Relatório Final - Estágio Básico

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

MIKAELE SANTOS DIAS


MÕNICA OLIVEIRA E SILVA VIEIRA
REGIANE AMBIRES DA SILVA
TALLINE RIBEIRO DOS SANTOS
TATIANE DO NASCIMENTO SILVA
WAGNER DE MORAIS

Relatório Final de Estágio Básico III


ou IV do Curso de Psicologia, sob
supervisão da Prof. Rosana.

A TRANSFERÊNCIA SEXUAL
NA RELAÇÃO TERAPEUTICA

UNINOVE

São Paulo
2020
MIKAELE SANTOS DIAS 2218109129
MÕNICA OLIVEIRA E SILVA VIEIRA 2218205150
REGIANE AMBIRES DA SILVA 2219205703
TALLINE RIBEIRO DOS SANTOS 2218102035
TATIANE DO NASCIMENTO SILVA 2218204808
WAGNER DE MORAIS 2218202122

Relatório Final de Estágio Básico III


ou IV do Curso de Psicologia, sob
supervisão da Prof. Rosana.

A TRANSFERÊNCIA SEXUAL
NA RELAÇÃO TERAPEUTICA

UNINOVE

São Paulo
2020
Resumo

O resumo deve ser redigido pelo próprio aluno, ressaltando justificativa, objetivos e
métodos do trabalho desenvolvido. Deve ter no máximo 250 palavras.

Palavras-Chave
Apresentar ao final da página de resumo 5 palavras-chave que representem seu trabalho.

Sumário

Introdução; Objetivo (s); Justificativa; Método; Discussão; Considerações Finais;


Referências bibliográficas; Anexos e número das páginas

Introdução

Faça uma apresentação do trabalho realizado no estágio básico. Esclareça ao seu leitor a
ideia central do trabalho desenvolvido ao longo do semestre, ex: saúde e doença no
trabalho; a violência no contexto doméstico;

Transferência
Transferência por retorno (psicótico)
Transferência sexual
Interpretação
Contratransferência
Entrevistas iniciais
Abstinência e neutralidade
Enquadre e contrato
Associação livre e atenção flutuante
Limites da técnica psicanalítica no contemporâneo

Esclarecer o ponto de vista sob o qual o tema será apresentado. Destacar a finalidade
(objetivos) e justificativas do trabalho;
Você pode mencionar os autores de referência no texto corrido, não fazer citações
literais (diretas). Ex. “Os autores utilizados para sustentação teórica desse trabalho, tais
como Dejours, Antunes, Sato e Spink oferecem subsídios para reflexões sobre o mundo
do trabalho e sua atual configuração” (lembre-se de que todos os autores mencionados
deverão constar na bibliografia).

Objetivo

(Transcrição do Objetivo apresentado pelo/a Supervisor/a na Proposta de Estágio, que


deverá ser apresentado em anexo) É a “espinha dorsal” do trabalho.
Deve expressar aquilo que o estágio visa alcançar e que também assegurou o eixo das
discussões e das atividades realizadas ao longo do estágio.

Justificativa

Tomando como base a Justificativa da Proposta de Estágio (do/a supervisor/a),


desenvolver a justificativa apresentando as contribuições dos autores lidos e discutidos
no estágio.
Apresentar a importância e/ou relevância do tema;
Benefícios à comunidade? À ciência? Ao ensino-aprendizagem? À prática psicológica?
É oferecer razão suficiente para a realização desse trabalho;

Método

Tomando como base o método apresentado na Proposta de Estágio do/a Supervisor/a,


apresentar as especificidades do trajeto, as mudanças propostas ao longo da efetivação
da proposta inicial.
Como foi realizado esse estágio;
Como foi acessado o conhecimento;
Quais os meios e recursos utilizados;
Encontros semanais? Bibliografia prévia? Debate? Seminários? ...
OBS.: Lembre-se que a método do relatório poderá variar de acordo com as
especificações da Proposta de Estágio do/a Supervisor/a.

Discussão
Na discussão deve-se articular suas reflexões com os autores adotados em supervisão;
Suas afirmações necessitam ser embasadas por autores referenciados em supervisão;
Desenvolver a ideia central com argumentos científicos (não cabem expressões
coloquiais ou do senso comum);
Mantenha o fluxo narrativo compreensivo, clareza de ideias e argumentos;
Começo, meio e fim conferem coerência ao texto.

Considerações Finais

Finalize o trabalho oferecendo ao leitor considerações sobre o trabalho realizado; • Não


obrigatório citar autores;
Não necessariamente precisa ser conclusivo nas considerações finais. Você pode manter
ou abrir novas perguntas para futuros trabalhos;
Faça dois parágrafos finais relatando: a importância desse trabalho para a prática
psicológica e o que esse trabalho agregou para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas

Apresente todos os autores e trabalhos citados no corpo do texto. As fontes de


informações relativas às suas Referências Bibliográficas devem ser variadas. Não se
fixe somente em livros, mas busque também, capítulos de livros, artigos científicos,
revistas científicas, sites científicos (não use sites em demasia, dê preferência aos livros
e artigos científicos). Obs. Bibliografia Consultada: As fontes de informação
consultadas, mas não citadas no trabalho deve constar como Bibliografia Consultada em
separado, logo após as Referências Bibliográficas.

Anexos

Proposta de Estágio (Apresentado pelo/a Supervisor/a ao início do Estágio, a partir de


Modelo adotado no Centro de Formação de Psicólogos);

Relatórios e/ou outras produções parciais, como fichamentos, resumos, resenhas,


sínteses, roteiros de entrevista utilizados, roteiros de observação etc.
Folder, cartaz ou outros materiais produzidos ao longo do estágio.

ANEXOS
PRIMEIRO RELATÓRIO PARCIAL

Escrevam um texto de apenas três parágrafos:

– No primeiro, apresentem o que é transferência, fazendo citações bibliográficas.


– No segundo, deem exemplo de transferência.
– No terceiro, comentem algo que tenham achado interessante no texto do Freud
“Observações sobre o amor transferencial” (fazendo a devida citação desse texto).

A transferência, independentemente do tipo, se trata de um acontecimento que


surge desde o princípio da terapia. Ela é constituída do desencaixe de sentimentos em
relação ao analista e mesmo que em alguns casos aparente ser de grande valia, não deve
ser usada como bússola para direcionar o progresso do tratamento. Porém não é
necessário se preocupar, desde que a transferência não apresente alterações no
andamento do processo de cura. É importante lembrar que, na transferência o paciente
revive situações retraídas no passado, como algo que acreditam ser inegavelmente parte
do presente. Segundo a psicanálise, a transferência é um conceito essencial, sendo que a
partir do seu estabelecimento na relação paciente e analista e de sua interpretação, ela
viabiliza a este último o acesso às representações inconscientes de seu analisante
(FREUD,1916/1996). No livro Fragmento da análise de um caso de histeria (o caso
Dora), Freud define a transferência como:

“Reedições, reproduções das moções e fantasias que durante o


avanço da análise, soem despertar-se e tornar-se conscientes,
mas com a característica (própria do gênero) de substituir uma
pessoa anterior pela pessoa do médico. Dito de outra maneira:
toda uma série de experiências psíquicas prévia é revivida, não
como algo passado, mas como um vínculo atual com a pessoa
do médico.” (FREUD,1905/1996, p. 313).

Segundo Freud, existem três tipos de transferência: a positiva, a erótica (que pode
apresentar traços da positiva) e a negativa. Ressaltando que a negativa e a erótica podem
ser consideradas como as que dificultam o trabalho do terapeuta, e a positiva como a
que facilita o desenvolvimento terapêutico. (FREUD, 1912). A transferência positiva,
devido à confiança adquirida entre analista e paciente, pode ajudar com que o paciente
expresse de forma mais fácil e aberta, a respeito de assuntos difíceis de serem abordados
pelo terapeuta.
“A transferência sobre a pessoa do analista não representa o
papel de uma resistência, a não ser quando se tratar de uma
transferência negativa, ou então de uma transferência positiva
composta de elementos eróticos recalcados.” (FREUD, 1912, p.
6)

Desse modo, podemos ver que, para Freud, um processo de terapia saudável pode ser
bem-sucedido caso ocorra uma transferência positiva que use como alicerce atitudes de
afinidade e segurança entre psicanalista e paciente. Porém, sempre é bom lembrar que
toda a transferência é composta por fatores negativos e positivos.

Durante o tratamento ocorre uma transferência de sentimentos vivenciados


durante a infância para o presente, gerando uma paixão da paciente pelo analista. O
analista percebendo esse sintoma neurótico deve tratar esse sintoma de forma
acolhedora, mas sem incentiva-lo, fazendo que a paciente perceba que esse sentimento
não se trata de uma paixão real e sim de uma transferência das figuras do passado para a
figura atual, de forma a evitar que o tratamento seja interrompido, mas caso a paciente e
o analista decida pela interrupção a paciente sentirá a necessidade de iniciar um novo
tratamento e a transferência ocorrerá novamente e assim sucessivamente, mas se
trabalhado corretamente essa neurose ira desaparecer e não haverá mais a transferência.

- Abaixo, elaboramos um exemplo de transferência negativa:

Um paciente que iniciou o tratamento, contou ao psicólogo que durante sua infância
seus pais o agrediam física e verbalmente e com 10 anos o abandonaram e ele foi morar
na rua, onde viveu boa parte da sua adolescência até conseguir um emprego. Esse
paciente disse ao psicólogo que não sabia nem porque havia começado a terapia pois
ninguém no mundo é digno de confiança, ele se mostrava sempre fechado e receoso
durante a sessão, ele desconfia do profissionalismo e do comprometimento do analista e
está sempre levantando argumentos a respeito da eficácia do processo terapêutico como
um todo. Durante toda a sessão ele mantém uma distância cautelosa e algumas vezes
acaba afirmando claramente que não acredita no trabalho do terapeuta, criando uma
barreira e dificultando assim a aproximação entre ambos.

- E a seguir demos um exemplo de transferência erótica:

Um paciente deu início a terapia com uma psicóloga com quem logo simpatizou, porém
ele apresentava dificuldades em falar de si, contou que era divorciado, que se sentia
sozinho e afirmava constantemente que não conseguia se relacionar com ninguém, pois
as mulheres que conhecia, logo se afastavam e isso o frustrava muito. Depois de dois
meses na terapia, esse paciente foi mostrando mais afeto e um apego exagerado pela
terapeuta, enviando mensagens, ligando pra ela todos os dias, sempre elogiando sua
aparência física, inteligência e até soltando algumas cantadas, como: -ah se eu tivesse
uma chance de te conhecer melhor fora do consultório, quem sabe um dia podemos sair
pra um barzinho e tomar um bom vinho? Até que um dia esse paciente chegou na
consulta e ao entrar na sala da terapeuta imediatamente a abraçou acariciando seus
cabelos, tentando também beijá-la, e afirmou que ninguém tão linda e sexy nunca o
tratou com tanta atenção e que estava se apaixonando por ela.

Uma das partes do texto de Freud que chamou nossa atenção é a anedota que ele
conta sobre o pastor (terapeuta) corretor de seguros, doente preste a morrer (paciente)
onde o doente está à beira da morte a sua família chama um pastor para convertê-lo, e o
pastor entra no quarto e fica por muitas horas enquanto a família aguarda do lado de
fora já com esperança da conversão do doente, mas o pastor sai do quarto com um
seguro que tinha comprado do corretor moribundo. Essa situação se compara ao
fracasso do terapeuta diante da condição de amor transferencial, quando o mesmo cede
ao desejo da paciente ele falha na sua missão como terapeuta.

O caminho que o analista deve seguir é um caminho para o qual


não existe modelo na vida real. Ele tem de tomar cuidado para
não se afastar do amor transferencial, repeli-lo ou torná-lo
desagradável para a paciente; mas deve, de modo igualmente
resoluto, recusar-lhe qualquer retribuição. (FREUD, 1914, p.4)
BIBLIOGRAFIA

FREUD, Sigmund. Estudos sobre a histeria – Breuer e Freud. Edição Standard das
Obras Completas de Sigmund Freud (Vol. II). Rio de Janeiro: Imago. 1969.

FREUD, Sigmund. Fragmento da análise de um caso de histeria. Edição Standard


Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. VII. Rio de Janeiro: Imago,
1996.

FREUD, Sigmund. (1912a) A dinâmica da transferência. Obras Completas. Rio de


Janeiro. Edição Standard Brasileira, Vol. XII. Imago, 1976, 129-143.

FREUD, Sigmund. Observações sobre o amor transferencial. Vol. XII, Imago, 1914

ANTÔNIO, Manoel. PEPSIC. Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto


A transferência na clínica psicanalítica: a abordagem freudiana.
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X1994000200003> Acesso em 10/09/2020 as 17h00.

SEGUNDO RELATÓRIO PARCIAL

– Ilustrem neutralidade e abstinência, com base na cena de um dos episódios


Sessão de terapia (com a Júlia).

– Imaginem uma situação entre paciente e analista, onde o analista utiliza a


contratransferência para favor do processo terapêutico.

– Ilustrem um fluxo associativo significativo, baseado na cena do Episódio 01 de


Otávio (Sessão de terapia).
A neutralidade a qual Freud propõe seria que o analista adote uma postura que se
assemelhe a um cirurgião, trabalhando minuciosamente, pondo de lado seus
sentimentos. Como vemos no seriado “sessão de terapia” a cena que Théo não responde
quando Júlia declara que o ama. Vemos também outra cena do episódio, onde Théo fala
para Júlia que nunca faria amor com ela, então visto isso, podemos dizer que ele está
usando abstinência, logo após Júlia muda rapidamente de assunto e eles dão
continuidade a sessão. Acreditamos que se Théo tivesse correspondido transferência de
Júlia a sessão de terapia realizada não teria sucesso naquele dia. A cena onde Júlia conta
sobre o caso que teve no bar na noite anterior, ao fazer ao fazê-lo Júlia insinua-se,
olhando de forma sedutora perguntando a ele se tudo que ela estava falando não era
forte demais. Théo age normalmente dando continuidade ao atendimento.

Um paciente que se consulta a alguns meses com o analista e durante esse


período conta ao Psicólogo sobre sua infância, onde sofreu, passou por lares adotivos e
até roubava comida para sobreviver, esses acontecimentos lhe causaram uma sensação
de vazio e solidão muito grandes, a ponto de dizer que ali era o único local onde nunca
iria deixar de ir pois havia ganho um novo pai (se referindo ao Psicólogo) pra quem por
várias vezes ligava ou enviava mensagens contando como estava sendo seu dia. O
Psicólogo sentia muita simpatia e afeto pelo rapaz, que o fazia lembrar do filho que
estava distante, tanto que em alguns momentos até choraram juntos e se abraçaram
durante as sessões. Percebendo a vulnerabilidade que estava vivendo (a
contratransferência), o Psicólogo decidiu abordar o rapaz de forma mais neutra acerca
dos motivos que o faziam sentir aquela carência, usando a si mesmo e as sessões de
terapia como exemplo, perguntando ao paciente como ele se sentia ao ir ao consultório
sabendo que sua vida poderia mudar após o término da terapia, lembrando de que a
relação entre eles era profissional. A princípio o rapaz se chateou muito ao pensar nisso,
mas logo começou a se questionar sobre suas atitudes de apego extremo nos últimos
meses e ao longo de sua vida, tanto com seu Psicólogo quanto com todos que
demonstravam algum interesse por ele, e com essa visão pode dar um novo segmento a
terapia, conciliando a contratransferência com a interpretação do paciente.

Na situação que criamos acima, o Psicólogo usou a contratransferência a favor


do processo de terapia, mesmo diante do impacto emocional causado pelo paciente.
Conforme aprendemos até aqui, sabemos que o analista deve perceber e lidar com a
contratransferência sem orientar o paciente de forma emocional ou direta, sem
influenciar na sua maneira de agir, mas fazendo com que ele reflita por si só a partir de
suas próprias atitudes e sentimentos.

O psicoterapeuta (analista ou psicólogo analista) deve


permanecer vulnerável e ainda assim reter seu papel profissional
durante suas horas de trabalho. Acho que o analista profissional
que mantém comportamento correto está mais à vontade do que
o analista que (ainda que com comportamento correto) retém a
vulnerabilidade que faz parte de uma organização defensiva
flexível (WINNICOTT, 1983, pg. 147).

O conceito de contratransferência é baseado na ideia do redirecionamento de


sentimentos do terapeuta em relação ao paciente ou mesmo do envolvimento emocional
entre ambos. O terapeuta deve previamente compreender e controlar seus próprios
impulsos, antes de exercer alguma intervenção com base em seus sentimentos a respeito
do paciente, sempre refletindo sobre como ambos reagem ao que está sendo sentido.
(WOLFF, 2011).

Em determinada parte do episódio, ao ouvir o problema de Otávio, Théo lhe diz


que o corpo é capaz de transformar esses sentimentos em dor física, e Otávio logo
associa falando que sua filha gostaria de ouvir o que Théo disse, pois sua filha acredita
que existe uma conexão entre o corpo e a alma e contou que a filha estava em um retiro
de meditação e que sentia muito sua falta pois não conseguir ficar sem ela por tanto
tempo. Essa situação levanta a hipótese de que grande parte do que ele está sentindo
pode estar relacionado com o medo de perder o controle sobre a filha, que está distante.
Outra situação de fluxo associativo que observamos foi quando Otávio fala que tem
medo da morte e chega a sonhar com isso e Théo então diz que isso leva a crer que ele
tem medo de perder o controle. Em seguida Otávio diz que sabe que tem um problema e
que não quer perder tempo e fala pra Théo que ele pode receitar um remédio e que
precisa de uma solução concreta. Théo diz que os ataques de ansiedade podem ser
complexos e não acontecem por razões óbvias e que será necessário investigar o que
está acontecendo e diz a Otávio que não existe pílula mágica pois é um processo, ao
ouvir isso Otávio começa a falar de forma alterada, demonstrando ansiedade, angustia e
medo, pede para Théo abrir a janela e vai ao banheiro pois acabou de ter uma crise
naquele momento. Essa situação levanta a hipótese de que muito do que ele está
sentindo também pode estar relacionado com o medo de perder o controle sobre sua
própria vida, já que na terapia ele não poderá controlar o que acontecerá, apenas seguir
o fluxo e aceitar que o processo de cura pode levar um tempo.

BIBLIOGRAFIA

WINNICOTT, D. W. Contratransferência. Em O ambiente e os processos de maturação


(pp. 145-151). Porto Alegre: Artes Médicas, 1983.

WOLFF, C.; FALCKE, D. A Contratransferência na clínica psicanalítica


contemporânea. Scielo, disponível em: < http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?
pid=S0870-82312011000200002&script=sci_arttext >. Acesso em: 05 de Outubro de
2020, às 22:h00 minutos.

TERCEIRO RELATÓRIO PARCIAL

– Deem um exemplo fictício de entrevista aberta.


– Agora explicaremos o que é o contrato psicanalítico, fazendo a devida citação.

– A seguir elaboramos exemplos fictícios onde uma quebra de enquadre por parte
do paciente têm um significado.

A seguir, elaboramos um exemplo fictício de uma entrevista aberta:


Psicóloga: — oi, boa noite João.
Paciente: — boa noite.
Psicóloga: — João me conta o que te trouxe aqui
Paciente: — então, resolvi procurar ajuda porque não dou certo nós meus
relacionamentos, e acho que o problema é comigo
Psicóloga: — me conta mais como são seus relacionamentos?
Paciente: — depois que me assumi como gay pude perceber que meus relacionamentos
não dão certo, me entrego demais.
Psicóloga: — como acha que se entrega?
Paciente: — não sei, acho que faço muito pela pessoa, crio muitas expectativas, e
espero o mesmo da outra parte e depois de um tempo as coisas começam a ficar
conturbadas, o parceiro se afasta de mim e quando vejo já estou sozinho outra vez
Psicóloga: — quantos relacionamentos isso aconteceu?
Paciente: — em que mais marcou, foram 2. Tenho a impressão que sufoquei eles por
ser carinhoso de mais, e as vezes as pessoas não gostam disso. Mas não consigo ser
diferente, quando gosto sou assim, quero dar o meu melhor. Aprendi isso com meus
pais, eles sempre foram muito atenciosos comigo e meus irmãos.
Psicóloga: — me conta mais dessa sua relação com seus pais?
Paciente: — bom, eu sou o filho mais velho de três irmãos, por mais que meus pais
sejam muito carinhosos com os três como eu já disse, as vezes sinto uma diferença de
como sou tratado, me sinto excluído, me deixam de lado, falam que sou chato e tudo
mais no fundo eu até concordo com eles, acho que por isso estou sozinho, ninguém me
aguenta!

Contrato psicanalítico é um contrato verbal realizado ao final da entrevista com o


paciente onde deve ser explicado como se dará o tratamento, quantas seções,
pagamento, falta do paciente deixando-o ciente que neste caso ainda haverá a cobrança
da mesma, deixando claro qual será o objetivo do tratamento.

Na formulação do contrato deve ficar clara a regra fundamental,


que é a associação livre. Além disso, ele deve estipular o
número de sessões por semana, horários, pagamento, se há
mudanças no caso de feriados, faltas do paciente e do terapeuta
e qual é o objetivo do tratamento. (ZIMERMAN, D., 2004)

Pensando no tema quebra de enquadre, podemos dizer que geralmente acontece


quando o paciente está vivenciando algo internalizado que afeta em seu comportamento
externo, fazendo com que ele reaja com a “quebra de enquadre”. Um bom exemplo de
quebra de enquadre é quando o acordo entre paciente e analista já foi formalizado e
durante o decorrer das sessões esse paciente falta sem nenhum aviso e depois retoma a
terapia se recusando a pagar o valor das sessões nas quais ele faltou. Podemos citar
também um dos exemplos dados em aula, sobre quando o paciente chegou atrasado para
a sessão de terapia, pensando estar dentro do horário correto, esquecendo do que foi
combinado com o terapeuta. E outro exemplo que podemos citar é quando um paciente
paga um valor a mais pela sessão de terapia, esquecendo que foi combinado um valor
menor.
Basicamente, sempre que o paciente demonstrar um comportamento que fuja do
conjunto de variáveis estabelecidas, isto se caracteriza como uma quebra de enquadre.
Acreditamos que todos os exemplos de quebra de enquadre aqui citados possuem um
significado, pois demonstram algo ainda que ainda pode estar implícito no paciente.
Observar a ocorrência desses fatos é de grande importância para o analista, que
posteriormente poderá utilizar essas quebras de enquadre a favor do tratamento
psicanalítico do paciente em questão.

BIBLIOGRAFIA

ZIMERMAN, D. Manual de Técnica Psicanalítica. Editora Artmed (p.453), Porto


Alegre, 2004.

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