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ALFABETIZAÇÃO
RESUMO
Este estudo vem constituir a realização do Projeto de Ensino em Educação, além de trazer uma
abordagem apresentando a área de concentração sobre Metodologias de Ensino e o tema a aquisição
da escrita no processo de alfabetização, em conformidade com a matriz curricular do Curso de
Pedagogia da UNIASSELVI. Justifica-se a escolha devido ao processo da alfabetização ser o período
fundamental para aquisição da leitura e da escrita, exigindo do profissional da educação uma atenção
e dedicação maior nesta fase, dando importância a uma alfabetização com qualidade por meio de
práticas pedagógicas adequadas, servindo-se dos recursos disponíveis para a contribuição neste
processo, despertando na criança o interesse pelas atividades, envolvendo-a na dinâmica do aprender.
Nesta pesquisa objetiva-se aprofundar os estudos sobre como acontece à aquisição da linguagem
escrita no processo de Alfabetização sem deixar de lado o Letramento que quando, trabalhado
juntamente com a alfabetização amplia os conhecimentos adquiridos pela criança, pois oferece a ela a
oportunidade de estar inserida na sociedade sem mesmos estar alfabetizada. Utilizaremos a
metodologia de pesquisa básica, de investigação qualitativa e de caráter exploratório na intenção de
ampliar conhecimentos e estudos e na construção de saberes. Buscou-se realizar os estudos
fundamentando-se por meio de Maria Eurácia Barreto de Andrade, (2011) em sua obra “Alfabetização
e letramento: O desvelar de dois caminhos possíveis”. Lev Semenovitch Vygotsky, (1998) em sua obra
“A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores”. Emília
Ferreiro, Ana Teberosky, (1985) na sua obra “Psicogênese da língua escrita”. Ao final pretende-se
compreender a aquisição da linguagem escrita durante o processo de alfabetização.
1 INTRODUÇÃO
O objetivo geral dessa pesquisa é aprofundar os estudos sobre como acontece à aquisição da
linguagem escrita no processo de Alfabetização sem deixar de lado o Letramento que quando
trabalhado juntamente com a alfabetização amplia os conhecimentos adquiridos pela criança, pois
oferece a ela a oportunidade de estar inserida na sociedade sem mesmos estar alfabetizada.
Esta pesquisa é de natureza básica, pois se busca rever e ampliar conhecimentos no campo
da Ciência, sem, contudo, buscar uma aplicação prática imediata desse estudo, aqui realizado.
Dando sequência aos estudos trazemos na Seção 2 o tema Conceitos sobre linguagem. Na
seção 3 A linguagem escrita. Seção 4 A escrita na alfabetização. Na Seção 4.1 Os níveis da
linguagem escrita e na seção 5 O docente como mediador no processo de alfabetização.
Finalizaremos este trabalho com as considerações finais e referências
Para que ocorra a comunicação é preciso o emissor, a mensagem e o receptor. Esse sistema
de comunicação possibilita a troca de informação e a solidificação da linguagem. Entender a
comunicação humana faz-se necessário ter conhecimento sobre os diversos níveis da aquisição da
linguagem. Trabalhar com a linguagem envolve a maneira de compreendê-la.
Na teoria sócio interacionista que Vygotsky nos apresenta, fala que a linguagem apresenta
duas finalidades fundamentais: a de “intercâmbio cultural”, isto é, de conseguir comunicar-se com
outras pessoas, interagindo com o meio social; e a de “pensamento generalizante”, que se refere à
capacidade de conceituar, tornando a linguagem um instrumento do pensamento.
O ser humano se constrói pela linguagem, ou seja, é na interação com os demais sujeitos que
são construídas as formas de pensar através da apropriação do conhecimento da comunidade em que
o mesmo está inserido.
A linguagem escrita não é somente a reprodução da língua falada, mas também um sistema
mais organizado e metódico e é aprendida, necessitando de segmentação. Seu ensino tem como
objetivo oferecer a todos a oportunidade de ler e compreender o que está escrito. Emília Ferreiro e
Ana Teberosky, falam que a escrita é o meio de simbolizar aquilo que é significativo, gerando um
conjunto de regras próprias. A criança precisa conhecer o conjunto de regras da escrita para
aprender a escrever e esse conhecimento ocorre de maneira gradual, necessitado de uma reflexão a
respeito das características gerais da escrita.
A aquisição da escrita pode ser considerada como o processo que leva a pessoa a
compreensão de um sistema simbólico.
4 A ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO
Não basta apenas ensinar escrever é preciso alfabetizar e letrar o educando para que o
mesmo esteja inserido na sociedade de forma autêntica. E para que isto ocorra procuram-se
métodos para atingir um autêntico efeito prático. Mas o que é alfabetizar? Se buscarmos uma
resposta prática, podemos dizer que alfabetizar é ensinar alguém ou aprender a leitura e a escrita,
onde o aluno começa a reconhecer os sons da fala, transformando-os em letras e grafemas. Nesta
perspectiva podemos responder que letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro
de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e função social, fazendo parte da vida do
aluno.
Nas sociedades complexas, a escrita integra todos os momentos de nosso cotidiano. Sob
tal perspectiva, compreende-se que a escrita tem múltiplas funções, desde as mais
rotineiras até as que permitem acesso às esferas de poder. Assim, o letramento tem que
ser entendido como práticas sociais em que se constroem identidade e poder
extrapolando-se os limites da escrita.
Encontrar um método que faça com que a alfabetização seja satisfatória nos primeiros anos
da escolaridade é uma ação muito importante que o professor deve ter. É fundamental que a
alfabetização ocorra no mesmo aspecto que o letramento para assim atingir o bom êxito do aluno
nesta fase.
Andrade (2011, n/d), nos descreve ainda que é tempo de repensar a alfabetização, refletindo
novas concepções e novos paradigmas que atendam às exigências sociais e culturais.
Antes mesmo de saber ler e escrever formalmente, a criança possui suas ideias particulares
de como ler e escrever. Ao entendermos que ao chegar à escola, a criança traz consigo muitos
conhecimentos a respeito da leitura e da escrita, desenvolvidos através das suas vivências,
possibilitamos a ela a oportunidade de realizar leituras e escritas de acordo com suas capacidades e
conhecimentos que foram adquiridos até aquele momento.
Os estudos realizados por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, apresentam-nos que a criança
adquire a habilidade de ler e a escrever devido ao desafio que lhe é apresentado, ou seja, ela precisa
ser desafiada, assim será capaz de confrontar suas possibilidades sobre leitura e escrita com outras
hipóteses que lhe serão oferecidas.
As autoras ainda nos direcionam para as hipóteses que a criança constrói neste processo e
definem níveis de desenvolvimento da escrita desde o momento em que a criança compreende qual
a importância da escrita e para que serve, isto é, qual a sua utilidade. Somente se compreende e se
alcança à escrita quando se possui o conhecimento a cerca da função da escrita e quando chegamos
à conclusão que o desenho não é o mesmo que a escrita.
Neste nível a criança não relaciona a escrita com a fala, ela realiza sua escrita através de
rabiscos, desenhos, números e letras empregando-as de forma aleatória. As características principais
deste nível são: A criança supõe que a escrita representa o objeto e não o seu nome; usa critério
quantitativo sendo necessárias muitas letras para escrever o nome de coisas grandes, e um pequeno
número de letras para escrever o nome de um objeto pequeno. Utilizam critério qualitativo
acreditando que usando apenas as letras do seu nome podem escrever tudo; realizam a leitura de
modo global, lendo a palavra como um todo.
Pelo fato da escrita ser tão descabida gera na criança muitos conflitos cognitivos, surgem
muitas dúvidas e desafios, que vão conduzindo a criança na busca de explicações e soluções.
Também podemos perceber avanços neste nível, quando a criança consegue diferenciar o desenho
da escrita, quando ela reconhece as letras e seus sons, identifica e escreve o próprio nome, identifica
o nome dos colegas e reconhece que são usadas letras diferentes em posições diferentes.
Diante disso a criança começa apresentar conflitos e se questionar sobre sua escrita, se ela
está correta como a sua pronúncia, como ajustá-la com a fala? Apresenta dúvidas quanto à
quantidade de letras necessárias para escrever a palavra. Outro ponto conflitante é de que a outra
pessoa não consegue entender o que ela escreveu. Também se sentirá desafiado ao perceber que sua
escrita não é igual ao que a professora escreveu. Assim a criança se sente desafiada e se põem a
buscar novas hipóteses para sanar suas dúvidas fazendo assim novas tentativas.
Alguns avanços são notórios desta fase como a compreensão de que a escrita descreve os
sons da fala, a percepção da necessidade de mais de uma letra para a maioria das sílabas, o
reconhecimento dos sons das letras.
Esse nível é uma passagem do silábico para o alfabético. A escrita é um tanto alfabética, a
criança inicia a escrever alfabeticamente várias sílabas e para outras continua silábica. Percebe que
a sílaba tem duas letras e num momento posterior que existem sílabas com mais de duas letras,
apresenta dificuldades na separação das palavras quando escreve frases. Aqui muitos costumam
dizer que a criança engoliu letras, o que na verdade é neste nível do processo da aquisição da
escrita, que a criança começa a acrescentar letras seja no meio ou no final das palavras.
Ele percebe ao comparar sua escrita com a escrita das revistas, jornais, livros ou demais, que
necessita aprimorar sua escrita. A criança começa a compreender a função social da escrita que é a
comunicação e já consegue conhecer o valor sonoro de quase todas as letras, apresenta solidez na
escrita das palavras, entende que cada letra está em concordância aos menores valores sonoros da
sílaba, busca adequar a escrita à fala, realiza leitura com ou sem ilustração, se preocupa com
conteúdos ortográficos, faz a separação das palavras quando escreve frases, produz textos de
maneira padronizados.
A criança nesse nível já exerce relação sonora das palavras, escreve da maneira que fala,
mas precisa descobrir que nem sempre se escreve como se fala. Esconde letras quando mistura a
hipótese alfabética e silábica, demonstra dificuldades e problemas na ortografia. O alfabetizando
precisa descobrir que muito além da pronúncia e da escrita, existe um sistema composto por regras,
e que a escrita precisa seguir essas regras, requerendo do mesmo, muita dedicação e um longo
aprendizado.
Alcançar o nível alfabético, não quer dizer que a criança conheça todas as letras com seus
respectivos sons. Ela pode ser considerada alfabética conhecendo apenas algumas letras e
compreendendo que o sinal gráfico deve representar o fonema. Nesta fase, a criança se sente
encorajada a exercer a escrita, porque constata que os outros entendem suas palavras.
5 O DOCENTE COMO MEDIADOR NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
O professor não deve se acomodar, mas sim buscar estar bem preparado para ser um
verdadeiro mediador no processo de ensino aprendizagem, despertando um interesse no aluno por
meio de interação. O professor tem que ansiar aprimorar seu conhecimento por meio de formações
contínuas de qualidade, nunca se dando por satisfeito com o saber que já detém. E por sua vez,
buscar desenvolver uma relação estreita com o aluno e desejar sinceramente passar este saber de
modo compreensível, sendo flexível e se adaptando as dificuldades do aluno individualmente.
Não se pode negar que é papel do professor trazer ao aluno as informações e conhecimentos
produzidos historicamente e disponíveis. Entretanto, não se trata simplesmente de repassá-
los mecanicamente aos alunos, uma vez que o papel social da escola é permitir a
apropriação crítica, criativa, significativa e duradoura do conteúdo. Tal compreensão
permite redefinir a essência da atividade de ensino como um processo de mediação. O
professor assume, neste contexto, o papel de mediador entre o sujeito e o objeto de
conhecimento que estão a sua disposição na sociedade.
É preciso haver bons exemplos dos profissionais da educação que compõem a base escolar
para que o trabalho desenvolvido não seja perdido. Necessitamos advertir que uma das maneiras
mais eficientes de ensinar é através do exemplo, que são apreciados pelos alunos no decorrer das
aulas. Não adianta o educador pedir que não gritem, se ele mesmo grita para chamar a atenção de
um aluno. Pedir que o aluno respeite o colega, se o educador o trata com arrogância. Concluímos
este tópico relacionando o papel do professor com as seguintes palavras:
Na atividade docente, faz parte do fazer bem fazer o bem. Fazer o bem significa elevar a
vida coletiva, impedir a desertificação do futuro, não acatar a esterilização dos sonhos, isto
é, fazer com que a vida possa ir ao máximo das suas possibilidades. Portanto, essa
capacidade de fazer bem traz dentro dela a necessidade de fazer o bem. (CORTELLA,
2015, p. 9)
6 METODOLOGIA
Esta pesquisa é de natureza básica, pois se busca rever e expandir conhecimentos na área da
Ciência, sem, contudo, buscar uma aplicação prática imediata desse estudo, aqui realizado.
É uma pesquisa de caráter exploratório quanto aos seus objetivos, uma vez que, como
acadêmica estamos dando início aos trabalhos na área das ciências, sendo, por conseguinte uma
pesquisa com aspectos profundos do saber. Vale ressaltar ainda que como procedimentos técnicos,
nos recorremos de uma ampla busca bibliográfica em livros, artigos científicos, caderno de estudos
e informações disponíveis na internet.
Outra fonte de busca neste estudo foram as atividades práticas como os seminários, os vários
estágios e trocas com os professores regentes nas instituições escolares e em nossa própria sala de
aula nos encontros presenciais.
7 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O processo de alfabetização inicia já nos primeiros anos de vida, e na educação infantil este
processo precisa ser uma conexão das crianças com o mundo real. Através da leitura e da escrita
inseri-las num contexto de práticas sociais vasto, rico e permeado de múltiplas linguagens, as quais
levarão à linguagem escrita.
O desenvolvimento das atividades foi elaborado a partir dos livros de literatura da Coleção
Construindo o caráter, da Editora Todo livro. O projeto veio de encontro às especificações
elencadas segundo a proposta das diretrizes curriculares para a educação infantil da Rede
Municipal de ensino do município de Pomerode (2012, p. 24) que diz que:
Para tanto, é preciso que se organizem propostas e projetos que: Provoquem situações de
aprendizagem que privilegiem o pensar da criança; Levem em consideração os
conhecimentos prévios das crianças, adequando-os aos seus interesses e faixa etária;
Propiciem conceitos de maneira significativa e funcional para as crianças, colocando-lhes
problemas o mais próximo possível das práticas cotidianas reais; Ofereçam oportunidade
para as crianças terem contato com grande variedade de informações, artefatos e invenções
culturais; Estimulem a autoestima e o autoconceito em relação às aprendizagens, ou seja,
que as crianças sintam prazer em aprender e que tomem consciência de que aprenderam
algo mais; Ajudem as crianças a se tornarem cada vez mais autônomas em suas
aprendizagens; Sejam desafiadores para as crianças oportunizando a busca de novos
conhecimentos.
Toda ação pedagógica precisa ser apresentada para a criança com a intenção de ter uma
função social na vida da mesma.
Dessa maneira o projeto veio ao encontro da realidade, onde se trabalhou a temática sobre
liderança e escolhas, ensinando para as crianças princípios éticos, morais e políticos, como seus
direitos e deveres no exercício da cidadania.
Vive-se hoje em uma sociedade em que cada vez mais os valores éticos e morais estão sendo
esquecidos. A tecnologia, os meios de comunicação e a ciência vivem um cenário de
desenvolvimento acelerado, enquanto o desenvolvimento interior do ser humano parece regredir,
não proporcionando igual desenvolvimento no campo da ética e da moral.
Diante desta crise ética e moral que afeta a sociedade, o valores humanos estão sendo
esquecidos. O Ser humano é dotado de grande inteligência, detentor de grandes conhecimentos,
capaz de grandes descobertas científicas e capaz também de discernir o que é certo e o que é
errado através do livre arbítrio que possui. Por outro lado é dotado pelos instintos da carne, das
paixões e das más inclinações, o que resulta a ação dos seus atos egoístas, deixando-se levar pela
ambição, avareza, orgulho, cinismo, cobiça inveja e outros mais. Um ser que se torna negligente
diante do cumprimento dos seus deveres e obrigações, tornando-se corrompido, diante da
sociedade em que vive.
A educação infantil tem como finalidade a formação integral do ser humano. Aqui está a
base orientadora para o professor exercer seu papel com responsabilidade, fazendo a diferença na
vida dessas crianças. Durante a realização deste estágio, foi trabalhado muito a afetividade, a
autonomia da criança, o falar sempre a verdade, a musicalização, foram momentos gratificantes pra
mim e de muita alegria pra as crianças. A interação minha com eles na brincadeira foi maravilhosa.
Percebeu-se que os professores precisam entrar no clima, ser criança junto com eles, agindo assim
ganham a atenção das mesmas, além de ganhar a confiança e o carinho.
Foi realizado o jogo do carinho e foi muito proveitoso, pois houve a interação e a troca de
afetos. Um abraço, um beijo na bochecha ou um abraço e um beijo. Alguns de início demonstraram
uma leve timidez, mas foram todos participativos. Segundo Lima (1984, p. 30): “A educação, pois,
compreende também a afetividade (regulação do fluxo energético e criação das escalas de valores).
A educação da afetividade é a dinâmica de grupo (evolução entre os indivíduos) e o grau de
interesse que a tarefa pedagógica desperta”.
7.1.1 O Educador Como Exemplo E Mediador Desses Valores
O professor deve trabalhar esses princípios desde a primeira infância, ajudando seus alunos
a tornarem-se cidadãos do bem, através de ações reflexivas. Eis aqui um dos desafios
contemporâneos.
O professor tem a responsabilidade de passar uma formação moral, uma formação de valores
aos seus alunos, sendo ele mesmo o primeiro a dar exemplos com atitudes éticas e morais. Todo
ser humano necessita de bases morais bem definidas. Assim sendo saberá agir ao se deparar com
os conflitos e problemas que encontrará durante sua vida pessoal, profissional e social.
Na atividade docente, faz parte do fazer bem fazer o bem. Fazer o bem significa elevar a
vida coletiva, impedir a desertificação do futuro, não acatar a esterilização dos sonhos, isto
é, fazer com que a vida possa ir ao máximo das suas possibilidades. Portanto, essa
capacidade de fazer bem traz dentro dela a necessidade de fazer o bem. (CORTELLA,
2015)
A criança começa a criar a sua identidade na faixa dos 3 aos 6 anos e este é o momento que
o profissional da educação precisa se preocupar em apresentar assuntos relacionados aos valores
humanos. O profissional da Educação Infantil tem de centrar sua prática docente no
desenvolvimento da autonomia de suas crianças; intervindo e explicando, com uma linguagem clara
e objetiva, os preceitos e os princípios que conduzem as relações sociais e não falar apenas sobre o
que deve ou não deve ser feito.
Oferecer uma educação focada para os valores humanos é um requisito que toda instituição
carece de um estudo intenso, pois os mesmos necessitam estarem presentes nos relações diárias da
instituição. Para isso, é fundamental que a equipe de docentes da instituição se reúna objetivando
discutir a melhor maneira de trabalhar esses valores, buscando-se o exercício desses conceitos e a
prática dos mesmos.
É preciso haver bons exemplos dos profissionais da educação que compõem a base escolar
para que o trabalho desenvolvido não seja perdido. Necessita-se advertir que uma das maneiras
mais eficientes de ensinar é através do exemplo, que são apreciados pelos alunos no decorrer das
aulas. Não adianta o educador pedir que não gritem, se ele mesmo grita para chamar a atenção de
um aluno. Pedir que o aluno respeite o colega, se o educador o trata com arrogância.
É obrigação da escola e do professor trabalhar para uma educação permeada nos valores
humanos, e estes precisam estar presentes nos conteúdos que dissertem a pluralidade cultural, o
respeito às diversidades culturais, etnias, crenças e outros. Criar situações para que a criança se
sensibilize com o próximo: isso pode ser oferecido de forma lúdica através de brincadeiras, através
da música e da contação de histórias, desenvolvendo a compaixão que é a via para se chegar à
moralidade.
Segundo (COMENIUS apud LIBERAL 2002, p. 145) afirmava que o papel da escola era
formar homens sábios na mente, prudentes nas ações e piedosos no coração; apoiada nos pilares da
inteligência, memória e vontade, a formação dos homens deve abarcar, a instrução, a virtude e a
piedade. É urgente trabalharmos estes valores a partir da Educação Infantil e projetar uma
sociedade mais humana, igualitária, sem violência e sem conflitos.
Diante do que foi observado e constatado na vivência deste estágio, pode-se dizer que para
que a Educação cumpra com seu papel, necessita-se de professores preparados, capazes de oferecer
à criança oportunidades para o seu pleno desenvolvimento. O professor precisa sair da sua zona de
conforto. Precisa-se de professores que estejam abertos às mudanças, que possuem acima de tudo o
querer. O querer fazer bem aquilo que faz, oferecendo o seu melhor naquele momento, o querer
buscar novos conhecimentos, o querer traçar novos desafios, e acima de tudo o professor precisa
querer fazer e ser a diferença na vida de cada criança confiada ao seu trabalho. A educação não
precisa de professores que preferem colocar um desenho para a criança assistir, sendo que ela já
tenha assistido várias vezes, não acrescentando nada no desenvolvimento da mesma. A educação
precisa sim, de profissionais capazes de elaborar atividades que desafiem a criança levando-a ao
pleno desenvolvimento.
A palavra Lúdica tem origem latina, deriva de ludus (jogo). Por isso ao se pensar
etimologicamente sobre ludicidade saberemos que a palavra está relacionada às atividades
espontâneas e prazerosas, ou seja, às brincadeiras.
De acordo com Melo (2011, p. 41), “a ludicidade estimula uma aprendizagem com
enriquecimento de experiências, pois possibilita um trabalho interdisciplinar em que se
desenvolve habilidades de reflexão, lazer, pode transformar-se em fonte de conhecimento e parte
integrante da atividade educativa”.
Pode-se trabalhar com a ludicidade em todas as disciplinas. O lúdico é sempre bem vindo
para gerar interesse no educando, despertando o seu raciocínio, fazendo com que o educando seja
desafiado e possa construir o percurso do seu pensamento para chegar a um determinado
resultado.
Conforme nos apresenta Ferraz e Fuzari (1993, p.86 apud SILVEIRA 2012, p. 11), “Brincar
na infância é o meio pelo qual a criança vai organizando suas experiências, descobrindo e recriando
seus sentimentos e pensamentos a respeito do mundo, das coisas e das pessoas com as quais
convive”.
A vivência deste estágio realizou-se na Escola Básica Municipal Almirante Barroso, com a
turma do terceiro ano vespertino. Foram elaboradas no período da prática do estágio, atividades
lúdicas vinculadas aos conteúdos de Matemática e de Língua Portuguesa, de forma que pudessem
desenvolver e aprimorar as capacidades e competências dos alunos do terceiro ano do ensino
fundamental. Porém as experiências não foram tão agradáveis, uma vez que, os alunos não eram
acostumados com essas práticas em sala de aula, nesse caso, foi difícil manter a ordem e a
disciplina dos alunos durante a realização dos jogos e das brincadeiras, pois, os mesmos não
possuíam o espírito de cooperação.
Outro fator negativo dessa experiência foi a má acolhida da professora regente, pois a
mesma demonstrou várias vezes que não gostava que interagisse muito com as crianças, não sendo
muito favorável a ludicidade na sala de aula, pois as preferia quietinhas, com a cabeça baixa
escrevendo no caderno.
Foi lamentável perceber a dificuldade de pôr em prática o que diz a teoria sobre a ludicidade
em sala de aula. Dificuldade em ultrapassar a barreira dos pensamentos dos professores atuantes,
pois, quando a turma se agitava as professoras das turmas vizinhas se sentiam incomodadas e
fechavam as janelas. Passando pelas experiências dos estágios pode se dizer que a ludicidade é
fundamental no cotidiano da sala de aula, porém é mais fácil trabalhar com a ludicidade na
educação infantil, pois o ambiente e os profissionais são acostumados com isso, em contra partida
não existe isso nos anos iniciais, percebe-se que a ludicidade incomoda os profissionais que ali
trabalham, pois sai da rotina da turma e gera certa agitação.
Apresentamos o que no diz Penin, (2002, p. 17 apud BUSS, 2013, p. 8), “[...] que a escola
representa a instituição que a humanidade criou para socializar o saber sistematizado”. Assim
sendo, a função da escola varia, pois ela deve relacionar os diversos momentos da história, as
culturas, de acordo com a região e povos que constituem a comunidade escolar.
Ainda segundo a concepção de Wittmann, (2004, p. 16 apud BUSS, 2013, p. 8), “[...]
função da escola é garantir educação aos estudantes, contribuindo para que se tornem sujeitos,
isto é, autores e senhores de suas vidas. Isto significa criar oportunidades para que eles decidam,
pensem, tornem-se livres e responsáveis, autônomos, emancipados”.
A escola insurge como uma instituição essencial para a construção do indivíduo, da mesma
forma como insurge para o progresso da sociedade e da humanidade. A escola como entidade
social possui objetivos e metas, aplicando e reconstruindo os conhecimentos produzidos pela
sociedade.
Consequentemente, a gestão escolar cuida das atribuições que escola possui, cumprindo as
normas comuns dos procedimentos. Cada instituição precisa elaborar e executar o seu
planejamento pedagógico, conduzir o quadro de profissionais e seus bens materiais, suas finanças,
preocupar-se com o ensino-aprendizado dos educandos, oferecendo meios para a melhoria de seus
estudos e proporcionar um processo de integração articulado com as famílias e a comunidade.
O que se percebeu durante os dias de observações pode-se dizer a gestora está envolvida o
tempo todo em função da administração material e o orientador envolvido em resolver conflitos
entre alunos e problemas que ocorrem na escola. Percebeu-se que o orientador tem pouco tempo
disponível para o acompanhamento pedagógico.
8 CONCLUSÃO
Para concluir este trabalho, acredita-se na importância de retomar a questão de estudo que se
colocou inicialmente. Durante os estudos pode-se observar o quanto as atividades simples, aplicadas
aos alunos em sala de aula, podem trazer um grande resultado no aprendizado e na aquisição da
escrita, mediante a uma metodologia bem aplicada e as intervenções adequadas do professor.
Observou-se ainda que a troca de ideias e experiências entre os docentes podem trazer inúmeros
benefícios não somente aos professores, mas também aos seus alunos, pois dessa maneira, podem-
se repetir as experiências que geraram bons resultados e rejeitar ou adequar as que não alcançaram
os objetivos desejados.
Dessa maneira se almeja para que todas as crianças iniciantes na caminhada escolar e
educacional tenham acesso a boas escolas e principalmente bons profissionais, pois agora se tem a
certeza de que para que a alfabetização aconteça, são necessárias além de uma boa formação,
paciência, amor, experiência e muita dedicação. O sucesso da alfabetização está no empenho e
dedicação do profissional da educação, mas como assegurar que este profissional irá dar o seu
melhor para que isto aconteça?
REFERÊNCIAS
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possíveis. Jundiaí: Paco Editorial, 2011.
BARBOSA, Maria Carmen Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Projetos pedagógicos na
Educação Infantil. Porto Alegre: Grupo A, 2008.
BRASIL. CNE. Resolução CEB 1/99. Diário Oficial da União. Brasília. 1999.
BRYCH, Fábio. Sociedade passa por uma profunda crise ética e moral. Disponível em:
< http://www.conjur.com.br/2007-out-31/sociedade_passa_profunda_crise_etica_moral >. Acesso
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CORTELLA, Mário Sérgio. Educação, convivência e ética: audácia e esperança!. São Paulo.
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LIBERAL, Márcia Mello Costa de. Um olhar sobre ética e cidadania. São Paulo: Mackenzie
2002.
LIMA, Lauro de Oliveira. A Construção do homem segundo Piaget (Uma teoria da Educação).
3ª Ed. Rio de Janeiro: Grupo Editorial Summus, 1984.
MACEDO, Lino de; PETTY, Ana Lúcia Sícoli; PASSOS, Norimar Christe. O jogos e o lúdico na
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NADAL, Beatriz Gomes; ORGs. Práticas pedagógicas nos anos iniciais: concepção e ação. São
Paulo: Ed. UEPG, 2007, p. 165.
SILVEIRA, Tatiana dos Santos. Metodologia do ensino da arte. Indaial: UNIASSELVI, 2012