Primeiros Socorros - Introdução
Primeiros Socorros - Introdução
Primeiros Socorros - Introdução
Terceiro Bimestre
Ensino Remoto – Semana 04/01 a 10/01/2021
Tema: Primeiros Socorros
Dezembro de 2020
Olá estudantes,
Bem-vindos à primeira semana de aula do ano de 2021,
essa semana é a última do terceiro bimestre do ano
letivo de 2020.
Ao longo desta semana iremos trabalhar o conteúdo
dos primeiros socorros, uma temática abrangente que
envolve um conjunto de saberes e formação
específicas, contudo, você irá perceber que é possível
qualquer cidadão, com as informações corretas, fazer a
diferença em uma situação de emergência, mesmo que
seja com uma ação simples como ligar para o socorro
ou acalmar as pessoas em volta ou, ainda, garantir a
segurança da vítima. Dessa forma, pelas próximas
aulas, você terá algumas noções de primeiros socorros que poderão ser utilizadas no seu
cotidiano.
Nesta aula, especificamente, será apresentada uma introdução ao tema, após a leitura
do material esperamos que você possa conceituar primeiros socorros e, também,
compreender sua importância.
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Importância dos primeiros socorros
Dezembro de 2020
A cena retrata acima refere-se a um acidente muito comum: mais de 90% dos casos de
queimaduras em crianças e adolescentes tratados nos serviços de urgência e emergência
do SUS ocorreram em ambiente doméstico.1
As queimaduras são feridas traumáticas que podem ser ocasionadas, na maioria das
vezes, por elementos térmicos, radioativos, químicos ou elétricos. No caso acima, uma
queimadura térmica.
E o que poderia ter sido feito na ocasião apresentada na cena? Existem vários tipos de
queimaduras, dependendo das camadas da pele que são atingidas, a gravidade, também,
dependerá da região afetada. No caso que retratamos, por apresentar bolhas, trata-se
de uma queimadura de segundo grau.
A primeira observação necessária seria sobre o ambiente: apagar a chama do fogão e
retirar a vítima e seus familiares da proximidade com a causa do acidente. Além disso,
outras medidas seriam possíveis. De acordo com a cartilha de prevenção de acidentes do
Corpo de Bombeiro Militar da Paraíba, os principais passos para socorrer o caso de
queimaduras são:
• Não coloque nenhum tipo de pasta de dente, cremes, nem pó de qualquer natureza,
pois pode contaminar ou provocar reações alérgicas no seu corpo;
• Retire anéis, brincos ou correntes da região afetada;
• Encaminhe a vítima para o hospital;
• Consulte sempre um médico no caso de queimaduras.
Para refletir: Perceba que ao agir no ambiente da cena descrita, desligando a fonte do
calor, você evitará novos acidentes. Ter informação suficiente para evitar que estourem
as bolhas e passem pasta de dente, algo muito difundido popularmente, evita que
possíveis infecções e/ou alergias se manifestem, dessa forma, essa simples ação fará
diferença no atendimento médico, assim como, lavar com água corrente irá trazer alívio
à pessoa queimada. Perceba que, ao agir providenciando segurança (apagar/distanciar a
fonte de calor) e reduzindo as consequências negativas do evento (proteger para que
não estoure a bolha ou passe a pasta dental) antes de encaminhar para a unidade
médica são os princípios do que entendemos por primeiros socorros.
Primeiros socorros são as medidas tomadas para evitar o agravamento e/ou manter os
1
Dados vitais
sinais de 2017
dareferentes
vítima atéa que
capitais brasileiras.
receba Referência:
o atendimento médico definitivo.
https://www.scielosp.org/article/rbepid/2020.v23suppl1/e200005.SUPL.1/pt/
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Lembre-se, sempre de ligar para um dos números de urgência e emergência: 193 (Corpo
de Bombeiros) ou 192 (SAMU) ou 190 (polícia militar)
Para refletir: A tranquilidade em casos de acidentes, por mais simples que seja, é algo
importante para que possamos pensar na melhor maneira de agir. Mesmo dotados de
informações e, até mesmo, formação, quando não temos treino, é possível que a
questão emocional nos influencie. No exemplo da criança queimada, os familiares ao
escutarem os gritos já estarão em um estado emocional mais agitado, devido a ação
de hormônios como o cortisol. Em qualquer caso, é importante respirar para tentar
retomar a calma e tomar a melhor decisão e conseguir uma melhor comunicação com
a vítima ou com o serviço especializado.
TODOS!
A omissão de socorro é considerada crime no nosso país, o código penal, no artigo 135,
esclarece o tema:
“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Dezembro de 2020
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal
de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.”
Repare que a lei considera a ausência de risco pessoal um fator preponderante para ação
de socorro e que pedir socorro é uma forma de prestar assistência.
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Para saber:
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Dezembro de 2020
Remediar é o melhor remédio!
Voltemos, agora, à cena que retratamos no início da aula, você acha que o acidente
poderia ser evitado?
A resposta é sim! Tratando-se de uma criança próxima à uma fonte de calor em ambiente
domiciliar com a presença dos adultos, a responsabilidade de atentar para os cuidados
necessários a fim de proteger a criança é dos adultos. No caso em questão, manter a
criança longe da cozinha e girar os cabos das panelas para trás são duas ações de
prevenção às queimaduras.
Tão importante quanto falarmos em noções de primeiros socorros, é importante atentar
para a prevenção de acidentes.
As ações preventivas têm por objetivo diminuir a incidência de acidentes e doenças em
diferentes ambientes: escolares, laborais, caseiros, trânsito, entre outros, promovendo
saúde individual e coletiva.
Acesse o material disponível no moodle para conhecer algumas dicas sobre prevenção
de acidentes domésticos.
Você já ouviu falar da Lei Lucas? Em 2018 foi sancionada a Lei nº 13.722 que trata da
obrigatoriedade da capacitação em noções básicas de primeiros socorros de
professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de
educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil. Essa Lei traz um grande
desafio aos profissionais e aos gestores da educação para promoverem anualmente
cursos de formação.
E por que a Lei é conhecida por Lucas? Conheça a história através da reportagem abaixo
de 2017:
Do luto à luta
Miriam Gimenes
Dezembro de 2020
Quando uma mãe permite que o filho vá para uma excursão escolar, a ideia é que a
criança aprenda e se divirta ao mesmo tempo. Ainda que haja preocupação – desde o
momento do parto, nenhuma mãe está livre de sentir isso –, o mínimo que se espera é
que, ao fim do dia, a criança volte cheia de experiências e histórias para contar. Mas,
infelizmente, não foi isso que aconteceu com a advogada Alessandra Begalli Zamora, 42,
no dia 29 de setembro do ano passado.
Lucas, 10, que morava em Campinas, saiu com outras 125 crianças rumo a Cordeirópolis,
no Interior do Estado. Durante o piquenique, ele se engasgou com um pedaço de salsicha.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado, mas o garoto estava
asfixiado, o que ocasionou, de imediato, sua morte cerebral. Dois dias depois, no hospital,
ele partiu. “Ele engasgou e faltou prestação de primeiros socorros de forma rápida e
adequada”, lamenta Alessandra. Uma simples manobra de desengasgo – ou de Heimlich
-– poderia tê-lo salvado.
Pouco depois da perda do menino, a sua tia e madrinha, a instrumentadora cirúrgica
Andrea Zamora Bettiati, criou a página no Facebook Vai Lucas, com o objetivo de contar
essa história e conscientizar da importância dos primeiros socorros para evitar que ela se
repita. Dois dias depois que a página foi ao ar, mais de 5.000 pessoas passaram a seguí-
la e a compartilhar experiências parecidas: algumas que apenas deixaram sequelas e
outras que tiveram o fim igual ao de Lucas. Hoje, já reúne mais de 100 mil pessoas. Por
notarem que a situação é mais comum do que se imagina, surgiu a ideia de propor a lei –
que deve levar o nome dele -– para que seja obrigatório que as escolas capacitem seus
funcionários a realizarem o primeiro atendimento.
“Não é uma briga pessoal contra a escola ou professor. O que queremos é alertar que
precisa haver mais preparo. E as crianças não estão desprotegidas não só na escola. Se
pensar em um bufê infantil, por exemplo, elas ficam comendo, correndo, pulando... Os
monitores de bufês infantis geralmente são adolescentes, não têm essa capacitação. Se
acontece algo vai ficar esperando a ambulância chegar?”, questiona a mãe.
[...]
Fonte: http://www.revistadiaadia.com.br/Noticia/677394/do-luto-a-luta?referencia=rss
Resumo da aula:
Dezembro de 2020
• Diferentes situações do nosso cotidiano podem ser resolvidas com a aplicação de
noções básicas de primeiros socorros;
• Ações simples podem evitar uma piora no quadro e fazer diferença na manutenção da
saúde da vítima;
• Manter a calma em situações de primeiros socorros é importante para comunicação
e para agir adequadamente;
• Tão importante quanto os primeiros socorros a prevenção de acidentes é de suma
importância nos mais diversos espaços para garantir a saúde individual e coletiva;
• O socorrista é o profissional especializado para o atendimento de urgência e
emergência, contudo, não prestar socorro é crime, conforme o código penal;
• A prestação de socorro só deve ser feita na ausência de risco pessoal. Ligar ou chamar
por socorro é uma forma de prestar assistência;
• Quando não souber agir para prestar socorros, ligue 193 (bombeiros) ou 190 (Samu);
• Urgência refere-se às situações que não há risco de morte eminente; emergência,
refere-se às situações que há risco eminente de vida/intenso sofrimento/risco de lesão
permanente;
• Em 2018 foi promulgada a Lei 13.722 ( Lei Lucas) que torna obrigatória a capacitação
de profissionais da educação em curso de primeiros socorros anualmente;
• A Lei foi aprovada após uma mobilização social realizada a partir do caso do estudante
Lucas Begalli que morreu asfixiada com uma salsicha em uma viagem escolar, na
ocasião, não foram prestados os primeiros socorros.
Dezembro de 2020