Libro de Astronomia Geodesica Parte I (Especial)
Libro de Astronomia Geodesica Parte I (Especial)
Libro de Astronomia Geodesica Parte I (Especial)
CAPITULO 1: INTRODUCÇAO
A astronomia é um das ciências naturais e estuda os astros (as estrelas, a lua, o sol,
os planetas, os cometas, etc.), sua posição recíproca no espaço, seus movimentos e
as causas destes, assim como a composição física e química dos corpos celestes, a
origem e o desenvolvimento do firmamento.
As primeiras observações astronómicas de que se tem conhecimento se realizaram
na mas remota antiguidade, quando o homem esteve muito perto da natureza e
observo a simples vista os fenómenos celestes mas relacionados com sua vida
como por exemplo:
- O sucesso do orto e o ocaso do Sol.
- A variação anual da posição do Sol com respeito ao horizonte e as mudanças das
estações do ano.
- As variações periódicas das fases da lua, que ter grande influencia na vida do
homem e em seus trabalhos agro-pecuários.
A observação do orto e o ocaso do sol induziram ao homem ao estabelecimento da
unidade fundamental para a medida do tempo: o dia. As observações das mudanças
de fase da lua serviram para o estabelecimento de uma unidade mas larga: o mês,
como espaço de tempo existente entre duas fases homologa da lua. As observações
a respeito das mudanças periódicas na posição do sol com respeito ao horizonte
foram empregadas para a introdução de uma unidade de medida de tempo larga: o
ano. É lógico que a exactidão das observações astronómicas realizadas então,
inclusive sem instrumentos, era muito baixa e as unidades de tempo estabelecidas
pelos povos da antiguidade eram muito diferentes das contemporâneas. Entretanto,
estas asseguravam e satisfariam as necessidades práticas daquela época.
Os povos antigos também estiveram ocupados na observação das estrelas, mas
limitavam suas observações aos fenómenos que influíam, de uma forma ou outra,
em sua vida.
Como se pode apreciar, a astronomia, como ciência surgiu e se desenvolvo em
relação directa com as exigências pratica da humanidade. O homem se inicia nas
observações astronómicas não só por curiosidade, mas sim pela necessidade de
orientar-se no tempo e o espaço. Estas observações dos povos da antiguidade
tiveram grande importância para sua vida e influíram no início do desenvolvimento
cultural da humanidade.
À medida que as forças produtivas da sociedade se desenvolviam, ante a
astronomia surgiam cada vez novas tarefas para a solução das quais necessitavam-
se métodos mas precisos. Assim começaram-se criar instrumentos para a
observação de os astros e a desenvolvê-los métodos matemáticos para a
elaboração dos resultados das observações.
Na antiguidade se obtiveram grandes êxitos na Grécia, Egipto, Índia. Os primeiros
catálogos astronómicos foram criados pelos astrónomos gregos antigos. A eles
corresponde o descobrimento da refracção, o precesão e a paralaxe da lua. Os
primeiros intentos para determinar as dimensões da Terra e as distâncias da Terra à
Lua e ao Sol, foram realizados também pelos astrónomos gregos. O sistema
geocêntrico desenvolvido pelo Ptolomeu mas tarde incorrecto, permiti-o recalcular as
posições aproximadas dos planetas na esfera celeste. Este sistema foi empregado
durante vários séculos pelos astrónomos.
2
A astronomia obtém grandes êxitos na antiga a China. Já no segundo século a.C. os
astrónomos chineses haviam estudado a tal grau os movimentos visíveis a Lua e o
Sol que puderam prognosticar o advento dos eclipses.
O desenvolvimento do feudalismo trouxe como consequência um estacionamento
das ciências naturais na Europa e portanto da astronomia.
Entretanto, na Ásia Central a astronomia contínuo desenvolvendo-se sobre a base
dos lucros da astronomia grega, egípcia e hindu. Construíram-se instrumentos
astronómicos originais e se observaram as estrelas e outros corpos celestes.
Com a aparição das premissas do capitalismo na Europa, começo o período de
ressurgimento das Ciências Naturais. O desenvolvimento do comércio e a
navegação por um lado e as forças produtivas da sociedade por outro, sucederam
em uma revolução da astronomia, a qual concluo com o grande cientifico polonês
Nicolás Copérnico, quem elaboro no ano 1543, o sistema heliocêntrico do mundo.
Sobre a base dos estudos realizados pelo Copérnico, Kepler, entre os anos 1609 e
1619, descubro as leis do movimento dos planetas ao redor do Sol depois do
análises das quais Newton, no ano 1687, enuncio a lei do Gravitação Universal
tiraram o chapéu ademais os fenómenos das paralaxes do Sol e das estrelas e
foram elaboradas as teorias da precesão e a refracção.
Na Rússia, a finais do século XVIII se começaram as observações para determinar
as latitudes e longitudes astronómicas das cidades, chegando-se a determinar a
inícios do século XIX as de trezentas cidades.
Na década dos 40 do século XX começaram a empregar-se métodos radiofísicos de
investigação na astronomia, e surgiu a Radioastronomia, cuja tarefa é o estudo da
radiação dos corpos celestes e o médio interplanetário.
Hoje dia já se realiza observações desde plataformas extraterrestres em orbita e na
superfície de outros planetas.
Mas recentemente o desenvolvimento das câmaras com matrizes do CCD
combinado com o GPS e sensores para a direcção do campo gravitatorio, assim
como efemérides digitais com milhões de estrelas, esta dando um novo tipo de
aparelhos para uma nova etapa á Astronomia Geodésica.
3
Aquela parte da astrometría que se encarrega da determinação das coordenadas
geográficas ou astronómicas dos pontos sobre a superfície terrestre e dos azimutes
das direcções, do estudo da teoria e construção dos instrumentos e equipes
empregados com dito objectivo, assim como do aperfeiçoamento dos métodos de
elaboração dos resultados, denomina-se Astronomia Geodésica.
Astronomia Teórica.
Estuda os corpos celestes realmente existentes e as leis da natureza que
condicionam seus movimentos.
Mecânica Celeste.
Ocupa-se das tarefas físico matemáticas surtam ao empregar as leis gerais da
natureza aos objectos cósmicos.
Astrofísica.
Estuda a estrutura e propriedades físicas e químicas dos corpos celestes. Divide-se
na Astrofotografía, astropectroscopia, astrofotometría, astrofísica teórica e
radioastronomia.
Astronomia estelar.
Estuda as leis de distribuição e os movimentos das estrelas, os sistemas estelares e
a matéria interplanetária.
Cosmogonia.
Encarrega-se do estudo e evolução do universo.
Cosmologia.
Estuda as leis gerais da estrutura e desenvolvimento do universo, para predizer o
passado e futuro do mesmo.
4
Os pontos astronómicos servem de apoio durante os levantamentos a pequenas
escalas de regiões vastas e abruptas.
Os pontos onde se determinaram tanto as coordenadas geográficas como as
geodésicas se conhecem como Pontos do Laplace.
Toda uma série de problemas importantes da física moderna estão relacionados
com o estudo da matéria no universo, como por exemplo a investigação da radiação
solar e outros corpos celestes. Provas da veracidade da teoria geral da relatividade
se fizeram a traves de observações astronómicas.
Tem ademais grande importância prática a elaboração de métodos astronómicos de
orientação que, ao mesmo tempo com outros métodos, são muito empregados na
navegação aérea, marítima e cosmonautica.
Da época de Cólon1, já se conhecia sobre as limitações da orientação a traves da
bússola, sendo o método astronómico mais preciso.
Nas latitudes próximas aos pólos os métodos de orientação astronómica têm grande
aplicação.
As observações astronómicas se empregam para a exploração dos recursos
minerais mediante a determinação da inclinação da linha vertical em diferentes
pontos da superfície da Terra.
Modernamente as fotografias digitais do céu tomadas com camaras digitais,
permitem determinar as coordenadas dos satélites artificiais da terra, a partir do
conhecimento da posição relativa do satélite em relação às estrelas no fundo da
foto, e à identificação e calculo das coordenadas de ditas estrelas. Esta tarefa forma
parte da ciência chamada Astrodinámica
Outra das tarefas da astronomia é a determinação do tempo. A determinação do
tempo exacto é realizada por laboratórios especiais como o serviço do tempo. Os
serviços do tempo modernos, efectuam a transmissão de tempo exacto mediante o
sistema do tempo atómico uniforme. Tempo atómico se chama a aquele cuja base
de medição são as oscilações electromagnéticas, propagada ou absorvidas por
átomos ou molécula de algumas substâncias, durante o passo de um estado
energético a outro.
O serviço do tempo estuda a rotação da Terra e determina as correcções pelas
diferenças entre as escalas do tempo atómico e sideral. A escala do tempo sideral
determinada pelo movimento rotatório da Terra, emprega-se na navegação e a
geodesia.
1
Cristoval Cólon. Navegante descubridor da América
5
CAPITULO 2
Como consequência da secção de uma esfera por aqueles planos que passam a
traves de seu centro (ponto 0), na superfície desta se formam círculos máximos (fig.
1) Ao intersectasse três círculos máximos forma-se um triângulo esférico que possui
seis elementos: três lados a, b, c e três ângulos A, B, C.
6
elementos ou fórmula das co-tangentes; para a resolução dos triângulos esféricos
rectângulos frequentemente se emprega a regra do Neper.
Formula-as dos cosenos dos lados estabelecem a relação entre três lados e um
ângulo do triângulo esférico. No triângulo esférico ABC (fig 2) se riscam as tangentes
aos arcos B e C no ponto A. O ângulo entre estas tangentes é a medida (grandeza)
do ângulo A. Se riscam os rádios da esfera até intersectar as tangentes nos pontos
D e E. Se aplica aos triângulos ADE e ODE o teorema dos cosenos da trigonometria
plaina:
DE 2 = AD 2 + AE 2 −2 AD . AE cos A
Como os membros esquerdos das equações anteriores são iguais, podem-se igualar
os membros direitos:
OD 2 − AD 2 =OA 2 =R2
OE 2 − AE 2 =OA 2 =R2
7
2 2
OD OE R R AD AE
2 cos a= 2 + 2 +2 cos A
R R R R R R
de donde:
sec c sec b cosa=1+tan b tan c cos A
ou finalmente
Quer dizer, que o coseno do lado do triângulo esférico é igual ao produto dos
cosenos dos dois lados restantes mas o produto dos senos de ditos lados pelo
coseno entre eles.
Para o triângulo esférico se podem estabelecer três equações:
Efectuando
2
sen 2 bsen 2 c−( cosa−cos b cos c )
sen 2 A=
sen 2 bsen 2 c
Se considerar que;
2 2
sen b=1−cos b
sen 2 c=1−cos2 c
8
No membro direito da equação (2.5) cada um dos lados do triângulo esférico é da
mesma ordem e a mudança de um lado pelo outro não faz que varie o valor da
magnitude K.
Sobre a base disto ultimo se pode escrever:
senB senC
=K =K
senb senc (2.6)
senasenB=senbsenA
senbsenC =senccsenB (2.8)
sencsenA =senasenC
Formula-as dos cinco elementos estabelecem a dependência entre três lados e dois
ângulos do triângulo esférico.
Do grupo de fórmula (2.3) tomam dois fórmula que contenham cinco elementos
diferentes:
9
produto do seno do lado oposto pelo coseno do terceiro lado pelo coseno do ângulo
entre eles.
Se desenvolver o anterior para cada ângulo do triângulo esférico e se estabelece a
relação das fórmula nos dois sentidos opostos se podem obter seis equações com
cinco elementos cada uma:
Do grupo de fórmula (2.10) toma a fórmula de cinco elementos que não contenha o
elemento C:
senasenB=senbsenA
10
sena cos B cos bsenc senb cosc cos A
= −
senasenB senbsenA senbsenA
Ou seja: o produto da co-tangente do lado extremo pelo seio do lado médio (interior)
é igual ao produto da co-tangente do ângulo extremo pelo seio do ângulo médio mas
o produto dos cosenos dos elementos médios.
Em geral se podem estabelecer seis fórmulas de quatro elementos:
11
“O coseno de qualquer elemento do triângulo rectângulo é igual ao produto
das co-tangentes dos elementos adjacentes ou ao produto dos senos dos
elementos não adjacentes.”
As condições de utilização desta regra são :
a) O ângulo recto A não se considera, por isso os elementos b e c se
consideram um ao lado do outro.
b) os obtusos b y c se trocam por seus complementos (até 90 graus)
Agora, de acordo com a regra definida acima, escrevem-se dois grupos de
fórmula:
Primeiro grupo
cosa=cot B cotC
cos B=cot a cot ( 90−c )
cosC=cot a cot ( 90−b )
cos ( 90−c )=cot B cot ( 90−b )
cos ( 90−b ) =cot C cot ( 90−c )
Segundo grupo
cosa=cot B cotC
cos B=cot a tan c
cos C=cot a tan b
senC =cot B tan b
senb=cotC cot c
cosa=cosb cosc
cos B=senC cos b
cosC=senB cos c
senb=senasenB
senc=senasenC
12
PERGUNTAS E PROBLEMAS DOS CAPITULOS I e 2.
13
Figura1
14
CAPITULO 3
15
Fig 5 A Esfera Celeste.
16
fig. 6 Círculos, linha e pontos sobre a esfera celeste
O círculo máximo NESW, cujo plano é perpendicular a linha ZZ' chama-se horizonte
celeste ou astronómico. O Equador celeste não coincide com o horizonte aparente;
neste chama-se linha limitante da parte da superfície terrestre acessível à esfera
celeste.
O plano do horizonte celeste divide a esfera celeste em duas partes (hemisférios): o
visível, que contém ao zénite, e o invisível, que contém ao Nadir.
Se a traves do centro da esfera celeste se risca a recta PP', paralela ao eixo de
rotação da Terra, esta recta denomina-se eixo do mundo. Os pontos P e P’ nos
quais o eixo do mundo curta à esfera celeste, chamam-se pólos do mundo: o ponto
P: pólo norte do mundo e o ponto P' pólo sul do mundo. O eixo do mundo PP' divide
à esfera celeste em duas partes: a superior PZP' que contém ao zénite, e a inferior
PZ’P’ que contém ao Nadir.
O círculo máximo QWQ'E, cujo plano é perpendicular ao eixo do mundo PP' chama-
se o Equador celeste. Como o eixo do mundo é paralelo ao eixo de rotação da
Terra, o plano do Equador celeste é paralelo ao plano do Equador terrestre. No caso
da esfera celeste geocêntrica, o plano do Equador celeste coincidira com o plano do
Equador terrestre.
O Equador celeste intercepta ao horizonte astronómico em dois pontos
diametralmente opostos: o ponto E (este) e o ponto W (oeste). O plano do Equador
celeste divide a esfera em dois semiesferas: a norte e a sul.
O círculo máximo L σ L', que acontece traves do astro e é paralelo ao Equador
celeste chama-se paralelo diário do astro. O paralelo diário do astro coincide com o
círculo mínimo que descreve este devido à rotação diária da esfera celeste;
enquanto mas perto este o astro do pólo, mas pequeno será o rádio de seu paralelo
diário. Qualquer plano que acontecer a linha vertical e contenha a esta será um
17
plano vertical a traves de um astro σ (fig 6). O círculo máximo Z σ Z' chama-se
vertical ou circulo das alturas dos astros. Assim, o vertical de qualquer ponto ou
astro passa a traves do zénite e do Nadir e é perpendicular ao plano do horizonte
astronómico. O vertical que acontece traves dos pólos do mundo chama-se
meridiano celeste.
Por conseguinte, meridiano celeste chama-se ao círculo máximo PZP'Z' que
acontece traves dos pólos do mundo e dos pontos do zénite e do Nadir. O plano do
meridiano celeste é perpendicular aos planos do horizonte astronómico e do
Equador celeste.
O meridiano celeste divide à esfera celeste em duas partes: a oeste e a este.
O plano do meridiano celeste é paralelo ao plano do meridiano terrestre e no caso
de uma esfera celeste geocêntrica coincide com o meridiano terrestre. Os pontos de
intersecção do meridiano celeste com o Equador denominam-se ponto superior e
inferior do Equador e se designam com as letras Q e Q' respectivamente.
O vertical cujo plano é perpendicular ao plano do meridiano celeste chama-se
vertical primário (fig. 7). O vertical primário para pelos pontos E (este) e W (oeste). A
recta NS, a traves da qual o plano do horizonte astronómico se intersecta com o
plano do meridiano chama-se linha do meio-dia. A Linha do meio-dia intersecta a
superfície da esfera celeste nos pontos N (norte) e S (sul).
18
ponto mas próximo ao Sol e o afelio, A ou ponto mais afastado do Sol. O plano que
contém à orbita da Terra chama-se plano da eclíptica.
19
A perpendicular riscada no plano da eclíptica, que acontece o centro da esfera
celeste e é perpendicular a linha dos equinócios chama-se linha dos solstícios e
curta a eclíptica em dois pontos chamados solstícios de Inverno k e do verão K.
Na figura 8b se observa que por volta do dia 22 de Junho, data do solstício do verão,
o Sol ilumina mas directamente o hemisfério norte da Terra. Os raios solares
incidem com uma elevação aproximada de 23.5, graus ao norte do Equador e,
portanto, o Sol passa esse dia pelo zénite daqueles lugares cuja latitude é 23.5
graus norte. O paralelo cuja latitude é 23.5 graus norte denomina-se Trópico do
Câncer.
Seis meses mas tarde, por volta de em 22 de Dezembro, data do solstício de
Inverno, os raios solares incidem com uma inclinação aproximada de 23.5 graus ao
sul do Equador; portanto, o Sol passa esse dia pelo zénite daqueles lugares cuja
latitude é 23.5 graus sul. O paralelo cuja latitude é 23.5 sul denomina-se Trópico de
Capricórnio.
Na figura 8b pode-se apreciar que em 21 de Março e o 23 de Setembro o Sol passa
pelo plano do Equador e em todos os lugares da Terra no dia de luz natural é igual
de noite. Por esta razoe dois pontos chamam-se equinócios; em 21 de marco ocorre
o equinócio da primavera e em 23 de Setembro, o equinócio de Outono.
20
Para a solução desta tarefa, tomam-se, sobre a superfície da esfera, dois círculos
máximos perpendiculares entre se, um dos quais chama-se circulo principal e o
outro círculo inicial do sistema.
Um dos pontos de intersecção dos círculos inicial e principal denomina-se origem ou
ponto inicial do sistema. De trigonometria esférica se conhece que o pólo geométrico
do círculo máximo é o ponto deste círculo. A posição do círculo máximo poderá
determinar-se correctamente sim se conhece a posição de seu pólo.
Em astronomia empregam-se vários sistemas de coordenadas esféricas, que
diferenciam-se entre se pela selecção dos círculos inicial e principal. Ademais, os
diferentes sistemas de coordenadas esféricas se caracterizam pela selecção da
origem e a direcção em que realiza-se a determinação das coordenadas.
Cada um dos sistemas de coordenadas tem, de acordo a seu destinação, suas
vantagens e desvantagens. No presente capítulo consideram-se os cinco sistemas
de coordenadas de maior emprego em astronomia:
21
Frequentemente em lugar da altura se toma seu complemento até 90 graus, o seja o
arco Z σ , denominado distância zénite do astro. A distância zénite se designa com
a letra z. Assim, a distância zénite arco da vertical do zénite até o astro e mede-se
de 0 até 180 graus. O círculo menor d σ d' (fig 11), esboçado a traves do astro,
paralelo ao horizonte, chama-se almilcantarat do astro. Todos os astros que
encontram-se em um mesmo almilcantarat, por exemplo, no d σ d' têm igual altura
e por conseguinte igual distancia zénite.
Na figura 11, pode-se apreciar que:
h+ z=90o (3.1)
22
seu paralelo diário, sua altura aumenta e a distância zénite diminui. No momento em
que a estrela passa pelo ponto superior do meridiano (ponto b), sua altura alcança o
maior valor e a distância zénite menor. O passo da estrela pela parte superior do
meridiano chama-se culminação superior. Depois da culminação superior, a estrela
passa deste metade a oeste da esfera celeste e começa a baixar ao horizonte. A
altura da estrela diminui paulatinamente. No momento em que a estrela fica, ou seja,
se oculta sob o horizonte, encontra-se outra vez no ponto b', de altura h = 0 e
distância zénite z = 90 graus.
Depois do ocaso da estrela, sua altura se faz negativa e a distância zénite maior de
90 graus. A estrela se aproxima da parte inferior do meridiano celeste passando pelo
ponto b'; neste momento a distância zénite é máxima e a altura mínima e tem lugar a
culminação inferior da estrela.
Assim, durante o dia a estrela passa duas vezes a traves do meridiano celeste: uma
vez em culminação superior e a outra em culminação inferior.
Em astronomia geodésica, para a determinação das coordenadas dos pontos sobre
a superfície terrestre e os azimute das direcções, empregam-se instrumentos que
têm eixos vertical e horizontal de rotação e, relacionados com estes eixos, círculos
vertical e horizontal graduados com grande exactidão. Posto que o sistema
horizontal de coordenadas determina a posição da linha vertical, é evidente que
mediante observações com tais instrumentos, se obtêm as distâncias zénite e os
azimutes dos astros. Devido à variação contínua das coordenadas horizontais
durante o dia, deve-se determinar o momento com o qual elas estão relacionadas.
Por isso, as coordenadas horizontais dos astros se determinam em momentos
precisos de tempo, mediante o emprego de cronómetros, que fixam o instante da
observação.
Realmente as linhas verticais em diferentes pontos da superfície terrestre têm
diferentes direcções. Por conseguinte, os pontos zénite, os horizontes celestes e os
meridianos celestes nesses pontos não coincidem entre se. Como os círculos
principal e inicial no sistema de coordenadas horizontais são o horizonte e o
meridiano celeste, as coordenadas de um astro, determinadas em um mesmo
momento de tempo desde diferentes pontos da superfície terrestre, tenderam
valores diferentes. Portanto, as coordenadas horizontais são funções do tempo e da
posição geográfica do ponto de observação.
Para determinar a posição dos astros, independentemente da posição do
observador e da rotação diária, empregam-se os sistemas de coordenadas
equatoriais.
23
0
δ+ Δ=90 (3.2)
24
O segundo sistema de coordenadas equatoriais, igual ao primeiro, tem como círculo
principal o Equador celeste e como primeira coordenada a declinação δ (ou a
distância polar Δ ). Como se tinha dito anteriormente esta coordenada não
depende do tempo.
Pára-a determinação da segunda coordenada é necessário seleccionar na esfera
celeste o círculo e o ponto iniciais. Para que a segunda coordenada não dependa do
tempo nem do lugar de observação, é necessário que o ponto inicial seja escolhido
no Equador, e para além disto, fique invariavelmente afixado na esfera celeste.
Se a traves do eixo do mundo PP' e dos pontos dos equinócios da primavera e
Outono se risca um círculo de declinação dos pontos equinociais P γ P' Ω (fig
13), este circulo denomina-se coluro dos equinócios.
25
posição dos astros com respeito ao equinócio não variam e, portanto a ascensão
recta, como a declinação, não dependem da rotação diária da esfera celeste.
Como o sistema de coordenadas considerado não esta relacionado nem com o
horizonte nem com o meridiano celeste, então as coordenadas equatoriais, α e
δ , tampouco dependem da posição geográfica do ponto da observação.
As coordenadas equatoriais ( α , δ ) obtêm-se de observações astronómicas
especiais realizadas em observatórios e publicam-se nos anuários astronómicos e
nos catálogos de estrelas. Durante o desenvolvimento dos trabalhos astrónomo -
geodésicos, sortes coordenadas consideram-se conhecidas.
'
No sistema de coordenadas eclipticas o círculo principal é a eclíptica kγk Ω , cujos
pólos geométricos são os pólos norte e sul da eclíptica, ou seja, os pontos R e R',
(fig 14).
Se a traves do eixo RR' da eclíptica e o astro σ , riscasse o círculo máximo R σ
R', perpendicular ao plano da eclíptica, este círculo chamasse círculo das latitudes
do astro. A primeira coordenada será o arco do círculo das latitudes do astro (arco D
σ ); este arco chamasse latitude eclíptica do astro e designa-se com a letra β .
A latitude eclíptica mede-se a partir da eclíptica, desde 0 até +90 graus em direcção
ao pólo norte da eclíptica e desde 0 até -90 graus em direcção ao pólo sul da
eclíptica.
Existem, entre outros, três tipos de coordenadas dos pontos sobre a superfície
terrestre: a geodésicas e as geocêntricas, que para nós têm um interesse particular.
Se a Terra fora uma esfera composta por capas concêntricas de igual densidade, a
linha vertical, riscada em qualquer ponto de sua superfície, passaria através do
centro da Terra. Neste caso, os meridianos terrestres seriam linhas de igual
longitude e os paralelos terrestres linhas de igual latitude.
A posição dos pontos sobre a superfície terrestre pode ser determinada mediante as
coordenadas esféricas: a latitude e a longitude.
Entretanto, a condição antes proposta não se cumpre na realidade, pois a Terra tem
forma elipsoidal, com um achatamento polar de 1:298.3 e as massas nas entranhas
da casca terrestre não estão distribuídas uniformemente; por conseguinte, o sistema
de coordenadas mencionado caracteriza só aproximadamente a posição relativa dos
pontos sobre a superfície terrestre.
Podem-se obter com maior precisão coordenadas esféricas dos pontos sobre a
superfície terrestre, se projectarem ditos pontos sobre a esfera celeste, seguindo
como linha de projecção a vertical. As coordenadas esféricas do zénite de dito ponto
se denominam coordenadas astronómicas (que às vezes se chamam geográficas).
O círculo fundamental de dito sistema de coordenadas é o Equador celeste. A
latitude geográfica ou astronómica dos pontos sobre a superfície terrestre é o ângulo
formado entre a linha vertical no ponto dado e o plano do Equador celeste, ou seja, o
ângulo ZMQ (fig 16). Precisamente mediante as observações astronómicas obtém-
se dito ângulo. A latitude astronómica se designa com a letra ϕ e se mede de 0 a
90 graus, do plano do Equador, até o pólo norte do mundo em sentido positivo e até
o pólo sul em sentido negativo.
27
Fig 16. As coordenadas astronómicas.
ϕ=h p =δ Z (3.3)
28
As diferenças entre as coordenadas astronómicas se devem a inclinação da linha
vertical e se calculam em função das componentes no meridiano ( ξ ) e no vertical
primário ( η ).
Durante a observação dos corpos celestes e artificiais próximos à Terra, para referir
as coordenadas ou observações ao centro desta, emprega-se o sistema de
coordenadas geocêntricas.
29
Fig. 18. Relação entre os sistemas de coordenadas equatoriais.
Na figura 18 pode ver-se que o arco do Equador celeste, do ponto vernal γ até o
ponto superior Q do Equador, sempre é igual à soma da ascensão recta α e o
ângulo horário t da estrela σ . Mas ao mesmo tempo, dito arco é igual ao
ângulo horário do ponto vernal, o qual se designa mediante a letra
t γ . Por
conseguinte:
t γ =α +t (3.4)
t γ =s (3.5)
s=α +t (3.6)
s=α (3.7)
30
Ou seja, que no momento de culminação inferior o tempo sideral s será igual a
ascensão recta aumentada em 12 horas.
Primeiro teorema:
ϕ=h p =δ Z (3,9)
Corolário. Para o hemisfério norte o arco de meridiano entre o pólo e o zénite é igual
ao complemento da latitude:
PZ=90∘−ϕ (3.11)
' ∘
P Z=90 +ϕ (3.12)
31
Fig. 19 Primeiro teorema
Segundo teorema
t A −t B = λ A − λB (3.13)
32
Figura 20 Segundo teorema.
t A −t B =σ PZ A −σ PZ B =Z A PZ B
Assim, a diferença entre os ângulos horários do astro se mede pelo ângulo esférico
entre os meridianos celestes do ponto A e do ponto B, ou seja, Z A PZ B ; pelo arco
FM do Equador celeste, pelo ângulo diedro Z A PP' Z B entre os planos dos
meridianos celestes dos pontos A e B ou mediante o ângulo central FOM.
Entretanto, na figura 20 se vê que:
t A −t B = λB − λ A
33
as coordenadas horizontais dos astros observados com esse propósito. No presente
epigrafe se estabelece a relação existente entre os sistemas de coordenadas
horizontais e equatoriais e se deduzem as fórmulas para transformar α e δ em
Z e A .
Para isto se considera o triângulo esférico (fig. 21). Este triângulo, cujos vértices são
o zénite do lugar de observação, o pólo norte do mundo e o astro, chama-se
triângulo paraláctico ou astronómico. Os lados do triângulo paraláctico são: o arco
de meridiano celeste entre o pólo e o zénite (igual a 90−ϕ ); o arco do círculo das
declinações (igual a 90−δ ) e o arco do vertical (igual à distância zénite do astro
σ ).
Se o astro se encontra na metade ocidental da esfera celeste como mostra a figura
21, então no pólo norte do mundo, o ângulo t será o ângulo horário e o ângulo no
zénite o suplemento do azimute A , ou seja 180− A . Se o astro encontra-se na
metade este da esfera celeste, então o ângulo com vértice no pólo norte do mundo
será igual a 360−t , e o ângulo com vértice no pólo norte do mundo será igual a
A−180 . O ângulo com vértice no astro se chama ângulo paraláctico e se designa
pela letra q.
Suponha-se que para a estação da observação, com latitude geográfica ϕ em um
momento dado de tempo sideral s , é necessário calcular a distância zénite Z e
o azimute A do astro σ , cujas coordenadas equatoriais são conhecidas.
Se se aplicarem a fórmula do co-seno dos lados (conhecida de trigonometria
esférica), o teorema 2.3 dos seios e as fórmula 2.10 dos cinco elementos ao lado
Z e ao ângulo 180− A do triângulo PZ σ , obter-se
34
Figura 21 Transformação de coordenadas
35
CAPITULO 4
MEDIÇÃO DO TEMPO.
A vida esta profundamente relacionada com o movimento diário da Terra, por isso
precisamente este processo se emprega com frequência para a obtenção da
unidade de medição do tempo e se denomina tempo universal. A duração de uma
volta da terra ao redor de seu eixo se denomina dia. Assim, o dia é a unidade de
medida do tempo universal. Para a medição de períodos de tempo mas pequenos, o
dia se divide em 24 horas, a hora em 60 minutos e o minuto em 60 segundos, o
segundo em décimas, centésimas e milésimas de segundo e assim sucessivamente.
Este padrão para a unidade de tempo se considerava uma magnitude constante. Em
meados do século XX, os científicos demonstraram experimentalmente que o
movimento de rotação da Terra não é uniforme e portanto, a duração do dia como o
tempo que demora a Terra em dar uma volta completa ao redor de seu eixo, não é
constante.
36
A velocidade de rotação da Terra ao redor de seu eixo fica sujeita a variações
seculares, periódicas e de carácter irregular, as quais, de acordo com a precisão das
medições, não se podem desprezar. Mais adiante foi demonstrado que estas
variações com respeito à rotação uniforme podem ser determinadas pára-se ter em
conta.
Os dias são intervalos de tempo comparativamente pequenos, que podem ser
determinados, durante o movimento diário da esfera celeste, como o intervalo de
tempo que transcorre entre dois passos consecutivos de um ponto desta esfera
celeste pelo meridiano do observador.
Para a medição de intervalos de tempo grandes, serve como unidade de tempo o
período de traslação da Terra ao redor do Sol. A representação deste movimento se
expressa mediante o movimento aparente do Sol pela eclíptica.
O espaço de tempo de tempo existente entre dois passos consecutivos do centro do
Sol a traves do ponto vernal se denomina ano trópico. O ano trópico é a unidade de
tempo fundamental para a medida de intervalos de tempo grandes e é igual a
365.2564 dias médios solares.
O espaço de tempo entre duas fases iguais da Lua, igual a 29.5306 dias médios
solares, denomina-se mês sinódico e desempenha um grande papel durante a
confecção dos calendários.
Na teoria dos eclipses é muito importante o mês dracónico, período de tempo entre
dois passos consecutivos da Terra a traves do nó ascendente de sua orbita. O mês
dracónico é igual a 27.2122 dias médios solares.
Os dois tipos de movimento da Terra, o diário e o anual, podem-se observar
somente em relação com outros corpos ou pontos, situados fora da Terra e que não
tomem parte no movimento desta; o mas conveniente para este objectivo séria um
ponto imóvel, invariavelmente relacionado com a esfera celeste. Tal ponto não existe
na esfera celeste, já que todas as estrelas e astros em geral têm movimentos
próprios que não foram estudados suficientemente. Por isso as voltas da terra ao
redor de seu eixo se tomam a partir do equinócio vernal do Sol verdadeiro e o centro
do Sol equatorial. Embora estes são pontos mobiles, seu movimento sobre a esfera
celeste pode determinar-se com grande precisão.
Mas tarde se explica que existem vários sistemas de medição do tempo, que se
diferenciam entre eles pela selecção de unidade de medida e a origem. Por agora
não se tera em conta a não uniformidade do movimento de rotação da Terra.
O movimento sobre a esfera celeste de três pontos quaisquer que se tomam para
determinar a duração dos dias é variável e por conseguinte, dita duração é diferente
em dependência do ponto a partir do qual se medem as voltas da Terra ao redor de
seu eixo.
Se durante a determinação da duração do dia se toma como ponto inicial o ponto do
equinócio vernal γ , a unidade de tempo que se obtém será denominada dia
sidéreo ou sideral.
Entretanto, a rotação da Terra não se observa directamente, a não ser seu reflexo,
quer dizer, o movimento de rotação diária da esfera celeste. Isto motiva o passado
periódico a traves do meridiano ou seja, as culminações de qualquer ponto da esfera
celeste, inclusive do ponto de equinócio vernal.
Como origem dos dias siderais (do tempo sidéreo) toma a culminação superior do
ponto de equinócio vernal.
O tempo que decorre entre culminações superiores (ou inferiores) consecutivas do
ponto de equinócio vernal num mesmo meridiano se chama dia sidéreo. Os dias
37
sidéreos se dividem em 24 horas sidereas, a hora sidérea se divide em 60 minutos e
o minuto em 60 segundos siderais respectivamente. No dia sidéreo se contam 86
400 segundos sidéreos; portanto, a Terra tem uma rotação com uma velocidade
2π
angular ω de 86400 radianes em um segundo sidéreo.
O tempo que decorre a partir do instante de culminação superior do equinócio vernal
até qualquer outro instante, caracteriza-se por outra posição deste, expressa em
partes do dia sidéreo, chama-se tempo sidéreo local e se representa pela letra s .
O tempo sidéreo s em um meridiano dado, em qualquer instante é numericamente
igual ao ângulo horário
t γ do equinócio vernal, expresso em unidades de tempo,
ou seja:
s=t γ
O ponto do equinócio vernal serve como origem para o centro das ascensões rectas;
por isso, pode-se estabelecer uma relação entre o tempo sidéreo, a ascensão recta
e o ângulo horário. Na figura 22 se representa a projecção da esfera celeste sobre
um plano equatorial: A 1 DγA2 é o Equador celeste; A 1 ZPA2 é a projecção do
meridiano celeste; A 1 é A 2 são respectivamente os pontos superior e inferior do
Equador celeste ou pontos de intersecção do Equador com o meridiano celeste;
Pn CD é a projecção do circulo das declinações do astro C; Pn γ é a projecção do
circulo dos declinações do ponto equinocial. Na figura 22 se pode apreciar que:
s=α +t (4.1)
s=α
38
h
Se o astro se encontrar em culminação inferior, o ângulo horário t=12 e
s=α +12h
h
mΘ=t Θ+ 12 (4.2)
O tempo solar verdadeiro não é conveniente para fins práticos. A causa disto é que
o movimento do Sol pela eclíptica não é uniforme, devido tanto ao movimento não
uniforme da Terra por sua orbita, como a inclinação da eclíptica com respeito ao
Equador.
Devido ao movimento não uniforme do Sol pela eclíptica, seus ângulos horários
tampouco variam uniformemente. Como consequência da inclinação da eclíptica
com respeito ao Equador a projecção de iguais áreas da eclíptica sobre o Equador
não serão iguais entre se; ao redor dos pontos equinociais, as projecções são
menores que os arcos da eclíptica e ao redor dos pontos dos solstícios do verão e
inverno, as projecções são maiores que os arcos da eclíptica.
De acordo com o anterior, os ângulos horários do Sol, medidos no Equador,
variassem desproporcionalmente; portanto, o tempo solar verdadeiro não é uniforme
e é muito difícil construir relógios que partam em correspondência com o movimento
do Sol, o qual não é necessário, já que para sua actividade pratica, o homem deve
empregar um tempo uniforme.
Como ponto para a determinação do transcurso do tempo médio solar se toma o Sol
médio equatorial, que é um ponto fictício que se move uniformemente pelo Equador
na mesma direcção em que se move o Sol pela eclíptica. O Sol medio equatorial dá
uma volta completa pelo Equador no mesmo espaço de tempo em que o sol
verdadeiro o dá pela eclíptica.
O momento da culminação superior do Sol médio se denomina meio-dia médio e o
momento de culminação inferior meia-noite medeia. O intervalo de tempo entre duas
culminações inferiores consecutivas do Sol equatorial médio, é um mesmo
meridiano, chama-se dia solar médio.
39
Como origem dos dias solares médios se toma o momento de culminação inferior do
Sol equatorial médio, (a meia-noite medeia). As partes do dia medio solar se medem
em horas, minutos e segundos médios solares.
O tempo que decorre entre o momento da culminação inferior do Sol médio
equatorial até o momento em que este se encontra em qualquer outra posição,
expresso em unidades do tempo solar médio, denomina-se tempo médio solar. O
tempo médio solar m no meridiano dado em qualquer momento é numericamente
igual ao ângulo horário do Sol médio equatorial t ME expresso em unidades de
tempo e aumentado em 12 horas, ou seja:
h
m=t ME +12 (4.3)
t A −t B = λ A − λB (4.4)
Ao empregar esta fórmula com respeito aos ângulos horários dos pontos escolhidos
para medir os tempos, quer dizer, com respeito ao ponto do equinócio vernal γ , ao
Sol verdadeiro ou ao Sol médio equatorial, em relação com os quais se contam as
volta da Terra ao redor de seu eixo e os ângulos horários que são a medida do
tempo, pode-se obter:
t γA−tγB =λ A −λ B
t ΘA −t ΘB =λ A−λ B (4.5)
t ME −t ME =λ A −λ B
A B
h
Se se tiver em quanta que
t γ =s ; t Θ +12 =mΘ , y t ME +12 =m h
e se
substituem na equações (4.5), obtêm-se as seguintes fórmulas:
s A −s B =λ A − λB
40
mΘ −mΘ =λ A −λ B
A B (4.6)
m A −m B =λ A −λ B
s−S=±λ
mΘ−M Θ=±λ (4.7)
n−M =±λ
Até agora se pôde observar que o intervalo de tempo, durante o qual a Terra efectua
uma rotação completa ao redor de seu eixo, com respeito à direcção para algum
ponto no espaço, se denomina dia. Se a rotação da Terra se efectua com respeito à
direcção para o ponto de equinócio vernal, denomina-se dia sideral; se for com
41
respeito à direcção para o centro do disco solar verdadeiro, dia verdadeiro e com
respeito à direcção para o sol médio equatorial, dia médio.
Assim, em dependência do ponto que se tome como origem para medir o tempo, as
unidades se denominassem respectivamente; meia, verdadeira e cuasiverdadeira.
A hora media local do meridiano de Greenwich se denomina tempo universal e se
designa mediante UT0. Para achá-la, obtém-se das observações astronómicas o
tempo sideral local de um meridiano qualquer e se conhecer a longitude geográfica
deste se acha UT0.
Devido ao movimento dos pólos, o tempo universal obtido das observações (UT1),
desde diferentes pontos sobre a superfície terrestre, não será igual para cada ponto.
Se tiver em conta o movimento dos pólos:
UT 1=UT 0+ Δλ (4.8)
1
Δλ= ( xsen λ0 + y cos λ0 ) tan ϕ0
15 (4.9)
ET=UT 0+ ΔT (4.11)
42
determinar a época de uma só escala atómica, por exemplo, a escala AT(a); se se
conhece a diferença desta com respeito às demais se pode obter AT da forma:
AT =AT ( a ) +
∑ p i [ AT (i ) −AT ( a ) ]
∑ pi
pi - peso atribuído a cada escala individual.
43
4.8 TEMPO OFICIAL. FUSOS HORÁRIOS.
A actividade social do homem esta regida pelo ritmo natural da sucessão dos dias e
as noites, devido ao movimento diurno do Sol. À medida que a organização a
sociedade humana foi progredindo em estruturas cada vez mas complexas, há-se
sentido a necessidade crescente de estabelecer uma escala de tempo que,
respeitando no possível ao dia e de noite, regule o bom funcionamento das
actividades civis com precisão e universalidade.
Para evitar os inconvenientes do emprego dos tempos solares e siderais, foi
necessário escolher arbitrariamente o tempo civil de um meridiano particular,
adoptando-o como tempo único. Ficou assim resolvido o problema de um tempo
uniforme e único, mais uma dificuldade permanecia ainda sem solução; ao passar
de um pais a outro.
A necessidade de uniformizar o tempo a escala mundial, especialmente nos tempos
modernos, nos que a facilidade das comunicações e a rapidez destas exigem uma
coordenação universal. A continuação explica - se como é obtido, embora até
imperfeitamente, a universalização do tempo mediante o sistema dos fusos horários.
Para estabelecer uma escala de tempo praticamente uniforme, valida para todo o
globo e que, para além disto, dentro do possível se adapte ao ritmo natural da
sucessão dos dias e as noites dentro de cada zona, terá que começar por escolher
um meridiano fundamental com respeito ao qual se define um tempo solar médio
local.
Este tempo médio local, aumentado em 12 horas para convertê-lo em tempo civil, se
estendera depois a todo o planeta, mediante conversões especiais (arbitrárias), de
maneira que se ajuste aproximadamente ao tempo solar dos diferentes lugares.
De acordo as recomendações da convenção de Washington (1884), definitivamente
aceitas pela Conferência Internacional da Hora de Paris (1912), adoptaram como
meridiano fundamental o meridiano de Greenwich. O tempo civil deste meridiano se
estende a toda a Terra, mediante convenções adequadas, motivo pelo qual foi
denominado “Tempo Universal UT0.”
Para estender a todo mundo o UT0, dividiu-se a superfície terrestre em vinte e
quatro fusos horários (fig 23), com uma amplitude de 15 graus ou uma hora de
longitude cada um, numerando-os de 0 a 23 para o este a partir do fuso horário de
Greenwich ou fuso horário zero (0). Este fuso é o que tem como meridiano central o
de Greenwich, estendendo-se, portanto, entre as longitudes +7.5 e -7.5 graus e
dentro do qual rege o UT0. Por convenção arbitrária, dentro de cada fuso rege o
UT0 aumentando em um número inteiro de horas, igual ao número do fuso. Com
estas convenções, todos os relógios do mundo deveram indicar o mesmo minuto e o
mesmo segundo UT0 diferenciando-se somente em um número inteiro de horas.
44
Fig 23 Sistema de fusos horários.
Surge então, uma outra dificuldade com respeito à data do dia no qual se contam as
horas assim definidas. “Pense num viajante que parte do meridiano de Greenwich
dirigido ao este numa viagem imaginária muito rápido. Ao cruzar cada um dos fusos
horários, o viajante deve adiantar seu relógio em uma hora exacta, de forma que, ao
retornar ao meridiano de partida seu relógio se haverá adiantado vinte e quatro
horas, ou seja, um dia completo, por conseguinte o viajante perdeu um dia, ou pelo
contrário, se tivesse viajado para o oeste, pela mesma razoe haverá ganho um dia.
Para evitar este tipo de erros no cômputo dos dias, adoptou-se o meridiano central
do fuso doze, meridiano 180 ou “ante meridiano internacional para trocá de data”
(fig 24). Um viajante que atravesse dito meridiano de este ao oeste deve acrescentar
45
um dia à data, enquanto que se o atravessa do oeste a este deve subtrair um dia à
data do dia em que viaja. A numeração dos fusos horários de 0 a 23 para o este,
adoptada mais acima, tem validez, com o acordo, ademais, de subtrair um dia à data
do calendário quando o numero do fuso sobre para 12. No interior do fuso 12. ao
leste do ante meridiano, o tempo do fuso é o UT0 mas 12 horas, enquanto que ao
oeste terá que lhe subtrair 24 horas à data do dia. É preciso advertir ademais, que a
linha de mudança de data adoptada legalmente não coincide exactamente com o
meridiano 180, desviando-se deste em vários lugares para manter a mesma data em
alguns grupos de ilhas do Pacifico e em territórios como os da Alaska.
O sistema dos fusos horários, tão simples em teoria, não resulta pratico naqueles
países cujo território nacional abrange vários fusos horários, já que se têm horas
diferentes dentro do mesmo país, com o conseguinte transtorno. Por esta causa, os
limites de mudança de hora, ao passar de um pais a outro, foram modificados pelos
respectivos governos e não sempre coincidem com os meridianos que limitam os
fusos horários. Por questões pratica, em alguns países se adopta uma hora do
verão; este é o caso de Cuba que difere uma hora da correspondente ao fuso. Em
Angola não existe horário especial do verão, por isso a única hora é a oficial do fuso
1.
Tem-se assim, em definitiva, em cada país um tempo oficial ou legal que difere mas
ou menos de um numero inteiro de horas UT0.
Ditos tempos se expressam da forma:
equação (4.12)
equação (4.13)
xX - tempo de fusos
xX - tempo do verão.
Como para Angola o número de fuso é o um; portanto como mostra a figura 23, é
mais fácil expressar o tempo de fusos em função da diferença entre o fuso de
Greenwich e o fuso numero 1 da seguinte forma:
equação (4.14)
46
fig 24 Linha de mudança de data
Nos seguintes epigrafes 4.3 e 4.4 se explicou a forma em que se obtêm os tempos
solares verdadeiro xX e médio xX. A seguir determina-se a relação existente entre
estes tempos.
Seja xX o tempo sideral local; xX e xX o ângulo horário e a ascensão recta
correspondente ao Sol médio equatorial e xX e xX o ângulo horário e a ascenção
recta correspondente ao Sol verdadeiro.
De acordo com a fórmula (4.1) pode-se escrever:
equações (4.16)
47
equação (4.17)
equação (4.18)
equação (4.19)
equações
48
Como se há dito, o tempo solarmédiolocal do meridiano de Greenwich se chama
tempo universal UT0. O tempo solarmédiolocal de qualquer ponto então sera:
equação (4.20)
equação (4.21)
Equação (4.22)
Para achar o tempo solar médio, se se conhecer o tempo sideral xX, empregam-se
raciocínios analogos ou se detemina xX da equação anterior, mediante a fórmula:
equação (4.23)
Fórmula-a (4.23) permite obter o tempo solar médio, se se conhecer o tempo sideréo
xX, expresso em unidades de tempo solar médio, a traves do coeficiente de
transformacion xxxxxx.
Tambien é possível, simplesmente a partir do tempo solar médio ou o tempo sideral,
obter o tempo sideral ou o solar meio, aplicando a transformacion de unidades de
tempo mediante o emprego dos coeficientes xX e xX, respectivamente da forma:
equações (4.24)
Data xX Data xX
22 de Setembro 0 23 de março 12
22 de outubro 2 23 de abril 14
22 de novembro 4 23 de maio 16
22 de dezembro 6 22 de junho 18
21 de janeiro 8 23 de julho 20
21 de fevereiro 10 22 de agosto 22
49
Este quadro aproximado, permite transformar o tempo médio solar em sideral e
viceversa, com um erro que não excede de 5 minutos.
CAPITULO 5
Observador no pólo.
Para um observador situado no pólo norte da Terra, o Equador celeste Q'Q coincide
com o horizonte astronómico NS e o pólo do mundo P com o zénite Z (fig. 26). Por
isso, no pólo norte só uma metade da esfera celeste é acessível a observação e a
outra metade sempre se encontra por debaixo do horizonte.
Durante o movimento diário da esfera celeste as estrelas descrevem círculos
paralelos ao horizonte. Uma metade da eclíptica sempre se encontra sobre o
horizonte e a outra metade por debaixo do; como consequência disto, o Sol, desde
em 21 de Março, quer dizer, depois que passa o ponto de equinócio vernal,
encontra-se sobre o horizonte durante omédioano: no pólo estivesse o dia polar
médio anual.
Em 23 de Setembro, o Sol se ira por debaixo do horizonte pormédioano e
começasse a noite polar medeia anual. A altura máxima do Sol sobre o horizonte,
o
sem considerar a refracção, será igual a inclinação da eclíptica: 23 27' com relação
ao Equador. É por isso que os raios solares se projectam inclinados com respeito às
verticais. A Lua, no pólo norte da Terra, vê-se a cada 13.5 dias sobre o horizonte,
elevando-se até uma altura de 28.5 graus e se oculta o mesmo período de tempo
por debaixo do horizonte.
50
Fig. 26 Observador no pólo norte.
Observador no Equador
Nas latitudes meias, o fenómeno do movimento diário da esfera celeste e dos astros
se apresenta de forma igual para os dois hemisférios, solo que no hemisfério sul os
círculos do movimento diário dos astros estão inclinados para o norte e não para o
sul, como tem lugar no hemisfério norte. Se se observar para o pólo norte do mundo,
então todos os astros se movem em sentido contrário, enquanto que para os
habitantes do pólo sul, em relação com o pólo norte, o movimento dos astros se
realiza em sentido directo. No hemisfério norte da Terra, o Sol, depois do orto,
move-se mas ao sul do zénite e no hemisfério sul mas ao norte do zénite.
51
90 o (5.a)
Para os que têm orto e ocaso 2 :
90 o 90 o (5.b)
Para o grupo de astros que não têm orto 3 :
90 o (5.c)
zS
zS (5.1)
52
Como a distância zénite é sempre positiva, no primeiro caso e no segundo
. A inclinação do zénite é igual à latitude do observador; por isso quando
o astro passa pelo meridiano ao sul do zénite, e quando passa entre o pólo e
o zénite.
cos z i sensen cos cos cos cos 180 o
Por conseguinte:
z i 180 o
(5.2)
zS
Para a culminação superior ao sul do zénite
zS
Para a culminação superior ao norte do zénite
z S 180 Para a culminação inferior.
o
z S zi
90 o
2 (5.3)
z S zi
90 o
2 (5.4)
53
ascensão recta variada rapidamente. Nos anuários astronómicos se dá a ascensão
recta para a meia-noite de Greenwich e seu variação.
Fórmula-a (4.22) transforma-se do modo seguinte:
s So
24
24 h 3 m 56.56 s 24 h Km
s So
24
24 h 3 m 56.56 s
m
24
24 h 3m 56.56 s
Finalmente:
s So
m 24 h 3 m 56.56 s
24 (5.5)
o n (5.6)
n
m
24
S o n 24 h 03 m 56.56 s o n
o So
n
24 03 m 56.56 s
h
(5.7)
54
h 0 o y z 90 o
Para achar os momentos do orto e do ocaso, assim como os azimutes das direcções
para o astro, constrói-se o triângulo paraláctico PZ (fig. 29) no qual o lado z será
o
igual a 90 . A tarefa pode ser resolvida se se conhecer a latitude do ponto de
observação e as coordenadas equatoriais e do astro .
55
Como o coseno é uma função par, pela fórmula (5.9) acham-se dois valores do
ângulo horário t , nos intervalos de 0 a 12 e de 0 a 12 . O primeiro valor do
h h
sE t
sW t
(5.10)
Agora se determinam os azimutes das direcções para o astro nos momentos do orto
e do ocaso. Pela fórmula do coseno do lado P do triângulo paraláctico PZ , tem-
se:
cos 90 o cos 90 o cos 90 o sen 90 o sen90 o cos 180 o A
de onde:
sen
cos A
cos (5.11)
definitivamente resulta:
AE 360 o A (5.12)
AW A
Não é difícil chegar a conclusão de que para um lugar de observação dado, não
todos os astros passam pelo vertical primário: os astros que culminam entre o pólo e
o zénite não chegam até o; os astros que culminam entre o Equador e o zénite,
atravessam o vertical primário sobre o horizonte e os astros que culminam por
debaixo do Equador o atravessam por debaixo do horizonte. Assim, a traves do
vertical primário, no hemisfério norte, passam sozinho aqueles astros cujas
declinações satisfazem a condição:
0o
56
Quando o astro passa pelo vertical primário, o triângulo paraláctico PZ se converte
em um triângulo rectângulo (fig. 30), com o ângulo recto no ponto zénite, pois o
o o
azimute do astro nesse caso é igual a 90 ou 270 .
tan 90 o tan 90 o cos t (5.13)
tan
cos t
tan
sE t E
sW tW
(5.14)
cos z cos 90 o cos 90 o
57
cos zsen sen
de onde resulta:
sen
cos z
sen (5.16)
tan 90 o cos t tan 90 o
de onde se obtém o ângulo horário para o momento da elongação:
tan
cos t
tan (5.17)
Da fórmula (5.17) para o ângulo horário se obtêm dois valores: o ângulo horário
t
correspondente a esta elongação e o correspondente a elongação oeste, t E e W
respectivamente. O tempo sideral para as elongações será:
sW tW
(5.18)
sE t E
58
Fig. 31. Elongação dos astros circumpolares.
Da figura 31, para obter a distância zénite para os momentos em que ocorrem as
elongações, pode-se escrever:
cos 90 o cos 90 o cos z
sen
cos z
sen (5.19)
sen 90 o sen 90 o sen 180 o A
de onde se determina o azimute das direcções para os astros nos momentos de
elongação.
cos
senA
cos (5.20)
Aqui, o signo positivo indica que a elongação é oeste e o signo negativo que a
elongação é este.
59
Para a orientação do instrumento no meridiano frequentemente se confeccionam
efemérides da Estrela Polar, as quais também se utilizam para a determinação dos
azimutes astronómicos pela observação de dita estrela. Claro está, que para o caso
de Angola e em geral os países com latitude Sul, não podem ver esta estrela, por
isso a orientação por outros astros como por exemplo o Sol, adquire importância.
Da mesma forma, em dependência do método de determinação das latitudes e
longitudes astronómicas dos pontos terrestres, elaboram-se efemérides das demais
estrelas incluídas no programa de orientação, a fim de poder as localizar na esfera
celeste.
Dada a importância que tem a confecção das efemérides de trabalho, no presente
epigrafe se analisassem as fórmula fundamentais empregadas na astronomia
geodésica, em dependência do método de determinação das latitudes e longitudes
astronómicas dos pontos sobre a superfície da terra.
Na actualidade, as modernas câmaras digitais como a TZK2-D (DIADEM) (fig. 31a)
automatizaram o processo de confecção de efemérides, para base de dados de 40
milhões de estrelas com magnitudes (a magnitude é o brilho da estrela) de até 15 -
16 e maiores. Neste momento na Europa se trabalha em efemérides que contêm 80
milhões de estrelas.
Com um teodolito só podem ver-se estrelas com magnitudes entre 6-7, entretanto as
câmaras dotadas de matriz do CCD ( ) podem ver magnitudes de entre 15 - 16 e
maiores.
= 89 o 14 ‘
= 2 h 24 m
igual a 52’ (fig. 32). O triângulo paraláctico é um triângulo esférico agudo e pequeno.
60
Para simplificar a solução se introduz o arco F, perpendicular ao meridiano, que
divide o triângulo esférico em dois triângulos esféricos rectângulos: PF e FZ .
Devido à pouca longitude do lado P , o triângulo PF é pequeno se pode
considerar e resolver como um triângulo plano.
Designe o arco PZ mediante f ; a perpendicular a ele mediante y ; o arco P
(distância polar da Estrela Polar), mediante . Ao calcular as efemérides se
estabelecem uma série de momentos de tempo sideral, equidistantes um do outro (
s1 , s 2 ,...., s n ) cujo intervalo é geralmente de 10 a 20 minutos. Por conseguinte, no
triângulo PF são conhecido o lado P e o ângulo com vértice no pólo P, ou
seja o ângulo horário t . Assim no triângulo PF :
f cos t (5.21)
y sent (5.22)
z 90 o f (5.23)
61
a sent sec f (5.24)
Pela fórmula (5.24) acha-se o azimute A da Estrela Polar:
A 180 o a (5.25)
tan t cos D
tan A
sen o D
tan o D
tan z
cos A (5.26)
tan
tan D
cos t
62
tan A cot sen o
(5.27)
tan z cot o sec A
CAPITULO 6
Introdução.
Como já foi dito nos primeiros capítulos desta obra, as coordenadas das estrelas são
a declinação e ascensão recta , as quais pertencem ao segundo sistema de
coordenadas equatoriais.
As coordenadas das estrelas utilizadas em Astronomia Geodésica, são dadas em
tabelas que podem conter um diverso numero destas, desde miles até milhões de
estrelas.
Estas tabelas são publicadas em Catálogos de estrelas brilhantes, Anuários
Astronómicos, Tabelas especiais, ou bases de dados digitais.
63
As coordenadas são publicadas cada 50 anos julianos, coincidindo com o início de
cada seculo, as zero horas universais do dia primeiro de janeiro. Desta forma, a
última publicação foi feita o primeiro de janeiro do ano juliano 2000 as zero horas
universais, ou como também se diz, “Epoca J2000”. Então, na época a seguir será
J2050.
As coordenadas das estrelas mudam devagar com o decorrer do tempo, por isto,
para uma data qualquer t diferente da publicada, deve ser calculada uma correção.
Assim por exemplo, para um momento de tempo t qualquer, as coordenadas das
estrelas se calculam como:
h h'
64
Se se designar como z e z ' a distância zénite medida e a corrigida por refração
respectivamente:
z z '
Da fórmula anterior se tem que quanto maior for a distância zénite da estrela, mais
influencia terá pela refração.
Para determinar a correcção por refração, frequentemente se empregam tabelas da
refração media, calculadas em função das distâncias zénites das estrelas, quando a
temperatura do ar é 10 C e a pressão atmosférica 760 mm do Hg. Como
o
6.2 ABERRAÇÃO
Aberração secular. A Terra, junto com todo o sistema solar, move-se no espaço com
uma velocidade de 19.5 km/seg. A aberração que surge por esse motivo se chama
aberração secular. Como a velocidade e a direcção do movimento do sistema solar
variada lentamente, o deslocamento das estrelas devido a este tipo de aberração
pode considerar-se como uma magnitude constante e as variações que provoca nas
coordenadas das estrelas podem desprezar-se.
Aberração anual. É o deslocamento aparente da estrela provocado pelo movimento
anual do observador situado sobre a superfície da Terra. Como consequência da
aberração anual, as estrelas, em diferentes dias do ano, projectam-se em diferentes
pontos da esfera celeste.
Para calcular a influência da aberração anual sobre as coordenadas das estrelas,
quer dizer, a diferença entre as coordenadas visíveis e as verdadeiras (redução),
empregam-se as fórmulas seguintes:
' Cc Dd
65
' y ' coordenadas equatoriais visíveis afectadas pela aberração anual;
C y D coeficientes dependentes da longitude do Sol e que não dependem das
coordenadas das estrelas (ditos coeficientes se dão no anuário astronómico para
cada dia do ano)
c, c' , d , d ' Coeficientes dependentes das coordenadas das estrelas e calculados
pelas fórmulas:
1
c cos sec
15
1
d sen sec
15
- Inclinação da eclíptica.
6.3 PARALAXES
66
A magnitude da paralaxe diária das estrelas depende da distância até elas, da
magnitude do deslocamento do observador e da distância zénite.
P
O ângulo o , sob o qual, do centro da estrela, vê-se o rádio equatorial da Terra,
chama-se paralaxe horizontal e se calcula pela fórmula:
a
senPo
T
A paralaxe diário do Sol P , para qualquer distancia zénite z ' , pode ser calculado
por:
R'
' cos sen sec
R
R'
' cos sen sen cos cos
R (6.2)
R
sen
68
Fig. 34 Introdução a precesão e a nutaçao
A precesão.
Suponha que a eclíptica esta fixa com respeito à esfera celeste e tem seu centro na
Terra.
O movimento de precesão faz descrever ao eixo terrestre um cone em torno do eixo
da eclíptica (fig. 35). O pólo norte do mundo (P) descreve um circulo PP ao redor do
pólo norte da eclíptica (R). Este movimento é em sentido directo e demora 26 000
anos em realizar um giro completo.
69
dois equadores correspondentes a dois épocas sucessivas e P1 e P2 os pólos
celestes dos respectivos equadores. (fig. 36).
E1 e E 2 são as eclipticas correspondentes às dois épocas 1 e 2 os dois
equinócios vernales. O eixo em torno do qual oscila a eclíptica contém os pontos O e
O’. Em realidade os equadores e eclipticas aqui considerados não são exactamente
os que proporcionaria a observação em ditas épocas, já que prescinde da variação
destes devida a nutaçao. Para ter em conta esta diferença, chamasse-se o Equador
verdadeiro e eclíptica verdadeira aos afectados pela precesão e a nutaçao, que são
os que a observação permite determinar, enquanto que o Equador médio e a
eclíptica média são fictícios e estão afectados unicamente pela precesão.
Na figura 36 se consideram o Equador e a eclíptica médios correspondentes às
épocas t1 e t 2 . A estes planos fundamentais correspondem pólos e equinócios
verdadeiros e médios. O equinócio considerado, sem ter em conta as variações
devidas a nutaçao, é o equinócio médio.
1 50.3708"0.0000495 t 2 t1 (6.3)
70
2 0.1247"0.0001887 t 2 t1 (6.4)
50.2564"0.0002225 t 2 t1 (6.5)
A nutaçao
71
Todas as estrelas se movem no espaço, com respeito ao sistema solar, a uma
velocidade de várias dezenas de quilómetros por segundo. Ademais, este
movimento, que pode ser considerado rectilíneo, é uniforme durante dezenas de
anos. Dito movimento pode dividir-se em dois componentes: um com o passar do
raio visual e outro perpendicular a dito raio. A primeira não origina deslocamentos da
estrela na esfera celeste e, portanto, para nós não têm grande inteire. A segunda, o
movimento tangencial das estrelas, origina variações nas coordenadas destas na
esfera celeste e, portanto, para nós não tem grande inteire. A segunda, o movimento
tangencial das estrelas, origina variações nas coordenadas destas na esfera celeste.
A projecção do movimento tangencial da estrela sobre a esfera celeste lhe chama
movimento próprio das estrelas e se designa pela letra .
Os movimentos próprios se dividem em dois componentes: uma no circulo dos
declínios do astro e outra no paralelo diário.
Nos catálogos estelares (em particular no anuário astronómico da URSS) dão-se a
componente do movimento próprio da estrela , que se chama movimento próprio
em declinação e a componente , que se chama movimento próprio em ascensão
recta.
Se se conhecerem e e existem grandes intervalos de tempo entre épocas, a
transformação das coordenadas das estrelas de uma época a outra, devido à
influência dos movimentos próprios das estrelas, pode-se realizar mediante o
emprego das seguintes equações lineares.
t 0 t t 0
t 0 t t 0
Como resumo se pode expor que, para a maioria das estrelas os movimentos
próprios alcançam valores de 0.1” por ano
72
O pólo instantâneo móvel oscila entre os limites de um quadrado com lado de 26
metros; quer dizer o deslocamento angular máximo com respeito a alguma posição
meia chamada pólo médio, sempre menor que 0.5”.
A posição do pólo instantâneo com respeito ao pólo médio, dá-se no sistema de
coordenadas rectangulares x, y , cuja origem coincide com o pólo médio. O eixo
destas abcissas dirigido para o oeste.
As tabelas de coordenadas x, y se publicam (em unidades sexagesimales) com um
intervalo de 0,1 ano no argumento.
Em astronomia geodésica, mediante o uso das coordenadas do pólo instantâneo
(verdadeiro), realiza-se a redução ao pólo médio das latitudes instantâneas , as
longitudes , e os azimutes a , obtidos a partir das observações mediante as
fórmulas:
0 x cos ysen
1
0 xsen y cos tan
15
a a 0 xsen y cos sec
Catálogos estelares.
73
-Relações de estrelas
-Catálogos precisos.
A diferença dos catálogos estelares elaborados para uma época dada, consistentes
em relações de estrelas, cujas coordenadas são conhecidas, os anuários
astronómicos contêm com maior precisão as efemérides das posições visíveis de
um grande numero de estrelas, calculadas sobre a base de algum catalogo
fundamental.
As posições visíveis das estrelas se dão para o ano em curso, cada dez dias
siderais nos momentos de suas culminações superiores no meridiano de Greenwich.
Nos anuários ademais, dão-se as coordenadas medias reduzidas a época do
catálogo fundamental ao início do ano para o qual se confeccionou dito anuário
astronómico.
Ademais das coordenadas das estrelas, nos anuários se publicam as efemérides do
Sol, a Lua e os planetas. Para o Sol se publicam as coordenadas equatoriais,
74
rectangulares e eclipticas para cada data do ano; para a Lua, as ascensões rectas e
as declinações cada uma hora e as efemérides dos planetas contêm, tanto as
coordenadas equatoriais como as heliocêntricas rectangulares.
Também no anuário astronómico se dão os elementos dos eclipses e a descrição
das configurações planetárias, as noções sobre o movimento e a rotação da Lua, os
dados sobre os ortos e ocasos do Sol, da Lua e dos planetas, assim como outros
dados necessários para as investigações teóricas e trabalhos de carácter aplicado.
O anuário astronómico da antiga URSS é a fonte principal de todos os dados
empregados nos observatórios astronómicos e nos trabalhos astrónomo geodésicos
de campo. Nos EE.UU e outros países se editam os anuários astronómicos
unificados, The Astronomical Ephemeris; em outros países também se editam
anuários astronómicos.
-Os azimutes com precisões entre 10 e 60" pelas observações do Sol e as estrelas
brilhantes e a estrela Polar.
- As coordenadas geográficas dos pontos das redes geodésicas de destino especial.
75
A paralaxe anual se considera para uma quantidade relativamente pequena de
estrelas (aproximadamente 6000), cuja paralaxe é de uma magnitude considerável.
Se se liberarem as coordenadas visíveis das estrelas da influência da aberração
anual, obtêm-se as coordenadas verdadeiras das estrelas, correspondente ao
momento de observação até o início do ano besseliano fictício, obtêm-se as
coordenadas médias das estrelas para o início do ano.
Ano besseliano fictício se chama o ano que começa quando a longitude medeia do
Sol diminuída em 20.496" (coeficiente de aberração anual) é igual a 280 0 00’ 00” e
tem a duração do ano trópico médio (365.2422 dias solares).
Se se tiver em conta a influência da precesão e dos movimentos próprios das
estrelas para quantidade inteira de anos, e se podem transformar as coordenadas
das estrelas ao início do ano de observação ao início de qualquer outro ano e assim,
confeccionar, mediante um dos métodos descritos no epigrafe 6.1, os catálogos
estelares.
Nos anuários astronómicos se publicam as coordenadas médias, os movimentos
próprios xX e xX das estrelas em ascensão recta e declinação respectivamente, asi
como suas variações anuais devidas à influência da precesão.
Se se empregarem os dados publicados nos anuários astronómicos é possível
calcular as coordenadas visíveis das estrelas para o momento de observação a
partir das coordenadas médias. A dito procedimento de calcule lhe denomina
redução a posição visível.
Durante a redução a posição visível, acima de tudo, tem-se em conta a influência da
precesão e dos movimentos próprios do início do ano até o momento da
observação. A este período de tempo lhe designa com a letra e se expressa em
unidades de ano trópico.
O cálculo se realiza pelas fórmulas:
t m nsen tan
t n cos (6.6)
Introduzindo as designações:
A E q1
P1 P1
B a m nsen tan
B' d a ' n cos
d
A'
P1 b cos tan
b' sen
76
P1 - Precesão lua_solar anual
q1 - Precesão planetária anual
d - Nutaçao em longitude, composta pelos términos periódicos largo
e curto d .
- Nutaçao de inclinação, composta pelos períodos largos e curto d .
vis ver Cc Dd
vis ver Cc' Dd ' (6.9)
Substituindo o valor das coordenadas verdadeiras das fórmulas (6.8) nas fórmulas
(6.9), resultam definitivamente nas fórmulas para o cálculo das coordenadas na
posição visível, a partir das coordenadas médias das estrelas:
Nas fórmulas (6.10) os coeficientes a, b, c, d , a' , b' , c' , d ' dependem das coordenadas
das estrelas e se chamam magnitudes de redução estelar ou constantes de redução,
já que durante um ano praticamente não variam. Os coeficientes A, B, C , A' y B'
dependem directamente do tempo e se denominam magnitudes de redução de
primeira ordem.
Durante o cálculo das coordenadas visíveis pelas fórmulas (6.10), todas as
magnitudes de redução se acham mediante interpolação das correspondentes
pranchas para os momentos de tempo sideral de Greenwich ou para um momento
de tempo efemérico.
77
78