Aula-1 - Introdução A Sistemas Elétricos de Potência
Aula-1 - Introdução A Sistemas Elétricos de Potência
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A melhor prova de que esse princípio é exato, é que as consequências de sua aplicação são
sempre verificadas experimentalmente.
http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/fenomenos/intro/
http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/fenomenos/maquina_eletrostatica/
Dizemos que essas duas verdades são dois princípios fundamentais, porque não há nenhum
raciocínio capaz de demonstrá-las. Nós observamos que elas acontecem na natureza e as
tomamos como dois pontos de apoio, para os futuros raciocínios em Conceitos Básicos em
Eletricidade.
II. Noções gerais sobre a estrutura da matéria; condutores e isolantes, corrente elétrica,
resistência, condutância, resistividade e condutividade de um material
Estrutura da Matéria
Por volta do ano de 1730, as experiências de Benjamin Franklin comprovaram cientificamente a
existência de dois tipos de carga elétrica, que foram denominadas positiva e negativa, denominações
que permanecem até hoje, embora ainda pouco se soubesse sobre a origem desses tipos de carga. Tal
fenômeno somente passou a ser compreendido depois de ter sido desvendada a constituição atômica
da matéria.
Matéria é tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar no espaço. A matéria é constituída de
moléculas que, por sua vez, são formadas de átomos.
Por meio de técnicas avançadas, os cientistas já comprovaram a presença de inúmeras partículas
na constituição do átomo e desvendaram o comportamento dessas partículas.
É bastante difundido o modelo de átomo descrito por Rutherford-Bohr.
Elétrons: cargas elétricas negativas, sempre em movimento em suas órbitas ao redor do núcleo, em
diferentes distâncias do núcleo.
Prótons: cargas elétricas positivas e estão no núcleo do átomo.
Nêutrons: não possuem cargas elétricas e estão no núcleo do átomo.
Tendo todos os prótons carga elétrica positiva, portanto de mesmo sinal, eles tenderiam a se
repelir mas são mantidos juntos.
Do ponto de vista elétrico, o átomo é naturalmente neutro porque a quantidade de carga elétrica
positiva é sempre igual à quantidade de carga elétrica negativa.
Naturalmente, os isolantes elétricos correspondem aos materiais que têm os elétrons da última
camada fortemente ligados aos seus átomos com p.ex.: água pura deionizada, borracha,
cerâmica, madeira seca, óleo, plástico (resinas), quartzo, silicone, vidro.
Deionização: é o processo de remoção total dos íons presentes na água, através de resinas catiônicas e
aniônicas; é a água que teve sua carga elétrica neutralizada pela remoção ou adição de elétrons. A água
deionizada é amplamente empregada na indústria química e em produção farmacêutica.
CORRENTE ELÉTRICA
Dá-se o nome de corrente elétrica a qualquer movimento de cargas elétricas.
Não há restrição quanto ao meio físico no qual acontece a corrente elétrica. Pode ser:
no vácuo - como no CRT de televisores ou monitores de computador, nos quais elétrons
são acelerados e jogados de encontro à tela, pelo lado de dentro;
RESISTIVIDADE
O movimento das cargas elétricas ocorre com a mesma facilidade em qualquer tipo de material?
Não, pois depende da natureza do material.
Essa propriedade dos materiais apresentarem diferentes graus de oposição à passagem das
cargas elétricas é expressa de forma quantitativa por uma grandeza física denominada
resistividade, a qual é uma característica do material em si e não de uma amostra (pedaço) do
material.
A resistividade do cobre é uma característica do metal cobre e não de um pedaço de fio feito de
cobre.
Resistência Elétrica ( R )
Enquanto a resistividade expressa o grau de oposição à passagem da corrente elétrica de um tipo
de material, a resistência elétrica (R) expressa o grau de dificuldade à passagem da corrente
elétrica por um dispositivo ou equipamento ou simplesmente bipolo, o qual é constituído por uma
amostra de um determinado material ou combinação de vários materiais.
Um dos principais bipolos existentes em um circuito elétrico, que se opõe à passagem da corrente
elétrica, é o resistor.
A resistência de um condutor cilíndrico (p.ex., pedaço de fio ou de cabo de cobre), pode ser
calculada pela expressão:
R= /A (
= 0,017 ..m ( resistividade do cobre )
Lei de Ohm
Para entender a Lei de Ohm é conveniente considerar o seguinte circuito elétrico.
O circuito consiste de uma fonte de tensão contínua, ajustável, que energiza um resistor constituído por um
pedaço cilíndrico de fio de cobre com comprimento e área da secção reta A.
O experimento consiste em aumentar, gradativamente, o valor da tensão fornecida pela fonte e anotar as
leituras no amperímetro e no voltímetro.
Existem ligas metálicas cuja resistência não varia com a temperatura e as mais importantes são:
constantan – composta de níquel, cobre e zinco;
manganina – composta de cobre e manganês;
niquelina – composta de cobre, manganês e níquel.
A seguinte expressão relaciona a resistência com a temperatura:
Caso Particular
Para t0 = 0 R0 é a resistência a 0o tem-se:
Supercondutividade
Baixando-se a temperatura dos metais, a sua resistividade vai diminuindo. Mas, a temperaturas muito baixas,
próximas do zero absoluto, os metais não se comportam todos do mesmo modo. Eles podem ser divididos
em dois grupos.
Em um primeiro grupo estão os metais cuja resistividade vai diminuindo com a temperatura, mas não se
anula por mais que se baixe a temperatura, mesmo próximo do zero absoluto.
Em um segundo grupo estão os metais cuja resistividade vai diminuindo com a temperatura, mas atingida
uma certa temperatura ela cai bruscamente a zero. Chama-se supercondutividade a esse fenômeno pelo qual
a resistividade de certos metais se anula a temperaturas muito baixas. Chama-se supercondutor ao condutor
que está com resistividade nula.
A temperatura em que o metal se torna supercondutor é próxima do zero absoluto e varia de metal para
metal. Exemplos: mercúrio é supercondutor a 4,19oK (-268,96 oC); o tório, a 1,4oK (-271,75 oC) e o chumbo,
a 7,2oK (-265,95 oC).
Quanto aos metais que não apresentaram supercondutividade, não sabemos ainda se não se tornam
supercondutores por causa de sua constituição íntima, ou por causa das dificuldades experimentais em obter
temperaturas suficientemente baixas.
Resistores em Série
Dois ou mais resistores estão conectados em série, quando a corrente elétrica que circula por eles é a
mesma.
De acordo com a Lei de Ohm, a diferença de potencial (d.d.p.) entre os terminais de cada resistor é:
U1 = R1.IF U2 = R2.IF U3 = R3.IF
Como em um circuito série a soma das tensões em cada componente é sempre igual à tensão da fonte:
U = U1 + U2 + U3 = R1.IF + R2.IF + R3.IF = R.IF
onde R é a resistência equivalente deste circuito, dada por R = R1 + R2 + R3
Resistores em Paralelo
Dois ou mais resistores estão conectados em paralelo, quando a tensão elétrica (d.d.p.) em seus terminais é
a mesma.
I1 = UF / R1 I2 = UF / R2 I3 = UF / R3
I = I1 + I2 + I3 = UF / R1 + UF / R2 + UF / R3
I = [1 / R1 + 1 / R2 + 1 / R3].UF = [1/R].UF
1 / R = 1 / R1 + 1 / R2 + 1 / R3
O valor da resistência equivalente corresponde ao inverso da soma dos inversos das resistências individuais.
V. Amperímetros e voltímetros
Multímetros
Seja em um circuito elétrico ou durante a utilização de um equipamento, pode ser necessário conhecer e
manter o controle sobre algumas grandezas elétricas próprias de sua operação, como p.ex., tensões,
correntes e potências.
Nesses casos utiliza-se um instrumento de medidas de grandezas elétricas conhecido como multímetro que
pode ser do tipo analógico (valor indicado por ponteiro em escala graduada) ou do tipo digital (com
mostradores numéricos) e que contemplam algumas funções tais como: voltímetro, amperímetro,
ohmímetro, etc. E ainda, um multímetro pode ser do tipo bancada (em geral estão sobre uma superfície) ou
do tipo alicate (seguro pelas mãos).
Uma vez escolhida a função do multímetro, siga as respectivas instruções de uso.
Em geral, para multímetros analógicos aplicam-se as instruções apresentadas a seguir, mas para alguns tipos
de multímetros digitais, elas podem ser simplificadas, pois há instrumentos digitais que têm seleção
automática de fundo de escala, bastando você realizar as conexões adequadas e selecionar a função do
multímetro conforme orientações do fabricante.
Lembre-se de que um multímetro instalado em uma condição de leitura errada não medirá o que você deseja,
podendo causar danos ao instrumento e ao circuito elétrico. Portanto, ao se utilizar um multímetro, deve-se
estar atento ao tipo de medição a ser realizada (TENSÃO, CORRENTE ou RESISTÊNCIA), à forma
(ALTERNADA ou CONTÍNUA), à escala adequada e à correta conexão do instrumento (SÉRIE ou
PARALELO).
Procedimento para a utilização de voltímetro (medida de tensão)
Antes de conectar os terminais do voltímetro à fonte ou circuito:
Estime o valor da tensão a ser medida e selecione o fundo de escala adequado para a grandeza a ser medida.
Não sendo possível estimar o valor da tensão, deve ser escolhido o maior fundo de escala. Esteja atento para
que a tensão a ser medida não ultrapasse a capacidade máxima do instrumento.
Selecione no instrumento o tipo de tensão a ser medida: alternada ou contínua. No caso de tensão contínua,
observe a polaridade.
Conecte os terminais do instrumento em PARALELO, ou com a fonte, ou com o equipamento, ou até
mesmo com um bipolo existente em um circuito elétrico (exemplo: resistor).
Circuito 1 Circuito 2
A – amperímetro V - voltímetro
Exemplos de conexão de voltímetro
Caso o fundo de escala escolhido tenha sido o máximo, sem desligar a fonte, diminua o fundo de escala para
um valor imediatamente acima do que está sendo medido.
Lei de Joule
Muito conhecida como Efeito Joule é uma lei física que expressa a relação entre o calor gerado e a
corrente elétrica que percorre um condutor em determinado tempo. O nome é devido a James Prescott
Joule (1818-1889) que estudou o fenômeno em 1840.
Ela pode ser expressa por:
Eel = R x I2x t
Eel – energia elétrica (Wh) convertida em energia térmica por meio de uma corrente constante
percorrendo uma determinada resistência elétrica por determinado tempo
R - resistência elétrica do condutor ()
I - corrente elétrica (A) que percorre o condutor com determinada resistência R
t - duração ou espaço de tempo (h) em que a corrente elétrica percorreu ao condutor
Conversão: 1 kWh = 3.600 J (joules)
Se a corrente não for constante em relação ao tempo: