8ano 00 Apostila-Completa8
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Apostila de
Educação Musical
8º Ano
Ensino Fundamental
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Introdução
E sta apostila é fundamentada com base no Plano Político Pedagógico para
Educação Musical elaborado pelo Colegiado do Departamento de
Educação Musical do Colégio Pedro II. Nela estão organizados diversos conteúdos
sugeridos para a 8º Ano do Ensino Fundamental, com o objetivo de orientar as
atividades de ensino e aprendizagem.
Assim, sugerimos uma revisão dos conteúdos da série anterior e:
• Prática musical sobre repertório (leitura musical e prática instrumental):
prática da flauta‐doce (técnicas básicas da flauta), prática vocal, prática
de instrumentos de percussão e outros (técnicas básicas), a critério do
professor (sons corporais, por exemplo).
• Repertório sugerido para o 8º ano:
• Minueto de Dom Giovanni e Serenata (Mozart)
• Quebra‐nozes e valsa da Bela Adormecida (Tchaikowsky)
• Noturno (Chopin) e Danúbio Azul (Strauss)
• Canção folclórica Russa (Beethoven)
• Marcha Nupcial (Wagner) e La Donna è Mobile (G. Verdi)
• Ode à Alegria (Beethoven) e Isto é bom (Lundu de Xisto Bahia)
• Brejeiro (E. Nazareth) e Carinhoso (Pixinguinha e Braguinha)
• “O poderoso Chefão” (Nino Rota) e “Os Bohêmios” (Anacleto de
Medeiros)
• Casinha Pequenina (Anônimo)
Conteúdo programático para o 8º ano:
1. Elementos da música:
9 O Som e seus parâmetros
9 As principais características ou parâmetros do som
9 O Silêncio
9 O que é música?
2. Notação Musical
9 Como se escrever música?
9 Escalas Naturais – o modo maior e menor natural
9 Semitom e alterações (sustenido, bemol e bequadro)
3. A Notação Musical no Ocidente: uma História
9 CLAVE: o que é e para que serve?
9 Duração – quadro das durações e suas pausas
9 Pulso e compassos – tipos de compassos
9 Alguns sinais gráficos utilizados para facilitar a escrita musical
9 Sinais de repetição
9 Sinais de intensidade
9 Tipos de andamentos e sinais de andamento
4. Estrutura e forma em música
9 Formas binária e ternária
9 Textura em música: Monofonia, homofonia e polifonia
E então, percebeu como o silêncio é algo quase impossível?
Os cientistas nos ensinam que o som é o resultado das vibrações das coisas.
Tudo o que existe na natureza pode vibrar. Essas vibrações se propagam pelo ar ou por
qualquer outro meio de condução, chegam aos nossos ouvidos e são transmitidas ao
cérebro para que possam ser identificadas.
A vibração regular desses objetos produz sons com altura definida, em que
você percebe como uma “nota musical”. Esses sons são chamados de sons musicais.
Por exemplo, os sons produzidos pela flauta doce ou outros instrumentos musicais.
As principais características ou parâmetros dos sons
INTENSIDADE – É a propriedade que nos permite distinguir sons fortes e sons fracos. É
o grau de volume sonoro. A intensidade do som depende da força empregada para
produzir as vibrações.
FORTE ou piano
Alguém gritando em um megafone e o canto de um pequeno pássaro são exemplos de
sons fortes e fracos
DURAÇÃO – É a propriedade que nos permite distinguir sons longos e sons curtos. Na
música o som vai ter sua duração definida de acordo com o tempo de emissão das
vibrações.
LOOOOOOOOOOOOOONGO ou CURTO
ALTURA – É a propriedade do som que nos permite distinguir sons graves (som mais
“grossos”), médios e agudos (sons mais “finos”). A velocidade da vibração dos objetos
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é que vai definir sua altura. As vibrações lentas produzem sons graves e as vibrações
rápidas produzem sons agudos.
Agudo, Médio ou Grave
Curiosidade: a altura dos sons depende também do tamanho dos corpos que vibram.
Uma corda fina e curta produz sons mais agudos que os de uma corda longa e grossa.
Assim como uma flauta pequenina de tubo bem fino também produz sons mais agudos
do que um instrumento de sopro com um tubo longo e grosso como a TUBA!
Menina ao flautim e uma Tuba
TIMBRE – É a propriedade do som que nos permite reconhecer sua origem. O timbre
diferencia, “personaliza” o som. Por meio do timbre identificamos “o que” está
produzindo o som. Por exemplo: quando ouvimos uma pessoa falar, um celular
tocando ou mesmo um gatinho miando podemos saber qual fonte sonora produziu o
som por causa do timbre.
O Silêncio
Entendemos por silêncio a ausência de som, mas, na verdade, a ele
correspondem os sons que já não somos capazes de ouvir. Tudo vibra, em permanente
movimento, mas nem toda vibração transforma‐se em som para os nossos ouvidos!
Existem sons que são tão graves ou tão agudos que o ouvido humano não
consegue perceber. Alguns animais possuem a capacidade de emitir e até mesmo
escutar esses sons! O elefante, por exemplo, emite infra‐sons (sons muito graves), que
podem ser detectados a uma distância de 2 km! Já o cachorro e o gato conseguem
ouvir ultra‐sons (sons muito agudos).
O silêncio é algo complexo de experimentar: se ficarmos em silêncio, em sala
de aula, ainda assim ouviremos algum som.
Psiu! Vamos experimentar?
Homem dentro de uma câmara anecóica
O que é Música?
A música (palavra derivada do idioma grego e cujo significado é “a arte das
musas”) pode ser definida como uma sucessão de sons e silêncios organizados com
equilíbrio e proporção ao longo do tempo.
A música é uma criação essencialmente humana. É uma prática cultural
presente em todo e qualquer grupo humano. Não se conhece nenhuma civilização ou
grupo social que não tenha produzido ou possua manifestações musicais próprias.
Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada uma
forma de arte: A ARTE DOS SONS!
Cada grupo humano define música de uma maneira muito própria:
Instrumento de épocas diferentes: o antigo alaúde e as guitarras elétricas modernas
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NOTAÇÃO MUSICAL TRADICIONAL:
Como se escrever música?
A música é uma linguagem sonora como a fala. Assim como representamos a
fala por meio de símbolos do alfabeto, podemos representar graficamente a música
por meio de uma notação musical.
Os sistemas de notação musical existem há milhares de anos. Cientistas já
encontraram muitas evidências de um tipo de escrita musical praticada no Egito e na
Mesopotâmia por volta de 3.000 anos antes de Cristo!
Sabe‐se que outros povos também desenvolveram sistemas de notação musical
em épocas mais recentes, como é o caso da civilização grega.
Fragmento de antigo papiro grego com notação musical
Existem vários sistemas de leitura e escrita que são utilizados para representar
graficamente uma obra musical. A escrita permitiu que as músicas compostas antes do
aparecimento dos meios de comunicação modernos pudessem ser preservadas e
recriadas novamente. A escrita musical permite que um intérprete toque uma música
tal qual o compositor a prescreveu.
O sistema de notação ocidental moderno é o sistema gráfico que utiliza
símbolos escritos sobre uma pauta de 5 linhas paralelas e equidistantes e que formam
entre si quatro espaços. A pauta musical também é chamada de PENTAGRAMA. Veja:
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Contam‐se as linhas e os espaços da pauta de baixo para cima. A nota que está
num espaço não deve passar para a linha de cima nem para a de baixo. A nota que está
numa linha ocupa a metade do espaço superior e a metade do espaço inferior.
As notas musicais no teclado do piano
Escalas Naturais – o modo Maior
As escalas chamadas naturais são as que não possuem “acidentes”. Um bom
exemplo é a escala de Dó Maior. As sete notas são naturais, não possuem acidentes:
Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si
Existe uma relação intervalar entre cada nota. Veja:
A Escala de Lá “menor” Natural
Se começarmos uma escala pela nota Lá criamos uma escala cujas relações
intervalares entre cada nota é diferente daquela das escalas maiores. Veja:
Lá – Si – Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá
T ½ T T ½ T T
INFORMAÇÕES SOBRE SEMITOM, ALTERAÇÕES DE SUSTENIDO, BEMOL E BEQUADRO
Semitom
Um semitom é o menor intervalo utilizado na escala diatônica (e conseqüentemente
em grande parte da música ocidental). Corresponde à diferença de altura entre duas
teclas adjacentes do piano (uma branca e a preta adjacente, ou duas brancas quando
não há uma preta entre elas). Também é o intervalo entre duas notas produzidas ao
apoiar o dedo sobre duas casas adjacentes na mesma corda de uma guitarra, por
exemplo. O tamanho exato de um semitom (em relação às freqüências) depende do
temperamento que é utilizado. O intervalo de segunda menor é considerado
fortemente dissonante.
No sistema de afinação que usamos, conhecido como "Afinação Temperada", a oitava
é dividida em doze notas. A distância ou a diferença na freqüência entre cada uma
dessas notas é conhecida como semitom. No teclado do piano, existe a distância de
um semitom entre as teclas que são adjacentes:
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Um tom equivale a dois semitons. Todas as teclas brancas do teclado que estão
separadas por uma tecla preta estão à distância de um tom inteiro. As teclas que não
estão separadas por uma tecla preta estão à distância de meio tom, ou seja, um
semitom:
As notas correspondentes às teclas brancas do teclado [contando‐se a partir da nota à
esquerda do conjunto de duas teclas pretas, conforme indicado na figura abaixo] são
chamadas de Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. [Após esta seqüência, inicia‐se uma nova
oitava, e os nomes das notas se repetem.] Estas notas são chamadas de notas naturais.
Podemos alterá‐las em um semitom ascendente com um sustenido (#) ou descendente
com um bemol (b). Uma tecla preta, por exemplo a que está entre o Dó e o Ré, pode
ser considerada como um Dó alterado de forma ascendente com um sustenido ou um
Ré alterado de forma descendente com um bemol:
Os exemplos sonoros abaixo mostram um intervalo de um semitom melodicamente
(duas notas em seqüência) e harmônicamente (as duas notas simultaneamente).
Se um semitom é anotado como duas notas baseadas no mesmo grau da escala, com
uma das notas sendo modificada por um acidente (como no exemplo ao lado ‐ Lá e
Lá#), então o semitom é chamado de cromático.
Se por outro lado ele é anotado como duas notas baseadas em graus adjacentes (como
no exemplo ao lado ‐ Mi e Fá), então o semitom é chamado diatônico.
1. Acidente de sustenido:
Quando uma nota sofre a alteração de sustenido ela se movimenta ascendentemente
em intervalo de semitom:
2. Acidente de Bemol:
Quando uma nota sofre a alteração de bemol ela se movimenta descendentemente
em intervalo de semitom:
OBS: Quando o acidente vem indicado depois da clave de sol, isto significa que a nota
que possuir o sinal (sustenido ou bemol) será alterada durante toda a música, salvo
quando aparecer o sinal de bequadro.
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3. Alteração de bequadro:
Quando uma nota sofre a alteração de bequadro ela volta à nota natural, sem
alteração:
É necessário ressaltar que quando uma nota sofre uma alteração (sustenido, bemol,
bequadro), essa alteração dura apenas um compasso. Dessa forma, quando ocorre a
mudança de compasso não é preciso indicar a alteração novamente, já que ela volta
para nota original, como está indicada no início da melodia.
4. Enarmonia:
É quando a mesma nota possui dois nomes diferentes. Ex: Fá sustenido = Sol bemol, Si
bemol = Lá sustenido, Mi bemol = Ré sustenido e Réb = Dó sustenido.
Para resolver este problema as notas passaram a ser escritas em relação a uma
linha horizontal. Isto permitia representar as alturas. Este sistema evoluiu até uma
pauta de quatro linhas.
O monge católico GUIDO D’AREZZO
Um desenho antigo retratando o monge Guido d´Arezzo
Grande parte do desenvolvimento da notação musical deriva do trabalho do
monge católico italiano Guido d’Arezzo, que viveu no século X d.C. Ele criou os nomes
pelos quais as notas são conhecidas atualmente (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si). Esses
Ut queant laxis,
Resonare fibris,
Mira gestorum,
Famuli tuorum,
Solve polluti,
Labii reatum
Sante Iohannes
Tradução aproximada:
“Para que os vossos servos possam cantar livremente as maravilhas dos
vossos feitos, tirai toda mácula do pecado dos seus lábios impuros.
Oh, São João!”
Mais tarde, a palavra Ut foi substituída pela sílaba Dó, porque ela era difícil de
ser falada. O Si foi formado da união da primeira letra de Sancte e da primeira de
Iohannes.
CLAVE: o que é e para que serve?
A notação musical é relativa e por isso, para escrevermos as notas na pauta
precisamos usar CLAVES, espécie de chaves auxiliares.
A clave indica a posição de uma das notas. Assim, todas as demais são lidas em
referência a essa nota. Cada tipo de clave define uma nota diferente de referência.
Dessa maneira, a "chave" usada para decifrar a pauta é a clave, pois é ela que vai dizer
como as notas devem ser lidas. Se na 2ª linha tivermos um sol, no espaço seguinte
teremos um lá e na 3ª linha um si.
As notas são nomeadas sucessivamente de acordo com a ordem das notas da
escala.
Atualmente usam‐se três tipos de clave: de Sol, de Fá e de Dó.
A clave de sol é própria para grafarmos as notas mais agudas, evitando o uso
de linhas suplementares. A clave de fá é indicada para as notas mais graves. A clave de
dó é mais usada para os sons médios.
A clave de sol indica que a nota sol deve ser escrita na segunda linha da pauta.
A partir da nota sol podemos definir a posição de todas as outras notas:
DURAÇÃO
Além da indicação das alturas, necessitamos indicar também o tempo de
emissão de cada nota, ou seja, quanto tempo ela vai durar. Para representar
graficamente a duração do tempo dos sons (notas) na música usamos sinais chamados
FIGURAS DE DURAÇÃO. Elas nos indicam quanto tempo devemos emitir determinado
som.
Além da duração da emissão das alturas também precisamos representar
graficamente a duração do silêncio na música. Para isso usamos sinais chamados de
PAUSAS. Esses sinais têm o mesmo valor das suas respectivas figuras. Para cada figura
de duração há uma pausa de mesma duração. Veja o quadro a seguir:
As figuras não possuem um valor (tempo) fixo. Elas são proporcionais entre si.
A figura de maior duração é a semibreve.
Pulso e compasso
A música possui um importante elemento: o pulso ou a pulsação. Uma pulsação
regular pode ter acentuações que se repetem de maneira regular. Veja a seguir:
Acentos que se repetem a cada dois pulsos regulares:
1______2______1______2______1______2______1______2
Acentos que se repetem a cada três pulsos regulares:
1______2______3______1______2______3______1______2______3
1______2______3______4_______1______2______3______4
Compasso é uma fórmula expressa em fração que determina a regularidade do pulso.
Existem várias fórmulas de compasso como as que seguem:
Compassos simples (frações de compasso)
Binário
Ternário
Quaternário
Compasso simples é aquele em que cada unidade de tempo corresponde à
duração determinada pelo denominador da fórmula de compasso. Por exemplo: um
compasso 2/4 possui dois pulsos com duração de 1/4 (uma semínima) cada. Os tipos
mais comuns de compassos simples possuem o 4 no denominador (2/4, 3/4 ou 4/4).
OBS: Veja o quadro da página 13. Observe as correspondências entre as figuras de
duração e os números que a representam nos denominadores das frações de
compasso.
Barras de compasso
Barra ou travessão são nomes usados paras as linhas verticais que utilizamos
para separar os compassos e facilitar a leitura das notas (duração e altura). As barras
mais usadas são:
Barra simples
Separa cada compasso completo.
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Barra dupla
Usada para indicar o fim de um trecho musical ou final da música. Neste caso a
segunda linha é mais grossa. Veja:
Alguns sinais gráficos utilizados para facilitar a escrita musical:
Ligadura
É uma linha curva que une duas ou mais notinhas, somando os seus valores. Usamos
ligaduras somente em figuras positivas. Veja:
Ponto de aumento
É um ponto colocado à direita da figura positiva ou negativa e que aumenta seu
valor em sua metade. Veja:
Linhas suplementares
Ampliam o pentagrama ou a pauta musical. São linhas colocadas acima ou
abaixo do pentagrama para indicar notas mais agudas ou mais graves. Veja:
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Sinais de repetição
Para facilitar a escrita e a leitura musical, podemos utilizar sinais que indiquem
repetição, ao invés de reescrever trechos inteiros que devem ser repetidos.
Sinais de repetição
Para facilitar a escrita e a leitura musical, podemos utilizar sinais que indiquem
repetição, ao invés de reescrever trechos inteiros que devem ser repetidos.
Sinais de repetição mais comuns
Da Capo ‐ Voltar ao início da música. Abreviatura: D.C.
Da Capo ao Fim ‐ Voltar ao início e ir até a palavra Fine (Fim) ou à barra dupla.
Abreviatura: D.C. al Fine ou D. C. ao Fim
Do Sinal (segno) ao Fim ‐ Voltar ao sinal e ir até a palavra Fine (Fim) ou à barra dupla.
Abreviatura: Do % AL Fine ou Do % ao Fim
Ao Segno (sinal) – retornar ao sinal. Abreviatura: Al %
Ritornello ‐ Repetir o trecho marcado com a barra dupla com dois pontos.
Ritornello com casa 1, 2, 3 etc... – Repetir o trecho, respeitando o compasso que deve
ser tocado na segunda, na terceira, etc, repetições.
Sinais de intensidade
São sinais que indicam a força com que cada nota deve ser cantada ou tocada. Os
sinais de intensidade mais comuns são:
pp = pianíssimo, tocar muito leve, com pouquíssima intensidade
p = piano, tocar bem leve, com pouca intensidade
mp = mezzo‐piano ou meio‐piano, tocar leve, com moderada intensidade
mf = mezzo‐forte ou meio‐forte, tocar com força moderada
Veja o trecho musical:
Andamento e sinais de andamento
Os andamentos são as velocidades com que as músicas devem ser tocadas. Por
tradição em italiano, as indicações de andamento são colocadas geralmente no início
das partituras musicais, indicando a velocidade com que a música deve ser
interpretada.
Tipos de Andamento
Lentos
Lento, Largo, Adágio
Moderados
Moderato, Andante, Andantino
Rápidos
Allegro, Vivo, Presto
Sinais de andamento: São indicações colocadas na partitura com o intuito de acelerar
ou retardar a execução do trecho musical. Veja:
Acellerando – deve‐se acelerar o andamento. A sua abreviatura é Acell.
Rallentando – deve‐se retardar o andamento. A sua abreviatura é Rall.
“Veneza” de Canaletto
O termo ‘Clássico’, em música, é empregado em dois sentidos diferentes. As
pessoas, às vezes, usam a expressão ‘música clássica’ considerando toda a música
dividida em duas grandes partes: ‘clássica’ e ‘popular’. Para o musicólogo, entretanto,
‘música clássica’ tem sentido especial e preciso: é a música composta entre
aproximadamente 1750 e 1810, que inclui a música de Haydn e Mozart, bem como as
composições iniciais de Beethoven.
O classicismo é profundamente influenciado pelos ideais humanistas, que
colocam o homem como centro do universo. Reproduz o mundo real, mas molda‐o de
acordo com o que se considera ideal. As obras refletem princípios como harmonia,
ordem, lógica, equilíbrio, simetria, objetividade e refinamento. A razão é mais
importante que a emoção.
A transição da música barroca para a clássica é feita sobretudo por Carl Philipp
Emanuel Bach (1714‐1788) e por Johann Christian Bach (1735‐1782), filhos do
compositor Johann Sebastian Bach (1685‐1750). Os compositores passam a elaborar
formas mais desenvolvidas, como a sinfonia e os concertos para instrumentos e
orquestra. A sonata é a principal forma musical do período e um passo definitivo em
direção à música tonal.
A música clássica mostra‐se refinada e elegante e tende a ser mais leve, menos
complicada que a barroca. Os compositores procuram realçar a beleza e a graça das
melodias. A orquestra está em desenvolvimento. Os compositores deixaram de usar o
cravo e acrescentaram mais instrumentos de sopro (clarineta, por exemplo).
No classicismo a dinâmica passou a ser explorada em todas as suas
possibilidades. Nos períodos anteriores não se usava, ou melhor, não se indicava
objetivamente alguma mudança de nuances deste parâmetro. Na última fase do
Barroco, havia somente indicações de contrastes entre trechos musicais em "piano" e
"forte".
Já os clássicos tiveram a idéia de se utilizar do "crescendo" e do "decrescendo",
graduando a dinâmica e inventando seus respectivos sinais. Esta técnica foi muito
Carl Philipp Emanuel Bach
Novos instrumentos apareceram: entre eles o piano (inventado em 1698 por
Bartolomeo Cristofori – 1655/1731, para que tivessem à mão um instrumento de
teclado que pudesse dar sons suaves e fortes) e o clarinete (inventado no início do
século 18 por Jacob Denner ‐1681/1735). Melhoraram os mecanismos e as extensões
do oboé e do fagote. O violoncelo ganhou uma ponta para apoiá‐lo no chão (antes era
preso entre as pernas pelo executante) e descobriram a maravilha do seu timbre.
Wolfgang Amadeus Mozart
FORMAIS INSTRUMENTAIS DO PERÍODO CLÁSSICO
Durante o Classicismo, a música instrumental passou a ter maior importância
que a vocal.
A Sonata
Nesta época criou‐se a sonata. Sonata é o termo que designa, desde o século XVIII,
uma composição instrumental para um ou mais instrumentos de forma ternária
(exposição, desenvolvimento, reexposição), construída sobre dois temas e obedecendo
a um plano que afirma o princípio da tonalidade.
A Sinfonia
A sinfonia é, na realidade, uma sonata para orquestra. Seu número de movimentos
passam a ser quatro: rápido ‐ lento ‐ minueto ‐ muito rápido. Haydn e Mozart foram os
maiores compositores de sinfonias do Classicismo.
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O Concerto
O concerto consiste em uma composição para um instrumento solista contra a massa
orquestral. Tem três movimentos: rápido ‐ lento ‐ rápido.
O Quarteto de Cordas
Joseph Haydn inventou o quarteto de cordas (dois violinos, viola e violoncelo), uma
combinação soberba de música de câmara.
Joseph Haydn
Nota especial ‐ W. A. MOZART
Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em Salzburgo a 27 de janeiro de 1756. Foi um dos
mais espantosos exemplos de precocidade na história da arte: desde os três anos de
idade revelou excepcional aptidão para música, estudando cravo com seu pai, Johann
Georg Leopold Mozart (1719‐1787), compositor e violinista. Aos dezesseis anos já tinha
composto quase 200 obras em todos os gêneros!
Mozart representa o ponto culminante da música no século XVIII. Figura importante no
desenvolvimento final da ópera napolitana, foi também um dos maiores mestres da
nova concepção da sonata na época. Criou obras‐primas da música instrumental, nos
últimos anos do século XVIII. Estabeleceu normas musicais que transformaram aquele
período na era clássica por excelência, no campo da música. Foi admirado por todos os
mais destacados compositores subseqüentes, que souberam reconhecer o valor do
legado que Mozart lhes deixou.
Compositor essencialmente vocal, Mozart se realizou de modo mais completo na
ópera. As primeiras óperas datam ainda da adolescência do mestre. Ao todo realizou
23 óperas, destacando‐se seis, todas elas do último período de sua vida. A ópera mais
conhecida de Mozart é A flauta mágica (1791). Das incoerências do libreto, Mozart
tirou uma obra de grande riqueza, numa síntese de estilos: ópera séria, comédia
musical popular, tragédia filosófica e drama sentimental. A música que acompanha
essa trama complicada é também a síntese do seu universo musical.
O prodígio Mozart ao cravo
Beethoven na época em que ficou surdo
Por volta de seus 24 anos (1794), Beethoven sentiu os primeiros indícios de surdez.
Embora tenha feito muitas tentativas para tratá‐la durante os anos seguintes, a doença
continuou a progredir e, aos 46 anos (1816), estava praticamente surdo. Porém, ao
contrário do que muitos pensam, Beethoven jamais perdeu toda a audição, muito
embora não tivesse mais, em seus últimos anos, condições de acompanhar uma
apresentação musical ou de perceber nuances timbrísticas.
A culminância desses anos foi a Sinfonia nº 9 em Ré menor Op.125 (1824), para muitos
a sua obra‐prima. Pela primeira vez é inserido um coral num movimento de uma
sinfonia. O texto é uma adaptação do poema de Schiller “Ode à Alegria”, feita pelo
próprio Beethoven. Os anos finais de Beethoven foram dedicados quase que
exclusivamente à composição de quartetos de cordas. Foi nesse meio que ele produziu
algumas de suas mais profundas e visionárias obras.
ROMANTISMO NA MÚSICA
“Liberdade guiando o povo” de Eugène Delacroix
Foto de Frédéric Chopin Retrato de Chopin
O compositor polonês Chopin inspirou‐se em danças populares, despertando,
com sua música, o amor patriótico e o sentimentalismo. Durante o Romantismo houve
um rico florescimento da canção, principalmente do lied (‘canção’ em alemão) para
piano e canto. O primeiro grande compositor de lieder (plural de lied) foi Schubert.
O século XIX apresenta um novo público formado pela classe social burguesa
que se interessa pela arte intimista: obras para solista, música de câmara e
representações vocais, com acompanhamento instrumental, e a poesia de diferentes
países. O canto acompanhado quer com cravo, piano ou guitarra, possui as qualidades
específicas nacionais, as que encontramos no lied alemão, na mélodie francesa ou na
canção espanhola ou inglesa.
Schubert
Havia uma grande variedade, entre elas as danças como as valsas, as polonesas
e as mazurcas, peças breves como o romance, o prelúdio, o noturno, a balada e o
improviso. Outro tipo de composição foi o estudo, cujo objetivo era o aprimoramento
técnico do instrumentista. Com efeito, durante esta época houve um grande avanço
nesse sentido, favorecendo a figura do Virtuose: músico de concerto, dotado de uma
extraordinária técnica. Virtuoses como o violinista Paganini e o pianista Liszt eram
admirados por platéias assombradas.
Estátua em homenagem a Schumann em Zwickau (ALE), sua cidade natal
Além do mérito de sua própria obra, Mendelssohn também foi responsável
pela redescoberta de outro gênio da música universal. Em 1829, regeu em Berlim a
Paixão Segundo São Mateus, do então esquecido Johann Sebastian Bach.
Mendelssohn
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ROMANTISMO ‐ 2ª FASE
Muitos dizem que Johannes Brahms dominou, junto a Richard Wagner, a
música erudita da segunda metade do século XIX. Um dos maiores nomes da cultura
alemã, Brahms dedicou‐se a quase todos os gêneros ‐‐exceto ópera e balé‐‐ por meio
do que acreditava ser realmente uma música pura. A obra de Brahms representa a
fusão da expressividade romântica com a preocupação formal clássica.
Brahms dedicou grande parte de sua obra ao piano. O gênero em que se
revelaria um mestre foi a variação (ver página). O primeiro conjunto publicado foi a
das Dezesseis Variações sobre um Tema de Schumann, escritas em 1854, onde já
demonstra seu domínio técnico. Mas foi com as 25 Variações e Fuga sobre um Tema
de Handel que Brahms atingiu o máximo no campo.
Brahms Richard Wagner
Brahms foi principalmente um grande compositor de canções. Numericamente,
os lieder formam a maior parte da sua obra. Na música coral de Brahms, destacam‐se
o Réquiem Alemão, talvez sua obra mais famosa, que o consagrou definitivamente. Já
Richard Wagner, o inventor de um novo estilo de ópera, promoveu uma revolução
musical em seu tempo, criou uma identidade coletiva e influenciou músicos de todos
os períodos.
Wagner foi um grande dramaturgo. Wagner escreveu, ele próprio, todos os
seus libretos. Seu talento duplo, de dramaturgo e de compositor, levou‐o a retomar a
reforma da ópera, já tentada um século antes por Gluck, subordinando a música ao
enredo dramático, criando o drama musical. Ao drama também quis subordinar a
cenografia, retomando a idéia romântica do Gesamtkunstwerk (obra de arte total).
Usando com virtuosismo todos os recursos do palco ilusionístico, Wagner é antes de
tudo um grande homem de teatro.
As Valquírias (1856) foi a obra mais forte de Wagner do ponto de vista
dramático. Sua música é mesmo de consumação do Romantismo alemão, dizendo em
acordes, o que este não conseguiu dizer em palavras. Mas também é a crise do
Romantismo, pois o preço foi a quase total dissolução do sistema harmônico em
Tristão e Isolda, obra que foi e continua sendo a base da música moderna.
Outro aspecto de destaque no período romântico é o nacionalismo. A música
do final do século XIX, embora imbuída do individualismo, reflete as preocupações
coletivas relacionadas aos movimentos de unificação que marcam a Europa. Foi
quando compositores de outros países, principalmente os russos, passaram a ter a
necessidade de criar a sua música, enaltecendo as suas raízes e a sua pátria.
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Estes músicos se inspiravam em ritmos, danças, canções, lendas e harmonias
folclóricas de seus países. É o chamado Nacionalismo Musical. Músicos como Bedrich
Smetana (1824‐1884) e Antonin Dvorák (1841‐1904), Edvard Grieg (1843‐1907),
Modest Musorgsky (1839‐1881) e Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840‐1893) empregaram
com freqüência temas nacionalistas em suas óperas, enquanto suas obras sinfônicas
adquiriam intensidade e identidade própria ao combinar coloridos nacionalistas com
os procedimentos estruturais estabelecidos pela corrente principal alemã.
A ORQUESTRA E A ÓPERA
A imagem que temos hoje da chamada música erudita é notadamente
romântica. Neste período a orquestra cresceu não só em tamanho, mas como em
abrangência. A seção dos metais ganhou maior importância. Na seção de instrumentos
de sopro adicionou‐se o flautim, o clarone, o corne inglês e o contrafagote. Os
instrumentos de percussão ficaram mais variados.
As óperas mais famosas hoje em dia são as românticas. Os grandes
compositores de óperas do Romantismo foram os italianos Verdi e Rossini e na
Alemanha, Wagner. No Brasil, destaca‐se Antônio Carlos Gomes com suas óperas O
Guarani, Fosca, O Escravo, etc.
O concerto romântico usava grandes orquestras; e os compositores, agora sob
o desafio da habilidade técnica dos virtuosos, tornavam a parte do solo cada vez mais
difíceis. Compreende obras para grandes orquestras e privilegia o virtuosismo.
Destaca‐se a obra de Johannes Brahms, com suas quatro sinfonias, dos franceses
César Franc (1822‐1890) e Hector Berlioz (1803‐1869), que revoluciona a concepção
da orquestra clássica ao acrescentar mais instrumentos em sua Sinfonia fantástica,
op.14, de 1830, reformulando os modos de instrumentação vigentes em sua época.
A. Carlos Gomes
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História da Música Popular Brasileira
Nossa música é riquíssima em estilos, gêneros e movimentos. Do século XVIII
(dezoito), quando o Brasil ainda era uma colônia até o final do século XIX, passando
pelo período do Império e posteriormente a República, a produção musical foi
tomando ares nacionais, com o aparecimento de gêneros musicais brasileiros como o
maxixe e o choro. Vamos fazer um breve passeio por essa história!
Gêneros e Movimentos musicais nacionais:
A Modinha e o Lundu
Desde o século XVIII (dezoito), quando o Brasil ainda era colônia de Portugal, os
brasileiros já cultivavam dois gêneros lítero‐musicais: a modinha e o lundu. Nos
saraus, espécie de reunião onde se recitavam poemas e se cantavam músicas em
tardes e noites cariocas, os dois gêneros causavam furor entre os jovens enamorados.
Eram nestes encontros musicais que se podiam ouvir pianos, violas e cantores
diletantes, derramando lirismo e sarcasmo.
Lundu de Rugendas
A Modinha foi gênero lírico, cantando o amor impossível, as queixas dos
apaixonados e desiludidos. Já o lundu era gênero cômico com letras engraçadas e
cheias de duplo sentido, que levavam os ouvintes às gargalhadas muitas vezes. Haviam
até lundus proibidos às moças e crianças! Era o caso dos lundus de Laurindo Rabello,
um militar que adorava divertir seus amigos ao som de seus picantes lundus.
Domingos Caldas Barbosa
O bailarino Duque e uma de suas parceiras
O maxixe ficou conhecido como um gênero musical associado à dança do
mesmo nome. O maxixe‐dança surgiu em bailes populares de clubes recreativos,
comumente denominados “gafieiras” que proliferaram no Rio de Janeiro em fins do
século XIX. O estilo de dançar foi considerado obsceno na época, porque os dançarinos
ficavam muito enroscados um no outro, fazendo meneios e rebolados. Talvez algo
parecido com o que vemos hoje com a dança do funk. Apesar disso, o maxixe ganhou
expressão internacional. O grande divulgador da dança do maxixe na Europa foi sem
dúvida o dançarino Duque, que ao lado de suas parceiras Maria Lina, Gaby e Arlette
Dorgère conquistou grande sucesso em Paris dançando um maxixe mais refinado, sem
os excessos do maxixe das gafieiras e aceitável pelas camadas médias.
Charge de Kalixto mostrando a dança do maxixe
Arthur Azevedo, um dos grandes autores teatrais
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Peças, autores e músicas famosas do Teatro de Revista
Um dos mais importantes autores do gênero foi Arthur Azevedo. São dele, por
exemplo, as revistas O Bilontra e Capital Federal, musicada por Chiquinha Gonzaga.
Anúncio da Revista O Bilontra de Arthur Azevedo
PROBLEMAS COM A CENSURA
Podemos ver através de uma matéria publicada em jornal no dia 20 de
novembro de 1889, a grande polêmica que a dança do maxixe causou na
sociedade carioca. Sua aparição no ato final do teatro de revista “A Corte na
Roça” de Chiquinha Gonzaga causou grande alvoroço nos salões de dança do Rio
de Janeiro republicano. Veja o que diz a matéria:
O maxixe conquista teatros e salões de baile e se
firma como a dança da moda
Pernas entrelaçadas e umbigos que saracoteiam em lambadas recíprocas dão o
tom da mais nova febre que assola as sociedades carnavalescas e teatros da cidade: o
maxixe. O balanço irresistível do maxixe, de tão variado, não pode ser classificado
como um ritmo musical. O que caracteriza o maxixe é uma coreografia muito peculiar,
provocante a ponto de roçar os limites do decoro, que vem despertando celeuma na
mesma medida em que a dança se firma como o prato predileto nos salões de baile
populares do Rio de Janeiro. Para se dançar maxixe, é necessário ter os pés
praticamente plantados no chão ‐ mexe‐se pouco com eles ‐ e responder aos apelos
sincopados da música com acentuados requebros de cintura. Dança‐se maxixe com os
corpos colados, e alguns cavalheiros tomam a liberdade de pousar as mãos abaixo da
cintura de suas parceiras durante os volteios. Com esses movimentos ousados, cabe
perguntar se o ritmo da moda é uma dança saborosa e inovadora ou apenas uma
indecência ao som de música sincopada.
A rainha do maxixe no Rio de Janeiro, a maestrina e compositora Francisca
Edwiges Gonzaga, de 42 anos, conhecida como "Chiquinha Gonzaga", sabe muito bem
Já não há nenhum escravo
Na fazenda do sinhô
Todos são abolicionistas
Até mesmo o imperador.
A polícia exigiu que se trocasse a palavra "imperador" por "doutor". Hoje, se
Chiquinha decidisse remontar a peça, não teria quaisquer problemas com a polícia. E o
sucesso estaria garantido ‐ nos últimos tempos, as peças de maior público são aquelas
que incluem, entre suas atrações, números de maxixe.
Mesmo com toda a oposição dos defensores da moral, as sociedades carnavalescas
nas quais se pratica o maxixe vêm sendo freqüentadas, com cada vez mais intensidade,
por rapazes da alta sociedade; e as partituras do ritmo, escondidas sob o pseudônimo
de tangos brasileiros, penetram furtivamente dentro dos lares, onde moças de família
as executam ao piano. Mistura da melodia expressiva do chorinho com a métrica
sincopada e pulsante do lundu, o maxixe, ao lado das modinhas imperiais ‐ que
acontecerá a esse nome com a queda do Império? ‐, tem tudo para se firmar como a
moda musical do momento. A exemplo da modinha, a princípio considerada chula e
lasciva, e que hoje começa a ganhar aceitação nos círculos mais nobres da sociedade, o
maxixe vem dando uma lambada em seus opositores e fazendo da polêmica que
desperta mais um atrativo. A proibição redobra o prazer de remexer a cintura e trocar
confidências diretamente de umbigo a umbigo.
O nome Choro veio do jeito choroso da música que esses pequenos conjuntos
faziam. A composição instrumental desses primeiros grupos de chorões (nome dado
aos músicos de choro) girava em torno de um trio formado por flauta, instrumento
que fazia os solos; violão, que fazia o acompanhamento como se fosse um contrabaixo
— os músicos da época chamavam esse acompanhamento grave de "baixaria" ‐; e
cavaquinho, que fazia o acompanhamento mais harmônico, com acordes e variações.
A história do choro iniciou em meados do século XIX, época em que as danças
de salão passaram a ser importadas da Europa. A abolição do tráfico de escravos, em
1850, provocou o surgimento de uma classe média urbana (composta por pequenos
comerciantes e funcionários públicos, geralmente de origem negra), segmento de
público que mais se interessou por esse gênero de música.
Em termos de forma musical, o choro costuma ter três partes (ou duas,
posteriormente), que seguem a forma rondó (sempre se volta à primeira parte, depois
de passar por cada uma delas).
Os conjuntos que o executam são chamados de regionais e os músicos,
compositores ou instrumentistas, são chamados de chorões. Apesar do nome, o
gênero é em geral de ritmo agitado e alegre, caracterizado pelo virtuosismo e
improviso dos participantes, que precisam ter muito estudo e técnica, ou pleno
domínio de seu instrumento.
Choro, pintura de Portinari
Joaquim Callado – O primeiro chorão e sua amiga, Chiquinha Gonzaga
De seu grupo fazia parte a pioneira maestrina Chiquinha Gonzaga, não só a
primeira chorona, mas também a primeira pianista do gênero. Em 1897, Chiquinha
escreveu para uma opereta o cateretê Corta‐Jaca, uma das maiores contribuições ao
repertório do choro.
Ernesto Nazareth em dois momentos de sua vida
Ernesto Júlio de Nazareth foi mais que um pianista de bailes e saraus do final
do séc. XIX e início do séc. XX. Ele foi a pessoa que encontrou a maneira mais eficaz de
se reproduzir um conjunto de choro no piano, criando um estilo inigualável. Músico de
trajetória erudita e ligado à escola européia de interpretação, Nazareth compôs
Brejeiro (1893), Odeon (1910) e Apanhei‐te Cavaquinho (1914), que romperam a
fronteira entre a música popular e a música erudita, sendo vitais para a formação da
linguagem do gênero.
O compositor Anacleto de Medeiros nasceu em Paquetá, filho natural de uma
“crioula liberta”, como consta na sua certidão de nascimento. Ele é apontado como o
criador do schottisch brasileiro. Anacleto foi fundador, diretor e maestro de muitas
bandas, tendo contribuído de maneira fundamental para a fixação dessa formação no
Brasil. A tradição de bandas se reflete até hoje, por exemplo no desenvolvimento de
uma sólida escola de sopros. A banda que se tornou mais famosa sob sua regência foi a
do Corpo de Bombeiros, que chegou a gravar alguns dos discos pioneiros produzidos
no Brasil, nos primeiros anos do século XX.
Anacleto de Medeiros
O flautista e saxofonista Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha,
contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma definida. Para isso,
introduziu elementos da música afro‐brasileira e da música rural nas polcas, valsas,
tangos e schottischs dos chorões. Ele é considerado o maior chorão de todos os
tempos. É de sua autoria o clássico Carinhoso, música obrigatória no repertório do
choro.
Jacob e seu bandolim e Waldir Azevedo e o cavaquinho
Contemporâneo de Jacob, Waldir Azevedo superou‐o em termos de sucesso
comercial, graças a seu pioneiro cavaquinho e choros de apelo bem popular que veio a
compor, como Brasileirinho (lançado em 1949) e Pedacinhos do Céu.
2. Escreva o nome das notas do exemplo abaixo:
3. Classifique os intervalos abaixo dizendo se é tom ou semitom:
COMPASSO EM QUE ACONTECE O PRIMEIRO SINAL DE ALTERAÇÃO ( )
O SINAL DE RITORNELLO APARECE NO COMPASSO ( )
COMPASSO EM QUE HÁ DUAS NOTAS SI SEMICOLCHEIAS LIGADAS ( )
COMPASSOS EM QUE HÁ DUAS NOTAS FÁ SUSTENIDO LIGADAS ( ) E ( )
A ALTERAÇÃO BEQUADRO APARECE EM QUE COMPASSO ( )
OS SINAIS DE CASA 1 E CASA 2 ESTÃO RESPECTIVAMENTE NOS COMPASSOS ( ) E ( )
O PRIMEIRO PONTO DE AUMENTO APARECE NO COMPASSO ( )
4.1 Ainda observando a partitura do exemplo anterior, responda:
Nota mais aguda da peça?_________________________________________
Que indicação de andamento aparece?_______________________________
Qual é o compasso da música?_____________________________________
O TRECHO CONTÉM PAUSA DE____________________________________.
O SINAL DE ____________________________________APARECE DUAS VEZES.
EXISTEM QUATRO NOTAS ALTERADAS COM_________________________, DUAS COM
______________________E DUAS COM___________________________NA MÚSICA.
A NOTA MAIS AGUDA DA MELODIA É O_____________________ E A NOTA MAIS
GRAVE É O _____________________.
O COMPASSO DA MÚSICA É________________________. A CLAVE DA MÚSICA É
DE___________________.
O___________________________APARECE APENAS UMA VEZ DURANTE TODO O
TRECHO.
5.1. Ainda em relação partitura anterior, responda:
Que nota aparece em dois compassos consecutivos ligada a um Lá semínima:
a) ( ) Lá colcheia b) ( ) Lá mínima c) ( ) Lá semicolcheia d) ( ) Lá semínima
A segunda nota que aparece com alteração de bequadro é o:
a) ( ) Dó b) ( ) Lá c) ( ) Si d) ( ) Mi
Que figura rítmica aparece apenas uma vez na música:
a) ( ) semínima b) ( ) Colcheia c) ( ) semicolcheia d) ( ) Mí
a) A _______________________ ganhou grande destaque no período clássico
junto com a _______________________________, peça em quatro
movimentos cujo grande mestre foi Haydn, que compôs mais de cem delas!
b) O____________________________ foi um tipo de composição surgido no
século XIX feita para o aperfeiçoamento técnico em instrumentos.
c) Surgido na pratica musical do período barroco, o ____________________ se
desenvolveu no século XVIII como um dos mais importantes gêneros
instrumentais do período clássico, preservando a forma em 3 movimentos
(rápido – lento – rápido).
d) Também conhecida por “Drama Musical”, a _____________________ reúne
diversos elementos como cenário, roteiro, história, personagens executadas
com música, geralmente tocada por uma orquestra.
e) Haydn foi um grande compositor de __________________________________,
que é formado por dois violinos, uma viola e um violoncelo.
f) O __________________________________, como o próprio nome já diz, é a
associação entre um texto literário e música, como trilha sonora da história.
g) Um estilo de canção popular muito utilizado por Schubert foi o
___________________.
Hino Nacional Brasileiro
Poema: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manoel da Silva
I II
Ouviram do Ipiranga as margens Deitado eternamente em berço
plácidas esplêndido,
De um povo heróico o brado Ao som do mar e à luz do céu profundo,
retumbante, Fulguras, ó Brasil, florão da América,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Iluminado ao sol do novo mundo!
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Do que a terra mais garrida
Se o penhor dessa igualdade Teus risonhos, lindos campos têm mais
Conseguimos conquistar com braço flores;
forte, "Nossos bosques têm mais vida",
Em teu seio, ó liberdade, "Nossa vida" no teu seio "mais
Desafia o nosso peito a própria morte! amores".
Ó pátria amada, Ó pátria amada,
Idolatrada, Idolatrada,
Salve! Salve! Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio Brasil, de amor eterno seja símbolo
vívido O lábaro que ostentas estrelado,
De amor e de esperança à terra desce, E diga o verde‐louro dessa flâmula
Se em teu formoso céu, risonho e ‐ Paz no futuro e glória no passado.
límpido,
A imagem do cruzeiro resplandece. Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Gigante pela própria natureza, Nem teme, quem te adora, a própria
És belo, és forte, impávido colosso, morte.
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada
Terra adorada, Entre outras mil,
Entre outras mil, És tu, Brasil,
És tu, Brasil, Ó pátria amada!
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil, Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Pátria amada,
Brasil! Brasil!
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61
HINO DOS ALUNOS DO CP2
Letra: Hamilton Elia
Música: Francisco Braga
Nós levamos nas mãos, o futuro
De uma grande e brilhante Nação
Nosso passo constante e seguro
Rasga estradas de luz na amplidão.
Nós sentimos no peito, o desejo
De crescer, de lutar, de subir
Nós trazemos no olhar o lampejo
De um risonho e fulgente porvir.
Vivemos para o estudo
Soldados da ciência
O livro é nosso escudo
E arma a inteligência.
Por isso sem temer
Foi sempre o nosso lema
Buscarmos no saber
A perfeição suprema.
Estudaram aqui, brasileiros
De um enorme e subido valor
Seu exemplo, segui companheiros
Não deixemos o antigo esplendor.
Alentemos ardente a esperança
De buscar, de alcançar, de manter
No Brasil a maior confiança
Que só pode a ciência trazer.
Vivemos para o estudo
Soldados da ciência
O livro é nosso escudo