TST - Acordao
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Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-E-ED-RR-22-25.2016.5.09.0001
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A C Ó R D Ã O
(SDI-1)
GMMCP/pr
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É o relatório.
V O T O
Conhecimento
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empresa, violando-se direitos humanos fundamentais”. Ocorre que a Súmula nº 244
do TST dispõe o seguinte: “GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. I. O
desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao
pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, ‘b’ do ADCT). II.
A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante
o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e
demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. III. A empregada
gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea
‘b’, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de
admissão mediante contrato por tempo determinado”. O item I da súmula interpreta
o disposto no artigo 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, que, expressamente, veda a dispensa arbitrária ou sem justa causa da
empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Assim, nos termos da norma constitucional, é assegurada à gestante a estabilidade
provisória no emprego desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o
parto. Tem-se, portanto, que o pedido de demissão só será válido quando feito com a
assistência do respectivo sindicato, conforme prevê o artigo 500 da CLT,
independentemente da duração do contrato de trabalho. Na hipótese, como o pedido
de demissão da reclamante não foi homologado pelo sindicato ou Ministério do
Trabalho e Emprego, deve ser considerado inválido (precedentes).
Recurso de revista conhecido e provido.
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PROCESSO Nº TST-E-ED-RR-22-25.2016.5.09.0001
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Efetivamente, não há falar em omissão no julgado, que explicitou claramente
as razões pelas quais o recurso de revista da reclamante lograva provimento no tema
ora reputado como omisso. Para tanto, convém trazer à lume a fundamentação do
acórdão embargado, in verbis:
(...)
O inconformismo da parte com o resultado do julgamento desafiaria recurso
processual próprio, se cabível, e não pode ser sanado pela estreita via dos embargos
de declaração, que não se prestam a uma nova análise da matéria já discutida e
decidida, limitando-se o seu campo de atuação ao saneamento de contradições,
obscuridades ou omissões porventura havidas na decisão embargada, o que não é o
caso.
São, pois, absolutamente descabidos e meramente procrastinatórios estes
embargos de declaração, em que a parte, na verdade, pretende apenas polemizar
com o julgador naquilo que por ele já foi apreciado e decidido por inteiro e de forma
fundamentada.
Sendo os embargos de declaração manifestamente protelatórios, deve a
embargante pagar a multa prevista no artigo 1.026, § 2º, do CPC/2015 c/c o artigo
769 da CLT, equivalente a 2% (dois por cento) do valor atualizado da causa, em
favor da embargada, a ser oportunamente acrescida ao montante da condenação.
Nego provimento aos embargos de declaração.
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PROCESSO Nº TST-E-ED-RR-22-25.2016.5.09.0001
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A insurgência contra o conhecimento por divergência
jurisprudencial não condiz com a finalidade uniformizadora dos Embargos,
na esteira da Súmula nº 296, II, do TST, pois debate o atendimento aos
requisitos de admissibilidade do Recurso de Revista.
Propriamente no tocante à validade da rescisão, a
partir do entendimento de que a garantia da estabilidade provisória da
gestante, prevista no artigo 10, II, “b”, do ADCT, direciona-se
objetivamente tanto à mãe quanto ao nascituro, com respaldo no artigo
7º, XVIII, da Constituição da República, pacificou-se a controvérsia
sobre os limites da aplicabilidade por meio da Súmula nº 244 do TST:
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provisória, por envolver direito irrenunciável, independente da duração
do pacto laboral, somente tem validade se acompanhado de assistência
sindical, ou, inexistindo, se formulado perante autoridade competente.
Transcrevo os seguintes julgados:
PROCESSO Nº TST-E-ED-RR-22-25.2016.5.09.0001
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Discute-se, na hipótese, se o fato de a autora ter formulado pedido de demissão e, no
curso do aviso prévio, ao tomar conhecimento de seu estado gravídico, solicitar o
cancelamento de tal pedido (não aceito pelo empregador), lhe retira o direito à
estabilidade prevista no artigo 10, II, “b”, do ADCT. O entendimento da e. Turma
foi de que, “Segundo as disposições do artigo 10, II, “b”, do ADCT, o termo inicial
do direito da gestante à estabilidade dá-se com a concepção e não com a constatação
da gravidez, mediante exame clínico, sendo necessário apenas que a empregada
esteja grávida no momento da rescisão do contrato de trabalho, independentemente
da ciência das partes” (fls. 443-444, grifamos). Não resta dúvida de que a
jurisprudência desta c. Corte pacificou-se no sentido de que a ocorrência da
gravidez durante o aviso prévio garante o direito da trabalhadora à estabilidade
prevista no artigo 10, alínea “b”, do ADCT. Aqui, porém, há uma particularidade, a
saber, a questão envolvendo o pedido de ruptura do contrato de trabalho feito pela
autora. Data venia dos que entendem ao contrário, o fato de a autora ter formulado
pedido de demissão e, no curso do aviso prévio, ao constatar o seu estado gravídico,
solicitar o cancelamento de tal pedido (não aceito pelo empregador), não
compromete o seu direito à estabilidade prevista no referido artigo 10, II, “b”, do
ADCT/CF, uma vez que a estabilidade provisória da gestante é uma garantia
também ao nascituro, e não apenas à genitora. Caso contrário, estar-se-ia admitindo
verdadeira renúncia à estabilidade provisória da gestante. Ademais, fixando a lei
critério objetivo da definição do direito à estabilidade, não se mostram importantes
questões paralelas, porquanto a “confirmação da gravidez” a que se refere a norma
constitucional diz respeito ao fato da gravidez em si. Recurso de embargos
conhecido por divergência jurisprudencial e desprovido.
(E-ED-RR-2537-64.2012.5.02.0002, Relator Ministro
Alexandre de Souza Agra Belmonte, Subseção I Especializada
em Dissídios Individuais, DEJT 17/02/2017)
ISTO POSTO
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MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI
Ministra Relatora
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