O Bem-Estar Nas Organizações Um Estudo de Caso
O Bem-Estar Nas Organizações Um Estudo de Caso
O Bem-Estar Nas Organizações Um Estudo de Caso
Niterói
2008
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JOSÉ RÔMULO DO AMARAL VÉRAS
Niterói
2008
JOSÉ RÔMULO DO AMARAL VÉRAS
Aprovado em de de 2008.
Banca Examinadora
__________________________________________________
Prof. Dr. Eduardo Gomes
Universidade Federal Fluminense
__________________________________________________
Prof. Dra. Mara Telles Salles
Universidade Federal Fluminense
__________________________________________________
Prof. Dra. Alice Ferruccio
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Niterói
2008
Dedico este trabalho a minha esposa e filhos, pelo
amor, apoio e compreensão; aos meus pais e irmãos
pelo carinho de sempre; e especialmente à Profª
Doutora Viviane Véras, exemplo de competência
profissional, a quem agradeço pela inspiração e
dedicação.
AGRADECIMENTOS
Ao professor doutor Luiz Antônio Campagnac pelo suporte e apoio sempre que foi necessário.
Ao pessoal da Chemtech, motivo da existência desse estudo, pela permissão da pesquisa e pela
utilização de um modelo de Gestão, que a fez ser considerada a melhor empresa para se trabalhar,
exemplo que com certeza deveria ser seguido por outras empresas.
EPÍGRAFE
Sonhada, suposta, inefável... O que dizer da felicidade? O que o homem pede da vida?
Segundo o pai da Psicanálise, Sigmund Freud1, ele pede para ser e permanecer feliz. Encontrar a
felicidade torna-se, portanto, seu objetivo principal. O título da obra freudiana que mais fala em
felicidade é, ironicamente, O mal-estar na civilização (1930), que afirma que o desenvolvimento
do indivíduo parece integrar duas premências: uma, “no sentido da felicidade, que geralmente
chamamos de egoísta”; e outra, “no sentido da união com os outros da comunidade, que
chamamos de altruísta”. Considerando o processo civilizatório, “parece que a criação de uma
grande comunidade humana seria mais bem-sucedida se não tivesse de prestar atenção à
felicidade do indivíduo”; contudo, observa Freud, é apenas em união com a comunidade que o
objetivo de ser feliz pode ser alcançado.
Contemporâneo de Taylor, o psicanalista observa que “a grande maioria das pessoas
trabalha sob a pressão da necessidade”, o que gera uma aversão ao trabalho e “suscita problemas
sociais extremamente difíceis”. Assim, quando se refere à relação entre trabalho e felicidade,
Freud afirma que a liberdade de escolha da atividade profissional é que pode fazer o homem feliz.
Veremos, ao final do percurso que aqui se inicia, por que escolhemos o bem-estar para
intitular este trabalho. Acreditamos que os valores sociais são hoje diferentes daqueles com que
Freud conviveu, e se a subjetividade contemporânea é identificada com uma subjetividade
narcisista, voltada para o eu – como lembra outro psicanalista, Contardo Calligaris (2003) –, é a
partir dela que é preciso ver como é que se pode organizar um mundo possível em que seja
interessante viver.
1
Sigmund Freud é lembrado neste prólogo pelas suas contribuições para a compreensão do ser humano, em plena
época de expansão da Revolução Industrial (ocorrida no século anterior), que mudou radicalmente o comportamento
do homem no trabalho. Embora sejam importantes, suas elaborações sobre o assunto não serão foco desta pesquisa.
RESUMO
O presente trabalho busca entender o papel da liderança na motivação dos funcionários através de
um estudo de caso sobre a Chemtech Serviços de Engenharia e Software Ltda, empresa escolhida
como a Melhor Empresa para se Trabalhar, pelos critérios do Great Place to Work Institute e
como a Melhor Empresa em Gestão de Pessoas pela ABRH/RJ, em 2007. No Brasil, essas
pesquisas são feitas há 20 anos, através de revistas e organizações especializadas no tema. Assim
como a marca de um produto fica na cabeça dos consumidores, uma empresa considerada o
“melhor lugar para se trabalhar” cria uma imagem que permanece na mente dos candidatos, na
qual a excelência na gestão, na aprendizagem e na qualidade de vida no trabalho é contínua. As
teorias sobre liderança, motivação e cultura organizacional apontam para a evolução das
organizações no que diz respeito à melhoria das condições de trabalho e, conseqüentemente, da
felicidade de seus empregados. No presente trabalho, buscou-se, principalmente, identificar a
influência das lideranças da empresa – objeto do estudo de caso – no resultado da premiação da
melhor empresa para se trabalhar, entre outros aspectos.
This paper intends to understand the role of leadership in the motivation of the employees
throughout a case study carried out in Chemtech Serviços de Engenharia and Software Ltd,
selected as the Best Company to work in by the criteria of Great Place to Work Institute and as
the Best Company in People Management by ABRH/RJ in 2007. In Brazil, these researches have
been carried on for 20 years, through magazines and specialized organizations on the theme. As a
brand of a product remains in the customer´ s mind, a company that is considered as “the best
place to work in “also creates an image that remains in the candidates´ mind, in which the
excellence in management, learning and life quality in the work place is continual. Theories on
leadership, motivation and organizational culture point out to the evolution of organizations as far
as improvement in working conditions and consequent happiness of their employees are
concerned. In this paper the main search was to identify the leadership influence in the company
– the purpose of the case study - as the result of the reward of the best company to work in among
other issues.
Tabela 1 Cargos 63
Tabela 2 Tempo de Casa 63
Tabela 3 Idade 64
Tabela 4 Sexo 64
Tabela 5 Perguntas Atribuídas a Motivação 65
Tabela 6 Perguntas Atribuídas a Ambiente e Cultura Organizacional 66
Tabela 7 Perguntas Atribuídas as Lideranças 67
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 13
1.1 SITUAÇÃO PROBLEMA 15
1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO 16
1.2.1 Objetivo Geral 16
1.2.2 Objetivo Específico 16
1.3 QUESTÕES 17
1.4 RELEVÂNCIA DO TRABALHO 17
1.5 DELIMITAÇÃO DOS OBJETIVOS 18
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO 19
2 ADMINISTRAÇÃO E COMPORTAMENTO HUMANO 20
2.1 (DON’T) LOOK FOR THE BARE NECESSITIES: MASLOW, MCGREGOR E 20
HERZBERG
2.2 DO HOMO-ECONOMICUS AO HOMEM ORGANIZACIONAL 23
3 AMBIENTE E CULTURA ORGANIZACIONAL 28
3.1 CADA UM É... OUTRO: CONTINGÊNCIA E CULTURA 28
4 MODELOS DE LIDERANÇA 33
4.1 DEFINIÇÕES DE LIDERANÇA 33
4.2 UMA PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO DAS TEORIAS 34
4.3 A ORGANIZAÇÃO QUE APRENDE 42
4.4 A ORGANIZAÇÃO QUE ENSINA 48
5 MÉTODOLOGIA APLICADA 55
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DOS ÓRGÃOS DE PESQUISA 57
5.1.1 A Empresa 57
5.1.2 O Great Place to Work® Institute, Inc 58
5.1.3 ABRH/RJ – Associação Brasileira de Recursos Humanos-Rio de Janeiro 59
5.2 TIPO DE PESQUISA 60
5.2.1 GPW - Great Place to Work Institute 60
5.2.2 ABRH/RJ 60
5.3 UNIVERSO PESQUISADO 62
5.4 AMOSTRA 63
5.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS 64
5.6 O INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 65
5.7 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA PESQUISA 65
5.7.1 Great Place to Work Institute 65
5.7.2 ABRH/RJ – Associação Brasileira de Recursos Humanos – Rio de Janeiro 69
5.8 ANÁLISE DOS RESULTADOS 85
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 88
6.1 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS 90
6.2 Á GUISA DE EPÍLOGO 90
REFERÊNCIAS 92
ANEXOS 98
13
1 INTRODUÇÃO
2
Entrevista do sociólogo francês Christian Baudelot a Antônio Fava. Cf. TRABALHO como fonte de prazer (ou
não). Jornal da Unicamp, 11 a 17 nov. 2002.
3
Cf. a reportagem: PARA executivo, trabalho gera felicidade. Folha de São Paulo, 16 abr. 2006. E a entrevista
POUCOS executivos têm a verdadeira felicidade. Folha de São Paulo, 16 abr. 2006.
4
Por exemplo, a reportagem: JOVENS, solteiros e bem pagos. E os mais felizes... O Estado de São Paulo, 31 jul.
2004.
5
Palavra grega composta de eu = bom, bem estar, e daimōn = espírito.
14
distinguir, senão através da excelência moral do filósofo, no puro conhecimento, essa felicidade?
É Aristóteles que em sua Ética admite, ao lado do conhecimento, uma excelência baseada na vida
ativa. (JAEGER, 1986, pp. 660-662)
No início de Ética a Nicômaco (1987), o preceptor de Alexandre, embora mantenha o
elogio do raciocínio, do conhecimento, declara que a felicidade é a mais desejável de todas as
coisas, definindo-a como “uma espécie de vida boa e de boa ação” (livro I, cap. 8). Como se pode
ver, o tema da felicidade, que serve de ponto de partida para este trabalho, é antigo, e aqueles que
se preocupavam com questões sociais e políticas, com a consciência da liberdade e da ética,
sempre abordam o tema, principalmente a partir do desenvolvimento das ciências baseadas na
observação. É nesse contexto que surge o epicurismo6, que imprime novo rumo ao conhecimento,
cuja meta deixa de ser unicamente o universo político, para levar em conta a realização subjetiva
e pessoal, alcançada por meio do equilíbrio e da serenidade.
Uma vez que entre o desejo de ser feliz e o alcance desse ideal filosófico há diversos
obstáculos, eventualidades e reversos da fortuna, esse bem tão precioso acaba por ser também
considerado pouco acessível, precário e frágil. Além disso, tais características são difíceis de
mensurar. Se no mundo grego a felicidade estava ligada à virtude, também estava na dependência
de amigos, riqueza e poder político. Nas palavras do filósofo da Ética a Nicômaco, “há coisas
cuja ausência empana a felicidade, como a nobreza de nascimento, uma boa descendência, a
beleza”, contudo, “pode vir também da virtude e de alguma espécie de aprendizagem” e, nesse
contexto, “também deve ser partilhada por grande número de pessoas” (livro I, cap. 9).
Dom, ideal ou desejo, a verdade é que a busca da felicidade tornou-se, nos dias de hoje,
um direito, e, na sociedade de consumo, vendida pela mídia e pelo marketing, uma dependência
cada vez mais premente de objetos externos, que servem de índices de sucesso e de status, seja no
âmbito pessoal e familiar, seja no âmbito social e profissional. Assim, é nesse cenário – em que a
felicidade oscila entre um direito a conquistar a qualquer preço (contrariando o velho e decantado
ditado “dinheiro não traz felicidade”) e o dever de ser feliz – que se acumulam os trabalhos de
especialistas como historiadores, sociólogos, psicólogos e, ultimamente, com mais destaque, as
pesquisas relacionadas à administração de empresas, à gestão, aos recursos humanos. Interessa,
nesses casos, distinguir o que pode causar sofrimento físico ou mental no ambiente de trabalho (e
6
Sistema filosófico criado por Epicuro de Samos que considera que todo conhecimento deriva das sensações de
prazer (como ausência de sofrimento), liberdade e paz. Cf. EPICURO. Da Natureza. Antologia de textos, São Paulo:
Nova Cultural, P.1-20, 1988.
15
que pode realimentar a associação do trabalho à ausência de felicidade) e perguntar se, e como, é
possível que o trabalho traga uma felicidade que o dinheiro somente não traria.
Supomos, então, e sonhamos também a felicidade! Vale neste ponto retomar a última
estrofe do poema de Pessoa, epígrafe desta introdução, que diz que nunca encontramos a
felicidade porque ela está sempre apenas onde a pomos, e nunca a pomos onde nós estamos.
Denuncia-se aí um desencontro, e é nele que se inscreve a proposta deste trabalho. Importa
lembrar que quando se fala hoje em gestão de pessoas não se fala especificamente em felicidade,
embora seja a pedra fundamental que as organizações tanto buscam; a palavra de ordem é
motivação versus satisfação com o trabalho. O termo felicidade, contudo, a despeito de sua
imediata ligação à subjetividade, ao impalpável, à dificuldade de definição, e, conseqüentemente,
de classificação e mensuração, permite um distanciamento de uma noção mais fortemente
comportamental de motivação, mais preocupada em satisfazer as necessidades mais imediatas do
empregado do que em manter simplesmente vivo o desejo de ser feliz, que representa por certo
um desafio maior e certamente inalcançável.
Para facilitar o entendimento deste trabalho, trataremos a idéia de felicidade nas
organizações como bem-estar. Bem-estar esse que envolve os aspectos motivacionais e a
influência da liderança e da cultura organizacional, esse tripé pode ser mensurável e pesquisado,
apresentando resultados que servirá de base para entender as relações entre liderança, motivação
e cultura organizacional, tema desta dissertação.
influenciado por essa liderança, tendo como resultado um comprometimento com os valores em
que a empresa acredita.
A liderança tem de adquirir competências para gerir suas próprias ansiedades face à
frustração representada pela ausência de estabilidade, caso pretenda conduzir sua organização de
maneira exitosa, uma vez que a própria frustração pode ser entendida como gatilho para a
mudança.
A existência de uma boa conjunção entre Liderança, Motivação e Cultura Organizacional
pode significar que essa empresa seja considerada, por muitos, um bom lugar para trabalhar. Os
fatores: desafio do trabalho, reconhecimento, boa relação supervisor/subordinado, ambiente de
trabalho e possibilidade de crescimento pessoal e profissional devem estar equilibrados e
atendidos para se ter um poder de captação e retenção dos recursos humanos.
1.3 QUESTÕES
O que pode ser então a proposta de um trabalho que já declara de saída que a felicidade (o
bem-estar) na qual se aposta não pode ser definitivamente alcançada? Partindo do princípio de
que não existe, de fato, nenhum objeto que dê fim à insatisfação, levando em conta que, segundo
o psicanalista Contardo Calligaris (2000), há sempre um desejo de reconhecimento social oculto
em cada objeto desejado, e esse desejo nunca se esgota no objeto (na posse do carro mais caro ou
no emprego que paga mais, por exemplo). A aposta deste trabalho concentra-se, portanto, na
possibilidade de mostrar que, a despeito da complexidade do cenário competitivo atual, é possível
ousar fazer mudanças que tenham como resultado melhorias duradouras e sustentáveis, para
garantir, na medida do possível, que as pessoas possam encontrar o bem-estar no trabalho.
Devemos começar nos perguntando: do que afinal trata este estudo, embora já tenhamos
apontado seu objetivo principal e sua relevância? A natureza do problema que nos propomos a
discutir pode ser efetivamente delimitada? Entre tantas abordagens do problema haveria ainda
algo novo a dizer sobre o tema? Entre os fios que colaboram para a composição deste texto, qual
pode ser escolhido como fio condutor?
É nesse cenário que se delineia o primeiro esboço de um caminho a ser seguido neste
trabalho.
No entanto, a abrangência dessa primeira formulação mostrou-se um tanto ambiciosa,
considerando-se a complexidade da abordagem. A reformulação dos objetivos deste trabalho foi
então necessária para focar, o melhor possível, uma comparação entre os aspectos motivacionais,
culturais e a liderança e sua influência no bem-estar dos empregados nas organizações, usando
como estudo de caso a Chemtech, melhor empresa para trabalhar de acordo com o Great Place to
Work Institute e o Prêmio Gestão de Pessoas – Luiz Carlos Campos - pela ABRH/RJ, ambos em
2007.
As limitações relativas à pesquisa estão diretamente relacionadas aos três grandes temas
desta dissertação: liderança, motivação e cultura organizacional, que são conceitos extremamente
dinâmicos e têm diferentes significados, dependendo da interpretação dada.
19
Reflexões sobre o que move o homem, sobre suas vontades e desejos preocupam desde
tempos muito remotos filósofos, educadores, poetas, teólogos, psicólogos e outros estudiosos da
tão complexa natureza humana. O que quer o homem, pergunta o poeta? Do que ele tem sede?
Qual a sua fome?
Abraham Maslow (1954) é, sem dúvida, um dos autores mais conhecidos entre aqueles
que escreveram sobre motivação. Os homens não trabalham exclusivamente para assegurar sua
sobrevivência e, com base nessa certeza, o autor apresenta as categorias de motivações
organizadas segundo uma hierarquia de dominância [comumente denominada “pirâmide de
Maslow7” (Figura 1)] entre as diversas necessidades humanas: quando uma motivação de nível
inferior é satisfeita, a pessoa está sujeita à motivação de nível imediatamente superior, e assim
por diante. O nível mais elevado só opera quando todas as outras motivações são satisfeitas, e
esse processo é contínuo e vai do nascimento até a morte.
7
Quando apresenta a teoria sobre motivação desenvolvida por Douglas McGregor, fortemente inspirada em Maslow,
Bergamini apresenta a figura da pirâmide, à página 120, nomeando-a “Hierarquia das necessidades de McGregor”,
descrevendo a figura utilizando palavras como ápice, cúpula, subida, etc. (BERGAMINI, 1990).
21
8
Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/images/maslow.gif>.
22
Quando você pensa o desejo humano, tomando o desejo no sentido mais amplo como o
que motiva a nossa conduta, você pode imaginar que nosso desejo seja orientado, por
exemplo, pelos ideais que nos foram transmitidos, isso seria um tipo ético de orientação.
Numa sociedade, numa cultura em que o desejo é cada vez mais orientado pela
expectativa da aprovação dos outros – que é exatamente como se define uma sociedade
narcisista, porque nós agimos na procura do olhar dos outros –, essa expectativa pode
também ter exatamente o mesmo efeito de direção de nossa ação que tinham os critérios
ideais numa cultura diferente.
É possível compreender a hierarquia de Maslow como uma escala de valores que reflete
como observa o psicanalista, a noção cotidiana de que algumas necessidades são mais
importantes que outras segundo a forma como a sociedade está organizada. Temos a tendência a
nos preocupar com as necessidades de base antes de buscar realizações mais sofisticadas como a
criatividade e o respeito a si. Essa tendência, contudo, pode ser contrariada, e esse é um dos
pontos sujeitos às críticas relativas à hierarquia proposta, visto que uma necessidade pode, uma
vez satisfeita, mudar de forma, enquanto as necessidades ditas fisiológicas permanecem sempre
latentes. Segundo McGregor (1972), uma privação relativa às necessidades de nível inferior
acarreta o desvio das energias do indivíduo para a satisfação dessas necessidades, deixando
inativas as necessidades de auto-realização.
Sem buscar reduzir a importância dos estudos de Maslow e o aspecto inovador de sua
psicologia humanista, é preciso refletir sobre alguns pontos relativos à hierarquização,
especialmente sobre o que diz respeito à afirmação de que é preciso responder primeiro à
necessidade de um nível antes de considerar o seguinte. É fácil imaginar um exemplo: um
fugitivo de uma prisão não vai precisar satisfazer primeiro sua necessidade de alimento antes de
conseguir escapar de seus perseguidores e garantir sua segurança, assim como ninguém é
obrigado a sentir-se em segurança para desejar pertencer a um grupo e ter seu valor reconhecido
por ele. Para citar um exemplo mais moderno, podemos dizer que o homem-bomba que se
9
CALLIGARIS, Contardo. Ética e estética do desejo. Jornal da Unicamp, out. 2003.
23
explode em nome da garantia de salvação pode estar buscando, do modo mais direto e mortal,
uma espécie de auto-realização.
Segundo Bergamini (1990, p.121-126), as pesquisas realizadas diretamente no contexto
de trabalho por Frederick Herzberg trouxeram novas luzes para o entendimento da satisfação no
trabalho. Analisando questões relativas ao bem-estar ou ao mal-estar no trabalho, o pesquisador
distinguiu fatores que chamou de motivacionais, cuja presença eleva o nível de satisfação, sem
que a falta deles provoque uma insatisfação proporcional, e fatores denominados higiênicos, cuja
presença garante tão somente que consegue manter o nível de insatisfação em grau mínimo. Para
Bergamini, a importância dessa distinção está no fato de que somente garantir o segundo grupo
de fatores – respeitar os compromissos trabalhistas, tornar agradável o ambiente de trabalho,
inspirar segurança – não propicia motivação. Além disso, continua a autora, essas duas
orientações permitem reconhecer diferentes tipos e estilos motivacionais: os que buscam manter
o status alcançado e os que procuram crescer e ser reconhecidos. Tendo sempre em vista o
objetivo deste trabalho, vale destacar o comentário de Bergamini (1990) no encerramento de seu
estudo sobre a pesquisa de Herzberg:
A noção de estilo motivacional lembra que não podemos fazer nada para motivar as
pessoas, mas conseguir que elas coloquem o seu potencial a serviço do trabalho que
desempenham é questão de ter sua chefia habilidade interpessoal em diagnosticar o tipo
de pessoa que lhe é dado supervisionar como ponto de partida para o oferecimento da
meta motivacional que está sendo almejada naquele exato momento.
Aplicada no século XVIII à administração estatal, a burocracia tem hoje um forte sentido
pejorativo, e é usada como sinônimo de excesso, desperdício, falta de eficiência, tanto em
organizações estatais quanto em organizações privadas. Em sociologia, no entanto, a partir de
Max Weber (1864-1920), designa um sistema de organização em que prevalecem a competência
e a eficiência, a uniformidade de rotinas e procedimento, sem considerações pessoais (WEBER,
1976).
Por natureza desumanizada, a burocracia, sempre lembrada em textos introdutórios a
Teorias da Administração, elimina de seu sistema tudo o que não é passível de cálculo: elementos
24
como fontes de novos conhecimentos; em segundo, e esse é um ponto de maior interesse para
este trabalho, a responsabilidade pela criação dos novos métodos torna-se responsabilidade
apenas dos gerentes, que assumem “a desagradável tarefa de classificar, tabular e reduzir o
conhecimento em regras e fórmulas, aplicando-as ao trabalho cotidiano”. Importa notar que os
autores chamam a atenção, em nota (p.293), para o fato de que Taylor tinha interesses
humanitários em relação aos trabalhadores, mas que as técnicas indicadas por ele eram muitas
vezes utilizadas de modo equívoco, resultando no efeito contrário: na desumanização do
trabalhador.
Que lição é possível tirar dos resultados dessa administração científica? Segundo Nonaka
e Takeuchi (1997) foi justamente a rápida difusão dessa visão taylorista que chamou a atenção
para a importância do fator humano na administração. Os autores observam que fatores como
“sentir-se parte de um grupo” levaram George Elton Mayo, nas décadas de 20 e 30, a fazer
experimentos que demonstraram que era preciso tratar os trabalhadores fundamentalmente como
seres humanos sociais, levando também em conta elementos emocionais e sustentando, assim,
que o ser humano não poderia ser visto como uma máquina. Mayo revelou que, motivadas por
uma causa, estimuladas e ouvidas pela organização, as pessoas poderiam produzir mais. Nesse
contexto, modifica-se também a tarefa do gerente, que vai necessitar desenvolver “habilidades
humanas sociais a fim de facilitar a comunicação interpessoal dentro de grupos formais e
informais da organização do trabalho” (MAYO, 1993, p. 42).
Assim, enquanto a Teoria da Administração Científica de Taylor concebia o homem como
um ser motivado unicamente pelas recompensas salariais, econômicas ou físicas, estudiosos
como Mayo (1933), Roethlisberger, Dickson e Wright (1939) e outros psicólogos elaboraram,
durante a década de 30, a Teoria das Relações Humanas. Segundo essa teoria, o homem é
motivado não só por estímulos salariais e econômicos, mas também por recompensas sociais, não
materiais e simbólicas. Na década de 20, o psicólogo americano William Moulton Marston
publicou a obra "Emoções das Pessoas Normais" (The emotions of normal people, 1928), na qual
delineia, com base na avaliação de quatro fatores: Dominância, Influência, Estabilidade e
Conformidade (DISC), o perfil comportamental de milhares de pessoas, criando, assim, uma
metodologia amplamente utilizada por organizações de porte nos processos de Recursos
Humanos.
26
Contudo, o impulso decisivo para o movimento das Relações Humanas nas empresas vem
dos estudos do psicólogo judeu alemão Kurt Lewin sobre dinâmica de grupos e liderança
participativa. Lewin foi o primeiro a revelar que as extraordinárias estratégias de influência não
repousam nem sobre a persuasão nem sobre a autoridade – seja ela baseada em promessas de
recompensas ou de ameaças de punições –, mas em fazer com que o trabalhador mude e tome
decisões livremente. Esse autor define um grupo como um campo de forças que se exercem no
interior de uma zona de liberdade dentro de instituições sociais, e propõe três categorias de líder:
os autocráticos, ou autoritários, que detêm todo o poder e autoridade nas tomadas de decisão; os
democráticos, considerado um estilo participativo, uma vez que compartilha com os empregados
a responsabilidade de liderança, reconhece suas realizações, criando um ambiente que gera
confiança e cooperação; os laissez-faire, que dá aos empregados autoridade e poder para tomar
decisões, solucionar problemas e determinar metas. (LEWIN apud GARCIA-ROZA, 1972).
A partir da década de 50, como observa Chiavenato (1990), surge a Teoria
Estruturalista, que permite a ampliação dos estudos entre grupos sociais – já propostos na
Teoria das Relações Humanas – para concentrar-se no estudo das organizações, nas suas
estruturas internas e nas suas relações com outras organizações. O foco é agora não mais o
homem-trabalho, das primeiras teorias (mais formais, mecanicistas), nem o homem social
visado pelas Relações Humanas (mais informal), mas o homem organizacional, que participa
de diversas organizações e é incapaz de sobreviver fora delas. Segundo o autor, para ser bem
sucedido nessa participação, considerando as constantes mudanças na vida moderna, esse
homem deve ter uma personalidade flexível, capaz de adaptar-se a diversos papéis sociais; ser
tolerante às frustrações; ser capaz de adiar recompensas e manter vivo um permanente desejo
de realização.
A Teoria Comportamental, tal como é enfocada na administração, não deve ser
confundida, pondera Bergamini (1990), com o movimento behaviorista dos psicólogos
fundadores (Pavlov, Watson, Skinner) e sua fórmula mecânica de estímulo e resposta. No campo
da administração, essa teoria veio de certa forma complementar a teoria Estruturalista,
procurando, segundo a autora, “ampliar a visão de ser humano dotado de sentimentos e
necessidades motivacionais, enfatizando, além disso, a sua capacidade de adaptabilidade, o que
implica o fato de ser ele também um ser racional”. Figura expressiva dessa corrente teórica,
Herbert Simon (1970) define a processo administrativo como um sistema de tomada de decisões,
27
10
LAWRENCE; LORSCH, 1977, p. 18.
28
Aquilo que nos convém ou ao nosso grupo social, nem sempre interessa a outro
indivíduo ou ao seu grupo, pois tal aceitação dependerá das condições e situações que se
nos deparam, no aqui e agora, condicionadas ao grau de inteligência, conhecimento,
vontade, disposição, gosto, preferência e capacidade de fruição de cada um.
(VERAS, 1992)
Segundo Schein (1996), o conceito de cultura tem uma importância crescente para a
Psicologia Organizacional, e dele depende a possibilidade de compreender tanto a mudança
quanto a resistência a ela. O deslocamento do termo “cultura” da Antropologia para esse novo
campo de estudos teve início nos anos 70, ganhando ímpeto nos anos 80, e coincidiu com um
maior interesse pelas pesquisas de tipo qualitativo, que tratam os fenômenos organizacionais não
só em sua capacidade de generalização, próprio do método quantitativo, mas também em sua
singularidade. De todo modo – e parece-nos ser este o ponto que permite situar Schein ao lado de
Lawrence e Lorsch dentro da teoria contingencial – podemos considerar que o método mais
apropriado dependerá do aspecto cultural a ser analisado, variando, portanto, de acordo com as
diferentes características de ambiente para ambiente organizacional.
O conceito de cultura organizacional é definido por Schein (1996) em função de três tipos
de elementos que devem ser acessíveis aos membros de uma organização: os artefatos, produtos
tangíveis como a arquitetura do ambiente físico, conjunto de padrões de comportamento visíveis,
fáceis de descrever, mas difíceis de interpretar; os valores que justificam as estratégias, as metas e
a filosofia organizacional e dependem de entrevistas, sem esquecer que as respostas podem ser
idealizadas; e um padrão de pressuposições básicas inconscientes, que constituem seu cerne, e
devem ser aprendidas e compartilhadas por um grupo, passando a fazer parte de sua visão de
mundo a ponto de serem consideradas válidas.
Para Schein (1996), essa validade só está garantida se os membros do grupo resolveram
seus problemas de adaptação, tanto interna quanto externa, de modo que essas pressuposições
possam ser tomadas como o modo correto tanto de perceber, quanto de pensar e sentir em relação
29
de liderança. A equipe sempre será mais forte se for composta por diferentes talentos. A tarefa do
líder, segundo Glenn Jones (1997, p 143-145), no artigo Criando organizações com espírito de
liderança e uma missão educativa, é identificar e alavancar esses diferentes talentos formando
um todo maior que a soma das partes.
Segundo Sirota, Mischkind e Meltzer (2006), autores da pesquisa How Management
Demotivates, afirmam que:
[...] a maior parte dos empregados está muito motivada quando começa um novo
trabalho. Contudo, em cerca de 85% das companhias, de acordo com nossa pesquisa, a
moral dos empregados declina rapidamente depois dos seis primeiros meses – e continua
a declinar nos anos posteriores. Esse achado é baseado em pesquisas com cerca de 1.2
milhões de empregados em 52 das primeiras companhias escolhidas pela Fortune 1000
de 2001 até 2004, realizada pela Sirota Survey Intelligence (Purchase, New York). 11
Para os autores, manter a satisfação inicial implica garantir três objetivos: a eqüidade (ser
respeitado com relação ao pagamento, benefícios e segurança no emprego), realização (ter
orgulho de seu emprego e de seu empregador) e cordialidade (ter boas e produtivas relações com
seus colaboradores). Basta que falte um dos fatores para que a satisfação não se mantenha.
Estabelecer uma missão é uma ferramenta poderosa, contudo, igualmente importante é a
habilidade do administrador para explicar e comunicar aos subordinados a razão que está por trás
dessa missão. Quanto ao reconhecimento, os autores comentam que todos gostam de receber um
elogio, não importando se foi pago para fazer o que fez – o estilo comando-e-controle é um
caminho que leva diretamente à desmotivação.
Sirota, Mischkind e Meltzer (2006) sugerem que se dê sempre um feedback, considerando
que os empregados gostam de saber o que fizeram bem e o que precisam melhorar; assim, os
comentários referentes a melhoramentos desejados devem ser pontuais e relevantes. Importa
também ouvir os empregados, levando em conta seus pontos de vista sobre os problemas
enfrentados, mostrando interesse por eles, e, finalmente, se você não entende daquele assunto
específico, não ofereça um feedback, peça ajuda.
Comentando uma pesquisa do economista John Helliwell sobre padrões de
relacionamento no trabalho, Crabtree (2006) destaca o seguinte resultado: “as pessoas tendem a
superestimar a quantidade de satisfação obtida de coisas materiais e a subestimar a satisfação
11
Tradução do autor
31
derivada de suas conexões humanas. Essa é uma das razões pelas quais muitas pessoas escolhem
um ambiente de trabalho que acaba tornando-as infelizes.”12
Em consonância com Bergamini (1977), Ulrich (1998) observa que as constantes
metamorfoses da sociedade atual afetam o ambiente empresarial, também sujeito às mudanças e,
portanto, também tecnologicamente cada vez mais exigente. Mudar exige certamente um esforço
e é preciso que as organizações disponham de “rapidez, capacidade de reação, agilidade,
capacidade de aprendizado e competência dos funcionários” (ULRICH, 1998, p.39). Para o autor,
a cultura empresarial precisa ser reajustada, e a gestão de Recursos Humanos exige uma
redefinição, uma descentralização dessa área, que deve assumir uma nova postura e habilidades
que incluem o domínio de outras áreas e mudanças em relação à visão das pessoas como
parceiras da organização e não somente como “recursos”13. No contexto feroz das competições,
obter e, acima de tudo, reter talentos torna-se, segundo o autor, uma arma de grande valor.
A mudança mais radical em relação ao trabalho surge na década de 90, fazendo coro ao já
famoso “Fim da História”, decretado pelo americano Francis Fukuyama, é o best-seller de Jeremy
Rifkin (1995), O fim do emprego, uma previsão baseada no crescimento da automação e
conseqüentes mudanças no próprio conceito de trabalho. Na era da informação, as tecnologias
estão substituindo a força de trabalho, afirma o autor, determinado o fim de muitas profissões,
embora promova o crescimento de uma força de elite ligada ao domínio da ciência, da
engenharia, do marketing e do entretenimento.
Contudo, em entrevista concedida ao Jornal da Globo14, em 1° de maio de 2006, Thomas
Malone, professor do MIT, autor de O futuro dos empregos (2006), afirma que "nos últimos
duzentos ou trezentos anos, cada avanço tecnológico criou mais empregos do que destruiu”, e que
as pessoas sempre se mobilizam “para criar coisas novas para todos nós fazermos". O que deverá
mudar radicalmente, segundo o entrevistado, é o conceito do emprego: "aquele emprego no qual
você trabalha 30 anos e se aposenta no final, provavelmente vai ficar no vocabulário do trabalho
do século vinte”.
No cenário de mudanças que se desenha dentro das empresas e no mundo empresarial em
geral, ainda pode ser possível apostar em novos modelos de gestão e na humanização das
12
Tradução do autor
13
Cf. também CHIAVENATTO, 1999.
14
Cf. PROFISSIONAIS do futuro. Disponível em <http://jg.globo.com/JGlobo/0,19125,VTJ0-2742-20060501-
165522,00.html#>. Acesso em 23 fevereiro 2008.
32
empresas e no empoderamento dos empregados. É o que propõe Ricardo Semler (2002), com
alguma irreverência, em Virando a própria mesa, que traz o relato de uma verdadeira revolução
na maneira de lidar com a gestão de pessoas e empregos.
Qual seria, então, o papel da liderança nesse contexto? É de uma possível resposta a essa
questão que trata o capítulo a seguir, no qual serão descritas as principais teorias de liderança e os
modelos atualmente utilizados em organizações cuja gestão privilegia as pessoas como um dos
pilares da cultura organizacional.
33
4 MODELOS DE LIDERANÇA
Ninguém, com toda certeza, é capaz de assumir a liderança em todos os campos, pois
para um homem os deuses concederam as proezas da guerra, a outro, a dança, para um
outro, a música e o canto, e, num outro, o todo poderoso Zeus colocou uma boa cabeça.
(HOMERO)15
Falar em liderança é falar ao mesmo tempo em poder, comando e influência. Está na raiz
da palavra inglesa leader, aquele que guia, conduz, leva adiante. As definições de liderança, para
falarmos apenas de algumas, baseiam-se quase todas nessa raiz, e em quase todas está implícita a
idéia de que se trata de um processo interativo em que os líderes influenciam seus seguidores.
Hersey e Blanchard (1986, p.103-104), citam Terry (1960), para quem “liderança é a
atividade capaz de influenciar pessoas fazendo-as empenhar-se voluntariamente em objetivos de
grupo”; Tannenbaum, Weschler e Massarik (1959) definem liderança como “influência
interpessoal exercida numa situação e dirigida através de processo de comunicação, para a
consecução de objetivos específicos”; e Koontz e O’Donnell (1959), para quem “a liderança
consiste em influenciar pessoas para a realização de um objetivo comum”.
Embora tematize mais particularmente a motivação nas organizações, o trabalho de
Bergamini (1997) aborda a questão da liderança levando em conta a relação do líder com aquele
que o autoriza a exercer seu poder: o seguidor. A autora distingue o chefe (que controla
rigidamente) do verdadeiro líder, que não impede a propensão a criar e a conseqüente “descoberta
de maneiras inéditas e melhores de se realizar o trabalho, bem como resolver os mais variados
tipos de problemas”.
O chileno Eduardo Soto (2005, p.211-214), autor de Comportamento organizacional: o
impacto das emoções dá início ao capítulo dedicado à liderança exatamente com o subtítulo
“Poder e influência”, todavia, antes de passar às definições de liderança, levanta algumas
questões que consideramos importantes para este trabalho: Quem tem o poder na empresa hoje?
15
Cf. HOMERO. Disponível em <http://pt.wikiquote.org/wiki/Homero>. Acesso em 22 janeiro 2008.
34
Teorias clássicas
Modelos atuais
alguns dos diretores-executivos de maior peso da história das empresas visionárias não tinham os
traços de personalidade do líder arquetípico perfeito, visionário e carismático.
Teoria dos traços de personalidade: segundo Hersey e Blanchart (1986, p. 104), a busca
de traços de liderança fundamentava-se na crença de que havia as qualidades inatas e de que, se
fôssemos capazes de medi-las e classificá-las, poderíamos distinguir os líderes dos não-líderes.
Para os autores, essas teorias revelaram-se demasiado redutoras, não contemplando as
características do contexto e dos subordinados.
Os traços considerados para a avaliação do líder eram os traços físicos, intelectuais,
sociais e aqueles relacionados diretamente à tarefa como iniciativa, persistência e capacidade de
realização. Segundo Orlindo Gouveia Pereira (2004, p.364), os estudos de maior sucesso foram
os relativos à inteligência, gerando um dilema para os próprios defensores da idéia: se os líderes
fossem muito mais inteligentes que seus subordinados, estes não poderiam segui-los.
Entre as teorias de comportamento, destacam-se aquelas já apresentadas no Capítulo 1,
como a teoria de Taylor, para quem o líder se concentrava no atendimento aos objetivos da
organização e não nas pessoas. Com os teóricos das relações humanas, sob a batuta de Mayo, o
enfoque desloca-se para as necessidades pessoais, e a função do verdadeiro líder passa a ser a de
dar oportunidades de crescimento aos liderados e, assim, conseguir sua colaboração para atingir
os objetivos da organização.
Os estudos de liderança da Universidade de Ohio tinham por meta, segundo Hersey e
Blanchard (1986, p.110), identificar, a partir de um questionário que incluía itens referentes à
consideração (se o líder encontra tempo para ouvir os membros das equipes; está disposto a fazer
mudanças; é amigo e acessível) e à estrutura inicial (se indica aos membros tarefas específicas;
pede que sigam normas e regras padronizadas e informa ao grupo o que espera dele).
Teoria sobre estilos de liderança: a ruptura com a concepção determinista dos traços
deve-se a Kurt Lewin. Pereira (2004) conta que Lewin e seus colaboradores, tomando os
escoteiros como sujeitos para seus estudos sobre a liderança (democrático, autocrático e laisser-
faire), permitiram grande avanço na Psicologia Social e mesmo no conceito de organização.
White e Lippitt (1939) apud Chiavenato (1987) realizaram um estudo, com crianças de 10 anos,
para checar os três estilos. Os grupos submetidos à liderança autocrática produziram mais,
37
enquanto aqueles que ficaram sob a liderança do laisser-faire ficaram aquém do esperado, tanto
em quantidade quanto em qualidade de trabalho. Os grupos que ficaram sob a liderança
democrática apresentaram produção inferior à obtida com a liderança autocrática, contudo, a
qualidade do trabalho foi muito superior.
Para Pereira (2004) - no artigo “Contra o taylorismo”, publicado em 1922 - Lewin causa
grande celeuma, mostrando “que a preocupação fundamental do empresário devia ser a produção,
mesmo que isso representasse grande sacrifício dos trabalhadores” (p. 363). Para o psicólogo
alemão, o estilo de liderança era algo que se podia assumir e, com treinamento, melhorar.
líder e o grau de desembaraço de quem está sendo orientado (o seguidor) para cumprir uma tarefa
específica. Esses fatores estão presentes em qualquer situação da liderança e podem ser
facilmente compreendidos por membros de qualquer cultura. Segundo a liderança situacional,
não existe uma “melhor maneira” de influenciar as pessoas. Portanto, o modelo é útil, sobretudo,
para organizações multiculturais, nas quais a flexibilidade é necessária.
Ainda segundo os autores, no modelo de liderança situacional, o estilo de liderança pode ser
definido como o padrão de comportamento que o líder manifesta quando busca influenciar outras
pessoas e também a forma como ele é visto por essas outras pessoas. O estilo é classificado pelos
autores segundo duas grandes categorias de comportamento:
1. O comportamento voltado para a tarefa, que é definido pelo tempo dedicado pelo líder a
explicar os deveres e as responsabilidades de uma pessoa ou de um grupo. Além de
determinar a tarefa que cada um deve executar, estabelece também como, quando, onde e por
quem deve ser realizada.
2. O comportamento voltado para a relação, por sua vez, é definido de acordo com o grau de
envolvimento do líder em situação de comunicação bilateral ou multilateral. Esse
comportamento deve abrir canais de comunicação, levando em conta o ato de ouvir, de
facilitar e de apoiar.
Esses dois tipos de comportamento põem ser vistos como dimensões isoladas e distintas
e podem ser lançados em eixos separados de um gráfico bimensional, no qual os quadrantes
podem ser usados para identificar quatro estilos básicos de liderança (Figura 2).
O comportamento voltado para a tarefa está representado, no gráfico proposto por Hersey
e Blanchard, sobre o eixo horizontal, enquanto o comportamento voltado para a relação aparece
no eixo vertical, ambos em ordem crescente. Essa configuração possibilita descrever quatro
estilos de comportamento do líder; estilos que contrabalançam a maturidade e o uso da
autoridade: quanto mais imaturo, maior uso de autoridade e menos ênfase no relacionamento;
quanto mais maduro, menos intensa a ênfase na autoridade e mais intensa a orientação para o
relacionamento. Com base nos quatro quadrantes destacados na figura abaixo, podemos avaliar o
comportamento do líder, mas considerando sempre, conforme os autores, que nenhum estilo pode
39
ser julgado eficaz em todas as circunstâncias, e que cada um deve ser aplicado em situações
específicas.
16
Essa figura corresponde à figura 27.1 do livro A organização do futuro, da Peter Drucker Foundation Cap. 27
Hersey & Johnson, 1997, p. 291.
40
1. Determinar o resultado da tarefa específica – o resultado pretendido deve ser claro para
que o líder possa saber se o seguidor está pronto para alcançá-lo e que estilo de
comportamento específico deverá ser usado nesse caso.
2. Diagnosticar se o seguidor está pronto para realizar esse objetivo – uma vez pronto
basta uma pequena intervenção do líder; no caso de um baixo nível de prontidão, será
necessária uma intervenção mais estruturada da liderança.
3. Escolher o estilo de liderança apropriado – no caso de resultados positivos (alto nível
de prontidão), o seguidor vai se mostrar apto e disposto para alcançar determinado
objetivo. Nesse caso, o estilo de liderança mais adequado será a delegação, enquanto o
estilo mais orientador é o mais indicado quando a aptidão e a disposição do seguidor
forem mais baixas.
Para os autores, essas três primeiras etapas reduzem as restrições da cultura: se o objetivo
se estabelece de acordo com a cultura da organização, o seguidor é capaz de avaliá-lo, e isso pode
melhorar sua prontidão. O modelo proposto mostra, com isso, que importar um modelo de
liderança estranho à cultura específica de uma organização pode trazer dificuldades.
Ainda segundo a teoria de Hersey & Blanchard, não existe um estilo de liderança ideal –
esse estilo sempre vai depender das circunstâncias em que a tentativa de influência acontece. A
eficácia no ato de liderar está na dependência direta da capacidade do líder de adaptar seus
41
comportamentos às circunstâncias, e na relação líder-seguidor está o ponto chave, uma vez que só
há líderes quando há seguidores.
A prontidão do seguidor, cujos componentes são a aptidão e a disposição, é definida pelos
autores como a intensidade com que demonstra sua inclinação e disposição para executar uma
tarefa específica. A aptidão depende do conhecimento, da experiência e da habilidade que um
indivíduo ou um grupo é capaz de transferir para determinada tarefa; enquanto a disposição é
função do fato de estar seguro de que pode realizar a tarefa, de estar comprometido com ela, e de
estar motivado para realizá-la.
A liderança situacional funciona melhor quando líderes e seguidores compreendem o
modelo. Isto é válido principalmente em um ambiente multicultural. Compreendendo o modelo,
os seguidores podem facilmente concluir que as mudanças de estilo não são orientadas por
distorções culturais, mas são influenciadas, sobretudo, pelo nível de prontidão apresentada pelo
seguidor para executar a tarefa em questão.
Segundo Jones (1997, p.151-152), dirigentes realmente preocupados em reestruturar e
conduzir organizações – em vez de agirem como comissários de bordo com um roteiro
previamente definido – devem aprofundar-se tanto na história como na estrutura básica de sua
organização.
A despeito da retórica antiempresarial, as organizações bem sucedidas são, de muitas
formas, organismos vivos, dinâmicos, que criam vínculos com seus colaboradores e líderes. Para
dar continuidade ao desenvolvimento e evitar que o caminho chegue ao fim, elas devem nutrir,
canalizar e oferecer a quem trabalha com ela o que ele chama de “mão invisível da liderança”.
Ela se torna mais definida na relação estabelecida pela organização com seus colaboradores, e
não é necessário que a liderança siga um plano estratégico aprovado pela diretoria. A liderança
legítima emerge nas organizações em desenvolvimento, onde a frustração, a surpresa e os
insucessos constantemente assomam no horizonte. Esses líderes devem assumir e estimular as
equipes, além de oferecer-lhes esperança, mesmo diante de possíveis fracassos. Emergindo sob
essas condições, Jones (1997) afirma que a liderança se torna parte fundamental do DNA da
organização. A prova e o dever da organização voltada para liderança é buscar caminhos e planos
próprios, a fim de evitar fórmulas pré-fabricadas e de encontrar seu próprio destino. Embora
dinâmicos líderes internos possam emergir na organização e serem capazes de usar quaisquer
42
modelos, existe uma característica essencial difícil de ensinar: encontrar pessoas responsáveis,
porém dispostas a correr riscos é um dos maiores desafios para os líderes empresariais.
17
NONAKA, 1997 apud TOMELIM 2001, p.13.
18
Ibid.
43
Para poder ser transformar em uma organização que aprende, as lideranças precisam
trabalhar de acordo com essas funções:
Nas palavras de Senge (1990, p.38), “na organização de aprendizagem os dirigentes têm a
possibilidade de conceituar suas idéias estratégicas de modo que elas passam a ser de
44
Essência • Amor
à Verdade
• Franqueza
• Teoria defendida
Princípio vs Teoria em uso
• Escada de inferência
s • Equilíbrio entre inquirição e defesa
A disciplina nomeada pelo autor Objetivo Comum é aquela em que o líder deve defender
as idéias que considera importantes, mas sempre mantendo-se aberto às perspectivas de outros,
ou seja, é muito importante a co-criação da visão e seu compartilhamento com todos (Figura 4):
Essência • Comunhão
de propósitos
• Companheirismo
Essência • Inteligência
Coletiva
• Alinhamento
• Diálogo
Princípio • Integrar diálogo e discussão
s • Rotinas defensivas
• Levantar suposições
Práticas • Agir como colegas
• Trazer a tona a própria defensiva
• Treinar
Domínio Pessoal é considerado por Senge a “base espiritual” (p. 16) da organização de
aprendizagem. O líder tem de conhecer para onde caminha (um líder sem rumo reflete-se numa
empresa perdida), ter a abertura de espírito para a realidade e viver a vida com uma atitude
criativa e não reativa (Figura 6):
47
• Estado
Essência de ser
• Geração
• Ligação
• Objetivo
Princípio •Tensão criativa
vs tensão emocional
s • Subconsciente
A quinta disciplina, o Raciocínio Sistêmico (Figura 7), integra as outras quatro – é esse o
grande desafio: evitar que as demais “sejam vistas isoladamente como simples macetes ou o
último modismo para efetuar mudanças na organização” (SENGE, 1990, p. 21).
O autor insiste ainda no fato de que, para realizar seu potencial, essa disciplina precisa das
outras quatro. Para aplicar na empresa o conhecimento gerado por essa compreensão, o líder
precisa conseguir o engajamento determinado pelo Objetivo Comum; detectar as falhas nas
visões de mundo apontadas nos Modelos Mentais; levar as pessoas a enxergarem além de seus
limites, por meio do Aprendizado em Grupo e fazer uso do Domínio Pessoal, para uma
motivação contínua da pesquisa, mantendo a tensão criativa.
48
Essência • Holismo
• Interligação
• A estrutura influencia o
Princípio comportamento
s • Resistência do Sistema
• Alavancagem
• Simulação
No seu premiado livro O Motor da Liderança, Noel Tichy (1999) faz uma pergunta
desafiadora: líderes já nascem líderes ou podem ser criados? Vejamos como o autor responde à
sua questão:
Tenho uma tese muito simples: todas as pessoas têm um potencial de liderança
represado, assim como têm potencial atlético represado. Existem diferenças claras
quanto à quantidade de potencial reprimido, por conta da natureza e criação de um
indivíduo, ou seja, genes e educação. Mas não importa o nível de desempenho atlético
ou de liderança que uma pessoa hoje apresenta, ele ou ela podem realizar melhorias
significativas. Não é todo mundo que pode ser um campeão nas Olimpíadas ou em
Wimbledon, mas com treinamento e prática podemos melhorar muito a partir do ponto
em que estamos. O importante é: a liderança está dentro de você. (TICHY, 1999, p.6)
Para serem vencedoras as organizações precisam ter bons líderes; e líderes que se dedicam
ao desenvolvimento de outros líderes. Tichy (1999, p.3) confirma a importância dessa habilidade
afirmando: “prefiro o conceito de organização que ensina ao de organização que aprende”. O
líder, além de aprender, precisa ainda saber repassar o que aprendeu e motivar os outros a
49
ensinar. As estratégias e táticas empregadas pelos líderes podem ser divergentes, contudo, o
seguinte conjunto de fundamentos, apresentado por Tichy (1999, p.3), é comum a todas:
educativo sobre dirigir e mudar um negócio, atuando como instrutores e modelos de desempenho.
Além disso, líderes são aprendizes ávidos que utilizam suas experiências para desenvolver lições
sobre o futuro.
Esses líderes possuem, conforme apresentado na figura 8, acima:
Idéias claras e atuais sobre como vencer no mercado e como as diversas áreas que
compõem a estrutura organizacional devem interagir. Líderes vencedores sabem que as
idéias são uma ferramenta essencial para moldar e motivar uma organização e consideram
a geração de idéias uma das suas mais importantes funções. Enfim, para o autor, “nas
organizações vencedoras, não é a fonte das idéias que importa, e sim, que o seu líder
principal líder compre as idéias, dissemine-as por toda a organização e estimule os outros
a terem também boas idéias”. Nesse movimento, “as idéias vêm em cascata por todos os
níveis”, ou seja, cada nível da organização utiliza a idéia central da empresa para
desenvolver outras idéias diretamente ligadas a suas áreas. “Idéias boas em todos os níveis
impulsionam uma empresa para o sucesso”. (TICHY, 1999, p. 85)
Tanto os líderes quanto as organizações possuem valores fortes que devem ser entendidos
e praticados por todos. Os líderes bem sucedidos reconhecem a importância dos valores
corporativos na sustentação das metas da organização e certificam-se de que todos os seus
empregados estejam trabalhando de acordo com eles. Para conseguir esse objetivo, os
líderes vencedores articulam um conjunto de valores para toda a organização ou uma
equipe; refletem continuamente sobre os valores para terem a certeza de sua adequação às
metas; incorporam esses valores ao seu comportamento; estimulam a aplicação dos
valores em suas próprias decisões e ações e, finalmente, confrontam e tratam
agressivamente todos os redutos de ignorância e resistência. Essas atividades fazem com
que os líderes possam desenvolver outros líderes desenvolver outros líderes para que
compartilhem e transmitam seus valores às demais pessoas na organização.
A alta energia dos líderes vencedores funciona como verdadeiro combustível para gerar
mais energia e convertê-la em uso positivo e produtivo. Uma vez que são constituídas de
pessoas, todas as organizações têm, segundo o autor, uma energia inerente; contudo, usam
51
essa energia, assim como as idéias e valores, como mais uma ferramenta de
competitividade. Para líderes vencedores, tudo é oportunidade para mudar e para crescer,
sem que lhes passe pela cabeça diminuir o ritmo do trabalho, que consideram
extremamente gratificantes.
Líderes com edge19 sempre estão prontos para tomar decisões difíceis, e costumam
estimular e recompensar aqueles que fazem o mesmo. Segundo Jack Welch, ex-presidente
da General Electric de quem Tichy tomou emprestado o termo, “muita gente tem boas
idéias, bons valores, e conseguem até gerar energia e motivar pessoas. Mas, por alguma
razão não conseguem o ânimo e a coragem necessários para fazer o que tem que ser
feito”( TICHY, 1999, p. 159). Edge é uma combinação complexa de dois fatores: 1. a
disposição para perseguir a verdade, enxergar a realidade como ela é, e tomar decisões
sobre ela; 2. a coragem de agir sobre essa verdade, e fazer, ainda que contrarie a vontade
de alguns, o que tem que ser feito. Para Tichy (1999, p.164), “edge pressupõe a exitência
de princípios que irão pautar suas [do líder] decisões e ações”; ou seja, idéias e valores
fortemente sustentados.
19
Cf. Prefácio à edição brasileira referenciada neste trabalho (p. xvi): Edge – termo usado por Jack Welch que
engloba as qualidades de coragem, ousadia, determinação, energia, têmpera, garra, eficácia, fibra, pulso firma,
força moral, integridade, vitalidade, realismo e entusiasmo
52
Segundo Glenn Jones (1997), as organizações líderes são construídas, não inatas. O autor
acredita que líderes considerados hereges por adotarem idéias não-comprovadas e às vezes até
mesmo expostos ao ridículo por seus colegas de profissão, valeram-se de três virtudes: honraram
a integridade de seus sonhos e de seus impulsos; revelaram grande aptidão para atrair outras
pessoas dispostas a correr riscos por suas causas e, finalmente, tornaram-se, todos, ao mesmo
53
tempo pupilos e mentores, aprendendo com seus seguidores, com seus erros e com seus
adversários.
Segundo Hovver e Valenti (2006), quando os líderes falham na tentativa de dar apoio
inspirado e entusiástico a opiniões criativas e inovadoras, correm o risco de chocar-se com a
mentalidade de grupo, que procura coesão interna. Quando esses líderes dizem “Amém!” e
desencorajam opiniões desafiadoras, garantem a mentalidade de grupo, mas sufocam a coragem.
satisfação no trabalho era determinada pela relação que o funcionário mantinha com seu
supervisor imediato. Nesse contexto, o principal responsável pela retenção e, conseqüentemente,
pela satisfação de um funcionário, é o corpo gerencial e não a área de Recursos Humanos da
empresa.
Hammer (1996)20, por sua vez, afirma que a empresa não é mais a ‘cabeça‘ e o
funcionário a ‘mão’. Para esse pesquisador, o funcionário deve ser um adulto amadurecido,
capacitado e autoconfiante, e a empresa não promete cuidar dele, o que é correto, pois tal
promessa soaria falsa e vazia. ‘Tomar conta de seus funcionários’ implica exercer certo controle
sobre seu ambiente e a promessa de proteção talvez tenha sido realista no passado, mas agora é
digna de riso. Em vez de proteção, a empresa deve dar a seu pessoal uma oportunidade, uma
chance de progredir, de ser bem-sucedido, de crescer em suas carreiras.
Neste capítulo, verificou-se que a atuação das lideranças foi se modificando, ao longo do
tempo, para atender às atuais necessidades de um mercado cada vez mais globalizado e
facilmente afetado pela rapidez das mudanças, sejam elas tecnológicas políticas ou estruturais.
Entendemos que os conceitos de empresa que aprende e empresa que ensina são hoje dominantes
nas grandes organizações, em função da necessidade cada vez maior de estar à frente no mercado
e de garantir para si recursos humanos mais bem preparados. No capítulo a seguir apresenta-se a
metodologia da pesquisa que – como diz a palavra método – significa literalmente “caminho a
trilhar”; caminho cujo ponto de chegada está no cruzamento das pesquisas com o referencial
teórico.
20
Beyond reengineering: how the process-centred organization is changing our lives, (Nova York:Harper Business,
1996),
55
5 MÉTODOLOGIA APLICADA
Segundo Yin (2005) existem três situações nas quais o estudo de caso é indicado. A
primeira é quando o caso em estudo é crítico para se testar uma hipótese ou teoria explicitada. A
segunda situação para se optar por um estudo de caso é o fato dele ser extremo ou único. A
terceira situação se dá quando o caso é revelador, o que ocorre quando o pesquisador tem acesso
a um evento ou fenômeno até então inacessível à pesquisa científica.
Para Hildebrand (1999)23, o estudo de caso é um dos vários modos de realizar uma
pesquisa sólida. Existem outros modos como as experiências vividas, histórias, e a análise de
informações e estudos.
Hildebrand ressalta ainda que cada estratégia tem vantagens e desvantagens que
dependem de três condições:
21
Michel de Montaigne foi escritor e ensaísta francês século XVI. Cf.
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Eyquem_de_Montaigne>. Acesso em: 4 mar. 2008.
22
Disponível em http://www.read.ea.ufrgs.br/enviar_artigo/estudo_de_caso.doc Acesso em: 8 mar. 2008
23
Disponível em <http://recep.linkway.com.br/recep/>. Acesso em: 4 mar. 2008.
56
Considerando as observações anteriores, o caso deve ser robusto suficiente para que se
possam extrair conclusões sustentadas com base nas evidências coletadas e na análise
dos dados.
Finalmente, o objetivo maior da condução de um estudo de caso é a contribuição para a
teoria vigente, seja no sentido da proposição de nova teoria, extensão da teoria
existente ou de seu refinamento.
5.1.1 A Empresa24
24
O texto completo sobre a empresa encontra-se, nesta dissertação, no Anexo II.
58
ações. Mesmo fazendo parte do grupo Siemens, a empresa mantém sua gestão independente,
aliando a agilidade de uma pequena empresa à solidez de um grande grupo econômico.
Com escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Manaus, Porto
Alegre e Houston (EUA), a Chemtech conta com uma equipe de engenheiros multifuncionais,
graduados e especializados nas melhores instituições do Brasil e do mundo. Toda a equipe está
em constante aprimoramento.
A Chemtech desenvolve projetos e presta consultoria em engenharia e TI para indústrias
líderes de processo, alimentos & bebidas e de entretenimento. As soluções vão desde projeto
básico de engenharia, simulações e desenvolvimento de software até a integração entre o chão-
de-fábrica e o ERP das empresas e a visualização de dados de todo o sistema operacional de uma
planta.
A qualidade dos serviços e o compromisso com o prazo são atestados pela vasta cartela de
clientes da empresa: Petrobras, Exxon Mobil, Saudi Aramco, Chevron, CVRD, CSN, Belgo
Mineira, Braskem, Samarco, Suzano, Sabesp, Globo.com, Monsanto, Procter & Gamble, entre
outros.
Eleita em 2007 a melhor empresa para se trabalhar no Brasil, figura, desde 2004, nas
listas das melhores, de acordo com pesquisas de clima organizacional. Em 2006, foi escolhida
como a 3ª melhor empresa e uma das 30 melhores para as mulheres pelo Great Place to Work
Institute e pela Revista Época. E ainda, a melhor empresa em TI & Telecom pelo Great Place to
Work Institute e a melhor em respeito. Ainda em 2007. classificou-se, pelo terceiro ano
consecutivo, entre as 150 melhores pelo Guia Exame - Você S/A, que também elegeu a
Chemtech como a 3ª melhor empresa em tecnologia.
A Chemtech adotou como missão fornecer soluções de tecnologia da informação e de
processos para indústrias líderes; estabelecer com o cliente, funcionários e sociedade uma relação
de longo prazo e contribuir para o desenvolvimento da tecnologia. Seguindo os valores da
empresa, que são basear todas as relações e atividades em integridade, comprometimento,
confiança, qualidade, transparência, entusiasmo, cidadania e ecoeficiência, a Chemtech tem como
visão ser líder nacional e reconhecida no mercado mundial no fornecimento de soluções
tecnológicas.
59
Para isso a entidade mantém infra-estrutura e atividades permanentes, forma grupos para
discutir os assuntos mais importantes ligados ao mundo do trabalho e a gestão de pessoas, realiza
pesquisas, promove eventos e apoia iniciativas de outras organizações, na esfera pública e
privada, que estejam em sintonia com seus objetivos.
A atuação da ABRH/RJ é regional. A entidade integra o Sistema Nacional ABRH,
formado por outras 21 seccionais, nas mais importantes regiões do País, proporcionando
abrangência nacional em diversas ações.25
A pesquisa feita pelo Great Place to Work® envolveu 57 perguntas fechadas divididas nas
4 categorias seguintes:
25
Cf. <http://www.abrhrj.org.br/>. Acesso em: 15 abr. 2008.
61
5.2.2 ABRH/RJ
Categoria Média ou Grande Empresa - premiará o modelo de gestão com pessoas que
demonstre como a média ou grande empresa é capaz de alcançar os resultados desejados
valorizando o talento humano.
A ABRH-RJ definiu classificação do porte através dos seguintes critérios que deverão ser
atendidos simultaneamente:
• Por faturamento: acima de R$ 2.400.000,00 ao ano;
• Por número de empregados:
• Comércio e Serviço: acima de 49 empregados;
• Indústria: acima de 99 empregados.
A pesquisa feita pelo Great Place to Work foi respondida por 287 empregados de um
universo de 441, aleatoriamente escolhidos, e divididos em 4 categorias: Cargo, Tempo de Casa,
Idade e Sexo.
A pesquisa aplicada pela ABRH/RJ foi feita através de perguntas abertas, a ser respondida
pela direção da empresa, sobre diversos temas dentre os quais destacamos importante os
seguintes para esse estudo de caso:
5.4 AMOSTRA
Tabela 1 - Cargos
CARGOS RESPOSTAS
Diretores e Gerentes 28
Supervisores 20
Técnicos 108
Vendedor 3
Administrativo 28
Operacional 31
Estagiário 67
Fonte: Tabela elaborada pelo próprio autor do trabalho.
Tabela 3 - Idade
IDADE RESPOSTAS
Menos de 20 anos 3
Entre 20 e 25 anos 135
Entre 26 e 35 anos 101
Entre 36 e 45 anos 27
Entre 46 e 55 anos 14
Mais de 55 anos 6
Fonte: Tabela elaborada pelo próprio autor do trabalho.
Tabela 4 - Sexo
SEXO RESPOSTAS
Feminino 87
Masculino 199
Fonte: Tabela elaborada pelo próprio autor do trabalho.
Pela ABRH/RJ
• Questionário com perguntas abertas (Anexo II).
Para a análise aqui realizada, trabalhamos apenas com um resumo das questões feitas
pela ABRH/RJ e parte das respostas dadas pela Chemtech sobre o processo de participação no
Prêmio Gestão de Pessoas – Luiz Carlos Campos – 2007. Algumas respostas receberam maior
destaque, e outras não estão aqui representadas, mas encontram-se no anexo II. Para facilitar a
leitura e a organização dos dados, renumeramos as questões selecionadas de acordo com as
necessidades metodológicas desta pesquisa.
26
Todos os grifos acrescentados, deste ponto em diante são do próprio autor desta dissertação.
71
diferença na hora de ler um currículo e conseguir extrair dali um pequeno detalhe que às vezes
poderia passar despercebido.
O Curso de Integração começa com as boas-vindas, apresentação da missão, da visão e
dos valores e também da política de qualidade da Empresa, seguida de uma conversa com o
diretor geral. A mensagem transmitida a todos é clara: na Chemtech, nenhum assunto é "tabu" e
nenhum tema é proibido. Todos são incentivados a utilizar os canais de comunicação
disponibilizados pela empresa em prol do seu crescimento e do crescimento da
organização.(A.2.2)
Para a Chemtech é fundamental que todos seus colaboradores tenham um bom
conhecimento do mercado em que a empresa está inserida e de que forma podem atuar
efetivamente para promover o crescimento da organização.
O curso cobre também o plano de carreira, questões de remuneração e benefícios,
funcionamento da Universidade Corporativa Chemtech (UCC) e explica a metodologia das
avaliações de desempenho na Chemtech..
A4) Carreira:
maioria das vezes, os elogios são replicados pela Diretoria. Ao longo do ano, também é uma
prática nossa premiar os projetos de maior destaque da Chemtech naquele período.
Além disso, acreditamos que todas as nossas iniciativas quanto a criar um ambiente
agradável para as pessoas trabalharem são percebidos como incentivo e como satisfação pelo
bom trabalho. Todas as ações da empresa em prol dos funcionários representam um investimento
que não estaria sendo aplicado nas pessoas erradas. Se fazemos tudo o que fazemos e ainda é
nossa prioridade manter essas pessoas aqui, é porque estamos felizes com o trabalho que elas
desempenham e não queremos perdê-las para o mercado.
Não praticamos participação nos lucros, mas dividimos nossos resultados com os
funcionários através da bonificação por mérito. Acreditamos que, com essa metodologia,
acabamos por motivar ainda mais os funcionários a quererem desempenhar um papel merecedor
de destaque e gerador de resultados positivos.
A bonificação serve também para motivar os funcionários a trabalharem com competência
e a se destacarem. No caso da participação já estabelecida, o desafio de se superar e se destacar
não têm a mesma motivação, uma vez que todos contarão com a participação nos lucros
garantida.
Seguindo o conceito de giftwork – onde a empresa presenteia o funcionário de forma não
necessariamente monetária pelo seu bom trabalho e, em contrapartida, o funcionário retribui o
presente trabalhando melhor – fazemos questão de sempre reconhecer de alguma forma o
trabalho dos nossos colaboradores para que esse ciclo saudável de troca de presentes seja ativo e
constante.(A5.3)
Vale lembrar que uma das regras consideradas pelos organizadores do ranking é que uma
empresa inscrita só pode estar entre as 10 primeiras da lista quando estiver competindo pela
quarta vez. De acordo com essa regra, pode-se perceber que a Chemtech tornou-se a primeira da
lista exatamente na primeira oportunidade que teve de ocupar essa posição.
Em 2007, também fomos eleitos a melhor empresa de tecnologia para se trabalhar, a 3ª
melhor empresa para as mulheres trabalharem e a 8ª melhor empresa para se trabalhar no índice
geral segundo a revista Exame em pesquisa realizada pela FIA - USP.
Confira abaixo (figura 11) alguns dos resultados apresentados no relatório da pesquisa do
Great Place to Work em 2006.
Percentual de satisfação
93% 97%
89% 89%
79%
RJ SP SAL BH CHEMTECH
Percentual de satisfação
Credibilidade
95%
91%
87% 87%
86% 86%
Satisfação no Trabalho
96%
93%
90%
88%
Esteé um lugar amistoso para trabalhar Este é um lugar descontraído para trabalhar
A4.3 - Feedback
A5.1 - Prioridade em remunerar
adequadamente
A5.2 - Divulgação de elogios
A5.3 - Reconhecimento ao bom trabalho
A6.1a - Necessidades básicas
A6.2a - Incentivo a qualidade de vida
A6.3a - Benefícios extra
Ambiente e A1.2; A1.3; A1.4; A1.5; Neste item destacamos as questões:
Cultura A2.1; A2.2; A3.2; A3.3;
Organizacional A6.4a; A6.5a e Quadros 3,4 A1.2 e A2.1 - Critérios de seleção
e5 A1.3 - Todos são responsáveis por pessoas
A1.4 - Mentores
A1.5 - Gestão de pessoas descentralizada
A2.2 e A6.5a - Comunicação ampla e clara
A3.2 - Integração / capacitação
A3.3 - Organização que aprende
A6.4a e Quadros 3, 4 e 5 - Melhoria
contínua
Liderança A1.1; A3.1; A3.4; A4.4 As questões em destaque são:
Analisando os dados das duas pesquisas podemos verificar que a pesquisa do Great Place
to Work Institute (GPW) é complementada e vai ao encontro dos resultados obtidos pela pesquisa
da ABRH/RJ. Enquanto o GPW trabalhou com questões fechadas atribuindo (notas) aos itens
pesquisados, a ABRH/RJ optou por usar perguntas abertas, respondidas pelas lideranças da
Chemtech. Em diversas questões do GPW respondidas pelos funcionários com alto grau, existe
um complemento nas respostas dadas pela pesquisa da ABRH/RJ que dá credibilidade a esse alto
grau da pesquisa GPW.
A Chemtech, empresa escolhida para este estudo de caso, reúne todas as condições
descritas no referencial teórico, uma vez que utiliza, sempre que necessário, as diversas
ferramentas e modelos de gestão em consonância com os valores e crenças de suas lideranças,
mantendo, assim, sua cultura organizacional e a motivação de seu pessoal.
Ainda segundo a direção, a Chemtech é uma empresa que inspira seus funcionários
desafiando, valorizando, respeitando, reconhecendo, construindo um espírito de equipe e sendo
transparente. Tudo isso está incluído na cultura da empresa e é expresso também na sua missão,
visão e valores, que são respectivamente:
Missão - Fornecer soluções de tecnologia da informação e de processos para indústrias
líderes; estabelecer com o cliente, funcionários e sociedade uma relação de longo prazo e
contribuir para o desenvolvimento da tecnologia.
Visão - Ser líder nacional e reconhecida no mercado mundial no fornecimento de soluções
tecnológicas.
Valores - Todas a suas relações e atividades são baseadas em: integridade,
comprometimento, confiança, qualidade, transparência, entusiasmo, cidadania e ecoeficiência.
Em diversos momentos durante este estudo de caso verifica-se que desde sua fundação,
resultado do sonho de jovens colegas, até os dias atuais, a Chemtech manteve-se dentro de uma
cultura que é resultado de uma visão de futuro com foco em sustentabilidade.
Segundo Porras e Collins (1995, p 25-26), é um mito afirmar que as empresas visionárias
são excelentes lugares para se trabalhar. Os autores acreditam que se alguém for trabalhar em
uma empresa visionária irá se sair bem e progredir ou será destruído, uma vez que as empresas
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visionárias têm tanta certeza do que elas representam e de seus resultados a serem alcançados que
não aceitam pessoas com má vontade ou incapacidade de se adaptar aos seus rígidos padrões.
A Chemtech desenvolveu um sistema de recrutamento e seleção que utiliza critérios de
escolha que comprovam o mito descrito acima por Porras e Collins (1995). Sempre procurou
contratar pessoas que gostassem de estudar e aprender, como seus fundadores, e tivessem
interesse em fazer carreira na empresa, compartilhando também de seus valores e crenças. Esse
casamento de interesses faz toda a diferença na motivação de seu pessoal e na manutenção do
sistema de valores da empresa.
Através da análise das pesquisas observamos que as necessidades descritas nas teorias de
Maslow (1954), McGregor (1972) e Herzberg apud Bergamini (1990) são plenamente atendidas e
ampliadas. Como exemplo, podemos destacar a questão da segurança no ambiente de trabalho, os
diversos tipos de reconhecimentos dado as pessoas e o incentivo ao auto-desenvolvimento e
realização tanto no aspecto pessoal como também no profissional.
Nas questões motivacionais, observamos diversas respostas, na pesquisa do GPW, com
uma graduação elevada principalmente nas questões ligadas ao orgulho, satisfação de pertencer à
equipe Chemtech, poder ser autentico sentir-se bemvindo e, sempre que necessário, se dedicar
mais para concluir um trabalho pedido, mesmo tendo que ficar até mais tarde. Essa percepção dos
funcionários e o grau de satisfação por eles demonstrado parecem vir de um legítimo interesse em
trabalhar na Chemtech devido ao bem-estar encontrado no ambiente de trabalho.
O reconhecimento pelo investimento feito em treinamento e desenvolvimento e outro
ponto muito forte nas avaliações feitas pelos funcionários. Em pesquisa feita em 2005 pela
Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), revelou que a Chemtech
investia um valor equivalente a 4.9% de sua folha de pagamento o que é acima de muitas grandes
empresas e quase o dobro da media brasileira que era de 2,7%, conforme figura 2.
Quanto às questões de ambiência e cultura alguns pontos relevantes são dignos de
destaque como, por exemplo, os temas relacionados a preconceitos e discriminações atingindo os
níveis mais altos da pesquisa com 98% de graduação. O elevado grau atribuído pelos
funcionários a esses temas, mostra a importância dada pela Chemtech à diversidade, respeito e
valorização aos seus funcionários.
As comemorações em eventos especiais e conquistas de metas e projetos são também
parte de uma cultura da Chemtech e é corroborada pela percepção dos funcionários de que
87
Esta credibilidade nas lideranças e na cultura organizacional nos faz deduzir que na
Chemtech existe uma relação muito maior do que simplesmente um contrato de trabalho. A
grande maioria das pessoas parece, realmente, sentirem que o bem-estar (a felicidade) nessa
organização existe e é parte da cultura da empresa.
88
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Afinal, o que promove o bem-estar nas organizações? Quais as variáveis para se encontrar
a felicidade no trabalho? É possível ser feliz trabalhando em uma empresa? Essas perguntas
podem dar lugar a muitas respostas diferentes, porém, em nossa opinião, nenhuma delas pode ser
tida como definitiva.
Este estudo demonstra que a quantidade de variáveis é muito grande e a combinação entre
elas parece infinita. Essa combinação nos faz entender que trabalhar apenas com uma única
variável restringe demais qualquer tipo de pesquisa. Em contrapartida, trabalhar com todas as
variáveis possíveis torna a pesquisa inviável.
Três variáveis, consideradas as mais importantes dentro de um contexto empresarial,
foram então escolhidas para constituírem o tripé sobre o qual se apóiam as respostas oferecidas
por esta pesquisa: trabalhar a motivação das equipes de trabalho; estar sempre atento aos sinais de
mudanças no ambiente e na cultura organizacional e, finalmente, tornar a liderança a mola
propulsora que atua no processo de constantes transformações mercadológicas e empresariais no
sentido de equilibrar os resultados a serem alcançados e o bem-estar na empresa.
Este estudo de caso baseou-se em um referencial teórico tanto histórico como atual, em
que as técnicas e modelos de liderança descritos já provaram sua eficiência e eficácia em
milhares de organizações nas últimas décadas.
Com base nos resultados das duas pesquisas realizadas, a do Great Place to Work Institute
e a da ABRH/RJ se pode inferir que, neste estudo de caso, a liderança mostrou ser o principal
catalisador, o amálgama, para que a empresa consiga manter, rever ou até mesmo recriar fatores
culturais e motivacionais, o que responde à primeira pergunta desta dissertação. Contudo,
isoladamente, a liderança não garante o bem-estar no ambiente de trabalho. Embora seja forte e
inspiradora, seu principal papel é garantir que os valores sejam respeitados e seguidos por todos,
mesmo que para isso tenha que rever, sempre que necessário, suas crenças.
89
A influência das lideranças só é válida quando é parte de uma cultura que permeia toda a
empresa. Na Chemtech, observamos que a utilização de conceitos como “empresa que aprende”
(SENGE, 1990) e “empresa que ensina” (TICHY, 1999) faz parte de sua cultura de aprendizado
que estimula o desenvolvimento contínuo de novas lideranças.
A pergunta dois fica respondida em diversos momentos das pesquisas pelo ambiente
cultural saudável e com objetivos comuns que, no caso da Chemtech, constituem a base para criar
e manter em alta um clima de motivação entre seus funcionários. Segundo seu atual diretor geral
e um de seus fundadores, o maior desafio da Chemtech é preservar sua cultura de trabalho,
enquanto cresce no Brasil e no mundo. A Chemtech sabe da importância de manter a habilidade
de desenvolver os funcionários e criar um clima de bem-estar cultivado por uma convivência que
extrapola o ambiente profissional.
Os fatores descritos nas pesquisas demonstram que para uma empresa ser considerado um
excelente lugar para se trabalhar é necessário um encontro de interesses entre o que as pessoas
esperam e o que a empresa pode oferecer; enfim, deve haver coerência entre o discurso e a
prática. A frase “faça o que eu digo e o que eu faço” tem que ser autêntica e servir como exemplo
a todos. A clareza e a transparência nas “regras do jogo”, desde o primeiro momento, minimizam
constrangimentos e desmotivações, garantindo que cada um sabe de sua importância e
responsabilidade na consecução dos objetivos comuns a todos. Esse senso de pertencer ao tecido
social da empresa é fator decisivo para garantir a motivação e, conseqüentemente, a retenção dos
funcionários.
A grande questão que ainda permanece sem resposta definitiva é: Por quanto tempo
podemos garantir que esse bem-estar seja mantido e aceito pela maioria? O que uma organização
pode fazer para se manter entre as melhores empresas para se trabalhar todos os anos? A epígrafe
postada na abertura destas Considerações ressoa aqui em consonância com os versos do poeta
português que deixamos no início deste trabalho, na Introdução: a felicidade como algo que não
se deixa colher e que, para que se mantenha, em toda a sua fragilidade, precisa de um sopro
constante de vida. A inquietude do ser humano e sua necessidade de mudar, sempre procurando o
que julga melhor para si, fazem com que não existam receitas prontas. As empresas, através de
suas lideranças, precisam estar sempre atentas aos sinais que são dados a cada momento e nem
sempre são entendidos ou aceitos quando já existe um forte paradigma.
90
Por tudo que foi visto neste trabalho, e pela evolução dos resultados da Chemtech nos
últimos anos, é possível inferir que ela possa se manter entre as primeiras melhores empresas
para se trabalhar, mantendo a gestão de pessoas através de suas lideranças como uma das chaves
para o sucesso. Porém, essa é uma afirmativa que só o tempo poderá comprovar.
Como sugestão para futuros trabalhos, entendemos ser necessário investigar outros
parâmetros através de uma análise mais detalhada das pesquisas, tendo como abrangência de
estudo as cinco primeiras empresas colocadas, e não apenas a empresa vencedora.
Os trabalhos futuros podem ainda aprofundar o estudo isolado de cada fator: motivação,
cultura organizacional e liderança, e ir a fundo às questões referentes a esses fatores.
Outro ponto importante seria verificar a influência do tamanho da empresa, em termos de
número de funcionários ou mesmo de faturamento, no resultado dessas premiações. Levantar a
questão de empresas de pequeno e médio porte estar sempre entre os primeiros lugares quando se
trata de melhores empresas para se trabalhar.
Por fim, sugerimos um trabalho que possa questionar se a metodologia utilizada e as
questões elaboradas pelos institutos de pesquisa são suficientes para garantir a veracidade dos
resultados.
Afirmamos anteriormente que não há “receitas prontas”, uma vez que nós, seres humanos,
desejamos mudar. Por um lado, a mudança exige um trabalho de atenção e acompanhamento
contínuos; por outro lado, contudo, é assim que o novo pode surgir e que novas respostas
precisam ser buscadas. Nesses caminhos de garantia sempre relativa, deixemos a última palavra
com o homem dos sertões e sua sabedoria adquirida nessas veredas:
91
“O senhor... Mire veja; o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não
estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou
desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão”. (ROSA,
1976)
92
REFERÊNCIAS
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97
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
ANEXOS
99
Este questionário é parte integrante da Pesquisa com a Empresa. Nos itens que se seguem serão
apresentadas as perguntas e instruções para suas respostas.
Suas respostas serão avaliadas pelo Great Place to Work ® e serão consideradas na nota final da
sua empresa, além de servirem de base para a formação de um perfil das empresas
participantes do processo de seleção “Melhores Empresas para Trabalhar”
Edição 2007.
Qualquer dúvida ligue - (11) 3037-7280
INSTRUÇÕES
O Culture Audit© Parte II inclui uma série de questões abertas elaboradas para nos
auxiliar a entender e identificar quais são as práticas diferenciais na cultura da sua
organização. As questões estão agrupadas nas 9 práticas Culturais necessárias para criar um
Great Workplace. Procure destacar em suas respostas o que é único e distinto.
100
Critérios de Avaliação
Ao responder às questões, é importante que você envie materiais adicionais, pois eles
nos auxiliam a compreender melhor as práticas descritas. Enumere e faça referência em
suas respostas aos materiais adicionais enviados (alguns exemplos: jornais internos,
revistas, vídeos, etc.).
GLOSSÁRIO DO QUESTIONÁRIO
19 Os chefes envolvem as pessoas em decisões que afetam suas atividades e seu ambiente de trabalho
20 Este é um lugar psicológica e emocionalmente saudável para trabalhar
21 Este é um lugar fisicamente seguro para trabalhar
22 Nossas instalações contribuem para um bom ambiente de trabalho
23 Quando necessário, a empresa me permite cuidar de assuntos pessoais durante o expediente
24 As pessoas são encorajadas a equilibrar sua vida profissional e pessoal
25 Os chefes mostram interesse sincero por mim como pessoa e não somente como empregado
26 Temos benefícios especiais e personalizados aqui
57 Levando-se tudo em conta, eu diria que este é um excelente lugar para trabalhar
104
105
1) Dados da Organização
• Unidade (cidade): Rio de Janeiro (sede), São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e
Manaus
• Endereço completo: Rua da Quitanda 50, 21º andar, Centro, Rio de Janeiro, CEP: 20011-
030
5 A 8ª SÉRIE 1
Ensino Médio Incompleto 1
Ensino Médio Completo 16
Superior Incompleto 132
Superior Completo 228
Pós Graduação Completo 31
Mestrado Incompleto 1
Mestrado Completo 22
Doutorado Incompleto 4
Doutorado Completo 5
Até 25 = 163
De 26 a 45 = 229
107
Acima 45 = 49
A Chemtech é uma empresa com grande diversidade e que não admite nenhum tipo de
discriminação, como já previsto no Código de Conduta que seguimos: “Os colaboradores
devem agir com honestidade, lealdade e integridade para com os colegas, com a empresa e
com os parceiros de negócios. Nenhum colaborador pode atuar de maneira discriminatória,
especialmente quanto à raça, religião, idade, sexo ou qualquer condição física”.
Este Código de Conduta é entregue a todos os funcionários da empresa. Eles devem lê-lo
e assiná-lo ao entrarem para a Chemtech. Além disso, fica permanentemente disponível para
leitura em nossa intranet e em nossa página da internet.
Aqui, temos funcionários das mais diversas idades, de menos de 20 anos a quase 80. É a
experiência trabalhando com a inovação. Diversidade de cores, classes sociais, opções
sexuais, religiões, nacionalidades, naturalidades e com deficiências físicas.
naturalidades destes, aliás, são diversificadas: Rio de Janeiro, Manaus, Minas Gerais, São
Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Santa Catarina, Amazonas, Paraíba, Ceará, Pará, Espírito
Santo, entre outros estados.
Além de tudo isso, quando ouvimos nossos funcionários, seguimos o código de ética da
ABO (Associação Brasileira de Ombudsman), que prima por: “Ouvir seu representado com
paciência, compreensão, ausência de pré-julgamento e de todo e qualquer preconceito”.
Toda essa diversidade faz com que a Chemtech seja vista pelos clientes como uma
empresa flexível e de fácil adaptação. Quando realizamos trabalhamos no exterior, por
exemplo, vencemos com facilidade as diferenças culturais e somos muito elogiados pela nossa
forma de trabalhar, pela competência e pela simpatia.
Apesar disso, ainda não atingimos a cota determinada pela legislação e já estamos
trabalhando para reverter essa situação. Nosso Departamento Pessoal está em contato com
empresas de recrutamento especializadas em portadores de necessidades especiais e nossa
gerência de RH já estuda novas contratações. Além disso, a Gerente Geral, Denise Cardoso,
principal responsável pelas contratações da empresa, está desenvolvendo um projeto para
adaptar devidamente as instalações do escritório do Rio de Janeiro da Chemtech para receber
deficientes físicos.
• No passado recente
Em 2001, a Chemtech passou a ser controlada pelo grupo alemão Siemens. O acordo
permitiu que os fundadores tivessem autonomia na gestão do pessoal, embora não tenham
mais o controle do capital.
No último ano, nossa empresa precisou dobrar de tamanho para dar conta dos pedidos.
De um escritório que ocupava apenas um andar de um prédio no Centro do Rio de Janeiro,
passamos a ocupar 8 andares deste mesmo prédio além de abrirmos novos escritórios em São
Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Manaus, Porto Alegre e Houston (Texas - EUA).
À medida que a empresa foi crescendo e contratando mais gente, tivemos de criar
mecanismos formais para preservar nossa cultura de trabalho. Alguns exemplos destas
mudanças foram: reformulação da intranet corporativa com criação de seções interativas para
participação de todos os funcionários, criação de uma Universidade Corporativa para reunir
todos os cursos e treinamentos realizados pela empresa, ampliação das edições dos Cursos de
Integração, que são oferecidos a todos os novos integrantes da equipe para apresentá-los a
cultura da empresa, entre outras.
Para garantir a saúde de todo o grupo, a Chemtech também ampliou suas ações
voltadas para o bem estar deste grupo. Recentemente a empresa mudou o plano de saúde de
todos os seus funcionários para a Amil, que ofereceu melhor cobertura de serviços, e passou a
ser incluída no Programa Viva Melhor, oferecido pela operadora de saúde. Além disso, foi
inaugurado o espaço Zentech, no escritório sede da empresa que fica no Rio de Janeiro. Neste
espaço são oferecidas aulas gratuitas de yoga em horários diversos além de seções de shiatsu
e massagens relaxantes.
• No próximo ano
Hoje, o maior desafio da Chemtech é preservar sua cultura de trabalho, enquanto cresce
no Brasil e no mundo. Queremos manter nossa habilidade de envolver os funcionários e mantê-
110
los em um clima de bem-estar cultivado por uma convivência que extrapola o ambiente
profissional.
Além disso, planejamos crescer ainda mais e inaugurar novos escritórios no Brasil e no
exterior. Por conta deste crescimento, já estamos planejando a criação de um programa de
Coaching para acompanhar os gestores que estão mais afastados da matriz.
No fim de cada ano, acontece uma reunião maior – normalmente com um dia ou mais de
duração –, fora da empresa, para que seja estudado o planejamento estratégico. Desta reunião,
participam os gestores da área comercial, de marketing e os gerentes. Desta forma, todos os
assuntos corporativos entram na pauta do planejamento estratégico. Este é também o momento
de discutir e planejar assuntos maiores também da área de RH.
Como nesta reunião são traçadas as diretrizes e metas do ano seguinte, não possuímos
uma previsão para os próximos 5 anos.
5) Demonstre que a organização goza de boa reputação junto aos seus diversos
stakeholders (acionistas, clientes, público interno, fornecedores, comunidades, governo,
sociedade e meio ambiente). Dê evidências ou comente os indicadores de desempenho
que são utilizados para cada caso, citando ainda o tipo de instrumento ou ferramenta que
utiliza para dialogar com cada stakeholder, se aplica (e de que forma) os resultados do
diálogo com as partes interessadas para modificar ou reestruturar processos.
Público interno
Sem dúvida alguma, as maiores pesquisas de clima organizacional do país das quais
participamos desde 2004 – Great Place to Work Institute/Revista Época e Guia Exame Você
S/A – são o melhor indicador de que gozamos de boa reputação junto a nossos funcionários.
Ambas as pesquisas contam com três fases de avaliação, que são respostas dos
funcionários, questionário respondido pela empresa e conversa com os funcionários. O peso
maior, no entanto, fica com as respostas dos funcionários. Na Exame, por exemplo, a nota dada
pelo público interno foi 89,4, demonstrando bem um termo que é muito utilizado pelos
funcionários: o espírito chemtecheano.
Desta forma, estar entre as melhores empresas para trabalhar no Brasil há quatro anos
consecutivos é uma forte evidência desta reputação. Este ano, por exemplo, conquistamos o
primeiro lugar geral no guia do GPTW, o primeiro lugar entre as empresas de TI no Guia Exame
Você S/A, além de outras colocações bastante expressivas.
A nossa política de gestão de pessoas muito bem estruturada também favorece para
esta reputação.
O plano de carreira, por exemplo, prevê de que forma a carreira de cada funcionário
pode se desenvolver dentro da empresa. Aqui, ele tem um crescimento rápido e estimulado.
Parte é incentivado pela UCC (Universidade Corporativa Chemtech), que investe anualmente
mais de R$ 1 milhão em cursos de qualificação, idiomas, seminários, MBA e mestrado in
company, pós-graduação, participação em feiras e seminários, entre outros. Os cursos são total
ou parcialmente custeados pela Chemtech.
Outra importante forma de diálogo é a intranet, com sessões onde cada funcionário pode
postar – sem validação anterior do conteúdo – qualquer comentário que desejar (Fala,
Chemtecheano), fotos (Mural de Fotos) ou enviar uma sugestão, crítica ou elogio pelo Fale
Conosco.
A principal forma de obter um ótimo relacionamento com o cliente tem relação direta
com a qualidade dos serviços oferecidos. Através de pesquisas de satisfação, obtemos
percentuais sempre acima de 90% desde que começamos essas medições. Esta pesquisa é
repassada à equipe responsável pelo projeto para que quaisquer modificações possam ser
feitas visando sempre ao aumento no índice de aprovação do projeto.
112
Por conta do alto percentual de satisfação, grande parte dos nossos clientes utiliza
nossos serviços diversas vezes. É o caso de empresas como Petrobras e CSN. A Petrobras,
por exemplo, está conosco há 17 anos, sendo que temos 18 de fundação. Devido a esta
reincidência, muitas vezes membros das equipes tornam-se amigos pessoais e adquirem
grande admiração pela Chemtech.
No final de agosto deste ano, fomos premiados pelo Great Place to Work Institue e pela
revista Época como a melhor empresa para se trabalhar no Brasil. No dia seguinte recebemos
diversas mensagens de clientes nos parabenizando e mostrando grande admiração pela nossa
empresa. Abaixo seguem algumas mensagens:
"Parabéns Luiza, assim como a Chemtech é uma grande empresa, você e seus meninos fazem
com que ela se torne cada vez melhor.” (Jorge Raimundo, Odebretch)
“Parabéns pela premiação! Espero que a Chemtech continue sendo premiada sempre. Sinto-me
premiado também. Favor transmitir a todos da Chemtech minhas felicitações.”
(Helcio Cardoso Junior, CSN)
“Parabéns, vocês merecem esta comemoração, e não poderia ser diferente, pois o clima de
relacionamento entre a Chemtech e a CSN sempre foi de parceria e só poderia culminar com
este prêmio tão merecido!” (João Batista N. de Oliveira, CSN)
“Parabéns a você e aos demais amigos da Chemtech. É um exemplo a ser seguido pelas
demais empresas. (Ricardo de Gouvêa Costa, CSN)
“Este prêmio é o retrato do profissionalismo e respeito que vocês recebem e doam para a sua
empresa. Meus parabéns.” (Resilene Mansuar, CSN)
“Parabéns a Chemtech por mais esse prêmio. O mesmo é o fruto que a Chemtech está
colhendo das boas sementes que plantou.Quando tivermos a oportunidade de trabalhar junto,
inicialmente no SIGA_PP, pudemos perceber claramente que a Chemtech sempre foi uma
empresa diferenciada das demais, por seu comprometimento com: prazos, qualidade, metas
arrojadas, desafios constantes e profissionalismo, associada a preocupação constante com o
bem estar de seus funcionários e clientes. Mais uma vez transmita meus parabéns e sucessos
a você e toda a equipe.” (Carlos de Assis Seixas, CSN)
“Tenham o meu reconhecimento por esta brilhante estratégia da empresa, sucesso. Parabéns,
este é um momento de glória e recompensa pelo esforço e dedicação de vocês. Todo empenho
que a Chemtech tem aplicado sistematicamente ao longo destes anos para a criação e
manutenção deste ambiente e condições de trabalho, tem reflexo na aliança de parceria com a
CSN, onde os problemas são equacionados, as soluções são construídas e os desafios são
vencidos. Vocês se tornaram um exemplo de sucesso.” (Cássia, CSN)
“Ficamos felizes que parceiros tão próximos e amigos tenham a competência reconhecida e
recebido um prêmio tão importante. Parabéns!” (Samarco)
113
“Parabéns. Esta conquista só foi possível graças a cada um de vocês, porque a empresa é o
que é, devido ao comprometimento de seus empregados e colaboradores. Sucesso!” (Pedro
Nuno, Belgo)
“De fato é uma vitória merecida, conquistada com muito trabalho e competência.
Estenda meus cumprimentos para o Rubião e toda turma da Chemtech. Parabéns!” (Luiz
Cláudio Magaldi, Rodhia)
“PARABÉNS para toda a equipe de Chemtech por este importante reconhecimento. Nos da
Rhodia consideramos a Chemtech como uma verdadeira empresa parceira. Temos feito juntos
até agora muitas coisas boas, acredito com beneficio para as duas empresas. Fico muito
interessado em conhecer um pouco mais sobre o funcionamento de vossa organização.
Acredito que posso apreender muitas coisas boas para intentar
aplicar dentro de Rhodia.
Novamente parabenizando a todos vocês!” (Marenco, Petrobras)
“Nós da PETROBRAS UN-ES nos orgulhamos de tê-los como parceiros em projetos que
buscam a solução e implementação de alternativas que garantam o modelo ideal de gestão
sustentável. Parabéns a toda Equipe CHEMTECH.” (Silvano Cavalcante Lima, Petrobras)
Fornecedores
Esta medida nos trouxe o respeito de nossos fornecedores, que ao cumprirem suas
metas com a Chemtech, passaram a utilizar estes mesmos padrões com outras empresas,
melhorando o nível dos serviços prestados.
“Parabéns a esta grande empresa e a todos os seus funcionários. É exatamente desse exemplo
que o nosso país está precisando, ética e bom desempenho nas relações humanas. Abraços de
todos os funcionários e diretoria de seu fornecedor La Maison Móveis”.
e os fornecedores têm abertura total para propor novas ações ou modificações na atual
parceria.
Comunidade local
Em cada Estado em que a Chemtech está presente, nos deparamos com diferentes
comunidades. São elas que acolhem nossa empresa e oferecem infra-estrutura e capital social
para que possamos desenvolver nosso trabalho. Em contrapartida, assumimos nosso papel de
agentes de transformação social.
Além disso, seja nas doações de computadores e periféricos para o CDI (Centro para
Democratização da Informática) ou nas campanhas de doações e no desenvolvimento de um
software administrativo para a Repartir (Associação de Apoio às Crianças do Hospital Municipal
Jesus), nossos funcionários são sempre convidados a comparecer nas instituições, e sempre
vão com muito orgulho, sentindo no convívio com os beneficiados o carinho que têm pela
empresa. Estamos sempre nas entregas de doações, festas e eventos das ONGs.
Não temos nenhuma pesquisa a esse respeito, mas a alegria e esperança que vemos
nas famílias carentes e entidades de apoio que ajudamos são a nossa maior certeza de que
estamos fazendo a coisa certa
Governo
O mais recente livro publicado com o apoio da Chemtech foi o “Rio Literário - Um Guia
Apaixonado da Cidade do Rio de Janeiro”, de acordo com a Lei Municipal de Incentivo à
115
Cultura. Depois de inúmeras ofertas de patrocínio a projetos culturais, optamos por patrocinar o
livro, que reúne poesias de personalidades como Vinicius de Moraes, Rubem Fonseca, Carlos
Drummond de Andrade e Chico Buarque, com fotografias de paisagens típicas do Rio de
Janeiro, cidade onde nasceu a Chemtech.
Este nosso compromisso ético e transparente é bem reconhecido pelo Governo, que
nunca necessitou aplicar nenhuma penalidade ou multa à Chemtech, reconhecendo-a como
empresa íntegra, que zela com seus compromissos junto aos funcionários, parceiros,
fornecedores e clientes.
Sociedade
Somos signatários do Pacto Global da ONU, filiados ao Instituto Ethos e uma empresa amiga
da criança, reconhecida pela Fundação Abrinq. Todos esses reconhecimentos servem como indicadores
e reconhecimento da boa reputação que temos na sociedade.
Ao fazer parte do Pacto Global, a Chemtech está participando de uma rede empresarial
mundial, atuando e interagindo num permanente e riquíssimo processo de aprendizado coletivo.
Hoje já são mais de 3.000 empresas signatárias no mundo todo buscando a construção de um
mercado global mais inclusivo e igualitário.
Direitos Humanos
1 - As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos
internacionalmente
2 - Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos
Trabalho
3 - As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do
direito à negociação coletiva
4 - A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório
5 - A abolição efetiva do trabalho infantil
6 - Eliminar a discriminação no emprego
Meio ambiente
7 - As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais
8 - Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental
9 - Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis
Contra a Corrupção
10 - As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive
extorsão e propina
116
Por isso, patrocinamos as atletas de vôlei de praia Jaqueline Silva, Júlia Caldas e Isabel
Grael, a ginasta Luiza Filgueiras e a nadadora Lara Vieira.
Dentro de uma área mais social, os chemtecheanos não “dão seu sangue” e “vestem a
camisa” somente pela empresa. Desde 2004, organizamos campanhas esporádicas de doação
de sangue para o Inca e o Hemocentro, ambos do Rio de Janeiro.
Em 2007, buscando cada vez mais envolver os funcionários de todos os escritórios nas
ações socialmente responsáveis da Chemtech, promovemos a I Campanha Nacional de
Doação de Sangue, beneficiando os hemocentros de São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e o
Inca, do Rio de Janeiro.
Todos os patrocínios, por exemplo, foram propostas ou indicações que chegaram até
nós por funcionários, outros patrocinados, e até mesmo pela mídia.
Além disso, a Chemtech orgulha-se em nutrir uma relação muito estreita com as
principais universidades do país. Seus estudantes são convidados a participar de um curso
patrocinado pela empresa que promove o conhecimento pessoal e a definição de um perfil
profissional chamado “Trilha do Sucesso”. Este curso, além de difundir o conhecimento, tornou-
se uma das principais portas de entrada para se trabalhar na Chemtech, proporcionando a
experiência do primeiro emprego àqueles que são selecionados.
Em 2006, 33% dos participantes da etapa final do Desafio de Controle foram chamados
para trabalhar na Chemtech. Do Desafio de CFD, a porcentagem de talentos que retemos foi
maior ainda: 41% no total.
117
Meio ambiente
Somos signatários do Pacto Global da ONU, o melhor indicador para demonstrar nossa
reputação nesse aspecto, uma vez que o Pacto reconhece que fazemos a nossa parte.
A idéia de desenvolvimento sustentável tem por base o princípio de que o homem deve
gastar os recursos naturais de acordo com a capacidade de renovação desses recursos, de
modo a evitar o seu esgotamento.
Na Chemtech, cada colaborador faz sua parte para um futuro sustentável, ajudando a
preservar o meio ambiente. Temos o “Consumo Consciente”, um programa que estimula os
chemtecheanos a fazerem uso racional, dentro e fora da empresa, de recursos que impactam o
meio ambiente de alguma forma, como a água, a luz e o papel.
Você sabe, por exemplo, o que acontece com os cartuchos de impressora vazios na
Chemtech? No Rio de Janeiro e em São Paulo, realizamos a reciclagem. No Rio, o CDI (Centro
de Democratização da Informática) encaminha os cartuchos já recarregados para as EIC’s, em
São Paulo, os cartuchos são encaminhados para ONG Gotas de Flor com Amor, que os vende
para reciclagem e aplica o dinheiro em seu programa social. Em breve, faremos o mesmo em
Salvador e em Belo Horizonte; estamos apenas em busca de parceiros.
• Click-árvore
• Click semi-árido
118
A cada clique dos chemtecheanos, as empresas que patrocinam esta iniciativa revertem
uma contribuição para aumentar o número de cisternas caseiras de placa e de pequenas outras
obras hídricas nas comunidades.
Em 2006, criamos uma cartilha com deveres relacionados ao meio ambiente que todos
os nossos fornecedores e colaboradores deveriam se adequar.
O Pacto Global é uma iniciativa voluntária que procura fornecer diretrizes para a
promoção do crescimento sustentável e da cidadania, através de lideranças corporativas
comprometidas e inovadoras.
Para apresentar nossa filosofia aos novos funcionários, para que ela se perpetue,
oferecemos um Curso de Integração para os novos colaboradores e apresentamos a eles o
espírito chemtecheano (o espírito das pessoas que trabalham na Chemtech) com exemplos de
histórias de competência, responsabilidade, comprometimento, trabalho em equipe e amor pelo
o que fazem.
Além disso, todos os funcionários lêem, aprendem e assinam a sua concordância com o
Código de Conduta Chemtech, reproduzido abaixo.
não deve ser utilizado de forma imprópria. A confidencialidade dos dados e a privacidade dos
colaboradores devem ser preservadas.
Nome : __________________________________________
Data :__________
Declaro ter lido e estar ciente deste Código de Conduta para os Colaboradores da Chemtech
Assinatura :
Além disso, a Chemtech esforça-se para disseminar essa prática entre os funcionários e
tenta coibir uma atitude discriminatória com base em sexo, idade, raça, classe social, opção
sexual, origem geográfica, nacionalidade, religião, afiliação política e qualquer condição,
aparência ou deficiência física.
Além disso, a Chemtech disponibiliza canais formais para a denúncia de qualquer uma
destas atividades consideradas intoleráveis. Exemplos destes canais são o serviço de
ombudsman e o compliance help desk que recebe e analisa denúncias sigilosas dos
colaboradores.
6.1.2 - Meio Ambiente. Forneça os dados sobre gestão dos impactos ambientais,
mecanismos de preservação e educação ambiental.
Além disso, a Chemtech procura disseminar a cultura de SMSR junto a seus parceiros e
fornecedores, portanto, todo o processo de compras e seleção de fornecedores é regido
seguindo premissas de Qualidade e SMSR.
Em cada Estado em que a Chemtech está presente, ela se depara com diferentes
comunidades. São elas que acolhem a empresa e oferecem infra-estrutura e capital social
para que ela possa desenvolver seu trabalho. Em contrapartida, a empresa assume seu
papel de agente de transformação social.
Além disso, a empresa apóia e desenvolve ações sociais que visam o desenvolvimento
sócio-econômico das comunidades em que atua, para que, desenvolvidas, elas possam ser
sustentáveis. Alguns exemplos de uma dessas ações é o desenvolvimento do Projeto Polegar,
um projeto de inclusão digital idealizado pelos próprios funcionários e realizado em parceria
com uma universidade em uma comunidade carente de Volta Redonda (RJ); o apoio ao CDI
(Centro para Democratização da Informática); apoio a uma cooperativa que associa o
desenvolvimento sustentável da Amazônia com a geração de trabalho e renda para usuários do
serviço público de saúde mental, entre outros.
Além disso, por sugestão de colaboradores, diversas instituições são apoiadas pela
empresa com doações periódicas. É o caso da audioteca Sal&Luz, que empresata livros para
deficientes visuais. Por sugestão de uma estagiária, um grupo de funcionários do escritório do
Rio de Janeiro participou, e ainda participa, de uma atividade voluntária nesta intituição. Este
grupo vai até a audioteca e, em cabines acústicas disponíveis no local, grava a leitura dos livros
que serão posteriormente alugados pelos deficientes em CD`s ou fitas cassete.
Doações de tempo também são praticadas por nossa empresa. Neste caso, nossos
colaboradores doam seu tempo visitando asilo, creches, audiotecas etc.
Ainda contamos com uma forma diferenciada de promovermos projetos sociais. Nossa
empresa desenvolve projetos gratuitos de criação e desenvolvimento de software para
instituições sem fins lucrativos. Foi desta forma que nasceu o projeto “Repartindo a Informação”
realizado gratuitamente para a ONG Repartir que apóia familiares de crianças internadas no
Hospital Municipal Menino Jesus. Neste projeto, nosso engenheiros desenvolveram um
software para armazenar informações sobre as famílias assistidas pela ONG. Com isso,
usamos nosso know-how específico para gerar solidariedade.
• CDI
Nosso trabalho pela inclusão digital em parceria com o CDI (Centro para
Democratização da Informática) acontece desde 2004. Todos os computadores doados pela
Chemtech são encaminhados para as EIC’s (Escolas de Informática e Cidadania), que buscam
transformar a realidade das comunidades locais de baixa renda através da tecnologia da
informação como ferramenta para a inclusão social.
Em 2005, a Chemtech doou para o CDI computadores e periféricos não mais utilizados
pela empresa. Desta vez, os técnicos do CDI montaram computadores com estas peças e
124
doaram micros completos para a Escola Estadual Barão de Itacurussá, na Tijuca, Rio de
Janeiro.
Em Janeiro de 2007, a Chemtech fechou outra parceria com o CDI para reciclagem de
seus cartuchos de impressora. Todos os cartuchos vazios recolhidos na Chemtech passaram a
ser direcionados para reciclagem e, depois de recarregados, são encaminhados pelo CDI para
suas EIC’s.
• Enfermeiros do Riso
O desenvolvimento do site foi financiado pela Chemtech e feito por uma empresa
contratada para trabalhar de acordo com o planejamento do grupo com o acompanhamento e
consultoria do Departamento de Comunicação & Marketing da Chemtech.
O objetivo desse desenvolvimento foi tornar o grupo mais conhecido e criar um caminho
mais fácil e direto para arrecadação de doações que ajudarão o desenvolvimento do grupo e,
conseqüente, maior atendimento de hospitais e pacientes.
remédios, alimentação especial, cesta básica e equipamentos (cadeira de rodas, carrinhos para
deficientes físicos, nebulizadores, entre outros). Ela é parceira social da Chemtech desde 2004.
• Sipat Solidária
Além do dinheiro arrecadado com a venda de seus produtos, a Repartir contou com a
doação de 10% do total da verba arrecadada pela confecção de roupa feminina Flor Maria que
também participou da Sipat com um estande de vendas.
Em 2005, mais de 250 crianças atendidas pela Repartir beneficiaram-se com uma
campanha interna de doação de material escolar promovida pela Chemtech. Com o slogan
“Pegue sua cordinha de crachá e doe um item de material escolar”, a Chemtech distribuiu para
todos os funcionários uma corda personalizada da Chemtech para portar o crachá pendurado
126
Só no Rio de Janeiro, foram recolhidos 1.145 itens de material. O recorde foi de lápis
preto (345), seguido de caneta (226), borracha (144) e apontador (104).
Com o dinheiro, além de itens avulsos foram doados 50 kits montados com lápis,
canetas, régua, tesoura, borracha, apontador, cola, estojo, caixas de lápis de cor e canetinha,
giz de cera, entre outros.
Em São Paulo, as doações foram para a instituição Aquarela, associação civil de direito
privado sem fins econômicos indicada por uma funcionária, que desenvolve atividades sócio-
culturais com crianças carentes fora do seu horário escolar.
Já em Belo Horizonte, a parceria deu-se com o Lar dos Meninos, que assiste 376
alunos, entre internos, semi-internos e externos através de educação formal, formação moral e
humana, atividades culturais, práticas esportivas, alimentação e moradia.
Todo o tipo de material escolar – como lápis de cor, cartolina, giz de cera, giz para quadro
verde, tinta colorida lavável, cola, cola colorida, cadernos escolares, fita dupla face, lápis,
borracha, durex, tesoura, hidrocor, apontador de lápis e mochila – novo ou usado, foi muito bem
recebido pelas instituições.
• Mangueira
• Doação de sangue
Os chemtecheanos não “dão seu sangue” e “vestem a camisa” somente pela empresa.
Desde 2004, organizamos campanhas esporádicas de doação de sangue para o Inca e o
Hemocentro, ambos do Rio de Janeiro.
Em 2007, buscando cada vez mais envolver os funcionários de todos os escritórios nas
ações socialmente responsáveis da Chemtech, promovemos a I Campanha Nacional de
Doação de Sangue em janeiro e em julho a II Campanha Nacional de Doação de Sangue e
Medula Óssea.
Esta campanha nacional já tem cronograma definido até 2008 com doações com
periodicidade prevista de 4 em 4 meses.
• Patrocínio de livros
Em 2005, por exemplo, a Chemtech foi a principal patrocinadora do livro “Rio Literário -
Um Guia Apaixonado da Cidade do Rio de Janeiro”, de acordo com a Lei Municipal de Incentivo
à Cultura. Depois de inúmeras ofertas de patrocínio a projetos culturais, optamos por patrocinar
o livro, que reúne poesias de personalidades como Vinicius de Moraes, Rubem Fonseca, Carlos
Drummond de Andrade e Chico Buarque, com fotografias de paisagens típicas do Rio de
Janeiro, cidade onde nasceu a Chemtech.
128
• Consumo consciente
A alta capacidade técnica de nossa equipe vem sempre acompanhada das mais
recentes soluções para a indústria em termos de tecnologia limpa, o que ajuda nossos clientes
a produzirem com mais eficiência e com menos desperdício de matéria-prima e de energia.
Ao escolher os produtos que compra para o escritório, nossa empresa opta pelos
ecologicamente corretos, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e para geração de
valor dentro da cadeia produtiva em que estamos inseridos. Desde março de 2007, usamos
95% de Reciclato.
129
• Click-árvore
Diz o ditado que para completar uma vida é preciso ter um filho, escrever um livro e
plantar uma árvore. Para cumprir esta última etapa, convocamos nossos funcionários a
participarem de uma ação conjunta em prol do reflorestamento da Mata Atlântica. Com a
campanha “Click-árvore”, os chemtecheanos que participaram da campanha com um simples
click puderam plantar a sua árvore sem sair do lugar.
Além dos alimentos, o escritório de São Paulo também doou cartuchos de tinta que
serão reaproveitados e revendidos pela Gotas de Flor. Foi isto que motivou a campanha de
doações de cartuchos da Chemtech Rio.
• Click semi-árido
130
Tomar um bom banho depois de chegar do trabalho, lavar o rosto ao acordar, beber
água fresca. Essas atividades rotineiras em nossas vidas ainda são consideradas privilégios
para mais de 18 milhões de brasileiros, em pleno século XXI. Essas pessoas precisam
caminhar muitos quilômetros até conseguir água e, na maioria das vezes, insalubre.
Para contribuir com a mudança desta situação, a Chemtech convocou seus funcionários
a participarem do programa “Click semi-árido”. No mesmo formato do programa Click árvore, já
divulgado nesta questão, o Click semi-árido oferece uma oportunidade para promover melhorias
nas condições de vida dos brasileiros que vivem nesta região.
A cada clique dos chemtecheanos, as empresas que patrocinam esta iniciativa revertem
uma contribuição para aumentar o número de cisternas caseiras de placa e de pequenas outras
obras hídricas nas comunidades.
Este grupo vai até a audioteca Sal & Luz e, em cabines acústicas disponíveis no local,
grava a leitura dos livros que serão posteriormente alugados pelos deficientes em CD`s ou fitas
cassete.
A audioteca possui cerca de 2.700 livros gravados por leitores voluntários. São títulos de
literatura, religiosos e, principalmente, didáticos que podem ser adquiridos pelos Correios, sem
o pagamento de porte pela remessa, para todo o país e também para outros países de Língua
Portuguesa.
Ao total, 1.702 pessoas com algum tipo de deficiência visual estão cadastradas na
audioteca e cerca de 300 livros são alugados por mês.
A fundação existe desde 1988 e é mantida por meio da ajuda financeira de empresas,
instituições de ensino e também da atuação de voluntários.
• Doação de móveis
Foi aí que um funcionário teve a idéia de doar estes móveis para a casa de uma família
carente da região. Vanderlito Almeida, um cozinheiro industrial desempregado há 10 anos que
vive da venda de artesanato em feiras, e sua família foram os beneficiados com a doação. Com
ele moram a esposa e dois dos seis filhos do casal. A mãe dos meninos é doméstica e trabalha
três vezes por semana. O filho mais velho que mora com o casal, de 20 anos, faz trabalhos
esporádicos como ajudante de pedreiro. Já o mais novo, de 12 anos, é estudante.
Uma preocupação que vai além de explorar as riquezas de uma localidade. É com essa
mentalidade que todo ano funcionários do Departamento de Tecnologia da Informação (DTIN)
da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) juntam-se para falar de algo mais importante do que
o aço: a solidariedade.
• Projeto Polegar
132
A Chemtech lançará um novo projeto que atenderá os jovens do bairro Roma II, periferia
de Volta Redonda, RJ. O UGB (Centro Universitário Geraldo Di Biase) e a Igreja Presbiteriana
Casa da Pedra entraram nessa parceria para viabilizar a idéia. O objetivo é capacitar esses
jovens com necessidade do aprendizado de informática para retornar ou mesmo conquistar
espaço no mercado de trabalho.
Nessa parceria, a Chemtech doará os computadores que serão usados nas aulas de
informática e nossa equipe de TI cuidará de toda infra-estrutura de rede. Já os chemtecheanos
de Volta Redonda ficarão responsáveis pela organização, seleção e apoio ao ensino.
As inscrições para o projeto serão de 9 a 21 de abril, com início das aulas previsto para
o dia 23 do mesmo mês. Inicialmente, apenas a comunidade do bairro Roma II poderá
participar, mas a idéia é expandir o projeto.
• Instituto Ethos
E para que nossos chemtecheanos ficassem por dentro do que a Chemtech desenvolve
na área de responsabilidade social, lançamos uma série de notícias semanais associando os
sete temas dos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social às ações desenvolvidas dentro
da empresa. Os temas tratados foram: Valores e Governança, Público Interno, Comunidade,
Meio Ambiente, Governo e Sociedade e Fornecedores.
• Pacto Global
Ao fazer parte do Pacto Global, a Chemtech está participando de uma rede empresarial
mundial, atuando e interagindo num permanente e riquíssimo processo de aprendizado coletivo.
Hoje já são mais de 3.000 empresas signatárias no mundo todo buscando a construção de um
mercado global mais inclusivo e igualitário.
Estes são os 10 princípios do Pacto Global – que também são princípios da Chemtech –
em direitos humanos, trabalho, meio ambiente e contra a corrupção:
Direitos Humanos
1 - As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos
internacionalmente
2 - Assegurar-se de sua não participação em violações destes direitos
Trabalho
3 - As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do
direito à negociação coletiva
4 - A eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório
5 - A abolição efetiva do trabalho infantil
6 - Eliminar a discriminação no emprego
Meio ambiente
7 - As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais
8 - Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental
9 - Incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente amigáveis
Contra a Corrupção
10 - As empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, inclusive
extorsão e propina
134
• Patrocínios esportivos
Desde 2005, a Chemtech passou a investir em algo que não é a sua “praia”: esportes.
Acreditamos que esporte é educação e ensina a pessoa a se superar, a trabalhar em equipe e a
entender vitórias e derrotas. É uma referência não só para atletas, mas para toda a sociedade,
para os executivos e para o mercado de trabalho.O esporte socializa, tira crianças do morro,
ensina cidadania, trabalho em equipe e a importância de dividir tarefas.
Por isso, patrocinamos as atletas de vôlei de praia Jaqueline Silva, Júlia Caldas e Bia
Sodré. Investimos também no esporte dentro da própria Chemtech, apoiando campeonatos de
futebol, esgrima, hobbies esportivos de funcionários e muito mais.
Com todas essas ações, podemos concluir que nossos chemtecheanos têm espírito
solidário e provam isto através das campanhas de voluntariado promovidas pela empresa. O
objetivo final de cada campanha varia ao longo do ano, mas o resultado é sempre positivo. O
diálogo com estas instituições é sempre aberto; construímos nossas campanhas em cima das
demandas mais críticas de cada uma. A entrega do material arrecadado sempre é feita pelos
nossos colaboradores, com o objetivo de aproximá-los da realidade vivenciada pelas pessoas
auxiliadas pelas instituições parceiras da Chemtech.
Também foi a partir dos próprios fundadores que diversas práticas de recursos humanos
passaram a ser adotadas na empresa. Os primeiros estagiários, que ocupam hoje cargos de
direção e gerência geral, foram incorporando o perfil dos fundadores e passando para os
demais gestores.
Por não ter um Departamento de RH, a gerente geral da empresa, que entrou na
empresa como estagiária quando havia apenas dois anos de Chemtech, é quem coordena as
atividades mais diretamente. Outros seis profissionais de setores diferentes – de estagiário a
supervisor – auxiliam essas atividades no que concerne formalização de contratações e
demissões, folha de pagamento, benefícios, Universidade Corporativa Chemtech e outros
assuntos.
Esta mesma gerente, por ocupar esse cargo, participa das reuniões mensais de
gerentes, onde é avaliado o andamento das atividades na empresa durante o mês que passou
e fala-se das próximas atividades.
136
Há uns dois anos também, quando resolvemos trocar o plano de assistência médica,
funcionários de diferentes setores foram envolvidos no processo para que pudessem opinar.
Junto com representantes da diretoria, visitaram possíveis empresas que ofereceriam o serviço
e tiraram dúvidas. Tudo isso para escolhermos um plano que melhor se adequasse às
necessidades mais freqüentes dos nossos funcionários.
Mantemos um plano de cargos e salários bem estruturado para motivar nossos funcionários
e promover a meritocracia.
As faixas salariais são constantemente atualizadas através de pesquisas de mercado,
garantindo salários acima da média.
137
Meritocracia
Nosso funcionário é o nosso maior patrimômio. Fazer com que sinta-se merecidamente
recompensado é uma prioridade.
Para alcançar este objetivo, fazemos uma pesquisa mensal nos guias de salários dos
principais veículos nacionais, além de participarmos de pesquisas específicas dos mercados de
engenharia e TI, para assegurar aos nossos funcionários uma remuneração acima do mercado.
Os funcionários podem ainda ter seus salários acrescidos por mérito, promoção,
enquadramento ou dissídio coletivo. O plano de cargos e salários bem estruturado, agregado a
outros fatores, é importante diferencial para reter talentos e colaborar para o aprimoramento
ainda mais elevado das capacidades individuais.
Em 2006, cerca de 40% dos funcionários foram beneficiados com bonificações extras.
Licença-maternidade
A Chemtech antecipou-se à decisão do Governo e já estendeu a licença-maternidade para as
nossas funcionárias, que agora é de 6 meses.
Auxílio creche
Além das mães, pais que trabalham na Chemtech têm direito a auxílio creche para filhos com
até 36 meses de idade matriculados na creche.
Bem- Estar
Saúde, família, finanças e interesses pessoais dos nossos funcionários são também
preocupações nossas. Qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e profissional estão no
foco do dia-a-dia da Chemtech.
Para garantir a saúde, fornecemos uma série de dicas na seção “Dicas de Saúde” de
nossa intranet e promovemos aulas de ginástica laboral três vezes por semana.
138
Intranet colaborativa
Todos os funcionários podem publicar notícias, fotos e mensagens em seções da intranet, como
em um blog ou um fotolog. O acesso é liberado sem necessidade de uma validação prévia.
Avaliação de desempenho
A avaliação de desempenho na Chemtech é realizada pelo menos uma vez por ano e todos são
avaliados. Da forma como foi concebida, é uma avaliação 360º, onde todos têm a oportunidade
de ser avaliados por seus superiores, pares e subordinados, além de realizarem a
autoavaliação. Ao final do processo, é feita uma reunião de feedback com os superiores.
UCC
139
Mentorado
O funcionário deve escolher entre os colaboradres um mentor, que não deve ter uma
posição hierarquicamente superior ao mentorado, de forma a garantir a liberdade de
comunicação entre os dois.
Os mentores são pessoas mais experientes e possuem acesso à alta liderança.
É através desta relação de mentor X mentorado que muitas dúvidas são esclarecidas e
conflitos profissionais e pessoais são resolvidos.
Curso de Integração
É oferecido para todos os novos integrantes de nossa equipe, durante dois dias em um
hotel fora do ambiente de trabalho. Mostra as áreas de atuação da Chemtech, principais
projetos, organograma, nossa história e cultura. Ao final do curso, realizamos o Chemquiz, um
jogo com perguntas curiosas sobre a Chemtech que estimula ainda mais a integração.
Zentech
No Zentech, um espaço para relaxamento dentro da Chemtech, gratuitamente nossos
funcionários podem participar de aulas de yoga. Há sessões de shiatsu e drenagem linfática em
parceria com clínicas.
Eventos de confraternização
Café da manhã com os aniversariantes do mês, happy hour, partidas de boliche, jogos
de paintball, churrasco com futebol, shows culturais, vôlei de praia e outras atividades estão na
lista dos eventos de confraternização, que acontecem mensalmente. Cada funcionário pode
levar um acompanhante, estimulando a integração com as famílias.
140
Festas comemorativas
Ao final dos principais projetos sempre é feita uma festa, churrasco ou almoço. Muitas
vezes homenageamos as equipes com placas ou troféus em reconhecimento ao trabalho.
A outra principal forma de seleção é o curso Trilha do Sucesso. Oferecido por nós, ele é
voltado para estudantes de engenharia de diversas universidades públicas do país. Visa à
capacitação de universitários e recém-formados para o ingresso no mercado de trabalho
através de uma abordagem moderna e dinâmica, com foco no aumento da autoconfiança.
Essas duas formas de contratação têm um cunho social. Mesmo quem não é
selecionado para estágio na Chemtech vai para o mercado com um diferencial para disputar
vagas em outras empresas.
Temos também os estágios à distância, que permitem que estudantes de regiões onde
não há escritório da Chemtech possam, mesmo assim, estagiar na melhor empresa para se
trabalhar no Brasil.
Compromisso Social
141
Somos signatários do Pacto Global da ONU, filiados ao Instituto Ethos e uma empresa amiga
da criança, reconhecida pela Fundação Abrinq. Além do comprometimento com os clientes,
preocupamo-nos com a sociedade, investimos em ações culturais, socialmente responsáveis, de meio
ambiente e esportivas.
• Projeto Polegar
Em parceria com o UGB (Centro Universitário Geraldo Di Biase) e a Igreja Presbiteriana
Casa da Pedra, a Chemtech desenvolve o Projeto Polegar para uma comunidade carente. O
objetivo é capacitar esses jovens com necessidade do aprendizado de informática para retornar
ou mesmo conquistar espaço no mercado de trabalho.
• CDI
Nosso trabalho pela inclusão digital em parceria com o CDI (Centro para
Democratização da Informática) acontece desde 2004. Doamos computadores e periféricos
para montagem das Escolas de Informática e Cidadania e cartuchos de impressora para
reciclagem.
• Mangueira
Somos sócios-mantenedores do Projeto de Oficinas Profissionalizantes, que faz parte do
Programa Social e Cultural da Mangueira. É uma parceria entre comunidade, empresas e poder
público e busca afastar crianças e adolescentes do envolvimento com a droga e a
marginalidade, além de capacitar jovens e adultos para conquistarem um espaço no mercado
de trabalho.
• Repartir
Apoiamos a Repartir (Associação de Apoio às Crianças do Hospital Municipal Jesus).
Desenvolvemos para eles um software administrativo de gerenciamento de crianças e famílias
assistidas.
• Enfermeiros do Riso
Patrocinamos o desenvolvimento e mantemos até hoje o site dos Enfermeiros do Riso,
grupo de artistas que visita diferentes hospitais do Rio de Janeiro com fantasias de palhaços,
levando alegria e carinho para os pacientes internados.
• Patrocínios esportivos
Patrocinamos a medalhista olímpica Jackie Silva, a dupla de vôlei de praia Júlia Caldas
e Isabel Grael, a ginasta rítmica Luísa Filgueiras e a nadadora Lara Vieira.
• Patrocínio de livros
Apoiamos a publicação de livros técnicos e literários.
• Transparência e Ética
Adotamos um processo transparente e ético em relação a nossos stakeholders e
promovemos junto a cada um deles o respeito, a transparência, a ética, o respeito ao meio
ambiente, a adoção de práticas preconceituosas ou corruptas e a condenação de mão-de-obra
infantil ou escrava.
Durante a feira, A Chemtech contava com um stand, no qual foi proposto às equipes
participantes uma situação real vivida no dia-a-dia de plantas industriais. A equipe que
chegasse mais próxima ao resultado correto seria considerada a campeã. E para que todos os
alunos competissem em condições iguais, a Chemtech ofereceu uma semana de treinamento
com o software, além de ceder uma licença temporária para que as equipes se preparassem
até a data da competição.
Para os estudantes, essa foi uma oportunidade única de ter acesso a uma ferramenta
moderna e de alta funcionalidade e que, principalmente, serviu para promover um interessante
intercâmbio entre as instituições de ensino, difundindo as técnicas em questão no Desafio e
tornando possível identificar novos talentos nessas áreas.
Além dos prêmios para as 3 equipes vencedoras, todas saíram ganhando a experiência
única de conhecer um software que vem conquistando o mercado.
Os alunos com melhor desempenho nos Desafios paulista e mineiro, também entraram
para a Chemtech e, dessa vez, para os escritórios regionais da empresa.
No Desafio Nacional, cada instituição selecionou até 10 alunos. Estes fizeram um curso
preparatório de CFD (Computational Fluid Dynamics) via web de maio a agosto de 2006,
podendo tirar dúvidas com a nossa equipe. Quando o treinamento terminou, os professores-
orientadores de cada universidade escolheram 2 alunos dos 10 para representá-la e a
Chemtech trouxe esses alunos e 1 professor de cada uma das 12 universidades participantes
para o Rio de Janeiro. Após o Desafio, contratou os 11 alunos melhor avaliados para
estagiarem ou trabalharem na Chemtech.
Esta avaliação dos melhores é feita pela própria equipe da Chemtech que, durante
meses, tem a oportunidade de acompanhar estes alunos durante o treinamento e na própria
competição em si.
Ambos os Desafios aconteceram na Rio Oil & Gas 2006, em setembro, no Rio de
Janeiro, e todos os alunos e professores que vieram de outros Estados tiveram todas as
despesas de transporte, hospedagem e alimentação pagas pela Chemtech, além de serem
ciceroneados em passeios pelos pontos turísticos da cidade e jogarem vôlei de praia com a
campeã olímpica patrocinada pela Chemtech, Jackie Silva.
144
Com esse programa podemos recrutar também ótimos estagiários que estudam em
importantes universidades que não estão nas capitais onde ficam nossos escritórios, como o
Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA e Universidade Federal de Uberlândia – UFU, onde
temos estagiários. Além disso, a maioria desses estudantes torna-se nossos funcionários
quando se formam, sendo essa também uma forma de recrutamento.
O curso é ministrado por uma empresa que é contratada pela Chemtech e oferece este
curso para o mercado. A turma tem aulas aplicadas em um fim de semana, em um hotel na
cidade da universidade com uma carga horária de 16 horas. Ao final do curso todos recebem
feedback de seu desempenho e certificado de participação.
Os alunos são selecionados, a princípio, por coeficiente de rendimento e currículo. Ao
final do curso, são escolhidos os que têm o melhor perfil para estagiar na Chemtech, de acordo
com as competências mapeadas para o cargo de estagiário. Sempre são chamados de 2 a 5
alunos para estágio na Chemtech.
Uma outra maneira de captação de talentos não tão original é feita nos eventos
acadêmicos que a chemtech patrocina. Buscamos estar sempre presentes nessas feiras e
semanas universitárias para estreitar nossos laços com o meio acadêmico, falar com os
estudantes que querem se aproximar da Chemtech e incentivar o desenvolvimento do
conhecimento.
A indicação, portanto, tem trazido um ótimo resultado, já que 46% dos funcionários
contratados em 2006 chegaram à Chemtech desse modo e a grande maioria era adequada ao
nosso espírito chemtecheano.
possuem as melhores notas são os que levam a Universidade a sério, se comprometem com o
estudo, se importam com os resultados, e se fazem isto quando alunos, muito provavelmente
estarão levando estas características para a vida profissional também. Só contratamos
estagiários e recém formados com coeficiente de rendimento acima de 7.
Por exemplo, muitas vezes estamos fazendo um processo seletivo para um determinado
cargo e de repente nos deparamos com um currículo de um profissional que se encaixa
perfeitamente na Chemtech. Neste caso, mesmo não tendo a vaga, criamos uma para
acomodar aquele profissional. Temos que aproveitar a oportunidade quando achamos um
profissional que vai fazer a diferença na empresa.
É assim que garantimos o perfil dos novos funcionários. Quem seleciona, entrevista e
contrata são chemtecheanos, desde quem escolhe um conhecido para indicar até quem realiza
uma entrevista, gestores que na maioria das vezes começaram na Chemtech como estagiários
e sabem muito bem identificar com um olhar um novo chemtecheano.
Desde sua criação, o Chemtour tem se mostrado uma ferramenta muito eficiente. É
através deste passeio guiado que, além do novato conhecer a empresa, os funcionários antigos
também ficam sabendo quem são os novos membros da equipe Chemtech, mesmo com o
grande número de novos contratados.
Além do Chemtour, outra ação fundamental que é organizada pela empresa para
receber novos funcionários é o Curso de Integração. Este evento acontece normalmente fora do
147
ambiente de trabalho, em um hotel ou centro de convenções, e tem duração total de dois dias
úteis. Os novos chemtecheanos assistem a uma série de palestras e apresentações
comandadas por um gerente sênior, que entrou na Chemtech como estagiário. Nosso Diretor
Geral é presença confirmada neste evento e também participa das apresentações fazendo a
abertura do curso. Os participantes do curso recebem uma apostila completa com informações
diversas sobre a empresa.
Além da apostila entregue durante o Curso de Integração, existe também uma cartilha
preparada especialmente para os estagiários da empresa. Esta cartilha foi sugerida e
desenvolvida pelos funcionários da equipe de Belo Horizonte da Chemtech e contém
informações sobre a rotina dos estagiários da empresa, como esquema da bolsa de estágio,
como apresentar seu relatório de utilização do tempo, deveres e direitos do estagiário, entre
outros tópicos. Os funcionários de Minas Gerais sugeriram a criação da cartilha e apresentaram
todo o conteúdo desenvolvido e revisado. A sugestão foi totalmente aprovada e o Diretor Geral
da empresa apoiou a iniciativa preparando um texto para a apostila sobre o “espírito
chemtecheano”.
Vale destacar também que, após a entrega deste material, a Chemtech decidiu revisar o
conteúdo da apostila do Curso de Integração e inserir alguns tópicos que foram sugeridos pela
cartilha.
No último dia do curso, os participantes que desejarem podem fazer uma avaliação
sobre o conteúdo apresentado. Esta avaliação é formada por diversas questões relativas à
parte técnica da empresa. Esse teste serve também para estimular o interesse pelas áreas de
atuação da Chemtech e também lança uma saudável competição, já que é anunciado desde o
início do curso que o participante que obtiver a maior nota na avaliação receberá um prêmio.
Dessa forma, os novos funcionários são incentivados a interagir com os mais antigos
para tomar conhecimento destas situações e obter as respostas corretas. O prazo de entrega
das respostas é propositalmente longo para que os novatos possam interagir ainda mais com
os veteranos da empresa. O Chemquiz é uma gincana muito divertida e renovada
periodicamente. Um exemplo de pergunta que faz parte do Chemquiz é: Qual engenheiro da
Chemtech é faixa preta de Aikido? Ou ainda: Qual engenheiro da Chemtech aficcionado por
Guerra nas Estrelas já apareceu em uma festa da empresa (que não era à fantasia) fantasiado
de Darth Vader?
“O curso foi fantástico! Antes de fazer o curso eu achava que sabia o que a Chemtech fazia,
mas depois vi que o universo de serviços/podutos que a empresa oferece é muito maior. E mais
importante que vestir a camisa da empresa é saber que camisa estou vestindo.”
“Este treinamento é fundamental para os novos membros da equipe, pois esclarece várias
questões que aparecem todos os dias no escritório, durante a execução dos projetos.”
Além disso, a Chemtech faz questão de manter abertos todos os canais para que os
novos funcionários possam contribuir com sugestões e perguntas que levem estes valores de
hoje a se modernizarem e se ajustarem continuamente.
De acordo com a Doutora Marisa Eboli (2004), o ser humano moderno poderia ser
definido com um cidadão que é inconformado, participante, dinâmico e corajoso; possui sentido
de eficácia pessoal, é altamente independente e autônomo; tem a mente relativamente aberta à
flexibilidade cognitiva; anseia pelo crescimento interior e se preocupa com a aprendizagem e
auto-desenvolvimento; alimenta seus desejos e sonhos e elabora projetos para alcançá-los; e
dispõe-se a transformar seu mundo físico, moral e social.
Com a UCC, a sala de aula passa a estar na própria empresa, que oferece espaço físico
para os cursos e ainda oferece treinamentos à distância, realizados na Chemtech através do
EAD, site de ensino a distância criado pela empresa para proporcionar oportunidades de
aprendizagem além de um curso presencial. E assim como já havia sendo feito, muitos dos
treinamentos são não apenas oferecidos para o público interno, estendendo-se também para o
público externo.
• Capacitação Organizacional:
• Capacitação Técnica:
• Capacitação em Gestão:
E foi voltada para formação de líderes bem reconhecidos no mercado e com o DNA da
Chemtech que a Universidade Corporativa organizou a 1ª turma, com 32 participantes, de MBA
In-Company em Gerenciamento de Projetos em associação com Universidade Federal
Fluminense (UFF). As aulas acontecem presencialmente na sede da empresa, e são
transmitidas por videoconferência para os alunos dos outros escritórios.
• Auto-Desenvolvimento:
O incentivo da UCC para estes programas não termina neste ponto: a Chemtech ainda
estimula o desenvolvimento de alguns temas aplicáveis a sua área de atuação em teses de
Mestrado e Doutorado, bem como a elaboração de artigos para o desenvolvimento da
Engenharia no País e até mesmo obtenção de patentes. Em 2006, foram publicados mais de 10
trabalhos em revistas científicas.
Quanto às competências, elas são importantes para que a Chemtech monitore novas
oportunidades para os funcionários. Já houve caso, por exemplo, de um office boy que tinha
habilidades com informática. Ele foi, então, promovido a técnico de informática e hoje faz até
faculdade custeada parcialmente pela empresa.
Isto sem falar em outro office boy, que hoje é auxiliar administrativo, e em uma
recepcionista que também passou a trabalhar na área administrativa, além de vários outros
casos semelhantes.
6.2.4 - Carreira:
Por conta disso, nossos investimentos começam já naqueles que se tornarão em breve
profissionais: os estudantes. Na Chemtech, o planejamento de carreira tem início, então, para
oportunidades no primeiro degrau: os estagiários.
154
De todas as formas acima, abrimos cada vez mais espaço para estágio dentro da
Chemtech, e cada vez nas mais diferentes áreas, como engenharia (em suas diferentes
“modalidades”), administração, contabilidade, relações públicas e marketing.
Até hoje, mais de 400 alunos de diferentes universidades (UFRJ – Universidade Federal
do Rio de Janeiro; UFF – Universidade Federal Fluminense; IME – Instituto Militar de
Engenharia; UFMG – Universidade Federal Fluminense; USP – Universidade de São Paulo;
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina; UFBA – Universidade Federal da Bahia;
UFSCar – Universidade Federal de São Carlos; Ufes - Universidade Federal do Espírito Santo;
UFCG – Universidade Federal de Campina Grande) já participaram do curso. E sempre a
Chemtech convida aqueles com melhor desempenho a se tornarem estagiários da Chemtech.
De todos que já fizeram o Trilha do Sucesso, houve uma média de 15% de aproveitamento. Os
outros 85%, apesar de não ingressarem na Chemtech, adquiriram qualificações e preparo para
o mercado a custo zero.
Importante lembrar que nossa política de estágio é adotada para todos os escritórios da
Chemtech.
Quem vai para área de gerência, torna-se primeiro líder de projetos e posteriormente,
gerente de projetos e gerente sênior. Hoje, a diretoria da Chemtech é ocupada pelos sócios-
fundadores da empresa, com exceção da diretoria administrativo-financeira, que fica a cargo de
um executivo indicado pela Siemens, e dos diretores comercial e de operações, que eram
gerentes seniores.
Aqueles que não seguem o lado gerencial, passam a consultores, podendo chegar a
consultores plenos ou seniores.
• gerente de projetos: participa da elaboração técnica das propostas, na fase de definição das
soluções, envolvendo escopo técnico, preço, prazo e equipe; planeja também a execução do
projeto e acompanha as diversas fases de desenvolvimento até a implantação da solução,
garantindo que o mesmo esteja em conformidade com o escopo definido e atendendo às metas
de qualidade, preço e prazo
• gerente sênior: gerencia grandes projetos, participando desde a elaboração técnica das
propostas, definição de escopo, preço, prazo e equipe; acompanha técnico e financeiramente a
execução dos mesmos, envolvendo equipe, custos, faturamento e garantindo a satisfação do
cliente visando manter relacionamentos de longo prazo; identifica novas oportunidades de
negócio dentro da estrutura do cliente e auxiliar a área comercial no processo de vendas para
novos clientes
Tanto o gerente de projetos quanto o sênior e o geral têm total acesso aos dados de
negócio da empresa, participando ativamente de questões rotineiras como faturamento e
alocação de pessoal.
Ocorre muito também uma movimentação dentro do próprio cargo que se está
ocupando, no sentido de ter liberdade de trocar de projetos, de ir trabalhar em outros estados e
até mesmo no exterior. Acontece muito de engenheiros manifestarem seu interesse em
trabalhar em um projeto no exterior ou ser transferido para outra unidade da Chemtech para
passar por uma nova experiência.
Passada esta etapa, o funcionário reúne-se com o seu líder imediato. Juntos, eles vão
comparando as notas dadas e recebidas em cada item e chegam a uma nota final em cada um
deles. O próprio funcionário, por exemplo, tem a liberdade de dizer que de fato discorda da nota
dada para o gerente e que mantém a própria nota.
Esses encontros permitem que o funcionário tenha, na mesma hora, um feedback. Sua
participação é, pois, bastante ativa neste momento. Ele tem a oportunidade de identificar quais
são os pontos fracos a corrigir, que métodos pode utilizar para se desenvolver e que metas ele
deve estabelecer para si próprio até a próxima avaliação, a fim de que possa comparar as
melhorias atingidas. Também no momento do feedback, o avaliado tem a oportunidade de
registrar as suas aspirações profissionais e metas pessoais de desenvolvimento.
seu impacto direto ou indireto nas chefias, supervisores, pares, membros da equipe de projeto,
clientes externos e fornecedores.
Estes feedbacks são fornecidos por meio de um questionário específico que descreve os
comportamentos de liderança considerados essenciais pela organização, a fim de viabilizar os
seus objetivos estratégicos.
Depois disso, o próximo passo é reunir-se com aqueles que preencheram a planilha do
avaliado e apresentar os resultados. Esses resultados mostram uma média geral em cada
categoria apresentada acima e a média em cada categoria das notas atribuídas pelos
subordinados, pelos pares e pelos superiores separadamente.
Apesar desta avaliação formal, a todo instante – com respeito, ética e profissionalismo –
o liderado pode conversar com o seu líder sobre insatisfações no trabalho realizado ou até
mesmo pedir para mudar de projeto, por achar que não está tendo um desempenho satisfatório
no projeto em que foi alocado, por não ter se adaptado. O próprio funcionário está
constantemente preocupado com o seu desenvolvimento profissional e também com sua
satisfação pessoal.
Certa vez, por exemplo, uma funcionária altamente capacitada sentiu que não estava
rendendo no projeto que estava desenvolvendo. Apesar de se dedicar, se esforçar e buscar
aprender e entender novas tecnologias para aplicar em seu trabalho, ela achava que não havia
se adaptado bem, que poderia ter seus esforços focalizados em um outro projeto, em que
trabalharia, inclusive, mais feliz. Pediu, então, ao seu gerente para mudar de projeto. O
resultado foi excelente! De fato era apenas uma questão de adequação. Com a mudança, tanto
a empresa como a funcionária saíram ganhando.
Da mesma forma, também o líder tem a liberdade, e o dever, de conversar com os seus
liderados quando percebe que há algo deficiente em seu trabalho ou algum descontentamento
ou problema em sua vida pessoal.
funcionário, mas com o passar do tempo percebeu-se que relações informais de mentorado
estavam sendo criadas.
Após escolher o seu mentor, o funcionário poderá contar com o apoio e aconselhamento
sempre que precisar. O mentor poderá orientá-lo quanto a qualquer insatisfação com a empresa
e até mesmo em problemas pessoais.
Para alcançar este objetivo, a Chemtech faz uma pesquisa mensal nos guias de salários
dos principais veículos nacionais para verificar a média salarial praticada no mercado e
assegurar aos seus funcionários uma remuneração dentro ou acima deste valor.
Além desta verificação mensal, a Chemtech utiliza outros meios para checar a
necessidade de promover variações nas faixas salariais de modo a mantê-las acima do
mercado. São elas:
• Catho Online: nossa empresa compra um banco de dados organizado pelo grupo Catho com
informações sobre valores das remunerações oferecidas pelas empresas. Trata-se de um
material variado com valores abaixo e acima da média. Permite uma visão abrangente das
políticas de remuneração de diferentes empresas.
• Siemens: por sermos uma empresa do grupo Siemens, procuramos estar sempre atualizados
quanto a variações salariais promovidas pelo grupo para fazermos os ajustes necessários
também em nossas faixas. Vale ainda destacar que também em relação as médias de
remuneração oferecidas pela Siemens, a Chemtech mantêm-se acima desses valores.
Com todas estas pesquisas salariais, podemos concluir que as faixas salariais de
engenheiro na Chemtech, cargo predominante na empresa, variam de 80% a 120%. Hoje, o
que tentamos fazer é manter o ponto médio da faixa (100%) acima da média do mercado
(alinhado com o terceiro quartil). Então, o que podemos afirmar em relação a um engenheiro
que está em 100% da faixa de engenheiro júnior hoje é que ele está bem acima da média do
mercado pesquisado pela Towers Perrin entre as empresas de engenharia.
Os funcionários podem ainda ter seus salários acrescidos por mérito (bônus), já citado
na questão 4, promoção, enquadramento ou dissídio coletivo. Tudo isso mediante os resultados
das avaliações e aprovação de uma comissão interna.
- tempo decorrido da última movimentação salarial, que pode acontecer por mérito, promoção
ou enquadramento salarial
Os fatores citados acima, no entanto, são flexíveis conforme a situação. Existem casos
em que funcionários recebem aumentos ou reajustes salariais em menos de um ano de
empresa, de acordo com seu comprometimento e pelo reconhecimento de seu desempenho.
Cabe destacar ainda nesta questão a remuneração justa concedida aos estagiários, que
ganham por hora trabalhada e recebem também todos os benefícios, como plano de assistência
médica e odontológica e tíquete refeição. Durante o período de férias nas universidades, eles
podem dobrar as usuais 4 horas diárias trabalhadas e obter um salário maior no final do mês.
Todos estes reajustes, bem como toda a estrutura do plano de cargos e carreiras, são
detalhadamente expostos durante os Encontros Corporativos organizados periodicamente pela
Chemtech.
Além deste canal, a “Gerência de Recursos Humanos” está à disposição para quaisquer
esclarecimentos e, sempre que percebe que alguma questão está sendo apresentada por um
número considerável de funcionários, opta-se por enviar uma explicação mais abrangente para
todos via e-mail ou através da intranet.
Além disso, sempre que algum funcionário completa 10 anos de empresa, ele recebe
uma placa de agradecimento e reconhecimento pelo tempo de trabalho na empresa, como foi
explicado na questão 2. Já estamos pensando o que fazer para os funcionários que têm mais
tempo de casa e em breve completarão 20 anos de empresa! (anexo 19)
Ao longo do ano, também é uma prática nossa premiar os projetos de maior destaque da
Chemtech naquele período. Nessa premiação, cada membro da equipe de cada projeto
escolhido recebe uma placa nominal ou algum tipo de homenagem referente à bem-sucedida
conclusão do projeto.
Normalmente ao final do projeto a própria equipe vota para escolher de que maneira
quer comemorar.
Além disso, acreditamos que todas as nossas iniciativas quanto a criar um ambiente
agradável para as pessoas trabalharem são percebidos como incentivo e como satisfação pelo
bom trabalho. Todas as ações da empresa em prol dos funcionários representam um
investimento que não estaria sendo aplicado nas pessoas erradas. Se fazemos tudo o que
fazemos e ainda é nossa prioridade manter essas pessoas aqui, é porque estamos felizes com
o trabalho que elas desempenham e não queremos perdê-las para o mercado.
Quando algum funcionário destaca-se fora de empresa, mas também no que diz respeito
à sua capacidade técnica, sempre o entrevistamos para publicar uma notícia na nossa intranet
para que ele seja reconhecido pelos colegas de trabalho. Uma estagiária, por exemplo, foi uma
164
das vencedoras do 13º Concurso Brasileiro de Projeto Químico – Desafio Universitário Oxiteno-
ABEQ. O feito gerou notícia de grande repercussão dentro da empresa após divulgação na
intranet.
Por fim, além dos artigos técnicos e notícias sobre eventos da Chemtech que são
publicados na mídia, estamos constantemente em busca da exposição do nosso time de
profissionais. É comum encontrar funcionários da Chemtech em matéria de assuntos diversos,
como hobbies e atividades praticadas fora do trabalho. Quando isso acontece, além da
divulgação via intranet expomos as notícias nos murais dos corredores da empresa.
Uma preocupação que temos é a de alternar os funcionários que dão entrevistas e são
chamados a contar histórias em matérias, para que todos sintam-se privilegiados e
reconhecidos.
Não praticamos participação nos lucros, mas dividimos nossos resultados com os
funcionários através da bonificação por mérito. Acreditamos que com essa metodologia,
acabamos por motivar ainda mais os funcionários a quererem desempenhar um papel
merecedor de destaque e gerador de resultados positivos.
Os projetos que geram lucro na Chemtech têm suas equipes avaliadas pelos gerentes
responsáveis a fim de se destacar o funcionário merecedor de bônus. A avaliação é então
enviada à Diretoria com uma sugestão de quais funcionários devem receber o bônus.
No caso da gerência, foi definido um conjunto de metas (um acordo de objetivos) para
obtenção de bônus.
Além disso, os benefícios que proporcionamos aos nossos empregados (salários acima
da média de mercado de trabalho, seguro de vida, tíquete-refeição, auxílio de 50% a 100% em
cursos de especialização e aperfeiçoamento, cursos de idiomas, MBAs, eventos de
confraternização mensal, eventos de comemoração de fim de ano, plano de saúde de alto
padrão, entre outros) têm um custo que também gera um considerável desconto no nosso
faturamento.
1) Assistência médica-odontológica
Caso o médico ou serviço desejados não façam parte do pacote oferecido, você pode
usufruir naturalmente dos mesmos, solicitando reembolso parcial à empresa, mediante
apresentação do recibo. Para melhor entendimento desta modalidade, pedimos consultar o
Departamento de Pessoal. E mais:
1. Assistência odontológica;
2. Cobertura nacional para os planos;
3. Remédios com desconto através do Programa Amil de Medicamento - desconto de
35% nos remédios de marca e 50% nos genéricos na rede Farmalife (as condições
vigentes devem ser consultadas);
166
4. Possibilidade de adesão ao Amil Resgate Saúde (as condições vigentes devem ser
consultadas);
5. Programa Total Care, uma concepção preventiva na gestão da saúde de suas vidas
2) Seguro de vida
3) Tíquete restaurante
4) Empréstimo emergencial
Concessão de até um salário bruto do funcionário para devolução em até cinco vezes,
sem incidência de correção sobre as parcelas mensais.
Para ter direito a tal benefício, o funcionário deve estar na empresa há no mínimo um
ano e não ter obtido empréstimo para a mesma finalidade em prazo inferior a 12 meses.
5) Cursos
7) Auxílio-Creche
8)Saúde na empresa
1) Locadora
Qualquer DVD – seja catálogo ou lançamento – sai por R$5 e a fita de vídeo, por R$4.
2) Descontos especiais
Beleza:
Saúde:
• Studio Pilates Flavia Ramos: 15% de desconto (não cumulativo) nos pagamentos à vista em
espécie, cheque ou cartão de crédito;
• Drogaria Wilson: 12% de desconto nas compras de medicamentos à vista, desde que já não
estejam em promoção;
Corpo & Forma: 15% de desconto nos preços não promocionais. Serviços Fisioterapia
Dermato-funcional, Fisioterapia Traumato-ortopédica, Dermatologia, Cirurgia Plástica,
Emagrecimento.
Restaurantes:
Restaurante Porcão (Unidades: Ipanema, Ilha, Barra, Niterói e Rio’s): 20% de desconto no
rodízio extensivo à todos da mesa.
Educação:
Outros:
• Lojas Lidador: 15% de desconto, em qualquer filial, na compra de produtos não promocionais;
• Casa Cruz: Casa Cruz oferece desconto de 10% (dez por cento) nas compras à vista
(dinheiro, cheque ou cartão de débito),mediante apresentação do crachá/contra-
cheque/carteirinha e documento de identidade no momento da compra em nossas lojas, nos
endereços abaixo:
Além disso, contamos com aulas de ginástica laboral três vezes por semana; palestras
sobre esportes, convênios com academias e clubes, jogos de vôlei de praia semanal e
estimulamos a participação dos funcionários em maratonas. Também oferecemos aulas
gratuitas de yoga em um espaço especial para relaxamento na própria Chemtech: o Zentech.
Neste espaço também são realizadas sessões de shiatsu e drenagem linfática promovidas por
clínicas especializadas com preços especiais para os colaboradores.
Para completar oferecemos outra atividade in-company que, baseada nas técnicas da
ginástica holística, trata e previne qualquer tipo de alteração postural. Esta atividade é oferecida
por fisioterapeutas da Unidade de Correção Postural da Amil.
Muitas das iniciativas citadas acima foram identificadas e sugeridas pelos próprios
colaboradores. A empresa mantém diversos canais de comunicação para que os colaboradores
façam sugestões e críticas dos programas e iniciativas da empresa tais como a caixa de
sugestões, a intranet e suas seções interativas, enquetes, pesquisas de clima organizacional,
ombudsman, entre outros. Eles podem sugerir ações novas, alterações nas ações já existentes
ou fazer críticas. Todos os comentários serão devidamente analisados e tratados de forma a
melhorar as iniciativas da empresa e atender melhor a satisfação dos colaboradores.
empresa, é orientado a escolher seu mentor. Este mentor é normalmente um funcionário mais
antigo da empresa e irá guiar e aconselhar o recém-chegado em sua carreira dentro e fora da
empresa. Além disso, o colaborador poderá tirar dúvidas e pedir orientação sobre os mais
diversos assuntos, inclusive questões pessoais, com seu mentor.
Para isso, utilizamos diversos canais de comunicação interna que serão descritos ainda
nesta resposta.
Mas, antes de descrevermos estes canais é importante destacar que a Chemtech tem
escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Bahia, Porto Alegre, Manaus e
Houston. Desta forma, temos o desafio de fazer com que as informações circulem por todos os
escritórios de maneira uniforme.
Para solucionar esta situação e gerar fluxos de informações entre todas as filiais,
criamos o “Comitê dos Antenas” da Chemtech. A idéia surgiu após a participação custeada
pela Chemtech de uma estagiária de Relações Públicas em um curso sobre portais
corporativos. Neste curso, a estagiária conheceu a idéia do “Comitê dos Antenas”, que já era
adotada na empresa Sabesp e foi mostrada em uma das apresentações do treinamento.
Os representantes das diferentes filiais que integram o Comitê dos Antenas foram
indicados pelos gerentes responsáveis de cada localidade e o critério de indicação foi a
influência e participação destes funcionários nos eventos e atividades do escritório. Ao serem
indicados para fazerem parte do Comitê, cada funcionário recebeu um kit-antena especialmente
171
preparado pelo Departamento de Comunicação e formado por uma carta-convite e uma antena
de plástico.
Segue abaixo uma descrição dos principais meios de comunicação interna utilizados na
Chemtech.
• Intranet
Em junho, de 2006 a intranet passou por uma reformulação total com o intuito de
aumentar a interatividade do site e torná-lo ainda mais atrativo para os usuários. Para realizar
esta reformulação, a Chemtech optou por executar todas as etapas, desde o planejamento até
a inauguração do site, somente com recursos internos. A idéia era encontrar um resultado final
que tivesse total identificação com a empresa e seus funcionários, um site feito pelos e para os
“chemtecheanos”.
A equipe de Comunicação & Marketing liderou este projeto e contou com o apoio total do
grupo de TI. Para dar início, foram feitas visitas a empresas parceiras e clientes para conhecer
as novidades no campo dos portais corporativos e aproveitar as boas idéias.
Concomitantemente, o time de TI pesquisou as ferramentas web disponíveis no mercado que
possibilitassem interatividade na montagem de sites e páginas. Somente após estas pesquisas,
um mapa do novo site foi desenhado.
A nova intranet foi inaugurada no mesmo dia em que a seleção brasileira estreou na
Copa do Mundo. Com a nova página, foram criadas duas seções gerenciadas diretamente
pelos próprios funcionários, onde eles podem cadastrar, sem nenhum controle, notícias e fotos.
As seções foram denominadas de “Fala, Chemtecheano!” – onde são cadastrados textos
escritos pelos funcionários no mesmo padrão de um blog – e “Mural Chemtech”, onde são
postadas as fotos dos funcionários, no estilo de um fotolog.
Estas seções interativas são amplamente usadas por todos os funcionários, inclusive
pela diretoria e outras lideranças da Chemtech, evitando assim o envio de e-mails formais ou
carta oficiais.
Este conteúdo centralizado também é muito utilizado pelos funcionários de forma geral e
pelas lideranças para compartilhar informações com toda empresa. Para usarem este canal,
muitas vezes a diretoria e a gerência da empresa solicitam a publicação de notícias informando
sobre determinado assunto. Essas notícias são normalmente complementadas por uma nota no
“Fala, Chemtecheano!” ou por um e-mail, dependendo do interesse e da urgência do tema
tratado.
Na home do site, são exibidas as cinco últimas mensagens cadastradas, uma enquete
sempre atualizada, links para todas as seções da intranet e uma seção de galerias de fotos com
as imagens oficiais dos eventos da empresa.
A enquete da intranet, embora seja usada na maioria dos casos para ouvir os
funcionários, também pode ser usada como um canal para informar os funcionários. Nestas
ocasiões, são criadas perguntas do tipo: você conhece a lista de convênios de descontos
disponibilizada para os funcionários da Chemtech? Dessa forma, a empresa reforça alguns
assuntos importantes que devem ser lembrados.
As galerias de fotos também são um canal de divulgação, uma vez que os eventos
realizados em diferentes unidades ficam registrados nesta seção e desta forma passam a ser
de conhecimento geral.
Sendo assim, foram criadas quatro galerias de fotos na intranet, com cerca de 300 fotos
cada, para mostrar os dias de festa das unidades. Além das galerias oficiais, os próprios
funcionários postaram suas fotos pessoais na seção interativa do “Mural Chemtech”.
Vale ressaltar também que este canal é frequentemente utilizado para divulgar as
políticas de RH da Chemtech. Nele, existem seções de conteúdo fixo onde os colaboradores
173
podem consultar, por exemplo: a missão, visão e os valores da empresa, o código de conduta
dos colaboradores, as políticas de Qualidade, Segurança e SMS, além da lista completa com os
benefícios e convênios oferecidos pela empresa.
Existe também um espaço na intranet onde ficam reunidos os documentos oficiais com o
detalhamento dos processos de RH. Neste espaço é possível verificar a política de
transferência de colaboradores adotada pela empresa, o processo relativo à contratação de
terceirizados e pessoas jurídicas, os procedimentos para obtenção de reembolso de despesas e
ainda a política desenvolvida pela Chemtech para embarque de seus colaboradores em
plataformas offshore.
Outras questões que fazem parte das ações de RH são constantemente divulgadas na
seção de “Notícias” deste site. Muitas destas ações surgem a partir de sugestões dos próprios
funcionários. Prova disso foi a extensão do auxílio-creche, que antes era concedido apenas as
colaboradoras com filhos de até 36 meses de idade, para todos os colaboradores. A idéia surgiu
por sugestão de um colaborador do escritório de São Paulo e foi abraçada pela diretoria
ganhando destaque na intranet corporativa.
Durante a semana do dias das mães, a seção de notícias da intranet também incluiu
mais uma pauta relativa a uma novidade na política de RH da empresa: a extensão da licença
maternidade de 4 para 6 meses.
Estas duas formas proporcionam uma troca de idéias e opiniões rápida e dinâmica e,
antes da criação da intranet, eram os meios mais fortes de compartilhamento de informações.
Já através dos e-mails, muitos assuntos discutidos informalmente são logo repassados
para todos, como, por exemplo, os e-mails elogiando o desempenho de um funcionário ou de
uma equipe.
• Banners
• Cartazes
Afixamos nos quadros de aviso, ao lado dos elevadores e nas copas – locais de grande
visibilidade pelos funcionários –, cartazes de campanhas relacionadas à saúde, campanhas de
endomarketing, aniversariantes do mês, as notícias mais interessantes publicadas na mídia e
muito mais.
• Comunicados Diretoria
• Encontros corporativos
Esses encontros visam falar para toda a empresa, sem linguajar técnico, dos últimos
movimentos em todos os setores, dos objetivos da empresa no momento, quais negócios têm
possibilidade de estarem sendo fechados e trazendo retorno para a empresa, quais os motivos
de determinadas viagens, o que as equipes comercial e de marketing vêm fazendo e o que eles
têm conseguido, novidades de RH, além da apresentação de novos membros às equipes e
alocação de funcionários.
• Encontros Técnicos
Dessa forma, outras áreas, que não o core-business da empresa, ficam sabendo o que a
empresa está fazendo, quem está em qual projeto, quais são os novos clientes, quais as novas
tecnologias em que a empresa está investindo etc. Estes encontros ajudam, por exemplo, à
Assessoria de Imprensa a identificar projetos interessantes para divulgação ou ao
Departamento de Compras para entender por que tal equipe estava solicitando tal material.
• Comunicados de TI
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Vale lembrar aqui que o mini-site de TI disponível na intranet também conta com notícias
sobre as novidades de informática e com um fórum interativo para que funcionários possam
debater os assuntos propostos.
• Distribuição de revistas
O grande objetivo é levar para os nossos funcionários notícias do que está acontecendo
no mundo Siemens, grupo do qual fazemos parte. Desta forma, os funcionários da Chemtech
ficam sabendo também notícias sobre as outras empresas do grupo.
Todos os participantes recebem uma apostila contendo os tópicos que serão abordados,
como acompanhamento de faturamento e de entrada de pedidos novos; informações de
alocação de equipe; cronograma de pedidos; índices de qualidade e assuntos diversos em voga
no momento. São transmitidas responsabilidades e ações para os meses seguintes.
Além disso, os funcionários têm total liberdade para pedir informações sobre o que
aconteceu nas reuniões. Os gerentes falam abertamente, pois a comunicação entre gerentes e
liderados é simples.
• Comitês
Na Chemtech existem diversos comitês que discutem os mais diferentes assuntos e são
integrados tanto por lideranças quanto por liderados.
Os Comitês Técnicos, por exemplo, foram criados com o objetivo de oferecer sugestões
para soluções customizadas e identificar metodologias de trabalho e tecnologias que tenham
sido empregadas em cada projeto verificando de que maneira as mesmas poderiam ser úteis
para outros clientes no mesmo setor. Estes comitês são divididos em quatro grandes áreas
estratégicas de negócios da Chemtech: offshore & dutos, refino, siderurgia & mineração e papel
& celulose.
Além destes comitês com objetivos técnicos, a Chemtech criou recentemente outros três
com objetivos institucionais. Para colaborar com o programa de consumo consciente iniciado na
empresa no início de 2007, foram criados os Comitês de Energia, Telefonia e
conseqüentemente, o de SMS. Estes grupos, formados por gerentes, líderes e funcionários em
geral, foram inaugurados para criar um espaço de discussão sobre ações que contribuíssem
para a redução do consumo desses recursos (energia e telefonia). Já o Comitê de Saúde foi
criado para definir estratégias que possam ser implantadas na empresa com o intuito de
melhorar a saúde e a segurança dos funcionários.
• Celular corporativo
Além de ser usado para conversas a trabalho e negócios, usa-se também bastante a
ferramenta de mensagens de texto dos celulares. Com esta ferramenta, muitas informações
importantes são praticamente instantaneamente transmitidas para toda a empresa.
É assim, por exemplo, quando a Chemtech participa de licitações para trabalhar em
grandes projetos. Nessas ocasiões, normalmente, um grupo de chemtecheanos vai até o cliente
apresentar a proposta comercial e assim que recebe a notícia da aceitação envia um torpedo
para todos os celulares corporativos da empresa comunicando o resultado da licitação.
Durante esta ocasião, os participantes recebem mais um material elaborado por nossa
equipe de comunicação: o Manual de Integração. Este manual possui informações diversas
sobre a empresa e sobre as políticas de RH.
Por último, vale citar que todos os eventos de confraternização organizados pela
empresa e divulgados pelos canais de comunicação interna procuram estar alinhados com as
estratégias de RH que visam promover o bem-estar e a saúde dos funcionários. Por essa razão,
a Chemtech opta por reunir seus funcionários para praticar atividades esportivas como jogos de
futebol, partidas de boliche e ainda vôlei de praia com a participação das jovens atletas
patrocinadas pela Chemtech Júlia Caldas e Isabel Grael. Isso sem contar as atividades in-
company oferecidas periodicamente para todos os colaboradores: ginástica laboral e yoga.
Cada funcionário possui total liberdade para fazer perguntas ao seu líder direto ou
mesmo à Diretoria da empresa sem nenhuma restrição. Esta comunicação pode ser feita
presencialmente, em conversas informais, por e-mail ou mesmo por telefone, sem
constrangimento.
Por estas razões, mantemos o foco na valorização das pessoas e, por isso, há uma
política de portas abertas, em que o diálogo e a abertura entre os funcionários e seus gestores
é bastante viva.
O Diretor Geral da empresa tem por hábito receber em sua sala qualquer funcionário
que deseje expor alguma crítica, opinião ou sugestão. E os funcionários procuram, com
freqüência, usar este canal.
• Caixa de Sugestões
Neste canal, o funcionário não precisa se identificar; basta escrever sua mensagem e
depositar na urna.
Após a análise, em alguns casos, as mensagens são debatidas com a Diretoria ou com
outros setores envolvidos na solicitação e procura-se viabilizar as mudanças necessárias.
No entanto, algumas boas idéias emitidas por este canal já foram colocadas em prática.
Um exemplo foi a solicitação de uma funcionária para instalar um frigobar na copa do andar
onde ela estava alocada. A solicitação foi aceita na hora e a geladeira foi providenciada
prontamente.
Além disso, vale citar também o caso de uma reclamação que foi recebida através da
caixa de sugestões sobre a temperatura do ambiente de trabalho. O funcionário emitente da
mensagem informou que a temperatura estava muito baixa e que, mesmo agasalhado, ele
continuava sentindo frio e se resfriando.
• Ombudsman
O ombudsman é um canal pelo qual qualquer funcionário pode enviar sua crítica,
sugestão ou reclamação sobre absolutamente qualquer assunto. A Chemtech garante que ele
não ficará sem resposta. O ombudsman canaliza os problemas e reclamações dos funcionários
e responde de forma imparcial.
Por isso, o ombudsman da Chemtech é uma pessoa criteriosamente selecionada. Ele deve
acreditar no seu papel de representante do funcionário, assumindo um compromisso sério com
a busca da satisfação do reclamante e a otimização da qualidade no ponto criticado.
Para agirmos, portanto, com mais eficiência, seguimos o Código de Ética da ABO
(Associação Brasileira de Ouvidores):
• Programa de mentorado
Logo que o programa foi introduzido, a empresa designava um mentor para cada novo
funcionário, mas com o passar do tempo percebeu-se que relações informais de mentorado
estavam sendo criadas.
O programa de mentorado também permite que o mentor seja trocado sempre que ele
ou seu mentorado sinalizem esta necessidade.
Um dado curioso é que quando surgiu a idéia de reformular a intranet abrindo o espaço
descentralizado, muitos ficaram preocupados se o recurso seria bem utilizado pelos
funcionários e se eles teriam discernimento para saber o que colocar ou não na intranet. A
resposta da Diretoria da empresa foi que confiava em seus funcionários e que não queria
tolhida a liberdade de expressão.
A nova intranet também abriu espaço para mini-sites criados em cada unidade da
Chemtech, fazendo que as informações das outras localidades circulem ainda mais. Nestes
mini-sites também existem web-parts de fórum para que os funcionários possam discutir os
assuntos propostos. É o caso, por exemplo, do mini-site de TI e de Segurança da Informação
onde, além de encontrar notícias sobre estas áreas, os funcionários podem comentar os tópicos
expostos nos fóruns de debates. Existem muitos outros mini-sites na intranet para acesso de
todos, como o Administrativo-Financeiro, Gestão do Conhecimento, Gestão da Qualidade etc.
Além de disponibilizar estes canais para que seus funcionários se façam ouvir, a
Chemtech também realiza pesquisas internas para saber a opinião de seus colaboradores
sobre determinados temas. Esta é uma forma de colher reclamações importantes sem a
necessidade de identificação dos emitentes.
Aqui, o funcionário, seja ele terceirizado ou efetivo, é tido como o maior patrimônio da
empresa. Ele é a força motriz para o sucesso da Chemtech, tanto pelo seu esforço e dedicação
individuais quanto pela sua interatividade em equipe. Por isso, oferecemos também ao
terceirizado respeito, condições de saúde e bem-estar e segurança no trabalho.
funcionários mantêm contato direto com as atividades dos efetivos e estão inseridos na
dinâmica do dia-a-dia da empresa. Além disso, a Chemtech procura manter-se atenta para,
sempre que possível, promover as mudanças necessárias com o intuito de melhorar as
remunerações e benefícios deste grupo de terceirizados.
Um exemplo disso é a recente promoção solicitada pela Chemtech para uma funcionária
da limpeza. Por apresentar um excelente desempenho em suas atividades, o que sempre
rendeu diversos elogios, esta funcionária, que ocupava um cargo de auxiliar de limpeza, foi
promovida e inaugurou a função de copeira da Chemtech.
Esta promoção acabou por causar uma mudança ainda maior no fornecimento desses
serviços. Como a empresa de limpeza predial que oferecia os serviços nesta época não
possuía o cargo de copeira, a Chemtech optou por não renovar o contrato e recontratou todos
os funcionários que trabalhavam nestas funções através de outra empresa de recursos
humanos, que já terceirizava os office-boys e recepcionistas. Neste novo contrato, além da
inclusão do novo cargo, o grupo passou a ter seus salários reajustados e, caso tenham que
trabalhar além do horário, recebem o pagamento de horas-extras.
Vale destacar também as ações especialmente organizadas para este grupo como, por
exemplo, a doação de cestas de natal. Este benefício é oferecido somente para as equipes de
limpeza, recepção e para os office-boys.
Vale destacar aqui que estes profissionais possuem um perfil bastante específico.
Normalmente, os terceirizados como pessoas jurídicas da Chemtech são consultores seniores,
com vasta experiência de mercado e, em muitos casos, tratam-se de profissionais aposentados
de famosas empresas, como a Petrobras. Existe um claro interesse da Chemtech em contratá-
los como funcionários efetivos, mas, em virtude deste perfil peculiar, os próprios terceirizados
preferem manter o contrato de pessoa jurídica para evitar os descontos e as contribuições
exigidas em um contrato de trabalho comum.
Mesmo optando por não efetivarem-se, é notório que a relação estabelecida por estes
profissionais com a Chemtech é bastante sólida e que a experiência de atuar na empresa é
encarada como uma alternativa compensadora frente à possibilidade e encerramento da
carreira.
Recentemente ele foi homenageado pela Chemtech por toda a sua história profissional e
pela contribuição que sua experiência trouxe para a empresa. Nesta homenagem, familiares e
convidados reuniram-se com funcionários da Chemtech em um jantar para homenageá-lo. A
Chemtech preparou um quadro com uma mini-biografia para presentear o homenageado. Nesta
ocasião, o engenheiro afirmou que após anos de carreira atuando em diferentes empresas, era
possível dizer com convicção que a Chemtech é a melhor empresa em que ele já havia
trabalhado.
Sem distinção, todos são convidados e participam das confraternizações mensais, das
comemorações de aniversariantes, das festas de fim de ano, dos eventos de Natal para filhos
de funcionários com idade inferior a 10 anos, das gincanas e sorteios e de qualquer outra
atividade de integração promovida pela empresa. E, caso a função desempenhada inclua o uso
do computador, todos têm acesso livre à intranet corporativa.
Se depois de algumas conversas com o gerente e de todas as chances que forem dadas
observar-se que realmente o funcionário não conseguiu evoluir, é solicitada a aprovação dos
186
Vale destacar que demissões são raras em nossa empresa e que boa parte daquelas
que ocorrem são oriundas de oriundas de projetos de alocação, em que os funcionários são
contratados temporariamente pela Chemtech para atuarem em outras empresas em projetos de
duração definida, ou de pedidos dos próprios funcionários.
De qualquer forma, garantimos aos demitidos todos os direitos da lei, procurando manter
o plano de saúde dos envolvidos e de seus familiares ativo por mais 3-6 meses.
Isso é feito de várias formas. Uma delas é o intercâmbio entre escritórios. Quando é
detectada a necessidade de mais profissionais em um dos escritórios onde a demanda está
mais acelerada e os funcionários que estão para ficar “sem projeto” são convidados a passarem
uma temporada neste outro escritório para atender à sua necessidade. Isso contribui também
para estreitar o relacionamento com os colaboradores de outros estados da Chemtech.
Outra forma de redirecionamento de profissionais é feita com a colaboração da equipe
comercial. A gerência de RH mantém contato constante com essa equipe para que eles tenham
conhecimento do tipo de profissionais que tendem a ficar desalocados. Então, caso haja a
possibilidade de termos em pouco tempo, por exemplo, uma quantidade considerável de
engenheiros de automação sem nenhum projeto em vista, a equipe comercial irá focar em
conquistar novos projetos que necessitem desse tipo de profissionais.
Acreditamos no potencial das pessoas e esta é a razão principal para investirmos nelas.
Desejamos o crescimento de nossos profissionais porque confiamos que todo este aprendizado
será aplicado no dia-a-dia da empresa e que o destaque dos nossos executivos é também o
destaque da nossa empresa.
6.2.10 - Resultados:
187
• As políticas existentes fazem com que a empresa possa ser considerada um bom lugar para se
trabalhar? Comente.
Há uma grande flexibilidade também para permitir que o funcionário possa fazer,
paralelamente ao trabalho, cursos de mestrado ou MBA. A flexibilidade passa ainda pela
negociação de férias e maleabilidade no horário de almoço. Tudo isso será melhor explicado na
alternativa B desta questão.
188
O nosso fim de ano, por exemplo, aconteceu em hotéis de cidades próximas a cada
unidade da Chemtech. Foi possível levar toda a família para passar um fim de semana
inteirinho de muita diversão, com tudo pago.
Mas o momento mais esperado foi a chegada do Papai Noel para a entrega de
presentes. Caminhões, baldinhos de praia, aviões, quebra-cabeças, bonecas... Pequenos
presentes fizeram a alegria das crianças e garantiram muitos sorrisos. Para os filhos dos
funcionários dos outros escritórios, as lembranças chegaram pelos Correios. Cada presente foi
escolhido conforme a idade.
Além disso, 3 vezes por semana são dadas aulas de ginástica laboral em cada setor do
nosso escritório. As aulas são muito importantes para alongar os músculos, relaxar e fazer
exercícios que previnem LER e DORT, doenças comuns no ambiente corporativo. Fora os
benefícios para a saúde, é um momento do expediente que os funcionários tiram para relaxar o
corpo e dar uma pausa no ritmo de trabalho.
Há também aulas de Yoga, que são dadas duas vezes por semana para cada uma das
duas turmas. As aulas trazem benefícios físicos e emocionais para o funcionário, como a
tranqüilidade e o relaxamento. Tudo isso reforça o sistema imunológico, evitando, inclusive,
aparecimento de doenças. A atividade reforça ainda a auto-estima, a confiança, a concentração
no trabalho e a integração entre as pessoas, uma vez que alguns exercícios são realizados em
duplas ou grupos.
Nossa patrocinada, a atleta Jacqueline Silva, também participou e foi a responsável pela
palestra de encerramento da II Sipat, falando sobre determinação, motivação e vitórias. Nesta
edição, a Chemtech planejou e organizou o evento em conjunto com empresas que já são
nossas parceiras.
A evolução da Chemtech no que diz respeito a sua forma de gerir pessoas pode ser
percebida pelo resultado que nossa empresa vem obtendo no ranking gerado por essa
pesquisa. Em 2006 a Chemtech foi considerada a 3ª melhor empresa para se trabalhar no
Brasil e no ano seguinte conquistamos o 1º lugar.
Participando desta pesquisa, recebemos um relatório final, produzido pelo Great Place to
Work, onde é possível identificar os pontos fortes e fracos de nossas práticas de RH. Com base
191
neste relatório são definidas as ações que devem receber mais investimentos e as práticas que
devem ser corrigidas.
Vale lembrar que uma das regras consideradas pelos organizadores do ranking é que
uma empresa inscrita só pode estar entre as 10 primeiras da lista quando estiver competindo
pela quarta vez. De acordo com esta regra, pode-se perceber que a Chemtech tornou-se a
primeira da lista exatamente na primeira oportunidade que teve de ocupar esta posição.
Percentual de satisfação
93% 97%
89% 89%
79%
RJ SP SAL BH CHEMTECH
Percentual de satisfação
Credibilidade
95%
91%
87% 87%
86% 86%
Satisfação no Trabalho
96%
93%
90%
88%
Esteé um lugar amistoso para trabalhar Este é um lugar descontraído para trabalhar
• Como é avaliada a efetividade das ações de RH, resultados e melhorias conseguidas (além da
pesquisa de clima)? Forneça os indicadores de monitoramento e avaliação.
193
Usamos este canal para saber da aprovação dos funcionários sobre determinadas ações
ou ainda a preferência sobre determinado tema. Este é um meio bastante ativo pois conta com
a participação de boa parte de nossos colaboradores. Um bom exemplo do uso da enquête
como avaliador de nossas práticas foi quando perguntamos, através deste canal, qual evento
de confraternização os colaboradores mais gostavam: happy hours, churrasco com futebol,
boliche, paintball ou patinação no gelo. A opção vencedora foi escolhida como evento para ser
organizado no mês seguinte.
Um bom exemplo desta prática é a pesquisa que foi realizada quando passamos a
realizar os exames médicos periódicos internamente. Antes, os periódicos eram realizados em
uma clínica externa, mas com a contratação da médica do trabalho, passamos a realizá-lo no
departamento médico da empresa. Por conta da mudança, desenvolvemos uma pesquisa de
opinião interna para medirmos a satisfação de nosso colaboradores com a mudança.
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