Apostila Hipnose Basica
Apostila Hipnose Basica
Apostila Hipnose Basica
História
Na Antigüidade a sociedade Egípcia (milhares de anos antes de Cristo)
utilizava a hipnose em seus templos do sono, as doenças eram tratadas após o
paciente ser submetido ao transe hipnótico; existem provas arqueológicas de tal
prática como vasos de cerâmica onde aparecem figuras de médicos fazendo
intervenções cirúrgicas de (para a época) grande porte, o que sabemos ser muito
difícil, pois a anestesia não era conhecida. Tais médicos eram representados
emitindo sinais mágicos ou raios dos olhos como forma de estereotipar a ação do
hipnotizador. Tal procedimento (hipnose médica) tem uma melhor palavra,
“sofrologia” (muito mais utilizada em outros países Latino-americanos) oriunda da
deusa grega Sofrosine. Ao pé da letra: Sos (tranqüilo), phren (mente) e logia
(ciência), ciência da mente tranqüila.
Da mesma forma, na antiga Grécia, os enfermos eram postos a dormir em
templos e despertavam curados. Os gregos iam aos tempos de Sofrosine e após
entrarem em transe ouviam os sermões dos sacerdotes desta deusa que diziam ter
poderes curativos, após o procedimento os enfermos retornavam às suas atividades
gozando de plena saúde e alegria. Também na Índia, Caldéia, China, Roma, Pérsia
a hipnose era utilizada para conseguir fenômenos psíquicos (provavelmente
hipermnésia e anestesia), que na época eram considerados místicos, esotéricos,
paranormais ou sobrenaturais. Muitos documentos da antigüidade provam o uso da
técnica por sacerdotes, médicos, xamãs entre outras pessoas importantes dentro
de tais sociedades. É importante deixar claro que, em boa parte dessas sociedades
(sempre muito ligadas a sua religião), a medicina era muito influenciada por fatores
espirituais e quase sempre praticada por sacerdotes; a “arte de curar” era muito
distante do aspecto técnico-científico encontrado hoje em dia. De uma maneira
geral, se a pessoa fosse curada o mérito era totalmente dado ao sacerdote, caso
não fosse, era por sua falta de fé.
Na Idade Média pessoas foram, até mesmo, mortas por fazerem uso da
hipnose, a visão mais restritiva da Santa Inquisição principalmente, os identificava
apenas como bruxos ou satanistas e como tais eram perseguidos. Tal fato é um
tanto insólito, pois, era comum o uso do “Toque Real”, que nada mais era que fazer
a pessoa crer que ficaria curada com o toque das mãos de seu soberano: “Le Roy te
teuche. Dieu te guerys” (o Rei te toca. Deus te cura) hoje sabemos que isso nada
mais é que uma técnica hipnótica. Ainda hoje a hipnose (assim como a Psicologia,
Psiquiatria, Psicanálise, Psicoterapias diversas etc) recebe muitas críticas por certos
segmentos de algumas religiões e seus seguidores são proibidos de fazer uso desta
técnica; algumas dessas religiões utilizam muitas técnicas hipnóticas inseridas na
liturgia, oratória, música, repetição, tom de voz etc, sem que seus seguidores
sequer saibam (e possam se defender), mas, no entanto, propagam injúrias contra
aqueles que a utilizam (com o consentimento de seu cliente) de modo terapêutico.
Certamente uma boa parte da história contribuiu para o fortalecimento de
uma falsa “identidade mística” da hipnose, apenas no século XVIII é que a hipnose
passa a perder esta tal identidade e, hoje sabemos, que o estado de transe
hipnótico é, tão somente, um estado diferente de funcionamento cerebral que pode,
até mesmo, ser deflagrado em diversas situações corriqueiras, independente do
objetivo ser hipnotizar alguém ou não. Mesmo tendo sido utilizada (e até hoje ainda
é) em cerimônias religiosas, esotéricas ou místicas, é inegável seu aspecto técnico-
científico.
Em agosto de 1889, foi realizado em Paris o I Congresso Internacional de
Hipnotismo Experimental e Terapêutico com a representação de 223 estudiosos de
23 países. O Brasil teve a honra de levar dois profissionais de saúde: Doutor
Joaquim Correia de Figueiredo e Doutor Ramos Siqueira, ambos médicos do estado
do Rio de Janeiro.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) as situações extremas a
que os médicos eram postos a trabalhar, reacendeu o uso e o valor prático e
científico da hipnose. Seguindo a literatura existente acerca da hipnoanalgesia
alguns jovens feridos e/ou mutilados, eram postos em transe tanto para alívio de
suas dores como para execução de cirurgias. Novas pesquisas foram feitas
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ratificando o valor da técnica hipnótica no alívio das tensões, na anestesia e no
conforto emocional.
Hipnose no Brasil
No Brasil a hipnose ficou proibida no decorrer do governo do então
Presidente Jânio Quadros num ato presidencial que contrariava os principais
conselhos de saúde brasileiros, além de atrasar muito o trabalho sério e as
pesquisas da área. Entretanto, na década seguinte, com o advento das
perseguições militares, algo muito importante foi confirmado sobre a hipnose: É
sabido que alguns agentes da repressão do governo tentaram utilizar o transe
hipnótico para obter informações de presos políticos; a única informação
importante obtida nessas tentativas foi que a hipnose legítima não pode ser obtida
contra a vontade da pessoa ou em situação de pressão psicológica. O procedimento
utilizado pelos agentes de repressão, vulgarmente conhecido pela maior parte da
população como “lavagem cerebral”, é baseado em uma técnica de profundo
esgotamento nervoso (através de tortura física e/ou psicológica) e apenas torna a
vítima incapaz de reagir negativamente às determinações do torturador, sendo
assim, obrigada a concordar com o que lhe é imposto, independente de ser verdade
ou não. Tal técnica é considerada tortura e, como tal, é passível de punição como
Crime segundo a legislação de nosso país. Existe a possibilidade de obter um
"transe químico" com a administração de Barbitúricos (vulgarmente chamado de
"soro da verdade") e alguns determinados psicotrópicos.
A hipnose passou a ser, no Brasil, legalmente utilizada primeiramente por
odontólogos (dentistas) a cerca de quarenta anos, depois por médicos psiquiatras,
psicólogos e terapeutas; hoje existem inclusive no Brasil, departamentos de polícia
com a chamada Hipnose Forense que busca esclarecer crimes através da técnica do
reforço da memória (hipermnésia) das vítimas de estupro e rapto principalmente,
dando assim o conforto às pessoas, de que criminosos podem ser mais facilmente
localizados e não mais ameacem suas vidas. Assim sendo, pode-se dizer que o
Brasil está na vanguarda do uso da hipnose com fins realmente importantes para a
sociedade, com Psicólogos, Psiquiatras, Dentistas, Terapeutas, Cirurgiões e Policiais
se utilizando de um procedimento técnico-científico legítimo, com resultados
práticos muito bons, a disposição da população brasileira.
Apenas pessoas devidamente capacitadas podem utilizar a hipnose de
forma terapêutica. Não se deve confundir Hipnose de Palco com Hipnose Clínica,
assim como um hipnólogo não pode tratar do bem-estar de ninguém.
Perguntas e Respostas
* Perda da consciência
Um dos maiores mitos sobre hipnose é que você perderá a consciência. A
hipnose é um estado alterado de consciência, (você muda da consciência de vigília
para a consciência hipnótica), porém não se perde a consciência. Você ficará ciente
de tudo em cada momento e ouvirá tudo que o hipnólogo estiver dizendo.
Consciência de vigília é quando você está alerta para o que acontece ao seu redor,
consciência hipnótica é quando você se volta para o seu próprio interior.
* Enfraquece a vontade
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A sua vontade não se enfraquecerá ou mudará de forma alguma. Você está
no controle e, se desejar por qualquer razão sair do estado hipnótico, pode fazer
isso simplesmente abrindo os olhos. Você não pode ser forçado a fazer nada contra
a sua vontade. Os hipnólogos de palco gostam de que a platéia acredite que eles
têm o controle absoluto sobre os seus sujeitos. Os hipnoterapeutas deixam claro
que o paciente tem o controle.
* Fala espontânea
O paciente não começa, espontaneamente, a falar ou revelar informações
que gostaria de manter em segredo. Você pode falar durante a hipnose e seu
hipnólogo pode querer usar uma técnica que inclui conversa para ajudá-lo em seu
problema.
* Acaba-se dormindo
A hipnose não é igual ao sono. Você não vai dormir. O padrão do
eletroencefalograma durante a hipnose é diferente do padrão do
eletroencefalograma durante o sono.
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Ensaios Hipnóticos
Testes de Sugestionabilidade
"Quando a imaginação e a força de vontade estão
em conflito, a imaginação sempre ganhará”
Emile Coue
ENSAIOS
- Mãos Coladas:
Peça para o sujeito juntar as mãos, entrelaçando os dedos. Peça para olhar
fixamente sua mão entrelaçada e imaginar uma cola escorrendo entre seus dedos.
Diga que você vai contar de 1 a 10 e no final da contagem, ele vai tentar descolar e
não vai conseguir. Comece a contagem de 1 até 10, sugestionando entre os
números que essa cola está secando e que seus dedos estão ficando
completamente colados. Vá aumentando o volume e a imperatividade, à medida
que você vai contando e chegando perto do 10. No 10, diga: Tente, sem
conseguir, descolar seus dedos. Quando mais você força, mais colados eles
ficam... Vá repetindo essas afirmações por uns 30 seg, para a pessoa ficar
impressionada com o efeito (isso vai ajudar ainda mais a indução depois) e depois
diga que quando você tocar seus dedos, eles se descolarão. Toque e diga: Descola!
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- Olhos Colados;
Peça para o sujeito fechar os olhos, respirar profundamente algumas vezes e
imaginar uma cola colando seus olhos. Diga que você vai contar de 1 a 10 e no final
da contagem, ele vai tentar levantar suas pálpebras e não vai conseguir. Comece a
contagem de 1 até 10, sugestionando que quanto mais força ele fizer para levantar
as pálpebras (levantar suas sobrancelhas, induzindo a pensar que esse movimento
faz com que ele abra os olhos) mais coladas elas ficarão (tocar seus olhos, como se
estive colando-os). Repita isso algumas vezes durante a contagem e, no final, faça
o desafio: Tente levantar suas pálpebras... quanto mais força, mais coladas elas
ficam.
- Dedos Magnéticos; *
Peça para ele juntas as mãos e esticar os dedos indicadores, como se fosse uma
arma. Pedir pra ele olhar atentamente e imaginar um imã (ou um elástico enrolado)
nos dedos. Pedir para abrir os dedos algumas vezes, sempre fechando rápido.
Depois peça para abrir e vá sugestionando que seus dedos estão sendo atraídos
pelo ímã (ou o elástico está forçando os dedos para se juntarem. Os dedos se
fecharão automaticamente.
- Balanço Postural. *
Peça para ficar de pé, com os pés juntos (calcanhares colados), e fechar os olhos.
Se posicione do lado, segurando seu ombro. Peça para respirar profundamente e
relaxar os braços (ajude, balançando um pouco seus braços e verificando se
realmente estão relaxados). Peça para imaginar (ou ver, com os olhos da sua
mente) que ela está numa praia linda, caminhando em direção à água. Ela avista
um barco pequeno e entra nele... o barco vai em direção às pequenas ondas e
começa a balançar (solte seu ombro). Ela começará a balançar... continue
sugerindo o balanço, pra direita, esquerda, frente, trás... diga que não precisa ficar
com medo, pois tudo isso só está acontecendo na sua mente. Depois, peça pra
imaginar que o barco está chegando na areia e ela desce do barco. Conte até 3 e
peça para abrir os olhos.
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INDUÇÕES
A indução hipnótica objetiva levar o sujeito ao transe hipnótico, usando
sugestões e estímulos sensoriais.
VOZ HIPNÓTICA
Aprofundamentos
Antes de aprender a tornar o transe mais profundo, vamos conhecer os
níveis de transe hipnótico.
A chamada "profundidade da hipnose" se refere à intensidade,
variabilidade e grau de esforço das articulações específicas do pensamento. Para
propósitos práticos, são descritas certas fases do nível do estado hipnótico, mas
eles não devem ser considerados como divisões rígidas. É extremamente difícil, se
não freqüentemente impossível, dizer exatamente onde uma fase começa ou
termina. Qualquer um com experiência prática considerável na prática hipnótica
percebe que as divisões criadas são na verdade arbitrárias e completamente
artificiais e, quando muito, não são mais que um rude guia para permitir julgar a
profundidade do transe.
As escalas se caracterizam pelo aparecimento de fenômenos próprios a
cada nível, decorrentes das alterações sensoriais ou motoras apresentadas. Para
efeitos práticos, a maioria dos autores ainda divide a Hipnose em vários graus que
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podem ser classificados, de um modo geral, em três estágios ou níveis (estados
hipínicos), a saber:
* Sugestões simples são aceitas prontamente, embora o paciente sinta que poderia
desobedecer, mas não o faz, oferecendo, todavia, resistência às sugestões mais
complicadas (obedece também a sugestões pós-hipnóticas simples).
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já não constituem requisito e critério de hipnose, e o paciente se recordará de tudo
por que passou, ou uma boa parte.
Métodos de aprofundamento
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DEHIPNOTIZAÇÃO
É a saída do transe. É importante despertar o sujeito para que ele saia do
transe sentindo-se maravilhoso e energizado, feliz e totalmente desperto (sem
sono). Lembrando: Quanto mais profundo o estado hipnótico, mais lenta deve ser a
dehipnotização.
Ex:
Quando eu contar de um a cinco… você vai sair do transe hipnótico (ou
relaxamento), e voltar ao “aqui e agora”… sentindo-se totalmente confortável,
alerta e feliz.
Esse foi só um exemplo. Use sua criatividade para tirar o sujeito do transe.
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