Singular Medicamentos Especiais - Bula - Dysport
Singular Medicamentos Especiais - Bula - Dysport
Singular Medicamentos Especiais - Bula - Dysport
DYSPORT®
toxina botulínica tipo A
DYSPORT® somente deverá ser aplicado por especialistas experientes que tenham recebido orientação e
treinamento para sua aplicação.
APRESENTAÇÕES
Pó liófilo injetável 300 U. Embalagem contendo 1 ou 2 frascos-ampola.
Pó liófilo injetável 500 U. Embalagem contendo 1 ou 2 frascos-ampola.
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola de DYSPORT® 300 U contém:
*As doses foram definidas em unidades Speywood. Uma unidade (U) é definida como a dose letal intraperitoneal
média (DL50) em camundongos. O frasco de Dysport® 500 U contém 4,35 ng de BoNT-A 1,2,3, também chamada de
carga protéica (a quantidade de neurotoxina efetivamente presente por frasco). Sendo assim, uma unidade (U)
Speywood equivale a 0,0087 ng de toxina. Ou invertendo-se a proporção, cada nanograma de neurotoxina equivale
à aproximadamente de 115 U Speywood.
atenção: As unidades de Dysport® (unidades Speywood) são específicas para a preparação e não são
intercambiáveis com outras preparações de toxina botulínica tipo A.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. INDICAÇÕES
2. RESULTADOS DE EFICÁCIA
DYSPORT® (toxina botulínica tipo A) possui extensa literatura sobre suas aplicações terapêuticas. Representa
recurso inestimável no tratamento da espasticidade, e das limitações e dor que acompanham o quadro clínico,
incluindo os casos pediátricos de deformidade em pé equino dinâmico. É recurso amplamente documentado na
terapia da hiperidrose e das linhas faciais hiperfuncionais, com poucos eventos adversos. Tem boa duração de
ação, com efeitos reversíveis. Embora método simples, requer domínio técnico.
A toxina botulínica tipo A (BoNT-A) tem sido considerada como tratamento de escolha do torcicolo espasmódico
(distonia cervical). Os resultados dos estudos clínicos com DYSPORT®, envolvendo mais de 1.000 pacientes,
mostram que houve uma redução máxima na dor intensa ou moderada de até 73%, nos grupos tratados com até
4
1.000 U, comparado com 33% de resposta com placebo. Um estudo duplo-cego comparativo com triexifenidil
mostrou que todos os pacientes tratados com DYSPORT® apresentaram melhora, com resultados significantemente
melhores que os pacientes tratados com triexifenidil, nas escalas Tsui (p<0,001) e Toronto Westerns (TWSTRS)
(p<0,01). Um estudo duplo-cego, randomizado, cruzado comparou DYSPORT® e outra BoNT-A (usando fatores de
conversão 1:3 e 1:4) utilizando os escores de Tsui e de TWSTRS, tendo os resultados mostrado que DYSPORT® foi
significantemente mais eficaz, tanto na melhora da distonia cervical quanto na dor, com um efeito mais duradouro,
embora apresentasse uma incidência um pouco maior de eventos adversos.5,6 Jankovic J (2006) 7, em um estudo de
revisão e de atualização, concluiu que a BoNT-A preveniu contraturas e outras complicações da doença, como
alterações degenerativas secundárias da coluna cervical e radiculopatias. Em longo prazo (pacientes tratados por
até 20 anos), a duração da resposta se manteve, com mínimo risco de imunorresistência por anticorpos.
Como ocorre com o torcicolo espasmódico, a BoNT-A vem sendo utilizada com sucesso no tratamento de
blefaroespasmo e espasmo hemifacial, com boa eficácia e segurança. Em um conjunto de 12 estudos clínicos, 875
pacientes com blefaroespasmo e 507 com espasmo hemifacial receberam DYSPORT®, por até 16 cursos de
tratamento, durante 3 a 4 anos. Em blefaroespasmo, houve melhora completa ou parcial em 91% dos pacientes;
com duração do efeito consistente por 10-11 semanas. No espasmo hemifacial, verificou-se redução de 75% nos
movimentos anormais, que duraram em média 15 semanas. Truong D e cols. (2008) 8 analisaram, em estudo
multicêntrico, randomizado de larga escala, os efeitos do DYSPORT® (40, 80, 120 U/olho) no blefaroespasmo
essencial benigno bilateral, com melhora dos danos funcionais e redução da frequência e da intensidade dos
espasmos faciais, versus grupo controle. Em nosso meio, Schellini AS e cols. (2006) 9 relataram melhora significativa
do espasmo hemifacial e do blefaroespasmo em 91% dos pacientes (p<0,0001). A maioria dos pacientes não
apresentou reações adversas. Lasalvia CGG e cols. (2006) analisaram os custos do tratamento do blefaroespasmo
essencial benigno (BEB) e do espasmo hemifacial (EH) com DYSPORT® e concluíram que o procedimento possui
excelente custo-benefício e promove melhora funcional significativa. O tratamento com a BoNT-A também melhora
significativamente a qualidade de vida e reduz a intensidade dos sintomas de depressão, no blefaroespasmo.10,11
Na hiperidrose palmar primária, um estudo duplo-cego, randomizado, comparativo de DYSPORT® com outra
BoNT-A, por via intradérmica, mostrou melhor performance de DYSPORT® no controle da sudorese (teste de
Minor) em relação à basal (-78,6%; p=0,0002) do que a outra BoNT-A (-56,6%; p=0,003) ao final do mês 1. Ao final
do mês 3, os resultados permaneceram significantes (DYSPORT®-69,4% vs. basal; outra BoNT-A -48,8% vs. basal).
A duração dos efeitos positivos foi similar nos dois grupos: 17 semanas com DYSPORT® e 18 semanas com a outra
BoNT-A. Os eventos adversos locais foram mais frequentes com DYSPORT®. 12 Talarico-Filho S e cols. (2007) 13
compararam DYSPORT® e outra BoNT-A (fator de conversão de 1:3) na hiperidrose axilar primária em um estudo
duplo-cego, randomizado. Cada paciente recebeu 150 U de DYSPORT® em uma axila e 50 U de outra BoNT-A na
axila contralateral, sendo quantificada a sudorese pelo teste de Minor e gravimetria nos dias 0 e 15, ao final de 1
mês e de 1 ano. Após 1 mês, a taxa de sudorese foi reduzida em média de 97,7% para BoNT-A e de 99,4% para
DYSPORT®, sem diferença estatística. A duração dos benefícios foi em média de 260 dias para a BoNT-A e de 290
dias para DYSPORT®. Resultados similares foram reportados por outros pesquisadores.
Uma revisão sobre o uso da BoNT-A na espasticidade, 14 abrangendo 50 estudos duplo-cegos e 150 estudos
abertos, verificou que a toxina é parte importante do tratamento, além de segura e bem tolerada. Observou-se
melhora dos movimentos ativos e passivos em 70 e 76% dos casos, respectivamente. A melhora funcional causada
pela injeção é mais provável nos pacientes com alguma preservação do binômio musculatura agonista/antagonista.
Os efeitos duram de 3 a 9 meses. As vantagens da injeção intramuscular de BoNT-A para o tratamento da
espasticidade incluem ausência de comprometimento sensorial, capacidade de atingir grupamentos musculares
específicos, controle gradual destes músculos e poucos efeitos adversos. A média de eficácia em tratamentos
prolongados foi de 65%, embora condições específicas como distonia focal de mãos demonstrem eficácia média de
83,5%. A melhora da dor, independente da função motora, foi reportada em 82,7% dos pacientes.
Na deformidade em pé equino dinâmico por espasticidade, em pacientes pediátricos com paralisia cerebral e
deambulantes, Dysport® deve ser reservado a crianças maiores de 2 anos de idade e a centros hospitalares
especializados, com equipe treinada. A redução do tônus ocorre, geralmente, dentro de 3 dias, e persiste por 2-4
meses. São apontadas melhoras relevantes e duradouras quando a aplicação da BoNT-A é associada a outros
tratamentos, como a fisioterapia.
O uso de BoNT-A para rejuvenescimento facial é um dos procedimentos mais comuns em medicina estética. De
modo global, a experiência clínica e os estudos clínicos têm confirmado sua eficácia e segurança em longo prazo. É
recomendável bom conhecimento da anatomia, técnicas, um plano terapêutico individualizado e eventual uso de
eletromiografia (ENMG), para se obter maior eficácia. Nas linhas hiperfuncionais, a BoNT-A inibe a exocitose da
acetilcolina por 3 a 12 meses, dependendo do tecido alvo. Baixas doses de toxina são usadas para suavizar as
linhas faciais hipercinéticas; isto é especialmente útil no terço superior da face. Blitzer A e cols. (1997) 15
verificaram, em um estudo com 210 sítios faciais hiperfuncionais e 162 pacientes, que o efeito da toxina foi notado
24 a 72 horas após a injeção (com 95% de melhora cosmética) e persistiu por 3 a 6 meses. Bulstrode e Grobbelaar
(2002), 16 em um estudo prospectivo em pacientes com linhas hiperfuncionais com um seguimento de um a três
anos, demonstraram intervalos ideais de 3 a 6 meses. Os resultados de um estudo do uso de BoNT-A como
tratamento das linhas verticais periorais mostraram a suavização destas linhas, preenchimento/eversão dos
lábios, e que 72% dos pacientes continuaram o tratamento. 17 O rejuvenescimento da pele do pescoço com a
aplicação de BoNT-A é uma modalidade de tratamento minimamente invasiva, segura e eficaz, sendo alternativa
ideal à ritidectomia (Brandt e Boker, 2004). 18 Além disso, a toxina pode ser usada para corrigir o chamado “sorriso
gengival”, bem como a assimetria do maxilar e da linha plastimal após ritidectomia.
- Eficácia em Síndrome Dolorosas Crônicas e Refratárias (CIDs: G56.0, M75, M77.2, M77.3, M89, R10.2):
Evidências atuais indicam que a BoNT-A, na apresentação de 500 U, mostra-se eficaz no alívio da dor secundária a
patologias que cursam com hipertonia, distonia e/ou espasticidade, em curto e longo prazos. Há redução
significativa nos escores de dor (até 74%, p<0,005), no consumo de analgésicos (cerca de 50%, p<0,005) e no uso
de serviços hospitalares (33%, p<0,003), nestas situações. 19 (Barwood, 2000). BoNT-A também foi empregada com
sucesso na prevenção e/ou alívio álgico, em séries de pacientes com cervicalgia crônica refratária, sem diagnóstico
específico de Distonia Cervical 20 (Miller, 2009), bem como em ombro doloroso 21,22 (Pedreira, 2008 e Singh, 2009),
23
artralgia crônica de joelho (Mahowald, 2009), síndrome dolorosa regional complexa - CRPS 24 (Carroll, 2009) e em
25
pacientes no pós-operatório de deformidades ortopédicas (Hamdy, 2009). Extensas revisões de literatura são
26
favoráveis à BoNT-A na neuralgia do trigêmeo (Gazerani, 2009), dor pélvica, fascite plantar, disfunção
têmporo-mandibular associada a dor facial, síndrome do túnel do carpo, síndrome de dor regional complexa, dores
miofasciais e algumas dores neuropáticas específicas 27,28 (Bach-Rojecky, 2005 e Jeynes, 2008). Foi proposto um
mecanismo de ação analgésica direta da BoNT-A, envolvendo inibição da liberação de acetilcolina, inibição das
aferências sensitivas à medula espinhal e efeitos inibitórios em nível ganglionar e pós-ganglionar sobre fibras do
sistema nervoso autônomo, resultando em inibição da liberação de acetilcolina e noradrenalina, bloqueio da
liberação de neuropeptídeos nociceptivos (subst. P, cGRP), redução da alodínia e aumento do limiar álgico térmico,
sem comprometimento sensitivo em si (isto é, analgesia sem anestesia) 29,30 (Mense, 2004 e Aguggia 2008).
- Eficácia em Disfunção Têmporo-Mandibular Grave e Dolorosa ( CIDs: F45.82, K07.60, K07.63, K07.64):
Evidências indicam a eficácia da BoNT-A na redução significativa de sintomas de briquismo/ bruxismo (p<0,001),
principalmente em nível de masseter (p=0,03) 31 (Lee, 2010). Um estudo clínico randomizado e controlado, em
pacientes com dor miofascial associada à disfunção têmporo-mandibular, comprovou redução significativa dos
potenciais de ação em nível do masseter, juntamente com melhora dos escores de dor e de função psicológica 32
(Kurtoglu, 2008). O uso de BoNT-A em pacientes submetidos a uvulofaringopalatoplastia (UPPP) também
ocasionou significativa redução da dor pós-operatória e da sensação de corpo estranho (p<0,001) 33 (Yang, 2008).
Uma revisão baseada em evidências de 4 estudos clínicos randomizados evidenciou resposta clínica e
estatisticamente significativa, em pacientes com patologias dolorosas maxilo-faciais associadas a hiperatividade da
musculatura mastigatória 34 (Ihde, 2007). Em pacientes com dor e deformação parcial do disco articular
têmporo-mandibular, após injeção de BoNT-A nos músculos masseter, temporal, pterigóide medial e/ou lateral,
observou-se significativa melhora nos escores de dor (p=0,002), abertura bucal (p=0,002) e estalido de abertura
(p=0,001), bem como eventual redução na frequência e gravidade da cefalalgia secundária 35 (Karacalar, 2005).
- Eficácia em Cefaléias Crônicas e Refratárias (CIDs: G43.3, G44.2, G44.3, G44.8 e G50.0): Evidências
crescentes vêm se acumulando em favor da injeção de BoNT-A em pacientes selecionados - síndromes dolorosas
crônicas e refratárias aos tratamentos convencionais, com crises frequentes, dor unilateral, hipertonia,
sintomatologia ocular ou “implosiva”, e/ou acompanhadas de provável componente extracraniano/alodínia
músculo-cutânea 36-39 (Mathew, 2009, Burstein, 2009, Aurora, 2006, Jakubowski, 2006). O mecanismo possivelmente
envolve, em paralelo à inibição da liberação de acetilcolina, o bloqueio da liberação de neuropeptídeos
nociceptivos 40 (Aguggia, 2008). Um diferencial importante talvez seja a necessidade de “repiques” mais frequentes
nesses pacientes, já que se costuma observar um declínio mais precoce da eficácia da toxina, com o passar do
tempo 41 (Menezes, 2007). Um estudo em ampla população de pacientes com enxaqueca refratária comprovou
resposta significativa (redução maior que 75% na intensidade e frequência de crises) em cerca de 45% dos
indivíduos 37 (Burstein, 2009). Resultados semelhantes foram obtidos em outro estudo com desenho similar 42
(Anand, 2006). Em um estudo clínico randomizado e controlado, envolvendo mais de 120 pacientes tratados com
DYSPORT®, houve significativa melhora na duração das crises (p<0,05) e na percepção de função global (p<0,05) 43
(Straube, 2008). Em um estudo aberto e prospectivo com pacientes portadores de cefaléia crônica do tipo tensional,
o uso de BoNT-A resultou em melhora significativa da frequência de crises, intensidade dos episódios e consumo
de medicação analgésica (p<0,05 para todos os critérios) 44 (Erdemoglu, 2007). Outro estudo aberto e prospectivo,
com mais de 840 pacientes com cefaléia crônica diária (CCD), comprovou a redução da frequência significativa de
crises e consumo de analgésicos na população tratada com BoNT-A (p<0,001) 45 (Martin-Araguz, 2007).
- Eficácia em Bexiga Hiperativa / Hiperatividade do Detrusor & Hiperplasia Benigna de Próstata (CIDs:
N32.8, N39, N40): A BoNT-A já é parte de consensos urológicos - tais como o ICI, 2004 - no tratamento de 2ª linha
da bexiga hiperativa (OAB), em adultos 46 (Chartier-Kastler, 2009). O uso de DYSPORT® na hiperatividade do
detrusor de etiologia neurogênica resultou em melhora significativa da capacidade vesical (p<0,001), da qualidade
de vida, da pressão máxima do detrusor e da frequência de extravasamento urinário (p<0,01), por até 6 meses de
acompanhamento 47 (Ehren, 2007). Uma meta-análise conduzida pela Cochrane Database sugere o uso da BoNT-A
intravesical como terapia promissora, com resultados que sustentam seu uso no que tange a parâmetros como
capacidade vesical, frequência dos episódios de incontinência, pressão máxima do detrusor e qualidade de vida,
embora ainda faltem evidências que permitam estabelecer uma dose ideal, na faixa entre 100-300 U 48 (Duthie, 2007).
Um estudo clínico randomizado e duplo-cego comprovou o significativo impacto do uso da BoNT-A em pacientes
com disfunção do detrusor, refratária a agentes colinérgicos, nos domínios “incontinência”, “limitações físicas” e
“limitações sociais” 49 (Sahai & Dowson, 2009) - provavelmente em resposta a alterações no padrão de formação de
50
“hiatos juncionais” no sub-urotélio (Roosen, 2009). Neste contexto, os índices de eficácia/ sucesso terapêutico
oscilam entre 60-96%, de acordo com o protocolo de injeção, dose utilizada e intervalo entre sessões 51 (Schmid,
2008). O uso em populações seletas, refratárias ou intolerantes a anticolinérgicos - evitando pacientes com elevado
volume residual pós-miccional, baixa pressão isovolumétrica projetada (PIP1) e/ou baixo índice de contratilidade
vesical (BCI) - pode contribuir para melhores resultados e menor incidência de retenção urinária 52 (Sahai &
53
Sangster, 2009). As técnicas mais frequentes envolvem a injeção única em nível intravesical (Kuschel, 2008),
49
injeções múltiplas poupando a região do trígono (Sahai & Dowson, 2009), injeções múltiplas incluindo o trígono
54
(Mascarenhas, 2008) e injeções múltiplas transuretrais no colo da bexiga e parede lateral proximal da próstata 55
(Lim, 2008) - resultando em índices de resposta superiores a 80% dos pacientes, com redução da frequência
miccional da ordem de 45% (p<0,04), redução sintomática média de 50% (p<0,04) e melhora média dos escores IPSS
de 47% (p<0,05) 55 (Lim, 2008). Trabalhos de outros autores descrevem índices de sucesso semelhantes, oscilando
entre 67% e 93%, conforme a região injetada com BoNT-A, e resultados duráveis por pelo menos 6 meses 56 (Kuo,
2007). Em hiperplasia prostática benigna (HPB), estudos comprovam relaxamento prostático, atrofia da
musculatura lisa e estriada, inibição do NGF e do efeito trófico do sistema nervoso autônomo, inibição das
aferências sensitivas medulares (resultando em inibição da liberação de substância P, cGRP e glutamato) e
apoptose do tecido glandular 57 (Chancellor 2008). Do ponto de vista clínico e histológico, sabe-se que cerca de
70% dos homens apresentam evidências de BPH por volta da 7ª década de vida - muitos dos quais, porém,
concomitantemente apresentando comorbidades que inviabilizam a indicação cirúrgica e/ou limitam a tolerabilidade
e segurança de medicações orais. O uso de BoNT-A tem demonstrado reduzir de forma eficaz a sintomatologia
urinária (LUTS), com reduzida incidência de eventos adversos graves 58 (Antunes, 2007). Outros autores também
evidenciaram índices de resposta superiores a 50%, com redução média de 25% nos níveis de PSA, melhora
significativa da sintomatologia, redução volumétrica da próstata e boa tolerabilidade, após injeção de BoNT-A
orientada por ultrassonografia, em pacientes idosos com restrição cirúrgica, acompanhados por um prazo médio de
18 meses 59 (Silva, 2009). Um outro estudo randomizado, em regime de uso de BoNT-A como “add-on therapy”, em
pacientes com HPB e resposta precária a terapia oral, evidenciou significativa melhora dos escores IPSS e de
qualidade de vida, por até 6 meses, e infrequente incidência de retenção urinária (<10%) 60 (Kuo, 2009). Uma extensa
revisão da literatura sobre o uso de BoNT-A em HPB, que inclui 15 estudos clínicos e experimentais, empregando
doses entre 100 e 300 U de BoNT-A, encontrou evidências de melhora significativa no fluxo urinário, qualidade de
vida, redução dos escores IPSS e do volume prostático (níveis de recomendação A a C, e níveis de evidência 1b a
3) 61 (Oeconomou, 2008).
3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS
Grupo farmacoterapêutico: Relaxantes Musculares de Ação Periférica. Código ATC: M03AX01.
A toxina botulínica do tipo A (ou BoNT-A) é uma endotoxina produzida por esporos germinativos e células em
crescimento da bactéria Clostridium botulinum. É um dos sete tipos imunologicamente distintos de neurotoxinas -
e um dos mais potentes.
MODO DE AÇÃO
A toxina botulínica do tipo A (ou BoNT-A) é classificada como agente paralisante da função neuromuscular. O
complexo toxina-hemaglutinina tipo A de Clostridium botulinum bloqueia a transmissão periférica colinérgica na
junção neuromuscular através da ação pré-sináptica, em sítio proximal à liberação de acetilcolina. A toxina age
dentro dos terminais nervosos, antagonizando aqueles eventos que são iniciados através de Ca2+, e que culminam
na liberação do transmissor. A BoNT-A não deve afetar a transmissão colinérgica ou a simpática pós-ganglionar.
A ação da toxina envolve um passo inicial de adsorção, onde a toxina adere rápida e intensamente à membrana do
neurônio pré-sináptico. A seguir, existe um passo de internalização, em que a toxina atravessa a membrana
pré-sináptica, ainda sem causar paralisia. Finalmente, a toxina inibe a liberação de acetilcolina, intermediada pelo
Ca2+, diminuindo assim o potencial final da placa, provocando a paralisia.
A recuperação da transmissão do impulso ocorre gradualmente quando novos terminais nervosos se desenvolvem
e é restabelecido contato com a placa motora - um processo que requer de 6 a 8 semanas em modelos animais.
No tratamento das linhas glabelares, o efeito clínico se desenvolve 48 horas após a aplicação. O efeito máximo
ocorre um mês após a aplicação e o tempo de ação varia de 3 a 7 meses aproximadamente. Os resultados dos
estudos clínicos incluindo quatro duplo-cegos, controlados com placebo, demonstraram consistentemente a
eficácia de DYSPORT® na redução da intensidade das linhas glabelares.
PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS
Estudos farmacocinéticos com BoNT-A, em modelos animais, apresentam dificuldades de realização devido à alta
potência, às pequenas doses envolvidas, ao elevado peso molecular do composto (150 kDa) e à dificuldade de
marcar a toxina para produzir uma atividade específica suficientemente elevada. Estudos usando toxina marcada
com I125 mostraram que a ligação ao receptor é específica e saturável, e a alta densidade dos receptores da toxina é
um fator que contribui para sua potência elevada. Estudos em macacos demonstraram que, em doses baixas, houve
início de efeito entre 2 e 3 dias, observando-se efeito máximo 5 a 6 dias após a injeção. A duração da ação, medida
através de alterações do alinhamento ocular e da paralisia muscular, variou entre 2 semanas e 8 meses. Este modelo
é observado também no homem, sendo atribuído ao processo de ligação, internalização e mudanças na junção
neuromuscular.
4. CONTRAINDICAÇÕES
DYSPORT® está contraindicado para indivíduos com hipersensibilidade conhecida à toxina botulínica tipo A ou a
qualquer outro componente da formulação.
5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
As unidades de Dysport® (unidades Speywood) são específicas para a preparação e não são intercambiáveis com
outras preparações de toxina botulínica tipo A.
Proporcionalidade: tal como se aplica aos agentes biológicos em geral, não é possível estabelecer com exatidão
uma proporcionalidade entre as diferentes neurotoxinas botulínicas (BoNT-A) comercializadas. Como as
apresentações comerciais de BoNT-A têm diferentes dimensões, pesos moleculares, envoltórios protéicos, formas
de armazenamento, diluição, comportamento farmacocinético e doses de administração, as unidades são
específicas para cada toxina, e expressam unidades de potência específicas de cada preparação. Evidências atuais
sugerem que a proporcionalidade convencionalmente empregada no passado para a BoNT-A 500 U Speywood (na
razão de 3:1 ou maior) possa ser inadequada e excessiva, porquanto motivada por estudos com amostras
populacionais não significativas, e que proporcionalidades entre 1,5 e 2,5:1 poderiam ter maior respaldo clínico.
Ademais, evidências recentes sugerem maior duração de efeitos para a apresentação de BoNT-A de 500 U - ainda
demandando estudos de porte. O consenso atual é que as apresentações comercialmente disponíveis não são
comparáveis por qualquer algoritmo específico, e que o escrutínio médico e a resposta clínica individual devem
orientar a terapêutica (Karsai, 2010; Wohlfarth, 2009; Wohlfarth, 2008; Hexsel, 2008; Marchetti, 2005). 62-68
Uma avaliação cautelosa deve ser feita antes de nova aplicação em pacientes que apresentaram reação alérgica
prévia. Os riscos de nova reação alérgica devem ser avaliados frente aos benefícios esperados para o tratamento.
Como qualquer outro medicamento de origem biológica, a aplicação de DYSPORT® pode provocar reações
anafiláticas. Por isso, devem estar disponíveis as medicações para combatê-las.
Foram relatados eventuais efeitos adversos resultantes da distribuição dos efeitos da toxina para locais distantes
do local de administração. Os pacientes tratados com doses terapêuticas podem apresentar fraqueza muscular
excessiva. O risco de ocorrência de tais efeitos indesejáveis pode ser reduzido não se excedendo a dose
recomendada e pelo uso da menor dose eficaz.
DYSPORT® deve ser usado com cautela e sob cuidadosa supervisão em pacientes com evidências sub-clínicas ou
clínicas de deficiência na transmissão neuromuscular (e.g. miastenia grave). Tais pacientes podem apresentar
sensibilidade aumentada a agentes como toxina botulínica tipo A, que pode resultar em fraqueza muscular
excessiva. DYSPORT® deve ser administrado com cautela a pacientes com problemas respiratórios ou de
deglutição, pois estes problemas podem piorar se a toxina atingir os músculos relevantes. Broncoaspiração ocorreu
em raros casos, e é um risco em pacientes portadores de patologia respiratória crônica. Nesses pacientes, o
tratamento deve ser administrado sob o controle de um especialista e apenas se o benefício esperado para o
tratamento superar o risco.
Os pacientes e seus cuidadores devem ser alertados sobre a necessidade de tratamento médico imediato em caso
de problemas respiratórios, de deglutição ou fala.
Foram relatados casos muito raros de óbito, ocasionalmente num contexto de disfagia, pneumopatia e/ou em
pacientes com astenia significativa, após o tratamento com toxina botulínica tipo A ou tipo B.
Para o tratamento de pacientes com paralisia cerebral, DYSPORT® somente deve ser usado a partir de 2 anos de
idade. A posologia e a frequência de administração recomendadas para DYSPORT® não devem ser ultrapassadas.
Raramente, foi observada a formação de anticorpos contra a toxina botulínica, em pacientes em uso de DYSPORT®.
Clinicamente, a existência de quantidades significativas de anticorpos neutralizantes pode ser presumida pela
deterioração substancial da resposta terapêutica e/ou pela necessidade constante de aumento das doses.
Os médicos que fizerem uso de DYSPORT® em seus pacientes devem conhecer profundamente a anatomia e a
fisiologia neuromuscular, bem como estar a par de quaisquer alterações anatômicas que potencialmente podem
ocorrer após procedimentos cirúrgicos anteriores. Devem conhecer também técnicas-padrão de eletromiografia
(ENMG).
É essencial conhecer a anatomia facial do paciente antes de administrar DYSPORT® para correção de linhas
glabelares. Deve ser considerada a possibilidade de assimetria facial, ptose, dermatocalasia excessiva, cicatrizes,
bem como quaisquer alterações em relação a essa anatomia como um resultado de intervenções cirúrgicas prévias.
Os pacientes a serem tratados quanto a linhas hiperfuncionais na região glabelar devem ser cuidadosamente
avaliados e desencorajados a prosseguir com o tratamento, caso as linhas hiperfuncionais não sejam causadas pela
contratura dos músculos subjacentes.
Recomenda-se que o frasco-ampola de DYSPORT® seja usado para tratar um único paciente, durante uma única
sessão. Qualquer resíduo remanescente do produto que não tenha sido utilizado deve ser descartado. Precauções
específicas devem ser tomadas para o preparo e a administração do produto, a inativação e o descarte de qualquer
solução reconstituída não utilizada.
Tal como outras toxinas botulínicas, este produto contém uma pequena quantidade de albumina humana. O risco
de transmissão de infecção viral não pode ser excluído com absoluta certeza, no caso do uso de sangue humano ou
derivados.
Nos casos de hiperidrose, antes de se iniciar o tratamento, deve-se considerar causas secundárias, como
menopausa, obesidade, uso de drogas (e.g. antidepressivos), distúrbios endócrinos (e.g. hipoglicemia,
hipertiroidismo, feocromocitoma), distúrbios neurológicos que envolvem desregulação autonômica, e psiquiátricos,
como a fobia social.
O uso de DYSPORT® em pacientes com insuficiência hepática ou renal não costuma demandar redução de dose.
Como qualquer injeção intramuscular, DYSPORT® deve ser usado somente quando estritamente necessário, em
pacientes com tempo de sangramento prolongado, ou infecção ou inflamação local sobre a área a ser injetada.
Cuidados especiais devem ser tomados nos pacientes portadores de coagulopatia ou em uso de anticoagulantes.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e usar máquinas: há um risco potencial de fraqueza muscular ou distúrbios
visuais que, se ocorrer, pode temporariamente prejudicar a capacidade de dirigir ou de operar máquinas.
Gravidez e lactação:
Categoria de risco na gravidez C - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas, sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Existem dados de segurança limitados quanto ao uso do complexo toxina-hemaglutinina tipo A de Clostridium
botulinum em mulheres grávidas. Estudos em animais não indicam efeitos prejudiciais, diretos ou indiretos, durante
a gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parto ou desenvolvimento pós-natal, a não ser os relacionados com
a intoxicação materna causada por altas doses.
DYSPORT® só deve ser usado por mulheres grávidas se o beneficio esperado do tratamento justificar qualquer
risco potencial ao concepto. A prescrição a mulheres grávidas deve ser feita com extrema cautela.
Não se sabe se o complexo toxina-hemaglutinina tipo A de Clostridium botulinum é excretado através do leite
humano. Não foi estudada a excreção deste complexo através do leite, em animais. Não é recomendado o uso
durante a lactação.
Os estudos de toxicidade reprodutiva em ratos e coelhos tratados com complexo toxina-hemaglutinina tipo A de
Clostridium botulinum - através de uma injeção intramuscular diária, em doses de 79 unidades/kg e 42 unidades/kg
(em ratos e coelhos, respectivamente), não resultaram em toxicidade embrionária/fetal. Foi observada toxicidade
materna grave, associada à perda do implante embrionário, com doses mais elevadas, em ambas as espécies. O
complexo não demonstrou nenhuma atividade teratogênica, em ratos e coelhos, e nenhum efeito foi observado no
pré- e pós-natal na geração F1 de ratos. A fertilidade dos machos e fêmeas foi comprometida devido à redução do
acasalamento, secundária à paralisia muscular, em doses elevadas.
Em um estudo de toxicidade crônica realizado em ratos com até 12 unidades/animal, não houve evidência de
toxicidade sistêmica. Efeitos na reprodução e na toxicidade crônica dos estudos não clínicos limitaram-se a
alterações nos músculos injetados, em linha com o mecanismo de ação do complexo.
Não houve irritação ocular após a administração do complexo, em olhos de coelhos.
6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Os efeitos da toxina botulínica tipo A podem ser potencializados por fármacos que interfiram direta ou
indiretamente com a função neuromuscular e, portanto, tais medicamentos devem ser usados com precaução em
pacientes tratados com toxina botulínica.
A alimentação não interfere nos efeitos de DYSPORT®.
Uma vez que o produto não contém um agente antimicrobiano, sob o ponto de vista microbiológico, é
recomendado que o produto seja usado imediatamente após a reconstituição. Após preparo, manter sob
refrigeração (entre +2°C e +8°C) por até 8 horas. O medicamento reconstituído não deve ser congelado.
Prazo de validade: 24 meses contados a partir da data de fabricação.
DYSPORT® é apresentado como um pó liófilo branco, cujos grânulos são sólidos, uniformes e sem corpos
estranhos. Após reconstituição com solução salina 0,9% (soro fisiológico) obtém-se um líquido claro e incolor.
O frasco-ampola de DYSPORT® não contém vácuo, apenas um gradiente diferencial de pressão mínimo.
As unidades Speywood são exclusivas para DYSPORT® e não são intercambiáveis com outras preparações
contendo toxina botulínica.
Vias de administração: Intramuscular ou subcutânea. O uso de outra via de administração que não seja a
intramuscular ou subcutânea poderá causar transtornos neuromusculares graves.
DYSPORT® deverá ser reconstituído com solução salina 0,9% (soro fisiológico), conforme descrito nas Tabelas de
Diluição abaixo, de acordo com a técnica do profissional e a clínica do paciente.
Posologia: A dose recomendada é de até 1.500 unidades Speywood no total, distribuídas entre os músculos
gastrocnêmio e sóleo, embora injeções no músculo tibial posterior e outros também possam ser consideradas. A
dose máxima administrada não deve exceder 1.500 unidades.
O uso da eletromiografia (ENMG) não é rotineiro, mas pode ajudar na identificação dos músculos mais afetados.
A dose inicial deve ser reduzida se houver evidências que sugiram risco de fraqueza excessiva dos músculos alvo,
como por exemplo, pacientes em que os músculos alvo são pequenos ou em que foram administradas injeções em
outros grupos musculares.
A melhora clínica pode ser esperada dentro de duas semanas após o tratamento. As injeções podem ser repetidas a
intervalos aproximados de 16 semanas, ou conforme necessário para manter resposta adequada, mas não mais
frequentemente do que a cada 12 semanas.
Posologia: A dose recomendada é de até 1.000 unidades Speywood, distribuídas entre os cinco músculos a seguir:
flexor profundo dos dedos (FDP), flexor superficial dos dedos (FDS), flexor ulnar do carpo (FCU); flexor radial do
carpo (FCR) e bíceps braquial (BB). A dose máxima administrada não deve exceder 1.000 unidades.
Os pontos de aplicação devem ser idealmente definidos por eletromiografia (ENMG), embora a exata localização
dos pontos possa ser determinada por apalpação.
Todos os músculos, exceto o bíceps braquial (BB) podem ser injetados em um único ponto. O bíceps, porém, pode
ser injetado em dois pontos. A distribuição da dose recomendada (em unidades Speywood) está relacionada
abaixo:
A dose inicial deve ser reduzida se houver evidências que sugiram risco de fraqueza excessiva dos músculos alvo,
como por exemplo, pacientes em que os músculos alvo são pequenos ou em que foram administradas injeções em
outros grupos musculares. A melhora clínica pode ser esperada dentro de duas semanas após a injeção. As
injeções podem ser repetidas aproximadamente a cada 16 semanas ou conforme necessário para manter uma
resposta, mas não mais frequentemente do que a cada 12 semanas.
Crianças: A segurança e a eficácia de DYSPORT® no tratamento da espasticidade de membros superiores
pós-AVC não foram demonstradas em crianças.
Método de administração: No tratamento da espasticidade de membros superiores pós-AVC, DYSPORT® deverá
ser reconstituído com solução salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por
injeção intramuscular. A tabela a seguir exemplifica doses para outros grupos musculares, se clinicamente
adequado:
Braquiorradial 60 - 180 U 1
Pronador Quadrado 60 - 90 U 1
Oponente do Polegar 30 - 60 U 1
Adutor do Polegar 30 - 60 U 1
Intrínsecos da Mão 15 - 20 U 1
Posologia: A dose inicial recomendada é de 20 unidades Speywood/Kg de peso corpóreo, em doses divididas
pelos músculos das panturrilhas. Se apenas uma panturrilha estiver afetada, pode ser usada uma dose de 10
unidades/kg de peso corpóreo. Deve-se considerar a redução da dose inicial se houver evidências que sugiram que
esta dose possa provocar uma fraqueza excessiva dos músculos alvo, como por exemplo, pacientes em que os
músculos alvo são pequenos ou em que foram administradas injeções em outros grupos musculares. Após a
avaliação da resposta à dose inicial, a dose subsequente pode ser titulada na faixa de 10 a 30 unidades/kg,
divididas entre ambos os membros inferiores. A dose total máxima administrada não deve exceder 1.000 unidades/
paciente, em pediatria.
O uso da eletromiografia (ENMG) não é rotineiro, mas pode ajudar na identificação dos músculos mais afetados.
A melhora clínica pode ser esperada dentro de duas semanas após a injeção. As injeções podem ser repetidas
aproximadamente a cada 16 semanas ou conforme necessário para manter uma resposta - mas não mais
frequentemente do que a cada 12 semanas.
Método de administração: No tratamento da espasticidade parcial da paralisia cerebral pediátrica, DYSPORT®
deverá ser reconstituído com solução salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada
por injeção intramuscular.
Para o torcicolo rotacional, recomenda-se distribuir as 500 unidades, administrando-se 350 unidades no músculo
esplênio do pescoço, homolateral à direção da rotação queixo/ cabeça, e 150 unidades no músculo
esternocleidomastóideo, contralateral à rotação.
Para laterocolo, recomenda-se distribuir as 500 unidades administrando-se 350 unidades no músculo esplênio do
pescoço homolateral, e 150 unidades no músculo esternocleidomastóideo. Nos casos associados à elevação do
ombro, os músculos trapézio homolateral ou o elevador da escápula podem também requerer tratamento, de acordo
com a hipertrofia do músculo ou com a eletromiografia (ENMG). Quando forem necessárias injeções em três
músculos, recomenda-se distribuir as 500 unidades como a seguir: 300 unidades no esplênio do pescoço, 100
unidades no esternocleidomastóideo e 100 unidades no terceiro músculo.
Para retrocolo, recomenda-se distribuir as 500 unidades, administrando-se 250 unidades em cada um dos músculos
esplênios do pescoço. Isto pode ser seguido por injeções bilaterais no trapézio (até 250 unidades por músculo)
após 6 semanas, se a resposta for insuficiente. As injeções bilaterais no esplênio podem aumentar o risco de
fraqueza muscular do pescoço.
Todas as outras formas de torcicolo são altamente dependentes de conhecimento especializado e uso da ENMG
para identificar e tratar os músculos mais afetados. A ENMG deve ser usada como diagnóstico em todas as formas
complexas de torcicolo, quando não ocorrerem os resultados esperados, em casos não complexos, e para orientar
injeções nos músculos profundos, em pacientes com sobrepeso, nos quais os músculos do pescoço são difíceis de
individualizar.
Na administração subsequente, as doses podem ser ajustadas de acordo com a resposta clínica e os efeitos
adversos observados. São recomendadas doses na faixa de 250 a 1.000 unidades, embora doses mais elevadas
possam ser acompanhadas por um aumento de reações adversas, particularmente disfagia. Não são recomendadas
doses acima de 1.000 unidades.
As injeções devem ser repetidas aproximadamente a cada 16 semanas, ou de acordo com o necessário para evitar a
recidiva dos sintomas, mas não mais frequentemente do que a cada 12 semanas.
Crianças: A segurança e a eficácia de DYSPORT® no tratamento do torcicolo espasmódico não foram
demonstradas em crianças.
Método de administração: No tratamento do torcicolo espasmódico, DYSPORT® deverá ser reconstituído com
solução salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por injeção intramuscular.
Nos casos de blefaroespasmo unilateral, as injeções devem ser restritas ao olho afetado. As doses recomendadas
são aplicáveis aos adultos de todas as idades incluindo os idosos. Pacientes com espasmo hemifacial devem ser
tratados tal como no blefaroespasmo unilateral.
Crianças: A segurança e a eficácia de DYSPORT® no tratamento da blefaroespasmo e espasmo hemifacial não
foram demonstradas em crianças.
Método de administração: No tratamento do blefaroespasmo e espasmo hemifacial, DYSPORT® deverá ser
reconstituído com solução salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por
injeção subcutânea medial e lateralmente, na junção entre as regiões pré-septal e orbital de ambos os músculos
orbiculares superiores e inferiores dos olhos.
f) Hiperidrose axilar
Posologia: Adultos e idosos: A dose inicial recomendada é de 100 unidades Speywood por axila. Caso o efeito
desejado não seja obtido, podem ser administradas até 200 U por axila em injeções subsequentes. A área a ser
injetada deve ser previamente identificada pelo teste iodo-amido de Minor. Após assepsia local, delimitam-se 10
pontos. São, então, administradas 100 unidades por axila (ou seja, 10 unidades por ponto delimitado), por via
intradérmica. A necessidade de novas aplicações deverá ser determinada em bases individuais, quando a sudorese
excessiva do paciente tiver retornado ao normal, mas não mais frequentemente que a cada 12 semanas. Há
evidências sugerindo um possível efeito cumulativo de doses repetidas, de modo que o intervalo entre cada
tratamento deve ser avaliado individualmente. A dose máxima administrada não deve exceder 200 unidades por
axila.
Crianças: a segurança e a eficácia do uso de DYSPORT® no tratamento da hiperidrose axilar em crianças ainda não
foram demonstradas.
Método de administração: No tratamento de hiperidrose axilar DYSPORT® deverá ser reconstituído com solução
salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por injeção intradérmica, conforme
descrito acima. Via de regra, usam-se agulhas estéreis de calibre 23 ou 25.
g. Hiperidrose palmar
Posologia: Adultos e idosos: Para hiperidrose palmar, a dose total utilizada por palma é de 120 unidades Speywood,
distribuídas em 6 a 25 diferentes pontos de injeção subcutânea, sendo 10 unidades por ponto.
Método de administração: No tratamento de hiperidrose palmar, DYSPORT® deverá ser reconstituído com solução
salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por injeção intradérmica, nas áreas
hiperidróticas previamente determinadas. Via de regra, usam-se agulhas estéreis de calibre 26. Alguns estudos não
usaram anestesia local prévia, outros usaram resfriamento local da palma, ou bloqueio dos nervos medial ou ulnar
para minimizar a dor.
Posologia: A dose recomendada é de 50 unidades de DYSPORT®, que deve ser dividida em 5 pontos de
injeção.Dez unidades devem ser administradas por via intramuscular em cada um destes 5 pontos: duas injeções em
cada músculo corrugador e uma injeção no músculo prócero, próxima ao ângulo nasofrontal, conforme mostrado no
diagrama abaixo.
Remover a maquiagem e desinfetar a pele com um antisséptico local. Marcos anatômicos podem ser mais facilmente
identificados se o paciente franzir a testa. Antes da injeção, posicionar o polegar ou indicador abaixo da margem
orbital, a fim de evitar extravasamento para a região abaixo da margem orbital. As injeções intramusculares devem
ser aplicadas perpendicularmente à pele, utilizando uma agulha estéril de calibre 29-30. A agulha deve ser
posicionada de forma ascendente e medialmente durante a injeção. A fim de reduzir o risco de ptose como
complicação, deve ser evitada a injeção próxima ao elevador da pálpebra superior, particularmente em pacientes
com grandes complexos do depressor do supercílio. Injeções no corrugador lateral devem ser aplicadas ao menos 1
cm acima da crista óssea supra-orbital.
O intervalo entre os ciclos de tratamento depende na resposta individual do paciente. Porém, o intervalo deve ser
de pelo menos 12 semanas.
Crianças: o uso de DYSPORT® não é recomendado para o tratamento de linhas glabelares moderadas a graves em
pacientes com menos de 18 anos de idade.
Método de administração: No tratamento das linhas glabelares moderadas a graves, DYSPORT® deverá ser
reconstituído com solução salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por
injeção intramuscular, conforme descrito acima.
Posologia:
Pacientes com até 50 anos: A dose recomendada é de 30 unidades de DYSPORT® para cada região ocular, e que
deve ser dividida em 3 pontos de aplicação (10 unidades por ponto; dose total de 60 unidades, considerando
ambos os olhos).
Pacientes acima de 50 anos: A dose recomendada é de 45 unidades de DYSPORT® para cada região ocular e que
deve ser dividida em 3 pontos de aplicação (15 unidades por ponto; dose total de 90 unidades, considerando
ambos os olhos).
Todos os pacientes: Remover a maquiagem e desinfetar a pele com um antisséptico local. As injeções
intramusculares no orbicular devem ser aplicadas perpendicularmente à pele.
Em cada um dos 3 pontos devem a serem administradas de 10 unidades (em pacientes com até 50 anos) a 15
unidades (em pacientes com 50 anos ou mais). Os pontos de aplicação devem estar todos a, no mínimo, 1,5 cm do
canto lateral da órbita, e 1 cm acima da borda orbital. Via de regra, usam-se agulhas estéreis de calibre 30. As
localizações precisas dos pontos de aplicação estão indicadas no diagrama abaixo:
Deve-se pedir que o paciente sorria. As injeções devem ser administradas no sentido do extremo exterior das linhas
latero-cantais - em direção lateral, perpendicular às linhas latero-cantais. Deve-se tomar cuidado para evitar a
injeção próxima à margem inferior do músculo zigomático maior. Deve-se advertir o paciente para não esfregar a
área injetada nas 12 horas seguintes ao tratamento.
O intervalo entre os ciclos de tratamento não deve ser menor que 12 semanas.
Posologia: Adultos e idosos: Recomendam-se 30 a 45 U para tratamento parcial, e de 60 a 80 U para paralisia total.
Uma linha imaginária é traçada horizontalmente através da fronte entre os supercílios e a linha de implante do
cabelo. Via de regra, usam-se agulhas estéreis de calibre 30. Injetam-se 6 U em cada ponto, podendo iniciar na linha
vertical que passa sobre cada pupila. Duas injeções adicionais (mesmas doses) são aplicadas entre estes dois
sítios, de forma que se produzam pelo menos 4 pontos equidistantes nesta linha horizontal. Massagear com firmeza
estes pontos.
De um modo geral, no tratamento de linhas faciais, um efeito significativo tem início dentro de 7 a 14 dias, atingindo
um máximo em um mês e persistindo por 3 a 4 meses após a injeção de DYSPORT®.
As injeções poderão ser repetidas, de acordo com a resposta clínica, a cada 16 semanas, aproximadamente, sendo
recomendável um intervalo mínimo de 3 meses entre cada aplicação.
Instruções de uso:
A porção central da tampa de borracha deve ser limpa com álcool imediatamente antes de inserir a agulha estéril.
Cada frasco-ampola tem capacidade máxima de 3 mL.
Instruções de descarte:
A toxina botulínica tipo A é muito suscetível ao calor e certos produtos químicos. Qualquer derramamento deve ser
limpo usando um material absorvente embebido em solução de hipoclorito diluída (no caso de produto liofilizado
ou superfície seca) ou com material absorvente seco (no caso de produto reconstituído). Se um frasco-ampola
quebrar, proceder como indicado acima. Recolher cuidadosamente os cacos de vidro e limpar, evitando qualquer
corte na pele. Se o produto entrar em contato com a pele, lavar com solução de hipoclorito diluída e enxaguar
abundantemente com água. Se o produto entrar em contato com os olhos, enxaguar abundantemente com água ou
solução de enxágüe específica para os olhos. Todos os materiais contaminados devem ser devidamente
descartados.
9. REAÇÕES ADVERSAS
As reações adversas e os eventos adversos são classificadas de acordo com a sua freqüência, primeiro as mais
freqüentes, usando os seguintes parâmetros:
Frequência Parâmetros
> 1/10 (> 10%) Muito comum
> 1/100, < 1/10 (> 1% e <10%) Comum (frequente)
> 1/1000, < 1/100 (> 0,1% e <1%) Incomum (infrequente)
> 1/10.000, < 1/1000 (> 0,01% e < 0,1%) Rara
< 1/10.000 (> 0,001%) Muito rara
Gerais
Nos pacientes tratados com DYSPORT® em uma série de estudos clínicos para blefaroespasmo, espasmo
hemifacial, torcicolo espasmódico, espasticidade associada à paralisia cerebral ou AVC, hiperidrose axilar ou linhas
faciais hiperfuncionais, aproximadamente 25% experimentaram um evento adverso.
Reações adversas a DYSPORT® estão relacionadas, em geral, à fraqueza temporária da musculatura adjacente, que
pode ser minimizada mediante uso das mínimas doses eficazes, nos respectivos grupamentos.
Distúrbios do sistema nervoso
Incomum: prurido
Rara: erupções cutâneas
Distúrbios gerais e reações no local de aplicação
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
adultos tratados com DYSPORT® para espasticidade de membros inferiores pós-AVC:
Distúrbios gastrointestinais
Comum: disfagia
Distúrbios músculo-esqueléticos e do tecido conectivo
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
adultos tratados com DYSPORT® para espasticidade dos membros superiores pós-AVC:
Distúrbios gastrointestinais
Comum: disfagia
Distúrbios músculo-esqueléticos e do tecido conectivo
Disfagia foi mais comumente relatada quando as doses individuais excederam 2.700 unidades por sessão.
Espasticidade parcial da paralisia cerebral (PC) pediátrica
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
tratados com DYSPORT® para espasticidade dos membros inferiores devido à paralisia cerebral pediátrica:
Distúrbios gastrointestinais
Comum: diarreia
Torcicolo espasmódico
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
tratados com DYSPORT® para torcicolo espasmódico:
Distúrbios gastrointestinais
Muito comuns: disfagia, boca seca
Incomum: náusea
Distúrbios músculo-esqueléticos e do tecido conectivo
Comuns: dor no pescoço, dor musculo-esquelética, mialgia, dor nas extremidades, endurecimento
muscular, atrofia muscular, distúrbio mandibular
A disfagia parece ser relacionada à dose e foi mais frequente após a injeção no músculo esternocleidomastóideo.
Recomenda-se uma dieta leve, e cuidado com líquidos, até a resolução dos sintomas.
Blefaroespasmo e espasmo hemifacial
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
tratados com DYSPORT® para blefaroespasmo e espasmo hemifacial:
Rara: entropia
Reações adversas podem ocorrer devido a injeções profundas de DYSPORT®. Injeções posicionadas
incorretamente podem paralisar (temporariamente) grupos musculares próximos.
Hiperidrose axilar
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
tratados com DYSPORT® para hiperidrose axilar:
Distúrbios oculares
Comuns: astenopia, ptose, edema palpebral, aumento de lacrimejamento, secura dos olhos, contrações
musculares
Incomuns: perturbações visuais, visão turva, diplopia, distúrbios do movimento ocular
Muito comum: reações no local da injeção (incluindo dor, ardor, prurido, parestesia, eritema, erupção
cutânea, também frequentemente observadas no grupo placebo)
Incomum: hipersensibilidade
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
tratado com DYSPORT® para a correção de linhas latero-cantais moderadas a graves:
Muito comum: reações no local da injeção (incluindo dor, ardor, ferida/hematoma, prurido)
Distúrbios músculo-esqueléticos e do tecido conectivo
Comum: Fraqueza do músculo adjacente à área da injeção. Isto pode comumente levar a ptose palpebral ou
paralisia dos músculos faciais
Distúrbios do sistema nervoso
Incomum: prurido
Experiência pós-comercialização
O perfil de reações adversas notificadas durante o uso pós-comercialização reflete a farmacologia do produto e
eventos observados durante os ensaios clínicos. Foram relatados casos esporádicos de hipersensibilidade
Muito raramente, foram relatados eventos adversos potencialmente fatais, resultantes da distribuição dos efeitos
da toxina para pontos remotos em relação ao local de injeção (fraqueza muscular excessiva, disfagia, pneumonia por
aspiração).
10. SUPERDOSE
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Doses excessivas podem provocar paralisia neuromuscular distante e profunda. Superdose pode levar a um risco
elevado da neurotoxina passar para a corrente sanguínea, causando complicações associadas à intoxicação
botulínica oral (tais como disfagia e disfonia). Suporte respiratório pode ser necessário se doses excessivas
causarem paralisia dos músculos respiratórios. Não há antídoto específico; não se deve esperar que a antitoxina
disponível seja benéfica e cuidados gerais de suporte são recomendados. Em caso de superdose, o paciente deverá
ser monitorado quanto aos sintomas de fraqueza muscular excessiva ou paralisia muscular. Tratamento sintomático
deverá ser associado, se necessário.
Os sintomas de superdose podem não aparecer imediatamente após a injeção. No caso de injeção acidental ou
ingestão oral, o indivíduo deverá ser supervisionado por várias semanas quanto a possíveis sinais e sintomas de
fraqueza muscular excessiva ou paralisia muscular.
DIZERES LEGAIS
MS - 1.6977.0001
Farmacêutica Responsável:
Dra. Marcela Borges
CRF - SP nº 43.243
Importado por:
CNPJ nº 07.718.721/0001-80
Fabricado por:
LL13 9UF
DYSPORT®
toxina botulínica tipo A
DYSPORT® somente deverá ser aplicado por especialistas experientes que tenham recebido orientação e
treinamento para sua aplicação.
APRESENTAÇÕES
USO ADULTO
COMPOSIÇÃO
*As doses foram definidas em unidades Speywood. Uma unidade (U) é definida como a dose letal intraperitoneal
média (DL50) em camundongos. O frasco de Dysport® 500 U contém 4,35 ng de BoNT-A 1,2,3, também chamada de
carga protéica (a quantidade de neurotoxina efetivamente presente por frasco). Sendo assim, uma unidade (U)
Speywood equivale a 0,0087 ng de toxina. Ou invertendo-se a proporção, cada nanograma de neurotoxina equivale
à aproximadamente de 115 U Speywood.
atenção: As unidades de Dysport® (unidades Speywood) são específicas para a preparação e não são
intercambiáveis com outras preparações de toxina botulínica tipo A.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
1. INDICAÇÕES
DYSPORT® está indicado para o tratamento de:
2. RESULTADOS DE EFICÁCIA
DYSPORT® (toxina botulínica tipo A) possui extensa literatura sobre suas aplicações terapêuticas. Representa
recurso inestimável no tratamento da espasticidade, e das limitações e dor que acompanham o quadro clínico,
incluindo os casos pediátricos de deformidade em pé equino dinâmico. É recurso amplamente documentado na
terapia da hiperidrose e das linhas faciais hiperfuncionais, com poucos eventos adversos. Tem boa duração de
ação, com efeitos reversíveis. Embora método simples, requer domínio técnico.
A toxina botulínica tipo A (BoNT-A) tem sido considerada como tratamento de escolha do torcicolo espasmódico
(distonia cervical). Os resultados dos estudos clínicos com DYSPORT®, envolvendo mais de 1.000 pacientes,
mostram que houve uma redução máxima na dor intensa ou moderada de até 73%, nos grupos tratados com até
4
1.000 U, comparado com 33% de resposta com placebo. Um estudo duplo-cego comparativo com triexifenidil
mostrou que todos os pacientes tratados com DYSPORT® apresentaram melhora, com resultados significantemente
melhores que os pacientes tratados com triexifenidil, nas escalas Tsui (p<0,001) e Toronto Westerns (TWSTRS)
(p<0,01). Um estudo duplo-cego, randomizado, cruzado comparou DYSPORT® e outra BoNT-A (usando fatores de
conversão 1:3 e 1:4) utilizando os escores de Tsui e de TWSTRS, tendo os resultados mostrado que DYSPORT® foi
significantemente mais eficaz, tanto na melhora da distonia cervical quanto na dor, com um efeito mais duradouro,
embora apresentasse uma incidência um pouco maior de eventos adversos.5,6 Jankovic J (2006) 7, em um estudo de
revisão e de atualização, concluiu que a BoNT-A preveniu contraturas e outras complicações da doença, como
alterações degenerativas secundárias da coluna cervical e radiculopatias. Em longo prazo (pacientes tratados por
até 20 anos), a duração da resposta se manteve, com mínimo risco de imunorresistência por anticorpos.
Como ocorre com o torcicolo espasmódico, a BoNT-A vem sendo utilizada com sucesso no tratamento de
blefaroespasmo e espasmo hemifacial, com boa eficácia e segurança. Em um conjunto de 12 estudos clínicos, 875
pacientes com blefaroespasmo e 507 com espasmo hemifacial receberam DYSPORT®, por até 16 cursos de
tratamento, durante 3 a 4 anos. Em blefaroespasmo, houve melhora completa ou parcial em 91% dos pacientes;
com duração do efeito consistente por 10-11 semanas. No espasmo hemifacial, verificou-se redução de 75% nos
movimentos anormais, que duraram em média 15 semanas. Truong D e cols. (2008) 8 analisaram, em estudo
multicêntrico, randomizado de larga escala, os efeitos do DYSPORT® (40, 80, 120 U/olho) no blefaroespasmo
essencial benigno bilateral, com melhora dos danos funcionais e redução da frequência e da intensidade dos
espasmos faciais, versus grupo controle. Em nosso meio, Schellini AS e cols. (2006) 9 relataram melhora significativa
do espasmo hemifacial e do blefaroespasmo em 91% dos pacientes (p<0,0001). A maioria dos pacientes não
apresentou reações adversas. Lasalvia CGG e cols. (2006) analisaram os custos do tratamento do blefaroespasmo
essencial benigno (BEB) e do espasmo hemifacial (EH) com DYSPORT® e concluíram que o procedimento possui
excelente custo-benefício e promove melhora funcional significativa. O tratamento com a BoNT-A também melhora
significativamente a qualidade de vida e reduz a intensidade dos sintomas de depressão, no blefaroespasmo.10,11
Na hiperidrose palmar primária, um estudo duplo-cego, randomizado, comparativo de DYSPORT® com outra
BoNT-A, por via intradérmica, mostrou melhor performance de DYSPORT® no controle da sudorese (teste de
Minor) em relação à basal (-78,6%; p=0,0002) do que a outra BoNT-A (-56,6%; p=0,003) ao final do mês 1. Ao final
do mês 3, os resultados permaneceram significantes (DYSPORT®-69,4% vs. basal; outra BoNT-A -48,8% vs. basal).
A duração dos efeitos positivos foi similar nos dois grupos: 17 semanas com DYSPORT® e 18 semanas com a outra
BoNT-A. Os eventos adversos locais foram mais frequentes com DYSPORT®. 12 Talarico-Filho S e cols. (2007) 13
compararam DYSPORT® e outra BoNT-A (fator de conversão de 1:3) na hiperidrose axilar primária em um estudo
duplo-cego, randomizado. Cada paciente recebeu 150 U de DYSPORT® em uma axila e 50 U de outra BoNT-A na
axila contralateral, sendo quantificada a sudorese pelo teste de Minor e gravimetria nos dias 0 e 15, ao final de 1
mês e de 1 ano. Após 1 mês, a taxa de sudorese foi reduzida em média de 97,7% para BoNT-A e de 99,4% para
DYSPORT®, sem diferença estatística. A duração dos benefícios foi em média de 260 dias para a BoNT-A e de 290
dias para DYSPORT®. Resultados similares foram reportados por outros pesquisadores.
Uma revisão sobre o uso da BoNT-A na espasticidade, 14 abrangendo 50 estudos duplo-cegos e 150 estudos
abertos, verificou que a toxina é parte importante do tratamento, além de segura e bem tolerada. Observou-se
melhora dos movimentos ativos e passivos em 70 e 76% dos casos, respectivamente. A melhora funcional causada
pela injeção é mais provável nos pacientes com alguma preservação do binômio musculatura agonista/antagonista.
Os efeitos duram de 3 a 9 meses. As vantagens da injeção intramuscular de BoNT-A para o tratamento da
espasticidade incluem ausência de comprometimento sensorial, capacidade de atingir grupamentos musculares
específicos, controle gradual destes músculos e poucos efeitos adversos. A média de eficácia em tratamentos
prolongados foi de 65%, embora condições específicas como distonia focal de mãos demonstrem eficácia média de
83,5%. A melhora da dor, independente da função motora, foi reportada em 82,7% dos pacientes.
Na deformidade em pé equino dinâmico por espasticidade, em pacientes pediátricos com paralisia cerebral e
deambulantes, Dysport® deve ser reservado a crianças maiores de 2 anos de idade e a centros hospitalares
especializados, com equipe treinada. A redução do tônus ocorre, geralmente, dentro de 3 dias, e persiste por 2-4
meses. São apontadas melhoras relevantes e duradouras quando a aplicação da BoNT-A é associada a outros
tratamentos, como a fisioterapia.
O uso de BoNT-A para rejuvenescimento facial é um dos procedimentos mais comuns em medicina estética. De
modo global, a experiência clínica e os estudos clínicos têm confirmado sua eficácia e segurança em longo prazo. É
recomendável bom conhecimento da anatomia, técnicas, um plano terapêutico individualizado e eventual uso de
eletromiografia (ENMG), para se obter maior eficácia. Nas linhas hiperfuncionais, a BoNT-A inibe a exocitose da
acetilcolina por 3 a 12 meses, dependendo do tecido alvo. Baixas doses de toxina são usadas para suavizar as
linhas faciais hipercinéticas; isto é especialmente útil no terço superior da face. Blitzer A e cols. (1997) 15
verificaram, em um estudo com 210 sítios faciais hiperfuncionais e 162 pacientes, que o efeito da toxina foi notado
24 a 72 horas após a injeção (com 95% de melhora cosmética) e persistiu por 3 a 6 meses. Bulstrode e Grobbelaar
(2002), 16 em um estudo prospectivo em pacientes com linhas hiperfuncionais com um seguimento de um a três
anos, demonstraram intervalos ideais de 3 a 6 meses. Os resultados de um estudo do uso de BoNT-A como
tratamento das linhas verticais periorais mostraram a suavização destas linhas, preenchimento/eversão dos
lábios, e que 72% dos pacientes continuaram o tratamento. 17 O rejuvenescimento da pele do pescoço com a
aplicação de BoNT-A é uma modalidade de tratamento minimamente invasiva, segura e eficaz, sendo alternativa
ideal à ritidectomia (Brandt e Boker, 2004). 18 Além disso, a toxina pode ser usada para corrigir o chamado “sorriso
gengival”, bem como a assimetria do maxilar e da linha plastimal após ritidectomia.
- Eficácia em Síndrome Dolorosas Crônicas e Refratárias (CIDs: G56.0, M75, M77.2, M77.3, M89, R10.2):
Evidências atuais indicam que a BoNT-A, na apresentação de 500 U, mostra-se eficaz no alívio da dor secundária a
patologias que cursam com hipertonia, distonia e/ou espasticidade, em curto e longo prazos. Há redução
significativa nos escores de dor (até 74%, p<0,005), no consumo de analgésicos (cerca de 50%, p<0,005) e no uso
de serviços hospitalares (33%, p<0,003), nestas situações. 19 (Barwood, 2000). BoNT-A também foi empregada com
sucesso na prevenção e/ou alívio álgico, em séries de pacientes com cervicalgia crônica refratária, sem diagnóstico
específico de Distonia Cervical 20 (Miller, 2009), bem como em ombro doloroso 21,22 (Pedreira, 2008 e Singh, 2009),
23
artralgia crônica de joelho (Mahowald, 2009), síndrome dolorosa regional complexa - CRPS 24 (Carroll, 2009) e em
25
pacientes no pós-operatório de deformidades ortopédicas (Hamdy, 2009). Extensas revisões de literatura são
26
favoráveis à BoNT-A na neuralgia do trigêmeo (Gazerani, 2009), dor pélvica, fascite plantar, disfunção
têmporo-mandibular associada a dor facial, síndrome do túnel do carpo, síndrome de dor regional complexa, dores
miofasciais e algumas dores neuropáticas específicas 27,28 (Bach-Rojecky, 2005 e Jeynes, 2008). Foi proposto um
mecanismo de ação analgésica direta da BoNT-A, envolvendo inibição da liberação de acetilcolina, inibição das
aferências sensitivas à medula espinhal e efeitos inibitórios em nível ganglionar e pós-ganglionar sobre fibras do
sistema nervoso autônomo, resultando em inibição da liberação de acetilcolina e noradrenalina, bloqueio da
liberação de neuropeptídeos nociceptivos (subst. P, cGRP), redução da alodínia e aumento do limiar álgico térmico,
sem comprometimento sensitivo em si (isto é, analgesia sem anestesia) 29,30 (Mense, 2004 e Aguggia 2008).
- Eficácia em Disfunção Têmporo-Mandibular Grave e Dolorosa ( CIDs: F45.82, K07.60, K07.63, K07.64):
Evidências indicam a eficácia da BoNT-A na redução significativa de sintomas de briquismo/ bruxismo (p<0,001),
principalmente em nível de masseter (p=0,03) 31 (Lee, 2010). Um estudo clínico randomizado e controlado, em
pacientes com dor miofascial associada à disfunção têmporo-mandibular, comprovou redução significativa dos
potenciais de ação em nível do masseter, juntamente com melhora dos escores de dor e de função psicológica 32
(Kurtoglu, 2008). O uso de BoNT-A em pacientes submetidos a uvulofaringopalatoplastia (UPPP) também
ocasionou significativa redução da dor pós-operatória e da sensação de corpo estranho (p<0,001) 33 (Yang, 2008).
Uma revisão baseada em evidências de 4 estudos clínicos randomizados evidenciou resposta clínica e
estatisticamente significativa, em pacientes com patologias dolorosas maxilo-faciais associadas a hiperatividade da
musculatura mastigatória 34 (Ihde, 2007). Em pacientes com dor e deformação parcial do disco articular
têmporo-mandibular, após injeção de BoNT-A nos músculos masseter, temporal, pterigóide medial e/ou lateral,
observou-se significativa melhora nos escores de dor (p=0,002), abertura bucal (p=0,002) e estalido de abertura
(p=0,001), bem como eventual redução na frequência e gravidade da cefalalgia secundária 35 (Karacalar, 2005).
- Eficácia em Cefaléias Crônicas e Refratárias (CIDs: G43.3, G44.2, G44.3, G44.8 e G50.0): Evidências
crescentes vêm se acumulando em favor da injeção de BoNT-A em pacientes selecionados - síndromes dolorosas
crônicas e refratárias aos tratamentos convencionais, com crises frequentes, dor unilateral, hipertonia,
sintomatologia ocular ou “implosiva”, e/ou acompanhadas de provável componente extracraniano/alodínia
músculo-cutânea 36-39 (Mathew, 2009, Burstein, 2009, Aurora, 2006, Jakubowski, 2006). O mecanismo possivelmente
envolve, em paralelo à inibição da liberação de acetilcolina, o bloqueio da liberação de neuropeptídeos
nociceptivos 40 (Aguggia, 2008). Um diferencial importante talvez seja a necessidade de “repiques” mais frequentes
nesses pacientes, já que se costuma observar um declínio mais precoce da eficácia da toxina, com o passar do
tempo 41 (Menezes, 2007). Um estudo em ampla população de pacientes com enxaqueca refratária comprovou
resposta significativa (redução maior que 75% na intensidade e frequência de crises) em cerca de 45% dos
indivíduos 37 (Burstein, 2009). Resultados semelhantes foram obtidos em outro estudo com desenho similar 42
(Anand, 2006). Em um estudo clínico randomizado e controlado, envolvendo mais de 120 pacientes tratados com
DYSPORT®, houve significativa melhora na duração das crises (p<0,05) e na percepção de função global (p<0,05) 43
(Straube, 2008). Em um estudo aberto e prospectivo com pacientes portadores de cefaléia crônica do tipo tensional,
o uso de BoNT-A resultou em melhora significativa da frequência de crises, intensidade dos episódios e consumo
de medicação analgésica (p<0,05 para todos os critérios) 44 (Erdemoglu, 2007). Outro estudo aberto e prospectivo,
com mais de 840 pacientes com cefaléia crônica diária (CCD), comprovou a redução da frequência significativa de
crises e consumo de analgésicos na população tratada com BoNT-A (p<0,001) 45 (Martin-Araguz, 2007).
- Eficácia em Bexiga Hiperativa / Hiperatividade do Detrusor & Hiperplasia Benigna de Próstata (CIDs:
N32.8, N39, N40): A BoNT-A já é parte de consensos urológicos - tais como o ICI, 2004 - no tratamento de 2ª linha
da bexiga hiperativa (OAB), em adultos 46 (Chartier-Kastler, 2009). O uso de DYSPORT® na hiperatividade do
detrusor de etiologia neurogênica resultou em melhora significativa da capacidade vesical (p<0,001), da qualidade
de vida, da pressão máxima do detrusor e da frequência de extravasamento urinário (p<0,01), por até 6 meses de
acompanhamento 47 (Ehren, 2007). Uma meta-análise conduzida pela Cochrane Database sugere o uso da BoNT-A
intravesical como terapia promissora, com resultados que sustentam seu uso no que tange a parâmetros como
capacidade vesical, frequência dos episódios de incontinência, pressão máxima do detrusor e qualidade de vida,
embora ainda faltem evidências que permitam estabelecer uma dose ideal, na faixa entre 100-300 U 48 (Duthie, 2007).
Um estudo clínico randomizado e duplo-cego comprovou o significativo impacto do uso da BoNT-A em pacientes
com disfunção do detrusor, refratária a agentes colinérgicos, nos domínios “incontinência”, “limitações físicas” e
“limitações sociais” 49 (Sahai & Dowson, 2009) - provavelmente em resposta a alterações no padrão de formação de
50
“hiatos juncionais” no sub-urotélio (Roosen, 2009). Neste contexto, os índices de eficácia/ sucesso terapêutico
oscilam entre 60-96%, de acordo com o protocolo de injeção, dose utilizada e intervalo entre sessões 51 (Schmid,
2008). O uso em populações seletas, refratárias ou intolerantes a anticolinérgicos - evitando pacientes com elevado
volume residual pós-miccional, baixa pressão isovolumétrica projetada (PIP1) e/ou baixo índice de contratilidade
vesical (BCI) - pode contribuir para melhores resultados e menor incidência de retenção urinária 52 (Sahai &
53
Sangster, 2009). As técnicas mais frequentes envolvem a injeção única em nível intravesical (Kuschel, 2008),
49
injeções múltiplas poupando a região do trígono (Sahai & Dowson, 2009), injeções múltiplas incluindo o trígono
54
(Mascarenhas, 2008) e injeções múltiplas transuretrais no colo da bexiga e parede lateral proximal da próstata 55
(Lim, 2008) - resultando em índices de resposta superiores a 80% dos pacientes, com redução da frequência
miccional da ordem de 45% (p<0,04), redução sintomática média de 50% (p<0,04) e melhora média dos escores IPSS
de 47% (p<0,05) 55 (Lim, 2008). Trabalhos de outros autores descrevem índices de sucesso semelhantes, oscilando
entre 67% e 93%, conforme a região injetada com BoNT-A, e resultados duráveis por pelo menos 6 meses 56 (Kuo,
2007). Em hiperplasia prostática benigna (HPB), estudos comprovam relaxamento prostático, atrofia da
musculatura lisa e estriada, inibição do NGF e do efeito trófico do sistema nervoso autônomo, inibição das
aferências sensitivas medulares (resultando em inibição da liberação de substância P, cGRP e glutamato) e
apoptose do tecido glandular 57 (Chancellor 2008). Do ponto de vista clínico e histológico, sabe-se que cerca de
70% dos homens apresentam evidências de BPH por volta da 7ª década de vida - muitos dos quais, porém,
concomitantemente apresentando comorbidades que inviabilizam a indicação cirúrgica e/ou limitam a tolerabilidade
e segurança de medicações orais. O uso de BoNT-A tem demonstrado reduzir de forma eficaz a sintomatologia
urinária (LUTS), com reduzida incidência de eventos adversos graves 58 (Antunes, 2007). Outros autores também
evidenciaram índices de resposta superiores a 50%, com redução média de 25% nos níveis de PSA, melhora
significativa da sintomatologia, redução volumétrica da próstata e boa tolerabilidade, após injeção de BoNT-A
orientada por ultrassonografia, em pacientes idosos com restrição cirúrgica, acompanhados por um prazo médio de
18 meses 59 (Silva, 2009). Um outro estudo randomizado, em regime de uso de BoNT-A como “add-on therapy”, em
pacientes com HPB e resposta precária a terapia oral, evidenciou significativa melhora dos escores IPSS e de
qualidade de vida, por até 6 meses, e infrequente incidência de retenção urinária (<10%) 60 (Kuo, 2009). Uma extensa
revisão da literatura sobre o uso de BoNT-A em HPB, que inclui 15 estudos clínicos e experimentais, empregando
doses entre 100 e 300 U de BoNT-A, encontrou evidências de melhora significativa no fluxo urinário, qualidade de
vida, redução dos escores IPSS e do volume prostático (níveis de recomendação A a C, e níveis de evidência 1b a
3) 61 (Oeconomou, 2008).
3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS
MODO DE AÇÃO
A toxina botulínica do tipo A (ou BoNT-A) é classificada como agente paralisante da função neuromuscular. O
complexo toxina-hemaglutinina tipo A de Clostridium botulinum bloqueia a transmissão periférica colinérgica na
junção neuromuscular através da ação pré-sináptica, em sítio proximal à liberação de acetilcolina. A toxina age
dentro dos terminais nervosos, antagonizando aqueles eventos que são iniciados através de Ca2+, e que culminam
na liberação do transmissor. A BoNT-A não deve afetar a transmissão colinérgica ou a simpática pós-ganglionar.
A ação da toxina envolve um passo inicial de adsorção, onde a toxina adere rápida e intensamente à membrana do
neurônio pré-sináptico. A seguir, existe um passo de internalização, em que a toxina atravessa a membrana
pré-sináptica, ainda sem causar paralisia. Finalmente, a toxina inibe a liberação de acetilcolina, intermediada pelo
Ca2+, diminuindo assim o potencial final da placa, provocando a paralisia.
A recuperação da transmissão do impulso ocorre gradualmente quando novos terminais nervosos se desenvolvem
e é restabelecido contato com a placa motora - um processo que requer de 6 a 8 semanas em modelos animais.
No tratamento das linhas glabelares, o efeito clínico se desenvolve 48 horas após a aplicação. O efeito máximo
ocorre um mês após a aplicação e o tempo de ação varia de 3 a 7 meses aproximadamente. Os resultados dos
estudos clínicos incluindo quatro duplo-cegos, controlados com placebo, demonstraram consistentemente a
eficácia de DYSPORT® na redução da intensidade das linhas glabelares.
PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS
Estudos farmacocinéticos com BoNT-A, em modelos animais, apresentam dificuldades de realização devido à alta
potência, às pequenas doses envolvidas, ao elevado peso molecular do composto (150 kDa) e à dificuldade de
marcar a toxina para produzir uma atividade específica suficientemente elevada. Estudos usando toxina marcada
com I125 mostraram que a ligação ao receptor é específica e saturável, e a alta densidade dos receptores da toxina é
um fator que contribui para sua potência elevada. Estudos em macacos demonstraram que, em doses baixas, houve
início de efeito entre 2 e 3 dias, observando-se efeito máximo 5 a 6 dias após a injeção. A duração da ação, medida
através de alterações do alinhamento ocular e da paralisia muscular, variou entre 2 semanas e 8 meses. Este modelo
é observado também no homem, sendo atribuído ao processo de ligação, internalização e mudanças na junção
neuromuscular.
4. CONTRAINDICAÇÕES
DYSPORT® está contraindicado para indivíduos com hipersensibilidade conhecida à toxina botulínica tipo A ou a
qualquer outro componente da formulação.
Este medicamento é contraindicado para menores de 2 anos de idade.
5. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
As unidades de Dysport® (unidades Speywood) são específicas para a preparação e não são intercambiáveis com
outras preparações de toxina botulínica tipo A.
Proporcionalidade: tal como se aplica aos agentes biológicos em geral, não é possível estabelecer com exatidão
uma proporcionalidade entre as diferentes neurotoxinas botulínicas (BoNT-A) comercializadas. Como as
apresentações comerciais de BoNT-A têm diferentes dimensões, pesos moleculares, envoltórios protéicos, formas
de armazenamento, diluição, comportamento farmacocinético e doses de administração, as unidades são
específicas para cada toxina, e expressam unidades de potência específicas de cada preparação. Evidências atuais
sugerem que a proporcionalidade convencionalmente empregada no passado para a BoNT-A 500 U Speywood (na
razão de 3:1 ou maior) possa ser inadequada e excessiva, porquanto motivada por estudos com amostras
populacionais não significativas, e que proporcionalidades entre 1,5 e 2,5:1 poderiam ter maior respaldo clínico.
Ademais, evidências recentes sugerem maior duração de efeitos para a apresentação de BoNT-A de 500 U - ainda
demandando estudos de porte. O consenso atual é que as apresentações comercialmente disponíveis não são
comparáveis por qualquer algoritmo específico, e que o escrutínio médico e a resposta clínica individual devem
orientar a terapêutica (Karsai, 2010; Wohlfarth, 2009; Wohlfarth, 2008; Hexsel, 2008; Marchetti, 2005). 62-68
Uma avaliação cautelosa deve ser feita antes de nova aplicação em pacientes que apresentaram reação alérgica
prévia. Os riscos de nova reação alérgica devem ser avaliados frente aos benefícios esperados para o tratamento.
Como qualquer outro medicamento de origem biológica, a aplicação de DYSPORT® pode provocar reações
anafiláticas. Por isso, devem estar disponíveis as medicações para combatê-las.
Foram relatados eventuais efeitos adversos resultantes da distribuição dos efeitos da toxina para locais distantes
do local de administração. Os pacientes tratados com doses terapêuticas podem apresentar fraqueza muscular
excessiva. O risco de ocorrência de tais efeitos indesejáveis pode ser reduzido não se excedendo a dose
recomendada e pelo uso da menor dose eficaz.
DYSPORT® deve ser usado com cautela e sob cuidadosa supervisão em pacientes com evidências sub-clínicas ou
clínicas de deficiência na transmissão neuromuscular (e.g. miastenia grave). Tais pacientes podem apresentar
sensibilidade aumentada a agentes como toxina botulínica tipo A, que pode resultar em fraqueza muscular
excessiva. DYSPORT® deve ser administrado com cautela a pacientes com problemas respiratórios ou de
deglutição, pois estes problemas podem piorar se a toxina atingir os músculos relevantes. Broncoaspiração ocorreu
em raros casos, e é um risco em pacientes portadores de patologia respiratória crônica. Nesses pacientes, o
tratamento deve ser administrado sob o controle de um especialista e apenas se o benefício esperado para o
tratamento superar o risco.
Os pacientes e seus cuidadores devem ser alertados sobre a necessidade de tratamento médico imediato em caso
de problemas respiratórios, de deglutição ou fala.
Foram relatados casos muito raros de óbito, ocasionalmente num contexto de disfagia, pneumopatia e/ou em
pacientes com astenia significativa, após o tratamento com toxina botulínica tipo A ou tipo B.
Para o tratamento de pacientes com paralisia cerebral, DYSPORT® somente deve ser usado a partir de 2 anos de
idade. A posologia e a frequência de administração recomendadas para DYSPORT® não devem ser ultrapassadas.
Raramente, foi observada a formação de anticorpos contra a toxina botulínica, em pacientes em uso de DYSPORT®.
Clinicamente, a existência de quantidades significativas de anticorpos neutralizantes pode ser presumida pela
deterioração substancial da resposta terapêutica e/ou pela necessidade constante de aumento das doses.
Os médicos que fizerem uso de DYSPORT® em seus pacientes devem conhecer profundamente a anatomia e a
fisiologia neuromuscular, bem como estar a par de quaisquer alterações anatômicas que potencialmente podem
ocorrer após procedimentos cirúrgicos anteriores. Devem conhecer também técnicas-padrão de eletromiografia
(ENMG).
É essencial conhecer a anatomia facial do paciente antes de administrar DYSPORT® para correção de linhas
glabelares. Deve ser considerada a possibilidade de assimetria facial, ptose, dermatocalasia excessiva, cicatrizes,
bem como quaisquer alterações em relação a essa anatomia como um resultado de intervenções cirúrgicas prévias.
Os pacientes a serem tratados quanto a linhas hiperfuncionais na região glabelar devem ser cuidadosamente
avaliados e desencorajados a prosseguir com o tratamento, caso as linhas hiperfuncionais não sejam causadas pela
contratura dos músculos subjacentes.
Recomenda-se que o frasco-ampola de DYSPORT® seja usado para tratar um único paciente, durante uma única
sessão. Qualquer resíduo remanescente do produto que não tenha sido utilizado deve ser descartado. Precauções
específicas devem ser tomadas para o preparo e a administração do produto, a inativação e o descarte de qualquer
solução reconstituída não utilizada.
Tal como outras toxinas botulínicas, este produto contém uma pequena quantidade de albumina humana. O risco
de transmissão de infecção viral não pode ser excluído com absoluta certeza, no caso do uso de sangue humano ou
derivados.
Nos casos de hiperidrose, antes de se iniciar o tratamento, deve-se considerar causas secundárias, como
menopausa, obesidade, uso de drogas (e.g. antidepressivos), distúrbios endócrinos (e.g. hipoglicemia,
hipertiroidismo, feocromocitoma), distúrbios neurológicos que envolvem desregulação autonômica, e psiquiátricos,
como a fobia social.
O uso de DYSPORT® em pacientes com insuficiência hepática ou renal não costuma demandar redução de dose.
Como qualquer injeção intramuscular, DYSPORT® deve ser usado somente quando estritamente necessário, em
pacientes com tempo de sangramento prolongado, ou infecção ou inflamação local sobre a área a ser injetada.
Cuidados especiais devem ser tomados nos pacientes portadores de coagulopatia ou em uso de anticoagulantes.
Efeitos sobre a capacidade de dirigir e usar máquinas: há um risco potencial de fraqueza muscular ou distúrbios
visuais que, se ocorrer, pode temporariamente prejudicar a capacidade de dirigir ou de operar máquinas.
Gravidez e lactação:
Categoria de risco na gravidez C - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas, sem orientação
médica ou do cirurgião-dentista.
Existem dados de segurança limitados quanto ao uso do complexo toxina-hemaglutinina tipo A de Clostridium
botulinum em mulheres grávidas. Estudos em animais não indicam efeitos prejudiciais, diretos ou indiretos, durante
a gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parto ou desenvolvimento pós-natal, a não ser os relacionados com
a intoxicação materna causada por altas doses.
DYSPORT® só deve ser usado por mulheres grávidas se o beneficio esperado do tratamento justificar qualquer
risco potencial ao concepto. A prescrição a mulheres grávidas deve ser feita com extrema cautela.
Não se sabe se o complexo toxina-hemaglutinina tipo A de Clostridium botulinum é excretado através do leite
humano. Não foi estudada a excreção deste complexo através do leite, em animais. Não é recomendado o uso
durante a lactação.
Os estudos de toxicidade reprodutiva em ratos e coelhos tratados com complexo toxina-hemaglutinina tipo A de
Clostridium botulinum - através de uma injeção intramuscular diária, em doses de 79 unidades/kg e 42 unidades/kg
(em ratos e coelhos, respectivamente), não resultaram em toxicidade embrionária/fetal. Foi observada toxicidade
materna grave, associada à perda do implante embrionário, com doses mais elevadas, em ambas as espécies. O
complexo não demonstrou nenhuma atividade teratogênica, em ratos e coelhos, e nenhum efeito foi observado no
pré- e pós-natal na geração F1 de ratos. A fertilidade dos machos e fêmeas foi comprometida devido à redução do
acasalamento, secundária à paralisia muscular, em doses elevadas.
Em um estudo de toxicidade crônica realizado em ratos com até 12 unidades/animal, não houve evidência de
toxicidade sistêmica. Efeitos na reprodução e na toxicidade crônica dos estudos não clínicos limitaram-se a
alterações nos músculos injetados, em linha com o mecanismo de ação do complexo.
6. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Os efeitos da toxina botulínica tipo A podem ser potencializados por fármacos que interfiram direta ou
indiretamente com a função neuromuscular e, portanto, tais medicamentos devem ser usados com precaução em
pacientes tratados com toxina botulínica.
A alimentação não interfere nos efeitos de DYSPORT®.
Uma vez que o produto não contém um agente antimicrobiano, sob o ponto de vista microbiológico, é
recomendado que o produto seja usado imediatamente após a reconstituição. Após preparo, manter sob
refrigeração (entre +2°C e +8°C) por até 8 horas. O medicamento reconstituído não deve ser congelado.
Prazo de validade: 24 meses contados a partir da data de fabricação.
Não use medicamento com prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Características físicas e organolépticas: Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.
DYSPORT® é apresentado como um pó liófilo branco, cujos grânulos são sólidos, uniformes e sem corpos
estranhos. Após reconstituição com solução salina 0,9% (soro fisiológico) obtém-se um líquido claro e incolor.
O frasco-ampola de DYSPORT® não contém vácuo, apenas um gradiente diferencial de pressão mínimo.
As unidades Speywood são exclusivas para DYSPORT® e não são intercambiáveis com outras preparações
contendo toxina botulínica.
Vias de administração: Intramuscular ou subcutânea. O uso de outra via de administração que não seja a
intramuscular ou subcutânea poderá causar transtornos neuromusculares graves.
DYSPORT® deverá ser reconstituído com solução salina 0,9% (soro fisiológico), conforme descrito nas Tabelas de
Diluição abaixo, de acordo com a técnica do profissional e a clínica do paciente.
Posologia: A dose recomendada é de até 1.500 unidades Speywood no total, distribuídas entre os músculos
gastrocnêmio e sóleo, embora injeções no músculo tibial posterior e outros também possam ser consideradas. A
dose máxima administrada não deve exceder 1.500 unidades.
O uso da eletromiografia (ENMG) não é rotineiro, mas pode ajudar na identificação dos músculos mais afetados.
A dose inicial deve ser reduzida se houver evidências que sugiram risco de fraqueza excessiva dos músculos alvo,
como por exemplo, pacientes em que os músculos alvo são pequenos ou em que foram administradas injeções em
outros grupos musculares.
A melhora clínica pode ser esperada dentro de duas semanas após o tratamento. As injeções podem ser repetidas a
intervalos aproximados de 16 semanas, ou conforme necessário para manter resposta adequada, mas não mais
frequentemente do que a cada 12 semanas.
Crianças: A segurança e a eficácia de DYSPORT® no tratamento da espasticidade de membros inferiores pós-AVC
não foram demonstradas em crianças.
Método de administração: No tratamento da espasticidade de membros inferiores pós-AVC, DYSPORT® deverá ser
reconstituído com solução salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por
injeção intramuscular. A tabela a seguir exemplifica doses para outros grupos musculares, se clinicamente
adequado:
Posologia: A dose recomendada é de até 1.000 unidades Speywood, distribuídas entre os cinco músculos a seguir:
flexor profundo dos dedos (FDP), flexor superficial dos dedos (FDS), flexor ulnar do carpo (FCU); flexor radial do
carpo (FCR) e bíceps braquial (BB). A dose máxima administrada não deve exceder 1.000 unidades.
Os pontos de aplicação devem ser idealmente definidos por eletromiografia (ENMG), embora a exata localização
dos pontos possa ser determinada por apalpação.
Todos os músculos, exceto o bíceps braquial (BB) podem ser injetados em um único ponto. O bíceps, porém, pode
ser injetado em dois pontos. A distribuição da dose recomendada (em unidades Speywood) está relacionada
abaixo:
A dose inicial deve ser reduzida se houver evidências que sugiram risco de fraqueza excessiva dos músculos alvo,
como por exemplo, pacientes em que os músculos alvo são pequenos ou em que foram administradas injeções em
outros grupos musculares. A melhora clínica pode ser esperada dentro de duas semanas após a injeção. As
injeções podem ser repetidas aproximadamente a cada 16 semanas ou conforme necessário para manter uma
resposta, mas não mais frequentemente do que a cada 12 semanas.
Crianças: A segurança e a eficácia de DYSPORT® no tratamento da espasticidade de membros superiores
pós-AVC não foram demonstradas em crianças.
Método de administração: No tratamento da espasticidade de membros superiores pós-AVC, DYSPORT® deverá
ser reconstituído com solução salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por
injeção intramuscular. A tabela a seguir exemplifica doses para outros grupos musculares, se clinicamente
adequado:
Braquiorradial 60 - 180 U 1
Pronador Quadrado 60 - 90 U 1
Oponente do Polegar 30 - 60 U 1
Adutor do Polegar 30 - 60 U 1
Intrínsecos da Mão 15 - 20 U 1
Posologia: A dose inicial recomendada é de 20 unidades Speywood/Kg de peso corpóreo, em doses divididas
pelos músculos das panturrilhas. Se apenas uma panturrilha estiver afetada, pode ser usada uma dose de 10
unidades/kg de peso corpóreo. Deve-se considerar a redução da dose inicial se houver evidências que sugiram que
esta dose possa provocar uma fraqueza excessiva dos músculos alvo, como por exemplo, pacientes em que os
músculos alvo são pequenos ou em que foram administradas injeções em outros grupos musculares. Após a
avaliação da resposta à dose inicial, a dose subsequente pode ser titulada na faixa de 10 a 30 unidades/kg,
divididas entre ambos os membros inferiores. A dose total máxima administrada não deve exceder 1.000 unidades/
paciente, em pediatria.
O uso da eletromiografia (ENMG) não é rotineiro, mas pode ajudar na identificação dos músculos mais afetados.
A melhora clínica pode ser esperada dentro de duas semanas após a injeção. As injeções podem ser repetidas
aproximadamente a cada 16 semanas ou conforme necessário para manter uma resposta - mas não mais
frequentemente do que a cada 12 semanas.
A dose inicial recomendada para o tratamento de torcicolo espasmódico é de 500 unidades Speywood por paciente,
dividida e administrada nos dois ou três músculos distônicos do pescoço.
Para o torcicolo rotacional, recomenda-se distribuir as 500 unidades, administrando-se 350 unidades no músculo
esplênio do pescoço, homolateral à direção da rotação queixo/ cabeça, e 150 unidades no músculo
esternocleidomastóideo, contralateral à rotação.
Para laterocolo, recomenda-se distribuir as 500 unidades administrando-se 350 unidades no músculo esplênio do
pescoço homolateral, e 150 unidades no músculo esternocleidomastóideo. Nos casos associados à elevação do
ombro, os músculos trapézio homolateral ou o elevador da escápula podem também requerer tratamento, de acordo
com a hipertrofia do músculo ou com a eletromiografia (ENMG). Quando forem necessárias injeções em três
músculos, recomenda-se distribuir as 500 unidades como a seguir: 300 unidades no esplênio do pescoço, 100
unidades no esternocleidomastóideo e 100 unidades no terceiro músculo.
Para retrocolo, recomenda-se distribuir as 500 unidades, administrando-se 250 unidades em cada um dos músculos
esplênios do pescoço. Isto pode ser seguido por injeções bilaterais no trapézio (até 250 unidades por músculo)
após 6 semanas, se a resposta for insuficiente. As injeções bilaterais no esplênio podem aumentar o risco de
fraqueza muscular do pescoço.
Todas as outras formas de torcicolo são altamente dependentes de conhecimento especializado e uso da ENMG
para identificar e tratar os músculos mais afetados. A ENMG deve ser usada como diagnóstico em todas as formas
complexas de torcicolo, quando não ocorrerem os resultados esperados, em casos não complexos, e para orientar
injeções nos músculos profundos, em pacientes com sobrepeso, nos quais os músculos do pescoço são difíceis de
individualizar.
Na administração subsequente, as doses podem ser ajustadas de acordo com a resposta clínica e os efeitos
adversos observados. São recomendadas doses na faixa de 250 a 1.000 unidades, embora doses mais elevadas
possam ser acompanhadas por um aumento de reações adversas, particularmente disfagia. Não são recomendadas
doses acima de 1.000 unidades.
As injeções devem ser repetidas aproximadamente a cada 16 semanas, ou de acordo com o necessário para evitar a
recidiva dos sintomas, mas não mais frequentemente do que a cada 12 semanas.
Crianças: A segurança e a eficácia de DYSPORT® no tratamento do torcicolo espasmódico não foram
demonstradas em crianças.
Método de administração: No tratamento do torcicolo espasmódico, DYSPORT® deverá ser reconstituído com
solução salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por injeção intramuscular.
Nos casos de blefaroespasmo unilateral, as injeções devem ser restritas ao olho afetado. As doses recomendadas
são aplicáveis aos adultos de todas as idades incluindo os idosos. Pacientes com espasmo hemifacial devem ser
tratados tal como no blefaroespasmo unilateral.
Crianças: A segurança e a eficácia de DYSPORT® no tratamento da blefaroespasmo e espasmo hemifacial não
foram demonstradas em crianças.
Método de administração: No tratamento do blefaroespasmo e espasmo hemifacial, DYSPORT® deverá ser
reconstituído com solução salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por
injeção subcutânea medial e lateralmente, na junção entre as regiões pré-septal e orbital de ambos os músculos
orbiculares superiores e inferiores dos olhos.
f) Hiperidrose axilar
Posologia: Adultos e idosos: A dose inicial recomendada é de 100 unidades Speywood por axila. Caso o efeito
desejado não seja obtido, podem ser administradas até 200 U por axila em injeções subsequentes. A área a ser
injetada deve ser previamente identificada pelo teste iodo-amido de Minor. Após assepsia local, delimitam-se 10
pontos. São, então, administradas 100 unidades por axila (ou seja, 10 unidades por ponto delimitado), por via
intradérmica. A necessidade de novas aplicações deverá ser determinada em bases individuais, quando a sudorese
excessiva do paciente tiver retornado ao normal, mas não mais frequentemente que a cada 12 semanas. Há
evidências sugerindo um possível efeito cumulativo de doses repetidas, de modo que o intervalo entre cada
tratamento deve ser avaliado individualmente. A dose máxima administrada não deve exceder 200 unidades por
axila.
Crianças: a segurança e a eficácia do uso de DYSPORT® no tratamento da hiperidrose axilar em crianças ainda não
foram demonstradas.
Método de administração: No tratamento de hiperidrose axilar DYSPORT® deverá ser reconstituído com solução
salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por injeção intradérmica, conforme
descrito acima. Via de regra, usam-se agulhas estéreis de calibre 23 ou 25.
i. Hiperidrose palmar
Posologia: Adultos e idosos: Para hiperidrose palmar, a dose total utilizada por palma é de 120 unidades Speywood,
distribuídas em 6 a 25 diferentes pontos de injeção subcutânea, sendo 10 unidades por ponto.
Método de administração: No tratamento de hiperidrose palmar, DYSPORT® deverá ser reconstituído com solução
salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por injeção intradérmica, nas áreas
hiperidróticas previamente determinadas. Via de regra, usam-se agulhas estéreis de calibre 26. Alguns estudos não
usaram anestesia local prévia, outros usaram resfriamento local da palma, ou bloqueio dos nervos medial ou ulnar
para minimizar a dor.
Posologia: A dose recomendada é de 50 unidades de DYSPORT®, que deve ser dividida em 5 pontos de
injeção.Dez unidades devem ser administradas por via intramuscular em cada um destes 5 pontos: duas injeções em
cada músculo corrugador e uma injeção no músculo prócero, próxima ao ângulo nasofrontal, conforme mostrado no
diagrama abaixo.
Remover a maquiagem e desinfetar a pele com um antisséptico local. Marcos anatômicos podem ser mais facilmente
identificados se o paciente franzir a testa. Antes da injeção, posicionar o polegar ou indicador abaixo da margem
orbital, a fim de evitar extravasamento para a região abaixo da margem orbital. As injeções intramusculares devem
ser aplicadas perpendicularmente à pele, utilizando uma agulha estéril de calibre 29-30. A agulha deve ser
posicionada de forma ascendente e medialmente durante a injeção. A fim de reduzir o risco de ptose como
complicação, deve ser evitada a injeção próxima ao elevador da pálpebra superior, particularmente em pacientes
com grandes complexos do depressor do supercílio. Injeções no corrugador lateral devem ser aplicadas ao menos 1
cm acima da crista óssea supra-orbital.
O intervalo entre os ciclos de tratamento depende na resposta individual do paciente. Porém, o intervalo deve ser
de pelo menos 12 semanas.
Crianças: o uso de DYSPORT® não é recomendado para o tratamento de linhas glabelares moderadas a graves em
pacientes com menos de 18 anos de idade.
Método de administração: No tratamento das linhas glabelares moderadas a graves, DYSPORT® deverá ser
reconstituído com solução salina 0,9% (soro fisiológico). A solução reconstituída deve ser administrada por
injeção intramuscular, conforme descrito acima.
Posologia:
Pacientes com até 50 anos: A dose recomendada é de 30 unidades de DYSPORT® para cada região ocular, e que
deve ser dividida em 3 pontos de aplicação (10 unidades por ponto; dose total de 60 unidades, considerando
ambos os olhos).
Pacientes acima de 50 anos: A dose recomendada é de 45 unidades de DYSPORT® para cada região ocular e que
deve ser dividida em 3 pontos de aplicação (15 unidades por ponto; dose total de 90 unidades, considerando
ambos os olhos).
Todos os pacientes: Remover a maquiagem e desinfetar a pele com um antisséptico local. As injeções
intramusculares no orbicular devem ser aplicadas perpendicularmente à pele.
Em cada um dos 3 pontos devem a serem administradas de 10 unidades (em pacientes com até 50 anos) a 15
unidades (em pacientes com 50 anos ou mais). Os pontos de aplicação devem estar todos a, no mínimo, 1,5 cm do
canto lateral da órbita, e 1 cm acima da borda orbital. Via de regra, usam-se agulhas estéreis de calibre 30. As
localizações precisas dos pontos de aplicação estão indicadas no diagrama abaixo:
Deve-se pedir que o paciente sorria. As injeções devem ser administradas no sentido do extremo exterior das linhas
latero-cantais - em direção lateral, perpendicular às linhas latero-cantais. Deve-se tomar cuidado para evitar a
injeção próxima à margem inferior do músculo zigomático maior. Deve-se advertir o paciente para não esfregar a
área injetada nas 12 horas seguintes ao tratamento.
O intervalo entre os ciclos de tratamento não deve ser menor que 12 semanas.
Posologia: Adultos e idosos: Recomendam-se 30 a 45 U para tratamento parcial, e de 60 a 80 U para paralisia total.
Uma linha imaginária é traçada horizontalmente através da fronte entre os supercílios e a linha de implante do
cabelo. Via de regra, usam-se agulhas estéreis de calibre 30. Injetam-se 6 U em cada ponto, podendo iniciar na linha
vertical que passa sobre cada pupila. Duas injeções adicionais (mesmas doses) são aplicadas entre estes dois
sítios, de forma que se produzam pelo menos 4 pontos equidistantes nesta linha horizontal. Massagear com firmeza
estes pontos.
De um modo geral, no tratamento de linhas faciais, um efeito significativo tem início dentro de 7 a 14 dias, atingindo
um máximo em um mês e persistindo por 3 a 4 meses após a injeção de DYSPORT®.
As injeções poderão ser repetidas, de acordo com a resposta clínica, a cada 16 semanas, aproximadamente, sendo
recomendável um intervalo mínimo de 3 meses entre cada aplicação.
Instruções de uso:
A porção central da tampa de borracha deve ser limpa com álcool imediatamente antes de inserir a agulha estéril.
Cada frasco-ampola tem capacidade máxima de 3 mL.
Instruções de descarte:
A toxina botulínica tipo A é muito suscetível ao calor e certos produtos químicos. Qualquer derramamento deve ser
limpo usando um material absorvente embebido em solução de hipoclorito diluída (no caso de produto liofilizado
ou superfície seca) ou com material absorvente seco (no caso de produto reconstituído). Se um frasco-ampola
quebrar, proceder como indicado acima. Recolher cuidadosamente os cacos de vidro e limpar, evitando qualquer
corte na pele. Se o produto entrar em contato com a pele, lavar com solução de hipoclorito diluída e enxaguar
abundantemente com água. Se o produto entrar em contato com os olhos, enxaguar abundantemente com água ou
solução de enxágüe específica para os olhos. Todos os materiais contaminados devem ser devidamente
descartados.
9. REAÇÕES ADVERSAS
As reações adversas e os eventos adversos são classificadas de acordo com a sua freqüência, primeiro as mais
freqüentes, usando os seguintes parâmetros:
Frequência Parâmetros
> 1/10 (> 10%) Muito comum
> 1/100, < 1/10 (> 1% e <10%) Comum (frequente)
> 1/1000, < 1/100 (> 0,1% e <1%) Incomum (infrequente)
> 1/10.000, < 1/1000 (> 0,01% e < 0,1%) Rara
< 1/10.000 (> 0,001%) Muito rara
Gerais
Nos pacientes tratados com DYSPORT® em uma série de estudos clínicos para blefaroespasmo, espasmo
hemifacial, torcicolo espasmódico, espasticidade associada à paralisia cerebral ou AVC, hiperidrose axilar ou linhas
faciais hiperfuncionais, aproximadamente 25% experimentaram um evento adverso.
Reações adversas a DYSPORT® estão relacionadas, em geral, à fraqueza temporária da musculatura adjacente, que
pode ser minimizada mediante uso das mínimas doses eficazes, nos respectivos grupamentos.
Distúrbios do sistema nervoso
Rara: amiotrofia neurálgica
Incomum: prurido
Rara: erupções cutâneas
Distúrbios gerais e reações no local de aplicação
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
adultos tratados com DYSPORT® para espasticidade de membros inferiores pós-AVC:
Distúrbios gastrointestinais
Comum: disfagia
Distúrbios músculo-esqueléticos e do tecido conectivo
Distúrbios gastrointestinais
Comum: disfagia
Disfagia foi mais comumente relatada quando as doses individuais excederam 2.700 unidades por sessão.
Espasticidade parcial da paralisia cerebral (PC) pediátrica
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
tratados com DYSPORT® para espasticidade dos membros inferiores devido à paralisia cerebral pediátrica:
Distúrbios gastrointestinais
Comum: diarreia
Torcicolo espasmódico
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
tratados com DYSPORT® para torcicolo espasmódico:
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
tratados com DYSPORT® para blefaroespasmo e espasmo hemifacial:
Podem ocorrer fraqueza dos músculos adjacentes e dor no local da aplicação da injeção.
Tratamento de linhas faciais hiperfuncionais - linhas glabelares moderadas a graves
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados em pacientes
tratados com DYSPORT® para a correção de linhas glabelares moderadas a graves:
Distúrbios oculares
Comuns: astenopia, ptose, edema palpebral, aumento de lacrimejamento, secura dos olhos, contrações
musculares
Incomuns: perturbações visuais, visão turva, diplopia, distúrbios do movimento ocular
Muito comum: reações no local da injeção (incluindo dor, ardor, prurido, parestesia, eritema, erupção
cutânea, também frequentemente observadas no grupo placebo)
Distúrbios do sistema imune
Incomum: hipersensibilidade
Distúrbios músculo-esqueléticos e do tecido conectivo
Comum: fraqueza do músculo adjacente à área da injeção. Isto pode comumente levar à ptose palpebral,
astenopatia ou, não comumente, à paralisia dos músculos faciais ou distúrbios visuais
Distúrbios do sistema nervoso
Os seguintes eventos adversos, geralmente de intensidade leve a moderada, foram observados nos pacientes
tratado com DYSPORT® para a correção de linhas latero-cantais moderadas a graves:
Muito comum: reações no local da injeção (incluindo dor, ardor, ferida/hematoma, prurido)
O perfil de reações adversas notificadas durante o uso pós-comercialização reflete a farmacologia do produto e
eventos observados durante os ensaios clínicos. Foram relatados casos esporádicos de hipersensibilidade
Muito raramente, foram relatados eventos adversos potencialmente fatais, resultantes da distribuição dos efeitos
da toxina para pontos remotos em relação ao local de injeção (fraqueza muscular excessiva, disfagia, pneumonia por
aspiração).
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA,
disponível em www.anvisa.gov.br ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
10. SUPERDOSE
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Doses excessivas podem provocar paralisia neuromuscular distante e profunda. Superdose pode levar a um risco
elevado da neurotoxina passar para a corrente sanguínea, causando complicações associadas à intoxicação
botulínica oral (tais como disfagia e disfonia). Suporte respiratório pode ser necessário se doses excessivas
causarem paralisia dos músculos respiratórios. Não há antídoto específico; não se deve esperar que a antitoxina
disponível seja benéfica e cuidados gerais de suporte são recomendados. Em caso de superdose, o paciente deverá
ser monitorado quanto aos sintomas de fraqueza muscular excessiva ou paralisia muscular. Tratamento sintomático
deverá ser associado, se necessário.
Os sintomas de superdose podem não aparecer imediatamente após a injeção. No caso de injeção acidental ou
ingestão oral, o indivíduo deverá ser supervisionado por várias semanas quanto a possíveis sinais e sintomas de
fraqueza muscular excessiva ou paralisia muscular.
DIZERES LEGAIS
MS - 1.6977.0001
Farmacêutica Responsável:
Dra. Marcela Borges
CRF - SP nº 43.243
Avenida Cândido Portinari, n° 750, CEP 05114-001 Ash Road North, Wrexham - Reino Unido
São Paulo - SP
LL13 9UF
CNPJ nº 07.718.721/0001-80
Comercializado por:
Hortolândia - SP
CNPJ nº 00.317.372/0004-99
SAC
sac@galderma.com.br
0800 015 5552