Resumo - Sermão Da Sexagésima
Resumo - Sermão Da Sexagésima
Resumo - Sermão Da Sexagésima
AUTOR
• ANTONIO VIEIRA RAVASCO – Padre, teólogo, orador,
missionário, político e diplomata.
• Nasceu em Lisboa – 1608 – Faleceu em 1697 na Bahia.
• Defendeu índios, judeus, criticou sacerdotes dominicanos e a
inquisição.
SERMÃO DA SEXAGÉSIMA
SAEM A SEMEAR
• Construção paralelística:
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão empeçado
(transtornado), um estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado
(contrário) a toda a arte e a toda a natureza? Boa razão é também esta. O estilo há-de
ser muito fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar ao semear.
Este desventurado estilo que se usa hoje, os que querem honrar chamam-lhe
culto, os que condenam chamam-lhe escuro, mas ainda lhe fazem muita honra. O estilo
culto não é escuro, é negro (...) A motivar desvelos, a acreditar empenhos, a requintar
finezas, a lisonjear precipícios, a brilhar auroras, a derreter cristais, a desmaiar jasmins,
a toucar primaveras e outras mil indignidades destas.
(...) Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o
sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte há-de estar branco, da outra há-de estar
negro; se de uma parte dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem
desceu, da outra hão-de dizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas
palavras em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu contrário? (...)
Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito
claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro.