Emp-Gestão - Estratégia e Marketing
Emp-Gestão - Estratégia e Marketing
Emp-Gestão - Estratégia e Marketing
REITOR
Sidney Luiz de Matos Mello
VICE-REITOR
Antonio Claudio Lucas da Nóbrega
CONSELHO EDITORIAL
Aníbal Francisco Alves Bragança (presidente)
Antônio Amaral Serra
Carlos Walter Porto-Gonçalves
Charles Freitas Pessanha
Guilherme Pereira das Neves
João Luiz Vieira
Marlice Nazareth Soares de Azevedo
Nanci Gonçalves da Nóbrega
Roberto Kant de Lima
Túlio Batista Franco
DIRETOR
Aníbal Francisco Alves Bragança
Copyright © 2017 Sandra Mariano
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da editora
Créditos
Apresentação da Coleção Empreendedorismo e
Gestão
Desde 2008, professores do Departamento de Empreendedorismo e
Gestão da Universidade Federal Fluminense (UFF) produzem conteúdo, na
forma de material didático impresso, para os estudantes do curso
Sequencial de Complementação de Estudos em Empreendedorismo e
Inovação, com o apoio da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e da
Coordenação de Educação a Distância (CEAD) da UFF. Esta experiência os
capacitou a escrever livros como quem dialoga com seus estudantes por
meio de uma abordagem significativa.
A Coleção Empreendedorismo e Gestão, editada pela Editora da UFF
(EdUFF), resultado da competência acumulada na elaboração de material
instrucional e que vem sendo aperfeiçoada. Os docentes da UFF se uniram
a docentes de outras universidades, como a Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), para levar sua experiência teórica, fruto de intensa pesquisa
acadêmica, e prática, fruto da vivência no mercado corporativo, a
estudantes de toda comunidade de língua portuguesa. Ao aceitar o desafio
de editar esta Coleção de e-books, a EdUFF também inova em suas práticas
editoriais.
Em cada capítulo, os autores buscam conversar com os estudantes sobre
o tema abordado. Esse diálogo, escrito de forma coloquial, aproxima a
teoria da prática e contempla exemplos empresariais brasileiros e
internacionais para que os leitores percebam as questões tratadas de forma
próxima à sua realidade.
Os primeiros quatro volumes que ora apresentamos tratam de temas
relevantes para as organizações e são disciplinas obrigatórias nos cursos de
Bacharelado em Administração e nas Graduações Tecnológicas em
Processos Gerenciais, Gestão Pública, Gestão de Logística, entre outras. O
primeiro volume traz o tema Ética e Responsabilidade Social, discutindo
questões e desafios contemporâneos vivenciados, - cotidianamente, - pelos
tomadores de decisão. A professora Esther Hermes Lück, da UFF, doutora
em Políticas Públicas e Formação Humana, lidera a equipe de autores deste
livro. O volume que trata de Estratégia e Marketing contempla os
conteúdos clássicos da área, abordando o marketing digital e suas
estratégias, tendo como autora Daniela Abrantes Ferreira, - Doutora em
Administração pela UFRJ, onde é professora associada. Da mesma forma, o
livro de Gestão de Pessoas, coordenado pelo professor Sidinei Rocha de
Oliveira, professor da UFRGS, um dos mais conceituados pesquisadores na
área de recursos humanos e, - também, - coach empresarial. O livro foi
construído a partir de situações reais e perpassa os processos clássicos de
captar, manter e desenvolver talentos, além de tratar de aspectos
relacionados à liderança e ao coaching. No livro Introdução à Finanças para
Empreendedores, a equipe do professor Robson Moreira Cunha buscou
traduzir um conteúdo, normalmente, considerado mais árido, - de forma
simples e útil para o estudante que sonha em empreender.
ESTRATÉGIA: CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Todos os anos, milhares de novas empresas são criadas no Brasil. O
desafio de empreender, em geral, é motivado pela busca de autorrealização
e pelo desejo de assumir responsabilidades e ser independente. Aliam-se ao
desafio inovação, determinação e espírito prático. Para muitos, é a
concretização de um sonho. Mas, segundo dados do Sebrae, quase 25% das
pequenas e novas empresas não sobrevivem aos seus dois primeiros anos de
existência. Embora esse número tenha melhorado bastante na última
década, o índice de mortalidade de novas empresas ainda é crítico.2
Figura 1.2 O relatório Sobrevivência das Empresas no Brasil, publicado pelo Sebrae em 2015,
tem como objetivo apresentar os resultados do último estudo sobre a taxa de sobrevivência das
empresas com até dois anos de atividade no Brasil. É a segunda vez que o Sebrae realiza esse
trabalho, a partir do processamento e da análise das bases de dados mais recentes disponibilizadas
pela Secretaria da Receita Federal (SRF). Embora o percentual tenha estado em ascensão entre
2005 e 2007, 75,6% ainda configuram uma taxa de sobrevivência baixa.
Figura 1.4 Definições de estratégia: conceito amplo, mas aplicável a todas as organizações.3
Atividade 1
O chinês Sun Tzu escreveu, há 2.500 anos, o clássico A arte da
guerra. Leia um pequeno trecho do livro:
Escola do design
Essa escola vê a formulação da estratégia como um processo mais
informal e conceitual, avaliando forças e fraquezas, oportunidades e
ameaças. Considera que o executivo principal da organização é o
responsável pela concepção da estratégia, o que é bastante criticado, pois
ignora que a participação de diversos membros da organização enriquece e
fortalece a escolha das melhores estratégias.
Escola do planejamento
Essa escola vê a estratégia como um processo formalizado, estruturado e
documentado, sustentado por técnicas, programas, planos. Nesse sentido,
devem ser utilizados instrumentos formais e numéricos, seguindo um
modelo de plane-jamento. O planejamento estratégico deve ser desdobrado
em planos táticos, e estes em planos operacionais.
Escola do posicionamento
Essa escola considera a estratégia como um processo mais analítico, em
que o responsável analisa a situação do ambiente externo para tomar duas
decisões estratégicas: decisão de portfólio de produtos/serviços e decisão
de posicionamento. Nesse sentido, o processo de formação de estratégia
privilegia a análise da estrutura do setor em que a empresa está . Para essa
escola, que foi fortemente impulsionada por Michael Porter, estratégias são
posições genéricas e facilmente identificadas no mercado. As principais
contribuições de Porter para essa escola foram o modelo das cinco forças e
as estratégias genéricas, que buscam alcançar desempenho acima da média
em uma indústria. As duas contribuições serão vistas no Capítulo 2.
Escola empreendedora
Para essa escola, a formulação da estratégia é um processo visionário,
informal, centralizado no líder e em sua visão. Seu foco é no papel dos
líderes carismáticos e empreendedores – a estratégia depende da visão
deles. O processo de elaboração da estratégia está, portanto, na mente do
líder, aquele que tem uma visão de futuro da organização e uma perspectiva
de direção a longo prazo.
Escola cognitiva
Essa escola considera que a elaboração estratégica depende de um
processo mental envolvido em sua elaboração e implementação. São os
executivos da organização os processadores de informações para que novas
estratégias e novos modelos de decisão sejam adotados. Sendo a elaboração
da estratégia dependente dos processos mentais dos executivos, ela
envolve, portanto, uma interpretação subjetiva da realidade ambiental.
Escola de aprendizado
Nessa escola, a formulação da estratégia é vista como um processo de
tentativa e erro, que vai ocorrendo ao longo do tempo, individual ou
coletivamente. De forma diferente de outras escolas, o líder não tem o
papel de preconceber estratégias deliberadas, mas de gerenciar o processo
de aprendizado pelo qual novas estratégias podem ser elaboradas.
As empresas precisam construir estratégias com base nas contribuições
de seus diversos membros, considerando conhecimentos individuais e
coletivos.
Escola de poder
Essa escola considera a estratégia como um processo de negociação
política, que envolve persuasão, barganha e busca de um equilíbrio interno
de poder. Nesse sentido, as estratégias das empresas são fortemente
influenciadas por relações de poder e assumem mais a forma de posições
do que de perspectivas.
Escola cultural
Para essa escola, a cultura da empresa influencia fortemente a sua forma
de ver o mundo e definir suas estratégias. Sendo assim, a escola considera a
formulação de estratégias como um processo coletivo, de interação social,
baseado no conjunto de valores, crenças, rituais e normas adotadas por
determinada organização. Segundo essa visão, a criação de novas
estratégias depende da aceitação cultural e do consenso de expectativas dos
envolvidos.
Escola ambiental
Essa escola vê a formulação da estratégia como um processo reativo e
contingente em função do contexto ambiental. Nesse sentido, o ambiente é
considerado como determinante para a elaboração das estratégias
empresariais. O processo é reativo, pois a organização é passiva e apenas
reage à percepção que se tem do ambiente para elaborar suas estratégias.
Para essa escola, ambiente é tudo aquilo que não é a organização.
Escola configuracional
Para essa escola, a formulação das estratégias é vista como um processo
de transformação a partir da síntese das escolas anteriores, enfatizando que
as estratégias têm caráter transitório e contextual. A estratégia é vista como
um processo de transformação que passa por mudanças estruturais e
inovações. Essa escola percebe as empresas como configurações, isto é,
considera que elas são conjuntos de características e comportamentos
coerentes. Somente quando a empresa muda algo em sua configuração há
uma transformação dela, resultando em mudança estratégica.
Cabe ressaltar que qualquer processo de formulação estratégica no
mundo real poderá incluir uma ou mais escolas de pensamento estratégico,
dependendo da atual conjuntura em que vive a empresa. Assim, as dez
escolas de estratégia contribuem para a formação da estratégia de uma
empresa, pois elas se misturam e se complementam, sendo que a estratégia
adotada em determinado momento ou situação deverá ser a que melhor
atende à realidade da empresa.
Atividade 2
Considere a seguinte situação. A empresa X, fabricante de
embalagens para sucos, estava com um grande problema. Seus
clientes, os fabricantes de sucos, vinham reclamando que a empresa
não atendia à preocupação de seus consumidores com a
sustentabilidade, pois as embalagens que produziam eram nocivas ao
meio ambiente. Os operários que trabalhavam na linha de produção
das embalagens sugeriram então à direção da empresa X que ela
poderia começar a fabricar embalagens biodegradáveis, após algumas
mudanças no processo de fabricação e escolha de matérias-primas. A
solução proposta pelos operários foi bem recebida pela direção e
mudou o rumo da empresa X, fazendo com que ela se tornasse líder de
mercado em embalagens para sucos.
ESCOLA CARACTERÍSTICA
Posicionamento Analisa a situação do ambiente externo
Aprendizado Colaboração de diversos membros. O líder não tem papel
de preconceber estratégias
Cultural Formulação de estratégia como processo coletivo
Ambiental O ambiente é determinante para a elaboração das
estratégias empresariais
Configuracional A estratégia é um processo de transformação que passa
por mudanças estruturais e inovações. As empresas são
conjuntos de características e comportamentos coerentes
COMPONENTES DA ESTRATÉGIA
EMPRESARIAL
Como observado, não há definição única para estratégia empresarial.
Mas pode-se observar, a partir das várias definições e perspectivas
apresentadas neste capítulo, que há um consenso acerca da importância da
estratégia para a definição do futuro da empresa.
Para que a estratégia possa desempenhar seu papel, ela precisa ter três
componentes básicos: ambiente, empresa e adequação entre ambos (Figura
1.6). Veremos com detalhes cada um deles.
O primeiro componente é o ambiente, que compreende as variáveis que
afetam diretamente a organização em seu planejamento. No ambiente
podem ser identificadas oportunidades, restrições, limitações,
contingências, coações e ameaças que podem interferir no sucesso ou no
fracasso da organização. Como exemplos de fatores do ambiente, temos
ações da concorrência, nova legislação, crise econômica.
Figura 1.6 Componentes da estratégia empresarial.
Atividade 3
É possível uma empresa menor competir com uma gigante no
mercado? Enquanto as empresas líderes, em geral, têm mais
dificuldade de se reestruturar e mudar, as desafiantes, menos
estabelecidas, podem ser mais ágeis para tomar decisões. Quando
lançou seu programa Money, a Microsoft imaginava arrebatar o
mercado de software doméstico de controle financeiro, mas foi
ultrapassada pela Intuit, com o Quicken, que se tornou referência
na categoria.
Ambiente
» Quais oportunidades e ameaças poderiam
interferir no sucesso ou fracasso da Intuit?
Empresa
» Quais eram seus pontos fortes e fracos?
Adequação
» Como a Intuit se aproveitou de seus recursos
internos para desfrutar da oportunidade
vislumbrada?
Agora crie uma tabela com as ideias que lhe ocorreram a partir
de sua reflexão.
RESUMO
Estratégia é um termo amplo, definido por diversos autores. Trata-se de
definição de um caminho para o futuro, levando-se em conta as
competências e fraquezas da organização e o ambiente externo. Como
forma de organizar as sobreposições e diferenças de pensamento, eles
foram categorizados em escolas, as quais foram divididas em três grupos:
escolas de natureza prescritiva (de design, planejamento e
posicionamento), escolas de natureza descritiva (empreendedora, cognitiva,
de aprendizado, de poder, cultural e ambiental), escola configuracional (de
configuração). Para que a estratégia possa desempenhar seu papel, ela
precisa ter três componentes básicos: ambiente, empresa e adequação entre
ambos.
Certifique-se de que você é capaz de:
Compreender o conceito e a importância da
estratégia empresarial.
Identificar os principais aspectos das escolas do
pensamento estratégico.
Compreender os principais componentes da
estratégia empresarial: ambiente, empresa e
adequação entre ambos.
Atividade 1
Você provavelmente relacionou as ideias de Sun Tzu a um dos seguintes
trechos (ou a ambos):
Neste sentido, não basta olhar para dentro do negócio e conhecer suas
competências e fraquezas. É fundamental olhar também para fora, avaliar
constantemente as mudanças e tendências do ambiente, os possíveis
movimentos dos concorrentes, e refletir sobre os impactos disso tudo para
o seu negócio. Desta forma, as empresas buscam embasamento para
orientar suas ações, protegendo sua posição no mercado e fazendo seu
negócio crescer. Este é o sentido de se pensar estrategicamente.
OU
Atividade 2
Conforme aprendemos, qualquer processo de formulação estratégica
pode incluir uma ou mais escolas de pensamento estratégico, uma vez que
elas se misturam e se complementam. A estratégia adotada depende do
momento ou situação que a empresa vive.
O texto traz uma situação em que a participação de funcionários da linha
de produção foi fundamental para a resolução de um problema crítico e a
formulação de uma nova estratégia para a empresa. Nem sempre a
organização tem um líder visionário que possa solucionar todos os
problemas e formular as estratégias. Muitas vezes, a contribuição dos
funcionários, que têm o conhecimento mais prático sobre o dia a dia da
empresa, é fundamental nesse processo.
Atividade 3
A Intuit é uma empresa bem menor que a concorrente Microsoft, uma
gigante no mercado de tecnologia. Portanto, pode-se supor que os recursos
da Intuit sejam também mais limitados que os das empresas maiores e mais
estabelecidas do setor. Entretanto, pelo que mostra a reportagem, a Intuit
soube aproveitar sua característica de agilidade no desenvolvimento e
lançamento de produtos. Uniu essa sua característica com uma
oportunidade do ambiente atual, que é a utilização das redes sociais para
maior interação com os clientes. Transformou esses clientes em
cocriadores do seu produto Quicken e, com isso, conseguiu antecipar-se à
Microsoft e derrotá-la nesse segmento.
NOTAS
1. Disponível em http://migre.me/rHhe0. Acesso em 02 out. 2015.
2. SEBRAE. Sobrevivência das empresas no Brasil. Coleção Estudos e Pesquisas. Brasília, Distrito
Federal, 2013. Disponível em http://migre.me/rHhwY. Acesso em 02 out. 2015.
4. MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia: um roteiro pela selva
do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000.
5. NOGUEIRA, C. Vai encarar o líder do mercado? Portal Exame.com. 01 de set. 2011. Disponível
em http://migre.me/rHiAb. Acesso em 03 out. 2015.
LEITURAS SUGERIDAS
ANSOFF, H. I. A nova estratégia empresarial. Sã o Paulo: Atlas, 1990.
HAMEL, G.; PRAHALAD, C. Competindo pelo futuro. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
ETAPAS DO PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
Planejamento é um processo gerencial, ou seja, envolve o gerenciamento
de processos e recursos para se chegar a uma situação desejada.
Planejamento estratégico é o processo de se organizar as ideias a respeito
dos caminhos futuros de uma organização. Trata-se, portanto, de elaborar a
estratégia, incluindo decisões sobre produtos e serviços que a empresa deve
oferecer, e sobre o mercado que se quer atingir. A Figura 2.1 ilustra as
etapas do planejamento estratégico, que serão detalhadas a seguir.
Figura 2.1 Processo de planejamento estratégico. (Adaptada de Maximiano, 2012).3
Benchmarking: é o processo de
comparação entre o negócio de uma
empresa com as melhores práticas
exercidas por outras empresas do
mercado. A comparação pode envolver
medidas de qualidade, tempo e custo.
Assim, é possível aprender sobre as
empresas concorrentes e, especialmente,
sobre os processos que fazem com que
estejam à frente, no mercado.
Execução e avaliação
Uma vez feita a análise estratégica, análise dos ambientes externo e
interno, definidos os objetivos e as estratégias e, a partir daí, definidos
também os planos funcionais e operacionais, pode-se executar o que foi
planejado.
É importante que essa execução seja acompanhada por um processo
permanente de avaliação, no qual se deve comparar os parâmetros
desejados com os realizados, para que sejam tomadas medidas corretivas
para ajustar ou corrigir desvios significativos.
Atividade 1
Leia a reportagem a seguir:
FERRAMENTAS DO DIAGNÓSTICO
AMBIENTAL
Como vimos, o planejamento estratégico deve ser estruturado a partir de
uma análise completa dos ambientes interno e externo da organização
resultando em um diagnóstico ambiental. A seguir, vamos detalhar três
ferramentas que auxiliam a realização desse diagnóstico.
Análise SWOT
A sigla SWOT vem do inglês, reunindo as palavras:
Atividade 2
Suponha que uma pequena empresa de programação de sites
esteja pensando em entrar no setor de desenvolvimento de
aplicativos móveis. Qual a ferramenta mais adequada de
diagnóstico ambiental para ajudar essa empresa a tomar sua
decisão? Dê pelo menos uma justificativa para sua resposta.
Atividade 3
Como se viu, a escolha de uma estratégia requer um amplo
conhecimento da empresa e do setor em que esta atua. No entanto,
é preciso também considerar que cada escolha traz consigo alguns
riscos, que devem ser analisados. Refletindo sobre as três
estratégias competitivas de Porter – liderança em custo,
diferenciação e foco –, indique quais os possíveis riscos de cada
uma. Tente identificar pelo menos um risco associado a cada uma.
RESUMO
Neste capítulo, vimos que o planejamento estratégico deve passar pelas
seguintes etapas: análise da situação estratégica, análise dos ambientes
externo e interno, definição de objetivos e estratégias, planos funcionais e
operacionais, execução e avaliação. Para auxiliar na realização do
diagnóstico ambiental detalhamos três ferramentas:
Liderança em custos.
Diferenciação.
Foco.
Atividade 1
A reportagem mostra a empresa varejista Marisa utilizando novas
tecnologias para oferecer uma promoção aos clientes (ambiente
tecnológico). Para elaborar uma promoção como essa, a empresa
provavelmente considerou que, cada vez mais, as pessoas possuem telefone
celular e utilizam mídias sociais, como a rede social Facebook. Pode-se
também salientar aqui que o incentivo para o cliente é dado em dinheiro, o
que tende a funcionar bem em momentos de retração da economia
(ambiente econômico). O importante nessa questão é estar atento para o
fato de que vários ambientes podem influenciar, ao mesmo tempo e de
forma integrada, as decisões empresariais.
Atividade 2
Revisando as três ferramentas de diagnóstico ambiental aprendidas,
vemos que a mais adequada na situação da empresa é o Modelo das Cinco
Forças de Porter, pois este dará uma visão de como é a concorrência dentro
do setor de aplicativos móveis, qual o poder de negociação de fornecedores
e clientes, e qual a possibilidade de novos entrantes e/ou produtos
substitutos. O Modelo das Cinco Forças, em resumo, oferece informações
bastante úteis sobre a atratividade de um setor, e por isso é fundamental
para se tomar uma decisão de investir ou não em um novo negócio.
Atividade 3
Uma empresa escolhe seguir uma estratégia competitiva para estabelecer
uma posição lucrativa na indústria e combater a concorrência. No entanto,
cada estratégia traz riscos, que precisam ser avaliados, conforme resumido
a seguir.
ESTRATÉGIA RISCO
Liderança em Os concorrentes podem imitar, tecnologia pode mudar,
custo outras bases para liderança em custos podem se desgastar.
Diferenciação Os concorrentes podem imitar, gosto do mercado pode
muda e bases para diferenciação podem passar a ser menos
importantes para os clientes.
Foco Os segmento pode se tornar atraente e atrair concorrentes,
demanda pode desaparecer, outras empresas podem
subsegmentar o segmento e oferecer produtos mais
especializados.
NOTAS
1. CARROL, Lewis. As aventuras de Alice no País das Maravilhas. Tradução de Maria Luiza X.
de Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
4. OLIVEIRA, Patrícia. Lojas Marisa recompensam clientes com dinheiro em SP. Revista Exame.
São Paulo, 18 mai. 2015. Disponível em http://migre.me/sCJEv, acesso em 06 jan. 2015.
6. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin. Administração de marketing. 14ª Edição. São Paulo:
Prentice Hall, 2012.
LEITURAS SUGERIDAS
DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship): práticas e princípios. Sã o
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
MINTZBERG, Henry; QUINN, James B. O processo da estratégia. Porto Alegre: Bookman, 3 a ed,
2001.
MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do
planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000.
Essa é uma história popular de ficção, mas ilustra algo que podemos
perceber em nossa própria realidade: a importância que as trocas têm em
nosso cotidiano e como, através delas, buscamos satisfazer nossas
necessidades e desejos.
Vivemos em um mundo de trocas constantes entre pessoas e
organizações, onde cada um busca, em geral, o melhor para si. As empresas
nos fornecem produtos, serviços, experiências, e nós, os consumidores, lhes
oferecemos, além do dinheiro, nossa lealdade, nossa fidelidade e até uma
possível influência junto a outros consumidores. Mas será que as
organizações interferem de alguma forma em nossas escolhas? O que
valorizamos mais na hora de tomar nossas decisões de compra? Neste
capítulo, vamos conhecer alguns conceitos importantes, como necessidade,
desejo, demanda e valor, que vão nos ajudar a entender qual o papel da
estratégia de marketing em tudo isso.
Atividade 1
Quando você lê a palavra “marketing”, o que vem à sua cabeça?
Demanda negativa
Ocorre quando uma parcela significativa do mercado não gosta do
produto ou serviço e até o evita. Vacinas e serviços odontológicos
enquadram-se nesse tipo de demanda, na medida em que, em geral, são
serviços desagradáveis para a maioria das pessoas, embora necessários.
Demanda inexistente
Ocorre quando os consumidores desconhecem ou simplesmente não
estão interessados em determinado produto. Por exemplo, poucos são os
jovens que buscam fazer um seguro de vida porque são pessoas que estão
em um momento de vida em que a morte parece muito distante e, em geral,
não há dependentes a serem considerados.
Demanda latente
Em algumas situações, um grupo de consumidores pode compartilhar um
desejo específico que nenhum produto disponível no mercado é capaz de
atender. Por exemplo, é possível que haja um segmento de consumidores
interessados em um chocolate que não engorde, mas que mantenha o sabor
idêntico ao original.
Demanda em declínio
Considera-se que a demanda de um produto está em declínio quando os
consumidores, por qualquer motivo, vêm deixando de consumi-lo. Por
exemplo, uma das tendências da vida moderna é a busca pela praticidade,
pela conveniência, o que faz com que as mulheres jovens não desenvolvam
mais o hábito, bastante difundido na geração de suas mães e avós, de fazer
bolos para a família. Por causa disso, a demanda por fermentos para bolo
vem decrescendo consideravelmente ao longo da última década. Novos
produtos, mais práticos, vêm sendo demandados no lugar do fermento,
como misturas semiprontas para bolos.
Demanda irregular
Ocorre quando há variações sazonais, ou de dia e horários, na demanda
por um produto. Um exemplo é a demanda por sorvete no Brasil, muito
maior em períodos de temperatura quente do que no inverno. Em países
europeus, não se nota sazonalidade tão intensa em relação à demanda por
sorvete, que é inclusive considerado importante fonte calórica no frio.
Demanda plena
Trata-se da situação mais confortável para as empresas. Ocorre quando
estão satisfeitas com o seu volume de negócios. Há um dimensionamento
claro da demanda por seus produtos e esta é totalmente atendida.
Demanda excessiva
Em algumas situações há um nível maior de demanda do que a empresa
pode atender. Isso pode acontecer, por exemplo, quando o lançamento de
um novo produto acaba fazendo um sucesso inesperado pela empresa.
Demanda indesejada
Ocorre quando a organização não deseja que determinada demanda
exista. Por exemplo, o poder público deseja combater o uso de drogas,
empresas de telefonia desejam reduzir a depredação de orelhões,
organizações antitabagistas desejam reduzir o consumo de cigarros.
Teste seus conhecimentos
Atividade 2
Pense em um exemplo de produto para cada tipo de demanda
que estudamos. Na sua visão, qual seria o papel do marketing em
cada um dessas situações?
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS DO
MARKETING
As empresas podem conduzir seus esforços de marketing de diferentes
maneiras. Na busca pela realização de trocas de valor com o mercado, terá
de decidir que pesos devem ser dados aos diferentes interesses envolvidos
— da empresa, dos clientes, da sociedade em geral. Em muitas situações,
pode haver incompatibilidade entre esses interesses. Por exemplo, se os
vendedores de uma loja de material de construção observam que um cliente
está comprando diversos produtos que eles sabem que não serão úteis para
o projeto de reforma da casa desse cliente, devem alertá-lo? Ou, se uma
montadora de automóveis descobre que há uma demanda significativa no
mercado para um tipo de carro altamente poluente ao meio ambiente, deve
fabricá-lo?
Basicamente, há cinco diferentes orientações empresariais que vão
influenciar a gestão de marketing, explicadas a seguir.
Atividade 3
Um dos produtos mais importantes até hoje para a empresa 3M é o
Post it, um tipo de papel para recados que podemos colar e descolar
em outros papéis sem danificá-los. A descoberta e o desenvolvimento
do Post it partiu de um erro da empresa, que desejava desenvolver
uma nova fita adesiva, mas a cola desta não estava funcionando como
previsto. A equipe de desenvolvimento de produto, então, começou a
achar que aquela cola que descolava com facilidade poderia ser
colocada em um papel para ser usado como marcador de livros,
podendo ser colado e retirado das folhas dos livros sem danificá-las. O
produto é até hoje um grande sucesso. O caso do Post it retrata uma
experiência em que predomina qual orientação empresarial?
Tipos de benefícios
Os benefícios podem ser de quatro tipos:
Tipos de sacrifícios
Os sacrifícios, por sua vez, podem ser de dois tipos:
Não monetários:
Atividade 4
Pense na experiência de consumo de um cliente que compra um
perfume em uma grande loja de departamentos e de outro cliente
que compra esse mesmo produto em um site na Internet. Com base
no que aprendemos sobre a percepção de benefícios e sacrifícios,
discuta algumas diferenças entre essas duas experiências de
compra.
RESUMO
Neste capítulo, tratamos dos seguintes tópicos:
Estratégia de marketing, que define como a
empresa vai satisfazer as necessidades e desejos de
seus clientes, como vai gerir seu relacionamento
com eles e como vai se diferenciar da
concorrência.
Conceitos fundamentais do marketing,
entendendo a necessidade como relacionada às
coisas essenciais para sobrevivência, o desejo
como algo dirigido a objetos específicos, e a
demanda como o desejo apoiado por uma
possibilidade de pagar pelos objetos desejados,
ressaltando-se que há diversos tipos de demandas
e, consequentemente, há diferentes caminhos para
o marketing lidar com cada um desses tipos.
Diferentes orientações empresariais, com
destaque para a orientação de marketing — voltada
para o cliente — e para a orientação de marketing
societal — voltada não apenas para o cliente, mas
também para outros públicos importantes, como
acionistas, fornecedores, distribuidores, sociedade
em geral.
Valor percebido pelo consumidor como resultado
da comparação que ele faz entre benefícios e
sacrifícios — tangíveis e intangíveis — envolvidos
em um processo de compra.
Atividade 1
Marketing é um termo muito usado em jornais, revistas, na Internet e na
linguagem comum das pessoas. Se você colocar o termo no Google,
surgirão imediatamente mais de um bilhão de referências a ele. Mas nem
todos que usam a palavra marketing estão querendo dizer a mesma coisa.
Muitos pensam em propaganda, em vendas, em clientes… Outros, de forma
pejorativa, associam o marketing a maneiras de vender a qualquer custo,
inclusive enganando o cliente, se preciso for. Mas o que é marketing,
afinal?
O marketing é a função da administração responsável por desenvolver e
gerir o relacionamento da organização com o seu mercado, planejando e
comercializando produtos e serviços com base nas necessidades e desejos
dos clientes. Para que isso aconteça, é preciso desenvolver algumas
habilidades importantes, como monitorar informações sobre clientes,
fornecedores e competidores, e projetar as capacidades da empresa para
servir aos clientes, obtendo determinado nível desejado de lucratividade.
Atividade 2
O profissional de marketing precisa estar atento ao que acontece com a
demanda de seu produto, para poder definir suas estratégias. O papel do
marketing, ao se confrontar com a demanda negativa, é analisar por que o
mercado rejeita o produto e avaliar se mudanças no programa de marketing
poderiam reverter essa rejeição. As mudanças podem envolver, por
exemplo, reformulações no desenho do produto ou serviço, estabelecimento
de preço mais atraente, realização de uma campanha de comunicação
enfatizando os aspectos positivos do produto. Se a empresa tiver o objetivo
de reverter um quadro de demanda inexistente, o papel do marketing é o de
encontrar meios de ligar de forma mais clara os benefícios do produto às
necessidades e aos desejos do consumidor. Este precisa perceber que o
produto existe e está relacionado a algo que lhe seja relevante.
Quanto à demanda latente, cabe ao marketing identificar esse segmento
de consumidores, mensurar o tamanho da demanda potencial e desenvolver
o produto que os atendam. Entretanto, muitas vezes, a identificação de
demandas latentes é uma tarefa complexa, pois os consumidores
dificilmente conseguirão verbalizar exatamente o que desejam,
principalmente no caso de produtos inovadores. Em situações em que seja
detectada uma demanda em declínio, cabe ao marketing analisar as
possíveis causas de declínio e determinar se a demanda pode ser estimulada
com mudanças no programa de marketing. Entretanto, em geral, uma
demanda entra em declínio por causa de mudanças nos hábitos dos
consumidores. Buscar reverter isso é algo que, em geral, requer altos
investimentos de marketing e com risco grande de insucesso. Deve-se
considerar a possibilidade de descontinuar a venda do produto cuja
demanda está em declínio e, paralelamente, desenvolver novos produtos
que atendam aos novos hábitos dos consumidores.
Para as empresas que vendem produtos com demanda sazonal, é preciso
lidar com problemas de ócio e sobrecarga na produção. Para empresas de
serviços, cujas ofertas são intangíveis e perecíveis – isto é, não podem ser
estocadas –, essa é uma questão ainda mais delicada. Um hotel, por
exemplo, tem toda uma infraestrutura fixa que funciona ao longo de todo o
ano, mas há uma procura muito maior pelos seus serviços em períodos de
férias. A área de marketing pode atuar modificando o padrão da demanda
através de diferenciação de preços e realização de promoções que
estimulem os clientes a consumir em períodos de baixa demanda.
Quanto à demanda plena, a área de marketing precisa ficar atenta para
manter o nível desejado da demanda, mantendo um olhar apurado sobre o
ambiente, monitorando possíveis mudanças no mercado e observando os
movimentos da concorrência.
No que se refere à demanda excessiva, é preciso decidir se a empresa
quer estruturar-se para atender a essa demanda, ou se deseja desestimulá-la.
Para a imagem da empresa, deixar de atender a uma demanda por seus
produtos pode ser prejudicial. Se a decisão for por diminuir a demanda,
caberá à área de marketing empreender ações para desestimulá-la – usando
uma estratégia chamada de marketing. Esse desestímulo à demanda pode
ser geral ou seletivo, sendo este último focado em algum segmento
específico de consumidores para os quais a empresa realmente não tem
interesse em atender.
No caso da demanda indesejada, o papel do marketing é fazer com que os
consumidores deixem de apreciar determinado produto. Pode, para isso,
usar programas de comunicação contendo mensagens persuasivas negativas
em relação ao produto ou ao hábito que se quer extinguir, determinar
preços elevados ou que haja uma disponibilidade limitada do produto.
Atividade 3
Se analisarmos as definições de orientações empresariais, veremos que o
Post it é um exemplo de produto que não foi criado, inicialmente, com o
foco no cliente. Dessa forma, trata-se de um exemplo de orientação para
produto, pois primeiro se desenvolveu a tecnologia do produto (que, na
verdade, surgiu de um erro) para depois se pensar se haveria mercado para
ele.
Atividade 4
Ambas as situações estão relacionadas à compra de um mesmo produto
(perfume), mas, ao mesmo tempo, envolvem experiências de consumo bem
diferentes. Podemos destacar como principal diferença, no que diz respeito
aos benefícios percebidos, a ausência da percepção de benefício
experimental na compra via Internet, já que não é possível o cliente sentir o
cheiro dos perfumes antes de escolher qual deseja comprar. Entretanto,
quanto aos sacrifícios, temos que há uma redução na percepção dos
sacrifícios comportamental e temporal na compra via internet, devido à
comodidade inerente a esse tipo de processo. Mas, provavelmente, há nele
uma percepção de maior sacrifício psicológico, já que várias pessoas
sentem-se mais inseguras em comprar via internet, havendo um risco
percebido maior nessa experiência de compra.
NOTAS
1. CHURCHILL, J. R.; GILBERT, A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes.
São Paulo: Saraiva, 2010.
2. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006
OBJETIVOS
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de:
INTRODUÇÃO
O caso dos molhos de tomate Prego ilustra bem a importância de
trabalhar o conceito de segmentação. Repare que essa empresa, ao
considerar os diferentes perfis encontrados na pesquisa, desenvolvendo três
tipos de molhos de tomate diferentes, estará atendendo a 84% dos
consumidores, o que certamente não aconteceria se a empresa resolvesse
desenvolver um molho apenas.
Neste capítulo, vamos trabalhar a importância dos conceitos de
segmentação e posicionamento para o marketing. Posicionar
estrategicamente um produto, uma marca ou uma empresa é algo
fundamental para direcionar os esforços de marketing e conquistar sucesso
no mercado. Mas, para que o posicionamento seja definido com coerência e
eficácia, é preciso desenvolver a segmentação de mercado. Vamos detalhá-
la a seguir.
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
Segmentar significa repartir, dividir. A segmentação de mercado existe
para aumentar a precisão dos esforços de marketing da empresa, na medida
em que ajuda a focar esses esforços na direção desejada. O marketing de
segmentação está contextualizado entre o marketing de massa e o
marketing individual.
ESCOLHA DO PÚBLICO-ALVO
Após a divisão do mercado em diferentes segmentos, o passo seguinte é
a escolha do segmento que se quer atender, isto é, a escolha do seu
segmento-alvo ou público-alvo. Para isso, é preciso avaliar primeiro a
atratividade dos segmentos identificados no mercado, o que requer uma
análise do tamanho e da taxa de crescimento de cada um e do nível de
competitividade das empresas que já atuam em cada um deles. Além de
analisar a atratividade dos segmentos, é preciso também avaliar se a opção
pelo atendimento a esses segmentos é coerente com os objetivos e as
competências da própria empresa. Por exemplo, uma empresa que presta
serviço na área de tecnologia de informação para pequenas e
microempresas pode avaliar que existe um segmento significativo formado
por grandes corporações, que não está sendo atendido nesse tipo de serviço,
mas pode julgar que não tem as competências necessárias, incluindo
pessoal capacitado para atendê-lo.
Na escolha do público-alvo, as empresas não precisam optar por se
dedicar a um único segmento. Há basicamente cinco modelos de seleção de
público-alvo, representados na Figura 4.1 e detalhados a seguir.
POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO
Após decidir quais segmentos vai atender, a empresa precisa definir o
seu posicionamento, isto é, de que forma quer ser percebida pelos clientes
que compõem esses segmentos. Posicionamento é o ato de desenvolver a
oferta e a imagem da empresa para ocupar um lugar destacado na mente de
seus clientes-alvo. Esse processo envolve o estabelecimento de um lugar
distinto com relação à concorrência, ressaltando as diferenças-chave que a
empresa, o produto ou a marca possuem em relação aos seus concorrentes.
Há três dimensões que devem estar presentes na definição de uma
estratégia de posicionamento: o que se está oferecendo, para quem e quais
as diferenças em relação à concorrência que se deseja promover. A Figura
4.2 ilustra os componentes de uma estratégia de posicionamento.
Atividade 2
Relacione os conceitos de segmentação e posicionamento que
você aprendeu neste capítulo discutindo as principais diferenças e
semelhanças entre eles.
Atividade 3
Pense em um produto do qual você seja consumidor. Em que
fase do ciclo de vida você considera que ele está? Se você fosse o
gestor de marketing desse produto, que estratégias de marketing
usaria?
RESUMO
O processo que envolve a segmentação, a escolha do público-alvo e a
definição da estratégia de posicionamento é central no trabalho do gestor
de marketing. Como vimos, para que esse processo aconteça é preciso saber
definir as bases de segmentação adequadas, identificar em que fase do ciclo
de vida o produto está e acertar na escolha do público-alvo que se quer
atender. Além disso, é fundamental que a definição do posicionamento
contemple três dimensões: qual a oferta da empresa, como ela se diferencia
da concorrência e a quem ela se destina.
Podemos dizer que a estratégia de posicionamento escolhida deve dar
aos clientes uma verdadeira razão de compra, algo que eles valorizem, que
seja percebido como realmente um diferencial em relação à concorrência e
que a empresa possa de fato entregar. O resultado final do processo de
segmentação, escolha do público-alvo e definição da estratégia de
posicionamento deve ser a criação e a comunicação de uma proposição de
valor focada no mercado. E são as estratégias definidas nesse processo que
vão embasar todas as decisões de marketing da empresa.
Neste capítulo, tratamos dos seguintes tópicos:
Atividade 1
Como vimos, a segmentação é importante, pois dificilmente uma
empresa conseguirá atender a todo o mercado com um único produto. Em
síntese, os principais benefícios gerados pela segmentação do mercado são
os seguintes:
a empresa pode desenvolver um produto mais
adequado para o seu público-alvo por um preço
apropriado;
a escolha de canais de distribuição e de
comunicação torna-se mais fácil;
a empresa enfrenta uma gama menor de
concorrentes do que se atuar no mercado como um
todo.
Atividade 2
Como se viu, segmentação e posicionamento são conceitos distintos. O
primeiro envolve o trabalho do profissional de marketing de entender e
dividir o mercado, e o último diz respeito à percepção dos clientes sobre a
oferta de uma empresa, diferenciando-a da concorrência. Ambos os
conceitos estão ligados pelas necessidades e desejos dos clientes, no
sentido de que a segmentação precisa estar aí baseada, e os
posicionamentos mais fortes, que se firmam na mente dos clientes, são
aqueles em que os consumidores reconhecem que suas necessidades e
desejos estão sendo plenamente atendidos.
Atividade 3
Cabe ao profissional de marketing avaliar em que estágio do ciclo de
vida está o produto, visto que diversas estratégias de diferenciação e
posicionamento podem ser usadas em cada fase. É importante compreender
os estágios não como algo que vai engessar a atuação do marketing, mas o
contrário: mudanças eficazes na estratégia de segmentação e
posicionamento podem postergar ou mesmo mudar o rumo do ciclo de vida
do produto.
NOTAS
1. CÔRREA, K. Segmentação de mercado: o caso do molho de macarrão. In: Administração e
gestão. Disponível em <http://migre.me/sFVa7>. Acesso em 12 dez. 2015.
2. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2006.
Burguesinha
(Seu Jorge, Gabriel Moura e Pretinho da Serrinha)
Vai no cabeleireiro
No esteticista
Malha o dia inteiro
Pinta de artista
Saca dinheiro
Vai de motorista
Com seu carro esporte
Vai zoar na pista
[…]
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha, burguesinha
Burguesinha…
Conforme ilustra a letra da música, os produtos que usamos e os lugares
que frequentamos — isto é, os bens, serviços e experiências que
consumimos — acabam nos definindo perante nós mesmos e outras
pessoas. O consumo é, portanto, uma atividade social, e entender o
comportamento do consumidor é entender essa atividade social em toda a
sua complexidade.
Os seres humanos vivem em sociedades e em culturas diferentes, mas
todos precisam consumir algo para sobreviver. A partir do desenvolvimento
industrial, a perspectiva da sociedade de consumo tornou-se mais forte, e as
pessoas passaram a poder escolher entre produtos e marcas mais
diversificados. Atualmente, pela característica dinâmica do mundo, com a
busca constante por inovações, e pelo fato de o consumidor ter acesso cada
vez mais amplo a informações, ele vem se tornando mais consciente e mais
exigente nas relações de consumo.
Para o marketing, é fundamental entender de que forma as pessoas se
comportam como consumidores. Para uma melhor definição dos objetivos
e estratégias de marketing, é preciso compreender como se dá o processo
de decisão de compra e quais são os principais fatores que o influenciam.
Mas, afinal, a que estamos nos referindo quando falamos de
“comportamento do consumidor”? Estamos falando de uma série de
processos que acontecem quando as pessoas ou grupos selecionam,
compram, usam ou dispõem de produtos, serviços, ideias e experiências
para satisfazer suas necessidades e desejos. É importante entender o
comportamento do consumidor como algo que vai além da decisão de
compra e do uso de produtos, abrangendo também o estudo de como o fato
de comprar, usar e consumir algo afeta a nossa vida e também a maneira
como nos sentimos a respeito de nós mesmos e a respeito dos outros.
Atividades de consumo são, portanto, relevantes para entendermos o
mundo social em que vivemos.
O comportamento do consumidor é um campo de estudo bastante
complexo dentro do marketing e recebe contribuições de diversas áreas do
conhecimento — por exemplo, da psicologia, da antropologia, da
sociologia e da economia. Principalmente dos anos 1960 em diante, o
comportamento do consumidor passou a receber uma atenção mais focada
dos estudiosos de marketing, influenciados, sobretudo, pelo
desenvolvimento da psicologia comportamental. Naquela época, o estudo
sobre o comportamento do consumidor visava dar às empresas a
capacidade de prever reações e tomadas de decisão, e influenciá-las de
alguma forma através das atividades promocionais. Nessa chamada era
“modernista”, o paradigma dominante de pesquisa era o positivista,
buscando confirmar hipóteses sobre o comportamento do consumidor por
meio de experimentos e levantamentos quantitativos. O consumidor era
visto como um ser racional em sua tomada de decisão. Sendo assim, as
causas do seu comportamento poderiam ser identificadas. Dessa forma,
através da manipulação das causas, as empresas poderiam conseguir que os
consumidores se comportassem conforme o previsto por elas.
Na era “pós-modernista”, os pesquisadores passaram a se interessar mais
pelo processo de consumo do que pelo ato da compra em si. Outros
métodos de pesquisa passaram a ser utilizados, como entrevistas em
profundidade e de natureza etnográfica. As pesquisas, mais qualitativas e
interpretativistas, passaram a indicar que não há uma verdade absoluta no
que se refere ao comportamento do consumidor, e a ressaltar temas como a
influência das emoções sobre esse comportamento.
Hoje, entendemos que as duas perspectivas de pesquisa — positivista e
interpretativista — se complementam, trazendo possibilidades tanto de
previsão quanto de interpretação para a compreensão mais ampla de um
tema tão complexo quanto o comportamento do consumidor. A seguir,
vamos analisar os principais fatores que influenciam esse comportamento.
FATORES DE INFLUÊNCIA
As características, as motivações e os interesses do consumidor estão
sujeitos a uma série de influências. Embora o comportamento seja a parte
visível do processo, há uma variedade de fatores intangíveis que o afetam
de forma significativa. Esses fatores podem ser culturais, sociais, pessoais
e psicológicos, sendo os culturais os de maior influência. A Figura 5.1
ilustra essas influências. Vamos analisar cada um desses fatores mais
detalhadamente.
Figura 5.1 Fatores de influência no comportamento do consumidor. (Adaptada de Solomon,
2002).1
Fatores culturais
Cultura pode ser definida como um conjunto de costumes, valores e
crenças que influenciam a forma como as pessoas pensam e se comportam.
Esse conjunto é compartilhado por um grupo social em dado momento
histórico e define como esse grupo vai pensar e agir como consumidor.
Toda cultura engloba várias subculturas, que são grupos mais específicos
de pessoas que compartilham experiências de vida e valores em comum.
Pessoas de uma mesma raça, por exemplo, podem constituir uma
subcultura que vai influenciar seus padrões de consumo. No Brasil, por
exemplo, já há revistas e cosméticos dirigidos especialmente às mulheres
negras.
Geralmente, pessoas de uma mesma classe social compartilham valores
culturais semelhantes. Classes sociais são divisões relativamente
homogêneas e duradouras de uma sociedade e são hierarquicamente
organizadas.
Na prática, é bastante difícil dividir a população em classes sociais com
exatidão. No Brasil, um dos critérios mais utilizados para fazer a divisão da
população em classes socioeconômicas é o CCEB (Critério de
Classificação Econômica Brasil). Trata-se de um instrumento de
segmentação econômica elaborado pela Abep (Associação Brasileira de
Empresas de Pesquisa), que utiliza o levantamento de características
domiciliares (presença e quantidade de alguns itens domiciliares de
conforto e grau de escolaridade do chefe de família) para diferenciar a
população. O critério atribui pontos em função de cada característica
domiciliar e realiza a soma desses pontos. É feita então uma
correspondência entre faixas de pontuação do critério e as classes
econômicas definidas por A1, A2, B1, B2, C1, C2, D, E.
Para saber mais detalhes, consulte www.abep.org/criterioBrasil.aspx
Fatores sociais
As pessoas vivem em interação umas com as outras, e os fatores sociais
— como grupos de referência, família, papéis sociais e status — exercem
grande influência no seu comportamento como consumidores.
Os grupos de referência são aqueles que exercem influência sobre a
atitude e o comportamento de uma pessoa. Podem ser classificados como
primários, quando a pessoa tem contato frequente com eles, ou secundários,
quando há pouca frequência de contato. Também podemos classificar os
grupos de referência como grupos de aspiração, que são aqueles a que a
pessoa deseja pertencer, e grupos de dissociação, quando a pessoa não quer
ser associada a eles e rejeita seus valores e comportamentos. Uma pessoa
que precise fazer um exame de sangue, por exemplo, provavelmente vai
consultar um médico para saber que laboratório de análises clínicas deve
procurar. Os médicos, nesse exemplo, representam um grupo de referência.
Cabe aos profissionais de marketing identificar os grupos de referência
para seus clientes-alvo, de forma a atuar junto aos formadores de opinião
dos mesmos.
Fatores pessoais
Como fatores pessoais que influenciam o comportamento do
consumidor, temos a idade e o estágio no ciclo de vida, a situação
financeira, a ocupação profissional, o estilo de vida, a personalidade e a
autoimagem.
Os padrões de consumo são moldados de acordo com a idade e a fase do
ciclo de vida em que o indivíduo se encontra. Um jovem adulto que more
sozinho vai buscar consumir comidas semiprontas, em pequenas porções.
Já um casal que acaba de ter um filho, obviamente, vai consumir mais
fraldas e produtos para bebê do que outros casais sem filhos. Um casal com
filhos já adultos provavelmente voltará a ter uma renda disponível para
gastar consigo mesmo e poderá buscar investir em atividades de lazer,
como viagens. A situação financeira do consumidor influencia seus padrões
de consumo, incluindo não só a sua renda, mas também o quanto dessa
renda está disponível para gastar, bem como as suas atitudes em relação a
gastar versus poupar.
Além da questão financeira e de fase da vida, os profissionais de
marketing precisam avaliar qual o estilo de vida de seu público-alvo. Estilo
de vida é como as pessoas se expressam por meio de atividades, interesses
e opiniões. Vale lembrar que pessoas de uma mesma subcultura, classe
social e ocupação podem ter estilos de vida diferentes. Dois executivos
com atividade profissional e renda parecidas podem adotar estilos de vida
completamente opostos. Por exemplo, um pode estar preocupado em fazer
exercícios e manter uma alimentação saudável, enquanto o outro adota um
estilo de vida mais sedentário e menos preocupado com a saúde.
Por fim, a personalidade também interfere na forma como os
consumidores realizam as suas escolhas. Pode-se definir personalidade
como um conjunto de características psicológicas que levam a reações no
ambiente. Cada pessoa tem uma personalidade única, embora seja possível
identificar os traços comuns de personalidade entre grupos. A autoimagem
está relacionada à personalidade, é como a própria pessoa se vê. Para o
profissional de marketing, é importante compreender qual a autoimagem
que os consumidores desejam satisfazer através da compra e uso de
produtos e marcas.
Fatores psicológicos
Os principais fatores psicológicos que influenciam o comportamento do
consumidor são motivação, percepção, aprendizagem, crenças e atitudes.
O termo “motivação” está relacionado ao motivo que leva uma pessoa a
agir de determinada forma. Por exemplo, o que leva uma pessoa a comprar
um tênis de marca, muitas vezes gastando para isso parte significativa de
sua renda disponível? Alguns autores deram contribuições importantes para
a compreensão da motivação humana. A principal contribuição de Freud,
criador da psicanálise, foi apontar que as pessoas não têm consciência das
suas reais motivações, visto que estas são, em sua maioria, inconscientes.
Com base nisso, os pesquisadores motivacionais buscam investigar os
motivos implícitos ao estudar o comportamento dos consumidores por
meio da aplicação de técnicas projetivas, como interpretação de imagens,
para chegar às suas motivações inconscientes. A contribuição de Maslow
para a compreensão da motivação foi elaborar uma hierarquia das
necessidades humanas, desde as mais urgentes de serem atendidas até as
menos urgentes. Segundo Maslow, o grupo de necessidades humanas mais
urgentes seriam as necessidades fisiológicas, relacionadas à fome e à sede.
Depois viriam as necessidades de segurança, relacionadas à segurança
propriamente dita e à proteção. A seguir viriam as necessidades sociais,
relacionadas à vontade de pertencer a um grupo, de ter afeto, e as
necessidades de respeito, que têm a ver com autoestima, reconhecimento,
status. O grupo que estaria no topo da hierarquia de Maslow seria o das
necessidades de autorrealização, relacionadas ao desenvolvimento e a
realizações pessoais.
Figura 5.2 Hierarquia das necessidades de Maslow. (Adaptada de Solomon, 2002).1
Atividade 1
Uma pesquisa realizada pelo Sebrae (“Pesquisa Cara Brasileira”, em
www.biblioteca.sebrae.com.br) identificou alguns aspectos positivos e
negativos predominantes na cultura brasileira. Veja alguns exemplos:
Atividade 2
Como vimos, o consumidor pode, na etapa de pós-compra,
experimentar a dissonância cognitiva. Pense em alguns exemplos
concretos de compras em que isso pode acontecer e em como o
profissional de marketing pode lidar com isso.
Atividade 3
Pense em um produto que sirva de exemplo para cada um dos tipos
de comportamento de compra que aprendemos. Reflita sobre o papel
do marketing no processo de compra de cada um desses produtos.
RESUMO
O comportamento do consumidor é um tema complexo, que recebe
contribuições de várias áreas do conhecimento, incluindo psicologia,
economia, antropologia etc. É essencial para o profissional de marketing
compreender como se comportam seus consumidores, como eles tomam
suas decisões, quais os principais fatores de influência. Só assim poderá
traçar objetivos, estratégias e ações de marketing que sejam eficientes.
Certifique-se de que você compreendeu os seguintes tópicos:
A expressão “comportamento do consumidor” se
refere aos processos que acontecem quando as
pessoas ou grupos selecionam, compram, usam ou
dispõem de produtos, serviços, ideias e
experiências para satisfazer suas necessidades e
desejos. Trata-se de uma atividade social, na
medida em que o consumo ajuda o indivíduo a
definir-se perante si próprio e perante os outros.
Diversos fatores podem influenciar o
comportamento do consumidor, como:
fatores culturais:
cultura, subcultura, classe
social;
fatores sociais: grupos
de referência, família,
papéis e status;
fatores pessoais: idade,
estágio do ciclo de vida,
ocupação, situação
financeira, estilo de vida,
personalidade,
autoconceito;
fatores psicológicos:
motivação, percepção,
aprendizado, crenças e
atitudes.
O processo de decisão de compra começa com o
reconhecimento de um problema ou necessidade,
seguido pela busca de informações, avaliação de
alternativas, chegando à decisão de compra e
finalizando com o comportamento pós-compra.
Há diferentes papéis que o consumidor pode
exercer em uma compra: iniciador, influenciador,
decisor, comprador e usuário.
A partir de dois aspectos — envolvimento com a
compra e diferenças percebidas entre marcas —
classificamos os processos de decisão de compra
em quatro tipos: comportamento de compra
complexo, comportamento de compra com
dissonância cognitiva reduzida, comportamento de
compra habitual e comportamento de compra em
busca de variedades.
Atividade 1
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que não existe “um”
consumidor brasileiro, pois umas das características levantadas na pesquisa
é justamente a pluralidade da nossa cultura. Mas a pesquisa destaca
também pontos em comum, que podem influenciar o consumidor brasileiro
em seu processo de decisão de compras on-line. É importante que a
empresa seja ou se torne conhecida, pois o brasileiro prefere comprar de
quem conhece, com quem tem certa familiaridade. É preciso cultivar
relacionamentos e, para isso, pode-se usar as redes sociais para enriquecer
a experiência de consumo e aprofundar os vínculos positivos com a marca.
A estratégia de marketing precisa também considerar como público de
interesse não apenas o consumidor, mas também os principais
influenciadores da decisão de compra, com destaque especial para os
membros da família, tão valorizada pelo consumidor brasileiro.
Atividade 2
A dissonância cognitiva se manifesta através de sentimentos como
remorso depois de uma compra que não se tem mais certeza se deveria ter
sido feita. Algumas situações concretas podem ser pensadas para
exemplificar:
A pessoa gostaria de comprar determinada
marca, mas por causa do preço só pôde comprar
um produto similar.
A pessoa compra algo de que gosta inicialmente,
mas depois percebe que outras pessoas têm esse
produto melhorado.
A pessoa compra um produto porque ele está em
oferta, mas depois descobre que não vai usá-lo.
Atividade 3
Como vimos, no comportamento de compra complexo o consumidor
gasta bastante tempo e esforço buscando informações para tomar sua
decisão. O profissional de marketing deve ajudar o comprador a obter as
informações de que precisa, isto é, pensar em meios que disponibilizem
facilmente essas informações e enfatizar a diferenciação em favor da
marca.
No comportamento de compra com dissonância cognitiva reduzida,
como o consumidor decide mais rapidamente, o profissional de marketing
deve ajudar a reduzir possíveis dissonâncias cognitivas, buscando
argumentos para convencer o consumidor de que ele fez a escolha certa.
No comportamento de compra habitual, como não há fidelidade a uma
marca específica, cabe ao profissional de marketing estimular a compra,
por exemplo, com promoções de preço ou maior exposição do produto.
No comportamento de compra em busca de variedades, o consumidor
está propenso a variar de marca. Nesse processo de decisão de compra, o
marketing das marcas líderes busca estimular a fidelidade do consumidor,
enquanto o marketing de marcas com menor participação de mercado busca
estimular a experimentação.
NOTAS
1. SOLOMON, Michael R. O comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo. 5.
ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
Produto.
Praça (ou distribuição).
Preço.
Promoção (ou comunicação).
Atividade 1
Faça uma reflexão sobre as estratégias de marcas que vimos, dando
exemplos de situações em que se deve usar cada uma e apontando os
possíveis riscos envolvidos na escolha de cada estratégia.
Você encontrará comentários sobre esta atividade no final do
capítulo.
DECISÕES DE DISTRIBUIÇÃO
As decisões sobre a distribuição de produtos — sejam bens ou serviços
ou uma combinação de ambos — são muito importantes, pois determinam
a forma pela qual tais produtos estarão acessíveis para os clientes. Os
canais de distribuição são organizações intermediárias no processo de
transferência dos produtos ao mercado. Os canais podem ter vários níveis,
dependendo de quantos intermediários há entre a empresa e o consumidor.
As decisões de canal frequentemente envolvem um compromisso de longo
prazo da empresa fabricante com outras empresas.
Os fabricantes, quando delegam a distribuição de seus produtos a
terceiros, estão abrindo mão de uma parte do controle sobre como e para
quem seus produtos estão sendo entregues. Entretanto, há algumas
vantagens nisso: basicamente, possibilita que o fabricante se concentre na
sua atividade fim e não precise investir recursos no desenvolvimento de
canais próprios de distribuição. Em geral, os intermediários têm
experiência e escala de operação para realizar a distribuição de uma forma
melhor do que faria o próprio fabricante.
Os canais de distribuição desempenham as seguintes funções:
Atividade 2
Pense em um exemplo de produto em que a estratégia de
distribuição exclusiva seja a mais adequada e em outro produto em
que a distribuição intensiva seja a mais adequada. Quais as diferenças
básicas entre esses dois produtos? O que poderá acontecer se as
estratégias de distribuição forem invertidas?
DECISÕES DE PREÇO
O preço é o único elemento do composto de marketing capaz de gerar
receita para a empresa. É também o mais flexível, na medida em que é
operacionalmente mais fácil mudar o preço de um produto do que, por
exemplo, as suas características ou a sua forma de distribuição. Dessa
forma, a determinação e a gestão do preço constituem tarefas fundamentais
para os profissionais de marketing. Entretanto, na gestão de preços, muitos
erros são cometidos, como: considerar apenas os custos do produto e não o
quanto o mercado está disposto a pagar por ele; não rever a estratégia de
preço com a frequência necessária para responder a reações dos
concorrentes e outras mudanças no ambiente; determinar um preço que seja
inconsistente com as estratégias dos outros elementos do composto de
marketing.
Com base na análise dos fatores que interferem nas decisões de preços,
podemos resumir em três os métodos usados para fixação de preço:
métodos orientados para custos, método baseado na concorrência e
métodos orientados para o mercado. Vejamos cada um deles a seguir.
DECISÕES DE COMUNICAÇÃO
A comunicação é essencial para a relação das empresas com os seus
clientes. Toda comunicação envolve um processo constituído de emissor,
mensagem, receptor e meio no qual ele ocorre. A Figura 6.4 ilustra esse
processo.
Promoção de vendas
A promoção de vendas é um conjunto de incentivos para o consumidor
final (brindes, prêmios etc.) ou para os intermediários (descontos,
concursos), visando obter um incremento de vendas no curto prazo. Os
investimentos em promoção de vendas têm crescido muito nos últimos
anos. Marcas com pequena participação de mercado, em geral, consideram
mais viável competir com promoções de venda, pois não têm condições de
chegar perto do orçamento em propaganda das marcas líderes. Algumas
empresas líderes, por sua vez, consideram que o excesso de promoções de
venda pode reduzir o valor das marcas e causar o aumento da sensibilidade
ao preço dos consumidores. Uma das principais vantagens de se usar a
promoção de vendas é a possibilidade de mensurar os seus resultados, já
que ela se destina a um período de tempo e a um objetivo de incremento de
vendas mais pontual.
Relações públicas
A atividade de relações públicas inclui uma variedade de programas
elaborados para promover a imagem da empresa junto a públicos
importantes para ela, isto é, públicos que possam ter algum impacto na
capacidade de a empresa atingir os seus objetivos. As principais atividades
de relações públicas são: gestão da relação com a imprensa; esforços de
publicidade, isto é, busca por espaços gratuitos em mídia; aconselhamento
à administração da empresa sobre o posicionamento institucional.
Venda pessoal
A venda pessoal pode ser definida como o conjunto de atividades
realizadas pelos vendedores da empresa com o objetivo de informar,
motivar e persuadir o cliente a adquirir o produto ou serviço da empresa. É
preciso considerar que os vendedores representam um elo importante entre
a empresa e o os clientes porque, ao mesmo tempo em que representam a
imagem da empresa para os clientes, são uma importante fonte de
informações sobre estes últimos para a empresa.
Atividade 3
Você conhece a Amazon, é claro. Provavelmente já comprou ou
conhece alguém que já comprou livros ou outros produtos através de
seu site. Seu fundador, Jeff Bezos, abandonou um promissor emprego
em Wall Street para fundar a empresa em 1994. Sua ideia era bem
simples: a venda de livros pelo correio era prejudicada pelo fato de ser
quase impossível produzir catálogos que dessem conta da ampla
variedade de títulos, e os consumidores queriam variedade! Hoje a
Amazon tem mais de cinquenta milhões de clientes, espalhados por
cerca de 160 países. E, além de livros, vende os mais diversos
produtos, como DVDs, roupas e brinquedos. Porém, saiba que, ao
comprar na Amazon, você deixa para a empresa mais do que o seu
dinheiro. Você deixa informações sobre que tipo de consumidor é, o
que mais gosta de comprar, o que parece não gostar. A empresa
resolveu então usar essas informações para fazer uma experiência de
precificação diferenciada de um produto — o DVD. Funcionava
assim: para os clientes regulares da Amazon, os DVDs eram vendidos
mais caros que para aqueles que não compravam com regularidade.
Resultado: clientes revoltados com a injustiça cometida na prática de
preços e um pedido público de desculpas de Jeff Bezos, além da
restituição do valor aos clientes que pagaram a mais. Com base no que
vimos sobre as decisões de preço e comunicação, faça uma análise do
erro cometido pela Amazon.
RESUMO
O mix de marketing é composto basicamente de quatro elementos:
produto, distribuição (praça), preço e comunicação (promoção). Cabe ao
profissional de marketing tomar decisões estratégicas acertadas sobre cada
um desses elementos, com base no posicionamento pretendido.
Certifique-se de que você compreendeu os seguintes tópicos:
produto núcleo;
produto básico;
produto ampliado.
Uma marca é um nome, um termo, um símbolo
que identifica o fabricante ou vendedor do produto.
Para o marketing, as principais decisões de marca
são:
Atividade 1
É importante que você perceba que não existe uma escolha certa ou
errada quando falamos de estratégia de marca. A decisão de que caminho
seguir dependerá de uma análise cuidadosa do profissional de marketing,
que deve levar em conta o produto em si, o público-alvo, a situação da
marca no mercado etc. As razões para optar pela estratégia de extensão de
linha geralmente são oferecer mais variedade para o cliente, ocupar um
espaço maior da prateleira do revendedor, acompanhar alguma extensão de
linha bem-sucedida da concorrência, entre outras. Os riscos principais
dessa estratégia são a canibalização de produtos da própria empresa (às
vezes, isso pode ser necessário e até desejável dentro do processo de
descontinuar produtos obsoletos) e fazer com que a marca perca seu
significado específico. Quanto a usar uma marca já conhecida em um novo
produto (estratégia de extensão de marca), ela deve ser escolhida quando se
quer dar ao novo produto reconhecimento e aceitação rápidos, permitindo
que a empresa entre em novas categorias de produtos mais facilmente. A
extensão de marca reduz o custo com a comunicação de marketing porque
familiarizar os consumidores com uma nova marca é, em geral, um
processo bastante custoso. Porém, é preciso também avaliar se a marca é
apropriada para a nova categoria de produto, se não há nenhuma
incoerência nesse procedimento. Os principais riscos dessa estratégia são a
marca perder o seu posicionamento original e a sua imagem ficar difusa na
mente dos clientes, além de o novo produto decepcioná-los e,
consequentemente, comprometer negativamente a marca. No caso da
“estratégia multimarcas”, esta pode ser uma forma de reforçar diferenças
nas características dos produtos e desenvolver novos apelos de compra. O
maior risco aqui é investir alto para desenvolver várias marcas, e nenhuma
delas atingir rentabilidade suficiente. O profissional de marketing precisa
ficar atento para a competição entre as marcas da própria empresa. Já a
escolha pela “estratégia de novas marcas”, em geral, envolve investimentos
mais altos, pois é preciso desenvolver nos consumidores a consciência da
marca e das associações positivas a ela. O profissional de marketing deve
avaliar se o novo negócio sustenta a construção de uma nova marca e se é
suficientemente grande e se durará o tempo necessário para valer a pena o
investimento.
Atividade 2
É importante relembrar aqui o que aprendemos sobre as decisões de
distribuição. A escolha pela distribuição exclusiva terá como vantagem a
dedicação total do distribuidor ao produto da empresa, dentro de
determinada categoria. Esse tipo de distribuição é adequada para produtos
que não se quer “popularizar”, como roupas de luxo, relógios etc. Já a
distribuição intensiva é adequada quando a empresa deseja que seus
produtos estejam acessíveis para o maior número possível de
consumidores. É o caso, por exemplo, da distribuição de cigarros, balas ou
refrigerantes. Se as duas estratégias de distribuição forem invertidas, os
efeitos serão sentidos não apenas nos resultados da venda dos produtos para
os clientes finais — os produtos adequados para distribuição intensiva, por
exemplo, venderão muito menos se for usada a distribuição exclusiva —,
mas também no próprio posicionamento da marca, pois os produtos
adequados para distribuição exclusiva poderão ter sua imagem desgastada e
perder, na percepção de seu público-alvo, as associações de exclusividade
da marca.
Atividade 3
A Amazon tem acesso a uma infinidade de informações sobre os seus
clientes, e utiliza essas informações de várias formas, algumas muito bem-
sucedidas, como, por exemplo, fazer sugestões customizadas com base no
perfil de compra de cada cliente. Porém, no caso descrito, a empresa
cometeu um grave erro. Ao estabelecer uma precificação diferenciada, não
levou em conta de que forma os consumidores perceberiam isso, se veriam
alguma injustiça nessa definição de preços. A empresa não considerou que
a percepção de preço é relativa, isto é, os consumidores quase sempre
utilizam parâmetros para avaliar se determinado preço é adequado, justo ou
não. Além disso, a empresa ignorou a capacidade que os consumidores têm
de trocar informações sobre as empresas, seus produtos, preços etc. Cada
vez mais, não cabe às empresas o monopólio sobre a comunicação a
respeito de seus produtos, pois a Internet oferece aos consumidores as mais
diversas possibilidades nesse sentido.
NOTAS
1. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: Prentice-Hall, 2007.
2. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006.
OBJETIVOS
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de:
Registros internos
Os registros internos compreendem um conjunto de informações obtidas
de fontes de dentro da própria empresa. Como exemplos, temos os
relatórios sobre pedidos, vendas, estoques, pagamentos, recebimentos etc.
Ao analisar as informações de origem interna, os gerentes de marketing
podem tomar conhecimento de oportunidades e problemas relevantes para a
relação da empresa com o mercado.
Em geral, as informações dos registros internos são mais baratas de
acessar, mas isso não significa que sejam facilmente acessáveis. Uma
pesquisa realizada junto a gestores de diversos países indicou que, para os
gestores brasileiros, a dificuldade na comunicação interna das empresas é
um dos principais entraves para o aumento da produtividade. Cerca de 30%
dos gestores brasileiros afirmaram ter dificuldades na comunicação entre
departamentos, sendo o maior percentual encontrado para essa afirmação
entre os países do BRIC — Brasil, Rússia, Índia e China.3
Para que os registros internos possam efetivamente ser uma parte
relevante do SIM, é fundamental que as áreas envolvidas — por exemplo,
contabilidade, serviço de atendimento ao cliente, produção, entre outras —
consigam organizar as informações para que estas se tornem
compreensíveis e acessíveis. Para algumas empresas, a solução está na
criação de um banco de dados para organizar todas as informações em um
mesmo local.
Inteligência de marketing
A inteligência de marketing compreende um conjunto de procedimentos
e de fontes usado para obter informações sobre eventos no ambiente
externo ao marketing. É através dele que os gestores se mantêm atualizados
sobre mudanças importantes no ambiente que possam afetar a empresa.
Alguns exemplos de fontes utilizadas na inteligência de marketing são
livros, jornais, publicações setoriais e Internet. Essas fontes fornecem o que
chamamos de dados secundários, isto é, dados que já foram coletados e
estão disponíveis para consulta.
Aqui cabe uma ressalva importante: atualmente, não é mais possível
ignorar a importância das redes sociais e o quanto elas podem ser decisivas
para o sucesso ou fracasso de uma empresa. Um elogio, uma reclamação ou
apenas um comentário sobre uma empresa, uma marca ou um produto, tudo
isso pode, nas redes sociais, tomar proporções enormes e acabar
envolvendo um grupo abrangente de consumidores, sem o controle da
empresa envolvida. O cliente passou a ter mais voz, não há dúvida quanto a
isso, e cabe às empresas ouvir atentamente essa voz, que hoje no Brasil, de
acordo com o site do Ibope, é representada por mais de 105 milhões de
pessoas que acessam a Internet.
Além de estar constantemente monitorando fontes externas de
informação, é importante que os gestores de marketing consigam incentivar
a equipe de vendas, além dos distribuidores e revendedores da empresa, a
agir também como fontes de informação sobre o ambiente. A equipe de
vendas deve ser treinada para identificar acontecimentos importantes e para
repassá-los para a empresa, tomando consciência da importância de seu
papel dentro da inteligência de marketing.
Análise da informação
As informações obtidas através dos registros internos e da inteligência
de marketing podem exigir uma análise mais detalhada. A análise de
informação compreende um conjunto de ferramentas para armazenagem,
análise e comunicação de dados, e consequente transformação destes em
informações de marketing. Em geral, são usadas análises estatísticas —
envolvendo regressão múltipla, análise discriminante, análise fatorial,
análise conjunta etc. — para serem feitas inferências sobre o
comportamento de algumas variáveis.
Vejamos um exemplo que ilustra bem o que uma boa análise de
informações pode fazer por um negócio. A rede americana de
supermercados Target tornouse uma das maiores varejistas daquele país ao
aplicar com sucesso a receita de variedade de produtos a preços baixos.
Mas há algo mais que fez com que a Target tivesse sucesso em seu negócio.
A empresa tem uma equipe de estatísticos que trabalha na análise do seu
banco de dados com uma missão: entender o que cada cliente compra e,
principalmente, prever o que poderá comprar. É com base nas análises e
descobertas desses técnicos que a empresa monta sua estratégia de
marketing. Eles são capazes de identificar, por exemplo, quais de suas
clientes estão grávidas — e até quando darão à luz — sem que elas tenham
divulgado nenhuma informação a respeito. Os estatísticos da Target
identificaram 25 itens que indicam a gravidez, e um alerta aparece no
sistema sempre que uma cliente passa a comprar os produtos da lista (que
inclui algodão, sabonetes sem cheiro e vitaminas como zinco e magnésio).
Segundo a análise de seus estatísticos, a Target descobriu que o melhor
momento para abordar as grávidas, influenciadas por alterações hormonais,
emocionais e também por questões práticas, é a partir do segundo trimestre
de gestação. Depois que as futuras mamães são identificadas, o
departamento de marketing da rede age e passa a elaborar promoções e
comunicados para atraí-las e, se possível, retê-las por anos.4
Pesquisa de marketing
Além de informações sobre aspectos do ambiente externo e da
concorrência, os profissionais de marketing frequentemente precisam
encontrar respostas para algumas questões específicas. Por exemplo, o
processo de lançamento de um novo produto pode requerer informações a
respeito da percepção dos consumidores sobre a embalagem, sobre o preço
mais adequado e sobre os aspectos mais valorizados desse novo produto. A
pesquisa de marketing visa buscar informações sobre o mercado
consumidor, detectando possíveis problemas e oportunidades. Em geral, a
pesquisa não é realizada pela própria empresa, existindo institutos e
organizações especializadas em realizá-la, mas cabe ao gestor de marketing
definir quais são os objetivos da pesquisa e de que forma ela deve ser
implementada. As principais etapas do processo de pesquisa de marketing
serão expostas mais adiante.
Atividade 1
Antes de nos aprofundarmos no processo de pesquisa de marketing,
vamos pensar na realidade de muitos dos pequenos e médios negócios
que existem no Brasil. Muitas vezes, o pequeno ou médio empresário
não tem recursos para montar um grande sistema de informação de
marketing em sua empresa, mas isso não significa que esse gestor
deva ficar sem informações para tomar suas decisões de marketing
porque, como vimos, há uma diversidade de dados secundários à
disposição para quem souber pesquisar. Faça uma reflexão sobre as
vantagens e desvantagens de se utilizarem dados secundários para a
tomada de decisão de marketing.
O PROCESSO DE PESQUISA DE
MARKETING
A pesquisa é a função que liga o consumidor ao profissional de
marketing por meio da informação. Esta é usada para identificar
oportunidades e problemas no mercado, e para monitorar o desempenho do
marketing. Antes de se decidir pela realização de uma pesquisa, o
profissional de marketing deve fazer uma avaliação de seu custo-benefício.
É possível que as informações de que ele precisa estejam disponíveis
através de outros elementos do SIM e, nesse caso, o investimento em uma
pesquisa seria desnecessário. Por exemplo, uma empresa que deseje
realizar uma pesquisa sobre a satisfação de seus clientes deve antes se
certificar de que a sua área de SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente)
realiza periodicamente o monitoramento dessa informação.
Uma pesquisa de marketing eficaz segue um processo organizado, com
etapas bem definidas, conforme está ilustrado na Figura 7.2. As quatro
principais etapas serão apresentadas a seguir.
Figura 7.2 O processo de pesquisa de marketing.
Atividade 3
Com base no que aprendemos, faça uma reflexão sobre os deslizes
éticos que podem acontecer na pesquisa de marketing. De que forma
esses deslizes podem afetar cada um dos dois públicos principais de
uma pesquisa: respondentes e empresa contratante?
Atividade 4
As vendas do setor de higiene e cosméticos no Brasil cresceram
11% em 2014, chegando a um patamar de R$ 101,7 bilhões de
faturamento, segundo dados da Associação Brasileira de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (www.abihpec.org.br). Imagine que,
incentivado por esses dados, você esteja interessado em abrir uma
empresa de venda de cosméticos pela Internet. Elabore um plano de
pesquisa on-line que possa lhe ser útil no planejamento de seu novo
negócio.
Você encontrará comentários sobre esta atividade no final do
capítulo.
RESUMO
Vimos neste capítulo que é fundamental para os gestores, sobretudo para
os que desejam empreender algo novo, buscar informações no mercado.
Para ajudá-los nessa busca existe o Sistema de Informação de Marketing
(SIM).
Como parte do SIM, destacamos a pesquisa de marketing, que é a função
que liga o consumidor ao profissional de marketing por meio da
informação. A pesquisa deve ser usada para identificar oportunidades e
problemas no mercado, e para monitorar o desempenho do marketing.
Alguns cuidados éticos precisam ser tomados para que o processo de
pesquisa aconteça da melhor forma possível para todos os envolvidos. O
desenvolvimento da tecnologia de informação trouxe novas possibilidades
para pesquisa de marketing, como a pesquisa on-line.
Certifique-se de que você:
Atividade 1
A grande vantagem de usar dados secundários é a economia de tempo, de
dinheiro e de esforço, já que, por definição, estamos falando de dados que
já foram coletados e, muitas vezes, analisados por outras pessoas. Hoje a
disponibilidade da informação raramente é um problema. A questão é como
selecionar as melhores e mais confiáveis fontes para o que se precisa saber.
É válido também refletir sobre algumas possíveis desvantagens de usar
dados secundários. Primeiramente, como eles não foram coletados
exatamente para o que se deseja, não é sempre que encontramos dados
secundários que se ajustem perfeitamente às necessidades da empresa
naquele momento. Há também a questão da confiabilidade, pois muitas
vezes é difícil avaliar com precisão se aquela informação que está
disponível provém de uma fonte confiável, principalmente quando falamos
de Internet.
Atividade 2
Esse caso mostra que, embora a pesquisa de marketing seja uma
importante ferramenta para tomada de decisão, seus resultados devem ser
analisados com muito cuidado. É muito importante perceber o mercado e,
principalmente, conhecer o consumidor. O erro de interpretação dos dados
colhidos na pesquisa foi fundamental para o fracasso da New Coke. Ao
lançar a New Coke como substituto da Coca-Cola tradicional, a empresa
revoltou os seus consumidores, que tinham com a marca uma relação forte,
de tradição. Os consumidores americanos não aceitaram a mudança na
fórmula e na marca de um produto tão tradicional para eles. A pesquisa
objetivou investigar apenas a questão do sabor do refrigerante, sem levar
em conta os impactos que as mudanças em um produto tão relacionado à
cultura americana poderiam causar nos consumidores. É bastante
ilustrativa a afirmação do presidente da companhia na época, Don Keough,
sobre esse episódio: “Nem dinheiro nem pesquisas puderam medir os laços
emocionais e a paixão que os consumidores tinham com a Coca-Cola
original.”
Hoje, a Coca-Cola continua sendo uma marca forte e tradicional, mas o
consumidor é mais aberto a novidades e extensões de marca. Podemos
observar, na empresa Coca-Cola e em diversas outras, lançamentos de
produtos com diferentes sabores, com vitaminas, sem açúcar etc., cada um
buscando atender a um segmento diferente de mercado. Entretanto, para
uma marca tradicional como a Coca-Cola, mexer na fórmula de seu
principal produto ainda pode ser arriscado.
Atividade 3
É importante perceber que aspectos éticos em pesquisa de marketing
afetam diversos públicos. No caso dos respondentes, por exemplo, eles
estão sujeitos à quebra de sua privacidade se seus dados pessoais forem
divulgados para outras empresas e/ou usados para outros fins. Os
respondentes também estão sujeitos a ser enganados quando se dispõem a
participar de uma pesquisa, e o pesquisador a utiliza para realizar ações
promocionais, de venda, de telemarketing etc. Quanto à empresa
contratante da pesquisa, ela pode ser prejudicada se os pesquisadores de
campo buscarem influenciar os respondentes em suas respostas, criando
vieses nos resultados. Além disso, o mau uso da estatística para
manipulação dos dados também levará a resultados não confiáveis. Tudo
isso causará prejuízos financeiros à empresa contratante — que estará
pagando por um serviço mal prestado — e, mais grave ainda, poderá levar
essa empresa a tomar decisões de marketing equivocadas, em função de
essas decisões serem tomadas com base nos resultados de pesquisa.
Atividade 4
Como vimos neste capítulo, o plano de pesquisa on-line deve começar
com a elaboração de perguntas que nortearão a pesquisa. É importante que
essas perguntas sejam relevantes para o negócio. No exemplo do exercício
poderíamos pensar em perguntas como: Quais os tipos de cosméticos
preferidos pelas brasileiras? O que influencia as brasileiras na compra de
cosméticos? Quais os principais canais para a compra desses produtos?
O próximo passo seria escolher as fontes a serem pesquisadas. Para
responder às perguntas propostas pode-se recorrer, por exemplo, a blogs
sobre o assunto. Existem diversos blogs sobre produtos de beleza, e eles
normalmente têm páginas nas redes sociais Facebook e Instagram.
Portanto, acompanhar as postagens e comentários nessas fontes seria
bastante apropriado. Com base nas perguntas de pesquisa que foram
definidas, deve-se propor algumas palavras-chave para inserir nos sistemas
de busca, como por exemplo: “cosméticos”, “produtos de beleza”, “razões
de compra”, “onde comprar” etc. Após esse planejamento, pode-se
implementar a pesquisa.
NOTAS
1. TERRA ON-LINE. Veja as previsões mais furadas da história da tecnologia. Tecnologia. 4 abr.
2006. Disponível em <http://migre.me/sKXVO>. Acesso em 12 jan 2016.
3. http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/estudo-revela-que-problemas-de-
comunicacao-interna-interferem-na-produtividade/19002/
4. http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1015/noticias/a-nova-industria-da-espionagem
6. TERRA, Tiago. O que o caso New Coke ainda pode ensinar. Exame on-line. 27 out 2010.
Disponível em <http://migre.me/sL1kc> Acesso em 12 jan. 2016.
7. ZUINI, P. 10 ferramentas de pesquisa de mercado para empreendedores. Exame on-line. 20 jan.
2014. Disponível em <http://migre.me/sL300> Acesso em 12 jan. 2016.
OBJETIVOS
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de:
INTRODUÇÃO
Atualmente, os profissionais de marketing de empresas dos mais
diversos tamanhos vêm enfrentando um mesmo desafio: como atingir os
consumidores, cada vez mais resistentes às propagandas tradicionais? A
Natura buscou responder a esse desafio integrando diversas plataformas
digitais, como o site e as plataformas das redes sociais, para criar uma
comunicação mais customizada, interativa e que gerasse valor para suas
consumidoras. Trata-se de um exemplo do uso do marketing digital,
conceito que veremos a seguir.
MARKETING DIGITAL: IMPORTÂNCIA E
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Responda rápido: o que tem influenciado mais suas decisões de compra:
as propagandas das empresas ou as pesquisas que você faz no Google?
Provavelmente você não abre mão das pesquisas on-line antes de decidir o
que comprar e, pela sua resposta, você já percebeu que as relações das
empresas com os consumidores têm mudado bastante.
O desenvolvimento e a disseminação da tecnologia da informação,
sobretudo após 2002, deu origem ao que conhecemos hoje como Web 2.0, a
qual afeta profundamente as relações de consumo.
Figura 8.2 Rede social e mídia social, dois conceitos relacionados, mas distintos. A rede social
(esquerda) é a conexão de pessoas que usualmente compartilham interesses pessoais ou
profissionais. Para a rede social existir, é necessário uma estrutura de mídias sociais (direita) que
permite a expressão da individualidade e o contato com pessoas com interesses em comum.
Dependendo da plataforma, essa estrutura inclui perfil, amigos, posts em blogs, e usualmente algo
que seja único daquela mídia digital como, por exemplo, cutucar, no Facebook.
Atividade 1
Em 2003 – portanto, antes do início de mídias sociais como
Facebook, Instagram e Twitter – o ex-COO (Chief Operating
Officer) da Coca-Cola, Steven J. Heyer, declarou em uma
conferência que reunia profissionais das indústrias de propaganda
e entretenimento:
“O que eu vejo é uma magnitude e uma urgência de mudanças que não são
meramente evolutivas, são ‘transformacionais’. É melhor que os executivos de
marketing e de mídia aqui presentes reconheçam que os anunciantes não vã o
conseguir usar a TV para estabelecer uma comunicação poderosa e conectada com
seus clientes. (…) Mas… Para onde vamos? Para longe da TV como a mídia
principal. Porque no mercado de hoje, apenas os ingênuos confundem presença com
impacto. Há pouco eu mencionei a erosão dos mercados de massa. Os mercados
estão dando lugar a redes. E numa economia de rede, ideias, conceitos e imagens sã o
os í tens com real valor. (…)”
Depois de ler a declaração de Steven Heyer, tente identificar
pelo menos uma ideia que se relacione com o que você acabou de
aprender sobre marketing digital. Depois disso, volte ao texto da
seção “Marketing digital: importância e conceitos fundamentais” e
selecione um trecho que ilustre a ideia de Heyer que você
identificou.
Marketing de conteúdo
A geração de conteúdo de interesse do consumidor é fundamental para a
eficácia do marketing digital. É preciso produzir um conteúdo que seja útil
e relevante para o seu público-alvo. Quando se gera um conteúdo assim,
aumenta-se o interesse e a exposição do site da empresa, de sua página na
rede social etc. Um conteúdo interessante também atrai blogs, o que gera
referência de links para a página da empresa, e é replicado por diversas
pessoas nas redes sociais, resultando em maior exposição da marca.
Cabe ressaltar que o conteúdo não precisa ser composto apenas por
textos, podendo ser usados também sons, imagens, vídeos, tudo o que vier a
enriquecê-lo e torná-lo cada vez mais interessante para o consumidor.
Conteúdos vistos como meras “propagandas” das empresas em geral, ou
como cópias de outros conteúdos já publicados são tidos como menos
interessante e menos confiáveis. Por isso, é fundamental que as empresas
busquem desenvolver seus próprios conteúdos, alinhadas com o
conhecimento que têm sobre as preferências de seu público-alvo.
Marketing nas mídias sociais
Conforme vimos no Capítulo 3, construir e manter relacionamentos
consistentes com os clientes é tarefa fundamental do marketing. As mídias
sociais desempenham hoje papel crucial nessa tarefa, oferecendo a
empresas de diversos tamanhos oportunidades de se relacionar e trocar
informações diretamente com seu público-alvo, sem intermediários.
As mídias sociais são formadas pelo relacionamento contínuo e
duradouro entre as pessoas que as compõem, permitindo troca de
informações entre amigos, familiares, conhecidos, colegas profissionais
etc. As pessoas têm a chance de criar listas de amigos e/ou conhecidos
(com os quais podem ou não ter relação fora do mundo on-line) para
compartilhar seu dia a dia, notícias, opiniões sobre os acontecimentos,
experiências com as empresas, enfim, uma infinidade de informações.
Pode-se fazer isso por meio de textos, fotos, vídeos e/ou sugerindo links
para outros sites.
A interatividade é, portanto, fator fundamental nas mídias sociais. Cada
pessoa exerce influência sobre seu grupo de amigos e sobre os membros
das comunidades de que participa. Os que são influenciados, por sua vez,
influenciam também seus amigos e membros de outras comunidades, em
uma progressão sucessiva de influências (positivas ou negativas). Pode-se
dizer que as mídias sociais potencializam o boca a boca, tão importante
para o marketing. Seu impacto não se restringe ao grande alcance que
proporcionam, mas também à forma como o consumidor processa a
informação recebida e como usa essa informação para tomar suas decisões
de compra.
Figura 8.4 Pontos fortes e pontos fracos do e-mail marketing. (Adaptada de Rocha, Ferreira e
Silva, 2012).4
Cabe ressaltar que é preciso respeitar uma série de
regras para se utilizar o e-mail das pessoas como
ferramenta de marketing. A Associação Brasileira de
Marketing Direto (ABEMD) elaborou um Código
Brasileiro de Autorregulamentação do Marketing
Direto, que pode ser acessado em www.abemd.org.br.
Há regras sobre honestidade e clareza das mensagens
enviadas ao consumidor, identificação da empresa,
propaganda comparativa, respeito à privacidade do
consumidor, entre outras.
Vale ressaltar que o marketing viral também pode ser prejudicial para as
empresas e as marcas. Um exemplo foi o da Nokia, fabricante de aparelhos
celulares, que produziu um vídeo chamado “Perdi meu amor na balada”,
que acabou se tornando viral. Nesse vídeo, um rapaz procurava
desesperadamente por uma garota especial que havia conhecido em uma
casa noturna. O vídeo, divulgado no YouTube, teve milhares de acessos e
foi, durante um tempo, bastante comentado nas mídias sociais. No entanto,
quando a Nokia revelou que se tratava, na verdade, de uma campanha da
marca, muitas pessoas se sentiram enganadas e mostraram sua indignação
na página da Nokia no Facebook.
Propaganda on-line
Há diversas opções para se fazer propaganda on-line. As mais
comumente usadas são os anúncios pagos por clique (PPC) que aparecem
nas páginas dos sites de busca (como Google), e os banners que são
inseridos em sites e blogs. Nos anúncios pagos por clique, o custo para o
anunciante é estimado em função do desempenho do anúncio, isto é, de
quantos cliques (feitos pelos usuários) ele recebeu. As Figuras 8.5 e 8.6
mostram, respectivamente, exemplos de links patrocinados (anúncios pagos
por cliques) e de banners, que funcionam como propagandas on-line.
Figura 8.5 Exemplos de links patrocinados no site Google para a palavra chave “móveis”.
Pesquisa on-line
Para que qualquer ação de marketing digital dê certo é preciso conhecer
bem os consumidores, perguntando:
Monitoramento de resultados
O monitoramento das ações de marketing digital é fundamental e
envolve o acompanhamento das ações e recursos utilizados. Isso inclui
estabelecer metas e métricas e acompanhá-las periodicamente.
Como em qualquer monitoramento, é necessário que se definam as
ferramentas que serão utilizadas. A Figura 8.7 traz sugestões de
ferramentas para monitoramento das ações de marketing digital.
Figura 8.7 Ferramentas para Monitoramento – Marketing Digital.6
Figura 8.8 Gráfico Google Analytics.
Atividade 2
Os sócios de uma pequena corretora de seguros decidiram que era o
momento de a empresa ingressar nas mídias sociais. Afinal, seus
clientes sempre comentavam que isso seria ótimo, pois, dessa forma,
se sentiriam mais próximos da empresa. Um dos sócios resolveu então
realizar essa tarefa. Acabou se surpreendendo com a facilidade que o
Facebook proporcionava para se elaborar páginas para empresas, as
chamadas fanpages. Em apenas algumas horas, a fanpage da corretora
já estava no ar, com todos os seus produtos explicados
detalhadamente. Comunicaram aos clientes que agora a empresa
estava finalmente no mundo das mídias sociais, pois tinham uma
página no Facebook. Em poucos dias, muitos clientes e até algumas
pessoas que não eram clientes “curtiram” a página. Mas, as semanas
foram passando e os sócios da corretora não perceberam nenhum
retorno significativo proporcionado pela inserção da página da
empresa no Facebook. Ficaram bastante decepcionados.
Como você avalia essa situação? Que recomendações daria aos
sócios da corretora?
Atividade 3
Suponha que você tenha sido contratado como gestor de
comunicação de marketing de uma empresa tradicional, e precisa
convencê-los das vantagens de se usar as ferramentas do marketing
digital. Que argumentos você utilizaria?
Utilize um argumento financeiro, um relativo à identificação do
público-alvo e, por fim, um relativo ao controle dos resultados.
RESUMO
Os conceitos apresentados nesta aula formam a base para compreensão
do marketing digital, suas estratégias e principais diferenças em relação ao
marketing tradicional. As principais estratégias do marketing digital são:
Marketing de conteúdo.
Marketing nas mídias sociais.
E-mail marketing.
Marketing viral.
Propaganda on-line.
Pesquisa on-line.
Monitoramento de resultados.
Atividade 1
No discurso do executivo da Coca-Cola, pode-se perceber claramente
uma crítica à forma mais tradicional de se pensar o marketing. Ele aponta
algumas tendências para época que hoje já são realidade, como a
importância crescente das redes e do desenvolvimento de conteúdos que
gerem engajamento dos consumidores com as marcas. Ressalta ainda as
limitações das mídias mais tradicionais, como a televisão, para construir
uma comunicação interativa e impactante entre empresas e consumidores.
Atividade 2
Esta questão nos leva a refletir sobre o papel das mídias sociais na
interação entre empresas e clientes (e também clientes em potencial), e
sobre a importância da integração entre as diversas estratégias de
marketing digital. Você pode ter pensado em muitos problemas e/ou
soluções para o caso narrado, e seria difícil comentar todas as
possibilidades existentes. Muitas empresas mantêm páginas no Facebook,
ou em outra mídia social, mas não estimulam qualquer interação com os
clientes. Usam a mídia social como uma mídia tradicional, apenas para
informar, em um processo de comunicação de mão única. Os especialistas
em marketing digital costumam recomendar: é preciso ter menos foco em
“curtidas” para a página da empresa e mais foco em incentivar a interação
dos clientes. Como incentivar essa interação? Fundamentalmente,
oferecendo conteúdo relevante, ampliando o engajamento e a interação das
pessoas com as informações sobre a marca, sobre os produtos e sobre a
empresa, e também a interação das pessoas entre si. Se o processo for feito
dessa forma, haverá repercussão do conteúdo, disseminação das
informações e, possivelmente, atração de mais clientes.
Atividade 3
Há uma série de benefícios na comunicação e no relacionamento com os
consumidores quando se usa mídias digitais. Em geral, o uso de mídias
digitais é menos custoso para as empresas do que o uso de mídias
tradicionais. A possibilidade de se controlar resultados é maior, e pode-se
conseguir um impacto grande, com um foco maior no público alvo, em
menos tempo. É possível, por exemplo, medir quantas pessoas visualizaram
um conteúdo, o curtiram e/ou compartilharam. É também viável saber
quantos clicaram em um anúncio, e até quantos acabaram concretizando a
compra a partir deste anúncio. No caso das mídias tradicionais, é bem mais
difícil saber se alguém comprou determinado produto porque viu algo
sobre ele em uma propaganda na televisão ou em um outdoor. As mídias
digitas oferecem a possibilidade de se identificar quem está buscando,
comprando ou comentando sobre determinado produto, cabe às empresas
monitorar essas informações e saber utilizá-las.
Podemos organizar os argumentos conforme o quadro a seguir:
NOTAS
1. WILLIAMS, C.; AGUILAR, A. The global economic impact of Facebook: Helping to unlock
new opportunities. Insights Deloitte. Disponível em <http://migre.me/sNfXS>. Acesso em 12 jan
2016.
3. TORRES, C. A bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing e
publicidade na Internet e não tinha a quem perguntar. Sã o Paulo: Novatec Editora, 2009.
5. VAZ, C. A. Os 8 Ps do marketing digital: o seu guia estratégico de marketing digital. São Paulo:
Novatec Editora, 2011.
6. PROJETOS INTERMEIOS 2014. Relatório de Investimentos em Média Consolidado.
Disponível em: <http://www.projetointermeios.com.br/relatorios-de-investimento>. Acesso em 15
abr. 2015.
7. BBC BRASIL. Brasil deve fechar 2014 como 4º país com mais acesso à internet, diz
consultoria. 24 nov. 2014. Disponível em <http://migre.me/sNiht> Acesso em 15 abr. 2015.
Título: Estratégia e Marketing
Autoras: Daniela Abrantes Ferreira
Coleção: Empreendedorismo e Gestão
Edição: 1ª
Normalização: Esther Lück
Equipe de realização
F383e
ISBN 978-85-228-1256-1
CDD – 658.8