Lynn Hunt Capítulo 5 Fichamento
Lynn Hunt Capítulo 5 Fichamento
Lynn Hunt Capítulo 5 Fichamento
Análise da obra
1.1. Autor/a do texto, identificação, trajetória acadêmica
Nascida no Panamá e criada no estado de Minnesota nos Estados Unidos, a historiadora Lynn
Hunt1 atua professora de história moderna da Europa e de história da França na University of California,
Los Angeles – UCLA. Lynn Hunt fez sua graduação (1967) em Carleton College, e pós-graduação em
História na Universidade de Stanford -mestrado (1968) e doutorado/Ph.D (1973). Antes de tornar-se
professora titular na UCLA, deu aulas como professora associada na Universidade da Califórnia, em
Berkeley (1974-1987) e na Universidade da Pensilvânia (1987-1998).
Suas especialidades incluem temas como a Revolução Francesa, história dos estudos de gênero,
história cultural e historiografia e seus projetos de pesquisa atuais contemplam estudos na perspectiva da
história cultural na era globalizada e da Revolução Francesa em um contexto global. É membro do corpo
editorial de diversas revistas acadêmicas no âmbito da História e das Ciências Humanas. Em 2002 foi
presidenta da Associação Americana de História.
Possui vasta produção acadêmica na área dos estudos culturais e organizou diversos livros
publicados em português, como A nova história cultural (1992) – editora Martins, A invenção da
pornografia2 – obscenidades e as origens da modernidade -1500 a 1800, (1999) – editora Hedra, além de
produções como Política, cultura e classe na Revolução Francesa (2007) e A invenção dos direitos
humanos – uma história (2009) ambos publicados pela editora Companhia das Letras.
A questão central elaborada pela autora se trata da emergência e consolidação da noção de direitos
humanos como uma construção datada e situada historicamente, possível de ser pensada através de
processos e movimentos específicos a partir do advento da modernidade. A historiadora pensa a questão
dos direitos humanos a partir três documentos históricos utilizados como fontes primárias: a Declaração da
Independência (dos Estados Unidos, em 1776), Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (na
França, a partir da revolução burguesa, em 1789) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (pós
segunda guerra mundial, em 1948).
Utiliza algumas categorias e conceitos ligados à construção histórica dos direitos humanos, pensando
através de uma perspectiva relacional as noções de homem, cidadão, ser humano, assim como as relações
de exercício da violência (simbólica ou não)de tortura e de empatia na sociedade moderna.
Lynn Hunt faz parte de uma geração de historiadores que vivenciou diversos movimentos políticos
e sociais de grande “efervescência” política em um mundo dividido (também simbolicamente) pelos
1
Dados retirados da biografia estendida da autora no sítio da universidade da qual é professora. Disponível em:
http://www.history.ucla.edu/people/faculty?lid=535. Acesso em 04 set. 2011.
Mais detalhes do currículo acadêmico, das produções e orientações de Lynn Hunt em:
http://www.sscnet.ucla.edu/history/hunt/HUNTCV.htm.
2
Livro disponível na íntegra através do Google Books, segue o link abaixo:
http://books.google.com.br/books?
id=I6mm6BXvIVEC&printsec=frontcover&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false
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embates da Guerra Fria. Sua formação acadêmica na segunda metade do século XX está situada em um
momento onde a historiografia contemporânea por uma série de processos que resultaram na reformulação
em questões teóricas, políticas e culturais. O período compreendido entre as décadas de 1960 a 1980 se
configurou como sendo de grande efervescência também acadêmica, onde os estudos e análises da história
passaram por reformulações de pensamento crítico, aproximando-se de métodos e teorias das ciências
sociais, buscando escrever uma história “vinda de baixo”, uma história “das margens”, envolvidos em uma
perspectiva mais sociológica e principalmente, interdisciplinar.
O processo de “transição” e de remodelamento dos estudos históricos tomados pelo movimento da
nova história cultural e pela virada lingüística ao final dos anos oitenta trouxe à cena as questões da
linguagem e da cultural como temas centrais e determinou possibilidades, problemáticas e temas que
passaram por um processo desconstrução de conceitos e noções até então tidos como dados. Essas
transformações nas formas de pensar e fazer a história permite modificar o olhar para espaços onde outros
objetos até então invisibilizados passam a ser percebidos como sujeitos da história.
As conexões entre passado e presente podem ser percebidas tendo em vista que a narrativa está
estruturada de maneira diacrônica e insere a objeto em uma proposta de análise que insere essas
temporalidades na longa duração, percebendo permanências e rupturas (concomitantes ou não) através da
história dos direitos humanos. Além disso, os direitos humanos continuam sendo uma questão cada vez
mais pensada na sociedade contemporânea, o que nos permite diversas pontes e reflexões de
fatos/processos passados com fatos/processos mais recentes.
O “giro cultural” ou virada lingüística e o fazer historiográfico proposta pelo movimento da Nova
História Cultural é um dos marcos teóricos que norteiam a análise de Lynn Hunt e sua abordagem teórico-
metodológica. Entretanto, questões de ordem econômica e política (principalmente), não deixam de ser
contemplados pela autora, são percebidas de maneira relacional com a cultura e a linguagem (estas
pensadas em um sentido bastante amplo). A (nova) história cultural e a virada linguistica podem ser
caracterizadas como uma mudança discursiva e conceitual nas formas de análise, com a utilização de novas
categorias, bem como a análise dos discursos, as formações discursivas, as influências da linguagem, os
estudos da memória e da identidade, questões relativas às subjetividades, aproximações entre história e
literatura, entre outros. Dessa forma, os moldes propostos pela historiografia produzida ente então não
seriam adequados para a análise histórica, pois era necessário levar em conta o significado da cultura e da
linguagem para as construções conceituais de uma realidade em constante mudança. “virada cultural” e
“virada lingüística” vêm do contexto da década de 1980, Há uma mudança no olhar historiográfico, outras
questões são levantadas, novas possibilidades de abordagens são configuradas, onde o giro cultural
permitiu à história dispor de uma compreensão teórica cujos efeitos transformaram a fundamentação da
maneira de pensar a história.
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No último capítulo do livro, Lynn Hunt perpassa as frustrações e ineficiências que possibilitaram
reflexões e transformações para a ampliação e consolidação dos direitos humanos. A autora aponta que
durante os séculos XIX e XX as discussões em torno dos direitos naturais “universalmente aplicáveis”
diminuíram, percebe-se uma lacuna temporal nesse período desde a “formulação das declarações francesa e
estadunidense” até a Declaração Universal das Nações Unidas, em 1948. Os direitos humanos ficaram
circunscritos às nações, ou melhor, “das estruturas nacionais”. (p.177)
Video
Direitos das mulheres não surgem com a declaração dos direitos humanos. Elas não
ganham o direito de voto em nenhum lugar do mundo até o fim do século 19.
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Nacionalismo: teoria racistas, explicações biológicas. Teoria arianismo de chamberlein
(inspirou Hitler) “entre todos os povos apenas os arianos e judeus haviam mantido sua pureza
racial, portanto eles deveriam lutar uns contra os outros”.
John Stuart Mill – 1969 – Abordagem dos direitos das mulheres. Mulher começou a votar
em 1902 nas australia, 1920 nos EUA, 1928 na Grã-Bretanha e 1944 na França.
Dualismo entre socialismo e comunismo em torno dos direitos humanos. Hoje eles
defendem os direitos humanos, mas no começo não foi assim. A declaração dos direitos trazem a
questão do direito de crença e propriedade. As obras de Karl Marx trazem o combate à
propriedade privada. Lenin criticava a lei igualitária por ser uma lei burguesa, defendendo direito
de propriedade privada e a questão da religião que era considerada o ópio do povo e deveria ser
exterminada.
Internet, radio, tv ajudam para que as pessoas se identifiquem umas com as outras.
Adam Smith: Quando ocorre um terremoto na china, por exemplo as pessoas acabam se
emocianando com a causa, mas adam questiona se um individuo daria seu dedo para salvar uma
pessoa se possível for. Humanos comuns podem matar (pesquisas).
P214 Assim, a noção dos direitos humanos trouxe na sua esteira toda uma sucessão de gêmeos
malignos. A reivindicação de direitos universais, iguais e naturais estimulava o crescimento de novas, e às
vezes fanáticas ideologias da diferença. [...] O esforço para expulsar a crueldade de suas amarras legais,
judiciais e religiosas tornava-a mais acessível como uma ferramenta diária de dominação e
desumanização”. (p.214) O que existe hoje é o fanatismo com pessoas querendo ter mais direito do
que outras. O exagero torna isso descontrolável.