Apostila 4 - Gêneros Literários
Apostila 4 - Gêneros Literários
Apostila 4 - Gêneros Literários
Assim como os textos que produzimos nas situações cotidianas de comunicação, os textos literários se
organizam em gêneros. Enquanto os primeiros se constituem em gêneros textuais, textos que apresentam
determinadas estruturas, estilo (procedimentos de linguagem) e assunto, o texto literário se organiza em gêneros
literários.
Além dos dois grandes grupos nos quais se dividem os gêneros literários, que são os textos em versos e
os textos em prosa, há outras classificações que procuram organizar e hierarquizar esses tipos de textos. A mais
antiga delas, baseia-se na obra Arte Poética, de Aristóteles.
De acordo com a concepção clássica, os gêneros literários se dividem em: gênero épico, gênero lírico e
gênero dramático.
Na Grécia clássica, os textos literários eram escritos em verso e, dependendo de suas estruturas e temas,
filiavam-se a um gênero. Assim, a divisão apresentada por Aristóteles era a seguinte:
Gênero Épico
O gênero épico remonta à Antiguidade e é representado pela epopeia, longa narrativa em versos acerca das
façanhas de um herói, geralmente o representante de uma coletividade.
Dizemos que esse é um gênero narrativo, pois apresenta relatos de fatos interligados que ocorrem ao longo
de um certo tempo. A marca principal dos textos narrativos é a relação temporal que se estabelece entre os
fatos.
Além dos elementos típicos de uma narrativa (narrador, personagens, tempo, espaço etc.), a epopeia costuma
apresentar elementos míticos e fantásticos, como deuses e monstros, que participam ativamente da história.
A Odisseia e a Ilíada, esta última também atribuída a Homero, constituem as duas mais famosas epopeias da
Antiguidade.
Na história da literatura em língua portuguesa, merece destaque o poema épico Os lusíadas, de Luís de
Camões, que estudaremos no Capítulo 11.
Para um primeiro contato com as características do gênero épico, vamos ler este trecho do poema Odisseia.
Leitura
“Meus amigos, a divina Circe contou-me tudo que vai acontecer [...]. Em primeiro lugar, ela adverte-nos para nos
livrarmos das sereias, com suas vozes maravilhosas [...]. Apenas eu devo ouvi-las, assim disse ela, mas vós deveis amarrar-
me com fortes cordas e prender-me no mastro, de maneira que eu não possa mover-me. Se eu vos implorar e vos ordenar
que me solteis, deveis me amarrar mais solidamente ainda.” Assim expliquei tudo a meus companheiros. [...] Tomei, então,
uma espessa camada de cera, cortei-a em pedaços com a minha espada e modelei os pedaços com os dedos. A cera
tornou-se macia, à medida que foi esquentada pelo brilho de Hélios (Sol), e com ela tampei os ouvidos de todos os homens,
um após o outro. Em seguida, eles amarraram meus braços e minhas pernas e prenderam-me ao mastro e, voltando aos
seus lugares, puseram-se a remar. Quando, porém, o navio chegou a uma distância da terra capaz de ser coberta pela voz
humana, as sereias nos viram aproximar e cantaram sua melodiosa canção. [...] Do fundo do coração eu queria ouvir e
ordenei a meus homens que me desamarrassem, sacudindo a cabeça e mexendo com as sobrancelhas, mas eles
continuaram remando. Perimedes e Euriloco imediatamente se levantaram, puseram mais cordas em torno de mim e
apertaram com mais força. Mas, quando já estávamos bem longe das sereias, de maneira que não pudéssemos ouvir mais
suas vozes, meus companheiros tiraram a cera dos ouvidos e me desamarraram.
Na origem, os textos épicos eram escritos em verso, mas com o tempo foram sendo apresentados também
em prosa. Na Idade Média, por exemplo, alguns deles contaram as aventuras heroicas de personagens que
ficaram famosos, como o rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda.
Mas a epopeia típica, em que o resultado das peripécias vividas pelo herói influencia o destino de uma
coletividade, entra em declínio a partir do século XVII, quando a sociedade burguesa se consolida, reforçando
cada vez mais o individualismo e o racionalismo. Essa nova maneira de ver o mundo é expressa principalmente
por meio de uma forma narrativa em prosa chamada romance, que, a partir do século XVIII, começa a ser cada
vez mais consumida pelos leitores. Deuses, heróis míticos e monstros desaparecem das narrativas e dão lugar a
histórias e dramas de indivíduos em situações cotidianas, possibilitando maior identificação entre os leitores e
os personagens da ficção. Além do romance, outras formas narrativas se tornaram cada vez mais comuns com o
tempo, como a novela e o conto.
Minha avó fechara a maleta e agora se movia, devagar, calada, fiel ao seu
hábito de fazer arrumações tardias. A quietude da casa parecia triste e ficava mais nítida com os poucos ruídos aos quais me
fixava: manso arrastar de chinelos, cuidadoso abrir e lento fechar de gavetas, o tique-taque do relógio, tilintar de talheres, de
xícaras.
Por fim, ela veio ao meu quarto, curvou-se:
– Acordado?
Apanhou o lençol e ia cobrir-me (gostava disso, ainda hoje o faz quando a visito); mas pretextei calor, beijei sua mão
enrugada e, antes que ela saísse, dei-lhe as costas.
Não consegui dormir. Continuava preso a outros rumores. E, quando estes se esvaíam, indistintas imagens me
acossavam. Edifícios imensos, opressivos, barulho de trens, luzes, tudo a afligir-me, persistente, desagradável – imagens de
febre.
Sentei-me na cama, as têmporas batendo, o coração inchado, retendo uma alegria dolorosa, que mais parecia um
anúncio de morte. As horas passavam, cantavam grilos, minha avó tossia e voltava-se no leito, as molas duras rangiam ao
peso de seu corpo. A tosse passou, emudeceram as molas; ficaram só os grilos e os relógios. Deitei-me.
Passava de meia-noite quando a velha cama gemeu: minha avó levantava-se. Abriu de leve a porta de seu quarto, sempre
de leve entrou no meu, veio chegando e ficou de pé junto a mim. “Com que finalidade?”, perguntava eu. “Cobrir-me ainda?
Repetir-me conselhos?” Ouvi-a então soluçar e quase fui sacudido por um acesso de raiva. “Ela está olhando para mim e
chorando como se eu fosse um cadáver”, pensei. Mas eu não me parecia em nada com um morto, senão no estar deitado.
Estava vivo, bem vivo, não ia morrer. Sentia-me a ponto de gritar. Que me deixasse em paz e fosse chorar longe, na sala, na
cozinha, no quintal, mas longe de mim. Eu não estava morto.
Afinal, ela beijou-me a fronte e se afastou, abafando os soluços. Eu crispei as mãos nas grades de ferro da cama, sobre
as quais apoiei a testa ardente. E adormeci.
Acordei pela madrugada. A princípio com tranquilidade, e logo, com obstinação, quis novamente dormir. Inútil, o sono
esgotara-se. Com precaução, acendi um fósforo: passava das três. Restavam-me, portanto, menos de duas horas, pois o
trem chegaria às cinco. Veio-me então o desejo de não passar nem uma hora mais naquela casa. Partir, sem dizer nada,
deixar quanto antes minhas cadeias de disciplina e de amor.
Com receio de fazer barulho, dirigi-me à cozinha, lavei o rosto, os dentes, penteei-me e, voltando ao meu quarto, vesti-
me. Calcei os sapatos, sentei-me um instante à beira da cama. Minha avó continuava dormindo. Deveria fugir ou falar com
ela? Ora, algumas palavras... Que me custava acordá-la, dizer-lhe adeus?
Ela estava encolhida, pequenina, envolta numa coberta escura. Toquei-lhe no ombro, ela se moveu, descobriu-se. Quis
levantar-se e eu procurei detê-la. Não era preciso, eu tomaria um café na estação. Esquecera de falar com um colega e, se
fosse esperar, talvez não houvesse mais tempo. Ainda assim, levantou-se. Ralhava comigo por não tê-la despertado antes,
acusava-se de ter dormido muito. Tentava sorrir.
Não sei por que motivo, retardei ainda a partida. Andei pela casa, cabisbaixo, à procura de objetos imaginários, enquanto
ela me seguia, abrigada em sua coberta. Eu sabia que desejava beijar-me, prender-se a mim e, à simples ideia desses
gestos, estremeci. Como seria se, na hora do adeus, ela chorasse?
Enfim, beijei sua mão, bati-lhe de leve na cabeça. Creio mesmo que lhe surpreendi um gesto de aproximação, decerto na
esperança de um abraço final. Esquivei-me, apanhei a maleta e, ao fazê-lo, lancei um rápido olhar para a mesa
(cuidadosamente posta para dois, com a humilde louça dos grandes dias e a velha toalha branca, bordada, que só se usava
em nossos aniversários).
LINS, Osman. Os gestos. São Paulo: Moderna, 2003. p. 37-40.
Espaços abertos: são constituídos por campos, Social (ambiente): é espaço relativo às condições
praças, ruas, etc. socioeconômicas, morais e psicológicas das
personagens; situa a personagem na época, no grupo
Espaços fechados: são constituídos por salas, social e nas condições em que se passa a história.
quartos, cavernas, casas, etc.
A concepção moderna dos gêneros narrativos leva em consideração modalidades de textos que não existiam
na época de Aristóteles.
Filiam-se à modalidade narrativa e, por isso, são gêneros que apresentam parentesco com os poemas épicos.
A partir do século XVI, começam a surgir alguns textos narrativos similares aos que temos hoje, como
romance, novela, conto.
A distinção entre esses gêneros narrativos é controversa. Com frequência, nos deparamos com textos que
não apresenta sequência narrativa tradicional de “começo meio e fim”, ou textos que usam, na prosa, recurso da
poesia. Uma das tendências da literatura contemporânea é misturar os gêneros e revitalizá-los.
Para diferenciação desses gêneros narrativos modernos são utilizados alguns critérios como tamanho, tempo
e espaço narrativo, número de personagens e de conflitos. Hoje, temos uma infinidade de texto que se filiam ao
gênero narrativo. Veja alguns:
CONTO: narrativa curta; poucos personagens, um único clímax; espaço narrativo restrito. Unidade de
impressão (um conto tenta criar um efeito em seu leitor: surpresa, encanto, medo, desconcerto, etc. Os
elementos da narrativa, os recursos linguísticos e até o tipo de compactação estão a serviço desse efeito).
ROMANCE: tempo e espaço longos (mais amplos em relação ao conto); várias personagens; diversas cenas
organizadas em torno de uma história central; mais de um clímax.
CRÔNICA: marcada pela brevidade temporal; episódios do cotidiano captados com sensibilidade pelo cronista,
que extrai deles momentos de humor e reflexão; hibridismo.
FÁBULA – texto de caráter fantasioso, que busca ser inverossímil; As personagens principais são animais ou
objetos, e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
NOVELA - texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. O
personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações.
ENSAIO - é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões
morais e filosóficas a respeito de certo tema; consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e
subjetivo sobre um tema, sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou
dedutivas de caráter científico.
Tipos de discurso
Na reprodução das falas dos personagens de um texto narrativo, podemos reconhecer três tipos de
discurso: direto, indireto e indireto livre.
Discurso direto e discurso indireto
No discurso direto, o narrador deixa falar o personagem, reproduzindo exatamente suas palavras.
No discurso direto, a fala do personagem é geralmente introduzida por verbos como perguntar, dizer,
exclamar, afirmar e declarar, entre outros. Estes são chamados de verbos de elocução (ou, em latim, dicendi).
Em geral, há dois-pontos e travessão antes da fala do personagem.
Quando transformamos o discurso direto em discurso indireto, devemos observar a mudança dos tempos
verbais, dos advérbios e dos pronomes.
Gênero Lírico
A palavra literária usada como meio de expressão dos mais íntimos sentimentos humanos é a marca
característica do gênero lírico.
Dizemos que um texto pertence ao gênero lírico quando nele predomina a expressão do “eu”, ou seja,
quando o eu lírico (“a voz que fala” no texto) projeta seu mundo interior, revelando sentimentos, desejos e
emoções. Diferentemente do épico, em que a narrativa se realiza no tempo, o gênero lírico é atemporal, os
personagens evocados, os objetos descritos, tudo, enfim, está a serviço da expressão do “eu”. O tema
geralmente é o amor, a angústia ou o prazer em relação à vida, a dor diante da morte, a indignação provocada
por uma injustiça, etc. Portanto, no texto lírico, ocorre a manifestação plena da subjetividade.
Soneto de separação
MORAES, Vinicius de. In: BUENO, Alexei (Org.). Vinicius de Moraes: poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. p. 289.
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Como você percebeu, o soneto lido exemplifica bem o gênero lírico no que se refere à expressão plena do
“eu” ao abordar a temática da separação dos amantes.
O texto lírico pode ser escrito em verso ou em prosa. Leia este trecho de uma
crônica de Rubem Braga.
Leitura
[…]
Ah, não me podes responder. Falo sozinho. Estás longe demais; e talvez tivesse de olhar duas vezes para
reconhecer neste homem de cabelos brancos e de cara marcada pela vida aquele que fui um dia, o que te fez
sofrer, e sofreu; mas quero que saibas que te vejo apenas como eras naquele momento, teu corpo ainda molhado
do mar às duas horas da tarde; e milhares, milhões de relógios eternamente trabalhando contra nós nos bolsos,
nos pulsos, nas paredes, todos cessaram de se mover porque naquele momento eras bela e pura como uma
deusa e eras minha eternamente; eternamente. Naquele edifício daquela rua, naquele apartamento, entre aquelas
paredes e aquele feixe de sol, eternamente. Além das nuvens, além dos mares, eternamente, às duas horas da
tarde de domingo, eternamente.
BRAGA, Rubem. Às duas horas da tarde de domingo. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 446. (Fragmento).
Quando lemos um poema, devemos atentar não apenas para o significado das palavras, mas também para o
modo como o autor as trabalhou. Isto é, na expressão poética, a forma de composição de um texto é
indissociável de seu conteúdo. Devemos observar a sonoridade das palavras, o ritmo dos versos, as rimas. Esses
recursos contribuem para a construção dos sentidos em um texto lírico.
Vamos considerar, por exemplo, um verso do “Soneto de separação”, de Vinicius de Moraes.
Na leitura desse verso, percebemos que a terceira, a sexta e a décima sílabas poéticas são pronunciadas mais
fortemente que as demais. É essa sequência de sílabas fortes e fracas que dá ritmo ao verso.
Ao fazer a separação das sílabas poéticas, não devemos levar em conta a divisão silábica gramatical, mas os
sons, as emissões de voz. Para calcular o número de sílabas poéticas que um verso apresenta, devemos contar
apenas até a última sílaba tônica. O número de sílabas poéticas de um verso é chamado de metro.
Por questão de ritmo, muitas vezes o poeta lança mão de vários recursos para abreviar ou alongar uma sílaba
métrica. A elisão, que consiste na fusão de vogais no encontro de palavras, é um dos recursos mais usados. É o
que ocorre, por exemplo, na nona sílaba do verso acima, em que o se e o o são pronunciados de uma só vez.
Dizemos assim que esse verso de Vinicius de Moraes tem dez sílabas poéticas.
Até o início do século XX, os poemas em geral obedeciam ao rigor métrico, isto é, os versos apresentavam
uma medida-padrão, com um esquema definido de rimas etc. No entanto, mudanças históricas e culturais
levaram a um questionamento de ideias e padrões. Na literatura, o rigor formal foi questionado, e passaram a
fazer parte dela tanto poemas que ainda o preservavam quanto outros em que havia inteira liberdade formal.
Os versos que não rimam entre si são chamados de versos brancos. Quando também não seguem um
esquema métrico, são chamados de versos livres.
QUINTANA, Mario. In: CARVALHAL, Tânia Franco (Org.). Mario Quintana: poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. p. 197.
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Gênero Dramático
Contando histórias engraçadas ou tristes, revivendo mitos e lendas, utilizando recursos variados como a
música, a dança e a mímica, o espetáculo teatral é uma das mais antigas e criativas formas de expressão do ser
humano. E o texto escrito para ser representado teatralmente pertence ao gênero dramático.
Em nossos dias, a palavra drama é usada comumente para designar uma situação comovente, que envolve
sofrimento ou aflição. Dizemos, por exemplo, “o drama das crianças abandonadas”, “o drama dos sem-terra”,
“o drama das vítimas das guerras” etc.
Originalmente, porém, a palavra drama, que vem do grego, significava “ação” e era usada com relação à arte
teatral em geral. E é isso que caracteriza o gênero dramático – o fato de ser um texto feito para encenação.
Assim como o gênero narrativo, o dramático também apresenta o desenvolvimento de uma ação: a situação
inicial é quebrada por um conflito e transformada. Mas, em geral, não há um narrador, como em um romance
ou em um conto. São os atores que tomam a palavra e se apresentam diante dos espectadores, representando as
ações dos personagens e fazendo evoluir a história.
O texto dramático só se realiza de fato quando ocorre a representação e quando alguém assiste a ela.
Alguns autores escrevem rubricas, indicações de como imaginam o cenário, a iluminação e a movimentação
dos atores, que podem ou não ser seguidas por quem escolhe representar o texto. Os atores podem contar com
vários recursos, como cenário, música, figurinos, iluminação etc. Em geral, há um diretor que orienta a
encenação.
Leitura
A seguir, há um trecho da peça “Eles não usam black tie”, de Gianfrancesco Guarnieri, encenada pela
primeira vez em 1958.
A ação transcorre em uma favela carioca e focaliza principalmente o choque de posições entre Otávio e Tião
– pai e filho – a respeito de uma greve por aumento de salário que estoura na fábrica em que ambos trabalham.
Otávio acredita que só a união de todos os operários pode levar a uma melhoria nas condições de trabalho e
de vida, enquanto Tião não pensa da mesma forma e não quer para si o futuro comum das pessoas do morro. O
filho fura a greve, decepcionando os amigos e, principalmente, seu pai, um dos líderes do movimento dos
operários.
A cena reproduzida a seguir mostra o momento em que Tião procura Otávio para se explicar.
Tragédia – Peça que gira em torno da questão do destino do ser humano. Tem quase sempre um final infeliz
e desastroso, levando o espectador a meditar sobre o sentido básico da existência humana.
Comédia – Peça que procura criticar a sociedade e o comportamento humano por meio do ridículo. O riso
seria o efeito buscado pelo autor para provocar no espectador a reflexão sobre o que se passa no palco.
Farsa – Tipo de peça teatral que surgiu na Europa, por volta do século XIV. Em geral, é breve, tem poucos
personagens e pretende provocar o riso explorando situações engraçadas ou grotescas da vida cotidiana,
apelando para a caricatura e os exageros. Tem pontos em comum com a comédia, mas, segundo o crítico
Massaud Moisés, “a farsa consistiria no exagero do cômico, graças ao emprego de processos grosseiros, como o
absurdo [...], os equívocos, os enganos”, “a farsa dependeria mais da ação que do diálogo”.
Auto – Breve peça, geralmente de conteúdo religioso e escrita em verso, que surgiu na Idade Média. A
característica marcante do auto é seu conteúdo simbólico, com os atores representando conceitos como
bondade, avareza, hipocrisia, pecado, virtude, etc., o que dá a esse tipo de peça um tom moralizante.
Drama – Atualmente, toda peça teatral caracterizada pelo tom sério. Pode apresentar momentos engraçados,
mas predomina no drama a seriedade de um conflito humano ou social.
Fonte bibliográfica:
(Texto adaptado)