TRABALHO
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RESPOSTA QUESTÃO 2:
O monarca era sustentado em partes por Padres cristãos que justificavam sua
autoridade com um discurso diretamente ligado ao cristianismo. O governante era
alguém que foi incumbido por Deus à esta tarefa. Aos demais cabia o mero papel de
súditos. Posteriormente com o declínio do poder Papal, essas ideias começam a ter
uma aceitação menor. Os contratualistas por exemplo, trariam uma outra configuração
de poder que estaria submetida a um contrato social. Um acordo firmado pelos
cidadãos que permitiria limitar o poder do monarca; trazer um sistema de regras mais
complexas e outras formas de ditar o uso deste poder pelo soberano.
Foucault trará o conceito de poder de uma forma mais fluida do que os clássicos
como Hobbes ou Weber. Hobbes quando fala do Leviatã analisa o poder de forma
absolutista. Como se o poder emanasse das pessoas, e que essas pessoas se pré-
dispusessem a abdicar de certos direitos para a construção de um contrato social.
Dessa forma cada indivíduo construiria um só homem. Existia um centro de poder
absolutista, respaldado por um contrato social, de forma a não se tornar um poder, em
tese, autoritário. Porém o poder dado ao soberano é dado de forma a ser o suficiente
para a manutenção da Paz. Seja para lidar com inimigos externos que não estejam
inseridos nesse contrato social, ou para punir pessoas que transgredissem as regras
de determinada sociedade.
Para Max Weber o poder nasce no polo em oposição onde existe ausência de
poder n’outro polo. O poder seria a capacidade de uma pessoa em uma relação social
de impor sua vontade sobre outra pessoa ou grupos de pessoas, mesmo com
resistência. Uma noção de que o poder é fragmentado entre setores da sociedade,
onde alguns detentores desse poder, se valem desse poder pois outros setores não o
têm. Essa noção de poder seria também aplicada ao Estado. Dessa forma o poder
seria a possibilidade de encontrar obediência a uma ordem determinada, e a
dominação seria o emprego desde poder. Weber separa em três tipos “puros” de
dominação legitima: Dominação Tradicional, Dominação Racional-legal e Dominação
Carismática.
Para ele grande parte do nosso conhecimento está diretamente ligado ao poder
de determinada época. Da mesma forma que a filosofia do direito produzia um
conhecimento, uma verdade, para justificar o poder absolutista de um monarca nós
produzimos hoje um discurso que legitima o poder. E isso aconteceria em todas as
sociedades, em todas as épocas. Seria impossível exercer o poder sem antes ter uma
produção da verdade. Estaríamos então obrigados pelo poder a produzir a verdade
tal qual produzimos riquezas.
Com isso podemos perceber por que a análise do poder empregada pelo
Foucault teve um caráter inovador. Ao contrário do Weber e outros teóricos que
centralizavam o poder em um tipo de estrutura rígida, Foucault traz para o centro da
discussão o poder em suas formas mais periféricas. Coloca no centro da sua análise
o indivíduo, que passa de súdito, alguém que transfere o poder ou alguém que o
detém, para alguém que o transmite em suas relações sociais de formas distintas.