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Queda de Jerusalém

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Evangelho de Marcos

A QUEDA DE JERUSALÉM
Referências de Flávio Josefo - Guerra dos Judeus

LIVRO IV - 33, 350:


“Não era somente a Judéia que experimentava os males que causam uma guerra civil; a
mesma Itália também os sentia ao mesmo tempo. Galba fora morto no centro de Roma, e
Oto, declarado seu sucessor; mas as legiões da Alemanha escolhem Vitélio para mesma
honra e este disputa-lhe o império”.

LIVRO IV - 36, 358:


“Vespasiano, depois de ter devastado todas as terras dos arredores de Jerusalém, soube ao
seu regresso a Cesaréia, do que se passava em Roma e que Vitélio tinha sido declarado
imperador”.

LIVRO IV - 42, 373:


“...fez Tito, seu filho, partir com suas melhores tropas para se apoderar de Jerusalém e
destruí-la”.

LIVRO V - 13, 393


“ A cidade de Jerusalém estava cercada por um tríplice muro, exceto o lado dos vales, onde
havia somente um, porque aí são inacessíveis. Estava construída sobre dois montes
opostos e separados por um vale cheio de casas”.

LIVRO V - 14, 395:


“Nada havia na face exterior do templo, que não arrebatasse os olhos de admiração e não
enchesse a alma de espanto. Estava todo recoberto de lâminas de ouro tão espessas, que
quando despontava o dia, ficava-se tão arrebatado pela sua beleza como pelos dourados
raios do sol. Quanto aos outros lados, onde não havia ouro, as pedras eram tão brancas
(mármore), que aquela soberba massa parecia, de longe, aos estrangeiros, que ainda não
as tinha visto, um monte coberto de neve”.

LIVRO V - 16, 401:


“Os mais valentes e os mais obstinados dos facciosos seguiam o partido de Simão; seu
número era de dez mil, subordinados à autoridade de cinqüenta oficiais. Havia, além disso,
cinco mil idumeus, comandados por dez chefes cujos principais eram Tiago (filho de Sosa)
e Simão (filho de Catlas). João tinha ocupado o templo com seis mil homens comandados
por vinte oficiais e dois mil e quatrocentos zeladores, que haviam passado ao seu partido,
tinham por chefe a Eleazar a quem antes obedeciam, e Simão, filho de Jair.”

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O Evangelho de Marcos - A Queda de Jerusalém

LIVRO V, 27, 417:


“Entretanto a carestia crescendo sempre, fazia crescer também o furor dos revoltosos e
mais se avançava, esses dois males juntos produziam terríveis efeitos. Como não havia
mais trigo, esses inimigos da pátria, que tinham acendido o fogo da guerra, entravam à força
nas casas para procurá-lo. E, se o encontravam, batiam naqueles que tinham, como castigo,
por não lhos terem declarado. Se não o encontravam, acusavam-nos de ter ocultado,
maltratavam-nos, fazendo-os sofrer, para obrigá-los a lhes revelar o esconderijo e era
suficiente proceder bem, para logo ser tido como culpado desse pretenso crime. Aqueles
que estavam reduzidos ao extremo, eles deixavam-no morrer de fome, poupando a si
mesmo o trabalho de matá-los. Vários ricos venderam secretamente todos os seus bens,
por uma medida de trigo e os mais desprendidos, por apenas uma medida de cevada.
Encerravam-se depois nos lugares mais ocultos de suas casas, onde alguns comiam esse
grão, sem ser moído, outros reduziam-no a farinha segundo a necessidade ou temor lho
permitia. Não se viam mais mesas postas, cada qual tirava de debaixo do carvão o que
comer sem se dar ao trabalho de o deixar cozer. Jamais se poderia ver a miséria tão
deplorável. Somente aqueles que tinham o poder nas mãos não a experimentavam. Todos
os demais lamentavam inutilmente sua desgraça e como a fome não se disfarça, as
mulheres arrancavam o pão da mão de seus maridos, as crianças , das mãos de seus pais,
e o que supera toda credulidade, as mães das mãos de seus filhos. Mas os que assim
faziam não podiam, nem se escondendo evitar que se lhes viesse a arrebatar o que já
haviam tirado dos outros. Quando a porta de uma casa se fechava, a suspeita de que
aqueles que lá estavam tinham alguma coisa para comer, os fazia arrombá-las, para entrar e
para lhes tirar o pedaço da boca. Espancavam os velhos que não os queriam entregar,
agarravam pela garganta as mulheres que escondiam o que tinham nas mãos e sem ter
nem mesmo compaixão das crianças, que ainda mamavam atiravam-nas ao chão depois de
terem sido arrancadas do peito de suas mães. Os que corriam para tirar o pão dos outros,
iravam-se com os que corriam mais do que eles, como se os tivessem injuriado gravemente
e não havia tormentos que não se inventassem para encontrar um meio de viver.
Penduravam os homens pelas partes mais sensíveis, fincavam-lhes na carne pedaços de
pau pontiagudos e os faziam sofrer outros indizíveis tormentos, para fazê-los declarar onde
tinham escondido um pão ou um punhado de farinha. Esses carrascos achavam que, em tal
conjuntura, podia-se, sem crueldade, praticar tão horríveis ações e eles ajuntaram, por esse
meio, o necessário para viver por seis dias.Tiravam dos pobres as ervas que de noite eles
iam colher fora da cidade com perigo de vida, nem escutavam os rogos que lhes faziam, em
nome de Deus, para lhes deixar uma pequena porção, e julgavam fazer-lhes grande favor
não os matando depois de os ter roubado. Assim essa pobre gente era tratada pelos
soldados. Quando as pessoas da nobreza eram levadas aos tiranos, que autorizavam todos
os crimes, e com falsas acusações eles faziam morrer a muitos como tendo tomado parte
nalguma conspiração, para entregar a cidade aos romanos, a maior parte com o pretexto de
que queriam fugir para junto deles. Simão mandava a João os que ele tinha despojado os
seus bens e João mandava a Simão aos que ele tinha tratado do mesmo modo. Assim eles
se divertiam com o sangue do povo e dividiam entre si os despojos desses infelizes.”

“... Eles podem se vangloriar da glória que lhes cabe, de ter destruído Jerusalém, de ter
obrigado aos romanos a conseguir tão funesta vitória e de merecerem ser considerados
como incendiários do templo, pois que muito tarde foram dominados.”

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O Evangelho de Marcos - A Queda de Jerusalém

LIVRO V - 28, 418:


“... pois o ódio e a raiva de que os soldados romanos estavam possuídos, faziam sofrer,
aqueles míseros, antes de morrer, tudo o que se pode esperar da insolência de soldados.
Não eram suficiente as cruzes e havia já a falta de lugar, para tantos instrumentos de
suplício.”

LIVRO V - 31, 423:


“... ele era de opinião que se construísse um muro em todo o perímetro da cidade e desse
modo os judeus, estando encerrados dentro das muralhas não podendo esperar mais
salvação, seriam obrigados a se entregar, ou reduzidos pela fome a tal estado, que
poderiam ser atacados sem dificuldades, ao passo que, do contrário, eles estariam sempre
prontos a resistir.”

“Todo esse circuito media 39 estádios e havia 13 fortes cuja a torre era de 10 estádios; mas
o que parece incrível, e que é digno dos romanos, é que essa grande obra que teria sido
aparentemente necessidade de três meses para sua execução, foi começada e terminada
em apenas três dias. A cidade estava pois assim rodeada e cercada...”

LIVRO V - 32, 424:


“Aqueles monstros de impiedade, no começo, enterravam os mortos às expensas do poder
público, para se livrar do mau cheiro. Mas, não podendo mais fazê-lo, jogavam-nos por cima
dos muros ao fundo dos vales.”

“O horror que Tito sentiu por vê-los quando deu a volta por toda a praça e o estranho fedor
do apodrecimento dos cadáveres, fê-lo soltar um profundo suspiro, ele elevou as mãos para
o céu e tomou a Deus por testemunha de que não era culpado de tudo aquilo.”

LIVRO V - 33, 425:


“...Simão depois de ter feito atormentar impiedosamente o Grão sacrificador Matias, ...fê-lo
matar.”

LIVRO V - 37, 431:


“Depois que João reduziu o templo a esse estado, que nele nada mais lhe restava para
saquear, tendo-o despojado completamente, passou das pilhagens ordinárias para os
sacrilégios...”

“Jamais eu poderia fazê-lo, se tivesse querido relatar em particular todos os males que
sobrevieram durante esse cerco, mas poder-se-á julgar, a esse respeito, pelo pouco que vou
dizer: Maneu, filho de Lázaro, depois de ter fugido para junto de Tito disse-lhe que desde o

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dia 14 de abril até 1 de julho, haviam passado 115.880 corpos de mortos pela porta onde ele
estava de guarda, e, entretanto, ele somente havia contado aquele dos quais era obrigado a
saber o número, por causa de uma distribuição pública de que estava encarregado...”

“Outros fugitivos, que eram pessoas da nobreza, afirmaram que o número dos pobres que
tinham sido levados desse modo para fora da cidade, não era inferior a 600.000. O dos
outros era incrível... tinham sido reduzidos a tal extremo, que iam até mesmo nos esgotos,
procurar velho esterco de boi para comer e outras imundícies cuja vista somente causa
horror.”

LIVRO VI - 20, 458:


“Enquanto tudo isso se passava, em redor do templo a fome e a carestia faziam tal
devastação na cidade que o número dos que ela destruía era impossível de se conhecer.
Quem poderia descrever a horrível miséria que ela causava? Ante a menor suspeita de que
ainda havia alguma coisa para se comer numa casa, declarava-se guerra. Os melhores
amigos tornavam-se inimigos quando se procurava conservar a vida e se atracavam uns aos
outros para obter o mínimo bocado. Não se acreditava nem mesmo nos moribundos,
quando diziam que nada mais lhes restava, mas por uma desumanidade mais que bárbara,
eles eram revistados para verificar se não tinham escondido nas vestes algum pedaço de
pão.

Quando aqueles homens, aos quais restavam apenas a aparência de ser humano, viam-se
enganados, sem esperança de encontrar algo com que matar a fome, então mais se
assemelhavam a cães enraivecidos; a menor coisa que lhes vinha às mãos os faziam bailar
como homens embriagados. Não se contentavam de procurar uma só vez em todos os
cantos da casa, mas faziam-no diversas vezes e a fome enraivecida os faziam apanhar para
saciá-la aquilo que os animais imundos calcariam aos pés. Comiam até mesmo a sola dos
sapatos, o couro dos escudos; um punhado de feno podre era vendido por 4 moedas áticas.
Por que falar só de coisas inanimadas, para mostrar , até que ponto chegou aquela
espantosa carestia...”

LIVRO VI - 21, 459:


“Uma mulher chamada Maria, filha de Eleazar, muito rica, tinha vindo com algumas outras, à
aldeia Batechor, isto é, Casa de Hissope, refugiar-se em Jerusalém, e lá se viu cercada.
Aqueles tiranos, cuja crueldade martirizava os habitantes, não se contentaram em lhe
arrebatar tudo o que ela tinha levado de mais precioso, tomaram-lhe ainda por diversas
vezes o que ela havia escondido para seu alimento.
A dor de se ver tratada daquela maneira lançou-a em tal desespero que, depois de ter feito
mil imprecações contra eles, usou de palavras ofensivas procurando irritá-los à fim de que a
matassem, mas nenhum só daqueles tigres, por vingança de tantas injúrias, ou por
compaixão, lhe quis usar dessa graça. Ela se viu reduzida assim, as últimas, não podia
esperar socorro de ninguém, a fome que a devorava e ainda mais o fogo que a cólera tinha
acendido em seu coração, inspiravam-lhe uma resolução que causa horror à mesma
natureza. Ela arrancou o filho do próprio seio e disse-lhe: “Criança infeliz, da qual nunca se
poderá chorar, assaz a desgraça de ter nascido durante esta guerra, durante a carestia e no

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meio de diversas facções, que conspiravam a porfiar para a ruína de nossa pátria, para que
haveria eu de te conservar a vida? Para ser talvez escrava dos romanos, quando mesmo
eles quisessem ajudar? A fome nos teria feito morrer antes mesmo de cairmos em suas
mãos. E esses tiranos que nos pisam a garganta, não são eles ainda mais temíveis e mais
cruéis do que os romanos e a fome? Não é então preferível que tu morras, para me servir
de alimento, para irar estes revoltosos e deixar atônita a posteridade, com uma ação tão
trágica que não seria a única a faltar para encher a medida dos males que tomam hoje os
judeus o povo mais infeliz da terra?” Depois de ter assim falado ela matou o filho, cozeu-o,
comeu uma parte e escondeu a outra. Aqueles ímpios que só viviam de rapina entraram em
seguida naquela casa, tendo sentido o cheiro daquela iguaria inominável, ameaçaram matá-
la se ela não lhes mostrasse o que havia preparado para comer. Ela respondeu que ainda
lhe restava um pedaço da iguaria e mostrou-lhe o resto do corpo do próprio filho. Ainda que
tivessem um coração de bronze, tal espetáculo causou-lhes tanto horror, que lhes pareciam
fora de si. Ela, porém, na exaltação que lhe causava o furor disse-lhes, com o rosto
convulsionado: “Sim, é meu próprio filho que vedes, e fui eu mesma que o matei. Podeis
comê-lo, também, pois eu já comi. Sois talvez menos corajosos que uma mulher e tens mais
compaixão do que uma mãe? Se vossa piedade não vos permite aceitar essa vítima que eu
vos ofereço, eu mesma acabarei de comê-lo. Aqueles homens que até então não haviam
sabido o que era compaixão, retiraram-se trêmulos, e por maior que fosse a sua avidez em
procurar alimento, deixaram o resto daquela detestável iguaria à infeliz mãe. A notícia de
fato tão funesta, espalhou-se por toda a cidade. O horror que todos sentiam foi o mesmo,
como se cada qual tivesse cometido aquele horrível crime.”

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