Ebook - 85 - o Propósito de DEUS Pra Sua Vida

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição maio/2009

Gerência de Comunicação

Ana Paula Costa

Transcrição:

Else Albuquerque

Copidesque:

Adriana Santos

Revisão:

Marcelo Ferreira

Capa e Diagramação:

Luciano Buchacra
Introdução

Se analisarmos palavra por palavra na Bíblia, ve-


remos que nenhuma delas foi escrita sem propósitos.
Tanto que, cada vez que lemos a Palavra de Deus, a
Bíblia, recebemos algo novo de uma mesma palavra.
Algo sobrenatural, inexplicável. Também não é em
vão que determinado personagem e suas atitudes
são mencionados. Podemos e devemos aprender com
cada um deles.
E é justamente isso que faremos nesta edição da
Série Mensagens. Vamos aprender um pouco sobre as
atitudes de Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó
e José, conhecidos também como “homens de fé”. Eu
creio que o Pai falará poderosamente com você por
meio desta leitura. Para isso, você só precisa abrir o seu

5
coração e quebrantar-se diante do Deus vivo. Essa é a
minha oração:
“Pai, neste momento, quando vamos estudar a tua
Palavra, nosso coração deseja ouvir a tua voz, pois que-
remos obedecê-la, Senhor. Que a tua Palavra possa nos
edificar, nos consolar e nos exortar, como sempre ela faz.
Queremos ter o nosso coração aberto. Não queremos ser
apenas ouvintes. Queremos que, realmente, a tua Pala-
vra seja transformada em palavra viva. Queremos ser
transformados a partir de uma visão nova, com o nosso
coração restaurado pelo Senhor. Use a tua Palavra para
trazer alento e esperança aos nossos corações. Muito
obrigado por cada vida e por aqueles que estão lendo
essa mensagem. Que a tua graça, a tua unção e a tua
presença possam envolvê-los onde estiverem. Eu reivin-
dico cada vida, para o louvor da glória do teu nome. Em
nome de Jesus! Amém!”

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Os
personagens

Em Hebreus, capítulo 11, encontramos sete ho-


mens de fé: Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e
José. No primeiro capítulo do livro de Gênesis, lemos
acerca da criação do mundo, que se dera em seis dias,
sendo o sétimo o dia em que Deus descansou. Lendo
acerca desses sete homens, podemos encontrar uma
chave para compreendermos estes sete dias.
No primeiro capítulo de Gênesis, há algo muito
bonito! O verso 5 termina assim: “...Houve tarde e ma-
nhã, o primeiro dia.” No verso 8 igualmente lemos: “...
Houve tarde e manhã, o terceiro dia.” Assim é também
no verso 13: “...Houve tarde e manhã, o quarto dia.”; no

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verso 19: “...Houve tarde e manhã, o quarto dia.”; no 23:
“...Houve tarde e manhã, o quinto dia.”; e no verso 31: “...
Houve tarde e manhã, o sexto dia.”
Repare que em todos esses versos, é dito tarde e
manhã. Não há menção da noite. Na nossa lógica na-
tural. Noite é escuridão. Veja o que diz o salmista Davi
no Salmo 46, verso 5, a parte b: “Deus a ajudará des-
de a antemanhã.” Ele ainda diz no Salmo 30, verso 5:
“Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela
manhã.” Na Bíblia também sobre a terrível e tremenda
noite de Jesus no Getsêmani, quando sabia do que lhe
estava reservado. No momento de sua crucificação, a
tarde como que transformou-se em noite, pois toda a
escuridão cobriu os céus, a Terra.
Em todo o primeiro capítulo de Gênesis encontra-
mos a expressão “Houve tarde e manhã.” Não é que não
houvesse a noite, mas o registro, que é o espiritual, nos
traz a compreensão de que houve tarde e manhã. Ao
lermos acerca dos sete homens mencionados em He-
breus 11, veremos que a noite na vida de alguns deles
foi algo tão difícil. Interessante que não é menciona-
do Adão em Hebreus 11. Isso porque a nova criação é
contada a partir de Abel. E na história de Abel vemos
como ele conhecia o Senhor.
No capítulo 1 de Gênesis, verso 3, lemos: “Disse
Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e
fez separação entre a luz e as trevas. Chamou Deus à luz
Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro

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dia.” A salvação começa com a luz, com o conhecer o
Senhor. Lembra-se de como o apóstolo Paulo, outrora
chamado Saulo, se convertera? Enquanto caminhava
sobre a estrada rumo a Damasco, uma Luz forte veio
sobre ele, a ponto de tê-lo feito cair do cavalo em que
estava. Seu desespero em meio à escuridão fora tão
grande, que quis saber o que era aquilo. E justo em
meio a essa sua escuridão, em meio às suas trevas, ele
ouve a voz indagando: “Saulo, Saulo, por que me perse-
gues?” Era o próprio Jesus quem falava.
Assim como foi com Paulo, quando conhecemos
a Jesus, a luz invade e adentra nossa vida. É a luz do
conhecimento e da verdade, que liberta e transforma,
a ponto de podermos distinguir o certo do errado, o
pecado e a santidade, o que agrada e o que não agra-
da a Deus. Diz a Palavra: “Viu Deus que a luz era boa; e
fez separação entre a luz e as trevas.”

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Modelos de
fé e vida com
Deus

O primeiro personagem que vemos descrito em


Hebreus 11 é Abel, irmão de Caim, ambos filhos de
Adão. Caim era um homem ímpio, que não amava ao
Senhor, enquanto Abel era justo e temente a Deus.
Porque Caim era trevas, e Abel, luz, havia separação
entre ambos. As trevas odeiam a luz, gratuitamente.
Por que será que depois que você conheceu o Senhor
e passou a viver de maneira bonita, algumas pessoas
não gostam mais de você? Você pergunta: “Eu não faço
nada de mal para elas; ao contrário, eu as trato tão bem,

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sou gentil, sou tão amoroso e, assim mesmo, elas me
odeiam!” As trevas odeiam a luz. Abel fora odiado por
Caim, a ponto de ser morto por ele.
O segundo homem de fé que encontramos em He-
breus 11 é Enoque. Pouco é dito sobre ele na Bíblia.
Diz apenas: “Enoque andou com Deus.” Façamos um
paralelo entre os versos 6 a 8 de Gênesis 1. O segundo
dia se transforma em uma figura de Enoque para nós.
Observe o que está escrito:
“E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e
separação entre águas e águas. Fez, pois, Deus o firma-
mento e separação entre as águas debaixo do firmamen-
to e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E cha-
mou Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o
segundo dia.” Enoque tinha os pés na terra, mas o seu
coração estava nos céus; seus pés estavam aqui, mas
seu coração pertencia ao Senhor. Ou seja, a vida de
Enoque, seu coração, sua paixão, seu ardor, era o Se-
nhor. O apóstolo Paulo falou a respeito disto, de uma
forma bem objetiva, em Colossenses 3, verso 2: “Pensai
nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra.” O
coração de Enoque pulsava no ritmo celestial, e não
no terreno. Ele pensava nas coisas lá do alto, sonhava
com isso, com a glória, com o Senhor. Ou seja, a vida
de Enoque era uma vida voltada para o alto.
Amado do Senhor, sei que você está aqui nessa
Terra, mas que o seu coração esteja lá no alto. Somos
apenas peregrinos. Não temos a nossa morada perma-

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nente aqui, pois estamos aqui apenas de passagem.
Que, enquanto por aqui estivermos, possamos ter o
nosso coração lá no alto.
O terceiro homem de fé, conforme também está
registrado em Hebreus 11, é Noé. Noé fala de uma
vida separada da morte. Ele fora um testemunho de
vida. Vejamos os versos 9 a 13 de Gênesis 1: “Disse tam-
bém Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num
só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. À por-
ção seca chamou Deus Terra e ao ajuntamento de águas,
Mares. E viu Deus que era bom. E disse: Produza a terra
relva, ervas que deem semente e árvores frutíferas que
deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja
nele, sobre a terra. E assim se fez. A terra, pois, produziu
relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e
árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, con-
forme a sua espécie. E viu Deus que era bom. Houve tarde
e manhã, o terceiro dia.”
“Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar,
e apareça a porção seca.” Nós conhecemos a história do
dilúvio. Quando a chuva cessou e as águas começaram
a baixar, a arca repousou no alto do monte Ararate. O
que fez Noé? Soltou primeiro um corvo, que não vol-
tou porque encontrara carniça para se alimentar. Noé
então soltou uma pomba. Nas Escrituras, é o símbolo
do Espírito Santo. A pomba foi e voltou, porque não
encontrou lugar para pousar os pés. Novamente, Noé
soltou a pomba, que voltou trazendo em seu bico uma

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folha de oliveira, que é o símbolo da ressurreição. Mas
o que fez Noé novamente? Ele soltou a pomba e espe-
rou. Porém, ela não voltou. Quando o Espírito Santo
não encontra lugar para repousar, Ele volta. Que você
deixe lugar no seu coração onde o Espírito Santo pos-
sa repousar, onde Jesus possa permanecer.
Quando Jesus foi batizado, diz a Palavra, o Espírito
Santo veio em forma corpórea como de uma pomba e
repousou sobre ele. Por que a pomba pôde pousar so-
bre Jesus e permanecer sobre ele? Porque ele era um
Cordeiro. Logo, entendemos que à medida que você
tem a atitude de cordeiro, a “pomba” pode permane-
cer sobre você. Por isso que chamamos os irmãos de
“rebanho do Senhor”. Somos ovelhas do seu pastoreio.
E todas as vezes que perdemos a atitude de ovelhas,
o Santo Espírito, a unção do Senhor, vão embora. Não
houve um instante sequer na vida de Jesus em que a
pomba deixou de permanecer sobre ele, sendo essa
pomba a representação maior do Espírito Santo.
Os outros quatro personagens citados em Hebreus
11 são Abraão, Isaque, Jacó e José. Abraão erguera
quatro altares ao Senhor. Isaque, seu filho, abrira qua-
tro poços. Jacó levantara quatro colunas. E José tivera
quatro sonhos, tendo quatro roupas e quatro túnicas
diferentes.

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Um altar ao
nosso Deus

Após Abel, Enoque e Noé, Abraão fora o quarto ho-


mem. A marca na sua vida fora o altar. Ele erigira qua-
tro. E altar é local de entrega, de sacrifício. A mensagem
maior da vida de Abraão fora a de uma consagração
completa, de uma vida de entrega absoluta ao Senhor.
No capítulo 12 de Gênesis, verso 8, lemos: “Passando
dali para o monte ao oriente de Betel, armou a sua tenda,
ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente; ali edificou um
altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor.” No capítu-
lo 13, verso 18, igualmente lemos: “E Abrão, mudando
as suas tendas, foi habitar nos carvalhais de Manre, que
estão junto a Hebrom; e levantou ali um altar ao Senhor.”

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No capítulo 22, verso 9, se lê: “Chegaram ao lugar que
Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar,
sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o
deitou no altar, em cima da lenha.” No capítulo 26, ver-
so 25, encontramos, novamente, a referência ao altar:
“Então, levantou ali um altar e, tendo invocado o nome
do Senhor, armou a sua tenda; e os servos de Isaque abri-
ram ali um poço.”
Não podemos conhecer a vida de Abraão sem co-
nhecer a vida no altar. Podemos dizer que Abraão é
esta mensagem para nós: de uma vida consagrada e
de renúncia. Veja o que diz o verso 2 de Gênesis 22:
“Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isa-
que, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali
em holocausto, sobre um dos montes.” Isaque era o alvo
do amor de Abraão, e sua vida seria entregue em ho-
locausto a Deus. Ali estava aquela criança pronta para
ser entregue. Mas Abraão havia aprendido algo: que a
vida que Deus nos deu deve estar totalmente entre-
gue ao Senhor, em total dedicação, rendição e consa-
gração a Ele. E o que aconteceu, afinal, com Isaque?
Diz o verso 9, primeira parte: “Chegaram ao lugar que
Deus havia designado...” A obediência sempre nos leva
a edificar um altar, e o altar é o lugar de adoração, de
entrega absoluta. “Chegaram ao lugar que Deus havia
designado; ali edificou Abraão um altar.” Ele não pediu
aos seus servos para edificarem o altar, pois ele mes-
mo o fizera.

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O ato de erigir o altar é individual. Cada um precisa
edificar o altar em seu coração e nele colocar a própria
vida. Quando Abraão colocou Isaque sobre o altar, não
era simplesmente Isaque que estava ali, mas o próprio
Abraão. E no momento em que Isaque estava sobre
aquele altar para ser imolado pelo próprio pai, Abraão,
Deus intervira. “Abraão, não faça tal coisa, pois agora eu
sei que teme a Deus, que leva a sério a sua fé, que posso
confiar em você. Eu sei que eu posso fazer de você uma
grande nação, um povo. Eu sei, Abraão, que aquilo que
eu prometi a você se transformará em realidade, que
por meio de sua descendência, todos os povos da Terra
serão abençoados. Eu sei que o seu DNA estará em meu
Filho quando ele vier”. Lembremos que Jesus é filho de
Abraão.
O quinto homem é justamente Isaque, a continu-
ação da vida de Abraão. As promessas que o Senhor
fizera a Abraão, se concretizaram em Isaque, literal-
mente as mesmas promessas. Você, pai, pode passar
tanto a bênção para os seus filhos, como também a
maldição. Você pode passar para a sua descendência
os princípios morais da vida, como integridade, valo-
res de graça e verdade, mas também pode passar des-
graça e toda sorte de males. Isaque crescera vendo seu
pai, Abraão, edificar o altar. Ele via seu pai erguendo o
altar e se oferecendo a Deus.
Podemos observar uma característica peculiar na
vida de Isaque: a de cavar poços. Sempre o encontra-

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mos fazendo isso. E cavar poços fala de uma vida de
profundidade espiritual, de uma vida de comunhão
com o Senhor. No capítulo 26 de Gênesis, verso 1, pri-
meira parte, lemos: “Sobrevindo fome à terra [...]” Mas
Isaque estava morando em Canaã, e Canaã não era
a terra que manava leite e mel? Então por que havia
fome sobre a Terra?
Quantas vezes, mesmo em Canaã, você tem ex-
perimentado a fome? Filho, uma das características
na vida do cristão é a fome, espiritualmente falando.
Uma das características da pessoa saudável é essa
fome. Fome de Deus e da sua Palavra. Se você chamar
a sua esposa para ir à igreja e ela disser que não quer
ir por motivos banais, saiba que ela está doente, e pre-
cisa sentir fome de Deus. Por isso, Jesus disse: “Bem-
aventurados os que têm fome” (Mateus 5.6). Não fome
de arroz, feijão e abobrinha, mas da Palavra.
Isaque estava em Canaã, mas nem por isso a fome
deixou de atingi-lo: “Sobrevindo fome à terra, além da
primeira havida nos dias de Abraão, foi Isaque a Gerar,
avistar-se com Abimeleque, rei dos filisteus. Apareceu-
lhe o Senhor e disse: Não desças ao Egito” (Gênesis 26.1).
Você sabe o que isso significa? O mundo está aí com
todo o seu glamour e frenesi, mas quando a fome bate
à nossa porta, ele não tem nada para nos dar, para nos
alimentar. O Senhor dissera a Isaque acerca da terra
que Deus havia dito que deveria ficar: “Habita nela, e
serei contigo e te abençoarei; porque a ti e a tua descen-

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dência darei todas estas terras e confirmarei o juramento
que fiz a Abraão, teu pai. Multiplicarei a tua descendên-
cia como as estrelas dos céus e te darei todas estas terras.
Na tua descendência serão abençoadas todas as nações
da terra; porque Abraão obedeceu à minha palavra e
guardou os meus mandados, os meus preceitos, os meus
estatutos e as minhas leis. Isaque, pois, ficou em Gerar.”
(Gênesis 26.1-6.)
Gerar não era Egito, e ficava dentro de Canaã. Mas
havia fome sobre a Terra. E Isaque decidira ficar em Ge-
rar porque Deus lhe dissera para ficar. Com isso, Isaque
estava afirmando sua postura de fé e coragem em não
andar pelo que via, pelas circunstâncias. Veja o que ele
fizera após receber a ordem de Deus de ficar: “Semeou
Isaque naquela terra e, no mesmo ano, recolheu cento
por um, porque o Senhor o abençoava” (Verso 12).

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Indo mais
fundo com
Deus

Como fizera Isaque, faça você também. Semeie


onde o Senhor o plantou. Pois há uma promessa para
aquele que obedece. “Semeou Isaque naquela terra e,
no mesmo ano, recolheu cento por um, porque o Senhor
o abençoava.” (Gênesis 26.12.) Toda a diferença repou-
sava exatamente nisso: “...Porque o Senhor o abençoa-
va”.
A bênção não vem apenas sobre aqueles que cre-
em, mas principalmente sobre aqueles que obede-
cem. Podemos constatar, por meio da eterna Palavra,

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que Isaque recolheu cem por um. Agora veja, no verso
13, o que começou a acontecer: “Enriqueceu-se o ho-
mem, prosperou, ficou riquíssimo; possuía ovelhas e bois
e grande número de servos, de maneira que os filisteus
lhe tinham inveja.” Os filisteus começaram a ter inveja
não só da riqueza e prosperidade de Isaque, mas da
sua vida, da sua fé, do seu testemunho, da sua integri-
dade, da sua pureza. Quando estas coisas começarem
a acontecer, você pode saber que este é o lugar que
Deus quer que você permaneça.
Isaque era, de fato, um cavador de poços. Veja o
que está escrito nos versos 17 e 18 de Gênesis 26: “En-
tão, Isaque saiu dali e se acampou no vale de Gerar, onde
habitou. E tornou Isaque a abrir os poços que se cavaram
nos dias de Abraão, seu pai (porque os filisteus os haviam
entulhado depois da morte de Abraão), e lhes deu os
mesmos nomes que já seu pai lhes havia posto.” Isaque
reabrira os poços que seu pai havia cavado. Com isso,
dá para se afirmar que recebemos uma herança, uma
herança espiritual. Nossos pais espirituais cavaram po-
ços, com experiências tão grandes, e muitas vezes o
inimigo vem e os fecha. O que fez Isaque? Agira em fé
e coragem, reabrindo novamente os poços que outro-
ra seu pai cavara.
Certa vez, eu estava conversando com um moço
sobre isso e ele me disse o seguinte: “Pastor, avivamen-
to é exatamente isso: tirar os entulhos. A água sempre
está lá, mas os entulhos impedem que ela flua”. Quando

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você veio para Jesus, creio que havia aquela alegria,
aquele entusiasmo, pois era o primeiro amor. Mas os
entulhos, as provações, as lutas, as investidas do diabo
e uma série de outras situações, vieram e começaram
a “entupir” sua vida, a ponto de fazê-lo esquecer o ou
abandonar o primeiro amor. Então podemos concluir
que, de fato, o avivamento refere-se a limpeza, a tirar
os entulhos.
Assim lemos: “Cavaram os servos de Isaque no vale
e acharam um poço de água nascente. Mas os pasto-
res de Gerar contenderam com os pastores de Isaque,
dizendo: Esta água é nossa. Por isso chamou o poço de
Eseque porque contenderam com ele.” (Verso 19). Ce-
der, abrir mão, faz parte da vida cristã. Isaque abriu o
poço e achou água, mas vieram os pastores de Gerar e
disseram: “Não, essa água é nossa”. E Isaque, sem ofe-
recer resistência, cedeu, consentiu. Mas a história não
termina aí. Veja o que diz o verso 22 de Gênesis 26:
“Partindo dali, cavou ainda outro poço; e, como por esse
não contenderam, chamou-lhe Reobote e disse: Porque
agora nos deu lugar o Senhor, e prosperaremos na terra.
Dali partiu para Berseba. Na mesma noite, lhe apareceu
o Senhor.”
Quando é que o Senhor aparece? Quando você
cede à vontade dele. Observe que os servos de Isaque
cavaram um poço e acharam água, até que vieram os
pastores de Gerar e contenderam com os pastores de
Isaque. Ele cedeu, e continuou cavando poços, até en-

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contrar mais água. Pode ser que o motivo da contenda
entre os pastores de Gerar e de Isaque em relação ao
poço tenha sido justamente porque Isaque encontrara
água, enquanto os pastores de Gerar, não.
A vida sem o Senhor é um poço sem água. É uma
experiência tão edificante quando você consegue
cavar poços e encontrar água no lugar certo, espiritu-
almente falando. Veja o que diz o verso 24: “Na mes-
ma noite, lhe apareceu o Senhor e disse: Eu sou o Deus
de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo;
abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência por
amor de Abraão, meu servo. Então, levantou ali um altar
e, tendo invocado o nome do Senhor, armou a sua tenda;
e os servos de Isaque abriram ali um poço.”
Novamente vemos Isaque abrindo poços. No mun-
do espiritual, poço refere-se à busca pela vida de Deus,
busca essa por parte de quem deseja o Senhor de for-
ma intensa, gloriosa, viva. Isaque abrira o poço em um
dia e no outro, o tomavam. Diz também o verso 32:
“Nesse mesmo dia, vieram os servos de Isaque e, dando-
lhe notícia do poço que tinham cavado, lhe disseram:
Achamos água. Ao poço, chamou-lhe Seba; por isso, Ber-
seba é o nome daquela cidade até ao dia de hoje.” Não
era o cavar só por cavar. Há muitas pessoas que que-
rem cavar, cavar e cavar, e só. Nós queremos a água,
queremos uma comunhão com o Senhor. O nosso co-
ração anseia por isso. E assim deve ser.

24
Lutando com
o anjo

Agora vamos falar sobre o sexto personagem, Jacó. Por


quatro vezes, o encontraremos levantando colunas. Coluna
refere-se a testemunho. É um testemunho para não ser es-
quecido. Coluna é o testemunho da obra do Espírito Santo.
Por isso, temos o registro na Bíblia do ato de Jacó levantan-
do colunas como testemunho na sua própria história. O pró-
prio significado do nome Jacó designava muito do seu cará-
ter: enganador, trapaceiro. Por muito tempo ele agira assim.
Contudo, Jacó também tem outro significado: “aquele que
agarra”. Ele recebeu o nome Jacó no seu nascimento por-
que era gêmeo com seu irmão Esaú, e quando Esaú nascera,
Jacó viera com ele agarrado em seus pés.

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Jacó não se contentava em ser o segundo, e por
muito tempo alimentara o sentimento de rejeição, em
razão de seu complexo de inferioridade. Seu grande
drama era ser tido como o segundo, e não o primeiro,
como queria. E tanto queria que esse desejo seu pare-
cia ser algo inato, ainda no vente de sua mãe. E após
nascer, só foi questão de tempo para que ele lutasse
até obter o que tanto desejou. Vieram as situações que
Jacó considerou como sendo oportunas para seu in-
tento.
Esaú saíra para os campos, já que era caçador. E
Jacó ficou em casa. Cabe aqui um parênteses. A pes-
soa que só fica em casa, desocupada, pode apresentar
vários problemas, pelo simples fato de ela se entregar
aos devaneios de seus pensamentos acerca da vida.
Daí ela pode acabar se fechando em seu mundo. E ali
estava Jacó estava dentro de sua casa, remoendo e
alimentando seu complexo de inferioridade: “Por que
sou assim?” “Por que sou o segundo, e não o primeiro?”
“Por que parecem querer mais a meu irmão que a mim?”
“Agora ele irá receber a herança, a bênção, e eu não vou
receber nada!” Ante a esses argumentos, a esses deva-
neios, Jacó passou a arquitetar uma forma de dar a vol-
ta por cima e sair ganhando: “Preciso fazer algo e urgen-
te. Tenho de ser o primeiro?” Jacó queria sucesso, glória,
reconhecimento, riqueza, já que seu destino, sua sina,
parecia ser o de ficar sempre em segundo plano, em
segundo lugar.

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A oportunidade que tanto sonhara surgira agora
de diante dos olhos de Jacó. Certo dia, seu irmão, Esaú,
saíra para caçar, pois era perito nisso, e Jacó ficara,
como sempre, em casa, preparando um cozido. Mas
arquitetando o que fazer para conseguir o “pódio”. No
regresso a casa, Esaú chegara com muita fome, e ao
ver o que o irmão havia preparado algo apetitoso aos
olhos e ao estômago, ele suplicou o alimento. Suplan-
tador como era Jacó, ele dá o golpe: a bênção da pri-
mogenitura em troca do delicioso guisado. Jacó sabia
que dificilmente Esaú rejeitaria a proposta, dado seu
estado de terrível fome. E pensar que os dois convi-
veram por nove meses no ventre da mãe, e que esse
deveria ser um dos motivos suficientes para estarem
unidos, em especial por serem gêmeos. Mas infeliz-
mente não fora isso que acontecera. Já na gestação, a
rivalidade era uma realidade.
Então, naquele momento, Jacó estava diante da
realização do seu grande sonho de ser o primeiro, ele
tinha um trunfo nas mãos. E visto que provavelmente
Jacó sabia que Esaú não dava tanta importância assim
para as coisas transcendentais, para o que era espiritu-
al, ele se valera mais do que nunca da oportunidade. E
Esaú não titubeou: trocara seu direito de primogenitu-
ra, até então irrevogável, por um prato de lentilhas. Ele
não se importava com as bênçãos de família.
Não fora apenas a condição de fome de Esaú, ou
ainda o fato de ele não dar valor às coisas espirituais

27
e de família que fizeram com que Jacó agisse como
agiu. Jacó também se valeria da condição de velhice e
cegueira de seu pai, Isaque. Quando Jacó se apresen-
tou diante de Isaque, este perguntou: “Quem é?” Jacó
respondera, em malícia e mentira: “Sou eu, pai, Esaú”. A
fim de certificar-se, Isaque disse: “Vem para perto”. Isa-
que sabia do cheiro, do porte físico e da voz de Esaú.
Mas Jacó se fizera passar por ele, por Esaú. Ainda que
estranhando o fato, Isaque acabara abençoando Jacó.
E a benção é algo irrevogável.
Nem bem terminou Isaque de abençoar a Jacó, che-
ga Esaú, exatamente para receber a bênção de seu pai.
Era tarde demais. Naquela hora, tomado pelo desespe-
ro, Isaque percebeu o engano ao abençoar, na verdade,
a Jacó, e não a Esaú. Em lamento profundo, Esaú disse
ao pai: “Meu pai, o senhor não tem nem uma bênção para
mim?” Isaque então o abençoou com uma bênção que,
aos olhos de alguns, pode parecer mais uma maldição do
que uma bênção. Ele iria morar longe dos lugares férteis,
serviria ao seu irmão e iria às batalhas com sua espada. A
partir daí, Esaú passara a odiar a Jacó.
Jacó agora era o primeiro. Mas o preço que ele pa-
garia pela fraudulenta conquista da bênção da primo-
genitura seria alto demais: a fuga em razão do ódio por
parte de seu irmão, Esaú. Jacó seria um errante. Caso
contrário, poderia ser morto pelo próprio irmão. O que
adiantava então ser o primeiro? Não havia mais comu-
nhão alguma entre ambos, mas apenas a iminência da

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morte. Assim está registrado no capítulo 28, verso 10,
de Gênesis: “Partiu Jacó de Berseba e seguiu para Harã.
Tendo chegado a certo lugar, ali passou a noite, pois já
era sol-posto; tomou uma das pedras do lugar, fê-la seu
travesseiro e se deitou ali mesmo para dormir.” Se nesse
capítulo e verso é mencionado a noite, a partir do ca-
pítulo 28 até o 32, não há nenhuma menção ao ama-
nhecer para Jacó. Subentende-se que por vinte anos,
Jacó experimentara as trevas.
Está escrito que ao anoitecer pode vir o choro, mas
pela manhã a alegria vem (Salmo 30.5). Eu fico ima-
ginando como Jacó desejou que a manhã chegasse!
Como ele queria o amanhecer! Jacó passou esses vinte
anos vendo-se a si mesmo como num espelho. Ele en-
xergaria a sim mesmo e a seu próprio caráter. Um de-
talhe na história: Labão, seu sogro, também enganaria
a Jacó. Labão era muito mais trapaceiro que Jacó, pois
sempre buscava uma maneira de ganhar vantagem
sobre ele. Só o salário de Jacó, Labão mudara por dez
vezes o valor. Também podemos ver que no momento
de dar a sua filha a Jacó em casamento, Labão agira em
malícia, maldade e engano. Jacó amava Raquel, mas
seu sogro, Labão, entregou a Lia para ser sua esposa.
Jacó só percebera que fora enganado na manhã do dia
seguinte à cerimônia. Ao ler toda a história, você per-
cebe que Labão enganara a Jacó por vinte anos.
O texto de Gênesis nos revela que quando Jacó
fugiu, fez-se noite. Não significa que o dia não ama-

29
nhecesse, mas fez-se noite permanente na vida de
Jacó (espiritualmente falando) por vinte anos. Esta
noite permanece enquanto coisas não resolvidas
continuam sem solução. Enquanto situações não são
acertadas, a noite permanece. Enquanto você não se
acerta com alguém com quem brigou, a noite perma-
nece. Enquanto você não perdoa, a noite permanece.
Enquanto você não pede desculpas, a noite permane-
ce. Enquanto você não devolve o que roubou, a noite
permanece. Ou seja, enquanto há engano, mentira,
roubo, mágoa, pecado, a noite permanece. Jacó se viu
na vida do seu sogro e pensou: “Não quero ser como
ele, não quero continuar agindo assim. Eu preciso acer-
tar a minha vida, me acertar com meu irmão. Eu preciso
dizer para ele: ‘Esaú, ser o primeiro não está me valen-
do de nada. Tudo o que eu usurpei de você só está me
causando danos. Eu sou um homem muito rico, mas essa
riqueza queima em minhas mãos. Eu quero o bem a mim
mesmo e aos outros’”.
Jacó também pagaria o preço de sua decisão por
ser e agir diferente após vinte anos de escuridão e
medo. No capítulo 32, versos 22 a 26, lemos: “Levan-
tou-se naquela mesma noite, tomou suas duas mulheres,
suas duas servas e seus onze filhos e transpôs o vau de Ja-
boque. Tomou-os e fê-los passar o ribeiro; fez passar tudo
o que lhe pertencia, ficando ele só; e lutava com ele um
homem, até ao romper do dia. Vendo este que não podia
com ele, tocou-lhe na articulação da coxa; deslocou-se a

30
junta da coxa de Jacó, na luta com o homem. Disse este:
Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu-lhe Jacó:
Não te deixarei ir se não me abençoares.”
A partir desse embate com o anjo, não só seu
nome mudaria, mas também sua vida. Isso porque ele
não queria o romper do dia apenas como algo da na-
tureza, com o nascer do sol, mas que a noite terminas-
se na sua vida. Naquela hora, o Senhor disse: “Como
te chamas? Ele respondeu: Jacó. Então, disse: Já não te
chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste
com Deus e com os homens e prevaleceste” (Verso 27 de
Gênesis 32).
Mas o embate não findou apenas com a bênção
dada a Jacó. Ele queria mais, queria ir mais longe. O
texto continua:
“Tornou Jacó: Dize, rogo-te, como te chamas? Res-
pondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o aben-
çoou ali. Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi
a Deus face a face, e a minha vida foi salva. Nasceu-lhe o
sol [...]” (Versos 29 a 31a).
Findou a noite. Jacó não seria mais errante, fugi-
tivo, mas príncipe. E ao indagar ao anjo o seu nome,
Jacó queria intimidade.
Em razão do embate de Jacó com o anjo, sua coxa
fora deslocada. “Nasceu-lhe o sol, quando ele atravessa-
va Peniel; e manquejava de uma coxa.” (Verso 31.) Esse
seria a marca e o toque de Deus sobre Jacó. Para o res-
to de sua vida. Um memorial eterno de quem ele era

31
antes e após a luta, antes e após a transformação. E
se na vida de Jacó, a marca era a coxa deslocada, na
nossa vida, a marca e o toque de Deus é a cruz. E cabe
a cada uma de nós a carregarmos. A cruz deixa mar-
ca, e marcas profundas. “Nasceu-lhe o sol”. Que a noite
acabe hoje na sua vida. Que o sol nasça na sua vida.
Ainda que manquejando, a bênção do Senhor pode
estar sobre você.
Jacó tornou-se uma pessoa diferente! Veja o que
diz Gênesis 35. 1 a 3: “Disse Deus a Jacó: Levanta-te,
sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que
te apareceu quando fugias da presença de Esaú, teu
irmão. Então, disse Jacó à sua família e a todos os que
com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos que
há no vosso meio, purificai-vos e mudai as vossas vestes;
levantemo-nos e subamos a Betel. Farei ali um altar ao
Deus que me respondeu no dia da minha angústia e me
acompanhou no caminho por onde andei.”
Durante esses vinte anos, Jacó não via os ídolos e
os deuses estranhos que havia em sua casa. Mas quan-
do o sol da misericórdia e da graça nascera sobre ele,
tudo mudou. Ele estivera cego, espiritualmente falan-
do, e seus olhos foram abertos. Agora as coisas passa-
riam a ser diferentes.
Precisamos estar em constante vigilância. Do con-
trário, podemos perder a sensibilidade para com Deus
e seu Reino em razão da noite que nos envolve. Veja
que interessante o relato de Gênesis 28, verso 18: “Ten-

32
do-se levantado Jacó, cedo, de madrugada, tomou a pe-
dra que havia posto por travesseiro e a erigiu em coluna,
sobre cujo topo entornou azeite.” No capítulo 31, verso
45, lê-se: “Então, Jacó tomou uma pedra e a erigiu em
coluna.” Nos versos 51 e 52 desse mesmo capítulo está
escrito: “Disse mais Labão a Jacó: Eis aqui este montão
e esta coluna que levantei entre mim e ti. Seja o montão
testemunha, e seja a coluna testemunha de que para mal
não passarei o montão para lá, e tu não passarás o mon-
tão e a coluna para cá.”
Na altura do capítulo 35, verso 14, lemos: “Então,
Jacó erigiu uma coluna de pedra no lugar onde Deus fa-
lara com ele; derramou sobre ela uma libação e lhe dei-
tou azeite.” Colunas. Na vida de Abraão, encontramos
ALTARES. Na vida de Isaque, encontramos POÇOS. Na
vida de Jacó, encontramos COLUNAS.

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34
Lá vem o
sonhador

O sétimo personagem é José. José era um so-


nhador. Sonhar é ter propósitos na vida. No capítulo
37, verso 19, lemos: “E dizia um ao outro: Vem lá o tal
sonhador!” José tinha dezessete anos e sonhava, so-
nhava e sonhava. Deus tem sonhos para a nossa vida.
“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem da-
queles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito.” (Romanos 8.28.)
O que é propósito? É um sonho. Deus tem um so-
nho e um propósito para cada um de nós. “Porquan-
to aos que antemão conheceu, também os predestinou
para serem conforme à imagem de seu Filho, a fim de que

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ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Romanos
8.29.) O propósito de Deus é que você seja semelhante
a Jesus. Deus sempre quis uma família em que todos
os seus filhos fossem semelhantes ao seu próprio Filho
Jesus. Deus nos predestinou para sermos conforme a
imagem de Jesus, seu Filho Primogênito.
José é uma figura de Jesus. E José fala de túnicas.
O pai de José era Jacó, e Jacó deu a ele uma túnica co-
lorida. Seus irmãos tramaram sua morte, movidos pela
inveja e rejeição. Para enganar o pai, eis o que fizeram:
“Então, tomaram a túnica de José, mataram um bode e a
molharam no sangue” (Gênesis 37.31).
A primeira túnica de José foi manchada com san-
gue. A segunda túnica de José encontramos no capí-
tulo 39, verso 16. Era uma túnica de escravo. Ele fora
vendido como escravo e estava na casa de Potifar. Não
usava mais a túnica que o pai lhe dera, aquela roupa
de glória, mas a roupa de escravo. Você conhece a his-
tória de como a mulher de Potifar o tentou de todas
as maneiras, e no verso 16 do capítulo 39, está assim
escrito: “Conservou ela junto de si as vestes dele, até que
seu senhor tornou a casa.” As vestes de escravo ficaram
nas mãos da mulher de Potifar.
No capítulo 41, verso 14, vamos encontrar a tercei-
ra túnica, que era a de prisioneiro: “Então, Faraó man-
dou chamar a José, e o fizeram sair à pressa da masmor-
ra; ele se barbeou, mudou de roupa e foi se apresentar a
Faraó.” A primeira roupa era a que o pai lhe tinha feito.

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A segunda era a roupa de escravo. A terceira era a rou-
pa de prisioneiro. Agora, no capítulo 41, verso 42, ve-
mos a roupa de linho puro: “Então, tirou Faraó seu anel
de sinete da mão e o pôs na mão de José, fê-lo vestir rou-
pas de linho fino e lhe pôs no pescoço um colar de ouro.”
Quando José foi levado a Faraó, as roupas de pri-
sioneiro foram substituídas. Faraó trocou suas roupas
por roupas de linho fino. Quando conhecemos a histó-
ria de José, aquele jovem que fora vendido, odiado por
seus irmãos, vemos que as suas vestes foram sendo
trocadas, até que ele se assentou no trono, no Egito. E
trono é lugar de descanso.

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Conclusão

O mundo fora criado em sete dias, e par cada um


desses dias, um personagem correspondente: Abel,
Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José. Estes ho-
mens são todos mencionados para o conhecimento
do que Deus deseja de nós. Porque Abel andara na luz
e oferecera seu sacrifício de justiça aceitável a Deus,
devemos estar na luz, oferecendo sempre a Ele sacrifí-
cios de louvor e adoração. Porque Enoque andara com
Deus e fora arrebatado, trasladado, pois Deus o toma-
ra para si, a nós cabe a gloriosa missão de estarmos
sempre com Deus, a fim de sermos “arrebatados” para
onde Ele quer que estejamos, a fim de testemunhar
de nossa salvação e fé. Porque Noé fora fiel em seu
testemunho de fé até que viesse o dilúvio, devemos,

39
igualmente, permanecer fiéis em nosso testemunho
de fé mediante atos de justiça, até ou mesmo antes
que venha o fim com o juízo de Deus. Porque Abraão
estivera disposto a sacrificar no altar o que tinha de
mais preciso, seu único filho, devemos também deixar
no altar de Deus aquilo que temos de mais precioso: a
nossa vida. Porque Isaque estivera sempre em busca
de profundidade e algo mais além ao estar cavando
poços, devemos ir mais e mais fundo na nossa relação
com Deus. Porque Jacó estivera disposto a enfrentar
a si mesmo, desejando mudança em seu caráter, de-
vemos estar resolutos em lidar com nossas mazelas e
falhas, ainda que tenhamos que lutar com Deus para
termos nossa vida marcada. E finalmente, porque José
sempre fora um sonhador e nunca desistira de sonhar
os sonhos de Deus, a ponto de ser posto em posição
de honra, jamais devemos deixar de sonhar os sonhos
de Deus, até que sejamos postos em posição de honra
por Ele.
Feche os seus olhos e peça ao Senhor:
“Eu quero caminhar como Abel, separado, pois não
quero ter comunhão com os ‘Cains’ da vida. Senhor, eu
quero caminhar como Noé, tendo uma porção seca onde
o teu Espírito permanece. Senhor, eu quero caminhar
como Enoque, pensando nas coisas lá do alto. Quero
caminhar como Abraão, edificando altares. Senhor, eu
quero ter profundidade na minha vida espiritual, cavan-
do poços do Senhor. Eu quero caminhar erigindo altares,

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tendo marcas, colunas na minha vida. Senhor, eu quero
ter alvos, propósitos, sonhos. Mesmo que as pessoas se
levantem contra eles. Eu quero voltar ao início de tudo
e viver para o louvor da tua própria glória. Em nome de
Jesus. Amém. ”

Deus abençoe!

Pr. Márcio Valadão

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JESUS TE
AMA E QUER
VOCÊ!

1º PASSO: Deus o ama e tem um plano mara-


vilhoso para sua vida. “Porque Deus amou o mun-
do de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.“ (Jo 3.16.)

2º PASSO: O Homem é pecador e está


separado de Deus. “Pois todos pecaram e care-
cem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)

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3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus,
para o conflito do homem. “Respondeu-lhe Je-
sus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; nin-
guém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo 14.6.)

4º PASSO: É preciso receber a Jesus em


nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-
beram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos
de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“
(Jo 1.12a). “Se, com tua boca, confessares Jesus
como Senhor e, em teu coração, creres que Deus
o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Porque
com o coração se crê para justiça e com a boca
se confessa a respeito da salvação.” (Rm 10.9-10.)

5º PASSO: Você gostaria de receber a


Cristo em seu coração? Faça essa oração de
decisão em voz alta:
“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o
meu pecado de estar longe dos teus caminhos.
Abro a porta do meu coração e te recebo como
meu único Salvador e Senhor. Te agradeço por-
que me aceita assim como eu sou e perdoa o meu
pecado. Eu desejo estar sempre dentro dos teus
planos para minha vida, amém”.

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6º PASSO: Procure uma igreja evangélica
próxima à sua casa.
Nós estamos reunidos na Igreja Batista da
Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro
São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.
Nossa igreja está pronta para lhe acompa-
nhar neste momento tão importante da sua
vida.
Nossos principais cultos são realizados aos
domingos, nos horários de 10h, 15h e 18h ho-
ras.

Ficaremos felizes com sua visita!

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47
Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Gerência de Comunicação

Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão

CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG

www.lagoinha.com

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