Ebook Urban Jungles
Ebook Urban Jungles
Ebook Urban Jungles
Ano: 2021
Sobre a autora
Nesse trabalho, estão reunidas informações a respeito dos principais conceitos que
envolvem esse estilo, as espécies mais apreciadas e cultivadas, além de um pequeno
“manual”, contendo os pontos mais relevantes de: antes, durante e depois de criar a sua
(ou de seu cliente).
. O verde mais próximo!
O estilo de decoração “Urban jungle” busca incluir nos ambientes internos as plantas
e elementos ligados a natureza, inserindo o verde como parte central da decoração.
O objetivo vai além da estética e está relacionado com aproximar a natureza do
cotidiano, dentro do contexto urbano, proporcionando um ambiente aconchegante que
transmite tranquilidade e sensação de bem-estar.
Assim como o movimento mundial relacionado a sustentabilidade, a necessidade da
proximidade e resgate das relações com as plantas vêm crescendo, principalmente entre
as gerações mais novas.
A falta de quintal ou áreas abertas não deve ser um impedimento para quem quer ter
plantas em casa. Num pequeno apartamento ou casa, numa sala ampla ou pequena, na
sacada ou próximo a uma janela, ... São muitas as possibilidades de lugares para cultivá-
las.
É importante entender as características do espaço que deseja cultivar, para poder
escolher as espécies que melhor se encaixam nas condições oferecidas. Algumas dessas
condições são fundamentais para o desenvolvimento dos vegetais, podendo ser
fornecidos de maneira natural ou artificial, como: luminosidade, temperatura, umidade
do solo e ar.
Antigamente, acreditava-se que ter plantas dentro do quarto “fazia mal”, pois assim
como nós, elas respiram e, portanto, “roubariam” o nosso oxigênio. Mas isso não passa de
um mito.
Ter uma planta no seu quarto, seria a mesma coisa de dormir no mesmo cômodo que
seu animal de estimação ou outra pessoa. Algumas espécies, na verdade, são benéficas,
agindo como purificadoras dos resíduos do ar ou exalando aromas suaves que auxiliam
no sono, pois possuem propriedades medicinais.
Antes de mais nada, vale lembrar que só porque uma planta é considerada tóxica, não
quer dizer que conviver com ela lhe fará mal. A toxidade das plantas está relacionada às
substâncias produzidas por elas, que podem fazer mal de alguma forma, mas muitas vezes
estão restritas aos “fluidos” internos.
Os cuidados devem ser tomados na hora da manipulação e manutenção, evitando o
contato com seivas, por exemplo. A atenção deve ser maior para aqueles que tem animais
de estimação e crianças em casa.
Na natureza, os animais convivem em harmonia com espécies que podem ser
tóxicas, mas quando estão entediados ou não gastam energia, eles tendem a descontar a
frustração de outras maneiras, como: destruindo móveis, calçados ou atacando as plantas.
✓ DIFICULTE O ACESSO
Eles só podem comer o que podem alcançar! Então, dificulte o acesso as plantas
“perigosas”, construindo algumas barreiras físicas ou suspendendo os vasos.
Dentre as espécies mais conhecidas pela sua toxidade, estão as da familia ARACEAE
(filodendros, jiboia, costela-de-adão, lírio-da-paz, antúrio, café-de-salão, comigo-
ninguém-pode), EUPHORBIACEAE (jatropha, mandioca) e outras.
Também se incluem: os fícus (Ficus spp.), os trevos, as samambaias, as plantas
bulbosas, entre outras.
A maioria das espécies procuradas para ambientes internos, são adaptadas aos locais
sombreados, mas existem outras que precisam de um pouco mais de luz.
Abaixo, estão listadas algumas das plantas mais apreciadas para cultivo dentro de
casa; as que apresentam alguma toxidade marcadas por e as que necessitam de mais
atenção em relação a quantidade de luz (+), por ☼.
OBSERVAÇÃO: As espécies da composição da capa estão marcadas por *.
Samambaias e parentes
Asplênios Asplenium spp. 💀
Avencas Adiantum spp. 💀
Chifre-de-veado Platycerium bifurcatum 💀
Renda-portuguesa Davallia fejeerensis 💀
Samambaia-prateada Pteris cretica 💀
Samambaia-amazonas * Plebodium decumanum 💀
Samambaia-havaiana Nephrolepsis spp. 💀
Samambaia-americana * Nephrolepsis spp. 💀
Suculentas
Espada-de-são-jorge Sansevieria spp. 💀
Lança-de-são-jorge Sansevieria spp. 💀
Outras suculentas ☼
Cactos ☼
Palmeiras
Palmeira-rafis Phapis excelsa ☼
Camedoria Chamaedoria elegans ☼
Palmeira-leque Licuala grandis
Árvores e arbustos
Árvore da felicidade Polyscias fruticosa
Fícus-lyrata * Ficus lyrata 💀 ☼
Fícus-elastica Ficus elastica 💀 ☼
Cróton Codiaenum variegatum 💀 ☼
. Como criar a sua...
As 3 principais etapas de um projeto, tanto para você como para um cliente são:
I- análise do perfil pessoal e necessidades;
II- estudo do ambiente e;
III- o que chamamos de anteprojeto, no qual são detalhados os aspectos estéticos
e funcionais, composições e espécies escolhidas.
✓ TEM ANIMAIS?
Cuidado com as tóxicas e tente deixá-las fora do alcance dos pets.
✓ PASSA O DIA TODO FORA?
Dê preferência para as plantas mais rústicas e que não demandam tanto cuidado.
TAMANHO DO ESPAÇO
Vai determinar o porte das espécies e a quantidade de plantas, além de fazer-se
pensar na possibilidade do uso de suportes e criação de jardins verticais, por exemplo.
Dicas:
✓ Observe o lado em que o sol nasce e como ele se movimenta na sua casa, pelo
menos por um dia inteiro.
✓ Aproveite espaços da sua casa como sacadas e janelas, sempre próximo a uma
entrada de luz, que também facilita a circulação do ar e mantém a planta mais
saudável.
Dentro dessa etapa, com base nas informações obtidas anteriormente, é possível
definir aspectos estéticos e funcionais, criar combinações e escolher as melhores espécies.
No capítulo 2, foram apresentadas algumas plantas mais conhecidas para o cultivo em
ambientes internos, geralmente divididas em 3 grupos:
As plantas que precisam de muita luz, suportando algumas horas de sol nos
períodos menos quentes do dia, ou seja, precisam estar sempre muito perto
das janelas, como: crótons e heras.
As plantas que precisam de uma boa quantidade de luz, podem suportar
poucas horas de sol nos períodos menos quentes do dia e podem estar um
pouco mais distantes das janelas, como: dracenas e samambaias.
As plantas que precisam de pouca luz (chamadas de plantas de sombra),
suportam luz difusa e podem estar mais distantes ainda das janelas, como:
filodendros e espadas-de-são-jorge.
Como todo ser vivo, quando algo não está certo as plantas começam a apresentar
sintomas, como manchas estranhas, perda de beleza, folhas amareladas ou crescimento
lento demais. Essa é a forma como elas nos dizem sobre as suas necessidades ou
problemas que estão enfrentando, por isso é tão importante observá-las.
As podas e remoção de folhas secas ou doentes, devem ser feitas regularmente, o que
proporciona uma melhor circulação do ar entre as folhas, prevenindo a instalação de
doenças e pragas.
As plantas nos dão sinais muito claros quando necessitam de um espaço maior para
se desenvolverem. Alguns deles são mais perceptíveis, como:
Folhas novas não se desenvolvem.
As folhas existentes começam a amarelar e/ ou cair.
A planta parece estar transbordando do vaso.
OBSERVAÇÃO 1: Para mantê-las saudáveis, sem ter muito trabalho, o ideal é adubar
os vasos periodicamente, dependendo do tipo de fertilizante.
BARGOS, D. C., MATIAS, L. F. 2011. Áreas verdes urbanas: um estudo de revisão e proposta
conceitual. REVSBAU, Piracicaba – SP.
LORENZI, H. Plantas para jardim no Brasil: herbáceas, arbustivas e trepadeiras. 2ª ed. Nova
Odessa– SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2015.1120p.
LORENZI, H.; MELLO FILHO, L.E. de. As plantas tropicais de R. Burle Marx. – The tropical
plants of R. Burle Marx. Nova Odessa– SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2001.
488p.
SOUZA, V.C., LORENZI, H., Botânica Sistemática: Guia ilustrado para identificação das
famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG IV. 4ª ed. Nova
Odessa -SP: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda, 2019. 768p.