RL 1850pi X 00859 - Rev - 3
RL 1850pi X 00859 - Rev - 3
RL 1850pi X 00859 - Rev - 3
S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 1/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
REVISÕES
TE: TIPO A - PRELIMINAR C - PARA CONHECIMENTO E - PARA CONSTRUÇÃO G - CONFORME CONSTRUÍDO
EMISSÃO B - PARA APROVAÇÃO D - PARA COTAÇÃO F - CONFORME COMPRADO H - CANCELADO
ÍNDICE
1.0 APRESENTAÇÃO 4
2.0 INTRODUÇÃO 4
ANEXOS
APÊNDICES
1.0 APRESENTAÇÃO
No presente documento, elaborado pela VOGBR – Recursos Hídricos & Geotecnia S/A é
apresentado o Relatório do Projeto Básico da Barragem de Rejeitos Maravilhas III,
localizada na Mina do Pico, integrante do Complexo Minerador de Itabiritos, de propriedade
da VALE, situada no município de Itabirito/MG.
2.0 INTRODUÇÃO
A Barragem Maravilhas III tem por objetivo atender à disposição dos rejeitos provenientes
das Instalações de Tratamento de Minério (ITM) das Minas do Pico e Vargem Grande, a
partir do ano de 2016. A FIGURA 2 .1 apresenta a área de localização da futura barragem.
O acesso à mina do Pico, a partir de Belo Horizonte, é feito por rodovias asfaltadas,
perfazendo um total de 45 quilômetros. Partindo de Belo Horizonte, toma-se a Rodovia
Federal BR – 040 até o trevo da Rodovia Estadual MG – 356 (trevo de Ouro Preto), distante
cerca de 26 km. Segue por aproximadamente 13 km pela rodovia MG – 356 até o Posto da
Polícia Rodoviária Estadual; deste ponto toma-se um acesso às áreas das Minas do Pico por
um trecho de 4 Km na direção ao Sul.
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 5/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
A área para a implantação da Barragem Maravilhas III encontra-se a oeste da Mina do Pico
e do município de Itabirito, inserida em terrenos de terceiros e da Vale, no vale do ribeirão
Congonhas, ao sul da Represa das Codornas.
A área de estudo para implantação da barragem de rejeitos Maravilhas III está inserida na
porção SW do Quadrilátero Ferrífero, o qual compreende cinco grandes conjuntos de
unidades rochosas.
Supergrupo Minas;
Grupo Itacolomi.
Supergrupo Espinhaço
FIGURA 5.3 – Mapa geológico da região de implantação da Barragem Maravilhas III (modificado de CPRM 2005, Folha Itabirito –
Bloco Rio Acima).
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 13/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
Sondagens
5.3 VERTEDOURO
Com base nas informações das investigações descritas, pode-se caracterizar os materiais
da região de implantação do vertedouro, localizado na ombreira esquerda.
A cobertura coluvionar possui textura argilo-siltosa, localmente arenosa (areia fina), com
pedregulho fino a grosso de laterita. Apresenta coloração marrom avermelhada, plasticidade
baixa a média e consistência mole a dura. Encontra-se superficialmente, atingindo
profundidade de 1 a 4 metros.
Sondagens
Sondagens
Na área em estudo para empréstimo, através das sondagens a trado, foi possível identificar
o solo coluvionar superficial, que chega a 3,70 metros de profundidade. Possui textura
argilo-siltosa a silto-argilosa, com pedregulho (fino a grosso) de filito, canga laterítica e
quartzo, e apresenta coloração marrom avermelhada.
No furo ST-011 atingiu-se o solo residual de filito em 3,70 metros de profundidade. Nesse
ponto, o solo apresenta-se silto-argiloso, com pedregulho de filito muito alterado e quartzo,
de coloração avermelhada.
Nº Ens. Executados
Furo de Sondagem Área
Infiltração
SM-001 Vertedouro 1
SM-006 Vertedouro 1
SM-009 Ombreira direita 2
SM-011 Vertedouro 1
SM-017 Vertedouro 1
SM-033 Ombreira direita 2
Coeficiente de Permeabilidade
Sondagem Mista Profundidade (m)
k (cm/s)
Coeficiente de Permeabilidade
Sondagem Mista Profundidade (m)
k (cm/s)
A fundação do maciço da barragem deve ser melhor investigada para a próxima fase do
projeto, por ter sido executados poucos ensaios de permeabilidade nesta área (dois
ensaios). A execução de ensaios de permeabilidade é sugerida no desenho 1850PI-X-00853
para que seja otimizada a escavação desta área.
NBR-6457 / 1986 Amostras de solo - Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização
NBR-7181 / 1988 Análise granulométrica conjunta
NBR-6459 / 1984 Determinação do limite de liquidez
NBR-7180 / 1988 Determinação do limite de plasticidade
NBR-7182 / 1986 Ensaio de compactação
NBR-6508 / 1984 Grãos de solos que passam na peneira de 4,8 mm - Determinação da massa específica
Solo - Determinação do coeficiente de permeabilidade de solos argilosos a carga variável,
NBR14545 / 2000
Método B
ASTM D 4767 Compressão Triaxial - (CU) – Amostras saturadas
NBR-12007 Adensamento Unidimensional
Na área de empréstimo foram coletadas onze amostras deformadas de solo TR-01, TR-04,
TR-06, TR-07, TR-11A (0 a 3,7m), TR-11B (3,7 a 7,7m), TR-12, TR-16, TR-17, para a
caracterização do material a ser utilizado na construção maciço da barragem.
Prof.
Sondage Nº da Tipo da Amostra (m) P.C.V
T.U. G.C. L.C. M.E.G. C.P.N C.T. A.U.
m a Trado Amostra Amostra .
De Até
ST-001 TR-01 deformada 0,00 1,70 1 1 1 1 1 - - -
ST-004 TR-04 deformada 0,00 5,20 1 1 1 1 1 - - -
ST-006 TR-06 deformada 0,00 0,15 - - - - - - - -
ST-007 TR-07 deformada 0,00 0,80 1 1 1 1 1 - - -
ST-011 A TR-11 A deformada 0,00 3,70 1 1 1 1 1 - - -
ST-011 B TR-11 B deformada 3,70 7,70 1 1 1 1 1 - - -
ST-012 TR-12 deformada 0,00 3,10 1 1 1 1 1 4 4 4
ST-016 TR-16 deformada 0,00 0,70 1 1 1 1 1 - - -
ST-017 TR-17 deformada 0,00 1,65 1 1 1 1 1 4 4 4
ST-020 TR-20 deformada 0,00 1,20 1 1 1 1 1 - - -
ST-023 TR-23 deformada 0,00 2,30 1 1 1 1 1 4 4 4
Legenda: T.U. = Teor de Umidade C.P.N= Compactação Proctor Normal
C.T. = Compressão Triaxial CUsat (corpo de
G.C. = Granulometria Completa
prova)
L.C. = Limites de Consistência P.C.V = Permeabilidade a Carga Variável
M.E.G. = Massa Específica dos Grãos A.U. = Adensamento Unidimensional
Na Tabela 5.8 são apresentados os valores determinados de massa específica dos grãos
para as amostras ensaiadas, das porcentagens encontradas de cada material (conforme
classificação definida pela ABNT/NBR 6502/95) e de umidade ótima e densidade seca
máxima obtidos dos ensaios de compactação.
TABELA 5.8 - Resultados dos Ensaios de Massa Específica dos Grãos e Ensaios de
Granulometria e Compactação
Prof.
Compactação
Amostra (m)
Areia Areia Areia
Nº da s Argila Silte Pedregulh
Amostra (g/cm³) (%) (%)
fina Média Gross
o (%) Umidade Densidade
(%) (%) a (%) ótima seca
De Até
máxima
(%) (g/cm³)
TR-01 0,00 1,70 2,712 57,4 18,2 3,1 3,8 3,4 14,1 30,0 1,41
TR-04 0,00 5,20 2,83 9,1 74,6 9,3 1,9 0,6 4,5 23,1 1,55
TR-06 0,00 0,15 - - - - - - - - -
TR-07 0,00 0,80 3,036 51 22,7 10,2 6,9 3,6 5,6 28,0 1,51
TR-11 A 0,00 3,70 2,931 34,6 43,2 11,5 4,0 3,0 3,7 31,2 1,44
TR-11 B 3,70 7,70 3,008 21,1 62,8 13,2 1,9 0,8 0,8 30,3 1,51
TR-12 0,00 3,10 2,887 44,0 42,3 8,4 1,0 1,1 3,2 24,8 1,53
TR-16 0,00 0,70 2,825 40,4 22,3 4,9 6,4 8,1 17,9 25,2 1,53
TR-17 0,00 1,65 2,892 41,6 33,6 3,6 3,4 4,7 13,1 29,0 1,42
TR-20 0,00 1,20 2,889 39,3 50,7 0,3 1,2 2,2 6,3 29,6 1,49
TR-23 0,00 2,30 2,900 13,4 77,1 0,1 2,4 3,7 3,3 30,2 1,50
Através dos resultados apresentados, observa-se que a massa específica dos grãos varia de
2,712 g/cm³ a 3,036 g/cm³.
IP Descrição
0 Não-plástico
1-5 Ligeiramente plástico
5-10 Plasticidade baixa
10-20 Plasticidade média
20-40 Plasticidade alta
>40 Plasticidade muito alta
Foram realizados ensaios triaxiais do tipo adensado rápido ( CU _ Sat ) com medida de
poropressão em corpos de prova moldados na umidade ótima e 98% da densidade seca
máxima, utilizando as tensões confinantes de 100, 200, 400 e 800 kPa. Os corpos de prova
foram saturados por contra pressão, aplicada em estágios de 50 kPa até atingir uma contra
pressão máxima de 200 a 400 kPa, conforme a necessidade do corpo de prova.
nat d
Amostra 3 (kPa) eini wini (%)
(g/cm3) (g/cm3)
Cv (cm²/s) pa (kPa)
Coeficiente Tensão de ea – índice de Cc – Índice
Cs - Índice de
Amostra 'v (kPa) de K (cm/s) pré vazios do pré de
expansão
adensament adensament adensamento compressão
o o
12,5 9,33E-03 1,03E-08
25 7,64E-03 5,55E-09
50 7,10E-03 2,88E-09
TR-12 100 6,55E-03 2,89E-09 173,1 0,843 0,2425 0,0333
200 1,05E-02 5,25E-09
400 8,54E-03 2,06E-08
800 5,91E-03 -
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 29/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
Cv (cm²/s) pa (kPa)
Coeficiente Tensão de ea – índice de Cc – Índice
Cs - Índice de
Amostra 'v (kPa) de K (cm/s) pré vazios do pré de
expansão
adensament adensament adensamento compressão
o o
800 - -
400 - -
200 - -
TR-12 100 - - 173,1 0,843 0,2425 0,0333
50 - -
25 - -
12,5 - -
12,5 - 1,69E-06
25 3,44E-03 8,87E-05
50 4,55E-03 1,00E-04
100 7,05E-03 8,05E-05
200 7,25E-03 4,69E-05
400 7,75E-03 6,55E-06
800 7,14E-03 -
TR-17 198,4 1,01 0,3044 0,0351
1600 7,42E-03 -
800 - -
400 - -
200 - -
100 - -
50 - -
25 - -
12,5 - -
12,5 7,05E-03 8,69E-09
25 7,78E-03 1,13E-08
50 6,91E-03 4,25E-09
100 1,35E-02 -
200 1,01E-02 5,36E-09
400 8,44E-03 1,31E-09
800 1,00E-02 -
TR-23 1600 8,69E-03 5,12E-09 148,7 0,913 0,1771 0,0568
800 - -
400 - -
200 - -
100 - -
50 - -
25 - -
12,5 - -
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 31/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
FIGURA 6.15 – Seção A-A´ - SeçãoTípica da Barragem de Rejeitos – Materiais de Construção – Maciço Inicial.
FIGURA 6.16 – Seção B-B´ - Seção Típica da Barragem de Rejeitos – Materiais de Construção – Maciço Final.
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 34/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
BARRAGEM INICIAL
Volume (m³)
Volume
1270,00
1260,00
1250,00
Cota (m)
1240,00
1230,00
1220,00
1210,00
- 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000
Área (m²)
A análise computacional foi realizada a partir do software Slide 5.0 da Rocscience Inc.
Toronto – Canadá, adotando-se a análise por elementos finitos. Na Tabela 6.3 têm-se os
valores de condutividade hidráulica adotados para os materiais envolvidos nas análises. Os
parâmetros foram definidos com base nos resultados dos ensaios laboratoriais e
características granulométricas dos materiais fornecidas até a presente data.
As Figuras II.1 e II.2, no Apêndice II, apresentam as análises de percolação para o maciço
inicial e o maciço final. Os resultados das análises de percolação mostram o correto
funcionamento do filtro vertical e do tapete drenante, como pode ser observada pelo nível
freático, não estando comprometida a segurança do maciço inicial nem do maciço final.
Fator de segurança (FS) mínimo de 1,3 para superfície freática crítica (SFC);
Fator de segurança (FS) mínimo de 1,5, para talude de montante, para nível
normal de operação da lâmina d’água no reservatório;
As vazões percoladas pelo maciço de solo e pela fundação foram estimadas através de
cálculos computacionais com a utilização do programa Slide 5.0 da Rocscience Inc. através
da análise de percolação com utilização de malha de elementos finitos.
Para o cálculo dos filtros utilizou-se a lei de Darcy considerando-se fluxo laminar:
-
-
-
-
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PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 40/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
O tapete drenante será do tipo sanduíche. Para o cálculo do tapete adotou-se uma camada
superior e inferior de areia e, entre as camadas de areia, uma camada de brita, como
materiais drenantes conforme formula:
Considerou-se a percolação pelo sistema maciço/fundação por metro linear obtida nas
análises computacionais para o dimensionamento da espessura do tapete tipo sanduíche. A
simulação das vazões percoladas utilizadas para o calculo, foram executadas através do
programa Slide e estão representadas na Figura 6.6.
A vazão percolada pelo maciço encontrada foi de 3,29x10 -6 m³/s por metro linear e a vazão
pelo maciço/fundação foi de 4,59x10-6 m³/s por metro linear. Essas vazões referem-se à
seção crítica de projeto. Considerou-se, um fator de segurança mínimo igual a 10.
O dreno vertical deverá ter espessura igual a 0,8 m e o tapete drenante deverá ter 0,25m
para a brita entreposta por duas camadas de areia. A espessura da camada superior deverá
ser de 0,25m e a camada inferior de 0,30m. Na Tabela 6.5 apresenta-se o resumo do calculo
e os valores adotados no dimensionamento.
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PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 41/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
Dados Q=K * i * A
K areia (m³/s) = 5,00E-04
K Brita (m³/s) = 1,00E-03
Esp. Filtro Vertical (m) = 0,8
Esp. superior areia (m) = 0,25
Esp. inferior areia (m) = 0,3
Esp. brita (m)= 0,25
i% - Filtro Vertical = 1
i% - Tapete = 0,1
K equivalente FV (m³/s) 5,00E-04
Kequivalente T(m³/s) 6,56E-04
Qs Filtro Vertical (m³/s/m) 4,00E-04
Qs Tapete (m³/s/m) 5,25E-05
Espessura
Vazão incidente Fator de segurança Fator de segurança Necessária - pedrisco
Q (m³/s/m) (Qs Filtro Vertical/Q) (Qs Tapete/Q) (m) (considerando tapete
Localização sanduiche) *
Horizontai Filtro vertical (m) Tapete adotado (m) Tapete (m)
Verticais s+ 0,2 0,2 0,2
Verticais 0,8 0,25 x x 0,30 x x 0,30
5 5 5
Barragem 3,29E-06 4,59E-06 121 11 0,18
As figuras dos resultados das análises de estabilidade estão apresentadas no Apêndice II.
Na Tabela 6.6 e Tabela 6.7 têm-se os valores encontrados para as simulações realizadas
para diferentes condições de solicitações. Para este estudo foram consideradas as análises
do maciço inicial e do maciço final da barragem.
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S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 43/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
FS mínimo
Condição de Análise Talude FS obtido Figura
exigido
Final de Construção Montante 1,10 1,87 II.3
Maciço Inicial - Cota 1276 m Final de Construção Jusante 1,10 1,52 II.4
SFN Jusante 1,50 1,61 II.5
SFC Jusante 1,30 1,37 II.6
FS mínimo
Condição de Análise Talude FS obtido Figura
exigido
Final de Construção Montante 1,10 1,77 II.7
Maciço Final - Cota 1306 m Final de Construção Jusante 1,10 1,46 II.8
SFN Jusante 1,50 1,57 II.9
SFC Jusante 1,30 1,35 II.10
Pelos resultados apresentados verificou-se que a barragem projetada está estável para as
condições geométricas propostas e com os parâmetros geotécnicos considerados. No
entanto, ressalta-se a necessidade da execução das investigações geológico-geotécnicas e
da realização dos ensaios de laboratório faltantes, para a próxima fase do projeto.
Deve-se estar atento também a manutenção regular durante a vida útil dos instrumentos,
cuidando de sua limpeza, proteção contra corrosão, trocas de peças, etc., sempre de acordo
com as especificações fornecidas pelo fabricante.
Acesso para área de empréstimo 2: acesso que liga a barragem inicial pela
crista na ombreira direita às áreas de empréstimo, desenhos 1085PI-X-
00893 e 1085PI-X-00894;
Para construção do maciço final, um acesso construtivo poderá ser desenvolvido pelo
maciço da barragem inicial, para permitir uma menor distância média de transporte entre as
áreas de empréstimo e as frentes de construção. Os acessos construtivos serão avaliados
quando da elaboração do Projeto Detalhado.
10 17,6 22,3 25,3 29,0 31,8 32,7 35,2 38,5 40,9 48,9
15 23 29,0 32,8 37,6 41,1 43,1 46,3 50,5 53,6 63,7
20 26,8 33,7 38,2 43,7 47,7 50,5 54,2 59,1 62,6 74,2
30 32,1 40,4 45,7 52,3 57 60,9 65,4 71,1 75,3 88,9
1 41,3 51,8 58,6 66,9 72,9 78,7 84,4 91,8 97,0 114
2 53,5 67,5 76,5 87,8 96,1 104 112 123 130 155
3 60,6 76,6 87,0 100 110 119 128 140 150 179
4 65,7 83,1 94,5 109 119 130 140 153 163 196
Horas
6 72,8 92,2 105 121 133 144 156 171 183 220
8 77,8 98,7 112 130 142 155 168 184 196 237
10 81,8 104 118 136 150 163 176 194 207 250
12 85 108 123 142 156 170 184 202 216 261
18 92,1 117 133 154 170 185 200 220 235 285
PROJETO MARAVILHAS III
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TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 48/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
24 97,2 123 141 163 179 195 211 233 249 302
2 124 159 182 211 233 254 275 304 325 395
3 152 194 222 257 284 310 335 370 395 481
5 196 249 285 330 363 396 429 472 505 613
7 232 294 336 388 427 466 504 555 593 721
Dias
10 277 350 399 460 506 551 596 655 700 849
15 338 429 490 566 623 679 735 809 865 1050
20 390 493 562 648 712 776 840 923 987 1197
30 478 599 680 782 857 932 1007 1105 1180 1427
Aos pontos amostrais, foram ajustadas diversas distribuições teóricas, tendo sido adotada a
distribuição de Gumbel. A partir dessa distribuição, foram obtidos os quantis de precipitação
máxima diária para as diversas recorrências. Para transformação em chuva de 24 horas e
desagregação em alturas de chuvas de menor duração foi utilizada a seguinte metodologia:
Os quantis de altura de chuva para o período de retorno de interesse (TR 25 anos) utilizados
no dimensionamento do Sistema de Desvio estão apresentados na TABELA 7 .24.
15 18,1
20 21,0
25 23,4
30 25,6
1 30,9
2 39,4
4 48,7
6 54,3
Horas
8 58,6
10 62,0
12 64,9
14 67,5
24 77,8
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O estudo para o cálculo das vazões de projeto foi realizado com o intuito de fornecer
subsídios para o dimensionamento das estruturas hidráulicas previstas na área de
implantação da Barragem de Rejeitos Maravilhas III.
Como premissa de projeto, o sistema extravasor da Barragem de Rejeitos Maravilhas III foi
dimensionado para uma vazão decorrente da chuva com 10.000 anos de recorrência,
conforme recomendação constante na publicação “Diretrizes para Elaboração de Estudos
Hidrológicos e Dimensionamentos Hidráulicos em Obras de Mineração”, (PINHEIRO, 2011).
Adicionalmente, para a etapa final, foi considerada uma borda livre de, no mínimo, 1,0 metro.
Os valores de CN atribuídos a cada tipo de solo, considerando as condições normais (CN II)
e de solo saturado (CN III) estão apresentados na TABELA 7 .25.
Na síntese dos hidrogramas de vazões foi utilizado o método SCS, tendo como parâmetro o
lagtime (Tlag) dado pela multiplicação do tempo de concentração pelo fator de 0,6.
As simulações foram realizadas para os eventos de chuva com as durações variando entre 1
hora até 30 dias, de maneira a se determinar a duração crítica, ou seja, aquela que resultará
na maior vazão afluente. Adicionalmente, para a obtenção das vazões de projeto (vazão
máxima defluente) do sistema extravasor da barragem de rejeitos Maravilhas III, no ribeirão
Congonhas, foi considerado o potencial de amortecimento do reservatório da referida
barragem, a partir da avaliação do trânsito de cheia, apresentado no item 8.1.1.
6 134
8 121
10 109
12 98,4
18 75,5
24 61,4
2 41,3
3 33,7
5 26,0
7 21,9
Dias
10 18,1
15 14,9
20 12,8
30 10,2
6 168
8 151
10 135
12 122
18 93,4
24 75,7
2 50,7
3 41,3
5 31,7
7 26,7
Dias
10 22,0
15 18,2
20 15,5
30 12,3
As simulações foram realizadas para os eventos de chuva com as durações variando entre 1
hora e 24 horas, de maneira a se determinar a duração crítica, ou seja, aquela que resultará
na maior vazão afluente. Os resultados das simulações para as vazões afluentes ao sistema
de desvio da barragem de rejeitos podem ser visualizados na TABELA 7 .31.
8 3,55
10 3,69
12 3,75
14 3,76
24 3,64
Em virtude da magnitude das áreas de contribuições (inferiores a 1,0 km²), as vazões das
estruturas constituintes do sistema de drenagem superficial foram obtidas utilizando o
Método Racional.
C it ,T A
Qp 3, 6
Onde:
- Qp: vazão de projeto (m³/s);
- C: coeficiente de escoamento, determinado a partir do uso do solo e do
tipo do solo;
- it,T: intensidade média da chuva para uma duração t e um tempo de
retorno TR (mm/h);
- A: área da bacia de contribuição (km²).
Nas áreas das canaletas de drenagens das bermas, das descidas de água e
dos canais periféricos utilizou-se o Método Cinemático, admitindo a
velocidade de escoamento de 1,0 m/s, 5,0 m/s e 5,0 m/s, respectivamente;
As TABELA 7 .32 e 7.12 apresentam uma síntese das variáveis utilizadas e os resultados
obtidos para as estruturas do sistema de drenagem superficial da etapa inicial e final,
utilizando o Método Racional, sendo TR o tempo de retorno, I a intensidade média da chuva
e C o coeficiente de escoamento.
A precipitação média anual na bacia de interesse foi obtida por um processo de ponderação
entre a área de influência de cada uma das isoietas e a área da bacia da estação
fluviométrica de referência. A TABELA 7 .35 sintetiza os resultados obtidos.
No item a seguir, o valor obtido de precipitação média anual na estação fluviométrica Itabirito
Linígrafo (41180000) foi utilizado como subsídio na estimativa das perdas médias anuais
(perdas por evapotranspiração, retenções em vegetação e percolação no subsolo para
aqüíferos profundos, que não contribuem para o fluxo de base) na bacia hidrográfica do
ribeirão Congonhas.
Inicialmente, para a estação fluviométrica de referência, foi obtida a série de vazões médias
mensais junto à ANA, a partir dos registros de vazão médias diárias, no período de julho de
1956 a novembro de 2011. De posse da série de vazão média mensal foi determinada a
vazão média de longo termo (MLT). Na seqüência foi calculado o deflúvio e estimada a
perda média anual na bacia de contribuição a partir da equação simplificada do balanço
hídrico, apresentada a seguir.
PERDAS = P – D,
Onde:
- P: precipitação média anual na bacia de contribuição (mm);
- D: deflúvio médio anual (mm);
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O deflúvio médio anual foi calculado pelo quociente entre a vazão média de longo termo
multiplicada pelo número de segundos do ano e a área de drenagem. Os resultados obtidos
encontram-se sintetizados na .
Descrição Valor
Área de Drenagem (km²) 315
Precipitação Média Anual (mm) 1441
Perda de Água Média Anual (mm) 684
Deflúvio Médio Anual (mm) 756
Vazão Média de Longo Termo – MLT (m³/s) 7,56
Uma vez que a estação fluviométrica de referência está localizada em área com
comportamento hidrológico semelhante ao da área do projeto, adotou-se o mesmo
percentual da perda média anual em relação à precipitação média anual, obtido na área da
estação, para a área do projeto, sendo o valor obtido igual a 47,5%.
A FIGURA 7 .17 apresenta o gráfico com a série de vazões médias mensais na seção fluvial
da Barragem de Rejeitos Maravilhas III, com a indicação da MLT.
1.6
1.2
1
Vazão (m³/s)
0.8
0.6
0.4
0.2
0
1956 1965 1974 1983 1993 2002 2011
Período (ano)
Pelo fato da área de interesse estar inserida, em sua totalidade, no estado de Minas Gerais,
os estudos de vazões mínimas foram conduzidos com o objetivo de determinar a vazão
mínima anual com duração de 7 dias e período de retorno de 10 anos (Q 7,10) na seção fluvial
selecionada. A Q7,10 corresponde a vazão de referência adotada no estado de Minas Gerais,
instituída pela Portaria do IGAM nº 049/10 de 01 de julho de 2010, para estabelecer o fluxo
residual mínimo a ser mantido a jusante.
A vazão residual a ser mantida a jusante da Barragem de Rejeitos Maravilhas III foi obtida a
partir dos estudos de disponibilidade hídrica desenvolvidos pela Potamos Engenharia e
Hidrologia (Relatório nº 10370-033-NT001-2 – “Avaliação da Disponibilidade Hídrica
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O sistema extravasor da Barragem de Rejeitos Maravilhas III foi concebido com a finalidade
de conduzir, de forma ordenada, as vazões defluentes do reservatório em épocas de cheias
até o talvegue natural, garantindo a segurança hidráulica da barragem, sendo composto
pelos seguintes elementos:
O sistema extravasor para etapa final foi dimensionado para a vazão decorrente da chuva de
10.000 anos de período de retorno, considerando uma borda livre mínima de 1,0 m,
conforme recomendação constante na publicação “Diretrizes para Elaboração de Estudos
Hidrológicos e Dimensionamentos Hidráulicos em Obras de Mineração”, (PINHEIRO, 2011).
A simulação do trânsito da cheia de projeto pelo reservatório da barragem foi realizada com
o emprego do Método de Puls Modificado, incorporado ao modelo matemático HEC-HMS
versão 3.5. Esse método é baseado na discretização em diferenças finitas da equação do
balanço hídrico, utilizando como elementos de cálculo as relações cota x descarga do
vertedouro e cota x volume do reservatório, além do hidrograma de vazões afluentes de
projeto, obtido nos estudos hidrológicos. Para realização das simulações adota-se, como
nível de água inicial dos reservatórios, a cota correspondente à soleira vertente (El.
1273,00 m, para a etapa inicial e El. 1303,00 m, para a etapa final).
2 2
Q Cd B H gH
3 3
Onde:
- Q: vazão (m³/s);
- Cd: coeficiente de descarga, adimensional. Para o presente
dimensionamento, adotou-se Cd igual a 0,9;
- B: largura da base do vertedouro, adotada com 5,0 metros (m);
- H: carga hidráulica sobre a soleira (m);
- g: aceleração da gravidade (m/s²).
As curvas de descarga obtidas para a etapa inicial e final estão apresentadas nas FIGURA
8 .18 FIGURA 8 .19, respectivamente.
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1276.50
1276.00
1275.50
1275.00
Cota (m)
1274.50
1274.00
1273.50
1273.00
1272.50
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00 30.00 35.00 40.00 45.00
Vazão (m³/s)
1276.50
1276.00
1275.50
1275.00
Cota (m)
1274.50
1274.00
1273.50
1273.00
1272.50
0.00 500.00 1000.00 1500.00 2000.00 2500.00 3000.00 3500.00 4000.00
As curvas cota x volume do reservatório acima da soleira vertente para a etapa inicial e final
da barragem de rejeitos Maravilhas III estão apresentadas nas FIGURA 8 .20 eFIGURA 8 .
21, respectivamente.
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1276.50
1276.00
1275.50
1275.00
Cota (m)
1274.50
1274.00
1273.50
1273.00
1272.50
0.00 500.00 1000.00 1500.00 2000.00 2500.00 3000.00 3500.00 4000.00
1306.00
1305.50
1305.00
Cota (m)
1304.50
1304.00
1303.50
1303.00
1302.50
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Os resultados do trânsito de cheias pelo reservatório da barragem inicial e final podem ser
visualizados nas TABELA 8 .38 e TABELA 8 .39, respectivamente. Nelas são apresentados
os valores das vazões de pico afluentes e defluentes e a sobrelevação, associadas às
durações de chuva para 1000 anos de período de retorno para a etapa inicial e 10.000 anos
de período de retorno para a etapa final, considerando o amortecimento de cheias no
reservatório.
TABELA 8.38 – Vazões de entrada e saída para TR 1000 anos – Etapa Inicial
TABELA 8.39 – Vazões de entrada e saída para TR 10.000 anos – Etapa Final
30.0 1278.0
Crista da Barragem
10.0 N.A Max Maximorum 1270.0
NA Max Normal
Cotagrama
5.0 1268.0
0.0 1266.0
0 24 48 72 96 120 144 168 192 216
Tempo (h)
FIGURA 8.22 – Trânsito de Cheia com TR 1000 anos de período de retorno – Etapa
Inicial
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21.0 1308.0
Borda Livre
15.0 N.A. Máx Maximorum = 1304,26 m
1304.0
Crista da Barragem
Cotagrama
1298.0
3.0
0.0 1296.0
0 24 48 72 96 120 144 168 192 216 240 264 288 312 336 360 384 408 432 456 480 504 528
Tempo (h)
Na TABELA 8 .40 é apresentada uma síntese dos resultados encontrados nos cálculos do
trânsito de cheia no reservatório da barragem de rejeitos Maravilhas III. Para determinação
da cota de coroamento da Barragem Final, foi adicionado ao valor de sobrelevação máxima
do nível de água do reservatório para TR 10.000 anos, uma borda livre mínima de 1,00m.
TABELA 8.40 – Síntese do Cálculo das Vazões de Projeto para o Sistema Extravasor
As plantas e seções típicas dos sistemas extravasores inicial e final estão apresentadas nos
desenhos 1850PI-X-00873 e 1850PI-X-00874, respectivamente.
8.1.2 Dimensionamento Hidráulico do Sistema Extravasor
O dimensionamento do canal de aproximação foi realizado com base nas vazões máximas
defluentes obtidas do estudo de trânsito de cheias. A altura do canal foi dimensionada com
base na equação de emboque citada anteriormente.
Esta estrutura foi concebida com seção retangular, em concreto armado com 5,0 metros de
base e 3,0 metros de altura. A TABELA 8 .41 apresenta a síntese do dimensionamento
hidráulico do canal do vertedouro.
O canal do rápido foi concebido em concreto armado, com geometria retangular, e com as
seguintes dimensões: 5,0 metros de base e 2,0 metros de altura para a barragem inicial e
3,0 metros de base e 2,0 metros de altura para a barragem final. Apresenta, ainda, nos
trechos com alta declividade (superior a 10%), perfil longitudinal em degraus com 0,50
metros de altura, de forma a auxiliar na dissipação da energia do fluxo de água.
Os resultados obtidos da etapa inicial e final da Barragem de Rejeitos Maravilhas III estão
apresentados nas TABELA 8 .42 e TABELA 8 .43, respectivamente.
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Como premissa este sistema foi dimensionado considerando a vazão decorrente da chuva
durante o período seco (Abril a Setembro) com 25 anos de período de retorno, considerando
a construção da barragem nesses 6 meses e admitindo um risco de, aproximadamente, 2%.
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8.2.1 Ensecadeiras
O sistema de desvio da Barragem de Rejeitos Maravilhas III será composto por duas
ensecadeiras, a de montante e de jusante. A ensecadeira de montante tem a finalidade de
redirecionar as águas advindas da drenagem natural para o canal de desvio. Já a de jusante
foi concebida com o intuito de evitar que o nível de água de jusante interfira na região de
obras.
A ensecadeira de jusante foi implantada com uma altura de 8,00 metros (mantendo o
mesmo critério utilizado para a ensecadeira de montante), estando a cota da crista na El.
1225,00m.
O canal de desvio foi dimensionado, a partir da vazão de projeto, para não apresentar carga
hidráulica a montante, funcionando como escoamento livre. Também não está prevista carga
hidráulica a jusante que pudesse afogar a saída da galeria. A verificação hidráulica da
estrutura foi realizada a partir da aplicação da equação de emboque de canal, apresentada
anteriormente.
Bacia de Dissipação
Variável
Sistema de Desvio
Vazão de Projeto (m³/s) 3,76
Velocidade estimada na entrada da bacia (m/s) 3,36
Número de Froude na entrada da bacia 1,44
Largura da bacia (m) 2,00
Altura da lâmina de água na entrada da bacia (m) 0,56
Altura da lâmina de água conjugada (m) 0,89
Comprimento da bacia mínimo necessário (m) 2,28
Altura da bacia de dissipação adotada (m) 1,00
Comprimento da bacia de dissipação adotado (m) 2,50
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2
1
Q A Rh 3 I
n
Onde:
- Q: vazão (m³/s);
- n: coeficiente de rugosidade de Manning, adotado 0,015 (concreto);
- A: área molhada (m²);
- Rh: raio hidráulico da seção molhada (m);
- I: declividade longitudinal (m/m).
Volume (m³)
140,000,000.00 120,000,000.00 100,000,000.00 80,000,000.00 60,000,000.00 40,000,000.00 20,000,000.00 0.00
1310
1300
1290
1280
Elevação (m)
1270
1260
1250
1240
1230
1220
0.00 500,000.00 1,000,000.00 1,500,000.00 2,000,000.00 2,500,000.00 3,000,000.00 3,500,000.00 4,000,000.00 4,500,000.00
Área (m²)
Cota x Area Cota x Volume
8.4.1.1 Metodologia
Onde:
V
t : corresponde à variação do volume no intervalo de tempo;
PDIRETA: Precipitação total média mensal sobre a superfície do espelho de água formado pelo
reservatório;
QREJEITO: Volume de água presente na polpa de rejeitos (água livre e água presa);
QRECIRCULADA: Vazão que será recirculada para atender a demanda requerida pelo processo
de beneficiamento do minério. Corresponde a vazão de água livre na polpa dos rejeitos
somada a vazão de água regularizada;
8.4.1.1 Resultados
Para a obtenção do balanço hídrico da Barragem Maravilhas III, foram realizadas duas
simulações distintas, a primeira considerando o período de pré-operação (enchimento) do
reservatório e a segunda o balanço hídrico total do reservatório.
8.4.1.1.1 Pré-Operação
Para o período de pré-operação, foi adotado como premissa que o volume mínimo
necessário para o start-up da barragem de rejeitos deveria ser de 2,2 Mm 3 (volume útil capaz
de garantir a captação da vazão a ser regularizada já no primeiro mês de operação).
Ressalta-se que, no período de pré-operação do reservatório, a captação para a usina de
beneficiamento é igual a 0 (zero).
A partir das simulações do balanço hídrico, foi realizada uma análise dos resultados para
verificação do cenário mais crítico, que corresponde ao maior tempo necessário para
enchimento do reservatório até atingir o volume mínimo de start-up. Conforme pode ser
observado na FIGURA 8 .26, onde foi considerado o início o período de pré-operação em
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7.000.000
6.000.000
5.000.000
Volume (m³)
4.000.000
3.000.000
2.000.000
1.000.000
0
0 1 2 3 4
Mês
Volume Total Mínimo Volume Total Médio Volume Total Máximo Volume de Start-Up (2,2 Mm³)
8.4.1.1.2 Operação
1300
1290
1280
1270
Cota (m)
1260
1250
1240
1230
1220
10/15 1/16 4/16 7/16 10/16 1/17 4/17 7/17 10/17 1/18 4/18 7/18 10/18 1/19 4/19 7/19 10/19 1/20 4/20 7/20 10/20 1/21 4/21 7/21 10/21
Tempo
Cota da Crista da Barragem Cota Soleira do Vertedouro Cota do Fundo do Reservatório
Nível de Água Mínimo do Reservatório Nível de Água Médio do Reservatório Nível de Água Máximo do Reservatório
3500,00
3000,00
2500,00
Vazão recirculada (m3/h)
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
10/15 1/16 4/16 7/16 10/16 1/17 4/17 7/17 10/17 1/18 4/18 7/18 10/18 1/19 4/19 7/19 10/19 1/20 4/20 7/20 10/20 1/21 4/21 7/21 10/21
Tempo
5000.00
4500.00
4000.00
3500.00
3000.00
Vazão (m³/h)
2500.00
2000.00
1500.00
1000.00
500.00
0.00
10/15 1/16 4/16 7/16 10/16 1/17 4/17 7/17 10/17 1/18 4/18 7/18 10/18 1/19 4/19 7/19 10/19 1/20 4/20 7/20 10/20 1/21 4/21 7/21 10/21
Tempo
8.4.2.1 RESULTADOS
1310
1300
1290
1280
Elevação (m)
1270
1260
1250
1240
1230
0.00 20,000,000.00 40,000,000.00 60,000,000.00 80,000,000.00 100,000,000.00
Volume Acumulado (m³)
Cenário 1
Cenário 2
Cenário 3
Cenário 4
Cenário 5
Cenário 6
Áreas no interior do reservatório, caracterizadas como fundos de vale ou grotas, poderão ser
utilizadas como áreas de bota-fora. Os materiais removidos, seja por limpeza da fundação
ou por destocamento, podem ser acumulados em áreas mais próximas possíveis em relação
a DMT de trabalho, ressaltando que esteja dentro do reservatório (área licenciada) em local
a ser aprovado pela fiscalização.
Com relação às áreas para canteiro de obras, foram delimitadas duas áreas: uma próxima
ao sistema extravasor e outra próximo à crista da barragem final. Nos desenhos 1850PI-X-
00888 e 1850PI-X-00877 são apresentados os pátios sugeridos. Ressalta-se que essa
localização poderá ser revisada no projeto detalhado, ou mesmo antes do início das obras,
em função de melhores condições observadas em campo para instalação dos
equipamentos, armazenagem e benfeitorias do canteiro.
Dos resultados dos estudos realizados para a barragem de rejeitos do projeto Maravilhas III
pode-se estabelecer as seguintes conclusões e recomendações:
ALMEIDA L. G., Castro P. T., ENDO I., FONSECA M. A. 2003. O Grupo Sabará no Sinclinal
Dom Bosco, Quadrilátero Ferrífero: Uma Revisão Estratigráfica. Rev. Bras. Geoc.
CPRM. Projeto APA Sul RMBH: Estratigrafia/Sérgio Lima da Silva, Eduardo Araújo Monteiro
e Orivaldo Ferreira Baltazar – Belo Horizonte: SEMAD/CPRM. 2005.
MELLO, V. e TEIXEIRA, A.M. Mecânica dos Solos. São Carlos. Escola de Engenharia de
São Carlos - USP, 1967.
PINTO (2006). Curso Básico de Mecânica dos Solos. Editora: Oficina de Textos – São
Paulo.
ROSIÈRE, C.A.; RENGER, F.E.; PIUZANA, D.; SPIER, C.A.2005. Pico de Itabira, MG –
Marco estrutural histórico e geográfico do Quadrilátero Ferrífero. In Schobbenhaus,C.;
Campos,D.A. ; Queiroz,E.T.; Winge,M.; Berbert-Born,M.L.C. (Edit.) Sítios Geológicos e
Paleontológicos do Brasil. Publicado na Internet em 21/06/2005 no endereço
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 88/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
http://www.unb.br/ig/sigep/sitio042/sitio042.pdf (atualmente em
http://sigep.cprm.gov.br/sitio042/sitio042.pdf).
ANEXO I
ENSAIOS
LABORATORIAIS.pdf
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 90/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
ANEXO II
ABNT
C Denominação Características
Rocha com som metálico, quebra com dificuldade ao golpe do martelo e dificilmente
C1 Muito consistente
riscada pela lâmina do canivete.
Rocha com som fraco, requer alguns golpes do martelo de geólogo para ser quebrado,
C2 Consistente
dificilmente riscável pela lâmina do canivete.
Medianamente Rocha cujas bordas dos seus fragmentos se quebram com dificuldade sob pressão dos
C3
consistente dedos, riscada com dificuldade pela lâmina do canivete.
Rocha cujas bordas dos seus fragmentos se quebram pela pressão dos dedos. Sulcos
C4 Pouco consistente
profundos provocados pela lâmina do canivete.
Rocha se esfarela ao golpe do martelo e se desagrega com a pressão dos dedos. Pode
C5 Sem consistência
ser riscada com a unha.
* Adaptado da norma NBR 6502, 1995 "Rochas e Solos" - ABNT
ABNT
A Denominação Características
Rocha com componentes mineralógicos originais intactos, sem apresentar indícios de
A1 Rocha sã ou quase sã decomposição com juntas ligeiramente oxidadas e sem haver perda de sua resistência
mecânica.
Rocha com alteração incipiente ao longo das fraturas e com alguns componentes
A2 Rocha pouco alterada mineralógicos originais muito pouco transformados. Resistência mecânica pouco abaixo
a da rocha sã.
Rocha com alguns componentes originais apenas parcialmente, onde 1/3 da espessura
Rocha medianamente do corpo da rocha esta alterada. As superfícies das descontinuidades mostram de forma
A3
alterada parcial a ação do intemperismo, e a sua resistência mecânica é inferior à da rocha pouco
decomposta.
Rocha apresentando decomposição não uniforme da matriz, com 2/3 do corpo da rocha
apresentando alteração. Alguns minerais originais acham-se totalmente ou parcialmente
A4 Rocha muito alterada transformados em outros e as superfícies das descontinuidades apresentam os efeitos
nítidos do intemperismo, com intensa decomposição. Esta rocha desagrega-se
parcialmente na presença de água e quebra-se facilmente com choque mecânico.
Rocha em que todos seus componentes mineralógicos iniciais foram, com exceção do
quartzo, quando presente, transformados total ou parcialmente pelo intemperismo
Rocha extremamente químico, apresentando-se ainda com a estrutura da rocha matriz totalmente friável, nem
A5
alterada sempre se desagregando na presença de água. Do ponto de vista geomecânico esta
rocha constitui material de transição entre rocha e solo. Esta rocha é também
denominada saprolito.
* Adaptado da norma NBR 6502, 1995 "Rochas e Solos" - ABNT
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 92/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
Fraturamento Denominação
APÊNDICE I
SM-01_ENSAIO_01.x SM-04_ENSAIO_01.x
ls ls
SM-04_ENSAIO_02.x SM-06_ENSAIO_01.x
ls ls
SM-09_ENSAIO_01.x SM-09_ENSAIO_02.x
ls ls
SM-11_ENSAIO_01.x SM-17_ENSAIO_01.x
ls ls
SM-33_ENSAIO_01.x SM-33_ENSAIO_02.x
ls ls
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
TÍTULO Nº CLIENTE PÁGINA
PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 94/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
APÊNDICE II
FIGURA II.3 – Análise de Estabilidade: Final de Construção – Talude de montante – Maciço Inicial.
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
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PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 98/129
BARRAGEM Nº VOGBR REV.
BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
FIGURA II.4 – Análise de Estabilidade: Final de Construção – Talude de jusante – Maciço Inicial.
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
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PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 99/129
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BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
FIGURA II.5 – Análise de Estabilidade: Superfície Freática Normal – Talude de jusante – Maciço Inicial.
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
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PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 100/129
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BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
FIGURA II.6 – Análise de Estabilidade: Superfície Freática Crítica – Talude de jusante – Maciço Inicial.
PROJETO MARAVILHAS III
S1331
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PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 101/129
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BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
FIGURA II.7 – Análise de Estabilidade: Final de Construção – Talude de montante – Maciço Final.
PROJETO MARAVILHAS III
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PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 102/129
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FIGURA II.8 – Análise de Estabilidade: Final de Construção – Talude de jusante – Maciço Final.
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PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 103/129
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RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
FIGURA II.9 – Análise de Estabilidade: Superfície Freática Normal – Talude de jusante – Maciço Final.
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PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 104/129
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BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
FIGURA II.10 – Análise de Estabilidade: Superfície Freática Crítica – Talude de jusante – Maciço Final.
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S1331
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PROJETO BÁSICO
RL-1850PI-X-00859 105/129
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BARRAGEM MARAVILHAS III
RELATÓRIO TÉCNICO VG12-053-1-EG-RTE-0005 3
APÊNDICE III