Livro - Avaliacoes e Pericias Rurais
Livro - Avaliacoes e Pericias Rurais
Livro - Avaliacoes e Pericias Rurais
DE PROPRIEDADES RURAIS
ABRIL/2001
Conceitos Fundamentais
VALOR DE MERCADO - É aquele encontrado por um vendedor desejoso de vender, mas não forçado, e um comprador
desejoso de comprar, igualmente não forçado, tendo ambos pleno conhecimento das condições de compra e venda e da
utilidade do bem negociado.
VALOR VENAL - É o menor valor de um bem, geralmente utilizado para trazer incentivo à aquisição daquele bem.
CUSTO DE REPOSIÇÃO – é o custo da construção de um bem, aos preços correntes do mercado, que tenha uma utilidade
equivalente à do bem avaliado, mas construído com materiais modernos e de acordo com os padrões atuais do projeto
arquitetônico.
CUSTO DE REPRODUÇÃO – é o custo da construção de uma exata duplicata ou réplica, aos preços correntes do
mercado, usando os mesmos materiais, padrões de construção, projeto arquitetônico e qualidade de mão-de-obra do bem
que está sendo avaliado.
BENFEITORIAS TANGÍVEIS - Aquelas que podem ser tangidas ou tocadas. Diz-se de bens econômicos, ativos, etc. que
têm existência física.
BENFEITORIAS INTANGÍVEIS - São aquelas em que somos incapazes de defini-las ou determiná-las com certeza ou
precisão.
BENFEITORIAS VOLUPTUÁRIAS - São aquelas de mero deleite ou recreio, que não aumenta o uso habitual, ainda que a
torne mais agradável, ou seja, de elevado valor.
VISTORIA - É a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o
constituem, sem a indagação das causas que o motivaram.
ARBITRAMENTO - É a atividade que envolve a tomada de decisão ou posição entre alternativas tecnicamente
controversas ou que decorrem de aspectos subjetivos.
AVALIAÇÃO - É a atividade que envolve a determinação técnica do valor qualitativo ou monetário, de um bem, de um
direito ou de um empreendimento.
PERÍCIA - É a atividade que envolve a apuração das causas que motivaram determinado evento ou da asserção de
direitos.
LAUDO - É a peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que observou e dá as suas conclusões ou avalia o valor
das coisas ou direitos, fundamentadamente.
DEPRECIAÇÃO - É a perda de valor de um bem causada por obsolescência física, econômica ou funcional.
DESAPROPRIAÇÃO - É o poder que possuem governos ou entidades agindo em seu nome e sua autoridade de tomar
bens (propriedades) privados, para uso público, independente do consentimento do dono, contra-pagamento justo de
indenização compensatória.
OBSOLESCÊNCIA ECONÔMICA - É a perda da utilidade de um bem resultante de fatores econômicos tais como
mudanças do uso ótimo, da legislação ou da relação de oferta e procura.
OBSOLESCÊNCIA FÍSICA - É a perda de utilidade de um bem, resultante de fatores físicos tais como: deterioração por
uso, desgaste, envelhecimento, oxidação, incrustações, rachaduras e outros.
OBSOLESCÊNCIA FUNCIONAL - É a perda da utilidade de um bem resultante de fatores tais como a arte de projetar, as
exigências legais ou suprimento de novos produtos, projetos ou concepções que substituam com vantagem.
PATRIMÔNIO FÍSICO - Parte de um bem que tem existência física, que pode ser observada pelos sentidos. (Ex. terras,
edificações, máquinas, estradas, culturas, etc.)
PATRIMÔNIO INTANGÍVEL - Parte de um bem que não tem existência física. (Ex. organização, financiamento, fundos de
aplicação, patentes, marcas, contratos, concessões, etc.)
VALOR ECONÔMICO DA PLANTAÇÃO – É o valor que se equipara ao Valor Presente dos Rendimentos Líquidos das
safras correspondentes ao número de anos menos um, necessários para que a plantação atinja a época de produção da
espécie, multiplicado por um coeficiente de risco, adicionando-se, quando for o caso, o rendimento líquido da safra
pendente de fato, na ocasião da avaliação, deduzidos os custos vincendos da mesma.
LEGISLAÇÃO PERTINENTE
Dispõe quanto ao exercício por profissionais de Nível Superior das atividades de Engenharia de Avaliações e Perícias
de Engenharia.
LEI Nº 8078/90
Acresce e altera dispositivos do Decreto-Lei nº 3.365/1941, da Lei nº4.504/1964(Estatuto da Terra), da Lei nº 8.629/1993
As normas transcritas e/ou comentadas a seguir foram elaboradas e aprovadas pela ABNT - Associação Brasileira de
Normas Técnicas.
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
NB-140 - Avaliação de custos unitários e preparo de orçamento de construção para edifício em condomínio.
NB-144 - Discriminação de serviços técnicos para construção de edifícios.
NB-502 - Avaliação de Imóveis Urbanos
Código Civil - Lei nº 3.071, de 1/1/1916 entre outras e legislação posterior.
Código de Processo Civil - Lei nº 5.869, de 11/1/73 entre outras e legislação posterior.
Código Comercial - Lei nº 556, de 25/6/1850 entre outras e legislação posterior.
Código de Águas
Código de Mineração
Código Florestal
Lei Federal nº 4.504, de 30/11/64 (Estatuto da Terra)
Decreto Federal nº 81.621, de 3/5/78 (Unidades de Medidas)
Leis de Parcelamento da Terra
Manual Brasileiro para Levantamento da Capacidade de Uso da Terra (IBGE).
O AVALIADOR
Habilitação profissional
Qualidades de um avaliador
• Conhecimento técnico
• Dignidade e probidade profissional
• Autoridade
• Saúde física
O trabalho em equipe
FINALIDADES DA AVALIAÇÃO
Financiamentos e hipotecas
Organização de empresas
Seguros
Perícia judicial
Taxação
Tarifas
Administração
Idade
Vida útil
Vida remanescente
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
Ver Norma Brasileira de Avaliação – NBR 14653-1 e NBR 14653-3.
HOMOGENEIZAÇÃO DE VALORES
Em todos os processos avaliatórios, iremos deparar com a análise comparativa de objetos com características
diversas. Quando se trata de um imóvel rural, sua natureza única, somente irá permitir comparar um ou mais deles através
de suas capacidades de gerar bens ou serviços ao proprietário.
MOREIRA citado por HIROI & NEVES (1995), referindo-se a propriedades rurais, informa que a homogeneização
de dados amostrais pode ser obtida através de coeficientes “corretivos” para determinadas características (ou atributos) dos
imóveis rurais. Estes coeficientes, cuja determinação ou escolha advém da prática do avaliador, é a base de toda boa
avaliação.
A verdade é que embora muitos deles possuam natureza eminentemente subjetiva, muitos, hoje, são encontrados
de forma tabelada, sendo amplamente utilizados, sem muita contestação, por todos os avaliadores, principalmente aqueles
de renomada competência.
Quando tratamos dos valores levantados, referente a cada tipo de bem avaliando, necessário se faz que esses
sejam homogeneizados. A esta chamamos de Saneamento de Dados Amostrais, que nada mais é que a eliminação de
valores extremos não representativos da população. Assim, através do saneamento tornamos os dados coletados mais
homogêneos.
O Saneamento do Dados Amostrais poderá ser feito por qualquer método matemático qualitativo e quantitativo,
devidamente explicado e comprovado. Aqui nesse trabalho, principalmente pelo seu uso técnico e didático, essa
homogeneização será feita através de três métodos:
É feito ao se definir limites (inferior e superior) para a variação dos dados amostrais, a partir do que se exclui
valores que não atinjam ou excedam estes limites. Esses valores são determinados de forma aleatória, pelo avaliador,
estando, normalmente, situados entre 15% e 30%. Essa forma é representada nas expressões a seguir:
Mi = X – 30% . X = 0,70 . X
Ms = X + 30% . X = 1,30 . X
Onde:
Procedimento:
Após encontrar os limites superior e inferior e eliminar os dados com valores abaixo e além desses limites, calcula-
se a nova média aritmética, agora saneada.
Semelhante ao método anterior sendo que os limites inferior e superior, são obtidos subtraindo-se e somando-se o
desvio padrão à média aritmética dos dados brutos obtidos.
∑ xi
i =1
n =
n
b. Variância
2
∑ (xi − x )
i =1
2
s =
x
n −1
c. Desvio Padrão
2
∑ (xi − x )
i =1
2
s = s =
x x
n −1
Assim teremos:
Mi = x - sx
Ms = x + sx
Procedimento:
Procede-se o cálculo da média aritmética simples, a variância e o desvio padrão. A partir desses valores
determinam-se os limites inferiores e superiores para que sejam expurgados os dados que fiquem acima ou abaixo dos
limites estabelecidos com o uso do desvio padrão. Com os dados remanescentes, procede-se o cálculo da nova média
aritmética, agora saneada.
3. Critério de Chauvenet
Deste Universo Amostral, testaremos qual ou quais amostras são impertinentes, através do Critério de Exclusão de
Chauvenet, cuja tabela de valores críticos a seguir:
Procuraremos sanear o rol pela eliminação dos elementos suspeitos. Para tanto, tomemos inicialmente os elementos
extremos do rol (menor e maior valores). Se estes elementos atenderem aos valores críticos, obviamente os demais
também atenderão.
Caso um ou ambos os elementos testados não atenderem e forem excluídos, formaremos um novo rol, sem o (s) elemento
(s) excluído (s), calcularemos nova média, novo desvio padrão, novos limites de confiança, e assim sucessivamente até
todos os elementos atenderem aos valores críticos.
Com essa metodologia, o campo de decisão do avaliador irá se reduzir e, conseqüentemente, maior será a precisão na
escolha final.
A tabela de valores críticos de Chauvenet para 10 elementos mostra que a razão entre o desvio da amostra (diferença em
valor absoluto entre esta e a média) e o desvio padrão s deve ser menor ou no máximo igual a 1,96. (Vide Tabela VII)
Como o valor para 11 elementos não é dado na tabela, dever-se-á interpolar os valores para 10 e 12 elementos, restando
para 11 elementos que a razão deve ser menor ou igual a 1,99.
DEPRECIAÇÃO
CONCEITO
É o termo geral e amplo que abarca todas as influências que atacam os bens materiais ao longo do tempo,
ocasionando perda e valor ou diminuição de preço.
CAUSAS
A depreciação é devido à idade, ao desgaste físico dos materiais, à obsolescência funcional e à obsolescência
econômica.
Causas Físicas:
Acidentes diversos
Sinistros
Deterioração
Desgaste
Causas Funcionais:
Inadequabilidade (falta de capacidade para servir)
Obsolescência (novos dispositivos que servem melhor)
Superação (outro equipamento mais eficaz)
Desuso (falta de uso ou aplicação)
Considera a depreciação como função linear da idade do bem, variando uniformemente ao longo da vida útil. Esse
método divide o valor depreciável de um bem uniformemente durante sua vida útil, exceto quando esta é prolongada.
Distribuição linear está relacionado com a perda do valor regular de cada ano.
Fórmula geral:
Exemplo:
Vaqu = R$20.000,00 Depreciação anual = 20.000,00 – 8.200,00
4
Vrest = R$8.200,00 Depreciação anual = R$2.450,00
duração de uso = 4 anos
Distribuição regressiva é quando a depreciação diminui muito no inicio do período depois estagna. ex. computador,
maquina de qualidade ruim . Porque o valor da perda no inicio é maior do que no resto do período a depreciação regressiva
é usada para equilibrar outros custos relacionados com um bem.
Distribuição Progressiva perda do valor no final do período de uso é maior do que no inicio.
Exemplo: cavalo jovem
MÉTODO DE ROSS-HEIDECKE
a) Novo 0,00
b) Entre novo e regular 0,32
c) Regular 2,52
d) Entre regular e reparos simples 8,09
e) Reparos simples 18,10
f) Entre reparos simples e importantes 33,20
g) Reparos importantes 52,60
h) Entre reparos importantes e sem valor 75,20
i) Sem valor 100,00
FATORES A CONSIDERAR
Utilidade
Raridade
Localização
Características regionais
LEVANTAMENTO DA PROPRIEDADE
ECOSSISTEMA
Clima
Temperaturas
Umidade
Pluviosidade
Balanço hídrico
Solos
Vegetação
Hidrografia
Mão-de-obra
Mercado
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO DE TERRAS
As terras de uma propriedade são avaliadas pelo Método direto Comparativo, sendo levantados “in loco” os
valores de propriedades semelhantes. Deve-se, entretanto, levar em consideração que o valor da terra estará diretamente
vinculado às classes de solos, sua capacidade de uso, seu potencial de fertilidade e de produção, além de sua situação
geográfica e socioeconômica.
Levantamento de preços
Cartórios de registro de títulos
Agentes Financeiros
Órgãos de desenvolvimento existentes na região
Profissionais de Avaliação Rural
Corretores de Imóveis Rurais
Homogeneização de preços
Depreciação em função das características de solo e localização
É possível organizar-se tabelas para construção de quadro de avaliação de terras nuas, utilizados com freqüência
por avaliadores na América Latina, que explicamos a seguir:
Primeiramente, sugere-se destacar os pontos a serem considerados pelo avaliador, que seriam:
AVALIAÇÃO DAS TERRAS NUAS
Variáveis que influenciam a qualidade das terras:
a) Topografia
Especificação Escala de valor
Plana 1,00
Suave Ondulada 0,90
Ondulada 0,80
Forte Ondulada 0,60
c) Grau de Mecanização
Especificação Escala de valor
Atividade Mecanizada à tração motorizada 1,00
Atividade Mecanizada à tração animal 0,90
Atividade não Mecanizada 0,80
h) Hidrografia do Imóvel
Especificação Escala de valor
Rede hídrica de grande porte – permanente 1,00
Rede hídrica de pequeno porte – permanente 0,95
Rede hídrica de pequeno porte – temporária 0,85
Limitações hídricas 0,60
j) Reserva Legal
Especificação Escala de valor
RL = 80% 1,00
RL entre 50% e 80% 0,85
RL menor que 50% 0,70
Sem RL 0,50
k) Dimensão da área
Especificação Escala de valor
Até 500 ha 1,00
De 500 ha a 2 000 ha 0,95
De 2 000 ha a 5 000 ha 0,90
Mais de 5 000 ha 0,85
disponibilidade de água
características físicas do solo
características químicas do solo
risco de inundações
presença de ventos
presença de períodos secos prolongados (balanço hídrico)
C . Qualidades fundamentais da terra relacionadas com práticas de produção de plantas, animais ou extrações:
possibilidade de mecanização
resistência à erosão
liberdade para planejamento físico
trafegabilidade interna
cobertura florestal favorável à exploração
A esta lista poder-se-á acrescentar outras qualidades bem como suprimir algumas, de acordo com a finalidade da
avaliação.
A partir de então, o avaliador construirá um quadro dimensionando as diversas áreas da propriedade com sua
respectiva relação aos itens de qualidade.
O preenchimento do quadro se faz de acordo com a disponibilidade de cada qualidade, por cada item, obtendo-se
ao fim a média de cada item (A, B ou C), preenchidos porcentualmente. Ao final obtém-se a média que funcionará como
fator de valorização ou depreciação das terras da propriedade.
Fórmula:
VTN = S x Pm x ut x ct onde:
Condicionantes Fator
Ótima Imóvel com face para rodovia asfaltada; importância limitada das
distâncias. 100
Muito Boa Imóvel servido por rodovia de primeira classe, não pavimentada;
importância relativa das distâncias. 95
Boa Imóvel servido por rodovia não pavimentada mas que ofereça
seguras condições de praticabilidade, durante o ano todo; 90
importância significativa das distâncias.
MENDES SOBRINHO, O.T. Avaliação dos Prédios Rústicos para Desapropriação por utilidade Pública – CESP – 1973.
MANUAL BRASILEIRO PARA LEVANTAMENTO DA
CAPACIDADE DE USO DA TERRA.
(Classes)
GRUPO A: Terras passíveis de serem utilizadas com culturas anuais, perenes, pastagens e/ou reflorestamento a vida
silvestre (comporta as classes I, II, III a IV).
Classe I: Terras cultiváveis, aparentemente sem problemas especiais de conservação, com nenhuma ou pequenas
limitações permanentes ou riscos de depauperamento, próprias para culturas anuais climaticamente
adaptadas, com produção de colheitas entre médias a elevadas sem práticas ou medidas especiais de
conservação do solo. Normalmente, são solos profundos, de fácil mecanização, com boa retenção de
umidade no perfil a fertilidade de média a alta. São áreas planas ou com declividades muito suaves, sem
riscos de inundação a sem grandes restrições climáticas. Não há afloramentos de rocha, nem o lençol de
água é permanentemente elevado ou qualquer outra condição que possa prejudicar o use de máquinas
agrícolas. Dependendo de bons sistemas de manejo, podem mesmo ser cultivadas com plantas que facilitem
a Erosão, como o algodão, milho ou mandioca, plantadas em linhas retas, sem perigo apreciável de erosão
acelerada. As práticas comuns de melhoria a manutenção da fertilidade do solo, inclusive a rotação de
culturas a aplicação de corretivos a fertilizantes, devem ser usadas nas terras da classe I. Esta classe não
admite subclasses.
Classe II: Terras cultiváveis com problemas simples de conservação. Consiste em terras com limitações moderadas
quanto ao uso. Estão sujeitas a riscos moderados de depauperamento, mas são terras boas, que podem ser
cultivadas desde que lhes sejam aplicadas práticas especiais de conservação do solo, de fácil execução, para
produção segura a permanente de colheitas entre médias a elevadas, de culturas anuais adaptadas à região.
A declividade é suficiente para provocar enxurradas a erosão. Em terras planas, podem requerer drenagem,
porém sem necessidade de práticas complexas de manutenção dos drenos. Podem enquadrar-se nessa
classe terras que não tenham excelente capacidade de retenção de água. Cada uma dessas limitações requer
cuidados especiais, como aração e plantio em contorno, plantas de cobertura, cultura em faixas, controle de
água, proteção contra enxurradas advindas de glebas vizinhas, além das práticas comuns referidas para a
Classe I, como rotações de cultura a aplicações de corretivos a fertilizantes. A Classe II admite as seguintes
subclasses:
IIe: Terras produtivas, com relevo suavemente ondulado, oferecendo ligeiro a moderado risco de erosão (classe
de declive entre 2 e 5%);
IIs: Terras produtivas, planas ou suavemente onduladas, com ligeira limitação pela capacidade de retenção de
água, ou baixa saturação de bases (caráter distrófico), ou pouca capacidade de retenção de adubos (baixa
capacidade de troca);
IIa: Terras produtivas, praticamente planas, com ligeiras restrições de drenagem ou excesso de água, sem riscos
de inundação, mas, uma vez instalado o sistema de drenos, é de fácil manutenção e, a probabilidade da
salinização, pequena;
IIc: Terras produtivas, praticamente planas ou suavemente onduladas, com ligeiras limitações climáticas (seca
prolongada até três meses).
Classe III: Terras cultiváveis com problemas complexos de conservação. Quando cultivadas sem cuidados especiais,
sujeitam-se a severos riscos de depauperamento, principalmente no caso de culturas anuais, requerendo
medidas intensas e complexas de conservação do solo, a fim de poderem ser cultivadas segura a
permanentemente, com produção média a elevada, de culturas anuais adaptadas. Esta classe pode
apresentar variações (subclasses), de acordo com a natureza do fator restritivo de uso. Os principais fatores
limitantes são: a declividade (moderado), drenagem deficiente, escassez de água no solo (regiões semi-áridas
não irrigadas) a pedregosidade. Freqüentemente, essas limitações restringem muito a escolha das espécies a
serem cultivadas, ou a época do plantio ou operações de preparo e cultivo do solo. A classe III admite as
seguintes subclasses:
IIIe: Terras com declividades moderadas (classe de declive entre 5 e 10%), relevo suavemente ondulado a
ondulado, com deflúvio rápido, com riscos severos à erosão sob cultivos intensivos, podendo apresentar
erosão laminar moderada a/ou sulcos superficiais a rasos freqüentes, também em terrenos com declives da
classe entre 2 e 5% e solos muito erodíveis, como aqueles com mudança textural abrupta;
IIIs: Terras praticamente planas ou suavemente onduladas com fertilidade muito baixa (caráter álico) ou limitadas
ainda por: profundidade efetiva média, ou drenagem interna moderada a pobre; ou risco acentuado de
salinização, ou dificuldades de preparo do solo devido à presença de pedras ou argilas expansivas (caráter
vértico);
IIIa: Terras praticamente planas com limitações moderadas por excesso de água, mas sem riscos freqüentes de
inundações: a drenagem é possível, mas, sua manutenção complexa;
IIIc: Terras praticamente planas a suavemente onduladas, com moderadas limitações climáticas, como a escassez
de água em regiões semi-áridas.
Classe IV: Terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios problemas de conservação
apresentando riscos ou limitações permanentes se utilizadas com culturas anuais. Os solos podem ter
fertilidade natural boa ou razoável, mas não são adequados, para cultivos intensivos a contínuos. Usualmente,
devem ser mantidas com pastagens, podendo serem suficientemente boas para certos cultivos ocasionais (na
proporção de um ano de cultivo para cada quatro a seis de pastagem) ou para algumas culturas anuais,
porém com cuidados especiais. Tais terras podem ser caracterizadas pelos seguintes aspectos: declive
íngreme, erosão severa, obstáculos físicos, como pedregosidade ou drenagem muito deficiente, baixa
produtividade, ou outras condições que as tornem impróprias para o cultivo motomecanizado regular. Em
algumas regiões, onde a escassez de chuvas seja muito sentida, de tal maneira a não serem seguras as
culturas sem irrigação, as terras nesta Classe deverá prever as seguintes subclasses:
IVe: Terras limitadas por risco de Erosão para cultivos intensivos, geralmente com declividades acentuadas (classe
de declive entre 10 e 15%), com deflúvio rápido, freqüentemente apresenta erosão em sulcos superficiais e
rasos ou em sulcos profundos ocasionais. Também é o caso de terrenos com declives entre 5 e 10%, com
solos susceptíveis à erosão, tais como os Podzólicos com mudança textural abrupta;
IVs: Solos com profundidade efetiva rasa, ou apresentando pedregosidade (10-30%), com problemas de
motomecanização, ou ainda com pequena capacidade de retenção de água aliada a problemas de fertilidade
(como no caso das Areias Quartzosas);
Na: Solos úmidos, de difícil drenagem, dificultando trabalhos de motomecanização e ainda com outra limitação
adicional, tal como risco de inundação ocasional, que impede cultivo contínuo;
IVc: Terras com limitações climáticas moderadas a severas, ocasionando períodos prolongados de seca, não
senão possíveis colheitas em anos muito secos, ou então com risco ocasional de geada.
GRUPO B: Terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagens e/ou reflorestamento e/ou
vida silvestre, porém cultiváveis em casos de algumas culturas especiais protetoras do solo (comporta as
classes V, VI e VII).
Classe V: Terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento, sem necessidade de práticas especiais de
conservação, cultiváveis apenas em casos muito especiais. São terras planas, ou com declives muito suaves,
praticamente livres de erosão, mas impróprias para explorações de culturas anuais, podendo serem
apropriadas para pastagens, florestas ou mesmo para algumas culturas permanentes, sem a aplicação de
técnicas especiais. Embora planas e não sujeitas à erosão, não são adaptadas para exploração com culturas
anuais comuns, em razão de impedimentos permanentes, tais como baixa capacidade de armazenamento de
água, encharcamento (sem possibilidade de ser corrigido), adversidade climática, freqüente risco de
inundação, pedregosidade ou afloramento de rochas. Em alguns casos, é possível o cultivo exclusivo de
arroz; mesmo assim, risco de insucesso pelas limitações advindas principalmente do risco de inundação. O
solo, entretanto, possui poucas limitações de qualquer espécie, para uso em pastagens ou silvicultura. Podem
necessitar de alguns tratos para produções satisfatórias tanto de forragens como de arbustos e árvores.
Entretanto, se tais tratos forem dispensados, não serão sujeitas à Erosão acelerada. Por isso, podem ser
usadas permanentemente sem práticas especiais de controle de Erosão ou de Proteção do solo. Quanto às
limitações de uso são previstas as seguintes subclasses:
Vs: Terras planas não sujeitas à erosão, com deflúvio praticamente nulo, podendo apresentar como limitações os
seguintes fatores: muito baixa capacidade de armazenamento de água, drenagem interna muito rápida ou
muito lenta, pedregosidade ou rochosidade intensa e problemas advindos de pequena profundidade efetiva;
Va: Terras planas não sujeitas à erosão, com deflúvio praticamente nulo, severamente limitadas por excesso de
água, sem possibilidade de drenagem artificial e/ou risco de inundação freqüente, mas que podem ser usadas
para pastoreio, pelo menos em algumas épocas do ano;
Vc: Terras planas com limitações climáticas severas, com longos períodos de seca e/ou risco freqüente de geada,
neve ou ventos frios.
Classe VI: Terras adaptadas em geral para pastagens e/ou reflorestamento, com problemas simples de conservação,
cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas permanentes protetoras do solo. São impróprias
para culturas anuais, podendo ser usadas para produção de certos cultivos permanentes úteis, como
pastagens, florestas e algumas permanentes protetoras do solo, como seringueira e cacau, desde que
adequadamente manejadas. O uso com pastagens ou culturas permanentes protetoras deve ser feito com
restrições moderadas e com práticas especiais de conservação do solo, uma vez que mesmo sob esse tipo de
vegetação, são medianamente suscetíveis de danificação pelos fatores de depauperamento do solo.
Normalmente as limitações que apresentam, são em razão da declividade excessiva, pequena profundidade
do solo, ou presença de pedras impedindo emprego de máquinas agrícolas. Quando a pluviosidade da região
é adequada para culturas, as limitações são atribuídas à declividade excessiva, pequena profundidade do solo
ou a pedregosidade. Nas regiões semi-áridas, a escassez de umidade, muitas vezes, é a principal razão para
o enquadramento da terra nesta Classe, apresentando as seguintes subclasses:
VIe: Terras que, sob pastagem (ou, eventualmente, com culturas permanentes protetoras do solo, como por
exemplo: seringueira, cacau ou banana), são medianamente suscetíveis à erosão, com relevo ondulado e
declividades. acentuadas (entre 10 e 15%, ou entre 5 e 10% para solos muito erodíveis), propiciando deflúvio
moderado a severo; dificuldades severas de motomecanização, pelas condições topográficas, com risco de
erosão podendo chegar a severo; apresentando erosão freqüentemente em sulcos rasos ou profundos;
VIs: Terras constituídas por solos rasos ou, ainda, com pedregosidade (30-50%) e/ou rochas expostas na
superfície. Outra condição que pode caracterizá-las é a pequena produtividade dos solos, como no caso das
Areias Quartzosas em terrenos não planos;
VIa: Solos muito úmidos, com pequenas ou nulas possibilidades de drenagem artificial, acarretando à
motomecanização, agravados por certa suscetibilidade à erosão ou recebimento de depósitos erosivos
oriundos de áreas vizinhas;
VIc: Terras com limitações climáticas muito severas, a ocasionar seca edafológica muito prolongada que impeça o
cultivo mesmo das plantas perenes mais adaptadas.
Classe VII: Terras adaptadas em geral somente para pastagens ou reflorestamento, com problemas complexos de
conservação. Por serem sujeitas a limitações permanentes, além de serem impróprias para culturas anuais,
apresentam severas limitações, mesmo para certas culturas permanentes protetoras do solo, pastagens e
florestas. São altamente susceptíveis de danificação, exigindo severas restrições de uso, com práticas
especiais. Normalmente, são íngremes, erodidas, pedregosas ou com solos muito ra sos, ou ainda com
deficiência de água. Os cuidados necessários são semelhantes aos aplicáveis à Classe VI, necessitando
maior número de práticas conservacionistas, ou que estas sejam mais intensivas a fim de prevenir ou diminuir
os danos pró erosão. Requerem, ainda, cuidados extremos para controle da erosão. Seu uso, tanto para
pastoreio como para produção de madeira, requer sempre cuidados especiais. Suas subclasses são as
seguintes:
VIIe: Terras com limitações severas para atividades não florestas, com risco de erosão severo, apresentando
declividades acentuadas (mais de 40% de declividade) propiciando deflúvios rápidos ou impedimento a
motomecanização; apresentando, freqüentemente, erosão em sulcos profundos;
VIIs: Terras pedregosas (mais de 50% de pedregosidade), com associações rochosas, solos rasos a muito rasos
ou, ainda, com agravante de serem constituídas por solos de baixa capacidade de retenção de água;
VIII: Terras com limitações climáticas severas, a exemplo das terras situadas em regiões semi-áridas ou em locais
onde a irrigação seria imprescindível, mas impraticável.
GRUPO C: Terras não adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou reflorestamento, porém apropriadas para
proteção da flora e fauna silvestre, recreação ou armazenamento de água (comporta a classe VIII).
Classe VIII: Terras impróprias para cultura, pastagem ou reflorestamento, podendo servir apenas como abrigo e proteção
de fauna e flora silvestre, como ambiente para recreação, ou para fins de armazenamento de água. São
impróprias para o uso com qualquer tipo de cultivo, inclusive o de florestas comerciais ou para produção de
qualquer outra forma de vegetação permanente de valor econômico. Prestam-se apenas para proteção e
abrigo da fauna e flora silvestre, para fins de recreação e turismo ou armazenamento de água em açudes.
Consistem, em geral, em áreas extremamente áridas, acidentadas, pedregosas, encharcadas (sem
possibilidade de pastoreio ou drenagem artificial), severamente erodidas ou encostas rochosas, ou, ainda,
dunas arenosas. Inclui-se aí a maior parte dos terrenos de mangues e de pântanos e terras muito áridas, que
não se prestam para pastoreio. São possíveis as seguintes subclasses:
VIIIe: Terras de relevo excessivo, com declives extremamente acentuados e deflúvios muito rápidos, a expor os
solos a alto risco de erosão inclusive a eólica, como é o caso das dunas costeiras; presença de processos
erosivos muito severos, inclusive voçorocas;
VIIIs: Terras constituídas por solos muito rasos e/ou com tantas pedras a afloramentos de rocha, que impossibilitem
plantio e colheita de essências florestais;
VIIIa: Áreas planas permanentemente encharcadas, como banhados ou pântanos, sem possibilidade de drenagem
ou apresentando problemas sérios de fertilidade, se drenados, como no caso dos solos tiomórficos;
VIIIc: Terras com limitações climáticas muito severas, como as das áreas áridas, que não se prestam mesmo ao
pastoreio ocasional.
Além das oito classes de capacidade de uso, existem as terras que não possibilitam o desenvolvimento de
vegetação: são áreas denominadas tipos de terreno. Entre elas, enquadram-se os afloramentos contínuos de rochas, areias
de praias, áreas escavadas pelo homem etc.
AVALIAÇÃO DE CULTURAS
De acordo com a norma legal, a avaliação de culturas deve ser feita da seguinte maneira:
... Na avaliação das culturas perenes domésticas deve ser empregado o método de custo de reposição (de formação),
computando-se o custo da muda e as despesas relativas ao plantio e à manutenção, até a época em que se deveria iniciar a produção,
acrescido do valor líquido das safras perdidas nesse período, sempre que houver valor econômico significativo na região.
Na avaliação de culturas perenes e temporárias comerciais, em produção deve ser empregado o método de custo de
reposição acrescido do valor econômico da plantação. Este deverá ser equiparado ao valor presente dos rendimentos líquidos das safras
correspondentes ao número de anos menos um, necessários para que a plantação atinja a época de produção da espécie, multiplicado
por um coeficiente de risco, adicionando-se, quando for o caso, o rendimento líquido da safra pendente de fato, na ocasião da avaliação,
deduzidos os custos vincendos da mesma...
espécie botânica
área de plantio
estágio de desenvolvimento vegetativo
estado fitossanitário
práticas agrícolas utilizadas
possibilidade de mecanização da área
espaçamento utilizado
culturas intercaladas
técnica de plantio
infra-estrutura de produção
VA = CF + VE
Onde:
n
CF = CIt . (1 + i)n-t + ∑ CM
t =0
t . (1 + i)
n-t
⎡ (1 + i ) n − 1⎤
VE = (1 – r) . RL . ⎢ n ⎥
⎣ i.(1 + i ) ⎦
Onde:
RL = Fluxo de Receitas Líquidas Futuras, RL = RL1 = RL2 = ... = RLn com t = 0, 1, 2, ..., n, períodos.
r = Coeficiente de risco associado à queda no Fluxo de Receitas Líquidas decorrentes de queda de produção e/ou redução no
preço do produto no mercado. Normalmente atribui-se uma taxa de 10% à variável risco.
Para as culturas que se encontram em produção, devemos obter o montante destas safras (devidamente
capitalizadas) e descontá-las do Custo de Formação do Pimental. Este montante é dado pela equação:
⎡ (1 + i ) t − 1⎤
MRL = RL . ⎢ ⎥
⎣ i ⎦
Onde:
t = Número de Rendas (ou períodos) obtidas desde o início da produção até a data da avaliação.
Teremos então:
n
⎡ (1 + i ) t − 1⎤
n-t
CF = CIt . (1 + i) + ∑ CM t . (1 + i)
n-t
- RL . ⎢ ⎥
t =0 ⎣ i ⎦
Culturas Anuais
De acordo com a NBR 8799/1985, na avaliação de culturas perenes e temporárias comerciais, em produção, deve ser empregado
o método do custo de reposição, acrescido do valor econômico da plantação. Este deverá ser equiparado ao valor presente dos rendimentos
líquidos das safras correspondentes ao número de anos menos um, necessários para que a plantação atinja a época de produção da espécie,
multiplicado por um coeficiente de risco, adicionando-se, quando for o caso, o rendimento líquido da safra pendente de fato, na ocasião da
avaliação, deduzidos os custos vincendos da mesma.
Tem-se, portanto, a seguinte expressão, utilizada na obtenção do valor atual da cultura anual:
VA = CF + VE
Onde:
CF = Custo de Formação e/ou reposição da cultura [Custo de Implantação (CI) + Custo de Manutenção (CM) + Custos de Oportunidade dos
Desembolsos Efetuados ou Juros Produzidos (J) à Taxa (i)]. Dado que os desembolsos com a implantação e manutenção, se aplicados
alternativamente no mercado financeiro, produziriam os juros (J), temos então que:
CFcap = CF . (1 + i)n
1
VE = (1 – r) . RLt .
(1 + i ) n −t
Onde:
1
= Fator de valor presente para a receita futura
(1 + i ) n −t
Outra forma de se proceder a avaliação de culturas foi sugerida por VILLELA (1997) que também leva em consideração o Valor
Econômico da Cultura e que é desenvolvido da seguinte forma:
Os tipos de itens básicos
Formulação matemática
Culturas de uma única safra
Convenção:
Por Despesas Vincendas, entende-se aquelas deveriam ter ocorrido entre o momento da interrupção da cultura (ou da avaliação
dessa cultura) e o final do processo produtivo.
Fórmula: VI = RL + DE ou seja, o valor da avaliação, ou da indenização‚ é o resultado da soma do valor da Receita Líquida
provável com o valor das Despesas Efetivamente desembolsadas, como foi demonstrado simplificadamente nos itens anteriores.
Sabe-se, porém que Receita Líquida é a diferença entre Receita Bruta - RB e Despesas Totais - DT.
RL = RB - DT
VI = RB - DT + DE
Sabe-se, também, que Despesas Totais podem ser desmembradas em Despesas Efetivamente desembolsadas e Despesas
Vincendas.
DT = DE + DV
Aplicando, temos:
VI = RB - ( DE + DV ) + DE
VI = RB - DE - DV + DE
VI = RB - DV
Dessa forma, chega-se à conclusão de que o valor da avaliação (ou da indenização de uma cultura vegetal de uma única safra
interrompida antes da colheita) será obtido pela diferença entre o valor da Receita Bruta e o valor das despesas vincendas.
A circunstância de haver mais de uma safra de uma cultura dá ensejo a que a interrupção do processo produtivo ocorra após o
início do período de produção dessa cultura ou que haja uma avaliação da cultura nesse momento e, nesse caso, deve ser levado em
consideração o componente RLR - Receita Líquida Realizada, ou seja, a diferença entre o resultado da venda da produção já obtido e os
dispêndios com o custeio da cultura referentes a essa produção (inclusive uma parcela rateada do custo de implantação dessa cultura).
As despesas efetuadas subdividem-se em despesas já ressarcidas e despesas ainda não ressarcidas: uma avaliação feita após o
início dos trabalhos de uma segunda safra vai considerar as despesas referentes à primeira safra como tendo sido ressarcidas pela receita
oriunda da venda da produção da primeira safra e como ainda não ressarcidas as despesas referentes à segunda safra. Técnicas ou insumos
com efeitos em mais de uma safra têm seu custo onerando o custo das safras afetadas por seus efeitos.
VI = RL - RLR + DENR
Onde:
DE = DENR + DER
Onde:
RL = RB - DT
Onde:
RL - Receita Líquida
RB - Receita Bruta
DT - Despesa Total
RLR = RBR - DE
Onde:
VI = RB - DT - RLR + DENR
VI = RB - DT - ( RBR - DE ) +DENR
VI = RB - DT - RBR + DE + DENR
Sabemos que:
RB = RBR + RBNR
Onde:
RB - Receita Bruta
RBR- Receita Bruta Realizada
RBNR- Receita Bruta Não Realizada
e
DT = DE + DV
Onde:
DT - Despesas Totais
DE - Despesas Efetivamente desembolsadas
DV - Despesas Vincendas
VI = RBNR - DV + DENR
Onde:
Considerando que:
RLNR = RBNR - DV
Onde:
temos:
VI = RLNR + DENR
Importante ressaltar que para se proceder cálculos de equações matemáticas como demonstrado anteriormente, necessário se faz
que haja documentação acerca de valores culturais na propriedade ou na região onde se encontra o imóvel avaliando.
AVALIAÇÃO DE PASTAGENS
As pastagens são consideradas culturas, muitas vezes, perenes e devem ser avaliadas como tal.
Deve-se lembrar que a pastagem não visa produzir um fruto e sim servir de alimento a espécies animais. Para tal, deve ser levado
em consideração os seguintes aspectos:
espécie botânica
área de plantio
estágio de desenvolvimento vegetativo
estado fitossanitário
práticas agrícolas utilizadas
possibilidade de mecanização da área
capacidade de suporte da pastagem
... Na avaliação de essências florestais homogêneas será considerado o valor econômico da plantação, que, no caso, pode ser
equiparado ao valor presente do rendimento líquido dos desbastes periódicos vincendos e do corte final.
Na avaliação de culturas perenes e temporárias comerciais e de essências florestais, pode ser, também, empregado o método
residual, quando for possível obter, na mesma região, dados de mercado comparáveis e confiáveis...
De acordo com MAGOSSI (1991), pelo método do Valor Econômico, a fórmula avaliatória pode ser representada pela seguinte
expressão algébrica:
n
1
VEF = (1 – r) . ∑ RL
t =0
t .
(1 + i ) n −t
Onde:
RLF = p . q
1
= Fator de Valor Presente para as Receitas (diferentes) Líquidas Esperadas
(1 + i ) n −t
r = Coeficiente de Risco de Mercado (queda de preços), admitindo-se 5% a 10%
t = t = 0, 1, 2, ..., n períodos
A cobertura florestal constitui-se um bem e como tal, deve ser avaliado pelo seu valor de mercado. A legislação vigente permite a
exclusão de parte da cobertura florestal da propriedade para implantação de outras atividades produtivas e, portanto, tem valor a ser
estimado. A parte de reserva legal também poderá ser avaliada, caso o proprietário possua projeto aprovado, junto ao IBAMA, de manejo
florestal o que permitirá também estimar-se o valor dessa reserva.
Para cálculo do potencial produtivo poder-se-á utilizar inventário florestal expedito, ou através de bibliografia por ventura
existente da região ou da área em tela.
No caso da existência de espécies extrativas, é obrigação do avaliador estimar esta produção, dando-lhe o valor devido.
O valor de 1 (um) hectare de cobertura vegetal de mata é determinado pela soma da estimativa do quantitativo de m3 das essências
comerciais existentes multiplicado pelo seu valor unitário, menos o custo de extração. Em muitos casos pode-se considerar o valor da “árvore
em pé” , que é a forma comum de comercialização em algumas regiões.
Existem casos em que se encontram, em forma extrativa, algumas espécies que são conhecidas não por sua produção volumétrica
e sim por sua produção extrativa. Exemplos são as castanheiras, o cacau e a seringueira nativos, entre outros.
Nesse caso, essa produção que chamaremos de Agroflorestal, poderá ser calculada pela seguinte fórmula:
Melhoramentos permanentes que se incorporam ao solo, cuja remoção implica destruição, alteração, fratura ou dano,
compreendendo edificações, vedos, terreiros, instalações para abastecimento de água, de energia elétrica, de irrigação e outros que, por sua
natureza e função, e por se acharem aderidas ao chão, não são negociáveis e nem rentáveis separadamente das terras.
A avaliação de construções especializadas ou não, são realizadas pelo método do custo de reposição, não esquecendo-se a devida
depreciação em função dos diversos fatores já citados anteriormente.
A avaliação de construções especializadas ou não, são realizadas pelo método do custo de reposição, não esquecendo-se a devida
depreciação em função dos diversos fatores já citados anteriormente.
A avaliação de construções especializadas ou não, são realizadas pelo método do custo de reposição, não esquecendo-se a devida
depreciação em função dos diversos fatores já citados anteriormente.
Para essas avaliações considera-se o valor do m2 de área construída que será calculado em função do custo de reposição do
material de construção, na região onde se situa o imóvel, mais o custo da mão-de-obra.
V = Valor da construção
Vm = Valor do m2 de área construída
S = Área construída
a = coeficiente de depreciação
t = idade da construção
No caso de utilização de depreciação pelo Método de Ross-Heidecke, substitui-se a expressão “(1 - a.t)” pelo fator “d”, usando o
índice “k” ficando a fórmula:
V = Vm x S x d
100 - k
d = -------------
100
Vd = Vn x d onde:
d = Depreciação
k = Fator de Ross-Heidecke
Vd = Valor do bem com depreciação
Vn = Valor do bem novo.
AVALIAÇÃO DE SEMOVENTES
A avaliação de rebanhos é uma atividade complexa, que exige profissional competente e habilitado para tal.
Existem duas maneiras básicas de se avaliar um rebanho: por individualidade de sexo e idade ou pela correspondência em
Unidade Animal de Gado Maior - UAGM, uma correlação zootécnica entre o sexo e a idade de cada animal e o padrão bovino adulto - 1,00.
POR INDIVIDUALIDADE
Estima-se o peso de cada uma das categorias do rebanho, estima-se as respectivas vidas úteis, os seus diferentes valores residuais
e, a partir daí, calcula-se o preço médio de mercado que será multiplicado pelo número de cabeças respectivo de cada uma das categorias.
Esta é uma figura zootécnica que correlaciona a idade e o sexo de cada individualidade animal ao padrão - 1,00. Nestas
circunstâncias o trabalho do avaliador consiste no levantamento das diversas discriminações presentes no rebanho, que serão convertidas em
uma única categoria. Obtida assim a totalidade de peso do rebanho, simplesmente se multiplica pelo valor do peso vivo de carne da espécie.
Especificação %
Para determinar o valor de uma máquina, equipamento ou implemento no estado em que se encontra é utilizado o método direto
comparativo ou método de custos, com obrigatória utilização de depreciação por seus múltiplos métodos.
Pode ser obtido também pelo seu valor depreciado e, para tanto, necessário se faz conhecer:
FONTES DE INFORMAÇÃO
Preferencialmente, todas as informações para composição de preços e valores devem ser levantadas na região onde está situada a
propriedade rural, na sede do município, e, eventualmente, pode-se obter dados na capital do Estado ou outras cidades próximas. Estes
valores serão obtidos em diversos lugares tais como:
• Cartórios
• Lojas de produtos agrícolas
• Agentes financeiros locais
• Entidades de classe
• Instituições públicas e privadas
• Escritórios agrários
• Produtores rurais, etc.
PERÍCIAS RURAIS
O PERITO
Habilitação profissional
Direitos
escusar-se do cargo por motivo legal, força maior, ético, interesse, etc.
Pedir prorrogação do prazo por motivo justificado
Recorrer a fontes de informações diversas
Indenização de despesas para a realização da perícia
Honorários
Deveres
Aceitar o encargo
Servir
Respeitar os prazos
Lealdade, sinceridade, diligência, cuidado, escrúpulo, honestidade
O assistente técnico
TIPOS DE PERÍCAS
Arbitramento
Avaliação
Exame
Vistoria
valor do imóvel
causas de um sinistro
estado de um bem
PROCEDIMENTO PERICIAL
Inicial da perícia
Contratação dos serviços
Pedido de honorários
Levantamento de informações
Perícia “in loco”
Elaboração de relatório
LAUDOS
TIPOS DE LAUDOS
Judiciais
Extrajudiciais ou particulares
Descrição detalhada
Descrição concisa
Sintético (formulário)
Pressupostos
Interessado
Objetivo do trabalho
Individualização do objeto
Informações complementares
Vistoria
• Caracterização da região
• Caracterização do imóvel
Metodologia
Pesquisa de valores
Determinação do valor final
Conclusões
Anexos
Respostas a quesitos
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Qualidades do laudo
• clareza
• concisão
• precisão
• originalidade
• harmonia
Correção ortográfica
Uso correto de expressões de tratamento
Uso correto do Sistema Internacional de Unidades
EXPRESSÕES DE TRATAMENTO
Dom ou Dona D.
Senhor Sr.
Senhora Sra.
Digníssimo D.D. ou DD. Ou Digmo
Meritíssimo MM. Ou Mmo
Reverendíssimo Revmo
Vossa Reverência V.Reva
Sua Eminência S.E.
Vossa Majestade V.M.
Vossa Alteza V.A.
Vossa Senhoria V.Sa
⇒ Diretores
⇒ Presidentes
⇒ Vice-presidentes de empresas e/ou órgãos públicos
CÁLCULO DE HONORÁRIOS
O cálculo dos honorários profissionais deve, preferencialmente, ser obtido através de uma formas designadas pelo IAPEP,
AEAPA ou IBAPE, que são instituições oficiais, reconhecidas publicamente, e que darão consistência legal ao pedido profissional de
honorários.
O parcelamento dos honorários profissionais de avaliações e perícias rurais pode ser amplamente negociado entre o profissional e
o cliente.
Normalmente, esse tipo de serviço é cobrado em duas parcelas. Uma inicial por ocasião da contratação dos serviços e uma final na
entrega do relatório ou laudo.
Em outros casos, como em financiamentos agrícolas, a avaliação pode ser paga através de crédito direto em conta do profissional.
Finalmente, por ser um contrato de prestação de serviços, as partes negociarão todas as fases, incluindo-se aí os honorários
profissionais.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
CABALLER, Vicente. Valoration agraria: teoria y practica. 3ª ed. Madrid: MP, 1993, 380p.
CHEDE, Gil José. Avaliação de Máquinas e Equipamentos. In: Curso de Avaliações de Bens.
X COBREAP – Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias. Porto
Alegre: IBAPE, 1999. 69p.
CONDURÚ NETO, José Maria Hesketh. Sistema Internacional de Unidades (SI): utilização
em trabalhos técnicos e científicos. Belém: FCAP. Serviço de Documentação e
Informação, 1999. 24p.
CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA
(CONFEA). Leis - Decretos e Resoluções. 3ª ed. Brasília, 1987.
DAUDT, Carlos Dário Lopes. Avaliação de imóveis rurais - terra nua; ranking de solos.
Caderno Brasileiro de Avaliações e Perícias. São Paulo: ABRAP, v. 4, n. 41, p.127-134,
nov. 1992.
DAUDT, Carlos Dário Lopes. Curso de avaliação e perícia de imóveis rurais. Brasília:
ABEAS, 1995, 84p.
FIKER, José. Avaliação de imóveis: manual de redação de laudos. São Paulo: PINI, 1994,
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MAGOSSI, Adilson José. Avaliação de imóveis rurais. In: Avaliações para Garantias, São
Paulo: PINI, 1983, 216p., p.127-161.
MEDEIROS JUNIOR, Joaquim da Rocha & FIKER, José. A Perícia Judicial – Como redigir
laudos e argumentar dialeticamente. São Paulo: PINI, 1996. 138p.
MELLO, Luiz Fernando de & REIS NETO, João Mendes dos. Habilitação ou Qualificação
para Avaliações e Perícias, Caderno Brasileiro de Avaliações e Perícias, São Paulo:
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MENDONÇA, Marcelo Corrêa. Engenharia Legal: Teoria e Prática Profissional. São Paulo:
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MENDONÇA, M.C.; SOLLERO FILHO, M.; CURI, E.; AGUIAR, J.B.; QUEIROGA, H.S.;
MAIA, E.A.; AQUINO, R. de; RESENDE, O. de; CANÇADO, J.M. de M. Fundamentos
de Avaliações Patrimoniais e Perícias de Engenharia – Curso básico do IMAPE. São
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MOREIRA FILHO, Ibá Ilha. Laudo Pericial de uma área de terras de 4.500 hectares - 1ª
Parte. Caderno Brasileiro de Avaliações e Perícias, São Paulo: ABRAP, v. 4, N. 47,
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MOREIRA FILHO, Ibá Ilha. Laudo Pericial de uma área de terras de 4.500 hectares - 2ª
Parte. Caderno Brasileiro de Avaliações e Perícias, São Paulo: ABRAP, v. 4, n. 48,
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RIBEIRO, José Ronan Simões. Perito judicial - uma honrosa função. Caderno Brasileiro de
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ROCHA, Vera Maria da Silva, COSTA, Rita de Cássia da, CARVALHO, Raimundo Antônio
de, CARVALHO, Ana Paula Ferreira de, ARAÚJO, Alexandre Gonçalves de. Avaliação
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Subsidiar Ações de Reforma Agrária, Caderno Brasileiro de Avaliações e Perícias, São
Paulo: IBAPE, ano IX, n. 103, p.215-222., jan. 1998.
SILVA, João Alberto Silva da & VITÓRIA, Sérgio Roberto. Avaliação de Imóvel com Valor
Cênico-Paisagístico: Emprego de Metodologia Específica para Avaliação de Cascata – 1ª
Parte, Caderno Brasileiro de Avaliações e Perícias, São Paulo: IBAPE, ano VIII, n. 88,
p.115-131., out. 1996.
SILVA, João Alberto Silva da & VITÓRIA, Sérgio Roberto. Avaliação de Imóvel com Valor
Cênico-Paisagístico: Emprego de Metodologia Específica para Avaliação de Cascata – 2ª
Parte, Caderno Brasileiro de Avaliações e Perícias, São Paulo: IBAPE, ano VIII, n. 89,
p.149-166., nov. 1996.
www.abnt.org.br
www.appraisalinstitute.org
www.ibape.com.br
www.incra.gov.br
www.juridico.com.br
www.pericias.com.br
www.pini.com.br
www.precisao.eng.br
www.realstate.com
www.terras.com.br
www.urbi.com.br/users/avap
Residência:
Av. Generalíssimo Deodoro, 146/1101
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Telefones: 225 3957 / 212 6320 / 9981 4985
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ANEXOS
Ca + Mg trocáveis mE/100g Ca + Mg 3 -2
Distrofismo % V 50 -35
Automóvel 13,2
Camioneta 10,0
Jipe 21,2
Caminhão médio com carroceria 9,1
Caminhão médio com basculante 11,1
Caminhão grande com carroceria 16,7
Caminhão grande com basculante 8,9
Pá carregadeira de pneus - pequena 7,5
Pá carregadeira de pneus – grande 9,2
Trator de esteiras – pequeno 12,8
Trator de esteiras com lâmina – médio 20,0
Trator de esteiras com lâmina – grande 20,0
Trator de esteiras com escarificador e lâmina grande 20,0
Trator agrícola de pneus 9,8
Caminhão fora de estrada 9,7
Retroescavadeira de pneus 10,0
Moto-serra à gasolina 0,0
GRAUS DE LIMITAÇÃO:
DINIZ, J. Manual para Classificação da Capacidade de Uso das Terras para fins de Avaliação de Imóveis Rurais – 1ª Aproximação – CESP – 1997.
Classificação da Capacidade de Uso das Terras para fins de Avaliação
DINIZ, J. Manual para Classificação da Capacidade de Uso das Terras para fins de Avaliação de Imóveis Rurais – 1ª Aproximação – CESP – 1997.
Interpretação da Análise de Solo
pH em CaCl2 > 6,0 5,6 - 6,0 5,1 - 5,5 4,4 - 5,0 < 4,4
Acidez pH em H2O > 6,6 6,2 - 6,6 5,7 - 6,1 4,9 - 5,6 < 4,9
meq/100 cm3 0,01 - 0,07 0,08 - 0,15 0,16 - 0,30 0,31 - 0,60 > 0,60
Potássio Trocável (K)
meq/100 cm3 - < 0,4 0,4 - 0,8 > 0,8 -
Magnésio Trocável (Mg)
meq/100 cm3 - < 0,3 0,3 - 0,6 > 0,6 -
Alumínio Trocável (Al) **
meq/100 cm3 < 2,5 2,5 - 5,0 5,1 - 15,0 15,1 - 50,0 > 50,0
CTC ou T
% < 25 25 - 50 51 - 70 71 - 90 > 90
Saturação de Bases (V)
gSO4/cm3 < 5 5 - 10 11 - 15 > 15 -
Enxofre (S) ***
* Extrator Resina ** Extrator KCl 1N *** Extrator Acetato de Amônio 0,5N em Ácido Acético 0,25N
Relação Solo : Extrator 1:2,5
DINIZ, J. Manual para Classificação da Capacidade de Uso das Terras para fins de Avaliação de Imóveis Rurais – 1ª Aproximação – CESP – 1997.
EXEMPLOS DE AVALIAÇÃO PARA CULTURAS
(de acordo com CAMARGO LIMA, 1995)
Através de uma vistoria pormenorizada na propriedade avalianda busca-se as informações relevantes (dados agronômicos e econômicos)
necessários. No exemplo presente estas informações são as seguintes:
Primeiro:
Os desembolsos (Despesas de Investimentos) até o 4º ano, se aplicados alternativamente no mercado financeiro, produziriam juros na razão
de 6 % a.a. (Caderneta de Poupança). Esse rendimento alternativo estabelece um Custo de Oportunidade para o capital investido.
Entendemos, assim, que para cada desembolso, corresponda um montante ao final de (n - t) períodos, devendo ser considerado no custo de
formação do pomar em apreço.
Segundo:
Embora a Constituição de 1988 estabeleça um teto 12 % a.a. para a taxa de juros bancários, é nosso entendimento que sua adoção (mesmo
que justificada) seja motivo de controvérsias pois, a única alternativa de rendimento garantida pelo governo federal é a Caderneta de
Poupança, com rendimento anual de 6 %. Desta maneira, conforme a NBR 8799/85, a expressão algébrica que melhor traduz o texto da
Norma é:
Onde:
CFP = Custo de Formação [Custo de Implantação (CI) + Custo de Manutenção (CM) + Custos de Oportunidade dos Desembolsos Efetuados
ou Juros Produzidos (J) à Taxa (i)]. Depreende-se assim que o Custo de Formação é estabelecido com base na seguinte expressão:
n
CFP = CIt . (1 + i)n-t + ∑ CM
t =0
t . (1 + i)
n-t
No caso presente temos, então;
CFP = 376,75 . (1,06)5 + 300,00 . (1,06)4 + 378,37 . (1,06)3 + 558,42 . (1,06)2 + 731,83 . (1,06)1
CFP = R$2.736,74 / ha
(Os juros mais os valores desembolsados, estabelecem, ao final do período analisado, um Montante, razão pela qual na
n
fórmula, utilizamos o fator de valor futuro (1,06) , diretamente sobre estes desembolsos)
⎡ (1 + i ) n − 1⎤ ⎡ (1 + i ) n − 1⎤
VEP = RL . ⎢ n ⎥
-r. ⎢ n ⎥
⎣ i .(1 + i ) ⎦ ⎣ i .(1 + i ) ⎦
Onde:
RL = Fluxo de Receitas Líquidas Futuras, RL = RL1 = RL2 = ... = RLn, com t = 0, 1, 2,...,n, períodos.
r = Coeficiente de risco associado a queda de no Fluxo de Receitas Líquidas decorrentes de queda na produção e/ou redução
no preço do produto no mercado. Normalmente atribui-se uma taxa de 10% à variável risco.
⎡ (1 + i ) n − 1⎤
⎢ n ⎥
= Fator de Valor Presente para uma série uniforme de pagamentos (ou rendimentos) futuros
⎣ i .(1 + i ) ⎦
Reorganizando os termos da expressão, obtemos:
⎡ (1 + i ) n − 1⎤
VEP = (1 – r) . RL . ⎢ n ⎥
⎣ i .(1 + i ) ⎦
Para o exemplo presente, temos então;
⎡ (1 + 0,06) 4 − 1 ⎤
VEP = (1 – 0,10) . 505,11 . ⎢ 4 ⎥
= R$1.575,23
⎣ 0,06.(1 + 0,06) ⎦
Lembrando, portanto, da equação, teremos o valor atual, para o pomar avaliando de:
A mesma metodologia poderá ser utilizada na avaliação de um pomar em datas diferentes, anteriores ao período de formação ou posteriores à
primeira safra.
EXEMPLO 2 – Utilizando-se dos dados do exemplo anterior, obter o Valor Atual de Pomar,
admitindo-se que a avaliação esteja sendo feita logo após efetuada a primeira colheita.
CFP = R$2.736,74 / ha
Para obtermos o valor econômico do pomar, bastará, portanto, descontar a Receita Líquida proveniente da primeira safra. Ou seja, basta
fazer:
⎡ (1 + 0,06) 3 − 1 ⎤
VEP = (1 – 0,10) . 505,11 . ⎢ 3 ⎥
= R$1.215,15
⎣ 0,06.(1 + 0,06) ⎦
Teremos portanto,
EXEMPLO 3 – A partir dos dados do exemplo 1, obter o Valor Atual de um Pomar no 2º ano
de formação.
Lembrando que o pomar em formação começará a produzir no 4º ano de sua formação teremos, neste caso, o Custo de Formação será dado
apenas pelo Custo de Implantação mais o Custo de Manutenção do primeiro ano, ou seja:
Entretanto, para cobrir os investimentos efetuados, serão necessárias duas safras futuras, considerando a produtividade de 560 caixas/ha, ao
preço de R$2,30 / caixa. Termos, portanto:
⎡ (1 + 0,06) 2 − 1 ⎤
VEP = (1 – 0,10) . 505,11 . ⎢ 2 ⎥
= R$833,46 / ha
⎣ 0,06.(1 + 0,06) ⎦
EXEMPLO 4 – Supondo que, na região do imóvel avaliando, a vida útil de um pomar seja de
10 anos. O Valor Atual de um Pomar no início do 10º ano, será dado por:
Neste caso não é considerado o custo de formação, uma vez que o pomar encontra-se no final de sua vida útil. Logo, se a avaliação é
efetuada numa data anterior a última safra, o Valor Atual do Pomar será dado apenas por:
⎡ (1 + 0,06) 1 − 1 ⎤
VAP = VEP = (1 – 0,10) . 505,11 . ⎢ 1⎥
= R$428,87 / ha
⎣ 0,06.(1 + 0,06) ⎦
Florestas Plantadas
Avaliação de florestas artificiais
De acordo com MAGOSSI (1991), pelo método do Valor Econômico, a fórmula avaliatória pode ser representada pela seguinte expressão
algébrica:
n
1
VEF = (1 – r) . ∑ RL
t =0
t .
(1 + i ) n −t
Onde:
1
= Fator de Valor Presente para as Receitas (diferentes) Líquidas Esperadas
(1 + i ) n −t
r = Coeficiente de Risco de Mercado (queda de preços), admitindo-se 5% a 10%
t = t = 0, 1, 2, ..., n períodos
i = Taxa de juros (6 % a.a.)
VEt=0 = R$2.002,21 / ha
Culturas Temporárias
AVALIAÇÃO DE CULTURAS TEMPORÁRIAS
De acordo com a NBR 8799/1985, na avaliação de culturas perenes e temporárias comerciais, em produção, deve ser empregado o método
do custo de reposição, acrescido do valor econômico da plantação. Este deverá ser equiparado ao valor presente dos rendimentos líquidos das
safras correspondentes ao número de anos menos um, necessários para que a plantação atinja a época de produção da espécie, multiplicado
por um coeficiente de risco, adicionando-se, quando for o caso, o rendimento líquido da safra pendente de fato, na ocasião da avaliação,
deduzidos os custos vincendos da mesma.
Tem-se, portanto, a seguinte expressão, utilizada na obtenção do valor atual da cultura anual:
VA = CF + VE
Onde:
CF = Custo de Formação e/ou reposição da cultura [Custo de Implantação (CI) + Custo de Manutenção (CM) + Custos de Oportunidade dos
Desembolsos Efetuados ou Juros Produzidos (J) à Taxa (i)]. Dado que os desembolsos com a implantação e manutenção, se aplicados
alternativamente no mercado financeiro, produziriam os juros (J), temos então que:
CFcap = CF . (1 + i)n
1
VE = (1 – r) . RLt .
(1 + i ) n −t
Onde:
1
= Fator de valor presente para a receita futura
(1 + i ) n −t
EXEMPLO 7 – Obter o valor econômico de 1 ha de milho, no instante t = 3 meses após o
plantio, sabendo-se que:
[
id = 360 (1,06) − 1 ] . 100 = 0,016% a.d.
b. custo de formação
c. valor econômico
⎧ ⎡ 1 ⎤ ⎫
VEmilho = (1 – 0,05) . ⎨80.5,55.⎢ 50 ⎥ − 86,10 − 203,80 ⎬ ≅ R$150,56 / ha
⎩ ⎣ (1,00016) ⎦ ⎭
Onde:
CFp = Custo de Formação [Custo de Implantação (CI) + Custo de Manutenção (CM) + Custos de Oportunidade dos Desembolsos Efetuados
ou Juros Produzidos (J) à Taxa (i)]. Depreende-se assim que o Custo de Formação é estabelecido com base na seguinte expressão:
n
CFP = CIt . (1 + i)n-t + ∑ CM
t =0
t . (1 + i)
n-t
Observação: Como na data da avaliação do pimental já foram efetuadas quatro (4) safras, devemos obter o montante destas
safras (devidamente capitalizadas) e descontá-las do Custo de Formação do Pimental. Este montante é dado pela equação:
⎡ (1 + i ) t − 1⎤
MRL = RL . ⎢ ⎥
⎣ i ⎦
Onde:
t = Número de Rendas (ou períodos) obtidas desde o início da produção (2º ano) até a data da avaliação (6º ano).
Teremos então:
n
⎡ (1 + i ) t − 1⎤
CFP = CIt . (1 + i) n-t
+ ∑ CM n-t
t . (1 + i) - RL . ⎢ ⎥
t =0 ⎣ i ⎦
⎡ (1 + 0,06) 4 − 1⎤
⎢ ⎥
6 5
CFP = 6000 . (1 + 0,06) + 3000 . (1 + 0,06) - 1508 .
⎣ 0,06 ⎦
CFP = R$5.928,87 / ha
⎡ (1 + i ) n − 1⎤
VEP = (1 – r) . RL . ⎢ n ⎥
⎣ i .(1 + i ) ⎦
Onde:
RL = Fluxo de Receitas Líquidas Futuras, RL = RL1 = RL2 = ... = RLn, com t = 0, 1, 2,...,n, períodos.
r = Coeficiente de risco associado a queda de no Fluxo de Receitas Líquidas decorrentes de queda na produção e/ou redução
no preço do produto no mercado. Normalmente atribui-se uma taxa de 10% à variável risco.
⎡ (1 + i ) n − 1⎤
⎢ n ⎥
= Fator de Valor Presente para uma série uniforme de pagamentos (ou rendimentos) futuros
⎣ i .(1 + i ) ⎦
Para o exemplo presente, e considerando as receitas futuras até o ponto de nivelamento, teremos portanto:
⎡ (1 + 0,06) 4 − 1 ⎤
VEP = (1 – 0,10) . 1.508,00 . ⎢ 4 ⎥
= R$4.702,84 / ha
⎣ 0,06.(1 + 0,06) ⎦
Lembrando, portanto, da equação, teremos o Valor Atual para o Pimental avaliando de: