Apostila 7 - Direito Processual Do Trabalho

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FACULDADE DE DIREITO MAUÁ

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO


Professor: Paulo Roberto
APOSTILA 7

JUSTIÇA DO TRABALHO

1.PARTE GERAL
1.1.DISSIDIOS INDIVIDUAIS E DISSIDIOS COLETIVOS

2.PROCESSO TRABALHISTA. DISSIDIOS INDIVIDUAIS


2.1.AÇÃO TRABALHISTA. CONCEITO e PEDIDO INICIAL
2.2.DISTRIBUIÇÃO
2.3.REDUÇÃO A TERMO DA RECLAMAÇÃO VERBAL
2.4.NOTIFICAÇÃO DO REQUERIDO
2.5.COMPARECIMENTO A AUDIÊNCIA
2.6.PARTE INCONTROVERSA DOS SALÁRIOS
2.7.AUDIÊNCIA
2.8.PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO
2.9.FIXAÇÃO DO VALOR DA CAUSA
2.10.VALOR DE ALÇADA (SIMPLIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO)
2.11.DEFESA ESCRITA OU ORAL
2.12.FASE PROBATÓRIA
2.13.RAZÕES FINAIS
2.14.SEGUNDA PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO
2.15.SENTENÇA
2.16. “ULTRA PETITA”. “INFRA PETITA”. “EXTRA PETITA.
2.17.PETIÇÕES POR FAC SIMILE

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1.PARTE GERAL
1.1.DISSIDIOS INDIVIDUAIS E DISSIDIOS COLETIVOS
Dissídios individuais são conflitos de interesses entre partes
determinadas visando a aplicação concreta de direitos trabalhistas existentes.
Os dissídios individuais podem ser singulares (um só autor) ou plúrimos
(dois ou mais autores). Iniciam-se por ação trabalhista perante as Varas do
Trabalho, ou Juízos de Direito, onde não houver Varas do Trabalho.
Dissídios coletivos são conflitos entre categorias profissionais visando à
alteração das condições de trabalho ou à interpretação de norma trabalhista
em tese. Iniciam-se perante o Tribunal Regional do Trabalho. Ou perante o
Tribunal Superior do Trabalho, se a questão abranger território que exceda os
limites de cada Tribunal Regional do Trabalho.
O dissidio coletivo não pode ser proposto se não houver tentativa prévia
de solução mediante negociação direta entre as categorias interessadas.

2.PROCESSO TRABALHISTA. DISSIDIOS INDIVIDUAIS


2.1.AÇÃO TRABALHISTA. CONCEITO e PEDIDO INICIAL
A ação é o direito de provocar o exercício da tutela jurisdicional pelo
Estado, para solucionar dado conflito existente entre certas pessoas.
Dissídio tem o significado etimológico de desinteligência, dissenção. No
processo do trabalho é utilizado para especificar a ação individual ou coletiva
(arts. 856 a 875 da CLT) posta a exame perante a Justiça do Trabalho.
No processo do trabalho, é comum serem utilizadas como sinônimas as
expressões dissídio trabalhista, reclamação trabalhista, ação trabalhista, que
expressam a ação individual intentada pelo trabalhador contra o empregador.
Quanto ao pedido inicial, a reclamação trabalhista, pode ser escrita ou
verbal, não havendo necessidade de advogado para propor a ação.
A petição escrita deve ser apresentada em duas vias, podendo o
reclamante ser assistido por advogado, ou por sindicato ou, onde não houver
Vara do Trabalho nem sindicato, pelo promotor de justiça ou defensor público
(art.17 da L. 5.584/70). Deve ser indicado o valor da causa. Os documentos
devem ser apresentados com a inicial.
A reclamação verbal pode ser apresentada no setor de reclamações
verbais, saindo o reclamante intimado para reduzir a termo o pedido, no prazo
de cinco dias, perante a Vara indicada na distribuição, sob pena de perda, por
seis meses, do direito de reclamação (arts. 786, parágrafo único, e 731). O
termo deve ser em duas vias (art. 840, § 2º). Existe uma praxe, porém – por ser
procedimento mais prático -, em que a reclamação verbal é tomada por termo
desde logo, procedendo-se depois à distribuição.

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2.2.DISTRIBUIÇÃO
Onde houver mais de uma Vara do Trabalho, ou mais de um Juízo de
Direito, faz-se a distribuição da reclamação, escrita ou verbal, para uma das
Varas ou um dos Juízos de Direito.
Na Justiça do Trabalho considera-se proposta a ação a partir da
distribuição (art. 841).

2.3.REDUÇÃO A TERMO DA RECLAMAÇÃO VERBAL


Após a distribuição, deverá a reclamação verbal ser reduzida a termo se
não o foi antes.

2.4.NOTIFICAÇÃO DO REQUERIDO
O requerido é notificado para comparecer à audiência de julgamento, em
dia e hora designados. Faz-se a notificação pelo correio, com a juntada de uma
das vias da reclamação escrita, ou do termo da reclamação vergal ( art. 841). A
notificação também pode ser feita por meio eletrônico.

2.5.COMPARECIMENTO À AUDIÊNCIA
O comparecimento das partes é obrigatório. A ausência do autor
acarreta o arquivamento do pedido. Dois arquivamentos seguidos acarretam a
perda do direito de ação trabalhista, por seis meses ( art. 732).
Em caso de doença ou motivo grave, poderá o empregado fazer-se
representar na audiência por outro empregado que pertença à mesma
profissão, ou pelo seu sindicato ( art. 843).
O não comparecimento pessoal do requerido importa revelia e confissão
quanto à matéria de fato (art. 844). Não basta o comparecimento de seu
advogado. Mas o empregador pode ser substituído na audiência pelo gerente
ou outro preposto que tenha conhecimento dos fatos. O não conhecimento dos
fatos pelo preposto equivale à ausência do requerido. De acordo com a
jurisprudência, o preposto deve ser empregado da empresa.
Após o depoimento pessoal, quando determinado, pode qualquer dos
litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com seu advogado ou
representante (art. 848, § 1º).
As partes devem trazer suas testemunhas (até três, para cada parte). As
que não comparecerem poderão ser intimadas (art. 825, parágrafo único).

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2.6.PARTE INCONTROVERSA DOS SALÁRIOS
Ao comparecer, deve o empregador pagar no ato – se não o fez antes –
a parte incontroversa das verbas rescisórias, sob pena de acréscimo de 50%
(art. 467 da CLT, na redação da L. 10.272/2001).
Na revelia do empregador estas verbas passam a ser também
incontroversas e sujeitas ao acréscimo (v.Súmula 69 do TST).

2.7.A AUDIÊNCIA
A audiência é una e contínua. Mas é comum fraciona-la. Tem-se
marcado, por exemplo, uma data para a proposta de conciliação e a defesa,
outra para a instrução e razões finais, e uma terceira data para a sentença.

2.8.PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO
Na audiência, comparecendo as partes, o primeiro ato será a tentativa
de conciliação. Se houver acordo encerra-se o processo (art. 846). Não há
necessidade de homologação expressa do acordo. O termo de acordo vale
como decisão final irrecorrível.

2.9.FIXAÇÃO DO VALOR DA CAUSA


Se não houver acordo, o juiz, antes de iniciar a instrução, deverá fixar o
valor da causa, se a inicial for omissa ou indeterminada (L.5.584/70).

2.10.VALOR DE ALÇADA (SIMPLIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO)


As causas de valor até dois salários mínimos são de alçada exclusiva
das Varas do Trabalho ou Juízos de Direito.
Dá-se aí uma simplificação do procedimento, ou, como preferem alguns
autores, uma derivação para um rito sumário. Da ata da audiência não
precisará constar o resumo dos depoimentos das partes e das testemunhas,
bastando a conclusão da Vara quanto à matéria de fato. E, no caso, das
sentenças não caberá recurso algum, salvo em matéria constitucional.
Se no andamento do processo houver fixação, pelo juiz, do valor da
causa, poderá a parte oferecer impugnação; e, se mantido o valor, caberá
pedido de revisão ao presidente do Tribunal Regional, em 48 hs.
2.11.DEFESA ESCRITA OU ORAL
Após a conciliação, e não tendo havido acordo, o requerido terá 20
minutos para fazer sua defesa, logo depois da leitura da reclamação, quando

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esta não for dispensada pelas partes (art. 847). Pode a defesa ser apresentada
por escrito.

2.12.FASE PROBATÓRIA
Vem em seguida a fase probatória, ouvindo-se as partes, se assim tiver
sido requerido, bem como as testemunhas.
“I – Aplica-se a pena de confissão à parte que, expressamente intimada
com aquela cominação, não comparece à audiência em prosseguimento, na
qual deveria depor. II – A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em
conta para confronto com a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando
cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores”. (Súmula 74, II
do TST).
Findo o depoimento pessoal, poderá qualquer dos litigantes retirar-se,
prosseguindo a instrução com seu representante (art. 848, § 1º).
Podem ser realizadas pericias. Pode dar-se a inspeção judicial, que
consiste em diligência pessoal do juiz para examinar pessoa o coisa, onde for
necessário. Pode o juiz determinar a ouvida de testemunhas referidas nos
autos, além das indicadas pelas partes.

2.13.RAZÕES FINAIS
Terminada a instrução, têm as partes 10 minutos, cada uma, para
apresentar suas razões finais (art.850), oralmente ou por escrito.

2.14.SEGUNDA PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO


A conciliação pode dar-se a qualquer tempo. Mas a lei impõe que a
conciliação seja proposta em dois momentos específicos: na abertura da
audiência ( art.846) e após as razões finais (art. 850).
Havendo acordo encerra-se o processo.

2.15.SENTENÇA
Não tendo havido acordo, o juiz profere a decisão.

2.16. “ULTRA PETITA”. “INFRA PETITA”. “EXTRA PETITA.


A sentença não pode decidir além do que foi pedido (ultra petita), nem
aquém do pedido (infra petita), nem fora da questão proposta na inicial (extra

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petita). Para alguns autores, no processo trabalhista esses princípios são
mitigados. Como exemplos citam o pagamento em dobro de salários
incontroversos, embora não pedidos na inicial (art.467) (ultra petita), e a
indenização em dobro do empregado estável no caso de ser desaconselhável a
reintegração (art. 496) (extra petita).

2.17.PETIÇÕES POR FAC SIMILE


As petições que se fizerem necessárias no curso do processo podem ser
transmitidas por fac símile (do latim fac, imperativo de facto, e similis, e, feito à
semelhança de ).
É permitida a transmissão eletrônica de petições, com a entrega dos
originais em até cinco dias da data do término do prazo respectivo. Os juízes
poderão praticar atos de sua competência à vista destas transmissões (Lei
9800, de 26.5.1999).

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