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Fundamentos do Candomblé
INDICE
I – Introdução
......................................................................... 06
II – Sobre Iyami
..................................................................... 11
III – Preparando o assentamento
........................................... 37
IV – Dê início ao assentamento de Iyami
.............................. 40
V – Cantiga de Iyami
.............................................................. 47
VI – Ébos
................................................................................ 49
Introdução
Iya Mì Ódu
Cantiga de Iyamí
** Mo júbà ènyin ÌYÁMÍ Ò S ÒRÒNGÀ.
(Meus Respeitos a Vós Minha Mãe OXORONGA!)
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
Tradução
(Meus respeitos a vós ,minha Mãe OSORONGÁ
Vós que seguíeis os rastros do Sangue interior
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do
sangue do fígado
Meus respeitos a vós minha mãe Oxoronga
Vós que seguíeis os rastros sangue interior
Vós que seguíeis os rastros do sangue do coração e do
fígado.
O sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de
fungos,
E ele sobrevive , sobrevive ó mãe muito velha
o Sangue vivo que é recolhido pela terra cobre-se de
fungos e ele sobrevive ,sobrevive, ó mãe muito velha) .
Mascaras G è l è d è
A sociedade Òsòròngá congrega as àj é – feiticeiras –
que têm poderes de se transformarem em determindos
pássaros -
èhurù, eluùlú, àtióro, àgbìgbò e òsòròngà,este ultimo
refere-se ao próprio som que a ave emite e da nome a
Sociedade.
Exercem sua força máxima nos horários mais críticos –
meio-dia e meia-noite – ocasiões em que é preciso
muita cautela para que elas não pousem na cabeça de
ninguém.
Suas cerimônias são realizadas no início da estação do
plantio, relacionado à fertilidade. Estas cerimônias
tiveram
início na região de Ketú, dividindo-se em duas partes: a
diurna e a noturna.
Parte diurna dos festivais
Segundo nos conta um ìtàn do Odù Ogbé Ò sá , diz que
quando as Ìyámìs chegaram do Ò run pousaram em
sete árvores.
Segundo um Ìt ò n as ávores das Ìyámìs seriam:
Orobo - Garcinea Cola.
Àjànrèré - Ficus Elegans.
Iroko - Chlorophora Excelsis.
Orò - Antiaris Africana.
Ogun Bereké - Delonex Régia
Arere - Triplochiton Nigericum.
Igi ope - Elaeis Guineensis.
Porém outra ìtàn nos da outra apresenta uma relação
diferente das sete árvores estas seria as árvores
sagradas das
Mães Ancestrais:
Ose - Adansanonia Digitalia.
Iroko - Chlorophora Excelsis.
Ìyá - Daniellia Olivieri.
Asunrin - Erythrophelum Guineense.
Obobo - Não identificada.
Iwó - Não identificada
Arere - Triplochiton Nigericum.
A contrario do que se pensa aqui no Brasil existe sim a
presença masculina no culto a ìyámí São detentoras de
poderes terríveis, consideradas as donas da barriga
(por onde circularia a energia vital do corpo).
Ninguém pode com seus E b o , dos quais, o Òjijì
(sombra) é o mais fatal. São ligadas diretamente ao
ODU ÒYEKU MEJI,são propiciadoras para a alteração do
destino de uma pessoa.
Seus poderes são tamanhos que só se consegue no
máximo apaziguá-las, vence-las jamais. Relacionam-se
com as ìyámìs Òs un Ijumu e Òs un Ìyánlá a quem estão
ligadas pela ancestralidade feminina, bem como a Y e
m o ja Odúa, considerada fundadora do culto G È L È D È
.
Parte Noturna dos festivais
Iyamí
Na liturgia tradicional Yoruba a que deu origem a Afro-
brasileira, a Mãe Universal é denominada como a
própria Terra-Negra, consequentemente possuindo
vários nomes referentes a
seus vários aspectos, não só dentro do âmbito natural
como também dentro de vários âmbitos
religiososYorubà.
Um de seus títulos mais respeitado é
ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ, nome que é cultuada na “Sociedade
Òsòróngà”.
Já na sociedade Òrìsà onde é cultuada primordialmente
junto com ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ, principalmente por
ser o âmbito que ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ entra ritualmente
no contexto feminino na interação com o oposto
através de tudo que é Branco, se relacionando
intimamente no culto da cabaça de Efun, atuando como
um significante complemento na formação do Par
universal e sobrenatural, ou seja, a união dos opostos
refletida numa visão da união de ÒÒRÌSÀNLÀ como o
esposo mítico da grande Mãe Òrìsà ÌYÀMÌ-NLÀ,
renomeada necessariamente com o nome de
ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ onde é primordialmente proprietária
da cor vermelha, cor símbolo da vida, fonte de energia,
poder sobrenatural, vivacidade, crescimento,
dinamismo, movimento, possibilidade, sensibilidade,
fertilidade.
Somente após a união ritual do branco com o vermelho,
os quais unidos ritualmente são aspecto rituais
capazes de dar existência à algo, tanto espiritual
quanto físico, ou seja, a única forma de se fazer nascer
ritualmente a força de um determinado Òrìsà no culto e
principalmente numa cabeça de Yawo, como
também expressam a forma de união dos gêneros
(macho e fêmea) presidindo o nascimento de seres
físicos no planeta.
No culto chamado Awo-Funfun, ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ é
conhecida como a Mãe vermelha, onde
necessariamente é mantida com esse mesmo nome,
estruturalmente cultuada como esposa mítica de
ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ, onde entre muitos títulos
classificados funfun’s (primordiais) é também chamada
de IYEMOWO (mãe que possibilita dinheiro à suas
filhas), ou seja, os búzios, elemento este símbolo da
riqueza e ancestralidade de todas as Iyagbas,
pertencendo primordialmente a Bàbáluàiyé o Òrìsà que
possibilita riquezas
materiais.
Este fato é comprovado na iniciação de um Yawo seja à
ÌYÀMÌ ou IYEMONJA, quando irrevogavelmente tanto
em pequenos ou grandes rituais, seus Elegun’s saem à
público com
suas roupas Vermelha ou Branca completamente
cobertas de Aje ( Búzios), num pedido único de riqueza
seguidamente expressando a antigüidade desse
Supremo Òrìsà feminino, seja qual for seu aspecto.
Dizer que ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ não é um Òrìsà, ou
dizer que Ela simplesmente não tem iniciação num
culto próprio, é indiscutivelmente incorrer numa
enorme falta de conhecimento referente a
ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ.
O que é preciso distinguir sobre o nome ÒSÒRÓNGÀ,
que é nada mais nada menos, que uma Sociedade
executora de rituais aos ancestrais, onde ÌYÀMÌ
encabeça como a matriarca das IYÁ-MI (minhas mães),
ou seja, tanto Òrìsà’s Obirin
(fêmeas) quanto os espíritos das Mães remotas e
recentemente
desencarnadas (Egungun feminino), cultuadas num
complexo de ascensão a feminilidade, onde o homem
principalmente tem seu precioso desempenho,
administrando as forças femininas, num outro tipo de
interação dos opostos, agora força sobrenatural
feminina somada a força física masculina, ato precioso
para ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ, que abençoa os homens com
fecundidade através de Òòrìsà’nlà.
Desta maneira está comprovado que homens
capacitados pode sim, administrar pequenos e grandes
rituais à ÌYÀMÌ-
ÒSÒRÓNGÀ, até porque hoje, o fato de incorrer os
homens à não cultua-la, foi devido uma pequena
deturpação que aconteceu na Bahia/Salvador, quando
um séquito de mulheres praticavam
rituais às GÈLÈDÈ’s abstendo os homens a participarem
de tais ritos, “era tanta força que elas tinham que o
culto acabou se extinguindo completamente”, fato que
deu origem a uma irmandade de mulheres de crença
Católica... fatos que para os Yorubanos não tem coesão
alguma referente ao culto de GELEDE, o que na verdade,
é outro departamento em que ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ está
inserida de forma complexa distinta comparado ao seu
culto próprio.
Note bem, como faz uma grande diferença de
acentuações do nome ÌYÀMÌ (poderosa e respeitável
Mãe), o que torna totalmente diferente do nome IYÁMI
(minha mãe), tanto na escrita quanto na caraterística
verbal desempenhada no título. Por isso, tanto na
sociedade ÒSÒRÓNGÀ quanto na
sociedade Òrìsà, ÌYÀMÌ mãe universal, é, e deve sempre
ser cultuada como o núcleo feminino, como também na
interação do seu oposto, que é o próprio ÒÒRÌSÀNLÀ, o
Pai Universal.
Na verdade, ÌYÀMÌ é uma poderosa força singular que
atua naturalmente como uma matriarca, num tipo de
canalizadora do poder sobrenatural ou físico feminino,
particularidade especial que cada uma Elas
desempenham um tipo de função diferenciada, mas
primeiramente como verdadeiras fontes geradoras de
vidas, onde todas estão voltadas para a Grande Mãe
que é o Òrìsà ÌYÀMÌ, atuando como base estrutural da
vida, que em natural oposição preside a morte.
Fato que comprova sua estreita relação com os
Egunguns. Por isso, explicitamente de forma figurativa
é afamada também como a Dona dos Mares, ou seja, o
próprio útero mítico planetário, possuindo suas Águas
Verdes ou Azuis, cores estas oriundas do Negro, o que
comprova sua inteira relação com a morte e
consequentemente com Egungun, fato
que recebe o nome de ÌYÉMÒNJÁ-ÒDUÀ, possuindo
poderosamente uma característica anfíbia associada
ao Mar e a Terra.
Por isso ÌYÀMÌ, seja sob o titulo de ÒSÒRÓNGÀ ou
IYÉMÒNJÁ, é uma única Grande Mãe, que
irrevogavelmente está naturalmente e ritualmente
relacionada a uma condição anfíbia, possivelmente
cultuada Tanto na Água quanto na Terra com nomes
distintos, o que faz da grande Mãe Poderosa em seus
vários aspectos rituais, quando acontece suas
transmutações no âmbito natural e no âmbito religioso.
Comprovamos isso no culto de Egungun, onde ÌYÀMÌ é
a primordial proprietária do
Mel (elemento natural), cujo alimento é muito utilizado
no culto à todo os Egungun (ancestral), principalmente
SÀNGÓ.
Já dá para perceber, o verdadeiro motivo que nas rodas
de SANGO se louva tanto IYÉMÒNJÁ-ÒDUA, não
havendo veracidade no fato de SANGO ser uma prole
direta de IYÉMÒNJÁ e sim porque IYÉMÒNJÁ é a Mãe
mítica de todos os seres vivos, e principalmente pela
condição de SANGO ser um memorável e grande
Egungun desencarnado, o qual é cultuado aqui no Brasil
equivocadamente como um Òrìsà, onde acabou sendo
confundido com os próprio Òrìsàs JAKUTA e AGANJU,
nos quais SANGO foi iniciado individualmente quando
vivo.
Este é o verdadeiro fato que ÌYÀMÌ ÒSÒRÓNGÀ
necessariamente, com o nome de IYÉMÒNJÁ, é louvada
nas Rodas de SANGO, ou seja, é também inserida nos
rituais do grande Egungun-Sango, representante
primordial do séquito ancestral Yorubà, fato ignorado
aqui no Brasil pela maioria dos que exercem o titulo de
Babalorixa e Iyalorixa. Pois até os Uruguaios e
Paraguaios corrigiram este assunto, e já estão bem a
frente comparado ao Brasil no tocante a SANGO.
Voltando ao contexto feminino, ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ é
uma Poderosa força voltada ao principio feminino,
principalmente na função do Útero, Seios e Regra
Menstrual, uma Mãe dotada de liderança, justeza,
parcialidade e irritabilidade efêmera, possuidora de
Astúcia e Sabedoria.
Na sociedade das GÉLÈDÈ (mascaras), Ela é também
chamada
pelo nome ÌYÀMÌ-AKO, titulo que faz referencia ao
Pássaro “Wako-wako” representante de sua principal
expressão Animal Alado e Caçador. No culto GÈLÈDÈ,
acontece a saída seqüencial das mascaras, onde a
mascara AKO encabeça o titulo de IYALODE (primeira
dama da sociedade). ÌYÀMÌ-ÒSÒRÓNGÀ é ainda
chamada ÌYÀMÌ-AKOKO (Poderosa erespeitável Mãe
ancestral Suprema), pois este titulo entre alguns outros
é somente uma referencia a antigüidade da Terra.
Títulos de Iyamí:
Ainda pelo dia pedir a um filho que abra aos pés de uma
árvore
de Iyamí uma cavidade de aproximadamente 90 de
largura e 90 de profundidade.
Jogue um pouco de água nesta cavidade assim que ela
for aberta, para que refresque a terra.
Ao anoitecer a primeira coisa a se fazer é dar de comer
a Onile (Dona da Terra)
Proceda da seguinte maneira:
1 ekó (akasa)
1 ekuru
1 akarajé
1 bola de canjica
1 bola de arroz
1 bola de inhame (oká)
1 punhado de pade de dendê
1 punhado de pipocas
1 vela
1 obi
1 orobo
água
moscatel
Com a vela acesa ao lado desta cavidade vá
depositando os axés acima em círculo e temperando,
entoando a seguinte cantiga:
1. Onile kere
Onile kere o
Onile kere l’odo
2. Ibá orisá
Ibá onile
Onile mojuba o
3. Ago onile
Onile
Onile madago
Ago onile
Onile ago
Após depositado tudo jogue terra fértil por cima até que
cubra os axés e por cima da terra as seguintes folhas
Manjericão / Erva
de São João / Maravilha/ Dama da noite/ /Iroko /Akoko
/Jaqueira / Amendoeira / Peregum / Guiné Piu Píu.
Dê inicio ao assentamento de Iyámí:
Dentro de uma cabaça bem grande arrume 1 idé grosso
e grande de ferro ao centro,um colobo de barro médio
cheio até a boca com Ossum africano, este colobo
ficará no meio do idé de ferro.
Jogar por cima de tudo uma fava de atare inteira
debulhada (só os carocinhos).
7 moedas vinténs arrumadas em volta do colobo de
ossum, 1 ajê
pequeno será posto em cima do ossum que está no
colobo bem ao meio.
9 búzios grandes e brancos abertos serão colados no
colobo por
fora em volta com a ajuda de sabão da costa
verdadeiro, moer dandá,bejerekun, mulato velho(peixe),
preá torrada e lelekun misturados e espalhar por cima
de tudo que está na cabaça.
1 fava de aridã será posta dentro da cabaça.
A banha de ori será para untar a parte de cima da
cabaça que cobrirá a cabaça inferior, após untar sopre
efum africano onde foi lambuzado de banha de ori.
Finalizando essa arrumação de cabaça ponha 7 rabos
de eketé (gambá) enfincados no ossum que está no
colobo.
Na parte externa da cabaça superior, no topo cavar um
pequeno orifício para que as seguintes penas possam
ter suas bases enfincadas: coruja,
ekodidé,leke-leke,agbe,aluko,aparo
(codorna), etu (d’angola), adie dudu (galinha preta),
pomba preta.
A cabaça é posta na cavidade sobre a terra, é tampada
com a parte superior da cabaça que já está adornada
com as penas em sua ponta.
9 akasas , 9 ekurus e 1 pedra de carvão grande são
postos em volta da cabaça sobre a terra, da-se inicio
aos sacrifícios:
1 galinhão grande de cor
1 galinha preta
9 obis
Muita pasta de dendê
Sacrifique o galinhão, seguida da galinha preta, abra os
9 obis e arrume em volta da cabaça, despeje pasta de
dendê por cima de tudo em quantidade.
Durante o sacrifício entoe a seguinte cantiga:
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
Mo júbà è nyin Ìyámí Ò s òròngà
O T ò n ó n È j è e nun
O T òo k ó n è j è è d ò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
È j è ó yè ní Kál è o
Ó yíyè, yíyè, yèyé kòkò
E pupa le awo
E pupa lé awo
E pupa lé lé lé léye ééé.
Tempere a matança normalmente como de costume
para os outros Orixás.
Cubra tudo compenas dos bichos sacrificados,
cantando:
4. Apaki yeye
Apaky yeye Osorongá
Iya moki omã
A mapani
Iyá moki omã
A ma soro
Ba w’agba
De w’ajo
Omi gbomi awo
5. Eku male o
Igba ina
Aru ma reo
Ni komo olorun
E ma ma si lê nise ipade
O leye o o
Odile odi
Otun a t’i otá
Odile agbibo
Ma ma r’unbo
E ye ye e e e e
6. Atunka o o
O gulutu
Atunka o o
O gulutu o
Igbain gba gbale e e A a agba
Cantiga de Iyámí
Tradução
EBÓS
SARAYÉ YÉ OSORONGÁ
SARAYÉ YÉ OSORONGÁ
SARAYÉ YÉ OSORONGÁ
OSORONGÁ SAGALAÔ.
01 Panela de barro
07 Ekurus
07 Ekós
01 Pouco de água de poço
01 Pouco de dendê
E Arrumar tudo dentro da panela enrolado ainda na
palha por água e um pouco de dendê deixar no lado
esquerdo de quem sai do portão da roça.