Apostila 7 - Direito Processual Do Trabalho
Apostila 7 - Direito Processual Do Trabalho
Apostila 7 - Direito Processual Do Trabalho
JUSTIÇA DO TRABALHO
1.PARTE GERAL
1.1.DISSIDIOS INDIVIDUAIS E DISSIDIOS COLETIVOS
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1.PARTE GERAL
1.1.DISSIDIOS INDIVIDUAIS E DISSIDIOS COLETIVOS
Dissídios individuais são conflitos de interesses entre partes
determinadas visando a aplicação concreta de direitos trabalhistas existentes.
Os dissídios individuais podem ser singulares (um só autor) ou plúrimos
(dois ou mais autores). Iniciam-se por ação trabalhista perante as Varas do
Trabalho, ou Juízos de Direito, onde não houver Varas do Trabalho.
Dissídios coletivos são conflitos entre categorias profissionais visando à
alteração das condições de trabalho ou à interpretação de norma trabalhista
em tese. Iniciam-se perante o Tribunal Regional do Trabalho. Ou perante o
Tribunal Superior do Trabalho, se a questão abranger território que exceda os
limites de cada Tribunal Regional do Trabalho.
O dissidio coletivo não pode ser proposto se não houver tentativa prévia
de solução mediante negociação direta entre as categorias interessadas.
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2.2.DISTRIBUIÇÃO
Onde houver mais de uma Vara do Trabalho, ou mais de um Juízo de
Direito, faz-se a distribuição da reclamação, escrita ou verbal, para uma das
Varas ou um dos Juízos de Direito.
Na Justiça do Trabalho considera-se proposta a ação a partir da
distribuição (art. 841).
2.4.NOTIFICAÇÃO DO REQUERIDO
O requerido é notificado para comparecer à audiência de julgamento, em
dia e hora designados. Faz-se a notificação pelo correio, com a juntada de uma
das vias da reclamação escrita, ou do termo da reclamação vergal ( art. 841). A
notificação também pode ser feita por meio eletrônico.
2.5.COMPARECIMENTO À AUDIÊNCIA
O comparecimento das partes é obrigatório. A ausência do autor
acarreta o arquivamento do pedido. Dois arquivamentos seguidos acarretam a
perda do direito de ação trabalhista, por seis meses ( art. 732).
Em caso de doença ou motivo grave, poderá o empregado fazer-se
representar na audiência por outro empregado que pertença à mesma
profissão, ou pelo seu sindicato ( art. 843).
O não comparecimento pessoal do requerido importa revelia e confissão
quanto à matéria de fato (art. 844). Não basta o comparecimento de seu
advogado. Mas o empregador pode ser substituído na audiência pelo gerente
ou outro preposto que tenha conhecimento dos fatos. O não conhecimento dos
fatos pelo preposto equivale à ausência do requerido. De acordo com a
jurisprudência, o preposto deve ser empregado da empresa.
Após o depoimento pessoal, quando determinado, pode qualquer dos
litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com seu advogado ou
representante (art. 848, § 1º).
As partes devem trazer suas testemunhas (até três, para cada parte). As
que não comparecerem poderão ser intimadas (art. 825, parágrafo único).
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2.6.PARTE INCONTROVERSA DOS SALÁRIOS
Ao comparecer, deve o empregador pagar no ato – se não o fez antes –
a parte incontroversa das verbas rescisórias, sob pena de acréscimo de 50%
(art. 467 da CLT, na redação da L. 10.272/2001).
Na revelia do empregador estas verbas passam a ser também
incontroversas e sujeitas ao acréscimo (v.Súmula 69 do TST).
2.7.A AUDIÊNCIA
A audiência é una e contínua. Mas é comum fraciona-la. Tem-se
marcado, por exemplo, uma data para a proposta de conciliação e a defesa,
outra para a instrução e razões finais, e uma terceira data para a sentença.
2.8.PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO
Na audiência, comparecendo as partes, o primeiro ato será a tentativa
de conciliação. Se houver acordo encerra-se o processo (art. 846). Não há
necessidade de homologação expressa do acordo. O termo de acordo vale
como decisão final irrecorrível.
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esta não for dispensada pelas partes (art. 847). Pode a defesa ser apresentada
por escrito.
2.12.FASE PROBATÓRIA
Vem em seguida a fase probatória, ouvindo-se as partes, se assim tiver
sido requerido, bem como as testemunhas.
“I – Aplica-se a pena de confissão à parte que, expressamente intimada
com aquela cominação, não comparece à audiência em prosseguimento, na
qual deveria depor. II – A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em
conta para confronto com a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando
cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores”. (Súmula 74, II
do TST).
Findo o depoimento pessoal, poderá qualquer dos litigantes retirar-se,
prosseguindo a instrução com seu representante (art. 848, § 1º).
Podem ser realizadas pericias. Pode dar-se a inspeção judicial, que
consiste em diligência pessoal do juiz para examinar pessoa o coisa, onde for
necessário. Pode o juiz determinar a ouvida de testemunhas referidas nos
autos, além das indicadas pelas partes.
2.13.RAZÕES FINAIS
Terminada a instrução, têm as partes 10 minutos, cada uma, para
apresentar suas razões finais (art.850), oralmente ou por escrito.
2.15.SENTENÇA
Não tendo havido acordo, o juiz profere a decisão.
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petita). Para alguns autores, no processo trabalhista esses princípios são
mitigados. Como exemplos citam o pagamento em dobro de salários
incontroversos, embora não pedidos na inicial (art.467) (ultra petita), e a
indenização em dobro do empregado estável no caso de ser desaconselhável a
reintegração (art. 496) (extra petita).