Fono Hospitalar1

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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NO CAMPO HOSPITALAR

Laynara Cristine da silva Leandro


Ney Stval

RESUMO
A atuação Fonoaudiológica junto à instituição hospitalar é recente e vem se aprimorando a cada
dia. Hoje em dia observa-se um número crescente de publicações demonstrando a atuação do
fonoaudiólogo em ambiente hospitalar. Foi na década de 1990, com uma maior conscientização
de seu papel que o fonoaudiólogo se apropriou mais das questões voltadas a internação de seu
paciente e percebeu quanto poderia ser útil no ambiente hospitalar, na reabilitação mais rápida,
e nas complicações minimizadas nos pós-cirúrgicos. Contudo esse trabalho procura levantar
informações das áreas de atuação do fonoaudiólogo no hospital.

Palavras-chave: Câncer, bebe de risco, amamentação, disfagia.

ABSTRACT
The performance Speech by the hospital facility is new and has been improving every day. Today
there is a growing number of publications demonstrating the speech pathology at a hospital. It
was in the 1990s, with a greater awareness of their role that the audiologist has appropriated
more of the issues facing the hospital and saw his patient as it could be useful in the hospital
environment, the more rapid rehabilitation, and complications minimized in post-surgical.
However, this paper seeks to gather information from areas of the speech therapist at the
hospital.

Keywords: Cancer risk babies, breastfeeding, dysphagia.

INTRODUÇÃO

A velocidade com que a fonoaudiologia cresceu e diversificou-se é


assustadora e surpreendente. Em todo o caminho da fonoaudiologia se nota o desempenho de
fonoaudiólogos começando a ganhar seu espaço junto a equipe hospitalar.
Segundo Hernandes & Marchesan (2001), o inicio do trabalho
fonoaudiológico dentro do hospital teve inicio com atendimentos a pacientes que sofriam de
Acidentes Vasculares Cerebrais. Talvez o marco inicial tenha sido nas equipes de neonatos de
risco ou mesmo a porta de entrada tenha sido os serviços de Audiometria.
Hernandez & Marchesan (2001), relatam a dificuldade na formação do
fonoaudiólogo para a atuação em ambiente hospitalar pelo fato de ser necessário amplo
conhecimento nesta área.
Segundo Figueiredo & Benincasa (2003), a atuação Fonoaudiológica junto
à instituição hospitalar é recente e vem se aprimorando a cada dia. Hoje em dia observa-se um
número crescente de publicações demonstrando a atuação do fonoaudiólogo em ambiente
hospitalar.
Vale ressaltar que está se tornando inegável a necessidade que os
fonoaudiólogos estão sentindo em buscar formação científica para o embasamento de suas
atividades práticas. Foi na década de 1990, com uma maior conscientização de seu papel que o
fonoaudiólogo se apropriou mais das questões voltadas a internação de seu paciente e percebeu
quanto poderia ser útil no ambiente hospitalar, na reabilitação mais rápida, e nas complicações
minimizadas nos pós cirúrgicos.
De acordo com Luz (2009), o nome "Fonoaudiologia Hospitalar" que está
sendo tão falado e discutido, não significa de forma alguma atuação no espaço físico chamado
"Hospital", mas está sendo usado, exatamente, para determinar onde difere na forma de
intervenção que são realizados em pacientes internados (ainda no leito).
A reivindicação feita ao Conselho para regularização desta área da
Fonoaudiologia baseia-se nas atividades que são desenvolvidas em locais hospitalares
específicos beneficiando tanto profissionais quanto pacientes, além do aumento do campo de
trabalho, clarificando cada vez a necessidade do fonoaudiólogo. De modo geral ha muitas
vantagens nesta atuação podendo o profissional realizar uma intervenção precoce e muitas
vezes preventiva, facilitando a integração entre os profissionais.
Contudo o trabalho procura levantar informações das áreas de atuação do
fonoaudiólogo no hospital, considerando os seguintes temas: Câncer de cabeça e pescoço,
Disfagia, Amamentação e Bebês de risco.

REFERENCIAL TEÓRICO

A atuação fonoaudiológica veio a preencher uma importante lacuna no


campo hospitalar. Especificamente na área de reabilitação oncológica, a necessidade de
reabilitação das seqüelas vocais vem se mostrando cada vez mais marcante, sobretudo quando
se leva em conta que, atualmente, o câncer de cabeça e pescoço responde por cerca de 10% do
total de modalidades de câncer notificadas no mundo (Sherman, 1997) e grande parte das
técnicas de tratamento nesta região promove significativos impedimentos na função fonatória.
Hernandes & Marchesan (2001), comentam que, tradicionalmente, o
extremo da alteração vocal em cabeça e pescoço era promovido pela laringectomia total, que
passou então a representar a ‘’suprema necessidade de reabilitação vocal’’ nessa área, sendo
que os demais distúrbios não eram enfocados com tanta severidade, nem tidos como passiveis
de melhoria ou de intervenção em termos da equipe de reabilitação.
De acordo com Nemr et al (2008), desde a primeira laringectomia total,
realizada em 1873, várias técnicas de reabilitação tem sido desenvolvidas visando suprir a
principal seqüela deixada pela retirada cirúrgica da laringe - a perda irreversível da voz. Diante
da impossibilidade de opção pelas próteses traqueosofágica, a voz esofágica surge como a
melhor alternativa visto ser uma adaptação natural do próprio organismo para a emissão dos
sons. Contudo, um dos aspectos mais limitantes no desenvolvimento desta voz é o próprio
aprendizado, pois, além da necessidade de um tempo longo, não existe garantia de sucesso
final.
Masson et al (2008), acrescenta um possível tratamento não
medicamentoso disponível para os problemas respiratórias em pacientes laringectomizados
totais. É o uso regular do umidificador de traqueostoma. O kit HME consiste em um filtro de
plástico com espuma aerada em seu interior e um adesivo transparente e de material
hipoalergênico que deverá ser fixado ao redor do estoma de cada paciente. Com relação a voz,
um importante fator que a aparentemente influenciou na efetividade do HME foi o método da
reabilitação vocal. Este umidificador diminui a tosse e a expectoração em pacientes
laringectomizados totais, não apresentando influencia na qualidade vocal esofágica ou
traqueosofágico.
Segundo Costa & Buss (2008), o câncer (neoplasia ou tumor maligno) é
uma doença que vem crescendo em número de portadores, sendo a terceira maior causa de
mortalidade no Brasil. O CA é caracterizado por um grupo de células que crescem
descontroladamente, capaz de invadir estruturas próximas e ainda, se espalhar para diversas
regiões do organismo. Dentre as formas de tratamento do CA está a quimioterapia que utiliza
medicamentos para destruir as células tumorais. Em pacientes expostos a drogas ototóxicas, a
monitorização auditiva é de fundamental importância, visto que resulta em uma detecção
precoce das perdas auditivas induzidas por essas drogas, possibilitando a revisão do tratamento
ou mesmo a escolha de procedimentos alternativos, além de identificar à progressão da lesão.
Segundo Juste (2007), a deglutição é uma função neurovegetativa que
exige um controle neuromotor fino com a participação do córtex central e dos nervos encefálicos.
O paciente que apresenta aumento da pressão intracraniana elevada ou danificação dos nervos
cranianos pode ter os movimentos da língua enfraquecidos ou desordenados dificultando a
realização da fase oral durante a deglutição.
Dentro das alterações hospitalares fonoaudiológicas encontra-se a Disfagia,
onde o atraso do reflexo da deglutição é considerado um sinal significativo desta alteração. Na
disfagia a deglutição ocorre de forma imprecisa e/ou lenta para líquida, pastoso, sólido ou para
ambos.
De acordo com Gonçalves (2007), trabalhar com disfágico significa trabalhar
para conquistar uma deglutição sem risco de complicações. O objetivo da reabilitação em
disfagia é estabilizar os aspectos nutricionais e diminuir os riscos de bronco-aspiração. Depende
também da elaboração de um programa terapêutico, que eleja um grupo de procedimentos
capazes de causar efeitos benéficos na dinâmica da deglutição, refletindo-se de maneira
satisfatória no quadro geral do individuo.
Yamamoto et al (2009 ) nos diz que, os reflexos de sucção e de deglutição
podem se apresentar ausentes ou alterados no recém nascido pré-termo, havendo nestes casos,
de adequar as funções de alimentação. Por estas razões é necessário que os RN pré-termo
sejam alimentados por sonda até estarem preparados para iniciarem uma alimentação por via
oral.
Ao longo dos últimos dez anos, a atuação clínica e preventiva com os RNs
de risco, lactantes e crianças com dificuldade de se alimentar por via oral evoluiu rapidamente e
já não causa espanto a presença do profissional da fonoaudiologia em berçário de risco e UTI
pediátrica.
Hernandez et al (2006) relata a importância do leite materno, pois este
promove o melhor estado nutricional do bebê por suas propriedades únicas onde bebes sem
condições clinicas e/ou funcionais não permitem sugar o seio em seus primeiros dias de vida
necessitando assim de cuidados especiais dentre eles a intervenção fonoaudiológica.
As orientações relacionadas à amamentação devem ser iniciadas no pré-
natal e continuar no pós-natal, principalmente nos primeiros dias do bebê. Essas informações
podem ser feitas no hospital.
Leite et al (2008), comenta que além das inúmeras vantagens existentes na
amamentação, ainda permite o desenvolvimento do sistema estomatognático, onde o RN realiza
movimentos na musculatura orofacial, estimulando as funções de respiração e deglutição.
Ressalta também que as funções de respiração e deglutição são muito beneficiadas pela
amamentação, onde propicia o desenvolvimento o crescimento e desenvolvimento da maxila e
mandíbula, onde também estimula a respiração nasal.
A amamentação é de muita valia na comunicação favorecendo uma
importante interação mãe-bebê, proporcionando uma linguagem satisfatória para criança. Algo a
ser ressaltado é o conhecimento da mãe em relação à atuação do fonoaudiólogo, sabendo que
os benefícios da Fonoaudiologia no alojamento conjunto não são somente para o bebê, mas
também para a mãe, onde detecta e previne futuras complicações.
Em pesquisa feita em uma maternidade - escola de referência do estado do
Ceará, foi desenvolvida no período de novembro de 2006 a fevereiro de 2007, observou-se que
das 38 mães pesquisadas, 25 (66%) apresentaram o bico da mama protruso, 12 (32%) tinham o
bico curto e 1 (12%) tinha o bico plano. No que tange às dificuldades durante a amamentação,
23 (60,5%) relataram não sentirem dificuldades na primeira mamada, enquanto 15 (39,5%) mães
referiram sentir ausência de leite, dor na mama, pouco leite e dificuldades na pega. O mais
assustador foi o fato de nenhuma das entrevistadas terem recebidos orientações
fonoaudiológicas. Muitas relataram não conhecer o papel do fonoaudiólogo.
Leite et al (2008) diz, ‘’ O fonoaudiólogo pode desenvolver o papel de
educador, que irá orientar, esclarecer e estimular a continuidade da lactação desde a assistência
pré-natal, puerpério e puericultura, podendo intervir diretamente na função de deglutição com
neonatos que apresentam dificuldades.’’
Os RNPT apresentam dificuldade na sucção devido a imaturidade das
funções. Promover uma alimentação saudável, segura e eficiente ao RNPT é o principal fator de
atuação aos RNs e relaciona-se com a capacidade e coordenação da sucção, deglutição e
respiração.
Neiva et al (2007) relata que a sucção dos recém nascidos pré-termo tem
sido muito estudada com relação ao seu funcionamento e elementos, aos efeitos da nutrição não
nutritiva bem como o inicio da alimentação via oral.
O atendimento ao RN com anomalia é mais delicado devido a
complexidade em que se insere o recém-nascido portador de anomalias. Contudo se requer de
todos tanto do profissional especializado quanto da familiar, um conhecimento, assistência,
determinação e paciência para que se possa alcançar um resultado satisfatório no prognostico
da criança.
Delgado (2009) nos mostra uma síndrome rara que traz repercussão na
alimentação do bebe afetado, é a Pterígio Poplíteo. Sua principal característica é a presença de
pterígio que é uma membrana de pele que liga articulações, quase sempre bilateral, na altura
dos membros inferiores, estendendo-se ao calcanhar englobando o nervo ciático. Quando é
diagnosticada a doença, a equipe multidisciplinar é muito importante nesta alteração devido a
sua complexidade.
É importante o conhecimento do fonoaudiólogo na adequação da função
alimentar, por meio da alimentação, da avaliação e tratamento das estruturas do sistema
estomatognático e suas funções, a partir da síndrome Pterígio Poplíteo, alimentando por sonda,
internado em UTI.

OBJETIVO

Levantar a importância da atuação da Fonoaudiologia no âmbito hospitalar

MÉTODOS

Foi realizado uma pesquisa bibliográfica baseada em livros e artigos


científicos e sites relacionados ao trabalho fonoaudiológico em ambiente hospitalar em
diversas áreas, para esta pesquisa ser realizada alguns critérios foram adotados: Foi realizada
a busca de 10 artigos no máximo três do mesmo tema, atendendo a exigência de que a
atuação do fonoaudiólogo fosse dentro do hospital em atendimento ao paciente de leito, o
material deveria conter a atuação de diversas áreas da fonoaudiologia (motricidade orofacial,
audiologia, linguagem e voz patológica) esses artigos foram publicados a partir de 2006,
constando na pesquisa o titulo dos artigos utilizados.
Assim sendo, demos início ao levantamento bibliográfico pesquisando
sobre as áreas hospitalares como: câncer de cabeça e pescoço, amamentação, bebês de risco
e disfagia.
A coleta de material foi realizada se utilizando as palavras chave, câncer de
cabeça e pescoço e atuação fonoaudiológica, trabalho fonoaudiológico em paciente disfágico,
disfagia, atuação fonoaudiológica com bebes de risco e trabalho fonoaudiológico em ambiente
hospitalar.
Após este levantamento foi feito uma leitura criteriosa de todos os artigos
separados por temas sendo realizado um resumo retirando a essência dos textos.
RESULTADOS
Conforme relatado anteriormente foram pesquisados 10 artigos na área
hospitalar sendo que:
O gráfico 1 relata os dados do levantamento de artigos relacionados com o
papel do fonoaudiólogo no hospital

Observa-se no gráfico 1 a divisão dos artigos encontrados, onde o câncer de


cabeça e pescoço e bebês de risco revelam a maior porcentagem encontrada.

CANCER DE CABEÇA E PESCOÇO

Gráfico 1.1: Divisão das principais alterações do câncer na Cavidade Oral.


DISFAGIA
Gráfico 1.2: Maiores alterações em Disfagia

AMAMENTAÇAO
Gráfico 1.3 : Alterações mais encontradas no período da amamentação do
RN.
RN DE RISCO

Gráfico 1.4 : Alterações mais encontradas em RN de risco


Quadro 1: Distribuição das áreas da fonoaudiologia hospitalar e a relação
das alterações entre as sub áreas:

Nome do Artigo Fonte Sub áreas


Umidificador de
traqueostoma: influencia
na secreção e voz de Pró-Fono Revista de Atualização Câncer de cabeça e
laringectomizados. Cientifica pescoço
Fatores cognitivos na
reabilitação vocal após Câncer de cabeça e
laringectomia total. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia pescoço
Análise dos prontuários
de pacientes oncológicos
quanto ao monitoramento Câncer de cabeça e
auditivo. Revista CEFAC pescoço
Disfagia: etiologia e
efeitos orgânicos. http://www.webartigos.com Disfagia
A eficácia da reabilitação
em disfagia orofaríngea. http://www.scielo.br Disfagia
Evolução do ritmo de
sucção e influencia da
estimulação prematura e Pró-Fono Revista de Atualização
amamentação. Científica Amamentação
Conhecimento materno
sobre fonoaudiologia em
amamentação em
alojamento conjunto. http://www.unifor.br Amamentação
Características da sucção
nutritiva na liberação da
via oral em recém-
nascido pré-termo em
diferentes idades Revista Sociedade Brasileira de
gestacionais. Fonoaudiologia RN de Risco
Atuação fonoaudiológica
na unidade de terapia
intensiva em bebês com
síndrome de pterigeo Revista Sociedade Brasileira de
poplíteo Fonoaudiologia RN de Risco
A intervenção
fonoaudiologica em
recém-nascidos de risco
para distúrbios de
deglutição e sucção e a
influencia do aleitamento
materno Revista Brasileira de Nutrição Clinica RN de Risco
Diante dos resultados observados acima, pode-se perceber as áreas mais
atuantes no campo hospitalar. Durante a pesquisa o que mais encontrado foi atuação
fonoaudiológica em Câncer de cabeça e pescoço, onde pudemos perceber um numero elevado
de alterações correlacionadas. Dentro das áreas encontradas muitas alterações
fonoaudiológicas foram percebidas, confirmando a importância da atuação do fonoaudiólogo no
hospital.

DISCUSSÃO

Sabe-se que o trabalho fonoaudiológico no campo hospitalar foi


merecidamente conquistada com profissionais que sem medo encararam a realidade hospitalar.
Nesta caminhada o profissional percebeu que era preciso um conhecimento amplo das
patologias que abrangem o ramo hospitalar.
Historicamente foi na década de 1980, de forma sutil que o fonoaudiólogo
inseriu-se no ambiente hospitalar, onde na década de 90 se aprimorou nas questões de
internação percebendo sua importância ao paciente hospitalizado.
Conforme os resultados obtidos, nos últimos 10 anos cada vez mais o
fonoaudiólogo integra equipes multiprofissionais em UTIs neonatais e de adultos, ambulatórios
especializados em síndromes crânio-faciais, fissuras labiopalatinas, deformidades maxilo-
mandibulares e seqüelas oncológicas de cabeça e pescoço. Até o presente momento,
os maiores casos nas áreas hospitalares são os casos de cabeça e pescoço, sendo que os
menores casos são os de origem neurológica.
Hernandez & Marchesan (2001) diz: “é possível afirmar que a atuação
fonoaudiológica na área de cirurgia de cabeça e pescoço é vasta, englobando a multiplicidade de
seqüelas impostas por tratamentos que envolvem o combate ao câncer que acomete o complexo
anatomofuncional da cabeça e pescoço, com destaque para os procedimentos de cirurgias e
radioterapias”.
Este levantamento bibliográfico nos permitiu observar também os diversos e
comuns casos de Disfagias que aparecem no hospital necessitando de uma reabilitação
fonoaudiológica.
Hoje a palavra disfagia esta sendo muito debatida e as instituições estão
mais alertas quanto aos seus cuidados ao paciente disfágico, pelo risco de broncoaspiração,
pneumonias de repetição e internação hospitalar prolongada. (OLIVEIRA, 2003)
Vemos cada vez mais fonoaudiólogos atuando e cooperando com a equipe
multiprofissional, objetivando melhor reabilitação a esse paciente. O trabalho fonoaudiológico
apesar de sua comprovada importância, ainda não é satisfatoriamente difundido entre a rede
hospitalar em geral, principalmente em berçários.
Sabe-se que uma alimentação adequada tem um papel significativo no
desenvolvimento global da criança como: cognição, desenvolvimento motor e neurológico e
maturação fisiológica do sistema. (SALCEDO, 2003)
Distúrbios na função motora oral e no comportamento da alimentação do
recém-nascido também podem alertar quanto ao funcionamento neurológico, no final do primeiro
ano de vida (CASAER & LAGAE, 1991).
A alimentação dos recém-nascidos com história de prematuridade e/ou
intercorrências pré e pós-parto pode ser conturbada por serem imaturos, por representares tono
muscular diminuído e falta de coordenação entre a respiração, a sucção, a deglutição e o padrão
postural. Em virtudes da imaturidade fisiológica, esses recém-nascidos devem ser alimentados
por sondas orogástricas. (SALCEDO, 2003)
O interesse pelo estudo do desenvolvimento do recém-nascido prematuro
tem crescido nos últimos anos. Neste sentido, o recém-nascido prematuro tem merecido enfoque
em vários serviços de saúde, com o intuito de se criar condições para que estas crianças sigam
o seu desenvolvimento da melhor forma possível. (PERISSINOTO, 2003)
Em síntese, toda a gama de cuidados envolvida no seguimento do
desenvolvimento do recém-nascido prematuro traduz o núcleo da preocupação da atuação
fonoaudióloga, ou seja, a escolha de um referencial teórico e a conseqüente eleição de uma
metodologia clara de trabalho.

CONCLUSÃO

A dificuldade do trabalho do fonoaudiólogo no ambiente hospitalar ainda


existe, mas o resultado de seu trabalho vem comprovando a necessidade e a importância do
trabalho fonoaudiológico na recuperação de pacientes hospitalizados. O trabalho do
fonoaudiólogo dentro do hospital faz parte de uma atuação preventiva e terapêutica, a fim de
interceptar os processos patológicos. Para que o fonoaudiólogo atue nesta área é necessário
ampliar seus conhecimentos em audiologia, linguagem, M.O e voz dentro do ambiente hospitalar
adquirindo conhecimento sobre atuação de outros profissionais.
Contudo foi através dessa pesquisa que aprendemos o quão importante é a
atuação Fonoaudiológica no ambiente hospitalar, onde através das pesquisas cientificas
publicadas e divulgadas que o profissional da Fonoaudiologia vai ganhando seu espaço.

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Enviado em: fevereiro de 2012.
Revisado e Aceito: março de 2012.

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