Inicial - Rescisão Indireta - Estabilidade Gravidez - Luana
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644
Advogada
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ____ VARA DO TRABALHO DE GOIANIA/GO.
LUANA CRISTINA SILVA LIMA, brasileira, solteira, auxiliar de operação de valores, filha de
Maria da Paz Silva Lima, portadora do RG nº 8056481 1ª Via DGPC/GO, CPF nº 391.035.948-58, CTPS nº 085929, serie
00339/SP e PIS nº 163.80358.38-3, residente e domiciliada na Rua Eduardo Mukdesse, Qd. 61, Lt. 06, Vila Mariana,
Aparecida de Goiânia – Goiás, por sua advogada e procuradora que esta subscreve WANUZA PEREIRA SILVA, OAB/GO
nº 30.644, com escritório profissional localizado na Avenida T-02, nº 917, Sala 01, Ed. Mercúrio, Goiânia – GO, fone: (62)
3586.4530/ 98143.8807, onde indica para receber intimações e notificações, vem respeitosamente a presença de Vossa
Excelência propor a presente
1 – PRELIMINARMENTE
1.1 – DA JUSTIÇA GRATUITA
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o
pagamento das custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Assim, considerando que a Reclamante é assalariada, e que deste valor retira todas suas obrigações
alimentares, qualquer retirada causaria uma grave ameaça para a subsistência de sua família.
Avenida T-2, nº 917, Sala 01,Ed. Mercúrio, Setor Bueno, Goiânia – GO, fone: 3586.4530,
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Advogada
Trata-se da necessária observância a princípios constitucionais indisponíveis preconizados no
artigo 5º inc. XXXV da Constituição Federal, pelo qual assegura a todos o direito de acesso a justiça em defesa de seus direitos,
independente do pagamento de taxas.
Tal princípio veio novamente positivado no Código de Processo Civil de 2015, que previu
expressamente:
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de
terceiro no processo ou em recurso.
§ 1o Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples,
nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
§ 2o O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais
para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento
dos referidos pressupostos.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
Para tanto, junta em anexo declaração de hipossuficiência que possui presunção de veracidade e só
pode ser desconsiderada em face de elementos probantes suficientes em contrário, conforme precedentes sobre o tema:
Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal, pelo artigo 98 do CPC e
790 §4º da CLT requer seja deferida a Assistência Judiciária Gratuita à Reclamante para todas as despesas processuais.
O art. 791-A, §3º da CLT, de acordo com as alterações contidas na Lei 13.467/2017 (Lei da
Reforma Trabalhista) estabelece em seu texto que "Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de
sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários."
Ocorre que tal inovação legislativa visa tão somente ferir o direito de acesso à justiça gratuita,
direito este que está insculpido no art. 5º, inciso XXXV da Constituição Federal.
Sendo assim, qualquer dispositivo que direta ou indiretamente, impossibilite ou dificulte o acesso
do trabalhador à Justiça padece de inconstitucionalidade, razão pela qual, diante da inconstitucionalidade do art. 791-A,
parágrafo 3º da CLT, requer seja afastado, em caso de improcedência de qualquer dos pedidos, honorários de sucumbência.
Ademais, a Reclamante, nos termos do disposto no artigo 98 do CPC e art. 4º da Lei 1.060/50, é
hipossuficiente economicamente e não possui condição de arcar com o pagamento das custas e demais despesas processuais
sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, sendo beneficiário da Justiça Gratuita.
Por esta razão, em virtude do direito de acesso à Justiça garantido constitucionalmente, requer a
declaração de inconstitucionalidade, por meio de controle difuso de constitucionalidade, do dispositivo da Lei 13.467/2017 ora
mencionada, e que lhe seja garantido o benefício da Justiça Gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, ora firmado por advogado
regularmente constituído com os necessários poderes constantes no art. 105 do NCPC.
Importante ressaltar que o artigo 98, § 3º do CPC/2015, em idêntica situação, mantém sob
condição suspensiva a exigibilidade dos honorários, somente passíveis de execução se, nos cinco anos subsequentes ao trânsito
em julgado da decisão, "o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a
concessão de gratuidade".
Ocorre que ao impor maior restrição à Gratuidade Judiciária na Justiça do Trabalho, mesmo em
comparação com a Justiça Comum, e ao desequilibrar a paridade de armas processuais entre os litigantes trabalhistas, os artigos
790 - B, caput e § 4º da CLT e o artigo 791 - A, § 4º da CLT violam os princípios constitucionais da isonomia (artigo 5º,
caput), da ampla defesa (artigo 5º, LV), do devido processo legal (artigo5º, LIV) e da inafastabilidade da jurisdição (artigo5º,
XXXV).
Assim, enquanto cidadãos carecedores de recursos encontram na Justiça Comum amplo acesso
para defesa de seus direitos fundamentais, o trabalhador sem recursos é compelido a utilizar verbas alimentares, indispensáveis
a seu sustento, auferidas em processo trabalhista, para pagar custas e despesas processuais.
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Diante do exposto requer seja declarada a inconstitucionalidade incidental dos artigos 790- B e
ART.791-A, §3º, ambos da CLT, norma introduzida pela Lei 13.467, de 13 de julho de 2017, para que seja afastada sua
aplicabilidade.
Não sendo este o entendimento deste nobre julgador, o que se admite apenas para argumentar,
requer a suspensão da exigibilidade da cobrança de honorários advocatícios devidos pelo Reclamante, em razão da discussão
quanto à sua (in)constitucionalidade na ADI 5766/STF, a qual encontra-se pendente de julgamento, de modo que a
exigibilidade decorrente de eventual condenação do Reclamante em honorários sucumbenciais e/ou periciais fique suspensa até
decisão definitiva na referida ADI.
3 – DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA
A Reclamante ficou grávida no final do mês de junho de 2020, conforme prova o exame médico,
ora anexado (doc. junto), e assim que confirmou a gravidez, a Reclamante comunicou o fato oralmente a Reclamada.
A gravidez da reclamante é de risco, e mesmo assim, esta vem fazendo todos os esforços para
honrar com seu compromisso junto a reclamada, entretanto, conforme será exposto abaixo, a mesma não tem agido com
lealdade e muito menos tem cumprido corretamente o termos do contrato de trabalho razão pela qual está sendo requerida a
rescisão indireta do contrato de trabalho.
A gravidez não é óbice à decretação da rescisão indireta, assim como a rescisão indireta não é
óbice ao reconhecimento da estabilidade pretendida. Por tal razão, não há impedimento legal a que seja formulada a pretensão
em conjunto.
Da mesma forma, a empregada grávida não renuncia sua garantia de emprego ao ajuizar ação
trabalhista em que pretende o reconhecimento de rescisão indireta do contrato de trabalho, já que os motivos que a levam se
socorrer do Poder judiciário são de tamanha gravidade que inviabilizam a manutenção da relação empregatícia.
Assim, uma vez reconhecida a rescisão indireta do contrato de trabalho e o confirmado o estado de
gravidez da autora, impõe-se a condenação da reclamada ao pagamento da indenização substitutiva da estabilidade provisória,
na forma garantida pelo art. 391-A da CLT c/c art. 10, II, alínea "b", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
4 - DA RESCISÃO INDIRETA –
4.1 - Da ausência/atraso no recolhimento do FGTS
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A Reclamante PLEITEIA A RESCISÃO INDIRETA, de seu contrato de trabalho, por falta de
cumprimento de obrigação contratual, por parte da empresa, conforme art. 483, alínea “d” da CLT, vejamos.
A Reclamante ao dirigir-se a Caixa Econômica Federal para retirar o seu extrato do FGTS, foi
surpreendido com a constatação de ausência e atraso no de recolhimento de seu FGTS, bem como constatou que os
recolhimentos efetuados foram realizados com atrasos, conforme prova documentação ora anexada.
Veja Nobre Julgadora que a documentação que acompanha esta inicial comprova que a Reclamada
apesar de constar nos contracheques o demonstrativo do recolhimento do FGTS, esses não vem sendo efetuado de maneira
correta, conforme prova documentação ora anexada.
A ausência ou atraso no recolhimento dos depósitos do FGTS constitui falta grave do empregador,
suficiente a ensejar a rescisão indireta do contrato de trabalho.
É entendimento majoritário e inclusive unificado pela TST, através da decisão proferida pela SDI-
1, que a AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO, O RECOLHIMENTO EXTEMPORÂNEO, E OU RECOLHIMENTO DE
VALORES INFERIORES AOS DEVIDOS AO FGTS, constitui falta grave do empregador, suficiente para ensejar a Rescisão
Indireta do Contrato de Trabalho, com base no artigo 483, aliena “d” da CLT, vale citar:
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:
(...)
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
Há, no caso em tela, mora habitual do empregador em razão da ausência de depósito do FGTS,
obrigação inerente ao contrato de trabalho, razão pela qual está fundamentado o pedido de rescisão indireta.
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CONHECIMENTO E PROVIMENTO. I. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que a ausência de
recolhimentos dos depósitos de FGTS constitui falta grave do empregador, suficiente para acarretar a rescisão indireta do
contrato de trabalho nos termos do art. 483, d, da CLT . II. Cabe ressaltar que o reconhecimento de que a causa oferece
transcendência política (art. 896-A, § 1º, II, da CLT) não se limita à hipótese em que haja verbete sumular sobre a
matéria; haverá igualmente transcendência política quando demonstrado o desrespeito à jurisprudência pacífica e notória
do Tribunal Superior do Trabalho sedimentada em Orientação Jurisprudencial ou a partir da fixação de tese no
julgamento, entre outros, de incidentes de resolução de recursos repetitivos ou de assunção de competência, bem como, na
hipótese do Supremo Tribunal Federal, no julgamento de recurso extraordinário com repercussão geral ou das ações de
constitucionalidade. Trata-se de extensão normativa do conceito de transcendência política, prevista no art. 896-A, § 1º, II,
da CLT, a partir, sobretudo, da sua integração com o novo sistema de resolução de demandas repetitivas inaugurado pelo
Código de Processo Civil de 2015, cujas decisões possuam caráter vinculante (exegese dos arts. 489, § 1º, 926, 928 do
CPC/2015). Ademais, ainda que assim não fosse, o próprio § 1º do art. 896-A da CLT estabelece que os indicadores de
transcendência nele nominados não constituem cláusula legal exaustiva, mas possibilita o reconhecimento de indicadores"
entre outros ". III. Ao entender que a ausência de depósitos do FGTS não constitui falta grave suficiente a ensejar a
rescisão indireta do contrato de trabalho, o Tribunal Regional violou o art. 483, d, da CLT. IV. Recurso de revista de que
se conhece, por violação do art. 483, d, da CLT, e a que se dá provimento" (RR-21393-45.2014.5.04.0004, 4ª Turma,
Relator Ministro Alexandre Luiz Ramos, DEJT 29/10/2020).
Além de não efetuar corretamente o recolhimento do FGTS, a reclamada também não vem
cumprindo com suas obrigações no que se refere ao pagamento das horas extras laboradas, tendo em vista que jamais
remunerou as horas extras prestadas pela Reclamante, o que consequentemente resultou no recolhimento incorreto das
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contribuições previdenciárias e depósitos do FGTS, portanto, o empregador não cumpriu devidamente suas obrigações do
contrato, estando caracterizada a hipótese de rescisão indireta da alínea "d".
Desse modo, verificada tais circunstâncias, estão presentes os requisitos para a caracterização da
rescisão indireta do contrato de trabalho, nos termos do art. 483, alínea "d" da CLT,
A corroborar com o entendimento acima, vejamos recentes decisões dos Tribunais Pátrios, assim
como do TST, vejamos:
A GRAVO EM RECURSO DE REVISTA . RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI Nº 13.015/2014. AUSÊNCIA DO
REGULAR PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS. RESCISÃO INDIRETA. DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CONTRATUAIS. FALTA GRAVE DA EMPREGADORA . Não merece provimento o agravo que não desconstitui os
fundamentos da decisão monocrática quanto ao tema " AUSÊNCIA DO REGULAR PAGAMENTO DAS HORAS EXTRAS.
RESCISÃO INDIRETA. DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS. FALTA GRAVE DA
EMPREGADORA" pela qual se conheceu do recurso de revista do autor, em razão de inequívoca ofensa ao artigo 483
alínea "d" da CLT . Agravo desprovido. (TST - Ag-ED-ED-RR: 1011645820165010207, Relator: José Roberto Freire
Pimenta, Data de Julgamento: 28/04/2020, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30/04/2020)
RESCISÃO INDIRETA. NÃO RECOLHIMENTO DO FGTS. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DE HORAS EXTRAS. FALTA
GRAVE CARACTERIZADA. Para que seja reconhecida a resolução do contrato de trabalho por ato culposo do
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empregador (rescisão indireta) é necessário que a conduta empresarial praticada encontre correspondência na infração
estabelecida pela lei (tipicidade) e, ainda, que esta conduta seja considerada como grave, tornando insustentável a
continuidade do contrato de trabalho. O não recolhimento do FGTS devido durante o período contratual, bem como a
ausência de pagamento de horas extras, mesmo que o empregado tenha trabalhado em jornadas extensas, constituem falta
grave pelo empregador, que ensejam a rescisão indireta do contrato de trabalho, nos termos do art. 483, d, da CLT.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ATIVIDADES DE VIGILANTE. Comprovado que, embora contratado como
mantedor de sistemas de segurança, o empregado exercia atividades de vigilância patrimonial ostensiva, com
enquadramento na Portaria 1.885/2013 do MTE, Anexo 3 da NR-16, fazendo jus o autor ao adicional de periculosidade,
em virtude da exposição a situação de risco proveniente da exposição a roubos ou outras espécies de violência física.
Apelo provido, no item. (TRT-4 - ROT: 00201508120185040471, Data de Julgamento: 25/03/2020, 2ª Turma)
Com efeito, em atenção aos princípios da proteção e da continuidade do pacto laboral, reputa-se
compreensível que o empregado não reaja de imediato à falta cometida pelo patrão, em razão da necessidade de manter o
emprego, única garantia de subsistência própria e de sua família.
Por outro lado, o descumprimento de obrigações decorrentes do contrato de trabalho por parte do
empregador, por si só, caracteriza falta grave justificadora da rescisão indireta. Desnecessária, portanto, a demonstração de
efetivo prejuízo ao trabalhador.
Pelas razões acima, deverá ser declarada a rescisão indireta do contrato de trabalho e consequente
pagamento de todas as verbas rescisórias.
Conforme já mencionado acima, a Reclamante pretende alcançar a rescisão indireta do seu contrato
de trabalho ante as irregularidades praticadas pela reclamada.
Embora essa especializada considere a Celeridade Processual como um dos seus princípios
basilares, eventualmente, poderá ocorrer desta demanda percorrer um longo caminho, repleto de recursos, até se alcançar o seu
trânsito em julgado, situação esta, que certamente prejudicará o reclamante em demasia na garantia de sua subsistência e de seu
grupo familiar, uma vez que, à partir do ingresso desta presente reclamatória o referido trabalhador não estará mais recebendo
quaisquer proventos. À partir de tal premissa, resta configurado o periculum in mora.
Ademais, no presente caso, através dos documentos juntados aos autos, restou comprovado as
irregularidades praticadas pela reclamada, passíveis de configurar a rescisão indireta do contrato de trabalho, restando
evidenciado o fumus boni iuris.
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Nesse diapasão, atendidos se evidenciam os requisitos para a concessão da antecipação dos efeitos
da tutela, uma vez que os documentos que instruem esta peça exordial demonstram plausibilidade do pedido de rescisão do
vínculo empregatício por irregularidades praticadas pelo empregador.
Nesse interim, o Art. 300 do CPC, subsidiariamente aplicado no caso em tela por força do Art. 769
da CLT, estabelece que a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano. O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação encontra-se presente
na necessidade do Reclamante garantir a sua subsistência e de sua família.
Assim sendo Excelência, a Reclamante, com base no artigo 300 do CPC/2015, roga pela
determinação de expedição de ALVARÁ JUDICIAL para levantamento do FGTS, porquanto eminente possibilidade de se
arrastar a presente demanda por longo período de tempo, até que se alcance o seu trânsito em julgado.
6 – DOS FATOS
A Reclamante foi admitida pela reclamada em 15/07/2019, para prestar serviços na função de
auxiliar de operações de valores (conferência de valores que chegam de bancos, cooperativas, postos, etc), percebendo
remuneração mensal de R$ 1.564,00, já que não lhe era pago corretamente as horas extras laboradas.
No ato da contratação ficou condicionado que a reclamante laboraria de segunda a sexta feira
das 21h às 06h48, com 1h00 de intervalo para as refeições, e aos sábados das 21h às 01h00h, entretanto, esta jamais
laborou no horário efetivamente contratado, o que será apontado em tópico específico.
Esclarece a Reclamante que pleiteia a rescisão indireta do seu contrato de trabalho nesta data,
18/01/2021, porém, seu contrato continua em vigor e continuará laborando até que seja julgado seu processo, utilizando-se da
data acima informada apenas para liquidação de suas verbas.
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7 – DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA
A Reclamante ficou grávida no final do mês de junho de 2020, conforme prova o exame médico,
ora anexado (doc. junto), e assim que confirmou a gravidez, a Reclamante comunicou o fato oralmente a Reclamada.
A gravidez da reclamante é de risco, e mesmo assim, esta vem fazendo todos os esforços para
honrar com seu compromisso junto a reclamada, entretanto, a reclamada não tem agido com lealdade e muito menos tem
cumprido corretamente o termos do contrato de trabalho, razão pela qual está sendo requerida a rescisão indireta do
contrato de trabalho.
A gravidez não é óbice à decretação da rescisão indireta, assim como a rescisão indireta não é
óbice ao reconhecimento da estabilidade pretendida. Por tal razão, não há impedimento legal a que seja formulada a pretensão
em conjunto.
Da mesma forma, a empregada grávida não renuncia sua garantia de emprego ao ajuizar ação
trabalhista em que pretende o reconhecimento de rescisão indireta do contrato de trabalho, já que os motivos que a levam se
socorrer do Poder judiciário são de tamanha gravidade que inviabilizam a manutenção da relação empregatícia.
Constituição Federal
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
...
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que
preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição:
...
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
...
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
A CLT corroborando com o que reza o ato das disposições constitucionais transitórias –ADCT
estabeleceu em seu conteúdo por meio da lei de nº 12.812, de 16 de maio de 2013 o artigo 391-A, abaixo transcrito:
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Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do
aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea b do inciso
II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
No caso em tela detinha a reclamante da estabilidade provisória, posto que realizou exame de
confirmação de gravidez em 20/08/2020 e pleiteia a rescisão indireta por descumprimento contratual da reclamada em
19/01/2021.
8 - DA INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA
Conforme acima explanado a reclamante detém o direito a estabilidade, deste modo devera a
reclamada arcar com as consequências de seu ato ilícitos.
No que toca a manutenção do vínculo impossível seria este, haja vista a função que a reclamante
exerce para a reclamada necessitar de uma relação muito próxima, ou seja, uma afinidade ímpar com seu empregador, relação
esta que consequentemente estará abalada após a solução de tal litígio.
De outra sorte não havendo viabilidade na reintegração da funcionária devera aquele arcar com o
pagamento dos valores de direitos da reclamante, ou seja, o pagamento de indenização substitutiva de todo o período que teria
direito a estabilidade.
EMPREGADA GRÁVIDA. RECONHECIMENTO DA RESCISÃO INDIRETA. ART. 483, ALÍNEA D DA CLT. Demonstrada
nos autos a legitimidade da decisão obreira de dar por rescindido o liame empregatício (art. 483, alínea d da CLT),
impositivo é o deferimento das parcelas inerentes à dispensa indireta e o pagamento da indenização decorrente da
estabilidade gestante. (TRT-7 - RO: 00018324720165070015, Relator: EMMANUEL TEOFILO FURTADO, Data de
Julgamento: 18/04/2018, Data de Publicação: 18/04/2018)
Deste modo excelência devera a reclamada arcar com as verbas trabalhistas da reclamante da data
do pedido de rescisão indireta (ou gravidez) até cinco meses após o parto conforme artigo 10, I, b da ADCT, assim sendo tais
verbas serão somadas até a data de 18/09/2021 haja vista ter a data de 18/03/2021 como provável para o parto (cópia exame em
anexo) (obs. Com projeção do aviso prévio).
Assim, requer que lhe seja deferido o direito aos salários, acrescidos dos aumentos legais e
normativos, e vantagens correspondentes ao período de afastamento e seus reflexos nas férias, 13º salário e FGTS, sem prejuízo
do aviso prévio (Súmula 244 do C. TST).
No ato da contratação, ficou condicionado que a reclamante laboraria de segunda a sexta feira das
21h as 06h48h, com 2h00 de intervalo para as refeições, e aos sábados das 21h as 01h, entretanto, a reclamante sempre cumpriu
a seguinte jornada: segunda a sexta feira das 21h as 07h, com 1h00 de intervalo para as refeições, e aos sábados das 21h
as 02h.
Consoante se infere do horário de trabalho exercido pela reclamante, durante todo o vínculo
empregatício houve a prestação de horas extraordinárias, as quais não foram remuneradas.
Considerando os horários acima apontados, a Reclamante perfazia o total de 25,80 horas extras
mensais, totalizando 464HE, no período acima mencionado, as quais não foram pagas pela Reclamada.
Cumpre esclarecer ao nobre julgador que não existe qualquer acordo de compensação de horas
extras.
Assim, deve a reclamada efetuar o pagamento da totalidade de 464HE laboradas durante o vínculo
empregatício, com acréscimo de 50%, bem como seus reflexos nas demais verbas.
Por fim, face à habitualidade, de tal parcela gerará reflexos em descanso semanal remunerado e
com este em aviso prévio, décimo terceiro salário, férias acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%).
Requer ainda que seja compelida a Reclamada a apresentar nos autos para conferência os
contracheques e folhas de ponto de todo o período laborado pela reclamante.
Por tudo o alegado e provado, e em virtude da rescisão indireta pleiteada, deverá a Reclamada ser
condenada a efetuar o pagamento de todas as verbas rescisórias da Reclamante, as quais deverão ser calculadas com o salário
base de R$ 1.821,28, já acrescido horas extras;
Conforme o acima explanado faz jus a reclamante aos salários referente a todo o período de
estabilidade, que vai desde a gravidez, entretanto, aqui se cobra o período de 18/01/2021 à 18/09/2021, assim sendo terá direito
esta à 09 meses de salários (sendo 08 meses compreendido entre o período da gravidez e estabilidade, e 1 mês do aviso prévio,
que fazendo um simples cálculo (09 x R$ 1.821,28 – horas extras integra o salário para todos os cálculos) chegamos ao valor de
R$ 16.391,52 (dezesseis mil trezentos e noventa e um reais e cinquenta e dois centavos).
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Deste modo faz jus a reclamante ao recebimento do valor de R$ 16.391,52 (dezesseis mil trezentos
e noventa e um reais e cinquenta e dois centavos), referente aos salários que teria direito caso não fosse dispensada imotivada
em seu período de estabilidade.
O 13º salário é uma garantia dada aos trabalhadores através de nossa carta maior em seu artigo 7º,
inciso VII, no caso de extinção do contrato de trabalho antes do pagamento de gratificação deverá o empregador paga-la
proporcionalmente ao tempo de serviço prestado, conforme artigo 3º da lei 4.090/62.
No caso em tela a reclamante a reclamante tem direito de recebe-los, incluindo inclusive o período
de estabilidade, sendo, 01/12 avos referente ao ano de 2020 e 09/12 avos referente ao ano de 2021.
As férias, mais um dos direitos assegurado aos trabalhadores, tanto pela nossa constituição de
1988, em seu artigo 7º, inciso XVII, como também na CLT em seus artigos 129 ao 145, não fora também honrada pelo
empregador.
Assim, tem direito a reclamante as férias vencidas referentes ao período aquisitivo de julho de
2020 à junho de 2021 e férias proporcionais 03/12 avos referente ao ano de 2021/2022, tudo já incluído o período de
estabilidade provisória.
11 - DO FGTS
A lei 8.030/90 que dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS estabelece em
seu artigo 18º, § 1º que na dispensa sem justa causa devera o empregador depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS
a importância de 40% sobre o montante de todos os valores depositados, senão vejamos:
Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta
vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente
anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais
§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no
FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.
Deste modo requer a reclamante que a reclamada efetue o deposito do FGTS de todo o período,
inclusive o da estabilidade, acrescido da multa de 40% sobre os valores recolhidos em conta vinculada e a consequente
liberação das chaves para saque dos valores depositados, ou pague a título de indenização.
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12 – DOS DIAS NÃO PAGOS DE ATESTADOS
Durante o período de 08/12/2020 a 12/01/2021, devido sua gravidez ser de alto risco, a reclamante
apresentou na empresa atestados médicos, porém com CID diferentes.
Em razão dos atestados apresentados, mesmos sendo de CID diferentes, a reclamada emitiu uma
CAT e encaminhou a reclamante para o INSS, entretanto, por ser de CID diferentes, o INSS não reconheceu o direito da
reclamante em receber o benefício. Com razão.
É claro que se apresentado atestados intercalados, ainda que dentro do prazo de 60 dias, se os
mesmos forem de doença (CID) diferente, o empregador terá que arcar com o pagamento de até 15 dias de cada um dos CID,
sem poder dar afastamento do trabalhador.
Pela razão acima, requer o pagamento dos 36 dias não pagos pela Reclamada.
16 - DOS PEDIDOS:
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Advogada
DIANTE DO EXPOSTO e com fulcro na Constituição Federal, na CLT, nas CCT’s e demais
dispositivos legais aplicáveis à espécie, a Reclamante requer que lhe seja concedido os benefícios da Justiça Gratuita, nos
termos da Lei 1.060/50, e consequentemente sejam as reclamadas condenadas nos seguintes pedidos:
e) - O deferimento do pedido liminar para que seja expedido alvará judicial para levantamento do
FGTS, nos termos do art. 300 do CPC, bem como seja imediatamente corrigida a notação e consequente liberação da CTPS,
sob pena de multa diária, aplicado subsidiariamente por força do art. 769 da CLT;
f) – que seja a reclamada condenada ao pagamento da diferença do reflexos das horas extras nas
demais verbas.
i) para efeitos do artigo 359 do CPC, deverá a reclamada juntar documentos necessários ao
esclarecimento do feito, inclusive com relação a todos os afastamentos, sob pena de se presumirem verdadeiros os fatos ora
alegados.
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Advogada
VERBAS RESCISÓRIAS
TOTAL DAS VERBAS: R$ 40.834,16 (quarenta mil oitocentos e trinta e quatro reais e
dezesseis centavos)
Diante do exposto, requer se digne Vossa Excelência determinar a notificação da Reclamada, sob
pena de revelia, para, querendo, contestar a presente Reclamatória Trabalhista, acompanhando-a até seus ulteriores trâmites,
quando deverá ser julgada procedente, com a condenação da Reclamada ao pagamento das verbas postuladas, acrescidas de
juros legais e correção monetária, bem como a suportar o ônus dos recolhimentos fiscais e previdenciários, bem como
honorários de sucumbência no percentual de 15%.
Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, notadamente pelo depoimento
pessoal da Reclamada, sob pena de confissão, inquirição de testemunhas, PRINCIPALMENTE PELA JUNTADA DO
CONTRACHEQUE E CARTÃO DE PONTO QUE DEVERÃO SERE JUNTADOS PELA RECLAMADA e outras que
se fizer necessárias.
Dá-se a causa o valor de R$ 40.834,16 (quarenta mil oitocentos e trinta e quatro reais e dezesseis
centavos).
Nestes termos,
Pede deferimento,
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Drª Wanuza Pereira Silva
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