Avaliação Motora e Psicomotricidade em

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 57

FACULDADE CALAFIORI

AVALIAÇÃO MOTORA E PSICOMOTRICIDADE EM


CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS

POLYANE CRISTINA RODRIGUES

ORIENTADOR: MS.JEAN JOSÉ SILVA

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MG

2010
AVALIAÇÃO MOTORA E PSICOMOTRICIDADE EM
CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS

POLYANE CRISTINA RODRIGUES

Monografia apresentada à
Faculdade Calafiori, como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Especialista em Psicopedagogia,
nível Pós-graduação Lato Sensu.
Orientador: MS. Jean José Silva

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO – MG


2010
AVALIAÇÃO MOTORA E PSICOMOTRICIDADE EM
CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS

AVALIAÇÃO: ( ) ____________

___________________________________________________________________
Professor Orientador

___________________________________________________________________
Professor Avaliador da Banca

___________________________________________________________________
Professor Avaliador da Banca

São Sebastião do Paraíso – MG


2010
DEDICATÓRIA

Dedico esse árduo trabalho a uma pessoa incrível, inteligente, criativa,


original: a mim mesmo. Afinal, depois de tudo que estudei, eu mereço.
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Carlos e Cleuza que mais do que me proporcionar uma boa
infância e vida acadêmica, fundaram os fundamentos do meu caráter e me
apontaram uma vida eterna. Obrigada por serem a minha referência de tantas
maneiras e estarem sempre presentes na minha vida de uma forma indispensável.
À minha irmã Leidyane que sempre que precisei esteve ao meu lado para me
ajudar.
Ao meu marido Thiago que soube entender minha falta de tempo e esteve
sempre pronto em me apoiar nos estudos.
Ao meu professor e orientador deste trabalho, Jean, pela ajuda
proporcionada.
Muito obrigada, nunca será suficiente para demonstrar o que recebi de vocês.
Peço a Deus que os recompense à altura.
E é a ele que dirijo minha maior gratidão. Deus, mais do que criar, deu
propósito à minha vida. Vem dele tudo o que sou o que tenho e o que espero.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................... 6

BREVE HISTÓRICO E CONCEITO DE PSICOMOTRICIDADE ............ 8

A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO

INFANTIL DE 4 A 6 ANOS .................................................................. 11

CONCEITOS RELACIONADOS À PSICOMOTRICIDADE E

DESENVOLVIMENTO MOTOR ........................................................... 15

Desenvolvimento Motor ..................................................................... 20

PESQUISA DE CAMPO ....................................................................... 27

OBJETIVO......................................................................................... 27

METODOLOGIA ................................................................................ 27

Participantes................................................................................... 27

Procedimentos ............................................................................... 27

Testes motores (ROSA NETO, 2002):............................................ 28

Análise dos dados .......................................................................... 36

CONCLUSÃO ...................................................................................... 48

Anexo I – Declaração e autorização para utilização de dados .............. 51

Anexo II – Ficha de coleta de dados ..................................................... 52


LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 - Habilidades de estabilidade


Quadro 2 - Habilidades locomotoras
Quadro 3 - Habilidades manipulativas
Quadro 4 - Aspectos selecionados do desenvolvimento da percepção visual infantil
Tabela 1. Dados dos participantes
Tabela 2. Resultados do teste de lateralidade
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SD – sem data
P 1 – participante 1
P-2 – participante 2
P-3 – participante 3
P-4 – participante 4
P-5 – participante 5
P-6 – participante 6
P-7 – participante 7
P-8 – participante 8
IC – idade cronológica
IM1 - motricidade fina
IM2 - motricidade global
IM3 - equilíbrio
IM4 - esquema corporal
IM5 - organização espacial
IM6 - organização temporal
IMG - idade motora geral
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Motricidade fina


Gráfico 2 – Motricidade global
Gráfico 3 – Equilíbrio
Gráfico 4 – Esquema corporal
Gráfico 5 – Organização espacial
Gráfico 6 – Organização temporal
Gráfico 7 – Idade cronológica x idade motora geral
RESUMO
A Educação Infantil têm sido campo de vários estudos acadêmicos, os quais têm
foco muitas vezes no letramento, cognição e psicológico. Por outro lado, encontra-se
crescente a preocupação com o estudo da psicomotricidade, sobremaneira a
avaliação motora como fonte de informações que favorecerão o planejamento de
atividades para a aprendizagem e refinamento das ações motoras. O presente
trabalho teve como objetivo avaliar o desenvolvimento motor de crianças de 4 a 6
anos em tarefas motoras próprias para cada idade. As crianças foram separadas em
grupos de acordo com a idade cronológica e avaliadas pelos testes propostos por
Rosa Neto (2002). Os resultados alcançados com a aplicação dos testes
corroboraram idades cronológicas dos mesmos variavam entre 53 meses e 74
meses. As crianças que apresentavam dificuldades motoras se evidenciaram nos
resultados finais nos gráficos apresentados. Pode-se notar que as crianças com idade
cronológica menores apresentaram resultados superiores que as demais crianças.
Pode-se afirmar que os aspectos psicomotores são muito importantes para as
crianças da Educação Infantil, pois nesta fase que estas partem da descoberta do
seu próprio corpo, ou seja, dos movimentos e de tudo ao seu redor, conseguindo
estabelecer seu espaço, desenvolver suas percepções e emoções, aprendendo aos
poucos a coordená-los. Cabe ao professor estimular os movimentos motores e
psicomotores das crianças, de modo que estas realizem as atividades com prazer.
Um desenvolvimento psicomotor bem estimulado poderá evitar problemas de
aprendizagem para as crianças posteriormente.

Palavras-chave: Desenvolvimento motor. Avaliação Psicomotora. Aspectos


psicomotores. Professor.
INTRODUÇÃO
A avaliação motora pode favorecer o processo de desenvolvimento durante a
Educação Infantil como forte ferramenta de análise e coleta de parâmetros para o
planejamento das atividades psicomotoras, sobretudo com a presença de um
profissional qualificado para executar tais atividades, o professor de Educação
Física.
Assim, o período em que a criança se encontra na Educação Infantil, é
recheado de inúmeras mudanças rápidas no desenvolvimento motor, e que como
demonstrado os resultados torna verídica a importância de atividades orientadas
para contribuir na experiência motora das crianças nesta idade.
Como ponto de partida desta pesquisa tomou-se um breve histórico e buscou-
se uma definição para psicomotricidade, na qual vários autores tiveram importantes
contribuições para o sistema psicomotor entre eles se destacam: Ernest Dupré,
Henry Wallon, Eduard Guilmain, Julian de Ajuariaguerra. Neste contexto, a maioria
dos autores, a partir da década de 70, definiram a psicomotricidade como uma
motricidade de relação, começando a dar maior importância à relação, à afetividade
e ao emocional.
Essas relações estão presentes nas ações motoras corriqueiras no dia a dia
das crianças, no entanto é na Educação Infantil que a psicomotricidade ganha
importância, requerendo do educador ser um estimulador de atividades
psicomototoras para prevenir dificuldades de aprendizagem. Contudo as atividades
psicomotoras podem ser decisivas para a aprendizagem da leitura e da escrita. Os
jogos e brincadeiras são colaboradores no enriquecimento dos conteúdos
trabalhados na sala de aula e o educador torna-se o elo de todos os aspectos que
constituem o indivíduo: os aspectos psicomotores, cognitivos e sócio-afetivos.
7

Ao tratar do desenvolvimento motor, este trabalho identificou os conceitos


deste em relação à psicomotricidade e, entre os conceitos mais utilizados são:
imagem corporal, esquema corporal, tônus, coordenação global ou motricidade
ampla, motricidade fina, organização espaço-temporal, lateralidade. E dentro do
desenvolvimento motor pode-se destacar os seguintes conceitos: andar, correr,
subir, pular, alternar passos e galopar, chutar, arremessar e pegar. Ainda, as
habilidades de estabilidades destaca-se: equilíbrio dinâmico, equilíbrio estático e
movimentos axiais. Já as habilidades locomotoras são: corrida, salto, saltito, galope,
skipping e as habilidades manipulativas como alcançar, segurar, soltar, lançar,
pegar, chutar e bater.
Diante destes conceitos e da importância da psicomotricidade para crianças ,
este estudo propôs realizar uma pesquisa de campo, com o intuito de avaliar
crianças da Educação Infantil de uma escola particular de São Sebastião do Paraíso
– MG, utilizando a bateria de testes motores do Manual de Avaliação Motora de
Rosa Neto (2002). Uma vez realizada a avaliação, discutiu-se sobre a importância
da psicomotricidade como fator estimulante do desenvolvimento de crianças.
8

BREVE HISTÓRICO E CONCEITO DE PSICOMOTRICIDADE

De acordo com Jobim e Assis (sd) o termo “psicomotricidade” vem originado


da medicina, mais específicamente do neurológico, pois a partir do século XIX foi
preciso nomear as partes da zona do córtex, situadas além das regiões motoras. No
ano de 1870 médicos neurologistas, e posteriormente psiquiatras, começam estudar
as estruturas cerebrais a fim de encontrar algum fenômeno clínico que definisse a
palavra psicomotricidade. Dupré (1909) um neuropsiquiatra de extrema importância
para o psicomotor, pois este afirma a independência da debilidade motora, no qual é
antecedente do sistema psicomotor.
Para Silva e Borges (2008) Ernest Dupré introduziu a psicomotricidade no
contexto científico e em 1909 surgiu o termo psicomotricidade quando Dupré inseriu
os primeiros estudos sobre a debilidade motora nos débeis mentais.
Segundo Jobim e Assis (sd) em 1925 Henry Wallon, psicólogo, foi o grande
pioneiro da psicomotricidade, pois ocupa-se do movimento humano dando ênfase na
construção do psiquismo. Esta ênfase permitiu à Wallon relacionar o movimento ao
afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. Wallon refere-se ao
esquema corporal como uma construção, um elemento de base para a construção
da personalidade da criança.
Em 1935 Eduard Guilmain, neurologista, impulsiona as primeiras tentativas
de estudo da reeducação psicomotora, no qual se sobressai e cria testes psicomotor
para fins diagnósticos. (Jobim e Assis, sd)
Para Jobim e Assis (sd) em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, líder da
escola de psicomotricidade, delimita os transtornos psicomotores que oscilam entre
o neurológico e o psiquiátrico. Para Wallon e Ajuriaguerra a psicomotricidade
9

concebe os determinantes biológicos e culturais do desenvolvimento da criança


como dialéticos e não redutíveis.
Na década de 70, vários autores definem psicomotricidade como uma
motricidade de relação. Começa-se a dar maior importância à relação, à afetividade
e ao emocional. (Jobim e Assis, sd)
Para Jobim e Assis (sd) a psicomotricidade é a ciência que busca muitos
campos de pesquisa e dados, teorias e argumentos, a Educação Física e a
Psicologia são duas áreas de grande evolução com as pesquisas psicomotoras.
Baroni (sd) destaca que, a psicomotricidade é a expressão mental sobre a
expressão motora, podendo obter uma organização consciente e constante do
desenvolvimento do corpo. Esse tipo de conceito é justificado quando qualquer
defeito localiza o indivíduo à margem das normas mentais, fisiológicas, neurológicas
ou afetivas. É a percepção de um estímulo, a elaboração de uma boa resposta
elaborada, é a harmonia de movimentos, um bom controle motor, uma boa
adaptação temporal e espacial, boa coordenação visuo-motora, boa atenção e um
esquema corporal bem definido.
Para Negrine (1980) a palavra psicomotricidade vem originada do termo
psyché no qual significa alma e do verbo latino moto no qual significa agir
fortemente.
Segundo Saboya (1995) define a psicomotricidade como o objetivo o estudo
do homem através do corpo em movimentos em relação com o mundo interno e
externo. Para Ajuriaguerra (1988) a psicomotricidade é a ciência do pensamento
através do corpo, econômico e harmonioso. Já Barreto (2000) apud Silva e Borges
(2008) afirma que psicomotricidade é a integração do indivíduo, utilizando, o
movimento e levando em consideração os aspectos relacionais ou afetivos,
cognitivos e motrizes.
Conforme Baroni (sd) a psicomotricidade é a ciência que educa os
movimentos e ao mesmo tempo coloca em jogo as funções da inteligência. A
psicomotricidade está associada à afetividade e a personalidade, pois o indivíduo
utiliza o seu corpo para expressar o que está sentindo e uma pessoa com problemas
motores pode ter dificuldades em se expressar. A reeducação psicomotora lida com
pessoas como um todo, porém num enfoque maior na motricidade. A reeducação
psicomotora deverá ser efetuada por um psicólogo com especialização em
10

psicomotricidade (psicomotrista), pois não será uma mera aplicação de exercícios,


mas um desenvolvimento da personalidade do indivíduo.
Segundo Vayer (1986) a educação psicomotora é uma ação pedagógica e
psicológica que utiliza os meios da educação física com o fim de regularizar ou
aprimorar o comportamento da criança.
Para Coste (1978) a psicomotricidade é a ciência, na qual se atravessam e se
encontram múltiplos pontos de vista biológicos, psicológicos, psicanalíticos,
sociológicos e lingüísticos.
Lima e Barbosa (2007) a psicomotricidade é atualmente vista como a
integração superior da motricidade, produto de uma relação acessível entre a
criança e o meio em que esta vive.
A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO
INFANTIL DE 4 A 6 ANOS

Para Silva e Borges (2008) o desenvolvimento psicomotor requer assistência


do professor através da estimulação das atividades psicomotoras, portanto não é um
trabalho exclusivo do professor de Educação Física, e sim de todos profissionais
envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Na Educação Infantil, a função
primordial do professor não é alfabetizar, devendo também estimular as funções
psicomotoras necessárias ao aprendizado formal.
Os principais aspectos a serem destacados são: esquema corporal,
lateralidade, organização espacial e estruturação temporal. Além desses aspectos
citados, é importante trabalhar as percepções e atividades pré-escritas. (Silva e
Borges, 2008)
De acordo com Morais (2007) um esquema corporal mal constituído poderá
resultar em uma criança que não coordena bem seus movimentos, veste-se ou
despe-se com lentidão, as habilidades manuais lhe são difíceis, a caligrafia poderá
ser feia, sua leitura ser inexpressiva, não harmoniosa. Quando a lateralidade de uma
criança não está bem estabelecida, a mesma poderá demonstrar problemas de
ordem espacial, não perceber a diferença entre seu lado dominante e o outro, não
aprender a utilizar corretamente os termos direita e esquerda, apresentar dificuldade
em seguir a direção gráfica da leitura e da escrita, não conseguir reconhecer a
ordem em um quadro, entre outros transtornos. Problemas na organização espacial
poderão acarretar dificuldades em distinguir letras que se diferem por pequenos
detalhes, como “b” com “p”, “n” com “u”, “12” com “21” (direita e esquerda, para cima
e para baixo, antes e depois), poderá esbarrar constantemente nos objetos, não
organizar bem seus materiais de uso pessoal nem seu caderno; pode não respeitar
margens nem escrever adequadamente sobre as linhas. Uma criança com a
12

estruturação temporal pouco desenvolvida pode não perceber intervalos de tempo,


não perceber o antes e o depois, não prevê o tempo que gastará para realizar uma
atividade.
Para Silva e Borges (2008), entende-se que a motricidade e a
psicomotricidade são integradas e ambas desenvolvem os movimentos físicos e
mentais, procurando educar o próprio corpo, sendo a psicomotricidade uma ação em
que se desenvolvem todas as áreas do conhecimento.
De acordo com Ponchielli (2003) o desenvolvimento psicomotor torna-se
muito importante na vida da criança, porque partindo da descoberta que ela faz do
seu corpo, dos movimentos e de tudo que está ao seu redor, consegue conquistar e
estabelecer seu espaço, desenvolver sua percepção auditiva e suas emoções,
aprendendo aos poucos a coordená-las.
Com base nesses autores pode-se constatar que para alcançarmos um bom
desenvolvimento psicomotor da criança as atividades precisam ser bem ordenadas e
realizadas de maneira a proporcionar-lhe prazer ao realizá-las.
Segundo Lima e Barbosa (2007) a psicomotricidade é relacionar-se através
da ação, como um meio de tomada de consciência que une o ser corpo, a mente e o
espírito. A psicomotricidade pode estar relacionada à afetividade e à personalidade,
já que o indivíduo utiliza seu corpo para demonstrar o que sente.
A psicomotricidade colabora de maneira significativa para a formação e
estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a prática
do movimento em todas as fases da vida de uma criança. Por meio das atividades,
as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo
em que vivem. Por isso, cada vez mais os educadores indicam que os jogos e as
brincadeiras ocupem um lugar de destaque na programação escolar desde a
Educação Infantil. (Lima e Barbosa, 2007)
Conforme Fonseca (1996) no jogo a criança tem a oportunidade de estruturar
o seu esquema corporal, a sua relação com o espaço e o tempo, a ampliar a
utilização do perceptivo motor e ainda mostrar sua afetividade, proporcionando o
desencadear de suas emoções.
Segundo Kishimoto (1996) é brincando que a criança aprende a trabalhar
suas frustrações conforme perde ou ganha. Esse fator torna-se essencial ao
crescimento e fortalece emocionalmente o indivíduo e as relações com outras
pessoas. Neste caso ganham importância vital, pois a criança necessita compartilhar
13

momentos coletivos para satisfazer a vontade de jogar e aprender a conviver no


grupo.
Goretti (sd) destaca que, na brincadeira é possível trabalhar a representação
simbólica, na colocação de limites e combinações que darão informações à
socialização e à concepção das regras coletivas. O brincar é maneira pela qual a
criança busca subsídios lúdicos para desenvolver-se. E o mais importante de tudo
isso é que, por meio do brincar, o professor assume um papel fundamental neste
processo, pois é ele que arma, de maneira planejada e não casual, as cenas mais
pertinentes para que esse desenvolvimento ocorra. É o professor que fará com que
o sujeito não se fragmente, pois ele se oferece como elo de todos os aspectos que
constituem um indivíduo: os aspectos psicomotores, cognitivos e sócio-afetivos.
De acordo com Le Bouch (1982): “permitir brincar às crianças é uma tarefa
essencial do educador.”
As atividades tomam a forma de jogos funcionais, no qual exerce a função de
ajustamento global ao espaço ou de jogos de imaginação, no qual permite o
confronto das fantasias com a realidade material em contato com as outras crianças.
É importante ver na atividade da criança de 3 a 7 anos o tipo de atividade necessária
para a expressão da personalidade e evolução da imagem corporal. A criança
através dos jogos poderá ir adquirindo confiança nela mesma, melhor conhecimento,
possibilidades e limites, impostos por outras crianças com quem ela deverá aprender
a cooperar durante os jogos. A atividade lúdica implica na autonomia e na
socialização o que proporcionará uma boa relação para com o mundo.(Le Bouch,
1982)
Segundo Barreto (2000) o desenvolvimento psicomotor é muito importante na
prevenção de problemas da aprendizagem, na reeducação da postura, da
direcionalidade da lateralidade e do ritmo.
De acordo com Negrine (1980) apud Silva e Borges (2008), os exercícios
psicomotores são uma das aprendizagens escolares básicas porque são decisivas
para a aprendizagem da escrita e da leitura, as dificuldades de aprendizagem
vividas pelas crianças são decorrentes da convivência com seu próprio corpo, e não
apenas problemas específicos de aprendizagem de leitura e escrita.
Conforme Silva e Borges (2008) muitas das dificuldades em escrita podem
ser prevenidas por meio de atividades motoras, assim sendo pode-se alegar que,
por meio de jogos colabora-se no enriquecimento do desempenho em escrita nas
14

séries iniciais da alfabetização. Os exercícios psicomotores devem ser uma das


aprendizagens escolares básicas, pois são determinantes na aprendizagem da
escrita. Isso significa que o jogo e o brinquedo atuam na prevenção das dificuldades
ocorridas do desenvolvimento impróprio do corpo, sendo, portanto, um valioso
instrumento nas escolas quando ajustado às etapas do desenvolvimento infantil.
CONCEITOS RELACIONADOS À PSICOMOTRICIDADE E
DESENVOLVIMENTO MOTOR

Elementos psicomotores:

Segundo Goretti (sd) são várias as categorias e as nomenclaturas utilizadas


para denominar as funções psicomotoras. De qualquer forma, os conceitos são
basicamente os mesmos; o que muda é a forma de classificar e agrupar estes
conceitos. Assim, as nomenclaturas mais utilizadas no Brasil e seus respectivos
conceitos são os seguintes:
• Imagem corporal – é a reprodução mental inconsciente que fazemos do nosso
próprio corpo, formada a partir do momento em que este corpo começa a ser
desejado, ou seja, de como se dá sua construção é o estágio do espelho que
começa aos 6-8 meses de idade, quando a criança já se reconhece no espelho,
sabendo que o que vê é sua imagem refletida. A imagem, portanto, vem antes do
esquema corporal, portanto, sem imagem, não há esquema corporal

• Esquema corporal – é o saber pré-consciente referente ao seu próprio corpo e


de suas partes, deixando que o sujeito se relacione com espaços, objetos e pessoas
que o circundam. As informações proprioceptivas ou cinestésicas é que constroem
este saber acerca do corpo e à medida que o corpo cresce, acontecem modificações
e ajustes no esquema corporal. A criança pode saber que a cabeça está em cima do
pescoço e saber que ambos fazem parte de um conjunto maior que é o corpo.

Para Lima e Barbosa (2007) o conceito de corpo não pode ser ensinado, por
isso quando a criança consegue desenhar o seu próprio corpo é por que ela já o tem
internalizado, ou seja, esta já possui uma imagem mental corporal, que é criada na
medida em que brinca, explora e usa o seu corpo.
16

Para Oliveira (1992) a criança tem uma representação gráfica da imagem de


si. Pode-se associar esta imagem através do desenho da figura humana.
Para Lima e Barbosa (2007):

o esquema corporal é a noção corporal que a criança tem do seu


próprio corpo, é a representação de suas experiências, é a
consciência global do corpo, à medida que se desenvolve a criança
chega a ter a consciência corporal atingindo o adequado controle,
manejo e conhecimento de suas partes nomeando-as e
reconhecendo suas funções, já a imagem corporal é subjetiva, é
simbólica.

Segundo Silva e Borges (2008) quando a criança desenha uma figura


humana, o faz do modo como esta o concebe, do modo como o percebe. Para ser
compreendido, o desenho de uma criança deve ser avaliado não na sua imagem
desenhada, mas sim no modo como é declarado pelo diálogo com a criança.
Oliveira (1992) citando Lê Boulch diz que o esquema corporal passa por três
fases distintas, a saber:
• Corpo Vivido: corresponde à fase sensório-motora de Piaget,
começa nos primeiros meses de vida, nela o bebê ainda não tem
noção do "eu", confundindo-se com o meio e seus movimentos são
atividades motoras que não são pensadas para serem executadas.

• Corpo percebido: corresponde ao período pré-operatório de Piaget,


começa por volta dos dois anos quando a criança passa a perceber-
se, e tem-se o início da tomada de consciência do "eu". Diferencia-
se do meio, organizando o espaço levando em conta o seu próprio
corpo, começa assim a construir uma imagem mental dele. Os
conceitos espaciais como perto, longe, em cima ou embaixo
começam a ser discriminados; as noções temporais relativas à
duração, ordem e sucessão de eventos são compreendidas.

• Corpo representado: corresponde ao período operatório de Piaget.


Começa aproximadamente aos sete anos quando a criança já tem
noção do todo e das partes de seu corpo, assumindo e controlando
seus movimentos com autonomia e independência. No final dessa
fase, a criança já tem uma imagem de corpo operatória, usando-o
para efetuar e programar mentalmente ações e orientando-se por
pontos de referência que podem ser escolhidos.

Segundo Le Bouch (1982) o objeto novo que a criança acaba de descobrir


com a ajuda do espelho vai ter para esta um interesse dominante. A criança tem
nesse estágio duas imagens do seu corpo: imaginação e percepção.
A criança adquire o conhecimento do seu corpo próprio através de uma
introjeção de uma imagem de outra pessoa ligada afetivamente a ela, ou seja, o
17

corpo materno. Assim a criança transforma-se em função de atitudes e sentimentos


das pessoas de seu ambiente, sejam atitudes agressivas ou afetivas. A partir dos 3
anos a função da interiorização permite o retorno da criança a ela mesma, assim a
criança vai tomar consciência que sua personalidade é diferente dos modelos que
até agora foram oferecidos a ela. Agora a intenção da criança poderá ser de
assimilar os sentimentos e atitudes de outra pessoa, mas sim, opor-se para afirmar
sua personalidade nascente. (Le Bouch, 1982)
Conforme Le Bouch (1982) quando a realidade não é propicia para permitir-
lhe experimentar seus diferentes personagens, a criança esconderá no universo
imaginário. A função da interiorização vai passar do jogo funcional ao jogo simbólico
no qual o real e o imaginário se misturam. Quando a criança brinca poderá ficar
confrontada na realidade do objeto ou a presença de outra pessoa. Através do jogo
simbólico o EGO da criança torna-se EU isto é pode dar a criança oportunidades de
existir no imaginário ou numa experiência real. Logo que a adequação se realiza
naquilo que está projetado e corresponde a verdade, a criança passará de um
universo mágico ao mundo real.
O grafismo e imagem do corpo pode acontecer volta dos 3 e 4 anos no qual
começam a aparecer diferentes formas figurativas e não-figurativas nos desenhos
corporais das crianças. Torna-se capaz de dar modelos visuais a partir da
representação mental do corpo e compreende o valor simbólico que concebe o
desenho. As crianças de 4 anos já consistem em representar a figura do corpo
começa com a cabeça, os olhos, o nariz, a boca, as orelhas e às vezes os cabelos,
um outro círculo representará o tronco de onde partem os membros. Aos 5 anos
aparece a figuração das mãos e dos pés, os dedos da mão aparecem sob a forma
de traços, os pés sob forma dos membros inferiores. Os dedos da mão em forma de
raios a partir da extremidade do antebraço. Os membros superiores poderão ser
representados por duas linhas partindo frequentemente do tronco, mas também da
cabeça. Aos 6 anos a tradução do grafismo da imagem visual tem adquirido sua
características fundamentais mas os detalhes e variedades diferem de uma criança
para outra. (Le Bouch, 1982)
Segundo Goreti (sd):

• Tônus – é a tensão fisiológica dos músculos que garante equilíbrio estático e


dinâmico, coordenação e postura em qualquer atitude adotada pelo corpo, esteja ele
18

parado ou em movimento. A maioria das pessoas portadoras da Síndrome de Down


possui uma hipotonia, ou seja, uma tonicidade ou tensão menor do que a normal, o
que faz com que haja um aumento da mobilidade e da flexibilidade e uma diminuição
do equilíbrio, da postura e da coordenação.
• Coordenação global ou motricidade ampla – é a atuação simultânea de
diferentes grupos musculares na execução de movimentos voluntários, amplos e
relativamente complexos. Para caminhar utiliza-se a coordenação motora ampla em
que membros superiores e inferiores se alternam coordenadamente para que haja
deslocamento.
• Motricidade fina – é a competência de realizar movimentos coordenados
utilizando pequenos grupos musculares das extremidades, ou seja, escrever,
costurar, digitar.
• Organização espaço-temporal – é a capacidade de guiar-se adequadamente
no espaço e no tempo. Para isso, é preciso ter a noção de perto, longe, em cima,
embaixo, dentro, fora, ao lado de, antes, depois.
Segundo Fonseca (1995) apud Silva e Borges (2008) a estruturação espaço-
temporal procede de uma organização funcional da lateralidade e da noção corporal,
uma vez que é necessário aumentar a conscientização espacial interna do corpo
antes de projetar o referencial somatognósico no espaço exterior.
Rezende, Gorla, Araújo, Caminato (2003) destacam que, a estruturação
espacial puxa à tomada de consciência da criança, da situação de seu próprio corpo
em um determinado meio ambiente, tendo noção do lugar que ocupa no espaço bem
como sua afinidade com outras pessoas.
De acordo com Silva e Borges (2008) a estruturação espacial não nasce com
a criança, é uma construção da mente, uma elaboração, começando-se com a
relação afetiva entre mãe e filho. A criança que possui as noções de imagem
corporal bem definidas consegue perceber a posição que os objetos ocupam,
usando seu corpo como ponto de referência. Para assimilar os conceitos espaciais a
criança necessita ter uma lateralidade bem desenvolvida.
A estruturação temporal é, as noções de corpo, espaço e tempo
intensamente ligadas. Essa noção é muito importante para a criança aprender a ler,
pois deve-se ter domínio do ritmo, uma sequência de sons no tempo, uma memória
auditiva, uma diferenciação de sons, um reconhecimento das freqüências e das
durações dos sons das palavras. Será a orientação temporal que adequará à criança
19

a capacidade de se localizar em acontecimentos passados e se projetar no futuro. É,


também, importante a criança ter domínio das noções sociais do tempo (horas, mês,
estações etc.). (Silva e Borges, 2008)
Para Fonseca (1996):
um objeto situado à determinada distância e direção é percebido
porque as experiências anteriores da criança levam-na a analisar as
percepções visuais que lhe permitem tocar o objeto. É dessas
percepções que resultam as noções de distância e orientação de um
objeto com relação a outro, a partir das quais as crianças começam
a transpor as noções gerais a um plano mais reduzido, que será de
extrema importância quando na fase do grafismo.

Para Goreti (sd):

• Lateralidade – é a capacidade de vivenciar os movimentos utilizando-se, para


isso, os dois lados do corpo, ora o lado direito, ora o lado esquerdo. A criança
destra, mesmo tendo sua mão direita ocupada, é capaz de abrir uma porta com a
mão esquerda. É diferente da dominância lateral que é a maior habilidade
desenvolvida num dos lados do corpo devido à dominância cerebral, ou seja,
pessoas com dominância cerebral esquerda tem maior probabilidade de
desenvolverem mais habilidades do lado direito do corpo e, por isso, são destros.
Com os canhotos, acontece o inverso, já que sua dominância cerebral é do lado
direito.
Silva e Borges (2008) afirmam que lateralidade é o uso preferencial de um
dos lados do corpo ao nível dos olhos, mãos e pés ao se satisfazer as atividades.
Esse lado dominante apresenta mais força muscular, precisão e rapidez que o lado
não dominante
Rezende; Gorla; Araújo; Carminato (2003) afirmam que:

[...] geralmente acontece a confusão da lateralidade com a noção de direita e


esquerda, que esta envolvida com o esquema corporal. A criança pode ter a
lateralidade adquirida, mas não saber qual é o seu lado direito e esquerdo, ou
vice-versa. No entanto, todos os fatores estão intimamente ligados, e quando
a lateralidade não está bem definida, é comum ocorrerem problemas na
orientação espacial, dificuldade na discriminação e na diferenciação entre os
lados do corpo e incapacidade de seguir a direção gráfica.

Segundo Goreti (sd):


• Equilíbrio – é a capacidade de manter-se sobre um apoio reduzido de
sustentação do corpo utilizando uma combinação adequada de ações musculares,
imóvel ou em movimento.
20

Conforme Eckert (1925) como a aquisição do andar, correr e pular e as


inúmeras variações locomotoras destas habilidades, o equilíbrio é de muita
importância na aquisição da habilidade em andar de patins,patinar no gelo, esquiar e
operar veículos com 2 rodas. O equilíbrio dinâmico é a habilidade de manter o
equilíbrio enquanto em movimento é geralmente quando anda-se sobre uma
prancha ou equilibra-se sobre uma viga.

3.1 Desenvolvimento Motor

Conforme Eckert (1925) a primeira infância é considerada as idades variantes


de 2 a 6 anos, é nesta fase que a taxa de altura das crianças é quase o dobro do
que em peso. Os membros inferiores crescem muito rápidos em relação ao tronco,
mas nem sempre os ombros e a cintura pélvica aumentam tão rapidamente. Os
meninos podem ter tendência de serem mais altos e mais pesados em toda idade,
mas a taxa de crescimento pode permanecer proporcional para ambos os sexos
durante a infância. As meninas nesta fase da infância podem ter as pernas mais
compridas do que dos meninos, em relação à largura dos ombros e cintura pélvica
pode não haver tanta diferença entre os sexos, embora os meninos poderem
apresentar medidas maiores do que as meninas.
Tanto o crescimento em altura como o aumento em idade influenciam os
padrões de andadura. O andar sequer um grau de suficiente de força e o
desenvolvimento dos mecanismos de equilíbrio sensório-motor necessários além
das novas coordenações neuromotoras indispensáveis para a realização da
andadura. (Eckert, 1925)
Para Eckert (1925) o correr requer uma força maior para propelir o corpo fora
do chão por um período curto de tempo e melhor equilíbrio para receber o peso do
corpo sobre um pé a sua elevação livre através do ar entre os passos da corrida. Por
volta dos 4 a 5 anos a criança pode ter um progresso na capacidade e na forma de
correr, aos 5 e 6 anos a habilidade de correr pode avançar e alcançar um nível
aproximado do adulto, e a criança nesta fase pode começar a usar esta habilidade
nas atividades de brincar.
A ação de subir uma escada envolve a ação de elevar com o mesmo pé e
tempo de marcação em cada degrau da escada antes que seja tentada a técnica
21

mais madura de alternância de pés. O desenvolvimento do saltar e pular em um pé


só envolve modificações bem complexas dos padrões de movimento do andar e
correr. Visto que o pulo necessita da elevação do corpo acima do chão por um
período mais longo do que numa corrida, é necessário uma força maior para exercer
impulso suficiente e equilíbrio mais complicados são requeridos para manter uma
posição do corpo enquanto este estiver no are para acomodar a desaceleração na
aterrissagem. O ato de pular ocorre quando o corpo é elevado fora do solo pela ação
de uma ou ambas as pernas e a aterrissagem é feita sobre um ou ambos os pés. O
ato de saltar ou pular sobre um pé só o corpo é elevado fora do solo pela ação de
um pé e a aterrissagem é feita sobre o mesmo pé de modo que um grau de força
maior é exigida e um ajuste mais fino do equilíbrio é necessário para alcançar uma
aterrissagem bem-sucedida sobre uma base pequena de um pé. (Eckert, 1925)
Eckert (1925) destaca que, as habilidades de alternar passos e galopar estão
baseadas nos padrões do andar e correr pela introdução de movimentos de pular
modificados. O galopar combina os padrões do andar e saltar, o passo alternado
consiste de um pulo espaçado alternando o andar com o conhecido “passo-pulado”,
tendo uma variação do padrão de saltar.
O ato de chutar consiste em manter uma postura vertical equilibrado sobre um
pé e dar um grau de força para atingir um objeto com o outro pé. (Eckert, 1925)
Conforme Eckert (1925) para uma criança conseguir arremessar um objeto
requer a coordenação de vários mecanismos distintos que estão divididos em 4
fases:

Fase 1: Com crianças entre 2 e 3 anos, o braço é arremessado para cima


frontalmente com uma extensão correspondente ao tronco até que o objeto a ser
lançado esteja em um ponto acima dos ombros. Com o lançamento, o tronco se
enquadra novamente trazendo os ombros para frente enquanto os braços estendem-
se para baixo. Durante o arremesso, ambos os pés permanecem no mesmo lugar e
o corpo é mantido na direção do arremesso.
Fase 2 : Com crianças entre 3 anos e meio a 5 anos, os pés permanecem
juntos e no mesmo lugar durante todo o arremesso, a rotação do corpo é primeiro
para a direita na preparação do arremesso e então para a esquerda quando a bola é
lançada com a mão direita. A ação do braço é mais plana, porém maior em força
atingida para frente e para baixo.
22

Fase 3 : Com crianças entre 5 e 6 anos, a criança introduz o pé direito quando


a bola é lançado com a mão direita. Nesta fase preparatória do arremesso, o peso é
retido sobre o pé esquerdo, ou de trás, enquanto o corpo é girado pela direita e o
braço trazido para cima e sobre o ombro, em uma posição dobrada e retraída.
Durante o lançamento, a criança dará um passo para frente sobre o pé direito
enquanto o corpo gira para a esquerda e o braço se lança para frente em um
movimento oblíquo ou lateral em torno do ombro.
Fase 4 : Com crianças de 6 anos e meio ou mais, esse arremesso é
completamente desenvolvido, o peso é transferido para o pé direito durante a fase
preparatória e o pé esquerdo se move para frente e recebe o peso durante o
lançamento do arremesso. Acontece então uma rotação marcante do tronco e junto
o braço lança-se para frente habilitando à criança para atingir o uso máximo do
sistema de alavanca do corpo para alcançar velocidade no segmento mais distal, a
mão.
Para Eckert (1925) o ato de pegar um objeto consiste nos cotovelos mantidos
na frente do corpo, mas as mãos deverão estar posicionadas uma à outra. O ato de
quicar a bola, a criança deverá deixar a mesma cair para dar tapas de leve para que
a bola pule numa altura razoável e equivalente à altura da criança.

Quadro 1- Habilidades de estabilidade

Conforme Gallahue e Ozmun (2003) segue abaixo o quadro 1 das habilidades


de estabilidade de acordo com a faixa etária das crianças:
23

Idade
Padrão de
Habilidades aproximada
movimento
de início
Equilíbrio Dinâmico: Caminhar 1 (2,5 cm) polegada em linha 3 anos
envolve manter o reta
próprio equilíbrio Caminhar 1 polegada (2,5 cm) em linha 4 anos
conforme o centro circular
de gravidade se Ficar em pé sobre trave de equilíbrio 2 anos
desloca baixa
Caminhar em apoio de 4 polegadas (10 3 anos
cm ) de largura a curta distância
Caminhar na mesma trave, alternando os 3-4 anos
pés
Caminhar em trave de 2 ou 3 polegadas ( 4 anos
5,1 ou 7,6 cm )
Executar rolamento para frente (forma 3-4 anos
grossa)
Executar rolamento para frente (forma 6-7 anos
fina)

Equilíbrio Estático: Colocar-se em pé 10 meses


envolve manter o Colocar-se em pé sem apoio das mãos 11 meses
próprio equilíbrio Colocar-se em pé sem apoio 12 meses
enquanto o centro Equilibrar-se em um pé durante 3-5 5 anos
de gravidade segundos
permanece Suportar o peso corporal em apoio 6 anos
estacionário invertido com 3 contatos
Movimentos Axiais: A habilidade para movimentos axiais 2 meses a 6
são posturas desenvolve-se na infância e refina-se anos
estáticas que progressivamente até um ponto onde
envolvem inclinação, estes movimentos são incluídos nos
alongamento, giros, padrões de movimentos manipulativos
rotações e similares emergentes de lançar, aparar, chutar,
bater e outras atividades.
Quadro 1: Habilidades de estabilidade
Fonte: adaptado de Gallahue e Ozmun (2003)

Quadro 2- Habilidades locomotoras

Segundo Gallahue e Ozmun (2003) segue abaixo o quadro 2 das habilidades


locomotoras de acordo com a faixa etária das crianças:
24

Idade
Padrão de movimento Habilidades aproximada
de início
Corrida: envolve um breve Caminhada rápida 18 meses
período sem contato com Primeira corrida verdadeira 2-3 anos
a superfície de apoio Corrida eficiente e refinada 4-5 anos
Aumento de velocidade de corrida, 5 anos
corrida madura

Salto: envolve um impulso Desce de objetos baixos 18 meses


em um ou dois pés com Salta de objeto com impulso em um pé 2 anos
pouso em ambos os pés Salta do chão com os dois pés
Salta em distância (cerca de 1 metro) 28 meses
Salta em altura (cerca de 30 cm) 5 anos
Padrão de salto maduro 5 anos
6 anos
Saltito: envolve impulso Saltita até 3 vezes no pé de preferência 3 anos
com um pé e pouso no Saltita de 4 a 6 vezes no mesmo pé
mesmo pé Saltita de 8 a 10 vezes no mesmo pé 4 anos
Saltita distâncias de 50 pés (15m) em 5 anos
cerca de 11 s 5 anos
Saltita habilmente com alternância
rítmica, padrão maduro 6 anos

Galope: combina uma Galope básico porém ineficiente 4 anos


caminhada e um salto com Galope habilmente, padrão maduro 6 anos
o mesmo pé direcionando
todo o movimento
Skipping: a elevação de Skipping com uma perna 4 anos
joelhos combina uma Skipping completo (cerca de 20 por 5 anos
passada e um salto em cento)
alternância rítmica Skipping completo (para a maioria) 6 anos
Quadro 2 : Habilidades locomotoras
Fonte: adaptado de Gallahue e Ozmun (2003)

A criança tem potencial de desenvolvimento para estar no estágio maduro. A


conquista real dependerá de fatores como tarefa, o individua e o ambiente.

Quadro 3- Habilidades manipulativas

Para Gallahue e Ozmun (2003) segue abaixo o quadro 3 das habilidades


manipulativas de acordo com a faixa etária de cada criança:
25

Idade aproximada
Padrão de movimento Habilidades
de início
Alcançar, segurar e Comportamentos de alcance 2-4 meses
soltar: envolvem fazer primitivos
contato bem-sucedido Captura de objetos 2-4 meses
com um objeto, Pegar espalmando 3-5 meses
retendo-o agarrado e Pegar pinçando 8-10 meses
soltando-o Pegada controlada 12-14 meses
espontaneamente Soltura controlada 14-18 meses
Lançar: envolve em Corpo se vira para o alvo, pés se 2-3 anos
imprimir força ao objeto mantém estacionários, bola é lançada
na direção desejada somente com extensão do braço
O mesmo acima, mas com adição da
rotação do corpo 3 anos e meio até
Dá um passo a frente com a perna do 5 anos
mesmo lado do braço de lançamento 4-5 anos
Garotos exibem padrão mais maduro
que garotas
Padrão maduro de lançamento 5 anos para frente
6 anos
Pegar: envolve receber Persegue a bola; não responde a 2 anos
força de um objeto com bolas aéreas
as mãos, mudando Responde as bolas aéreas com 2-3 anos
progressivamente de movimento de braço atrasados
grandes para menores Precisa ser avisado como posicionar 2-3 anos
bolas os braços
Reação de medo (gira a cabeça) 3-4 anos
Utiliza o corpo para apanhar objetos 3 anos
Apanha objetos utilizando somente as
mão 5 anos
Padrão maduro do movimento de
apanhar 6 anos

Chutar: envolve Empurra a bola; não chuta de fato 18 meses


imprimir força ao objeto Chuta com uma perna estendida e 2-3 anos
com o pé discretos movimentos corporais
(chuta a bola)
Flexiona a perna na sua porção 3-4 anos
inferior
Grande balanço para frente e pra trás 4-5 anos
com oposição definida dos braços
Padrão maduro
5-6 anos
Bater: envolve súbito Visualiza o objeto e faz um balanço 2-3 anos
contato com objetos no plano vertical
com os braços acima Faz o balanço em um plano horizontal 4-5 anos
da cabeça, braços e se coloca ao lado do objeto
colocados lateralmente, Gira o tronco e quadril e leva o peso
ou abaixo do nível da do corpo para frente 5 anos
mão Padrão horizontal maduro utilizando
bola estacionária 6-7 anos

Quadro 3: Habilidades manipulativas


Fonte: adaptado de Gallahue e Ozmun (2003)
26

Quadro 4- Aspectos selecionados do desenvolvimento da


percepção visual infantil

Segundo Gallahue e Ozmun (2003) segue abaixo o quadro 4 dos aspectos


selecionados do desenvolvimento da percepção visual infantil:

Qualidade visual Habilidades Idade aproximada


Acuidade visual: Rápido desenvolvimento 5-7 anos
habilidade de distinguir Estabilidade 7-8 anos
detalhes em situações Rápido desenvolvimento 9-10 anos
estáticas e dinâmicas Maturidade (estática) 10-11 anos
Estabilidade (dinâmica) 10-11 anos
Maturidade (dinâmica) 11-12 anos
Percepção Figura-fundo: Desenvolvimento lento 3-4 anos
habilidade de separar um Desenvolvimento rápido 4-6 anos
objeto do que está à sua Pequena explosão 7-8 anos
volta Maturidade 8-12 anos
Percepção de Erros de julgamento frequentes 3-4 anos
profundidade: habilidade Poucos erros de julgamento
de julgar a distância Desenvolvimento rápido 5-6 anos
relativa a si mesmo Maturidade 7-11 anos
Por volta dos 12 anos
Coordenação visual e Desenvolvimento rápido 3-7 anos
motora: habilidade de Desenvolvimento lento e leve 7-9 anos
integrar o uso dos olhos e Maturidade
das mãos para 10-12 anos
acompanhar e interromper
a observação de um objeto
Quadro 4: Aspectos selecionados do desenvolvimento da percepção visual infantil
Fonte: adaptado de Gallahue e Ozmun (2003)
PESQUISA DE CAMPO

OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento motor de crianças de 4
a 6 anos de idade e classificar o desempenho segundo a Escala de
Desenvolvimento Motor proposta por Rosa Neto (2002).

METODOLOGIA

Participantes
Participaram do estudo 8 crianças de 4 a 6 anos de idade, de ambos os
sexos, no qual 2 eram do sexo feminino e 6 do sexo masculino, alunos de uma
escola particular de São Sebastião do Paraíso/ MG. Os testes foram aplicados e
autorizados pela diretora da escola como procedimento regular da escola aos quais
os pais estavam cientes da avaliação.

Local de realização da pesquisa


Nome da escola: NESFA – Núcleo Educacional São Francisco de Assis
Nome da diretora: Ana Antônia Pádua de Souza
Endereço: Rua Espanha n° 40 – Jardim Europa

Procedimentos
As crianças foram analisadas individualmente conforme a idade cronológica
de cada um. O desenvolvimento motor de cada criança foi avaliado a partir dos
testes propostos por Rosa Neto (2002).
28

A seguir serão apresentados os dados dos participantes de acordo com os


sexos e idade cronológica.

Tabela 1. Dados dos participantes


Participantes Sexo Idade Cronológica
1 Feminino 55 meses
2 Masculino 55 meses
3 Feminino 53 meses
4 Masculino 53 meses
5 Masculino 60 meses
6 Masculino 68 meses
7 Masculino 74 meses
8 Masculino 74 meses
Fonte: elaborado pelos autores.

Os participantes 1, 2 3, 4 e 5 são alunos novatos na escola.


O participante 6 é aluno que repetiu de ano, pois não conseguiu acompanhar
a outra turma.
Os participantes 7 e 8 são irmãos gêmeos, o participante 7 permaneceu na
mesma sala, pois ele não tinha estruturas cognitivas para acompanhar a outra turma
e o participante 8 passou para a sala seguinte.

Testes motores (ROSA NETO, 2002):

Lateralidade
Lateralidade das mãos:
A criança permanecerá em pé, sem nenhum objeto ao alcance de suas mãos, a
criança terá que pegar um dos objetos com a mão na qual tem mais facilidade e
fazer as seguintes atividades ordenadas pela professora:
• Lançar a bola.
• Utilizar um objeto (tesoura, pente, etc).
• Escrever, pintar, desenhar, etc.

Lateralidade dos olhos:


• Cartão furado: cartão de 15 cm x 25 cm comum furo no centro de 0,5 cm (de
diâmetro). A criança terá que fixar bem o olhar no furo do centro do cartão.
29

• Caleidoscópio: será mostrado para a criança como se olha por um


caleidoscópio e depois pedir para a criança olhar.
• Olhar pela fechadura: solicitar para a criança olhar pelo buraco da fechadura.

Lateralidade dos pés:


• Chutar a bola: pedir para a criança segurar a bola (6 cm de diâmetro) com
uma das mãos, soltá-la e chutá-la sem deixá-la tocar no chão. Tentativas:
duas.
• Deslocar a bola: sem perder o contato com a bola, deslocá-la por
determinado percurso.
• Equilíbrio em um pé só: solicitar que a criança permaneça num pé só.

Resultados de lateralidade do teste proposto por Rosa Neto


(2002):

Lateralidade Mãos Olhos Pés


2 provas com o olho 2 chutes com o pé
D (direito) 3 provas com a mão direita
direito. direito.
3 provas com a mão 2 provas com o 2 chutes com o pé
E (esquerdo)
esquerda. esquerdo. esquerdo.
1 ou 2 provas com a mão 1 prova com o olho 1 chute com o pé
I (indefinido) direita ou com a mão direito ou com o olho direito ou com o pé
esquerda. esquerdo. esquerdo.

Pontuação geral do teste de lateralidade proposto por Rosa Neto (2002):

DDD Destro completo


EEE Sinistro completo
DED/EDE/DDE Lateralidade cruzada
DDI/EEI/EID Lateralidade indefinida

Motricidade Fina:
• 4 anos - Enfiar a linha na agulha
30

Material: linha número 60 e agulha de costura (1cm x 1 mm)


A criança deve enfiar a linha na agulha. Duração: 9 segundos. Tentativa: duas.
• 5 anos – Fazer um nó
Material: Um par de cordões de sapatos de 45 cm e um lápis.
Mostra-se para a criança como que se faz um nó num lápis e solicita para a
criança fazer um nó no dedo da professora como o nó feito no lápis.
• 6 anos – Labirinto
Material: A criança deve estar sentada em uma mesa escolar diante de um lápis
e de uma folha contendo os labirintos. Traçará com um lápis uma linha contínua da
entrada até a saída do primeiro labirinto e, imediatamente, iniciará o próximo. Após
30 segundos de repouso, começará o mesmo exercício com a mão esquerda. Erros:
A linha ultrapassar o labirinto mais de duas vezes com a mão dominante e mais de
três vezes com a mão não-dominante; o tempo máximo ser ultrapassado; levantar
mais de uma vez o lápis do papel. Duração: 1 minuto e 20 segundos para a mão
dominante (direita ou esquerda) e 1 minuto e 25 segundos para a mão não-
dominante (direita ou esquerda. Tentativas: duas com cada mão.

Motricidade global/Coordenação global ou ampla:


• 4 anos – Saltar sobre o mesmo lugar
Dar sete ou oito saltos sucessivamente sobre o mesmo lugar com as pernas um
pouco flexionadas. Erros: os movimentos não serem simultâneos de ambas as
pernas, a criança cair. Tentativa: duas
• 5 anos – Saltar uma altura de 20 cm
Com os pés juntos, saltar sem impulso uma altura de 20 cm. Erros: tocar no
elástico, cair (apesar de não ter tocado no elástico); tocar no chão com as mãos.
Tentativa: três, sendo que duas deverão ser positivas.
• 6 anos – Caminhar em linha reta
Com os olhos abertos, percorrer 2 metros em linha reta, posicionando
alternadamente o calcanhar de um pé contra a ponta do outro. Erros: afastar-se da
linha, balançar, afastar um pé do outro; executar o procedimento de modo incorreto.
Tentativa: três.

Equilíbrio:
31

• 4 anos – equilíbrio com a perna flexionada


Com os olhos abertos, com os pés juntos e com as mãos apoiadas nas costas,
flexionar o tronco em ângulo reto e manter essa posição. Erros: movimento dos pés;
flexão das pernas; tempo inferior a 10 segundos. Tentativa: duas.
• 5 anos – equilíbrio na ponta dos pés
Manter sobre a ponta dos pés, com os olhos abertos e com os braços ao longo
do corpo, estando pés e pernas juntos. Duração: 10 segundos. Tentativas: três.

• 6 anos – pé manco estático


Com os olhos abertos, manter sobre a perna direita, enquanto a outra
permanecer flexionada em ângulo reto, com os braços ao longo do corpo.
Descansar por 30 segundos e fez o mesmo exercício com a outra perna. Erros:
baixar mais de três vezes a perna levantada; tocar com o outro pé no chão;
saltar; elevar-se sobre a ponta do pé; balançar. Duração: 10 segundos.

Esquema corporal:
• 4 e 5 anos – controle do próprio corpo
Prova de imitação dos gestos simples (movimentos das mãos)
A criança deverá permanecer de pé diante do examinador, no qual deve imitar os
movimentos das mãos e dos braços que este realizou; o examinador ficará sentado
próximo à criança para poder pôr suas mãos em posição neutra entre cada um
destes gestos:

1. O examinador apresentará suas mãos abertas, com as palmas para a face


da criança. (40 cm de distância entre as mãos a 20 cm do peito)
2. O mesmo procedimento com os punhos fechados.
3. Mão esquerda aberta, mão direita fechada.
4. Posição inversa à anterior.
5. Mão esquerda na vertical, mão direita na horizontal, tocando a mão
esquerda em ângulo reto.
6. Posição inversa.
7. Mão esquerda em posição plana, com o polegar em nível do esterno, mão
e braço direitos inclinados, distância de 30 cm entre as mãos, mão direita por cima
da mão esquerda.
32

8. Posição inversa.
9. As mãos paralelas, a mão esquerda deverá ficar diante da mão direita a
uma distância de 20 cm, a mão esquerda permanecerá por cima da direita, desviada
uns 10 cm. Previamente, pedir à criança para fechar os olhos; a profundidade pode
deduzir-se do movimento das mãos do examinador.
10. Posição inversa.
11. O examinador estende o braço esquerdo, horizontalmente para a
esquerda, com a mão aberta.
12. Faz o mesmo movimento, mas com o braço direito para a direita.
13. Levanta-se o braço esquerdo.
14. Levanta-se o braço direito.
15. Levanta-se o braço esquerdo e estendeu o direito para a direita.
16. Posição inversa.
17. Estende-se o braço esquerdo para diante e levanta o direito.
18. Posição inversa.
19. Com os braços estendidos obliquamente, mão esquerda ao alto, mão
direita, com o tronco erguido.
20. Posição inversa.

Pontuação do teste proposto por Rosa Neto (2002) de esquema corporal - 4 e 5


anos:

Idade cronológica Pontos


4 anos 13 – 16 acertos
5 anos 17 – 20 acertos

• A partir de 6 anos – Prova de rapidez


Será entregue uma folha quadriculada em sentido longitudinal. A criança segura
o lápis com a mão que preferir (mão dominante), faz riscos em cada quadrado, o
mais rápido que pudesse. Será necessário fazer os riscos como quiser, mas pode
ter apenas um risco em cada quadrado, não podendo saltar nenhum quadrado, pois
não pode voltar atrás. Tempo: 1 minuto.
33

Pontuação do teste proposto por Rosa Neto (2002) de esquema corporal - 6


anos:

Idade Número de traços


6 anos 57 - 73

Organização espacial:
• 4 anos – prova de palitos
Utilizar dois palitos de diferentes comprimentos: 5 e 6 cm. Colocar os palitos sobre a
mesa em sentido paralelo, separados em 2,5 cm. A criança deve colocar o dedo no
palito mais longo. São três provas, trocando os palitos de posição; se a criança
falhar em uma das tentativas, deve-se fazer mais provas até que o resultado seja
positivo ou seja quando a criança acerta três de três tentativas ou cinco de seis
tentativas.
• 5 anos - Jogo da paciência
Coloca-se um retângulo de cartolina de 14 cm x 10 cm, em sentido longitudinal,
diante da criança. Ao seu lado e um pouco mais próximos dela, serão colocadas as
duas metades do outro retângulo. Cortado em diagonal, com as hipotenusas para o
exterior, separadas alguns centímetros. A criança deve pegar os triângulos e juntá-
los de maneira que resulte em algo parecido com este retângulo. Tentativa: três em
1 minuto. Número de tentativas: duas sendo que cada tentativa não ultrapasse um
minuto.
6 anos – direita/esquerda – conhecimento sobre si
A criança terá que identificar em si mesmo a noção da direita e esquerda. O
examinador não executará nenhum movimento, apenas o examinando. Total de três
perguntas – todas deverão ser respondidas corretamente. Perguntas:
1. Levantar a mão direita
2. Levantar a mão esquerda
3. Indicar o olho direito

Organização temporal:
• 4 anos – O examinador dirá frases, depois a criança terá que repetir as
frases:
34

1. Vamos comprar pastéis para a mamãe.


2. O João gosta de jogar bola.

• 5 anos – O examinador continuará a dizer frases para a criança repetir:


1. João vai fazer um castelo de areia.
2. Luís se diverte jogando futebol com seu irmão.

6 anos – Estrutura espaço temporal


O examinador e a criança ficarão sentados frente a frente comum lápis na mão
de cada um. O examinador faz vários sons e a criança deve repeti-los. Os
movimentos (golpes com o lápis) não poderão ser vistos pela criança. Portanto será
colocado um pedaço de papelão entre o examinador e a criança para cobrir os
movimentos.
Tempo curto: em torno de um quarto de segundo (00), feito com o lápis sobre a
mesa.
Tempo longo: em torno de um segundo (0 0 0),feito com o lápis sobre a mesa.

Ensaio do teste proposto por Rosa Neto (2002) de estrutura espaço


temporal – 6 anos

Ensaio 1 00 Ensaio 2 00
Teste 01 000 Teste 11 0 0000
Teste 02 00 00 Teste 12 00000
Teste 03 0 00 Teste 13 00 0 00
Teste 04 000 Teste 14 0000 00
Teste 05 0000 Teste 15 0 0 0 00
Teste 06 0 000 Teste 16 00 000 0
Teste 07 00 0 0 Teste 17 0 0000 00
Teste 08 00 00 00 Teste 18 00 0 0 00
Teste 09 00 000 Teste 19 000 0 00 0
Teste 10 0000 Teste 20 0 0 000 00
35

O examinador dará golpes da primeira estrutura da prova, e a criança deverá


repetir. O examinador golpeará outras estruturas, e a criança continuará repetindo.
Enquanto tempos curtos e longos foram reproduzidos corretamente passará,
de imediato, à prova.
Ensaios: Se a criança falhar, será feita nova demonstração e novo ensaio.
Será necessário parar em definitivo quando a criança cometer três erros
consecutivos.
As estruturas espaciais serão representadas com círculos colados em um
cartão (00). E criança terá que desenhar as esferas de acordo com as figuras que o
examinador mostrar. Depois a criança em vez de desenhar, dará pequenos golpes
com o lápis sobre a mesa. Se houver falha em duas estruturas sucessivas será
necessário parar.
Para finalizar as provas, o examinador dará golpes com o lápis e o
examinando terá que desenhá-los. Será necessário parar após dois erros
sucessivos.

Resultados do teste proposto por Rosa Neto (2002) de


estrutura espaço temporal:

Entende-se por êxitos as reproduções e as transcrições estruturadas com


clareza. Concede-se 1 ponto por um golpe ou por um desenho bem resolvido e
totaliza-se os pontos obtidos nos diversos aspectos da prova. Em todos os casos
convinha anotar:
• Mão utilizada;
• Sentido das circunferências;
• Compreensão do simbolismo (com ou sem explicação).

Pontuação da estrutura espaço temporal de 6 anos:

Idade Número de traços


6 anos 6 – 13 acertos
36

Análise dos dados

Após a coleta dos dados registrados nas fichas de coleta, foram calculadas as
médias dos pontos obtidos pelos participantes de acordo com os dados obtidos de
cada um e, em seguida plotados em gráficos para apresentação e discussão dos
resultados.

Resultados

Os resultados foram organizados em quadro para o teste de lateralidade, uma


vez que foi feita uma análise descritiva dos componentes mãos, olhos e pés. Assim,
segue a tabela 2, na qual mostra o resultado de lateralidade dos testes propostos
por Rosa Neto (2002).

Tabela 2. Resultados do teste de lateralidade:

Participante Mãos Olhos Pés Pontuação geral


1 DDE EEE EDE Lateralidade indefinida
2 DDD EEE DDE Lateralidade cruzada
3 DED DDD DDE Lateralidade indefinida
4 EEE EEE DDE Lateralidade cruzada
5 DDD DDD EDE Lateralidade cruzada
6 EED DDD DDE Lateralidade indefinida
7 EDD DDD DDD Lateralidade indefinida
8 DDD DDD DDE Destro completo
Fonte: elaborado pelos autores.

Nota-se de acordo com a pontuação geral da tabela de resultados do teste de


lateralidade que 4 participantes obtiveram resultados de lateralidade indefinida, ou
seja a lateralidade pode começar a formar-se a partir dos 4 anos de idade e pode-se
estabelecer e definir por volta dos 6 anos de idade. Observa-se que 3 participantes
tiveram lateralidade cruzada, usam um membro do corpo para uma determinada
finalidade e tem mais facilidade com o outro membro para outros fins. Contudo um
participante obteve lateralidade destro completo no qual é uma das crianças mais
velhas e já tem sua lateralidade definida. É claro que pode variar de criança para
37

criança e do estimulo que esta irá receber, pois o participante número 7 tem a
mesma idade do participante número 8, são irmãos gêmeos e a lateralidade do
indivíduo 7 ainda está indefinida.
Os dados do quadro acima corroboram com Morais (2007) no qual afirma que
quando a lateralidade de uma criança não está bem estabelecida, a mesma poderá
demonstrar problemas de ordem espacial, não perceber a diferença entre seu lado
dominante e o outro, não aprender a utilizar corretamente os conceitos direita e
esquerda, apresentar dificuldade em seguir a direção gráfica da leitura e da escrita,
não conseguir reconhecer a ordem em um quadro, entre outros transtornos.

Gráfico 1 – Motricidade fina


No gráfico a seguir será mostrado os resultados dos testes de motricidade
fina (IM1) propostos por Rosa Neto (2002).

MOTRICIDADE FINA

80
RESULTADO (meses)

70
60
50
40
30
20
10
0
IC IM1
GRUPOS DE IDADES

P-1 P-2 P-3 P-4 P-5 P-6 P-7 P-8

Gráfico 1: motricidade fina


Fonte: elaborado pelos autores.

Nota-se de acordo com os resultados da motricidade fina que o participante 1


(P-1) e o participante 2 (P-2) tem 55 meses de idade cronológica (IC), mas obtiveram
49 meses de motricidade fina (IM1), inferior do que a idade cronológica (IC).
38

Já os participantes 3 (P-3) e 4 (P-4) tem 53 meses de idade cronológica (IC) e


tiveram 49 meses de motricidade fina (IM1) um pouco inferior do que a idade
cronológica (IC).
O participante 5 (P-5) tem 60 meses de idade cronológica (IC) e obteve 49
meses de motricidade fina (IM1), inferior do que a idade cronológica (IC).
O participante 6 (P-6) tem 68 meses de idade cronológica (IC) e teve 60
meses de motricidade fina (IM1), inferior do que a idade cronológica (IC).
Já os participantes 7 (P-7) e 8 (P-8) tem 74 meses de idade cronológica (IC),
pois são gêmeos, porém o participante 7 (P-7) tem 49 meses de motricidade fina
(IM1) e o participante 8 (P-8) tem 38 meses de motricidade fina (IM1), muito inferior
do que as idades cronológicas (IC).
Contudo pode-se afirmar que somente o participante 1 (P-1) teve a
motricidade fina superior que a idade cronológica (IC), os demais tiveram resultados
de motricidade fina inferiores que idade cronológica (IC).

Gráfico 2 – Motricidade global

No gráfico a seguir será mostrado os resultados dos testes de motricidade


global (IM2) propostos por Rosa Neto (2002).
39

MOTRICIDADE GLOBAL

80
70
RESULTADO (meses)

60
50
40
30
20
10
0
IC IM2
GRUPOS DE IDADES

P-1 P-2 P- 3 P- 4 P- 5 P- 6 P- 7 P- 8

Gráfico 2: motricidade global


Fonte: elaborado pelos autores.

Percebe-se que os participantes 1 (P-1) e 2 (P-2) tem a 55 meses de idade


cronológica (IC) e tiveram 72 meses de motricidade global (IM2), resultado superior
do que as idades cronológicas (IC).
Os participantes 3 (P-3) e 4 (P-4) tem 53 meses de idade cronológica (IC) e
obtiveram 72 meses de motricidade global (IM2), superior do que as idades
cronológicas (IC).
O participantes 5 (P-5) tem 60 meses de idade cronológica (IC) e teve 72
meses de motricidade global (IM2), superior que a idade cronológica (IC).
O participante 6 (P-6) tem 68 meses de idade cronológica (IC) e obteve 72
meses de motricidade global (IM2), superior que a idade cronológica (IC).
Os participantes 7 (P-7) e 8 (P-8) tem 74 meses de idade cronológica (IC) e
72 meses de motricidade global (IM2), inferior que a idade cronológica (IC).
Portanto somente os participantes 7 (P-7) e 8 (P-8) tiveram o resultado da
motricidade global (IM2) um pouco inferior que a idade cronológica (IC), já os demais
tiveram os resultados superiores que a idade cronológica (IC).
40

Gráfico 3 - Equilíbrio

No gráfico a seguir será mostrado os resultados dos testes de equilíbrio (IM3)


propostos por Rosa Neto (2002).

EQUILIBRIO

80
RESULTADO (meses)

70
60
50
40
30
20
10
0
IC IM3
GRUPO DE IDADES

P-1 P-2 P- 3 P- 4 P- 5 P- 6 P- 7 P- 8

Gráfico 3: equilíbrio
Fonte: elaborado pelos autores.

Pode observar-se que o participante 1 (P-1) tem 55 meses de idade


cronológica (IC) e obteve 72 meses de equilíbrio (IM3) resultado muito superior que
a idade cronológica (IC), o participante 2 (P-2) tem 55 meses e teve 60 meses de
equilíbrio (IM3). Os participantes 3 (P-3) e 4 (P-4) tem 53 meses de idade
cronológica (IC) e tiveram 60 meses de equilíbrio (IM3). O participante 5 (P-5) tem
60 meses de idade cronológica (IC) e teve resultado igual a sua idade cronológica
de equilíbrio 60 meses.
O participante 6 (P-6) tem 68 meses de idade cronológica (IC) e obteve 60
meses de equilíbrio (IM3) resultado inferior que a idade cronológica (IC).
Os participantes 7 (P-7) e 8 (P-8) tem 74 meses de idade cronológica (IC) e
tiveram 60 meses de equilíbrio (IM3) resultado muito inferior que a idade
cronológica.
41

Contudo os participante 1 (P-1), 2 (P-2), 3 (P-3) e 4 (P-4) tiveram resultados


de equilíbrio (IM3) superiores que a idade cronológica (IC), já o participante 5 (P-5)
teve o resultado de equilíbrio (IM3) igual que a idade cronológica (IC) e os
participantes 6 (P-6), 7 (P-7) e 8 (P-8) tiveram os resultados de equilíbrio (IM3)
inferiores que as idades cronológicas (IC).

Gráfico 4 – Esquema corporal


No gráfico a seguir será mostrado os resultados dos testes de esquema
corporal (IM4) propostos por Rosa Neto (2002).

ESQUEMA CORPORAL

80
RESULTADOS (meses)

70
60
50
40
30
20
10
0
IC IM4
GRUPOS DE IDADES

P-1 P-2 P- 3 P- 4 P- 5 P- 6 P- 7 P- 8

Gráfico 4: esquema corporal


Fonte: elaborado pelos autores.

Nota-se que o participante 1 (P-1) tem 55 meses de idade cronológica e


obteve 60 meses de esquema corporal (IM4), resultado superior que a idade
cronológica, já o participante 2 (P-2) tem a mesma idade cronológica que o
participante 1 (P-1) e teve 38 meses de esquema corporal (IM4), resultado muito
inferior que a idade cronológica.
42

O participante 3 (P-3) tem 53 meses de idade cronológica (IC) e teve 60


meses de esquema corporal (IM4) resultado superior que a idade cronológica, já o
participante 4 (P-4) tem a mesma idade cronológica que o participante 3 (P-3) e teve
38 meses de esquema corporal (IM4), resultado muito inferior que a idade
cronológica (IC).
O participante 5 (P-5) tem 60 meses de idade cronológica (IC) e teve 48
meses de esquema corporal (IM4), resultado inferior que a idade cronológica (IC).
O participante 6 (P-6) tem 68 meses de idade cronológica (IC) e teve 60
meses de esquema corporal, resultado inferior que a idade cronológica (IC).
Já os participantes 7 (P-7) e 8 (P-8) tem 74 meses de idade cronológica (IC) e
tiveram 38 meses de esquema corporal, resultado muito inferior que a idade
cronológica (IC).
Os dados do gráfico acima confirmam com Morais (2007) um esquema
corporal mal constituído poderá resultar em uma criança que não coordena bem
seus movimentos, veste-se ou despe-se com lentidão, as habilidades manuais lhe
são difíceis, a caligrafia poderá ser feia, sua leitura ser inexpressiva, não
harmoniosa.
Portanto houve uma oscilação de resultados de esquema corporal (IM4) , mas
somente os participantes 1 (P-1) e 3 (P-3) tiveram resultados de esquema corporal
(IM4) superiores que a idade cronológica, já os demais participantes tiveram
resultados inferiores que a idade cronológica (IC).

Gráfico 5 – Organização espacial


No gráfico a seguir será mostrado os resultados dos testes de organização
espacial (IM5) propostos por Rosa Neto (2002).
43

ORGANIZAÇÃO ESPACIAL

80
RESULTADOS (meses)

70
60
50
40
30
20
10
0
IC IM5
GRUPO DE IDADES

P-1 P-2 P- 3 P- 4 P- 5 P- 6 P- 7 P- 8

Gráfico 5: organização espacial


Fonte: elaborado pelos autores.

Pode-se perceber que os participantes 1 (P-1) e 2 (P-2) tem 55 meses de


idade cronológica (IC) e tiveram 48 meses de organização espacial (IM5), resultado
inferir que a idade cronológica (IC).
O participante 3 (P-3) tem 53 meses de idade cronológica (IC) e teve 48
meses de organização espacial (IM5), resultado inferior que a idade cronológica (IC),
já o participante 4 (P-4) tem a mesma idade cronológica (IC) que o participante 3 (P-
3) e teve 71 meses de organização espacial (IM5), resultado superior que a idade
cronológica (IC).
O participante 5 (P-5) tem 60 meses de idade cronológica (IC) e obteve 48
meses de organização espacial (IM5), resultado inferior que a idade cronológica (IC).
O participante 6 (P-6) tem 68 meses de idade cronológica (IC) e teve 60
meses de organização espacial (IM5), resultado inferior que a idade cronológica (IC).
Os participantes 7 (P-7) e 8 (P-8) tem 74 meses de idade cronológica (IC) e
tiveram 48 meses de organização espacial (IM5), resultado muito inferior que a
idade cronológica (IC).
Os dados do gráfico acima corroboram com Morais (2007) no qual destaca
que problemas na organização espacial poderão acarretar dificuldades em distinguir
letras que se diferem por pequenos detalhes, como “b” com “p”, “n” com “u”, “12”
44

com “21” (direita e esquerda, para cima e para baixo, antes e depois), poderá
esbarrar constantemente nos objetos, não organizar bem seus materiais de uso
pessoal nem seu caderno; pode não respeitar margens nem escrever
adequadamente sobre as linhas.
Pode-se dizer que todos os participantes tiveram os resultados de
organização espacial (IM5) inferiores que a idade cronológica (IC).

Gráfico 6 – Organização temporal


No gráfico a seguir será mostrado os resultados dos testes de organização
temporal (IM6) propostos por Rosa Neto (2002).

ORGANIZAÇÃO TEMPORAL

80
70
IDADE (meses)

60
50
40
30
20
10
0
IC IM6
GRUPO DE IDADES

P-1 P-2 P- 3 P- 4 P- 5 P- 6 P- 7 P- 8
Gráfico 6: organização temporal
Fonte: elaborado pelos autores.

Observa-se que os participantes 1 (P-1) e 2 (P-2) tem 55 meses de idade


cronológica (IC) e tiveram 48 meses de organização temporal (IM6), resultado
inferior que a idade cronológica.
Os participantes 3 (P-3) e 4 (P-4) tem 53 meses de idade cronológica (IC) e
tiveram 48 meses de organização temporal (IM6), resultado inferior que a idade
cronológica (IC).
45

O participante 5 (P-5) tem 60 meses de idade cronológica (IC) e teve 48


meses de organização temporal (IM6), resultado inferior que a idade cronológica
(IC).
O participante 6 (P-6) tem 68 meses de idade cronológica (IC) e teve 48
meses de organização temporal, resultado inferior que a idade cronológica (IC).
O participante 7 (P-7) tem 74 meses de idade cronológica (IC) e teve 60
meses de organização temporal (IM6), resultado inferior que a idade cronológica
(IC).
O participante 8 (P-8) tem 74 meses de idade cronológica (IC) e teve 48
meses de organização temporal (IM6), resultado muito inferior que a idade
cronológica (IC).
Conforme os dados do gráfico acima Morais (2007) afirma que uma criança
com a estruturação temporal pouco desenvolvida pode não perceber intervalos de
tempo, não perceber o antes e o depois, não prevê o tempo que gastará para
realizar uma atividade.
Todos os participantes tiveram os resultados de organização temporal (IM6)
inferiores que a idade cronológica (IC).

Gráfico 7 – Idade cronológica x idade motora geral


No gráfico a seguir será mostrado os resultados dos testes de idade
cronológica x idade motora geral propostos por Rosa Neto (2002).
46

IDADE CRONOLÓGICA X IDADE MOTORA

80
RESULTADOS (meses)

70
60
50
IC
40
IMG
30
20
10
0
P-1 P-2 P- 3 P- 4 P- 5 P- 6 P- 7 P- 8
PARTICIPANTES

Gráfico 7: idade cronológica x idade motora


Fonte: elaborado pelos autores.

Nota-se que o participante 1 (P-1) tem 55 meses de idade cronológica (IC) e


teve 60 meses de idade motora geral (IMG), ou seja sua idade motora geral (IMG) foi
superior 5 meses que sua idade cronológica (IC), já o participante 2 (P-2) tem a
mesma idade cronológica que o participante 1 (P-1) e obteve 52 meses de idade
motora geral, no qual sua idade motora geral (IMG) foi inferior 3 meses que sua
idade cronológica (IC).
Os participantes 3 (P-3) e 4 (P-4) tem 53 meses de idade cronológica (IC) e
tiveram 54 meses de idade motora geral (IMG), as idades motoras gerais (IMG)
tiveram resultados superiores de 1 mês.
O participante 5 (P-5) tem 60 meses de idade cronológica (IC) e obteve 52
meses de idade motora geral (IMG), ou seja 8 meses inferior que a idade
cronológica (IC).
O participante 6 (P-6) tem 68 meses de idade cronológica (IC) e teve 60
meses de idade motora geral (IMG), 8 meses inferior que a idade cronológica (IC).
O participante 7 (P-7) tem 74 meses de idade cronológica (IC) e obteve 52
meses de idade motora geral (IMG), resultado inferior 22 meses que a idade
cronológica (IC).
47

O participante 8 (P-8) tem 74 meses de idade cronológica (IC) e teve 50


meses de idade motora geral (IMG), ou seja inferior 24 meses que a idade
cronológica (IC).
CONCLUSÃO

A psicomotricidade faz-se muito importante na vida escolar das crianças e


permeia o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, pois nela ficam expressos
os avanços ou possíveis dificuldades encontradas nos domínios cognitivo, afetivo-
social ou motor. Assim, a avaliação motora é um instrumento importante para que os
problemas de aprendizado sejam recuperados antes de torná-los freqüentes na vida
das crianças.
Os resultados deste estudo permitiram concluir que os participantes avaliados
apresentaram na sua maioria resultados satisfatórios quando comparado idade
cronológica e idade motora geral, mesmo que os resultados apresentaram índices
diferentes de desenvolvimento devido à heterogeneidade do grupo. Por outro lado,
dois participantes apresentaram resultados inferiores da idade motora geral em
relação à idade cronológica, fato este, que pode ser explicado pelos resultados
específicos da motricidade fina (EM1), do esquema corporal (EM4), aspectos estes
que, no geral, encontra-se mais estimuladas na Educação Infantil, em detrimento
dos outros elementos.
Assim, nota-se que a partir da avaliação motora, consegue-se nortear a ação
pedagógica dos educadores na Educação Infantil, e que uma vez planejada as
atividades motoras devem ser para a criança como um alicerce de uma casa, ou
seja, se bem elaborada poderá formar boas estruturas para alcançar o aprendizado
sem dificuldades.
49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARONI, L. “Psicomotricidade e Educação” (sem data). Disponível em:


www.irium.com.br/psicomotricidadeeeducacao. Acesso em 3 de Dezembro de
2010.

ECKERT, H.M. Desenvolvimento Motor. Barkeley, Califórnia: Monole, 1925.

GALLAHUE, D.L., OZMUN,J.C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: Bebês,


Crianças, Adolescentes e Adultos. São Paulo: Phorte, 2003.

GORETTI, C.A. “A psicomotricidade” (sem data). Disponível em:


www.cepagia.com.br/a_psicomotricidade. Acesso em 30 de Novembro de 2009.

JOBIM, A.P., ASSIS, A.E.S. Psicomotricidade: Históricos e Conceitos (sem data).

LE BOULCH. O desenvolvimento psicomotor do nascimento até 6 anos: a


psicocinética na idade pré escolar. 1982

ROSA NETO, F. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.

SILVA, A.B., BORGES, P.F.B. A importância da psicomotricidade na Educação


Infantil. Revista de Pedagogia Perspectivas em Educação, 2008.

NEGRINE, A. A educação física e a educação psicomotriz. Revista Brasileira de


Educação Física e Desportos. Brasília, 1980.

SABOYA, B. Bases psicomotoras: aspectos neuropsicomotores e relacionais no


primeiro ano de vida. Rio de Janeiro, Trainel, 1995.

AJURIAGUERRA, J. A escrita Infantil – Evolução e Dificuldades. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1988.

VAYER, P. A criança diante do mundo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

COSTE, J.C. A psicomotricidade. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.

LIMA, A. S; BARBOSA. S.B; 2007, “Psicomotricidade na Educação Infantil –


desenvolvendo capacidades”. Disponível em http://pt.shvoong.com/medicine-and-
50

health/neurology/1618291-desenvolvimento-infantil-psicomotricidade/. Acesso em 10
de Fevereiro de 2010.

MORAIS, V.L., 2007. Desenvolvimento Psicomotor. Disponível em :


www.uniesc.com.br/esp.etext/psicomotricidade%20e%educ%20fisica.doc Acesso
em: 20 de Outubro de 2009.

PONCHIELLI, N.L., 2003. “A perspectiva histórico-cultural sobre o desenvolvimento


da criança”. Disponível em
http://www.ctp.br/proppe/edcient/bibliotecavirtual/me/neusa%20ponchielli/parte%201
0.pdf. Acesso em 15 de Setembro de 2009.
TINS
FONSECA, V. Psicomotricidade. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1996.

KISHIMOTO, T.M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez,


1996.

BARRTEO, S.J. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2° editora. Blumenau:


Livraria Acadêmica, 2000.

OLIVEIRA, G.C. Psicomotricidade: Um estudo em Escolares com Dificuldades em


Leitura e Escrita. 1992. 277f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1992.

REZENDE, J.C.G,; GORLA, J.L.; ARAÚJO, P.F.; CARMINATO, R.A,, 2003. “Bateria
psicomotora de Fonseca: uma análise com o portador de deficiência mental.”
Disponível em http://www.efdeportes.com/efd62/fonseca.htm. Acesso em 9 de
Setembro de 2009.
51

Anexo I – Declaração e autorização para utilização de


dados

FACULDADE CALAFIORI
Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia

DECLARAÇÃO E AUTORIZAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DE DADOS

Tema do Trabalho: A psicomotricidade em crianças de 4 a 6 anos.


Conduzido pela aluna: Polyane Cristina Rodrigues
Orientador: Prof. MS. Jean José Silva

O objetivo deste trabalho é descrever a psicomotricidade de crianças de 4 a 6 anos e


classificar um grupo de alunos da Escola NESFA da cidade de São Sebastião do Paraíso – MG.
DECLARAMOS que a pesquisadora é professora nesta instituição e, atualmente, é
responsável pelas aulas da Turma do Pré II. A avaliação motora foi proposta como projeto piloto de
nossa escola e os dados coletados ficarão arquivados em nosso estabelecimento ficando, portanto,
os resultados disponibilizados para análise dos pesquisadores resguardando o sigilo das informações
pessoais dos alunos envolvidos sob a responsabilidade da Escola NESFA.
Cientes das informações obtidas através dos pesquisadores, AUTORIZAMOS a utilização dos
dados para análise única e exclusivamente para fins de pesquisa e estudo.

Sem mais a esclarecer, reiteramos nossos cumprimentos.

São Sebastião do Paraíso – MG, ___ de _____________ de 2009.

Dados da Instituição:
Nome da Escola:
Nome da Diretora:
Endereço: Rua

Carimbo da escola e Assinatura da Diretora

Av. José Pio de Oliveira, nº. 10 – Cidade Jd. Industrial CEP 37950-000 – São Sebastião do Paraíso – MG
Telefones: (35)3558-6261 – (35) 3558-995 http//www.uniespmg.edu.com.br
52

Anexo II – Ficha de coleta de dados

ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR


(ROSA NETO, 1996)

Nome: Sobrenome: Sexo:


Nascimento: / / Idade: Data: / /
Outros dados:

RESULTADOS

Olhos
Lateralidade Mãos
Pés

TESTES (anos) 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1 Motricidade Fina
2 Motricidade Global
3 Equilíbrio
4 Esquema corporal
5 Organização Espacial
6 Organização Temporal

RESUMO DE PONTOS

Idade Motora Quociente Motor


IM1 IM4 QM1 QM4
IM2 IM5 QM2 QM5
IM3 IM6 QM3 QM6

Idade Cronológica (IC) Idade Positiva (IP)


Idade Motora Geral (IMG) Idade Negativa (IN)
Quociente Motor Geral (QMG) Escala de Desenvolvimento Motor (EDM)

PERFIL MOTOR

11 anos • • • • • •
10 anos • • • • • •
9 anos • • • • • •
8 anos • • • • • •
7 anos • • • • • •
6 anos • • • • • •
5 anos • • • • • •
4 anos • • • • • •
3 anos • • • • • •
2 anos • • • • • •
Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização
Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal

Você também pode gostar