Ficha Conteúdo - Poetas Contemporâneos

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ESCOLA SECUNDÁRIA FERREIRA DIAS

Ficha de trabalho
Ano letivo 2020/21 Professora: Alice Malato

Texto informativo – poetas contemporâneos

Oiça, atentamente, o texto e complete os espaços em branco.

A poesia contemporânea portuguesa, desde a fundação da revista _______________ em 1927, e desde


Fernando Pessoa, desdobra-se em três linhas: a primeira, impõe-se nas páginas da própria Presença e tem
como representantes, entre outros, José Régio e _______________________; a segunda é representada por
autores como Jorge de Sena e __________________________, em cuja poesia ecoa a herança clássica; a
terceira linha assume uma dimensão política e de preocupação ética pela pena de autores como Alexandre
O’Neill, __________________________ou Nuno Júdice.
A poesia contemporânea na sua multiplicidade reflete a __________________ do sujeito poético com o
_______________ e revela uma ______________________________ do ser humano em busca da sua
essência.
Desta relação do sujeito poético com o mundo surgem ___________________________________ em todo o
seu espetro. A poesia ____________ a vida e o ____________________ nas suas múltiplas formas e leva-os
para as suas linhas. É desta forma que acedemos à imagem que nos oferece Miguel Torga de um Portugal
integrado numa conceção antropológica da Ibéria (” terra nua e tamanha/…/ que nela cabem Portugal e
Espanha”), bem como ao retrato de Jorge de Sena de uma terra de opressão e de ausência de liberdade (“ Não
hei de morrer sem saber/qual a cor da liberdade. /Eu não posso senão ser/desta terra em que nasci/Embora do
mundo pertença/e sempre a verdade vença, /qual será ser livre aqui, não hei de morrer sem saber.”).
Nessa __________________________, o sujeito poético detém-se também num “instante do quotidiano”,
______________________, como nestes versos de Eugénio de Andrade: “Chove. Uma rapariga desce a rua.
/Os seus pés descalços são formosos./ São formosos e leves: o corpo alto/parte dali, e nunca se desprende”.
Herdeira de uma larga ____________________________ e atenta ao mundo inquieto, a poesia
contemporânea aborda os temas essenciais à __________________ da natureza humana e seu sentido.
Enquadrados pela cultura e pela ideologia vigentes, ____________ universais como a _________ e a morte, o
mundo e o _______________________, o amor e os sentimentos, o _____________ e Deus emergem
marcados pela subjetividade poética.
Essa subjetividade poética é visível nos versos de Miguel Torga sobre um tema da tradição literária com valor
simbólico, o tempo (“Oh! Maldição do tempo em que vivemos, / Sepultura de grades cinzeladas, / Que deixam
ver a vida que não temos/E as angústias paradas!”), ou nestes versos de Manuel Alegre, onde testemunha a
tirania de um tempo que não volta atrás: “Meu amigo cantava. Dizem que cantava. / E de repente/ quebraram-se
nas veias os relógios onde/ os ponteiros marcavam vinte e cinco anos.".
A presença da tradição literária na poesia contemporânea não está só patente nos ____________, mas
também na _________________________ que se estabelece com autores e textos da literatura portuguesa e
estrangeira. É a história a dar as mãos aos universos literários dos poetas contemporâneos. Naturalmente,
Camões como símbolo nacional e literário constituiu uma referência incontornável como confirma Torga:” "Quem
te pode cantar, depois do Canto/ Que deste à pátria, que to não merece? / O sol da inspiração que acendo e
que levanto, / Chega aos teus pés e como que arrefece.”. A Camões juntam-se Fernando Pessoa, Cesário
Verde, entre outros. A poesia contemporânea vai ainda beber às fontes inspiradoras da
_______________________________, resultando em versos como estes de Eugénio de Andrade: “Quando em
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silêncio passas entre as folhas, / uma ave renasce da sua morte/ e agita as asas de repente;/ tremem maduras
todas as espigas/ como se o próprio dia as inclinasse, / e gravemente, comedidas, / param as fontes a beber-te
a face.”.
Podemos ainda observar traços da tradição na ________________________, no modo como alguns poemas
são esculpidos, recorrendo a ________________________________ tradicionais, como a quadra ou o terceto.
Muitas vezes, os versos ondulam ao ritmo da redondilha maior e menor, e o soneto ressurge ampliando as suas
possibilidades temáticas, como se pode constatar nos versos de Vasco Graça Moura (“Soneto do soneto” //
“catorze versos tem este soneto/ de dez sílabas cada, na contagem/ métrica portuguesa; de passagem, / o
esquema  abba  dá esqueleto” // “aos versos do começo: a engrenagem/ podia ser abab, mas meto/ aqui  baab:
destarte, preto/ no branco, instabilizo a sua imagem.”

De facto, a poesia contemporânea revisita a tradição literária, mas também explora diferentes possibilidades
de formas e de _______________________________, a liberdade criadora outorgada aos poetas
contemporâneos reflete-se também na forma como, por exemplo, no uso de verso branco e na livre associação
de palavras, sons e imagens.
Além dos temas universais como o amor ou Deus também a própria ___________________ se constituiu
como tema na poesia contemporânea, é a ______________________________. Os diferentes autores
convergem ao considerar o poema como um palco, onde se representa o coração humano, sendo que a peça
representada é sempre diferente, de acordo com a experiência de cada sujeito (“Esclarecendo que o poema/é
um duelo agudíssimo/quero eu dizer um dedo/ agudíssimo claro/ apontado ao coração do homem”).
O poeta, qual Orfeu rebelde, reclama uma visão original do mundo, consciente das ________________
inerentes à _________________________, procura definir a sua identidade, revelando uma
___________________________________ com os ideais e valores que defende.
Na poesia contemporânea, há sempre o __________ sobre o ______________________________, seja
para exigir uma independência ontológica ou para abraçar a sua interdependência.

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CARACTERÍSTICAS GENÉRICAS DA POESIA DO SÉCULO XX

• Despoetização • Fuga da realidade


• Dramaticidade agressiva • Distanciamento da experiência comum e da língua usual
• Desintegração de palavras • Discursividade
• Busca pela inovação formal • Intertextualidade
• Criação de novas linguagens

TEMAS

• Urbano • Desumanização do homem


Representações • Oposições sociais • Captação do real
do contemporâneo
• Degradação social • Representação do “instante”
• Denúncia social ou política contemporâneo

• Retoma de temas tradicionais • Intertextualidade


(o amor, a natureza, o sonho e a
Tradição literária • Retoma de formas tradicionais
imaginação, a evocação do
(verso de redondilha; quadra e a
passado)
quintilha; soneto)

• Caracterização do poeta (simbolo- • O poeta fragmentado/despersonaliza-


gia do corpo, presença de animais, do; o sofredor; o ser pensante
ironia, cómico e provocação) • a consciência/inconsciência
Figurações do poeta
• a razão / o pensamento
• Reflexão sobre o papel do poeta (no
mundo, no poema, na vida • o ser versus o não-ser
• paradoxos e imagens
• existencialismo; niilismo

• Metapoesia (poesia sobre poesia) • A dureza inerente ao ato de escrever


> Reflexão sobre o fazer poético • O poema como espelho da Natureza,
Arte poética > Reflexão sobre a criação poética das sensações
> Reflexão sobre o poema e o
• O poema como fruto da confluência
poeta
> Reflexão sobre o lugar da poesia interartes e interciências (escrita,
música, pintura, escultura, medicina,
anatomia, tecnologia)

FORMAS POÉTICAS

• Procura da inovação formal


• Liberdade (estrófica; métrica; rimática - ausência de rima / presença de alguns versos rimados)
• transgressão na língua (palavras, regras sintáticas, regras de pontuação. utilização da maiúscula)

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CONCEITOS IMPORTANTES PARA O ENTENDIMENTO DA ESCRITA CONTEMPORÂNEA
Os filósofos existencialistas defendem a centralidade do ser humano, único capaz de dar sentido à
sua vida, sem a existência de Deus. O centro é, portanto, o individuo e a sua interpretação da própria
existência, em luta pela liberdade e pela individualidade.
Perguntas frequentes dos existencialistas: Quem somos? O que estamos a fazer na vida? Para
Existencialismo
onde vamos? Que força nos move para vivermos? - questões que lhes dão uma visão da existência
e do mundo como votados ao abandono e às escolhas do indivíduo, boas ou más, com as suas
respetivas consequências.

Palavra oriunda do Latim, «nihil» significa «nada». As suas ideias refletem-se nas ciências e nas
artes em geral. A principal ideia assenta no ceticismo radical (dúvida absoluta) em relação a
interpretações da realidade provenientes da ciência da religião, com os seus valores e as suas
convicções.
Niilismo Num sentido positivo, este questionamento de tudo posiciona o ser humano num nível de
discussão e procura da verdade a partir de um ponto zero. Num sentido negativo, o niilismo destrói e
aniquila toda a espécie de verdades e visões científicas, filosóficas, artísticas e éticas, ou seja, num
mundo onde Deus está morto ou não existe, tudo é questionado e o ser humano, teoricamente, tem
«permissão» para fazer tudo o que quer, como quer e quando quer.

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