
Líderes do IPES finalmente exportavam para países vizinhos a perícia
adquirida na campanha para depor |oão Goulart, envolvendo-se cm operações
internacionais de deseuabilizaçâo de seus regimes. O golpe que colocou a lide­
rança do IPES no poder no Brasil parece ter sido usado como modelo para o
golpe militar chileno. Em 1970. o Senador Salvador Allendc foi eleito para a pre­
sidência do Chile, liderando uma frente dc união popular de tendência socialista.
Membros do IPES trabalharam de peno com associações empresariais e profis­
sionais chilenas, dando-lhes apoio financeiro e assessoria para a mobilização das
classes médias e atuação em diversos setores da opinião pública. Entre os líderes
do IPES envolvidos nessas atividades e no assessoramento aos empresários chi­
lenos sobre a preparação das condições para a intervenção militar e a derrubada
de Allendc encontravam-se Gilbcn Huber Jr. e Glycon dc Paiva. Como este afirmou
após o golpe vitorioso. ”a receita existe, e o bolo pode ser assado a qualoucr
hora. Vimos como ela funcionou no Brasil, e agora novamente no Chile.’’1* O
grupo paramilitar de direita. Movimento Anti-Comunista — MAC. forneceu armas
c dinheiro a grupos semelhantes no Chile. Faustino Porto — militante do MAC,
e Aristóteles Drummond — chefe do Grupo de Ação Patriótica — GAP (uma
das linhas auxiliares do IPES) e ativista do MAC. serviram de elementos de liga­
ção entre Brasil e o Chile, levando até mesmo dinheiro para atividades políticas.
Armas foram entregues ã organização extremista de direita Patria y Libertad e ao
PROTECO, os comités dc bairro dc direita. Os chilenos que receberam apoio
do IPES e do MAC foram decisivos para o êxito das táticas de desestabilização
que derrubaram o governo socialista de Allende."
Líderes do IPES também atuaram na preparação da campanha que depôs
o Presidente Juan Torres, da Bolívia, em 1971. Quando o General Juan Torres
tornou-se presidente em 1970. um grupo de empresários e militares brasileiros c
bolivianos criaram cm São Paulo um “Centro de Estudos Latino-Americanos”,
seguindo o modelo estabelecido pelo IPES. Entre os participantes do Centro,
localizado nas imediações do Pacaembu. encontravam-se Oscar Barricnios — advo­
gado e primo do ex-presidente boliviano General René Barrientos Ortuno, o

424
líder do IPES Henning Boilesscn, Mário Busch — ex-oficial da Wehnnacht e
ex-agente do Serviço de Controle Político boliviano, o General Hugo Bethlem —
ex-adido militar na Bolívia, e uma série de oficiais e grandes empresários boli­
vianos. Boilcssen e o empresário boliviano Ugarte eram os financistas do Centro,
enquanto Barrientos estava encarregado de manter contactos com oficiais do II
Exército do Brasil (que, sediado em São Paulo, comandava os territórios na fron­
teira com a Bolívia) c com o SNI. Em agosto de 1971 o General Hugo Banzer
tomou o poder, e muitos dos bolivianos envolvidos no centro tomaram-se mem­
bros do novo governo.41
O SNI teve uma ligação muito próxima com outro “superministério” criado
pelo novo governo, o Ministério do Planejamento e Coordenação Econômica. O
sonho de planejamento governamental, alimentado há tanto (empo pela elite or­
gânica, finalmente se concretizara.
A 31 de março de 1964, no dia do desencadeamento do golpe, um grupo de
diretores de grandes bancos c indústrias criou, em São Paulo, a Associação Na­
cional dc Planejamento Econômico e Social — ANPES, como parte de um es­
quema para tornar o associado do IPES e tecno-emprcsário Roberto de Oliveira
Campos o Ministro do Planejamento do novo governo. Roberto Campos, uma
figura central da CONSULTÉC, professor da Escola Superior de GuerTa c ex-
embaixador nos Estados Unidos foi deito secretário geral da ANPES?’ O ban­
queiro Tcodoro Quartim Barbosa era o presidente, e um de seus membros mais
ativos era o líder do IPES Lclio Toledo Piza, também banqueiro. Outras figuras
centrais do ANPES eram Antônio Delfim Netto, do grupo de Doutrina e Estudo
do IPES-São Paulo, que passou a secretário geral depois que Roberto Campos
se tornou Ministro do Planejamento/* e Mário Henrique Simonsen.
O Ministério do Planejamento transformou-se no ministério civil mais im­
portante da primeira administração depois do golpe de 1964. opinando nas ques­
tões de todos os outros ministérios, exceto no SNI. com o qual coordenava seus
trabalhos. Roberto Campos era o civil mais importante do grupo ministerial e.
como ministro, o mais favorecido pelo presidente, uma figura central na formação
do pensamento "econômico" da administração de Castello Branco.*’
Roberto Campos rodeou-se dc uma equipe de assessores, quase todos do
IPES, o que mostrava a hegemonia conquistada pela elite orgânica. Sua equipe
expressara o grande peso que tinham os membros do grupo CONSULTÉC/APEC
no Grupo de Estudo c Doutrina do IPES-Rio dc Janeiro, uma vez que a maior
parte dc seus colaboradores pertencia às duas organizações. Foi a equipe IPES/
CONSULTÉC de Roberto Campos que elaborou o Plano de Ação Econômica do
governo — PAEG, um programa que coordenava a atividade do governo na es­
fera econômica e que se transformou no plano geral para as reformas econômicas
e sociais implantadas de 1964 a 1967. Deve-se notar que. apesar do nome, o
PAEG tinha mais a ver com o diagnóstico e formulações de diretrizes políticas
gerais do que com a verdadeira realização pormenorizada de um plano de ação.
Entretanto, a implantação do PAEG teve um efeito particularmente importante.
Permitiu que as companhias multinacionais, utilizando suas subsidiárias no Brasil,
comprassem a preços baixíssimos as empresas brasileiras estranguladas pelas res­
trições de crédito impostas, provocando o fenômeno conhecido como desnacio­
nalização/4 A equipe dc Roberto Campos compreendia o seguinte núcleo de mem­
bros do grupo 1PÉS/CONSULTEC/APEC: os tecno-empresários c empresários
Eudes dc Souza Leão, Paulo dc Assis Ribeiro, Carlos J. de Assis Ribeiro, Frcde-

425
rico Maragliano Cardoso. Edgard Teixeira Leite, Dênio Nogueira, José Garrido
Tones, Wandcrbilt Duarte de Barros, Eduardo da Silveira Gomes. José Piquei
Carneiro. Alexandre Kafka. Og Leme, Estanislau Fischlowitz. Mário Henrique
Simonsen. Luiz Bulhões Pedreira. Oswaldo Trigueiro. Antônio Casimiro Ribeiro,
Walter Lorch. Ha rol d Cecil Polland. Cláudio Cecil Polland, Carlos Moacyr
Gomes de Almeida. Ghcon de Paiva. Luiz Gonzaga Nascimento Silva (que se
tomou o Assessor Jurídico do Ministério) e Gilberto Ulhoa Canto. Sebastião
SanfAnna e Silva, um dos diretores da US1M1NAS que gozava da confiança pes­
soal de Roberto Campos, foi indicado secretário geral do Ministério. Edmar de
Souza, do grupo de Estudo e Doutrina do 1PES e companheiro dc equipe de
Roberto Campos na CONSULTEC. tomou-se Diretor Administrativo do Ministério.
Foi estabelecido em 1965 um Conselho Consultivo de Planejamento —
CONSPLAN, tendo Roberto Campos como secretário executivo e que sc trans­
formou em importante centro de formulação dc diretrizes políticas e um íorum
destinado a “coletar sugestões, ouvir criticas e obter contribuições dos partici­
pantes da vida econômica nacional''.*' Novamente, este órgão central destinado a
assegurar a participação privada no processo de planejamento era composto, em
sua maioria, de associados e colaboradores do IPES. Stricto sensu. o CONSPLAN
não constituía um órgão de representação. Todos os seus membros eram indicados
pelo presidente por iniciativa própria ou a partir de listas apresentadas por setores
relacionados. Dos setores empresarial e tecno-empresarial. os seguintes elementos
estavam envolvidos no CONSPLAN: o industrial e banqueiro General Edmundo
Macedo Soares. Saturnino dc Brito Filho. João de Pictro — Banco do Estado dc
São Paulo. Padre Fernando Bastos D’Avila — ADCE, Lindolfo Martins Ferreira
— ADESG, António Delfim Netio, Antônio Dias Leite — católico militante que
acabou discordando do CONSPLAN. sendo a favor de políticas empresariais di­
ferentes. Mauro Ramos. Frederico Heller — CONSULTEC. encarregado do Setor
de Promoção como representante da imprensa, Glycon de Paiva e seu suplente
Harold Cecil Polland. Dos Escritórios Regionais foram indicados Vítor Gradin
— SUDENE. Paulo Camillo de Oliveira Penna — Banco de Desenvolvimento dc
Minas Gerais, c Karlos Ricschbictcr — da CODEPAR, Companhia dc Desenvol­
vimento do Paraná, indicado por Nei Braga c pelo banqueiro Lcônidas Bório.
Entre os pclcgos dos sindicatos foram escolhidos: Ary Campista, José Rolia, Paulo
Cabral e Odilo Nascimento Gama. O ativista do IPES Mário Leão Ludolf repre­
sentava as associações da classe empresarial. Foi criada uma Comissão Especial
do CONSPLAN, que funcionava como uma agencia para avaliação dc projetos
governamentais. Seus membros eram: Lindolfo Martins Ferreira — presidente;
José Rotta. Nylton Velloso — empresário e executivo da Associação Comercial
dc Minas Gerais; Padre Fernando Bastos D’Ãvilla, Armando de Oliveira Assis,
loâo Paulo dos Reis Velloso, Oswaldo lório, Paulo dc Assis Ribeiro c Eudcs dc
Souza Leão.'*
Hélio Beltrão, outro importante tccno-empresário c associado do IPES. com
o apoio de Roberto Campos e cm conjunto com uma equipe do grupo IPES/
CONSULTEC. foi responsável pelo esboço da Lei n? 200 que englobava a Re­
forma Administrativa Federal, dc longo alcance, executado durante a presidência
do General Castello Branco.'* |osé Nazaré Teixeira Dias, secretário executivo da
Comissão Especial dc Estudo da Reforma Administrativa, estava dirctamcnte ligado
ao Ministro do Planejamento?0 O planejamento foi transformado em regra abso­
luta da administração e, daí em diante, todas as atividades tinham de sc enqua­

426
drar a um programa que cobria vários onos. abrangendo os planos nacionais, re­
gionais c setoriais. Foi estabelecida umn Inspetoria Geral de Finanças para con­
trolar os gastos e o Brigadeiro Roberto Brandini, militante ativo do estado-maior
civil-militar de São Paulo, foi nomeado diretor.
Para coordenadores dos Grupos Setoriais do Ministério do Planejamento.
Roberto Campos indicou companheiros e colaboradores do grupo IP ES/
CONSULTEC, os tecno empresários e empresários Henrique Capper Alves de
Souza, lesus Bcllo Galvão. João Baptista de Carvalho Athayde. Milcíades Mário
Sá Freire de Souza. Waltcr Lorch c Harrv James Cole. Foi indicado por Roberto
Campos para chefe do influente Comité de Coordenação da Aliança para o Pro­
gresso — COCAP. ligado ao Ministério do Planejamento. Francisco de Assis
Grieco?’
EPEA. o Escritório de Planejamento Econômico e Social do Estado, para o
qual Victor da Silva Alves Filho foi indicado secretário geral e onde trabalhavam
os ativistas do grupo IPES/CONSULTEC Mircea Buescu eo Coronel Luiz Victor
D’Avinos Silva, foi transformado no Instituto de Planejamento Econômico e So­
cial Aplicado — 1PEA, sob a supervisão de Mário Henrique Simonsen, e o cola­
borador do IPES Maurício Vilella foi designado para fazer parte do mesmo. O
IPEA foi estabelecido para realizar estudos, pesquisas e análises nas esferas eco­
nómica e social solicitados pelo Ministério do Planejamento. Foi criada a
DATAMEC, uma agência federal de processamento de dados, para a qual foi
designado o General Adauto Esmcraldo, ligado ao IPES.
Associados e ativistas do IPES tornaram-se, com efeito, o núcleo do Minis­
tério do Planejamento. Além de fazerem parte do IPES, os componentes da equipe
de Roberto Campos eram também membros de escritórios de consultoria, em
geral, e da CONSULTEC/APEC, cm particular, refletindo assim a antiga com­
posição dos Grupos de Estudo c Doutrina do IPES-Rio e do IPES-São
Paulo. Mas. sobretudo, o que deve ser enfatizado é que, contrariando a crença
já estabelecida, os membros significativos do Ministério do Planejamento não eram
técnicos, mas tecno empresários. se não simplesmente industriais e banqueiros.
O Ministério do Planejamento recebia apoio efetivo de dois organismos que
operavam diretamente ligados à presidência e que desempenhavam para o Mare­
chal Castello Branco as funções de filtrar informações políticas tanto da área
civil quanto da militar, bem como a de servir de centros de comunicação. Esses
organismos eram a Casa Civil e a Casa Militar.
As Casas Civil e Militar eram órgãos eminentemente políticos, ao invés de
administrativos. Encarregavam-se dos aspectos processuais das decisões executivas,
examinando e opinando sobre a pertinência e adequação das decisões tomadas ou
a serem tomadas pelo presidente c pelos vários ministérios. Examinavam também
o alcance das implicações que as decisões tomadas, ou a serem tomadas, pelos
ministros teriam sobre cada ministério e órgãos administrativos e sobre o conjunto
ministerial como um todo. Nesse aspecto, controlavam diretrizes políticas e for-
nccium informações valiosas ao Ministério do Planejamento e ao presidente, com
referência à política nacional. Suas funções (em variado através das diferentes
administrações, cada presidente tentando moldá-las às suas necessidades e às de
seu governo?'
Foi designado chefe du Casu Civil o associado do IPES Luiz Viana Filho,
escritor c político do Partido Libertador du Bahia e membro da ADP, e como
chefe da poderosa Casa Militar íoi designado o General Ernesto GeiseL

427
No governo do Marechal Castello Branco, n Casa Civil funcionou ampla-
mente como uma antecâmara política do presidente, absorvendo pressões dos
partidos, bem como dc outras fontes. A maioria das tentativas do Executivo dc
manipular a política partidária foi executada através da Casa Civil, que foi de
importância vital nas prolongadas negociações c manobras do governo com a
finalidade dc levar a cabo a reforma radical da vida político-partidária arquitetada
pelo Executivo. Através da reforma político-partidária, o governo tentou uma re­
composição da vida política, destinada a neutralizar pressões regionais e clicntc-
listas que obstruíam o planejamento eficiente, criando um partido oficial do go­
verno, a ARENA, baseado no alinhamento da força que vinha operando sob a
égide da Ação Democrática Parlamentar — ADP. Tomando parte ativa na refor­
ma, a Casa Civil protegia a imagem pública do presidente, permitindo que este
reservasse suas intervenções para momentos escolhidos c críticos, apoiado pela
autoridade dc seu cargo c pelo poder dos militares.
A Casa Civil também senia como um canal de comunicação do presidente
com a opinião pública em geral, c com os meios acadêmicos e culturais em parti­
cular. uma vez que estava encarregada da preservação da imagem pública do
governo, tendo participação na preparação da agenda diária do presidente. Além
disso, encarregava-se de um grande número de demandas individuais, atuando
como um centro informal dc íobbying para grupos econômicos c absorvendo pres­
sões contra o governo de interesses empresariais, que não tinham canais de co­
municação adequados com os órgãos administrativos mais importantes ou repre­
sentação eficaz junto aos ministérios, sendo assim excluídos da articulação de in­
teresses a nível dc cúpula.51
Durante o governo de Castello Branco, a Casa Militar era fortemente apoiada
pelo grupo IPES/ESG e destinava-se a servir de contrapartida do Ministério da
Guerra, onde Costa e Silva mantinha o controle. Através da Casa Militar o grupo
IPES/ESG se comunicava com a área militar, tentando absorver as pressões que
surgiam dos vários setores de opinião dentro das Forças Armadas e desativando
crises político-militares dirigidas contra o governo. Havia também a tentativa de
construir a imagem da Casa Militar como o “Ministério dos Militares”, uma es­
pécie dc agência de íobbying para a qual os militares poderiam apelar para re­
solver seus problemas institucionais no contexto mais amplo da política nacional,
uma prática destinada à criação de um apoio muito necessário ao governo entre
as Forças Armadas. Deste modo, e sob a égide dos ativistas do grupo IPES/ESG,
cspCTava-se que a Casa Militar esvaziasse, ou pelo menos diminuísse, as possibi­
lidades dc o Ministério da Guerra atuar como um agente intermediário de poder.
Mas a Casa Militar não logrou êxito em uma de suas tarefas, que demonstrou set
crítica, isto é, esvaziar a crescente projeção da candidatura do General Costa e
Silvo, apoiada por um alinhamento de forças que reunia os Iroupiers, os extre­
mistas de direita e um grupo de dissidentes dc dentro do próprio grupo de es-
guianos. Esse alinhamento finalmentc levou-o a presidência, para desespero dos
ativistas do grupo IPES/ESG.
Apesar dc serem guiadas pelo pensamento estratégico do Executivo, a Casa
Civil c a Militar eram dirigidas peta conveniência e pelas restrições impostas pelas
exigências imediatas c pressões contingentes. Dc certa forma, os chefes das Casas
Civil e Militar atuavam como solucionadorcs dc problemas do presidente. Entre­
tanto, em administrações posteriores, o seu papel variou grandemente. Eles adqui­
riram cada vez mais uma qualidade estratégica e desenvolveram o função de me-

428
canismos de controle das diretrizes políticas do Executivo sob as presidências do
General Mediei c do General Ernesto Gcisel e, particularmente, no governo atual
do General João Baptista Figueiredo, sendo chefes das Casas Civil e Militar o pró­
prio General Golbery e o General Danilo Venturini/4 respectivamente. O grupo
1PES/ESG e, principalmente, o SNI descreveram um círculo completo.
Sem dúvida, o desenvolvimento mais importante em assuntos econômicos foi
o estabelecido, pelos associados e colaboradores do IPES, de sua hegemonia den­
tro da rede financeira do Estado, controlando assim a alocação dos vastos recursos
ao seu dispor. Além disso, os ativistas do IPES controlaram os principais escri­
tórios de elaboração de política financeira e todos os mecanismos decisórios, mol­
dando assim a economia. A Lei 4.595 de 1964 reestruturou o sistema financeiro
que, por volta dc 1966, compreendia os órgãos apresentados no Quadro 5.
Os cargos-chave nessa estrutura foram ocupados por ex-membros e ativistas
dos grupos de Estudo e Doutrina do IPES. Eram, na maioria, empresários e tecno-
empresários c muitos deles haviam lidado, no IPES, com position papers, pro­
postas dc reformas e programas para o governo relacionados com suas funções
e cargos posteriores na administração de Castello Branco.
Como Ministro da Fazenda manteve-se o associado do IPES Octávio Gouveia
de Bulhões que fora designado, imediatamente depois de 1.° de abri! de 1964,
pela Junta Militar de Ministros autodesignados das Forças Armadas. Gouveia de
Bulhões e Roberto Campos tornaram-se os modeladores da nova economia brasi­
leira/1 Álvaro Carvalho Ccsário Alvim foi nomeado Procurador do Ministério, e
Madcr Gonçalves foi indicado assessor da administração. Ernane Galvcas, cola­
borador do IPES e amigo de Delfim Netto, foi indicado assistente de Gouveia de
Bulhões,
A Superintendência da Moeda e do Crédito SUMOC — reunia, em 1965,
os seguintes empresários e tecno-empresários. todos associados e colaboradores
do IPES- Octávio Gouveia dc Bulhões — presidente, Luiz de Moraes Barros —
vice-presidente, e um conselho formado por Denio Nogueira, Luiz Biolchini —
Carteira de Câmbio, Aldo Franco — CACEX. Casimiro Antônio Ribeiro —
Carteira de Redescontos do Banco do -Brasil, Daniel Faraco — Ministério da
Indústria c do Comércio, Roberto de Oliveira Campos — Ministério do Plane­
jamento, João Gonçalves de Souza — SUDENE, e José Garrido Torres — BNDE.
O diretor de Assuntos Exteriores da SUMOC era também seu diretor geral, o
líder do IPES Dênio Nogueira. Fábio Antônio da Silva Reis foi designado chefe
da Divisão de Assuntos Internacionais. O secretário geral da SUMOC e chefe
da Inspetoria Geral de Bancos era o empresário Hélio Marques Vianna, membro
do ihink-tank da Federação das Indústrias da Guanabara e colaborador do IPES
sendo também parente do Marechal Castello Branco. O Departamento Econômico
da SUMOC era chefiado por Eduardo da Silveira Gomes e a Divisão de Estudos
Financeiros e Monetários era chefiada por Basílio Martins. Como assessores de
Eduardo Silveira Gomes foram nomeados |osé Luiz Silveira Miranda e Emane
Galvêas.
A SUMOC foi finalmente substituída pelo estabelecimento do Banco Central,
recomendado pelo IPES, — um banco para o governo, um banco para cs bancos
c um banco de emissão — e por um recém-criado Conselho Monetário Nacional,
encarregado da elaboração da política económico-financeira. A antiga proposta
do IPES, a criação de um Banco Central como um órgão responsável pela admi­
nistração das políticas bancárias e de crédito e encarregado do controle do capita!
estrangeiro, fora finalmente implementada. Seu primeiro presidente e fundador

429
Ouadro 5

S«stema Financeiro Nacional

Ministério do Mimsteno
Planejamento da Fazenda

Conselho Conselho Comitê de Assessona


Nactonai de Vonetano Sistema Bancano. Mercados de
EconomiaCHE Naconai-CMN Capital. Credito Rural.
Credito Industrial

Banco Central
(exSUWOC)

Banco do
0NDE
Brasil
“nir—-

Instituições Financeiras

Publicas Privadas

— Caixas Económicas Federai» — Bancos Comerciais


e Estaduais — Bancos Industriais
— Bancos Federais e Estaduais — Companhias de Crédito.
de Crédito Financiamento e Investimento
— Bancos Regionais — Companhias de Crédito Imobiliário
do Desenvolvimento — Companhias de Poupança
— Banco Nacional e Empréstimos
da Habitação — Companhias de Seguros
— Autarquias e Companhias e Capitalização
de Econoinio Mista — Bolsas de Valores
— Bancos Oficiais Estaduais — Fundos de Crédito
— Banco Nacional de Crédito — Pessoas e Companhias Selecionadas
Cooperativo operando no Mercado dc Copitals
foi Dênio Nogueira, que havia sido responsável pelo projeto de estudo para a
criação de uni Banco Central custeado pelo IPES no Grupo de Estudo c Dou­
trina no Rio. Para diretores do Banco Central foram designados os tecno-cmpre-
sários Casimiro António Ribeiro, Luiz Biolchini e Aldo Franco. 4 José Luiz Bulhões
Pedreira foi nomeado assessor do Banco, enquanto Eduardo da Silveira Gomes
foi indicado chefe do Departamento Econômico. Dênio Nogueira foi sucedido,
como presidente do Banco Central, pelo tecnoempresário Ruy Aguiar da Silva
Leme, o líder do Grupo de Doutrina e Estudo do JPES-São Paulo.
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico — BNDE, com seus
enormes recursos, tendo alocado, em 1966. 200 bilhões de cruzeiros para a indús­
tria e com sua função de financiamento a longo prazo de capital fixo para setores
básicos, tornou-se outra reserva do IPES. O tecno-empresário fosé Ganido Torres
foi nomeado presidente.11 O tecno-empresário e colaborador do IPES Jayme Ma-
grassi de Sá foi nomeado diretor.'* Outras figuras influentes na estrutura do BNDE
eram os economistas, associados e colaboradores do IPES Jorge Duprat de Brito
Pereira, Jessé Montello. Raul Fontes Cotia, João Batista Pinheiro. Álvaro Ameri­
cano e Alberto Lélio Moreira, que ocupavam postos administrativos. Para diretor
do Conselho Administrativo do BNDE foi designado o associado do IPES Edmundo
Falcão da Silva, que também se tomou o representante do Banco no Conselho
Administrativo dc um fundo de financiamento para a aquisição de maquinário e
equipamento industria) — o FINAME. um novo órgão-chave do Estado no pro­
cesso de industrialização. O FINAME usava recursos da Aliança para o Progresso,
do Banco Interamericano de Desenvolvimento — BID, c do Fundo Alemão de
Desenvolvimento. A reduplicação e o intercâmbio de pessoal eram ião intensos que
José Garrido Torres, em vista da grande carga imposta sobre o IPES, chegou a
sugerir que os economistas do BNDE ajudassem o Grupo dc Estudo e Doutrina.**
que continuava a preparar recomendações para a modernização econômica depois
de abril de 1964 e permaneceu como um órgão que avaliava a atuação do governo
na política financeira e industrial.
O Banco do Brasil perdeu muitas de suas atribuições para o recém-criado
Banco Central, mas ainda continuou sendo o agente financeiro do tesouro, encar­
regado de receber as rendas federais. Acumulava as operações de um banco co­
mercial com as dc um banco agrícola, entrando até em algumas linhas de investi­
mento bancário. O seu controle deu aos empresários do IPES uma posição inve­
jável na alocação de recursos para a agricultura. O líder do IPES c banqueiro
Luiz de Moraes Barros foi indicado presidente do Banco do Brasil.*4 substituindo
o empresário Arnaldo Blank, que havia sido indicado pela Junta Militar. Luiz
Biolchini foi nomeado chefe da Carteira de Câmbio do banco. A Carteira de Co­
mércio Exterior — CACEX (ex-CEXIM) era chefiada pelo tecno-empresário Aldo
Franco, e Ernane Galvéas foi nomeado diretor cm 1966. A Carteira de Redes­
contos era chefiada pelo tecno-empresário Casimiro Antônio Ribeiro. O diretor da
Carteira Agrícola era o executivo da ADCE Severo Gomes, industrial e proprie­
tário de terras. Herculano Borges da Fonseca era advogado do Banco do Brasil
e da CACEX.
Associados e colaboradores do IPES logo controlaram o Conselho Nacional
de Economia que, durante algum tempo, permaneceu como uma composição va­
riada de interesses empresariais. Em 1965, o CNE tinha como assessores os em­
presários c tecno-empresários Harold Polland, Paulo de Assis Ribeiro, Glycon de
Poivn c Humberto Bustos. Do CNE também faziam parte o empresário naciona­

431
lista Fernando Gasparian, José Augusto Bezerra de Medeiros, Pereira Diniz c
Paulo Fender, ex-senador por Santa Catarina, todos eles membros do CNE no
governo anterior. O presidente do CNE era Antônio Horácio Pereira c o vice-
presidente, Fernando Gasparian.*1
Por volta de março de 1966 a liderança do IPES havia conseguido remover
o espinho representado pelas aspirações nacionalistas de F. Gasparian e recons­
tituiu o CNE. O presidente era Harold Cecil Polland c os assessores Glycon de
Paiva, António Delfim Netto. Obregon de Carvalho. |osé Bonifácio Coutinho No­
gueira, Humberto Bastos, Paulo Fender. António Horácio Pereira. Antônio Carlos
Carneiro Leão (secretário). O associado do IPES Rüy Aguiar da Silva Leme, do
Grupo de Doutrina e Estudos de Sâo Paulo, ligou-se ao Conselho, como também
Hélio Beltrão que foi para a Cemissão de Planejamento. Para a chefia da Seção
de Câmbio e Divulgação do CNE foi designado o associado do IPES Maragliano
Cardoso.
No final de 1965 criou-se um Conselho Monetário Nacional — CMN, en­
carregado de formular a política financeira, coroando assim o recém-rcmodelado
Sistema Financeiro com uma equipe de empresários e lecno-empresários do IPES.
O CMN reunia o Ministro da Fazenda Gouveia de Bulhões — presidente; Ro­
berto Campos — Planejamento: Dénio Nogueira — Banco Central; Luiz de Mo­
raes Barros — Banco do Brasil: Garrido Torres — BNDE; Casimiro Antônio
Ribeiro, Luiz Biolchini c Aldo Faraco — diretores do Banco Central, c Daniel
Faraco — Ministro da Indústria e do Comércio. Os líderes do IPES c banqueiros
Castão Eduardo dc Bucno Vidigal e Rui de Castro Magalhães foram incluídos como
representantes das instituições bancárias privadas, dando-lhes assim acesso direto
À elaboração dc diretrizes. O associado do IPES c empresário José Maria de Araújo
Cosia tomou-sc diretor da influente Comissão Consultiva para Crédito Industrial
do CMN, que controlava a alocação de recursos para a indústria.*-' O membro
do IPES José Luiz Bulhões Pedreira, ele própno um empresário importante, du­
rante sua passagem pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento foi respon­
sável, juntamente com uma equipe do grupo IPES/CONSÚLTEC. pela maior
parte da legislação Financeira do período e. em particular, pela Lei dos Mercados
de Capital. Essa lei, promulgada sob o n.* 4 728 em 1965. regulava o mercado
financeiro lançando as bases para proteger os compradores de ações e acionistas
minoritários, tentando também dar uma divulgação adequada da estrutura finan­
ceira corporativa e outras informações necessárias ao investidor em potencial. A
lei também estabeleceu princípios para a reformulação das operações de câmbio
e do mercado financeiro, que eram dirigidas por financistas relacionados com o
IPES. e novas bases para fundos mutuários c bancos de investimento. Vários ar­
tigos da Lei tinham como objetivo a "Democratização do Capital**, isto é, o es­
tímulo às companhias dc capital aberto e a crescente participação no controle
acionário dc sociedades anônimas, um grande "cavalo de batalha*' do IPES antes
de 1964. Finalmente, a lei deu ao Conselho Monetário e ao Banco Centra! funções
comparáveis às da Securiiies Exchange Commiition nos Estados Unidos.*3
Já foi mostrado que os associados c colaboradores do IPES, na maioria ban­
queiros e industriais (e não técnicos), ocupavam os posios-chavc do CNE, do
CMN, do Banco do Brasil, do Banco Central, dos Ministérios do Planejamento e
da Fazenda e do BNDE. Entretanto, a lei que reformulou o sistema financeiro
também envolveu uma decisão da máxima importância, ou seja, a inclusão dc
bancos e instituições financeiras privadas como componentes formais do Sistema

432
Financeiro Nacional. O Apêndice mostra que os associados e colaboradores do
IPES tinham grande representação nos bancos privados e públicos e em instituições
financeiras'’* que faziam parte do Sistema Financeiro Nacional.
Os associados e colaboradores do IPES. eles próprios industriais e banquei­
ros, também foram importantes na administração dos maiores bancos públicos
estaduais, que controlavam recursos imensos, disponíveis para projetos regionais
de empresas privadas. Entre cies, vale a pena mencionar: Banco do Estado do
Paraná — André Arantes; Banco do Estado da Guanabara — João Augusto Maia
Penido. Dario de Almeida Magalhães; Banco do Estado de Santa Catarina —
Irincu Bornhauscn; Banco do Estado de São Paulo — Lélio Toledo Piza Almeida
Filho. Paulo Almeida Barbosa. Henrique Bastos Thompson. G. E. Bueno Vidigal.
Ruy Aguiar da Silva Leme (diretor da Carteira de Expansão Econômica), Tcodoro
Quartim Barbosa. Paulo Reis Magalhães; Banco do Estado do Rio — Milcíadcs
Mário Sá Freire de Souza. César Guinle, Francisco de Assis Monerat, Carlos
Alberto Mclloni; Banco do Amazonas — Nelson Ribeiro; Banco do Estado de
Minas Gerais — José Alcino Bicalho. Geraldo lldefonso Mascarenhas, Celso Lagc.
José Pereira de Faria; Banco do Estado da Bahia — Edmar de Souza.
Além disso, os associados e colabopdores do IPES foram colocados em po­
sições-chave nas associações de classe e nas agências privadas relacionadas com
o setor financeiro. José Luiz Moreira de Souza tomou-se presidente da ADECIF
— Associação das Empresas de Crédito, Investimento e Financiamento. A. Os-
waldo Campiglia tornou-se presidente da ACREFI — Associação de Crédito. Fi­
nanciamento e Investimentos. Luiz Cabral de Menezes tomou-se presidente da
Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Ernesto Barbosa Tomanik foi designado
presidente da Bolsa dc Valores dc São Paulo. E. Tomanik foi também responsável
pela modernização da Bolsa de Valores, por cujo projeto ele havia sido respon­
sável na época do Congresso de Reformas de Base patrocinado pelo IPES. A
"democratização do capital", um dos princípios ideológicos do IPES. referentes
ao desenvolvimento da Bolsa de Valores Nacional, enquanto assegurava o inves­
timento das economias da classe média e dos trabalhadores mais qualificados e a
expansão do número de empresas Blue Chip. estava sendo de fato implementada
sob a supervisão dos ativistas do IPES.*5
Finalmente, os ativistas do IPES se apoderaram das posições-chave nos banccs
de empréstimo do Estado. O ex-tesoureiro do IPES e banqueiro Joviano Rodrigues
Moraes Jardim foi nomeado presidente da Caixa Econômica Federal — CEF, se­
diada no Rio de Janeiro. Além do mais. Antônio Viana de Souza foi indicado
para a CEF-Rio, c Arnaldo Blank tomou-se presidente da CEF Guanabara.
Para a diretoria da Carteira de Consignações da CEF foi nomeado Humberto E$-
meraldo Barreto, sobrinho do General Adauto Esmeraldo.** Para o Conselho Su­
perior das Caixas Econômicas Federais foi o banqueiro de Minas Gerais Oswaldo
Pierucctti, como presidente, e o Marechal A. Magessi Pereira, do IBAD, como
diretor. Carlos José de Assis Ribeiro tornou-se assessor jurídico da CEF do Rio
dc Janeiro. Paulo Salim Maluf. ligado ao grupo econômico do líder do IPES
Fuad Lutfalla e diretor da Eucatcx S/A, tornou-se o diretor da CEF em São Paulo
cm 1967.
A acumulação de postos-chave dentro do sistema financeiro pelos associados
c colaboradores do IPES foi verdadeiramente notável, destacando, ao contrário
do que se acredita, o grau extraordinariamente alto de participação direta de pro­
prietários c diretores de bancos particulares na política. Outra importante obser-

433
vaçio a ser feita é o número rtlativarnente baixo de ativistas do IPES ocupando
tantas posições-chave. devido a sua extraordinária acumulação de funções. Além
disso, o que c particularmente importante enfatizar é que esses associados do
IPES não eram apenas proprietários c diretores de instituições financeiras, mas
acionistas e diretores de uma grande concentração de corporações industriais, tanto
brasileiras quanto multinacionais. Muitos dos bancos eram, eles próprios, ligados
por controle acionário ou por joint venturc a grandes corporações industriais,
expressando o estágio avançado de integração e concentração de interesses ban­
cários e industriais Toda essa interligação econômica e acúmulo de funções são
pormenonzadamenie mostrados nos Apêndices B. E e I.
Além da reforma do sistema financeiro c da ocupação de suas posições*
chave, que o IPES considerava necessárias e que foram implementadas, sob a
supervisão de seus líderes e associados/7 havia outra questão importante política
e ideologicamente que teve um sério efeito sobre a economia e o sistema político
brasileiro. Essa questão, emocionalmente carregada, era a Lei da Reforma Agrária,
que. como foi visto anteriormente, fora estudada em minúcias no complexo IPES/
IBAD. As diretrizes para a Lei básica da Reforma Agrária, que se tornou conhe*
eido como o Estatuto da Terra, foram baseadas nas recomendações feitas pelo
IPES. Essas propostas de reforma, apoiadas em uma complexa tributação progres­
siva para forçar grandes proprietários a adotarem técnicas de modernização ou
venderem suas terras, foram tomadas públicas em um livro lançado pelo IPES
em 1964 intitulado "A Reforma Agrána: Problemas, Bases, Soluções". O estudo
havia sido coordenado por Paulo de Assis Ribeiro, sob a supervisão de Glycon
de Paiva, do General Golbery, do General Heitor Hcrrera c de Harold Polland.
A equipe do complexo JPES/JBAD que trabalhou no estudo incluía José Garrido
Torres, José Arthur Rios. Dênio Nogueira, Carlos José de Assis Ribeiro, Edgard
Teixeira Leite, Julian Chacel, Luís Carlos Mancini, J. Irineu Cabral, Wanderbilt
D. de Barros e Nilo Bcmardes. Outros que participaram do estudo inicial foram
enumerados no Capitulo VI. Basicamente os mesmos empresários e tecno-cmpre-
sários participaram da formulação c implantação final do Estatuto da Terra?*
A equipe de Paulo de Assis Ribeiro recebeu ajuda do Ministério do Planejamento
através de um grupo formado basicamente por associados e colaboradores do
IPES.” A hegemonia do IPES também era visível na composição das várias
equipes tarefa que participaram da preparação técnica do Estatuto do Terra. Os
chefes dessas várias equipes de profissionais liberais c burocratas da SUPRA
c do DATE-São Paulo (um órgão técnico c de consultoria) eram:70 Dênio No­
gueira — SUMOC, Mário Henrique Simonscn — Ministério do Planejamento, e
Julian M. Chacel — FGV, todos eles lidando com problemas econômicos; Wan-
derbill Duarte de Barros — Ministério do Planejamento — Problemas Agronô­
micos; André Martins Andrade — Problemas Fiscais; José Arthur Rios e Luís
Carlos Mancini — Problemas Sociológicos; Nilo Bcmardes — Problemas Geo­
gráficos; José Tocantins c José Pires dc Almeida — Banco Nacional dc Crédito
Cooperativo — Problemas Cooperativistas; e o General Golbery — SNI, Cândido
Guinlc dc Paula Machado, Hurold CecíJ Polland — CNE, José Rotta — Federação
dos Trabalhadores Rurais do Estado de São Paulo; e Glycon de Paiva — CNE,
sem designações especiais, lidando com a área denominada Problemas Diversos.
Da Confederação Brasileira Rural — CBR, os seguintes empresários rurais
tiveram acesso ao Projeto de Lei sobre a reforma agrária e puderam propor emen­
das ao núcleo do grupo que trabalhava com o Estatuto da Terra: íris Meinbcrg,

434
Edgard Teixeira Leite, |osé Rezende Peres, Durval Garcia Menezes, Lingard
Miller Paiva, Al Neto, Batista Luzardo e Josafá Macedo. Do Banco do Brasil
foram consultados os empresários Severo Gomes c Cláudio Pacheco. A ausência
de representantes dos interesses agrários tradicionais foi notória, apesar de figuras
dos partidos políticos haverem sido consultadas sobre suas opiniões a respeito do
projeto de lei (somente depois de esboçado). Eslava claro que a responsabilidade
por trás da formulação do projeto recaía sobre as pessoas mencionadas anterior­
mente, todas associadas c colaboradoras do complexo 1PES/JBAD.
O tccno-emprcsário José Gomes da Silva foi designado superintendente da
SUPRA, a Superintendência da Reforma Agrária. Era também membro do IBRA,
o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, que, posteriormente, substituiu a SUPRA.
Para a implantação do Estatuto da Terra e da reforma da propriedade de
terras, foi criado o IBRA, que recebera staius de Supcrministério, gozando de
prioridade entre os departamentos ministeriais, servindo para flanquear, em termos
de criação de diretrizes políticas, o Ministério da Agricultura onde os interesses
agrários tradicionais ainda tinham um ponto de apoio. O IBRA foi útil ao esvaziar
o controle que a oligarquia e a burguesia cafeeira tinham sobre as políticas agrá­
rias mudando o local cie elaboração da política nesta área vital para outro órgão,
composto de teeno empresários e empresários. Estes estimularam políticos que ten­
tavam integrar o setor agrário dentro dos planos mais amplos de desenvolvimento
da grande modernização industrial/1 O cerne da análise do Estatuto da terra era
a ineficiência constatada na relação homern/terra. tanto nos latifúndios tradicio­
nais quanto no grande número de minifúndios. Pontos de estrangulamento na
agricultura tinham de ser eliminados por uma melhor distribuição dos fatores de
produção, modificando formas arcaicas de posse de terra. Foram enfatizados o
aumento dos recursos agrícolas, a mecanização c o desenvolvimento de redes de
distribuição adequadas para os produtos, o que, consequentemente, envolvia o
Ministério dos Transportes em uma política de construção de estradas e os grandes
interesses industriais em mecanizar a lavoura e fornecer transporte para os mer­
cados rurais.
Novamente, o staff do IBRA era composto, na maioria, de ativistas do com­
plexo 1PES/IBAD. O presidente do IBRA era Paulo de Assis Ribeiro e os dire­
tores Wanderbilt D. de Barros, César Cantanhede (companheiro de equipe de
Paulo de Assis Ribeiro no CBP). Hélio de Almeida Brum (ADESG) e o General
Jaul Pires de Castro do IPES/2 O Conselho Técnico reunia Cláudio Cedi Polland,
Julian Magalhães Chacel, Edgard Teixeira Leite, José Agostinho Trigo Dnimmond
Gonçalves, João Quinliliano de Avelar Marques (diretor da CAM1G e represen­
tante da Indústria de Maquinaria Agrícola de Minas Gerais). Glauco Olinger
(representante da ABCAR — Santa Catarina, a Associação Brasileira de Crédito e
Assistência Rural), o empresário Flávio da Costa Brito (representando o movi­
mento cooperativista) c Edvaldo de Oliveira Flores?’
O chefe da equipe de trabalho sobre o Programa Específico de Cooperativas
Açucareiras do Ministério do Planejamento, coordenada pelo IBRA, era o Ipesiano
José Garrido Torres.
Juntamente com o IBRA foi criado outro órgão, o INDA — Instituto Nacional
do Desenvolvimento Agrário, que deverio lidar com a "colonização" c o desen­
volvimento agrícola do país. Para presidente do INDA foi designado o ativista do
JPES e empresário rural Eudcs dc Souza Leão. Ele era também assessor para
assuntos agrários do Ministério do Planejamento. Nesse cargo, Eudes de Souza

435
Leão tomou-sc coordenador do Planejamento da Agricultura Nacional pelo qual,
muito convcnientcmente, o INDA era responsável.
Paulo de Assis Ribeiro também viria a se tornar, posteriormente, o coorde­
nador do projeto de lei do Plano Geral de Estatísticas do INCRA — Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária, que substituiu o IBRA e o INDA.
Pera assessores do INCRA (oram indicados Wanderbik Duarte de Barros, Julian
Chaccl c José Arthur Rios, todos associados c ativistas do IPES.
Conforme foi mencionado anteriormente, o Ministério da Agricultura perma­
neceu cm nível secundário de importância durante a administração, obscurecido
pelo IBRA. Isso se refletia não só nas nomeações feitas para o Ministério, mas
também em suas funções diminuídas.74 Inicialmente, o Ministro da Agricultura
era um representante dos interesses agrários tradicionais e o Ministério servia
para absorver pressões vindas dessa área. O novo Ministro, Oscar Thompson
Filho, havia sido secretário da Agricultura do Estado de São Paulo no governo
de Adhcmar de Barros e participado da mobilização política de mulheres da
classe media organizada pelo IPES. Logo Oscar Thompson Filho se demitiu,
devido a sua incompatibilidade com as novas diretrizes políticas que estavam
sendo implantadas pela administração de Castello Branco através do IBRA e à
ineficácia dc seus esforços. Seu lugar foi ocupado por Hugo Leme, também de
São Paulo Além dc ser agrónomo c professor da Escola Superior dc Agricultura
dc Piracicaba, Hugo Leme cra também sócio comercial do líder do IPES e
empresário Nivaldo Coimbra de Ulhoa Cintra, que se tomou assessor de destaque
do Ministério da Agricultura, juntamenie com Edgar Teixeira Leite. Hugo Leme
foi sucedido por Nci Braga, ex-governador do Paraná, muito ligado ao General
Gcisel e ao Presidente Castello Branco. Nci Braga era também conhecido como
placc man (homem-chave) da Klabin, uma vei que esse grupo linha enormes
interesses no Paraná." Neí Braga conseguiu assegurar a indicação do cx-dirctor
da CODEPAR (a quem estava ligado politicamente), o banqueiro Leônidas
Bório, para a presidência do Instituto Brasileiro do Café — IBC. Bório levou
consigo Karlos Rischbietcr. da CODEPAR. Quando Nei Braga se demitiu do
posto, seu lugar foi ocupado pelo empresário Severo Gomes, ativista da ADCE
como Ministro-tampão.
O Ministério da Agricultura desempenhou um papel subalterno depois de
1964, nada fazendo de grande destaque. Até os créditos para a agricultura
estavam fora de sua esfera de influência, porque eram manejados c alocados
pelo Banco do Brasil sob a supervisão de seu presidente, o líder do IPES Luiz
dc Moraes Barros. e através dos serviços do empresário rural Severo Gomes,
como chefe da Carteira Agrícola c Industrial.
Além dos ministérios-chave dirctamcnic envolvidos na elaboração da política
econômica mencionados acima, os associados do IPES ocuparam os postos cen­
trais dc uma série dc outros ministérios c órgãos administrativos do governo
pós-1964. Em muitos casos, esses ministérios c órgãos administrativos permanece­
ram com suas funções pré-1964, lendo sido apenas ocupados pelos ativistas do
complexo IPES/IBAD que asseguraram, assim, a homogeneidade na elaboração
de diretrizes políticas. Esses ministérios c órgãos estavam implementando diretri­
zes que. cm grande parte, já haviam sido desenvolvidas como um programa de
governo pelos Grupos de Estudo c Doutrina do IPES. c coordenadas pelo Minis­
tério do Planejamento. A maioria das reformas implementadas pelos ministros c
administradores ipesianos já haviam sido apresentadas ao Congresso pelos parla­
mentares da ADP. em muitos casos sem êxito, como projetos dc lei, ainda no

436
governo de João Goulart. Outras propostas de diretrizes políticas haviam sido
apresentados ao público cm geral por esses mesmos ministros c administradores
e por alguns dos elementos que integravam o novo governo, como propostas dc
reforma no Congresso dc Reformas dc Base, patrocinado pelo IPES. em 196 V"
O Ministério da Indústria c Comércio manteve suas funções pré-1964, e (oi
ocupado por diversos ussociados e colaboradores do IPES. Daniel Faraco, o
deputado da ADP que havia desempenhado um papel importante na estratégia do
Grupo de Ação Parlamentar do IPES na Câmara dos Deputados, foi nomeado
Ministro da indústria e Comércio. Foi posteriormente substituído pelo industrial
c banqueiro Paulo Egydio Martins, que havia participado do estado-maior civil-
militar sediado cm São Paulo, liderado pelo IPES. O industrial banqueiro Hélio
Beltrão foi nomeado diretor do influente Comitê dc Assessoria de Política Indus­
trial e Comercial do Ministério. Outros colaboradores e empresários do IPES
foram designados para órgãos que funcionavam sob a égide do Ministério da
Indústria e Comércio. Entre eles encontravam-se Sylvio Fróes Abreu — Instituto
Nacional de Tecnologia; Paulo Accioly de Sá — Instituto Nacional de Pesos e
Medidas; e Joaquim Xavier da Silveira, que foi para a recém-criada EMBRATUR
— Empresa Brasileira dc Turismo.K Para a Superintendência Nacional de Abas­
tecimento — SUNAB, criada pelo regime anterior para controlar os preços e o
abastecimento dc produtos básicos, foram indicados o líder do IPES Guilherme
Borghoíf e o Coronel Maurício Cibularcs. que havia trabalhado anteriormente
na COFAP, a antecessora da SUNAB. A Superintendência Nacional de Abasteci­
mento foi posteriormente substituída por um novo órgão, a Companhia Brasileira
dc Alimentarão — COBAL, para a qual foi nomeado o General Carlos de Castro
Torres, do IPES. A COBAL preocupou-se mais com o fornecimento ordenado
de produtos para o mercado do que com a fiscalização de preços e o fornecimento
de artigos e serviços básicos não-lucrativos.
Outro ministério que não sofreu mudanças drásticas em sua estrutura, mas
que expandiu seu papel, foi o da Justiça. Esse ministério era. dentro do sistema
político brasileiro, um ministério político chave e não apenas a estrutura admi­
nistrativa do Poder Judiciário. Seu titular está geralmente presente nas decisões
políticas mais importantes tomadas pelo governo, absorvendo, juntamente com
a Casa Civil, as pressões oriundas dos partidos políticos, da mídia e de fontes
académicas, lidando também com a oposição política e intelectual ao governo.
O Ministério da Justiça atuava também como um canal para a expressão dc
pressões de “linha dura“ partindo dos militares em sua oposição à corrupção
civil e à esquerda.
Inicialmente o líder do IPES Luiz Antônio Gama e Silva (oi designado
Ministro da Justiça, logo após l.° dc abril de 1964. pela Junta Militar. Com a
ascensão do Marechal Castcllo Branco ao poder, houve a queda de Gama e Silva
c outro jurista, o político Milton Campos, da UDN, o mal sucedido companheiro
de chapa de Jânio Quadros nas eleições de 1960. substituiu-o. Milton Campos,
que pertencia à corrente “mais legalista" da UDN e que. neste aspecto, eslava
próximo do Marechal Castcllo Branco foi logo substituído provisoriamente pelo
General Juracy Magalhães da ADP e da ADESG. Este, por sua vez. foi substituído
pelo senador Mcm dc Sá, do Partido Libertador, que havia desempenhado um
papel tão importante na estratégia do complexo 1PES/IBAD no Congresso/6
Apesar de manter suas funções anteriores, o Ministério dn Justiça desem­
penhou um papel muito ativo, devido à natureza autoritária do regime, imposto
depois dc 1964, servindo de apoio ao Executivo em seu intempestivo aumento

437
da legislação por decreto, que esvaziou o papel do Congresso. O Ministério da
Justiça não só revestia de "autoridade jurídica" as decisões políticas contra
membros da oposição, mas também exercia a intervenção judicial com um caráter
político bastante claro, da qual íoram testemunhas, muitos dos mais de 6.000
Decretos. 700 Leis, 512 Decretos-Lei. 2 Atos Institucionais e 17 Atos Comple­
mentares promulgados ou baixados pela administração de Casiello Branco.
O espírito deste número extraordinariamente grande de leis elaboradas pelo Exe­
cutivo posteriormeme permeou a nova Constituição. A comissão de proeminentes
juristas encarregada do projeto para a Reforma da Constituição, que eles esboça­
ram e que passou a vigorar em 1967. compunha-se de quatro associados c colabo­
radores do IPES: Themístocles Cavalcanti. Scabra Fagundes. Orozinbo Nonato
e Leví Carneiro. Além da direção do Ministério da Justiça e da responsabilidade
pela reforma da Constituição (para a qual Carlos de Assis Ribeiro havia preparado
um esboço e uma filosofia básica antes de 1964). os ativistas do IPES também
asseguraram uma série de posições-chave dentro da estrutura judiciária.'**
Um ministério que mudeu claramente o seu papel foi o do Trabalho e
da Previdência Social. Através dele as administrações anteriores haviam asse­
gurado a mobilização limitada das classes trabalhadoras urbanas c tentado mani­
pular os sindicatos. Scb o novo governo, a mobilização popular através do
Ministério foi interrompida apesar de ele manter sua função de controle dos
trabalhadores.
Os atores políticos do IPES exerceram influência também no Ministério do
Trabalho e Previdência Social. Imediatamente após o golpe a junta nomeou
Arnaldo Lopes Sussekind. que manteve sua função no governo Castcllo Branco.
Sussekind havia ajudado na elaboração dos controles corporalivistas diretos e
indiretos estabelecidos na Consolidação das Leis do Trabalho — CLT. que foram
a pedra angular da política trabalhista do Estado Novo. Sussekind foi substituído
por Wnltcr Pcracchi Barcellos, o deputado da ADP do Rio Grande do Sul. Wal-
ter Barcellos foi. por sua vez. substituído em meados de 1966 pelo advogado e
empresário Luiz Gonzaga do Nascimento e Silva, conferencista no ÍPES. quando
aquele decidiu candidatar-se a governador do Rio Grande do Sul. tendo sido
eleito.*'’ Para advogado do Ministério do Trabalho foi indicado Juarez do Nasci­
mento Fernandes Távora. filho do co-fundador da ESG Marechal Juarez Távora
e Ministro dos Transportes do novo governo. As novas direções sindicais provi­
nham dos sindicatos que, de 1961 a 1964. íorum instrumentalizadas pelo complexo
IPES/IBAD, cm particular do MSR, dos círculos operários c do MSD. Muitos
destes militantes dc sindicatos direitistas foram nomeados como interventores pelo
Ministério do Trobalho. João Wagner. Ary Campista c Mário Dopazo foram con­
duzidos ã direção da CNTí Como membros do Tribunal Superior do Trabalho
foi nomeado o arquipclcgo Ary Campista, ligado ao AIFLD e à ORIT. enauonto
o pelcgo Rõmulo Marinho, formado pelo ICT c pela AIFLD. tornou-se diretor
do Departamento Nacional do Trabalho durante o mandato do Presidente Mediei.
Os Grupos dc Estudo c Doutrina do IPES. em colaboração com outros
membros que haviam trabalhado no Setor Sindical de Ação du IPES. prepararam
uma série dc reformas destinadas a conter o movimento da classe trabalhadora,
bem como a quebrar a manipulação populista que fora tradicional mente estabe­
lecida através do Ministério do Trabalho. Essas reformas foram incorporadas
ao Ministério, moldando, assim, os acontecimentos dos anus seguintes, refinando
c complementando as técnicas do Estado Novo. A nova legislação trabalhista do
governo serviu u três finalidades principais. Primciramentc, aumentou o controle

438
direto dos sindicatos, impedindo-os de fornecer uma base organizacional para
ataques do classe trabalhadora a políticas governamentais específicas, ao novo
sistema político c contra as condições sociais que o sistema veio a preservar
A nova legislação trabalhista também procurou fortalecer os aspectos corporativos
da estrutura sindicalista pelo seu papel na construção nacional e na manutenção
da coesão social. Finalmente, sob o pretexto do controle da inflação, tentou trans­
ferir recursos para a indústria submetendo a classe trabalhadora a diversos tipos
de programns dc poupança forçada **
O governo interveio em 67% das confederações de sindicatos e em 42%
das federações, procurando expurgá-las, ideológica e politicamente. Organizações
dc bancários e trabalhadores de transportes figuravam de maneira proeminente
nas greves políticas entre 1960 c 1964 e foram as mais fortemente atingidas em
proporção a outros setores. O General Libcrato foi nomeado Delegado junto ao
Instituto dc Aposentadoria c Pensões dos Bancários — 1APB — da Guanabara,
dando assim ao sistema um poderoso instrumento de pressão sobre os bancários.
O General Moacyr Gaya tornou-se Delegado Regional do Trabalho na problemá
tica área de Sio Paulo, sendo também indicado para a comissão encarregada da
reforma do Ministério do Trabalho na mesma área. Os grandes sindicatos foram
mais atingidos que os pequenos. Houve intervenção em 70% dos sindicatos com
5.000 ou mais membros; em 38% dos que possuíam de 1.000 a 5 000 membros
c em apenas 19% dos sindicatos com menos de 1.000 sindicalizados. Ela simples­
mente destruiu o movimento sindicalista radical.
A legislação governamental proibiu, expressamente, as greves políticas e de
solidariedade e tornou até as greves econômicas extremamente difíceis. O governo
também reestruturou fundamentalmcntc o sistema de segurança social para impedir
os ativistas dos sindicatos de usarem seus imensos recursos contra o esioblishment
Em 1966 uma nova lei reuniu quase todos os Institutos de Aposentadoria c
Pensões em um só. o Instituto Nacional de Previdência Social — INPS, que foi
posteriormente colocado sob a responsabilidade de um desdobramento do Minis­
tério do Trabalho, o Ministério da Previdência Social, assegurando assim um
controle “apolítico” sobre as atividades de previdência social. Luiz Gonzaga do
Nascimento e Silva foi nomeado Ministro e o ativista do IPES Eslanislau Fish-
Iowítz foi indicado assessor dc Ministério.
Os associados do JPES também foram úteis no estabelecimento do Fundo de
Garantia por Tempc dc Serviço — FGTS. Um dos maiores benefícios para os
trabalhadores brasileiros, anterior à deposição de João Goulart, havia sido a
estabilidade por tempo de serviço, isto é. garantia contra a demissão uma vez
que um trabalhador atingisse dez anos de serviço com um empregador, exceto
em casos devidamente comprovados dc falta grave. Os investidores estrangeiros
faziam forte objeção à lei da estabilidade/2 e a nova administração aquiesceu a
essas objeções. Em 1966 foi submetido ao presidente um anteprojeto de lei
abolindo a forma anterior de estabilidade, substituindo-a por um fundo para
pagamento de rescisão de controlo, o FGTS. A lei que criou o FGTS exigia que
os empregadores abrissem uma conta bancária cm nome de cada empregado e que
nela depositassem todo mês o equivalente a 8% do salário do empregado — o
Crédito por Tempo dc Serviço. Os empregados poderiam retirar o seu saldo
apenas cm caso de demissão, aposentadoria ou sob outras condições especificadas.
O anteprojeto de lei que instituía o Crédito por Tempo de Serviço foi preparado
por uma equipe de membros do IPES que compreendia os empresários João
BayJonguc. José Duvivicr Goulart c José Marques, o General Heitor Hcrrera e

439
Frederico César Cardoso Maragliano .M A legislação que estabeleceu o FGTS extin­
guiu diversos programas de assistência aos trabalhadores, pagos por empregadores,
e eliminou a contribuição estatutária destes para outros programas. reduzindo
assim os serviços anteriormente disponíveis para a classe trabalhadora c baixando
ainda mais o seu padrão de sida. O FGTS teve um grande impacto na vida dos
trahalhadore* aumentando sua insegurança econômica e estimulando um alto
índice de rotatividade da força de trabalho nas áreas industriais do Brasil (em
1970. 35 5% da força de trabalho cm São Paulo eslava há menos de um ano
no trabalho. 55.6cc ainda não havia atingido dois anos, e 74.2% não havia
atingido três anos). A insiabilidade também fazia com que os trabalhadores hesi­
tassem em reclamar contra seus empregadores na Justiça do Trabalho, enquanto
a grande rotatividade de trabalhadores, empregados por qualquer empresa, favo­
recia salários mais baixes, comparados aos empregados que ficavam na mesma
companhia por muito tempo, uma vez que os trabalhadores eram sempre admiti­
dos. por outra empresa, na escala mais baixa de sua categoria.
O FGTS foi criado por uma equipe de tccno-cmpresários liderada por Rober
to Camoos. Luiz Gonzaga do Nascimento e Silva c Mário Trindade, um amigo
do Ministro do Planejamento A equipe envohida no projeto compreendia Mário
Henrique Simonscn. losé Américo León de Sá (estatístico do Banco Bozzano
Simonscn. pertencente a Mário H Simonscn). o associado do IPES e empresário
Moacyr Gomes dc Almeida. |a\me da Silva Menezes (burocrata do Instituto de
Resseguros do Brasil), o advogado Sérgio Coelho e João José de Souza Mendes,
o secretário.
Finalmcnle. a administração brasileira recorreria a um importante mecanis­
mo para financiar o crescimento econômico depois dc 1964 a redução absoluta
dc salários. Como reconheceria o Ministro do Planejamento, Roberto Campos.
”a disciplina salarial do Brasil parecia socialmente cruel, mas era o preço a ser
pago a fim de restaurar o pctencial de investimentos, tanto no setor público
quanto no setor empresarial”?*
Conforme foi visto anteriormente, os ativistas do IPES haviam desempenha­
do um papel significativo na desestabilizacão da organização política dos trabalha
dores rurais Intervinham agera na legislação que visava a determinar o status
político dos trabalhadores rurais c esvaziar sua mobilização. O comitê estabe­
lecido pelo Ministério do Planejamento e indicado para estudar o projeto de um
Estatuto do Trabalhador Rural, uma modalidade dc código de comportamento
político e sindical, cra formado por Paulo de Assis Ribeiro (presidente). Eudes
de Souza Leão. Armando dc Oliveira Assis. General Adyr Maia c Carlos Ferreira
dc Souza A escolha desses nomes não foi difícil, uma vez que a comissão especial
do CONSPI.AN. que os selecionou, cra formada por vários ativistas e colabora­
dores do IPES. ou seja: Lindolfo Martins Ferreira. José Roita, Nyhon Vclloso,
Padre Fernando Bastos D Ávila. Armando dc Oliveira Assis, |oão Paulo dos
Reis Velloso. Oswaldo lório. Paulo dc Assis Ribeiro. Eudes de Souza Lcâo. Ge­
neral Adyr Maia e Carlos Alberto Ferreira dc Souza/'
Entre os camponeses. Padre Melo, o ativista do complexo IPES/IBAD do
Nordeste, tomou-se. depois do golpe, um “ditador extra-oficial, guiando o Exército
e a Polícia na intervenção dc praticamente todos os sindicatos rurais e indi­
cando novos diretores para substituir os líderes por ele afastados".1* Oualro ele­
mentos formados pelo AIFLD foram indicados para intervir nos sindicatos a fim
de livrá-los da influência trabalhista de esquerda?7 enquanto José Roita. cola­

440
borador do IPES, foi eleito presidente da Confederação de Trabalhadores Agrí­
colas.
O Itamarati também sofreu mudanças. Os ativistas do IPES. General Li-
berato e Thcmístoclcs Cavalcanti, juntamente com o Embaixador Camilo 3c
Oliveira, formavam o Comissão de Investigações de Alto Nível, responsável pela
observância do Ato Institucional n.° I dentro do Itamarati. Estavam assim efe-
tivainenie no controle ideológico da ‘limpeza" do Ministério. Foi mantido como
Ministro do Exterior Vasco Leitão da Cunha, formado pela ESG e ligado ao
IPES, que havia sido indicado pela Junta Militar e cuja esposa estivera envolvida
na campanha de mobilização da classe média liderada pelo IPES. Ele logo se apo­
sentou. indo trabalhar cm negócios particulares, c foi substituído por Juracv
Magalhães, que deixou o cargo de Embaixador nos Estados Unidos, onde foi suce­
dido por João Batista Pinheiro, da equipe da CONSULTEC?’
O Ministério do Exterior sofreu mudanças drásticas em sua orientação, dei­
xando suas políticas neutralistas c favoráveis ao Terceiro Mundo por um alinha­
mento quase automático com os Estados Unidos. A mudança na política externa
traduziu-se na declaração do Ministro Vasco Leilão da Cunha sobre o "reenqua-
dramento do Brasil no esquema de relações prioritárias com o Mundo Ocidental”,
sobre n disposição do Brasil em defender "a segurança do Continente contra a
subversão e a opressão externas c internas” e sobre a "consolidação de laços de
lodos os tipos com os Estados Unidos da América"/0 A mudança também foi
enfatizada pela afirmação do Ministro do Exterior furacy Magalhães de que ’*o
que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”, parafraseando o conhe­
cido dito sobre a General Motors e os Estados Unidos.
O princípio da soberania nacional leve o mesmo destino dos interesses indus­
triais e comerciais não envolvidos na internacionalização do mercado Como
afirmara o Presidente Castello Branco em um discurso no Itamarati em agosto de
1964. "... a expressão política da independência foi desfigurada c perdeu sua
utilidade descritiva. . O conceito de independência é operacional somente sob
certas condições práticas... Na esfera econômica, o reconhecimento da inter­
dependência é inevitável, não só no comercio, mas especialmente em assuntos
de investimento. A política externa brasileira tem. frequentemente, mostrado
indecisão como resultado da natureza duvidosa de certos dilemas: nacionalismo
versus interdependência, negociações unilaterais versus multilaterais. socialismo
versus livre empresa Mais recentemente, o nacionalismo foi distorcido ao
ponto de parecer favorável aos sistemas socialistas, cujas possibilidades de comér­
cio conosco c capacidade de investimento na América Latina foram superestima­
das O Brasil procura seguir uma política de livre empresa e de recebimento
regular de capital estrangeiro.”*’ Um ano depois, o Ministro do Exterior resumiria
essas mesmas idéias da seguinte maneira: ‘‘do ponto de vista operacional da polí­
tica externa, a independência e o nacionalismo devem dar lugar à independência
internacional, seja na esfera militar, política, econômica ou cultural."*’ O epítome
das mudanças nas diretrizes políticas foi um acordo fortemente criticado, assi­
nado cm princípios de 1965, concedendo garantias especiais ao investimento
norte-americano no Brasil, enquanto quaisquer restrições impostas por governos
anteriores sobre o remessa de capital e de lucros normais ou extraordinários foram
suspensas. A partir do momento cm que as premissas de desenvolvimento depen­
dente na esfera econômica e de hegemonia norte-americana não questionada no
campo político foram aceitas pelo Itamarati e pelo governo, tornou-se possível im-

44!
plcmcntor uma política externa que alguns autores caracterizaram como subimpe-
rialismo."' Esso política externa, que visava a segurança coletiva das Américas
externa e iniernamente. envolveu uma divisão de funções (económica, política,
ideológica e militar) entre os Estados Unidos c o Brasil, como aliado privilegiado
no contexto do sistema interamcrícano. Mas. a fim de se implementar a nova
divisão internacional de funções, que a ideologia oficial apresentava como se fosse
um plano baseado em alguma visão supranacional, era necessário, senão o sacri*
ífcío total dos clássicos princípios de autodeterminação e de nào-intervençao. pelo
menos que fossem taticamente postos de lado em determinadas circunstâncias.
Foi "em nome da segurança coletiva" que o Brasil interveio mílitarnicntc na
República Dominicana em 1965. ao lado dos Estados Unidos, sob a aparência
da Força Intcramericana de Paz*1
Uma área pela qual o IPES se interessou particularmenie e onde seus filia­
dos c colaboradores também ocuparam postos-chave foi a de Educação e Cultura.*1
A nova administração reformulou o sistema educacional e estabeleceu novas
melas”* O planejamento educacional tomou-se parte integrante do planejamento
"global” (econômico) c. consenicntementc. a reforma foi coordenada pelo Minis­
tério do Planejamento, dentro do marco do PAEC. A equipe que estudou essas
reformas era chefiada por Luiz Victor D‘Annos Silva e Paulo dc Assis Ribeiro,
membros do Grupo dc Estudo e Doutrina do IPES-Río.**
A nova política educacional tomou-se a expressão da "reordenação das for
mas de controle social c político", funcional para as exigências dos interesses
econômicos que tornaram necessária a reformulação do sistema político e da
economia, em primeiro lugar A educacão superior era relativamente favorecida
cm oposição à educação popular. rociando a preocupação com a mâo-dc-cbra
mais qualificada para os escalões mais altos da administração c da indústria.
A Constituição de 1967 incentivou as escolas particulares em detrimento das
universidades públicas c gratuitas
O associado do IPES Victor D Arinos chefiou a Comissão do Plano para
Melhoramento c Expansão do Ensino Superior. O General Heitor Herrera. um
dos líderes do IPES. foi indicado para o Ministério da Educação c tornou-se
diretor do programa responsável pela Coordenação e Aperfeiçoamento do Pessoal
dc Ensino Superior — CAPES, presidida por Suzana Gonçalves. O órgão se
ocupava dc dar ajuda financeira a estudantes que desejassem continuar os estudos
de especialização a nível superior.
A tendência do planejamento educacional de ser relativamentc favorável à
especialização, em oposição aos outros níveis, deve ser vista no contexto da
especificidade da economia brasileira. Esta c dotada dc um pequeno núcleo, alta­
mente produtivo, cujo funcionamento calcado numa tecnologia sofisticada, impor*
tnda e que produz bens dc consumo duráveis para uma minoria da população.
Esse setor da economia requer recursos humanos especializados c qualificados,
mas em pequenos números. As universidades se transformaram cm fábricas desse
produto refinado, enquunto o planejamento educacional foi o mecanismo, através
do quol o ouipiii do sistema educacional era ajustado ao input das necessidades
do mercado de trabalho, regulado pela lei da oferta e da procura.*' O ensino
superior cra visto como um insumo económico para o crescimento industrial, e
foi definido dessa forma no Plano Decenal preparado pelo Ministério do Plune*
jamento em 1967. O ensino, no Brasil, deveria "consolidar capital humano de
formo a acelerar o processo dc desenvolvimento econômico". Até o jnrgáo. no
diagnóstico preliminar no próprio Plano Decenal, era dc natureza "econômica".

442
Tanto o dignóstico qunnto o plano falam dc técnicas dc produção, fatores de
produção, custos dc produção, estudos comparativos de produção regionais e
internacionais e todos cies se referem à “produção” dc professores e alunos c à
estrutura dc produção do sistema dc ensino. Planos posteriores falam até de “pro­
dutividade dc ensino, expansão ou contração de oferta e demanda de ensino supe­
rior. e dc transformar a população cm um “fator de produção através dos efeitos
do ensino sobre a produção dc recursos”.
0 conceito dc educação muda substancialmente. Transforma-se em capital
humano que. devidamente investido, pode produzir lucro social e individual.
Entretanto, a educação é vista como investimento apenas quando prepara indi­
víduos para o trabalho. Não é mais um processo de transmissão da cultura geral
da humanidade, do conhecimento universal. £ instrumentalizada para o trabalho,
de maneira que o indivíduo se torne mais produtivo na empresa que o contrata.9'
O Plano Decenal determinou para o sistema educacional o número de pro­
fissionais que deveria ser produzido a cada ano. considerando a produção atual
e a projetada. Além disso, a prognose dos recursos humanos necessários até 1976
levou à formulação de quatro planos setoriais específicos, ou seja, para a formação
de mão de obra industrial, de mão-de-obra rural, de profissionais em ciências mé­
dicas e formação e treinamento de professoras primárias. Esses planos setoriais
foram importantes pelo fato de mostrarem a preocupação com a educação básica
e primária e com a saúde, a fim de preparar mão-de-obra alfabetizada e semi-
especializada, bem como especializada. Para as empresas privadas expandirem-se
ou diminuírem sua produção, com base na lei da oferta e da procura e na maxi­
mização do lucro, elas precisavam ter uma reserva de onde pudessem tirar e para
onde pudessem devolver a mão-de-obra ociosa. O Estado, já sendo o mediador
da empresa privada no processo de internacionalização da economia, assumiu o
ônus da formação dessa mão-dc-obra disponível, contribuindo, assim, direiamente,
para a formação dc um exército industrial dc reservu. tanto de pessoal executivo
e de profissionais qualificados, quanto dc mão-dc-obra industrial especializada,
através das instituições de ensino superior e através do MOBRAL — Movimento
Brasileiro de Alfabetização.
A criativa experiência dc Paulo Freire c o Movimento de Educacão Básica
foram concluídos. Ao invés destes, por algum tempo, a Cruzada ABC, dirigida
por um pastor protestante norte-americano e cuidadosamente planejada para re:
frear expectativas e para restringir a formação de uma perspectiva crítica, foi im­
plantada. principalmente, no Nordeste." Concomitantemente, uma modalidade di­
ferente dc campanha dc alfabetização foi traçada, vindo a público como um pro­
jeto do governo no final da administração de Cnstello Branco e implementada
posteriormente sob o nome dc MOBRAL — Movimento Brasileiro de Alfabeti­
zação. O MOBRAL foi instituído sob o égide dc Mário Henrique Simonsen. tor-
nando-sc seu dirigente Arlindo Lopes Corrêa, que havia delineado um dos planos
dc mobilização da classe média, empregados pelo IPES, a fim de criar o atmos­
fera política c emocional propícia para o golpe de abril de 1964. O MOBRAL
destinava-se a cooptar c conter o trabalhador urbano, visando a faixa etária de
15 a 35 anos. Através dele, atitudes cívicas c morais foram inculcadas, a nível
político, como educação c bom senso. O governo impôs uma campanha de alfa­
betização dc caráter explicitamente ideológico, destinada n instilar nas classes
trabalhadoras urbanas os valores do capitalismo autoritário. £ interessante notar
que o MOBRAL utilizou muitas das técnicas de alfabetização de Paulo Freire.

443
apesar de retirar delas seu conteúdo filosófico c político?00 A doutrinação cívica,
através do sistema escolar, foi um trabalho que teve, no planejamento do novo
programa?*’ a colaboração da Liga de Defesa Nacional — patrocinada pelo
IPES — da Campanha de Educação Cívica e da Escola Superior de Guerra.
Finalmente, a União Nacional dos Estudantes, cuja sede fora tomada pela
polícia e pelos militares, teve suas atividades severamente restringidas daí cm
diante pela Lei 4 464. conhecida como “Lei Suplicy de Lacerda”, o nome do
Ministro da Educação. A UNE foi. posteriormente. extinta sob a presidência de
Costa e Silva?*’
Passando para um ministério de menor destaque, o da Saúde, repetiu-se nele
o modelo dc colaboradores do IPES ocupando as posições-chave e implementando
as diretrizes Foram interrompidos os planos para a nacionalização das cor­
porações farmacêuticas (muitas delas contribuintes do IPES), a socialização da
medicina, as investigações sobre suas práticas tecnocientíficas. econômicas e sobre
a qualidade de seus produtos. Recursos mínimos foram alocados para a saúde pú­
blica nos orçamentos do governo? • O grupo de trabalho que preparou o programa
na área de Saúde Pública na estrutura do PAEG era chefiado por Paulo de Assis
Ribeiro.
Mudanças também foram executadas no Ministério dos Transportes c Obras
Públicas, que foi colocado sob a responsabilidade do Marechal Juarez Távora, da
ESG. o ex-político do PDC. apoiado pelo 1BAD e candidato à Presidência da
República
Durante os oito anos, de 1955 a 1963. havia ocorrido um aumento sensível
no uso dc veículos motorizados. Dos 93 bilhões de toneladas/quilòmeiro transpor­
tados em 1963. o transporte rodoviário aumentou sua parcela para 66f<? do total
(de 55°r em 1955) enquanto o transporte marítimo baixou para 17% (dc 26%
cm 1955). Uma projeção do crescimento da demanda de cada meio dc transporte,
executada pelo Ministério, a fim de decidir sobre uma política de investimento
para o sistema nacional de transportes, calculou que, por volta de 1970, o trans­
porte de mercadorias (e passageiros) cm veículos automotores representaria 78.1 %
do total, ao passo que o transporte marítimo cairia para 12,7% e o transporte fer­
roviário representaria meramente 8.7% do total?Oi A política dc desenvolvimento
do modelo brasileiro, depois de 1964. com a extraordinária expansão das indústrias
multinacionais de automóveis e caminhões, reforçou a tendência para o transporte
rodoviário. Náo se fez nada para modificar o prognóstico do declínio no transporte
ferroviário c marítimo, enquanto quase 3% do Produto Nacional Bruto foi apli­
cado, em 1965. cm um ambicioso programa dc expansão da rede rodoviária Além
disso, tendo uma grande população sem condições de adquirir um veículo para
uso individual, a pequena atenção dedicada ao desenvolvimento do sistema fer­
roviário. que era o meio menos dispendioso de transporte público, era bem es­
clarecedora das prioridades sociais do novo regime.
Medidas austeras foram impostas ao sistema ferroviário. Enfatizou-se o fun­
cionamento mais eficiente possível dos serviços existentes, muitos dos quais eram
vitais para o tunsporte nas minerações particulares c dc jcinl veitfurcs, mantendo
o fornecimento de peças de reposição c selecionando, para eliminar, linhas disfun-
cionais e não o desenvolvimento do sistema ferroviário, que exigia medidas cm
profundidade, comparáveis òs que vinham favorecendo a indústria automobi­
lística. ao longo dos anos. Mesmo assim, os associados e colaboradores do IPES
ocuparam posições-chave no sistema ferroviário?**

444
Sob n égide do Ministério dos Transportes, foi executado um programa de
longo alcance dc desestatização e desnacionalização da frota marítima mercante.
Uma série de associados do IPES e diretores de corporações multinacionais de
transporte marítimo foi indicada para a Comissão da Marinha Mercante, muito
influente na tomada dc decisão que definiu o processo de desnacionalização?”
Os associados e colaboradores do IPES também ocuparam os cargos-chave na
administração das vias e serviços dc navegação?0* Quando a EMBRAER (a em­
presa do governo encarregada do desenvolvimento de uma tecnologia nacional
para a construção de aviões para uso civil e militar) foi. finalmcnte. criada em
1969, vários empresários e tecno-cmprcsários do IPES assumiram o seu controle.
Os associados e colaboradores do IPES também mantiveram posições influentes
cm outras companhias dc transporte aéreo?09
Criou-se o Ministério Extraordinário para Coordenação dos órgãos Regionais
— MECOR, c para o qual foi indicado o General Cordeiro de Farias, da ESG.
O MECOR dispensava atenção especial à SUDENE — Superintendência de De­
senvolvimento do Nordeste, e à SUDAM — Superintendência do Desenvolvimento
da Amazônia. O MECOR dava ao governo central um instrumento eficiente para
flanquear os governadores c implementar suas diretrizes políticas, bem como
para desviar pressões locais. Tornou-se também um canal eficiente para interesses
empresariais de São Paulo c do Rio dc Janeiro investirem no norte e nordeste do
Brasil e se beneficiarem dos recursos destinados ao desenvolvimento que eram
alocados para os bancos estaduais regionais ou para os órgãos regionais dc desen­
volvimento.
A SUDENE era chefiada por João Gonçalves de Souza, agrônomo e sociólogo
rural. Gonçalves de Souza era também um dos organizadores da Associação Bra
sileira de Crédito e Assistência Rural — ABCAR, estabelecida pelos interesses
Rockefellcr em agricultura e chefiada pelo associado do IPEá J. Irincu Cabral,
uma força importante na elaboração do projeto de reforma agíária do complexo
IPES/IBAD. O empresário Arthur Amorim Tecebeu a tarefa de reorganizar a
SUDAM e o Banco da Amazônia, chefiado pelo empresário Nelson Ribeiro.
Amorim tornou-se chefe do Grupo Executivo para o Desenvolvimento da Ama­
zônia, que incluía os empresários Harry James Cole e Nelson Ribeiro, o Coman­
dante Geraldo Maia e Luís Carlos Andrade. 0 Grupo executivo planejou uma
política que objetivava atrair investimentos multinacionais em agricultura, mine­
ração c indústrias. Amorim foi também uma figura-chave no estabelecimento da
Zona Franca de Manaus, muito útil para a importação de peças para linhas de
montagem de indústrias multinacionais e para a importação barata de maquinário
e equipamentos. Em suas operações, a equipe dc Amorim tinha o endosso do
Executivo através do Coronel Gustavo Moraes Rego — da Casa Militar da Pre­
sidência da República — e através do General Marnedc. Comandante da Região
Militar da Amazônia, ambos ex-membros do estado-maior informal.
0 General Cordeiro de Farias demitiu-se do posto quando a candidatura do
General Costa e Silva, a que ele se opunha fronlalmente. foi consolidada entre
importantes segmentos das Forças Armadas. Após sua demissão o Ministério
Extraordinário para Coordenação de Órgãos Regionais foi assumido, como me­
dida dc emergência» por João Gonçalves de Souza, que dividia essa novo função
com a diretoria da SUDENE. Esse Ministério foi substituído, durante o mandato
do Marechal Costa c Silva como presidente, pelo Ministério do Interior, que seria
ocupado pelo General Albuquerque Lima, da ESG, cunhado do líder do IPES
José Luiz Moreira dc Souza.

445
A administração pós-1964 não modificou, substancialmcntc, a estrutura ou a
função do Ministério das Minas c Energia, mas inverteu a orientação nacionalista
de suas diretrizes políticas, que datavam da época dc Getúlio Vargas. Ao final
de 1964. o governo lançou um apelo para o setor privado, basicamente multina­
cional. convidando-o a participar da exploração intensiva da riqueza subterrânea
do Brasil. O Ministério deu também aos estrangeiros o direito de adquirir ações em
companhias brasileiras que operavam nesse setor.
Inicialmente. o então General Costa e Silva, como membro da Junta Militar
que assumiu o poder em I * dc abril de 1964. fez sua própria indicação para o
Ministério das Minas c Energia. Foi substituído por Mauro Thibau. que era ligado
à equipe da CONSULTEC.11* Foi Mauro Thibau que, com a colaboração de Ro­
berto Campos e dc Ociávio Gouveia de Bulhões, veio a liderar o ataque ao mo­
nopólio público para a exploração de petroquímicos, abrindo assim as portas para
a participação privada, especialmente multinacional, nesse setor vital da economia.
Foi estabelecida uma comissão do Conselho Nacional de Petróleo para estudar o
caso particular da indústria petroquímica, que decidiu a favor da participação da
empresa privada paralclamcnte â das empresas públicas, no desenvolvimento dessa
indústria. A comissão era formada pelos empresários Paulo Figueiredo. Kurt
Politzer. Ivo dc Souza Ribeiro, José Batista Pereira e Paulo Ribeiro.111 O Ma­
rechal luarez Távora. Ministro dos Transportes, liderou o voto do Conselho de
Segurança contra a nacionalização das refinarias de petróleo, invertendo o processo
iniciado, mas não concluído, por J. Goulart. Uma comissão interministerial, for­
mada por Mauro Thibau. Gouveia dc Bulhões (Fazenda). Roberto Campos (Pla­
nejamento), Daniel Faraco (Indústria c Comércio), Marechal Juarez Távora (Trans­
portes). e Ernesto Geisel (Casa Militar), pressionava por uma legislação que
rezava, como princípio, que as reservas minerais só seriam valiosas se exploradas.
Conseguiu levar o “Código de Minas” a uma revisão efetiva, limitando o Estado
a um papel supletivo, abrindo as portas à exploração dos recursos naturais pela
iniciativa privada (multinacionais e associadas). Na segunda administração militar,
a do Marechal Cosia e Silva, o controvertido decreto de Gabriel Passos, que havia
suspendido as concessões à Hanna Mining Co., foi anulado.113
Conforme descrição anterior, os associados e colaboradores do 1PES, na
maioria empresários, foram colocados em posições-chave nos ministérios. Entre­
tanto. os (pesianos e Ibadianos não se limitaram a ocupar posições-chave nos
gabinetes Para assegurar a continuidade da elite orgânica, foi elaborado um plano
no IPES visando a colocar seus membros e colaboradores permanentemente em
certas empresas públicas.1,1 Eles também assumiram cargos de comando dentro
das autarquias e órgãos administrativos, alguns dos quais até criados com base
em propostas inspiradas ou preparadas pelo IPES.
Um desses órgãos foi o Banco Nacional de Habitação — BNH. que viria a
desempenhar um papel crucial na indústria de construção. O BNH estava encar­
regado de implementar políticas governamentais de habitação e de regular e refi­
nanciar o crédito habitacional. Foi importante cm decorrência dos imensos re­
cursos financeiros ao seu dispor, grande parte deles vindos do Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço. Sendo uma fome de poupanças c um fator determinante
de investimentos, o Banco, cm seus estágios iniciais, foi fundamental por sua con­
tribuição para cobrir o déficit orçamentário federal, através da compra dc títulos
do governo. A importância do BNH também estava nas implicações sociais dc
suas diretrizes porque, apesar de ter sido criado com a pretensa finalidade dc

446
proporcionar habitação e crédito para a grande população sem casa própria e mal
abrigada, acabou sendo um instrumento para financiar a construção dc casas para
a classe média, que reagiu favoravelmente aos recursos oferecidos. O BNH tam­
bém desempenhou um papel significativo no fomento da indústria de construção,
onde tantos associados e contribuintes do IPES tinham interesses. Finalmenlc. o
BNH também se transformou cm uma fonte influente de patronato político. Jun­
tamente com cie foram instituídos o Serviço Federal de Habitação e Urbanização
— SERFHAU, e o Plano Nacional dc Habitação, todos baseados em projetos do
IPES elaborados anteriormente.
Muito oportunamente, a conferencista do IPES, Sandra Cavalcanti, que es­
tivera ligada à unidade dc Reforma Habitacional (Estudo Econômico e Legal sobre
Casas Populares) c tendo conhecimento, de primeira mão, do assunto, uma vez
que ela própria estava ligada a importante empresa construtora, tomou-se a
primeira presidente do BNH. O empresário Harry J, Cole foi para o SERFHAU,
e o associado do IPES Carlos Moacyr Gomes de Almeida, proprietário de uma
gigantesca construtora, foi colocada à frente do Programa de Cooperativa Ha­
bitacional do Estado da Guanabara — um projeto-piloto desenvolvido pelo BNH,
para tentar resolver a falta de casas, atribuindo um papel ativo à empresa pri­
vada na construção de habitações — em detrimento do governo?1’ Após um
breve período, Sandra Cavalcanti deixou o BNH, numa época cm que seu protetor
político, Carlos Lacerda, desentendeu-sc. de vez, com o governo. Apesar de Ha-
rold Polland e Glycon de Paiva terem sido considerados candidatos para o posto,
este finalmente foi entregue ao colaborador do IPES Mário Trindade, que foi
sucedido por Luiz Gonzaga do Nascimento c Silva. Este, que estava trabalhando
no Ministério do Planejamento, havia desempenhado, juntamente com o líder do
IPES Mário Leão Ludolf, um papel importante na discussão do problema habita­
cional. Também participou das medidas subsequentes que o governo tomou em
relação aos decretos de regulamentação de aluguéis, bem como da legislação que
regulamentou os direitos dos inquilinos e proprietários e os aluguéis, enquanto
estabelecia critérios diferenciais de correção, a Hm de tomar possível a recupe­
ração gradual da defasagem nos preços de antigos contratos de aluguéis.114 Para
membros do Conselho Administrativo do BNH foram indicados os empresários
Mário Henrique Simonsen, Fernando Machado Portela e Hélio Beltrão. Para Su­
perintendente foi indicado o empresário Arnaldo Walter Blank, enquanto o Ge­
neral Liberato da Cunha Friedrich, na época um executivo na área empresarial
de construções, tomou-se o diretor.
Ativistas e colaboradores do IPES, na maioria industriais, mas também ban­
queiros — e não técnicos — assumiram o comando de toda a estrutura industrial
de aço-mineração117 c petroquímica11* do Estado. Eles também asseguraram postos
nas companhias públicas que forneciam energia elétrica para as grandes corpo­
rações privadas de serviços dc eletricidade — pertencentes ou dirigidos por líderes
do IPES — c que proviam o consumo doméstico e industria!.11* Os industriais e
empresários do IPES estavam, doravante, nas posições mais favoráveis para im­
plementar diretrizes políticas estabelecidas pelos Ministérios do Planejamento, da
Fazenda, dos Minas e Energia e da Indústria e Comércio, aos quais os grandes
empresários e banqueiros tinham acesso privilegiado. A coincidência de seus in­
teresses particulares com o papel específico desempenhado pelos empresários
na administração pública era notável.
Foi neste contexto que o comunicado de que o governo iria readquirir a
maior companhia de serviços públicas pertencente a uma multinacional, a

447
AMFORP (American and Foreign Power Utility Company). criou uma acalorada
controvérsia política. A administração foi atacada, até mesmo pela direita, sob a
bandeira de Carlos Lacerda, pela compra da AMFORP pelo que era considerado
um preço exorbitante para equipamento obsoleto. Tal oposição havia provocado
exasperação declarada nos Estados Unidos onde a AMFORP havia sido um dos
principais objetos de disputa entre os Etados Unidos e o Brasil. O governo brasi­
leiro. preocupado em não ferir as suscetibilidades de investidores em potencial,
deu continuidade à compra pelo preço estipulado, e a AMFORP tornou-se o
núcleo de uma nova companhia nacionalizada, a ELETROBRAS. uma companhia
estatal que. apesar de fundada em 1962. só agora passou a funcionar.120
Entretanto, nem tudo parecia funcionar segundo as expectativas do IPES.
Nos primeiros dias de abril de 1964. o problema dos telefones na área de operação
da CTB — Companhia Telefônica Brasileira, isto ê. Minas Gerais. Guanabara.
São Paulo. Rio de |3neiro e Espírito Santo, foi debatido por um grupo de em­
presários e autoridades federais. Os empresários argumentaram que a iniciativa
privada tinha de assumir o controle da CTB. que pertencia à Brazilian Traction
(do líder do IPES Antônio Gallotri). o grupo canadense interessado na negociação
da companhia. Os empresários queriam o apoio do Estado para levantar fundos
para a transação, calculada basicamente em 100 milhões de dólares. O grupo de
empresários era formado pelos líderes do IPES Augusto Azevedo Trajano Antunes.
Gilbert Huber |r.. Harold C Pclland. Eurico Castanheira. Ernesto Pereira Car­
neiro e Maurício Libânio Villela. Este grupo havia conseguido o apoio da Confe­
deração Nacional do Comércio, da Confederação Nacional das Indústrias e da
Confederação Rural Brasileira. Em junho de 1965 foi feita uma reunião para
discutir o assunto com os ministros Octávio Gouveia de Bulhões e Roberto Cam­
pos Nessa época o grupo de empresários também reunia O. Marcondes Ferraz.
J. B Leopoldo Figueiredo. Mello Flores e Paulo Ayrcs Filho.12’ Apesar da pressão
dos líderes do IPES. a CTB íoi encampada pelo Estado, passando a fazer parte da
EMBRATEL. da qual, posteriormente. o ativista ipesiano Joviano Jardim seria
diretor. Os empresários sofreram oposição às suas demandas de pressões surgidas
dentro das Forças Armadas, um conflito de opiniões que não seria o último entre
a elite orgânica liderada pelo IPES e aqueles militares desinteressados.
Apesar dc os líderes do IPES não terem conseguido dominar a transação da
CTB. um deles, Octávio Marcondes Ferraz, tornou-se o presidente da ELETRO-
BRÁS, que foi estabelecida como holding, funcionando como órgão executivo en­
carregado dc conduzir c implementar a política de energia do governo. A ELE-
TROBRÁS era tanto o órgão coordenador efetivo das Empresas Elétricas de pro­
priedade do governo federal, cm cujo Huff se destacavam diretores do IPES,
quanto a fonte financeira para as empresas pertencentes aos Estados c às auto­
ridades municipais. Os líderes do IPF.S Antônio Gallotti e Lucas Nogueira Garccz,
ambos diretores de empresas dc fornecimento de energia, foram indicados direto­
res da ELETROBRAS. Finalmente, o ativista do IPES. Almirante |osé Cláudio
Beltrão Frederico, tornou-se presidente du CONTEL, o órgão estatal de comunica­
ções telefônicas, e foi sucedido pelo Comandante Euclides Ouandt de Oliveira.
Conforme foi visto nus páginas anteriores, os associados e colaboradores do
IPES assumiram posiçôcs-chave não só nos ministérios, mas também na adminis­
tração públicu em geral. Enquanto isso, os que assumiram o controle da organi­
zação em lugar dos que foram para cargos públicos desenvolveram, depois de
1964, uma série dc novas funções para o IPES. Essus funções envolviam a cria-

448
çío de umi série de canais e meios de assegurar a fácil comunicação entre os
empresários como um todo, representados pelo IPES. os empresários do IPES e
a administração pública. E nítido que os empresários do IPES tiravam proveito
do relacionamento informal e bastante próximo que tinham com os ocupantes de
cargos públicos. Mas o IPES também desenvolveu uma outra rede elaborada de
interpenetraçio entre o Estado e os setores dominantes da sociedade civil. No
entanto o locus para o exercício desta influencia estava fora do Estado c dentro
do IPES, o que levou ao desenvolvimento de uma estrutura exclusivamente neo-
corporalivista de articulação de interesses. Esse foi outro nível em que ocorreu a
interpenetração objetiva do Estado com a estrutura oligopolista do capitalismo
moderno industrial c financeiro, garantindo a previsibilidade de sua atitude re­
cíproca futura.”* A consolidação dessas ligações fora do Estado, nio institucio­
nalizadas e. portanto, menos visíveis, não forneceram os únicos mecanismos de
controle empresarial sebre o Governo. Os mecanismos mais significativos foram,
como ficou óbvio, profundamente enraizados dentro do Estado devido á presença
do IPES no aparelho estatal.
Depois de abril de 1964. o IPES foi transformado em um eficaz "órgão in­
termediário" para a elaboração de diretrizes políticas. Operava como um media­
dor entre o Estado, onde tinha seus homens-chave em cargos vitais, e os grandes
interesses privados, dos quais seus ativistas eram figuras de destaque. Atuava
como um fórum para as discussões de empresários, ministros e altos burocratas,
com a função explícita de "promover contacto íntimo" entre eles?51 Além disso,
o IPES agia como fórum para o lobbying de associações e representantes de classe
de diversos setores industriais. Empresários, vinculados ou não ao IPES, eram
estimulados a enumerar seus problemas e demandas que eram então trazidos para
comitês que. agindo como um centro de coleta e distribuição de informações,
transformavam-nos em estudos de viabilidade e recomendações operacionais que
deveriam scr comunicadas àqueles ativistas que tomavam as decisões na adminis­
tração do Estado.”* Ministros e diretores de órgãos governamentais e de autarquias
também eram convidados para reuniões planejadas de empresários selecionados.
As reuniões eram geralmcnte realizadas na sede do IPES e. em alguns casos, nas
sedes de associações de classe empresariais. Os empresários cujas atividades eram
relacionadas com a área de interesse do Ministro eram convidados para essas
reuniões. O grupo selecionado de empresários sempre incluía uma maioria de
associados e colaboradores do IPES, acentuando e moldando, desta forma, o ca­
ráter exclusivista da articulação de interesses. O Ministro explicava seu ponto de
vista sobre um determinado assunto ou diretriz política. Os empresários então
levantavam suas dúvidas, questões e demandas, que haviam sido preparadas ante­
cipadamente e estudadas pelos assessores dos Ministros em questão, bem como
pelo Grupo de Estudo e Doutrina do IPES. Após a discussão dessas questões,
seguia-se um período de debate livre.
Entre os participantes desses debates, que forneciam informações em primeira
mão para empresários selecionados, encontravam-se ministros como Octávio Gou*
veia de Bulhões, Paulo Egydio Martins, Roberto Campos. Daniel Faraco. Luiz
Gonzaga do Nascimento e Silva. Marechal Juarez Távora, Mauro Thibau, muitos
outros administradores de alto escalão e dirigentes de autarquias ou de comissões
governamentais, tais como José Garrido Torres. Dênio Nogueira. Comandante
Saldanha da Gama, John Coirim. Sérgio Paulo Rouanet (do Itamaraty), Arthur
Cczar Ferreira Reis (encarregado das diretrizes de desenvolvimento para a Ama-

449
xónia), General Edmundo Macedo Soares e Silva. Hélio Beltrão c Mário Henrique
Simonsen. A estrutura desses debates cra planejada pelo General Golbcry. Por
volta de 1967. todos os ministros e burocratas dc alto escalão cm órgãos-chave
de formulação de diretrizes e de tomada de decisão da administração pós-1964
haviam participado desses encontros.
O IPES também organizava seminários e cursos para a preparação ideológica
nio só de empresários e burocratas importantes, como também de militares in­
fluentes na formação de opinião e na tomada de decisões. Esses cursos eram or­
ganizados através de seu Instituto de Educação Democrática — 1ED, que funcio­
nava como fundação "desvinculada” do IPES.*5' Eram também ministrados Cursos
de Atualidades Brasileiras — CAB. e outros cursos superiores lançados antes de
1964. organizados pelo Grupo dc Estudo c Doutrina.12’ Entretanto, o IPES adi­
cionou a esses cursos uma nova versão dos Grupos de Trabalho e Estudos que,
na verdade, se aprofundavam em pesquisa de diretrizes econômicas, sociais e po­
líticas. O líder do IPES. Duvivicr Goulart, foi ainda mais longe e sugeriu que
fosse lançado um serviço de pesquisa junto aos empresários sobre suas necessi­
dades e problemas específicos, que seriam então trazidos para o Instituto "para
discussão e análise”, transformando as preocupações e demandas empresariais em
estudos de diretrizes. O plano, que foi adotado, serviria para transmitir aos asso­
ciados e colaboradores do IPES em postos governamentais os problemas e neces­
sidades nio só daqueles ligados ao IPES. como os de setores empresariais mais
amplos, permitindo assim uma ação mais abrangente.130
O IPES manteve seu papel como centro de debate de reformas, bem como
o de fornecer diretrizes básicas para a administração pós-1964, não só em decor­
rência da óbvia concomitância de ocupação de cargos por parte de seu pessoal,
descrita antenormente. da adoção pelos administradores do programa dc reformas
vislumbrado por ele no Congresso de Reformas dc Base, mas também devido aos
esforços explícitos para elaborar diretrizes e anteprojetos de lei.1’1
Agia também como um reservatório de idéias e como uma estrutura de con­
sultoria nos quais os associados e colaboradores do IPES no governo poderíam
se apoiar • fim de receberem ajuda com relação a questões específicas. Nesse
papel, o IPES atuava como urfl thinktank informal e de múltiplas finalidades,
capar de aconselhar, tomar iniciativas na elaboração de diretrizes e de predispor
favoravelmente o Ministro em questão, bem como de mobilizar a opinião pú­
blica.133 Não há dúvida dc que o IPES era uma organização centra! da classe do­
minante. Harold Polland. em carta a fessé Pinto Freire, presidente da Confcderaçáo
Nacional do Comércio, acentuava que o IPES considerava “dc importância fun­
damental e de interesse imediato fornecer, sempre que possível, contactos para a
classe que congregamos com representantes do governo. Esses contactos nio só
permitiriam uma melhor compreensão dos problemas que sobrecarregam o meio
empresarial, mas também ajudariam o governo a sondar os pontos dc vista e os
anseios dessa classe laboriosa**?*’ Esse sentimento não se restringia ao pessoal
do IPES: os líderes de associações da classe empresaria), eles próprios associa­
dos do IPES em tantos casos, reconheciam-no como o órgão de fato intermediário
entre eles e o governo.
Após 1964 o IPES ainda continuou a moldar a visão dos setores empresariais
sobre assuntos económicos e questões políticas. Além de sua campanha para
asseverar seus pontos de vista entre os empresários, o IPES lutou para moldar as
atitudes e os sentimentos do público em geral. Isso foi feito por intermédio da

450
Atividnde dos profissionais liberais n eles ligados c envolvidos em questões eco­
nômicas, através da mídia. Esses ativistas e colaboradores estavam encarregados
das páginas econômicas de O Globo, do lornal do IJrasil c do Estado de S. Paulo,
bem como das publicações da Fundação Gelúlío Vargas, do EPEA e do IBRE,
todos eles influentes moldadorcs de opinião.131
Para formar o ponto de vista dos empresários a respeito de assuntos eco­
nômicos e também suas atitudes políticas, o IPES organizava seminários com a
intenção explícita de “preencher a falta de informação econômica” que se supunha
existir entre os empresários. O tema dc um desses seminários foi “Governo e
Empresa Privada no Processo dc Desenvolvimento”?33 As teses apresentadas e os
debates que sc seguiram destinaram-se a "esclarecer o verdadeiro papel do Estado
frente às necessidades de desenvolvimento do país e o papel do Estado na cria­
ção de condições c estímulos para a livre iniciativa, a fim de que as empresas
privadas pudessem se transformar na força criativa e viviíicadora da economia
brasileira”?3* Um dos pontos importantes que o IPES esperava transmitir era o
que o Estado deveria ter um papel supletivo c regulador diante da empresa pri­
vada no invés do papel “paternalista” que assumiu durante o período populista.
O IPES também estimulou firmas locais a se associarem a companhias multina­
cionais, argumentando que eram óbvias a falta de capital e as necessidades de
aperfeiçoamento tecnológico das empresas locais. Com o papel do Estado bas­
tante reduzido, restaram poucas opções para essas firmas a não ser se associarem
a companhias multinacionais a fim de sobreviverem à forte concorrência?37
Outra forma de superar o que o IPES chamava de “analfabetismo econômico”
entre os empresários e profissionais liberais foi ministrar cursos técnicos e ge­
renciais que visavam fundamentalmente a racionalizar procedimentos, simplificar
operações, reduzir custos c eliminar a ineficiência nas empresas privadas a fira
de “acelerar o processo de capitalização” do país, e dc introduzir métodos e obje­
tivos de racionalização e modernização na empresa. Neste contexto, o IPES e as
Listas Telefônicas Brasileiras, de Gilbert Huber Jr., criaram em 1967 o Curso
Superior dc Estudos Financeiros — CURSEF. O CURSEF linha como objetivo
a formação c o aperfeiçoamento dc pessoal de nível superior e executivo através
de cursos de pós-graduação, capacitando-os para o exercício de funções especia­
lizadas nos setores administrativo e financeiro das grandes empresas. O IPES
logrou significativo êxito quando o CURSEF foi finalmentc reconhecido como
um curso regular na Fundação Gctúlio Vargas, no Rio de Janeiro?’*
Além disso, cm seus esforços para introduzir noções de racionalidade eco­
nômica em setores cada vez mais amplos das classes empresariais, o IPES lançou
o Curso de Planejamento Global das Empresas, que objetivava dar relevo às
vantagens do planejamento para as empresas privadas. O curso, sob a responsa­
bilidade dos ativistas do IPES Brigadeiro Ortegal, General Montagna, Almirante
Leôncio Martins, deveria ser implementado sob os auspícios conjuntos do IPES
c da Pontifícia Universidade Católica. A responsabilidade financeira pelo investi­
mento foi entregue à PUC, com apoio do BNDE e do Ministério da Educação e
Cultura?”
Finalmentc, o IPES também tentou continuar a doutrinação política dos em­
presários e administradores. Para isso, além de manter cm funcionamento seus
cursos tradicionais, lançou, em conjunto com o Centro de Estudos, do Boletim
Cambial, dirigido por José Alberto Leite Barbosa, o Curso de Formação Política
c Atualização, coordenado pelo associado do IPES Themístocles Cavalcanti, pro­
fessor dc política da Fundação Gctúlio Vargas?*0

451
Outro papel desenvolvido pelo IPES foi o de tornar-sc a “voz da revolução'*
a nível tanto nacional quanto internacional. No âmbito nacional, admitia scr sua
tarefa a de orientar n opinião pública através da mídia audio-visunl c dc publica*
ções, moldando assim a reação do público a medidas governamentais.141 Paru
tal, deveria assumir o papel de um órgão independente, ocultando do público
suas ligações com a administração.u: Decidiu-se por agir como “cão de guarda"
do perfil democrático do governo, o que também envolvia tentativas de refrear
dissidências militares e a expansão do papel do Estado na economia. Ocupou-se
da imagem que a administração projetava e da promoção de indivíduos dentro
dela?” tentando também desativar críticas ao governo oriundas dos setores social,
econômico e político que foram alienados da nova estrutura de poder. Em outra
nível, o IPES apoiou a produção de filmes de propaganda em curta-metragem
para serem apresentados na televisão, nos circuitos comerciais de cinema, em fá­
bricas e escolas, atuando assim como um órgão privado informal de relações
públicas do governo.,M
No cenário internacional, o IPES desempenhava um papel apologético do
regime, tanto a nível privado quanto a nível público. Um passo fundamental dado
pelos líderes do IPES para a consolidação dos elos internacionais entre as várias
corporações multinacionais e organizações semelhantes ao IPES ocorreu em 1964.
Logo após o golpe, uma delegação de líderes ipesianos viajou para os Estados
Unidos "a fim de negociar com os empresários do país e dc explicar a eles, bem
como à opinião pública americana, o que era na realidade a Revolução Brasi­
leira".’0 Eles estabeleceram contactos com os diretores de corporações perten­
centes ao Committee for Economic Developmem — CEO (Comitê de Desenvol­
vimento Econômico) que. em muitos casos, eram executivos das matrizes das
companhias que operavam no Brasil, tendo contribuído financeiramente para o
IPES e cujos diretores eram seus associados e colaboradores.'0 Entretanto, eles
extrapolaram as meras atividades de relações públicas. Participaram ativamente no
desenvolvimento dc elos econômicos e políticos entre corporações multinacionais
que operavam na América Latina, as associações da classe empresarial dos países
latino-americanos c dos Estados Unidos — sendo muitas delas suas congêneres
oficiais — e os governos dos países latino-americanos. O IPES. juntamente com
seu congênere norte americano, o CED, c com outras organizações, dedicou-se a
pesquisas económico-políticas no Brasil, em particular, e na América Latina, cm
geral.u: Esforçou-se seriamenie para promover a integração do comércio entre
os países latino-americanos e empenhou se para estimular a consolidação da As­
sociação Latino-Americana do Livre Comércio — ALALC.M* Além disso, líderes
do IPES participaram de negociações, a nível governamental, entre o Brasil e os
Estados Unidos.’” Personalidades ligadas ao IPES foram também escolhidas para
tratar com credores estrangeiros. O embaixador Settc Câmara, que havia partici­
pado das atividades do grupo de Opinião Pública do IPES. chefiou a delegação
que foi negociar com o “Clube de Hague“, levando consigo, entre outros, Antônio
Azeredo Coutinho. Para negociar com os credores americanos, Gouveia de Bu­
lhões escolheu o associado do IPES c empresário Trajano Puppo Neto, que havia
sido assessor do Ministério da Indústria c Comércio. A estratégia para lidar com
os credores foi estobeleeida em uma reunião no Ministério da Fazenda, da qual
participaram, entre outros, Dênio Nogueira, Roberto Campos, Gouveia de Bulhões,
Settc Câmara, Puppo Neto, Casimira Antônio Ribeiro e António Azeredo Cou-
tinho.'°

452
Uma medida do reconhecimento internacional do IPES foi o convite para par­
ticipar das reuniões anuais do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvol­
vimento — BIRD, e do Fundo Monetário Internacional em 1966, junlamente com
os congêneres do IPES. Estimulando a participação do IPES nessas reuniões
achava-se o CED?M
O IPES também atuou como uma ponte entre civis e os militares da ESG.
continuando assim a cooperação bem-sucedida que se desenvolvera com esses ofi­
ciais para conseguir a mudança de regime cm l.° de abril de 1964. Manteve sua
função como elo entre civis e as Forças Armadas, a fim de engajar círculos mais
amplos dc oficiuis fora da esfera de influência direta da ESG c com os quais o
IPES não tinha ligações firmes ou estáveis. Convidava oficiais selecionados, no
comando de tropas e cm postos administrativos, para seus cursos, seminários e
conferências; manteve também sua política de cooptação de militares.
Fornm também organizadas conferências e debates sobre assuntos de inte­
resse específico para os militares, principalmente questões de política de desenvol­
vimento que poderiam ser justificadas cm termos de segurança nacional ou que
poderiam estar a elas ligadas tais como transporte, mineração, petroquímicos
c a industrialização do país, a fim dc desenvolver seu potencial e transformar o
Brasil em uma superpotência. Nessas conferências e debates, os militares eram
colocados em contacto com uma audiência de empresários e tecno-emprcsários?”
Dessa forma, industriais e banqueiros reforçavam sua posição privilegiada trans­
mitindo seus pontos de vista sobre desenvolvimento e apresentando suas soluções
para problemas sócio-econômicos e políticos.
O intercâmbio mais profícuo talvez tenha sido o que os líderes do IPES
conseguiram desenvolver com as Forças Armadas através do estabelecimento do
complexo militar-industrial brasileiro, que posteriormente se transformou em um
elemento-chave na economia do país e em um fator político de influência?” Um
agente significativo na constituição do complexo militar-industrial foi o Grupo
permanente de Mobilização Industrial. O GPM1. cuja estrutura e obietivos ha­
viam sido desenvolvidos pelos empresários do IPES com militares da Escola Su­
perior dc Guerra, foi importante aspecto na evolução de ligações entre o poder
político e econômico, por um lado, c o poder militar, por outro. O líder do IPES
Rafael Noschese. em pronunciamento quando da inauguração do GPMI. enfa­
tizou que a criação do Grupo Permanente dc Mobilização Industrial representava
"a continuidade da colaboração, vista através dos anos, entre as classes pro­
dutoras e as Forcas Armadas, seia em períodos de ação militar ou na vida normal
de nosso país”. O líder do IPES Vitório Ferraz, presidente do GPMI. acrescentou
que ”a vívida experiência dos primeiros dias” (quando as tropas intervieram
para depor João Goulart) "mostrou a necessidade imperativa dc as indústrias
reconhecerem as exigências mínimas dos militares e de estes saberem em quem
podem confiar na indústria”. Era essencial para Fenaz criar um grupo civil e
militar, de caráter permanente, que atendesse aos anseios dos empresários, para
agir em épocas de perigo. De acordo com Ferraz, o Grupo Permanente de Mobi­
lização Industrial "tentará alcançar a adequação dos padrões industriais às ne­
cessidades das Forças Armadas. Dará incentivo à pesquisa industrial no campo
militar. Ajustará a indústria à fabricação de equipamentos, máquinas e acessórios
para as Forças Armadas. Indicará as firmas que estiverem melhor adaptadas à
execução do serviço ou fabricação dc equipamentos militares. Aconselhará e re­
comendará a adoção dc padrões para itens que possam ser usados cm uma emer-

453
géncia para beneficiar a segurança nacional, dando às Forças Armadas a resposta
à equação principal da vida militar moderna: onde obter material? Quando obter
material? Como receber o material necessário?
O estilo autoritário da política, apoiado pelo IPES. restringiu o papel dos
político* tradicionais.,M A articulação de interesses era realizada através dos tecno-
empresários c empresários nas posições-chave de poder, aos quais os grandes
interesses industriais c financeiros tinham fácil acesso. O Congresso viu minado
seu valor como local de elaboração de diretrizes e diminuída sua importância
como forum político para a agregação de pressões e demandas populares. Nesse
quadro político residiam os aspectos "tecnocráticos** do regime?*** Entretanto, o
IPES tentou estabelecer sua permanência no sistema político-partidário, talvez
com o intuito de controlá-lo para neutralizar sua possível interferência no pro­
cesso "tecnocrático” de elaboração de diretrizes. O Congresso foi expurgado. Os
Ibadianos tiveram sua posição mais reforçada do que quando bloauearam os es­
forços legislativos de |oão Goulart. A maioria dos membros da ADP associou-se
ao recém-criado Bloco Parlamentar Revolucionário — BPR, formado cm março
de 1965 por 206 membros da Câmara dos Deputados e consolidado após enten­
dimentos entre o General Golbery . General Cordeiro de Farias e Nilo Coelho, do
PSD O BPR era liderado per Ad?uto Lúcio Cardoso e pelo presidente da Câmara
dos Deputados. Bilac Pinto. O núcleo do BPR era formado por deputados do
PSD (48). do PTB (23) e por aproximadamente 90 membros da UDN?’’
Esses deputados tomaram-se o baluarte da ARENA — Aliança Renovadora
Nacional, que foi transformada no partido oficial do governo apôs a dissolução de
todos os partidos tradicionais existentes?’* Encontravam-se no Diretório Nacional
dn ARENA, além dns nnlíticos tradicionais de direita oue haviam colaborado
com o complexo IPES/IBAD. o General Edmundo Macedo Soares. Brasílio Ma-
chndo Neto, General Punaro Bley. Brigadeiro Antônio Barbosa. A. C. Pacheco
e Silva. Raquel de Queiroz. Paulo Almeida Barbosa, Hélio Beltrão. Luiz Gonzaga
do Nascimento c Silva. General Golbcrv do Couto e Silva c muitos outros. Ray-
mundo Padilha tornou-se o líder da ARENA na Câmara dos Deputados.’1*
A exclusão total das classes trabalhadoras e a posição periférica em que os
interesses sócio-económicos sem representação no IPES foram colocados tornou
difícil para a elite orgânica governar por consenso e consentimento. Em decor­
rência dessas dificuldades objetivas, a preocupação com a institucionalização e
legitimação do novo regime era vital. Em uma serie de debates organizados pelo
IPES para examinar as possibilidades e os meios de institucionalizar o regime,
o jornalista Luiz Alberto Bahia estimulou a liderança a "examinar us formas â
nossa disposição e as que podemos criar, no sentido de assegurar a continuidade
do ciclo de autoridade democrática, autoridade controlada, sem riscos dc enganar­
mo-nos e sem arriscar o degradação ou degeneração em um regime dc caráter auto­
ritário e incontrolado. Isto somente será possível por meio da elaboração de novos
controlos políticos, que irão assegurar o funcionamento democrático do sistema
de autoridade, controlado por órgãos intermediários como o IPES. onde a política
é feita com o sentido dc participação e intervenção autônoma’*?*’
Apesar dessas advertências bem intencionadas, o sistema brasileiro enveredou
por uma ditadura declarada, consolidada pelo Ato Institucional n.v 5. dc 1968.
Apesar de o Ato ler sido esboçado c implementado pelo líder do IPES c Ministro
da justiça Luiz Antônio Gama e Silva, o que ocorreu durante a presidência do
Marechal Costa c Silva, o IPES, apesar de ainda integrar a administração, parecia

454
ler perdido sua hegemonia. Enirctanio. os ativistas do complexo IPES/IBAD
conseguiram restabelecer sua predominância no governo do Presidente Geisel.1*’
“Irónico” é o mínimo que se pode dizer do fato de que o IPES, que cm
1965 havia passado por uma Investigação Parlamentar por atividades supostamente
criminosas, foi, a 7 de novembro de 1966. declarado um órgão de “utilidade
pública” por decreto presidencial?*3

Conclusão

O IPES foi capaz de terminar suo campanha complexa c cuidadosamente


elaborada para depor loão Goulart com a ocupação vitoriosa de posicõcs-chave
da política e da administração, realizando uma profunda mudança do recime.
Entretanto, ao contrário do que se pensava, essas posições-chave nio foram
ocupadas por técnicos, mas. cm muitos casos, por industriais e banqueiros Ao
invés de serem elaboradores de dirttnzes sócio-econômicas e políticas imparciais
e apartidários. a característica mais marcante da nova administração foi o acúmulo
de vários postos ocupados por homens-chave dos grandes empreendimentos in­
dustriais c financeiros e dc interesses multinacionais. Outro aspecto digno de
ênfase é que a maioria dos empresários que ocupava cargos-chave estava envol­
vida em atividades comerciais privadas, relacionadas de perto com suas funções
públicas. O extraordinário acúmulo de uma série de cargos administrativos por
um número relativamcnte pequeno de indivíduos e o fato de que cada um desses
empresários c tecno-em presa rios também acumulava vários postos na direção de
grandes companhias demonstrava o grau crescente de concentração de poder
econômico c político.
Os ativistas do IPES controlaram o processo de formulação de diretrizes e
constituíram as figuras centrais nas tomadas de decisão. O íato de que o IPES
mantinha uma estrutura dc consulta de diretrizes c fornecia canais adequados
para um lobbying exaustivo só enfatiza a predominância de grandes interesses em­
presariais na orientação da nova administração. A aliança de dependência mútua
entre o Estado e as empresas privadas não tinha raízes apenas no aprofundamento
do processo capitalista mas, cm termos bem concretos, na presença desses inte­
resses no Estado, assegurando assim os garantias políticas indispensáveis à reor­
ganização c ao controle da sociedade e da economia?*3
Os associados e colaboradores do IPES moldaram o sistema financeiro e con­
trolaram os ministérios c os principais órgãos da administração pública, perma­
necendo cm cargos privilegiados durante o governo de Castcllo Brunco. exercendo
sua mediação de poder. Com um programa dc governo que emergira da direita
do espectro político e social, os ativistas do IPES impuseram uma modernização
da estrutura sócio-económica c uma reformulação do aparelho do Estado que
beneficiou, de maneira ampla, as classes empresariais c os setores médios da
sociedade, cm detrimento da massa. O golpe dc abril de 1964 desdobrou-se numa
transformação do Estado; o programa do IPES trazia em seu bojo uma regenera­
ção capitalista?"

455
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Entre os autores que enfatizam o ps 8. A influência da ADESG no segundo


pcl dos militares depois dc 1964 cm lugar escalão da administração pública foi cg.
dos empresários, devem ser mencionados plicada pelo professor Francisco de Souza
(a) Alfrcd STEPAN. The military in po Brasil, figura eminente da ESG c da
lilics: changing patlcrns m Brasil, Pnnce- ADESG. Conversa com o professor Fran­
lon. Princcton Univ. Prés», 197| (b) Ro- cisco dc Souza Brasil. Abril de 1976. Rio
nald SCHNEIDER The pohtical rystem ol de Janeiro.
Brasil New York. Columbia Univ Press. A influencia da ADIPES é evidente
1971 <c) ROETT. Riordan Brasil in the através do número dc burocratas que par­
sixiics Nashvillc. Vandcrbih Univ. Press, ticipavam de seus cursos c do número dc
1972. burocratas que se associaram ao IPES. Vi­
2. Vide Apêndices B e E. sobre a ligação de também Adesguianos no governo. Bo
econômica dos elementos que ocupavam letim da ADESG, n. 103. p. 11-15.
cargos administrativos Algumas dessas li­ 9 Vide (a) Cap. III, V e VIII. (b) A.
gações já foram indicadas cm capítulos an­ STEPAN. op. cif. p. 186.
teriores como notas bibliográficas a respei­ A autoridade dos oficiais da ESG fren­
to deles ou mesmo no texto. te à sociedade cm gera! resultava do po­
3 Multas idéias eram semelhantei às da der das Forças Armadas e os oficiais da
UDN e muita» propostas de reforma foram ESG inferiam sua legitimidade dentro das
produzidas na CONSULTEC e na FGV. Forças Armadas da importância dada à
expressadas como um lodo no Congresso ESG pelos militares c da sua crença em
dos Reformas dc Base, em 1963 seu preparo para guiar o desenvolvimento
4. Particularmcntc. essa foi a linha de A. do Brasil Essas convicções acarretavam a
STEPAN op cit Alexandre de Banos necessidade de os oficiais da ESG projeta­
pormenorizou e fez acréscimos a eisa afir­ rem sua imagem tomo a fonte independen­
mação bem como às informações recebi­ te de mudança.
das a respeito do papel dc liderança da 10. Algumas das suposições básicas para
união ESG/Forças Armadas depois de essas conclusões são encontradas em: (■)
1964. cm The Brasihan military profes- BURNS. Tom R A BUCKLEY. Waltcr ed.
nonsl socialisotion, político! performance Po* cr and control: social slructures and
and itote binlding Toe de doutorado. lheir transformation London. Sage Publi-
Chicago. Univ. oí Chicago. 1978 cations Ltd. 1976 (Sage Studies in Inter­
5 C N RONNING & H H KEITH. nacional Sociology 6). (b) G. William
Military govcmment sincc 1964 In: DOMHOFF Who rales América? New
HAYES. Robert A ed. Perspectives on Jcrscy. Pfcntkc-Hall. 1967. (c) DOM­
armed pohtics m Brasil Arizona. Arizona HOFF. William ed New directions in po-
State Univ. 1976 p 235. •cr struciurc rcsearch The Insurgent So-
6 RONNING & KEITH id p 238 ciologist Oregon. 5(3), Sprtng 1975.

7. Vide (a) Elicicr Rizzo dc OLIVEIRA II A questão da influencia dos militares


As Torças Armadas política e ideologia cm decisões de governos anteriores, bem
no Brasil. 1964 1969 Pelrópoli». Ed Vo­ como da distribuição precisa dc poder en­
zes. 1976. (b) Joscph COMBL1N. The na- tre civis c militares c entre as diversas fra­
tional sccunty doctrine In The repreui- ções dos empresários nas adminístrações
rr state lhe Brasthun nalionol security depois dc Castcllo Branco exigem muito
doctnne and Latm Amenca Toronto. LA mm pesquisa c. obviamenlc, estão além
RU. 1976. (c) Mikc BURGESS & Daniel do escopo deste livro |á se fez alguma
WOLFF El conccpto dc poder en la Es­ pesquisa sobre essas questões, bem como a
cuda Superior de Guerra. Cuodernos Po- respeito dc quem se beneficiou diretamen­
Hiicos México. (1). Ed ERA. abr/jun. te das diretrizes implementadas, mas as in­
1979. formações carecem dc mais estudo. Vide

456
(■) Sérgio H H de ABRANCHES The Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 1977.
divided Levlatnan: slale and economic po- (b) Jayme PORTELLA. op. dl. cap. 6. (c)
licy formation in authorilarian Brasil. Te- J. W. F. DULLES op. cit. cap. 12. (d) J.
sc dc doutorado. Cornell Univ. Press, 1978. W. F. DULLES. Unrest in Brasil: polili-
(b) Pcier Evans. Depcndent dcvelopmenl: cal military crisis 1955-/964. Austin, Univ.
fhe ailtance o/ mídfinationai State and fo­ of Texas Press. 1970 p. 350-54. (e) Carlos
ra/ capital in Brasil Princeion. Princeion Castdlo BRANCO. Os militares no poder.
Univ. Press. 1979. (c) Eli DJNIZ & Rena­ Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 1976.
to Raul BOSCH1. Empresariado nacional v. I. p. 5-17.
c Estado no Brasil. Rio de Janeiro, Foren­
17. IPES CE, Rcunifio especial dos IPES
se Unívcrsílário, 1978. (d) Luciano MAR­
Rio c Sáo Paulo, 3 dc abril de 1964.
TINS. A expansão recente do Eslado no
Brasil; seus problemas r seus atores 1979. 18 IPES CE. id
Mimcog rafado. 19. A rreessidade de preservar o papel do
12. Teotônio dos SANTOS. El nutro ca­ JPES como um estado-maior é reiterada
rácter de la dependência. In. MAR. José em um memorando manuscrito para a reu*
Matos ed. La crisis dei desarrollismo y la nião executiva do IPES. dando uma vliío
tiucva dependendo. Argentina, A morror- excelente do espírito c dos pontos de vista
tu. 1969. p. 72 (Instituto de Estúdios Pe­
previ lentes em sua liderança. Após dis­
ruanos). cutir as formas como as atividades da
AO IPES deveriam ser executadas na reu­
13. Antônio Círios do Amaral OSÓRIO. ni fa>almoço no Jockey Club do Rio, meo
O estado revolveionirra e o desenvolvi
cronandc experiências do ”Dr. Du vivier no
mento econômico. In: O processo revolu­ Centro Industrial**, o memorando traça um
cionário brasileiro. Rio dc Janeiro. AERP.
programa de açào para influenciar a for-
1969. p. 117.
muliçáo de diretrizes: “Este é o progra­
14. John W. f. DULLES Casiello Bran- ma que apresentamos para ser julgado O
co: lhe making o/ a Brazihan pmidatt. Dr. PoEand seria a pessoa que transmiti­
Austin. Univ. o( Texas Press, 1978. p. 391. ria informações dc Conselho Naciooal
[Consdho Nacional de Economia]... um
15. (a) Jayme PORTELLA. A revolução
centro de decisões, com instruções para de­
e o governo Costa c Silva. Rio de Janeiro.
cidir imediatamente... O IPES é o ór­
Guavira, 1979. p. 136-37. (b) Oclávio S.
gão adequado para os empresários... reu­
DULCI. Political change in Brasil —
nindo empresários, tomando decisões de
1964-69. Tese dc doutorado em preparo.
caráter político bem orientadas e oportu
ILAS. Univ. oí Glasgow. Cap. 3. Oclávio
nas somos o governo privado”. En­
Dulci conseguiu reunir um grande núme­
quanto o governo “público” atuava, era o
ro de pronunciamentos e declarações pú­
IPES ”que contribuía para manter o go­
blicos dc líderes de associações da classe
verno público”. Mas, continuava o memo­
empresarial —- todos eles do IPES — a fa­
rando, porque "executamos uma série dc
vor da candidatura do General Casiello
ações que permanecem metade entre qua­
Branco. Entre eles encontravam-se Sílvio
tro paredes, o IPES é o canal para retirá-
de Almeida Prado (SRB). Rui Gomes dc
las dessas quatro paredes”, de certa forma
Almeida (ACR|). Antônio Galvio (A. C.
proporcionando "em primeiro lugar, as di­
Pernambuco) c Jorge Behring de Mattos
retrizes para o governo público e, em se­
(Centro Industrial do Rio dc Janeiro).
gundo. as diretrizes paru o governo pri­
16. Gcorgcs André FIECHTER. Brasil vado de cada um" (dos membros do
since 1964; modernhalion under a milita- IPES). Memorando i-d. — anexo à Ata
ry regime. Lonóon, Thc Macmillan Press, do Comitê Executivo do IPES. abril dc
1975. p. 222. nota bibliográfica 23. A cam­
1964.
panha também cuidou de desabonar ou­
tros concorrentes civis c militares. 20. Paulo dc Assis Ribeiro enfatizou que
Relatos divergentes c complementares a maioria das Reformas de Base realiza­
sobre a luta pela presidência encontrom-se das pelo governo Castcllo Branco coinci­
em (a) Carlos LACERDA. Depoimento diam com as planejadas pelo IPES. Vide

457
rascunho da caria a Luix Viana Filho, 27. Isto £. 2 dc maio de 1979.
enviada por Paulo dc AtMS Ribeiro, s d 28. O misterioso Heitor. Ve/a. 8 dc agos­
Esse rascunho dciimava-te à preparação de to de 1979.
uma resposta ao pedido de informações
29. O Coronel João Boptisto Figueiredo
feito por Luix Viana Filho para o KU li­
tomou se diretor do Sen iço Nacional de
vro sobre o governo de Castcllo Branco,
Informações durante a presidência do Ge­
o qual fornecia uma descrição valiosa do
neral Emílio Garrastazu Médici. de 1969
peso extraordinário que (iteram os alivia*
a I9T4 (este chefe do SNI sob a presidên­
tas do IPFS de l%4 a 1967 Arquivo de
cia de Costa c Silva, dc 1967 a 1969). en­
Paulo de Amis Ribeiro. Rio de laneiro.
quanto o General Carlos Alberto da Fon­
21 | W F. DULLES CasteUo op cil. toura (autor dc Infiltração Comunista, do­
p 421. cumento que contribuira para a campanha
22. N BLUME Prewure grou ps and de- da “ameaça vermelha") foi feito Ministro-
cislorvmaking m Braxil S/uJ.n tn Ccmp* Chefe do SNI. O Coronel João Baptista
rafiic Intcrnauonal Dcxelopmcnt Sami Figueiredo tornou se chefe do SNI na pre­
Louis, Missoun. J( 11) 217. Waihmgtoo sidência do General Ernesto Geisel. de
Untv . 1967/68 (Sénc de monografias) 1974 a 1978. quando foi promovido a Ge­
neral. enquanto o General Fontoura foi
21 De acordo com | W F Dullcs. Cas-
indicado para o cargo de embaixador em
(dlo Branco ‘aprendeu a respeito dos ho­
Portugal Em 1979. o General loão Bap-
mens que não conhecia, com o» homens
lista Figueiredo tornou-se o quinto presi­
em quem confiava". | W. F DLLLES
dente militar do Brasil (desde abril de
Casicllo op cu p 429 Vide tair.bém
1964) O General Golbery. que fora o che­
L VIANA FILHO op cu Cap 4, para
fe da Casa Civil no governo do General
um relato sobre a escolha do gabinete.
Geisel. continuou no posto depois da pos­
24. (a) |o4o Bapnsia FIGLEIREDO O se do novo presidente. Como chefe do
serviço nacional dc informações ESG. Do­ SNI foi indicado o General Octávio de
cumento n CI-69-65. (b) Mário D AN­ Medeiros c para chefe da Casa Militar, o
DRÉ AZZA O sen iço nacional dc infor- General Danilo Vcnturini. Deve-se desta­
moções. ESG. Documento n. Cl-60-64 car que os três Últimos presidentes milita­
25. DAUGHERTY. Charles et aiii. cd res do Brasil vieram da “Comunidade dc
fíroiil rlcclíon factbook n 2 Washington Informações" c que. dos nove oficiais mi­
D. C . Iniiiiute for lhe Comparamc Stu- litares cm postos formais no Gabinete na
dy of Pohlical S>itcm». 1965 p 32. administração atual, pelo menos sete tam­
Em 1967. cm vista do final do governo bém vieram da “Comunidade de Informa­
do Marechal Castcllo Branco c da próai ções*'. que se tornou o esteio político das
ma tomada de posse do General Costa e Forças Armadas.
Silva c da coahilo civil militar que 0 30 No período entre as presidências do
apoiava, o General Golbcry voltou a ativa Marechal Castello Branco (1967) c do Ge­
no IPES onde permaneceria até o inicio neral Geisel (1974). o Capitão Heitor de
da década de 70. trabalhando para a con Aquino Ferreira e o General João Batista
solidaçâo da candidatura do General Ge» Tubino do IPES. foram empregados como
se! para a presidência. Na verdade, a parte do sia/l geral do multimilionário
maior parte dos primeiros alivisus do Fmil Ludwig. em seu gigantesco império
IPES apoiou a manobra para tomar o Ge­
agro-industrial c dc mineração no norte do
neral Geisel presidente em 1974 Vide
Brasil, iuniamcntc com o Coronel Jorge
também a carta dc |oão Gonçalves dc Sou-
Aragáo c o Almirante José Luís da Silva.
ia para Luix Viana Filho, a 29 dc setenv
Para um estudo dc caso das atividades da
bro dc 1972. enviada da sede da Organi-
NBC. a corporação multinacional de pro­
xação dos Estados Amencanoa cm Wash­
priedade dc Emil Ludwig. vide Mar coa
ington. D C. Arquivo HACB. no CPDOC.
Rio dc Janeiro. ARRUDA Caie study n 2. Daniel Keith
Ludwig In: ARRUDA. Marcos. SOUZA.
26. IPES CE. 23 de junho de 1964. Hcrbci cl alii. Multlnational and tiraiil-

451
lhe impact of multinational corporaiions para a contra revolução a ser desencadea'
ui contem por ar y Brazil, Toronto, LA RU, da cm 1974
1975. p. 130-207, 39 Para maiores informações sobre as
O Capitão Heitor Aquíno tornou-se as­ atividades executadas pelos empresários
sistente pessoal do presidente Gciscl c per­ cm geral c o envolvimento direto de H.
maneceu na função com o presidente João Boilesscn. em particular, vide (a) Descen­
Daptista Figueiredo. do oos porões Veta, 21 de fevereiro de
31, Brasil — clcction . op. cil. p. 33. 1979, p. 60-4. (b) Um poder na sombra.
Veia, 21 dc fevereiro de 1979 p 65-8.
32 IPES CD. 7 de julho de 1964. Gilberl
Hubcr |r. também concluiu cm uma reu­ A suspeita de que o líder do IPES. H.
nião da liderança do IPES que, cm vista Boilessen. era também 'agente da CIA
da situação, era necessário “rever o papel cresceu quando ele começou a solicitar
do IPES*. IPES CD Rio. 14 de abril de fundos para uma nova organização a
1964. ser chamada Operação Bandeirantes —
OBAN .. H Boilessen e seus companhei­
33. Vide Apêndice T. ros pressionavam fortemente os colegas
34. O líder do IPES. José Luiz Moreira empresários para contribuírem e para
de Souza, chefiou uma força-tarefa do apoiarem OBAN”. Vide A. J. LANGCU-
IPES pnra a prcparnçuo de um estudo so­ TH Hidden terrors New York. Panthcon
bre n reformn eleitoral, que foi submetido Books. 1978 p. 125-60. O General Ca
ao Grupo de Estudo e Doutrina Entre navarro Pereira foi o fundador ostensivo
suas propostos, estava o estabelecimento da OBAN Vide Isto E. (921:32. 27 dc se­
da cédula única O Grupo de Estudo e tembro de 1978 O General Menna Barre­
Doutrina elaborou uma proposta própria, to foi. supostamente, o criador do DOI-
que tentava integrar as recomendações das CODI. Departamento de Operações de In­
várias forças tarefa que haviam trabalha­ formação — Centro de Operações de De­
do com o reforma eleitoral, a fim de sub­ fesa Interna que. em 1970. substituiu a
metê-la ao governo. IPES CD. 4 de agosto OBAN.
de 1964.
40 Citado por Marlisc SIMONS Whosc
35 Vide Apêndice S. As tentativas de coup? In: Brasdtan Informatson Bulletin.
criação de um Poder Político baseado em EUA. Califórnia. Winter 1974. n. 12. p.
empresários c não cm políticos de parti­ 7 9 £ importante observar que algumas
dos coincidiram com a disseminação, na das táticas da “ameaça vermelha", empre­
ESG c cm outros centros de debate ideo­ gadas para preparar uma atmosfera favo­
lógico. inclusive no próprió Congresso, das rável à intervenção militar contra Salva­
noções da “exaustão da democracia libe­ dor Allende. já haviam sido utilizadas em
ral*' c da Mineficiência do purlamento**. 1964. na época da eleição presidencial chi­
36 Carta de Harold C Polland ao Tenen­ lena. quando foi derrotado por Eduardo
te Coronel L. G. Andrade Serpa — SEC Frei. Dc acordo com Edward Korry. em­
65/0736. Documento secreto do IPES. 28 baixador americano no Chile, havia, “es­
de outubro dc 1965. Rio de janeiro Vide condida do escrutínio público, uma rede
também correspondência secreta de 8 dc dc transações por irás dos bastidores”, re­
outubro dc 1965. Oficio Secreto n.’ 377. lativas às atividades do governo americano
18 dc outubro dc 1965 e Oficio Secreto de e dc corporações multinacionais, primeiro
22 dc outubro dc 1965. n. 420. Arquivos para derrotar S Allende em 1964. c de­
do IPES, Rio de janeiro. pois para desestabilizar o regime de S.
Allende cm 1970 c provocar sua queda em
37. /|/o Ê. 9 de maio dc 1979. p. 13. 1973. o que “faria Wntcrgate porecer es­
38 Dois exemplos desses relatórios, que tória da carochinha". Dc acordo com Kor­
se encontram no Apêndice U. são a Carta ry. “foi varrida para debaixo do tapete" a
Mensal do IPES São Paulo, preparada cm cumplicidodc da ITT, dc seu presidente
setembro dc 1968. denunciando a “escalada Cenecn. dos Rockefellen c de chilenos, co­
subversiva no Brasil" e o trabalho sobre mo o editor Edwards do El Mercúrio. com
Ação comunista na imprensa como base os presidentes Kcnnedy, lohnson c Nixon,

459
com muitos senadores americanos c a CIA guindo os passos do IPES. os empresários,
Não foi permitido mencionar o falo de profissionais liberais, proprietários de ter­
que Edwards e outro chileno haviam com­ ras e militares chilenos estabeleceram seu
parecido a uma reunião de cilratégia anti* Centro de Estudos de Opinião Pública,
Allcndc, de altos executivos de multina­ com um Grupo dc Ação dc Informações
cionais, no escritório de David Rockcícl- de acordo com o modelo do IPES. tomnn-
ler. Park Avcnuc 410. cm Nova Iorque A dose um dos principais laboratórios de
reunião foi convocada por Thomas Mann. campanhas, como a mobilização das clas­
Subsecretário de Estado, o homem de ses médias (das mulheres, em particular),
lohnson para assuntos da Aménca Latina. promovendo greves contra o governo,
Ele falou aos presentes da importância da principalmentc dos motoristas dc cami­
derrota de S Allcnde para a Casa Bran­ nhão. as campanhas malévolas e tenden­
ca. Os homens da CIA que estavam pre­ ciosas da imprensa, boatos c até o uso dc
sentes assumiram o comando a partir dali tropas de choque durante demonstrações
Em pequenas reuniões de acompanhamen­ de rua O Centro c o Grupo dc Ação dc
to. deram sugestões de como as multina­ Informações também estavam ativamente
cionais poderiam fazer 'sua pane* para envolvidos no aliciamento do apoio dos
os interesses nacionais, contnbuindo com oficiais militares contra S. Allcndc. Fo­
dinheiro cm espécie. material c influencia ram usadas enormes quantias para a de
para eleger Eduardo Frei e não um direi­ posição de S. Allcnde e empresários c exe­
tista. como cies prcfenam cutivos de grandes corporações do Brasil
Segundo E. Korry. Thomas Mann foi ã deram apoio financeiro. O Centro traba­
reunião logo após seu mais importante lhava lado a lado com a Companhia dc
“êxito”. A )l de março os Generais bra­ Ejiudos Sociais. Económicos c Culturais
sileiros haviam derrubado o governo de — CODESEC. que lambem se envolveu
João Goulart Eduard Korry salientou que na mobilização das classes médias c cm
"a derrubada do esquerdista | Goulart — outras campanhas anti-Allende A CODE­
ele »c parecia muilo com Allcndc. c sua SEC era mantida com contribuições lo­
deposição pode ser interpretada como um cais e também fazia uso dc fundos do
ensaio minucioso para a retirada do chile­ Pamdo Democrata Cristão alemão e do
no scli anos mais tarde — envolveu a italiano Quem obtinha maior êxito em
CIA, membros-chave multinacionais do conseguir fundos entre os conservadores
grupo RockcfcHcr e o Pentágono O Secre chilenos era Orlando Sáenz. o então pre­
lâno da Defesa era Robert McNamaro sidente da poderosa associação chilena de
(alualmcate Presidente do 0 Mundial) e industriais — SOFOFA. Depois do golpe.
seu representante era C>rus Vance. quan­ Sáenz tomousc o assessor financeiro do
do o Pentágono ordenou que uma força- novo governo militar. Importante também
tarefa naval com pára-quedistas fosse para na atividade dc angariar recursos era o Se­
o Rio de Janeiro a fim de eliminar qual­ nador Pedro Ibánez. do Partido Nacional.
quer resistência à deposição de João Gou­ O governo americano e a CIA também es­
lart. John McConc èheíiava a CIA na épo­ tavam foriemente envolvidos. McCone. ex-
ca. lendo Helms tomo representante. chefe da CIA c executivo da ITT. pro­
Quando McCone se demitiu em 1965. pas­ curou Richard Helms. diretor da CIA no
sou para a diretoria da ITT. Permaneceu Chile, na época, cm nome do presidente da
também como assessor remunerado de ITT. Harold Gcnecn. por volta de abril de
Helms”. Edward KORRY. Thc sell-out oí 1970 Isso ocorreu poucas semanas depois
Chile and thc Amcncan laipayer Pcri­ de E Korry. embaixador americano no
lhou ie. EUA. Mar 1978. p 90 114. ChTle. vetar a proposta secreta do Councíl
41. Logo após a eleição de Salvador Al­ oí lhe América» para um programa con­
lcnde em 1970. um empresário chileno. junto de desestabilização CIA-grondcs em­
Luiz Fuenzalida. veio ao Brasil c associou- presas Em poucos dias. a ITT lançou
se oo líder do IPES Gilbert Huber |r. em uma campanha intensiva na Cniu Branco
seus negócios. Ao mesmo tempo. Fuenza- para anular a decisão de E. Korry. Esse
lida foi treinado cm técnicas do IPES. Se­ lobbyhtg foi coordenado com as atividades

460
d oi próprios empresários chilenos. Ed Casteilo Branco, vide (a) Georges-André
wards. entre outros. ligados ao Council e FIECHTER op cit Cap 10. II c 15. (b)
à CIA. Dois "relações públicas" da ITT, ELLIS. H. S cd. The economy of Brasil.
Robcrt Bcrcllcz e Harold Hendrix. traba­ Berkclcy, Univ. of Califórnia Press, 1969.
lhavam cm Santiago ao lado de agentes Este livro é pariicularmcnte interessante,
de Edwards que. por sua vez. mantinha uma vez que a maioria dos indivíduos con­
contatos diários com a CIA. como manti­ tribuintes era associada ao IPES. Celso Z.
vera de 1963 a 1964. MARTONE. Análise do plano de ação
Vide (a) Marlise SIMONS. op cit p. económica do governo — PAEG 1964-
9. (b) Edward KORRY. op. cit p. 114. (c) 1966. In: LAFF.R. Bctty Mindlin ed. Pla­
Samuel BAILEY. The Umtcd States and nejamento no Brasil. São Paulo. Editora
lhe development of Soulh América, 1945- Perspectiva. 1970 p. 69 90 Deve-se men­
1975. Ncw York. Ncw Viewpoints. 1976. cionar que Mário H. Simonsen. membro
p. 157-58. (d) O know-how de 64 usado no do Grupo de Estudo e Doutrina do IPES
Chile em 73. Isto £, 2 de maio de 1979. do Rio, fez o rascunho do capítulo sobre
p. 36-7. (c) Anthony SAMPSON. The so- a Redisiribuiçao da Renda do PAEG.
vereign slaie: lhe secret hislory of ITT.
London. Coronel Books 1974. Cap. II. 47. Luiz VIANA Filho O governo Cas-
Sampson afirma que Enno Hobbing. cx- leito Branco Rio de Janeiro. José Olympio,
diretor do CED e atual diretor do Coun­ 1975. p. 218. O livro de L. Viana Filho
cil íor Latln América, que havia trabalha­ proporciona o relato de uma pessoa de
do de perlo com o IPES e estava envolvi­ dentro da administração dc Cailcllo Bran­
do na campanha contra S. Allende. havia co. E imporianic observar que a maioria
sido também agente da CIA. p. 247. dos atores políticos citados por Luiz Via­
42. Para maiores informações sobre o na Filho era dc associados e colaborado­
Centro c as atividades de seu grupo, bem res do IPES. Vide também Roberto CAM­
como sobre n deposição do presidente Tor­ POS. A retrospect over Brazilian dcvelop-
res, vide (a) Alberto DINES. Brasil. Ban- ment plans. In: ELLIS. Ho*ard S. ed.
zer c Bush Folha de São Paulo, 11 de no­ The economy of Brasil, op. cit. Cap. 11,
vembro de 1979. <b> Veja, 12 de setem­ especialmente p 336-37.
bro de 1979. 48. Nylton Velkxo era diretor da Dcmi-
43. Retrato de um super-homem sem sa-Deutz Minas Gerais SA. Fábrica dc
princípios. Movimento. 12 a 18 de feve­ Tratores (DEM1G — Desenvolvimento dc
reiro de 1979. p. 17. Mmas Gerais/Klocckner Humboldt Deuiz
44. O sucessor de Robe no Campos foi AG). Economia SA. Crédito. Financiamen­
outro tecnoempresário. o conferencista do to e Investimentos.
IPES Hélio Beltrão. Este foi sucedido, em 49 Vide L. VIANA FILHO, op. cit. p.
1968. por foio Paulo dos Reis VeBoso. 480-8! O texto da Lei n.’ 200. que tem 17
que permaneceu no cargo por um período Capítulos e 215 Artigos, constituiu uma
de 10 anos. Em 1974. o .Ministério trans­ remodelação fundamental dos procedimen­
formou-se em uma Secretaria dirctamenie tos da administração pública no Brasil. Vi­
hgada à Presidência da República. Em de (a) Georges-André FIECHTER. op. cit.
1979. Mário H. Simonsen tornou se Minis­ p. 117-18. (b) Discussão sobre a reforma
tro do Planejamento, com o ministério re­ da administração federal. Ata do IPES, 20
tornando complctamente ã sua posição an­ de outubro de 1964.
terior. Foi sucedido por Antônio Delfim 50. L. VIANA FILHO, op. dt. p. 131.
Neto após um curto período de trabalho.
51. J. B. de Carvalho era diretor da In-
45. Edgard Teixeira LEITE. Certa a (ris vesicred SA. — Crédito. Financiamento e
Mcinberg Rio de Janeiro, agosto dc 1964. Investimento e Banco de Investimento e
Arquivo do IPES. Vide Apêndice V. Desenvolvimento Industria) SA. — Invest-
46 A respeito da importância e do signi­ banco. Harry Cole era diretor de Luxor
ficado do PAEG para a administração Motéis Turismo SA.

461
52 Pari maiores informações sobre o pa­ lítica Aduaneira. O CPA tomou-se um ór­
pel das Casa» Civil c Militar c observa­ gão importante na época dc Delfim Nctio,
ções cspccialmcnte acuradas sobre o fun­ no inicio dc seu forlcmcntc estimulado es­
cionamento das administrações, vide Wal- forço dc exportação. O representante da
der de COES O Oraul do General Gci* indústria "nacional" no CPA. indicado pe­
tel Rio de Janeiro. Editora Nova Frontei­ lo Ministro da Fazenda, era |úlio Snurbron
ra. 1978 p. 17 32. dc Toledo, diretor do Grupo Rhodia, no
53. O arquivo de Luiz Viana Filho no qual pertenciam Octávio Marcondes Fer­
Rio dc lanciro é exircmamenic útil para o raz e Paulo Reis de Magalhães. O sucessor
estudo desse fenômeno, porque contém dc Delfim Netto, como Ministro da Fazen­
milhares dc cartas e bilhetes enviados ao da de 1974 a 1979. nâo foi outro senão o
presidente ou ao Chefe da Casa Civil so­ líder do IPES Mário Henrique Simonscn.
licitando favores pessoais, comerciais c A equipe do IPES havia completado o cír­
profissionais c fazendo todo tipo dc rei­ culo.
vindicações O arquivo contém ainda mui­ 56. Emane Galvèns foi nomeado Presiden­
tas das mpostas dadas pelo governo a te do Banco Central cm 1968. posto ao qual
essas reivindicações. retomou cm 1979. tornando sc cm seguida
54 Na administração do General Costa e Ministro da Fazenda. Na época, era dire­
Silva, o Chefe da Casa Militar era o Coro­ tor da Aracruz Celulose. Hélio Marques
nel loymc Portela c o da Casa Civil Rondon Vianna e H. Burgcr foram indicados dire­
Pacheco Nq governo do Presidente Médi- tores do Banco Central. Eduardo da Silvei­
ci. a Casa Militar era chefiada pelo Coronel ra Gomes foi mantido como Chefe do De­
João Baptisia Figueiredo, c Leitão de Abreu, partamento Econômico. Dos outros dire­
cunhado do General Lyra Tavares, chefia­ tores do Banco Central, Antônio Ribeiro
va a Casa Civil. O Coronel Figueiredo era diretor do Banco Brasileiro de Desen­
luntamenie com o General Orlando Geiscl. volvimento S.A.. FINASA c Amo SA. In­
Ministro da Guerra, foi figura-chave do dústria e Comércio, pertencente ao líder
governo Médici na consolidação da "can­ do IPES Felipe Amo: Aldo Franco era di­
didatura'' do General Ernesto Geucl para retor e acionista da Metal Leve S.A. Indús­
a presidência O GeneraJ Gciscl nomeou o tria e Comércio, pertencente ao Grupo La-
General Golbcry Chefe da Casa Civil e o fer/Klabin/Mindlm; Luiz Biolchim era di­
General Hugo dc Abreu. Chefe da Casa retor da Cia Indústrias de Papel Pirahy c
Militar O General Hugo de Abreu foi su­ Cia. Docas de Santos, pertencente ao líder
cedido pelo General Bclfort Bcthlem, um do IPES. Cândido Guinlc dc Paula Ma­
"homem de GeiscT. após seu pedido dc chado.
demissão cm viriude da ense que sc de­ 57. Garrido Torres (oi sucedido cm 1967.
senvolveu durante as tentativas vitoriosas como Presidente do BNDE. pelo tccno-em
pelos grupos do IPES e da ESG de arqui­ presário Jayme Magrassi de Sá. conferen­
tetarem a "candidatura" à presidência do cista e participante dos debates organiza­
então Coronel João Baptista Figueiredo. dos pelo IPES. Para diretor do BNDE foi
55. O Gouveia de Bulhões foi sucedido indicado o associado do IPES Hélio Schlil-
pelo associado do IPES Antônio Delfim tlcr Silva Nessa época o Conselho dc Ad­
Nclto. que sc tornou a figurxhavc em ministração do banco incluía os líderes c
assuntos econômicos nus governos do Ge­ associados do IPES Álvaro Americano.
neral Costo c Silva e do General Garrasia- Raul Fontes Cotia c Antônio Rostos. Para
zu Médici. cobrindo oito anos de política u Departamento dc Estudos Econômicos
econômica e reformulação do aparelho do foi o associado do IPF.S Luiz dc Magalhães
Estado Delfim Nclto também sc tornou Botelho. Mograsii dc Sá foi substituído cm
presidente dr poderosa Comissão de Inves­ 1974 pelo tccnocmprcsário Marcos Pereira
timento do Ministério da Fozcnda Com Viana, ex-dirctor da Aços Anhnngücra S A.
Delfim Nclto no Ministério da Fazenda, (ICOMI. CAEMI. Bcthlchem Slcel Corp.
vieram sua equipe pessoal dc colaborado­ e AKT Swcnika Kullagcr Fabrikcn). A
res e Joaquim Ferreiro Mangia. que foi in­ ICOMI c u CAEMI crurn dc propriedade
dicado para a diretoria do Conselho de Po­ conjunta do líder do IPES Augusto Traja-

462
no dc Azevedo Antunes e da Bethlehcm 63. O endosso do conceito de “democrati­
Sleel Corp. zação do capital** pelo governo foi concre­
tizado através da enaçáo do Fundo de De­
58. Jayme Magrassi de Sá, formado pela
mocratização do Capital das Empresas —
ESG cm 1955, havia sido membro do CNE,
FUNDECE Jayme Magrassi de Sá foi in­
do BNDE. da SUMOC. da COFAP. do Mi­
dicado para o FUNDECE.
nistério das Relações Exteriores c da Co­
missão Mista Brasil-EUA. E ligado ao com­ 64. Os Apêndices B e W tomam claro
plexo de eletrônica Ericsson, à Cia. Nacio­ que os associados do complexo IPES/IBAD
nal dc Alcalis, à Argo Distribuidora, aos estavam completamentc representados den­
Tecidos Bangu c c diretor do Banco da tro da comunidade empresarial dos interes­
Bahia, um importante contribuinte finan­ ses privados, financeiros, de crédito e in­
ceiro do IPES. Depois de 1964. ocupou pos- vestimentos Os referidos apêndices tam­
tos-chavc no Conselho Monetário Nacional, bém ajudam a mostrar o altíssimo grau de
no Ministério da Fazenda, na FINAME. concentração financeira e o entremeado de
FUNDECE e ALALC. diretorias do qual os ativistas do complexo
IPES/IBAD eram membros. Informam ain­
59. IPES CD. 7 dc julho dc 1964, J. G.
da sobre o alto nível de integração das em
Torrei.
presas industriais e financeiras através das
60. Moraes Barros foi sucedido por Ncs- diretorias interligadas, joint ventures e par­
tor Jost. participante das mesas-redondas ticipação acionána.
do IPES e conferencista, sendo também di­
65. Por volta de 1964, havia 78 corpora­
retor da Corretora Cocentro e do Grupo
ções blue chip, a maioria delas contribuin­
Denasa.
tes do IPES e cujos diretores eram associa­
61. Fernando Gasparian e José Augusto Be­ dos do IPES. Vide (a) BANAS. Bancos, in­
zerra de Medeiros eram diretores da Cia. vestimentos e bolsas. São Paulo. 1964. p.
América Fabril, Pereira Diniz era diretor >12-44 (b) BANAS Bancos. Bolsas c inves­
da Pereira Diniz Comércio e Indústria S-A„
timentos. São Paulo. 196Ó Cap. 4.
Paro n percepção dos pontos dc vista eco­
nômicos de Gasparian. vide (a) Fernando 66. Durante esse período. Humberto Bar­
GASPARIAN. Em defeso da cconomta na­ reto travou um relacionamento pessoal bas­
cional. Rio dc Janeiro, Editora Saga, 1966. tante próximo com o Chefe da Casa Mili­
(h) Fernando GASPARIAN. Capital estran­ tar do presidente, o General Ernesto Gei-
geiro e desenvolvimento da América Lati­ sel. amigo íntimo de seu tio. Humberto Bar­
reto tomou-se vice-presidente do Conselho
na Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,
Superior das Caixas Econômicas e. como
1973.
protegido do General Geisel. presidente da
62. O CMN tomou-se o ponto-chave de CEF em 1974.
elaboração de diretrizes económicas na ad
67. As mudanças na estrutura do Ministé­
ministraçio seguinte. Durante a presidên­
rio e do sistema financeiro foram analisa­
cia do General Costa e Silva, o Conselho
das. Houve diversas mudanças em diretri­
Monetário Nacional era formado por Del­
zes preparadas no IPES e implementadas
fim Netto, o General Edmundo de Macedo
depois de 1964. Uma dessas mudanças foi
Soares, Hélio Beltrão, Ernane Galvêas. Nes- o Acordo sobre Garantias para Investimen­
tor Jost. Jayme Magrassi de Sá. H. Burger, to Estrangeiro e o projeto de lei sobre
Hélio Marques Viana. Germano de Brito Remessa de Lucros. IPES CD. 4 de agos­
Lyr*. Gastâo Eduardo dc Bueno Vidigal e to dc 1964. |osé Luiz Moreira dc Souza.
Rui de Castro Magalhães. O IPES ainda Harold Cecil Polland. Glycon de Paiva e
tinha influência no política financeira, ape­ Augusto Trajano Azevedo Antunes. O IPES
sar de os membros do IPES pertencentes à continuou a preparar trabalhos de diretri­
ESG terem perdido o controle dos milita­ zes. Gilbert Huber |r . com uma equipe
res e da situação política. A respeito da de assessores, entre os quais Humberto Go-
Lei do Mercado de Capitais, vide H. S. gliati. preparou um trabalho sobre Crédi­
ELLIS. Correclive inflation in Brazil. 1964- tos e Prazos Comerciais Os trabalhos suge­
1966. In: H. S. ELLIS. op. cil. p. 209-211. riam um novo sistema de prazos curtos pa

463
rs cmpréstmo». core a crínçâo da» Obng> colaboraram na preparação geral do Este
çôei Reafuafáiea r Conrerríven Liando luto da Terra, que se (ornou a base da po­
um máiuno dc 60 dias par» m duplicatas. lítica agraria dc Castello Branco Eram ckv
O estudo foi levado ao governo come au- loté Gamdo Torres, Demo Nogueira. Car­
fTtthü par» nova d.retr.x fiAancexra io» loae dc Assis Ribeiro. Mino H. Sr
< ao Barco Central pari ar* ewudade esn mensen. losé Arihur Rios, o General Gol
teu» aspecto» opctDMonaa IFES CO. 25 bery Harold Cecil Poliand. José Rotla.
de outubro dc I* e IPES CO. I dc no­ Gbcon de Paiva, (ris Mcmbcrg (presiden­
vembro de 1*66 Pare treta cxpi «cação sobre te da Confederação Rural Bravkira —
a ut^açdo do» baaco» comercia. o mer­ CRBl. Edgard Teixeira Leite (vice-presiden-
cado de cr*dao a curso prazo e o tonifi­ te da CRB). Cândido Guinlc de Paula Ma
cado da» OMdafKO» executada» wde Mano chado. o Padre .Mello (da SORPE — Per
Henrejue SIMONSEN Irfia» and lhe naxnbuco). Al Neto (representante dos in­
OMwtry aod captai »w4o cf BrexJ ln: teresses agrícolas modernos de Santa Cata­
Hcreard S El LIS rp cu p 140-145. A rina). Mário Lacerda dc Mello (Secretário
mpcilo da» obrgaçóea rea^xatáveu. ride da Agricultura de Pernambuco). Assis Bra­
M H SIMOSSES *bU p X* sil Correi (presidente da Associação de
A equipe de CJbcti Hubcr Jr também Cnadores de Gado do sul do Maio Grosso),
preparo-j o anteprpjctc de la sobre Titulo» Salvador Diniz, Paulo Ignácio de Almeida
de Créd.to que I» acaso peio Governa. (representante do Ministério da Agricultu­
IPES CO 11 dc dezembro de l%4 Além ra) e João Calmon (do grupo Assis Cha-
diaao, C H-her Ir preparou core seu» as- tcaubnand). Novamente, a equipe do com­
arreorei Faulo Roberto de Mocwi Eduardo plexo IPES/1BAD linha a hegemonia. Os
bchooevi e Per Laure*lX/us um trabalho de nomes desses empresários c (ccno-cmpresá-
diretrires sobre a cvt»b*tzação dc preços nos obviamente se sobrepunham com os doi
para o Conselho Nacional de Estab.Uzação ativistas que participaram do projeto dc
dc Preço» — CONEP que era dngjdo por reforma agrária patrocinado pelo IPES
|o*é Lobo FrnnaRÓn Brega dresor da Gá­ Carta de Paulo de Assis Ribeiro ao Gene­
vea S A Máqu aaa t Vccutoa c dc Luiz ral Gol bery Outubro dc 1964. Arquivos
f Braga Cuménto < Indwrna O trabalho PAR
focalizava a Punana 71 IFES CO. X de 69 A equipe do Ministério do Planejamen­
sciembro de I ** V »de também H S to incluía os empresários Luiz Gonzaga do
EL LIS op cit p 20GO4 O ar.icprofcto de Nascimento e Silva, José Garrido Torrei.
lei sobre a Reavaha^âo de Atrro» tarrbém Mário Henrique Simonscn. Eudcs de Sou­
foi or.enfado pelo IPLS IFES CD. 4 de za Leão, José Gomes da Silva, |osé Trigo
agosto dc 1964. lurgr Ovcar de Mrfio Ek> Drummond. Carlos José dc Assis Ribeiro.
re». Aufuno Trajano dc Azevedo An«unes. Frederico Maraglimo Cardoso c Júlio Cé­
Glvwn dc Pana e Harold Cecil PUland sar Bchtário Viana. A hegemonia do IPES
O IPF5 C& laborou core o guvemo oo lan­ era evidente.
çamento dai Obrgacóev Rra/uWá tet» do Em um memorando ao gabinete, o Gru­
Tesouro Nacional IPES CD. 15 de derxnv po de Trabalho que participou da elabo­
bro dc 1964 ração do Fstatuto da Terra foi oficialmenlc
Na administração do Previdente Geisel reconhecido pelo Ministério do Planeja
foi implementada a lei regulammtandfj a» mento como sendo formado por Roberto
Sociedade» Anónima» Entre seu» formula- Campos iMinniénu du Planejamento). Hu­
dores encontrava-se |o*d Luiz Bulhóre Pe­ go dc Almeida Ixmc (Ministério da Agri­
dreira e A Lamy Filho cultura). Paulo dr Asais Ribeiro (Ministé­
6A Paulo de A mi» RIBEIRO Rascunho rio do Planejamento). José Gomes da Sil
de caria a Luiz Viana Filho, para a pre va (SUPRA), Jueé A
Trigo Drvmmond
par ação do livro deste sobre a id/nimiir». Gonçalves (Ministério Planejamento),
do
ç*o dc Caatello Branco Arquivos PAR »/d loné Gamdo Torres iBNDF). Carlos José
Paulo de Ami» Ribeiro, em tua carta ao dr Aiui Ribeiro (Mimsténo do Planeja­
General Gdbery. em outubro dc 1964. deu mento). Luiz Gonzaga do Nascimento e
informações adicionai» a respeito doa que Silva (Mmisléno do Planejamento). Júlio

464
César Bcltsârio Viana (Ministério do Pla­ nimbuco) e Fábio Yassudt Outros ele­
nejamento). Frederico Maragliano (Ministé­ mentos considerados na curta lista eram
rio do Planejamento). Copérnico de Arruda o Padre Crtgory. representante da Igreja.
Cordeiro (Ministério da Agricultura), Eu- João Napoleáo. de Minas Gerais, c Cândi­
des de Souza Leão (Ministério do Planeja­ do Guinlc de Paula Machado.
mento), Messias funqueira. Fernando Pe­ A ABCAR era uma organização de assis­
reira Sodcro e Carlos Lorcnii (SUPRA). Mi­ tência rural e consultoria nos moldes da
nistério do Planejamento. Memorando pa­ Fsrmcrs’ Home Assoelanons dos Estados
ra a reunião do gabinete. 10 de setembro Unidos Começando por Minas Gerais em
de 1964 Arquivo PAR. Apesar dos diversos 1948, havia sido estabelecida pela Amcrican
relatos sobre quem foi “responsável" pelo Intcrnational Association (Associação Ame­
plano da reforma agrária, aro evidente a ricana Internacional), uma organização do
predominância de associados do IPES em grupo Rockcfellcr, juntamenie com diversos
cada grupo. governos estaduais. Em 1966 a ABCAR tor­
70. Ministério do Planejamento Memoran- nou-se o principal instrumento de assistên­
do ao gabinete. 10 de setembro de 1969. cia rural e consultoria em 16 dos 25 Es­
Rio de janeiro Arquivo PAR As (orçai- tados do Brasil, mostrando efeitos signifi­
larefas eram auxiliadas por profissionais cativos no índice de adoção de novas téc­
da SUPRA c da DATE — São Paulo, uma nicas e em produtividade Em 1965 quase
agência técnica c de consultoria. Entre eles 127 000 pessoas participavam das reuniões
encontravam-se Paulo F. Cidade (DATE). da ABCAR e havia mais dc 53 000 membros
Pedro Morais (DATE). Mário Borgonovi cm suas vá nas organizações Vide Gordon
(Instituto Agronômico de Campinas). |or- S. SM1TH. Brazilian agncuhural policy,
ge Souza c Mello de Oliveira (SUPRA), Mi 1950-1967 In. Howard S. ELLIS. op cu.
rio Nogueira da Silva (SUPRA), Drydcn de Cap. 8. em especial p 217-218
Castro Arczzo (SUPRA), |o$é Carlos Cos 74 Luiz Viana Filho. cx-Cheíe da Casa
ta Martins (SUPRA), Fernando Antônio Civil, ingenuamente admitiu que os canais
Ccnshow (SUPRA), Manoel de Souza Bar dc formulação dc diretnia para a agncul
ros (SUPRA). Lytlon Leite Guimarães tura eram mantidos abertos para Sahio de
(SUPRA). Angelo Moraes Neves (SUPRA). Almeida Prado, da SRB. Luiz Emanuel
Paulo Aguiar Godoy (SUPRA). Mário La­ Bianchi, da FARESP. Paulo Ayres Filho e
cerda de Mello (Secretário da Agricultura Amador Aguiar, presidente do BRADES-
de Pernambuco). Nelson Coutinho (FGV). CO. que se tornou o maior banco comer­
71. (a) M CEHELSKI. op. cil. p. 205 35 cial privado do Brasil. Era também comum
(b) Julian CHACEL. The principal charac- o fato dc Gouveia dc Bulhões. Roberto
feristies uf lhe agrarian struclurc and agri­ Campos. Hugo Leme. Severo Gomes. G.
cultura! produclion in Brazil. In: Howard Borghoff. Dénio Nogueira e Luiz de Morais
S. ELLIS. op cil. p. 103 29 Burros, todos ligados ao IPES. viajarem pe­
riodicamente a Sao Paulo para discutirem
72 Relatório ao Ministério do Planejamen­
assuntos agrários e solucionarem divergên­
to, 15 de maio de 1965. Arquivo PAR cias com representantes dc interesses tradi­
73. Flávio de Almeida Brito era diretor da cionais Vide L. VIANA FILHO, op. cit.
Cia de Seguros Concórdia Mais tarde. Syl- p 263 64
vio Wonick Ribeiro, assistente de lulian 75. Vide depoimento do Senador Sicgfndo
Chaccl. foi indicado diretor O Conselho Pacheco Iornai do Hraul, 16 de janeiro de
Técnico era formado por Edgnrd Teixeira 1977 Na mesma ocasião, indicou Octávio
Leite. Manuel Dicgucs Itinior, lusé Agosti­ Gouveia dc Bulhões como sendo o homem-
nho Trigo Drummond Gonçalves (São Pau­ chave na Siderúrgica Bclgo Mineira.
lo). |usé Nazaré Teixeira Dias (MINI-
76. Vide Cap. VI c VI! deste livro.
Pl.AN), Pedro Luiz Pccoc (vice reitor da
77. O engenheiro Mário da Silva Cunha,
PUC). Milcíadcs dc Sá Freire (MG), |osé
de Suu/ii Suares (ROS). Renato Gonçalves que havia trabalhada na General Electric,
Miirúns (Bahia) ou |uAo Gonçalves (SUDE- Accsitn e Ferro e Aço dc Vitória até 1964,
Nl — Ceará). Juáu da Cosia Purlu (Per foi indicado para o Ministério como "tec-

465
m chedt do SNI. foi indicado para o Trt*
Naã de Coniaa da União. Álvaro A mm
camj /a havia mJo indicado para o Tribunal
Je Ccnaaa. tendo lambem se tomado Se*
ovucvi da Administração do Estado da
•reeM» 4r 1<M t Mvt La ■ fcrafr a Ge Guanabara Para diretor do Serviço de Es-
wsrwl Cdmundo UMrdo Smw Arrvr 4a lattaoca Demográfica. Moral c Política, que
Mnrredr» IWai VUkf^apr* Imkv Mevcan- (unoociava »ob a égide do Ministério da
td «h Uo FaMo L«M U $ A MoHa luaoça. fot nomeado Rubem D*Almada
M < Àv» AaMagMra 5 < O Genrrai Horta Forro, membro da equipe CBP diri­
gida pelo ativista do 1PES Paulo de Assis
CNI t eurv ra 4a ClESP FIESP e 4o Ribeiro Outro líder do IPES. o ex integra
Fmvsm R *vms> $ *wr e h<*e »4o 4* liaia Miguei Rcale. tomou-se Secretário da
rr«.* da Mctw>m V o*u Rrdc*4a e girra* lustiça no Diado-chave de São Paulo
•vadoe 4a Fatadu 4a Rx de Imv« BO Luiz Gonzaga do Nascimento e Silva
foi diretor da Cia. Fiação e Tecidos Mi*
pvr»4K a 4r Cjm < khs *«a a hdm do nas Gerais (Aluífio Aragão Villar — Adm
IFTS Loa Amámu Goa» r SAa De h* < Empreendimentot Lugona 3 A. da Admi
»w «M»F para a M o adru. da 1«M»>ça. niitração e Empreendimento» Lugona S A),
da Standard Electrk (Fernando Machado
RrMmratca ao C omaadi de Caça aua Co Portclla. Intrmational Standard Electnc
■anotas - CtC Oi C-spu pMmsbw Corp), da I.TT.. da Cia. Ferro Brasileiro
i*.rporma tememos do MAC e do (loteph Hem. Luiz Lodi — Siderúrgica Bel
GáP V dc la poder aa sombra Vnt. 21 go-Mineira), da Cia. Brasileira de Usinas
de lorrr.ro dc Metalúrgicas — CBUM (Cecil Hime. Mcr*
Gama r SAa foi avòar tuãdo durame o vyn Hime. Franci» Hime. Francisco de Pau­
governo Mêdx» pvr AJfradc Bcza.d coo la Pinto), da FIAT-Alfa Romco. da Hime
Hilior iund<o do i 4tf do IPLS f-ad Lut Comércio c Indústria (Cccil Hmvc. Mcnyn
falia O Mamo da lmt<a da Pratdenic Htmc. Francis Hime). da Cia. de Adminis­
Gemi era Armando Fakáo que tomo seu tração e Comércio Rio GranJc S A., da
aa«ati—ne Mc*» 4r ld ha*a de»r»pe*ha Acompar — Administração. Comércio <
do we papd rmpwaM na ev-aiég a do Participaçôci S-A/Ciã Brasileira dc Parti*
compkxc IPLVIBAD na Compreaso t air» epiç/ei e Comérxio/Car angola Adm t
•da da máAa contra foác GaJart Com SA/Fatrd Adm c Com SA/Ribe>*
ro P.nto Adm c Com. S.A.. Fot também
?9 Oa quatro parataa har^m a»dc reco-
executivo do BSDE antes dc I4M
mendadoa por Mrw de Sã Fura* posse rxr-
0wn»e aubarruidos m tuaa Faaçôca por 91 O IFES se lançou em um esforço su
Carlos Medriroa Sd»a premo para estabdccer oa pnncípioa d<
Para Pruswador da BapoNva foi uma nova legislação trabalhista A íim de
do • tmprMno Chaaidw Tnpa>fr Arxó* dar ao governo a informação básica neces­
nio Nadrr. cm cuja cm em PtirópUsa. cu sária. ck asaumiu a tarefa dc reunir ínfor»
ofktao daa vánas facçAet daa Forçai Arma­ maçãn sobre as leis trabalhistas dos diver-
da* coordenaram «tua traba,bos para ccm> tua países da América Latina, com a cola
pirar contra I Gouiari fot mdicado |»r do bura^ão doe embaixadora brasileiros na
Supremo Tribunal Federal O deputado queles países Carta de Harold Cecil Pol
lodo Mcrtdrw líder da A DP. ocupou puMo land ao embaixador no Uruguai. Manuel
no Supcnor Tnbunal Militar, juntaranie Pio Correia Rio de Janeiro. W de setem­
com f raJdo Queiroz parente do ativiwa do bro de 1945 Arqwvua do IPES Para uma
IPES I Ovcrrvr. e ca Procurador da |u» anaJiw daa reformas trabalhistas e uma v»
tiça Militar com o General Pevy •áo das reiaçúev entre o Lstadu e o Muvi
qua. •• Comandante do II Exémto em São mento Opcráno e SmdxaJ depois de I9M
Paulo. c o General OlympAo McurAo Filho. •ide Kcr.neth P ERICKSON TAe Bra/i/M
O General Gdbcry. após pua paaa^eoi co rorporarne MM and norátngcfma pulitHi

466
Bcrkcley. Univ. of Califórnia Prcss. 1977. um intelectual católico de direita e filho
Cap 8 e 9. do psrlamcnur d> rede ADP/ADEP. Rai­
«2. Vide K ERICKSON.op cil p 165-67 mundo Pad lha. emUdo para Roma, Luiz
de Almeida Nogucra Porto ío< P*ra Sofia.
85 IPES CE Rio, 16 de fevereiro de 1966 Carlos D Álamo Lousada c BJa^ Pinto par
Vide também Rascunho 192, do Conselho lamentar udcniua da ADP. foram enviados
Nacional de Economia — CNE. Rio de |u para a França o último como embaixador
ncíro. 1966. Arquivos do IPES. Entre os 'Uiessore» de Bilac Pinto cncon-
Para maiores iníormoçôes sobre o FGTS, tram-se o General Lyra Tavares. António
vide o utilíssimo estudo de Alexandre de Delfim Netio c Luiz Gonzaga do Nascimen­
Souza BARROS c Argelina Maria Cheiub to c Silva. Roberto Campos tomou-se em­
FIGUEIREDO. The creaíion of l*o social baixador na GrA Bretanha.
programs the FGTS and the PIS — a Bru-
zilian case study on lhe diacmination and 89 (8)0 Estado de São Paulo. 4 de ju­
lho de 1964 (b) O Ltiudo de São Paulo.
use of social sciences research for govern
15 de agosto de 1964. (Editonal) (c) Jura-
menl policy making Rio de lanciro. Deve-
lopmenl Center of the Organization for Eco- cy MAGALHÃES. ifrnha txpenéncia dt-
plomufica Rio de Janeiro Ltvrana losé
nomic Coopcration and Devclopment, 1975.
Olympio Editora. 1971; em especial, c seu
(Trabalho).
discurso para a Conferência de Administra­
84. R. CAMPOS. A geografia louca O dores de Empresas na John Hopkins Un>-
Estado de São Paulo, I de dezembro de veriity. EUA. 22 de janeiro de 1965 p
1971. 1MX36
85 Vide (a) Carta enviada a Paulo de As­ 90 O Estado de São Paulo. 1 de agaste
sis Ribeiro por Lindolfo Martins Ferreira, de 1964. citado em Carlos Estevam MAR­
membro do conselho e presidente da Co­ TINS Brazil and the Lmted States from
missão Especial do CONSPLAN. 21 de the 1960s to the 1970's In. COTLER. Jú­
agosto de 1966 Arquivos PAR (b) Memo­ lio de FAGEN Rnhard cd Loxm Amenca
rando CONSPLAN. agosto de 1966. anexo and the Cmted States changmg pohticai
à caria. Arquivos PAR. realittn Califórnia. Stanford Uni* Press.
86. O Padre Mello, único líder em quem 1974 p 277.78.
o IV Exército confiava. recebeu controle 91. Visão. outubro de 1965. conforme foi
de falo do movimento trabalhista rural. citado por Carlos Estevam MARTINS, id
Com a ajuda do Exército c da Polícia, ele
substituiu a liderança de virlunlmenle to­ 92 Ruy Mauro MARINI. Brazilian sub-
dos os sindicatos rurais. Vide Jnn Knippers impcrialism Monlhlcy Revie* Feb 1972
BLACK. United States pcnelration of Bra­ 93 Vide luracy MAGALHÃES op cif
sil. Manchcsler. Manchcstcr Univ. Press. Discurso na Organização dos Estados Ame­
1977. p. 136. ricanos, 15 de setembro de 1966 p 64-8
87. Eugenc METHV1N. Lnbor’s ncw wea- 94. Inlcialmentc. l.uiz António du Gama c
pon for democracy. Reader's Digest, s. I., Silva havia sido indicado pela Junlu Mili­
Oct. 1966. p. 28. tar para Ministro da Lducação c Cultura,
88. Vasco Leitão du Cunha dedicou-sc ò acumulando essa função com n de Ministro
Iniciativa privada como diretor du Standard dn lustiça. Com Caslcllo Branco na presi­
Eleclric — I1T, onde ligou-se aos líderes dência. Gama c Silva foi substituído por
do IPES, Fernando Machado Portela e Luiz Flívio Suplicy de Lacerda, reitor da Uni­
Gonzaga do Nascimento c Silva Vasco Lei versidade do Paraná e parente de Manoel
(Ao da Cunha lambem tornou-se dhclor do de Linhares de Lacerda, o ativista do IPES
Banco Mercantil de Síiu Pnulo, de proprie­ do esludarnaior civil militar do Paraná F.
dade du líder ipesinno Gusláo llueno Vidi- Suplicy de Lacerda lago lüi substituído pe­
K-l Vários ulivhlrts c coluhorndores du lo político udenisla du ADP e empresário
IPES c du CUNSULIEC ocuparam postos Pedro Aleixo, «pós um período provisório
diplomático* depois de 1964. Entre eles en em que o colaborador do IPES, Raymundo
cuniravarn «c Raymundo Mcírelles Pudilhn, Moniz de Aragdo. ocupou o posto como

467
miniiiro Interino Pedro Aleixo. líder da Dias Moura. Mário Henrique Simonscn,
UDN cm Minas Gerais e ligado ao com­ Paulo de Assis Ribeiro, Royinundo Monii
plexo de mídia de Assis Chaieaubriand. fi- de Aragio, Wanderbilt Duarte de Barros,
nalmentc deixou o posto de Ministro da Antônio Couceiro. Ana Amélia Carneiro de
Educação para se tornar o vice-presidente Mendonça. Bclnrmlno Austregésílo de
do General Costa e Silva. Raymundo Mo Athayde. Carlos Chagas Filho. Jorge Kafu
niz de Aragáo assumiu o posto pelo resto ri. Ernesto Luiz de Oliveira Júnior, Carlos
da administração. O empresário e político Otávio Flexa Ribeiro (diretor da Promoto­
da ADP Tarso Dutra foi indicado Ministro ra de Educação S A ), Luii Cintra do Pra­
da Educação no governo de Costa c Silva, do (diretor da Luícrreira S.A. Comercial,
sendo sucedido por Jarbas Passarinho que. Agrícola c Administradora) c Suznno Gon­
por sua vez. foi substituído por Nei Braga. çalves. IPES Boletim Mental n. 26/27,
Na administração de João Baptista Figuei­ set/out. 1964. Rio de Janeiro.
redo, Eduardo Portela, editor dos Caderno» O IPES finnlmcnte apresentaria seus
Brasileiros. iomou-sc Ministro da Educação. pontos de vista em uma publicação chama­
95. Diretrizes para a mudança da política da A Educação que nos convém As idéias
cducacionol também foram fixadas pelo pre­ contidas no estudo foram apresentadas co­
sidente Castello Branco em meados de 1964. mo representantes da "tomada de posição
quando comunicou aos Secretários de Edu­ em um certo momento histórico por seto­
cação de todos os Estados da federação que res empresariais estratégicos e pela intelec­
a mela do governo seria 'rrestabclecer a tualidade orgânica brasileira** (sic). A edu­
ordem e a tranquilidade entre os estudan­ cação que nos convém IPES. Rio de Ja­
tes. trabalhadores c militares *, (a) O Fita­ neiro. APEC Editora, 1969.
do de São Paulo, 10 de junho de 1964. (b) Mauro Ribeiro Viegas, outro associado
Bárbara FREITAG. Escola. Estado e socie­ do IPES, tornou se membro da Diretoria
dade São Paulo. EDART São Paulo Li­ Superior do MEC e membro da Comissão
vraria e Editora, 1977. p 67-71. Para B. de Planejamento de Formação de Arqui­
Frcitig. a nova legislação educacional ten­ tetos
cionava. de (ato. enar instrumentos de con­ 97. A respeito da funcionalidade da refor­
trole sobre os estudantes e trabalhadores. ma educacional para as grandes corpora­
Em 1965. uma comissão dc casco especia­ ções. em geral, e para as empresas multi­
listas amencanos c dois brasileiros, consti­ nacionais. em particular, vide (a) Luiz An­
tuída dentro dos moldes do Acordo MEC tônio Rodrigues da CUNHA. Educação t
USAI D. elaborou um relatório aprofunda­ desenvolvimento social no Brasil Rio de
do sobre política educacional Esse relató­ Janeiro. Livraria Francisco Alves Editora
rio inspirou a Lei da Reforma Univcnitá- SA . 1975. (b) B. FREITAG. op cit p.
na de 1964. de longo alcance, produzida por 95-7.
uma força tarefa de dez membros, que con­
98 B FREITAG. op. cit. p. 67-82. 92-3.
solidou os aspectos lecnocráticos da educa­
98-9. 120-21.
ção supenor A. J. POERNER O poder fo-
vem- história da participação poli fica doí 99 ía)Thomas G. SAUNDERS The Paulo
esíudaniej brasileiro» Rio de Janeiro, Cl- Freire mrthod literacy trainmg and com
vilização Brasileira 1968. cientizoçòo EUA. Amencan Univ Field
Staff junho. 1968. (West Coast Sou th Amé­
96 A equipe também incluía Raymundo
rica Series v. 15 ) p. 14. (b) Philippe C
Monrz de Aragio. Carlos Pascoali. Cindi­
SCHMITTER The " portuga lization" of
do Paim. Joaquim Fana. Coes Filho e Pery
Brazil? In: STEPAN. AKred ed Authorila-
Porto
rian Brasil ohgins, policies and future.
Em novembro de 1964, a seguinte equi­
New Haven. Yale Univ. Presa. 1973. p
pe de ativistas e colaboradores do IPES ha­
215-19.
via sido reunida para discutir os proble
mas da reforma educacional Augusto Fre­ ;oo. (a) Gilberta Marti no JANNUZZI.
derico Schmidt. o General Edmundo Mace­ Confronto pedagógico: Paulo Freire e MO
do Soares e Silva. forne Abreu. José Ar- BR AL. São Paulo. Cortez e Moraes. 1979.
thur Rios. Lucas Lopes, o Padzr Laércro Cap. 4, especialmente p. 78-9. (b) B FREI-

468
TAO op cil p 83 9. (c) Soletre MOBBAL tro comunitário para educação vocacional
e leiu Brami: sete anos dc Ima pela alfa c cívica na Favela da Rocinha, a maior do
benzação Rio dc Janeiro, Guavira Edito­ Rio A finalidade dcisc gesto cra “demons­
res Relatório do MOBRAL 1977. Minislé- trar o apoio da empresa americana á clas­
rio da Educação c Cultura se média do futuro" Vide Relatório do
101 P SCHMITTER Interesls confhcl Council for Laiin América. Reunião dc
and palmeai chance in Brami Sianíord. Chicago. 8 dc outubro dc 1965.
Stanford Univ. Press. 1971. p 418. 102 Flcia Ribeiro correligionário político
Depois do golpe foi estabelecida em Sio dc Carlos Lacerda, que havia colaborado
Paulo uma unidade da OPUS DEI c cm com o IPES. tomou se Sccrctâno da Edu
1966 havia três centros universitários fun­ cação do politicamente problemático Esta
cionando Iornai do Brami. 11 de julho de do da Guanabara, onde a UNE tivera sua
1966 Conforme afirmou Glycon de Paiva, sede. Flexa Ribeiro vina a se tomar pre­
"íafer uma revolução é uma coisa, mas sidente da Comissão de Educação e Cultu­
susteniA la é outra O perigo agora é que. ra da Câmara dos Deputados.
nós. que iniciamos essa revolta, poderia 103 Eram membros do grupo dc traba­
mos relaxar". Para evitar esse perigo, o lho Manoel |osc Ferreira. Emãni Braga.
IPES continuou a patrocinar cursos e trei­ Wallcr Ribeiro Sanchcr. Eduardo Sccades
nar ativistas, espccialmente das classes me e Carlos Leopoldo Philípcwdu
dias c dos sindicatos, continuando também
Imediatamente após o golpe de 1964. Ar­
a doutrinação dos próprios empresários Vi­
naldo Sussekmd. Ministro do Trabalho, foi
de Clarencc S HALL. Thc country that
nomeado Ministro da Saúde. Durante a
saved itself Reodrrs Drgrir EUA. nov
previdência dc Castcllo Branco, fos substi­
1964 p 158. (Reportagem especial)
tuído pelo político da ADP. Raymundo de
Com a aprovação das autoridades fe­ Brito Seu sucessor Leonel Tavares Miran­
derais brasileiras, |ean Mckee e Arthur Re da era um dos principais acxxsislas do Ban
nander. pesquisadores de opinião pública co Mercantil dc São Paulo, de proprieda­
c ctentitlfli políticos dc Nova York, fizeram de do líder dc IPES. Castão Bucno Vidt-
conferências sobre pesquisa dc opinião pú­ gal. e do Banco Económico do Rio dc |a-
blica c a participação dos cidadãos na po­ neiro. cujo presidente cra Marcos Rabcllo.
lítica no Centro Industrial do Rio de Ja­ da Construtora Rabcllo. contribuinte do
neiro. na Secretaria dc Opinião Pública da IPES L Miranda cra também proprietário
Conferência Nacional dos Bispos do Bra­ de uma das maiores clínicas do país. 0
sil. no Centro dc Engenheiros Democráti­ Hospital c Casa dc Saúde Dr. Eiras que,
cos cm São Paulo e na Liga da Mulher De­ por volta dc 1969. cra a 211* sociedade
mocrática. cm Belo Horizonte. O Council anônima, segundo a FGV. Vide Conjuntu­
for Lntin América organizou, supervisionou ra Econômica, v. 24, n 9, 1970.
c pagou n viagem dos conferencistas. A
finalidade dessa viagem era "ajudar os bra­ 104 (a) Unírío MACHADO. A indústria
sileiros a ampliar a base de sua democra­ farmacêutica no Brami desnacionalização,
cia". Apoiou-se um programa de bolsas dc preço, limilare», fraudes Rio de lanciro. s.
estudo para o segundo gruu para os filhos cd. 1963. (b) CPI sobre u desnacionaliza­
de membros da Federação dc Trabalhado­ ção da indústria farmacêutica no Brasil —
res Cristãos no Rio. O comitê de seleção 1961 Arquivos do IPES. Mimcografado.
cra formado por trabalhadores, emprega (c) L VIANA FILHO op. cif p. 426-427.
dores c membros da CAMDE. O objetivo (d) Moniz BANDEIRA. Cartéis e desnacio­
dessa atividade era "prestigiar os membros nalização Rio de laneiro. Civilização Bra­
de sindicatos democratas e melhorar a com­ sileira. 1975 Cap. 3.
preensão enlrc os irabnlhodorcs. a direção
105 BANAS Investimento para o Brasil
das empresas e as mulheres de mentalidade
São Paulo. 1966 p 13743.
cívica".
Também foram tomadas providências 106 Emãni Mazza Wettemtck tornou-se
junto à American Socicly no Rio. para uma Diretor dc Planejamento do Departamento
doação cm prol da construção dc um cen­ Nacional de Estradas de Ferro — DNEF O

469
Gonaral !•*" Corrwâ |r to to governo para a formulação de dirctrl
«•o ur ii ruT^ to Sãc FbmAc <•» ac*. no fmai da dtoada de sessenta) e An
to dirwso» to ts^ada j* Ferro Ju aôoiq Augusio Reis Vdloso (APEC). O cm
BrMd, luto toura* to Amaral Nat»o wr- pmâne Luiz R Rooi. mais tarde, recebeu
■uuw ilirrirr to Cvmpanh a Paultaia to a indn.açAo para »cr o diretor de ViaçAo
EMr*dM to Forro. ?*ca a qwai a Cerceai Aérea São Paulo — VASP. A VARIG per­
WaMrto to Carvalho ha M*tou*to pua*- maneceu sob a dircçAo do colaborador do
nwrmcnir IPES. Rubem Bcna. até a sua morte. Luiz
Roasi também tornou se posteriormente di­
107 Para a Catoaato to Uartou Mcrvaak
retor to metrô de S. Paulo.
M furam u LowmtoBM F^waw Frvto o
Coarto— CiW Sawo • a AJmwaa- 110 Além to ser membro da CÔNSUL-
TEC. M Thibau foi diretor da SFLTEC
prwtoaav a AtowaMc S**tor \a to G» iSanden A Portcr). USIMINAS. Vidraria
m O CoBMtotor Fwm ara to* to Fr> Indusmas Figueiras Oliveira SA. — VIFO-
ta Ocaéa .1 6»mn Oto LtoC. Scw SA (Cie Samt Gobain) e mau tarde to
OHmi aofcf c*a Lato* toa Ca» Petroquímica Lmão Como assessor to .Mi­
too aoa w w~u H to» to Liovd nistério. foi nomeado Antônio Carlos Fcr
Bratooru a ^arpw> a aatatai to Ba*e*a» mra to Queiroz, economista que fazia par
^Ao O Atormw Aatcrsu Cnu Samoa, tr do Grupo de Estudo e Doutrina do
membrg to CO^SLLTLC era diretor to IPES-Rio
lahEa»apma o vcratocs opuasto to n»c* 111. (a) L VIANA FILHO, op ctt. p. 160
gaçto t d:rrkj< to ItoArw Joat Cruz San­ íb) Resolução N * 5/65 do Conselho Na­
to» era mam?mo to CCASULTEC O Ais» cional to Petróleo Brasil. 1965 Arquivos
rar«e Sa’to**a to Goma r-i tor*or to Ve* do IPES <c> M BANDEIRA Cortéís
rvime hutox cMP^bvmae to IPES loto op cit Cap II Para o GEIQUJM —Gru­
E toar to M«|»J*act Mxra asaoc ato to
po Executivo da Indústria Química foram:
IPLS fm totocato paro o Lkryd em 1972
Paulo Ribeiro. Juvenal Osório Gomes, Pau­
\ rto MíutkK) RACH AR Transportes mi-
lo Bellotti e Francisco Mello Franco
m.moí p 22* 52 Joaé Cm» Saetoa A o-
Paulo Figueiredo foi diretor da Union
boraprm p 271-42 WWfter LORCH Trans­
Carbidc do Brasil c Kurl Politzer. da Gua­
porte* cm 19*5 p 245 52 luaé Gonçalves
nabara Química Industrial SA. c das In­
POSTF5 SifuAk tot pcrM braaóeros
p 25740 com p lato» em Eafutos Fxonô- dustriai Químicas Taubaté SA Ivo to
m*co* Braaik.raa Satoctoi APÍC Rio to Souza Ribeiro e José Batuta Pereira foram
fanerro. 1965 a I d retores da PctrobrAs.

I0B Para a DOCFNAVE a cc^paatoa to 112. A Hanna Mming Co. achou interes­
navegaçAo to Cta Vale to Rio Doce, to sante asMxiar sc A CALMI. empresa perten­
propriedade to I «rato, fea Oacar to OI» cente a ICOMI. de propriedade do líder
veira A dirrçAo geral to Departamento to IPI S, Augusto Trnjano dc Azevedo An­
Nacional to Portoa t Via* NevegAseu fui tunes, associado k Ikthlchcm Stccl Dessa
confiada a Fernanto V iiiala; M«r«rda Car un Ao nasceu a gigantesca Minerações Bra­
valho, enquanto j Almirante Leônc*u Mar sileiras Reunidas — MBR Deixaram de
lins tornou «e diretor da Companhia Braai erisiir as campanhas nacionalistas contra a
leira de Dragagem Hanna c a MBR passou a controlar uma
109 O lecnuemprvUno Alto Franco foi parcele subs/ancial do mercado de mine*
nomeado presidente Pare svpcnntenknie raçAo Vide L VIANA FILHO op cil p
da EMBRAÍR foi tosignato Luiz C tosto 170 Paro uma vtsAo pormenorizada das ll
Santo» Wemeck. e como diretores. o* em M0et da MBR vide Jean BARNET Guio
preUrios e ictno-emprrUnoa Viióno Fcr Iniffimrt/ 197 J u Hraul t o capital cilran-
raz. loaé Luiz to Almeida Beto, da COTFC Ottro Rio to laneiro. Interinvcsl. 1975 p
— Consultoria Técnica S A. (que se tornou 154. 160. 477 (Pesquisa).
•ecrctãno c executivo to Conaclho to De II). IPES CD, 7 dc julho de 1964 J. R
scntolvimcnio Industrial, um órgfaxhavt Moeace Jardim

470
114 Fm julho dc 1964. depois que Mário •»dcrúrg»cM eMatau < mistas Era presiden­
Henrique Simonsen c José Luu Bulhões te da Cm Vale do Rao Duoc. um* joi/v
Pedreira, cujo auxílio fora solicitado por itntbff responsável pela cauação r (rans*
Roberto Campos. haviam terminado a mi- porte de mméno de feno dc Minas Gerais
nula sobre o Banco Nacional de Habila Oscar dc Oliveira fo> seguido pelo General
çAo c o plano habitacional, foi apresentado da ESG foaé Sinval Monteiro Lundcnbcrg c
ao Congresso o projeto que criou o BNH. por Joté Hugo dc CarvaJho. também dirv
a SERFHAU e o Plano Nacional de Ha tor da florestas R»u Oxi Osc»r dc Olrvtv
bitaçAo Acentuando a imponAncia ineren ra tornou-sc ainda presidenta da Cia Side­
te ao programa habitacional, o próprio Pau­ rúrgica Vatu c diretor da Cia dc Ferro c
lo de Assis Ribeiro se tomou responsável Aço dc Vitona luntamcnie com o empre­
pela defesa da Reforma Habitacional no sário Barão Vollrat voa Watxdorf Este
Congresso Vide C. André F1ECHTER op também rs drcio- da Imergraíica S A Ma
ei! p 60. quinas impressoras e da Ferrosiaa! dc Bra
115 Sandra Cavalcanti havia sido Secretá sil Amaro Lanan contribuinte do IPES e
ria do Serviço Social na administração de sócio dc Lucas Lopes d-mor gerai da
Carlos Lacerda (posto depois ocupado por Hanna Mmmg fo- nomeado preudmsc da
Joaé Arthur Rios) e estivera envolvida na USIMINAS Tinham participação aa LSI
experiência da Companhia de Habitação Po­ MINAS a Nrppon KabtshiL Kataha a Ya-
pular do Estado da Guanabara — COHAB mata Iroo and Steel Co a Fuji Ihjc and
Durante sua gestão como Presidente do Sieel Co e a IshVawanma Ibcrt G-lsoa
BNH. sua equipe de jovens assessores se fot indicado presidente da Cia Siderúrgica
parecia muito com uma rede de favoritis­ Paulista — COSIPA. enquanto os mdua-
mo. porque seus auxiliares eram o advo­ tnais e banqueiros. Luiz Dumoet Viliartv
gado Carlos Eduardo Paladini Cardoso, fi­ Francisco de Paula Vicente Azrvedo. Plí­
lho do membro da ADP e líder da liDN nio Reis Canianhede e Hélio Casro Muna
Adauto Cardoso. Dr Sussekind, primo do de Souza foram nomeados diretores (Can­
Ministro do Trabalho Arnaldo Sussekind. ianhede foi também designado diretor da
Dr. Bulhóci, sobrinho de Oclívio Gouveia Cig. Sidenirpca Nacionah Mau tarde o
de Bulhões, Ministro da Fazenda. Dr Jorge empresário Oscar Augusto dc Camargo
Tc desço, genro do Ministro da Saúde. Ray- também tomou-se diretor da COSIPA O
mundo de Brito, o advogado loAo Cláudio Tenente-coronel António Machado Dória.
Dantas Campos, filho do Ministro da |us* diretor comercial da CÔNSUL c ex-diretor
liça Millon Campos, c Henrique Cappcr da Siderúrgica Volta Redonda, da ACESI-
Alves de Souza, sócio da CONSULTEC. TA c da Companhia Siderúrgica Nacional,
A tendência de nomear empresários II* foi indicado para a diretoria da Usina Si­
gados ao IPES para postos-chavc continuou derúrgica dn Bahia — USIBA Foi tam­
com o presidente Gelsel. O líder do IPES bém nomeado chcíc do Departamento dc
Gilberto Wanck Bueno foi designado dire­ Promoção c Vendo* da National Steel Cor
tor da Companhia de Construções Escola­
pornlion. Os empreMnOs Fernando Macha­
res do Estado de São Paulo — CONESP. do Portela. Hélio Beltrão. Edmundo Falcão

enquanto Mauro Ribeiro Viegas foi feito


da Silva e Fábio Garcia Bastos foram no­
diretor da Companhia de Habitação Popu­ meados diretores da COSIGUA. da qual o
lar do Estado da Guanabara — COHAB Brigadeiro Antônio Guedes Muntx tornou-
se presidente O Brigadeiro Guedes Muniz
116 Vide (■) Harry J. COLE. Uma polí­
também tomou-se presidente da Cia. Side­
tica de desenvolvimento urbano Estudos
rúrgica Nacional losé Ermirio de Moraes
económicos brasileiros. Sdcçôci APEC. Rio
foi designado membro do seu Conselho
de janeiro. APEC. 1966 p (b) BA­
Consultivo, enquanto |oAo de Castro Mo
NAS. Investimento para o Brasil .. op. dl
rcira foi indicado para diretor financeiro.
p. I2U2J. (c) G. A. FIECHTER op cif p.
O General Cordeiro de Farias depois dc
60.
sua gestão como Ministro da Coordenação
II?. O líder do IPES. Oscar de Oliveira, Regional, tomou-se diretor da Aços Espe­
acumulou diversos cargos de comando das ciais Itabira *- ACESITA

471
118 O Marechal Ademar de Queiroz per- Centrais Elétricas de São Paulo Apolônio
maneccu como Presidente da Perrobrãs. Saltes. presidente do Banco América do Sul
para a qual havia udo indicado pela Iun­ S A. e diretor da Cia. Eletricidade Cariri —
ia Militar c Sílvio de Froes Abreu e o em­ CELCA. tomou se Presidente di Compa­
presário Manoel da Costa Santos (da nhia Hidroelétrica do São Francisco —
A S E A e ARNO S A ) (oram mais tarde CHESF.
nomeados conselheiros Após jui gestão na 120. Sobre o borkground do “caso
Petrobrás. o Marechal Queroz assumiu ati­ AMFORP-. vide (a) Momz BANDEIRA
vidades na iniciativa pnvada. dingmdo a Presença op. cit p 423 34. (b) Moniz
Bakol SA (Cevckol S A ). juntamente com BANDEIRA O governo op. cil p 49-
Ralph Rosenhcrg o maior acionista indi­ 55. (c) Aerograma n 710 da Embaixada
vidual da Perrobrãs Para o Conselho Na­ Americana no Rio dc laneiro para p De­
cional do Petrúleo foi indicado Plínio Reis partamento dc Estado, (d) Ata das conver­
Cantanhede O diretor do Instituto Brasi­ sas entre o presidente loâo Goulart c o
leiro do Petróleo era o empresário José Procurador Geral Robcrt Kenncdy a 17 dc
Marques, lorge Pereira de Bnto Duprat foi dezembro de 1962. datado 19 de dezem­
detignado para a Companhia Nacional de bro de 1962. Departamento de Estado
Alcalis NLK 76^95. Perdeu o sigilo. (O Telegrama
O General Geisel tornou-se Presidente de Ralph Dungan. assistente especial do
da Pctrobris no governo do General Mé- Presidente Kenncdy, para Harold S. Ge-
dici e levou consigo vários colaboradores, necn. presidente da ITT. 3 dc março dc
quais sejam, o Capitão Heitor de Aquino 1962. (f) Memorando para o Sr. McGeorgc
Ferreira, o Coronel Gustavo Moraes Rego. Bundy. de L D. Battlc. secretário executi­
Humberto Barreto e Shigeaki Ueki. diretor vo do Departamento de Estado, em respos­
da Indústna de Limpadas Sadokin S A. e ta ao telegrama ao presidente, relativo à
ligado a Ralph Rosenberg Os três primei­ desapropriação de bens da ITT no Brasil.
ros participaram posterionnenie da equipe 28 de fevereiro de 1962. anexando o tele­
do General Gciscl no Largo da Misericór­ grama dc Geneen. de 17 de fevereiro de
dia. o local de reunião no Rio de laneiro 1962. ao Presidente Kenncdy. a resposta do
e sede da equipe do grupo IPES/ESG en­ secretário Rusk. de 22 dc fevereiro de 1962.
carregada de planejar e implementar a es­ ao telegrama de Geneen. de 17 de feverei­
tratégia em 1974 Shigeaki Lcki tomou-se ro de 1962. ao secretário Rusk e os tele­
Ministro das Minas e Energia no governo gramas da Embaixada no Rio dc laneiro.
Geisel c Presidente da Pctrobris no gover­ de 23 a 25 dc fevereiro dc 1962. (g) Tele­
no do General João Baptista Figueiredo, grama do Departamento de Estado ao Em­
f 19 Ruy de Castro Magalhães foi desig­ baixador L. Gordon, Rio dc Janeiro. 7 de
nado Presidente da CEMIG lohn Cotnm março de 1962, n. 2454 Todos esses docu­
era diretor da Centrais Elétricas de Fumas mentos cncontram-sc nos Arquivos JFK,
Ele também participou dos entendimentos National Securiiy Files. Boston. Mass.
• nível governamental com as autoridades 121. loâo CALMON. O livro negro da
do Paraguai, preparando o terreno para a invauto branca Rio de Janeiro, o Cruzeiro.
criação dc uma /om/ veniure. objetivando 1966. cspccialmente p. 37-8.
o uso de energia hidroelétrica a ser obti­ Sobre os negócios possuídos pela Light
da das quedas do Rio Paraná, através da S A /BRASCAN de A. Gallotti. vide Mar­
construção dc uma represa gigantesca A cos‘ARRUDA et alii. Mulhnahonals and
cieincidade gerada pela Represa de Itaipu Brasil the impact of muliinational corpo-
abai teceria a área dc São Paulo c o sul do rafiom in contemporary Brasil. Toronto.
Brasil. A Represa de Itaipu seria construí LARU. 1975 p 91-129.
da por uma companhia binacional dirigida
122. Vide carta de Paulo Ayres Filho, dc
pelo Coronel da reserva Costa Cavalcanti,
5 de agosto de 1965. para "Prezado Niso"
que >e tomou Ministro das Minas e Ener­ e telegramas anexos de Paulo Ayres Filho e
gia e do Interior nos governos do General Antônio Gallotti (em nome do presidente
Costa e Silva e do General Médici. Lucas da GLASSCO) para Roberto Campos, fa­
Nogueira Garcei foi nomeado diretor da zendo lobbying em favor da nacionalização

472
e privatização e contra a encampação da 1977 (Documento CEDES/CLASSO n 9).
CTB pelo Estado Arquivo Luiz Viana Fi­ Mimeografado. (c) Phihppc C. SCHMIT-
lho. Rio dc Janeiro. TER The "portugihzalion of Brasil? In:
125. Uma das reformas introduzidas pela STEPAN, Alfred cd Auzhorüonon Bron/r
administração de Castello Branco, mas im ongím, poltcics and future. New Haveti.
plemeniada somente no governo do Gene­ Yale Univ. Press. 1973. p 179-232. (d)
ral Cosia e Silva, foi a criação de um novo Fernando Henrique CARDOSO. La cuei
ministério, para supervisionar as diversas tión de! atado tn Brasd 1974. Mimeogra-
atividades c órgãos na área de comunica­ fado
ções O primeiro Ministro das Comunica 125. IPES CO Rio. 19 de dezembro de
ções foi Carlos Furtado Simas. cx-direior 1966. Hélio Gomidc
da Companhia Telefónica da Bahia c asso­ 126. IPES CD Rio. 28 de abnl dc 1964.
ei ado a luracy Magalhães, diretor da
Ericsson do Brasil. O General Juracy Ma­ 127 A lista completa e exiensa dos con­
galhães também foi diretor das seguintes ferencistas c participantes da administra­
corporações: ção c do setor empresa nal. bem como dos
General Luiz Cabral de Menezes — temas que discutiam, das questões levan­
Ericsson do Brasil (Enskilda Bank). DEL- tadas c das respostas dadis encontram-se
TEC S/A Inv. Cred. Fin. (Chase Manhat- nos Arquivos do IPES. Rio dc laneiro.
tan Bank). SANBRA (Bunge & Bom). W. Esse grande volume de informações cons
R. Gract; Anlõnio Gallotti — São Paulo titui material excelente para o pesquisador
l.ight SA Rio Light SA-. Cia. Com. de sobre a elaboração dc diretnzes econômi­
Desenvolvimento (DELTEC). Monteiro cas e sociais c tomada de decisão durante
Aranha Engenharia. Comércio e Indústria esse período
Cia Industrial São Paulo e Rio C1SPER 128. (a) IPES CD. 16 de junho dc 1964.
(CaspcrOucn lllinois). Etileno de Aratu (b) IPES CD. 23 de junho de 1964.
S A . Metalúrgica Maiarazzo S A.. Miranda
129 Uma idéia do conjunto de persona­
Estância SA Agropecuária
lidades. funções políticas e papéis sociais
Antes de 1954. o General Juracy Maga­
reunidos pelo CAB é fornecida pela lista
lhães hnvin sido ligado à (CVRD) e à Pe-
dc participantes do 4* curso dc IPES-Rio
trobrãs. Foi também Adido Militar nos Es-
cm 1965 De um total dc 36 participantes,
Indos Unidos de 1953 a 1954 Tomou-sc Go­
18 eram empresários: Benjamin Robert
vernador do Estado da Bahia no final da
Fye (diretor da Comércio e Ind Stik
década dc cinquenta. Depois de 1964, par­
SA). Carlos da Silva (presidente da EN-
ticipou do Fundo Crcscinco como diretor.
GEFUSA). Celso dc Almeida Campos (di­
C Si mas também íora ligado ao IPES. O
retor da Cia de Laticínios Alberto Bockc
Comandante Euclides Quondt de Oliveira
SA.), Êdcr Accorsi (executivo da SA.
sucedeu C. Simas como Ministro das Co­
Marvin), Elic Laurencc! (diretor da Esso)»
municações. mantendo seu posto até o final
Francisco CorTtia Bordale Garcia (executi­
da gestão do presidente Gcisel. Nessa oca­
vo da Mcsbla SA.). Geraldo Gayoso Ne­
sião. ele já havia sido, durante anos, dire­
ves (executivo da ENGENFUSA). Gualter
tor da Sicmcns do Brasil, que era presi­
Mano (executivo da Ncstlé). Homero Luiz
dida pelo Embaixador Manoel Pio Correia,
Santos (executivo da ICOMI). Israel Hinh
ex-secretário geral do Itamarnty na época
Coslovsky (executivo da ICOMI), Leonar­
de Juracy Magalhães.
do Musofir (diretor dc L. Musafir Arqui­
124. As noções sobre a estrutura neocor- tetura c Construções). Luiz dc Miranda Fi­
porotivista de articulação dc interesses gueiredo (executivo da Esso). Luís Mela-
baseia-se em: (a) Guillcrmo 0’DONNEL. ne Júnior (executivo da Brafor SA.). Os­
Corporalism and the question oí the state. mar Gomes da Silva (executivo da Nor-
In: MALLOY, Jamcs M. Authoritarianism brasa). Osvaldo Cezani (executivo do
and corporatism in Latiu América Pitts- Lloyd Brasileiro). Oito Frensel (presidente
burgh. Univ of Pittsburgh Press» 1977 da Associação Brasileira dc Lacticinistas).
(b) Guillcrmo O'DONNF.L Apuntes para Vicente Alves dc Carvalho (presidente do
ima teoria dei estado. Buenos Aires, nov. Banco Nacional do Espírito Santo). Viní­

473
cius Coala (executivo da Cia Casimiras das dificuldades que estava encontrando
Aurora) Outros participantes cnm o em­ no novo trabalho. IPES CD. 1 dc dezem­
presário Alberto Lélio Moreira. Diôgcncs bro de 1964. Antes dc Borghoff, foi a vez
Vieira Silva (oficial da ESG). Eduardo de dc Mauro Thibau. Ministro dos Minas c
Almeida Martins (sociólogo c Chefe de Energia, discutir seus problemas com a ||.
Divisão do 1NDA), Epitãcio Elliot Mar­ derança do IPES. Reunião do IPES, 9 de
tins Medeiros (chefe de Administração de setembro de 1964.
Propriedades da Caixa Económica). Fran­ 133. Carta de Harold C. Polland a Jcssé
cisco de Assis Gonçalves (oficial do Exér­ Pinto Freire Rio de Janeiro. 14 dc março
cito). Gilberto Conforto (assessor de pla­ dc 1966 Tais contatos obviamenie não
nejamento da Secretaria de Economia da eram difíceis considcrandosc a força com
Guanabara). Hans Alfred Rappel (enge- que os associados c militantes do comple­
nheiro ayrÔno»no do INDA). Jorge de Oli­ xo IPES/IBAD seguravam as rédeas do
veira Castro (oficia) da Mannha Mercan­ governo. Vide (a) carta do Coronel Ycddo
te). Nair Sodré Gomes (enfermeira). Jairo Blant ao IPES-Rio. IPESUL, 8 dc maio de
Araújo Régis (editor de economia do Diá­ 1969. (b) Carta de F. Caldeira Vcrsiani
rio Carioca). Paulo César Xavier Aguiar ao IPES-Rio. 5 de janeiro de 1966. (c)
(inspetor de segurança da Pctrobrás), Pau­ Carta dc Hélio Gomide a Glycon dc Pai­
lo Emílio da Câmara Ortegal (Brigadeiro va, 17 de novembro de 1966. Vide Apên­
da Aeronáutica). Paulo Leite Ribeiro (di­ dice X.
retor da Divuáo de Planejamento da Co­
134. O IPES também exerceu sua influên
missão de Marinha MercanteI. Paulo Ro­
cia através da APEC. a agência especiali
berto Tavares Azevedo (funcionário da
zada criada pela CONSULTEC. As publi­
emigroção). Pedro lacinto de Mallct |ov-
bim (oficial do Exército). Sônia Lúcia
cações da APEC eram distribuídas pelo
Abud (estudante). Waldir Gonçalves de IPES aos seus associados, a setores sele­
cionados do público e a responsáveis pela
Carvalho (assistente da Corregedoria de
Justiça) c Zcnüdo Costa de Araújo (ad­ formação de opinião. Até 1970 a equipe da
vogado). APEC viria a organizar e escrever a edi­
ção anual da R'ws/a Econômica do Jor­
IN. IPES CD. 28 de abril de 1964. nal do Brasil, bem como a escrever Pano­
131. Reunião do IPES. 9 de junho de rama Econômico e os Codcrnos Económi­
1964, com Glycon de Paiva. Augusto Tra- cos dc O Globo de 1970 cm diante. Fre­
jano de Azevedo Antunes, o General Hei­ derico Heller continuou encarregado da
tor Herrcra, Jorge Oscar de Mello Flores. Seção Económica de O Estado dc São
JPC. José Du vi vier Goulart, o General Li- Paulo. Os associados do IPES controla­
berilo e o General Golbery Nessa reu­ vam tanto os postovchave na Fundação
nião foram discutidas diretrizes esiratégi- Gctúlio Vargas, que era dirigida pelo lí­
cas sobre o que eles consideravam ser o der fulian Chacel, quanto as suas publica­
conceito adequado de governo para o ções-chave, como a Conjuntura Econômi­
Brasil, focalizando o aspecto se deveria ser ca Os centros dc dados do governo tam­
uma república unitária ou federativa Dis bém ficaram sob a influência dos associa
culiram também qual seria a conceituação dos e colaboradores do IPES. Em 1979
mínima dc democracia (“qual é a nossa Jcssé Montcllo tornou-se presidente do Ins­
democracia") e concluíram que um demo­ tituto Brasileiro de Geografia c Estatística
crata não é aquele que “não admite pro­ - IBGE.
priedade privada”. Depois, focalizaram a
133. O significado do seminário estava
quesl&o dn liberdade, problemas de socia­
nos patrocinadores, bem como nos partici­
lização do lucro e a livre iniciativa tanto
pantes e nas teses discutidas. Essa reuniAo
nacional quanto estrangeira.
internacional foi organizada pelo IPES cm
132. Guilherme Borghoff. que se tomou São Paulo entre 23 e 27 dc novembro de
Superintendente da SUNAB, pediu ajuda 1964, sendo realizada no Forum Roberto
ao executivo do IPES na preparação dc Simonsen. Foi patrocinada pela Universi­
um estudo sobre preços, propagandas e dade de São Paulo c co-palrocinada pela
diretrizes para levar ao governo, em vista Associação Comercial dc São Paulo —

474
ACSP. Associação Nacional dc Programa­ to d< Souza e losé Roberto Whitaker Pcn
ção Econômica e Social. Bolsa dc Merca­ leado Com exceção dc Harold Polland. lí­
dorias de São Paulo. Bolsa Oficial dc Va­ der do IPES-Rio os membros das virias
lores. Federação das Associações Rurais do assoelaçôci setoriais e dc classe menciona­
Estado de São Paulo — FARESP. Federa­ das acima faziam parte da liderança do
ção do Comércio do Estado dc São Paulo IPES São Paulo Relatóno do IPES. O go-
— FCESP. Federação das Indústrias do ifmc t a empresa pruoda no processo
Estado dc São Paulo — FIESP. Ordem dos de drwnio/vimenío São Paulo. 23/27 dc
Economistas de São Paulo. Secretaria dc nov I9M
Economia e Planejamento do Estado de 136 (a) Relatóno do IPES fd p 3. (b)
São Paulo. Sindicato dos Bancos do Esta Discurso dc Rwbcrto Campos na Federa­
do dc São Paulo c Sociedade Rural Bra­
ção do Comércio do Estado dc São Paulo.
sileira — SRB. As discussões principais 29 de janeiro de 1965
giraram em tomo de estudos sobre o pa­
137 Sobre a desnacionalização, vide (a)
pel do governo e da empresa privada em
Rubem ME Dl NA cn-
países desenvolvidos, o papel do governo
mc contra o BroaJ' Rio de Janeiro. Ed
c da empresa privada em países em desen­
Saga. 1970 (b) Osny Duarte PEREIRA
volvimento, a necessidade de uma teona
Mu/finocionau no Broid cspccíoi wcwii
da forma e dos limites de intervenção do
r poiíticoi Rio de Janeiro. Civilização
Estado em países em desenvolvimento, os
Brasileira. 1975 (c) Fernando Henrique
problemas das empresas estatais e de so­
CARDOSO As tradições do desenvolvi­
ciedades de economia mista e os obstá­
mento associado Estudos CEBRAP São
culos à empresa privada. A relação da
Paulo. (8)41-76. CEBRAP Abr/Jun
empresa privada com a concorrência ex­
1974. (d) Fernando CASPARIAN op cif
terna. bem como a cooperação pnvada ex­
(e) Peter EVANS op cif (f) Guta late
terna também foram discutidas A partici­
ruivtsí. op cu (g) Silvio HECK op cif.
pação no Congresso foi limitada a econo­
mistas. professores universitários, profissio­ 138 O diretor do CURSEF era o Coro­
nais liberais, empresários e diretores e re­ nel Luiz Victor DAnnos Silva, c Pierrc
presentantes dc entidades públicas e pn Louis Laporte. da França, foi designado
vadas. Os conferencistas do Congresso fo­ diretor de ensino O corpo docente era
ram Antônio Delfim Netlo. Eugênio Cu- formado por Américo Cury. Antônio Ves­
din, Glycon de Paiva, Geraldo Dannc- ga de Freitas, Agncola de Souza Bcthlcm,
mann. José Pinto Antunes. Lacrte Almci Aurélio Chaves. Bellini Cunha. Carlos
da de Moraes, Mem de Sá e Roberto Hennquc Froes Clertan Arantes. Condor-
Campos, do Brasil. Ettore Lolli (Itália). cct Pereira de Rezende. Fernando Strach-
Ingvar Svennilson (Suécia). Mário R Mi- mann. Henrique Flanzcr. Herculano Bor­
ceie (Argentina) e Picrre-Bemard Coustc ges da Fonseca, Gary S. Schieneman. Gus­
(França) foram os convidados internacio­ tavo Watsted. lan Bcncdict. Isaac Sirast-
nais. ky. Isaac Kerstencuky. I Bnto Alves, li­
Os organizadores foram: Antônio Carlos mes dc Souza. Joio Batista dc Athayde.
Pacheco e Silva. Brasílio Machado Nctto. João Eduardo Magalhães Motta. loseph A.
David Bcatty III. Ernesto Barbosa Toma- Caltagironc. Luiz Zottmann. Lyvrall Sal
nik. Femand Edward Lee. Castão Eduar­ les. Natalino Agostinho Pereira dc Souza,
do Bucno Vidigal, Harold Cecil Polland, Og Francisco Leme. Oliveira Penna. Or-
Humberto Martins, Humberto Reis Costa. landy Rubem Conêa. Ricardo César Pe­
João Baptista Leopoldo Figueiredo. José reira Lira. Ruy Flaks Schneider, Victor da
Adolfo da Silva Gordo. José Ulpiano de Silva Alves Filho. Victor H Russomano.
Almeida Prado. Luiz Antônio da Gama e Waldyr Santos e William Barccllos Vide
Silva. Luíi Cássio dos Santos Wemeck. Relatório de Atividades. IPES GB. 1968.
Luiz Emmanucl Bianchi. Modesto Scagliu- Introdução. Arquivos do IPES. Rio dc Ja­
il. Paul Albright. Paulo Ayres Filho. Paulo neiro
dc Almeida Barbosa, Paulo Reis Maga­ 139. IPES CO Rio. 12 de dezembro de
lhães. Rafael de Souza Noschcsc. Sálvio 1966, General Montagna e Almirante Mar^
Pacheco de Almeida Prado. Roberto Pin tina.

475
O IPES mantinha teu próprio Grupo de 146 Entre ns pessoas contactadas pelos li­
Educação. que recebia apoio do Ministé­ dem do IPES encontravam-se: Hubcrt Al-
rio de Educação e Cultura, através de seu drich (vice-presidente do Chemical Bank
programa do Departamento Industrial Em Ncw York Trusl Co.). Richard Aldrich
l%7. o IPES realizou 28 curso», com um (vice-presidente da Intcrnational Basic Eco
total de 841 participantes Desses partici­ nomy Corp). William Barlow (presidente
pantes. 65cc eram estudantes univcnitá- da Vision Inc ). Hcnry Borden (presiden­
rios. O IPES também ministrava o PERT te da Light and Power Co.). John W Bu-
— Curso de Análise de Custo de Projetos, ford (vice-presidente da Hanna Minmg
para empresas privadas Em 19b 7 houve Company). Norman Carignan (vice-presi­
200 participantes, na maioria profissionais dente do Latin Amcrican Group. W. R.
liberais e estudantes universitários. Rela­ Grocc Co), Sam Carpcntcr (diretor do
tório de Atividadei do IPES — 1967. p. Departamento Internacional de F J. du
15-7. Arquivos do IPES. Rio de laneiro. Pont dc Nemours Co.), Robert Christo
pher (editor chefe da Newsweck Magazine
140. Jornal do Braid 19 de maio de 1966.
Intcrnational). fohn T. Connor (presiden­
141. IPES CD, 3 de novembro de 1964. te de Merck & Co ). Harry Canover (as­
Hélio Gomide. sistente executivo do presidente do Cl-
142 IPES CD. 26 de maio de 1964. CYP). Alphonse de Rosso (coordenador
Ouando Philip Stekznan publicou seu latinoamericano da Standard Oil Co.). Ri-
artigo sobre o papel dos empresários na chard Fenion (presidente da Pftzer Inler-
derrubada do governo de Goulart, a lide­ national). Leo Fernandes (vice-presidente
rança do IPES-Rio considerou-o “uma da Merck &. Co.). James R. Grcene (vice-
questão muito séria” e 'prejudicial ao presidente da Manufacturers Hanover
IPES c a algum de seus membros” e en­ Trust Co), Francis Grimes (vice-presiden­
viou um telegrama úo IPES-São Paulo on­ te do Chase Manhattan Bank). Clarcnce
de enfatizava que “forno» desagradavel­ Hall (editor chefe da Readefs Digest As-
mente surpreendidos [pelo] irtigo (da) sociition). Philip Holminn (presidente da
Fortune sobre [a] Revolução, compromete- fohnson A lohnson Intcrnational). Edgar
doremente comentado pela Tribuna da /m- Kaiser (presidente da Kaiser Industries).
prenia e Lltima Hora ' Ttlcirtma para Donald Kendall (presidente da PepsíCola
João Bapnsta Leopoldo Figueiredo, de Ha- Co). Francis Mason (vice-presidente do
rold C Polland (IPES CD. 21 de setembro Chase Manhattan Bank). S .Maurice Mc-
de 1964) Vide também Philip SIEKMAN Ashan |r. (presidente da Andcrson Clay
When cxccutivcs turned rcvolunonanes — ton — ACCO). McCullough (presidente da
A slory hilherlo untold: bow São Paulo General Electric do Brasil). Gcorges Moorc
buslnessmen conspired to ovcrthrow Bra
(presidente do First National Cily Bank)
xili communist infested govcrnmeni. For-
e David RockefcBer.
tone. EUA. (3)-147-49. 2I0JI, 1964
147. Em setembro de 1964. em uma reu­
143. (a) IPES CD. 21 de julho de 1964
nião da liderança do IPES da qual Mário
(b) IPES CD. I de dezembro de 1964.
H Simonscn participou, foram considera­
144 IPES CD. 3 dc novembro de 1964 dos os recursos materiais e humanos à sua
145 A delegação era composta de Harold disposição para os estudos a serem desen­
Polland. José Luiz Bulhões Pedreira. Luiz volvidos cm acordo com o CED Paulo dc
Dumoni Villarcs. Joio Regmaldo Cotnm. Assis Ribeiro e Mário Henrique Simonscn
Paulo Ayres Filho c Israel Klabin Brasil- foram designados diretores do programa.
EUA: encontro de empresãnus liolelim do IPES CD. 8 dc setembro dc 1964. Um dos
IPES, abnl/ma o. 1964. p. 24 5 resultados dessas reuniões foi a decisão dc
Imediatamenle após o golpe, a comuni­ se fazer um estudo sobre a Inflação no
dade empresarial demonstrou sua solidarie­ Brasil, entregue a Simonscn Foi ainda de­
dade. oferecendo ao novo governo um em­ cidido que Paulo dc Assis Ribeiro e M H.
préstimo de um bilhão de dólares New Simonscn deveriam estudar os fatores po­
York Heraid Tnbune, April II. 1964. sitivos c negativos nos vários ciclos hlsló-

476
ricos do economia brasileira. IPES CD, 16 Jr. sugeriu um grupo de homens para tra­
de setembro de 1964. tar do assunto nos Estados Unidos com os
148 Lcocádio Almeida Antunes foi indi­ 15 assessores do Presidente Johnson G.
cado pura n ALA1.C, como também layme Huber |r enfatizou ser de bom alvitre a
Migram de Sá após sua gestão como pre­ escolha de "um homem que seja o emis­
sidente do BNDE. sário pessoal** do Presidente Castello Bran­
Em agosto de 1964. Gilbcrt Hubcr Jr co junto ao Presidente lohnson. Um indi­
fez um relato sobre os seus entendimentos víduo cuja presença nessa missão era con­
nos Estados Unidos com Alfrcd C Neal, siderada essencial era Albcrt Byngton. Co­
do CED Naquela ocasião, a agenda de mo resultado da reunião, decidiu-se que o
uma futura discussão entre o IPÊS, a Fun­ IPES concentraria seus esforços na prepa­
dação Ford c os membros do CED estava ração da equipe de assessores a fim de
preparada. Os objetivos prioritários visa­ "abordar o problema com o governo".
vam a eliminar os obstáculos impostos ao IPES CD, 6 dc outubro dc 1964. Vide tam­
comércio interno entre países latino-ame­ bém Apêndice Y.
ricanos Paro tomar essa proposta opera­ 150 Luiz VIANA Filho, op cit. p. IJ2-
cional. duas metas foram discutidas; a pes­ 55.
quisa do comércio potencial dentro da 151 Carta de Alfred C Neal. do CED. ao
América do Sul. até mesmo a ponto de General Gomes dc Abreu, Secretário do
complementar as economias dos diversos IPES. 22 dc agosto de 1966.
países, c o desenvolvimento de ligações
152. Entre essas conferências, destacou-se
rodoviárias entre os vários sistemas nacio­
nais de transporte dos pnfscs sul america­ uma sobre "Planejamento e Projetos de In­
nos. vistas como um incentivo-chave ao co­ teresse Nacional", preparada pela Funda­
mércio e no turismo O IPES também es­ ção Dclmiro Gouveia, uma instituição que.
tava por trás da projeção do CICYP, Con­ apesar de ter o nome do famoso empresá­
selho Inicromcricano de Comércio e Pro­ rio nacionalista que foi assassinado, cola­
dução. que operava como congênere do borou com o IPES. O General Olympvo Sá
Instituto c ao qual as empresas que for Tavares, o Coronel Noton Cipnano Lei
mavam o CED. e mais tarde o CLA. per­ tão. que se tomou chefe de gabinete do
tenciam. inclusive os interesses menciona General Golbery (do Ministério da Fazcn
dos acima. da, onde funcionava a agência Rio do SNI),
£ interessante observar que. depois de e o General leão Bina Machado. Coman­
sua gestão como Ministro do Planejamen­ dante da Fscola dc Comando c Estado
to. Roberto Campos foi designado para o Maior do Eiército — ECEME. foram con­
CICYP. O General Pedro de Almeida tor­ vidados Vide (a) Carta do General Octá-
nou-se secretário do CICYP em 1968. vio Gomes dc Abreu >o General Olympio
Além disso, seria com os diretores do Sá Tavares. Rio dc Janeiro. 16 de agosto
CED A. A. Neal c Frank Brandenburg que de 1966 IPES 66/0228 (b) Cartas ao Co­
os executivos do IPES Harold Polland e ronel Cipnano Leitão e ao General Bina
Gilbcrt Huber |r vmam a discutir sobre
Machado, com a mesma data Arquivos do
como “eliminar os obstáculos colocados
IPES. Rio dc Janeiro.
frente ao comércio interno entre os paí­
O IPES também colaborou com a Fun­
ses sul americanos" (a) IPES CE. 21 de
dação Coimbra Bucno. dirigida pelo Ge­
agosto de 1964. (b) IPES CD. 21 de agos
neral Humberto Peregrino, nos trabalhos
10 de 1964. <c> IPES CD 18 de agosto de
1964 (d) Ata do IPES. 24 de agosto de preliminares visando a criação dc um Sis
tema Interamcricano de Segurança Civil
1964. Vide também Apêndice Y.
como cão dc guarda do desenvolvimento
149 Em outubro de 1964, Gilbcrt Hubcr
político e sócio econômico no resto da
Jr. fez um relatório de outra viagem e seus
América latina O General Heitor Herrt-
contatos nos Estados Unidos Propôs uma
n íoi designado pelo IPES para partici­
solução ao problema dc relações a nível
par da equipe dc trabalho correspondente
governamental entre Brasil e Estados Uni­
Carta de Harold C. Polland ao General
dos Em termos geoeconômicos. G. Huber

477
Humberto Peregrino. Rio de fnneiro, 3 de rança. Antônio Gallotll — Light S.A., Gil-
agosto de 1966 IPES 66/0104. Arquivos bert Hubcr Ir. — Listas Tclcíônícns Bra­
do IPES. Rio de fnneiro. sileiras. Jorge Gcycr-Mosson, Coca-Coln,
Antônio Sánchcz Gnldcano — Cia. Estaní-
153. O complexo miliiarindustrial tem
um significado duplo Envolve tanto a as­ fera do Brasil. Augusto Trajano de Azeve­
sociação de empresános. oficiais e institui­ do Antunes — ICOMI. Artes Gráficas Go­
ções das Forças Armadas para a produção mes de Souza. Paulo Gcyer — Refinaria
de equipamento militar e outros empreen­ Exploração Petróleo União. Cândido Guin-
dimentos. como também o grande e cres- le de Paula Machado — Cio. Docas de
cenlc número de oficiais cm cargos exe­ Santos. Melalon S.A. Arquivos do IPES.
cutivos de empresas privadas Para maior Rio de laneiro.
clareza, o primeiro caso deve ser referido 156. Como afirmou K Erickson. o Alo
como complexo militar-indusinal c o se­ Institucional "não deixou dúvidas a respei­
gundo caso como complexo empresarial- to da baixa estima que os oficiais vitorio­
militar. sos tinham pelos representantes eleitos da
Em maio de 1968. um penodo crítico Nação ou sobre o relacionamento que pre­
no Brasil, de inquietação sociaj e política. tendiam manter com o Congresso”. K.
Rui Gomes de Almeida organizou uma ERICKSON. op cit. p. 153.
reunião de empresários na qual | A Leite
157. (a) 1. Knippers BLACK. op. cif. p.
Barbosa leu o “Manifesto do Complexo
76-7. (b) Brazil: clection factbook. op. cit.
Militar Industriar atacando estudantes, a
p 37.
Igreja c outros elementos * subversivos" e
apelando para a ação conjunta de milita­ 158. Os governos estaduais continuaram
sendo um foco de poder tradicional. En­
res e empresários para salvar o pais. Pelo
final do ano o Congresso havia sido fe­ tretanto. os associados do IPES fizeram
incursões também nessa área, enquanto o
chado. alguns dos políticos mais influen­
governo central, através do estabelecimen­
tes Hvcram seus mandatos c direitos políti­
to de uma república federativa centraliza­
cos suspensos, estudantes, trabalhadores c
da que substituiu o sistema federal ante­
intelectuais se inseriram em marginais e
rior. retirou a força dos governadores, pe­
militantes organizações de guerrilha e uma
lo menos durante algum tempo. Vide Wan-
junta dai Forças Armadas governava o
derley Guilherme dos SANTOS. Governa­
país apoiada pelo Ato Institucional n.* 5.
dores-políticos. governadores-técnicos, go­
O Manifesto foi elaborado sob encomenda
vernadores-militares. Dados, Instituto Uni­
da Câmara de Comércio. Vide Mo iímento,
versitário de Pesquisas do Rio de laneiro,
12 a 18 de fevereiro de 1979. p. 17.
(8): 125-28, 1971.
154. O. IANNI. Criíis in Brazil. New
159. Os membros do IPES também arqui­
York, Columbia Univ. Presa, 1970. p. 187- tetaram o esquema de transformar os Es­
88
tados do Rio de Janeiro e da Guanabara
J55. O IPES estimulou uma supcrconsci- em um “superestado” através da fusão de
ência dos “perigos" existentes na mobili­ suas administrações. Um Grupo dc Traba­
zação política. Na época cm que foi bai­ lho “Rio de Janciro-Guanabsra” foi cria­
xado o Ato Institucional n.* 5. o IPES se do pelo IPES. O IPES teve o “prazer dc
ocupava cm incitar o temor à mobilização ver seus estudos e trabalho preliminar uti­
política levando ao “conhecimento pes­ lizados como uma contribuição para o pla­
soal" de diretores de companhias solici­ nejamento básico das metas de governo da
tando-lhes que mantivessem em seus arqui­ Administração Raymundo Padilha”, do Es­
vos um "sumáno da atual conjuntura po­ tado do Rio de laneiro. O Grupo de Tra­
lítica de pressão comunista entre nós** ela­ balho e seu chefe, João Duvívícr Goulart,
borado pelo IPES. As cartas, assinadas foram colocados à disposição das autori­
por Glycon de Paiva, eram enviadas, entre dades municipais, regionais c estaduais pa­
outras, para Lojas Americanas. Centro In- ra seus rri^ectivos projetos. Esse Grupo
dúnría de Fósforos de Madeira de Segu­ de Trabalho permaneceria como uma “as-
sistència técnica aunliar” para o Gover­ 161 E BONES Gdbery. poder e wlén
nador do Rio de lane iro Cana de | Du cio CoofOfnal Porto Alejre. setembro dc
♦•vier Goulart c Paulo de As*n Ribeiro. I97fc Por volta de 1*79. doa 400 postos
Rio de lanem. S de maio de 1971. Arqui chave da administração federal umbilical­
vo PAR. Rio de janeiro mente ligados ao Etccutivo. pelo menos
JOO eram ocupados por pessoas de con­
Para coordenar o Plano de Desenvolvi­
fiança do General Golberv.
mento do Governador Padilha. foi indica­
do Paulo de Assis Ribeiro que também
eslava encarregado do planejamento da 162 IPES CO. • de novembro dc I96b.
administração, apoiado por uma força ta General Herrera
rcía do IPES Vide *1 f rxoniro Governo
Padilha Empresa*". Arquivos do IPES Rio 161 OTTONNELL Corporamm op
dc (anciro. cii p 61-2

160 l.uii Alberto BAHIA. Contexto po­


lítico e modelos económicos Conferência. 164 ODONNELL. Corporal um . op-
Arquivos do IPES. cit p 5760.

479
CAPÍTULO X
CONCLUSÃO

Há várias observações a serem feitas sobre a evidência empírica aqui aprc


sentada, bem como algumas implicações metodológicas, teóricas e políticas dignas
de breve menção. Tais observações não se relacionam com os chamados “Estados
burocrático-autoritários"* em geral, mas principalmente com a mudança do re­
gime brasileiro em 1964 e com a consequente imposição de um novo Estado. Ge­
neralizações sobre esses estados exigem pesquisa comparativa?
Entre as observações a serem feitas há duas que acarretam conseqüências
para a historiografia recente do Brasil. A primeira refere-se ao envolvimento político
dos empresários e à qualidade de sua organização e ação, que foram ambos, in­
contestavelmente. muito notáveis. A segunda concentra-se na tomada, pelos em­
presários e tccno-empresários do IPES, da administração do Estado e do aparelho
dc formulação de diretrizes.
Uma suposição errônea que permeia a literatura político-histórica brasileira,
pelo menos nos últimos 20 anos, é a da tradicional falta de interesse político dos
empresários3 e sua submissão aos desígnios dos políticos profissionais e burocra­
tas. Pensava-se ser isso uma das características do Estado populista "relativamente
autônomo". Afirmava-se que os empresários não ocupavam os postos no governo,
apesar de esperarem que seus interesses fossem atendidos Imaginava-se que o
poder de classe dos industriais c banqueiros fosse mediado principalmcnte pela
ação de políticos e burocratas e viesse a ser traduzido em autoridade civil por
vias indiretas. Conseoiicntcmcnte as atenções políticas c académicas focalizavam-se
nos políticos, em detrimento do estudo do envolvimento direto dos empresários.
Essa desatenção às práticas políticas dos empresários, por sua vez. reforçou o
mito prevalente de que industriais e banqueiros tinham um honor "natural"
80 envolvimento nesses assuntos.
Tal suposição errônea requer revisão. Os políticos eram, com toda certeza,
os mediadores de poder entre a sociedade e o Estado no sistema político anterior
a 1964. Entretanto, apesar do seu papel óbvio no sistema político populista e
quase-pluralista. há vários aspectos que foram regularmente negligenciados. Um
deles é que muitos dos políticos mais influentes, lideres dc partidos e governado­
res de Estado eram eles próprios empresários, sendo a influencia empresarial um
dos principais trampolins para sc tornarem políticos. Dutra revisão a ser feita c
que. apesar de tantos políticos profissionais terem ocupado postos de importância
no período populista, os círculos internos dos várias administrações a partir da
de Getúlio Vargas eram predominanlementc formados de industriais e banqueiros*
ou políticos com fortes ligações empresariais. Pode-se até argumentar, a partir da
evidência empírica, que os empresários vêm ocupando regularmente os centros

481
c setores-chave de formulação e tomada de decisões cconômico-políticns. do Esta­
do, e que essa tendência foi bastante intensificada com a criação da “adminis­
tração paralela” durante o governo de luscelino Kubitschck c pela existência dc
anéis burocrático-empresariais. Paralclamcntc, a produção industrial privada e os
assuntos gerenciais dos empresários vêm sendo dirigidos por peritos administra­
tivos c técnicos, que são os executivos do capitalismo no Brasil. Para os empre­
sários brasileiros, a política continua sendo parte intrínseca de seus negócios.*
As análises tradicionais do período em questão enfatizam a "exaustão” dos
estágios "fáceis”, de "substituição de importação", a "decadência política" do
sistema c n desintegração do consenso público a fim dc explicar a crise do início
da década de sessenta.* São considerados fatores que contribuíram para essa ins­
tabilidade o surgimento na ESG de um grupo modernizante de oficiais c a "vio­
lação" por pane dc |oão Goulart do seu papel moderador, sendo ele identificado
com a vanguarda de um segmento da população, enquanto o restante do corpo
social “sentia-se ameaçado".' Tais análises interpretaram a intervenção militar de
abril dc 1964 como uma resposta ao impasse criado pela crise estrutural e pela
decadência política, uma intervenção que foi estimulada pela adoção da doutrina
de Segurança Nacional c Desenvolvimento da ESG, pelas Forças Armadas c pelo
seu desgosto com a política populista. Nesta modalidade dc análise foi negligen­
ciado o papel dos empresários c tecno-emprcsários na liderança política dos acon­
tecimentos. na definição de diretrizes políticas c táticas, empregadas para enfren­
tar a crise de insubordinação das classes dominadas contra o regime imposto e
o desejo dc controlar o Estado por parte dos industriais e banqueiros do bloco
de poder multinacional e associado.
Tentou-se, portanto, delinear o estabelecimento no Brasil de um novo bloco
de poder* multinacional e associado, salientando as transformações que ocorreram
na esfera da produção económica. Constatou-se que sua influencia sobre a socie­
dade brasileira e o Estado não foi um mero reflexo da supremacia económica de
que gozava quando do início da década de sessenta, mas o resultado de uma
luta política empreendida pela vanguarda desses novos interesses. Com efeito,
o novo bloco de poder deu ongem a uma elite orgânica, cujos diversos estágios
de organização para a ação e seus esforços para moldar tanto a economia quanto
n sistema político, a fim de favorecer seus interesses e consolidar sua expansão,
foram desentos.
Deu-se ênfase as primeiras tentativas desses novos interesses de se libertarem
do controle até ali exercido pelo sistema político populista, de fazer reivindicações
de caráter limitado, através da formação dc agências lecno-cmpresariais de con­
sultoria e de uma administração paralela. Focalizaram-se também as novas orga­
nizações como o CONCLAP c o IBAD que consolidaram a autonomia do recém-
formado bloco multinacional e associado, apesar de ainda operarem dentro do
contexto populista. Elas foram substituídas cm seu papel político pela formação
do IPES. uma organização de classe que reunia a elite orgânica do novo bloco
de poder c que expressava, integralmente. a ideologia subjacente aos interesses
financeiro-industriais multinacionais c associados? Finalmentc. foi descrita a ação
através da qual a elite orgânica do novo bloco de poder desestruturou o regime
estabelecido para assumir o controle do Estado. Em outras palavras, tentou-se
moslrar a organização para a ação e as práticas políticas do que. na realidade,
era o bloco de poder dirigente das classes dominantes. A capacidade de liderança
dos interesses multinacionais e associados íoi demonstrada através dc sua ha­
bilidade para incitar uma grande variedade de setores contra o regime e as classes

482
subordinadas, tanto encoberta quanto abertamcnlc. Através do IPES. o novo bloco
de poder mobilizou as classes dominantes pura a açào e servir como elo para as
vários conspirações civil-militares contra João Goulart. A ação da elite orgânica
diferencia o movimento de classe que levou à intervenção de I.* de abril, dc
um mero golpe militar.
O envolvimento político dos empresários multinacionais e associados foi
exemplificado por seu êxito cm obter o apoio dc frações economicamente subal­
ternas que eram parte do bloco populista oligárquico industrial. A necessidade de
os interesses multinacionais e associados obarenrem o bloco oligárquico-industrial
ern premente sob dois aspectos básicos. Em primeiro lugar, o bloco oligárquico-
industrial ainda era politicamente predominante, através de sua influencia sobre
os partidos nacionais e regionais, n mídia e os governos de Estado. Políticos e go­
vernadores mostraram-se extrcinamcntc úteis não somente na contencão das classes
trabalhadoras mobilizadas pelo trabalhismo, a esquerda c o Executivo, mas tam­
bém na conlramobilização das classes médias e de segmentos das classes traba­
lhadoras. Os partidos políticos c governadores foram eficazes ao bloquear dire­
trizes do Executivo através do Congresso c dos legislotivos estaduais. Finalmente,
políticos e governadores também foram influentes pelo seu contacto com membros
da oposição militar a João Goulart que estavam foro da influência da ESG
Um outro motivo para atrair a participação dc interesses económicos subal­
ternos era diluir o que teria sido uma presença mnis que óbvia de interesses mul­
tinacionais na campanha contra João Goulart c seu governo nacional-reformista.
Tal situação os teria deixado extremamente vulneráveis a ataques da esquerda
Tentariam, portanto, diluir a presença multinacional e associada inserindo suas
demandas em um progTama modemizantc-conservador mais amplo, apoiado pela
maior parte possível das classes dominantes. Isto seria reforçado com algum apoio
“popular” fornecido pelas classes médias mobilizadas, principalmente através de
organizações femininas e grupos operários maleáveis como o MSD e o MSR.
Assim a esquerda trabalhista perdeu seu objeto de oposição claramente definido.
Concomitantemente, isto significava que a intervenção militar poderia ser então
legitimada em nome do “povo”.
Entretanto, a forma de açào política mais importante exercida pelos empre­
sários e tecno-empresários e que sempre fot pouco enfatizada em estudos ante­
riores da conjuntura política do início da década de sessenta foi a campanha
dirigida pelo IPES contra o Executivo, a esquerda e o trabalhismo. A elite orgâ­
nica. sob a cobertura do IPES. enfrentava o Executivo em constantes batalhas
políticas, hosti!izando-o e conseguindo reduzir o espaço político do governo para
manobras, enquanto preparava um golpe estratégico militar dirigido ao centro de
equilíbrio do regime. Tanto o Estado quanto a sociedade foram transformados
em campo de batalha As táticas e as técnicas políticas utilizadas na campanha
para inviabilizar o regime de loão Goulart e intervir militarmente assemelhavam-
se muito às que se tomaram conhecidas após a experiência do Chile em 1973
pelo célebre eufemismo — ”desestabilizaçâo”.H
As classes dominantes, sob a liderança do bloco multinacional e associado,
empreenderam uma campanha ideológica e político-militar cm frentes diversas,
através de uma série de instituições e organizações de classe, muitas das quais
eram parte integrante do sistema político populista. Algumas dessas instituições e
organizações eram controladas c ocupadas exclusivamente pelas classes domi­
nantes, tais como as associações da classe empresarial. Outras, no entanto, eram
órgãos e instituições através dos quais as classes dominantes procuravam assegurar

483
sua hegemonia, apesar de não terem controle total sobre elas. Entre essas institui­
ções e órgãos da '“sociedade civil", onde era exercido e também contestado o
poder das classes dominantes, encontravam-se o sistema educacional, clubes cul­
turais. sociais e esportivos. a Igreja Católica, as associações de profissionais e os
sindicatos. O IPES penetrou com cficácta em diversos níveis e setores do aparelho
estatal, tais como oficiais de medio c alto escalão das Forças Armadas, a Polícia
Militar e os anéis burocrático-empresariais, obtendo o apoio de pessoas influentes
da administração do Estado que loào Goulart herdura de governos anteriores.
Conseguiu também exercer sua influência sobre membros das burocracias políticas
do Estado, como os pelegos. O IPES. na realidade, acirrou a luta política das clas­
ses dominantes e elevou a luta de classe ao estágio de confronto militar, para o
qual as classes trabalhadoras e seus aliados não estavam preparados. O IPES
“parou para ver o blefe" do dispositivo militar do governo, dos “Grupos dos Onze”
de Brizola e a suposta forca política da Frente de Mobilização Popular por meio
da instrumentalização inteligente das Forças Armadas. O dano causado pela cam­
panha de “alarme c desânimo** instigada pelo IPES. juntamente com a ajuda re­
cebida dos profissionais autônomos, agindo no setor privado e no aparelho estatal,
criou sérios problemas ao regime e resultou em um vasto empreendimento coletivo
dc dcsestTUfuração e desorganização, o que foi vital para permitir que os mili­
tares agissem como restauradores da ordem. Finalmente. o IPES serviu como um
canal para a intervenção das corporações privadas multinacionaii. tanto como
companhias isoladas, quanto através de suas associações de classe, fora e dentro
do Brasil O IPES serviu também como “grupo de ligação'* para governos estran­
geiros. particularmenie o dos Estados Unidos ” As pressões de corporações multi­
nacionais e as do governo norte-ameriono. juntamente com os efeitos acumulados
da intervenção externa conservadora (como as várias equipes brasileiro-americanas
para programar o desenvolvimento), tiveram um efeito devastador sobre o governo
brasileiro.
A autonomia política e a iniciativa demonstradas pelos empresários provam
que eles não eram meros suportes (Trazer) do processo de dominação, mas. sim,
forçai politizadas que fizeram da conquista do poder estatal a finalidade de seu
planejamento político e dc sua ação.” Deve-se observar que as ações dc uma
intensidade sem precedentes, por parte dos empresários, foram realizadas princi­
palmente através do eierdcio dc seu poder dc classe.11 apesar de a ação de classe
ter sido finalmente realizada c sancionada por força do aparelho estatal coercivo.1*
A idéia da existência de uma classe dominante "amorfa", sem consciência de
seus próprios interesses que. consequentemente, deveria ser "orientada” pelo Es­
tado, na conjuntura crítica do início da década de sessenta, não resiste ã evidência
de um estudo cuidadoso da ação política empresarial. Também fica abalada a visão
de uma classe empresarial "subdesenvolvida” que, na ausência de uma classe
governante esclarecida, linha de ser dirigida por uma força militar tecnicamente
preparada ou por uma eficiente “elite” tecnoburocrálica, acopladas à classe do­
minante.
As classes dominantes eram lideradas por uma vanguarda composta, basica­
mente. de seus próprios membros, a elite orgânica, que operava através do IPES,
Eles constituíam a liderança organizada da classe, aqueles que faziam do "aper­
feiçoamento das ilusões da classe sobre si mesma” uma atividade central, ao
mesmo tempo, fornecendo ao bloco dc poder dominante uma estratégia c (áticas
para a ação. Eram parte intcgTanle e orgânica do bloco de poder emergente, até
mesmo pelo fato de “eles próprios pertencerem economicamente às classes domi-

484
nantes: eram intelectuais e organizadores políticos e. ao mesmo tempo, diretores
de empresas, grandes proprietários de terras ou administradores de grandes pro­
priedades. empresários comerciais e industriais’*?3
Essa verdadeira elite das classes dominantes se encarregou dos affairrs d‘élat
mais gerais. Preservou a natureza capitalista do Estado, uma tarefa que envolvia
sérias restrições à organização autônoma das classes trabalhadoras e a consoli­
dação de um modelo de crescimento denominado prolundización,'* isto é. o de­
senvolvimento de um tipo de capitalismo tardio, dependente, desigual, mas tam­
bém extensamente industrializado, com uma economia principalmente dirigida
para um alto grau de concentração de propriedade na indústria e integração com
o sistema bancário?’ O duplo objetivo do IPES, de assegurar a projundización e
de restringir a força operário, era concomitante com outro objetivo que sc
constituía cm um requisito para o desenvolvimento de interesses multinacionais
e associados c para a exclusão do bloco oligárquico-industnal populista. Tal obje­
tivo era a readequaçáo da estrutura burocrática do Estado c a imposição de res­
trições específicas sobre a vida política em geral.
Uma vez no poder, o bloco financeiro-industrial multinacional c associado,
ao procurar uma redefinição dos critérios de inclusão/exclusào no sistema polí­
tico?3 não limitou sua atenção somente às classes trabalhadoras?* O bloco de
poder multinacional c associado impôs uma nova relação entre o Estado, as clas­
ses dominantes c ele próprio, que implicava a rejeição do bloco oligárquico-indus-
trinl populista e de seus mecanismos de representação e controle de classe. O
novo bloco dc poder rejeitou n ordem política anterior e procurou estabelecer um
regime tccno-cmprcsarial, protegido c apoiado pelas Forças Armadas, um regime
tal que os políticos se tornariam ancilares c, no processo, perderiam seu papel
central.
A nova relação entre o Estado, as classes dominantes c o bloco de poder
multinacional e associado permitiu ao IPES moldar o processo de modernização
econômica?® Os anéis burocrático-empresariais foram consolidados. Os grupos eco­
nômicos que não pertenciam ao bloco de poder financeiro-industrial multinacional
e associado foram excluídos dos processos principais de formulação de diretrizes?*
O fato de industriais e banqueiros, como membros do IPES ou fortemente
relacionados a ele. ocuparem os postos-chave de formulação de uma política eco­
nômica e dc exercerem cargos públicos como ministros e burocratas dc alto es­
calão. permitiu que o IPES agisse como um verdadeiro mediador de poder, pois
era um agente político c ideológico que fazia parte tanto das classes dominantes
quanto do Estado?' A ocupação dos órgãos de formulação dc política econômica
por empresários c tecno-empresários do IPES resultava, de fato, na “privatização
das instituições do Estado”?3 Tal ocupação abriu as áreas institucionais do Estado
à exclusiva representação de certos interesses privados organizados. Tanto a “pri­
vatização** quanto a exclusividade dc interesses representados tinham de ser le­
gitimadas de uma forma ou dc outra. Nem mesmo uma elite orgânica preparada
c poderosa como a do IPES. com o apoio dos oficiais da ESG, poderia operar
um sistema econômico tão declaradamente a favor das frações multinacionais e
associadas, sem apresentar uma posição política e ideológica vulnerável, que
poderia ser pronlamente explorada pelas vozes cm desacordo, entre as classes
dominantes c os militares. A fórmula que legitimou o controle da elaboração da
política econômica pelo IPES foi a do regime “lecnocrático", baseado em toma­
das dc decisões aparentemente racionais.

485
A “racionalidade tecnocrática” na elaboração de diretrizes excluía, por defi­
nição. considerações políticas, que eram igualadas aos interesses menores c pres­
sões destituídas de altruísmo. Os aspectos "tecnocráticos” do regime, que abran­
giam a ausência dc discussão aberta e responsabilidade pública dos que tomavam
as decisões, funcionavam, efetivamente. contra as frações das classes dominantes
não ligadas ao IPES. Dc maneira semelhante, a natureza "tecnocrática” da tomada
de decisões do Estado era coerente com a exclusão total dos setores populares.
O caráter tecnocrático correspondia à imagem dos dois elementos “racionais”
na formulação de diretrizes entre os civis e os militares. Esses elementos eram
os chamados técnicos (burocratas supostamente com preparo técnico) que traça­
vam o desenvolvimento económico com seus equivalentes nas Forças Armadas,
isto é. os oficiais da ESG conduzindo o leme político do Estado e proporcionando
segurança. "Segurança Nacional c Desenvolvimento”, o lema da ESG» tornou-se
também o lema do novo Estado. Os técnicos e os oficiais da ESG estavam, pre-
lensamcnte, unidos no governo devido aos seus supostos talentos e à sua ideologia
não-emocional, a política e apartidária.54 A imagem "tecnocrática” teve o mesmo
papel de legitimação e generalização de demandas e interesses particulares que a
idéia dc "desenvolvimento" tivera durante o período de fuscelino Kubitschck/1
Tanto o "desenvolvimento" quanto o "tecnocratismo” respondiam às expectativas
sociais, embora os dois rótulos servissem para ofuscar a identificação dos prínci
pais beneficiários do processo, tendo sido nos dois casos os interesses multi­
nacionais c associados. A diferença, entretanto, era que a idéia dc “desenvolvi­
mento” no governo de Juscclino Kubitschek serviu para nutrir aspirações hege­
mônicas das classes dominantes em relação às classes dominadas, isto é. envolvia
vida política ativa no empenho dc se chegar a uma meta nacional de desenvolvi­
mento. 0 "tecnocratismo”, por outro lado, não se referia a uma meta, mas aos
meios pelos quais eram tomadas as decisões sobre objetivos sócio-económicos que
não se encontravam abertos a discussões24 O “tecnocratismo”. que foi assu­
mido como um véu ideológico pelo novo Estado estabelecido cm 1964. ratificou
um aspecto importante da realidade, isto é. as restrições impostas sobre a vida
política pelo novo bloco de poder dominante.**
Apesar dc ser a formulação de diretrizes controlada pelos empresários e
lecno-cmpresários. alguns autores tendem a retratar os ocupantes dos cargos de
poder no Estado como técnicos, enfatizando sua ausência de interesses econô­
micos e sua pretensa neutralidade no processo de formulação de diretrizes e de
tomada de decisões. A dicotomia analítica entre empresários (ou tecno-empresários)
e técnicos parece ter surgido dc uma simples insuficiência dc pesquisa empírica
sobre as fortes ligações dos técnicos com interesses privados, bem como de supo­
sições que. afoitamente, atribuíram o título bastante arbitrário de “tecnocrata”
aos empresários, em decorrência dc suas atividades econômicas específicas?* O
estudo das classes dominantes "para si”. em ação, exercendo seu poder de classe,
mostrando sua vontade política e sua consciência de classe foi seriamente negli­
genciado. com exceções dignas de nota/** Por outro lado, as Forças Armadas e.
em particular, a ESG. como suposto centro ideológico, foram focalizados como
agentes de mudança, enquanto a burocracia, através dc um núcleo de técnicos, foi
apontada como o agente de construção nacional.** Ademais, a projeção do Estado
e a minimização do papel dos industriais e banqueiros poderiam ser consideradas
um do$ resultados da ênfase à natureza autônoma ou subsistêmica das Forças
Armadas e da tecnoburocracia.’1 Além do mais, como modelo básico para a inter­
pretação dos golpes na Aménca Latina e. partícularmente. o do Brasil, foi tomado

486
o da intervenção bonapartista dos militares.’* O Estado de exceção pós-1964 foi
visto como um uparclho militar-burocrático que tomou o poder diante da inquie­
tação popular c que foi apoiado pelo temor das classes médias, uo invés de agir
•'representando” os camponeses, como ocorreu no Estado bonapartisla original.”
O que se supôs haver de comum entre o caso do Brasil c o Estado bonapartisla
original foi o fato de o aparelho militar-burocrático tomar o poder, a despeito das
classes dominantes, a fim de comandar o Estado, para que os interesses dessas
classes pudessem prevalecer. A visão do Estado pós* 1964 como bonapartisla foi
reforçada pela crença na autonomia "relativa” do Estado de exceção que, de
acordo com Nicos Poulantzas, requer autonomia relativa para "reorganizar a he­
gemonia c o bloco dc poder”.” Na realidade, foi o bloco de poder liderado pelo
IPES que reorganizou o Estado e, sob o controle da elite orgânica, tentou conso­
lidar sua posição. Com as classes dominantes "tornadas Estado” e por este enco­
bertas e dissimuladas (aufgehoben), o aparelho estatal passou a ser o objeto de
pesquisa, cm detrimento de industriais c banqueiros supostamente "ausentes do
Estado”. O Estado c as classes dominantes eram vistos como entidades empare­
lhadas e externas umas às outras.” Os vários grupos sociais, aparentemente, tinham
dc competir para obter os favores do aparelho estatal burocrático-autoritário, os-
lensivamcntc dirigido por técnicos c conduzido por militares.” Como assinalou
Fernando Henrique Cardoso, os cientistas sociais lançaram-se "a la recherche de
1'état perdu", um tipo de Estado "tecnoburocastrense”. exercendo um papel de
supervisão sobre as classes dominantes, agindo também em seu próprio benefício.”
Com a supervalorizaçôo em geral do papel dirigente das Forças Armadas e da
função estratégica da "tccnoburocracia", cm detrimento da presença e das ativi­
dades dos empresários nu política nacional, diversos problemas e questões, como
a noção dc uma classe ou de um bloco de poder governante, (oram postos dc lado.
Enquanto isso, outras dificuldades foram levantadas em tentativas dc compreender
problemas de articulação dc interesses e de representação de classe no Estado. O
próprio Estado foi envolto na aura de uma "autonomia relativa” metafísica, na
qual o autoritarismo eximia o Estado das responsabilidades sociais e da prestação
de contas aos cidadãos. Concomitantemente, os aspectos tecnocráticos do regime
legitimaram o controle exercido pelo IPES sobre o aparelho estatal económico-
administrativo e asseguraram a exclusão do bloco oligárquico-industnal.
O Estado expressava então a supremacia c unidade política do bloco de poder
dominante liderado pelo IPES.” Do ponto de vista estrutural, o Estado brasileiro
era o verdadeiro "condensado de relações de poder", entre classes em conflito e
entre frações rivais, de que fala N. Poulantzas. O nível de luta de classe no Brasil,
na conjuntura política especifica do início da década de sessenta, explicava a na­
tureza "tecnocrálica" e autoritária do "condensado" dc relações de poder. O Es­
tado representava tanto a relação de força entre os excluídos da participação
política toubcourt c as classes dominantes — dai seu autoritarismo — quanto a
relação de força entre os interesses oligárquico-industriais excluídos da represen­
tação junto à cúpula e ao bloco dc poder, liderado pelo IPES — dai seu tecno-
cratismo. A presença generalizada que o IPES impôs ao aparelho estatal, sua
posição privilegiada na sociedade civil, seu controle sobre uma parte predomi­
nante dos meios dc produção material c sua atitude repressiva levam à reflexão
diante da noção e da realidade política de uma classe governante. Também levam
■ modificar as visões céticas a respeito das possibilidades de realmente se verificar
a sua existência” (ou, neste caso, dc um bloco de poder ou de uma fração go­
vernante).

487
A bias de classe do Estado brasileiro depois de 1964 foi estudada em virtude
de haver preenchido os requisitos políticos c económicos para o desenvolvimento
do modo de produção capitalista e cm decorrência da força e da influência que
os interesses econômicos dominantes são capazes de exercer, por possuírem e
controlarem uma ampla gama de recursos.*1’ Entretanto, esses interesses financeiro-
industriais multinacionais e associados não foram obrigados a exercer pressão,
como se estivessem "de fora", sobre as ações e diretrizes políticas do Estado. Os
processos de formulação de política econômica e de tomada de decisão eram exe­
cutados, dentro e fora do Estado, pelo bloco de poder dominante liderado pelo
IPES que não necessitava de intermediários porque era o próprio mediador de
poder. Em outras palavras. a bias de classe do Estado foi determinada não só
pelas limitações estruturais, que. por si sós. eram equivalentes a uma dimensão
objetiva e impessoal de instrumentalização de classe.4* Também foi determinada
pelo recrutamento do pessoal locado na cúpula de comando do Estado, que era,
em grande parte, da mesma classe dos empresários e tecno-emprcsários que co­
mandavam o setor privado da vida econômica do Brasil.43 O Estado prendia-se aos
desígnios dos ativistas do IPES, que cuidavam dos problemas dc coesão das dire­
trizes Apesar de haver divergências táticas, elas ocorreram dentro de um espectro
específico e bastante restrito, permitindo, assim, ao IPES exercer sua influência
através da década de setenta Mas ainda há campo para pesquisa sobre o papel
do IPES depois dc 1964. sobre a distribuição de poder entre as diferentes frações
e subgrupos que compreendem o bloco de poder por ele liderado.
O novo Estado estabelecido em 1964 agiu, não só cm nome do bloco dc poder
financciro-indusirial multinacional e associado, mas também sob o comando do
bloco dc poder vigente organizado pelo IPES. O Estado dc 1964 era de fato um
Estado classista e, acima de tudo, governado por um bloco de poder. Justamente
por sua sujeição ao controle pessoal dc um bloco liderado pelo IPES. o Estado
se encontrava fora da esfera de influência das classes dominantes em geral, ao
mesmo tempo que gozava de autonomia total em relação às classes dominadas,
enfatizando, assim a necessidade de qualificar as afirmações a respeito da autono­
mia relativa do Estado no Brasil Em suma, o IPES representava, de forma orgâ­
nica. o poder dos interesses multinacionais e associados com uma visão estraté
gica que transcendia interesse» restritos dc companhias específicas ou grupos so­
ciais c capaz dc formular diretrizes políticas que beneficiavam todo o bloco. E
importante salientar que as capacidades organizacionais desempenham um papel
fundamental na compreensão da lula de classe e da mudança social, porque é
uma luta pelo próprio "vir a-scr" de classes organizadas, e não entre classes or
ganizadas.4* Na medida cm que as classes dominantes conseguiram atingir a trans­
formação do que Olin Wrighi chama de suas "capacidades estruturais" cm capa­
cidades organizacionais, o bloco de poder multinacional e associado foi capaz de
conter as contradições que permeavam o Estado brasileiro e de conquistá-lo. O
que ocorreu no Brasil em 1 • de abnl dc 1964 revelou que o fato mais óbvio c. no
entanto, talvez o mais negligenciado, diz respeito â noção dc luta de classes. De
acordo com Ralph Miliband. "supondo-se que seja ignorada a concepção de que
luta de classe é o resultado de propaganda e agitação 'extremistas*, permanece o
fato de que a esquerda tende para uma perspectiva pela qual a lula de classes
é travada pelos trabalhadores e pelas classes subordinadas contra as dominantes.
Claro que é isso*. Mas a lula de classe também significa e. sempre significou.

• NT Construção elíptica também na citação do original.

488
anfw de mais nada, a lula travada pela classe dominante, e pelo Estado agindo
em seu nome, contra os trabalhadores e as classei subordinadas. Por definição,
a luta não é um processo unilateral mas convém enfatizar que ela é ativamente
travada pela classe ou classes dominantes e. sob muitos aspectos, com mais efi­
ciência do que a travada pelas classes dominadas"/* Pelo que foi visto no de*
correr dos capítulos, as observações de R. Mihband procedem Entretanto, uma •
observação vital a ser feita, contrária à outra generalização de Miliband. é que a
luta de classes foi promovida pelo bloco multinacional e associado liderado pelo
1PES na "sociedade civil", de acordo com uma estratégia determinada, com focos
de ação específicos e deliberados e com liderança e organização elaboradas. O fato
de se ter. finalmente, recorrido à intervenção militar para desferir o golpe final
contra o governo de João Goulart apenas enfatizou que "a classe dominante, sob
a proteção do Estado, possuía vastos recursos, incomensuravelmente maiores que
os das classes dominadas, para impor seu peso sobre a sociedade civil".41
Concluindo, pode se dizer que a "pré-história" política e ideológica dos gran*
des interesses financeiro-industriais multinacionais e associados estava entrelaçada
com a do bloco histórico populista e com a convergência de classes dominantes
deste bloco. A história do bloco de poder multinacional e associado começou a
1 • de abril de 1964. quando os novos interesses realmente "tornaram-se Estado",
readequando o regime e o sistema político e reformulando a economia a serviço de
seus objetivos. Agindo dessa forma, levaram o Brasil e. poder se-ia conjecturar,
lodo o cone sul da América Latina ao estágio mundial de desenvolvimento capi­
talista monopolista.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Pira generalizações sobre o estado bu leira. O Embaixador Korry. que serviu no


rocráticoauloniário vide Guillermo O* Chile, chegou a afirmar que as técnicas
DONNELL Corporalism and the question empregadas no Brasil foram utilizadas no
o( lhe state. In; MALLOY. Jamci M Au Chile dez anos mais tarde, com efeito de­
thorúananum and corporanim in Lalm vastador. Empresários locais e estrangeiros
Amcrtca Pittsburgh, Pittsburgh Umv. pertencentes ao Council for Latin Améri­
Prm. 1977. ca foram engajados, por volta de 1970. no
Uruguai, em atividades semelhantes às exe­
2. Até que ponto a experiência brasileira
cutadas no Brasil, ou seja, uma “campa­
é relevante para outros países latino ame­
nha publicitária apoiada por empresas con­
ricanos? Sèo encontrados em oulras partes
tra os extremistas*'. Empresários faziam
modelos semelhantes de açio de classe em­
parle de “um comitê uruguaio-americano
presarial? Primeiro, o 1PES tinha organi­
de homens de negócios que aluava como
zações Idênticas e congêneres por ioda a
assessor voluntário do presidente Pacheco
América Latina e até nos Estados Unidos
Areco*. Um ano depois líderes do 1PES
Como vhlo antenormente. há também in­
foram envolvidos na queda do presidente
dicações de que o “modelo brasileiro" foi
Torres, da Bolívia, enquanto “acionistas*
empregado em outros países O caso da do Council for Latin América foram en­
queda de Allende e o clima de deasire volvidos em campanhas de “publicidade"
econômico c de convulsào social eslimu na Argentina. Vide COUNCIL for Latin
lado duranle sua presidência certamenlc América. Rcport to stockholden. Nev
Uo bem semelhantes à experiência brasi York. jan. 1970. v. 6. n. 2. p 8.

489
J. Supunha* que a maiona do* indus­ Brasil. 16 eram banqueiros, bem como 22
triais t banqueiro* est nesse preocupada do* 34 executivos da SUMOC e funcioná-
ou abtoria cm seus problema* comemau no* do Banco Central Vide C. HASEN
imediato*. «ourando a»xm pouca inclina­ BALG A C BRIGAGAO Formação do
ção mtekctuai cu peanca para se dedicar empresário financeiro no Brasil Dadot.
a tarefa* que pa retiam a’hcia* ou possível Rio de laneiro. (4):79403. IUPERI. 1971.
menie maléficas às »uaa metas emprrw 5 Ha necessidade dc mais estudos sobre
nart A crença na pawv idade pobuca doa a interação entre empresários c empresb
cmpmânoa brasileiro* (oi desenvolvida cm nos-políticos e entre eles e os políticos pro
particular por Rxxdan ROFTT Brjn/. Hw onais na elaboração de diretrizes pdí
poíi/ics ot a puinmonjuí sonrry Boston. ticas antes dc 1964. Sobre o papel político
Allyn A Bacon. 1972 p 126-30 dos empresários, vide Ouintin HO ARE A
4 Ai dai*c* empmanats têm segurado, Geofírty NOWELL-SMITH. Srfecfiom
através de seus sucruno* intelectuais or /rom lhe prison noiebooks ol Antomo
|Aako* as rédeas do poder com grande CramKt. London. Lawrcnce A Wishart.
(orça política e ideolopca Sempre que 1973 p 260
uma nova configuração de relações de po 6 Vide (a) A. STEPAN The mt/ifory m
der indicava o powvei estabelecimento de pofi/io Pnnceton. Pnnceton Unrv Pms.
um Estado triauv amente autônomo como 1971 Cap 6-7 (b) T. SKIDMORE Pofi
em 194$. |9$4 ou 1964. a ordem empresa fies m Brasil. I93&I9&4 an tipfr^en ui
rtaJ interveio. de uma forma ou de outra, drmocrocy Oxford Univ. Press. 1967. Cap
par* restaurar seu firme controle sobre a 74 (c) R. SCHNEIDER The poluiad
mÀquitia política de autoridade e força sjstrm o/ Brasil New Yoek. Columbia
Mesmo João Goulart não dnpensou, mi Univ. Press. 1971. Cap I.
clalmenre. figurai empmanais importan*
7. Georges-André FIECHTER Brasil sur
lei. como o banqueiro Momn Salks (su-
ce 1964: modernisation under a milita/y
posiamentc imposto a João Goulart, como
redime. London. The Macmillan Press.
parle do compromisso dc 1961. quando
1975 p. 9. 29. 29.
este asiumiu a presidência); Nei Galvão.
banqueiro c industnal. Carvalho Pinto, I. Sobre o conceito dc bloco de poder,
banqueiro; Santiago Dantas, industnal da vide N POULANTZAS Pohtical po*er
Copebri* (A F Torres. E. Ca»o da Süva and social ciasses London. NLB and S A
Prado. Angus C. Littlejohn — da Colum- W. 1973. p. 24 M2.
bian Carbon Co — LSA/CeUtino SA, 9. O argumento é baseado nos critérios
PanamA/CcIancac Corp oí Ammca/Tra* metodológicos dc A. Gramsci. conforme
ders Inc . Panamá), Jorge Serpa. diretor foi apresentado em (a) Quintin HO ARE
da Manneimann. e Renato Costa Lima, re­ A Geoffrey NOWELkSMJTH. op crt. p
17545 (b) Antônio GRAMSCI Afoçuia
presentante dos interesses do setor cafeei­
vef. a política e o Estado moderno Rio de
ro. para mencionar alguns Há. certamcnte.
Janeiro. Civilização Brasileira. 1964. p. 61.
necessidade de se pesquisar mais sobre as
opções política* abertas aos interesses mui 10 Vide Godfrty HODGSON A Wilham
tinecionais e associados, através da pessoa SHAWCROSS Destabilixation. The Sun
de Santiago Dantas e dos motivos par* sua day Times. October 24. 1975. p. 15-16.
"rejeição" Além disso, em pesquisa reali­ II. A noção de “grupos dc ligação" co­
zada por Carlos HasenbaJg c Góvis Bn mo é empregada por Karl Deutsch refere
gagto a respeito da participação política se a grupos dentro do sistema político na
da burguesia entre 1955 e 1969. descobnu- csonal que têm ligações particulares com
M que de um total de 152 cargos públicos o meio internacional Vide Jan Kmppers
importantes ocupados por empresánoa. os BLACK. Unúed S/a/n prnrfra/ion of Bra
banqueiros tinham 56 postos contra 46 doa sii Mancheuer. Manchester Univ. Proas.
industriais e 27 dos comerciantes. De um 1977. p. 5943
total de 9 Ministros da Fazenda. 6 eram 12. “.. um movimento político |é]
banqueiros. De 36 diretores do Banco do um movimento da classe, com o objetivo

490
de reabrir teus interesses dc modo geral, lhe capitalist statc. Nr* Lejl Revie*,
de uma forma que possua forças gerais, London (82). 1973. p 86. <b) N POU
socialmcntc coercivas**. Vide Karl MARX LANTZAS The capitalist statc a reply to
Carla a Boite, em 23 de nov . 1871. refe­ Miliband and Laclau. Ne* Le/t Revte*.
rente ao Gotha Programmc, conforme ei* London (95). 1979 p 72-6
lado por N. POULANTZAS op. cit p. 15. (a) A. GRAMSCI Antologia México.
107. Siglo XXI. 1970 p 71 (b) A GRAMSCI
13 Para R. Miliband. poder de classe é o Notas sobre Maquia velo. sobre política y
poder geral c penetrante que uma classe sobre d estado moderno. Buenos Aires.
dominante (assumindo-se. para fins de ex­ Ed Lautaro. 1962 p. 325.
plicação, que há somente uma) exerce a 16. G ODONNELL op cit p. 48. 64.
íim dc manter c dc defender a sua predo­
minância na ”sociedade civil'* Esse poder 17. Um dos indicadores do processo de
dc classe c exercido através dc muitas ins­ integração foi que dc l%2 a 1967 o núme­
tituições c agências. Algumas delas são ro de diretores dc indústrias em todo o
destinadas principalmente a esta finalida­ Brasil caiu dc 48 000 para 40 000. enquan­
de, por exemplo, partidos políticos da to o número dc empresas individuais, de
classe dominante, grupos de interesse c fato, cresceu em vários milhares Vide BA­
pressão etc. Outras podem não ser espe- NAS 40 000 no comando da economia
cificamenlc destinadas a essa finalidade, brasileira. V. 1. 196B-1969 (Introdução).
mas podem servir a ela, como igrejas, es­ 18. Sobre "política dc exclusão” vide F.
colas e a família. Mas destinadas ou não PARKIN Marxism and ctass theory Lon­
a essa finalidade, são as instituições e don. Tavistock, 1979.
agências através das quais a classe domi­
19. A ameaça apresentada às classes do­
nante procura assegurar sua "hegemonia**.
minantes pela mobilização das classes tra
R. MILIBAND. Marxism and pohtics. Ox
balhadoras urbanas e rurais resultou no
íord, Oxford Univ Press, 1977 p 54-55.
restabelecimento, depois de 1.* dc abnl
Para N. POULANTZAS Pohncal
de 1964. de fortes elos dc controle com os
op. cit. p. 104-7. poder é *‘a capacidade**
setores populares, reforçando o caráter Au­
dc uma classe social de realiur seus mie
toritário do novo Estado e uma ‘penetra
resses objetivos específicos. A noção dc
çáo” maior do Estado na sociedade civil.
poder está relacionada com o campo de
Sobre a noção de “penetração" c a noção
práticas dc “classe”, tendo uma referencio
de Estados burocrático-autonúrios. vide:
específica b análise dc organizações dc
O DONNELL. op cit p 48.
clos&c. Seu quadro dc referência é o campo
Entretanto, a relação quase-corporativis­
da luta dc classe dc uma sociedade divi­
ta das classes dominantes com os setores
dido cm classes. Para a noção de “interes­
populares através do novo Estado burocrá­
sei”, “Interesses objetivos” c “interesses
tico-autoritário não resultou na incorpora­
dc classe” vide (n) N. POULANTZAS. id
ção controlada das classes trabalhadoras
p. 109-13, (b) Erik Olin WR1GHT. C/ass
urbanas, como fizeram Oetúlio Vargas e
crisis and thc s/cife London, NLB, 1978. p.
seus sucessores, mas na exclusão política
87-8.
e econômica tout-court dos setores popu­
14. Com essa ação, o aparelho do Estado lares. O abafamento da expressão corpo­
agiu como um poder dc classe estratégico rativa e política das classes trabalhadoras
c historicamente preparado Para a noção industriais e rurais foi o alicerce da “no­
dc Estodo como poder de classe predispos­ va ordem” c da “paz social", c um pré-
to (previamente preparado c consolidado), requisito pura n “segurança e o desenvol­
vide Q. HOARE & G. NOWELL-SMITH. vimento nacionais”. O novo bloco dc po­
op. cit. p. 217, der implementou uma eslralégiu de domi­
Deve-se lembrar, entretanto, que o po­ nação das classes subordinadas de acordo
der do Estudo “é o meio principal c bá­ com o doutrina da Segurança Nacional e
sico, mns não o único, através do qual o o Desenvolvimento dn Escola Superior de
poder dc classe é usscgurndo c mantido”. Guerra, que tinha como um de seus prin­
Vide (a) R. MILIBAND. Pouluntzus and cípios básicos a inevitável renovação da

491
cqusção "elite-masa»" A» demandas e nc- cto-econômic» c políticas mais imporian
ceatidadei da» ma»». nesta doutrina, te te» e su» soluções. Nesse aspeclo. o IPES
riam interpretadas pela “elite”. ainbumdo desenvolveu funções que G. William Dom­
às refcnd» mass» um intermediário per- hoff chamou de "busca do consenso na
manente na forma do lutado Sobre o con­ formulação de diretrizes" para o bloco dc
trole dai classes trabalhador» depcMt de poder dominante, muito semelhante a or
1964, vide Kcnneth S. MERICLE. Corpo- ganizaçôes americanas como o Council on
ratiil control oí thc worktng cia», autho- Foreign Relaciona. o B usines» Council c o
ritarian Rrazll sincc 1964 In: MALI.OY, Committcc for Economic Dcvelopmenl
Jamei M ed Auihcritariamsm and corpo que. como foi visto ahieriormenle. era na
ratunt m Lafin Ammca Piliiburgh. Umv. verdade uma das congéneres americana»
ol Piltsburgh Prcss. 1977 p JOMS do IPES. Vide (a) C. William DOMHOFF.
20. Como (oi titio no capitulo IX. no Sociol clubs, policy-plnnning groups. and
centro da exclusão institucionalizada dot corporations: a network of ruling class co
íntertttct econômicos subalternos caiava o hesiveness. In: Domhoff. G. William ed
Ministéno do Planejamento, uma vtrda New dirtciions in power stmclure rescar
deira reserva do IPES. Ene ministério es­ ch. The Insurgem Socíologut, Oregon, 5
lava encarregado de coordenar e supervi­ <5>:I75, Spring 1975. <b) Laurencc H.
sionar at diferem et funções do aparelho SHOUP. Shaping lhe post-war world, lhe
do Estado, estabelecendo dirrtnzes sócio Council on Foreign Rclations and lhe Um-
econômic» para o governo pós-1964 Foi ted States war ai ms during World War
sob a orientação do Mirusiéno do Plane Two. In: DOMHOFF. G William ed. id.
jamenio que se etecuiou a reformulação p 9-52.
da estrutura produtiva e administrativa do 22. Como foi visto no capítulo IX. o
Estado Peia natureza do planejamento in­ IPES (oi moldado em um eficiente "ór­
dicativo que eieculava, o Mimsiéno do gão intermediário" para elaboração de di­
Planejamento transformou o Estado em retrizes políticas, desenvolvendo uma sé
um falor gigante de acumulação dc capi- rie de canais e meios de assegurar comu­
laJ, o que beneficiou o bloco multinacio­ nicação fácil entre os empresários como
nal e associado Sob e»e aspecto, o Minis­ ura lodo, representados pelo IPES. os em­
tério do Planejamento leve papel funda­ presários que faziam parte do IPES e da
mental no processo de "orgamxaçào dc administração pública £ óbvio que ot em-
agenda" c "mobdoação de buv para as presãnos do IPES tiraram partido do rt
políticas de modernização. na medida cm lacionameoio informal e bastante próximo
que » consequências de roa ação têm de que tinham com os ocupantes dc cargos
ser avaliadas não só em termos do que pubhcos. Em virtude da rtduplicação de
realizou e favoreceu poaimamente, mas papéis públicos c de seus cargos parti­
também em termos do que evitou que culares em mdúsin» e bancos, bem co­
acontecesse mo do bockground comum no IPES. ocor­
21. Além doa mecanismos estatais de ex­ reu uma comunicação direta e informal
clusão. talo é. dos mesoa insotucionau de entre o governo e a fração dirigente mui
artKulaçio de interesses representados pe­ Unacional e associada. O IPES também
los mlnisiénos e órgãos do governo, ha­ desenvolveu uma rede complexa de inte­
via oulros cios informais entre os empre­ ração entre o Estado e os setores domi­
sários do IPES e a administração do Es­ nantes da sociedade civil, constituindo,
tado O próprio IPES. que havia sido cria­ assim, uma estrutura neocorporaüvisia ex­
do. financiado e dirigido por membros dos clusiva de articulação de interesses, cujo
Iniereises multinacionais e associados, a /ocas não se encontrava deniro da "socie­
fim de assumir o controle do Estado, lor dade política", como ocorrera nas estrutu­
nou-te. depois de 1964, um dos meios ras corporativistaa do Estado Novo c nas
mais imporiantes. através dot quais oe estruturas populistas dc associação dc in­
membros do bloco de poder vigente pude­ teresses. mas na "sociedade civil". Esta
ram pesquisar a respeito de diretrizes es­ era outro nfvcl em que ocorria a interpe­
pecificas c discutir diretnxei gerais. che­ netração objetiva do Filado c da estrutura
gando a um acordo sobre as questões aó- oligopobsta do capitalismo moderno indus-

492
irial e financeiro. garantindo mutuamente chave do governo e da administração do
• previsibilidade de seu comportamento Estado e da implementação de diretrizes
futuro. No cumprimento das funções de políticas restritas e exclusivas limitou o
etlabilização e previsibilidade, o SNI de­ espaço da política Além disso, as restri
sempenhou um papel importante, afastan­ çõc» políticas impostas sobre as classes su­
do-se da repressão ostensiva e coerção e bordinadas c grupos sócio-econòmicos su
aproximando-se da manipulação preventi­ baltemos destruíram a aparência de “au­
va e de controles sociais menos visíveis. toridade pública" defendendo interesses
Sobre o papel do SNI, vide Walter de gerais, sem falar nas necessidades comuns
COES. O Brasil do General Get set Rio Ao contráno. o Estado autoritário com
de laneiro. Editora Nova Fronteira. 1978 sua bias empresarial tomou-se o instru­
O papel do SNI na formulação de diretri­ mento verdadeiro das classes dominantes,
zes políticas constitui uma área ainda ca­ excluindo totalmente interesses subordina­
rente de pesquisas. Vide também (a) O* dos e moldando o caráter das novas rela­
DONNELL op. cit p. 49, 61-64 c sua no­ ções dc daste, afastando as esperanças de
ção de "corporativismo bi frontal". (b) G. A. Fiechter para que fosse o contrário.
Philippe C. SCHMÍTTER Siill the ccniu- Vide G. A. FIECHTER. op. cit. p. xii-xiii,
ry of corporalism? Revier of Polttici. s.1.. 34. 212.
J6(l):85-131. jan. 1974. A vitória esmagadora que o IP ES, em
23. Sobre a noção de "privatização” do particular, c as classes dominantes, como
Estado, vide O'DONNELL. op cit. p. 48. um todo, obtiveram contra as classes su­
bordinadas tanto no Estado quanto na so­
24. Flynn. em um livro recente que repe­ ciedade também significou que o Estado
te o argumento de tantos brasil ianistas, re­
nâo era mais a "arena” dc luta dc classe
flete este argumento ideológico sobre a
que havia sido durante o período populis­
união “ ESG-técnico” como o foco de ela­
ta. Ao invés disso, o Estado tornou se o
boração de diretrizes políticas e a falta palco onde frações divergentes das classes
de força política dos homens de negócios dominantes, excluídas do bloco governan­
frente a esses técnicos e burocratas. Vide te. ajustavam suas próprias divergências e
P. FLYNN, Brasil: a political analysis.
teu reliejonamento com ele.
London, Ernesl Bcnn, 1978. p. 331, 355,
372. 28. Vide (a) G. A. FIECHTER. op. cit.
p. 225, 250. (b) N. LEFF Economic poli-
25. Sobre a idéia de desenvolvimento co­
cymaking and development in Brazil.
mo fonte de hegemonia, vide Míriam Li­
1947 /964. EUA, John Wiley <L Sons, Inc.»
moeiro CARDOSO. La ideologia domi­
1968. Cap. 11.
nante. México. Siglo XXI. 1975. p. 277-98.
29. Entre essas exceções, encontravam-se
26. O exercício da hegemonia por uma
(a) Eli D1NIZ. Empresário, Estado e ca­
classe, bloco de poder ou írnção depende
pitalismo no Brasil: 1930-1945. Rio de Ja­
de sua capacidade de monter as normas de
neiro, Paz c Terra, 1978. (b) Fernando
exclusão política c, assim, de uma certa
Henrique CARDOSO. Empresário indus­
forma, exercer uma medida de repressão.
trial e desenvolvimento econômico no
O caráter hegemônico e coercivo do go­
Brasil. São Paulo, Dl FEL, 1972. (c) Fer­
verno de uma cluise é determinado pelo
nando Henrique CARDOSO. O modelo
falo dessa exclusão scr imposta e renova­
político brasileiro. São Paulo, Dl FEL,
da pela força pura e simples ou de ser
1973. (d) Fernando Henrique CARDOSO.
estabelecida — ou pelo menos renovada
Autoritarismo e democratização Rio de
— pelo agrupamento do aparelho ideoló­
Janeiro, Paz c Terra, 1975
gico do Eslado e da sociedade. Vide F. H.
CARDOSO. Estado e sociedade no Bra­ 30. Há várioi exemplos de tais linhas de
sil. CARDOSO, F. H. ed. Autoritarismo e argumentação. Alfred STEPAN em ieu
dcmocralizaçào. Rio dc Janeiro, Paz e Ter­ The military in polities — changing pal-
ra, 1975. p. 193 96. terns in Brazil procurou a explicação da
27. A imposição direta dos interesses em mudança social na intervenção militar, es­
presariais através do ocupação dos cargos- tando os motivos resumidos em diferencia-

493
çôes ideológicas c orgafusacioaaia. Natha- latmoamencano Santiago. Chik. Prensa
n»d LEFF propôs um moino iccnocratsco Latinoamericana. 1969. cap. 6 9 (d) Alam
par» edificação da em sua obra ROLQUIÉ. L*h)pothèse bonaparúsic et
Eronomw pofiQ — *HaÀiag and drsviop- lemergence des sysièmes politiques semi-
mrru m Rraxrf 7947 ;9M Heho IAGLA- compehtifv Revue Française de Scicnce
RIBL svu no Estado uma importante for* Poli tique. França. 25(6): 1077-111. dcc
ça mo<nz do deaemohimcmo nacional em 1975. (c) C- FURTADO. De la república
sua obra PoLiticd — a gene­ oligãrquica al estado militar. In: BERNA-
ral rArum and a Latm Amenccn case stu DET. |. C. et alii. ed. Brasil hoy México.
dv |uan | LINZ chega a consrrwr acu Siglo XXI. 1966. p 214. (0 H IAGUA
argumento sobre a autonomia doa milita­ RI BE. Brasil — estabilidad social por d
res |uaa | LINZ The fature oí an ao colonial fascismo. In: BERNADET. ) C
fbontanan regime the caac oí Brazd In: et alii. op. cit p 44-53. (g) Guy HERMET.
STFPAN, A. ed. Authontenan Brasd oh- Dictature bourgcoisie et modcnusation
fi/u. po/xin «md future New Havcn. Ya- conservatricc: problèmes mcthodológiques
k Lmv Preis, 1973. p 234 dc lanalyse des situations autoritaires.
A suão ideológica do Estado brasileiro Revue Française de Science Polilique,
ocupado por técmcos durante 0 período de França. 25(6): 1029-61. dcc. 1975.
I9o4 a 1967. apotado por militares técni­ 34. Nicos POULANTZAS. Fdsrism or
co» e náo apenas por burocratas armados diciatorship? London. NLB. 1973. p. 313.
ajudou a construir uma unagem de pe
35. N. POULANTZAS. The capitalM
cu liaridade para a» Força» Armadas bra-
state... op. cit. p. 74.
sikiras. cm panxular. c para o Estado
brasileiro, cm geral. o que também ajudou 36. (a) G. ODONNELL. Corporalism
a legitimar o neno regime Essa imagem op. cit. p. 54. (b) T. SKIDMORE Poli-
de «ingulondadc quase projetou o regime lies and cconomic polícy making in aulho-
brasileiro para além do domin»o das ciên­ ritarian Brazil, 1937-1971. In- STEPAN. A
cias sociais c polílscaa tradicionais c rei- cd. Authoritarian Brasil origins. policiei
íicou o Estado dc um modo geral, ape­ and future. Ne* Havçn, Yak Univ. press
sar dc. com o tempo, a realidade política 1978.
(tradicionais conflito» dc classe e lutas so­ 37. Vide (a) Carlos Estevam MARTINS
ciais) ter >e encarregado dc destruir o mi­ Tecnocracia e capitalismo Sâo Paulo. F.d
to da peculiaridade brasileira. Brasiliense. 1974 (b) L. C. Bresser PE­
31. Exemplos dessa ênfase sobre a lecno REIRA. Estado e subdesenvolvimento in­
burocracia c o* militares sáo respectiva dustrializado: esboço dc uma economia po­
mente (a) Lutz Carlos Brttacr PEREIRA. lítica periférica São Paulo. Ed. Brasílico
Dnrnso/simenfo c cnw no Brasd São ac. 1977.
Paulo. Ed Brasiliense. 1973. fb) Edmundo 36 A respeito de dificuldades em tomo
Campo» COELHO Em busca dr idmiido da noção dc "ciam vigente" ou "bloco
de. o Fxérctlo e a política na soc udade de poder vigente**, vide (a) R. M1LIBAND
brmdeira Rio de Janeiro, Forense Univer­ Marxism op cit. p. 67-74. (b) Nicoi
sitária. 1976. POULANTZAS Polilical... op. cit p
32. Vide P. FLYNN op. cit p 520 100-14. 117-19. 300-301. (c) N. POULANT­
ZAS. The capitahsl op. cit. p 75.
33 O golpe bonapariista em nome das
A natureza do Estado tem sido 0 pomo
classes médias fot estudado por ía> |oaé
da discórdia da anilisc política por mui­
NUN The middle cias» mditary coup In:
tos anoi. e foi o assunto do famoso e fe­
VFLIZ. C ed 7Ac pu/i/ua o/ conformuy
cundo "debate Miliband-Poulantras*'. O
tn Lotm América Oxford. Oxford Univ
debate está contido principalmentc em
Press. 1967 p 69 92. 112 <b) Irvmg Loun
uma série de artigo», a saber, (a) N. POU­
HOROWITZ lhe ntilitary elites. In Eh
LANTZAS The problem of the capiralisl
r« m Lafin América Oxford. Oxford
itate. Ne* Left Revic*. London. (SB).
Univ. Press. 1967 p I46J9 (c) T doa 1969 (b) R MILIBAND Rcply |o Ni cot
SANTOS. Sociahtmo o fascu mo dilema Poulantzas NLR, London. (59). 1970 (c)

494
R MILIBAND. Poulanixas and the capí- Princeion Univ. Prcss. 1979. (b) Sérgio
talist siate. NLR. London, (82). 1973- (d) Hudson ABRANCHES The divided Le
N. POULANTZAS. The capitalist statc: a viathan state and economic policy forma-
rcply to Miliband and Laclau. NLR, Lon­ lion in ouihoritarian Braxil Tese de dou­
don. (95). 1976. torado Comell Univ. Press. 1978. (c) Re­
O debate estimulou outros e. apesar de nato Raul BOSCHI. National induitrud
ter acalmado nos últimos anos, a questão ditei and the siate m post I9&4 Braxd:
e a “problemalica" ainda persistem, calan­ instilutional medtaxions and poli tical chan
do longe de se esgotarem, (a) Ernesto LA­ ge Tese de doutorado. Michigan. Univ. of
CLAU. The specificity of the poli tical: Michigan. 1971
the Poulantzas-Miliband debate Êconomy
41. Vide N POULANTZAS The pro-
anj Sociefy. s.l. 5(1). 1975. E. Laclau foi bltm op cif p 7(M
um dos acréscimos mais influentes (b)
42. Seria um resultado interessante o es­
Amy Beih BR I DG ES. Nicos Poulanuas
tudo das raízes históneas do que parece
and the marxist lheory of the statc Poh-
ser o extraordinário backiround e ori­
ties and Society, s-L, 4(2). 1974. (c) |.
gem. educação e afinidades, amizade e li­
MOLLENKOPF. Thcories of the statc and
power strueture research. The Insur^en! gações. atitudes e suposições ideológicas e
políticas compartilhadas comuns, dos em­
Socioiofist. s.L, 5(5). 1975. Número espe­
presários e tecnoem presanos que compu­
cial. (d) A. WOLFE. New directions in
nham o IPES.
lhe marxist lheory of polities. Poltiici and
Society. i 1. 4(2). 1974. 43. Sobre es tru tiras de classe. lula de
classe, interesses de classe c capacidades
39. Lewis Coser, um dos oponentes mais
de classe, vide (a) Ohn WRIGHT op. cit.
importam es da noção de classe governan­
p 98-IOB (b) Nicos POULANTZAS Po
te ou bloco de poder governante, afirma
luical po*tr and social classes London,
que "proponentes da tese da elite de po­
NLB. 1975. e suas noções de "presença
der nâo foram completamcntc convincen­
especifica*4 e "efeitos pertinentes** nas p
tes, nâo sendo capazes de mostrar que
7844 e sul visão de classes sociais corv
aqueles que dizem estar em posições cs*
ccbidas como práticas de classe existentes
truturois de podor têm. de falo, a capaci­
cm oposições, nas p. 85-93. (c) Fernando
dade organizacional e ideológica para agir
Henrique CARDOSO. La cueslión dei es­
em comum no procura de interesses super-
tado cn Brasil. In: Autoritarismo... op.
individuais’*. Lcwis COSER. The nolion of
cif.
power: thcorctical developmcnts. Ameri*
can Sociological Associationi Mcetings. 44. R. MILIBAND. The coup in Chile.
1973. Citado cm O. William DOMHOFF. In: BLACKBURN. Robin cd. Rtvolufion
Social clubs . op. cit. p. 173. and dass struggle. London. Fontana. 1977.
40. Vide (■) P. EVANS. Dependent dt p. 412-13.
velopment: the alliance o/ multinational, 45. R. MILIBAND. Marxum... op. cit
state and local capital in Braxil. Princcton. p. 54-5.

495
APÊNDICES

APÊNDICE A

A composição dos acionistas da ADE LA cm 1972

EUA. Intemabonal Harvnlev Company


1 ntemattonai Syttcma and Controla Cor­
Aluminium Company oí Ameno poration
The Bidclle Development Corporalion
Intemational Telephone and Telegraph
Brookdale lnc Corporalion (Irvmg Trust Company)
Burroughs Corporation Kaiser Aluminium A Chenucai Corpoo
Caterpillar Tractor Co boa
Chemical Intemabonal Finance Ltd. (Che- Kaiser Industries Corporation
mical Bank) Koppen Company lnc.
Chrysler Corporalion Kuhn Loeb A Co.
The Coca-Cola Company Locb. Rhoadca A Co
Continental Crain Co. Manuíaeturen-Detroit Intemabonal Cor-
Continental Jlhnois National Bank A Trust poration (Manuíacturtn Nanonal Bank
Co. oí Chicago oí Detroit)
Crocker-CilizenB Intemational Corporalion Cari Marks A Co. lnc.
Deerc A Company Mellon Bank Intemational (MeBon Nabo­
The Dow Chemical Company nai Bank and Trust Co.)
E. 1. du Ponl de Nemoun A Company lnc. Northwcst Intemational Bank (Northwcst
Exxon Corporation Bancorporation)
The Fidelity Intemational Corporalion Phelps Dodge Corporation
(The Fidelity Bank) Pullman Incorporatcd
The Firestone Tyre A Rubber Company Shawmut Intemational Corporation (Na­
Fint Chicago Intemational Finance Corpo tional Shawmut Bank)
ration (Fint National Bank oí Chicago) Joscph E. Scagram A Som. lnc.
Fim National City Ovencai Inveitment Standard Fruit and Stcamship Company
Corporation (Fim National City Bank) Tenneco Intemational lnc.
Fim Pcnmylvania Ovcrseas Finance Cor­ Train. Cabot and Associaies
poration (The Fim Pcnniyhania Ban-
United Fruit Company
king and Trust Company)
United Staies Steel Corporation
Ford Molor Company Wells Fargo Bank Intemational Corpora­
General Molon Corporalion tion (Wells Fargo Bank)
Gulf Oll Corporation
White. Weld A Co-
H. J. Hcinx Company
IBM World Tradc Corporation Alemanha
INA Corporalion
Intemational Bank of Dei rol t (National Commerzbank A.G.
Bank o( Detroil) Deutsche Bank A. G.

497
Dculsche Gescllschafl fur wiriKhafiliche Ocrlikon Buchrlc Holding A. G.
Zusammcnarbcit Société Généralc pour 1'lndusiric
Dcuischc Cbcrsceiichc Bank A. G. Sulxcr Brolhcr» Ltd.
Dresdncr Bank A. G. Buhler Brothcrs
Farbwcrkc Hocschst A. G. Swiss Bank Corporntion
Fcrroílaal A. G. Swiss Credil Bank
Klockncr Humboldt Dcuti A G Swiss Reinsurancc Company
Fried Krupp GmbH Union Bank of Swjtzcrbnd
Mclallgescllschaft A G. Robert Bosch Internationale Bctciligungcn
Schrocder, Munchmeyer. Hengst A Co. A.G.
Dr August Oetkcr
Wcstdcuixrhc Landesbank Girozcntralc Japão
Wurttcmburgische Landcskommnunalbank-
The Bank of Tokyo Lld.
Girorcntralc
The Dai-lchi Kangyo Bank Lld.
Thc Fuii Bank Ltd.
Suécia
Nippon Stcel
AG A Aktiebolag Hilachi Lld.
Alfa Lavai AB The Industrial Bank of Japan Ltd.
AllmÃnna Svcnska Elekinska Aktiebolaget hhikawajima-Haríma Hcavy Industrie» Co.
Allas-Copco AB Ltd.
AB BonruerfOretagcn Thc Mitsubishi Bank Ltd.
AB Electrolux Nippon Kokon Kabunshiki Kaisha
Gôleborgs Bank The LongTerm Credit Bank of Japan
A lohnson A Co . HAB Ltd.
Kockmi» Mekaniika Verkftads AB Nissan Motor Co. Ltd.
Rcdcriaktiebolagci Nordsf/eman (Johnson The San* a Bank Ltd
Lmc) Thc Sumi tomo Bank Ltd.
Sandtikcfu Jcvrrverkj A B
Saab-Scanta A B Luxemburgo
Skandinavnka-Frskilda Bank
Femsa Société Financière ct des Brevct»
Svcnska HaMelsbankcn
S. A.
Akliebcbget Svenska Kullagerfabrikcn
Kredietbank S. A. Luxcmbourgeoisc
The S»edish Maich Corcpanv
Petroíina Holding Luxembourg S A.
Telefonaknebolaget L.M Ehcmon
Cranfci AB Banca Commerciale Italiana Holding S. A
Aknebolagei Volvo
GràBreianha
5uifu Lloyds A Bolsa Internaiional Bank Ltd.
André A Cie $A Barcbys Bank D C. O
Volkarl Brothcn Banng Brothcn A Co Lld.
Bntish Amehcan Tohacco Company Ltd.
Ciba-Geigy A. G.
Coamos Bank Bnúth Maich Corporation Lld
Diethclm Holding Ltd. Dunlop Ltd
EkctroWaU Engineering Servicet Ltd. Hill. Samuel A Co Lld
F. Hoífmann-La Roche A Co. A. C Imperial Chcmkal Industries Lld.
"Holdcrbank" Financière Glarut AG I a/ard Broihcrs A Col Lld.
Industrial and Commercial Bank Zürich Mídbnd Bank Ltd
Ltd. Thc Rio Tinto Zinc Corporation Lld
Lilton Internaiional S. A. N M Rothxhild A Sons
Motor Columbus Elcctrical Management Schruder Inveslmenl Company Lld.
Company Lld Sandwell Ltd. (Bermuda)
Nailé Alimeniana S. A. Thc Shell Pclroleum Co. Lld

498
França • Dinamarca

Banque de TUnion Européenne Carlsberg Brygjtcricrna (De Forenedc


Panbas Intcmotional Bryggcncr A/S)
Union Auxiliaire de Financcmenl. “UNI- Dcn Danske Landmandsbank Akliesebkat
MAR- The East Asiatic Company Lld.
Aklicselskabei Kjobcnhavns Handcbbank
Itália A P Moller
Banca d‘Amcnca e dltalia Privatbankcn i Kjobenhavn Akticselskab
Banca Nazionale dei Lavoro F. L Smidth & Co. A/S
Fiai S. p. A.
hiilulo Mobiliare Italiano (I.M.I.) Lipanlia
Monte dei Paschi de Siena
Banco de Bilbao
Pirclli S. p. A.
Banco Central S A.
Riunione Adriattca de Sicurtà "R.A.S?*
Banco Eipanol de Crédito
Holanda Banco Exterior de Espana
Banco Hispano Americano
Algcmcnc Bank Ncderland N. V.
Banco Ibérico S A.
Amsterdam-Roltcrdam Bank N. V.
Banco Popular Espanol
N.V. Philips Glocilampenfabrieken
Banco Urqutjo S A.
Shcll Petrolcum N.V.
Unilcvcr N. V. Banco de Vízcaya
Stcenkolen*Handclsvcrceniging N. V. Sociedad de Invcrjiones Mobiliarias en cl
Exterior S. A
Panamá Instituto de Crédito a Medio y Largo
Plaio
Equily Invcstmcnts Inc.
Finlândia
Canadá
A Ahlstrõm Osakeyhlio
Alcan Aluminium LtcL
Ab Nordtska Forcnmgsbankcn
Bank of Montreal
KansallivOsake-Pankki
The Bank of Nova Scotia
The Bata Shoc Organisanon Rauma-Rcpola Oy
Brascan Lld. Oy Strombcrg Ab
Canadian Imperial Bank of Commcrce Oy Tampella Ab
Comine o Lld. Valmct Oy
The Royal Bank of Canada Oy Wartsila Ab
The Toronto-Dominion Bank
Noruega
Xiu/rta
Christiania Bank og Kreditkasse
Oeste rreichische Landerbank A. C Elkem-Spigerwerk A/S
Vereiniflc Osterreichische Eiscn-und Sta- Dcn Norske Creditbank
hlwcrke A. G.
Waagncr-Biro A. G. Argenfma

Bélftca Astra Campania Argentina de Petróleo S A.


Loma Negra Compania Industrial Argenti­
Compagnle Financière et Industnelle (CO-
na S. A.
FINJNDUS)
Banco dcl Interior y Buenos Aires SA.
Solvay & Cie. S. A.
SyndKtl Bclgc d'Ent reprises à 1'Elrangcr Compama Naviera Pém Compano S. A.
S A. "SYBETRA” Bunge y Botn Lida S A
Société de Traction et dElectrfcité Cclulosa Argentina S A.

499
Tcchint S.A.I.C Brtnil
Emolo Tomquui y CU U<U Banco de investimento Industrial S. A. —
INVESTBANCO
Colômbia
Banco Real de Investimento S.A.
Corporacrtn Fimmciera Colombiana CU Antártica Paulista
Ccrporación Financrera de Caldas Cobra par Cia. Brasileira de Participação
Klabin Irmãos A CU.
Corpocación Financrera dd Norte
Monteiro Aranha EnfcnharU. Comdrcio c
CorporaiUn Ftnanocra dd Valle
Indústria S. A.
CorporaciOn Finanoera Nacxxial
Banco Saíra de Desenvolvimento S. A.
CU. Nacional de Tecidos
México

Arrendadora Internacional S A. Venezuela


CasajuB, Triguero» y Cia S. A.
Banco Nacional de Descucnio C. A.
Compania Fundidora de Fierro y Acero de Industrias Lácteas de Perija C A.
Monirrrcy S A Inversiones Dosco. S. A.
Infcmeroa Civites Asmkiado» S A. C. A. "La Seguridad”
Mexicana de Fomento S, A
Odin S. A. FONTES: Guia lnterinvest 1975-Rio.

500
APÊNDICE B

Ligações econômicas da liderança e associados proeminentes do IPES.

Décio GuimarAes de Abreu — IPES Rio

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Distribuidora Record S/A Alfredo Machado
— Publicidade Erwin Wasey de S&o Paulo Eduardo Caio da Silva Prado

Almiro Alfonio — IPES Rio

Pré-1964: Caixa de Amortizações do Ministério da Fazenda


Serviço Estatística Econômica c Financeira
Diretor Geral Fazenda Nacional
ESG
ADESG

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Nordestina S/A Vivian Lowndes
— Banco Lowndes Donald Lowndes
— Finco S/A Marcos Gasparian
— Finco Investimento S/A

Paul Norton Albright — IPES Sio Paulo

Ptô-1964: CIESP
American Chamber of Commerce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— E. R. Squibb & Sons Joio Batista Pereira de Almeida Filho
Produtos Químicos Farmacêuticos e
Biológicos Edward Munn
E. R. Squibb &. Sons M W Percopos
Squibb Mathicsson Int. Corp.
-* Olln Mnthlcsson Chemical Corp.
— Olínkraft S/A
Morgan Group

501
Cláudio Rotii de AlmttJíi — IPES São Paulo — Conselho Orientador
Pré-1964: Sindicato Cias de Seguro

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

(—


Terral S/A — Maquina» Agneoias
Sonncmg S/A Cem. e Ind
Aural S/A Pari Com e Ind
C. V. Orberg
Roberto Teixeira Boavista

— SA Sonftcntg
— Lton S/A A dm c Empr
— Cia. Boa*»ta de Seguros Mercantil
— Cia Nacional de Seguroa

Erneito Teuei^a de A/meida — IPES São Paulo/Con. Fiscal

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— L Figueiredo S.A Administração
Despachos c Representações

/oW Souzo Almeida — IPES São Paulo/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

Rui Comei de Almeida — IPES Rio


Pré-1964 Confed Associações Comerciais do Rio de Janeiro
Associação Comercial do Rio de Janeiro
Amencan Chamber oí Commerce
Federação das Associações Comércio c Indústria do Estado da Guanabara
Missão Abbink
ESG

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Maciel Gomes e Cia S/A
Anabcitia Cia SRL — Buenos Aires
Cia. Luar de Armazéns Gerais
— Refinana União de Petróleo P. F. Gcyer
— Cia. Estanííera do Brasil A. Sãnchez Galdeano
— Rio l.ifhi S/A A. Gallottí
— Banco do Comércio S/A
— Banco Delta S/A
— Aménca Fabril S/A

Ldic Toledo Pisza e Almeida Fo — IPES São Paulo/Con. OrVSctor Obras Econômicas
Pré-1964. CIESP
FIESP
Sindicato de Bancos do Estado de São Paulo
ANFAVEA
ANPES
IDORT

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— VEMAG S/A Augusto de Camargo
Auto Union GBL D F. Alonso

502
Fnti Mullcr Preisenfabrik
Grupo Novo Mundo
— Agropecuária Primavera
— Mimy Ferguson do Brasil S/A Ind e JoW M. Pinheiro Neto
Com.
— Mercedei Bcnx
— Banco Novo Mundo Gcorgc da Silva Femández
— Fibcnco André Arames
— Novo Mundo Cia. de Seguros
— Itamaraiy Cia de Seguros
B. F. Novo Mundo
— Cia. Mercantil e Industrial Arapuá
— FINASA S/A Clemente Manam
1. Klabin
— Cia Construtora Novo Mundo Inneu Bomhausen
B. Financial Novo Mundo J W. Simonsen
L. de Moraes Barras
— Volkswagen do Brasil |oào Neves
— Miramar Cia. de Seguros Herculano de Almeida Pires
Banco Fín. Novo Mundo Amador Aguiar
— E.L.I.T. Indústria e Transporte Lida.

Geraldo Alonso — IPES Sio Paulo/Con. Or/Chefe Grupo de Opinião Pública


Pré-1964: American Chambcr of Commerce
Associação Brasileira dc Propaganda

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Standard Publicidade
— Norlon Publicidade
— Perfumes Dana
— Ester Research Investments

filo Ferreira Alves — IPES/Con. Or/CAB/Grupo Integração

COMPANHIAS E GRUPOS ( DIRETORES E/OU ACIONISTAS

Joio Soarei do Amaral Neto — IPES São Paulo/Con. Or/Con. Dir.


Prf-1964: CIESP

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— PROA — Projetos e Assessoria S.A.
— Divertan A. C. — Zunch
— Aços Villares S.A.
— Centrais dc Concreto do Brasil S.A. Manoel Gudic dc Monteverde
CONCRETEX
Panomcricana dc Concreto — Pa­ Renato Marques Silveira
namá
— CONCRETEX — San lista Usina dc
Concreto
— Tecnoconcrcto Paulista S A.
— Panamcticana de Concreto — Pa­
namá

503
- ipu o
COMPANHIAS t GRUPCH DIRETORES E/OU ACIONISTAS
Kfccrto Freire Amcmano

*—n_r~r — 'TO RwCab Or

COMPANHIAS í GRUPOS | DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— O Gbte ' Roberto Mannho

IPES Rio/Con Or/Com. Dir/CE

(OMFkSHIC í GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— CAEMI — Cm Ai F«prrw foequim R C. Freire
| C Schncider
Dano Afutar de Moraes
Orlando Caldeira
ferrando I Larvafure

A. A. César Antunes
* CA MetaMrpca UrWí
— ÍTA — Fatudos Tdcmcoe e Ad- OUvto Batios de Oliveira
moimraçM S/A
— FW BarWa I OIivkt
Baldomew Barberá Fo
— COFICCXTt Fmanc^ve et la-

— C« Fwirtfn de te? «d
— I COM IN AS VA Fm>1 ■ de Marr>-
VA»
— ICOMI Arnaldo Blank
— Be«Melm SuM Cory Paulo C A Antunes
A A de Are vedo Sodré
— CAFMI
— Cia Mmae da legada
ICOMI Daniel 0 Sydeaitricken

EuWidev AronAe — IPFS Rm/Cob Or


M IW4 Amcx Brasileira de C nadam de Gado Ouernaey

COMPANHIAS F GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia de Sefuroí Cmanabara
— Aukuraxxmc Geocrali de TrteMe e V»
ncxia
— Somei — Impurt A Expon de Mate
riais S/A
— Gaafsl S/A

<04
— Wlllys S/A AntôfiMj Cunha da Süva Bucro
— Dana Corp
— E. W BIim Co. P L Quartim Barbosa
D Bcattr III
— Vulcan Mal Plástico S/A Norbcrt Lcdcrcr
— Banco das Indústrias S/A

Friipt Arno — IPES São Paulo/Con Or.


Pré-1%4: Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétncos, Eleirómeo» c Sinulam do Estado
de São Paulo
Amcrican Chamber oí Commcrce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Arno S.A. Indústria e Comércio Manoel da Costa Santos
Antônio Casimtro Ribeiro
— Mecana Indústria Paulista e Ad­
ministração
— IBEC Cia. Empreendimentos, Adm.
e Investimentos (Richard Aldrich.
Diretor)
— ASEA Elétrica Manoel da Costa Santos
Paulo Reis Magalhães
— ASEA Allmana Swcnska Eletriska Ak-
licnbolagcl Eduardo Caio da Silva Prado

Paulo Ayres Fo — IPES São Paulo/Con. Or/Com Dir/CXVG OTJSctor Social Setos
Educação
Pré-1964: Banco do Brasil
CIESP
Amcrican Chamber of Commerce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


—• Instituto Farmacêutico Pinheiros — Oswaldo Ntaru Maia
Prvduios Terapêuticos (Chcmic Gni- Humberto Monteiro
ncnihal)
— IMPA S/A — lnd._ Metalúrgica Denis | Lacabanne
— Caio Paranaguá Muniz
— Anvcr S/A — Administração de
Bens
— Pradinia S/A (Dcnis Lacabanne)
— Banco Mercantil de São Paulo G E Bueno Vidigal
— Fundição Progresso S/A Milton A)rea
— Unlpol S/A — Com e Represenl
(Alfredo Cortopassi, Ignez Man
nho Ayres. )oȎ Luiz Silveira)
— Laboratório Paulista dc Biologia S/A O Manz Maia
— Insl Pinheiros
— Progresso Mctalíril S/A Ind. e
Com

505
Tony Bahia — IPES Rio/Con. Or7Grupo Integração

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Progresso dc Vatença lúlio Pentagna Guimarães

/oW Geraldo Ouartim Barbosa — IPES Rio


• Pré-1964 ANVAP

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Cerâmica Vale do Paraíba
— Ind. e Com. de Adubos e Forragens
— Ind de Produtos Ou i mi cot Alca Lida.
— rhcta Comercial

Paulo Almeida Barbosa — IPES São Paulo/Com. Dir7Con. Or.


Pré-1964: Aiaociação Comercial de São Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Eiw do Brasil
Rockfcllcr Group
— Moplast S/A Indústria e Comércio A. Toledo Lara Fo.
|. A. C. Amaral Gurgel
— Banco do Estado de São Paulo S/A

Paulo Lacerda Ouartim Barbosa — IPES São Paulo/Con. Or.


Pré-1964: Conselho S*c»onaJ da Economia
CIESP

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Chenile do Brasil — Tecelagens
— Deltec
— Sean Roebtack dc Co.
— Ouartim Group
— Willys S/A Antônio S. da Cunha Bueno
— Dana Corp
— IRFA — Ind Reunidas dc Ferro
e Aço S/A Fuclidcs Aranha No.
— Willys Ovcrland do Brasil laymc Guimarães
— FINASA S/A
— Uiquiga* do Brasil S/A Francisco Matararzo Sobrinho
— Liquigás S/A
— Italy Lioyd Mediterranean

Teodoro Ouartim Barbosa — IPES São Paulo/Con Or.


Pré* 1964: Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


Baoco do Comércio e Indústria de SP S/A Heitor Portugal
Caio dc Paranaguá Moniz
|osé Adolpho da Silva Gordo
lusio Pinheiro da Foneaca
— Frigorífico Cruzeiro

506
— Soíisa — Soc. Financiadora S/A J. de Souza Queiroz Fo.
— Banco do Estado de São Paulo S/A
— Banco Francês e Brasileiro S/A
— Credibrás Financeira do Brasil S/A Manoel Ferreira Guimarães
Hélio Pires de Ohveira Dias
W alter Moreira Saltes
A. F Schmidt
Hélio Beltrão
Hélio Cássto Munir de Souza
Henrique de Bciion
Sérgio Pinho Mellão
D. Madure ira Pinho
Brás Ventura
— Brascan Expansão e Investimento António Gallotti
— Willys Overland
— Indústria Produtos Químicos R. Neves Figueiredo
Alca Ltda. J. Quartim Barbosa
Paulo Quariim Barbosa
— Companhia Siderúrgica Paulista — Sebastião Paes de Almeida
COSIPA Gel. Edmundo Macedo Soara
— Cia. Fiducial de Comer, c Ind. de Fi­ losé de Souza Queirós Fo.
nanciamento. Créd. c Invest. Antônio C. Fagundes Goma
Luiz Carlos V Alares Barbosa
— Maximus Comercial c Administradora
S/A
Cia. Brasileira de Construções Luiz Dumoot VAlares
Fichei Schwartz Hautmont Souza Queirós Fo.
— Comind — Comp. Comerctil Comina­ Fanulii Pndo
ria c Administradora Grupo Votocantira
Bancn Comercial Italiana Paulo Egjdio Mamas
José de Souza Queirós
— Cia. Hoteleira Paulista Valeniim Bouças
Panair do Brasil
Panam

Herman Moraes Barros — IPES São Paulo


Pré-1964: American Chamber of Commerce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco (taú E. Vülela
— Finanscars — Financiamento. Crédito Eduardo Caio da Silva Prado
e Investimento Eduardo Campos Salles
— Banco Sul Americano do Brasil S/A Gcnésio Pires
João Batista L. Figueiredo
L Moraes Barros
— Cia. Melhoramentos Norte do Paraná J. Leão Ludolí

/. Li/b Moraes Barros — IPES São Paulo/Ccn. OrJCom Dir.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


A. Aguiar
F. Whitakcr
|. A de A Prado

507
— Banco do Eatado de SAo Paulo S/A W. Simonscn
Hcrculano dc Almeida Pirtf
W. Paes de Almeida
— Banco Sul-Americano do Brasil S/A lorgc Lcflo l.udolf
— Panalr do Brasil Paulo Sampaio
— Duraicx S/A E. Villela
Laerte Sciúbal Filho
— Finasa S/A I Klabin
W. Paes de Almeida
|. A. Almetda Prado
A. Aguiar
Clemente Mariani
Irineu Bornhausen
Hcrculano de Almeida Pires
loío Neves
Lélio Toledo Piza
|. W. Simonsen
— Banco Itaú

Fábio Garcw Baitai — IPES Rio

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Fábio Bastos |nd. c Com.
— Liquid Carbonic Indústrias SA.
General D>namicvLSA
— Cia. Nacional dc Reflomtamento

loào Baylonfuf — IPES Rio


Pré-I9M Fed das Indústrias do Estado da Guanabara
Sindicato Industrias Mecânicas e Material Pesado

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco do Rio SA António Banca
— Ypiranga S A Investimento»
Banco Real do Canada/Royal
Bank ol Canada
Bank oí Amcnca
General EJecirsc
L. C. dc Souza e Silva
Noé Ribeiro
— Phihps do Brasil SA Manoel Ferreira Guimarães
Hcrberi Moscs
— PANAJR do Brasil
— Banco da CapitaJ SA. Leonardo Lins
Hcinz Hoffnesster
— NORBRASA METALÚRGICA S A Ismael Coelho de Souza
Sociedade Participações Industriais e Erling Lorentzen
Lorentzen
I. E. Hay Christían Thum Paulsen
|. R. B Adm. e Org.
— J. R. B Organização e Administração

508
Dmid íll — IPES São Paulo
Pré* 1964: American Chambcr o( Commcrce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— DELTEC S. A. Inv. Cred e Fmanc Antooio GaUotti
Iríneu Bomhauscn
— Valem 1/ Investimentos Ruy dc C. Msgalháes
— Valeria 2/ Investimentos Paulo Neves dc Souza Quamm
— Valeria V Investimentos
— Valeria 4/ Investimentos Clarence Dauphmot Jr.
Egydio dc Souza Aranha
— DELTEC S A/Soc. Anon. F rançai se |. M. Pinheiro Neto
dc Rcassurance
— Hystcr do Brasil
— Hyster Co. Portland
— Ferodo S.A. Lonas Freios F Harold Wcin
DELTEC/Turncr & Ncwall Ltd.
— Johnion &. Higgins Corretagens c Se* Clarcnce Dauphmot
guros
— DELTEC S.A.
— COBRA Comp Brasileira Valonradora
de Empreendimentos
— DELTEC SJK.
— Comp. Melhoramentos de Osasco Carlos Moraes Birros
DELTEC S.A.
— Ciiy of São Paulo Improvcments &.
Frechold Land Co.
— Banco Investimento
— Maq. Piratininga Jorge de Souxa Rezende
— DELTEC S.A./lst National Cily Emmar Kok
Bank/IBEC/Valeria l.\ 2.\ J.%
4’ (Richard Aldrich)
— Chenile do Brasil Tecelagem Gilbert Huber |r,
— DELTEC S.A/COBRA/
— Willyi Overland do Brasil Euclydes Aranha
— Descomp S.A. Com. c Participações Paulo Lacerda Quartim Barbosa
— Empresa Técnica dc Avaliações e Pes­
quisa
— The American Appraiiol Co.
— Amafoco S.A. Máq. Automáticos
— Manufatura dc Brinquedos Estrela S/A L. Adler
— Mara S. A. Consultoria e Administra- A. Saraiva
çfto/Sulaica S.A. Admin. e Com/Valo- H Moll
rio 1.*. Valeria 2.*, Valeria V, Vale­
ria 4/
— AMF do Brasil S.A. Máquinas Automá­ Eduardo Caio da Silva Prado
ticas
— American Machlnc and Foundry Lyman B. Tucker
Corp.
AMB Invcstment Corp. Swhtcr»
hnd
IBEC Crcscinco/Dehcc S.A/ Nelson P. Torres
Valorcga S.A.
* Com Vallc S.A.

509
— Campo* Salle» SA. Indústria e Co- Eduardo de Campos Saltes
mércao Luiz Gonzaga de Souza Figueiredo
— São Joaquim S A. Valores Com c
Hyppólito Machado Romano
Rcprctemações/E. dc Campo*
Salks/O R. dc Moraes e Silva/
H. Machado Romano Paulo Neves de Souza Quartim
— Itabira SA. Financiamento. Crédito c
Paulo Neves de Souza Quartim
Intciumenio
Lucas Nogueira Garcez
— VaJorega SA Investimentos
Clemente Mariani
— Finasa SA. Financ Cred. c Invcst.
Gastâo Eduardo de Bueno Vidigal
J. A. de Almeida Prado
Wallace Simonscn

Aidrúba! Bdlrgard — IPES Curitiba


Pré-1964 Assoe Comercial do Paraná

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Distribuidores Cummxns Diescl do Pa­
raná

Hélio Btitrào — IPES Rio/Grupo de Estudos


Pré-1964: BNDE
IPASE
PETROBRÁS
Conselho Nacional do Petróleo
Secrctáno Planejamento da Guanabara

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Mesbla S/A João Baylonguc
Établisscmenis Mestre et Blatgc Demósthenes Madurcira Pinho
Banco do Rio H. de Botton
— Philhps Pctfolcum
— I. T. T.
— Morgan Group
— Cobrapar Heinning Boilessen
— Ultra Group/ICEL Rubem da Fraga Rogério
Pery Igel
Credibráa Financeira do Brasil S/A W. Moreira Salles
A. F. Schmidt
— Cobrapar — Ga. Brasileira dc Partici­
pações S/A
— Phillip» Pctrolcum
— Ultra Group
— UI (ragás Heinning Boilessen
— Cobrapar Rubem da Fraga Rogério
— Ultralar Pery Igel
— Cobrapar
— Escritório de Consultoria
|oáo Carlos Vital
— Ultrafértil Heinning Boilessen
— Cobrapar Pery Igel
— Ultraval Rubem da Fraga Rogério
— Cobrapar

510
Aguinoldo Reierra - IPES Curitiba
Pré l964: Consultor lurldlco dii Aisociaçâo Comercial do Paraná

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

íuli Emúnotl Btanchi — IPES Sío Pwlo/Con. Or.


Pré-1%4 FARESP
IBC
Associação Paulista dc Avicultores
ESG
ADESG

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


- Cii. de Armazéns Gerais do Estado de
São Paulo - CAGESP
- Fazenda Paraíso
- Cia Nacional de Fotjagem de Aço Bra­
sileiro - CONFAB
Chicago Bridge & Iron Co. Luiz Benedito Nascimento
Columbia Sietl António Carlos dc Bueno Vidigal
Kmpp Group
Brown Boven António Benedito Machado Florense
Fosier Whceler
Retro Chenn
Koch Engmeering
Tank Co.

Don Charles Bird - IPESUL


COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— loaquim Oliveira SA. Com. e Ind. Quí­ Lauro Oliveira
mica Urbano Oliveira

lltinnlni Boilrnen — IPES Sio Paulo/Con. Or.


Pré-1%4: CIEE (Ceniro d» Indústrias Elétrica e Eletrónica)

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


7 Pery Igel
Rubem da Fraga Rogério
Hélio Beltrão
— Ultrigás — São Paulo
— Ultrilar
— COLSAN — Sociedade Beneficente de
Coleta de Sangue

Afvaro Codho Borges — IPESUL


COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Fundição Mmuar.o S A. — FUMISA
- loté Beru SA. Export. e Import.
- Comercial Técnica Export c Import.
- COTEX1 S A.
— Moinho» Rio-grandensa S A.
— Bungc & Bom

511
Gustavo Willy Borghoff — IPES São Paulo/Con OryCom. Dir.
Pré-1964: Associação Nacional de Máquinas, Veículos, Acessórios e Pcçai
Associação Comercial de São Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— REMMA S/A
— Lucas do Brasil
joseph Lucas GB
— Borghofí S/A Guilherme J. Borghofí
Paulo Neves de Souza Quartim
— Sharples do Brasil Ind. e Com.
Sharples Corp. Philadelphia Cyro E. O. Hermano
Centrifugas Lrd. — Nassau

Guilherme fúltc Borfhoff — IPES Rio/Con. Or/Cotn. Dir.


Pré-1964: Associação Comercial do Rio de Janeiro
ESG
ADESG
Secretário de Economia do Estado da Guanabara

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— BORCHOFF S/A Com e Técnica de Paulo Neves de Souza Quartim
Máquinas. Motores e Equipamentos r
— REMMA S/A Representações Gustavo Willy Borghoff
— Joseph Lucas do Brasil
Joseph Lucas Iodustries — GB

Henrique de Botton — IPES Rio/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Mesbla SX Hélio Beltrão
Etabliuement Mestre et Blitge Luiz Biolchini
— COGED — Cia. Geral de Administra­
ção e Organização
— Banco Francês e Italiano para a Amé­ Rodrigo Otávio Fo.
rica do Sul S.A Viccnic Rso
Banque França is e cl llalienne Rogério Giorgi
— APA Administração e Participação SX
— Brazfabril SX Ind e Com.
— Administradora Santa Amélia
— Administradora São João de Icaraf
— PADORGA — Cia. Paulista de Admi­
nistração e Organização
— Credibrás Financeira do Brasil S/A Augusto F. Schmidt
Hélio Beltrão
Banque de Paris et de Pays Bas Manoel F. Guimarães
J. Braz Venlura
Teodoro Quartim Barbosa
Sérgio Pinho Mc lião
Walter Moreira Salles
Hélio Pires de Oliveira
Hélio Cássio S. Muniz

512
Victor Bouças — IPES São Paulo
Pré-1964. Centros Industriai* do Rio de Janeiro
COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Cia. Conlinoc S/A
— Cia. Imobiliária Santa Crur
— Cia IATRA Imobiliária c Agrícola Ex-
ira S/A

Abelardo Coimbra Bueno — IPES Rio/Con.


COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Coimbra Bucno e Cia. Ltda. lorge Alberto de Souza Brasil
— Agrobrasil S.A.
British-Amcrican Tobacco
— Fundação Coimbra Bucno General Humberto Peregrino

Gilberto Wack Bueno — IPES Sáo Paulo/Con Or.


Pré-1964: FIESP
CIESP
COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— SOTEMA — Sociedade Técnica de
Materiais S.A.

Adalberto Bucno No — IPES São Paulo/Con. Or./Com. Dir.


COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Indústria Metalúrgica Tcrgal S/A I Othon Alves BarceUos Corrêa

Oc/dvío Gouveia de Bulhões — IPES Rio


Pré-1964: SUMOC
CNE
GEMF
FMI
FGV
IBRE
COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Mercedes Bcnz Gal. Edmundo Macedo Soares
— Daimler Benz — Alemanha
— União de Bancos Brasileiros — UBB Walter Moreira S3lles
— Hanna Mining Co. Lucas Lopes
— Cia. Siderúrgica BelgoMincira Pedro Gallctti
— Arbcd
— CONSULTEC
— APEC

Horry Burfer — IPESUL


Pré-1964: Instituto Rio-grandensc do Arroz
COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Cia. Rio-grandcnsc de Adubos
— Cia. Nord Africainc de 1‘hypcrphospha-
tc Reno-Francc
— Grupo Gerdau

513
PtAIW* COMXAP
companhias i cairos DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Prudu^a Imaia V A kwe AuguMu MacDoweU Leite de Castro
— Bynfioa e lK
— S^juib M j<ara Pauta Ejxto Martins
— Itaatan Iknxtau S A
— Uu^xUi tas.

— CU Gml ta Mm Alberto Tonti Fo.


Pauta Egydio Martins
Joaquim Scrvera

Okw Gpalfi ta C — IPES Sèo Pmta/Con Or.


Pra-i«* CIESP
FIESP
COMPANHIAS E GRLPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Vom VA Sentai • Mmmm A<d- L. Toledo Piza
«ola.
— (Xir*rx V A loaquim Carneiro
— I« u tansrJ do Brata — BH Obrtgon dc Carvalho
— Ft<Ao e T nli^i Sta> Patao VA Edmundo Matai

— (tam VA Roberio Kalcd Matai


E. Viltela
— Induarnaa ta Seda. Matai VA O E. Setúbal
Ttc^doa e Mi^aia N C. Llhoa Cintra

Or

COMPANHIAS E GRLPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— PartMipaçúa» leaa C<*a « lad VA
P*t»tmnli P-n Gin
lluchn MlF«
Ltayd A H»<tas Broa
— CBI — Ccpid.i Brntava de lavo Eduardo Guinlc Fo.

— Baaco llad
— larodo Ctan t P«rrvaewia^to
— Bcngurii S/A de Radiadores
Fi*d Mottw Co
— BcnJ.< Hvmt N Moraes Barro* Fo.
Appharxo do Rraatl S/A
Bund> Corp
Ptatao Corp
Facl McFk
Spad S/A — Soe Peubrta de Apo
reibea Dmtaucoa
Don raar VA Adtn dc Bena
lucam S/A
I arado S/A
Heliima S/A

S14
— Bundy Tublng S/A Ind. c Comércio N. Moraes Barror Fo.
Bundy Tubing Co. — USA Sérgio de Magalhães
— Banco Mercantil de Sòo Paulo V. Leitão da Cunha
— Ideul Slundurd S/A Ind. c Com. João B P. Almeida Fo.
Amcrknn Slandurd Inc do Brasil Trajano Puppo No.
— Wcstinghouie
— Aços do üruitl S/A
Whcchng Pittiburgh Siccl Corp.
— Indústriu Sul Americana de Melais S/A Nicolau Moraes Barros Fo.
— Líguda u Revere do Brasil Comér­ Décio Gaeta
cio c Indústria (Revere Copper & J. Thomaz Nabuco
Brasi — USA)

Daniel Machado de Campos — 1PES São Paulo/Con. Or.


Pré-1964: Associação Comercial de São Paulo
CIESP
FIESP
Federação Associações Comerciais de São Paulo
IDORT

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Compan. Federal de Comércio e Indús­
tria e Engenharia
— Mcialbrás Indústria e Comércio S/A
— Cia. Elétrica Caiuá
— Banco do Com. e Ind. de São Paulo
— Bunco Federal de Investimento
— Oiusco Têxtil S/A Fernando Sabino de Oliveira
— Lojista S/A
Crédito, Financ. e Investimento
— Brasval S/A
— Banco liaú Sul-Americano
— Elctrindúslria Lida.

Joaquim Carneiro — IPES Rio/Consclho Fiscol

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Swing — Ind. c Comércio Lida.

José Piquei Carneiro — IPES Rio/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS | DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— S/A F.itumpnrla Colombo Raul Lisboa
— Armazéns Reunidos Goitacaze» S/A I Scverino Mariz Fo.

Ernesto Pereira Carneiro So — IPES Rio

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Clã. Nacional do Pupcl I Gilberl Hubcr |r.
I Mnrcelo Carlos Rangel Porto

515
IFfS Iw/Ga Or/Grupa Ar laicfreçAo

DIRETORES E/OU ACIONISTAS

M-uW Ar - tm SAo FruWCon Fiscal

COMFAXMlAS I GRIFOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

COMRaNMÍAS í GRIFOS DIRETORFS E/OU ACIONISTAS


— G4S ESSO foêo Diudi DOIivciri
* LISO Rwkn dr Fnrdi-
Mw-H Oi
* UOa A> FmfeçAo
— IMATACA FmJjataaa
— RrGprrwiM Carwca

/tud íatcwfCn Ar CarrWAa — IPfS Rto/Con Or


Fm 1«M Sed»^ Am L.juim
Rjuuí~“ r DuourrAiw
Car-, Dub VMl

COMPASHfAS I GRLFOS , DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Loim A fapuMçAb MuAaa VA Clarcncc Davphino«
— Cm Ra At R^Mpoa I I Luu Murtira Sou/j

£«nrv W.*w. C«mV^ IFfS Rm/C«m O/Amcww IutmUo

COMPANHIAS í GRIFOS DIRETORFS F/OU ACIONISTAS


— Awtmír |fwrwt«mal imr^nwn MmutI dr Cl Frvirc
— Amftkm l«r G»m Nrw Vurt G Habev |r
— A I R«mMK« Cb l*A Od.Ur Vauctair
— («ptd - FdHmial VA
— 1ASU - UMad AA.trí-^f A
Sak» l-»r-*v* r4 (. ,rp
• Cia de Dcxfliulíwwftiv lrid««trval e
Comentai
— Cu Ceara dc Srpvn» Garafe

pAuucaa
— Erycaharta dc Salema c A ve amacio
VA
— Editora Licca S/A
— Editora Expressão c Cultura — TASEC
S/A
— Meialon Ind. e Com S/A
— Página» Amarelai S/A
— Listas Tckíônkai Brasileiras
— Inicramencana — Cia. de Seguros Go­
rais
— Empresa Celbc Imp. c Exp. S/A
— IPV Indústria de Peças para Vekuloa
S/A
— Birma do Brasil Ind. Reunidas Máqui­
nas c Administração S/A

Themüux/es fi. Cavalcanti — IPES Rio


Pré-1964: ESG
FGV

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Fundação Getúlio Vargas

Mário Angelo Morais Cerne — IPES Rio/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


Cio. Internacional de Seguros Celso de Rocha Miranda
lorgc Eduardo Guinlc

Paulo Mário Cerne — IPES Rio


Pré-1964: FIEGA
SESI
ESG

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Têxtil Aliança Industrial
— Cia. Aliança Comercial Industrial c
Serviços Técnicos

Julian Chacel — IPES Rio


Pré 1964; ESG
CNI
FGV
IBRE

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. de Pesquisas c Lavrus Minerais — Ivo de Magalhães
COPEI Ml Elias do Amaral Souta

517
• IPES P^^Vu* (Xr/Setor de A4A0 Emprctana)
Prd’«M CltSP

VUMPANHIAS E GtlFOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— O*i Tr*ww • '***» íW^^e
* Idaat p*v*^wa dc A c^âaa l «da
— léM VA umM» F no aiamonoi

companhias í CRLPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

Ov>*<Md C^n^rw» E Villela


O Eg)dio Setúbal
I Cupcrtino
O A dc Camargo
Paulo Lahud
L Setúbal Fo.
_ r—inu~r Ar De^arEm Cootral Pau Paulo Augusto de Lima
Imu VA
— \cWrv 4c Vwí VA lod • Com de Hugo Leme
Tratom
— VcàwiO» F.-rland

r M »W**-1
Dom Cartoa Tama de Saic<c/bur>o
< Bradada

kaídr^M/ C/rmrwfr — IPFS Sdc Pauk/Coo Fiteal


PrtiMe Su^vaio da fedáacna dc AparHhcia Eldlrkoc. Eletrônico* e Stmilarti do E>
iWo dc Sto PaUo

COMPANHIAS f GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— fktrv Induttr.a Wal»U SA Antônio Clemente
Lúcio Nkoloti
H W Woccrow
WAPSA Autopeça* IA.

/unai farirlliK ( orrtu — IPf $ Belo HorÍKAKe


Prd ISH: Centro dc Indúetnae de Minac Geeaú

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES I/OU ACIONISTAS


— Banco dc Crfdilo Real de Mmaa Gcrdi Ot*aid<j PicrvccclU
l«l dc Peita (urtee
Daniel dc C ao alho
Lmíl*o Cotmbta da Lati
— MmeraçAo Morro Vdho VA
— Cia. Siderúrgica BcJgo-Miocini

518
Olhou Alva Harcdlos Corria — IPES Sâo Paulo/Con Or/Com. Dir.
Pré-1964: CIESP
Amcrican Chamber of Commercc

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Ren-OMax Ind Eletromecánica Ltda. M. S. Kassern
-OAB. Corrêa
— M. S Kassern
— Francesco Mittidíeri
Ligada a
— Zug Swiacrland
— Federal Pacific Electric Over-
seas
— Ncward USA

— Indústria Metalúrgica Tergal S/A Gilberto Moliu No.


Adalberto Bueno No.
Emánt Andrade Fonseca

— F. N. V. — Fábrica Nacional de Vagões Francisco de Paula Auu Figueiredo


S/A

— Semani S/A José Burlamaqui

— Burlamaqui Participações

— Sotcma S/A

— Soí unge S/A


Ligada a
— ConsiruçOct c Comércio Camargo
Correia
— Cochrane S/A
— Barbcr Grcenc do Brasil Ind. e
Com. S/A
— Participações e Administ. Ltda.
— Barccllos e Cia.

— Banco Auxiliar de Sâo Paulo S/A

— Banco Auxiliar de Sâo Paulo S/A

— Mcrcedcs Bem do Brasil S/A Antônio Almeida Leite

— Cia. dc Ferro Ligas da Bahia S/A — lové de Carvalho Fo.


Ferbasa Décio Antunes de Souza
— José dc Carvalho Fo.
— Joio Marambyra
— Roberto Gonçalves
— V. Viana dc Andrade

— Sotcma S/A — Sociedade Técnica Jc Roberto Stmonsen Fo.


Materiais Tácito Barccllos Corrêa
— Cochrane & Cia Ltda.
—• Barccllos c Cia* Ltda.

— Frmcio Equipamento Industrial Ltda. T. B Corrêa


O. B Corrêa So.

519
Orlandy Rubem Correia — IPFS Rio/Con Or
Prél%4: Sindicato do» Bancarios do Rio dc Janeiro

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Português do Brasil T. Marcondcz Ferreira
— Ranço Auxiliar de Credito SA. Eduardo Xavier da Silveira
— Borguard do Brasil SA Olavo Canavarro Pereira
T Marcondez Ferreira
— Banco Adámico

Humberto Reü Cotia —IPES São Paulo


Prc-1964 CIESP
FIESP
Fórum Roberto Simonsen
SESI

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Fnam S/A A donos Domingos Frugol
— Cia Fiação Pedreira

Od\lo Coua Co — IPES Rio/Con Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— t-ighi S/A António Gallocti
— Brascan
— A Voite — Diarto de Noticiai
— O Crusriru Assis Chateaubriand
— DdriOs Associados L Gondim dc Oliveira

/oW £/y Viana Couunho — IPES Sio Paulo/Com. Dir.


Pr6l964- UDN

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Orbitagcm de Pneus Monitap SA.

Murilo Couiea Couiinho — IPES Rio/Con Or.

COMPANHIAS F GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco de Crédito Nacional SA
— Finaneilar Cia dc Crédito Imobiliário
— Riquc S/A Crédilo Imobiliário

Haroldo Croça Couto — IPES Rio/Con. Or.


Pré I9M- Câmara Brasikha da Indústria da Construção
Centro Indústrias do Estado do Rio de Janeiro

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Indusl Brasileiras AA.
— Construções c Montagens Habitacio
nau — MONTHAB S/A
— Graça Couto S/A Ind. e Com.

520
losê Dento Ribeiro Damcu — IPES Rto/Con. Or.
Pré 1964: FIERI
Sindicato Nacional dai Empresas Aéreas

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cruzeiro do Sul

Domirifos Pires de Ohieira Dias — IPES Sio Paulo/Con Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Eaborterápica Rrisiol SA. Edmundo Pires de Oliveira Dias
Bristol Loboratorics
Bristol Mcyers Co. USA F. H. Weiss
— Bristol Mcyers do Brasil SA.
— Com. Agrícola Ind Hehomar
— Bristol Lab. In /Bristol Co.
— Joram SA Com Agrícola c Industrial
— Bristol Mcycrs Co

Hélio losé Pires de Oliveira Dias — IPES Sio Paulo/Con. Or

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Credibrâs Financeira do Brasil S/A
Banco Moreira Soltes S/A Waltcr Moreira Sallcs
Banco Com. c Ind. de SAo Paulo Erwin Feder
Cosa Anglo-Brasilcira S/A Dcmósihenes Madureira de Pinho
|oié Brax Ventura
Hélio Canto Muntz
Hélio Beltrão
T. Quartim Barbosa
Sérgio Pinho Mellão
Hennquc de Botton
A F. Schmidt
Homero Souza e Silva
— Heliomar
— Labor Bristol
— Bristol Mcyers do Brosil S/A Produtos
Químicos de Toucador
— Banco Brasul de SP Sérgio Mellão
Argemiro Couto de Barros
Joio da Cruz Mellão
— Lobortcrápica Bristol

Jorge Pereira Brito Dupral — IPES Rio


Pré-1964: Cia. Nacional de Alcnlii
ESG
ESGMAR
BNDE
CNE

COMPANHIAS E GRUPOS 1 DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Verolmc Estaleiros 1
Vcrolmc US-Roltcrdam

521
Oridvw MwvcwUm Frrwa - IPES Sôo PauU/Coo Or.
PM IW* C«n«r«í Etanca Rjm Ctar»
HMiwtecr^a Soo Frwwti
Khla^à C jmok—1 Je SOm PwUo

COMPANHIAS e grlpos DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Carbumj Loraaa V \ Ican Mare Rouixau
SuuM V Carbco Ltfrwm I M Pinheiro Neto
LfMC ■ Aan— P Rn» Magalhác»
— Rbuda fad ÜbM*a e Têum VA I P Gou*ea \ inra
— Cm Itoá» a Bmi VA Roberto Moreira
Ftn<r In4 A Cm Ca — Cl Henn Barthicr
Tnute A FaakM^ Ca — G B Louu Dubois
Sm «W > ia S «um Swt V A
Cta Bm» RJkaOLaucta
— Vaha^v VA — Fabr^J <fc AHrfactaa

Ca Vas Rbudiacrea

Rob. Moreira
Emil Blanc
Sul V» Iwi Cbra*quea P. Avril
fchoat Pidem I M. Romano
— L<Et À P Anionio Gallotfl
- SA. Pwfe UfV Claudc Malhclin
— Ol/'’Q dc Bmad VA Claudc fcan Mathclin
Soe *w Ar L m Uqwdt Arnaldo Olinio üaito» Fo.
A«r£a> Am Liquida
Cmm led i Cm VA
— VMrane leóuaand F «ucrM OfeWtraa
VA — VlFOSA R Moreira
CU V4 Sa-ta Manta Mai Huct
Soí.cr VA O de SA Moreira
ftraJrtr VA
Ca Sm UAm
- Ca A PuróM V Arihur Soam Amonm
Haroldo Lny
Roberto Levy
Antônio P Guimarães
Itaac Bana>on Sabba

Paulo Frrrai — IPfS SAn PaUo/Scior Sindiul — Forma^Ao de Lidem Sindical»


PM l*R>4 Amm> am Chaaabrr cd Coaanma
COMPANHIAS L GBLPO5 DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— SOMA EquipmcvH
General AmrtKan T rafwpttf» — USA
— NatcgaçAo PtirUdem Lida
Shrll Bra»d
— Cia ImubdiAna Nuaaa Sm da Penha
— AdminuiraçAo r ParfKipaçAu Lu«nc<
bIbI
— Cia Fullcr Equipamento» Induitr.
Fuller Co — Melhor Vifer Vilóno Ferrar
Cia. Sorotabaaa de Mal Ferem»Ano | A Paula Sousa

522
— Bromswerk do Brasil
— Verejnigle Muschincn Fabrík
— Stork — Willon N V.
— M.A.N — Fábrica dc Máq. e Motores
Dicsel
— M.A.N. Maschincn Fabrlk Augiburg
— Núrcmbcrg Ag.
— Cia. Comercio c Navegação Brasileira A. A. Rodrigues Ouintana
A. Seabra da Silva Veiga
loão da Silva
— Esquadrias Padrão S/A
— Estaleiro Mauá

Osvaldo Tavares Ferreira — IPES Rio/Con Or/Com. DirVC.E.


Pré 1964: CONCLAP
Clube dos Lojistas do Rio dc Janeiro

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Casa Tavares Roupas

Temlstodes Marcondes Ferreira — IPES Rio/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Português do Brasil S/A John Gardner Williams
O. Canavano Pereira
— Pneus General S/A E. N. Jafre
General Tyrc A Rubbcr Co.— USA Emitv. Teixeira Fo.
General Disiribuling Co. — USA
— Borgward do Brasil Ind Com. Motor*
cari Orlandy Rubem Correia
Cari FH Borgward Gmbh
Adolf Marcos
— Cia. Cimento Vale do Paraíba José Machado Coelho de Castro
Ccmcnlia Holding AG Suissc Emcry Kann
P. Fontainha Geycr
— Banco Auxiliar dc Comércio S/A Dorsal S. Torres Monteiro
Henrique dos Santos Mathias

loão Dalisfa Leopoldo Figueiredo — IPES São Paulo/Con Or/Com Dir/C.E.


Pré 1964: CONCLAP
Banco do Brasil
Amcrican Charnbcr oí Commcrce

COMPANHIAS lí GRUPOS DIRI TORI S F./OU ACIONISTAS


— L. Figueiredo Transportes Ferroviários Hélio Cássio Muniz
(L Figueiredo S/A Ncw York)
— L. Figueiredo NiivcguçAo Luiz F. B Ribeiro
(Llgndu a Boulli Sicumihip Co l.lver*
pool)
— I.ighi S/A -SP BRASCAN
— Cia Nacional do hhforus dc Segurança
— Pruícsa Produtos Pescado S/A

523
— Ekfrotmo Industnas PtastKm VA
— Soha? ct Cie. — Ind Química
Ektnxkro
Copamo lida (Baycr) Emani Pilla
— Imobdana < Temtonai Santo Amaro
— Ca Santuta de RHrtacos
— Induiins Quisuca EJetro-Cloro Edmundo P. B da Sdva
(Ligada à Cu Brasünra de Carbureto
de Cálcio)
— Cibru
— Desenvolvimento Induai. c Comer.
Ediko VA
— Allgmemc Ellcinwtãu Ccaelhhah
Mauá VA — BH
(Ligada s Osram do Br«sJ
Tekfoakcn do Bmd>
— SAIS — Soc Com Imobchána • Agrí
cola Lida
— Trstom FFSDT VA
— Scania — Saab do Braa>l
Ejul&lda Banà — Suécia Eduardo C. da S. Prado
Nedcrlandtachee AatJka Industnel
k Holding
— Martim c Rosai
— CibaGcigy Química VA
CtbaGeigy Baad
— Booíh Stcanuhip Co. — Livrrpool
— Banco Itaú
— Adas Copco Industrial Paulista S/A César Kicfícr
Alias Cope o Akixbolag Antônio Dias Leite |r.
(Erukdds Bank — Suécia)
— Banco Sul Americano do Brasil VA Luiz dc Moraes Barro*
Manoel losé Carvalho
Hermann Moraes Berros
Jorge Leio Ludolf
Manoel C. Aranha
AISA — Alumínio Industria VA
Schwetxemchc AlummnirB A. C. Lucicn Marc Moecr
- Suíça Max Vemicr
A Wagner
Thcodor Sciler
— Pírclli S/A — Comp Induiinal Brasi- lorge de Soura Resende
leira (Ligada A Sociedade Anônima dc Igidiu Gavaui
Materiais
Elétricos SAME Fdmundo Barbosa da Silva
Hsrvldo Levy
Fábio Monteiro dc Berros
G. Maiaraxio)
— Edico — Empresa dc Desenvolvimen­
to Industrial c Comercial
AEG — Cia Sul Aménca dc Elctn
cidade

524
L. Figueiredo Ir. — IPES Rio/Con Or.
Pré-1964: Amcricin Chamber of Commcrcc

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— L Figueiredo Armazém Gerais S/A loáo Batista L Figueiredo
— L. Figueiredo Navegação loâo Batista L. Figueiredo
— Boolh Steamship
Luit França Ribetro

Nicolau Filizola — IPES São Paulo


Pré-1%4: FIESP
Sindicato das Indústrias de Balança. Pesos c Medidas
CIESP
IDORT

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Indústrias Filizola S/A Pedro Filizola
Fábio Decourt H. Mello
Carlos Wanzo

lorge Oscar Mello Flores — IPES Rio/Con OrVCom. Dir/GA.P.


Pré-1964: FGV
CONSULTEC
APEC

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Chase Manhatlan
— Sulamérica Seguros
— Termoclétrica de Charqueadas
— Sulacap
— Banco Hipotecário Lar Brasileiro S/A Ruy Carneiro
Rockefeller Group Paulo Afonso Pook Corrêa
— Rockcfeller Group
Mery Comércio e Exportação S/A H. M. A. Pereira
— Mecânica Pesada S/A João Pedro Gouvea Vieira
— S/A de la Challcauière
Schncider et Cie. de Matériel Electrique João Gustavo Haenel
SW J. Ricommard
— Westinghouse
— Sulamérica Capitalização
— Cia. Did. Bclgo-Mincira S/A
— Sulamérica Terrestre Marítimos e Aci­ Amador Aguiar
dentes

Herculano Borges da Fonseca — IPES Rio


Pré 1964: Centro Indústrias do Estado do Rio de laneiro
Comissão Mista Brasil-Estados Unidos
FMI
BIRD
PUC
SUMOC

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— General Eleclric S/A I Carlos José de Amii Ribeiro

525
]oM Rubem Fonseca — IPES Rio/Con OrVCom Divulgaçáo/Secrctário C.E.

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Lifht S/A Antônio Gallotti
(BRASCAN)

Zuifo de Freitas Mailm^t — IPES Rio/Con. Or.


Pré-1964 FIEGA
ACRI
Amencan Charabcr oí Commercc
SESI

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Laboratório Siha-Araujo Rounel Philippe J. E Beraut
Soctéié de Llnstitut de Séroihérapie Frederic R. Kcmper
Homéopatique
(Lufada a
Lcs Labomoim França is de Chi*
miothénpic
Lcs Lab Gobey
Lab Bcjtout
Lab. Foum>er Frèrei
Lab. Rousscl
Usinei Ch:miques dei Lab. Trançais
— Cia. Continental de Sefuroí
Union de Awurancei de Paria
— Ouimio Produtos Ouimjcoi Com. Ind. J. Nícolau Mader Gonçalves
S/A
Lab Sdva*Araújo Rousael S/A
Lcs Lab Chimiochérapie França» F. R K em per
— Boiei Mineração
— Perfumei Rochas
— C»e Fmancière Chrtnio (Hoechst)
— Soeiété Eletrometalurgique dAngk
Fort
— Cia. ImobiLána Independência

Paulo Mário Freire — IPES Rio


Pró-1964: CBP
Sindicato Nacional da Indústria de Cimento
Associação Brasileira de Cimento Ponland
Sindicato Indústria Hidro Elétrica do Rio
Centro de Indústrias do Liiadu da Guanabara

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Ponland Moisoró Ricardo Xavier da Silveira
— Cia Sulmíneira de Eletricidade
— Cia. Cimento Pordand Paraíso
— Cia. Cimento Ponland Alvorada 5 P da Silva
— Cia. Cimento Pordand Goiás
Cia Cimento Paraíso
Cia. Cimento Barroso
— Grupo Paraíso
Cimento Granja

526
— Cia Cimento Portland Ba noto Seve ri no Pereira da Silva
Cia. Nac. de Estamparia
Cia. Cimento Paraíso C. A. Moura Pereira da Silva
Emp. Granja Paraíso
Grupo Holderbank Financiere
Glaris

Ocldvio Frias ~ IPES São Paulo


Prt-1%4: CIESP

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Folha de São Paulo

General Líberato da Cunha Friedrich — IPES Rio/C.E./Grupo Editorial/Grupo Doutrina/


Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Metalúrgica e Industrial INGA | Dom ício Gondin Barreto

Antônio Sánchez Galdeano — IPES Rio

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


Cia Eslanífera do Brasil Rui Gomes de Almeida
— PaliAo Group J. Bastos Thompson
— CADIF — Comp. Administrado* Hugo Gouthier
ra (Ligado a W. R. Grace)
— COFREMI — Cie. Françaiso dEnter- C. Lacerda McArtbur
prites Minerières Melallurgiques et
dTnvestissements — Paris
— COBAN1SA — Comp. de Bonoi. Ao |. M. Alkmin Sobrinho
ciones A Negocios Industnales — Pa­
namá
— Banco Novo Rio Carlos Lacerda
Alberto Braga Lee
Mário Lorcnxo Fernandes
Alberto Ferreira da Costa
Carlos Eduardo Conta
— Moinho Atlântico

Antônio Gallolti — IPES Rio/Con. Or?Com. Dir.


Pré-1%4: ESG

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Light S/A Henry Borden
BRASCAN/COBAST |. Peter Gracc
(Ligada a ATT |. Grani Glauco
ITT)
— Banco Investimentos
— Philadclphia Nat. Bank
Máquinas Raimann S/A de São Paulo

527
— Fábnca de Máquinas Raimann S/A Inneu Bomhtusen
FranciKO Ckmentmo Paulo Konder Bomhausen
Santiago Dantas
He)io Vlanna
Oikar H Gentncr
Jaime Pinto
M Junqueira
Hans Martins Schmia
(Ligada a Banco Indústna e Comér­
cio de Santa Catarina S/A
Elctro-Aço Altofia S/A)
— Cia Pauhtta de Serviços de Gás José Marques
Brwlian Tractjca William Roberto
Light ã Power Marenho Lutz I.
A Carlos Marinho Nunca
John Grant Glassco
João de Silva Monteiro Fo.
A lano L. da Silveira
— Brascan Erpamáo e Investimentos S/A
— Cia de Matcnai» e Obras Fazen­
da da Paz — Rio de Janeiro
— Cia Tckfônxa Brasileira — São
Paulo
— Cia. Telefônica dc Minas Gerais J. J. Alvario Alvim
— Banco da Lavoura dc Minas
Gerais
— Banco de Crédito Real de Mi
nas Gerais
Banco Hipotecário e Agrícola
do Estado de Mioas Gerais
— Banco Financial da Produção
— Banco Crédito e Comércio de
Minas Gerais
— Banco de Minas Gerai» S/A
— Cia. Brasileira de Metalurgia c Mine* Dario de Almeida Magalhães
ração
— Empresa Técnica de Organização e
Participações S/A — TOP

Antônio Calvòo — IPES Recife


Pré-1964: Associação Comercial de Pernambuco

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Fiação e Tecelagem Assumpção Décío Ferraz Novaes
— Cotoniílcio Olhon Bezerra de
Mello
— Henry Rogcn A Sons Ltd. — GB

/oaé Duvivirr Goulart — IPES Rio/Com. Dir/Con Or.

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Sociéié Sucrcrie Brcsilienne Carlos Paes de Barros
(Ligada a

528
— A VIP — Avícola Cásiio Franco Bueno
Ind. Piracicaba ,
— Motoconn S. A. Maquinaria Im­
plementos Agrícolas
— Supermercados Peg-Pag)
— Lude-Dox Indc
— Indústrias Odontoíarmacêuticai Reu­
nidas S A IORSA José Aíonso Garay
— Garay Family — USA
— Representações Pan Brasil
— Cio. Industrio Paulista de Álcool Lino Morganti
— Société Sucrcrie Brcsilícnnc
— Instituto de Fisiologia Aplicada S.A — J. II. Osório Almeida
IFA Canuto Procópio de Souza Jr.
— Odonato

F/dvío Go/vdo — IPES S. Paulo/Grupo de Opinião Pública

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— O Estado de Sào Paulo
Júlio de Mesquita Filho
Ruy Mesquita

Paulo Sérgio Coutinho Ga! vão — IPES S. Paulo/Con Fiscal

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Valeria 1.’ David Bcatty III
Valeria 2? Sílvia C. de Telles
Valeria 3? Adelino Costa Machado
Valeria 4?
— Administração Arbesa
— Sociedade Agrícola Itupena
— Cia. Comércio Adminisl. e Indústria
Sta. Carolina
— Banco Mercantil de São Paulo

Paulo Galvào Fo. — IPES São Paulo


Pré-1964: ACRJ

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Crtdibrás
— União de Bancos Brasileiros — UBB
— Grupo Moreira Salles

Lucas Nogueira Garcez — IPES S. Paulo/Con Or.


Pré-1964: Governador de São Paulo
Presidente Federação dc Bancos de São Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Etcmil do Brasil Amianto Cimento S/A Wilson de Souza Batalha
Max Gral

529
— Eicmít A.G. — Switieriand (li­ Anton von Salls
gada a Hoiderbank Financiere Lucas Lopes
Glams A. G. — Swiuerland
— Amct Corp. Inc Panamá
— S/A Etemit — Bclgium
— John* Manville Corp — USA
— SPA Elemit Piatra A rv Itália
— Financièrc Belge de FAbaste*
ciment S/A Bclgiuxn)
— Comércio Repmentaçòes e Engenha­
ria Tietê S/A
— Light São Paulo Antônio Gallotti
Leitão da Cunha
— Brasval S/A Valores Mobiliários e !n-
vetiimentot
— Morgan Guarant) Trust
— Banco Mercantil de São Paulo Francisco Prestes Maia
Carlos de Moraes Barros
Fábio da Silva Prado
G as tão Mesquita Fo.
P. Ayres Fo.
Castão E. B. Vidigal
I. Klabin
— Cie Frnancièrt Etemit
— Saini Gobam Ponta-Moussoo Lucas Lopes
— S/A Mineração de Amianto
— Cia. Cimento Nacional de Minas Lucas Lopes
— Holdcrbank Financierc Glarus Switzer-
land
— !. T. T.
— Cia. Ciry Paulista de Terrenos e Me­
lhoramentos
— Deltec S/A
— City of São Paulo lioprovements
and Freehdd Co. Lxd. — Londoo
— OllvtUt do Brasil Roberto Campos
S. P. Me lião
— FINASA — Financiadora Nacional
(Morgan Guarantjr Trust)
— FINASA Paraná — Sta. Catarina Castão E. B. Vidigal
Raphacl Papa
— CAP1N Cia Agrícola Pecuária Indus­
trial S/A
— CAIG — Industrial Guaiana
—■ Banco Brasileiro de Desenvolvimento
VA
— FINASA

Paulo Fontatnha Geyer — 1PES Rio/Con Or

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Fosfanil S/A Superfoslatos Anilinas c
Produtos Químicos (Ligada a Oxism
tese do Brasil)

530
Ugine-Kuhlmann I P Gouveia Vieira
Ernàni Pilla
— Refinaria e Exploração de Petróleo Miguel Monteiro de Barros Lins
União S/A Carlos Eduardo Paes Barreto
Lucas Lopes
— Petroquímica União S/A Lui» Simões Lopes
— Banco Investimento Fábio G Bastos
— Banco Ultramarino Brasiletro S/A A Marcondes Fo.
Baulcu da Costa Gomei
— General Dy na mies — St Louis
Liquid Carbonic
— Sctal Koppers Engenh e Montagens In­ Hernani Azevedo Silva
dustriais S/A S Whitehouse
Koppcrs Com. e Serviços Técnicos Carlos Eduardo
Lida. Paes Barreio
Alberto Soares Sampaio
— Cia. Cimento Vale do Paraíba Temíttocles Marcondes Ferreira
Cementia Holding Ag Suisse Manoel Azevedo Leão
— Cta. Brasileira de Petróleo Ipiranga ). P. Gouvca Vieira
— Banco de Investimento do Brasil S/A A. Silva Gordo
P. Reis Magalhães

/orge Frank Geyer — IPES Rio/Con. Or/Grupo de Integração


Pré-1964: Sindicato de |óiai e Relógios
Clube de Lojistas
COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Casa Masson Jóias c Relógios
— Cia. Usinas de Sergipe

Rogério Giorgi — IPES S. Paulo


COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Banco Francês e Italiano para a Amé­ Rodrigo Otávio Fo.
rica do Sul — Sudamcris Hennque de Bottcn
Cie FinancièTe de Pans et des Pays Vkente Rao
Bas Renato Morganü
— Cotoniíício Guilherme Giorgi S/A
— Banco Auxiliar de São Paulo S/A
— Meiolgráíica Giorgi S/A Mauro Lindberg Monteiro
Grupo Guilherme Giorgi
— Pibigas do Brasil
Raffmazioni e Ohi
MineraG S/A — Sarom
— União Industrial c Mercantil Brasilei­
ra S/A
— Materiais para Construções Porto Ri­
beiro
— Brazil Viscase S/A
— Embalagens Americana S/A
— Usina Açucareira Paredão S/A
— Metalúrgica Aricanduva S/A
— Cia Labor de Serviços Gerais
— Refinaria Nacional de Sal S/A
— Lanifício Minerva S/A

531
Ai - IPLS Or/Cem D»r

COMPANHIAS í U«LPO5 DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— COM 4 O - Com l«f * Mafu-m Ejeaeucl Irnli de Moraes
Meadnri VA

Cia Pm»>Ma Aa c * lUiaai Edward Embry


dc Mifitw COMAQ
Qa Ia*orrWura de Ma^
COMAQ - íljoaw fw*
0 Ah lanítrn

AMO — IFES Ijo/Coo Or.


PH!W AOfSC
ASV AP

COMPANHIAS E GMLPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Nvodrs VA — JM e Cuo de Se- G Uvy
E Lcvy
— O^t^c ProduKM Ommo» Comér^o Fr Kempcr
t IMwna VA E. M P Raull
- LA JA Rjsme!

OumalMra^e

/tW 4de>Ae da S-ve Gorda — IPES SAo Paulo

COMPANHIAS F GRlPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Bem o PcmugaH
• Imu de I ■■ ■■■! d» Bruad VA Paulo Rei» Magalhães
P loniaioha Gcyer
— Oe Nectcmd de Wgurw lp**e<a
— Bantu de Cemdftao r Indaatna de S. luUo Pinheiro da Fonseca
Pulo 7. Quartim Üarbota
• FINAS A VA L M Barrui
(Clemente Maneai) G L H Yidigal
| Wallstc Simunicn
l N’ Garcia
D Beafty III
— Cia. Seguradora Br*»Jrtr> Olavo I Sclubal
J E dc Moraes
— Macimua (.Qcncnud c Adm-n.víradura
S/A
— Laboratõno Pauhvta de BaVA Anlônio Rodrigues Alves No.
— S/A Brasileira InJl e Agrkxda
Brasilagni Roberto Paaquahnl
— IBEC — Cia Empreendimentos c | Man.«lbnt
AdmimMra\âu
— Crracmo — Fundo Brasdciru dc
Padicipeçôcs

332
/odo Baliila Itnard de Gouveia — IPES $ Paulo/Coc Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORFS E/OU ACIONISTAS


— S/A Tubos Brasilit 1 Obviar
ETA S/A H. Fdboa
Société d'Eludes Participations «
d'Entcrpri»cs Industrielles (SEPE)
Ligada à Point a Mousson Cie. Fi-
nancièrc cl Industricllc Interconti­
nental (COFICO)
— ETA — Estudos Técnicos e Adminis-
traçio S/A
COFICO
SEPEI
N V HANDEL INDUSTRIE
Transport Maatshaflig-HITMA
— SEPEI

Frederico Hetler — IPES Rio


Pré-1964; CONSULTEC
APEC

COMPANHIAS E GRUPOS 1 DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— O Enado de São Paulo
(Júlio de Mesquita Fo.)

General Heitor Almeida Herrera — IPES Rio/C.E.


Pré-1964. ESG

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Carborundum S/A
Union Carbidc
Mcllon Group
— Cia Cimento Portland Corumbá lorgc Dias de Olisa
Cia Cimento Portland Dirceu Souza Coelho
ITAÜ/Banco ITAÜ Olavo de Queiroz Guimarács Fo.
IBEC — Fundo Crcscinco
Cia. ITAÜ de Fertilizantes
— Swenska — ASEA
— J. Bergcn Engenharia
— Fazenda Pecuária/Alegria Corumbá

Gilbert llubcr Ir — IPES Rio/Con Or/Com Dir/C.E.


Pré 1964: CONCLAP

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Listas Telefônicas Brasileiras — Eurko Castanhctra
Ligada a — Clarcncc Dauphinol
— American Lighl A Power
—“ RLSIPLAN Residências Moder­
nas (Stanlcy WorksUSA/KOP
Pt RS Co USAI
— Cranc Cu Chicago
— Editora de Gulas LTB
Finl Natiunal Clly Bank

533
— CerAmice SAo losí Guaru SM _ J. B Stocco No.
CODINCO — Com Desenv. Ind. e — Newton Marques Lagoa
Com
EEE Empreendimentos c Estudes — Harotdo Anhaia Leite
Econômico»
Au Bcncf Dei de Outubro
— Chentk do Brasil Tecelagem e Caafcc*
Çóo — Marceilo G
COBRA Rangel Porto
SEARS
DELTFC
Clarence Dauphmoí |r.
— Cia Nacional de Papel — Ernesto Pereira
Bank oí London S A. Lid Carneiro Sobrinho
Cia. Ind e Descnvph «mento — Marcei lo Carlos
Cia Guanabara de Crédito Rangel Porto
— Clóvis Milheiro
— Francisco Paula
— R A.G Carvalho
— COBRA — Comp. Valonzadora dc
Empresas
DELTEC SM
— lohru Manville Inc Pitu
Boi Manufactunnf Co. — Pittsburgh
— RH Donnclcy Corp. oí Philaddphia
— Triílcx Ssfeiy Clasi Co.
— Expcd Eapansio Editorial SM
Ligada A
— Editora Expmiio e Cultura Ltd.
— TASEC — Tcchnkal dc Adveriísing
dc Sales Engincenng Co. (Bahamas)
— Metalon Ind e Com S/A
Empreendimentos c Estudos Econômi­
co»
LTB
AGCSA
Empresa Ccíbe Importadora e Ex­
portadora S/A
Nylok S/A Ferragem e Ferramentas
Silemoto S/A Equipamentos para
Automóveis
Itapicuru S/A Empreendimentos Co­
merciou e Industriais
IPU Indústria dc Peças para Veí­
culos S/A
Cia. de Desenvolvimento Industrial
e Comercial
— EEE Empreendimentos Estudos Eco*
nômlcos
— Artes Gráficas Gomes dc Souza SM
Páginas Amarelas
Guanabara de Crédito Financiamen­
to e Investimentos
Cia. Piratininga dc Seguros Gerais

534
Lín laner — IPES Rio
Pré 1964: Amencan Chimbcr of Commerce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


-* Cia T. laner Comércio c Indústria — Enk Svedtlius
— Octávx) C dc Faria
— IBEC/Crescinco — Michacl Sicjei
— Fundo Bras de Participações Ind.
e Comer.
— APEC — Cia Adm e Part.
— Cia. Mercantil Polar is
— Emp laner S/A

Hofoldo Junqueira — IPES Rio/Coo. Or/Com Dir.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Açúcar União — Eduardo Gomo
(Ligada a Grupo Soares Sampaio)
— Banco Ribeiro Junqueira — Moreira Salla
Corrêa c Castro
— Cavalcanti Junqueira S/A

Alexandre Kafka — IPES Ric/Con. Or/Grupo Estudos e Doutrina


Pré-1964: FMI
FGV
IBRE
CNE

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


- CONSULTEC
— APEC

Eml/ío O. Kaminski — 1PESUL

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Agrícola Mercantil S.A. — Egydio Michaclscn
— Kurt Weissheimer

hracl Klabin — IPES Rio/Con. Or./Com. Dir.


Pré-1964: Amcricon Chambcr of Commerce
UDN

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— FINASA S/A L. de Moraes Birros
Joio Neves
Herculano de Almeida Pires
A. Aguiar
C. Marlanl
Irineu Bornhausen
|. W. Simonscn

535
— Cia Catarinense de Celulose
— IndúsiruM Klabm do Paraná de Cclulo Samuel Klabm
•e S/A Olavo Egydio de Souia Aranha
A. lacob Lafcr
D M Klabin
— Cia. NirroOuímica Brasileira Horácto Lafcr
— S/A Industnas Votoranttm I Ermíno de Morais
— Banco Comércio Ind de S Paulo lacob Klabin
— Klabm Irmãos e Cia
— Riltan Brasileira S/A Ennirio P. de Morais
— Votoranum
— Sid Barra Mansa
— Klabm
— Niiro-Químca Brasileira
— Metal Leve S/A
— Klabm Irmãos Lida. S Klabin
— Grupo Klabm-Lafcr Horácio Lafer
— Banco Mercantil de São Paulo S/A G. E. B. Vidigal
D R. Fonseca
G Mesquita Fo.
L. Nogueira Garccz
Paulo Ayres Fo.
— Companhia Universal de Fósforos
— Universal Match Co. USA
— Industnas Klabm do Paraná
— Cía Fabncadora de Papel
— Papel & Celulose Catarinense S/A
— Adcla Investimento»
— Monteiro Aranha
— Internai vocal Ftnanco Co.

Afff/rico Jacobina Locc^bc — IPES Rio/Con Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cata Rui Barbosa

Ecmando Ed* ard Lec — IPES S Paulo


Pré-1964. Amencan Chambcr of Commcrce — Fundo de Ação Social
Câmara de Comércio TeutoBrasileira

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Fio» e Cabos Plásticos do Brasil S/A Alberto B Lec
A Soares Sampaio Alberto Soares Sampaio
Alberto B Lec S/A Imp e Eip.
(Ligada À Anacondi Co-USA)
— Indústria Brasileira de Aço S/A E. Braga Lce
Molas Sucden
— AdminisL Particular de Ben» — IBASA
Lld.
— Chniliani Nielsen Engenheiros
Chnstian & Nielsen

536
— Cia Química Duas Ancoras Conrado Bchmer
— Equipamentos Clark
Clark Equipmcnt
— Cia. Construtora Pegado Souza
— Wierton Stcel Co. (Va)
— Soe Ano Marvin Ernâni Pdla
ANACONDA
— Gcoprosco do Brasil S/A
— Ccnicnlation Brnsil
Eng. Civil cm Geral
Thc Ccnicntation Co. Ltd. GB.
— Asslst. Sondagens Ind. e Com.
— Prominas Brasil S/A
— D. F. Goodrich do Brasil S/A Eduardo Caio da Silva Prado
— Filtros Fram do Brasil S/A

Ernesto Leme — JPES S. Paulo/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Moinho Santista
Bunge & Bom

Paulo fíarbosa Lcssa — JPESUL

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Didrio de Noticias
— Tclc visto Record
— Tekvisto Paulista
— Barbosa Lcssa Produções Artísticas
— I- W Thompson Publicidade
— Cia. Cine Vera Cruz

Guilherme Levy — (PES/Rio/Con. Or

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Nuodcx S/A Indústria c Comércio de R. Levy
Secantes R. Kocstcr
— Nuodcx Producis S/A |. Nicolau Madcr Gonçalves
— Eiablisscmcnt íür Industrie llc
Vcrkehrcn
— Hciden Chemical Corp.
— I N. Mndcr Gonçalves
— Reicholds Chcmtcals Inc.
— Resana S/A Ind Química Krislian Orberg
— Rcichold Chcmicals Inc. Cunncr Orberg
— Krifttian Orbcrg
— Guaporé S/A Com. Industrial e
Agrícola
— Indúst. Nnc. dc Plftsticos Galitc S/A

537
Herbert Vicio* Ltvr — >PES S PluJo
Pre lSM: LDN

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

— Banco da Aménca S/A locgc da Silva Fagundes


| Meira Vasconcellos
Hcrculano de Almeida Pires
— EPSA — Empreendimento» de Produ-
çio S/A
— Escniono Levy Lida Roberto Levy
Eduardo Levy
Ha rol d Levy
— Cocutrutora Camargo Pacheco
— Ibratcx S/A
— SANBRA — Soc Algodoeira do N£ | Kugclmaa
Brasileiro E- G GottschaJk
— Cia Lubeca E. Humberg
— Dakoca
— Viega
— Sunbeaxn do Braad ao o Corrosivos S/A J. J. Lorant
Ruy Martins
— Panameuro S/A
— Editora Gazeta Mercantil Harold Levy
— Ind. Brasileira Ouimico Téxiil Lida. Joscph |ohn Lorant
S. F. Faria
— Cia. Itaú dc Fenduaoies A. Georg Foldcs
Ary Bastos Siqueira
— Indústria Brasikira de Meias S/A

Robrrto Levy — IPES S Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Roberto Levy c Cia. Lida.
— Banco da Atnénca Herbert Levy
— Ind Bras. de Meias Herbert Levy
— Empreendimento» dc Produção S/A Herbert Levy
EPSA
— Panameuro S/A Herbert Levy
— Escritório Levy Lida Herbert Levy
— Construtora Camargo Pacheco Herbert Levy
— Seraicx S/A
— Cia Petrolco da Amazônia Arthur Soares Amorim
Octãvío Marcondes Ferraz
Haruldü Levy
Amónio P. Guimarães

Júlio Cruz Lima — IPES S Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Companhia Paulista de Energia Nu* Paulo Uchoa dc Oliveira
clear (COPEN)
Cia. Internacional do Seguros

538
AMC Lean Engineering Corp. Paulo de Oliveira Sampaio
Wallace-Simonsen
SAB SA. Brasileira de Com. c Rc-
presentoções
Celso da Rocha Miranda
— Linhas Corrente S/A
Coates — UK

General Moziul Moreira Lima — IPES S. Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Máquinas Moreira S.A.

José Luiz lie Magalhães Lins — IPES Rio

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Nacional de Minas Gerais S/A losé de Magalhães Pinto
Antônio Pádua Rocha Dinu
— Banco do Triângulo Mineiro S.A.
— Banco Comercial de Minas Gerais S.A.
— Banco de Brasília S.A.
— Banco Sotto Maior S.A.
— Sinal S.A. Soc. Corretora de Valore»
— Empreendimentos e Participações
I.L S.A.
— Sinal S.A. Empreendimentos e Partici­
pações
— Sinal S.A Soc. Nacional de Crédito.
Financiamento e Investimentos
— Dccred Sj\. fosé Luiz Moreira de Souza
Mário Henrique Simonsen

Miguel Lins — IPES Rio/Con. OrVCom. Dir.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Refinaria c Exploração de Petróleo A. Soares Sampaio
União P. F. Geyer
— P. Gouveia Vieira
— P. F. Geyer
— Cia. Brasileira de Petróleo Ypiranga — Francisco Martins Bastos
— Francisco de P R
Alves da Costa Carvalho
— Crcdibrás Financeira do Brasil S.A.

Mauro Monteiro Lindenberg — IPES S. Paulo/Con. Or.


Pré-1964: FIESP
CIESP
Associação Brasileira de Fabricantes de Latas

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Mercantil de São Paulo — Gastôo Bucno Vidigal
— Wilton Paes de Almeida
— Vasco Leitão da Cunha

539
— Metalúrgica Giorgi S/A — Rogério Giorgi
— Grupo Gudberme Giorgi
— Rei inani Nacional de Sal S/A
— Materiais para Consmiçâo Porto Ri­
beiro

luan Clinton Llerena — IRES Rio/Con. Or.


Pré-1964. American Chamber oí Commerve

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Moore McCormack Lines — Carlos Miranda
(Ligada à City Investing Co. New
York)
— Moore McCormack Administradora

Ocidvio Pereira Lopes — IP ES S. Paulo/Con. On/Com. Dir/C.E.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Gráfica Corréo de Sáo Carlos S/A
— Plásticos São Carlos S/A
— Indúsinai Pereira Lopes Refrigerado­ — Mário Pereira Lopes
res — SCHWABACH & Co. — USA — Oswaldo de Brito
— Máquinas Case-Traiores — Ernesto Pereira Lopes
— Cia. Brasileira de Tratores
Ind. P. Lopes S/A
Mesbla S/A
Ipek S/A — lod Com e Adminis­
tração
— Independência S/A — Financiamentos — Antônio Carlos de Paula Machado
Créditos c Investimentos
— Octávio Pereira Lopes — José Roberto Castro Oliveira
— Ernesto Pereira Lopes
— Ernesto Pereira Lopes Fo. — Alberto Emmanuel Whitaker
— Caio de Paula Machado
— ACPM Comércio e Representa­
ções — Adalberto Guimarães Queiroz
— Grande Hotel Municipal S/A
— Peloplas S/A Ind. Com. c Serviços
— Idon

Donald Azambuja Lowndes — IP ES Rio


Pré-1964: ESG
ADESG

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Lowndes S.A. — Marcos Gasparian
— Almiro Affonso
— Vivian Lowndes
— Cia. de Seguros Cruzeiro do Sul
— Cia. de Seguros Imperial

540
— Cia. de Seguro» Sagre» — Nestor Ribas Carneiro
— London A Laneashire Insurance
— London Assurance
— Cruzeiro do Sul e Capitalização S/A.
— Cia. de Seguros Porto Alegrense
— Finco S.A. Consórcio Financeiro — Lucas Lopes
Finan. Crédito e Investimento» — W alter Sutton
— Al miro Aífonso
— Oswaldo Benjamin de Azevedo
— Carlos Augusto Niemeyer
— Nordestina Financiamento e Investi­
mentos
— Lowndes Turismo S.A.
— Fundação Lowndes
— Lowndes A Co. Ltd.
— Securilas S.A.
— Administradora Angrense S.A.
— Agro-Comercial Ricamar S.A.
— Cia. Geral de Importações e Adminis­
tração

Mario LtSo Ludolf — IPES Rio


Pré-1964: Centro de Indústrias do Estado da Guanabara

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

— Cia. Cerâmica Brasileira — Jorge Leão Ludolf


— Emeric Konn
— Maceió Partlcíp. Com. e Repres.
— Mário de Souza Leão Ludolf
— Jorge Leão Ludolf
— Mário Leão Ludolf

— ESSO do Brasil

— Indústria Paulista de Porcelana — Ar


gilex S/A
— Jorge Leio Ludolf
— Américo de Carvalho Ramos

Fuad Lutfalia — IPES S. Paulo/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

— S/A Fiação e Tecelagem Lutfalla


(Ligados a Alfredo Buzaid e Paulo Sa-
lim Maluf)

— Fazenda Boa Vista S/A Agrícola e Pe­


cuária

— Lumaver S/A Empreendimentos

541
COMPANHIAS E GRLPOS diretores e/ou acionistas
■Mus Mmb Gerw SA
— Antônio Mourio Cuimiricj
— Manoel Ferreira Guimaries
— |oal Os*aldo de Araújo
— Francisco de Asais Castro
— Flávio Pentagna Guimarães

Hcti WMTmv MUi5«

CA^de G»4r dr Pm — IP ES Rxj/Con Or/Com Dir/Grupo Sindical

COMPANHIAS r GRLPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


Dom ét — Guilherme B Wcinschenk
— Raul Fernandes
— los^ Eduardo do Prado Kelly
— I. Coelho de Souza
— Fernando Machado Portela
— Luiz Biolchmi
— Ediwr» Ar r — Alceu Amoroao Lima
— Grupo GwiaUOdlnan
— N Drandlo
— MaaHa VA — Francisco Eduardo
Paula Machado
— J Willermen Jr.
- IMtatna Braadm êt de — César Guinlc
OIm VA
— Cee !■*—nd « A^uda Sarna Cecília — Guilherme B Wcinschenk

Darm de APnride — fPLS R«o/Coa Or/Com Dir/Chefe de Grupo

COMPANHIAS E GRLPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Dt MA Dwtnbvjôora c Eapon de M>
nénuo r Adubai $ A
—* Imrmaticfiai Mma( Co
— M-neraçAo Wah CKaasg Co
— Tctedjne Inc
— Cia brasileira de Mrtal urgis c
MineraçA)
Ligada à
— Mineraçáo Paio do Braetl
— COBRASA Ccpn c Pari SA
— SOTREQ SA
Molybidcnom Corpor oí América
— Pato Cooadidaicd
Gold Dredgmg Lid — Canadá
Patino Gruup
— Empreendimentoe Urbanoa SA.
— EiiWisaemeni Liian

542
— Banco Hipotecário Agrícoh de Minsa
Gerais
— Comptoir DEscompte Bank Hottm

— Commcrce Bank
— Brascan
— Philadelphia Nalional Bank
— Hanna Mining
— Banco Investimento
— Banco do Estado da Guanabara — BEG

Paulo Rtii Magalhàcj — 1PES S. Paulo/Con. OrVCom. DirVCom. ExVFinanças


Pré 1964: FIESP
CIESP
Sindicato da Industria de Aparelhos Elétncos, Eletrónicos e Sondares do Estado
de Sào Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

— Rhodia Ind. Químicas e Têxteis S/A O. Marcondes Ferraz


— Cia Rhodosa de Rayon
— Valisére S/A — Fábricas de Artefatos - Joáo P. C Vieira
de Tecidos
— Rhodifa — Prod. Veterinários
Rhonc Poulenc S/A
— Tinturaria Brasileira de Tecidos S/A
— Vicratcx Ind. e Com S/A
— B Martin S/A Manufatura de Velu-
dos RhoneDollfuss
— Imobiliária Santo Amaro S/A
— Dunlop do Brasil S/A
— Faicnda haqueré
Cia. haqueré Ind. e Agrícola
— Tecelagem Tcxtilia S/A
— Mctalgráfica Canco. — Humberto Monteiro
American Can Co. — Frank Harold Web
Morgan Group — Georgc Wilbur * «oernan
— Dixie S/A
— Champion Papel e Celulose
— BANESPA — Banco Estado de Sáo
Paulo
— Champion !m.
— ASE A Elétrica S/A — Eduardo Cato da Silva Prado
ASEA do Brasil
Canadian Asca Electrk — |an lohnson
Allmana Swcnska Elektriika
Aklienbolagti — ASEA
— Artso S/A Ind — Felipe Artso
— Manoel da Coala Santos
— Induit Brasileiras Reunidas Philips S/A
— IBRAPE — Ind Bras dc Produtos EM-
irKOa e Eletrônico* S/A
Phüipt N V —Holland

543
— Fomita — Fomento Industrial S/A
Great Bay Inc
Phillips Stuy>e$sant
— Fsialum S/A — Mineração
Billiton MaatSchap N.V.
— Umbanco — Walter Moreira Salles
— Fazenda Bodoquema S/A — Luis Simões Lopes
David Rockefellcr — José A. de Camargo
— COPERSUCAR — Cooperativa Cen­ — Mareio Goclieb
tral dos Produtores de Açúcar e Álcocl
(Grupo Ometto)
— Rolibec S/A
Corretagem de Seguros e Particip.
IBEC
Rollins Burdick Hunter Co.
— São Paulo Alpargatas S/A — Sérgio P. Mellão
Fab Argentina de Alpargatas — Hugo Etchenique
ADELA S/A
— SAB1M — S/A Brasileira de Ind. Ma­
deireira
— Banco de Investi mento do Brasil SA. — J. A. Silva Gordo
— P. Fontamha Geyer
— Parema Administrações Empreendi­
mentos S/A
— Benfitex Beneficiadora Fibras Têxteis
S/A
— Fiação e Cardoana Ipiranga

Ruy dc Castro Magalhães — IPES B. Horizonte


Pré'1964: Sindicato dos Bancos de Minai Gerais

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

— Banco Comércio c Indústria de Minas — José de Almeido Barbosa Mello


Gerais SA. — Bernardo Cândido Mascarenhas
— Custódio dc Souza Oliveira
— José de Oliveira Neto
— DELTEC SA. Investimentos, Crédito
e Financiamentos — Carlos de Moraes Barros
— Paulo Neves de Souza Quartim
— David Bcatty III
— Irincu Bornhauscn
— António Gallotti
— Egydio de Souza Aranha
— Cia. de Seguros Minas Brasil
— DEMISA S.A.
— Tela Diversões SA.
— Minas Tratores S.A.
— F1NASA SA. — Clemente Mariani
— Gastão Eduardo de Bueno Vidigal
— Lucas Nogueira Garcez

544
Thomat Pompcu Rcrgts Magalhães — IPES 5 Paulo/Com. DirVC.E.
Pré-1964: Centro Integração Empresa EscolrCIEE SP
Refinaria Mangumhos
Pclrobrás
Cia. Ferro e Aço de Vitória
ADCE

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Dcrek Herbert
— Montreal Empreendimentos S/A — Lowcll Parker
— A. Azeredo Silveira
— DH. Lowell Parker
— Francisco de Assis
— Montreal — Montagem e Representa* — Coimbra de Magalhães Castro
ções Indust. S/A — Geraldo |osé Lins
Montreal Group — George Reid
— Coronel Haroldo Corrêa de Mattos

— Promon Engenharia S/A


Procon Engenharia Ind. c Com. Ltda.
Montreal Montagem S/A
-MM Comercia) S/A
— Indústria Química Mantiqueira S/A | — Eduardo Caio da Silva Prado

/odo Augusto Penido Maia — IPES Rio

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Standard Elcctric S/A — F. Machado Portela
Morgan Group — Forrcst H. Farmcr
— J. Sarmento Barata
— Rcginald Gardner

Mariz Osvaldo Maia — IPES S. Paulo/Con. Fiscal

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Instituto Pinheiros — Niso Viana
— Paulo Ayres Fo.
— Romildo Newton Miranda
— Laboratório Paulista de Biologia

Luiz Carlos Mancini — IPES Rio/Con. Or.


Pré-1964: 1BAD
Cia. Hidroelétrica do Vale do Sio Francisco

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Light S/A — Antônio GaUooi
— Força c Luz de Vera Cruz
Braican — Braz. Traction Glassco
Alumínio Comércio e Indústria S/A
Prutn S/A Administração e Partici­
pações

545
Fred+tico Citar C^doto Marojhoao — IPES S. Paulc/Grupo de Estvdot
PrtlIM; FIESP

fooê Maraua — IPES Rio

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cobaart — |oio da Silva Monteiro
— Antônio Gallotti
— Rcd Indian SA. ind. e Com — Coronel Malvino Reii Nctto
— Odyion Egydio do Amaral Sousa
— David Monteiro
— Alberto Monteiro

HMdrmar MartaMv — IP ES/Grupo de Integraçlo

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


- LUDE DOX
— Cia Manuíarara de Graxrxai AMA

large Behring de Waxoi — IPES Rao/Coo. Or.


Pr^lSM: ESG
ADESG
CONCLAP
CENTRO INDUSTRIAL DO RIO DE JANEIRO

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Ga Behnng SA Sooedadc Abmea-
ttoa

lati Lau de A.whaia HeOo — IPES 5 Paulo/Con Or/Gnipo Doutnna

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Antártica Paulista — Thcóphilo Nogueira Fo.
— Hamilton Prado
— Mirabeau Prado
— |oM Pereira da Silva
— foâo Pestoa de Queirós So.
— Waltcr Bclian

CoêiAo Mnquita Fo. — IPES S. Paulo/Con. Or.


PrÉ I9M Aaaociaçáo Comercial de Sáo Paulo
Ataociaçáo Comercial de Loodnaa

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— L Nogueira Garcei
— Gaetáo Bueno Vidigal
— Paulo Ayret Fo
— Banco Mercantil de Sáo Paulo — Fábio da Silva Prado
— I. Klabin

546
— Co br asma S/A — Indústria e Comércio — Caio de Alcântara Machado
— IBEC — Crcscino
— Amcrican Stecl Foundries — Pro­ — L. Eulálio Bueno Vidigal
dutos de Aço (Ligada à Braseixos
— North Amertean, Rockwell
Co.)
— Monteiro Aranha — Eng. — Alberto Pereira de Castro
— Banco Mercantil de Sáo Paulo
—. Klabin Irmãos — Paulo Meirtllei Reis
— Voloraniim S/A — P. A. Fleury de Silveira
— A Marítima Cia. de Seguros Gerais
— Cio. Marítima de Seguros S/A — Klabin Irmãos
— Cio. Melhoramentos Norte do Paraní — Gastão Vidigal
— Cia. de Terras São Paulo — Pa­
raná
— Cia. Lua e Força Santa Cruz — Nelson de Godoy Pereira
— Cia. Agrícola Usina Jacarezinho
— Empresa Elétrica de Londrino — F. Moraes Barros
— Cia. Cimento Portland Maringá — Cássio da Costa Vidigal
— Cia. Melhoramentos Norte do
Paraná
— Cia. Agrícola Caiuá — Castão Eduardo Bueno Vidigal
— Cobrasma-Rockwell Eixos (Ligada ã
Forjas Nacionais S/A — Fomasa) — Luiz Eulálio Bueno Vidigal
— Cobrasma
— Rockwell USA

F.dgard Rocha Miranda — IP ES Rio/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Imobiliária Guanabara
— Cia. Predial

Juan Masirlian — IPES Rio/Grupo de Integração

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— T.O.C. Técnica de Organização e Con­
sultoria

Edmundo Monteiro — IPES S. Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— A Naçào
— Iornai de Joinville
— Didrio da Noite
— Revlila O Cruzeiro
— Rádio Difusora
— TUPI TV Silo Paulo/TUPI TV Rio
— Rádio TUPAN/Rádio TUPI Rio/Rád.
TUPI SP
— Didrio de Sâo Paulo
— Didrio Nacional

547
Didrios Aiwciadat
Grupo Francisco de Awíi Chateau-
bnand
— Laboratórios Schenng Ind Quím < — Cal. Euclides de Oliveira Figueiredo
Farm Schenng Corporatioa
Grupo Chatcaubnand
— Sir Jamci Murvay do Brasil S-A. — Hélio Beltrão
Grupo Charcaubnand
— Laboratório Ucor de Cacau Xavier
VA
Anu Chlteaubnand
Edmundo Monteiro
João Na poleio de Carvalho
— Albarui SA.
Dana Corp.

Humberto Monteiro — IPES S. Paulo/Con. Or./Com. Dir.


Pró 1964 Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos. Eletrônicos e Similares do Estado
de São Paulo
Amcncan Chamber oí Commerce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Produtos Ovinucoa CIBA — Lucien Marc Moser
— Walter Beoz
— fuary Leal
— Eric Haegler
— Refrigeram» CRUSH
— Cia. de Máquinas Hobart Dayton do — Jorge de Souza Rezende
Brasil — Hobad Manufacturing Co.
— Metalúrgica Canco SA. — Paulo Reis Magalhães
A menear, Can In lema L Corp.
— R CA S/A Eletrônica — |ohn Samuel Richards
RCA Corponnon — Ruy Dias Penna
— R.CA. Teleststemas — Alberto Moriara
R.CA. Corporation
— Cia. Empreendimentos Administração
< Investimentos — IBEC
IBEC/ASCAL
Braxtl Wirrant
— Arbamc Mallory SA. Cotnp Eletrôni­ — Álvaro Borges Coelho
cos — Ind e Com. — |osé Martins Costa
Arbamc Mallory Corp.
Apollo Adm Pan e Representações
S/A
— Equipamentos foteph Lucas do Brasil
Ltd. — Charles Sharpston
Joseph Lucas — C. Bretanha
— Ford Motor do Brasil

João da Silvo Monteiro — IPES Rio/Con Or,


Pré-1964: CIERI

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cob«it — Antônio Gillotti
— Brascan

548
— Llght S.A. — Antônio Galloiti
— Brascan
— Central Elétrica dc Furnas S.A. — John Reginald Cotrim
— CEMlG/BNDE/Sào Paulo Llght/
Cia. Paulista de Gás e Luz

Mário Toledo dc Moraes — IPES S. Paulo/Con. OrVCom. Dir.


Pré-1964: C1ESP

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Melhoramentos dc Sào Paulo in­ — H. Villabuim
dustrial de Papel — Hosio Wciaiflog
— Grupo Roberto Simonsen
— Cia. Universal de FÓsíoros
— British Match Corp.
— 1NCOPAR Participações Comerciais e
Industriais S.A.

José Ermirio de Morais Fo. — IPES S. Paulo/Con. Or/Com. Dir.


Pré-1964: C1ESP
FIESP

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— S.A. Indústrias Voiorancim — J. E de Morais
— Bernardo Gessei
— Cia, Agríc. Ind. Igarassu — Aroldo Bório
— Banco Mercantil de São Paulo S/A
— Banco Auxiliar de São Paulo S/A
— Cia. Brasileira de Alumínio CBA — Alberto Levy
— A. Ermirio de Morais
— Manufatura Nacional dc Plásticos S/A — Augusto F. Schmidt
— Orglnico S/A Cia. Ind. c Com.
Couraçado
— Orgânico S/A (França) — Augusto F. Schmidt
— Siderurgia Barra Mansa S/A
— Comp. Comercial Indust. Couraçado
S/A
— Comp. Nitro-Química Brasileira — Horácio Lafer
— J. E. dc Morais
— lacob Klabin
— Ind. e Com. Atlas Metalúrgica
— Cia. Mineração Sào Mateus — Antônio E. dc Morais
— Votorantim
— Alfredo Moreira dc Souza
— BEI S/A Com. e Rcpr.
— Cia. Catarinense dc Cimento Portland — C. Rodrigues
— Cia. Cimento Brasileiro — Idro Prado
— Cia. Cimenlo Portland Sergipe — Pompollo C. Fernandes Rosa
— Cia. Cimento Portland Poty — |. B. dc Souza Menezes Falcão
— Camilo Antunes Steiner

549
— Cia. Portland Rio Branco — P. F. de Qucirox
— Ind Com Metalúrgica Adas S/A
— Cia. Sider. Barra Mansa
— Companhia Mineira dc Metais
— Companhia de Cimento Portland Gaú­
cho
— Companhia Níquel Tocantins
— Indr Braidems dc Artigos Refratários
S/A IBAR
— Companhia de Papei c Papelão Pedras
Brancas
— Companhia Usina Tiuma
— Usina São |osé S/A
— S/A dc Tecidos Votei
— Hejoairu Administração Lida.
— Ccránuca B.ccpeba S/A
— Cerâmica de Guarulbos S/A
— Companhia Agrkola Santa Helena
— Companhia Bandeirantes de Terrenos
e Construções
— Mantiqueira-Agro-Florestal S/A
— Maraiai Imóveis e Comércio Ltda.
— MicaJ Minénw Catannenses S/A
— Mineração Solbmleira S/A
— Sidcrurpca Santo Amaro SA
— Njrion Brasileiro Vocorantsm
— Orgânico S/A — França
— Grupo VororaatÜD — Bento Eduardo Pires Ribeiro
— Mário Amalo

Joviano Jardim Rodriguri Morais — 1PES Rio/Con. Or/Com. Dír.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Hipotecário Agrícola dc Minas
Gerais
— COMAF Comércio e Distribuição de
Petróleo S/A

Albtrto Uiio Mortira — IPES Rj©/Coo. Or


Pré-1964: BNDE

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco HaJles
Grupo Halies
— Cia Brasileira de Ligantcs Hidráulicos

A/do Mortari - JPES S. Psulo/Con. Or

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Leme Ferreira S/A — Tarquínio Marques FerTcira
— Hélio Ramos Ferreira
— Horácio Ferreira da Silva Jr.
— Mercadora S/A Ind. e Com.
— Cia. Pumcx de Concreto Celular

550
Brigadeiro foào Eduardo Magalhòn Moita — IPES Rio/Con Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia Navegação LIoyde Brasileiro
— Lanifício Ideal S/A — Carlos Albeno Mauro
— Cia. Tecidos Aurora*D*Olne — José Hermano dc Vascoocdlos
— Carlos Ernesto Fontoura
Nascimento Silva

Basllio Machado Neto — IPES S. Paulo/Con. Or.


Pré-1964: Centro e Federação Comercial de Sào Paulo
Associação Comercial de São Paulo
Confederação Nacional do Comércio
SENAC
SESC
FGV

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Estamparia Sabará de Tecidos
— Indústria e Comércio Assumpção S/A — Luiz Antônio Corrêa Ga)vão
— Banco Auxiliar de S. Paulo S/A
— Banco Mercantil de Sâo Paulo — Severo Gomes
— E. Caio da Silva Prado
— Cia. Fiação e Tecelagem — Assumpção

Oscar Nicolai — IPES Belo Horizonte

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Livraria e Editora Oscar Nicolai

Laércio Garcia Nogueira — IPES Belo Horizoote

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Fábio Bastos Comércio e Indústria
— Ceres Indústria e Comércio de Má­
quinas

Rafael Nozchae — IPES S. Paulo


Pré-1964: CONCLAP
CIESP
FIESP

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Empreso de Mineração — Carlos Roberto Ncwlands
Esperança Lida.
— Com. e Ind. Souza Noschese S/A — José Noschese
— Armando Noschese
— Metalúrgica Fenotil S/A

551
Dênio Nogueira — IPES Rio/Con. Or.
Pró-1964: ESG
IBAD
ADESG
SUMOC
BNDE
CONSULTEC
FGV
APEC

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Geral de Investimentos S/A
— Banco Geral do Brasil S/A
— Banco Moreira Gomei S/A
— Distribuidora de Tiiukx e Valores
Imobiliário*

Carlos Alberto de Oliveira — IPES Curitiba


Pró-1964: Associação Comercial do Paraná

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— CIPAR Cia. Paranaense de Represen­
tações

Oscar de Oliveira — IPES Rio/Con. Or/Com. Dir.


Pró-1964: ESG
CVRD
FGV
Sindicato da Indúsma de Extração de Ferro e Metais Básicos

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Lifht S-A. — Rso Antônio Gallotti
— Brascan
— Cia. Ferro e Aço de Vitória
— Cia. Auxiliar de Empresas de Minera­ Augusto Trajano de Azevedo Antunes
ção — CAEMI
— ICOMI/Bcthlebem Sted
— Société Anonj-me du Gaz
ESSO
— Ferro e Carvão
— Consórcio Brasiliana
— Wm H. Meller

Anlônio Carlos do Amaral Osório — IPES Rio/Con. Or/Com. Dir/C.E.


Pró 1964: ACRJ

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Rupiuni* S-A.
— Soc. Financeira Portuguesa
— Banco Português do Brasil Harold C. Poli and
— Soc Financeira Portuguesa
— Banco Português dc Investimentos
— Soc Financeira Portuguesa

552
— 1COM! A.T. Azevedo Antunes
— Grupo Boa Vista
— Cia. Seguros Sagres Imperial
— Sun Alliance and London
lnsurance Co.
— Cobrex — Comp. Brasileira de Expio-
si vos
— Explosivos da Trafaria S-A.
— EBAM — Empreendimentos Brasileiros
de Além-Mar
— Cia. Nacional de Segures Gerais
— Tecidos Casa Salathe S.A.

Clycon de Paiva — IPES Rio/Con. OrJC.E


Pró-1964: Comissão Mista Brasil USA
CONSULTEC
APEC
BIRD

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Mercedes Bcnz — Gal. Edmundo Macedo Soares
— Kaiser Ahimínio — Roberto Campos
— Mano Henrique Simonsen
— Capuava Refinaria de Petróleo — Octávio Gouveia dc Bulhões
— Emp. Minérios
— União de Bancos Brasileiros
Grupo Moreira Salles
— ICOMl — A.T. Aievedo Antunes
— Union Carbide
— Cleveland Cliífi
— Radio S/A Perfuroçôes Consolidações — Antonio von Saiis
— Braz S. Olivier Camargo
Holding Radio S/A — Suíça

Joié Luiz fíulhòcs Pedreira — IPES Rio


Pré-1964: BNDE
CSN
APEC
CONSIDER
Rede Ferroviária Federal
CONSULTEC
CNE
MVOP

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Hanna Mining — Lucas Lopes
— Cia. Mineração Novalimcnse
Sl. )ohn D’cl Rcy Mining Co.
— União de Bancos Brasileiros
Grupo Moreira Salles

/. Castro Peixoto — IPES Rio/Com. Dk.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Bras. de Produtos de Aço
M Cwwv P*wu * ,r€S * laaqpaçWCon. Or
M-IW4 GuUa^rr^ Sa^uaai * UiMna
COMPANHIAS f GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS

DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— T. Marcondei Ferreira
— H.G. Timm.
— J. Gardncr
— Nclton Velaaco
— M inano Marxondez Ferraz Fo

/«rf FMm *«*> — IEES S Piulo/Coc Or

comfamiias e grupos DIRETORES E/OU ACIONISTAS

— Joaquim R C. Freire

- Unha. p» — Joio C. O Penteado


— laytne Gabriel
TW Ptlina Dvaad Ca
Gmpo Taupd G*ad
— Ga Itrrrifrrn àt U*tgr\d Ferro — Paulo Ferraz
— Vüóno Ferraz

— Harnaoc Gordon HuU Jí.


F. de Abreu Ribeiro

— loaé E M de Barroe
Mrtakrpu RrpvMx
L4>bw CotftM
IkxÀxr Qimid Corp
OcxjdtMaJ PetrobM Carp
— Euclydes Aranha No.
— Nurbcrto Lcderer
CaHm>Loma S/A — Cartea R G Lrvy
lr« KuMm. —• O Mareondet Ferral
Siafif ào Braad S/A — lute CG. Penteado
Scrttçui óe Drrrufria
5>"í H>dn»Ki lix CaMortaa
Rumem de Bniil
Rumon Corp
Lixa* do Bratd — G W BorjhUf
loerph Laun — C | BofghcJI
Ga Brankira de Cveutruçdra dt A^» — CUmo P Gumea Po
— SAE Andenon Corutruciion Corpo- — Joaquim R-C. Freire
radon — USA
— Primeira Indust. Brasil de Feltro Lk> — loaquiHi R C Freue
bera VA — CastK) P. Gomei Fo
Huyck Corporation — USA
— CAVU S/A Distribuidora de Aviões
Imex Aircraft
— 7 UP do Brasil Estratos de Bebidas S/A
— 7 Up Esport Corp.
— Dunlop do Brasil — P Reis Magalhães
Dunlop Rubber
— CÍN — Cia. de Incrementos de Negó­
cios — Leo Bumct Co.
— Chicago
— Se age n do Brasil S/A
— Brink's S/A
Pittston Co/Brascan
— CIPAC — Com. e Ind. de Produtos
Agrícolas Catarinenses
Geismar &. Co.
— Morganite do Brasil Indal S/A
Thc Morgan Crucible Co.
— Hysier do Brasil
— Intemational Harvester Machines S/A Arnaldo Olinto Bastos Fo.
— I.H Co E. G. Hautxenroeder
— Motores Rolls Roycc J. Fairgrieve
Rolls Royce S/A
— Facit S/A
Facit A.B. Atvidabcrg
— Quakcr Oats Co.
— ADELA S/A
— Laboratório Brandva S/A Ind. Quími­
ca e Farmacêutica
— Baker Perkins Molinos do Brasil S/A — Samuel de Souza
Ind e Com. Leio Gracia
Molins Machinc Co. Ltd. — Inglaterra — |. E. Monteiro de Barros
—- Molorcs Perkins S/A — Paulo Ulhoa de Oliveira
F. Perkins Ltd. — Inglaterra — Bcrnard Colin Bell
Masscy Fcrguson Ltd, — Manoel Garcia Fo.
— John W. Simonscn
— loseph Mauss
— Emp. Gráfica Times do Brasil S/A
— ATE Telefones Automáticos do Brasil — K Finncy
S/A — F. Mortimer Smiih
Automaiic Tclephonc & Electric Co — B Hartcmbcrg
Ltd
— Maney Fcrguson do Brasil S/A Ind. e — Lélio Almeida Toledo Pizia
Com.
— Ancora Indústria < Comércio Ltda.
Easiern Ard Charters Trusl
Imbank Nominces Ltd.
Overseu» Mimufaciuriiig Co.
— Udylilc do Brasil S/A Ind c Com.
Udylilc Corp. USA

555
Eudes de Souza Leão Pinto — IPES Rio
Pré-1964: ESG
ADESG
CBR
IBAD

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Nordestina SA. Créd. Finan. e Invest.
— SANBRA
— Norpel SA. Ind. de Papéis do Nor­
deste
— Geral Brasileira de óleos SA.
— Guararapes Distribuidora de Títulos e
Valores Mobiliários

Fernando Alencar Pinto — IPES S. Paulo/Con. Or.


Pré-1964: American Chamber of Commerce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Westingbrás SA. Iadústna de Apare­
lhos
— Westinghouse Electric Int. Co.
— SIAM Torquato de Tella
— Cia- Importadora de Máquinas Ir­
mãos Pinto
— Dismaco SA.
— F A Pinto Importação e Expor­
tação
— Fernando Alencar Pinto Importação e
Exportação SA.
— Dismaco SA. Construtora e Distribui*
dora de Máquinas
— Bomclima SA. Indústria de Aparelhos
Domésticos
— Cimapinlo Cia. Importadora de Má­
quinas

Harold Cecil Polland — IPES Rio/Con. Or/C.E

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— UNITOR S/A — Comércio e Indústria
de Soldas Elétricas
Cia. Metropolitana de Construções
Noreno S/A
H.C. Polland
— Cia. Metropolitana dc Construções
— Banco Português do Brasil
— Cia. Estradas de Ferro de São Jerônimo
Ligada à
— Aços Finos Plralini S/A
(Bernardo Geisel)
— Cia. Carbonífera Minas de Butia

556
—• Grupo Copctai — Cia. de Pesquisa e I — Ivo dc Magalhães
Lavras Minerais — Roberto Cabixo
I — Julian Chaccl

Fernando Machado Portela — IPES Rio/Con. Or/C.E.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Luiz Gonzaga do Nascimento e Silva
— Standard Eléctrica — Jorge Lemgruber
ITT — João Augusto Maia Penido
Inter. Siand. Electric Corp.
— Victórío Partto
— Cia. Força e Luz Minas Gerais
— Banco Boavista S/A — Luiz Biokhini
—- Cindido Guinlc
— Rádio Internacional do Brasil — ITT — Alberto Torres Fo.
— ITT — Comunicações Mundiais
— Cia. Palmares Hotéis e Turismo (ITT)
— Banco de Crédito Municipal S/A — José dos Santos Lyra
— Aliança Comercial de Anilinas
Bayer Foreign Invest. Ltd.
Farben Fabriken Bayer A/G
— Banco Boavista de São Paulo S/A

FIMo Galyào de Almeida Prado — IPES S. Paulo/Grupo de Trabalho

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Armazéns Gerais UCCA S/A
— Armazéns Gerais Santa Cruz
— Metalúrgica Orlàndia S/A

Traiano Puppo Neio — IPES S. Paulo


Pré-1964: Missão Bras de Reestruturação do Débito Exterior
(Setor Privado dos USA)
Consultor Assuntos Com. MIC.
CIESP
União Cult. Brasil-USA
Au Com. R|
American Chamber o( Commerce
Associação Com. SP
Sindic. Bancários GB
Mov. Bras. Escotismo
FGV SP
A.P.P.L — Assoe. Internai pour la Promclion et la Protection des Investisse*
menti Privés en Territoires Etrangières. Genève

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Anderson Clayion &. Co. S/A — César Augusto de Camargo Pinto
— ACCO USA José dc Moraes Aranha
— Vidros Corning Brasil
— lit National City Bank of N. York
(Grupo Morgan)

557
-* Cia. Vidraria Santa Marina — Angus Lhtlejohn
— C Eduardo Bueno Vidigal
— E Caio da Silva Prado
— Coming Cl ais
— Banco Desenvolvimento e Investimento
do Comércio e Indústria Fiducial
— Argas Fluminense Insurance Co.
— Ideal Standard S/A Ind e Com.
— J. B. Almeida Fo.
— Amencan Standard do Brasil
— L. E. Campello
— Sanitários Producn. Canada
— Amcrican Radiator 4c Standard
Sanitary Co. USA

/Ofgr de A/orcu Queiró: — IP ES S. Paulo/Con. OrVSetor de Serviços Sociais

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Empresa Elétnca Braga nu na S/A

Migue/ Retde — IPES S. Paulo


Pré 1964 ESG
FCESP
LSP — Faculdade de Direito
Escola de Sociologia e Política

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Finasa de Investimento
(Grupo Morgin/Dresdner)
— Indusa S/A — Ugo Radaelli
Indústria Metalúrgica
— Kardap AG Suisse
— Radaelli Group

Luit L Reid — IPES S. Paulo (Faleceu cm 1963)

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco da América — Herbert Levy
— Herculano de Almeida Pires
— Jorge da Silva Fagundes
— CIPRA S/A
— SESPA S/A
— REID Construções
— RIACHUELO S/A — Créd. finan
Invest.

Carlos /oié de Assis Ribeiro — IPES Rlo/Grupo de Estudoa


Pré-1964: CB.P
Instituto Mackenzte
American Chamber oí Conunerce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— General Eleclric S/A — Joio Bapiiita Procnça Rosa
Grupo Morgan — Charles Bolschini
— H. F. McCuilough

558
— Cia. Sulamcricana de Invaiimento* — Aménco Osvaldo Campi gha
— Banco Anchieta S/A — Adolfo de Campeio Gentil
— Banco Financiador S/A — Charla Bobchmi

Neison Partnie Ribeiro — 1PES Rio/Con. Or.


Pré 1964: ESG
ADCE

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Irmão* Guimarães S/A — David Anrunes de Oliveira Guimarães
— João Ahro de Moura
— Fida S/A Crédito. Financiamento e — C. Cardoso
Investimento* — E. Lente Perora
— Leopoldo Perora de Sá

Paulo de Anis Ribeiro — IPES Rio/Grupo de Estudo*


Pré-1964: Comissão Mista Brasil — USA
PUC.
ARN Soc. Construtora Lida.
Serviços Técnico* de Engenharia. Administração e Contabilidade

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Consórcio Brasileiro da Produtividade I

Vicente de Paulo Ribeiro — IPES S. Paulo/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— DLR. Plástico* do Brasil SA.
— Sociedade Técnica e Comercia] Serva
Ribeiro — Engenharia e Comércio
— Dommium S.A. Ind. e Com.
— Delbestos S.A. Ind. e Com.

Rubem da Fraga Rogério — IPES S. Paulo/Rio/Grupo de Integração

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Uhragás S/A — Pery lgel
— Henning A. Boilewen
— Pronewi
— Granel Gás S/A — E.S. Lorentxen
— Cia. Uhragás — |. Thomas Nabuco Araújo

— Brahoco S/A Paraná


— Cia Heliogás S/A
— Cia Brasileira de Gás

559
Eduardo Carda Raszi — IPES S. Ptulo/Con OrVCom. Dir.
Prt-1964: Síndíoto Indústrias de Artefatos de Ferro e Metais em Gera!
CIESP
IDORT

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

— Sociedade Técnica de Fundições Geras — Octávto Gouveia de Bulhões


SOFUNGE (Ligad* a Banco No­ — Wilton Paes dc Almeida
roeste do Estado dc S Paulo)
— Group Daimler Bcnx
— Semavi SM Com. e Agrícola
— Cochrane S/A — Eduardo Simonsen
— Barcellos e Cia — Frcdenco Luiz Caspari
— Fiai Lua de Fósforos dc Segurança
— Bntuh Maich Co. (Ligada a
S»enska Tandsticks A .B)
— Lyrío Ltd Ind dc Ferro
— Relógios Brasil SM — Joào B P. Almeida
— Talley Industnes Aniona
— Cia. Universa! de Fósforos e Embala­
gens
— Br»anf & May Ltd. (Ligada a
Swenska Tandsucks A3.)
— Bntish Mauh Corp
— Ouimasa S/A — Química Industria! — Gilberto Pires de Oliveira Diax
Santo Amaro
— Lab Bnsiol VA — Ney Galvio
— Bruto! Meyen
— Laborterápica Bhstol S/A
Indústria Quimica e Farmacêutica

i-uit Rodo vil Roui — IPES S. Paulo


Pré-J964: FÍESP
CIESP
Sindicato Indústrias Aulo^Peças
ADESG

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Bambozzi S/A Máq. Hidráulicas e Elé­
tricas
— Família Bambozzi
— Massas Alimentícias Semoleite Ltda.
— Auto Comércio e Indústria ACIL S/A

fosé Júlio Azevedo Sá — IPES S. Paulo/Con. Or,

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— A Sensação Modas SA. — Lauro de Souza Carvalho
— Família Souza Carvalho
— A Exposição Modas SA. — Alberto Gama
— Cyro Gama

560
Comandante Anlceto Cruz Santos — IPES Rio
Pré-1964: CONSULTEC
APEC
l.loyd N. York

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS

— hhikawapmo do Brasil — Estaleiros — Ayres Pinto da Fonseca Costa


— hhikiwajirra Heavy lnd. — Orlando Barbosa
— Iihikawajima do Brasil S/A Eng. Com. — Rubens de Noronha
e lnd.
— Cia. Metalúrgica Barbará — Augusto César A. Antunes
— COFICO — Cie. Financière et
índustrielle Intercontinentaic
— Cia. Financière de Bayard
— Flia. Barbará
— A.T. Azevedo Antunes

Fdbio Araújo Santos — IPESUL


Pré-I9M: Associação Comercial de Porto Alegre

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— H. Santos Indústria e Comércio S/A

Joaquim Rocha Santos — IPES Rio/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Sào Carlos Minérios S/A
— Instai — Comércio e Serviços Gerais

Augusto Frederico Schmidt — IPES Rio


Pré-1964: ACRJ
Itamarary

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


- SANBRA — Eudes de Souza Leio Pinto
— Rtlian Brasileira S.A. — S. Khbin
— Nilroquímica/Klabin Irmfios/Si- — José Ermírio de Moraes
derúrgica Barra Mansn/Banco Co­ — A. M. Motta
mércio e Indústria do Silo Paulo/
Votorantim S.A.
- ICOMI — Augusto Trajano de Azevedo Antunes
— Bethlehem Stecl/CAEMI
— Orquima S.A. Indústrias Reunidas — Negrão de Lima
— João Cleofas
— Klein &. Saks — Horácio Lafer
— João Neves da Fontoura
— Erwtn Feder
— Manufatura Nacional de Plásticos S/A — ). Ermírio de Moraes
— OrgAnlco S.A./Cio. lnd, c Com.
Couraçado

561
— Credíbras Financrira do Brasil S/A — Walter Moreira Saltes
— D. Madumra Pinho
— Hélio Pires de Oliveira
— Hélio Beltrão
— Hélio Cássio Muniz
— Henrique dc Botton
— T. Quartim Barbosa
— Sérgio Pinho Mellão
— Homero Souza c Silva
— Of|ÀnkU SA
DISCO Dumbuidora de Comestíveis
— Cia dc Potaua c Adubo» Químicos
— Farioc do Br»d S A Ind e Com. — Gabriel R Wcber
— Wagner Electnc Co/Org de Em-
prcmdimenios Gerais S-A
— Banco do Comérc»© SA — Walter Moreira Salles
— Linho dc São Borja
— COMACO S A.
— Soc ExpanUo Com Lida. SEPA
— Meridional Cia. de Seguros
— Siderúrgica Mannewmann — Edmundo Macedo Soares
— Manncwnann AC. — Alemanha — Manoel Ferreira Guimarães
— Sigmund Weiss
— Jorge Serpa Fo.
— Manncumann de Irrigação
— Mannciwnann AC. — Alemanha
/Siahl Industne und Maschtnen-
bau A CVCom. lod. Manncx do
Brasil/BrauKanada Com. e Ind
SA
— Berço Ind Química
— AR LA Lida Arquiuctura Lannoamc-
ricana
— Ind Têxteis Barbero SA
— lamei Mackie A Som — R. Unido
— SCIPA Soc de Comércio e Importação
Produtos Americanos
— Sidapar de São Paulo — Lima Side­
rúrgica de Nossa Senhora de Apare­
cida
— Estudos Técnicos Europa-Braill S/A

Carfoí Htnrlqut Schneidcr — IPES Rio/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORE5 E/OU ACIONISTAS


— Banco Auxiliadora Predial S/A — Pedro Bruno Dischinger
— Cia. Atclagu» Comércio e Indústria — Charles Volchcr
— Cia Sol de Seguros

362
Oscar Schrappe Sobrinho — IP ES Curitiba
Pré-1964: IBAD
ADEP
ACOPA

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Mercantil c Industrial do Para­ — Othon Mader
ná (Rede Nacional Bamerindus S.A.) — Avelino A. Vieira
— Impressora Paranaense S.A.
— Panorama Magazine
— Sociedade Comercial e Representações
Gráficas Ltda.

A Carlos Pacheco e Silva — IPES S. Paulo/Con. Or./Com. Dir/Grupo Doutrina


Pré-1964; CIESP

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— MOLAS NO SAG do Brasil S/A
SAG No Comércio de Molas Ltda.
No Sag Spring Co — USA
SISBEL Adm. e Serviços S/A

Edmundo Palcüo da Silva — IPES Rio/Con. Or.


Pré-1964: BNDE

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Industrio* Reunidas Cacique
— Àerovias Brasil
— Comp. Ferro e Aço de Vitória
— Ferros ta al AG

Eduardo Pacheco e Silva — IPES S. Paulo


Pré-1964: Associação Têxtil de S. Paulo
Sindicato Industrial Fiação e Tecelagem
Instituto de Engenharia de São Paulo
Sociedade Harmonia de Tênis

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— S/A Fábrica de Tecidos São Luiz
— Cerâmica Rosário Cem e Ind. S/A
— Construtora Rosário S/A
— Vascfkx S/A Produtos Plásüccs — Luiz da Silva Prido
Co. Vidraria Sc a. Marina Roberto L da Silva Prado
Co. Prado Chaves Exporl

General Golbery do Couto e Silva — IPES Rio/Con. Or.


Pré 1964. ESG
Conselho de Segurança Nacional

COMPANHIAS E GRUPOS | DIRETORES E/OU ACIONISTAS

563
Luiz Antônio da Cama e Silva — IPES S. Paulo/Gnipo Doutrina
Pr6l%4: C1ESP

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia. Pr ada Indústria c Comércio

Oi*aldo Brrynt da Silveira — IPES S. Paulo/Com. Dir/C.E./Setor Educação Scle/iva

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— L Figueiredo Corp — USA
— L Figueiredo Sul Rio Grande — João Batista Leopoldo Figueiredo
— Cia Brasileira Mercantil Industrial
— Cia Panamencana de Administração
— L. Figueiredo Natepção S/A — L Figueiredo Júnior
— L Figueiredo Armazéns Gerais
— L Figueiredo Adm de Seguros
— Comercial e Cocmuana S Paulo Ltda.
— Sociedade Eiporudoea Lida.

Guilherme da Silveira Fo. — IPES Rio/Con. Or.


Pré-1964* Sindicato Indústrias de Fiação e Tecelagem
CIERI
CEN

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia Progresso Industnal do Brasil —
Tecido» lUr.pj — José Vieira Machado
— Mac Brau Confecções — M. Guilherme da Silveira Filho
Grupo Bangu
Mackintoth Coníectie N. V.

Mário Henrique Simown — IPES Rio


Prã-1%4. CONSULTEC
APEC
FCV
ANPES
CNI

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Bozano-Simonsen
(Ligado a Lloydi Inr)
— Decrcd S.A. — Joté Luiz Moreira de Souza
— José Garrido Torres
— Cctdiian — Crédito Financiamento e — Vicente Rao
Investimento SA. — Marcelinl M. doi Santos
— Souza Cruz
— Britiih Amcrican Tobacco
— Mcrcedes Benz

564
Edrrxar de Souza — IPES S. Paulo
Pri 1964: CONSULTEC
APEC
BNDE
Banco do Brasil
COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS
— Banco de Investimento e Desenvolvi'
mento Industml
— Banco do Estado da Bahia SA.

Hélio Cdsíio Muniz de Souza — IPES S. Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Credibrâs Financeira do Brasil S/A — W alter Moreira Salles
— Hélio Pires de Oliveira Dias
— Augusto F. Schffudt
— Hélio Beltrão
— Henrique de Botton
— Teodoro Quartim Barbosa
— Sérgio Pinho Mellão
— D. Madureira de Pinho
— José Brax Ventura
— Cassio Muniz S.A. Imp. e Com.
(Ligada a Cessna Aircraft Co)
— Cassio Mumz Veículos
— Cassio Munir Administradora
— American Manetta S A. Tintas c Lacas — Carlos Curva
— Martin Marietta Corp.
— Maríctli do Brasil
— Cassio Muniz S.A.
— Cia. Suburbana de Administração

José Luiz Moreira de Souza — IPES Rio/Con. Or/Cora Dir.


Pré-1964: ACR|
Conícd. Nacional da Indústria

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— U.E B. Group
— Confecções Sparta
— Casa Bancário Delta S/A — Gal A. Albuquerque Lima
— Cia. Bras. de Roupas
— |.L. Magalhães Lins
— José de Carvalho
— | Cândido Moreira de Souza
— Financeira Decred S/A — Alutzio Alves
— J. Garrido Tones
— M H. Simonsen
— Vicente Rao
— Dix S/A
— Dccasa Utilidades S/A
—- Cia. Paulista de Roupas
— Cia. Mineira de Roupas
— Dcnnisson Propaganda S/A
— Dtclcr S/A

565
— Ducal J. Cindido Moreira de Souza
— Daviga S/A
— Dcster Cia- de Comércio Exterior Paulo Neves de Souza Quartim
|oȎ Cindido Moreira de Sou li
|oté Cindido Vasconcellos Carvalho
Sérgio Hoffbanner Antuno Kailrup

Robtrio Ptnio dt Souza — IPES S. Paulo/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


ORCICA S A. Créditos Financiamentos c Antônio Augusto Monteiro de Barros
Investimentos
Nelson Agostinho de Cápua Pereira
Gilberto Leite de Barros
Carlos Augusto de Resende lunqueira
— Novo Mundo Investimento» S.A. A. A. Monteiro de Barros
Nelson A. de Capua Pereira
Gilberto L. de Barros
C. A. de P. Junqueira

Paulo C Suplicy — IPES S Paulo


Pré-1964: Amencan Chamber oí Commerce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Escritório Suplicy Luiz Suplicy No.

/osé Baiioi Thofnpton — IPES S- Paulo/Con. Or.


Pré-1964. Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos e Eletrônicos e Similares do Ea
lado de São Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Indústrias Doclhcr do Brasd SÁ Luiz F. Ribeiro
— Naitooal Lcad Industncs Inc. —
USA
— Cia IndustnaJ e Comercial Brasmotor
— Crédif Suitac/Cadif-Panamá/Pa*
liôo
Mimng Corp /Banco Económko
da Bahia
— Cia Panx de Inversões — Panamá Antônio Sánchez GaJdeano
— Patino Group holding
— Idamisa S.A — Panamá
— Sociedade Geral Imobiliária
— Banco Económico da Bahia S A. Francisco de Sá
Miguel Calmon de Pin e Almeida
— Cia. Petrolífera Brasileira Angelo Calmon de Sá
Clemente Marianí
— Indústrias Cemmer do Brasil
— Ross Gear A Toll Co. Inc. H.M Etchenique
— Multibrás Ind de Aparelhos P A Ncwman
Domésticos
— Anglo-América

566
— Fiação Utinga S.A.
— Trin Inc.
— Leandro Dupré Construtores Lida.
— Angl o-América Ind. imp. e Exp. S.A.
— Patifto Group/Braskel S AVRoss
Gcmmcr Gear do Brasíl/Brasmo*
lor S.A. Ind. c Com.
— Cia. Agrícola Contenda
— Braskel S.A.
— Cia. Sorocabana de Material Ferroviá­ Paulo Ferraz
rio SOMA Vitório Ferraz
— General American Transport Co.
— Espólio de M. J. Marcondes Peneira
— Mineração Brumadinho
— National Lead Industries Co.
— Pigmentos Minerais
— National Lead Industries Co.
— Multibrás Ind. de Aparelhos Domésti­
cos Eduardo Caio da Silva Prado
— Brastemp S.A.
— Barsmotor S.A.
— Whirlpool Int. — Bahamas
— Banco de Crédito lnt.— Bahamas
— Patino Group

Ernesto Barbosa Tomanik — IPES S. Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Corretor da Bolsa de Valores de São
Paulo

4ry Frederico Torres — IPES S. Paulo/Con. Or.


Pré-1964; MVOP
Cia. Siderúrgica Nacional
Comissão Mista Brasil-USA
American Chamber oí Commerce
FGV

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Brassintcr S/A Ind. e Com. Vicente Chiaverini
— Cia. Brasileira de Material Elétri­ losé Roberto Torres
co — COBREL
— Comp. Fabricadora de Peças —
COFAP
Pcrfcct Clrclc Monroe Auto
Equip.
— Cia. Clementina de Administração Santiago Dantas
— Francisco Matarazzo
— Cia. Brasileira de Material Ferroviário
— American Stcel Foundrtes
— COFAP — Cia. Fabricadora de Peças Abraham Kasinskl
H. Paes de Almeida

567
— COBRASMA Ha roído de Siqueira
Gcorgc Hanna Khalil
— Cia. Mogiana de Estradas de Ferro
— Cia Petroquímica Brasileira Ed Caio da Silva Prado
COPEBRAS
— Columbian Carbon Int Panamá
— Columbian Carbon USA Angus Lilllcjohn
— Cclancse Corp o( América • USA Santiago Dantas
— Cclatino S/A— Panamá
— Ferro e Aço de Vitória

layme Torrei — IPES S. Paulo/Con. Or.


Pré* 1964: FIESP
Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos
Associação Comercial de São Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Laboratório Torra S-A. Tarquino I B de Oliveira
— ACT Admmmração Participa-
çóei Propaganda e Comércio S-A.
/Laboratono Silva Araújo Rous-
scl
— Instituto Organoterápico Brasileiro S.A.

/osé Corrido Torrei — IPES Rio/C.E.


Pré 1964 BNDE CONSULTEC ESG
BID APEC IBRE
SLMOC FGV Escritório Comercial — New York
CEPAL CEO
PUC

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Lo*ndo
— Banco Interamencano
| L Moreira de Souza
J. L Magalhães Lins
— Decred S/A Mário H. Simonsen
Vicente Rao
— Conjuntura Económica
— Cia dc Seguros Cruzeiro do Sul

Central lodo Batuta Tubino — IPES Rio

Nei Peixoto do Vale — IPES Rio/Grupo de Opinião Pública

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— American Chamber of Commerce
Comissão dc Publicação
— Listas Telefônicas Brasileiras S/A Cilbert Huber Jr.
— Páginas Amarelas Gilbert Huber Jr.

568
DM> Fernanda Vaiconcellos — IPES S. Paulo/Con. OrySetor <k Ação Empresarial
Pré-1964: FIESP
American Chambcr oí Commcrcc

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— D. F. Vasconcelloi S.A. Optioa c Me­
cânica <le Alta Precisão
— Administradora Vasconcellos

Domkío Vr/oso — IPES Rio/Con. Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Ouro S.A. Indústria e Comércio
— Ind Têxtil Campina Grande S~A.

Albarlo Vanúncio Fo. — IPES Rio

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Cia Comércio e Navegação
—- Estaleiro Mauá
— Cia. Aymoré de Indústrias Gerais
Deltec
International Packers Ltd.

/oíé /grtddo Co/deira Voma/ií — IPES Rio


Pré-1964: FIEGA
SESI GB
CIESP
Sindicato Nacional das Indústrias de Fósforos

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Centro Industrial de Fósforos
— Cia Brasileira de Fósforos Fiat-Lux
|, lohn Mastcrs & Co. Ltd. — GB
Bryant & May — GB
— Florestas e Madeiras Brasileiras S/A —
Bryant & May — GB

Eu/d/ío Ponta Vidigal — IPES S. Pnulo/Con Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Sodril S/A Corretora de Títulos c Va­
lores
— Construtora de Imóveis São Paulo S/A
— Deltec S/A
— Cobra — Comp Vai. dc Emp.
— Vidigal Pontes S/A Administração de
Bens
— Tclcíunkcn do Brasil S/A
— Banco Paulistano

569
IPtS S o

COMPANHIA* í GBLPOS DIBtTOBtS F/OV ACIONISTAS


CNta*u> Ac M Morwa
Álvaro A de Bucno Vidigal
Inuh RíhmaJ
Angu* i. Htlcfohn
Ma» Huct
Loravc ki ng

l».M \ofvctn Ganxx


Baphacl Papa
Gencuo de Miranda Lutu

Fduardo Caio da Silva Prado

Cato AkAntara Machado


Paulo Aym Fo
liracl Klabtn
Lk«i Nogueira C arcas
Caocâo de Mcaquiia Fo
Eduardo Caio da Silva Prado
GxtAo de Mcvquifa Fo
CÀaaio da Cotia Vidigal
— COM Al — Ca 4b Porfo
R* <• Aoa A C Buroo Vidigal

LbmAo da Cunha
/i<«do au tJ^aé^r Ba*A iAWmN)
C*W* *'H* ftUAl ÍM^4i fca*A
iSud^a) >
— Bras»H SA Lotf EoULo de Bueno Vidigal
— Benng Brutfcrrv
—■ CU Lua • Fvuva IwMi Crw
— Banco Ao ét SM PauU
— Cu Poul-aO 4b Sf>urxn
— Sâu Paulo I «hl S A AjmAmi GeMuctl
— l'i Meílkar a^raru» Nurve Ad ParaM SAviu d> Bueno Vidigal
— f mbíIm \ tdipal Cdaaio da Cwvia Vrd'gaJ
— Fomih* Mca^wto
— Cu PbvLmb 4c Mcdtçio Hrrmari Murm Barruc
— C»a AjTTK Guarila I tp e Imp GaaiM de Meaquita fu.
— C*U AgrUcda Ca«uâ

570
Mauro Ribtíro Viegm — IPES Rio/Cor» Or
Pré-1%4: Conselho Regional de Engenharia. Mecãnua c Arquitetura

COMPANHIAS E GRUPOS | DIRETORES E/OU ACIONISTAS


- CONCREMAT — Sociedade Civil de
Controle de Concreto e Ensaios de Ma
teriais 1

A/uüio Ara^ào Vilar — IPES B. Horizonte

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Metalúrgica Mauá SA. — MEMASA
— ACESITA — Aços Especiais ltabira
— Cia. Fiação e Tecidos de Minas Gerais Luiz Gonzaga do Nascunento e Sdv»
— Adm. e Empreendimentos Lugona

Luá Dumoni Villares — IPES S. Paulo/Con. Or.


Pré-1964: CIESP
FIESP
American Chamber of Cotnmerce
Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Sundarcs do Estado
de Sòo Paulo

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Aços Villares S.A. Theodore Niemcjer
— Villares S.A. Participações Indús­ A. José Soares Amora
trias/IBEC/|osé de Souza Quei­ Paschoal Ardrto
rós Fo./Valeria 1 ."/Sul-América André Mussetn
Capitaluaçio/Sul América Cia.
Nacional de Seguro» de Vida/
Conmbata SA. Empreendimentos
Comerciais/Angra S/A Com e
Adm/Banco Comércio e Indús
tria de São Pauio/DELTEC/
Cresdnco
— Matriz SA. Ind e Com I L Whitaàer Ribeiro
— The Devillui Co. Emanuel ^hitaker
— Magal SA. Ind e Com
— Theodocc Sciler/Lagam Adminis­ Max Wcrniet
tração Lld- Friednch Flick KG/
Mercedes Bcnz/Erneu Mahle
— Coítoo AdeJina SA
— Zahnrad Fabnk Friedriechshafea do
Braail
—- Argoa Industrial
— Elevadores Alias
— Fundo Zeppchn
— Fncdrkh Hick/Magal S A.
— Vibar Ind < Com
— DELTEC/Goljwtfia Fríednch
GT A G /Codival/Crvacinco
— Ind Brai d< Olcm
* Woolen Mil!
— Argut Lida

571
— Equipamento» Ind Villarts B Krisdan Orbcrg
— Hamiuh Fegcr Inicmaitonal Corp. Batista Pereira Almeida Fo.
— Maumus Com c Ind S/A Theqdoro Quartim Barbosa
— Induseg Cia Nacional de Seguros do Paulo Egydio Martins
Comércio e Industna
— Laboraióno Andròmaco
— Indúitnai Vdlarts S/A Borge K Orberg
— Villarcs S/A — Partkip. Ind. Roberto Ratto
— IBEC J. J. Moraes Guerra
— Banco Com. e Ind de Sào Paulo Manoel Serra Negra
— Angra S/A Frtderick D. F. Pirio
— Fundo Crescí oco

EuJoro VdMt — IPES S Paulo/Con Or


Pré-1%4 Amencan Chambcr oí Commerce

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Banco Federal de Crédito SA Olavo Egydio Setúbal
J. C. Moraes Abreu
Aloysio Ramalho Foz
— Sociedade Anônima Brasilit
— Saint Gobam/Potnt A Mousson
— Banco Itaú
— Cia Seguradora Brasileira Ermírio de Moraes
Olavo E Setúbal
— WiHy» 5A
Luiz Moraes de Barros
— Duratex $A. Ind. e Com Olavo E Setúbal
— Banco Federa] de Crédito S>7 Nivaldo Ulboa Cintra
Olavo E. Setúbal Engenharia/ O. A. dc Cãmargo
A dm e Com. S-A/Cia. Bancredit Laerte Setúbal Filho
de A dm. dc Bens
— CBM Cia. BrasJara de Máquinas e Nivaldo C. de Ulboa Cintra
Ma lenais Dom Carlos Tasso de Saxe Coburgo e
Bragança

Maurício Libàmo VüleU — IPES Rio/Con Or.

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Dieta S/A Produtos Alimentícios
— Química e Farmacêutica Maurício Vil* Eurtco Libânio ViUela
leia S/A losé Sbcinkman
— VILCO S/A Produtos Químicos Eurico Villela
— Empreendimentos Villela S/A Adm. e
Participações

Luii Cáuio doi Santos Wernack — IPES S Paulo/Com. Dír.

COMPANHIAS E GRUPOS I DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— Poliplast Indústria e Comércio SA R Cunha Bueno
G. Ferrari

572
Jo$/ Zamproina — 1PESUL

COMPANHIAS E GRUPOS DIRETORES E/OU ACIONISTAS


— | Zamprogna S-A Administração c
ConWrcio
— I Zamprogna SA. Imporiaçio, Co-
mérc*o e Indústria

OUTROS LIDERES DO IPESUL. Coronel Ycddo |. Rlauth


Cândido Jos/ Bererra Godoy
lolo Amónio 0. Martins
Carlos Gastand Gonçalves
José dc Abreu Fraga
Coronel Paulo Couto c Silva
Carlos Lopes Osóno
Amadeu da Rocha Freitas
liacyr Pinto Schilbng
Oudinot Villardino

573
FONTES DO APÊNDICE B

ALMEHX. Gota As /4M e *>- ------- . ------- . São Paulo. 1966


Mb Mm I Omp b. 1965 -------. Construção Sio Paulo, 1963
Atotnos DE PALLO DE ASSIS Ab ------- Papel e plásticos Sio Paulo. 1963
MlRQ R« ar Jflcrs ------- Embalagens Sio Paulo. 1963
ARQCISOS DO IPES Rjo de Jaacwo Brasil 1964 A marcha dos negócios
cm 1963 Sio Paulo
Md Pm ;*• ------ Embalagens Sio Paulo, 1964
--------------- 2 «d Mc. PM 1960 —. Construçio Sio Paulo. 1964
------ A Mrvrpa M BM I96G1965 ------ Bancos. investimentos e bolsas Sio
Mm Fm, :*C Paulo. 1964
— O 'qnl ex”«e>r*ü ao Bravi quem — Mineraçio. siderurgia, metaJurpa
MMvU a qd Mc PM 2 v Sio Paulo. 1969
-------. Construçio Sio Pado. 1969
— A adaama farwcAvuca ftc Brasil
Mc PM 1961 ------- Brasil 1965 Sio Paulo
— AmtArx. da uédina dc papel t c* ------- Investindo para o Brasil. Sio Paulo.
UM Mc PM 1*1 1966
— Máquinas c ferramentas. 1964 Sio
mm* Mc PM 1*2
Paulo. 1966
------ A mkM 4a ■qpium *a 1*1. ------ Bancos, bolsas c investimentos Sio
Mo PM 1*2 Paulo 1966
—- A ir4wi»»ii da material eJdtrsco t —. Brasil 1967 Sio Paulo.
•Wirôntcc Mc PaUo. 1*2 ------ Brasil industrial 1967/1968 Sio
—— S4rrvrgia Mc PavU 1*2 Paulo
—— CcmiuçAc Mc Fawic. 1*2 —. 40 000 no comando da economls
— A indtUlHl qvimu-a ftu Braad 1956 brasileira Sio Paulo, 1968/69 v 12
1*1 Mu FM id 2 * — Brasil Industrial 68/69 Sio PauJo
------ Ou.au 1*1 Mc FM BA PS ET, Jcan Guio /H/rnmrj/ 197 J 0
— OMmaca l*M Mc FM Brusi/ r o <•pilai internacional Rio óc
—* Quumca 1*6 Mc PaUo famiro Intennvesl, 1973 (Pesquisa/
> IarmaUwiKt I*) 4 td Mc Paulo BLACK |an Krnppers bnited Stain pr
— Bratd 1*1 A marcha óut nrpàcuja nrire/son u/ Hruiil Mane hei ler Unir
cm 1*2 SAu FM. 1*1 Presa 1977
— Ahmrniaa < beNdaa SAu Paulo, BRAZILIAN information bulle
1*3 TIN Bcrbcley. n 9. Aug/S<pt 1971
—— Eiétnca c ekiróruca M© Pavio CORREIO DA MANHA Hmj de lantiro.
1*1 9 fev 1969 p 2
------- --------- Mc Pauto 1964 COüTINHO. Aírinlo Arou/ # broii/etros
-— ------ Mc Paulo 1*4 de Ao.1# R»o de fancitu. I <1 Sul Amtn
—■ Siderurgia SAu Paulo. I%1 cana. 1961 v 12

574
FONSECA, Hervulaoo Borges da. Ar Lar QUEM é qvew oo Bnad São Paulo. Sc
ntutçòcs liAMcttru do Bfutl Rio de oedade Brasileira dc Lspansãc Comer­
Janeiro. Cro*n Editora Interamencana. cial Uda , 1951. v. 1.
1970, ------ . 1952. v. 2.
HAAS. Wemcr A contribuição do "kno*- ------ . 1953. Y. J.
how" estrangeiro à indústria brasileira. ------ . 1955. v 5.
São Paulo, Ed. Banas. 1961. ------ . 1961. v. 9.
------ . BARNET. Jean & BOSSART, Ro- ------ . 1964.
Und. Os invrstj/nenfoj estrangeiros no ------ . 1967.
Brasil. Sio Paulo, 1960. ROJAS. Robinson Errados Unidos en
MOURA, Aristóteles. Capital estrangeiro Brasil. Santiago dc Chile, Prensa Lati­
no Brasil. 2 ed. São Paulo, Ed. Brasilien- nos rncncani, 1965-
>C. 1960. TOLMAN, John M. A. F Schmidt i.
PEREIRA, Osny Duarte. Quem fax os Edições Quiron. MEC, 1976. p. IJ
leis no Brasil Rio dc Janeiro, Civilização WHO*S who in lhe Brazdian economic li-
Brasileira, 1961. fe? São Paulo. Sociedade Branleira de
------ . Ferro e independência. Rio dc Ja­ Publicações Culturais c Ecooónuca*.
neiro, Civiliiação Brasileira, 1967, 1968.

575
+i

i
APÊNDICE C
Correspondência do CBP com Eneas Fonseca

ria m jamiaa» tf m Mem m iam.

lUBB. 9*R.

£NÉA5JOMS£C<*>
Rva SÃa Paula» 2590

km MORizornE (m)

RmZàda Sa«.

babaasac «-lk-iamba siBMAAMon m v.-. riam mui U


kUcr oc Cl. PAULO te RiOeiRO - QW âl Mvtaà €*t«A« 4 )3 h >1 1

Mts PltilAUVC — AA I aALUAAB OACUUOTAB.


TamAUAA a LIMAOAM M rriLIlA» SB MUI m£*T|1B8 BABA BB

M Flll eWBIOCAAAOA m AA* SIBPUAHAWB M Wh «II M mnia À^M1

riMALlDADF tü FACC 3A U*<£«CIA 0« TfMBB BABA çAC At U'Qlll| BBAWUlfBB

tetUAM fu hxj ba Os. Paula atí • bia 3l» ssabaa. a tctecitt moa a

BCACAÁ UlOMP-U OBM A >. UaBUBCIBA, IA BtAAfTAAlA MB FlBA^AA.

’ -BtfA IFiOmCUTC ABATAS» MLAA^p-BAB ABAI AA «V 1*1(1 Al •

RUBI*, ARK .1 • A13S A AFBATUaI •<* PARA SW»>lKATá-tS


U< 4 FOMCCA
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COOFIAMaM A A ta TI HlVMl AMlIAM WMMAMBrW —


V«a« FCLA ACAMAM AIMAVÍ»!» ta MCMlff, IMMIWM-Ui M< A B»MB **<
u*a Qianoa» «m ma bcubiãb M 4 m cataiaYc, bcbblm» maimí-o hm aa^
M »CP»«MM1 AtVC CABLMIVO MU4 Ia/HAL.
DUIMNH, A IMA» • UmJ» IHlItMfi At MMlíTW
OMAlçatt riaaiiMitA» tOMD «camcmva» aat aoviçat ma «m» McMMMI

B # (AIBM MA «MT») tôaat • *UH MA «tdoHA «v< V.B* BMHMH M


»4mcI0 < .m, mamam a m mmmtiui, mmiin nu kjtimi a m-
WIBbÃO KU tNQAWIMMAMtm t < atM«BAvÃ0 OCLA AAtlBVtMlA <M f»B» tf,
Vf»í M^wfAA AO MCM M MA FâAC HUaUWIIà í UMli ■ «JL• «AMI

M I < a 3 £ (vu a tat» Mi «r») rfatc b valaa mb bobibaM» M r »■■■••


• imV4M.«rt MM FltMAt M CB»IBAOCA BBBlAMA ABBAa ClUMi MMM^AAMl'
A MA FIBAM CM MM BAM» CM FM$M M Há», M * alM C M UM BB WL
BÍAM» toca tato a ASticttaciA botica m» ma» ifíi U irtMM

CambX' HIIi a V«U» aaw mm» bcmmmfvmm a


L» MMlKaV»! •
!• latcactiA*-M am* a»a mmi olicmtc» ml» aamkot» boa mmUma i<
Va»OLA»»» 00 MUlUMI) tOMOlALMCaVt BA FâM <M AOTBBBB0 • OOOTBA?%
FH»V»A IX. aFaBYaB »» BbIOCB MUâl, UltTMart W FAKMO-MB
Chtt» actaa »<fi»m.»am» fa»a A» mc«i»B»ciab itBiUMii
t. AW»AU»IAft, OC OU M COOTBAVAOaB AB AMF^ÕrA» M MMCAMt ■BLAÍIMO'
A FaBaíMUIj» a MBM FArOa, ItTCBkttAOo-MatUAMt M» • BABO» HU MB
AMcbbai* u?o c laroaMAMoo-aoM, mu bmatubIOaM» Ui »aTbb fM a

3. Emvia»» nu íioatA oohta k com tc.ua mb ^mc u» biaÃo briaboo mm amo

YVHIDaOC C AMIBCCAIhOIA» FABAMUHOI 4A 00* OMIMBC MA I8BTW|BB1 BM&


0IAI1 OU AttAlB qUu LWt BC MD liANAMI t l»Al >
<• Tapir»niB-NCj, toa via matai. < mo mcmi H [0 Ot 10 |]Af* oqjiHbm
AVCIUTO M AMOAULNTO MA MCACQIQB LMC CQtF UAMH» YÀIOMFAMM* B»B
OU TtUMFüHAMü-HOA MA 0AM1 C< UBABüAÍA^
0. Pa» a F«na fmiuoaoc m bcocwcmmo B< miaA ruajíti. mbU l.klBOiMi|
OU RHl m4a FIMTO A MIW1 AlIlOTAB «0*0 BmMOTCOTAOTB ABTMIBMO.
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fp 'i«m« a*M«. «Mimam qvt a JrKitMH M UMmMla *


hw «i* *• Cy-S^ClO, m q*«L naaau (MaitruM*
• ta» *&•»* Owrw ^a *(<nh«
3. Cm» ji'Í <ifâ tala, KW»idq hi» JWUIia A 10 ■■«• *ft
|ULi< |tft>|'tMT|lR Irt *C<««*«»I CMIflICAÇû *111*1, • < MMH
• lâf <wT« ■•<•-«, HaMaolOf r MM *« «MHIâll M •*<
M tl>* M»f»aV« «<«■« C«M « 14, tal *CUOW «* «lU « CffKFf X <•»*-
•ba k jo<U«i« »a» nutçn, «• nhim «t m» icj* «mmium aa>«t
m «MM * M««<IT«P (IIMR, itilta «IKI MãMtte ■ «M^ÃB •••• • Afc
mH £»■ rU«.

<• <••«• «•«TMTftfl, «tAlHM M»«a*« «•■ IH* WTMiMCf •£


m «a '««'.«»■«tf>ta cm viuiMi aritiaijNMfa m mmmtm» ai•■«■
f** * ««ai M%»«aTk t« <aii* ut fahjmoi m.uuo a«I a«fa»« !«■■!•• a^t*
«iaitf 1M«4 v«M4i«f a fwt M0l«i m i«(citv «aviiia IW • Dl. ÍMM»
l<vn a mm «a* » l*a. Ml tlxvM.

5» Fi#a®a •« »*>«lVâfitfa m «va« x«rr«e ktíiiíi * mmiVW


«XtatiMa** a «PMrtjtitAti rifa i‘*lnui aa »••««• *Mlt« •Hiiall

I
Mio Horizonte, 14 de loveabro de 1950
eeuT>a'^Â^í,/^
AO

Coneórcio Brasileiro da Produtividade ’ * C^/^<


lua Kdxioo, 119 - 16* andar - Orupo 1602
MIO DE J.miüQ - DP

Presadoo Senhores

í ooa real aatiafação que venho agradecer-voa a dis­


tinção coa que ae honrastes, atribulndo-oe a representação do C.B.T.,
ooa exclusividade, nesta Capital, noa teraoa da vossa eatíaada oarta
de 10 do corrente, hoje recebida.
lotou plenaaente ea acordo coa as condições estipula
das pelo vosso Conselho Diretor, nas basee de 5< (cinoo por cento) s
1 a (um a tres por cento), para os casos sspeclf ioadoo na suprao^
toda oarta.
Desejo, nesta oportunidade, esclarecer-vos que estou
oonsiderando os negócios es andamento na Secretaria dae Pinanças oo-
Bo enquadrados na oondíçao do 54, pôr ser negócio coa o Botado a on­
de, Boddatia b parta, conto con corto prestígio, aae aeeao ateia, os
oontatoa e trab»'/. os para recebleentce são dificiliaos.
Aproveito Sota ensejo e inforaoi
a) Consegui, ontoa,que Dr. Rujr Veloao minutasse o
ofício a aer dirigido pelo Senhor Secretário ao Conaórclo, autoriian
do a apresentação da propostas para, isoladaaente ou no roaento, aer
oxeoutado o levantamento Gdo-£conóaico| até o próximo dia 18, tal ofí
oio aerá enoaainhudo a dasa C.B.P.j
to) Tentei telefonar ao Dr. Paulo Sá, quondo fui oba-
sado, aao não consegui ligação; o jmmbo aoonteceu hoje por volta daa
12,00 horto e atd agora, 17,00 horta nada obtive de ligação.
Reitero r.eua ngradecinentoa b honrosa designação coa
que cie distinguistes o apreuento
Belo Borlsoate, 20 do loveabro de 195a

Consórcio Brasileiro de Produtividade


Bua Bdxioo, 119 - 16« arder - Grupo 1602
RIO U i£Bi2£ * DF

Fretados Seuboree

Tenho 1 nf oraá-loe de que o ofíoio a eer o nr lado


pelo Senhor Secretário dae Finanças a tese Conoórolo, a respei­
to do Levantaaento Gdo-EconOalco, já foi oubaotldo ao referido*
Secretário pelo Diretor da Receita.
Estou, dluriaaente, ea contato 00a o Oablnsts,
etd dote aonento, Dr. Tar.credo não autorlsou a expedição,
0 Que está pronetldo para breve.
Mio Morlftont., 28 d. Rovwbro M 1998

Ao
Contórolo Br.ill.l*0 8» Produtividade
Rua México, 119 - 18® <nd*r - CruP° 1^2
RIO Dg JAMEIRO - W

Veiados Senhores

Por incrível que pareça, ainda boja, não ae • pend-


tido enceelnha¥-vos o ofício do Senhor Sec rata rio das Finanças, aa-
torlzando-vos a apresentar a alnuta do eontrato de 'raeução do Lrrafc
taaento Geo-aconõalco do Estado.
Cerca de 15 horta, de boje, estive no Gabinete w lq
creta rio, instalado no edif íclo-sedo do Banco Pinei ro da Produção t
onde presenciei a entrega do referido oficie redigido polo Diretor da
Receita - Dr. Ruy Veloso - ao Contador Geral do óstaôo • Sr. Joeá
duro Ira *forta« Pediu o Dr. Tancredo Mevei que o Sr. Kaduroira (que -
se achava ausente dos ta cidade há uma sonana) exaalnasae os teraoa •
do dito oficio e informasse sobre a disponibilidade do recursos pare
o pagamento do estudo a ser executado pelo C.9.P.
Desse modo, somente na proxiaa semana esporo receber
o ofício e encaminhá-lo a essa Consorcio.
Pais uma vez - já que o Sr. Roberto Porto ouvira an­
teriormente - ouvi a recomendação do Dr. Tancredo ao Sr. Faiureira «
de que, logo no início do próximo ano, sejaa rearti^ulqdos entendia^
tos com o C.B.P. com o fim de serem postos ea ofot?/* execução os ■
planos restantes de reorganização da Secretaria e reforma tributaria,
completando, assim, a aceitação da proposta de Sqt^r^ro c.tdo.
Em atenção ao pedido telefônico dc **r. Paulo sá, Juft
t> vos remeto algumas páginas dc F<nas Gerais, que publicou os prol*
tos do Dr. Tancredo submetidos à Assevbleia^Uegislativa.
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1
1

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1 I
APÊNDICE D

Lista dos Colaboradores da APEC — 1970

Ary Burger Álvaro BarceUos Ftgundos


Aííonso Celso Pasiort
Antônio Delfim Netto Benedicto Fonseca Moreira
Alexandre Kafka Bruno Staimer
Arlindo Lopes Corrêa
Antônio Augusto dos Reis Veloso Casimira Ribeiro
Arthur Chagas Diniz Celso Luiz Rocha Serra
Affonso Armando de Lima Vilule Carlos Alberto Wanderlcy
Amaro Lanarí Júnior Carlos Moacyr Gomes de Almeida
Antônio Abreu Coutinho Carlos Geraldo Langom
Aécio Pereira de Souza Charles Hansen
Álvaro Milinez Carlos von Dollmger
Aryé Carneiro Carlos Augusto Rodngues Casta
Antônio Chagas Meircllea Carlos Antomo Rocca
Amoldo Wald Caio Aurélio Domingues
Almir Guimnrács de Oliveira Cid Neves
Alfredo Ellis Netto Carlos Alberlo de Camargo e Almeida
Aldo Bnptisla Fronco Carlos Viaccava
Arnaldo de Oliveira Werneck Cláudio de Moura Castro
Augusto Jeííerson Lemos
Arthur César Ferreira Reis Dèmo Nogueira
Alvanir Bezerra de Carvalho David Carneiro Ir
Angelo Sarubbi Netto Daniel F ar ac o
Arildo Ararê de Brito D ire eu Malhias Rosa
Alberto Tamer
Adelino da Silva Rocha Emane Galvêas
Alberto Tnngari Eugênio Gudm
Antônio F.vnIdo [nojoso de Andrade Eliscu Rezende
Ailton Coentro Edson César de Carvalho
Alberto Machado de Oliveira Enaldo Cravo Pelxolo
Alberto S. Furugucn Éden Gonçalves de Oliveira
André Zabludowski Edmar dc Souza
Aníbal Villanova ViUela Eros Roberto Grau
Antônio Osório Edgar Rihl
Antônio Carlos Pimenlel Lobo Estanilau Fischlowitx
Ari Cordeiro Ernesto Cláudio Camillo
Alberto de Mello c Souza Eimar Avilex
André Tosello Edmar Bacha

585
Edgar Monto de Mello Filbo Isaac Akcclrad
Eduardo Sdveira Gomes Ivo Carvalho

Flonano Peçanha dos Santos loào Madcr Gonçalves


Francisco Assis Gneco José Mana Pinheiro
Fabiana Peguner lorgc Vianna Monteiro
Flonano Cavalcante da Silva Martins losé Luiz Bulhões Pedreira
Fernando Penteado Cardoso Jayme Magra ui de Sá
Fernando Antônio Rezende da Silva Jorge Paulo Lcmann
Fernando Machado Portei la José Ribamar Santos Lima
Fátima Gago Coutinho |osé Gonçalves Fomes
Frederico Heller losé Cruz Santos
Francisco de Paula de Castro L»ma João Baptista de Carvalho Athaydc
Flonano Vasconcelos lúnror João Gustavo Haenel
Francisco de Araújo Santos Júlio César Belivário Vianna
Francisco de Paula da Rocha Lagoa João de Oliveira Santos
Fausto Guimarães Cupertioo João Paulo dos Reis Velloao
Fabtn A da Silva Rns João L. Almeida Bello
Feltoo Benatti João Ferreira Bentes
Francisco Almeida Biatto José Guilherme Pinheiro Cortes
Fortune Maunce Perpgueo José E. Mindlin
Francisco José de Souza loão Fernando Sebastião Chamaux Sena
losé Brito Alves
Graciano Sá João Gonçalves Borges
Gilbcrr Huber Jr. Joel Bergsman
Glycon de Paiva José Gomes de Almeida
Gilberto Freitas Borges loão Drumond Gonçalves
Gilberto Paim José Maria Viliar de Queiroz
Golbcry Couto e Silva losé Paulo dos Santos
Gregóno Lowe S tu kart Julian Magalhães Chacel
Gustavo Sá Jessé MonteBo
Gasião Nunes dos Santos Bruno João Francisco de Azevedo Milanez Netio
Gilberto Machado de Oliveira Jayme Ramaciottí
Glauco Carvalho José Carlos Succar Farah
Geraldo Francisco MaJdooado João Paulo de Ahneida Netto
John Refina Ido Cotrin
Hamilton Pequeno José Garrido Torres
Herculano Borges da Fonseca Junot Alencar de Moura Akncastro
Hélio SchhttJer Silva Jayme da Silva
Harry Cole João Paulo de Almeida Magalhães
Herbert Lo*e S tu kart José Costa Cavalcanti
Hin dem burgo Pereira Dinix José Flávio Pécora
Henrique Flanzer Josef Barat
Hugo Antônio Alvarenga de Oliveira losé Eduardo de Oliveira Penna
Humberto Coglíati José Lafayette Prado
Hamilton Toloza João Guy de Oliveira
Ha rol d Cecil Poli and |. Taricco
Hélio Delgado Júnior lorge Gabizo dc Fana
Jorge Hilário Gouvêa Vieira
Ivã Santana e Silva José Artur Rios
Isaac Kenlenetsky Javier Fuenzalida Asmussen
Ivo Sarmento Curara
Israel KJabin Knack de Souza
Ítalo Ramos
Israel Vunboim Luiz Zocmann

586
Luiz Gonzaga Niicimento Silva Oiwildo lório
Lucas Lopes Ofcliino dc Almeida
Luiz Victor d‘Arinos Silva Oiwaldo Miguel Frederico Bailarin
Lauro Sodré Netio Og Francisco Leme
Luiz Arrobas Martins Oiwaldo Benjamin de Azevedo
Lincu KlUppel Orlando Rangel
Lucian Zajdsnajder
Lycro Faria Paulo de Assis Ribeiro
Luiz Fernando Carneiro Paulo Coes
Luiz Fernando Cirne Lima Paulo dc Castro Moreira da Silva
Leonardo César Rocha Nevei Paulo Magalhles
Leo da Rocha Ferreira Paulo de Assis
Lamarlinc Pereira da Coala Pedro S. Malan
Luiz Sérgio Coelho Sampaio Pedro Augusio Cybrlo
Luiz Macedo Paulo Vokota
Liseiotie H. Orncllas Paulo Antonioli
Paulo Monteiro dc Araújo
Mário Henrique Simonien Paulo Cícero Lima Batista
Mário Trindade Paulo Roberto Vianna
Milcíadcs Mário Sá Freire de Souza
Manoel Fernando Thompson Moita Roberto de Oliveira Campos
Maurício Rangel Reis Rodrigo Pádua Lopes
Manoel Augusto Costa Roberto Teixeira da Costa
Marcelo Pimentel Renato Brito Bezerra de Mello
Marco Antônio Campos Martins Rubens de Mattos Pereira
M. Coulinho dos Santos Rubens Vaz da Costa
Maria Ciema Alves Garcia Raul Fonles Cotia
Maurício Ferreira Bacellar Roberto de Oliveira Campos Júnior
Mauro Thlbau Raphaci Valentino Sobrinho
Mircea Buescu Raul dc Sanson Portella
Michael Wyles Ricardo Marques
Ma rcos Vianna Reginaldo Ferreira Pereira
Milton de Carvalho Cabral Ruy Miller Paiva
Marcos Vinícius Pratini de Moraes Raul Romcro de Oliveira
Mário Anlônio Wyllis Fonseca Rui Maurício dc Lima e Silva Netto
Miguel Fontes Leal Ferreira
Marcos de Carvalho Candatt Sebastião Marcos Vital
Maria Helena de Castro Silva Stahis Panagides
Maurício Fonseca Stezio Cuitton
Maria Aparecida Pouchet Campos
Mário Penteado Teodoro Onlga
Mário José de Bittencourt Sampaio Teóphilo de Azevedo Santos
Thedphilo de Andrade
Ney Peixoto do Vale
Nehum Sirolski Ublrajara Paulo Machado
Nestor Jost
Newton Sacramento Vicente Unzer de Almeida
Naianoel Ferreira Lima Vende Lege Magalhães
Noénio Spínola Vladimir ledenov
Victor da Silva
Octávlo Gouves de Bulhões Valdikl Moura
Omer MonCAIegrc Virgílio Horácio Samuel Gibbon
Otlo Wadslcd Vânia Porio Tavares
Olavo Cabral Ramos Vicente Giovinazzo
Orlandy Rubem Corrêa

587
Wilson Figueiredo Waltcr Mon
Walier Lorch Waltcr Joaquim Santos
Walter Fem
Windson Natal Zulcidc Pessoa

OBSERVAÇÃO: A lista foi transcrita na íntegra. Nem todos 05 nomes men-


cionados são de relevância para a época em estudo.

588
APÊNDICE E

AMERICAN CHAMBER OF COMMERCE

Lista dos membros em janeiro de 1964

MEMBROS HONORÁRIOS

ANDREWS. F.L KUBITSCHEK DE OLIVEIRA. Dr Jm-


BENNETT. ARTHUR — American Cham- celino
bcr of Commerce LINDSAY, W S. — Com Prodvcu Co»
BRADDOCK. CÔNSUL DANIEL M — pany
Departamento de Estado Americano LONG. E E.
BROOKS, CLARENCE C. MUSSER. C.R.
BUTRICK, RICHARD P. OWEN. ROBERTO.
COCHRAN JR„ WILLIAM P. — Ameri- POXSON. E.G.
can Inatilutc for Foreign Trndc QUADROS. Dr. JANJO DA SILVA
CROSS. CEC1L M.P. RICHARDS. |OHN S.
DALMEIDA. F.). — Moore, Crois & Co. ROMANACH. THOMAS - General Elec-
DlTHMER. SVEN E. — O. M. Overscaa tric SA.
Operatíons RUST. DONALD H.
DRIVER. ROBERT B. — Geo. H. McFad ZERBST. J.R. — Union Carbidc Int. Co.
den A Bro.
DUN A BRADSTREET LTDA. — |o$4 MEMBROS VITALÍCIOS
Flcury Silveira
CREENUP. JUL1AN C. MACIEL. EUGENE F.
HUGHES, R.K. SWEET, RALPH LEWIS
JACOBSEN, E. R. — U. S. Steel Corp. WADDELL, C. EMMETT

MEMBROS ATIVOS
PESSOAS JURÍDICAS E PESSOAS FÍSICAS

A.E.G. — CIA. SUL-AMERICANA DE A.P. GREEN DO BRASIL S/A., CG


ELECTRICIDADE — Dr. Gibrail N. MERCIAL INDUSTRIAL E TÉCNICA
Tinnu», Karl Friedrich Goellncr — Herbcrt E. Hering
AMF DO BRASIL S.A. MÁQUINAS AU­ ABRAMONTE. ARMANDO — Timken
TOMÁTICAS — L.B. Tucker do Brasil SA. Com. c Ind,

589
ABBOTT LABORATÓRIOS DO BRA ALMENDARY. PIERRE — Adami A
SIL LTDA — Alberto Ramos Poctet Sociedade Civil de Corretagem
ABRAHAMS. MALRICE MARTIN de Seguros Ltda
ABRASIVOS NORTONMEYER SA IN­ ALTMANN. MARTIN R. — Auditores t
DÚSTRIA E COMERCIO Contadores. Sócio. Pnce Waterhouie
ACKERMAN. CARL B. — Vetder Roo< Peat A Co.
do Brasil SA. Com. c Ind ALUMÍNIO DO BRASIL S.A. — F A.
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Toledo, Cario* Eduardo Quartim Bar quês
bota. Antônio Cario* Quartim Barbosa ANDERSON. DOLE A. — Escola dc Ad­
AJAX. CORRETORES DE SEGUROS ministração de Empresas
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ALAMEDA. CLARENCE IOSEPH — DÜSTRIA E COMERCIO — Trajano
Ch. Goodycar do Brasil Puppo Neto
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Loureiro Filho. José D. Coutinho No­ BELL IR.. IAMES MCKIM - SAo Paulo
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do Brasil. Ind e Comércio SA Processamento de Fluidos
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BLOCKER, ROBERT H — Banco Ur BUCHANAN. SR . ROBERT THOMAS
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BOEHRINGER. GEORGE LE ROY — BUENO. VINÍCIO R. — Avon Cosméti
Cia. Acumuladores Prest-O-Liie cos Ltda.
BO1HAGIAN. JORGE — RCA Eletrôni­ BÜLOW. ADAM VON — Cônsul Dina
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BONFIM. Dr. RENATO DA COSTA — Administração e Participações SA.. Pro
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TRIA E COMERCIO LTDA. — Lcon Paulo Light SA. Serviços de Eletrici­
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sman, Januáno Moraes do Lima

592
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DE NEGÓCIOS - Samuel Q. Vilmar. do Brasil S A
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Machado. Luiz Gonzaga de Souza Fi­ 1K de Petróleo
gueiredo. Ruy Inicio de Paula Souza. CASTELO BRANCO. RENATO P - |
Paulo Leite de Campos Salles Waltcr Thompwn Co do Brasil
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COMPANHIA INDUSTRIAL E MER MFRCIAL LTDA
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COMPANHIA METALÚRGICA PRADA MAR LTDA. — Eduardo Serena. Wi|.
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COMPANHIA PAULISTA DE EXPAN­ Angelo L Zapparoh. Ivan A. Tagl«ro
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CIA. PAULISTA DE PAPEIS E ARTES too & Co S A Ind. e Com
GRAFICAS — loão Gonçalves COOPER. HOWARD B - Pf.rtr Corpo
COMPANHIA PETROQUÍMICA BRASI­ rahon do Bratd
LEIRA — James | MacFarland
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CURCIO. JR. VINCENT M. — Ideal- Milho. Brasil
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Fernandes de Vasccncdk» DIENER. WILLIAM H. — Válvulas Sch
D L R PLÁSTICOS DO BRASIL SA. rader do Brasil SA.
— Dr. Vicente de Paula Ribeiro DILLON SEGUROS LTDA. — Alfomo
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Jorge W. Bestcrman, Dr. Paulo Ivinyi. Brasil S.A. Máquinas e Peças

613
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61$
APÊNDICE F
Membros Corporativos do CLA (Council for Latin América) em 1971

Adressograph-Multigraph Corporation Business Intemational

AFIA Cities Scrvice Company


Allegheny Ludlum Industries, Inc. The Citiiens and Southem National Bank
Aluminium Limited. Inc. Clark Equipment Company
Ahiminium Company of América Columbia Broadcasung System. Inc.
American Home Producu Corp. Container Corp. oí Amenca
American Intemational Underwriters Corp. Continental Can Intemational Corporation
American Smelting & Refining Company Continental Grain Co.
AMF Incorpornled Continental lllinois National Bank & Trust
The Anacondn Company Company of Chicago
Arthur Andersen & Co. Continental Oil Company
Anderson, Clayton & Company CPC Intemational Inc.
Anglo-Lautaro Nitrnlc Company Limited Coming Glass Intemational
Ar meo Intemational Division Crown Zellerbach Intemational. Inc.
Asiaiíc Pctroleum Corporation Cyanamid Intemational
Atlantic Richficld Co. Cyprus Mines Corporation
Avon Pròducts, Inc. Deere & Company
Bacardi Corporation Dei Monte Corporation
Bank of América Delta Steamship Lines. Inc.
Bankcrs Trusl Company Deltec Securities. Inc.
Battelle Memorial Institute Diebold Group Intemational, Inc.
Bechtcl Corporation The Dow Chemical Company
Belco Petrolcum Corporation Dun & Bradstreet Intemational
Bethlehcm Slcel Corporation E. 1. du Ponto de Ncmours & Company.
Borden Inc. Inc.
Braniff Airways Incorporated Eastman Kodak Company
BristolMycrs Company Eaton Yale & Towne, Inc.
Brown & Root, Inc. Ebasco Intemational Corporation
Burroughs Corporation Emst &. Ernst
Canadian Intemational Power Co.. Inc. Fireslonc Tyre 8t Rubber Co.
Catcrpillar Américos Co. The First Boston Corp.
Celanesc Corporation The First National Bank of Boston
Cerro Corporation First National Cily Bank
The Chase Manholtan Bank Ford Motor Company
Chemical Bank The Fresnillo Company
Chryslcr Corporation General Electric Company

617
GewtaJ too* CorparaOuH Nodin Industries. Inc.
Gcnarri Momn Qxnai OyiatKwa Sorih Amcncan Rockwcll Corporahoo
GemnM T>h»> n A ktaimm* lattra» Thc Nonhcm Tru»l Company
dumI Im Thc Nofton Company
Ou» Ele» ator Company
Ch»cn» Ilimou, Inc.
Pacifk Car and Foundry Co.
Pan Amcncan Life ln»urance Company
Pan Amcncan World Airways
Pcat. Marwtck, Mitchcll A Co.
PepsiCo Intcrnational
Pfizcr Intcrnational Inc.
Phelps Dodgc Intcrnational Corporation
Philip Morri5 Intcrnational
PPG Industries. Inc
H I >4o«w Price Papcr Corporation
IBM Wortf Trwte Curpora£MX> Price Watcrhouse A Co.
Ifwwrona Conpaa? «4 Vrt> Ajocnca Thc Quakcr Oats Company
ImmMiuaji Mm Lu*®n Carporauon Ralston Purina Company
I atr^neriers*J Hr>i<u Co RCA Corporation
Imwomi Mmng CorpcrMKífl Thc Reader* Digcst
Thc lMcni«tK4MÍ SicKd Cumpaay. Inc. Rhecm Manufacluring Co.
I»vni»um Papr* CampaBy Richardwn-Mcrrcll Inc.
ImctamkmW YmpKonr A Tctegraph Cor- Robcrt» and Holland
poradua Rohm and Haas Company
Thr Inacrpvbhc Gmap caí Coaponjcs. Inc. Schering Plough Corporation
luhnaua A H.gj "* Joscph E. Scagram A Sons, Inc.
lohnaua A ’>'*» I nccmabond Scan. Rocbuck and Co.
k*<wr lndmrr«i C tr^unuoa Smiih Klmc A Frcnch Ovcneas Co.
KCkw C—paar,
Soufhcast Bancorporation. Inc.
Kcjmuf C jypcr Corpcration
Southem Peru Coppcr Corporation
K.»hcr-;-Ciart Corporation
E R Equibb A Sons. Inc.
Kú« •«
K jppm CcmpMj. lac. St Joe Minerais Corporation
Lehman Brv»hen Standard Fruit and Stcamihlp Company
l.iquid f«rburtc C«p Standard Oil Company of Califórnia
Arthur D Lm te. Inc Standard Oil Company (N. J.)
Loeb. Khoodcs A Cnap^sy Stcrling Products Intcrnational, Inc.
Lone Sur Itduairia Inc Teihinl Incorporated
Lybrand Rnw Mi» A Moetfumcry
Teaaco. Inc
Mar«iru Intrnu!tonal Iwówtfnei lac.
Tcua Gulí Sulphur Company
1 M Company
Manufaciurcrs Hanover Tnaaí Co I Wallcr Thompwn Company
Mar», oca Corporal** Twnc, Inc
Mar»h A Mdcnnan Inc Thc Tunca of Thc Américas
Mcrck. Sharp a Duhraa latamanonal La km Carbldc Intcrnational Co
Mobtl Oil Corporal km Union Oil Company of Califórnia
Mcxfcl Rol and A Co . I» Lnited Branda Company
Monunio Company LSM Corporation
Moorv McCormack Lmei. Inc. Lpyohn Intcrnational Inc
Mocgan Guirant) Tnut Company of Nr» U.S Steci InLrrnaUonal, 1 td
York VtetaM. Inc
Thc NanonaJ Ca*h Regutcr Co Warner Lambert Intcrnational
N L Industries, Inc. Wrlia Fargo Bank

618
Westinghouse Electric Inlernatíonal Co. Xerox Corporation
Whlrlpool Corporation Arthur Young A Company
Whilney Nalional Bank of New Orleans Young & Rubicam, Inc.

ORGANIZAÇÕES-MEMBROS

Chambcr of Commcrce of thc United Sta- National Foreign Trade Council


te» Pan American Socicty of lhe United Sla-
CICYP tcs
Committee for Economic Dcvclopment Port of New York Authority
Thc Confcrence Board Inc. United States Council of the Internacional
Nalional Association of Manufactures Chamber of Commcrce

Board of Trustees (Conselho de Curadores)

Robcrt O. Anderson, Presidente da Dire­ G. H. Gallaway. Presidente. Crow Zeller-


toria (Chairman), Allantic Richfield Co.; bach International Inc.;
Charles F. Barber. Presidente da Direto­ General James M. Gavin. Presidente da
ria. American Smclting & Refining Co.; Diretoria. Arthur D. Litte. Inc..
William E. Darlow, Presidente, Vision, Dr. Cari A. Gerstacker. Presidente da Di­
retoria , Dow Chemical Company;
Inc.;
Harold S. Gencen. Presidente. Intematio-
Clenn C. Bassett Jr., Presidente, Wclls
nal Telephonc A Telegraph Corpora­
Fargo Inll. Invcslment Corp.;
tion;
Fletcher L. Byron. Presidente da Direto­
Rodney C. Gott. Presidente da Diretoria
ria. Koppers Company. Inc.;
e Executivo-Chefe. AMF Incorporated.
Captaín John W. Clark, Presidente, Delta Edwin H. Gott. Presidente da Diretoria,
Stcamship Lines, Inc.;
United Slce! Corp.;
W. H. Conicn, Presidente, Schcring-Piough
Donald M Graham. Presidente da Direto­
Corporation; ria. Continental lllinois National Bank
C. W. Cook, Presidente da Diretoria, Ge­ and Trust Co. of Chicago;
neral Foods Corporation; Maurice F. Granville. Presidente da Dire­
Donald M. Cox, Diretor c Vice-Presidente. toria. Texaco. Inc.;
Standard Oil Company (N. J.);
Najccb E. Halaby. Presidente da Direto­
José de Cubas. Vice-Presidente, Westing- ria. Pan American World Airways;
houje Electric Corp.;
John D. Harpcr. Presidente da Diretoria
Alíred W. Eames. Presidente da Diretoria e Executivo-Chefe. Aluminum Company
c Executivo Chefe, Dei Monte Corpora­ of América;
tion; A. S. Hart. Vice-Presidente Executivo.
|ohn Dicbold. Presidente da Diretoria, The Quakcr Oats Company;
Diebold Group. Inc.; Fred L. Hartlcy. Presidente. Union Oil
John Duncan. Presidente. St. |oe Minerais Company of Califórnia;
Corporation; Gabriel Hauge, Presidente da Diretoria,
Lcwis W. Foy. Presidente. Bethlchcm Steel Manufacturers Hanovcr Truil Co.;
Corporation, William Hewiit, Presidente da Diretoria.
llarlow W Gage. Gerente Geral. General Deerc & Company;
Motora Ovencas Opcralions; William M. Hickey. Presidente da Direto­
|ohn F Gallagher. Vice Presidente-Inter­ ria. Canadian Inll. Power Company,
nacional. Scan. Rocbuck and Co.; Inc.;

619
M^hari W Percopo. Presidente, Squibb
Ucmcth Hemisphcre. Middle Easl ind
Afcica;
Rudolph A. Peterson. Presidente do Co
•uié Exccutno. Bank o( América;
C. Ptiliod. Presidente. Goodyear Inter
national Corp ;
lohn |. Power». Presidente da Diretoria
lac.;
|ay R Reist. Presidente. Cclanese Interca
t tonal Co;
I D Ritchie. Presidente. Aiiatic Petro
kum Corporation;
C W Robrnson. Presidente, Mircona Cor­
poration;
Dasid Rockefeller. Presidente da Dtretoria.
The Chase Manhattan Bank.
Rodman Rockefeller. Presidente. Inuma
nonaJ Basic Economy Corp .
Willard F. Rockwcll |r . Presidente da D»
retorta. Norih Amcncan Rockwell Corp.;
Dan Seymour. Presidente. |. Walter
Thompson Company,
A Thomas Taylor. Presidente da Direto
ria. Deltec Sccurilies, Inc ;
Lynn A Towscnd. Presidente da Direto
ria, Chryslcr Corporation;
Ra»lcifh Wamer |r. Presidente da Dtre
toria, Mobil Oil Corporation.
Georfe C. Wells, Vice Presidente. Ltuoo
Carbide Corporation;
I B Wilson. Presidente. Calerpdlar Ane
ricas Co.;
Henry S. Wingate, Presidente da Direto
ria. Intemational Nickel Co Inc;
Waltcr B Wriston. Presidente da Direlo
ria. Fint National City Bank;
Charles J. Zwick, Presidente, Southeata
Bancorporation, Inc.

CURADORES ASSOCIADOS

Gene E. Bradlcy Prrs*drnu. iMeraaoutud Roben M Nutria, Presidente, National


Manapemeni aod DetciopmrM Insirfu Fureign frade Council,
ta. Frank Paca |r , Presidente, I nternaüanal
Herbcrt Brosmell. Sócio, Lord Day A lucuiivc Ser» ta e Corp»,
lord.
Efflibo G Cofiado. Curador. Cuouauftae Da» d S Smilh. Sócio. Bakrr A McKra
for Economk Dociopencm.
W P Gullander. Prrssdenu. Nattcoal Aa Airtandcr B froobridpa. Presidente lhe
fexiation oi Manufaciurm; CoeJcrence Buard. lac

620
APÊNDICE G
Correspondência da CONSEMP com o IPES

COFIA

Rio d» JomIto, 2h da mia da 19Q


11*0.3nr.
Dr« Jeío Baptlata L.Plrualrado
Av, Ria Branca, 156 - 27® andar
feita

Frazado Senhor,

1 coa praaer que lha apreaento o Sr. Clenx Cázar, aao partloolar
aalca, diretor do Lab. Pfcyaatosan, para quaa paço 0 obaéqulo da
■na atançlo.

0 Cáxar faz parta daata equipa nora de lnduatrlala coa acantoado


•■pirita pdbllco a que aulto fará pala nosao paia.

Arradeço a tua atançAo a aproveito a oportunidade para aubacravax


no coa estira o oonaldaraçto.

Atanoio ta

(aa) Octavlo Fria*


•lo te JaseIro, u «• Jmã» te 1%2

írotara. ta
rwrrrrTT: « jocun
tia »rww>. 1M
» o a t a

Ar*ta«-w

5 iwnU «rftloe do dosoardtioo oo mo Ítala,


O»-*te •• aotaaitajãaa ostro oo diotlaloo grwpoo te o pi alio os Laterreg
ta. oo <*rwta fríoala, »U a rsptsro total.

• teoset, aos agada ooaaolteola histérica 41a


te*. «.«.Ma • <1 tatea la 4 la tal ostro oo eltedãoo, qvaodo * opoalção rj
alta aã< ataai to »m sal00. o ala ta. ün 40 tetate, a a ta aslltete r
IftlA porta ■ ocaelalisela, poder 4o açao o, mmc, oetelçSoo 4o tatrj
•Itawta.

tata eaperitecla hlatteloa ao rapa lo eieliasMota. Oo


tavlotatao .laaalvtatae, «laca, laloialsaoto lntrodoalr a fnorro Koolf
4* aa aa ao!» .• ata lata ta. 0 oosaolsao ntataa aoseotoa aaaohra, para
to* «a ^-v^oa atalaia oo tatrootc;<>oo, para que a conodrdia, <«• aaria
aeotta,»a ta fiaa aaaerxlala, ainda qaa dlvarglndo doa aoloe, eeja eotf
tltelda ja.ua 4ltate4ia ostra aa grapoa a olaaaoa aoelala.

Oo Piratcroe e 'ooaaltoraa da COtsnt, aos vaots ati­


vidade oc aola «aa osiHtaa a ta adainlatração pdtliea, não podes doi­
rar Ca aaaltalar ta rataltadta «a ova aiperlinola a aa auaa ooaolaaõaa,
aa qoa aa r '<?o ao aaap« ataial. * >er>Ãeat4ada ereooeate • o par ti 4*
rlaav irra«l>nsJ pados ao«4aalr a talaa 1 rraaadldvaia, por falta da om
plataforaa >n—o as '.ta t*4»e aa ootoedas.

f «a cospe ta ate!aietropio «aa rurgo aoaao diagrteU


aa a «oaae etapa aaaea tavari aer ajllcaca a terajtellca. Pare o ,**r-
tlesc pa ftirv la t-ataop <iaa, a ad*1»1 «tro^(p laaoordtleo 4 steprWl<4»
dãíaea ’• tale» 4 la,.adia I JaatTja >»<la1. fa<a eTãsOf o osvTsoa <•
taprega4»o a-W.larnaa, Ce faa«ior4r>'.e pteiicoa «juo aa aantos injaetl-
(ado. a a«»>' Ce «teafaa» <oa Caaa^.Aacaa qaa • fua.ão aopraaarial, ••
• eeaoa ila», 4, IwUa, asa alie alaaâo eaalai. 0 gratee sapra«4rio aj
Cerno, o ai-laiatradar aeaaataata oiopro>e4a toa acu papel 4o aarvií®
eooaaiUrt- o Iteoja «tataraar oo «aloroa te lltardate, 4o dlgsitedo •
eoat.
O rtE S o e EMPRÉSAS
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3
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CONSULTORES DE EMRRÊSAS

Rio. 12/6/102 Fl.-J.

- «anltaata «o 40fB*tioM iaparaata na» aocladadaa eovidiiana. Caj


te Bala;Saa Ihaaanaai axoeploa da nova oonoaituação aapraaarlal ao*
Katatea Daldoa, Orl-bretanha, Alaaanha, Canadí, ata..

Eatoa ouraoa. prévia a ainuoloeaaanta praparadoo, m.


rão dlricKoa por paaaoao coapataataa, da acradltada rapuUção daaoerí.
tíaa. aob a aala catralta oooporaqão doa drfãoa dirifeotaa da CORsnp,

Iadí«olo oonvtnio financeiro da duragão paio aaaoa <«


— ano, a COR 5 Ml poderia. çhaaar coa aau nrorrim * uâã~ pranda I?aa di
dplAlão' - õaTioaiía~?e eíprtaa o aaua funoiondrloa - oalaolonadoa qnal^
lativaaanlo, para qua por aua via, poaaaa aaaroar a lidarança daaoardt^
aa noa cfrouloa da ação, Paralalaaanta, a C0R3EWP, podaria viaaa.
lar atravda do dabata livra, aat&raa oontrírioa ooa raapailo a natoa, •
•aa acordaa qnaclo aoa fina aaaanoiaio vlaadoa pala poalllva açío pdHj

Ao lotalro dl o pôr da T.Saa.»

Lirala Taaai M - Mr.


CONSM.TOMCS oe EMMtSAS
COM4LA.TORES oe CMFRtSAS

Ua 4a Jaaalra, 11 4a AUi «a 1)0 Ua, U/7/1X2 - Fl—*-

XI**. Sr. III - â COaiESF afaraaa ma a«;art>aala. |wa 4 o protala taa p*laa£
cusr flBcss ranço Ploa <ao nortaaraa aaa faraaT? a o coalala aaatiaaata aaa a*
Ar. Proa. Tllaaa. 1*4 - 11» a*4. prtaaa ta lalatatir. rrlrada oa Argiot » atrln.alra;ào pASlica to pato,»
S a a I « airarZt ta loalnArioa, Irolnvaanlo. aaia.ia, íor»a,ãe a orlaalofZo peafl±
aloaal, «aala aoao aaa lalarraa;ão oapaclfioa na raaatrutarafla itaaloa-,
atalnlalratlca ta oatltataa aapraaariaia parllaularaa aa oflalala.

XT - Caakaaaaaa oa aatraa proptalloa to aalnaala aalpu a aaa a;âo


taaltlto aos flaa <aa aaa aãa aawiia, aa tlra^âa ta aaoeol* -
çãaa ta lUm o ao rui prAprlaa all«<tataa tntaatrlala. For laaa.leaao-
a aarlaaa <oa tart tonta atao;ãa t a.aaa prapoala aaclata Aa aalarltetoa
Ao Im, artaaalca, porta, A l4ta oailtata taaajeaa ta lalarnr aaa «flo£
ala at aala.ãa taa *rarta larlfoa aaolaia »aa aaoafa* A taaaaracla «aalaa
parAaaa. 0 aalra tf» plasoMata aalarloato *>n raallaar aaaaaltaa oa*
Ctaaraa ta CaoAoalo. coa aa tlrlfaaloa to l.I.t. (ai loa Vo XT), a ra a pal­
io ta praaaata aaouilcijãs, aa* ■ aaaaa i><Mru.fi ta <aa aaa artllaa, aaa
■a aí fala aa aprSço. aaaaa * aala aorta, aaratllaaaa oaaaalha a aaa aola»ora;ão, aorão ilUairl, opraaiataa a eraaS taratoa.
*aa a a vão aapaataa aaflaleataaanta oa ^laafploa «aa palaa eaaaa laloacZa,
aaata aoaa aa aalaa a flaa alaadoa para o Voa trila ta aaaaa aalakava|aa. âproTallaaoa a oparlualtato para aoa flmnii aul.
Aataaaa, portar aaaaaatrlo aaraaaaalar al^aaa aapaoX
riaaiãaa para e aaabealaaala aapaalal to «rraota aal««. aa* «!•> aaaiaaaaaal
BM apartualtaOa 4a aaallaar aartialaaata a aaaaa aaaaata.

T - Par aaaatãa 4a aaaa Sata*4a, roMléa a laaltaalaa 4a traaata


aai«D. para IUa.t r aa fnaaa ta Pacaroaor aa taaa a faaaa -
taa ra>a;iaa k&aaaaa aalra aairaaAMaa aaalaaala a aalrsa«alraa a aa ira
aa aairaatrloa a aaaa aalatorataraa ao IraMlka. fal tila, aaa UiU.li
“4
faataaaalo, o aapreatrio aaarisaaa. po» oaaaplo, llallan aaaa ralj
fSaa a aaaa aaapatr 1 ataa a são prourara aaatala aaa Ittao aa aaaataa ta
papolapão, a aaaafar por aaaa aolahara toraa aala baalltaa. laaa aaa to to
ara araaao aapraaarial.
IX - * Aliaaça paro a Pra«ra*aa laalata, naa IMi Jualt«a, >a-
rãa aaaaaoÃrtao «aa airla ta rafaraaa pctrlaa aalratUTala aa
■aaaaa >*loaa, para a aflatata Aaa aplloo,ãaa loaatalaaa m taaaaaalrlaag
ta. fcaatro daaaaa rafaraaa raalaaataa, tA-aa lafaaa t raíaraa otalalatra
tira- ratsraa laalo taa oAtatoa ttaolaaa aa aairtaa a ta atalalatra«ão
kllaa. a laaa to a aalor protatlTltoaa. mm la MpXrlla 4a at.alaa aftalalg
tratlaa. ta aaaaiaa a lal.<rt-la »oa aala allaa atjalkara aaala la ta to**
a real a. aaa».
Dr. Joio BaptiaU UFicueírodo
Avia. Ho Sraaco, 156 - 27" andar

lllU

Praaodo Sonbcri

Taaoa o praxor <4* ^oUr â proaonto a carta


<aa o Sr. Oetaolo Prlaa lhe anda raça aproacatoado-aoa a

Ira Boaao doaejo ontrogi-la poaaoalnonta. A-


cea tace, poria, que eeao toa ba ri do dlficuldado do onooatri
lo Nata eidado, alia da alaalva aa ^roço, aataaoa entUn-
do taabéa a T.S. cíplao daa corta a qao dirlgiaoa ao Inotlt*
to do Naqulaaa doelaia o da qoe m ao to ao a ao Sr. Clnrk ôo«z
Co XNblar.

Koeoo doaojo 4 que T.8. for*o julw doa eb-


jatlw a ^a a &M—P — propdo oca a dlTalgaçdo doa prl>
oíploe dcaocrítícoa da livro Iniciativa.

Coloeando-noa à dlapoalçlo do Y.8. para


qulaquor ootroa oaclarvclaantoa que ao flaoroa aaeeaairiM,
eoa elevado a praça, fliwou-noa aol

ÀtaocioeaaoBto

(aa.) Mlltaa Coaar - Dir.

»io««»>Imcio • llfINO
• C.C.Casar — 2-loZJ ' — in» ■ rio

aaArtUrU - d« 1 tWf
•tvlo trabalho 4a CO^UIXP - C«reitora» da lopráaaa

to er^ao 4o dr. Panlo tter 4o touca guelras, a*Uao*


aroaoUhanto, aaoaa, dtvapaae carta* »6< rv a COBfltXF - Conaultoraa do
hprÍM*, que no* frras encaaUhada* paio dr. Octavio Frio*, a quea
rotpoedoaoa duende qw trlaao* ao.Ur o trabalho ao Uo por ■* tra­
tor 4a grupo o* pa**oa* qu* trabalha a roeida no Rio.
Ar rada rondo a aUnçía dUpaciaada, «abacraveno-oo*
APENDJCE H
Lista de contribuintes do 1PES

Os industriais e banqueiros que eram lideres e ativistas do IP ES (vide apêndices B e C)


eram também contribuintes, representando uma substancial fonte de apoio econômico
As corporações e bancos multinacionais associados sediados em São Paulo contribuíam
principalmente através de suas associações de classe, em especial as federações da indústria
c do comércio, as câmaras e as associações de bancos, bem como através de contribuições
pessoais, dissimuladas sob as formas enumeradas acima, e também através do Fundo de
Ação Social. A maioria dos seus nomes foi mencionada quando da descrição da composição
das diversas associações de classes.
Algum dos contribuintes sediados no Rio ou os que contribuíam através dos canais do
Rio neste período e também após 1964 eram:

1. Bancos e setor financeiro

Aliança da Bahia Capitalização S/A — José Luiz Adami, Alberto Lélio Morei­
Banco Econômico da Bahia (Miguel Cal- ra), acionista da Hallcs Investimentos
mon de Pin e Almeida, Angelo Calmon S/A.
de Sá). Banco Boavista (Cindido Guinle de Paula
Auxiliadora Predial (Carlos Henrique Sch- Machado, Fernando Machado Portella.
neider). Luiz Biolchini). acionista da Codival —
Banco Aliança do Rio de Janeiro S/A — Comp. Distribuidora de Valores 1BEC)
Trlnitas Vermocgcn GmbH Deutschc Richard Aldrich.
Bonk AG (João Ribeiro Coutinho Fo., Banco Português do Brasil S/A — Socie­
Flávio Ribeiro Coutinho Fo., Virgínio dade Financeira Portuguesa (J.A. Silva
Vcllojo Borges, Cláudio Velloso Borges. Gordo, Harold Cecil Polland, Olavo
Ernsl T. Ewes, Richard Bambergcr). Canavarro Pereiro. T. Marcondes Fer­
Banco Operador S.A. (Adolfo Gentil). reira), sharcholder in Fidelidade S/A
Banco de Crédito Mercantil S/A (Oscar Crcd, Fin., Invcst., Banco Português de
G. SanFAnna, Alberto de Castro Mene­ Investimento, Cia. Sul Brasil dc Segu­
zes, Raul Oscar SanfAnna). ros Tcmstrcs c Marítimos, Cia. Nac. de
Banco Itaú (de São Paulo) (José Balbino Seguros Ipiranga, Cia. Cimento Vale Jo
de Siqueira). Paraíba. Codival, Banco Boavista, Banco
Banco Hallci Investimento (Francisco Pin­ Moreira Salles, Banco Com. 4 Ind. de
to Jr., José Firmino da Silva, Henrique Mina* Gerais).

627
Beaco <te Crtdrto Tamscnal V A ( Knfcur «ôslhenes M dc Pinto Waltcr Moniri
Ue*o |r Har*«i« A Mumra Pw. SaUea, Augusto F. Schinidt, Hélio Bd
FW*u Mr«ou>. Vt*mt Rjher* Vs > trdo. T Quartim Barbosa, M Ferreui
l^o Mcvcassol lod Iw ie lanesro VA Guimarães, José Brás Ventura)
- Grop- 1—ar i Ji. OcK* Maóer Hallc* Financeira S/A Crédito. Financia
Anmo < \<ara> Mercam l e mento e Investimentos — Sio Paulo
do ParasU. Baaoo Cjaserxai « (Francisco Pinto Jr, |osé Finnino di
IWmmt « d» Br»j. B M e l«d de São Silva. Henrique |osé Luiz Adami).
r*K • M C IW ac Sanea Caianna. Ipiranga S/A Investimentos, Crédito c Fi
Awvra VA — UwwuorauM. Cmdiloa nanciamcnto Rio — Banco Brasileiro d<
Investimentos Ipiranga (ex-Banco Real
Banco Caarta VA Dnvxl An- do Canadá), Royal Bank oí Csnsds
mmb da 5ahn*a C»—aréru Geraldo Bank of América Corp. General EIk-
Own» \<THa»Ser>j R*>i. Miaon Pa- trse Co., USA (acionista da SA Brtsd
rsnu W.bcwcl Europa de Estudos e Participações)
Joáo Baylongue. Orlando Rodrigues dc
Medeiros. Harold Rudolph WaJlcr N,-
gaard.
Ur Irwrii — Cksae Maahatun Sul-América Capitalização — Grupo Sul
Bm* :«■*. aa Grupo W Aménca. América, ligado ao Chase Manhattaa
1BFC il O Mefiu Flcrai aoonisu da Bank. Mecânica Pesada S/A (João Pe­
dro Gouvêa Vieira, Jorge Oscar de Mel­
Fmaac*ra L« Branaenc Banco de ln- lo Flores, Jacqucs Pilón), Assoe Brada
co (Jorge Oscar de Mello Flores, Lua
1—rn Andrada Araawd Raul Pínlo de da Rocha Miranda, Amador Aguiar.
Canaihr Bnhaw dc Prado Lnic Dé Laudo Natel).
ao Rafeaon da Fnswnci Raul Uux An­ Renda S/A Nacional Distribuidora de
drade de Carvaiha Chiando Totnaao Ações (Luiz Carlos Nunes dc Mattos) ,
Geflot Banco Nacional de Crédito S/A (Sadj La
Banco Prado VocoaccToa VA íNdaon berne Valle, José Alves Moita. A. de
Barmu ór Vaaconcadka> Frcitaa Alves).
Banco do Pxj VA lado Bnyloefuc. An- Ad valor — Asses ao ria em Assuntos Fina»
lõmo Ma«a2>Aa Baecot* ceiroa
Banco Une P nsasri VA 'Uno Panentd, Crefinan SA. Crédito, Financiamento, I»
lo* Cândido AWOa doa Roa. Umx vestimenlo.
Brarwlao Cana) Handra S A. Crédito, Financiamento e lo-
Craddrte Funam do BtmI S/A — »estimen<os
Baacu Morna Sa-kr VA . Banque de Centro de Fstudos Seguros e Capitaliza
Pans n des Pryi Baa. Caaa Angk>Braal ção (CONCLAP)
Ura VA. Idaund da PoeacMd. Cu Segundo Rui Gomes de Almeida, outros
AdmcruM Santa Atraiu frder. bancos contribuíram através do Sindicato
Hdbo Joaé dr Ofavtva Piro Lhm. bt dos Bancos da Guanabara

2- Setarw

Amcrkan lnl<rr.anonaJ lr*drr*nu-n Re Atlãnfka Cia Nacional de Seguros —


preseniaçóev S/A — Amencan Homc Bovfward do Brasil (T Marcondes Fcr
Aaaunwuc Co (ligada â Firvmcn s ln*j m/a. R Orlandy Corrêa)
rance Co Nmark. Interamencafla Cia Amerscan Homc Asaurancc Co. (Americaa
dc Seguros Gerai») (Odilon de Bceu fbtemational Group N Y . A I Rnn»u
clalr, Eurfco dc A. Raja Gabaglia, Hé­ rance Co. Inc , Ameritan L4c Insurafr
lio Soam Barbosa. Eurtco Morau Caa
ce. Group Ameruan Homc Group. N»
lanbeiro)
tioeul Inaurancc Co., Ncw Hemuphm

628
Iniurnnce Co.) (ligada à Commerce and Sagrei. Cia. de Seguro» — The London
Induitry Insurance Co. — Canadá), acio­ and Lancanhirc Insurance Co., Lo*ndc»
nistas da A.I.U., Interamcrkana Cia. de St Sons Ltd — GB, The London A»su
Seguros Gerais, Ocidentul Com dc Sc- rance (acionistas da Royal Assurancc
Seguros Gerais) Eurico Castanheira, Co Ltd.. Secunlas S/A, Lowndes
Oditon dc Bcauclair. Group, Sun Alliance and London Ins),
Cia. dc Seguros Aliança da Bahia (Banco ligada à Royal Insurance Co. London
Cidade do Rio de janeiro. Banco Eco­ Lancashire Ins. Co. Liverpool & Lon­
nómico da Bahia), acionistas da Cigar­ don & Globc Ins Co , Comp dc Scgu
ros Souza Cruz) Pàmphilo Pedreira Frei­ ros Rio Branco (Alfredo Vieira, Herbert
re de Carvalho. Couto |r., Ncstor Ribas Carneiro, V|-
Cia Seguros Argos Fluminense (Trajano vian Lowndes. Donald Lowndes)
Puppo No.) Transatlântica Cia. Nacional dc Seguros
— Borgward (Themístocles Marcondes
Cia. Hemisférica de Seguros (Plínio Silva).
Ferreira).
Cia. Seguros Cruzeiro do Sul — Grupo
Ultramar Cia. Brasileira dc Seguros —
Lowndes.
Cia. Cimento Vale do Paraíba (T. Mar­
Fircmcn’s Insurance Co. — Continental
condes Ferreira).
Insurance Co , Firemen's Insurance of
Sul-América Cia. Nac. de Seguros de Vi­
Ncwark, ligada h Phocnix Assurancc Co.
da — Grupo Sul-Aménca
London, Dincr s Club.
Sul-América Terrestre c Mantima de Se­
Intcramericana Cia. de Seguros Gerais
guros — Grupo Sul América,
A.l U. Overseas Inc. (Odilon Bcauclair,
Hélio Soares Barbosa). Boavísta Cia. Seguros de Vida.
Cia. Internacional dc Seguros, acionista da Cia. de Seguros Bclavista
Copcn-Nuclear Encrgy (J. Cruz Lima). Lince de Seguros Gerais.
Ilamaraly Cia. Nacional Seguros Gerais Mercantil Cia. Nac Seguros.
(Lélio Toledo Pizza c Almeida Fo.). Oceânica Cia. Bras de Seguros
Imperial Cia. de Seguros — Sun Alliance Ocidental Cia. dc Seguros Gerai»
St London Insurance (London), ligada à Sul-América Terrestre, Mantima e Aci­
Cia. de Seguros Sagres (Vivian Lown­ dentes.
des). Sica Seguros Portoalegrense.
Miramar Cia. Nac. Seg. Gerais (Lélio To­ Cia. Seguro» Uruào Nacional Gerais.
ledo Pizza e Almeida Fo.). Cia. Seguradora Brasileira
Novo Mundo Cia. Nac Seg. Gerais (Lélio Centro Estudos. Seguros e Capitalização
Toledo Pizza e Almeida Fo.). (CONCLAP).
Cia. Seguros Cruzeiro do Sul — Grupo Outras contnbutram através do Sindi­
Lowndes. cato de Companhia» de Seguros c J. O.
Cia. Seguros Porto Alegrcnse — Grupo Mello Flores canalizava suas contribui­
Lowndes. ções.

3. Indústrias petroquímicas, fannacêulic&s e de minérios

Alumínio Com. e Ind. S/A (Aluminium CADAL — Cia. Industrial e Comercial de


Industrie AG — Soclété Fconomlquc Sabão e Adubo» — Companhia Admi­
pour ITnduilric dc rAlumiitlum. Soc , nistração c Representações Ltda. CAL-
Técnica c Comercial de Melais S/A SO- VAL (Álvaro dc Soura Carvalho. Nor-
TF.COM). Theodor Sellcr, Luiz Carlos dou Rolhier Duarte, Geraldo Marins
Manclnl. Ourívio, Roberto Zuarte Ramos).
Carlos Pereira Indústrias Químicas S/A Cia dc Petróleo da Amazónia — Octávio
(Carlos Pereira, Venuzina Lopes Perei­ Marcondes Ferraz. Haroldo Levy. Ro­
berto Levy. Arthur Soares Amonm. An-
ro).

629
tônio A P Guimaries. Isaac Banayon Inc., Usines Chimiqucs des Lab. Frsn-
Sabba) çais. Lab Roussel S/A (Lab Torres)
Cia. Química Merck do Brasil — Merck (Phillips Joseph Eticnne Bcraut, Zullo
Untcrnchmungen AG.. .Merck Co. USA. Mallman Freitas. Madcr Gonçalves).
ESSO Brasileira de Petróleo — Standard Contribuíram através do Centro Indus­
Oil (ligada a Asfaltas Califórnia. Cia. trial.
Petróleo Califórnia, acionistas da Comp. Laboran-Franco V. Ind. Químicas e Fu-
de Gás ESSO). George William Potts. macéuticas S/A (Darrow Lab.) Nelson
Allen Walker Martin. Paulo Carvalho Tones Duarte, J. Carlos Mayrinck. Age­
Barbosa. Carlos Naboco de Araújo. Fer­ nor Miranda Araújo Fo.. Adroaldo V.
nando Mbiclli de Carvalho. Morvan de Barboza dos Santos.
Figueiredo. Olavo Aranha. Joio D*Audt Liquid Carbonic Indústrias S/A (Liquid
de Oliveira. Daniel de Carvalho. |osé Carbonic Inc., Liq. Carbonic Corp) li­
Thomax N aboco. gadas a Walter Kidde 4 Co Inc. Arte
Cia. EletroquiraicaFluminense — Pluss fatos de Metais. Aço Metais S/A. Ge
Stauffcr AG — Alemanha Pluss Stauf- ses and Chemicals Intemational Acx>
Íct - Suíça. Pluss Stauffcr — EUA. Jo­ nistas de Walter Kidde S/A lnd e Com
sé Alves da Motu. Antônio Marques Ri­ Liquid Carbonic do Brasil). |osé WJ
beiro. Guatav Adoif Baumann (ligada a lemsen, Paulo F. Geyer. Fabio G. B»
Hoesdut (Suíça). OMYA (França), tos.
Pluu Stauffcr (Araencana) (Vicente de
Laboratórios Enila S/A (François |ean
Paulo Galbez. |ayme No. Vasconcdlos.
Marc Rousseau, Gertrud D. Heymann,
Gustav Adoif Baumann. Anhur .Muiler.
Philippe Guedon, Carlos Paulo Bclla-
Antônio Marques Ribeiro. José Alves da
che).
Moita).
Cia. Merck do Brasil — Holding Aklien-
Hoechst do Brasil. Química e Farmacêu­
gesellschaft für Merck Untemchmungen.
tica — Trans Amencan Chemicals Ltd.
Suíça, Merck 4 Co. Inc. EUA (E
— EUA. Farbwerke Hoechst AG — Ale­
Merck Akticngesellschaft — Alemanha!,
manha
acionista da Merck Maranhio. Palmiri
Indústria e Comercio de Minénos ICOMI-
Administradora. Merck Sharp 4 Dohme
CAEMI. BethlehemSteeI Corp EUA,
S/A Ind. Químicas e Form. (Rusvel Ti-
Bcthsteel do Brasil S/A. Panamá. Bcth-
noco Pinto, Clemente Augusto Martins
Ichem SteeI Export Corp. (EUA). Bcth-
da Gama. Karl Erik von Davidson. R
lehem SteeI Export Co (Canadá). Beth-
Tinoco Pinto. Dcwey Stallard) Amen-
Brax Corp. (Augusto Trajano de Aze-
can Chambers of Commerce. Contribui­
vedo Antunes. Francisco Viriaio de Mi­
ram através do Centro Industrial.
randa Carvalho. Francisco de Paula e
Carvalho). Cia. Estanffera do Brasil (Phillips Corpo
ralion, Cie. Française d‘Enlrcprises Ml-
Laboratório Grocs — Manoel Gonçalves
nières. Metallurgiqucs et dTnvestis-
de Miranda (Renato Glech Grou, Mer-
sments COFFREM1, W.R. Grace, Pe
cedes Gross Miranda), ligado ao Labo­
liAo Mining Corp.), Consoiidalcd Tm
ratório Bras de Chimiolerapia Produtos
Labrapia S/A. Shelters, Cadií. Cia. de Bonos Acciones
Negocios Industriales Cobanisa (Pana­
Laboratório Químico-Fámuco VOROS —
Scverino P Silva (Renato Palham, má). Acionista da Pelrobal, Cia. Fipí-
Hcmzdmann, Olavo Canavarvo Perei­ nto Santo dc Mineração, Prodelcs S/A
ra). Contribuíram através do Centro In­ Retificadores Somina, Tamarandma Mt-
dustrial. vale, Somico Brastemp, Brasmoior, Mi-
Laboratório Silva Araújo Roussel — So- ner. Vale do Rooscvclt Minai D'EI Rr,
ciélé de LUnslitui de Sérothérapie He- Dom Pedro, Hugo Gouthicr (Antônio
mop. Les Laboratoires Français de Chi- Rodríguez Fo., Antonio Sánchcz Galde-
miotherapic S/A, Les Laboratoires Go- ano. Octávío Guerrero, Rafael Sánchcz
bcy. Laboratoires Beyroul. Lab. Four- Galdeano). Contribuíram através do
nier Frtres. Schlube Pharmacculical Centro Industrial.

630
Pctrominas — Petróleo Minas Gerai» (Ed- Polland, Tibério Vasconcellos de
mir Gomes, Armando de Paiva Abreu). Aboim, Jorge Gabizo dc Faria.
Quimitra Com. Ind. Químicas S/A — El- Cia. Ullragás S/A Região Rio — Socony
rnouan A. G. Merck Holding — Suíça. Vocuum Oil Co. (Standard Oil Co.),
(Merck USA, E. Merck A.G.). Contri­ Bromberg. S/A Magalhães, Cia. Brasi­
buíram através do Centro Industrial. leira dc Participações Cobrapar (Grupo
Refinaria e Exploração de Petróleo União lgel) (Mate Laranjeira, J. Thomas Na-
— Grupo Soares Sampaio, Comp. Super- buco Araújo. Chanceler João Neves da
fosfatos e Produtos Químicos. Établis- Fontoura).
sement Kuhlmann (Demójthcnes M. de Cia. Ullragás S/A — Região São Paulo —
Pinho. F. J.M. Rousseau. Paulo Fantai- Phillips Petroleum (Henning Boilessen,
nha Geyer, Miguel Monteiro de Barros Peri lgel, Hélio Beltrão. Rubem da Bra­
Lins, Helenauro Soares Sampaio, Carlos ga Rogério).
Eduardo Paes Barreto).
Vitrofarma Ind. Com. de Vidros S/A —
Reichold Química S/A — Reichold Che-
Sociedade Mercantil Cainca Lld . Shot-
micals Inc. NY (Resana S/A Ind. Quí­
tbras Ind. de Vidros (Shoot GmbH Ale­
micas) (Guilherme Levy). Contribuíram
manha). Vidraria Santa Marina (Pitu-
através do Centro Industrial.
burgh Plate Glass-EUA). Deutsche Ge-
Sika S/A Produtos Químicos para Constru­ sellschaft für wirtschaftliche Zusanune-
ção — Frita Schenker Winkler (Suíça), narbeit (Deutsche Entwicklungsgesells-
Sika Holding A. G. — Suisse, Anton chaft). Lagoa Administradora Comercial.
von Salis, Monlana S/A Engenharia. Li­ Adm. Ipanema (ligada à Pittsburgo de
gada a Brastac S/A, Geigy do Brasil, Vidros e Cristais Ltda.. Coming Glass
Brasbeton Engenharia, Albula Financ. Ubrks — EUA, Jenner Glass Work).
de Inversiones S/A (Uruguai). Braz Oli- Acionista da Siboral Vidros Técnicos e
vier de Camargo, Anton von Salis. Científicos, Vidros SantA Marina, Mine­
Química Farmacêutica Maurício Villela ração Cormibra. Antártica (Eduardo
S/A — M. L. Villela, E. L. Villela (Mau­ Caio da Silva Prado, Jorge Americano.
rício Libânio Villela, Eurico L. Villela). Laurence King).
Cia. Estrada de Ferro e Minas Sfio Jerôni- Cia. Carioca Indústrias Plásticas.
mo (Grupo Copclmi — Cia. de Pesqui­
Cia. Ind. e Mineradora do Camelão.
sas e Lavras Minerais). Acionistas da
Cia. Carbonífera Minas dc Bulia. Aços O Centro Industrial do Rio de Janeiro
Finos Piratini (Bernardo Geisel). (Julian constituía um dos principais canais para
Chacel, Ivo de Magalhães, Luiz H. Reis, a contribuição dos setores petroquímico,
Roberto Gobizo de Faria, Harold C. farmacêutico e de minério.

4. Industrialização de alimentos e produtos agrícolas; comércio

Lojas Americanos (Carlos Hue Jr„ John Casa José Silva Tecidos (Antônio Ceppos,
Dovies, Thomos Olhon Leonardo, Raul Franklin Bcbbiano Ceppas, F.F. Leal,
Freitas dc Oliveira, Mase Laudesmann, José Gomes da Silva).
Franklin Gcmmel, Donald C. Best).
Cia. Agrícola e Industrial Magalhães
Brafor-Brasilcira Fornecedora Escolar S.A.
(John Grcgory Sobrinho, Charles Toor-
(Francisco Mellone, Sílvio Mcllonc, Luiz
sen, Paulo Oliveira Rodrigues, José dc
Mellonc Júnior, Oswaldo Mcllonc).
Almeida Resende) (S/A Irmãos Maga­
Cimo Muniz S.A. — Importação c Expor­
lhães, S/A Mogalhães Com. e Ind ).
tação (Hélio Cássio Muniz de Souza).
Cia. Usina do Oiteiro (Hugo Aquino, Her-
Cia. Fiação e Tecelagem Assumpção (An­
tônio Galvão, Décio Assumpção No­ culano Aquino) (Inds. de Bebidas J. To­

vaes). más de Aquino S.A.).

631
Cm. Is— CoUU S A H«íi R«b—o Centro da Industria Brasileira de Fóiforoí
G(*n Leda A Cjmm> Fw de Madeira de Segurança (O Centro da
asado R-bawu Ga—aU Industria Brasileira de Fósforos de Ma­
Cta Waaao 4e Pw«4 « Cahdoar (La— deira de Segurança de Sio Paulo lam­
Pfeffae) bem contribuiu para o IPES São Paulo)
Cm. Sm—i d» Faprt C*en Huber (Eduardo Garcia Rossi. |o*o Bapinta
|r. | I DnraiBw. MarvxA» Porso. E Leopoldo Figueiredo. José Ignácio Cal­
P C SoèrMK - deira Versam).
tia k-mí a l*Ai*- Coca-Cola Refrescos S A. (Carlos Lyra).
mai . Em—c Cwnrv Pcmra' Companhia de Desenvolvimento Comer-
Cm twSmn Pa— — ladueana Br» ciaJ e Industrial (Eurico Castanhcira)
uiiiira * Bekiflea r Ijbckm tloae Pe- Celulose e Papel Fluminense S/A (Uno
mr» 4a SJ»a TWídc P-po ^ogwira Morganti. Hélio Morganti. Gonzalo de
Fdha. I«jrpr B-rar Har-i/xxi Prado Mj- la Rive). Ligada á Rcfinadora Paulista
rato— Pr*k kMo P—ca de Queiroz (Família Morganti). Bracco Novothe-
Sobra»* l-a^Kã) e Heie- râpica Laboratórios
<m Zarra— laBcoae Saocaul de Bc- Dias Garcia Importador S-A. (loaquim
Dias Garcia. Jorge Bandeira Dias Gar­
Cm hw ia ira de Rxa—t loee Luiz Mo­ cia).
rava 4e Souza kw C—ivk, Morena de Danks Flama S.A. Instituto de Fisiologia
v—»» i —— 4r Souza Carvalho. I C. Aplicada (José Duvivier Goulart, Luiz
Vw^aaLa Car«a*0. Pado Neves de Arnaldo Rodríguez).
Sr^uxa Qwr— Cartas Harxddo Vascoo- Indústria de Papel Leon Pfefíer SA.
ceâoa V S Fr»na Cx>mcmíji. (Leon Pfefíer).
Cm Urwjrw k-an— lohanc Hesnnch Kibon S/A — General Foods Corp. Ban­
Kwm<. Rufetf OswaU Ahrva. ímeu co Boavista S/A (|oâo H P Almeida.
&,~htei4rr Peacr F'< Sv^wn Eme»! Octávio Frias. Os*aldo Cruz Fo. John
«ahcr fr*M Saapahx/f. Wâtacr Pru| Kccni Lutery). Amencan Chamben cf
prr. fdfw R^icr A Brah— cuotribuiu Commcrcc.
através ta ÍMMro Isduairiaíi Llobcra S.A. Primeira Ind. Bras. Feltras
Amesvdofra ,'r^x-açàc C Comércio S/A (Moisés Llobcra Guies).
tAurél» de CanaStol Casa Masson Rio S/A Jóias c Relógios
Rnmueel Madr rai VA Bevm— <Bcthk (Jorge F. Geyer).
ho-i Saeal Corp . Rr.7tucel N V., 1CO- Moinho Fluminense S/A (Bungc &. Bom)
Ml Scthrriand» Irr.cM Baek for Deve
— Soc Anón Invcnioncs Indústrias ln-
iufrnfl Countnes) 1 .<*da ao Rk> Tinto tcramcricanas, Yapcyú S/A. Enta S/A.
Zuk Lossdon brvyMed Huilaad Au
Agania S/A, Milla Cura S/A. Arizona
fu.! 1 ra^aac de Azoado Antunes Acio S/A, Utira S/A, Vcga S/A. Ligadaj a
ai ai a da ICOMI. Cm Ur— de Jangada.
C redil Lyonnais, Sanbra, Grandes Moi­
KOMINAS F«r Br» de MwcraçRo,
nhos do Brasil, Moinho Sanlista Acio­
CAEMI M.nrraçio Cabo Orar^e, Betb-
nista do Banco Francês e Brasileiro.
lehem Braz Cctf «
Banco Geral de Finanças c Comércio
Gxa-Cola lndú»na e CoBsénto Lida A S/A. Tatuapé Fábrica Tecidos, jaraguá.
Coce-Cola Fzpart Corp ligada * Mal Vera Cruz Seguros, Grandes Moinhos,
lana e Cervejaria Ixndhna S/A Axio Quimbrasil, Coral Tintas S/A. Sonac.
ntala da Rrfngcranics BALRL S/A) Serrana Mineração, Moinho Panucdu.
(Cario* Eduardo Lyra)
Sonabrtl Alanje, Comia. Moinhos Rio
Confecções Sparta (Vkxnic Apa) grandenses. Santo André, Cia Brasileira
loU Silva Confecções (Antônio Ceppaz. •k Armaz/n» Gerais, TilclaFios c Teci­
Franklm B. Ceppas) dos S/A, Agência Marítima Intcrmares.
Chcnilc do Brasil Tecei Confec (Gilbcrt Ctâ, Lubera Prod Agrícolas. Dakota
Hubcr Jr. Paulo Lacerda. Ouartim Bar- S/A (Antonío Chaves Bar.elos, |orgc
buaa. Família Mahfuz, Erncaio Abdulla) Souza Resende, J. C. Machado de Sou­
(Dckcc, Cobra, Seara, Rocbuck 4 Co). za. Alfredo Augusto Ferreira, Alberto

632
Bandeira de Melo, Eugênio Belotti, Ar- Litográfica Ferreira Pinto (Elpídio Fer­
gemiro Hungria Machado. Cario» Pery raz Andrade. Pedro Assu dc Oliveira.
de Lemos, Oclávio Andrade Queiroz. Fernando Almeida Machado, A B Ca­
João de Melo Franco, Jorge Americano, valcanti. Carlos Guimarães Pinto dc Al­
Hcrbert Lcvy, Luí* Simões Lopes. Er­ meida. Armando Rocha Ismael Caval­
nesto Leme, Egon F. Goltschalk, Bene­ canti Albuquerque. Guilherme Gumlc
dito Manhães Barreto, General Juracy Hcrbert Moses Harold lames Randall
Magalhães, General Paulo Tasso de Re­ Gibboru. Hugh Maxweli Miei, Montaguc
zende, Joio Pedro Gouvéa Vieira). Con­ Jolmson Jay. Mauritio Nabuco)
tribuíram através do Centro Industrial. Société Sucrenes Brésüiennes — Socieda­
Mesbla S/A — Cia. Import. e Distribuido­ de de Usinas Brasileiras dc Açúcar.
ra Cidix S/A, Promeca S/A Progresso Acionistas da Usinas Raffard. Usinas Pi­
Mecânico do Brasil (A. Bulow. Demós- racicaba. Cia. Ind Paulista do Álcool.
thenes Maduxeira de Pinho), Brasimpex Motocana S/A. Supermercados Peg-Pag.
Imp. c Exp. (D. M. de Pinho). Banco do Usinas Porto Feliz. (George Dtiatadlc,
Rio S/A (Hélio Beltrão, General Oclá- Paul Baudon. J. Duvmer Goulart, Ge-
vio Velho. Henrique de Botton. João rard George Valentun. Eugene Gasion.
Baylongue, Homero Souza e Silva, De- François Beraut. Raul Jorge Pinto Bor­
mósthenes Madureira de Pinho, Silvano ges. Fernando Vaz Pacheco C c Castro
Santos Cardoso). American Chamber of Fb.» Jean Gallots).
Commerce. Tavares Carvalho Roupas SA (Osvaldo
Tavares).
Cia. de Cigarros Souza Cruz — Cia. Con­
Tecidas Casa Salathé (Antônio Carlos do
tinental de Cigarros Ltda. (Londres).
Amaral Osório'.
Myddleton Investmcnt Co. Ltd. (Lon­
dres), Fonseca & Pires Ltd. — Londres Usina S. José SA. — Raytnundo Otioni
(Brilish American Tobacco). Imperial de Castro Maia (Cia. Canoca Industrial.
Tobacco. Cio. Docas de Santos, Aliança Cia. Carioca de Administração c Comér­
da Bahia Capitalização, Cio. de Seguros cio).
Sagres. Phocnix Assuroncc Co., London Usina Victor Sence S/A (Renéc Vicio»
St Lancnshlre Co. Inc. Ligadas ao Bun- Sence. Luiz Victor Sence, Renato Mo­
ge & Born, Yardley Co., Wiggins Tcapc reira Ramos. Rosa Sence).
& Co., Morny Ltd., Germano Monteil. Cia. Usina Açúcar S. Joio — Grupo
Acionista da Cia. Industrial de Papel Pi- Omctto. Acionistas da Usina Iracema,
rahy, Cia. Brasileira de Fumo em Folha, Usina Boa Vista. Usina da Barra, Usina
Cia. de Cigarros Castelões, Cia. Investi­ Santa Helena, Usina Modelo, Usina Su.
mentos e Empreendimentos Pirahy, Cia. Lúcia. Usina Costa Pinto.

5- Eletrônica, maquinário, indústria têxtil

Muitas companhias contribuíram através do Centro Industrial do Rio de Janeiro, que


constituía uma das mais importantes íontes financeiras, deita forma mantendo seu anoni­
mato. Estas são algumas das companhias identificadas:

Cia. Progresso dc Valcnça (Tony Bahia, Moraes Barros, Cássio da Costa Vidigal,
Júlio Mourfto Guimarães, |úlio Pentag- Sílvio de Bucno Vidigal).
na Guimarães, Luiz Paulo Dias Duurte). Cia. Progresso Industrial do Brasil (Ma­
Cia Melhoramentos de São Paulo Indús­ noel Guilherme da Silveira Filho, Gui­
trias dc Papel (Henrique Villabolm, Has- lherme da Silveira Filho, Joaquim Gui­
so Wclsafílog. Mário Toledo dc Mo­ lherme da Silveira, José Vieira Macha­
raes). do)
Cia Melhoramento* Norte do Paraná Borghoff SA (Joseph Lucas do Brasil, Jo-
(Gatláo de Mesquita Filho, Herman de seph Lucas Ind. — G.B) (Guilherme Jú-

633
Mccâmca Pesada S/A Br asilana Thkw
Cia. Ferrv Brasileiro.Serraria Sta He
k»u S/A Mineraçto Trindade Cia
Agropastoril Rio Do^e. (W N fraak
Arthur Bemardes Alves de Soura Ar
thur Bernardes Fo.. Fausto Bebbiano
Martina, Daniel Miguel Klabm. Antômo
Ribeiro de Moraes). A EIctromar con
tnbuiu através do Centro industrial
Companhia Mercantil e Industriai INGA
(Dom i cio Gondim Barreto).
Fabrica Nacional de Vagões S/A — FNV
lOthon Alves Barcellos Corrêa).
Cia Importadora de Máquinas — CG
MAQ (contribuiu também através da
COMAQ Sáo Paulo) (Hélio Gorrudr,
William Embry)
Lanan S/A Ind e Com. — Cavaia S/A
Administração e Participação, Soc Co
mcrcial Agropecuária Part e Adm, lt>
pera va Lida . Soc Agropecuária de Par
ixipaçôcs c Administração Apa Ltd.
Com Adm c Part Japura Ltda (Lucas
Lopes. Amaro Lanari, Cássio Lmberw
Lanan. Joaquim R Lanan)
LaniÍKio Leslte - UFITEC S/A Lnion Fv
nancièrc et Tcchniquc (Suíça). Dom>
mon Teitilc Co (Canada). Schamma
Gruup (Erra Leslte Schamma. Lcui
Fernandes Machado).
Linorype do Brasil S/A — Eltra Corpor»
tion.
Metalon S/A Com e Ind (Gilbert Hubcr
|r . lunco Castanheira) (Codtnco. E E.
E . Standard Tnumph)
Mecânica CBV lida Indústria Mecânsca
S/A — Barbosa Vianna Ligada á Smith
Toda Califórnia. Smith Int Ncwport.
Oil C enter Tool Co Texas Acionista da
Sul Indústria Mecânica S/A Cf M Cia
Equipamentos Macânicos). (Adauto Pes­
soa de Oliveira. Comandante Paulo Vir­
gílio. António Carlos Didicr Barbeira
Viana. Comandante Ary Maurell lobo
Pereira. Comandante | Benício da lon-
aaca Comandante Hcrmano voas S)don.
Anrômo D C Vama)
Cia rheodor Wtlle Com Ind Repr (The
oLx Wille Hamburgo), IJsropa S/A
(Pedro Orleana c Bragança), Dcilrnan
Muntan CmbH (Aleinanhat. Johann la
ber S/A Rorsig AG. SAo Paulo Comi»
sana. Dl <* Deu tn.hr Gevell hall fur
wirtschafihcha /uaammcnarbcit Ano
niita dos Armazéns Gerais T W S/A. Cia T lancr Comércio e Indústria (Ocli-
Tuboi Guararapcs, Empreendimento» vio Gabtzio dc Faria. Enk Svedelius).
Industriai» e Comerciais Hanscática Amencan Chamber o( Conuncrcc
S/A. Soe. Agrícola & Comerctal, Meei M Agostim Comércio c indústria S/A —
nica faraguá S/A. Sáo Paulo Comisuna Aladdio lodustnc» S/A (M Agoauni.
S/A. Ind. de Artefatos de Tecidos Pi Raul D. da Sdva).
naqusra. Diederichscn T. W. Comercio Probal Comércio c Indústna S/A (Hugo
e Indústria S/A. Argos Industrial. Lani­ Forman. Antomcta Rar.gc. Formanl
fício Argos. Usropa S/A Expor e lm- H. Stern Com c Ind. (L GABRIEL BA-
port.. Têxtil Química S/A. Asbrasil-As- CHER)
persío do Brasil S/A. (Murilo de Bar­ Cia. Fábio Basto» Com e lod (LAERCIO
ro» Guimarães. Jayme Drummond dos GARCIA NOGUEIRA)
Reis. Pedro de Orleans e Bragança). Abreu Loureiro Tecei Cocd SA
Contribuíram através do Centro Indus­ Auto Mark SA
trial. Rodrigues d Almeida Com e Ind
Píafí do Brasil — Comércio e Ind. de Scal Rio SA
Máq de Costura Ltda. — Pfaíf Inter. Usabra Ind e Com. SA
Super bali Cia. Bras Equip Esp
Corp.
Comércio e Indústria Alves Peixoto SA
Cia PROPAC Com. e Ind. — Valentine
Pring Torres e Cia. Ltda.
AG — Suíça, Saiam. Hardoll Com. e
Forlab-Maténas-Primas e Embalagens Ltda.
Ind. de Equipamentos Sadoll S/A (AL
Fábnca Young Ltda.
licd Dcvelopments Internalional Inc.),
Julian Nogueira e Cia.
Cia. Brasileira de Velas Marcha! S/A —
Eton Exportação e Importação.
Hardoll Ltd. (GB). Allied Development
Sotel Tecidos.
Int. Inc. (EUA). (José Lampreia. Oswal
Algodoeira Fernandes SA.
do Bcnjamin de Azevedo, Luiz Wallace
Distinção S.A. Móveis e Utilidades Domés­
Simonsen, J.E. de Seixas Corrêa, F. J.
ticas
Barcellos Diai.
Tecidos Salvador Esperança SA.
Penauto S/A Ind. c Com. — Sospc Trading Usina Sapucaia SA.
Esiablishmcnt (Liechtenstein) (Amira-Ad-
A Esplanada Roupas SA
miniilradoro de Negócios S/A). A. Villcla Café SA
Remington Rand do Brasil S/A — R. Agro-Madcircira Pcres Ltda.
Rand Ovcrscas, Remington Rnnd Inc. Barki Tecidos Ltda
NY. (Spcrry Rand, Fernando Cícero Vcl- Bcl Fil Tecidos Ltda.
loso. Terêncio Cattley, Ernfini Pilln, C. Barbosa Freitas Modas SA.
E. Araújo, Alberto Leitão Coimbra, A. A. Big Lar Utilidades SA.
Maycr. Wllliam P. Jones, Carlos Paes Casa Garson.
Leux Cangaçu, Fernando Cícero Vclloso, Casa Milton Pianos Ltda.
Terêncio Cattley). Cia. Agrícola Baixa Grande.
Indústrias Sinimbu S/A — Pctann Corp. Cia. Comercial Marítima.
Acionista dos Laboratórios Antipiol, Corrêa Pratu c |óias S.A.
Impor. Export. Pinabra, Lnb. Farmacêu­ Dorex Aparelhos Domésticos S.A .
tica Vicente Amuto, Ind Alumínio Rey- Dcl Rio Modas Ltda.
bra (Eugênio Veiga Giraldcz), Maquip. Distinção S A.
Com. de Máq. c Equipamentos (L. W. Expansão Mercantil Importadora e Expor­
Stricklond), Prod. Farmacêuticos Uiaíar- tadora SA.
ma, Mineração Caclé-Mirim, Usabra Iml. Gávea S. A. Veículos c Máquinas.
e Com. Mademoiselle Modas Confcc. SA.
Swmg Indústria c Comércio Lida. (Joaquim Seda Moderno S.A
Carlos Vlanna Carneiro, Hélio Vinnna Cl*, dc Calçados Presidente.
Carneiro, Angelina Vianna Canteiro). Malkcs Jóias Ltda.
Tinturaria e Estamparia Pctropolllana S.A. Cia. Calçados D.N.B.
(Brtno de Nardi). Usina Santa Cruz.

635
Cia. Agropec, Ind. Campinas. Irmãos Canclti S.A. Bebidas Reírigcrantei.
Cia. São |oêo Armazéns Gerais. Rafael Gaspari Tecidos e Conf.
Distribuidora Mercantil S.A. Ind. Bebidas I. Barros Aquino.
Granja Sanhaua Julop Import. c Export.
Granja Piranema. Carlos Carneiro c Cia.
Irmios Otuka Agropecuária. Empresa e Participação Lagoa S.A.
Indústrias Klabin Celulose. Luiz XV Aparelhos Elétricos Lida.
Magazin Segadaes. Cotonifício Gávea Sudamtex do Brasil
Usina Novo Horizonte. (United Merchanls and Manuíacturers.
Usina Poço Gordo. New York).
Vazados Coboco. Clínica São Gabriel S.A.
Usabra Ind. e Com. SA. Abreu Loureiro Confecções SA.

6. Engenharia, construção, consultoria

Ceibrasil — Cia. de Engenharia c Indústria Sociedade Civil de Controle de Concreto c


— Worthington Corp. NI, Fila Junquei­ Ensaios de Materiais — Concremat (Mau­
ra Botelho (Namo Junqueira Botelho, ro Ribeiro Vicgas).
Eduardo Baker Andrade Botelho). Cin. Cimcnios Vale Paraíba — Ccmentia
Holding AGG-Suissc, Assoei a ted Portland
Construtora Rabello S.A. (Marco Paulo Ra-
Ccment Manuíacturers Ltd-Londres, T
bello, Milton |osé Mitidieri).
Marcondes Ferreira. Ligada à Union de
Cimento Portland Barroso — Paulo Mário
Banques Suisses, Banco Português. Occi
Freire (Grupo Severino Pereira da Silva,
nica Cia. dc Seguros, Cia. Incentivadon
Grupo Holdcrbank Financièrc Glaris).
de Atividades Agrícolas e Industriais
EEE — Empreendimento e Estudos Econô­ Acionistas da Cia. Cimento Salvador. Cu.
micos (Gilbcrt Huber Jr, Eurico Casta- Cimento Portland Itaú. (João M. S Cas­
nheira). tro. Jean Koranyi, Manoel Azevedo
Empreendimentos Villela S/A Administra­ Leão. T. Marcondes Ferreira. Paulo Foo-
ção e Participação (Maurício Líbánio tainha Geyer).
ViUela) Cia. de Cimentos Portland Paraíso — (Cia
Engcnfusa Engenharia de Fundações S/A. Nacional dc Estamparia). (Severino Pe­
(|oaé Soares Sarmento Barata, Raymundo reira da Silva. Carlos A. M. Pereira da
Joaé D Araújo Costa. Carlos da Silva, Silva. Paulo Mário Freire).
Lauro Rjos Rodrigues). Escritórios de Engenharia Antônio Alves
Cia. Metropolitana de Construções (H. C. de Noronha.
Polland). Indústria de Cimento Armado Ltda.

Metminas S/A. Engenheiro» Consultores Gomes dc Almeida Fernandes Engenhint


(Amynthas Iaques de Moraes) e Construções Lida.

Montreal Engenharia S/A. (T. Pompeu Urbanizadora de Parques e Jardins.


Borges Magalhães. Bngadeiro Eduardo Campo Cia. Auxiliar de Melhoramentos,
Gomes. A. Azevedo Silveira. Coronel Ha- Produção e Obras.
roldo Corrêa de Mattos). GeoYia Com. e Engenharia S.A.

R |. Oakim Engenharia S/A. (Roberto Jor­ Construtora Lemos SA.


ge Oakim) Sisal Imobiliária Sto Afonso.

Parquet Paulista S/A (Manuel Garcia Cruz, Auxiliadora Predial SA.


Oxit Figueiredo. Luiz Lima da Costa Imobiliária Zirtaeb Ltda.
Luiz Manuel da Cruz, Gilberto Garcia Doradim Administração c Participações,
Cruz). losé Carlos Lcone e Associados Consulto
Servience Cia. Serviços de Engenharia res Industriais.
(Amynthas Iaque» de Moraes). Lcone Consultoria c Planejamento Ltda.

636
7. Serviços gerais e de utilidade pública; transporte

Cia. Telefônico Brasileira (Roberto Carlos ra Machado, Marcos de Souza Dantas, J.


Sussekind, José Joaquim de Sá Alvim, Peler Gracc, João do Silva Monteiro Fo.,
L. Sales Gonçalves). Odilon Egydio Amaral Souza, Coronel
Conferência Fretes Brasil-EUA. Canadá-Bra- Malvino Reis Netto. |osé Marques Fo.,
lil-US-Canada Frcight Confcrcnccs NY Bcverly Matthcws, Walker Cislcr, Major
(Comnndontc Carlos Bezerra de Miranda, McCummons, E. G. Burton, William R.
Robcrt Carlos Andrcws, Nils Veng Pe- Marinho Luiz, Pereira Lira, José Ermirio
tersen). de Morais (S. P. Light), Alano L. da
Cia. Docas de Santos (Cândido Guinle de Silveira, Waltcr Moreira Sales (S P.
Paula Machado, Guilherme B. Weins- Light), Lucas Nogueira Garcez (São Pau­
chenk, Ismael Coelho de Souza, Raul lo Light), Waldemar Pires, Anísio Fer­
Fernandes). nandes Coelho, C. Abel de Almeida. Má­
L. Figueiredo Transporte Rodoviário (Joio rio Pires, José Sampaio dc Freitas). Ser­
B. Leopoldo Figueiredo). viços Elétricos. Rio Light S/A. (Brascan.
L, Figueiredo S/A. (Joio Baptista Leopol­ Brazilian Traction Light & Power). Lú­
do Figueiredo, Luís Figueiredo Ir.). Ame- cio Costa Antônio Taveira (CACEX), Ge­
rican Chamber of Commerce. neral Edmundo Macedo Soares. Clemen­
Light Serviços de Eletricidade S/A. Região te Mariani. Antônio Almeida Neves, em­
São Paulo (Antônio Gallotti. José Mar­ baixador Carlos Martins. A. Gallotti
ques, Alberto do Amaral Osório, José Listas Telefônicas Bras. S/A. Rio — Cia.
da Silva Monteiro, José Rubem Fonseca, Telefônica Brasileira Hamilton Frisco Pa­
Antônio Augusto de Azevedo Sodré, Jo­ raíso. Oswaldo Cruz Fo.. Clarence Dau-
sé Sampaio de Freitas). phinol Jr.. |oio B P. Almeida, Eurico
Light Serviços de Eletricidade S/A. Região Castanheira. layme B. Pinto. Hélio Ti-
Rio — Brazilian Traction Light & Power búrcio Dias. Haroldo Anhaia Leite. Mar­
Co., Brascan. Acionistas da Brascan — celo C. Rangel Porto. Gilbcrt Huber |r.
Expansão c Investimento S/A., São Pau­ contribuíram através do Centro Indus­
lo Elctric. C. Ltd., Cobast. Cia. Fcrrocar- trial.
ril do Jardim Botânico, Cia. Paulista dc São Paulo Listas Telefônicas Brasileiras
Serviço de Gás. Companhia Telefônica (Gilbert Huber Jr.).
de Minas Gerais. (José J. Sá Freire Al­ São Paulo Light S/A. Serviços Elétricos (A.
vim), Société Anonymc du Gaz, Compa­ Gallotti).
nhia Telefônica Brasileira, Companhia Verolme Estaleiros Reunidos do Brasil —
Telefônica do Espírito Snnlo, Serviços Cornelis Verolme — Rotterdam (Verol-
Elétricos e Gás, Cia. Carris Luz c Força mc Elelra do Brasil, Verolme Engenha­
do Rio dc Janeiro, Cidnde dc Santos ria do Brasil, Jacuanga Adm. e Imobiliá­
S/A,, Cia. Elétrica de São Paulo e Rio, ria) (Paulo D. R. Ferreira, Almirante Ar-
Cit. Fluminense de Energia Hidroelétrica, thur Oscar Saldanha da Gama, Jorge Pe­
Rio Light S/A. (E. C. Fox, Henry Bor- reira Duprat Brito).
den, J. Grant Glasso, Paul Manhcim, A. SPEED — Serviço de Processamento Ele-
Gallotti, T. Quartim Barbosa, José Viei­ ' irônico Estatística Dados.

8. Publicidade, imprensa, gráficas, jornais; fundações

Artes Gráficas Gomes dc Souza S/A. Fundação Coimbra Bueno (Abelardo Coim­
(L.T.B. S/A.) (Gilbert Huber Jr., José bra Bueno. General Humberto Peregri­
Cindido Moreira de Souza). no).
Editora dc Guias LTB S/A. (Clarence Dau- Papelaria Dom Pedro II S/A. (Manoel da
phinot, Eurico Castanheira, Hamilton Pa­ Cruz. Manoel Alberto Pereira Dias).
raíso, Morcdlo Rangel Porto, }■ J. Dor- Agir Livraria c Editora (Artes Gráficas In­
nellea). dústrias Reunidas S/A. Agir). (Alceu

637
Amoroso Lima. Cândido Guinle de Pau­ Kosmos Editora.
la Machado). Almeida Mello Publicidade Ltda.
Importadora Gráfica Arthur Sievers. Instituto Educação c Cultura-lacarcpaguá.
Editora Vecchi Ltda. Papelaria Mastcr S/A.
Editora Globo. Editora Monterrcy Ltda.
Seleções Reader s Digest Empresa Jornalística Notícias da Indústria
Editora Paulo de Aresedo. Ltda.
Livraria Francisco Alves. Jos^ Olympio Editora.

Fonin: Lista dos Contribuintes em 1963 — IPES Rio


Lista dos Contribuintes em 1964 — IPES Rio dos Arquivos do IPES — Rio de fanciro
Lista dos Contnbuintes em 1965 — IPES Rio
IPES SP CD & CE. 27 nov. 1962.

638
APÊNDICE 1
Lisla dos Associados, Contribuintes e Colaboradores do IPES

Olavo dos Anjos — Cia. Camascialli Ind. Wanderbilt Duarte de Barros — IBAD, Gru­
e Com. po de Estudos — IPES — CBP.
Tibério Vasconcellos de Aboim — Cia. Es­ Dom feio Barreto — Cia. Industrial e Mer­
trada de Ferro e Mina* São Jerônimo. cantil INGÁ.
Roberto C. Andrews — Conferência de Procópio Gomes de Oliveira — Carme
Frete* Brasil — EUA — Canadá. S/A. de Máquinas & Material Elétrico.
José Ulpiano Almeida Prado — Campo* Arthur de Valle Bastos — Cia. Fornecedo­
SaJles Ind. e Com. Refrigeração, Lloyd** ra de Materiais.
Almeida Prado Ltda ., Irmãos Almeida Glauco Carneiro — Setor Opinião Pública
Prado Cia., VASP, Coiton Farm». Bolsa — O Cruzeiro.
de Mercadorias de São Paulo; A.C.S.P.; Aurélio de Carvalho — Grupo de Integra­
Caixa de Liquidação de Mercadorias de ção.
São Paulo S/A. Henrique Alves Capper — CONSULTEC,
André Ar antes — Banco Novo Mundo (G. CACEX.
da Silva Fernandes, Lélio Toledo). Arthur Levy — Empresa de Construções
Oswaldo Benjamim de Azevedo — Cia. e Pavimentação S/A. — ECOPA.
Propac Com. c Ind. (José Lamprea, Per- Alves de Castro — Repórter Esso, Setor
cy Murray. Luiz W. Simonsen), Cia. Bra­ Divulgação.
sileira de Velas Marchai (Banco Noroes­
Fernando Viriato Miranda Carvalho —
te do Estado de São Paulo. Valentine
Aços Anhangüera S/A. (A. Lamy Fo.,
S/A. — Suíça, SC AME — Societé Cons-
Daniel Sydcnstricker), ICOMI (A.T.A.
truction d'Aparcil* Mécanique* — França
(Antunes, Bethlchem Steel).
&. Cia. Propac), Finco S/A. Consórcio
Financeiro (Lucas Lopes, I. D. Lowndcs, Otto Frensel — A.B. Lacticínios.
Al mino Affonso); APEC. Josué Spina Franca — Fundação Escola de
Sociologia A Política de São Paulo.
Paulo C. Antunes — ICOMI (A. T. A. An­
tunes). Estanislau Fischlowilz — Pontifícia Univer­
sidade Católica (Rio), Assessor Técnico
Sálvio Pacheco de Almeida Prado — Fa­ — Ministério do Trabalho; O.I.T.; SE­
zendas de Café; CRB, FARESP. SRB NAI.
José Pinto Antunes — Faculdade de Direi­ Iberé Gilson — APEC. CONSULTEC,
to de São Paulo. COSIPA.
Carlos Moacyr Gomes de Almeida — Júlio Isnard — Société d*Etudes. Participa-
APEC. tions et d*Entreprises Industrielles —
Carlos Botkay — Cia. Agrocomercial Santa SEPES.
Mônica, At mos Aparelhos de Precisão Geraldo Jordão Pereira — Centro de Bi-
S/A. bliotecnm — IPES

639
Wahw Lmh - Oa Fatexadur» te P» leite Montcllo — Grupo te Iniegraçfc
pai ||m» HiateB Ltew Smvmí Khbui BSDE
A lacub kUÒM) »*t» - Trwatot Hrtior da Cunha Pessoa — Delia Linc. Inc.
lEiaJvda* Aranha Sal \il» \ cng Pctencn — Coníertncia te Frt
Pnteu l«k(ua kagvücv — Grófxaa Bkxh te» Br a» d — ELA — Canadá.
SA .AJUfu Bk*hi imto át IA®* Stegto Pinheiro — ESSO Brasileira te Pe­
•s - IPES tróleo
Tno Lr — R<R»i D*® C«m át WaJter Podares — Propaganda Pojaro
Lida.. Coiro Po > ares Lida. Revista Pu
Dte® C*Muràsi * Abre» — fracnbn- biioidate c Negócios. Associação Brau
Aan Bvurd * Senv» te Imprmaa leira te Propaganda. Associação Jorna
U.L-nwíURWí ERnSA Pu Imas Católico».
k<4R ímw te Ste Paute Alfredo Luiz Penteado — ESSO Brotem
Ltea íx<*: Cma te Saba Prado». de Petróleo. Amcrican Chamber oí Co®
merce
B^r Ul - Ganoteae Qrtftcoa do Bra- F Pires — Grupo de Esludos — IPES
■d S A f èaan TrateUn Ca®» te Bi
Gcnésio Pires — Banco Sul-Amencano S/A
- mi
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PróRne Mm bate A^« - FraaaJ» Bqcàj
Commerce
PvuRam Gra*a te — IPES
lamcs Cobb Sinckland — Destilaria Mc
EW Laureucd — Ctetnt e Industria
dcllín S/A (A. Piro Donald Let Moort»
S/A 5«—teH OI Ne» lemy
Cia Téanl N S * da Graça S/A. Fab
de Tecido* Maria Cindida. Induiiriu Si­
Cnedibrá» Fl
nimbu S/A (Pciaam Cocp — Canate)
wvm te Brate VA
Jote Arihur Rio* — Grupo* te Estudo*
Vtr. p^ Mr*>. - OMb lad S-A
SPLAN, IJ4.ES.
(DwMMm Matereva PteÀol SAo
Pateo A®arg»«aB VA Cario* Rei* — Promoikxi S/A.

DoteKn te Gatea Carvalho Moreira — Lauro Salaxar Regueira — Crtdibrái Fr


(mm te •*uoucm — IPES nane eira do Brasil S/A , Banco Lltrama
lute Mauc* Pteer Mccte* — Enprnhciro* nno Brasileiro
CcmwJuxn MciiatMaa VA Fernando da Silva Sá — Grupo te Ima
FcraaMu fg»te te kmxa Myr>d — Cei- gração — IPES. Renda S/A
(.ta Er^r-Aa».» « IndúawM Homero Souza e Silva — Brasil Wamnt.
Cteau Ma.* — Otedte VA Ai venana e Crtdibrás Financeira do Brasil (Grupo
Beve*i>mcn<oa Ouartauirf VA Indútina Moreira Salles).
< lo*Cnc iPrtiua VA PafcpaçC** Bruno Suiter — Cia Metropolitana te Cri
Fnprr^ a (zanteivc c lateaerru. dito c Financiamento. Fábrica te Tcc>
Lm G ( U*p>An F Jha - (CAÍLAP
do* Dona Isabel (Geraldo Gujer) —
Fmarud Cmca te - Cmr Comp PlussStauííer AG Suíça
te te Màami
WaJdemir Paulo Santo» Freitai — Clube
(Iteu Moretr* — Üteamria te Coaatr»
te LojtslM do Rw dc lanciru
fte
Ruardu Xavier da Silveira — Banco Au
Gaalwr Mano - N«te VA
uliar de Cridito S/A (Orland> Rubem
Albino te Fana Nafvnrt — Faculdade te
Correia). Cia Sul Mineira te Flcfnctda
Ateni»>a<raite c l*»arMB te laeadu te
te «Paulo Mano Freire). Cm te Scgu
Guanabara Pbb»i*km Lnvmteate C»
ru* Atlánfua
tôlica. Ante» S/A lavcmimentu*. Im
GettUio |ute da Silva — Banco Mrrtafllil
proa» BK**
do Bruil VA «íiKlydra Carvalho te
Maonbo \unrv - Cia Mtnaa langada
Rubem te Üii»ora — Grupo te Opnte Oüveiral

PuMxa Fdibras Baixo do Brite |o»p« Sampaio - Rrpóftrr | SS<)


lote Ateimo Prado **rto — Mcoana In Drm< O Sydrmcrubrr — Cm Mma* te
dutina Mcetona Paulista Couparativa langada (Ruardu Sanu |aí<i» K OMI
Miata |<xkr> Clube. A D ESG SUPI Ml — PcaquiM < Lsplut^Ao te

MO
Minérios (Saint Gobain Puinf A. Mouk ailciro SA . Banco Ayraoré dc lascai»
Km). mento. Cia Carioca d< Corretagem
Fernando Bastos de Souza — LT B (G Vtccntc Al se* dc Car«alho — Bento Na
Huber Jr). cional do Lspinio Santo S A
Ismael Coelho de Soma — Norbráa Mel» Décto Capistranu — Cm Nacional dc Sc
Mrftca S/A (f. Baylonguc), Cia D<x.a» guros Gerais
de Santos (C. Guinlc de P Machado Meixiadcs Bell.ntara — Ldnonal Su) Ame
Raul Femandez). Credibrás Financeira mana S A
do Brasil (Grupo Moreira Salles) Antóruo Alves Fermra Fo — Transporta­
Voilral von Watzdorf — Forrestael do Bra- dor» Noroeste SA.
mI Com. c Ind. (Ferrostael A.G. Esaen). Orlando dc Fana — Gado da Amazônia
Comp Ferro de Aço de Vitória (Fertos- S A
tacl do Brasil). Sebastião Loures — Exportadora dc Ga­
Carlos Alberto Werneck — Federação Na­ fes Suaves
cional de Estabelecimentos dc Ensino Milton Pereira Monteiro — Saigema Indus­
Hasso Wcissflogg — Cia. Melhoramento» trias Químicas SA
de Sáo Paulo Indústria de Papel. Inco- William Gonçalves Rodr.gucs — RJ Oa
par — Participações Comerciais e Indus­ kim Engenharia
triais S/A. (M. Toledo de Morais. Wal- Elias do Amaral Souza — Cia Pesquisas c
ter Weissflogg); Grupo de Doutrina Lavras Minerais COPELMI
Vicior Luiz D'Arínos Silva ESG/ECE- Brcno dc Nardi — Tenturana c Estampa
ME/APEC na Pctropoiitana
CaJba Bóscoli — Engenharia Civil e Por­ Osmar Marques da Rocha — Cia Exporta­
tuária S/A . EMAQ — Engenharia e Ma dora de Cafés Suaves
quinas S/A. Homero Luiz dos Santos — Cia Brasileira
|ové Gomes da Silva — Fábrica de Rou­ dc Empreendimentos Publicitano» COBEP
pas Epsom S/A (Casa |osé Silva). Eduardo Galliez — Morro do Níquel SA.
Márcio Lcmo» dc Arcvcdo — Laboratórios Mineração. Industria c Comercio (Lo­
Maurício Villela S/A. cas Lopes). Brasimct Com c Ind SA,
Edgard Mário Bergcr — ELC S/A. Ind. e Cia Fiação do Rio dc laneiro
Comércio. SEN ASA — Segurança de Pedro Paulo Ribeiro Gonçalves — Ban­
Saúde SA. co de Minas Gerais S A
Márcio Braga — Carvalhacs Pinheiro S/A. Fernando Gracll — CONCLAP.
Ind. e Com. Audlcy A Gammon — Bank of Aménca.
Geraldo Guyer — Fábnca de Tecido» Do­
Amílcar Campos Fo. Laboratório Clínico
na Isabel (Bruno Sulter) — Pluas Stau-
Silva Araújo SA.
fer AG. — Suíça
|orgc de Carvalho — Cia. Agrícola c In­
José Albcrio Gueiroa — Grupo dc Biblio-
dustrial Santa Lúcia, Minérios c Fcrtili-
tccnia — IPES.
untes do Brasil — MIFERT, Simoniz do
Davtd Antunes Guimarães — Banco Irmão*
Brasil S.A, Carbocloro Indústrias Quí­
Guimarãei (Nelson Parente Ribeiro).
mica».
Crédito Comercial S A . Soc dc Crédito.
Ekutério de Matos Ferrão Galante — Grâ
Financiamento e Investimentos tlosé Coe­
fica Editora Lord S A (Américo Gcno
lho dc Castro, loào Alves dc Moura).
vtse Chinaglia)
Cia Comercial São Domingos SA
Antomo Gomes da Custa — Astúrias Em Edmundo Lins Neto (Lins. Tostes A Wal­
precndimcnios e Administração 5 A . Ca ter. advogados)
ruaru Industrial S A . Cooperativa de Julio Arantcs
Consumo fancr Rio 1 tda . Hibcrnia Ad Vktor Castcl Ruiz dc Azevedo
ffunistraçlo c Comércio S A Vera Moraes Axambuja
Vkentc Apa — Confecções Sparta |osc Octavio Al*oI>
fláviu Monteiro Amaral - Chn»liani Niel Ncllv Ayrcs Guimarães dc Abreu
sen Fngenheirus c Construtores Lida Claudcmiro Gomes dc Azevedo
Raul Pinto de Carvalho — Banco Andra­ losino Maia de Assis
de Amaud S A . Banco Ultramarino Bra A. dc Carvalho Ccsarto Al vim

641
Milton Whately de Awumpçáo Paulo Roberto Tavares de Azevedo
Manoel Goma de Almeida Éder Accorsi
Antonio Padua Borga de Castilho Newton Argucllo
Mana Cristina de Almeida Bellcra Arami* Barbosa de Mello
Jim Barbosa Fernando D’Olne S. de Bano*
Paulo Cícero Lima Batista Aníbal Ferreira Baptista
Evandro de Oliveira Bastos Sílvio de Souza Branco
Antonio Barbosa Mauricc Juan Baptista Bouyassou
Manoel Barcelos Romário Boscardini
losé de Barro* Pinto Marcial da Silva Barbosa
Penda Luccna Costa Júlio César Belisário Vianna
Sylvio Daniel Commetti Mora Renato Ítalo Rodrigues Canteiro
Oscar Hoé de Carvalho Joaquim da Costa Carvalho Fo.
Paulo Magalhães Couto Fo. Osvaldo Cezani
Celso de Almeida Campos Gilberto Conforto
Octisvo Campos |osé Pinheiro Campos
Luso Soara da Costa Uriel dc Carvalho
Hilton Carlos Dooola (Donaula) Bruno Dílio Dante
A. G. R Dorca (editor) Joel Dantas Fo.
Arcadic Fernanda Gal. Adauto Esmeraldo
Cario» Pana de Oliveira Freitas Fernando llher
Alhos de Freitas Flávio L. Figueiredo
Bdmiro Fernanda Sérgio Augusto Fragoso
Mário Pederneiras de Faria José Ruis Fontes
losé Mana de Barras Faria Octávio Salgado Ferreira
Al saro Portilho de Sá Freire (CIERJ) Luís de Miranda Figueiredo
Orlando Fana Domicio Moreira da Gama
José Miguel Guerra Sylvestre Gallo
Sicffndo Rosncr Gottschalk (ADIPES) Antônio Gavião Gonzaga
Flávio Wencwslaw Ferreira Gaspari Fernanda Pires Gurjan
Edgar d Duarte Gonçalves da Rocha Humberto Gogliati
Ovídio Gkxcrra Emílio Gonçalves
Pedro IkidIO Mallet |obim Arlette Moreira Garcia
hiestor lost Fernando Otávio Jardim
Samir Hadad Joio G. W. Hahn
PauJo Walter Krauae Walter Kanitz
Konrad Alexander Kowakski J. Knack
Roberto Nuaa Lopes Hélio Lomba Lopes
Ariitheu de Medeiros Lopes J. Lúcio dc Souza Coelho
Álvaro Ávila Leal Sebastião B. Ribeiro da Luz
Antônio Borges da Silveira Lobo Manoel Arthur dc Souza Leão Neto
Paulo de Tarso Mello José Carlos Lcone
lúlto Diógenei Corrêa Martins Cássio dc Souza Mello
Manoel Soares Maia Ernâni Mazza Wctternick (DMEF)
Linem Maria Omclia* Humberto Martins
Paulo Vítor da Costa Monneral Antônio Lcol de Magalhães
Antônio Corrêa Marques Joio Pedro Gouveia Vieira
Lbsltmo Castel Ruiz de Azevedo Lino Mascherpa
Lrbano de Albuquerque Wilson Joaquim de Mattos
Octávio Ribeiro de Almeida Edgard Jama McLaren
Luiz Roberto Apa João Alfredo Monta
Angelo Lyrio Alva de Almeida Aloysio Msnhic* Costa Vax
Ricardo Cavalcanti de Albuquerque Ageu Macabu
Anna Alonso Luiz Fernando Machado

642
Ronaldo Mathiesen Monteiro Aliomar Hermínio Pereira
Narzi Maia Abrâo Yazigi Neto
Frans Machado Cyro Moura Pimenta
Francisco de Castro Nevei José Edmundo Campos Pereira
Alberto Sinay Neves Carlos Alberto Protásio
Maurício Ribeiro de Nascimento Rogério Rubens
Walter de Noronha Luiz Arnaldo Rodrigues
Sérgio Oldenburg Heloísa Mana Cardoso da Silva
Lila Rosa de Oliveira Luiz I Rodrigues
Adolfo Perelman D Geraldo Ramos
|osé Francisco Bauet Perrout Carlos Alberto Besta dc Souza
Mário Pacheco Jr. Lourenço Aragoner da Silva
Ennio Pesce (O Estado de São Paulo) Luiz Carvalho de Souza
Antonio Carlos Pereira de Queiroz Filon Macedo dc Santana Fo.
Paolo Manoel Protasio loão Eduardo de Miranda Santo*
Georgc Rousselet Jayme dc Oliveira Samoa
Paulo Rodrigues Osmar Gomes da Silva
Carlos da Rocha Walier SÜva
Ormy Rosolem Modesto Scagliusi
Manoel Gonçalves e Silva losé Edmundo Campos da Silva
Família Soares Charles T Tooracn
Zenildo Costa de Araújo Silva Os* a Ido Tnguciro
Fausto Scabello Deolindo Domingos Vicente
Carlos Schaeffer Wilson José Virgínio
Hélcio dos Santos Linen Maria Vieira
Maurício Félix da Silva Almte Amaury Costa Azevedo Osório
Manuel David de Samson Ernesto Pereira Carneiro
Roberto G. Salgado Nestor Ahrends
Ary Rodrigues Ornellas Raul Moreira
Hélio Thompson Jayme de Oliveira Santos
Hélio Salema Coimbra Tabosa Cel. Haroldo Pereira Soares
José Augusto Moreno Uzeda Oclavio Ribeiro d'Almcida
Gitohy da Silva Valente Luiz da Rocha Miranda
losé Anastácio Vieira (CRB) Manoel da Cruz
O. de Carvalho loão Alfredo Montes
Danillo Merquior Geraldo de Avellar Torres
Ivo lacques de Melo Osmar Marques da Rocha
Luiz Murgcl Ingo Neutig
Antônio Pereira Magaldi- Luiz Carvalho de Souza
loão dc Castro Moreira Wilson Augusto dc Figueiredo
Loris Mieli
Issa Abrao
Carlos Frederico Maciel
José Maria de Araújo Costa
Fernando Luiz B. Marques
Helcio dos Santos
Antonio Alves dc Noronha Fo.
Manuel Artur de Souza Leio No
Sidônio Cardoso Nnve
Gen. Aristóbulo Codcvilln Rochi
Geraldo Cayoso Neves
Maria Helena de Carvalho Perdigão
Pedro H. C. Nacthe
Maurício Ribeiro do Nascimento
Antenor Novaes
Milton Pereira Monteiro
Juvenal Osório (BNDE)
Maria Magdalcna Vieira Pinto Oscar Werkhauser

643
APÊNDICE J

Relatórios parciais da despesa do IPES em 1962, seus orçamentos para 1963


e cartas de Ivan Hasslocher a Arthur Oscar Junqueira

IPES
SEÇAO RIO

Total di» contribuições mensais correspondentes aos meses de dezembro/61


• maio/62 35 777 043DO
Contribuição da Seção-São Paulo 3 000

Total da receita 38-277 043,00

Despesas pagai durante o mesmo período:

Propaganda 11.303 034.00


Administração 1 484 915.00
Grupos de Trabalho 7.968 260.00
Aluguéis 1.156 54220
Móveis c Utensílios 2.587.958.70
Dcspesns dc instalação 266 880,10
Despesas Gerais 191 148,50
Material de expediente 99170.00
Objetos de escritório 30 436.00
Impostos 95 050.00
Atividades sociais 100 000.00
Cauções 1.441 493.00 26 724 887 A0

Saldo nesta data 11.552 15520

O saldo acima está empenhado para atender ao pagamento, ainda no més de maio, daa
seguintes despesas:

Incarte "Aliança para o Progresso" 7 000 000.00


Grupos dc Administração tcslimaliva) 4 000 000.00

645
Principaii dei pesas

Manifesto das classes produtoras (coleta de assinaturas c


publicação) 9 5% 719.60
Encane "Aliança para o Progresso’* 7.420 000.00
Confederação dos Círculos Operários Católicos 1.745 000.00 (m)
Federação dos Círculos Operários Fluminense 200 000,00
Liga da Defesa Nacional 463.688,00
Contribuição para o Clube Militar (eleições) 300 000.00
Revista 'Síntese" da PUC 350.000.00
Escola de lideres da PUC 120 000,00
Grupo Levantamento 1.00
Grupo Opinião Pública 1.500000.00(m)
Grupo de Estudos 2 000000,0
Grupo Asscssona Parlamentar 150 000.00 (m)
Administração (Sccrctana c Tesouraria) 500 000,00 (m)

Observação: (m) indica previsão de despesa mental

Os orçamentos ordinários tentativos para 1%3 do Rio de Janeiro e São Paulo (1:1000
nros) eram os seguintes:

1962 1963
(mensal) (mensal)

Administração São Paulo São Paulo Rio

Secretaria 402 550


Pessoal
Matmal e diversos 300
Tesouraria
Pessoal 203 300
Material e diversos 45 1500
Doutrina e estudo*
Pessoal 640 900
Material e diversos 60 1000
Publicações 1000
Levaniamenlo da conjuntura
Pessoal 340 450
MatenaJ e diversos 100 1300
Divulgoçâo
Pessoal 220 320
Programas de televisão 300
Material e diversos 10 500
Rádio. Imprensa 300
Setor estudantil e cultural
Pessoal 190 220 300
Material. Diversos. Passagens 100
Inst. Universitário do Livro 580
Mov Univ. Desfavelamenio 450 450
Soe. Assist. |uv. Estudantil
300 100
Filmes 1500 2500

646
1962 (963
(mensal) (mensal)

Administração São Paulo São Paulo Rio

Convivium 1350 1800


Univ Católica Campinas 170
Eventuais 330
Outros setores
Centro de Documentação (PUC) 3500 3500
Mov. Sindical Democrático 1000 1000
Federação Círculos Operários 1000 1500 2500
SEI — Escola São Jorge 850 1800
SEI — Organização RIT 500
SEI — Outros Cursos — Seminário 500
SEI — Parlic. Desp. Adm. Pública 700
União Cívica Feminina 150 250
Eventuais nesses setores 1000
Padre Carvalho 250
Irmão Cristiano 15
Setores em instalação
Grupo de Ação Social 1500 200
Grupo de Integração-expansão (Grupo de Educação) 150
Inst. Estudos Democráticos — Rio 1000 1000
Grupo de Ação Empresaria] 150 150
Reservas para ações diversas 1000 1000
G. Assessoria Brasília 1000
Setor Sindical 1000

Um outro orçamento para 1963 mencionava algumas categorias que nio foram comi
deradas no orçamento anterior:

Movimento Universitário — 350 (São Paulo);


SEI — Escola São Jorge — 1800 (São Paulo);
SEI — Organização R1T — 500 (São Paulo);
SEI — Outros Cunos-Seminários — 500 (São Paulo);
SEI — Particip. Dcsp. Adm. Pública — 700 (São Paulo);

Este segundo orçamento mostrava também algumas cifras diferentes:

Obras Econômicas — 200 (Rio);


Obras Sociais — 200 (Rio);
Setor Sindical — 4000 (Rio);
Estudantes — 1000 (Rio);
Educacional — 6000 (Rio);

Fontes; Orçamento de SP para 1963 enviado i Secretaria do Rio com substituições; prepa
ração a cargo da Comissão de Planejamento.
Orçamento para 1963 — São Paulo c Rio
(Todos nos arquivos do IPES, Rio de laneiro).

647
is u »piu u iua.

n«. Sr.
Oaaar
w - uu ca
IU «a Jaaalra.

FraaaU Mmüv,

itaiirfi 1 mi «tTMrtuZrU aaUailaçâa (■* raa f** aaaae Uíar-


aafiaa U»arta rir UÍ p*-r» aa a aía rlea-*«rrM)( Iraaaallfr-lâa aa qw co»-
>áaa aa aaaaaa aala<1*4aa ao laNaata, aaa anof** 4a Paraíta, aada a Alrat/rla aa
aali —aUtalaéa apoaaa aaU aaaaaa.

£. U OatU Falcão, tvcraUo Uaado 4a Ollralra, lUlU


f—?■- farrvlra o Japcaa feooda áa XUalda.

5.UrrlPO> Mvlla Daatar, Jaaã TaLaaLra UoUda, 14aca BraaU a


Fliailiii Ceau âasaao,

<- Ukia. jate Naaáaa Bata, Orraaaa UafcUa, Oaaar Cartoaa a BpaaU
•aada» Haiim. /
Ataaelaaaarata,

>1 Barute
■rnnno MUU4LDA0 Dl

1$ 4a ifttto <• 1*1.

Ila». 3r.
*rtb«*r Oacar haqualra
h-a Mádca, 91 - 3<u C2
U» da Jaaalra.

2. Oama boataa m* aaarltdria* da naa Mal


M ar. Oa4rla ada falUa fr farvrlllaaa, «
Tardada, da NMMI »• *f. Oadrlo abadaca
balada acartada par a±a a pala «waraadar Cld Supaia Rasato 1* aaaaaaUadaa
Ja «i ar* aba da ar. Jaía ClaaZae.

1. tataa aaaMiala para ar aprraaâ«a d* AAKf aab a a«a laairriiTa


AArata w ahaRoa aa rxlar da 3 £3.000.000,00 («aaraau allbâaa da araaaLraa},

4. Faça-Ua aarlar aaa Vffaria, t» lfa paraaar aaeaaaXrla, «a


paria daaaa Rwatia aa ar. FaW MraRfl> r*a aa fia aa aplla daaaaparad* aato-

J. 0 raaUata. ptraaa-aa, dara aar arriada aaa aatadaa da aatafa


•M aa aaaaeiUUae prlaciUriaa aatabalcaldaa pala fabaol Baftoto.

4. liada aguarda daaaapandaaanto a RuaaUa da paaaa aaia da 14


*11 anuelraa rm lha aaUaitai U. rdrita dia• para a aaaaa aalrta da aeaUa
Ufcre aa adiaaliMataa fai toe aa jaaaral Xaaaa.

7. laitara a aaa prdlda falte aa ar. Kaaual aa aaallda da aa


aajaa earladaa aaa v(SmU aa aaaprvwaal»# rafaraalai aaa tolaaaatee da UV
praaadldoa aa 21/4 a 2I/J/1942.

8. Chaaa a ra ataacla aar* aaa ta para a fala da Raa aa aaaaa*


aaa ta a retia a^raataaaala atada falta* *«a iwhi referaMU 1 rra lidada daa
fatoai lata i, aaa aa praeadar a w tolaa^a aatra ddalalraa rttabidaa, dlaMlrat
(«atoa a dlAnalraa aa atira au aa teanaa. lata* aarta dlaaa, a*a vaa rm aa to-
lanaata da iTEf proa adi «to — 2S/?/l*2 ale harta nanhaw mbçÍo da Jarra toaatrlta
raaaUdoa a l rvldaata R«a a toMo dara l*r aradltada a aaaaa «anta eoa aa aaaaa
aa fia da Junka.

9. Faeo-lha qua, ao pruria» toUncata, d* 28/1/1*2 ala dejaa apra-


•taUdaa quaaUaa tá o aprecUrali coao aa Jlllao «*) taliMo da«atortea,.a
rulaa de *adlanto*aatoa’, a«a a reapeatln d*«crlalaaçíe da datpeaaa efatuq^aa*

Al«ttiaaaaaa*.a(
•4fUai Oeaarul PMto ta • ar. rn*ya Jd*
APÊNDICE K

In/illração Comunista: Nomes e Entidades

ULAÇAO DO9 NOMES

(!) Lwx Cartea Pmtea (33) ELxj Chave» M<u>


12) l»an Ribeiro <X3) Huberto Menna» Pinheiro
3) Roberto Morena <S4l Paute MMla Lima
14) AgoaUnbo de Qüvc.ra >3j) Ana Montencgro
(3) Cartea Marljhela iXi Abei Cbeimonl
<®> AairogJteo Pereira • Th Ehcn Cooa
(7) Otvateo Pacheco da Sdva • J», Hna» Titnch
li) Jacob Oorroder • 33) Rajsundo Castelo tt Boura
li) Joio Amazona» • 40) Feüdsumo Canteao
•10) LJncoln Oe»t «41 > Leandro Kooder
(H) Maurício QrtboU 142» Ratee» Maru-.eUi
U2) Pedro Pomar <43) Felipe Ramo» Rodrtjue»
03) Bened-to Cerqueua i44» Ne:«n Wereeck Sodrt
04) Armando ZxUer (4$» Strgio MUrt
03) Nrrton E de «freira t4Ci Cthcn Canedo Lope
0Í> Hértulei Correia do» RH» (47) Vateno Konder
07) Jca4 Lacerda (U) Eneida
O») Eranclaco JuUAo <491 Zutaka D Akrabert
' li) MArte Aivea «50» Paute de Sanlaaa Machado
(20) Fragmon C. Borjes 4 D W/ljcn Rru
<2l) Orlando Bonfim Jr. (32) O'fiy Duarte Pereira
(22| Milton Aieredo (33) Nelson AJve»
(23) Rui Fac6 (34) Oeraldo Silvtno de OUveiro
(24) Anlônte Pereira FUho <33) Jaiba» Santana
(20) Maria A Tibinçá Miranda (30) João Santana
(20) Henrique Miranda «57) Eira Soarr» Ribeiro
(30) Liicta Mulhotend
127) Lu>i Bayardo da Silva
|59) Heloísa Lln»
(20) Oscar Gonçalves Basto» (00) José de Almeida Barreio
(20) Lindolfo Silva (01) Lute Vlefu da Mote Uma
(30) Ncitor Ver* <32) Danle Peltacanl
(31) Aldo Arantes (63) DemulâcIMes Batuta

LISTA DE ENTIDADIS
(A) UNIA O NACIONAL DOS ESTUDANTES
(D) CEDPEN
(C) PACTO DE UNIDADE E AÇAO
(D) COMISSÃO TERMANENTE DAS OROANIZAÇOE3 SINDICAIS
(E) O METROPOLITANO
ID ASSOCIAÇAO DOS DIPLOMADOS DO IS EB
|O) UNIÃO NACIONAL DOS SERVIDORES PCDL1COB
<H) LIOA FEMININA DA OUANARARA
(I) MOVIMENTO BRASILEIRO DOS PARTIDARIO3 DA PAZ
(J) ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE SOLIDARIEDADE AO POVO
PARAGUAIO
(L) COMISSÃO FEMININA DE INTERCÂMBIO E AMIZADE
APÊNDICE L
Títulos dos livros e revistas de publicação e circulação a cargo do IPES

Uma lista dos títulos de algumas publicações bem como de seus autores dará uma idéia
nítida do tremendo impacto que a campanha ideológica do IPES exerceu sobre as diversas
populações-alvo escolhidas:

A guerra política — Suzanne Labin (publi­ Cuba: nação independente ou satélite? —


cado pelo IPES. 28000 cópias); Michel Aubry (5 000 cópias, publicado
Amostra da infiltração comunista no Bra­ pela G R-D Editora):
sil (2 edições); II est moms etnq — S. Labin (distribuído
Aliança para o progresso — O.E.A. (29.000 entre estudantes universitários);
cópias); Mater et Magistra;
Democracia e comunismo — "A defesa na­ Reforma tributária — Mário Henrique Si-
cional" (18.000 cópias); monsen (publicado pelo IPES);
Assalto ao parlamento — IBAD/Jan Kos- A inflação: suas causas e consequências —
snk (5 000 cópias — para esta publica- Glauco Carneiro (publicado pelo IPES);
çio específica. O Clobo recebeu 714 000 Democratização do Capital — Konrad
cruzeiros — foi subsidiada pelo IPES); Aleksander Ko*aleski (publicado pelo
IPES);
O discurso secreto de Krushow
Reforma constitucional — Carlos J. de As­
O nome secreto — Lyn Yutang
sis Ribeiro (publicado pelo IPES);
Um engenheiro brasileiro na Rússia — E. Começa o julgamento — Abram Tertt;
Cotrim (14.000 cópias, das quais 1 000
Krushow e a cultura — Walter Laxuer
foram enviadas para distribuição na Cia.
("Cadernos Brasileiros");
Hidrelétrica de Furnas pelo Dr. Emer­
A sétima questão — Robert R. A. Lec;
son);
A rebelião da luventude na URSS — Ba
O presidencialismo que nos convém — Car­
lashnr et alii;
los Lacerda c Carlos Henrique Frocs
Armas, democracia e algemas — Theófilo
(para o qual C H. Frocs recebeu 200.000
de Andrade;
cruzeiros do IPES);
O grande despertar — fohn Stratchey; A reforma agrária — Aírânio de Carvalho:
A China Comunista em perspectiva — A. Às vésperas da 5‘ república — Thomas
Doak Darnctt (publicado pda G.R.D. Leonardos;
Editora); Voei e a democracia — panfleto do IPES;
Anatomia do comunismo — Margarct Dor- A crise da previdência social — A. G. Cos­
var, Walter Kolarz et alil (publicada pela ta (publicado pelo IPES);
G.R.D. Editora); Reformas de base — IPES;

653
4 agricultura sob o comunismo — George Notas em função do referendum — José
Benson (publicado pela GR.D. Editora); Luiz Anhaio Mello;
A América vermelha — Danilo Nunes; Do comunismo de Karl Marx ao muro de
4i condições de trabalho em Cuba — Jo­ Berlim — Editora Abril;
sé R. Alvares Dias; Os mais graves focos de inflação — Ma­
4 reforma agrária: problemas, bases, so­ noel Azevedo Leão;
luções — IPES; A revolução dos bichos — G. Orwell (em
Os festivais da juventude — VIII Congres­ setembro de 1964. o General Herrcra co­
so da União Internacional de Estudan­ municou-se com Henrique Bcrtaso cm
tes — Juan Manuel Salvat; Porto Alegre para obter I 000 cópias a
O árduo caminho da reforma agrária — 200 cruzeiros cada da Livraria O Globo,
José Setzcr; as quais seriam distribuídas gratuita­
As forças econômicas sociais que influem mente);
no clima de administração — Enrique A revolução de Fidel Castro — Theodore
Sánchez; Draper (G R D. Editora);
4 burguesia — Roberto Pinto de Souza e A prova da coexistência;
José de Barros Pinto; Política monetária;
O problema da demagogia nos países sub­ Programa de ação do governo;
desenvolvidos — Olavo Baptista Filho; O que você deve saber sobre o comunismo*
Por que os salários compram cada vez Relatório sobre o comunismo (5.000 có­
menos? pias);
Educação popular, fator primordial do de­ O retrato — Oswaldo Peralva;
senvolvimento e da paz social; 1984 — G. Orwell;
Pleno emprego, intervencionismo e inflação Anatomia do comunismo (5.000 cópias);
— F. A. Hayek; A Rússia de Stalin;
Política monetária; A realidade era outra;
A propriedade: fator imprescindível do
Cuia do eleitor (5.000 cópias);
progresso — Alberto B. Lynch;
Assistência social e a alegria de viver;
Teoria e prática de gerência nas nações
em desenvolvimento — M. Mead; Discurso do ministro Roberto Campos;
As defesas da democracia — Gustavo Cor- O sindicato no mundo moderno — Frank
Ç*0; Tanncnbaum (G.R.D. Editora);
Como os vermelhos preparam uma arruaça Em cima da hora — S. Labin (traduzido
— Eugene H Methvin; por Carlos Lacerda);
Reforma universitária — A. C. Pacheco e Ideologia e poder na política soviética —
Silva; Z. Brzezinsky (G.R.D. Editora);
Como lidar com os comunistas — Wilhelm A prova da coexistência — Willy Brandi
Roepke; (G.R.D. Editora):
Se vocé fosse um trabalhador soviético Teorias do colonialismo — Vários auto­
n. 1; res;
Se você fosse um trabalhador soviético Você pode confiar nos comunistas (...eles
n. 2; são comunistas mesmo) — Fred Schwarz
Cartilha do comunismo: teoria e prática O livro branco sobre a guerra revolucio­
— M. Decter; nária no Brasil — Pedro Brasil;
Duos vidas — André Gama (uma réplica A Iugoslávia de Tito — Drago Ivanovic;
cômica a um panfleto atacando o siste­ Métodos de Trabalho do IPES;
ma capitalista);
A experiência inflacionária no Brasil —
Estratégia e tática comunistas para a Amé­ Mário Henrique Simonsen (patrocinado
rica Latina — Eudócio Ravies; pelo IPES);
Conlinulsmo e comunismo — Glycon de Diplomacia na América Latina — Adolph
Paiva; Bcrlc Jr. (para cuja publicação I. Kla-
Governo: empreendedores de comunismo; bin arrecadou 300.000 cruzeiros);
Monopólio e concorrência; A conduta soviética nas relações interna­
A mão-de-obra do Estado de São Paulo; cionais — (G.R.D. Editora);

654
Prtsideucialismo e parlamentarismo — J. uma constituição presidencialista, ambos
Camilo Torres (com um orçamento de para após 6.1.63);
250 000 cruzeiros, lançado como uma A OEA — John C. Dreier (G.RD. Edi­
■'contribuição doutrinária” ao plebiscito tora);
de janeiro de 1963. Em 1962. Glycon de Países subdesenvolvidos — (Editora Sarai-
Paiva explicou a H. C. Polland numa *•);
O IPES também propiciou a publicação
reunião do C.E. a idéia de dois livros
de uma série de artigos de E Cudin atra­
após as eleições: I) Parlamentarismo no
vés da Agir, a editora de Guinle de Paula
mundo e no Brasil. Projeto de uma cons­ Machado, c distribuiu Realidades Chinas
tituição parlamentar, e 2) Presidencialis­ de Hong-Kong. Seu contato cm São Paulo
mo no mundo e no Brasil — projeto de era o Rev. P. Vicente G. Cutro (S.J.).

Fontes: Glycon de Paiva — Lembrete a São Paulo — 17 dez. 1963.


IPES Rio CE 2 out. 19b2
IPES Rio CE 19 out. 1963
IPES Rio CD 21 set. 1964
IPES Rio CE 7 mar. 1963
IPES Rio CD 12 mar. 1963
Carta ao IPES do Rev. Fernando Mattos Bacas, editor de Realidades Chinas —
Hong-Kong, 2 dez. 1966
Carta do General Octávio Gomes de Abreu — SEC/66/0086 — 4 abr. 1966
Carta do General Octávio Gomes de Abreu — SEC/66/0151 — 12 jul. 1966

655
APÊNDICE M
Correspondência de B. Roguski com o IPES sobre a
"Mobilização Agrária do Paraná" e a "Carla de Pato Branco"

na tatau» corhpamm.?im dtudob m twj, iothir

h o k ia BM.PMICQfl

Br. Hllciadas Mario Sá Fralr» da Sousa Sua Conde da Ita^uaí, 2)


Tal.» 27-4533 23-7171 t. 23?

Dr. Harold C. Poli and Rua doa Ar.dredas, 96-11» andar


Tal.: »-®2Cl

At. Rio Branco, 135 - A» andar


Dr. Cândido Gulnla da Peulf Machado
Tal.: 52-4454

Sr. An tordo C. do >r«rnl Osório Rua da Candelária,9 Tal.; 43-11 PO

At. ííareehal Cnrara, 271 - Gr. Kl


Dr. Iann Haaalochar S Tal.: 42-7552

Dr, José Árthur Rlon Rua Ma'=lco, 31 - Gr. 1X1


Tal.: 22-7CX - pala aanhi 52-4391
à tzrle - *2-lh29
4á - ko/o
Dr. Dênlo "ocvelra S Rui Senador Dratas, 74 - 15* andar
Tal.: 42-6188-

Prof. Luis Carlos Maneixd. At. Pr»s. T-ifs, 642 «Al09


Tal.: 43-A34Í Raaal X4

Dr. Juli-n Cbaoel /


rwii»çí? >tulio Vrrfí - Prcl a da
Vt-faro - 136 Tal.i 46-4210

Dr. l-niortdlt D. do Sarros R>v "blaha 'ullberxina, 66 apto. 402

Dr, P-m-ndo ZÜMcltí do Carvelíto At. ft-i. «In, 113


cl.: "-10C - >Tds 2S2 • ?y»

Dr. Pnkdo Anilo Hl ta» iro ✓ •>ja Vni ■'-r-eto, IX


Tal.: 26-73»

Dr. ,’nflA Iri“«br\l ✓ At. Gon. Justo, 171-7» sadv


Tal., 42-6050

D-. Ilg-r Taimira Lei ta *Z At. Justo, 171


Tal.» 42-2981 - 42-7950

Dr, G-rrl lo Torres , Tal. L’-61M

Dr, Joié 3uton Ponanc" U •el.i 0-t-UI - 500


u m-.xdSo - 13 aalo 12&

Dr. Grrrtdo Torree - Prof.Lvl» Oarlos lirnoinl


Dr. Jooé Rubem Fcnaeoa - Dr. Vrndorbilt D. do Berros

Dr. Ir*n Rpsalooher - Dr. Assis Rlboiro


Dr. Dânio Roqueira - Dr. .José Irlneu Crbral

9 re-r-lãa - 25 3a saia da 1962

Dr. Garrido Torras • Dr. Asas Ribeiro


Ifr. Iv*n !’«sslochar - Dr. Wg*r T. Loite
te-. Dânic fogueirr - Dr. José Arthur Pios
Prcf.Luis Orlos »noini - Dr. Cnndido G. Pnulr Keehnâo
Dr. ^'náorbilt D. de Dnrros - Dr. Julim Chrcel

Dr. OstoJ* RoçmJ* - Vice Pronidonte de Conf. Rurrl Drrsiloirr o


norbro do Conselho de Refornn /grérin dn

rrrné.

y - 1* linha
!>. C-rrldo Tarras - Dr. U^nderbllt D. da Berros
Dr. Ir-n ISsolocher - Dr. 'ssis Ribeiro
Dr. Dsnio rojnnlra - Dr. José Irlneu Cebrnl
Prof. Xadr. Carlos ”mcini - Dr. Zdgnr T. Leito
D*. Tvlim Chroel

él-rg m-C - Á do «tr-ho do 1962

Dr. '‘--rido Torros - Dr. '.Hviorbilt D. do Dnrros


Dr. Dfnlo rofuaira - Dr. Ar sis PJbnlro
Prof. Luls C-rlos Z*nelnl - Dr. .Tulira Ciscai

y r» TA*. - C iiriM 4. iifc>.

D-. Carridrt ?orr»*fi • Dr. "-nd-rbllt D, de ?'rroc


Dr. Im ’!-oaloc!rr - Dr. *rflls "ihnlro
Dr. Dônio "'ocuotre - Dr. JuU*n DVeel

Prof. Lu!s S*rlnr *>r.aini


REFORMA AGRÁRIA

RESUMO DOS TRABAJ HOS DA 9a R>X»llO DO GRUPO DE ESTUDOS DA BETOÍ-


KA AGRÁRIA, REALIZADA » 29 DE JUMHO DE 1962.

la quinze horae a trinta minutos do dia 29 da Junho


da 1962 a sob a preeldêoola do Senhor Joad Garrido Torres rau -
nlu-oe numa daa salas do IPoS, o Grupo da Estudos da Reforma
ria. Compareceram oo Seahorea Jullan Chacal, Denlo Chagas Fogueira,
Paulo Assis Ribeiro a Joad Irlneu Cabral. Deixaram da coaparacar oa
Senhores Luiz Carloa líar.cinl, Joad Arthur lios, Edgar Teixeira Lei­
te, Wanderbllt de Barroa, Cândido de Paula Machado, Ivan Haaalocher,
Milcíades Sá Freira de Souza, Haroldo Polland, Antonlo^do Amaral 0-
:ório, Fernando Klbielll de Carvalho o Joad Rúbea Pooaôca. Prosee -
guindo no exame do ante^projáto de lei, referente ao assunto em
pauta, concluiu a Comlasao pelo seguinte:

Artigo 50 - Aprovado sez. codificações.

Artigo 51 - Aprovado sem modificações.

Artigo 52 - Ffil emendado passgndo a figurar com a seguinte reda­


ção: "A colcnizaçao oficial d aquela es que o Poder
Público tema a iniciativa de recrutar e selecionar
indivíduos ou famílias, dentro ou fora do territdrio
nacional, r*unlndo-os cm núcleos agrícolas ou agroln
duBtrlyln, e encirregando-se ainda do seu transporte,
recepção, hoapeduger, encominhacento, colocaçao, inta
graçao noa respectivos núcleos”.

Artigo 53 - A colonização oficial deverá ter realizada em terras


de propriedade pública ou }ue venham a ter desapropH
ada*?, prefercncialrente:
a) nas áreas ociosas ou mal aproveitadas ea que preva
lece o sistema do monocultura e ec terras desses es
tabelocisentos, a proporção que sejex liberadas pe-
lç ausento de prooutividade, tendo ec vista a flxa-
çao e o progrenso do trabalhador rural:
b) niiB proxisidades de grandes centros urbanos e de ser
endos de fácil acesso, tendo eç vista os problemas ~
de abastecimento e a icplantaçao de práticas inteni£
vas pira obtenção ue altos índices de produtividade.
c) nn* 'c?aa de êxodo, es locais <lc fácil acesso e coou
nicaçao, de acordo coe cs plenos nacionais e pegio -
nais de vias do transporte, buscando a corieçao doe
cava a que o detemnam;
d) t áreas despovoadas, ou «le fraca Jeneidadf c r sogra-
fica, com o sentido pioneiro de sua ocupeçao eccnôsi,
ca;
e) nas áreas de cclonizaçao e*trang«ira,_tendo et tip,
facilitar o proceaeo de ir terçol turaçao e integração
do elemento alienígena.
Artigo *»4
- Fui arrovudo com racnda de redsçao, •juprimlrdo-se no «eu
í tea "d" a palavra •agjícola”.
Artigo - Foi erwrdndo p»S'jr.do a figurar coa s seguinte redução:
"□ vrgoo coB’p*tentc pudrrá criar núcleue coloniais vi -
unrdo a fina c «pacíficos e i/u iltente ertrat er ertend£
centos coa os Kinistério Jilit «rea, pare «.cs nua aa is
tência criar colõmis, n. _ ftiaas de :ror.t»lr<»
Artigo 56 - Aprovado aaa altaraçoaa.

Artigo 57 - Foi aaondado, aprovando-se a rada< ■•CUOI


"Aa eapriafe oolonlaação floaa obrlgadaa a tMla
tro do orgao ognpetonta, sujaltaa à flaoallaaçao a"
próvia aprovaçao da aaua pro<rtaai*,

Artigo 58 - Tara aua redação aprovada, aa prlnoíplo. aatabalao«D


do-aa, outroeala, oua o artigo a o rd daalocado, opor­
tuna* ao ta para capítulo onda nalhor aa enquadra.

Artigo 59 - Aprovado aaa aodlfloaçõao.

Artigo 60 - Davard ter aua radação alterada, a paaaar a Integrar


o artigo 57 na foraa da aau parágrafo 2>.

Artigo 61 - Aprovado aaa nodlflcaçÔaa.

A reunião foi ancarrada àa detolto hora a, marcando-se


a próxima para o dia 4 da julho.
/<- 'JP

Mobilização Agrária do Paraná


Fudiçào em Cintiba

■m A»*ombl4l» Geral prav.amon» conraesds •


M« a prewnc. do levadoee» e pecve>>««ae d> lado •
Parani oaarm CMM de »»ere»oeHer<'e d» "MOVlMg»
TO AGRARK» ARASIlf'RO" . «a- •**• • - Sm Paute.
Uodeda em CvriHbo uma «mre anrteoda fte
ro*Mno poronoenso. «*b a donnmmoooo do "MOAS-
llt/ AO AG«/.-!A DO FABANA -. t-'t GnoM»
des. teqvndo ao cililwto» opr»orde», d e > |u»rs*i
II— «>-ngn-^ai auni muK*»< poliU» o eleitoral,
sem qualquer diUiu.ao d«- ra\a 4r «r« rclig>ou
M de íilsaçto polilKo parlidârta lamdoraa o pecu»
rtaUa UcnkM ra» sfixullura e pcoínsoer» das F.
<oUs de Agronemu r \ Hmnina rrodeaXca
de do Farana a En. dc »aOwsr > r todo* <m «
miOdoi por U I piisji rií»o seus leptiim
aeaUnle» nus «argm legulatis da Lnuo do Em»
lado e dos Municípios, assim como na escolha e tu
deiçbo dos candidato» a Goreraadoe do Estado • doe
PrtleilM Mumcipala
»-Mwrr cenjoratnraie o* bvridorii q«e
bl - exercer inílulncu poülxs junto ao Congres­
vtvesn r « '«T-> iWm di*i;4>uMs * tocaçfe a pqp
so Nacsoiui a Assembleia Lrgi»UU«s do Esfsdo e at
certa « • de L-iht»rn >cna'—
(.amaras Municipais para a vitoria doo alto» lalcrd»
ae» da Lavoura e da peruana, na elatooraçao de leu c
dc potturas munMipais e na soU^ao do» rtspeclivui
«<
feda <Gck*'
cr» avu JVSTIÇA RVRAL
»nü.
*
orçanxnlas. (• — pra.> • • a uMm^íimc*o de
<■ - propugnar para que a lavoura e a peculna U 6o homer-, 6o esmoo
tenham rrpr< scnla^ao «nodigna por inlemied» dc g. — clrtar a desapropriação de temí lnam><
wus dck-gadr» autoriradoi. nos orgaos estalais, para- txlu *> mlertMe osuf r dralra do* prudgta* coa»
nlatais aularquko* e de econoraia niitla do Estado iitkMieaau vigentes
e 'la lni*n Federal cujas finalidade» sc)am a» de aa- b< - ir*e a» (a*tUM ruM * todcspeaes-rl a»
Uiiu c auxiliar ío homem nira' ou (unienlar a agro- MtfrucM educacional eiCnnfaxL. aaarU/la t Wfí‘e»
psxudna paramente. ftraiweua visando o aumento da produtividade da
d) — aprovar e traçar norma» em rvlarao .■ Re­ •iras prnpncdadvs «■ a m.'Lhorva du bem-esU; geral
forma Agrlrta", li - pciala rtmuncrsçSo justa • adequada para
c* — dout rui a'lamente, adotar oo princípios blsl o* produlos .igro-pecuano' coibindo, por outro iado.
to» rtíi rentes »o ruralumo, consutuiansiadm nas ul 3 eleva-ao ktoderada t csrorduole dar uUUdadea.
Umas InokUtM Fipoi». maquinas. femmcalas Icmluanies martindai cedi
fl — selar pelo fortalecimento õo repme democra isucatas. Kc de que aecewta o ho.mea do exapo,
tko pela digm(i<»<ao da função publka e pela mo ) — pruptoe o iMxnaJ earoacrato das cfras agrl
ralldade «dnnnistrativa cnh» jinve* de bda* nas de transporte * peaeme
D I R I T O R I A o* produto» da lavoura rontn a i*et«norifSo da sua
qualidade * de seus prvçua. mrdiulc alagem « anaa
Mo»m opeHwnidsde fel ele.t» Wma Diretoria Fe*
rena mento.
«Mela, «eeitlitulde de» uequinle» ror»l<sl»i
Fretidosiio: FranelMo Foliolo de Lacerda Wemodr; h- rJlmuW c ampare a iwuthuao • o ca»
• Vko: Gorlbdd* Roelo. >.• Vice Om«r Matrai GvM- peratnvaio rural, como mem iMi<ptua*eu para o
avario»; 3 • Vice: RlvadivU Monarim, $w.riirio Geral: progrrvo da' coamsdade* agnroUs
jQnllIau Otlela Retytbk 1.» SecreUrlo ÜivãddvU TT H protep a dignidade e i liberdade i'o nin
Grxl» Lera. 3* S«cre«íe1o Rubem Supllcy do Amaral. «ria para que pooa laflulr. com a aua clafinddnda
T**eu»*<ee Geeal Canslsnllne SmvIo*. I • Tsiijisiis. «• > mu iiiums no desuno pnUUoadnunuUsbve do
R*ao<« Fevan. 3." Tesoureiro Dmi> Siqueira Trerisasv. - >d-> < da Nação
Freeurader Geral Mino Montanha Teicelre. I • Fro 4• O teu repudM formal a* mleradai tenta-
curador Adpnlo: Altida» Pavan; 3* Procurador Ad Uva* ilr ilrsvirluamenlo da noraa mala cara tradição
|uMo: Oiwalde Glacdio. dv iMii» nslao r ordeiro. i instigação dirigida pa
CARTA Dl PRINCÍPIOS > ■ a 'u’a <h cUm» a drniagogii, — 1 IrTooponia-
biltdiA. nn trato da rocas publica. — i drooeesudadr
Flnalmeotc apiovovac sob aplauvoa gerait a
idm <»>*rati»a ao abuw do poder «eondmke -
CARTA DE PRINi h-iivs IX) RCRAI.ISAlu |»ARA
ao «iihAifwi c a coacao politsra». - eaflm a lodos <m
NAESSF conci b"1 • <">» lêrmov que w-gurin
meta'*» r-cu o» c anlid'uiocrslKos que delutpam e
th LAVRMMim e FEi I' .RlsT \s .1» Param ................. .... dsa-Ts” • rigenlc aa tr>ul
reunido» rm Curitiba com n nb|<-(|vo «fr i«iml.r a 'MO.
Io A • ua solidariedade > todos oa homens pubd-
IIII.IZAÇAO AGRARIA IX» PAHANA' reafirmam, ao
<ii do Tirana qur. roinprr*nd<'ndo a earrpdoiut gri
»«»♦)<• Mad-- d» hora cm «<«■ «e debate a NAÇAO. queiram
!• \ »ua tr iivstMljvrl i«k »|h» ikMiiio» da - H-iar a lorrenle rvemsdon defendida pelo nmh>
PSlria num clima de jinpla» Ii(miiI»>I<s Arnirarati i<w< tnrauMiive propugnando pela mona de veos
rav asMturada* peln irulWulçdr' vigrnfra qur con ui> -■ ilo •< u p>oitr>ru dc açlo rm prôl do sperfrl
eenivnlemmlc eirrcida» gsrsnlun i mdem a pjr r • nu . n u d--. meiMos e d»t jrocrcaii poUüco-sdsd-
I pnisprndsdr a IAcl.iv a» clauea wm|sI« ifrntm da n. 1'Jtmn d' »<>• E'' Iftu r dn VRASÍV
mal» pcrfrlla hvrmnrii»
CuriKbe T3 d» (unhe * Ibtt.
riroraCço faba conhnronotecra- Prao»...................m ia. *«i - •“* *»nc«i
p,-» •. •» i, tn - txrairnu • r»
Mobilização Agrária do Paraná (reunida einLuèna)
unifica a classe e escolhe candidatos
DECISÕES TOMADAS EM BENEFICIO DA CLASSE —
ESCOLHA DOS CANDIDATOS FAMA AS PRÓXIMAS
ELEIÇÕES - CASTA DE LONDRINA
A Mooun>ç4o Afrtrl» do ParanA por nca*IAo da »ua •• — Manifestar eoUdartedade • apeêço ao —nfi
AiaerobleLa OcraJ Extracrdloarla. rexlua m londrina clero paranaense na »u» ÓuütrlnaçAo e noa Kua tra talhas
IV r 21 de Julho de 1M2 — A qual comparvrru rand» di ordem repirttual, moral e educacional, ccntrefonde
nútírro d» ruralutai fl» rcgiào Norte do Eitado — re- o» lavradcro catdllcoa na Frenle AqrArta ParanatbM t
ü°*raoj,w“3' aprovar a rerunte mcniagcm eaUmulando a alndlcalUac*o rural m molde» drooeri-
Ueos c crliUoa.
• • — Aplaudir a eficiente e patrtOUca ataaqho par-
L* — Oona^nar na ata 4a ma trabalho» am voto tomentar na Câmara do» Deputado», daa alnaU rape*-
•a Uitstrtta roadartedaoe ao» caletoultoera paranavnvei irntarlei do Faranâ. »e» Maaha» da Baeha e CXbaa
caj*i lavoura» foraja aungtoao. parcial ou totalmente Mader r notadamente a» »um corajaaaa poalfdea. to­
peto* aluna; gradaa so^cnando ta aatoridadet tederato ma du no» ultimo» rpUódku drwnrolado» no Oootftoao
eomprter.tas para que losra rApldaa . rcruArtai » In- Naclor.al drfendendo Inlranilgmlerncnte a tnteprtdade
dupaiiMTeu providência» para o íeq amparo aplicando dai inUtulçôei demorrtlkaa vlpentea no pala.
para tal ta a recunoa provmJentea do "conflNO ram-
btei' lUSB 3J0 poe «ara de caie exportado) e salvando >0* — Recomendar ao esclarecido eleitorado ranal
da ralha e da talarna milharei de família» ptranaeniea do Paraná como tarantla de vigência da democracia rv-
prrvrntvtlva no Brueil. tnanutencAo daa notas» mala ca­
ra» tradiçurt de poro cri»tao ordeiro e pro«TOaaMta
di»nid»de probidade c Independência no eiercldo de
manctato» Irgutauvo» e ínlcanugenle defesa do» postula­
do» conl.do» rv» -Carta de Prtaa*to» de RariHn»» Fa-
- A clcicão em 1 dv oatebev p vindouro, to»
acguinie» candidatos Que pelo «eu pauado. petos sm
trabaitos em prol da a<r1cuitura paranacrue. peto toa
putrtotlimo pela »ua comprovada rltelêoeta no davto-
penho dr funcàra ja excrctdai. pela »ua cultura e cart ter
ju poeto» em prova, merecendo o honrado e 0 conscleoto
>.• — Apelar ao gcvêrnc federal para qce determine veto do agropc-cuarUta do Parar.í
ao Baxrro do NrarJ e ar» demau estabelecimento» de
credito — cOnau e parurutarv» — a mala rtpida e efl- Para asaadse BENTO MUNHOZ DA BOCSA NTTOl
emte C-rtnbotosc O* credito igropecuar.c, — a ComluAo
PMoaJ de Ptoancia.-oer.io a« Produção a flxacAo de pte- Para vuptoate ULISSES FUUIRA GLTMABAE1
qo» miouava» doa prodstoa da lavoura antoi do iructo das Para dvpuia des federal»
rupcrtivxi Wfrr« rtn rwvvii qat estunulrm a produçAo
d» carvaM. legusnincxai tabereuloa tiora» «nreUU r «tao- II CABIBALDI REALF
B-tkOraa — — D*ic; N:-. IXmvolvimento Econóoüeo
para que apresar e ultime o» financiamento» pru*<ai.ir^ne tl MAU RIBEIRO JTNIOR,
mra a construção de illoe armarrru e frigorifico» e
par* ■ rirtnfk-acáo rural e Industrial nr»lr Estado: I) SILIIO ALD1CHERI:
«) la aer Indleado >rta ragUe Sal de Estada).
- Apelar para o Oovtrno federal r o CiiligrtMO
Nacional para que tomem medido urgente» e drtattCta. Para deputado» esladuala:
v.-ando o equilíbrio orçammtano n cunlençAo da» d»«-
pw pubUou o aumento da produção narlonal e o fo- II ALCIDES CAETANO:
nmlo das exportací" fim d» ritinear a uniria Infla-
rmnâru qne r-ta levanto o pau ao desespero e A falência. Al EDCARD RIBEIRO MLNESEl;
»• — Apelar ao Oovrrno do Estado r ■ AaxmbUU II HAROLDO LEON FERES;
LcTUialiva estadual para que amparem n pequeno r o 4) JOSE MARIO JUNQUEIRA:
medio produtor p»rana*nae em toda- a» iuat maU <ff-
rn.mui nemasdadr» - nnanrelrai rrrdllicU* rduea- si JurriKo alves:
elciula aanitartaa e tecmco agncoia» - abolindo todoa
o» gravames que prejudicam e perturbam o teu Ardvo II NILSON RIBAS:
trabalho em prol do aumento da produlivldade de mu
tinas e a normal romerrlallsaçAo d> «usa «afras. 21 JOSE AFONSO;
• • — Apelar as demais rlauce prudutoraa Comér­ ■ I «I II) 111 s 11) IA amai Indleadea pela regtla M.
cio e Industria - para qu» n-ta reave » dramAflca Oetle v Sudarste de Estada).
crise err <r” * debate a nacionalidade eieream eficiente >1 • Autcrlur a ComtnAn Eaecullva Estadual a mm-
controle Janto ao" -eu» componente* .nervo ixrupukMoa
e mau gananriomx no »m»idu dr rvitar por ludo» o»
ple tar a llrta doa candidato» a aerem apoiados peia Mo-
n.ek» o injustificável e de -'-eado aumento doe preços
MllnçSo Agrária do Parani.
de besu de coeitjmo de ■ riecexJta a lavoura para o 12» Tulrmunhar ao companheiro ruraltata. *. taa-
Incremento da produção aero-prc uacia > ontrlbuindu. nblau O»laja Rsguekl - rx drputado federal em dosa
para 0 deaejado rquilibrlu -rial r o bm citar Icgltlalurui diretor da ConlederaçAo Ku/aJ BraaUelra e
noa campos e na> i ldadr> r pondo barreira a errarente Vlce-pre*ldcnlr da Federação das Axaoctafdea Rural» do
Infiltração do eomunlrmo -maraluno lenlnlmioi no sebi Parana <i reconhecimento da agropecuiria paranaense
dr rolrUvfdidc paranaense pelo «eu abnegado e eficiente trabalho na fai» e
nltacLo da Mublllucêo AgrArta do Parani e apalãr para
» »ru« sentimento» elvlcoi a fim de qu». ne»ta quadra
m mbfM por que alravr-ua a demorracta brasileira, scoi-
ta em duputar uma cadeira na CAmar» doa Depotadas.
eemo repeeunlantr da lavoura da reglLo Bsü do Para&L
NOTA - O D< Osloja RoguaU acaba de atender ao
a pilo da Mobl.tiaçAo Agraria do ParaaA*
vento inrluldo na llata do» Candldataa a De­
putado Federal da Collgaçlo UDJI. — PAC.

ENOERIÇO PARA CORRESPONOINCIA Praqa ZmmIm. M • 10» snd - cmv|. 1Mb 100)
EAW. Sis Ntarle - Ca. Paeêal, JH - CURITIBA • Fr.
wir a
A MlAIUíAÇT» AGRftlA JW RMUNf, FOR OCABIÍO M COMCCTMdTs Soa
MWAMaCI C FCCUAAIBTAJ «CL1IADA CM ftktO OhAMO, * 19 X ASMTo M |5r,CMI
A fmticimcXo M lTocacs da OMJKAjA JDLCRXTlCA uc EJTAüC üO MMK ( M
ItCTITVTu m£ PCjCUISAS £ £jTUa~ aC|A|_> (irfS), aciocnv, FM «MnIMIMM t
AFAOYAS A ftllBAOCM CO.iTICM .4 CARTA ÜL UttJRIW. C, MT|nCA«6 A» KCIlIU
XU TOMADAS CM SCM.fLíO DA CUUt, OCHCCAJU, CM a« Ouf » MUI» TA» M
Ct no-CCSTC OO P*AA’Z, DISIOlR AO» LAVMDCMCl M*AAC«ACf A AMSOítt OH*
X. RfcTu BRAXu c oiru of-LA cm tooo o Lstado-

1 * MAflRMAR A cowvicçfo DA XAAaSIDADC IMFCTIOAA x M0ISAS


OA4CTIVA; C IWOIATA* QUC ATCi.lXM u sfíMu | .TUCICxXalO, ICM 0 SUE BCrTo MF-
FWATIcZvCIO AS RCrOAUA» 1 hlT ITIX 4 0<«A I > C CSTWUTUAAIS SCCUMAMS FCIO XM« *
VDLVIMtlrti JOCIAL C CCOxflUtCO DO F*f»( NCOlM» ClM» SUC,C»*4M IALMmTC, «I*
SCMI *• CDUILÍMIO CMÇAXMTÀiIO - MJA FCLA MT CAMA DA CATAUTUM TAIM/tZaIA,
ACjA FCU scouçXo DaZlTICA co afiicaçZo IMFS^VTIVAAJ AO AtA««TO M f-
CVTIVIMDC XO MYOR AAROFCC uís IO) C AO fCMC .TO, DITUllí ICAçJTo C AITtlAçffv
PUS .ISM «ACADO» CATCAhOT.

2 - RCCUHECEJ» a i><ASi/rck .cccasidaoc X AUFtiAçTv c xuxau


DOS KIM AMOUADOS <X FAOTCÇÍS, AMMJKMSCM, MMFICiAMCMTO C SIBTRIBulçfc
AOS ccxlax CokAUMIDORCS da RlOQocIo AM.#CCl/*iAf TMHAmOO OfORTUMA, CTCTA
TA r OCAL A CAAAkTIA OO| FACÇO» M<>IMOS, ATDAvZt DA CFICAJ atuaçXo doj SMl
NlSMOS K CAÍDITO CSXCIALIZAOO C MulTlVAMlO O ABAlTtíKxTO MMUi «•»*
YAOS, Al HORAO0, ABaiM, a AHAUSTIAhTC IITUAçJo DAJ CAASACS •/»!* C OFCsfcOA,
jZ ATINCIOAS FOR UM CfTADU CR&<|CO M TOMA: íoôrlCA.

3 HUHfUTAR seu OCCIDIDO afÜio A SiALlIAclo imediata Ml k>


roa MA» I'STITUC|UnAIB C CSTAUTURAI» ELABORADAS CM UCCDICNCIA A FRImcÍfIu»
«UC «AAAkTAM < FOMTALCÇAM A DIMOCBACIa, SCBFCITADOS OS FOIfUCAAOS «X flX<
MaTAM a DOUTRINA ■OCIAL-CStSTff.

« * HIFVTEGAA IrrcbTRIYa rximaicdak 1 CART* d£ RlCfPICd UO


RUUUJHU RARAHAÍMSC, CM CAFCCIAt 1 RCTUM AM IA, KAA AABCJ KTIMDAS wS
Mu Ttcn 3”, o< ram a qx cia dcaa chtcmim <JTo ccmc. bimfica dibtrimi *
çTo, acaisraisuiçJTo ou auaoiviaXc da mofricdam, mm cm um corjuhTu x
■COIMA» *«, MANCHCAJOH AATICMAAAA COM A» X OUTRA» BCF0RM1 K AAAC t
VISCM 1 CAIAçXu K UMA CLABK mZoIA «URAL C 1 MMhTU DO MS ESCAMADO DA
YIMAJ AM MCkMXlA DA ACi«A "fU-UAMST*" C DO AUMCxTi 00 FOOU ASUIBÍTITO
OA FOrutAçXo ILMAIJ DA MC C MOR IA DAS BCLAçBlS 1'lTac A AMICUCTMA C A ixá»-
TWIA) M MAIOR JUSTIÇA liA» ACLAçOc* D£ TRSSAUM AAMÍCOCA C MA BCMIMCMçI»
ofUc TRAMLNO ATMAVeo Of LCIS CAFCcfrlCA» OC lCflXiDADC »OC|ÀLJ »• MMI1*
mVlMMYU OA »«HOICACHAÇÍO RUMALJ 00 AMATCICSAMKTO DX X X«~
■VTAçXo DA Tu RA C 00» iHTCMAt OC C»/oiT«. AaSlcOlAl OA UMustS MS CMX-
ilaA^rt» COOMAATIVASJ C DA AMACIAçfo DA MaiarflfCIA UWCAClUtaAK t aAMtf-
■IA DA» XaCA» IUMAIS.

5 - CCNCLAIM AM rwuca p&scicm a uMXktt aiacixiMçb »


rMMAçXo DA» WAJ O.IOAX» AOafcOCAJ »Q ^UMXaTC OU FaaamZ, maa ucam<
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DXAOOURA ■ AUA ATlMI» FMKIR08, MCCllOB, MacCIBU» C AAAAUAAIAFAS tURAll-
0 UDO CCvfffetlCO OA TUAA, DChTRO DAa »UA» MCUAIAAlDAM» CCOCÓSICAA f t»-
CCON&IICAA, laCnTA -OQ-A DA AMLA^A llll iC .TC 00» MAUS M MlKir^MIO.

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MChTC OCrCNAIAOA, hA CAbOMA fc*CML,F<LO CMtlo JCFVtAOO laTQAA ROANAMi» <"
ricicm c imcaíxZtcl acflham das clabscs ama ciar*».
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mcolíbicm cg^Jhua aa caafelYo acnacaZtica c Ia aaixca cal arfa aa bacia*

I * COHMkTUJM*S£ CCM A ACCIAIAO < iBACtfTt (afteçA AO CUJrt M


ema aa cari aaccfw ba arioifa Hblica AiMvfa m seva tbamuiM H babam
CVAinai, «AL l DvCUIMl, CAMClVAlMA MBA a VlAA BIMAL aa TAABALMAAt
ata BA FHC«TT AbbjCbU MbAMACMC, MAMO*!»»» A TM*** K CBoACICbCIA BAB MAA
OAB t KM*<Ka« A AIMICAAllAffa B«L t AA CCaBMlBAACa At TBABAUMB* MA

M * ACCCaCKMA AA ClXÍTMiai A«A. ao 7MAMr, CMCItrTt BA ALTA


BA».ariCABB BB »PtC COMO IMHMCMTB tSMWClAl BA BCMDCAACtA| BA «tCCialAAM
AC a<a A<Hf»tlcA mwircavAçXo -oa mxitba cuimbais, i a* uiw-oi a Ilibam
at MM ACUtAAA UCMJM X »CMCatlíTAWTl8 hAA AMtMBtZua LCAIBIATIMS CAM-
fti K, a UMCÍCle M Stw» MMMAYBA» MAtfVCMM-at riôe t l*tTBAMIAK«TU BA
KKM BA CMTU X MlaCfMOS JO MJULI9C AUBÜa, A KLtlçXo, EN? ■
bmt«a aafctMn timmbo, paa UBBixVtt camibatob, cima mibaao f « mmhbb
( « «AMVAA.
Mobilização Agrária do Paraná
(integracte na Cruzada DamocrAtica)
CARTA DE PATO BRAJICO
A MOULOAÇAO AGRARIA 1)0 PARAVA por • - APELAR paru m rreç
■omMo da comeu tração doa lavradora e Rncuarrtas Grupo raeratare pn m tem
naBmda em Pato Branco. ) I» ór afb<x> <te IM1 raftái im wnUdo de prog/sou
OM * pnrtietpoçáo de lidem da CRUZADA DEVO teu de MteaOa e Chopim deot
«ÁT7CA DO PARANÁ DO INSTITUTO DE mJism indsret de nr
PtBQÜBAS E ESTUDOS SOCIAIS <IPESk rerolvru. ração d» tem e otarrvtnda dc
par MMuartada. aprovar a menagem . -mttaU rindo roncrotinndo m abjelrt
M CANTA DE LONDRINA e. ratificando ar leatmnHe m çjj
dactedaa nela tomadas ero benefkSo da clame deta- láe Deputado Oaloja fíjflrf
tanu. es ocuise doo ruraUsUt do SudtKM* do Pir» defensor da clame ruraltaLa
■K dirigir mm lavradores paranaenses a preaenle 7 ■ LUTAR peto coogrt
CARTA DE PATO BRANCO e difundi-la em todo o riaaie* produtoras psn a pnxr
■>**00. Demoer.tic» que vtae a ujb &
1 — REAFIRMAR a convicçio da necemidade Lm- rUcn e equilibrado <to pata, pai
poriooa de medidas objetivas e imediatas que atenuem índkci rtr bem-estar n_v arem
• ritmo Inflacionário aem o que serão Impraticáveis aervaodo • pax social e defeade
M reformas Institucionais e estruturais reclamadas lógicas mnlrarux ao repinto d
peto desenvolvimento social e económico do País me- rrtstas da nacionalidade
Adas essas que. esaencialmente. visem: ao equilíbrio | - CONGRATULAR-SE
seçameutário — aejs pela reforma da estrutura Lri- pente «.'órço do clero m obra
hilária, seja pela reduçAo dráltlca das aplicações Im- opinião publica através de seti
produUvaa: ao aumento da produtividade no setor rcplritu/l. monl e eduadons
agropecuário. • ao fomento, divenifjcacto e amplia- rida nieal os iribalhadoroa da
çío doa nomoi mercados esternos naenae. promovendo a tomada
1 — RECONHECER a inadiável necessidade de masaas e desenvolvendo i i
anpllaçU » melhoria dos meios adequados de pro- M comunidade* de Inbalho. ru
teçio. irmaxenagem beneflciamcnlo c distribuição cristão
soa eeniros consumidores da produção agropecuária p APLAUDIR a viptlaa
lenundc oportuna, efetiva e real a garantia dos pro rtcí Deputado» ledrrau pelo P
çoe mínimos, através da eficar atuaçao dos organis- Rocha » Olhou Mader na
moa da crédito especial ludo e objetivando n abas- cacõa das das*« rurata t na
tecimenlo daquéles centros, minorando assim, a an Ha* iMxi<uiçoet democraUcaa b
guatlante altuaçio dai clasaes média e operária ja «o - RECCMENDAR ae i
atingidas por um estado crónico óc fome endémica nu»* <■jvxwak do ilto agada
1 — MANIFESTAR seu decidido apóio a reata- Irumrnlo emeaoal da ónoom
ação Laediala das reformas tnsiHuitonais e wtrutu- ma» a«>*stxa maatf«taç»> ac
rata rieboradas em obcdiíncia > pnncipros que gara» «<, re^asabibdadc de uma »
tam e fortaleçam a democracia respeitados a* po«tu prewatanle* na» .Aasembteias L
todos que fundamentam a doutnna scnal<rulã no ciemos de seus mandato
4 — HIPOTECAR irrestrita Ml-danevtade a <ntrai*siu>ates na defesa da C>
CARTA DE PRINCÍPIOS DO El RALIS MO PARA uo RLRALKMO PARANACC
NAENSE em especial a REFORMA AGRARIA nas .«tisbro ueoximo vindouro do
basea definidas no seu item 3 o de forma a que eia Rrtvk, $uj Centro — O
seja entendida não como simple? dUnbuK>> redu
trtMçóo ou subdlvísào da propriedade maa como MNTO MUMWOZ DA
bm conjunto de mediJa* que barroocucarocnie arti Suplente *“j 11" Fmr
entedas com as de outras reformas de ba«e itarm a OfPUTADOS F1
ateçáo de uma classe media rural e a garantia do WIUNIO RABY
■m adequado da terra da melhora da r. nda pvr- vMB avhaYDE
apita' e do aumento do poder aquisitivo da pupu BRuSlSLAl USTOJA RO
toçâo rural da melhoria das relaçõc* entre - agneul WILSON CHEHID
lura • a Industria, da raaãor justiça na» nbç nrt de DfPVTADOS ET
tnbnlho agrtcola c na remuneração desse trabalho AMtLCAR SVPORfTl
espectficas de segurulsd- Maial «to vNTONK) LOfTS JR
deatnvo vimenlo da 'indicaliuçao rural, do aprrtci rasin l ivn NETO
çwmenlo doa inetodu» de Inbutaça» da terra c do, CALiUS H NQUElRA M
rvtrmas de credito agrxola da ripansao da» org» j çvORA
ntaaçóes cooperativas e da ampliação da amisiemia tlttiwn URANK.N
rducactonal e aantlarta das are»» rurais. itt nr uaTTOS lEAf
j4jr*y'-~•»' *isSohAií7Í
pente dixipUnaçao da furmaçao da-, soui unidades Ag MVXfTWT
aertrotes no Sudoeste do Taraiu- pa’i tacati/açau OVIDRi t. XSPARETTO
reUrel do» migrantes pioneiros ««puteos pelos mi- PAl'Ul C\MKRGO
nifui^l»! que sr formaram ik> R» Grande do Nul ? Rtl L GOMES ITRFJRx
Dm de que «e garanta nraa regu<> <k forra -Iara WALTTA MronN
dtwra >o» atual* posseiro, mrrira* partviro* •
Maalarudm rum* - o u«o económico da terra Antro Cunltbs
das sua* peeularidade» .cologKa* c gcoeronònutav
renlandoa d» amema Iminente dm mate* do mini
fundio
UMcs m tirnwáeicir Prxi Zxvtn. S * nt 1MI1® - M tu Mifl ü hiM.in Mi
mobilização agraria do paranA
MAçí^ZACAlIAS. M • COHJ wõT lONt, 4-M*t

bl/62 Curitiba.l de eetembrm de 1962

II o. Sur.
Dr. Paulo de Asais Ribeiro
Rio de Janeiro - QB.

Prezadíssimo Dr. Penloi

Recebi, coe craode satlsfaçao, a sua eetimada ml sal­


ve do 27 do acosto p.p., assln eoeo a minuta da ■ CARTA D*
PATC 3RAMCU ", que mereceram a minha melhor atenção.

Agradeço, penhorado, pola sua valioaAAsima oooperação


e - excusado dizer - que a ■ carta ", redigida polo Amigo,
mereceu a nossa unanime aprovação, assim como do dop. Nunhos
da tocha.

Amanha - do-lngo - deverá ser publicada ca Curitiba


e logo a*is. fn Jacarezlnbo. submetida a aproelacão do N.A.Pay
que se reunira naquela cidade.

Telefonei ontem ao Rio. a fim do me entender com o


Gol. Solbery sobre a posslbllIdede da vinda do tm técnico
Jo IPZS p*ra a concentrarão do Jacarezlnho. Infellnaente o
Gel. nao se ene-ntrova na sede e fui InToreado que, ape­
ar da =alor boa ventada, nao foi possível desbocar elm-
nente do Gruco de frahalho Sobre a Reforma IgrarLa para o
Pa rans.

as nossas —neentracoes anter ore* obtiveras pleno


êxito, confo—e nrova o noticiário da lrprensa de Curitiba,
que lho envio, em anexo.

Co-o lhe adverti, pores, os nossos recursos estão „


cada ver -sais escassos e, caso fosse possível obter o refor­
ço, sobre o nual tlve-nos a ooo*-Çunldade de conversar, - se­
ria, para nós, uns verdadeira dadiva, calda do oóu,

A canpanha dos nossos condida to» vai indo m^ito beta


- ODcsar das imensos dificuldades que se antepões a nossa
preeo^ao, ccmo o Senhor tem tido a oportunidade deconsta­
lar p-ssoai-ente - e tecos grande esperança na vitória elei­
toral do dep. junhos da tocha.
^u>-to a IrJha candidatura - só depois do dia 3 do
corrente, noando rerresssr do Morte - terei oportunidade de
de d'namlza-la pessoalmente. Ato agora, só tenho tratato
da condldetura do dep, Munhoz da Rocha e da estruturação
definitiva da H.A.P. o nue, me parece, graça a Deus, ja foi
conseguido.
Aguarda do suas nóvas noticias, renovo meus cordtalie-
sibos coraços.
Atenciosamente
bilizaçAo agraria do parana
((j> mm • *.IM
MACA ZACAIIAI, M . COMJ WO1 ■ FONf, 4 )»M
CWtlfilA . UIANA

Curitiba. 8 da setembro da 1962

Il-vo. flnr.
Dr. Paulo da Aasla Biboiru
ala dt Jiawiro - &a*

Prozadloalao Dr. Paulot


t coa cranda satlafaçao que volto à presaoça do cee

ro Aoiigo, a fim do lha enviar alfuns exeaplaroa da ■ Caa

ta de Pato Branco " - que obteve a aolhor repeecuaaão

no aelos rura la do Sudoeste o Oeste do Paraná - o foi

alvo de unanimo aprovação ca Xacareslnho.

Envio-lhe, Igualmente, o noticiário referente àquela

concentração - oua foi a melhor da todaa, quanto ao nú­

mero do partlclpantoa — o confolldou, de sana Ira defini­

tiva, o noaso mo▼Isento.

Para finalizar êaso ciclo do concentrações, já pro-

gramavoa a roallzaçao do mala três* Oua r a pua va — dia 20 j

Toledo — dia 21 o Castro - dia 2J.

Nesta altura doa acontecimentos, tenho plena certeza

do que a Mobilização Agrária do Paraná suplantou, atua­

ção, as desola alássea, reunida■ na Cruzada Danocrátloa

do Paraná, sendo, atua Imanta, a nalor força eleitoral do

Matado, a sa opor à demagogia eiquordizante da dlvereoa

••teres do P.T.B., do P.D.C. o do P.S.B. ( colunista ).

Renovando mui protestos da alto apreço, envio cor-

dlala e afetuosas saudações.


Atenc losamante

--------
Bronlslau Ostojà RoàásTÍ'
Secretário GÕfeí.
TelafcM* r^obldo dl* lh, às 19 ha., pelo Gcn. G.C.S,

■•cedo do Dr. RoguaM.

1) leve estar m Curitiba no dl* 17, apartaaeato reservado


no Botei Icuará. --
Ligar-se i*edlata*ente coa o Dr.7U\jãrra~Rofo • Presidente
d* Federação do Ccaérclo ou na própria Fodoraçlo ou • ra
roBldãncl*, pelo telefone I1D-367. Z/.

2) lo próprio dl* da chocada, ao possível falará durante 25


Blnctoe na TV. sôbre Aeforaa Agraria o IPid.

3) Babado - Vl*g* Be avião para Pato Branco.


Reunióes no sábado e dcnlngo.

U) Regresso * Curitiba no ao mo dia, à tardo.

5) Becresto ao Rio na aanhi do 2*. feira.


APÊNDICE N
Seleção de temas para os seminários patrocinados e organizados pelo IPES;
correspondência com Garrido Torres; atividades do grupo de estudos

Em documento de junho de 1962, o Comitê Executivo enumerou 12 grupos de temas


c tópicos para debate:

1. Prática da democracia pelo povo. divíduo. Mecanismos de individualização


Distinção entre democracia e demagogia. do rico e do pobre. Riqueza ou pobreza
Análise da prática política brasileira. Es­ individuais. A idéia da distribuição pari-
tudo sucinto dos partidos políticos do tária da riqueza. O grupo familiar e o
Brasil. Político como uma carreira indivi­ problema da riqueza. Justiça social 0 pa­
dual. A preparação dos políticos para o pel do Estado neste problema. Subdivisão
poder. O voto e seu significado. O pro­ do trabalho no regime capitalista. A remu­
blema da escolha de representantes. Qua­ neração do trabalho. Exalas de remune­
lidades de um bom representante. ração do conhecimento profissional Redis-
tribuição da riqueza através da tributação.
2. Inter-relacionamenlo da liberdade in­ Caracterização do espírito de inkiativa da
dividual com o regime político-ideológico. liberdade individual. Risco. Realizações do
Caracterização das aspirações humanas c regime capitalista no mundo e no Brasil.
da liberdade individual. Liberdades essen­ Vantagens e desvantagens do regime capi­
ciais. Estudo da personalidade do brasilei­ talista. Aperfeiçoamento necessário do re­
ro à luz deste tema. Sobrevivência da li­ gime capitalista.
berdade individual em um regime repre­
sentativo democrático. O problema das li­ 5. Comunismo. Essência do sistema co­
berdades individuais sob o regime ditato­ munista. Seus aspectos econômicos e polí­
rial. Moral, religião e regime político. ticos. Socialismo e comunismo. O regime
comunista e o indivíduo. Comunismo c
3. Avaliação social e política da situação
planejamento. Vantagens e desvantagens
brasileira atual. Interpretação da situação
do regime comunista A vida sob o regi­
financeira c econômica, da conjuntura in­
me comunista. Incompatibilidade ou não
ternacional c da política externa do go­
do temperamento brasileiro com o regime
verno. Caracterização dos aspectos críticos
da situação brasileira, exigindo soluções a comunista.
curto prazo. .Listagem das possíveis solu­
ções a curto, médio c longo prazo. 6. Autodeterminação e dependência do
exterior. A noção de supranacionalidade
4. Obrigações do indivíduo para com a para a complementação das deficiêocias
sociedade c da sociedade para com o in­ individuais das nações. A Comunidade Eu-

669
ropéia do Carvão e do Aço. O Mercado ca. Os falsos alcoviteiros da opinião públi­
Comum Europeu Realizações desta enti­ ca. O papel da imprensa na formação da
dade supranacional. Possibilidades de uma opinião pública.
entidade supranacional sul americana. Su-
pranacionalidade. liberdade e soberania. 10 A relação da população com o sub­
desenvolvimento. Caracterização do subde­
7. Estudo objetivo da imprensa no Bra­ senvolvimento. O conflito entre o índice
sil. Funcionamento de um jornal. A em­ de crescimento demográfico e a taxa de
presa jornalística. Caracterização do jorna­ crescimento econômico. O caso brasileiro.
lista brasileiro. A função do jornalista co­ Recomendações.
mo um condutor da opinião pública. In­
fluência da educação e da situação finan­ 11. Satelização de nações. As duas gran­
ceira na formação de opinião de seu jor­ des potências mundiais. Relações do saté­
nal. Obrigações do público cm relação ao lite com a respectiva potência. Obrigações
seu jornal e vice-versa. da potência para com o satélite. A revolu­
ção cubana c seu significado. O destino dc
8. Estudo dos valores humanos e das Cuba e sua influência no hemisfério.
virtudes cívicas A intensificação da práti­
ca destes valores em períodos de crise na­ 12. As leis básicas. Estatuto da terra. A
cional. Pnncípios morais e a pobreza eco­ reforma bancária Abuso do poder econô­
nômica. O aperfeiçoamento moral do mico Destinação dos lucros. Tributos.
povo. Fluxo dc capital. Código dc investimentos.
Sistema financeiro. Resumo dos projetos
9. A demografia brasileira. A população que por acaso existam na Câmara dos
adulta e a população jovem. A população Deputados. Breve resumo de legislação se­
urbana e a população rural. Caracteriza­ melhante em países de natureza semelhan­
ção da fração politizada do povo brasilei­ te, lais como tndia. Austrália. Canadá e
ro. Geografia da população politizada. Os México. Caracterização das condições bra­
mecanismos de formação de opinião pú­ sileiras para a orientação do sentido de
blica no Brasil. Autenticidade da opinião leis necessárias. Leis básicas e ideologia.
pública. Os falseadores da opinião públi­ Sugestões c recomendações.

670
Rio da janeiro, 23 d» d* 1962,

Ilno.Rr.
JOSÉ GARRIDO TÔRRE3
Com «lho Racional do EcoDoada
Rua Senador Dantaa, 7U • U4*
Rio do Jaoelro • OB.

Prezado Dr. Garrido TÔrres:

Çe acôrdo cos nossa entendimentos


verbais venho por sou lntermedlo aproa cotar ao IF33 vasa pro—
posta para realização de estudos sobre 0 problema fiscal oo
Brasil e a reforma tributária.

Conforme tive oportunidade do lhe


expor verbalmente parece-me mais adequado dividir Asse estudo
em duas etapas. A primeira, de necessidade mala imediata tra
taria dos impostos federais que deverão ser modificados nã
próxima reforma tributária. A segunda, para ser feita num
prazo mais longo envolvería o estudo completo dos atuaia meca
Dlsmos de elaboração do orçamento federal, uma proposta do ”
lei orçamentária e um exame meticuloso dos tributos e das fi­
nanças estaduais.
parece-mo oportuno, no momento,11
altar a presente proposta à primeira etapa do estudo que, os-
peclflcamento compreenderia a_elaboração do projetos do lei
coa as respectivas justificações sôbre oa aeguintea impostos:

a- lxnpôsto de renda
b- lmp6sto de consumo
c- imposto do aálo e afins
d- impõsto único sôbre combustível o lubrificantes
o- impôsto único sôbre eoergla elétrica
f- contribuição da melhoria

fiases estudos seriam realizados


por ua grupo de técnicos aob minha coordenação, ficando todos
nós i disposição do IPS3 para quaisquer debates 0 esclareci—
aentos. 0 prazo do estudo seria de I45 dlez contados a partir
da aceitaçao da presente proposta e o preço cri 000.000,00
(oitocentos mil cruzeiros) a serem pagos contra a entrega do
trabalho Teito.
Aguardando o seu pronunciamento,
subscrevo-me
Alo do Janeiro, 20 do narço do 1962

Do Corrido To*roo

Paro Ganerul lorrero

rMjioal o—o flnaacoiros do Setor do Eotudoo

Doo estados cocai da rodo a prioritários pola Coalasão Dlreta-

m fUrvn contratadoa coa DÕnlo Nogueira o W. Eabrp, pola laportância do

Cri 200.000,00, o relativo à lol antl-trust o o roforonto à reforaa tr^

botaria eoo Mário iairt.u» Slaonaeo pola quantia do Cr| 000.000,00.

■o oneato, está acedo debatido ao l?ZS o trabalho oôbre r>

•eoaa 4o lacras, cujo pro/^to o juatlfleativu não la portou «■ oaua paro

• laatltota, do voa que fora praparadoa paio Conselho Iconônleo da CBI.

A doopooa coovoo piada será do Cr| 10.000,00, eoao "Jaton" polo couparo-

djoaata àa roaalõoa doa técnicos convocados: Mário Henrique **~f ~fl

(relatar), lá lie 9. da Silva o Danilo Koguoira. Reata ver ao o relatar

faa Juo a «pialqwr rsauneraçâo a aala.


í ooaaa intenção jrocedor do oeoeo uodo «■ relação à refo£

ea agrária e ao ireblem da casa popular, ta ao o dolo projetos estão

oondo rijkaacUdoa pela Instituto Braallalro do Ação Doaocrátlca o, <r>

fao aa "aodia vlv«dla coa binado, oarão dl acu ti doo por equlpoo do co­

pra série a o técnicos no IPJ.

0 estudo aôbro participação doa en prega doe noa lucros da a

auprêaae a !)• não aãa foi ainda contratada por ontandor-oa quo cabe

proceder, prollalnamanta, a una pesquisa qua lnfomaaae qua tipos da


bworteio social ao enprõaaa já conferes ao respectivo pessoal. Aten-

ção especial aorta dada oeaaa peo'/vlaa aoo diferentes Bialento do par-
I.

tldpoção praticado* par laiclatlvo das eaprêeaa. Para tal paa^alm

já dlopoaos da proposta da Praf. Joaé Artur AAo» que oarla estreia

bp preso da 120 dlaa, a contar da data te contrata, contra o


to parcelado ao três atapaa da Cr$ 1.810.000,00, tendo Cr| 700.000,00

■a aaaioatara, Cr| 600.000,00 após 60 dlaa a Cr| $10.000,00 aa ata te

entrega do relatório final, late ecnproalaao alada aãa foi aavoalte

a está na ax^ectstlva de um ontjoálvaito cm a Coalasão kocutlva.

Dos teaaa prioritárias ainda não foraa contratados es refe­

rentes à refcraa crçaisntária, refoma bancária, roforaa eleitoral e tf

leooaunlcaçõea, para oa ç^ola ainda não foi poaalvol eacentrar téealaoo

capasse o llaponívclo a «(ua> oa oncovendar.

Assla, tonos como desposa certa para abril o gueto cea o


trabalho eôbre a lei ontl-trust (Cri 200.000,00). Para abril, o eaaae

ocorrerá cea o pa-avvnto da refur-^ tributária ICr| 8U).000,CO). Alta

dl soo, dever-ae-á prwvõr o correspondeste aos •jetooe" oocomntoo te

dlacuseao da lonoaoa de lucroa, que deverá eer dooeabolaate posei vai»

■ente *• aarço (trce técnicos à mio do Cri 1C.000,00 por cabeça to

aa total provável do ctnso se&aõea). A provisão do pagai««co te •Jetoas1

deverá oer feita ta-ibén pera a roforaa agrária, roforaa tributária o ba»

bltaqâo popilar, cujo aontanto X difícil antecipar agora. Uode qwo OO

contrato a poequita acima referida, ter-oo_á do prograiar lgualaasto a

doapoea do Cr< 1.610.000,00 a atoa der durmta oa período do 120 dlaa.

ito fevereiro, a única dooposa efetuada correepoadea a

Cr| 300.000,00, ficando o Setor do Setudoo coa wa aalte de Cri ■••••

2.300.000,00. Seria o caoo de credlter-eo o Setor por oaaa leportãa»

coa aplicação diferida pera avio adianta.

Há, alada, o caoo te «a secretário para o Solar, cujo eoa-

•uroo, lalclalaento oa twpo parolai, poderia loportar oa w dl opa tia

■aaoal da Crf $0.000,00.


Rio, 29 de maio de 1962

De Garrido Tprree (Setor de Estudos)


Fara o Coaito Diretor

Estudos <a cwtQ -

_Ea confirmação ao que Ja informei q de acgrdo coa a decisão


da Coeissao Diretora, o Setor de Estudos, alem de ja haver apresenta-
dg um,primeiro trabalho constando do projeto e respectiva justifica­
ção sobre o problema da remessa de lucros para o exterior, esta atu7
alaente procedendo ao exame da reforma sf.raria, um dos teaas prlorlta
rios.

9 Q grupo aisto de enpresários e tçcnlcoa que estuda essa mj


teria compoe-se da forma segulgte: empresários: Drs. rdlçladea Sa
Fr.Ire, H|rold Cecll Poland. Cândido G. Faula /achado, Antonlo C. do
Lsorlo, Ferçar.do Klblelll dj Carvalho o Ldr.ard Teixeira Leite;
técnicos: Lrs. Jose Arthur idos, Denio Fogueira, Luix Carlos Mancini,
Jyllan Chacel, ..anderbilt Duarte de Barros, Paulo Assis.Ribeiro e Jo­
sé Irineu Cabral. 0 docuaer.to^de trabalho, .ainda de acordo coa origa
taçao estabelecida pela Coeissao Diretora,„e o projgto e justiflcacao
financiado pelg Instituto Brasileiro de Açao Democrática o elaborado
pelg Frof. Jose «rthur Hioa e pelo Dr. Edgard Teixeira Leite. 0 IBãD
esta representado no grupo misto poç aeu diretor, Dr. Ivan Hasslocher,
pelo,Frof. Rios e pelo ecgnoxlsta .enlo Fogueira. 0 plano de, traba­
lho e o de produzir não ao o melhor projeto possível mas t«abea ua
docu-ver.to paralelo, contendo prlQcíplgs e normas que sirvam para de­
finir a poslçSg do IFi-S era relaçao a essa mozeptosg assunto e para
*vender" as ideiqs r.ele contidas jugto à opinião publica. Este sçgun
do documento sera entregue pira aquele fia ao Setor de Opinião PublJ
ca.
C trabalho enegaendado ao economista Denio Fogueira e ao
advogado -illiam Lmbry sobre a ler.islaçao antl-trust teve a s ua entrj
ga atr.sada e antes de que fosse apresentado foi objeto de aproveita­
mento pelo Lr. Melo Flores, dada a urgcncla que o assunto assumiu re-
p r.tlnamer.te no óen.do. Fo apirnto, estou de posse do ante-projeto ds
lei que resultou dessa providencia, o rual possivelmente deveria ser
aprecladg pelo IF—ã, se nao para encaminhamento de um texto corrigido
em relaçao a qualg .uer lapropriedadfs, pçlo menos para o fim de prop_£
ciar uma declar^çao pública quanto as ideias e princípios que favore­
ce em uma lei desse tipo. Çoa esse objetivo, deverei receber dentro
de poucos dl^s a Justifica*, uo do projeto acima mencionado, tsse tra
balno custara ao IFáS Crí 00.000,00.

0 trabalho básico sobre a reforma tributária foi encomenda­


do ao economista .íarlg Henri u* Slmor.sen, cujo prazo de_entrega ja se
esgotou. A t.refa a ele atribuída consiste na elaboração dos seguin­
tes ante-projetos de lei * r« -p<-ctlv.s justiflcjçoos: a) imposto de
r«nd-*;, b) Luposto de consmo; cj imposto do sele, e afins;, d) lf-
posto único so^re combustível e lubrpicantes; e) imposto único so­
bre energia eletrica; f) contribuição de melhoria. 0 trabalho em a-
preço foi prometido em 23 de fevereiro do corresite^ano para ser entre
.ue der.tro de <»5 dias, a contar da data da aceltaçao da proposta, que
rol comunicada ao Lr. Jioonsen na.arsma semana, ó IPLS devera pagar
.ÍTv 0.000,00 contri a entrega desse estudo, que me vem sendo proae
tida pira futuro muito breve.
2<

,Um outro eytudo, seapre consljtlndo ds ante-projeto • justl-


fXcatlva^e o que aata sendo ultimado sobre a casa popular pelo IBAD.
Tao logo esteja prontg merecera o exa^e do IFES”nj forma do procedlme^
to observado era relaçao a reforaa agraria e do acordo coa o coablnado
coa o Dr. Haroldo Cecll Po1and,
0 tema da.reforaa eleitoral foi objeto de entendlaento coa
o Professor Thealstocles Cyvãícanti, quj proa eteu apresentfr um rotei­
ro do estudo para nossa previa aprovaçao* Coao o aesao nao foi ate
agora entregue, estou tentando entrar ea contato coa o referido Profej
sor para confirmar ou nao o seu Interesse a respeito*
0 tfabllho referente à participação dos etapregados nos lu­
cros das eopresas devera ser precjdldo de uma pequena pesaulsa sobre
o que ja se pratica no Rio e em Sao Paujo por Iniciativa ge algumas
firmas. wNesse sentido, o Professor Jose,Arthur Rios propos que a lfi
vestigação fosse atribuída ao seu escrltorlo técnico para ser entre­
gue no prazo de 120 djas, a contar da data do contrato, contra o paga
mento parcjlado em tres etqpas, nua total de Cr| 1.810.000,00. tssa
Investigação cobriria também todos e quaisquer benefícios sociais do
que ja gozam os empregados. Contudo, o aontante foi considerado aul
to ajto e resolveu-se tentar a alternativa de realizar a pesquisa a-
traves da Escola de,Empresas de Sao Paulo e do setof correspondente
pa Universidade Católica do Rio, apenas no tocante a parte relativa
a participaçao dos lucros, guando do minha recente viagem a Sao Paulo,
discuti o assuntg coa o diretor daquela Escola e ao foi dito quq esta
nao teria condlçoes para realizar o trybalho ea prazo curto. Ja o aes
mo não acontece coa a Universidade Católica do Rio, havendo o Dr. Paulo
Novais, encarregado do departamento competente, assegurado o interesso ’
que o assunto lhe desperta e a pofslbllldade que haveria de a pesquisa
ser feita coa rapidez e a custo yodlco, sobretudo se a amostra utiliza
da fosse restrita a ta pequeno numero de çasos representativos* Aguar
do que ae seja entrçgue uma prçposta por estey dias para resolver ea
definitivo. Restara decidir sobre o que convem fazer em São Paulo.

Relatlvamçnto ao tema telecomunicações, depois de alguaa he­


sitação quanto aj técnico a quea se deveria pedxr o ante-projeto, foi
feito pela direção do IPtS convite ao General Medeiros, da Radio Globo.
Estou informado de que aceitou.

Dos assuntos aprovados pela Comissão Diretora n^o tiveram a-


ijjda encaminhamento os relapivos a reforma orçamentaria, a reforaa ban­
caria. ao planejamento economlco-gcial e a sindicalnaçac rural, pela
dificuldade encontrada ea Interessar os técnicosmais capacitados par
ra tal.^ Valeria a peca reexaminar esta parte do programa com vistas a
conveniência de conflrmar.ou nao a decisão de obter a preparaçao de
aijte-projetos. AmExposição Anual do Cçnselho Nacional de Economia co£
tes um caoitulo sobre refaroa orçamentaria • outro sobre_reforma bancf
ria, que poderiam talvez servir de base para uma definição de atitude,
seja no tocante ao ^reparo de declarações seja para efeito de orientar,
quaisquer ante-projetos a elaborar*

Os temas que se estudariam a seguir seriam:

Funçãc_econc*lco-so:ial da empresa modems:


Expansao do mercado de capitais (coçpletando my-
dldas propostas nas reformas tributaria e banca­
ria, como as referentes a bolsas de valores e so
cledades angnimas); ”
Discriminação de rendas para fortalecimento do
slst^a federativo; *
Dinâmica do desenvolvimento econômico. Papel
da iniciativa particular e da Iniciativa estatal
d* Cwpqtvttã? r*dT|l f llllHlM MrlHtt-
terlsta;.
3,tCF»M* y»w>iy*L

neforaa educacional;
Ãefçrma do Coíígo oe Mir.ae:
Folltíca d» comercio exterior (ALALC, Marcado Comai
peu, Cortina de Ferrei;

S
por1
tlca de transporte»;
tlca de energia;

tica de saude publica; w #


rutura^ ~m7t?dof fla ffelnltllW? WEllíâi
Lei se Sociedades Ar.oaimas.
frmlisw ■ Luca_do_Setor de Estudo» -

0 Setor não dispõe ajé hoje do organizarão, twdo ea vista


o oue foi decidido pela Coaissao Diretora, a qual preferiu que os es.
tudo» fosses encaminhados e pagos na base de tarefa o qye a ajuda do
secretaria fosse_^restada pelo serviço administrativo ja existente
contra uaa deduçjo do 2íS da dotaçao atribuída ao Setor, ao montante
do Cr| 2.000.001,00.

Ja se ie»te. não çbstante, a necessidade de estruturar o Se


tur coa ua quadro aísímo, técnico e administrativo. para o cumprimento
de suas responsabilidades. £ possível quf alguns dos estudos aponta,
dgs acima possam aer feitos,sais satisfatoriamente quanto a prazos por
técnicos 33 nosso dispor alea de a presmça desses elementos facilitar
a realixaçao de ostras tarcf<s abord.dvs aais ediunte. ie ta foraa,
sugeriria contratássemos tres ou quatro econoalstas afdiaote ua ealf-
rlo compensador. Igual procjdlaento gostaria do propor para a função
de secretario Jo Grupo, Aiççmo essa >iue deveria ser exçrcida por pes­
soa cualificada, de preferencia coa.roraação universitária. Tal «lj-,
mento terlj a sey cargo a organização da aecretaria, daria a necessá­
ria assistência a organizarão e funcionamento.dos grupos de estudos,
çedlglrla os ataj das sessões, faria convdcaçÕrs, etc.. Seria ta-nbea
ujil a contrat^.ao de uma datilografa que se incumbisse dos trabalhos
desse tipo. «!•»•<• In ar :uivo •» demais tarrfus iue lhe fossem atribuídas.
0 s-cretario poderia ser adaitido em tmpj parcial • a,datilóbrafa cm
tfapo jnte6ral. Ao contrario da orimtaçuo s£Gulda ate a^ora ea rela-
çao a este 5etor, o grupo correspondente de jao Paulo esta sendo orga­
nizado em bases permanentes, coa pessoal, arquivos, blbliof ú, < tc.

»rtic»il com 3so Paulo»

*>eputo importante o entroitj iento coa a secçyo paulista do


IP-.S, t-«nto no tocante <•< r*p-esenta;ao de seus empresários eij grupos
de estudos como no ue diz respeito a participação j|e seus técnicos.
•’ntrel*nto, 00 ir*. oQvrnientrj ocasionados pela distancia parecea rf-
comendar a ço-blnajao ;rovl*orla tue ass*rteí coa o Dr. fyocue!ra Por­
to, resnonsavel pelo Grupe |r Ooutrlna. tste, como ç proprio nome
indica, cogita no momçnto de fixar os pgntos doutrinários que deflnl-
rlan o pen^anento do orgap. Terminado este trabalho, (de que se nos
daria vista) gretende pnyels Grupo estudar objetivamente problemas
coan os £ue sao atrlbulç.io do Gctor de Estudos do Rio. fim de evitar
guplicaçao d» eafyrços e despesas, ficou assentado que, a medida que
essem trubalhos lossem sendo encetadas, um Grupo enviaria ao outro^o
Jocumento de trabalho para s sugestões <|ue coubessem, o a expressão
final do I?L§ nao seria aprovada sei que o gcapectlvo texto aereços-
se a ac^itaçao ao ee:;o tempo do Rio = do Jaa Faulo. o que podara 0-
correrjiedi&nte reuniões conjuntas se houver necessidade de contornar
divercenclae.
Cur.trir.r» Jornalista -

A dlro;ão do õetor de vpinião bíblica recoxenla a realização


de pequenos cursos, que servisse* para dar noções de Ceais básicos de
Lconomla aos jornalistas o deseja o concurso do Jetor de Lstudos para
tal Iniciativa, a xesma se iniciaria ex benef|clo direto dos Jorralls
tas oue funciona^ na melo Setor. Julgo aulto util a ideja • acrejlto
•iue sua rraUza;ao pudesse ser facilitada coa a utilização dos tres ou
quatro técnicos que pudossemos admitir, a arços que se d»seje tentar a
possihl11 Jade de wncarr*tir alguma Instituição de o fazer.
Divulgação de literatura democrática -

A qi \1 ;uer observador atento • manifesta a abundÔncl* de li­


teratura a.irxista em nossas livrarias sen quo se noto gmpenho de con­
trabalançar seus efeitos coa a correspondente dlyulgaçao de livros, fo
lhetas e aptlgos que "promovam’’ o regímen democrático e alertem os lej
tores de toJas as enxadas contra os aales e os altos da doutrina socl-
aliznnte. líestj sentido, caberia dar andoxvnto, na medida do possível,
a lly programa jn acordado no nível ^a infra-estrutura do IP.Ú, quo de­
vera ter siJo redigido pelo responsável pelo Setor de Levantamentos.

im síntese, esse protrama se resua*» n um esforço dividido


e? tres tipos de veículos do divulgação. c-a prixolro luLar (o mais
facll e xenos dispendioso) tratar-se-ia do 'plantar'’ nos Jornais e re­
vistas do país artigos que,tratassem,de tenjs de atualidade cx llntuQ-
F£x accesslvel ao crando público. Vários desses artigos soriaa tradu­
ções rt* trabalhos de grandes autores estrangeiros que aparecem em rovls
tas tais como Harp-r’3. Atlantlc 4onthly, For»‘lzn Ãffalrs o Kow Tork ”
Times gtrãves do õeior de üplnlao Fulllca acredito que svja
possível atingir esse objetivo.

C segundo consistiria na publicação de folhetos (tipo diges­


to ou ArC) para divulgado Çarta junto a estudantes, militares, operá­
rios e empregados de escritorlo e® gjral. hecentemente, a fsvlsta
Llfe . eJlção espanhola, publicou tres excelentes colaboraçoes do Pn>f.
Jessup que diriam. um eficaz folheto do propaganda anti-comunista. Ha
pccessiJadc dr evitar as dflon^os da^obtençao do direito de divulgar
esses trabalhos, de preferencia sem ônus paro cs jornais e revistas.
Isto palvrla ser feito utlll:ando-se os bons ofícios das embaixadas,
cue pcdeflax asse^ur-.r a boa vontade das firmas editoras que fossem
de antemno selecionadas e que seriam aquelas onde habitualmente surgem
as colatoraçoes íue nos interessam.
2 ÚJMxo ponto diz respeito à conveniência dç se promover
a publicação de bons livros dentro de uma linha dexoçratica moderna,
• (ue conceba a de-.ocracla t.iatém sobros aspectos econonleo e social.
Lo qia? toca a livros estranhei ros,ha xuito a aproveitar. Cumpriria,
ÍQiciulmi ntc, escolher ux certo número de tVulos, ea cuja publica­
ção p IP â,procuraria intçresjar alguns edjtores. ^uar.So fosse o ca­
so de-tes últimas terex duvUas quanto ac exito comercial $as edições,
o IF J paleria assumir o comproplsso de adculrlr o numero mínimo de e-
xexplares^que lejpsse o editor a decisão que se deseja. Vx exemplo con
ereto, alem dacuoles em poder do çetor de^Levantamentos, e a satlra
Animal rara. de George.Orvell, ate hoje não publicada_no Brasil. !•-
tou lnfor «i.i Jo de que já dispomos da respectiva traduçao, a qual, se
correspondesse, poderia ser desde lovo objeço de entendimento coo al-
guxa^casa tdltora. vutitas obras h« que ja foram publicadas eo por­
tuguês, il^umas das quais estão esgotadas e outras ate infelizmente
encalharam e são vendidas a preços populares, talves pela falta da ne
cessaria publicidade auando de seu lançamento. Os livros esgotados,
que ainda tivessem atualidade, poderiam ser objeto de nova ed^çao, ,
revendo-se naturalmente os textos para obter-lhes boa aceitaçao, ajem
de atentar-se para os preço; a que soriaa vendida;, o; quais deverão
ser accesslvels ao brande publico. Tal programa e viável — e mais
5

que ^3*0 lr.dl ep<gsavel — urgindo que se lhe de coaeço. Ja o levei


a atençao da Comissão Diretora -jue, ea principio, o aprovou, exigindo
apenas cue se encontrasse a pessoa,capz de se,incumbir de tal progra­
ma. ussa pessoa foi encontrada e e o Cel. Cctavlo Alves Velho, coa
grande tirocínio de traições e excelente conhecimento do aelo edito­
rial. C Cel. Velho esta interessado e disponível.

Instituto de cultu a democrática -

V-o concebp êxpo para qualçueç ação aue salvaguardo o regí­


men democraUco se nso for s.olada em Ideias. Va a Ideia so se combate
rfetlv-sente coe outra idéia oelhor. Assis coxo no caso da literatura,
a Iniciativa tem s.do.drixada aos lnielcos da democracl^. Por que nao
se cria u»» Instituição para prc6a;ao dos ideais democráticos?

Creio - ue entre as atividades do I1ES deveria figurar a Ini­


ciativa de promover o estvtele cl mento de uma tal Instituição. Esta se
d»etlnsrla a aar curses regylares, no estilo da Escola de Guerra ou do
I is, .ue d 1 ssyalnjj sscrj noçots do '.u* e a democracia moderna em senti­
da l.to, Isto c, rjo so r.o ponto de vista político, propriamente d|to,
como t_xbáx seb o «r.culo das implicações ecçnemicas e sociais. Alea
dos cupros ue s*r<*m dados r.a aedt, presumivelmente no Rio, essa ins­
titui ; .o,d..Fi■» cirsos esr<clalm«nte destinados a determinados tipo>
de audltcrlos e os poderia dar Inclusive,fora de sua sede. Seria es^e
o ea«^,,pcr r-. Eplu, de çursos para operários, pata estudantes de grau
eetound^rlo ou *xnivefsltarlo. pura ra^lltarcs, p.ra jornalistas, etc.
ior o-trs lado, a a.-u exerci da na sede dj Instituto poderia e dpverla
s»r durlicidj et outros erntros do terrltorl2 brasileiro, estrategica­
mente selecionados, cstehdonJo-a a Recife. Porto «legre, Sao Paulo,
etc., h -.s! velx-r.te, surgira anui o problema da despesa corresponden­
te, Tj9 acredito cue sepá possfve^ levantar recursos coa destlnaçao
específica e vinculada a realização dessa o^ra. os quala talvez sejam
■ala facilmente levantados do cue para o proprlo IP-S.

'< unlc s conjuntas dos setores do TP?S -

Uma ^js.aalorrs dificuldades encontradas até agora no fun­


cionamento do or.uo tea sido a falta de comando,e a de entrosamento
d*w_se»«res JO Ir, . wora que o problema de cupula parece resolvido,
lmpom-se, a meu ver, o estabelecimento de uraa fotlna administrativa
,ue importe na reulj-açao semanal de uma reunião çonjunta das dlferon-
t*s dlv}:o>s, r.So so p.ra efeito do debate dis ideias que surgirem co­
mo tunlem fni-a assegurar uma articulação efetiva que peiir.ita a plenltj|
de !om resultados zuo se Luscào,
Kio do Joeiro, 5 de Junho de 19ÍZ

Do Cor.ltõ Executivo

;.o Chofo do Grupo do Estudos

Aros detida análise do relatório apresentado pelo Chf

fc do Crupo de Estudos e

• considerando a r.re^ssldade do aflmar, Junto à Opl-


nlãc Pública, a orientação do IPÍS, rolatlvacante «3

prolleras naclorais tais cr foco5

- cor.sl lerando 0 rltro provável er rue tais assuntos ■


rão discutidos no Congresso;

- cor.nl d»:rar.dn os corprorlssos assrrldos pelo Chefe do


Grupo, cr decorrência do decisão anterior,

• cor.nl d orando, flnalrcatc, a Justa observação do met­


ro Chefe, de que "ura das ralares dificuldades encoQ
trndns ato agora r.o funcionar ento do órgão tem sido

a falta de corando e a de entrosarento nos setores


do íris*,

o Corltê Executivo resolve solicitar ao Chefe do Grupo


Ce Estudos as seguintes providências :

1. Coordenar as atividades do reu Grupo, do rodo que


ca-.* 1 dos trabalhos cncerendados seja objeto de dois estudos :

a) ü prlrolro, r.als urgente, fixando a orientação do


IPÍS quarta às llrlias gorais r.ue convon sojan obse£
vidas na el.Vorajão do anteprojeto; as conclusões

do Jruro dc Estudos, discutidas 0 aprovadas pelo C£


ritõ -xccutlvo, serão er.caninhadas ao Crupo de Opi­
nião Publica, não apenas coh vlstns a una ctur.panha
de esclareeiconto e conquista da apoio, tas tartes
para afirmar a prosença do IPÊS;

b) o segundo - necessariamente mais decorado - visan­


do à elaboração do anteprojeto do lei e respectiva
justificação, con todas as suas injunções do ordes
técnica»

2. Programar estas duas categorias de estudos, de rodo


que em cada reunião seranal do Grupo com o Comitê Executivo sejam
apreciadas as conclusões a que se refere a letra a acima, cobrindo
inicialmentè os seguintes títulos :

• Reforma agrária
• Legislação antitrust
- Reforma tributária
- Reforma eleitoral
• Participação nos lucros
- Telecomunicações
- Reforma orçamentária
- Reforça bancária

J. Apresentar o orçamento mensal de despesos do Grupo


para atender aos encargos solicitados acima»
SETOR T" — r<>S

TBABA1H03 3i ANDUIZNTO </r-

ASSUNTO RESPONSÁVEL ENTREGA

Lei Anti-Trust Denlo Nogueira

Reforna Tributária Kário Siaonsen

Rofoma Eleitoral Teaíetoolee Cavalcanti

Reformas debase Denio Nogueira-Aeele Ribeiro


(declaração)

Reforsa Agrdria Grupo do Katudoe


■•cmrcMNO Ttc"co Rio oc Jamciro,
PAULO O< A«*tS «Ht«O
5 oc rcvcRCioo M 1963.

Mku caro Garrido,

PtOUCI, LCVANTCI *TÍ A ALTlMA OO» rllTOl, mTo ARUCNTLI, ARRICt ...

A rd» MINHA CNCOAOA Dt SXo Paulo, TIVC UMA s£rIC OC MA1CLAS OUC tEm MC

ARATIDO BC rORHA NADA HABITUAL COMIQO. JUSTAMCNTC, NIM PERÍODO, CM OUC

OS C<***«OMIsaOS OUC DCVOtIA SATISPAZU slo, hXo «d VOLUMOSOS, COMO WtOCN -

TTS. Com o lf<5, cspccialmcnTc, tinha cu, sÒhcntc moa a 2a. OUINzcna do

MCS PASSADO OUC ATCNOCO 1 IIOUIOAçXo DO» SCOUINTCS COMPROMISSOSI

1 - RCVIsXo OC TrEs dos 'POSITION PAPCRl" DAS RCrORMAS OC OASC.

2 - InSTRU^Bcs AOS CNCARRCGAROS PA DISTRIOUlçXo oo OUCSTIOhXbIO para a

DCMOUtATIZAçXO DAS CMMlflAS.

3 - tOLAOORAR COM O GRUPO OC TRABALHO HA RCDAçXo FINAL DA LCI OC NCT0M-

HA AOrZrIA.

4 - fOBNCCCR NOTAS, PARA A PUOLICAçto MO JORNAL OO BRASIL, sBmC TrEs

DOS DOCUMC-*OS OC RCFORH* OC OASC .

5 - Fazcr um vCLATthio crítico s8brc o Plano Tricmal.

6 - ArrCMATAR, Al NOA OUC OC FORHA INCOMPLCTA O RCLAT^RIO SOMC 0 CSTt«O

SdciO-POLÍTICO OAJ dtTIKAS CLCIÇVCS NO BRASIL, CLAOÓOANOO VMA SÍNT£

SC OC UMA» TRINTA P/CIRAS.

7 - Articular com a Rcitoria oa WC, os trabalhos para a rcalizaçXo oo

ScminXrio »6e»t rcformas oc oaic.

8 - Articular-mc com o Alccu para ortcr otuc a colasoraçXo ha imtboow -

çXo 00 OOCIMCNTO A SCR PUBLICADO COM OS *POSITIOl< PAPCRS".

9 - Articular-mc com a Raoucl oc Quciroz para a cladoraçXo da Cartilha

s8o«C AS RCFOWHAS PUHOAMCNTAIS 00 PAÍS.

A minha ida a Álo Paulo, tomou-mc oma schama ocssa ouintcha, o ouc nXo

■CRIA NORMALMCtrrC UM ORANOC IMPCCILHS PARA MIM, SC CONTASSC COM A SAÓoC CM


-tc*co
PAULO DC Atsi» Mieemo J.

PLCM I* ÍATAMTO, FALHOU tt cfcuL# M falta M ,-n<

IAM*» AOUCLCI U OUCM Cu OCFCMCOlA, CM "UITC, PARA a COMCLuJ»

■oi TBAOALMOt A •** X OOOtC-MI. 1», M, aX0 CO-KOJI AI<*A • COMVATO COA

• Ccu»timo BasFlio Fm* vtooiAM o eociMCaro i’»»c a seroam ao juoiciX*

aio; .Xo comam aima msibkaooi oi aaracct ouc aot«Ie tca imtiuíom fc-

pa o MCFARO OA1 lurauçtci i5m< o Mino*ltn aluoioo; o Chaccl ouc

CITAVA CMHIHAHOO COMIOO 0 PLAoO Fa IC-.A rrraou CM rÓU*4 C FOI PABA Pt -

radrot.ii; o Alccu tamb/n coutirua <■ íi.^polis viwo ctraaloicAMNTr ao

Rio cm homai hXo nitviAMHTc rixacai; es com a Rabucl ivccibiva

mcmtc maacaooi iXo mmric AOIAOOI roa motivos K viajou «» fim, a c£

laooraçXo oo Ptoac Xvila c oo fchoal m M h amaita cm iimciilu «»

MC IMFCOCM OC ACCLOAB MAlB O ■ fTX> rMU A BCALICAçXo BO ScMIMjfelO.

De àa ai fu ia fi casam ac .c ii«'u o» últimos paooo ouc coam imi«fc«-

sXvCIS PABA 0 PBCPAAO M 1 foTCÍC A M X HCFCaf MB ITCM • ACIM* C

FOI-MC CMTMCAUC ATÍ MuJCf O «uc MC OMIOA A <MA MOVA VIAJCM A BRAoClIA

RA Mlt-LOl.

TUOO l|TO CAIOU CM MIM IA» MABC KsXaiMB tf SOBMft»O OHAMC *1

OcuraçXo CM oclaçXo 1 IUA roaiçXa jutto aa Csmiclbb oe IfCS ”11 «Xo l*

ca*€ acsooosAaitiMM MB Caaai mimuc atuais LIwIvaç«<i au< l«!•*■»*<

TAMCKTC, MUM MOmCmvO CM «U< 0 IFtS Tt» UMÍmCIB CM TOBOS OCMABALMOt «M

■•con^H* T^CMACO
PAULO OC Atwt« ATOClAO

PO OO 1*3 M»C BCMMC CMCOMWCI UM A-lCMtt M M*« AFlMlOAPC IMTCUC-

TUBL C OC POMTOt AC VISTA * M M »*•» AMAOAVCL COMvfvit,


SrtruiK *TivT?\?~3 rrr.vnvimi peto cn,,7o de

FSTirpOS RO PERfojO CÜ*T?£-»?T?O P<TR£ ?-'AJO DE 1962 E FEVTR-T^O

gS 1963.

I - 7? \T A! 1-03

1) A?erfoiçoereoto do Anteprojeto do lei relativo à rc^cgri do luciop

2) I^rlslaczo Anti-trust

ror** elaboradoo dois sotudoe. 0 primeiro do anúllso • orítlca do


t^stitativo ajrcjcntAdo psio Senador Sérgio L^rlnho sóbro o projeto
J-55 £* C2_>ra doe Ec^utadoo o o secundo dlvulr, ido no bole tia ncncal
da Zntldade, es que •• procurou definir o pcncamonto do D**3 sobre o
esrunto. 0 relator da matéria foi o Sr. Lênlo Chi.as Koguolra.

3) *ürfonr» de ?ue', posição do IPÍS

Abordando catérla política, econômica o social, o documento ea


erjoa, procura fixar a posição do IPlá em face do problema das chama­
das reforua de base.

0 trabalho,que mereceu estudos exaustivos e arpio debato coa o


Crupo do Doutrina do S.Paulo, f voa do ser divulgado através de publi,
cações periódicas no Jornal do Brasil^ será lmprosac em folhoto|.

4) Reforma Constitucional

0 estudo formulado pelo Dr.Carlos José Assis Ribeiro o que dovcrd


ser divulgado no boletla aenaal da Entidade, visa atualizar a coadu­
nar a Constituição à realidade da vida nacicnal. Reformula, outros-
alrn, determinados pontoo em que o texto constitucional se apresenta
ultrapaceado ou desajustado is necessidades presentee o futuras d» ao
cledade brasileira.

5) Palestras e Conferências no Rídlo, TV e Aenoolaçôes do Claswo

6) Congresso das Reformas de Base

0 Congresso recentemente realizado os S.Paulo e promovido polo Ccr


rolo de Kanhã o Pôlha da ianhã, ccntou com s ativa pnrticlpaçâo dos
rcrbros do Crupo de Estudos, Senhores José Corrido Tórroe, Dcnlo Chft-
gj| Worueirs e Paulo Assis Ribeiro.
2.
II- TRAÇÃO

1) H» forma Agrírla

0 Grupo da íral«lio» encarregado do estido de a-tárle • oon«vt»f-


da poloo Senhor** Zdgard Teixeira Leite, Dênlo Chefio Nogueira, Pau-
lo Asais Ribeiro, Jo*4 Irlnau Cabral, tule Cirloa lanclnl, Vsnderbllt
D.Ejxtob, Jullan Chacal,Cândido Paula tachado, ~ » jOa{
Arthur Rios, realizou 31 reuniões, achando-ta coa aaua trabalhoa prd-
tlcuxente concluído*.

projeto da lei que, acompanhado da cor.petento exposição da aotivos^q


tá ae-o^í^J^aar encaalnhado ao exima do Coultê Exocutivo.

Complementando a proposição ea apreço a consoante estudo opreeen-


tado polo Senhor Carlos Josá Asala Ribeiro, foi formula3 Anteproje­
to da Dnenda Constitucional reroindo sobra "Justiça Agriíria".

2) Reforma Tributírla

A proposição elaborada pelo Senhor Mário Renrlquo Slaoneen foi


discutida a aprovada pelo Comitê Executivo. Iwr.Jo ea vla^a que po —
quenlb THersçôes foro -nrerl dam ff'trabalha, fautor procedia sua
revisão final. >—

3) Ingudrl to tcbro a R»trvt’»ra<^ !a ^t^reaa jTi ív^Ja^-

0 trabalho se daaenvolve aa colaboração coa o Grupo de Integração,


üa Grupo de Trabalho, integrado pelo* Senhores Paulo Aseis Ribeiro, .
Alberto Tenânclo e Juan Mleeirllan, foi constituído a fia de

4) Cru*38 da/Inflaçao na Hun/rla, Cricia e Ale/nhs /

0 trabalho aa causa,qua vea eepdo elaborado pelo Senhor Danio Ch*


gas Koguera, aatá ear-vlié* àb Ar «Kfneluído, dependendo apensa do da­
dos finala, a eerea fornecidos pelo Deputado Kalaundo RadHha.

5) Reaeeea do Lucros

0 problema está sendo reexaalnado pelo Senhor Dênlo Chagaa Noguo£


ra que prepara ua eubatltutlvo «o projeto do lol do Senador Daniel
Krloger apresentado °o Congresso Nacional aa fino da Legislatura pag
aada.
3*

XXX- THABAXH03 PROJrTADOS

Foras

J) F«»iul— >tbf o Crio a« fautlnsio dit teprô—


I1’ B S . iRiTiTrro D* ruonrn * dttíoj mkiam
*•••'*• 1W . M,. 4.^ . 1^^,. |lllt1

Proto. c«»Jj o
•ão Paulo, U do jubo da 19ÍJ.
(
Ao
IFtS - THTtlTWi DI PESQUISAS S ESTUDOS SOCIAIS
At. Joed Bubea Fonseca
At. Hlo Branco, 156 - a/2737
aio de jate rs o

Hf» o«.r.^a
Prezado Joad Ibibea,

M roopoota a oua carta 4a 3 *a aalo


dltiao, deaojaaoa elguao eoelqroclaanlooi
a) Pi coa cooblnado que a HSAST1C fa­
ria para o IPts oa oetudo aAbret • A participação daa es
prtaaa govexnaneotalo aa foraoção do produto Mcicnal*|
oatlaatlva doa gaotca do icvaatlacntoa daa aaprloao go -
Tarnaaaotalai onálloo do balanço operacional daa eaprd -
aaa; poaaoal tnpr-.gado;níveia d» oalárlo; pndutivldadoi
cooperação coo aa aapriaea cooglnoree do eatdr privado |
eonpo.açâo coo a Inala, Pequiatão, Iudonáala a Argoatl -
DO.
A ooaaa participação no euato daeoa
peaqulaa seria da order do Ml.248.000,00(tua nllhão,du-
centoa e quarenta o oito all crutelroa).
Eotavaaoa eartoa de que aaaa peaqui-
aa aerla raallzada lntelranente pola PTA5T1C o abnngo -
ria oa eaapoa nacional, eatadual o auniclpel a algune -
doa prinoipala centros do paio.
Io entretanto, pele carta do 3 do -
■alo, vorlficeaca que ao pretendo delegar a oata secção
una parto da ptaqulaa. Ora, oa dlatuaoaoeaoa da peaaoal
auficlante pa>a aaaa peaquiaa obvienooto não lrlasca •
encarregar dela outra entidade.
Alia dlaoo a carta não aaolaroco a que
aaprooaa oa aproaentarla o quoatlonárlo roaatldo.
Subaotido o aaouDto ao grupo do traba­
lho respectivo, concluiu lie pala iapoaaibllldado notarial
da execução da peaquloa, ooncluaão aaaa aprovada oa rou -
■ião regional Coaitd Executiva.
Subacrovo-ae,

João Baptla
Proa1denta
APÊNDICE O
Correspondência de Sônia Se&anfredo com o IPES

JZ,/w Dfrrt «w
4
TaxW da oarta enviada aa SWXrao ano paaaada.

Botado «a Qa*nabara,19Al/l945

ao tr. Joo4 Davi o a quoa ■ala pooaa inte rosnar


Apêe aailto ponoar resolvo delxsr.por osorlto,) que penso ••*re
o Minist4rlo do llanofaaento o alnha posição diante dãle. Acredita >«i
nha pal^vra.se no panando vaiou ilgrn eoim.de vo rd, einha hoje.valer alto,
peia não mdol. lhiitaa ooioaa pode* tor andado.mo contlmo sendo a aoeaa
peeooa.caa a sassm lddla*.
Tenho falado mita» ooiaeo par* oe que po cousa a força • o po-
eor nc são. 9 se abo, ea troes, palavra* e mio palavreo, eea nenhum realida­
de objetiva. Não tiv* mdo de enfrentar a ação ccanalsta e corruptível doo
tsapos de Joio Toulart. Mão terei aedo,agora.oe necessário fôr.do sagre t>-
tar o denunoiar a grande traição política que oe fax ao o ideais da um D»-
aoorvela radia, Klaaontoo âd passado, prestigiados pelo Governo ■evoluci*-
nXrlo, procuma, lnclaalvo, desBoralisar Buitoo doe que deixnna seus nome
aproados pela lubn que enfrentara* contra o coami»so e n corrupção. Feio
aonoo.por levar de gratidão,êstee deverias ter mie respeitados,
eu oaoo 4 típloo,exeapllfica a traição. Procurarei,ea pouoao
pnlavr*' (c que 4 bastante difícil) relatá-lo,
£a 1958 entrei pari o OUrao Pr4-Vestibular da ^culd^de Nieioml
r* -zll< -.ofla. Procurada pelo grupo coaunieta e smral do prof. Vieira Pin­
to, nog 9i-Be e participar de bidemaa. Por loeo,fui perseguida e loomra-
llzndn r-lo rrupo. Entendí que, por um queetêo de princípios e f4 deaoerã-
t lcn, de varie coabatê-lo. Nae.ôlo não agi® Pari e cabe tê-lo sra precldo
combnter o coJiunioao em suas cauaaai corrupção,ooaodioao,oaisoão,coniveik.
oi* e e itea detentoras do poder pol í tico,econôaico e inteleotual do paio,
ortncly xa responsáveis de todo o erro ea que vivíacoe.
Ea 196?,um greve polítioa,decretada pela UNl.roi aceita polas
univore ■ iadeo coa a conivência de reitores e diretores. Depois de mito lu
tnr.ool -itando a Beua colegas qus não partleipaoaea da greve,õleo.coagi­
dos, não »• ouvlraa. Ti vo que 'furá-lo" sozinha. Sofri novas perseguições,
prlnc ip Isiento parque relatei,nua? o4rie de reportagens,a ação nefasta da
U*IS e dc ISèB. Então, depois dioeo.coaeçou a exploração sórdida de **lruna
"deaoor Ai’ que visavas,apenas,encontrar porta-vozes para def Indo roa, não
or ldoa:s de uaa taaoomoia,ana aeus interesses partlcularvs,pois suas
pr-prlo idee, posições, ecc. , esta va* amaçadae.
Aeeia.fui oonvid-da pelo IPJS(4rgâo que a tftuio do defender a
De-oerur la,não passava do um indJetria rendom do anti-coaauiioao) a pu-
blicar u> livro baseado nas reportngena que flsora *a jornal. Procurou-*e
a Genor Golbory do Coute e Silva. 0 IFES recebia dinheiro da várias fon-
tas par- difundir a d-? soer tcia.Bne a ailor parte do dinheiro ora -*»1 «eate
1* a* orde ido* polpudo* que dama aaie boa-eetar a generais da ramrv* * a
outros loaontoo que ta nadn ee arrieoaraa na dofõea da '-eaoemcla.
0 aeu livro - UNE, Ine trua-<nto de &iu»tr«ào - recebeu finanata-
Bento IYE3. Meu odltor foi pago para editar o livro e,conaoquonto*enta
vente-:.. Min binto At4 hoje nn<j^ei quanto* oxeaplerea fecq» jablloas^,
- 1 -
*** fama powao,pala to»a o Braail • conheceu. b dlaheUa recebi apaSM
I *• *ta*» doa dl-«a quina a all ■■—>!■ rv»,núa«ro que ponho «■ dúvida.0
Hvro foi vaadlda a O-| tOO • r*ceb(,aponae,O* 420.000,dinheiro pingado aoa
01 70.000 par não. 0 m,»c ooatrdrlo 4o que faria oon cu*roe,nio oo doo
• eoetava aaqwr a p»Aia-ae al<Uo quanto « rua participação na edição,
pola aãa peOerla *oo r tspri reter*. Wo MO entender oooa atitude ohnae-aa
ws>loração o frveOa.
lot»v» coo tôdne ao portão fechcdaa,prejudlcada polo MiaiatX-
rio da Eteooção ea ainm oroflaaão. Racorrí ao Gol. Golbor* podlndo-lho
paru tiahalhar «a DiJk HOJ £u não podaria txtbalhar no TPT, porque o»>
‘ow MalU aareota" o o boa aoae do IF3S seria prejudicado... Por ingá-
«mo kaeaJloao todo espertei e ctin voa a»ie ainhn vida ao frovmva prvja-
ÜO»*,
ta dooorrÔBCla Mo lia.x>,fui depor ba CPI aôbro a U5i,ao ^ma£-
lia. moto trio di»o relatai,co~ eromo euflcientoo,tôds » hlatdrls o
a^a a TVt. Sofri difx*içôeo do -l--un* deputado» que acuosvíb-na de "iW
:roM*.*lLC»or»ato*tetc.£BtÃo,5c»bei da ao enterrar. Dioaa oaita o olea por
lofor-xôo da ora. Iiclnhi *0itão d*t Cunha que sabia rrndar aen carro ao
toaaoa- aa oooa par* ir vá»lo. So rui ona» ouitoa coounictar ao Xvunlaa o
ela f.eavn eaben&c da vulV coisa. Oiria-ae e padia-ae,pelo «xor de ^vua,
-vo j aslo oeu MB» tnaaptreeeaae eu alruc*» coiaa. CUapri,fieLaento,e
«o oi de léoulle'«a..,
falo »*rvvoluç?of Vir» eaper^nç» nirotJ ea ala. Por incrival
pá» j roçt,» Prvoluçio' procurou pou-nr • prestigiar oleaantoa elViaesto
•arpei»»;e per tôd» • dec'. iêncla lêate pie. Is eltteo coJero«aa, fon
o^a ' «leo ua«^ la tC.^ea-.raa i aor nocutorao da "revolução*, feaoe,

»1
eaaa» »,» a 1 «**;•«. a* ixlc*4rio di íducaçno: o aaaao Cc.nael ho Padernl
t-ae 4o.oa asasse dl^etoroe da ivlecea a □iretorinoíqu* paraitima a

H
Bwtl oâe da» solvera.X »oe,j >•• iria fova,oa grãaoo, a'O.),O»> aaaaoa
*.*• m or7«a*B-ta,o ->*• oquivilo dizer,a asam a»ntalliado retrógrada o
eorr v-a tarar.te miltoe • nt«o ujitaUb coo i edueaç~o do paia. 0 pro-
»la» porvuo ao aãal-a, don^e do onaino no Smoll, foruaa ua fou-
ao o iie vedas oaitlr v»e MMi.» «; «santo nôno penetra ea rua lraaadndo.
■ a < -eao oi» fcereii ir loa. ?»r».-t» necearXrio leab'*ir oue o Bmoll 4 ta
**(• m «anta Jeaea a a j.ventudo deve ter eu» vos» A dnioa juventude pro£
tl<L ta pela 7wór’u> 4 • «*• aa praeenta a asava »en tal idade daa elltae
<*, i< woo-aa parv»e Mv eetaa e.í'ee que serves da "pietolxo* aoa poucoa
jov* i 1** eatma n • e«of .*- rl<e,
foi ai» ♦ a o* . o,oKei.pj if;oo o rua dlaaa fclan. Convidada
o*4» b •reaolaç'** p r »a-vlr m, '.«oinota do . inietro dupl iojr do Lacerda,
Pui ar reeoaaa»*ta / n lr *c Pir^nd, fi«er oonferãnoia nn Unlverai-
(tonn* aipi’ •» »to do »«»r •entiç«o,aaainada pelo Mlntetro). Oia-
ri "ie '{«e o« falekoo * n*o»«ei «ao «o ranov«çãu »0 alotaaa aOMaoional
• o» anel***** • rr» **'r» '-*•<»•... V - rdor revo! uaionírl» doo hoaona p4»
bl»r e p»ar * "* ** ** •’’*•»* «• 1164,dl* et que o povo.eotarrooldo,otv
■he* u • ãni*" Hr*< <• ©eoe^lót-, dia 16 da junho,o or. tlaiotro B»>
pite ,o*a *»'*>«• eeai rvo ••ato, noa * aii**» i-oiaeão. Afio eaala par
. r•
>adido do ar. Pedro Oalaoo.lâto não fôra otasato o,eBtão,preolMva M vl».
do quoa durante «noa ooabtterB a ona oormpçêo ba Culv»mlta4e to fa-
Üll, Dopei» soube que a eapôea do alnlatro í prim to espoa* to tolaas.
Tudo os 'uailia. Ação entre amigos.,,
Procurai oa donos da"flavoloção". Io mi recebí tãto * aã vw>
ta de possível. Klnha ra 1 vlndloaçâo era pouca. fatia «Ido eogltato p|r» 1*.
olonnr na Paouldad» Nacional da Plloeofl»,•jxtaaante nr, odatra deibeupato
polo ar. Vieira Tinto, tia atira,aae a roa asetotontet eoBj.lotaa ísa í
eapôea da Gullherae Mnnderloy doa Samoa,do ISfB) «ar.Hm.-ni_ Sanuto at-
gun» profeaeôrea "tiaigoe",dataria eepertr,pola estava ‘BarjadA*. Ca eet».
drátloo do Curto wugeriu-ao,então,uma outra fcrxale. Pediu jjo bolse pem
pe»quleee(CrJ 70.000), Mão a obtive,apdz ter rctorrtto ao Coronel Perdigão
que,durante Beo«e lludlu-se,uaendo o nona do '4aml tolbery. C <r. Pedro
Calmon não toe daria n bolsa. Znquanto irao.na r*»en ípoe»,aluno» cccunle-
tas e egítadcraa do Curvo de Clênclaa Sociais to »,N.?l.,r»oeblaa bolaas
■aloraa.
Ptnalrente,fui apresentada to Coronel Plguairtto. iate dm-aa
toda a razão ca relução aos irvuo reer-ntlrentoe. pcy» o llnletárlc to
Plan'«jumento, Lcz bro-ae mie 'o air epresentato vo «r. 3is*r d* Souza,H-
rator Adninlntmtlvo do |. inlrtário.o Cel. Figueiredo diose-lhei* o Gal.
Golbtry pediu que ou fôsse tratada coao de «r família’. C tratas» ato
que tive no blnlaUrlc. foi inferior eo dlspocaado a u=c «atrer-dieM e r£-
rlor elementos do SNI snblum dlaeo,pol9 várias vezes 7>emv>-B» to alfa».
9So‘ £b Jnneiro do 1965,três meses iepole do ter entrado no Hai>-
tãrio do Plnne Jnir.ento, ror ordon do ar. Zdaar !• Scuze o fofccta" to to-
bln< to.jMinael a sor peraeçuito. TriBeiro.en lueotío do gelário.Iaqatlm to
ta ’odoo os funciordrioo for*m •uccrviios.aeooj «u. repele de -alta luta,
ooo oguí,oô eo carço, receber o uaente. PcpciJ.ea rel’Çsc a rinha elaed-
fio ção. Sou profeooôrn e funcionava no ae*or d« toirr#.»» minha ela»,
alf aação em de secretária. Perguntei n.- éyxce porque o refalraaento e
não a classificação condizente coa a minhv profissão. Por que não estava
ol* elflcade coto laaleterte,i*uxl aos eu*.r*a?
Eb Julho dêrtu n© uzs nõvo cnefe apareceu no »e*or lua tetor
quo oliBontn ptmaituo,poln nunc . ijreaentou u» tr»falbc sequer) - prof.
Jer te Uelo Qolv'o - que noóo trè" nOsoo no SPZA.nato fazendo segundo cora
ta ia relat<’tio),recebeu o prêa*o de .Ungir o »e or de educação do Gabi-
De- », C» ar. Jeoue.ã boa esclarecer,purticivou de várias ccaleeõoa too <o-
vê> wa Juacellno o J*ngo.
Suubo - da multo bo » Conte - que o ar, ZtoT la Sou ta encoeen.
ao ao nr. Joeun Mlvíio que eu fòa.-ie hoetlllznda,polfi oro necessário
■ei lar ua cnu". iu deve-la eer demitida, liraw »râ* oenee fui Insul­
to ■ i e hunlihitda por gente ees nenhuai* qu*»i iflcaçàti aoml eu •roflnelo.
azi . Cubo cu n*u "orlaras caoo’,rui efantuto <lc inir*árlo,tzia*eerviço*
ozerno. Bn "t rito eotwn 'Ueente do 1 ínl ténu, tr^eou-ee • ainha derru-
V a. IJa Jin.com auprr*M, ©nountre; iv» n‘'oo do nr. Vdaar de ^ouzn,usa
■á lo i|e Jenúnni'M feitos - ata, inclusive, • d» •z-bupago* do nerviço".
- ) -
8otranho,c mu abafa jaaala aa dirigir» a a.a pira temer qualquer ra«lb-
ração. Km, todo o Kinletário "aàbla" qu» ou ora oloBonto “neolra". SjQCl-
quai-M coa o ar. Bdaar da Souxa • diaaa-lht que erigiria ub inquárlbo a
irocaaaarla o autor daa donlnvlaa,pola aa aeauaa não anua ooBpravadaa. 0
autor um danlnciae envolvera peoeoM aatranhna ao Mlniotárlo. Procurai
aquolM poaooM a obtlvo a negativa da qualquer raolanação falta a aiaha
paaaoa. Parece qua o ar. Bdaar aantlu aâdo. Da fato,não podaria aar arbi-
trário.baaeedo aa acruaaçõaa aaa prova. Aa "dotaSnoiaa" torna arquiva daa
• paaaal a ficar a diapoaiçào do Gabinete, 0 ar. Bdaar nada fêx para ra-
parar-aa aorala-nta a,ao contrário,achava a altuação baia tanta oôaoda,paâa
teria aaloa para ateetao^M futuraaumte.
te princípios daata aêo fui charada ao Uablnata. Minha raaoqão
para o KPXA a a tava pronta. Ao «preeentaivBe ao novo chefe,Dr. Arlindo Lo~
pee,aoube,por êato,quo o Diretor do 3P3A não aostrava agrado coa a. ainha
ida para lá, porque 'ouvira ooaentárioa no Oablneto" (da 2drar,á claro),
Conslderal-m nomluanta iaptdlda da trabalhir no EfBA atá que aau dira-
tor fôaaa eeelvrecldo. 0 ar. Bdnar de Souza,avidentaaanta,achou minha exi­
gência UB «ibeurdo e deollgou-ne do kinletárlo,eem nenhux avíao. Atitude
arbitrária a indecorosa,típica do sr, an questão.
Vejnaoe,agora,porque nãp poaao aar do Einistário do Planeja­
mento.0 Binlrtário foi crl*do,tanbén,para favorecer parentes e aaigoa de
alai? troa, gente lxpurt >nte • acua amigos (una ircendade). As aearao elV
taa que aavpra ae nrvlraa dêete paia continuas lá representadas a o ar.
3drar 4 na execplo. Supõe êate ar. aar o dono do feudo Flenejaaento. Ou.
ba • ãle,rcB ver n cospetêncla ou não do peeeoal,aceitá-lo ou denltí-la.
0 i-liiatárlo nac oferece nenhura. segurança aoa eeue funcionário». Dava,
por ragularanlo,aceitar pcesoal para grupos de trnb«lho ralo eepaço da
aaie eeaes. L r.a-ui-.án o pessoal atá o dia que resolva disnensá-lo. Apáe
fte r coa um funeionárlc B>ie de ub ano,não taa nenhuma obrigação para ooa
elo. (viso právio,indenizeçÊo,seguro contra aoldonte da trabalho,direito
a cria»,nada díano existe. Leia trabalhistas não são conhecidas no Vinlo-
tílo. Lm oo funcionários tía horário a cuaprir.
Ga salários verias cob o “p'atolÂo" do sdaitido. Há caaoe aa
qv* oo elatentoa tidos coto partleipanteo doo grupoa de trabalho,aá «pa­
re c e no fim do são p^r»' recpboren o ordenado. Winguán pode cravar a a ta
de- Inala porque o ’ inistárlo n”o é efetivo,não oatá sujeito a lei o oaa
há ranto p>r»-. t, -esso-xl tácnico.
Qi-_nto è r-.rt» política,o ar. ídrar da Souza disse-no,ale mb-
BO,que fixara o canptnha do ar. Hlgr“o Lira dentro do Linlstárlo ( ub
4r 'u do Oovêrno prcacvendo contra-revolução. ..). Sle tea mito Kâdo do
S^I. HoaoB que rdora intrlgna.faz de oeu gabinete ura fábrica de dlfaraZ
ÇÕ-a a calúnia. Sol,por Informe de jente ligada vo Gabinete,que o ar.
Bdiir aaapr« ae qulx vor pelaa costas,norque sou,no eau endentor,"agen­
te do Sin-, Sue nedioorid--'lo artpõe loto porque fui apresentada a ale por
ae broa do SAI. "vldenteaente,dava haver -lrura ooioa,poio quea ala erra
não toas... u seu p>ivor -»o 311 f«i» de tia ub elemento indesejável. Sua
- 4 -
atitude í aulto entranha. Ião tenho a aínljM ralação coa o peaeoel to to»
bine ta. Conheço poUquíaalaa ««nte do idniat4río e tenho anl» • <?»• fuep.
Anrovalto o seu teapo lendo, dando aulas, tatu dando • não ^Teaendo fofocu’
ea gablaetoa ou fora dêloe. Tudo que tenho a dlxor,dlgo freeta a frsata
• ooa ia to Ira reapoMabil idade do aaaa atoo.
Declaro, no final denta expcelção,que,Moto peio podo tenrp*.
to aoralaonte lgunl a ila,Mi superior nzo. Não acoito bunilheçio * per»
ooguçõoa política# do olooontoo que,pelo o eu próprio paasdto, tora riu •>
tar banido» do vida naoional. Aa lodo d* alnM fonação «oral poaeo ecrea-
oeotar,aen aer pedante,ooape15nela profissional o eoragea onfiolonto para
danunolar pòbllcnaente,ea neooaaãrlo fôr, o que conaidejo fraudulenta o la-
baoil. Exijo aer tratado coa o ddvido respeito. Kau nusado atoataa hona».
tldado • ooragea ouflclontoo.
Não dou autoridade pAAi o st. Zdaar de Souza pari a« desitir
do Jugar nonhua porqur o aesao não toa eondlçôe» mr» fezã-lo. tle aão 4
dono do Flnnojnaonto e toiito kooo» peeaoa cip-.cltato vera julgar cospetít»
eia o ação da outma peaaoaa desvlncul:dao de cor-ce i^re linhos. C eeu
ndior defeito para êete tipo do perooa 4 não eer elecentos de fUchieos.
Aaauao inteire rapponaabilidide do oue digo. Nío nrecloo entra­
gar deraíneiaa aea assinatura porque não acu isente de lnfonaçõee (o er.
Devi ae havln podido inforaeo lo Planejtaento ses essiBOtura). klnhs pre-
floaão 4 outra. O que r. ei, coa os reepeetivoe noa«a e situações oó eerí
utilizado publlcaaente ou nua prwcoaeo aue -odorei ncver contra eleee».
toa do O-ibinote do í inintro do Plcnejnscnto.ctio persista <- perseguição
política que s« faz cantr-i aLa,boseato ta atitude de mu pecando, lort-
dlto o tenho certeta,mesmo, que o er. Linletro não s"be o ou* ee fea es
aou lnietdrlo. Seria conveniente que o aesao eetlveeeo a pir.
i sul to tonno.dinae a “revolução* ,que noc -enbo Mividato
po ítioa,pró ou contr- nlruai colos, Quero continuar a nãc ter nenhuaa
• ti.'ldude política,pula .wreilto que na hora ntis deoisiva dei nlnh-. eo-
lnbomçâo.lLBentàvelncnte p r* ficar "Bwrcndn". Kau.ae necoesário for,
etberol lutar pelo.a atua direito" de cidadã insultada,caluniada • preju­
dicada por olenentoa conproci stidoa coo governos deuoutos. Che-ou a ntnha
vê- de exicir reioelto e con lcc**içâo. Se eu tiver que continuar "Barcada
Mil ta gente "bonzlnhn- flc-r/ •• bía.
Esp-ro que ent* •xpoelção,nulto resuald- poeua eervlr de sodl-
tação, Gostaria de fin lianr ore'.-.recendo ouí não considere nitih" ida po-
rc o Minintérlu du V* naj iaiento uxv» eenola. Pelo que fui e pelo que aou,
acredito ner ub -lavar dn jutrlçn.
Sônia lorl* S. StFiafrcddo.
Rio de Janeiro,?0 de novembro de 1966
Ao Conselho do IP ES
Apéa decorridos três anos da publicação de meu li­
vro, ÜW1,Instrumento de Subversão,edição financiada polo IFBS,venho ao-
lloitar o pagamento a que tenho direito e até hoje esqueoido.
Poderá parecer estranha esta minha atitude de sé
agora exigir uma definição ,por parte do IPBS,o que há multo deveria ter
eido feito por ala. Explico a a itude que ora assuao porque oheguei a
ooncluaào de que oe ingênuos idealistas nada valem no oonooito o no rea
peito daqueles que dêlee sb aproveitam. Tudo que 4 do graça não tea va­
lor, ao contrário,4* deapretodo e esquecido.
Para melhor ecclarecer a situação.ouaprorae faser
ua histérico de ainha posição entes e depois da revolução,aosia ooao a
participação do IFES noa acontecimentos.
\ntes da revolução,um IPE3 rsosoeo,recebendo di -
nhel.ro de vária a fontes a título de "preservar a Democracia",recorria
para tal eneergo *io trabelho de ide.tlistas que deveriam comprometer -
-•O a jnsmis pronunolar o nome do órgno da suno campanhas. Setes ele­
mentos, entro os queis me incluo,não receberoa ua centavo sequer pelo
trabalho oesenvolvido e,'•lnd*',custearam despesas de eou próprio boleo.
Depois ds revolução,cuja pregação poucos tiveram
a coragem do f'-xê-la etertiBínte,o IPE3 tornou-ee o •únloo" responsá-
vel pela nessa revoluç“o,conforme podd-se deduzir de publloação pagA,
pelo próprio IE2S,à revista SJLÍÇÕE3, Hoje,em liga com o Klnietário do
Planejamento, Banco Kvcionnl d-« Habitação, SUNAB, IBRA, INDA.BNDE e outros
érgãoe do Governo ?eder-<l, apâume o IPES a tarefa de dirigir a Haçãp
recrutando elemento.' do aeczio pasnado corrupto e irresponsável,elemen­
tos que, inctuslve t.ntl-revolucionários,pereegueD,Btaoam,pre judioam e
desmoralizam aqueles que no p:.errado tiveram eeue nomee conhecidos po­
la ação revolucionária (é preciso especificar bem: nãç uma ação revolu
cionáala de erquerdn.nrio a ação revoluoionárla que determinou a queda
do govêrru pneeado). (J maio lnaentável 4 que tale perseguições'são fel
tas aberviments,cou »• puoilanimidade própria dos cientes de que suas
ações awurnlo ou imor ie fienrão impunes,pole o Governo que a partir
de 1964 ee instalou nu Brasil Iqvh es nãos como Pilatos na cruxifica-
ção de Crtoto e,-tinia,continua n prestigiar oo mesmos elementos de um
passado oue deveria ner osquecidè e renovado. A principal careoterís-
tica fil onóf ic~., niotórlcn e cooiológioa de u*a revolução é a renovação.
Esta n“o foi r« ! lzn La no tJr-ail. ü que houve foi um movimento para sal
var 88 sliten c.eaçadns. tas,por quanto tempo tais elites poderão,ain­
da,dormir tr nquilas? O que • oontece qunndo unn olnsoe média oomeça a
ser arfixlnJr. e eir.purr-ida pr-ra bi>lxo,nlém de ser marginalizada de qual­
quer processo per í tico? A Inglaterra de 1660,deu-nos o exemplo} a Pren-
ça de fine do rcculo X/III,teoibém. loto par* citar oo exemplos mais oq-
nheoidos.
- 1 -
Apó» iate preâmbulo,pesoo aos fatos de anta* da re­
volução ralaoionndoa ooa a alnha peosoa.

1 - Ao ontrar na Faculdade Racional de Filoeoflafo


ndcloo universitário que na lo desenvolveu o ainda desenvolve um ação aub
vera iva), dev.do aa alnhaa idéias o recuas en participar de uortoo epieó-'
dioo.pnooel a aor perseguida pelo er. tlvaro fieira Pinto,catedrático de
Hletórln da Filosofia,diretor do 19TZB e hoaea de influência doa destinos
da Faculdade.
2 - Ea 1962, jí conhecida anterioraente por artigos
a reportagens no Jornal ünivereltário e ea coluna no Jornal do Braall(a
coluna durou trêa aeees.poia fui dispensada ea julho do 1962 por artigo
que não chegou e ser piblioado o no qual razia um enállas eõbro oe ob­
jetivo» políticos da greve| a linha do Jornal,então,ora favorável a tô-
daa aa agitações polítloas. ..),fui convidada pelo 0 Jornal para publioar
uaa sério do reportagens sobre a ÜKB. As reportagens,sob o título de
"UKE,r.enlna doa Olhos do PC",em núaero de 14,foraa feitas gratui-
taaonte.pois recebí frt 2.000 (dois all cruzeiros) por raport*gea,tua
total do Crt 28.000 (vinto oito all cruzeiros) que o jornal levou asses
para as pagar.
3 - Aquelas reportagens interessaraa ao UZ3. Coxu
foraa cnrta datada do 25 ds outubro de 1962,assinada pelo então tenente
Heitor Perrsira,secretário do lenernl Golbery do Couto o Silva o cuja
fotooópln autenticada segue r.nexa a esta exposição,fica caracterizada a
participação do IP£S na publicação de seu livro, UWK, Instruaento de >»lu
vereão.aesia coto a porticipação ativa,de alnha p-rte,ea outras ativida­
des.
4 - Re págint 3 da carta ao Cap. Heitor Ferreira
há o trachor" ?oi então que âle ae âisoo que trataria pessoal»anta ds
o*»aainhAB«nto da publior.çno, pois elo é da reaorva e eu nào". Ds fato,
fui chaitaân pelo General Solbery e o nrocssao da jaiblíoaçio foi tratado.
0 editor luxeroindo dn lochi nórea jxibllciria o livro que seria fínais-
oiado o, portanto, venlldo por preço bea mia inferior ao era custo real.
Para efeito de "legulÍ3tçnoa,nasinei contrato ea que ficava estijxilado
que a autora receberia 10.* (aex por cento) do valor do oada exsaplar,
oooforno rerra ea qualquer edição. Diaoo-ae o General 'lolbery que depois
trataria,conico,ud pig-«»*nto suplementar por porte do IPE3. Até hoje não
reoobí o pig-vaonto o o assunto rainca mie foi tratado. Devido ao aeu
oonotran^ÍDonto, Jmla voltei ac issunto.o que faço nêote aorento.
5 • Outro oovunto rel-ciunnrto coa o livro roferm
-aa "O nifooro exato Je exer.pl' roo publlcidoe. ■*. ,é hoje nnc sei quantos
forna, ulooo-ae o editor o consto no contrato, 15.OCO (ouinze all) »x»s-
plaroe.L* n,*\r>ea*ir Jo nv inço d” oíõncin,nunc'> tive notícia que livro doa
oo crio. ’»lo "U" noi.toao o rir* sil o recebeu ea quantidades do 500 pa­
ra UáZ2^ iccolr. -i’lt.r,filn i ilirar.b-.aes &ilitr.roa,enti*iadea oi ví o
rocober mno eu gr ndea ou* nti«K*en. leio que eel.no F*r né,por exoarplo.
2.CCC (dois *il) exemplnrsa forcolocadosl #b S“o P»ulo,mnis da 9.000
(nova <ail). E nos outros luares? 'ind depois da revolução,soube que o
IPXS pramv-u conferencie no Rotnry Club,onde aeu livro foi distribuído
o nea jcquer houve i gentileza,por jvrte do ITES.en as convidar pare as
•latir a ttl conferõbcia. Situação muito côrodn,noia a prejudicada e aar
oadi sou eu s,c**.da vez mie inieiqos ■ r ranjo c*em nenhua apõio toral da-
quôlen que poderia* o deverias ae “rediair".
6 - C-AUse-ae estranheza a **itude do TPE3 ea rela­
ção \ mnha pessoa,pois sei oue outras publicações fora* règiaaente pa­
gas. Sendo o IPiS uk órgão que recebe dinheiro de várias fdntss para
“trnbalh.tr pele Democracia",evidenteaente as pessoas que,de qualquer oo
do,coltbora* coa êste trabalho deveriaa reoeber a remuneração devida,ao
senos um ajuda de custas.
Loco -ipós a jxiblicação do litrro.ea 1963,estive ea Bmsília a fia de
depôr nr. CPI pera apurar responsabilidades da UNE (aeu depoimento durou
três dx-.a,co=. sessões pela manhã,à tarde e até à noite). Tive passagens
e estaca pagas pele Câs-ira doe Deputados,me todas as outras deeposaa f£
ram fel*-s por ai*. Peguei,de aeu bolso,sais de 50 cópias fotoetátloae,
autenticações ea cartório e ainda e cozpra de alguma jaibliceçõea neoea-
aárias. Z naquela época,já fornada pela Faculdade,eu encontrava todas as
portes íech-daa p'_ra o trabalho,porque o grupo doninante no vinistórto
da Educnç~o noala o exigia,devido a alnhe ação. 0 General Golbery e ou­
tros gene~'.ia do IPE3 aabiaa de tudo, Ao pedir para trabalhar no TP2S,
a resposta foi evasiva e coube depois que "eu estava muito marcada pare
pertencer ao IPES". Quanto ao pagamento que deveria ter aido feito a ai*»
nunca vis foi falado, keeso assim,co* tôdaa estas dificuldades, ainda pro
nunciei conferincias ea Seo Paulo,por várias vezes (inclusive no Institu­
to Tecnológico da Aeronáutica) e ea outroe lugnres. As viagens e estadas
era* pagas pelos que ne convidavam, ms tôdae as outras despesas sra* pa­
gas por ala.
Até nquí falsl do passado,do antes da revolução.Não
escreveria esta carta,deixaria o passado esquecido,não fosse* as conse­
quências que enfrento,eovldas pela vingança,pelo ódio,pela falta de oa-
mter de nu 1 toe que estão e* lugares errados. Acredito que um Governo
que tsnha cooo cabeça o IP£3 deveria,por questão de respeito hunano,ho­
nestidade e até eavalheirioao,porque afinal de contao sou mulher,ter u*
pouco na is de consideração para comigo. Tenho sofrido as pipreo peraa-
guições e ao redorrer n pessoas que *<|tonhece* e que têg* a força • o
poder nas anos,cinda ouço orítícaa:"vooê á afobada,está nervosa,imagi­
nando coisas,etc.". D fato ó que se antes da revolução oo‘rla ataques
doe que tinha* posição política contrário n minha,agora a situação i
be* pior. Eu tenho o direito do viver d* paz. Ju tenho o direito de trj
balhnr. Ju tenho o direito de sor respeltaln. Iara um idéia do que te*
sido n alnhn vida depois desta ohnjnadu revolução,relato alguns fatos e
eavio, taab4n,o texto Ao uaa oarta que onAoreoel ao «gn a» ím F"TT*ft,á
posa ea que prooieoi aaeaçar para eor ua pouco respeitada. Ouapro-M tu
•or uaa rotifioação ca relação àquela o arte t o Governo do ar. Vegrio Ao
Llaa apresenta gente coa rooponoabl 1 idade,docénoia a taaaalaao,ooloa «■
pouco dl fio 11 de eor encontrada no governo revolucionário,polo aonoe ca
relação ae pessoas ooo quea tenho tido rolaçõoo funcionais. Mas, vou ae«
fatoe.
1 — Logo após a revolução,o então Ministro da Mn»
oação.s*. Flávlo Suplioy do Lacerda,ohaaou-ao para eeu goblaoto.Poalaro»
ço que não fia nonlaiao rolvlndioação pelo trabalho paoeado. Pui eeavldarf
da, dopo lo ooube porque, para servir do eocudo provisório às latançõeo “re-
voluoiorwíriao" do alniotro,naquele aoasnto eorto de que uaa revolução ea
tõntioa •» tingiria a '■Bducação. Faseei ua aôo no Miniot4rlo. O pessoal 4o
paooado estava todo lá e não oocogou enquanto nõo oonsegulu acu afasta
aento ntmv4o do aanobmo das anis sórdidas possíveis. O próprio Mini*»
tro,atacado pelo projeto da lei Suplley, doolarou aoo estudantes da Ü1B
o ÜKI,qu-ndo criticado por êstos,que o projeto ore de ninho inspiração,
Pol uaa atitude,á olaro,8sa quallfloução. Jaaslo fui perguntada oôbro
qualquer pcoição a oer tonada ea relação à ÜMB. Al 4a do nala,tonbo au­
tocrítica suficiente para reconhecer que cou ua pouco aalo inteligente
do que o autor do projeto,que aliás,e*4 hoje não oei quea 4.
2 — Apóe a eituaçêc en que fui colocada no JCTC.m-
oorríe.o SHI.nn pessoa do Coronel Jo*o Batista Pl^aeirtdo.por apresenta
ção do ua coronel migo nou. A questão principal era a de eu ter uaa ro
peração tor-1. O Coronel Figueiredo deu-ao tida a mio o lndlcou-ne ao
klnistórlo do PlaneJc-M-snto. Cní nua reduto onde ora bastante oonhoolda
do nono. A mX vontade começou no dia oa que ooloquel oo póe no Mlnletá-
rio. Oo "técnicos" de lá ono oe sismoe do Governo de João Goulart o,no
nou setor, odUoação, impem o grupo do miolo Teixeira,cuja ação 4 ou de­
veria eor bastante oonhecida pelos que aoeunoa o o o avindo de una revola»
ção. 0 reorutiaento d? o e tu dantes de Boonoala ,peru oervlron coro osta-
giárloe^ 4 feito entre oe alunos que oenpre desenvolveras m agitações
sa ouso fnouldader. Qualquer pessoa do inteligência raxoável e oonheoe
dom das t4cnlcao do tale eleaentos,pode supor o que êlee não farina pa
m prejudicar peoooaa wvrcRdas" coso ••mdlcaio",roaoionáriaaw, "iaperig
listas", "ibadeanao",eto.
Houve várias tentativas pam a ainha eaida do Mlniot4rio. For vá-
rias vêgoe oonvoreoi oôbre o assunto ooa o Coronel Figueiredo o outros
do SRI. 0 coronel Figueiredo, Inclusivo,chegou a nanifestar dávidae quan
to no or. Bdmnr de Souza,devido a una e4rle de possíveis irregularidades
que chega via a oou conhecimento. Mas,o ar. Bdaar conseguiu o que queria,
I nunca anis o Coronel Figueiredo quis falar conlgo. Mandei ao or. Jooá
Davi a certa que segue anexa. Wno cel o que rcontoceu depole dloeo. feo,
o or. EdMT de Souza p*i03ou,nparonteaonto la ae tratar asiito boa o fàg
oxoelontoo referências a mu repeito r.o !>r. *o -nacdo Purgei, da SUWAB. I
- 4 -
0 «r. Edmar do Souza,contudo,tem um companheiro de Dnnoo do Brasil na
9UNAB,er. Lauro Martins Paria,a quem enconendou minha BQÍd« da SUNAB,
Sei do cnso por avieo de uma pessoa do próprio Gabinote,oomo sei tam­
bém, segundo comentários,que o or. Lauro já orlou Buitoc. problemas e <maa
relações com o Dr. líuxgel não são das melhoree.
3-0 sr. Lauro,a quem não conheço pessoalmente,ten
tou em julho,por encomenda do Planejamento,demitir-me da SÜN.iB,aproveL-
tando—se de uma viagem de meu chefe imediato e até agora satisfeito oom
meu trabalho.Não o conseguiu,porém. 0 er. Lauro,então,aohou uma fórmula
mesquinha para me prejudicar. Sem nenhuma base jurídioa,enviou memoran­
dos e ofícioe ao Secretário de Administração do Estado da Guanabara,aou-
eando-me do acumular cargos. 0 processo Ó sigiloso e corre desde julho*
Soube de sua exietênoia no dia 16 do povembro por informação oficiosa
do um amigo da Secretária de Educação,onde foi bater o proooseo,após pa£
ear por 10 (dezoito) lugares diferentes. 0 objetivo do ohofe de gabinete
da SÜMAB.sr. Lauro Martins Parla,é,evidentemente,levantar uma questão na
Administração do Estado,querendo caracterizar uma aoumulação de oargoa,
o que na realidade não existe. Afirma em seus ofícios,o referido sr. Lqu
ro,que "soube por informações" da irregularidade. Ora,a informação foi
dada por xic mesma ao Diretor Exeoutivo da SUNAB,Dr. Fernando Murgel,que
afirmou nHo ter importanoia meu contrato no Estado o que havia vários oa
eoo deeta natureze. na SGNAB. 0 importante,nesta história,é o problema
oue possivelmente terei que enfrentar no Estado,cr.so a Secretaria de Ad»
ministração resolva abrir proceseo.
Em resumo,esta ó a última que Aturo. Tenho o direito
de exigir um baota. keu passado pode ter ficado esquecido para aqueles
que dêle se aproveitaram,mas não ficou esquecido para aqueles que contra
êle lutrtrum. Não me arrisquei,nem recsoí ameeças,nem assumí atitudes com
o fito de receber vantarene futuras. Se assim fôsee,minha conduta teria
sido outra deede o início. J>ns,8e eu pudesse ter previsto o mie aconte­
ceria futureB.ente,naquela época, jamais teria consentido em servir a in­
teresses alheios. Hoje vejo que foi para iaeo que serví.
Jste minha carta poderá perecer violenta,mas ó fei­
ta com a indignação própria doe responsáveis. Após o movimonto de 1964,
abstive-me de fazer política (não é enta a minha profissão e nem preten­
do que eeja) ou tecer comentários cobre a situação brasileira. No momen­
to, mais incerto e perigoeo,não fugí «o dever,enfrentando o comodismo • o
medo de muitos. Tenho carater e honootidade eufloiantae pera levar mau
próteeto,direfmente,a quem deve e pode ouví-lo. Por leeo osoreví ao
SNI com r«voltn e,talvez,irreverências e agora,escrevo no IPES,
Bepole de multo penaar,resolví,visto ter sido ape­
nas usada para um golpe dd elite,cobmr o meu trabalho. Embora não eea-
do de esquerda e, por'into, rrío um ndo roue chavões,um vou uear neote mo­
mento: sou contra e explomçõo do homem pelo homem e quando a oxploraqio

5
K
4 de homono por mulher (em qualquer c lrcunstâncla ), o fato 4 aaie triste.
Por constrangimento,a tá agora não cobrei o ous me
4 devido psiu XPKS em relação ao meu livro (Já não falo de outros Crtba
lhos),coisa que faço consoientoments,esperando que o IPES cumpra seu ooa
promlsso e Justifique a alta posição que tem no Braail. Hão 4 de aeu In­
teresse, dada a rinha profissão de professora,levar o ch»o a publioida.de,'
Mea,poderei tntrar na Justiça,invocando o documento que tenho assinado
polo Capitão Heitor Ferreira. Pode aer que na Justiça nada consiga,pois
nossa Justiça,além de oega,eetá surda,muda e paralítica. O meu protesto,
porém,fica.
Lamento,profundamente,ter chegado a êote extremo.
Sinto um certo desencanto,decepção,náusea mesmo,porque sehdo moça ta-
nho .que enfrentar a maldade e a oesquinharia de pessoas bem mais velhas,
que já fiteram auaa vides e impedem que os mais novos possam trabalhar.
Paciência,tolerância e boa vontade têsjn limites. * primeira,aceiteis a
segunda, também; a terceira,nrof Coxo boa gaúcha, descendente de homens
de fibra que deixaram seu oangue no solo do Hio Grande do Sul e ainda
perdsr-ur. fortunas em defesa de seus ideais, dêles acredito ter herdado
um pouco daquela fibra,da dignidade e do espírito de luta.
Obrigada pela atenção.

Sonia lua ria Saraiva Se^Bmfráddo


te ateado 1 <xrta de XVU/1966

Çsateo ao ara lajar aa SÜMJ, iififf c< .aei if lo at4 mr$o.

te wt i a£a po*ao,pcr qaaatõaa fíaanoaíT>a,yte- o qo* r*=t


te. Caco M ecnarwtiee alq* rit^aspa (ala mtU • jrtealr») •

m aão tente o aocôr» «aaoaaaárlo ■ Jaate, terei que teanarUr *1

te («cAa.altaaact» anplatolada,qoa acpmla, »<ta ate, ilagalteste,


dote o aU trâ» eargoa jAllcoa. Canaçaria paio Baneo «acionai te

tebltepão • pala pruria SmiàB.

(ta ectea drra aar-rlr para ■editaçfo. Sa •« a ootroa «m

parMcaldoa por ca<arhaa faitea ao r —Qo a rfc peite "n—

préprite paaacae.rritenteaac-te oa que paraacian dma ftear ooi-

M tea afrlte a atf eoMpliar contra * Gorârao <pa «date *

Bcna te tte rarolução.

Sv4a 2/! / //tó


RZLATÚHIO

Oonfora» dolegegeo da Diretoria, estudei oa doaueeutos anexe»


• ouvi pessoelneato a Srta SÔTíIA SA-TOttODOO.

tebora a nisaivlata declaro, logo no prineiro paro<rafo da nn


carta da 20 da eovwnbro da 1"OC, que aollclta "o pa< mento a que tenho d£
rol to" pola odiçoo do livro "1T2, IoatnsoQto do Subversão”, aoa objeti­
vo perecer aor baa outro Ooa efeito, ao iaváa da especificar a quantia
supootananta devida - nosao quando interpolada diratanento por oia - pro­
feriu alojar aoritos para fina da obter ou conservar aapregos aa orgã 03
governaBontaia, inclusivo aaoaçando coa una carta particular do então Tan
!leitor Porreiro

Ea faca das acnneçoos caluniosas rolativaDento ao Ipês o ante


o estado ouoclonal da Sri.a rônla d o ninada por uu evidente coaplero do
perseguição - tentei Taxê-la aoaj>roeuder ■ total lujrocodâncla do sua pro
tensão, a estranha naturosa dos aoios utilisados o a 1 ocorrência da alaal
vista en criaa capitulado no Oodigo Penal

>*ao saberei diser ate que ponto acus ar^wsentoj a convoca «

carta onde do eria provar nao aponac o que pleiteia, ms tanbãa


lúniaa que se paradtiu escre ar. contra o Ipês

Oou base uo exposto, sujiro o arqui*'uouto da doctmeeta^


nexa, para sonante voltamos ao assunto se a nlssivlata rooorrwr a
Rio do J'noIro, 30/12/1966

Ao Coneolho do I^S
Ssto Conselho onc-rregou o General Heitor Horror* para ua
oonv<r* coalgo,-? fia do "enclcreoen-ne”. Devo diser que ea nada
(uol ooclnrecida.
1«) O lonorel Herrem nrvocurou-r»,'pon3o,ta do^tndor-oo •
defender "• atitudes do ITZStatrav4a de wm r4rie do oofieaao,na cu
posta ld4la do ooV-r ‘mtrndo cor uta poeoo- lngênun e Ignorante.
2») C General Herrem nno no explicou o porque do sigilo pe
d Ido e rds.pelo "ene:*l Golbery,qunndo da rubllcnç^o d« meu livro
por iatarên-e do T*S. *>lvee,hc«kvoone a n eaç"o de “protogor-aa".
Boa,pergunto,n'o erl? eido ’o oortrsrio?
30) Hco fiquei sabendo, tn£.bí&, o orquo do envolviaento da
Abaixada -aoricana e a preocupação desta ea fnter ».ltornçôoe no li
vro.
4>) \firaou o Jeneril que o IP3S,abaolutiaente,nío toa a aí
niaa resnontabilld”de quanto n edição do livro e que a certa do on-
•o .'enente Heitor Hcrrelm n* Jn provo. .
5») C '••nercl Horror-, '■oaclnroocu", também, que IP33 0 Govír
no »".• duna coles Independentes. C IP3S r.-.d» tea 11 ver coa o Govôr
no » ■•Ica-voroQ.

;póo aeal.ar oôbre nooaa oonveree,nre'ondo agir do eegulnta


too dos
1«) lolatar pàbllc*'cento (o há aulta gente lntereee*da no os
•o,a*.4 den* o dae Pôrçne TwtdftfO.a ç^rtloipcção do IPES ea ralação
eo aeu 1 ivro. dacl -r-. ndo, lne' jbívo.h convires quo us oloaento da Ea-
baixndn aerlcina vuitave oo.~tgo.
2») Provar a par*lolpaç^o do I2G 9 seu •'-'rovettenento coa
a divulgx*0 ** carta do Reitor Porreira,perguntando,aindn,o porque
do pedido do sigilo feito pelo General Golbery. f ,
)0) Parei tudo laoo porfoltnfiente à vontade,pole aantondo a
nu o a tão coo o ITZS.abeolut-aonte, não estarei eendo oontm o ^ovêmo,
rogundo « exp*loução-do lenenl Correra.

3r>nto «o conceito quo poooaa fcser de ala - uan decep­


ção jxirn o Gonertl Herrern - não toa a aínloi íBrortnncta. 2u,'aabáa,
tdnho oe aeuo conceitos aôbre oer*nn ouloie o cortns poseooe. Talvôs
ea*e d4clxmç*o núblio'i beneflclo-zo imItíeelno,pole todos enberão
quo U “anroeda", ■ronolonárln", "finioclida peloa -xeric <noo",etc.,foi
bac ante oxptor«da 0 ©arrogou tudo oòzlnha,eoa ter,a<tuer.O apoie ao
r»l quo deveria ter d tquêleo auo eoureruo uo4-ln. ror*anto,oreio quo
•ord aelhor w entondiaento _>lgável, pole do oontrárlo,gritarei aoo
quatro ventos uan porção do co Leoa. Eenoro roooler alruan notiolajíou
telefono 4 42-8/19 (na parte dn tardo), levo oaolnrocor.nlnds,quo ua
advog-ido (auito ixportnntí) já eet4 a pn- do onao o pronto para agir.
Isto,evldentenente,eo for ncceoe^rlo. • X /
APÊNDICE P
Sindicalistas brasileiros que participaram em cursos de treinamento
nos Estados Unidos, orientados pela CIA, de 1961 a 1964

ABATE. Hugo (nos EUA de 15/09/6! a BRANCO. Eliseu Castelo* (15/01/63 a


15/12/61); 15/03/63);
ABBUD. José (15/07/61 a 15/09/61); BRASIEL, Wanderley Pimenta* (15/01/63
ABRITA. Antônio (15/06/65 a 15/10/63); a 15/03/63);
ABRITTA. Emane Souza (15/06/61 a BUSSE. Rali (15/08/62 a 15/10/62);
15/11/61); CARVALHO. Antônio Nelson (15/10/62
ALMEIDA. Gilson Dias de (15/06/63 a a 15/12/62);
15/09/63); CARVALHO. Áureo* (15/01/63 a ....
ALMEIDA, José Gomes de* (15/01/63 a 15/03/63);
15/03/63); CASTANHE1RA. Bento* (15/01/63 a
AMANTE, Francisco Hegídio (15/07/61 a 15/03/63);
15/09/61); CERQUEIRA, José de Arúnatéia
ARAÜJO, Paulo Henrique* (15/01/63 a (15/07/61 a 15/09/61);
15/03/63); CESAR. José Oliveira (15/03/61 a ....
BARBOSA, |osé Sebastião (15/07/63 a 15/11/61).
15/09/63); CONTESINO. Erico Antonio (15/07/61 a
BARBOSA, Onofre Martins (15/08/62 a 15/09/61);
15/10/62); CORRÊA, José Benedicto (15/07/63 a ...
BARETA, Nelson (15/07/63 a 15/10/63); 15/10/63);
BARRETO, Benjamim Bittencourt ......... COSTA, Fortunato Batista de (15/06/63
(15/09/61 n 15/12/61); a 15/09/63);
BARRETO. Vinccnte de Paulo (15/05/63 COSTA. José Alives da (15/07/63 a ....
o 15/07/63); 15/10/63);
BARROS, Luiz Capitolino (15/07/63 a CROCETTI, Mário Domingos* (15/01/63
15/10/63); a 15/03/63);
BASTOS, Carlindo Martins (15/01/63 a CRUZ, Serafim Ferreira da (15/11/62 a
15/03/63); 15/12/62);
BASTOS, Thodiano Conceição da Silva* CUNHA. Euclides Viriato da (15/07/63 a
(15/01/63 a 15/03/63); 15/10/63);
BAYER. Wilírcdo Marcos (15/09/61 a CUNHA. João Manoel (15/07/63 a ....
15/12/61); 15/10/63);
BOTTEGA. Abílio (15/06/62 a 15/09/62) DA SILVA, Pedro Guedes (15/07/60 a
BRAGA. Nelson (15/05/63 a 15/07/63); 15/10/60);
BRANCO. Aparício de Cerqueira ......... DANTAS, Antônio Cavalcanti (15/06/63
(15/07/62 a 15/10/62); a 15/09/63);

707
DE SILVA. Manoel Francuco (15/11/62 a MACHADO FILHO. Antônio Rodriguez
19/12/62); (15/08/61 a 15/10/61);
DIAS. Inncw Francisco (15/04/61 a MAGNANI. Fábio (15/08/65 a 15/10/63)
15/07/61); MALUF. Edmundo Amin* (15/01/63 a
DIMBARRE. Alfredo (15/07/63 a 15/01/63);
15/10/63): MANZONI. Antenor (15/07/63 a ....
DIOGO Nelson (15/06/65 a 15/09/63). 15/10/63);
FARACO DE MORAIS. Hermenegildo MARCASSA. Joio* (15/01/63 a ........
(15/01/61 a I5/I0/6D; 15/03/63);
FARIA. Gevakio P» de* (IV01/61 a ... MARINHO. Dominicano de Souza ...
15/01/65); (15/06/62 a 15/09/62);
FERREIRA. Afc»d«* (15/01/63 a ....
15/01/63». MARQUES. Ivo Bento* (15/01/63 a ...
15/03/63);
FERREIRA, loaé RU* (15/10/63 a ..
15/12/61). MELLO )R., Theodorc Narciso (15/05/63
FERREIRA Steia Apjxrecida (15/05/63 a 15/07/63);
a 15/11/65). MELLO, José Gabriel de (15/08/61 a
FLORENTINO Pnmc Beno (15/10/63 a 15/10/61);
15/12/61); MOREIRA, João Balbino Gonçalves .. .
FONSECA FILHO. Trutio Pereira da (15/06/62 a 15/09/62);
(15/06/62 a 15/09/62); MOREIRA. Pedro Martins (15/08/61 a
FONSECA. Vaktenor Flore» da (15/07/63 15/10/61);
a 15/10/61). MUELLER. César Francisco (15/09/61 a
FRANCISCO. Alsiae* (15/01/63 a .... 15/12/61);
15/01/61). NASCIMENTO. Luiz (15/08/61 a ....
FREITAS, Io*é Reis (15/10/61 a ... 15/03/62);
15/12/61). NASCIMENTO. Zózimo Gomes* ........
CEAAERD Cexlo* José* (15/01/61 a (15/01/63 a 15/03/63);
13/01/61);
NASCIMENTO. Djalma Paiva do* .
GIL Wakkxn.ro (15/06/62 a 15/10/62); (15/01/63 a 15/03/63);
GIRO. Gwlhcrme (15/06/62 a 15/09/62);
NEVES, José Ferreira (15/08/61 a .
GOMES. S«l**o (15/10/62 a 15/12/62);
GONÇALVES. Darci Manoel (15/06/61 a
15/11/61);
15/09/61». NINA, Celso Afonso (15/08/63 a
GONÇALVES. Osmar H (15/07/61 a 15/10/63);
15/09/61); NOGUEIRA. Paulo* (15/01/63 a ..
GUIMARÃES, Bcnedtcio Luiz (15/08/61 15/03/63);
a 15/11/61); OLIVEIRA, Dcodato (15/07/61 a
HALK. HcbRuth (15/08/61 a 15/10/61); 15/09/61);
HELFENSTREIN. Wemo (15/06/61 a OLIVEIRA. Edward Ximenes de . ...
15/10/61); (15/08/61 a 15/11/61);
LEITE. Antônio Perrsra (15/07/61 a .... OLIVEIRA. Elieser da Silva* (15/01/63 a
15/10/61). 15/03/63);
LEITE. Flonano Gome» (15/06/61 a . OLIVEIRA, |osé Luiz de (15/07/63 a
15/10/61); 15/10/63);
LENZI. Cario* Alberto Silveira (15/05/61 OLIVEIRA, Solon de* (15/01/63 a ....
a 15/07/61); 19/01/63);
LIMA. loW Bezerra de* (15/01/61 a OLIVEIRA. Ubirajara Ferreira de .
15/01/61), (15/07/61 a 15/10/63);
LIMA. Manoel Barbota (15/06/62 a PAIVA. Cario* de* (15/01/61 a 15/01/63)
15/09/62), PAIXAO, Miguei Santo* de (15/01/61 a
LIRANI, lülio (15/06/61 a 15/10/61); 15/04/61);
LUIZ. |oaé Maninho (15/09/61 a PAULA. Edison Gaidino de* (15/01/61 a
15/12/61); 15/01/61);

708
PAULA GOMES, Vicente de (15/10/63 ■ SILVA. Alvimar Macedo (15/09/61 a
15/12/63); 15/12/61);
PEREIRA. Antenor (15/07/63 a 15/10/63) SILVA, Avelino da (15/08/61 a 15/10/61);
PEREIRA, Vilulino Alexandre (15/10/63 SILVA. Edir Inácio da (15/10/62 a ....
a 15/12/63); 15/12/62);
PINTO. Geraldo Sérvulo (15/10/62 a SILVA, Francisco Narciso da (15/09/61 a
15/12/62); 15/12/61);
PRIESS. Carlos Fernando (15/09/61 a SILVA. Hélio losé Nunes da (15/06/63 a
15/12/61); 15/09/63);
PROVENSI. Mário |osé (15/08/61 ■ SILVA. Horácio Arames (15/06/62 a . .
15/10/61); 15/09/62);
QUEIROZ. Martinho Martins (15/07/61 a SILVA. Humberto Ferreira (15/09/61 a
15/11/61); 15/12/61);
REGO. Ormilo Moraes (15/08/63 a . . SILVA. Ivan (15/06/63 a 15/09/63);
15/10/63); SILVA. João Baptista Raimundo da ...
REIMER. Getúlio (15/08/62 a 15/10/62); (15/07/61 a 15/09/61);
REINALDO. Bemardino da Silva . SILVA, lulio Trajano da* (15/01/63 a
(15/07/63 a 15/10/63); 15/03/63);
REIS. Leopoldo Miguel dos (15/07/61 a SILVA. Paulo da Cruz (15/07/63 a ....
15/09/61); 15/10/63);
REZENDE. Osvaldo Gomes (15/08/62 a SILVA, Waldomiro Luiz da (15/09/61 a
15/10/62); 15/12/61);
RIBEIRO. Adair (15/07/61 a 15/09/61); SILVEIRA, losé Bemardino da (15/08/61
RIBEIRO. Nélio de Carvalho (15/08/63 a a 15/11/61);
15/10/63); SILVEIRA JR. Norbcrto Cândido ...
RIBEIRO, Ubaldino Fontoura* (15/01/63 (15/09/61 a 15/12/61);
a 15/03/63): SOUSA BARBOSA. Onéssimo de ...
ROCHA. Hildebrando Pinheiro (15/06/63 (15/10/63 a 15/12/63);
a 15/09/63); SOUTO. Carlos Ferreira (15/07/61 a .
ROQUE NETTO, Sebastiio losé ........ 15/09/61);
(15/08/61 a 15/10/61);
SOUZA. Adelino Rodrigues de (15/06/62’
SANTOS. Etavaldo Dantas dos (15/06/63
a 15/09/62);
a 15/09/63);
TORREKO DA COSTA. Carlos Coqueijo
SANTOS. Reinaldo dos (15/09/61 a ....
(15/03/62 a 15/05/62);
15/12/61);
SCOZ. Elzide (15/10/63 a 15/12/63); VIANNA. Gilberto Luiz (15/07/63 a
SILVA SOBRINHO. José Domingues 15/10/63);
(15/08/62 a 15/10/62); WAlDT, Nilo (15/08/61 a 15/10/61).

(* Designa a participação na sessão de treinamento da AIFLD em Washington D.C. nos


três primeiros meses de 1963).

Fonle: Counlfnpy. EUA. April. May 1979, (3):16-18, n. 4.

709
APÊNDICE Q
Volo de recusa do Congresso à designação de Santiago Dantas e positíon paper
preparado pelo IPES-Rio

ALAGOAS: Leão Sampaio — UDN


Carlos Gomei — UDN Martins Rodrigues — PSD
José Maria — PTN Paulo Sarazate — UDN
Medeiros Neto — PSD
ESPÍRITO SANTO:
AMAZONAS: Álvaro Castelo — PSD
Inime Araújo — UDN Dirceu Cardoso — PSD
Pereira da Silva — PSD Osvaldo Zanelo — PRP
Wilson Calmon — PSP
GOIÁS:
BAHIA*. Anísio Rocha — PSD
Aloísio de Castro — PSD Armando Stomi — PSD
Alves Macedo — UDN Benedito Vaz — PSD
Castro Costa — PSD
Antônio Carlos Magalhães — UDN
Edgard Pereira — PSD Emival Caiado — UDN
Edvaldo Flores — UDN
GUANABARA:
Hélio Cabra) — PSD
Adauto Cardoso — UDN
Hélio Machado — PDC
Aguinaldo Costa — UDN
Joio Mendes — UDN
Cardoso de Menezes — UDN
Luiz Viana — PL
Hamilton Nogueira — UDN
Régis Pacheco — PSD
Mendes de Morais — PSD
Rubem Nogueira — PSD
Maurício Joppcrt — UDN
Vasco Filho — UDN
Menezes Cortes — UDN
Nelson Carneiro — PSD
CEARÁ:
Adolfo Gentil — PSD MARANHÃO:
Álvaro Lins — PSP Cid Carvalho — PSD
Coelho Mascarenhas — PSD Eurico Ribeiro — PSD
Dins Macedo — PSD
Edilson T&vora — UDN MATO GROSSO:
Euclides Wicar — PSD Correia da Costa —UDN
Fernando Ribeiro — UDN
CEARÁ: Filadelfo Garcia — PSD
Expedito Machado — PSD Mendes Gonçalves — PSD
Furtado Leite — UDN Rachid Mamed — PSD

711
MINAS GERAIS: Alde Sampaio — UDN
Abel Rafael — PRP Arruda Câmara — PDC
Badaró Júnior — PSD Clélio Lemos — PSD
Bias Fortes — PSD Dias Lins — UDN
Cario» Murilo — PSD Etelvino Lins — PSD
Celso Murta — PSD Geraldo Guedes — PL
Clarimundo Chapadciro — PSD Gileno de Carli — PSD
Geraldo Vasconcelos — PSD José Lopes — PTB
Guilherme Machado — UDN Nilo Coelho — PSD
Gustavo Capanema — PSD Pctronilho Santa Cruz — PSD
José Alkmin — PSD
José Bonifácio — UDN PIAUÍ:
José Humberto — UDN Dirno Pires — PSD
Manoel de Almeida — PSD Ezequias Costa — UDN
Monteiro de Castro — UDN Heitor Cavalcanti — UDN
Nogueira de Resende — PR Laurenlino Pereira — PSD
Oscar Correia — UDN Lustosa Sobrinho — UDN
Ovídio de Abreu — PSD Milton Brandão — PSP
Ozanam Coelho — PSD
Padre Nobre — PTB RIO BRANCO:
Padre Vidigal — PSD Valéno Magalhães — PSD
Pedro Aleixo — UDN
Pinheiro Chagas — PSD RIO DE JANEIRO:
Rondon Pacheco — UDN Edilberto de Castro — UDN
Souza Carmo — PR José Pedroso — PSD
Ultimo de Carvalho — PSD Mário Tamborindeguy — PSD
Uriel Al vim — PSD Moacir Azevedo — PSD
Pereira Pinto — UDN
PARA: Raimundo Padilha — UDN
Armando Correia — PSD Saturnino Braga — PSD
Epílogo de Campos — UDN
Gabriel Hermes — UDN RIO GRANDE DO NORTE:
João Menezes — PSD Djalma Marinho — UDN
Océlio de Medeiros — PSD Jcssé Freire — PSD
Olavo Galvlo — UDN
PARAÍBA: Raimundo Soares — UDN
Abelardo Jurema — PSD Teodorico Bezerra — PSD
Drault Emani — PSD Xavier Fernandes — PSP
Emani Sátiro — UDN
Humberto Lucena — PSD RIO GRANDE DO SUL:
João Agripino — UDN Alberto Hofíman — PRP
Janduí Carneiro — PSD Coelho de Souza — PL
Luiz Bronzeado — UDN Daniel Dlpp — MTR
Plínio Lemos — PL Daniel Faraco — PSD
Hermes de Souza — PSD
PARANA: Joaquim Duval — PSD
Estefano Mikilita — PDC Raimundo Chaves — PSD
Mário Gomes — PSD Willy Froelich
Munhoz da Rocha — PR
Othon Mader — UDN RONDÔNIA:
Plínio Salgado — PRP Aluísio Ferreira — PTB
Rafael Resende — PSD
SANTA CATARINA:
PERNAMBUCO: Antônio Carlos — UDN
Aderbal Jurema — PSD Aroldo Carvalho — UDN

712
Atílio Fontana — PSD
Horicio Laíer — PSD
Carneiro Loiola — UDN
Hugo Borghi — PRT
loaquim Ramos — PSD
|oio Abdala — PSD
Lertoir Vargas — PSD
Iom! Mcnck — PDC
Osmar Cunha — PSD
Lauro Crus — UDN
Wilmar Dias — PSD
Mino Bem — PSP
SAO PAULO Mcnotti dei Picchia — PTB
Aírinio de Oliveira — PSB Nicolau Tuma — UDN
Amaral Furlan — PSD Olavo Fontoura — PSD
Antônio Feliciano — PSD Paulo Lauro — PSD
Arnaldo Ccrdeira — PSP Pereira Lopes — UDN
Carvalho Sobrinho — PSP Waldcmar Pessoa — MTR
Cunha Bucno — PSD Yukisigpe Tamura — PSD
Dagoberio Salles — PSD
Ferreira Martins — PSP SERGIPE:
Geraldo Carvalho - PDC C arcei Vieira — PSD
Hamilton Prado — PTN Humberto Ferreira — UDN
Harry Normanton — PTN Leite Neto — PSD
Herbcrt Levy — UDN Matos Teles — UDN

713
I • .MXB0U5v OPK&
1 - tta Wlmpo doa alUma unoeo paroea dam rmlhr, m prl»
miro pfcmo» de ■» apreciação que anoarat
a) de m leda» a ds»i mla&ao da auaaaalv&a maotarao <po podnrim tr
loaaée à oaapms" i do reglm dmroraUoo a ao adlmmlo ca par»
f^yãu dm alalçaaal
b) 4a aa4va lado» e próprio pramo taranta daa arma aoa ploitoa^Cl
dacaia a oatoAssls,
*r aaj^èa ta^r» oabarã aatlmr ia roperouaeõm» aaja da fbao 4a
pr^aração» m> doa raaoltadoo flmla daa eldLçõm, aoa Mtarm mia
al^XflaaUvoa - o 4a opinião pâhllaa m gml, • ai adies) a o aafe
dootH.

2 -4a qae aa rafara a Chao pró-oloitoral (letra a aoim)» aão reata 4Í


Titei da que, a par daa objetivos anla raotritoo (flraçãe antoeipaida
4a data do ploblseito) da tam panrl arável ala ■odorada, aáaoriaa ado
agrwmlvaa (omaslotas aliados & oportoniotas) riaaraa, doado 1<*»
a ooaplota Bubvurvõe do recta** oan a taplantajão do ■■ f.iiali Oft
■anlmnLa» a proaogão da rafonauí radioaia aa eotraton cemmlm
• ooalal do pais • o adia nato daa elal;õea da 7 do «rtsdnu.
Basta que oa ooaldara o dlon da daaónina o domrmpa goraia
doMooo, oca reflexos indlooutívois aio raaeao ao axtarier, todo 0
mftd«ite moional, rwtard.va> ató nrinoípiea da actcdhra o d ua-
daaaaato, «o ona ;ltsdUjda, da pronrla oaaçanha eleilorsl. la sm
ooaalvaa orloca -ri-fabrioad a, dentro do eequnm > sísmico da
*amfam toheaa” • ao osndmirm,ao cabo, a oaJoqõas do Moodr-
;ãe pdlUm lâr do loa o satisfatórias •» polo nmoa abortaras do
fato» an qtas smsvm à Moarvtlmção daquelas abjotlvm mia ssdtl
ciosos a quaoo aamrw^rta doais lvoo^ dctoniimndo «km taoontcata
derrota cs ato cxtrwn da antldmocitiaa.
a virtude do s;*cc naramente datfmslvna aabora • através da daoü
o la anteoipada o <x> rtuna das tmm arquitetadas, da preparação 4b
oniniã/» publlaa «i junl o ooblllia^n do acua ootoroo mia lafla*
ontea c atoruitea, da ooopom^o ans dlspoaltiros do ropraaano boba
cedoTOo da eonfta»^, la nodld^s visando a ainorar o ta no to daa
preoaões Gis^oudocdaa ko->L vtuú s ,»*nlisa^i doa traas-.jrtm aa
aolor oantri io ais) - assistiu-a n fpaoaae> do (tais sóriaa tm-
titivss o two ml, p ado à ris ta de Lodos oa reais mrttoj frw-
c a o <iln z-ilivj snbvoriivo o lbertmd cd qpáu apt uoiável aa
cajooo trs al hiato i c u tuu òUs ui i wru«çu uop ria do o . sir Irtin
a polo oa.
Usa do pxo isso não acrl» noo- Iv» 1, du qualyuor tirui( ooui nxçfj
■b faca do a olo ofioi.il <* toda ir' roja o too n Zjitxxio 3orul da
^•ve oat nslvaocfito dlonurvta. oó uUmí orri ., alá do oo*
ria 1 • lspmoável vanecr o iLh - nl © a u /.Un cr. /ao a °*iao
3

Wdonna • rolpea.
£ - *a partloular, n> nali oindlonl, oaolotln-ao ao mvigoraneato iam
géval do aovirmtaa autentica >ento dnxxirátiooo, oobrotudo na SÕe
Prnlo, Rio da Jvnelro 0 Paraná, cxj atançtb xjn.'’:rív.l noa wpiaádkn
das y*wi yrila. K, aa nelhoroe não m apreeentann aa rnmlta,
doa, foi pary»f am dnrida, no quadro do elndícaliano brasileiro
tão jw^ido a mqulna da adnlAletmção fodoral, qusloqixr tafôrpw
antÔBaoaa ennantrun pala frente obetáouloa quoaa lnauperaveia.

6- la ortnr eeindantll, a reação m -itlvidauae axtrmintaa da URi pe»


da aer ban avaliada çalo doall^cncto de xúnoro croeoente de Oan •
troe laariãnicoe «a wrioe Estados, ben aaolia oano pela oonquiata np
■o da direção «* sl^nu outidadea ootduale,
Bi fhee da vasta sana da reaorcoe que ora octõo sendo ramipuladee n
la aõpila aotudantil ocramiata, vloíval aobmtndo através da an«
na proliferação de oeua jornaii, revlataa o odiçõoe outras, bqpõn»
ae atribuir a oois alta ai^fia&çâo à reação dmnerátiaa 'PM
peito de *ado iaao, já oe Cm sentir noe noioe wdvtraltárioe e ae»
audariotu.
?• 1 o-mcluo&o úa rxdor pôeo que reaaolte, poria, de todo ôate 1mlanga
snoério, dava ser a do que mito, mia precisa aer feito, • oom w»
^anola, palas fôrç&e dmoorátiaxe antmtlooo, aproveitando o coupoft
ae de eapera que porooo viaJj^rar-ao a'.ora, a fia do bcn alicerçar
entre náe a dnaocraoia, iooniíaaxo-a aantra ao invoo tidas do tpml-
qear colorido que oeja.
Para tanto, irpne ae ano eé ne trabalho, m prohmdldeda, do eaols'
raoionto c oduoação do povo, noe anis dlverãos sota roa, ema tendi na
S prmoção, ano t jdanja, doo reformo indispensáveis * iaplantaçna,
-ntre noa, da m cl Lm mdlo de justiça oocLol, arroba tendo' ea, por
fl», ase extraistoa, ao bandolras jnutjjressietaa da qpe tão nocivo
o nUUfioad^r n^rin vin fisando.

■oooooo
n - ATrrmou à, w
l» Ale
Tiffln do IP?J (Rio e UJ^ale)
ry—ijãii da iZsi
- wtraviaUa «moimi
• aamtárioa da ii^rnai
• falhrta "0 JUL £ 0 DÍT.
hwaçãi da 'Allmça para •
• «aaarta (1 «llbão do «aeaplarae}|
• dlrlrlbul^a da grarvjõoij
• planajzMKlo da um ”S«mm da Ulaaga* m
Gaiínhu
íYnai(Tin doa Coonurnoa do -Lxx^nTlaa (lança» oto a aatrtga da prmloa)
Bolotin Xoaal (4 núi roo oom a lirocou do 2.000 axmpkuroah
Difama da arti^M «s dafaaa da daooonala (mtárla pa^ 00 m*)> •*
joxmla do Rio o do lntariar (laolualve aa nooaaoírl^ tndugõaa)
Intaraôdtklo ccn a ltnrtaau do lUo o do intorix*
í Lanaj .uaanto da mnignatiai
• oantra & mdc ^ção dv in>oatoa4
• pala hahlUjão popular,
tatudoa ura 1*2 aurao aôfare Ktmliuidca Dra-llUr^o

labonção da 23 docmontoa - oíntooaa. definindo a poaição da


t’*S oa taaa dia ohiiulia “.aforai» da JtM.
3a todos aôbro o probltxa dx ranaaun dc luoroa.
El^bor-pio da wtoYjvto co^ leto oari e. I'. fonsi tj^rio.
Aaálisc erítloa dc <1 la orojctoa de larjlfiLição intitrwta.
Slaban,ã' de '«tenroj tos sobra ?. fnrm Tributária (m aulTcmio^
• liT-ooto du rodai
• ir, coto 2o c-nao?o|
- 1b cato ic aòlo o iflna?
• irxr^to ’mic' aôbr<- oa±uatírcl c 1 ■brlfiasstaai
• in oito úiieo aôbrv mar la cVtrloaj
- oor.trlhni^í*» !o nclhortx.
r™— a «lanatfimjão da orv>-i'flvj obj<to dc 2 con-ursas raaliai •
doa (lOtutinUs o jomdiotu)
Análioa doa rooiltadoo d-vj <.l.i;õo3 (cn mda.nto)
Ulçõo • dlftaãoi
• "Ooomo Lkl'.« o laKdloa* • 95-OOC axasploroa
• *A à»m '□■ame I/tbln» 8*000 axcspliroo
• •'melra da Infiltrada Jcudfita no Braall* •
(2 udlçSaa do 500 axmlaro* onda)*

Difamo do publlaaçôoo alheiasi

• *Mixa^ para o Procrseou' • edição da QEÃ •


10*000 cxBT htroci
• ■•XDoaracla e Oauudo «* • odlgão do •*. Dofom
cl-ml • 8*000 axarr laraoi
• •Àosallu aj êh-.laxnto" • odlç"o do IBAD •
2*500 «mr laruii
• *0 Hajc iucroto" do ’4n Yutan • odijão Itatiaia •
200 axax laroo;
• ’ ^icwrao looroto do Kiaochot" - 44$ axiwlarooi
• "tt.i nronholr? rusiloiro na '.tossis* • A> *°tria
4.000 marlareoi
- *1^64" • JnraD - 100 cx.rrlar^.
tâip.. au proparst

• Joln do . lúol • por - ra.jporj


• IX out -loina oinq • 'acamo .±ü>l
• \ir.tJila üj -oucrúxj - dito sos (“33)1
• lho ^roat '.dooirc • ^trudioy
•. «lo c àifUoã< de Oflctaoi
• Oudarooo Lraall iroo • bl x>otrxl • 1*000 rarlareo

4* 2/1 <m
1> TTÍTI .
1) Xrt.o moUdiot ocre, do 2*500
2) Oirtao roodbidioi * * <30
3) 7wiu ru-n *jtiTÍ‘doot* ■ PD
4) •ontacV>a tclofmla^ot * 31?
£ mSa oíwian na alai -S—

• Curo o de Bouitoree nobre o bobuúS) •leltoral

6. iiin—arU inrlmntor
• Ôa Brasília

7- SgTlJ) da ClaMB
Apoio ioo CÍrculoe Operário* Citólioe*
8. F.->mmÃn do lL>r—
Apoio à Federado do* clraü** OparL lo* d-.tóllca*

9. iimlo i ríri.n Mijcla^ãm * gnmm ilaarratiMi


10. JjxÍAXUÃA (aspliaçâo do qoedro social)

• Cuanabor*
• b*t. do Rio do Janeiro.
APÊNDICE R

Carta de jorge Oscar de Mello Flores a Glycon de Paiva


I
! I • t
1

4) Ccnyjerrtesíhr/von/?

tnhnortJ; redres

c/e
o/aj cxe í'’fl r '’’'* “ y-ai •

4rJ re^cíer/m&■'’*^o-r e

LS/'j oi /-/'«J-ZT7 •> •'


ÍYfJC^/er e/e

OJ ^an/oj o/a
JdjJtíj 4.

^ais s^err*? c/? >é> <a <r e.


e. yó^cy*e^>^ e/e /e/

/£ oJ 'z cSe f*'? cz J~ •

c ° /^ c &/~ ^o> s-St-^ es -

*^' J e S& Áis «_

eíe <*'6?<?•* c.c^o sne-


g/,> o ^/crr^a ^y^ec/^.
O* • >-l*OCd MT|

DlJ/DAP/3AP/Proc . 55230-65 la a.^


IN3TITÜTO DB I S3 .0ISA3 g BSIUDOS SOCIAIS
Avenida Rio Branco, n° I56 - gr* ZT51
Betado da Ooonabara

Sorüior Prosidente:

Conunioc-lhc que o Senhor Presidente da Repúbli­


ca asolnoa o dtcrctv que concedeu a eaea en:idade o reconheci -
mento do utilidade pública.

Entretanto, c decreto 3* ecró numerado c publica


do no Diário Ofici-l opús o pa^aneut^ dc tua dr expediente no
Departamento dc Xaprcnsa Nacional, er. BrnníZla, onde V.Sa. pro­
curará cumprir coea íornalidadc indicando n>ac exato da aaao-
ciaç*o. a fie» de que •» ato possa produzir •>« efeitnp lesais.

Atenciosas saudações

l
............. . NOTICIA INTEP.NA N* '

j x ÍSOVINIÉNCIA • DÍSTINO
| « Seofl.Gcral 1 29.4.63 ■ mu IF_3 de S.Pmlo | «•»*• • »•
u-a Scorctarla ' au*<aoi< C. Cairão |M«*°

Video-tapo da palestra do Sr» irencdo Falcão

1 • Pola Vasp, eonhcciacnto n» 1C514O, foi enrl-do hoje o


vldoo-tape da palostra do Sr» Armndo Filcão na TT-Llc-Canal 13,
na noite de 19 p.pasoado»
2 - Dorido à ecdatir apensa m grarador, na TV-13, ®
que o IFÍ3 não fôsee prejudicado, aprovcitou-so o noczo "tapo"
para gravar tanbem a primeira parte da palestra, quo não nos
intereeea dirctacata»
3 • ifa> < prirelra porto dera ser poazada em Brasília, na
prárima quarta-feira, dia l°/5» no prograrn "Frente a frente".
4 « Aeain, a Denlíon Prcpaginda • quo oansc^uiu a gravaç"O,
pedo que a Secretaria de Soo Paulo tntre urscntccanto eu ligação
} o<n a Rídlo Rio Ltda» • das Snleacras Unidas, â Praça Ramos do
j Ixnado, 206 - mU 420, Ulrfon» 35-1006, a fin <U fu«r w

pôs- NOTICIA INTERNA N.*

F» OVÍNltNClA J DÍSTINO

* Soo0 .Geral 1 •*’* 29.4.63 f’“* IPÊS de 8.Paulo •tf. »”*“

•içAo
MtAu Secretaria í aunçaon F. Calvão
*'.WO vm<0

oápla da gravação, apenas da primeira parte, rraotendo-a para


Brasília a trapo da ser aproveitada no prograra o 1 todo»

L. 0» Frlodrioh
Soorotárld Geral
APÊNDICE S

Carta de Hélio Gomide ao General Carlot Alberto Fontoura

Rio de Janeiro, 25 de outubro de 19M

Exmo. Sr.
Gal de Brigada
Carlot Alberto Fontoura
Diretor do
Serviço Nacional de Informações
Minuléno da Fazenda

Meu Prezado General:


A rápida sucessão dos acontccimentot dessas últimas semanas tomaram pouco oportuna
ou, talvez mesmo, sem objetividade as notas cujo envio havia lhe prometido, versando sobre
a situação política do nosso País, enfatizando uma possível colaboração que os meus amigos
c cu, cvcntualmcnlc, teremos prazer u honra em dar ao Governo da Revolução, que todos
nós nos esforçamos cm estabelecer c manter no nosso atribulado Bnuil.
A crise desencadeada com a doença que afligiu o Presidente Costa e Silva forçou uma
solução política para um problema político que ameaçava tomar-se com o tempo cm crise
conlínun, sem uma solução adequada, ou pelo menos exequível, dentro daqueles postulados
Democráticos que lodos nós defendemos. Mus se leve este mérito com a conseqücntc eleição
o posse do atual Governo, trouxe em seu bojo alguns aspectos que me parece prudente
analisar.
A primeira consideração que nos ocorre é o fato de que o tipo de Governo que forço-
samente a Revolução leve que criar para corrigir os erros e danos da Estrutura Socisl e
Polílicn do Pnís funda-se principal c necessariamente no prestígio e no potencial militar
c cívico dos Forçai Armadas.
A existênein de um sistemn político baseado num blpirtidarismo que não representa
as verdadeiros forças políticas do País c que não é senão a representação de um esforço
tenaz, porém improfícuo do Governo Castelo Branco, para a criação de um espírito demo­
crático, que Infclizmcnte nindn faltn ài clilcs políticas do País, não oferece um suporte de­
mocrático estável nem uma fundnção segura pura um Estado Democrático.
Esla inversão da ordem natural das coisas cm uma Sociedade Democrática sujeita o
nação a crises, cujo periodicidade além de penosa para lodos é profundamente perigosa
para a Seguronça c o Desenvolvimento da Nação.
A última crise, que mostrou sobretudo a fragilidade do sistema que náo pode resistir
cm sua estrutura a um fato que embora lastimável para nossos corações brasileiros nio é

729
senão uma resultante da própria vida, isto é, um acidente que impediu o Presidente di
República de exercer a sua autoridade c ocupar o seu posto, evidencia, meu caro General,
que basicamente o sistema atual fundado no prestígio c na força militar com umn pequena
fração pscudo-dcmocrática, representada por uma estrutura política obsoleta Inadequada c,
sobretudo falsa, representa um sério perigo para a continuidade c o futuro de nossa Pátria,
agora ameaçada pela insídia da Guerra Revolucionária tão presente em seus vários aspectos.
Parece-nos difícil, tahcx mesmo impossível, que as Forças Armadas cncouroçadas, em­
bora pelo seu patriotismo e sentido de unidade, consigam resistir ao desgsstc contínuo de
uma segunda crise como a que acabamos de passar.
Acontecimentos como esses geram, de forma espontânea e natural, ambições que são
legítimas mas que produzem um desgaste na autoridade e na unidade das mesmas, c sem
as quais o Poder Militar não sobreexiste.
Urge, portanto, meu caro General, uma análise mais profunda, e, sobretudo, uma re­
forma mais completa da estrutura política do País, sem a qual nenhuma reforma social,
política ou económica criará raízes.
Sou daqueles que acreditam que a estruturação Jurídica c Política do País são a base
prioritária da organização da Sociedade, por isso esta me parece a prioridade número um
do novo Governo.
Não escondo, por outro lado, meu ceticismo em relação às supostas e decantadas lide­
ranças políticas do País.
Creio que o seu divórcio da realidade nacional t total c irrecuperável. Não creio nos
homens já passados e não creio nos profissionais da intriga política da profissionalização do
cargo eletivo e dos que se servem da Nação cm vez de servir ao Povo. O quadro político
atual é desolador, embora escoimado de seus elementos mais ogressivos e perniciosos.
£ necessário buscar uma outra solução política pora criar um Poder Político, que se
constitua na estrutura básica da Nação c que, associada ao Poder Militar, venha dar a este
Povo c a esta Nação a tranquilidade e u Paz que trazem o desenvolvimento c a grandeza
de que somos carecedores e merecedores.
Não tenho essa fórmula, porém ousaria indicar-lhe alguns caminhos, entre eles ■ apro­
ximação do Poder Militar, hoje representando a Liderança Política e a Administração Pú­
blica do País com certos grupos empresariais, que procurando dar a seu País o melhor
que possuem, sem a tónica da troca de favores ou a perseguição a postos ou posições polí-
tico-admioistrativas. possam validamente ajudar com o seu empenho patriótico, seu desin­
teresse. resultando sobretudo da sua sólida formação moral e posição financeira acima das
ambições mais comuns, trazer um contingente válido de vivência dos problemas econômico-
sociais e políticos para aliar-se a essa Força Militar, a qual, cm certas medidas, carece dessa
vivência.
Creio firmemente que esta união é essencial, se bem que lenha razões sérias de expe­
riência pessoal em não acreditar no carrcirismo fácil dos profissionais da representação das
classes econômicas Acredito, Sr. General, que há por este País organizações c contingentes
de homens de empresas — e o presente Ministério é um bom exemplo disso, que deveriam
ser incorporados às fileiras daqueles que desejam dar algo de si ao Brasil.
Desse grupo, aquele a que sou mais apegado é o IPES — Instituto de Pesquisas c
Estudos Sociais, composto por homens civis e militares, que conseguiram criar um espírito
de equipe, uma ação firme e decidida em prol da Revolução que todos nós desejávamos
e que num momento de grave perigo para nossa Pátria se constituiu num baluarte de inteli­
gência, ação e ajuda às Forças Armadas. Pode-se dizer sem sombra de erro que até mesmo
o Presidente Castelo Branco, quatro de seus Ministros, Presidente do Banco Central c vários
outros elementos graduados da Administração, inclusive o criador do S.N.I., saíram do grupo
de homens que criaram e conduziram o IPES.
Muitos dos que o originaram e outros que a ele» se juntaram lá estão, prontos a servir,
entre outros citaria Harold Polland, Augusto Antunes, Cândido Guinlc de Paula Machado,
Heitor Herrera, José Duvivier Goulart, Edmundo Falcão, Oscar Oliveira c muitos outros,
que seria enfadonho enumerar, para não alijar mais esta já alentada carta.

730
Sio homens de negócios, pensadores. economistas. homens de várias profusões c q-x
apenas gostariam de continuar a fazer aquilo que tem s>do o escopo rru«x <k iu*j ndas.
serem úteis a sua Pátria e ao seu Povo, sem plencar quaisquer favores ou pospões Pclrico
Administrativas.
Não lhe parece, meu caro General, que teria útil utiliw-se o talento a ciparfacia c o
patriotismo desses homens e de tantos outros grupos semelhantes a essa qx custem pelo
nosso País? Perdoe-me não ter lido mais conciso, talvez te>a uana dricienda Binha. ou
talvez o reflexo da paixão com que encaro essas coisas
Creia na admiração e simpatia de
HELIO COM1DE
APÊNDICE T

Memorando de E. Fischlowilz a Paulo de Assis Ribeiro

•ABINkTB DO MW1BTMO eXTmACAOOUMO

UR GENTE COTIFIDEKCI AL
Bxa> Sinhtr Conselhoiro.Pi of. paule Assis Blbeiro,
Dspsis do tentas celsas, para mim suaaraonte doeagr»dívei
que aconteceram era nn. relações nessas últirae tesanss(t
isto per motives que ignoro...),prefiro dirigir.**
•• Eminente professor seb ferra* de presente bilhete»
Deve embarcar cem destine aos EE UU,dentre des próximo*
10 Blas, para participar ,Ctmo única c envida de especial
latino-americano d* Conferencia de raais alte nivel,dt»
tinada a submeta? • análise cientificadas ceiri entes
r evelucienárias lnternaclals ,pei ocasião de centenaÀrie
(1964-1964) da Internacional comunista e socialista
e -e que importa mui te mais!- *c<£har es d*talhos da
cooper aça® d*s entidades gavernímais, acadêmicas s
▼irias fundações eme INSTITITO DE ESTUDOS CIENTÍFICOS
80BRE 0 COMUNISMO? a ser criada seb es auspíclís de IPÊS
alista e de berv. Nac. de Inforr.., ■ ser, ae que pareça
liderajje ge> este s, humilde servider.
Or*, n«e e impossível que regressando t dopeis das
aulas que darei n>s Universidades de STANFORD,CALIFCRNII
e COLVMBIA, terei o ensejo do dar um pulinho a México,
para participar de CONGRESSO DE ^OCIOLOGIA DE REFORMA
ÀGRXR'A.
Repitt, D»is uma voz, pela 5. vez, que censidrro a parti
cipaçao do Ilustre Conselhxeiio no refere rido Conggros
sse, sun^nente importante, sob 1 duplo aspecto: técnico
• p o 1 1 t i c o.
Ora, goat>rií1 nvito saber, se
1) podomos dont^pa ccm a s. presença pessna 1 naquele
Corclave; e
2) se pederri lev*r, daqui a 10(dez) dias ,0 rXgníflco
trabalho , de s, autoti-. tsobre o SSTWBC Dô TPRRÂ?
(pfrojrto já mais ou tr.*nos «provado pelo r. Gwfirn' )
Na esper* de ss. nctíciag, reitero os'protestos de
m. m .is profunJa admí
su
** • *•
APÊNDICE U

"Levantamento da Ameaça Comunista" e carta à Coca-Cola S.A.

UVTTTTTO M PCMX VBAB B BTUDOV «OClAia - IPÊS * AÃ O PàVXO


Im »««>•. 1)1 . 2» 4 • 1*» At.— »•*. >14*47 . It«4 - UA I*. i-oT

VtfTI ILB431L PO I?B SlQ PACLO - 3FaM0/l%e , aH9

A ESCALADA SUBVERSIVA BO ■rtg

CRONOLOGIA OTSTOMÇA

Ba 26 la ?i»-.ho 1963 » rtvlati cirtooi ■Mar.chata", oubltcafi ma an


trcviata do '-conitao Lais C»rloa Pr«at«a, coat*ndo revalaçota «*t*r
raoedoria: o* coauni-toa a« eonaidirivoa ioat»lido« no ooder, n)on*
ainda não tlv«au«» o govJmo noa aãoa. 0 aecr.-tiric lo P.C.B, 51ila.«
aes^mbuçoa, c?rto doa qu» cor.tia co. a i-.iani í "le, >o faxsraa Bacia*
nç#»i da til grivididi. Tinbi, aorda, o «i-eoiltão Laix Cario* ?raa-
taa, >o oeno*, a vict:-ej d» air-ari dl ia. Oa eoiuciuti* «atoai» oi -
IntnJnoli de itr^lir o Sriail >o cirro aovlJtieo, eotregindo io i«pl-
rio varoalho u1 do* m? va’ioao» tronfoa Ja aii aetratigla oira •
eonquiata do 'undo. Dooinado qoa f5«aj o Atlântico aul, ou 11ri*noa .
uai gu«Tfi ao nosao território, njl» .•ntnndo oa Zatadoa Uoidoa • ou­
tro a niçoaa, c'~o a Argantlra, r.'r»t»nia a Hoacou. ou toabori» o a*
oiço feogrlflet . au.- j»ti;o»,w**b o do-.ínio eooaciati. Goo.nollticã
a:ntJ, noo iodaria b»v.r aitaiçâo oal* cl iri. 0 goxJmo João Goulirt"
ooliborava o»ri trar.atjrtr > licieãa oolític) do Briail o’n o pirti_
5o Coounlsti, aib-».tendo-a2, ignob£lojat». S ln*la?nei> bolebiriato ,
J1 oroticaojn*j vitorio»» n» diraçao loa • ’»o» mgdeíóa iat.reo» a
•xtarnoa.
A* artieqlíçõ.s, >.*•.’ '’u,ia rara • "ni o savl .nto r."»o) uclooírlo it J
d* -nirço da 1964, oracadla- 1» long:t ma ac ícalrir.-. no s-^undo aa
oaatra da 1963, Õuvnlo, igu>V:jr.t •, ot co.ui.iit>a : aeu* Hiadoa dã
vlrloa cit^zia, lerio-u nrcaai e. aircbT o"-n o joloa *loal. 0 ora
aident* Joao Goulirt a. or.«»t ira ’ Moa jogoa doa trildoraa, *.'o-
5o nu oudincoe qja ai oa.rarir: ei jrtrr • nolttici do ooaao oaía.
o ooortunilide, «•■unlo t5iis u evidênci aui c-oluto ooaaoíi, d>
aau doaajo, ) 5c ir ’alir no Brisil un ra*’..) aoci>l-*indlcillati, -
criando o ajgunij re^dbllco rnnVr ’A . rici. £;bori J.-bro dia cl«
«aa oonocrridoria, cat incl.-iro c_di«cínulo lo filcciio orjsider.tj Vor"
}>*, o nrteilente Joio Goul>rt não ercanlia auia locllaiçoea jaquer 1
latia, a írlli 1j aoblção, o»n l.nri.ir novoa ruaoa b noaai oollti-
oi, Zro um troiçao, o que nrenriva^a goaJroo. Piri li’ender i<li o
ooaao aovo, fni jngirJrili i revolução de 31 d« torço da 1964. 0 rea­
to 5 hl«t?rli_r centc. 0 aovioer.to icibou vitorloao. aando leaSato o
nroaliaftj J-ão Goulirt, qm fugiu uri o Uruguil. Sjua comnhiiroa •
oa fléie < *ilr*3 migo0, tubis fu/iroo.
Mia não aa naeorriu, coo aaai vitorio, i luto loa ilontoa di â/nen.
cio « doa lib.ri l a oontri oo »'eoto? In aoeiillno ooouniati » li tl
rar.io totilitlrii. Oa oocuniatis n"io ou iaavonsc.ri", mo -íuVr»- d_â
ldool-gi i, r.ão ao convencem Ji derroto, üntriroa «o rocenoo, . too
logo se lhea onreacntou rituição onortum vn igirjo, voltoroo i
tuir, no» -‘loo aila^aanatvei« h nreg‘ção JXtreoiiti. Oa aatudint^0, -
ainguird» Ji revolução oonunisto, *’->ri oa nrtiitro* nobllisidoa. Coa
lloa, intalcctmlE e naculo-lnteicctu«if. Aíoornu i ilguna o *m ’♦» o,
• outro» •) fruotriçõo ajono iteo, nolític» c aooiol, ^etonraa i .■ rua
do, contro ia inBtltuiço > ooIÍUoif broailjiru, A r.-voluçoo vi* rio-
ao eu 31 |j .rço ee iuto-lt ac ternelib, intJa, a attensr-
do n il qij. VA43ÇJV1 o Bn-il. Julgou qui, et n-jueo tem, rerto^eleca-
ri i o nri iodo lo de.íocricist ailvindo or lib«rlik’a do soçobro. Piro -
oa li lures li revolução tríun^irtj. bMtirii m no teo de ter-oo, o fin
do oo .->1 . t «rei esso obro. Contra t*i» a ex ‘irtência historie®, o*‘-ib«-
lncjrn-a u<o iraxo o to i rsvoluçõo. Cyuo Itaac o •iiniatro Roberto Cio-
qon, ihriu elo o loente ni .-•»], iniciou a intervenção c abandonou - a
n n, • 1 'ondo o loente aujtito • *o oantagl «a •.«>• o»ntonaat
Proaurwaoo tosar ouvir a noaaa voa, oontre oeaa abourdo.aaooira da «n
oorar o ftcéaooo revolucionirio a o dever quo a revoluçjo trtuofanta
oontnire coa a oação. Foi inútil. Prevalecw a lluitsçao. o preso c*
to. o dl a nruvisto o ira encerrar o aovtaento revoluoionírio, coe oa -
poderaa_de que diaounha o governo. 3oria loogo retonar o fio daa ooj.
asa HzÔea a oa fundaaontoe doe ea forço a qua desenvolveaoa, para »ua-
tantar a noaaa tese. Oa fitos estivas conoego. Oa acooteoiaontoa ooa.
firaavra tudo o que vlnbaaoa dizendo. Mie mo £oaoa ouvidoe. KoJa, ao
anfrantanoa, de aovo, eltuiÇao da gravidade teo griada quanto I da
1963, não ooucoa coocordia coa noaaoo orguQoQtoa. Mia, ao não dafioi-
tlv-soento, ao ueaoa axtanaraaota tarda jl 4, pira conoolidarooa a rg
voluçâo, ao qua luzoaaa nio aó o ideallazo, coao oa rieoo ea noseaa .
▼ldaa, oa nooooa bano o a aorta doa noaaoa filhos. Ainda lutemos. Alada
09-990 lutar auito. Todoo oa inialgoa dia liberdades dococrdticia, cuja
tradição rrzonto 1 Grécia, a tora cgao «odllo o Ooidente euroneu, oa
Eatidoa Ooidoa 0, no Orienta, o Jonao, a a tão ativiaoiuoa. Prooorea a
oocalada do retírno, sigunlo a lição da mestres m aubr.-roio, o vH -
realiziodo laae objetivo coo rigoroa3 obadilnciJ ioa oloooa traçodoa -
oiri a eonaecQBBÒo da aoua objetivos.
Oa do ooeeoa peritos oa guorri revolucioníria elaborou uaa oronologla
dl oaealida, 9 oortlr do agosto do 1964 - portanto do início d> tosa­
da revolução de Z3£f5, - até ígoato de 196Ô. E laoreoaioainte asas
coleta de didoa. Convidaaoo noaaoa cocienbeiroe, leitores a anigoa a
ao dotaras oooee auaario. Se tivorea oeoalbllldoda - & 3C£aditoaoo que
o tonbaz, - o ira ae oaoife tições. artioulaçôea, iaolicoçõoa do guerra
revplucloairls, ficarão eat ir*ecidoa, a, aanwraeos, foriaj conoaoo ao
coabite que,nÕo tori tréguie, enquanto ao ogòaoiao aubvaralvia da lurg
pi, da Aeia e do Carlbo nao forea ailencladaa. 0 quadro cronológico •
que ofaracaeoo diz por ai oeeoo da grivldide do altuaçào ea quo noa ao
nontroaoo. “
liái
23.8 - Frustrado eu ^orto Alegre olano terrorista do itentodoa contra
quartéia, emlaaorao, jornais e edifícios pdbllcos.
25.8 - Lido no Congraoao Nocionol osn-feste contro-revoluclonãrio do
ex-orealJante Goulort, oelo donutido Doutel de Andrade.
2J.8 - Truotr>do ei 5õo Paulo ol ino terrorista. Aoroandido farto mata
rial do guerra.
26.8 - Erploaio d> •Jbrici d.* Munições Presidente Virgoa, coo 7 opord
rioa aortoa.
1. 9 - Erploaõo oo dique lo Ilha 71 ms, na Guinibaro. 3 aortoa.
24.9 - Wovo sx-iloaío eo Piquete(S.’iulo), na flbrica da auniçoea. 4 -
aortoa. Sete toneladas do oolvoro ~oro«n neloa éreo,
novembro - Daaboritado o quodrilho que olinejovi dinoaitir o "Trem da
Eeceronça", o o de e-íguirli 3'n orougondo o governador Corloa La
carda.
12.11..Exalotão do oequeno bombo no Cin.--Bruni Pliaengo, no Rio. 1 morto.

12É1
25.3» - ConHito oo Rio entre grunoa revolucionjrloa e bandoe oomun|o-
tao quo distribui ia mjnifjttoo de "intelootuiis" ao Largo Sao
Franoiaoo.
26 a 29.3» - Precioso da lntvntono llrigLJa ceio ex-coronel Ju'oraon .
Cirlio, aob o chefii de Teonel Brieola, no Rio Gronde do Sul.
Anda laooltor duoa ntquenoa cidades de Trfle Paeeoe o Teoonta
Porteli, 40 r.voltoooa ojguoa oiri o Ponné, onde oõo oerca -
doa d bitidoa. Morro o; ooibite, trovodo m looolidada de Cia-
cavdl, o sargento Cirloe Argiairo Ooa-irgo, do 13° Rog< de In­
fantaria.
22,4, - Atentado ò bouba oontra o jornal "0 Eatodo da S.Paulo".
J
Julho-Agoato - PaBBeotsa oubvarelvoe na Ouootboiu, aobo uretexto do
apoio a ce-li ’ ituro do gjnjrsl Taixjiro Lott, *> ouooaoio do govarnador
Lacerda. A i nas oonuniate o-ngo 1 oonvanaso do Partido Trabalhista ao
lançiuunto Aiqualo candidatara, lneendiiolo uai urni da sauroçso o prj
• areado "quobra-quebrs" ao locil. Ioo.-iida pelo Trtbuoil Sleltoríl a
referida oondiliturs, de oirstor orovoeidor, ooatro ie *5rçaa Araidot.
A osspanhn jloitorol seouaa oanactoa anti.rovoluoíoodrioa o □aquerdia-
tsa.
1966
3 « 15.1 - Conferindo Tri-cjatinintil ro H ir ias. ProgTuoada, oabli.
oonente, o loplontoçoo de guerrllbso oo Aserico Latias, icclg
eira no Brasil. Diocuraoolo oo eacerrMeoto ds Conferindo o
ditador c-ibar.q orega "dois ou trèa TUt-niao oe Aalrioo Lst^
no".
6. 4. - Ho Congraaao do °.C. aovtdtico, »o Moscou, oraga-oo o l£
vante contra o govSmo brasileiro,
25.7. - Atontido b boobo no lomorto Guirirmca, eu ■odfa viao^
do o Mircchil Coata e Silve, 4 uortoa o 14 foridoo. Em lo to to
taabfa no consulado norte-aoericino e no USI8.
1.8. - Bo'.bi no cinj Itojubí, ea Siotoa, Uâo houve vitloio.
Julbo-Agoot- - .ritoçõca oatulintle ao vlrioa oontoa do safa. Realizo,
ae w. Pelo Horizonte, não o atinta o proibição, o ilegal 28*
Congresso de UNE. CocHitoa no Bihis. coi 20 nollctsta 'ert-
doa. Chooueo ao Ooionti, coa a sorte âomaoll»do da políeis ,
Cibo Riinundo. Nuoeroaoo lncandioa ea Soo Paulo otiocitra gra
ve suaneição,
26.8. - Exolosào no Teitro Guiín, ao Curitiba. Não houve vttioie.
27.9. - Inddantoa no '.i cuidado dc nirolto, to Soo ’oulo. 5 oaqua-
naa bocbos no taloo nobre.
13.10» - Poquona exnloaso no P ilido Ciuooo Kliaeoa, aede do govlr»
no oauliste.
15.11, - *>ão cleitae nu icraaoa extrrdatia ma chioie da oooaição .
No cnunho eldtonl grums .-xtrc.iatio usv lorpaento, por
60 dioa, ot borlrios grituitoo da -rooigaods oo rldio e ne TV.
noveubro - Orjx>jritlvoa de iunlantição guerrilbelri o* aerro de Cena,
ruí.
1967
Jaooiro - Exoloaão no Giaãuetm de Sir.toa, coa uuaosit* torto de oab^
togon. 245 furidoa.
1« 4. . Liqui lição final lo fico guerrilheiro de Cooiraó, oi dirias
don Esto-loa do Mima e Saoirito ^onto. Preaia oito guorrllhei
roa (Beta doa >uaio, elaientaa exoulaoa dis *5rçao Aruadaa) ,
por um deaticinonto do 11» Bitslhào da Pòrça ■‘oliciol Minei­
ra, coaan-indo nelo Coronal Jacinto Amaral, Tãds s zona 4*tov3
corcids nelo Exercito.
12,7. - **ri,eão do jormlieta Hivio Tivsrus. intlgo sacretlrio _d«
Luonel Brlsola. croniato po’ltlco da *Ultiao H^ro", Extinção
do gruno guorrilhciro do "rlingulo Miodro, coa sido «o Ubar-
londis, ebofiodo oor Cu.aricy Guorniero, coa nrloao de 15 ia «
nlica.dos.
31/7 o lO/8-Con"or3ncin dl 01 AS, rn Hivann. Lonçjlo aanl**o’to nelo ia
olmfçao le "ocos auhveraivoa no c ntioente, lato. 4, "Vid -
nonn na avo ri ca Litlm". 0 ex-cabo Ansolwo, Cirloa Kirighala
e Alulrio F-ilhsno, Icligidoa braaileiroa. orog'»u • luta iroo-
dn ir eJi:tn. Ki Cmri Poderei, eu BrooiliSi o Jnutido Clone
Stenzel 1 cl ira qua "o Broail acoite □ dcclsroçso do guerra do
caouniono cubono, *.«it> rrwiu da OL*S"
2. 8. - Bouba n? sdda lo "Corpo ds Pit" no Rl“ is Jiaeiro. Perldo 1
funciondrio. ,
./<
•c y *e ? )U i)e c jtu s c . 0 0 0 'f cçc
5.
q, 4. • Bo«ba «oosotro^i oo orddlo da °olioio Pol.ral, oa São Paulo.
XO, 4. .wBroloojo • dloailta oo Quartel General da Mrça Publloe, «■
■•'> Paulo.
15. 4. - At^rida boa ba do dioaalta no Quartel General do XI 1x4rol to,
«• Soo Paulo, rua Cor.aelhslro Orivololaao. 2 faridoa.
20. 4* - Imloaío da boaba oo oartv a.xtaroí a ▼oatlbulo do "0 Solado
Jo 3.Paulo".Oro odes nrajulsoa a farlaantoo oo aalador noturno
do portaria,
1„ 5, - Calmo Absoluta ra todo o nJlo, Ma Guanabara o cojiolo ooso-
aorotlvo do Dia do Trabalho oo lotddlo do Sao Õrlotovão oonaa
gua manga alguma cantata ig da aaaiatjot ?«. fracoeaando totaj
«anta. Kao obateota, ju Sao Paulo o comício orogn-ado polo
GovSrno do Batido, coa in4lo ia algvoa dlrlgantae alniloaia,
4 dl«solvido oor grunos comunlataa daa llobaa oubans a obins-
oa, qu-j dominai a Praça da 34, axpolaao io palanque o Govarea
dor Abruu Soer4 a denala outorldadeo, todoa agradidoe o pau a
padres. a 'orçados a o roeu rir rafdglo daotro da Catedral. Aoda
o conflito, oantenoo da oomularea, com oortasea aubveralvoa, -
retrotoa da Guavan, uroaovau oaaaaotaa pilão ruoo oantrala.
4. 5» - Paeeaita aubvtralva ou Santo Andrd, aoolida o^lo blooo Doa
Jorge Marooa la Oliveira. Agradldo pa joroiliata anti-oouuolg
ta.
15, 5, -JBxoloaio da bomba na aorta externa da Bolsa da Voloraa da
SÃo ^oulo, la 22:30 ba. Dota tarrorlataa, aobora viatoa, coo-
saguai jaaanar.
18. 5. - Soaba no QG da FÇrço ^dbllco r»w3ío naulo a no Coneulado -
’wnoM. Poaaeata aatudintll ro Sio Paulo,
20. 5. - Raoraseâo noliclol foa malograr oseeeata na Guanabara.
21. 5» - Oouooçao di Reitoria do Uolveraldaâa da São Paulo • da«3ca_
todo' o Roitor. Grin-ia ooaeeita oo Rio. Choquae a dwnradaçoaã^
Dolo aortoe, 80 teridoa levea a olroa da oll nanlfeatantea •
praaoa.
30. 5. - Aaaalto o metralhadora contro agdacla baoolrle. Roubo da 80 .
oll cruzalroa novoa.
19. 4. - Agitação no Rio. Reoreaaão da paaaaitae aubveraivia.-
20. 6, - Aaaambléla de 2t000 aatudootaa na Reitoria da Praia Varua .
lha, no Rio. Priaoaa.
21. 6. - Sexta-feira - Vlolentaa -eaolVeatiçoes no Rio, ao*rentadaa -
mela nollcla estalual. 4 mortos. Invadida « danrelada 3 Bolsa
da Voloraa, na -»roça 15 da Movrabro. Mova horas da guerrilha
urbioi. Morto o soldado Ralaon da Barroe. Desfile ao Braallla,
coa 6.000 oanifeatantea, ao estilo ristoong, coa retratos de
Guev «ri.
22. 6. - Do Soo Paulo, ocaoação da Paculdedj j« *iloso'l a,_onda aio
arguidas barrlmdoe, logo ea aeguiia da gscerollzoçao do ao-
viaanto a outros edlrloio« univoreltlrioe.
23. 6. - Alguns lacanaa da oetudontae ocuoan a Pocul*l*da da Direito,
da Sao Paulo, ooi berrlcHta na aorta contrai do Largo Sao
^roneiaoo. Da Brasília, 300 estudantes lov.idai o Coa grasso Rf
oIocjI, onde daoorrla o 3* Seainírlo ínter-oarlaoaotir Latino
-omerioono.
24. 6. - Paaaaata subversivo ao São Paulo. Fovsueota ataoido * spe -
drajalo o edifício do jorna] "0 Betado da S.^mlp". Da vorta-
laat, co^íoio 4 dleeolvilo $ bala, baveoto 4 feridos.
26. 6. - 3o São Paulo, aaaalto a dlnulte. da madrugado, oontro o ao
vo edlfloio lo QG do II Exórcito. vorto o eolJado Mario Coaal
Pilho, ferldoe aol» 3 «eutinelaa.
- Mo filo de Janeiro, cul-luju oe □ool*aet9çoea das sacanas aa
terloree, o ou e oarcha ds evroa de 50.000 lanif‘itantae psla
6
avenida Rio Bmaoo. O cliua psicológico, nroduzido oslo quase
uoaooólio los coounicaçõue neloa ogitidoroe osquardietas, lova
bs oanaequSncias naturais, arrastando Ms ruaa poro solidarieis
is aoe "ooitalinhoa loa estudantes lnjuetononte eaDanoadoe* 7
foQiliorsa doa jovone, toras do ol^sao nôdia, e até n »rte -
do cloro. Rosa oanitol, onda o onoaiçõo jó vencera os eleiçÔeo
da 1966, nor quase 80* loa rotos, o exnloraçao, tècnloaawnte
or^onlsodo do aenti <entalieoo o o iopérlo dos "slogans" do uie
tlflciçao oolfV01» obrigara-a o ordorio govâmo a peraitir "8
voata ororoeaçso cantado nalo n*tralho oubvursivo.
27. 6. -to São ^aulo, oa terroristas neealtnn una nedreim.no quilo-
uetro 15 i> Paooao Tavaroa a oonaoguao roubar, tranquila -
□ente, 'loii toaolndo de dlnaoito. 1 tarde, ea conflito no Lar­
go Sao "‘mncleco. o ogitilor coouniiti Gess: B:rboao da Silva
ateatolna o onerorio Noel^le Oliveira Raoos, aondo nrèeo ea
flagrante, anoa nerseguiçào nulas ruas controla.
28. 6, - Fava noeeeata, oooo os antorioroa, namitiia a.i Sào Paulo,
1. 7. - Pa*ee>ta eu Braeilla. Da frjnte oo ediffoio do Congresso. o
denutndo Davi d Lerer carrega u*j grande cartaz onda se lS: * Do
aunolanoa no 'aundo o região la terror iooeronte no Brasil". E£
São ’aulo novo aaailto o banco, auanaito da ligaçao subversiva,
3, ?. -to São Paulo, novo noaseata da UNZ. 3.000 naniTaatantee voot
fervi eatribllhoe trovocaioras. Creaceo a indiferença e a re -
vulso do oovo naulleta ante os nrovocoloraa. Segundo assalto a
roubo do 80.000 cruzeiros novos, eo Moud.
4. 7. - Marcha subversiva no Rio, de oiMter aburtooente canuniats ,
•ou 10.300 ajnifostantea, até o Suorouo Tribunal Kilitir, onde
renlizau'coaíolo contra o govíroo, rSnidaounte diaojrsado pala
elunlee aotícia de qua ea anroxizavoo vlJturos nnrtidsa do Mi-
nlatório do Exército.
Julho - 0 Ministro da Justiça, eu nota oficial, orolbe as naaaoitaa
eabverelvoe e f3Z o devido coaunicoçao aos govarnsdorea d^a Ea
tadoa.
6. 7, - Bouba exnloie no edifício doa Correios, eu Caanlnae.
7. 7. -to Soo Paulo axnl-im quneo aioultanainonte cinco erte*’to8
da dinamita, ao estações o entroncooantoe ferrofidrioa j - Z~CB,
narto_Í3 Enganhoiro Goulirt , na gora ia Santoa-Jundloí, na
eatiçoo do Lana a nerto da uo oleoduto lo Santoe-Jundlsí.
11. 7. — 3* asaolto a -oetmlhadoro contra iglncio bancaria. Roubo de
43 *311 cruzalroa novos.
12, 7. - Reunc-aa oo Ri£ o Coneclho do 8ogurança Racional, adiando de
- eiaoea noro asecoo ultarior.
16. 7. - 0 Cooaelbo da Segurança Pooional, ande longa reunião, euite
n-tat eu quo raconhece "o ataque niaaiço oo regi .a a la Insti­
tuições ie.ocrdticjs", cujo ogriwoanto, eu curao, "ooricturl-
zo, nltlio ivota, uo oetolo oontm-rjvoluoionírlo que dava aer
cpubotldo oor todos oa ',eloa, eob nono da fruetrar-ae a Rovolu
çao de 31 de Março de 1964",
17. 7. - Grave ilegal nomllaa 6 ffbrloae eu Oeieco, São Reulo. olgu-
u-a leloa ocunadje h força, oo • eoquoetro de ai aiQietmlorea a
técnicos. 0 aurto aubv.raivo, irtlculado nalo "Açao Popular ",
• outme grunoa onjunlatae j brizzolletie a fulninantaaente
debelado, nelaa fôrçae nol»ciole do Estado. A UNE lonço nonl -
faato la apoio 5 greve, lobilizindo oquinoa do orovooação.
18. 7. - Rtoeuoação la VooulHla la Diruito, «n São 'aulo. onda eão -
encontrado aoonaa 43 alenuntoa, nfdra 20 írttatoa de teatro e
TV qua ea onresentau ‘naro sara . nreooa juntos- >m logo loaa-
toreoou, E aesio cu;irlJa nol» noliola o "oandot2 de reintegra
çao de nosso" requori’n h Justiça nulo Congrogaçno da faculda­
de.
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Rio de Janeiro» 5 de desaabro de 1966

Unos. Sr s»
■ da
COCA»COLA Industria e Canérulo Ltda»
AT» Mio Façanha» 151 - 6®
Marta

FTesados Senhora»

▼anho trazer ao mu oonheolJMnto pessoal» padl^


do-lhe que o retenha en seus arqulao», o reacmo anexo da ooo-
juntara atual da pressão oanunista entra nós» oonfome Laran»
U«eoto proeedldo»

Aten dosa» saudações

élyoon ãa Paira
VIca- Presidente
APÊNDICE V

Carla de Edgard Teixeira Leite à Confederação Rural Brasileira

CONFEDERAÇÃO RURAL BRASILEIRA


Orgão Nacional Representativo da Agricultura e Consultivo do Governo
Rio de Janeiro, de agosto de 1964

Senhor Presidente e demais Diretores


Saudações atenciosas
Tive conhecimento, pela lealdade de um dos nossos companheiros, da caria, enviada
às Federações, com a data de 10 de julho, pelo Sr. José Resende Pcres, 1/'Secretário da CRB.
Encerra um rosário de falsidades, o que me leva a lhes enviar estes esclarecimentos.
Assim a divergência que ele alega ter surgido entre nós não tem a origem indicada. Resultou
tão-somente de haver eu defendido a reputação da CRB que o Sr Pcres reduzira à expressão
mais simples num dos seus folhetins agrícolas, do *'0 GLOBO".
A minha contestação foi publicada com grande destaque, na sua própria seção. Enfure­
cido investiu através de um sórdido documento, lido na Diretoria contra num. exigindo
da CRB duas coisas:
a) renúncia coletiva da Diretoria;
b) carta ao "O GLOBO” procurando minorar o impacto sofrido peia minha caria;
a primeira exigência foi repelida in Imune. Era infantil. Nada tem a veT com ela. a renúncia
coletiva, como aliás esclarece o próprio J. Resende Pcres na caria-ctrcular já mencionada.
Quanto à carta de reparação — espécie de atestado de boa conduta, tendo tido a Direto­
ria dificuldade em redigi-la. eu mesmo a escrevi. Subordinei entretanto a sua entrega ao
compromisso solene, de que com ela a questão seria dada como encerrada.
Deste compromisso solene, foi fiador o Dr. Hcrcílio Luz Colaço e assumido perante o
Dr. íris Meinberg. De posse do documento — falsando d fé jurada — deixando muito mal
o seu fiador Dr. Hcrcílio — publicou a curta por mim redigida, com comentáno» desairosos
j minha pessoa
A Diretoria reunida, e por decisão quase unânime, condenou o procedimento dcileal
do Sr. Pcres e mandou ao GLOBO a seguinte nota, que foi publicada naquele jornal:
"À vista dos comentários do Sr Resende Pcres. sobre ■ carta que esta Confederação
dirigiu ao GLOBO, relativas às declarações do Sr. Edgard Teixeira Leite sobre o Estatuto
da Terra cabe ficar bem explícita que o propósito foi dar uma solução honrosa para o
anunto sem descer à apreciação do mesmo e nunca desprestigiar o nosso Vtce-Preudenle.
Tendo sido deturpado o nosso pensamento voltamos a presença de V. Sa. pedindo a
publicação destas linhas etc.**.
Por af sc vê que quem deveria renunciar não era eu, mas o Sr. Pcres.

743
Em um ponto estou de pleno acordo com o Sr. Peres.
É necessário que a nova Diretoria seja dc homens com trânsito no atual governo. Nestas
condições o Sr. Peres é o menos indicado.
£ fácil demonstrar:
O Ministro Civil mais privilegiado pelo Pte. Caslello Branco é o Dr. Roberto Campos.
Reuniu cm tomo de si excelente assessoria, quase toda do 1PES, que tem sido continua-
damente atacada pelo Sr. Peres.
Vou citar exemplos:
O Dr. Assis Ribeiro, assessor do M.T. Roberto Campos e agora nomeado para o Con­
selho Nacional de Economia.
O Dr. Garrido Torres — idem, idem, nomeado Presidente do Banco Nacional de Desen­
volvimento Econômico (BNDE).
O Dr. |osé Gomes da Silva, assessor do Dr. Roberto Campos e nomeado agora supe­
rintendente da SUPRA e certamente o futuro superintendente do JBRA.
E • tacando o 1PES, considerando como órgão esquerdista, ficou em má posição perante
o General Golbery, atá há pouco Secretário Executivo daquele órgão e que hoje dirige o po­
deroso Serviço dc Informação da Presidência da República, um dos postos de maior impor­
tância do Governo, homem de alto prestígio na Revolução.
Não é por isso de estranhar que o nome do Sr. Peres tivesse sido posto à margem na
lista tríplice onde figurava (aliás por indicação minha há tempos atrás) sendo escolhido o
Dr. Kurt Reps... (ilegível).
Devemos na verdade escolher gente com bom trânsito no atual Governo. A CRB e as
Federações têm na área oficial importantes problemas, como o retomo do Serviço Social
Rural para a classe rural, a Sindicalização Rural e os problemas relativos à Reforma Agrária
(Estatuto da Terra, do Trabalhador Rural etc.).
Nada direi entretanto sobre este assunto, o que foi, pela carta renúncia (escrita há vários
meses) entregue a orientação do Dr. íris Meinberg.
Qualquer gestão neste sentido representará não apenas descortesia para com o nosso
Presidente declarada pelo Sr. Peres, "o maior ruralista brasileiro".
Não apenas uma descortesia: uma deslealdade.
E constrangido que sou levado a dar a V.Sa. e aos seus companheiros de Diretoria estes
esclarecimentos, pois a carta de 10 de julho exarou afirmações que estavam longe de repre­
sentar a verdade dos fatos.
Creia-me seu
Edgar Teixeira Leite
At.’ Adm. Obr.*

744
apêndice w
Lista dos associados e colaboradores do IPES ligados a bancos

Os associados e colaboradores do Complexo IPES/IBAD que ocupavam cargos-chave


na administração estavam vinculados dos bancos particulares e instituições financeiras mais
importantes do Brasil, revelando uma marcante interligação de diretorias. Estes são alguns
dos bancos e seus diretores ligados ao IPES:

Banco Mercantil de São Paulo — General Banco Novo Rio de Intercâmbio Nacional
Edmundo de Macedo Soares e Silva, Gas- — Carlos Lacerda, Alberto Braga Lee,
tão Eduardo de Bueno Vidigal, Gastão Antônio Sánchez Galdeano.
de Mesquita Filho. Paulo Ayres Filho, Banco Português do Brasil — José Adolpho
Lucas Nogueira Garcez, Nicolau Moraes da Silva Gordo. Orlandy Rubem Correia,
Barros, Severo Fagundes Gomes, Vasco Olavo Canavarro Pereira. Antônio Car­
Leitão da Cunha, Nicolau Moraes Ber­ los do Amaral Osório, ThemíMocles Mar­
ros Filho, Luiz Eduardo Campello, Ba- condes Ferreira, Harold Cecil Polland.
sílio Machado Neto. Mauro Monteiro Banco Auxiliar da Produção — Fernando
Lindenberg, Paulo Sérgio Coutinho Gal- Mbielli de Carvalho.
vão, Israel Klabin. Banco Geral do Brasil — Dênio Nogueira.
Banco Itati-América — (formado pela união
Banco Geral de Investimento — Dênio No­
do Banco Itaú e Banco da América) —
gueira.
Luiz de Moraes Barros, Herbert Levy,
Banco Moreira Gomes S.A. — Dênio No­
Aloysio Ramalho Foz, Eudoro Villela,
gueira.
Olavo Egydio Setúbal, João Baptista
Leopoldo Figueiredo, Herman de Moraes Banco Boavista de São Paulo — Fernan­
do Machado Portella.
Barros, Luiz Eduardo Campello, Rober­
to Levy. Banco Brasileiro de Desenvolvimento S/A.
Banco Frands e Italiano para A América Finasa — Antônio Casimira Ribeira.
do Sul — Rogério Giorgi, Henrique de Banco Andrade Arnaud S.A. — Raul Pin­
Botton, Vicente Rao. to de Carvalho.
Banco Lowndes — José Garrido Torres, Banco Ultramarino Brasileiro S.A. — Raul
Almino Afonso. Oswaldo Benjamim de Pinto de Carvalho, Alexandre Marcon-
Azevedo, Raul Gomes de Mattos, Donald dez Fo., Paulo Fontainha Geyer.
Lowndes, Vivian Lowndes. Banco Aymoré de Investimento — Raul
Banco Cidade de São Paulo (Dow Chemi- Pinto de Carvalho.
cai) — General Golbery do Couto e Banco Nacional do Espirito Santo S-A- —
Silva. Vicente Alves de Carvalho, Milton Viei­
Banco Novo Mundo — Lélio Toledo Piza ra Pinto, Francisco Farias. Messias Ro-
e Almeida Filho. André Arantes. d arte.
Banco Operador — Adolfo Genlil. Benito Banco do Comércio S.A. — Rui Gomes
Dcnzan* de Almeida, Augusto Frederico Schmidt,
Banco Itaú — Eudoro Villela. Waltcr Moreira Salles.
Banco Agrícola Mercantil S.A. — Emílio Banco Atlântico — Orlondy Rubem Cor­
Kaminski. Egydio Michaelsen. reia. Themístocles Marcondes Ferreira.
Banco da América S.A. — Herbert Lcvy. Bonco de Brasília S-A. — |osé Luiz de Ma­
Banco Bozanno Simonsen — Mário Henri­ galhães Lins.
que Simonsen. Banco Nacional de Minas Gerais S.A. —
Banco da Bahia — Geraldo Danemann. José Luiz de Magalhães Lins.
Banco do Comércio S.A. — Arlhur Ber­ Banco Comercial de Minas Gerais S.A. —
nardos Filho. Demósthenes Madure ira de José Luiz de Magalhães Lins.
Pinho. Banco Solto Maior S.A. — José Luiz de
Banco Comercial do Estado de São Paulo
Magalhães Lins.
Banco Comércio e Indústria de Minas Ge­
— Francisco de Paula Vicente de Aze-
rais S.A. — Ruy de Castro Magalhles,
vedo.
José de Almeida Barbosa Mello.
Banco América do Sul — A polónio Salles.
Banco de Minas Gerais S.A. — Josafá Ma­
Credibras Financeira do Brasil — Waller cedo. Pedro Paulo Ribeiro Gonçalves.
Moreira Salles. Hélio José Pires de Oli­
Banco de Crédito Real de Minas Gerais
veira Dias. Manoel Ferreira Guimarães,
S.A. — Jonas Barcellos Corrêa.
Rui Gomes de Almeida, Albino Arruda
Banco Mercantil e Industrial de Paraná —
Mannho. Joel de Paiva Cortes, Paulo
Bamerindus — Oscar Schrappe Sobri­
Galvão Fo., Miguel Lins. Hélio Cissio
nho. Othon Mader.
Munia. Ismael Coelho de Souza. Hélio
Banco Comercial e Industrial do Brasil S_A.
Beltrão. Teodoro Quartim Barbosa, Sér­
— Othon Mader.
gio Pinho Mellão. Henrique de Botton,
Banco do Rio S.A. — João Baylongue.
Augusto Frederico Schmidt, Demósthe-
Banco da Capital S.A. — Joio Baylongue.
nes Maduretra de Pinho. Homero Sou­
Banco Mercantil do Brasil — Obregón de
za e Silva.
Carvalho, Oscar Augusto de Camargo,
Banco Anchiela S.A. — Carlos José de As­
Getúlio José da Silva.
sis Ribeiro, Adolfo Genlil.
Banco Paulistano — Eulálio Pontes Vidi-
Banco Financiador S-A. —- Carlos José de gal.
Auis Ribeiro Banco Sul Americano do Brasil — Manoel
Banco Auxiliadora Predial S.A. — Carlos José de Carvalho, João Baptisto Leopol­
Henrique Schneider. do Figueiredo, Luiz de Moraes Barros,
Banco Auxiliar de Crédito S.A. — Orion- Herman Moraes Barros, Jorge Leâo Lu-
dy Rubem Correia, Ricardo Xavier da dolf, Genésio Pires.
Silveira. Banco Investimento — Fábio Garcia Bas­
Banco Económico da Bahia — José Bas­ tos.
tos Thompson, Angelo Calmon de Sá. Banco Hipotecário e Agrícola de Minas
Banco Federal de Crédito S.A. — Eudoro Gerais — Dario de Almeida Magalhães,
Villela. Olavo Egydio Setúbal, Aloysio Joviano Jardim Rodrigues Morais, Obre-
Ramalho Foz. gon de Carvalho.
Banco Hipotecário Lar Brasileiro S.A. — Banco Auxiliar de São Paulo S.A. — Ro­
(Chasc Manhallan Bank) — Jorge Oscar gério Giorgi, Basílio Machado Neto, José
de Mello Flores. Ermírio de Moraes, Othon Barcellos Cor­
Ilt Nalional City Bank o/ New York — reia.
Trajano Puppo Neto Banco de Crédito Nacional S.A. — Murilo
Banco de Desenvolvimento e Investimen­ Gouvêa Coulinho.
to Comércio e Indústria — Trajano Pup­ Banco Halles — Alberto Lelio Moreira.
po Neto.
Bahco Federal de Investimento — Daniel
Banco Leme Ferreira S.A. — Aldo Mortari. Machado de Campos.
Banco Delta S.A. — Rui Gomca de Al­ Banco Auxiliar de Comércio S.A. — The­
meida. místocles Marcondes Ferreira.

746
Banco Brasul de Sào Paulo — Sérgio Mel- Banco Irmãos Guimarães — Nelson Pa­
lio. José Pire* de Oliveira Dia», João da rente Ribeiro. David Antunes de Oliveira
Cruz Mellio Guimarães.
Banco Boavista — Cândido Cuinle de Pau­ Banco Investimento Industrial — Invest-
la Machado. Fernando Machado Portei- banco — Roberto Campos. Sérgio Pau­
la. Luiz Biolchini. lo Mellio. Edmar de Souza, José Boni­
Banco de Crédito Municipal S.A. — Fer­ fácio Coutinho Nogueira. Sebastião Fer­
nando Machado Portella. raz de Camargo Penteado. Emanuel Whi-
taker.
Banco Comércio e Indústria de São Paulo
S.A. — Teodoro Quartim Barbosa. Jo-
Banco Federal de Crédito S.A. — Eudoro
Villela, Olavo Egydio Setúbal, José Bo­
té Adolpho do Silva Gordo, Justo Pi­
nifácio Coutinho Nogueira, José Ermírio
nheiro da Fonseca, Caio dc Paranaguá
de Moraes.
Moniz. Daniel Machado de Campos.
Decred S.A. — José Luiz Moreira de
Banco Francês e Brasileiro S.A. — Teodo­
Souza. Cândido Moreira de Souza, José
ro Quartim Barbosa.
Garrido Torres, Mário Henrique Simon-
União de Bancos Brasileiros — Grupo Mo­
sen, Vicente Rao. José Luiz de Maga­
reira Sallcs — Arthur Bernardes Filho, lhães Lins.
Egydio Michaelscn, Paulo Foniainha
FIBENCO — Financiamento, Investimen-
Geyer. Octávio Gouveia de Bulhões,
to e Crédito — Roberto Campos, Lélio
Glycon de Paiva. Rui Gomes de Almei­
Toledo Piza Almeida Filho, Américo Os-
da, Alberto Soares Sampaio. Walter Mo­
waldo Campiglia, Theobaldo de Nigris,
reira Sallcs, Nehemias Gueiros, Hélio
Fábio Monteiro de Barro», André Arantes.
José Pires de Oliveira Dias. Hélio Mar­
Finco Investimento S_A. — Al mi no Afonso,
ques Vianna. José Luiz Bulhões Pedreira.
Lucas Lopes.
Paulo Galvão Filho.
Finco S.A. — Consórcio Financeiro — Lu­
Grupo Financeiro Ipiranga — Ary Burger.
cas Lopes, D. Lowndes, O. Benjamim de
Banco de Desenvolvimento e Investimento Azevedo. Almino Afonso.
Brascan — Antonio Gallotti. Pedro Lei- Ypiranga Investimentos S.A. — João Bay-
tio da Cunha, Dario de Almeida Ma­ longue.
galhães.
IBEC Empreendimentos. Administração e
Banco Fmasa de Investimento — Gastão Investimentos — Nelson Parente Ribei­
Eduardo de Bueno Vidigal, Jorge Walla­ ro.
ce Simonscn. Wilton Paes de Almeida Independência S.A. Financiamentos, Crédi­
Filho, Casimiro Antônio Ribeiro, Eduar­ tos e Investimentos — Otávio Pereira
do Ceio da Silva Prado. Fernando Ma­ Lopes. Ernesto Pereira Lopes, Caio de
chado Portella, José Maria Pinheiro Ne- Paula Machado. Emanuel Whitaker.
lo, |oio Pedro Gouveia Vieira. Leôni- BRASCAN Expansão e Investimento —
das Lopes Bório. Lucas Nogueira Gar- António Gallotti, Teodoro Quartim Bar­
cez, Lucien Marc Moser. Miguel Reale. bosa.
Nicolau Moraes Barros Filho. Clemente Cia. Sul-Americana de Investimentos —
Moriani. Israel Klabin, Jrineu Bornhau- Carlos José de Assis Ribeiro, Américo
sen, Luiz dc Moraes Barros, Amador Oswaldo Campiglia.
Aguiar. Joio Neves. Paulo Lacerda Orcica S.A. Créditos. Financiamentos e In­
Quartim Barbosa. vestimentos — Roberto Pinto de Souza.
Banco de Invesltmentos do Brasil S.A. — A. A. Monteiro dc Barros.
Walter Moreira Sallcs, Augusto Trajano Novo Mundo Investimentos S-A. — Ro­
dc Azevedo Antunes. David Beatly 1(1. berto Pinto de Souza. A. A. Monteiro de
Antonio Gallotii. Paulo Fontatnha Geyer, Banos.
losé Adolpho da Silva Gordo. Paulo Reis DELTEC S.A. — David Beatly 1(1, Eulí-
de Magalhics. José Luiz Bulhões Pedrei­ lio Pontes Vidigal, Irineu Bomhauscn,
ra. Carlos dc Moraes Barros. Irincu Born- Antônio Gallotti. Paulo Neves de Souza
hausen, Dario dc Almeida Magalhies. Quartim.

747
Cie. Financiére Etemit — Lucas Nogueira Finasa S.A. Finan. Cred. Invcst. do Para­
Garcez, Lucas Lopes. ná — Gastão Eduardo dc Bucno Vidigal,
Lucas Nogueira Garcez, Rnphacl Popa.
Crédito Comercial SA. Sociedade de Cré­ Finasa S.A. Finan. Crcd. Invcst. de Santa
dito. Financiamento e Investimentos — Catarina — G. E. Bucno Vidigal, Lucas
David Antunes Guimarães. Nogueira Garcez, Raphacl Papo.
Brasval — Gastão E. Bucno Vidigal.
Mercaminas S A. — Crédito. Financiamen­
Barings Brothers — G. E. Bucno Vidigal.
to e investimento — Obregón de Car­
IBEC Cia. Empreendimentos Adm. c Inves­
valho.
timentos — Humberto Monteiro.
Cia. Carioca de Corretagens — Raul Pinto Cia. de Crédito e Financiamento do Comér­
de Carvalho. cio — Francisco Pinto Jr.

748
APÊNDICE X
Caria do IPESUL ao IPES e correspondência de associações e representantes
de classes ao IPES.

da 44» JM»
(Dia dd Tilarlai

*• !«?-'••• lanareis/a, • 4w»ca OUfW • a»


4raju4/carfoa, cJara ha uaa /<ZM a« J*yf«2açm, M» 0*
P«r aotlvoa •Hw, • lato Central m» üiV« twr < tnt9l*l»
u« 4a auçarlr nadldaa loçlolatlroa c^plaaanlaraa, o ddaa «aía *«*
4<* roapatta aa -Marcada da Capllala aaí para • lr*t CMtrvJ U/»r
«■r, a com aaCa Cadaa aa aiofaaCãaa^ rac/Mpa'aa aa r«faa£
dlaaçfaa, tansa wa c/rdaUa afcíeaa, aa fua tWa ^arrv* aa Aa**a
CMUrWa

aal çaa para a DB, aaaa para a mn^L


fraaaãaa attt palítlcaa da p4 aaota-acaaâalapa, at>
a aaata, n«o a" aínfia Íatançía aattaíiar a ^ala da UB aaaor^a
na Tua ata' açora foi dita. 4 flaaJtdado praolpaa doa ta â a da aar~
trar a tapartonoia do pradiana, a padlr pto itlida a doot^attoçio
«MW. aa çua tadsa aa afirnaçaaa da danaa CaUral fama rofüad^
a para « aport^ldoda do m» prajata da prajola da lai, çadB a^af-
ilarta da arutra oçuUISrada a lapraaaladlaaJ fadar da ■a.piwjd1*
Eina i rcacc mu i sob ■ ■ ■■ ■ sa
-IPfSUl

• »tn±lo dtnoa-ivore.

É <*I4««C* flua « CrWf l« Direto o» <,~r~,Jrr < /arfar >•»

*4 a*a • /artaJaalaanto 4a «rcW» 4a Zatna*


** C^OÍO, ara «■ IM fUMÍ F4C44M* 4«p«l44 CtítaMKtf 4« J«f
MqMcamtar.

*■*■11 0*4 • IPB-DIO >44Wl /<rt«4 4ÍIMM24Ç444 404 *4f44


Oawmmmtafc, • m«íi ^arffaaa çua mi aua Influência para trvrafor
nar m 2a/, a «u« por enquanto o aponaa ua projeto de projeto de lei
■aa «M4 conta Caa • apito da Sen. Mea do 9a, enjoa «oaAacíawitM 4a
JKanoa/a aãa fnafawla, « coa • Jornal do Ceaarolo do P.d., fua
*J toou-o na tnlepro, oca ocntar oaa o fPBOL o nuvruv ou troe poe-
oaaa M antidedoo do nanar tnporlviota.
Povoe o £PJS caneequíru tentvido ua diálogo caa • Jfíníatr*
Delphta ou evo o Dr. Qaluiaa, aaa oro to «ua 04 Mtníatroo da Dooalu -
pão (Jorboa. panaortnho, Coala Ctvolcoitl, inártw 4 4 Sidoe )
flooriev aenatblllaudoo, o ileo ala, eatão ea oondtpõoo do romper a
"eorltna da atlonato e do dealnfomoção" hobllavito avtladn pelo Aaj
o» Centrei.
Ooetorionoa da acrecer iva reapoota o obro 0 aooioito aa to»
la, afta do coordena moa oo/orpoa por aafa oata oauaa «ua oiaa o *«■

Ss^ogeta cerdíaío e atonotooaa

P.S. - Moiro endereço do [PSSULt


Mlftato Palio to do Coaárcle, 6» andar, CenJ. 801
Porto Alegro, 803 - Pene 5-18-08
RUA QAFROCLAMAÇÁa »M • *OMSUC««*0
IC »< f ■<_> >0 ?OOR RiO-«B -**RVRI^

Ao
IPÈ8 - Instituto do Pesquisas o Estados Be Mais
Av, Mo Branco n9 1M grupo 3T37
Meai*

Prosado* Senhoreai

Em atenção a Ma carta do 3B/3/BS oclioüamoo anotar a M*


guinto pergunta, a aor oncaminhada ao Exxao. Br. Ministro da Indústria
o Comerdof
f •* *
"Alem doa produtoa tntegralmente fabriaadea no Braail, há
uma faixa enorme do produtoa perclalmenia fabricáveis, loto á, proda-
toa que, por raaõoa diremos dependem do peça* M material* importa­
dos.

Multo* doaooa prodatoo são do grande intereaae para aa ia -


ductriaia do médio o pequeno porto,

Para exemplificar ctia rol o caoo da fabricação de Detetores


‘ de Raio* Gama, pela Mlcrolab Eletrônica Ltda, o de Broca* para poço*
’ do Petróleo, pela CBV, Basea produtoa repreoentam uma contribuição
: anual da ordem do 1 bilhão de cruseiro* à economia do País.

Ocorro porém, que, om amboa oa caaoe, aa dificuldade* de


obtenção oportuna dos componente* importado* são de molde a deeeo -
' corajar qualquer iniciativa de ampliação na faixa doa produtoa ”*emi-
naclonala",
Efetivamente não vemoa como fugir ao dilema de ou fabricar

1 tudo no Braall ou nao fabricar nada,

1 fc claro que tal dilema exclui a poaalbllidade da nacionaliza *


ção progreaalva do inúmero* produtoa com gravo* prejuisoa para a
economia do Paia.
3

j Estamos convencidos ds que somente num regime de líber-


I dado ds Comércio ExteMor, sem licenças de importação e sujeito ape-
I nas a um código tarifário moderado, poderá o Governo dinamizar o
(desenvolvimento do País.

I Pergunta: O que é que ainda impede o Governo de liberar o


I Comércio Exterior?".

Atencissamente
Mecânica CBV Limitada

Patdo Didler V^apy

PDV/Eva:
Exmo. Snr.
Dr. Mauro Thibau
M.D. Ministro dae Minas e Energia

Aa indústrias eletroquímicao o eletromatalúrgicaa ficaram margi-


nalisadae economicamente, palas atuais tariías de energia, principalmen­
te do grupo Light.

Aa indústrias de soda cáustica vem funcionando com enorme pre -


Julso, sendo o preço da custo da matéria prima, o sal mais a energia, au>
perior ao preço internacional dessa matéria prima;

A indústria do alumínio também não pode funcionar eom aa tarifa g


atuais do grupo Eight.

PERGUNTAMOS:

lf Porque o kWh daa indústrias eletroquímicaa e ela trame -


talúrgicaa no sistema Light custa o dobro do kWh da
CEMIG?

2* - Constatada a impoaaibilldado, ou o doetoto risse, do gru.


po Light em fornecer energia a um custo rasoável para
a elotroquímica e eletromotalurgla, dentro de suas áreaa
de conceaeão, seria possível a essas indústrias recebe -
ram energia de outroa sistemas, tal como acontece em
Minas Gerais com a CEMIG?

£7 Miguel de Carvalho Dias


•I Diretor Vice Presidente
Soo, 66/0094
Rio do Janeiro, 18 da mio da 1966.

Um. Sr
Dr. Djalm UirU
DD.Prea. da Slndloato Naolanai da
Construções, Estradas, Pontoa, Portos,
Aeroportos, Barragms, ffcviasntaçõee.
Rm Dobrot, 23/120?
H :: * T A

"anhor Presidente,

Com & finalidade da propiciar melhor er.iendlioeQ


to d* claeee ■apresarlal>Joni as autoridades federais, vera ãete
Inattituto promovendo ma s6rie de debates sob o título c®ral da
•Perspootivas do Ttapreaariado 1 'acionai em 1966a,
Desneceoaírio sorá reestltar a hnportãnola
partioipação doa deoaia or^ãos de olaose nuns inciativa deste
ver^dura, oormente quando noa diri^Lape a ma entidade que noe
tm prestigiado através fornulação do quesitos o representação aos
debates ja realizados, c<no no presente oaso.
Tkl participição, entretanto, poderá eer ainda
mis efetiva ee nos rór enviada, por êseo Sindicato, relação do
'■odoe es seus asaoolados, para o nuo ospemrooe contar, ainda ’,m
7oz, coa c eeu concurso.

trla e Comercio, respectivanente,


".em tnais, com protestos de alta estima o Hotig
ta corv»i<’sração, zitbocrevemo-nos,
P B f 1 K ▼ 0 L V I M K M T 0 B 0 ■ B B B AT I

DO I p t B » O B

1» A eelhór sistemática, dentro as diversas já utilizadas noa deba­


tes programados paio I P Ê B - T1* apresentou os aelhóres
resultados seguiu a seguinte norea;
a* Aa perguntas de carater «li geral, o que implique» na de­
finição da política adotada, pelo órgão, devse ee prlnoí-
pio ser respondidas cnglobadaBsnte pela autoridade que pr>
sido a equipe»
Serão anunciadas (para aebientar o auditório) por w el^
■ento do I P Ê 8 (Gen. Montagna)»
A tr^Llca. ao fõr concedida, dose ser possibilitada exclv>
siragente aos foreuladores das perguntas»
b» As perguntas de carater eals particularizado e téoiico ,
grupadas para resposta pelos assessores es peei alisado a, dl
▼•e ser tratadas de foraa idêntica ao indicado anterlonMQ

c» (fiando esgotadas as respostas às perguntas escritas e sub-


Betldas por antecipação, à critério da autoridade convida­
da, poderá ser aberto o debate livre»
2» A pasta (B» via) deve ser ordenada na ordee ee que serão
anunciadas as perguntas, e indicadas aquelas grupadas para
a resposta por ua reseo assessôri

* Por exeffplox
- Pergunta no 1 (Presidente)
" pergunta no 13 série Br. Fulano
- • nfi m • ■ ■
- Pergunta n® 27 série Br. Beltrano
- " • 30 - " -
í
rXO GOMIDE

te »<a aataa Fw UM • suas Indúatrlaa eorrolataa • aatalltaa


qua apr*i»nl*B, •« oa\>«u, capital* lcwrtldoa da tal vulto
q*a, *• bloao, o a«u total * altúa antro aa daz naia !<iKai
tas atividadao oooconioaa da Mação.
pargvaita-aa por que não ♦ xis ta mm órgão no M.V.O.P._quali/loa_
do para ostudar aa ralaçõoa aatro o lotado o a PMaiil contra­
tadora da Sarriçca PÚblisoa parai

a) atualizar a legislação ri canta, tacto no torraoo ooctratual,


eoao taocóa aa prooaaaualutl ca adni n t stratl va» forsa do pa
ganso Vo d* aorrlçca, otc.f
to) atualizar a form ca ev^n-lnsnto das nútuaa obrigações erlan
do—st, antro autrea, o^Stateoa da PorfaruTca Bonda*, «a *e<
do obaolato a actiooonôsdoo • Lstona da cauçõaaj
o) colaboração aatrrttoa coa oa ergãoa rapraaoctatlroa da Xbdóo-
tria • Gonsreío para eiMxJv cs ccctatoa antro aa táar.tcsn
Adaddatratlva d* &tganbarla r Finanças do Kat-ado a da **r*oaa
Privada.

5»)

«?)
f
r
•> 3
PERGUTTA NO...

DR» HÉLIO DE ARaüJO GOMWK

• Por que até esta data não foram aprovadas por decreto
Presidencial os orçamentos das Autarquias que, de acor­
do coa a Lei, são essenciais ao funcionamento daquela*
autarquias responsáveis pelos maiores investimentos do
Estado no setor do K.V.O.P. ?
0 atrazo de seis meses, isto 4, seio ano no cumprimento
deste relatlvamante e pequeno requisito, trouxe e contl
mSa trazendo consideráveis transtornos aos setores em­
presariais dependentes destes investimentos, alén de
constituir desrespeito ao Decreto n® 5UR97•

Qual a justificativa para um tão inusitado atrazo que


onera tremendamente as Empresas dependentes dos pa^ameQ
toa de obras executadas e práticamente impede a concre­
tização de novos investimentos 7
PERGUNTA NO

PR. HÉLIO DE ARAÜJO GOlfIDE

- Nos orçamentos publicados para as Autarquias do M.V.O.P.


para o exercício corrente, são apresentadas verbas glo­
bais como ^investimentos"t pároco, ontretanto, que os
botos apresentados inclues tanbom despesas de custeio •
verbas que ainda dependam de conceção de Crédito Espe­
cial de duvidosa existência como é o caso do orçamento do
D.N.B.R. que prevê a aplicação de 8o bilhõos «2 Obriga­
ções do Tesouro.

Pergunta-se: dos totais publicados como oraçmentos e in­


vestimentos do DN03 - DNER - DHEP e outras Autarquias
quais são realrente os valores correspondentes às seguia
tes rubricas:

- liquidação de débitos dos exercícios anteriores;


- despesas de custeio;
- verbas que ainda dependem dc autorização legislatl
va;
- autorizaçães para aplicação de rceurso.i do oxercí-
cio vindouro;
- outroe possíveis recursos para investlm intos tldoa
como de provável obtenção, tais curo: Eaprostimoí
Estrancelros A.I.D. entre outros;
- total d03 investimentos rmh oh anir.n”.
pelo M.V.O.P. em !?«.
PRROUWTA

PB. HÉLIO DK AHAÜJO GOMIDB

- Porque não existe no Ministério de Viação xm órgio de


maior envergadura que a atual Coaissão de FlanejaBcnto »
que seja oapaz de tendo como orientação as Doutrinas
Géo-Política e Econômico-Soelal Rs t ado, planeje, Coo£,
d «no as providências, estabelecça as prioridades e dê
execução a Planos de Obras Públicas, Federais, Rstaduail
e Municipais, unificados en função daquelas doutrinas ,
aí ie incluindo os Planos de Rletrlficação, Agrícola, Cq
municaçõos Indsutrials etc V

Deve esta tarefa ficar afeta apenas ao Ministério do Pl<


nejamento ? Ou seria mais adequado ao melhor rendimento
da Administração Pública o as xetas dos Ocvêmos que tais
Planos estivessem estrltanente e diretacente sob 0 con­
trole e orlehtação do M.V.O.P. ?

PBRGUWTA

DR. ALBERTO LRLIO MORgRA

- Quando pretende o Governo liberar o Ministério da Viação do


encargo de dirigir as telecomunicações do país» criando 0
Mir.letérlo das Telecomunicações ?
I
APÊNDICE Y
Minuta da carta do IPES a David Rockefellar e cartas do CED

Minuta da carta ao Sr. D. Rockefeller

1. As conversações realizadas em Nova York, entre grupos de emprtsánoa norte-ameri


canos e brasileiros, documentaram, à margem dos resultados obtidos, o quanto sio precáriot
os conhecimentos que temos do panorama econômico, social e político dos países da América
Latina.
Posteriormente, essa conclusão se robusteceu, através do admirável trabalho de levanta
mento procedido pelo Committee (or Economic Dcvelopment, cujos representantes — Mr
A. C. Neal e Mr. F. Brandenburg — nos deram a honra de cometer ao IPES o encargo de
realizar, quanto ao Brasil, os estudos que ora se processam nos demais países latino-amcri
canoi, rtlativamente a aspectos de sua estrutura econômica.
2. Uma vez que sio indiscutíveis as vantagens que decorrerão de tais estudos, ocorreu
nos a idéia de mantê-los em caráter permanente, a cargo de um órgão pan-americano, fun
dado e mantido pela iniciativa privada, com as seguintes finalidades:

a) estudar os problemas econômicos e sociais que entravam o desenvolvimento da


América Latina:
b) manter cm dia os dados necessários ao equacionamento desses problemas;
c) planejar e sugerir medidas visando a reduzir ou eliminar os obstáculos àquele
desenvolvimento.

3. Para Isso, o referido órgão deverá:

a) manter um corpo permanente, coordenador de suas atividades;


b) estabelecer estreito intercâmbio com órgãos governamentais c associações doa países
americanos, buscando a maior c melhor coleta de dados possíveis;
c) promover levantamentos, pesquisas e inquéritos técnicos para a complementação
desses dados;
d) organizar grupos de trabalho, integrado cada um pelos representantes dos países
Interessados, com vistas ao estudo c solução de problemas específicos;
e) realizar cursos com duração, finalidade e nível variados, para apresentação c
discussão de problemas comuns aos países americanos.

4. A fim de concretizar a idéia, será necessário:


a) a constituição de um grupo de trabalho, com representantes do CED e do IPES,
para discutir e propor as medidas visando à criação do órgio ora proposto.

763
b) a adesão inicial de elemento» de projeção — pessoas físicas c jurídicoi — no
cenário da iniciativa privada dos principais países do continente;
c) a mobilização de recursos humanos c financeiros que permitam a organização de
um núcleo cm tomo do qual se aglutine posteriormente n cooperação das nume­
rosas entidades privadas que. cm cada pais americano, se preocupam com os res­
pectivos problemas econômico» e sociais.

5. Ao submeter a presente sugestão ao esclarecido espírito de V Sa. estamos certo»


de contribuir para um melhor entendimento entre os homens de empresa das Américas, t,
desse modo, habilitar-nos a enfrentar o grave desafio já presente no mundo de hoje e que
os prónmos anos provavelmente tomarão ainda mais sombrio. O continente americano,
com todo o potencial ecooômico e politico que lhe é próprio, terá por certo de desempenhar
um papel de relevo na dura batalha pela sobrevivência de nossos ideais democráticos.
Na expectativa do pronunciamento de V. S.‘ firmamo-nos com admiração e respeito.
9 10 64

764
Jaauary 20, lfiftd

Nr. Joh Oarrido Torres


Dlroctor of Reaearch
XPIS
Avenida Rio Branco, 158
Rio da Janeiro, Brasil

Doar Nr. Garrido Torrear

Ve are in the proceea of bringing up-to-dato a llat of


CKD countorparts vhich ia for internai office use only. The liatlag
for both the Sio Paulo and Rio do Janeiro oíficoa of your orgaalta-
tlon is narked on the attached pago. Vould you be ao good os to lot
uo knov if thla ia correct — and if not, «faat changos or additiona
ahould be «ado?

We vould also be grataful if you vould aond us a curront


llat of your governing board.

Thank you vory vuch indeod for your cooperation in


■attor.
Sincoroly youra,

Thoodora Boakovlc
Secrotary to Alfrod C. Real

Bnc.
EML4Mt«t. >U I»

Au<uat », 1M4

C«Mrtl Oetrvla Ca— do Al


Soc ratona Garal bocutloo
ms
A— 1** Ha Br—a. 154
27* —T' riMjata 2737
BAo da Jaoatro-<«Maaabara
Braall

Dmt Gaaoral Goaoo:

Tba —uai — tlM* of »bo IMoraatioaal Baak for kacon-


•tructloa Md Davolopaeat aa® tba lotamatioeal Moaatary Fuod vl 11
ba bald la «aablMtoo. D.C., duriac tba prriod kplt«r 21-30, 1I44
Toa or aoao of your aeaÉiora aad adviaora aay attaad tboaa Baak/FwiJ
■« wwld liba la brlof tofatbar tboaa roproooatat 1 roa of
eovtarpart ar»aalaatloaa for a li—hoaa aovatlaa durlng tba vaak.

Coai d you I«t aa k»oo at your aarllaat coavaolonc a aklch


«f yoar board a—ara or kay adrlaora alU ba attondlad tboaa aoot-
ia<«7 TMa laforaatloa oould irwatly facllltata our advaaoo plaar.iac
Md lha tatu—o of lavltatloaa for tba luocbooo.

Alfrod c

M:vr»»

r.i. I — looa, for your rafar—o, tba f.vltatioo lldt for tba
1—baoa wbicb »o arranfad laot yoar oa tba occaaioa of tba
«arid/Baak aaatl—.

m: ar. Joio Baptlata U H^lrodo, Fraoi—t


THE COUNCIL FOR LATIN AMÉRICA, INC
AVENIDA RIO BRANCO. 00 I®» ANDAR TEL. 23-•»?*

Rio de Janeiro,
30 de agosto, 1966
limo, Sr.
General Octávio Gomes de Abreu
Secretário Geral Executivo
Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais
0«vi4 RocW»l»ll»f Avenida Rio Branco 156, 27? andar
Rio de Janeiro
SeiwrV/ce Clmmtn
J«v» GüUshfr
Prezado General Abreu,
FnWH
Willism E B«»'ow
Não desejo que V. Sa. creia que eu tenha
f« C*»ri*tn esquecido ter prometido fornecer os nomes de tipografias
H W Saigaoye*
que imprimiriam o livro do IPES entitulado "História do
hssC »oy
G»0»«» S Moo»» Desenvolvimento Econômico do Brasil". A demora se
JOftnO J Moor» prende ao fato de que o Sr. James, da U.S.l.S. da Em­
j»*nR WMf fr»itu»»r baixada Americana, encarregado de entregar-me a lista,
1 Yowi^rt'*''. Jr
esteve ausente até há poucos dias; porém, dentro em
Itetufrrf Commitlfe breve estarei de posse da lista de tipografias que farão a
ChiHttM Bmc*wno>f impressão do livro por um preço favorável.
AlOoftL Cfil»
EMIC Díixn
$ MivrxeMrAWiw» j< Quanto 1 contribuição do Conselho para a
ROhr-W Purctll S»ír»l*ry, América I^atina, de Cr $2. 000. 000, adianto que entregarei
J MgwiftiRimbin Jr pessoalmente a V. Sa. o cheque quando regressar dos Es­
Tosmtt £ Sundfíline
a Inomis Tiyior tados Unidos, em princípio de setembro próximo.
Rt«i»gr> Wtm»» Jr
No ínterim, peço por obséquio que V. Sa.
itift Dttftor
me informe, detalhadamente e por escrito, sobre o proje­
lona Hobbinq
to em lide, isto é, quantas cópias serão impressas e «e o
CMfvrr M»HD‘rr<t9' Conselho para a América Latina receber^al^una êxempla-
Eiltbin Frnsr reWr^cÕmU leTÍ JTTirfáda a importância que será contri-
bm<ta, de Cr $2. 000. 000.

Finalizando, V. Sa. pode estar certo da


colaboração do Conselho para a América Latina em futu­
ras atividades do IPES desta natureza.
Conunitlrr fnr Eronnmir Dcvrlopmcnt of Auxtralia

NK:GJ 7th September,1966.

The Secretary,
Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais,
Avenida Rio Branco, 156,
Rio de Janeiro, BRAZIL

Dear sir,

We are hoping to provide, for interested parties


in Australia, up-to-date and accurate basic economic
information relating to those counrties outside
Australia with which we are associated through your
Institute. It is felt that the supply of such infor-
raation would provide a valuable service to our
subscribing members and at the same time would not be
without benefit to the individual countries concerned.

We here, have, for socre time, been planning to


issue a monthly Bulletin giving current information
relating to Australia and needless to say, such Bulletins
could automatically be sent to you.

We shall be very glad to hear from you and to know


your views on our suggestion.
APCNDICE Z

Atas das reuniões do IPES de 23 de novembro de 1962, de 22 de janeiro


de 1963 e de 8 de abril de 1963

COKllllO HlIfOlA

(eaiã9U)

RWWao CtgJClU, COÍ Oi WWROB DO OOOTl nKTTTTB M tal W

ZBSRUta » Baftuta Leopoldo ta Ptaoslrata (PmUjta Mtl


tBKUtlTo-f.P.). Oiro® da Pain (7.Pr«L4e C®l4 ttvetata
vo-Rio) - J.C. SltaM (Prajld.ta C®. DlrvtmOle) • M«
U Itavade Àr.tTDM (PrealdUo Oxailba tal®tad®Jdo) >4®
dldo Oulnle d, P. Machado (Tlaa-C®a.taiaDte4taF
- Odlbama Júlio Borthcff OUc) . OUWto Babar (Mio) -
Joeé Rubac Pampo* (Sasrat^o Cna taeertivo-Htj- bó
Wrmeak (Secretario do C®. tae^J.P.) - Pvúe Àjrea (0®«
Bneutlro-J.P.) . Paulo Rela Maplhdae (Teeonrelro OeràlUf)
- Reitor Herrwn (C®ltô RxaeJtlvcUtto) - PUrlo tallta (ta
ereterlo Gorei ixxrutln^J^.) . 0,Conto 111® (Qufa U
po de Levantaconto) - OarMdo Torre» (Oufa do Qnpo ta let£
doa-Alo) - Denlo rotueir» (Melro ta Grupa ta Utndoelia) •
Libara to da Cunhe Prledrtah (leeritarlo ■nrnttvn 1,1a)«
WRSTnC.Tl I I, C. POLUTO

A Q 1 ■ B .At I) Upoeiçlo doa trabalho» do IPfc/W.


XX) Coordanaçlo Rlo-dão Poda
XII) Dlrotrlaaa Gereis ta IPW.

1») EXPQSlÇjO DO8 UUBADfOB DO irtl M 110 PflJO.


0 Sr. J.B.Laopoldo Pi joeirado faa o ralatúrlo nrd.
0 ar. Vamedc falou a&ve oo flhue rodlsóoa paio IWWm ■■
total da arma (11). ata hoje, lmlulndo ® dali (2) ta J«w ItarlBC
da Xetoe, perfasodo tu total da Crf zS.7^6,00.
RC PO UTO • Xlocia o trabalho do irfl/l.P.. aapaaialMBta a atfts ta
tndantil.

P.ICTXa . Pala s&re a foruaçle ta opidlo , rr^nnta o ata


t® aldo falto por Sío Pado, la ml ta a tapcrt^sla ta *
prcim.
lOTA Dh UC^RIPRICT . Ladrar ao noaoo C®. taootiro a eelMçta ta «f
pies de ®troe fil*ss do IFta/M.itas&ta tata
aanta". "Pertos do Brasil", "Ftael ta Um M
aaa, 'hobluu Kstudentil", "PXk", "tarlita ta
0ua?Ta' s "Inrdto do huü’,
2
- AtnalaaiitatX «■ fase de ■cntagSB ■ oeça "La Malaan do la
culr.t" que • u,w P*Ç* •* <P* aparece o *tutq do Dorlia, e<®
m oorredor da n<a para oa oartuiores do Carita Oriental.
Infama, ainda, que a Mlorla doa atoiaa á integrada par tft
Tlt «t»»-
0« nines do IPCa/G.P. alo exibidos aa> praças, fehrleas, et
lícioa. ate.
Tm sido valados «a alfur.a lurares, cquo na Faculdade da Bfc
Alalna (SP) a aplaudidoa ao clnauu publicoa.
F.AXRE6 * Orupo da Doutrina - Historia aa dlfiouldadee a trabalhes*
Fala doa planos do publloação da obras, aseis cano da edS*
çôaa populares, tanto sobro acenada quanto aAbre outros t*
■as.
2*) OMBDaiao no-aio fallc
I*HDUUTU - Balata o que foi resolvido pala aanhl, no que ecoeernn a
este ltM*
JBJOT • Haverá Coordenação do Grupos a dentro oa Grupos, do Rio a de
dão Paulo. 0 n< s>o quanto aos aspectos financeiros. M °<^**■
qoancia, urge fasarea aa reuni Re» nela frequwitas. v® # •<*"
pareoirwito da, na lo monos- un (1) representante da cada Coa*
Kxaeutivo Regional. , ,
0 casão quanto ao Secretarias Oerals (fcrecutivwa) da Bio_e
Paulo, bm emo dos Secretários doe respectivos Canltès *3MU
tiros, José Rúbea P nsaaa e Werneak.
K POLLAKD - Kxpllea o "nodus operandl" do Rio.
AJrtGTlSS - CcBplota esolaraclfiontoa, Acentua a nacossidade que há de
o Ií4s "estar" es Brasília, daqui pars o futuro.
P.AYTO - As esquardas tâc calor lnterís» r-a os fatos sa pass* «
Brasília, anda estão saia "saltas*.
JBIF - Volta ao asjunto da Brasília, da Assassoria, Mal lo FlArea a
Antunes, acentuando a necessidade do coordunar u ocnoeotro? <A
forços ea Brasília, ee conjunto cen a Fodcração das Industrias
a Assoa. Caoerelal do SIg Paulo. t
g.GESTlDi qua Jorra ?.do Hei'o Flórea vá a São Paulo, n* presa,
Ba sacana, para conver ,ar aôbre o assunto.
FJIJtACALHXZfl - Convidmos tscbén A.T.A.Antur.»a, o qual conocx-da.
JBEP - Várias eeprêsas aasarioanas Dsntaa "antenas* se Brasília.
AflWJIB - Bçasíya não ccnporta ub IPÊ5. nas isto devo estar presente
la. Ha deputados que afinar lOOÍ oanoeco. Hln seria o «aso
da atral«lGa V Ja tenho m hasetf do cou jrrupo, parwDsrta-
santa, ae Brasília (do Grupo Antunes). 1 n*a horas orítlaas
rwfarço-o ccn cala cela (6) hcoens.
OU - Oa Bolstin diário, ar Brasília, -ando a situação eus o eáxlBe
de atual 1 dada a raaliao, talves fôsao a solução ideei.
3*) obuib w irta
OU - Rxp3e o Plano para os próxlaos 2b neaes,
JBEF • Quanto aos se torre social a aconnrlca, acho que os devoBoo "tfi
oar" o cala rápldanenta possível. Al 1 õs traria an nanta Isscs
dois tepas a folgo ccj encantrá-los aqui.
Cita vr.rlas açRea, ja lavadas a cabo co São Paulo, alfe de <®-
tras «a estudo.
F.AYRES - Cita o aaso de alguns estudantes equatorianos que podaefle
ser "1« portados" e alo profundos conhecedores do assunto.
Ms. J

MTVWl» - Serie AfiSOSS pr»Hi>art—t na J—nal 4o lOaalU


K P0U4MD - Blo. T—>bfc fará a<—aortárloa.
AXTUXkS - Aeho goa der—oo faaar wia ra a saíra, 90a nrwrtártiJO — —
IntroAjçIo, explicando que o IPÍ3 f*rí apanas o papal 4o
f molata para da a—3—d—r o dabato doa aamtoa.
O—f —rw a partxda ocd o probla— 4a lafo—a À<rárla«

C.OTIMZ

pjioojiniiA

Q.TOSRKS

MC POUJtfD

l.CCXIDS
w«. *

G.EKTBH - Acha aoa M deve deixar JBIF oaa inteire liberdade paro
decidir 4a oportmldade daa Tmbllaaçtea.
Tabii opina pala publidaçlo da io panfleto para oetnd^
taa, b« ocato pela reellxaçío do uae sArlo 4o |ial.eotrtea
Waeadaa noa leoa aproveteo nu n*o pnhllaateoi
K RT-LATO . Intalrweoto de aoêcrdo ooa oe <pe m definiras pela publl
eoçlo* t pela fiÜKULlIB*
O.TQRBXS - "Feia ofenslre no olnlao, m folheto.

“ ’0LL“D - WTASe?^.
teao.
* t ..
z>) A oaedlha doe doraer.toe a aéreo puhliaedoa fina O
erltarlo de JBLF • OU.
?■) 0 laDçaeonto a^rd precedido o coberto, par «• «aat>
penha publla 1 teria. , .
ü«) A diTulgoçIo oiejceaiidoTa tmbte a dlatrlbulçlo 4o
panfletos.
5«) ò exiTToertz) da oenpanha teabte a eargo o a Juloo
te no • OU.
C.auixix . laba <uo, soeondo PJ^yrea, nlo dermos dar fcfui • pal»>
tt» "refaroa".
G .TOMES - Aaha que a •lntroteçte’ peterí oobrlr a áltlm efcawmyla

■ CTOJUhA A PCTTIQ

no ectreca m ta La cr ma te IX*. a respeite daa eaniferteçSea te Z7.U«^*


BC POLUBD JUt—Irro ooa o telacrma aaía nandado ao aor. Jooí Carloo
n.
cagTl nacorm

■vniD PLWÀAIA UO . OO NDLO

8,J0 ha

MiairiMt Bre. Joio Baptlsta Loopoldo de Figueiredo (Preaidaitoh


Qlyqon do Palr» (Tlo^Proo^onta) i
Jom Rúbeo P ensaca (J»er<t<irlo-J<lo’| ,
Lula Casa lo doa Santoa Womoak (5aor»t*rlo-a.P.)|
Baltor Rarrara (Coordenai )
António Carlos Anar.’ Ce^ío (CcxrdanadcrJUo) |
Oavoldo Tavnreo (CocedanoZor-F.in) x
Pauto Ajrrea Filho (Coarihoiadar-S.P.) |
Paulo Pala Kacaltâaa (Taaourairo GeralU.P.) |
JoTlnlano Jardis (Teocuralro-Rio) •
AlOrwriu!rOol '.■err Couto a Silva (Orupo da Lsvantaaeptn tio),
Guiwrto ’lubor OUo)i
Garrido Torrai (Cl .aio u «ru • <*.a E ti**oa4llo)|
Paulo Aasla Kibolm a DõiJo nogueira ihabrot > aiwilt,
do Grupo da Estudoa-Hlo)•
Praaidlu oa trabalhos o £fer. Joio Boptljta Leopoldo da Figueiredo.
Satratarlou a reunião o Secretário Executivo da Seçlo Rio,

AAflmTOfi DlSOJTTDOa

1*) 0 t»r. Glyccn da Paiva fas '■ ratrpspacto daa atlvidadae do DttAla,
lendo doevearto «ua foi prasorte a ~caa, c crporto do trâa partas,
Ratro)pacto, trotalhoo raaMsadoa peloa C-noca a plaoajMnto para
oa praxlDo, 2h divi,
2*) Estudo que as tá sando realliado pela RJC sobro a, ocnaoqaaasUo a ti
rsr das oLolçBoa de 7.10.62.
M) Livros publicados.
b*) Quadro doe ooaunlstas.
$•) Inflação.
6<) Rowanta, o assunto slo livros.
?•) Aaaos-.aria do Brasília. ,
Pr. JBLF. sugere se encontro \ra for^Ja oua rvfoa oa IPtl de flfo
Paulo e Alo, a Fedorncio ds lF-d rtrlaa, ce São ‘'eulo, o Grupo do
Stor. Augusto Tra.’*no de Aswvndr Artures, do oar.tLn a eue oa ««farçoa
«■ Brasília obadoçaa a una coordena Io ínUllronta a nlo aa dlapar»«
forças.
8«) Clnasai Slo Paulo o Rio. Coordenação do aiforçoa,
?•) Oarrjdo Torres - Bis.quo nos B’AT eatí k coda ta «urso de *inleiaç*a
Mcraaioa", nas aDirêsas»
l0«) Dr. JBIZ - Pala na orgor 1 sação de us Coültâ da PlaoejaoenU para eK
MBtar a C®, Dirot ora o o Ca . Ewcutlvo noa plano, • Unhas de açfc*
Poda qua Oolbery Couto o Silva arranja tr hoMC para Sao Pwolo (URI
tananto).
U») Resasdidado de entrosar o Orupo da Bstudoa do Rio oca o Oropo da D«®
■I . Propõe a slstavátlaa do os Ompoo do Blo Pvnlo • Ma seroa
elasslflcadoa ocdo “va tris" • filial".
P»AXMS - Da ooârdo. CksSa honrar o melhor h®», aí estará • «ft
baça.
n . toabáa devo haver perfeita ooordasaçío no setor flnsftOolrs»
JBCF • CcsMnar ©ca São Paulo ©ada trabalho oaposlfiao»
Gizem • Ccntinua * omluçor o Plano (Parta XII do trabalha <se
esta lendo)
JBEF • Tecos m projeto da Me Caro Erikoon^para trwafaasar «B fil
ao, ©ojltsDdo de oducaçlo do eaprosárlo.
15») CUrucn »Co.- sta de nosso Plano, no setor eduoaolanal, o fttwlaMB*
to futuro de ua verdadeiro Instituto»
lh«) -curem « Aproveita para lêr a lista doa nones Indloadoe vera flBO»
testa doa dlfamtea Orupoo, qoa alo eqol tepvs*Rl
’doai
Oplnilo Pública • Harold Osoll Polia*
iduoaçZo de Bane Hello Oonldo
Kdueaçlo Seletiva Heitor Jwrrera
Sindicei Cnnzjldo Oulnlo do P.Msohede
Estudantil Jose Duvlvter Goulart
Obras Sociais Gl.be rto ifuber
Utras iCccncnicas Gi: horto ilubcar
A-Xo Er.presarlal Joae Lula K.de Sousa
Ajmssotís *e Brasília Joteo Oscar de Mello Fl&raa
’avant'jentc Golhery Couto o Silva
Interraçlo Osvaldo Tavares Parreira
PuLLicaç^a (oaoproy
dmdo Toatro.Clne,Radio
•TI) 99 Joaá Rubee Par. «soa
Secretaria Líber«to da C» Frladrich
Teaccrarla Jovlnlano Jardla
JK7 • Propõe LlcaçXo occ o SESI, pois sb sXo Paulo há jrobahlllM
de de eolabcraçlo de parto de tal orgEo.
ACAO - Externa sua oplnllo sobro o SESI do Rlot NBGATTVA.
P.AYR83 • W. Lodjexixkl acaba de Terrosaar da Aloasahaj de onde w4>
entualreado coa ■■ escolas de lidarae slndlaais*
lÇi) OLXCCB - Li o Plsr.o na parte de aases sorta os parlsnentos federei
e estaduais.
P.AYRES - Opina que tal essirtincla aeja proporcionada t—hiv is
Clesaras de Vereadores dos grandos cidades»
Gizem - üo planeJsnento deve ser flexível.
JBXF - í preciso taebén ooordenar aa Secretarias. Cano oeria J
0.1UDKR « Aoho que dovanos tor us nínlno do organlsaçlo interna •
nn oaxiro do flexibilidade externa.
B.nERRQlA • Volta à proposta do natrla o filial tsaibáB per* as t»” __
OTctarlas. Mas pareço que ao Secretarias Executivas dev^
ser canpletaoante arutonaaas
p^<- 3

_ Ofriito para 1965« • aw Jrwrt—n-t*


— aopãmâsascntoa
• iio Paula
- «Io ------
O.TIJBW * arç^MBt-o OfUnalvo • arç ar**tn ri çllnec I
■ •RKNUQtA — M O Be^lsasto IntTHT
JBLF
J»LF
Tesouraria G-wr-nl SKo Paulo
Socreta-laa Oerala *
(Kx»cutlv»aJ
Cru5>o Editorial * Rio
Grupo de leranteDMito * Rio
— Orupo do Doutrina o
Bstudoo Rio o Slo Paulo
OplniAo Ptfblloa * Rio
* Iducaçlo * -11*'
Sindical * são Paulo
S&tudantll * São Pau Lo
— Obras Bocl^la * Rio
* Ofrr»» IccxjceIom * Mo Paule
- Aaaoasorla • São Paulo
lntoRracSo rperwien'
Orçamento São Paulo
- RolaçOes IRibT^e^s - Rio
B.HKRRKKA — A time* d* prwferãncla* ftsT ecnflada

JBLP * Aceito p<r» SXo Pwulo. ____


Su/r estio» te oportunláode Mo rríjlaç qaAo pcaeívaX, r^mla
poi — rr pera «laborar vm Roriaanto IaUmo Conjtmto*
MOTA» i’. Oalvío levou excsspLar do Reglaento Interno da See. «lo,
ahtrégua p<v H. Harrora.
F.GALVXO — Virá uzj pr- joto da São Parulo, na próxlna »*<*•
dkitxIqb Huder o nem o dos Grupes de Dcxitrlna o Estudos de São ^nilo
• Rio, rs; tujctlraccnU, pera»
"Doitrlna e £. tudoa” - São Paulo
••lEstudoe e Doutrina" — Rio
(Aprovada sri rostrlç&es)
(ls 10,30 ha. oh«f*r«n OT * PAR - Dtí oa qual3 prestaras ••clarecloantoc
aôbre a atuaçlo do Crupo do K tudo»)
O Grupo do Intepraçlo é do aablto local.
JDIZ - Pado a ida do C«. Helson R. Carvalho para são Paulo* lo<e ea>
possível.
JDLF - O Ksf&rqo dera, taabãa, aar dedicado às .gfinPM fíllMl*
IlOTAi Kxpedlante ao Chefe do Orupo de Ircerraçlo (Oralão
Devenoj coneSar por casa (carta cLrculaF . t«J°. quantoe to-
torrua o IPÍ5, para <T* •< tornen ccmtribuir.tas Individuais.
JBLF - ÍÍUfore a rnnMbll«dado de ida do JgT» f E1?*—
!
o Slo Paulo, para auaslnar c® o _ a -
i
parte $enlri do ator de Assassorlo de Brssílla <ue eorrqft
pondera a São Paulo.
ttUOBAEA a Jarco Coaar da Mollo Flórea p«rr«it*Ddo-lbe m j4Ca ir t &
Itaalo VrUe parícnfo anterior; "
fgEUUl roapooto • «Io Paulo.
ÔTttpo de BeloçPou Fíblleoa • latrls no Rio.
M Cio Paulo aa •RolaçPoa MbUeaa“ artio • earfo Co Flarlo Palato- r~T a.
«rwtario Co BoCoqId da *0 UUdo da do Paulo*.
ABQUIVO DA SECaETAAlA
dogTl kxxuiivo (Pino) rio/no paio

RCTgQ « 22.1,1961 -- w no Pino

prtciot levo a.

a&ooai JBLF - GLT • ® - mOBCX . JW - FkfláXJ. -


AQ.«1X0.0. - I£T • MW3 • ADAUKRTO *• MTD •
P.R..I3 MÁLrUaXKS - -P.XD.S.QCEDKX.

MESULWHL» XBU.

XJ t-H-3 Ai 1) Caaplaaentação da ooordonação Rla/SZo talo.


• Orçi omto
• Aoomoorla
• Socrotaria
• Kditorial
• Lrraateuaiito da ooojaitara
- Gatroo grapoa da trabalho
2) Ccmdtô de PLwojanonto
3) tocontro aôbro a Inflação Braailoirn (Ssnoyçãa • F^|
çoo • Luoroo - Salários)
4) Ooabato à aotatixação
5) Analiso do Plano Trienal
6) Boletim do Inf T.
7) Lnprea-jão or foDieto . oa "poaitioi papara*
0) Tieita Gubrial Snplan (£nuo Hobbirç)
9) Atitude* do IPCS «□ relação à oituação do paio
• PriorlcLuieo para o ação (Setôreoi Opinião Fftilfaa •
laiitar - Sindical - r-ctudantil - Função do LÍUroo)
10) Do-a trino ;ão :k â^proaorloo • FV1 ostras • Coofarânolao -
Senimrioo - Hee-xa Redondas, ato.
lí) Ampliação do quadro oocial o do caotribolntoa
- Sócios indÍ7Íduado
• Diminuição da contribuição
12) Inotltuto Bmnlleiro do Educação Danocratioa
U) Habitação Popular - Contribuição aproasrial

PRIUEmn, CflUPIXlUNTAClQ DA QÇCFflEHAClQ HTQ/Mo PAUID


a) CR;.U£WTOi - Km emano. (Tido oópia do do S.talo)
RU V
*a São Ftale foi falto orçBBato, saparaaU-M a AàoULrtaa
gão daa ór^aa, oervlpao • ictlMdM, tala oomo Centro
da DooobobU^o da Puo, Federação doa CÍroulaa Operários, SLI*
tkdâo Cívica Foslnlna. ata. Taribáa oa setores «n faaa da L*
Ulaçãe foras eant^pladoa. (Vida referido orçamento).
Ka foi esquecida taa verta a título de I&iáulÁ para Açãea M
venae.
J1U • Bá on aãa ventagoe ao faaar^ae a integração doa orçnaetaa da
■afia oa H<3 T Já Ubm a integração da. contabilidade.
B • Doada o principio paeaeos ea tn orçanouto floxival. Kaditaa
giupoo quo podou o até roiaoi deves ser adnfní»trados looalsanta.
lha oartoa Grupos, cano o da Aaaoonorla. osa todo no Rio oc 3ão
Panlo, au • BtraaílU, aão do oarútar geral, pedindo ação «®
janta. Beaso oaao aabo parfeitacccte uoa coordenação atro Rio
o São Psulo, por* que, dentro doa nooeaoidades caooa, lotadas
«■ oenta aa pcealbilldadoa. pooaaaoa cha^r a une verba or?OTB
tárla que atada ao prohlaaa.
GLT - Jolgp ítudauatal ms. conversa cca JCHF, para tanqpe J* Aaaea»
aorU forte e oficiante oa BrasílU.
JRF • Talvaa o IPE3UL queira Lntagrar-ee na Asoaosorla.
JBU • Flórea deve f&xer xn program para atender àa naoeealdadso. B<
ahaae (Presidenta da Fed. das Inda. de São Paula) esta de aeôrda.
GLT • Xca subvsnQlamraaoo. Flórea agirá.
JBU - Tudo dependerá do plano da JOUF.
Ma na hipótese do noa Agencia do Notícias (1SAHXSS). 0 pro­
prietário da Agência á o lhrrey. A ®prm está aa boas oodl-
çõaa f inano ei rua a ihrroy á indopandenta. Seria» tolvaa, o caso
da m set moo Bento da Agência coa o Plana.
GLT • Ma sobre o planejanato de JCMF e sobra a idéia da w B.P. (||
latia Polítioo). Xaoaaaidadeat hr»i, notícias, analisa, Ulw,
«ta.
Qm prloolra «tapa seria. Uives, apenas oa colona política •
jornal cgs» ”0 Oloòo”. Betto Câmra estaria pranto a eorretê le,
■m prealaaxla aer "alionUdo". Brasília teria <m. espécie da
'IPÊS toa receiU”. 0 Bole tio seria uoa "Carta Política" ao haaaa
de negócios, espoo lo do quia tasa *nc la do trabalho de Brasília.
Rate» o nau p-aisooento, já arpoe to a B3P.
Ia fesa - Colm aa 0 Globe
2* f&so • 'Carta’ (lodeptndenU)
JBU - 0 "BC* Uobáa oaoeçoa aaaia.
QLT 0 fbturo polítioo do Brasil á que penei ti rí ao haosa da
daoidir oe devo ou não atnr ea novos negócios.
3.
VZKQX - Proponho que o IT&l/Dío l<no ue «•■piar do nossa orçaarais <
nÔ-lo devolva cora oo ■«» dadoo proprloe.
GAUlO - Botregn * ICT c orçanento do IPtVS.P.
JBU • igrAJfTAicm-o Di Ctxrurw. ■ cninrt fe PUKlâmrro (it«2)
OU • Acho que a conjuntura ecanàcdca eotá perfeito, bojo oaa s ARO.
A Interpretação política e sooial ó o que catava ® proaamdo
cobrir oara o
JBU • ... que oe poderia faxer coa o Grupo de Lcvantosarte o mil OS
infames oriandoe de oatrue fontes.
JBU • Quanto ao Catlti do Planejamento, «cria cuepoeto dei
- alguns al acantoa do E^S (Chofoa de Grupo);
- algpma elaaentoe da Ccmiseâo Diretora o do Ctedtê Kxeoutlvo;
- alguns nlomontee estranhos, com a cdsoão de verificar 0 IW
o ccnsequãnolaa doe acantooimaotoe, elaborando eqjaotSei eéhro
o aasunto.
HQW Anteprojeto entregue por A.£e*. C. a LGT • por õato a GO.
JBU - A.Tx^.C. faria sua elaboração. Oe doada, idoa. Canfane o osso,
o Ccoita do Planojaaacto caneulfaria o Coaltã Srecutivu» ma,n<
melmante, tonaria oa providenciai por f» própria oocta» dentre
dos limitoe da delegação de podaras que 12m foi feita pelo últlue,
OU • Uinhn opinião é qno devo havtn
lfl) InfoniM
20) Centro do Interpretação (Infoooção)
3») Sugestão de ação, que l tn planejaste a levar M Codts
Bxecutivo, para aprovação.
As ações pódea sor locais oo geral*, estas eajelte* à OS*
denação Ria/3ão Pmlo.
GU - Lê a última oq avaliação do v<fa>;êe elaborada pais
Grupo de Levantvcento da Canjmtnra do Rio.
A.Tx.0.- Da eua opinião, mostrando caso o docuaanto, aparar do raulwto,
já estava ultrapassado pelos acontec imantas.
Dia que, dlariaonts, troca idéias coe 0C3, por talefoM es setas
■elo a seu dispor.
JBU - Levantanento da Conjetura ♦’ qmlquer rasa, erige ooerdvBção.
VQALTXO -Acrescenta que, quanto a São Paulo, as estioativu srm filhas.
Agora, o vaslo do Sã Paulo está sendo topado.
HH - Dm a interpretação aais alta, de oúpola, deve eer central inala.
Acho que a eotinr-tlva não está ultrapucada, pois oo fetos os<
ridos reotntenonte estão cobertos pelas hipóteses cala aMaredas.
A.TX.C.- Aoentúo a neceeoiJado da Lnformção para qualquer ação do Dtl.
Qs exenplo é o oaao de antzc, da agitação dos eargwtoo.
Outro protiara crucial í o das oaasüaaíôeo (tal., rádio, ete.)
4.
J*U • Tbm também o oa>o da duplioldado de tarefas «recatadas por k
P&olo e Rio.
Per&mtox 1®) Qual a fontn do eo evitar tal duplioldado T
2®) Qnds devo eor looalirado o Centro T
3®) Qual o aeneoto das ligações coa Brasília T
BK • Existe tanbón o problema do sigilo doo oorviços, eepoolalaante
doa otrf^ú-AiSao. po‘e 3 miaria delas não pódo ser eeorita,
kfa.C • Aoo Mobroa do Ccrdtê Exocutlvo envio, diarianwito, oe JaCoOM
(■etérla prln). \ <-.fnr-r ãn (produto dc. elaboração) dá lufpr
a ua relatório para con7?rtv;õow o<m GC3 • para a ação de
tê Lxecutivo.
fal relatório é Mtrictanento CQiíPtir.üGIAL-
M • Acho necessário conversar aanpre ctm GC3, para que o serviço soja
oantralixado no Rio.
A.Tx.0 - Já oetá aoertado. Exiote acerto sannml, no Elo ou «* São Pealo,
para oo xseuntos naciomls, Urs há os locais e loediatoa.
OU • 0 Centro de Intarpr--t^ção (Infoimç&o) c para orientar a ação do
IFÈS. Usa, por outro ladt', úov^roe infomnr o grande públloo, J*
ra que a opinião pública neutralizo oçÕee prejudiciais dao forças
negativas (da política ou da adclni atração),
JBU • Já jxeiauaoe mxr. coluna t’O IP*S em algjm jornal,
ÍAj valeria a porr. -olcccjr o none do DÍS ou seria nalbor o do
algj» jornalista ?
Tsab® penaauoe mr careatírio diário, mas abandonamos a idéia
por causa do creço.
GU • Ko devaioo enojar o ncoe do IPÊS e sim continuar atuando a sela
lus.
8H - De acordo. Justifica o corrobora a idola do GU,
JBU • Qual a sugestão ?
GU - (faa coluna diária, con ■r.tórln. fornecida por nós. Mostra, oono
czeoplo, vb "^jr.ec ■'"quo dov Ha ter sido publicado na última 6*.
feira.
A.TZ.0 - Deocja "plural i^r" a idéia do GU.
GU • Mostra ud trabuJio quo LcrL. sido foito por Setto Câmara,

GU - Explloa-lhe os fatos anteriores, relatlrunento à laolstânoia a


Brasília.
JOUF - Expõe seus trabalhos e sua txnnoira do agir, dl rondo quo todas os
sous esforços, durante o ano .9 1%2, fôram sd Brasília,
Mostra coroo os trabulhon da Câmra e ps. i-ticularonnto o do ras
Canissôso precisa sor aoonpsnhrvio c<n o nrírlmo de atenção,
E não aão menores as proo?upa,õ« quanto à àítaiin is tração daquela
*

J(W • Qaaa, i qual ompre dar taabéi aolta SMistênoia.


í km idéia aprovai tor, tanto m Oênrra rçrmto no Sacada, deis
(2) elementos de aexla» de prvferâola parlamentaree da grande <B
peoIdade eas não reoleltoo. Fwploet
lírio Gaoco (PEMI) - ótimo (C.D.)
Jahoo Araújo (CIB-AM) (C.D.)
Sarglo Marinho (o mia dwtesldo) (Sen*)
Já oocta c® ua alto funcionário da Caaara (FV). Ne lanada t^ée
oontratará aa al «santo chave.
t da opinião que, m Braaílla* devermos tsr m gmpo para artiqi
Laça o loaal. Lá e muito ajudado por pessoas de outra egreaiação»
que trubulhia na 3ecretarii da A.D.P., «ata ocu 2 ealae dentre da
própria C.D. (inclusive microfone, tolax, eto).
Xsb^ü* 0 Grupo de Brasília como aanao da ooordenação local • pdL
lealroe socorros a aaaiatêocia técnica* aláa da oamtanto e para**
nmto ligação oca São Paulo e Rio. Urgp divulga- bm o que noe «®
véra* pole oe jornal latas de Brasília aâo todos mqoerdietaa, divql
fçindo coa destaque apensa aquilo qoe lhm interessa.
Existo lá uca peseca, proprietária da ixm. pequena agência de divul-
^ção. Lfas para o Rio c São Paulo cwçro tenha aaia rocaresa*
ta redator» etc.
JBU • Expõe o que havia dito anterdornaste, quinto ao tom.
JQUF - Mostra \m saqueas, cm um folha do pessoal no valor de Crt
2.000.000.X e calo Crí 1.000.000.00 para transportes o cmuiim-
çõca, mm total ae Crí 3«000*000»00«
JBU • Acha barato.
JOKF • Estivo coo Imral Peixoto. Lembrai-lhe o noao do Falcão para IS-
dst. A.Peixoto disse que Falcão octove ailto taspo afastado» dsvqa
do começar oomo vico-líder. lhitili devera continuar na preoldm-
oia. A do Senado ficara oon F. Udllor ou Auro M. Andrade. 0 que
não fôr presidente será lídnr.
JBU - Ehtão fica decidido o ee^uintoi
■COORDENAÇXO N0 RIO Ctt RA2H7IC\Çtfc3 ET STO PAULO E D.' CÜTRGJ P<1
TOS. 0S SERVIÇOS L0C1IS INTERPRETARÃO E 3EGUM0 AÇttS LOCAD.
QUANDO SE TRATAR DE AÇXO GIÍAL» WIIFICAM» 0 CENTRO SKRÍ 0 RIO K
JANEIRO.-
Daí a nooeooidade de ua Boletim Político (B.P.)
JBU Expliaa que o B.P. caneçaria por um Colina Política mm» aeía
jornale.
A Aesoeeorla, «t Brasília» seria ^unde fonte de infoneto autintl
ooe» do moldo a ee bm aquilatar o molhar projnlgpr «s rmoa da
política 2V’<uumental*
Brasília seria vordadeiramcnte a JJQLi a determinar a dlnòrfoe
ação do IriS.
6.

JCMF • Mala tarda, preteodaone dar aaoMooria ta^áa ao KxeouUvo.


mnpo EDrroHTiT. . Centraliração DO Rio
JRF • Kxpõo a ■ltzMção o o estado doe trabalhos. Trata da questão da*
vorbu.
São Pnalo prosseguira no «eu program de tradu;õ»>. Quanto c ne-
▼na pnbliaaçõeo, São Paulo e Rio decidirão de ooaun acordo (Ma
ção peoeoel entre JRP e Varaeok). Eaoôlha prioritária, dsitro de
orçamento (êste ainda não aprovado),
JBU • PMea a outro» Grupo» de trabalho.
Iniclalinentoi Grupo Ediinaclnnel.
Dit que, quando fôr oanvenlento, d orai aproxlnar-eo oe reepcn*
vele peloe Grupo» Educaoloade do Rio o de São Raulr.
MteTIU ÜL mBMAClQ
Diacuto-ee a data lixai te para que São Pnlo envie a antárl* pera
o Rio, tendo ficado assentado o dia 10 (des) de oada bm.
JH7 ficou de ■andar a Temaok t» plano do distribuição daa mté-
riaa, coa m secções correspondentes.
Ainda 'outros Grupos"i TWTFflRAdta-
0 Carito do Rio toas conhecimento do iaa fórmula felioíeslm,
centrada «o São Paulo, a daa reco iões doadoiliaree, ee qoe oa
flnaa onheoroveu 1 Bilhão o outra, que protarila retirar soa o«
tribulçãe, resolveu ausentá-la.

immpaa <w n lutai


T.

«nrtciQi 15 horas

Hadalr Lodjmakl, convidada, fas cm exposição «obre o problsm «índica).


Chflçy HCP • José KLÍ Coutinho (Chefe do Setor Estudantil de São Panlo) M
ra tmr parta □» reunião,
A.Tx.C - Fks duas oboemçõee, diverplndo llgolrvamts de V,L»
teto distribuiu ue novo Boletia da SEI,
JBU • Comenta. o que foi dito par V.L,
l.L. ira ao Rio, 3ft, feira próxima. Ma que 0C3 está a par do tudo.
OLT • Oi» que, quanto a orçoaxsitos e prioridades, deaeja, nrtm, «zvir
□CS.
JKT • De ao ô rdo ccs GLT.
OLT - Perr^nta 00 V.L, teo thanoo do vtncera batalha até 1® do ■aio,
f.L, • Di* que oe lutadores elndiaal-daaocrátloea sé ahandmarão a lata
ee oe sen ti roa d empolados. Até «cora, eóocnte tm todo apoio da
SEI. Acha que a çperra eerá 0tnha cu perdida no setor sindioal.
OLT • Fa» una pqr^unta o JBU ree-xmde que oe patrões não tonas canheql
santo, i^iorsa roecao a questão sindical.
Uale que i&iorâncla, exist* entre oe «apresarias ausência «<spl*
ta de disposição para sequer estudar o problem.
fetretonto, acha GLT que devoaoe egir sobre ao patrões,
HCP • Esclarece "counaa práticas":
"caixinha* presidencial, dinheiro - txs espécie do pedagp^a para
oleo: ôeso para oe que acertam, cvoti^p para oe que erro*.
"Vários presidentes de sindicato estão « folhas do psjnfwitr",
ITLM3 6 e 7 • Já trataiioo durante a mnhã o por ocasião do almoço.
ITEM 9 • Ficou decidido que a prioridade n« 1 é a QPPíTlQ PtfBLIQA.
3 LI • Lembra o problana do "aprcanh* na questão sindical, laba que oe
patrões precieaa ser alertados para a hipótese doo fatos de mio.
Cada «npreaírlo deve considerar seu oôrpo de operá-los coso se
verdadeiro "inveotirento", E aoroocmtc
"A casníotioa ó o oelhor nó todo". Dois cu três operários, mis iqj
oívoia à idéia.deverão oor convidados para debotar oe tiw para,
se seguida, mpalhá-loe pelas fábriaae vieinhas.
«RN - Por axaoqdoi Fernando E, LKX.
A.Tx.0 - Cita ué «xaaplo vivido por êle.
HCP • Uoetru o quo oe pasoa no Slndlooto doe Banaárloo,
Tajobáe êle, HCP, é pela "Opinião PÚhlLoa", aae concorda coe o aótf
do proposto p^r GLT,
JBLF - Que o noaunto fique pura a próxhm rmnião do Canitõ de Planojasmis
*QW - Propôs que HCP, na rcur.ião do hoje a noite, treta do ltm 10,
8.
JBU - Acha que, prlmirumente, drvanos Ur noeace próprio aótodoa .
GLY • Loabra & oonfeoção do in filme.
7ERN - Kchn yje dcvoríaooe wclarocer cono ee resolveu o oaso do sindl
or-llaoo olccõo.
GLY - Ceppre se bntacào pola "Oinião Publica*.
JBU * Acha 'uc o finão devo ser o único ceio; tal vos nanj mevoo o
nrl’ oiro. Opta pela irrrrcnai, -ídio e TV.
BCP - Lcr~ru. o çaao da Rb fona .Vjária do I? -S, que a todoe agradou.
Cite exxslM dc pojsaia quo a elad.irsB.
GLY - Retoma. *o problema sindical.
JBU - Sempre: A^o lnoliita o ação a lonG° praso.
GLY - .\xvl a possibilidade do se criar ub Setor Trabalhista, à Uso do
2 ou 3 poesoas ?
JBU • Difícil, tmdillmso, daoondo.
£ posai vai ou será convonisr.to preocuporoo-noe ctl. ira mobiliar
jão do oninião pública nessa boso, ia to e, de opinião "pre-fabiX
coda* ♦
SLT - Poecível eia, ms m tanto arriscado.
!.’CP - tcln ;uo oe hcLxrui j-C dirl^on oe “ovinentoc pódon ser uobilisadoe.
JBU - ?jiaa que cada voz maia de vasos ter o Coriitã de Plunejansnto, para
utilizar forças tais cariè o ISoviioonto Faiinino, o Ilovinanto Sindi­
cal Ja.cerítico, etc.
GLY - Passe, o palavra a HH.
HCP - Intervindo: * ’al o tino do droocracia que queremos ? Um dunocrp
cia a- que todos nós sojanoa prop: lst-rioo. Então áevaaoe nos anU
clpxT nos conceeuõõe, isto e, "dor antes".
HH - Fala sobre o "vitô •’<• Plnr.ojanento. ' cxpericr.eia noo tzrc nos tra­
do q-ie, sr.qcnto não sc encontra o "ruerriLioiro" jam a ação, es­
ta não tene vida, i.’o arda. 0 proolen é o ti.
Parece-lhe que c 3crJtó âo Plano; -.-er.to serii mie ira cctalseão,
apenoo. 'Ms e oc .'w 'va q iu «lc70.no ,-^r ?
A.Tx.0 - -scliroce .ac dúviu.- • e !CI, no po é nocuMlodo por JBU, achando
que não há inccTjn' «.bilKtdo er.tr co anaxoontoo do 1DÍ e o torto
»*& mUprojeto do Taãtc d Pl-juji-.unto.
KJ1 e JRF e*u V' -^'-.Lior.tc contr o - sit* *• * ]-noj b ’onto.
JBU, A.íbc.J. o "srM são f'.7orúvcio.
ricoj c .1 .-oeiio, ;»or fin, quo r- rcforKo Jontte atendo eepooífX
ca e «xel u'lr rente ao caso particular do dão Paulo. £ como que
<in delepção de puderee «o Zj Lté Sxucutivo.
JBU - ou^uro: "Proponho-ae n examinar o docunanto, discutir caa A.Tx.C,
9.
JBU - • elo 0 discutirá no Rio, os próxira secam.
BCP • Podo para fazer oaa pequena sxpoel^o oõbre oo ór^oa da
públloa.
MQTlt Kota parto não foi registrada.
mu ft-g. )j horas

JBU - F.oolarooe • reforça ar^montoa de •'CP, Fala sõbro na projeto da


Mo Cam Erickasan, de ’X3 filmo de 20 minutos pela. lnportância do
3 a 4 milhões de Cr$ - oerjtndo Jeanltenron.
Mostra a ordaa do grandeza do probloA.
OLT - Opina ser 0 filme do cari ter decisivo. Roteiro deve sor provld<j
ciado logj.
Fkn 2°. lugir, ó por tna campanha de imprensa, volantoe, etc,, enfim
tudo quanto pooaa influir na opinião publica, nua de aspecto local»
Eta 3® b^r, aoliclta eeja estudado o probleua do Boletim Político
0 quo F. Galvão eocreva 0 resultado, inclusivo quanto ao orçammto
de custo,
B0LLTL1 POLÍTICO
IEP - fala sobre o asa unto, reforçando 0 quo dissera 4LT. 1 principal
fiml idade do B,P. sorá oeclaroosr os homens de «apresa,
11) COirTRIDUlCOES
JBU - fala sòbre contribuintes individuais.
LCF - expõe a ei Unção no Rio, qusnto a canqulet* do novos sócios, peo-
floao físicas.
QE - oferece em colaboração para fomocer 5.000 nomee dlariamaita, PS
ra fichas do sócios individuais.
pnmmitto y.s ciltríbuices
JBU - Propõe transigência na fórmula do 1/2 % do oapital / ano. Diz que
goeteria de chegpx aos gxindes contribuintes para pedir que disd-
nuiaiaE ua pouco suas contribuições.
No oaao de São Paulo, 100 firmes pagam o sustentam wns luta om
prol do milhões.
Goefaria de podor ampliar o quadro social.
3) JKQflfiQ SOSS EPUflQ
GLY - fala sobre 00 aapoctoo eociaio da hiper»inflação,
JBU - Dovceoo vul(>rízar 0 dehite sobre inflação, tirando cancluaõem,
alertando 0 grande público.
OLT - É pola série de árticos do Prof. Eugonlo Qudln. S«o um "paper" para
eor discutido e publicado, nada feito. 0 problann é do monografia
e não de tese.
Nooaa inflação já dura 17 anoa.
JBU - E ao nós produzíeztaoa um monografia sobro 0 caso brasileiro t
Me
JBU • rnnnmmrfada ao 01*111, por dxeaplo ? Wa «■ têmae • U^psa^m
popular.
Dev'Y3oe lavar ao público noaaa contribuição, v*nnik-1ki •
Donano a suas terríveis caruoquònoiaa. 0 irês não poda mohaor^
ver ouriça arti^oe, mas póds promover a Conferência,
Ou devamos fazer o artigo « a reunião (Encontro) T
GLT • lembra um concurso: "Aspectos Sociais da hiper^ inflação’.
Pránioi Crê 300.000,00 ou Crê 400.000,00.
IKOTrU A PSdrtJSTA
JBU - Fl. Gol vão falará coe P.E.3.Q. & respeito.
0 concurso não exclui, porás, o ‘Brasil «n jtnbo".
4) OaffUTC 1 ET17UACX0
VER! • 0 tom comportaria im encontro nacional.
GU - Ifas polas claaoea produtora*...
JBU - 0 IP£s dara abalan?ar>se à tarefa T Talará a pana T Seria oemo
que m capácie do doeafio ao Governo.
lobo malhor o teo&x "Eetatização o livre ecprâa".
B2P • As classao produtora* devam aor como que m "etaff*.
lfaa devmaoa passar á ofensiva.
Por «xwçloi ■DaamvolThMEto da lnltdatln priviuta m ftraail".
GU • Proponhoi
•Geogrifia do eatatlemo no Brasil".
mar - Dcv-aoe trazer estrangeiros a convidar elcmentoo abava. Proponho
eotucarocs o zsaur.to.
1Ã2LM _flXD®4_ i.SÇ. fti JJW .9 _problna e oonmioar oo mui»
insluQlw jroBÂr .q . ta®_òsfinl£np.
f) ÀlÍLTSE x PLANO BDia
GU • 0 Grupo de ;n todos está eatuifanão o assunto, juctamonte o® o da
.fautrina. de São Ikulo.
JBU - Dl ase eetor satisfeito coc o resultado doe trabalhos.
A^adeca a todos o ancem oa tnbolhoe.

AZHl Daiüraa de ser oonslderodoe apensa oe itens 10 e 12 da acenda.


rzunho pilhíria do coíiitC EXTCOTIVO aí 8.4.63 (14,45 HS.)

PRKr>KNTF.S« JBU - P.AYRES - HCP - GLT - QCS - HR? - HH


H.GOIHDE.

FKÜJm: GLT.

JBU • Pala sobra a Agenda de São Paulo, que não foi discatlda no
dia 30-3» por falta de tospo.

ia PROBE/JA? São Paulo e Rio dispo® de poucos honcns para muito tix
balho. Caoo nas entidades de classe, tur.b® 0 esforço
mterial 9 de poucoe. A ml orla apenas dá dinheiro.
A sessão do São Paulo foi praticonente consuaida coa
tal assunto.
HCP dij que nós chagamos, no Rio, ãs rr.eaaas conclusões.
Xipõe o problema, visto pelo ângulo do Rio. Pas uo re­
trospecto ou apanhado da situação política. Caso doe
"oruxadoe*, para to^rn conta das "reformas". t necqg
sério conseguir para as tarefas. !no • neceeaá»
rio que se jata do IPÊS, segundo Glycaa. No caso da "ugt£
ria" poderia ser ® grupo gnuxio de ' cmens da lavoura,
por exemplo, de São íhulo. A reforma seria tocada até
mesmo oantra os "brizolai" e contra os reacionários.
IICP - A sc^Aida idéia é que existcn oe programas a cur­
to prazo e outros a lango prazo. Preri^-nos criar ub
grupo que cuida dos problssas a Iqdcq oraxo. Pode ser
um grupo ou mais de uu; exemplo: para Cuba, para 0 jjuj-
bl«m alnrilml. eto.
GLT - Volta à a/^nda de .&oJtalg.

A) CRCAiKHTO - Ria/São Faulo - Acartado.


GLY - Vamos publioor amnlã os resultados do IDOK ( 1
milhão).
Orçamentos de São Paulo e Rio: aprovados, an definitivo.

B) INSTITUTO ’)£ COMAIS A KIEAClQ


JBLP - Diz que Santiago, ®i São Paulo, foi de opinião que
algun ór®io eutudasse permanantcmonte a inflação, sms
causafl e consequências •
Falou a Ary Frodorico Torres para que se onoarreQieoe
do aosuntoi juo tinha um verba inicial de US$ 500*000,00
paru oe estudos. 0 peocool de São Paulo deeojs apraximr-
Bo de Ary Torras, ms quer ouvir primeiro o Rio.
GLY dá sua opinião. Seria un Instituto para "post-gradm
tlcn", p?.ra accncniatas, visando a neutralizar oa cenalU
tzia. todos unis ou mmos "tisnados”. 0 Instituto daria
também forcnção políticç a economistas que se colocariam
como assessores nos governos eotiduais e federal.
Foi convidado D. !f., que não aceitou a chefia executiva.
Pcnsou-se ea outros, como G.T., oto.
GLY lsmbrou-se da Pedro Afonso llibielll de Carvalho, en­
genheiro e economista. Acha a idéia im^iífioa e o nome de
Ary excelente. Podem existir outros, mas o que lhe ocor­
reu (a Gly.) foi o de llibielll,
Paulo Ayres acha que o IPÊS não deve divorciar-se do pm
bleoa. Acha que alguém do IFÈS deve ostar metido no pro­
blema.
JBU * Dentro da mesma ordsm do idéias do IBKD, porque
não noe assoclarmoe oo Instituto contra a inflação ? tate
seria ira dependência daquele. Devemos ser promotores ou
apoiadores da idéia.
1£212Ã2> 0 deve fazer as necosgL-las
a levar o nroblmn avante.

c) Púsnion-rAgJS
JRF - Dii que, no próximo dia 15, o livro estará pronto.
GLT acha que a interpretação dos "oapeni" por jornalistas
profissionais ó anis acceesível ao grande publico.

D) SÓCIOS INDIVIDUAIS
Aumantar ao icáxl/no. 0 Rio já o está fazmdo.
67 -e o ntbero do Rio, nesta data. Dentro de txn cjm ou 2
já será igual ao uuoero de contribuintes de js ssoas juzd
dicas.
HCP - Expõe 0 ciso das reuniões domiciliares. Fala sobre
oe americanos, os dois contatos, almoço e reunião em oasa
de tm deles.
JBU - Bn São Paulo fizemos alguma reuniões oom bons rj
aultodos | outras, oan monos. Diz que 0 IÍÍS já foi reco­
nhecido, em São ftuilo, como do Interesse nublioo.
Pedir a $ão raulo oe dados certos.
Declsãof Prosseguir na cazzrounha des sócios Individuais.

P.AYRES - Aoha que poderíamos ter enganhoíros, raódioos
o advacndoe que eejiun noeaos representantes dentro doe
suus órgãos de olaseo.
H.GOJIDE » Acha que devorxw intensificar a oanpanha •
até dispensar oe 3*000 cruzeiros doe profeesarse, por
CXlJ-JulO*
JBL7 - Acha *ue devooos cobrar o mínimo.
fUGOIHBS - Qferece trazer 100 moças do Institito de Edu­
cação para colaborar»
Ponaa a.; primeiro lu©ir nos engenheiros, dopois nos médi
coe o, apóa, noe advogidoe.

k) com £ jQRuu
GLY expõe o aaaunto»
P.AYRES diz que a miaria dos assuntos zôbrc a Rússia»
eto.» proraa doe EEIRJ, enviado'por agências de notíotas
norte americanas.
IIGP explica o caao da aquisição de ixn grande jornal ( 1
bilhão de cruzeiros), no Rio.
Üelhor 2 jornais, eogundo Glycan, 1 no Rio e outro es S*o
Paulo.
ILGOUIDE - Acha que um estação de rádio é lfnpreecÍD^ÍTffJ
GLY, de acordo.
JRF diz que há opiniões contrárias.
JBU acha que o aperfeiçoamento da idéia sorta, sd ves de
oacprar uti jornal, pagpr a imtérta a ser publicada.
GLY acha que os jornais estão presos aos Institutos o ao
BB. Rão tàa independência. Teabés pala sujeição ao papal.
0 Governo eotã fazendo m "pool* de publicidade, rb a
foraa de anpróetimos da dirigido por Rwl Ryff.
GLY acha que un jornal democrático será da fato <■ órgão
independente.
11CP • Existe reoeptividade pira a Idéta da oasprs de ta
jornal o não oe «contra receptividade pira a publioação
da matéria pagn,
GIY - E a operação deve ser rápida s discreta, ou m px
dará.
£ de oüinlão aue São Pruilo rsomnine bm o uwVh
A Coluna Política será consequência da Asseasoria de Brasília.
JBLF e P.AYRES sugeras tmn Agência de Notíoiai, c<no a da
AaaPrese para alimentar as contcnas de jornais do interior
do País.
n.GO:ODE propõe a Agência pira os jornais e oetaiõee de
rádio.
4.
JBU fala, da Agencia •Planalto" t do São Piulo que dis­
tribui artigos para 700 jornais e entaçõoa do índio.
GCS - Jbla sobre a forcujão da Opinião Pública. É pre<u
oo, eo primoiro lujor, fixar oo nossos objetivos.
HCP - Acln Liportuite difundirmos ?o clicureos doa depy
t xloa ami joa.

n ixrnimu-) • -esfries
JDLP - Kão se chagou a fazer nada era São Ptulo. Pensou-
□o ara una li^çição caa a Vsnjciação doa Dirigentes Cris­
tãos do 'ã.prêaos. 0 Grupo do Doutrina encontrou al/jjmas
discrepâncias. Procurou un encontro ma/s ainda não foi
conseguido, Explica a tarofa doa DirigenteB Cristãos,
ífa sim: Rçjisõc.n hirrrzn.
J3U - Continua o problara de doutrinar o cupretr.rio.
GLY pergunta a FL.G. corto vê o pr'blecru
H.GOUfE acha iuo dovcr.oa ir acs criprooírioe. Abandonem''
as cúpulas e vamos aoo sindica,tos pitronais.
Devaaos ter 3 ou 4 tipos de palestras.consoante o meio.
Doutrinar o tnproaario para
- antes de maio nada, convancé-lo de quo tem um missão
do lí ti ca a curprir; tor un raonaigen pira êls;
• necoaoidade da emprôna reproaentar una fõrça m prol
da sociedade;
- flmlrxjnte, o IPÊS, cs-ccific .acr.te pira oonvcncer o
empresário que deve ¥cr não r.pcnao o dinheiro e oin a
pooooa.
ILGCUE - Prinoiro a notiva^o.
H.’L - 0 problwn o o corpo alscante,
JHP discorda de Gonide o HH.
P.AYF23 - Fei apoios a «rprc&ários, no dia 30*3 • ouviu
que não tãn tempo para tratar do asouito.

EtTERnupção As 16,50 jicras

.As 17^30.JI0R4S

PRESaiTESt JBU - P.AYRES - IICP - GLY - GCS - JW - -


H.G. - ATAA - CGPLÍ - JQU7 - JDG - DW - GT -
GS.

. PR-.smaiTE? iicp.
5.
10 ASSIiTTO» ASSESSQRIA gf BR*£ÍLIA
JOUF - 0 problacB principal e ABseeeoria Adolniatrativa
e não técnica. Aproveitar ex-deputados • «x-Bwndcrea.
Orcnmanta» 3 riilhõoj mjr.xais alce do iue ja anata,
K ação dove aer jur.ta a A3P., princípaJnenta.
9n 1963» oolhecoe asal-T-turas e tar.cj C4, detendo ir a
110, conprordaaoB de vota.;ão.
1962 checou * tar 1^0.
A ADP não tcn 0*77 uitijão- Sé cúnila e tu (p-upo. J.Uandes
faz tudo poesoalr.enta.
A asaeeaorÍA 0 ur. neceanidade.
JOHF quer ter txn ela'anta de coordenação wimnenta oa
Brasília, mesno cn eua ausência.
A Fcdonção das Indústria «0 São Paulo oferece suas Ir*
tala70as e moioe» Sua iede custa OrS 20 milhões.
JBLP acha -juo a Asoacaoria Rirloracntar deve cer cocm. 0
IP*S faria a parta política.
JOLT - Cortina de ftxnaça por parta dos jornal ia tas, todos
de eequerda, en Brasília. Kxpõe o caso Iacorda, redator
e mimeácrafo.
H3ADE arranjará in Telex.
JBLF fxln sobre a Asapress, de Fernando Ihrrey.que gosta
ria do examinar colaboração conosco. Pode-ae examimr o
assunta.
JOUF - Falo do mínimo. 0 que vier a mis sen bom.
flBLF - A Ueridional tanbóa poderia eotroanr^se en nosaos
trabulhoe.
JOLfy - Organizarei im nnlota diário, com noticias. Ha dias
entreguei 23 projetos de lei, desde a revoocão da tal
Denya até a venda de açÕea. Ainda vou apresentar o 24®.
GLY acha que JOUF precisa tar ccrtasa do dinheiro pira
agir.
JBLF - Acha que devcmoa dividir ao açõoe, as roaponsahi
lidados e os cuotae.
GT pergunta aôbre o noauo Projoto do Rofoma Agraria»
JOUF dia que oerá aprenontado incrli n tunante. fá a opinl
ào de J. 1'andeB»
JBLF • Examinará coe R. Uoechoxo e P. Barbosa a divisão
de tarefas coo o Ir£s.
São Paulo cora 1 nilh&o - Assoe. Comercial - 1 nilhão •
Rios 1 milhão - A Fodera;ão dia índia trias fioara coo m
encargos admlniatritivoi.
6.

n€SUL tambá • IBADS dará $0%. segundo HCP.


JOUF - falta tia elanento ohavo do Sanado - Ka Canora, já
tonos» í ta trabalho que devo sor feito diariaioento»
GT pergunta aôbro a CPI para o IMDE»
JO7F - re aponde,
GT fala sobra a CPI para a Caixa Econonloa»

2a ASSUffl)»
GCS - Fala sobro a CGT o operação Brado de Alerta»
Antunes • CGPU falaa»
GLY pergunta se há recurso jurídioo oontra a Portaria
de Altninn Afonso»
P.AW-S *züm que o Movimento Sindical Democrático poderá
agir.

TSR INOT XS 1^45 HCRAS


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René Armand Dreifuss

A CONQUISTA
DO ESTADO
Ação Política, Poder e Golpe de Classe

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