02 Tempo Histórico e Cronológico
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Tempo Histórico
Assim como podemos contar o tempo através do tempo cronológico, usando relógios ou calendários,
temos ainda outros tipos de tempo: o tempo geológico, que se refere às mudanças ocorridas na
crosta terrestre, e o tempo histórico que está relacionado às mudanças nas sociedades humanas.
O tempo histórico tem como agentes os grupos humanos, os quais provocam as mudanças sociais,
ao mesmo tempo em que são modificados por elas.
O tempo histórico revela e esclarece o processo pelo qual passou ou passa a realidade em estudo.
Nos anos 60, por exemplo, em quase todo o Ocidente, a juventude viveu um período agitado, com
mudanças, movimentos políticos e contestação aos governos. O rock, os hippies, os jovens revolucio-
nários e , no Brasil, o Tropicalismo (Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, entre outros) e a Jovem
Guarda (Roberto Carlos, Erasmo Carlos, entre tantos outros), foram experiências sociais e musicais
que deram à década de 60 uma história peculiar e diferente dos anos 50 e dos anos 70.
Isto é o tempo histórico: traçamos um limite de tempo para estudar os seus acontecimentos caracte-
rísticos, levando em conta que, naquele momento escolhido, muitos seres humanos viveram, sonha-
ram, trabalharam e agiram sobre a natureza e sobre as outras pessoas, de um jeito específico.
O modo de medir e dividir o tempo varia de acordo com a crença, a cultura e os costumes de cada
povo. Os cristãos, por exemplo, datam a história da humanidade a partir do nascimento de Jesus
Cristo. Esse tipo de calendário é utilizado por quase todos os povos do mundo, incluindo o Brasil.
O ponto de partida de cada povo ao escrever ou contar a sua história é o acontecimento que é consi-
derado o mais importante.
O ano de 2008, em nosso calendário, por exemplo, representa a soma dos anos que se passaram
desde o nascimento de Jesus e não todo o tempo que transcorreu desde que o ser humano apareceu
na Terra, há cerca de quatro milhões de anos.
Como podemos perceber, o nascimento de Jesus Cristo é o principal marco em nossa forma de regis-
trar o tempo. Todos os anos e séculos antes do nascimento de Jesus são escritos com as letras a.C.
e, dessa maneira, então 127 a.C., por exemplo, é igual a 127 anos antes do nascimento de Cristo.
Os anos e séculos que vieram após o nascimento de Jesus Cristo não são escritos com as letras
d.C., bastando apenas escrever, por exemplo, no ano 127.
O uso do calendário facilita a vida das pessoas. Muitas vezes, contar um determinado acontecimento
exige o uso de medidas de tempo tais como século, ano, mês, dia e até mesmo a hora em que o fato
ocorreu. Algumas medidas de tempo muito utilizadas são:
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TEMPO HISTÓRICO E CRONOLÓGICO
Para identificar um século a partir de uma data qualquer, podemos utilizar operações matemáticas
simples. Observe.
Se o ano terminar em dois zeros, o século corresponderá ao(s) primeiro(s) algarismo(s) à esquerda
desses zeros. Veja os exemplos:
Se o ano não terminar em dois zeros, desconsidere a unidade e a dezena, se houver, e adicione 1 ao
restante do número, Veja:
O que possibilitou ao homem (ou à humanidade como um todo) produzir cultura e escrever narrativas
(mitológicas, poéticas, etc.) e, em especial, a narrativa histórica? Para que essa questão seja minima-
mente respondida, é necessário que saibamos o que vem a ser o tempo histórico, haja vista que qual-
quer pessoa que estude ou tenha interesse em história e em cultura precisa ter uma noção básica
desse conceito.
O tempo histórico diferencia-se do tempo natural, isto é, do tempo que é constitutivo da natureza fí-
sica e biológica. Sendo assim, o estudo de disciplinas como geologia, astronomia ou história natural
nos dá um panorama daquilo que vem a ser a “história” do Universo, do planeta Terra e das formas
de vida que se desenvolveram nesse mesmo planeta; temas esses que permeiam a noção
de tempo natural.
Já o tempo histórico é aquele que é percebido e absorvido pelos seres humanos, que faz parte do de-
senvolvimento humano e suas esferas de organização, isto é, a economia, a política, a sociedade e a
cultura.
Alguns filósofos e muitos teóricos da História postulam que a forma como o homem encara o tempo é
a mais dolorosa se comparada com a de qualquer outro animal. Isso porque o homem tem consciên-
cia da própria morte. O homem sabe que vai morrer e foi a consciência desse fato que o levou a erigir
as grandes civilizações.
Os primeiros símbolos pré-históricos e todos os ritos e mitos das culturas primitivas deram o tom
dessa forma de encarar a passagem do tempo, que tudo leva e tudo corrói. É frequente o uso da me-
táfora do rio; mitos que retratam um rio caudaloso que destrói tudo.
Na origem da filosofia, inclusive, o grego Heráclito valeu-se dessa metáfora para explicitar a intuição
por ele desenvolvida acerca do tempo: “um homem não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio”.
Isso quer dizer que “o homem não será o mesmo e o rio também não. Tudo passa.”
A intuição da mudança, bem como das coisas permanentes (leis morais, princípios políticos, etc.), é
uma das principais características do tempo histórico. É essa forma de intuir o tempo que levou o ho-
mem a desenvolver a consciência histórica e à necessidade de deixar registrados acontecimentos,
para que não “se perdessem no tempo”, para que não “caíssem no esquecimento”, como diria aquele
que é considerado o “pai da história”, o grego Heródoto.
O tempo é uma questão fundamental para a nossa existência. Inicialmente, os primeiros homens a
habitar a terra determinaram a contagem desse item por meio da constante observação dos fenôme-
nos naturais. Dessa forma, as primeiras referências de contagem do tempo estipulavam que o dia e
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TEMPO HISTÓRICO E CRONOLÓGICO
a noite, as fases da lua, a posição de outros astros, a variação das marés ou o crescimento das co-
lheitas pudessem metrificar “o quanto de tempo” se passou. Na verdade, os critérios para essa opera-
ção são diversos.
Consciência da Finitude
Não sendo apenas baseada em uma percepção da realidade material, a forma com a qual o homem
conta o tempo também pode ser visivelmente influenciada pela maneira com que a vida é compreen-
dida. Em algumas civilizações, a ideia de que houve um início em que o mundo e o tempo se conce-
beram juntamente vem seguida pela terrível expectativa de que, algum dia, esses dois itens alcancem
seu fim. Já outros povos entendem que o início e o fim dos tempos se repetem por meio de uma com-
preensão cíclica da existência.
Apesar de ser um referencial de suma importância para que o homem se situe, a contagem do tempo
não é o principal foco de interesse da História. Em outras palavras, isso quer dizer que os historiado-
res não têm interesse pelo tempo cronológico, contado nos calendários, pois sua passagem não de-
termina as mudanças e acontecimentos (os tais fatos históricos) que tanto chamam a atenção desse
tipo de estudioso. Dessa maneira, se esse não é o tipo de tempo trabalhado pela História, que tempo
tal ciência utiliza?
O tempo empregado pelos historiadores é o chamado “tempo histórico”, que possui uma importante
diferença do tempo cronológico. Enquanto os calendários trabalham com constantes e medidas exa-
tas e proporcionais de tempo, a organização feita pela ciência histórica leva em consideração
os eventos de curta e longa duração. Dessa forma, o historiador se utiliza das formas de se organizar
a sociedade para dizer que um determinado tempo se diferencia do outro.
Seguindo essa lógica de pensamento, o tempo histórico pode considerar que a Idade Médiadure pra-
ticamente um milênio, enquanto a Idade Moderna se estenda por apenas quatro séculos. O referen-
cial empregado pelo historiador trabalha com as modificações que as sociedades promovem na sua
organização, no desenvolvimento das relações políticas, no comportamento das práticas econômicas
e em outras ações e gestos que marcam a história de um povo.
Além disso, o historiador pode ainda admitir que a passagem de certo período histórico para outro
ainda seja marcado por permanências que apontam certos hábitos do passado, no presente de uma
sociedade. Com isso, podemos ver que a História não admite uma compreensão rígida do tempo, em
que a Idade Moderna, por exemplo, seja radicalmente diferente da Idade Média. Nessa ciência, as
mudanças nunca conseguem varrer definitivamente as marcas oferecidas pelo passado.
Mesmo parecendo que tempo histórico e tempo cronológico sejam cercados por várias diferenças, o
historiador utiliza a cronologia do tempo para organizar as narrativas que constrói. Ao mesmo tempo,
se o tempo cronológico pode ser organizado por referenciais variados, o tempo histórico também
pode variar de acordo com a sociedade e os critérios que sejam relevantes para o estudioso do pas-
sado. Sendo assim, ambos têm grande importância para que o homem organize sua existência.
Tempo Cronológico
O tempo cronológico como nós estabelecemos para o uso no nosso dia a dia não é considerado pela
natureza. Ela tem o que chamamos de tempo natural? Que é bem diferente daquele que considera-
mos no nosso dia a dia. Nós adotamos o século, o ano, o mês, a hora, etc., para marcar os nossos
compromissos, coisa que a natureza despreza.
Ela usa uma etapa (período) de tempo para marcar a duração de cada um dos infinitos eventos que
ela comanda, mas, sem nenhum rigorismo para a sua grandeza, embora muitas vezes ela o apre-
sente perfeitamente síncrono com o nosso tempo, como é o caso das durações dos períodos (nas
etapas) de decaimentos de isótopos radioativos e de muitos outros átomos. Por que a natureza pro-
cede desta forma? Ela considera o tempo com inteira liberdade; isto é, ela sabe que a duração para a
ocorrência de um fenômeno pode variar de um lugar para o outro e das circunstancias ambientais.
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TEMPO HISTÓRICO E CRONOLÓGICO
Isto significa que ela não fixa um tempo para cada um dos fenômenos que ela comanda. Ela, a natu-
reza, estabelece um tempo médio (que nós atrevidamente medimos) para que uma determinada
coisa aconteça, mas ela é absolutamente liberal para não exigir uma duração exata para ele, su-
pondo que os seus comandados farão o possível para cumpri-lo, mas sem a exigência de sua crono-
logia.
Consideramos como sábio e divino tal procedimento e tal conceito está na boca do povo quando ele
diz que a pressa é inimiga da perfeição` mas, nós corrigiremos o dito, dizendo: Quando ocorre algo
`inesperado` na `programação` da ocorrência de um fenômeno, ela corrige as variáveis ou parâme-
tros relativos a ele para que o `inesperado` não volte a acontecer. Tal procedimento faz com que as
transformações caminhem sempre para o alvo da perfeição, de onde podemos tirar uma serie enorme
de conclusões:
a) A natureza é perfeccionista fazendo com que os erros de agora não se repitam no futuro.
b) Daqui tiramos que as nossas intervenções na natureza carecem de maiores cuidados, se não para
tumultuar` as suas leis, pelo menos para não atrasar o seu desenvolvimento.
c) A natureza espera que as condições ideais se realizem para que ela faça a evolução de um sis-
tema. Isso nós vemos amiúde em muitos fenômenos naturais; tome-se como exemplo a produção de
clorofila de uma planta que espera pelas condições ideais que estão em função do grau de umidade,
do teor de óxido de carbono, da temperatura do ambiente e de outros índices para o desenvolvimento
do fenômeno. Poderemos deduzir em breve o que a humanidade está fazendo para acelerar a degra-
dação do nosso meio ambiente para nos levar mais cedo para o fim de nossa na Terra.
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