SUBORDINAÇÃO DA AP. Ao Direito
SUBORDINAÇÃO DA AP. Ao Direito
SUBORDINAÇÃO DA AP. Ao Direito
a) Princípio do primado da lei (em sentido negativo): toda a actividade administrativa tinha de
respeitar as determinações legais, sob pena de invalidade;
b) Princípio da reserva de lei: assenta numa tripla reserva:
3. material (as leis identificavam-se com as normas jurídicas, que eram exclusivamente as
normas relativas à esfera jurídica dos cidadãos, enquanto tais): resultava daí o monopólio
parlamentar de emissão de normas jurídicas e uma correspondente zona de administração
estritamente vinculada à lei embora se reconhecesse a existência de uma cláusula geral de
polícia, que conferia à Administração poderes implícitos (de direito natural) para a manutenção
da ordem pública;
4. Princípio da legalidade
Hoje, esta obediência á lei terá contudo de ser entendida como obediência ao objetivo, ou
seja, à lei, à Constituição e ao Direito.
Sobre este ponto valerá a pena ter em conta: Rogério Soares, Princípio da legalidade e
Administração Constitutiva, in Boletim da Faculdade de Direito de Coimbra, Coimbra: LVII,
1981, pp. 169 a 191.
5. Princípio da Juridicidade
7 Neste ponto é de relevância ver: Diogo Freitas do Amaral, Curso Direito Administrativo, Vol. II,
2ª edição, Coimbra: Almedina, 2014, pag.50; José Carlos Vieira de Andrade, O ordenamento
jurídico-administrativo português, in Contencioso Administrativo, Braga: 1986, pp. 33 e ss.
8 Atentar em: Fausto de Quadros, Direito da União Europeia, Coimbra, 2004, pp. 509-510.
9 Sobre este ponto: Diogo Freitas do Amaral, Curso de Direito Administrativo, vol. II, Coimbra:
Almedina, 2014.
c) Nas matérias de reserva legislativa parlamentar o domínio legislativo por natureza que, além
dos direitos fundamentais dos cidadãos, engloba outras matérias (questões) consideradas
fundamentais para a comunidade, segundo um princípio de essencialidade exige-se uma
densidade legal acrescida e, portanto, uma vinculação mais intensa (formal, procedimental e
material) da atividade administrativa (regulamentar ou concreta) à lei princípio da reserva
(material) de Parlamento (ou da reserva de lei parlamentar);
f) O poder judicial pode (e deve) controlar, quer a legalidade (em sentido estrito), que a
juridicidade da actividade administrativa.
O Princípio da legalidade abrange não apenas o respeito pela lei mas a subordinação da
Administração Pública a todo o bloco de legalidade.
Este princípio aponta para um princípio mais vasto e abrangente, o princípio da juridicidade
da administração, pois todo o direito (todas as regras e princípios de ordem jurídico-
constitucional) serve de fundamento e pressuposto da Administração.
Marcelo Rebelo de Sousa/ André Salgado Matos, Direito Administrativo, I, pág. 201.
Diogo Freitas do Amaral e Maria da Glória Garcia, O Estado de Necessidade e a Urgência em
Direito Administrativo, in “Revista da Ordem dos Advogados, Ano 59, II” — Lisboa, 1999.
CONCLUSÃO
Uma vez que a observância do princípio da legalidade assegura que a Administração Pública
prossegue o seu fim e actua de acordo e com fundamento na lei, podemos concluir pela
evidência de que o mesmo apresenta uma grande relevância no actual Estado de Direito, e em
particular dentro do Direito Público no Direito Administrativo.
Se o interesse público é o fim da actividade administrativa, como já se viu supra, numa outra
vertente ele é ainda o seu limite positivo.
Historicamente, este Princípio da Legalidade surgindo associado ao Estado de Direito assume-se
como uma das principais garantias de respeito pelos direitos individuais.
Com efeito, a lei é ao mesmo tempo definidora dos limites da actuação administrativa, para
que toda a actividade administrativa seja usada em benefício da coletividade.