Aula 2 - Tensões e Deformações - Parte 2
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Folha de
borracha
Quadrado após
deformação (a) (b) (c) (d)
• Imagine uma folha de borracha não carregada, com 4 quadrados desenhados com diferentes
orientações. Em seguida, a folha de borracha é solicitada por um estado uniaxial de tração.
• Após a aplicação do esforço, o quadrado da figura (a) não apresenta deformação angular, mas
apenas deformação linear de tração na direção vertical e de compressão na direção horizontal.
• Ao passo que o quadrado vai se inclinando nas figuras (b), (c) e (d), vai variando o grau de
deformação linear e de deformação angular, conforme se observa nas figuras tracejadas.
• Os lados dos quadrados correspondem a diferentes planos de corte, nos quais variam os valores de
deformação linear (ε) e de deformação angular (γ) com a direção dos tais planos.
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σ 1
Relações tensão-deformação no regime elástico
Estado • e1 de tração (positiva) σ1 = E e1 (Lei de Hooke)
uniaxial de
tensões • e2 e e3 de contração (negativas) e2 = e3 = - ν e1
E = Módulo de Elasticidade (Young) ; ν = Coeficiente de Poisson (0,33 p/ metais)
Um estado triaxial de tensões pode ser considerado como sendo a
superposição de três estados uniaxiais:
3 σ1 σ1 / E - ν σ1 / E - ν σ1 / E
2
σ2 - ν σ2 / E σ2 / E - ν σ2 / E
σ 1
σ3 - ν σ3 / E - ν σ3 / E σ3 / E
e1 1 σ1 - ν σ2 σ3
Lei de Hooke E
generalizada
(estado triaxial
e2 1 σ2 - ν σ1 σ3
E
de tensões) e3 1 σ3 - ν σ1 σ2
E
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• Mesmo para um cubo formado por planos não principais, onde atuam σx, σy e σz , a expressão
da deformação volumétrica mostrada acima continua válida, sendo σ0 a média aritmética destas
tensões.
• Se σ1, σ2 e σ3 forem positivos, σ0 também o será. A deformação volumétrica Δ neste caso será
positiva, uma vez que ν ≈ 0,3 , conforme já mencionado anteriormente.
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σ σ σ -σ
= +
3 0 3 0
σ 2 σ 0 σ -σ2 0
Componente Componente
Estado inicial
hidrostática desviadora
• Um estado triaxial de tensões pode ser considerado como a superposição de duas componentes: a
componente hidrostática e a componente desviadora do estado de tensões.
• Como mostrado no slide anterior, a componente hidrostática é a responsável pela deformação
volumétrica, ou seja, pela mudança de volume do material exposto ao estado de tensões.
• Por outro lado, a mudança de volume provocada pela componente desviadora é nula, pois:
(σ1- σ0) + (σ2- σ0) + (σ3- σ0) = σ1 + σ2 + σ3 – 3 σ0 = 0
• Portanto, a componente desviadora é a responsável pela mudança de forma, ou seja, pela
deformação plástica do material exposto ao estado inicial de tensões.
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U 0H 1 σ0 e1 e2 e3 1 σ0 1 3 1 - 2 ν σ02 3 1 - 2 ν σ1 σ2 σ3
2
2 2 2 E 2E 9
• E finalmente: U 0H
1 - 2 ν σ σ σ 2
P 1 2 3
6E
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U 0 1 σ1 e1 σ2 e2 σ3 e3
2
U0
1 - 2 ν σ σ σ 2
1 2 3
1 ν σ1 σ2 2 σ1 σ3 2 σ2 σ3 2
6E 6E
U 0H U 0D
• O primeiro termo à direita do sinal de igualdade é a energia elástica para mudança de volume, ou a
energia elástica da componente hidrostática do estado de tensões ( U 0H ).
• O segundo termo é a energia elástica para mudança de forma, também chamada de energia elástica
de distorção, isto é, a energia elástica da componente desviadora do estado de tensões ( U 0D ).
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σ1 Comportamento em tração
B
LR
e1 l
F P
l0 C σ1 =
A0 l 0
A
LE e2 e3 - ν e1 (até o ponto A)
e2 e3 - 1 e1 (depois do ponto A)
2
LE = limite de escoamento em tração uniaxial
LR = limite de resistência em tração uniaxial
O
P D E e1
• Do ponto O ao ponto A, a deformação é elástica: removendo o esforço, o corpo retorna à dimensão
l
inicial 0 . A partir do ponto A (σ1 > LE), ocorre deformação plástica simultaneamente com a elástica.
• O ponto A é na verdade o Limite Elástico, mas na prática é considerado o Limite de Escoamento.
• Ao se descarregar o corpo no ponto F, ele segue a reta FD, paralela a OA (reta elástica).
• A deformação OD é permanente, DE é elástica, e OE é a deformação elasto-plástica total no ponto F.
• A deformação plástica ocorre sem mudança de volume (Δ = 0), logo: e2 e3 - 1 e1
2
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• No caso mais geral, ou seja, para um estado triaxial de tensões, dois critérios são os mais usuais:
Critério de Tresca:
• A deformação plástica começará a ocorrer quando a máxima tensão de cisalhamento (τmáx),
decorrente do estado de tensões causado pelo carregamento externo imposto ao material, atingir
um valor crítico, que é uma constante característica de cada material (τ0).
LE Ensaio de tração
τmáx σ1 - σ3 τ0 Estado triaxial de tensões τmáx
2
τ0
( σ 1 LE σ 2 σ 3 0)
2 ,
U D0
1 ν σ1 σ2 2 σ1 σ3 2 σ2 σ3 2 U D0*
6E
• No caso do ensaio de tração, pode-se escrever: U D
1 ν 2 ( σ 1) 2
1 ν 2 (LE) 2 U D0*
0
6E 6E
• Se U 0D * é uma constante do material, então pode-se escrever:
U D0
1 ν σ1 σ2 2 σ1 σ3 2 σ2 σ3 2 U D0*
1 ν 2 (LE) 2
6E 6E
• Consequentemente, a expressão usual do Critério de Von Mises é apresentada abaixo:
σ efetiva 1 σ1 σ2 2 σ1 σ3 2 σ2 σ3 2 1/2
LE
2
OBS: Para um certo estado de tensões, a variável em função das tensões principais (também chamada de tensão efetiva)
pode ser menor, igual ou maior que o LE. Se for menor, o material não se deforma plasticamente. Se for maior, ocorre
deformação plástica. Quando a variável for igual ao LE, ocorre a fronteira entre o regime elástico e o regime plástico.
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𝑒
U0 = σef deef deef 2
de de 2 de de 2 de de3 2 1/2
1 2 1 3 2
0 3
• Para se obter a deformação efetiva total deef , deve-se integrar a equação acima ao longo do
programa de deformação seguido no caso em questão.
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• Conclui-se, então, que a curva σef x eef coincide com a curva σ1tr x e1tr .
σ 1 σef
σ 3
equivale a
σ 2
σef
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