Paródia e Paráfrase

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Paródia e Paráfrase

A Paródia e a Paráfrase representam dois tipos de intertextualidade, ou seja,


são recursos que estabelecem diálogos entre diferentes textos, criando um
novo baseado num texto-fonte (referência).
Muitas vezes, a paródia e a paráfrase são consideradas termos sinônimos, no
entanto, cada uma apresenta sua singularidade. Ambas são recursos utilizados
na literatura, artes, plásticas, música, cinema, escultura, dentre outros.

Paródia
O termo “paródia”, derivado do grego (parodès) e significa “canto ou poesia
semelhante à outra”. Trata-se de uma releitura cômica, geralmente envolvida
por um caráter humorístico e irônico que altera o sentido original, criando
assim, um novo.

Paráfrase
O termo “paráfrase” vem do grego (paraphrasis) e significa a “reprodução de
uma sentença”. Diferente da paródia, ela faz referência a um ou mais textos
sem que a ideia original seja alterada.

Exemplos de Paródia e Paráfrase


Veja abaixo alguns exemplos de Paródia e Paráfrase:

Exemplo nas Artes Plásticas


Para entender melhor esses conceitos, observe os exemplos abaixo com a
obra mais emblemática do artista italiano da renascença Leonardo da Vinci
(1452 - 1519): a Mona Lisa (La Gioconda):
Mona Lisa, pintura de
Leonardo da Vinci
Paródia da Mona Lisa
Paráfrase
da Mona Lisa

Segundo os exemplos acima, podemos perceber melhor a diferença entre a


paródia e a paráfrase, na medida que na segunda imagem, observamos o tom
humorístico e crítico envolvido. Assim, fica claro que a ideia original foi alterada
e por isso, trata-se de uma paródia.

Por sua vez, a terceira imagem é uma obra do Museu Madame Tussauds, em
Amsterdã, o qual não altera o sentido original do retrato.

Portanto, baseada numa das obras de artes mais conhecidas do mundo, esse
exemplo é uma paráfrase, que não apresenta o caráter cômico ou irônico
observado na paródia.

Exemplo na Música
A intertextualidade pode ocorrer em diferentes tipos de textos, por exemplo,
entre um texto visual (pintura, escultura) e um texto sonoro e escrito (música,
literatura).

Assim, como exemplo de Intertextualidade (paráfrase) da obra Mona Lisa na


Música temos a canção de Jorge Vercillo:
Mona Lisa (Letra da Música)
Paralisa com seu olhar

Monalisa

“É incrível
Nada desvia o destino
Hoje tudo faz sentido
E ainda há tanto a aprender
E a vida tão generosa comigo
Veio de amigo a amigo
Me apresentar a você
Paralisa com seu olhar
Monalisa
Seu quase rir ilumina
Tudo ao redor, minha vida
Ai de mim, me conduza
Junto a você ou me usa
Pro seu prazer, me fascina
Deusa com ar de menina
Não se prenda
A sentimentos antigos
Tudo que se foi vivido
Me preparou pra você
Não se ofenda
Com meus amores de antes
Todos tornaram-se ponte
Pra que eu chegasse a você”
Exemplo na Literatura
A paródia é um recurso muito
utilizado na literatura. A Canção
do Exílio de Gonçalves Dias é
um dos exemplos mais notórios,
visto que muitos literatos
fizeram uma paródia do poema, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade e
Murilo Mendes.

Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.”
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)

Paródia de Canção do Exílio


Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza. (...)
Eu morro sufocado em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas são mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!”
("Canção do Exílio", Murilo Mendes)

Paráfrase de Canção do Exílio


Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto. (...)
Onde tudo é belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)"
(“Nova Canção do Exílio”, Carlos Drummond de Andrade)

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