Art Eter Apia
Art Eter Apia
Art Eter Apia
SAÚDE
ARTETERAPIA
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135p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-123-0
CDD 616.8516
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................4
4.2.3 Psicodrama................................................................................................................................86
4.3 MODELO DE ESTRUTURAÇÃO DAS SESSÕES DE ARTETERAPIA ....................................88
5.2 MÚSICA....................................................................................................................................104 3
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................130
4
1 INTRODUÇÃO
Muito se comenta sobre o fazer do artista, as obras de arte, mas, afinal de contas, o
que é arte?
Vamos testar esse conceito? Será que realmente as imagens de uma obra de arte
podem despertar sentimentos, emoções?
Olhe com atenção as imagens, os detalhes, as cores, o cenário utilizado pelo artista.
Analisar uma obra de arte é sempre um exercício de conhecimento e sensibilidade que alarga
nossa compreensão do real. E tal fato, é prova mais do que suficiente do abismo que existe
entre o instinto e a razão humana.
E esse quadro, qual impressão ele lhe causa, em que o autor pensava ou o que ele
sentia ao pintar essa figura?
E então como foi a experiência? Foi possível perceber as relações entre observador e
imagem?
Ao fixarmos os olhos na imagem, por mais que não tenhamos consciência, diversos
sentimentos, ideias e pensamentos surgem quase que automaticamente.
A Figura 1, uma tela de Claude Monet (1840-1926), artista francês, faz parte da série
“Ninfeias”, fase em que o pintor dedicava-se à pintura de flores do jardim de sua própria casa.
Nesse momento da vida artística, Monet reflete em suas telas um ambiente de paz, natureza,
vida, luz. As obras de Monet permitem que se mergulhe no universo da pintura. Torna-se fácil,
portanto, transportar-se para a cena exposta e sentir a emoção de estar ali participando da
imagem. 9
As telas de Monet causam realmente uma “impressão”, não há como ficar indiferente,
pois o trabalho com as cores, as luzes, os reflexos e as sombras causam um impacto.
As paisagens representadas são passagens para outro mundo, outra vida, uma vida
mais tranquila, menos estressante, com ar mais puro, flores, tempo para descansar, cheiro de
mato, som de água jorrando...
E quanto ao segundo quadro (Figura 2), uma obra de Edvard Munch (1863 – 1944),
pintor expressionista (estilo este que preserva mais a expressão das ideias e sentimentos do
artista do que a própria realidade). As cores são utilizadas no sentido de dar vida aos
sentimentos do artista. O sentimento de angústia e dor que se tem ao olhar para o quadro não é
mera coincidência. A tela parece retratar fielmente como Munch sentia-se na ocasião, retrato de
sua revolta e desespero frente aos infortuitos que a vivência terrena lhe proporcionava.
VOCÊ SABIA?
A morte é uma imposição desleal ao ser humano, pois não oferece trégua ou recursos
adicionais para o combate. Não se pode fazer nada, apenas se conforma, ou se desespera. Por
ser assim tão carrasca e provocar diversos sentimentos de dor, esse tema é retratado
frequentemente por inúmeros artistas.
Munch conseguiu uma maneira de sublimar toda essa angústia por meio da pintura. O
que restava a ele senão pintar o seu grito, a sua dor? A ansiedade é demonstrada não apenas
no semblante do personagem, mas também no fundo, todo estremecido pelo grito, uma
percepção de mundo bastante distorcida pelos sentimentos de quem vive em grande sofrimento.
Pausando nossa viagem pelas telas desses dois grandes pintores, voltemos ao
conceito de arte.
No seu original, a palavra “arte” vem do latim e equivale ao verbete grego “tékne”. A
arte no sentido amplo significa o meio de fazer ou produzir alguma coisa, sabendo que tékne
traduz-se em criação, fabricação ou produção de algo.
sociais.
O desenvolvimento da arte não está enraizado em seu tempo, na realidade, mas ele
ultrapassa a dimensão da história e do contexto social e dinamicamente acaba adquirindo
formas de acordo com a percepção do observador e pela sociedade à qual ele pertence.
Podemos afirmar que ela é feita duas vezes: uma pelo artista e outra pelo observador, e assim
se estabelece uma relação. Vejamos o diagrama abaixo:
CONTEXTO
ARTISTA
SOCIAL
PÚBLICO OBRA
Observando o diagrama, percebe-se que a relação é cíclica, pois a obra do artista é
recebida pelo público de acordo com o contexto social e cultural, mas a inspiração para a
execução da obra também surge das influências sócio-históricas de determinada época.
Esse é um conceito bastante amplo e significativo, pois permite que a arte seja
entendida, considerando, por um lado, as experiências emotivas e cognitivas de cada espectador
e, por outro, o contexto social, histórico, político e cultural, tanto de produções quanto de 13
análises processuais das diversas áreas da expansão artística: artes visuais, música, teatro ou
dança.
Pela arte, pensamentos tomam forma, e ideais de culturas e etnias têm a oportunidade
de serem apreciados pela sociedade no seu todo. Assim, o conceito de arte está ligado à história
do homem e do mundo, porém não está preso necessariamente a determinado contexto; é
essencialmente mutável.
Para exemplificar, voltemos algumas décadas no tempo e analisemos como a arte era
entendida antigamente. Como será que nossos bisavós definiriam a arte?
VOCÊ SABIA?
14
A arte está, portanto, ligada aos fatores históricos e sociais, mas dialoga ativamente
com nossa sociedade, criando os estilos de época e acompanhando a evolução do homem e da
tecnologia.
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Muitas vezes, o primeiro contato que os indivíduos têm com a arte é na escola, nas
aulas de arte, obrigatórias no currículo do ensino fundamental. Espera-se que os estudantes,
nessas aulas, vivenciem intensamente o processo artístico, a fim de contribuir significativamente
em seus modos de fazer técnico, de representação imaginativa e de expressividade. Ao mesmo
tempo, espera-se também que aprendam sobre os artistas e obras de arte de diferentes
períodos, complementando assim seus conhecimentos na área.
Mas será possível que o professor de artes trabalhe com as funções terapêuticas do
fazer artístico?
ele não conseguir dar conta em sala, é aconselhável que ele faça o encaminhamento do aluno
para um atendimento psicológico.
Nosso mundo é essencialmente visual, visto que estamos cercados por imagens. Viver
nos espaços urbanos é deparar-se com múltiplos estímulos visuais. No entanto, os apelos
visuais não se limitam a espaços geográficos. Meios de comunicação como a televisão e a
internet fazem circular imagens em tempo real por qualquer lugar do mundo. Isso faz com que
um episódio do Japão possa ser visto no Brasil paralelamente ao fato. Por isso, mesmo em uma
pequena cidade, pode-se ter acesso ao mundo todo.
Os diversos apelos visuais interferem na compreensão que se tem sobre o dia a dia, a
vida, o trabalho, a política, os valores morais e contribuem para formular ideias sobre lugares,
culturas, fatos.
Nosso cotidiano está povoado de imagens da mídia, propagandas, folhetos, fotos,
imagens, reportagens, enfim, há muitas formas visuais. Todas essas formas correspondem a
maneiras de interpretar o mundo. São maneiras de se integrar ao tempo e ao espaço.
Para fins didáticos, o processo de leitura de imagens pode ser baseado na estrutura
abaixo:
A imaginação é o que diferencia o homem de qualquer outro ser vivo. Por meio dela, é
possível transcender ao imediatismo das coisas e projetar o que ainda não existe. Certamente
somos movidos pela possibilidade do “vir a ser”. É a dimensão da utopia, a capacidade de
projetar algo novo sobre as antigas estruturas tanto internas quanto externas.
A arte é muito mais do que um simples passatempo. Busca-se por meio das diferentes
expressões artísticas desenvolver uma consciência estética, ou seja, uma atitude harmoniosa e
equilibrada perante o mundo em que os sentimentos, a razão e a imaginação integram-se.
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“Os espelhos são usados para ver o rosto, a arte para ver a alma”.
CONCLUINDO!
(SANTOS, 2006).
2.4 A ARTE E A REALIDADE SOCIAL
Sujeito e objeto fundem-se em uma única composição, afirmando para o mundo que há
beleza nas diferenças, que esta emerge de diferentes formas e necessita do diferente para
estabelecer uma nova forma.
O que se busca nas atividades artísticas é promover ao homem maior liberdade para a
autoexpressão, libertando-se de amarras que o impedem de ser completo e viver plenamente
sua condição humana.
Mesmo que aparentemente existam animais mais livres da dependência dos instintos
ou reflexos automáticos, podemos dizer que existe um grande abismo entre o comportamento
dos animais e o dos seres humanos. Para dar um só exemplo, mesmo o chimpanzé mais
evoluído possui apenas rudimentos do que permitiria desenvolver a linguagem simbólica e tudo o
que dela resulta: aprender, reelaborar o conteúdo aprendido e promover o novo (invenção).
Isso quer dizer que a vida animal é, em grande medida, uma repetição do padrão
básico vivido por sua espécie. Já o ser humano tem, individualmente e como espécie, a
capacidade de romper com boa parte do seu passado, questionar o presente e criar a novidade
futura. E a arte é prova disso, ou melhor, a arte pode servir como instrumento de interpretação
desse universo cultural humano que o distingue dos outros seres vivos na face da terra.
Não é preciso negar totalmente a validade de cada uma dessas concepções para
reconhecer na atividade artística outra característica importante: o fato de que a arte é um
fenômeno social. Isso significa que é praticamente impossível situar uma obra de arte sem
estabelecer um vínculo entre ela e determinada sociedade (MAGALHÃES, 2008).
A arte é um fenômeno social, pois o artista é um ser social. Sendo assim, o artista
reflete na obra de arte sua maneira própria de sentir o mundo em que vive, as alegrias e as
angústias, os problemas e as esperanças de seu momento histórico.
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“Como fenômeno social, a arte possui, portanto, relações com a sociedade. Essas
relações não são estáticas e imutáveis, mas, ao contrário, são dinâmicas, modificando-se
conforme o contexto histórico” (MAGALHÃES, 2008.). E envolvem três elementos fundamentais:
a obra de arte, o seu autor e o público. Formam-se em torno desses três elementos os vínculos
entre arte e sociedade num vasto sistema solidário de influências recíprocas.
Verifica-se um cruzamento entre estética e ética e/ou caráter, quando se descobre que
o belo pode despertar as virtudes positivas no indivíduo e, por isso, deve fazer parte de sua
educação. 25
Olhe para a pintura abaixo e observe atentamente seus detalhes, tais como:
FIQUE LIGADO!
extensão em arteterapia”.
Contudo, independente da graduação que o profissional tenha cursado, é de extrema
importância que estude ou atualize seus conhecimentos em psicologia para dar suporte à sua
atuação profissional, permitindo que o profissional esteja capacitado para fazer avaliações e
intervenções arteterapêuticas.
Para tanto, esse curso permite um estudo geral da origem da psicologia e da sua
evolução no decorrer da história do homem. É importante para o trabalho terapêutico que esses 27
conhecimentos sejam ampliados, com ajuda de cursos, livros, especializações. Lembrando
sempre que este curso não pretende formar arteterapeutas, mas sim atualizar sobre os
conhecimentos de arteterapia.
FIGURA 7 – PSICOTERAPIA
O termo psico tem origem grega, vem de psique Ψ, cujo significado é alma. Já o termo
terapia, também de origem grega, tem o significado de tratamento ou cuidado com a saúde.
Dessa forma, psicoterapia significa tratamento da alma. Aqueles que tratam ou cuidam de almas 28
são os psicoterapeutas.
A concepção adotada nessa época admitia que o ser humano era um ser integrado à
natureza e ao cosmos. Assim, o homem era parte integrante do todo, da natureza, e também
formado por elementos desse todo. Essa visão explicativa sobre a natureza humana deu origem
a um sistema de explicações para se compreender o mundo e o próprio homem.
No xamanismo, uma filosofia de vida bastante antiga, que busca o encontro do homem
com a natureza e com seu próprio mundo interior, as práticas ritualísticas individuais ou
coletivas, as danças tribais, os sacrifícios, entre outras, eram as formas de tratamento das
almas, que adoeciam por perderem sua capacidade de integração com a natureza. Nesse 29
sentido, surge a arte como elemento de cura. A confecção de bonecos (vodus), o uso da pintura
corporal e ritualística, a confecção de objetos específicos para as curas ou para uso do doente,
as músicas e danças, entre outras, são elementos da arte que se associam ao tratamento da
alma.
Dessa forma, a arte passa a integrar um código ou uma linguagem a serviço das
necessidades humanas. A arte passa a ser uma forma de expressão do pensamento humano,
de suas visões de mundo, de seus pensamentos, de sua forma de viver o cotidiano. A pintura, o
desenho, a escultura (criação de objetos de barro, de madeira, de pedra etc.) passam a ter um
objetivo não só de expressão, mas também de ações de cura.
A partir desse ponto, as coisas deveriam ser explicadas por elas mesmas, isto é, deve-
se explicar a natureza, compreendendo como ela é, a partir de seus próprios elementos. Assim,
as primeiras explicações sobre o universo versavam sobre sua estrutura e formação. Buscando
analisar do que as coisas são feitas e como funcionam é que o conhecimento é produzido. A
esse processo denominou-se pensamento lógico.
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A partir desse ponto, a alma é considerada como algo a ser desenvolvido, visto que a
condição natural do homem é desenvolver-se, e a condição patológica ou de doença seria a
incapacidade de desenvolvimento da alma. A cura para a alma seria a recuperação da
capacidade de seu desenvolvimento, e aí a filosofia teria um grande papel. A arte da cura está
mais para o intelectual do que para as ações materiais. A cura da alma passa a ser dissociada
da materialidade e da natureza. É preciso entender a alma por meio de sua expressão moral (as
paixões humanas) e por meio de seu pensamento. Daí surge a ideia de que Sócrates foi o
primeiro psicoterapeuta, pois começou a usar da indagação, do raciocínio como forma de
investigação e desenvolvimento da alma humana.
FIGURA 11 – RENASCIMENTO
memória e a percepção.
Nos Estados Unidos, no início do século XX, influenciado pelo forte pragmatismo, os
cientistas buscaram aliar os estudos da natureza humana ao senso de utilidade. Surge então a
psicologia aplicada. Desse modo, a psicologia vai estabelecendo mais um ramo além da
investigação e passa a ser uma profissão. Os conhecimentos avançam, os testes psicológicos
começam a ser aplicados nas empresas, no exército, nas escolas e, por fim, chegam aos
consultórios.
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O seu seguidor mais brilhante, Carl Jung, começa a aplicar a psicanálise em pacientes
psicóticos. No entanto, os métodos de Freud não surtem os mesmos efeitos. Jung passa, então,
a utilizar outras formas de contato com seus pacientes. Ele propõe que eles pintem, desenhem,
façam esculturas e outros tipos de arte para expressar seus sentimentos.
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Mas será possível em nossa formação humana preencher todos esses requisitos? 39
Apenas como destaque, pois faz parte da psicologia clínica, é relevante lembrar a psicologia
de grupo ou dinâmica de grupo, herança da Gestalt e que constitui uma ala de interesse e de grande
utilização no momento. É uma técnica que é usada para melhorar o relacionamento dos diversos
membros de um grupo. Serve, também, para facilitar a discussão de problemas nas empresas, nas
escolas, na família etc., o que, fora de uma dinâmica de grupo, seria difícil e complicado.
Hoje é comum, nas escolas, nas indústrias e em áreas do comércio, do desporto etc. contar com
um departamento de psicologia responsável pela aplicação de testes de
aptidão, pela orientação e ajustamento do grupo. A psicologia está
presente em todos os ramos da sociedade e tornou-se parte
integrante e imprescindível da vida moderna. A era do profissionalismo
trouxe a era da especialização, e os campos de atuação do psicólogo
são, hoje, mais concretos e específicos.
FIQUE LIGADO!
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Uma das principais características da arte é permitir que o objeto artístico fale por meio
da nossa imaginação. Assim, não existe arte original e arte falsificada. Não há mentira ou
verdade em arte, isso porque a arte não tem por objetivo mostrar a realidade como ela é, mas
como o artista deseja que seja. Portanto, desse conceito nascem os vários tipos de arte.
A produção artística faz parte de uma necessidade primária do ser humano. O homem
vê a arte como meio de viver melhor; usa-a para divulgar suas crenças ou explorar novas formas
de olhar e interpretar o mundo utilizando sua criatividade e imaginação.
Portanto, a arte também é uma das maneiras pela qual o ser humano atribui sentido à
realidade que o cerca, e uma forma de orientação que transforma a experiência em objeto de
conhecimento, com valor simbólico.
O homem criou utensílios para facilitar o seu trabalho, como as ferramentas para cavar 44
a terra e os talheres para a cozinha, a roda para movimentar-se. E a arte aparece, nesse
sentido, para que o mundo saiba o que ele pensa, para divulgar as suas crenças e as dos outros,
para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas formas de olhar e
perceber objetos e cenas.
VOCÊ SABIA?
A arte, principalmente a
contemporânea, busca a
representação.
É uma manifestação humana criada com a essência e inspiração de seu momento, isto
é, das circunstâncias e situações moldadas pelas referências simbólicas da cultura. A arte pode
ser entendida como um dos modos simbólicos de que o ser humano se utiliza para atribuir
significados ao mundo, mostrando por meio de um objeto as possibilidades do real. Fala à
imaginação e, por isso, sua compreensão exige sensibilidade treinada, disponibilidade e
conhecimento de história geral e de história da arte.
sentido de expandir nosso entendimento sobre o universo artístico. Apertem os cintos e BOA
VIAGEM!!!
A Idade da Pedra Lascada (cerca de 400 mil anos atrás) é o tempo dos homens que
viviam em cavernas e que viviam da caça, da pesca e da colheita. Nessa época, o homem já
fazia uso da arte com representação de seu mundo, por meio de registros nas paredes das
cavernas, o que se denomina por pintura ca. Executadas em recantos escuros e profundos das
grutas que intrigam os pesquisadores por seu propósito mais complexo que a mera decoração e
relacionadas ao pensamento mítico. Acredita-se que esteja ligado a rituais realizados com o
intuito que ajudasse em uma boa caçada. Abaixo podemos observar uma pintura rupestre:
FIGURA 17 – PINTURA RUPESTRE LOCALIZADA NA ESPANHA.
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Certamente esses povos desconheciam o que hoje chamamos de arte. E para eles, a
gravação de imagens tais como bizões, cavalos ou touros tinham uma função mágica, ligada a
um pensamento mítico.
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Nos moldes das pinturas das Cavernas de Altamira e Lascaux situadas na Europa, no
Brasil também se encontram inúmeros sítios arqueológicos com pinturas rupestres carregadas
de significados. Um exemplo marcante é a Serra da Capivara (Piauí). A função dessas obras,
entretanto, mantém-se a mesma em todo o planeta: tratam de questões mágicas e ritualísticas
ligadas à preservação da espécie.
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As primeiras obras de arte descritas desse momento são as pinturas encontradas nas
catacumbas, local de reunião dos cristãos, cuja principal característica foi registrar os episódios
do Antigo e do Novo Testamento. A produção de esculturas foi praticamente extinta nesse
período em razão das proibições (contidas nas escrituras) ao culto de imagens.
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geometria das linhas soma-se uma ambientação ímpar, que potencializa a sensação ilusionista
de profundidade e realidade.
FIGURA 20 – MONALISA.
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A evolução artística, cultural e social permitiu que a arte trilhasse muitos caminhos,
dando um pulo gigantesco para a nossa contemporaneidade. Percebemos o quanto a arte,
atualmente, assume a preocupação de assumir uma expressão crítica do artista com a
sociedade e com a própria arte.
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Nossa sociedade vive uma crise de valores, proveniente da ruptura com os paradigmas
da modernidade agravada pela globalização econômica e cultural. Uma sociedade que deixa
bem claro que não existe diferença entre honesto ou traidor, ignorante ou sábio, enganador ou
generoso.
A arte, atualmente, propõe um novo olhar sobre a realidade por meio das intervenções
urbanas. Nesse contexto, recria-se um clima de incertezas, dificuldades e resoluções em que o
espectador interage com a obra que não finda, mas está em constante renovação.
Convém lembrar que chamamos de intervenção toda e qualquer atividade artística que
rompe com o padrão ou a rotina de um determinado ambiente.
o homem primitivo era impulsionado pelas mesmas questões de sobrevivência que motivaram o
homem do Renascimento e o do século XX. A arte, então, aparece no mundo humano como
forma de organização, como modo de transformar a experiência vivida em objeto de
conhecimento que se desvela por meio de sentimentos, percepções e imaginação. Assim, ela
abarca um tipo de conhecimento a partir de universos sensíveis e ideais da apreensão humana
da realidade.
Sabemos que com a chegada dos colonizadores europeus, mais especificamente dos
portugueses, muitas tribos foram dizimadas. Grande parte da história dos povos indígenas
perdeu-se. A busca por riquezas na terra de Santa Cruz, com características extrativistas, não
via com bons olhos os selvagens nativos. O processo de catequização tentava amenizar o
suicídio cometido em massa pelos índios que preferiam a morte à escravidão. Não apenas uma,
mas diversas culturas desapareceram.
FIGURA 27 – CESTOS E ÍNDIOS.
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Manuel da Costa Ataíde foi o maior vulto da pintura colonial brasileira. Foi autor de
uma extensa obra, mas o teto da Igreja de São Francisco de Assis é seu trabalho mais
reconhecido. Mulato, como a maior parte dos artistas brasileiros do período, volta-se com mais
atenção para a execução do que para a criação. Inova, entretanto, nos modelos compositivos e
na fisionomia das personagens.
FIGURA 29 – TETO DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS PINTADO POR MANUEL DA
COSTA ATAÍDE.
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Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi o artista brasileiro que despertou o maior
interesse por estudiosos internacionais, e é o único brasileiro a integrar o panorama da história
internacional das artes do período.
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Essa obra foi realizada para presentear Oswald de Andrade (marido de Tarsila nessa época). O
quadro acabou virando marco do movimento Antropófago no Brasil, pois a figura estranha fez Tarsila
lembrar de um verbete Tupi-Guarani “Abapuru”, ou, na sua tradução, “Homem que come”. Esse
episódio marcou o início da determinação artística de digerir a cultura europeia e transformá-la
em algo originalmente brasileiro.
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NO IBIRAPUERA.
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Uma síntese da arte contemporânea brasileira pode deixar alguns leitores perplexos
com aquilo que chama hoje de arte. Permeada de inquietude e desconcerto (proveniente muitas
vezes da incompreensão), o telespectador pode achar que está sendo enganado ou mesmo
insultado por essa arte.
Na verdade, como sustenta Farias (2002), a arte contemporânea nasce como resposta
ao esgotamento desse ensimesmamento da arte com as modalidades canônicas – pintura e
escultura – explorando-se, investigando suas naturezas até o avesso. Entre os índices – e são
tantos! – desse esgotamento, figuram desde o retorno de questões e fórmulas antes vistas como
ultrapassadas – a pintura e a escultura figurativas, de conteúdo político, mitológico etc. – até o
florescimento de expressões híbridas, quando não inteiramente novas, como as obras que
oscilavam entre a pintura e a escultura, os happenings e as performances, as obras que exigiam
a participação do público, as instalações, a arte ambiental etc.
Alguns artistas brasileiros e contemporâneos:
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Farias (2002) faz um retrospecto do que seria a passagem da arte moderna para a arte
contemporânea:
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A American Art Therapy Association (1991) postula que a arteterapia e sua prática são
baseadas no conhecimento sobre o desenvolvimento humano e nas teorias psicológicas que,
aliados ao desenvolvimento histórico da arte, possibilitam, em amplo espectro, modelos para o
acesso e os tratamentos educacionais, terapêuticos, cognitivos, na resolução de problemas, na
redução da ansiedade, na estimulação de uma autoimagem positiva etc.
Pela arte, o paciente transmite o seu sentimento, sua maneira de pensar e o modo
como vivencia e compreende o mundo, fazendo-o de acordo com a sua evolução mental,
emocional, psíquica e biossocial. 75
FIQUE LIGADO!
contradição e o questionamento.
inventar e compreender.
Na análise dos trabalhos em arteterapia, é necessário que o terapeuta observe todo o
processo (como começou, se precisou de ajuda, refez alguma etapa do processo, não aceitou o
erro, não gostou do trabalho...). O arteterapeuta deve avaliar as possibilidades de intervenção
que venha ao encontro do objetivo da terapia.
A meta inicial da arte na terapia é propiciar uma liberdade expressiva para que o
paciente possa se auto-observar e sentir a si mesmo.
A arteterapia recebeu notável adesão dos psicoterapeutas por seu uso não restringir
nenhum tipo de paciente, mesmo em seus aspectos mais elementares e nas diversas
dificuldades apresentadas, pois poderia ser utilizada por pacientes que revelassem dificuldades
em falar sobre as questões inerentes ao problema apresentado.
Carl Jung foi o primeiro psicoterapeuta a utilizar a arte (pintura, escultura, bricolagem)
como forma de expressão do inconsciente no tratamento com pacientes psicóticos (em razão de
suas dificuldades de fala). Sua Psicologia Analítica baseava-se no conhecimento dos “mitos”, ou
seja, dos discursos explicativos que não são “racionais e lógicos”, com uma lógica própria, que é
contraditória, ambígua, paradoxal, lacunar, simbólica, figurativa, imaginativa, alegórica,
arquetípica e estética.
Por esse e outros detalhes, o paciente revela até que ponto evita o contato com a
atualidade corrente, e o quanto as atividades tidas “inconscientes” principiam destacando-se na
Gestalt total e competem com o conteúdo verbal. O paciente é encorajado pelo terapeuta a
dedicar alguma atenção a essas outras atividades, descrevendo o que está fazendo, vendo,
sentindo, e assim compreendendo o que se passa e ganhando uma conscientização do que está
fazendo.
Por exemplo, uma mulher paranoide em terapia enumera suas queixas delirantes,
como a de que o marido quer envenená-la, mas também menciona uma dor muito forte na nuca,
como se tivesse sido atingida por um golpe de judô e também diz que seu marido pratica o judô.
Não tarda em contar que o marido a despreza e ignora, flertando com outras mulheres.
Temporariamente a solução paranoide é abandonada por ela.
Na Gestalt, uma imagem é capaz de ter a mesma eloquência que um discurso falado
ou mesmo que um livro. Tudo depende da ordem e da intensidade em que são organizados: a
sua configuração ou forma.
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FONTE: ARQUIVO PESSOAL
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(Bertold Brecht)
4.2.3 Psicodrama
Psicodrama pode ser definido como uma via de investigação da alma humana
mediante a ação. É um método de pesquisa e intervenção nas relações interpessoais, nos
grupos, entre grupos ou de uma pessoa consigo mesma. Mobiliza para vivenciar a realidade a
partir do reconhecimento das diferenças e dos conflitos e facilita a busca de alternativas para a
resolução do que é revelado nas dramatizações, expandindo os recursos disponíveis da pessoa
participante.
FIGURA 51 – TEATRO ESPONTÂNEO.
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Etapas do Psicodrama:
Antonio Tabucchi
Ser terapeuta significa cuidar, servir, mediar a relação entre os homens e os deuses.
Podemos dizer que existe um ponto de encontro nessa junção, em que uma potencializa a outra
e que o objetivo primordial da utilização da atividade artística e o favorecimento do processo
terapêutico.
A arteterapia recebeu notável adesão dos psicoterapeutas por seu uso não restringir
nenhum tipo de paciente, mesmo em seus aspectos mais elementares e nas diversas
dificuldades apresentadas, pois poderia ser utilizada por pacientes que revelassem dificuldades
em falar sobre as questões inerentes ao problema apresentado.
A. O PRIMEIRO CONTATO
Há casos em que não é um indivíduo isolado que vem buscar a psicoterapia, mas
trata-se de um grupo. É comum que essa busca grupal venha por meio do pedido de terceiros.
Por exemplo, a “escola” pede para se trabalhar uma determinada “turma-problema”. De qualquer
forma, há sempre situações em que não se está obtendo as respostas necessárias ou
adequadas, isto é, há um comportamento ou sintoma que não deveria estar ocorrendo. Por
exemplo, o caso de uma turma “agitada”, “bagunceira” que não respeita ordens ou disciplina.
É muito importante para o profissional que vai fazer o trabalho identificar essa
necessidade do indivíduo ou do grupo, ou seja, aquilo denominado de demanda. Para isso, o
profissional, ao ser contatado pela pessoa interessada, deverá explorar essa situação com
precisão.
B. CONTRATO
O contrato para a realização do trabalho de terapia deverá ser claro e delimitar bem as
atribuições dos papéis do terapeuta e dos pacientes. Algumas questões devem ser estipuladas,
tais como:
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– Local;
– Horário;
– Forma de pagamento;
C. ENTREVISTA INICIAL
c) Primeira infância:
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O quê você se lembra de sua primeira infância (até os sete anos
aproximadamente)?
Como era a relação de seus pais?
Quem era mais bravo? Mais carinhoso?
Como seus pais davam “bronca” ou lhe cobravam?
Quem gostava de ficar com você?
Você se lembra de seus irmãos nessa época?
Com quem você se dava melhor?
Você tinha amigos? Como eram? Do que brincavam?
d) Escola:
Se fizesse um balanço de sua vida até agora, o que valeu a pena e o que quer
mudar?
Como você encarou as mudanças em sua vida?
O que espera hoje para sua vida que você possa obter?
D. PROCESSO TERAPÊUTICO
E. DESENVOLVIMENTO
F. AVALIAÇÃO 93
4.4 O CONSULTÓRIO
Uma mesa de tamanho regular com os dois lados vazados para proporcionar 94
maior comodidade;
Se houver intenção de atendimento em grupo, é preciso planejar o mobiliário
visando ao número de pacientes previsto;
Claridade, simplicidade, conforto, aconchego, beleza;
Papéis de vários tipos, cores e texturas;
Tintas para diversos usos (tecido, guache, acrílica para madeira ou gesso, óleo
para tela, acrílica para tela etc.);
Lápis de cor, giz pastel e aquarela;
Telas para pintura;
Sucata de todo tipo para trabalhos com recicláveis;
Tecidos para limpeza de pincéis;
Potes para lavagem dos pincéis;
Jornal para forrar a mesa e facilitar a limpeza;
Possibilidade de boa arrumação para o material de uso;
Funcionalidade;
Possibilidade de manter o sigilo quanto aos produtos feitos e aos aspectos da
individualidade de cada um;
Armários para preservação do sigilo do material de cada paciente;
Armários ou estantes para guardar o material de uso nas sessões. O acesso a esse
local deve possibilitar duas abordagens diferentes da questão:
a) O terapeuta faz uma seleção prévia do material e o deixa sobre a mesa, e
assim o paciente não tem acesso a esse local;
b) O paciente tem fácil acesso ao armário do material, sendo-lhe permitida a
livre escolha.
FIGURA 52 – MODELO DE MATERIAIS PARA ARTETERAPIA.
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A decoração fica a critério do terapeuta, porém é bom lembrar que cada aspecto do
consultório entre nos processos de elaboração dos pacientes. Portanto, cuidado com
excessos!
“Na arte, a inspiração tem um toque de magia, porque é uma coisa absoluta,
inexplicável. Não creio que venha de fora pra dentro, de forças sobrenaturais.
Suponho que emerge do mais profundo "eu" da pessoa, do inconsciente
individual, coletivo e cósmico.’ (Clarice Lispector)
97
5 AS DIVERSAS FORMAS DE EXPRESSÃO
FIGURA 54 – A ARTE
98
Chama-se linguagem artística o veículo que possibilita dar forma a determinada ideia.
As linguagens são constituídas de vocabulário próprio. Assim, o desenho tem a linha como
vocábulo, e o conjunto de linhas utilizadas em direções diferentes, com intensidades variáveis,
será o vocabulário dessa linguagem.
5.1 DESENHO
Ao longo da história da arte, o desenho foi utilizado com diferentes funções. Até o
Renascimento, o desenho era considerado um esboço. Após esse período, ganhou o status de
obra pronta.
100
O artista se detém no perfil da mãe que agoniza e cria uma moldura com os braços.
Isso nos dá uma ideia do desespero e da dor que parecem impregnar a cena narrativa. A obra
expressionista atribuiu um sentido dramático à cena. Diferentemente do neoclassicismo de 101
Ingres, a preocupação de Flávio de Carvalho não era lidar com uma forma bela, mas transmitir a
atmosfera de sofrimento que cercava a situação da qual ele fazia parte (PEREIRA, 2007).
FONTE: Disponível em: PEREIRA, K. H. Como usar artes visuais na sala de aula.
102
FONTE: Disponível em: PEREIRA, K. H. Como usar artes visuais na sala de aula.
A artista brasileira, Tarsila do Amaral, tinha uma ligação interessante com o desenho,
pois guardava rascunhos de suas obras, tal como a tradição das mulheres de guardar seus
riscos de bordados ou mesmo de pinturas em tecido. Supostamente, Tarsila primeiro rascunhava
o desenho em papel e mesmo depois de passá-lo para a tela preservava o rascunho original.
Veja as figuras abaixo:
FIGURA 58 – ABAPURU ESTUDO - NANQUIM SOBRE PAPEL DE
TARSILA DO AMARAL.
103
104
educacional, terapêutica e
religiosa.
Os sons que formam as músicas são chamados de notas musicais, são elas: dó, ré,
mi, fá, sol, lá e si (divididas em alturas diferentes, sendo graves ou agudas). A combinação
diversificada dos elementos melodia, ritmo e harmonia dão origem ao que chamamos de
gêneros musicais. Entre alguns exemplos, podemos citar o rock, pop, rap, funk, tecno, samba,
country, jazz e blues. Contudo, os estilos são tão variados que novas combinações surgem a
todo tempo.
A música facilita a expressão e comunicação de emoções, sensações, percepções e
pensamentos que refletem o modo de sentir, perceber e pensar de cada um.
5.3 TEATRO
Teatro ou arte cênica é uma forma de arte apresentada em um palco ou lugar 105
destinado a espectadores. São gêneros de representações teatrais: Trágico, drama, cômico,
musical e dança.
106
5.4 DANÇA
Ballet;
Tango;
Samba;
Sapateado;
Bolero.
Para Guedes (2008), a dança é considerada uma das mais antigas formas de
expressão corporal e artística do homem. Historicamente, os movimentos corporais sempre
estiveram presentes na evolução humana, sendo uma necessidade cultural e social do homem.
A dança representa, ainda, uma forma instintiva de comunicar-se usando o corpo por meio de 107
padrões próprios de movimento.
FIGURA 61-DANÇA
5.5 ESCULTURA
108
A escultura representa objetos e seres por meio das imagens em relevo. Para tanto,
utiliza-se de materiais, tais como: bronze, mármore, argila, cera, madeira, gesso.
FIQUE LIGADO!
outro.
FIGURA 62 – ARGILA
109
A pintura é uma linguagem que tem como fundamento a utilização de massas de cores
para construir a imagem. Em alguns períodos da História da Arte, a pintura requeria um
acabamento absolutamente perfeito. As marcas das pinceladas do artista, a percepção do gesto,
da marca do pincel era algo indesejável. Artistas acadêmicos, ou seja, aqueles que seguiam as
regras da academia (regras clássicas) deveriam criar uma pintura perfeitamente lisa. Em 110
contraposição, os artistas modernos criaram uma pintura mais fluida, em que se notava o gesto
na obra acabada, ou seja, a pincelada era perceptível como marca da gestualidade. Essa ruptura
trazida pelo impressionismo não foi bem-recebida inicialmente, gerando grande polêmica.
Segundo artigo publicado pela arteterapeuta Lígia Diniz, as cores têm significados e
são elementos provocadores de emoções, vejamos:
Verde, azul, lilás - cores frias: despertam mais calma, introversão e transcendência.
Essas cores podem ser associadas aos sete chacras de energia do corpo humano. Os chacras
são centros de força vital a diferentes níveis de experiência no sistema humano.
Goya criou uma série de gravuras negras, nas quais se utiliza das narrativas
tradicionais para criar uma atmosfera soturna e revelar sua visão aguda da realidade espanhola.
A pintura desse artista dialoga com o romantismo, mas percorre outras poéticas, tornando-o um
pintor com características muito particulares. Da mesma maneira que artistas como
Michelangelo, Leonardo, Aleijadinho, Van Gogh, Gauguin, Goya criou sua própria arte: transpôs 111
FIGURA 63
112
113
Autoestima;
Livre expressão; 114
Respeito;
Sensibilização;
Aprendizagem;
Compromisso;
Cidadania;
Interesse;
Senso crítico;
Criatividade;
Envolvimento;
Comunicação;
Relacionamento interpessoal;
Autonomia;
Cooperação.
116
ATIVIDADE 1 - DESENHO
OBJETIVOS:
PROCEDIMENTOS:
ATIVIDADE 2 – DESENHO
DESENHANDO O OUTRO
OBJETIVOS:
PROCEDIMENTOS:
ATIVIDADE 3 – DESENHO
DESENHO AO AR LIVRE
Relaxamento;
Promover imaginação e criatividade;
Valorização da individualidade;
Diminuição da ansiedade;
Autoexpressão;
Autoestima.
118
MATERIAIS:
PROCEDIMENTOS:
1) Escolher um lugar para realizar os desenhos (o lugar precisa ter vários elementos
visuais);
2) Conversar sobre o tipo de desenho a ser realizado e a escolha do recorte. Nos
desenhos ao ar livre, é necessário selecionar algumas áreas para registrar. Assim
como na fotografia, esse tipo de desenho requer a necessidade de escolhas das áreas
de interesse;
3) Iniciar o desenho, procurando incorporar o máximo de elementos da paisagem
(estabelecer um tempo máximo para o trabalho em grupo);
4) Analisar os resultados obtidos e as semelhanças e diferenças entre os
desenhos e entre os desenhos e os lugares.
ATIVIDADE 4 – PINTURA
OBJETIVO:
Trabalhar a expressividade;
Desenvolver a linguagem do desenho; 119
Melhora da autoestima;
Avaliar o conteúdo subjetivo expresso pelo desenho;
Trabalhar o relaxamento por meio da estimulação visual;
Promoção da livre expressão, da imaginação e da criatividade;
Trabalhar os sentimentos apresentados durante a atividade.
MATERIAIS:
Músicas instrumentais, tela para pintura, lápis preto, tintas acrílicas para tela (diversas
cores), pincéis.
PROCEDIMENTOS:
120
ATIVIDADE 5 – PINTURA
ARTE EM CAMISETAS
OBJETIVOS:
Relaxamento;
Controle da impulsividade;
Controle da ansiedade;
Autoexpressão.
MATERIAIS:
BALÃO MAGNÉTICO
OBJETIVOS:
Estabelecer contato;
Estimular a criatividade;
Promover a expressão corporal;
Socializar e integrar o grupo.
MATERIAIS:
PROCEDIMENTOS:
1) Cada participante recebe um balão e uma caneta. Pedir aos participantes que
encham o balão, escrevam seu nome nele e andem pela sala, tocando o balão
ao mesmo tempo em que movimentam o corpo todo;
2) Cada participante deve então equilibrar o balão na caneta, nas mãos, nos
ombros, na cabeça etc. Deve deixar a caneta de lado e passar a tocar o balão
para o alto, ao mesmo tempo em que vai trocando o balão com os colegas. Aos
poucos, pedir que vá suavizando os toques de forma que os balões não voem
tão alto quanto antes, até que apenas um balão permaneça nas mãos de cada
participante;
3) Cada um deve segurar firmemente o balão como se a mão fosse um Ímã, ler o
nome que está escrito no balão e ir até a pessoa;
4) A seguir, pedir para encostar o balão em uma parte do corpo da pessoa e em
uma parte do próprio corpo também, mas lembrando-se de que essa pessoa
também tem um balão com o nome de alguém que deve buscar para tocar o
balão imantado; 122
5) Portanto, cada participante precisa ser criativo. Quem não conseguir grudar o
balão imantado em quem deveria grudar, tem de dançar para o grupo, que por
sua vez, deve imitar os movimentos dessa pessoa;
6) Após a atividade, trabalhar: Quais as sensações, emoções e pensamentos que
ocorreram durante a atividade? Foi fácil liberar o corpo? E quem dançou, o que
sentiu?
ATIVIDADE 7 – DANÇA
DANÇA DO BALÃO
OBJETIVO:
Estabelecer contato;
Estimular a criatividade;
Promover a expressão corporal;
Socializar e integrar o grupo.
MATERIAIS:
PROCEDIMENTOS:
1) Cada participante recebe um balão e deve enchê-lo;
2) Andar pela sala tocando o balão ao mesmo tempo em que movimenta o corpo
todo ao som de uma música suave;
3) Equilibrar o balão nas mãos, nos ombros, na cabeça etc. Brincar com o balão,
trocar o balão com os colegas etc.;
4) Escolher um colega para fazer dupla. Parar frente a frente. Cada participante da
dupla coloca o seu balão na testa e o encosta no balão do colega. Ao som da
música suave, a dupla deverá dançar pela sala com os balões na testa, sem 123
deixá-los cair;
5) Em seguida, cada um coloca o balão no peito e o encosta no balão do colega e
a dupla continua dançando pela sala. Coloca-se os balões nas costas, e em
várias outras partes do corpo;
6) Procure explorar as diversas partes do corpo em que os balões podem ser
colocados. A mesma atividade pode ser feita com os dois balões colocados lado
a lado entre os participantes ou apenas com um balão por dupla;
7) Comentar: quais as sensações, emoções e pensamentos que ocorreram durante
a atividade? Como foi encontrar a sua dupla?
ATIVIDADE 8 – TEATRO
BALÃO ANIMAL
OBJETIVO:
Estimular a espontaneidade;
Promover relaxamento;
Trabalhar a capacidade de expressão não verbal;
Promover o contato e a interação do grupo.
MATERIAIS:
3) Levar a imaginação dos participantes até uma floresta onde eles podem agora
tocar os balões nas árvores, nas plantas e flores, ouvir o som dos diversos
animais etc.;
4) Quando o grupo já estiver aquecido mentalmente e corporalmente, cada um
deverá apanhar um balão e estourá-lo, ao mesmo tempo em que apanha o
papel contido dentro dele;
5) Ainda na floresta, irá ler no papel o nome de um animal. Portanto, a partir desse
momento, cada um deverá incorporar mentalmente e corporalmente o "seu
animal", ao mesmo tempo em que anda pela floresta emitindo o som
característico. Fazer com que os animais identifiquem uns aos outros e interajam
entre si quando forem da mesma espécie. Com isso, os subgrupos vão se
formando;
6) Ao final da atividade, os animais caem num sono profundo e desaparecem,
permanecendo apenas a pessoa, deitada no chão da floresta, sentindo o vento
em seu corpo, o cheiro de mato, os variados tipos de sons etc. Aos poucos, vai
deixando a floresta para trás e retornando à sala de trabalho;
7) Comentar: como foi incorporar o "seu animal"? Com quais características desse
animal você se identifica? Quais as sensações, as emoções e os pensamentos
que ocorreram durante a atividade?
8) Explorar as diversas características do animal e da pessoa que o representou.
ATIVIDADE 9 – MÚSICA
OBJETIVOS:
Relaxamento;
Promover imaginação e criatividade; 125
Diminuição da ansiedade;
Autoconhecimento
Diminuir o ritmo e a tensão da vida moderna;
Percepção corporal;
Trabalhar com os cinco sentidos;
Autoestima;
Propiciar um ambiente agradável para trabalhar um tema.
MATERIAIS:
Colchonetes, rádio com música ambiente ou sons de natureza, uma sala ampla.
PROCEDIMENTOS:
Feche os olhos e passeie pelo seu corpo com sua mente. Observe cada parte do seu
corpo com muita atenção.
Tente identificar se há alguma parte do seu corpo que esteja incomodada, tensa ou
dolorida. Se houver, preste atenção nesta parte e converse mentalmente com ela, pedindo-lhe
que relaxe, que se solte completamente. Sinta que seu corpo lhe obedece mansamente e que a
tensão começa a sumir. Você sente o corpo cada vez mais pesado, como se fosse afundar no
chão. Quando sentir que seu corpo aquietou-se, esqueça-o.
Observe agora sua respiração. Como ela se apresenta? Lenta ou apressada? Com
que parte do seu corpo você respira? Em que local você percebe sua respiração? Ponha sua
mão direita no local do seu corpo onde você expira. Fique assim por uns instantes.
Agora, ponha sua mão direita na sua barriga, um pouquinho abaixo do umbigo. Traga 126
sua respiração para esse local. Sinta o ar empurrando sua barriga para cima quando você
inspira e para baixo quando expira. Respire 10 vezes via barriga, imaginando cada número à
medida que inspira e expira: um, dois, três, quatro... Quando completar a contagem, esqueça
sua respiração que permanece na barriga.
Com o corpo e a respiração bem calmos e suaves, fique quieto por um tempinho. Se
surgirem pensamentos na sua mente, deixe que eles entrem e saiam. Apenas observe.
Olhe a sua direita. Existe um arbusto com frutinhas vermelhas e redondinhas. Pegue
uma fruta e prove. Qual é o seu gosto? Saboreie a fruta se quiser. Levante-se e caminhe bem
devagar até a lagoa. Dê um belo mergulho e sinta como é fresca a água, tão reconfortante...
Nade se quiser... Brinque...
Pertinho de você estão passando peixinhos coloridos. Preste atenção no barulhinho
que eles fazem ao nadar. Acompanhe os peixinhos, mergulhe com eles: você pode respirar e
enxergar muito bem dentro d'água. Olhe bem para o fundo da lagoa. Como é a vida no fundo de
uma lagoa? Quais as cores que existem dentro d'água, bem no fundo? Observe tudo com muita
atenção. Procure sentir o cheiro das coisas que você vê, o barulho que elas fazem, a textura de
cada objeto ou ser que você toca.
127
Bem devagar, volte para a superfície da Iagoa. Prepare-se para sair dela, sempre
devagar e em silêncio. Aos poucos você vai deixando esse lindo lugar. Despeça-se e agradeça à
natureza por esse belo momento. Aos poucos abra os olhos, mexa seu corpo e retome para o
lugar onde você está agora.
ATIVIDADE 10 – MÚSICA
OBJETIVOS:
Relaxamento;
Diminuição da ansiedade;
Autoconhecimento;
Harmonia e consciência corporal.
MATERIAIS: papel texturizado e/ou liso, lápis preto, canetas hidrocor, lápis de cor, músicas
instrumentais (Mozart, Chopin, Jazz, Maracatu, Tchaikovsky, Ravel, entre outros).
PROCEDIMENTOS:
ATIVIDADE 11 – ESCULTURA
ESCULTURAS EM ARGILA
OBJETIVOS:
Relaxamento;
Promover imaginação e criatividade;
Diminuição da ansiedade;
Autoexpressão.
MATERIAIS: argila, estecos ou palitos de churrasco, colher, garfos.
PROCEDIMENTOS:
130
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