As Minorías Étnicas

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AS MINORÍAS ÉTNICAS

Em sociologia, o termo minoria refere-se à categoria de pessoas diferenciadas da maioria social,


aquelas que se apegam a grandes cargos de poder social em uma sociedade. Pode ser definido por
lei. A diferenciação pode ser baseada numa ou mais características humanas observáveis, incluindo
etnia, raça, religião, deficiência, gênero, riqueza, saúde ou orientação sexual. O uso do termo é
aplicado a várias situações e civilizações na história, apesar de sua popular associação com uma
minoria numérica e estatística. Nas ciências sociais, o termo "minoria" é usado às vezes para
descrever as relações de poder social entre grupos dominantes e subordinados, em vez de
simplesmente indicar a variação demográfica dentro de uma população.
Também pode ser compreendido como uma "inferioridade em número" em diversos campos
da sociedade.
O conceito de minoria social diz respeito, nas ciências sociais, a uma parcela da população
que se encontra, de algum modo, marginalizada, ou seja, excluída do processo de socialização. São
grupos que, em geral, são compostos por um número grande de pessoas (na maioria das vezes, são a
maioria absoluta em números), mas que são excluídos por questões relativas à classe social, ao
gênero, à orientação sexual, à origem étnica, ao porte de necessidades especiais, entre outras
razões.

Grupos de minorias
As sociedades capitalistas contemporâneas tendem a desenvolver
certos padrões elitistas de categorizar o que é “normal”. Há um padrão de vida vendido como o
melhor, além de haver um padrão de comportamento socialmente considerado como a norma. Isso é
chamado de normatização. As minorias são setores sociais que fogem das diversas normatizações
impostas e, por mais contraditório que pareça, elas são a maioria em números absolutos.
O capitalismo vende a ideia de que quem não atende à classificação normativa do sistema
não tem valor, é um ser reduzido. O interessante é que os padrões normativos servem como modo
de se manter a hegemonia das classes dominantes. O padrão normativo de excelência nesse sistema
é mantido por pessoas brancas, com altos resquícios de um sistema misógino, de classe média para a
alta, heterossexuais, consideradas produtivas, etc.
Brasil e nas Américas. / Malcolm X foi um dos líderes do movimento negro nos Estados
Unidos.
Os grupos minoritários, nesta seara de padrões normativos, são vários. Há uma busca pela
representatividade desses grupos no cenário de dominação. Veja abaixo uma listagem de alguns
desses grupos.
Minorías étnicas
As etnias que fogem da denominação padronizada geralmente levam uma vida afastada do
protagonismo dos sistemas de poder, sejam eles políticos, sejam intelectuais ou financeiros. As
hegemonias étnicas do poder, apesar de serem difundidas com o crescimento do capitalismo,
estabeleceram-se primeiramente no mundo moderno com o deslocamento intercontinental dos
europeus e a consequente colonização de outros territórios para fora da Europa. Os europeus
trataram de dominar os territórios e, com isso, utilizar a forma de dominação ideológica racista:
colocar o outro (a etnia diferente da branca) como inferior.
Aqui no Brasil, podemos destacar, principalmente, as minorias étnicas negras e indígenas.
Indígenas
Os indígenas são minorias étnicas no Brasil e nas Américas. Habitantes históricos do Brasil
pré-colonial, os índios eram os donos da terra que habitamos hoje. Os portugueses chegaram aqui
e, para explorar as riquezas da terra, começaram um longo e intenso processo de dizimação das
etnias indígenas. Hoje os índios são minoria absoluta em números e também uma minoria social.
Os índios não têm mais condições materiais de manter o seu modo de vida tradicional (baseado na
vida tribal e na subsistência por meio da caça e da pesca). A sociedade cresceu e empurrou sobre os
índios que ainda resistem nas aldeias o modo de vida que chamam “civilizado”. Nesse processo,
muitos indígenas e descendentes (mestiços ou não) foram assimilados na cultura branca.
Porém, essa minoria étnica continua distante dos espaços de poder.

● Negros
Os negros, originários do continente africano, foram levados para todo o mundo entre os
séculos XVI e XIX para serem escravizados. Isso deixou sequelas na formação das sociedades em
todos os continentes fora da África (o racismo, a discriminação e a marginalização da população
negra) e deixou a miséria provocada pela dominação e pelo colonialismo dentro do continente
europeu. Isso, claro, provocou a construção de sociedades que deixaram os negros à margem dos
mecanismos de poder.

Minorias nacionais
Minorias nacionais são grupos minoritários que se desenvolvem, muitas vezes em razão
da etnia, dentro de sistemas políticos estatais que excluem certos grupos. Podemos considerar que
os indígenas brasileiros são uma espécie de minoria étnica que se desenvolveu à margem, mas não
são uma minoria nacional. Assim como os judeus eram na Europa antes do nazismo (com resquícios,
ainda são), as minorias nacionais são povos relegados ao descaso dos Estados por não serem
reconhecidos como cidadãos daquele Estado.
As minorias nacionais compartilham etnia, cultura, religião e costumes de um determinado
local. Os povos ciganos são minorias nacionais em alguns países europeus, assim como os povos
bascos são minorias na Itália, na Espanha e na França. Como ocorreu com os já mencionados judeus,
as minorias nacionais são compostas por povos que não se encaixam na cultura de um país e não são
reconhecidos como parte da cultura e daquela nação enquanto cidadãos civis de maneira integral. Os
bascos e os judeus (antes da criação do Estado de Israel para os judeus) são nacionalidades sem país,
sem território.
A criação do Estado de Israel, curiosamente empenhada para resolver o problema dos
judeus, criou uma nova minoria nacional: os palestinos, que vivem em Israel (e já viviam lá antes) e
não são incluídos na formulação daquele país.

População de baixa renda


Em todo o mundo, sobretudo nos países capitalistas, mas não inexistente nos países
socialistas, a população de baixa renda representa grande parte das minorias sociais. No caso do
Brasil, as pessoas que vivem com baixa renda e, nos piores e mais numerosos casos, na miséria
absoluta (pessoas abaixo da linha da pobreza) são maioria em números. A política e os espaços de
poder são pensados no mundo todo para os ricos. Por menores que sejam as desigualdades
sociais em um lugar ou em outro, sempre haverá pobreza enquanto houver a manutenção dos
sistemas econômicos tais como estão.
As massas de populações pobres vivem mal no mundo todo, em especial nos países em
desenvolvimento. Passam fome, não têm acesso à alimentação digna e necessária para a
manutenção da vida saudável, não têm acesso ao saneamento básico, não têm acesso à cultura e à
educação. Além do problema atual relacionado à pobreza, há um problema de manutenção da
pobreza. Aos pobres não são dadas chances reais de superarem sua condição de vida, a não ser por
raras exceções ou por um esforço realmente descomunal daqueles que se encontram na situação
miserável.
É relativamente fácil para um filho da classe média ou alta, com boa alimentação e com um
bom ensino de base ter sucesso profissional e financeiro. Para um filho da classe baixa que não tem
alimentação adequada, que não tem saneamento básico em casa, que compartilha uma casa
pequena, quente e apertada com o restante da família e que não tem acesso a uma boa educação de
base e à cultura, a tarefa de ter sucesso financeiro torna-se um trabalho quase inalcançável.
Aparentemente, as melhores maneiras de se resolver a miséria são os programas de transferência de
renda para resolver o problema emergente da fome e da moradia, além do investimento em
infraestrutura básica (saneamento) e, em especial (e em longo prazo), o investimento em educação
pública e de qualidade.
Minorias sociais e a luta por direitos
Tanto quanto há exclusão social – por classe social, cor, gênero ou sexualidade –, também
há reação a essa exclusão. É nesse sentido que surgem e se inserem os movimentos sociais,
importantes ferramentas de luta contra a exclusão e a favor da distribuição do poder entre todas as
pessoas. No caso dos negros, por exemplo, temos históricos movimentos sociais que lutaram contra
o racismo e a favor da inserção da população negra nos sistemas de poder no Brasil. Inicialmente,
tínhamos no século XIX o movimento abolicionista brasileiro, que envolvia negros, pardos e brancos
defensores do fim total da escravidão do país.
No século XX, surgiram outros movimentos e coletivos que visavam ao fim do racismo e à inserção do
negro no mundo com igualdade de oportunidades. A lei antirracismo e a lei de cotas são exemplos
de importantes conquistas desses movimentos no Brasil contemporâneo.
Falando da questão de gênero, a mulher historicamente foi excluída dos cenários de poder
no mundo durante muito tempo (e ainda nos dias atuais, em menor escala em muitos países, mas
ainda existente). Um movimento social histórico na luta contra a misoginia e a favor da igualdade de
gênero foi o movimento feminista. Existem, no entanto, vários movimentos feministas de diferentes
épocas ou até coexistindo nos mesmos momentos históricos. Essas diferenças nos movimentos
levam em conta outros aspectos que representam o conceito de minoria em outras situações, como
classe social e etnia.
Os primeiros ideais feministas surgiram contra a opressão misógina do patriarcalismo na passagem
do século XVIII para o XIX e resultaram no primeiro grande movimento na passagem do século XIX
para o século XX. Tratava-se do movimento sufragista, que visava garantir o direito ao voto e à
participação feminina no ambiente político. O movimento foi se transformando e se ramificando,
surgindo, no século XX, uma leva que reivindicava o direito à liberdade sexual e ramos que defendem
causas específicas, como a das mulheres negras.
Em relação à sexualidade, temos a formação de uma minoria social em todo o mundo,
a comunidade LGBTQIA+, comunidade formada por homossexuais, bissexuais, transexuais e pessoas
que se identificam de maneira não binária com o gênero. Essa população, também historicamente
excluída em grande parte dos países ocidentais e orientais por fundamentos enraizados,
principalmente em fatores religiosos e morais, encontra-se ainda fortemente excluída dos espaços de
poder e da aceitação social.
Por mais retrógrado que pareça, 70 países no mundo ainda criminalizam a homossexualidade; 26
deles punem o ato com prisão por até mais de 10 anos; e 6 deles punem a homossexualidade com a
pena de morte. Os movimentos LGBTQIA+ espalhados pelo mundo são exemplos de focos de luta
contra a exclusão dessas populações.
Em relação às questões de exclusão econômica e social, temos movimentos sociais que
lutam contra a desigualdade e contra a miséria. Um exemplo desse tipo de movimento no Brasil é o
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST),
que lutam pela reforma agrária e pela garantia de moradia a todos.

Atividade
Leia o texto para responder às questões a seguir.
1. Faça uma redação relatando quais minorias que estão presentes em seu meio e quais
dificuldades que esse grupo enfrenta na sociedade em que está inserida. Esse texto deverá
conter no mínimo 15 linhas. É um relato de cunho pessoal.

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