Bagdade Braimo
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Bagdade Braimo
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
BAGDADE BRAIMO
NAMPULA
2020
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
BAGDADE BRAIMO
NAMPULA
2020
Índice
Introdução...................................................................................................................................................1
Objectivo geral:...........................................................................................................................................1
Objectivos específicos:................................................................................................................................1
1. PLANO ECONÓMICO E SOCIAL E ORÇAMENTO DO ESTADO....................................................2
2.Noção do plano Económico......................................................................................................................2
3. Tipos de Plano Económico e Social.........................................................................................................4
3.1 Plano Imperativos, Indicativos Ou Mistos.............................................................................................4
3.2.1 Funções do plano................................................................................................................................6
3.2.2 Objectivos do Plano.................................................................................................................6
3.3 Conteúdo e natureza do plano................................................................................................................7
3.3.1Conteúdo do plano...............................................................................................................................7
3.3.2Natureza jurídica do Plano...................................................................................................................7
4. A Democraticidade ao nível da preparação e da elaboração do Plano.....................................................9
4.1Papel do parlamento...............................................................................................................................9
5. Órgãos de Concertação e o seu Papel....................................................................................................10
5.1 Participantes na elaboração do plano...................................................................................................10
Conclusão..................................................................................................................................................14
Bibliografia................................................................................................................................................15
Introdução
No presente trabalho, abordar-se-á sobre plano económico e social e Orçamento do
Estado noção e modalidades do plano económico, conteúdo e natureza do plano, elaboração e
execução do plano económico (intervenientes), A democraticidade ao nível da preparação e da
elaboração do plano, a democraticidade ao nível da execução do plano de execução, e Os
auxílios do Estado (tipos de auxílio).
Objectivo geral:
Abordar de forma sintética sobre o Plano económico Moçambicano.
Objectivos específicos:
Conceitualizar o plano económico e social e o OE;
Apresentar os diversos tipos de plano;
Especificar o seu Funcionamento do plano económico em Moçambique;
Analisar a os elementos que compõem plano económico e a fiscalização do OE;
Quanto a metodologia da pesquisa é a que abrange maior número de itens, foi feito o
presente trabalho com base o métodos indutivo: cuja aproximação dos fenómenos caminha
geralmente para planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares as
leis e teorias.
1
1. PLANO ECONÓMICO E SOCIAL E ORÇAMENTO DO
ESTADO
1.1. Conceitos Básicos
Plano: é um documento que, de alguma forma se situa entre a mera ideia de ordenação da
economia e a atribuição de direitos e deveres a sujeitos concretos.
Os planos económicos podem ser definidos como documentos aprovados pelos poderes
políticos competentes e que se destinam a analisar as possibilidades de evolução da situação
económica, a definir uma orientação para esta evolução e a procurar dirigir os sujeitos
económicos no sentido de cooperarem para a realização dos objectivos definidos. 3
Com base nesta definição, é possível identifica 3 elementos essenciais dos planos
económicos:
1
Disponivel in https://www.dicio.com.br/transmissao/, acesso em 14/04/2020.
2
Idem.
3
FERREIRA, Eduardo Paz, sumário do direito da economia, Portugal, 1999.
2
A previsão económica: o plano constitui, antes de mais, uma tentativa de calcular qual
será a evolução provável da economia.
O plano tem por objectivo definir ou enquadrar o comportamento dos órgãos do estado e
dos particulares em determinados sectores ou áreas, podendo incluir formas de influenciar o
comportamento dos agentes económicos.
4
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito económico, 3ª edição, Almedina, Coimbra, 2000. (Pág. 482).
5
Idem.
6
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito Econômico, 3a edição, Coimbra Editora, Portugal, 2000, pág. 486.
3
3. Tipos de Plano Económico e Social
Planos imperativos: são aqueles que contêm metas, estratégias e medidas concretas que
devem obrigatoriamente ser respeitadas como conteúdo de preceitos jurídicos, pelas entidades
encarregadas de executar os planos com maior ou menor discricionariedade.7
Planos indicativos: são aqueles que contêm objectivos, estratégias ou medidas que
podem ou não ser executadas pelos agentes a quem dizem respeito, podendo a sua execução
fundamental a atribuição de benefícios e vantagens especiais a quem a empreenda, embora não
seja obrigatória.8
Plano a longo prazo: define os grandes objectivos e os meios a alcançar num período
determinado pela lei vigente numa determinada nação.10
Plano a médio prazo: este decompõe-se em unidades de acção mais concretas, a que é
usualmente chamado de programas.11
Pano anual: estes são feitos normalmente ano por ano, tem sua expressão financeira no
orçamento de cada ano, são os documentos mais importantes e estratégicos da política
económica estadual.12
7
FRANCO, António L. de Sousa, Noções de Direito da Economia, Vol. 1, Lisboa, 1983. Pág. 314-318
8
Idem.
9
Idem.
10
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito económico, 3ª edição, Almedina, Coimbra, 2000. (Pág. 482).
11
Idem.
12
Idem.
4
Planos globais: definem objectivos e traçam as estratégias relativamente ao conjunto da
economia e da sociedade, também assim aos meros programas de actividades ou de certos actos,
como o investimento.13
Planos sectoriais: definem objectivos que traçam estratégias que, subordinadas aos
anteriores e com eles coerentes, se reportam apenas a algum sector ou ramo de produção.
Planos regionais: definem objectivos e traçam estratégias relativas apenas a regiões, isto
é, a parcela de território delimitada, não arbitrariamente, mas em função da sua entidade própria,
económica e social no âmbito do território nacional. Dispõe a constituição a existência, já real
anteriormente mas decerto carecidas de revisão, de regiões-planos baseadas nas potencialidades e
características geográficas, sócias, naturais e humanas do território nacional, com vista ao seu
equilibrado desenvolvimento e tendo em conta as carências e os interesses das populações.14
Plano regional - refere-se planos regionais das regiões autónomas, os quais aprovados
pelos órgãos das regiões autónomas e só nos respectivos territórios têm aplicação. Este plano
regional é aquele aprovado por cada assembleia nacional, a lei fundamental do sistema de
planeamento dispõe que a harmonização e articulação dos planos económicos das regiões com o
plano regional e participação das regiões autónomas na elaboração do plano nacional, se
realizam através de órgãos nacionais de planeamento. Para isso se prevê, nomeadamente, a
presença de dois representantes ou cada região autónoma no conselho nacional do plano.15
13
FRANCO, António L. de Sousa, Op Cit, Pág. 314-317
14
Idem, Pág. 315-318
15
Idem, Pág. 318.
16
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito Econômico, 3a edição, Coimbra Editora, Portugal, 2000, pág. 482
5
planos de urbanização, que são instrumentos específicos de ordenamento urbanista, são planos
técnicos não económicos sociais.17
17
FRANCO, António L. de Sousa, Op Cit, Pp 314-318
18
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito Econômico, 3a edição, Coimbra Editora, Portugal, 2000, pág. 482
19
VAZ, Manuel Afonso, Direito Económico, 2ª Edição, Coimbra Editora, Coimbra, 1990. 263
6
Objectivos máximos (limites), são os níveis que não devem ser ultrapassados por
excederem as necessidades ou serem incompatíveis com objectivos mínimos do plano. Diga-se
que em caso de pluralidade de objectivos prioritários se impõe uma hierarquização tendente a
evitar possíveis conflitos derivados da aplicação de políticas não compatíveis com a prossecução,
a um mesmo nível de tais objectivos.20
O plano é um instrumento técnico sob a forma contabilizada e previsional, mas que não
deixa de ser ao mesmo tempo uma norma jurídica. De facto fornece um quadro de conformação
ao mais alto nível da ordem económica e social e de acordo com os interesses e pontos de vista
que os parlamentares e o governo consideram, é quanto basta para lhe atribuir carácter
normativo.22
7
jurídicas entre as suas competências, não regula juridicamente situações. A sua natureza pode ser
dupla:24
O plano tem carácter imperativo para o sector público estadual, isto é, pode ser
obrigatório executar disposições directamente aplicáveis do plano e as respectivas actuações dos
agentes económicos, podem ser forçadas a conformar-se ao plano, nos seus objectivos gerais e
nas estratégias definidas, através de diversos mecanismos de imposição: celebração obrigatória
de contratos económicos vinculativos ao contraente, imposição de deveres e eventual demissão
de gestores ou sua penalização e punição, não aprovação ou alteração dos planos de actividades e
orçamentos dessas entidades ou das respectivas contas e relatórios finais de execução, exercícios
do poder tutelar, condicionamento da utilização de créditos orçamentais e do acesso ao crédito
ou outros recursos e apoios, nulidade ou ineficácia dos actos praticados em contravenção do
plano, na sua área de imperatividade.25
Num panorama jurídico, sobre o plano implica antes de mais a distinção entre o Plano e o
Direito da planificação ou Planeamento.
Nos países de economia de planificação central ou Direcção central, o plano é uma lei
adoptada, por isso, de uma força jurídica especial, na medida que é um instrumento por
24
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito Econômico, 3a edição, Coimbra Editora, Portugal, 2000, pág. 482
25
FRANCO, António L. de Sousa, Op Cit, Pág. 325-326.
8
excelência da vida económica, tendo implicações tanto no Direito Público quer no Privado donde
as regras de responsabilidade civil são retiradas para evitar as obrigações de indemnizar por
perdas e danos que dificultariam a sua aplicação.26
4.1Papel do parlamento
Na maioria dos países ocidentais a intervenção do parlamento no tocante ao parlamento e
escassa e o seu papel restringe-se a aprovação de uma lei, a título de reserva de competência
absoluta do parlamento, indesejável no governo.28
Estas leis são apresentadas pelo governo ao parlamento, e só depois que ele vai elaborar
os planos propriamente ditos provando-se para tal das directivas gerais que encerram as grandes
leis das grandes opções. Estas leis não são o plano, pois apenas contem as grandes opções em
matéria de política económica planificada, com base nas quais o governo vai depois elaborar e
executar os planos propriamente ditos até o orçamento geral do Estado.29
26
WATY, Teodoro Andrade, Op Cit, Pág. 317
27
WATY, Teodoro Andrade, Op Cit, Pág. 318.
28
SANTOS, António Carlos, at. al. Direito econômico, 6a edição, Almedina, Portugal, 1998, pág. 186.
29
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito Econômico, 3a edição, Coimbra Editora, Portugal, 2000, pág. 482
9
aludidas grandes opções, apresentadas em anexos a proposta ou fazendo inclusivamente parte
dela. Trata-se de leis bases gerais.30
O que importa aqui destacar e que o parlamento se vai pronunciar sobre o projecto
provisório do plano, numa fase em que o governo ainda esta longe de ter elaborado o projecto
final do plano, que ira apresentar, para consulta, ao Comissariado Geral do Plano e para
aprovação final do novo ao parlamento. Salienta-se igualmente que a opinião deste órgão, logo
naquela sua primeira intervenção, e vinculativa para o governo, que agira ilegalmente se elaborar
o plano em bases diversas das constantes do parecer parlamentar. Este comanda efectivamente a
elaboração do futuro plano.31
30
WATY, Teodoro Andrade, Direito Economico, WWEditora, Maputo, Pág. 123.
31
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito Econômico, 3a edição, Coimbra Editora, Portugal, 2000, pág. 485.
32
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito Econômico, 3a edição, Coimbra Editora, Portugal, 2000, pág. 486.
33
LAUBADERE, André de, Direito publico económico, Almedina Editora, 1985, pág. 328 e 329
10
Este traço resulta das características gerais da planificação, que mencionamos
anteriormente:
Em segundo lugar, existem órgãos que, sem participarem na própria concertação, e sem
serem também qualificados para decidir, podem ser considerados como tendo vocação para dar
pareceres em matéria económica; ao lado dos órgãos de concertação e dos órgãos de arbitragem
e decisão, há, assim, lugar para órgão de consulta. Por outro lado, concebe-se que a elaboração
de um plano económico faz intervir ao mesmo tempo órgãos técnicos, especialistas, e órgãos
políticos.35
6. O ORÇAMENTO DO ESTADO
A fiscalização tem normalmente em vista as despesas, uma vez que o montante das
receitas é uma estimativa e está sujeito a variações, dependendo da conjuntura económica, entre
outros factores. A sua fiscalização é, por isso, menos rigorosa: limita-se a averiguar se as receitas
foram correctamente liquidadas e contabilizadas.
34
Idem.
35
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito Econômico, 3a edição, Coimbra Editora, Portugal, 2000, pág. 488.
11
No caso das despesas, confere-se a sua legalidade, regularidade e cabimento orçamental
(fiscalização material), bem como o respeito pelos princípios de economia, eficiência e eficácia
(fiscalização económica).
A fiscalização jurisdicional assume uma especial importância, não só pela sua "força",
mas também pelo facto de depender de um órgão externo e independente do Governo. Garante-
se, assim, a separação do poder executivo e jurídico, essencial para o funcionamento de qualquer
democracia.
É de salientar que a fiscalização não incide apenas sobre a Conta geral do Estado: não é
feita somente depois de executado o Orçamento. Ela é também realizada ao longo da própria
execução orçamental. Trata-se, neste caso, de uma fiscalização prévia, por oposição à
fiscalização sucessiva.
Por exemplo, se o Tribunal Administrativo verificar que uma determinada despesa não
cumpre com os requisitos legais, ele tem poderes para impedir que ela se realize e para punir os
infractores38.
36
República de Moçambique, Constituição da República de Moçambique (inclui revisão de 2018), Escolar Editora,
Maputo, 2018 — artigo 131.
37
Idem.
38
República de Moçambique, Constituição da República de Moçambique (inclui revisão de 2018), Escolar Editora,
Maputo, 2018 — artigo 229.
12
Um último exemplo: quando a Assembleia da República aprecia os relatórios trimestrais
do Governo sobre a execução das despesas e das receitas, ela está a exercer o controlo sobre essa
mesma execução39.
República de Moçambique, Constituição da República de Moçambique (inclui revisão de 2018), Escolar Editora,
39
13
Conclusão
Cheguei a conclusão de que é o dever do Estado, definido constitucionalmente, a promoção
do desenvolvimento económico, com especial ênfase para a redução das desigualdades regionais
e sociais, cabendo-lhe o papel de agente “normalizador” das relações económicas e sociais,
promovendo o bem comum. E por serem medidas de grande relevância nessa perspectiva, pode o
Estado utilizar as normas tributárias indutoras para a busca de tal objectivo.
Tendo como funções, realizar os grandes fins da política económica, que se traduzirão
posteriormente em objectos e metas concretas; efectivar os direitos económicos, sociais e
culturais, quanto a direito do trabalho e quanto ao desenvolvimento da propriedade social. No
que tange a sua característica, esta caracteriza-se pela sua heterogeneidade, e é composto por um
conjunto de previsões directivas e objectivos coerentemente dispostos.
Quanto aos intervenientes na execução do plano podemos encontrar uma diversidade de
órgãos específicos a saber: Parlamento, Comissariado-Geral do Plano, as Comissões de
modernização, Conselho do Plano, Conselho Central de Planificação, Órgãos de concertação.
Para além dos órgãos especializados, participam ainda na elaboração do Plano, O Governo; O
Ministério da Economia e Finanças; e Órgãos técnicos (organismos da contabilidade nacional e
direcção da previsão).
14
Bibliografia
Legislação:
Doutrina
LAUBADÈRE, André de, Direito Público Económico, Almedina Editora, Coimbra, 1985.
MONCADA, Luís S. Cabral de, Direito Económico, 3ª edição, Almedina, Coimbra, 2000.
VAZ, Manuel Afonso, Direito Económico, 2ª Edição, Coimbra Editora, Coimbra, 1990.
15