Bases Fisiológicas Da Osteopatia
Bases Fisiológicas Da Osteopatia
Bases Fisiológicas Da Osteopatia
Índice
1 - INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................6
18.1- Anamnese....................................................................................................................................................... 82
1 - INTRODUÇÃO
No final do século XIX, o médico americano Dr. Andrew Taylor Still se encontrava
descontente com a prática de sua profissão exercida na época. Após a perda de pacientes e
familiares por algumas epidemias, passou a estudar a essência do ser humano e observar as
estruturas e o funcionamento do corpo como uma verdadeira máquina que tem todos os seus
sistemas inter-relacionados e também apresenta capacidade autorreguladora. Passou a deduzir
que as enfermidades, suas causas e tratamentos tinham origem em desequilíbrios funcionais que
poderiam repercutir sobre o organismo de maneira mecânica e também neurológica,
influenciando negativamente funções fisiológicas como a atividade do sistema nervoso e
vascular. De acordo com os relatos de sua biografia, após diversos fatos e anos de intensos
estudos e observações, em 1874 Still criou um método de diagnóstico e tratamento o qual
denominou alguns anos depois como Osteopatia.
Osteopatia Estrutural
Osteopatia Craniana
Osteopatia Visceral
2 – HISTÓRIA DA OSTEOPATIA
Em 1864, após retornar da guerra civil, três de seus filhos morreram em curto período de
tempo devido à meningite. Algumas semanas após, falece sua filha mais nova de pneumonia.
Devastado, Still passou a crer que essa medicina era muitas vezes ineficaz na compreensão da
etiologia das doenças, e consequentemente nos seus tratamentos. Tinha a convicção de que os
tratamentos agressivos que apenas aplicavam fortes medicamentos e cirurgias eram
inconvenientes para seus pacientes. Tratamentos poderiam ser mais danosos do que curadores.
No dia 22 de junho de 1874, Dr. Andrew Still relatou ter sido o momento que mudaria o
rumo de sua carreira e de sua vida. O dia em que percebeu a dimensão da importância da
anatomia e de suas relações com o desempenho de eventos naturais do organismo.
Dedicou anos de sua vida analisando atentamente a anatomia e a fisiologia para buscar
melhor compreender o corpo humano, e dessa forma achar novas maneiras de poder abordá-lo.
Seus conceitos inicialmente sofreram resistência das pessoas ao seu redor. Foi
massacrado pela comunidade médica, e considerado insano por seus amigos e familiares. Isso o
levou a uma época de arruinamento financeiro.
Em 1875, se mudou para Kirksville no estado de Missouri, onde viveu o resto de sua
vida. Seu método foi se tornando lentamente conhecido pelos resultados promovidos.
Nessa época, Still passou a ensinar seus próprios filhos a pratica da osteopatia: Harry,
Charles e Herman. Percebendo que ele e seus três filhos não conseguiam atender a demanda de
pacientes que surgiam, pensou em ensinar outros discípulos para poder difundir a osteopatia.
Inicialmente seus alunos tinham dificuldade em compreender sua filosofia e acompanhar suas
profundas noções anatômicas e fisiológicas.
Em 1900, se formou um aluno de Still: John Martin Littlejohn. Ele foi responsável por
fundar em 1915, uma das escolas de osteopatia mais reconhecidas e respeitadas da Europa até
hoje, a British School os Osteopathy. A partir daí ocorreu um processo de migração da osteopatia
para outros países da Europa e para o resto do mundo.
•Autobiography of Andrew Taylor Still with a History of the Discovery and Development
of the Science of Osteopathy, em 18971;
Seguiu sua vida como osteopata clínico e professor difundindo sua filosofia até sua morte
em 12 de dezembro de 1917, com 89 anos..
Irwin korr: fisiologista que passou vários anos dando aulas em escolas de Osteopatia em
Kirsville, Michigan e no Texas. Descreveu em seus trabalhos os princípios
4 – DEFINIÇÕES DA OSTEOPATIA
“Um sistema completo de cuidado de saúde com uma filosofia que combina as
necessidades do paciente com a prática atual de medicina, cirurgia e obstetrícia; que enfatiza e
relação entre estrutura e função; e que tem apreciação na habilidade do corpo de curar a si
mesmo”.
5 - PRINCÍPIOS DA OSTEOPATIA
1. A unidade do corpo.
3. A autocura.
4. A lei da artéria.
O primeiro grande princípio refere-se à unidade do ser, de que cada indivíduo é uma
expressão do corpo, mente e espírito. A pessoa é regulada, coordenada e integrada por funções
fisiológicas interdependentes que relacionam diferentes elementos anatômicos, fisiológicos e
psicológicos.
5.3 - A autocura
Foi introduzida no Brasil por Osteopatas europeus na década de 1980 e desde então vem
se difundindo como modalidade terapêutica.
No ano 2000 foi criado o Registro Brasileiro dos Osteopatas, órgão vinculado à
Osteophatic International Alliance (OIA), que tem como objetivo o reconhecimento da
Osteopatia como profissão no Brasil e sua regulamentação19.
No ano 2004 foi criada a Associação Brasileira dos Fisioterapeutas Osteopatas, que tem
como objetivo fortalecer a especialidade Osteopatia dentro da Fisioterapia. Em 2009, a
Associação vinculou-se ao Coffito.
O capítulo a seguir irá abordar alguns aspectos anatomofisiológicos relevantes que devem
ser compreendidos pelo leitor, para que os conceitos básicos possam ser aplicados aos
fundamentos da Osteopatia. É importante ressaltar que muitos desses princípios
neurofisiológicos dão suporte teórico e científico aos fenômenos que envolvem as disfunções
somáticas e suas repercussões, assim como para as técnicas de tratamento utilizadas na
Osteopatia. Trata-se de um tratamento reflexo baseado em respostas desencadeadas por
estímulos mecânicos aplicados em receptores sensoriais
Para que o leitor possa compreender de forma clara as bases anatomofisiológicas que dão
suporte à Osteopatia, é importante que alguns princípios fisiológicos básicos sejam lembrados e
considerados:
A medula espinhal fica localizada no canal vertebral, formado pelos forames vertebrais
sucessivos, é o principal centro reflexo e via de condução entre o corpo e o encéfalo. Da face
ventral e dorsal da medula se originam as raízes anteriores e posteriores dos nervos espinhais,
respectivamente. As raízes posteriores contêm fibras aferentes (sensitivas) que transportam
fluxos nervosos da periferia (pele, músculos, cápsulas, ligamentos) para a medula, e as raízes
anteriores contêm fibras eferentes (motoras) que se originam dos neurônios motores espinhais e
seguem para o músculo esquelético.
As duas raízes se unem na saída do canal vertebral para formar um nervo espinhal, que
por sua vez, ramifica-se num ramo anterior e outro posterior. É importante lembrar que os dois
ramos são na maioria dos casos (salvo poucas exceções) mistos, pois contém fibras aferentes
(sensitivas) e eferentes (motoras). O ramo anterior sempre apresenta um longo trajeto antes de
atingir seu órgão alvo (músculo, glândula...), sendo que nas regiões cervical e lombar esses
ramos anteriores formam os plexos nervosos multisegmentares (cervical, braquial, lombar e
sacral), e na região torácica formam os grandes nervos intercostais, que no caso, são
unisegmentares. Já os ramos posteriores dos nervos espinhais normalmente apresentam um
trajeto bem mais curto, pois na maioria dos casos inerva a pele, músculos profundos, capsulas
articulares e o periósteo do próprio segmento medular.
É o primeiro ramo originado do nervo espinhal. Logo após sair do forame intervertebral o
nervo espinhal fornece um primeiro ramo que passa pelo forame intervertebral e, voltando para o
canal, junto com um ramo comunicante cinzento proveniente do gânglio simpático paravertebral.
Distribui-se mediante por filetes muito delgados, inervado o disco intervertebral, os ligamentos
longitudinal anterior e posterior, e a porção ventral da dura-máter.
As fibras nervosas motoras têm sua origem no corno anterior da substância cinzenta da
medula e saem da medula, por meio das raízes anteriores para inervar as fibras musculares
esqueléticas. Estes neurônios podem ser de dois tipos: neurônios motores alfa e neurônios
motores gama. Os neurônios alfa têm em média 14 micrometros de diâmetro e inervam as
grandes fibras musculares. Os neurônios gama são menores com diâmetro médio de 5
micrometros e inervam pequenas fibras musculares, as fibras intrafusais dos fusos.
Unidade motora
muscular causando um estímulo para desencadear o potencial de ação muscular. Cada potencial
de ação gera uma contração muscular.
Potencial de ação
8.6 – Interneurônios
O PAUM pode ser facilitado ou inibido pelas informações recebidas por neurônios que
fazem conexão com os neurônios motores na medula, os chamados interneurônios, que podem
ser excitatórios ou inibitórios. Eles estão presentes na substância cinzenta da medula (corno
anterior, posterior e nas áreas intermediárias entre os dois), e fazem sinapses com os neurônios
do corno anterior, assim como mostra a figura abaixo.
Os itens relacionados a este tópico irão abordar os receptores sensoriais localizados nos
músculos, tendões e cápsulas articulares, enfatizando suas ações e repercussões sobre a medula
espinhal.Grande parte das atividades do sistema nervoso (SN) é iniciada pela atividade de
receptores sensoriais, podendo determinar vários tipos de reações corporais. Existem
basicamente cinco tipos de receptores sensoriais: mecanorreceptores, termorrreceptores,
nociceptores, receptores eletromagnéticos, e quimiorreceptores. Os mecanorreceptores detectam
a compressão ou o estiramento mecânico do receptor ou dos tecidos adjacentes a ele; os
termorreceptores detectam alterações de temperatura, alguns frio e outros calor; os nociceptores
(receptores de dor) detectam lesões teciduais; os eletromagnéticos detectam luz na retina do
olho; e os quimiorreceptores detectam alterações químicas no corpo .
Fuso neuromuscular
Cada fuso contém 3 a 12 fibras musculares intrafusais que se fixam nas fibras musculares
extrafusais circundantes. A região central das fibras intrafusais não é contrátil, tem função
sensorial. Existem dois tipos de terminações sensoriais nas fibras intrafusais: a terminação
primária, fibra do tipo Ia, com diâmetro de 17 micrômetros que transmitem sinais sensoriais para
a medula com velocidade de 70 a 120 m/s; e terminações secundárias, fibras tipo II com
diâmetro médio de 8 micrômetros. As partes terminais das fibras intrafusais que efetivamente
contraem-se são excitadas pelas fibras motoras gama originadas no corno anterior da medula
espinhal, já as fibras extrafusais são excitadas por fibras motoras alfa.
Quando o músculo é estirado mais do que seu comprimento de repouso, o fuso também
está estirado, o que faz descarregar as terminações primárias e secundárias com freqüências
crescentes, proporcionais ao grau de estiramento.
também ao redor das articulações sinoviais existem receptores sensoriais, como os de Ruffini e
de Pacini. Os receptores de Ruffini ficam dentro da cápsula e respondem a alterações na posição
articular e a velocidade de movimento articular. Localizado dentro da cápsula e nos tecidos
conectivos, os receptores de Pacini respondem as pressões criadas pelos músculos, assim como a
dor na articulação. Esses receptores articulares, assim como os receptores localizados nos
músculos, ligamentos e tendões mantêm o SN constantemente informado sobre as condições
dentro e ao redor das articulações.
Os receptores capsuloligamentares
também atuam como reguladores do aporte
sanguíneo muscular. Quando um ligamento
é estirado por um movimento, envia uma
mensagem para a medula espinhal, que por
sua vez aumenta o fluxo sangüíneo para
poder responder ao aumento do gasto
energético.
Uma característica em comum dos receptores sensoriais é qualquer que seja o estímulo
que os excite, ocorre uma alteração no potencial elétrico da membrana do receptor. As excitações
podem ocorrer de várias maneiras: pela deformação mecânica do receptor, pela aplicação de
substância química, pela alteração da temperatura, pelo efeito da radiação eletromagnética.
Os sinais emitidos pelos receptores são transmitidos para o SN por fibras nervosas
sensoriais. Essas fibras podem ser classificadas da seguinte maneira:
Grupo III, fibras que conduzem sensações de temperatura, tato grosseiro e dor
em picada;
É a unidade funcional vertebral: composta por duas vértebras e todos os elementos que
fazem parte do segmento (vasos, articulações, músculos, ligamentos dentre outras).
Cada metâmero recebe e envia informações (inervação aferente e eferente), por meio do
sistema nervoso somático e autônomo a diferentes elementos:
- Pele (Dermátomo): É a área cutânea inervada por uma única raiz nervosa.
- Músculo (Miótomo): músculos inervados por axônios motores dentro de cada nervo segmentar
(raiz). Ex: L1 – iliopsoas, C5 – Bíceps braquial, C4 – Trapézio superior dentre outras. Salienta-se
que cada músculo apresenta, normalmente, inervação multissegmentar.
- Osso (Esclerótomo): É uma região de periósteo inervada por uma única raiz nervosa. Há uma
grande variabilidade entre indivíduos.
- Artéria (Angiótomo): Compreende todos os vasos, artérias, veias e sistema linfático do nível da
raiz nervosa.
- Vísceras (Viscerótomo): É uma víscera inervada por uma única raiz nervosa. Assim como o
músculo, as vísceras apresentam inervação multissegmentar.
SEGMENTO MEDULAR
A seguir será descrita uma breve revisão sobre o sistema nervoso visceral para que se
compreendam suas relações com as disfunções somáticas. O intuito no momento não é
aprofundar demasiadamente o conhecimento nesse complexo sistema, pois isso será realizado em
outro momento do curso.
Esse sistema mediado pela adrenalina, geralmente acentua a atividade dos outros
sistemas, preparando o corpo para situações de “luta ou fuga”, dependendo de situações externas
e internas do corpo. As reações são moderadas constantemente e ajustadas em respostas às
informações recebidas por centros superiores: funções viscerais, circulação, metabolismo, tônus
da musculatura lisa, motilidade visceral, função cardíaca e pulmonar são reguladas.
O reflexo nervoso é uma relação básica entre um estímulo de entrada para o corpo e uma
saída involuntária através de uma ação de um músculo ou um órgão secretório.
- Neurônios eferentes (motores): são eferentes os neurônios, fibras ou feixes de fibras que levam
impulsos de uma determinada área do sistema nervoso para a periferia.
Ocorre quando há entrada sensorial de uma estrutura visceral, que provoca consequente
atividade em um órgão. EX: distensão do intestino provocada pelo volume das fezes que resulta
no aumento da contração do músculo do próprio intestino.
É causado por estímulos viscerais locais que produzem padrões de resposta reflexas nas
estruturas somáticas segmentalmente relacionadas. É a repercussão no sistema
musculoesquelético ao estímulo de receptores viscerais. Pode causar, por exemplo, aumento do
nível de tensão muscular ou diminuição do limiar sensitivo da pele/periósteo.
É muito importante salientar ao leitor que estas forma de análise são inter-relacionadas
mas em certos casos são independentes. Exemplo: quando observa-se um indivíduo
estaticamente com uma anteversão pélvica e aumento da lordose lombar (macrofisiologia
articular), significa que os ossos ilíacos encontram-se rodados anteriormente e as vértebras
lombares encontram-se estendidas. Este posicionamento dos ossos em relação ao espaço não
quer dizer que eles encontram-se fixados do ponto de vista da microfisiologia articular. Os ossos
ilíacos podem realizar pequenos movimentos de rotação anterior e posterior (microfisiologia),
mas no caso do exemplo descrito acima, não significa que pelo fato de estaticamente estarem em
anteversão, os ilíacos estejam fixados em rotação anterior. É uma tendência em alguns casos,
mas é possível que os ossos ilíacos apresentem seus micromovimentos livres nesse exemplo.
10 – DISFUNÇÕES SOMÁTICAS
Esse termo substitui outro utilizado antigamente por Still como “deslocamento ósseos” e
posteriormente de “lesão osteopática”.
São alterações funcionais de parâmetro menor, ou seja, são problemas mecânicos que não
são acompanhados de lesões teciduais (fratura, ruptura ligamentar, etc) seguidas de respostas
inflamatórias. Não são demonstrados em exames laboratoriais e/ou de imagem, sendo que seu
diagnóstico é dado através de palpação e testes de mobilidade específicos para cada tecido.
Uma disfunção somática se trata de um distúrbio funcional reversível que pode afetar
articulações da coluna vertebral e periferia do corpo, e também tecidos dispostos em outras zonas
como nos envoltórios fasciais das vísceras, ou até mesmo o tecido conjuntivo encontrado nas
suturas e membranas cranianas.
A disfunção pode ser denominada de acordo com sua localização, como por exemplo:
disfunção vertebral, disfunção visceral, disfunção craniana, etc.
Há muito tempo tem sido considerada como o fator central e principal no contexto da
filosofia Osteopática, relacionando seus impactos sobre a saúde em um contexto de globalidade
do corpo humano. Diferentes teorias tentam explicar seus achados clínicos e sua fisiopatologia.
•Assimetry: assimetria;
•Restriction: restrição;
1900: Louisa Burns, que fez parte do instituto de pesquisa A.T. Still em Chicago, realizou
uma série de estudos relacionados aos distúrbios somáticos e repercussões sobre funções
viscerais.
1930: J. S. Denslow e seus colegas promoveram estudos pioneiros feitos com registros de
eletromiografia para obter evidências relacionadas aos achados palpatórios nas
disfunções somáticas.
1945: Irwin Korr se juntou a Denslow para dar continuidade às pesquisas utilizando
EMG e introduziu o conceito da facilitação medular, que será abordado posteriormente.
Esse modelo ainda é frequentemente descrito em obras literárias osteopáticas nas
principais escolas de Osteopatia do mundo, porém outros modelos descritos nas últimas
três décadas apresentam maior suporte científico.
O fisiologista Irwin Korr propôs a relação da disfunção somática vertebral ao que ele
chamou de segmento medular “facilitado”. Denominava o problema naquela época como “lesão
osteopática”.
Esse modelo propõe que o fuso neuromuscular seria o principal receptor sensorial
envolvido e responsável pela manutenção da disfunção. O aumento da atividade das fibras
motoras gama causaria a manutenção da contração das fibras musculares intrafusais de tal forma
que estiramento da porção sensitiva do fuso manteria uma contração muscular crônica palpável
clinicamente.
Vários mecanismos poderiam causar esse fenômeno. Na sequencia, descreve-se uma dessas
possibilidades:
Movimento brusco
A gravidade, pela influência dos centros labirínticos e dos músculos antagonistas, tende a
levar a articulação novamente à posição neutra, devolvendo ao músculo seu comprimento
inicial. Isso faz como que ocorra o estiramento da porção sensorial do fuso, aumentando
ainda mais a descarga sensitiva desses receptores. Então o fuso vai estimular
permanentemente sua porção contrátil, recusando-se a estirar. Ocorre um
desemparelhamento entre as fibras intra e extrafusais. O músculo vai resistir a todo o
alongamento, mantendo-se num estado de “contração” crônica.
Gravidade;
Alterações psicológicas;
A figura abaixo demonstra a relação entre alguns fatores que podem repercutir sobre o
sistema neuromusculoesquelético:
Van Buskirk, já em 1990, colocou em questão alguns conceitos propostos por Korr. Para
ele, os fusos neuromusculares não seriam capazes de produzir as contrações musculares reflexas.
Sugeriu que receptores sensoriais localizados em vários tecidos podem estar envolvidos com as
disfunções somáticas, em especial os nociceptores, seriam responsáveis pela manutenção da
contração muscular reflexa e aumento das descargas simpáticas.
das raízes anteriores e fibras eferentes viscerais causando respectivamente aumento do tônus
muscular e repercussões nas atividades autonômicas (vasomotora, sudorípara e atividade
visceral) do segmento medular envolvido.
Para Garry Fryer (1999), os modelos que sugerem que as contrações musculares reflexas
são responsáveis pelas alterações de mobilidade encontradas nas disfunções somáticas articulares
são insustentáveis. Ele destaca que estudos recentes mostram que músculos segmentares são
inibidos na presença de dor.
Um modelo hipotético apresentado por Fryer propõe que as disfunções seriam iniciadas
por uma lesão tecidual, e as consequências seriam as alterações funcionais reversíveis
direcionadas pelos estímulos nocieptivos, assim como no modelo de Van Buskirk. Tensões
mecânicas impostas nos receptores localizados em cápsulas e ligamentos causam inflamação e
efusão sinovial ativando nociceptores. Reflexos axonais produzem alteração da textura tecidual
local. A efusão articular e o ingurgitamento tecidual poderiam explicar a restrição de mobilidade.
A atividade nociceptiva que chega ao corno posterior da medula poderia ser responsável pelo
aumento da atividade simpática, provocando repercussões viscerais e imunes. Músculos
segmentares estabilizadores acabariam sendo inibidos e músculos multissegmentares excitados,
de tal forma que aquela articulação tornar-se-ia instável e mais suscetível a estresse mecânico. A
manutenção do problema ao longo do tempo produziria modificações nas características físicas
no tecido conjuntivo, contribuindo para a sustentação da restrição de mobilidade e as assimetrias.
Um ciclo autossustentável se instalaria.
Essa alteração tônica pode ser responsável por limitação de mobilidade (fixação) de
alguma articulação envolvida. As disfunções somáticas de articulações periféricas apresentam
diretamente, somente repercussões mecânicas; mas indiretamente são fontes de fluxos alterados
para o sistema nervoso central, podendo causar estímulos aferentes alterados para os níveis
medulares relacionados aos tecidos.
Toda disfunção primária necessita de uma adaptação. A adaptação não necessita sempre
de um tratamento, somente se persiste por tempo prolongado mantendo-se mesmo após a
correção da disfunção primária.
capacidade do corpo se defender. Quanto mais nos adaptamos a algo, menos podemos nos
adaptar a outra coisa.
Como descrito anteriormente, alguns modelos sugerem que uma disfunção somática é
acompanhada de uma hiperatividade gama e espasmo muscular que fixa a disfunção Já a zona de
hipermobilidade adaptativa se caracteriza por uma debilidade muscular local.
Propõe-se que essas áreas reacionais seriam locais que geralmente apresentem dores
espontâneas do paciente, devido ao stress mecânico imposto aos tecidos periarticulares
(músculos, ligamentos, cápsulas, discos). Porém na prática clínica observa-se que certamente
áreas hipomóveis também podem ser o local sintomático.
Esse conceito postula que num primeiro momento, o stress mecânico na área hipermóvel
provoca processos inflamatórios e álgicos, e em longo prazo favorece processos degenerativos.
EXEMPLO PRÁTICO
Nas zonas hipermóveis os testes de mobilidade são negativos, pois não existem fixações
articulares presentes.
a) Nas hipomobilidades
- dar mobilidade.
b) Nas hipermobilidades
- diminuir a inflamação.
- diminuir o edema.
- diminuir a dor.
Não se devem manipular articulações hipermóveis, pois não faz sentido buscar aumentar
ainda mais o movimento nos locais que já o tem em excesso.
HIPOMOBILIDADE HIPERMOBILIDADE
Dor à palpação
Dor à palpação
12 - FACILITAÇÃO MEDULAR
1. As fibras musculares inervadas pelos segmentos facilitados têm um tônus elevado que
produz modificações morfológicas, químicas e metabólicas (que podem se transformar
em fontes de irritações crônicas).
Todos os tecidos que recebem uma inervação motriz (músculos, vasos, glândulas) a partir
do segmento facilitado estão expostos a uma excitação ou inibição.
Quando existe uma disfunção vertebral com hiperatividade gama, a facilitação das
mensagens a partir do sistema gama vai perturbar a chegada das mensagens que a medula recebe,
assim como todas as mensagens que irão para os diferentes tecidos do metâmero se encontrarão
alteradas. O segmento vertebral que se comporta assim é reconhecido como uma Disfunção
manipulável: deve ser corrigida quando encontrada.
Não se podem testar todos os elementos do metâmero, mas bastam três elementos para
confirmar o diagnóstico de uma verdadeira disfunção somática vertebral acompanhada da
facilitação medular (tríade metamérica).
Nos casos de avaliação das disfunções somáticas de vértebras cervicais e lombares, pode-
se analisar o tônus de músculos inervados por esses níveis medulares nos membros superiores ou
inferiores, respectivamente. Já quando a avaliação é realizada em quase toda a coluna torácica,
os testes de tônus de músculos periféricos não podem ser aplicados, pois os ramos anteriores dos
nervos espinhais desses níveis medulares formam os nervos intercostais, que inervam músculos
de difícil possibilidade para se realizar os testes de tônus.
Comentários
2) O limiar de dor: existe relação direta entre o limiar reflexo e o limiar de percepção de dor.
Nos segmentos em disfunção, o periósteo da vértebra é muito mais sensível que nos
segmentos normais.
Deve-se interpretar isto como o indício de uma facilitação das fibras espinotalâmicas,
condutoras da sensação dolorosa.
Normalmente, os neurônios eferentes motores não geram respostas reflexas para qualquer
pequeno estímulo. Um neurônio eferente não descarrega até que seu potencial de membrana
chega a um valor subliminar. Deve ser estimulado suficientemente para descarregar um arco
reflexo, o que representa uma espécie de proteção para o sistema nervoso.
- uma cicatriz
O estado de facilitação pode estender-se a todos os neurônios que tem seu corpo celular
no segmento medular que inerva a articulação em disfunção, o que inclui as células do corno
anterior, as fibras pré-ganglionares do sistema nervoso simpático, assim como as fibras
espinotalâmicas condutoras de dor.
Esta mobilidade é necessária para uma boa funcionalidade já que a bomba vascular do
abdome está constituída pelos movimentos do diafragma, pelos diferentes movimentos viscerais
que permitem realizar um bombeamento vascular local. Estes mecanismos fazem parte da
homeostase corporal.
Tensões Diafragmáticas
Sistema neurovegetativo
Alteração psicológica
O tratamento buscará devolver para a víscera sua mobilidade primitiva fisiológica, assim
como sua vascularização e reequilíbrio neurológico. O Osteopata deve tratar todos os
movimentos no corpo humano, inclusive o movimento fisiológico visceral. A Osteopatia é a arte
de provocar uma auto-correção do organismo. A manipulação visceral é um destes meios.
Um órgão tem boa saúde se é móvel, graças às serosas, e aos ligamentos que o rodeiam.
Toda perda de mobilidade, fixação, aderência à outra estrutura, modificam o movimento da
víscera e predispõe as patologias.
Atividade elétrica que ocorre no cérebro causaria uma espécie de motricidade que
se espalha pelo corpo;
A frequência considerada como normal desse ritmo tem certa variação dentro da
literatura que aborda o tema
Também é importante ressaltar que os ossos cranianos estão todos unidos pelo tecido
conjuntivo que envolve o sistema nervoso central, a dura-máter. Este tipo de tecido conjuntivo
resistente e praticamente inelástico, interconecta os ossos cranianos e também liga o crânio com
a coluna vertebral e com a pelve do ponto de vista mecânico. Dessa forma, as tensões geradas
nesses tecidos por disfunções mecânicas certamente são transmitidas aos elementos que
constituem essa cadeia.
Suprimir o estímulo nociceptivo que nasce dos mecanorreceptores, estes estão situados
nas suturas do crânio.
Biomecânico-estrutural;
Respiratório-circulatório;
Neurológico;
Metabólico-funcional;
Comportamental-biopsicossocial.
Esse modelo defende que em ocasiões de alterações estruturais, que causem ou sejam
causadas por disfunções de tecidos musculoesqueléticos, podem afetar estruturas neurológicas e
vasculares e consequentemente comprometer processos metabólicos e comportamentais. Isso
pode gerar distúrbios em várias funções corporais reduzindo sua capacidade homeostática.
Para alcançar as metas propostas por esse modelo, o osteopata conta com várias
ferramentas como: thrust; mobilização articular; técnicas de energia muscular; liberação
miofascial; técnicas funcionais; técnica de Still.
A proposta desse modelo é que a chave da homeostase seria a boa circulação de todos os
fluídos corporais, garantido nutrição e drenagem apropriada dos tecidos ao nível celular.
afetar não somente a mobilidade, mas também a dinâmica dos fluídos arteriais, venosos,
linfáticos e cerebroespinhais.
As técnicas que podem ser aplicadas nesse modelo são: técnicas cranianas; técnicas
articulares ; técnicas de liberação miofasciais dos diafragmas; técnicas de bombeamento linfático;
técnicas viscerais.
Os cinco modelos são conceituais e quando se aplicam técnicas distintas sobre os tecidos
corporais, estas abordagens proporcionam além das respostas biomecânicas, efeitos
neurológicos, fluídicos, metabólicos e comportamentais. A perspectiva distinta pode auxiliar na
compreensão e na maneira de abordar, porém os cinco modelos são interdependentes dentro da
globalidade do ser humano.
16 - TIPOS DE DOR
Sintomas:
Esta dor tem caráter específico em função das articulações disfuncionais ou lesionadas:
Uma anomalia discal pode perturbar a relação entre os diferentes elementos vertebrais e
modificar a dimensão do forame de conjugação ou canal medular pela inflamação e o edema que
provoca que invadem este espaço.
Sabemos que salvo em raras exceções, os nervos são mistos, por isso devemos considerar
não somente o trajeto anatômico dos mesmos quando realizamos o diagnóstico da nevralgia, mas
também devemos ter em mente os tecidos moles inervados por cada raiz e a extensão das
ramificações nervosas.
Supõe-se que a tração tensiona a bainha nervosa, alterando o equilíbrio pressórico intra e
extraneural, causando a diminuição da vascularização sanguínea do tecido neural. Este
mecanismo isquêmico é favorável ao aparecimento da dor.
Esta dor aparece imediatamente, sem tempo latente enquanto o peso aumenta sobre o
disco que já não é capaz de amortecer as pressões. Normalmente aumenta por flexão com o
paciente em pé, que aumenta a pressão do disco de maneira muito intensa. Em geral esta dor
aumenta com a tosse e pelos esforços de defecação, tosse e espirro (manobra de Valsalva) que
aumentam a pressão abdominal e intra-discal.
A dor de origem ligamentar não é aguda, pois aparece quando o indivíduo está na mesma
posição por um longo período (sentado, em pé, deitado ou inclinado para frente). Esta dor
também se manifesta ao final das amplitudes articulares.
- espasmos musculares.
- restrições de mobilidade.
Cápsulas interapofisárias
São responsáveis pelas dores lombares unilaterais que se apresentam do lado lesionado.
A dor aumenta por inclinação e rotação homolateral.
Ligamentos iliolombares
A dor é lateral lombar baixa ou também sacroilíaca, ás vezes inguinal. A dor aumenta
pela flexão e inclinação contralateral. Os ligamentos iliolombares podem provocar dores
projetadas do tipo ciatalgia L5.
Ligamentos inter-espinhosos.
São responsáveis pelas dores durante a flexão mantida (ex: sentado na cadeira) e ao
retornar a posição. Provoca dores em barra e dores situadas sobre a linha média da coluna. Os
ligamentos interespinhosos podem provocar dores referidas devido aos reflexos segmentários.
Ligamentos sacroilíacos
- a colocação em tensão dos ligamentos da parte superior do sulco provoca uma ciatalgia
do tipo S1.
- o sofrimento dos ligamentos da parte inferior do sulco provoca uma ciatalgia tipo S2.
Ligamentos sacrotuberais.
São responsáveis por dores do tipo radicular que se irradia para o calcâneo e perna
(ciatalgia S2).
Às vezes existe uma dor referida a partir do músculo que é característica para cada
músculo: a dor sentida é descrita como surda e difusa, do tipo isquêmico; a dor aumenta com a
contração muscular isométrica.
Músculos sujeitos a prolongada tensão postural fadigam-se, de modo que uma dor
profunda e difusa frequentemente se desenvolve. Uma vez que metabólitos tenham sido
formados nos tecidos, eles levam algum tempo para serem dispersos, mesmo em uma posição
antigravitacional.
1. No ventre por uma contração sustentada ou forte demasiada. A contração muscular cria uma
tensão intramuscular responsável do colapso de pequenos vasos sanguíneos. Fisiologicamente,
cada contração muscular é seguida de um período de repouso durante o qual o sangue circula de
novo no sistema capilar do músculo, renovando assim o oxigênio e permitindo a evacuação dos
metabólitos produzidos pelo trabalho muscular. A contratura/hiperatividade muscular perturba
esta fisiologia, o trabalho se desenvolve com uma circulação alterada, uma má oxigenação dos
tecidos e uma eliminação insuficiente dos metabólitos: o conjunto provoca a dor isquêmica do
músculo.
A associação da isquemia e do acúmulo dos metabólitos provoca uma inflamação tecidual que
posteriormente desenvolve uma fibrose muscular.
2. Nas inserções do músculo sobre o periósteo, a tração crônica desenvolve a dor. O músculo
pode também mostrar seu sofrimento mediante mialgias em banda que simulam uma radiculagia.
Esta alteração muscular pode ter várias origens:
A dor de origem nervosa (raiz, nervo espinhal, nervo periférico) é descrita pelo paciente
como filiforme, radicular, portanto o paciente pode descrever o trajeto com o dedo. Quando a
compressão mecânica do tecido neural ocorre em sua raiz, esta dor aumenta com certos
movimentos do tronco. Quando a compressão ocorre em seu trajeto na periferia, geralmente os
movimentos do membro relacionado despertam os sintomas.
Uma das principais características desse tipo de sintoma é que ele é bem definido,
respeitando o trajeto anatômico da raiz nervosa afetada.
Esta fonte de dor inclui todos os órgãos do corpo situados no tronco, abdômen e pelve,
tais como aqueles do sistema respiratório, digestivo, urogenital e endócrino, bem como o
pâncreas, o coração e os grandes vasos.
2. O local da dor visceral corresponde aos dermátomos dos quais o órgão doente
recebe sua inervação. Por exemplo, o pericárdio é adjacente ao diafragma. A dor
de origem cardíaca e diafragmática é muitas vezes percebda no ombro porque o
segmento espinhal C5-C6 também supre o coração e o diafragma.
A dor projetada não aumenta com o movimento, é rítmica pela função da víscera
(intestinos, bexiga, útero...) e pelo ciclo circadiano. A área somática dolorosa não apresenta uma
disfunção importante.
17 - DOR REFERIDA
18 - DIAGNÓSTICO OSTEOPÁTICO
Nos casos em que os pacientes procuram tratamento Osteopático pela presença de dor,
um dos primeiros trabalhos do Osteopata consiste em determinar os tecidos responsáveis pelos
sintomas apresentados pelo paciente e os motivos específicos que levaram a essas condições.
Aqui começa realmente o diagnóstico Osteopático, já que são vários os elementos capazes de
produzir dor.
Sabendo que para cada tecido existe uma técnica mais apropriada de tratamento, é muito
importante que o diagnóstico seja preciso para que os resultados das intervenções sejam eficazes.
Uma vez identificado o tecido, determinar se o tratamento é possível ou não, e se pode ou não ser
perigoso. Devemos lembrar que a dor pode ser referida de outro território ou de uma víscera.
18.1- Anamnese
Num primeiro momento esta fase de uma consulta deve ser realizada da forma mais
ampla e ao mesmo tempo objetiva possível. Deve-se interrogar o paciente sobre todo seu
histórico clínico, e também sobre o histórico de seus sintomas atuais:
Observar o pacientes nos três planos de espaço. Buscar situação das curvas
fisiológicas (lordose, cifose) e também desvios no plano coronal (escolioses).
18.3- Palpação
A palpação é uma forma importante de buscar informações relevantes. Por meio dela,
podem-se buscar alterações da textura dos tecidos corporais – pele, fascia, músculos, ligamentos,
tendões... Alterações teciduais que ocorrem em resposta à inervação simpática, podem aumentar
ou diminuir a temperatura e umidade do local.
O Osteopata deve se concentrar nas sensações que recebe através de suas mãos quando
está palpando o paciente. A distribuição e profundidade dos receptores sensoriais localizados em
nossas mãos determinam qual parte das mãos são melhores utilizadas em cada teste palpatório
específico. Os receptores de calor encontram-se mais concentrados no dorso da mão, onde a pele
é mais fina do que na palma. Dessa forma, é mais apropriado utilizar essa região das mãos para
sentir a temperatura tecidual. Receptores táteis (Merkel, Meissner) estão dispostos em grande
proporção na polpa dos dedos, fazendo estas regiões mais sensíveis ao tato.
Existem vários tipos de testes palpatórios globais e locais que podem ser utilizados na
avaliação.
A observação dos tecidos deve ser agregada à palpação dos mesmos, na busca de
alterações de coloração da pele. Um eritema pode significar uma infecção ou inflamação, e é
tipicamente visto em disfunções somáticas agudas. Pele pálida e sem reflexo histamínico
normalmente encontra-se em zonas de disfunções somáticas crônicas.
18.5 - Radiologia
Fraturas.
Transtornos degenerativos.
Transtornos metabólicos.
Metástases ósseas.
A Osteopatia é composta por um vasto arsenal de técnicas, assim como muitas variações
das mesmas. Cada técnica tem objetivos e ações especificas, e é importante ressaltar que deve-se
aplicá-las de forma coerente e segura. Podem-se dividir basicamente as técnicas em duas grandes
categorias:
São todas as técnicas que, qualquer que seja o tecido tratado, se realizam no sentido da
barreira, contra a restrição de mobilidade tecidual. O princípio geral dessas técnicas é de ir no
sentido das restrições, seja em um ou vários parâmetros fisiológicos restritos. Sua finalidade é de
romper aderências, regularizar o tônus muscular, reduzir a densidade das fascias, restaurar a
função e a mobilidade articular, suprimir as facilitações medulares quando presentes.
Estas técnicas se caracterizam pelo controle do ritmo, assim como da repetição dos
movimentos. Os movimentos passivos realizados pelo Osteopata produzem respostas ao nível
dos mecanorreceptores proprioceptivos que respondem as variações de tensão no músculo, nas
fascias, nos tendões e nos elementos cápsuloligamentares.
Translações.
Trações e compressões.
19.1.1.1 – Streching
PRINCÍPIOS:
OBJETIVOS;
TÉCNICA:
Quando aplicada para aponeuroses musculares, o estiramento rítmico pode ser feito em
duas direções:
O importante desta técnica é que a tração se aplique e se retire lentamente, de acordo com
as necessidades e objetivos.
Uma boa técnica de tecido mole consiste em “dialogar” com o tecido, encontrar o ritmo
que corresponde ao paciente.
19.1.1.2 – Articulatória
PRINCÍPIOS:
Construir alavancas, assim como nas manipulações com thrust, no entanto uma alavanca
específica que permite focalizar a força num parâmetro de movimento da articulação.
Esse parâmetro é selecionado após criteriosa avaliação analítica de mobilidade.
OBJETIVOS
TÉCNICA
19.1.1.3 – Bombeamento
PRINCÍPIOS
OBJETIVOS
TÉCNICA
PRINCÍPIOS
Esta técnica utiliza os princípios das técnicas com thrust (flexão/extensão, inclinação e
rotação contrária).
A colocação de tensão é levada até a redução do slack, mas nessa técnica não é aplicado
um impulso corretivo. A correção é espontânea.
OBJETIVOS
TÉCNICA
Levar o segmento até a redução do slack, manter esta posição enquanto o paciente respira
profundamente até que se obtém um relaxamento tecidual.
19.1.1.5 – Inibição
PRINCÍPIOS
OBJETIVOS
TÉCNICA
Exercer uma pressão perpendicular nas fibras musculares. Esta pressão se mantém até
que o músculo se relaxe. Depois se diminui a pressão lentamente.
PRINCÍPIOS
Utilizam-se contrações isométricas, para resistir essa contração se utiliza uma pressão que
varia entre 100 gramas até 10 quilos no máximo. Quanto menor o músculo envolvido,
menos carga mecânica é necessária na contração para recrutar suas unidades motoras.
A articulação fixada é mobilizada nos três planos do espaço o que permite chegar à
barreira motriz.
OBJETIVOS
TECNICAS
1) RELAXAMENTO PÓS-ISOMÉTRICO:
Na contração isométrica, a força que o Osteopata realiza é igual à força realizada pelo
paciente. Aproveita-se do relaxamento que segue a contração para estirar o músculo
espasmado/hiperativo e devolver seu comprimento normal, suprindo assim a restrição de
mobilidade.
2) CONTRAÇÃOES ISOTÔNICAS:
Neste tipo de contração, começar pedindo ao paciente uma contração isométrica muito leve e
logo pedir que contraia cada vez mais forte sendo capaz de realizar força igual a do
Osteopata. Quando o paciente realiza uma força máxima, coloca em funcionamento o
máximo de unidades motoras do músculo, isto permite aumentar o tônus basal, é útil quando
se trata de um músculo debilitado ao teste de tônus.
3) CONTRAÇÕES ISOLÍTICAS
Pedir ao paciente uma resistência e o Osteopata exerce uma força maior que a do paciente,
isto permite estirar potentemente as fascias e romper as aderências e fibroses que existem
entre músculo e fascias.
Para músculos que tem tendência a se retrair se utiliza esse tipo de contração.
O mecanismo utilizado nesta técnica é a inibição recíproca descrito por Sherington. Se existe
um músculo em espasmo, colocar em posição de estiramento, pedir contração isométrica dos
antagonistas e automaticamente se inibe o tônus dos agonistas.
5) CONTRAÇÃO MIOTENSIVA
Neste tipo de técnica se utiliza a potência de um músculo para que ocorra a correçã da
disfunção.
Solicitam-se contrações importantes de músculos específicos, para que eles levem à correção
das disfunções de mobilidade.
PRINCÍPIOS
OBJETIVOS
TÉCNICA
A tração axial.
OBJETIVOS
Quebrar aderências.
TÉCNICA
Uma das mãos toma contato proximalmente ao deslizamento que será realizado, e realiza
uma tensão tecidual na direção oposta a da utilizada na técnica. Isto é feito para impor uma
tensão prévia (tissue pull) nos tecidos a serem tratados.
A outra mão toma contato com a polpa do polegar posicionada de forma profunda no
tecido que será tratado e o antebraço voltado na direção do deslizamento. Quando a técnica é
realizada em músculos esqueléticos, o deslizamento deve ser feito sempre longitudinalmente às
fibras.
O deslizamento deve ser profundo e lento sendo que a velocidade da técnica é controlada
pela liberação dos tecidos. Ou seja, quanto mais denso menor é a velocidade. É recomendado
realizar cerca de três traços profundos nos tecidos tratados. No final da técnica é possível
observar a zona avermelhada devido a reação de vasodilatação local.
São técnicas muito reflexógenas, que combinam movimentos da alta velocidade com
baixa amplitude. Nunca devem ser realizadas fora dos limites fisiológicos da amplitude de
movimento.
Trata-se de utilizar alta velocidade e baixa amplitude para realizar a técnica de maneira
que surpreenda os sistemas de proteção, então o músculo se encontra estirado e os receptores de
Golgi estimulados, o que inibe o tecido.
PRINCÍPIOS
No corpo não existe linha reta, na natureza tudo é espiral, por tanto na hora de manipular
deve-se buscar a barreira articular de maneira individual, sentir por onde se movem as
superfícies articulares.
Esses autores estudaram os efeitos das manipulações sobre os discos sadios em dois
cadáveres masculinos frescos, falecidos uma semana antes do experimento. Para se analisar as
alterações de pressão, foi inserido um sensor de pressão intra-discal em L3-L4.
Foi observado que as manipulações vertebrais lombares têm um efeito mecânico nos
discos intervertebrais, produzindo uma mudança breve, mas marcante na pressão intra-
discal (aumento inicial e depois diminuição da pressão) e movimentos intervertebrais
relativos que diferem com o tipo de manipulação (flexão ou extensão).
O aumento de pressão pode ser devido à rotação pela aproximação dos corpos vertebrais
adjacentes, devido a orientação de 30 graus das fibras do anel.
- a queda da pressão dentro do disco durante a manipulação pode produzir um modelo mais
uniforme de tensão compressiva e assim diminuir a dor.
O aumento do espaço intra-articular de uns 0,88 mm, enquanto outra técnica sem
thrust que não produz ruído articular se acompanha de um aumento do espaço
intra-articular de 0,45 mm.
OBJETIVOS
Liberar as aderências.
Fazer que se deslizem as facetas articulares uma com respeito a outra e restaurar a função
articular.
O THRUST
O thrust necessita a utilização de uma força mínima com certas condições já que a posição do
operador deve ser correta com respeito ao plano articular. O thrust é realizado por uma contração
breve e explosiva dos tríceps e peitorais do operador ou por um “body drop”.
POSIÇÃO DO PACIENTE
POSIÇÃO DO OPERADOR
O operador deve colocar seu corpo no espaço de maneira que fique por cima da
articulação que vai manipular, seu centro de gravidade deve estar sistematicamente localizado
sobre a disfunção. Quando o Osteopata e o paciente encontram-se bem posicionados, as técnicas
de thrust tornam-se de fácil realização.
ALAVANCAS
* Redução do slack = colocar a tensão final, com os parâmetros menores de movimento sobre a
faceta que vai ser manipulada.
AS TÉCNICAS DE THRUST
TÉCNICAS INDIRETAS
Para realizar estas técnicas a colocação em tensão e o thrust são realizados unicamente com a
ajuda das alavancas superior e inferior. O impulso não é dado com contato direto na articulação
tratada.
TÉCNICAS DIRETAS
A redução do slack consiste em colocar a tensão unicamente com os contatos diretos, sem
grandes alavancas, a thrust deve ser o mais rápido possível.
A técnica direta geralmente se utiliza sobre a maca com drop que permite absorver o excesso
de força nos tecidos moles e que aumenta a velocidade da manipulação.
TÉCNICAS SEMI-DIRETAS
É uma combinação das técnicas diretas e indiretas. Serão muito mais seletivas que as técnicas
indiretas que permitem ao mesmo tempo ter todas as vantagens pela utilização das alavancas a de
ter a vantagem de uma técnica direta.
Nessas técnicas, se toma um contato direto com uma mão sobre a articulação que é
manipulada. A colocação em tensão será dupla, uma pela alavanca inferior e a outra pelo contato
direto. O thrust é levado diretamente sobre a articulação no eixo do plano de redução e a força
pode ser aumentada se necessário, aumentando simultaneamente as alavancas.
Tumores ósseos.
Infecções (espondilodiscite).
Síndrome de Barre-Liou.
PRINCÍPIOS
Utiliza-se nos pontos gatilho dos músculos, ligamentos, tendões, cápsulas ou até mesmo
em vísceras.
OBJETO
TÉCNICA
Buscar com um contato o ponto gatilho que provoca uma dor à palpação e manter a
pressão que desencadeia esta dor. Com a outra mão se busca nos diferentes planos do espaço
uma posição onde desapareça a dor do ponto gatilho completamente.
Nesta posição o ponto gatilho não emite mensagens nociceptivas, manter a posição 90
segundos. O tempo necessário que sistema nervoso central necessita para diminuir o tônus
muscular. Deve-se manter esta posição imóvel. Depois dos 90 segundos, voltar muito lentamente
a articulação para a posição zero, de forma totalmente passiva por parte do paciente. Se voltar
rapidamente, cria-se outra vez o circuito vicioso.
PRINCÍPIOS
OBJETIVO
TÉCNICA
Ir no sentido da disfunção, por tanto no sentido oposto da barreira motriz, depois deve-se
manter este equilíbrio nos 3 planos de espaço até que a articulação se libere e os tecidos se
relaxem.
20 - CIÊNCIA E OSTEOPATIA
Neste capítulo, que é uma síntese de vários artigos científicos, serão abordados trabalhos
que estudam e analisam os aspectos biomecânicos e neurofisiológicos das manipulações
vertebrais. Os objetivos dessa leitura são expor uma pequena parte da situação científica atual em
relação ao tópico e também estimular o aluno a realizar leituras de artigos científicos citados na
integra, para que possam formular hipóteses e desenvolver senso crítico para pesquisa científica
na Osteopatia.
Uma técnica manipulativa apresenta duas fases: num primeiro momento é imposta uma
pré-tensão pelo Osteopata para ajustar os parâmetros da manipulação e na segunda fase um
impulso veloz é aplicado. Foram mensuradas as forças aplicadas durante uma manipulação
sacroilíaca, e na fase de pré-tensão, alcançou-se 20 a 180 N, enquanto na fase de impulso chegou
de 220 a 550 N. A tensão inicial imposta antes do impulso obteve 25% da força aplicada na
manipulação que durou de 200 a 400 milissegundos (HERZOG et al. 1993 apud PICKAR,
2002). Triano e Schultz (1996) analisaram a força e sua duração durante uma manipulação
lombosacral em decúbito lateral utilizando uma plataforma de força. A duração dos impulsos
encontradas foram similares aos resultados de Herzog et al. (1993) e as cargas transmitidas
durante o ato manipulativo foram observadas menores que o necessário para causar qualquer tipo
de lesão tecidual nos pacientes.
Ianuzzi e Khalsa apud (PICKAR e KANG, 2006) simularam uma manipulação vertebral
com thrust na região lombar de cadáveres e observaram que a vértebra manipulada realizou
translações de cerca de 1,5 ± 0,5 mm e rotações 2 à 3,5 graus. Estes movimentos foram
considerados seguros, pois ocorrem durante os movimentos fisiológicos da coluna vertebral.
Ross et al. (2004) observaram que a manipulação vertebral lombar nem sempre é precisa
no local selecionado pelo terapeuta, mas na maioria da vezes vários níveis vertebrais são
mobilizados incluindo o alvo escolhido.
Foi relatado num estudo feito com 4 pacientes durante um procedimento cirúrgico que
aplicações de impulsos manipulativos vertebrais póstero-anteriores geram deslocamentos nos
três planos de espaço (KELLER et al., 2003). Acredita-se que este deslocamento tridimensional
do segmento manipulado desencadeia a ação dos receptores localizados nos tecidos que
envolvem a articulação tratada.
Bicalho et al, (2010) observaram que uma manipulação vertebral de alta velocidade
aplicada em indivíduos com dor lombar crônica, aumenta a mobilidade do tronco e também
provoca respostas inibitórias neuromusculares.
Korr (1975) teorizou que os reflexos gerados pelos estímulos manipulativos causariam
uma diminuição/silêncio dos neurônios motores gama do segmento manipulado, e quando a
atividade destes neurônios encontra-se perturbada, os reflexos de estiramento de músculos
inervados por estas raízes estariam sensibilizados, fazendo com que este distúrbio neuromuscular
seja a causa de fixações articulares.
Pesquisas experimentais com seres humanos (COLLOCA et al., 2000; COLLOCA et al.,
2003; COLLOCA, 2004; KELLER et al., 2003; RITVANEN et al., 2007) e com animais
(COLLOCA et al., 2006; GE et al., 2005; PICKAR e KANG, 2006; SUNG, 2004) vem
mostrando que reações neurofisiológicas importantes ocorrem quando estímulos mecânicos são
gerados nas articulações vertebrais.
Colloca et al. (2006) realizaram uma experiência com dez ovelhas anestesiadas,
observando o comportamento biomecânico e neurofisiológico nos segmentos vertebrais após a
aplicação de impulsos mecânicos com tempos de duração e forças diferentes. Constataram que
quanto maior o deslocamento mecânico das vértebras, maior era a resposta eletromiográfica dos
músculos relacionados com as vértebras.
Estas experiências (COLLOCA et al., 2000; COLLOCA et al., 2003; COLLOCA, 2004;
PICKAR e KANG, 2006; SUNG, 2004; GE et al., 2005; COLLOCA et al., 2006) analisaram as
respostas neuromusculares em situações de repouso após os procedimentos manipulativos.
Descarreaux et al. (2004) relataram que o tratamento manipulativo em pacientes com dor
lombar crônica inespecífica foi eficaz na diminuição da sensação de dor mensurada pela escala
visual analógica e que estes resultados duraram 10 meses.
A análise deste reflexo, descrito por Paul Hoffmann em 1910, é uma forma utilizada para
acessar a modulação da atividade reflexa monosináptica da medula. Este reflexo é uma
estimativa da excitabilidade do motoneurônio alfa, que pode ser utilizada para verificar a
resposta do SN em patologias neurológicas, lesões músculo-esqueléticas, aplicação de
modalidades terapêuticas, dor, exercícios e desempenho de atividades motoras (PALMIERI et
al., 2004). Este método é analisado pela estimulação elétrica de um nervo periférico, resultando
no estímulo da fibra sensitiva aferente (do ponto do estímulo em direção à medula) e também da
fibra nervosa motora eferente (da medula até o músculo correspondente), assim como uma
resposta eferente direta (do ponto do estímulo em direção ao músculo) (ZEHR, 2002).
A excitabilidade nervosa foi utilizada num estudo que consistiu de dois experimentos
feitos em pessoas saudáveis. Em um grupo, as manipulações em L5-S1 foram realizadas por um
terapeuta em decúbito ventral e no outro em decúbito lateral. Houve uma depressão significativa
na excitabilidade nervosa nos dois grupos, sendo que no grupo que recebeu a manipulação em
decúbito lateral o resultado foi um pouco mais prolongado. Os autores concluíram que os efeitos
neurofisiológicos são dependentes do tipo de manipulação e da posição do paciente durante o
procedimento (DISHMAN et al., 2005)..
Outro estudo foi dividido em dois. Num deles foi analisada a amplitude do reflexo H em
dois grupos de indivíduos assintomáticos, sendo que num grupo houve mudança de posição
(n=5) e no outro o exame e a manipulação foram feitos em decúbito lateral (n=12). Os autores
perceberam que as respostas não foram significativas quando não houve mudança na posição,
sugerindo que as alterações do reflexo demonstradas em experiências feitas com indivíduos
assintomáticos eram devidas ao reposicionamento. No segundo experimento, um grupo de
pacientes (n=15) com dor lombar crônica inespecífica recebeu manipulações na articulação
sacro-ilíaca na mesma posição do teste do reflexo H (decúbito lateral). Inicialmente, houve
atenuação profunda no reflexo H. Em 12 dos 15 pacientes, a média das amplitudes do reflexo
não retornou aos valores basais após um acompanhamento de 15 min. Em 6 deles, permaneceu
aproximadamente 20% abaixo e nos outros 6 aproximadamente 20 a 25% acima dos valores
basais. Os autores concluíram que as manipulações realizadas em indivíduos com dor lombar
crônica proporcionam respostas duradouras, e sugeriram outras pesquisas com indivíduos
sintomáticos para melhor compreensão do fenômeno (SUTER et al., 2005).
21 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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